Problemas da Cultura Científico

April 22, 2019 | Author: sarasilva10 | Category: Ciência, Economics, Existentialism, Bioethics, Knowledge
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Problemas da Cultura Científico-Tecnológica e Filosofia do Sentido Introdução Este trabalho tem como objectivo congregar dois temas “ Problemas da cultura científico-tecnológica” científicotecnológica” e “Filosofia do sentido” contendo também uma abordagem sobre o que é a filosofia. Quanto ao primeiro tema, e dentro do subtema  “bioética” tratar-setratar-se-áá do subtema “Eutanásia”. A bioética, tem como significado etimológico bios (vida) e ethos (costumes). A bioética é uma ciência aplicada que consiste na reflexão dos procedimentos morais implicados no decorrer da aplicação das tecnociências biomédicas. A bioética envolve áreas que vão desde a deontologia e da ética médica que dizem respeito a problemas relacionados com o direito di reito dos homens à “ecoética”  ou “ética ambiental” que tem a ver com a filosofia da natureza. A ética aplicada distingue-se da ética teórica medida em que a segunda preocupa-se mais com as questões propriamente formais - argumentos éticos. A ética aplicada trata questões que se precedem com outras disciplinas di sciplinas (genética e biotecnologia, por exemplo) tendo também influencia em temas como a manipulação genética ou preservação da vida de outras espécies. Os problemas que a bioética debate são originários ori ginários de interacções humanas na sociedade, sendo, pois, resolvidos sem a recorrência do principio filosófico chamado de “principio de autoridade”. O ser humano é considerado cognitiva e eticamente competente para que se dê a reflexão ética. A bioética tem três funções: a descritiva, a normativa e a protectora. Aqui se encontram algumas definições dadas por alguns Filósofos: "Eu proponho o termo Bioética como forma de enfatizar os dois componentes mais importantes para se atingir uma nova sabedoria, que é tão desesperadamente necessária: conhecimento biológico e valores humanos.”  (Van Rensselaer Potter, Bioethics. Bridge to the future. 1971)  “Bioética é o estudo sistemático sistemático das dimensões mo morais - incluindo visão moral, decisões, conduta e políticas - das ciências da vida e atenção à saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas em um cenário interdisciplinar”.(Reich i nterdisciplinar”.(Reich WT. Encyclopedia of Bioethics. 2nd ed. New York; MacMillan, 1995: XXI).  “A palavra „bioética‟ designa um conjunto de pesquisas, de discursos e práticas, via de regra pluridisciplinares, que têm por objecto esclarecer e resolver questões éticas suscitadas pelos avanços e a aplicação das tecnociências biomédicas. (...) A rigor, a bioética não é nem uma disciplina, nem uma ciência,

nem uma nova ética, pois sua prática e seu discurso se situam na intersecção entre várias tecnociências (em particular, a medicina e a biologia, com suas múltiplas especializações); ciências humanas (sociologia, psicologia, politologia, psicanálise...) e disciplinas que não são propriamente ciências: a ética, para começar; o direito e, de maneira geral, a filosofia e a teologia. (...) A complexidade da bioética é, de fato, tríplice. Em primeiro lugar, está na encruzilhada entre um grande número de disciplinas. Em segundo lugar, o espaço de encontro, mais o menos conflitivo, de ideologias, morais, religiões, filosofias. Por fim, ela é um lugar de importantes embates (enjeux) para uma multidão de grupos de interesses e de poderes constitutivos da sociedade civil: associação de pacientes; corpo médico; defensores dos animais; associações paramédicas; grupos ecologistas; agro-business; industrias farmacêuticas e de tecnologias médicas; bioindustria em geral” (Hottois, G 2001. Bioéthique. G. Hottois & J-N. Missa. Nouvelle encyclopédie de bioéthique. Bruxelles: De Boeck, p. 124 -126) Quanto ao segundo tema, “A filosofia e o sentido”, pode-se afirmar que o papel fundamental da filosofia é o da interrogação procurando assim conhecer o porque último de tudo o que rodeia o ser humano. Sendo radical, a filosofia tenta ir à raiz dos problemas, ou seja, a questão da existência é então uma questão filosófica. O ser humano tem como característica principal a necessidade de atribuir um sentido à sua vida, não se limitando, assim a vive-la ao acaso. Há diferentes maneiras de encarar o sentido da vida se por Deus, se por quem precisa de ajuda ou mesmo em si mesmo. Assim, é pertinente a questão do existencialismo perspectiva filosófica que é utilizada pelo ser humano para explicar a sua própria personalidade e tudo o que o rodeia. Um exemplo de uma perspectiva existencialista e a do filosofo Leibniz que defende que é Deus quem confere todo o sentido á vida, sendo também esta a razão pela qual o Homem existe.

Eutanásia No âmbito da bioética, escolhi tratar do tema eutanásia porque é bastante actual e porque levanta muitos problemas éticos. A eutanásia poderá ser vista como uma imposição da sociedade já que as pessoas que estão em fase terminal são por vezes consideradas um  “estorvo” . A noção de vida que se adquiriu ao longo dos tempos foi com base numa perspectiva meramente económica e utilitária.

A palavra eutanásia é composta por duas palavras gregas “eu” e “thanatos” e significa literalmente uma “boa morte”. A eutanásia é a morte de alguém que pode ser provocada por outrem a pedido do mesmo ou apenas com o consentimento da família. Normalmente, a pessoa que morre está em grande sofrimento e numa fase terminal da sua vida. Alguns filósofos britânicos como David Hume, Jeremy Benthan e John Stuart Mill puseram em questão a base religiosa da moralidade e a proibição absoluta do suicídio assistido. Kant, por outro lado embora aceitasse que as verdades morais encontram-se na razão pensava que “o homem não pode ter poder para dispor a sua vida”  A eutanásia voluntária tem a ver com o suicídio assistido em que a pessoa ajuda outra a acabar com a sua própria vida administrando-lhe por vezes medicamentos letais. É de evidenciar a necessidade da perfeita condição do doente em termos mentais para que se possa ser considerada eutanásia voluntária. A eutanásia é não voluntaria quando a pessoa a quem se retira a vida não tomou a decisão de acabar com a sua própria vida, por exemplo um bebé. A eutanásia é involuntária quando realizada numa pessoa que poderia ter consentido ou recusada a sua própria morte acontece por vezes quando é a família quem decide a morte do paciente. A eutanásia activa é considerada assim quando alguém provoca a morte, ou seja, quando é administrada uma injecção letal A eutanásia passiva é assim quando se permite a morte de alguém por não permitir que se faça a medicação ou se retire o suporte á vida, por exemplo um ventilador.

Argumentos a favor: “O Homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo”  Balzac 

Um dos argumentos utilizado a favor da eutanásia e o “direito de morrer” em que se diz que se a sociedade dá tanta importância ao direito á vida porque não da-lo também ao direito á morte, justificando isto através do principio da autonomia e da liberdade que o homem pode ter de renunciar qualquer dos seus direitos, desde que a sua escolha seja voluntária, ou seja, que não seja influenciada por um meio exterior. Assim quem defende esta posição associa o direito de morrer ao facto de o ser humano ter uma morte digna.

Argumentos Contra: “O que não provoca a minha morte faz com que fique mais forte”  Nietzsche

Os argumentos utilizados contra a eutanásia são de origem moral e religiosa. Para os utilitaristas o bem moral é o útil, ou seja, o que causa comodidade, o interesse e o conforto, o mal é o que provoca o dano sendo que uma acção é boa ou ma segundo a utilidade ou o prejuízo que traz a sociedade. Admite-se, assim a legitimidade da vida seja num embrião indefeso, num deficiente motor, ou ate de um doente incurável, fazendo sentido a reflexão sobre os valores que a sociedade defende ou ate da própria legislação. So na defesa da legitimidade da vida humana como um direito me si mesmo faz com que a eutanásia não seja aceite pela sociedade actual

Filosofia e o sentido Existencialismo Especulação filosófica que diz respeito à experiencia de vida do ser humano no seu dia-a-dia incluindo aspectos sociais e individuais, aspectos teóricos ou práticos e instintivos ou intencionais. O existencialismo considera a existência como um ponto de partida para uma reflexão mais aprofundada. Esta ciência difere das ciências ditas positivas pois nestas o Homem é apenas considerado no seu aspecto mais objectivo. A existência de cada ser humano insere-se num contexto histórico e social. Quando o ser pensante se questiona acerca da sua existência foca alguns pontos como a orientação e a direcção dos seus actos; o significado e o valor das suas acções na vida; e a razão da finalidade da sua vida. A existência caracteriza-se com duas vertentes: “a filosofia do absurdo” com os temas, a angústia e contingência. E a segunda, “filosofia da liberdade” com os temas do projecto humano e da vivencia de valores.

Posição de Albert Camus( nasceu em 1913 na Argélia) – Filosofia do absurdo Este filósofo defende que a existência é sem sentido, de carácter absurdo, para este autor a condição humana é absurda, isto é, esta condição nada tema ver com o mundo. Há assim, uma ausência de sentido e um ser que tem como

objectivo encontrar a razão pela qual esta no mundo. O problema é o simples facto de o Homem ter a necessidade de responder a todas as perguntas existenciais, caso contrário, tudo estaria bem. Logo esta vertente opõe-se as concepções clássicas que justificavam a existência do mundo e do homem através de uma providência divina. O mundo é para Camus, um mundo sem sentido.

Posição de J.P.Satre- Filosofia da liberdade Este filosofo tem um perspectiva de um existencialismo ateu. Este autor defende que a existência do Homem precede a sua essência, ou seja, para o autor, o homem não é nada e só depois cria a sua essência – “fundo dos ser metafisicamente considerado”, segundo Aristóteles. É também um existencialismo ateu porque Satre Deus não existe, ou seja o homem não pode desculpar as suas acções a esse ser transcendente, que é Deus, sendo considerado o único capaz de conferir sentido, esta é chamada a filosofia da liberdade porque põe em evidencia as noções de existência e de vivencia dos valores.

Abordagem a disciplina de Filosofia A Filosofia é utilizada pelo ser humano e tem em conta algumas características próprias, mas antes de mais, é necessário abordar o simples facto de o Homem ser “prático”, ser aquele que vê a vida preenchida de necessidades materiais e que entende que o ser humano deve ter alimento para o corpo mas no fundo o que precisa mesmo é de ter alimento para a sua mente, e é neste ponto que reside uma das principais características da filosofia sendo ela universal. A filosofia tem como principal objectivo adquirir conhecimento, para que se faça uma reflexão crítica e aprofundada das nossas convicções e crenças que vamos adquirindo ao longo da nossa vida. A filosofia não consegue dar respostas a todas as questões do ser humano, sobretudo aquelas que são espirituais. A questões como o bem o e o mal os filósofos tem sempre determinadas e diferentes respostas, a filosofia tem também como função consciencializar-nos, a nós seres humanos, o quão e importante ter presente estas questões e embora a resposta a elas seja difícil estas devem sempre permanecer. Bertrand Russel, Os problemas da filosofia, Oxford University Press, Oxford, 2001, pp89-94

A filosofia apareceu com Tales de Mileto na Grécia antiga, este filosofo criou assim algumas especificidades da filosofia. Autonomia, historicidade,

radicalidade, universalidade e por ultimo a racionalidade. A reflexão filosófica exige condições propícias para que suga e se desenvolva, entre muitas, uma atitude de diálogo e uma abertura a critica. Alguns filósofos pré-socráticos recorrem a ciências como a Matemática com vista a esclarecer a dúvida e a racionalizar tudo o que é real. Após este período pré socrático a filosofia começa a incidir sobre questões que eram de origem antropológica e Metafísicas com alguns conceitos como a verdade e a opinião. Depois da mudança de pensamento filosófico, e da abertura a áreas como a Ontologia a ética a Lógica e a retórica a filosofia centra-se nas questões relacionadas com o Epicurismo o Estoicismo e o Cepticismo. A Epistemologia ira ser marcante na Era Moderna com a valorização da Matemática. Tudo isto, para que o ser Humano fosse de encontro ao conhecimento verdadeiro de “eu” afirmando assim a grande importância do cogito: “Penso, Logo existo” 

Conclusão Em conclusão, é de acrescentar a grande mediatização da disciplina Ética Aplicada, no caso a Bioética, na sociedade actual. È necessário, que as pessoas atribuam uma maior importância a este tipo de questões, visto que o futuro da humanidade está nestas simples atitudes com complexos pensamentos. A eutanásia é uma grande questão filosófica, na medida em que põe em evidência a legitimidade da vida humana e a importância que lhe é atribuída em alguns casos. Relativamente a esta questão estão presentes princípios como o da autonomia. Mediante esta situação apresenta-se o facto de outros poderem decidir se podem ou não colocar fim a vida de alguém o facto de cada vez mais existir melhores condições de cuidados paliativos e também a evolução das ciências médicas, com o passar dos tempos em que podem encontrar-se as curas para certas doenças. De modo a concluir o tema da “Filosofia e o Sentido”, é de acrescentar que o simples facto de o ser humano procurar um sentido para a sua existência é também utilizar a filosofia como um meio para encontrar as suas próprias verdades as noções que durante toda a sua vida tenta afirmar perante si próprio e por todos os que os rodeiam. Assim, a condição humana, segundo o ponto de vista da filosofia da liberdade, é a experiencia da angústia, ponto em que todos os existencialistas estão de acordo. A angustia é uma experiencia com grande carga emocional onde se misturam a admiração o espanto o terror e exaltação. Se a angústia for considerada como sendo o desespero podemos afirmar que o Homem só sai do desespero quando se

orienta por si próprio. O texto seguinte é um exemplo que demonstra a procura do sentido da existência humana: “Se os construtores de uma grande e florescente civilização antiga pudessem de algum modo ver agora os arqueólogos desenterrar os insignificantes vestígios do que outrora realizaram com grande esforço — ver os fragmentos de potes e vasos, umas quantas estátuas partidas, e outros sinais de uma outra época e grandeza — , poderiam na verdade perguntar a si próprios qual o propósito de tudo isso, se era naquilo que tudo se tinha transformado. No entanto, as coisas não lhes pareceram assim na altura, porque era precisamente o acto de construir, e não o que acabou por ser construído, que dava sentido à sua vida.”  Richard Taylor, “The Meaning of Life” in Klemke, E. D., The Meaning of Life, p. 174

Bibliografia . Richard Taylor, “The Meaning of Life” in Klemke, E. D., The Meaning of Life, p. 17 . Bertrand Russel, Os problemas da filosofia, Oxford University Press, Oxford, 2001, pp89-94 . Hottois, G 2001. Bioéthique. G. Hottois & J-N. Missa. Nouvelle encyclopédie de bioéthique. Bruxelles: De Boeck, p. 124-126 . Van Rensselaer Potter, Bioethics. Bridge to the future. 1971 . Reich WT. Encyclopedia of Bioethics. 2nd ed. New York; MacMillan, 1995: XXI

Fontes informáticas . http://ocanto.esenviseu.net/lexb.htm . http://www.ghente.org/bioetica/

Investigação Cientifica e os Interesses Económico-Polític O conhecimento científico Uma característica do conhecimento pessoal é a dúvida metodológica, pois é mais saudável compreender as coisas que aprendê-las. Mas, claro, temos que colocar certos limites ao conhecimento pessoal, há coisas que não compreendemos mas que aceitamos porque são geralmente aceites, neste sentido o nosso conhecimento científico pessoal é mais reduzido que o geral. O que quero expressar é a distinção entre as crenças gerais, ainda que sejam de carácter científico, e o que alguém pensa, crê ou aceita como válido firmemente, tão firmemente que anula a possível contradição com o conhecimento científico geralmente aceite. Ao longo da minha vida de estudante, em muito poucas ocasiões me surgiram dúvidas razoáveis sobre a veracidade ou correcção do que estava a estudar quando a matéria fazia parte do conhecimento científico geralmente aceite. A primeira que recordo foi a teoria da evolução por mutações aleatórias de Darwin e a dos genes dominantes e recessivos a que se referem as Leis de Mendel. Por sorte, pude desenvolver de forma estruturada um conjunto de ideias alternativas em linha com o meu conhecimento pessoal as minhas reflexões sobre a vida e expô-las no livro da Teoria Geral da Evolução Condicionada da Vida. A segunda vez que duvidei do conhecimento científico geralmente aceite, que pelas suas características está muito relacionada com a anterior, refere-se ao suposto carácter não hereditário da inteligência defendido pela doutrina oficial da psicologia e da sociologia económica. Eu, pelo contrário, sempre pensei que existe uma grande influência da herança genética na inteligência pela minha educação, experiência e natureza. Também neste segundo caso pude escrever uma quatrilogia sobre os meus conhecimentos do pensamento intitulada Teoria Cognitiva Global no qual se inclui em anexo um trabalho estatístico que, a meu ver, demonstra de forma científica o carácter fundamentalmente hereditário da inteligência relacional ou inteligência no sentido amplo e da própria existência de uma evolução teleológica ou finalista. A relatividade do tempo de Albert Einstein foi a terceira coisa que não tinha clara quando a estudei e muito menos clara quando, posteriormente, tentei compreender as explicações elementares de outros livros de física moderna. O

problema não é que não tenha claro, mas sim que tenho claro que me parece que não sabem do que estão a falar. Perdão pela expressão! No final, além de compreender perfeitamente o conceito de relatividades do tempo da física moderna, não gosto e parece-me vontade de complicar o desconhecido. Digo problema, porque a mim ocorreram-me outras ideias que acho que pode ser interessante expressá-las e, logicamente, socialmente tem os seus riscos de integridade psíquica porque a física é uma área do conhecimento com características muito especiais, ainda que haja que ter presente que também a biologia, a genética e as neurociências avançaram muito na sua técnica ultimamente. Não obstante, devo reconhecer que os meus problemas com a relatividade quando não a compreendia eram muito mais comuns do que seria de esperar de uma teoria supostamente baseada no conhecimento científico. Já que falei das dúvidas que me surgiram na busca do conhecimento pessoal na minha juventude, não quero acabar sem mencionar uma mais, visto que creio que foram quatro as dúvidas de maior transcendência por estar ligadas a conceitos essenciais da nossa vida como o amor, o tempo, a evolução, a inteligência e a herança. A última grande dúvida metodológica refere-se à famosa expressão do Século de ouro da literatura castelhana, para mim nunca teve sentido pensar que a literatura castelhana posterior fosse inferior. Eu diria que o famoso século de ouro corresponde a uma etapa adolescente e de rápido crescimento, mas não de máximo esplendor. Dito de outra forma, espero não ficar com vontade de escrever um livro sobre o crescimento e características principais das línguas como sistemas de impulso vital. “O campo científico, enquanto sistema de relações objectivas entre posições adquiridas (em lutas anteriores), é o lugar, o espaço de jogo de uma luta concorrencial. O que está em jogo especificamente nessa luta é o monopólio da autoridade científica definida, de maneira inseparável, como capacidade técnica e poder social; ou, se quisermos, o monopólio da competência científica, compreendido enquanto capacidade de falar e agir legitimamente ( isto é, de maneira autorizada e com autoridade), que é socialmente outorgada a u m agente determinado.” (BORDIEU,1982, 122-123)

Interesses económico-políticos

Da ferramenta á automação Há séculos que a ciência goza de estatuto privilegiado relativamente aos demais aspectos da cultura. A admiração pelo conhecimento científico foi aumentando à medida que, com o seu contributo, surgiu toda uma gama de produtos facilitadores da vida do homem. A aplicação prática da ciência fez-lhe granjear crescente prestígio e impô-la à consideração do grande público. Segundo Arnold Gehlen, o fascínio pela ciência e tecnologia deve-se ao facto de elas virem de encontro a determinadas tendências básicas do homem, nomeadamente a tendência para diminuir o esforço. Assim, compreende-se que, ao longo do tempo, o homem fosse produzindo meios técnicos que se prestassem a tal objectivo. A história dessa produção é assinalada por três etapas cruciais que, em traços largos, resumem a evolução da técnica: 1. Etapa da ferramenta As ferramentas são valiosos auxiliares nas tarefas humanas, mas elas implicam ainda esforço intelectual para conceber e orientar o trabalho e força física para o realizar. 2. Etapa da máquina e da energia A força física é posta de lado, pois a máquina trabalha por si, mas o homem continua a despender energias mentais para planear e dirigir as operações. 3. Etapa da automação Nesta fase, correspondente à época actual, os meios técnicos substituem o homem no que respeita não só ao trabalho físico mas também ao esforço intelectual. Esta última fase é a mais avançada e só foi possível depois de o homem transpor para a máquina determinados princípios organizativos existentes no seu próprio organismo. A partir daí, o caminho está aberto para inúmeras realizações cujo alcance nunca fora tão longo e cujas consequências nunca assumiram tamanha margem de imprevisibilidade. Pela ciência, hoje em dia inseparável da técnica, o homem apercebe-se da ampliação do seu poder, podendo adoptar inéditos estilos de vida simplificadores das suas actividades. Estamos no dealbar de um mundo novo. Será admirável o nosso mundo novo? A quem serve esta civilização que se diz moderna e funcional e, ao aparato das técnicas, sacrifica o espírito? ... O

espírito, considerado realidade menor, o espírito tolerado quando não reprimido ... Qual o lugar do homem numa sociedade dominada pela máquina? Qual o caminho para o indivíduo que reivindique a liberdade interior e o direito à sua ... individualidade, à sua singularidade? Para o indivíduo que queira caminhar pelos próprios pés? (. . .) O universo que o grande romancista inglês anima pertence, de certo modo, aos nossos dias. Quase já não pode considerar-se uma ameaça: tomou corpo. (. . .) Mundo novo? Mundo intolerável? Mundo inabitável? Mundo de onde se deve fugir de qualquer maneira? Ou mundo a reconstruir pedra por pedra? Com uma pureza reconquistada? Aldous Huxley deixa-lhe este montinho de problemas que o leitor poderá, se quiser e souber... resolver

Do Saber ao Poder Grande número de pessoas considera, talvez de modo simplista, a evolução científica como a única responsável pela instabilidade vivida e pelos problemas que actualmente se colocam. Mas talvez não seja bem assim. Neste capítulo teremos oportunidade de reflectir um pouco sobre isso, clarificando conceitos que nos ajudarão a concluir que talvez o homem esteja a ser vítima de si mesmo e não propriamente da ciência. Porquê culpabilizar a ciência? Que representação fazemos do saber científico e do cientista? A ciência não é vista por um prisma meramente optimista. A imagem que dela fazemos é algo de dilemático, contrabalançando os aspectos que nos fascinam com outros que, de certo modo, nos atemorizam. Esta imagem vem-nos do passado, tendo sido gradualmente construída com pressupostos característicos da mentalidade de dadas épocas históricas.

A ciência como saber revelador da novidade e do progresso O conceito de ciência como manifestação reveladora do que é novo e como potenciadora de progresso é uma herança do Renascimento. Do século XV ao XVII, o conhecimento científico passa por um surto de expansão que possibilita novos conceitos nas áreas da geografia, biologia, astronomia, sociologia e epistemologia, cujos efeitos se traduzem na descoberta de mundos até então

ignorados. Contudo, a euforia do conhecimento não é imune a um certo sentimento de insegurança e de receio, em virtude de se destronarem importantes referenciais com que as pessoas estavam habituadas a contar.

A ciência como instrumento de domínio da natureza Na Modernidade, a aplicação de modelos mecânicos à experimentação a partir de Galileu e a sistematização do método experimental efectuada por Francis Bacon impulsionam fortemente a ciência. Esta, por sua vez, apresenta-se como ingrediente essencial do desenvolvimento técnico que atingirá o seu ponto culminante na revolução industrial, com todas as consequências daí decorrentes. Com a máquina, o homem começa a ver concretizado o seu velho sonho de dominar a natureza e de a controlar de modo eficiente.

A ciência como saber "superior" O iluminismo do século XVIII e o Positivismo do XIX enaltecem a razão e o saber científico, transformando a ciência numa quase religião, separada do conhecimento vulgar pelos conceitos que domina e pela linguagem que utiliza. A especialização que a ciência exige, a complexidade das suas teorias e a linguagem de que se serve, que poucos podem entender, geram uma imagem de ciência como algo de inacessível ao comum das pessoas, e uma visão do cientista como um ser superior, diferente, afastado dos outros homens.

A ciência como agente transformador de nossas vidas Na primeira metade do século XX, as grandes Guerras Mundiais evidenciam, na prática, os aspectos bipolares e contraditórios da ciência que, de há longa data, nela se adivinhavam. A aviação, por exemplo, concretização da liberdade humana, permitindo ao homem realizar o sonho há muito tempo acalentado de voar, apresenta o seu lado negativo ao possibilitar o lançamento de bombas mortíferas endereçadas à população civil. Fritz Haber, prémio Nobel em 1918, demonstra que a mesma ciência química se presta ao fabrico de fertilizantes úteis na agricultura e ao fabrico de armas de enorme potencial destrutivo. De geração em geração, as concepções foram-se transmitindo, adicionando, modificando, chegando a nós uma representação que, embora enalteça o conhecimento científico como imprescindível ao desenvolvimento do homem e progresso das comunidades, não deixa de, pelo poder que confere, trazer consigo o gérmen de certas inquietações.

Globalização e interesses económico políticos A internet e outros recursos tecnológicos possibilitados pela informática estão a provocar uma revolução tão radical como a que foi operada pela máquina na revolução industrial. Com as novas tecnologias da comunicação, o mundo tornou-se mais pequeno, abarcável, ao alcance de todos. Estamos todos em cima dos acontecimentos, pois é-nos possível estar todos, em todo o lado, ao mesmo tempo. A esta viragem civilizacional anda indissoluvelmente ligado o fenómeno da globalização. Muito se tem discutido acerca da globalização, especialmente nas esferas políticas, sociais e económicas. Os meios de comunicação social a ela têm dedicado editoriais, comentários e artigos de opinião eviden ciadores das suas vantagens e inconvenientes. A globalização constitui-se, pois, como um problema na medida em que não acarreta apenas benefícios para a humanidade, mas é também portadora de aspectos negativos. Entre eles, a possível perda das nossas raízes culturais e da nossa identidade nacional. O sentimento nacional constituiu, desde sempre, um valor incentivado e todos os cidadãos se orgulham da pátria a que pertencem. Muitas vezes se mostra satisfação por fazer parte de determinada comunidade cultural unida por laços de tradição, pela língua, pelos usos, pelos modos de vida e, até, por projectos a realizar em comum e por valores a defender perante entraves ou ameaças externas. Mas as nações não podem viver isoladas e voltadas apenas para si próprias. Elas são obrigadas a estabelecer acordos políticos, compromissos económicos, intercâmbios culturais que consideram vantajosos para a qualidade de vida dos cidadãos. Muitas pessoas vêem nestes acordos uma possibilidade de ingerência em assuntos internos que consideram pôr em risco a vida dos povos como entidades autónomas, dotadas de liberdade e de capacidade de autodeterminação. O sentimento nacional terá, portanto, que ser repensado, na medida em que nos defrontamos com tendências que parecem entrar em coli são com ele, enfraquecendo-o ou, mesmo, aniquilando-o. Perante esta situação, algumas questões se colocam: Sim ou não à globalização? Entre ser cidadão do mundo e pertencer à aldeia global ou estar exilado numa ilha, ancorado na sua própria cultura, qual será a alternativa mais

conveniente? O que será preferível? Consciência nacional e consciência planetária serão valores inconciliáveis?

A Guerra e os interesses ecónomico-políticos INTRODUÇÃO Desde que os homens passaram a se organizar em grupos, as guerras foram utilizadas para adventos económicos. Até o desenvolvimento do capitalismo moderno, o símbolo de riqueza era o domínio territorial, e uma das formas de aquisição deste era a conquista armada, como Maquiavel descreveu em “O Príncipe” no Capítulo VI (Dos principados novos que se conquistaram com as armas próprias e virtuosamente) e no Capítulo VII (Dos principados novos que se conquistam com as armas e fortuna dos outros). E como a história nos conta através dos exemplos do Império Romano, de Alexandre (o Grande), etc. Nos dias de hoje, com a evolução do capitalismo e do direito internacional, as guerras são execráveis (após várias experiências), não obstante elas continuam e têm um impacto positivo sobre a economia, aliado a isto existe o interesse político fazendo com que as guerras continuem a existir.

GUERRAS MUNDIAIS E SEUS BENEFÍCIOS A primeira e a segunda grande guerra mundial tiveram como razão principal a expansão (desejos imperialistas), que nada mais é do que um desejo económico de apliar seus domínios. As guerras ao destruírem cidades (as vezes países inteiros) criam espaço para que haja crescimento económico através da reconstrução, reactivando, assim, toda a economia da região. Nas guerras há muitos mortos, isto faz com que o número de desempregados diminua. Reduzindo, consequentemente, os problemas e pressões sociais. Geralmente os soldados mortos fazem parte da mão-de-obra menos qualificada, portanto praticamente não tem impacto negativo na economia, salvo quando a mortalidade é tão alta que a população adulta não é o suficiente para reactivar a economia. Como podemos ver no gráfico abaixo, que representa a percentagem de desempregados nos EUA.

Sempre que há guerra o número de desempregados diminui, seja por morte nos combates, ou pela reactivação da economia. Durante os conflitos armados há um grande avanço nas técnicas e ciências, por exemplo: o computador teve propulsão durante a 2ª guerra mundial; a aeronáutica que teve maior impulso com a possibilidade de ser usada nas guerras, durante a guerra fria as ciências tiveram grande evolução, principalmente na corrida espacial. Um dos principais benefícios da guerra são os gastos do governo com material bélico, criando um extraordinário aumento da demanda agregada.

GASTOS DO GOVERNO COM MATERIAL BÉLICO O governo de um país envolvido em uma guerra necessita comprar armas e equipamentos de guerra, portanto aumenta seus gastos, e estes gastos têm um grande impacto sobre a renda, pois segundo o modelo mais simples, que é uma economia fechada com governo, a demanda agregada é dada por C+I+G. Ou seja, a renda de equilíbrio depende directamente dos gastos do governo que, devido ao efeito multiplicador, altera o nível de renda de equilíbrio mais que proporcionalmente. O multiplicador dos gastos do governo nos demonstra que um aumento destes faz com que a renda aumente ?G/(1-PMgC), sendo a PMgC (propensão marginal a consumir) entre zero e um. Fazendo com que a renda nacional aumente.

AS CRISES TÊM AS MESMAS FUNÇÕES DA GUERRA

A economia capitalista se nos mostra desenvolvida através de ciclos económicos de desenvolvimento e crise, sendo este caracterizado pela destruição do capital e aquele pela ocupação dos espaços económicos. A produção e a circulação (mercado) formam uma unidade de contrários da reprodução capitalista, pois existem ao mesmo momento e se excluem (ou um bem está em um lado ou no outro), porém, com o crédito e a evolução do sistema capitalista estas unidades estão cada vez mais separadas e a crise é uma forma violenta de restauração de sua unidade. Esta ocorre quando uma mercadoria chega na esfera da circulação e não materializa seu valor no dinheiro.  “Essa destruição não será uma simples destruição de mercadorias, será destruição de capital sob a forma mercadoria o que provocará a interrupção do movimento de circulação do capital, atingindo consequentemente a área da produção. A desorganização do movimento cíclico de um capital individual poderá propagar-se em cadeia bloqueando a circulação de outros capitais. Estaremos assim diante de uma crise” (Ribeiro, 2001, p. 48) As mercadorias são unidades de contrário entre valor X valor de uso, ou seja, o valor e valor de uso devem existir simultaneamente e se excluírem. Para o vendedor é valor (mas não é valor de uso, senão ele as usava e não vendia), e para o comprador é valor de uso (porém não é valor, se o fosse ele revendia e não usava). Porém, o valor idealizado pelo vendedor tem que ser materializado pelo dinheiro, isto é o que se chama salto mortal da mercadoria. Pois quando chega no mercado o valor incrustado na mercadoria tem dois caminhos: se materializa no dinheiro; ou será destruído. “A crise aparece como impossibilidade da venda das mercadorias prod uzidas, com a acumulação dos estoques, cancelamento das encomendas, aumento da capacidade ociosa, redução dos negócios, falência das empresas, queda do consumo, desemprego, etc. Tudo se apresenta como excesso da oferta sobre a  procura.” (Ribeiro, 2001, p.87-88)

EXEMPLOS Um dos exemplos de crescimento econômico decorrente da guerra foram os “trinta anos de ouro da economia” (1945-1973), pois graças a destruição ocorrida na segunda guerra mundial a economia pode crescer quase incessantemente, só em nível de comparação, veja as taxas de crescimento média durante este período e após:

Percebe-se que o primeiro período teve taxa muito maiores. Outro exemplo ocorre actualmente, com a economia Norte Americana que estava em crise antes dos atentados terroristas. No dia 18/07/2001, na Gazeta Mercantil uma reportagem disse que: “desaceleração da economia leva a utilização da capacidade instalada a níveis baixo observados pela última vez em Agosto de 1983”. Porém após os atentados do dia 11/09/2001, o governo passou a “ter motivo”  para intervir na economia, e o The Wall Street Journal, no dia 17/10/2002 disse que: “ A Casa Branca está aumentando a pressão sobre os congressistas, para o Congresso aprovar aumentos sobre os gastos do governo e planos de redução da tributação em resposta ao ataque terrorista” 

E como pode-se ver, na mesma reportagem, havia na proposta um aumento do deficit de mais de US$ 50 bi. Além disso o Presidente Bush pediu ao Congresso para aumentar (dobrar) os gastos com segurança Como resultado tivemos estampado na Folha de São Paulo do dia 29/03/2002

Percebe-se neste gráfico que no último trimestre (Outubro, Novembro e Dezembro) houve um grande aumento do PIB (variação de cerca de 3%). O único incidente ocorrido neste período foi o “contra -ataque” dos EUA.

CONCLUSÃO Com base nesta pequena análise, fica claro que uma guerra pode ser muito boa para uma economia, principalmente para os países ricos que podem financiar seus gastos. Na verdade o que há é uma intervenção do Estado na economia (como Keynes defendia), porém sem abalar o tese liberal do Estado não intervencionista. No caso da guerra dos EUA contra o “terrorismo” por não haver um inimigo visível os gastos e impactos na economia são menores, foi o suficiente para tirar, por um trimestre, a economia da recessão, porém não terá fôlego. As guerras, portanto, são boas para o sistema, faz com que haja uma reunificação das unidades do modo de produção capitalista, tendo o efeito saneador de uma crise. Porém, não põe em xeque a confiança.

Outros exemplos O desenvolvimento da ciência traz interesses económicos e políticos: Os cientistas investigam em todas as áreas, e com as suas descobertas é possível desenvolver novos equipamentos, técnicas e conceitos, e estes facilitam, de um modo geral a população, dispêndio de tempo e custos das tarefas. Em exemplo disso é o Tractor (que foi inventado a partir da invenção do motor a diesel, pelo engenheiro francês de origem alemã Rudolph Christian Carl Diesel (1858-1913), no final do século XIX) este aparelho além de poupar muito tempo e mão-de-obra aos operários ainda faz com que haja maior produção e facilidade nas tarefas realizadas. Mas destes exemplos podem constar os mais simples como o exemplo anterior até aos mais complexos como a ida á lua. No séc. XX, os EUA e a URSS, duas potências mundiais disputaram entre si a corrida á lua. O país que atingiu esse feito (EUA), além de conseguir notoriedade e respeito, isto em termos políticos, também conseguiu benefícios monetários

devido à venda dos seus protótipos e também das suas pesquisas, o que mostra claramente o beneficio do desenvolvimento na investigação cientifica. Pelo contrário a URSS, perdeu notoriedade em termos económicos e políticos pois os compradores começaram a confiar mais nos produtos americanos, o que provocou uma queda em flecha da economia Russa e esta acaba, no fim da guerra fria totalmente “desmembrada”  Admitimos assim que o desenvolvimento da investigação cientifica traz bastantes beneficios tanto a nivel económico como politico. Um exemplo desta situação é a diferença entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento; nesta situação nota-se a discrepancia entre estes, muito devido à aposta do desenvolvimento da investigação científica.

Fontes . http://www.cchla.ufpb.br/revistaprisma/n0/bradson2.htm . http://www.molwick.com/pt/metodos-cientificos/543-metodosinvestigacao.html . http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia . Filosofia 11º ano, Um outro olhar sobre o Mundo

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