Provas Finais Novas Leituras

January 23, 2017 | Author: Ângela Marques | Category: N/A
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NOVAS LEITURAS 9 Português 9º ano Alice Amaro

Oferta ao Aluno

GLOSSÁRIO DE VERBOS QUE SURGEM EM QUESTIONÁRIOS

Analisa

Examina com atenção; relaciona as ideias e toma uma posição fundamentada com argumentos válidos.

Apresenta

Refere; expõe.

Assinala

Destaca através de um sinal, uma marca.

Associa

Estabelece uma ligação entre elementos.

Classifica

Identifica o grupo/classe a que pertence.

Comenta

Dá uma opinião fundamentada com argumentos ou elementos textuais pertinentes.

Compara

Apresenta as semelhanças/diferenças entre os elementos apresentados.

Completa

Adiciona o que falta.

Define

Apresenta claramente uma ideia.

Delimita

Diz onde começa e onde termina.

Demonstra

Apresenta provas.

Descreve / Caracteriza

Apresenta as características de alguém ou de alguma coisa.

Distingue

Indica as diferenças.

Enumera

Indica todos os elementos.

Explica

Refere os motivos, as razões; apresenta uma justificação.

Explicita

Torna explícito; torna claro; clarifica.

Expõe

Apresenta uma ideia de forma completa.

Fundamenta

Prova; apoia; documenta.

Identifica

Diz o que é.

Indica

Diz ou mostra algo.

Ilustra

Dá exemplos.

Interpreta

Explica o sentido.

Justifica

Apresenta razões, dados, para a posição/opção que tomaste.

Ordena

Agrupa de acordo com uma ordem; põe por ordem.

Organiza

Dispõe de forma organizada, segundo uma ordem clara e coerente.

Reconta

Conta por palavras tuas.

Refere

Diz; menciona algo.

Reescreve

Volta a escrever.

Relaciona

Estabelece uma ligação entre elementos/dados apresentados.

Resume

Apresenta em poucas palavras.

Substitui

Põe uma coisa no lugar de outra; troca.

Seleciona

Escolhe.

Transcreve

Copia.

Tranforma

Modifica, de acordo com instruções.

Apresentação Caro(a) aluno(a) Esta brochura pretende ajudar-te na preparação da prova que irás realizar no final do 9.º ano/3.º ciclo. Está organizada em duas partes. A primeira parte apresenta a estrutura da prova que realizarás, de acordo com as informações atualmente em vigor, divulgadas pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), entidade responsável pela elaboração da prova. Além de poderes observar os vários tipos de questões que, normalmente, surgem nas provas, são também apresentadas algumas dicas, sob o subtítulo “o que deves fazer”, com vista a poderes responder corretamente ao que te é solicitado. A segunda parte apresenta três provas modelo. A sua realização será, certamente, uma excelente forma para te preparares e para provares que sabes. As provas aqui presentes abordam conteúdos programáticos relevantes de acordo com o Programa e com as Metas Curriculares de Português. Após a realização de cada prova, poderás consultar as propostas de resolução, de modo a entenderes o que está bem e o que ainda pode ser melhorado. Por fim, como podes observar, no verso da capa é disponibilizado um quadro que te ajuda a perceber melhor o que se pretende com os verbos que introduzem as questões/ enunciados das provas. Afinal, quantas vezes já te questionaste sobre o que se espera que faças perante determinada pergunta? Bom trabalho e Prova que Sabes! A Autora

Índice

PARTE I - EXPLICITAÇÃO DA ESTRUTURA DA PROVA

Estrutura da Prova

4

PARTE II - PROVA O QUE SABES

Prova 1 Prova 2 Prova 3

CENÁRIOS DE RESPOSTA

12 18 25

parte

1

Estrutura da prova

ESTRUTURA DA PROVA GRUPO I Este grupo é constituído pelas Partes A, B e C. Integra textos de diferentes tipologias relativamente aos quais deverás realizar um conjunto de tarefas que pretendem avaliar a tua capacidade de leitura e de escrita. A Parte A e a Parte B integram, cada uma, um texto que constitui o suporte das questões. Uma das partes tem como base o texto narrativo, poético ou dramático e a outra parte tem como suporte textos de caráter informativo. A Parte C pode apresentar um texto pertencente ao conjunto de obras estudadas no 9.º ano (ou que se relacione com os textos que integram esse conjunto de obras) ou pode ter como suporte o texto da Parte A ou da Parte B. O objetivo das tarefas apresentadas neste grupo é testar a tua capacidade de leitura e de escrita, verificando se és capaz de: a) apresentar por palavras tuas o significado dos textos, identificando a importância da informação que transmitem e o modo como está organizada; b) identificar o significado e a intencionalidade das mensagens transmitidas pelos textos; c) estabelecer uma ligação entre os textos e as circunstâncias em que foram escritos (autor, destinatários, momento, lugar, objetivo que pretendem atingir, etc.); d) identificar ambiguidades, sentidos implícitos e usos figurativos presentes nos textos; e) escrever de forma organizada e correta.

PARTE A Nesta parte, após a leitura de um texto, as tarefas solicitadas podem implicar:

A. A ordenação de afirmações de acordo com a ordem pela qual a informação surge no texto: Exemplo 1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) correspondem a ideias-chave do texto. Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas ideias aparecem no texto. Começa pela letra (D). (A) Falta descobrir a causa da quebra da natalidade estelar. (B) O Sol apresenta uma expectativa de vida da ordem dos milhares de anos. (C) A formação e evolução das galáxias é uma das questões centrais da cosmologia atual. (D) Um estudo revelou declínio na formação de estrelas ao longo da vida do Universo. (E) Atualmente, num determinado volume, forma-se uma tonelada de estrelas por minuto. (F) As estrelas velhas dominam o Universo. (G) A elevada quantidade de dados trabalhada pelos astrónomos foi inédita.

4

Estrutura da prova

parte

O que deves fazer? 1.º Reler atentamente o texto. 2.º Identificar, no próprio texto, os tópicos informativos apresentados nas letras de (A) a (G), colocando ao lado a letra correspondente. 3.º Verificar a ordem por que esses tópicos informativos são abordados no texto. 4.º Ordenar as letras de acordo com a ordem que identificaste anteriormente, começando pela letra (D). Resposta hipotética: (D), (A), (F), …

B. A seleção de alíneas adequadas ao sentido do texto. Exemplo: 3. Para responderes a cada item (3.1. a 3.5.), seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. 3.1. A atual taxa de formação de novas estrelas do cosmos (A) foi estudada por uma equipa de astrónomos portugueses. (B) atingiu o seu auge há cerca de mil milhões de anos. (C) sofreu uma quebra de três dezenas de vezes. (D) é uma área sem interesse para os astrónomos.

O que deves fazer? 1.º Reler atentamente o texto de modo a entender o seu sentido global. 2.º Identificar no texto os tópicos apresentados na introdução à questão. Neste caso, A atual taxa de formação de novas estrelas do cosmos. 3.º Verificar qual das letras apresentadas é a adequada ao modo como o tópico é abordado e ao sentido do texto. 4.º Escrever o número e a letra selecionada. Resposta hipotética: 3.1. (A).

C. O estabelecimento de uma associação/correspondência entre dois elementos. Exemplo: Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1. Associa cada elemento da coluna A ao único elemento da coluna B que lhe corresponde, de acordo com o sentido do texto.

5

1

Escreve as letras e os números correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez. Coluna A

Coluna B (1) é uma almofada social. (2) é uma resposta ao medo.

(a) O silêncio

(3) é inata ou socialmente transmitida.

(b) A imobilidade

(4) é um indicador de perigo.

(c) Qualquer forma de reconhecer a ameaça

(5) é um indicador de segurança.

(d) A situação de perigo

(6) é inata e não socialmente transmitida.

(e) A presença de sons

(7) é reconhecida por todos os animais. (8) é um fator de dispersão.

O que deves fazer? 1.º Reler atentamente o texto de modo a entender não só os vários tópicos que aborda mas também o seu sentido global. 2.º Identificar no texto os tópicos apresentados na coluna A. 3.º Verificar qual dos itens apresentados na coluna B é o adequado ao modo como o tópico é abordado e ao sentido do texto. 4.º Escrever a letra e o número que lhe corresponde. Resposta hipotética: (a) (8).

PARTE B Para a concretização das tarefas exigidas nesta parte deves conhecer o significado exato das formas verbais que transmitem as instruções (consulta, no verso da capa, o quadro com o significado dos principais verbos que introduzem os enunciados):

Exemplo: 1. Explica o sentido da expressão “a única valentia verdadeira dos homens verdadeiros”. Por palavras tuas, diz qual é o significado desta expressão no contexto em que surge. 2. Justifica o uso da anáfora nas duas primeiras estrofes do poema. Diz por que razão foi usado este recurso expressivo neste contexto. 3. No excerto é estabelecido um contraste entre dois caminhos. Explicita-o, caracterizando cada uma das vias apresentadas. Diz como é, quais são as características de cada caminho. Diz qual é esse contraste; clarifica a oposição apresentada.

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Estrutura da prova

parte

PARTE C Esta parte solicita uma resposta, com uma extensão delimitada (de 70 a 120 palavras), sendo fornecida a sequência de tópicos que deves abordar, não necessariamente pela ordem em que te são apresentados.

Exemplo:

A Estrela Vi uma estrela tão alta, Vi uma estrela tão fria! Vi uma estrela luzindo Na minha vida vazia.

Por que da sua distância Para a minha companhia Não baixava aquela estrela? Por que tão alto luzia?

Era uma estrela tão alta! Era uma estrela tão fria! Era uma estrela sozinha Luzindo no fim do dia.

E ouvi-a na sombra funda Responder que assim fazia Para dar uma esperança Mais triste ao fim do meu dia. Manuel Bandeira, Estrela da vida inteira, Rio de Janeiro, Liv. José Olympio

10. Redige um texto, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, em que apresentes uma leitura do poema.

Extensão a respeitar O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão.

Estrutura do texto Organiza a informação do modo que considerares adequado, abordando os tópicos seguintes: a) indicação do título do poema e do nome do autor; b) descrição da estrutura externa do poema (estrofe, métrica, rima); c) justificação do uso da anáfora nas duas primeiras estrofes do poema; d) explicitação do valor metafórico da palavra “estrela”; e) tendo em conta a globalidade do poema, explicita o significado das perguntas colocadas na terceira estrofe; f) indicação da mudança ocorrida na última estrofe na relação estabelecida entre a estrela e o sujeito poético; g) explicitação do valor expressivo da expressão “sombra funda”.

Tópicos a abordar

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1



INTRODUÇÃO

O poema “A estrela” é da autoria de Manuel Bandeira(a). Apresenta quatro quadras, de versos heptassilábicos, sem esquema rimático definido(b).



DESENVOLVIMENTO

A anáfora sublinha a emoção do sujeito ante a estrela e a importância que lhe atribui(c). Assim, a estrela será metáfora para alguém que estima e está longe(d). As questões revelam a sua perplexidade perante o facto de a estrela continuar friamente à distância, apesar de ser tão importante para ele(e). Inicialmente, não existe qualquer interação entre o sujeito e a estrela; no final, ambos parecem dialogar através da pergunta e da resposta(f).



CONCLUSÃO

A expressão “sombra funda” refere-se à escuridão onde, longinquamente, brilha a estrela e sugere a profunda tristeza do sujeito perante a distância intransponível que existe entre ambos(g). (120 palavras)

GRUPO II Neste grupo, avalia-se o teu conhecimento sistematizado da gramática do português padrão, podendo surgir questões relativas às seguintes áreas: texto; estrutura da frase; classes de palavras; processos de formação de palavras; processos fonológicos; modos de representação do discurso; ortografia; variação linguística.

Eis alguns exemplos de exercícios que podem ser solicitados.

Classes de palavras 1. Substitui as expressões sublinhadas por pronomes. a) O homem ofereceu uma flor à mulher. Resposta: Ele ofereceu-lha.

Estrutura da Frase 2. Transforma as frases simples numa frase complexa, substituindo a expressão sublinhada pelo pronome relativo “que”. O João comprou um livro. O livro era uma raridade. Resposta: O João comprou um livro que era uma raridade.

8

Estrutura da prova

parte

3. Refere a diferença existente entre as duas frases. a) A Joana comeu o lanche. b) O lanche foi comido pela Joana. Resposta: A frase a) é ativa e a frase b), passiva. 4. Classifica a oração sublinhada na frase seguinte. Quando cheguei a casa, o meu irmão estava a estudar piano. Resposta: Oração subordinada adverbial temporal. 5. Indica a função sintática desempenhada pela expressão assinalada. a) Gordura é formosura. Resposta: a) Predicativo do sujeito.

GRUPO III No Grupo III avalia-se a tua capacidade para planificares, construíres e apresentares um texto de acordo com orientações fornecidas relativamente à tipologia textual, ao tema a abordar e à extensão. Exemplo:

A prática desportiva entre os jovens é muito importante, desenvolvendo-os física e psicologicamente, independentemente da modalidade desportiva escolhida. Escreve um texto de opinião, com um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras, em que reflitas sobre a importância da prática desportiva para os jovens, fundamentando a tua posição em dois argumentos.

Tema

Tipologia textual

Extensão

Deves respeitar a estrutura do texto argumentativo. Evita dar erros ortográficos, procedendo a uma revisão rigorosa do texto. Neste parâmetro, são também considerados erros de : - acentuação; - translineação; - uso indevido de minúsculas e/ou de maiúsculas.

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1

parte

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Provas Finais Modelo

Prova Escrita de Português

PROVA 1

3.º Ciclo do Ensino Básico Duração da Prova: 90 minutos. Tolerância: 30 minutos.

GRUPO I PARTE A Lê o texto seguinte.

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25

30

Uma equipa internacional de astrónomos concluiu, com base no maior estudo de sempre do género, que a taxa de formação de novas estrelas no cosmos é atualmente 30 vezes menor do que foi no seu auge, que se terá provavelmente verificado há 11 mil milhões de anos. Os seus resultados acabam de ser publicados na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Utilizando observações feitas pelo Telescópio de Infravermelhos do Reino Unido e o telescópio japonês Subaru (ambos instalados no Havai), bem como pelo telescópio VLT do Observatório Europeu do Sul, no Chile, David Sobral, da Universidade de Leiden (Holanda), e colegas britânicos, japoneses, italianos e holandeses realizaram o mais completo levantamento de sempre das galáxias produtoras de estrelas, a partir de uma quantidade dez vezes maior de dados recolhidos. E como olhar para muito longe no espaço corresponde a remontar no passado, conseguiram analisar de forma muito precisa a evolução da taxa de formação de estrelas ao longo da vida do Universo. "Medimos a taxa de natalidade ao longo da história e verificámos que, no pico da atividade do Universo, há cerca de 11 mil milhões de anos, existiam cerca de 30 toneladas por minuto de estrelas a formar-se num determinado volume, enquanto hoje, num volume comparável, apenas se está a formar uma tonelada de estrelas por minuto", disse o cientista à agência Lusa. A teoria mais aceite estipula que as primeiras estrelas terão começado a formar-se há uns 13,4 mil milhões de anos, apenas uns 300 milhões de anos após o Big Bang. Mas […] as primeiras estrelas eram monstruosamente maciças e terão por isso durado apenas cerca de um milhão de anos, desfazendo-se no fim em cataclísmicas explosões ou supernovas. A seguir, grande parte do gás e das poeiras remanescentes serviu para dar origem a novas gerações de estrelas, com massas muito mais modestas, mas ao mesmo tempo muito mais longevas. O nosso Sol será assim uma estrela de terceira geração, com uma longevidade da ordem dos milhares de milhões de anos. Seja como for, como as estrelas são os ingredientes essenciais das galáxias, a história cósmica da formação de estrelas também informa os especialistas sobre a formação e a evolução das galáxias - uma das grandes questões da cosmologia atual. […] Os resultados sugerem, salienta ainda, "que vivemos num Universo dominado por estrelas velhas", metade das quais nasceram há 11 mil a 9 mil milhões de anos. Mas, apesar de o futuro "poder parecer sombrio", David Sobral privilegia um registo mais otimista: "De facto, temos a sorte de viver numa galáxia saudável, produtora de estrelas, que deverá contribuir fortemente para a formação de novas estrelas." Resta a derradeira questão, diz o cientista: perceber o porquê do declínio da natalidade estelar. In Público, 09 novembro 2012 (texto adaptado)

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Provas Finais Modelo

parte

Responde aos itens que seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) correspondem a ideias-chave do texto apresentado acima. Ordena a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas ideias aparecem no texto. Começa pela letra (D). (A) Falta descobrir a causa da quebra da natalidade estelar. (B) O Sol apresenta uma expectativa de vida da ordem dos milhares de anos. (C) A formação e evolução das galáxias é uma das questões centrais da cosmologia atual. (D) Um estudo revelou declínio na formação de estrelas ao longo da vida do Universo. (E) Atualmente, num determinado volume, forma-se uma tonelada de estrelas por minuto. (F) As estrelas velhas dominam o Universo. (G) A elevada quantidade de dados trabalhada pelos astrónomos foi inédita. 2. Indica a que se refere o pronome “que” sublinhado na frase “[…] a taxa de formação de novas estrelas no cosmo é atualmente 30 vezes menor do que foi no seu auge, que se terá provavelmente verificado há 11 mil milhões de anos.” (linhas 2 e 3) 3. Para responderes a cada item (3.1. a 3.5.), seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. 3.1. A atual taxa de formação de novas estrelas do cosmos (A) foi estudada por uma equipa de astrónomos portugueses. (B) atingiu o seu auge há cerca de mil milhões de anos. (C) sofreu uma quebra de três dezenas de vezes. (D) é uma área sem interesse para os astrónomos. 3.2. De acordo com a teoria mais aceite, a sequência de formação das estrelas integra as seguintes etapas: (A) o Sol é uma estrela de terceira geração; um milhão de anos depois, as estrelas desfizeram-se em supernovas; os gases e poeiras remanescentes originaram novas gerações de estrelas; as estrelas surgiram há 13, 4 milhões de anos. (B) as estrelas surgiram há 13, 4 milhões de anos; as estrelas desfizeram-se em supernovas; os gases e poeiras remanescentes originaram novas gerações de estrelas; o Sol é uma estrela de terceira geração. (C) um milhão de anos depois, as estrelas desfizeram-se em supernovas; os gases e poeiras remanescentes originaram novas gerações de estrelas; o Sol é uma estrela de terceira geração; as estrelas surgiram há 13, 4 milhões de anos. (D) os gases e poeiras remanescentes originaram novas gerações de estrelas; o Sol é uma estrela de terceira geração; um milhão de anos depois, as estrelas desfizeram-se em supernovas; as estrelas surgiram há 13, 4 milhões de anos.

13

2

3.3. A expressão “A teoria mais aceite” (linha 16) significa (A) que, para os cientistas, esta é a teoria mais válida. (B) que, para os cientistas, esta é a única teoria existente. (C) que esta é a teoria aceite pela maioria dos cientistas. (D) que esta é uma teoria tão válida quanto outras. 3.4. Na expressão “como olhar para muito longe no espaço corresponde a remontar no passado” (linhas 9-10) a conjunção sublinhada poderia ser substituída por (A) À medida que.

(C) Ainda que.

(B) Tal como.

(D) Uma vez que.

PARTE B

Quando a harmonia chega

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Escrevo na madrugada as últimas palavras deste livro: e tenho o coração tranquilo, sei que a alegria se reconstrói e continua. Acordam pouco a pouco os construtores terrenos, gente que desperta no rumor das casas, forças surgindo da terra inesgotável, crianças que passam ao ar livre gargalhando. Como um rio lento e irrevogável1, a humanidade está na rua. E a harmonia2, que se desprende dos seus olhos densos ao encontro da luz, parece de repente uma ave de fogo. Carlos de Oliveira, Terra de Harmonia, Editorial Caminho

VOCABULÁRIO irrevogável - de forma definitiva; que não volta atrás; 2harmonia - proporção, ordem agradável à vista; paz e amizade (entre pessoas); concórdia; conformidade; coerência.

1

4. Descreve a situação em que o sujeito poético se apresenta no início do poema. 5. Por palavras tuas, caracteriza o seu estado de espírito, indicando as razões que o motivam. 6. Após falar de si, o sujeito poético foca a sua atenção no exterior. Indica os elementos por ele apresentados, referindo a característica que é comum a todos eles. 7. Transcreve elementos textuais que remetam para a realização gradual de ações e justifica a sua presença. 8. Explicita o valor expressivo da comparação “parece de repente uma ave de fogo”. (linhas 6 e 7)

9. Relaciona o conteúdo do poema com o seu título.

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Provas Finais Modelo

parte

PARTE C Lê as estrofes 19 a 24 do Canto I de Os Lusíadas, a seguir transcritas, e responde, de forma completa e bem estruturada, ao item 10. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado. 22

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Já no largo Oceano navegavam, As inquietas ondas apartando; Os ventos brandamente respiravam, Das naus as velas côncavas inchando; Da branca escuma os mares se mostravam Cobertos, onde as proas vão cortando As marítimas águas consagradas2, Que do gado de Próteo3 são cortadas

Estava o Padre ali sublime e dino, Que vibra os feros raios de Vulcano, Num assento de estrelas cristalino, Com gesto alto, severo e soberano. Do rosto respirava um ar divino, Que divino tornara um corpo humano; Com uma coroa e cetro rutilante, De outra pedra mais clara que diamante.

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Quando os Deuses no Olimpo luminoso, Onde o governo está da humana gente, Se ajuntam em consílio glorioso Sobre as cousas futuras do Oriente. Pisando o cristalino Céu formoso, Vêm pela Via Láctea juntamente, Convocados, da parte do Tonante4, Pelo neto gentil do velho Atlante5.

Em luzentes assentos, marchetados11 De ouro e de perlas, mais abaixo estavam Os outros Deuses, todos assentados, Como a Razão e a Ordem concertavam12: (Precedem os antíguos mais honrados; Mais abaixo os menores se assentavam); Quando Júpiter alto, assim dizendo, C'um tom de voz começa grave e horrendo:

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Deixam dos sete Céus o regimento , Que do poder mais alto lhe foi dado, Alto poder, que só co'o pensamento Governa o Céu, a Terra, e o Mar irado. Ali se acharam juntos num momento Os que habitam o Arcturo8 congelado, E os que o Austro9 têm, e as partes onde A Aurora nasce, e o claro Sol se esconde10.

– "Eternos moradores do luzente Estelífero Pólo13, e claro Assento, Se do grande valor da forte gente14 De Luso não perdeis o pensamento, Deveis de ter sabido claramente, Como é dos Fados15 grandes certo intento, Que por ela se esqueçam os humanos De Assírios, Persas, Gregos e Romanos.” In Os Lusíadas, Luís de Camões, Edição de A. J. da Costa Pimpão, MNE-IC, 2000

VOCABULÁRIO Oceano – Oceano Índico; 2 consagradas – sagradas; 3 Próteo – deus marinho; 4 Tonante – Júpiter; 5 Atlante – Mercúrio; 6 sete Céus - as setes órbitas dos planetas segundo o esquema ptolomaico; 7 regimento – governação; 8 Arcturo – estrela de uma constelação do Polo Norte; 9 Austro - o Sul; 10 onde […] o Sol se esconde – Nascente/ Poente; 11 marchetados – esmaltados; 12 concertavam – determinavam; 13 Estelífero Pólo – céu estrelado; 14 forte gente – os portugueses; 15 Fados – destino 1

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10. Redige um texto expositivo com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, no qual explicites o conteúdo das estrofes 19 a 24. O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão. Organiza a informação do modo que considerares adequado, abordando os tópicos seguintes: a) identificação do episódio a que pertencem as estrofes; b) integração do episódio na estrutura interna da obra; c) referência aos planos narrativos envolvidos; d) referência à relação temporal existente entre os planos envolvidos; e) explicitação do conceito de narração in medias res; f) referência aos efeitos obtidos com esta estratégia narrativa; g) justificação da importância deste episódio na glorificação do herói de Os Lusíadas.

GRUPO II 1. Classifica as orações sublinhadas nas alíneas seguintes. a) A teoria mais aceite estipula que as primeiras estrelas eram monstruosamente maciças. b) Temos a sorte de viver numa galáxia saudável, produtora de estrelas, que deverá contribuir fortemente para a formação de novas estrelas." c) Os portugueses navegavam já no Oceano Índico quando os deuses se reuniram em consílio. 2. Seleciona a opção em que a palavra “pequeno” é um nome. a) Em pequeno, eu contava as estrelas. b) O pequeno há de ser astrónomo. c) Este pequeno aparelho projeta toda a abóbada celeste. d) Alguns satélites de Úrano são realmente pequenos. 3. Indica, para cada um dos itens, a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada em cada uma das frases. a) Verificamos que a taxa de natalidade das estrelas baixou. b) A taxa de natalidade das estrelas baixou.

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Provas Finais Modelo

parte

4. Completa cada uma das frases seguintes com as formas adequadas dos verbos apresentados entre parênteses. Usa apenas tempos simples. Em determinados meses do ano, ____a)____ (entrar) muitos meteoros na atmosfera terrestre. Este fenómeno ___b)____ (chamar-se) chuva de estrelas cadentes. Na noite passada, embora ______c)___(estar) nublado, ele ___d)____(montar) o telescópio. 5. Lê as frases seguintes. A Susana disse ao Luís que, no verão anterior, tinha ido ao Alentejo ver a chuva de estrelas e que tinha gostado muito. O Luís respondeu que tencionava fazer o mesmo no verão seguinte. Reescreve as frases, representando as falas da Susana e do Luís em discurso direto.

GRUPO III A poluição luminosa é provocada pelo excesso de luz criada pelos seres humanos. Interfere nos ecossistemas, prejudica a saúde, ilumina a atmosfera das cidades, reduzindo a visibilidade das estrelas e dificultando a observação astronómica. É, contudo, apenas um dos tipos de poluição cada vez mais presente no nosso quotidiano. De forma correta e bem estruturada, com um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras, apresenta um texto que pudesse ser publicado num jornal escolar onde dês conta da tua posição sobre o modo como, em geral, os vários tipos de poluição condicionam o nosso dia a dia. Deves respeitar a estrutura do texto argumentativo.

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2

Prova Escrita de Português

PROVA 2

3.º Ciclo do Ensino Básico Duração da Prova: 90 minutos. Tolerância: 30 minutos.

GRUPO I PARTE A

Os bárbaros

5

10

15

Primeiro vieram a cavalo e a galope. Guerreando porque serem guerreiros era a sua condição e a sua razão de viver. Os bárbaros. Alanos, Vândalos e Suevos. Mais tarde os Visigodos. Algo os atraía já neste claro azul quase africano. Vinham dos seus países brancos e invernosos, talvez gostassem do brando clima e do azul do céu, gostavam decerto das terras que conquistavam aos indígenas, e onde se instalavam. Depois pararam as visitas violentas. As últimas, e mais breves, foram as francesas. E durante muito tempo não houve incursões. Até ao advento do turismo. E então ei-los que se puseram a chegar todos os anos pelo verão, voando ou de camioneta de vidraças panorâmicas e ar condicionado, de automóvel também, naturalmente, e até em auto-stop que é a maneira atual de viajar na garupa do cavalo. Enchem os hotéis de todas as estrelas que há na terra e também os parques de campismo onde erguem as suas tendas de paz. Vêm armados de máquinas fotográficas e de filmar. E só lhes interessam as coisas, e eles próprios no meio delas. Quanto aos indígenas, querem lá saber. Como dantes. É uma coisa engraçada, o turismo. Porque não traz nada de verdadeiramente novo. Como, de resto, nada neste mundo, ou tão pouco. As coisas é que mudam de nome e de rosto com o tempo. Mas repetem-se incessantemente. Estou a escrevinhar estas regras – já muitas vezes escritas – porque avistei agora mesmo, da minha janela, um grupo loiro e colorido de vikings, saindo do seu drakkar terrestre e sem cabeça de dragão. Maria Judite Carvalho, Este tempo, Editorial Caminho

Responde aos itens que seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) correspondem a ideias-chave do texto apresentado acima. Ordena a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas ideias aparecem no texto. Começa pela letra (D). (A) As incursões violentas terminaram com as invasões francesas. (B) Os novos invasores apresentam um novo tipo de armas: máquinas fotográficas e de filmar. (C) Um novo tipo de invasão surgiu com o desenvolvimento da indústria turística.

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Provas Finais Modelo

parte

(D) Historicamente, Portugal foi palco de várias invasões. (E) Ao longo do tempo, pouco muda realmente: as coisas repetem-se, alterando apenas o nome e o rosto. (F) Embora adotem uma atitude menos agressiva do que no passado, os novos invasores mantêm a desconsideração pelo indígena. (G) A visão de um grupo de turistas nórdicos despoletou a reflexão que gerou a escrita da crónica. 2. Indica a que se refere o pronome sublinhado na frase “E então ei-los que se puseram a chegar todos os anos pelo verão […].” (linhas 7-8) 3. Para responderes a cada item (3.1. a 3.5.), seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. 3.1. A sequência “Primeiro”, “Mais tarde” e “Depois”, presente no primeiro parágrafo visa (A) apresentar uma linha temporal. (B) transmitir um relação da causa-efeito. (C) transmitir exclusivamente uma relação de adição. (D) localizar espacialmente a ação. 3.2. A frase “Vêm armados de máquinas fotográficas e de filmar.” (linhas 11-12) contém (A) uma antítese.

(C) um eufemismo.

(B) uma hipérbole.

(D) uma metáfora.

3.3. A expressão “querem lá saber” (linha 13) exemplifica um registo de língua (A) cuidado.

(C) familiar.

(B) próprio do calão.

(D) próprio da gíria.

3.4. A expressão “já muitas vezes escritas” (linha 17) significa que a autora considera (A) a sua perspetiva absolutamente inovadora. (B) que também na sua escrita pouco há de novo. (C) opiniões de outros autores ao longo do seu texto. (D) que, ao escrever o texto, plagiou outros autores. 3.5. A referência ao drakkar e ao aspeto viking dos turistas (linha 18) pretende (A) sublinhar o aspeto pouco bárbaro dos turistas nórdicos. (B) retomar a ideia da invasão dos bárbaros que inicia o texto. (C) evidenciar os conhecimentos históricos da autora da crónica. (D) mostrar que, historicamente, tudo se altera.

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2

PARTE B Lê o seguinte texto.

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Àquela hora o trânsito complicava-se. As lojas, os escritórios, algumas oficinas, atiravam para a rua centenas de pessoas. E as ruas, as praças, as paragens dos elétricos, que tinham sido planeadas quando ainda não havia nas lojas, nos escritórios e nas oficinas tanta gente, ficavam repletas dum momento para o outro. Nos largos passeios das grandes praças havia encontrões. As pessoas de aprumo tinham de fechar os olhos àquele desacato e não viam remédio senão receber e dar encontrões também e praguejar algumas vezes. Os elétricos apinhavam-se na linha à frente uns dos outros. Seguiam morosamente, carregados até aos estribos e por fora dos estribos, atrás, no salva-vidas, com as tais centenas de pessoas que saltavam àquela hora apressadamente das lojas, dos escritórios, das oficinas. […] A multidão propunha uma confraternização à força. Era preciso pedir desculpa ao marçano que se acabava de pisar, implorar às pessoas penduradas no elétrico que se apertassem um pouco mais para se poder arrumar um pé, nada mais que um pé, num cantinho do estribo, muitas vezes sorrir para gente que nunca se tinha visto antes e apetecia insultar. […] Que fazer, no entanto, senão atirar-se uma pessoa também para aquele mar de gente que empurrava, furava, pisava e barafustava até chegar ao carro? Que fazer senão empurrar, furar, pisar e barafustar também? […] Em dada altura, porém, na plataforma de trás levantou-se burburinho. Protestos. Indignação. […] E viu-se um homenzinho a empurrar toda a gente e a dizer que havia lugares à frente, que o deixassem passar. Em vão lhe asseguravam que não havia lugar nenhum, que não podia passar, que não fosse bruto. O homem empurrava e teimava que havia lugares à frente. Tanto empurrou que furou. […] O homem, que usava um chapéu coçado e um sobretudo castanho bastante lustroso nas bandas, não se sentou propriamente. Enterrou-se no lugar, com as mãos enfiadas pelas algibeiras dentro. Que sujeito! […] Olhou vagamente as pessoas que tinha na frente, estendeu os lábios e começou a assobiar. A assobiar muito à vontade no interior do carro! Primeiro, foi um assobio baixinho, pouco seguro, impercetível quase. Depois, a pouco e pouco, o sujeitinho entusiasmou-se. E o assobio aumentou de intensidade. Ouvia-se já em todo o elétrico. […] As pessoas começavam a olhar umas para as outras à socapa. Já se tinha visto coisa assim? […] A que uma pessoa está sujeita! Mário Dionísio, O dia cinzento e outros contos, Publicações Europa-América

4. A ação narrada no excerto decorre em dois espaços distintos. Indica esses espaços e caracteriza-os brevemente. 5. Nos dois primeiros parágrafos do excerto é estabelecido um contraste entre dois grupos de pessoas. Explicita esse contraste e transcreve expressões que comprovem as tuas afirmações.

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6. Explica por que motivo a expressão “mar de gente” (linha 14) pode ser considerada uma metáfora. 7. Os nomes “homenzinho” (linha 17) e “sujeitinho” (linha 26) encontram-se ambos no grau diminutivo e surgem em momentos diferentes. Explicita os sentidos veiculados pelo diminutivo em ambos casos. 8. Após a leitura deste excerto, dois amigos conversaram e trocaram as opiniões seguintes: Pedro – Penso que o narrador é absolutamente imparcial. João – Discordo! Acho que ele é muito crítico relativamente a um dos grupos de pessoas que apresenta! Justifica a posição do João, fundamentando-a com elementos do texto.

PARTE C Lê o excerto do Auto da Barca do Inferno a seguir transcrito, e responde, de forma completa e bem estruturada, ao item 9. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado. Tanto que Brísida Vaz se embarcou, veo um JUDEU, com um bode1 às costas; e, chegando ao batel dos danados, diz:

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1

Judeu: Diabo: Judeu: Diabo: Judeu: Diabo: Judeu: Diabo:

Que vai cá? Hou marinheiro! Oh! que má-hora vieste! Cuj’é esta barca que preste? Esta barca é do barqueiro. Passai-me por meu dinheiro. E o bode há cá de vir? Pois também o bode há-de vir. Que escusado passageiro!

Sem bode, como irei lá? Judeu: Diabo: Nem eu nom passo cabrões. Judeu: Eis aqui quatro testões e mais se vos pagará. Por via do Semifará2 que me passeis o cabrão! Querês mais outro testão? Diabo: Nenhum bode há-de vir cá.

bode - o bode fazia parte dos sacrifícios rituais da lei judaica; 2 Semifará – provavelmente, o nome do Judeu

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2

Porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho3 apraz? Senhor meirinho, irei eu? Diabo: E ò fidalgo, quem lhe deu… Judeu: O mando, dizês, do batel? Corregedor, coronel, castigai este sandeu4! Judeu:

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Azará, pedra miúda, lodo, chanto5, fogo, lenha, caganeira que te venha! Má corrença6 que te acuda! Par el Deu, que te sacuda Co’a beca nos focinhos! Fazes burla7 dos meirinhos? Dize, filho da cornuda!

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Furtaste a chiba8, cabrão? Parecês-me vós a mim gafanhoto d’Almeirim chacinado em um seirão. Diabo: Judeu, lá te passarão porque vão mais despejados. Parvo: E ele mijou nos finados n’ergueja de São Gião! Parvo:

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45

E comia a carne da panela no dia de Nosso Senhor! E aperta o salvador, e mija na caravela! Diabo: Sus, sus9! Dêmos à vela! Vós, Judeu, irês à toa10, que sois mui ruim pessoa. Levai o cabrão na trela! Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente, In Teatro de Gil Vicente, Edição de Ant. José Saraiva, Portugália, s/d

3

meirinho – antigo magistrado. O Judeu chama meirinho, corregedor e coronel ao Fidalgo; 4 sandeu – parvo; chanto – choro; 6 corrença – diarreia; 7 Fazes burla – zombas; 8 chiba – cabra; 9 Sus – Eia! Vamos!; 10 à toa – a reboque 5

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9. Redige um texto expositivo com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, no qual apresentes linhas fundamentais de leitura do excerto da peça Auto da Barca do Inferno. O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão. Organiza a informação do modo que considerares adequado, abordando os tópicos seguintes: a) indicação do espaço onde se encontram as personagens e identificação das mesmas; b) explicitação da função de cada uma das personagens; c) referência ao desejo de entrar na barca do Diabo manifestado pelo Judeu; d) explicação da recusa do Diabo em aceitar o pedido do Judeu; e) explicitação do valor simbólico do bode; f) referência ao destino final do Judeu.

GRUPO II 1. Identifica o processo de formação de palavras presente nos exemplos abaixo apresentados, retirados da Parte A. a) drakkar. (linha 18) b) vikings. (linha 18) 2. Apresenta o valor semântico do advérbio sublinhado na frase que se segue. “Olhou vagamente as pessoas que tinha na frente, estendeu os lábios e começou a assobiar”. (linhas 23-24) 3. Identifica os tipos de sujeito presentes na frase que se segue. O homem empurrava e teimava que havia lugares à frente. 4. Classifica a oração sublinhada na frase seguinte. “E as ruas, as praças, as paragens dos elétricos, que tinham sido planeadas quando ainda não havia nas lojas, nos escritórios e nas oficinas tanta gente, ficavam repletas dum momento para o outro.” (linhas 2-4)

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2

5. Os segmentos de (A) a (G) constituem partes de um texto e estão desordenados. Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem correta dos segmentos de modo a reconstituir o texto. Começa pela letra (F). (A)

(B)

(C)

(D)

(E)

(F)

Nos séculos XIV e XV existiam em Lisboa nada menos que três judiarias, com uma superfície total de quase 2 hectares, cerca de 1,6% da área da cidade.

Todos eram obrigados ao pagamento de impostos.

Vivendo nas cidades e entregues a profissões urbanas, estavam organizados em comunas logo que o seu número excedia as dez famílias.

Por todo o Portugal, mas especialmente em Lisboa, seguida de Santarém, Évora, Porto, Covilhã, Guarda, Lamego, Coimbra e Setúbal, existiam comunas com o seu funcionamento próprio copiado da organização municipal, sob a autoridade suprema do rabi ou arrabi-mor, de nomeação régia.

Socialmente, os judeus compunham pelo menos três grandes classes: os banqueiros, físicos e detentores de cargos públicos, grupo pequeno mas economicamente importante e privilegiado; os artesãos, sobretudo alfaiates, ourives, ferreiros e sapateiros, e os mercadores remediados; e os pobres e indigentes, acaso uma minoria.

Os judeus formavam um grupo relativamente pequeno, talvez à roda de 30 000 habitantes nos finais do século XV.

(G)

Possuindo sinagogas e sendo relativamente livres para praticar a sua religião, os judeus tinham, não obstante, de viver em bairros separados, as judiarias, segregados das zonas cristãs por muralhas, cercas e portões que se fechavam à noite. A. H. de Oliveira Marques, História de Portugal, Editorial Presença

GRUPO III Nem sempre estamos preparados para conviver com pessoas diferentes de nós. Por vezes, a liberdade de uns pode implicar a perda de direitos de outros. De forma correta e bem estruturada, com um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras, apresenta um texto que pudesse ser publicado num jornal escolar onde expresses a tua opinião sobre esta questão, fundamentando a tua posição em dois argumentos. Deves respeitar a estrutura do texto argumentativo.

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Prova Escrita de Português

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PROVA 3

3.º Ciclo do Ensino Básico Duração da Prova: 90 minutos. Tolerância: 30 minutos.

GRUPO I PARTE A Lê o texto seguinte.

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Já no século XV se manifestava a ideia de se escrever uma epopeia sobre a expansão portuguesa. E não só em Portugal. Sabe-se que Luís Vives, humanista espanhol, exaltou os descobrimentos lusíadas numa dedicatória ao rei D. João III. E que Ângelo Policiano, humanista italiano, se propôs cantar em verso italiano os feitos do reinado de D. João II. Por sua vez, em Portugal tudo parecia impor o aparecimento de um poeta épico, isto é, de um poeta que cantasse as glórias da sua nação. Garcia de Resende, no prólogo do Cancioneiro Geral, lamenta que não estejam devidamente cantados os feitos lusíadas. E, em 1533, ainda Camões estava na infância, João de Barros, o historiador, desejava igualmente uma epopeia. Declarava-se a favor da tuba épica e clamorosa, pois entendia que “mais proveito de tal música nasceria, do que de saudosas cantigas e trovas de namorados”. Duas causas contribuíam para este anseio generalizado. Por um lado, a evolução literária, com o renascimento do gosto pelos modelos da antiguidade. Os humanistas manifestavam o desejo de ressuscitar os géneros clássicos, entre os quais se contava a epopeia, representada sobretudo pelos poemas homéricos – a Ilíada e a Odisseia – e pela Eneida, de Virgílio. Por outro lado, havia o tema a impor o livro. As proezas marítimas dos portugueses, indo com os seus barcos a todos os pontos do mundo, eram acabadas de praticar, um desafio permanente aos poetas. Que faltava, pois? Que aparecesse o épico, o cantor digno daquela epopeia e daquele movimento. Camões surge, assim, na altura própria. Nem cedo nem tarde. Era a hora. Quando ele atinge os vinte anos, a meio do século XVI, tudo está à mão de semear, à mão de colher. Só lhe faltava o estudo e, a par deste, a experiência. O poeta recolhe ambos e, com o seu génio, pode então compor a epopeia […]. O tempo era propício a Camões. E Camões apareceu. Boletim, n.º 4, 1980, Fundação Calouste Gulbenkian (texto adaptado)

Responde aos itens que seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) correspondem a ideias-chave do texto. Ordena a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas ideias aparecem no texto. Começa pela letra (D). (A) Conjugados fatores coletivos e individuais, a obra pôde ser realizada. 25

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(B) Uma das causas deste anseio generalizado era o renascimento do gosto pelos modelos literários clássicos. (C) Quando Camões surge todas as condições exteriores estão reunidas (D) No século XVI circulava na Europa a ideia de que os Descobrimentos portugueses eram matéria adequada à elaboração de uma epopeia. (E) Humanistas espanhóis, italianos e portugueses concordavam na necessidade de celebrar literariamente as glórias da nação portuguesa. (F) A essas circunstâncias, já de si propícias, o poeta juntará características pessoais determinantes: o génio, o estudo e a experiência. (G) O caráter inédito e recente da ação portuguesa era também um desafio permanente aos poetas. 2. Indica o referente da expressão “daquele movimento” (linha 18). 3. Para responderes a cada item (3.1. a 3.5.), seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. 3.1. Na frase “Declarava-se a favor da tuba épica e clamorosa, pois entendia que ‘mais proveito de tal música nasceria, do que de saudosas cantigas e trovas de namorados’” (linhas 9-10) pretende dizer-se que João de Barros (A) tinha preconceitos relativamente à poesia lírica. (B) sobrevalorizava abertamente a poesia épica. (C) achava a poesia épica adequada ao assunto a tratar. (D) pouco ou nada conhecia no campo da literatura. 3.2. As locuções “Por um lado” e “Por outro lado” transmitem uma ideia de (A) alternativa.

(B) contraste.

(C) consequência.

(D) adição.

3.3. A expressão “Que faltava, pois? (linha 17)” é uma interrogação retórica que visa (A) suspender a linha de raciocínio em curso. (B) abrir espaço para a resposta que se segue. (C) mudar o assunto que está a ser abordado. (D) desvalorizar a figura de Camões. 3.4. Na expressão “tudo está à mão de semear, à mão de colher” (linha 20) está presente (A) uma enumeração. (B) uma sinédoque. (C) uma antítese. (D) uma hipérbole. 3.5. Na expressão “O tempo era propício a Camões. E Camões apareceu.”, a conjunção “e” poderia ser substituída por (A) porque.

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(B) não obstante.

(C) logo.

(D) que.

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PARTE B Lê o texto seguinte, consultando o vocabulário abaixo apresentado.

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António de Faria, homem sagaz e de sangue-frio, mal viu os juncos1 amarrados um ao outro, procurou fugir para o largo, não só para não lhes deixar perceber a nossa nacionalidade, mas ainda para termos ocasião de concertar a defesa. Eles, porém, não menos experientes, temendo que a presa lhes escapasse, desataram-se logo e correram à abordagem2, lançaram-nos as suas infinitas armas de arremesso, o que nos obrigou a buscar refúgio na coberta. Daí, durante coisa de meia hora, esteve António de Faria jogando com eles as arcabuzadas3, na manha de lhes fazer gastar as munições. E, em verdade, atacaram-nos com tal prodigalidade, que o convés ficou juncado de ferraria. De súbito, quarenta dos inimigos assaltaram o junco pela proa, decididos a acabar. Saiu António de Faria a fazer-lhes frente com vinte e cinco soldados e uma dúzia de escravos e marinheiros, com tal ardor e denodo4 que, em menos de nada, derrubou vinte e seis e atirou os restantes pela borda. E, para remate do êxito, arrojando-se sobre o junco inimigo, tomou-o sem grande resistência, visto a guarnição5 de peleja6 estar desbaratada e a do mar a render-se. A esta, necessária para a mareação dos nossos navios, se poupou a vida. Ultimado aquele lance, acudiu António de Faria a Cristóvão Borralho, cuja lorcha7, abordada pelo segundo junco, não se encontrava, para que digamos, em excelente postura. Com o reforço que lhes chegou, a vitória decidiu-se pelos nossos, mortos ou afogados os inimigos. Fez-se resenha daquele encontro; havíamos perdido um português, cinco escravos e nove marinheiros, sem contar os feridos; o agressor tivera oitenta mortos e quase outros tantos feridos. Recolhidos os que andavam à tona nas vascas da agonia8, perguntou-se-lhes quem eram e como se chamava o seu capitão. Mas eles deixavam-se morrer sem abrir a boca. De repente ouviu-se a voz de Borralho do outro junco: - Acuda, acuda cá depressa, senhor, que temos ainda pano para mangas! Saltou logo o capitão para o outro junco com dezasseis soldados, de armas na mão: - Que há? - Há que na proa deste navio está muita gente escondida. Ouvi grande gritaria… Correram à proa e com resguardo e silenciosa expectativa se abriu a escotilha. Entre urros e prantos, ouviu-se um lancinante clamor: “Senhor Deus, misericórdia!” E quem haviam de ser? Nada menos de dezassete cristãs, dois homens e cinco meninos de nação portuguesa com duas moças e oito moços escravos. Traziam golilhas9 ao pescoço e algemas nas mãos, que logo lhes foram serradas. E um dos portugueses contou acabávamos de ter batalha com o temível pirata renegado chamado […] Francisco de Sá […]. Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, Aquilino Ribeiro (adaptação), Editora Sá da Costa

VOCABULÁRIO: juncos- embarcação à vela usada na China e no Japão; 2 abordagem – assalto a um navio; 3 arcabuzadas – tiros de arcabuz, antiga arma de fogo; 4 denodo – ímpeto; 5 guarnição - tropa; 6 peleja – luta; 7 lorcha – embarcação chinesa; 8 vascas da agonia – prestes a morrer; 9 golilhas - ferros 1

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2

4. Refere a situação narrada neste excerto. 5. Localiza a ação no espaço. 6. Identifica as partes envolvidas e os respetivos líderes. 7. Classifica o narrador quanto à sua presença na ação. 8. Esclarece se o narrador é parcial ou imparcial. Fundamenta a tua resposta com elementos textuais. 9. Após a leitura deste excerto, o Tiago e o Gustavo fizeram as seguintes apreciações. Tiago – Penso que os feitos dos portugueses são hiperbolizados pela narração que é feita. Gustavo – Discordo. Existe um engrandecimento da ação dos portugueses que me parece muito adequado. Justifica a posição do Tiago, fundamentando-a com elementos do texto.

PARTE C Lê o poema de Jorge de Sena que se segue e responde de forma completa ao item 10.

Camões fala aos seus contemporâneos

5

10

Podereis roubar-me tudo: as ideias, as palavras, as imagens, e também as metáforas, os temas, os motivos, os símbolos, e a primazia nas dores sofridas de uma língua nova, no entendimento de outros, na coragem de combater, julgar, de penetrar em recessos de amor para que sois castrados. E podereis depois não me citar, suprimir-me, ignorar-me, aclamar até outros ladrões mais felizes. Não importa nada: que o castigo será terrível. Não só quando

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vossos netos não souberem já quem sois terão de me saber melhor ainda do que fingis que não sabeis, como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais, reverterá para o meu nome. E, mesmo será meu, tido por meu, contado como meu, até mesmo aquele pouco e miserável que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito. Nada tereis, mas nada: nem os ossos, que um vosso esqueleto há de ser buscado, para passar por meu. E para outros ladrões, iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo. Jorge de Sena, Metamorfoses, Editorial Comunicação

10. Redige um texto, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, em que apresentes uma leitura do poema. O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão. Organiza a informação do modo que considerares adequado, abordando os tópicos seguintes: a) referência ao emissor e ao(s) destinatário(s) do poema; b) indicação dos sentimentos que o sujeito poético manifesta para com aqueles a quem se dirige;

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parte

c) referência ao tipo de tratamento que deles terá recebido; d) justificação da ocorrência no poema de termos associados à literatura (“palavras”, “metáforas”, “símbolos”,…); e) estabelecimento de uma relação entre o poema e a biografia de Camões, nomeadamente o futuro literário da sua obra.

GRUPO II 1. Indica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada do texto da Parte B. “Senhor Deus, misericórdia!” (linha 28) 2. Identifica o conjunto em que está presente uma relação de hiperónimo – hipónimos. a) pneus - automóvel – travões- volante b) formosa - linda- bonita- bela c) proa – popa – mastro – navio d) bárbaros – alanos- suevos- visigodos 3. Transforma as frases simples em frases complexas utilizando as conjunções das subclasses indicadas entre parênteses. Efetua as transformações necessárias. a) Na sua época, Camões não obteve o merecido reconhecimento. Os Lusíadas é uma obra maior da literatura portuguesa. (conjunção subordinativa concessiva)

b) Ultimado aquele lance, acudiu António de Faria a Cristóvão Borralho. Cristóvão Borralho encontrava-se numa situação difícil! (conjunção subordinativa consecutiva)

4. Classifica a forma verbal sublinhada, indicando pessoa, número, tempo e modo. Canto a canto, os alunos têm lido Os Lusíadas ao longo das aulas.

GRUPO III Embora muito celebrada e com mérito inegável, nem sempre a ação dos países colonizadores respeitou os colonizados, impondo-se os primeiros muitas vezes pela violência. Apelando aos teus conhecimentos de História, imagina-te num país colonizado durante o século XVI e experimentando algumas ações de colonização. Num texto de opinião e que pudesse ser publicado num jornal escolar, com um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras, apresenta a tua perspetiva sobre este processo.

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2

2. b)

Prova 1 GRUPO I PARTE A 1. (D), (G), (E), (B), (C), (F), (A). 2. “(n)o seu auge” (linha 3) 3. 3.1. (C); 3.2. (B); 3.3. (C); 3.4. (D).

PARTE B 4. De madrugada, o sujeito poético está a terminar a escrita de um livro. 5. A tranquilidade domina o sujeito, pois tem a certeza de que é possível recuperar a alegria e prosseguir. 6. O sujeito refere-se às pessoas que acordam nas suas casas, trazendo consigo energia vital, e às crianças que riem alto na rua. Caracteriza-as a vitalidade e a ação. 7. O despertar da cidade é um processo lento e gradual, facto que é transmitido através da expressão “pouco a pouco” e das formas de gerúndio “surgindo” e “gargalhando”. 8. A comparação transmite o caráter repentino, intenso, quase mágico, da revelação da harmonia: a ave passa rapidamente – “de repente” –, de forma intensa, qual labareda – “ave de fogo” –, sendo que a ave de fogo é um ser imaginário, fantástico. 9. O título do poema remete para uma circunstância de tempo, em que têm lugar determinados acontecimentos. O poema relata esses eventos.

PARTE C Cenário de resposta a) Episódio do Consílio dos Deuses; b) Início da Narração; c) Os planos narrativos envolvidos são o plano da Mitologia/ Maravilhoso e o plano da Viagem; d) A relação temporal que existe entre os dois planos é de simultaneidade entre dois acontecimentos; a viagem continua a decorrer enquanto o consílio se realiza. e) A narração do acontecimento central da epopeia – a viagem – inicia-se quando a armada já vai no Oceano Índico, segundo a técnica narrativa in medias res, ou seja, numa fase já avançada da ação. f) Esta opção narrativa permitirá posteriormente a analepse realizada por Vasco da Gama aquando do seu relato ao rei de Melinde, deste modo proporcionando maior dinâmica à ação narrada. g) Este episódio de caráter mitológico – obrigatório segundo as regras da epopeia – engrandece os portugueses, pois mostra como se tornaram num assunto de vital importância para os próprios deuses, nomeadamente Vénus e Baco.

GRUPO II 1. a) oração subordinada substantiva completiva; b) oração subordinada adjetiva relativa restritiva; c) oração subordinante.

3. a) complemento direto; b) sujeito simples. 4. a) entram; b) chama-se; c) estivesse; d) montou. 5.

A Susana disse ao Luís: – No verão passado, fui ao Alentejo ver a chuva de estrelas e gostei muito. O Luís respondeu: – Tenciono fazer o mesmo no próximo verão.

GRUPO III Resposta pessoal, que deve respeitar as indicações relativamente à tipologia, ao tema e à extensão apresentados.

Prova 2 GRUPO I PARTE A 1. (D), (A), (C), (B), (F), (E), (G). 2. Os bárbaros (linha 2). 3. 3.1. (A); 3.2. (D); 3.3. (C); 3.4. (B); 3.5. (B).

PARTE B 4. Inicialmente, a ação decorre num espaço exterior, nas ruas estreitas. Estas encontram-se apinhadas de pessoas, que saem do trabalho ou passeiam. Posteriormente, passa-se num elétrico, onde as pessoas viajam bastante apertadas. 5. O contraste é estabelecido entre as pessoas que passeavam nos passeios – “as pessoas de aprumo” – e a massa de trabalhadores que sai dos locais de trabalho para apanhar o transporte, a multidão que “propunha uma confraternização à força”. 6. A expressão é uma metáfora, pois identifica o movimento da multidão em marcha com o movimento das ondas do mar, em extensão e em força. 7. Em ambos os casos, o diminutivo transmite uma apreciação pejorativa, sugerindo a ideia de insignificância. 8. Cenário de resposta A posição do João encontra suporte no texto, nomeadamente no modo como o narrador descreve as ações da multidão em movimento, caracterizando-as como bruscas e pouco polidas – “aquele mar de gente que empurrava, furava, pisava e barafustava até chegar ao carro”. Além disso, há também o desconforto dos outros transeuntes e passageiros, que sentem o seu espaço violentamente invadido: “Era preciso pedir desculpa ao marçano que se acabava de pisar, (…) muitas vezes sorrir para gente que nunca se tinha visto antes e apetecia insultar.” Por fim, o uso do diminutivo em “homenzinho” (linha 17) e “sujeitinho” (linha 26) remete para uma desvalorização de figuras que adotam comportamentos desadequados aos olhos de outros: “Que sujeito!”

PARTE C Cenário de resposta a) Em cena encontram-se o Diabo, o Judeu e o Parvo. As personagens encontram-se no cais onde estão as barcas do Paraíso e do Inferno.

Propostas de resolução

b) O Diabo, personagem alegórica, representa o Mal e deseja levar consigo as almas pecadoras. O Parvo surge como porta-voz da mentalidade da época relativamente à figura do Judeu, acusando-o de hipocrisia, quando, para se inserir na sociedade, finge converter-se ao cristianismo e se mantém fiel ao judaísmo.

verdade, atacaram-nos com tal prodigalidade, que o convés ficou juncado de ferraria.”; “Saiu António de Faria a fazer-lhes frente […] com tal ardor e denodo que, em menos de nada, derrubou vinte e seis e atirou os restantes pela borda.”; “[…] o agressor tivera oitenta mortos e quase outros tantos feridos.”;

c) O Judeu manifesta o desejo de, voluntariamente, entrar na barca que todos inicialmente rejeitam e que, finalmente, acabam por aceitar dada a sua vida de pecado na Terra. d) A segregação dos judeus na época é tão intensa e visceral que o próprio Diabo, ansioso por almas, se recusa a permitir que entre na sua barca. e) O bode representa a fidelidade do Judeu ao judaísmo, religião que exteriormente rejeita mas que, interiormente, recusa abandonar. f) O destino final do Judeu é a Barca do Inferno, contudo, vai a reboque.

GRUPO II

parte

“Traziam golilhas ao pescoço e algemas nas mãos, que logo lhes foram serradas.” 9. Cenário de resposta A narração destaca o sucesso da estratégia de António de Faria, a coragem dos portugueses, a sua vitória com poucas baixas, ao contrário dos agressores, e ainda a libertação dos cristãos tornados escravos. Desta forma, aos portugueses são atribuídas apenas ações positivas, facto que, num contexto de pirataria e de batalha, só pode resultar de uma valorização excessiva da sua ação e da omissão de aspetos menos aceitáveis.

1. Empréstimo.

PARTE C

2. Advérbio com valor de modo. 3. Sujeito simples (O homem); sujeito subentendido (“Ele”). 4. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa. 5. (F), (C), (D), (E), (B), (G), (A).

GRUPO III Resposta pessoal, que deve respeitar as indicações relativamente à tipologia, ao tema e à extensão apresentados.

Prova 3 GRUPO I PARTE A 1. (D), (E), (B), (G), (C), (A). 2. “o desejo de ressuscitar os géneros clássicos” (linha 13) 3. 3.1. (C); 3.2. (D); 3.3. (B); 3.4. (C); 3.5. (C).

PARTE B

10. a) O sujeito poético – Camões – dirige-se aos seus contemporâneos – homens do século XVI – ameaçando-os com o castigo do esquecimento trazido pela passagem do tempo e pela ação seletiva da história. b) O sujeito poético manifesta revolta pela atitude dos seus contemporâneos, antecipando uma justiça trazida pelos séculos: a História tudo colocará no seu devido lugar, dando valor a quem de direito. c) Os seus contemporâneos terão tido para com o poeta ações censuráveis, nomeadamente a usurpação do seu talento através da apropriação indevida da sua obra, a omissão e desvalorização da sua autoria, o desprezo pela sua pessoa. d) A ocorrência de termos associados à literatura justifica-se, pois quem fala é Luís de Camões, uma figura cimeira da literatura portuguesa e universal. e) O conteúdo do poema remete para a biografia camoniana. Desconsiderado em vida, a História fez dele um dos maiores vultos literários de sempre, facto aqui antecipado pelo sujeito poético.

4. No excerto é narrada uma batalha naval.

GRUPO II

5. Atendendo ao tipo de embarcação utilizada – junco, lorcha -, podemos concluir que esta batalha naval tem lugar nos mares do Oriente.

1. Vocativo.

6. De um lado, estão os portugueses, liderados por António de Faria. Do outro, os piratas, comandados por Francisco de Sá.

3.

7. É um narrador participante, o que se comprova com o uso da 1.ª pessoa do plural: “a nossa nacionalidade”, “a vitória decidiu-se pelos nossos”, “havíamos perdido um português, cinco escravos e nove marinheiros, sem contar os feridos”.

2. d) a) Embora na sua época Camões não tenha obtido o merecido reconhecimento, Os Lusíadas é uma obra maior da literatura portuguesa. b) Cristóvão Borralho encontrava-se numa situação tão difícil que, ultimado aquele lance, António de Faria lhe acudiu.

8. O narrador revela a sua parcialidade ao narrar os acontecimentos do ponto de vista dos portugueses, destacando a sua inteligência e coragem e atribuindo-lhes a condição de vítimas de agressão e de defensores dos fracos:

4. 3.ª pessoa do plural do pretérito perfeito composto indicativo.

“[…] esteve António de Faria jogando com eles as arcabuzadas, na manhã de lhes fazer gastar as munições. E, em

Resposta pessoal, que deve respeitar as indicações relativamente à tipologia, ao tema e à extensão apresentados.

GRUPO III

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