Port p6 Professor

February 24, 2017 | Author: mariaguia | Category: N/A
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SofiaPaixão Consultor científico-pedagógico JOAQUIM SEGURA Coautor do novo PPEB

P6

PORTUGUÊS 6.o ANO

AnaSantiago

UNIDADE

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HISTÓRIAS COM BARBAS LEITURA E COMPREENSÃO DO ORAL Textos tradicionais e textos de autor Salta-Pocinhas, Aquilino Ribeiro excerto narrativo

Bom conselho, Chico Buarque letra de canção

O galo e a raposa, La Fontaine fábula

Velhas histórias que convém saber melhor, Alves Redol excerto narrativo

Bela Infanta, Almeida Garrett romance tradicional

A lenda de Pedro Cem, Inácio Nuno Pignatelli lenda

O Gigante Egoísta, Oscar Wilde narrativa na íntegra

Um criado esperto, José António Gomes conto tradicional

A ponte, Ilse Losa narrativa na íntegra

Textos de imprensa, comunicação e divulgação Texto informativo, avisos

EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA Provérbio e explicação, texto expositivo, texto instrucional, texto de opinião, leitura dramatizada, letra de canção, reconto, narrativa

CONHECIMENTO DA LÍNGUA Classes de palavras e morfologia: advérbio, preposição, quantificador Sintaxe: grupos da frase Som e sílaba Relações entre palavras Dicionário

EM RESUMO Os textos tradicionais

AVALIAÇÃO

UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 1

EXPRESSÃO ORAL

EXPRESSÃO ORAL Provérbio e explicação

1. Utiliza os adjetivos seguintes para explicitares oralmente uma definição de provérbio.

LEITURA Excerto narrativo

curto

– expressões populares – perífrase

2. Escolhe dois provérbios entre os distribuídos pelo teu professor que abordem o mesmo tema e memoriza-os.

Fábula – personificação

3. A partir de uma ordem pré-definida, diz muito rapidamente os provérbios que memorizaste.

COMPREENSÃO DO ORAL E ESCRITA Letra de canção Provérbio

4. Em conjunto com os colegas e com a ajuda do professor, tenta explicar o sentido desses provérbios.

CONHECIMENTO DA LÍNGUA Grupo nominal e grupo verbal

LEITURA 1. Antes de leres o texto, recorda o que já sabes sobre a fábula. Que característica aproxima uma fábula de um provérbio?

Provérbio e explicação

1.1. Lê o excerto inicial do livro Romance da raposa do escritor português Aquilino Ribeiro e indica duas das características da fábula aí presentes.

PROFESSOR EXPRESSÃO ORAL PowerPoint

Salta-Pocinhas

Provérbios ao desafio

1. Um provérbio é um texto curto, popular e intemporal, que usa um tom moralizador.

LEITURA 1. O tom moralizador, sentencioso – ambos pretendem ensinar alguma coisa e condicionar os comportamentos. 1.1. As personagens principais são animais personificados. A história contém uma moral.

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VOCABULÁRIO 1 Raposeta: raposa jovem. 2 Fagueira: meiga, carinhosa. 3 Lambisqueira: gulosa, lambareira.

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  sentencioso   intemporal   popular

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Havia três dias e três noites que a Salta-Pocinhas – raposeta1 matreira, fagueira2, lambisqueira3 – corria os bosques, farejando, batendo mato, sem conseguir deitar a unha a outra caça além duns míseros gafanhotos, nem atinar com abrigo em que pudesse dormir um soninho descansado. Desesperada de tão pouca sorte, vinham-lhe tentações de tornar para casa dos pais, onde, embora subterrânea, a cama era mais quente e segura que em castelo de rei, e onde nunca faltava galinha, quando não fosse fresca, de conserva, ou então coelho bravo, acabado de degolar. Mas temia-se da mãe, que, ao cabo duma semana de fome, depois do assalto frustrado à capoeira dum lavrador em que vira a morte a dois passos, lhe atormentara o juízo com advertências e bons conselhos: – Salta-Pocinhas, minha filha, tens de procurar outro ofício. Comer e dormir, dormir e comer também eu queria. Olé! Se ainda não o sabes, fica sabendo: quem não trabuca não manduca. Mal entre a lua nova – e não tarda a hora que chegue às portinhas do céu – estás na idade de

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te conduzir por tua cabeça. Também já te lá cantam dezoito meses, e dezoito meses nada ladros4, louvado seja o pai dos bichos. É olhar-te para a navalha dos dentes e a boa saia de peluche. Uma riqueza! – Ih, ih, ih! – desatara a Salta-Pocinhas a choramingar. – Santa paciência! Teus irmãos por aí andam ganhando o pão, sabe Deus com que trabalhos! O Pé-Leve saiu um azougue de finura5… – E bom filho! Estava ontem a gineta6 a fazer-lhe um rasgadíssimo elogio – disse o pai velho, um raposão de rabo pelado, ao tempo que se espreguiçava entesando e voltando a entesar um longo e descarnadíssimo pernil. – Pudera! Foi ele que bifou7 ao padre-prior o rico galo galaroz8, crista de vermelhão e pernas de retrós9. Comemos nós, comeu a gineta e, cem anos que eu viva, não me hei de esquecer do fartote. Coitado, o Pé-Leve emancipou-se há já umas semanas. A ti, Salta-Pocinhas, guardámos-te mais tempo connosco, esperando que nos servisses de arrimo10 para o fim dos dias. É negócio arrumado, se tratares de ti, já nos damos por contentes. Pronto, deitaste bom corpo, arranja-te, arranja-te! Para baronesa não nasceste… – O mundo vai mal! O mundo vai mal! – emitiu o raposão em tom pessimista. – Quem houver de levar a vidinha segundo as regras

VOCABULÁRIO 4 Ladros: ladrões. 5 Um azougue de finura: muito esperto e fino. 6 Gineta: animal semelhante a um gato grande de pelo cinzento e negro. 7 Bifou (popular): roubou. 8 Galo galaroz: galo grande. 9 Pernas de retrós: pernas brilhantes e sedosas. 10 Arrimo: amparo, proteção.

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 1

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Aquilino Ribeiro 1885, Carregal— 1963, Lisboa

A sua obra distingue-se pela riqueza da linguagem que utiliza, com muitas palavras e expressões populares. O Malhadinhas e O livro de Marianinha (dedicado à neta) são exemplos de obras suas.

VOCABULÁRIO 11 Toirão: o mesmo que furão; pequeno animal. 12 Caçapo: coelho jovem e pequeno.

PROFESSOR LEITURA

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do amor ao pelo precisa de lume no olho. Sim, senhora! Hoje em dia, assaltar uma capoeira é um problema difícil de matemática… – Estou velha… caduca – tornou a mãe, sem fazer caso da filosofia do raposo. – Não te posso manter, ainda que quisesse. Há coisa de dias um cãozito bem reles, um destes totós que não prestam para mais nada que para soltar béu! béu!, deitou a correr atrás de mim e por pouco que não me rasga a fralda. O toirão11 que diga. Teu pai, depois que apanhou a chumbada nas pernas, está o que para ali se vê: um entrevadinho, um borralheiro, incapaz de pegar um caçapo12 a dormir a sesta no covil. Aquelas palavras não eram ditas, rompera o pai raposo a maldizer do bicho-homem e da danada invenção das armas de fogo. E, depois de muito praguejar e de muito chorar a má estrela, foi levado, como estava em seus hábitos de velho impostor, a fazer grande alarde da ligeireza e coragem que possuíra nos bons tempos, quando estafava um galgo na carreira. Mas a mãe raposa mandou-lhe calar a caixa, ao ver que no galho dum freixo, por cima deles, se viera empoleirar mestre Vicente, o corvo, com ar trocista a desfrutar o gabarola. Aquilino Ribeiro, Romance da raposa, Bertrand, 1979

2. Não conseguir caçar para comer nem encontrar um local seguro para dormir. 3. A solução seria voltar para casa dos pais, onde encontraria boa cama e boa comida, mas Salta-Pocinhas tem medo da mãe, que já a avisara de que tinha de trabalhar para ter o conforto desejado e tinha imposto a sua saída de casa. 4. A mãe considera que a filha está mal habituada e que já tem idade e capacidade para caçar e viver sozinha, tal como os irmãos. 4.1. «Quem não trabuca não manduca» significa que quem não trabalha não come. Ao dizê-lo, a mãe está a repreender a filha e a reforçar a ideia de que esta tem de lutar para conseguir as coisas básicas da vida: comida e dormida. 5. O pai de Salta-Pocinhas está mais preocupado com o seu descanso e prefere elogiar o filho, Pé-Leve, do que repreender a filha. 5.1. Quem quiser sobreviver tem de ser inteligente. 5.2. O pai reforça a ideia de que os tempos estão difíceis, mas acrescenta que não basta ser forte, é preciso ser esperto. 6. A mãe contava que Salta-Pocinhas lhes valesse quando fossem mais velhos, mas percebeu que, não sendo capaz de cuidar de si própria, a raposeta não conseguiria cuidar de ninguém e, por isso, tinha de aprender a sobreviver à sua custa.

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2. Desde que saiu de casa dos pais, Salta-Pocinhas tem dois problemas. Quais? 3. Qual seria a solução para esses problemas? O que impede a «raposeta» de tomar esse caminho? 4. O que pensa a mãe sobre o modo de vida da filha? 4.1. Transcreve para o teu caderno o provérbio que a mãe usa para ensinar uma lição a Salta-Pocinhas e explica o seu significado. 5. O pai de Salta-Pocinhas está tão preocupado com a filha quanto a mãe? Explica porquê. 5.1. Explica o sentido da frase «— Quem houver de levar a vidinha segundo as regras do amor ao pelo precisa de lume no olho.» (linhas 36-37). 5.2. O que é que esta frase dita pelo pai acrescenta aos conselhos da mãe? 6. Por que razão a mãe permitiu que Salta-Pocinhas vivesse mais tempo do que os irmãos em casa dos pais? O que a fez mudar de ideias?

7. A quem atribui o raposão as culpas da sua incapacidade enquanto caçador? E a mãe? Tem a mesma opinião? 8. Escolhe a opção correta. 8.1. A linguagem utilizada no excerto a) corresponde à norma. b) afasta-se da norma.

PROFESSOR LEITURA 7. O raposão culpa o homem, as armas de fogo, a sua má sorte e a velhice. Já a mãe acredita que o raposão ficou incapaz desde que foi atingido nas pernas, sem ligar às filosofias do pai raposo. 8.1. b). 8.2. b).

a) «batendo mato» (linha 3)

9. a) Andar muito sem rumo certo. b) Sem conseguir caçar. c) Dezoito meses de vida generosos em relação ao desenvolvimento de Salta-Pocinhas. d) Tens bom corpo para te desenvencilhares sozinha. e) Não nasceste para ser servida pelos outros. f) Ordenou que se calasse. 9.1. Apanhar.

b) «sem conseguir deitar a unha» (linha 3)

COMPREENSÃO DO ORAL E ESCRITA

8.2. O autor utiliza maioritariamente a) palavras cuidadas. b) regionalismos e expressões populares. 9. Explica o sentido das seguintes frases e expressões do texto.

c) «dezoito meses nada ladros» (linha 18) d) «Pronto, deitaste bom corpo, arranja-te, arranja-te!» (linhas 33-34) e) «Para baronesa não nasceste…» (linha 34) f) «mandou-lhe calar a caixa» (linha 51) 9.1. A perífrase é um recurso expressivo em que dizemos por várias palavras o que poderíamos dizer por poucas. Substitui a perífrase «deitar a unha» por uma só palavra.

COMPREENSÃO DO ORAL E ESCRITA

Áudio

Faixa 5 

Bom conselho

1.1. a) Quem espera nunca alcança. b) Brinque com meu fogo / Venha se queimar. c) Devagar é que não se vai longe. 2.1. Por exemplo: Faz o bem, mas olha sempre a quem. Quem não ama esquece. Cão que ladra pode morder.

Provérbio

1. Num poema conhecido, o músico e escritor brasileiro Chico Buarque diz vários provérbios conhecidos, mas altera-lhes o sentido. 1.1. Ouve o poema e regista no teu caderno a versão do autor para os seguintes provérbios: a) Quem espera sempre alcança. b) Quem brinca com o fogo queima-se. c) Devagar se vai ao longe. 2. Na nossa tradição, existem muitos provérbios que são aparentemente contraditórios, como por exemplo: Quem espera sempre alcança. / Quem espera desespera. 2.1. Escolhe alguns dos provérbios que trabalhaste anteriormente e reescreve-os, com os teus colegas, de modo a criares novos provérbios com sentidos diferentes. Explica esse sentido.

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 1

LEITURA 1. Lê agora uma fábula completa de La Fontaine.

O galo e a raposa Empoleirado num sobreiro antigo, fazia um velho galo sentinela. Uma raposa diz-lhe: «Irmão e amigo, Venho trazer-te uma notícia bela.

VOCABULÁRIO 1 Dissensões: desentendimentos.

La Fontaine 1621, Château-Thierry—1695, Paris

Poeta e fabulista francês. Nas suas Fábulas, denuncia os vícios dos homens através de animais. A lebre e a tartaruga e O leão e o rato são exemplos de fábulas suas.

PROFESSOR LEITURA 2. A raposa informa o galo de que as velhas disputas existentes entre os dois estão oficialmente terminadas. 2.1. Convencer o galo de que já não o persegue e, assim, conseguir aproximar-se dele e caçá-lo. 3. b). 3.1. «Irmão e amigo»; «uma notícia bela»; «estreito abraço»; «beijo fraternal!» 4. O galo finge acreditar na raposa e lança-lhe uma armadilha semelhante, afirmando que dois galgos se aproximam para lhes dar a feliz notícia. Como mentiu sobre a falsa paz, a raposa sabe que o galo também está a mentir e, logo, sabe que, se forem verdadeiros, os galgos aproximam-se para a caçar. 5. O galo, porque consegue enredar e iludir a raposa na mentira que ela própria inventou.

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Nas nossas dissensões1 lançou-se um traço E acaba de assinar-se a paz geral; Desce, que quero dar-te estreito abraço E juntamente o beijo fraternal!» – Amiga – diz-lhe o galo – folgo imenso; Não podia esperar maior delícia!… Vejo dois galgos a correr, e penso Que são correios da feliz notícia. Foge a raposa sem dar mais cavaco; E o galo sentiu íntimo consolo. Pois é grande prazer ver a um velhaco Entrar espertalhão e sair tolo! La Fontaine, Fábulas, Minerva, s.d.

2. Refere, por palavras tuas, a «notícia bela» que a raposa dá ao galo. 2.1. O que pretende, de facto, a raposa? 3. Escolhe a opção correta para completares a frase. Quando fala com o galo, a raposa é a) agressiva e hostil. b) agradável e bajuladora. 3.1. Retira do texto palavras ou expressões que permitam justificar a tua opção. 4. Afinal, por que razão foge a raposa? 5. Nesta fábula, quem é mais matreiro, o galo ou a raposa? Porquê?

6. Explica, por palavras tuas, a razão do «grande prazer» sentido pelo galo. 7. A personificação é um recurso expressivo utilizado ao longo de todo o texto. Explica a importância do seu uso.

CONHECIMENTO DA LÍNGUA Já consigo identificar os principais grupos da frase? 1. Forma duas frases com os grupos seguintes: Grupo nominal (GN)

Grupo verbal (GV)

A raposa

caçam astutamente.

As raposas

caça com astúcia.

1.1. Identifica a classe da palavra mais importante de cada um dos grupos. 1.2. Indica as funções sintáticas desempenhadas pelos grupos nominais e pelos grupos verbais que associaste. 1.3. Explica a regra que te levou a associar cada grupo nominal a um grupo verbal. 2. Observa agora outras frases e divide-as nos seus dois grupos principais — o GN e o GV. a) Ela caça. b) A raposa, astuta e matreira, caça. 2.1. Quais são as diferenças entre os grupos nominais que iniciam estas duas frases e os grupos nominais do exercício anterior?

PROFESSOR LEITURA 6. A razão foi ter transformado uma raposa velhaca numa raposa tola. 7. Atribui características humanas aos animais, contribuindo para que a moral desta história tenha como destinatários os homens.

Os grupos da frase: grupo nominal e grupo verbal Guia Gramatical, p. 238

CONHECIMENTO DA LÍNGUA 1. A raposa caça. As raposas caçam. 1.1. GN (nomes): raposa; raposas. GV (verbos): caça; caçam. 1.2. Grupos nominais — sujeito. Grupos verbais — predicado. 1.3. O verbo do grupo verbal / predicado concorda em pessoa e número com o grupo nominal que tem a função sintática de sujeito. 2. a) GN: Ela. GV: caça. b) GN: A raposa, astuta e matreira. GV: caça. 2.1. Na frase a), o GN com a função sintática de sujeito é um pronome. Na frase b), o GN com a função sintática de sujeito é constituído pelo nome e por dois adjetivos. 3. b). 4. A nome; B pronome; C grupos; D verbo; E sozinho; F grupos.

Gramática interativa O GN e o GV

3. Observa o GV da frase seguinte e escolhe a opção que melhor o caracteriza. As raposas comem pequenos animais, frutos, sementes e cereais. a) GV constituído apenas pelo verbo. b) GV constituído pelo verbo e por outros grupos. 4. Completa e conclui. O grupo nominal é habitualmente constituído por um A ou por um B , mas pode ser aumentado com outros C . A palavra mais importante do grupo verbal é o D , que pode aparecer E ou acompanhado por outros F .

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 2

LEITURA

LEITURA Excerto narrativo

1. Observa o título do texto que se segue. Consideras que contém algum conselho ou sugestão? Justifica a tua resposta.

– assunto – presente histórico

Texto informativo CONHECIMENTO DA LÍNGUA Advérbio

Velhas histórias que convém saber melhor

ESCRITA Texto expositivo Texto instrucional

PROFESSOR LEITURA 1. O título sugere que se conheçam melhor algumas histórias antigas.

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VOCABULÁRIO 1 Bisões: bisontes.

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– Há aí uns oito mil anos… – Ena! – disse, espantado, o Serrano gorducho. Os outros grãos olharam-no numa reprimenda, enquanto o Amarelo de Barba Preta se limitou a olhá-lo de banda e a sorrir. – Os antepassados do homem de hoje – prosseguiu o narrador – viviam em pequenos grupos, onde o trabalho era dividido. E assim, enquanto os varões se dedicavam à caça e à pesca, as mulheres colhiam frutos selvagens e raízes, se as cavernas ficavam junto das florestas, ou apanhavam mariscos, se o mar estava perto. – Eu sei – disse o Serrano – que elas desenterravam as raízes servindo-se de paus aguçados. – Que engraçado! – exclamou a Sementinha, muito interessada. – Trágico é que devias chamar-lhe, minha amiga – respondeu o Amarelo de Barba Preta. – Quantas mulheres morreram antes que soubessem distinguir-se os cogumelos, as raízes e os frutos venenosos? Mas só assim foi possível, experimentando, aumentar os recursos com que matavam a fome. E como, principalmente, dependiam de animais, os homens rudes desse tempo julgavam-se seus descendentes. E adotavam os seus nomes, e adoravam-nos, fazendo festas em que os imitavam, dançando, no convencimento de que assim os caçariam mais facilmente. Tão certos estavam desse poder mágico que começaram a gravar no interior das cavernas os perfis das renas, dos bisões1 e dos mamutes. – E os nossos avós? – perguntou o Serrano. Fez-se um movimento de impaciência entre os bagos de trigo. – Os nossos avós, e mais a cevada, foram também descobertos entre as plantas selvagens que as mulheres iam encontrando… – E onde foi? – indagou a Sementinha, mordida pela curiosidade. – Dizem uns que na Mesopotâmia, outros que na Abissínia… Sem as sementes saberem como, apareceram-lhes, de súbito, uns estranhos bagos de trigo: um deles era preto, outro vermelho, outro, ainda, azul.

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– O que é isto? – perguntou o Mocho de Espiga Branca. – Agora também brincamos o Carnaval?… – Sabes pouco, companheiro – respondeu o Bago Azul. – Isto não é uma máscara, mas a nossa própria cor… As sementes estavam espantadas com aqueles grãos bizarros. – Basta de graças! – disse o Amarelo de Barba Preta. – Não é o que tu julgas, meu velho – retorquiu o Bago Vermelho. – Como falavas na pátria do trigo, nós viemos para te dizer que somos originários desse país… – Da Mesopotâmia? – Do Afeganistão – explicou o Trigo Negro. – É aí, na Ásia, que ainda existe, ocupando campos inteiros, o trigo anão… Um trigo de tamanho bizarro, que é o nosso mais velho antepassado. Deixando as outras sementes viver uma expectativa que as imobilizava, o grão asiático prosseguiu: – O nosso povo era pacífico, mas um dia, há milhares de anos, a sua terra foi invadida por outro povo vindo do Ocidente. – Dias terríveis! – exclamou o Bago Azul. – As guerras são sempre terríveis! Tão terríveis e tão cruéis que ainda hoje há gente do Afeganistão a morar em cidades abertas nas montanhas, com receio dos homens que levaram a guerra… E o Trigo Azul calou-se, emocionado, como se vivesse ainda essa época distante. Alves Redol, A vida mágica da Sementinha, Caminho, 2009

PROFESSOR LEITURA 2. O Serrano, o Amarelo de Barba Preta, a Sementinha, o Mocho de Espiga Branca, o Bago Azul/Trigo Azul, o Bago Vermelho, o Trigo Negro e outros bagos de trigo. 2.1. A personificação. 2.2. Encontram-se reunidas a ouvir o Amarelo de Barba Preta, sendo que, a dada altura, aparecem o Bago Azul/Trigo Azul, o Bago Vermelho e o Trigo Negro.

Alves Redol 1911, Vila Franca de Xira—1996, Lisboa

2. Quem são as personagens deste texto? 2.1. Não sendo personagens humanas, as personagens deste texto comportam-se como tal. Que recurso expressivo permite atribuir a estas personagens comportamentos humanos? 2.2. Em que situação se encontram as personagens?

Escritor com grandes preocupações políticas e sociais, teve um papel muito importante na literatura portuguesa, sendo autor de romances e de peças teatrais. Gaibéus e Constantino, guardador de vacas e de sonhos são obras suas.

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 2 3. O excerto inicia-se com a fala do Amarelo de Barba Preta. Que informação nos dá essa fala sobre o assunto que vai introduzir? PROFESSOR LEITURA 3. Dá uma informação temporal: a de que o assunto diz respeito a oito mil anos atrás. 3.1. A história dos antepassados dos bagos de trigo e dos homens. 3.2. Muito interesse: a Sementinha mostra-se entusiasmada com o que ouve, o Serrano interrompe o Amarelo de Barba Preta para dizer o que também sabe sobre o assunto e para fazer uma pergunta e os bagos de trigo mostram-se impacientes, aguardando a continuação do discurso do Amarelo de Barba Preta. 4. O Amarelo de Barba Preta conta a história dos antepassados. Esta é uma das velhas histórias «que convém saber», porque dá um ensinamento. 5. … em pequenos grupos, onde o trabalho é dividido. E assim, enquanto os varões se dedicam à caça e à pesca, as mulheres colhem frutos selvagens e raízes, se as cavernas ficam junto das florestas, ou apanham mariscos, se o mar está perto. 5.1. Seria possível, porque o presente é, em certos casos, usado para relatar ou expor factos do passado. Daí poder ser chamado «presente histórico». 6. a) não espera que os seus ouvintes lhe respondam. b) serve para sublinhar a importância desse assunto do passado e para introduzir a explicação que dá a seguir. 7. Quando o Amarelo de Barba Preta explica que os antepassados do trigo foram descobertos ou na Mesopotâmia ou na Abissínia. 7.1. Porque são originários da pátria do Trigo. 8. A guerra: «E o Trigo Azul calouse, emocionado, como se vivesse ainda essa época distante».

3.1. Que assunto é esse? 3.2. Qual é o grau de interesse dos ouvintes nesse assunto (muito ou pouco)? Justifica a tua resposta. 4. O Amarelo de Barba Preta conta uma história que ensina alguma coisa a quem o ouve. Relaciona-a com o título do excerto. 5. «— Os antepassados do homem de hoje — prosseguiu o narrador […]». Reescreve a fala do Amarelo de Barba Preta, iniciando-a com as palavras apresentadas abaixo e conjugando os verbos no presente do indicativo.  Como vivem os homens nesse tempo? Vivem… 5.1. Seria possível o Amarelo de Barba Preta usar o presente do indicativo como presente histórico no seu discurso? Porquê? 6. «— Quantas mulheres morreram antes que soubessem distinguir-se os cogumelos, as raízes e os frutos venenosos?» Seleciona as opções corretas para completares a afirmação sobre esta pergunta do Amarelo de Barba Preta. a) Quando o Amarelo de Barba Preta faz esta pergunta,  espera que os seus ouvintes lhe respondam.  não espera que os seus ouvintes lhe respondam.  mostra que não sabe a resposta.  mostra que esse assunto não tem interesse nenhum. b)  Essa pergunta do Amarelo de Barba Preta  serve para sublinhar a importância desse assunto do passado e para introduzir a explicação que dá a seguir.  interrompe o assunto de que a personagem estava a falar.  permite mudar de assunto, logo a seguir, no seu discurso.  é totalmente despropositada. 7. Em que momento da explicação do Amarelo de Barba Preta aparecem «uns estranhos bagos de trigo»? 7.1. Por que razão aparecem nesse momento? 8. Que acontecimento do passado impressiona particularmente um desses bagos? Transcreve a passagem do texto que confirma a tua resposta.

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CONHECIMENTO DA LÍNGUA

O advérbio Guia Gramatical, p. 231

Que advérbios usamos para fazer perguntas? 1. «— E onde foi? — indagou a Sementinha, mordida pela curiosidade.» A informação que a Sementinha pretende obter com esta pergunta relaciona-se com a) o modo como se deu um acontecimento. b) o tempo em que se deu um acontecimento. c) a razão por que se deu um acontecimento. d) o lugar onde se deu um acontecimento. 1.1. Que palavra na pergunta da Sementinha te permitiu responder à questão anterior? 2. Associa cada uma das perguntas seguintes às diferentes frases apresentadas no exercício 1.  Quando descobriram os cereais?  Como descobriram os cereais?  Porque aumentaram os homens os seus recursos?

PROFESSOR CONHECIMENTO DA LÍNGUA 1. d). 1.1. onde. 2. Quando descobriram os cereais? b). Como descobriram os cereais? a). Porque aumentaram os homens os seus recursos?/Os homens aumentaram os seus recursos porquê? c). 2.1. Quando, Como, Porque, porquê. 3. A quando; B como; C porque; D porquê; E perguntas; F tempo; G modo; H causa. 4. a) também. b) só.

 Os homens aumentaram os seus recursos porquê? Gramática interativa

2.1. Das palavras usadas nas frases anteriores, apenas uma em cada frase pode ser um advérbio. Indica o advérbio usado em cada uma das frases.

O advérbio

3. A partir dos exercícios anteriores, completa a conclusão seguinte. As palavras onde, A , B , C e D são advérbios interrogativos. Usamos os advérbios interrogativos para fazer E sobre o lugar, o F , o G e a H de alguma coisa.

Como nos ajudam os advérbios a excluir ou a incluir algo? 4. Associa cada advérbio destacado nas passagens seguintes a uma das alíneas apresentadas.  «Mas só assim foi possível, experimentando, aumentar os recursos com que matavam a fome.»  «Os nossos avós, e mais a cevada, foram também descobertos entre as plantas selvagens […].» a) É um advérbio que inclui determinados elementos num conjunto. b) É um advérbio que exclui outras possibilidades para além da que é apresentada.

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 2 5. Usa os advérbios apenas e até para completares as frases, respeitando a ideia apresentada entre parênteses. PROFESSOR CONHECIMENTO DA LÍNGUA 5. A até; B apenas.

 Os homens primitivos adoravam os animais e inclusão) os imitavam.  As mulher colhiam alimentos; mens caçavam e pescavam.

6. A também; B até; C só; D apenas.

B

A

(ideia de

(ideia de exclusão) os ho-

6. Completa para concluíres.  Os advérbios A e B são advérbios de inclusão, porque permitem incluir alguém, alguma coisa ou alguma ideia num conjunto. Os advérbios C e D são advérbios de exclusão, porque permitem excluir alguém, alguma coisa ou alguma ideia.

LEITURA Imagem Ervas aromáticas em vaso

1. a) A primeira e a segunda colunas: Vai bem com… / Faz bem a… b) A terceira coluna: Como usar…

LEITURA 1. Lê o texto seguinte e depois aponta: a) a(s) coluna(s) em que se expõem as características/propriedades das ervas aromáticas; b) a(s) coluna(s) em que se dão instruções para manter as ervas aromáticas.

ERVAS E R VA S A AROMÁTICAS R O M ÁT I C A S E EM M VASO VA S O Vai Va ai bem com… m

Faz bem m a…

Como mo ou usar… sar… sa r…

Tomilho T ho o

Perf Pe Perfeito er eito t p para arra gu guisad guisados ad doss e ccozidos. oz zid dos o. Ao con ntr trár á io d e outras ou utr t as a ervas, errvvass, contrário de o sa ssabor bo b or p pe erssisste t apó pós vá ári r as h o ass or persiste após várias horas de ccozedura. oz o zed edura. M Muito uito to ou utilizado t liza ti zad do e p em pratos rato toss de de car carne, arrne n , pe peix peixe, ixe, e ssopas o as op e mo m lh hos os. Sa Sali lien enta o sab abor or d e molhos. Salienta sabor de ou outras utr tra as e as ervas rvvas ssem rvas em m o iintensificar. ntten n e si sific fi ar fic ar..

Al livvia ad istúrb r ios in nte esttinais Alivia distúrbios intestinais e é utilizad a o em e g argarejo j s, jo s utilizado gargarejos, co ontra r inflam maç a õe õ s na ag a ga ar g nta, ntta contra inflamações garganta, e em m xxarope, a op ar ope, e p a a tratamen ar ento en o para tratamento de tos sses e co onges e tões tosses congestões resp re s irratória i s respiratórias

Ma ant n en nha ha-o - ssob -o o ssol ob ol pleno o Mantenha-o ou uàm eiaei a-lu luz, z e z, em m so olo l b bem em m meia-luz, solo dr ren enávvel e , en enri riqu quec eccid do co om drenável, enriquecido com ma até téri riia or o g ni gâ nica ca.. As A rregas eg gas a matéria orgânica. de eve vem m se serr re regu gula la ada d s,, sem em m devem reguladas, en nch char a ca ar came m nt me ntos o. encharcamentos.

M an nje jericã cã ão Manjericão

IIg gua alm men ente te e ccon onhe heci c do d p or Igualmente conhecido por b ba asíli liico c , er era a us usad ad do em e IItália táli tá lia ia basílico, usado par pa ra p re ese sent nttea ar na amo m ra r da das. para presentear namoradas. É a er erva va d e ex e celê ce lênc ncia cia i p par arra a de excelência para arom ar o attiz om izaç a ão aç od e so sopa p s, ssal pa a ad al das as,, aromatização de sopas, saladas, m mo molhos lh hos e m massas. assa as sa as. s

Quando do ou t liiza ti z do oe m gr g andess utilizado em grandes quantida dades, da s funci c on o a como m quantidades, funciona antigrip pal. antigripal.

Regu Re gue e ap a enas en a q as ua ando o co ccomeçar meça me ç r Regue apenas quando a mu urc rcha har. ha r. C Coloque-o oloq ol oque u -o n ue num um local a al murchar. quen qu quente ente en t ee te ens ensolarado. n ollarado. ns

S alsa al sa Salsa

Tran Tr an nsv s er ersa sall a todas toda to d s as da a culturas, ccul ultu t ra tu as, s Transversal vai bem bem com co om sopas, sopa so pas, s m s, mol olho ol h s,, ho vai molhos, prat pr attos o d e carne carn ca rn ne e de d peixe pei p eixe xe pratos de e omeletas. omel om elet etas as.. Ass suas ssua uass folhas fo olh has e talos ttal alos os podem pode po dem m ser ser usados. usad us ados ad os.. É mu muito muit ito o apreciada como apre ap reci ciad ada a pa para ra usar usa u sarr co omo o guarnição. guar gu arni niçã ção. o.

Estimulante diurética, auxilia Esti t mu mul ntte e diurét mula tica, a uxil ux ilia i ta amb m ém n a di ige g stão o. So SSob b também na digestão. a form forma ma de infus infusão, são, tem m benefícios benefí ícios par para arra a pele. Co Como o emplastro, alivia irritações empl p as a tr t o, ali l via irri itta açõ ões picadas e pi p cadas de iinsetos. ca nsset e os.

preferência Dê ê pre p re efe f rê rênc ncia ia a a ssolos o os ol o rricos icos oss boa drenagem e co com m bo oa dr d enag a em e opte ag e p po porr lo loca locais ca ais ccom o ssol om ol d direto. ireto. Cor Corte o te t se emp m re r a aci cima ma d ass folhas em e sempre acima das cr crescimento. res esci ciime entto.

Sabe bem, faz bem, n.º 2, julho / agosto 2011 (adaptado)

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1.1. Indica a(s) coluna(s) em que predominam: b) as frases imperativas, com as formas verbais no presente do conjuntivo; a) as frases declarativas, com as formas verbais no presente do indicativo. 1.2. Verifica se é possível substituir o presente do conjuntivo por formas verbais no imperativo, reescrevendo alguns exemplos. 2. Relembra o que sabes sobre o texto expositivo e lê a informação da caixa sobre o texto instrucional. Depois, identifica sequências expositivas e sequências instrucionais no texto sobre as ervas aromáticas.

ESCRITA 1. Usa um processador de texto para escreveres:  um texto expositivo sobre um dos alimentos incluídos na Roda dos Alimentos;  um texto instrucional para uma ementa diária saudável. Texto expositivo Pesquisa informação sobre esse alimento e organiza-a num esquema. Deves incluir: — o nome do alimento; — o grupo a que pertence na Roda dos Alimentos e a respetiva porção diária; — as suas propriedades / os seus benefícios; — a origem e as condições necessárias ao seu desenvolvimento.

PROFESSOR LEITURA 1.1. a) A terceira coluna: Como usar… b) A primeira e a segunda colunas: Vai bem com… / Faz bem a… 1.2. É possível fazer essa substituição, como nos exemplos: «Mantem-no sob sol pleno ou à meia-luz»; «Rega apenas quando começar a murchar»; «Dá preferência a solos ricos e com boa drenagem e opta por locais com sol direto»; «Corta sempre acima das folhas em crescimento».

Texto expositivo Texto instrucional 2. Sequências expositivas: «Salienta o sabor de outras ervas sem o intensificar»; «é utilizada em gargarejos, contra inflamações na garganta»; «É a erva de excelência para a aromatização de sopas, saladas, molhos e massas». Sequências instrucionais: «Mantenha-o sob sol pleno ou à meia-luz»; «Coloque-o num local quente e ensolarado»; «Corte sempre acima das folhas em crescimento». A por que; B por que; C porque; D porque.

PowerPoint

Entre outros, usa os verbos ser e ter no presente, para expores as características / propriedades do alimento.

Texto escrito: o texto expositivo Texto escrito: o texto instrucional

Texto instrucional Organiza as instruções que queres dar, de acordo com a ordem das refeições diárias. Usa o imperativo para dares as tuas instruções.

TEXTO INSTRUCIONAL

Dá a conhecer os teus textos em cartazes para afixar e em folhetos para distribuir no refeitório e/ou no bar da tua escola.

Sabes quando se escreve «porque» e «por que»? A razão A esses alimentos são importantes é serem ricos em ferro. Explica-me os motivos B devemos ter uma boa alimentação.

C devemos beber água? Explica-me D temos de a ingerir.

Apresentam-se, de forma organizada, as instruções necessárias para a realização de um conjunto de operações com vista a um resultado, habitualmente indicado no título do próprio texto. Usam-se os verbos no infinitivo ou no imperativo (quando se dirige à segunda pessoa)/no presente do conjuntivo (quando se usa a terceira pessoa).

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 3

LEITURA E ESCRITA

LEITURA E ESCRITA Romance tradicional Texto de opinião

1. Lê a informação sobre o romance tradicional na página 94. Depois, lê o texto seguinte e explica por que razão se trata de um romance tradicional.

EXPRESSÃO ORAL Leitura dramatizada

Bela Infanta

CONHECIMENTO DA LÍNGUA Som e sílaba – sons e sequências de sons – sílaba métrica e sílaba gramatical 5

PROFESSOR LEITURA 1. Trata-se de uma narrativa em versos rimados, com personagens de tempos antigos.

VOCABULÁRIO 1 Senhas: sinais. 2 Estacada: campo de combates e torneios. 3 Gerzeli (Gerzelim): semente da planta com o mesmo nome, também conhecida por «sésamo».

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Estava a bela Infanta No seu jardim assentada Com o pente d’ oiro fino Seus cabelos penteava. Deitou os olhos ao mar Viu vir uma nobre armada; Capitão que nela vinha, Muito bem que a governava. – «Dize-me, ó capitão Dessa tua nobre armada, Se encontraste meu marido Na terra que Deus pisava.» – Anda tanto cavaleiro Naquela terra sagrada… Dize-me tu, ó senhora, As senhas1 que ele levava.» – «Levava cavalo branco, Selim de prata doirada; Na ponta da sua lança, A cruz de Cristo levava.»

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– «Pelos sinais que me deste Lá o vi numa estacada2 Morrer morte de valente: Eu sua morte vingava.» – «Ai triste de mim viúva, Ai triste de mim coitada! De três filhinhas que tenho, Sem nenhuma ser casada!…» – «Que darias tu, senhora, A quem no trouxera aqui?» – «Dera-lhe oiro e prata fina, Quanta riqueza há por i.» – «Não quero oiro nem prata, Não nos quero para mi: Que darias mais, senhora, A quem no trouxera aqui? – «De três moinhos que tenho, Todos três to dera a ti; Um mói o cravo e a canela, Outro mói do gerzeli3: Rica farinha que fazem! Tomara-os el-rei pra si.» – «Os teus moinhos não quero, não nos quero para mi: Que darias mais, senhora, A quem to trouxera aqui?» – «As telhas do meu telhado Que são de oiro e marfim.» – «As telhas do teu telhado Não nas quero para mi: Que darias mais, senhora, A quem no trouxera aqui?» – «De três filhas que eu tenho, Todas três te dera a ti:

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Uma para te calçar, Outra para te vestir, A mais formosa de todas Para contigo dormir.» – «As tuas filhas, infanta, Não são damas para mi: Dá-me outra coisa, senhora, Se queres que o traga aqui.» – «Não tenho mais que te dar, Nem tu mais que me pedir.» – «Tudo, não, senhora minha, Que inda te não deste a ti.» – «Cavaleiro que tal pede, Que tão vilão é de si,

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Por meus vilões arrastado O farei andar aí Ao rabo do meu cavalo, À volta do meu jardim. Vassalos, os meus vassalos, Acudi-me agora aqui!» – «Este anel de sete pedras Que eu contigo reparti… Que é dela a outra metade? Pois a minha, vê-la aí!» – «Tantos anos que chorei, Tantos sustos que tremi!… Deus te perdoe, marido, Que me ias matando aqui.»

Almeida Garrett 1799, Porto— 1854, Lisboa

Escritor e político, é o autor de obras importantes como Frei Luís de Sousa e Viagens na minha terra.

Almeida Garrett, Romanceiro, Círculo de Leitores, 1997

2. Em que versos se apresentam as personagens e o espaço da ação? 2.1. Identifica e caracteriza as personagens a partir desses versos. 2.2. Identifica, também, o espaço da ação. 3. Localiza, no texto, o diálogo das personagens. 4. Seleciona a opção correta para completares cada frase. 4.1. O tema do diálogo entre as personagens é a) o marido da Infanta.

c) a chegada do capitão.

b) a riqueza da Infanta.

d) a família da Infanta.

PROFESSOR LEITURA 2. Nos oito primeiros versos. 2.1. Infanta: bela, com um pente de ouro fino. Capitão: desempenha bem as suas funções de capitão da armada. 2.2. O jardim da Infanta, perto do mar. 3. O diálogo inicia-se no verso 9 e termina no final do texto. 4.1. a). 4.2. b). 4.3. a). 4.4. c).

4.2. O tema do diálogo desenvolve-se com a) as recusas da Infanta.

c) as recusas do Capitão.

b) as ofertas da Infanta e as respostas do Capitão.

d) a referência do Capitão ao anel.

4.3. O anel a) revela a identidade do Capitão.

c) faz parte das senhas do marido da Infanta.

b) está inteiro, quando a Infanta o vê.

d) não é reconhecido pela Infanta.

4.4. O marido da Infanta a) morreu na guerra.

c) pretende pô-la à prova.

b) nunca poderia ser o Capitão.

d) perdeu a sua metade do anel.

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 3 PROFESSOR LEITURA 5. Número três: «três filhinhas», três «senhas» que identificavam o marido da Infanta («cavalo branco», «selim de prata doirada», «cruz de Cristo» na lança), «três moinhos» que moem três produtos («cravo», «canela», «gerzeli». Número sete: «sete pedras». 6. O anel do Capitão, porque é um círculo que se fecha quando se completa com a metade da Infanta. De facto, o Capitão mostra a metade do anel que repartira com a Infanta, sua mulher, antes de partir, e pede-lhe para mostrar a sua metade desse objeto. A Infanta percebe então que está a falar com o seu próprio marido, concluindo-se a narrativa. 7. A Infanta, que está sentada a pentear-se com um pente de oiro; o Capitão que vem na armada e que é o marido da Infanta, o qual partira num cavalo branco e cuja arma era uma lança com a cruz de Cristo. 7.1. Forma antiga de aí: «i». Forma antiga de mim: «mi».

Texto de opinião

Leitura dramatizada

5. Nos textos tradicionais, é habitual a referência ao número três (que representa, por exemplo, a perfeição) e ao número sete (que representa, muitas vezes, o encerramento de um ciclo, como o ciclo dos dias da semana). Prova que esses números estão presentes neste romance tradicional. 6. Que objeto referido no conto pode, pela sua forma, representar o encerramento de um ciclo? Justifica a tua resposta. 7. Embora não se saiba com exatidão em que momento foi produzido este texto, é possível situá-lo num tempo antigo a partir de referências várias à vida das personagens. Dá exemplos dessas referências. 7.1. Encontramos, igualmente, formas antigas de determinadas palavras, que situam o texto num passado distante. Descobre, no texto, as formas antigas de aí e de mim. 8. Num texto com 45 a 50 palavras, escreve a tua opinião sobre a atitude do marido da Infanta, apresentando dois argumentos. Começa o teu texto com uma das seguintes expressões: creio que, julgo que, na minha opinião, parece-me que, em meu entender. Introduz os teu argumentos, usando palavras e expressões como: porque, já que, visto que, uma vez que…

EXPRESSÃO ORAL 1. Em trabalho de pares, faz a leitura dramatizada do diálogo entre a Infanta e o Capitão. 1.O PASSO

Releiam o texto e associem às diferentes falas possíveis sentimentos e estados de espírito das personagens (ansiedade, calma, desconfiança, indignação, alívio, felicidade…) 2.O PASSO

Experimentem alterar o tom de voz de acordo com esses sentimentos e estados de espírito, bem como o volume (mais baixo ou mais alto), consoante o que pretendem transmitir nas diferentes falas. Ensaiem alguns gestos adequados às falas das personagens. 3.O PASSO

Apresentem a vossa leitura dramatizada à turma. Façam uma avaliação das várias leituras, tendo em conta o volume e o tom usados para transmitir os sentimentos e estados de espírito associados às falas, assim como os gestos escolhidos em cada caso.

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CONHECIMENTO DA LÍNGUA

O som e a sílaba Guia Gramatical, p. 206

Como sei se um ditongo é crescente ou decrescente? 1. «As telhas do meu telhado / Que são de oiro e marfim.» Indica os ditongos presentes nestes versos. 1.1. Lê com atenção a definição de semivogal. Depois, identifica-a em cada ditongo do exercício anterior. semivogal n.f. LP Som representado na escrita por uma vogal mas que, por ser átono, não define uma nova sílaba, ocorrendo sempre junto a outra vogal e formando, com ela, um ditongo (sinais, trouxera). Dicionário escolar – Português, Texto, 2011 (adaptado)

2. Presta atenção à posição da semivogal em cada ditongo.  Ditongo crescente: quarta.  Ditongo decrescente: feira. 2.1. Os ditongos do exercício 1 são crescentes ou decrescentes? Porquê? 2.2. Completa, para concluíres.  Num ditongo crescente, a A vem antes da B . Num ditongo decrescente, a C vem depois da D .

Há só uma maneira de contar as sílabas?

PROFESSOR CONHECIMENTO DA LÍNGUA Sons e sequências de sons 1. meu, oiro. 1.1. semivogais u e i. 2.1. Ditongos decrescentes (nos dois casos, a semivogal vem depois da vogal: eu, oi). 2.2. A semivogal. B vogal. C semivogal. D vogal.

Sílaba métrica e sílaba gramatical 1. e 1.1. Es / ta / va/ a/ be / la / In / fan / ta: 9 sílabas. 1.2. Os sons das sílabas va e a e os sons das sílabas la e In. 2. Es / ta / va a/ be / la In /fan ta: 6 sílabas. 3. Mui / to / bem / que / a / go / ver / na / va: 9 sílabas gramaticais. Mui / to / bem / que a / go / ver / na va: 7 sílabas métricas. 3.1. Não, porque as sílabas métricas têm regras específicas e nem sempre coincidem com as sílabas gramaticais.

Gramática interativa O som e a sílaba

1. Soletra as sílabas gramaticais na sequência de palavras correspondente ao primeiro verso do romance tradicional «Bela Infanta».  «Estava a bela Infanta» 1.1. Conta as sílabas que soletraste. 1.2. Experimenta, agora, dizer a sequência de seguida. Que sons se juntaram quando a disseste? 2. Tratando-se de um verso, é possível contar as suas sílabas métricas. Faz essa contagem, respeitado as instruções seguintes:  conta as sílabas até à última sílaba tónica do verso;  junta o som vocálico átono no final de uma palavra com o som vocálico no início da palavra seguinte e conta uma única sílaba. 3. «Muito bem que a governava» Conta as sílabas gramaticais e as sílabas métricas desta sequência. 3.1. O número de sílabas é o mesmo? Porquê?

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 4

LEITURA

LEITURA Lenda Letra de canção

1. Lê o título do texto que se segue. Qual será o assunto do texto? Que característica da personagem referida no título poderá estar relacionada com o seu nome?

ESCRITA E EXPRESSÃO ORAL Letra de canção – ritmo, tom, volume e articulação

A lenda de Pedro Cem

CONHECIMENTO DA LÍNGUA Relações entre palavras: relações semânticas e relações entre grafia e fonia Dicionário

Pedro Cem tinha um palácio Tinha navios no mar Tesouros e mais tesouros De um nunca mais acabar. 5

PROFESSOR LEITURA 1. Sugere-se que os alunos recuperem o que sabem sobre as características da lenda. Sugere-se, igualmente, que os alunos proponham significados para o nome da personagem mencionada no título.

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Vinha gente a sua casa Pedir para ele emprestar Mas Pedro Cem se fazia De mil juros bem pagar.

Vinham pobres ver se tinha Uma moeda para dar Mas Pedro Cem avarento Mandava-os escorraçar. Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém. Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém.

O palácio tinha uma torre Donde se avistava o mar E pelas tardes ele ia Seus navios ver chegar. Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém. Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém.

TEXTO NA

ÍNTEGRA

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Sentimentos não sentia Nele não tinham lugar. No peito só ambição Avareza no olhar. Por isso o povo espantou-se Quando ele se quis casar Por amor nunca seria Que amor não tinha para dar. Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém. Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém. Mas casou-se e as festas foram Quinze dias sem parar. Pedro Cem estava contente Tinha barcos a chegar. Por isso subiu à torre Para os barcos avistar. Eram barcos carregados Com velas a esvoaçar.

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Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém. Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém. Tamanha armada não vira Nunca ninguém sobre o mar. E a ambição de Pedro Cem Cresceu, cresceu sem parar. Do alto da sua torre Começou ele a bradar: «Agora nem tu, ó Deus, Me poderás empobrar.»

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Quebram-se os mastros e as velas A armada está-se a afundar Dos barcos de Pedro Cem Nem um só para contar.

A mais rica das armadas Foi tragada pelo mar. E um raio circunda a torre Fogo a tudo vai pegar. No mar apenas destroços Na terra cinza a voar Nada resta a Pedro Cem Dos seus tesouros sem par. Era uma vez Pedro Cem Que já teve e que não tem. Era uma vez Pedro Cem Que já teve e que não tem.

Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém. Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém. Palavras não eram ditas Tempestade sobre o mar. Erguem-se as ondas em fúria Ribombam trovões no ar.

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Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém. Era uma vez Pedro Cem Soberbo como ninguém.

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Barcos, palácio, riqueza Tudo viu desmoronar. Hoje percorre a cidade Louco e pobre a mendigar. Uma esmola a Pedro Sem Que já teve e que não tem. Uma esmola a Pedro Sem Que já teve e que não tem.

Inácio Nuno Pignatelli, A lenda de Pedro Cem, Campo das Letras, 2007

2. Este texto é a letra de uma canção em que se conta uma história. Refere os elementos narrativos que encontras no texto. 2.1. Qual desses elementos é mencionado no refrão da canção? Por que razão é esse o elemento destacado no refrão? 2.2. Prova que a rima está presente neste texto. 3. Identifica, no texto, a situação inicial, o acontecimento principal e o desfecho da ação. 4. Localiza, no texto, os versos que se referem à tempestade. 4.1. Indica as sensações de Pedro Cem quando assiste ao início da tempestade, da torre do seu palácio.

Inácio Nuno Pignatelli 1950, Porto

Escritor e professor, que tem colaborado em grupos de teatro, em jornais e em revistas. Lembranças da chuva e O Sobe-Montanhas são algumas das suas obras.

PROFESSOR LEITURA 2. Personagens (Pedro Cem/Sem, o povo), espaço (palácio, torre, mar), tempo (antes e depois da tempestade), ação (sucessão de acontecimentos como o casamento, o desafio de Pedro Cem, a tempestade, a ruína), narrador. 2.1. A personagem Pedro Cem/ Sem, porque é o elemento central da narrativa. 2.2. Por exemplo: mar/acabar, Cem/ ninguém, desmoronar/mendigar. 3. Situação inicial: Pedro Cem era dono de um palácio, de navios e de tesouros e avistava a sua armada da torre da sua morada. Acontecimento principal: a tempestade. Desfecho da ação: a ruína de Pedro Cem, que passou a chamar-se Pedro Sem. 4. «Palavras não eram ditas/[…]/ Tudo viu desmoronar» (vv. 61-86). 4.1. Sensações visuais: «Erguem-se as ondas em fúria». Sensações auditivas: «Ribombam trovões no ar».

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 4 PROFESSOR LEITURA 4.2. «Quebram-se», «está-se a afundar», «Foi tragada», «circunda», «vai pegar», «a voar», «viu desmoronar». 4.3. Tornam a narrativa mais viva, como se os acontecimentos estivessem a acontecer agora, diante dos nossos olhos. 5. Antes da tempestade: via os navios a chegar todas as tardes, emprestava dinheiro a juros muito altos, escorraçava os pobres. Depois da tempestade: percorre a cidade a mendigar. 5.1. Quando era rica e soberba, a personagem era Pedro Cem: um nome com quantificador numeral «cem», que indica, neste caso, grande quantidade. Depois da tempestade e da ruína, a personagem passa a ser Pedro Sem: um nome com a preposição «sem», que indica a falta ou ausência de alguma coisa. 6. Por exemplo: humilde.

Letra de canção

Áudio

Faixa 6 

Excertos de música clássica

4.2. Seleciona as formas verbais que, sugerindo movimentos, contribuem para transmitir a imensa destruição causada pela tempestade. 4.3. Certas formas verbais encontram-se no presente do indicativo. Que efeito produzem na narração dos acontecimentos? 5. Refere os comportamentos habituais de Pedro Cem, antes e depois da tempestade. 5.1. Relaciona esses comportamentos com a alteração do seu nome. 6. «Era uma vez Pedro Cem / Soberbo como ninguém» «Uma esmola a Pedro Sem / Que já teve e que não tem». Sugere um adjetivo para caracterizar Pedro Sem, que tenha um sentido oposto ao do adjetivo «soberbo». 7. Procura informação sobre a lenda de Pedro Sem. Pesquisa em livros e/ou na internet, com a ajuda de um motor de busca. Pergunta também às pessoas mais idosas o que sabem sobre essa lenda. Regista a informação e partilha-a com a turma.

ESCRITA E EXPRESSÃO ORAL 1. A partir de um conto tradicional, de uma fábula ou de uma lenda, escreve, em grupo, um texto que pudesse ser a letra de uma canção. 1.O PASSO

Escrevam uma primeira versão do texto (incluam a situação inicial, a sequência dos acontecimentos mais importantes, o desfecho da narrativa e a informação a destacar no refrão). Leiam-na à turma e recolham sugestões para aperfeiçoarem o vosso texto. 2.O PASSO

Escolham um excerto musical que possa servir de som de fundo para a leitura coletiva do vosso texto. 3.O PASSO

Distribuam os versos do vosso texto e ensaiem a leitura com o excerto musical que escolheram. Preparem muito bem a adequação do ritmo da leitura ao ritmo da música, treinem o tom e o volume da vossa voz, assim como a articulação correta dos sons. 4.O PASSO

Apresentem a leitura da vossa letra de canção à turma e apreciem as leituras dos restantes grupos.

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CONHECIMENTO DA LÍNGUA Que relações podem existir entre as palavras «cem» e «sem»?

As relações entre palavras: relações semânticas e relações entre grafia e fonia Guia Gramatical, p. 252

1. Compara a grafia, o som e o significado das palavras «cem» e «sem». Em que são iguais ou diferentes essas palavras? 2. Observa as palavras destacadas em cada alínea. Quais mantêm a mesma relação que «cem» e «sem»? Porquê? a) Pedro vira os olhos para o mar. Era a maior armada que jamais vira. b) A torre foi atingida por um raio! Fujamos, antes que tudo torre! c) Tinham belas velas os navios de Pedro, mas agora nem vê-las! d) Era uma vez um homem soberbo, que é este louco que aqui vês. 2.1. Completa o quadro com as palavras dos exercícios anteriores. Homónimas

Homófonas

Homógrafas

Parónimas

Som e grafia iguais e significados diferentes

Som igual e grafia e significados diferentes

Grafia igual e som e significados diferentes

Grafia e som semelhantes e significados diferentes

a)

b)

c)

d)

3. Pedro Cem mostrava arrogância, mas Pedro Sem manifestava a sua modéstia. Que relação de sentido existe entre as palavras destacadas? 4. Forma pares com as palavras retiradas do texto, respeitando as relações de parte-todo que estabelecem entre si, como torre/palácio. mar

PROFESSOR CONHECIMENTO DA LÍNGUA 1. São iguais no som e diferentes na grafia e no significado. 2. d) vez/vês: têm o mesmo som, mas grafia e significado diferentes (já as palavras vira/vira têm som e grafia igual e significados diferentes; as palavras torre/torre têm grafia igual e som e significados diferentes; as palavras velas/vê-las têm som e grafia semelhantes e significado diferente). 2.1. a) vira/vira. b) vez/vês. c) torre/torre. d) velas/vê-las. 3. São palavras antónimas. 4. ondas/mar; trovões/tempestade; mastros/navios. 5. b). 6. A homónimas; B homófonas; C homógrafas; D parónimas; E sinónimas; F antónimas.

Gramática interativa As relações semânticas entre palavras As relações entre grafia e fonia

  tempestade   navios   ondas   trovões   mastros

5. Completa a frase, selecionando a opção correta. A palavra «navio» é uma palavra de a) sentido geral em relação à palavra «embarcação». b) sentido específico em relação à palavra «embarcação». 6. Completa e conclui. As palavras podem estabelecer relações de grafia e fonia, classificando-se como palavras A , B , C e D . Também podem estabelecer relações semânticas, que são relações de sentido, como é o caso das palavras E e F ou das palavras que mantêm entre si relações de parte-todo e de sentido geral-sentido específico.

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 5

LEITURA

LEITURA Narrativa na íntegra

1. Vais ler um conto do escritor irlandês Oscar Wilde. Observa o título e explica, por palavras tuas, o significado do adjetivo aí presente.

– ação – tempo – comportamentos das personagens

COMPREENSÃO DO ORAL E LEITURA Avisos

TEXTO NA

ÍNTEGRA

CONHECIMENTO DA LÍNGUA Preposição

PROFESSOR LEITURA

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1. Egoísta: alguém que só pensa em si próprio.

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O Gigante Egoísta

Todas as tardes, ao voltarem da escola, as crianças costumavam ir brincar para o jardim do Gigante. Era um jardim grande e bonito, coberto de relva macia e verde. Aqui e ali, entre essa relva, desabrochavam flores lindas como estrelas; havia uma dúzia de pessegueiros que ao vir a Primavera floresciam de cor-de-rosa e de tons de pérola, e no Outono se carregavam de frutos opulentos. As aves poisavam nas árvores e cantavam com tanta doçura que os pequenos interrompiam os seus jogos para ficarem a escutá-las. – Que bom que é estar aqui – diziam uns para os outros. Certo dia, o Gigante regressou. Fora visitar o seu amigo Papão da Cornualha, e demorara-se lá sete anos. Ao fim desses sete anos havia dito tudo o que tinha a dizer, porque a sua conversa era limitada, e resolveu voltar ao castelo que lhe pertencia. Quando chegou, viu as crianças a brincarem no jardim. – Que estais aqui a fazer? – exclamou com voz iracunda1. E os pequenos fugiram. – Este jardim é muito meu – declarou. – Que todos o fiquem sabendo. Não consinto que ninguém venha para cá divertir-se, a não ser eu próprio. Edificou então um muro muito alto em toda a roda e colocou nele este aviso: SERÃO CASTIGADOS OS INTRUSOS

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VOCABULÁRIO 1 Iracunda: enfurecida.

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Era bastante egoísta, esse Gigante. Os desgraçados dos petizes não tinham já onde brincassem. Tentaram fazê-lo na estrada, mas havia aí muita poeira e calhaus aguçados, o que lhes desagradava. Vaguearam então em volta do alto muro, depois das aulas, conversando acerca do belo jardim que existia do outro lado. – Que bom que era estar lá! – diziam uns para os outros. Veio a Primavera e por todo o país abriram flores e cantaram pássaros: só no jardim do Gigante continuava Inverno. As aves não

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se interessavam em ir para ali chilrear, porque não havia crianças, e as árvores esqueceram-se de florir. Uma vez houve uma florinha que levantou a cabeça acima da relva, mas deu logo com a vista na tabuleta do aviso e teve tanta pena da petizada que de novo se ocultou rente ao chão, e adormeceu. Os únicos entes satisfeitos eram a Neve e a Geada. – A Primavera esqueceu-se deste jardim – comentavam elas. – De maneira que podemos ficar cá todo o ano. A Neve cobriu os relvados com o seu imenso manto branco, e a Geada pintou de prata todas as árvores. Convidaram depois o Aquilão2 a viver com eles, e ele aceitou o convite. Andava embrulhado em peles e bramava3 todo o dia pelo jardim, derrubando as chaminés da residência. – Magnífico lugar – dizia ele. – Temos de convidar também o Granizo. Veio, pois, o Granizo, e diariamente, durante três horas, começou a rufar no telhado do castelo até quebrar grande parte das ardósias. Em seguida corria de roda do jardim, com a maior velocidade de que dispunha. Vestia de cinzento e tinha um hálito frio como gelo. «Não percebo porque é que a Primavera tarda tanto», pensava o Gigante Egoísta sentado à janela, a olhar para o seu parque branco de neve. «Espero que o tempo acabe por mudar.» Mas a Primavera nunca veio, nem o Verão. O Outono amadurecia fruta em todos os quintais, menos no do Gigante. «É muito egoísta», explicava. Ali era sempre Inverno, e o Aquilão, e a Neve, e o Granizo, e a Geada dançavam de contínuo em redor das árvores. Certa manhã, estava o Gigante ainda na cama, porém já acordado, quando ouviu deliciosa música. Soava-lhe tão agradavelmente aos ouvidos que até julgou serem os músicos do rei que passavam por lá. Mas era apenas um pintarroxo que lhe cantava perto da janela. Havia

VOCABULÁRIO 2 Aquilão: o vento norte. 3 Bramava: fazia um grande barulho.

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 5 60

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VOCABULÁRIO 4 Lobrigaram: viram ao longe.

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já tanto tempo que não escutava o canto dos pássaros no seu jardim que achou aquilo a mais bela música do mundo. O Granizo deixou de rufar-lhe nos telhados, o Aquilão cessou de rugir e, pela janela aberta, chegou-lhe às narinas um perfume inebriante. – Parece que, enfim, se resolveu a vir a Primavera! – exclamou o Gigante. Saltou da cama e olhou para fora. E que viu ele? Viu um espetáculo soberbo. Através dum buraco pequenino do muro, as crianças haviam entrado e estavam agora empoleiradas nos ramos das árvores. Em todas as árvores via ele uma criança. E as árvores sentiram-se tão contentes com o regresso da petizada que se cobriam de flores e lhes ondulavam suavemente os ramos por cima das cabecitas. Em torno, voavam pássaros, chilreando satisfeitos, e as flores espreitavam do meio da relva, sacudidas pelo riso. Era uma cena encantadora, e só num recanto mais afastado do jardim permanecia o Inverno. Ali, estava um miúdo que não conseguia trepar à árvore e que chorava de desgosto; e a pobre da árvore continuava cheia de neve, enquanto por cima dela uivava o Aquilão. – Sobe, meu filho – disse a árvore, inclinando os ramos o mais que pôde. Mas a criança era pequenina de mais. O coração do Gigante enterneceu-se quando olhou para fora. – Tenho sido tão egoísta! – exclamou. – Agora percebo o motivo por que a Primavera não aparecia cá. Vou colocar aquele miúdo em cima da árvore e depois derrubar o muro. E o jardim será sempre o lugar de recreio das crianças. Arrependia-se deveras do que fizera até aí. Desceu, pois, a escada, abriu de mansinho a porta e chegou ao jardim. Quando, porém, o lobrigaram4 os pequenos, de tal modo se assustaram que fugiram a sete pés, e o Inverno regressou ao jardim. Só o tal petiz é que não fugiu, porque tinha os olhos rasos de lágrimas e não viu entrar o Gigante. Este foi muito devagar por trás dele, pegou-lhe com todo o cuidado e pô-lo em cima da árvore. E a árvore imediatamente se encheu de flores, e os pássaros vieram cantar, e o rapazinho, estendendo os braços, abraçou o Gigante e beijou-o. As outras crianças, vendo isto, compreenderam que o Gigante já não era mau e vieram a correr, e a Primavera veio atrás delas. – Este jardim, agora, é vosso, meus filhos – declarou o dono. Pegou então numa picareta colossal e demoliu o muro. Quando as pessoas da terra se dirigiam ao mercado, ao meio-dia, viram o Gigante a entreter a petizada no mais belo jardim que os seus olhos tinham contemplado.

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E todo o dia brincaram, e, ao anoitecer, foram ter com o Gigante para se despedirem dele. – Onde está o vosso companheiro pequenino? – perguntou o dono da propriedade. – Aquele que eu pus em cima duma árvore… Estimava-o muito, porque fora o que lhe dera um beijo. – Não sabemos – retorquiram5 os miúdos. – Deve ter-se ido embora. – Então dizei-lhe que não tenha receio e que volte amanhã. – Não sabemos onde é que ele mora. Nunca o vimos antes. Esta resposta entristeceu o Gigante. Todas as tardes, ao saírem da escola, vinham os pequenos brincar com o Gigante. Aquele, no entanto, de quem o Gigante mais gostava, esse não tornou a ser visto. O dono do jardim mostrava-se muito bondoso para com todos, mas suspirava sempre pelo seu primeiro amiguinho, de quem falava bastantes vezes. – Gostava tanto de o tornar a ver! – repetia. Passaram os anos e o Gigante envelheceu e enfraqueceu muito. Como já não podia brincar, sentava-se numa poltrona enorme a admirar o seu jardim e a ver os jogos das crianças. – Tenho flores lindíssimas – dizia ele –, mas as crianças são ainda mais bonitas. Certa manhã de Inverno, enquanto se vestia, olhou pela janela. Já não embirrava agora com o Inverno, pois sabia que era apenas o sono da Primavera e o repouso das flores. De súbito, esfregou os olhos, espantado, olhou e tornou a olhar. Não havia dúvida de que era uma coisa estranha. No canto mais afastado do jardim estava uma árvore completamente revestida de flores alvacentas6. Eram áureos7 os ramos e argênteos8 os frutos que pendiam. E debaixo da árvore estava o rapazinho de quem ele gostava tanto. Desceu o Gigante a escada, cheio de alegria, e penetrou no jardim. Foi a correr por cima da relva e chegou aonde estava o pequeno; mas, ao vê-lo, indignou-se e perguntou:

Oscar Wilde 1854, Dublin— 1900, Paris

Escritor irlandês, também conhecido pelo seu modo de vida extravagante. Escreveu peças de teatro, o conhecido romance O retrato de Dorian Gray e vários contos infantis para os seus filhos.

VOCABULÁRIO 5 Retorquiram: responderam. 6 Alvacentas: esbranquiçadas. 7 Áureos: cor de ouro. 8 Argênteos: cor de prata.

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 5 PROFESSOR LEITURA 2. a) Tempo passado indeterminado. c) Personagens anónimas. d) Encerra uma moralidade. f) Presença de personagens fantásticas. 3. a) Certo dia. b) Linhas 10-54. c) 55-119. d) Conclusão. e) Certa manhã de Inverno. f) 120-140. 4.1. b). 4.2. A sua beleza.

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– Quem se atreveu a magoar-te? Dize-me sem demora, para que eu o mate com a minha espada. – Estas – volveu a criança – são as feridas do Amor. – E tu quem és? – continuou o Gigante, invadido por um estranho sentimento e ajoelhando ao lado da criança. Ela sorriu e respondeu: – Deixaste-me um dia brincar no teu jardim. Hoje virás comigo para o meu, que é o Paraíso. E quando, nessa tarde, as crianças apareceram lá, encontraram o Gigante morto, debaixo da árvore, e todo coberto de flores alvacentas. Oscar Wilde, trad. Cabral do Nascimento, Contos, Relógio d’Água, 2001

2. O texto que acabaste de ler possui características de um conto tradicional. Assinala-as. a) Tempo passado indeterminado. b) Localização geográfica definida. c) Personagens anónimas. d) Encerra uma moralidade. e) História recente. f) Presença de personagens fantásticas. 3. Este conto apresenta uma estrutura típica e pode ser dividido em quatro partes. Copia a tabela para o teu caderno e completa-a com as informações em falta. Estrutura 1.a parte 2. parte

Introdução

a

3. parte a

4.a parte

Desenvolvimento d)

Informações temporais

Linhas

Todas as tardes

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a)

b)

Certa manhã

c)

e)

f)

4. Relê a primeira parte do conto. 4.1. «Todas as tardes, ao voltarem da escola, as crianças costumavam ir brincar para o jardim do Gigante.» Nesta frase, as palavras e expressões sublinhadas mostram que as brincadeiras no jardim do Gigante são a) pontuais.

c) esporádicas.

b) habituais.

d) raras.

4.2. O que levava as crianças a gostarem tanto daquele jardim?

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4.3. Para caracterizar o espaço e os seus elementos, são usados adjetivos e uma expressão de sentido equivalente. Transcreve os que melhor qualificam: a) o jardim;

d) as flores dos pessegueiros;

b) a relva;

e) os frutos dos pessegueiros.

c) as flores; 4.4. Identifica agora uma comparação e diz por que razão é usado este recurso expressivo. 5. Relê os parágrafos da segunda parte do conto. 5.1. Que acontecimento vem perturbar as brincadeiras das crianças? 5.2. Ao afirmar que o Gigante tinha deixado o seu amigo porque «a sua conversa era limitada», que característica está a ser evidenciada pelo narrador? 5.3. Por que razão o Gigante expulsa as crianças do jardim? 5.4. Que medidas toma para se assegurar de que elas não voltam? Qual dessas medidas te parece mais eficaz? Explica porquê. 5.5. O que acontece no jardim após a expulsão das crianças? 5.6. Transcreve do texto frases que exemplifiquem os sentimentos de perplexidade e de esperança do Gigante Egoísta perante a transformação do seu jardim. 6. Explica por que razão as palavras «Primavera», «Inverno», «Neve», «Geada», «Granizo», «Verão» e «Outono» aparecem grafadas com letra maiúscula. 7. Relê a terceira parte do conto. 7.1. Reconta os acontecimentos daquela manhã em que «estava o Gigante ainda na cama». 7.2. A partir desse dia, que alterações se verificam na personalidade do Gigante e na vida das crianças? 8. Relê a quarta e última parte do conto. 8.1. No dia da sua morte, o Gigante revê a criança de quem tanto gostava. Quem será, afinal, essa criança? 8.2. Explica o que permitiu que o Gigante Egoísta tivesse o direito de entrar no Paraíso.

PROFESSOR LEITURA 4.3. a) o jardim «grande e bonito»; b) a relva «macia e verde»; c) as flores «lindas»; d) as flores dos pessegueiros «corde-rosa», «tons de pérola»; e) os frutos dos pessegueiros «opulentos». 4.4. A comparação «flores lindas como estrelas» reforça a beleza, o brilho e a grandiosidade daquele espaço. 5.1. O regresso do Gigante. 5.2. A sua falta de inteligência; a sua pobreza de espírito. 5.3. Porque não admite que outros, para além dele próprio, se divirtam num espaço que é seu. 5.4. Ergue um muro à volta do jardim e coloca um aviso ameaçador, que é mais eficaz, porque a ameaça provoca o medo do castigo. 5.5. O Inverno instala-se no jardim e nunca mais desaparece. 5.6. Perplexidade: «Não percebo porque é que a Primavera tarda tanto». Esperança: «Espero que o tempo acabe por mudar». 6. Porque, neste texto, surgem personificadas e agem como personagens, como acontece na frase sobre o Granizo: «Vestia de cinzento e tinha o hálito frio como gelo». 7.1. O Gigante acordou e verificou com alegria que o Inverno desaparecera e que as crianças tinham descoberto uma entrada no muro e voltado a brincar no jardim. Deslumbrado, a sua atenção voltou-se para uma criança que chorava, porque não conseguia trepar a uma árvore. O Gigante aproximou-se para a ajudar, mas as outras crianças assustaram-se e fugiram. Quando a criança que chorava agradeceu ao Gigante com um beijo, as outras perceberam que não corriam perigo e voltaram para o jardim. 7.2. As crianças voltaram diariamente ao jardim e a Primavera nunca mais deixou de aparecer. O Gigante, que já não era egoísta, brincava com elas, mas, para seu desgosto, a criança que ele ajudara nunca mais apareceu. 8.1. Uma figura divina. 8.2. O facto de ter ajudado aquela criança e, com esse gesto, ter deixado de ser egoísta. 8.3. Esta história condena o egoísmo, o rancor e o ódio e defende a amizade e a solidariedade, provando que só tem direito a recompensa aquele que se preocupa com os outros.

8.3. Qual é a moral desta história, ou seja, o que se aprende com ela?

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 5 PROFESSOR COMPREENSÃO DO ORAL E LEITURA

Áudio

Faixa 7 

Avisos

Imagem Avisos

1. a), c). 2. a) Aconselhar ou convencer a agir de determinada forma: «Não os deite fora e reutilize-os; poupa dinheiro e é amigo do ambiente.»; «Proteja os seus bens; esteja especialmente atento à entrada e à saída do comboio.»; «Por favor, aguarde o comboio na metade da frente do cais.»; «Atenção ao intervalo entre o cais e o comboio.» c) Informar: «Os cartões 7 Colinas e Viva Viagem podem ser usados sempre que quiser.»; «Na linha azul, a partir das 21h30m, os comboios circulam com três carruagens.»; «Próxima estação: Baixa-Chiado; há correspondência com a linha verde.» 3. Convincente, agradável, suave. 4.1. a) Saída: conduzir as pessoas para a saída correta. b) Sorria, está a ser filmado: a indicação de que todas as ações serão filmadas pode impedir atos criminosos. c) Cuidado com o cão: afastar assaltantes e/ou afastar as pessoas de um cão perigoso. d) Pintado de fresco: impedir que as pessoas toquem em tinta fresca. e) Proibido pisar a relva!: impedir que as pessoas pisem a relva. 5. As regras são respeitadas, porque a mensagem é curta, não repetitiva e aborda as pessoas com cortesia.

COMPREENSÃO DO ORAL E LEITURA 1. Um aviso pode ser uma comunicação, uma informação, uma advertência e até um conselho. Ouve os registos áudio de avisos do Metro de Lisboa e escolhe as duas opções que referem as intenções com que foram feitos. a) Aconselhar ou convencer a agir de determinada forma. b) Obrigar a agir de determinada forma. c) Informar. d) Dar uma opinião. e) Vender um produto. 2. Ouve novamente a gravação e associa cada aviso, ou partes de um aviso, às alíneas que escolheste. 3. Escolhe adjetivos para caracterizar a voz dos avisos. estridente

  agradável   convincente   desarticulada   suave

4. Observa os avisos seguintes. b) c)

a)

d)

e)

4.1. Identifica o comportamento que se pretende com cada aviso. 5. Relê o aviso b) e diz se a linguagem utilizada respeita as regras da cortesia e da cooperação. Justifica a tua resposta. 6. Regista os avisos que ouves ou lês entre a tua casa e a escola. Tenta perceber o que pretendem e partilha-os com a turma.

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CONHECIMENTO DA LÍNGUA

A preposição Guia Gramatical, p. 230

Como identifico as preposições? 1. O primeiro passo para reconhecer uma preposição é saber de cor as preposições simples mais frequentes. Organiza-as alfabeticamente e decora-as: sob

  durante   trás   ante   de   com   perante   sem desde   até   para   por   segundo   a   sobre   entre   após em contra     2. Conhecendo as preposições simples, facilmente reconhecerás as contrações de preposições. 2.1. Identifica, nas frases, as preposições simples e as preposições contraídas com determinantes ou pronomes. a) «Todas as tardes, ao voltarem da escola, as crianças costumavam ir brincar para o jardim do Gigante.» b) «Quando chegou, viu as crianças a brincarem no jardim.» c) «[…] por cima dela uivava o Aquilão.»

PROFESSOR CONHECIMENTO DA LÍNGUA 1. a, ante, após, até, com, contra, de, desde, durante, em, entre, para, perante, por, segundo, sem, sob, sobre, trás. 2. a) «Todas as tardes, ao voltarem da escola, as crianças costumavam ir brincar para o jardim do Gigante.» b) «Quando chegou, viu as crianças a brincarem no jardim.» c) «[…] por cima dela uivava o Aquilão.» d) «Suspirava sempre pelo seu primeiro amiguinho.» e) «Este foi muito devagar por trás dele […].» f) «[…] durante três horas, começou a rufar no telhado do castelo.» 2.2. A para, a, por, trás, durante; B ao, da, do, no, dela, pelo; C pelo; D por cima dela, por trás dele; E da escola, para o jardim, no jardim, no telhado do castelo; F durante três horas.

d) «Suspirava sempre pelo seu primeiro amiguinho.» e) «Este foi muito devagar por trás dele […].»

Gramática interativa A preposição

f) «[…] durante três horas, começou a rufar no telhado do castelo.» 2.2. Completa as afirmações com exemplos retirados das frases anteriores para chegares a várias conclusões sobre as preposições. As preposições simples como veis.

A

são palavras invariá-

Os pronomes e os determinantes que se contraem com preposições podem variar em género e número, como os exemplos B . A palavra C resulta da contração entre a preposição por e o determinante artigo definido o. Por vezes, usamos locuções (conjunto de palavras) com o mesmo valor das preposições, como nos exemplos D . As preposições servem para ligar palavras na frase e podem, por exemplo, indicar espaço, como em E , ou tempo, como em F .

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 6

LEITURA

LEITURA Conto tradicional

1. O texto que vais ler é um conto tradicional português. Lê o título e o primeiro parágrafo do texto e coloca hipóteses para responderes às perguntas:

– tempo – ação

ESCRITA Reconto

 Quem será o «criado» referido no título?

CONHECIMENTO DA LÍNGUA Quantificador

 Que problema terá de enfrentar?  Em que o poderá ajudar a característica referida no título? Partilha as tuas hipóteses com a turma.

Um criado esperto

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VOCABULÁRIO 1 Soldadas: salário de criados. 2 Ajuste: acerto de contas. 3 Assoldadar: contratar para um serviço.

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Havia um sujeito que era padre e que tinha por costume não pagar as soldadas1 do criado, valendo-se de uma esperteza no ato do ajuste2. Certo dia, bateu-lhe à porta um rapaz e perguntou-lhe se queria assoldadar3 um criado. – Quanto queres ganhar? – Seis moedas por ano. – Pago-te cinco réis, mas com a condição de fazeres só o que te mando. – Estou pelo contrato – respondeu o rapaz. No dia seguinte, entrou o criado ao serviço do amo, que o mandou varrer a rua. O rapaz varreu a rua e deixou o estrume em monte. – Porque não apanhaste o estrume? – Porque o patrão só me mandou varrer a rua. Percebeu o amo que tinha ao seu serviço um criado fino. Tentou durante muito tempo apanhar o rapaz nalguma falta, e não lhe era possível. Conferenciou o amo com um compadre muito esperto, e este disse-lhe: – Diga amanhã ao seu criado que lhe arranje um almoço muito leve, e seja qual for o almoço diga-lhe que é pesado. E assim sucedeu. O criado pôs-se a pensar na malícia do patrão e na maneira como se havia de sair. Depois de matutar algum tempo, veio pousar-lhe um pintassilgo. Apanhou-o vivo, meteu-o numa terrina, tapou-a com a tampa e esperou pelo patrão. Este entrou e pediu o almoço.

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– Está dentro dessa terrina. – Pois tu não sabes que as sopas são alimento muito pesado para mim? – Veja bem: não são sopas. O amo levantou a terrina, e o pintassilgo safou-se, voando. – Parece-me que não podia arranjar-lhe um almoço mais leve – disse o criado. O amo calou-se e foi conferenciar com o compadre. – Manda amanhã comprar dez réis de arres e dez réis de ais. E assim sucedeu. O criado pensou por algum tempo e disse consigo: achei. Foi ao campo com um saco, e meteu-lhe dentro grande porção de urtigas; depois comprou dez réis de laranjas e meteu dentro grandes porções de alfinetes com as pontas para fora, colocando as laranjas por baixo das urtigas. Trouxe o saco para casa e disse ao amo: – Aqui tem no saco o que me mandou comprar. O amo abriu o saco e meteu dentro a mão. – Arre! – gritou o patrão, sentindo-se picado nas urtigas. – Os ais estão mais abaixo. – Ai!, Ai! – disse o patrão desesperado, picando-se nos alfinetes. – Já vê que cumpri as suas ordens. Tornou o amo a casa do compadre. Este já não sabia que conselho dar-lhe. Pensou, pensou e disse: – Diga-lhe que é costume da casa jejuar-se três dias seguidos. É impossível que ele resista a tão grande jejum. E nesta hipótese ele safa-se, e o compadre vê-se livre dele. O patrão veio para casa e disse:

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

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José António Gomes 1956, Porto

Escritor português, é também professor de literatura. Assina parte da sua obra com o pseudónimo João Pedro Mésseder. A poesia na literatura para a infância e Grandes autores para pequenos leitores são obras suas.

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VOCABULÁRIO 4 Seira: cesto ou saco onde se guardam figos. 5 Albarda: sela de animal de carga. 6 Estevas: plantas arbustivas. 7 À sorrelfa: à socapa, às escondidas. 8 Carapinha: parte da esteva. 9 Outeiro: colina.

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– É costume da casa jejuar-se três dias seguidos; eu também jejuo. – Ora – respondeu o criado –, na casa do último patrão jejuei seis dias, e não me custou o jejum. O criado preveniu-se com uma seira4 de figos secos, que o amo reservava para o mês de maio, e comia os figos, quando o amo não estava em casa. Ao segundo dia, ordenou-lhe o amo que aparelhasse duas cavalgaduras para ambos irem a uma feira. O criado aparelhou-as e meteu no forro da albarda5 da sua cavalgadura uma boa porção de figos. Ora o amo, como já se disse, era padre e ia à feira para dizer missa numa capela rural. Pelo caminho tiveram de atravessar uma grande porção de mato, feito de estevas6. O amo ia adiante e o criado atrás. Este ia comendo o seu figo, à sorrelfa7. O amo, repentinamente, voltou os olhos para trás e viu o criado a comer. – Perdeste, pois que não jejuaste – gritou ele. – Não perdi, vou entretido em mastigar a carapinha8 das estevas, que refrescam a língua. O amo quis seguir o exemplo, mas estas são muito amargas e ele pôs-se a saboreá-las com repugnância. Chegaram a um outeiro9, de onde se avistava ainda a casa do padre; e este fez parar a cavalgadura, exclamando: – Ai que me esqueceu a caixa das hóstias!… – Se quer eu vou lá; ceda-me a sua mula que é mais ligeira do que a minha e aqui estou num momento. – Pois sim, não te esqueças. Diz à criada que é a caixa maior. O criado montou na mula do patrão. Chegou a casa e disse à criada: – O patrão ordena que me entregue a bolsa maior do dinheiro, que tem no baú. – A maior não pode ser, porque é onde ele tem o dinheiro para pagar a fazenda que comprou. – Olhe, ele está além: pergunte-lhe. – A criada subiu à varanda do prédio e pôs-se a gritar: – A maior ou a mais pequena? – A maior, a maior – respondeu o padre. A criada desceu e entregou a bolsa maior, que o criado arrecadou. Depois nunca mais apareceu nem com o dinheiro nem com a mula. Vingara assim os outros criados que não tinham recebido os seus salários. José António Gomes, Fiz das pernas coração – contos tradicionais portugueses, Caminho, 2000

PROFESSOR LEITURA

2. O conto parte de uma situação inicial, avança para um conflito (uma luta de interesses) e para as provas a ultrapassar e tem um determinado desfecho. Completa o quadro sobre a ação do conto. Situação inicial

a)

Conflito e papel das personagens

b)

Provas e sua superação

c)

Desfecho

d)

3. «Havia um sujeito que era padre […]». Este início do conto permite localizar a ação num tempo definido ou indefinido? 4. Quantos dias passam do início ao final da história? Deves reler o texto e tomar as notas necessárias sobre o que acontece em cada um desses dias. 5. Várias expressões temporais contribuem, no texto, para sugerir o avanço da ação. Dá exemplos dessas expressões. 6. «Certo dia, bateu-lhe à porta um rapaz e perguntou-lhe se queria assoldadar um criado. […] No dia seguinte, entrou o criado ao serviço do amo». Transcreve: a) a primeira expressão que permite identificar a personagem; b) uma outra expressão utilizada para referir essa mesma personagem; c) uma expressão temporal indefinida; d) uma expressão temporal que localiza novos acontecimentos na sequência de acontecimentos anteriores.

2. a) Um rapaz bate à porta de um padre que arranjava motivos para despedir os criados sem lhes pagar. b) O padre quer arranjar um motivo para despedir o rapaz sem lhe pagar e este quer evitar ir-se embora sem dinheiro; o compadre ajuda o padre, e a criada, sem o saber, ajuda o rapaz. c) 1.a — Arranjar um almoço muito leve: o rapaz mete um pintassilgo na terrina, que voa quando o amo levanta a tampa. 2.a — Comprar arres e ais: o rapaz mete urtigas e laranjas com alfinetes dentro de um saco e o patrão solta arres e ais ao picar-se. 3.a — Jejuar três dias: o rapaz come figos e diz estar a mastigar a carapinha das estevas. d) O padre esquece-se da caixa grande das hóstias; o rapaz diz à criada que o patrão quer a bolsa grande do dinheiro; a criada, desconfiada, pergunta se o patrão quer a maior ou a mais pequena; o patrão, sem saber, dá a resposta que o rapaz quer ouvir; o rapaz foge com o dinheiro. 3. Num tempo indefinido. 4. Dia 1: contrato entre o rapaz e o padre. Dia 2: tarefa de varrer a rua. Dia 3: tarefa do almoço leve. Dia 4: tarefa de comprar arres e ais. Dia 5: primeiro dia de jejum. Dia 6: segundo dia de jejum e fuga do rapaz. 5. «Certo dia», «No dia seguinte», «durante muito tempo», «amanhã» (duas vezes), «Depois de matutar algum tempo», «por algum tempo», «depois», «Ao segundo dia», «Depois nunca mais». 6. a) «um rapaz»; b) «o criado»; c) «Certo dia»; d) «No dia seguinte».

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 6 PROFESSOR LEITURA 7. a) «Pelo caminho»; b) «ia comendo», «a comer»; c) «voltou», «viu»; d) «repentinamente». 8. As formas verbais: «Apanhou-o», «meteu-o» e «tapou-a». 8.1. «O criado». 8.2. Pronome o: «pintassilgo». Pronome a: «terrina». 9. Criada: bolsa. Padre: caixa. 9.1. A criada quer ter a certeza de que o patrão pediu a bolsa maior, como o rapaz lhe dissera. E o patrão, pensando que ela se refere à caixa das hóstias, responde-lhe que é a maior, sem saber que está a confirmar a mentira do rapaz.

7. «Pelo caminho tiveram de atravessar uma grande porção de mato, feito de estevas. O amo ia adiante e o criado atrás. Este ia comendo o seu figo, à sorrelfa. O amo, repentinamente, voltou os olhos para trás e viu o criado a comer.» Transcreve as palavras ou expressões destacadas que indicam: a) o espaço onde vão decorrendo os acontecimentos; b) uma ação ocorrida nesse espaço e que dura algum tempo; c) ações momentâneas, ou seja, decorridas num tempo muito curto; d) o modo como decorre uma ação que é momentânea. 8. «Apanhou-o vivo, meteu-o numa terrina, tapou-a com a tampa e esperou pelo patrão.» Que palavras da frase indicam ações decorridas num curto espaço de tempo? 8.1. Que personagem protagoniza as ações referidas? (Relê o texto entre as linhas 22 e 24.) 8.2. Indica, também, os nomes a que se referem os pronomes o e a. 9. Nas falas seguintes, a que objeto se refere cada personagem? «— A maior ou a mais pequena? — A maior, a maior — respondeu o padre.» (linhas 89-90) 9.1. Explica como a ausência do nome desses objetos contribui para o final do conto.

Reconto

PowerPoint

ESCRITA 1. Escreve o reconto do texto «Um criado esperto».

Texto escrito: o reconto

1.O PASSO

Revê a informação que registaste no quadro sobre a ação do conto e toma nota de outros aspetos que completem essa informação. 2.O PASSO

Escreve o teu texto apoiando-te na informação registada e usando expressões temporais que sugiram o avanço da ação (Um dia, depois, no outro dia, foi então que, passado algum tempo, por fim…). 3.O PASSO

Terminado o reconto, faz uma revisão cuidada do texto. Verifica se: respeitaste a ordem dos acontecimentos, bem como as regras de ortografia, acentuação e pontuação; escreveste um título; assinalaste corretamente os parágrafos.

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CONHECIMENTO DA LÍNGUA

O quantificador Guia Gramatical, p. 221

Para que servem os quantificadores? 1. No diálogo inicial do conto «Um criado esperto», o padre e o rapaz discutem o salário. Transcreve a expressão do texto que indica o pagamento pretendido pelo rapaz. 1.1. Seleciona a palavra que serve para indicar a quantidade numérica em causa. 2. Retira do texto as palavras que vêm antes dos nomes seguintes, para indicar a sua quantidade exata: «réis», «dias», «ceira de figos secos», «cavalgaduras». 3. «Tentou durante muito tempo apanhar o rapaz […]» «Depois de matutar algum tempo […]» Seleciona a opção correta para completares a frase. As palavras destacadas revelam a quantidade

PROFESSOR CONHECIMENTO DA LÍNGUA 1. «Seis moedas por ano». 1.1. Seis. 2. «réis» — «cinco» e «dez»; «dias» — «três» e «seis»; «ceira de figos secos» — «uma»; «cavalgaduras» — «duas». 3. b). 4. Vingara assim todos os criados que não tinham recebido os seus salários. 5. A nome; B quantidade; C todos; D poucos; E sete.

Gramática interativa O quantificador

a) exata do nome a que se referem; b) imprecisa do nome a que se referem. 4. Sem lhe alterares o sentido, reescreve a última frase do conto, selecionando a melhor palavra para substituíres a que se encontra destacada. Faz as alterações necessárias. poucos

  todos   sete

«Vingara assim os outros criados que não tinham recebido os seus salários.» 5. Completa o texto a partir dos exercícios anteriores. Como muitas outras, as palavras poucos, todos e seis são quantificadores, porque vêm antes de um A , para indicarem a B em relação a esse nome. Desses três quantificadores, o quantificador C refere-se à totalidade dos elementos de um conjunto; o quantificador D refere-se a uma parte dos elementos de um conjunto; o quantificador E refere uma quantidade exata.

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 7

COMPREENSÃO DO ORAL E ESCRITA

COMPREENSÃO DO ORAL E ESCRITA Narrativa

1. Recolhe uma história antiga junto de familiares ou pessoas tuas conhecidas, regista os acontecimentos e escreve uma narrativa.

LEITURA Narrativa na íntegra

1.O PASSO

– comportamento das personagens

Num quadro, regista a situação inicial, os acontecimentos e o desfecho da ação. Depois, escreve a tua narrativa, iniciando-a por: A história que vos vou contar…

CONHECIMENTO DA LÍNGUA Grupo preposicional e grupo adverbial

2.O PASSO

Revê o texto e prepara a sua leitura em voz alta. 3.O PASSO

Narrativa

Lê o texto à turma, como um verdadeiro contador de histórias. PROFESSOR LEITURA 1. A narrativa de Ilse Losa recupera a tradição das narrativas populares: a sua origem é muito antiga, sendo uma história que atravessou várias gerações, sem que se saiba quem a narrou de início; sabemos pouco acerca das personagens, que são identificadas apenas pelos nomes comuns «pais» e «pai» e pelo nome próprio «João»; o espaço é indefinido, pois sabemos apenas que se trata de «uma aldeia», do caminho para «a cidade» com «cinco quilómetros», onde há «uma ponta», por debaixo da qual passava «o rio»; há uma moralidade, como acontece nos contos populares/tradicionais, pois o pai dá uma lição ao filho, que se vê obrigado a admitir a mentira.

LEITURA 1. Lê o texto e explica porque se aproxima dos textos tradicionais.

A ponte

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TEXTO NA

ÍNTEGRA

A história que vos vou contar não foi inventada por mim. É muito velha e foi o meu avô quem ma contou pela primeira vez, quando eu ainda era pequena. Por sua vez, fora a sua bisavó quem lha contara a ele; mas o que não sei é quem foi que a narrara a ela. Pode ser que alguns de vós também a conheçam; julgo, no entanto, haver muitos que nunca a ouviram ou leram. Vivia numa pequena aldeia um menino chamado João. Era esperto e estudioso. Mas tinha um defeito: gostava de mentir. Os pais sofriam com isto um grande desgosto. Não se cansavam de explicar ao João que não se devia mentir e que ele fazia com que os pais estivessem muitas vezes tristes. Mas o João continuava, de vez em quando, a meter uma das suas mentiras. Um dia, o pai tinha de ir à cidade. O João já lhe pedira muitas vezes para o levar, e, desta vez, o pai resolveu fazer-lhe a vontade. A distância da aldeia à cidade era de cinco quilómetros, o que não é longe, quando se vai de automóvel, de comboio ou até de bicicleta. Mas não se esqueçam de que esta história é muito velha. No tempo em que a contaram pela primeira vez, não havia nem automóveis,

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nem comboios, nem bicicletas. Havia apenas diligências, que ficavam caras, e o pai do João não era rico. Iam, portanto, a pé. Quando o João caminhava assim ao lado do pai, apeteceu-lhe conversar. Pensava no que havia de dizer e, como não se lembrava de coisa nenhuma, inventou uma mentira: – Sabe vossemecê, pai, quando ontem passei pelo campo onde costumavam pastar os bois e as vacas, vi um cão que era maior do que um boi. O pai não fez comentários. Porém, daí a um bocado, disse: – É verdade, João, quase me ia esquecendo de te contar uma coisa. Daqui mais ou menos a meia hora havemos de passar uma ponte, que é diferente de qualquer outra ponte. – Diferente em quê, pai? – Não no feitio, meu filho, nisto é como muitas outras: de madeira, assente em pilares altos, com grades de ferro. Mas é diferente, porque quando uma pessoa que, pouco antes, mentiu, passa por cima dela e chega ao meio, solta-se uma das tábuas de madeira e o mentiroso cai ao rio, exatamente no sítio onde ele é mais fundo. Não achas que se trata duma ponte muito singular? João abanou com a cabeça que sim. Calado e pensativo, caminhava ao lado do pai. Passado algum tempo, este exclamou: – Olha, meu filho, já se vê a ponte! E apontou com o dedo para uma ponte larga. João viu-a bem, assim como o rio cheio de água. Olhou para o pai e disse, baixinho: – Sabe vossemecê, pai, aquele cão que vi no campo não era maior do que um boi; era só do tamanho dum boi.

Ilse Losa 1913, Bauer (Alemanha)— 2006, Porto

Nasceu na Alemanha, mas abandonou o país em 1930, em consequência da ameaça de ser enviada para um campo de concentração, devido à sua ascendência judaica. Adquiriu a nacionalidade portuguesa e dedicou-se à tradução e à literatura infantojuvenil. O mundo em que vivi, Silka e O rei Rique e outras histórias são obras suas.

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Percurso 7 45

PROFESSOR LEITURA Animação D. Caio

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2. Os pronomes pessoais «vos» e «vós». 2.1. Explica que a história não foi inventada por si, que é uma história muito antiga e avisa os leitores para não se esquecerem desse aspeto. 3. «gostava de mentir». 4. Sabia que o filho estava a mentir e preparava-se para lhe dar uma lição. 5. Primeiro, João contou o que supostamente vira, de uma forma aparentemente natural, mas ficou «calado e pensativo», quando o pai lhe falou da ponte. Depois, ao avistar a ponte apontada pelo pai, alterou o que dissera, falando «baixinho». De seguida, com a ponte cada vez mais próxima, João, «a morder os lábios», alterou novamente o que dissera. Logo depois, perto da ponte, João com «a cara aflita», tornou a alterar, de repente, o que tinha dito. Finalmente, ao pé da ponte, João parou e, exclamando, acabou por gritar a verdade e atravessou a ponte a correr. 6. A ponte. 6.1. O pai usa a ponte para obrigar o filho a dizer a verdade. De facto, João vai apresentando diferentes versões da sua mentira até chegar junto da ponte e dizer, finalmente, a verdade. 6.2. «Daqui mais ou menos a meia hora havemos de passar uma ponte», «— Olha, meu filho, já se vê a ponte!», «E apontou com o dedo para uma ponte larga», «João viua bem, assim como o rio cheio de água», «e a ponte de cada vez se via melhor», «E o rio, com a ponte, já estava perto», «Os dois tinham então chegado ao pé da ponte». 7. Sim, porque o pai também inventou uma história, neste caso, sobre uma ponte extraordinária, para obrigar o filho a confessar que tinha inventado uma mentira sobre um cão extraordinário que vira no campo. 8. Por exemplo: Pedro e o Lobo, Pinóquio e, da tradição oral portuguesa, «D. Caio». Sugestão: comparar a moralidade do conto de Ilse Losa com a do conto tradicional português «D. Caio».

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O pai não fez comentários. Os dois continuavam a caminhar, e a ponte de cada vez se via melhor. João estava a morder os lábios, e às tantas disse: – Ouça, pai, afinal aquele cão de que lhe falei era só do tamanho dum burrinho, agora é que me lembro. Como das outras vezes, o pai ficou calado. E o rio, com a ponte, já estava perto. João trazia agora a cara aflita e, de repente, disse: – Sabe vossemecê, pai, aquele cão não era tão grande como um burrinho, era só um cão especial, por ser maior do que todos os outros cães. Os dois tinham então chegado ao pé da ponte. João parou, mas o pai seguiu calmamente. Ao ver o filho ficar atrás, sem se mexer, animou-o: – Então, João, não queres atravessar a ponte? João exclamou: – Ouça, pai! Aquele cão que eu vi ontem, era afinal do tamanho doutro cão qualquer! O pai continuou a andar, mas João ainda estava parado ao pé da ponte. Quando viu o pai afastar-se cada vez mais, gritou: – Pai! Espere! É que, na verdade, não vi ontem cão nenhum! E atravessou a ponte a correr. Ilse Losa, A flor azul e outras histórias, Figueirinhas, 1959

2. Que palavras usa o narrador para se dirigir aos seus leitores? 2.1. Que explicações e avisos lhes vai dando? 3. «Os pais sofriam com isto um grande desgosto». Transcreve a expressão a que se refere o pronome. 4. «O pai não fez comentários.» Porquê? 5. À medida que avançava no caminho, João foi alterando o seu comportamento e a forma como contava ao pai o que vira no campo. Explica como se foi dando essa alteração, usando as palavras e expressões: primeiro, depois, de seguida, logo depois, finalmente. 6. Os leitores acompanham o pai e o filho na sua caminhada. Que elemento do espaço físico se destaca nessa caminhada? 6.1. Qual é a sua importância no desenvolvimento da narrativa? 6.2. Pai e filho aproximam-se progressivamente desse elemento. Que passagens do texto nos vão sugerindo essa aproximação? 7. Terá o pai imitado o defeito do filho para lhe dar uma lição? Justifica. 8. Discute outras narrativas sobre mentiras e mentirosos com a turma.

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CONHECIMENTO DA LÍNGUA Há diferença entre passar a ponte rapidamente e passar a ponte com rapidez? 1. «E atravessou a ponte a correr». Reescreve a frase substituindo a expressão destacada: a) pela palavra «rapidamente»; b) pela locução «com rapidez». 1.1. Há alguma diferença de sentido entre as frases que escreveste? 2. Observa agora a palavra que inicia cada grupo destacado. Indica a sua classe. a) «[…] e a ponte de cada vez se via melhor» b) Os dois tinham então chegado ao pé da ponte. 2.1. Uma das frases que escreveste no exercício 1 tem um grupo iniciado com uma palavra da mesma classe. Qual é essa frase? 3. Observa agora a palavra que é o núcleo ou palavra principal de cada grupo destacado em baixo. Indica a sua classe. a) Olhou para o pai e disse, baixinho […]» b) «[…] mas o pai seguiu calmamente.» c) «Ao ver o filho ficar atrás […]»

Os grupos da frase: grupo preposicional e grupo adverbial Guia Gramatical, p. 239

PROFESSOR CONHECIMENTO DA LÍNGUA 1. a) E atravessou a ponte rapidamente. b) E atravessou a ponte com rapidez. 1.1. Não. 2. a) de: preposição. b) ao: preposição (contração). 2.1. E atravessou a ponte com rapidez. 3. Classe dos advérbios. 4. Grupo adverbial: baixinho, calmamente, atrás. Grupo preposicional: de cada vez, ao pé da ponte. 5. A sentido; B adverbial; C advérbio; D preposicional; E preposição. A O rapaz mentia demais. B São de mais as suas invenções! C Mentiras de mais, amigos a menos. D E os pais ficam tristes demais…

4. Retira dos exercícios 2. e 3. exemplos para cada um dos grupos:  Grupo adverbial — grupo da frase em que a palavra mais importante é um advérbio.

Gramática interativa O grupo preposicional e o grupo adverbial

 Grupo preposicional — grupo da frase que é introduzido por uma preposição (simples ou contraída), geralmente acompanhada por nomes. 5. Completa para concluíres.  Não há diferença de A entre rapidamente e com rapidez. No entanto, existe uma diferença sintática, porque rapidamente é um grupo B (que tem um C como seu núcleo) e com rapidez é um grupo D , (porque é introduzido por uma E ).

Sabes quando usar o grupo adverbial demais e o grupo preposicional de mais? O rapaz mentia São

B

A !

as suas invenções!

C , amigos a menos. E os pais ficam tristes D … Mentiras

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EM RESUMO

UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

Os textos tradicionais Os textos tradicionais são habitualmente narrativas curtas, escritas em prosa ou em verso. Antes de serem escritos, muitos destes textos foram contados de geração em geração. Por isso, existem várias versões de um mesmo texto e a sua linguagem apresenta características do discurso oral.

Relembra os vários subgéneros de textos tradicionais:

Conto tradicional Narrativa curta em que os acontecimentos podem ser mais próximos da realidade ou mais fantásticos e as personagens raramente são identificadas pelo seu nome. O tempo e o espaço são quase sempre indefinidos. As histórias tradicionais estão cheias de armadilhas e de surpresas, mas, no final, tudo acaba por se resolver.

Fábula Narrativa, escrita em prosa ou em verso, em que as personagens são animais personificados, ou seja, com comportamentos humanos. Contém sempre uma moralidade.

Provérbio Texto curto, de origem popular, que transmite um conselho ou uma verdade aceite por todos.

Lenda História popular, oral ou escrita, muitas vezes baseada em acontecimentos reais do passado, mas sempre transformada pela imaginação do povo.

Romance tradicional Poema narrativo, transmitido oralmente e contado de geração em geração. Inicialmente, os romances tradicionais eram cantados ao som da música. Daí a presença da rima.

Adivinha Pequeno enigma que fornece várias pistas para que possamos descobrir alguma coisa.

Mito História fantástica em que se pretende explicar a origem de todas as coisas: do homem, dos deuses, dos fenómenos meteorológicos, etc. Os mitos mais conhecidos têm como personagens os deuses da antiguidade grega e romana.

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A

Lê atentamente o texto seguinte e responde às questões apresentadas.

AVA L I A Ç Ã O Faz a correção do teu trabalho, consultando a página 256.

O príncipe com orelhas de burro

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Era uma vez um rei que vivia muito triste por não ter filhos e mandou chamar três fadas para que fizessem com que a rainha lhe desse um filho. As fadas prometeram-lhe que os seus desejos seriam satisfeitos e que elas viriam assistir ao nascimento do príncipe. Ao fim de nove meses, deu a rainha à luz um filho e as três fadas fadaram o menino. A primeira fada disse: «Eu te fado para que sejas o príncipe mais formoso do mundo.» A segunda fada disse: «Eu te fado para que sejas muito virtuoso e entendido». A terceira fada disse: «Eu te fado para que te nasçam umas orelhas de burro.» Foram-se as três fadas e logo apareceram ao príncipe as orelhas de burro. O rei mandou sem demora fazer um barrete que o príncipe devia sempre usar para lhe cobrir as orelhas. Crescia o príncipe em formosura e ninguém na corte sabia que ele tinha as tais orelhas de burro. Chegou a idade em que ele tinha de fazer a barba, e então o rei mandou chamar o seu barbeiro e disse-lhe: «Farás a barba ao príncipe, mas se disseres a alguém que ele tem orelhas de burro, morrerás.» Andava o barbeiro com grandes desejos de contar o que vira, mas com receio de que o rei o mandasse matar, calava consigo. Um dia foi-se confessar e disse ao padre: «Eu tenho um segredo que mandaram guardar, mas eu se não o digo a alguém morro, e se o digo o rei manda-me matar; diga, padre, o que eu hei de fazer?» Responde-lhe o padre que fosse a um vale, que fizesse uma cova na terra e que dissesse o segredo tantas vezes até ficar aliviado desse peso e que depois tapasse a cova com terra. O barbeiro assim fez; e, depois de ter tapado a cova, voltou para casa muito descansado. Passado algum tempo, nasceu um canavial onde o barbeiro tinha feito a cova. Os pastores, quando ali passavam com os seus rebanhos, cortavam canas para fazer gaitas, mas quando tocavam nelas saíam umas vozes que diziam: «Príncipe com orelhas de burro.» Começou a espalhar-se esta notícia por toda a cidade e o rei mandou vir à sua presença um dos pastores para que tocasse na gaita; e saíam sempre as mesmas vozes que diziam: 95

UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

AVA L I A Ç Ã O

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«Príncipe com orelhas de burro.» O próprio rei também tocou e sempre ouvia as vozes. Então o rei mandou chamar as fadas e pediu-lhes que tirassem as orelhas de burro ao príncipe. Então elas mandaram reunir a corte toda e ordenaram ao príncipe que tirasse o barrete; mas qual não foi o contentamento do rei, da rainha e do príncipe ao ver que já lá não estavam as tais orelhas de burro! Desde esse dia, as gaitas que os pastores faziam das canas do tal canavial deixaram de dizer: «Príncipe com orelhas de burro.» Adolfo Coelho, Contos populares portugueses, D. Quixote, 2009

1. Que características dos textos tradicionais estão presentes nesta história? Escolhe as alíneas corretas. a) História popular baseada em acontecimentos reais do passado. b) Acontecimentos fantásticos. c) Os elementos perturbadores que surgem ao longo da história são resolvidos. d) As personagens são animais personificados. e) Narrativa curta. f) Personagens não identificadas pelo seu nome. g) Os espaços da ação são indefinidos. 1.1. Justifica as opções que fizeste, referindo exemplos do texto que leste. 2. A ação do conto decorre num tempo definido ou indefinido? Justifica a tua resposta com um exemplo do texto. 2.1. Dá exemplos de expressões temporais que marcam o desenrolar dos acontecimentos. 2.2. Os acontecimentos desenvolvem-se sempre a partir de ordens do rei. Identifica três dessas ordens, dizendo a quem foram dadas e quais as suas consequências. 3. O príncipe foi fadado com duas características boas e uma má. Identifica esta última. 3.1. Por que razão é essa característica a mais referida ao longo do texto? 4. Que atitudes toma o rei para evitar a descoberta do segredo? 4.1. Escolhe os dois adjetivos que melhor caracterizam o rei, justificando as tuas opções. miserável

  envergonhado   desajeitado   tirano   humilde

5. Apesar das orelhas de burro, o príncipe continua a crescer em formosura. O que podemos concluir desta afirmação?

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6. Reconta o acontecimento que provoca a descoberta do segredo. 6.1. O que decide então o rei? 7. A partir da descoberta do segredo, o problema do rei resolve-se muito facilmente. Que conclusão podemos tirar deste final? 8. Explica de que forma o provérbio seguinte desculpabiliza ou explica a atitude do rei. O mundo julga pelas aparências.

B

1. Lê a seguinte página de dicionário e resolve as questões apresentadas.

Dicionário escolar – 2.º ciclo, Português, Texto

2. Seleciona a alínea que completa corretamente cada afirmação. 2.1. A palavra burrié pode ocorrer entre as entradas a) bule e bulha.

c) bruxa e bruxedo.

b) burrice e burro.

d) busto e butano.

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UNIDADE 2HISTÓRIAS COM BARBAS

2.2. A palavra estrangeira que deve escrever-se em itálico é

AVA L I A Ç Ã O

a) buquê.

c) busílis.

b) burlesco.

d) byte.

2.3. Burla e burlão são palavras da mesma família de a) burguesia.

c) burocrata.

b) burgo.

d) burlar.

2.4. A palavra rumor é sinónima de a) buraco.

c) burburinho.

b) busca.

d) busílis.

2.5. Observa as palavras destacadas: Eu toquei a buzina uma só vez; ele buzina sempre. Essas palavras são a) parónimas.

c) homófonas.

b) homónimas.

d) homógrafas.

3. Identifica todas as palavras esdrúxulas. 4. Utiliza o sufixo –mente para transformares os adjetivos burguês e burocrático em advérbios. Que alterações tiveste de fazer? 5. Observa a frase apresentada como exemplo de uso do verbo buscar. «Ele foi buscar pão.» Divide-a nos dois grupos principais: o grupo nominal e o grupo verbal. 6. Identifica um grupo preposicional na frase seguinte: O condutor buzinava o carro no trânsito. 7. Reescreve três vezes a frase que se segue, utilizando de cada vez um quantificador diferente antes da palavra destacada: «Os burgueses dedicavam-se ao comércio.» 8. Relê o artigo da palavra burro, para assinalares as afirmações verdadeiras e corrigires as falsas. a) Um conjunto de burros é uma récua. b) A palavra burro pode ocorrer como nome ou como adjetivo. c) É um sinal de boa educação utilizar a palavra burro como adjetivo. d) A divisão proposta para a palavra corresponde à sua divisão silábica. e) A palavra burro é aguda. f) Burro é antónimo de imbecil.

C

Escreve uma pequena narrativa com 80 a 130 palavras que exemplifique a moralidade do provérbio seguinte: A mentira tem perna curta.

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