PROJECTO PEDAGÓGICO DE 2-3 anos

May 27, 2018 | Author: Rita Dias | Category: Family, Pedagogy, Learning, Time, Knowledge
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CRECHE Gosto da Creche Porque cá posso brincar Fazer lindas construções Depois tudo desmanchar Ouvir histórias e canções Depois ser eu a contar... Correr, saltar e jogar Conversar e partilhar... Gosto da Creche Porque cá posso pintar Das cores que me apetecer Posso cortar e colar Fazer prendas para oferecer Dar passeios, fazer rodas E dançar ate querer Ensaiar quando há festas Para correr tudo bem... Nesse dia sou artista Para o pai e para a mãe... Gosto da Creche... E difícil de entender? Tenho cá os meus amigos, Muitas coisas para fazer.

INTRODUÇÃO “... O educador e o construtor, o gestor do currículo no âmbito do projecto educativo... deve construir esse currículo com a equipa pedagógica, escutando os saberes das crianças e suas famílias, os desejos da comunidade....”  Teresa Vasconcelos

O termo projecto e, actualmente, muito utilizado no quotidiano para designar intenções individuais ou colectivas, falamos de projectos de férias, de projectos de sociedade, de projectos de lei, entre outros, falamos também de projectos Pedagógicos. A pal palavr avra proj projec ecto to,, entre ntre os vário árioss sign signiifica ficado dos, s, que que pode pode apre aprese sent ntar ar deno denomi mina na,, gera geralm lmen ente te,, uma uma prev previs isão ão de algo algo que que se pretende realizar num espaço de tempo. Ao elaborá-lo devemos ter em cont co nta a os se seus us inte interv rven enie ient ntes es,, a form forma a co como mo es estã tão o organ organiz izado ados, s, as estr es traté atégi gias as de ac acçã ção o a dese desenv nvol olve ver, r, os recu recurso rsoss disp dispon onív ívei eiss e os necessários e atender a realização das actividades de acordo com a calendarização do projecto. O projecto pedagógico deve espelhar a importância que o acto de reflectir, pesquisar e elaborar um plano de trabalho tem na educação dos dos mais mais novo novos. s. Po Porr norm norma a o proj projec ecto to peda pedagó gógi gico co deve deve surg surgir ir da iniciativa e curiosidade das crianças contudo, tendo em conta variantes como a faixa etária do grupo que varia a sua faixa. Cabe ao educador estabelecer e delimitar as estratégias/actividades que irão ao encontro dos interesses e necessidades do mesmo. Para o desenvolvimento global da criança situada num contexto social, toda a acção pedagógica deve exercer uma função estrutural e construtiva funcionando como produto e agente de transformação do meio. Um projecto tem sempre por detrás uma ideia de transformação holística, global, concretizável no real. É uma visão antecipadora, que parte de uma perspectiva sistémica de continuidade e de aprendizagem

INTRODUÇÃO “... O educador e o construtor, o gestor do currículo no âmbito do projecto educativo... deve construir esse currículo com a equipa pedagógica, escutando os saberes das crianças e suas famílias, os desejos da comunidade....”  Teresa Vasconcelos

O termo projecto e, actualmente, muito utilizado no quotidiano para designar intenções individuais ou colectivas, falamos de projectos de férias, de projectos de sociedade, de projectos de lei, entre outros, falamos também de projectos Pedagógicos. A pal palavr avra proj projec ecto to,, entre ntre os vário árioss sign signiifica ficado dos, s, que que pode pode apre aprese sent ntar ar deno denomi mina na,, gera geralm lmen ente te,, uma uma prev previs isão ão de algo algo que que se pretende realizar num espaço de tempo. Ao elaborá-lo devemos ter em cont co nta a os se seus us inte interv rven enie ient ntes es,, a form forma a co como mo es estã tão o organ organiz izado ados, s, as estr es traté atégi gias as de ac acçã ção o a dese desenv nvol olve ver, r, os recu recurso rsoss disp dispon onív ívei eiss e os necessários e atender a realização das actividades de acordo com a calendarização do projecto. O projecto pedagógico deve espelhar a importância que o acto de reflectir, pesquisar e elaborar um plano de trabalho tem na educação dos dos mais mais novo novos. s. Po Porr norm norma a o proj projec ecto to peda pedagó gógi gico co deve deve surg surgir ir da iniciativa e curiosidade das crianças contudo, tendo em conta variantes como a faixa etária do grupo que varia a sua faixa. Cabe ao educador estabelecer e delimitar as estratégias/actividades que irão ao encontro dos interesses e necessidades do mesmo. Para o desenvolvimento global da criança situada num contexto social, toda a acção pedagógica deve exercer uma função estrutural e construtiva funcionando como produto e agente de transformação do meio. Um projecto tem sempre por detrás uma ideia de transformação holística, global, concretizável no real. É uma visão antecipadora, que parte de uma perspectiva sistémica de continuidade e de aprendizagem

ao longo da vida, tendo por base uma dialéctica permanente entre intenção e acção. O Projecto Pedagógico de Sala é um documento que deverá ser vist visto o co como mo uma uma prop propos osta ta,, pass passand ando o da teor teoria ia curr curric icul ular ar à prát prátic ica a educativa, surgindo como uma forma de orientar a educação dentro de uma uma pers perspe pect ctiv iva a aber aberta ta e flex flexív ível el,, de modo modo a que que a inte interv rven ençã ção o educativa se reflicta numa metodologia activa e participada. O Projecto Pedagógico é o instrumento que garante o princípio de igualdade de tratamento baseado no respeito pelas diferenças e um instrumento de política curricular decisivo para a consecução de um autêntico sucesso educativo de todas as crianças. Assim Assim sendo, sendo, Projec Projecto to Pe Pedagó dagógic gico o de Sala Sala de uma uma determ determina inada da turma não pode ser modelo ou padrão para outras. É um inst instru rume ment nto o de gest gestão ão curr curric icul ular ar que que parte parte das das deci decisõe sõess constantes do Projecto Pedagógico, do que é e o que deve ser comum à escola, ao ciclo de estudos e ao ano de escolaridade a que a turma pertence. Cada

Projecto

Pedagógico

de

Sala

é

um

instrumento

de

diferenciação, diferenciação essa que é exigível pela necessidade de adequação às diferentes turmas e aos diferentes alunos de cada turma. Este Projecto Pedagógico terá uma validade de um ano, ano lectivo 2009/20 2009/2010, 10, para a sala dois do Infantário Infantário de Recarei, Recarei, para um grupo de crianças de dois anos e terá como intervenientes todos os elementos do grupo, educadora e auxiliares. O proc proces esso so educ educat ativ ivo o as assu sume me ca cara ract cter erís ísti tica cass de ince incess ssan ante te adaptação ao meio. Este busca as transformações do contexto como ponto de partida para as suas próprias transformações. É então inerente à mudança que também o educador adopte e actualize o seu “modus operandi ” para que desta forma a sua prática pedagógica não crie um fosso entre as necessidades reais e o Projecto Educativo de Instituição.

O Proj Projec ecto to Educ Educat ativ ivo o do Soci Social al de Le Leça ça do Bali Balio o é três três anos anos,, 2007/2010 e tem como preocupação ” Educar para a Vida no séc. sendo o seu princi principal pal object objectivo ivo a comple compleme mentar ntarida idade de com a XXI,” sendo família e outros grupos e instituições, procurar conhecer e respeitar as características individuais de cada criança, ajudá-la a descobrir-se a si própria e aos outros, com vista ao pleno desenvolvimento das suas potencialidades e da sua auto-realização dentro dos grupos sociais em que se integra. O objectivo deste dois projectos é o de criar condições para que todos se desenvolvam de forma harmoniosa e de uma certa forma igualitária, ou seja, que lhes permita caminhar para um novo caminho e indo cada vez mais longe. A tentativa de que todos tenham as mesmas oportunidades é idílica mas não o poderá ser só dentro de uma sala de actividades da Creche. É esse o trabalho que o Centro Social de Leça do Balio defende e no qual todos têm de dar o seu melhor e que isso será recompensado. Em suma, posso concluir que o trabalho do educador, sobretudo na creche, e complexo e desafiante e termino com uma citação que traduz em traços gerais o seu perfil: “O educador deve ser alguém que permite o desenvolvimento de relações de confiança e de prazer através da atenção, gestos, palavras e atitudes. Deve ser alguém que estabeleça limites claros e seguros que permitam à criança sentir-se protegida de decisões e escolhas para as quais ela ainda não tem suficiente maturidade, mas que ao mesmo tempo permitam o desenvolvimento da autonomia e autoconfiança sempre que possível. Deve ser  alguém verbalmente estimulante, com capacidade de empatia e de responsabilidade, promovendo a linguagem da criança através de interacções recíprocas e o seu desenvolvimento sócio-emocional. (in “Crianças, Famílias e Creches, uma abordagem ecológica da adaptação do bebe a creche”, p.198)

Ao elaborar este projecto pedagógico da Sala 2 do Infantário de Recarei, para o presente ano lectivo terei que ter em linha de conta o nível de desenvolvimento do grupo em geral e de cada criança em particular, bem como o envolvimento das famílias e o interesse das criança. Para traçar e levar a cabo um projecto com sucesso é necessário e fundamental conhecer todas as variáveis organizativas e estruturais que o influenciam e determinam. Por isso começou-se por fazer um estudo acerca da Instituição, da sua história, opções educativas e curriculares, comunidade educativa, espaços, rotinas, famílias, necessidades e interesses das crianças, …, bem como do meio que o envolve. Só a partir deste conhecimento é possível conhecer e compreender toda a realidade educativa como um todo, reflectir nos verdadeiros interesses e necessidades de toda a comunidade e de cada um, permitindo respostas adequadas à realidade das crianças.

CONTEXTUALIZAÇÃO  Tendo em conta a faixa etária do grupo procurei elaborar um plano de actividades que contemple o tempo de concentração, a necessidade de movimento, da autonomia, de experimentação e a realização de actividades simples e lúdicas. A actividade lúdica faz parte da vida, tal como dormir, comer, rir e chorar. Brincar e um fim em si próprio e não apenas um meio para se atingir qualquer outro objectivo. Brincasse porque se brinca! Brinca-se a vida toda! No Principio VII da Declaração dos Direitos da Criança, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1959, pode ler-se: “A criança deve desfrutar plenamente de jogos e recriações...”. A actividade lúdica, muito associada ao prazer, a tranquilidade, a criatividade e a descoberta, para alem dos elementos de partilha de aprendizagem democrática, de exercício de tolerância, e cada vez mais

um bem necessário para enfrentar as dificuldades e as contrariedades do dia-a-dia, para alem de que, quando brinca, a criança aprende e começa a formar-se o seu carácter. Segundo Gabriel D’Annunzio, devemos colocar nas mãos das crianças

todos

os

objectos

necessários

para

activar

o

seu

desenvolvimento intelectual e emocional. Uma actividade lúdica fisicamente equilibrada e variada, estimulante e desafiante, deve constituir um repto a imaginação, a criatividade e a exploração dos limites do corpo e da mente, um hino a estética e a defesa. E a brincar que as crianças crescem, exprimem sentimentos e resolvem conflitos. O jogo acompanha a criança desde o seu nascimento, desde o simples observar e ouvir, ao aprender a levar os brinquedos a boca, apalpa-los, bater-lhes e dar-lhes a volta, tudo e um  jogo. Cada objecto, com a sua própria textura, cores, forma e tamanho, da a criança uma valiosíssima informação. Para além de a divertir, o  jogo estimula o seu crescimento integral, levando-a a descobrir o que a rodeia, e ensinando-a a relacionar-se com os outros. Muito antes de surgirem os amigos, as crianças já brincaram muito, com o pai, com a mãe e, também, sozinhas. Uma criança que não saiba ou não consiga brincar sozinha, necessitando de constante atenção de uma pessoa, terá grandes dificuldades em se adaptar, mais tarde, a um grupo de brincadeiras com outras crianças. Por volta dos 2 anos – idade esta até a qual a criança se limitava a ficar sentada ao lado das outras, aceitando mais ou menos pacificamente a sua companhia, começa a demonstrar uma maior capacidade de brincar com as outras de uma forma mais activa e participante. As crianças necessitam de brincar, quase tanto como de comer: o brinquedo e o seu alimento espiritual. Através do brincar, a criança aprende a conhecer-se a si própria e a compreender os outros. A

brincadeira infantil e uma espécie de miniatura, da vida futura em comunidade, com todas as suas esperanças, as suas alegrias, as suas frustrações. Através do jogo, a criança conhece as suas possibilidades reais, as suas limitações, o seu grau de altruísmo e a sua capacidade de acção individual ou de equipa. Acima de tudo, aprende a desenvolver estratégias para contornar obstáculos e superar/ultrapassar dificuldades, aprendizagens estas que serão tomadas com exemplo ao longo da vida. Segundo Winnicott, o acto de brincar desenvolve-se numa área intermédia entre o mundo real e imaginário, num estado de suprema concentração entre o sonho e a realidade. A Creche deve ser um espaço onde a criança se sinta integrada e se reveja e um elo de ligação com o exterior. Não nos podemos esquecer como refere Gabriela Portugal os princípios Educativos da Creche que são os seguintes: •

Princípio 1 – envolver as crianças nas coisas que lhes dizem

respeito •

Princípio 2 – investir em tempos de qualidade procurando-se estar

completamente disponível para as crianças •

Princípio 3 – aprender a não subestimar as formas de

comunicação únicas de cada criança e ensinar-lhe as suas •

Princípio 4 – investir tempo e energia para construir uma pessoa

“total” •

Princípio 5 – respeitar as crianças enquanto pessoas de valor e

ajudá-las a reconhecer e a lidar com os seus sentimentos •

Princípio 6 - ser verdadeiro nos nossos sentimentos relativamente

às crianças •

Princípio 7 – modelar os comportamentos que se pretende ensinar



Princípio 8 – reconhecer os problemas como oportunidades de

aprendizagem e deixar as crianças tentarem resolver as suas próprias dificuldades



Princípio 9 – construir segurança ensinando a confiança princípio



Princípio10 – procurar promover a qualidade do desenvolvimento

em cada fase etária, mas não apressar a criança para atingir determinados níveis desenvolvimentais Uma das principais metas deste projecto tem como finalidade responder aos projectos da instituição, e necessidades levantadas, preparando as crianças para a integração plena na sociedade e desenvolvendo de competências de vida que as ajudam a responder adequadamente aos diversos problemas com que se deparam e a articulação com o exterior, na partilha de experiências e vivências entre crianças e educadores. Neste contexto é fundamental proporcionar aos alunos experiências e actividades que constituam aprendizagens significativas e que partam das suas vivências e interesses imediatos.   Também propomo-nos dar ênfase ao trabalho cooperativo e colaborativo, não só em contexto de sala de aula mas também fora da mesma, envolvendo não só as crianças como os educadores e todos os elementos da comunidade educativa e famílias das crianças. O Projecto Pedagógico assume, assim, docentes, não docentes e discentes como protagonistas de toda a acção educativa, assumindo o educador um papel orientador no processo de conhecimento, tendo sempre presente as competências a desenvolver em cada momento, conhecimentos e atitudes a serem trabalhadas, gerindo da melhor forma as necessidades de todos os intervenientes. Esta gestão de interesses, não passa somente pelos elementos educativos presentes na sala de actividades mas os de toda a instituição, pelo que este Projecto foi delineado tendo em atenção a participação de toda a comunidade escolar, para a concepção de um objectivo comum.

A partilha de experiências com as diversas salas e entre ciclos permite um crescimento conjunto e contribui substancialmente para a melhoria do clima organizativo de toda a instituição. Esta partilha de experiências ocorre com frequência entre todas as salas, permitindo desta forma um enriquecimento mútuo. Por todas as razões apontadas pensamos que este Projecto Curricular contempla e tem como prioridade as exigências de uma educação para todos.

MODELO PEDAGÓGICO ADOPTADO A prática educativa do quotidiano e a reflexão sobre a mesma são muito ajudadas pelo conhecimento que possuímos de modelos curriculares concretos. Os modelos curriculares integram uma visão dos fins da educação, das fontes do currículo, dos objectivos, dos métodos e da organização do espaço e tempo escolar, sendo um instrumento valioso para mediação da teoria e prática. A adopção de um modelo curricular, segundo nos diz a investigação, é um factor de qualidade na nossa prática. Adoptar um modelo curricular para um grupo de crianças requer um prévio conhecimento desse mesmo grupo de forma a sabermos quais as suas características e necessidades, para podermos actuar de acordo com as mesmas. O modelo curricular adoptado não se baseia num único modelo, seguindo uma abordagem construtivista e desenvolvimentista, a Pedagogia de Projecto e o Movimento da Escola Moderna, e uma abordagem mais naturalista, a Pedagogia de Situação. De acordo com a Pedagogia de Projecto desenvolve uma metodologia de trabalho pedagógico que valoriza a participação do educando e do educador no processo de ensino -aprendizagem,

tornando-os responsáveis pela elaboração e desenvolvimento de cada Projecto de Trabalho. Através da observação da realidade são levantadas situações -problema e reflectindo-se sobre estas, são definidos os conteúdos e a maneira como estes deverão ser desenvolvidos. As crianças decidem, opinam, debatem, constroem e avaliam, sendo membros activos e participantes em todas as fases do projecto, cabendo ao educador auxiliá-las e ajudá-las na identificação, reflexão e concretização do respectivo problema/projecto. De acordo com o Modelo da Escola Moderna, o espaço da sala foi organizado tendo em vista a criação de oportunidades para as crianças aprenderem, interagirem e cooperarem, estando todo material ao seu alcance. As crianças sentem-se independentes, livres na escolha e livres na sua criatividade.   Tem-se em conta também a participação de todos, educadora, auxiliar, crianças, pais, elementos da comunidade, através de momentos formais e informais. Relativamente à Pedagogia de Situação, esta é mais visível na liberdade absoluta dada às crianças, “deixando-as livremente” em actividades espontâneas que tem a ver com a sua própria iniciativa, no momento, e pela atitude acolhedora do adulto, servindo de mediador e de organizador do material necessário no decorrer da actividade. O conhecimento do grupo com que vamos intervir, passa pelo conhecimento prévio do mesmo, de forma a sabermos quais as suas características e necessidades. É pertinente a informação sobre onde a criança vive, do seu meio, da sua família, pois toda esta estrutura tem forte influência nas suas atitudes, valores, comportamentos, saberes e desenvolvimento. Ao planificar temos que ter em conta que as crianças não possuem todos o mesmo ritmo, os mesmos valores, atitudes e conhecimentos,

tornando-se muito importante não só o conhecimento individual de cada criança e suas famílias, mas também as expectativas destas e todo o meio que a rodeia e onde se desenvolve. Cabe ao educador observar, planear, agir, avaliar, comunicar e articular tudo, de maneira a que consiga obter os melhores resultados no processo de desenvolvimento de todas e cada uma das crianças, levando-as a ser sujeitos activos do seu próprio desenvolvimento. Deve-se, pois, proporcionar ambientes ricos em interacções e relações de modo a proporcionar um desenvolvimento cognitivo, intelectual, motor, linguístico, autónomo, livre, criativo, responsável, solidário, criando-se também espaços para o envolvimento familiar. Para além disto, o educador deverá ter constantemente uma postura crítica, reflexiva, investigadora. Constatamos que centrando-nos numa perspectiva construtivista e desenvolvimentista o modelo educativo para o grupo de crianças com que estamos e vamos trabalhar não se vai basear num único modelo puro, seguindo quer o modelo curricular de Pedagogia de Projecto, quer o do Movimento da Escola Moderna. A metodologia de Trabalho de Projecto, baseando-se na pesquisa temática e na resolução de problemas pretende introduzir uma dinâmica entre o saber e o saber fazer, integrando conhecimentos adquiridos com novos conhecimentos e experiências. Um currículo fundamentado na função educativa da experiência e centrado na criança e nas suas naturais necessidades de pesquisa, torna o sujeito elemento activo na construção do seu próprio conhecimento. A organização das actividades e sua planificação nasce dos interesses e necessidades do grupo observado e analisado pela equipa educativa que orientará e estimulará, sem nunca substituir a criança na sua acção. A metodologia do Movimento da Escola Moderna privilegiando a descoberta, a criatividade, projectos negociados cooperativamente,

contratos entre educador e alunos, a partir dos saberes extra-escolares, radicados na vida dos educandos e das suas famílias, valoriza o ensino mútuo e cooperativo como estratégia para as aprendizagens e para reforçar o sentido de cooperação de todos no desenvolvimento educativo e social das crianças. A sala deve ser um espaço acolhedor e as suas aprendizagens significativas para cada criança, de modo a que estas aprendam com o desenvolvimento das suas próprias acções. A estruturação desta por áreas estimula vivências diversificadas e leva a que as crianças se movimentem por diferentes espaços, escolham, criem, construam, experimentem, analisem, trabalhem e interajam. A organização dos materiais de forma acessível promove a autonomia e a escolha sem a dependência do adulto. A existência de rotinas ajuda a criança a organizar-se e a melhor compreender o tempo e as noções temporais. Cabe ao educador para além de valorizar, estimular, incentivar as vivências

das

crianças

e

fomentar

momentos

e

espaços

de

aprendizagem, promover a cooperação e participação das famílias no projecto educativo dos seus educandos

CARACTERIZAÇÃO DA SALA DE ACTIVIDADES E ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO E MATERIAIS “Necessitamos de um ambiente sadio e seguro que encoraje interacções  positivas e que desperte nas crianças o desejo de explorar...

“ (Cryer, 1996)

Há diferentes factores que influenciam o modo próprio de funcionamento de um grupo, tais como as características de cada criança, o maior ou menor número de crianças de cada sexo, a diversidade de idades, a dimensão do grupo e para além destes factores podemos, igualmente, apontar a organização do tempo e do espaço. Os espaços podem ser diversos, mas o equipamento, os materiais existentes e a forma como estão dispostos condicionam, em grande medida, o que as crianças podem fazer e aprender. Perante este factor cabe ao educador questionar-se sobre a função e finalidades educativas dos materiais, de modo a planear e fundamentar as razões dessa organização. Deve ter em vista a satisfação das necessidades educativas do grupo de acordo com os recursos presentes na sala evitando esta reflexão espaços estereotipados e padronizados, que não são desafiadores para as crianças. O processo de aprendizagem implica também que as crianças compreendam como o espaço esta organizado e como pode ser utilizado. O conhecimento do espaço, dos materiais e das actividades possíveis e também condição de autonomia da criança e do grupo. Assim sendo, se ao chegarem a sala e encontrarem os móveis e os materiais

arrumados de forma

agradável, bem

organizados

e

convidativos, as crianças sentem-se motivadas, sabem escolher o que desejam e colaboram com a organização geral. Por outro lado, se as áreas não estiverem bem definidas e os materiais colocados no sítio correcto, as crianças não sabem o que podem fazer e ficam desorientadas, incapazes de assumir a atitude de autonomia que se deseja estimular. Para que as actividades diversificadas aconteçam num clima harmonioso e de forma organizada e desejável que na sala se

encontrem algumas “áreas”, isto e, espaços lúdicos que convidam a brincadeira livre e a realização de actividades orientadas. A sala com cerca de 50m2 alberga quinze crianças, uma educadora, uma auxiliar de acção educativa e uma auxiliar polivalente. Esta sala foi organizada pela Educadora titular do grupo, no início do ano lectivo, sem a ajuda das crianças. Apesar de existirem várias e múltiplas formas de organizar uma sala de actividades, a equipa educativa deve ter sempre em atenção o espaço físico existente, o Projecto Educativo de Centro, o Projecto Curricular de Sala e as necessidades e interesses do grupo. Embora os espaços, possam ser os mais diversos, não devemos nunca esquecer que o tipo de equipamento, os materiais existentes e a forma como estão dispostos, condicionam em grande medida o que as crianças podem fazer e aprender. O espaço é fundamental para uma aprendizagem activa. As salas devem estar organizadas para que as crianças possam escolher diferentes tipos de actividades, que para além de promoverem aprendizagens adequadas para o seu desenvolvimento integrado proporcionem bem-estar e prazer de estar no Jardim-de-Infância. A sala, de forma rectangular, tem entrada directa do sol, uma boa iluminação e arejamento, e encontra-se acessível a visibilidade das crianças para o exterior, é possível o seu escurecimento. As tomadas encontram-se fora do alcance das crianças dificultando a ocorrência de acidentes. A sala comunica facilmente com o exterior proporcionando acesso fácil ao polivalente, casas de banho, recreio, refeitório e outros espaços.

" Para além da organização do espaço é necessário também ter em atenção o equipamento existente, se é ou não suficiente para o desenvolvimento da actividade proposta". (Mary Hohmann, Bernard Banet, David Weikart, Criança em Acção, 1995).

Em relação ao material existente, este é rico, variado e suficiente para todas as crianças, encontrando-se em bom estado, sendo resistente, estimulante e agradável à vista e ao tacto, polivalente, servindo para mais do que um objectivo e permitindo a utilização de vários níveis de dificuldade. Contudo a este nível pensamos que se pode dizer que existe falta de algum material. A disposição dos móveis, para além de permitir a movimentação das crianças, possibilita por parte da educadora, uma visão completa sobre qualquer área. Existe ainda um armário para a educadora e auxiliar guardarem diversos materiais, necessários a possíveis reposições.   Todas as prateleiras, móveis, estantes, sofás, mesas e cadeiras, com excepção do banco, estão dimensionados para a altura das crianças. A sala possui ainda umas caixas com as pastas das crianças, onde elas guardam os trabalhos realizados, três placares, dentro da sala, onde se colocam trabalhos. Os placares servem como expositores para serem colocados os trabalhos das crianças, registos, mensagens, desenhos, pinturas, projectos, etc. As diversas áreas estão colocadas em redor da sala deixando um espaço central bastante amplo, para os movimentos/actividades das crianças.

 Todo o equipamento e material existente são pertença da sala e à medida que as crianças evoluem para outra faixa etária vão mudando de sala. Para além de dividida por áreas a sala é um espaço bem definido e identificado, e facilmente alterável, quando necessário. Aspecto muito importante pois ajuda a aumentar a autonomia e independência das crianças. O espaço educativo como já foi referido não se limita à sala de actividades. As crianças dispõem também de um parque e o polivalente, um refeitório. A sala de actividades está organizada em quatro áreas:

Área da Biblioteca e do Acolhimento : É um espaço de comunicação, onde as crianças contam as novidades, cantam os “Bom Dias” e onde muitas vezes os agrupo para a realização de tarefas mais dirigidas e transmissão de informação. Este é também um espaço em que as crianças aprendem a ouvir os outros, a respeitar as opiniões, assim como a esperar pela sua vez para falar. Aqui encontramos um tapete com “minhocas”, para as crianças se sentarem. Esta área é um espaço acolhedor, confortável e sossegado, organizado de forma que as crianças possam manusear e explorar os livros que mais lhes agradam sem serem perturbadas. Os livros estão colocados numa estante e estão adequados à idade etária deste grupo. As temáticas dos mesmos vão desde fábulas, lendas, contos tradicionais, lengalengas, livros de cultura geral, livros de histórias... Para além de livros de compra é necessário a introdução de livros realizados com as crianças. A construção de um livro para além de facilitar a exploração e o desenvolvimento de uma temática, leva a que as crianças estejam mais

motivadas e interessadas, pois é um trabalho que vai ser realizado por elas. Além, de criar ambientes criativos e de bem-estar, na medida em que se consideram pequenos escritores fomenta a auto-estima, a valorização da escrita… Segundo Bettelheim B.(1976) os contos têm um grande êxito no enriquecimento da vida interior das crianças, pois abordam alguns dos mais importantes dramas e conflitos da sua vida, proporcionando exemplos de soluções para as tensões interiores das crianças. “Ler, contar e ouvir histórias com personagens ou outros seres da natureza, são excelente meio para estimular a imaginação da criança,   promover projecções do inconsciente, clarificar valores e atitudes que  podem posteriormente, ser transferidas para a vida real.”  (Bruno Bettehein, Psicanálise dos Contos de Fadas, 1976).

As histórias despertam na mente das crianças imagens agradáveis, com a atmosfera que se cria, tão parecida com a realidade vivida, fazendo disparar emoções que se pensavam esquecidas e trazendo à memória um sem fim de agradáveis recordações e sensações. O benefício de ouvir contar uma história é que com ela pode fazerse algo mais do que simplesmente ouvi-la. O prestar atenção a pequenos detalhes, o nomear objectos que aparecem, a criança vai incorporando vocabulário, associando os nomes aos desenhos das coisas que vê e alargando progressivamente a sua linguagem.

Área dos Jogos: Esta área está no que se refere aos materiais comprados, bem equipada. Nela podemos encontrar jogos de encaixe, legos, dominó, puzzles e  jogos de encaixe, jogos de sons, etc  Todos os objectos estão arrumados em caixas de plástico incolor ou caixas de cartão.

Foi-me possível observar o gosto que as crianças demonstram por esta área, sendo uma das mais procuradas por todo o grupo, assentando-se nos rapazes. Aqui

as

crianças

desenvolvem

para

além

da

atenção

e

concentração, a criatividade, imaginação, espírito crítico e inventivo, assim como a motricidade fina, criando os seus próprios jogos simbólicos. Nesta área a criança aprende fazendo, mexendo, explorando os diferentes materiais que tem à sua disposição, o que possibilita e fomenta a sua curiosidade natural, o seu poder de iniciativa, exploração essa que lhe vai permitir apreender o mundo que a rodeia tornando-se actor do mesmo.   Jogando, as crianças trabalham vários conceitos de forma lúdica, tais como classificação, seriação, formação de conjuntos, raciocínio lógico –matemático, motricidade fina, criatividade e imaginação, assim como, a interacção e partilha com outras crianças, proporcionando experiências de ordem cognitiva e social.

Área da Plástica/Mesa de actividades: Esta área ocupa um espaço relativamente grande, possibilitando uma ampla liberdade de movimentos e permitindo que várias crianças trabalhem lado a lado. Esta área tem mesas, cadeiras e um armário com lápis de cor, lápis de cera grossos, marcadores de várias espessuras e cores, lápis de carvão, papel de fotocópia A4, papel almaço A4 e A3, de cartolina de várias cores, tintas para vários fins, pincéis, plasticina de várias cores e tamanhos, bem como material para modelagem. Aqui realizam-se todas as actividades de expressão plástica, pintura, desenho, colagem, recorte, modelagem, dobragem, etc. É nesta área que estão as pastas individuais de cada aluno com os seus trabalhos.

Pensamos que nesta zona é pois necessário mais material, maior diversidade de tipos de papéis, materiais de desperdício, revistas,  jornais, lãs, botões, pedaços de tecido, caixas vazias, rolos do papel higiénico, copos de iogurte etc. Este espaço para além de permitir à criança a exploração de diferentes materiais, possibilita-lhe dar asas à sua imaginação, criatividade e sentido estético, de forma a poderem comunicar, criar, expressar e representar. É uma área de grande importância em termos de desenvolvimento global.

Área da Casinha: Aqui as crianças desenvolvem progressivamente a sua socialização, comunicação e autonomia, através da simulação e desempenho de diferentes papéis, onde fazem representações do que vêem no dia-a-dia, onde brincam aos pais, às mães, aos médicos… Esta área é também propícia ao desenvolvimento da linguagem, mesmo que por vezes os diálogos sejam monólogos e da socialização, quando brincam em conjunto/pares. É na área do faz de conta que a criança ao “ Imitar as pessoas nas situações que vivem …. dá-lhes a possibilidade de trabalharem em conjunto,

de exprimirem sentimentos e ideias…” (Hohmann, M,

Weikart,, Criança em Acção, 1995).

Após o período de adaptação esta área vai ser ampliada com mais material, tal como, uma cozinha com frigorífico, fogão, lava-loiça, pratos, panelas, copos, talheres, canecas, etc; um quarto com berço, um ferro, uma tábua de engomar e três bonecas.  Tem ainda uma pequena mesa redonda com toalha e três cadeiras.

Área dos carros:

Situa-se debaixo da banca é um espaço que a maioria dos rapazes do grupo gostam. Lá podemos encontrar carros de diversos tamanhos e outros tipos de transportes tais como aviões, camiões, motas.

Área do parque Fica situada ao lado da casinha, e tem um escorrega, e vários cavalinhos balances. É a área mais procurada do grupo e onde brincam em conjunto. No decorrer do ano lectivo, novas áreas puderam surgem e outras puderam desaparecer de acordo com os interesses e necessidades do grupo.

ROTINAS DIÁRIAS “O tempo educativo contempla de forma equilibrada diversos ritmos e tipos de actividades, em diferentes situações... e permite oportunidades de aprendizagem diversificadas...”  (in “Orientações curriculares para a educação pré-escolar”)

O tempo educativo tem, regra geral, uma distribuição flexível, embora corresponda a momentos que se repetem com uma certa periodicidade. A sucessão de cada dia tem um determinado ritmo existindo uma rotina que e educativa porque e intencionalmente planeada pelo educador e é conhecida pelas crianças que sabem o que podem fazer nos vários momentos e prever a sua sucessão. As referências temporais estabelecidas pela rotina transmitem segurança a criança e servem como fundamento para a compreensão do tempo, e simultaneamente, fomentam a sua autonomia e iniciativa. A rotina diária determina o funcionamento da sala, do grupo e dos adultos e deve estar intimamente relacionada com a organização do espaço, pois a utilização do tempo depende das experiências e oportunidades educativas que se podem retirar dos espaços; a

articulação entre tempo e espaço deve ser planeada pelo educador e ter em conta as características do grupo e as necessidades das crianças. A rotina, segundo Zabalza, e um instrumento que enquanto estrutura organizacional pedagógica permite ao educador promover actividades educativas diferenciadas de acordo com as experiências que pretende promover. Uma rotina diária consistente permite a criança a realização dos seus interesses, fazer escolhas, tomar decisões e resolver problemas a sua dimensão no contexto dos acontecimentos que vão surgindo. Ainda para o referido autor a rotina baseia-se na repetição de actividades e ritmos, na organização espácio-temporal da sala e desempenha importantes

funções

na configuração do contexto

educativo. Vejamos o papel importante desempenhado pelas rotinas no quotidiano de um infantário. No decorrer do dia o tempo é organizado segundo a planificação mensal, delineada pela educadora tendo sempre em conta o calendarização comum de actividades e a calendarização de sala, de modo

a

conseguir-se

o

envolvimento,

interacção,

interesse

e

participação das crianças nas diversas actividades, permitindo-lhes realizar aprendizagens significativas e sólidas. É de salientar que estar rotinas vão sendo trabalhadas e introduzidas, pois não podemos deixar de referir que a maioria do grupo é a primeira vez que frequenta um jardim-de-infância. Os diferentes momentos da sequência diária deverão ser planeados de acordo com os interesses e ritmos das crianças, alternando-se actividades de movimento com actividades mais calmas. O facto da planificação mensal prever a realização de diversas actividades

e

rotinas,

actividades

planificadas

e

actividades

espontâneas, isso não significa que as mesmas sejam rígidas e não se possam alterar de acordo com os interesses que surjam, desde que devidamente explicadas e negociadas com as crianças.

“Embora a planificação e a rotinização das actividades seja importante para que as crianças comecem a adquirir hábitos e normas que serão essenciais para o resto da vida, convém não esquecer que os diferentes momentos e sequências diárias tem que ser planeados de acordo com os interesses e ritmos das várias crianças” (Helena Cardoso de Menezes, Cadernos de Educação de Infância, nº 24).

O tempo educativo contempla, ou deverá contemplar, de forma equilibrada os diversos tipos de actividade em diferentes situações, rotinas diárias (o lavar as mãos, o almoço, o lanche, o arrumar, ir a casa de banho, etc.), actividades espontâneas realizadas informalmente e actividades dirigidas de trabalho em grande grupo, individual ou em pequeno grupo. Não é possível planificar sem anteriormente se observar toda a dinâmica

inerente

ao

grupo,

seus

interesses,

características,

necessidades, desejos e preferências. Horário Rotina7:00 Para além de todas as actividades dirigidas que se realizam diariamente na sala teremos às terças-feiras Expressão Motora, às quartas-feiras será realizada a hora do conto na biblioteca. Uma vez por mês vamos dar importância a culinária. Normalmente

as

actividades

que

requerem

uma

maior

concentração por parte das crianças decorrem na parte da manhã. À tarde as crianças estão mais cansadas não estando tão despertas e predispostas para a realização destas tarefas. O infantário abre ás 7.00h da manhã e encerra ás 19:00h. O período das 7:00h às 9:00h e das 17:00h até ás 19:00h é assegurado por auxiliares que recebem as crianças e as entregam aos seus familiares. A actividade extracurriculares decorrem a partir das 17.00h, e é realizada nas nossas instalações: Música A rotina diária oferece pois, uma estrutura para os acontecimentos do dia, definindo a maneira como as crianças utilizam as áreas, o tipo de

interacções que estabelecem com estas, com os colegas e com os adultos. A rotina facilita a transição de casa para a Creche, criando o sentido de pertença a uma comunidade e permitindo às crianças construírem o seu conhecimento através da escolha de actividades e de projectos negociados cooperativamente, valorizando assim o ensino mútuo e cooperativo. Sendo compostas por uma série de experiências previsíveis e variadas no seu conteúdo e escolhidas com as crianças vão permitir pôr em prática valores do currículo e uma filosofia educacional. “Família é uma rede complexa de relações e emoções na qual se  passam sentimentos e comportamentos que não são passíveis de ser    pensados com os instrumentos criados para o estudo dos indivíduos isolados.”. (Gameiro, Voando sobre a Psiquiatria, 1992)

Apesar das profundas transformações ocorridas na família, quer quanto à sua natureza e composição social, quer quanto às suas funções e papéis, esta continua a ser espaço natural de realização e de desenvolvimento da pessoa humana, o primeiro local de experiência de vida relacional, afectiva e de transmissão de valores ético-sociais, sociais e culturais, portanto de educação.  Tomando em linha de conta que a família é uma entidade dinâmica, alterando constantemente a sua estrutura interna e sofrendo as alterações da sociedade que a engloba, é importante termos presente que as suas funções estão sujeitas a este processo de alteração. A família é o primeiro espaço de realização, de desenvolvimento e de consolidação da personalidade humana, no qual o indivíduo se afirma como

pessoa,

o

habitat

natural

de

convivência

solidária

e

desinteressada entre diferentes gerações, o veículo mais estável de transmissão e aprofundamento de princípios éticos, sociais, espirituais,

cívicos e educacionais, o elo de ligação entre a tradição e as exigências actuais. Para Murdock, (Parson e Bales, 1956, 3 -34), a família possui quatro funções que são fundamentais para a vida, para a cultura e para a sociedade: a sexual, a económica, a reprodutiva e a da socialização. É evidente que qualquer uma das funções mencionadas não é, nas sociedades actuais, exclusivamente da família. Na transmissão da informação e de valores e na expressão de comportamentos, a família reparte o seu papel com a escola, com a imprensa e com os meios audiovisuais. É à escola que atribui a função de garantir a preparação dos seus educandos, preocupando-se com a educação dos seus filhos, com o interesse pelo quotidiano destes, pela compreensão dos seus anseios, aspirações, dificuldades e angústias. CARACTERIZAÇÃO SOCIOLÓGICA DAS CRIANÇAS “ A família e a instituição de educação Pré-escolar são dois contextos sociais que contribuem para a educação da mesma criança; importa por isso que haja uma relação entre estes dois sistemas .”

(Orientações Curriculares, 1997:43) Cada vez mais existe preocupação e consenso quanto às vantagens das relações entre a escola e a família para uma correcta educação das crianças. As famílias são um elemento “chave” para a melhor compreensão das crianças. Desta forma, é necessário conhecê-las, de modo a podermos actuar  junto delas, caso seja preciso, assim como junto das crianças com quem trabalhamos. Perante a importância da família no desenvolvimento e crescimento das crianças cabe à equipa educativa conhecer o meio social em que esta se insere, a sua cultura e as suas expectativas.

Para que qualquer intervenção educativa seja adequada e significativa, o educador para além de conhecer o grupo e as crianças que o constituem deve ter informações sobre as suas famílias e o meio em que estas se desenvolvem, quer a nível sócio-económico, quer a nível cultural. Só

assim

poderá

perceber

atitudes,

comportamentos,

características, padrões sociais, interesses, expectativas e necessidades, que lhe trarão elementos para promover aprendizagens adequadas ao grupo e a cada elemento que o compõe. Para além disso a escola deve apoiar-se nas experiências das crianças, já vividas no meio familiar, continuá-las e alargá-las. “ As crianças aprendem a valorizar as suas experiências familiares e a dos outros quando os professores constroem relações fortes com os   pais e incorporam os materiais e as actividades da vida familiar no contexto escolar”  (Mary Hohmann, Bernard Banet, David Weikart, Educar a Criança, 1997, 99) .

 Também será através de um melhor conhecimento sociológico das crianças e suas famílias que poderemos envolver os pais e famílias na vida escolar e no crescimento saudável dos seus filhos, partilhando papéis e responsabilidades. Este conhecimento é ainda mais significativo e necessário se o educador não viver no mesmo meio cultural das crianças, tendo mais dificuldade em perceber os factores que as influenciam e os padrões sociais nos quais estas se inserem. Para ter este conhecimento é necessário recorrer a meios e instrumentos de análise que permitam ao educador recolher dados significativos, os quais levarão a uma melhor informação, eficácia e clareza para o seu projecto de trabalho.

É com o intuito de aprofundar o conhecimento do grupo, com o qual me encontro a desenvolver a Prática Pedagógica que elaborei esta caracterização sociológica que me irá permitir melhorar as respostas a atitudes, comportamentos, necessidades, de todas as crianças e de cada uma. Para isso recorri às fichas individuais de inscrição de cada criança e as entrevistas de diagnóstico, a conversas com os pais e com equipa educativa, a registos diários, a observação informal da criança e suas famílias e a bibliografia relacionada com o tema. O grupo é significativamente equilibrado quanto à sua composição, sendo constituído por oito rapazes e oito raparigas. Estamos assim, na presença de um grupo misto. Quinze crianças nasceram no ano de 2007 e uma em 2008. Esta estrutura dificulta numa primeira face o conhecimento mais aprofundado, das crianças e suas famílias e das crianças entre si, permitindo que se tenha que criar e desenvolvam laços mais profundos e interacções mais estáveis. Constata-se pois, alguma heterogeneidade no grupo, notando-se nas

crianças

mais

velhas

uma

maior

maturidade,

maior

desenvolvimento quer a nível da autonomia e motricidade. A maioria das crianças que constituem o grupo encontram-se a frequentar a Creche pela primeira vez, excepto dois que já frequentaram amas e uma criança que já frequentava o infantário. Os restantes estiveram aos cuidados dos avós, das mães ou familiares.  Todas as crianças têm como encarregado de educação a mãe. No entanto as crianças são acompanhadas quer pela mãe, quer pelo pai e pelos avós nas suas deslocações diárias. Isto permite-nos referir que são pais participativos e que ocupam muito tempo na sua relação com as suas crianças, acompanhando-as sempre mostrando a maioria disponibilidade.

Relativamente à idade dos progenitores podemos verificar que esta se situa entre os dezanove e três e os quarenta de idade. As mães na sua maioria, apresentam idades compreendidas entre os dezanove e os trinta e seis. Os pais apresentam idades compreendidas entre os vinte e os quarenta anos. Relativamente às profissões das mães podemos verificar que são diversas: operária de loja, empregada doméstica, recepcionista, funcionária pública; assistente de produção; arquivista, auxiliar médica. A maior parte das profissões dos pais também são diversas: motorista, mecânico, funcionário público, empregado de armazém, vigilante de transportes de valores, engenheiro informático, pintor, projectista.  Temos também cinco pais que são desempregados. A maior parte das crianças, são filas únicas e sete tem um único irmão, sempre mais velho. A sua zona de residência situa-se em Leça do Balio, dez crianças, excepto seis que residem noutras freguesias nomeadamente em Custóias, São Mamede de Infesta e Senhora da Hora.

CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO E essencial conhecer as características próprias das crianças desta faixa etária que vária entre os 2 anos e 3 anos, para que se possa ir ao encontro das suas necessidades, antes de os caracterizar. Segundo o psicólogo suíço Jean Piaget o desenvolvimento mental da criança divide-se em quatro estádios: sensório-motor (0 aos 2 anos), pré-operacional (2 aos 6 anos), fase das operações concretas (7 aos 11 anos) e a fase das operações formais (acima dos 12 anos). Assim, o grupo da Sala 2 encontra-se na maioria no estádio pré-operacional existido ainda algumas características do estádio anterior. Desde o início desta etapa a criança já faz uso da capacidade simbólica, não dependendo somente das sensações. Embora não seja

capaz de fazer operações lógicas e de se situar no tempo, ela já relaciona significantes e significados: a linguagem será a habilidade que mais se vai desenvolver. São características principais desta fase: egocentrismo, a criança não se consegue colocar no lugar do outro, centralização do interesse e a sua atenção fixa-se num só assunto de cada vez, incapacidade de perceber as relações de causa e efeito (ela não consegue associar transformações, fixando-se nos seus estados separados), desequilíbrio emocional (a sua estrutura psicológica não acompanha a grande quantidade de estímulos do meio ambiente e a criança defende-se por meio de crises de choro, etc.), irreversibilidade de pensamento (ela e incapaz de raciocinar em “ida e volta”) e raciocínio transdutível (parte do particular para chegar ao particular). Ao nível do desenvolvimento físico, a criança possui uma intensa necessidade de exploração sensorial e motora. Imita facilmente os movimentos que observa nos outros, e desembaraçada e revela espontaneidade. O senso de equilíbrio desenvolve-se. Aos 3 anos, a criança pode andar de triciclo, jogar a bola, correr, virar-se, saltar. E capaz de executar jogos de encaixe, construir torres, fazer rasgagem e manipular massas plásticas. Os lápis atraem-na: rabisca em todos os sentidos. Esta experiência livre permite a descoberta das possibilidades dos materiais e das mãos. Quanto ao desenvolvimento social e visível que a criança realiza mais contactos sociais e passa menos tempo em jogos solitários. Já não e indiferente a presença do companheiro. Consegue explicar-se e contar o que esta a fazer. O interesse em conversar já caracteriza uma tomada de consciência do companheiro, do “outro...”. Mas a colaboração e pequena, pois a criança ainda não ultrapassou a fase egocêntrica. Há na verdade uma “pseudo colaboração”, evidenciada pela diluição da atenção em actividades paralelas e simultâneas. Apesar

disso, a criança começa a aceitar brincadeiras que envolvem pequenos grupos. Estes relacionamentos com outras crianças permitem-lhes a descoberta de si própria e a sensação de se sentir uma entre muitas. E a fase em que surge o espírito de competição. Relativamente ao desenvolvimento intelectual, a criança percebe claramente a existência da realidade exterior independente dela. A sua atitude e mais realista e objectiva. Revela grande interesse pelo mundo que a rodeia, quer saber o “como” e o “porque” das coisas – e por isso esta sempre a perguntar. O vocabulário e muito abundante e a comunicação verbal aprimorase bastante. A palavra “eu” e uma das mais frequentes nas suas longas conversas. As tarefas já são desempenhadas com mais atenção e cuidado. O pensamento nesta fase e mais consecutivo e combinatório do que sintético. E capaz de contar histórias entremeando ficção e realidade; gosta de usar a fantasia, inventando pretextos com muita facilidade. A caracterização de competências próprias de uma criança em determinada idade é decorrente de uma análise fundamentada do vivido em situação educativa, familiar e institucional, influenciada por contributos da psicologia e da pedagogia, aliando a prática à teoria, numa perspectiva de intervenção psico-pedagógica. Há que salientar que está análise não deverá ser um “ etiquetar” de comportamentos desligados mas uma referência em que se procura conhecer pela acção e reflexão a criança no seu todo, como um ser global, ao nível afectivo, cognitivo, psicomotor e social. O grupo é composto por 16 crianças, 8 do sexo masculino e 8 do sexo feminino, quinze crianças nasceram em 2007 e uma nasceu em 2008. Das quinze crianças sete nasceram na primeira quinzena oito e nasceram na segunda quinzena

A maioria do grupo usa fralda, aqueles que não usam o controlesfincteriano ainda não está totalmente adquirido. Excepto de três crianças. A nível dos hábitos de higiene ainda não lavam nem secam as mãos sozinhos necessitando a ajuda do adulto, e usam o lenço para limpar o nariz ou a boca com a ajuda do adulto. A nível da alimentação comem algumas vezes com as mãos, não comem

sozinhos

necessitando

ajuda

do

adulto

para

comem

principalmente a sopa. São crianças que gostam de experimentar alimentos novos sem qualquer

receio,

tendo

alguns

deles

dificuldade

em

comer

principalmente legumes. Algumas crianças já usam um discurso verbal razoável, sabendo manifestar desejos, interesses e necessidades, constatando-se o desenvolvimento gradual da fala e da linguagem. Tendo ainda algumas crianças que só comunicam com gesto, utilizando pouco o discurso verbal. A maioria do grupo, é capazes, de formar frases simples, de dizer o seu nome, de compreender os nomes de objectos comuns e de responder a perguntas simples. Constata-se que estão numa fase que vão lentamente compreender o mundo à sua volta, e a aprender que neste mundo há regras que precisam ser obedecidas, embora ainda seja bastante egocêntrica. Uma parte do grupo brinca sem a intervenção do adulto outra parte do grupo não sabe brincar sozinha, não sabendo utilizar os brinquedos adequadamente. A nível da interacção com os seus pares preferem ainda brincar sozinha a brincar com outras crianças, explorando pouco o espaço, as áreas e os diversos brinquedos da sala.

A nível da motricidade global andam para trás, apanham a bola em movimento, sobem e descem escadas sem alternância dos pés, correm, chutam uma bola. As crianças são muito curiosas, querem apanhar, explorar e experimentar tudo…, obrigando os adultos a ter imensos cuidados, no entanto, esta curiosidade ajuda-os a progredir na aprendizagem. O grupo apresenta ainda como é normal, nestas idades, comportamentos egocêntricos, o que provoca conflitos entre elas, devido à posse de brinquedos ou na realização de actividades. É um grupo activo e comunicativo, gosta de ouvir canções, dançar ao som de música, não gosta de ouvir pequenas histórias… As crianças gostam de imitar o adulto, imitam tudo o que vêem, gostam de varrer, esfregar, limpar o pó etc. A prática pedagógica, para além de desenvolver capacidades de observação e compreensão da realidade educativa, permite uma análise reflexiva de situações observadas em contexto escolar, vindo muitas vezes levantar algumas questões. Educar é intervir através da prática educativa no desenvolvimento e crescimento do ser humano como pessoa, como profissional e como elemento actuante de uma comunidade, fomentando para além da transmissão de saberes, o desenvolvimento de valores, de atitudes, de um espírito crítico e reflexivo, no sentido de cada pessoa se ajustar ao meio onde está inserido de forma produtiva e interventiva, procurando com a sua acção e envolvimento que se encontre uma sociedade mais  justa e onde todos façam parte de uma maioria global. Ao planear e definir objectivos tivemos em conta a colaboração mútua e a co – responsabilização dos membros de toda a equipa educativa, as necessidades interesses do grupo em geral e de cada criança em particular, optando-se por fazer a sua definição mediante as áreas de conteúdo, presentes nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar.

Os objectivos foram traçados depois de análise e reflexão crítica da realidade educativa e das necessidades e interesses de todas as crianças do grupo. Estes objectivos pretendem ser as metas a alcançar, procurando proporcionar ambientes educativos que propiciem o desenvolvimento integrado de todas as crianças e de cada uma, podendo ser alterados e reestruturados mediante a evolução das crianças e das suas necessidades e interesses.

OBJECTIVOS GERAIS DE DESENVOLVIMENTO Os grandes objectos traçados para este ano lectivo são: •

Proporcionar à criança um ambiente seguro, a nível físico e

emocional; •

Respeitar o ritmo de desenvolvimento de cada criança;



Respeitar as necessidades de higiene, alimentação, sono e

estimulação; •

Fomentar a aquisição de hábitos de alimentação e de higiene,

nomeadamente o controlo dos esfíncteres; •

 Tornar a sala um espaço de segurança e um espaço privilegiado

de comunicação; •

Promover a socialização da criança;



Promover actividades de motricidade grossa e fina;



Criar situações capazes de responder às suas necessidades

psicomotoras, verbais, afectivas e sociais; •

Proporcionar actividades atraentes e estimulantes;



Criar condições para que a criança se possa expressar livremente

consoante várias técnicas de expressão musical, psicomotora e dramática; •

Alargar o campo de conhecimentos e vocabulário da criança;



Desenvolver a autonomia;



Incentivar o desejo de conhecer o mundo que a rodeia;



Favorecer a coordenação óculo-motora;



Incentivar a participação da família no processo educativo;



Identificar os próprios sentimentos, emoções e necessidades de

comunicá-los aos outros, assim como identificar e respeitar os dos outros; •

Aumentar a capacidade de resistência à frustração e manifestar

uma atitude de superação perante as dificuldades; •

Potenciar as vivências afectivas pessoais: os sentimentos de

plenitude, de gozo, felicidade, etc. •

Estimular as relações interpessoais valorizando o outro e a sua

história de vida; •

Desenvolver a comunicação afectiva com os outros;



Articular as diferentes áreas de conteúdo, de acordo com a

temática do projecto.

Áreas de conteúdo Área de Formação Pessoal e Social Integrada nas restantes esta área deve favorecer a aquisição do espírito crítico e interiorização de valores de forma a promover atitudes conscientes e adequadas à resolução de problemas de vida como seres autónomos, livres, solidários e membros integrantes de uma sociedade. É através das diferentes relações com os outros que a criança vai interiorizando e construindo referências sólidas, que lhe permite compreender e agir perante a diversidade de experiências que a vida lhe apresenta. Assim a área do desenvolvimento social e pessoal “assenta na constituição de um ambiente relacional securizante, em que a criança é valorizada e escutada, o que contribui para o bem-estar e auto – estima .

(” Orientações Curriculares”, 1997:52)

Objectivos gerais: •

Promover uma educação para os valores;



Levar a criança a interagir com outras crianças e resolver conflitos

entre elas; •

Promover a independência, a curiosidade e a iniciativa própria;



Incentivar o respeito pelas regras;



Desenvolver hábitos de alimentação e fomentar o gosto pela

autonomia alimentar (comer e beber sozinhos e com um mínimo de limpeza); •

Criar atitudes positivas face aos alimentos e à alimentação;



 Tomar consciência de si próprio;



 Tomar consciência do outro;



Fomentar o desenvolvimento progressivo da autonomia pessoal;



Adquirir hábitos de higiene, asseio, segurança e saúde;



Promover o desenvolvimento de atitudes de respeito, colaboração

cooperação, partilha e solidariedade quer com as outras crianças quer com os adultos; •

Estimular a capacidade de expressão de sentimentos, desejos e

emoções de forma compreensiva; •

Promover atitudes adequadas em situações sociais e de

relacionamento interpessoal; •

Desenvolver a resolução de pequenos problemas de vida

quotidiana através de interacções e procura de ajuda necessária; •

Promover

a

aceitação

de

uma

alimentação

saudável

e

diversificada; •

Estimular o desenvolvimento da auto-estima e auto-confiança e

do autoconceito; •

Estimular a capacidades de limpeza, arrumação e adequação do

uso do material da sala; •

Ajudar os Pais e Familiares na integração da criança;



Realizar uma Transição gradual para um ambiente de suporte

extra-familiar; •

Promover o diálogo e a interacção família/creche;

Área de Expressão e Comunicação Domínio das Expressões Nesta área inclui-se o domínio das várias expressões: Motora, Dramática; Plástica e Musical, o domínio Linguagem Oral e Abordagem à Escrita e o domínio da Matemática.

Expressão Motora A expressão motora tem como objectivo proporcionar à criança aprendizagens para melhor utilizar o seu corpo, ganhar consciência das suas potencialidades, ajudar a interiorizar a imagem do mundo que a rodeia e a adquirir competências de coordenação motora cada vez mais elaboradas. É através da manipulação de diferentes objectos que a criança aprende a agir, com as suas limitações vai ganhando consciência do seu corpo em relação ao exterior.

Objectivos gerais: •

Fomentar o desenvolvimento de padrões motores básicos (andar,

movimentar-se em diversas superfícies, percorrer espaços tendo que ultrapassar obstáculos, agarrar, segurar e lançar vários objectos, correr. saltar em espaços em diferentes dimensões, trepar, rastejar…; •

Fomentar o desenvolvimento de competências de motricidade

ampla, tendo em conta o equilíbrio dinâmico (coordenação geral, equilíbrio dinâmico, coordenação Psicomotora) e estático (Respiração, dinâmico, coordenação Psicomotora); •

Fomentar o desenvolvimento da descoberta e tomada de

consciência do seu corpo; •

Estimular os cinco sentidos



Estimular a interiorização de valores e regras nas crianças;



Favorecer o desenvolvimento da identificação e interiorização do

esquema corporal; •

Desenvolver a coordenação espacial;



Promover e desenvolver o equilibro;

Expressão Dramática A Expressão Dramática é um meio de descoberta de si e do outro, de afirmação, de relação com os outros e de resolução de conflitos e frustrações. Nesta área as crianças realizam diferentes teatros, dramatizações e  jogos de faz-de-conta, onde cada criança pode desempenhar diferentes papéis contribuindo quer para a compreensão do que a rodeia, como para a exteriorização dos seus medos, necessidades e preocupações. Dramatizar situações vividas nas histórias permite à criança extravasar sentimentos e angústias e ou mesmo tempo exprimir as suas vivências e os seus sentimentos.

Objectivos gerais: •

Promover o reconhecimento de si mesmo e dos outros através da

exploração do corpo, da voz, do espaço, de objectos…, recorrendo a situações e vivências do quotidiano; •

Favorecer a capacidade de improviso e espontaneidade através

do jogo simbólico e do faz-de-conta; •

Fomentar a capacidade de mimar e dramatizar vivências,

experiências, sentimentos, emoções e necessidades; •

Favorecer o desenvolvimento da capacidade de comunicação e

expressão;

Expressão Plástica

Através da Expressão plástica a criança explora diversos materiais criando livremente. O desenho, pintura, recorte, colagem, modelagem, são meios utilizados

para

explorar

a

imaginação

das

crianças,

sendo

representações e comunicações das suas vivências e dos seus sentimentos. Realizar criações estéticas facilita à criança a representação do exterior e da sua vida interior, ao mesmo tempo que mobiliza habilidades motoras Estas manifestações artísticas para além de contribuírem para um melhor conhecimento de si próprio e progressivo crescimento da criança como pessoa, ajudam a manter a identidade pessoal e fazem com que a criança transmita o que vivência e o que a preocupa.

Objectivos gerais: •

Estimular o desenvolvimento da motricidade fina;



Promover o contacto e manipulação com diferentes materiais;



Favorecer o desenvolvimento da capacidade imaginativa e criativa

explorando diferentes técnicas e materiais; •

Fomentar o desenvolvimento da criatividade e sentido estético;



Proporcionar o desenvolvimento da coordenação óculo-manual;



Estimular o desenvolvimento da destreza manual; ® Desenvolver

a motricidade grossa e fina; •

Desenvolver a coordenação motora (ao nível do desenho,

rasgagem, colagem, modelagem);

Expressão Musical O desenvolvimento da música em idades precoces estimula a musicalidade, sendo parte integrante da cultura de cada criança.

“A expressão musical assenta num trabalho de exploração de sons e ritmos, que a criança produz e explora espontaneamente e que vai aprendendo a identificar e a produzir, com base no trabalho sob os diversos aspectos que caracterizam os sons: intensidade (fortes e fracos), altura (graves e agudos), timbre (modo de produção), duração (sons longos e curtos), chegando depois à audição interior, ou seja, a capacidade

de

reproduzir

mentalmente

fragmentos

sonoros.



(Orientações Curriculares, 1997:63) Para além desta exploração de sons a criança é também capaz de estar em silêncio, o que lhe permite escutar e identificar sons e criar ritmos, cantar,... A relação que se estabelece entre a música e a letra tem forte ligação com o domínio da linguagem e da capacidade de atenção e concentração.

Objectivos gerais: •

Estimular a capacidade de atenção e concentração;



Promover a estimulação auditiva;



Promover a interacção musical criança/adulto;



Promover experiências de escuta musical de aquisição e

exploração do vocabulário musical; •

Proporcionar um ambiente rico musicalmente.



Fomentar o desenvolvimento da capacidade de escutar, cantar,

dançar, minar; •

Estimular o desenvolvimento da capacidade de imitar e produzir

sons com o corpo e voz; •

Proporcionar o desenvolvimento de capacidades de discriminação

e memória auditiva; •

Estimular o desenvolvimento da sensibilidade musical e o gosto

pela música;



Promover o contacto com instrumentos musicais convencionais e

não convencionais;

Linguagem Oral e Abordagem à Escrita A valorização da língua materna como matriz de identidade e suporte de aquisições múltiplas é fundamental. A capacidade de compreensão e produção deverá ser alargada através da interacção com as crianças e o meio. Deve ser criado um bom clima de relacionamento entre educador, pais e criança através de uma linguagem acessível facilitando a comunicação. Contar, ouvir e ler histórias é um excelente meio para estimular a imaginação da criança, promover projecções do inconsciente, clarificar valores e atitudes que podem posteriormente, ser transferidas para a vida real. Através da linguagem a criança comunica os seus sentimentos e desejos interage com os outros, pergunta coisas, pensa sobre elas e fala sobre situações reais ou imaginárias.

Objectivos gerais: •

Estimular a capacidade de comunicar oralmente com progressiva

autonomia e clareza; •

Estimular a utilização da linguagem de forma correcta como meio

de comunicação, expressão, relacionamento e desenvolvimento criativo; •

Estimular aquisição de novo vocabulário de forma a enriquecer o

campo lexical e semântico •

Promover o desenvolvimento da capacidade de expressão oral e

transmissão de ideias, opiniões, necessidades e sentimentos; •

Promover a descodificação de mensagens;



Desenvolver a capacidade de retenção de informação oral;



Promover o desenvolvimento progressivo da construção frásica e

elaborada a nível morfo-sintáctico; •

Promover o desenvolvimento da linguagem não-verbal;



Fomentar o gosto e o interesse pelos livros;



Fomentar o interesse em comunicar;



Incentivar a aquisição de novos vocábulos;



Promover o desenvolvimento da linguagem oral;



Fomentar a correcta articulação das palavras e construção de

frases; •

Exercitar a capacidade de concentração e a capacidade de

memória; •

Explorar o carácter lúdico da linguagem;

Matemática Nas vivências diárias a criança vai criando noções matemáticas que lhe vão permitir estruturar o seu pensamento. Desenvolver o raciocínio lógico matemático, formar conjuntos, ordenar, seriar, são algumas das noções a explorar na realização de actividades, considerando também as noções de tempo e de espaço. Através dos sucessivos ritmos diários, tais como antes e depois, do almoço, da sucessão dos dias a criança adquirirá a noção de tempo. Deslocando-se nos diferentes espaços e manipulando objectos que ocupam cada espaço a criança aprenderá as noções de dentro e fora, longe e perto, nomeando, diferenciando e classificando.

Objectivos gerais: •

Fomentar o conhecimento e compreensão de conceitos básicos de

espaço, tempo, quantidade, ligados à acção;



Estimular a capacidade de seriar e classificar através de

diferentes objectos, animais, …; •

Favorecer a aquisição de noções temporais simples (antes,

depois…); •

Favorecer a aquisição de noções espaciais simples (dentro,

fora…); •

Promover o desenvolvimento de raciocínio lógico matemático

através da resolução de problemas;

Área do Conhecimento do Mundo Esta área proporciona aprendizagens significativas para a crianças que podem não estar obrigatoriamente relacionadas com a sua experiência imediata. Mesmo que a criança não domine inteiramente os conteúdos, a introdução de diferentes domínios científicos cria uma sensibilização que desperta a curiosidade e o desejo de saber e aprender. É portanto essencial o desenvolvimento de competências que se relacionem com os processos de aprendizagem, capacidade de observar, desejo de experimentar, curiosidade de saber e uma atitude crítica.

Objectivos gerais: •

Fomentar a curiosidade e o espírito de descoberta;



Promover o desenvolvimento de interacções com o meio

envolvente exterior; •

Fomentar a aquisição progressiva de conhecimentos relacionados

com o meio, a nossa cultura e diversidade de culturas; •

Fomentar o desejo natural da criança de explorar, descobrir e

saber, •

Proporcionar o contacto com épocas festivas;



Promover comportamentos de segurança;



Fomentar o gosto de estar em grande grupo;



Fomentar a Educação para a Saúde;



Distinguir o ambiente familiar do ambiente escolar;



Proporcionar momentos de magia, animação e surpresa;



Vivenciar as épocas festivas.

PLANO DE ACTIVIDADES 

Adaptação das crianças

Setembr



Chegada do Outono;

o





Criação da Horta Pedagógica; Reunião de País (Dia 2);



Celebração

do

Dia

da

Infância:

Inauguração

da

Biblioteca; Hora do Conto (Dia 2); 

Outubro



Celebração do Dia do Animal (Dia 5); Semana Saudável: Início das Sessões de Motricidade de

cada sala (3ªfeira-Sala 2; 4ªfeira-Sala 4-5 e 6ªfeira- Sala 3-4) 

Actividades em parceria com a ULS; Confecção de um

prato gastronómico; 

Actividade com um profissional de motricidade ( De 12 a

16 ) 

Reunião de Direcção ( Dia 26);



Dia Mundial da Terceira Idade: Lanche convívio no

Centro de Convívio de Recarei ( Dia 28); 

Dia das Bruxas: Passeio pelo Aglomerado Habitacional de



Recarei em busca de docinhos (Dia 30); Exploração da temática os Transportes;



5ª Edição da Feira do Outono: a realizar no hall da

Novembr entrada (Dia 23 a 28); o









Dezembr o





Magusto (Dia 11); Início do Concurso de Natal; Exploração da temática o Corpo Humano; Decoração da sala para o Natal; Elaboração de Presentes; Exposição e Votação dos trabalhos realizados pelas famílias para o Concurso de Natal (Dia 14 a 18);









Chegado do Inverno; Festa de Natal (Dia 19 de manhã); Exploração da temática: os Animais; Dia dos Reis: anúncio do vencedor do Concurso de Natal (Dia 6);

 Janeiro 





Visita de estudo ao Sae Life( Dia 13); Dia dos Namorados (Dia 14); Exploração dos cinco Sentidos;

Fevereiro Recolha de sementes para a Horta; 











Março













Abril

Visita de estudo a uma Biblioteca (Dia 10); Decoração da sala para o Carnaval; Desfile de Carnaval (Dia 12); Exploração da temática: as Cores; Dia do Pai: Jogos Surpresa (Dia19); Chegada da Primavera; Comemoração do Dia Mundial da Terra; Comemoração Dia da Poesia; Dia Mundial do Teatro – Convite a uma Companhia de  Teatro (Dia 26); Decoração Da sala para a Páscoa; Celebração da Páscoa com elaboração do folar para oferecer aos padrinhos;



Dia Europeu da Segurança Rodoviária – Convite à PSP para abordar este tema (Dia 27);



Dia Mundial da Dança – Aula livre de Dança (Dia 29); Dia da Mãe: Jogos Surpresa (Dia3); Semana da Família (Dia 10 a 14);

Maio

Visita ao Núcleo Rural do Parque da Cidade (Dia 12); Chegada da Primavera; Dia Mundial da Criança: Festa da Criança (Dia 1); Montagens da Cascata dos Santos Populares (Dia 7);

 Junho 

Passeio Final de Ano da Creche: Jardim Zoológico da Maia (Dia16);

 Julho



Passeio de Final do Ano (Dia 26); Quinzena diferente: passeios, piscina no parque; ida as compras para realizar actividades;

Para além desta calendarização será realizada uma planificação mensal, esta será um orientador para a realização das actividades de sala, esta estará no início de cada mês afixada no placar da sala. Para além destas actividades serão realizadas outras tendo em conta os objectivos traçados anteriormente. É

sabido

que

a

avaliação

de

um

projecto

destina-se

fundamentalmente a induzir mecanismos de reflexão que permitam a todos os actores reavaliar a acção e introduzir as mudanças que vão sendo necessárias. Desta forma, a avaliação desempenha um importante papel na verificação da eficácia e sentido da acção educativa e contribui para a sua inovação, com o intuito de optimizar, cada vez mais, os processos de desenvolvimento de todas as crianças. A avaliação do projecto curricular terá dois momentos, a avaliação inicial e a avaliação final.

AVALIAÇÃO Avaliar

consiste

em

recolher,

ao

longo

do

processo

de

aprendizagem, dados que permitam obter informação acerca da forma como se está a desenvolver o processo, de modo a poder ajustar a intervenção educativa. Ou seja, avaliar é uma atitude que supõe a capacidade de pôr em causa o modo de trabalhar e de agir, os nossos comportamentos e até mesmo as propostas. É necessário reflectir sobre o grau de aprendizagem que se pretende que as crianças obtenham e, para isso, deve-se transformar os objectivos gerais e específicos em indicadores

a

avaliar.

Estes

indicadores, que

são

como

uma

especificação dos objectivos, ajudam a ajustar o processo de aprendizagem e melhor dar resposta a ritmos pessoais. Eles têm a função de nos fornecer a informação que nos permite reconduzir o processo.

Critérios de Avaliação: 

Relação criança/educadora/adulto



Relação criança/criança



Autonomia



Habilidades motoras básicas



Interesse pelas aprendizagens



Concentração e participação nas actividades

BIBLIOGRAFIA 

AVÔ, A.B. (1996), “O Desenvolvimento da Criança”,  Texto Editora, Lisboa



BETTELHEIM, Bruno (1976), “Psicanálise dos Contos de Fadas” , Bertrand



BORGES,

Maria

Isolina

Pinto,

(1987 );“Psicologia

Desenvolvimento”, Jornal de Psicologia ;

do

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