prova_um_momento_privilegiado_de_estudo_nao_um_acerto_de_contas.pdf

March 14, 2019 | Author: Antonia Mara Neves | Category: Learning, Knowledge, Cognitive Science, Psicologia e ciência cognitiva, Epistemology
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Vasco Pedro Moretto

Avaliar com eficácia e eficiência 



Avaliar a aprendizagem tem sido um tema angustiante para professores e estressante para alunos O sistema escolar gira em torno desse processo e tanto professores como alunos se organizam em função dele.





A preocupação dos alunos é satisfazer os professores, é tentar responder tudo o que o professor quer, para com isso, obter nota. Essa visão, que classificam como tradicional é a que domina o processo de ensino nos dias de hoje.





A

perspectiva construtivista sociointeracionista propõe uma relação entre o professor, o aluno e o conhecimento. A construção do conhecimento é um processo interior do sujeito da aprendizagem, estimulado por condições exteriores criadas pelo professor.

Prova : um momento privilegiado de estudo. 



Elaborar provas bem feitas, atingindo seu real objetivo, que é verificar se houve aprendizagem significativa de conteúdos relevantes. A avaliação da aprendizagem precisa ser coerente com a forma de ensinar.





 O texto nos faz refletir sobre o processo avaliativo : se a pergunta não for clara e precisa , ela permite muitas respostas, todas “corretas”  embora diferentes das “esperadas”. A finalidade tanto do ensino tanto da avaliação da aprendizagem é criar condições para o desenvolvimento das competências dos alunos.

Eficácia e eficiência na avaliação da aprendizagem. 



A avaliação é eficaz quando o objetivo proposto pelo professor foi alcançado. A eficiência está relacionada ao objetivo e ao processo desenvolvido para alcançá-lo.

Algumas características das provas na linha tradicional A) 



Exploração exagerada da memória :

A memorização é aceita quando é acompanhada da compreensão do significado do objeto de conhecimento. O que a escola da linha tradicional explorou foi a memorização em busca do acúmulo de informações, na maioria das vezes sem significados para os alunos.

B)





Falta de parâmetros para correção :

Com a falta de definição dos critérios para a correção, vale o que o professor queira que o aluno tivesse respondido. O professor passa as informações para o alunos, esses copiam em seus cadernos e na prova devolvem o que receberam.

C) Utilização de palavras de comando sem precisão de sentido no contexto: 



A clareza e precisão da resposta depende muito da estrutura da pergunta. As palavras de comado precisam ter sentido no contexto em que são usadas, permitindo a parametrização correta da questão.

Características das provas na perspectiva construtivista.  A)



Contextualização :

O texto deve servir de contexto e não de pretexto : o aluno deve buscar apoio no enunciado da questão.

B) Parametrização •

A parametrização é a indicação clara e precisa dos critérios de correção.



 Esse é um dos pontos fundamentais para uma relação profissional entre o professor e o aluno, no processo de avaliação da aprendizagem.



Exemplo de questão parametrizada:

“ Escreva quatro substantivos próprios que iniciam com vogal”







C) Exploração da capacidade de leitura e de escrita do aluno:

A perspectiva construtivista defende a aplicação de textos nas provas que obriguem a leitura, mesmo curta, para provocar uma resposta, também de forma escrita e com argumentação, que leve o aluno a escrever, exercitando-se na lógica e correção do texto. Evitar questões que possam ter respostas como “sim”,“não”, ou "pode”,“não pode”.



D) Proposição de questões operatórias e não apenas transcritórias:

Desenvolver questões que exigem do aluno operações mentais mais ou menos complexas ao responder, estabelecendo relações significativas num universo simbólico de informações, e não questões que exigem apenas uma transcrição de informações muitas vezes aprendidas de cor ( quando não transcritas de uma “colinha” ). •

A prova operatória: ressignificando a Taxionomia de Bloom Avaliação da aprendizagem. Saber se há situações cognitivas que exigem operações mentais de diferentes complexidades. Níveis de complexidade: (re)conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese,  julgamento(avaliação).









Recomenda aos professores a elaboração de questões que provoquem diferentes tipos de operações mentais, desde as mais simples até as mais complexas.



(Re)conhecimento

o

Operação de pouca complexidade.

o

“Decoreba”

o

Palavras-chave: identifique,nomeie,assinale,cite,relacione as colunas, complete a lacuna, etc.

 Compreensão o

o

 o

o

As operações mentais pressupõem um reconhecimento e vão além dele, por isso são operações mais complexas. Palavras-chave: explique,descreva,dê o significado, etc. Aplicação

Transposição da compreensão de um objeto de conhecimento em caso específico, assim, compreendida uma fórmula, um conceito, etc eles são aplicados em situações e em problemas bem definidos. Palavras-chave: resolva, determine, calcule, aplique, com base no texto, etc.

Análise o

o

Analisar é uma operação mental que parte de um todo para a compreensão de suas partes. Palavras-chave: analise, faça uma análise, examine os fatos, decomponha a sentença, etc. O TODO

P

P P

Síntese o

Inverso da análise, isto é, relacionam-se diversas partes para estabelecer as características de um “todo”.



Palavras-chave: faça uma síntese, generalize, etc.

P

P P

O TODO

  Julgamento o

o

(avaliação)

É nível de maior complexidade dentro da taxonomia em foco. Nele, há, normalmente a emissão de juízo de valor após análises e/ou sínteses. Palavras-chave: julgue, justifique sua resposta, apresente argumentos a favor ou contra, etc.

Orientações para a preparação de questões operatórias  Preparação

avaliação:

o

o

o

o

do

instrumento

de

determinar com clareza e precisão o objetivo da questão; verificar se o conteúdo cobrado é importante, relevante; buscar concepções prévias dos alunos, ligadas ao conteúdo explorado; contextualizar a questão, colocando-a numa situação de compreensão do aluno;

o

o

 o

o

o

o

o

fazer perguntas de forma clara e precisa; utilizar uma linguagem de aproximação. Preparação para uma questão de prova:

especifique o conteúdo a ser explorado na questão; indique o objetivo para a avaliação da aprendizagem, relativo ao conteúdo; escreva o nível de complexidade da questão, na Taxionomia de Bloom; elabore a questão dentro dos parâmetros indicados;  indique os critérios para a correção.

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