Prova Fina 9ano Os Lusiadas

May 1, 2019 | Author: icl73 | Category: Portugal, Poetry
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Os Lusíadas  na parte C da Prova Final de Português 9.o ano

Nesta parte da Prova Final, terás de escrever um texto expositivo. Recorda as características desta tipologia. Textos expositivos: têm a função de expor ou explicar algo. Para tal, faz-se uma análise/ap análi se/apresentação resentação do objeto da exposição ou explicação. Geralmente, usam-se os verbos no presente.

A formulação dos itens e dos cenários de resposta foi adaptada ou construída a partir de provas de Português realizadas desde 2009, disponíveis em www.gave.min-edu.pt www.gave.min-edu.pt

(1.a chamada 2009)

PROPOSTA 1

Lê as estâncias 122 e 123 do Canto III de Os Lusíadas , a seguir transcritas. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado a seguir ao texto.

De outras belas senhoras e Princesas Os desejados tálamos1 enjeita2, Que tudo, em fim, tu, puro amor, desprezas Quando um gesto suave te sujeita. Vendo estas namoradas estranhezas, O velho pai sesudo, que respeita O murmurar do povo, e a fantasia Do filho, que casar-se não queria, Tirar Inês ao mundo determina, Por lhe tirar o filho que tem preso, Crendo c’o sangue só da morte indina3 Matar do firme amor o fogo aceso. Que furor consentiu que a espada fina, Que pode sustentar o grande peso Do furor Mauro4, fosse alevantada Contra ua fraca dama delicada? Luís de Camões, Os Lusíadas, ed. preparada por António José Saraiva, 2.ª ed., Porto, Livraria Figueirinhas, 1999

  a   ç   n   e   o   r    P   o   r    d   e    P   e    d   o    ã   ç   a   r    t   s   u    l    I

VOCABULÁRIO 1 tálamos: leitos nupciais ou conjugais. 2 enjeita: rejeita. 3 indina: indigna. 4 Mauro: mouro.

Escreve um texto expositivo, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, no qual apresentes linhas fundamentais de leitura do excerto de Os Lusíadas. O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão. Organiza a informação da forma que considerares mais pertinente, tratando os tópicos seguintes: • Identificação do episódio a que pertencem as estâncias e das personagens históricas nelas mencionadas. • Apresentação da decisão referida na segunda estância. • Referência às razões que, segundo o narrador, motivaram essa decisão. • Explicitação do sentimento expresso pelo narrador com a interrogação final e da razão que originou esse sentimento.

Estrutura da resposta

Exemplo de resposta

Introdução • Identificação do episódio • Identificação das personagens

As estâncias transcritas pertencem ao episódio de Inês de Castro, integrado no Canto III e no plano da História de Portugal de Os Lusíadas. Nessas estâncias, são mencionadas a própria Inês de Castro, o príncipe D. Pedro e seu pai, o rei D. Afonso IV.

Desenvolvimento • Apresentação da decisão referida na segunda estância • Referência às razões dessa decisão

Na segunda estância, o rei determina a morte de Inês, segundo o narrador, para evitar «o murmurar do povo» e por ser essa a única forma de terminar a relação que esta mantinha com D. Pedro e que o impedia de casar.

Conclusão • Explicitação do sentimento expresso pelo narrador e da razão que o originou

Na sequência dessa decisão, o narrador manifesta a sua indignação pelo facto de o rei utilizar contra D. Inês as mesmas armas e a mesma força que utilizou contra os Mouros. (118 palavras)

(1.a chamada 2010)

PROPOSTA 2

Lê as estâncias 33 e 34 do Canto I de Os Lusíadas , a seguir transcritas. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

Sustentava contra ele Vénus bela, Afeiçoada à gente Lusitana Por quantas qualidades via nela Da antiga, tão amada, sua Romana; Nos fortes corações, na grande estrela Que mostraram na terra Tingitana1, E na língua, na qual quando imagina, Com pouca corrupção2 crê que é a Latina. Estas causas moviam Citereia3, E mais, porque das Parcas 4 claro entende Que há de ser celebrada a clara Deia 5 Onde a gente belígera6 se estende. Assi que, um, pela infâmia que arreceia, E o outro, pelas honras que pretende, Debatem, e na perfia7 permanecem; A qualquer seus amigos favorecem. Luís de Camões, Os Lusíadas, ed. preparada por A.J. da Costa Pimpão, 5.ª ed., Lisboa, MNE/IC, 2003

VOCABULÁRIO 1 terra Tingitana: Norte de África. 2 corrupção : alteração; mudança. 3 Citereia: Vénus. 4 Parcas : as três divindades que, segundo a mitologia clássica, presidiam aos destinos dos homens. 5 Deia: deusa. 6 belígera: guerreira. 7  perfia: porfia; teimosia nas palavras e nas ações.

  a   ç   n   e   o   r    P   o   r    d   e    P   e    d   o    ã   ç   a   r    t   s   u    l    I

Escreve um texto expositivo, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, no qual apresentes linhas fundamentais de leitura do excerto de Os Lusíadas. O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão. Organiza a informação da forma que considerares mais pertinente, tratando os tópicos seguintes: • Identificação do episódio a que pertencem as estâncias. • Identificação das duas personagens que, nestas estâncias, defendem posições opostas relativamente aos portugueses. • Explicitação do motivo da discussão entre essas duas personagens. • Apresentação de três razões que suportam a posição sustentada pela personagem que defende os portugueses. • Justificação, com base no teu conhecimento da obra, da importância deste episódio na glorificação do herói de Os Lusíadas.

Estrutura da resposta

Exemplo de resposta

Introdução • Identificação do episódio • Identificação das personagens que defendem posições opostas

As estâncias transcritas pertencem ao episódio do Consílio dos Deuses, incluído no Canto I de Os Lusíadas e integrado no plano mitológico. Nelas intervêm Vénus e Baco, que defendem posições opostas quanto aos portugueses.

Desenvolvimento • Explicitação do motivo da discussão entre as duas personagens • Apresentação das três razões que justificam a posição de Vénus

Os desentendimentos surgem relativamente ao sucesso da viagem empreendida pelos navegadores lusos. Apesar da oposição de Baco, Vénus defende que aqueles devem atingir os seus objetivos, porque os considera semelhantes aos romanos, até na língua, reconhecendo neles uma enorme coragem. Vê os portugueses como um povo predestinado ao sucesso e acredita que será celebrada por estes nos locais por onde passarem.

Conclusão • Justificação da importância deste episódio na glorificação do herói de Os Lusíadas.

Este episódio acentua a importância do herói de Os Lusíadas, cujo destino obriga os deuses a reunirem-se em assembleia.

(114 palavras)

(1.a chamada 2011)

PROPOSTA 3

Lê a estância 84 do Canto IV de Os Lusíadas , a seguir transcrita. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

E já no porto da ínclita Ulisseia1, Cum alvoroço nobre e cum desejo (Onde o licor mistura e branca areia Co salgado Neptuno o doce Tejo) As naus prestes estão; e não refreia Temor nenhum o juvenil despejo2, Porque a gente marítima e a de Marte Estão pera seguir-me a toda parte. Luís de Camões, Os Lusíadas, ed. preparada por A.J. da Costa Pimpão, 5.ª ed., Lisboa, MNE/IC, 2003

  a   ç   n   e   o   r    P   o   r    d   e    P   e    d   o    ã   ç   a   r    t   s   u    l    I

VOCABULÁRIO 1 ínclita Ulisseia: ilustre cidade de Lisboa. 2 despejo: atrevimento; desenvoltura.

Escreve um texto expositivo, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, no qual apresentes linhas fundamentais de leitura do excerto de Os Lusíadas. O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão. Organiza a informação da forma que considerares mais pertinente, tratando os tópicos seguintes: • Indicação do episódio a que pertence a estância. • Identificação do narrador e dos grupos de personagens referidos como «a gente marítima e a de Marte» (verso 7). • Referência ao momento da ação e apresentação de um elemento relativo ao espaço. • Descrição do estado de espírito das personagens. • Referência a uma semelhança entre este episódio e o episódio do gigante Adamastor.

Estrutura da resposta

Exemplo de resposta

Introdução • Indicação do episódio

A estância transcrita pertence ao episódio das Despedidas em Belém, incluído no Canto IV de Os Lusíadas.

Desenvolvimento • Identificação do narrador • Referência ao momento da ação e apresentação de um elemento relativo ao espaço • Identificação da «gente marítima e a de Marte» • Descrição do estado de espírito das personagens.

O narrador, Vasco da Gama, conta ao rei de Melinde os momentos que antecederam a partida de Belém («no porto da ínclita Ulisseia») da sua tripulação composta por marinheiros («gente marítima») e soldados («gente de «Marte»). Estes estão animados e dispostos a seguir Vasco da Gama pa ra onde quer que seja, não cedendo perante qualquer ameaça de perigo.

Conclusão • Referência a uma semelhança entre este episódio e o episódio do gigante Adamastor

Deste modo, os portugueses mostram a sua coragem face aos perigos da viagem que empreendem, o que vem a revelar-se também, por exemplo, no episódio do gigante Adamastor, narrado no Canto V. (107 palavras)

(modelo)

PROPOSTA 4

Lê a estância 30 do Canto IV de Os Lusíadas , a seguir transcrita. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

  a   ç   n   e   o   r    P   o   r    d   e    P   e    d

Começa-se a travar a incerta guerra: De ambas partes se move a primeira ala; Uns leva a defensão1 da própria terra, Outros as esperanças de ganhá-la. Logo o grande Pereira, em quem se encerra Todo o valor, primeiro se assinala: Derriba e encontra2 e a terra em fim semea Dos que a tanto desejam, sendo alhea. Luís de Camões, Os Lusíadas, introd. A. J. Saraiva, Porto, Figueirinhas, 1999

  o    ã   ç   a   r    t   s   u    l    I

VOCABULÁRIO 1 defensão: defesa. 2 encontra : ataca.

Escreve um texto expositivo, com um mínimo de 70 palavras e um máximo de 120 palavras, no qual apresentes linhas fundamentais de leitura do excerto de Os Lusíadas. O teu texto deve incluir uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Organiza a informação da forma que considerares mais pertinente, tratando os tópicos seguidamente apresentados. • Identificação do episódio a que esta estância pertence. • Localização do episódio na estrutura externa e na estrutura interna de Os Lusíadas. • Identificação dos grupos a que se refere a expressão «ambas partes» (verso 2). • Apresentação das razões que opõem esses grupos. • Identificação e caracterização da personagem referida como «o grande Pereira» (verso 5). • Relação entre o comportamento do «grande Pereira» nesta estância e o desfecho do episódio.

Estrutura da resposta

Exemplo de resposta

Introdução • Identificação do episódio • Localização do episódio na estrutura externa e na estrutura interna de Os Lusíadas

A estância transcrita pertence ao episódio da Batalha de Aljubarrota, situado no Canto IV de Os Lusíadas e integrado no plano da História de Portugal.

Desenvolvimento • Identificação dos grupos a que se refere a expressão «ambas partes» • Apresentação das razões que opõem esses grupos • Identificação e caracterização da personagem referida como «o grande Pereira»

Os grupos a que se refere a expressão «ambas partes» são o exército português e o exército castelhano. O primeiro luta para defender as suas terras e o segundo para as conquistar. No exército português, as atenções viram-se para D. Nuno Álvares Pereira («o grande Pereira»), homem honrado e de grande valor.

Conclusão • Relação entre o comportamento do «grande Pereira» nesta estância e o desfecho do episódio

De facto, a coragem de D. Nuno, que avança contra o inimigo antes de qualquer outro, conforme se narra nesta estância, será determinante para a vitória portuguesa no final do episódio.

(108 palavras)

(modelo)

PROPOSTA 5

Lê as estâncias 39 e 40 do Canto V de Os Lusíadas , a seguir transcritas. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

Não acabava, quando u a figura Se nos mostra no ar, robusta e válida, De disforme e grandíssima estatura; O rosto carregado, a barba esquálida1, Os olhos encovados, e a postura Medonha e má, e a cor terrena e pálida; Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos. Tão grande era de membros que bem posso Certificar-te que este era o segundo De Rodes estranhíssimo Colosso 2, Que um dos sete milagres foi do mundo. C’um tom de voz nos fala, horrendo e grosso, Que pareceu sair do mar profundo. Arrepiam-se as carnes e o cabelo, A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo! Luís de Camões, Os Lusíadas, introd. A. J. Saraiva, Porto, Figueirinhas, 1999

  a   ç   n   e   o   r    P   o   r    d   e    P   e    d   o    ã   ç   a   r    t   s   u    l    I

VOCABULÁRIO 1 esquálida: suja. 2

Colosso de Rodes: estátua de Apolo, na ilha de Rodes,

uma das sete maravilhas do mundo.

Escreve um texto expositivo, com um mínimo de 70 palavras e um máximo de 120 palavras, no qual apresentes linhas fundamentais de leitura do excerto de Os Lusíadas. O teu texto deve incluir uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Organiza a informação da forma que considerares mais pertinente, tratando os tópicos seguidamente apresentados. • Identificação do episódio a que estas estâncias pertencem. • Localização do episódio na estrutura externa e na estrutura interna de Os Lusíadas. • Caracterização da personagem descrita. • Referência à reação dos portugueses perante a visão dessa personagem. • Explicação, com base no teu conhecimento da obra, da forma como os portugueses ultrapassam este obstáculo. • Explicação, com base no teu conhecimento da obra, do valor simbólico deste episódio.

Estrutura da resposta

Exemplo de resposta

Introdução • Identificação do episódio • Localização do episódio na estrutura externa e na estrutura interna de Os Lusíadas

As estâncias transcritas pertencem ao episódio do gigante Adamastor, situado no Canto V de Os Lusíadas e integrado no plano da viagem.

Desenvolvimento • Caracterização da personagem descrita • Reação dos portugueses • Explicação da forma como os portugueses ultrapassam este obstáculo

O gigante apresenta-se com o rosto sombrio, a barba suja, uma expressão medonha, os cabelos cobertos de terra, a boca negra e os dentes amarelos. Quando os portugueses se aproximam, o gigante provoca neles um enorme terror, levando-os a crer que não prosseguiriam viagem. No entanto, ao responder a uma pergunta de Vasco da Gama, o gigante conta a história do seu amor por Tétis e revela-se um ser emocionalmente frágil, acabando por se afastar, vencido pelo amor e pela comoção.

Conclusão • Explicação do valor simbólico deste episódio

Deste modo, ultrapassado este símbolo do medo, os portugueses reforçam o seu heroísmo. (116 palavras)

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