Português 10 Ano
March 24, 2017 | Author: marlene30 | Category: N/A
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CADERNO DE ACTIVIDADES PÁGiNA SEGU NTE
Português 10.o ano
FILOMENA MARTINS GRAÇA MOURA
Índice Sequência
1
Textos do Domínio Transaccional e do Domínio Educativo Ficha 1 – Declaração...................................................................................... Ficha 2 – Relatório ........................................................................................ Ficha 3 – Requerimento ............................................................................... Ficha 4 – Regulamento ................................................................................ Ficha 5 – Contrato .........................................................................................
4 5 8 10 13
Textos de Carácter Autobiográfico Sequência
2 Sequência
3 Sequência
4 Sequência
5
Ficha 6 – Memórias........................................................................................ Ficha 7 – Memórias........................................................................................ Ficha 8 – Diário................................................................................................ Ficha 9 – Carta ................................................................................................ Ficha 10 – Retrato .......................................................................................... Ficha 11 – Descrição...................................................................................... Ficha 12 – Camões Lírico .............................................................................
17 19 22 24 26 28 30
Textos Expressivos e Criativos Ficha 13 – Poesia ............................................................................................ Ficha 14 – Poesia ...........................................................................................
34 37
Textos dos Media Ficha 15 – Entrevista..................................................................................... Ficha 16 – Artigo de apreciação crítica.................................................... Ficha 17 – Resumo......................................................................................... Ficha 18 – Crónica jornalistica e literária................................................
40 43 46 47
Contos do Século XX Ficha 19 – Conto .............................................................................................
52
Soluções
55
PROTÓTIPO TEXTUAL
Textos do Domínio Transaccional e do Domínio Educativo TEXTOS DO DOMÍNIO TRANSACCIONAL – são aqueles que têm como objectivo satisfazer algumas necessidades de comunicação burocrática e administrativa e que se utilizam principalmente em serviços. TEXTOS DO DOMÍNIO EDUCATIVO – são os textos referentes à actividade pedagógica.
Declaração
Relatório
Requerimento
Acções
ⴱ declarar
ⴱ relatar
ⴱ requerer
Emissor
ⴱ o declarante
ⴱ o relator
ⴱ o requerente
ⴱ local de Interlocutor
Pessoa interessada
Registo
ⴱ os superiores
ⴱ a pessoa que
ⴱ o relator e/ou
ⴱ o requerente
ⴱ formal
ⴱ formal
ⴱ formal
solicita
ou informal
destinatário
e informal
serviço ⴱ o presidente de determinada instituição
ⴱ primeira página:
Estrutura
ⴱ abertura ⴱ corpo ⴱ fecho
– título – nome do destinatário – nome do autor – data e local da realização
ⴱ abertura ⴱ encadeamento fecho ⴱ páginas seguintes: ⴱ – sumário – introdução – parte central – conclusão
ⴱ regulamentar ⴱ a entidade
regulamentadora ⴱ órgãos dirigentes
ⴱ o chefe de determinado ⴱ os utilizadores,
trabalho ⴱ escola ⴱ tribunal, etc.
hierárquicos
Regulamento
associados de determinada instituição ou colectividade
ⴱ a entidade
regulamentadora e os utilizadores/associados
ⴱ formal ⴱ preâmbulo ⴱ normas gerais ⴱ competências ⴱ direitos ⴱ deveres
Contrato
ⴱ contratar ⴱ os contraentes
ou outorgantes
ⴱ os próprios
contraentes
ⴱ os contraentes
ⴱ formal
ⴱ abertura ⴱ encadeamento ⴱ fecho
* Existem regulamentos menos elaborados.
3
Sequência 1
Declaração
FICHA 1 Leitura
Declaração de Privacidade
5
A Elaconta declara que os dados pessoais dos clientes registados no seu website são apenas utilizados pela Elaconta para processamento das encomendas efectuadas, personalização do website por parte do cliente e envio da newsletter Elaconta para o e-mail do cliente (se essa opção for seleccionada pelo cliente durante o processo de registo na loja online). Garante ainda que a informação que nos disponibiliza não será vendida ou cedida a terceiros. Lisboa, 31 de Outubro de 2009 O declarante, Elaconta http://www.elaconta.pt/declaracao_privacidade (adaptado)
Orientação de leitura 1. Lê
o texto. 1.1 Identifica o tipo da declaração apresentada. 1.2 Refere o declarante e o destinatário. 1.3 Explicita a finalidade desta declaração.
2.
O conteúdo do texto evidencia actualidade. Justifica a afirmação.
Funcionamento da Língua 1. Tendo em conta a situação de comunicação que o enunciado apresenta, identifica o registo utilizado. 2. Estabelece
as correspondências adequadas entre as colunas A, B e C, identificando os actos ilocutórios presentes nas expressões transcritas bem como a intencionalidade comunicativa de cada uma delas. Coluna A
a) «A Elaconta declara» b) «A Elaconta garante ainda» 3. Classifica
Coluna B
1. Acto compromissivo 2. Acto declarativo
Coluna C
I. Prometer II. Declarar
os verbos «declarar» e «garantir», seleccionando as opções correctas: a) declarar b) garantir
4. Transcreve
1. verbo assertivo 2. verbo compromissivo 3. verbo directivo 4. verbo volitivo 5. verbo expressivo 6. verbo declarativo
do texto duas frases subordinadas substantivas completivas.
Escrita Considera o texto estudado. Elabora uma declaração de acordo com as seguintes directrizes: um(a) cliente expressa à Elaconta a exigência de confidencialidade dos seus dados pessoais. 4
Textos do Domínio Transaccional e do Domínio Educativo
FICHA 2
Relatório
Leitura
Relatório de Viagem Unidade: Beta, Lda. Local: Luanda – Angola
5
10
15
20
Período: 07/09/2010 a 14/09/2010 De: João Manuel Albuquerque
Sumário (cronologia da viagem): 07/09 • Viagem de ida. 08/09 • Chegada a Luanda. • Levantamento da situação da paginação da lista. 09/09 • Verificação de ficheiros de paginação. • Identificação da origem dos erros encontrados. 10/09 • Esclarecimento sobre as anomalias detectadas na utilização do software. • Informação sobre as regras da paginação, nomeadamente a continuação de figurações. • Correcção de páginas. 11/09 • Instalação do software gerador e visualizador de postscript. • Formação na utilização do software. • Início da geração de postscript. 12/09 • Formação e testes à geração de postscript da separação de cores. 13/09 • Continuação de testes e verificação de postscript da separação de cores. • Parametrização da base de dados. • Viagem de regresso. 14/09 • Chegada a Lisboa. Introdução: Objectivo: Instalação do software para gerar postscript de páginas, montar o sistema de controlo de envio de ficheiros e parametrização da Base de Dados.
25
Parte central (situação encontrada): • A paginação não estava concluída, havendo necessidade de recorrer a serviços de um operador externo. • Verificou-se que alguns computadores não tinham instalados o software e as fontes necessários para trabalhar, o que dificultou algumas tarefas e retirou capacidade de resposta.
30
• Ao verificar as páginas entretanto já produzidas, notou-se a existência de duplicações, de muitos erros de ortografia, fruto de desconhecimento da Língua Portuguesa, e textos mal carregados na base de dados, denotando deficiências várias, quer na acção de conferência, quer no tratamento dos erros de extracção.
5
Sequência 1
Conclusões e Sugestões: • Verifica-se a necessidade de uniformizar o software nas estações de trabalho da Arte, a fim de rentabilizar os equipamentos, principalmente em períodos críticos de trabalho.
35
• Sugere-se que, enquanto não forem assimilados os processos de produção e a Base de Dados não for considerada um pouco mais estável, se separem as funções de introdução das de conferência, sendo estas desempenhadas por pessoas distintas.
40
in Relatório de Viagem (adaptado)
Orientação de leitura 1. Identifica,
do texto: a) o tipo de relatório b) o título c) o nome do autor d) o período de tempo a que se reporta e) o local onde foi desenvolvido o trabalho, objecto do relatório
2.
Atenta no Sumário e na Introdução. 2.1 Indica quantos dias foram despendidos na concretização do objectivo enunciado na Introdução.
3.
Relê a Parte central, as Conclusões e as Sugestões. 3.1 Caracteriza a situação encontrada. 3.2 Regista as afirmações que revelam a conclusão e a sugestão do relator.
4.
A linguagem é predominantemente: a) objectiva. b) subjectiva. 4.1 Refere, no presente relatório, três características deste tipo de discurso.
Funcionamento da Língua 1. Considera as palavras: a) viagem
d) nomeadamente
b) paginação
e) início
c) informação
f) base Identifica as palavras complexas. 1.2 Clarifica e classifica o seu processo de formação. 1.1
6
Textos do Domínio Transaccional e do Domínio Educativo
2. Transcreve
do texto: a) dois nomes próprios b) dois nomes comuns não contáveis c) dois quantificadores numerais d) dois adjectivos e) dois neologismos (empréstimos)
3. Refere
adjectivos da família dos seguintes nomes: d) geração b) origem e) dinamismo c) anomalia f) introdução 3.1 Indica o grau superlativo absoluto sintético de: a) fraco b) fugaz c) estável d) distinto a) paginação
4.
«Verificou-se que alguns computadores não tinham instalados o software e as fontes necessárias para trabalhar, o que dificultou algumas tarefas e retirou capacidade de resposta.» (ls. 27-28) 4.1 Transcreve as frases: a) subordinada substantiva completiva b) coordenada copulativa c) subordinante d) subordinada adjectiva relativa restritiva 4.2 Selecciona as funções sintácticas correspondentes aos vocábulos destacados em 4: a) sujeito simples b) modificador preposicional c) complemento directo
Escrita Elabora um relatório de uma visita de estudo que tenhas apreciado.
7
Sequência 1
FICHA 3
Requerimento
Leitura Exmo. Sr. Chefe da Repartição de Finanças de Sabugal João Miguel Teixeira, contribuinte fiscal n.o 333131800, residente na Rua José Relvas, n.o 65, 3.o D, Sardoal, tendo sido notificado do valor tributável atribuído à sua fracção autónoma, sita em Sabugal, Lote 19, freguesia de Sabugal, inscrita na matriz sob o artigo 805 e descrita na caderneta de avaliações n.o 599 sob o n.o 62, vem, por este meio, requerer a V. Exa. que se digne mandar proceder à 2.a avaliação do referido prédio nos termos do artigo 279 do Código da Contribuição Predial e do Imposto sobre a Indústria Agrícola, em virtude de achar exagerado o valor atribuído na 1.a avaliação, com os seguintes fundamentos: 1. O prédio que contém a referida fracção localiza-se numa zona suburbana de fraca acessibilidade. 2. Neste local é impossível obter o rendimento anual de E 3694,75. Solicito, assim, que seja considerado o valor patrimonial de E 15 749,64 para a referida fracção. Para o efeito, indica para seu louvado o Sr. José Manuel da Conceição Justo, contribuinte n.o 333241693, residente na Rua Alves Redol, n.o 16, 1.o A, Sardoal. Pede deferimento, Sardoal, 26 de Setembro de 2009 O Requerente, ________________________________________
Orientação de leitura Aplica os teus conhecimentos, respondendo às questões. 1. Identifica
o destinatário do requerimento apresentado.
2.
Refere a sua natureza.
3.
Apresenta a causa desta petição.
4.
O requerente apresenta dois argumentos que justificam o seu pedido. 4.1 Indica-os. 4.2 Explica o sentido da expressão «zona suburbana de fraca acessibilidade».
5. Explicita 6.
o significado de: «Pede deferimento».
Delimita as três partes em que o texto se estrutura.
7. Transcreve
8
três vocábulos específicos deste tipo de documento.
Textos do Domínio Transaccional e do Domínio Educativo
Funcionamento da Língua 1. Procura num dicionário o significado dos vocábulos: a) notificado;
b) tributável;
c) autónoma;
d) sita;
e) patrimonial.
2.
Identifica o registo de língua presente no requerimento.
3.
«vem, por este meio, requerer a V. Exa, que se digne mandar proceder à 2.a avaliação». 3.1 Refere o princípio regulador da interacção discursiva observado na expressão transcrita? 3.2 Apresenta a designação da forma de tratamento utilizada pelo requerente.
4.
Transcreve três exemplos do acto ilocutório directivo, esclarecendo a sua intencionalidade comunicativa.
5. «zona
suburbana de fraca acessibilidade» e esclarece o processo de formação dos vocábulos destacados.
5.1 Classifica 6.
«tendo sido notificado do valor tributável». 6.1 Integra nas respectivas classes e subclasses as palavras «valor» e «tributável».
7.
«O prédio que contém a referida fracção localiza-se numa zona suburbana». 7.1 Divide e classifica as orações da expressão transcrita. 7.2 Refere as funções sintácticas das palavras destacadas.
Escrita 1.
A
Lê atentamente os fragmentos textuais A, B, C e D, partes constituintes de um requerimento para solicitar o Estatuto de Trabalhador Estudante.
vem, por este meio, requerer o Estatuto de Trabalhador Estudante, nos termos do Regulamento em vigor.
B
Mariana Sofia Lencastre Sousa, moradora na Av. Gago Coutinho, n.º 9, 1.º Dto, 1000-224 Lisboa, com o telefone 211 234 567, inscrita no Curso de Ciências Sociais do Ensino Secundário, 10.º Ano, Turma A, n.º 28, C
Pede deferimento. 25/10/2009 Mariana Sofia Lencastre Sousa D
Exmo. Sr. Director 1.1 Ordena
estes fragmentos e reescreve o requerimento, de acordo com a estrutura desta tipologia textual.
2. Elabora
um requerimento dirigido ao Coordenador da Biblioteca da tua escola para requisitares um volume valioso que se revele fundamental para um trabalho de investigação.
9
Sequência 1
FICHA 4
Regulamento
Leitura Universidade do Algarve Regulamento de Funcionamento das Bibliotecas I – Leitores Art. 1.° São bibliotecas da Universidade do Algarve a Biblioteca Central, as bibliotecas da ESE, ESGHT e EST e a biblioteca do Pólo de Portimão. Art. 2.° As bibliotecas da UAlg estão abertas à comunidade académica e à comunidade externa, nomeadamente a: 1. Alunos, docentes, investigadores e funcionários da Universidade do Algarve. 2. Utilizadores de arquivos e de outros serviços de documentação e/ou informação no âmbito dos respectivos protocolos de colaboração. 3. Outros utilizadores, desde que possuidores do cartão de leitor. II – Sala de leitura Art. 3.° Os utilizadores das bibliotecas podem entrar nas instalações com pastas, carteiras ou mochilas. Caso se revele necessário, à saída, o funcionário procederá à verificação dos pertences. Art. 4.° Nas salas de leitura o utilizador poderá servir-se de publicações das bibliotecas e/ou de outros materiais estranhos às mesmas, desde que não perturbe o normal funcionamento desses espaços, nem ponha em causa a integridade e o bom estado de conservação dos documentos, do mobiliário, do equipamento e das instalações. Art. 5.° Nas salas de leitura e gabinetes nela integrados: 1. Não é permitido fumar, comer, beber, ou tomar quaisquer atitudes que ponham em causa o ambiente de silêncio e disciplina exigido nesses espaços. 2. Não é permitida a utilização de telemóveis, pelo que estes terão de estar desligados durante o período de permanência nestes espaços. 3. Caso se verifique qualquer atitude que ponha em causa o bom funcionamento das salas de leitura, o utilizador será avisado e, em caso de reincidência, identificado, sendo a ocorrência comunicada superiormente. 4. Os utilizadores não podem utilizar em grupo mesas de leitura individuais, nem deslocar mesas ou cadeiras para lugares diferentes daqueles onde estejam colocadas.
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Textos do Domínio Transaccional e do Domínio Educativo
5. As obras consultadas devem ser colocadas nas mesas e nunca recolocadas nas estantes pelos utilizadores. 6. É expressamente proibido anotar, riscar, dobrar ou de qualquer outra forma danificar o material utilizado, assim como retirar do mesmo qualquer carimbo ou etiqueta. O não cumprimento desta disposição implica, além de outras possíveis sanções, a reposição da publicação danificada ou o seu pagamento integral. 7. Os funcionários podem, a todo o momento, interpelar e proceder a acções de verificação, caso observem comportamentos que indiciem danos nas obras das bibliotecas. 8. É reservado o direito de impedir o acesso às bibliotecas a qualquer utilizador cujo comportamento se tenha anteriormente revelado inadequado no local. Art. 6.° Horário: 1. O horário de funcionamento das bibliotecas será anualmente afixado em local visível nas bibliotecas. 2. As alterações ao horário de funcionamento das bibliotecas serão, exceptuando situações imprevistas, sempre anunciadas com uma antecedência de três dias e mediante aviso escrito afixado em local visível na biblioteca. III – Leitura de presença Art. 7.° Entende-se por «Leitura de presença» a que é efectuada nas salas de leitura, dentro dos horários de funcionamento. Art. 8.° Os leitores têm direito à leitura de presença de todos os documentos que se encontrem nas salas de leitura em regime de livre acesso. Art. 9.° A documentação que se encontra em arquivo deverá ser solicitada no balcão de atendimento ou, antecipadamente, por correio electrónico. (...) http://www.bib.ualg.pt
Orientação de leitura 1. O
texto apresentado é o Regulamento das Bibliotecas da Universidade do Algarve. 1.1 Classifica-o como: a) regulamento geral; b) ou regulamento parcial. 1.2 Justifica a tua opção.
2. Apresenta
a sua estrutura.
11
Sequência 1
3.
Selecciona a tipologia textual em que se insere: a) texto descritivo b) texto conversacional c) texto instrucional ou directivo
4.
Considera o Art. 2.°. 4.1 Indica as condições de acesso à biblioteca estipuladas aos utilizadores não pertencentes à comunidade académica.
5. Regista, 6.
de forma sintética, o que o conteúdo do Art. 4.o.
Lê o Art. 5.o e assinala com verdadeiro (V) ou falso (F) as seguintes afirmações: a) É proibido sorrir. b) Cada mesa só pode ser ocupada por uma pessoa. c) Os leitores têm de arrumar as obras nas estantes de onde as tiraram. d) Assinalar, na obra requisitada, um assunto do interesse do leitor é punível com sanção. e) Um funcionário pode impedir a entrada de um utilizador frequente. acordo com o Art. 6.o, esclarece se o horário anual de funcionamento pode ser alterado. Fundamenta a tua resposta.
7. De
8. Refere
os procedimentos necessários para aceder a documentos que não estão nas salas de leitura.
Funcionamento da Língua 1. Identifica
a classe de palavras em que se insere a numeração que ordena os artigos.
2. Classifica
as seguintes frases quanto ao tipo e à polaridade: é permitido fumar, comer, beber, ou tomar quaisquer atitudes que ponham em causa o ambiente de silêncio ou disciplina exigido nesses espaços. b) Os leitores têm direito à leitura de presença de todos os documentos que se encontrem nas salas de leitura em regime de livre acesso. a) Não
3.
Esclarece a constituição morfológica dos vocábulos: a) «documentação» b) «deverá»
4.
Classifica sintacticamente as frases: a) e nunca recolocados nas estantes pelos utilizadores (Art. 5.o). b) que se encontrem nas salas de leitura (Art. 8.o). 4.1 Refere a função sintáctica das expressões destacadas.
Escrita Considera que a tua escola vai realizar um concurso para uma revista on-line onde serão divulgadas mensalmente as suas actividades culturais. Elabora três artigos que integrem o regulamento desse concurso.
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Textos do Domínio Transaccional e do Domínio Educativo
FICHA 5
Contrato
Leitura Entre SOTRANSBER, com sede em Rua Ricardo Reis, n.° 20, Lisboa, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa sob o n.° 123410 com o contribuinte fiscal n.° 132736233, com o ramo de actividade Transportes, daqui em diante designada como Primeiro Outorgante. António José Rodrigues Oliveira, de nacionalidade portuguesa, residente em Praceta de Mário de Sá-Carneiro, n.° 11, 1. B, Odivelas, com o contribuinte fiscal n.° 149992244, portador da carta de condução n.° L-129113, válida até 01/02/2047, daqui em diante designado de Segundo Outorgante, é celebrado o presente contrato de trabalho, que se regerá pelas seguintes cláusulas: 1.a O segundo outorgante é admitido ao serviço do primeiro outorgante com a categoria profissional de motorista, a fim de desempenhar as funções da sua especialidade, ou quaisquer outras, desde que compatíveis com a sua qualificação profissional. 2.a 1– A retribuição a auferir pelo segundo outorgante é mensal, fixada em 750 € (setecentos e cinquenta euros), a qual será paga em cheque, e sobre a qual incidirão os descontos legais. 2– À retribuição referida será acrescido o respectivo subsídio de alimentação, correspondente a 5 € (cinco euros) por cada dia efectivo de trabalho. (...) 4.a O segundo outorgante prestará um horário de trabalho de 40 horas semanais, distribuídas da seguinte forma: oito horas por dia, de segunda a sexta-feira. 5.a O presente contrato terá início em 02/01/2009 e caduca em 02/01/2010. 6.a 1. Em tudo não previsto neste contrato, vigorarão as disposições legais aplicáveis. 2. O segundo outorgante aceita ser admitido ao serviço pelo primeiro outorgante, nos termos e condições acima referidas. 7.a O presente contrato é feito em duplicado e composto por uma página que vai ser assinada pelos dois outorgantes, sendo a sua celebração datada a 02/01/2009. O primeiro outorgante __________________________________ O segundo outorgante __________________________________
13
Sequência 1
Orientação de leitura 1. Identifica a estrutura do texto. 2.
Classifica esta tipologia textual.
3.
Refere outra designação para «outorgante».
4.
As cláusulas são numeradas, por ordem, da 1.a à 7.a. 4.1 Diz o que entendes por cláusulas.
5. Enuncia 6.
as condições aceites pelo segundo outorgante.
Explicita como decidiram as duas partes dar solução a questões não acordadas no documento.
Funcionamento da Língua 1. Apresenta
sinónimos de:
a) compatíveis b) auferir c) efectivo 2. No
texto, as formas verbais encontram-se predominantemente no Presente e no Futuro Imperfeito do Modo Indicativo da forma activa da forma passiva. 2.1 Fundamenta a afirmação anterior, retirando exemplos do texto. 2.2 Justifica a presença dos referidos tempos verbais no texto.
3.
Selecciona, da primeira cláusula, os marcadores discursivos utilizados. 3.1 Classifica-os.
4.
Dos seguintes vocábulos, selecciona os flexionáveis: a) entre d) diante b) sede e) primeiro c) fiscal f) outorgante 4.1 Integra na respectiva classe as palavras constantes das alíneas a), e) e f).
5. Dá
continuidade à seguinte unidade discursiva: o primeiro outorgante foi admitido ao serviço do segundo. Para tal, acrescenta-lhe: a) uma frase subordinada adverbial causal. b) uma frase coordenada conclusiva. c) uma frase subordinada adverbial concessiva.
Escrita Imagina que és um compositor de música rock e estabeleces contrato a termo certo com uma editora discográfica. Redige três cláusulas respeitantes: a) aos prazos de entrega das letras e/ou das músicas; b) ao motivo da necessidade deste colaborador para a actividade da empresa; c) à quantidade monetária auferida pelo compositor.
14
PROTÓTIPO TEXTUAL
Textos de Carácter Autobiográfico AUTOBIOGRAFIA – narrativa em que um autor dá a conhecer momentos da sua vida sob a forma documental e/ou ficcional. A autobiografia pode concretizar-se em Memórias, Diários, Cartas e Auto-Retratos. BIOGRAFIA – texto predominantemente narrativo sobre as vivências e experiências da vida de determinada personalidade. A autobiografia e a biografia podem ser ilustradas com fotografias.
Memórias
䉯
Eu memória individual 䉯
Presente recordação, evocação, lembrança
䉭
䉯
ⴱ expressão
ⴱ comunicação
unilateral ⴱ por escrito ⴱ criação de um confidente inanimado ⴱ papel
䉯
e registo
ⴱ múltiplos registos individuais
䉯
Memória colectiva
ⴱ sentimentos ⴱ vivências/experiências ⴱ projectos de vida ⴱ anseios ⴱ dúvidas ⴱ ambições ⴱ fracassos ⴱ vitórias ⴱ considerações críticas sobre
Eu retrato da interioridade
䉯
a realidade quotidiana
䉭 discurso da 1.a pessoa
䉭
䉯
Diário
䉭
Passado vivências experiências sentimentos
elevada subjectividade
15
Carta
䉯
Missiva do eu = Emissor
Destinatário Vós ⴱ serviços ⴱ entidades ⴱ instituições
Tu ⴱ conhecido ⴱ íntimo
䉭
䉭
Carta oficial: formal
Carta familiar: informal Objectivos ⴱ Dar a conhecer sentimentos ⴱ Fazer confidências ⴱ Informar
Retrato
representação, descrição de alguém ou de uma realidade
䉯
icónica: ⴱ pintura ⴱ desenho ⴱ escultura ⴱ fotografia
䉭
escrita
䉯 de espaço 䉭
humana 䉭
䉭
䉭
individual ⴱ físico ⴱ psicológico
colectiva ⴱ físico ⴱ psicológico
ⴱ interior
䉯 ⴱ exterior
䉭
Verbos:
ⴱ ser ⴱ estar
estático semi-estático dinâmico
nome + adjectivos + advérbios 16
Verbos:
ⴱ ser ⴱ estar ⴱ de acção
Objectivos ⴱ Solicitar algo ⴱ Fazer intercâmbios comerciais ⴱ Reclamar
Textos de Carácter Autobiográfico
FICHA 6
Memórias
Leitura Certa manhã, finalmente, vimos o pai de Juanito. Quando atravessámos a colina do poste da energia eléctrica, iam ambos, ele e o garoto, um pouco adiante, cada um levando aos ombros um objecto que não pudemos identificar. Ele era um homem esgalgado, e mais alto me parecia, vestido de camisa escura, inflada por fora das calças, assim de vulto recortado sobre a lividez do 5 amanhecer. Nenhum deles nos deu importância. A passada de Juanito imitava a do pai, a mesma cadência, a mesma sobrançaria de movimentos. Eles ali iam a encher o horizonte! E não sei que altivez, que majestade eles me transmitiram. Não fui o único, decerto, a reagir desse modo, pois o amuo da Maria Adélia, ao verificar que o ganapo lhe não respondia ao aceno («Olha o finório! Parece que vai ao lado de um rei»), teve para mim um significado idêntico. 10 Concordámos em barrar-lhes o caminho à entrada do bairro, e, então, o pai de Juanito ver-se-ia forçado a dialogar connosco. Havia muitas coisas a dizer, e, mais do que isso, a nossa curiosidade, aguçada nesses meses, bem merecia que o ensejo não fosse desperdiçado. Mas nada decorreu como prevíamos. Eles deviam ter prosseguido a sua jornada, ou tê-la-iam desviado para se furtarem à nossa coscuvilhice, pois quando voltámos a encontrar Juanito 15 já o pai ia longe. «Foi caçar arrebelas» – disse o catraio. E bem notámos que mentia. Ainda hoje o que recordo do homem esgalgado é essa imagem fugaz de grandeza, a força da sua solidão ou do seu desdém, presas à minha memória como uma revelação, e não posso ajustá-lo ao que depois aconteceu. O reencontro com Juanito, nessa manhã, deu-se em circunstâncias que muito decidiram das 20 nossas intenções a seu respeito: uma criança chorou numa das barracas, alguém, lá dentro, a castigava do berreiro, embora o castigo apenas servisse para que o choro fosse mais bravo; e em certo momento, ouvida a perrice da criança por toda a colina, Juanito correu, desvairado, donde se ocultara, e ei-lo a procurar a irmã nas choças que mais vezes a abrigavam. No seu rosto houve ferocidade, pânico e, depois de tranquilizado («Não era ela! Não era ela!»), uma 25 alegria sôfrega, convulsiva. Nunca o vira tão sociável e expansivo. Fernando Namora, Retalhos da Vida de um Médico, Bertrand Editora, 1975-1983
Orientação de leitura 1.
Considera os seguintes tópicos: a) mudança de intenções: a acção de Juanito e) impressão causada nos observadores b) plano do narrador e da companheira f) situação inicial c) impressão presa na memória g) caracterização de Juanito e do pai d) fracasso do plano 1.1 Ordena-os de acordo com a continuidade e a progressão do texto. 1.2 Delimita os momentos a que correspondem.
2. Explicita
o sentido das afirmações: a) «vulto recortado sobre a lividez do amanhecer» (ls. 4-5) b) «merecia que o ensejo não fosse desperdiçado» (l. 12) c) «ouvida a perrice da criança por toda a colina» (l. 22)
17
Sequência 2
3.
O texto apresenta-nos uma situação que faz parte das vivências do narrador. Refere de que modo este se encontrava envolvido nela. a) emocionalmente c) socialmente b) circunstancialmente d) politicamente
4.
Completa a seguinte grelha com elementos linguísticos do texto que remetem para a deixis pessoal, temporal e espacial. Elementos linguísticos deixis pessoal
eu (sujeito de enunciação) eu + Maria Amélia deixis temporal deixis espacial
4.1 A 5.
partir do quadro, tira conclusões sobre o carácter memorialista do texto.
Refere os sentimentos que se evidenciam face a Juanito e face a seu pai, nas recordações do narrador.
Funcionamento da Língua 1. Substitui
a conjunção «Quando» (l. 1) por uma locução de sentido equivalente.
2. Transforma
em discurso indirecto a seguinte frase: «Olha o finório! Parece que vai ao lado de um rei» (l. 9)
3.
«E bem notámos que mentia.» (l. 15) 3.1 Substitui «bem» por um vocábulo com sentido equivalente. 3.2 Integra o vocábulo na classe a que pertence. 3.3 A frase é: a) subordinada adjectiva relativa. b) subordinada substantiva completiva. c) subordinada adverbial consecutiva.
4.
Das palavras «fugaz» (l. 16) e «memória» (l. 17) forma palavras acrescentando-lhes sufixos derivacionais.
5. Atenta
nas seguintes palavras: / de certo b) «houve» / ouve c) «vira» / virá 5.1 Escreve frases, usando cada uma das formas com propriedade vocabular. a) «decerto»
Escrita Na escola, estabeleceste já alguns laços de amizade. Escreve um texto autobiográfico, de 100 a 150 palavras, sobre os teus amigos de infância.
18
Textos de Carácter Autobiográfico
FICHA 7
Memórias
Leitura Vou contar o que aconteceu na Vega Central, o mercado maior e mais popular de Santiago do Chile. Alguém veio um dia buscar-me de automóvel, fazendo-me entrar no veículo sem saber exactamente 5 para onde e ao que ia. Levava no bolso um exemplar do livro España en el corazón. Dentro do carro explicaram-me que estava convidado para fazer uma conferência no Sindicato dos Carregadores da Vega. Quando entrei naquela sala desordenada, senti o 10 frio do Nocturno de José Asunción Silva, não só pelo adiantado Inverno como pelo ambiente, que me deixava atónito. Sentados em caixotes ou em improvisados bancos de madeira, uns cinquenta homens aguardavam-me. Alguns tinham à cinta um saco 15 amarrado em jeito de avental, outros cobriam-se com velhas camisolas remendadas e outros desafiavam o frio mês de Julho chileno com o torso nu. Eu sentei-me por detrás da mesinha que me separava daquele estranho público. Todos me fitavam com os olhos carbónicos e estáticos do povo do meu país. 20 Lembro-me do velho Laferte. Àqueles espectadores imperturbáveis, que não movem um músculo da cara e olham fixamente, Laferte designava-os com um nome que me fazia rir. Disse-me uma vez na pampa salitreira: «Repara, lá no fundo da sala, apoiados à coluna, estão a olhar para nós dois muçulmanos. Só lhes falta o albornoz para se assemelharem aos impávidos crentes do deserto». 25 Que fazer com este auditório? De que poderia falar-lhe? Que coisas da minha vida seriam capazes de lhes interessar? Sem atinar numa decisão e escondendo o desejo de sair a correr, agarrei no livro que levava comigo e disse-lhes: – Estive em Espanha há pouco tempo. Havia lá muita luta e muitos tiros. Ouçam o que escrevi sobre aquilo. 30 Devo notar que o livro España en el corazón nunca me pareceu de fácil compreensão. Revela um esforço de clareza, mas está embebido do torvelinho daquelas grandes, múltiplas dores. O facto é que pensei ler umas tantas estrofes, juntar umas quantas palavras, e despedir-me. Mas as coisas não aconteceram assim. Ao ler poema após poema, ao sentir o silêncio, como de 35 água profunda, em que as minhas palavras caíam, ao ver como aqueles olhos e sobrancelhas escuras seguiam intensamente a minha poesia, compreendi que o livro chegava aos destinatários. Continuei a ler mais e mais, comovido eu próprio pelo som da minha poesia, agitado pela magnética relação entre os meus versos e aquelas almas abandonadas. A leitura durou mais de uma hora. Quando me preparava para sair, um daqueles indivíduos 40 levantou-se. Era dos que tinham o saco atado em torno da cintura.
19
Sequência 2
– Quero agradecer-lhe em nome de todos – disse em voz alta. – Quero dizer-lhe, além disso, que nada até hoje nos impressionou tanto. Ao proferir estas palavras, estalou nele um soluço. Outros mais choraram também. Saí para a rua por entre olhares húmidos e rudes apertos de mão. 45 Poderá um poeta continuar a ser o mesmo depois de passar por estas provas de frio e fogo? Pablo Neruda, Confesso Que Vivi, Bibliotex Editor, 2003
Orientação de leitura Depois de leres atentamente o texto, responde às questões. Selecciona as afirmações correctas: 1. O
sujeito da enunciação: uma experiência pessoal. b) descreve a Vega Central. c) conta a história de alguém que «um dia» o veio buscar «de automóvel». d) analisa o seu quotidiano. a) narra
2.
O texto é autobiográfico porque: sua temática é de carácter moralista. b) relata aventuras e suas consequências. c) o eu recorda vivências marcantes. d) conta um episódio da guerra civil de Espanha. a) a
3.
Identifica quem «levava no bolso um exemplar do livro España en el corazón. emissor. b) A pessoa que transportou o emissor. c) Um trabalhador chileno. d) Laferte. a) O
4.
O conferencista, ao entrar na sala, sentiu: a) vergonha.
c) estranheza.
b) constrangimento.
d) alegria.
5. O público era constituído por:
6.
a) desempregados.
c) adolescentes.
b) trabalhadores.
d) burgueses.
O auditório era: a) uma «sala desordenada». b) um mercado chileno.
c) o povo do seu país.
7. O
d) os
governantes do seu país.
emissor leu poemas sobre: a) o sofrimento provocado por um conflito armado. b) a vida quotidiana em Espanha. c) as dores provocadas pelo trabalho árduo. d) um grande amor.
20
Textos de Carácter Autobiográfico
mensagem do livro España en el corazón: c) entristeceu o público. b) comoveu o público. d) exaltou o público.
8. A
a) acalmou o público.
9.
No final da conferência o poeta sentiu: de consciência. b) remorso. a) problemas
10.
c) responsabilidade. d) decepção.
Selecciona, do texto, as expressões que evidenciam o seu carácter memorialista.
Funcionamento da Língua 1. Considera a transcrição:
«Alguém veio um dia buscar-me de automóvel, fazendo-me entrar no veículo sem saber exactamente para onde e ao que ia. Levava no bolso um exemplar do livro España en el corazón. Dentro do carro explicaram-me que estava convidado para fazer uma conferência no Sindicato dos Carregadores da Vega.» 1.1 Assinala
as substituições lexicais.
2. Da
frase «Sentados em caixotes ou em improvisados bancos de madeira, uns cinquenta homens aguardavam-me», selecciona uma catáfora de «uns cinquenta homens».
3. Refere
o modo de relato do discurso utilizado no texto.
4.
Identifica os diferentes locutores.
5.
Reescreve a seguinte transcrição, usando outro modo de relato do discurso: «– Quero agradecer-lhe em nome de todos (…). Quero dizer-lhe, além disso, que nada até hoje nos impressionou tanto.»
6.
Reescreve a seguinte frase, passando os pronomes pessoais da 1.a pessoa para a 3.a pessoa do singular: «Eu sentei-me por detrás da mesinha que me separava daquele estranho público.» (ls. 17-18)
7. Apresenta
antónimos de:
a) «amarrado» (l. 15) b)
«estáticos» (l. 18)
c) «imperturbáveis»
d) «impávidos»
(l. 23) e) «rudes» (l. 44)
(l. 20);
Escrita Todos nós nos emocionamos. Num texto autobiográfico, de 80 a 120 palavras, desenvolve a afirmação em itálico, tendo em conta: momentos inesquecíveis da tua vida; identificação dos diferentes estados de espírito experienciados.
21
Sequência 2
FICHA 8
Diário
Leitura Abril, 22 Na quarta-feira, à entrada da aula, veio ter comigo o contínuo de serviço e queixou-se-me do Fosco. O Fosco fizera barulho, pulara, cantara, dançara ou lá o que foi antes de chegar… Assumi um ar de seriedade digno de um grande actor, e disse ao homenzinho – «Já trato do assunto», e ao Fosco, para que o homem ouvisse, «Vamos ajustar contas». Depois fechei a porta; esperei, escu5 tando, que se afastasse o empregado; e quando os seus passos se não ouviam já, anunciei que no próximo dia seria julgado o Fosco. Ele que escolhesse o seu advogado de defesa, um deles que propusesse advogado da acusação. Fixe bem todo o professor tem de cumprir o que promete ao aluno. Caso contrário, «há concluído», como, em tradução, diria o Radice. É que eles não esquecem – ou só esquecem o que os 10 não interessa. E nós temos de ser exemplo de tudo – a começar, temos de dar o exemplo de bem cumprir. Mal entrei, vi logo na secretária o Poeta e o Gabriel; o Fosco estava entretido a despejar o cesto dos papéis, para uma improvisação feliz de banco de réu. E o debate começou, seguido com interesse e relativa seriedade da parte do público. O ataque não foi brilhante. Mas o Poeta – com que brilho, com que imaginação, com que correcção de vocabulário e riqueza de argumentos 15 não defendeu o seu constituinte! Eu ia sempre «puxando» por cada um (o réu também falou, porque tinha «alguma coisa a alegar em sua defesa») e assim aquela aula, levada a brincar, teve o mérito de pôr os moços a falar sem o constrangimento com que recontam um trecho acabado de ler. Prestou-se a coisa, também, a aquisição de vocabulário: juiz, juízo, julgar e outras palavras 20 relacionadas com a audiência foram tratadas antes dela. E surgiu então uma ideia, aplaudida por todos, e que vem ao encontro da Semana do Animal: passaremos a fazer, de vez em quando, julgamentos de animais e fábulas. O Lobo, de «O Lobo e o Cordeiro», a Cigarra, a Formiga, a Raposa, de «O Corvo e a Raposa», virão ao tribunal. Sebastião da Gama, Diário, Edições Ática, 1993
22
Textos de Carácter Autobiográfico
Orientação de leitura 1. O
emissor relembra um episódio da sua vida. 1.1 Situa-o no tempo e no espaço. 1.2 Regista as acções geradoras da situação conflituosa. 1.3 Refere a solução que o professor deu ao problema.
2. Na
frase «Fixe bem todo o professor tem de cumprir o que promete ao aluno.» (l. 8), o comportamento de um professor é objecto de reflexão. 2.1 Transcreve exemplos textuais ilustrativos da relação professor-aluno.
3. A
aula do «julgamento» do Fosco foi, segundo o narrador, um êxito. Explicita porquê.
4.
A ideia da comparência de animais de fábulas naquele tribunal gerou uma reacção nos rapazes. 4.1 Transcreve a expressão que revela o sentimento de agrado por parte dos alunos. 4.2 Esclarece o interesse de tal actividade no espaço-aula de Português.
5.
O narrador evoca um dia da sua vida de professor. 5.1 Classifica o narrador quanto à presença. 5.2 Identifica as marcas autobiográficas presentes no texto.
Funcionamento da Língua 1. Tomando
como referente «o contínuo», transcreve do texto os seus co-referentes anafóricos.
2. «Fixe
bem todo o professor tem de cumprir o que promete ao aluno.» (l. 8) 2.1 Classifica o acto ilocutório presente na frase transcrita e esclarece a sua intencionalidade comunicativa.
3. Considera o vocábulo «justiça». 3.1 3.2
Retira do texto palavras do seu campo semântico. Selecciona vocábulos que se integram na família de «justiça».
Escrita O excerto sugere reflexões sobre temáticas diversas. Elabora um texto expositivo, de 100 a 150 palavras, desenvolvendo uma das opções apresentadas: ⴱ A justiça – valor universal e intemporal ⴱ A vida como aprendizagem ⴱ O papel do professor no século XXI ⴱ A aprendizagem escolar ⴱ Trabalho de equipa ⴱ Professor(es) meu(s) amigo(s) Aplica as regras da textualidade.
23
Sequência 2
FICHA 9
Carta
Leitura Meu amigo: Sete horas da manhã. Pela janelinha sem vidro do meu quarto entra uma coluna de sol que empoeira de oiro o sobrado. As pedras, de que é construído este casebre, são mal unidas e toscas. Dum lado arrima-se aos penedos: sinto palpitar o coração dos montes. Do outro lado abre para o 5 panorama, píncaros sobre píncaros, fragas revolvidas e um ar tão fino que me farto de o beber. Cheira bem. Pela fresta vejo pedras, montes cobertos de neve, o céu, coisas grandes e eternas… Porque fugi ao ódio, aos desesperos, aos mil nadas que complicam a vida?… Para ter este pão negro, que tão bem me sabe, este ar e esta paz que me penetram. Sou feliz. Vivo!… Cismo e a paz é tanta neste triste casebre onde o pão não sobra, que o não trocaria pelas maio10 res riquezas do mundo. O meu sonho corre, incha, transborda. Ninguém o tolda. Farto-me… Esta gente que me rodeia, pobres cavadores, pastores, homens que se parecem um pouco com as árvores pela sua simplicidade e grandeza – e porque dão sombra também, são criaturas diferentes das que tu conheces… Sombra, perguntas? Não é a bondade das árvores – a sua sombra? Nunca sentiste, junto a um velho sobro, a simpatia e frescura de que seus ramos se evolam? Pois muitos homens dão sombra como as árvores: acolhem; estendem os ramos, protegendo 15 os que se aproximam; a simpatia que de certas criaturas se exala é uma frescura só comparável à frescura das árvores. Raul Brandão, A Farsa, Ferreira e Oliveira Ed., 1903
24
Textos de Carácter Autobiográfico
Orientação de leitura 1. A observação do espaço físico é feita do interior para o exterior. 1.1 Descreve
o casebre e enquadra-o na paisagem. 1.2 Indica as reacções benéficas que esse ambiente provoca no emissor. 2. Refere
o motivo pelo qual o «eu» se encontra instalado naquele «triste casebre».
3A
pobreza é profunda, mas não seria trocada «pelas maiores riquezas do mundo» (ls. 9-10). 3.1 Explica esta aparente contradição.
4.
«O meu sonho corre, incha, transborda» (l. 10). 4.1 Identifica a figura de estilo que mais se evidencia nesta transcrição. 4.2 Caracteriza o estado de espírito do sujeito de enunciação.
5.
Retrata o «eu» em «Esta gente que (…) rodeia» (l. 11).
6.
Tendo em conta o registo utilizado no início da carta, classifica-a. 6.1 A carta está incompleta. Termina-a, aplicando os conhecimentos que possuis sobre a sua estrutura.
Funcionamento da Língua 1. Na
carta, existem referências concretas ao interlocutor. 1.1 Transcreve marcas deícticas que o comprovam.
2. Identifica
os actos ilocutórios presentes nas expressões:
a) «Cheira bem» (l. 6) b) «Sombra, perguntas?» (l. 13). 2.1
Explicita a sua intencionalidade comunicativa.
3. Selecciona, do primeiro parágrafo, os nomes no grau diminutivo. 4.
Considera as expressões: «pão negro» (ls. 7-8) e «pobres cavadores» (l. 11). o valor (restritivo / não restritivo) dos adjectivos. 4.2 Refere o grau superlativo absoluto sintético de: «tosca», «negro», «feliz», «pobre» e «grande». 4.1 Esclarece
5.
Clarifica as diferentes acepções do vocábulo «pão» nas seguintes frases: a) Comeu o pão que o diabo amassou. b) O
pão de centeio é o que mais aprecio. de madrugada, para ganhar o pão de cada dia. d) A cultura é o pão do espírito. 5.1 Constrói três frases onde utilizes a palavra «coluna» com diferentes acepções. c) Sai,
Escrita As férias de Natal chegaram. Vais passá-las em casa de um colega (num local do interior ou do litoral do país). Elabora uma carta, dirigida à tua melhor amiga, contando-lhe os acontecimentos experienciados nesse espaço.
25
Sequência 2
FICHA 10
Retrato
Leitura
Poema à Mãe Olha – queres ouvir-me? – às vezes ainda sou o menino que adormeceu nos teus olhos;
No mais fundo de ti, eu sei que traí, mãe.
5
Tudo porque já não sou o retrato adormecido no fundo dos teus olhos. Tudo porque tu ignoras que há leitos onde o frio não se demora e noites rumorosas de águas matinais.
25
ainda ouço a tua voz: Era uma vez uma princesa 30 no meio de um laranjal…
Por isso, às vezes, as palavras que te digo 10 são duras, mãe, e o nosso amor é infeliz. Tudo porque perdi as rosas brancas que apertava junto ao coração no retrato da moldura. 15
Se soubesses como ainda amo as rosas, talvez não enchesses as horas de pesadelos.
ainda aperto contra o coração rosas tão brancas como as que tens na moldura;
Mas – tu sabes – a noite é enorme, e todo o meu corpo cresceu. Eu saí da moldura, dei às aves os meus olhos a beber. 35
Não me esqueci de nada, mãe. Guardo a tua voz dentro de mim. E deixo-te as rosas. Boa noite. Eu vou com as aves!
Mas tu esqueceste muita coisa; esqueceste que as minhas pernas cresceram, que todo o meu corpo cresceu, 20 e até o meu coração ficou enorme, mãe!
Eugénio de Andrade, Poesia, Fundação Eugénio de Andrade, 2000
Orientação de leitura 1. Neste
poema, o poeta afirma «eu sei que traí, mãe.» (v. 2). 1.1 Explicita a forma como se revela essa «traição» na relação entre mãe e filho.
2. A imagem estática do «retrato adormecido» (v. 4) evolui para o dinamismo «Eu saí da moldura» (v. 33). 2.1
26
Refere os factores que determinaram essa evolução.
3.
Ao longo do poema está patente a dualidade perda / recuperação. 3.1 Indica o modo como se concretiza. 3.2 Refere a importância da reiteração do advérbio «ainda» (vs. 23, 25, 28). 3.3 Identifica a figura de estilo presente em «rosas tão brancas» (v. 26) e explicita o seu valor expressivo.
4.
Interpreta a simbologia subjacente à referência a «aves» (v. 38).
Textos de Carácter Autobiográfico
Funcionamento da Língua 1. Selecciona
do texto dois conectores discursivos e classifica-os.
2. O
percurso de vida do sujeito poético é expresso através de verbos que nos transportam para momentos diferentes. 2.1 Inventaria as formas verbais que se referem ao passado e as que se reportam ao presente. 2.2 Tira conclusões.
Escrita O crescimento de um adolescente implica transformações físicas e psicológicas, vividas, de modo mais ou menos consciente, pelo próprio e observadas com interesse pelos adultos, sobretudo por aqueles que lhe estão mais próximos (a família, os amigos). Muitas vezes, surgem dúvidas, conflitos e uma adaptação contínua às novas realidades. Num texto autobiográfico, de 100 a 150 palavras, relembra as modificações que tens experienciado, ao longo da tua vida, bem como as mudanças nas relações com os teus familiares mais queridos.
27
Sequência 2
FICHA 11
Retrato
Leitura de imagem
Jean Auguste Dominique Ingres, Retrato da Condessa de Haussonville, 1845
1. Observa o retrato.
1.1
2.
28
Identifica: a) os diferentes planos b) o plano privilegiado
Atenta nas diferentes partes da figura humana. 2.1 Caracteriza-a nos seguintes aspectos: a) físico (tamanho, formas, postura) b) atitude(s) c) expressão fisionómica, gestos (olhar, boca, lábios, movimento / estatismo)
Textos de Carácter Autobiográfico
Leitura Envergava um abrigo de pelica azul de anil, apertado à cintura, e uma gorra de pescador, do mesmo material, de onde lhe escapavam os caracóis negros e finos. A malinha de mão pousada no colo. – Do sexto andar? É curioso, também de lá venho, agora mesmo... Contou-lhe o que perdera, os seus esforços. E ela confessou-lhe, com um beicinho de mágoa 5 risonha, que entre outras coisas deixara lá em cima a sua chemisette de nuit. Alguma coisa, que não pôde logo definir, o interessou nela: a delicada palidez, a finura incoercível das feições, a energia da expressão, os olhos estreitos e longos que pareciam cortados a buril, e a ironia inteligente que neles brilhava. Sentados lado a lado, riram contando as 10 suas desventuras. Não fizeram delas um poema, mas, o que era muito saudável, um pedaço de humor. Ali, dois andares acima, onde um bombeiro obstinado e façanhudo lhes proibira subir, ele estava perdendo quanto possuía, sobretudo os seus esquissos e todo o seu dinheiro, que por preguiça ainda não depositara num banco. Só lhe restava a trincheira reles do Bon-Marché (que efectivamente encolhera, como profetizara o camarada do ascensor) e a roupa usada que vestira 15 para sair à noite. Ela suspirava comicamente pela sua camisinha de dormir, que nem tempo tivera de enfiar no saco; pelas pantufas bordadas e o estojo de toillete, que deixara naquele sexto andar onde, que pena, tinham sido vizinhos sem o saber. – Mas eu já o tinha visto: ontem, no hall do hotel – disse ela olhando-o fixamente. Depois as suas narinas, que pareciam de marfim, bateram, e o coração do artista respondeu às upas. As 20 pupilas dela, negras impenetráveis, flutuavam num branco levemente azulado. As pestanas, compridas e luzentes, não pareciam sair-lhe do rebordo das pálpebras, mas duma pregazinha de cetim da pele. Nunca vira olhos parecidos. José Rodrigues Miguéis, Cinzas de Incêndio
Orientação de leitura 1. Selecciona,
da descrição da figura feminina, os vocábulos referentes: b) ao vestuário e acessórios
a) aos traços físicos 2. Caracteriza
psicologicamente a mulher, partindo dos enunciados transcritos: a) «beicinho de mágoa risonha» (ls. 5-6) b) «delicada palidez» (l. 7) c) «ironia inteligente que neles brilhava» (l. 9) d) «riram contando as suas desventuras» (ls. 9-10) e) «Ela suspirava, comicamente, pela sua camisinha de dormir» (l. 15) f) «olhando-o fixamente» (l. 18) g) «pupilas (…), negras impenetráveis» (l. 20)
Escrita Elabora um texto descritivo, de 100 a 200 palavras, caracterizando o(a) teu(tua) melhor amigo(a).
29
Sequência 2
FICHA 12
Camões Lírico
Leitura Ah! minha Dinamene! Assim deixaste Quem não deixara nunca de querer-te! Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te, Tão asinha esta vida desprezaste! 5
Como já pera sempre te apartaste De quem tão longe estava de perder-te? Puderam estas ondas defender-te Que não visses quem tanto magoaste?
Nem falar-te somente a dura Morte 10 Me deixou, que tão cedo o negro manto Em teus olhos deitado consentiste! Ó mar! Ó céu! Ó minha escura sorte! Que pena sentirei que valha tanto, Que inda tenha por pouco viver triste? Luís de Camões, Sonetos, Publicações Europa-América
Orientação de leitura 1. Divide 1.1
o poema em três partes e delimita-as. Apresenta uma frase que sintetize cada um dos momentos.
2.
O sujeito poético interpela o «tu». 2.1 Refere a acusação que lhe é dirigida. 2.1.1 Transcreve expressões que fundamentem a resposta.
3.
Refere os sentimentos que dominam o sujeito poético.
4.
O poema é autobiográfico. 4.1 Identifica o acontecimento funesto da vida de Camões que é referenciado.
5. O
poema é rico em figuras de estilo. uma perífrase, uma metáfora e uma apóstrofe e esclarece o valor expressivo de cada uma delas.
5.1 Identifica
6.
30
Faz a análise formal do poema.
Textos de Carácter Autobiográfico
Funcionamento da Língua 1. Transcreve, 2. «asinha»
do texto, expressões do campo semântico de «morte»/«morrer».
(v. 4) é um arcaísmo. Justifica a afirmação.
3. Cria uma frase 4.
com uma palavra homónima de «pena» (v. 13).
No poema, o sujeito poético refere-se ao passado, ao presente e ao futuro. do texto formas verbais que fundamentem a afirmação anterior. a 4.2 Na 1. estrofe, o sujeito poético distingue diferentes momentos passados. Transcreve a forma verbal que situa os acontecimentos num passado mais longínquo. 4.1 Selecciona
5.
Classifica sintacticamente as seguintes orações: a) «que tão cedo o negro manto» / «Em teus olhos deitado consentiste» (vs. 10–11); b) «Que valha tanto» (v. 13). 5.1 Identifica o sujeito e o complemento directo na oração da alínea a).
Escrita Num texto descritivo, de 150 a 200 palavras, caracteriza física e psicologicamente uma pessoa por quem tenhas grande admiração.
31
PROTÓTIPO TEXTUAL APRENDER
Textos Expressivos e Criativos TEXTO POÉTICO – Composição [geralmente] em versos (livres e/ou providos de rima) cujo conteúdo apresenta uma visão emocional e/ou conceptual na abordagem de ideias, estados de alma, sentimentos, impressões subjectivas, etc., quase sempre expressos por associações imagéticas. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Círculo de Leitores
ESTRUTURA
CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO
ⴱ Variável
ⴱ Centrado na 1.a pessoa gramatical ⴱ Predomínio da subjectividade ⴱ Linguagem conotativa e polissémica ⴱ Uso abundante de figuras de estilo
ⴱ Predominantemente em verso ⴱ Agrupamento dos versos em estrofes ⴱ Com ou sem rima
«O acto poético é o empenho total do ser para a sua revelação.» Eugénio de Andrade
䉭
Acto poético = empenho total do ser
linguagem superior do entendimento da vida
䉭
䉭
Nascimento da poesia
䉭
Acto poético
䉭
Revelação da Vida
revelação do poeta
䉭
revelação do set
33
Sequência 3
FICHA 13
Poesia
Leitura
Manuel Bandeira Este poeta está Do outro lado do mar Mas reconheço a sua voz há muitos anos E digo ao silêncio os seus versos devagar Relembrando O antigo jovem tempo tempo quando Pelos sombrios corredores da casa antiga Nas solenes penumbras do silêncio Eu recitava 10 «As três mulheres do sabonete Araxá» E minha avó se espantava 5
Manuel Bandeira era o maior espanto da minha avó Quando em manhãs intactas e perdidas No quarto já então pleno de futura 15 Saudade, Eu lia A canção do «Trem de ferro» E o «Poema do beco» Tempo antigo lembrança demorada 20 Quando deixei uma tesoura esquecida nos ramos da cerejeira Quando Me sentava nos bancos pintados de fresco E no Junho inquieto e transparente As três mulheres do sabonete Araxá 25 Me acompanhavam Tão visíveis Que um eléctrico amarelo as decepava Estes poemas caminharam comigo e com a brisa Nos passeados campos da minha juventude 30 Estes poemas poisaram a sua mão sobre o meu ombro E foram parte do tempo respirado Sophia de Mello Breyner Andresen, a Poética III, Geografia, Editorial Caminho, 2001
34
Textos Expressivos e Criativos
Orientação de leitura 1. Este
poema pode dividir-se, globalmente, em três momentos. 1.1 Delimita-os, estabelecendo a correspondência com as frases que os resumem. a) O «eu» poético recorda a juventude e os sentimentos provocados pela extraordinária criação poética de Manuel Bandeira, representada por três poemas. b) O «eu» reconhece a influência benéfica e harmoniosa da poesia do poeta brasileiro na sua vida. c) O sujeito poético presta sentida homenagem ao poeta Manuel Bandeira.
2. Da
primeira estrofe, transcreve as expressões que afirmam: a) Manuel Bandeira não é um poeta de nacionalidade portuguesa. b) O «eu» poético guarda na memória a poesia exemplar de Manuel Bandeira.
3. Caracteriza
o ambiente propício à declamação de poemas nesse «jovem tempo».
4.
Identifica o sentimento que a avó experienciava ao ouvir a neta recitar poemas de Manuel Bandeira.
5.
«No quarto já então pleno de futura / Saudade» (vs. 14-15) 5.1 Explicita a simbologia do espaço referido no verso 14. 5.2 Interpreta a intensa saudade antecipada temporalmente.
6.
Na penúltima estrofe, o «eu» poético detém-se particularmente nesse tempo passado. 6.1 Refere as recordações que guarda na memória. 6.2 Esclarece o facto de «As três mulheres do sabonete Araxá» estarem «Tão visíveis / Que um eléctrico amarelo as decepava» (vs. 24-27).
7.
Selecciona duas personificações da última estrofe, avaliando o seu valor expressivo.
35
Sequência 3
Funcionamento da Língua os adjectivos presentes nas 2.a e 3.a estrofes. 1.1 Escreve os antónimos correspondentes.
1. Transcreve
2. Classifica o 2.1 3.
vocábulo «Relembrando» (v. 5). Explicita o valor aspectual que ele assume no poema.
Faz o levantamento das formas verbais, completando o quadro: Modo Indicativo
1.a estrofe
Pretérito Perfeito Simples
Pretérito Imperfeito
está,
2.a
estrofe
recitava,
3.a
estrofe
era,
4.a
estrofe
deixei,
5.a
estrofe
caminharam,
3.1 4.
Presente
Interpreta a relação estabelecida entre o tempo presente e o passado.
Estabelece a correspondência correcta entre as orações e a sua classificação sintáctica: a) «Mas reconheço a sua voz» (v. 3) 1. oração subordinada adverbial consecutiva b) «Quando deixei uma tesoura esquecida nos 2. oração coordenada copulativa ramos da cerejeira» (v. 20) 3. oração coordenada adversativa c) «Que um eléctrico amarelo as decepava» (v. 27) 4. oração subordinada adverbial temporal d) «E foram parte do tempo respirado» (v. 31) 4.1 Atenta
nas palavras sublinhadas nas frases e selecciona a função sintáctica correcta: a) predicado b) complemento directo
36
Textos Expressivos e Criativos
FICHA 14
Poesia
Leitura
Natal, e não Dezembro
5
Entremos, apressados, friorentos, numa gruta, no bojo de um navio, num presépio, num prédio, num presídio, no prédio que amanhã for demolido… Entremos, inseguros, mas entremos. Entremos, e depressa, em qualquer sítio, porque esta noite chama-se Dezembro, porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos, 10 duzentos mil, doze milhões de nada. Procuremos o rastro de uma casa, a cave, a gruta, o sulco de uma nave… Entremos, despojados, mas entremos. Das mãos dadas talvez o fogo nasça, 15 talvez seja Natal e não Dezembro, talvez universal a consoada. David Mourão-Ferreira, Antologia Poética, Publicações Dom Quixote, 1983
37
Sequência 3
Orientação de leitura 1. Interpreta
a expressividade de repetição da forma verbal «Entremos».
2.
O poema é, socialmente, interventivo. 2.1 Transcreve expressões que fundamentem a afirmação anterior.
3.
Usa uma única palavra para exprimir o conceito subjacente a «Das mãos dadas» (v. 14).
4.
Explicita o sentido da metáfora «o fogo nasça» (v. 14).
5. Os
últimos dois versos, de forma sintética, constituem-se como a expressão de uma enorme esperança. 5.1 Escreve um texto de cerca de sessenta palavras sobre a mensagem que eles veiculam.
6.
Analisa o texto enquanto «Arte poética» e regista: ⴱ elementos que lhe conferem ritmo (binário / ternário) ⴱ elementos que lhe conferem musicalidade (aliteração, repetição, gradação, rima)
Funcionamento da Língua 1. Selecciona, 2. Refere 3.
do texto, as palavras do campo semântico de «Natal».
o acto ilocutório predominante no texto. Justifica.
Selecciona as conjunções presentes na primeira estrofe. Justifica a sua utilização.
3.1 4.
Identifica a classe do vocábulo «talvez». 4.1 Explica a sua expressividade no contexto em que é utilizado.
Escrita Num texto expressivo e criativo, de 100 a 150 palavras, desenvolve um dos seguintes temas: ⴱ A amizade ⴱ A solidariedade ⴱ O respeito pela diferença ⴱ A paz no mundo
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PROTÓTIPO TEXTUAL APRENDER
Textos dos Media JORNALISMO – Actividade profissional associada à publicação, sob as mais diversas formas (imprensa escrita, rádio, televisão, agência noticiosa ou redes telemáticas), de informações relacionadas com acontecimentos recentes, que constituem a actualidade. JORNAL – Publicação impressa periódica, habitualmente quotidiana, destinada a difundir informações gerais. Fala-se de jornal electrónico ou digital quando a publicação utiliza os recursos da informática e é difundida através de um site da Internet. Quando as informações são difundidas através de uma estação de rádio fala-se de jornal radiofónico e quando são difundidas através da televisão fala-se de jornal televisivo ou telejornal. JORNALISTA – Profissional que trabalha quer como profissional independente quer numa ou mais empresas mediáticas (agência noticiosa, jornal, rádio, televisão ou revista de informação) e que assegura a selecção, o tratamento, a interpretação e a difusão dos factos susceptíveis de se tornarem acontecimentos de interesse público. Adriano Duarte Rodrigues, Dicionário Breve da Informação e Comunicação, Editorial Presença, Lisboa (adaptado)
TEXTO OPINATIVO
䉭
䉭
䉭
notícias
䉭
TEXTO INFORMATIVO
reportagem
crónica
artigo
䉭
tem por base uma notícia 䉭
estrutura
䉭
precisa e objectiva ⴱ norma
䉭
ⴱ linguagem
ⴱ linguagem objectiva /
/ subjectiva ⴱ registo de língua corrente (por vezes cuidado)
䉭
da notícia
registos noticiosos; declarações; descrições; análise; informações respeitantes à cor local ⴱ conclusão
ⴱ título
ⴱ título 䉭
ⴱ corpo
䉭
䉭
ⴱ lead
䉭
ⴱ título ⴱ resumo introdutório ⴱ desenvolvimento:
ⴱ título
ⴱ estrutura variável
ⴱ linguagem
subjectiva ⴱ texto literário ou paraliterário
ⴱ introdução ⴱ desenvolvimento ⴱ conclusão ⴱ linguagem subjectiva ⴱ registo cuidado
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Sequência 4
FICHA 15
Entrevista
Leitura
Gestos sobre a paisagem Há anos que percorre o país procurando ver na paisagem «de onde vimos e para onde vamos». É um registo de reflexão sobre o território e o povoamento português que faz em milhares de fotografias. Um levantamento que Duarte Belo, 38 anos, irá publicar numa edição de dez volumes. (…) Ao JL, o fotógrafo fala do seu trabalho e do último livro, Terras Templárias de Idanha. (…)
Poucos meses no terreno renderam mil e uma fotografias, todas a preto e branco. E delas Duarte Belo fez Terras Templárias de Idanha, um livro como uma arquitectura – os 5 seus livros têm esse carácter construído –, em que junta o ponto de vista das imagens a texto. (…) Arquitecto de formação, Duarte Belo, nascido em Lisboa, em 1968 – filho do poeta Ruy 10 Belo –, faz um sistemático levantamento fotográfico do território português, uma espécie de geografia de imagens, em que essencialmente procura captar um olhar renovado sobre a paisagem. Em Novembro, 15 irá apresentar outro projecto, com os fotógrafos José Manuel Rodrigues, Aníbal Lemos e David Infante: uma leitura de Évora Contemporânea, à luz da classificação de património mundial. Jornal de Letras: O que lhe interessou particularmente neste trabalho sobre Idanha-a-Nova? Duarte Belo: Registar uma espécie de tempo longo, que está muito presente naquelas ter25 ras, que são um património natural, com uma paisagem relativamente bem preservada. Mas também com uma série de memórias muito presentes, de vários períodos históricos, desde o pré-romano ao medieval, e mesmo com 30 algumas marcas mais contemporâneas, de intervenções mais recentes. 20
40
Como surgiu este projecto? Já tinha feito uma exposição em Idanha-a-Nova, no Centro Cultural Raiano, em 1998. 35 Mais recente mente, fui convidado, assim como uma série de pessoas ligadas às artes e à escrita, a passar lá um fim-de-semana. A ideia nasceu desse conhecimento, apresentei a proposta que foi imediatamente aceite e depois 40 integrada nas comemorações dos 800 anos da doação aos Templários da vila de Idanha. Fiz o projecto num período concentrado de tempo, dois ou três meses em que estive lá a fotografar. Qual o critério que decide a escolha das fotografias que integra no livro? Faço sempre um grande número de fotografias precisamente para poder fazer essa escolha. E tentei cobrir todas as situações que me 50 parecem significativas do trabalho que se desenvolveu no concelho de Idanha-a-Nova, que é o terceiro maior do país, e nessa medida tem uma paisagem muito extensa. Idanha-a-Nova, Idanha-a-Velha ou Monsanto são 55 referências da paisagem portuguesa, particularmente da raia. Mas além dos lugares significativos e do seu povoamento, a escolha incidiu também sobre fotografias que revelassem aspectos sensíveis dessa realidade. E que 60 não fossem muito conhecidos, uma vez que são paisagens muito exploradas do ponto de vista fotográfico. 45
Textos dos Media
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E existindo essa espécie de banalização visual, o que nessa paisagem lhe suscitou o desejo de fotografar? A fotografia, no meu caso, resulta sempre de um contacto demorado com a paisagem. É a partir dessa cumplicidade que procuro um olhar renovado sobre coisas que já foram muito fotografadas. Regista, nesse sentido, uma geografia de imagens do país? Os geógrafos costumam gostar muito do meu trabalho e há uns anos fiz um livro sobre Orlando Ribeiro. Fiquei fascinado quando estive em sua casa, na altura em que fiz O Sabor da Terra, com José Mattoso e Suzanne Daveau que foi sua mulher. Porque encontrei na casa de Orlando Ribeiro, contido num espaço pequeno, entre livros e objectos, todo o Portugal que eu tinha percorrido em grandes canseiras, durante uns anos. Por outro lado, sou licenciado em Arquitectura e sempre me interessei muito pelas questões do território e do povoamento. E procuro fazer um registo documental, constituindo um arquivo, que serve de base aos meus trabalhos. Há também uma espécie de olhar sensível, uma procura de um significado mais íntimo das presenças, do modo como o território foi ocupado ao longo do tempo e como o poderá ser no futuro.
A Arquitectura é uma ponte para esse entendimento? 95 Sim. O que acho fascinante na Arquitectura é a possibilidade de o ser humano construir o seu próprio território. É quase uma condição natural de sermos bichos: a arquitectura é uma procura permanente desse espaço de habitar 100 humano. O meu registo fotográfico vai nesse
sentido de procurar perceber de onde vimos e para onde vamos. O que mais me seduz é esse processo de tentar compreender os gestos humanos sobre a paisagem. 105
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Em Terras Templárias de Idanha também utiliza textos. Interessa-lhe essa interacção entre a imagem e a palavra? Gosto muito. No caso de Idanha, através dos vários autores, também procurei que houvesse uma complementaridade com as fotografias. É quase como procurar o sentido do próprio livro. Porque há uma construção de um discurso, que é a sequência das páginas, e parece-me que outros elementos podem criar relações mais ricas, complexas e abertas a significados diferentes, conforme a pessoa que os lê e interpreta. Um dos textos de Terras Templárias de Idanha é seu. Também escreve? Noutros livros, como O Vento Sobre a Terra ou Uma Espada Trespassa o Coração, ambos editados pela Assírio & Alvim, também há textos meus. Gosto de escrever textos curtos, que ajudem a definir um sentido. Prefiro que exista uma narrativa, que não sejam só livros de fotografia. E faz mais livros do que exposições… Tenho tido a sorte de conseguir publicar bastante e, de facto, tenho apostado mais na edição do que nas exposições. Porque gosto particularmente de livros, talvez até por questões familiares. Embora sejam linguagens diferentes, acho que as pessoas estabelecem uma relação mais forte de proximidade com os livros do que com as exposições. Maria Leonor Nunes, in Jornal de Letras, 16 a 29 de Agosto de 2006
41
Sequência 4
Orientação de leitura 1. Lê
a entrevista e apresenta a sua estrutura.
2.
O entrevistado é Duarte Belo. 2.1 Esclarece em que consiste o seu trabalho. 2.2 Refere de que modo a sua formação influencia a actividade a que se dedica.
3.
O fotógrafo responde às questões que lhe são colocadas. 3.1 Identifica o entrevistador. 3.2 Refere o nome do jornal que publica a entrevista.
4.
Idanha-a-Nova, Idanha-a-Velha e Monsanto são lugares muito fotografados do nosso país. 4.1 Indica o que levou Duarte Belo a interessar-se por Idanha-a-Nova. 4.2 Explica de que modo é possível fotografar o banal de forma original.
5. O
olhar de Duarte Belo sobre o território considera o passado e projecta o futuro. 5.1 Neste sentido, explica a afirmação: «O meu registo fotográfico vai nesse sentido de procurar perceber de onde vimos e para onde vamos.» (ls. 100-102)
6.
Explicita o motivo pelo qual o entrevistado cria interacção entre a fotografia e os textos, na obra Terras Templárias de Idanha.
7. O artista afirma: «gosto particularmente de livros, talvez até por questões familiares». (ls. 130-132) 7.1 Apresenta 8. Interpreta 9.
uma interpretação destas palavras.
o sentido do título da entrevista.
As questões colocadas pela entrevistadora são predominantemente: a) abertas b) fechadas c) directas d) indirectas
Funcionamento da Língua 1. Identifica 2. Refere 3.
o registo de língua utilizado pelos interlocutores (formal ou informal). Justifica.
a forma de tratamento utilizada pela entrevistadora.
Neste texto, a interacção discursiva entre os falantes desenvolve-se do modo requerido. Identifica o princípio universal regulador que lhe está subjacente.
3.1 4.
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Classifica os actos ilocutórios presentes nas frases. a) Qual o critério que decide a escolha das fotografias que integra no livro? b) Faço sempre um grande número de fotografias precisamente para poder fazer essa escolha.
Textos dos Media
FICHA 16
Artigo de apreciação crítica
Leitura Texto A
O trágico 11 de Setembro segundo Oliver Stone Eurico de Barros, em Veneza
Parece ser quase certo que a Mossad (os serviços secretos israelitas) sabia do plano terrorista de ataque aos EUA no 11 de Setembro de 2001 e não terá passado a menor informa5 ção aos seus congéneres norte-americanos. Soube-se também recentemente que foi ordenado aos autores do livro oficial do relatório sobre o 11 de Setembro que omitissem qualquer referência a Israel. É um tema que daria 10 um filme e peras, e, tendo em conta a sua reputação e a sua filmografia, Oliver Stone seria o realizador indicado para o fazer. Pensem: o 11 de Setembro abordado na veia JFK. Foi por isso que, quando se soube que 15 Stone ia fazer um filme sobre os ataques às Torres Gémeas, intitulado World Trade Center, muita gente, sobretudo na direita americana mais ligada aos neocons, começou de imediato aos saltos e a espingardar em todas as 20 direcções. Oliver Stone, o radical militante de Salvador, o contestatário de Nascido a 4 de Julho, o teórico da conspiração ferrenha de JFK, o terrorista político que declarou ao The New York Times, poucos dias depois dos aten25 tados, que estes tinham sido «um grito de protesto» e que tinha mostrado interesse em um dia filmar a tragédia «do ponto de vista dos terroristas», a mexer com o 11 de Setembro? E quem ia produzir o filme: a Al-Qaeda? World Trade Center já está em cartaz (…). 30 Os seus detractores mais assanhados transformaram-se nos seus defensores mais destacados, os críticos renderam-se-lhe na maioria e, ao contrário do que diziam os que protestaram
contra o filme pela única razão de que seria ainda «muito cedo» para se começar a tratar o 11 de Setembro no cinema, os espectadores americanos estão a acorrer às salas para o ver. A razão é que World Trade Center é um filme 40 feito não para dividir, mas sim para unir, na sua recriação particular de um acontecimento colectivo, na individualização de uma microhistória dentro da História partilhada. Antestreado fora dos EUA ontem, no 45 Festival de Veneza (fora de competição), World Trade Center é a antítese de Nascido a 4 de Julho, e, se há um filme de Oliver Stone a que possa ser comparado, é a Os Bravos do Pelotão, onde o realizador quis contar a his50 tória dos combatentes do Vietname e mostrar a realidade da experiência de combate no Vietname, através de um grupo de soldados que esteve no coração do conflito. Em World Trade Center, Stone escolheu 55 narrar a experiência do atentado através da história real de dois polícias do Porto de Nova Iorque, John McLoughlin (Nicolas Cage) e Will Jimeno (Michael Pena), membros do grupo de socorro que acorreu à 60 Torre 1 após o embate do primeiro avião. Ambos ficaram soterrados sob os escombros do arranha-céus e foram o antepenúltimo e penúltimo dos 20 sobreviventes a serem retirados vivos dos destroços. Sem sequer terem 65 tido bem a noção das causas da catástrofe – quando Jimeno é puxado para a superfície, pergunta: «Onde estão as Torres?» Em paralelo, Oliver Stone mostra a angústia das famílias dos dois agentes, que 70 não têm a menor ideia do seu paradeiro, segue os esforços dos seus camaradas e dos bombeiros para os acharem e libertarem e nem sequer se esquece de Dave Karnes, o 35
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Sequência 4
marine na reserva que vivia fora de Nova 75 Iorque e assistia aos acontecimentos pela televisão, que sentiu um impulso «espiritual», vestiu a farda, rumou à cidade em caos, localizou McLoughlin e Jimeno e mais tarde cumpriu duas comissões no Iraque. O filme não mostra o impacto dos aviões, e 80 no início há apenas uma breve imagem de pessoas a cair de uma das torres em chamas, porque Stone preferiu omitir o que as televisões «gastaram», visual e emocionalmente. O 85 Ground Zero ainda fumegante foi reconstituído num estúdio em Hollywood, mas só no final se sugere a devastação no local. O que importa em World Trade Center é recordar a resistência, o espírito de sobrevivência e de entreajuda 90 dos dois enterrados vivos – a sensação de claustrofobia roça o insuportável –, o sofrimento de Texto B
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familiares e camaradas e finalmente o resgate no meio do choque e da morte. Acusado pelos seus detractores de ser 95 «convencional», «inspirador», «piedoso» ou «patrioteiro», World Trade Center não é apenas um filme «sobre» o 11 de Setembro. É, muito mais do que Voo 93, do britânico Paul Greengrass (…), a primeira grande ten100 tativa de catarse de uma catástrofe nacional com ondas de choque mundiais e projectadas no futuro, levada a cabo pelo cinema americano. Talvez um dia Oliver Stone faça o tal filme do ponto de vista dos terroristas ou 105 sobre o papel da Mossad e de Israel nos atentados. Por agora, ficou em casa a recordá-la com os seus e a partilhá-la com todos os outros que a testemunharam de fora. in Diário de Notícias, 1 de Setembro de 2006
Textos dos Media
Orientação de leitura 1.
O texto A é um artigo de apreciação crítica sobre o filme World Trade Center, do realizador americano Oliver Stone, retirado do Diário de Notícias do dia 1 de Setembro de 2006. 1.1 Delimita no texto os seguintes momentos: a) parte narrativa (ajuda o leitor a criar uma primeira ideia sobre o texto) b) parte informativa (fornece ao destinatário referências completas sobre o filme) c) parte argumentativa (o autor do artigo avalia o filme)
2. Caracteriza
Oliver Stone de acordo com a opinião de um militante de direita americana.
3. «Os espectadores americanos estão a acorrer às salas» (ls. 37–38) para ver World Trade Center. 3.1 Transcreve 4.
do texto a expressão que justifica o êxito do filme.
Refere o local onde ocorreu a antestreia de WTC, na Europa.
5. Identifica
as informações fornecidas sobre: a) a acção principal c) as personagens b) as acções paralelas d) o espaço
e) o tempo
6.
Regista os argumentos que revelam a apreciação crítica do autor do artigo.
7.
Atenta nas características do discurso. 7.1 Faz o levantamento de exemplos textuais que mostram a utilização de: a) linguagem objectiva e subjectiva b) frases/expressões valorativas e depreciativas
8. O
texto B é também um artigo de apreciação crítica, publicado num suporte diferente.
8.1 Identifica-o. 8.2 Identifica 9. Relaciona
como é apresentada a crítica do filme WTC neste artigo.
as explicações do realizador sobre o seu filme com as conclusões finais do texto B.
Relê os textos A e B. 10.1 Indica qual te parece ser o artigo mais esclarecedor para o leitor, possível espectador do filme. Justifica a tua resposta de modo fundamentado.
10.
Funcionamento da Língua 1. Atenta
no texto A. 1.1 Identifica o registo de língua predominante, exemplificando. 1.2 Estabelece a correspondência correcta entre a coluna A e a coluna B Coluna A
a) «O filme não mostra o impacto dos aviões» b) «e no início há apenas uma breve imagem de pessoas a cair das torres em chamas»l c) «porque Stone preferiu omitir» d) «que as televisões «gastaram», visual e emocionalmente»
Coluna B
1. oração coordenada copulativa 2. oração subordinada adverbial causa 3. oração subordinante 4. oração subordinada adjectiva relativa restritiva com antecedente
Escrita Elabora um artigo de apreciação crítica, de 80 a 120 palavras, sobre um filme que tenhas apreciado.
45
Sequência 1
FICHA 17
Resumo
Leitura
Cientistas norte-americanos contestam despromoção de Plutão 01.09.2006 – 21h36 Reuters, PÚBLICO.PT
Trezentos cientistas norte-americanos contestaram hoje a recente decisão da União Astronómica Internacional de retirar a Plutão o seu estatuto de planeta, numa petição que rejeita a nova definição do que é um planeta. (…) Alan Stern, organizador da petição, denuncia que a decisão da União Astronómica foi 5 motivada por questões políticas e não científicas. (…) Segundo Stern, os 300 cientistas que assinaram a petição garantem que não vão usar a definição da União Astronómica e adiantou que estão a organizar uma conferência para 2007 para encontrar uma definição melhor. Plutão foi considerado o nono planeta do sistema solar desde que foi descrito, em 1930. 10 Agora, os planetas do sistema solar são Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno. Plutão passou a ser considerado um planeta anão. Segundo a nova definição, para que um corpo celestial possa ser considerado um planeta deve orbitar em torno de uma estrela, ter massa suficiente para ter gravidade própria e assumir uma forma arredondada e ser dominante na órbita. Esta última norma foi determinante para 15 desclassificar Plutão, que até se cruza com o «vizinho» Neptuno na sua órbita em torno do Sol. www.publico.clix.pt
Escrita Faz o resumo do texto, aplicando as regras adequadas.
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Textos dos Media
FICHA 18
Crónica jornalistica e literária
Leitura
Um certo Natal antigo A noite era uma ruína. Eu também. Esperava o autocarro e fazia muito frio. Na paragem, sentado no banco corrido, um homem pesado e triste olhava para o infinito, 5 o que quer que fosse esse infinito. Fôra ao hospital, visitar a minha mulher ali internada. Quebrara a perna em três sítios, tinha gesso até quase ao baixo-ventre e sofria dores horrorosas. Era uma mulher estóica, porém. 10 Quando me via aproximar da cama onde estendia o sofrimento e o temor, procurava ocultá-los a fim de não aumentar as minhas preocupações. «Hoje estou muito melhor», dizia. Mas emergia, leve, volátil e trágico, um 15 espaço vazio que eu tentava decifrar examinando-a atentamente. Por vezes dormitava e eu vigiava-lhe os leves movimentos, a respiração suave, a serenidade impressionante do 20 rosto. «Os médicos ainda não te disseram quando tens alta?» Ela encolhia os ombros e o semblante mergulhava, ainda mais profundamente, nas 25 suas dilaceradas angústias. Olhava-me: «Não fizeste a barba. Tens comido bem?» E eu: «Só como bem a comida por ti cozinhada. O resto…» 30 A enfermaria não era grande. Mas estava atulhada de doentes que gemiam e soltavam suspiros. Pensei: um dia destes tenho de escrever acerca de pessoas num hospital. Já estive numa situação idêntica, e nada escrevi 35 dessa experiência. Admito ser assaltado por certo pudor em falar disso. Há coisas que nos acontecem, e sobre as quais devemos manter discrição e recato.
Vivo de vender palavras e, ocasionalmen40 te, faltam-me ideias. Não é de estranhar: as exigências do ofício e as dificuldades da vida obrigam-me a redigir textos com vários registos. Recordo-me de, certa vez, num artigo sobre gente inerme e temente, ter escrito 45 esta frase modesta e melancólica: «O homem suporta tudo, menos a solidão». Uma enfermaria, mesmo cheia de gemidos, gritos e suspiros, é o próprio mundo da solidão. O texto que escreverei deverá ser constituído por 50 parágrafos curtos e intensos. E não há que ter medo do adjectivo. Azorín, o grande espanhol, dizia que a literatura é o adjectivo. Claro que também posso dizer que a literatura é o substantivo ou o verbo. O que 55 têm as citações: podemos removê-las para todo o lado e atribuir-lhes o sentido que desejarmos. A enfermaria dispunha de janelas rectangulares e amplas. Viam-se as lantejoulas do 60 Natal e pressentia-se o rumo confuso da cidade. A cabeceira da cama onde estava a minha mulher quase se encostava à janela. E ela não via as iluminações. «As luzes nas ruas já estão acesas, não 65 estão? É o primeiro Natal na minha vida que não passo em casa, nem vou à missa na Conceição Velha». «Até lá, talvez; quem sabe?» «Eu. Sei bem como estou e isto não está a 70 correr bem.» Arrependeu-se logo do que dissera. Deteve o olhar em mim, longamente, como que a pedir desculpa. Eu não sabia o que falar. «Acabaram as visitas», quase gritava, 75 agora, uma assistente de enfermagem. «Já passa da hora.» Recordo tudo isto num tropel de imagens e sons. Consulto o relógio de pulso, encaro o
47
Sequência 4
homem pesado e triste, no banco corrido da 80 paragem de autocarros, e que parece existir num outro plano. Sento-me a seu lado, sem deixar de o olhar. «É assim. Sempre atrasado. Nunca percebi porque é que a Carris não cumpre os horá85 rios», digo, sem deixar de o fitar. E assustome um pouco quando reparo que o corpo do homem tombou para o lado. Toco-lhe. Ele
parece sacudido daquele estranho torpor. A luz crua do candeeiro público incide no seu 90 rosto lívido. «Precisa de alguma coisa?», pergunto. Move lentamente a cabeça, examina-me de alto a baixo. Volta à posição anterior. Diz: «Preciso. Preciso de um amigo». Baptista-Bastos, in revista Montepio, Dezembro de 2005
Orientação de leitura 1. «A
noite era uma ruína. Eu também.» (l. 1) Interpreta a metáfora que a primeira frase encerra. 1.2 Refere o estado de espírito de «eu». 1.1
2.
No texto, Baptista-Bastos escreve sobre um tempo passado, recordando as ocorrências relativas à hospitalização da sua mulher. 2.1 Apresenta a caracterização da companheira do cronista.
3.
No texto, Baptista-Bastos lança um olhar crítico sobre a enfermaria do hospital. 3.1 Transcreve o vocábulo que evidencia a subjectividade e a intencionalidade crítica do autor. 3.2 Esclarece porque não registou a sua experiência.
4.
Explica o sentido da afirmação «Vivo de vender palavras» (l. 39).
5. O
cronista afirma que vai escrever um texto sobre o universo que observa no hospital. 5.1 Caracteriza esse registo.
6.
48
O sujeito de enunciação recorda o ambiente do hospital. 6.1 Transcreve expressões relativas às imagens observadas e ao ruído que o perturbava. 6.2 Esclarece o sentido da afirmação «num tropel de imagens e sons» (ls. 77-78)
Textos dos Media
7.
Na paragem do autocarro encontrou um homem «pesado e triste». 7.1 Refere o que tinha o autor em comum com esse desconhecido. 7.2 Explicita o sentido da expressão: «parece sacudido daquele estranho torpor» (ls. 88-89)
8. Atenta
na parte superior da crónica. a presença da expressão «O gosto pela liberdade» seguida do nome do autor. 8.2 Identifica o título desta crónica e relaciona-o com a temática nela desenvolvida. 8.1 Explica
Funcionamento da Língua 1. «Os
médicos ainda não te disseram quando tens alta?» (ls. 21-22) Atenta na resposta da mulher à pergunta anterior, notando os gestos e a expressão fisionómica. 1.1 Esclarece se houve eficácia no acto comunicativo. Justifica. 1.1.1 Refere a máxima conversacional foi posta em causa. Justifica.
2. Atenta
nas seguintes frases: a) «Os médicos ainda não te disseram quando tens alta?» (ls. 21-22) b) «Não fizeste a barba.» (l. 26) c) «A enfermaria não era grande.» (l. 30) 2.1 Como se observa através dos exemplos, é frequente, no texto, a polaridade negativa. Explicita o valor semântico das frases transcritas. 2.2 Passa para o discurso indirecto as frases a) e b). 2.3 A partir dos verbos introdutórios do discurso indirecto, conclui sobre a força ilocutória das transcrições.
3. Fôra ao hospital (...) Quebrara
a perna». (ls. 5-7) 3.1 Atenta nas formas verbais sublinhadas e integra-as no respectivo tempo, modo e aspecto. 3.2 Justifica o tempo e o aspecto utilizados.
4.
Cria uma nova combinação de palavras na frase «Move lentamente a cabeça, examina-me de alto a baixo» (ls. 92-93), substituindo os vocábulos sublinhados por outros equivalentes ao nível do sentido.
Escrita Elabora uma crónica, de 80 a 120 palavras, subordinada a um dos temas seguintes: ⴱ A solidão (não) é uma escolha do ser humano. ⴱ A solidariedade é o mais belo sentimento da humanidade.
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PROTÓTIPO TEXTUAL APRENDER
Contos do Século XX O conto é uma narrativa de pequena extensão (maior do que a novela e menor do que o romance). Características: unidade de acção; pouca diversidade espacial; concentração temporal; reduzido número de personagens; diálogo geralmente dominante; presença de narração; descrição praticamente ausente. CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO
ⴱ Predomínio da 3.a pessoa gramatical ⴱ Linguagem objectiva e subjectiva ⴱ Uso de diferentes variedades linguísticas ⴱ Utilização de frases longas e complexas
MODO DE REPRESENTAÇÃO ⴱ monólogo ⴱ diálogo ⴱ discurso indirecto livre
PRESENÇA ⴱ autodiegético 䉯 ⴱ homodiegético ⴱ heterodiegético 䉯
NARRADOR 䉯
CIÊNCIA focalização omnisciente 䉯 ⴱ ⴱ focalização interna ⴱ focalização externa 䉭
narra
䉯
ACÇÃO história situada no
䉯
TEMPO
䉯 ESPAÇO
䉭 䉭
descreve caracteriza
䉯
PERSONAGENS
䉯
ⴱ principal(is) ⴱ secundária(s) ⴱ figurantes
䉭
MODOS DE EXPRESSÃO ⴱ narração ⴱ descrição
processos de caracterização ⴱ directa ⴱ indirecta
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Sequência 5
FICHA 19
Conto
Leitura O filósofo do rei, quando não tinha que fazer, ia sentar-se ao pé de mim, a ver-me passajar as peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe para filosofar, dizia que todo o homem é uma ilha, eu, como aquilo não era comigo, visto que sou mulher, não lhe dava importância, tu que achas, Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós, Se 5 não saímos de nós próprios, queres tu dizer, Não é a mesma coisa. O incêndio do céu ia esmorecendo, a água arroxeou-se de repente, agora nem a mulher da limpeza duvidaria de que o mar é mesmo tenebroso, pelo menos a certas horas. Disse o homem, Deixemos as filosofias para o filósofo do rei, que para isso é que lhe pagam, agora vamos nós comer, mas a mulher não esteve de acordo, Primeiro, tens de ver o teu barco, só o conheces por fora, Que tal o encontraste, Há 10 algumas bainhas das velas que estão a precisar de reforço, Desceste ao porão, encontraste água aberta, No fundo vê-se alguma, de mistura com o lastro, mas isso parece que é próprio, faz bem ao barco, Como foi que aprendeste essas coisas, Assim, Assim como, Como tu, quando disseste ao capitão do porto que aprenderias a navegar no mar, Ainda não estamos no mar, Mas já estamos na água, Sempre tive a ideia de que para a navegação só há dois mestres verdadeiros, um 15 que é o mar, o outro que é o barco, E o céu, estás a esquecer-te do céu, Sim, claro, o céu, Os ventos, As nuvens, O céu, Sim, o céu. Em menos de um quarto de hora tinham acabado a volta pelo barco, uma caravela, mesmo transformada, não dá para grandes passeios. É bonita, disse o homem, mas se eu não conseguir arranjar tripulantes suficientes para a manobra, terei de ir dizer ao rei que já não a quero, 20 Perdes o ânimo logo à primeira contrariedade, A primeira contrariedade foi estar à espera do
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Contos do Século XX
rei três dias, e não desisti, Se não encontrares marinheiros que queiram vir, cá nos arranjaremos os dois, Estás doida, duas pessoas sozinhas não seriam capazes de governar um barco destes, eu teria de estar sempre ao leme, e tu, nem vale a pena estar a explicar-te, é uma loucura, Depois veremos, agora vamos mas é comer. Subiram para o castelo de popa, o homem ainda a protestar contra o que chamara loucura, e, ali, a mulher da limpeza abriu o farnel que ele tinha trazido, um 30 pão, queijo duro, de cabra, azeitonas, uma garrafa de vinho. A lua já estava meio palmo sobre o mar, as sombras da verga e do mastro grande vieram deitar-se-lhes aos pés. É realmente bonita a nossa caravela, disse a mulher, e emendou logo, A tua, a tua caravela, Desconfio que não o será por muito tempo, Navegues ou não navegues com ela, é tua, deu-ta o rei, Pedi-lha para ir procurar uma ilha desconhecida, Mas estas coisas não se fazem do pé para a mão, levam o seu tempo, já 35 o meu avô dizia que quem vai ao mar avia-se em terra, e mais não era ele marinheiro, Sem tripulantes não poderemos navegar, Já o tinhas dito, E há que abastecer o barco das mil coisas necessárias a uma viagem como esta, que não se sabe aonde nos levará, Evidentemente, e depois teremos de esperar que seja a boa estação, e sair com a boa maré, e vir gente ao cais a desejar-nos boa viagem, Estás a rir-te de mim, Nunca me riria de quem me fez sair pela porta das decisões, Desculpa40 me, E não tornarei a passar por ela, suceda o que suceder. O luar iluminava em cheio a cara da mulher da limpeza, É bonita, realmente é bonita, pensou o homem, que desta vez não estava a referir-se à caravela. 25
José Saramago, Conto da Ilha Desconhecida, Editorial Caminho
Orientação de leitura 1. Atenta
nas frases seguintes: a) A mulher informa o homem do estado da embarcação. b) Os dois comem o farnel no castelo da popa do barco. c) O homem enuncia as condições necessárias para navegar em busca de uma ilha desconhecida. d) O homem e a mulher da limpeza dialogam filosoficamente sobre o sentido metafórico do vocábulo «ilha». e) O homem revela um estado de espírito dominado pelo desânimo. f) A mulher faz uma proposta que desconcerta o homem. g) O homem e a mulher identificam os mestres da arte de navegar. 1.1 Ordena-as,
2. Transcreve 3. Refere
de acordo com a sequencialização lógica das ideias do texto transcrito.
as expressões que permitem situar a acção no tempo e no espaço.
três traços caracterizadores do homem e da mulher da limpeza.
4.
Identifica a figura de estilo presente na expressão «todo o homem é uma ilha» (l. 2). 4.1 Explicita o significado da resposta do homem: «Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós.» (l. 4)
5.
Interpreta a afirmação da mulher «Nunca me riria de quem me fez sair pela porta das decisões» (ls. 35–36).
6.
Classifica o narrador, quanto à presença, à ciência e à posição.
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Sequência 5
Funcionamento da Língua 1.
Identifica os co-referentes de barco desde «Em menos de um quarto de hora» (l. 17) até «terei de ir dizer ao rei que já não a quero» (l. 19). 1.1 Classifica-os.
2. Considera
as expressões: a) «Como foi que aprendeste estas coisas» (l. 12); b) «É bonita» (l. 18). 2.1 Classifica os actos ilocutórios nelas presentes, esclarecendo a sua intencionalidade comunicativa.
3.
«Primeiro tens de ver o teu barco, só o conheces por fora» (l. 9). 3.1 Integra os vocábulos destacados na classe e subclasse a que pertencem.
4.
Reescreve no discurso indirecto o texto desde «Primeiro tens de ver o teu barco» (l. 9) até «que aprendeste essas coisas» (l. 12).
5. «Se não encontrares marinheiros que queiram vir, cá nos arranjaremos os dois»
(ls. 21-22).
5.1 Divide
e classifica sintacticamente as orações. 5.2 Refere as funções sintácticas de: a) «marinheiros» b) «que» c) «cá»
Escrita Escreve um texto narrativo, de 150 a 200 palavras, com o título: O importante é partir, não é chegar...
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SOLUÇÕES FICHA 1. Declaração
FICHA 2. Relatório
Orientação de leitura
Orientação de leitura
1.1 Declaração de privacidade. 1.2 O declarante e o destinatário são, respectiva-
mente, a empresa Elaconta e os seus clientes. 1.3 A finalidade é a garantia da confidencialidade das informações dos clientes, assegurada pela empresa. Esta declara que somente utilizará essas informações nas seguintes situações: processamento das encomendas efectuadas, personalização do website por parte do cliente e envio da newsletter Elaconta para o e-mail do cliente. 2. Esta declaração tem grande actualidade, pois
milhões de pessoas inserem os seus dados pessoais nos sítios de diferentes empresas. Assim, há necessidade de as empresas afirmarem aos seus clientes a garantia absoluta da confidencialidade dessas informações e os fins concretos para que as utilizam. Funcionamento da Língua 1. Registo formal.
1. a) Relatório crítico; b) «Relatório de Viagem»; c) João Manuel Albuquerque; d) De 7/09/2010 a 14/09/2010; e) Luanda (Angola). 2.1 Seis dias (de 8/9 a 13/9). 3. A paginação não estava terminada; em alguns com-
putadores faltava instalar o software e as fontes para realizar tarefas várias; detectaram-se erros de ortografia. 3.1 «Verifica-se a necessidade de uniformizar o software» (conclusão); «Sugere-se que (...) se separem as funções de introdução das de conferência» (sugestão). 3.2 «Conclusões: (...) necessidade de uniformizar o software (...) a fim de rentabilizar os equipamentos (...). Sugestões: (...) enquanto não forem assimilados os processos de produção e a base de dados não por considerada (...) mais estável, se separem as funções de introdução das de conferência, sendo estas desempenhadas por pessoas distintas.» 4. a). 4.1 Clareza, exactidão e utilização de um estilo
directo e simples.
2. a) 2; II. b) 1; I.
Funcionamento da Língua
3. a) 6;
b) 2. 4. «que os dados pessoais dos clientes (…) são apenas
utilizados pela Elaconta para processamento das encomendas efectuadas, personalização do website por parte do cliente»; «que a informação (…) não será vendida ou cedida a terceiros.» Escrita
1.1 b), c), d). 1.2 b) paginação: página + ação – derivação por sufixação; c) informação: in + forma + ação – parassíntese; d) nomeadamente: nomeada + mente –
derivação por sufixação; 2. a) «Luanda»; «João» (l. 2) ; b) «Identificação» (l. 8); «origem» (l. 8); c) 12, 13; d) «externo» (l. 26); «necessários» (ls. 27-28); e) «software» (l. 27);
«postscript» (l. 15).
Exemplo de uma Declaração Eu, Maria Arlete Alcino, declaro que exijo que a empresa Elaconta se responsabilize pela confidencialidade dos meus dados pessoais, sendo estes apenas utilizados para processamento das encomendas efectuadas, personalização do website e envio da newsletter Elaconta para o meu e-mail (se essa opção for seleccionada, por mim, durante o processo de registo na loja online). Reafirmo ainda o desejo de que a Elaconta garanta que a informação que disponibilizo à empresa não seja vendida nem cedida a terceiros. Lisboa, 12 de Novembro de 2009 A declarante maria_arlete_al@ clix.pt
3. a) paginável; b) originário; c) anómalo; d) geracional; e) dinâmico; f) introdutório. 3.1 a) fraquíssimo; b) fugacíssimo; c) estabilíssimo; d) distintíssimo. 4.1 a) «que alguns computadores não tinham insta-
lados o software e as fontes necessárias para trabalhar, o»; b) «e retirou capacidade de resposta»; c) «Verificou-se»; d) «que dificultou algumas tarefas». 4.2 a) «alguns computadores»; b) «para trabalhar»; c) «algumas tarefas». Escrita Resposta livre.
Soluções 55
FICHA 3. Requerimento
FICHA 4. Regulamento
Orientação de leitura
Orientação de leitura
1. O Chefe da Repartição de Finanças do Sabugal. 2. O requerimento é de natureza administrativa. 3. O requerente, João Miguel Teixeira, considera muito
elevado o valor tributável atribuído à sua fracção de terreno, solicitando uma reavaliação. 4.1 Os dois argumentos apresentados são: a locali-
zação da propriedade e a desadequação do rendimento anual apontado. 4.2 A fracção situa-se nos arredores da cidade, numa região com poucos transportes, logo de difícil acesso. 5. Solicita a aprovação do seu pedido. 6. Abertura: «Exmo Sr. Chefe da Repartição de
Finanças de Sabugal»; encadeamento: desde «João Miguel Teixeira» até «Sabugal»; fecho: «Pede deferimento»; data e assinatura do requerente: «Sabugal, 26 de Setembro de 2009», «João Miguel Teixeira». 7. «requerer», «se digne», «deferimento».
Funcionamento da Língua 1. a) avisado; b) colectável; c) independente; d) localizada; e) referente ao património, à propriedade. 2. Registo formal. 3.1 Princípio de cortesia. 3.2 Tratamento honorífico. 4. «vem (...) requerer», «se digne mandar», «solicito».
A intencionalidade comunicativa é pedir. 5.1 parassíntese: sub + urbe + ana; derivação por
sufixação: acessibil + idade. 6.1 «valor» – nome comum, não contável; «tributá-
vel» – adjectivo qualificativo. 7.1 1. a oração «O prédio localiza-se numa zona
suburbana» – subordinante; 2. a oração «que contém a referida fracção» – subordinada adjectiva relativa restritiva com antecedente. 7.2 «O prédio» – sujeito simples; «numa zona suburbana» – complemento oblíquo.
1.1 a) 1.2 Apresenta normas de funcionamento de um
sector da Instituição referida. 2. O excerto do regulamento apresentado divide-se
em três partes: a I diz respeito aos leitores, a II à sala de leitura e a III, à leitura de presença. A parte I abrange os artigos 1. o e 2. o, a parte II abrange os artigos 3.o a 6.o e na parte III inserem-se os artigos 7.o a 9.o. 3. c) Texto instrucional ou directivo. 4.1 Para aceder à biblioteca, os utilizadores não per-
tencentes à comunidade académica deverão estar abrangidos por protocolos de colaboração ou deverão ter cartão de leitor. 5. Permite o uso de pertences da biblioteca e de equi-
pamentos externos. Proíbe danificar o que pertence à biblioteca. 6. a) F; b) F; c) F; d) V; e) V. 7. Sim, desde que haja um aviso com três dias de
antecedência, e salvaguardando ainda as situações imprevistas. 8. Os documentos que se encontram em arquivo têm
de ser pedidos no balcão de atendimento ou requisitados por e-mail. Funcionamento da Língua 1. Adjectivos numerais. 2. a) Tipo declarativo/polaridade negativa. b) Tipo declarativo/polaridade afirmativa. 3. a) document – forma de base + a – índice temático
+ ção – sufixo modificador; b) dev – forma de base + e – vogal temática + rá – sufixo verbal 3. a) Coordenada copulativa. b) Subordinada adjectiva relativa restritiva. 4. agente da passiva; complemento preposicional.
Escrita 1.1 D, B, A, C.
Exmo. Sr. Presidente do Conselho Executivo Mariana Sofia Lencastre Sousa, moradora na Av. Gago Coutinho, n.o 9, 1.° Dto, 1000-224 Lisboa, com o telefone 211 234 567, inscrita no Curso de Ciências Sociais do Ensino Secundário Recorrente, 10.o Ano, Turma A, n.o 28, vem, por este meio, requerer o Estatuto de Trabalhador Estudante, nos termos do Regulamento em vigor. Pede deferimento. 25/10/2006 Mariana Sofia Lencastre Sousa 2. Resposta livre.
56 Soluções
Escrita Artigo 1: A «1.a Revista On-line da Escola Secundária...» tem por objectivo a divulgação de actividades culturais realizadas em toda a comunidade escolar no espaço virtual. Artigo 2: O concurso destina-se a: a. Grupo A – jovens dos 14 aos 15 anos; b. Grupo B – jovens dos 16 aos 17 anos; c. Grupo C – jovens dos 17 aos 19 anos. Artigo 3: Os temas das actividades serão publicados na Sala de Convívio dos Alunos.
FICHA 5. Contrato Orientação de leitura
c) Como contrapartida do trabalho prestado, o primei-
ro contraente pagará ao segundo, até final do mês àquele que reporta a remuneração, o valor ilíquido de 750 E (setecentos e cinquenta euros).
1. Abertura: identificação dos dois outorgantes.
Encadeamento: conjunto de sete cláusulas acordadas pelas duas partes. Fecho: data e assinaturas dos contraentes. 2. Contrato de trabalho. 3. Contraente. 4.1 Preceitos ou condições que fazem parte de um
contrato. 5. Ser motorista da empresa que se assume como pri-
meiro outorgante; receber uma retribuição mensal de a 750 a que serão descontados os impostos, segundo a lei em vigor e a 5 de subsídio de refeição por cada dia de trabalho; trabalhar oito horas por dia, num total de 40 horas por semana; ser contratado pelo período de um ano. 6. Seguir as disposições legais.
Funcionamento da Língua 1. a) conciliáveis b) ganhar c) realizado 2.1 Presente do Indicativo da forma activa: aceita.
Presente do Indicativo da forma passiva: é admitido. Futuro Imperfeito do Indicativo da forma activa: prestará. Futuro Imperfeito do Indicativo da forma passiva: será paga. 2.2 O contrato está a ser redigido no presente e estabelece condições a respeitar pelos dois outorgantes no futuro: os outorgantes são agentes da acção, activos e/ou passivos (em função das obrigações estabelecidas em cada cláusula). 3. a fim de; desde que. 3.1 a fim de: conector de fim; desde que: conector de
FICHA 6. Memórias Orientação de leitura 1.1 f); g); e); b); d); c); a). 1.2 f) desde «Certa manhã» (ls. 1) até «identificar» (l. 3); g) desde «Ele era» (l. 3) até «horizonte!» (l. 6); e) desde «E não sei» (ls. 6-7) até «idêntico» (l. 9); b) desde «Concordámos» (l. 10) até «desperdiçado» (l. 12); d) desde «Mas nada» (l. 13) até «mentia» (l. 15); c) desde «Ainda hoje» (l. 15) até «aconteceu» (l. 18); a) desde o «reen-
contro» (l. 19) até «expansivo» (l. 25). 2. a) Figura mal delineada sob a luz branca do nascer
do sol; b) valia a pena aproveitar a oportunidade; c) o choro intenso da criança soando pelo outeiro. 3. a) 4. Deixis pessoal – «me»; «para mim»; «(eu) recor-
do»; «(eu) não posso» «nós (concordámos)»; «connosco»; «nossa»; «(nós) prevíamos»; «nossas». Deixis temporal – «certa manhã»; «então»; «meses e meses»; «já»; «depois»; «em certo momento». Deixis espacial – «adiante»; «em certo momento»; «ali»; «longe»; «lá». 4.1 O locutor (sujeito de enunciação) recorda uma acção passada («certa manhã»), em que, com Maria Amélia, percorreu um espaço (colina: ali, lá) com a intenção de dialogarem com o pai de Juanito. Este momento é anterior ao da recordação, isto é, faz parte das memórias do narrador. 5. Face a Juanito: curiosidade, preocupação, carinho.
Face ao pai: curiosidade, admiração, dúvida.
condição. 4. b); c); e); f). 4.1 a) preposição; e) adjectivo numeral; f) nome
comum contável. 5. a) porque tinha carta de condução b) portanto irá trabalhar quarenta horas por semana c) embora só tenha contrato por um ano
Escrita a) O segundo contraente deverá entregar uma compo-
Funcionamento da Língua 1. No momento em que. 2. Ela pediu que olhasse para o finório que parecia que
ia ao lado de um rei. 3.1 Claramente. 3.2 Advérbio. 3.3 b). 4. Sugestão de resposta: fugacidade; memorialista.
sição musical, letra ou música, até ao último dia útil de cada mês.
5.1 a) Decerto ele já não vem. / Aquele móvel pare-
b) A contratação do segundo contraente destina-se a
b) Houve, hoje, festa na escola. / Ouve bem os
preencher uma vaga de um compositor de música rock por necessidade do alargamento do mercado internacional.
c) Afinal não o conhecia, aquele rosto nunca o
ce maior visto de certo ângulo. conselhos dos teus pais. vira antes. / O meu irmão virá de comboio.
Soluções 57
F I C H A 7. M e m ó r i a s Orientação de leitura 1. a) 2. c)
5.1 Participante. 5.2 Verbos na primeira pessoa do singular: «Assumi»,
«Já trato do assunto», «fechei», etc.; utilização de pronomes pessoais da 1.a pessoa: «comigo», «nós», «eu». Funcionamento da Língua
3. a)
1 (ele) queixou-se; homenzinho; o homem; se (...) o
4. b)
empregado; os seus passos.
5. b)
2.1 Acto directivo – avisar/advertir.
6. c)
3.1 «Seria julgado», «advogado de defesa», «advo-
gado de acusação», «banco do réu», «argumentos», «defendeu o seu constituinte», «defesa», «juiz», «juízo», «julgar», «audiência», «julgamentos», «tribunal». 3.2 Justiça: justiçar, justiceiro, justo.
7. a) 8. b) 9. c) 10. «Vou contar o que aconteceu»; «Lembro-me do
velho.» Funcionamento da Língua
Escrita Resposta livre.
1.1 automóvel; veículo; carro. 2. «Sentados em caixotes»
FICHA 9. Carta
3. Discurso directo/discurso da 1.a pessoa. 4. O sujeito da enunciação; Laferte; «um daqueles
indivíduos». 5. Ele disse que queria agradecer-lhe em nome de
todos (...) que queria dizer-lhe, além disso, que nada até àquele dia os tinha impressionado tanto. 6. Ele sentou-se por detrás da mesinha que o separava
daquele estranho público. 7. a) solto; b) dinâmicos; c) perturbáveis; d) agitados; e) polidos.
FICHA 8. Diário Orientação de leitura 1.1 No passado (22 de Abril, quarta-feira); na escola. 1.2 O aluno Fosco «fizera barulho, pulara, cantara,
dançara», comportara-se mal. 1.3 O professor decidiu fazer um «julgamento» do comportamento incorrecto do Fosco. 2.1 «É que eles não esquecem – ou só esquecem o
que os não interessa» (ls. 10-11); «E nós temos de ser exemplo de tudo – a começar, temos de dar o exemplo de bem cumprir» (ls. 11-12). 3. Os alunos participaram activamente, falando com
à-vontade, aprendendo novas palavras. 4.1 «aplaudida por todos» (l. 18). 4.2 Essa actividade propicia o alargamento cultural
dos alunos – conhecimento de autores importantes da Literatura (Esopo e La Fontaine), bem como incrementa valores de cidadania.
58 Soluções
Orientação de leitura 1.1 É uma pequena construção de pedra, tosca,
pobre. Enquadra-se numa bela paisagem de zona montanhosa, onde neva. 1.2 O emissor sente-se feliz, vive em paz espiritual, em plena realização existencial. 2. Como fuga (evasão) aos malefícios da vida urbana. 3.1 O «eu» encontra naquela pobreza material
satisfação plena para as suas necessidades, que são de carácter espiritual. 4.1 Gradação ascendente. 4.2 O sujeito de enunciação está em êxtase. 5. São cavadores e pastores, pessoas pobres, simples,
puras, bondosas, solidárias e afáveis. 6. Carta pessoal / informal. 6.1 Despeço-me com saudades. Um abraço forte do
amigo, Raul. Funcionamento da Língua 1. Deixis pessoal: «meu amigo» – tu; «fugi» – eu;
«para ter» – eu; «me sabe»; «tu conheces»; «perguntas?» – tu. 2. a) «Cheira bem» – acto assertivo. b) «Sombra, perguntas?» – acto directivo. 2.1. a) Afirmar. b) Interpelar. 3. «janelinha»; «casebre». 4.1 «negro» – valor restritivo – limita a realidade do
designado, afirma que o pão que come na serra é escuro; «pobre» – valor não restritivo – avalia socialmente os cavadores.
4.2 tosquíssimo, nigérrimo, negríssimo, felicíssimo,
FICHA 11. Descrição
paupérrimo, máximo. 5. a) passou muitas dificuldades; b) alimento feito de farinha de centeio; c) ganhar dinheiro; d) riqueza. 5.1 A coluna vertebral está muito frágil; Vai a pas-
sar uma coluna militar; A coluna central daquele monumento grego é requintada.
FICHA 10. Retrato Orientação de leitura 1.1 O jovem reconhece no olhar da mãe a tristeza,
pois ele já não é o menino de outrora. 2.1 O crescimento físico e psicológico (perda da ino-
cência). 3.1 A perda concretiza-se em experiências/vivências
inerentes ao seu crescimento, geradoras de conflito entre mãe e filho. A recuperação está presente na confidência que faz à mãe de que a ligação afectiva com ela se mantém inalterável, pois o passado de menino permanece vivo na sua memória. 3.2 O «eu» poético expressa a ideia de que, no presente, a memória do passado permanece. 3.3 Metáfora – As rosas brancas simbolizam a pureza, a inocência, a fragilidade de quando ele era menino. 4. A referência a aves remete para as novas vivências/
/experiências de alguém que assume que tem de libertar-se da protecção maternal.
Leitura de imagem 1.1 a) Primeiro plano e plano de fundo. b) Primeiro plano (a figura feminina). 2.1 a) É uma jovem mulher robusta, de estatura
mediana, de formas arredondadas. O rosto é arredondado, emoldurado pelo cabelo bem penteado, de risco ao meio. A testa é alta e o pescoço largo e pequeno. As sobrancelhas, perfeitamente desenhadas, acompanham os olhos grandes e amendoados. O nariz é pequeno, mas largo; a boca também é pequena, de lábios finos. Os braços são robustos, observando-se uma pulseira no braço direito; as mãos são de tamanho médio, com dedos longos, tendo um anel no dedo anelar da mão direita e outro no dedo anelar da mão esquerda. Os pulsos são largos, a cintura é média e as ancas são largas. Os ombros são arredondados, ligeiramente descaídos. O vestido é requintado, notandose em cada manga um grande laço; é pregueado a partir da cintura e com efeito de franzido na parte inferior. A postura vertical apresenta uma acentuada linha curva na silhueta, visível na zona dorsal. b) A atitude é reflexiva, serena e atenta, cooperante com o pintor que a retrata. Da figura feminina emana uma suavidade algo enigmática e sedutora. c) A expressão fisionómica é suave, o olhar sério, meigo e vivo. A boca fechada apresenta os lábios suavemente cerrados. O gesto da mão direita traduz uma passividade clara, enquanto a mão esquerda segura o rosto, sem contudo o suportar. O estatismo é evidente, a jovem está conscientemente a posar para o artista.
Funcionamento da Língua 1. Aditivo: e, ainda; conclusivo: por isso; contrastivo:
mas; de condição: se. 2.1 Passado: «traí», «perdi», «apertava», «soubes-
ses», «enchesses», «es queceste», «cresceram», «cresceu», «ficou», «adormeceu», «era», «saí», «dei», «esqueci». Presente: «sei», «sou», «ignoras», «há», «demora», «digo», «é», «amo», «queres», «aperto», «tens», «ouço», «sabes», «guardo», «deixo», «vou». 2.2 Do levantamento feito, pode concluir-se que o presente e o passado alternam de forma equilibrada no poema, pelo que o sujeito poético valoriza esses dois momentos de vida de modo idêntico.
Orientação de leitura 1. a) «caracóis negros e finos», «palidez», «finura de
feições», «olhos estreitos e longos», «narinas de marfim», «pupilas negras», «pestanas compridas, luzentes», «cetim de pele». b) «abrigo de pelica azul», «gorra de pescador do mesmo material», «malinha de mão». 2. a) carente, triste, mas simpática e delicada; b) suave; c) a expressão do olhar revela inteligência e espírito
crítico; d) divertida; e) bem humorada; f) atrevida; g) misteriosa, secreta.
Escrita
Escrita
Resposta livre.
Resposta livre.
Soluções 59
FICHA 12. Camões Lírico Orientação de leitura 1. Introdução: 1.a estrofe.
Desenvolvimento: 2.a e 3.a estrofes. Conclusão: 4.a estrofe. 1.1 Introdução: O sujeito poético lamenta-se pela perda definitiva da amada morta. Desenvolvimento: O sujeito poético exprime um estado de espírito marcado pela revolta e pela contrariedade. Conclusão: Para o sujeito poético, a vida não tem sentido sem a presença da amada.
4.2 «deixara» (v. 2). 5. a) frase subordinada adverbial causal; b) frase subordinada adjectiva relativa explicativa. 5.1 sujeito: nulo subentendido;
complemento directo: o negro manto. Escrita O texto deve ser bem estruturado: introdução, desenvolvimento e conclusão. A descrição deve estar de acordo com as orientações da «Descrição», Técnicas / Informação, Manual.
2.1 Acusa o «tu» de o ter abandonado e de não ter
lutado pela vida.
FICHA 13. Poesia
2.1.1 «Tão asinha esta vida desprezaste!» (v. 4);
«o negro manto / Em teus olhos deitado consentiste» (vs. 10–11). 3. Revolta, incompreensão, mágoa, tristeza e deses-
pero. 4.1 O naufrágio na foz do rio Mekong, quando o
poeta viveu no Oriente. Aí perdeu a amada, Dinamene, e salvou o manuscrito de Os Lusíadas. 5.1 perífrase: «Tão asinha esta vida desprezaste»
(v. 4); metáfora: «o negro manto» (v. 10); apóstrofe: «Ó mar» (v. 12). 5.1.1 perífrase: lamenta que a amada tenha morrido; metáfora: forma poética de apresentar a morte como algo funesto; apóstrofe: grito de dor e de revolta do sujeito poético contra o mar, responsável pela morte da amada. 6. O poema é um soneto, constituído por catorze ver-
sos distribuídos por duas quadras e dois tercetos. O esquema rimático é ABBA/ABBA/CDE/CDE. As rimas são interpoladas e emparelhadas, consoantes e predominantemente pobres. Exceptuam-se as rimas «manto / tanto» e «consentiste / triste», que são ricas. Quanto à métrica, os versos são decassilábicos.
1.1 a) 1.a, 2.a e 3.a estrofes; b) 4.a estrofe; c) 5.a estrofe. 2. a) «Este poeta está / Do outro lado do mar» b) «E digo ao silêncio os seus versos devagar» 3. Ambiente sombrio, silencioso e solene. 4. Espanto, grande admiração. 5.1 Um quarto representa, simbolicamente, um
espaço íntimo (de confidências), secreto, revelador do sujeito que o habita. 5.2 No presente, o «eu» poético recorda a profunda ligação afectiva com o seu quarto, evoca a felicidade, a poesia, a magia vivenciada no passado longínquo da sua juventude. 6.1 Recorda a tesoura esquecida nos ramos de
cerejeira, os bancos pintados de fresco, o tempo que fazia nesse mês de Junho. 6.2 A poesia era essencial e fundamental na vida do «eu» poético. 7. «Estes poemas caminharam comigo» – os poemas
de Manuel Bandeira são referências estruturantes na vida do «eu». «Estes poemas poisaram a sua mão sobre o meu ombro» – os poemas de Manuel Bandeira foram uma companhia solidária e deram tranquilidade espiritual ao sujeito poético.
Funcionamento da Língua
Funcionamento da Língua
1. «esta vida desprezaste» (v. 4); «pera sempre te
1. «antigo», «jovem», «som brios», «antiga», «sole-
apartaste» (v. 5); «perder-te» (v. 6); «negro manto» (v. 10). 2. «asinha» é uma palavra que caiu em desuso e signi-
fica «depressa». 3. Antigamente escrevia-se com uma pena. 4.1 «deixaste» (v. 1): Pretérito Perfeito Simples do
Modo Indicativo (passado); «posso» (v. 3): Presente do Modo Indicativo (presente); «sentirei» (v. 13): Futuro Imperfeito do Modo Indicativo (futuro).
60 Soluções
Orientação de leitura
nes», «o maior», «intactas», «perdidas», «pleno», «futura». 1.1 novo, velho, iluminados, moderna, prosaicos, o menor, impuras, ocupadas, encontradas, vazio, passada. 2. Verbo relembrar, forma verbal não finita, Gerúndio
Simples. 2.1 Esta forma verbal inicia a evocação de aconteci-
mentos marcantes do passado longínquo (a juventude) do «eu» poético, liga o tempo presente ao tempo passado – aspecto adurativo.
3. 1.a estrofe – Presente: «reconheço», «há», «digo»;
2.a estrofe – Pretérito Imperfeito: «se espantava», 3.a estrofe – «era», «lia», 4.a estrofe – «me sentava», «acompanhavam», «decepava»; Pretérito Perfeito Simples: «deixei»; 5.a estrofe – Pretérito Perfeito Simples: «caminharam», «poisaram», «foram». 3.1 A utilização dos verbos no Presente serve para afirmar que no tempo presente (neste tempo), o sujeito poético relembra o passado. As acções recordadas (naquele tempo) que permanecem na memória do «eu», num tempo suspenso, não sofrendo a erosão do esquecimento, encontram-se no Pretérito Imperfeito e no Pretérito Perfeito Simples. 4. a) 3; b) 4; c) 1; d) 2. 4.1 a) e c) complemento directo; b) modificador preposicional; d) predicado.
3. «mas» – conjunção coordenativa adversativa;
«porque» – conjunção subordinativa causal. 3.1 «mas» – expressão de oposição com o objectivo
de reforçar a ideia da não desistência «porque» – reiteração das causas que a justificam. 4. Advérbio. 4.1 Esperança de possível concretização de um
ideal.
FICHA 15. Entrevista Orientação de leitura 1. Estrutura: nome do entrevistado; título; resumo;
introdução; questões do entrevistador e respostas do entrevistado. 2.1 O trabalho de Duarte Belo é fotografar o territó-
FICHA 14. Poesia Orientação de leitura 1. A repetição do Presente do Conjuntivo «Entremos»
na 1.a pessoa do plural, com valor imperativo, incentiva à união com objectivos interventivos. 2.1 «Das mãos dadas talvez o fogo nasça» (v. 14).
«talvez universal a consoada» (v. 16). 3. Solidariedade. 4. Fraternidade humana. 5.1 Resposta aberta. Tópicos: Natal = fraternidade,
solidariedade, nivelamento social. O Natal não deve circunscrever-se a uma época. 6. Ritmo binário: bipartição do verso ao nível prosódico
[ex.: «duzentos mil, doze milhões de nada» (v. 10)]. Ritmo ternário: tripartição do verso. [ex.: Entremos, apressados, friorentos (v. 1)]. Musicalidade: • aliterações em «r»; «Entremos, apressados, friorentos»; • aliterações em «p»: «presépio, num prédio, num presídio / no prédio»; • repetições anafóricas de: formas verbais «Entremos»; da conjunção «porque»; do advérbio «talvez»; • gradação dos quantificadores numerais: «dois a dois: somos duzentos, duzentos mil, doze milhões»; • rimas toantes e consoantes: «presépio» – «sítio» «nada» – «consoada»; • rima interna: «Natal» – «Universal». Funcionamento da Língua 1. grutas, presídio, Dezembro, consoada. 2. acto directivo – o sujeito poético desafia sistemati-
camente o leitor («Entremos») a agir.
rio nacional e o seu povoamento como forma de «registo de reflexão». 2.2 O entrevistado é arquitecto. O arquitecto observa e reflecte sobre o lugar com o objectivo de o redimensionar artisticamente. As fotografias de Duarte Belo resultam de uma observação demorada da paisagem, considerando a forma como o Homem ocupou os espaços e como poderá vir a ocupá-los. 3.1 Maria Leonor Nunes. 3.2 Jornal de Letras. 4.1 O facto de naquele lugar encontrar testemunhos
de diferentes períodos da História, desde o longínquo ao mais recente (pré-romano, medieval, contemporâneo). 4.2 Criando uma ligação profunda com a paisagem, assente na observação intensa e longa, captamse aspectos sensíveis, peculiares da realidade. 5.1 Ele procura, no espaço que fotografa, um signifi-
cado profundo da presença de diferentes povos que povoaram o território nacional e considera as possibilidades que poderão advir na ocupação desse espaço. 6. Ele complementa a imagem com o texto, construindo
um discurso mais rico, que clarifica a sua mensagem. 7.1 Duarte Belo é filho do grande poeta Ruy Belo,
que lhe terá passado o gosto pelos livros. 8. Sim, porque o vocábulo «gestos» remete para a
presença / interferência do Homem na paisagem e Duarte Belo capta, de modo particular, a presença humana na paisagem. 9. a) e c)
Funcionamento da Língua 1. O registo é formal porque a entrevistadora e o
entrevistado usam uma linguagem cerimoniosa, que evidencia distanciamento.
Soluções 61
2. Da forma como as questões estão formuladas, infe-
re-se um tratamento por «senhor» (ex.: «O que lhe interessou particularmente neste trabalho…»). 3.1 Princípio da cooperação. 4. a) Acto ilocutório directivo; b) Acto ilocutório pre-
sente assertivo.
FICHA 16. Artigo de apreciação crítica Orientação de leitura 1.1 a) Do início até «no coração do conflito» (l. 53); b) «Em World Trade Center (…)» (l. 54) até
8.1 Internet – meio de comunicação digital. 8.2 A crítica é negativa. O título do artigo «recebido
friamente» e a reacção «fria», «quase sem aplauso» do público revelam-na. 9. Stone assevera que privilegiou conscientemente os
aspectos humanistas e emocionais em detrimento dos factores políticos, tal como afirmam as conclusões finais do texto «Dessa forma, Stone justifica (…) menos político» (ls. 12-13). 10.1 É o texto A, pois nele são dados a conhecer vá-
rios pormenores importantes sobre o filme, nomeadamente as reacções do público americano, a trama, as personagens, o espaço onde decorre a acção, etc.
«meio do choque e da morte» (l. 93); c) «Acusado pelos seus» (l. 94) até ao fim.
Funcionamento da Língua
2. Stone é observado negativamente como um militante
1.1 Registo formal predominante: «Soube-se tam-
fanático de esquerda, «o radical militante de Salvador, o contestatário de Nascido a 4 de Julho, o teórico da conspiração ferrenha de JFK, o terrorista político que declarou (...), poucos dias depois dos atentados, que estes tinham sido ‘um grito de protesto’».
bém recentemente que foi ordenado» (ls. 6-7). embora haja registo informal «daria um filme e peras» (ls. 9-10), «a espingardar em todas as direcções»(ls. 19-20). 1.2 a) 3; b) 1; c) 2; d) 4.
3.1 «é um filme feito não para dividir, mas sim para
unir» (ls. 39-40).
Escrita Resposta livre.
4. No Festival de Veneza. 5. a) A história verdadeira de dois polícias de Nova
Iorque que ficaram soterrados sob os escombros da Torre 1. b) Os momentos de sofrimento vividos pelas famílias dos dois polícias, a acção esforçada dos seus companheiros e dos bombeiros para os salvarem, a heróica actuação de um marine na reserva. c) John McLoughlin e Will Jimeno; familiares dos dois polícias; membros do grupo de socorro (outros polícias) e bombeiros; Dave Karnes. d) Torre 1, Ground Zero, escombros do edifício. e) 11 de Setembro de 2001. 6. «World Trade Center não é apenas um filme… do
que Voo 93» (ls. 96-98), «a primeira grande tentativa (…) no futuro» (ls. 99-102).
F I C H A 1 7. R e s u m o Escrita Cientistas norte-americanos insurgiram-se, numa petição contra a União Astronómica Internacional por ter retirado a Plutão o estatuto de planeta. Alan Stern afirma que a União foi norteada por motivos políticos. Stern asseverou que os assinantes da petição rejeitam a definição de planeta e apresentarão outra em 2007. Plutão passou recentemente a ser considerado um planeta anão. A nova definição desclassifica Plutão por este não ser dominante na sua órbita.
7.1 a) Linguagem objectiva: «Stone ia fazer um filme
sobre (…) World Trade Cen ter» (ls. 15-17), «Antestreado (…) Festival de Veneza» (ls. 44-45). Linguagem subjectiva: «o 11 de Setembro abordado na veia JFK» (ls. 8-13), «começou de imediato (…) direcções» (ls. 18-20), «Os seus detractores (…) destacados» (ls. 31-33), «Oliver Stone mostra a angústia das famílias» (ls. 68-69), «O que importa (…) e de entreajuda» (ls. 87-89). b) Vocabulário valorativo: «World Trade Center é
um filme (...) para unir» (ls. 39-40), «O que importa (…) é recordar» (ls. 87-88), «World Trade Center (...) É (...) a primeira grande tentativa de catarse de uma catástrofe nacional» (ls. 96-100). Vocabulário depreciativo «detractores mais assanhados» (l. 31), «as televisões ‘gastaram’» (l. 84). 62 Soluções
FICHA 18. Crónica jornalística e literária Orientação de leitura 1.1 A noite estava fria e desagradável. 1.2 O «eu» estava triste, desolado, derrotado. 2.1 Corajosa, sacrificada, abnegada, conformada. 3.1 «atulhada». 3.2 Porque considera que há coisas privadas que
não devem ser expostas. 4. É escritor e o seu meio de subsistência é o que
escreve e publica. 5.1 De uma forma clara e incisiva, fazendo crítica
sempre que necessário.
6.1 «A enfermaria (…) e amplas» (ls. 58-59); «A
cabeceira da cama (…) não via as iluminações» (ls. 61-63); «gritava agora uma assistente de enfermagem» (ls. 74-75). 6.2 No presente, o «eu» recorda as imagens e os sons de forma rápida e desordenada.
3. Homem: sonhador, aventureiro, peocupado. Mulher
da limpeza: bonita, decidida, sonhadora. 4. Metáfora. 4.1 Para o ser humano se conhecer verdadeiramente,
deve observar o que o rodeia, abrindo-se para o exterior, para os outros. Assim, a aventura do conhecimento de si próprio implica um movimento introspectivo e extrospectivo (atenção do «eu» voltada para o mundo na sua realidade física e humana).
7.1 A solidão e o sofrimento. 7.2 Parece estar a morrer. 8.1 É a designação do «espaço» reservado para as
suas crónicas na revista Montepio. 8.2 O título é «Um certo Natal antigo». A acção
5. A mulher afirma indirectamente que respeita pro-
fundamente as ideias do homem, porquanto, graças a ele, tinha tomado uma decisão fundamental, mudando radicalmente o rumo da sua vida.
decorre na época do Natal, período de tempo coincidente com a doença, tristeza e solidão vividas pelo autor.
6. O narrador é não participante, omnisciente, subjec-
tivo.
Funcionamento da Língua 1.1 Não, porque a mulher não respondeu à pergunta,
fez uma observação e uma nova pergunta que nada tinha a ver com a questão colocada. Também encolheu os ombros e o semblante mostrou-se inexpressivo.
Funcionamento da Língua 1. «uma caravela», «transformada», «bonita»; «a
(quero)». 1.1 a) Co-referentes nominais: caravela, transformada, bonita. b) Co-referente pronominal: a (quero).
1.1.1 Foi a máxima da relevância. Porque a res-
posta não tem uma relação de pertinência com a pergunta. 2.1 A polaridade negativa das frases deixa transpa-
recer o estado de espírito negativo dos intervenientes na acção. 2.2 a) Ele perguntou-lhe se os médicos ainda não lhe tinham dito quando tinha alta. b) Ela afirmou que ele não fizera a barba. 2.2.1 a) acto directivo (perguntou) b) acto assertivo (afirmou)
2.1 a) acto directivo – perguntar; b) acto assertivo – afirmar. 3. Classe
Primeiro o teu barco o conheces
adjectivo determinante determinante nome pronome verbo
Subclasse
numeral artigo definido possessivo comum, contável pessoal transitivo directo
3.1 «Fôra» – Pretérito Mais-Que-Perfeito do Modo
Indicativo, aspecto perfectivo; quebrara – Pretérito Mais-Que-Perfeito do Modo Indicativo, aspecto perfectivo. 3.2 Os acontecimentos tiveram lugar num passado longínquo e apresentam-se como concluídos. 4. Roda devagar a cabeça, observa-me totalmente.
Escrita Resposta livre.
4. A mulher replicou que primeiro ele tinha de ver o
seu barco que só o conhecia por fora e o homem perguntou-lhe como o encontrara, ela respondeu que havia algumas bainhas das velas que estavam a precisar de reforço e o homem perguntou ainda se ela descera ao porão, se encontrara água aberta e ela respondeu que no fundo se via alguma, de mistura com o lastro, mas que aquilo parecia que era próprio, que fazia bem ao barco. Então, o homem perguntou como fora que ela aprendera aquelas coisas. 5.1 1. a oração: Se não encontrares marinheiros –
FICHA 19. Conto Orientação de leitura 1. d); a); g); e); f); b); c). 2. Tempo: «O incêndio do céu ia esmorecendo» (ls. 5-6),
«A lua já estava meio palmo sobre o mar» (ls. 26-27). Espaço: «a água arroxeou-se de repente» (l. 6), «barco, uma caravela» (l. 17), «castelo de popa» (l. 24), «já estamos na água» (ls. 13-14).
subordinada adverbial condicional; 2.a oração: que queiram vir – subordinada adjectiva relativa restritiva com antecedente; 3.a oração: cá nos arranjaremos os dois – subordinante. 5.2 a) complemento directo b) sujeito simples c) modificador adverbial Escrita Resposta livre. Soluções 63
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