Prometeu Desacorrentado - David S. Landes.Pdf

August 9, 2017 | Author: Marcorélio Soares | Category: Industrial Revolution, Industries, Economics, Max Weber, Europe
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Prometeu Desacorrentado – DAVID LANDES Lara Brito de Menezes Principais pontos:      

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Revolução Industrial: “Primeiro exemplo histórico do avanço de uma economia agrária e dominada pela habilidade artesanal para uma economia dominada pela indústria e pela fabricação mecanizada.” P. 5 Inglaterra, século XVIII; Difundiu desigualmente pela Europa Continental e além-mar; Não foi uma onda homogênea de mudanças (p.15) “transformou a vida do homem ocidental, a natureza de sua sociedade e seu relacionamento com os outros povos do mundo” p. 6; “O cerne dessa Revolução foi uma sucessão inter-relacionada de mudanças tecnológicas. Os avanços materiais ocorreram em três áreas: (1) houve uma substituição das habilidades humanas por dispositivos mecânicos; (2) a energia de fonte inanimada – especial o vapor – tomou o lugar da força humana e animal; (3) houve uma melhora acentuada nos métodos de extração e transformação das matérias-primas, especialmente no que hoje se conhece como indústrias metalúrgicas e químicas.” P. 6 > AVANÇOS MATERIAIS “Surgiram novas formas de organização industrial” P. 6 “Tornou-se um sistema de produção baseado numa definição característica de funções e responsabilidade dos diferentes participantes do processo produtivo.” P. 6 Transformação do meio de trabalho, bem como das funções desempenhadas e da relação empregadorempregado (“ligando um ao outro, havia a relação econômica – o “eixo salarial” – e a relação funcional de supervisão e disciplina” p. 6) A supervisão já existia em algumas oficinas etc., porém, com a Rev. I., esse tipo de disciplina de serviço tornou-se generalizada nas fábricas e usinas (“muito antes da revoluçao industria, em várias grandes oficinas, ou ‘manufaturas’, a mão-de-obra tradicional, mecanizada, trabalhava sob supervisão, [...] no entanto, [...] não sendo lá grande coisa, afetava apenas uma pequena parcela da população industrial” p. 6-7 “nenhum supervisor é mais exigente que o toque-toque constante das máquinas” p. 6-7 “nova cepa de trabalhadores, subjugados às exigências inexoráveis do relógio” p.7) “Controle da mão de obra implica a possibilidade de racionalização do trabalho” p. 7; A especialização das funções produtivas foi mais intensificada nas fábricas -> produção especializada e alienada “as dificuldades de lidar com homens e materiais dentro de uma área restrita deram origem a melhorias na disposição e na organização.” P. 7=> não menciona as desvantagens geradas ao empregado Mudança gerava mudança; “os aumentos de produtividade e produção advindos de uma dada inovação inevitavelmente exerciam uma pressão sobre as operações industriais correlatas.”p. 7 Os avanços comerciais dos períodos que antecederam a Rev Industrial eram sempre acompanhados de retrocesso econômico, pois as mudanças eram apenas superficiais, não-qualitativas, sem melhoria na produtividade. “Foi a Revolução Industrial que deu início a um avanço cumulativo e autosustentado da tecnologia.” P. 7 O novo sistema era inconstante, porém detentor de uma rápida capacidade de inovação. (no terceiro parágrafo da pag 8 são citados exemplos que se assemelham porem estão inseridos em momentos históricos distintos como método para comprovar essa hipótese) “críticos marxistas consideravam a economia capitalista incapaz de uma criatividade contínua” p. 9 “as economias industriais avançadas deram provas de considerável vitalidade tecnológica.”p. 9

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“a perda de impulso, no fim do século XIX, [...] foi mais do que compensada pela ascensão de novas indústrias,” p. 9 Riscos ao sistema produtivo: “mesmo presumindo que [...] continue sempre a gerar novas idéias para substituir as antigas, [...] não há garantia de que os homens encarregados de utilizar essas idéias o façam inteligentemente [...] no sentido mais amplo de uma adaptação eficaz ao meio ambiente material e humano, de modo a minimizar o desperdício, a poluição, o atrito social e outros custos “externos”. Tampouco há garantia de que fatores exógenos não econômicos [...] não venham a reduzir a pó toda essa magnífica estrutura.” P.9 < “entretanto, a ascensão tem sido espetacular” “os aumentos quantitativos de produtividade, naturalmente, são apenas parte do panorama. A tecnologia [...] produz objetos que não poderiam ser fabricados, de maneira nenhuma, com os métodos artesanais do passado.” P. 10 Inventividade inédita em relação aos séculos anteriores “A tecnologia moderna criou coisas quase ad infinitum [até o infinito]” “alcance cada vez mais amplo à visão inventiva” P.10 Consequências gerais: “vasta gama de produtos que um dia foram uma raridade ou um luxo, e que agora são acessíveis por preços razoáveis, graças ao aperfeiçoamento dos transportes.” “enorme aumento da produção e da variedade dos bens de serviços” “esses avanços materiais provocaram e promoveram um grande complexo de mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais, que influenciaram reciprocamente a velocidade e o curso do desenvolvimento tecnológico.” P.10 A industrialização é a revolução industrial no sentido especificamente tecnológico, acompanhado das consequencias econômicas (deslocamento da mao-de-obra e recursos da agricultura para a industria); “no período da revolução industrial e posteriormente, a indústria avançou mais depressa [...] e drenou a mão-de-obra das regiões interioranas” a expressividade dessas alterações variou de um país para outro; teve sua forma mais extremada na Inglaterra e mais lenta na França P. 11 Industrialização está inserida em um processo maior e +complexo denominado modernização: urbanização, transição demográfica, burocracia eficaz, criação de sistema educacional que atenda às aptidões da população, aquisição da capacidade e meios de utilizar uma tecnologia atualizada; Os setores são interdependentes, mas também possuem certo grau de autonomia, sendo possível progredirem algumas áreas enquanto se fica para trás em outras. Quando isso ocorre, identifica-se um amadurecimento desequilibrado – comum em nações emergentes; p.12 “A mecanização abri novos cenários de conforto e prosperidade para todos os homens, mas também destruiu os meios de subsistência de alguns e deixou outros vegetando nas águas estagnadas que se formam às margens do progresso” P. 12 “A Revoluçao Industrial tendeu, especialmente em seus estágios iniciais, a ampliar o hiato entre ricos e pobres e a aguçar a clivagem entre empregadores e empregados, abrindo assim as portas para conflitos de classe de uma contundência sem precedentes”P.12 Secs XVIII e XIX “vieram os bairros miseráveis e a consciência de classe, os partidos trabalhistas e as panacéias radicais”p.13 “a revolução industrial gerou mudanças dolorosas na estrutura do poder” “produziu uma classe empresarial de tamanho e força sem precedentes” “a hegemonia da aristocracia rural [...] cedeu aos assaltos dos novos aristocratas das chaminés” P. 13 Concentração de classe; A política interna dos governos da maior parte da Europa ocidental passou a ser determinada pelo interesse industrial e por seus aliados no comércio e nas finanças -> isso não ocorreu na Alemanha e Áustria-Hungria, onde a revolução fracassa e a aristocracia permanece nas “rédeas” do governo e as ambições comerciais foram subordinadas às metas da união – ainda assim, a crescente influência da burguesia industrial e comercial evidenciou-se no rumo da legislação e na penetração dos novos-ricos nas fortalezas sociais e ocupacionais das antigas elites;

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O equilíbrio entre posição social e poder deslocou-se por toda parte em maior ou menor grau, da antiga elite rural para os novos-ricos da indústria e comércio; A Revolução Industrial criou uma sociedade mais rica e mais complexa; As tendências da Revolução são mostradas no SEGUNDO PARAGRAFO pag 14 As facilidades, necessidades e novidades geradas pela Revolução são expostas no TERCEIRO PARAGRAFO pag 14 “Cada vez mais, tornou-se mais importante selecionar as pessoas para os empregos ou os cargos com base em considerações universalistas, e não particularistas.” P. 15 “A conseqüente concentração da iniciativa empresarial em certos setores da economia não eliminou as pequenas empresas, nem as tornou obsoletas. As próprias forças que promoveram o gigantismo industrial e comercial abriram novas possibilidades para os pequenos negócios.” P. 15 ~~~importante~~~~~ “entretanto, as firmas menores dos setores tradicionais foram duramente pressionadas por concorrentes maiores e mais eficiente; muitas entraram em colapso...”p. 15 “o primeiro efeito da revolução industrial foi inclinar drasticamente a balança do poder político a favor das classes comerciais e industriais...” p. 16 Inimigos do sistema parlamentar liberal, símbolo e instrumento do governo burguês: mão de obra industrial, concentrada e dotada de alguma consciência de classe; vítimas burguesas da mudança econômica e social; “Em todos os países, os anos do após-guerra assistiram a um deslocamento do poder político do centro para os extremos. Numa nação como a Inglaterra, o resultado foi um novo alinhamento partidário.”P. 16 “A natureza da adaptação política Às mudanças econômicas acarretadas pela Revolução Industrial dependeu da estrutura e das tradições políticas existentes.”P. 16 A desigualdade do ritmo e distribuição da Revolução Industrial “teve as mais graves consequências. Politicamente, significou uma completa revisão do equilíbrio do poder.” P. 16 “o abismo tecnológico possibilitou uma espetacular expansão do poder ocidental nas áreas não industrializadas do mundo” “a maré de dominação imperialista deixou sua marca indelével por onde quer que tenham rolado suas águas”P. 17 “as nações do Terceiro Mundo ainda estão por efetivas sua revolução industrial, e o fosso entre elas e os países economicamente avançados, em termos de riqueza e padrão de vida, ampliou-se a ponto de se tornar um escândalo e um perigo.” o “o Ocidente levou até essas nações taxas de mortalidade mais baixas, mas não taxas de natalidade inferiores [...]. O Ocidente forneceu-lhes alguma instrução [...], mas não o bastante para criarem e operarem uma economia moderna. Deu-lhes uma visão inferior e distorcida [...] das potencialidades e recompensas de uma tecnologia industrial [...], mas não lhe forneceu os meios de satisfazerem o apetite assim gerado.” P. 17-18 “a maioria dos povos do mundo [...] tem preferido a liberdade, mesmo na mediocridade, a uma prosperidade subalterna.” P. 18 Por que esse avanço se registrou primeiro na Europa ocidental? “A Europa ocidental já era rica antes da Revolução Industrial- rica em comparação com outras partes do mundo naquela época[...]. Essa riqueza era produto de séculos de lenta acumulação...”p. 19 “ao longo do quase-milênio decorrido desde o ano 1000 até o século XVIII, a renda per capita elevou-se expressivamente e essa elevação acelerou-se drasticamente no século XVII, antes mesmo da introdução da nova tecnologia industrial.” P.20 “a Europa industrializou-se porque estava pronta para fazê-lo, e foi a primeira a se industrializar porque somente ela estava preparada para isso” p.20

Situações que propiciaram a Revolução:

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“a ascensão do comércio desarticulou a economia de subsistência do domínio feudal medieval e gerou as cidades e aldeias, que se transformaram nos núcleos políticos e culturais, além de econômicos, da nova sociedade” p.21 “a iniciativa privada, no Ocidente, teve uma vitalidade social e política sem precedentes ou equivalentes. Isso variava, é desnecessário dizer, de uma parte da Europa para outra [...]. Alguns países eram, por natureza, mais bem dotados para a indústria e o comércio que outros.” P.21 “vez por outra, alguns eventos fortuitos, como a guerra ou uma troca de soberano, produziam uma alteração fundamental na situação das classes empresariais.” P. 21 Ideia de propriedade: “no período pré-industrial, esta era freqüentemente cercada de restrições relativas ao uso e à disposição, além da complicação quanto ao direito de posse.” “poderoso obstáculo a sua exploração produtiva” P.21 o Contudo, ao decorrer do tempo, as nações da Europa ocidental “viram uma crescente proporção da riqueza nacional assumir a forma da propriedade plena” “podiam usar o objeto de sua propriedade e dispor dele como julgassem conveniente” P.22 o Implícita nesse fenômeno havia a garantia crescente de segurança da própria propriedade o O governante abandonou – voluntária ou involuntariamente- o direito de dispor da riqueza de seus súditos Ao mesmo tempo, os europeus aprenderam a lidar uns com os outros, na base do acordo em vez da força, e na base do contrato, em vez de vínculos pessoais. o Tomada de propriedade na base da força: “esse tipo de comportamento predatório tinha sua maior facilidade e persistência nas sociedades divididas por grandes barreiras de poder e status” p. 23 “mudanças políticas e legais combinaram-se com o desenvolvimento econômico e social, minando a autoridade senhorial e favorecendo o status pessoal do campesinato”p.24 Algumas grandes influências: peste negra e epidemias subsequentes e inflação prolongada do século XVI p.24 terc parágrafo “cresciam mais depressa as economias que eram mais livres” p. 25 “economias mais livres parecem ter sido mais criativas” p. 26 “Todavia, há boas razões para crer que, já na Idade Média, a Europa era mais isenta de superstições e tinha um comportamento mais racional que outras partes do mundo.” o “as taxas de natalidade européias antes da industrialização [...] pareciam relacionar-se estreitamente com a proporção entre os recursos e a população. Isso constitui, presumivelmente, um indício de autocontrole...” p.28 o “É em relação a esse pano de fundo que melhor podemos avaliar a importância da chamada ética protestante para o desenvolvimento do capitalismo europeu. A referência, é claro, é à obra de Max Weber, o primeiro a formular a hipótese de que a ascensão do protestantismo, particularmente em sua versão calvinista, foi um fator fundamental (embora não o único) na criação de uma moderna economia industrial na Europa ocidental.” P. 28/ o “Em síntese, Weber afirmou que a doutrina calvinista da predestinação instilava nos fiéis uma profunda angústia a respeito de sua própria salvação, que só era aplacável quando se levava o tipo de vida esperável dos destinados à salvação, vida esta que era de ascentismo mundano [...]: uma vida em que o tempo e a energia do sujeito fossem exclusivamente dedicados às atividades meritórias (a oração e o trabalho) [...]. Esse padrão, afirmou Weber, também conduzia, obviamente, à acumulação de riqueza. [...] Além disso, esse estilo de vida, originalmente enraizado na doutrina religiosa, passou a ter força própria [...] e assim, mesmo depois de amainada o ímpeto inicial do fervor protestante, a ética permaneceu.” P. 28-29 Leiam as pag 46 e 47 (depois do losango de separação)

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