PR Socorros

April 9, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
Share Embed Donate


Short Description

Download PR Socorros...

Description

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS PROFESSORES

Dra. Sabrina Weiss Sties Me. Xana Raquel Ortolan

Acesse o seu livro também disponível na versão digital. Quando identificar o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas:

Google Play

App Store

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; STIES,, Sabrina Weiss; ORTOLAN, Xana Raquel. STIES Técnicas e procedimentos de primeiros socorros.  Sabrina Weiss Sties;

Xana Raquel Ortolan. Maringá - PR.:Unicesumar, 2019. Reimpressão 2021. 180 p. “Graduação em Educação Física - EaD”. 1. Técnicas. 2. Procedimentos. Procedimentos. 3. Primeiros Primeiros socorros. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-1780-9 Impresso por:

CDD - 22ª Ed. 610 CIP - NBR 12899 - AACR/2

Ficha Catalográca Elaborada pelo Bibliotecário  João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor   Wilson Reitor

de Matos Silva, Vice-Reitor  Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD  William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva  Executiva  Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação e Pós-graduação   Kátia Coelho, Diretoria de Permanência  Pós-graduação Permanência  Leonardo Spaine, Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Produção de Conteúdos Celso Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho, Head de Curadoria e  e  Inovação Inovação Jorge  Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires, Gerência de Produção de Conteúdo  Conteúdo  Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais  Especiais  Daniel Fuverki Hey, Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Acadêmicos  Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Giovana Curadoria Giovana Costa Alfredo, Supervisão do Núcleo de Produção  Produção de Materiais Nádila Materiais Nádila Toledo, Supervisão Operacional de Ensino Luiz Ensino Luiz Arthur Sanglard.

 Projeto Gráfco José Jho nny Jhonny Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael  Lopes Editoração Victor Augusto Thomazini,    Designer Educacional Lilian ,Vespa,  Vespa,   Revisão Textual ÉricaCoelho, Fernanda Ortega,  Thomazini, Ilustração Bruno Pardinho, Marta Sayuri Kakitani, Marcelo Yukio Goto, Goto,  Fotos Shutterstock.

2

 

Wilson Matos da Silva Reitor da Unicesumar

Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamonos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais

IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma

de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com

sociedade justa e solidária. Vamos juntos! ju ntos!

 

boas-vindas -vindas boas

Willian V. K. de Matos Silva Pró-Reitor da Unicesumar EaD

Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. C onhecimento. Essa é a característica caracterís tica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alunos, proessores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos alando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De ato, as tecnologias de inormação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade  via internet, do acesso wireless em dierentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informação e a produção do conhecimento, conhecimento, que não

A apropriação dessa nova forma de conhecer transormou-se hoje em um dos principais atores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada  vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância Distânci a (EAD), significa possibilitar poss ibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. oportunidades. Como já disse

reconhece mais uso horário e atravessa oceanos em segundos.

Sócrates , “a vida sem desafios não vale Sócrates, v ale a pena ser vivida” v ivida”.. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.

 

boas-vindas -vindas boas

 Janess Fidé  Jane Fidélis lis Tom Tomeli elin n Pró-Reitor de Ensino de EAD

Débora do Nascimento Leite Diretoria de Design Educacional

Kátia Solange Coelho Diretoria de Graduação e Pós-graduação

Leonardo Spaine Diretoria de Permanência

Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transormamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) o(a ) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional,

de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. trabal ho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. profissional. Portanto, Portant o, nossa distância nesse processo process o de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos óruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de proessores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe

desenvolvendo competências e habilidades, e aplicandoo conceitos teóricos em situação de realidade, aplicand

trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica.

 

autores Dra. Sabrina Weiss Sties Doutorado (2016) e Mestrado (2013) em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Universidad e Estadual de Santa Catarina. Especialização em Fisioterapi Fisioterapia a Cardiorrespiratória pela Universidade Tuiuti do Paraná (2008), Licenciatura em Ciências Biológicas pela Faculdade Avantis (2017). Possui Graduação em Fisioterapia

pela Universidade do Vale do Itajaí (2007). Membro da Brigada de incêndio, da

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – e do Comitê de Biossegurança da Faculdade Avantis. Participa de treinamentos e eventos cientícos relacionados à atuação em situações de urgência e emergência. Profere palestras

para Capacitação em urgências e emergências, com ênfase em ressuscitação cardiopulmonar. Participa de ações de extensão e do grupo de pesquisa do

Núcleo de Cardiologia e Medicina do Exercício, Florianópolis. Atua na área de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica (RCPM). Docente do Curso de

Educação Física Bacharelado e Licenciatura, do Curso de Fisioterapia, do Curso de Odontologia e do curso de Pós-graduação-Especialização em Fisiologia do exercício e Coordenadora do Curso de Fisioterapia da Faculdade Avantis. Atua há cinco anos como docente das disciplinas de urgência e emergência para

diversos cursos da área da saúde. Currículo Lattes da professora disponível em:

 

autores Me. Xana Raquel Ortolan Mestrado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade do Vale do Itajaí (2013).

Licenciatura em Ciências Biológicas pela Faculdade Avantis (2017). Possui Graduação em Enfermagem pela Universidade do Vale do Itajaí (2010), atuou como

enfermeira assistencial na atenção terciária, participando de equipes multidisciplinares da área da saúde. Além disso, participa de pesquisas nas áreas de

Biologia e Comportamento e Histologia. Atualmente, preside o Comitê de Ética e o Comitê de Biossegurança da Faculdade Avantis, além de ser membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. Docente dos cursos de graduação de Fisioterapia, Enfermagem e Odontologia da Faculdade Avantis

e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Avantis. Atualmente leciona disciplinas relacionadas à Biossegurança, Ergonomia, Saúde do Trabalhador e aos Primeiros Socorros. Currículo Lattes da professora disponível em:

 

apresentação do material

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS

SOCORROS Sabrina Weiss Sties; Xana Raquel Ortolan

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) bem-vindo(a)!! Este material que o(a) acompanhará na disciplina “Técnicas e Procedimentos

de Primeiros Socorros” foi elaborado com muito cuidado para que possa servir de base para os seus conhecimentos na área. Ao longo dos anos, avanços relevantes na área dos primeiros socorros levaram ao reconhecimento da importância do atendimento imediato às vítimas que

apresentam condições de agravo à saúde, que podem causar risco de morte. Diante deste cenário, diversos protocolos foram desenvolvidos como referência

para a condução destes procedimentos iniciais, os quais são apresentados ao longo desta obra. Desta maneira, este livro tem como principal escopo informar e orientar

você, acadêmico(a) do curso de Educação Física, sobre as condutas que devem ser seguidas diante de situações de urgência e emergência. Para tanto, serão apresentadas, durante as unidades deste material, situações que podem ocorrer

no seu dia a dia e durante a sua atuação prossional, assim como as condutas para o atendimento de primeiros socorros. Você conhecerá um grupo de situações clínicas importantes, abrangendo os tipos mais frequentes na prática do Prossional de Educação Física, no ambiente

escolar, academias, centros de treinamento, entre outros.

 

apresentação do material

A primeira unidade aborda temas t emas que servem de base para o desenvolvimen-

to da disciplina, como a relevância da sua relação com o(a) aluno(a) ou atleta. Destacamos os aspectos legais relacionados aos atendimentos de primeiros

socorros. Faremos uma reexão sobre o preparo do Prossional de Educação Física frente aos quadros de urgência e/ou emergência e sobre as formas de prevenir essas situações. No último tópico, trataremos dos procedimentos gerais

para a avaliação da vítima. Após você obter os conhecimentos sobre estes aspectos gerais do atendimento, na Unidade II, estudaremos os eventos cardiovasculares e respiratórios

que podem levar à síncope (desmaio), ao aumento ou à diminuição da pressão arterial e situações que podem causar uma parada cardíaca e/ou respiratória. respiratória. Em seguida, na Unidade III, serão abordados os eventos metabólicos, como as alterações nos níveis de glicemia e situações que podem acometer o sistema neurológico, como convulsões, acidente vascular encefálico, traumatismo cranioencefálico e raquimedula raquimedular. r. Na Unidade IV, vericaremos as características dos acidentes por envenenaenvenena mento e intoxicação e enfatizar as lesões l esões que causam hemorragia e queimaduras. E, para nalizar, na Unidade V você conhecerá as lesões musculoesqueléticas,

que são peculiares à prática esportiva, as quais serão divididas em lesões do tórax, do abdômen, da coluna, dos membros superiores e inferiores. Um forte abraço e bons estudos!

 

su má rio

UNIDADE I

UNIDADE II

ASPECTOS GERAIS DO ATENDIMENTO À URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES E RESPIRATÓRIAS

16 Relação Prossional de Educação Física–Aluno 18 Incidência de Situações de Urgência e Emergência na Prática Esportiva 20 Aspectos Legais e Órgãos Competentes 22 Urgência e Emergência 24 Introdução aos Primeiros Socorros

50 Lipotimia e Síncope 52 Hipertensão Arterial Sistêmica, Crise Hipertensiva e Hipotensão 54 Aterosclerose, Doença Arterial Coronariana (DAC) e Angina 55 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)

26   Preparo 26 doQuadros Prossional de Educação Física Frente aos de Urgência e/ou Emergências Médicas 28 Prevenção das Emergências Médicas 30 Avaliação da Vítima 42 Referências 45 Gabarito

56 62 65 66 68 78 81

Parada Cardiorrespiratória Cardiorrespirat ória (OVA) (PCR) Obstrução das Vias Aéreas Síndrome de Hiperventilação Crise Asmática Afogamentos Referências Gabarito

 

su má rio

UNIDADE III

UNIDADE V

URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS METABÓLICAS E NEUROLÓGICAS

LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM ATIVIDADES FÍSICAS

86 Hiperglicemia e Hipoglicemia 90 Convulsão e Epilepsia 94 Ataque Isquêmico Transitório (AIT) 96 Acidente Vascular Encefálico (AVE) 100 Traumatismo Cranioencefáli Cranioencefálico co (TCE) 1022  Traumatismo  Raquimedular (TRM) 10 110 Referências 113 Gabarito

148 Lesões Musculoesqueléticas em Atividades Físicas 152 Lesões na Coluna 154 Lesões no Tórax e Abdômen 156 Lesões Musculoesqueléticas em Membros Superiores 160 Inferiores Lesões Musculoesqueléticas em Membros 175 Referências 179 Gabarito

UNIDADE IV

ACIDENTES E LESÕES EM GERAL

118 122 126 128

Hemorragia Interna e Externa Queimaduras Choque Elétrico Insolação

130 134 141 143

Intoxicação e Envenenamento Lesões nos Olhos, Orelhas e Dentes Referências Gabarito

180

CONCLUSÃO GERAL

 

ASPECTOS GERAIS DO ATENDIMENTO À URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Professora Dra. Sabrina Weiss Sties Professora Me. Xana Raquel Ortolan

Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Relação prossional de Educação Física-Aluno • Incidência de situações de urgência urgência e emergência na prática esportiva esportiva • Aspectos legais e órgãos competentes competentes • Urgência e emergência • Introdução aos primeiros socorros • Preparo do prossional de Educação Física frente aos quadros de urgência e/ou emergências médicas • Prevenção das emergências médicas médicas • Avaliação da da vítima

Objetivos de Aprendizagem • Compreender a importância do bom relacionamento entre o prossional de Educação Física e o aluno. • Conhecer as situações de urgência e emergência mais prevalentes durante durante a atividade física. • Analisar os aspectos legais em relação relação ao atendimento de primeiros primeiros socorros. • Entender a diferença diferença entre as situações de urgência e emergência. emergência. • Compreender o signicado de primeiros socorros. • Reetir sobre o preparo do prossional de Educação Física frente aos quadros de urgências e emergências mais frequentes. • Conhecer as condutas voltadas voltadas à prevenção de urgências e emergências. emergências. • Aprender sobre os procedimentos relacionados relacionados à avaliação da vítima e as técnicas corretas para avaliação dos sinais vitais.

 

unidade  u nidade

I

 

INTRODUÇÃO

Q

ualquer indivíduo está sujeito a sorer acidentes ou lesões, e podem ocorrer independentemente do ambiente em que se encontra, seja na escola, universidade, na rua seja até mesmo em casa. A alta de conhecimento em relação aos procedimentos de primeiros socorros pode provocar sequelas irreversíveis nas vítimas de situações de urgência ou emergência. Em casos mais graves, o óbito pode ocorrer, especialmente, quando há demora entre a ocorrência do evento e a chegada do serviço especializado. Não é novidade que, em locais onde há prática de atividade ísica, a incidência de acidentes acid entes e lesões pode pod e aumentar, aumentar, consideravelmente. Neste sentido, o(a) profissional de Educação Física tem um papel undamental na promoção da saúde dos seus alunos e atletas e na prevenção de urgências e emergências que possam ocorrer no ambiente de trabalho. Baseando-se nessa premissa, é que se torna importante o conhecimento sobre primeiros socorros. Considerando a responsabilidade dessa profissão, a maioria dos cursos de graduação em Educação Física, nas modalidades de licenciatura e bacharelado, tem implementado em sua grade curricular disciplinas que abordam os primeiros socorros. Portanto, a alta de conhecimento em relação a este tema não pode ser uma justificativa para a omissão do socorro ou para a adoção de técnicas inadequadas diante de situações de urgência ou emergência. Enquanto profissionais, profissionais, temos responsabilidade sobre nossas intervenções e não podemos admitir que nossas atitudes sejam equivocadas, devido à utilização de condutas impróprias ou da solicitação desnecessária da assistência especializada em emergência. Por conseguinte, caro(a) aluno(a), esperamos que você aça uma leitura atenta desta unidade e aproveite as sugestões de reflexão e aproundamento apresentadas ao longo deste caderno cade rno e no material complementar. complementar.

E aí, vamos começar?

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

16

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

Manter uma boa relação entre você e o(a) aluno(a) é imprescindível para que possa conhecê-lo(a) e obter inormações sobre seu histórico de saúde e personalidade. Estes aspectos podem contribuir na preven-

empatia e aetividade. Além disso, deve haver coerência entre o seu discurso e os seus atos. Lembre-se de transmitir tranquilidade e segurança, pois são condutas undamentais para garantir

ção de acidentes ou de eventos que coloquem a vida em risco. A qualidade dos relacionamentos está diretamente relacionada à integridade e à capacidade de os indivíduos inspirarem confiança. Em eventos de urgência ou emergência, a vítima, normalmente, encontra-se ragilizada, portanto, quando alar com a vítima, procure resgatar a confiança adquirida ao longo do tempo, demonstre convicção quanto ao conhecimento dos primeiros socorros e explique com clareza que a ajudará. Visto que o processo de interação humana encontra-se presente em todos os ambientes e que o ser humano é um ser sociável e depende de boas relações para a sua sobrevivência, a maneira como se dão essas interações determina o nível de confiança entre os indivíduos. Neste contexto, contexto, durante a prática de atividades ísicas, a figura do profissional de Educação Física é undamental, pois envolve o elo aetivo e permite, por meio das atividades corporais esportivas, culturais e cooperativas, experiências positivas que ensinam a conviver, harmoniosamente, uns com os outros (CASTAGNOLI, 2009). Entretanto o desafio de manter um bom relacionamento entre proessor(a)-aluno(a) é grande, pois dentro de um mesmo ambiente social estão inseridas pessoas dierentes em vários aspectos. As competências que são consideradas relevan-

um atendimento de qualidade em casos de urgência ou emergência e prevenir complicações uturas. Contudo, caro(a) aluno(a), você sabe quais são as lesões mais comuns relacionadas à prática esportiva que poderá presenciar no seu dia a dia? Vamos conhecê-las?

tes para estabelecer essa relação são: comunicação, liderança, equilíbrio emocional, autoconhecimento, 17

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

18

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

As lesões mais típicas relacionadas à prática esporti va podem ser diferenciadas em: traumáticas e clínicas. As fraturas, ferimentos, hemorragias, traumas de crânio, tórax e coluna são consideradas as principais lesões traumáticas . Já as lesões clínicas, destacam-se o mal súbito, o desmaio, a crise cris e convulsiva, o infarto e a parada cardiorrespiratória cardiorrespiratória (CREF4, 2014). No que se refere às crianças, devido às suas s uas características anatômicas, menor coordenação e habilidade motora, maior impulsividade e baixo reconhecimenreconhecimento dos riscos, elas se tornam suscetíveis aos acidentes, frequentemente graves, no ambiente escolar. Estudos desenvolvidos em nível mundial demonstraram que as quedas são os acidentes mais frequentes com crianças e adolescentes em espaço escolar, representando, em 2011, uma taxa de 55% do total de acidentes escolares ocorridos (CRISTO, 2011). Esse tipo de acidente é a principal causa de lesões traumáticas cerebrais, com risco significativo de sequelas crônicas demandando custos consideráveis (WHO, 2008).

musculoesqueléticas variadas, também estão vulneráveis a complicações. De fato, tem-se o entendimenentendimento de que situações de emergência, durante ou após o exercício físico, dependem de fatores, f atores, como idade, gênero, comorbidades e tipo de esporte praticado. Ademais, naqueles indivíduos que já apresentam distúrbios cardiovasculares e quadro clínico instável, o esforço físico acima de determinada intensidade é extremamente perigoso, podendo levar às arritmias  ventriculares, isquemia miocárdica, parada cardior cardior-respiratória e ao óbito (ALBERT et al., 2000). Como proessor(a), em algum momento, você, provavelmente, estará envolvido em situações que requerem a prestação de primeiros socorros. Portanto, lembre-se de que o profissional de Educação Física deve assegurar a seus beneficiários um serviço profissional seguro, competente e atualizado, prestado com o máximo de conhecimento, habilidade e experiência. Isso também se aplica às situações que necessitam de cuidados emergenciais, as quais estão

Os atletas e frequentadores de academia e centros de treinamento, porém, além de apresentarem lesões

previstas em diversas normas e leis que regem os aspectos relacionados aos primeiros socorros. 19

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

A prestação dos primeiros socorros ainda é motivo de dúvidas para o cidadão e os profissionais. profissionais. Qual é a nossa responsabilidade diante de uma vítima que necessita de auxílio durante as situações de urgência e emergência? Você, enquanto profissional de Educação Física, deve conhecer as leis, os códigos de ética e as normas relacionadas às intervenções em primeiros socorros.

tando de cuidados e omitir socorro so corro em situações em que não haja risco pessoal, são condutas que caracterizam crime perante a legislação brasileira. O Código Civil Brasileiro (BRASIL, 2002, on-line) destaca, no Artigo 186, que o indivíduo que, “por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

O ato de oender a integridade corporal ou saúde de outrem, abandonar pessoa que está necessi-

Por sua vez, de acordo com o Código Penal Brasileiro, Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940, qual-

20

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

quer indivíduo, mesmo o leigo, tem o dever de ajudar a pessoa acidentada ou simplesmente chamar ajuda. Do contrário, sofrerá sanções penais (BRASIL, 1940). Neste sentido, sabe-se que todo profissional que

Por outro lado, destaca-se que a vítima não pode ser orçada a receber os primeiros socorros. Em muitos casos, ela tem direito de recusar o atendimento, seja por crença religiosa ou por alta de confiança no

tenha obrigatoriedade de prestar socorro, como o(a) educador(a) ísico(a), está sujeito aos estatutos legais que regem a prestação de socorro. Nos casos omissos, o profissional sorerá processos penais e responderá pela consequência de sua omissão. O Artigo 135, do Código Penal (BRASIL, 1940), fixa que deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à pessoa inválida ou ferida, deixando-o ao desamparo ou em grave e iminente peperigo, ou não pedir o socorro da autoridade pública é

prestador do serviço. Em adultos, o direito existe quando estiverem conscientes, ou caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência do acidente, como um trauma na boca, mas demonstre através de sinais que não aceita o atendimento, fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do prestador de socorro. Nessas situações, você deve certificar-se que o socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima. Por outro lado,

crime. A penalidade pode pagamento de multa ser ou detenção, que varia de umser a seis meses, podendo aumentada em metade caso haja omissão que resulte em lesão corporal grave; e triplicada, se houver morte. Para o Conselho Federal de Educação Física, as responsabilidades com os alunos que praticam alguma atividade ísica seguem alinhadas aos direitos constitucionais, civis, penais e, sobretudo, à ética profissional (CONFEF, 2008). Compete a esse profissional, a avaliação do aluno, além de coordenação, organização, planejamento e supervisão da aula/ treino e, ocupando lugar de destaque, deve, entre todas as atividades, ter um conhecimento prático dos procedimentos que devem ser adotados em situação de urgência e emergência (BRASIL, 2010). Sendo assim, é de suma importância que o(a) profissional esteja preparado para as exigências de qualidade e de ética profissional nas intervenções que realizar. Ele deverá estar treinado para agir em diversas situações de emergência, para compreender, analisar e aplicar o seu conhecimento, em luga-

em crianças, a recusa do atendimento ser feita pelo pai, mãe ou responsável legal. pode Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do socorro especializado, o prestador deverá, se possível, arrolar testemunhas que comprovem o fato (SILVEIRA; MOULIN, 2003).

Nas situações em que a pessoa não possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, o ato de chamar o socorro especializado já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro.

res onde pode haver a intervenção inter venção desse profissional (STEINHILBER, 2002).

Ressalta-se que cada pessoa deve agir conorme seus conhecimento e limites.

REFLITA

A principal causa de morte fora dos hospi-

tais é a falta de atendimento e a segunda é o socorro inadequado. As pessoas morrem porque ninguém faz nada ou porque alguém

não capacitado resolveu fazer algo. (Marta Peres Sobral Rocha)

21

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

22

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

A área de urgência e emergência exige do profissional qualificação para oerecer os cuidados instantâneos e seguros à vítima, independentemente do seu estado. Nesse sentido, saber dierenciar os dois é o

As situações de emergência , porém, compreendem uma ameaça iminente à vida, sorimento intenso ou risco de lesão permanente, havendo necessidade de tratamento médico imediato. Essas

primeiro passo para compreender o planejamento do atendimento à vítima. Devido aos conceitos de urgência e emergência não serem aplicados apenas à área da biomédica, a leitura das definições, por vezes, não expressa com clareza a diferença destes termos. É por isso que, frequentemente, há uma dúvida sobre a determinação de situações que configuram urgência ou emergência. É verdade que os atendimentos urgentes ou emergentes são, requentemente, interligados, mas

condições podem levar a danos irreversíveis e até a óbito (GIGLIO-JACQUEMONT, 2005). Como exemplo temos: o inarto agudo do miocárdio (IAM), parada cardiorrespiratória (PCR) e hemorragias intensas. A partir disso podemos considerar que para cada situação existe uma opção de protocolo diferenciado. Nos casos de menor gravidade, como dores leves, ferimentos superficiais, síncopes etc., a vítima pode ser encaminhada às Unidade Bási-

ainda assim são sinônimos. pode-se dizer quenão a detecção do riscoInicialmente, de morte iminente ou do perigo que ameaça a manutenção das unções  vitais é um dos critérios básicos para distinguir as situações de emergência e urgência. Baseado nestas inormações, agora, você consegue dierenciar situações de Urgência e Emergência? Caro(a) aluno(a), vamos compreender os aspectos que definem e caracterizam cada situação. As situações de urgência exigem assistência imediata, no menor tempo possível, com o objetivo de evitar complicações e sofrimento. São caracterizadas por processo agudo clínico ou cirúrgico, sem risco de morte iminente (GIGLIO-JACQUEMONT, 2005). Alguns exemplos são: lipotimia, síncope e hipoglicemia.

cas de Saúde. outro casos devascular emergência, como Por dores no lado, tórax,em acidente encefálico, traumatismo raquimedular ou parada cardiorrespiratória, a vítima deverá receber assistência em Unidades Móveis de Urgência ou, se possível, deverá ser levada ao pronto socorro. Vale ressaltar que situações de urgência podem tornar-se casos de emergência se não conduzidas de maneira adequada. Portanto, caro(a) aluno(a), saber classificar essas ocorrências tornará possível determinar a aplicação de condutas apropriadas, prevenindo possíveis complicações, além de garantir a celeridade na procura de serviços especializados, o que possibilita a assistência adequada e eficaz.

23

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

24

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

Os primeiros socorros são considerados como “segundos de ouro”. Compreendem os cuidados que devem ser prestados, imediatamente, à vítima cujo estado ísico põe em perigo a sua vida, com o obje-

que sofrem estresse emocional, causado por experiexperimentar ou testemunhar um trauma ou evento. Segundo a Associação Americana do Coração (AHA, 2010), as avaliações e intervenções em pri-

tivo de garantir a manutenção das unções vitais e evitar o agravamento das condições, aplicando medidas e procedimentos até a chegada de assistência qualificada (BRASIL, 2003). A  America  American n Red Cross Scientific Advisory Advisory Council , a Cruz Vermelha americana (2010) caracteriza os Primeiros Socorros como a assistência prestada rapidamente rapidamente a uma pessoa doente ou ferida até chegar o serviço de emergência. São caracterizados pelo atendimento não apenas de lesões físi-

meiros socorros podem ser realizadas por uma pessoa presente, com equipament e quipamentoo mínimo ou nenhum. Vale ressaltar que há redução da morbidade e mortalidade, em até 7,5%, em situações de emergência pré-hospitalar, mesmo quando a primeira ajuda or prestada por leigos com treinamento nesta área (VALÉRIO, 2010). No entanto no que concerne, eetivamente, aos procedimentos de primeiros socorros, destaca-se que, no âmbito dos locais onde a prática de exercício ísico é requente, o alcance de

cas ou doenças, mas também por outros iniciais, incluindo apoio psicossocial paracuidados pessoas

seus objetivosFísica. depende do d o preparo dos profissionais de Educação

Segundo a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho - IFRCRCS (2016) os objetivos dos primeiros socorros são:

Preservar a vida.

Prevenir mais doenças ou lesões.

Aliviar o sofrimento.

Promover a recuperação.

25

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

26

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

Há uma constante preocupação dos especialistas da área da saúde em relação aos acidentes ocorridos durante a prática do exercício ísico, já que a demora na busca de assistência especializada ou o atendimento inadequado podem causar danos maiores e até irreversíveis, intererindo na recuperação do aluno ou na qualidade de vida. Como citado anteriormente, o proessor de Educação Física deve ter conhecimentos quanto às noções básicas de primeiros socorros para agir corretamente or necessário. Entretanto Siqueira et al.sempre (2011)que mostra que os proessores (pelo menos 30% deles) não se sentem preparados para agir em situações de emergência. Outro estudo destaca que a maioria dos profissionais não estão capacitados para atender a um mal súbito ou intervir em situações de parada cardiorrespiratória (CASSOTE et al., 2005). Nesta perspectiva, pode-se observar que você precisa estar preparado(a) para lidar com os primeiros socorros, pois o primeiro atendimento é undamental para salvar vidas. Assim, você, como uturo(a) profissional, conhecendo as técnicas de primeiros socorros, estará mais capacitado(a) e preparado(a) para ministrar suas aulas em qualquer ambiente, obterá uma visão clínica/periérica com base no estado e integridade ísica de seus beneficiários e terá a capacidade de minimizar a probabilidade de acidentes.

27

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

28

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

É de suma importância levar em conta a prevenção de acidentes e lesões lesõ es no ambiente esportivo. Os atores de riscos podem ser extrínsecos ou intrínsecos. Quando são relacionados ao ambiente, ao tipo de modalidade, às vestimentas, à orientação inadequada são considerados extrínsecos. No entanto características, como idade, sexo, condicionamento ísico e presença de doenças são atores intrínsecos, ou seja, do próprio praticante.

Flegel (2015) descreve alguns tópicos que o profissional deve seguir a fim de minimizar riscos de lesões: planejar de orma correta as atividades, ornecendo as devidas orientações sobre os riscos inerentes aos exercícios; supervisionar o praticante durante as atividades; utilizar os princípios do treinamento para a prescrição de exercícios, respeitando a individualidade de cada indivíduo. Neste contexto, uma boa anamnese ornece in-

Para prevenir os fatores de risco ambientais, as instalações e os equipamentos envolvidos na prática de atividades físicas devem estar em bom estado e garantir segurança. Em academias, ambientes aquáticos e ginásios esportivos, o piso deve ser revestido com material antiderrapante para evitar quedas. É importante que os equipamentos e maquinários estejam a uma distância apropriada de paredes e colunas. Além disso, todos os ambientes devem ser providos de uma boa ventilação para evitar distúrbios relacionados com o desequilíbrio térmico do praticante. praticante. O tipo de atividade praticada pode impor maior risco, sendo que a especificidade da modalidade está diretamente associada a determinados riscos de acidentes ou lesões. As roupas e calçados também são fatores relevantes, recomenda-se que sejam adequados, produzidos com tecidos que permitam a evaporação e que liberem o calor produzido pelo organismo, considerando o conforto. É indicado que os calçados tenham solado aderente e sistema de amortecimento para absorção de impactos (SILV (SI LVA, A, 11998). 998).

ormações sobreesportiva o estadomais de saúde praticante, torna a prática segura,dodiminuindo, assim, a ocorrência de situações emergenciais. É imprescindível dar atenção adequada ao exame ísico, especialmente quando se trata da população idosa, que tem como característica a heterogeneidade, com dierenças em diversos aspectos, como condições gerais de saúde, estado cognitivo, dentre outras características intrínsecas ao processo de en velhecimento (HUPP; ELLIS; TUCKER, 2009). A classificação do estado ísico do praticante depende dos seus hábitos de vida, das doenças e comorbidades. Sendo assim, é possível verificar que, para prevenir as situações de urgência e emergência, você vo cê precisa estar preparado para atuar diante de relatos, como uso de álcool, drogas, diabetes diabe tes mellitus, hipertensão arterial sistêmica entre outras. Lembrando, também, que estes hábitos e estas doenças podem ser verificados tanto em adultos como em crianças. Contudo, conhecer o(a) seu(sua) aluno(a) ou atleta, tomar os devidos cuidados e oerecer orientações sobre a prática esportiva, pode minimizar os riscos de acidentes e lesões e salvar vidas. 29

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

30

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

Inicialmente, antes de abordar uma vítima, será preciso verificar o local para garantir a sua segurança durante o atendimento. Caso o ambiente não esteja adequado, em algumas situações, por exemplo, você

Os protocolos para atendimento necessitam de atitude rápida e seguem as diretrizes para procedimentos baseados nas melhores evidências científicas. Estes permitem maior qualidade do trabalho

pode desligar a rede elétrica antes de prestar os primeiros socorros. É importante risar que a sua segurança deve estar em primeiro lugar. Portanto, ao realizar os procedimentos, você deve utilizar materiais e equipamentos que sirvam como barreiras para evitar o contato direto com sangue e outros fluidos que possam transmitir doenças contagiosas, como as luvas descartáveis, máscaras aciais e óculos de proteção. Em ambientes de prática de atividades ísicas, é

desenvolvido, aquisição de maior confiança no processo de tomada de decisão e maior eficácia nos desechos. Neste contexto, podemos citar o Suporte Básico de Vida (SBV), no qual a sequência de procedimentos tem como objetivo promover oxigenação e perusão aos órgãos vitais (AHA, 2010) em vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR). É importante lembrar que a sequência de atendimento à vítima soreu alteração. a lteração. Anteriormente, era

extremamente importante ter dispositivos à disposição de umbarreikit de primeiros socorros. Além dos ra citados anteriormente, este kit deve conter:

considerada como o ABC edacompressões ressuscitação (abertura de via aérea, ventilação torácicas). Atualmente, a sequência recomendada é CAB (compressões torácicas, abertura de via aérea e ventilação). Esta mudança é devido às evidências de que, apesar de a ventilação ser importante, as compressões são imprescindíveis na RCP e não podem ser postergadas (GONZÁLEZ et al., 2013). Os procedimentos de SBV contemplam o reconhecimento imediato de parada cardíaca, o acionamento do serviço de atendimento móvel de urgência, a realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e uso do desfibrilador externo automático (DEA). As ações de SBV devem ser realizadas de maneira adequada para aumentar a possibilidade de sobrevivência de uma vítima em situação de emergência. Diante disto, é necessário utilizar a “corrente da sobrevivência” para realizar passo a passo as condutas durante o atendimento. Esta corrente, para o adulto (Figura 1), é composta por cinco elos que são relacionados ao suporte básico e avançado de emergência e cuidados pós-PCR (AHA, 2015).

Quadro 1 - Kit de primeiros socorros

Sabão ou lenços antibacterianos Tesoura Gazes esterilizadas Esparadrapo Ataduras Tipoia Termômetro oral Sacos plásticos para gelo ou bolsa de gel Estetoscópio

Esgmomanômetro Fonte: a autora.

Agora que você já conheceu os cuidados que devem ser tomados antes do atendimento, verificaremos como devemos proceder na avaliação e no atendimento nos casos de urgência ou emergência. A seguir, nós descrevemos os procedimentos de modo geral, mas, a partir da Unidade 2, você verificará as definições e condutas nas situações específicas.

31

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

Figura 1 - Cadeia de sobrevivência, parada cardiorrespiratória cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH) Fonte: adaptada de AHA (2015).

A corrente de sobrevivência pedi átricaelo (Figura 2), no entanto, apresenta sequência dierente da corrente do adulto. O pediátrica primeiro reere-se à prevenção de acidentes, seguido pela ressuscitação cardiopulmonar precoce e eetiva, acionamento imediato ao serviço móvel de urgência, medidas de suporte avançado de vida e cuidados pós-ressuscitação (AHA, 2010). O primeiro elo é o mais relevante visto que o desecho de PCR em crianças, geralmente, é muito ruim (QUILICI; TIMERMAN, 2011).

Figura 2 - Cadeia de sobrevivência pediátrica Fonte: AHA (2010, on-line).

Na Unidade II, nós estudaremos de maneira mais específica os conceitos de PCR e outros aspectos relevantes no atendimento desta situação (como realizar as compressões e ventilações e utilizar o DEA). A avaliação primária da vítima deve ser completada em, no máximo, 30 segundos, tendo por objetivo avaliar as condições de risco e a necessidade do início precoce do suporte básico de vida. Você precisa determinar se o(a) aluno (a) encontra-se estável, ou seja, se apresenta condições e sinais vitais equilibrados e constantes ou se está instável caso apresente alterações gradativas ou súbitas das condições e dos sinais vitais. 32

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

Entendemos os sinais como sendo as alterações que podem ser verificadas por meio de avaliação (por exemplo: pulso, coloração da pele e sudorese). No entanto os “sintomas” “sintomas” são relatados pela própria

de alterações no padrão respiratório, como apneia (ausência periódica da respiração), bradipneia (respiração lenta) e taquipneia (respirações rápidas e proundas), podemos verificar a requência respira-

 vítima, de acordo com sua percepção percepçã o (por exemplo: tontura, raqueza e náusea). Ao abordar a vítima, você precisa checar a responsi vidade.  vidad e. Par Paraa isso isso,, precisa precisa apr aproxim oximarar-se se e ajoe ajoelhar lhar pró próxiximo da cabeça, colocando a mão sobre os ombros da  vítimaa e ch  vítim chama amarr por eela. la. Se ela rrespon esponder der,, apresen apresente-se te-se e pergunte se precisa de ajuda. Se ela não responder e não reagir, significa que está irresponsiva (SBC, 2015).

tória (FR), ou seja, contar o número de incursões por minuto. Para isto, você deverá observar a respiração do(a) aluno(a), verificando a elevação do tórax. No caso de vítima não responsiva, deve verificar se há elevação do tórax em menos de 10 segundos, não perca tempo contando as respirações por minuto. Se identificar que ela apresenta respiração, fique ao seu lado monitorando a evolução, e, caso seja necessário, chame o serviço móvel de urgência (GONZÁLEZ et al., 2013). Na tabela a seguir, você pode observar os  valores da frequência frequência respirató respiratória ria em repouso. repouso. Tabela 1 - Frequência respiratória em repouso/

Figura 3 - Avaliação da responsividade

Ao checar o estado geral, será possível determinar a orientação temporal e espacial da vítima, o nível de consciência e os sinais vitais. A checagem dos sinais  vitais contempla a verificação da respiração, pulso, pressão arterial e temperatura. Esta avaliação possibilita a identificação de possíveis problemas fisiológicos e acilita o monitoramento do(a) aluno(a) que apresenta uma situação de urgência ou emergência. É importante lembrar que a verificação dos sinais vitais diere de acordo com a classificação do risco ou do estado da vítima. Portanto, para a avaliação da respiração, no caso de vítimas responsivas, além da identificação

até 1 ano

até 60 mpm

de 1 a 5 anos

até 40 mpm

de 6 a 8 anos

até 30 mpm

acima de 8 anos

até 20 mpm

adultos

de 12 a 20 mpm

Fonte: Brasil (2012); FIZTGERALD (1995).

Para a avaliação do pulso, você deve pressionar le vemente a artéria com os dedos indicador indic ador e médio. As artérias utilizadas para a avaliação são: carótida, braquial, radial ou emoral. Em crianças, cheque o pulso carotídeo ou emoral (AHA, 2015). Esta conduta permitirá que você identifique se o pulso está orte ou raco, e se o ritmo está regular. 33

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

Em vítimas não responsivas, verifique o pulso central (carotídeo) em adultos (Figura 4), em crianças o pulso central ou emoral (Figura 5): este procedimento deve ser rápido, entre 5 e 10 segundos.

Nas vítimas que não estão em situação de emergência, você terá tempo para avaliar a requência cardíaca, a qual se reere ao número de batimentos por minuto (bpm). Os locais podem ser os mesmos citados

Caso não detecte pulso ou esteja com dificuldade para avaliar, inicie as compressões e ventilações (GONZÁLEZ et al., 2013).

anteriormente para avaliação do pulso. Na tabela a seguir, você pode observar os valores da requência cardíaca em repouso. Tabela 2 - Frequência cardíaca em repouso

até 1 ano

de 94 a 169 bpm

de 1 a 5 anos

de 89 a 137 bpm

de 5 a 12 anos

de 65 a 130 bpm

de 12 a 16 anos

de 60 a 120 bpm

adultos

de 50 a 100 bpm

Figura 4 - Avaliação do pulso carotídeo

Fonte: adaptada de Pastore et al. (2009; 2016).

Figura 5 - Avaliação do pulso emoral Fonte: as autoras.

34

Embora a medida da pressão arterial arteria l (PA) (PA) aça parte da avaliação dos sinais vitais, não está incluída nos procedimentos de SBV. Entretanto essa avaliação é importante para proceder em outros casos de urgência ou emergência. Tanto os procedimentos para a medida da pressão arterial quanto os valores de reerência descritos a seguir seguem a VII Diretriz de Hipertensão Arterial (MALACHIAS et al., 2016). Para realizar a avaliação, você precisa instruir o(a) aluno(a) a não não conversar durante a medição. mediçã o. O ideal é que não esteja com a bexiga cheia e que não tenha praticado exercícios exercícios fí físicos sicos na última hora. Quanto ao posicionamento, o(a) avaliado(a) deve estar sentado(a), com as pernas descruzadas, pés pé s apoiados no solo, encostado(a) na cadeira e relaxado(a). O braço deve ser posicionado na altura do coração coração e apoiado, com a palma da mão mão voltada para cima.

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

Inicialmente, é necessário verificar a circunerência rência do braço no ponto mé médio dio entre acrômio acrômio e olécrano; olécrano; selecionar o manguito de tamanho adequado; colocar o manguito, sem deixar olgas, 2 a 3

É ato que, em determinadas situações, isso não será possível, pois a vítima pode não conseguir permanecer na posição sentada, como nos casos de síncope (desmaio). Então, você poderá verificar a pressão

cm acima da linha cubital; estimar o ní vel  vel da pressão pressão arterial sistólica (PAS) pela palpação palpação do pulso radial; colocar a campânula ou o diaragma do estetoscópio estetoscó pio sem compressão compressão excessiva sobre a artéria artéria braquial; inflar até ultrapassar 20 a 30 mmHg o ní vel  vel estimado da PAS obtido pela palpação; palpaçã o; iniciar a deflação deflação lentamente; determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (ase I de Korotkoff) e a pressão arterial diastólica (PAD) no desaparecimento dos sons (ase V de Korotkoff) (MALACHIAS et al., 2016).

em decúbito dorsal, mas utilizando o mesmo posicionamento do braço e seguir as demais recomendações. Em crianças, é recomendado que a medição mediçã o da PA seja realizada em toda avaliação avaliação médica após após os três três anos de idade, uma vez ao ano, pois az parte do atendimento pediátrico pediátrico primário primário (TRUELSEN et al., 2007). No entanto os valores de PA para crianças e adolescentes levam em consideração a idade, sexo e altura, conorme disponíveis em tabelas específicas específicas ou aplicativos para smartphones.

35

 

TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

SAIBA MAIS

Caro(a) aluno(a), acesse o link da 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial e veja as tabelas de referência para avaliação da pressão arterial nas páginas 55 a 58. Disponível no link: que 130 mmHg, e a diastólica < que 90 mmHg. c) Sistólica é ≥ a 140 mmHg, e a diastólica ≥ que 90 mmHg. d) Sistólica está 140-159 mmHg, e a diastólica 90-99 mmHg. e) Sistólica é igual a 139 mmHg, e a diastólica igual a 85 mmHg.

5. O Prossi Prossional onal de EEducação ducação Física deve estar aapto pto a reconhecer as situações que põem a vida em risco assim como os procedimentos de primeiros socorros, pois são importan-

tes para manter a vítima em melhor condição possível até que se obtenha atendimento médico. Portanto, este prossional tem como objetivo(s), nos primeiros socorros: I - Diagnosticar as doenças. II - Solicitar assistência médica e serviço de emergência. III - Minimizar o risco de outras lesões e complicações. IV - Evitar infecções.

É correto o que se arma em: a) I, II, III e IV, apenas. b) I, II e III, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) II e III, apenas. e) I, apenas.

 39

 

LEITURA COMPLEMENTAR 

Caro(a) aluno(a), o artigo apresentado “A importância do treinamento em primeiros socorros no trabalho”, dos autores Alvaro Ragadali Filho, Nerdilei Aparecida Pereira, Ivonilde Leal, Quesia da Silva dos Anjos e Janaina Teodosio Travassos Loose (2015), publicado na ReR evista Saberes, vem ao encontro de nossas discussões realizadas nesta unidade de estudo. O documento tem como objetivo reforçar a importância do treinamento de primeiros socorros, explicando o conceito e objetivo dos primeiros socorros, demonstrando ações e procedimentos referentes às situações de urgência/emergência ur gência/emergência e avaliando o processo de treinamento de primeiros socorros. Embora o artigo tenha um enfoque relacionado ao trabalho, você perceberá, ao longo da leitura, que as informações e condutas demonstradas no texto se aplicam também à nossa vida cotidiana. Ademais, os autores promovem uma reexão muito pertinente sobre a importância de se manter atualizado sobre as condutas de primeiros socorros, sugerindo, até, que o estudo deste tema seja aplicado também às crianças, já no ensino fundamental. E aí, você concorda?

A seguir, conra o resumo do artigo: “Os acidentes de trabalho são acontecimentos que ocorrem independentemente da vontade do trabalhador e, em sua maioria, causam lesões físicas e psicológicas à vítima, que dependendo da gravidade do fato passa a necessitar de socorro imediato por parte de outras pessoas para manter seus sinais vitais, evitando sequelas e aumentando suas chances de sobrevivência até que receba atendimento especializado. Os primeiros socorros são técnicas empregadas em prol da vida da vítima e podem ser realizados por qualquer pessoa, desde esta tenha conhecimentos habilidades para agir adequadamente. forma, esteque trabalho objetivou realizar um eestudo literário acerca da importância doDesta treinamento de primeiros socorros no trabalho, pois é de suma importância que a sociedade se conscientize quanto ao valor de realizar um curso básico de primeiros socorros mesmo que não faça parte das exigências de sua prossão, tendo em vista que em qualquer lugar que estiver, alguém poderá precisar de ajuda”. O artigo está disponível, na integra em: . Caro(a) aluno(a), não perca esta oportunidade. Faça uma análise do artigo e reita sobre esta questão. Boa leitura!

Fonte: as autoras.

40   40

 

material complementar

Indicação para Le para Lerr Primeiros Socorros nos Esportes Melinda J. Flegel

Editora: Manole Editora: Sinopse: ser Sinopse:  ser um treinador bem-sucedido requer um conhecimento que vai além além das habilidades e estratégias estratégias do esporte. Inclui também também ser capaz de ensinar téctécnicas e táticas, táticas, motivar os atletas e gerenciar uma série sé rie de detalhes. Além Além disso, envolve desempenhar de forma competente a funçã função de ser o primeiro prossional a prestar ajuda em caso de lesões lesões e doenças doenças dos alunos ou atletas. Ainda que esses problemas não não sejam frequentes, você deverá estar preparado para prestar primeiros socorros de maneira rápida rá pida e adequada quando ocorrerem, pois isso pode salvar a vida de um indivíduo. Para ajudar você a lidar com o desao de administrar os primeiros socorros às vítimas lesionadas, esta obra abrange os seguintes aspectos: a) o trabalho de equipe e a preparaçã preparação necessária necessária para uma conduta eciente de primeiros socorros no esporte; conduçã conduç ão de etapas de açã ação de emergência; emergência; b) conduçã condução da avaliaçã avaliação da vítima e administraçã administração de primeiros socorros nas mais variadas situações de urgência u rgência e emergência.

Indicação para Acessar O Dr. Drauzio Varella fala sobre a importância do conhecimento em primeiros socorros. Ao nal, ele dá dica de um aplicativo gratuito, disponível para Android e IOS. Baixe em seu celular, ele pode ajudar nos estudos. Web:: . Web

 41

 

referências

ALBERT, C. M. et al. Triggering o sudden death rom cardiac causes by vigorous exertion. N Engl J Med, v. 343, p. 1355-61, 2000. AHA. American Heart Association. Part 13: Pediatric Basic Lie Support. Circula-

tion, AHA Journals, v. 122, n. 18 suppl 3, nov. 2010 Disponível em: . ahajournals.org/conten t/122/18_suppl_3/S862.short>. Acesso em: 15 jan. 2019. AMERICAN RED CROSS SCIENTIFIC ADVISOTY COUNCIL. Hand Hygiene Scientific Review . 2010. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2019. ______. Destaques da American Heart Association de 2015: atualização das diretrizes para RCP e ACE. 2015. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2019. BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. ______. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 . Institui o Código Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. ______. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Núcleo de Biossegurança. NUBio. Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz, 2003. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. CASSOTE, D. F. et al. Desempenho do profissional de educação física em casos de parada cardiorrespiratória: considerações sobre a formação profissional. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 143-162, jan./jun. jan./ju n. 2005. CASTAGNOLI, C. A. Atividades esportivas, culturais e cooperativas como meio de superação no relacionamento interpessoal na escola. 2009. Disponível em: . vos/389-4.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2019. 2019.

42

 

referências referências

CREF4. CONSELHO Regional de Educação Física da 4ª Região. Primeiros Socorros e a Educação Física. Revista CREF, n. 42, p. 4-6, jun./ago. 2014. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2019. CRISTO, M. Abordagem da Segurança, Higiene e Saúde na Organização e Gestão Escolar. Porto: Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto. 2011. Disponível em: . . Acesso em: 15 jjan. an. 2019. FIZTGERALD, M. A. Nursing Health Assessment: Concepts and activities. FA, Da vis, Philadelphia, 1995. FLEGEL, M. J. Primeiros Socorros no Esporte. 5. ed. São Paulo: Manole, 2015. GIGLIO-JACQUEMONT, A. Urgências e Emergências em Saúde: perspectivas de profissionais e usuários. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005. GONÇALVES, K. M.; GONÇALVES, K. M. Primeiros socorros em casa e na escola . São Paulo: Yendis. 2009. GONZÁLEZ, M. M. et al. I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 101, n. 2, supl. 3, p. 1-221. 2013. HUPP, J. R.; ELLIS, E.; TUCKER, M. R. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. IFRCRCS. International Federation o Red Cross and Red Crescent Societies. International first aid and resuscitation guidelines 2016. Geneva, 2016. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2019. MALACHIAS, M. V. V. B. et al., v. 7ª 107, Diretriz de Hipertensão Arterial. Brasileiros de Cardiologia n. 3,Brasileira supl. 3, set. 2016. Disponível em:Arquivos . Acesso em: 15 jan. 2019.

 43

 

referências

OLIVEIRA, S. M. J. V. Medida da pressão arterial na gestante. Revista Brasileira Hipertensão, n. 1, p. 59-64, 2000. PASTORE, C. A. et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 93, n. 3, supl. 2, p. 1-19, 2009. ______. III Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre s obre análise e emissão de laudos eletrocardiográficos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 106, n. 4, supl. 1, p. 1-23, apr. 2016. QUILICI, A. P.; TIMERMAN, S. Suporte básico de vida: primeiro atendimento na emergência para profissionais da saúde. Barueri: Manole, 2011. SILVA, O. J. Emergências e Traumatismos nos esportes. Florianópolis: UFSC, 1998. SILVEIRA, E. E . T.; MOULIN, A. F. V. V. Socorros de urgência em atividades físicas . Manual do curso teórico. 6. ed. Distrito Federal: CREF, CREF, 2006. SIQUEIRA, G. S.; SOARES, L. A.; SANTOS, R. A. Atuação do proessor de educação ísica diante de situações de primeiros socorros. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, a. 15, n. 154, mar. 2011. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Treinamento de Emergências Cardiovasculares: leigos (TECA L). São Paulo: Manole, 2015. ______. Treinamento de Emergências Cardiovasculares: básico (TECA B). São Paulo: Manole, 2013. STEINHILBER, J. Intervenção do profissional de EF. Rio de Janeiro: CONFEF, 2002. TRUELSEN T. et al. Standard method or developing stroke registers in low-income and middle-income countries: experiences rom a easibility study o a stepwise approach to stroke surveillance (STEPS Stroke). Lancet Neurol., v. 6, n. 2, p. 134-139, 2007. VALÉRIO, A. Os cinco gestos de socorro educar para a saúde, um relato de experiência, uma reflexão. Revista Portugal Portugal Clínica Geral, n. 26, p. 304-307, 2010. WHO. World Health Organization.World report on child injury prevention. 2008. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2019.

44

 

gabarito

1. 2. 3. 4. 5.

D. A. E. D. C.

 45

 

URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES E RESPIRATÓRIAS Professora Dra. Sabrina Weiss Sties Professora Me. Xana Raquel Ortolan

Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Lipotimia e síncope • Hipertensão arterial arterial sistêmica, crise hipertensiva e hipotensão • Aterosclerose, doença arterial arterial coronariana coronariana (DAC) e angina • Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) • Parada Cardiorrespiratór Cardiorrespiratória ia (PCR) • Obstrução das das Vias Aéreas (OVA) • Síndrome de hiperventila hiperventilação ção • Crise asmática • Afogamentos

Objetivos de Aprendizagem • Conceituar lipotimia lipotimia e síncope e descrever os primeiros primeiros socorros. • Conceituar hiperte hipertensão nsão arterial sistêmica, crise hipertensiva hipertensiva e hipotensão e descrever os protocolos de atendimento. • Conceituar aterosclerose, aterosclerose, doença arterial coronariana coronariana e angina. • Descrever o infarto infarto agudo do miocárdio. miocárdio. • Conceituar parada cardiorrespirató cardiorrespiratória ria e apresentar o protocolo para realização da ressuscitação cardiopulmon cardiopulmonar. ar. • Identicar a obstrução das vias aéreas e descrever o protocolo para atendimento. • Conceituar a síndrome de hiperventilação hiperventilação e descrever as condutas de primeiros socorros. • Identicar a crise asmática e saber realizar os procedimentos de primeiros socorros. • Descrever o afogamento e descrever descrever as condutas de primeiros socorros. socorros.

 

unidade  u nidade

II

 

INTRODUÇÃO

C

aro(a) acadêmico(a), bem-vindo(a) à Unidade II do nosso material. Agora que você já conhece os procedimentos para avaliar os sinais vitais, nesta unidade, abordaremos situações que podem ser decorrentes, ou que podem ocasionar eventos que promovam alterações nos sistemas cardiovascular e respiratório. Após identificar cada situação, apresentaremos os protocolos indicados para o atendimento das vítimas.

Inicialmente, caro(a) acadêmico(a), descreveremos as situações mais comuns, como a lipotimia e a síncope, as quais costumam ser de curta duração e podem ocorrer em indivíduos de qualquer aixa etária. Você também aprenderá a reconhecer quando o indivíduo apresenta hipertensão arterial sistêmica, crise hipertensiva ou hipotensão e quais são os posicionamentos indicados e demais condutas que devem ser realizadas nestes casos. Para que você, acadêmico(a) do curso de Educação Educaçã o Física, possa compreender melhor como e por que ocorre o inarto agudo do miocárdio e a parada cardíaca, abordaremos os aspectos relacionados à aterosclerose e àsardoença IAM earterial PCR. coronariana, as quais, entre outros atores, podem cauPor fim, serão relatados os conceitos e procedimentos relacionados aos casos que provocam alterações respiratórias, como a obstrução das  vias aéreas, que ocorre requentemente, devido ao engasgo com alimentos ou aspiração de líquido por submersão ou imersão; a síndrome de hiperventilação e a crise asmática presenciada, geralmente, nos casos de ansiedade. Caro(a) aluno(a), aproveite o conteúdo desta unidade e lembre de  verificar os tópicos que trazem indicações para o aproundamento do seu estudo. Bons estudos! E então, vamos começar?

 

Figura 2 - Síncope

Figura 1 - Lipotimia

50

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

Os conhecimentos sobre os procedimentos gerais para avaliação das vítimas em situações de urgência e emergência que abordamos na Unidade I serão complementados pelos conteúdos desta e das

Entre estas, a causa mais frequente é a diminuição da atividade cerebral. Para manter a oxigenação no cérebro, cérebro, o corpo desfalece desfa lece e mantém um metabolismo basal, ou seja, realiza a mínima atividade com

próximas unidades. Desta forma, iniciaremos pelos conceitos e condutas relacionadas a lipotimia e síncope. A lipotimia  é caracterizada por alteração da consciência (sem perda total dela) em cuja situação a vítima relata a sensação de desmaio. No entanto, na síncope, há perda súbita da consciência e, consequentemente, o desmaio. Ambas as situações são de curta duração, e a recuperação da consciência geralmente é espontânea.

o mínimo gasto de energia. Estas situações podem ocorrer também devido à queda súbita s úbita da pressão arterial (hipotensão) em consequência da dor, emoção intensa, esforço físico, fobia de ambientes fechados, calor excessivo e ao ver sangue (MORAES, 2010). Segundo Gonçalves e Gonçalves (2009), os sinais e sintomas destas situações são: • Sensação de raqueza. • Escurecimento da visão. visão. • Náuseas, vômito.

A lipotimia e a síncope podem ocorrer em decorrência de diversas situações. As causas mais comuns estão relacionadas à desidratação, à anemia, à diminuição de fluxo sanguíneo e ao oxigênio no cérebro, aos traumas na cabeça, aos problemas neurológicos ou devido à hipoglicemia, que, geralmente, ocorre em indivíduos que não se alimentaram, estão azendo regimes sem orientação ou em diabéticos (GONÇALVES; GONÇALVES, 2009).

• • • •

Pele ria e pegajosa. Pulso rápido rápido e raco. Extremidades dos pés e mãos geladas. Extremidades cianóticas (coloração azul-arroxeada).

Os primeiros socorros dependerão se o indivíduo está, ou não, consciente. Apresentaremos, no quadro a seguir, quais devem ser os procedimentos.

Quadro 1 - Procedimentos nos casos de lipotimia e síncope

Se o(a) al alu uno(a)/atleta est estiv ive er conscie ien nte

Se o( o(a a) alu lun no(a)/a /attle letta estive verr in inconsciente

• Ajude-o a sentar em uma cadeira.

• Inicialmente, verique o pulso e respiração.

• Oriente que coloque a cabeça entre os joelhos, fa -

• Eleve os membros inferiores cerca de 20 cm.

• • • •

zendo uma pressão com as mãos na região cervical. Se já estiver ao chão, eleve os membros inferiores cerca de 20 cm. Afrouxe as roupas. Você deve monitorar os sinais vitais. Caso verique alteração dos sinais vitais e não ocorra recuperação dentro de alguns minutos, chame o

serviço de urgência. Fonte: adaptado de Flegel (2008), Moraes (2010) e Varella e Jardim (2011).

• Coloque-o em posição de recuperação (se não esti-

ver lesionado), com a cabeça lateralizada. • Afrouxe as roupas. • Você deve monitorar os sinais vitais. • Caso verique alteração dos sinais vitais e não ocorra recuperação dentro de alguns minutos, chame o

serviço de urgência.

51

 

Figura 3 - Posicionamento Posicionamento da vítima consciente Fonte: Flegel (2008, p. 114).

Figura 4 - Posicionamento Posicionamento da vítima inconsciente

Geralmente, ao presenciar estas situações, são tomadas condutas equivocadas e erradas, como: jo-

nagre, água sanitária (hipoclorito de sódio), entre outros, para tentar acordar a vítima. No entanto as

gar água no rosto da vítima, oerecer líquido ou comida, utilizar produtos com odor orte, como vi-

condutas devem ser baseadas em protocolos, e não em conhecimento popular.

Hipertensão Arterial Sistêmica, Crise Hipertensiva e Hipotensão Caro(a) aluno(a), na Unidade I, verificamos a classificação da pressão arterial e os procedimentos para avaliar a PA. Nesta unidade, abordaremos os conceitos e as condutas nos casos de alteração da PA. Neste contexto, podemos citar a hipertensão hipertensão arterial (HA), é considerada uma doença multifatorial em que há elevação elevaçã o sustentada dos ní  veis veis pressóricos. Geralmente, está associada a alterações metabólicas, metabólicas, funcionais e/ou estruturais de órgã órgãos-alvo. os-alvo. A HA pode ser agravada, devido

aos fatores de risco, como obesidade abdominal, dislipidemia e diabetes mellitus. Além disso, está associada a eventos, como acidente vascular encefálico fálico (AVE), doença renal crô crônica, nica, infarto agudo do miocárdio miocárdio (IAM), insuficiência insuficiência cardíaca cardíaca (IC) e morte súbita (MALACHIAS et al., 2016). Por sua vez, nas crianças, as taxas de hipertensão são maiores quando apresentam obesidade, distúrbios respiratórios do sono ou doença renal crônica (FLYNN et al., 2017).

52

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

Durante os primeiros socorros: • Mantenha o(a) aluno(a)/atleta em repouso absoluto, de maneira conortável (sentado ou semi-sentado). • • • •

Arouxe as roupas. Monitore Monitore os sinais vitais. Se necessário, acione o SAMU. SAMU. A elevação dos membros ineriores neste caso, está contraindicada.

Dentre os casos de elevação da PA, encontra-se a crise hipertensiva, a qual pode ser classificada como urgência hipertensiva ou emergência hipertensi va. Estas são situações situações clínica clínicass sintomáticas sintomáticas em que é observada elevação acentuada da pressão arterial diastólica (≥ 120 mmHg), sendo que na urgência hipertensiva há elevação elevaçã o da P PA A superior ao percentil 99. Nestes casos, pode ocorrer acometimento neurológico, renal, hepático, insuficiência miocárdica, convulsões e alterações visuais (MALACHIAS et al., 2016). As condutas têm ênase em prestar os primeiros socorros realizando a rápida identificação da crise hipertensiva e remoção da vítima, para isso, acione o serviço de emergência (BRASIL, 2003). Outra alteração da pressão arterial bastante comumdeépressão a hipotensão, a qual apresenta níveis abaixo do normal com PAS < 90 mmHg (JENSEN, 2013). Não é considerada uma doença, porém pode estar relacionada com diabetes mellitus, inarto do miocárdio entre outros. As quedas da pressão podem

Figura 5 - Elevação dos membros ineriores

ocorrer por diversos motivos que causam a perda do controle do fluxo de sangue e a hipovolemia (diminuição de sangue no corpo). Entre estes, jejum prolongado, desidratação, uso de diuréticos e troca repentina de posição (hipotensão postural p ostural ou ortostática) (VARELLA, (VARELLA, 2018, 2018 , on-line)1. A vítima com hipotensão pode apresentar: tontura, visão embaçada, náuseas, vômitos síncope, pulso rápido ou irregular, adiga, conusão e dispneia (MION, 2016, on-line)2. Durante os primeiros socorros: • Mantenha o(a) aluno(a)/atleta em repouso, deitado(a) de maneira conortável com os membros ineriores elevados. •• Arouxe Monitore Monitoreasosroupas. sinais vitais. • Se necessário, acione o SAMU. É recomendado para hipertensos que possuam mais de três fatores de risco, diabetes ou cardiopatias, rerealizar o teste ergométrico antes de realizar atividades físicas. Além disso, antes de esses indivíduos começarem a praticar esportes competitivos ou de alta a lta performance, é recomendada uma avaliação cardiovascular completa (MALACHIAS et al., 2016). Nas crianças e adolescentes, a medição da pressão arterial na escola pode ser uma erramenta importante para identificar os que necessitam de avaliação ormal, bem como para monitorar a pressão arterial (FLYNN (FL YNN et al., 2017). 201 7).

53

 

Os protocolos para o atendimento de eventos cardiovasculares passam por revisões e atualizações, frequentemente. Portanto, você encontrará conteúdo com os mais recentes consensos e diretrizes disponíveis para que possa dispor de uma fonte confiável de consulta e estudo. Além disso, utilizamos uma proposta prática e concisa dos principais assuntos que envolvem este tema. Iniciaremos pela aterosclerose.

A aterosclerose ocorre devido à resposta da parede arterial a diversos agentes agressores, agressores, na qual há deposiçãão de lípides, deposiç lípides, inflamação e evoluç evoluçãão da placa aterosclerótica ateroscleró tica (placa de gordura). A aterosclerose tem início quase concomitante à formaçã formação do próprio próprio corpo humano. As lesões lesões iniciais podem ser identificadas em fetos de mães mães com altos níveis de colesterol e em crianças crianças na primeira infância. infância. A evolução das lesões lesõ es continua até desenvolver o ateroma, em torno

54

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

da quinta década de vida (MARTINS et al., 2009). O ateroma pode causar obstrução do fluxo sanguíneo e, consequentemente, doença arterial coronariana. A DAC é considerada a principal causa de óbi-

com DAC podem experimentar episódios de angina (dor ou desconorto na região torácica). Nestes casos, você deve ligar para o serviço de urgência e recomendar que a pessoa utilize os pró-

to no mundo. A cada ano, mais de sete milhões de indivíduos morrem em decorrência desta doença (MORAES, 2015). Há comprometimento do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias e, consequentemente, redução da chegada do oxigênio ao coração (PINHO et al., 2010). Por conta disto, os indivíduos

prios medicamentos enquanto aguarda o atendimento. Esta situação pode progredir para inarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral ou morte súbita, por isso, é extremamente relevante monitorar os sinais vitais e realizar os procedimentos, conorme indicados nos próximos tópicos.

Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) A maioria das mortes relacionadas ao IAM ocorre

Os sintomas são desconorto ou dor opressiva na

fora dos hospitais geralmente, é assistida pelos profissionais profissiona is dae,saúde. s aúde. Grandenão parte das vítimas morrem nas primeiras 24 horas após o evento evento,, sendo 50% na primeira hora por taquiarritmia ventricular (PIEGAS et al., 2015; MORAES, 2015). Logo, essa situação deve ser reconhecida rapidamente. rapidamente. Quando há ativação inflamatória, agregação plaquetária, vasoconstrição e trombose da coronária, a oclusão coronariana por algum tempo provocará o infarto. Esta isquemia que ocorre no músculo cardíaco e promove injúria ou necrose é denominada infarto do miocárdio (GONZALEZ et al., 2013).

região torácica anterior e/ou posterior, sensação de queimação e suocamento, dor na com mandíbula, na região cervical, cerv ical, no ombro, nos membros su superioperiores (geralmente o esquerdo) e no epigástrio. Pode ocorrer parestesia no membro superior (geralmente esquerdo) e a vítima, geralmente, apresenta sudorese, dispnéia e náuseas (SBC, 2013a). O IAM pode levar a uma parada cardíaca e é considerado uma das principais causas de PCR. Na suspeita de infarto, deve-se chamar o serviço de emergência e monitorar os sinais vitais. Se o quadro evoluir para uma parada cardíaca, realizam-se os procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar.

55

 

A situação de maior emergência é a parada respiratória (PCR) (MORAES, 2015), devido àcardiorparada do funcionamento do coração e dos pulmões, o que resultará em morte caso não sejam realizados os procedimentos de primeiros socorros. As características da vítima em PCR são: perda da consciência, gaspi  gasping ng (respiração de forma anormal), ausência da responsi vidade, perda da respiração respiração e do pulso (SBC, 2013a). 2013a). A taquicardia ventricular sem pulso e a fibrilação ventricular são consideradas as principais causas deste evento em ambiente extra-hospitalar (GONZALEZ et al., 2013). As PCRs são mais requentes em adultos, mas também ocorrem em crianças. A

cada minuto, após o evento sem ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e desfibrilação, as chances de sobrevivência da vítima diminuem de 7 a 10%. Portanto, é extremamente relevante a RCP, RCP, pois, quando realizada, as chances de sobrevida diminui 3 a 4% a cada minuto de PCR (MORAES, 2015). Os protocolos descritos nas diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar são destinados tanto aos profissionais da saúde quanto para leigos. No entanto, é importante ficar atento(a), pois livros, artigos e diretrizes mais antigas trazem uma sequência dierente de procedimentos para RCP. RCP. A recomendação é utilizar sempre os materiais mais atuais.

56

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

As novas diretrizes internacionais não adicionaram muitas modificações no atendimento às vítimas de PCR, mas enatizam as compressões torácicas como a chave para o sucesso da ressuscitação e ten-

Para utilizar o DEA, você precisa ligar o aparelho, apertando o botão ON - OFF (alguns equipamentos ligam, automaticamente, ao abrir a tampa). As pás (eletrodos) devem ser colocadas no tórax da

do como principal objetivo minimizar atrasos na intervenção (GONZALEZ et al., 2013). Na Unidade I, abordamos a sequência de procedimentos para realizar o suporte básico de vida e a corrente da sobrevivência, agora, você verificará como executar estes procedimentos, conorme a I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia (GONZALEZ et al., 2013) e as Diretrizes da  American Heart Associatio Association n  de

 vítima, nas próprias pás há o desenho instruindo o posicionamento. Caso o choque seja indicado, o aparelho avisará “choque recomendado, afaste-se”. Você precisará pressionar o botão indicado para aplicar o choque. A RCP deverá ser iniciada imediatamente após o choque e, caso o aparelho não indique o choque, deve realizar a RCP imediatamente. Se a vítima retomar a consciência, o aparelho não deverá ser desligado ou retirado até a chegada do serviço de emergência.

2015 para RCP e ACE (AHA, 2015). Após avaliar a responsividade e reconhecer a PCR (presença de gasping ou ausência de pulso),  você deverá: • Ligar para o Sistema de Atendimento Atendimento Mó Móvel vel de Urgência – SAMU 192 – e estar preparado(a) para responder inormações sobre local da ocorrência, os sinais e sintomas da vítima. • Solicitar, se disponível no local, um desfibrilador externo automático. automático.

Quanto ao posicionamento das pás, quatro posições são aceitas: anterolateral, anteroposterior, anteroposterior, anterior-esquerda inraescapular, anterior-direita inraescapular.

SAIBA MAIS

Desbrilador é um equipamento utilizado

no tratamento da brilação ventricular e da taquicardia ventricular sem pulso. O desbridesbrilador externo automático (DEA) reconhece o ritmo e avisa se o choque elétrico é recomendado. No entanto, nesse equipamento, equipamento, a

decisão de deagrar o choque é dependente do operador. Fonte: as autoras.

Figura 6 - Utilização do desfibrilador externo automático automático

Em crianças e bebês, o DEA pode ser utilizado com pás (eletrodos) pediátricas e/ou atenuador de carga. Caso o kit do DEA não possua esta opção, podem ser utilizadas as mesmas pás do adulto, com o posicionamento anteroposterior. Em seguida, deve

57

 

iniciar imediatamente os ciclos de 30 compressões torácicas e 2 ventilações. Para realizar as compressões em adultos e crianças (verifique a Figura 7), deixe a vítima deitada em

contato da mão com o esterno. Os tempos de compressão e descompressão devem ser similares. Nas crianças, a proundidade da compressão é de, pelo menos, um terço do diâmetro anteroposterior do tó-

decúbito dorsal sobre local rígido. Você deve estar posicionado entre a cabeça e o corpo da vítima (verifique as imagens), expor o tórax (retirando as roupas) e colocar a base de uma das mãos (região hipotenar) sobre o tórax e a base da outra mão sobre a primeira mão. Com os braços estendidos, posicione suas mãos com os dedos abertos aber tos entrelaçados na metade inferior do esterno (fora do alcance das costelas). Os ombros devem estar alinhados com as mãos. Realize uma pressão para deprimir o esterno 5

rax, portanto, também será cerca de 5 cm.

cm, comprimindo o coração em direção à coluna  vertebral (Figura 8) e descomprima, sem perder o

Esterno

Corpo vertebral Figura 8 - Compressão do esterno Fonte: Resgate Federal ([2018], on-line)3.

Figura 7 - Compressões torácicas

Pericárdio

58

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

Nos lactentes, a compressão torácica deve ser um terço do diâmetro anteroposterior do tórax, o que representa cerca de 4 cm. Você pode utilizar as mãos na lateral do tórax e comprimir com os pri-

Após realizar as 30 compressões, proceda com a abertura das vias aéreas, utilizando a manobra de extensão da cabeça. Existem diferentes formas para realizar as venti-

meiros dedos (Figura 9), ou utilizar apenas o segundo e terceiro dedo para realizar as compressões logo a seguir da linha mamilar (Figura 10). A relação compressão-ventilação em crianças e lactentes, se tiver um socorrista, é de 30:2, mas, se houver dois ou mais socorristas, deve ser 15:2.

lações. Podem ser aplicadas por meio de ventilação boca a boca (Figura 11), com máscara/lenço facial com válvula antirrefluxo, máscara de bolso ( pocket -mask) (Figura 12) ou bolsa-válvula-máscara (Figura 13). No entanto, entanto, é indicado que você utilize mecanismos de barreira para aplicar as ventilações, devido ao risco de contaminação na ventilação boca a boca (GONZALEZ et al., 2013).

Figura 9 - Compressões torácicas no bebê

Figura 11 - Ventilação boca a boca

Figura 10 - Compressões torácicas no bebê

O lenço facial é descartável. Este material contém uma válvula unidirecional que impede o retorno do ar pela boca, protegendo quem está realizanrealizan do o procedimento. Para utilizá-lo, após realizar a abertura da via aérea, você precisa estabilizar a mandíbula vedando o lenço facial o máximo possível na boca da vítima, pinçando o nariz e assoprando na válvula.

59

 

Por outro lado, com a máscara de bolso ou  pocket-mask , que também contém uma válvula unidirecional, você deve envolver a boca e nariz da vítima, realizar uma letra “C” com os dedos in-

dicador e os posicione acima da máscara, realizando pressão contra a face da vítima. Posicione os outros três dedos na mandíbula para estabilizá-la e pressione a bolsa durante 1 segundo para cada ventilação (com

dicador e polegar de uma das mãos e posicionar, na parte superior da máscara, e, com a outra mão, posicionar o polegar na região inferior da máscara e os outros dedos na mandíbula (Figura 12).

pressão suficiente para elevar o tórax) (Figura 13).

Figura 13 - Ventilação com bolsa-válvula-máscara

Para realizar a ressuscitação de orma correta, garanta fluxo sanguíneo e oxigenação, alguns cuidados são relevantes para que as compressões e ventilações ventilaçõ es sejam eetivas e de alta qualidade. Desta orma, de vem ser realizadas, no mínimo, 100 compressões

Figura 12 - Ventilação com a máscara de bolso ou pocket-mask

Outra maneira de realizar as ventilações é utilizando a bolsa-válvula-máscara bolsa-válvula-máscara ou ventilador/ressuscitado ventilador/ressuscitadorr manual. Para realizar o procedimento com uma das mãos, faça uma letra “C” com os dedos polegar e in-

por minuto e, no máximo, 120, comprimindo rapidamente. A proundidade das compressões não deve ser superior a 6 cm, após cada compressão deve-se permitir o retorno total do tórax, sendo que as interrupções nas compressões devem ser minimizadas (AHA, 2015). No quadro a seguir, apresentamos um resumo dos componentes da RCP.

60

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

Quadro 2 - Componentes da RCP de alta qualidade

Crianças (1 ano de idade à puberdade)

Bebês (menos de 1 ano de idade, excluindo recém-nascidos)

Componente

Adultos e adolescentes

Segurança do local

Verique se o local é seguro para os socorristas e a vítima. Verique se a vítima responde. Ausência de respiração ou apenas gasping. Nenhum pulso sentido em 10 seg. Se estiver sozinho, deixe a vítima Colapso presenciado: siga presenciado: siga as etapas utilizadas e acione o 192; obtenha DEA, em adultos e adolescentes antes de iniciar a RCP. Do con Colapso não presenciado: execute 2 minutos trário, peça que alguém chame o de RCP; deixe a vítima para acionar o 192 1 92 e bus 192 e inicie a RCP imediatamente; car o DEA; retorne à criança e reinicie a RCP; use use o DEA assim que ele estiver o DEA assim que ele estiver disponível. disponível.

Reconhecimento da PCR

Acionamento do serviço médico de emergência

Relação compressão-ventilação 1 ou 2 socorristas = 30:2 sem via aérea avançada

1 socorrista = 30:2 2 ou mais socorristas = 15:2

Relação Compressões contínuas a uma frequência de 100 a 120/min. compressão-ventilação Administre 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações/min). com via aérea avançada Frequência de compressão Profundidade de compressão

100 a 120/min. Pelo menos 1/3 do Pelo menos 1/3 do diâNo mínimo 5 cm.

diâmetro anteroposterior do tórax;

cerca de 5 cm.

metro anteroposterior do

tórax; cerca de 4 cm. 1 socorrista: 2 dedos no centro do tórax, logo abaixo

da linha mamilar. Posicionamento das mãos

2domãos sobre a metade inferior esterno.

2 mãos ou 1 mão.

2 ou mais socorristas:  socorristas:  técnica dos dois polegares no centro do tórax, logo

abaixo da linha mamilar. Retorno do tórax Minimizar interrupções

Aguarde o retorno do tórax, após cada compressão; não se apoie sobre o tórax após

cada compressão. Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 segundos.

Fonte: adaptado de AHA (2015).

Caso a vítima apresente pulso e respiração normal, é indicado colocá-la em posição de recuperação (se não houver suspeita de trauma).

61

 

62

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

A obstrução de vias aéreas é considerada qualquer situação que impede, totalmente ou de orma parcial, o fluxo de ar até os alvéolos pulmonares. A obstrução leve pode provocar dispneia e tosse. A obstrução gra-

sinais que a vítima está apresentando. Para vítimas conscientes, adultas ou crianças, deve ser realizada (em pé) a manobra de Heimlich (Figuras 14 e 15), exceto para gestantes e obesos, pois, nestes casos, estão

 ve pode levar à cianose cianose nos lábios e ace, alteração alteração da consciência, inspiração respiratória com ruído. A observação da expressão de angústia com a boca aberta, mãos sobre o pescoço, são sinais característicos do engasgo (MORAES, 2010). A vítima de OVA pode apresentar obstrução, devido a causas intrínsecas, como por relaxamento da língua, devido ao rebaixamento do nível de consciência (oclui a hipoaringe), ou extrínsecas, devido a aspiração de algum corpo estranho, como à aspira-

indicadas as compressões torácicas (Figura 16). De acordo com SBC (2015), para realizar a manobra de Heimlich é necessário: • Posicionar-se Posicionar-se atrás da vítima. • Abraçá-la com suas mãos em rente ao corpo. corpo. • Fechar uma das mãos e colocar o lado do polegar da mão echada contra o abdômen, na linha média, logo acima do umbigo e bem abaixo do osso esterno. • Deve envolver a mão echada com a outra mão e pressionar contra o abdômen, realizando compressão rápida e orte para dentro e para cima (em “J”).

ção de alimentos, deslocamento de próteses dentárias ou presença de ragmentos dentários (QUILICI; TIMERMAN, 2011). Os traumas diretos sobre as vias aéreas também podem causar OVA, devido a hemorragias, edema ou fraturas da árvore laringotraqueobrônquica laringotraqueobrônquica ou broncoaspiração de dentes. Outras causas de OVA podem ser decorrentess de queimaduras, as quais podem promover decorrente promover inflamação e edema de glote e de reações alérgicas causadas por alguns alimentos, produtos ou picadas de insetos, que desencadeiam reações alérgicas, acometendo a glote e causando c ausando edema (MORAES, 2010). A manutenção ou restauração da permeabilidade das vias aéreas é essencial e deve ser realizada rapidamente para não resultar asfixia e morte. Enquanto a vítima ainda está consciente e apresenta obstrução parcial, o fluxo de ar está presente; se esta e sta or capaz de emitir sons, você deve solicitar para a vítima realizar uma tosse orçada e a respiração espontânea. Caso a obstrução permaneça, acione o serviço de emergência (SBC, 2013a). Os métodos para desobstrução de vias aéreas podem ser realizados de diversas ormas, conorme os

Nas crianças, você deve posicionar-se atrás dela, na mesma altura, ou ficar ajoelhado(a). Em seguida, execute os mesmos procedimentos da manobra de Heimlich nos adultos. As compressões devem ser repetidas até que o objeto seja expelido ou a criança pare de responder. Caso a criança não responda, deve-se acionar o SAMU S AMU e iniciar, imediatamente, o SBV (GONZALEZ et al., 2013).

Figura 14 - Manobra de Heimlich

63

 

Figura 15 - Manobra de Heimlich em criança Fonte: MEDLINEPLUS (2017, on-line) 4.

Na manobra de Heimlich, a compressão compressão realizada reali zada ele va o diafragma, aumentan aumentando do a pressão pressão na via aérea. aérea. Por conta disto, esta manobra pode ser eficaz para criar uma tosse artificial e auxiliar a vítima a expelir o corpo estranho (QUILICI; TIMERMAN, 2011). Nas pessoas inconscientes realizam-se compressões abdominais em decúbito dorsal (Figura 17). Realize as compressões abdominais acima da cicatriz umbilical, utilizando uma mão sobre a outra; comprima o abdômen em direção anteroposterior e em direção ao tórax; verifique ver ifique a respiração e o pulso, na ausência destes ligue para o SAMU (192) e inicie o protocolo para ressuscitação cardiopulmonar (SBC, 2015). Nos bebês, a desobstrução deve ser realizada, colocando-o em decúbito ventral (Figura 18). Para realizar a manobra, sente-se e posicione o corpo do bebê em direção ao chão (cabeça mais baixa do que o corpo). Você deve sustentar a cabeça com uma mão e apoiar o tórax sobre o seu antebraço. É recomendado aplicar cinco golpes na região entre as escápulas. Se o lactente não apresentar melhora, e você detectar ausência de pulso, inicie RCP e monitore os sinais vitais (GONZALEZ et al., 2013).

Figura 16 - Compressões torácicas para gestantes e obesos Fonte: adaptada de SBC (2013a).

Figura 17 - Compressões abdominais (paciente inconsciente/não responsivo) Fonte: adaptada de Heimlich ([2019], on-line) 5.

Figura 18 - Manobra de desobstrução para lactentes

64

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

Síndrome Síndro me de Hiperventilação A hiperventilação é caracterizada pelo aumento da quantidade de ar inalada e exalada por minuto, que excede a quantidade necessária para o metabolismetabolis mo celular normal (PAPP et al., 1997). A síndrome de hiperventilação causa alterações complexas com interação entre distúrbios orgânicos, respiratórios, psiquiátricos e fisiológicos (GARDNER, 1996). Os transtornos de ansiedade, como o de pânico, estão associados à hiperventilação leve e a outros padrões

lentas. Solicite que permaneça calmo e respirando naturalmente. Em seguida, retire o saco de papel e peça para a vítima respirar lentamente. Instrua para que realize algumas técnicas de respiração, como expirar com os lábios fortemente pressionados e inspirar com o nariz aberto e a boca fechada para controlar a falta de ar e diminuir o ritmo respiratório (BFA, 2016, on-line)8.

respiratórios anormais. anormais. A hiperventilação pode, por por-tanto, ser considerada uma causa, um correlato e uma consequência dos ataques de pânico (SARDINHA et al., 2009). No entanto a respiração rápida e profunda pode ser sinal de estresse, dor intensa, hemorragias, problemas cardíacos ou pulmonares, infecções entre outros (BEST DOCTORS, [2018], on-line)6. Os sinais e sintomas característicos de hiperventilação são: conusão, sudorese, tontura, raqueza, dormência ou sensação de ormigamento nos braços ou boca, espasmos musculares nas mãos e pés, dor no peito e palpitação (CFAC, 2013, on-line)7. Nestes casos, você deve recomendar que a vítima respire em um saco ou sacola de papel limpo (evite usar sacos de plástico) para reutilizar o dióxido de carbono (Figura 19). A boca e o nariz devem estar cobertos completamencompletamente com o saco, o indivíduo precisa apertar o saco, ligeiramente, você deve orientá-lo para que inicie inspiração e expiração, fazendo 6-12 respirações

Figura 19 - Respiração com sacola de papel

65

 

66

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

A asma é uma doença crônica, que promove estreitamento das vias aéreas e inflamação. Esta inflamação está associada à hiperresponsividade das vias aéreas inferiores em decorrência do resultado de estimulação química, emocional, infecciosa, imunológica ou da associação desses fatores (HUPP; ELLIS; TUCKER, 2015). Os sinais e sintomas são: respiração rápida e curta – aumento da requência respiratória –, tosse, dificuldade para respirar e alar, cianose, desconorto torácico e sibilos (chiados no tórax). Os sintomas são mais intensos, ocorrem à noite e nas primeiras horas da manhã. Podem ocorrer em resposta à exposição a alérgenos, à prática de exercícios físicos, à poluição ambiental e mudanças climáticas. Entre os aspectos ambientais, estão, também, a exposição aos ácaros e fungos e infecções virais (agentes causadores de pneumonia e resfriado). AdicionalmenAdicionalmente, os fatores genéticos contribuem quando há histórico familiar de asma ou rinite (BRASIL, 2017). Nos casos de crise asmática, é recomendado acalmar a vítima, colocá-la em posição confortável, sentada ou semissentada, chamar o resgate ou encaminhar para o hospital (QUILICI; TIMERMAN, 2011). Caso a vítima utilize e tenha disponível um broncodilatador aerossol, auxilie a azer a autoadministração do medicamento.

67

 

A aspiração de líquidos (não-corporais) por submersão ou imersão caracteriza o aogamento. Esta situação ocorre quando a via aérea da vítima está abaixo do nível da superície líquida. Caso não se jam tomadas as condutas de primeiros socorros, o

nestas situações, que a vítima encontra-se requentemente em posição vertical, com os membros me mbros superiores estendidos lateralmente, batendo-os na água. As pessoas próximas da vítima podem não perceber que estes indivíduos estão com problemas. Devido

aogamento levar à morte. Segundopode crença popular, a vítima acena com a mão e chama por ajuda. No entanto, é observado

àmarespiração ser instintivamente prioridade, a vítide submersão, na maioria das vezes, é incapaz de de gritar por socorro (SZPILMAN, 2005).

68

 

  EDUCAÇÃO FÍSICA

É importante ressaltar que você deve tomar cuidado para prestar os primeiros socorros sem se tornar uma segunda vítima. REFLITA Para prevenir afogamentos, não deixe crianças sozinhas dentro ou próximas da água. Diversos casos ocorrem com indivíduos que acreditam que sabem nadar. Portanto, não superestime a habilidade das crianças ou dos adultos.

Figura 20 - Posicionamento Posicionamento da vítima

Recomenda-se que a remoção da vítima seja realizarea lizada conorme o seu nível de consciência, sendo que a posição vertical deve ser adotada, com intuito de evitar vômitos e outras complicações das vias aéreas. Para o transporte de vítimas inconscientes, a posição deve ser mais próxima possível da horizontal, tomando cuidado para manter a cabeça acima do nível do corpo. Lembre de manter sempre as vias aéreas abertas e, ao chegar em ambiente seco, a vítima deve ser posicionada paralela ao espelho d’água, em decúbito dorsal (Figura 20) (WATSON et al., 2001; SZPILMAN; IDRIS; CRUZ-FILHO, CRUZ-FILHO, 2002).

69

 

Vítimas de submersão submersão precisam receber, rapidamente, SBV (Figura 21), no local do acidente, e é necessário  verificar  verifi car a possibilidad possibilidadee de trauma. trauma. Lembre-se Lembre-se de que que as lesões neurológicas neurológicas permanentes ocorrem após após 5 minutos de asfixia, por isso, a rapidez no atendimento atendimento será extremamente relevante relevante para o sucesso dos procedimentos. Portanto, retirar a vítima da água á gua é prioridade. Se a vítima apresentar apneia, a ventilação deve ser iniciada ainda na água. água. Caso não seja detectado pulso, as compressões torácicas devem ser iniciadas, imediatamente, após a retirada da água. água. As manobras de ressuscitaçãão reduzirão a hipóxia ressuscitaç hipóxia e minimizarão seus efeitos deletérios deletérios (CAMPOS JÚNIOR; BURNS, 2014).

Figura 21 - Elos da corrente de sobrevida Fonte: adaptada de Campos Júnior e Burns (2014).

ATENÇÃO

A limpeza das vias aéreas e a retirada ret irada de água água dos pulmões pulmões são contraindicadas por não apresentarem ecácia e atrasar os procedi-

mentos de SBV. Além disso, estas manobras

podem provocar aspiraçã aspiração do conteúdo conteúdo gásgás-

trico. Mesmo após a vítima retornar a respirar e apresentar pulso, é necessário que seja submetida à avaliaçã avaliação médica. Para evitar

afogamentos de crianças, é necessária a supervisão permanente dos professores.

70

 

considerações fnais

aro(a) aluno(a), nesta unidade, verificamos diversos aspectos relacionados às urgências e emergências cardiovasculares e respiratórias, as quais podem ser simples ou, até mesmo, ocasionar problemas graves e levar a óbito. A lipotimia, a síncope e a obstrução das vias aéreas são bastante comuns e parece que estão mais próximas entre os eventos que podem ocorrer no nosso dia a dia. A parada cardiorrespiratória também apresenta grande incidência e é um problema mundial de saúde pública. Apesar de avanços relacionados à prevenção e ao tratamento, diversas vidas são perdidas, anualmente, no Brasil, devido, em parte, à alta dos primeiros socorros. Quanto à prevenção de aogamentos, você tem um papel p apel muito importante: além de ensinar os alunos a nadar, é necessário sempre estar supervisionando as atividades. Adicionalmente, é necessário ensinar as crianças a não correr em volta da piscina, a não pular em cima de outras crianças ou empurrar os colegas. Desta forma, é importante que este material consultivo seja relembrado ao longo

C

da disciplina, pois outras situações podem acabar evoluindo para uma parada cardíaca ou respiratória. No que diz respeito à sua aplicabilidade, servirá para situações diversas tanto nos atendimentos voltados para lactentes como para crianças e adultos. Lembre-se de que há dierenças nos protocolos das diretrizes e dos livros mais antigos, por isso, é importante você procurar sempre por materiais atualizados e elaborados por especialistas. Caro(a) aluno(a), o intuito desta unidade oi quebrar os obstáculos para o atendimento das vítimas, trazendo, de orma simples, mas detalhada, os procedimentos de primeiros socorros nestas situações, desde o reconhecimento das situações, até o uso de desfibrilador externo automático, que pode e deve ser manuseado, inclusive, por pessoas que não são da área da saúde.

 71

 

atividades de estudo

1. A obstrução das vias aéreas (OVA) é uma emergência absoluta absoluta que, se não for reconhecida e resolvida, pode levar a óbito em minutos. Quando um bebê é vítima de OVA, deve ser realizado o procedimento de: a) Manobra de Heimlich, em posição ortostática. b) Manobra de Heimlich, em decúbito dorsal. c) Compressões torácicas, em posição ortostática. d) Manobra de desobstrução, em decúbito ventral. e) Manobra de desobstrução, em decúbito lateral.

2. A síncope é caracterizada pela perda transitória d daa consciência, como resultad resultadoo da baixa perfusão cerebral, geralmente, por queda temporária súbita da pressão arterial associada à incapacidade de manter-se na posição de pé, com recuperação espontânea e completa. Sobre esta situação, verique as asserções seguintes e assinale a alternativa correta: a) São sintomas de síncope: bradicardia; palidez; sudorese e hipotensão. b) É indicado colocar a vítima em decúbito dorsal com MMII elevados e nunca

virar a cabeça de lado. c) É indicado colocar a vítima em decúbito dorsal com MMII elevados e virar a

cabeça de lado (para evitar que aspire secreções). d) É indicado oferecer álcool ou amoníaco para a vítima aspirar. e) É indicado colocar a vítima, imediatamente, na posição sentada.

72

 

atividades de estudo

3. Segundo as Diretrizes de Ressuscitação C Cardiopulmonar ardiopulmonar da Ame American rican Heart Association (2015), para realização das compressões torácicas em adultos, na PCR, é recomendado posicionar-se ao lado da vítima – que deve ter o tórax desdes nudo –, colocar a região hipotenar da mão sobre o esterno da vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a, estendendo os braços e se posicionando cerca de 90° acima da vítima, comprimindo, com profundidade de, no mínimo, 5 cm, e permitindo o retorno completo do tórax após cada compressão, sem retirar o contato das mãos com ele. SOBE DESCE

OMBROS SOBRE AS MÃOS

BRAÇOS ESTICADOS USAR A BASE DAS MÃOS

Em relação à frequência das compressões, estão indicadas: a) No mínimo, 100 compressões/minuto e, no máximo, 120. b) No mínimo, 50 compressões/minuto. c) 5 compressões/minuto. compressões/minuto. d) No mínimo, 80 compressões/minuto. e) No mínimo, 200 compressões/minuto e, no máximo, 320.

 73

 

atividades de estudo

4. As vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR) podem apresentar o gasp agônico, agônico, que é uma atividade semelhante à: a) Hipotermia, pois todos os sinais e sintomas são iguais. b) Hiperglicemia, pois todos os sinais e sintomas são iguais. c) Anemia, podendo confundir os possíveis socorristas. d) Hipertensão arterial sistêmica, pois os sinais são iguais. e) Convulsão, podendo confundir os possíveis socorristas.

5. As manobras de ressuscitação para bebês podem ser necessárias, sendo essencial o conhecimento e a habilidade para todos os prossionais que trabalham com estes indivíduos, visto que podem apresentar parada cardiorrespiratória. Analise as asserções sobre a ressuscitação cardiopulmonar em bebês e assinale a que é indicada realizar:

a) Compressão torácica, com profundidade de 4 cm. b) Compressão torácica, com profundidade mínima de 15 cm. c) Uma compressão para cada 20 ventilações. d) Uma compressão para cada 50 ventilações. e) 50 compressões para cada 2 ventilações.

74

 

LEITURA COMPLEMENTAR 

Caro(a) aluno(a), verique, a seguir, o conteúdo e outras informações da “I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia”. Epidemiologia da Parada Cardiorrespiratória Esforços no sentido de reunir o conhecimento cientíco a respeito da PCR (parada cardiorrespiratória) e de estabelecer um padrão e uniformidade para o seu tratamento vêm sendo realizados, desde o início dos anos 1960. Com o estabelecim estabelecimento ento do ILCOR (Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação), esses esforços foram sistematizados por meio de uma ampla revisão da literatura cientíca publicada atinente ao tema, culminando com o primeiro consenso cientíco internacional, no ano de 2000. Duas revisões deste consenso, em 2005 e em 2010, incorporaram o vasto conhecimento cientíco que vem se avolumando, no decorrer dos últimos anos, a respeito do tema, aliás, uma das áreas de grande produção cientíca mundial dentro da cardiologia. Este consenso cientíco internacional de 2010, atualizado com algumas novas evidências cientícas recolhidas dos últimos dois anos, reete-se nas diretrizes de Emergências Cardiovasculares e RCP da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

 75

 

LEITURA COMPLEMENTAR 

A PCR permanece como um problema mundial de saúde pública. Apesar de avanços, nos últimos anos, relacionados à prevenção e ao tratamento, muitas são as vidas perdidas anualmente, no Brasil, relacionadas à PCR, ainda que não tenhamos a exata dimensão do problema pela falta de estatísticas robustas a este respeito. Os avanços também se estendem à legislação sobre acesso público à desbrilação e obrigatoriedade de disponibilização de DEAs (desbriladores externos automáticos), bem como no treinamento em RCP (ressuscitação cardiopulmonar), missão esta em que a Sociedade Brasileira de Cardiologia apresenta, há muitos anos, uma posição de destaque. Podemos estimar algo próximo de 200.000 PCRs ao ano, no Brasil, sendo metade dos casos ocorrendo em ambiente hospitalar, e a outra metade em ambientes, como residências, shopping centers, aeroportos, estádios etc. Estima-se que a maioria das PCRs em ambiente extra hospitalar sejam em decorrência de ritmos, como brilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso, enquanto que, em ambiente hospitalar, a atividade elétrica sem pulso e a assistolia respondam pela maioria dos casos. A maior parte das PCRs ocorre em adultos, mas crianças também são afetadas. O perl etiológico/epidemiológico da criança é totalmente diferente do adulto, o que se reete em diferenças importantes no tratamento. Fonte: adaptada de SBC (2013b).

76   76

 

material complementar

Indicação para Le para Lerr Treinamento de Emergências Cardiovasculares: básico (TECA B) Sociedade Brasileira de Cardiologia

Editora: Manole Editora: Sinopse: este Sinopse:  este livro foi desenvolvido com base na I Diretriz Brasileira de Parada Cardiorrespiratória diorrespirató ria e Emergência Emergência Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia   – 2012 e na diretriz mais recente do International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR). O livro foi escrito por especialistas em emergência emergência cardiovascular, seguindo critérios critérios modernos de didática didática e treinamento, fazendo que ambos sejam ferramentas úteis úteis e indispensáveis indispensáveis nos atendimentos hospitalares e pré-hospitapré-hospitalares. Comentário: neste Comentário:  neste livro você poderá obter mais informações sobre suporte básico de vida, conceitos e procedimentos nos casos de infarto agudo do miocárdio, parada cardiorrespiratória, acidente vascular encefálico e obstrução das vias aéreas. Além disso, este material traz diversas ilustrações de primeiros socorros.

Indicação para Acessar Esta publicação resume os principais pontos de discussão e alterações alter ações feitas na atualização das Diretrizes de 2015 da American Heart Association para ressuscitação cardiopulmonar. Web:
View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF