Por uma análise automática do discurso - introdução à obra de Michel Pêcheux - F. Gadet e T. Hak (Orgs.)

March 11, 2017 | Author: celiaufg23 | Category: N/A
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A Analise do Di '/'

F. Gadet e T. Hak (orgs.)

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clas Humanas. A Analise de Discurso Francesa se particulartza por articular a materialidade HngiJistica,

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POR UM>

o historico-social, o politico. Seu campo teorico e ainda atravessado por uma teoria pclconalitica do sujeito.

ANALIS

Os textos aqui reunidos, organizados cronologicamente, tracam um historico da Analise de Discurso Francesa, buscando compreender o lugar que nela ocupou e ocupa a obra de Mi-

8

chel Pecheux, um de seus iniciadores, e cujo trabalho, entre outroi, tern sido decisive para

AUT

seu desenvolvimento. Encontram-se aqui textos fundamentals de Pecheux, como Analise Automatlea do Discurso, de 1969, ao lado de outros textos seus e de outros autores, que incluem frabalhos sabre descricao textual, e trabalhos que analisom os

t«5

J _ vl -y-2 V 3 v fc VB £. i — Xi, Xi, Xtt ..., At, ..., Xf

___ -.1 ^.2 .,3

j — Xjt AJ, Aj, ...,

k

**

v v -A.j ..... Aj

2. Valor da proximidade paradigm^tica Em fungao do que precede, poder-se-ia ordenar as categorias Gj em fungao do ntfmero de classes morfossintdticas mantidas no par (Ej, Ep, ntimero que seria uma estimativa da proximidade. Entretanto, 6 importante administrar a possibilidade de atribuir valores diferentes as diferentes classes: por exemplo, pode-se, com razao, fazer a hip6tese de que a conserva§ao de NI e de V entre Ej e Ej Ihes assegura uma proximidade paradigmdtica superior a conservagao de Dj e D2Consideraremos, pois, coeficientes pj, p2, -..,pg tais que <

com

y,

0£2,

= 0 ou 1.

=x

O valor desses coeficientes pode, alitis, ser fixado seja de uma vez por todas pelo lingiiista, ou, ao contrdrio, colocado como uma fungao de uma varidvel — por exemplo a forma do enunciado — caso em que terfamos:

ou mesmo

pk=f(a\ja}}

Alg. L AruS&se das proximidades paradigmdticas

128

Podemos, por outro lado, objetivar a modifica§ao do valor de p% em fungao da natureza de oj/o,- . Se, por exemplo, a? = af = E^ segundo Alg. 2. Diremos que

£„

Chamaremos cadeia de similitude o resultado de n reiteragoes da operacao descrita acima. De onde o algoritmo 3.

constitui uma zona de similitude se sendo fixo. Escolheremos para/?x um valor intermediario, por exemplo, a meia-soma dos valores maximos (cf. anexo HI}. Observagao 1 Se a

J

Et =ay*b Ej = ay * c Ek = bw * k Em = cw * q

/-(E,. EJ ° p, |

j f(Ei. E J - f T

AI B .2 t

I A'!-2

(Estamos representando aqui os enunciados por quatro elementos, para simplificar a escrita). Ve-se que a oposicao b/c, presente no par (Ej, Ej) € repetida no par (Efc, E^: para evitar o fato de se levar em conta duas vezes a mesma oposigao, vamos convir escrever b/c — x j e transcrever respectivamente E^ e ^ pelas expressoes Xt W * k

Xt w * q

deonde

P2=P Alg, 3. Formafdo das cadeias de similitude

134

135

com

2. Forrnagao dos domfnios a) Grupo operador Seja uma cadeia C =

Convencionaremos colocar na cabeca da expressao Cn a serie dos operadores, ordenados em funcao de sua aparigao na cadeia, seja aqui

Formemos e calculemos: P(E5, P(ES, P(E6t E7) , £8)

P(E\ £3) P(E1, £4) P(E2, £3)

Et

Chamaremos grupo operador o conjunto ordenado dos operadores, colocado na cabega da expressao Cn. b) Categoria de cadeia jfe

em que o numero provisoriamente atribufdo que expoe enunciado indica seu lugar no presente cdlculo e nao deve ser confundido com a indicagao dos enunciados em £A.

Diremos que as duas zonas « (S'i)(5'1- +1) » e « sao homogeneas, o que notaremos como

'

Seja C o conjunto das cadeias produzidas por Alg. 3. E possi'vel efetuar uma particao de C em fungao do grupo operador das cadeias de C : de onde as n categorias K j , K2, ..-, Kj, ..., K n correspondentes aos n grupos operadores diferentes contidos em C*. c) Homogeneidade de duas cadeias em uma mesma categoria: definicao do domfnio semantico Chamaremos domfnio um conjunto de cadeias de uma mesma categoria, tal que sejam homogeneas entre si; diremos que duas cadeias de uma mesma categoria sao homogeneas entre si se for possi'vel definir uma homogeneidade entre suas zonas de similitude respectivas, tomadas sucessivamente. d) Definigao da homogeneidade entre duas zonas de similitude Para simplificar a escrita, colocaremos:

se pelo menos uma das expressoes for superior ao limite fixado.

P(E\ E4-) + P(£5, Es) P(E2, £3) + P(E6, E1)

P(E\ £*)

Cp = (grupo operador Kt) [(St)... (5£), (5i+1)... (5n)] Cq = (grupo operador Kt) [(S{)... (5J)f (5(\,) ... (^)J 136

De onde o teste de homogeneidade Alg. 4. 137

e) Homogeneidade entre duas cadeias de similitude

Uma aplicagao recursiva de Alg. 4 a duas cadeias Cn e Cn', pertencentes a uma mesma categoria Kj, permite testar a homogeneidade dessas duas cadeias: pode-se declarf-las homoggneas - seja CH J£ €„. - se o teste Alg. 4 for positive para todos os valores de / tornados dois a dois (/ e i + 1), estando i compreendido entre 1 e n. Nao se visou aqui a eventualidade de uma homogeneidade parcial entre Cn e Cn', o que nao significa que nao seremos levados, posteriormente, a tom£-Ia em consideragao. Acrescentemos, enfim, que duas cadeias cujo grupo operador nao difere senao por um operador final de adjungdo — (i/-;, i/r-) e ( />. SIM

NAO = STOP

Alg. 4 7e.s7tf fife homogeneidade entre duas zonas de similitude 138

), Ex = o presidente comentou a situacao Temos aqui um efeito metonfmico entre ^ e EX 8 1 Ey> precisamente entre "o presidente" e "o presidente da Repdblica". O conjunto das regras que precedem € representado no Alg. 5.

139

Chamaremos domtnio semdntico o conjunto das cadeias de uma mesma categoria (considerada a observaQao anterior sobre as adjungoes) homogeneas entre si. Temos, entao, para uma categoria dada:

K" = Ds (dominio semantico de nome S). Diremos que dois domfnios de uma mesma categoria (sejam K™ et K" ) sao disjuntos entre si com

3 C._, C,_ €

tel que C, J6 C ;

2) V Cy € K?,

3

tel que Cy JC Ct.

,



Ve-se que um dominio corresponde a um conjunto de seqiiencias passfveis de serem superpostas. A dimensao de um domfnio corresponde ao numero de lugares que possui, seja o produto do nrimero de linhas (as diferentes superffcies) pelo das colunas (o numero de enunciados que pertencem a cadeia, ou seja, n + 1 se o grupo operador comporta n operadores). For definicao, duas seqiiencias pertencentes a um mesmo dominio recebem a mesma interpretacao sem^ntica.

SIM 3SnA

1) V d € K?,

sj> = i + 2 ? 3. Analise da dependencia entre os domfnios semSnticos

SIM

NAO

a) Dependencia entre dois enunciados Registrar Cn .1CCn na categoria'rie /^

IM

Diremos que um enunciado £„ depende de um enunciado Ek - o que vamos notar como (Ek ^ En) - se existe uma concatenacao de dependencies diretas entre Et e En. Seja

Alg. 5. Hamogeneidade entre duas cadeias de similitude

140

Ek

9a EI

tpp ... y,

De onde o Alg. 6. 141

c) Relagoes entre dois domfnios - Diremos que dois domfnios Dx e Dy te^n origens totalmente comuns se, para toda seqiiencia do domfnio D existe uma sequ'e'ncia do domfnio Dy que tern a mesma origem, e reciprocamente. Notaremos como Dx

Dy.

— Diremos que 0 dommio Dx inclui o domfnio Dy se o conjunto das origens das seqii§ncias de Dy 6 uma parte do conjunto das origens de Dx. Notaremos como Dx D Dy. — Diremos que existe uma intersecgao entre os domfnios Dx e Dy se a intersecgao dos conjuntos das origens de suas seqiiencias respectivas nao for vazia, ainda que Dx nao inclua Dy e que Dy nao inclua Dx. Notaremos como Dx fl Dy.

Alg. 6. AndUse da depend&nda entre enundados

b) Dependfencia entre dims seqiiencias Chamaremos origem de uma seqiiencia — seja 0 (Sn) - o enunciado colocado a esquerda desta seqiiencia. - se duas seqiie'ncias Sn e S n > tern a-mesma origem, notaremos como

ocsj = 0(5n.) et sn CD stt>. — se duas seqiiencias tern origens diferentes, diremos que Sn' depende de Sn (ou que Sn comanda Sn') se a origem de Sn' depende da origem de Sn, e notaremos como On

—> On*-

142

— Diremos que um domfnio Dy depende de um domfnio Dx se, sendo vazia a intersecgao dos conjuntos das origens de suas seqiiencias, certas seqiie'ncias de Dy dependem de certas seque~ncias de Dx, sem que o inverse seja verificado. Esta dependSncia comporta varies graus, que distinguiremos assim: • se toda seqiiencia de Dx comanda uma seqiiencia de Dy e se toda seqiidncia de Dy depende de uma sequfincia de

DX notaremos como Dx=>Dy; • se toda seqiiencia de Dx comanda uma sequSncia de Dy, sem que toda seqiiencia de Dy dependa de uma sequSncia de Dx notaremos como Dr - •••= Z>,. 143

se existem certas sequencias (mas nao todas) de Dx que comandam sequencias de Dy e se toda sequencia de Dy depende de uma seqiiSncia de Dx, notaremos como

I

VS. e D* 35* € Dr 0(5.) - 0(5..) VS., e &„ 35. e £>„ 0(5.,} - 0(SJ

se existem certas sequencias (mas nao todas) de D x que comandam sequencias de Dy sem que toda seqii£ncia de DV dependa de uma sequencia de Dx notaremos como

NAO

VS. e D,, 35,. e D^ 0(5.) - 0(5.,} * VS.. e D,, 35. 6 £>„ 0(5.,) - 0(5.)

NAO

Se para dois dommios Dx e Dy existe ao mesmo tempo sequencias de Dx que comandam sequencias de Dy e sequencias de Dy que comandam sequencias de Dx notaremos como

— Se, enfim, dois dommios Dx e Dy sao tais que a intersecgao dos conjuntos das origens de suas sequencias seja vazia e que nenhuma sequencia de Dx comande uma sequencia de Dy e reciprocamente, dir-se-a" que Dx e Dy sao disjuntos, e notaremos como

'

35.60,, 35, €0,,

- (HSj

CMS.)

?

Alg.6

NAO 35. € It,, S. - 35.- e D,, iV

.e D,, 5.

VS,

• 5., 6 D, • 5. e D,

D

* I D*

de onde o Alg. 7. Diremos, em funcao do que precede, que o processo de produgao Ax de urn discurso 6 representado pela rede de relacpes que afetam os dommios semanticos previamente colocados em evid^ncia.

NAo SIM

NAO

ViVeO,- 3S. e 0,. S.

• 5.,

D. « "

•i

1

' 1

l>, -* fl.

35. e Da S. — 3i'.. e B,, 5,< -—> 5. e Dx

&*-

Alg. 7. AndSse das relagoes entre domfaias

144

D

145

D,

CONCWSAO PROV2SORIA

Perspectives de aplicogao da Andlise Automtftica de Discurso

O projeto que acabamos de apresentar 6 incomplete sob varies aspectos. De um lado, com efeito, deixamos ao sqci(51ogo a respon^ sabili3ade de definir, no detalhe,, os iragos que caracterizam especificamente uma condtcao de producao discursiva atraye's da situagao ejdappsigao dos protagonistas do discurso em uma.estrutura social dada; deixamos, por outro lado, provisoriamente & parte a questao dos discursos que ndo sao mon
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