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Vasco Pedro Moretto
Avaliar com eficácia e eficiência
Avaliar a aprendizagem tem sido um tema angustiante para professores e estressante para alunos O sistema escolar gira em torno desse processo e tanto professores como alunos se organizam em função dele.
A preocupação dos alunos é satisfazer os professores, é tentar responder tudo o que o professor quer, para com isso, obter nota. Essa visão, que classificam como tradicional é a que domina o processo de ensino nos dias de hoje.
A
perspectiva construtivista sociointeracionista propõe uma relação entre o professor, o aluno e o conhecimento. A construção do conhecimento é um processo interior do sujeito da aprendizagem, estimulado por condições exteriores criadas pelo professor.
Prova : um momento privilegiado de estudo.
Elaborar provas bem feitas, atingindo seu real objetivo, que é verificar se houve aprendizagem significativa de conteúdos relevantes. A avaliação da aprendizagem precisa ser coerente com a forma de ensinar.
O texto nos faz refletir sobre o processo avaliativo : se a pergunta não for clara e precisa , ela permite muitas respostas, todas “corretas” embora diferentes das “esperadas”. A finalidade tanto do ensino tanto da avaliação da aprendizagem é criar condições para o desenvolvimento das competências dos alunos.
Eficácia e eficiência na avaliação da aprendizagem.
A avaliação é eficaz quando o objetivo proposto pelo professor foi alcançado. A eficiência está relacionada ao objetivo e ao processo desenvolvido para alcançá-lo.
Algumas características das provas na linha tradicional A)
Exploração exagerada da memória :
A memorização é aceita quando é acompanhada da compreensão do significado do objeto de conhecimento. O que a escola da linha tradicional explorou foi a memorização em busca do acúmulo de informações, na maioria das vezes sem significados para os alunos.
B)
Falta de parâmetros para correção :
Com a falta de definição dos critérios para a correção, vale o que o professor queira que o aluno tivesse respondido. O professor passa as informações para o alunos, esses copiam em seus cadernos e na prova devolvem o que receberam.
C) Utilização de palavras de comando sem precisão de sentido no contexto:
A clareza e precisão da resposta depende muito da estrutura da pergunta. As palavras de comado precisam ter sentido no contexto em que são usadas, permitindo a parametrização correta da questão.
Características das provas na perspectiva construtivista. A)
Contextualização :
O texto deve servir de contexto e não de pretexto : o aluno deve buscar apoio no enunciado da questão.
B) Parametrização •
A parametrização é a indicação clara e precisa dos critérios de correção.
•
Esse é um dos pontos fundamentais para uma relação profissional entre o professor e o aluno, no processo de avaliação da aprendizagem.
Exemplo de questão parametrizada:
“ Escreva quatro substantivos próprios que iniciam com vogal”
•
•
C) Exploração da capacidade de leitura e de escrita do aluno:
A perspectiva construtivista defende a aplicação de textos nas provas que obriguem a leitura, mesmo curta, para provocar uma resposta, também de forma escrita e com argumentação, que leve o aluno a escrever, exercitando-se na lógica e correção do texto. Evitar questões que possam ter respostas como “sim”,“não”, ou "pode”,“não pode”.
D) Proposição de questões operatórias e não apenas transcritórias:
Desenvolver questões que exigem do aluno operações mentais mais ou menos complexas ao responder, estabelecendo relações significativas num universo simbólico de informações, e não questões que exigem apenas uma transcrição de informações muitas vezes aprendidas de cor ( quando não transcritas de uma “colinha” ). •
A prova operatória: ressignificando a Taxionomia de Bloom Avaliação da aprendizagem. Saber se há situações cognitivas que exigem operações mentais de diferentes complexidades. Níveis de complexidade: (re)conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese, julgamento(avaliação).
•
Recomenda aos professores a elaboração de questões que provoquem diferentes tipos de operações mentais, desde as mais simples até as mais complexas.
(Re)conhecimento
o
Operação de pouca complexidade.
o
“Decoreba”
o
Palavras-chave: identifique,nomeie,assinale,cite,relacione as colunas, complete a lacuna, etc.
Compreensão o
o
o
o
As operações mentais pressupõem um reconhecimento e vão além dele, por isso são operações mais complexas. Palavras-chave: explique,descreva,dê o significado, etc. Aplicação
Transposição da compreensão de um objeto de conhecimento em caso específico, assim, compreendida uma fórmula, um conceito, etc eles são aplicados em situações e em problemas bem definidos. Palavras-chave: resolva, determine, calcule, aplique, com base no texto, etc.
Análise o
o
Analisar é uma operação mental que parte de um todo para a compreensão de suas partes. Palavras-chave: analise, faça uma análise, examine os fatos, decomponha a sentença, etc. O TODO
P
P P
Síntese o
Inverso da análise, isto é, relacionam-se diversas partes para estabelecer as características de um “todo”.
Palavras-chave: faça uma síntese, generalize, etc.
P
P P
O TODO
Julgamento o
o
(avaliação)
É nível de maior complexidade dentro da taxonomia em foco. Nele, há, normalmente a emissão de juízo de valor após análises e/ou sínteses. Palavras-chave: julgue, justifique sua resposta, apresente argumentos a favor ou contra, etc.
Orientações para a preparação de questões operatórias Preparação
avaliação:
o
o
o
o
do
instrumento
de
determinar com clareza e precisão o objetivo da questão; verificar se o conteúdo cobrado é importante, relevante; buscar concepções prévias dos alunos, ligadas ao conteúdo explorado; contextualizar a questão, colocando-a numa situação de compreensão do aluno;
o
o
o
o
o
o
o
fazer perguntas de forma clara e precisa; utilizar uma linguagem de aproximação. Preparação para uma questão de prova:
especifique o conteúdo a ser explorado na questão; indique o objetivo para a avaliação da aprendizagem, relativo ao conteúdo; escreva o nível de complexidade da questão, na Taxionomia de Bloom; elabore a questão dentro dos parâmetros indicados; indique os critérios para a correção.
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