Plantas Que Curam

April 22, 2017 | Author: buchabajolo4370 | Category: N/A
Share Embed Donate


Short Description

Excelente livro sobre plantas, com muita informação técnica e científica. Para fazer down...

Description

PLANTAS QUE CURAM Enciclopédia das Plantas Medicinais

AO LEITOR

I

gnoradas n u m a s épocas da história, e até desprezadas noutras, as plantas medicinais têm esperado vários milénios, calada e pacientemente, que nós, os seres humanos, dirijamos para elas a nossa atenção, a fim de conhecê-las, estudá-las, aplicálas —e porque não?—amá-las.

J Após uma época de bilhantes progressos científicos, em que a terapêutica —ciência da cura—, d e p o s i t o u t o d a s as suas esperanças exclusivamente em sofisticados laboratórios e em dispositivos de alta tecnologia, volta a r e s s u r g i r o interesse pelos remédios simples que a Natureza oferece: n ã o só as plantas, mas também a água (hidroterapia), o sol (helioterapia) ou as terras m e d i c i n a i s (geoterapia), entre outros.

A. ajuda de que o ser humano necessita para as suas muitas doenças c padecimentos, vem agora da terra, das simples ervas do c a m p o . Nesses humildes restolhos, nessa árvore bravia esquecida, nos "simples" —como antig a m e n t e se c h a m a v a m as plantas medicinais—, é aí que a Natureza esconde os seus melhores

remédios para a s a ú d e dos humanos.

Quando sair para o c a m p o , caro leitor, não m e n o s p r e z e aquilo que parece simples, essas humildes plantas. Antes observeas com consideração c respeito, pois é delas que procede a maior parte dos medicamentos. E se for crente e acreditar num Deus de amor que criou a vida, eleve o olhar para o céu em sinal de gratidão, por Ele nos ter provido de tantos vegetais benéficos, capazes de curar as doenças e de aliviar os nossos sofrimentos, tornando assim mais suportável a nossa passagem por esta vida.

É tão amplo e variado o mundo das plantas, há tanto descoberto e tanto mais ainda p o r descobrir nas cerca de 400.000

espécies de vegetais que povoam o planeta Terra q u e , com esta obra, não fazemos mais do q u e a s s o m a r t i m i d a m e n t e a o vasto oceano do conhecimento da botânica e da fitoterapia.

A Publicadora Atlântico facilita e n o r m e m e n t e esta tarefa do c o n h e c i m e n t o , a o utilizar n a presente obra, que faz parte da a m p l a E n c i c l o p é d i a de Educ a ç ã o e S a ú d e , a tecnologia mais a v a n ç a d a no c a m p o da edição, j u n t a m e n t e com u m a realização editorial de nível internacional.

Caro leitor, conheça as plantas, e amá-las-á. É este o sincero desejo do autor,

Dr. Jorge D. Pamplona Roger.

Plan geral Volume 1 Ao leitor Plano geral da obra índice de doenças índice de plantas Prólogo Apresentação Prefácio

5 6 8 12 16 17 18

Primeira parte: Generalidades 1. O m u n d o vegetal • Classificação dos vegetais • Tipos de folhas • Anatomia das folhas • Tipos de raízes • Tipos de caules • Tipos de inlloresccncias • Anatomia de uma flor

22

Colheitaeconservação, cap. 2

El mundo vegetal, cap

Formas de preparación y ernpleo, cap. 3

2. C o l h e i t a e c o n s e r v a ç ã o • Guardiães ou destruidores?

44

3. F o r m a s de p r e p a r a ç ã o e e m p r e g o • A ai te de prepai ar tisanas • Vantagens e inconvenientes dos extractos • Técnica de aplicação das lomenlações • O uso seguro das plantas medicinais

54

4. Princípios activos

76

.. * r •

Princípios activos, cap. 4

»

j**} ^* * « ^ ^ ^ ^ ^ '^^ ^ V\ &_/jj nl

• .

m

Precauções e toxicidade V

• A lotossintese • Procedimentos para a obtenção das essências • A aromaterapia

5

5. Precauções e toxicidade das plantas. . . . 98 6. Da planta ao m e d i c a m e n t o • Como obter os melhores resultados das plantas • Uma pioneira da moderna iitoterapia • As plantas medicinais na América • Como se descobriram as propriedades , i , das plantas

110

*

Da planta ao medicamento, ^

da obra Segunda parte: Descriç

Plantas para os olhos, cap. 7

Significado dos ícones 124 - 125 Explicação das páginas 126-127 7. Plantas para os olhos 8. Plantas para o sistema nervoso 9. Plantas excitantes 10. Plantas para a boca 11. Plantas para a garganta, nariz e ouvidos. . 12. Plantas para o coração 13. Plantas para as artérias 14. Plantas para as veias 15. Plantas para o sangue 16. Plantas para o aparelho respiratório 17. Plantas para o aparelho digestivo 18. Plantas para o fígado e a vesícula biliar ..

128 138 176 186 . 200 212 226 248 262 280 346 . 378

Plantas para a garganta, cap. 11

Volume 2 Plantas para as veias, cap. 14

l Plantas para o aparelho genital masculino, cap. 23

*

; Plantas para a pele, cap. 27

Testemunho Plano geral da obra índice de doenças índice de plantas

400 402 404 410

19. Plantas para o estômago 20. Plantas para o intestino 21. Plantas para o ânus e o recto 22. Plantas para o aparelho urinário 23. Plantas para o aparelho genital masculino. 24. Plantas para o aparelho genital feminino .. 25. Plantas para o metabolismo 26. Plantas para o aparelho locomotor 27. Plantas para a pele 28. Plantas para as infecções 29. Plantas para outras doenças Glossário Unidades de medida Procedência das ilustrações Bibliografia índices alfabéticos índice geral alfabético

416 476 538 548 602 614 644 654 680 736 774

Plantas para o aparelho respiratório, cap. 16

778 782 783 784 786 794

7

índice de doenças Abcesso dentário, ver Fleimão dentário Abcessos Acidez do estômago Ácido úrico, excesso de, ver Gota Acne Açúcar no sangue, excesso, ver Diabetes Afecções do coração Afonia Afrodisíacas, plantas Aftas Alcalinizantes, plantas Alcoolismo Alergias Alimentar, infecção tóxica, ver Salmonelose Alopecia, ver Cavície Alternativas ao café Alternativas ao chá Amcbíasc Amigdalite e faringite Analgésicas, plantas, ver Dor e nevralgia Anemia Angina de peito Anginas, ver Amigaclalite e faringite Angor pectoris, ver Angina de peito Anorexia, ver Apetite, falta de Ansiedade Ansiolíticas, plantas, ver Nervosismo e ansiedade . . . . Antidiarreicas, plantas Antiescorbúlicas, plantas Anliespasmódicas, plantas Anliespasmódicas uterinas, plantas Anti-inflamalórias urinárias, plantas Antilactagogas, plantas Anti-reumálicas, plantas Antitússicas, plantas

188 689 418 647 687 648 213 203 602 187 645 776 777 740 688 177 177 740 201 142 263 214 201 214 347 141 141 480 645 147 621 549 615 655 288

Antocianinas, plantas com Ânus, eczema Ânus. fissura Apetite, excesso de, ver Bulimia Apetite, falta de Ardor de garganta, ver Garganta, irritação Ardor dos olhos (legenda de foto) Areias na urina, ver Litíase urinária Arritmia Arrotos, ver Gases no estômago Arteriosclerose Articulação, entorce, ver Entorse Artrite úrica Artritismo, ver Atrite úrica Artrose Ascite, ver Barriga de Água Asma Astenia Atonia intestinal

128 539 539 648 347 201 130 550 214 421 228 657 659 659 659 380 283 140 485

Balsâmicas, plantas Barriga de água Beleza da pele Béquicas, plantas, ver Garganta, irritação Bexiga, infecção, ver Cistite Blefarite Boca, aftas, ver Aftas Boca, inflamação, ver Eslomatite, plantas Boca, mau hálito Boca, mau sabor Bolhas nos pés, ver Pés, transtornos Broncodilatadoras, plantas Bronquite Brucelose Bulimia

289 380 686 201 554 129 187 189 187 187 660 288 282 740 648

Cabeça, dor de Café, alternativas ao Cálculos biliares, ver Vesícula biliar, transtornos Cálculos urinários, ver Litíase urinária Calos, ver Calosidades Calosidades Calvície Cancro Cansaço ocular (legenda de foto) Cardiopatias, ver Afecções do coração Cardiotónieas, plantas Caspa Cefalcia. ver Dor de cabeça Celulite Cervicite

143 177 380 550 683 683 688 777 130 213 212 688 143 686 620

Em letra negrita figuram os nomes das doenças que aparecem como títulos nas tabelas de doenças.

Chá, alternativas ao 177 Ciática 658 Circulação sanguínea insuficiente, ver Falta de irrigação sanguínea 228 Cirrose, ver Hepatite 379 Cistite 554 Climaclério, ver Menopausa 619 Colelitíase, ver Vesícula biliar, transtornos 380 Cólera 740 Coleréticas e colagogas, plantas 382 Colesterol, plantas contra o 229 Cólica biliar 381 Cólica hepática, ver Cólica biliar 381 Cólica intestinal 483 Cólica renal 551 Colite 482 Colo do útero, infecção, ver Cervicite 620 Cólon irritável 483 Comichão, ver Prurido cutâneo 684 Condilomas e papilomas 683 Conjuntivite e blefarite 129 Contusão 656 Convalescença 739 Coração, alteração do ritmo, ver Arritmia 214 Coração, doenças, ver Afecções do coração 213 Coração, infarto 214 Coração, insuficiência, ver Cardiotónicas, plantas . . . . 212 Córnea, inflamação, ver Qucratite 130 Coronáiias, doenças arteriais, ver Angina de peito . . . . 214 Crianças, plantas sedativas 146 Cura depurativa 647

D efesas diminuídas 738 Dentes, dor 188 Dentes, erupção 187 Dentes, fleimão 188 Depressão imunitária, ver Diminuição das defesas .. . 738 Depressão nervosa 140 Depurativa, cura 647 Desmaio 228 Desnutrição 646 Desporto 660 Diabetes 648 Diarreia, ver Gastrenteritc 481 Difteria 740 Digestão, transtornos, ver Dispepsia 419 Digestivas, plantas 348 Diminuição das defesas 738 Disbacteriosc intestinal 479 Disenteria 482 Dismenorreia 617 Dispepsia 419 Diuréticas, plantas 556 Doença de Parkinson, ver Doenças orgânicas do sistema nervoso 144 Doenças do coração 213 Doenças febris 738 Doenças orgânicas do sistema nervoso . 144 Doenças psicossomáticas 142 Dor de cabeça 143 Dor de costas, ver Lumbago 658 Dor de dentes 188 Dor de estômago 420 Dor do ouvido (legenda de foto) 204 Dor dos rins, ver Lumbago 658 Dor e nevralgia 142 Dor reumática 657 Jb>czema Eczema anal Edemas Ejaculação precoce Emenagogas, plantas Eméticas, plantas Enfisema pulmonar Entorse Enurese Enxaqueca Epilepsia Epistaxe, ver Nariz, hemon-agia Equimose, ver Hematoma Eritema pernio, ver Frieiras Erupção dentária

685 539 552 604 621 417 284 657 555 143 144 203 263 229 187

Em letra negrita figuram os nomes das doenças que aparecem como títulos nas tabelas de doenças.

Hipertensão arterial Hipertensão portal, ver Barriga de água Hipcrtiroidismo Hipertrofia da próstata, ver Próstata, afecções Hipcmricemia, ver Gota Hipocloridria, ver Falta de sucos gástricos Hipolipemiantes, plantas, ver Colesterol, plantas contra o Hipotensão arterial Hipotiroidismo Hipotonia gástrica, ver Estômago descaído

227 380 648 603 647 418

Impotência sexual Imunitária, depressão, ver Diminuição das defesas .. . Inapetência, ver Apetite, falta de . . .: Inchaço antes das regras, ver Regras, retenção de líquidos Incontinência urinária Infarto do miocárdio Infecção da mama, ver Mastite Infecção tóxica alimentar, ver Salmonelose Infecção urinária Insecto, picada, ver Insónia Insuficiência cardíaca, ver Cardiotónicas, plantas . . . . Insuficiência circulatória cerebral, ver Falta de irrigação sanguínea Insuficiência hepática, ver Fígado, mau funcionamento Insuficiência pancreática, ver Pâncreas, insuficiência . Insuficiência renal, ver Nefrite e nefrose Intelectual, rendimento insuficiente Intestino, alterações cia Hora, ver Disbacteriose intestinal Intestino, atonia Intestino, cólica Intestino, espasmo, ver Cólica intestinal Intestino, fermentações Intestino, gases Intestino, lombrigas, ver Parasitas intestinais Intestino, parasitas Intestino, vermes, ver Parasitas intestinais Intoxicação Intoxicação alimentar, ver Salmonelose Irrigação sanguínea, falta de Irritação da garganta Irritação da pele

604 738 347

479 485 483 483 479 478 486 486 486 775 740 228 201 684

Lábios, gretas Lactação, infecção das mamas, ver Mastite Laringite

187 616 202

229 227 648 420

618 555 214 616 740 554 776 142 212

Laxantes, plantas Lcucorreia Lipotimia, ver Desmaio Líquidos, retenção, ver Edemas Litíase urinária Lombrigas, ver Parasitas intestinais Lumbago

484 620 228 552 550 486 658

Má digestão, ver Dispepsia Magreza , Malária, ver Paludismo Malta, febre de, ver Brucelose Mama, infecção, ver Mastite Mamilo, gretas Mastite Mau hálito Mau sabor de boca Memória, perda de Menopausa Menstruação, dor, ver Dismenorreia

419 646 743 740 616 616 616 347 187 144 619 617

Menstruação excessiva, ver Regras excessivas Menstruação irregular, ver Regras irregulares Micose da pele Mordedura de répteis Mucolílicas, plantas

618 618 689 776 289

Na rcóticas, plantas Nariz, hemorragia Nariz, inflamação, ver Rinite Nefrite e nefrose Nefrose Nervos no estômago Nervosismo e ansiedade Neurastenia, ver Nervosismo e ansiedade Nevralgia

146 203 203 553 55^ 421 141 141 142

228 379 381 553 143

índice de doenças (continuação)

Esclerose em placas, ver Doenças orgânicas do sistema nervoso Escorbuto, plantas contra o Esfbladelas dos pés, ver Pés, transtornos Esgotamento e astenia Espasmo intestinal, ver Cólica intestinal Esterilidade feminina Esterilidade masculina Estômago, acidez Estômago descaído

144 645 660 140 483 616 603 418 420

Estômago, dor

420



Estômago, falia de sucos 418 Estômago, gases 421 Estômago, hemorragia 421 Estômago, nei*vos 421 Estômago, úlcera 423 Estomatite, plantas 189 Estrias da pele 688 Estudantes, ver Rendimento intelectual insuficiente .. 143 Excesso de apetite, ver Bulimia 648 Excitação sexual excessiva 604 Expectoração, sangue na, ver Hemoptise 284 Expectorantes, plantas 286 F a l t a de apetite Falta de irrigação sanguínea Falta de sucos gástricos Faringite Febre, ver Doenças febiis Febre de Malta, ver Brucelose Febre tifóide Febris, doenças Feridas e úlceras Fermentações intestinais Fígado, intoxicação Fígado, mau funcionamento Fissura anal Flebite Fleimão dentário Flora intestinal, alterações. ver Disbactcriose intestinal Fluidificanles do sangue, plantas Fluxo vaginal, ver Leucorreia Frieiras Frio, frieiras Fungos da pele, ver Micose da pele Furúnculos e abcessos

347 228 418 201 738 740 741 738 682 479 380 379 539 249 188

Cjralactagogas, plantas Garganta, ardor, ver Garganta, irritação Garganta, infecção, ver Amigdalite e faringite

615 201 201

10

479 263 620 229 229 689 689

Garganta, irritação Gargarejos, plantas para Gases intestinais Gases no estômago Gastrentcrite Gastrite Gastrite crónica Gengivas, transtornos, ver Piorreia, gengivite e parodontose Gengivite Gesíação, ver Gravidez

201 204 478 421 481 422 423

Gota

647

Gravidez Gretas da pele Gretas do lábio Gretas do mamilo Gripe

616 683 187 616 742

188 188 616

Jtlálito fétido, ver Mau hálito 347 Halitose, ver Mau hálito 347 Hematoma 263 Hematúria 552 Hemicrania, ver Enxaqueca 143 Hemoptise 284 Hemorragia 264 Hemorragia gástrica 421 Hemorragia nasal, ver Nariz, hemorragia 203 Hemorróidas 540 Hemostáticas, plantas 262 Hepatite 379 Herpes 690 Hidropisia 552 Hiperexcitação sexual, ver Excitação sexual excessiva . 604 Hipermenorreia, ver Regras excessivas 618

índice de doenças (continuação)

Obesidade Ocitócicas, plantas Olhos, ardor (legenda de foto) Olhos, irritação (legenda de foto) Ossos, debilidade, ver Osteoporose Osteoporose Ouvido, dor (legenda de foto) Ovário, insuficiência

646 621 130 130 659 659 204 619

Pálpebras! inflamação, ver Conjuntivile e blefarite . . 130 Palpitações 213 Paludismo 743 Pancadas, ver Contusão 656 Pâncreas, insuficiência 381 Papilomas

683

Parasitas intestinais 486 Parkinson, ver Doenças orgânicas do sistema nervoso 144 Parodontose 188 Pediculose 777 Pedras na urina, ver Lilíase urinária 550 Pedras na vesícula, ver Vesícula biliar, transtornos . .. 380 Peito, infecção, ver Mastite 616 Peitorais, plantas 285 Pele, beleza 686 Pele, comichão, ver Prurido cutâneo 684 Pele, estrias 688 Pele, fungos, ver Micose da pele 689 Pele, gretas 683

Pele, irritação

684

Pele. micose Pele seca Perda de memória Perda de visão, ver Visão, diminuição Pés, transtornos Picada de insecto Pielonefrite Piolhos, picada, ver Pediculose Piorreia, gengivite e parodontose Pirose, ver Acidez d« estômago Plantas afrodisíacas Plantas alcalinizantes Plantas antidiarreicas Plantas antiespasmódicas Plantas antiespasniódicas uterinas Plantas anti-inflamatórias urinárias Plantas antilactagogas Plantas anti-reumáticas Plantas antitússicas Plantas balsâmicas Plantas broncodilatadoras Plantas cardiotónicas Plantas coleréticas e colagogas

689 687 144 130 660 776 553 777 188 418 602 645 480 147 621 549 615 655 288 289 288 212 382

Plantas com acção protectora capilar Plantas com antocianinas Plantas contra o colesterol Plantas contra o escorbuto Plantas digestivas Plantas diuréticas Plantas emenagogas Plantas eméticas Plantas expectorantes Plantas fluidificantes do sangue Plantas galactagogas Plantas hemostáticas Plantas laxantes Plantas mucolíticas Plantas narcóticas Plantas ocitócicas Plantas para a estomatite Plantas para gargarejos Plantas peitorais Plantas purgativas Plantas remineralizantes Plantas revulsivas Plantas sedativas Plantas sedativas para crianças Plantas sudoríficas Plantas vasoconstritoras Plantas vasodilatadoras Pneumonia Prisão de ventre Proctite Próstata, afecções Prostatite, ver Próstata, afecções Protectoras capilares, plantas Prurido cutâneo Psicossomáticas, doenças Psoríase Ptose gástrica, ver Estômago descaído Pulmonia, ver Pneumonia Purgativas, plantas

248 128 229 645 348 556 621 417 286 263 615 262 484 289 146 621 189 204 285 477 645 658 145 146 737 229 229 283 485 539 603 603 248 684 142 686 420 283 477

(Jueimaduras Queratite

775 130

IVaquitismo Recto, inflamação, ver Proctite Regras excessivas Regras irregulares Regras, dor, ver Dismcnorreia Regras, retenção de líquidos Remineralizantes, plantas Renal, litíase, ver Litíase urinária Rendimento intelectual insuficiente

660 539 618 618 617 618 645 550 143

Em letra negrita figuram os nomes das doenças que aparecem como títulos nas tabelas de doenças.

Répteis, mordedura, ver Mordedura de répteis Retenção de líquidos, ver Edemas Retenção de líquidos antes das regras, ver Regras, retenção de líquidos Reumática, dor Reumatismo, plantas contra o Revulsivas, plantas Rim, cólica, ver Cólica renal Rim, infecção, ver Pielonefritc Rim, Insuficiência, ver Nefrite e nefrose Rinite Rins. dor de. ver Lumbago Ritmo cardíaco, alteração, ver Arritmia Rouquidão, ver Afonia

oahnonelose Sangue na expectoração, ver Hemoptise Sangue na urina, ver Hematúria Sarna Secura da pele Sedativas, plantas Sedativas para as crianças, plantas Seio, infecção, ver Maslile Serpentes, mordedura, ver Mordedura de répteis Sexual, excitação excessiva, ver Excitação sexual excessiva Sida Sífiles Sinusite Sistema nervoso, doenças orgânicas Sono, falta de, ver Insónia Sopoiiferas, plantas, ver Insónia Stress Substitutos do café Substitutos do chá Sucos gástricos, falta de Sudação excessiva Sudação excessiva dos pés, ver Pés, transtornos Sudoríficas, plantas

1 abagismo Taquicardia Tensão alta, ver Hipertensão arterial Tensão baixa, ver Hipotensão arterial Tensão nervosa, ver Stress Terçol Tifóide, febre Tinha Tiróide, hiperfunção. ver Hipertiroidismo Tiróide, hipofunção, ver Hipotiroidismo

776 552 618 657 655 658 551 553 553 203 658 214 203

740 284 552 690 687 145 146 616 776 604 742 740 202 144 142 142 141 177 177 418 687 660 737

776 213 227 227 141 130 741 690 648 648

Tonificantes, plantas, ver Esgotamento e astenia Torcedura, ver Entorse Tosse Tosse convulsa Trombose Tuberculose

140 657 285 74\ 264 743

cera do estômago Úlcera varicosa Úlceras da pele Unhas frágeis Uretrite Úrica, artrite, ver Artrite úrica Úrico, ácido, excesso de, ver Gota Urina, cálculos, ver Litíase urinária Urina, infecção, ver infecção urinária Urina, sangue na, ver Hematúria Urinária, incontinência Urinária, infecção Urinária, litíase Urinários, cálculos, ver Litíase urinária

423 250 682 688 555 659 647 550 554 552 555 554 550 550

Vaginite, ver Leucorreia Varizes Vasoconstritoras, plantas Vasodilatadoras, plantas Veias, inflamação, ver Flebite Vermes intestinais, ver Parasitas intestinais Verrugas Vesícula biliar, transtornos Visão, diminuição Vitamina C, plantas contra a sua carência, ver Plantas contra o escorbuto Vómitos

620 249 229 229 249 486 683 380 130 645 420

índice de plantas Abacateiro (Persea americana), 719 Abelmosco (Hibiscus abelmoschus), 362 Abeto-branco (Abies alba), 290 Abeto-do-canadá, cm Abeto-branco, 291 Abóbora (Cucurbita pepo), 605 Abrótano, em Absinto, 429 Abrótano-fêmea (Santolina cha ma ecypa rissi is), 470 Abrunheiro-bravo (Prunus spinosa), 372 Absinto (Ariemisia absinthium), 428 Acácia-bastarda (Robitiia pseudoacacia), 469 Açafrão (Crocus sativus), 448 Açafrão-bastardo = Cólquico, 666 Açafrão-da-índia = Cúrcuma, 450 Açafroa (Carthamus tinctorins), 751

Acónito (Aconitum napeUus), 148 Acoro-cheiroso = Cálamo-aromático, 424 Açucena (Lilium candidum), 716 Adónis-da-itália (Adónis venudis), 215 Agave = Piteira, 558 Agrião (Nasturtium officinalis), 270 Agrimónia (Agiimonia eupatoria), 205 Agripalma (teouorus cardíaca), 224 Aipo (Apium graveolens), 562 Álamo-negro = Choupo-negro, 760 Alcachofra (Cynara scolymus), 387 Alcaçus (Glycyrrhiza glabra), 308 Alcaravia (Camm can>i), 355 Alecrim (Rosmarinns officinalis), 674 Aleluia, em Azedas, 275 Alface-brava-maior (Lactuca virosa), 160 Alfalfa = Luzerna, 269 Alfarrobeira (Ceratonia siliqua), 497 Alfarrobeira-das-antilhas, em Alfarrobeira, 497 Alfairobcira-negra, em Alfarrobeira, 497 Alfazema (Lavandula anguslifolia), 161 Alfazema-brava, em Alfazema, 162 Alforva (Trigonella foennm-graecitm), ATA Alga-perlada (Cliondrns crispus), 301 Alga-vcsiculosa = Bodelha, 650

Algodoeiro (Gossypium herbaceum), 710 Alho (Allium sativum), 230 Alho-de-urso, em Alho, 233 Aliaria (Alliaria officinalis), 560 Aljôfar (Lithospermum officbiale), 579 Almeirão = Chicória, 440 Aloés (Aloé vera), 694 Alquemila = Pé-de-leão, 622 Alquequenje (Physalis alkekengi), 585 Alteia (Althaea officinalis), 190 Amieiro (Alnus glutinosa), 487 Amieiro-negro (Rliamnus frangida), 526 Amieiro-rubro, em Amieiro, 488 Amor-de-hortelão, em Erva-coalheira, 361 Amor-perfeito-bravo (Viola tricolor), 735 Ananás (Ananás sativus), 425 Anémona-hepática (Anemone hepática), 383 Ancto = Endro, 349 Angélica (Angélica archangelica), 426 Anis-estrelado (Illicium verum), 455 Anis-verde (Pimpinela anisum), 465 Anona (Anno)ia mnricata), 489 Ansarinha - Argentina, 371 Antenária (Antennaria dioica), 297 Aquileia = Milefólio, 691 Arando (Vaccinium myrtillus), 260 Arando-vermelho, em Arando, 261 Arenária (Spergularia rubra), 596

Argentina (Potentilla anserina), 371 Aristolóquia (Aristolochia clematitis), 699 Arnica (Arnica montaria), 662 Arruda (Ruía graveolens), 637 Artemísia (Artemísia vulgaris), 624 Artemísia-mexicana, em Sanlónico, 431 Árvore-da-goma-arábica, em Acácia-bastarda, 469 Árvore-das-gotas-de-neve, em Freixo, 669 Asaro (Asarum europaeum), 432 Asclépia (Asclepias tuberosa), 298 Aspérula-odorífera (Aspenda odorata), 351 Assa-fétida (Ferida assafoetida), 359 Aveia (Avena saliva), 150 Aveleira (Coiylus avellana), 253 Avenca (Adiantum capillus-veneris), 292 Azedas (Rumex acetosa), 275 Azevinho (Ilex aquifolium), 672 Azinheira, em Carvalho, 210 B a d i a n a = Anis-estrelado, 455 Balsamita, em Tanaceto, 537 Bardana (Arctium lappa), 697 Barosma (Barosma betulina), 567 Barrele-de-padre = Evónimo, 707 Basílico = Manjericão-grande, 368 Baunilha (Vanilla planifolia), 376

Em letra negrita figuram os nomes das plantas principais, que servem de título nas páginas de descrição. Baunilha-dos-jardins, em Tomassol, 713 Bccabunga, em Verónica, 475 Bela-sombra, em Fitolaca, 722 Beladona (Atropa belladonna), 352 Beldroega (Portulaca oleracea), 518 Bérberis (Berberis vulgatis), 384 Betónica (Stachys officinalis), 730 Belónica-dos-pânlanos, em Estaque, 641 Bétula (Beiula alba), 568 Bico-de-cegonha (Erodium cicutariutn), 631 Bico-dc-ccgonha-moscada, em Bico-de-cegonha, 631 Bico-de-grou = Erva-de-são-roberto, 137 Bisnaga (Aimni visnaga), 561 Bistorta (Pofygonum bistortum), 198 Bodclha (Facas vesicalasas), 650 Bola-de-neve = Noveleiro, 642 Boldo (Peumus boklus). 390 Bolsa-de-pastor (Capsdla bursa-pastoris), 628 Bonina (Bellis perenais), 744 Bons-dias (Calysiegia sepium), 491 Borragem (Borago officinalis), 746 Bonagem-bastarda = Buglossa, 696 Borragem-brava, em Borragem, 747 Briónia (Bryonia àioica), 490 Briónia-branca, em Briónia, 490 Buglossa (Anchasa azurea), 696 Buglossa-oficinal, em Buglossa, 696 Buxo (Buxus sempervirens), 748 Cacaueiro (Theobroma cacao), 597 Cacto-grandifloro (Cerens grandi floras), 216 Cafeeiro (Cofjea arábica), 178 Cainito (Chrysophyllutn caimito), 302 Calaguala (Palypodiam calaguala), 724 Cálamo-aromático (Acorns calamus), 424 Calêndula • Maravilha, 626 Calumba (Cacadas pahnatus), 446 Camomila (Matricaría chamomitta), 364 Camomila-romana = Macela, 350 Cana (Arando dottax), 566 Cana-amarga, em Cana, 566 Cana-de-açúcar (Saccharun officinarum), 332 Canafístula (Cássia fistula), 494

Canela-da-china, em Caneleira, 443 Caneleira (Cinnamomum zeylanicum), 442 Canforeira (Cinnamomum camphora), 217 C â n h a m o (Camiabis saliva), 152 Capilária = Avenca, 292 Capsela = Bolsa-de-pastor, 628 Capucha, em Fisale, 721 Cardo-corredor (Eryngium campestre), 573 Cardo-de-santa-maria (Silybum marianum), 395 Cardo-leilciro = Cardo de-santa-maria, 395 Cardo-marítimo, em Cardo-corredor, 574 Cardo-morto = Tasneirinha, 640 Cardo-penteador (Dipsacus salivas), 572 Cardo-santo (Cnicas benedictas), 444 Cardo-santo-mexicano, em Cardo-santo, 445 Carlina (Cadina acatais), 749 Carlina-ornamental, em Carlina, 750 Carriço, em Grama-francesa, 559 Cártamo = Açafroa, 751 Carvalhinha (Teacriam chaniaediys), 473 Carvalho (Quercus robur), 208 Caivalho-branco, em Carvalho, 210 Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana), 528 Castanheiro (Castanea saúva), 495

Castanheiro-da-índia (Aescalas hippocastanum), 251 Cavalinha (Equisetum arvense), 704 Ceanoto = Chá-de-nova-jersey. 191 Cebola (Allium cepa), 294 Cebola-albairã, em Cebola, 296 Celidónia (Chelidoniion majas), 701 Cenoura (Daucus carola), 133 Centáurea-áspera, em Fel-da-terra, 437 Cerejeira (Prunus aviam), 586 Cerejeira-da-virgínia (Primas serotina), 330 Cersefi-bastardo (Tmgopogon pratensis), 243 Chá (Tliea sinensis), 185 Chá-apalache, em Azevinho, 673 Chá-de-java = Ortossifão, 653 Chá-de-nova-jersey (Ceanothus americanas), 191 Chagas (Tropaeolam majas), 772 Chicória (Cichorium iulybas), 440 Choupo-branco, em Choupo-negro, 761 C h o u p o - n e g r o (Papaias nigra), 760 Choupo-tremedor, ^ em Choupo-negro, 761 Cicuta (Conium muculalam), 155 Cicuta-menor, em Cicuta, 155 Cidra, em Limoeiro, 267 Cinco-em-rama (Potentilla reptans), 520 Cinco-em-rama americana, em Cinco-em-rama, 520

índice de plantas (continuação)

Cinoglossa (Cynoglossum officinale), 703 Cipreste (Cupressus sempeivirens), 255 Coca (Erytiiroxylon coca), 180 Cocleáría (Cochlearia officinalis), 356 Coentro (Coriandrum sativum), 447 Cólquico (Colchicum autumnale), 666 Colútea (Colulea arborescens), 498 Cominho (Cuminum cyminum), 449 Condurango (Gonolobus condurango), 454 Consolda-maior (Symphytum officinalis), 732

Consolda-menor, em Consolda-maior, 733 Convalária = Lírio-dos-vales, 218 Copaíba (Copaifera officinalis), 571 Coriandro = Coentro, 447 Coronilha-de-frade, em Globulária, 503 Corriola, em Bons-dias, 491 Couve (Brassica oleracea), 433 Cravinho (Eugenia catyophyllata), 192 Cúrcuma (Curcuma longa), 450 Cuscuta (Cuscuta epithymum), 386 D a m i a n a (Tunwra diffusa), 613 Dedaleira (Digitalis purpúrea), 221 Dedaleira-amarela, em Dedaleira, 222 Dedaleira-de-flores-grandes, em Dedaleira, 222 Dedaleira-lanosa, em Dedaleira, 222 Dente-de-leão (Taraxacum officinale), 397 Dictamno (Dictamnus albus), 358 Dictamno-real, em Dictamno, 358 Digilal = Dedaleira, 221 Doce-amarga (Solanum dulcamara), 728 Dormideira (Papaver somnijerum), 164 Dormideira-brava, em Dormideira, 166 Douradinha (Ceterach officinarum), 299 Drias (Dryas ociopetala), 451 E b u l o (Sambucus ebulus), 590 Éfedra (Ephedra distachya), 303

Eleuterococo, em Ginseng, 609 Endívia, em Chicória, 441 Endro (Aneíhum graveolens), 349 Engos = Ébulo, 590

Énula (Irada helenium), 313 Epilóbio (Epilobium angusiifolium), 501 Epilóbio-peludo, em Epilóbio, 501 Equinácea (Echinacea angustifolia), 755 Equiseto-dos-campos = Cavalinha, 704 Erigerão (Erigeron canadensis), 268 Erva-benta = Sanamunda, 194 Erva-cidreira (Melissa officinalis), 163 Erva-coalheira (Galium verum), 361 Erva-da-trindade = Amor-perfeito-bravo, 735 Erva-das-azeitonas, em Segurelha, 375 Erva-de -são-ro bert o (Ceranium robertianum), 137 Erva-doce = Anis-verde, 465 Erva-dos-burros = Onagra, 237 Erva-dos-cachos-da-índia = Fitolaca, 722 Erva-dos-calos = Favária, 726 Erva-dos-gatos = Valeriana, 172 Erva-dos-muros = Parietária. 582 Erva-dos-vasculhos = Gilbarbeira, 259 Erva-dos-vermes = Tanaceto, 537 Erva-formigueira (Chenopodium ambrosioides), 439 Erva-luísa = Lúcia-lima, 459 Erva-moura (Solanum nigrum), 729 Escabiosa-mordida (Succisa pratensis), 731 Escarola, em Chicória, 441

Escrofulária (Scroplutlaria nodosa), 543 Espargo (Asparagus officinalis), 649 Espinheiro-alvar = Pilrileiro, 219 Espinheiro-cerval (Rhamnus cathartica), 525 Espirulina (Spirulina máxima), 276 Estaque (Stacltys silvatica), 641 Estragão (Artemísia dracunculus), 430 Estramónio (Datura stramonium), 157 Eucalipto (Eucalyptus globulus), 304 Eufrásia (Euphrasia officinalis), 136 Eupatória = Agrimónia, 205 Evónimo (Evonymus europaeus), 707 r a i a (Fagus silvatica), 502 Favária (Sedum telephium), 726 Fedegoso (Cássia occidentalis), 630 Feijoeiro (Phaseolus vulgaris), 584 Fel-da-terra (Centaurium umbellatum), 436 Feno-grego = Alforva, 474 Feto-macho (Dryopleris filix-mas), 500 Fidalguinhos (Centáurea cyanus), 131 Figueira (Ficus carica), 708 Figueira-da-índia (Opunlia ficus-indica), 718 Fisale (Physalis viscosa), 721 Fitolaca (Phytolacca americana), 722 Flor-da-noite, em Cacto-grandifloro, 216 Flor-da-paixão = Passiflora, 167 Flor-do-paraíso = Chagas, 772

Ver mais sinónimos de nomes de plantas nos índices alfabéticos que figuram no fim do segundo volume.

Folhado, em Noveleiro, 643 Framboeseiro (Rubus idaeus), 765 Frângula = Amieiro-negro, 526 Freixo (Fraxinus exeelsior), 669 Fumaria (Fumaria officinalis), 389 Funcho (Foeniculutn vulgare), 360 Galega (Galega officinalis), 632 Galcopse (Galeopsis dúbia), 306 Gatunha (Ononis spinosa), 581 Genciana (Gentiana lutea), 452 Gengibre (Zingiber officinale), 377 Gengibre-silvcslrc, em Ásaro, 432 Gerbão = Verbena, 174 Gergelim (Sesamutn indicum), 611 Giesta (Sarothamnus scoparius), 225 Gilbarbeira (Ruscus aculeatus), 259 Ginjeira, em Cerejeira, 587 Ginkgo (Ginkgo biloba), 234 Ginseng (Panax ginseng), 608 Ginseng-americano, em Ginseng, 609 Ginscng-chinês, em Ginseng, 609 Girassol (Helianthus annutis), 236 Globulária (Globidaria vulgaris), 503 Goiabeira (Psidium guajaba), 522 Golfão (Nymphaea alba), 607 Gracíola (Graliola officinalis), 223 Grama, em Grama-francesa, 559 Grama-francesa (Agropyrum repetis), 559 Granza (Rubia tinctorum), 589 Grindélia (Grindelia robusta), 310 Grindélia-áspera, em Grindélia, 310 Groselheira (Ribes rubrion), 468

Groselheira-espim (Ribes uva-aispa), 588 Groselheira-negra, em Groselheira, 468 Guaiaco (Guaiacum officinale), 311 tiamamélia (Hamamelis virginiana), 257 Harpagófito (Harpagophytum procumbens), 670 Hera (Hedera helix), 712 Hera-terrestre (Glechoma hederacea), 307 Hibisco (Hibiscus sabdariffa), 363 Hidraste (Hydrastis canadensis), 207 Hipericão (Hypericwn peiforatum), 714 Hipericão-do-gerês, em Hipericão, 714 Hipofaé (Hippophae rhamnoides), 758 Hissopo (Hyssopus officinalis), 312 Hortelã-pimenta (Mentha piperita), 366 I n u l a - c a m p a n a = Énula, 313 Ipecacuanha (Cephaelis ipecacitana), 438 Jaborandi (Pilocarpus pennalifolius), 759 Jalapa (Convohndus jalapa), 499 Jalapa-falsa, em Jalapa, 499 Jasónia (Jasonia glutinosa), 456

.Labaça (Rumex patientia), 532 Laminaria (Laminaria saecharina), 652 Laranjeira (Citrus aurantium), 153 Lavanda = Alfazema, 161 Levístico (Levislicum officinale), 578 Lilás (Syringa vulgaris), 472 Lima, em Limoeiro, 267 Limoeiro (Citrus limon), 265 Língua-cervina (Phyllitis scolopendrium), 321 Língua-de-cão = Cinoglossa, 703 Língua-de-vaca = Buglossa, 696 Linho (Linum itsitatissimum), 508 Linho-bravo, em Linho, 509 Linho-das-pradarias, em Linho, 509 Linho-purgante, em Linho, 509 Líquen-da-islândia (Cetraria islandica), 300 Lírio (íris germânica), 315 Lírio-de-maio = Lírio-dos-vales, 218

Lírio-dos-vales (Convallaria majalis), 218 Lírio-florentino, em Lírio, 315 Lírio-pálido, em Lírio, 315 Litospermo-americano, em Aljôfar, 579 Lobélia, em Tabaco, 183 Loendro (Nerium oleander), 717 Lóios = Fidalguinhos, 131 Lombrigueira = Erva-formigueira, 439 Loureiro (Lanrus nobilis), 457 Louro-cerejo, em Loureiro, 458 Lúcia-lima (Lippia triphylla), 459 Lúpulo (Humulus lupulus), 158 Luzerna (Medicago sativa), 269 JVlacela (Anthemis nobilis), 350 Macieira (Pirus malus), 513 Malmequer-dos-brejos (Caltha palustris), 665 Malva (Malva silvestris), 511 Malvaísco = Alteia, 190 Mamoeiro = Papaieira, 435 Mandioca (Manhioí esculenía), 460 Manduba = Mandioca, 460 Manjericão-grande (Ocitnwn basilicum), 368 Manjerona (Origanum majoraria), 369 Maracujá = Passiflora, 167 Maracujá-roxo, em Passiflora, 168

índice de plantas (continuação) Pimpinela-menor (Sangnisorba nnnor), 533 Pimpinela-oficinal (Sangnisorba officinalis), 534 Pinheiro (Pinus pinasíer), 323 Pinheiro-alvar = Abeto-branco, 290 Piripiri = Pimentão, 354 Pistácia (Pistacia lenliscns), 197 Piteira (Agave americana), 558

Maravilha (Calendula officinalis), 626 Margaça-das-bolicas = Camomila, 364 Margarida = Bonina, 744 Maro, cm Carvalhinha, 473 Marroio (Mairubiitm vidgare), 316 Mate (Ilex paraguayensis), 182 Mático, em Pimenteira, 370 Medronheiro (Arbutus unedo), 563 Mcimendro-ncgro (llyoscyamus niger), 159 Meliloto (Melilottts officinalis), 258 Melissa = Erva-cidreira, 163 Melissa-bastarda (Melittis melissophyllum), 580 Menta-de-cavalo, em Monarda, 634 Milcfólio (AchiUea millefolium), 691 Millurada = Hipericão, 714

Podofilo (Podophyllum peltatum), 517 Poejo (Mentha pulegium), 461 Poejo-americano, em Poejo, 462 Polígala-da-virgínia (Polygala senega), 327 Poligonato-da-américa, em Selo-de-salomão, 723 Polipódio (Polypodium vidgare), 392 Primavera (Prinuda veris), 328 Prímula = Primavera. 328 Pulmonária

Milho (Zea mays), 599 Milola, em Hibisco, 363 Mirtilo = Arando, 260 Miito = Murta. 317 M o n a r d a (Moinada didyma), 634 Morangueiro (Tragaria vesca), 575 Morugem (Slellaria media), 334 Moslarcla-branca, em Moslarda-negra. 664 Mostarda-dos-campos, em Moslarda-negra, 664 Mostarda-negra (Brassica nigra), 663 Murta (Myrtus communis), 317 Murta-lolhuda, em Murta, 317 Musgo-amargo = Líqucn-da-islândia, 300 Musgo-da-irlanda = Alga-perlada, 301 Nêveda-dos-gatos (Nepeia calaria), 367 Nogueira (Jrtglans regia), 505 Nogueira-preta, em Nogueira, 506 Nopal = Figueira-da-índia, 718 Norça-branca = Briónia, 490 Norça-preta (Tatnus communis), 679 Noveleiro (Vibitnntni opidus), 642 Oliveira (Olea enropaea), 239 Onagra (Oenoiiíera biennis), 237 O r é g ã o (Origaiuini xndgare), 464 Oi elha-de-lebre = Pilosela, 504 Ortossifão (Ortosiphon stamineus), 653 Jr aciêneia-dos-jardins = Labaça, 532 Palheira = Bisnaga, 561

(Pulmonaria officinalis), 331 Pulsatila (Anemone pnlsaiilla), 623 (Quaresmas (Saxífraga granulara), 591 Quássia (Quássia amara), 467 Quássia-da-jamaica, em Quássia, 467 Quenopódio-bom-henrique (Chenopodium bonns-Henricns, 702 Quina (Cinchona officinalis), 752 Quina-amarela, em Quina, 753 Quina-vermelha, em Quina, 753 Papaieira (Carica papava), 435 Papoila (Papaver rhoeas), 318 Papoila-branca = Dormideira, 164 Parietária (Parietaria officinalis), 582 Passiflora (Passiflora incarnaia), 167 Pau-rosa-das-canárias, em Bons-dias, 491 Pé-de-gato = Antenária, 297 Pé-de-leão (Alchemilla vulgaris), 622 Pegamassa = Bardana, 697 Pereiro = Macieira, 513 Pervinca (Vinca minor), 244 Petasite (Peiasiies hybridus), 320 Pilosela (Hieracium pilosella), 504 Pilriteiro (Craiaegns monogyna), 219 Pimenta-d'água (Polygonttin bydropiper), 21A Pimenta-malagueta = Pimentão, 354 Pimentão (Capsicnm frmescens), 354 Pimenteira (Piper nigrum), 370 Pimpinela-magna, em Saxífraga, 322

Jvabanete e Rábano (Raplianus salivas), 393 Rábão-rústico, em Rabanete e Rábano, 394 Rabárbaro, em Ruibarbo. 530 Rainha-dos-prados = Ulmeira, 667 Ratânia (Krameria iriandra), 196 Rauvólíia (Rauwolfia serpentina), 242 Regaliz = Alcaçus, 308 Rícino (Ricinns communis), 531 Rinchão (Sisymbrium officinale), 211 Robínia = Acácia-bastarda, 469 Romãzeira (Púnica granaium), 523 Rorela (Drosera roltuidifolia), 754 Rosa-canina (Rosa canina), 762 Rosa-de-damasco, em Roseira, 635 Rosa-do-japão, em Abelmosco, 362 Rosa-pálida, em Roseira, 635 Roseira (Rosa gallica), 635 Rosmaninho, em Alfazema, 162 Ruibarbo (Rlieum officinale), 529

Ruibarbo-das-hortas, em Ruibarbo, 530 Ruibarbo-palmado, em Ruibarbo, 530 Sabal = Serenoa, 610 Saboeira • Saponária, 333 Sabugueiro (Sambucus nigra), 767 Saião-curto (Sentpeivivum tectorum), 727 Salepeira-maior = Satirião-maeho, 512 Salgueirinha (Lythrum saltearia), 510 Salgueiro-branco (Sãlix alba), 676 Salgueiro-da-babilónia, em Salgueiro-branco. 677 Salgueiro-de-casca-roxa, em Salgueiro-branco, 677 Salgueiro-frágil, em Salgueiro-branco, 677 Salicária = Salgueirinha, 510 Salsa (Petroselinum sativum), 583 Salsaparrilha-bastarda (Smila.x aspem), 592 Salsaparrilba-da-jamaica, em Salsaparrilha-bastarda, 593 Salsapanilha-das-honduras, em Salsaparrilha-bastarda, 593 Salsaparrilha-de-lisboa, em Salsaparrilha-bastarda, 593 Salsaparrilha-filipina, em Salsaparrilha-bastarda, 593 Salsaparrilha-mexicana, em Salsaparrilha-bastarda, 593 Salva (Solvia officinalis), 638 Salva-dos-prados, em Salva, 638 Salva-esclareia (Solvia sclarea), 766 Sanamunda (Geum urbanum), 194 Sanguissorba-oficinal = Pimpinela-oficinal, 534 Sanícula (Sanicula europaea), 725 Sanícula americana, em Sanícula, 725 Santánfco (Artemi&ia matitima), 431 Saponária (Saponária officinalis), 333 Saramago, em Rabanete e Rábano, 393 Sassafrás (Sassafrás officinalis), 678 Satirião-macho (Orchis máscula), 512 Saxífraga (Pimpinella saxifraga), 322 Segurelha (Satureja montana), 374

Segurelha-dos-jardins, em Segurelha, 375 Selenicéreo, em Cacto-grandifloro, 216 Selo-de-salomão (Pofygonaium odoratum), 723 Sempre-noiva (Polygotium aviculare), 272 Sene-americano, cm Scne-da-índia, 493 Sene-da-índia (Cássia angtislifolia), 492 Senc-dc-alexandria, em Sene-da-índia, 493 Sene-de-espanha, em Sene-da-índia, 493 Senécio-viscoso, em Tasneirinha, 640 Serenoa (Serenoa repens), 610 Serpão (Thyniits serpyllwn), 338 Sésamo = Gergelim, 611 Siderita (Siderilis angnstifolia), 471 Silva (Rubus fmtlcosus), 541 Sincciro = Salgueiro-branco, 676 Sobreiro, em Carvalho, 210 Sorveira, em Tramazeira, 535 T a b a c o (Nicotianu labacum), 183 Tamarindeiro (Tamarindus indica), 536 Tanaceto (Tanacetutn vulgare), 537 Tanchagem (Plantago major), 325 Taraxaco = Dcnte-de-leão, 397 Tasna, em Tasneirinha, 640 Tasneirinha (Senecio vulgaris), 640 Teixo (Taxus baccata), 336 Tepezcohuite, em Calaguala, 724 Tília (Tília europaea), 169 Tomilho (Tliynuis vulgaris), 769 Toranja, em Limoeiro, 267 Tormentila (Poientilla erecta), 519 Tornassol (Helioiropimn europaeuni), 713 Tramazeira (Sorbus aacuparia), 535

Trevo-branco, em Trevo-dos-prados, 340 Trevo-cervino (Eupaloriunt caimabinum), 388 Trevo-d'água (Menyanrhes irifotiata), 463 Trevo-dos-prados (Trifolittni praiense), 340 Tróculos-brancos = Verbasco, 343 Tussilagem (Tussilago farfara), 341 U l m e i r a (Filipendida ubnaria). 667 Ulmeiro (Ulmus campestris), 734 Ulmeiro-americano, em Ulmeiro, 734 Unho-de-cavalo = Tussilagem, 341 Urtiga-branca (Laniiitm álbum), 633 Urtiga-maior (ílrtica dioica), 278 Urucu (Bixa orellana), 700 Urze (Calluna vulgaris), 570 Uva-de-cão = Norça-preta, 679 Uva-ursina (Arctostaphylos uva-ursi), 564 Valeriana (Valeríana officinalis), 172 Vara-de-ouro (Solidago virga-aurea), 594 Verbasco (Verbascum tbapsus), 343 Verbena (Verbena officinalis), 174 Verbena-azul, em Verbena, 174 Vermiculária, em Favária, 726 Verónica (Verónica officinalis), 475 Verrucária = Tornassol, 713 Viburno (Viburnum lantana), 199 Viburno, em Noveleiro, 643 Viburno-americano, em Noveleiro, 643 Vicária, em Pervinca, 245 Videira (Vilis vinifera), 544 Vidoeiro = Bctula, 568 Vinagreira = Azedas, 275 Vinca a Pervinca, 244 Violeta (Viola odorara), 344 Visco-americano, em Visco-bvanco, 247 Visco-branco (Viscum álbum), 246 Vulnerária (Anihxllis vulneraria), 661 Zaragatoa (Plantago psylluim), 515 Zaragatoa-arenária, em Zaragatoa, 515 Zimbro (Juuiperus commuuis), 577

PRÓLOGO

A

obra que, em boa hora, a Publicadora Atlântico, em colaboração com a Editorial Safeliz, de Madrid, acaba de editar, marca uma viragem na forma como o público em geral e a comunidade médica em particular podem, de aqui em diante, encarar o

uso das plantas como importante agente curativo e preventivo. É sabido que muitos dos medicamentos usados pela Medicina oficial têm a sua origem nas plantas ou são inspirados nelas. No entanto a forma empírica, muitas vezes sem base científica e tocando mesmo as raias do charlatanismo, com que estas, muitas vezes, são usadas tem causado uma marcada oposição entre as tradicionais crenças populares e o rigor científico da Medicina. Por isso esta notável obra vem, oportunamente, reafirmai- o valor da cura pelas plantas, ancestralmente conhecido, mas agora assente em bases científicas e expurgado de toda a especulação e crendice popular. Quem a escreve tem autoridade para o fazer. 0 Dr. J. Pamplona Roger, eminente médico espanhol, especialista em ciiurgia geral e do aparelho digestivo, que exerceu durante

quinze anos, aprendeu na sua prática clínica, a nível particular e hospitalar, as propriedades cicatrizantes de certas plantas, quando aplicadas localmente nas feridas de difícil cicatrização. Animado com os bons resultados obtidos, continuou a investigar o valor curativo das plantas, tendo dividido o seu tempo, durante dez anos, entre o trabalho como cirurgião e a investigação fitoterápica. Durante esse período visitou os principais laboratórios científicos dedicados ao estudo medicinal das plantas na Espanha, Alemanha e Estados Unidos da América. Neste último país fez estudos na Secção de Produtos laboratoriais do Instituto Nacional do Cancro, em Washington D.C., onde se está desenvolvendo um vasto programa de investigação sobre as propriedades anticancerígenas de algumas plantas medicinais. Como resultado das suas investigações, o Dr. Pamplona

Rogci" tem utilizado, com êxito, as plantas medicinais não só no tratamento das feridas como também na cura de outras doenças de diversas áreas da patologia humana. É por isso que, com toda a convicção, vos recomendo esta indispensável obra de consulta para todos, em que o autor soube explanar, com seriedade e proficiência, os seus conhecimentos e a sua experiência clínica com as plantas medicinais. Ela será, de ora em diante, um elemento de referência para todos os profissionais de saúde e um apoio imprescindível para a saúde e bem-estar dos lares que a possuírem.

Dr. Samuel Ribeiro Médico pediatra Director da revista Saúde e Lar

A

s mentes mais abertas da medicina oficial interrogamse a respeito dos motivos por q u e os doentes recorrem, cada vez com maior frequência, aos profissionais que, mesmo não sendo médicos, praticam diferentes formas de medicina natural, como a fitoterapia; ou que, pelo menos, se servem de alguns do seus métodos. Assim, o professor Léon Schwartzenberg, distinto oncologista, que foi ministro da Saúde em França, assinalava recentemente: «Apesar de todos os progressos actuais, a nossa medicina tecnológica tem muito a aprender destas medicinas mais "tranquilizadoras". Isto não é forçosamente voltar para trás. O progresso nunca deve ser sectário.» Entre essas mentes abertas às novas tendências da terapêutica, ocupa lugar de destaque o doutor Jorge D. Pamplona Roger. Especialista em cirurgia geral e digestiva, tem vindo a interessar-se cada vez mais, no exercício da sua disciplina, pela medicina preventiva e pela educação para a saúde, após haver observado que boa parte das patologias que apareciam na sua consulta, ou no serviço de

urgências, tinham u m a relação directa com hábitos malsãos de vida. Segue pois o doutor Pampiona Roger u m a corrente iniciada fundam e n t a l m e n t e pela OMS (Organização Mundial de Saúde) nos últimos anos da década de 1970-80, ao promover uma maior atenção às formas terapêuticas da medicina tradicional, criando inclusivamente um serviço especializado na Secretaria da OMS, na sede de Genebra. Em 1991, a 44.;' Assembleia Mundial da Saúde adoptou a resolução 44.34, na qual insta com os estados membros da Organização para que promovam o emprego de «remédios tradicionais inócuos, eficazes e cientificamente válidos». O autor do presente livro dedicase em pleno, desde há alguns anos, a investigar e promover um modo de vida são, baseado no uso racional e científico dos remédios que a natureza oferece. Que um médico, com a bagagem científica do doutor Pamplona, tenha dado esta volta coperniciana à sua carreira, é um claro indício de que alguma coisa importante está a acontecer na ciência e arte de curar. Merece pois este livro a mais atenta consideração tanto dos doentes como dos sãos (situação transitória, como muito bem sabemos, já que um são é muitas vezes um doente que ignora sê-lo), pois para todos eles acabará por ser enormemente proveitoso.

Dr. José A. Valluena Presidente do Centro Internacional de Educação paia a Saúde (Genebra) Colaborador externo da OMS (Organização Mundial de Saúde).

\

T

em-se produzido nas últimas décadas um desenvolvimento tão espectacular da indústria farmacêutica, assim como da produção de medicamentos sintéticos, que se torna razoável perguntar se um livro sobre plantas medicinais pode ter ainda algum valor prático. Acaso não existem já medicamentos específicos para cada doença?

Os medicamentos de síntese química proporcionados pela moderna indústria farmacêutica têm provado a sua eficácia em caso de processos agudos e de afecções graves, devido em parte ao carácter imediato dos seus efeitos. Ora bem, nenhum produto químico é isento de efeitos secundários mais ou menos impre-

visíveis e importantes. Harold Burn, catedrático de farmacologia da Universidade de Oxford, afirma: «Toda a substância elaborada num laboratório, e portanto e s t r a n h a aos organismos vivos, tem de ser aceita com a máxima precaução por médicos e doentes, e não deve considerar-se inofensiva sem provas válidas.»

E m b o r a seja certo que os controlos a que tem de ser submetid o q u a l q u e r m e d i c a m e n t o são agora m a i s rigorosos do q u e nunca antes foram, e que os fárm a c o s a c t u a i s são, em geral, b a s t a n t e seguros, os efeitos secundários continuam a aparecer. O n ú m e r o de doentes alérgicos aos antibióticos e a outros medicamentos aumenta continuam e n t e ; os f e n ó m e n o s de intolerância digestiva aos medicamentos, especialmente aos antiinflamatórios, são motivo de num e r o s a s c o n s u l t a s médicas; cada vez há mais pessoas "presas" a d e t e r m i n a d o s sedativos, t r a n q u i l i z a n t e s e o u t r o s psicofármacos. Calcula-se q u e u m a em cada dez consultas médicas tem a ver com efeitos indesejáveis de algum medicamento.

Estes fenómenos, cada vez mais frequentes, têm s u s c i t a d o -

um renovado interesse pelos med i c a m e n t o s n a t u r a i s de origem vegetal, tanto por parte dos médicos como dos doentes. A antiga fitoterapia, renovada pela ciência moderna, conserva, hoje como ontem, o seu poder curativo, sobretudo nas afecções crónicas, n a s d o e n ç a s degenerativas, nos estados de c a n s a ç o injustificados, assim como nas numerosas doenças metabólicas de que sofremos como consequência do inadequado estilo de vida predominante na actualidade.

As plantas têm sido utilizadas como r e m é d i o p a r a as doenças dos seres h u m a n o s —e também dos a n i m a i s — desde t e m p o s m u i t o antigos. Todas as civilizações se têm valido delas para aliviar o sofrimento e, em muitos casos, até p a r a c u r a r a doe n ç a . O Criador terá possivelmente dado aos seres h u m a n o s os vegetais, com todo o seu poder curativo, p a r a lhes t o r n a r mais suportável o fardo da vida.

Conhecemos hoje qual é exact a m e n t e a c o m p o s i ç ã o de muitíssimas plantas medicinais, de modo a podê-las aplicar de forma racional quando melhor convenha. Isto é precisamente o que o autor procura fazer neste livro:

A partir das substâncias activas de uma planta, e dos resultados p r o p o r c i o n a d o s pela investigação Farmacêutica e clínica, deduzem-se as suas propriedades e aplicações medicinais.

Na primeira parte desta obra apresentam-se todos os aspectos técnicos e práticos da fitoterapia: fundamentos de botânica, colheita, formas de emprego das plantas, princípios activos e propriedades, sem esquecer as possíveis contra-indicações e efeitos tóxicos de algumas plantas medicinais.

Na segunda parte enumeramse as plantas medicinais mais úteis para cada uma das doenças e p a d e c i m e n t o s mais c o m u n s . Descrevem-se mais de 500 plantas, o r d e n a d a s segundo as suas aplicações medicinais. Ao analisar as substâncias activas vegetais e o m o d o c o m o a c t u a m , o autor não se limita a reproduzir os c o n h e c i m e n t o s tradicionais de tipo empírico, mas esforça-se p o r oferecer, n u m a linguagem acessível a todos, os últimos res u l t a d o s da m o d e r n a investigação fitoterápica.

O leitor tem, pois, nas suas m ã o s , mais do que um simples

guia de plantas medicinais. A peculiaridade e o valor deste livro residem, precisamente, no modo racional, e ao mesmo tempo sumamente prático para o grande público, como o autor apresenta os tratamentos à base de plantas medicinais. Obras c o m o esta contribuem para superar a falta de credibilidade que o uso d a s plantas havia suscitado em certos meios científicos e t a m b é m entre os médicos. À medida que as plantas medicinais se forem conhecendo melhor, serão cada vez mais utilizadas e apreciadas por médicos e doentes. Os laboratórios farmacêuticos estão a dirigir os seus esforços de investigação para o m u n d o vegetal, que ainda conserva grandes segredos por revelar, de tal forma que cada vez há mais medicamentos à base de plantas medicinais.

Como produto que são da natureza, as plantas medicinais exercem o seu poder curativo e também preventivo q u a n d o se usam em c o m b i n a ç ã o com outros elementos naturais que favorecem a saúde, como o sol, a água, o ar puro, uma alimentação sã, e o equilíbrio mental. Esta tem sido a minha p r ó p r i a experiência d u r a n t e os longos anos de exercício profissional como médico.

As plantas medicinais n ã o se deveriam usar unicamente para p r o c u r a r nelas u m a acção curativa —como se faz com um fármaco— depois de já se ter manifestado a doença. Precisamente, uma das suas grandes virtudes é a capacidade que têm de regular os processos vitais e de prevenir a d o e n ç a . O uso a d e q u a d o das p l a n t a s medicinais, d e n t r o d e um conjunto de hábitos de vida sã, pode evitar que as debilidades do nosso organismo, e a sua predisposição para sofrer de certas e n f e r m i d a d e s , evoluam até se converter em doenças declaradas.

O m u n d o das plantas medicinais tem m u i t a s coisas a oferecer para o nosso próprio bem-estar. Este livro ajudá-lo-á a conhecer melhor as plantas e a usálas a d e q u a d a m e n t e p a r a o cuidado da sua saúde.

E n t r á m o s já na era da "medicina verde".

Dr. Ernst Schneider Doutor em Medicina pela Universidade de Diisseldorf (Alemanha). Autor da Enciclopédia Científica de Medicina Natural "Naturama".

:

M

• J -Vir*

^W^VJ

l

I,

índice dos capítulos 1. 0 mundo vegetal 2. Colheita e conservação

22 44

3. Formas de preparação e emprego

54

4. Princípios activos 5. Precauções e toxicidade das plantas

76 98

6. Da planta ao medicamento .

110

PLANTAS QUE CURAM Enciclopédia das P l a n t a s Medicinais * PRIMEIRA PARTE

O

rENERALIDADEO

4>v * -

«Os prados e as colinas são as melhores farmácias.» PARACELSO Médico e naturalista do século XVI

í.

'•::''

te

i\

V

mm

i

O MUNDO VEGETAL

S

UE SURPRESA! Este pedacinho de cortiça é formado por milhares de minúsculos alvéolos, unidos uns aos outros. Parece um favo fabricado pelas abelhas...!-, exclama Robert Hooke, célebre físico inglês do século XVII, surpreendido por aquilo que contempla através do microscópio.

sa uniforme e contínua, como acontece com uma pedra ou um mineral, mas pela união de muitas pequenas unidades independentes. -Vou chamar células -disse Hooke- a estes pequenos alvéolos que formam a cortiça. Porque, em latim, cellula significa pequena cavidade.

O seu espírito científico fá-lo assombrar-se diante do que a outros passaria despercebido. Hooke acaba de descobrir que a matéria viva não é formada por uma mas-

A célula: unidade de vida

A célula vegetal

Núcleo

Estudando os vegetais com o microscópio, os cientistas notaram que não era só a casca do sobreiro que era constituída por células. Todos os seres vivos, quer sejam vegetais quer animais, são formados por uma ou por muitas células agrupadas. Cada célula é uma unidade de vida. É a porção mais pequena de um ser vivo que tem vida própria; ou seja, que nasce, se alimenta, cresce, se reproduz e morre. O tamanho das células oscila geralmente entre 5 e 50 míerones (milésimas de milímetro). Isto quer dizer que, num milímetro, caberiam de 20 a 200 células, segundo o seu tamanho. Algumas células são predestinadas a viver apenas durante alguns minutos, renovando-se continuamente, enquanto outras vivem tanto tempo como o ser vivo de que fazem parte. Constituição celular

Vacúolo

Membrana de celulose

z>

Cloroplastos

Cada célula é formada por: • O núcleo, que contém a informação genética que recebeu da sua antecessora, em que se encontram impressas todas as suas características sob a forma de cromossomas e genes, as quais, por sua vez, transmitirá às suas descendentes.

I

A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D l C l N A i S 1 * Parte:

• O citoplasma, de consistência viscosa semelhante à clara de ovo, o n d e se produzem todos os processos bioquímicos.

G e n e r a l i d a d e s

Observando ao microscópio a cortiça, proveniente da casca do sobreiro, Robert Hooke descobriu, no século XVII, que a matéria viva é formada por pequenas unidades chamadas células.

• A membrana riloplásmica, q u e r o d e i a completamente a célula e filtra selectivamente as substâncias q u e elevem p e n e trar no seu interior. Características d a c é l u l a v e g e t a l As células q u e c o n s t i t u e m os vegetais apresentam duas características fundamentais, que as células animais n ã o possuem: /. A membrana de celulose Trata-se de uma espessa m e m b r a n a celular, situada por fora da m e m b r a n a citoplásmica e formada por celulose. É c o m o um estojo poroso (pie a isola e protege, e que persiste quando a célula m o r r e , lianslormando-se no seu sarcófago. As células animais não têm esta espessa m e m b r a n a celulósica, pelo que, q u a n d o m o r r e m , se decompõem completamente, não deixando rasto.

As células vegetais diferenciam-se das animais por se encontrarem rodeadas de uma espessa membrana de celulose que as envolve, e por conterem cloroplastos cheios de clorofila. Assim, a celulose (também chamada fibra vegetal) e a clorofila são as substâncias mais representativas do reino vegetal.

A membrana das células adultas p o d e conter outras substâncias além da celulose: • a lenhina, nas células da madeira: • a suberina, nas da casca do sobreiro ou cortiça; • a pectina ou a cutina, na cutícula q u e cobre os ramos jovens e as folhas. Portanto, o que Hooke viu realmente ao microscópio-a cortiça- não (oram as células da casca do sobreiro, mas os seus estojos ou membranas celulares, q u e persistem depois da morte das células. Igualmente, a madeira é constituída pelas espessas membranas de celulose e lenhiua (pie cobriam as células do tronco da árvore, q u e já morreram. 2.

Osplastas

Esta é outra peculiaridade das células vegetais. Os plastas são uns c o r p ú s c u l o s si-

23

Cap. 1: O MUNDO VEGETAL

Á esquerda: As colossais sequóias dos bosques da Califórnia contam-se entre as árvores mais aftas do planeta.

À direita: A ilha de Tenerife, nas Canárias, alberga vários exemplares de dragoeiros como este, árvores rnilenárias que chegam a ter 5000 anos de idade.

tuados no citoplasma, que contêm diversas substâncias corantes. Os mais comuns são os cloroplastas, de cor verde devida ao seu conteúdo em clorofila. K nos cloroplastas que tem lugar a fotossíntese, extraordinária reacção química pela qual as substâncias minerais inorgânicas do solo e do ar se transformam em amido e em outras substâncias orgânicas, graças à energia da luz solar. As células são uns prodigiosos laboratórios químicos. Em cada uma delas, apesar do seu diminuto tamanho, se produzem milhares de reacções químicas que diio como resultado a síntese de glícidos (hidratos de carbono), lípidos (gorduras) e prótidos (proteínas), que, ou se vão acumulando no seu interior, ou passam para o exterior. Os alcalóides, essências e outros princípios activos, também produzidos nas células vegetais, são armazenados numas cavidades situadas no citoplasma, chamadas vacúolos. Quando estes vacúolos se rompem pela pressão exercida sobre alguma das partes da planta, libertam-sc os princípios activos contidos no seu interior.

Diversidade do reino vegetal —Estes tijolos são para cobrir a parede exterior, aqueles paia as divisões interiores, e

os outros para o pavimento da cozinha... O arquitecto dá as ordens necessárias para que cada um, das centenas, ou talvez milhares de diferentes elementos que constituem a casa, seja colocado no seu devido lugar. Quando o edifício estiver terminado, todos reconhecerão o trabalho de quem projectou a obra e dirigiu a sua execução. No entanto, poucos têm consciência da maravilha que é o (acto de os milhares de milhões de "tijolos", isto é, de células que Formam uma planta ou outro ser vivo, se acharem tão bem colocados no seu lugar, e

funcionando adequadamente. Que arquitecto ou engenheiro fez. o desenho? Quem o realizou? Porque se agrupam sempre as células epidérmicas para cobrir as folhas e os caules? Porque se unem entre si as células alongadas e ocas para formar os vasos pelos quais corre a seiva?

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " Parte:

G e n e r a l i d a d e s

Os vegetais são os seres vivos f o r m a d o s por células vegetais. Alguns consistem numa única célula (unicelulares), c o m o as bactérias e certos tipos cie algas ou cie fungos. Outros são formados por n u m e r o s a s células (pluricelulares), c o m o as algas e fungos comuns, e todos os vegetais superiores ou plantas. O mundo vegetal oferece u m a surpreendente diversidade de "construções," pois são praticamente infinitas as possibilidades de combinar os diferentes tipos e o n ú m e ro cie elementos ou células. Variedade d e t a m a n h o O tamanho dos vegetais p o d e oscilar desde algumas milésimas de milímetro, c o m o os micróbios, até mais de 80 melros, c o m o as colossais sequóias da Califórnia, ou mesmo lf)0 melros, c o m o os eucaliptos gigantes da Austrália, c o n s i d e r a d o s as árvores mais altas do m u n d o . Mas liá a i n d a um vegetal que os ultrapassa em t a m a n h o : o sargaço gigante, uma alga marinha q u e p o d e atingir 300 metros de c o m p r i m e n t o . Variedade d e v o l u m e Quanto ao volume, a m a i o r árvore do mundo, e também uma das mais longevas (calcula-se q u e l e n h a e n t r e -1000 a 5000 anos), é possivelmente o cipreste de Moctezuma, que existe no cemitério de Santa Maria de Tule, no estado mexicano de Oaxaca. Debaixo da sua imensa copa de 132 metros d e d i â m e t r o , única n o m u n d o , acampou o conquistador espanhol 1 lernán Cortês com todas as suas tropas, no a n o de 1519.

O famoso cipreste de Moctezuma". t a m b é m conhecido como "árvore de Tule", encontra-se no belo estado mexicano de Oaxaca. Segundo a informação que é dada ao visitante, mede 41,8 metros de altura e o seu gigantesco tronco atinge 14 metros de diâmetro. Calcula-se que tenha um volume de 816,8 metros cúbicos, e um peso de 636,1 toneladas, o que o torna a árvore mais volumosa do m u n d o (embora não seja a mais alta) e, possivelmente, a criatura viva de maior peso e volume que existe sobre o planeta Terra |as baleias maiores não ultrapassam as 150 toneladas de peso}.

Variedade de habitat

Botanicamente, trata-se de um ahuehuete ou sabino (Taxodium m u c r o n a t u m ) , da família das Taxodiáceas.

Umas plantas vivem na á g u a , c o m o os agriões ou os nenúfares, outras em regiões secas ou desérticas, c o m o a piteira ou o aloés; umas em terrenos Frios, c o m o a framboesa ou o a r a n d o , o u t r a s em lugares quentes, c o m o a figueira ou a alfazema;

2b

c o n h e c e n e n h u m a o u t r a árvore q u e tenha ultrapassado esta idade.

Variedade de estrutura: de uma a milhões de células • Os vegetais mais simples, ou protófitos, são formados por uma única célula de dim e n s ã o microscópica. È por e x e m p l o o caso da alga espirulina, q u e se evidencia pelas suas extraordinárias propriedades medicinais. Q u a n d o a ingerimos, engolimos milhões de indivíduos, todos eles

formados por células idênticas. Como é lógico, nestes seres vivos não faz sentido identificar q u a l q u e r parte diferenciada.

Toda a terra é um imenso jardim ou, peio menos, esse foi o desejo do Criador. Mas além de servirem de adorno, as flores e as plantas, muitas das quais possuem propriedades medicinais, contribuem grandemente para o bem-estar e para a saúde.

umas em regiões polares como os musgos ou líquenes, outras em regiões tropicais. c o m o o guaiaco ou o abacateiro.

Variedade de duração A vida dos vegetais tem uma duração m u i t o variável: a l g u m a s bactérias vivem apenas d u r a n t e uns minutos; a grama e outras ervas p o d e m ler u m a existência limitada a alguns dias. em caso de seca. Todavia o abeto chega até aos (SOO anos, e o castanheiro e a oliveira p o d e m passar do milénio.

No cemitério de Yorkshire, na Inglaterra, existe um teixo que se calcula ter cerca de 3000 anos. I lá sequóias na Califórnia, e baobás em Africa, que têm mais de 1000 anos de existência. Estas veneráveis árvores continuam vivas, impassíveis, depois de terem visto surgir e desaparecer grandes impérios, civilizações e outras criações humanas. Porém o recorde da longevidade é ostentado por um dragoeiro do vale da Orotava, na ilha e s p a n h o l a de Tenerife, q u e em l«S(')H loi a r r a n c a d o por um furacão. No seu tronco foi possível contar mais de 5000 anéis (que equivalem a 5000 anos)! Não se

2b

• Os talófitos são vegetais cujo c o r p o ou lalo é formado geralmente por uma massa de múltiplas células p o u c o diferenciadas, ou seja, m u i t o semelhantes e n t r e si.

Não possuem verdadeiros tecidos e órgãos; n ã o têm raízes n e m caules, nem folhas nem ílores. K o t aso das algas, dos fungos e dos líquenes. Usam-se os talos da alga-perlada. da laminaria, do líquen-da-islándia. do sargac

1. Preparar um ou dois litros de uma infusão ou decocçao da planta adequada. Normalmente convém que seja um pouco mais concentrada do que o habitual (de 50 a 100 g por litro de água). Também se podem acrescentar, a um ou dois litros de água quente, 5 a 10 gotas de essência da planta. 2.Quando o líquido descrito estiver bem quente, submerge-se nele um pano ou toalha de algodão. (Foto O) 3. Escorrer o pano e aplicá-lo sobre a zona a tratar, protegendo a pele com outro pano seco. (Foto ©)

S,

^5

^

4.Cobrir estes dois panos com um cobertor de lã, para conservar o calor. Está provado que a lã é o material que melhor conserva o calor, mesmo quando está húmida ou molhada. (Foto ©) 5. Passados 3 minutos, quando o pano húmido já começa a arrefecer, volta-se a empapar no líquido quente. 6. A aplicação das fomentaçoes deve durar de 15 a 20 minutos. Terminar com uma fricção de água fria sobre a zona tratada.

-'//•

C a p . 3: FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO

I

Fortmentações

com plantas medicinais

)

As fomentações com plantas tornam-se especialmente eficazes, pois aos efeitos terapêuticos próprios da água e do calor adicionam-se os da planta medicinal utilizada. Aplicam-se sobre a zona afectada em cada caso. As suas indicações mais importantes são: 1. Dores de costas causadas por afecções reumáticas, por artrose, ou por tensão muscular. Recomenda-se especialmente em caso de lumbalgia (dor de rins) ou de ciática. Plantas recomendadas: harpagófito, alfazema, alecrim, carvalho. 2. Cólicas ou espasmos abdominais: biliares, intestinais ou renais. Plantas recomendadas: laranjeira (flores), camomila, alfazema, salva. 3. Infecções agudas da garganta e das vias respiratórias: laringite, traqueíte, bronquite. Plantas recomendadas: abeto, pinheiro, eucalipto, tomilho, tussilagem.

le que se empapa na infusão ou decocção medicinal: um seco por baixo, para proteger a pele, e ouiro por cima para conservar o calor. Usam-se sobretudo em afecções respiratórias (catarros e bronquite), inflamações da garganta e da traqueia, cólicas (renais, hepáticas ou intestinais) e dores ciáticas. Nestes casos fazem-se com a mesma tisana que se recomenda para o viso interno, com o qual se reforça a sua acção. Loções e fricções

2. Aplicá-lo sobre a zona de pele afectada, durante um tempo que depende de cada planta (de 5 a 10 minutos geralmente). 3. Se a ga/.e ou flanela se secar, voltar a impregná-la. É melhor renovar as compressas frequentemente e aplicá-las várias vezes ao dia, em vez de manter a mesma durante muito tempo. Algumas plantas podem tingir a pele quando se aplicam em compressas, especialmente as que contém taninos (amieiro, carvalho, nogueira). Uma fricção com sumo de limão pode ajudar a restabelecer a cor normal da pele.

Os banhos de vapor com foJhas de tília limpam, suavizam e embelezam a pele do rosto.

Indicações das compressas As compressas usam-se como cicatrizantes e anti-séplicas em feridas e úlceras da pele (agrimónia, alcaçuz, amieiro, aveleira, carvalho, cavalinha, cebola, chagas, couve, hera, maravilha, nogueira), para a beleza da pele (hamamélia, morangueiro, roseira, tília), para os olhos (camomila, fidalguinhos), ou como analgésicas e calmantes (lúpulo, visco-branco).

As loções e as fricções fazem-se com uma infusão, decocção, maceração ou sumo, que se estende com uma ligeira massagem sobre a pele. As fricções aplicam-se da mesma maneira, geralmente com óleos essenciais (ver pág. 96), e com uma massagem mais enérgica. Podem-se aplicar com a mão ou com um pano suave impregnado no líquido. Indicações das loções e fricções As loções têm as seguintes aplicações: • Afecções da pele em geral (por exemplo com amor-perfeito, arandos, equinácea, folhas de oliveira, maravilhas, sanamunda, saponária, tomilho, tussilagem ou urtiga). • Prurido, ou seja, comichão na pele (borragem, erva-moura, verónica). • Beleza: eliminação da celulite, embelezamento da pele ou emagrecimento (equinácea, gilbarbeira, morangueiro, roseira). • Reumatismo (alfazema, loureiro). • Afugentar os mosquitos (absinto).

Fomentações As fomentações aplicam-se como as compressas, mas com 0 líquido à temperatura máxima que a pele possa suportar. Colocam-se mais dois panos, além daque-

70

B a n h o s d e vapor c o m plantas Os banhos de vapor com plantas aplicam-se sobre a cabeça, o tórax ou até sobre o corpo todo.

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " Parte:

Y..

G e n e r a l i d a d e s

Técnica dos banhos de vapor com plantas Estes banhos de vapor ía/em-se da seguinte maneira: 1. Colocar uma panela de água a ferver com as plantas OU essências a utilizar, em cima de um banco. A panela deve estar tapada. Km vez de plantas, podem-se juntar à água 2 ou 3 gotas de um óleo essencial. 2. O doente senta-se numa cadeira c cobre-se com uma toalha grande ou um lençol, de forma que não se escape o vapor. 3. Destapar a panela progressivamente para deixar sair o vapor. 4. A aplicação dura de 10 a 15 minutos, até que deixe de sair vapor. 5. Convém terminar com uma fricção de água fria ou álcool sobre a zona que esteve exposta ao vapor. Indicações dos banhos de vapor com plantas Os banhos de vapor com plantas são de grande utilidade para combater as afecções respiratórias: sinusite, faringite, laringite, traqueíte, catarros bronquiais e bronquite. Também são indicados no caso de otite. Facilitam a eliminação do muco, germes e restos celulares depositados nas mucosas respiratórias, com o que se acelera o seu processo de regeneração e cura. Gargarejos Os gargarejos são uma forma fácil e simples de aplicar as plantas medicinais sobre o interior da garganta. Técnica dos gargarejos Os gargarejos fazem-se da seguinte maneira: 1. Tomar, sem engolir, um sorvo de tisana (geralmente infusão) morna. Não se devem usar líquidos muito quentes nem muito concentrados.

2. Inclinar a cabeça para trás. 3. Tentar pronunciar a letra 'a' de forma prolongada, durante meio ou um minuto. 4. Deitar fora o líquido da boca: Nunca se deve engolir, pois se supõe que esteja contaminado com as substâncias residuais.

Os gargarejos e bochechos feitos com flores e cascas de romãs são muito úteis em caso de faringite, gengivite |inflamação das gengivas) e parodontose (afrouxamento e queda dos dentes).

5. Repete-se todo o processo durante 5 a 10 minutos. Indicações dos gargarejos Os gargarejos actuam sobre a mucosa que reveste o fundo da boca, a faringe (garganta) e as amígdalas (anginas). Limpam a imicosidade, os germes e os restos de células mortas e de toxinas que se depositam nessa zona em caso de irritação, de inflamação ou de infecção. Têm efeito emoliente (suavizante), anti-séptico e adstringente (secam, desinílamam e cicatrizam). As plantas que mais se usam para os gar-

71

Cap. 3: FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO

Colírios Os colírios são líquidos utilizados para tratar as afecções dos olhos ou das pálpebras. Devem ser pouco concentrados, não irritantes, e aplicados a uma temperatura morna. Recomenda-se fa/.ê-los com infusões preparadas com água previamente fervida, ou com decocções, para conseguir uma maior esterilidade. São muito utilizados os colírios de agripalma, camomila, eufrásia, lidalguinhos ou folhas de videira. Lavagens o c u l a r e s Ás lavagens oculares (aos olhos) fazem-se empapando uma compressa na decocção de uma planta, e deixando escorrer suavemente o líquido do lado da fonte para o do nariz (de fora para dentro). A semelhança do que acontece com os colírios, é preferível fazer as lavagens oculares com infusões para as quais se tenha fervido previamente a água, ou com decocções, para que o líquido que entra em contacto com o olho esteja estéril. Omco minutos de fervura é suficiente para conseguir uma esterilidade adequada As lavagens ocufares devem fazer-se deixando escorrer o líquido a partir da fonte para o nariz, pois é este o trajecto seguido normalmente pelas lágrimas.

Clisteres garejos são: abrunheiro-bravo, alecrim, amieiro, historia, casca e folhas de castanheiro, cebola, cinco-em-rama, drias, epilóbio, gatunha, hidraste, moranguciro, nogueira, ratãnia, roniã/.eiía, sabugueiro, sanamunda, tanchagem, tormentila e verbena. Bochechos Os bochechos consistem em mover um sorvo de líquido (geralmente infusão ou decocção) em todos os sentidos, dentro da boca. São muito úteis em caso de estomatite, gengivite, piorreia e outras afecções da boca e dos dentes. Fa/cm-sc com as mesmas plantas que os gargarejos.

72

Os clisteres, ou enemas, consistem na introdução de um líquido no intestino grosso através do ânus, por meio de um brigador com um tubo de borracha. O líquido a introduzir pode ser uma infusão ou decocção pouco concentrada, á temperatura do corpo (37°C). Precauções na aplicação cie clisteres Quando se aplica um distei-, devem tomar-se algumas precauções: 1. Colocar O paciente sobre o sevi lado direito, com as pernas encolhidas. 2. Introduzir a ponta do irrigado! com a ajuda de azeite ou vaselina.

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 " Parte:

G e n e r a l i d a d e s

Os cJisteres com infusões ou decocçoes de plantas medicinais conjugam a acção de limpeza da água com os efeitos medicinais das plantas.

3. Evitar que o líquido entre a unia pressão excessiva, não elevando o recipiente que o contém a mais de um metro acima do nível do doente. 4. É suficiente um volume de 300-500 ml de líquido. Nas crianças bastam 100-200 ml. 5. O paciente tem de reter o líquido durante 5-10 minutos. 6. Não aplicar mais de três dis teres num dia. Deverá evitar-se aplicá-los depois das refeições. 7. Em muitos casos, é necessária a prescrição e supervisão de um médico. Objectivos dos disteres Com os enemas, pretende-se: • Esvaziar o recto e o intestino grosso em caso de prisão de ventre, especialmente

quando seja devida a uma afecção febril ou infecciosa (por exemplo com folhas de oliveira, malva ou sene-da-índia). • Desinflamar o ânus e o recto em caso de fissuras, hemorróidas e inflamações anais (com carvalho, tanchagem ou zaragatoa). • Desinflamar o intestino grosso em caso de colite ou diarreia (erigerâo, malva),

espasmos digestivos (assa-íétida) ou diarreias dos lactentes (salgueirinha). • Eliminar os parasitas intestinais (alho,

quãssia, tanaceto). Irrigações vaginais Uma irrigação vaginal consiste na introdução de infusões ou decocçoes pouco concentradas, e à temperatura do corpo (37°C), na vagina, por intermédio de uma cânula ou brigador especial. As plantas mais utilizadas para estas irrigações são: historia, cinco-em-rama, malva, pé-de-leão, pimpinela-oficinal, ratânia, romázeira, roseira, salgueirinha, salva e salguei ro-branco. Aplicam-se em caso de vaginite e leucorreia (corrimento excessivo). No caso de gravidez deve-se evitar todo o tipo de irrigações vaginais. Quando se faz uma irrigação vaginal é necessário aplicar pouca pressão, para evitar que o líquido suba para o útero, cuja cavidade está normalmente fechada pelo colo uterino. E recomendável que as irrigações vaginais se apliquem sob vigilância médica.

Uso seguro das plantas medicinais Primeiro que tudo adoptar um estilo de vida são

Antes de aplicar qualquer planta medicinal de forma regular ou continuada (aliás c o m o em qualquer outro tipo de tratamento), é necessário ter em conta o seguinte:

1. Procurar a causa dos transtornos, por pouco importantes que possam parecer. Tomar umas plantas (como qualquer outro medicamento) com o único objectivo de acalmar ou de neutralizar certos sintomas, pode produzir um alívio momentâneo. Contudo, se a causa desses sintomas persistir, a doença continuará a progredir até se manifestar com maior intensidade, e então pode ser demasiado tarde para se curar.

4. Evitar a automedicação irreflectida: O ideal é que as plantas medicinais sejam receitadas ou recomendadas por um médico competente. Todavia, a legislação sanitária na maior parte dos países regista um certo número de espécies de plantas de uso habitual, que se podem usar livremente, sem receita médica. Neste caso, fala-se de automedicação responsável: A própria pessoa decide que plantas vai tomar, mas de forma responsável, isto é, informando-se previamente das propriedades das ditas plantas, assim como das possíveis precauções que o seu uso requeira.

Perante qualquer sintoma estranho, é necessário submetermo-nos a um diagnóstico médico, feito por profissionais competentes, com meios e procedimentos científicos. Só depois disso se poderão aplicar com segurança os tratamentos à base de plantas medicinais, ou quaisquer outros.

2. Eliminar hábitos nocivos para a saúde: Se os sintomas ou transtornos se deverem a hábitos malsãos ou a um estilo de vida pouco saudável, o tratamento com plantas acabará por ter pouca utilidade; e até poderia chegar a ser contraproducente, ao disfarçar determinados sintomas enquanto persiste a sua causa.

5. Precaução ao usar uma planta durante longos períodos de tempo: Como norma geral, deve-se evitar o uso continuado de uma mesma planta durante mais de dois ou três meses. Quando isto possa parecer necessário, convém informar-se bem dos possíveis efeitos secundários indesejáveis da dita planta, além de obter o conselho de um médico.

O primeiro passo para o restabelecimento da saúde deve ser a adopção de um estilo de vida são, eliminando os hábitos nocivos que possam existir. De bem pouco serviria tomar plantas mucolíticas ou expectorantes para tratar a bronquite, continuando a fumar ou a respirar ar contaminado, por exemplo. A maior parte das doenças crónicas nos países desenvolvidos estão directamente relacionadas com os hábitos alimentares inadequados e com o consumo de substâncias tóxicas como o tabaco, as bebidas alcoólicas e outras drogas.

6. Prudência com as grávidas e as crianças: É preciso ser-se especialmente prudente no momento de lhes administrar uma planta medicinal, como aliás qualquer outro medicamento (ver págs. 101-102).

~'S/ 74

3. Usar unicamente plantas bem identificadas: O mais recomendável e seguro é que se encontrem envasilhadas, correctamente etiquetadas e sob a garantia de um laboratório ou profissional farmacêutico. As leis de muitos países, incluindo os da União Europeia, proíbem a venda ambulante de plantas medicinais.

Ah* Casos práticos

O uso adequado das pjantas medicinais, j u n t a m e n t e com outros hábitos de vida sá, pode impedir que as debilidades do nosso organismo evoluam até se transformar em doenças declaradas.

1. Procurar a causa dos transtornos João é um homem robusto de 55 anos, que nunca tinha sofrido de transtornos importantes. Desde há mais de um ano perdeu o apetite; e certos alimentos, como por exemplo a carne, provocam-lhe repulsa e até mesmo náuseas. Automedica-se com umas plantas que lhe recomendaram uns vizinhos da aldeia, muito eficazes -segundo garantem- para abrir o apetite. Nos primeiros meses conseguiu alguns resultados, mas ultimamente, embora não sinta dores, o apetite não melhora, emagreceu, e finalmente decide-se a ir ao médico. Um exame endoscópico ao estômago mostra que a causa da sua inapetência (fastio) é um cancro no estômago. O tumor já se encontra demasiado adiantado para se poder prognosticar um bom resultado cirúrgico Este é um caso típico de cancro do estômago. Se João tivesse procurado a causa do seu sintoma no principio, logo que este apareceu, o prognóstico da sua doença teria sido muito mais favorável.

2. Eliminar hábitos nocivos para a saúde Marcelo é camionista e passa muitas horas sentado ao volante. Sofre de hemorróidas que frequentemente se inflamam e sangram. Marcelo gosta de comida forte, muito condimentada com pimenta ou malagueta picante. Na fruta, quase nem toca. Ele próprio nota que, quando come comida muito picante, piora das hemorróidas. Mas descobriu umas plantas que lhe recomendaram numa farmácia, com as quais toma uns banhos de assento que o aliviam muito. Assim continua com as suas comidas picantes, e quando se vê em apuros, toma um banho de assento. Mas as hemorróidas foram piorando, até que um dia sentiu ) uma dor anal muito intensa, que não melhorava com as plantas nem com nada. O seu médico assistente mandou-o de urgência para o cirurgião de serviço, com o diagnóstico de trombose hemorroidal, uma complicação muito dolorosa das hemorróidas. Se Marcelo tivesse adoptado uma alimentação mais sã, as hemorróidas não teriam progredido. Nesse caso, os banhos de assento com plantas a que habitualmente recorria teriam sido suficientes para melhorar e até para curar a sua doença.

:*# ,r?i oM* 0 M M WV9* cos f**-*i I T \ 1 I I A » Pooe-té » v • K W gur *s^r o m i u i -

<

:>

T.i

• :

.

.

•'"

- ; •

;->

>:

•'..'.

i D i m M i n h o ( V a c U m / a Ui por ai u u i h y r » oUaieoi ,>gnjpadj» m#n ranuirteU) tenrwui 4c wcçao qua dra/i>Aar l*mMtfn * «stftecMJo pe . . , n o r a '* '•• mtnahQt

• i a . j ^ i L M t i i t ^ i i l llMc*K - L i ».!nJUi«»c*-iL v.u fcMM I' M»



p cV M »Hual, * u w « • » < —

«—.)

:--i

W . 1 , 1 a ri < * . « \jr 1^ muitas ocasiões, as crises de enxaqueca são desenffcadeadas por fermentações digestivas ou por certos alimentos.

Pág.

«Et : '.- 5

B f o s f o r o e vltamin as B

Estimula as faculdades intelectuais

c„™„„t„„ /„„,„,-* Sementes (nozes)

Infusão, essência

143

C a p . 8; P L A N T A S PARA O S I S T E M A N E R V O S !

Doença

Planta

Pág. Acção

Uso

MEMÓRIA, PERDA DE Além destas duas plantas com acção vasodilatadora sobre as artérias cerebrais (que melhoram a irrigação sanguínea do cérebro), são convenientes todas as recomendadas para o "Rendimento intelectual insuficiente" (pág. 143).

Caíra*

IIA

WNKGO

Extracto seco: Ingerem-se até 2 g diários, repartidos por 2-3 tomas. USO EXTERNO © Compressas quentes com a mesma infusão de cones de lúpulo que se descreve para o uso interno. Aplicam-se sobre a zona dorida.

PU1.1NO, pó que se desprendi- quando se sacodem os cones, contém uma essência rica em hidrocarbonetos lerpénicos, que lhe confere acção sedativa e soporífera (indutora do sono), assim como uma resina com princípios amargos, que explicam a sua acção cónica digestiva e aperitiva. Nos CONES há também flavonóides, que são substâncias de acção estrogénica e anti-séptica. Vejamos as suas aplicações:

O Cataplasmas: Preparam-se colocando um punhado de cones de lúpulo num pano de algodão, de forma que fiquem envolvidos. Molhar com água quente o pano contendo os cones, e aplicá-lo sobre a zona dorida (em geral sobre o ventre).

• Nervosismo, insónia, enxaquecas 10,©I. • Hipcrexcitação sexual nos jovens do sexo masculino (acção annlrodisíaca). Na Inglaterra vitoriana, enchiain-se as almofadas com cones de lúpulo IO.0J. • Digestões difíceis e inapetência IOI. • Dores de estômago e dores de tipo nevrálgico IO.OI, aplicado externamente cm compressas ou cataplasma.

Outros nomes: engatadeira. húmulo. lúparo, lúpulo-trepador. pé-de-galo. vinha-do-norte. Esp.: lúpulo, lupulina. lúpio. oblón. Fr.: houblon [à la bièrej. Ing.: hops. [common] hop. European hop.

Precauções Não ultrapassaras doses indicadas, dado que o lúpulo pode provocar náu seas.

158

Habitat: Comum em bosques húmidos e sebes da Europa e América do Norte. Cultivado em muitas regiões de Portugal. Descrição: Planta trepadeira vivaz, da família das Canabináceas. cujo caule pode crescer até aos 6 metros. É uma planta dióica. cujos exemplares femininos produzem umas inflorescèncias globulosas. que tomam a forma de um cone (pinha) quando o fruto amadurece. Partes utilizadas: os cones (inflorescèncias da planta do lúpulo) e o lupulino (pó amarelo que os cobre).

Hyoscyamus nfgerL

Meimendro -negro Narcótico e tóxico

O

MEIMENDRO já se empregava cm Babilónia (século XV a.C.) contra as dores de dentes, lai como o atesta o Papiro de Ebers. Dioscórides (século I d.C). pai da fitoterapia, já menciona as suas propriedades narcóticas. Durante a Idade Média, o meimendro começou a fazer parte dos apó/emas preparados por bruxas e feiticeiros. Dizia-se que os malfeitores o colocavam sobre as brasas com que se aqueciam os banhos públicos, para adormecer os banhistas com os seus fumos, e depois saqueá-los.

»

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Infusão: 10 a 15 g de folhas por litro de água. Tomar duas chávenas por dia. © Pó de folhas secas: 1 g é a dose máxima diária tolerável. USO EXTERNO

©Cataplasma com folhas esmagadas, que se aplica sobre a zona dorida durante uns minutos. O Unguento preparado oficinalmente (em laboratório farmacêutico).

Toda a planta contem alcalóides muito activos sobre o sistema nervoso (atropina. hiosciamina e escopolamina). E um potente antiespasmódico, analgésico e narcótico IO,€H. Em doses elevadas é estupefaciente e alucinogénio. Os seus fumos já foram utílizados nas crises de asma (acção broncodilatadora] e pai a acalmar a dor de dentes. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Aplicado localmente l©.OI. acalma a dor da gola, a dor reumática, a ciática e outras nevralgias.

5

Precauções Excederas doses indicadas produz náuseas e enjoos. Graças ao seu mau cheiro, não ê fácil haver intoxicações acidentais. Em doses elevadas torna-se estupefaciente e alucinogénio.

O meimendro-negro é considerado uma planta tóxica. Outros nomes: meimendro. hiosciano. Brasil: meimendro•preto. erva-dos-cavalos. Esp.: beleno negro, jurcuario. tornalocos. Fr: jusquiame [noirej. Ing.: [blackj henbane. Habitat: Planta pouco frequente, que se pode encontrar à beira de alguns caminhos e em terrenos baldios da região mediterrânea e da Europa Central. Estendeu-se também ao continente americano. Descrição: Planta da família das Soianáceas. coberta de uma fina penugem. Pode atingir um metro de altura. As flores são de cor amarela pálida, raiadas de violeta. Toda a planta deita um cheiro nauseabundo. Partes utilizadas: as folhas

1

Lactuca virosa L

*

.

.

Preparação e emprego

Alfacebrava-maior

USO INTERNO

Sedativa e indutora do sono

O Decocção durante 10 minutos, com 100 g de alface por litro de água, da qual se ingerem três chávenas adoçadas com mel durante o dia, e outra antes de deitar. Utilizar de preferência a alface-brava, ou a cultivada bem desenvolvida e florida. © Lactucário: Administram-se habitualmente de 0,1 a 1 g por dia.

A

ALFACE das hortas, tenra e esbranquiçada, como se come normalmente em saladas, é praticamente destituída de propriedades medicinais. Ao contrário, a alface verde, completamente desenvolvida c madura, ou ainda melhor, a alface-brava. são um remédio muito apreciado desde a antiguidade.

€) S u m o fresco: obtido por meio de uma liquidificadora. Toma-se meio copo 2-3 vezes por dia, e especialmente antes de deitar. Pode misturar-se com sumo de limão.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS Fo-

lhas comem clorofila, sais minerais, vitaminas e uni princípio amargo. Os princípios activos sobre o sistema nervoso, no enianto. encontram-se no látex branco que mana dos caules quando são cortados, do qual se obtém por solidificação o lactucário. As folhas da alface, e especialmente o seu látex, possuem as seguintes propriedades: • Sedativas IO.0.01, semelhantes às do ópio, embora, ao contrário deste, > alface seja isenta de eleitos nocivos, de modo que se pode usar inclusivamente para as crianças pequenas, a quem acalma a excitação e ajuda a conciliar o sono. • Antíafrodisíacas IO.0.01: Ajuda a controlara excitação sexual. Dioscórides dizia que 'atalha os sonhos venéreos e reprime o desordenado apetite de fornicar». • Antitússicas IO.0.01: A alface é especialmente indicada nas tosses irrilalivas e na tosse convulsa. 160

Outros nomes: alface-brava, alface-maior. alface-virosa. Esp.: lechuga silvestre, lechuga virosa. Fr.: lailue suavage, laitue vireuse. Ing.: prickly lettuce, bitter lettuce. Habitat: Disseminada pelos terrenos secos e encostas pedregosas da Europa Central e Meridional. Descrição: Planta da família das Compostas, que atinge desde 0.4 m até 1.5 m de altura quando está espigada. O seu caule é vertical e robusto, de cor verdosa ou violácea, e dele emergem grandes folhas de bordo dentado. Partes utilizadas: as folhas e o látex.

As folhas brancas da alface cultivada sáo pobres em princípios activos sedantes do sistema nervoso. Nas folhas verdes, e sobretudo no látex da alface-brava, acham-se muito mais concentrados.

.

Lavandula angustifolia Miller

m

Alfazema De perfume requintado, tonificante e muito medicinal

>J t A A Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão com 30-40 g cie sumidades floridas e folhas, por cada litro de água. Tomar três chávenas por dia, adoçadas com mel, depois das refeições. © Extracto fluído; Ingerem-se 30 gotas, 3 vezes ao dia. €) Essência: A dose habitual é de 3-5 gotas, duas ou três vezes por dia.

D

ESDE tempos muito antigos, a alfazema é utilizada tomo produto de beleza e de higiene. Durante o Império Romano, os patrícios e os cidadãos distintos acrescentavam alia/ema à água dos seus sumptuosos banhos, O seu outro nome "lavanda*1 deriva do latim Imune (lavar). As abelhas também gostam de desfrutar do requintado aroma da alfa/ema e, com o néctar das suas flores, fabricam um delicioso mel. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS su-

midades floridas e as folhas da alfazema são muito ricas (l%-5%) num óleo essencial volátil, de composição muito complexa, formado p o r diversos álcoois t e r p é n i c o s e seus ésteres. O mais i m p o r t a n t e deles é o linalol. Esta essência é responsável pelas suas variadas propriedades, que são as seguintes: • Sedativa e equilibradora do sistema nervoso central e vegetativo IO,€>,©!: Recomenda-se nos casos de nervosis-

Precauções A essência de alfazema em uso in terno deve-se usar com muita pre caução, devido a que, em doses ai tas, pode produzir nervosismo e, in clusive, convulsões.

USO EXTERNO O Essência de alfazema: Não são precisas mais do que algumas gotas aspiradas ou esfregadas sobre a pele, para se conseguir o efeito. © Lavagens e compressas: Emprega-se a mesma infusão utilizada para uso interno, embora se possa preparar mais concentrada. Lavar directamente com ela as úlceras e feridas, e embeber depois uma compressa que se coloca sobre a zona afectada, durante 15 a 30 minutos. © Fomentações quentes, que se preparam com infusão de alfazema ou adicionando algumas gotas de essência à água. Aplicam-se sobre o pescoço, as costas e os joelhos. O Loções e fricções: Podem-se fazer com umas gotas de essência, com óleo ou com água-de-allazema (ver a forma de preparação na página seguinte). Sinonímia científica: Lavandula officinalis Chaix, Lavandula vera DC. Outros nomes: lavanda, lavandula. Esp.: lavanda, lavandula hembra, espliego. Fr.: lavande. Ing.: lavender. Habitat: Terrenos calcários, secos e soalheiros do Sul da Europa. Espontânea no Centro e Sul de Portugal. Cultiva-se na Europa e na América, pela sua essência. Descrição: Subarbusto de base lenhosa, da família das Labiadas, que mede de 15 a 60 cm de altura. As folhas são de cor verde acinzentada, estreitas e alongadas. As flores são de cor azul, pequenas e dispostas numa espiga terminal. Partes utilizadas: Sobretudo as suas sumidades floridas, e também as folhas.

1

o

Obtenção do óleo e da água-de-alfazema

m" • Óleo de alfazema: Dissolvem-se 10 g de essência em 100 g de azeite de oliveira e aplica-se como loção sobre a zona dorida. Também se pode

mo, neurastenia, enjoos, tendência para a lipotimia (desmaio), palpitações do coração e, em geral, em todos os casos de doenças psicossomáticas.

preparar deixando 250 g de planta seca em maceração durante duas semanas em um litro de azeite, filtrandoo depois.

• Agua-de-alfazema: Dissolvem-se 30 g de essência num litro de álcool a 90°. Depois de deixar repousar a mistura durante 24 horas, passa-se por um filtro de papel e guarda-se em frascos bem vedados. Pode-se diluir com água, se se achar que está demasiado concentrada. Também se pode preparar deixando em maceração 250 g de sumidades floridas secas, num litro de álcool, durante duas semanas. Transcorrido este tempo, passa-se por um filtro de papel e guarda-se em frascos bem vedados.

em luxações, entorses, contusões e distensões musculares. • Anti-séptica e cicatrizante 101: A infusão de alfazema emprega-se para lavar úlceras e feridas infectadas, que

ajuda a curar rapidamente. O óleo de alfazema alivia a dor nas queimaduras leves (de primeiro grau) e desinflama as picadas de insectos. • Relaxante e redutora da fadiga: Depois de marchas prolongadas, de intenso exercício físico, ou quando se sente esgotamento, um banho com água quente e água ou essência de alfazema ajuda a activar a circulação e a eliminar a sensação de fadiga. Obtém-se um maior efeito se o banho for seguido de fricções I©1 com um pano de lã embebido em água, óleo ou essência de alfazema. • Sedativa: O simples facto de aspirar o aroma da alfazema IOI exerce uma suave mas eficaz acção sedativa sobre o sistema nervoso central. É muito recomendável para a crianças que dormem mal. Neste caso, dá muito bom resultado colocar umas gotas de essência de alfazema na almofada da cama ou num lenço próximo da cara. • Balsâmica IOJ: A essência emprega-se em inalações ou banhos de vapor para acelerar a cura das laringites, traqueítes, bronquites, catarros bronquiais e constipações.

•AI.

• Digestiva IO.O.Q): Tem uma acção antiespasmódica e algo carminativa (antiflatulenta) sobre o tubo digestivo, ao mesmo tempo que é aperitiva e ajuda a digestão. Devido a que a essência tem também efeito anti-séptico, dá muito bons resultados em caso de colite (inflamação do intestino grosso), especialmente quando há fermentação pútrida com decomposição das fezes e gases muito malcheirosos. * Anti iclimática c anti inflamatória IO.OI: Aplicada externamente, a água, o óleo, ou a essência de alfazema são muito eficazes para acalmar as dores reumáticas, quer sejam de origem articular quer muscular: dores artrósicas do pescoço ou das costas, artrite gotosa, torcicolos, lumbagos, ciáticas, etc. São também de grande utilidade 162

Outras espécies de 'Alfazema' Existem várias espécies de plantas aromáticas pertencentes ao género Lavandula. Todas elas resistem igualmente ao sol e à aridez do terreno, e todas oferecem ao caminhante um dos perfumes mais apreciados do mundo vegetal. A composição destas espécies é muito semelhante, e as suas propriedades medicinais são as mesmas. Além da officinalis ou angustifolia, há que salientar duas que, como ela, também se cultivam:

• Lavandula latifolia (L f.) Medik. = Lavandula spica L var. latifolia L. f.*: Muito semelhante à alfazema, planta com a qual se híbrida e dá lugar a numerosas

formas intermédias. Em Portugal é conhecida como alfazema-brava.

• Lavandula stoechas L** E o nosso rosmaninho. Caracteriza-se por as suas flores estarem agrupadas num ramalhete terminal de secção quadrangular. Também é conhecido pelos nomes de rosmarinho e rosmano.

Esp.: espilego, lavandula, alhucema, lavanda.

' Esp.: cantueso, cantuesca, azaya, estecados, tomillo borriquero.

Mellssa officínalis L

Erva-cidreira Equilibra o sistema nervoso

9.

M

S\

ti

Preparação e emprego USO INTERNO

O Infusão: 20-30 g de planta por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia. © Extracto seco: É costume administrar-se 0,5 g, 3 vezes por dia. USO EXTERNO

J

A DIZIA Avicena, o grande médico árabe do século XI, que a metissa "tom a admirável proprieda de de alegrar e confortar o coração». Desde os começos do século

XVII, os monges carmelitas descalços preparam c o m esta planta a famosa "água-dos-carmelitas", q u e foi um remédio muito p o p u l a r c o n t r a OS desmaios, síncopes e crises de- nervos.

©Compressas: Aplicam-se com uma infusão preparada à razão de 30-50 g de planta por litro de água. O Banhos: Esta mesma infusão adicionada à água do banho (2 ou 3 litros por banheira). © Fricções: Aplicam-se com a essência diluída em álcool (álcool-de-melissa).

P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS To-

lhas e as Hores contêm cerca de 0,25% de óleo essencial, rico nos aldeídos citral e citronelal, aos quais deve a sua acção antiespasmódica, sedativa, carminativa, digestiva e anti-séptica. E útil nos seguintes casos: • P r o b l e m a s n e r v o s o s IO 0 1 : excitação, a n s i e d a d e , cefaleia devida a tensão ( d o r e s d e cabeça d e o r i g e m nervosa).

• Stress e depressão IO.0I: E muito indicada nos casos de stress e depressão nervosa, graças ao seu eleito sedativo suave e e q u i l i b r a d o r do sistema nervoso. • Insónia IO.0I: Tomada ã noite, ajuda a vencê-la. • Dores m e n s t r u a i s IO,01: Desde há séculos, é r e c o m e n d a d a para aliviar estas dores. • Também pode- ser de utilidade em caso de palpitações, espasmos e cólicas abdominais, flatulência, enjoos e vómitos IO,01. • Externamente, é anti-séptica, antifúngica (contra os fungos da pele), e antivírica I0.O.0I, de acção demonstrada contra os vírus do h e r p e s e os mi-

Água-dos-carmelitas A água-dos-carmelitas torna-se pouco recomendável devido ao seu importante conteúdo alcoólico. Conhecemos pessoalmente uma senhora idosa que, como os filhos tinham pedido a todos os comerciantes do bairro que não lhe vendessem nenhuma bebida alcoólica, conseguia a sua ração etílica nas farmácias, onde se fornecia diariamente de várias garrafinhas de água-dos-carmelitas, que bebia avidamente até se embriagar. Outros nomes: melissa. citronela-menor, limonete, chá-de-frança. Esp: melisa, toronjil, cedrón. abejera. Fr.: mélisse. citronelle. Ing.: [sweetj balm, melissa. Habitat: Originária dos países mediterrâneos, mas cultivada em toda a Europa e regiões temperadas da América. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas, que atinge de 40 a 70 cm de altura. Tem folhas dentadas e muito rugosas, que exalam um forte cheiro a limão. Partes utilizadas: as folhas e as flores.

xovírus do grupo 2. 16

Papaver somniferum L

.

Preparação e emprego

Dormideira USO INTERNO

Pode aliviar grandes dores... ou causar enormes sofrimentos

O Decocção com 2 a 4 cápsulas maduras de dormideira por litro de água, durante 5 minutos. Administram-se até 3 chávenas diárias, uma antes de deitar. © Óleo de sementes: Usam-se 1-2 colheradas (15-30 ml) em cru. 1-2 vezes por dia, para temperar a salada ou outro prato de verdura. USO EXTERNO

O

s EFEITOS psicológicos desta planta já eram conhecidos pelos antigos Snmcrios, há cinco mil anos. Mas é de Teofrasto, filósofo, botânico c médico grego do século III a.C... discípulo de Aristóteles, que se conhece a primeira descrição do s u m o da d o r m i d e i r a , a q u e d e u o nome de of/ium (sumo, em grego). Dioscóridesjá o recomendava no primeiro século da nossa era. para mitigar a dor e provocar o sono.

Os médicos árabes, que durante a Idade Médica estenderam o seu uso pela Ásia e pela Europa, receiíavam-no frequentemente como aniidiaireico. No século XV1I1, aumentou muito o seu consumo como medicamento, e lambem como droga, pelos seus efeitos euforizantes. Esta situação agravou-se no fim do século XIX e princípio cio século XX. com a invenção da agulha hipodérmica. Km 1803, um jovem farmacêutico alemão isolou um alcalóide do ópio, a que chamou morfina, em memória de Morfeu, o deus grego cio sono. Depois obtiveram-se outros alcalóides c derivados semi-sintéticos como a diacetilmorfina ou heroína. A generalização do uso destes derivados do ópio com Uns não medicinais deu lugar a uma autêntica doença social: o hábito de ;is pessoas se drogarem por opiáceos. Km iodo o mundo, centenas de milhares eh- dependentes da he164

© Para bochechos, podem-se adicionar até 6 ou 8 cápsulas por litro, na mesma decocção que para o uso interno.

Precauções Não ultrapassar as doses indicadas. Não a ingerir juntamente com nenhum tipo de bebida alcoólica, pois isto faz aumentar os seus efeitos tóxicos.

Outros nomes: papoila-branca, papoila-da•india. Brás. papoula. Esp.: dormidera, amapola, amapola blanca. Fr.: pavot. Ing.: opium poppy. Habitat: Originária dos paises do Médio Oriente. cultiva-se como planta medicinal na Turquia, no Irão. na China, no Sudeste Asiático e por todo o sul da Europa. Tem sido usada como planta ornamental em alguns jardins de paises quentes da Europa e da América. Pode-se encontrar como planta silvestre perto dos campos cultivados. Descrição: Planta anual da família das Papaveráceas. de aspecto variável, com caule rígido e oco de até um metro de altura. As folhas são grandes, dentadas. sem peciolo. abraçando o caule pela sua base. As flores são também grandes. com quatro pétalas de cor branca, púrpura ou lilás, com uma mancha escura na sua base. O fruto é uma cápsula parcialmente achatada que contém numerosas semenles. Partes utilizadas: as cápsulas, o seu látex, e as sementes.

CH3 ™ SI mm CH2 mm CH

OH

OH Fórmula química da m o r f i n a , o mais a b u n dante e importante dos 24 alcalóides q u e se encontram no ópio. Tem uma potente acção analgésica, estupefaciente e narcótica. O seu grande inconveniente é a grande capacidade que tem de gerar dependência física.

roína sofrem os graves efeitos tóxicos destas substâncias, depois de terem procurado nelas o que acreditavam que seria um prazer. Já o havia dito Andrés de Laguna, médico espanhol do século XVI: «O ópio é um veneno saboroso.» Tudo isto não impede que o ópio e os seus derivados, utilizados como medicamento sob vigilância médica, possam prestar um inigualável serviço à humanidade. Acalmam as dores incuráveis e tornam suportável a vida de muitos doentes de cancro, atacados por dores lancinantes. Além disso, são fármacos insubstituíveis na anestesia geral, sem os quais muitas intervenções cirúrgicas seriam impossíveis de realizar.

O ópio é o látex q u e mana das cápsulas ou frutos desta bela flor, a dormideira. A morfina e outros alcalóides que se obtêm do ópio podem aliviar a dor, ou causar muito sofrimento (toxicodependência), conforme o uso que se lhes der.

Quando se pratica um fino corte na cápsula verde de uma dormideira, brota um sumo leitoso: o LÁTEX. Deixando-se secar ao ar, transforma-se numa massa gomosa de cor escura: o ópio. Cerca de 25% do peso do ópio é formado por alcalóides (24 diferentes), que se dividem em dois tipos segundo a sua estrutura química:

antitússica, a tebaína, de acção relaxante; e outros.

/ Derivados do fenantreno: morfina (o mais abundante), de acentuada acção analgésica; a codeína, de acção

Os efeitos do ÓPIO são a soma dos que são próprios de cada um dos alcalóides que o compõem, embora

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

/ Derivados da isoquinoleína: a papaverina e a noscapina, de acção antiespasmódica, entre outros.

predominem os da morfina, por ser o mais abundante. São estes os mais importantes: • Analgesia: No paciente atormentado pela dor, mal-estar ou preocupação, produz um alívio completo da dor, seguido de sonolência e obnubilação mental (narcosc). Sydenham, famoso médico inglês do século XVII, disse 165

«M.

V

Dormideira-brava

Na Península Ibérica cria-se como espécie autóctone a dormideira-brava' (Papaver setigerum D.C.), de propriedades semelhantes à Papaver somniferum L, embora apresente uma percentagem menor de princípios activos do que esta última. Ocasionalmente também tem sido cultivada, tanto em Espanha como em França, para aproveitar as suas propriedades medicinais. ' Esp.: dormidera silvestre.

Os derivados da morfina, obtida do ópio que se extrai da dormideira, desempenham um papel fundamental na prática cirúrgica. Graças a estes derivados consegue-se a anestesia geral, que permite levar a cabo numerosas intervenções.

que «entre os remédios mais valiosos que aprouve a Deus Todo-poderoso dar ao homem para aliviar os seus sofrimentos, nenhum é ião universal nem ião eficaz tomo o ópio». No entanto, na actualidade, a potência analgésica do ópio foi suplantada pela dos seus derivados semi-sintéticos. O grande inconveniente do ópio e dos seus alcalóides reside na sua grande capacidade de produzir dependência física. Depois de algumas doses, o doente precisa dele de forma imperiosa, e não encontra nenhuma outra substância ou calmante que o substitua. Daí que tenha de ser usado com extrema prudência e sempre por curtos períodos de tempo, excepto no caso de doenças terminais.

que contém, uma respiração lenia e superficial, pela acção sobre os centros respiratórios do tronco cerebral. Doses elevadas produzem a morte por paragem respiratória.

Quando se administra ópio a uma pessoa sã, provoca uma sensação de euforia exagerada, que pode ser seguida por outra de dísforia (ansiedade, tristeza e temor), de náuseas ou de vómitos. Logo se manifestam também os sintomas de dependência física. Confessava um ex-toxicodependente: "Primeiro toma-se para se estar melhor. Depois tem de se tomar para não se estar mal.»

• Aplicada localmente em bochechos, a infusão de cápsulas de dormideira pode acalmar as dores de cientes IO).

• Depressão respiratória: O ópio produz, devido especialmente à morfina 166

• Efeito antidiarreico: O ópio diminui as secreções digestivas e torna mais lentos os movimentos peristálticos do intestino. Por isso se tem usado amplamente contra diarreias e disenterias. Actualmente dispõe-sc de outros tratamentos menos tóxicos. As CÁPSULAS maduras da dormideira (as verdes apresentam uma maior proporção de alcalóides tóxicos) podem empregar-se: • (lomo analgésico em dores rebeldes IO).

• domo sedativo, em casos de- insónia rebelde IO). K preciso recordar que a dormideira não cura a causa da dor nem da insónia, que deverá proc urar-se e traia r-se. A toxicidade e o perigo de dependência da dormideira aumentam ã medida que se purifica:

/ ( ) ópio é mais perigoso do que as cápsulas da plaina. / Os alcalóides extraídos do ópio (a morfina, por exemplo) são mais tóxicos cio que o ópio completo. / Os alcalóides semi-sintéticos (heroína ou diacetilmorfina, por exemplo), obtidos, por processos químicos, a partir dos alcalóides naturais do ópio, apresentam uma maior toxicidade e capacidade de criar dependência. Daí que o ópio, e naturalmente os seus alcalóides, só possam ser usados por prescrição médica c. segundo a legislação da maioria dos países, com uma receita especial. Das SEMENTES da dormideira, ol> lém-se um óleo 101 que contém uma boa percentagem de lecitina, substância muito rica em fósforo, útil para reduzir o nível de colesterol no sangue e fortalecer o sistema nervoso. O óleo de dormideira acha-se completamente isento de alcalóides estupefacientes, e portanto pode-se utilizai" como óleo culinário de grande valor dietético. As sementes também se empregam em pastelaria e no fabrico de

pão.

Passiflora IncamataL

Passiflora Uma planta americana contra o stress

E

STA planta chamou a atenção

dos e u r o p e u s q u e viajaram até ao Novo M u n d o , os quais julgaram ver, nos diversos órgãos das suas

lindas flores, os instrumentos utilizados na paixão de Cristo: o azorrague, os cravos e o martelo. A passiflora foi introduzida na Europa e cultivada como planta o r n a m e n t a l , até q u e , nos fins do século XIX, se descobriu q u e tinha um a c e n t u a d o efeito sedativo sobre o sistema nervoso. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FLO-

RES e as FOLHAS da passiflora c o n t ê m p e q u e n a s q u a n t i d a d e s d e alcalóides indólicos, ílavonóides, diversos esteróis e pectina. Não se sabe b e m a qual destas substâncias se deve a sua acção sedativa, antiespasmódica e soporífera, sendo mais provável q u e se deva à c o m b i n a ç ã o de todas elas. As suas principais indicações são: • Ansiedade, nervosismo, stress 101: a passiflora actua c o m o um ansiolítico suave, sem risco de d e p e n d ê n c i a ou viciação. É a planta ideal para os q u e se e n c o n t r a m s u b m e t i d o s a tensão nervosa. O Dicionário das plantas que curam, de I.arousse. diz: «Um presente q u e nos vem do antigo império dos

Astecas, a passiflora parece ser a planta de que a nossa civilização mais necessita.»

Outros nomes: martírio, flor-da-paixão, maracujazeiro, maracujá, maracujá-azul. Esp.: pasionaría, pasiflora, granadilla. Fr.: passiflore. fleurda la passion. Ing.: passion flower, maypop. Habitat: Originária do sui dos Estados Unidos e do México. Encontra-se amplamente difundida pelas regiões tropicais da América Central e do Sul, sobretudo pelas Antilhas e Brasil. Dáse em terrenos secos e abrigados. Naturalizada nos países mediterrâneos do sut da Europa. Descrição: Planta trepadeira de caules lenhosos, da família das Passifloráceas, cujas flores brancas ou avermelhadas se evidenciam pela sua grande beleza. As folhas estão divididas em três lóbulos. O fruto é ovóide, carnudo, de cor alaranjada e com sementes negras. Partes utilizadas: As flores, as folhas e os frutos.

-O?

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Infusão: A forma mais conveniente de tomar a passiflora é a infusão de flores e folhas. Prepara-se com 20-30 g por litro de água, e deixa-se infundir durante 2 ou 3 minutos. Convém ingerir 2 ou 3 chávenas diárias, podendo ser adoçadas com mel, e mais uma antes de deitar, no caso de insónia. €) Nas curas de desabituação do álcool ou das drogas, administram-se infusões mais concentradas (até 100 g por litro), adoçadas com mel. A dose é regulada segundo as necessidades do doente.

16

«Mj

• Insónia IOI: Causa uni s o n o natural, sem que se produza depressão ou sonolência ao despertar. Devido à sua falta de t o x i c i d a d e , p o d e ser a d m i nistrada às crianças. • D o r e s e e s p a s m o s d i v e r s o s IOI: A passiflora descontraí os órgãos abdominais ocos, cuja c o n t r a c ç ã o causa d o r de lipo e s p a s m ó d i c o , ou cólica: e s t ô m a g o , i n t e s t i n o (cólica intestinal), vesícula e vias biliares (cólica biliar), vias u r i n á r i a s (cólica r e n a l ) e ú t e r o ( d i s m e n o r r e i a ) . Na prática, o seu uso é indicado ein q u a l q u e r tipo de dor, incluindo as nevralgias.

yr

No Brasil e nas Antilhas existe esta espécie de Passiflora, o maracujá-roxo* {Passiflora eóulisSims. = Passiflora laurifoiia F. Vil'.), deflores avermelhadas, que também é conhecida como maracujá-mirim. Esta é a espécie do género Passiflora mais conhecida nas Américas. O maracujá-roxo dá um fruto doce e um pouco ácido, de sabor autenticamente "tropical", com cuja polpa gelatinosa se preparam deliciosos refrescos. 0 óleo das suas sementes é comestível. Esta espécie não se considera propriamente uma planta medicinal. ' Esp.: granadilla.

• Epilepsia IOI: C o m o tratamento complementar, a passiflora p e r m i t e diminuir a frequência e a intensidade das crises epilépticas. • Alcoolismo e dependência de drogas 101: Têm-sc Feito interessantes experiências, a d m i n i s t r a n d o passiflora (Imante os primeiros dias da cura de desabituação do álcool, da h e r o í n a e de outras drogas. Esta planta permite q u e o s í n d r o m a de abstinência seja mais b e m tolerado e c o m m e n o r repercussão física sobre o organismo. A sua acção sedativa faz q u e o alcoólico ou o t o x i c o d e p e n d e n t e s u p o r t e melhor o desejo de consumir a droga, e possa v e n c e r a a n s i e d a d e c a u s a d a pela falta da mesma. Nestes casos, é necessária a vigilância médica. Os FRUTOS da passiflora (os maracujás) são ricos em provitamina A. vitamina C e ácidos orgânicos. São refrescantes e tonificantes. R e c o m e n dam-se no caso de e s g o t a m e n t o físico e na convalescença de d o e n ç a s febris ou infecciosas.

As pirâmides maias de Palenque, no estado mexicano de Chiapas, são um dos restos mais bem conservados desta civilização. Tanto os Maias como os Astecas conheciam e utilizavam as belas flores da passionária, cujos efeitos sedativos sobre o sistema nervoso não foram descobertos na Europa antes do século XIX.

168

Maracujá-roxo

Tilia europaea L

Tília Acalma os nervos, protege o coração... e muito mais

A

Ú

Outros nomes: Esp.: tilo, tila, tilia, tillera. Fr.: lilleul, til, tillet. Ing.: linden. Habitat: Difundida, tanto em estado silvestre como cultivada, por zonas montanhosas da Europa continental, Córsega, e região do Cáucaso. Muito cultivada em Portugal. Na América também existem diversas espécies de tílias.

S TÍLIAS são árvores majestosas que vivem vários séculos, e que parecera convidar-nos a

uma vida sossegada e serena, como a que elas mesmas têm. Nos países do

centro e do noite da Europa, a tília simboliza a unidade familiar e a paz doméstica. O emprego da popular tília (infusão de flores) como sedativo remonta ao Renascimento, e é hoje um dos remédios vegetais mais utilizados. flores da tília contêm uma essência a r o máttca rica em magnésio, com propriedades sedativas, antiespasmódicas e vasodilatadoras; mucilagens e pequenas quantidades de tanino, que as tornam emolientes e anli-inflamatórias; e glicósidos ílavonóides, que as tornam suavemente diuréticas e sudoríficas.

Descrição: Arvore grande, de até 20 m de altura, muito ramificada na copa, da família das Tiliáceas. De folhas caducas, dentadas, com forma de coração e assimétricas na base. As flores são esbranquiçadas ou amareladas e exalam um aroma agradável. Partes utilizadas: As inflorescências jovens e a casca da árvore.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS

O CÓRTEX (casca) contém polifenóis e cumarinas, que lhe conferem propriedades coleréticas (aumentam a secreção de bílis), antiespasmódicas (especialmente activa sobre a vesícula biliar) hipotensoras e dilatadoras das artérias coronárias. As suas aplicações são muito variadas, mas todas elas giram em torno dos seus efeitos sedantes e relaxantes: • Afecções do sistema nervoso !©,©,©!: Pela essência que contém, a llor de tília é muito útil nos casos de

XJ

Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão de flores: 20-40 g por litro de água. Ingerem-se cada dia 3-4 chávenas bem quentes; uma delas sempre antes de deitar. A tilia pode-se adoçar com mel. © Decocção de casca: 30 g por litro de água durante 10 ou 15 minutos. Pode-se misturar com a infusão de flores, para obter um efeito mais completo. © Extracto fluido: A dose costuma ser de umas 20-40 gotas, três vezes ao dia, com uma quarta toma à noite antes de deitar.

USO EXTERNO O Banho de flores de tília: Prepara-se com 300-500 g de flores postas em infusão com 1-2 litros de água, que se acrescentam à água do banho quente, imediatamente antes de o tomar. ©Compressas: Quer seja para afecções da pele quer para beleza, embebem-se compressas numa infusão de 100 g de flores de tília por litro de água, que se mudam cada 5 minutos. Aplicam-se diariamente duas ou três vezes.

T

o

Banhos de vapor

Os banhos de vapor (foto da direita) são recomendados como tratamento de beleza facial. Para isso ferve-se uma caçarola de água e, logo que se tire do lume, junta-se-lhe um punhado de flores de tília. 0 vapor que sai aplica-se directamente sobre o rosto. Fazer dois banhos por dia.

excitação nervosa, angustia e ansiedade. • Insónia (O.0.01: A tília loina-se muito eficaz nos casos de insónia, pois provoca um sono natural. Ao contrário da maior parte dos hipnóticos e sedativos Sintéticos, a infusão de tília não produz sonolência ou entorpecimento na manhã seguinte, e não gera dependência. No entanto há que ler presente que, como tratamento suave e nada agressivo que é, a tília actua lentamente, e os seus efeitos podem tardar vários dias para se manifestar. Os banhos com água quente a que se junta infusão de flores de tília lOl, têm um notável efeito tranquilizante e relaxante, e reforçam a acção da planta tomada por via oral em tisanas. Dão resultados espectaculares em caso de insónia rebelde. • Crianças nervosas ou que têm dificuldade em dormir IO,0,01: Recomenda-se também o uso da tília em pediatria, por não ter efeitos secundários ou indesejáveis. Convém às crianças hiperactivas ou irritáveis. Deve administrar-se durante vários dias ou semanas para que a sua acção se desenvolva. • Afecções respiratórias 101: Pelo seu conteúdo em mucilagens de acção emoliente, e pelo seu efeito antiespasmódico, a flor de tília é indicada nos catarros brônquicos, bronquites, asma, gripe e tosse rebelde das crianças. Pode-sejuntar um pouco de casea para um eleito mais intenso. 170

Os banhos de vapor com flores de tília suavizam e embelezam a pele. Para obter um efeito relaxante, acrescenta-se essa mesma infusão a água do banho, e toma-se um banho completo antes de deitar. O banho de flores de tilia dá muito bom resultado em caso de insónia ou nervosismo.

): A tília (especialmente a casca) tem-se revelado muito útil no tratamento da enxaqueca (dor de cabeça lancinante devida a espasmos arteriais), tão difícil de tratar por meios químicos. A sua acção é mais preventiva, pelo que se deve tomar de forma sistemática, e não apenas quando se apresenta o ataque.

Ultimamente descobriu-se que a tília (flor e casca da árvore) diminui a viscosidade do sangue, com o que este circula com maior fluidez. Deste

• Afecções digestivas {01: Pela sua acção colerética e anti espasmódica sobre a vesícula biliar, a tília, especialmente a flor, convém aos que sofrem

de cálculos biliares ou de transtornos no funcionamento da vesícula biliar (disquinesias). Facilita a expulsão dos pequenos cálculos da vesícula biliar (areias na bílis). Ajuda a uma melhor digestão em caso de dispepsia biliar, intolerância às gorduras, flatulência ou distensão abdominal após as refeições. •Afecções da pele 10): Aplicada externamente, a tília apresenta uma notável acção emoliente (ami-inflamatória e suavizante) sobre a pele. E indicada em caso de queimaduras, eczemas, furúnculos e irritações de origem diversa. • Beleza e cosmética: Torna-se de grande utilidade para combater os efeitos do vento, do frio ou do sol sobre a pele (pele seca, queimaduras solares). Usa-se em cosmética para dar suavidade e beleza à pele. O banho de vapor com tília abre os poros e limpa

a pele.

Valeriana offlcinalis L

Valeriana Acalma os nervos e faz baixar a tensão arterial

A

VALERIANA produz efeitos bastante diferentes, segundo actuo sobre os seres humanos ou sobre os animais. Aos primeiros proporciona um notável efeito sedativo, enquanto aos segundos estimula Fortemente. Assim, por exemplo, os gatos ficam eufóricos quando cheiram a planta, e esfregam-se contra ela com grande deleite. Por outro lado, o aroma da valeriana, que se intensifica com a secagem da planta, não tem para os humanos nenhum atractivo especial, pois lembra o cheiro do suor dos pés. Questão de gostos...

a Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão: 15-20 g de raiz triturada por Mro de água, de que se tomam até 5 chávenas diárias, adoçadas com mel, se se desejar. No caso de insónia, tomar uma chávena, entre meia e uma hora antes de ir dormir. © M a c e r a ç ã o : 100 g de raiz num litro de água quente. Deixar repousar durante 12 horas. Ingerem-se 3-4 chávenas por dia. €) Pó de raiz: Administra-se um grama, 3-4 vezes ao dia. USO EXTERNO O Compressas de uma decocção de 50-100 g de raiz seca, fervida num litro de água durante 10 minutos. Aplicam-se quentes sobre a zona dorida. © Banhos de água quente, de acção sedativa, [untando um ou dois litros de uma decocção de valeriana igual àquela que se prepara para as compressas.

A valeriana usa-se em terapêutica desde o Renascimento, quando se descobriu a sua propriedade de evitar os ataques epilépticos. A cepa e as raízes da valeriana contêm cerca de 1 % de um óleo essencial com numerosos componentes (terpeno.s, ésteres de bornilo, etc.) e de 1 % a 5% de valepotrialos, que são triésteres do ácido valei iânico. O óleo essencial tem acção anti espasmódica, e os valepotrialos, acção sedante. No entanto, o eleito terapêutico da valeriana deve-sc à acção combinada de todos os seus componentes, e não a algum em particular, como alvas acontece com muita frequência em fitoterapia. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

A valeriana tem efeitos tranquilizantes, sedalivos, soporíferos (favorece o sono), analgésicos (acalma a dor), antiespasmódicos e anticonvulsivos. Produz uma sedação de todo 0 172

Outros nomes: valeriana-menor, valeriana-silvestre, valeriana-selvagem, erva-dos-gatos. Esp.: valeriana, valeriana oficinal, hierba de los gatos. Fr.: valériane, herbe aux chats. Ing.: ffragrantj valerian, English valerian. Habitat: Cresce nas orlas dos bosques, prados húmidos e margens dos rios da Europa, para desaparecer na região mediterrânea. Naturalizada na América do Norte e na região mais meridional do continente americano. Descrição: Pianta herbácea da família das Valerianáceas, com caules erectos e estriados, que atingem de 0,5 a 2 m de altura. As flores são pequenas, de cor rosada, e agrupam-se em ramalhetes terminais. Partes utilizadas: a raiz e o rizoma.

A valeriana tem um notável efeito equilibrador sobre o sistema nervoso vegetativo, quer seja ingerida em tisana quer usada em banhos medicinais. Torna-se muito útil em caso de doenças psicossomáticas, nervosismo ou stress.

sistema nervoso central e vegetativo, diminuindo a ansiedade. Também diminui a pressão arterial. A sua acção é semelhante à dos fármacos tranquilizantes maiores ou neurolépticos (fenotiazinas e derivados), mas não tem nenhum dos correspondentes efeitos tóxicos destes. As indicações da valeriana são as seguintes:

• Distonias neurovegetatívas IO,©,0I: ansiedade, neurose de angústia, neurastenia ou irritabilidade, dores de cabeça, palpitações, arritmias, hipertensão arterial essencial (que não tem causa orgânica), tremores, neurose gástrica (nervos no estômago), cólon irritável, e outras doenças psicossomáticas. • Depressão nervosa e esgotamento IO 0,01: • Insónia IO.©,©1: Pela sua acção soporífera, dá muito bons resultados se a infusão se combinar com um banho 101 da mesma planta antes de deitar.

Fórmula química do valepotriato mais i m p o r t a n t e da valeriana, responsável pela sua acção sedativa.

• Epilepsia IO.0.01: Tomada regularmente, previne o aparecimento dos ataques epilépticos. Não substitui a medicação antiepiléptica, se bem que

pode ajudar a reduzir a dose da mesma. • Asma IO.0.01: Do mesmo modo que no caso da epilepsia, é mais eficaz na prevenção do que no tratamento do ataque agudo. A sua acção antiespasmóclica e sedativa evita o espasmo dos brônquios que, juntamente com o edema da mucosa, é um dos factores causadores da asma. • Dores IO,©,©): Pelo seu efeito analgésico torna-se útil para aliviar as dores ciáticas e reumáticas. Além disso, também actua externamente (91. Daí que se aplique localmente para aliviar a dor em caso de contusões, lombalgias, ciática, distensões musculares e dores reumáticas. 173

Verbena offtcinalis L.

Verbena Alivia as enxaquecas e as nevralgias

sido, que por acção da geasa. uma enzima comida na mesma planta, se decompõe, libertando eugenol. Este óleo essencial, o eugenol, é responsável pelo seu aroma peculiar e pelas suas propriedades anti-sépticas, analgésicas, bucais e digestivas. Por tudo 194

Outros nomes: cravoila, cariofilada, cariofilada-maiof, erva-benta. Esp.: cariofilada, hierba de San Benito, benedicta. Fr.: benoite (commune). Ing.: [herbj bennet, blessed herb. Habitat: Frequente nos bosques, sebes, muros e, em geral, lugares sombrios e húmidos da Europa e da América do Norte. Descrição: Planta herbácea da família das Rosáceas, de 30 a 60 cm de altura. Caule erecto e coberto por uma suave penugem. As folhas, dentadas, dividemse em vários lóbulos desiguais. Dá umas flores pequenas, solitárias, de cor amarela. Partes utilizadas: o rizoma e a raiz, e também as folhas.

Precauções

Recomenda-se não exceder a dose indicada, já que pode provocar intolerância gástrica devida ao seu elevado conteúdo em taninos.

r

á

Os bochechos e gargarejos com infusão de sanamunda constituem um bom dentifrico natural. Não só podem curar como também prevenir a piorreia, as aftas e o mau hálito.

'•1

t

isto, a sanamunda é indicada nos seguintes casos: • Diarreias estivais, gasti enterites e decomposição intestinal IOI. Actua como um poderoso adstringente e ao mesmo tempo como anti-inflamatório e anti-séptico das mucosas do aparelho digestivo. • Quando soja necessário tonificaras funções digestivas IOI. Recomenda-se o seu uso especialmente durante a convalescença de doenças febris ou debilitantes. Como todas as plantas que contêm substâncias amargas, activa a digestão nos casos de falta de apetite ou de dispepsia (digestão pesada, flatulência). Também se torna útil no tratamento da gastrite crónica.

^

?

Outra sanamunda

Na Europa e na América do Norte, existe uma espécie similar à Geum urbanum L, a Geum rivaleL. Os seus componentes são muito semelhantes e, em consequência disso, também as suas propriedades. Caracteriza-se por ter folhas maiores e as flores purpúreas ou cor-de-rosa. Ambas as espécies se hibridam mutuamente, encontrando-se com frequência formas intermédias.

• Afecções bucais: paradontose e gengivite (inflamação das gengivas), piorreia e aftas 101. Aplicada localmente evft forma de gargarejos ou bochechos, contribui para desinflamar e curar a mucosa bucal. Faz desaparecer a halitose (mau háVito), quando seja devida a inflamação das gengivas. Também acalma a dor de dentes. • Feridas de difícil cicatrização c úlceras da pele 101. • Conjuntivite e blefarite 10,01: Aplica-se sol) a forma de lavagens oculares ou de colírio. Desinílama e desinfecta as delicadas mucosas oculares. 195

Kmmerta triandra Ruiz-Pav.

01

P

9



9

Preparação e emprego

Ratânia Poderoso adstringente e anti-inflamatório

USO INTERNO O Pó de raiz: Uma colherzinha das cie café, 3 vezes ao dia. O Decocção de 20 g de casca por litro de água. Ingerem-se diariamente 3 chávenas. © Extracto fluido: Administram-se de 10 a 20 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO O Decocção com 30-40 g de casca por litro de água, com a qual se fazem gargarejos, banhos de assento, irrigações vaginais e compressas.

A

RAIZ da ratânia é usada no Peru d e s d e t e m p o s i m e m o riais, para a l i m p e / a dos d e n tes e das gengivas. As d a m a s de Lima, sua capital, usavam-na no século XIX para b r a n q u e a r os dentes p o r ocasião de festas e celebrações.

Outros nomes: ratânhia. Brasil: ratânhia-do-peru. Esp.: ratânia, krameria, ratânia dei Peru. Fr.: ratânhia du Pérou. Ing.: rhatany.

P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A raiz

contém taninos catéquicos, flobafcno, ácido kramérico ( u m alcalóide), amido, mucilagem, açúcares, goma e cera. O seu princípio activo mais imp o r t a n t e são os t a n i n o s , q u e têm a particularidade de n ã o amargai c o m o acontece, por exemplo, com os do carvalho (pág. 208). A sua forte acção adstringente e anti inflamatória torna-a muito r e c o m e n d á v e l nos casos de gastrenterite e colite IO.©,©), inclusive nas crianças.

Habitat: Terrenos secos e descobertos das montanhas andinas do Peru, Bolívia e Chile. Descrição: Arbusto que pode atingir 50 cm de altura, da família das

Externamente, dá b o n s r e s u l t a d o s nos seguintes casos: • Afecções b u c o f a r í n g e a s IO): estomatite (inflamação da boca), piorreia e gengivite, faringite, amigdalite, aplicada em gargarejos e bochechos. • H e m o r r ó i d a s e fissura anal IO): em b a n h o de assento. • Leucorreia (fluxo vaginal) e vaginite IO) em irrigações vaginais. • Frieiras IO), em compressas e m b e bidas n u m a decocção de casca. 196

Leguminosas, cujos ramos jovens se encontram revestidos de um pêlo muito suave. As flores são de cor vermelha, e a raiz, tortuosa ede 1 a 3 cm de diâmetro, é de cor parda ou avermelhada. Partes utilizadas: a raiz, especialmente a sua casca.

Raiz de ratânia, arbusto próprio das zonas andinas do continente sul-americano.

PlstadalentíscusL

Pistácia Fixa os dentes e perfuma o hálito

A

ALMECEGA ou mástique é a resina que exsudam os caules da pistácia quando se lhes la/, uma incisão superficial. Dioscóridcs já a recomendava no primeiro século da nossa era, com o fim de «apertar as gengivas afrouxadas» e para combater o mau hálito. Actualmente faz parte de numerosos dentífricos e preparados farmacêuticos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A AL-

MÉCEGA contém ácido mastíctico, masticina e essência rica em pineno. Quando se mastiga Eòrma uma massa mole como a cera, que adere aos dentes. Pela sua acção anti-inflamatória e anti-séptica, combate a piorreia e a gengivite (inflamação das gengivas) IO). Torna-se útil no tratamento da parodontose (inflamação e degenerescência dos tecidos de fixação do dente) MM, que é a primeira causa da perda de peças dentárias no mundo. Perfuma o hálito, produzindo uma sensação de frescura e limpeza. As FOLHAS e CAULES tenros contêm uma menor quantidade de princípios activos, mas em compensação possuem mais tanino. Utilizam-se do mesmo modo que a almécega, em bochechos feitos com a sua decocção l@l, para desinflamar e fortalecer a dentadura.

Outros nomes: almecegueira, aroeira, aroeiro. lentisco. Esp.: lentisco, almácigo, charneca. Fr.: [pistachier], lentisque. Ing.: mastic tree, lentisk [pistachej, lentiscus. Habitat: Originário das ilhas gregas, e espalhado por toda a região mediterrânea. Cria-se em terrenos secos, entre alfarrobeiras ou azinheiras. Descrição: Arbusto da família das Anacardiáceas, que pode atingir até um metro de altura. As folhas, que se conservam verdes durante todo o ano, são coriáceas e glabras (sem pêlos). O fruto è uma baga, vermelha ou negra, do tamanho de uma ervilha.

U> Preparação e emprego USO EXTERNO O A almécega, mastigada ou em pastas dentífricas. © Bochechos com uma decocção de folhas e caules tenros (100 g por litro de água), até 5 vezes por dia.

Partes utilizadas: a resina e as folhas.

Tanto a resina da pistácia (almécega), como a decocção das suas folhas e caules, constituem um dentifrico natural m u i t o útil contra a piorreia e a inflamação das gengivas.

197

Polygonum blstortum L

ai r.

si 9.

J

a

Preparação e emprego

Bistorta Um potente adstringente

USO INTERNO O Decocção com 20-30 g de rizoma triturado por litro de água, da qual se ingerem 3 ou 4 chávenas por dia. USO EXTERNO @ Bochechos: Fazem-se com o líquido resultante da maceração de 60-100 g de rizoma triturado, num litro de água durante 4 horas. © Irrigações vaginais: Fazem-se com uma decocção de rizoma com 40-50 g por litro de água.

O

RIZOMA desta plania, difícil de arrancar, forma dois ângulos, uil como d seu nome inche;!: bistorta, isto é. 'duas vezes torcida', 1*1 de cor avermelhada e apresenta uma elevada percentagem de fécula, pelo que tem sido usado como alimento ein épocas de escassez.

Outros nomes: colubrina. serpentâda-vermelha. Esp.: bistorta. serpentária, hierba sanguinária. Fr.: bistorte. Ing.: bistort.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-

Habitat: Própria de terrenos montanhosos e húmidos. Encontra-se na Europa e por todo o continente americano.

zoma da bistorta comem abundantes taninos gálicos e catéquicos, que lhe conferem uma acção fortemente adstringente. V. possível que seja uma das

Descrição: Planta da família das Poligonáceas. que pode atingir até um metro de altura. Caule com bastantes nós, típico das plantas desta família botânica. As folhas são grandes e ovaladas, o as flores, cor-de-rosa, formam uma espiga terminal.

plantas mais adstringentes q u e se ( o-

nhecem. Actua localmente, secando, cicatrizando e enrijando a pele e as mucosas do organismo. Apresenta ainda uma acção anti-séptica (combate a infecção) e hemostátiea (detém as pequenas hemorragias). Por nulo isto, é

Parte utilizada: o rizoma (caule subterrâneo).

indicada nos seguintes casos: • Gcngivitee parodonlose l©l (gengivas débeis e sangrantes), aplicada em

bochechos com a maceração do rizoma. • Estomatite l©l (inflamação da mucosa bucal), em bochechos, e faringite, aplicada em gargarejos com a maceração do rizoma. • Diarreias e gastrenlerites IO), em especial quando acompanhadas de infecção e hemorragia (disenteria, salmonelose. Cólera). • Vaginites l©l (inflamações vaginais) a c o m p a n h a r i a s de Leucorreia (fluxo

esbranquiçado e abundante). 198

O rizoma (caule subterrâneo) da bistorta ó muito rico em taninos de acção adstringente, que secam e cicatrizam a mucosa bucal e intestinal.

Vibumum lantana L

í\

Viburno Desinflama as gengivas

E

STE BELO arbusto europeu chama a atenção pelo curioso lacto cie as suas bagas não amadurecerem todas ao mesmo tempo, K frequente encontrar, no mesmo ramalhete, bagas vermelhas (que ainda não amadureceram) e azuladas ou pretas (maduras). Têm um sabor adocicado c áspero e, embora em algumas regiões montanhosas da Itália se comam fermentadas, tornam-se bastante irritantes para o aparelho digestivo. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS ba-

gas contêm uni glicósido ainda não bem identificado c tanino em abundância. São adstringentes e anti-sépticas. Desinflamam a mucosa buca) e limpam a cavidade oral. Usam-se em bochechos e gargarejos, em caso de gengivite (inflamação das gengivas), amigdalite (anginas) e faringite (Ol.

Outros nomes: Esp.: lantana, morrionera, barbadejo, pierno. Fr.: viorne lantane, mancienne. Ing.: wayfaring tree.

Habitat: Bosques e sebes de toda a Europa, sobretudo nas regiões montanhosas. Descrição: Arbusto da família das Caprifoiiáceas, que atinge até 3 m de altura. As folhas têm as nervuras salientes e são mais claras pela face inferior. As flores são brancas e crescem formando uma umbela. Os frutos são bagas negras quando estão maduros. Partes utilizadas: as folhas e os frutos

(bagas).

Preparação e emprego Precauções

O viburno emprega-se exclusivamente em uso externo. As bagas não devem ser ingeridas, pois produzem vómitos e diarreias.

USO EXTERNO

O Bochechos e gargarejos com uma decocção de 20 g de bagas bem maduras (pretas) e 2 ou 3 folhas de viburno por litro de água, 3-4 vezes ao dia.

199

PLANTAS PARA A GARGANTA. NARIZ E OUVIDOS O

bUMARlO DO Cí

.0

J

DOENÇAS E APLICAÇÕES Afonia Amigdalite e faringite Ardor na garganta, ver Garganta, irritação BêqtàttB, plantas, ver Garganta, irritação Dor do ouvido (legenda de foto) Epistaxe, ver Nariz, hemorragia Faringite Garganta, ardor, ver Garganta, irritação Garganta, infecção, ver Amigdalite e faringite Garganta, irritação Gargarejos, plantas para Hemorragia nasal, ver Nariz, hemorragia Irritação da garganta Laringite Nariz, hemorragia Nariz, inflamação, ver Rinite Ouvido, dor (legenda de foto) Plantas para gargarejos Rinite Rouquidão, ver Afonia Sinusite

203 201 201 201 204 203 201

Quando nos referimos ã garganta, incluímos também a laringe e as amígdalas (anginas), assim como a laringe, no interior da qual se produz a voz.

201 201 201 204 203 201 202 203 203 204 204 203 203 202

PLANTAS Agrimónia Aúnlieira Carvalho Cawalho-branco Erisimo = Rinchão Eupatória = Agrimónia Hidraste Rinchão Sobreiro

A

GARGANTA, o nariz e os ouvidos constituem uma unidade anatómica e fisiológica, pois iodos estes órgãos comunicam entre si, e a camada mucosa que lhes reveste o interior é contínua, sem transição entre uns e outros. Ciada ouvido comunica com a laringe através de um fino canal chamado trompa de Eustáquio.

205 210 208 210 211 205 207 211 210

Formando uma unidade funcional com as fossas nasais e em comunicação com elas, estão os seios paranasais, que são cavidades abertas na espessura dos ossos do rosto. A inflamação destas cavidades é conhecida como sinusite. As amígdalas e os seios paranasais são lugares especialmente propensos a ser colonizados por germes patogénicos, que neles se instalam, constituindo assim focos de infecção de onde se lançam toxinas para o sangue e também para outros órgãos. Muitas bronquites crónicas ou repetitivas, por exemplo, devem-se à presença de um loco infeccioso permanente nos seios paranasais ou nas amígdalas. As plantas medicinais, quer aplicadas localmente em forma de gargarejos, irrigações nasais ou inalações, quer ingeridas por via oral, têm uma acção anii-inilamatória, suavizante, antibiótica e facilitadora da expulsão da mucosidade, que contribui decisivamente para a cura e, sobretudo, paia a prevenção das afecções desta importante região anatómica.



>E PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S P o r t e

Doença

Planta

Pág. Acção

0 tratamento fitoterápico de ambas as afecções baseia-se nas aplicações locais, principalmente gargarejos, com as plantas indicadas no tabela "Plantas para gargarejos" (pág. 204). As infecções faríngeas repetitivas das crianças requerem a administração de plantas de acção antibiótica e estimulante das defesas, tais como o tomilho, as chagas e a equinácea.

GARGANTA, IRRITAÇÃO Pode ser originada por diversas causas, entre elas: infecciosas (faringite crónica), irritativas (fumo do tabaco, inalação de substâncias químicas), atróficas (debilidade das células mucosas que revestem a garganta), e até tumorais. Manifesta-se por ardor ou comichão na garganta, tosse seca, incómodo ao engolir e mucosidade. Todas estas plantas têm acção béquica, isto é, acalmam a tosse devida a ardor ou irritação da garganta. Usam-se tanto por via interna como localmente em gargarejos. Rinchão

Uso

VERBENA

174 Anti-inflamatória e emoliente

Gargarejos com a infusão ou decocção, cataplasmas com a planta fervida, infusão

AGRIMÓNIA

205

Gargarejos com a decocção

AMIGDALITE E FARINGITE A amigdalite é uma inflamação das amígdalas, vulgarmente chamada anginas. É geralmente produzida por uma infecção, que pode ser bacteriana ou então vírica. Quando esta inflamação afecta o conjunto da mucosa da faringe (garganta), e não apenas as amígdalas, fala-se de faringite.

D e s c r i ç ã o

S/ÍSEZT* * * ***** da garganta

**•

™ â*S e g e n e r a a s c é l u l a s

Gargarejos com a infusão

CARVALHO

2ç,a Anti-séptico e cicatrizante, alivia o ardor e a comichão

Bochechos e gargarejos

LIMOEIRO

265 Anti-séptico e cicatrizante

Gargarejos com o sumo e toques nas amígdalas com uma compressa empapada no sumo

NOGUEIRA

505 Anti-séptica, cicatrizante, adstringente

Gargarejos com a decocção

URUCU

700 Adstringente e cicatrizante

Gargarejos com a infusão de folhas

EQUINÁCEA

755

TOMILHO

769 Anti-séptico, estimula as defesas

Gargarejos com a infusão, banhos de vapor e inalações com a essência

CHAGAS

772 Antibiótica natural, limpa as mucosas

Infusão ou decocção

AGRIMÓNIA

205 Suaviza a garganta e aclara a voz

Gargarejos com a decocção

CARVALHO

208

Anti-séptico e cicatrizante, alivia a comichão e o ardor da garganta

Gargarejos com a decocção

RINCHÃO

211 da garganta

Infusão, gargarejos

AVENCA

292 Alivia a secura e irritação da garganta

Infusão, xarope, gargarejos com a infusão

ANTENÂRIA

297

Expectorante, anti-inflamatória, amolece a mucosidade

Infusão, gargarejos com a infusão

TANCHAGEM

325

Suaviza e seca ao mesmo tempo, alivia a irritação da garganta

Gargarejos com a decocção

PULMONAR IA

331 e anti-inflamatória

Aumenta as defesas contra as infecções

Acalma a tosse e a irritação

Adstringente, expectorante

Tomar a decocção de raiz ou preparados farmacêuticos

Decocção, gargarejos com a decocção

TUSSILAGEM

Acalma a tosse, desinflama as mucosas respiratórias

Infusão, gargarejos com a infusão

VIOLETA

Suaviza a garganta e acalma a tosse

Gargarejos com a infusão

ANANÁS

Acalma a tosse, facilita a expectoração

Sumo do fruto

ORÉGÃO

Expectorante, sedante, antitússico

Infusão, essência, inalações com vapor

Emoliente, protege as mucosas

Gargarejos com a infusão

Acalma a tosse rebelde por irritação das vias superiores

Decocção com a casca e/ou folhas, gargarejos com esta decocção

Anti-inflamatório, sedante suave, alivia a irritação

Decocção, gargarejos com a decocção

754 Antitússica, antibiótica

Infusão, tintura

201

C i p . I I : PLANTAS P i

GARGANTA, NARIZ E OUVIDOS

f/

Doença

Planta

Pág. Acção

LARINGITE Inflamação da mucosa que reveste a laringe,, que é o órgão onde se produz a voz. E acompanhada por um aumento da produção de mucosidade na garganta, tosse, afonia ou rouquidão e. nos casos graves, dificuldade em respirar por espasmo das cordas vocais, que fecham a passagem do ar.

SINUSITE É a inflamação dos seios paranasais, que são pequenas cavidades abertas na espessura dos ossos do rosto e que comunicam com as fossas nasais através de pequenos orifícios. O interior destas cavidades ou seios é revestido por uma camada mucosa cuja inflamação, de cura lenta, produz dor de cabeça e outros transtornos. Além de irrigações nasais, recomendam-se compressas sobre o rosto, inalações de vapores ou essências, e a ingestão de plantas com acção antibiótica como o rabanete ou as chagas.

202

Uso Gargarejos com a infusão ou decocção, cataplasmas com a planta fervida, infusão

VERBENA

174 Anti-inflamatória e emoliente

AGRIMÓNIA

205

RlNCHÃO

a tosse e a irritação 211 Acalma da garganta, expectorante

Infusão, gargarejos com a infusão

AVENCA

a secura e irritação da garganta, 292 Alivia acalma a tosse

Infusão, xarope, gargarejos com a infusão

ANTENÁRIA

anti-inflamatória, 297 Expectorante, amolece a mucosidade

Infusão, gargarejos com a infusão

LlQUEN-DA-ISLÃNDIA

300 Peitoral, expectorante e antitússico

Decocção

ALCAÇUS

308

MARROIO

316 mucosas

Infusão

PETASITE

320

Expectorante e emoliente

Infusão de rizoma e folhas

TANCHAGEM

325

Suaviza e seca ao mesmo tempo, alivia a irritação da garganta

Gargarejos com a decocção

TUSSILAGEM

341 as mucosas respiratórias

Infusão, gargarejos com a infusão

VERBASCO

343 Alivia a tosse e facilita a expectoração

Infusão de flores

AssA-FÉTiDA

359 Alivia os espasmos da laringe

Lágrimas (grãos de goma)

RABANETE E RÁBANO

393 Amolecem a mucosidade, antibióticos

Crus, sumo fresco

ORÉGÃO

464 Expectorante, sedante, antitússico

Infusão, essência, inalações com vapor

D«i»ri *

7K/I Combate a tosse, antibiótica,

KORELA

/P4

a n t i e s p a s m o d i c a

CENOURA

133

Pelo seu conteúdo em caroteno (provitamina A) fortalece as mucosas e aumenta as defesas

VERBENA

174 Anti-inflamatória e adstringente

ABETO-BRANCO

Alivia a inflamação e a irritação da garganta

Favorece a expectoração e desinflama as vias respiratórias Fluidifica e desinfecta as secreções

Acalma a tosse, desinflama

290 Balsâmico e anti-séptico, regenera as mucosas

Gargarejos com a decocção

Infusão ou maceração da raiz

Infusão, tintura

Crua ou em sumo Inalações dos vapores da decocção, compressas quentes com a infusão ou decocção sobre o rosto Inalação e ingestão da essência de terebintina

PINHEIRO

323

Balsâmico e anti-séptico

Inalação e ingestão da essência de terebintina

RABANETE E RÁBANO

393

Amoleces a mucosidade. antibióticos

Crus ou em sumo fresco

ROSEIRA

635

Ad slr n f ' gente, anti-inflamatória, anti-séptica

Lavagens nasais com a infusão de pétalas

EQUINACEA

755

Aumenta as defesas contra as infecções

Decocção de raiz ou preparados farmacêuticos

CHAGAS

772 Antibiótico natural, limpa as mucosas

Infusão ou decocção

I

SAÚDE PELAS P U M A S MEDICINAIS 2 °

Planta

ATONIA

RiuruKn

911 Acalma a tosse e irritação da garganta,

É a perda ou diminuição da voz. Geralmente, é consequência de uma inflamação ou infecção da laringe ou cordas vocais (laringite), embora também possa ser devida a causas tumorais, nervosas ou outras. A rouquidão é a mudança do timbre da voz, que fica áspera e pouco sonora. Tem geralmente as mesmas causas que a afonia.

HINCHAO

ÍIL

expectorante

ALCACUS

308

Favorece a expectoração e desinflama as vias respiratórias

PETASITE

320 Expectorante e emoliente

NARIZ, HEMORRAGIA

PULMONÂRIA

Pág. Acção

331

RINITE É a inflamação da mucosa que reveste o interior do nariz. Usam-se plantas adstringentes eantí-séptícas para la vagens e irrigações nasais, antibióticas como as chagas e esternutatórias como o ásaro.

Infusão ou maceração da raiz

Infusão de rizoma e folhas Decocção, gargarejos com a decocção

344 Suaviza a garganta e acalma a tosse

Gargarejos com a infusão

ROSEIRA

635 Anti-inflamatória, anti-séptica

Infusão de pétalas, gargarejos com a infusão

CARVALHO

208

AdsWngente. anti-inflamatório e hemostatico

Tamponamentos nasais ou irrigações com a decocção

AVELEIRA

253

Tónico venoso, vasoconstritora, hemostática

Decocção de folhas e casca

URTIGA-MAIOR

278 Vasoconstritora e hemostática

Tamponamentos nasais com o sumo

ABRUNHEIRO-BRAVO

372

Adstringente

Tamponamentos nasais com a decocção de frutos

PILOSELA

504

Adstringente

Tamponamentos nasais com a infusão

TORMENTILA

519

Adstringente e hemostática

Irrigações e tamponamentos nasais com a decocção

VIDEIRA

Carvalho

Expectorante, anti-inflamatória

Infusão e gargarejos com a infusão

VIOLETA

(EPISTAXE) É uma hemorragia que se produz nas fossas nasais. Deve-se, em muitos casos, à rotura de alguma pequena veia na fossa nasal, embora também possa estar relacionada com a hipertensão. As plantas medicinais de acção hemostátíca ou adstringente aplicam-se em tampões nasais, preparados com uma compressa de gaze, ou em irrigações nasais. Convém combinar o tratamento local com a ingestão de tisanas de algumas plantas de acção hemostáfica ou protectora dos capilares.

D e s c r i ç ã o

Uso

Doença

Estas plantas, usadas por via interna ou em aplicação local, desinflamam as cordas vocais e contribuem para eliminar a mucosidade, que com frequência causa a afonia ou rouquidão.

P a r t e

r..

Adstringente, protectora capilar, hemostática

Aspiração de pó das folhas secas, infusão de folhas

BOLSA-DE-PASTOR

g2g Aumenta a resistência dos capilares, hemostática

Tamponamentos nasais com a infusão

MILEFÓLIO

691

Cicatrizante e hemostatico

Tamponamentos nasais com a infusão

CAVALINHA

704

Hemostática

Decocção, tamponamentos nasais com a decocção concentrada

EUFRÁSIA

136

Anti-séptica, anti-inflamatória e adstringente

Infusão, irrigações nasais com a infusão

HIDRASTE

207

AnteéPtte8» regenera as células mucosas

Infusão, irrigações nasais com a infusão

PINHEIRO

323

Balsâmico e anti-séptico

Inalação e ingestão da essência de terebintina

ÁSARO

432

Provoca

°

es

P'rro

e

descongestiona

o nariz CHAGAS

772 Antibiótico natural, limpa as mucosas

Aspiração do pó de folhas ou de raiz secas Infusão ou decocção

203

C a p . 1 1 : P L A N T A S PARA A G A R G A N T A , NARIZ E OUVIDOS

Plantas para gargarejos

Aplicadas localmente em gargarejos, todas estas plantas exercem uma ou várias das seguintes acções: anti-séptica (desinfectante), emoliente (suavizante), cicatrizante e adstringente (seca as mucosas). Por isso se recomenda o seu uso nas afecções infecciosas ou inflamatórias da garganta, como a faringite e a amigdalite. Ver na página 71 a maneira de fazer os gargarejos.

Planta

Pãg.

Planta

Pág.

Erva-de-são-roberto

137

Verónica

475

Verbena

174

Amieiro

487

Chá-de-nova-jersey

191

Epilóbio

501

Ratánia

196

Nogueira

505

Bistorta

198

Malva

511

Viburno

199

Tormentila

519

Agrimónia

205

Cinco-em-rama

520

Hidraste

207

Goiabeira

522

Carvalho

208

Romãzeira

523

Saramago

211

Pimpinela-oficinal

534

Limoeiro

265

Silva

541

Avenca

292

Morangueiro

575

Antenária

297

Roseira

635

Alcaçus

308

Salva

638

Murta

317

Urucu

700

Tanchagem

325

Figueira

708

Serpão

338

Sanícula

725

Tussilagem

341

Consolda-maior

732

Verbasco

343

Quina

752

Violeta

344

Rorela

754

Abrunheiro-bravo

372

Framboeseiro

765

Drias

451

Sabugueiro

767

464

Tomilho

769 I

Orégão

As delicadas flores da violeta (pág. 344J suavizam a garganta e aliviam a tosse, t a n t o tomadas em infusão como em xarope.

204

O sumo de limão é um grande anti-séptico. Aplicado sobre as amígdalas por meio de toques com uma compressa de algodão, pode destruir diversos tipos de germes patogénicos q u e se localizam nessa zona da garganta (pág. 267).

O óleo de açucena |pág. 716) tem acção emoliente (suavizante) e anti-séptica. A aplicação de umas gotas no canal auditivo dá bons resultados em caso de otite ou de dor do ouvido.

Agrímonla eupatoria L



«

Preparação e emprego

Agrimónia USO INTERNO

Aclara a voz e suaviza a garganta

O Infusão ou decocção com 20 ou 30 g de flores e folhas por litro de água. Podem-se tomar 3 ou 4 chávenas por dia, adoçadas com mel no caso de se desejar. USO EXTERNO © B o c h e c h o s e gargarejos com uma decocção concentrada (100 g por litro). Deixa-se ferver até reduzir a um terço o volume da água. Pode-se acrescentar salva e tília. Adoçar com 50 g de mel.

A

AGRIMÓNIA pertence à família das Rosáceas, constituída por mais de duas mil espécies, entre as quais se encontram seguramente as plantas de maior beleza. No entanto, ao contrário de outras Rosáceas, a agrimónia é uma planta de aspecto bastante modesto, que não atrai particularmente a atenção. Claro que, como acontece com muitas outras coisas, a beleza e a eficácia nem sempre se conjugam. A agrimónia é conhecida e utilizada desde a antiguidade clássica. Mitrídates Eupator, médico e rei do Ponto (132-63 a.C), utilizou-a amplamente e deu-lhe o seu apelido: eupatoria.

Dioscórides e outros médicos e botânicos gregos, aplicavam-na em compressas sobre as feridas de guerra. Avicena, o famoso médico árabe medieval, também a recomendava. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A plan-

la contém ílavonóides, óleos essenciais, e sobretudo taninos, a que se deve a maior parte dos seus efeitos medicinais. Os taninos actuam como adstringentes sobre a pele e as mucosas, formando sobre elas uma camada de proteínas coaguladas que impede a actuação dos micróbios. E neste pro-

© C o m p r e s s a s para aplicar sobre as feridas. Embebem-se nesta mesma decocção concentrada, sem a adoçar.

Outros nomes: eupatoria, eupatório-dos-gregos, erva-dos-gregos, erva-hepática. Brasil: eupatório. Esp.: agrimónia común, eupatório, hierba de San Guillermo, cientoenrama. Fr.: aigremoine [eupatoirej, herbe de SaintGuillaume. Ing.: (commonj agrimony. Habitat: Prefere as sebes, margens de bosques e ribanceiras, em climas temperados. Encontra-se em toda a Europa e no Sul do continente americano. Descrição: Planta herbácea da família das Rosáceas, de 40 a 60 cm de altura, com caules erectos, no cimo dos quais se dispõem em ramalhete as suas flores amarelas. As sementes dos frutos estão cheias de ganchinhos que aderem à roupa de quem passa e ao pêlo dos animais. Partes utilizadas: as flores e as folhas.

205

Os gargarejos feitos com uma decocção de agrimónia aclaram a voz e suavizam a garganta.

cesso que se baseia precisamente o curtimento das peles. A agrimónia cm infusão exerce um interessante efeito antidiarreico. Também é vermífuga (expulsa os vermes intestinais) e ligeiramente diurética IOI. Acontece, porém, que a maior utilidade terapêutica desta planta é em aplicação externa. Pelo seu efeito adstringente e anti-inflamatório sobre as mucosas, torna-se de grande utilidade nos seguintes transtornos: • Ulceras da boca 101 (altas), aplicada em forma de bochechos. 206

• Afecções da garganta 101: faringites agudas e crónicas, amigdalites e laringites (afonia). Os gargarejos dão nalguns casos resultados espectaculares, fazendo desaparecer em poucos dias a inflamação e irritação das mucosas da garganta. Os cantores, locutores e conferencistas podem beneficiar muito com

esta planta medicinal, que aclara a voz e suaviza a garganta. • Como cicatrizante 101 em feridas renitentes ou que não cicatrizam, chagas, úlceras varico.sas das pernas. Aplica-se colocando sobre a zona afectada compressas empapadas numa decocção de agrimónia. As feridas secam, facilitando assim a sua cicatrização.

Hydrastis canadensls L

Preparação e emprego

Hidraste

USO INTERNO

O Infusão de uma colherada de rizoma triturada, por cada chávena de água. Deixar repousar até arrefecer. Tomam-se duas colheradas desta infusão de 4 em 4 horas.

Eficaz contra os catarros

USO EXTERNO

© Aplica-se esta mesma infusão externamente, em bochechos, gargarejos, irrigações e lavagens.

O

HIDRASTE é um remédio pop u l a r n o s Estados U n i d o s e no Canadá, q u e começa a empregar-se t a m b é m no resto do continente a m e r i c a n o , devido às suas interessantes p r o p r i e d a d e s .

P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O ri-

zoma c o n t é m diversos alcalóides (hidrastina e b e r b e r i n a e n t r e o u t r o s ) , óleo essencial, resinas e glícidos, assim c o m o vitaminas A, B e C, e sais m i n e rais, em especial, fósforo. T u d o isto lhe confere p r o p r i e d a d e s anti-sépticas, adstringentes, h e m o s t ã t i c a s e antí-inflamatórias. Utiliza-se com êxito nos seguintes casos:

CH3

H3C OCHi

• Catarros nasais, faríngeos e b r ô n quicos. O hidraste actua eficazmente r e g e n e r a n d o as células das m e m b r a nas mucosas, pelo q u e d i m i n u i a secreção de m u c o e a congestão e inflamação q u e a c o m p a n h a os estados catarrais. Aplica-se tanto p o r via interna 101, c o m o externa (gargarejos) 101. • Menstruação excessiva e metrorragias (hemorragias uterinas) 101, devido ao seu efeito constritor sobre o útero. Nestes casos o seu emprego exige a vigilância do médico. • Vaginite e leucorreia 101, aplicada em forma de irrigações e lavagens. • Piorreia e gengivite (inflamação das gengivas).

Fórmula química da hidrastina, principal alcalóide do hidraste.

TV

Outros nomes: hidrastis. Esp.: hidraste, sello de oro. Fr.: hydrastis. Ing.: goldenseal. Habitat: Bosques montanhosos e húmidos da América do Norte. Não se cria no continente europeu. Descrição: Planta da família das Ranunculáceas, cujos caules nascem de um rizoma rasteiro, e atingem de 30-40 cm de altura. De folhas grandes e palmadas, de cor verde escura. Na ponta do caule forma-se um pequeno capitulo floral. Partes utilizadas: o rizoma.

• Conjuntivites (irritações oculares) 101, por meio de lavagens. 207

H

Carvalho Anti-infíamatório e adstringente

G

Outros nomes: carvalho-comum, carvalho-alvarinho, carvalheira, roble. Esp.: roble, carballo, roble aibar, roble común. roble europeo. Fr.: chêne. rouvre. Ing.: oak. Habitat: Árvore muito conhecida, que forma extensos bosques na Europa e na América. Descrição: Grande árvore da família das Fagáceas, de copa larga e de tronco grosso e maciço, que atinge até 20 m de altura. As (othas são (obuladas. de cor verde-escura na página superior e mais clara na inferior. As bolotas, os seus frutos, nascem de longos peciolos pendentes dos ramos. Partes utilizadas: a casca e as bolotas.

OSTARIA de provar uma bolota -roga o garoto aos pais, com quem vai passeando pelo

campo.

-Que estás IH a dizer, miúdo! As bolotas são para os porcos. Come este bocadinho de presunto que a tua mãe preparou paia ii. -Então, papá, se são boas para o porco, que nós depois vamos comer, porque c que não comemos logo as bolotas, sem terem de passar pelo animal? -Só pensas cm disparates, Ilibo!conclui a mãe. E a pergunta fica no ar... A lógica elementar do garoto contrasta com os hábitos alimentares de muitos dos que se autodenominam Homo sapiens (homem sábio). Se os habitantes dos países "desenvolvidos'" seguissem um regime alimentar mais rico em vegetais, e não tão abundante em produtos de origem animal, como é hábito, diminuiriam drasticamente muitas das doenças mais comuns, como a arteriosclerose, o ínfarto do miocárdio e a trombose.

o

Eliminar a cor amarela

A cor amarela que fica na pele depois dô se aplicar o carvalho é devida à acção dos taninos que contém. Para eliminá-la, esfrega-se a pele com sumo de limão.

208

O

Preparação e emprego

USO EXTERNO O Decocção com 60-80 g (umas 4 colheradas) de casca de carvalho ou azinheira, triturada, num litro de água. Deixar ferver durante 10 minutos em lume brando. Depois filtra-se e aplica-se localmente sobre a zona afectada, em qualquer das seguintes formas: - Bochechos e gargarejos (para as afecções da boca e da garganta). -

Irrigações vaginais.

- Banhos de assento e clisteres (para afecções do ânus ou do recto). - Banhos dos braços (para as frieiras). - Fomentações ou compressas quentes (sobre músculos ou articulações doridas). - Compressas, embebendo um pano de algodão ou uma gaze que se renova de 4 em 4 horas (para afecções da pele). - Lavagens oculares ou tampões nasais.

Os banhos de mãos (manilúvios) e de braços, assim como os de pés e pernas fpedilúviosj, melhoram os transtornos circulatórios das extremidades, como, por exemplo, as frieiras.

2 0 % ) , e n t r e os quais se destaca o ácido quercitânico. Os taninos são adstringentes, islo é, secam as mucosas inflamadas e precipitam ou coagulam as p r o t e í n a s do.s tecidos animais. K p r e c i s a m e n t e nisto q u e se baseia o seu e m p r e g o c o m o a g e n t e s curtidores: secam a pele dos animais e translormam-na e m c o m o . Os taninos são os adstringentes mais enérgicos que se conhecem. Actuando sobre os tecidos inflamados, secam-nos e endurecem-nos transitoriamente, e n q u a n t o vão s e n d o s u b s t i t u í d o s a p o u c o e p o u c o p o r tecido são. T ê m l a m b e m um eleito anti-inflamatório e a n a l g é s i c o . Além disso, d e t ê m as p e q u e n a s h e m o r r a g i a s superficiais (acção hemostática). As BOLOTAS t a m b é m c o n t ê m tanino, além de glícidos (hidratos de carb o n o ) cr lípidos (gorduras) de alto valor biológico. São a d s t r i n g e n t e s e constituem um alimento a p r o p r i a d o nas diarreias por g a s t r e n l e n t e , especialmente nas crianças. A CASCA do carvalho e da azinheira aplica-se p o r via externa em forma de decocção IOI ( p o r via interna, embora n ã o seja tóxica, p o d e produzir n á u s e a s ) , e tem n u m e r o s a s indicações devido às suas e x c e l e n t e s propriedades curativas:

A h u m i l d e bolota torna-se um alim e n t o muito agradável para aqueles q u e a i n d a n ã o têm o p a l a d a r deform a d o pelos artificiais e sofisticados sabores da cozinha m o d e r n a . Durante: séculos, as bolotas foram um alimento básico de povos de g r a n d e forca física, c o m o , aqui na Península, o povo vasco. T a n t o na E s t r e m a d u r a espa-

n h o l a c o m o n o p o r t u g u ê s Alentejo, existem u m a s bolotas d o c e s , a i n d a mais saborosas do q u e as c a s t a n h a s ( p á g . 4 9 5 ) , e q u e , c o m o eslas, lamb e m se p o d e m comei assadas. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A CAS-

CA de todas as árvores do g é n e r o Quercus é muito rica em taninos (ale

• E s t o m a t i l e e faringite: Nas inflam a ç õ e s da m u c o s a bucal e da garganta, aplica-se em b o c h e c h o s ou em gargarejos, várias vezes por dia, com o q u e se c o n s e g u e aliviar a sensação de a r d o r e c o m i c h ã o , ao m e s m o tempo q u e se o b t é m um eíéilo anli-scpiico e cicatrizante. • Gengivite, p a r o d o n t o s e , p i o r r e i a : Em t o d o o tipo de inflamação das gengivas, ajuda a l i m p a r a sujidade a c u m u l a d a nos seus recônditos. Nos 209

•Al,

casos incipientes, pode firmar os dentes que começam a abanar como consequência da inflamação das gengivas e dos tecidos que fixam o dente ao osso alveolar. • Conjuntívite e blefarite (inflamação das pálpebras): Fa/em-se banhos oculares, ou então aplica-se uma compressa embebida no líquido da decocção, de 4 em 4 horas. Obtêm-se muito bons resultados no caso de conjuntivites irritativas ou alérgicas, assim como nos terçóis. • Hemorragias nasais: Aplica-se em forma de irrigação, ou então embebendo uma gaze que serve de tampão. Recomcnda-se combinar com a tormentilha (pág. 519). • Frieiras: Banho dos braços ou dos pés, três vezes ao dia, durante 15 minutos, com uma decocção de casca de carvalho ou azinheira, quente. Faz desaparecer a vermelhidão e a comichão da pele.

Azinheira, sobreiro, carvalho-americano

Além do Quercus robur L, existem várias árvores do género Quercus, todas elas produtoras de bolotas e de propriedades medicinais bastante semelhantes, entre as quais há a destacar: • 0 Quercus ilexL, de tamanho mais pequeno, chamado azinheira, azinho ou carrasco-loureiro.* • O Quercus suberL, o sobreiro, ou sobro**, de cuja casca se obtém a cortiça. Por isso nalgumas regiões da América Latina lhe dão nome de pau-decortiça. • 0 Quercus alba L, carvalho-branco**", que forma grandes bosques no México, nos Estados Unidos e no Canadá. ' Esp.: encina, carrasca, chaparro. " Esp.: alcornoque, chaparreta. sobrero, tomadizo. '" Esp.: roble blanco.

• Hemorróidas e fissuras do ânus: Reduz a inflamação anal, detém a pequena hemorragia que costuma acompanhar estes incómodos, e favorece a cicatrização das dolorosas fissuras anais. Aplica-se em forma de banho de assento quente, de 15 minutos de duração, uma ou duas vezes diárias, e também em enema (clister). • Eczemas e gretas da pele: aplica-se em forma de compressa, embebendo um paninho de algodão. Seca, desinflama e cicatriza a pele. • Ulceras e chagas de difícil cicatrização, incluindo as de origem vascular, devidas a má circulação nos membros inferiores (úlceras varicosas). Aplicar uma compressa embebida no líquido da decocção, renovando-a de 4 em 4 horas. • Dores reumatismais: As fomentações ou compressas quentes com uma decocção de casca de castanheiro têm também efeito anti-inflamatório e anti-reumático. Usam-se para acalmar dores osteomusculares ou articulares na região cervical, dorsal ou lombar, assim como nas coxas e pernas. Os reumáticos e os artrósicos beneficiarão com as lómentações de carvalho. 210

As bolotas são ricas em hidratos de carbono e gorduras de grande valor nutritivo. Pela sua acção adstringente const i t u e m um alimento a p r o p r i a d o em caso de diarreia.

Slsymbrium offlclnale Scopoll

*

Preparação e emprego

Rinchão USO INTERNO

Desinflama a garganta e aclara a voz

V

OU TER que desistir -lamenta-

-se um dos componentes do

coro de Notre-Dame ao seu médico-. listou afónico há dois meses, como consequência de um catarro, e sem poder cantar. -Não desesperes. Toma esta eiva e faz gargarejos com ela. Verás como voltas a ter a tua voz- responde Morín, famoso médico parisiense do século

O Infusão com 50 g de sumidades floridas por litro de água. Adoça-se com mel. Tomar até 5 ou 6 chávenas quentes por dia. USO EXTERNO €) Bochechos e gargarejos com a mesma infusão que se emprega para o uso interno. Pode-se adoçar, caso se prefira. Recorde-se que não se deve engolir o líquido usado para os bochechos e gargarejos.

XVII.

E o rinchão fez o seu efeito. Na época em que não existiam microfones, os cantores, oradores e actores de toda a Europa encontravam nesta planta o segredo para manter a voz clara e forte. PROPRIEDADES

E

INDICAÇÕES:

O

rinchão é semelhante à mostarda (pág. 663) no seu aspecto, sabor e composição. Contém um óleo essencial sulfurado que, quando entra em contacto com a mucosa da boca e da faringe, provoca, por um mecanismo reflexo, um maior afluxo de sangue à laringe e aos brônquios, o qual favorece a secreção mucosa e a expectoração. Tem propriedades béquicas (acalma a tosse e a irritação da garganta), anti-inflamatórias e expectorantes. Torna-se muito útil nos casos de faringite, rouquidão ou afonia por laringite (inflamação das cordas vocais), e bronquite IO 01. Os melhores resultados obtêm-se quando se combina o uso interno (infusão) com o externo (bochechos e gargarejos).

Outros nomes: erva-rinchão, erísimo, ertsimo-das-boticas, erva-dos-cantores. Brasil: agrião. Esp.: erisimo, sisimbrio, hierba de los cantores, jaramago. Fr.: érysimum, herbe aux chantres, Ing.: érysimum, hedge mustard. Habitat: Comum em terrenos baldios e perto dos lugares habitados de toda a Europa. Conhecido no continente americano. Descrição: Planta da família das Crucíferas, de 40 a 100 cm de altura, de caule rígido e erecto. As folhas são grandes e profundamente divididas em vários lóbulos. As flores são pequenas, de cor amarela pálida. Partes utilizadas: as sumidades floridas e as folhas.

211

PLANTAS PARA O CORAÇÃO ri

SUMARIO DO CAPITULO

J

DOENÇAS E APLICAÇÕES Afecções do coração 213 Angina de peito 214 Arritmia 214 Cardiopatias,

As plantas cardiotónicas classificam-se em dois grupos: De tipo digitáfico. São aquelas cujos princípios activos sáo gJicósidos semelhantes aos da dedal eira. Têm uma acção cardiotónica intensa, e devem-se administrar com grande precaução, pois a dose tóxica situa-se muito próximo da dose terapêutica. Não digitálicas: Sáo plantas que fortalecem o funcionamento do coração, mas que não contêm giicósidos digitálicos. Podem-se administrar sem as precauções dos remédios digitáJicos. As plantas cardiotónicas. juntamente com as diuréticas (cap. 22). constituem a base do tratamento fitoterápico da insuficiência cardíaca [incapacidade do coração para cumprir a sua função de impulsionar o sangue).

212

ver Afecções do coração 213 Coração, afecções, ver Afecções do coração 213 Coração, alteração do ritmo, verAmtmia 214 Coração, infarto, ver In farto do miocárdio 214 Coronárias, afecções arteriais, ver Angina de peito 214 Doenças do coração, ver Afecções do coração 213 Infarto do miocárdio 214 Insuficiência cardíaca, ver Plantas cardiotónicas 212 Palpitações 213 Plantas cardiotónicas 212 Ritmo cardíaco, alteração, verAmtmia 214 Taquicardia 213

Plantas cardiotónicas São aquelas que aumentam a força de contracção do coração e melhoram o seu rendimento. 0 protótipo das plantas cardiotónicas é a dedaleira. Planta Erva-cidreira Adónis-da-itália Lírio-dos-vales Pilriteiro Dedaleira Graciola Agripalma Giesta Feijoeiro Ulmeira Azevinho Alecrim Evónimo Loendro Hipofaé

PLANTAS Adónis-da-itália Agripahna Cacto-grandifloro Canforeira Convolaria = IJrio-dos-vales Dedaleira Digital = Dedaleira Kspinheiro-alvar = Pilriteiro Giesta Graáola Lirio-dos-vales Pilriteiro Seknkáw

215 224 216 217 218 221 221 219 225 223 218 219 2/6

Pág.

163 215 218 219 221 223 224 225 584 667 672 674 707 717 758

A

S PLANTAS medicinais exercem notáveis acções sobre o coração. São especialmente apreciadas as plainas que aumentam a forca das contracções cardíacas (chamarias cardiotónicas), cujo protótipo é a dedaleira. Além de fortalecer o coração, as plantas medicinais c o n t r i b u e m de forma decisiva para a prevenção de d o e n ç a s graves tio coração, c o m o ÍV a n g i n a de peito e o infarto do miocárdio.

A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 "

Doença

Planta

AFECÇÕES DO CORAÇÃO Estas plantas convêm a todos aqueles que sofram de alguma afecção cardíaca, devido ao seu efeito tonificante do coração, ao seu escasso conteúdo em sódio (que aumenta a tensão arterial), e ao seu efeito diurético isento de riscos.

jl

Pág. Acção jgg

Pu R(TFIRO ,„.„„

PALPITAÇÕES As palpitações definem-se como a percepção desagradável do próprio batimento do coração, devido a uma mudança brusca no ritmo ou na frequência da pulsação cardíaca. Podem ser causadas por estados de ansiedade, uso de certos fármacos, consumo de tóxicos como o café, tabaco ou álcool, e, mais raramente, por certas doenças do coração. No electrocardiograma mostram-se como extra-sistoles. Além das plantas antiespasmódicas, sedativas e tonificantes do coração que se indicam, é necessário um tratamento de fundo da ansiedade subjacente (ver pág. 141), e eliminar o consumo de café, tabaco, álcool ou outros tóxicos.

Infusão de flores, decocção de casca, extractos Infusão de flores, frutos frescos, extractos Sumo fresco, decocção de frutos, cura de arandos

489 Rica em fósforo e potássio

Frutos frescos ou em sumo

495 **&2SSÍ!£& e elevado em potássio

Castanhas cruas ou assadas

CASTAKHHRO

TAQUICARDIA í um aumento da frequência do ritmo cardíaco. Quando se produz em repouso, sem uma causa fisiológica que a explique, pode precisar de ser tratada. Em geral, todas as plantas cardiotónicas, que aumentam a força das contracções cardíacas, e portanto a sua eficiência, reduzem também a sua frequência. Ás plantas sedativas e equilibradoras do sistema nervoso vegetativo (pág. 145) também podem travar a taquicardia.

Vasodilatadora e suavemente hipotensora, fluidifica o sangue

OCA Aumenta a resistência do músculo 260 cardíaco

ANONA

D e s c r i ç ã o

Uso

21 9 Aumenta a irrigação sanguínea nas coronárias e combate o seu espasmo

ARANDO

P a r l e :

SUm

MACIEIRA

513 Diurética, baixo conteúdo em sódio

olfem decocção

FEIJOEIRO

584 Melhora o rendimento do coração

Decocção de vagens, verdura

Mu im MILHO

W} Diurético bem tolerado, não altera 099 o equilíbrio electrolitico do sangue

HIPOFAÉ

758 ã J ^ ^

P.I DiTcion riLKiitiRo

A ~

U T O , a c t i v a a , ú n ç í i o

?i Q Aumenta a força contráctil do coração LY? e regulariza o seu ritmo

224

^ ^ S f o H g a n nervosa

°

,, - . p . t i W p infusão de estiletes Bagas maduras, xarope de bagas Infusão de flores, frutos frescos, extractos

« • * • * * •

225 ~ J ^ « - * | * . « ( I . * " * »

310

K o S c a r d i a c o mais

tento)

"""São, xarope

LARANJEIRA

153 Antiespasmódica, sedante

Infusão de folhas e/ou flores

ALFAZEMA

161 Pedante e equilibradora do sistema nervoso

infusão, extractos, essência

ERVA-CIDREIRA

163 Antiespasmódica, sedante

Infusão, extractos

uVALERIANA „,-„.....

i7o Antiespasmódica, sedante do sistema Infusão, w - » maceração, . - . , « « , « .póJ de t , i raiz Bni, 172 nervos ^ 0 c e n t r a | e' v e g e t a t i v o

LíRio-DGS-VALES

O i1o8

Puorrciorv riLRmEiRo

9i Q Aumenta a forca contráctil do coração e regulariza o seu ritmo

VISCO-BRANCO

^

Tonificante do coração, antiespasmódico

246 Antiespasmódico, sedante

w.icãn ln,usao Infusão de flores, frutos frescos, extractos Infusão, maceração de folhas

LIMOEIRO

265 Antiespasmódico, sedante

Infusão de folhas

ASSA-FÉTIDA

359 Antiespasmódica, sedante

Lágrimas (grãos de goma)

213

C a p . 1 2 : P L A N T A S PARA O CORAÇÃO

Uso

Doença

Planta

ARRITMIA

TlUA

169 suavemente hipotensora

VALERIANA

É a alteração no ritmo das pulsações cardíacas, quer por este ser irregular, quer demasiado lento (braquicardia) quer demasiado rápido (taquicardia). A arritmia pode ser secundária, devida a um estado de ansiedade, ao uso de tóxicos (especialmente o café ou o chá), ou a certos medicamentos. Nestes casos não costuma envolver gravidade e cede quando se corrige a causa. Mas noutros casos, a arritmia pode ser a manifestação de afecções cardíacas que requerem um diagnóstico preciso por parte do médico.

ANGINA DE PEITO É uma afecção caracterizada pelo aparecimento súbito de uma dor no peito, irradiando algumas vezes para o braço esquerdo, com uma sensação de morte iminente. É causada por um espasmo ou estreitamento nas artérias coronárias, que são aquelas que irrigam o próprio músculo do coração. 0 tratamento fitoterápico baseia-se em plantas antiespasmód/cas (aliviam o espasmo das artérias coronárias), vasodilatadoras coronárias (dilatam estas artérias) e sedativas. Quando o espasmo arterial é devido a arteriosclerose (endurecimento e estreitamento) das artérias coronárias, também são aplicáveis as plantas recomendadas contra esta afecção arterial (pág. 228).

Pág. Acção

ADÓNIS-DA-

-rrÂUA

Vasodilatadora,

Infusão de flores, decocção de casca, extractos

172 nervoso central e vegetativo

Antiespasmódica, sedante do sistema

Infusão, maceração, pó de raiz

215

Cardiotónico, sedante

Infusão

Aumenta a força contráctil do coração

Infusão de flores, frutos frescos, extractos

Cardiotónica,

Extractos farmacêuticos, infusão de pó de folhas

Tonifica o coração

Infusão, extractos

Hipotensora, sedante,

Preparados farmacêuticos, pó de raiz

PlLRITEIRO

219 e regulariza o seu ritmo

DEDALEIRA

221 normaliza o ritmo cardíaco

GIESTA

225 e torna mais lento o seu ritmo

RAUVÓLFIA

242 normaliza o ritmo cardíaco

GRINDÉLIA

310 torna mais lento o ritmo cardíaco

Infusão, xarope

TILIA

Vasodilatadora, suavemente 169 hipotensora, sedante, fluidifica o sangue

Infusão de flores, decocção de casca, extractos

ADÔNIS-DA- ITÂLIA

215 cardiotónico

PlLRITEIRO

219 coronárias e combate o seu espasmo

Infusão de flores, frutos frescos, extractos

AGRIPALMA

224 Cardiotónica, sedante

Infusão, extractos

ALHO

230 Vasodilatador, fluidificante do sangue

Cru, extractos, decocção de dentes de alho

VISCO-BRANCO visco BRANCO SENE-DA-IND«A

Antiespasmódica,

Vasodilatador das artérias coronárias,

Aumenta a irrigação sanguínea nas

?46 zí4b

214

. irrigação do miocárdio

492defecar ^ 2 2 em ?!5 S ?de r f prisão í S l f fde cK L™ caso ventre

BISNAGA

561 Antiespasmódica, vasodilatadora

ONAGRA

237 e impede a formação de coágulos

ESPIRULINA

276

GERGELIM

611 Previne a arteriosclerose e o infarto

INFARTO DO MIOCÁRDIO É a obstrução completa das artérias coronárias, o que tem como consequência a necrose de uma parte do músculo cardíaco. Além das plantas recomendadas para a angina de peito, a fitoterapia oferece plantas para a prevenção e reabilitação do infarto e da arteriosclerose (pág. 228), causadora da obstrução das artérias coronárias. As plantas fluidificantes do sangue (pág. 263) também exercem uma função preventiva.

Vasodilatador melnora a sanguinea

Dilata as artérias

Combate a arteriosclerose coronária, pela sua riqueza em ácidos gordos insaturados

Infusão

Infusão ou maceração de folhas

Infusão, extractos Infusão

Óleo de sementes em cápsulas ou comprimidos

Preparados farmacêuticos

Sementes em diferentes preparações

Adónis vemalis L

^K]

£

Adónis-da-itália Potente cardiotónico

Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão com 8 g de sumidades floridas em 200 ml de água a 60°C, em que se deixam até arrefecer. A dose habitual é de 4 a 6 colheres de sopa por dia.

O

ADÓNIS-DA-ITALIA é um protótipo das plantas medicinais cuja dose terapêutica e.stá muito próxima da dose tóxica. Isto quer dizer que se deve manejar com precaução. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Todas as parles da planta contém dois tipos cie gticó&idos cardiotónicos, semelhantes aos da dedalcira (pág. 221): o adonidósido c o adonivei nósido. Possui propriedades cardiotónicas (aumenta a força das contracções cardíacas), dilatadoras das artérias coronárias (combate a angina de peito), diuréticas e ligeiramente sedativas. Por tudo isto, sob vigilância médica, torna-se um remédio altamente apreciado em diversas afecções do coração IOI.

Ao contrário dos glicósidos da dedaleira, tão amplamente utilizados como cardiotónicos, os do adónis-da-itália não se acumulam no organismo (eliminam-se rapidamente com a urina). Por isso, torna-se útil para substituir temporariamente a dedaleira, especialmente nos tratamentos prolongados.

Precauções Em doses elevadas produz náuseas, vómitos e diarreias. Pela sua toxicidade e dificuldade de uma dosifícação correcta, unicamente o médico tem competência para prescrevê-lo e controlar os seus efeitos.

O adónis-da-itália pode substituir a dedaleira como cardiotónico, mas deve ser usado sob vigilância médica.

Outros nomes: casadinhos, lágrima-de-sangue. Esp.: adónis vernal, flor de adónis, ojo de perdiz. Fr.: adónis (du printempsj. Ing.: [yellow} adónis. Habitat: Europa central e meridional. É pouco frequente. Prefere os terrenos rochosos e calcários orientados para o sul. Descrição: Planta da família das Ranunculáceas, de 10 a 40 cm de altura. As folhas subdividem-se em segmentos muito estreitos. As flores são grandes (3-6 cm), de cor amarela, e abrem-se ao nascer do Sol. Partes utilizadas: as sumidades floridas.

215

Coreus gmndlflorusM\\\BT

Oi

Cactograndifforo Um grande amigo do coração

A

S BELAS flores deste cacio da América Central têm uma vida muito curta: numa mesma noite nascem, exalam o seu aroma e murcham. Mas as suas interessantes propriedades medicinais persistem, e tornam-na uma planta muito apreciada. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FLO-

RES contêm glicósidos cardíacos, fiavonóides e captina, um alcalóide muito activo sobre o coração. Têm propriedades cardiotónicas, antiarrítmicas (regularizam o pulso) e vasodilatadoras das artérias coronárias (OI. Podem complementar ou até substituir a dedaleíra (pág. 221). Sào indicadas no caso de insuficiência cardíaca, valvulopatias (alteração nas válvulas do coração), transtornos do ritmo (palpitações) e angina de peito (fazem desaparecer a sensação de opressão no peito). A. POLPA dos frutos contém mucilagens de acção laxativa 101, suave, e, as SEMENTES, um óleo purgante 101. 216

Sinonímia científica: Cactus grandillorus L. Outros nomes: cirio-do-méxico, flor-cheirosa, flor-da-noite, flor-de•baile, flor-de-seda, tocha-espinhosa. Brasil: cacto, rainha-da-noite. Esp.: cactus, reina de la noche. -AI. Fr.: cactine. Ing.: cactus. Habitat: Originário das Antilhas e espalhado Selenicéreo por toda a América Central. Não se dá na Europa. Descrição: Planta trepadora da família das Cactáceas, que se caracteriza pelos seus 0 selenicéreo (Selenicerus grancaules carnosos cobertos de espinhos, e raízes aéreas com que se agarra às rochas e diflorus Britt.-Rose)*, chamado em alguns países cacto-espinal, às árvores. As flores são muito grandes (até cardão, gigante e rainha-das-flo30 cm), esbranquiçadas e muito aromáticas. res, é uma das diversas espécies Os frutos são umas bagas ovóides de cerca de 8 cm de comprimento cada uma. da família botânica das CactácePartes utilizadas: as flores e os frutos. as, muito semelhante ao Cereus grandiflorus L. As suas propriedades são também multo semelhantes. O selenicéreo é, Preparação e emprego além disso, uma planta cultivada, pois os seus frutos são apreciados em muitos lugares, sobretudo no México e nas Antilhas. O Flores: O mais seguro é tomáOs géneros Cereus e Selenice-las em forma de preparados farrus de cactos têm em comum formacêuticos elaborados com elas. mar caules erectos e cilíndricos. As suas diversas espécies não © Polpa dos frutos: Podem inse distinguem facilmente, pelo gerir-se de 2 a 10 por dia. que têm com frequência os mes€> Óleo das sementes: De meia mos nomes vulgares. a uma colherada é suficiente pa-

Jf

ra se obter o efeito purgante.

' Esp.: pitahaya.

Clnnamomum camphora (L) Steb.

Canforeira Tonifica o coração e a respiração

A

CANFOREIRA é uma árvore

milenária, que começa a produzir cânfora a partir dos 30 anos. Na China conhecem-se exemplares com cerca de 2000 anos de idade.

•4J

P R O P R I E D A D E S E INDICAÇÕES: A cân-

fora é u m a substância b r a n c a cristalina, q u e se o b t é m p o r c o n d e n s a ç ã o do óleo essencial q u e destila da madeira da canforeira. Do p o n t o de vista quím i c o , trata-se d e u m a c e t o n a d o hidrocarboneto aromático borneol. Exala um forte e típico a r o m a , e tem um s a b o r fresco e p i c a n t e . As suas p r o p r i e d a d e s são: • Estimulante cardio-respiratória IO): Estimula os c e n t r o s nervosos da respiração e da actividade cardíaca, aum e n t a n d o a frequência e a profundid a d e da respiração, e t o n i f i c a n d o o coração (acção analéptica). Usa-se em casos de congestão p u l m o n a r (bronquite, p n e u m o n i a , a s m a ) , desmaios, lipotimias, h i p o t e n s ã o e arritmias. • Anti-séptica e febrífuga IOI: Muito útil em gripes e constipações. • Anafrodisíaca IOI: Diminui a excitação sexual. • Anti-reumática e analgésica l@l: C) óleo ou o álcool de cânfora usam-se em aplicação externa p o r m e i o de fricções, para aliviar as d o r e s reumáticas e as nevralgias.

FJor da canforeira

Sinonímia científica: Laurus camphora L.

O

Preparação e emprego

USO INTERNO O Pó de cânfora: até 0,5 g por dia, repartido em 3 ou 4 doses. USO EXTERNO © Loções e fricções com óleo ou álcool canforados, que se preparam dissolvendo a cânfora a 10%, em azeite ou então em álcool.

Outros nomes: cânfora, canforeiro. Esp.: alcanforero, [árbo! dei] alcanfor, alcanfor dei Japón. Fr.: camphrier. Ing.: camphor tree. Habitat: Originária da costa oriental da Ásia (Japão. China), onde é muito cultivada, assim como nos Estados Unidos. Descrição: Árvore da família das Laureáceas, que pode atingir até 50 m de altura. As suas folhas são perenes e de consistência coriácea; as flores são pequenas e brancas. Partes utilizadas: a essência da sua madeira.

217

Convallaria majallsL

H

Lirio-dos -vales Tónico cardíaco

A

S FOLHAS e as sumidades floridas do lírio-dos-vales, ou convalaria, são utilizadas pela indústria farmacêutica na produção de medicamentos tonificantes do coração. No entanto, também podem usar-se no seu estado natural, desde que se tenham em conta as precauções que aqui se indicam.

Toda a planta contém glicósidos cai diotónicos, semelhantes aos da dedaleira, e saponinas. Ao contrário destes, os glicósidos da convalaria não se acumulam no organismo, o que representa uma vantagem; mas em troca são mais difíceis de tolerar (produzem vómitos). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Além da stia propriedade tonificante do coração, esta planta é antiespasmódica e diurética IOI. Emprega-se, sempre sob vigilância médica, nos casos de insuficiência cardíaca, hipotensão, lipotimia, palpitações, hiperuricemia (excesso de ácido úrico) e litíase urinária (cálculos renais).

Precauções

Não ingerir as bagas, que são tóxicas, nem ultrapassar a dose. A intoxicação manifesta-se por vómitos e violentas diarreias.

218

Outros nomes: convalaria, lirio-de-maio, lirio-convale, campainhas-de-maio, funquifho. Brasil: flor-de-maio. Esp.: convalaria, lirio de los valles, muguete. Fr.: muguet. Ing.: lily of the valley. Habitat: Bosques frescos de toda a Europa. Metade norte da Península Ibérica. Naturalizada na América. Descrição: Planta vivaz da família das Liliáceas, que atinge de 10 a 30 cm. Tem duas grandes folhas elípticas e alongadas, e um raminho de flores brancas muito aromáticas. O fruto é uma baga vermelha. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades floridas.

O

Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão: A dose habitual é de 3 a 5 g de folhas e/ou sumidades floridas, por chávena efe água. Tomam-se uma ou duas chávenas por dia.

As folhas e as flores do lírio-dos-vales têm um potente efeito cardiotónico.

Cmtaegus monogynaóacq.

m

LI i .

Pilriteiro

Outros nomes: escalheiro, pirliteiro, espinheiro-atvar, espinheiro-branco. Esp.: espino blanco, oxiacanio, nispero espinoso. Fr.: aubépinefà un style}, epinière. Ing.: [common] hawthorn, May bush.

Fortalece o coração e acalma os nervos

C

OMO te arranjas para ter umas cabras tão fortes e ágeis? -pergunta uni camponês grego do primeiro século da nossa era, a um seu vizinho. O verão já está a acabar, e os campos secos e pedregosos do Mediterrâneo parecem não oferecei muito alimento a estes rudes mamíferos.

-Pois olha, vou dizer-te o segredo. Já viste aqueles arbustos cheios de espinhos, com uns frutos pequenos e vermelhos? Procura um desses arbustos e dá as bagas a comer às tuas cabras. Em poucos dias notarás os resultados. Efectivamente, as cabras do vizinho adquiriram uma vitalidade como nunca antes haviam tido. Pareciam infati-

Precauções

Em doses muito elevadas (12 ou 15 vezes maiores que as recomendadas), pode apresentar-se bradicardia (diminuição da frequência do pulso) e depressão respiratória. Com as doses recomendadas não se produz nenhum efeito secundário indesejável.

Habitat: Comum nos bosques de toda a Europa. Naturalizado na América. Descrição: Arbusto espinhoso da família das Rosáceas, que atinge de 2 a 4 m de altura. As folhas são caducas, divididas em 3 ou 5 lóbulos. As flores são brancas, aromáticas. Os frutos são bagas de cor vermelha. Partes utilizadas: as flores e os frutos.

-O?

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Infusão com 60 g de flores (umas 4 colheres de sopa) por litro de água. As flores frescas são mais eficazes do que as secas. Administram-se 3 ou 4 chávenas diárias.

€) Frutos frescos: Embora apresentem uma menor concentração de princípios activos, também são eficazes, e pode tomar-se um punhado deles 3 vezes ao dia. €) Extracto seco: Recomenda-se de 0,5 a 1 g, 3 vezes ao dia.

21Í

«M,

¥?

Outras espécies de pilriteiro

O Crataegus oxyacantha L. é uma espécie de pilriteiro que coexiste com o Crataegus monogyna L, ambos com propriedades praticamente idênticas. Diferenciam-se em que as bagas da espécie oxyacantha tem 2 ou 3 caroços, enquanto as da espécie monogyna apenas têm um.

As flores e os frutos do pilriteiro constituem um dos remédios vegetais mais eficazes no tratamento da taquicardia, da hipertensão e de outros transtornos cardiovasculares de origem nervosa.

gáveis, trepando pelos penhascos sob O escaldante sol do verão grego. Bem pode ter acontecido que aqueles cabreiros fossem contar a sua experiência a Dioscói ides, perspicaz observador, brilhante botânico e Iarnoso médico, que recomendou esta planta para fortalecer o organismo e para curai- diversas doenças. Também pode vir desse tempo o seu nome de Cratoegus, que em grego quer dizer 'cabras fortes'. O pilriteiro foi sempre muito apreciado como remédio. Mas o conhecimento empírico que se tinha dele, baseado nos seus eleitos sobre as cabias, não pôde ser comprovado cientificamente antes do século XIX. Foi só nesta época q u e j e n n i n g s e outros médicos noi le-amei icanos estudaram as propriedades cardiotónicas deste arbusto. Nos nossos dias, o pilriteiro goza de um grande prestígio como planta medicinal e faz parte de numerosos preparados jitoterapèuticos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS do-

res sobretudo, e também os frutos do pilriteiro, contêm diversos glicósidos Havónicos, que quimicamente são polifenóis. aos quais se atribui o seu efeito sobre O coração e o aparelho circulatório. Kiiconirain-sc ainda deriva-

dos triterpénicos e diversas aminas biogenéticas (trimeiilamina, colina, tiramina, ctc.), que potenciam o efeito cardiotónico. Toda a planta, graças às propriedades do conjunto destas substâncias, é: • Cardiotónica IO,0,01: Propriedade atribuída sobretudo aos flavonóides, que inibem (impedem) a acção da adenosin-trifosfatase (ATPase). Esta enzima é a que decompõe o ATP, substância que serve de fonte de energia para as células, incluindo as do músculo cardíaco. Impedindo-se a destruição do ATP, as células dispõem de maior energia, e produz-sc um aumento da foiça contráctil do coração, e uma regularização do seu ritmo. Por esta razão, o pilriteiro tem as seguintes indicações: -Insuficiência cardíaca (debilidade do coração), acompanhada ou não de dilatação das suas cavidades, devida a miocardites ou miocardiopatias (inflamação ou degenerescência do músculo cardíaco), lesões valvulares ou infarto de miocárdio recente. —Arritmias (transtornos do ritmo do coração): cxtra-sístoles (palpitações), taquicardia, íibrilação auricular ou bloqueios. -Angina de peito: o pilriteiro aumen-

ta a circulação do sangue nas artérias coronárias, e combale o seu espasmo, causador da angina de peito. 1*". um bom vasodilatador das artérias coronárias. O eleito cardiotónico e anti arrítmico desta planta é semelhante ao que se obtém com a dedaleira, planta que o pilriteiro pode substituir com vantagens (não em casos agudos). O pilriteiro não tem a toxicidade nem os perigos de acumulação próprios da dedaleira. • Normalizadora da tensão IO,0.€)I: O pilriteiro tem um efeito regulador sobre a tensão arierial, pois fá-la descer em quem a tenha alta e provoca a sua subida nas pessoas que sofram de hipotensão. A sua acção normalizadora sobre a hipertensão é rápida e evidente, conseguindo-se efeitos mais duradouros do epie aqueles que se conseguem com outros anti-hipei tensores sintéticos. • Sedativa do sistema nervoso simpático (efeito simpalicolílico) IO,€>,0I Torna-se útil nas pessoas que sofrem de nervosismo, manifestado por uma sensação de opressão no coração, taquicardia, dificuldade em respirar, angústia ou insónia. V. unia das plantas ansiolíticas (que eliminam a ansiedade) móis eficazes que se conhecem.

Dlgltalls purpúrea L

Dedaleira Tónico cardíaco muito potente, que pode tornar-se tóxico

A

DEDALEIRA é um exemplo típico de como uma mesma planta pode curar ou matar. No século XVII, na Inglaterra, deu-se pela primeira vez uma infusão de folhas cie dedaleira a um doente que sofria de hidropisia de origem cardíaca (inchaço de todo o corpo por falha do coração). Poucos anos mais tarde, a dedaleira foi incluída na Farmacopeia de Edimburgo. Desde então, fizeram-se muitas investigações bioquímicas e biológicas com esta planta, cujos princípios activos ainda não puderam ser substituídos por nenhum produto químico.

o

Excelente cicatrizante

Em uso externo, as folhas desta planta são um excelente cicatrizante de úlceras e chagas cutâneas, incluindo as varicosas 101. Era esta a principal aplicação da dedaleira antes de serem descobertos os seus efeitos sobre o coração.

ÉÚ U J U Preparação e emprego

USO INTERNO O Preparados farmacêuticos: A maneira mais segura e mais bem tolerada de aplicar a dedaleira é utilizar o seu extracto em forma de preparado farmacêutico. No entanto, a planta completa é mais eficiente, embora requeira mais precaução para se administrar a dose exacta. Só farmacêuticos e médicos com experiência em fitoterapia podem tirar o máximo proveito desta poderosa planta que, correctamente aplicada, pode resolver graves problemas cardíacos e, inclusivamente, salvar a vida. © Infusión: Faz-se com 1 g de pó obtido por trituração das folhas secas, em 100 ml de água quente, sem que chegue a terver. Deixar repousar durante 15 minutos. Tomá-la ao longo do dia, às colheradas. Não ultrapassar esta dose. Não se deve tomar de forma continuada durante mais de 10 dias seguidos, pois os glicósidos acumulam-se no organismo; o habitual é tomá-la 5 dias seguidos e descansar dois. USO EXTERNO © Compressas: Prepara-se uma infusão com 1 ou 2 folhas por litro de água, que se aplica sobre a zona da pele afectada, empapando compressas de algodão.

Outros nomes: digital, abeloura, beloura, erva-dedal, troques, tróculos, caçapeiro, maia, estoura-fSores, caralhotas, dedalário, dedaleiro-verdadeiro, nenas, luvas-de-santa-maria, estraques, estoirotes. Brasil: erva-deda, luvas-de-nossa-senhora. Esp.: digita} purpúrea, dedal colorado, dedalera, dediies, guante de ia Virgen. Fr.: digital [pourprée], gant de Notre Dame. Ing.: [purple] foxglove, common toxglove. Habitat: Comum em montanhas de terrenos siliciosos da Europa Ocidental. Naturalizada no continente americano. Descrição: Planta bienal, da família das Escrofulariáceas, que atinge até 1,5 m de altura. As folhas são grandes, aveludadas e lanceoiadas, e saem da parte inferior da planta. As flores têm a forma de dedo, de cor púrpura ou rosada, e crescem todas juntas no extremo do caule. Partes utilizadas: as folhas.

221

Precauções

&

Apesar de a dedaleira ser uma planta tóxica, as intoxicações acidentais são raras, devido ao seu desagradável sabor. Depois de se comer folhas ou flores desta planta, produz-se uma irritação na boca, náuseas, vómitos, alterações da visão, bradicardia e, finalmente, paragem cardíaca. Bastam algumas flores para causar a morte de uma criança (e utiliza-se como planta ornamental!).

Fórmula química da digoxina, glicósido cardiotónico obtido especialmente a partir da dedaleira lanosa. O radical (Dx}3 representa o componente glicidico do glicósido, que no caso da digoxina é formado por três moléculas do açúcar digitoxose.

Actualmente, os glicósidos cia dedaleira são amplamente utilizados em medicina, e têm salvo a vida a milhares de doentes do corarão. Ao mesmo tempo, porém, a dedaleira é uma planta muito tóxica, e a infusão de apenas uma pequena parte de uma única Colha (cerca de 10 g) pode causar a morte de um adulto. E um problema de dosificação: a margem terapêutica é muito estreita, e a dose tóxica está muito próxima da curativa.

Outras dedaleiras Existem diversas espécies similares do género Digitalis. Três delas são bastante conhecidas: - dedaleira-amarela (Digitalis lutea L),' - dedaleira-de-flores-grandes (Digitalis grandiflora Miller)," - dedaleira-lanosa (Digitalis lanata L).Estas três espécies diferenciam-se da dedaleira purpúrea sobretudo pela cor das suas belas flores. As propriedades cardiotónicas e cicatrizantes de todas elas são muito semelhantes. * Esp.: digital amarilla. " Esp.: digital de flores grandes. "' Esp.: digital lanosa.

222

Os primeiros socorros consistem em lavagem ao estômago, purgantes, carvão activado, e a transferência urgente para um centro hospitalar.

Devido a existirem grandes variações na concentração dos princípios activos, segundo o lugar onde a planta se desenvolveu, a época da recolha, a rapidez da secagem das Folhas, e t c , a indústria farmacêutica recorreu no i.soJamenio desses princípios activos quimicamente puros. Deste modo, é mais fácil doseá-los e aplicá-los correctamente. Em contrapartida, a eficácia destes extractos é menor, pois se prescinde de outras substâncias presentes na planta, e que complementam a sua acção. Podemos distinguir dois lipos de substâncias na dedaleira: / N ã o glicósidas: digilollavina (corante amarelo), ticloexanol, ácidos málico e suecínico, tanino e uma diastase oxidante. Estas substâncias não têm uma acção directa sobre o coração, ma.s complementam e potenciam os efeitos dos glicósidos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

/ Glicósidos: São os responsáveis pe-

los efeitos cardiotónicos que a dedaleira tem sobre o músculo cardíaco. Os mais importantes são a digoxina e a digitalina. Possuem as seguintes propriedades: -Aumentam & força das contracções do coração, melhorando o seu rendimento mecânico. -Normalizam o ritmo cardíaco quando este é irregular ou demasiado rápido (taquicardia). Por tudo isto, os glicósidos da dedaleira são um remédio insubstituível nos casos de insuficiência cardíaca IO.01 (incapacidade rio coração para bombear o sangue de que o corpo necessita), que nos casos agudos se manifesta clinicamente como edema (encharcamento) pulmonar, ou como hidropisia (acumulação de líquido nas cavidades e tecidos do organismo). Além disso, normalizam o ritmo do coração e têm uma certa acção diurética, o que contribuí para melhorar o funcionamento do aparelho circulatório.

Gmtíola offícinalls L

•J P Preparação e emprego

Gracíola Fortalece o coração

USO INTERNO O Infusão: Prepara-se com a planta seca triturada. A dose máxima por toma é de 2 g de planta seca, e de 10 g a máxima diária. © Extracto fluido: A dose admissível é de 20 gotas, de uma a três vezes ao dia.

A

GRACIOLA foi muito utilizada na Idade Média e na Moderna, dado que se lhe atribuíam imensas virtudes medicinais que não puderam ser demonstradas. Actualmente continua a ter utilidade como substituto da dedaleira (pág. 221), embora sob a vigilância do médico. Por isso se chama também 'pequena-dedaleira'. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a

planta contém glicósidos cardiotónicos, dos quais os mais importantes são a graciolina e a graciosolina. Possui propriedades tonificantes do coração, diuréticas e purgativas IO.OI. O seu uso actual é reservado aos casos em que existe intolerância aos princípios activos da dedaleira. A gracíola tem a vantagem de os seus glicósidos cardiotónicos não se acumularem no organismo, como acontece com os da dedaleira.

Precauções

É necessário respeitar as doses indicadas, por se tratar de uma planta potencialmente tóxica. As doses superiores às recomendadas provocam vómitos e cólicas intestinais com hemorragia. Em intoxicações maciças pode haver inclusivamente paragem cardíaca.

A gracíola tonifica o coração, e o seu uso constitui uma alternativa aos tratamentos com dedaleira.

Outros nomes: graciosa, cinifólio, erva-do•pobre, pequena-dedaleira. Esp.: graciola, hierba dei pobre, hierba de la fiebre, hierba de las calenturas. Fr.: gratiole (officinale), petite digitale, herbe à pauvre homme. Ing.: gratiole, hedge hyssop. Habitat: Difundida por pântanos e lugares húmidos da Europa e América do Norte. Descrição: Planta vivaz de 15 a 30 cm de altura, da família das Escrofulárias, cujo caule ê oco, redondo na base e quadrangular no vértice. Folhas opostas e finamente dentadas. As flores são de um cor-de-rosa claro ou amarelo. Têm um cheiro desagradável. Partes utilizadas: A planta florida seca.

223

Leonorvs cardíaca L

CJ 14

J

Preparação e emprego

Agripalma Acalma as pafpitações

USO INTERNO O Infusão com 30-50 g de sumidades floridas e folhas por litro de água, da qual se ingerem 3 ou 4 chávenas diárias. © Extracto fluido: 10 gotas, três vezes ao dia. USO EXTERNO © Lavagem das feridas com a mesma infusão que se usa internamente.

A

AGRIPALMA cullivava-se nas hortas dos mosteiros desde o século XV, e era muito apreciada em toda a Europa, ao ponto de ser considerada capaz de aliviar todos os males. Daí resulta que, mais tarde, tenha caído em descrédito. Actualmente, ainda que ocupe um lugar modesto na fitoterapia, continua a ser uma planta útil. Toda a planta contém um óleo essencial, um princípio amargo (a leonurina), um alcalóide (leonurinina), glicósidos e taninos. Possui as seguintes propriedades: • Cardiotónica e sedativa 1O,0I: Tonifica o músculo cardíaco. Acalma a taquicardia de origem nervosa e as palpitações. Recomenda-se aos hipertensos e aos que sofrem de angina de peito. • Emenagoga IO.OI: O alcalóide que comem estimula as contracções uterinas e favorece o fluxo menstrual. Usase nas dismenorreias (transtornos da menstruação). • Adstringente IO.01: pelo seu conleúdo em lanino, e carminativa (elimina os gases e flatulências intestinais). • Cicatrizante l©l: A infusão da agripalma uiili/.a-se para limpar e curaras feridas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

224

Precauções

Não excederas doses indicadas, pois a sua acção sobre o coração poderia tornar-se demasiado intensa, devido aos glicósidos cardiotónicos que esta planta possui.

Outros nomes: cardíaca. Brasil: chá-de-frade, erva-macaé. Esp.: agripalma, cardíaca, cola de león, mano de Santa Maria. Fr.: agripaume, cardiaque. Ing.: [commonj mothenvort. Habitat: Pouco frequente na Europa e na América do Norte. Em Espanha só se encontra nos Pirenéus. Rara em Portugal. Descrição: Planta vivaz de 60 a 120 cm de altura, da família das Labiadas. As suas folhas são grandes, pecioladas e palmadas, e as flores de cor rosa ou púrpura. Partes utilizadas: as sumidades floridas e as folhas frescas.

Sarothamnus scopaiius (L) Wlmmer

f. 19. Preparação e emprego

Giesta USO INTERNO

Tónico cardíaco e diurético

O

S LONGOS caules deste arbusto utilizam-se desde a antiguidade para fabricai vassouras. For outro lado, só desde o século XIX é utilizada era fitoterapia, quando se descobriu que continha substâncias muito activas sobre o sistema circulatório.

Toda a planta, e especialmente as RAMAS, contêm vários alcalóides, representados pela esparteína, que aumentam a torça contráctil do coração c diminuem o ritmo das suas pulsações. Sobre o útero, exercem uma acção ocitócica (aumentam a força das suas contracções). Os ramos contêm também aminas estimulantes do sistema nervoso vegetativo (tiramina e dopamina), que têm efeito vasoconstritor e hipertensor IO.©l.

O Infusão com 20-30 g de flores e/ou ramos por litro de água, da qual se tomam de 2 a 4 chávenas por dia. © Extracto seco: Tomam-se 0,3 a 0,4 g, 3 vezes ao dia.

Precauções

Não exceder as doses recomendadas, já que podem produzir subidas da pressão arterial. Os hipertensos devem evitar o uso desta planta.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

As FLORES contêm ainda ílavonóides (esGoparína), que as tornam diuréticas, e são especialmente recomendadas em caso de edemas por insuficiência cardíaca, assim como de gota, nefrose (albuminúria), nefrite e cálculos renais IO.©I. A giesta ulili/.a-se sob vigilância médica, nos transtornos cardiovasculares: insuficiência cardíaca (efeito semelhante ao da digital, pág. 221), hipotensão, arritmias, taquicardias. Tem-se usado lambem como estimulante do parto.

Sinonímia científica: Cytisus scoparíus Lam., Spartium scoparium L. Outros nomes: giesta-brava, giesta-ribeirinha, giesteira-das-vassouras, giesteira-comum, retama, chamiça, escova, maias. Esp.: retama negra, escobón, hiniesta [blanca), hiniesta de escobas. Fr.: genêt [à balais], genettier. Ing.: Scotch broom. Habitat: Bermas de caminhos e sebes em terrenos siliciosos (ou calcários) do centro e sul da Europa. Em Portugal, encontra-se em quase todo o pais. Acha-se aclimatada no continente americano. Descrição: Arbusto da família das Leguminosas, que atinge 1,5 a 2 m de altura. As flores são amarelas e o fruto é uma vagem pubescente. Partes utilizadas: as ramas jovens e as flores em botão.

225

PLANTAS PARA AS ARTÉRIAS Ti

ARIO DO CAPITULO

1

DOENÇAS E APLICAÇÕES

O alho é um grande amigo do sistema cardiovascular. Faz descer a pressão arterial e fluidifica o sangue.

Arteriosclerose 228 Circulação sanguínea insuficiente, ver Falta de irrigação sanguínea . . 228 Colesterol, plantas contra o 229 Desmaio 228 Fritema pérnio, vfí'Frieiras 229 Falta de irrigação sanguínea 228 Frieiras 229 Frio, frieiras 229 Hipertensão arterial 227 Hipotensão arterial 227 Insuficiência circulatória cerebral, ver Falta de irrigação sanguínea . . 228 Irrigação sanguínea, falta de 228 Lipotimia, ver Desmaio 228 Plantas contra o colesterol 229 Plantas vasoconstritoras 229 Plantas vasodilatadoras 229 Tensão alta, ver Hipertensão arterial. .227 Tensão baixa, ver Hipotensão arterial . 227 Vasoconstritoras, plantas 229 Vasodilatadoras, plantas 229

PLANTAS

Extrai se da onagra um óleo muito rico em ácidos gordos polinsaturados que

reduz o nível de colesterol no sangue.

Alho Alho-de-urso Cersefi-bastardo Fwa-dos-bmros = Onagra Ginkgo Girassol » Oliveira Onagra Pervinca Rauvólfia Vicária Visco-americano Visco-branco ..

230 233 243 237 234 236 239 237 244 242 245 247 246

A

SAÚDL' das artérias depende em grande parle da qualidade do sangue que circula pelo seu interior. Entre as centenas de substâncias que o sangue transporta, o colesterol LDLserá possivelmente a mais prejudicial para as artérias. O colesterol é um lípido que o nosso organismo produz e utiliza para diversas funções bioquímicas. Quando existe em excesso, tem a particularidade de depositar-se na camada que reveste o interior das artérias, chamada íntima, onde provoca uma irritação e, posteriormente, uma lesão degenerativa. O resultado é um endurecimento da parede arterial e um estreitamento do seu lume (abertura interior), conhecido como arteriosclerose. São vários os factores que a favorecem, especialmente: • o aumento de colesterol no sangue, geralmente devido a uma alimentação rica em produtos de origem animal, tomo por exemplo a carne e os seus derivados, a manteiga, a nata, o queijo e os ovos; • a hipertensão arterial; • o hábito de fumar. As plantas medicinais contribuem para a saúde das artérias, reduzindo a tensão arterial; e, também, fazendo descer o nível de colesterol no sangue, mediante um destes dois mecanismos: • Diminuição da absorção intestinal de colesterol: A libra do farelo de aveia ou a da polpa tia maçã retêm o colesterol no interior do intestino, impedindo-o de passar para o sangue. • Diminuição da produção de colesterol pelo organismo: L" assim que actuam os óleos vegetais, ricos em ácidos gordos insaturados, como o linoleico e o linolénico.

I

SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S 2* P o r t e :

D e s c r i ç h o

Doença

Planta

HIPERTENSÃO ARTERIAL

TÍLIA

169 hipotensora, sedante, fluidifica o sangue

VALERIANA

172 e a tensão arterial

Infusão, maceração ou pó de raiz

PILRITEIRO

219

Normaliza a pressão arterial

Infusão de flores, frutos frescos, extractos

ALHO

230

Vasodilatador, diminui tanto a tensão máxima como a mínima

Cru, extractos, decocção de dentes de alho

OLIVEIRA

239 Faz descer a tensão arterial

VlSCO-BRANCO

246

CEBOLA

294 depura o sangue de resíduos tóxicos

Crua, sumo fresco, cozida ou assada

LlNGUA-CERVINA

321

Decocção de frondes

MANJERONA

369 do sistema nervoso simpático

FUMARIA

389 fluidificante do sangue

iníusão, sumo da planta tresca, extractos

MACIEIRA

513 Diurética, baixo conteúdo em sódio

Cura de maçãs e arroz contra a hipertensão, infusão de folhas e flores

MILHO

599 o equilíbrio electrolítico do sangue

GINSENG

608

CAVALINHA

704 Diurética, remineralizante

CANFOREIRA

217 respiração e da actividade cardíaca

Pó de cânfora

LlRIO-DOS-VALES

218 Tonificante do coração

Infusão

PILRITEIRO

219

Normaliza a pressão arterial

Infusão de flores, frutos frescos, extractos

GIESTA

225

Estimulante do sistema nervoso vegetativo, vasoconstritora, hipertensora

Infusão de flores e/ou ramas, extractos

MANJERICÃO-GRANDE

368 e cardiovascular

Infusão, essência

SEGURELHA

374

Infusão, essência

GlNSEiNG

608 Normaliza a tensão arterial,

O aumento da tensão arterial, seja da tensão sistólica ou máxima, seja da diastólica ou mínima, pode ter causas patológicas, como doenças dos rins, arterioscleroses ou transtornos hormonais. No entanto, em boa parte dos casos, desconhece-se a origem do transtorno e qualifica-se de hipertensão essencial. A fitoterapia dispõe de plantas sedativas e equilibradoras da tonicidade nervosa (pág. 145), plantas diuréticas (ver cap. 221) e plantas vasodilatadoras (pág. 229), de provada eficácia hipotensora, especialmente em caso de hipertensão essencial. Oliveira

Cebola

HIPOTENSÃO ARTERIAL A tensão arterial baixa manilesta-se por abatimento, falta de tonicidade muscular e sensação de fadiga. As plantas que se recomendam tonificam os sistemas cardiovascular e nervoso, e são preferíveis • ^^S/T \d ao uso habitual de W - S ^ w y^ excitantes como o café, o chá-mate ou o chá.

Vasodiladora e suavemente

Sedante, diminui a ansiedade

Hipotensor, vasodilatador, regulador do sistema cardiovascular Hipotensora, diurética,

Normaliza os números da tensão Hipotensora, diminui o tono

Diurética, antiespasmódica,

Diurético bem tolerado, não altera

Normaliza a tensão arterial, tanto se estiver baixa como alta

Estimula os centros nervosos da

Tonifica os sistemas nervoso

Tonificante do sistema nervoso tanto se estiver baixa como alta

Uso Infusão de flores, decocção de casca, extractos

Decocção de folhas Infusão ou maceração de folhas secas

Infusão, essência

Infusão de estiletes Preparados farmacêuticos Decocção, sumo fresco

Preparados farmacêuticos

..„. ÒALVA

A oo

OJO

Tonificante, estimulante das glândulas supra-renais

Infusão, essência

ALECRIM

674

Tonificante geral

Infusão, banhos, fricções

c

Grnseng

Pág. Acção

™ S55SJ5U—»•*•

* « o , essência

227

Cap. 13; PLANTAS PARA AS ARTÉRIAS

Doença

Planta

Pág. Acção

Uso

DESMAIO Perda súbita da consciência, com queda no solo. Costuma ser acompanhado de hipotensão. Além das plantas recomendadas para a hipotensão, que podem prevenir os desmaios, podem-se usar estas três, que dão equilíbrio ao sistema nervoso e circulatório.

LARANJEIRA

153

Antiespasmódica, sedante

Infusão de folhas e/ou flores

ALFAZEMA

161

Sedante e equilibradora do sistema nervoso

Infusão, extractos, essências

ERVA-CIDREIRA

ARTERIOSCLEROSE É um endurecimento e estreitamento das paredes das artérias causado por depósitos de colesterol, que impede a chegada de sangue suficiente aos tecidos irrigados por esses vasos. O tratamento íitoterápico consiste no uso de plantas vasodilatadoras (pág. 229), fluidificardes do sangue (pág. 263), e plantas ricas em oligoelement o s como o silício, que favorecem a regeneração dos tecidos que formam a parede arterial. Todas as plantas que fazem descer o nível de c o l e s t e r o l (pág. 229) previnem e evitam o aparecimento da arteriosclerose, já que esta substância gorda é a que origina a degenerescência e o estreitamento das paredes arteriais.

163

169

Vasodilatadora e suavemente hipotensora, sedante, fluidifica o sangue

Infusão de flores, decocção de casca, extractos

ALHO

230

Vasodilatador, fiuidificante do sangue

Cru, extractos, decocção de dentes de alho

GiNKGO

234

PERVINCA

244

VISCO-BRANCO visco BRANCO

HARPAGÓFITO

246 Cataplasmas de folhas esmagadas, sobre a zona afectada. OManilúvios (banhos de mãos) e pedilúvios (banhos de pés) com uma infusão de até 100 g de folhas de ginkgo por cada litro de água. Aplicam-se tépidos ou quentes, 1 a 2 vezes por dia. Os melhores resultados obtêm-se combinando o uso interno por via oral, com a aplicação externa.

Outros nomes: Esp.: ginkgo, árbof de oro, árbol de las pagodas. Fr.: ginkgo, noyer du Japon. Ing.: ginkgo, maidenhair tree. Habitat: Oriundo da China, Japão e Coreia, espalhou-se como árvore ornamental pelos parques e vias públicas de algumas regiões temperadas da Europa e da América. Descrição: Árvore da família das Ginkgoáceas, que pode atingir até 30 m altura. É dióica (pés masculinos e femininos diferentes), de folhas caducas, grossas, elásticas, que desde jovens se acham divididas em dois lóbulos. Os seus frutos são drupas amarelas, comestíveis enquanto frescas, mas malcheirosas quando demasiado maduras. Partes utilizadas: as folhas.

Os banhos com infusão de folhas de g i n k g o activam a circulação sanguínea nos braços e pernas. Os manilúvios (banhos de mãos) tornam-se muito eficientes em caso de frieiras.

específicas cio ginkgo: bilobálido e ginkgólidos A, B e C , Como é comum em fitoterapia, os efeitos da planta devem-se à acção conjunta de iodos os seus componentes, não tendo sido possível atribuir os eleitos do ginkgo a nenhum deles em concreto. O ginkgo actua sobre lodo o sistema circulatório, melhorando tanto a circulação arterial como a capilar e a venosa: • Acção vasodilatadora: Aumenta a perfusão (irrigação sanguínea) diminuindo as resistências periféricas nas pequenas artérias. Compensa em parte os transtornos produzidos pela arteriosclerose. • Acção protectora capilar: Diminui a permeabilidade dos capilares, reduzindo o edema (acumulação de líquidos nos tecidos). • Acção tónica venosa: Tonifica as paredes das veias, diminuindo a acumulação de sangue nelas e facilitando o retorno sanguíneo. São estas as suas indicações: • Insuficiência circulatória IOI cerebral (falta de irrigação sanguínea no cérebro), que se manifesta por vertigens, cefaleia, acufénios (zumbidos nos ouvidos), perda do equilíbrio, transtornos da memória e sonolência, entre outros sintomas. «Alivia a cabeça», afirmam aqueles que usam o ginkgo. • Sequelas de acidentes IOI vasculares cerebrais (tromboses, embolias, ele.): Acelera a recuperação e melhora a motilidade destes pacientes. • Arteriopatias dos membros inferiores (falta de irrigação nas pernas)

10.0.© oi: permite andai' maior distância sem ler de parar por motivo de dor.

• Angiopatias (doenças dos vasos sanguíneos) e transtornos vasomotores IO,©.©.01: doença de Reynaud, fragilidade vascular, acropareslcsias (pés ou mãos "dormentes"), frieiras. • Varizes, debites, pernas cansadas, edemas maleolares (tornozelos inchados) IO,0,©,OI

Nestas afecções circulatórias, recomenda-se combinar o uso por via oral com as aplicações externas (compressas, cataplasmas, manilúvins e pedilúvios). O ginkgo tolera-se muito bem, não faz subir a pressão arterial e não apresenta efeitos secundários indesejáveis. 235

HellanthusannuusL

:>l

m Preparação e emprego

Girassol USO INTERNO

Combate o excesso de colesterol

O Infusão: 100 g de flores e caules tenros por litro de água. Tomar 3-4 chávenas por dia. © Ó l e o das sementes, complemento dietético.

como

Outros nomes: helianto.

Q

UANDO esia belíssima planta chegou à Europa, proveniente da América Central nos princípios do século XVI, foi durante muito tempo utilizada unicamente como planta ornamental nos jardins e parques, pelo curioso lacto de seguir o movimento do astro-rei. Só no século XIX a ciência começou a descobrir as suas excelentes propriedades nutritivas e medicinais. No entanto, os povoadores do México pré-colombiano já usavam as sementes do girassol tonadas como alimento.

flores do girassol comem um glicósido flavonóide (quercimetrina), além de histidina e outras substâncias em menor quantidade. No México usam-se as FLORES e os CAULES lemos como balsâmicos e expectorantes IOI, para catarros bronquiais e afecções respiratórias. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS

Das SEMENTES de girassol exti ai-se um óleo de grande valor nutritivo, rico em ácidos gordos insaturados (especialmente o linoleico), assim como vitaminas E, A e 15 101. O uso do óleo de girassol é particularmente indicado na arteriosclerose, para lazer descei o nível de colesterol no sangue, assim como na diabetes, nas doenças do fígado e em certas afecções fia pele (eczemas e furunculoses). 236

Esp.: girasol, flor de sol. mirasol. Fr.: tournesol. Ing.: [commonj sunflower. Habitat: Oriundo das regiões subtropicais da América, mas distribuído e cultivado por todo o mundo. Descrição: Planta anual, da família das Compostas, que pode chegar a íer 2 m de altura. O seu grande disco floral é na realidade um capítulo formado por numerosas pequenas flores. Partes utilizadas: as dores, os caules tenros e as sementes.

V

Oenothera bfennlsL

Onagra Uma grande descoberta óa fitoterapia

E

STA curiosa planta, cujas flores SC abrem à noite, foi introduzida na Europa nos princípios do

*

Preparação e emprego

USO INTERNO O Cápsulas ou comprimidos: A melhor maneira de aproveitar as propriedades da onagra é ingerir o óleo das suas sementes, obtido por pressão a frio, em forma de cápsulas, comprimidos ou outros preparados semelhantes. Este é talvez o óleo mais caro que se conhece mas, felizmente, a dose terapêutica é de 2-4 g por dia.

século XVII, e era utilizada como planta ornamental. Cedo se descobriu que a sua raiz linha um sabor agradável, e que a planta servia para mais alguma coisa do que simplesmente enfeitar. Na Europa Central, a sua raiz. serviu aos camponeses para mitigar a fome provocada pelas guerras nos séculos XVIII e XIX. Apesar de tudo, ainda não há muito tempo, esta planta era pouco apreciada. Ainda é conhecida, com algum desprezo, como erva-dos-burros, porque estes humildes animais a comem com agrado. No entanto, as investigações científicas efectuadas nos princípios dos anos oitenta revelaram que o óleo de onagra tem propriedades medicinais interessantíssimas. Especialmente na Alemanha e nos Estados Unidos, fizeram-se diversos ensaios clínicos em doentes que sofriam de transtornos circulatórios, nervosos, genitais e reumáticos, obtendo-se excelentes resultados. Continuam a investigar-se as aplicações desta planta, que goza de um prestígio e uma popularidade cada vez maiores no mundo da fitoterapia.

Outros nomes: erva-dos-burros, canárias, zécora. Brasil: minuana. Esp.: onagra, hierba dei asno, enotera, prímula. Fr.: onagre {bisanuelle}, raiponce rouge, herbe à íâne. Ing.: [commonj evening primrose, feverplant. Habitat: Originária da América do Norte, naturalizada na Europa. Cresce nas bermas dos caminhos e vias férreas, e nas terras arenosas e húmidas. Descrição: Planta bienal da família das Enoteráceas, que no segundo ano atinge uma altura de um metro. Tem caule erecto, do qual saem grandes folhas pubescentes. As flores são amarelas, com quatro pétalas, e têm um aroma agradável. Partes utilizadas: as sementes.

O óleo extraído das sementes da onagra é muito rico em ácidos gordos essenciais polinsaturados, entre os quais se

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

237

*~Yy .-*". Pefa sua riqueza em ácidos gordos essenciais, o óJeo de onagra faz descer o nível de colesterol, melhora a circulação sanguínea e tonifica o sistema nervoso. Constitui um remédio m u i t o útil para os transtornos da terceira idade.

destacam o ácido linoleico (71,5%) e o linolénico (7%-10%), cuja denominação química mais exacta é, respectivamente, cis-linoleico e gama-linolénico. Este último desempenha um papel muito importante no organismo, como precursor químico das prostaglandinas, substâncias recentemente descobertas, que cumprem numerosas funções metabólicas. Saliente-se que a onagra é o único vegetal conhecido que contém proporções notáveis do ácido linolénico, o qual também se encontra presente no leite materno, e se torna imprescindível para o organismo (é um ácido gordo essencial). O ácido linolénico e o seu derivado imediato, a prostaglandina F. I. são indispensáveis para a estabilidade das membranas das células de lodo o organismo, para o desenvolvimento do Sistema nervoso, para o equilíbrio do sistema hormonal e para a regulação dos processos da coagulação sanguí238

nea, entre outras funções. Em virtude disto, é longa a lista das doenças em que se tem aplicado com êxito o ÓLEO DE ONAGRA lOl:

• Aumento de colesterol no sangue e, em geral, todas as hiperlipemias (aumento do conteúdo gordo do sangue). •Transtornos circulatórios: hipertensão arterial e tendência para trombose por aumento cia agregação plaquetária. Pode actuar como preventivo dos acidentes vasculares cerebrais (trombose e hemorragia cerebral) e do infarto de miocárdio, pois dilata as artérias e impede a agregação plaquetária e a formação de coágulos. • Transtornos genitais: dismenorreia, ciclos irregulares, síndroma pre-menstrual, esterilidade por insuficiência ovárica. • Afecções do sistema nervoso: do-

ença de Parkinson, esclerose em placas, e, em geral, todas as afecções causadas por degenerescência neuronal. • Transtornos do comportamento: crianças irritáveis, nervosismo, neurastenia, esquizofrenia. • Transtornos da resposta imunitária: alergia, asma, eczema, dermatite atópica. • Reumatismo: artrite reumatóide e processos reumáticos em geral. • Problemas dermatológicos: excesso de secreção sebácea (acne), rugas ou secura da pele, assim como fragilidade das unhas e do cabelo. Sabemos que, desde há mais de cinco séculos, os índios algonquinos da América do Norte, com a finalidade de combater as erupções, esfregavam a pele com sementes de onagra esmagadas.

Oiea eumpaea L

Oliveira Alimento antigo e medicamento de actualidade

Q

UK lhe apetece comer? -pergunta o médico a um doente enfraquecido, que se recupera nuni hospital depois de uma complicada intervenção. -Talvez... uma latia/inha de pão coro azeite -sugere timidamente o debilitado paciente. K insiste: -Poderei comei- pão com azeite...? O doente, um camponês da Europa Meridional, de pele tisnada pelo sol. não esquece, nem mesmo prostrado na cama do hospital, 0 delicioso sabor do pão caseiro com azeite de oliveira. A oliveira faz parte essencial da cultura mediterrânica. Desde que a pomba enviada por Noé, paia comprovar a descida das águas do Dilúvio, regressou com um raminho de oliveira no bico, esta árvore transformou-se no símbolo da paz. Entre os Judeus, o azeite era usado para ungir as pessoas que deviam consagrar-se a uma missão especial. E na época cristã converteu-se no símbolo do Espírito Santo. Os Fenícios e os Romanos disseminaram-na por Ioda a bacia mediterrânea. O azeite continua a sei a gordura comestível mais importante na dieta popular cio Sul da Europa, companheiro indispensável do pão, das saladas e de tantos pratos saborosos. Segundo o investigador espanho Grande Covián, o consumo de azeite, (Mn vez de manteiga, explica o lacto de a frequência de infarto do miocárdio e trombose ser significativamente menor nos países mediterrâneos do que nos do dentro e Norte da Europa e na América do -Norte.

» m\ > Preparação e emprego USO INTERNO

O Decocção: Prepara-se com 40-50 g de folhas por litro de água. Fazem-se ferver até que a água fique reduzida a metade. Ingerem-se três chávenas por dia.

@ As azeitonas comem-se como aperitivo, na salada, ou durante a refeição. €> 0 azeite, quando se toma com fins medicinais, ingere-se em jejum ou antes das refeições, na quantidade de uma ou duas colheres de sopa. Convém que seja virgem e, se possível, extraído por pressão a frio ou decantação. USO EXTERNO

O O azeite também se aplica em forma de loção ou pomada (unguento). @ Enemas (clisteres): Bate-se com água quente em partes iguais. Pode-se acrescentar outra parte de decocção de malva ou malvaísco.

Outros nomes: azeitoneira, zambujeiro (a variedade silvestre). Esp.: olivo, aceituno, olivera, azambujo. Fr.: olivier. Ing.: olive [treej Habitat: Oriunda do Próximo Oriente, cresce tanto cultivada como silvestre, por todos os países mediterrâneos. Foi introduzida no continente americano no século XVI. Descrição: Árvore de porte médio, da família das Oleâceas. Tem tronco grosso e retorcido, folhas elípticas de bordo liso e cor verde acinzentada. As flores são pequenas, esbranquiçadas. O seu fruto ê uma drupa: a conhecida azeitona, ou o/íva. A ofiveira silvestre (o zambujeiro) é mais pequena e tem as folhas arredondadas; os frutos negros são mais pequenos doque os da cultivada, mas contêm as mesmas substâncias. Partes utilizadas: as folhas e os frutos.

O azeite, merecidamente chamado o rei dos óleos alimentares, é talvez o melhor exemplo que se pode encontrar de um produto simultaneamente alimentício e medicinal.

tensão IOI. O seu uso torna-se lambem muito recomendável no caso de arteriosclerose.

O principal país produtor de azeite em iodo o inundo, é a Espanha, com os seus 180 milhões de oliveiras espalhadas desde a Andaluzia até à Catalunha. Deve-se distinguir entre: / Azeite de oliveira virgem: Obtido da azeitona por trituração, pressão a frio ou decantação, c posteriormente filtrado; ou então por centrifugação. Não sofre nenhum tratamento com substâncias químicas. / Azeite puro de oliveira: Mistura de azeite virgem e de azeite refinado, que foi submetido a processos lisicoquímicos para lhe reduzir o grau de acidez. 240

O azeite virgem é mais natural e de sabor mais forte, enquanto que o chamado "puro" ou o refinado tem um sabor mais neutro. Ambos, mas especialmente o virgem, são superiores aos óleos de sementes (girassol, milho, ele.) quanto ao valor nutritivo, propriedades medicinais e estabilidade ao fritar. PROPRIEDADES E FOLHAS da oliveira

INDICAÇÕES:

As

contêm oleuropeína (até 1%), um glicósido; além de tanino, açúcares e outras substâncias. São febrífugas (baixam a febre) e lupotensoras, sendo um dos remédios vegetais mais eficazes contra a hiper-

As AZEITONAS contêm lípidos (gorduras) e prótidos, além de sais minerais (especialmente cálcio), enzimas c vitaminas Ai, Bi, Bir e PP. São aperitivas, tónicas da digestão e ligeiramente laxantes 101. O AZEITE ou óleo da azeitona c constituído por uma mistura de diversos lípidos, formados quimicamente pela união da glicerina com os chamados ácidos gordos, dos quais o oleico (até 80%) é o mais importante, seguido do linoleico, do palmítico e do esteárico, entre outros. Tem as seguiuu-s propriedades: • Emoliente, ou seja, que exerce um efeito suavi/.ante e unli-inflamuiório sobre a pele e as mucosas. Cura queimaduras, feridas, úlceras e irritações da pele. Faz parte de numerosos unguentos e pomadas IOI. Km uso interno, tem uma acção anti-inllamatória e

o

A venerável oliveira é toda ela medicinal: as azeitonas são aperitivas e tonificantes; o azeite é suavizante, colagogo (facilita o esvaziamento da bílis) e redutor do colesterol; e as folhas fazem baixar a tensão arterial e a febre.

O azeite e a pele

Antigamente, quando não existia a grande variedade de produtos de beleza de que dispomos actualmente, o azeite era um dos cosméticos mais apreciados. Entre o antigo povo de Israel, como noutras culturas da área mediterrânea, era costume ungir a cabeça com azeite para embelezara pele e o cabelo. Todos os óleos, mas especialmente o da azeitona, têm acção emoliente (suavizante) e protectora sobre a pele que os absorve. Uma boa forma de aplicar o azeite sobre a peie é a seguinte: 1. Aplicar uma loção com azeite, acompanhada de uma suave massagem sobre todo o corpo. 2. Vestir uma bata ou um roupão e esperar durante 15-20 minutos. 3. Passado este tempo, toma-se um duche quente, ensaboando a pele com o produto habitualmente utilizado. Depois de enxugar, nota-se como a pele ficou mais suave e limpa.

protectora sobre a mucosa do estômago, pelo que é um excelente remédio em caso de gastrite aguda (irritação do estômago) l©l, produzida militas vezes por medicamentos como a aspirina, bebidas alcoólicas, cale, especiarias ou conservas em vinagre. • Laxante suave l€N, quer seja tomado em jejum quer aplicado em enema (distei) UDI. Além disso, facilita a expulsão dos vermes intestinais. • Colagogo, isto é, que facilita o esvaziamento da vesícula biliar, o que ajuda o alívio das doenças abdominais devidas ao mau funcionamento da vesícula l©l. Além disso, a bílis despejada no intestino facilita a digestão. No entanto, deve-se usai" com prudência em caso de eolelitíase (cálculos ou pe-

dras na vesícula), pois poderia desencadear uma cólica biliar. • Efeito sobre o colesterol [01: O azeite não oferece uni acentuado efeito redutor do nível de colesterol no sangue, como o que possuem os óleos de gérmen de trigo ou de milho, por exemplo. No entanto, usado de forma continuada, lem a (acuidade de manter o colesterol sanguíneo em níveis baixos. Comprovou-se experimentalmente que o azeite aumenta as lipoproteínas da alta densidade (HDL, ///'»/; Densiiy Lipoprotein em inglês), que são encarregadas de transportar no sangue uni tipo de colesterol chamado colesterol 1IDL. Este tipo especial de colesterol tem a propriedade de evitara arteriosclerose (endureci-

mento das artérias por deposito de colesterol e cálcio nas suas paredes), ao contrário do colesterol ligado ãs lipoproteínas de baixa densidade (1.1)1., Lano Density Lipoprotein) ou colesterol nocivo. Islo pode explicar o lacto de o consumo habitual de a/.eile como gordura alimentar estar directamente relacionado com um menor risco de hilário do miocárdio. • Anlitóxico, excepto nas intoxicações provocadas pelo fósforo ou seus derivados IO). Dá-se a beber à vítima uni copo de a/.eile misturado com água quente, para provocar o vómito, e, depois de ler vomitado, dão-se-lhe a beber novamente várias colheradas de azeite, para que desenvolva a sua acção de antídoto no tubo digestivo. 241

Rauwotfía serpentina Benth.

LÍJ ±

Rauvólfia Acreditado hipotensor e enérgico sedativo

A

MEDICINA tradicional da índia utiliza a raiz. desta planta desde tempos remotos, como antídoto coima as picadas de serpentes e aranhas, e para acalmar os nervos. A moderna investigação farmacêutica descobriu nela valiosos princípios activos contra a hipertensão arterial, e actualmente entra na composição de diversas especialidades farma céu ficas.

ÍQQQ Preparação e emprego

USO INTERNO O Pó de raiz: A dose média é de 100-200 mg, duas vezes ao dia. Ingere-se dissolvida num pouco de água. A dose máxima é de 1000 mg (1 g) por dia. © Preparados farmacêuticos à base rauvólfia: Trazem a indicação da dose recomendável.

%pL^L"s

Si -O

P - CH, O—CH,

A raiz desta planta contém cerca de vinte tipos diferentes de alcalóides, dos quais o mais importante é a reserpina. Tem propriedades hipotensoras (produz uma descida na pressão arterial) e sedativas do sistema nervoso, tudo isto como resultado da sua acção depressora sobre os centros subcorticais e talamicos do cérebro. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

A rauvólfia tonia-.se altamente eficaz no tratamento da hipertensão arterial, tão frequente no mundo desenvolvido. Também dá bons resultados em caso de insónia rebelde, de psicose e de outras doenças mentais IO.QI. Outro alcalóide da rauvólfia é a ajmalina, de propriedades antiarrítmicas.

Precauções A reserpina da rauvólfia é um alcalóide muito activo, pelo que a planta e os seus extractos devem ser usados sob vigilância médica.

242

CH,

-OOt\^^í CH,—0

FórmuJa química da reserpina, o alcalóide mais importante da rauvólfia. Tem propriedades hipotensoras e sedativas.

Outros nomes: rauwolfia. Esp.: rauwolfia, rauvólfia, ravolfia. Fr.: rauwolfia, arbre aux serpents. Ing.: rauwolfia [root], Java devilpepper. Habitat: Originária das regiões tropicais da Ásia, especialmente da índia, onde se cultiva para fins medicinais. Actualmente cultiva-se também na América Central. Descrição: Pequeno arbusto de até um metro de altura, da família das Apocináceas. As suas folhas terminam em ponta pelas duas extremidades, e as flores, brancas ou cor-de-rosa, dispõem-se em forma de umbela. Partes utilizadas: a raiz.

Tragopogon pratensis L.

Cersefi-bastardo Depurativo do sangue e aperitivo

fr • A l Preparação e emprego USO INTERNO O Raiz: A melhor maneira de aproveitar as suas qualidades é comer a raiz crua, cortada às rodeias em salada. Também se pode cozinhar. © Folhas tenras: Comem-se também em salada; o seu gosto lembra o da escarola e da chicória.

Precauções

A

RAIZ do ccrsefi-bastardo já era usada na Grécia antiga. Aparece em frescos encontrados ein Pompeia, o que indica que também (a/ia pane da dieta romana. Durante toda a Idade Média, foi cultivado e consumido, embora tenha caído em desuso na era industria). Agora volta a ser apreciado como alimento e remédio natural. A raiz de cersefi-bastardo tem um sabor adocicado e algo imu ilaginosn. Contém diversos glícidos (hidratos de carbono), como o inositol e o manitol, e também pequenas quantidades de prótidos e de lípidoa (gordura). E um bom aperitivo, e lambem diurético, sudorífico (aumenta a sudoração) e depurativo. O seu uso é benéfico, especialmente aos que sofram de arteriosclerose, reumatismo, gota e hipertensão arterial IO.01. Favorece a eliminação de resíduos tóxicos do metabolismo. Os diabéticos podem lomá-lo .sem restrição, devido a que os hidratos de carbono desta planta não elevam o nível de glicose no sangue.

Não comeras sementes e os frutos, porque são tóxicos. O resto da planta não apresenta nenhum problema.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES

Outros nomes: barba-de-bode. satsifi, cersifi, cercefi Esp.: salsifi, barba de cabra, barba cabruna. Fr.: salsifis [sauvage}, barbe de bouc. Ing.: [yellow] goatsbeard. Habitat: Prados húmidos e bermas de caminhos de toda a Europa. Naturalizado em regiões temperadas e frias do continente americano. Descrição: Planta bisanual, da família das Compostas, de 30 a 80 cm de altura. Tem caule erecto e abraçado por umas folhas alongadas terminadas em ponta. A raiz ê carnuda, de cor castanha clara. Partes utilizadas: a raiz e as folhas.

241

Vinca minorL

Pervinca Ideal para combater o envelhecimento

D

IOSCORIDES e Galeno já Falavam da utilidade desta planta, a ejue a investigação farmacológica dedicou um grande interesse nos últimos anos. I loje claboram-se com ela diversos preparados farmacológicos. PROPRIEDADES F. INDICAÇÕES: O seu

princípio activo mais importante é a vincamina (0,1% a 0,2%), um alcalóide indólico com notáveis propriedades vasodilatadoras. Contém também taninos de acção adstringente e outros alcalóides (até 35) recentemente identificados. As suas aplicações são: • Insuficiência circulatória cerebral: A vincamina é um potente vasodilatador das artérias cerebrais, que aumenta a irrigação sanguínea do tecido cere-

Outros nomes: vinca, vincapervinca, congossa. Esp.: vincapervinca, brusela, hierba doncella. Fr.: pervenche, violette des morts. Ing.: [early ílowering] periwinkle, lesser periwinkle. Habitat: Difundida por toda a Europa Central e do Sul. Cria-se nos bosques húmidos, especialmente de carvalhos e de faias. Cultivada na América do Norte com fins medicinais. Descrição: Planta vivaz da família das Apocinaceas, com caules rasteiros de até 2 m de comprimento. As suas folhas são perenes, coriáceas e de bordos lisos. As flores são pedunculadas e de cor azul violeta. De sabor muito amargo. Partes utilizadas: as tolhas.

O

Preparação e emprego USO INTERNO

CH3OQ Fórmula química da vincamina, o alcalóide mais importante da pervinca. A sua potente acção vasodilatadora fê-lo passar a fazer parte de numerosos preparados farmacêuticos. 244

O Decocção durante dois minutos, de 30-50 g de folhas por litro de água. Ingerem-se de 3 a 5 chávenas diárias, adoçadas com mel, caso se deseje (é muito amarga). @ Preparados farmacêuticos (cápsulas, xaropes, e t c ) : Seguir as doses e indicações recomendadas em cada caso.

USO EXTERNO © Compressas sobre a pele ou sobre as mamas (para deter a lactação). Fazem-se com a mesma decocção descrita para uso interno. Aplicam-se durante 10-15 minutos, duas ou três vezes ao dia. Em caso de hemorragias ou hematomas, aplicam-se frias; sobre as mamas inflamadas, aplicam-se quentes.

*v

Vicária A vicária (Vinca rósea L.)", que em Espanha é conhecida também como 'brusela', 'flor dei príncipe', 'hierbadoncella', etc, é uma planta de outra espécie similar, do mesmo género da pervinca. A vicária é originária de Madagáscar, mas também se cultiva na América, onde recebe outros nomes espanhóis, como 'blanca pobre', 'buenas tardes', 'dominica', 'jazmín dei mar', etc. Começa a ser utilizada como antimitótica (impede a reprodução das células cancerosas) e no tratamento de certas leucemias, linfomas (doença de Hodgkin e outros) e sarcomas. O seu uso ainda se encontra, porém, em fase experimental. * Esp.: vicária.

A pervinca aumenta a irrigação sanguínea do cérebro, pelo que é uma planta ideal para combater os transtornos da senilidade devidos â arteriosclerose.

bral e m e l h o r a o f u n c i o n a m e n t o do sistema nervoso central IO.0I. E também hipotensora. Aplica-se c o m êxito em caso de cefaleia, vertigens, acufériios (zumbidos nos ouvidos), e n o u tras manifestações de insuficiência circulatória cerebral (falta de irrigação) devidas a a r t e r i o s c l e r o s e , a h i p e r tensão ou outras causas. E u m a planta ideal para c o m b a t e r os transtornos da senilidade. Recentemente também se p ô d e demonstrar q u e a vincamina atravessa a barreira hematoencefálica e actua no interior do tecido cerebral melhorando a oxigenação dos n e u r ó n i o s . Devido a t u d o isto, a vincamina q u e se extrai desta prodigiosa planta é um dos fármacos mais usados a c t u a l m e n t e no t r a t a m e n t o da irrigação sanguínea cerebral insuficiente. A planta c o m p l e t a

possui os mesmos efeitos q u e a vincamina, potenciados e enriquecidos, além disso, pela presença de outros alcalóides e princípios activos. • Enxaquecas: Por t u d o isto, t a m b é m se usa nas e n x a q u e c a s para acalmar a crise de d o r e evitar o seu reaparecim e n t o IO,©l. • H e m o r r a g i a s : O efeito adstringente e hemosiático dos taninos explica q u e a n t i g a m e n t e se t e n h a utilizado a pervinca p a r a d e t e r as h e m o p t i s e s (hem o r r a g i a s b r o n q u i a i s ) q u e se a p r e sentam na tuberculose IOI. O seu uso actual neste caso só se justifica c o m o c o m p l e m e n t o d o t r a t a m e n t o específico antituberculoso. Externamente 101 aplica-se em caso de feridas sangrantes, hematomas e contusões, para reduzir a hemorragia.

• Colite e gastrenterite: Podc-se empregar para cortar a diarreia IO.0I. • Diabetes: Os alcalóides da pervinca a p r e s e n t a m u m m o d e r a d o efeito hip o g l i c e m i a n t e : fazem descer o nível de glicose no sangue, reduzem a glicosúria (eliminação de glicose com a urina) 10,61. No caso de diabetes, usase em combinação com o regime dietético e outros tratamentos. • Antilactagoga: Detém a p r o d u ç ã o de leite nas m u l h e r e s lactantes. Ingere-se p o r via oral IO,0I e aplica-se em c o m p r e s s a s s o b r e os peitos 1©I, em caso de i n l l a m a ç ã o (mastite) ou q u a n d o interesse s u s p e n d e r a lactação. • Tonificante geral e do aparelho digestivo IO,©l.

% »J 9J

Vlscum álbum L.

J

Visco-branco Eficaz contra a hipertensão e a arteriosclerose

O

S TORDOS, os pombos e outras aves da floresta, encarregam-se de disseminar as sementes do visco-branco. Depois de as terem ingerido, vomitam-nas sobre os ramos de outras árvores, a que as bagas se agarram graças ao seu invólucro gelatinoso. Ali germinam as sementes, geralmente sobre abetos, álamos ou macieiras, surgindo uma nova planta.

O visco-branco é uma planta muito original. As suas raízes penetram nos ramos e troncos de outras árvores, em vez de penetrarem na terra. A semente precisa de luz solar para germinar, ao contrário da maioria, que precisa da escuridão. Por outro lado. a planta

Outros nomes: visco. Esp.: muérdago, almuérdago, visco. Fr.: gui. Ing.: [European]mistietoe. Habitat: Difundido peias regiões de bosques de todo o continente europeu e também do americano. Descrição: Planta parasita, da família das Loraniáceas, que afunda as suas raízes nos troncos de diversas árvores e se alimenta da sua seiva. As folhas são perenes (sempre verdes) e os frutos são bagas gelatinosas semelhantes a pérolas. Partes utilizadas: as folhas, colhidas antes de aparecerem os frutos.

O

,»,

Preparação e emprego

Precauções USO INTERNO

Não ultrapassar as doses de folhas quando usadas internamente. Excluir as bagas, que são tóxicas: Com cerca de dez bagas surgem vómitos, hipotensão e transtornos nervosos. Com maior quantidade pode sobrevir a morte por paragem cardio-respiratória.

246

O Infusão com 10-15 g de folhas secas por litro de água, da qual se tomam 2 chávenas diárias. © Maceração, deixando repousar duvante uma noite 20 g de folhas secas em meio litro de água fria. Depois de filtrada, bebe-se no dia seguinte em 3 ou 4 vezes.

USO EXTERNO

€) Compressas: Embebem-se numa infusão com 30 g de folhas secas por litro de água. Aplicam-se sobre o peito (em caso de palpitações ou de sensação de opressão), sobre as costas ou os rins (em caso de lumbago ou de ciática), ou sobre as articulações afectadas pelo reumatismo.

Visco-americano

Existe na América do Norte uma variedade, conhecida em espanhol como visco-americano [Phoradendron flavescens)' de propriedades semelhantes às do visco-branco. Para os distinguir, dá-se nos Estados Unidos, ao visco-branco, o nome de 'European mistletoe' {visco europeu). * Esp.: muérdago americano. O visco-branco é uma planta parasita, muito apreciada pela sua acção hipotensora e dilatadora das artérias, especialmente as cerebrais e as coronárias. No entanto, deve ser usado com prudência, devido aos seus possíveis efeitos tóxicos. As bagas são venenosas e devem deitar-se sempre fora.

adulta é capaz de produzir clorofila mesmo na escuridão, ao contrário das restantes plantas, que amarelecem perante a falta de luz. As suas propriedades medicamentosas, já conhecidas desde os tempos de Hipócrates e Plínio, são também muito interessantes. Recentemente, descobriu-se que o visco-branco apresenta uma actividade antitumoral, lacto que ainda está a ser investigado. suas folhas contêm colina c acetileolina, substâncias que actuam sobre o sistema nervoso vegetativo, além de saponinas. As bagas contêm também alcalóides e outras substâncias té>xicas, pelo que não se recomenda o uso medicinal das mesmas.

se conhecem contra a hipertensão arterial. Melhora a irrigação sanguínea do cérebro e do coração, quando entorpecidos devido ao estreitamento (arteriosclerose) das artérias cerebrais ou coronárias. O seu uso é recomendado em caso de arteriosclerose cerebral (enjoos, vertigens, zumbidos nos ouvidos) ou coronária (angina de peito). Pode-se administrar como preventivo de novos ataques, nos indivíduos que tenham sofrido trombose ou embolias cerebrais.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS

Eis as propriedades do visco-branco: • Hipotensor e vasodilatador: Possui um notável eleito regularizado!- do sistema circulatório IO.OI. O visco-branco é uma das plantas mais eficazes que

• Antiespasmódico e sedativo: Acalma a sensação de opressão no peito, as palpitações, o nervosismo e as enxaquecas IO.01. Antigamente uiilizava-se para acalmar os ataques epilépticos e as crises de histeria. • Diurético e depurativo: Aumenta a produção de urina e a eliminação dos resíduos tóxicos do metabolismo, como a ureia e o ácido úrico IO.OI. Indicado nos casos de nelrite, gota, artritismo, e sempre que se deseje depurar o sangue.

• Anti-inflatório: Aplicado localmente. alivia as dores reumáticas 16). Muito eficaz nos ataques agudos de lumbago ou ciática. • Regulador da menstruação: limprega-se em caso de transtornos do ciclo, de regras excessivas e de hemorragias uterinas, devido ao seu eleito hemostático 10,91. • Anticanccroso (0.01: Isolarain-.se recentemente na planta do visco-branco certas proteínas conhecidas como lactinas, que têm um acentuado eleito destruidor das células minorais (efeito citolítico). Ao mesmo tempo, estas proteínas estimulam o timo e as defesas celulares do organismo. Realizaram-se experiências satisfatórias com animais de laboratório, nos quais 0 visco-branco foi capaz de curar tumores superficiais. Esperamos que se façam novas descobertas nos próximos anos, que permitam a sua aplicação clínica. 247

PLANTAS PARA AS VEIAS UJVIÁRIO DO CAPÍTULO

I

DOENÇAS E APLICAÇÕES Flebite Plantas protectoras capilares Protectoras capilares, plantas Úlcera varicosa Varizes Veias, inflamação, ver Flebite

249 248 248 250 249 249

PLANTAS

As plantas venotónicas, assim como as massagens ascendentes nos membros inferiores, favorecem a circulação venosa e embelezam as pernas.

Arando 260 Arando-vermelho 261 Aveleira 253 Castanheiro-da-índia 251 Cipreste 255 Enia-dos-vasadhos = Giibarbeira . . . . 259 Giibarbeira 259 Hamamélia 257 Meliloto 258 Mirtilo = Arando 260

Fortalecem e regeneram as células que formam os finos canais ou vasos capilares, pelos quais circula o sangue no interior dos tecidos. Os princípios activos mais importantes, responsáveis pela sua acção, são a rutina ou vitamina P e as antocianinas. Aplicam-se em caso de hemorragias por fragilidade vascular, edemas, varizes e flebites. Com o fortalecimento das células que formam os canais capilares, diminui a excessiva saida de líquidos dos capilares para os tecidos. Desta forma se reduz o edema e inchação dos tecidos, e melhora a circulação sanguínea. Planta

Pág.

Ginkgo

234

Castanheiro-da-índia

251

Hamamélia

257

Giibarbeira

259

Arando

260

Sempre-noiva

272

Videira

544

Arruda

637

A

lação sanguínea nas veias, evitando que se dilatem e lormem varizes. As plantas venotónicas também são úteis em caso de hemorróidas, pois estas nada mais são do que veias dilatadas na região do ânus.

As plainas medicinais fornecem substâncias venotónicas, (pie favorecem a circu-

As compressas embebidas na decocção rle certas plainas venotónicas e cicatrizantes (pág. 250) ((instituem nina interessante ajuda no tratamento das úlceras varicosas das pernas.

S VKIAS transportam o sangue de volta paia o coração, depois de ele ter passado pelos capilares e irrigado os tecidos. O sangue circula pelas veias quase sem pressão, que dificulta de modo particular o retorno do sangue das pernas, que leni de subir vencendo a força da gravidade.

248

Plantas com acção protectora capilar

I

A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte;

Doença

Planta

VARIZES

LARANJEIRA

São dilatações permanentes das veias. Todas estas plantas têm acção venotónica, isto é, tonificam a parede das veias, evitando assim a sua excessiva dilatação. As plantas venotónicas actuam também favorecendo a circulação de retorno do sangue no interior das veias. Algumas destas plantas tem, além disso, uma acção protectora capilar (tabela da pág. 248), pelo que fortalecem e regeneram as células que formam os finos canais ou vasos capilares pelos quais circula o sangue. Deste modo diminui o edema e inchação dos tecidos, e melhora a circulação venosa.

Acção

Uso

153 de acção protectora capilar

Rica em flavonóides

Decocção de casca de laranja

riwiírn

9-Í/I Tonifica as paredes venosas, protector

bINKGO

£.&

Infusão, compressas, cataplasmas, banhos

CASTANHEIRO-

251

-DA-lNDIA

Pág.

D e s c r i ç ã o

capi|ar

T 0 " ' * ' 0 3 as paredes venosas, protector capilar

Decocção, compressas

AVELEIRA

253 Tonifica a circulação venosa

Decocção de folhas e ramas, compressas

CIPRESTE

255

Decocção de gálbulos (frutos), essência

HAMAMÉLIA

257 Activa a circulação sanguínea nas veias

Extracto, infusão de folhas e/ou casca

M,-. „ «T« MEULOTO

OKQ Activa a circulação venosa, 258 fluidifica 0 sangue

Infusão

Tónico venoso

fimuRRFiR& ?RQ Melhora a circulação venosa UILBARBEIRA ^ o y ( f o r t a | e c e a s p a r e d e s d o s capilares

Decocção, compressas com a decocção

Reforça a parede dos vasos capilares e venosos

Sumo fresco ou decocção de frutos

Protector capilar, tónico venoso

Sumo de limão, essência

ARANDO

260

LIMOEIRO

265

iu,1D. VIDEIRA

rAA Melhora a permeabilidade capilar D44 e a c j r c u | a ç ã o venosa

Decocção de folhas, banhos de pés com a decocção de folhas

NOVELEIRO

642

Activa a circulação venosa

Decocção de casca

GlNKGO

234

Toni,ica as Pa r edes venosas, protector capilar

Compressas com a infusão, cataplasma de folhas esmagadas, banhos de pés com a infusão

Tonifica as paredes venosas, protector capilar

Compressas com a decocção de casca e/ou sementes

Tonifica a circulação venosa

Compressas com a decocção de folhas e casca

ílífíM!/}!'!!,!

FLEBITE É a inflamação das veias. Acontece normalmente nas veias varicosas, isto é, previamente dilatadas. Além das plantas recomendadas para as varizes, o tratamento fitoterápico da flebite requer a aplicação local de compressas ou cataplasmas destas plantas, sobre a zona afectada pela flebite.

CASTANHEIRO-DA-ÍNDIA AVELEIRA

„njinDCin, GILBARBEIRA r

PFÍASSTE

25i

253

OCQ Melhora a circulação venosa Í V Í % fortalece as paredes capilares

Compressas com a decocção

320

Cataplasmas de folhas frescas esmagadas

Anti-inHamatóvia de acção local

Os frutos do arando (pág. 260) são m u i t o ricos em antocianinas, substâncias que tingem a pele de uma cor azulada típica. Ingeridas por via oral, as antocianinas |pág. T28) reforçam a parede dos vasos capilares e venosos, e beneficiam a circulação sanguínea na retina, assim como a dos membros inferiores. O sumo de arandos é um bom remédio a ter em conta em caso de varizes.

249

C a p . 1 4 : P L A N T A S PARA A S V E I A S

Doença

Planta

ULCERA VARICOSA

AGRIMÒNIA

É uma perda de substância na pele, de escassa ou nenhuma tendência para a cicatrização, causada por uma alteração da circulação venosa. Associa-se geralmente a varizes e/ou flebite, e localiza-se na parte inferior da perna, próximo do tornozelo.

CARVALHO

0 tratamento fitoterápico da úlcera varicosa consiste na ingestão de plantas venotónica$ (ver "Varizes", pág. 249) e protectoras capilares (ver pág. 248), combinadas com a aplicação de cataplasmas e compressas sobre a zona ulcerada, com plantas cicatrizantes Wev cap. 27), anti-sépticas e adstringentes. Tanchagem

Pág. Acção

CASTANHEIRO-DA-lNDIA

205 Cicatrizante 208 Adstringente, cicatrizante 221 Cicatrizante 2=1 Tónico venoso, adstringente, anti-inflamatório

AVELEIRA

253

Cicatrizante, tónico venoso

CIPRESTE

255

Tónico venoso

TANCHAGEM

325

CUSCUTA

386 Cicatrizante e anti-séptica

COUVE

433

Cicatrizante e vulnerária

AMIEIRO

487

Adstringente

DEDALEIRA

SALGUEIRINHA ZARAGATOA CAVALINHA

J Pi J Preparação e emprego

Luzerna

USO INTERNO

Nutritiva e hemostática

Q

UE SORTE têm os cavalos, de lhes darem luzerna a comer! Desde os tempos mais remolos, os animais domésticos lêm desfrutado das vantagens desia nutritiva planta, enquanto mie os seus donos racionais a desprezam, por a considerarem pouco refinada para aparecer nas suas mesas. Graças à moderna química analítica, conhecem-se hoje as excelentes propriedades desia humilde planta. Felizmente, sãojá cada vez mais aqueles que tiram proveito dela. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS

BROTOS TENROS (germinados) da luzema são muito ricos em cálcio (525 mg por 100 g, o triplo do que existe no leite), fósforo, provitamina A em forma de betacaroteno, vitaminas C, B e K, enzimas, aminoácidos essenciais e outros nutrientes, além de fibra vegetal. Por isso, a luzerna possui propriedades remineralizantes, tonificantes, de protecção contra v»s infecções e Uemostáticas IO.©.0.01. E especialmente indicada em caso de: • anomia por deficiências vitamínicas ou minerais; • raquitismo e desnutrição; • úlcera gastroduodenal; • dispepsia e fermentações intestinais, pela sua riqueza em enzimas; • prisão de ventre, pelo seu conteúdo em libra vegetal: • hemorragias nasais, gástricas c uterinas. Recordemos eme qualquer perda de sangue anormal deve ser objecto de consulta médica.

O Como alimento: A luzerna, como muitas outras verduras e hortaliças, pode-se comer crua em salada (os brotos tenros) ou cozinhada. 0 seu conteúdo em vitamina C resiste muito bem à cozedura. @ Sumo fresco: Um copo, tomado de manhã, constitui um excelente tónico. €) Infusão: 30 g por litro de água. Tomam-se de 3 a 5 chávenas por dia. O Extracto seco: 0,5 a 1 g por dia.

Outros nomes: alfalfa, meiga, meiga-dos-prados. Brasil: alfalfa-de-fior-roxa. Esp.: alfalfa, cadiilo de hierba, trebol de carretilla, mielga. Fr.: luzerne [cultivéej. tng.: lucern, tucerne, alfalfa. Habitat: Originária do Médio Oriente, cultiva-se hoje nas regiões temperadas de todo o mundo. Descrição: Planta forrageira da família das Leguminosas, que atinge de 30 a 80 cm de altura As suas flores são de cor azulada. O fruto ê um pequeno legume enrolado em forma de caracol. Partes utilizadas: toda a planta.

O

Germinados

As sementes de luzerna podem fazer-se germinar em casa, e comem-se os pequenos rebentos acabados de brotar (brotos ou germinados). Os germinados são especialmente ricos em vitaminas e minerais.

Nasturtium offWna/fe R. Br.

Agrião Estimulante, depurativo e balsâmico



J

Outros nomes: agrião-de-água, agrião-das-fontes, mastruço-dos-rios.. Esp.: berro, berro de la fonte, mastuerzo de agua. Fr.: cresson [d'eau], cresson des fontaines. Ing.: [green] watereress. Habitat: Cria-se perto das nascentes e regatos de águas límpidas e frescas. Não gosta dos charcos e represas. Encontra-se espalhado por toda a Europa e América, onde se conhecem até cinco variedades diferentes.

Q

UE SAUDÁVEIS-e económicas- estas saladas preparadas no campo, ã base de verduras silvestres! O agrião combina perfeitamente com o dente-de-leão, as azedas e a urtiga. Para um dia cie campo, torna-se muito mais apropriado um prato assim, do que a sopa que sobrou, aquecida com o Fogareiro portátil, ou as sanduíches dr carne. Descrição: Ê uma planta rasteira, da família das Crucíferas, com folhas de cor verde intensa, e flores brancas, pequenas. O seu sabor faz lembrar a mostarda, ainda que menos picante. Parte utilizada: as folhas e os caules finos.

Mas, cuidado! Para poder desfrutar da natureza, são precisos alguns conhecimentos que os habitantes das cidades têm de adquirir. Por isso diz um velho ditado espanhol: "Tu, que colhes o agriào, tem cuidado com o napclo." O napeio ou acónico (pág. 148) também cresce junto das águas límpidas, e é uma das plantas mais venenosas que se conhecem. Felizmente, não v muito difícil distingui-lo do agrião. O ditado, na verdade, deveria dizer: "Tem cuidado com a rabaça", porque é esla planta tóxica (embora não

Precauções As grávidas devem abster-se de comer agriões, pelo seu possível efeito abortivo. Não convém ingerir agriões em grandes quantidades, uma vez que podem fornar-se irritantes para o estômago. As plantas que já tiverem flores ou frutos deve ser rejeitada, pois tornam-se demasiado fortes.

270

O

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Crus: Se se tentar conservá-los, podem tornar-se tóxicos. Para uso culinário, quanto mais tenros e frescos estiverem os agriões, tanto melhor. É preciso lavá-los com muito cuidado antes de os comer, ou então pô-los de molho durante meia hora em água com sal, pois podem abrigar pequenas larvas que os contaminam.

€) Sumo: Toma-se meio copo, adoçado com mel, a cada reteição. USO EXTERNO

©Cataplasmas: Prepara-se com 100 g de agriões frescos triturados num almofariz, se possível de madeira. Aplicam-se sobre as zonas afectadas, envoltas numa gaze. O Loções: Aplicar o sumo directamente sobre a pele.

Os agriões tèm um notável efeito depurativo do sangue, e além disso sào tonificantes e aperitivos. É necessário ter-se a certeza de que a água onde se criam não está contaminada.

tanto como o acónito) que s Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção com 10-20 g por litro de água durante dois minutos. Para eliminar o seu sabor amargo, mudar a água e voltar a ferver em 1,51 de água, até que fique reduzida a um litro. Tomar 3 ou 4 chávenas por dia, quentes e adoçadas com mel.

A decocção do liquen-da-islãndia é muito rica em mucilagens de acção expectorante.

>J PJ ~3 3

Chondms crispas Lyngb.

Alga-perlada Um poderoso emoliente

Outros nomes: botelho-crespo, musgo-branco. musgo-da-irlanda, carragaheen.

E

STA ALGA começou a ser usada na Irlanda em meados do século passado e, desde essa altura, têm aumentado as suas aplicações medicinais. O (alo é de consistência cartilaginosa (Chondms = cartilagem, em latim), devido à grande quantidade de mucilagem que contém. Além de 80% de mucilagem, o talo contém iodo, provitamina D e sais minerais. O seu princípio activo mais importante é a mucilagem, que lhe confere propriedades emolientes, expectorantes e laxantes.

Esp.: musgo de Irlanda, carragen, líquen de mar. Fr.: carragaheen. Ing.: Irish moss. Habitat: Vive nas rochas submarinas do Atlântico Europeu, desde a Irlanda até ao Sul da península Ibérica. Descrição: Apesar de também ser conhecida como musgo, trata-se botanicamente de uma alga vermelha (rodófita) da família das Gigartinàceas, cujo talo mede de 5 a 15 cm de altura. A cor varia do vermelho ao castanho escuro, quando fresca, até ao esbranquiçado, depois de seca. Partes utilizadas: o talo (toda a alga).

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

O seu uso é indicado nos casos de bronquite e catarros, pois facilita a expectoração, alivia a tosse e desinllama as vias respiratórias. Indicado também cm caso de gastrite e de inflamação intestinal por colite ou prisão de ventre crónica IOI. Usa-se abundantemente na indústria alimentar, pelo seu efeito gelatinizante.

-CP Preparação e emprego

^H

USO INTERNO O Decocção de 10 g de alga por litro de água. Faz-se ferver d u rante 5 minutos. Bebem-se dois ou três copos por dia. A alga-perlada é uma alga de intensa acção suavizante sobre as mucosas respiratórias.

301

Chrysophyllum caimito L

m

Cainito Um fruto saboroso e medicinal

O

CAINITO é uma das árvores mais vistosas da América tropical. O seu írtiio é refrescante e de um sabor muito agradável. Não é, pois, estranho que se procurem nele propriedades medicinais, que de lacto as tem, ainda que até agora não teimam sido confirmadas cientificamente. A sabedoria popular tem nestes casos a palavra. A polpa dos FRUTOS contém 15 g efe glícidos (hidratos de carbono) por cada 100 g de parte comestível, 2 g de lípidos (gordura), e 1 g de prótidos; além de sais minerais e pequenas quantidades de vitamina A, B e C. Os frutos são adstringentes, e servem particularmente aos viajantes atacados de diarreias, lacto frequente nos trópicos M». PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Segundo a tradição, as FOLHAS, aplicadas pela sua lace inferior sobre as chagas, fazem-nas supurar e depois cicatrizar, aplicadas pela lace superior sobre as feridas, detêm a hemorragia. A CASCA da árvore, as FOLHAS e também a CASCA th) fruto, têm efeito balsâmico (suavizam as mucosas respiratórias) e febrífugo, pelo que se utilizam nos casos de bronquite e constipações l©l. 302

Outros nomes: cainiti, caniquié. Brasil: caimito. Esp.: caimito [morado], caimo, maduraverde. teta de burra. Fr.: caimitier, caimite. Ing.: caimito, Habitat: Oriundo das Antilhas. Encontra-se nas zonas tropicais do México e da América Central.starapple.

-LC Preparação e emprego USO INTERNO O Frutos: podem comer-se à vontade. © Decocção de casca e folhas, à razão de 30-50 g por litro de água. Tomam-se de 3 a 5 chávenas quentes por dia.

Descrição: Arvore da íamiiia das Sapotáceas, que pode atingir os 15 m de altura, frequentemente cultivada como ornamental, pelo seu belo aspecto. As folhas têm uma penugem sedosa e de cor dourada na página superior. O fruto é redondo, de uns 10 cm de diâmetro. Partes utilizadas: Os frutos, as folhas e a casca.

Ephedra dísíachya L

vi

U U -J Preparação e emprego

Efedra Antiasmática e antialérgica

USO INTERNO O Preparados farmacêuticos: gotas, comprimidos, supositórios.

A

ÉFEDRA é talvez a planta medicinal utilizada há mais tempo. Na terapêutica chinesa, é conhecida pelo nome cie ma-huang e sabe-se que já era utilizada pelo imperador Chen-Nung, vários milénios antes de Cristo. A medicina ocidental só veio a descobri-la no século XIX; e foi em 1926 que o seu princípio activo, a efedrina, .se sintetizou pela primeira vez nos Laboratórios Merck, da Alemanha. Desde então, faz parte de numerosos prepa ra dos farma cêu ticos. Toda a planta contém efedrina, um alcalóide muno activo sobre o sistema vegetativo, assim como taninos, saponina, 0avonas e um óleo essencial. A efedrina actua de modo semelhante ao da adrenalina, estimulando o sistema nervoso simpático (acção simpaticotnimética). Eleva a pressão arterial, produz taquicardia, relaxamento da musculatura bronquial, tnidríase (dilatação da pupila) e aumento da sudação e das secreções salivar e gástrica. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

A aplicação clínica mais importante da éfedra é a asma brônquica, pelo seu eleito broncodilaiador, assim como as reacções alérgicas (urticária, lebre dos fenos, e t c ) , devido a neutralizar os sintomas da alergia IO!.

Precauções

Trata-se de uma planta tóxica, ainda que não mate. Só o médico tem competência para prescrever correctamente esta planta, devido às complexas acções que ela tem sobre o organismo.

Outros nomes: Brasil: morango-do-campo, cipó-da -amia areia. Esp.: efedra, belcho, uva de mar. Fr.: ephèdre. Ing.: desert te a, Mórmon tea, ephedra. Habitat: Dunas secas, terras áridas e pedregais, tanto na costa como no interior. Originária da Ásia Central, embora se tenha naturalizado em regiões secas da Europa e da América. Descrição: Pequeno arbusto vivaz, da família das Eíedraceas, que pode ter até 25 cm de altura. Os ramos são muito finos, e nos seus nós crescem as flores, de cor amarela. O fruto é vermelho cor de vinho. Partes utilizadas: os caules.

303

ucatyptus gfobuh x/ft/sLabill.

a

LI

oi

J

Preparação e emprego

Eucalipto Muito eficaz contra as afecções bronquiais

USO INTERNO O Infusão: Prepara-se com duas folhas grandes por cada chávena de água (20-30 g por litro). Deixam-se infundir durante 10 minutos, com o recipiente tapado. Administram-se 3 chávenas diárias, adoçadas com mel. @ Essência: Administram-se de 4 a 10 gotas, repartidas ao longo do dia.

P

OR MEADOS do século XIX, o eucalipto Foi introduzido na Europa e na América, procedente da Austrália c da Tasmânia, países onde chega a atingir mais de 100 m de altura. E uma das árvores mais altas que se conhecem. Existem exemplares que chegam a medir IRO metros.

USO EXTERNO €> Banho de vapor, ao peito e à cabeça, como se descreve na página seguinte.

O eucalipto cresce rapidamente e absorve uma grande quantidade de água do solo. Daí o seu emprego para drenar terrenos pantanosos e evitar assim que o mosquito anófele, transmissor do paludismo, crie as suas larvas e se reproduza. No entanto, esta bela árvore Cobra um tributo nos terrenos onde se planta: acidifica o solo e não deixa crescer outras plantas à sua volta.

5

Precauções

Não convém ultrapassar as doses recomendadas de eucalipto por via interna (em infusão de folhas ou essência). Em grandes doses, a essência pode provocar gastrenterite e hematúria (sangue na urina). Nas doses recomendadas é completamente destituído destes efeitos secundários.

304

Outros nomes: (popular) calipse, calipes. Esp.: eucalipto [azul, blanco], alcanfor, gigante, ocalo, ocalito. Fr.: eucaiyptus. Ing.: eucalyptus, blue gum (tree). Habitat: Cultivado e naturalizado em regiões de clima temperado, da Europa e da América. Prefere os terrenos húmidos e pantanosos. Descrição. Árvore de grande altura. Na Europa vêem-se exemplares de até 30 m de altura, mas na Austrália, de onde é originário, assim como na América, não é muito raro encontrarem-se eucaliptos de 100 m. Pertence à família das Mirtáceas. O sewtronco é liso, de cor clara, e as folhas são perenes, em forma de lança. Partes utilizadas: as folhas e o carvão da sua madeira.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS suas FOLHAS contêm canino, resina, ácidos

gordos c, sobretudo, essência, na qual se encontram os seus princípios activos. Esta essência contém cineol ou eucaliptol, hidrocarbonetos terpénicos, pineno e álcoois alifaiicos e sesquiterpénicos. A ela se devem as suas propriedades expectorantes, balsâmicas, anti-sépticas, broncodilatadoras e ligeiramente febrífugas e sudoríficas. O eucalipto é indicado em iodas as afecções das vias respiratórias, especialmente nos catarros bronquiais, na asma e nas b r o n q u i t e s agudas e crónicas tO.Ô.Ôl. Pela sua acção anii-sépiica e balsâmica (anti-inllamaiória) sobre a mucosa b r o n q u i a l , colabora na regene-

o

ração das células danificadas, facilita a expulsão da mucosidade e acalma a tosse. O eucalipto é uma das plantas mais eficazes q u e se conhecem, para as afecções bronquiais e pulmonares. O CARVÃO da madeira de eucalipto é um remédio muito apreciado em dois casos concretos: • Intoxicações acidentais p o r venenos, a l i m e n t o s em mau estado, fungos (cogumelos) venenosos, cie. Actua c o m o um a n t í d o t o universal. • Colite, d i a r r e i a , disbacteriose ou f e r m e n t a ç õ e s intestinais: absorve as

toxinas intestinais produzidas pelos g e r m e s p a i o g é n i c o s . Os seus efeitos

são espectaculares.

Diversas e eficazes aplicações do eucalipto

-se nas farmácias, em pó, ou então em forma de comprimidos ou cápsulas.

Banhos de vapor Os banhos de vapor são a melhor forma de aproveitar todas as propriedades do eucalipto. Numa panela com água a ferver, deita-se um punhado de folhas de eucalipto, ou então 4 a 6 gotas de essência, por litro de água. O doente senta-se numa cadeira, coberto por um lençol ou uma toalha grande, com o tórax nu, e coloca a cabeça por cima da panela, de forma que o vapor lhe chegue ao peito e à cabeça. O banho deve durar entre 5e10 minutos, e aplica-se 3 ou 4 vezes por dia. 0 vapor, juntamente com a essência de eucalipto volatilizada, actua de duas maneiras: • Directamente sobre a pele do peito, facilitando a eliminação de toxinas pela pele e descongestionando os pulmões. • Por inalação dentro dos brônquios. Além disso, à acção anti-séptica, balsâmica e expectorante da essência de eucalipto, acrescenta-se o efeito mucolítico do vapor de água, que desfaz o muco bronquial e facilita assim a sua eliminação.

Também se pode misturar o carvão de eucalipto em pó com azeite, até formar uma mistura de consistência cremosa. Este é um remédio tradicional muito eficaz para limpar o tubo digestivo em caso de indigestão, diarreia, fermentação ou desarranjo intestinal.

Carvão de madeira O carvão vegetal possui numerosas acções medicinais, devido especialmente ao seu notável poder de adsorção (ver "Glossário"). Tanto ingerido, como aplicado sobre a pele, tem uma grande capacidade de reter toxinas e micróbios, assim como os líquidos que se formam nos processos inflamatórios. Convém que o carvão de eucalipto esteja reduzido a um pó bem fino, para que a sua acção se torne mais eficaz. Podem-se ingerir de 5 a 6 g dissolvidos em água, 4a6 vezes por dia. Em caso de emergência, também se pode mastigar directamente um troço de carvão. Vende-

Com o carvão vegetal, conseguiram-se resultados surpreendentes em caso de halitose rebelde (mau hálito) devida a fermentações digestivas. Para combatê-la, tomar de uma a 3 colheradas, 15 a 20 minutos antes das refeições.

Essência contra a tosse Dissolver 2 colheradas de mel em meio copo de água, e juntar 2 ou 3 gotas de essência de eucalipto. Tomá-la em caso de tosse causada por faringite ou laringite (infecção da garganta), traqueite, bronquite ou catarro brônquico. Pode-se tomar até 4 ou 5 copos por dia. Para as crianças, é suficiente 2 ou 3 copos por dia.

305

hl A

Gaíeopsis dubfaleers

Preparação e emprego

Galeopse USO INTERNO

Expectorante e antianémica

O Infusão de 20-30 g de planta seca por litro de água. Tomar 1 ou 2 chávenas diárias.

D

IFUNDIDAS pela Europa e América, existem várias espécies de galeopse, tendo iodas em comum as suas flores bilabiadas, que lembram a boca de uma doninha {gale, em grego). No século XIX, quando a tuberculose fazia estragos nas aglomerações urbanas, a galeopse adquiriu lama de planta aniiluberculosa. Hoje sabemos que dá resultado como planta peitoral, mas não tem efeito curativo sobre essa doença. Toda a planta é muito rica em silício, e contém também saponinas e taninos. Possui as seguintes propriedades: • Mneolítica e expectorante: Facilita a dissolução e expulsão do muco bronquial. O seu uso é indicado nos catarros bronquiais para aliviara congestão dos brônquios e a tosse. •Antianémica: A galeopse utili/.ou-se com êxito para aumentara produção de glóbulos vermelhos, possivelmente devido a fazer aumentar a absorção de ferro. • Antidcgeneraliva: Devido ao seu conteúdo em silício, é indicada nas rugas e estrias da pele, e nos casos de artrose, osteoporose e arteriosclerose; iodos eles processos em que existe degenerescência das libras do tecido conjuntivo.

As infusões de galeopse combatem os catarros bronquiais, a anemia e a artrose, pelo que são muitas as mulheres que benificiam do seu uso.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

306

Sinonímia científica: Gaíeopsis tetrahitL. Outros nomes: Esp.: gaíeopsis, galeópside, hierba santa, ortiga real. Fr,: gaíeopsis, ortie royale. Ing.: hemp [dead] nettle. Habitat: Terrenos siliciosos e perto das plantações de cereais da Europa Central e Meridional. Naturalizada no continente americano. Descrição: Planta anual, da família das Labiadas, que atinge de 15 a 70 cm de altura. O caule e as folhas são pubescentes, e as flores são amarelas ou rosadas, com cálice pungente. Partes utilizadas: a planta inteira, seca.

Glechoma hederaceal.

Heraterrestre Expectorante e vulnerária

Habitat: Terrenos húmidos, prados e bosques claros da Europa e América.

A

I IERA-TERRESTRE tem sido

utilizada c o m o planta medicinal d e s d e a idade Média. Santa H i l d e g a r d a , a b a d e s s a b e n e d i t i n a

alemã do século XVII, já a recomendava contra as afecções pulmonares. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a

Espontânea na parte norte de Portugal (Trãs-os-Montes, Minho e Beiras). Descrição: Planta vivaz, da família das Labiadas, que produz caules rasteiros. Os ramos podem atingir 25 cm de altura. As flores sâo de cor violeta, rosa ou branca. Partes utilizadas: As sumidades floridas.

O

Preparação e emprego

planta contém um princípio amargo, colinas, ácidos fenólicos e tanino. Possui p r o p r i e d a d e s expeclorantes e peitorais. O seu uso p o r via interna é adeq u a d o nos casos de catarros brônquicos e b r o n q u i t e crónica, para facilitar a expulsão de secreções e descongestionar o a p a r e l h o respiratório 10,01. Também dá bons resultados na asma brônquica.

USO INTERNO

O Infusão com 20-30 g de sumidades floridas por litro de água, da qual se tomam 3-4 chávenas diárias, quentes e adoçadas com mel. © Sumo fresco da planta: uma colherada, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO

€) Compressas com uma decocção feita à razão de 60 g de planta por litro de água, que se aplicam sobre feridas e hemorróidas.

Externamente, usa-se c o m o vulnerária, para o t r a t a m e n t o de feridas e hemorróidas l©l. 30

Glycyntiíza glabraL

4. I9J KÉ Preparação e emprego

Alcaçuz m

Peitoral e digestivo por excelência

V

OU "fumar" um charutinho de alcaçuz—comenta um rapazito

à saída da escola. - O l h a ! Ali na esquina há um h o mem q u e v e n d e - exclama um companheiro.

E, colocando e n t r e os d e d o s aquele cilindro amarelo de rasca castanha, leva-o à boca para chupá-lo, dando-se um cerro ar de importância, e n q u a n to se deleita com o especial sabor da raí/.-doce (Cilyryn/iiza, do grego: gfykys, d o c e , e riza, raiz). Esta cena repete-se com frequência à saída de muitos colégios dos países do Sul da Europa. Bom costume esse de chupai raiz de alcaçuz., em vez de fiimar. Mas, ai! q u e m sabe se n ã o virá a q u e l e rapazito a trocai o " c h a r u t i n h o " d e alcaçuz pelos v e r d a d e i r o s charutos ou cigarros... E é possível até que, com o t e m p o , queira deixar de fumar. Então, talvez, algum c o n h e c e dor das virtudes do alcaçuz, lhe diga: - Lembras-te d a q u e l e s "charutin h o s " d e alcaçuz c o m q u e nos deliciávamos à saída da escola? Pois e n t ã o volta a chupá-los, p o r q u e te ajudarão a deixar de fumar e a reparar, no teu organismo, os prejuízos causados pelo tabaco. 308

USO INTERNO

O Infusão: 50 g de raiz seca por litro de água, que não deve chegar a ferver (basta que esteja tépida); senão, fica com um sabor muito forte. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia. © Maceração: Deixar, durante uma noite, uns 40 ou 50 g de raiz triturada, num litro de água fria. Na manhã seguinte, filtra-se e tomam-se 3 a 6 chávenas diárias. © Extracto: É de cor negra e chupa-se em pedacinhos. Não recomendamos o uso habitual de extracto de alcaçuz adoçado com açúcar; é preferível o puro (sem açúcap), que se pode combinar com extractos de outras plantas como a hortelã ou o anis. USO EXTERNO

Usa-se a mesma infusão que para o uso interno, em: O compressas sobre a pele, © lavagens oculares, © bochechos.

Outros nomes: regaliz, regaliza, regoliz, raiz-doce, pau-doce. Brasil: alcaçuz-da-europa, madeira-doce. Esp.: regaliz, paloduz. paloluz, paio dulce, ororuz [común), alcaçuz, alfender, regalicia, regaliza. Fr.: réglisse. Ing.: licorice (root), sweet wood. Habitat: Originário dos países mediterrâneos e do Próximo Oriente, onde procura as terras húmidas e argilosas. A sua cultura estendeu-se às regiões temperadas da América. Encontra-se em Portugal na Beira, na Estremadura e no litoral do Alentejo. Descrição: Planta herbácea que atinge até 1,5 m de altura, pertencente à família das Leguminosas (subfamília das Papilonáceas). As folhas são constituídas por 7 a 17 folíolos elípticos. Dá flores azul-violeta e frutos em vagem de cerca de 2 cm. Da sua raiz principal saem abundantes e longos rizomas da espessura de um dedo. Partes utilizadas: A raiz e o rizoma.

Precauções O aicaçus contém pequenas quantidades de uma substância esferóide que estimula as glândulas supra-renais. Por isso, quando tomado em grandes quantidades ou durante muito tempo (mais de três meses seguidos), pode produzir sintomas de hiperaldosteronismo: retenção de líquidos (edemas) nas articulações (principalmente tornozelos) ou na cara, enjoos e dor de cabeça, cãibras musculares e hipertensão arterial. Estes efeitos secundários devem-se à diminuição do nível de potássio no sangue e ao aumento do sódio, e desaparecem rapidamente quando se suprime o tratamento. O consumo prolongado de aicaçus é desaconselhado em caso de hipertensão arterial, gravidez, ou quando se sigam tratamentos à base de corticóides.

Efectivamente, o alcaçuz é um bom antídoto contra o tabaco, cm parte devido à suas grandes propriedades peitorais e digestivas. Dizia Dioscórides no século I d.C: «O seu sumo é bom para as asperezas da cana dos pulmões (...) e serve também contra os ardores do estômago.» O alcaçuz Já vem oferecendo há mais de 2000 anos as suas excelentes virtudes medicinais aos seres humanos, sejam ou não fumadores. Actualmente, entra na composição de diversos preparados farmacêuticos. Contém vários grupos de substâncias activas: / Saponinas triterpénicas, principalmente glicirrízina, que, ao contrário da maioria das saponinas, não tem poder hemolítico. Estas saponinas dão-lhe propriedades expectoranies, antítússicas, anti-inilamaiórias e emolientes. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

/ Flavonóides, especialmente liquiritina, e pequenas quantidades de atropina; a que deve as suas propriedades anliespasmódicas, antibióticas, digestivas e cicatrizantes. / Vitamina do grupo B, açúcares e resinas. As suas aplicações mais importantes são as seguintes:

•Afecções respiratórias: bronquite, tosse, catarros brônquicos, faringite, laringite, rouquidão e traqueítc IO,©l. Facilita a expectoração, acalma a tosse e desinflama as vias respiratórias. Além disso, apresenta uma acção antibiótica contra as bactérias patogénicas mais comuns dos brônquios. Usa-se ainda em caso de tuberculose, como tratamento complementar. • Afecções digestivas (©,©,©!: Tem uma notável acção sobre o estômago: acalma a acidez e faz desaparecer rapidamente a sensação de enfartamento ou peso no estômago. Usa-se com bons resultados em todo o tipo de dispepsias, meteorismo (gases e arrotos), dores de estômago, cólicas intestinais e biliares, e gastrite. • Ulcera gastroduodenal: Km 1950, verificou-sc experimentalmente que esta raiz. doce era capaz de cicatrizai" as úlceras do estômago e do duodeno, do que podem testemunhar muitos ulcerosos curados graças e ela IO,0. ©I. Constatou-se que o alcaçuz, forma uma película protectora sobre a mucosa do estômago, protegendo-a assim da acção corrosiva do suco gástrico, o que permite a sua rápida cicatrização. Hoje, o extracto de alcaçuz é constituinte indispensável de diversos medicamentos antiulcerosos. • Tabagismo: Nas curas de desintoxi-

•?• • . • • - ' v : '

O aicaçus é uma pJanta herbácea que cresce em terrenos húmidos. A sua raiz contém princípios activos expectorantes e cicatrizantes das úlceras gastroduodenais.

cação do tabaco, dá muito bons resultados; pois, além de contribuii para a regeneração rias mucosas respiratórias e digestivas, o seu agradável sabor ajuda a vencei o desejo de fumar l©). • Afecções ginecológicas: Pela sua acção antiespasmódica, emprega-se para acalmar as dores menstruais IO. 9,01. • Afecções cutâneas, oculares e bucais: Km uso externo, emprega-se em caso de eczemas, psoríasc, impeligo e outras dermatites I©1; assim como para lavagens oculares em caso de conjuntivite (01, e paia bochechos contra a estomatite 101. 309

Gríndelia robusta Nutt.

O

J J

Preparação e emprego

Grindélia Acalma a tosse... e o coração

P

ROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Contém fenóis e flavonóides, que lhe dão uma acção anti espasmódica; e também saponinas, que explicam a sua acção expectorante. A resina é formada por ácidos diterpénicos, entre os quais si- destaca o ácido grindélico, de acção antitússica, antiespasmódica e bradicardizante

USO INTERNO

O Infusão com uma colher de sobremesa de sumidades floridas por chávena de água. O habitual é que os adultos tomem 3 chávenas diárias, e se dê metade da dose às crianças pequenas. © Xarope: Costuma preparar-se na farmácia com 5% de extracto fluido. Tomam-se 2-3 colheradas por dia.

(torna ri Uno cardíaco mais lento). O sen uso é por isso indicado paia o seguinte IO.QI: • Asma brônquica: Pelo seu efeito anliespasmódico e e x p e c t o r a n t e . • Bronquite aguda e catarros brônquicos: Suaviza as mucosas respiratórias c facilita a sua r e g e n e r a ç ã o .

Precauções

Em grandes doses, tem efeitos tóxicos e pode chegar a provocar paragem cardíaca.

• Tosse convulsa e tosse brônquica rebelde: Pelo seu efeito antilússico.

• Arritmias cardíacas, especialmente as taquicardias.

«Af*

f

Grindélia-áspera Além da robusta, existe uma outra espécie de Grindélia com as mesmas propriedades medicinais: a grindélia-áspera (Grindélia squarrosa Pursc.).* Ambas são oriundas da costa do Pacífico da América do Norte, mas as suas interessantes propriedades levaram a que, actualmente, tanto uma como outra se possam encontrar em muitas ervanárias, fora dos Estados Unidos. * Esp.: grindélia áspera.

310

Outros nomes: No Brasil: girassol-silvestre, malmequer-do-campo. Esp.: grindélia {robusta}, hierba de la goma, planta de la goma. Fr.: grindélia. Ing.: [shorej grindélia, [broad] gum plant. Habitat: Originária da costa ocidental norteamericana. Cria-se em terrenos salitrosos e marismas. Frequente na Califórnia. Descrição: Planta vivaz de cerca de 80 cm de altura, da família das Compostas, cujos capítulos se assemelham aos de uma bonina. O caule e as folhas estão impregnados de uma resina pegajosa. Exala um aroma balsâmico e tem um sabor um tanto amargo. Partes utilizadas: as sumidades floridas.

GuaJacum offíclnaíe L

Guaiaco Balsâmico e depurativo

A

MADEIRA desia bela árvore, aromática, cor de limão e muito dura, chamou a atenção dos primeiros espanhóis que viajaram até ao continente americano. A partir do século XVI, começou-se a exportá-la para a Europa, onde era conhecida como a "madeira da vida". Até fins do século XIX, considerava-se que era capaz de curar a tuberculose e alé mesmo a sífilis. Hoje conhecemos as suas verdadeiras propriedades. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A ma-

deira do guaiaco ressuma uma resina cujo princípio activo mais importante é o guaiacol ou gaiacol. Contém, além disso, saponinas, goma e um óleo essencial. Estes componentes conlcrem-Ihe as seguintes propriedades IO.01: • Balsâmica e expectorante, indicado em todo o tipo de afecções respiratórias. • Diurética, sudorífica e depurativa: Usa-se em caso de reumatismo, artritismo e gota. pois actua eliminando do sangue o ácido e outras substâncias residuais. Também convém aos hipertensos e arteriosclerosos, pelo seu efeito depurativo. Continua a usar-se popularmente na América Central, contra a sífilis, apesar de ;i sua eficácia jic.s.se sentido não ter podido ser demonstrada.

Outros nomes: gaiaco. % Esp.: guayaco, guayaçán [verdadero]. Fr.: gáiac. Ing.: guaiac, lignum vitae tree. Habitat: Oriundo da América Central, encontra-se especialmente no Sul do México, Antilhas, Colômbia e Venezuela. Descrição: Árvore de tolha perene, da família das Zigoliláceas, que atinge até 10 m de altura. A sua madeira é muito escura, pesada e resinosa. As folhas são compostas, por 4 a 28 foliolos, e as flores pequenas e de cor azulada. Partes utilizadas: a madeira triturada e a resina.



Preparação e emprego

USO INTERNO O Decocçao com 50 g de madeira triturada, por litro de água. Deixar ferver durante 10 minutos, e tomar de 3 a 5 chávenas diárias. © Preparados farmacêuticos, elaborados à base da sua resina e do seu princípio activo, o gaiacol.

Hvssopus *

Hissopo Mucolítico e expectorante

E

MBORA na Bíblia se m e n c i o n e 0 MssopO c o m o s í m b o l o de pureza, é possível q u e se trate de outra espécie, pois aquela q u e actualm e n t e c o n h e c e m o s c o m esle n o m e n ã o se cria na Palestina. Dioscórides Cala desta planta, q u e foi s e m p r e muito apreciada devido às suas n u m e r o sas virtudes. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS To-

â. IH 14 Preparação e emprego

USO INTERNO

O Infusão com 50-60 g por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas diárias, quentes, adoçando-as com mel em caso de afecções bronquiais. €> Essência: Ingerem-se 1-3 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO

€) Lavagens com uma infusão igual à que é utilizada internamente. O Gargarejos com esta mesma infusão.

lhas e s u m i d a d e s do hissopo c o n t ê m um princípio a m a r g o , a niarrubiina, q u e desenvolve uma acção mucolítica (amolece as secreções bronquiais) e e x p e c t o r a n t e ; u m a essência aromática q u e estimula as secreções digestivas e tem t a m b é m acção anti-séptica; assim c o m o diversos c o m p o s t o s flavonóides e tanino. A sua principal indicação são os catarros brônquicos, a b r o n q u i t e crónica e a asma. Fluidifica a mucosidade, i m p e d e q u e se infecte, c favorece a sua e x p u l s ã o . T a m b é m se usa c o m o carminativo (elimina os gases do apar e l h o digestivo) e c o m o digestivo e vermífugo (expulsa os parasitas intestinais) IO.OI. Aplicado externamente, é um b o m vulnerário ( c u r a as feridas e contusões) 101. Os gargarejos com água de hissopo d ã o b o n s resultados nas amigdalites IOI.

Precauções

&

Não se deve ultrapassar as doses da essência, já que uma ingestão de doses elevadas pode provocar convulsões.

312

Outros nomes: hissopo-das-farmácias, erva-sagrada. Brasil: alfazema-de-cabocio. Esp.: hisopo, hierba sagrada, rabo de gato, rabillo de gato. Fr.: hysope [officinale). Ing.: hyssop. Habitat: Oriundo dos países mediterrâneos e cultivado como planta ornamental em jardins da Europa e da América. Pode-se encontrar em estado silvestre, mas actualmente é raro acontecer. Cresce nas encostas secas e expostas ao sol. Descrição: Pequeno arbusto de 30 a 60 cm de altura, da família das Labiadas, com flores de cor azul ou violeta dispostas ao longo de uma espiga terminal. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades doridas.

Inula helenium L

«*.

«

Preparação e emprego

Enula Antitússica e antibiótica

USO INTERNO

O Decocção: 40-50 g de raiz, seca e cortada em pequenas rodelas, por litro de água. Deve deixarse ferver em lume brando durante 15 minutos. Tomam-se 4-5 chávenas diárias, adoçadas com mel, repartidas ao longo do dia. © Pó ou extracto seco: Administram-se de 4 a 10 g por dia, repartidos em 3 tomas diárias. €) Essência: A dose habitual é de 2-4 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO

S

EGUNDO a mitologia grega, esta planta surgiu das lágrimas fie Melena, esposa de Menelau, rei de Esparta e causador da guerra de Tróia. A énula é unia das plantas cuja reputação se manteve sempre elevada. As suas virtudes medicinais foram exaltadas pelos médicos, botânicos e naturalistas mais famosos de toda a história: Teofrasto, Dioscórides e Aristóteles, na Grécia; Plínio, o Velho, em Roma; Alberto, o Cirande, e Santa Hiidegarda, durante a Idade Média; Mattioli e Laguna, no Renascimento. Andrés de Laguna, tradutor e comentarista das obras de Dioscórides para castelhano, cli/.ia no século XVI: «Comida a énula, faz esquecer as tristezas e angústias do coração, conserva a Formosura de todo o corpo, e desperta a virtude genital.» Que mais se poderá pedir a uma planta? A énula continua a manter o seu prestígio hoje, já não baseado na mitologia, mas nas investigações científicas que sobre ela se estão a realizar. Ultimamente, revelaram-se as suas propriedades antibióticas: a énula mostrou-se eficaz, in vitro, contra o bacilo de Koch, causador da tuberculose.

O Compressas de algodão empapadas na mesma decocção que se emprega internamente. Aplicam-se durante 15 minutos, sobre a zona afectada, 3 vezes por dia.

Outros nomes: énula-campana, inula-campana. Brasil: inula, inulina. Esp.: heienio, inula, hierba dei moro, raiz dei moro, [hierba dei) ala, hierba campana. Fr.: [grande) aunée, inule aunée. Ing.: elecampane. Habitat: Oriunda do Centro da Ásia, mas espalhada por toda a Europa e América. Criase nos prados e lugares húmidos, quase sempre perto dos sítios de antigas plantações. Cultivada em Portugal como planta ornamental. Descrição: Planta vivaz da familia das Compostas, que atinge até 2mde altura. O caule é robusto e erecto, e as folhas grandes e finamente dentadas. Os capítulos florais são de cor amarela clara, e acham-se rodeados de numerosas brácteas. Partes utilizadas: a raiz.

312

Toda a planta, e especialmente a raiz, contém uma essência, composta por uma mistura de lactonas sesquiterpénicas, assim como lielcnina (conhecida também como cânfora de inula). Esta essência possui propriedades expectorante», antitússicas, antibióticas, coleréticas e colagogas. Contém igualmente fruetosanos e anilina (um glícido), a que se deve a sua acção diurética ein uso interno, e vulnerária e parasiticida quando se aplica externamente sobre a pele. As suas indicações mais importantes são: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

• Afecções respiratórias: Em todas as formas de bronquite e catai i os brônquicos, facilita a expectoração e acalma a tosse IO.0.©1. Alem disso, apresenta uma acção antimicrobiana sobre os germes que infectam a mucosa bronquial. Torna-se muito útil nas bronquites com tosse seca, que com frequência seguem à gripe. Nos casos de tuberculose pulmonar, acalma a tosse e tem um efeito tonificante sobre todo o organismo, pelo que ó um bom complemento do tratamento antituberculoso. • Asma alérgica: Possui ainda uma acção antiespasmódica e antialérgica, pelo que o seu uso é especialmente indicado nos casos de bronquite asmática e asma brônquica de origem alérgica, assim como noutras manifestações alérgicas. • Transtornos digestivos: Pela sua acção colerética (aumenta a produção de bílis no fígado) e colagoga (estimula o esvaziamento da vesícula biliar), actua como um tónico da digestão e favorece as funções hepáticas e biliares. Tem também um efeito aperitivo. É útil nos casos de gastrite e de dispepsia (má digestão) 1O.0,©I. • Afecções da pele: Pelo seu eleito vulnerário e parasiticida (destrói os parasitas), emprega-se externamente com êxito no tratamento da sarna, pediculose (infestação por piolhos), eczemas, prurido cutâneo (comichão na pele), e erupções diversas IO). 314

A énula, ou inufa, cresce em prados e lugares húmidos de toda a Europa e América. A sua raiz contém uma essência expectorante e antitússica q u e também possui propriedades antibióticas.

a Preparação e emprego

Lírio Belo, aromático e medicinal

D

IOSCORIDES dedica um longo parágrafo a esta planta, no primeiro capítulo da sua Matéria medira. Andrés de Laguna (século XVI), seu tradutor e comentarista, insiste nas suas múltiplas propriedades, como a de «purgar maravilhosamente O cérebro, sonido o seu sumo pelas narinas». Anos mais tarde, o lírio caiu em desuso, mas hoje voltam-se a aproveitar as suas virtudes. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Na sua

raiz há 50% de amido, além de nuicilagem e um óleo essencial muito aromático, que lhe outorga o seu cheiro a violeta. Em estado fresco, o rizoma é um purgante violento, mas não tão intenso quando está seco. Também se utiliza em diversos preparados bronquiais, pela sua notável acção expectorante e antitússica (Ol. É, além disso, muito diurético.

O

Perfume

Pelo seu delicado aroma a violeta, emprega-se em perfumaria e na confecção de dentffricos e de produtos para cosmética.

USO INTERNO O Decocção: 5-20 g de pó de rizoma seco, num litro de água, que se põe a ferver durante 10 minutos, e da qual se bebem 2 ou 3 chávenas por dia.

r

Lírio-florentino / pálido

Além do lírio comum (íris germânica L ) , que aparece na ilustração, existe o lírio-florentino (íris florentina L.)*, também chamado lírio-branco, pela cor das suas flores. Encontra-se espalhado por toda a costa mediterrânea e ilhas Canárias. Nas zonas mediterrâneas, também se encontra o lírio-pálido (irispallida Lam.)** de flores azul-claras. A composição e propriedades curativas destas três espécies de lírio são as mesmas. ' Esp.: lirio florentino, lirio de Florencia, lirio blanco. "Esp.: lirio pálido.

Outros nomes: lirío-cardano, lirio-cárdeno, lirio-germãnico. Esp.: lirio, lirio común, lirio cárdeno, lirio azul, lirio morado, lirio pascual. Fr.: Íris [d'Alemagne], [grande) flambe. Ing.: [Germanj ir is. orris root. Habitat: Originário da Europa Meridional, mas naturalizado em todo o continente europeu. Cultivado em toda a Europa e em alguns países americanos. Descrição: Planta vivaz, da família das Iridáceas, com um caule erecto de 50 a 80 cm de altura, em cuja extremidade nascem umas flores muito vistosas, de cor azul•violácea. O rizoma é rasteiro e muito grosso. Parte utilizada: o rizoma (caule subterrâneo) seco.

31E

B LI Marroio Um bom expectorante usado desde a antiguidade

O

MARROIO tem sido utilizado desde tempos muito remotos contra as afecções do aparelho respiratório. Dioscórides, no princípio da nossa era, já dizia que ««arranca os humores grossos do peito». O marroio não perdeu de então para cá a sua utilidade, e continua a ser uma planta muito apreciada pelas suas virtudes.

Contém um princípio amargo, a mairubiina, a que se atribuem as suas propriedades expectorantes, béquicas (calmantes da tosse e da irritação da garganta), febrífugas, aperitivas e digestivas. Contribui também para elas o seu conteúdo em saponinas, mucilagens e taninos. Emprega-se: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

• Nas afecções do aparelho respiratório IOI. A sua acção sobre o aparelho respiratório é a mais notável: fluidifica e desinfecta as secreções bronquiais, facilitando desta maneira a sua eliminação, c aliviando a tosse. Recomenda-se o seu uso em todas as afecções bronquiais: catarros, lar incites, traqueítes, bronquites, asma, etc. • Como tónico digestivo IOI. Devido a aumentar o apetite' e facilitar a digestão, torna-se de grande utilidade para os doentes debilitados, bronquíticos crónicos e. inclusivamente, aos tuberculosos. Embora não actuo directamente sobre o bacilo de Knrh, causador da tuberculose', limpa os brônquios e tonifica todo o organismo. 316

Preparação e emprego

USO INTERNO O I n f u s ã o : 30-40 g de sumidades floridas e/ou folhas por litro de água. Tomam-se 2 ou 3 chávenas diárias, bem adoçadas com mel.

Outros nomes: marroio-branco, ma rroio-de - (rança, ma rroio- vulga r, marrolho, erva-virgem. Brasil: bom-homem. Esp.: marrubio, marrubio blanco. malva rubia, juanrubio, menta de burro, hierba virgen, malva de sapo, malva de pavo, hierba de la rabia. Fr.; marrube [blanc], herbe vierge. }ng.: [white] horehound, marrubium. Habitat: Comum em terrenos soalheiros, secos e baldios, de toda a Europa, de onde é originário, e da América, onde se naturalizou. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas, que atinge de 30 a 80 cm de altura. De caule erecto, rígido e algo lenhoso, com pequenas flores brancas que se dispõem em grupos ao longo do mesmo. Partes utilizadas: as sumidades floridas e as folhas.

O marroio fluidifica e desinfecta as secreções mucosas bronquiais.

Myrtus communís L

O

*

Murta Adstringente e anti-séptica, além de aromática

IJ 9J Preparação e emprego

USO INTERNO

O Infusão: Prepara-se com 1520 g de folhas e bagas, num litro de água. Coar e tomar de 3 a 5 chávenas por dia. © Essência: de 1 a 3 gotas, 3 vezes ao dia, antes das refeições. USO EXTERNO

A

ALHAMBRA de Granada, um dos monumentos mais visitados da Espanha e talvez de ioda a Europa, tem um lindo pátio dedicado às murtas. Nele se conjuga o refinamento da arte árabe com a verdura e a fragrância deste arbusto. Tanto Dioscórides, o grande médico e botânico grego do século I a.C, como Avicena, o 'Galeno' árabe do século XI, já recomendavam a murta pelas suas propriedades adstringentes e anti-sépticas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-

lhas e as bagas contêm lanino, resinas, substâncias amargas, e sobretudo mirtol, essência rica em cineol, de acção anti-séptica e antibiótica na presença de germes gram-posilivos. As suas propriedades adstringentes e anti-sépticas toi nam-na especialmente útil nos seguintes casos: • Afecções respiratórias: rinites, sinusites, bronquites, por acção da sua essência IO.©.0I. • Diarreias, gastrenterites, dispepsias e infecções urinárias, pelo seu conteúdo em taninos, tomada em forma de infusão MM, • Estotnatitcs (inflamação da mucosa bucal) e faringites, aplicada em forma de gargarejos l©l. • Leucorreia (fluxo vaginal anormal), aplicada, mediante uma càniúa especial, sob a forma de lavagens ou irrigações vaginais IO!.

© Gargarejos com a infusão que se emprega internamente. O Lavagens vaginais com esta mesma infusão, cuidadosamente coada. © Inalações da essência.

Murta-folhuda No México, existe uma espécie do género Myrtus (Myrtus foliosa, H.B.K. Nov. Gen. = Eugenia florida D.C.), a murta-folhuda, conhecida ali como 'guayabito', nome que também se aplica à espécie communis. A murta-folhuda usa-se do mesmo modo que a murta-ordinária, pelas suas propriedades adstringentes. Os frutos da murta-folhuda são de cor avermelhada. Outros nomes: murta-ordinária, murta-cultivada, murta-dos-jardins, murteira, mirto. flor-do-noivado. Esp.: arrayán, arrayán blanco. guayabito, mirto [comúnj. murta. Fr.: myrte {commun}. Ing.: myrtle. Habitat: Originária da Europa, embora também se crie no continente americano. Descrição: Arbusto de caule muito ramificado, da família das Mirtáceas, que atinge até 3 m de altura. As flores são brancas ou rosadas, e os frutos são umas bagas negras, de sabor áspero mas aromático. Partes utilizadas: as folhas e os frutos.

3

Papavermoeasl.

M

.

Preparação e emprego

Papoila USO INTERNO

Sedativa e peitoral

A

LTIVA c o m o um galo com a sua crista, e d e l i c a d a c o m o u m a p l u m a , a papoila é u m a das plantas m e d i c i n a i s mais belas e atraentes. Q u e seria cios nossos dourados trigais se n ã o estivessem salpicados p o r essas m a n c h a s d e s a n g u e brilhante? Os amigos Gregos e Romanos já a c o m i a m e m salada, c o s t u m e q u e s e tem m a n t i d o nalgumas zonas do Mediterrâneo, c o m o na Catalunha. Apesar da sua cor vermelha-escarlate, símbolo da vitalidade, d e s d e t e m p o s remotos foi associada ao sono. S e g u n d o a mitologia, o d e u s M o r r e u tocava c o m u m a papoila a q u e l e s a q u e m queria adormecer. PROPR1EDADF5 E INDICAÇÕES: O látex da papoila c o n t é m q u a t r o alcalóides (readina, reagenina, rcarrubina I e II), mas n ã o c o n t é m morfina, c o m o antes se havia suposto. A papoila possui ainda antociauinas e mut ilageus. Embora os eleitos dos alcalóides da papoila sejam s e m e l h a n t e s aos da morfina, são isentos da sua toxicidade. Não há, p o r t a n t o , risco d e dep e n d ê n c i a , o u d e criar h a b i t u a ç ã o com o seu uso. Mességué disse q u e as papoilas são «o ópio inofensivo da farmácia familiar». São estas as suas propriedades: 318

O Pétalas cruas em salada. CoIhem-se, de preferência, nas manhãs de Primavera. O Infusão com 6 ou 8 pétalas por chávena de água. Tomam-se até 3 chávenas por dia. As pétalas conservam-se secas à sombra. €) Xarope: Prepara-se para as crianças, infundindo, durante 5 minutos, 10 g de pétalas secas em 170 ml de água quente. Coa-se a água e acrescentam-se-lhe 340 g de açúcar escuro. Administram-se de 2 a 4 colheres de sobremesa (segundo a idade), antes de deitálas. O Decocção: Os frutos da papoila, também chamados cápsulas, têm o mesmo efeito das pétalas, embora contenham maior proporção de princípio activos. Colhem-se quando estão ainda verdes, antes do Verão. A decocção prepara-se com 2 ou 3 cápsulas em 100 ml de água. Tomam-se várias colheres de sopa, antes de deitar.

Outros nomes: papoila-vulgar, papoila- ordinária, papoila-das-searas, papoila•rubra, papoila-vermelha, papoila-brava. Brasil: papoula. Esp.: amapola, ababol, apamate. coquelicot. Ing.: corn poppy, fieldpoppy. Habitat: Frequente nas searas e nos campos abandonados. Misturada com as sementes dos cereais desde tempos remotos, tem-se estendido por todos os continentes. Descrição: Planta anual, da família das Papaveráceas, como a dormideira (pág. 164) que produz o ópio. O seu caule, que se acha coberto de pequenos pêlos, segrega um látex branco quando cortado. As flores são formadas por quatro pétalas de uma cor vermelha intensa, com uma mancha negra na sua base. O fruto tem a forma de uma urna, com uma tampa no alto. Apesar de toda a gente a conhecer. descrevemos aqui a papoila com certo pormenor, por existirem algumas espécies muito parecidas, mas destituídas de efeitos medicinais. Partes utilizadas: As pétalas das flores e os frutos.

• Sedativa e sonífera: De acção suave e livre dos riscos dos psicofarmacos. Devido a isto, recomenda-sc sobretudo às crianças e aos idosos, a quem facilita um sono tranquilo IO.O.OI. Aos adultos, pode tornar-se útil para eliminar a angústia ou a ansiedade, tão frequentes nos nossos dias. • Antitússica e expectorante: Especialmente indicada para vencer a tosse perima/, tia coqueluche (tosse convulsa), das bronquites secas ou dos ataques de asma. Além disso provoca uma sudação abundante, pelo que é indicada para os engripados e encalarrados 10,0,0.01.

A papoila pertence ao género botânico Papaver', como a dormideira produtora do ópio. Contém quatro alcalóides de acção semelhante à da morfina do ópio, mas sem os seus efeitos indesejáveis. Por isso t e m sido chamada "o ópio inofensivo da farmácia familiar". As suas pétalas, e os seus frutos ou cápsulas, t è m uma acção sedativa, soporifera e antitússica suave e segura.

A papoila entra na famosa "infusão peitoral das quatro flores", juntamente com a tussilagem, a antenária e a malva. • Dor de dentes: Os bochechos com infusão das suas pétalas produzem um notável eleito analgésico em muitos casos

4

*

*

*i

319

Petasites hybrídus (L)Gaertn.

\Y\l j UJ

/ff OJ)

t) S] !JJ Preparação e emprego

Petasite USO INTERNO

Peitoral e anti-infíamatória

O Infusão com 20-30 g de folhas e/ou rizoma, por litro de água, da qual se tomam 3 a 5 chávenas diárias. USO EXTERNO

©Cataplasmas com as folhas frescas esmagadas.

A

PETASITE tem algumas semelhanças e propriedades comuns com a tussilagem (Tussilogo forjara L., pág. 341). Desde a Idade Média que é usada na Europa Central, embora se prefira a própria tussilagem, que tem melhor sabor.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-

zoma e as folhas da petasite contêm inulina, pectina e mucilagens, que a tornam expectorante e emoliente; glicósidos e óleo essencial de propriedades antiespasmódicas, diuréticas, sudoríficas e emenagogas; taninos e resinas que a fazem vulnerária. As suas principais aplicações são: • Afecções respiratórias: Pelo seu efeito antiespasmódico, dá bons resultados nos casos de asma bronquial, evitando que se apresentem crises agudas. Também se usa como antitússico c expectorante, nas bronquites e broncopneumonias (O). • Afecções da garganta: Indicada nas laringites, afonia e traqueíte IOI. •Sudorífica: Indicada nos catarros brônquicos e na gripe IOI. • Anti-inflamatória: Externamente, as folhas frescas, aplicadas directamente ou esmagadas, em cataplasmas, em caso de flebite (inflamação das veias), furúnculos e adenopatias (gânglios inflamados) 191. 320

Precauções

A petasite contém quantidades variáveis de alcalóides que podem ser tóxicos para o fígado. Por isso, a comissão alemã E de medicina humana, secção de fitoterapia, não recomenda o seu uso, embora também não o proíba.

Outros nomes: petasite-hibrida. Esp.: sombrerera, tusilago mayor, petasita. Fr.: petasite hybride. Ing.: butterbur. Habitat: Lugares húmidos e margens de correntes de água, em regiões frias e temperadas de toda a Europa. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, que atinge até 50 cm de altura. A/o princípio da Primavera, nascem dos rizomas umas hastes floriferas, com capítulos rosados ou violáceos. As grandes folhas com longo pecioio aparecem depois. Partes utilizadas: o rizoma e as folhas.

a

Phyilltis scobpendríum Newm.

Língua-cervina Desinflama as mucosas

E

STE FETO já Foi utilizado por Dioscóriclcs, que disse, a respeito desta planta, tpie «tem a virtude de desbastar o baço». Utilizou-se desde então paia combater a csplenomegalia (aumento de tamanho do baço). Os catalães ainda hoje lhe chamam linha melsera, o que quer dizer erva do baço. Antigamente dava-se aos alcoólicos, que frequentemente sofrem de congestão sanguínea no baço, ainda que neste caso se obtivessem resultados escassos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS

frondes deste feto contêm mucilagem, tanino, açúcares e vitamina C. Devido ao

Preparação e emprego

USO INTERNO O Verdura: As suas folhas e caules frescos podem comer-se como salada, só ou acompanhada de outras verduras. O Sumo: Convém bebê-lo imediatamente, para não se perderem as suas vitaminas. Só, ou misturado com sumo de laranja, constitui um

excelente tónico contra a astenia (fadiga) primaveril. Tomar um copo diário, de manhã. USO EXTERNO © Compressas embebidas com infusão de cocleária, que se preparam com 50 g de planta por cada litro de água. Aplicam-se sobre as zonas doridas.

A dieta dos antigos marinheiros, ã base de carne seca, peixe e farinha, era muito deficiente em vitamina C. Devido ã sua riqueza nesta vitamina, a cocleária salvou a vida de muitos marinheiros atacados de escorbuto nos séculos passados. Actualmente, esta planta é utilizada por causa da sua acção tonificante e digestiva.

Sabemos hoje que a cocleária, scurvy grass (erva do escorbuto, em inglês), contém grandes doses de vitamina C, precisamente o que faltava na dieta dos marinheiros, isenta de frutas e verduras frescas. Nem Dioscórides no século I d.C, nem os seus comentaristas do Renascimento, sabiam da existência desta planta. Tendo o seu habitat no Atlântico e não se dando nos países mediterrâneos, foi ignorada pelos grandes herbanários e médicos da área latina da Europa. Mas nos séculos XVII e XVIII fizeram-se, na França e na Inglaterra, grandes plantações de cocleária, para socorrer os marinheiros e exploradores que voltavam doentes das suas viagens, por carência da então desconhecida vitamina C. Hoje em dia, embora o escorbuto já não seja tão frequente como nos

tempos antigos, a cocleária continua a ser usada pelas suas propriedades medicinais e pelo seu agradável sabor. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a

parte aérea da planta contém um glicósido sulfurado (glicoclearina), e um fermento chamado mirosina, que o transforma em isossulfocianato de butilo, substância semelhante à essência de mostarda. A ele se deve o seu sabor parecido com o do agrião ou o da mostarda. A planta contém ainda a vitamina C, tanino e sais minerais. As suas propriedades são: • Antiescorbútica: Devido ao seu conteúdo em vitamina C, e à sua capacidade para estimular globalmente o metabolismo. Convém aos debilitados por outras doenças, e a quem siga uma dieta deficitária em frutas e verduras frescas IO,©l. • Aperitiva e digestiva: Estimula a se-

creção de sucos gástricos e a actividade de todo o aparelho digestivo, facilitando a digestão. Convém aos que têm falta de apetite, aos que sofrem de atonia gástrica (sensação de estômago cheio e dilatação) e, em geral, aos que sofrem de digestões pesadas 10.01. • Diurética e depurativa: Favorece a eliminação de substâncias ácidas residuais, como a ureia e o ácido úrico. Torna-se útil a alguns reumáticos, aos artríticos e gotosos, e aos sobrecarregados por uma alimentação excessivamente rica em carnes IO.0I. • Rubefaciente em uso externo: Usa-se, como a mostarda (pág. 663), para atrair o sangue para o exterior, com o fim de descongestionar os órgãos internos. Aplica-se em compressas sobre a zona afectada (articulações inflamadas, por exemplo) lôl. 357

9] (>] 10] e Preparação e emprego

Dictamno USO INTERNO

Aromático e tonificante

O Infusão com uma colher de sobremesa de folhas frescas (5 g) ou uma grande de folhas secas, por chávena de água. Podem-se acrescentar uns gramas de casca triturada. Tomar até duas chávenas, bebendo-as por sorvos, ao longo de todo o dia.

E

STA PLANTA é muito bela e perfumada», dizia Mattioli, o mais ilustre intérprete e tradutor das obras de Dioscórides, referindo-se ao dictamno. «O que indica que não a terá criado a natureza sem excelentes faculdades.» Curioso, este raciocínio do médico renascentista: É bela, logo será boa. Assim, até ao século XX, alribuíram-se grandes virtudes a esta planta; ainda que com escasso fundamento. Hoje conhecemos melhor as suas verdadeiras propriedades. Contém um óleo essencial rico em anetol e estragol, saponinas, princípios amargos e colina, assim como dictamnina, um alcalóide que actua sobre o útero. Tem propriedades emenagogas, digestivas, antiespasmódicas, vermífugas e diuréticas. É um tónico geral do organismo IOI. Usa-se actualmente como ingrediente em muitas receitas de plantas medicinais, pelo seu agradável aroma. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Precauções

Em doses elevadas, pode provocar hemorragias uterinas e abortos. O dictamno é contra-indfcado na gravidez.

358

*.v».

y?

Dictamno-real

Existe no continente americano o dictamo-real ou fraxinella, [Dictamnus fraxinella L)*, que é muito semelhante ao dictamno europeu e tem as mesmas propriedades. Por isso se atribuem indistintamente a ambas as espécies os mesmos nomes vulgares. * Esp.: dictamno real.

Outros nomes: dictamno-branco, fraxinela. Esp.: dictamo, fresnillo, chitán. Fr.: dictamne. Ing.: dittany, fraxinella. Habitat: Planta espontânea no Sul e Centro da Europa, embora pouco frequente. Introduzida no continente americano. Cultiva-se como planta ornamental em parques e jardins, e como planta medicinal. Descrição: Planta vivaz, da família das Rutáceas, que atinge de 50 a 70 cm de altura. As folhas lembram as do freixo, de onde lhe vem o nome de fraxinela. As flores são grandes, cor-de-rosa ou brancas, muito cheirosas. Partes utilizadas: as folhas e a casca da raiz.

Fervia assafoetídaL

m

D Preparação e emprego

Assa-fétida USO INTERNO

Nauseabunda, mas m u i t o medicinal

O Lagrimas: A assa-fétida apresenta-se em forma de grãos de goma, chamados "lágrimas", de que se tomam até 8 por dia. Para atenuar o seu insuportável fedor, amassam-se com miolo de pão e engolem-se como uma pílula. USO EXTERNO

ô Enemas: Contra os espasmos digestivos, é preferível aplicá-la em forma de enema (clister), que se prepara com uma infusão com 4-5 g de assa-fétida em 2 litros de água a ferver.

E

CURIOSO de ver como variam os costumes e os gostos dos diversos povos e culturas. Na Europa (em Espanha) chama-se a esta planta "esterco do diabo" -poder-se-á imaginar algo mais detestável?- enquanto que nos países árabes é conhecida como "manjar dos deuses", e se utiliza até como condimento. Realmente, qualquer pessoa que a prove, ou simplesmente que a cheire, fica impressionada com o cheiro repugnante que ela tem. No entanto, as suas qualidades medicinais são extraordinárias.

Outros nomes: Esp.: asafétida, estiércol dei diablo. Fr.: assa fétide. Ing.: asafétida. Habitat: Planta originária do continente asiático. Cresce especialmente no Irão, na Turquia e no Afeganistão, mas é conhecida em todo o mundo. Descrição: Árvore de 2-3 metros de altura, da família das Umbeliferas. A raiz e o tronco soltam uma resina gomosa, com aspecto de suco leitoso, conhecida como assa-fétida. Partes utilizadas: a goma ou resina que escorre do tronco e da raiz da planta.

O óleo essencial sulfuroso, que lhe dá a sua fetidez, actua como um excelente antiespasmódico e sedativo. Alivia de forma imediata as cólicas, as flatulências e contorções intestinais lO,©l. É também muito eficaz em caso de asma, tosse convulsa, espasmo da laringe com sensação de asfixia (o chamado crupe ou garrotilho) e palpitações nervosas MN. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

35

A

Foeniculum vulgare Mill.

Preparação e emprego

Funcho

USO INTERNO O Infusão com uma colher de sobremesa de sementes por cada chávena de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia, depois das refeições. Para os catarros, adoça-se com mel.

Limpa o estômago e os olhos

© Essência: A dose normal é de 1 -3 golas, 2 ou 3 vezes ao dia. USO EXTERNO €) Lavagens oculares com uma infusão igual àquela que se usa internamente.

O

FUNCHO já era usado pelos antigos Egípcios, contra as más digestões. Na índia, existe uma tradição que qualifica esta planta de «pérola dos afrodisíacos», e por isso faz parte de poções supostamente excitantes. Hoje, porém, as mais importantes aplicações são as digestivas e respiratórias. Toda a planta, e especialmente as sementes, contêm uma essência rica em anetol, estrago] e hidrocarbonetos terpénicos. Vejamos as suas propriedades e aplicações: • Carminativo: Facilita a expulsão dos gases intestinais e estimula os movimentos peristálticos do intestino I©.©1. É ligeiramente laxante. • Digestivo: Facilita o esvaziamento do estômago e a digestão. Dá bons resultados nas digestões pesadas ou lentas, e no excesso de gases ou arrotos no estômago IO.0I. • Expectorante: Indicado em catarros brônquicos e constipações !©,©!. • Galactogogo: Aumenta a produção do leite nas mães que amamentam IO.©l. • Externamente, uiili/a-se para lavagens ou banhos oculares, nas conjuntivites crónicas 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

360

Sinonímia científica: Foeniculum foeniculum Karst., Foeniculum officinale AH. Outros nomes: funcho-vulgar, funcho- ordinário. Esp.: hinojo, hinojo común, hinojo amargo, anis [de Florencia), comino, eneldo, hierba santa. Fr.: fenouil. Ing.: fennel. Habitat: Oriundo dos países mediterrâneos, mas amplamente difundido por toda a Europa e América. Cresce em terrenos não cultivados e ribanceiras secas. Descrição: Planta vivaz de 80 a 140 cm de altura, da família das Umbeliferas. Os caules são maciços, de cor verde azulada. As folhas são finamente divididas e têm um aroma típico. As flores são amarelas e agrupam-se em umbelas terminais. Partes utilizadas: as sementes.

Precauções

Não ultrapassar as doses, pois a essência que contém pode provocar convulsões.

GalIumvervmL

Çj\

D U Li LI

,X

Preparação e emprego

Erva-coalheira

USO INTERNO

O Infusão com 10-20 g de planta por litro de água, de que se tomam 3 chávenas por dia.

Coalha o leite e ajuda a digestão

USO EXTERNO

© Compressas: Preparadas com esta mesma infusão, porém mais concentrada (30-40 g por litro). Aplicam-se sobre a zona da pele lesionada.

Outros nomes: coalha-leite, erva-docoalho, galião. Esp.: gálio, cuajaleche, hierba sanjuaneca, presera. Fr.: caille-iail gaillet. Ing.: [yellow] bedstraw. Habitat: Comum nos prados e bosques de toda a Europa. Naturalizada em regiões temperadas

A

S ATRAENTES flores da erva-coalheira cheiram delicadamente a mel. Seguindo a recomendação de Galeno, têm sido utilizadas desde há mais de vinte séculos para coalhar o leite (gola/galahtos, em grego). Continuam a fabricar-se com esta planta, hoje, excelentes queijos, como o Chester. Ioda a planta contém asperulósido, glicósidos flavonóides e cumarínicos, assim como pequenas quantidades de um Fermento láctico, cujo eleito é reforçado pelo conteúdo da planta em ácidos cínico e tânico.

do continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Rubiáceas, que atinge de 20 a 80

cm de altura. As suas pequenas flores, que se apresentam em cachos terminais, são amarelas. Partes utilizadas: as sumidades floridas.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

São estas as suas propriedades: • Antiespasmódica:

Recomenda-se

para dispepsias funcionais (má digestão devida a nervosismo), pelo seu efeito relaxante e sedativo sobre a musculatura dos órgãos digestivos IOI. • Diurética: O seu uso é indicado nas afecções das vias urinárias (litíase renal, cistite), hidropisia ou edemas (retenção de líquidos nos tecidos) e obesidade 101. • Vulnerária: Aplicada externamente, a erva-coalheira contribui para a cicatrização de feridas e a cura de golpes e contusões 101.

# «At,

>f?

Amor-de-hortelão

A erva-coalheira é muito semelhante a outra planta da mesma família, o amor-de-hortelão (GaHum aparine L)*, embora este não tenha a capacidade de coalhar o leite. * Esp.: amor de hortelano.

361

Hlbiscus abelmoschus L

o.

f J í5J

J

Preparação e emprego

Abelmosco

USO INTERNO

Fragrância que relaxa e tranquiliza

O Infusão de 50 g de sementes por litro de água. Tomar 2 ou 3 chávenas diárias.

A

S SEMENTES do abelmosco são muno apreciadas pelos perfumistas hindus e árabes, que as utilizam, além disso, como afrodisíaco. Pela acção do calor ou da fricção, soltam um imenso aroma a almíscar c a âmbar. Nalguns lugares da América Central, juntam-nas ao caie, para que este fique mais aromático.

Rosa-do-japão

A planta que aparece na gravura é a rosa-do-japão (Hibiscus rosasinensis L),* também conhecida por rosa-da-china e mimo-de-vénus, que é um arbusto ornamenta), semelhante ao abelmosco.

PttOPlUEDADfcS E INDICAÇÕES: AS sementes contêm um óleo essência com acentuado eleito antiespasmódico, ou seja, capa/ de relaxar os músculos das vísceras ocas espasmadas. Por isso se empregam com êxito para acalmaras cólicas intestinais, biliares ou renais, assim como os espasmos uterinos que acompanham a menstruação dolorosa (dismenorreia) tOI. Também têm um eleito sedativo sobre o sistema nervoso.

As suas flores, de cor vermelha, são adstringentes e empregam-se em infusão, para aliviar a Irritação da garganta e para lavagens dos olhos. * Esp.: rosa de China.

A rosa-do-japão, que aparece no desenho e na foto, pertence ao género botânico 'Hibiscus', do mesmo modo que o abelmosco, ao qual se assemelha.

362

*J

Outros nomes: hibisco. Esp.: abelmosco, almizcle [vegetal], afgafia, anaucho, íagario. Fr.: Ambreife, graine à musc. Ing.: abelmosk, muskmallow. Habitat: Originário da índia, encontra-se com bastante frequência nas zonas tropicais da Amér/ca Centrai. Cuitiva-se nas Antilhas e na Guiana. Descrição: Arbusto da família das Malváceas, que atinge até 2mde altura. As suas folhas apresentam vários lóbulos irregulares. As flores são grandes e muito vistosas, com pétalas amarelas ou vermelhas. Dentro delas formam-se as sementes, que têm a forma de um rim e umas estrias acinzentadas. Partes utilizadas: as sementes.

Hiblscus sabdaríffal.

*. U J U Preparação e emprego

Hibisco Bonita flor que tonifica e refresca

O

GÉNERO Hibiscus abrange umas 200 espécies, a maior parle das quais se utiliza, pelas suas belas flores, como plantas ornamentais em parques e jardins de lodo o mundo. As mais utilizadas do ponto de vista medicinal, juntamente com a sabdarijfa, são o abelmosco {///biscus abelmosckvs L.), a rosa-do-japão (Hibiscus rosa-sinensis L.) e a inilola (Hibiscus tiliaceus [.., canto inferior direito). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As sé-

palas das flores do hibisco contêm ácido hibíscico, assim como uma mistura de ácidos orgânicos (málico, cítrico e lartárico) e um corante vermelho, que lhe conferem as seguintes propriedades: • Digestivas e tonificantes: Devido ao seu conteúdo em ácidos orgânicos, as infusões de hibisco têm um efeito estimulante das funções digestivas e tonificantes do organismo no seu conjunto l©l. • Laxantes suaves: Têm uma acção emoliente (suavi/ante) sobre as mucosas do tubo digestivo, pelo que facilitam a função de evacuação intestinal IOI. • Diuréticas: As Flores de hibisco têm um suave mas eficaz efeito diurético, pelo que são de Utilidade para os obesos e para aqueles que sofrem do coração IO). • Aditivo natural: Pelo seu sabor ligeiramente ácido, assim como pela cor vermelha que conferem aos seus preparados, as flores do hibisco utili/am•se como aditivo natural, para melhorar o aspecto e o saboreie outras plantas medicinais ou preparados alimentares IOI.

USO INTERNO O Infusão com um punhado de flores, com o seu cálice, por cada litro de água. Adoçar com mel e beber a gosto, como refresco.

Outros nomes: use (em Angola). Esp.: hibisco, cahamo de Guinea, acedera [roja] de Guinea, carcadé, aíeiuya, {flor de) Jamaica, rosa de Jamaica. Fr.: oseille de Guinée, groseilier (du paysj, karkadé. Ing.: Guinea sorrel, Jamaica sorrel, roselle. Habitat: Oriundo do Sudão, cultivado no Egipto, no Ceilão e em zonas tropicais do México. Descrição: Arbusto da (amilia das Malvàceas, que atinge até 2 m de altura. As folhas têm de 3 a 5 lóbulos. As flores são de cor amarefa ou avermelhada. Partes utilizadas: as flores com o seu cálice.

«Al.

Milola A milola (nome pelo qual é conhecido em Angola e Moçambique o Hibiscus tiliaceus L.)* é cultivada nos trópicos do continente americano, onde em países de língua espanhola lhe chamam majagua, gatapa, algodoncillo, clavel de arbolito e jarcia blanca. As fibras da sua casca usam-se para o fabrico de cordas e sacos, e as folhas empregam-se para forragem. As flores e a casca da raiz da milola têm propriedades laxantes e emolientes (aliviam a inflamação das mucosas) do tubo digestivo. * Esp.: damajagua.

Matricaría chamomIllaL

|TX| \\J\

»

Preparação e emprego

Camomila USO INTERNO

A tisana digestiva por excelência

O Infusão: 5-10 g de capítulos florais por litro de água (equivalentes a 5-6 capítulos por chávena). Tomem-se 3 a 6 chávenas diárias, quentes. USO EXTERNO

Q

UASE todas as pessoas, quando se faia de tisanas ou Infusões, pensam imediatamente na camomila. Poderia d i/.c:i-se que é a tisana por excelência.

- Dê uma chávena de camomila a este doente, antes de lhe retirar o soro - di/ o cirurgião a uma estudante de enfermagem. Ambos se encontram diante de um jovem de 15 anos, operado há dois dias, a uma apendicite aguda perfurada. O seu aparelho digestivo esteve paralisado durante este tempo, devido à peritonite (inflamação do periloneu, que é a membrana que reveste o interior da cavidade abdominal e os seus órgãos) que se produziu como consequência da apendicite. - Doutor, porque é que recomenda sempre camomila aos recém-operados? - indaga a futura enfermeira, depois de terminada a visita. - Há já muitos anos que sigo a regra de recomeçar a alimentação oral dos recém-operados com uma tisana de camomila. Assim me ensinaram os meus mestres na arte e na ciência da cirurgia. A camomila estimula os movimentos peristálticos do intestino, e fá-lo recuperar a sua função, depois de ter estado paralisado pela peritonite. - E como poderemos saber que a camomila produziu efeito? - Já terá reparado que todos os dias, quando faço a visita, pergunto 364

© Lavagens ocuíares, nasais ou anais. Fazem-se com uma infusão um pouco mais concentrada que a do uso interno (até 50 g de capítulos por litro). Deixar repousar durante 15-20 minutos e filtrá-la convenientemente antes de a utilizar. © Banhos: Realizam-se juntando à água da banheira de 2 a 4 litros desta infusão concentrada. Estes banhos, com água morna, têm um acentuado efeito relaxante e sedativo. O Compressas com a infusão concentrada: Aplicam-se sobre a zona da pele afectada. © Fricções com óleo de camomila. O óleo de camomila prepara-se aquecendo em banho-maria, durante 3 horas, 100 g de capítulos em meio litro de azeite de oliveira. Filtra-se o azeite e conserva-se numa garrafa.

Outros nomes: camomila-alemã, camomila-dos-alemães. camomila-legítima. camomila-vulgar, mançanilha, margaça-das-boticas. matricária. Esp.: manzanilla, manzanilla común, camomila, manzanilla de Aragón, manzanilla de Castilla, manzanilla dulce, manzanilla alemana. magarza. Fr.: camomille [d'Alemagne}. Ing.: [German] camomile. Habitat: Abundante pelos campos, lugares incultos, valados e caminhos de toda a Europa. Cria-se também em regiões temperadas do continente americano. Descrição: Planta herbácea anual da família das Compostas, que atinge de 20 a 50 cm de altura. Os caules são muito ramificados e as flores agrupam-se em capítulos de cerca de 2 cm de diâmetro, parecidos com os das margaridas. Têm um cheiro característico e sabor amargo. Partes utilizadas: os capítulos florais.

e

Outras aplicações da camomila

• Contra os insectos: A camomila em saquinhos, dentro do armário, afugenta a traça e outros insectos. • Relaxante: Acrescentada a sua infusão, um tanto concentrada, à água do banho. • Cosmética capilar: Os cabelos, castanhos ou louros, lavados com a sua infusão, adquirem maior brilho e beleza.

^ífiJl

Tomar uma chávena de camomila, depois de comer, é um bom e saudável costume, tanto para os jovens como para os mais velhos.

aos recém-operados se já expulsaram ventosidades. Por grotesco que pareça, este é o melhor sinal de que o intestino voltou a funcionar. - Agora entendo, d o u t o r - conclui a aluna. PROPRIEDADES

E

INDICAÇÕES:

O

princípio activo mais importante da camomila é a sua essência, cujos componentes mais importantes são o cama/uleno (anti-inflamatório) e o bissabolol (sedativo). Contém ainda flavonóides e cumarinas, assim como um princípio amargo tonificante. São muitas as propriedades desta planta, confirmadas todas elas pela investigação científica: • Sedativa e antiespasmódica: Torna-se muito útil contra os espasmos do estômago e do intestino, devidos a nervosismo ou ansiedade IO.©) Também se administra em cólicas de todo 0 tipo, especialmente nas renais e biliares (incorrectamente chamadas hepáticas), pelo seu efeito sedativo e relaxante {©.©I. ' Tónica intestinal e carminativa: Embora possa parecer um paradoxo, a

camomila também estimula a motilidade do tubo digestivo, como já se disse. Por isso é boa para os recém-operados e os que sofram de excesso de gases, que ajuda a expulsar (efeito carminativo) (O). Na realidade, a sua acção consiste em regular e normalizar o funcionamento intestinal. • Eupéptica: Torna-se indicada, em forma de tisana, nas indigestões ou digestões pesadas. Alivia as náuseas e vómitos, e estimula ligeiramente o apetite IOI. As camomilas mais amargas têm uma acção eupéptica mais intensa. • Emenagoga: Estimula a função menstrual, normalizando a sua quantidade e periodicidade. Alivia as dores das regras. Dioscórides já lhe pôs o nome de Malricaria, de matrix (útero, em latim). • Febrífuga e sudorífica: Fazendo baixar a temperatura e provocar a transpiração, convém aos doentes febris, especialmente às crianças pequenas IOI. • Analgésica: Acalma as dores de cabeça e algumas nevralgias IOI. • Antialérgica: Tem-se revelado muito

moderadora sobre as reacções alérgicas, como a asma, a rinite e a conjuntivite alérgicas. Recomenda-se nas crises alérgicas agudas, para acalmá-las, e como tratamento de fundo para evitá-las. Os melhores resultados obtêm-se combinando a aplicação interna (tisanas) IOI com a externa (colírios, irrigações nasais) l©l. • Cicatrizante, emoliente e antí-séptica: No uso externo, dá bons resultados para lavar todo o tipo de feridas, úlceras e infecções da pele (©I. Provou-se que o camazuleno é eficaz contra o estafilococo dourado, o estreptococo hemolítico e o Proteus. A infusão de camomila constitui um colírio muito apropriado para lavagens oculares em caso de conjun ti vi te ou irritação ocular l©I.Utiliza-se também como anti-inflamatória, aplicada em forma de compressas sobre eczemas, erupções e outras afecções da pele l©J. As lavagens anais com a sua infusão desinflamam as hemorróidas l@l. • Anti i-climática: O óleo de camomila usa-se em fricções contra o lumbago, torcicolo, dores reumáticas e contusões I©1.

& LLJ •

Mentha piperíta L

Hortelã-pimenta Tonifica e acalma as dores

E

XISTEM muitas espécies e variedades de hortelâ-pimenta, ou menta, que se hibridam entre si, mas q u e c o n s e r v a m as suas p r o priedades medicinais. Hipócrates já a recomendava c o m o afrodisíaca, virtude q u e se lhe r e c o n h e c e q u a n d o tomada em grandes doses.

Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão: 10-20 g de folhas e sumidades floridas por litro de água. Ingerem-se de 3 a 5 chávenas por dia. © Essência: Administram-se 1-3 gotas, até 3 vezes ao dia. USO INTERNO © Compressas e fricções: Aplicam-se com a essência ou com o álcool mentolado.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-

tém de 1 % a 3% de uma essência de composição muito complexa, com mais de cem c o m p o n e n t e s , e n t r e os quais se salienta o mentol, um álcoo a que se deve a maior p a r t e das suas p r o p r i e d a d e s : digestiva, carminativa (elimina os gases e as putrefacções intestinais), c o l e r é t i c a , anti-séptica, analgésica, tonificante e afrodisíaca em doses elevadas. A essência c o n t é m alguns polifenóis de acção antivírica em presença do vírus da hepatite A. • Km uso interno: R e c o m e n d a - s e em dispepsias, gases intestinais, cefaleias e enxaquecas, espasmos e cólicas digestivas, atonia gástrica ( e s t ô m a g o d e s c a í d o ) , h e p a t i t e vi ri ca (tipo A) e esgotamento físico IO.01 • Externamente, as fricções c o m essência em dissolução alcoólica (álcoo mentolado) aliviam as doTes reumáticas e musculares, assim c o m o as nevralgias l€M.

CH, I CH

O

CHOH

CH I CH

CH, 366

CH,

Fórmula química do mentol, um dos 100 componentes da essência da menta.

Precauções

A essência, em doses altas e uso interno, pode provocar insónia e irritabilidade. Inalada em doses elevadas, pode causar espasmos da laringe nas crianças.

Outros nomes: menta. Esp.: menta, {menta) píperiia. menta inglesa, menta negra, toronjil [de menta]. Fr.: menthe (poivrée), menthe anglaise. Ing.: peppermint, mini Habitat: Terrenos frescos e sombrios de toda a Europa e América do Sul. Cultiva-se pela sua essência, especialmente na Inglaterra. Descrição: Planta herbácea da família das Labiadas, com caule violáceo e quadrangular, de 40 a 80 cm de altura. As inflorescências são cor-de^rosa ou violáceas, e dispõem-se em espigas terminais. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades floridas.

Nepeta cataria L

Nêveda-dos -gatos Alivia as cólicas

a i Q Q Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão com 30 g da planta por litro de água. Toma-se uma chávena quente depois da cada refeição (3-4 por dia), que se pode adoçar com uma colherada de mel.

O

S GATOS sentem-se especialmente atraídos pelo cheiro desta planta, e é possível que eles mesmos também a utilizem como remédio. A tisana desta nêveda lembra a da hortelã-pimenta, embora seja menos aromática. A nêveda está hoje um pouco caída no esquecimento, mas contínua a ter interessantes propriedades.

Toda a planta contém uma essência rica em carvacrol e timol, assim como lactona e ácido nepetálico. Tem propriedades antiespasmódicas, antidiarreicas, carminativas (elimina os gases dos iniestinos) e também peitorais. Usa-se sobretudo para acalmar as diarreias e as cólicas que as acompanham IO); também como antiflatulenta e como peitoral, no caso de catarro brônquico 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Outros nomes: nêveda, erva-dos-gatos, erva-gateira, catéria. Brasil: mentrasío. Esp.: nébeda, népeta, gatera. hierba de los gatos, albahaca de los gatos, menta gatuna, menta de gatos. Fr.: cataire, herbe aux chats. !ng.: catnip, catmint. Habitat: Terrenos baldios e pedregosos de grande parte da Europa e da América do Norte. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas, que atinge de 20 a 60 cm de altura. As suas flores são rosadas ou amareladas, o que a distingue da erva-cidreira. Toda a planta exala um cheiro típico a hortelã. Partes utilizadas: as sumidades floridas e as folhas.

36

Odmum basilicum L

Manjericão-grande Facilita a digestão e tonifica

a

J

a

Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão com 20-30 g por litro de água, de que se toma, depois de cada refeição, uma chávena quente, adoçada com mel para maior efeito. © Essência: de 2 a 5 gotas, três vezes ao dia. USO EXTERNO €) Fricções tonificantes com a essência. O Banhos: Junta-se a essência à água do banho, para aproveitar os seus efeitos tonificantes.

A

LLM do sen agradável aroma, é um condimento culinário mui lo apreciado e possui interessantes qualidades medicinais.

Toda a planta contém um óleo essencial rico em estragol (como tem o estragão, pág. 430) e eugenol (como tem o cravinho, pág. 192), assim como linalol e terpenos. A esta essência atribuem-se as seguintes propriedades: • Autiespasmódico: Acalma os transtornos digestivos de origem nervosa, como sejam os espasmos gástricos (nervos no estômago), a aerofagia (excesso de gases e arrotos) e a dispepsia nervosa (digestões lentas devidas a tensão nervosa). Acalma também as enxacpiecas devidas ou associadas a uma má digestão IO.0I. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

• Tonificante tio sistema nervoso e cardiovascular: Recomcnda-sc nos casos de astenia, esgotamento nervoso, fadiga e hipotensão arterial (tensão baixa) IO.G.OI. • Galactogogo: Aumenta a produção de leite nas mães lactantes IO.OI. • Emenagogo: Facilita a menstruação c diminui as dores devidas a espasmos ou congestão uterina IO.OI. 368

Outros nomes: manjerico-de-folha-grande, basilico, aifadega, alfavaca. Brasil: manjehcão-roxo. Esp.: albahaca, basilico, orégano [falso], hierba real. Fr.: [grandj basilic. Ing.: [sweet] basilic. Habitat: Originário da índia e da Indonésia, onde cresce espontaneamente. Desde tempos muitos antigos que se encontra aclimatado na Europa. Difundido pelas regiões tropicais e subtropicais da América e de todo o mundo. Descrição: Planta herbácea vivaz, da família das Labiadas, que atinge 50 cm de altura, com folhas lanceoladas de cor verde-clara. As flores são brancas ou rosadas, e dispõem-se em ramalhetes terminais. Partes utilizadas: as folhas e as flores.

Precauções

Em doses elevadas, a essência, no uso interno, pode provocar efeitos narcóticos; e, aplicada externamente, pode irritar as mucosas.

Oríganum majoranaL

Preparação e emprego

Manjerona

USO INTERNO O Infusão: 40-50 g de sumidades por litro de água. Podem-se tomar até 3 chávenas por dia.

Sedante e disgestiva

© Essência: A dose habitual é de 4-6 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO €> Fricções: Aplicam-se com a essência dissolvida em álcool (1020 gotas em 100 ml).

A

MANJKRONA n ã o cresce espontaneamente na Europa Ocidental, e p a r e c e q u e terá sido divulgada pelos Cruzados, na Idade Média. Pela sua semelhança com o orégão (pág. 464), q u e existe em estado silvestre na Europa, t a m b é m se lhe deu, nalguns lugares, o n o m e de orégão ou o r é g ã o s . Os antigos Egípcios já usavam a manjerona c o m o c o n d i m e n t o e c o m o r e m é d i o . A c t u a l m e n t e contin u a a sei u m a planta muito apreciada em fitoterapia. PROPRIEDADES

E

INDICAÇÕES:

OS

princípios activos da manjerona resid e m na sua essência, rica em substâncias c o m o o t e r p i n c o l . Esta essência possui as seguintes p r o p r i e d a d e s : • An ti espasmódica e digestiva: Muito útil contra a flatulência (efeito carminativo), os espasmos nervosos do estômago e as digestões pesadas IO,€M. • Sedativa: R e c o m e n d a d a para comb a t e r a excitação psíquica, o nervosismo e a insónia. É um b o m r e m é d i o contra a ansiedade IO.01. • Hipotensora: Diminui o t o n o do sistema nervoso simpático, responsável pela c o n t r a c ç ã o das artérias e, além disso, também é diurética IO.0I. • Expectorante e peitoral IO.©I. • Anti-reumática: Aplicada externamente, a essência acalma as d o r e s reumáticas e as contracturas musculares. Km fricções 101, ou na água do b a n h o , lem eleito tonificante IOI.

O Banhos: Acrescentando algumas gotas de essência à água do banho, obtém-se um notável efeito anti-reumátlco.

Sinonímia científica: Majoraria hortensis Moench. Outros nomes: majarona, orégãos. Brasil: manjerona-hortensis, manjerona-inglesa, manjerona -verdadeira, amaracus, flor-de-himeneu, orégão-vulgar. Esp.: mejorana, mejorana dulce, mayorana, orégano [indígena], almoradijo, amáraco, sampsuco, sarilla. Fr.: marjolaine. Ing.: marjoram. Habitat: Oriunda do Próximo Oriente, o seu cultivo estendeu-se a todos os países mediterrâneos e do Norte de África. Também se cultiva em alguns países americanos. Muito cultivada nas hortas e jardins de Portugal. Descrição: Planta vivaz, da família das Labiadas, que atinge de 15 a 40 cm de altura. As suas flores são brancas ou cor-de-rosa, e crescem agrupadas na extremidade dos caules. O seu aroma pode dizer-se que é uma mistura dos aromas do tomilho e da hortelã. Partes utilizadas: as sumidades floridas.

I J

Pipernigruml.

Pimenteira Estimula, mas também irrita

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Como condimento, a pimenta misturada com os alimentos.

A

S PROPRIEDADES digestivas da p i m e n t a já e r a m conhecidas há muito t e m p o pelos habitantes da índia. Alexandre M a g n o foi quem, no século IV a . C , introduziu esta especiaria na Europa. Actualmente- é a mais utilizada. PROPRIEDADES

E

INDICAÇÕES:

OS

grãos d e p i m e n t a c o n t ê m 2 % d e essência formada por diversos hidrocarbonetos, de 2% a 1% de resina, e o alcalóide de sabor picante piperidina, que se encontra s o b r e t u d o na casca (razão pela qual a pimenta negra é mais forte do q u e a b r a n c a ) . A pimenta possui as seguintes propriedades: • Tónico estomacal e digestivo: Em pequenas doses, a u m e n t a a p r o d u ç ã o de sucos digestivos (saliva, suco gástrico, p a n c r e ã t i c o , e l e ) , à custa de produzir uma discreta irritação sobre as mucosas; é t a m b é m carminativa ( r e d u z a f o r m a ç ã o de gases). Em grandes doses, é hriuuiva lOl. • Febrífuga. • Parasiticida: Mata os parasitas intestinais (Ol. • Afrodisíaca de eleitos leves (O).

F

Mático

No Chile e na Argentina cria-se o chamado mático {Piper angustifolium L)*, que contém um princípio amargo e uma essência. Em infusão (10 g por litro), usa-se como digestivo e, sobretudo, no tratamento da úlcera gastroduodenal, tomando 3-5 chávenas por dia. Externamente, emprega-se para lavar as feridas (decocção de 50 g de planta por litro de água), em virtude da sua acção cicatrizante. ' Esp.: mático, mono.

370

Precauções A pimenta, tomada em abundância, produz uma forte irritação das mucosas digestivas e urinárias (inclusive sangue na urina), assim como um aumento da pressão arterial. O seu uso é especialmente desaconselhado em caso de gastrite, úlcera gastroduodenal, pancreatite, hemorróidas e hipertensão.

Outros nomes: pimenta, pimenta•comum, pimenta-negra, pimenta-branca, pimenta-da-índia, pimenta•canarim, pimenta-redonda. Brasil: pimenta-do-reino. Esp.: pimentero, pimienta [blanca de la índia], negra (de la índia]. Fr.: poivrier [commun], poivrier noir Ing.: (common] pepper, black pepper, white pepper. Habitat: Originária da índia e dos países tropicais do Sudeste Asiático. O seu cultivo estende-se actualmente a todas as regiões tropicais de ambos os hemisférios. Descrição: Arbusto trepador da família das Piperáceas, cujos frutos são umas bagas vermelhas que, uma vez secas, formam os grãos de pimenta Partes utilizadas: os frutos secos com casca (pimenta-negra), ou sem ela (pimenta-branca).

Potení/fía anserínaL

J

si a '£ • Preparação e emprego

Argentina USO INTERNO

Antiespasmódica e estomacal

O Decocção com 30-50 g de planta por litro de água. Tomar de 3 a 5 chávenas diárias. USO EXTERNO

©Compressas: Aplicar a mesma decocção que se usa internamente, para empapá-las. Colocam-se sobre as hemorróidas durante 5-10 minutos, 2 ou 3 vezes ao dia.

H

A OUTRAS espécies de Potmtilla medicinais, além da argentina: a cincoem-rama (/V terUilla reptansL. / Poteníilla ctmadensis L., pág. 520) e a tormeniila (Poteníilla erecta l.. pág. 519). Todas elas têm em comum o seu potente efeito sobre as diarreias e as cólicas intestinais.

Toda a planta contém Canino, flavonóides, ácidos orgânicos, colina, princípios amargos e glícidos. No uso interno, lem as seguintes propriedades: • Antiespasmódica: Acalma as cólicas, especialmente as intestinais, mas também as biliares e nefríticas (O). Emprega-se do mesmo modo em caso de dismenorreia e espasmos uterinos. • Anlidiarreiea, devido ao seu conteúdo em lanino: Mostra-se muito eficiente nos casos de gastrenierile e diarreias infecciosas 101. Costuma usai-sc associada à macela (pág. 364). • Aperitiva e digestiva, devido, em parte, aos seus princípios amargos: Abre o apetite e facilita a digestão IO!. Externamente, aplica-se em compressas sobre as hemorróidas, para desinflamá-las e reduzir-lhes o tamanho, graças à acção dos seus taninos 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Outros nomes: ansarinha, potentiia, potentila-anserina. Esp.: argentina, hierba de la plata, [hierbaj plateada, canelilla, anserína, buen varón silvestre, buen varón de Jarava. Fr.: anserine. argentine. Ing.: silverweed, silver cinquefoil, argentina. Habitat: Europa, salvo a costa mediterrânea. Comum em todo o continente americano. Encontra-se nos sotos ricos e húmidos. Descrição: Planta da família das Rosáceas, que atinge de 20 a 40 cm de altura. As tolhas, dentadas e sedosas, são prateadas pela parte inferior e nascem de uma roseta central. As flores são solitárias, de cor amarela viva e com 5 pétalas. Partes utilizadas: As folhas e as flores.

371

Pmnus splnosa L

!\

Abrunheiro-bravo Refrescante, tónico e aperitivo

v

AMOS dar um passeio pelo monte e apanhamos abrunhos!

Estas pequenas ameixas bravas, "sem dono", refrescam os caminhantes e oferecem alimento no Outono aos toldos, pombos e outras aves. Tem um sabor um tanto áspero, mas agradável. Não se p o d e dizer q u e as suas propriedades medicinais sejam espectaculares. E b e m possível, até, q u e se devam, em boa medida, ao exercício que é preciso fazer para ir apanhá-las. Em qualquer dos casos, vale a pena tirar proveito desta humilde e simpática fruta silvestre.

V. Di •. Preparação e emprego

USO INTERNO

O Infusão: Prepara-se com 60 g de flores por litro de água. Toma-se uma chávena por dia, de manhã. O Frutos: Podem comer-se frescos ou então fervidos em água (só dois minutos), para lhes tirar o gosto áspero. © Xarope: Prepara-se com meio quilo de frutos, meio quilo de açúcar e um copo de água. Ferve-se esta mistura durante 15 minutos. O xarope resultante, de cor vermelha e sabor agradável, filtra-se com um pano e toma-se às colheres, para combater as diarreias e para abrir o apetite. O Decocção: Põem-se a ferver 100 g de frutos num litro de água, durante Í0 minutos, em lume brando. Filtrar o líquido resultante e tomar às colheradas. USO EXTERNO

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FLO-

RES comem amigdalina (glicósido cianogenéiico), derivados da cumarina e llavonoglicósidos. Têm propriedades

0 Tampões nasais com gaze empapada na mesma decocção que se recomenda para uso interno. © Bochechos e gargarejos com esta mesma decocção.

Outros nomes: ameixeira-brava, acácia-das-alemãs. Esp.: endrino, endrinera, ciruelo endrino. ciruelo silvestre, bruno, espino negro. Fr.: prunellier [noirj, prunier sauvage. Ing.: blackthorn, sloe. Habitat: Encontra-se vulgarmente nas encostas expostas ao sol e nas bermas dos caminhos, das regiões montanhosas de toda a Europa. Naturalizada no continente americano. Descrição: Arbusto de 1 a 3 m de altura, da família das Rosáceas, que tem uma casca muito escura, e abundantes espinhos lenhosos. As flores são de um branco marfim, pequenas e muito numerosas. O fruto é uma baga arredondada, de cor azul escura quando amadurece. Partes utilizadas: as flores e os frutos (abrunhos).

372

Frescos, cozidos ou em xarope, os frutos do abrunheiro-bravo abrem o apetite e estimulam os processos digestivos.

Precauções laxantes, diuréticas e depurativas. C) seu eleito laxante é suave, mas eficaz, c laz-sc acompanhar de uma acção antíespasmódica (relaxante) da musculatura que cobre o intestino grosso. São muito indicadas na prisão de ventre espásiica que se produz no chamado cólon irritável IOI.

pépticos (estimulam os processos digestivos), aperitivos e tonificantes do organismo em geral IÔ,€>.©).

Os FRUTOS (abrunhos) contêm talúno (daí o seu sabor áspero), fiavonóides, ácido málico, sacarose, pectina, goma e vitamina C. Ao contrário cias flores, têm propriedades adstringentes, pelo que se (ornam úteis em casos de diarreia vulgar e de desarranjo intestinal. São além disso eu-

O líquido resultante da decocção dos abrunhos uiiliza-sc para lazer parai- as epistaxes (hemorragias nasais), aplicado com um tampão nasal embebido no mesmo 1©1. Serve ainda paia fazer gargarejos nos casos de gengivite (inflamação das gengivas) e faringite HM,

Comunicam, a quem os come, um aumento do apetite e uma sensação refrescante e revitalizadora. Podem comer-5€ frescos, cozidos ou era xarope.

As amêndoas que estão dentro dos caroços dos abrunhos, como as de muitos outros frutos da família das Rosáceas, libertam ácido cianídrico, que é um poderoso tóxico, pelo que não se devem comer nem mastigar. A casca dos ramos e da raiz contém ácido prússico, que também é tóxico; por isso não se deve utilizar, embora haja quem a recomende como adstringente.

373

£ Al á) U

Satureja montana L

Segurelha Carminativa, tonificante e afrodisíaca

A

SEGURELHA é v e r d a d e i r a m e n t e u m a planta sensual. Parece q u e o sen p e n e t r a n t e aroma no-lo d e n u n c i a . N ã o é por isso estranho que, já em tempos muito recuados, fossem c o n h e c i d a s as suas virtudes culinárias e afrodisíacas. Di/.-sc q u e os Gregos a d e d i c a r a m a Dionísio, a q u e m , depois, os Romanos chamaram Baco, deus em cuja h o n r a se celebravam faustosas orgias. Efectivamente, a segurelha facilita a digestão e estimula as funções vitais. Deve mesmo sei verdade, pois os frades da Idade Média tinham proibido q u e fosse plantada nas suas h o r t a s . . . Q u e m não terá provado umas azeitonas caseiras, a p e t i t o s a m e n t e condimentadas com esta apreciada planta, c o m o o faziam as nossas avós? Nas aldeias do Sul de Espanha, e principalmente na Andaluzia, ainda se p o d e saborear este castiço aperitivo. O mesmo se poderá dizer, t a m b é m , de muitas terras de província, em Portugal. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-

tém ale \% de óleo essencial rico em carvacrol c cimol, q u e lhe conferem propriedades estimulantes, carminativas, antiespasmódicas, vermífugas, diuréticas e peitorais; assim como taninos e polifenóis. • Sobre o a p a r e l h o digestivo, actua como aperitivo, a b r i n d o o apetite e facilitando a digestão. Mas além disso, tem ainda u m a m u i t o i n t e r e s s a n t e acção carminativa. S e g u n d o cita o dist i n t o b o t â n i c o e farmacêutico Foni Quer, «contraria as veniosidades do estômago e intestinos». Nada m e l h o r 374

Outros nomes: satureja-das-montanhas. Esp.: ajedrea [silvestre, de monte], Fr.; sariette. Ing.: savory. Habitat: Embora seja uma planta originária das regiões mediterrâneas, tem-se estendido por todas as regiões temperadas da Europa e da América. Adapta-se melhor aos climas secos e com bastante sol. Descrição: Trata-se de uma planta de não muito mais de 25-30 cm de altura, mas que, no local onde se encontra, se faz notar pelo seu aroma especial, que convida quem passa a abaixar-se e esfregar as mãos com ela. As suas folhinhas são finas, terminadas em ponta, e cheias de pequenas covinhas onde se alojam as glândulas produtoras de essência. As flores são pequenas, de cor branca ou rosada, e divididas em dois lábios, o que é próprio da família das Labiadas, a que pertence. Partes utilizadas: folhas, flores e caules finos.

-Et Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão com 20 g de planta por litro de água, de que se podem ingerir até 3 ou 4 chávenas por dia. @ Essência: de 3 a 5 gotas, depois de cada refeição.

Vanllla planlfòlla Andrews

»J ijj U G Preparação e emprego

Baunilha USO INTERNO

Aromatizante e digestiva

O Usa-se em forma de açúcar baunilhado, xarope ou tintura. © No entanto, a maneira mais vulgar de se obter o seu autêntico aroma é fervendo as vagens juntamente com o produto a aromatizar: chocolate, sobremesas, infusões ou preparados de outras plantas, etc.

?%&$*

O

S ASTECAS do México usavam a baunilha desde tempos muito remotos, como aromatizante para a sua bebida favorita, feita à base de grãos de cacau com farinha de milho. Os espanhóis introduziram-na na Europa nos fins do século XVI, mas não conseguiram que se reproduzisse. Em 1836, um botânico belga descobriu que a planta só podia ser polinizada por um insecto que habita no México, e que fora dali era necessário polinizá-la artificialmente. O princípio activo é o vanilosido, glicósido que durante o processo de dissecação dá lugar à vanilina, responsável pelo seu típico aroma. A vanilina possui propriedades estomacais e digestivas, coleréticas {aumenta a secreção de bílis), é um estimulante suave, e, segundo alguns, um afrodisíaco (©,©!. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Ainda que o seu uso actual se limite ao de condimento, convém ler presente a sua acção tonificante sobre as funções digestivas. 376

A baunilha confere um sabor m u i t o agradável as sobremesas doces e infusões de outras plantas, além de tonificar as funções digestivas.

Sinonímia científica; Vanilta fragans (SalisbJ Ames. Outros nomes: Esp.: vainillero, vainilla [mansa], bejuquilto, cuyanquillo, flornegra. Fr.: vanillier, pois vanile. Ing.: vanilla. Habitat: Originária do México, a sua cultura estendeu-se por outras regiões tropicais da América (Colômbia, Venezuela, Antilhas), África (Madagáscar) e Ásia. Descrição: Planta trepadeira da família das Orquídeas, cujos caules (lianas) podem atingir até 30 m de comprimento. Possui raízes aéreas (adventícias) pelas quais se agarra à árvore que lhe serve de suporte. As folhas são carnudas, e o fruto é uma vagem de cor escura, alongada (15 cm) e com numerosas sementes. Partes utilizadas: o fruto (vagem) antes de amadurecer.

Zlnglber offldnale Roscoe.

J Preparação e emprego

Gengibre A j u d a a fazer a digestão

C

ONFÚCIO, há 2500 anos, já falava do gengibre nos seus escritos. Os mercadores trouxeram-no do Oriente até às costas mediterrâneas, e em Roma era a especiaria mais apreciada, a seguira pimenta. Dioscórides (século I d.C.) já o conhecia e recomendava às pessoas de estômago debilitado. Durante toda a Idade Média foi exportado para a Europa, onde era altamente apreciado, mas não chegou a ser cultivado no velho continente. Nos princípios do século XVI, o espanhol Francisco de Mendoza teve a feliz ideia de levar raízes de gengibre para o Novo Mundo, onde a sua cultura se propagou rapidamente pelas Antilhas, México c- Peru.

USO INTERNO O Condimento: Em pequena quantidade, para pratos crus e cozinhados. © Infusão: 2 g de rizoma triturado em meio litro de água. Desta bebe-se uma chávena depois de cada refeição. Não se deve ultrapassar a dose prescrita.

Outros nomes: gengibre-amarelo, gengibre-das-boticas, gengivre. Esp.: jengibre, jengibre dulce, ajengibre. anchoas. Fr.: gingembre. Ing.: ginger. Habitat: Oriundo da india e países tropicais do Extremo Oriente. Muito abundante no México e nas Antilhas, especialmente na Jamaica. Descrição: Planta vivaz, da família das Zingiberáceas, que atinge uma altura de 1-1,3 m. As suas flores são muito vistosas e lembram as das orquídeas. Reproduz-se por meio do seu aromático rizoma. Partes utilizadas: o rizoma (caules subterrâneos).

Precauções

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-

zoma contém um óleo essencial com diversos derivados ter penicos, responsáveis pela sua acção digestiva e carminativa (impede a formação de gases no aparelho digestivo). E também sudorífico, e na índia atribuem-se-lhe eleitos afrodisíacos. Recomenda-se nos casos de esgotamento, inapetência e de digestões pesadas e flatulentas IO,01.

Como acontece com quase todas as especiarias, em doses altas produz gastrite. Não é conveniente para os ulcerosos. Desaconselhamos o uso da tintura alcoólica de gengibre, por ser irritante para o estômago.

3"

PLANTAS PARA o FÍGADO E A VESÍCULA BILIAR Aintii

a uiviÁRio DO CAPÍTULO DOENÇAS E APLICAÇÕES Ascite, ver Barriga de água 380 Barriga de água 380 Cálculos na vesícula, Ver Vesícula biliar, transtornos 380 Cirrose, ver Hepatite 379 Coklitiase, ver Vesícula biliar, transtornos 380 Coleréticas e colagogas, plantas . .382 Cólica biliar 381 Cólica hepática, ver Cólica biliar . 381 Fígado, intoxicação 380 Fígado, mau funcionamento . . . . 379 Hepatite 379 Hipertensão portal, ver Barriga de água 380 Insuficiência liepática, ver Fígado, mau funcionamento 379 Insuficiência pan creática, ver Pâncreas, insuficiência . . . 381 Litiase biliar, ver Vesícula biliar, transtornos 380 Pâncreas, insuficiência 381

A

S PLANTAS medicinais exercem dois lipos de acções principais sobre o sistema hepatobiliar: a colerética e a colagoga. A produção da bílis é uma das funções primordiais do fígado. As plantas com acção colerética aumentam a quantidade de bílis segregada pelo fígado. A bílis liça armazenada na vesícula biliar, até que a passagem dos alimentos provoque o seu esvaziamento para o intestino. Aumentando a produção de bílis, as plantas coleréticas descongestionam o

Pedras na vesícula, ver Vesícula biliar, transtornos 380 Plantas coleréticas e colagogas .. 382 Vesícula biliar, transtornos 380

PLANTAS Alcachofra Anémona-hepática Bérberis Boldo Cardo-de-santa-maria Cardo-leiteiro = Cardo-de-santa-maria discuta Dente-de-leão Fumaria Polipódio Rabanete e rábano Rábâo-rústico Saramago Taraxaco • Dente-de-leão Trevo-cervino

387 383 384 390 395 395 386 397 389 392 393 394 393 397 388

fígado e favorecem a digestão. Empregam-se especialmente nos transtornos do ligado, como a hepatite. As plantas colagogas facilitam o esvaziamento da bílis contida na vesícula biliar para o duodeno. As plantas colagogas suprimem o espasmo da vesícula e do esfíncter de Oddi, aliviando a dor e facilitando o correcto funcionamento dos sistema biliar. Usam-se em caso de disquinc-

sia biliar (vesícula preguiçosa), dispepsias biliares e colelitíase (cálculos na vesícula).

I

A SAÚDE PELAS P U N I A S M E D I C I N A I S 2 " Parle:

D e s c r i ç ã o

Uso

Doença

Planta

FÍGADO, MAU

VERBENA

o fígado, 174 Descongestiona antiespasmódica

Infusão, decocção

CEBOLA

as funções metabólicas 294 Estimula e de desintoxicação do fígado

Crua, sumo fresco, cozida ou assada

ÉNULA

313

Favorece a função hepática e biliar

Decocção de raiz, pó

Anti-inflamatória, descongestiva do fígado Favorece a evacuação da bílis, tónico digestivo

Maceração de folhas

FUNCIONAMENTO O fígado é a glândula de maior tamanho do nosso organismo, na qual têm lugar milhares de reacções químicas. Estas são as suas três (unções principais: 1. Transformação de alguns princípios nutritivos em outros. 2. Produção da bilis, necessária para a digestão das gorduras. 3. Desintoxicação do sangue, neutralizando e eliminando numerosas substâncias estranhas ou tóxicas que circulam por ele. Muitas destas plantas têm acção colerética, isto é, favorecem a secreção de bilis por parte das células hepáticas. Deste forma se descongestiona o fígado e se facilitam as suas funções. Outras, estimulam a regeneração das células hepáticas danificadas por diversas causas (vírus, medicamentos, toxinas, etc).

Pág. Acção

ANÉMONA-HEPÁTICA

383

BÉRBERIS

384

ALCACHOFRA

387

TREVO-CERVINO

388 Descongestiona o fígado

FUMARIA

389

BOLDO

390

POLIPÓDIO

392

RABANETE E RÁBANO

393

CARDO-DE-SANTA-MARIA

Protectora do fígado, colerética

Descongestiona o fígado, desintoxicante Potente colerético e colagogo, facilita o esvaziamento da bílis

Infusão ou decocção de casca de raiz Infusão de folhas, caule e/ou raízes, sumo fresco de folhas, extractos Decocção de raiz Infusão, sumo fresco, extractos Infusão de folhas, extractos

Laxante suave e colagogo Descongestionam e desintoxicam o fígado, regeneram as suas células

Decocção de raiz

395 hepáticas danificadas

Estimula a regeneração das células

Salada de folhas, infusão ou decocção de frutos, extractos

•LEÃO

a produção de bílis 397 Aumenta e facilita o seu esvaziamento

Salada, sumo fresco, infusão de folhas

ABSINTO

428

CHICÓRIA

440

GENCIANA

452

Estimula a secreção e o esvaziamento da bílis

Maceração, decocção, pó ou extracto de raiz

BONS-DIAS

491

Colagoga (facilita a evacuação da bilis)

Infusão de raiz ou folhas, pó

526

Favorece o bom funcionamento do fígado

Decocção de casca

DENTE-DE-

AMIEIRO•NEGRO

TAMARINDEIRO

Descongestiona o fígado, estimula as suas funções Favorece a secreção de bílis, descongestiona o fígado

536 Colerético e colagogo suave

Crus, sumo fresco

Infusão, maceração Salada, sumo fresco, infusão

A polpa dos frutos

Cardo de-santa-maria

HEPATITE É a inflamação do fígado, geralmente causada por um vírus. 0 seu principal sintoma é a icterícia, tom amarelo 6a pele devido a que o fígado é incapaz de eliminar a bilis, pelo que esta passa para o sangue e se infiltra na pele e outros tecidos. 0 tratamento à base de plantas medicinais tem por objectivo pôr o fígado nas melhores condições de forma natural. As mesmas plantas podem usar-se como complemento no tratamento da cirrose. Além destas plantas, todas as colerétícas (ver tabela da página 382) podem ter utilidade.

MARAVILHA

626 Aumenta a produção de bílis

Infusão de flores

ESPIRULINA

nutrientes de elevado valor 276 Fornece biológico

Cápsulas, preparados farmacêuticos

CEBOLA

as funções metabólicas 294 Estimula e de desintoxicação do fígado

Crua, sumo fresco, cozida ou assada

HORTELÃ-PIMENTA

366

ALCACHOFRA

387

A sua essência é activa contra o vírus da hepatite A Protectora do fígado, colerética Descongestionam e desintoxicam o

Essência, infusão Infusão de folhas, caule e/ou raízes, sumo fresco de folhas, extractos

RABANETE E RÁBANO

393 fígado, regeneram as suas células

Crus, sumo fresco

CARDO-DE-SANTA-MARIA

a regeneração das células 395 Estimula hepáticas danificadas

Salada de folhas, infusão ou decocção de frutos, extractos

DENTE-DE-LEÀO

o fígado, 397 Descongestiona facilita a sua função de desintoxicação

Salada, sumo fresco, infusão de folhas

ABSINTO

428

Descongestiona o fígado, estimula as suas funções

Infusão, maceração

VIDEIRA

544

Descongestiona todos os órgãos digestivos, fornece açúcares e outros nutrientes de grande valor biológico

Frutos (uvas), cura de uvas

379

1

Cap. 1 8 : PLANTAS

10 E A V E S Í C U L A B I L I A R

Doença

Planta

Pág. Acção

Uso

FÍGADO, INTOXICAÇÃO Quando as células hepáticas tenham sido danificadas pela acção de fármacos, produtos químicos ou cogumelos venenosos, estas duas plantas podem contribuir para reforçar a função desintoxicadora do fígado e regenerar as suas células.

RABANETE E RÁBANO

^

Descongestionam e desintoxicam o fígado, regeneram as suas células

Crus, sumo fresco

Estimula a regeneração das células hepáticas danificadas

Salada de folhas, infusão ou decocção de frutos, extractos

Activa a circulação portal, o ff gad0

Salada ou sumo fresco de folhas, infusão de raiz

CARDO-DE-SANTA-MARIA

yjc

CHICÓRIA CHICÓRIA

440 44U

VmFiRA VIDEIRA

S44 Descongestiona o fígado, 044 e | j m j n a resíduos metabólicos

ORTOSSIFÃO

653

Diurético intenso, rico em sais potássicos, colagogo

Infusão

SABUGUEIRO

767

Purgante, diurético

Decocção da entrecasca

TÍLIA

169 o funcionamento da vesícula biliar

OLIVEIRA

239 da vesícula biliar

ENULA

313 e hepatobiliares

BERBERIS

384

Colagogo, melhora as digestões pesadas

Infusão ou decocção de casca de raiz

CUSCUTA

386

Favorece o esvaziamento da vesícula biliar

Infusão

BOLDO

390 normaliza o esvaziamento da bílis

DENTE-DE-LEÃO

397 e facilita o seu esvaziamento

GENCIANA

452

QUÁSSIA

467 biliar, aperitiva

CARVALHINHA

473

Amargo, tónico digestivo, favorece o esvaziamento da vesícula

Infusão de flores e folhas

BONS-OIAS

491

Colagoga (facilita a evacuação da bílis)

Infusão de raiz ou folhas, pó

ORTOSSIFÃO

653

Corrige a atonia ou preguiça da vesícula

Infusão de folhas e flores

HIPERICAO

714 biliar

BARRIGA DE ÁGUA A acumulação de liquido na cavidade peritoneal chama-se ascite, ou barriga de água. A causa mais frequente de ascite é a cirrose hepática. Estas plantas activam a circulação no sistema portal, descongestionam o fígado e favorecem a eliminação do líquido abdominal. Desta forma melhoram a evolução da cirrose hepática.

VESÍCULA BILIAR, TRANSTORNOS A vesícula biliar tem de esvaziar a bílis que contém, no momento preciso, para que a digestão continue o seu processo normal. Mas este mecanismo de esvaziamento biliar sofre frequentes transtornos, conhecidos como vesícula preguiçosa ou coledisquinesia, que se manifestam com digestão pesada, dor na zona do fígado ou na região vesicular, náuseas e dor de cabeça. Em muitos casos, estes transtornos são devidos a colelitiase (pedras ou cálculos na vesícula) ou a barro biliar (bílis espessa), A fitoterapia dispõe de plantas capazes de regular o mecanismo de esvaziamento biliar e de fluidificar a bílis, com o que se pode evitar a formação de novos cálculos. Todas as plantas colagogas (ver tabela da pág. 382) também são de utilidade.

380

deSC0nges(i0na

Antiespasmódico, melhora

Colagoga, facilita o funcionamento

Tonifica as funções digestivas

Potente colerético e colagogo,

Frutos (uvas) cura de uvas

Infusão de flores Óíeo (azeitei dos frutos (azeitonas! Decocção de raiz, pó, extracto, essência

Infusão de folhas, extractos

Aumenta a produção de bílis

Salada, sumo fresco, infusão de folhas

Colerètica e colagoga, melhora as disquinesias biliares, tónico estomacal

Maceração , decocção, pó de raiz

Favorece o funcionamento da vesícula

Facilita o funcionamento da vesícula

Decocção

Infusão de sumidades floridas

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I 2 " Parle:

D e s c r i ç ã o

Doença

Planta

CÓLICA BILIAR Produz-se quando a vesícula biliar tenta expulsar um cálculo ou pedra que se tenha formado no seu interior. É um estado agudo, que pode durar vários dias, em que se produzem contracções espasmódicas da vesícula e das vias biliares que esvaziam a bílis para o intestino delgado. Isto traduz-se em dor, náuseas, vómitos e mal-estar geral. Além destas plantas, são indicadas todas as ant/espasmódicas (ver pág. 147).

PASSIFLORA

167 Relaxa os órgãos abdominais ocos,

Infusão de flores e folhas

MACELA

350

Antiespasmódica

Infusão, pó, essência

ASSA-FÉTIDA

359

Potente antiespasmódico e sedante

Lágrimas (grãos de goma)

ABELMOSCO

362

Antiespasmódico, sedante

Infusão de sementes

CAMOMILA

364

Antiespasmódica, sedante

Infusão

ARGENTINA

371

Antiespasmódica, acalma as cólicas

Decocção

BOLDO

colerético e colagogo, 390 Potente normaliza o esvaziamento da bílis

Infusão de folhas, extractos

LINHO

508

Antiespasmódico, sedante, anti-inflamatório

Cataplasmas com a farinha

HARPAGÓFITO PÂNCREAS, INSUFICIÊNCIA Estas três plantas favorecem a função exócrina da glândula pancreática, aumentando a secreção de suco pancreático, imprescindível para a digestão.

Uso

Pág. Acção como a vesícula biliar

670 Relaxa os espasmos eólicos

Infusão da raiz, cápsulas

278

Estimula a secreção do suco pancreático

Sumo fresco, infusão

PAPAIEIRA

435

Estimula a produção de suco pancreático

Látex, infusão de folhas

CARDO-SANTO

444

Favorece a função do pâncreas

Infusão ou decocção de folhas

URTIGA-MAIOR

O cardo-de-santa-maria (pág. 395) constitui um dos remédios vegetais mais eficientes para as afecções hepáticas. O seu principio activo é a silimarina, substância capaz de regenerar as células hepáticas, e que por isso entra na composição de diversos preparados farmacêuticos.

Todos os cardos são bons para o fígado. E a alcachofra (pág. 387), como cardo que é, não só favorece as funções da glândula hepática mas também reduz o nível de colesterol no sangue. As partes mais medicinais da alcachofra não são os capítulos da planta, vulgarmente chamados alcachofras, mas sim as folhas, o caule e a raiz, que se ingerem em infusão ou em sumo fresco.

381

I

1

C a p . 1 8 : P L A N T A S PARA O FÍGADO E A V E S Í C U L A B I L I A R

Plantas coleréticas e colagc gas

As plantas coleréticas aumentam a quantidade de bilis segregada pelo fígado. As plantas coíagogas facilitam o esvaziamento da bilis contida na vesícula biliar para o duodeno.

Planta Tília Oliveira Antenária Émila Aspérula-odorífera Hortelã-pimenta Baunilha

Pág.

Colerética

169 239 297 313 351 366 376

/ /

Bérberis

384

Cuscuta

386

Alcachofra

Evónimo

387 388 389 390 392 393 397 428 436 450 452 467 469 473 489 491 503 528 529 536 624 626 653 674 691 694 707

Carlina

749

Trevo-cervino Fumaria Boldo Polipódio Rabanete e Rábano Dente-de-leão Absinto Fel-da-terra Cúrcuma Genciana Quássia Acácia-bastarda Carvalhinha Anona Bons-dias Globulária Cáscara-sagrada Ruibarbo Tamarindeiro Artemísia Maravilha Ortossifão Alecrim Milefólio Aloés

382

/ / / / / / / / / / iinheio. Brasil: cipó-chumbo. Esp.: cuscuta, epitimo, cabellos [de tomillo], barbas de capuchino. Fr.: cuscute. Ing.: [commonj dodder, greater dodder. Habitat: Comum nos montes de toda a Europa. Também se encontra em regiões montanhosas e temperadas ou frias do continente americano.

Descrição: Planta parasita, da familia das Cuscutáceas, de caule avermelhado e flores esbranquiçadas ou rosadas. Não tem folhas e portanto também não tem clorofila. Forma um emaranhado de finos caules em volta das plantas que parasita. Partes utilizadas: toda a planta.

I



Cynara scotymus L Cyn

Alcachofra USO INTERNO

Regenera o fígado e baixa o colesterol

O Infusão de folhas, caule e/ou raízes: 50-100 g por litro de água. Tomar 3 chávenas diárias, preferivelmente antes das refeições. © Sumo fresco: Obtém-se das folhas e ingere-se à razão de uma chávena a cada refeição, © Extracto seco: 1 -2 g diários, se não se tolerar o sabor amargo da infusão ou do sumo fresco.

A

ALCACHOFRA foi considerada afrodisíaca durante o século XVI, embora não se lhe tenha prestado muita atenção como planta medicinal. Foi só nos meados do século XX que ganhou um grande prestígio como remédio para as doenças hepáticas e biliares. Actualmente, os extractos de alcachofra entram na composição de vários preparados farmacêuticos, em virtude das suas notáveis acções medicinais sobre o fígado e o metabolismo. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS

princípios activos da alcachofra, que se concentram sobretudo nas folhas, são a cinarina (princípio amargo) e alguns ílavonóides derivados da luteína. É muito rica em enzimas, inulina (hidrato de carbono muito bem tolerado pelos diabéticos, ver pág. 80), potássio e manganésio. Embora a alcachofra propriamente dita, isto é, o capítulo floral, também participe dos efeitos medicinais que descrevemos, para conseguir uma acção terapêutica importante é preciso usar sobretudo as folhas, o caule e/ou as raízes da planta. As propriedades da alcachofra são:

Fórmula química da cinarina, princípio activo da alcachofra.

*

W1^ Outros nomes: aicachofra-hortense. Esp.: alcachofera, alcachofa, alcaucil, cardo alcahofero, morrillera. Fr.: artichaut. Ing.: artichoke. Habitat: Própria dos países mediterrâneos. Cultivada em regiões temperadas de todo o mundo. Descrição: Planta da família das Compostas, que atinge até 1,5 m de altura. As folhas são grandes, muito

• Colerética (aumenta a secreção de bílis) e hepatoprotectora (antitóxica): Recomenda-se nos casos de dispepsia ou cólica biliar e de insuficiência hepática IO.@,©l. É muito indicada no caso de hepatite. • Hipolipemiante: Faz descer a concentração de colesterol e de outros lípidos no sangue, pelo que se torna muito recomendável no caso de arteriosclerose lO,@,©l.

segmentadas, de cor verde-acinzentada. Os capítulos florais são de cor azul-violácea, rodeadas de brácteas (falsas folhas), na base das quais se encontra a parte comestível. Partes utilizadas: as folhas da planta, o caule, os capítulos florais (conhecidos por alcachofras) e a raiz.

• Hipoglicemiante: Pelo seu conteúdo em inulina, é um alimento próprio para os diabéticos IO.0.0I. . Favorece a diminuição do nível de açúcar no sangue. • Diurética, depurativa e eliminadora de ureia: Apropriada no caso de albuminúria e na insuficiência renal IO,© 01. 387

Eupatorium cannabinum L.

A IS J

'i\

Trevo-cervino

Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção de 50 g de raiz fresca cortada às rodelas, ou com a mesma quantidade de folhas num litro de água. Tomam-se 2 ou 3 chávenas diárias.

Descongestiona o fígado e depura o sangue

USO EXTERNO ©Compressas empapadas na mesma decocção que para o uso interno. Colocam-se sobre a zona de pele afectada.

N

AO SL DEVE confundir esta planta, também chamada eupatório-de-avicena, com a agrimónia (pág. 205), que também tem o nome de eiipatório-dos-gregos, a qua pertence a outra família botânica e possui propriedades medicinais distintas.

Precauções

Em doses elevadas, pode provocar vómitos.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a

planta contém resina, uma substância amarga, tanino e indícios de essência. Possui propriedades coleréticas (aumenta a secreção de bílis no ligado, clescongesiionando-o), depurativas, anti-reumátícas, laxantes e expectorantes. Utili/a-se em casos de afecções hepáticas (hepatites, cirroses), dores reumáticas, bronquites e caiairos, e também como purgante suave IOI.

Outros nomes: eupatório-de-avicena. Esp.: eupatorio, canabina. Fr.: eupatoire. Ing.: hemp agrimony. Habitat: Terrenos e bosques húmidos da Europa e da América. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, que atinge até 1.5 m de altura. As suas flores são cor-de-rosa, azul-páiido ou brancas, agrupadas em corimbos. A raiz emana um odor fétido. As suas folhas são de sabor amargo. Partes utilizadas: as folhas, e a raiz acabada de arrancar.

Aplicado externamente, é vulnerário: cura feridas injectadas, úlceras e lesões da pele 1©I.

£



V

Existem na América várias espécies de eupatórios: • Eupatorium coliinum D.C: Conhecido pelos nomes espanhóis de 'hierba dei ángel', 'barrilete' e 'majitero'. Cultiva-se para utilizar as folhas como sucedâneo do lúpulo. • Eupatorium perfoliatum L: Cria-se na América do Norte, onde se usa como la388

Eupatórios americanos xante, sudorífico e febrífugo, em constipações e gripes. • Eupatorium purpureum L: Empregado pelos índios norte-americanos como diurético e tonificante. • Eupatorium staechadosmum Hance.: Originário da Indochina, mas cultivado na América tropical devido às propriedades medicinais das suas folhas. É conhecido

pelo nome espanhol de 'ayapana de Tonquín'. • Eupatorium triplinerveMaH. = Eupatorium ayapana Vent.: Proveniente dos trópicos asiáticos. Prepara-se com as suas folhas uma infusão estimulante. É conhecido no Brasil como aiapana, e noutros países latino-americanos como 'ayapana', 'curía', 'diapalma' e 'té dei Amazonas'.

Fumaria offíclnalls L

O] 1^

*l [£J IH Preparação e emprego

Fumaria Descongestiona o fígado e desintoxica

USO INTERNO O Infusão de 50 g de planta por litro de água. Toma-se uma chávena antes de cada uma das três refeições. ô Sumo da planta fresca adoçado com mel, à razão de meio copo antes de cada refeição. €) Extracto seco: Ingere-se um grama antes de cada refeição.

N

ÃO SE SABE se a fumaria se chama assim porque, quando é torcida ou esmagada, faz chorar como se fosse fumo, ou então porque as suas folhas cinzentas se assemelham ao fumo de um incêndio, cujas labaredas seriam as flores. Tem sido usada com êxito desde o tempo de Dioscórides (século I d.C).

Toda a planta contém ílavonóides que a tornam colerética e antiespasmódica; sais de potássio, a que se deve a sua acção diurética e depurativa; e diversos alcalóides derivados da isoquinoleína (fiunarina) que lhe conferem uma acção anti-histamínica (a histamina intervém nas reacções alérgicas) e anti-inflamatória. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Além disso, a fumaria contém princípios amargos e mucilagens. Tem as seguintes indicações; • Eczemas e erupções da pele devidos a auto-intoxicação por putrefacção intestinal, insuficiência renal, afecções hepáticas (hepatite crónica), ou alergias IO.0.0I. • Afecções hepáticas: congestão e mau funcionamento {lo fígado ou hepatite crónica, pelo seu efeito colerétíco (estimulante da secreção de bílis) IO0.0I • Hipertensão arterial, pelos seus eleitos diurético, antiespasmódico, depurativo e fluidificante do sangue IO0.0I

Outros nomes: erva-molarinha, erva-pombinha, fumo-da-terra, moleirinha. Brasil: fel-da-terra. Esp.: fumaria, plumaria, palomilla, flor de pajarito, hierba de la tierra, hierba de conejos, capa de reina. Fr.: fumeterre [officinalej. Ing.: [hedge] fumitory, earlh smoke. Habitat: Nas proximidades de campos cultivados, nas beiras dos caminhos e em terrenos baldios. Originária da Europa, mas difundida em todo o mundo. Descrição: Planta anual, da família das Fumariáceas. que atinge de 20 a 70 cm de altura. As suas folhas são de um cinzento esverdeado, e as flores rosadas ou vermelhas. O aroma è ácido, e o sabor. amargo. Partes utilizadas: Toda a planta excepto a raiz.

3<

Peumus boldus Molina

líj \É

Boldo Normaliza o funcionamento da vesícula biliar

O

BOI.DO é uma cias plantas medicinais mais utilizadas na preparação de produtos farmacêuticos para li atar as doenças do fígado e da vesícula biliar. Existem vários medicamentos, produzidos por diversos laboratórios, em cuja composição entra o boldo. E que esta planta apresenta propriedades que nenhum produto químico consegue igualar. No Chile, é uma planta muito apreciada. Os primitivos povoadores dos Andes já a utilizavam como estomacal e digestiva. Hoje pode-se encontrar este dom da Natureza nas farmácias e ervanárias de toda a Europa e América, onde continua a ser conhecido pelo seu primitivo nome araucano.

Outros nomes: Esp.: boldo. Fr.: boldo. Ing.: boldo. Habitat: Cresce espontaneamente no Chile e nas regiões andinas da América do Sul. Cultiva-se na Itália e no Norte de África. Descrição: Árvore ou arbusto de até 5mde altura, da família das Monimiáceas, com folhas elípticas de superfície rugosa. As flores são brancas ou amareladas. Toda a planta liberta um agradável aroma semelhante ao da hortelã. Partes utilizadas: as folhas.

-CP

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Infusão com 10-20 g de folhas de boldo por litro de água, de que se toma uma chávena antes de cada refeição, até 4 diárias. © Extracto seco: 1 g, 3 ou 4 vezes ao dia, antes das refeições.

Precauções N

-CH,

CH, CH,OH Fórmula química da boldina, o alcalóide mais importante do boldo. 390

Não ultrapassara dose indicada (quatro chávenas por dia), pois em doses elevadas o boldo é soporífero (faz dormir) e anestésico sobre o sistema nervoso central. Estes efeitos só se apresentam com doses muito elevadas, e de modo nenhum com as que são indicadas. Embora não haja provas concludentes de que possa afectar o feto, como medida de precaução as grávidas devem evitar ingerir esta planta.

& ^L-y^ 4

Bal;V\ | B - *§•

^•^)L. •

Magnífica panorâmica de Torres dei Paine (Chile). O boldo é originário das regiões montanhosas andinas do Chile, embora actualmente se encontre também, cultivado, no Sul da Europa e no Norte de África. A u m e n t a n d o a produção de bílis, melhora o funcionamento do fígado e da vesícula biliar. Está provado que o consumo de boldo pode melhorar os eczemas cutâneos, possivelmente devido ao facto de favorecer a função desintoxicante do fígado.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-

lhas do boldo contêm cerca de vinte alcalóides derivados da aporíina, dos quais o mais importante é a boldina. que representa entre 25% e 30% do total. Também são ricas no óleo essencial que dá à planta o seu aroma característico, e no qual se identificaram eucaliptol, ascaridol e cimol. As Tolhas contêm ainda diversos flavonóides c glicósidos (boldoglucina). As propriedades mais importantes do boldo são: • Colerético (aumenta a produção de bílis no fígado) e colagogo (facilita o esvaziamento da vesícula biliar): Por isso as folhas do boldo são indicadas no caso de congestão hepática e dis-

quinesia biliar (transtorno no funcionamento da vesícula biliar) e cólicas biliares IO.0I.

mem novos cálculos ou aumentem de tamanho aqueles que já existem.

O boldo também se torna benéfico no caso de litiase biliar (pedras na vesícula), para aliviar as perturbações digestivas e a sensação de distensão após as refeições, sintomas característicos desta doença IO.01. Na realidade o boldo não é capaz de desfazer os cálculos biliares, nem de provocar a sua expulsão. Comprovou-se, no entanto, que se produzem mudanças na composição química e nas propriedades físicas da bílis, tornando-a mais fluida e menos litogénica (com menor tendência paia a formação de pedras ou cálculos); quer dizer que o boldo impede que a bílis precipite e se for-

• Eupéptico (facilita a digestão) e aperitivo: O boldo está indicado nos casos de digestão lenta ou difícil, inapetência, peso no estômago e os chamados amargos de boca IO,©l. • Laxante suave, possivelmente como consequência do maior afluxo de bílis no tubo disgestivo, que esta planta provoca IO.0I. O boldo associa-se normalmente a outras plantas coleréticas e colagogas (alcachofra, alecrim, e t c ) , ou laxantes (fràngula, sene, e t c ) .

\lum

vui

5) \M Q Q

O

Polipódio Descongestiona o fígado Outros nomes: Poiipódio-do-carvaiho, fentelha, filipode, teto-doce. Esp.: polipódio, filipodio. Fr.: poíypode. fougère réglisse. Ing.: [femalej fern, polypody.

«2r>;

Habitat: Comum em todas as regiões temperadas do hemisfério norte. Nasce quase sempre nos troncos de árvores velhas, nos muros sombrios e sobre as pedras cobertas de musgo.

T

LOFRASTO e Dioscórides já conheciam as propriedades iaxativas deste feto. No século XVI, o médico espanhol Andrés de Laguna dizia que «o polipódio pinga com grande facilidade, de sorte que nem revolve o estômago nem provoca fastio». Seguindo um velho costume, este médico recomendava aos que sofriam de prisão de ventre que comessem o caldo de um galo velho recheado de raiz. de polipódio e de sene. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz do polipódio contém um princípio amargo glicosídico, saponina, murilagens e açúcares. Tem um agradável sabor a alcaçuz. São esias as suas propriedades:

• Laxante suave e colagogo: Indicado em casos de prisão cie ventre crónica e de insuficiência ou congestão hepática, assim como em transtornos da vesícula biliar IO.01. • Expectorante e antifússico. Útil em caso de catarros bronquiais e de tosse seca IO.0I. • Vermífugo: Faz expulsar os parasitas intestinais IO.0I. 392

Descrição: Feto da família das Polipodiáceas, de 15 a 50 cm de altura, com frondes alongadas e triangulares, em cuja face inferior se encontram os esporângios. O rizoma (caule subterrâneo) é rasteja nte e dele partem numerosas pequenas raízes. A calaguala (pág. 724) é outro teto do género Polypodium. Parte utilizada: o rizoma.

O

Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção com 30 g de raiz num litro de água, fazendo-a ferver até que fique reduzida a metade. Deixase repousar durante umas horas e

bebem-se todos os dias 3 ou 4 chávenas. © Pó de raiz: A dose habitual é de um grama, de uma a três vezes ao dia.

Raphanus sativus l_

O Pt

Rabanete e rábano Regenera o fígado. Combate eficazmente a sinusite

Preparação e emprego

USO INTERNO O Cru em saladas, é um condimento saudável e curativo. © Sumo fresco do tubérculo, à razão de 50 a 125 ml, três vezes por dia, antes das refeições e adoçado com mel ou açúcar escuro.

Saramago

O

S RABANETES são m u i t o a p r e c i a d o s nos países m e d i terrâneos como condimento para as saladas. Nalguns lugares, n ã o se c o m e só a raiz mas t a m b é m as folhas, q u e lèm um agradável sabor picante. O rábano {Raphanus Sativus L. var. Nigra) é uma variedade do raban e t e c o m u m , caracterizada pela c o r escura da raiz, muito empregada em fitoterapia. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-

tém um glicósido sulfurado (gluco-rafenina) que, por hidrólise enzimática, se transforma em rafanol, substância a q u e se devem as suas p r o p r i e d a d e s colagogas, colercticas, antibióticas e peitorais. C o n t é m t a m b é m sais minerais e vitaminas B e C. Sãos estas as suas aplicações: • Afecções hepatobiliares: Aumenta a p r o d u ç ã o de bílis pelo ligado (efeito colagogo), o q u e o descongestiona e desintoxica. Ao m e s m o t e m p o , melhora o funcionamento da vesícula biliar, ao favorecer a correcta evacuação da bílis para o d u o d e n o . O rabanete é pois muito indicado nos casos de he-

O saramago (Raphanus raphanistrum L.).' também conhecido por cabestro, é considerado a espécie da qual procedem os rabanetes e rábanos cultivados como hortaliça. As suas propriedades medicinais são as mesmas que as do rabanete vulgar (Raphanus sativus L). As sementes contêm um alcalóide, a sinalbina, que, pela acção da enzima que o acompanha, se transforma em essência de mostarda. ' Esp.: rábano silvestre. Fr.: revenelle. Ing.: wild radish.

Outros nomes: rabão. Brasil: rabanete-das-hortas, nabo-chinês. Esp.: rábano, rabaneta. rabanete, nabo chino criollo, nabón. Fr.: radis. Ing.: radish. Habitat: Originário da Ásia Central, actualmente cultivado em todas as regiões temperadas do mundo. Descrição: Planta herbácea, da família das Cruciferas, de folhas muito ramificadas e flores brancas com riscas cor-de-rosa ou violeta. A raiz é um bolbo de cor branca, vermelha ou parda escura. Partes utilizadas: a raiz fresca.

-At.

Rábáo-rústico

O rábão-rústico (Armoracia rusticana Gaertn. = Cochlearia armoracia L)*, é também chamado rábãomaior, rabanete-de-cavalo e cocleária-da-bretanha. Nalguns países da América do Sul também lhe chamam saramago. Tanto na sua composição como nas aplicações, é muito semelhante à mostarda {pág. 663). Este rabanete adquiriu grande notoriedade porque os professores Enamorado e López Garcés, da Universidade Politécnica de Madrid, obtiveram dele um extracto, conhecido como PDG (peróxido de difenilglioxal). Administrado a doentes de esclerose múltipla, este extracto de rábano produziu melhoras notáveis. Também está a ser investigada a sua possível acção anticancerosa. * Esp.: rábano rusticano. Fr.: raifort. Ing.: horse radish.

patite aguda e crónica, doença gorda do ligado, cirrose, intoxicação hepática por fármacos, produtos químicos ou cogumelos, assim como nas dispepsias biliares (vesícula preguiçosa). Pode contribuir para regenerar o fígado na hepatite alcoólica e no caso de degenerescência gorda produzida pelo álcool ou por outros tóxicos IO.01 • Afecções respiratórias: E mucolitico (amolece ;» mucosidade), expectorante e antibiótico. Muito indicado em catarros brônquicos, bronquites e laríngites, e de modo especial nas sinusites IO.0I. Trata-se de um valioso remédio auxiliar nas curas de desintoxicação do tabaco. • Aperitivo e diurético IO.OI.

O rabanete e o rábano são grandes amigos do fígado, gJãndula que descongestionam e desintoxicam. O seu consumo cru, ou em sumo, é muito indicado em caso de hepatite, cirrose, degenerescência do fígado devida ao consumo de álcool, e intoxicação hepática por fármacos ou produtos químicos.

Sllybum maríanum (L) Gaertn.

Cardo-de-santa-maria Regenera as céfulas hepáticas

O

S ESPINHOS dos cardos são as defesas que protegem um grande tesouro medicinal. Muilos, no entanto, permitem-se desprezar esias plantas, achando que são toscas e grosseiras, apropriadas unicamente para comida de burricos. E por isso que, em grande parte da Espanha, lhe chamam "cardo borriquero", enquanto na Argentina e no Uruguai é conhecido por "cardo asnal".

Já teve o leitor ocasião de ver um burro a comer um cardo? Os "inteligentes" seres humanos precisaram de muilos séculos para descobrir aquilo que estes humildes quadrúpedes conhecem. E possível que muitos se admirem quando souberem que, deste cardo que os burros comem, se extrai a siliniaiina, potente medicamento contra as doenças do ligado, que faz parte de vários preparados farmacêuticos. Diz uma lenda que as manchas brancas que adornam as folhas deste cardo são gotas de leite que caíram do seio da Virgem Maria, quando fugia com o seu Filho da perseguição de I lerodes. Baseando-se nisto, a medicina medieval recomendava o cardo-de•sanla-maria às parturientes e amas de leite, para aumentar a secreção do leite. O progresso da ciência nos últimos séculos, que foi dando a conhecer a composição química das plantas, permitiu abandonar muitas das superstições populares a respeito das pio-

U U J Preparação e emprego

USO INTERNO O Salada: As folhas tenras sem espinhos, assim como o interior das alcachofras do cardo-de-santa-maria, podem comer-se em salada crua, tal como o fazem os beduínos do Sara, para quem constituem um delicado manjar. © Infusão ou decocção com 30-50 g de frutos esmagados ou triturados, a que podem acrescentar-se folhas ou raízes. Tomam-se de 3 a 5 chávenas por dia. Esta dose pode ultrapassar-se sem nenhum perigo, jã que a planta não apresenta nenhum tipo de efeito tóxico. © Extracto seco: 0,5-1 g, três vezes por dia.

Sinonímia científica: Carduus marianus L. Outros nomes: cardo-mariano, cardo-leiteiro. Esp.: Cardo mariano, cardo de Maria, cardo borriquero, cardo lechero, cardo blanco. Fr.: chardon Marie. Ing.: ímilk] thistle, Saint Mary's thistle. Habitat: Espécie tipicamente mediterrânea, mas que se aclimatou na Grã-Bretanha e na América do Norte. Cresce espontaneamente em terrenos secos e pedregosos. Descrição: Planta vigorosa, de aspecto espinhoso, que atinge até dois metros de altura. Pertence à família das Compostas. As suas folhas, grandes e espinhosas, chamam a atenção pelas manchas brancas que se estendem ao longo das nervuras. Os capítulos florais são cor-de-rosa ou púrpura. Os frutos são duros, de 6-7 mm e de cor escura. Partes utilizadas: os frutos (sementes), as folhas e a raiz.

príedades das plantas m e d i c i n a i s . Graças a isso, p o d e m o s hoje usá-las com conhecimento de causa e maior eficácia curativa. PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : NOS

frutos do cardo-de-santa-maria, ou caido-leileito, enconlram-sc as substâncias responsáveis pelos seus efeitos

medicinais. São os chamados flavonolignanos. A doutora Coll (do Laboratório de Farmacognosia e Farmacodinamia da Faculdade de Farmácia de Barcelona) indica que estes compostos residiam da união de um flavonóide (a taxifolina) com uma molécula àe tipo fenupropanôide (o álcool coniferílico). A mistura dos diversos tipos (isómeros) de flavonolign o a o i r a o o b a . . n o m o elo MUSCUM-UMI.

A SILIMARINA é capaz de estimular a r e g e n e r a ç ã o das células hepáticas

danificadas por tóxicos como o álcool etílico ou o tetracloreto de c a r b o n o , assim c o m o pela laloidina, substância

contida no amanha falóides {AmanitaphalUndis [Fr.] Link.). o mais tóxico de todos os cogumelos. A similarina estimula a síntese de proteínas nas células hepáticas, e tem além disso u m a i m p o r t a n t e acção anti-inflamatória sobre o m e s ê n q u i m a (tecido fibroso de suporte) do ligado. Por tudo isto, o caido-de-santa-maria é especialmente indicado nos seguintes casos: • Degenerescência g o r d a do fígado, quer seja c a u s a d a p e l o álcool q u e r por outros tóxicos !©,€)). • I n f l a m a ç ã o do fígado causada poi fármacos, c o m o , p o r e x e m p l o , anti-inflamatórios, tuberculostáiicos, anovulatórios ou psicofái maços I0,©1. • Intoxicações p o r substâncias hepatotóxicas, c o m o o tetacloreto de carbono, os insecticidas organolbsforados e OS cogumelos do g é n e r o Anrnnita (A. phaUoides, A. vem a, A. virosa) 10 01. • Hepatite vírica aguda, hepatite crónica, hepatite alcoólica (inflamação do fígado causada pelo c o n s u m o de bebidas alcoólicas) IO.©). • Insuficiência e congestão hepáticas, com ou sem icterícia IO,©). • Cirrose hepática IO.©l. 396

Dos frutos do cardo-de-santa-maria, ou cardo-leiteiro, extrai-se a cilimarina, substância capaz de regenerar as células hepáticas. A silimarina faz parte de diversos medicamentos.

Km todos estes casos, a silimarina c o m i d a nos frutos do cardo-de-santa-maria estimula a r e g e n e r a ç ã o das células hepáticas danificadas e restabelece o seu f u n c i o n a m e n t o n o r m a l . C o n v é m q u e se saiba q u e , nem esta planta, nem qualquer o u t r o tratamento, alé á data, são c a p a / e s de curar completamente a cirrose em q u e já se l e n h a p r o d u z i d o a necrose ( m o r t e ou destruição) de células do fígado. No entanto, m e s m o nos casos mais graves, sempre se poderá esperar algumas melhoras. Os FRUTOS do cardo-dc-sanla-maria e, em m e n o r p r o p o r ç ã o , as folhas e as raízes, c o n t ê m t a m b é m o u t r a s

substâncias activas ( a m i n a s biogénicas, óleo essencial, albuminóides e tan i n o ) , as quais p o d e r i a m explicar a sua acção reguladora sobre o sistema nervoso vegetativo, q u e é o q u e controla a t o n i c i d a d e dos vasos sanguíneos. Por isso, se utiliza com êxito nos casos de: • Enxaquecas e nevralgias 101. • Esgotamento e astenia (fadiga) l@I. • Cinetose (enjoos e vómitos nas viag e n s ) : t o m a r u m a chávena fie tisana antes de sair l©l. • Reacções alérgicas: febre dos fenos, urticária, asma 101.

ma

Taraxacum officinaleYJeb.

Dente-de-

-leâo Um grande a m i g o do fígado e dos rins

N

ÃO BRINQUEM com essas flores amarelas, senão vão fazer xixi na cama - diz uma mãe camponesa aos seus filhinhos.

j

Preparação e emprego

y r

USO INTERNO

O Salada: O seu agradável sabor, ligeiramente amargo, torna as folhas do dente-de-leáo um ingrediente muito apropriado para saladas primaveris, em que se procura sobretudo o efeito aperitivo e depurativo. Pode temperar-se com azeite de limão. © Sumo fresco: Obtém-se por pressão ou trituração das folhas e raízes. Tomam-se 2 ou 3 colheradas antes de cada refeição. Para conseguir um efeito depurativo importante, deve tomar-se diariamente durante um mês e meio, na Primavera. €) Infusão: Prepara-se com 60 g de folhas e raízes por litro de água. Toma-se uma chávena antes de cada refeição.

- Porquê, mamã? - Olhem, essa planta que têm na mão chama-se dente-de-leão por causa do feitio das folhas. Mas na Fiança, onde existe em grande quantidade, chama-se pissenlit, que quer dizer 'urinar na cama'. Efectivamente, o dente-de-leão c um grande diurético e, talvez por isso, insubstituível nas curas depurativas da Primavera, tão apreciadas nos países germânicos.

O

Sucedâneo do café

Com as raízes torradas do ctente-cfe-leão, prepara-se uma infusão que pode substituir o café, com a vantagem de não ter nenhum dos seus efeitos nocivos. Tem um sabor muito agradável, e conserva quase todas as propriedades medicinais da planta.

Outros nomes: taraxaco, coroa-de-monge, frango, quartilho. Brasil: alface-de-coco. Esp.: diente de león, amargón [común}, taraxacón, peiosilla, achicoria sifvestre, fecriugutfa. Fr.: pissenlit, dent de lion. Ing.: dandelion, lion's tooth. Habitat: Muito comum nos prados, campos e bermas dos caminhos de toda a Europa e América. Difundida pelos cinco continentes. Descrição: Pianta vivaz, da famiJta das Compostas, que se eleva cerca de 30 cm acima do solo. As folhas são profundamente dentadas ou fobuladas, e formam uma roseta basal junto à terra, de onde saem os pedúnculos florais, na extremidade de cada um dos quais se apresenta um capitulo florai de um amareh intenso. Partes utilizadas: as folhas e a raiz.

397

As fJores sáo a parte mais atraente do dente-de-leáo, embora não seja a mais medicinal. Usam-se sobret u d o as folhas e a raiz, tanto em sumo fresco como em infusão. As folhas também se comem cruas em salada. A acção do dente-de-leão sobre a vesícula biliar é m u i t o notável.

E quem nunca terá assoprado essas bolinhas brancas e peludas, que enfeitam «>s piados, e que contêm as sementes do dente-de-leão? A facilidade com que se dispersam permitiu a esta planta, originária do Norte da Europa, conquistar os cinco continentes. São muitos os habitantes de todo o mundo que têm beneficiado das suas untáveis propriedades medicinais. O crédito que o dente-de-leão tem em alguns países é lai que certos autores chegam a lalar de "taraxoterapia", ou seja. a terapêutica baseada na aplicação do taraxaco (um dos 39B

seus nomes vulgares que deriva diretamente do latim). Embora o dente-de-leão seja mencionado em textos do século XV, é só no século XVI quando se começam a registai as suas propriedades medicinais. A primeira clara e importante menção que nos chega de suas propriedades diuréticas e depurativas é de Bock (1546). A partir do século XVI, o dentede-leão passa a fazer parte das farmacopcias europeias, tornando-se assim, cada vez mais popular. I.eonhart Fuchs (Wending, Baviera, 1501; Tubinga, 1566), o famoso médico e

botânico alemão, recomendava-o para diversos transtornos e doenças. Desde então, sua credibilidade como planta medicinal tem se mantido. Em 171 6, o sábio beneditino Nicolás Alexandre em seu Dklwnnaire botanique cl. phannaceuliqtte considerava a coroa-de-monge ou quartilho (outros dos nomes vulgares que esta planta recebe) como uma das principais ervas medicinais biliares, ,€)!: -Insuficiência hepática, hepatite e cirrose: Pode chegar a triplicara produção de bílis, descongestionando assim o ligado c facilitando a sua função de desintoxicação. - Disquinesias biliares (vesícula preguiçosa e outros transtornos do seu funcionamento). -Colelitíase (cálculos na vesícula biliar): Kmbora o denie-de-leão 400

não seja capa/ de dissolver os cálculos, permite um melhor funcionamento da vesícula, enquanto se aguarda um tratamento definitivo. • Diurético e depurativo: É um dos seus efeitos mais notáveis. Aumenta o volume da urina e favorece a eliminação de substâncias ácidas residuais, que sobrecarregam o metabolismo. Tem utilidade para os pletóricos, os gotosos e os artríticos 101. Segundo o dito francês, o denie-de-leão "limpa o filtro renal e seca a esponja hepática".

esta planta um bom remédio para casos de eczema, erupções, furúnculos e celulite, que muitas vezes são consequência de uma auto-intoxicação produzida pela prisão de ventre IO,0,©I.

• Laxante suave, não irritante, especialmente útil nos casos de preguiça ou atonia intestinal. O seti efeito laxante, unido ao depurativo, tomam

Além disso, tradicionalmente vemse utilizando o LÁTEX da planta para acabar com verrugas, sardas e certos tipos fie manchas da pele.

Por tudo isso, as folhas do dentede-leão, preferivelmente do silvestre, ou mesmo as do cultivado, desde que esteja bem fresco, deveriam ser a verdura preferida dos que sofrem de problemas hepáticos, da mesma forma que para os dispépticos, gotosos, anémicos e reumáticos.

s&íl f**L*.

..:

TESTEMUNHO

A

s plantas têm sido usadas em lodos os tempos pelos seres humanos como fonte de alimentos, de produtos cosméticos e de medicamentos. Também têm sido empregadas como matéria prima para a construção de habitações, assim como para a obtenção de vestuário. A importância das florestas, especialmente das tropicais, na manutenção do equilíbrio ecológico da Terra, só agora começa a ser devidamente compre-

endida e apreciada. listamos perante a necessidade urgente de utilizar estes recursos de maneira proveitosa, tanto do ponto de vista da conservação do meio ambiente como do ponto de vista económico.

As plantas são o fundamento de alguns sistemas médicos tradicionais muito elaborados, com milhares de anos de existência, em países como a índia ou a China. Estes sistemas tradicionais de medicina continuam a desempenhar um papel essencial nos cuidados médicos, ao ponto de a OMS (Organização Mundial de Saúde) calcular que oitenta por cento dos habitantes do mundo actual confiam principalmente nas medicinas tradicionais para resolver os problemas básicos da saúde.

Os produtos à base de plantas medicinais desempenham, também, uma importante função nos sistemas dos cuidados médicos de vinte por cento do resto da população

extractos de plantas à procura da sua possível actividade anti cancerosa, e mais de 30000 tentando encontrar neles uma actividade em presença do vírus da sida.

mundial, que reside principalmente em países desenvolvidos. Se observarmos os componentes dos medicamentos comercializados nos laboratórios farmacêuticos dos Estados Unidos, verificaremos que um em cada quatro contém extractos de plantas ou princípios activos derivados de plantas superiores. Igualmente, pelo menos 119 substâncias químicas consideradas como medicamentos importantes, actualmente usados em um ou mais países, derivam de 90 espécies de plantas.

O Instituto Nacional do Cancro (Nd) dos Estados Unidos da América foi criado em 1927 com a missão de proporcionar, fomentar e ajudar a coordenar OS investigações relacionadas com o cancro. O Instituto Nacional do Cancro estudou em profundidade mais de 100000

O desenvolvimento de agentes clinica mente eficazes contra o cancro, como O laxol (obtido a partir do teixo), e a descoberta de agentes potencialmente activos em presença do vírus da sida, demonstram o valor das plantas como fonte de novos medicamentos, e salientam a importância de consewar estes valiosos recursos. D R . GORDON M. CRAGG Sccc,ão de Produtos Naturais,

Instituto Nacional do Cancro (NCI) dos Estados Unidos.

PLANTAS QUE CURAM Enciclopédia das Plantas Medicinais

D ESCRIÇÃVJ

SEGUNDA P A R T E ^ V

Mi t

:..

PLANTAS PARA O ESTÔMAGO a

IÁRIO DO CAPÍTULO DOENÇAS E APLICAÇÕES

Acidez de estômago 418 Arroios, ver Cases no estômago 421 Digestão, transtornos, ver Dispepsia . .419 Dispepsia 419 Dor de estômago 420 Emitiras, plantas 417 Estômago descaído 420 Estômago, acidei 418 Estômago, dor 420 Estômago, falta de SUCOS 418 Estômago, gases 421 As plantas medicinais normalizam as funções do estômago e contribuem de forma decisiva para uma mefhor digestão.

Estômago, hemorragia Estômago, nervos Estômago, úlcera

421 421 423

Falta de sucos gástricos 418 Gases no estômago 421 Gastrite 422 Gastrite crónica 423 Hemorragia gástrica 421 Hipocloridria, ver Ealta de sucos gástricos 418 Hipotonia gástrica, ver Estômago descaído 420 Má digestão, ver Dispepsia 419 Nervos no estômago 421 Pirose, ver Acidez de estômago 418 Plantas eméticas 417 Ptose gástrica, ver Estômago descaído .420 Sucos gástricos, falta de 418 Úlcera do estômago 423 Vómitos 420 PLANTAS Abrólano Abrótano-fèmea Absinto Acácia-bastarda

416

429 470 428 469

Açafrão 448 Açafrão-da-índia = ('.tire uma 450 Acoro-cheiroso = Cálamo-aromático . .. 424 Alforva 474 Almeirão = Chicória 440 Ananás 425 Angélica 426 Anis-eslrelado 455 Anis-verde 465 Artemísia-mexicana 431 Áworeila-goma-arábica 469 Asaro 432 liadiana • Anis-estrelado 455 Becabunga 475 Cálamo-aromático 424 Calumba 446 ('iinrla-da-china 443 Caneleira 442 Cardo-santo 444 Cardo-sanlo-mexicano 445 Carvalhinho 473 Centáuiea-áspera 437 Chicória 440 Coentro 447 Cominho 449 Condurango 454 Coriandro = Coentro 441 Couve 433 Cúrcuma 450 Drias 451 Endívia 441 Eiva-doce = Anis-verde 465 Ervaformigueira 439 Ewa-htisa = Lúcia-lima 459 Escarola 441 Estragão 430 Felda-teira 436 Eeno-giego = Alforva 474 Genciana 452

SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:

D e s c r i ç ã o

J Gengibre-silveslre 432 Groselheira 468 Grosdheira-negra 468 Ipecacuanha 438 Jasónia 456 Lilás 472 Lombrigueira = Erva-formigueira . . . . 439 Loureiro 457 Louro-cercjo 458 Lúcia-lima 459 Mamoeiro = Papaieim 435 Mandioca 460 Manduba = Mandioca 460

O

ESTÔMAGO é muito sensível à acção das plantas medicinais, possivelmente pelo facto de que, quando são ingeridas pela boca, têm de passar um certo tempo no dito Órgão digestivo. A maioria das plantas actua directamente sobre a mucosa que reveste a face interior do estômago: Algumas criam uma camada protectora de mucilagem. como a acácia-bastarda; outras secam e desinflaniam a mucosa gástrica pela sua acção adstringente, como a pimpinela ou o pé-dc-ieão; e outras compensam o excesso de acidez, como a cenoura, a mandioca ou a abóbora. No entanto, também bá plantas que actuam sobre o estômago por via sanguínea, após terem passado para o sangue no intestino. As paredes do estômago são muito vascularizadas, e através delas circula uma quantidade importante de sangue. Para actuar sobre o estômago, os princípios activos de certas plantas precisam de chegar até ele com o sangue que o irriga, sendo insuficiente o lacto de transitarem pelo seu interior. E este o caso, por exemplo, da angélica, do alcaçus e do milefólio. O estômago segrega todos os dias até quatro litros de suco gástrico, composto basicamente de água, acido clorídrico, pepsina, mucoproleínas e um factor antianémico conhecido como o "factor intrínseco" de Castlc. São numerosas as plantas medicinais que estimulam a pro-

Maro Orégão Papaieira Poejo Poejo-americano Quássia Qjiássia-da-jamaica Robinia = Acácia-bastarda Sardónico Siderita Trevo-d'água Verónica

473 464 435 461 462 467 467 469 431 471 463 475

dução de suco gástrico sem irritar nem inflamar a mucosa do estômago, contribuindo deste modo para facilitar e acelerar os processos digestivos. As plantas medicinais exercem também uma notável acção curativa na úlcera do estômago, que é a doença mais frequente deste órgão. O alcaçuz, a couve e a maravilha são notáveis pela sua capacidade de cicatrizar as lesões ulcerosas; e também a mandioca, a acácia-bastarda, o linho e a zaragatoa, pela sua acção protectora sobre a mucosa gástrica. (Iriam uma camada no interior do estômago, que o i.sola do contacto com o corrosivo ácido clorídrico do suco gástrico.



Foi possível comprovar a cura de úlceras do estômago depois de se ter tomado, durante três semanas, de meio a um copo de sumo de couve antes de cada refeição.

Plantas eméticas São plantas que provocam o vómito com uma finalidade terapêutica. Usam-se para esvaziar o estômago do seu conteúdo em caso de intoxicação acidental (envenenamento) ou de indigestão.

Planta

O sumo da couve crua exerce uma notável acção antiulcerosa e cicatrizante sobre o estômago.

Página

Ásaro

432

Ipecacuana

438

Condurango

454

Fitolaca

722

C a p . 1 9 : P L A N T A S PARA O E S T Ô M A G O

Doença

Planta

ACIDEZ DO ESTÔMAGO Sintoma também conhecido como pirose. É uma sensação de queimadura ou de ardor, que normalmente se localiza na vulgarmente chamada "boca do estômago", que anatomicamente corresponde à união entre o esófago e o estômago. No estômago existe sempre um certo grau de acidez, necessário para a digestão, mas não percebido como tal. A sensação de acidez percebe-se realmente no esófago. quando o ácido do estômago reflui para cima, saindo do estômago, e atinge a zona inferior do esófago. A fitoterapia dispõe de plantas capazes de proteger as mucosas digestivas e de absorver ou neutralizar o excesso de ácido. Ao contrário dos medicamentos alcalinos, as plantas medicinais não provocam efeito de ricochete (aumento da acidez depois de ter passado o efeito curativo).

FALTA DE SUCOS GÁSTRICOS O suco gástrico é necessário para a digestão, embora uma boa parte dos seus componentes seja reabsorvida posteriormente no intestino. A insuficiência de sucos gástricos afecta negativamente todos os processos digestivos, produzindo peso no estômago, fermentações intestinais e até mesmo anemia. Há plantas medicinais que podem fazer aumentar sensivelmente a produção de sucos gástricos, por meio da estimulação das glândulas secretoras. Em geral, todas as plantas amargas, e todas as especiarias ou condimentos, aumentam a produção de sucos gástricos. Antes de administrar qualquer planta para aumentar a produção de sucos, é necessário que se diagnostique a causa, para excluir quaisquer doenças malignas. Cardosanto

CENOURA

Pág. Acção , -5o ii:s

Uso

Normaliza a produção de suco gástrico, neutraliza o excesso de acidez

r

uua, sumo

LIMOEIRO

265 Regula a acidez, do estômago, neutraliza o excesso de acido

Sumo do fruto

MANDIOCA

460

Suavizante, anti-inflamatória, digestiva

A farinha em preparações culinárias

ACÁCIA-BASTARDA

.„

Emoliente, protege as mucosas do excesso de ácido

Infusão de flores

ZARAGATOA

515 Protege as mucosas digestivas

Maceração de sementes

ABÓBORA

605

Suavizante, anti-inflamatória

Polpa do fruto

BODELHA

650

ADSOrve ° s u c o gástrico e diminui a acidez

Alga fresca, decocção ou infusão, pó

CÁLAMO- AROMÁTICO

424 Aumenta a produção de sucos no estômago

Decocção ou infusão com o rizoma

ANANÁS

425

Fruto fresco, sumo

ANGÉLICA

426

Substituto do suco gástrico Aumenta a

secreção dos sucos

gástricos

Infusão ou decocção da raiz

Fci na TFRna

AIF. Incrementa a produção de suco gástrico, 0Q estimula o esvaziamento do estômago

Infusão de sumidades floridas

piiiucieioa CANELEIRA

AAO Aumenta a produção de sucos w e a motilidade do estômago

Condimento, infusão

CARDO-SANTO

...

Estimula as glândulas secretoras de sucos gástricos

Infusão ou decocção de folhas

CÚRCUMA

^crv Estimula a secreção de sucos gástricos

Infusão de rizoma, pó

GENCIANA

Os seus princípios amargos excitam 452 a secreção de todas as glândulas digestivas

Maceração, decocção. pó ou extracto de raiz

POEJO

461

Facilita os processos digestivos

Infusão

MILEFÓLIO

691

Pel seu ° P r ' ncí P io amargo aumenta a secreção de sucos

Infusão de sumidades floridas

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N J S 2 " Parle:

Doença

Planta

DISPEPSIA

SANAMUNDA

194 Activa a digestão

LUZERNA

269

Digestão difícil e trabalhosa. As suas manifestações são muito variadas: sensação de peso ou de dor no estômago, flatulência e ardor, geralmente depois das refeições. Por extensão, também se entende por dispepsia qualquer transtorno do processo digestivo, seja ele localizado no estômago, nas vias biliares ou no intestino. A má digestão, ou dispepsia gástrica. pode dever-se a causas alimentares, funcionais ou nervosas; em qualquer delas não existe uma verdadeira lesão orgânica no aparelho digestivo. No entanto, também pode dever-se a causas orgânicas, como a úlcera do estômago ou do duodeno, o cancro do estômago, a estenose do piloro (aperto à saída do estômago) e outras patologias graves. Uma vez diagnosticada a causa da dispepsia, o Iratamento com plantas medicinais pode ajudar muito eficazmente o organismo a restabelecer a normalidade dos processos digestivos. Naturalmente que, em todos os casos, é necessária uma correcção dos hábitos alimentares errados que frequentemente estão na origem da dispepsia: mastigação deficiente; excesso de alimentos, especialmente do tipo gordo; tóxicos, como o tabaco, o álcool ou o café; incompatibilidades e outros.

URTIGA-MAIOR

Pág. Acção

278

D e s c r i ç ã o

Uso Infusão de rizoma, raiz ou folhas secas

Fornece enzimas que melhoram os processos digestivos e combatem as fermentações

Crua (brotos tenros), sumo fresco, infusão, extractos

Estimula a secreção de sucos digestivos e a motilidade do estômago

Sumo fresco, infusão

ALCAÇUS

308

Acalma a acidez e faz desaparecer a sensação de enfartamento

Infusão, maceração, extracto de raiz e rizoma

MACELA

350

Anti-inflamatória, digestiva, elimina os gases

Infusão, pó, essência

COCLEARIA

356

Facilita a digestão, alivia as digestões pesadas

Em salada, sumo fresco

FUNCHO

360

Facilita o esvaziamento do estômago e a digestão

Infusão de sementes, essência

CAMOMILA

364

Alivia as náuseas e vómitos, estimula o apetite

Infusão de capítulos florais

HORTELÃ-PIMENTA

366

Tonifica os processos digestivos

Infusão de folhas e sumidades floridas, essência

ARGENTINA

371 Abre o apetite, facilita a digestão

SEGURELHA

374

BOLDO

390 Facilita a digestão, aperitivo

Infusão de folhas, extracto

CÀLAMO- AROMÁTICO

424

Facilita a digestão

Decocção ou infusão de rizoma

ANGÉLICA

426

Tonifica e estimula as funções do aparelho digestivo

Infusão ou decocção da raiz

FEL-DA-TERRA

436

Tonifica os processos digestivos, abre o apetite

Infusão de sumidades floridas

CARDO-SANTO

444

Tonifica o estômago e todo o aparelho digestivo

Infusão ou decocção de folhas

DRIAS

451 Aperitiva, digestiva, adstringente

CONDURANGO

Abre o apetite, facilita a digestão, elimina os gases

454 Acalma a dor e o peso no estômago

Decocção de folhas e flores Infusão, essência

Infusão de folhas Decocção de casca

JASÓNIA

456

Digestiva, adstringente

Infusão de folhas e sumidades floridas

LÚCIA-UMA

459

Digestiva, antiespasmódica, carminativa

Infusão de folhas

POEJO

461

Facilita os processos digestivos, aumenta a secreção de sucos

Infusão

SlDERITA

471 Anti-inflamatória do tubo digestivo

MlLEFÓUO

691

ALOÉS

694 Aperitivo, estomacal

QUINA

752

Tónico digestivo, aumenta a produção de suco gástrico

Aperitiva, tonificante, combate as fermentações intestinais

Infusão de sumidades floridas Infusão de sumidades floridas Pílulas de azebre Infusão da casca

» 419

1 9 : P L A N T A S PARA O E S T Ô M A G O

Planta

ça

Pág. Acção

Uso

ESTÔMAGO DESCAÍDO Transtorno também conhecido como hipotonia ou ptose gástrica. Produz-se como consequência da dilatação do estômago causada por excesso de alimentos ou por obstáculos ao seu esvaziamento. No entanto, na maior parte dos casos, o estômago descaído é de origem constitucional. Costuma aparecer em pessoas altas e magras, de constituição leptossómica. Manifesta-se com sintomas de dispepsia gástrica. As plantas medicinais que indicamos tonificam o estômago e estimulam o seu esvaziamento, pelo que contribuem para minorar os incómodos causados pelo estômago descaído.

VÓMITOS

Digestiva, tonificante

Infusão de folhas e sumidades floridas, essência

ANGÉLICA

426

^ o n ''' c a e estimula as funções digestivas

Infusão ou decocção de raiz

GENCIANA

452

Potente tónico estomacal

Maceração, decocção, pó ou extracto seco de raiz

ARTEMÍSIA

624

Estimula o esvaziamento do estômago

Infusão de sumidades floridas ou de raiz

ERVA-CIDREIRA

Além das plantas que indicamos, também se tornam úteis todas aquelas que têm acção antiespasmódica (pág. 147), pois evitam os espasmos do estômago que normalmente se associam aos vómitos. Naturalmente que, primeiro, é necessário averiguar a causa. Endro

D O R DE ESTÔMAGO

As causas mais frequentes da dor de estômago são a dispepsia (pág. 419), a úlcera gastroduodenal e a neurose gástrica (nervos no estômago). Estas plantas contribuem eficazmente para aliviar a dor de estômago de forma fisiológica, mas só devem aplicar-se com prévio diagnóstico da causa da dor.

420

366

HORTELÃ-PIMENTA

163 Antiespasmódica, sedante, digestiva

Infusão, extracto

CHÁ

185

Tónico digestivo

FNnpn UNDRO

^4Q j*y

E , i m i n a os

CARDO-DE-SANTA-MARiA

OQC

Acalma os enjoos e vómitos das viagens

Infusão ou decocção de frutos

CINCO-EM•RAMA

520

Adstringente, acalma os vómitos

Decocção de rizoma e raiz

e»ua SALVA

CQR Digestiva, antiespasmódica, 6 3 8 ac * a|ma Q 5 v . m j t £ 5 e a s c . | j c a s

LARANJEIRA

153

Acalma as dores gástricas de origem nervosa

Infusão de folhas e/ou flores

ALCAÇUS

308

Acalma a acidez e as dores de estômago

Infusão, maceração, extracto de raiz e rizoma

CMUNtt,

454

Sa

ZARAGATOA

515

A mucilagem que contém cria uma camada protectora no estômago e intestino

S a s e s . vedante, acalma os vómitos

d 8



S e S P a S m 0 S

Infusão de folhas Infusão de sementes

y*,.*** «*•*«»:« Infusão, essência

Decocção de casca

Maceração de sementes

A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS 2'' P a r t e :

NERVOS NO ESTÔMAGO Através do sistema nervoso vegetativo, o estado emocional influi de forma decisiva nas funções do estômago. Este facto foi demonstrado por Pavlov na sua clássica experiência. Cerca de metade das consultas aos especialistas do aparelho digestivo são motivadas por causas nervosas. Estas plantas combatem os espasmos que afectam o estômago, e equilibram o sistema nervoso vegetativo, com o que evitam as doenças gástricas causadas por um estado emocional exaltado.

LARANJEIRA

V

R

1 co

D e s c r i ç ã o

103

Acalma os espasmos do estômago, sedante

172

Sedante, acalma a dor, antiespasmódica, diminui a ansiedade

Infusão, maceração, pó de raiz

Infusão de folhas e/ou flores

ASPÊRULA-ODORÍFERA

,ci

Combate os espasmos do estômago e intestino, facilita a digestão

Infusão

ERVA-COALHEIRA

ofi.

Relaxa os órgãos digestivos, melhora a dispepsia de origem nervosa

Infusão

MANJERICÂO-GRANDE

368

Acalma os espasmos gástricos, melhora as digestões lentas devidas a tensão nervosa

Infusão de folhas e flores, essência

MANJERONA

369 JSXrÇTSSBlLdta

CONDURANGO

454

ORÉGÃO

464 Sedante, antiespasmódico, carminativo

Como condimento, infusão, essência

AI mmc ALCAÇUS

™a jus

Infusão, maceração, extracto de raiz e rizoma

ENDRO

349 S ^ 2 f d a n t e '

Manjericão-grande

GASES NO ESTÔMAGO Devem-se frequentemente a causas nervosas ou a t-ansgressóes dietéticas. As plantas que indicamos têm eleito carminativo, isto é, eliminam o excesso de gases ou flatulências gástricas. Antes de tudo, haverá que tratar a causa.

5 £ ! B Í S *J • « &W™* do estômago

Elimina os gases do estômago e c o m b a t e os arrotos

Decocção de casca

Infusão de sementes

acalma os vómitos Combate os arrotos e os gases intestinais

Infusão de frutos, essência

360

facilita a expulsão dos gases digestivos

Infusão de sementes, essência

368

Acalma o excesso de gases e arrotos

Infusão de folhas e frutos, essência

ALCARAVIA

355

FUNCHO MANJERICÂO-GRANDE

Mear avia

M.HICD.M.

MANJERONA

OÍ;Q Antiflatulenta, acalma os espasmos 3 6 9 n e r v o s o s d o e s t ômago

int,lt.=n « ^ r i , Infusão, essência

HEMORRAGIA GÁSTRICA É um sintoma grave, que requer sempre atenção médica especializada. Pode manifestar-se como h e m a t é m e se (sangue no vómito) ou como melena (sangue nas fezes). Estas plantas podem ser úteis uma vez que tenha sido leito o diagnóstico.

SEMPRE-NOIVA

PlMPINELA-OFICINAL

272

534

Favorece a coagulação do sangue, aumenta a resistência dos capilares

Decocção, pó

Adstringente, anti-hemorrágica

Decocção de raiz

1

C a p . 1 9 : P U N I A S PARA O ESTÔMAGl

Doença GASTRITE E a inflamação da mucosa gástrica, frequentemente causada por tóxicos como o tabaco, o álcool ou o café; medicamentos (especialmente a aspirina e outros anti-inflamatórios); alimentos demasiado quentes ou frios; má mastigação por problemas dentários ou precipitação no comer; e infecções diversas, como a hepatite ou a gripe. Além de corrigir a causa, o tratamento da gastrite requer uma dieta teve {pode incluir alimentos crus bem mastigados) e a administração de alguma ou várias destas plantas de accao suavizante e protectora.

Planta

Normaliza a função da mucosa gástrica, colabora na cicatrização das úlceras

Uso A raiz crua (ou cozinhada) e em sumo

CENOURA

133

AVEIA

150 Muito digestiva e nutritiva

Os flocos (sementes prensadas) cozidos com leite ou em caldo de hortaliça

SANAMUNDA

194 Activa a digestão

Infusão de rizoma, raiz e folhas secas

OLIVEIRA

239 e protege a mucosa digestiva

O óleo extraído dos frutos

ALCAÇUS

308 Acalma a acidez e a dispepsia

Infusão, maceração ou extracto da raiz

LÍNGUA-CERVINA

321 digestivas

MORUGEM

334

Protege a mucosa do estômago, alivia a sensação de peso

Crua, cozinhada, decocção de toda a planta

MANDIOCA

460

Digestiva, emoliente, anti-inflamatória

A farinha do tubérculo cozinhada

SlDERITA

as mucosas do tubo 471 Desinflama digestivo

Infusão de sumidades floridas

UNHO

Anti-inflamatório e emoliente, 508 facilita a regeneração das mucosas digestivas danificadas

Decocção de sementes

ZARAGATOA

515 no interior do tubo digestivo

Cria uma camada protectora

Maceração de sementes

PlMPINELA-MENOR

533 Adstringente, hemostática

Brotos crus em salada, decocção da raiz

PlMPINELA-OFICINAL

534

PÉ-DE-LEÂO

622 Adstringente, anti-inflamatório

MARAVILHA

626

ABACATEIRO

719

A fitoterapia contribui com remédios muito eficazes para o tratamento das doenças do estômago, como a gastrite ou a úJcera gastroduodenal. Contudo, uma alimentação inadequada e uma dieta insalubre impedem que as plantas medicinais actuem com toda a intensidade possível.

422

Pág. Acção

Suaviza, desinflama

Protege e desinflama as mucosas

Adstringente, hemostática, anti-inflamatória

Cicatrizante e anti-inflamatória das mucosas digestivas Digestivo, antianémico

Decocção de frondes secas

Decocção da raiz Decocção de folhas e raiz Infusão de flores Polpa dos frutos

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2a

Planta

GASTRITE CRÓNICA

CÂLAMO-AROMÁTICO

424 Facilita a digestão

Infusão ou decocção com o rizoma triturado

ANANÁS

425

0 fruto ou o seu sumo, quinze minutos antes das refeições

DAC*,™»» KAP

A V ; Contém papaína, enzima semelhante "" às dos sucos digestivos

FEL-DA-TERRA

CÚRCUMA

Acção

D e s c r i ç ã o

Doença

0 diagnóstico da gastrite crónica deve basear-se numa biopsia do estômago. É habitualmente associada a uma diminuição na secreção de sucos gástricos. Estas plantas tonificam as funções digestivas e facilitam a regeneração da mucosa gástrica atrofiada, que é a característica mais importante da gastrite crónica.

Pág.

Parte:

Substituto do suco gástrico

Incrementa a produção de suco 436 gástrico e estimula o esvaziamento do estômago

Uso

Látex dos frutos, infusão de folhas

Infusão de sumidades floridas

450

Estimula secreção de sucos

Infusão ou pó de rizoma

GFNHANA

452

Aumenta a secreção de todas

GENCIANA

CM

Maceração, decocção, pó ou extracto de raiz

Fel-da-terra

TREVO-D'ÁGUA

Genciana

ÚLCERA DO ESTÔMAGO Também conhecida como úlcera gastroduodenal, por se localizar com mais frequência no estômago, e entre este e o duodeno (saída do estômago). Consiste numa perda de substância na mucosa do estômago, frequentemente de 0,5 a 2 cm de diâmetro, que pode cicatrizar e voltar a formar-se várias vezes ao longo do ano. As suas causas podem ser exógenas (as mesmas que se descreveram sob o titulo Gastrite) e endógenas, ligadas à constituição orgânica. 0 ácido clorídrico do suco gástrico é um factor indispensável para a formação da úlcera. Certos tipos de microrganismos também desempenham um papel importante. As plantas que indicamos podem contribuir decididamente para a cicatrização da úlcera gastroduodenal, se bem que não seja possível a cura sem que se tenham eliminado os factores causais.

463

as g | â n d u | a s d i g e s t i v a s

Aumenta o apetite, estimula as secreções digestivas, favorece a digestão

Infusão de folhas, sumo da planta fresca, pó de folhas Folhas e/ou raiz em pó, infusão de raiz, folhas ou sementes

LEVÍSTICO

578 Tónico estomacal, facilita a digestão

MILEFÓUO

691

Tonifica os órgãos digestivos, aumenta a motilidade e a secreção de sucos do estômago

Infusão de sumidades floridas

CENOURA

133

Normaliza a função da mucosa gástrica, colabora na cicatrização das úlceras

A raiz crua (ou cozinhada) e em sumo

LUZERNA

269 Nutritiva, remineralizante

ALCAÇUS

308

COUVE

433 Cicatriza as úlceras do estômago

Meio copo de sumo fresco antes das refeições

MANDIOCA

460 Digestiva, emoliente, anti-inflamatória

A farinha do tubérculo cozinhada

ACÁCIA-BASTARDA

469 Protege a mucosa do estômago do excesso de ácido

Infusão de flores

SlDERrTA

471

LINHO

Anti-inflamatório e emoliente, 508 facilita a regeneração das mucosas digestivas danificadas

Acalma a acidez e a dispepsia, cria uma película protectora sobre a mucosa do estômago

Desinflama as mucosas do tubo digestivo

Cria uma camada protectora no interior

Brotos tenros, sumo fresco, infusão, extractos Infusão, maceração ou extracto da raiz

Infusão das sumidades floridas

Decocção de sementes

•7.„.„.T«.

RIK

ZARAGATOA

515

MARAVILHA

626

Cicatrizante e anti-inflamatória das mucosas digestivas

Infusão de flores

ROSEIRA

635

Acalma o stress relacionado com a génese da úlcera

Infusão de pétalas

BODELHA

650 Absorve o excesso de acidez

Maceração de sementes

d o t u b o d i g e s t i v o

Alga fresca, decocção ou infusão, pó seco

Acorus calamusL

Preparação e emprego

Cálamo-aromático Ajuda a digestão e acalma os nervos

USO INTERNO

O Decocção ou infusão com uma colher de sopa de rizoma triturado (uns 15 g) por chávena de água. Tomar 2 ou 3 chávenas por dia, sem adoçar. USO EXTERNO

© Banhos: Acrescenta-se à água do banho uma decocção feita com 500 g de rizoma triturado num litro de água.

Precauções

E

STA PI ANTA é proveniente da Ásia e foi introduzida na Europa, no século XIII, pelos Tártaros. Tem um a r o m a m u i t o agradável que lembra o da tangerina, mas o sabor é amargo. Nos países árabes utiliza-se a sua essência c o m o afrodisíaco. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O ri-

zoma do t á l a m o c o n t é m um óleo essencial amargo, o Olrum rnlumi, a q u e se devem os seus efeitos medicinais. Tem as seguintes propriedades:

O uso continuado de cis-isoasarona (um dos componentes do óleo essencial do cálamo) em animais que servem para experiências, pode produzir efeitos tóxicos do tipo mutagénico. Por prudência, recomenda-se evitar o uso interno do cálamo (durante mais de um mês, ou melhor ainda, empregar preparados farmacêuticos de óleo de cálamo desprovidos de cis-isoasarona.

• Aperitivo: a u m e n t a o apetite IO). • Eupéptico (facilita a digestão): Torna-se útil nos casos de digestão pesada, escassez de suco gástrico (hipocloridria), e gastrite crónica IO). • Carminativo: elimina os gases do tubo digestivo IOI. • Relaxante muscular e sedativo suave do sistema nervoso, q u a n d o se aplica externamente, a c r e s c e n t a n d o a (\vcocção á água de um b a n h o q u e n t e 101. Alivia a dor dos reumáticos, e ajuda a conciliar o sono. • C a l m a n t e do p r u r i d o da pele no caso de erupções c urticária. Um ban h o com decocção de raiz de- cálamo acalma o p r u r i d o e suaviza a pele 101. 424

Outros nomes: ácoro-cheiroso, ácoro-verdadeiro. cana-cheirosa. Esp.: cálamo aromático, ácoro [verdaderoj, calamis. Fr.: açore. Ing.: calamus, sweet llag. Habitat: Cresce nas margens dos pântanos, charcos e rios. Encontra se em quase toda a Europa, na América do Norte e também na Argentina. Acha-se bastante disperso e torna-se pouco /requente. Descrição: Planta aquática da família das Aráceas, que mede 60 a 150 cm de altura. As folhas são estreitas e lanceoladas. A inflorescência é uma espiga cilíndrica. Partes utilizadas: O rizoma (caule subterrâneo).

3 a Ananás Substitui o suco gástrico

O

T Ã O APRECIADO a n a n á s , que se cultiva industrialmente em estufas nos Açores, terá sido transportado pelos p o r t u g u e s e s da América do Sul para a índia e outras partes do m u n d o , s e g u n d o refere Cristóvão da Costa, m é d i c o e botânico do século XVI. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O seu

princípio activo é a bromelina, uma enzima ( f e r m e n t o ) , eme, c o m o acontece com a pepsina cio estômago, é capaz de cindir as proteínas, a c e l e r a n d o a sua íligestão. Em virtude disto actua como s u b s t i t u t o d o s u c o g á s t r i c o , quando este é s e g r e g a d o em fraca quantidade (liipocioridria, falta de sucos, gastrite c r ó n i c a ) , a c e l e r a n d o a passagem dos alimentos pelo estômago e m e l h o r a n d o a digestão. Pode-se administrar m e s m o aos lactentes q u e sofram de transtornos digestivos. O sumo de ananás possui t a m b é m propriedades béquicas (acalma a tosse) e e x p e c t o r a n t e s , possivelmente devido aos açúcares e ácidos orgânicos q u e c o n t é m . E a i n d a d i u r é t i c o suave e vermífugo. Usa-se nas dietas d e emagrecimento c o m o r e d u t o r d o apetite (acção a n o r e x í g e n a ) lOl.

O

Preparação e emprego

USO INTERNO O Uma ou duas rodelas de ananás antes de cada refeição, ou um copo de sumo fresco quinze minutos antes de começar a comer. O ananás em conserva perde grande parte das suas propriedades digestivas, dado que a enzima bromelina se desnatura facilmente.

Sinonímia científica: Ananás sativa L, Ananás comosus (Strickm.) Merr., Bromelia ananás L Outros nomes: Brasil: abacaxi. Esp.: ananás, ananá, pina [americana], pina de América, pina tropical, pina de azúcar. Fr.: ananás. Ing.: pineaplle, ananás. Habitat: Originário da América Central; cultivado em todas as regiões tropicais do mundo. Descrição: Planta herbácea da família das Bromeliáceas, que atinge uns 50 cm de altura. As folhas são alongadas e espinhosas, em cujo centro nascem as flores, de cor azulada. O fruto é comum a todas as flores de uma mesma espiga. Partes utilizadas: O fruto.

425

Angélica archangellcaL

Angélica

4. Preparação e emprego USO INTERNO

Facilita a digestão e equilibra o sistema nervoso

O Infusão ou decocçâo: Prepara-se com a raiz triturada, que é a parte mais activa da planta, à razão de 20-30 g por litro de água. Também se podem acrescentar folhas tenras e sementes. Toma-se uma chávena de tisana antes de cada refeição, até três vezes ao dia. USO EXTERNO © Banhos: Decocçâo com 100 g de planta num litro de água, que se acrescenta à agua do banho.

A

ANGÉLICA é uma típica plaina nortenha. Na Gronelândia ocupa grandes extensões, e os habitantes daquele país usam-na abundantemente desde tempos remotos. Não sendo uma planta mediterrânea, não chegou a ser conhecida poios grandes módicos c botânicos da antiguidade clássica.

Começou a ser usada na Europa na Idade Média, durante as grandes epidemias da peste. Muitos atingidos pela peste proc uravam-na desesperadamente como último remédio ames de se entregarem à morte, já que se tinha divulgado uma lenda, segundo a qual o arcanjo Gabriel a mostrara a um sábio ermitão, para que este pudesse combater ;i peste. Daí os monges e frades lerem começado a Cultívá-la nos seus conventos, com o fim de elaborar com ela diversos tipos de remédios, infelizmente todos em forma de licor alcoólico. Hoje ainda se preparam Com a angélica os licores Benedictine e Chartreuse. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A an-

gélica era recomendada para uma longa lista de- doenças, desde a peste ao reumatismo, como se se tratasse de uma panaceia. Os seus princípios ac426

Outros nomes: erva-do-espirito-santo. Brasil: jacinto-da-india. Esp.: hierba dei Espiritu Santo, ajonjera, carlina, hierba de los ángeles, raiz de larga vida. Fr.: angélique [des jardins]. Ing.: [garden] angélica. Habitat: Originária do norte da Europa e da Ásia, ainda que o seu cultivo e uso se tenham expandido por todo o mundo. Prefere os lugares frios e húmidos, perto de rios e pântanos. Descrição: Planta herbácea da família das Umbeliferas, que costuma medir de 1 a 2 m de altura. O seu caule é grosso e canelado. em cujo extremo se encontram as flores distribuídas em forma de umbela. Existe um certo risco de confundi-la com a cicuta (pág. 155), que também pertence à mesma família, embora apresente diferenças significativas. Além disso, a angélica exala um agradável aroma entre picante e adocicado, enquanto a cicuta tem um cheiro muito desagradável. Partes utilizadas: A raiz especialmente, e também as folhas tenras e as sementes.

Ill Precauções

Desaconselhamos formalmente o emprego dos licores preparados com angélica, pois os efeitos nocivos devidos ao seu elevado conteúdo alcoólico ultrapassam em muito as suas possíveis propriedades medicinais.

tívos são o f e l a n d r e n o , de acção digestiva e espasmolítica, e a angelicina, que exerce uma acção sedativa e equilibradora sobro o sistema nervoso. A eStes princípios activos .se devem as suas autênticas p r o p r i e d a d e s medicinais: • Digestiva e carminativa: E um grande tónico e estimulante das Funções do a p a r e l h o digestivo. A u m e n t a o apetite, facilita a digestão, a u m e n t a a secreção de sucos gástricos e elimina os gases e f e r m e n t a ç õ e s intestinais 101. E a planta por excelência para os que lêm falta de apetite, os debilitados e os dispépticos. Muito indicada para aqueles q u e solvam de estômago descaído ou atónico (ptose gástrica). Dá bons resultados no caso de enxaqueca de origem digestiva. • Tonificante e c q u i l i p r a d o r a do sistema nervoso: Torna-sc muito útil nos rasos de depressões, neurose e debilidade nervosa IOI. Rei omenda-se também aos estudantes cm época de exames, pessoas com stress, convalescentes de doenças debilitantes e. em geral, a lodos aqueles q u e tenham de superar alguma prova difícil.

O s b a n h o s c o m água d e angélica têm um eleito, m u i t o saudável sobre o sistema nervoso (01.

A angélica é uma dessas plantas medicinais que podem prestar-nos bons serviços nesta vida moderna, que com tanta frequência nos provoca agitação nervosa e transtornos digestivos.

• Tem também eleitos diuréticos e expectorantes, e m b o r a d e m e n o r intensidade q u e os anteriores. 427

E9

Artemísia absinthium L

J

Preparação e emprego

Absinto Aperitivo e emenagogo

E

STA IMANTA foi dedicada pelos antigos Gregos a Artemisa

(Diana para os Romanos), deusa da fecundidade. Sem dúvida que, para isso, influiu o seu notável efeito sobre o útero. Oin bem, aquilo que mais contribuiu para a sua difusão nos últimos tempos lerá sido, sem dúvida, a sua virtude aperitiva e estomacal. O vermute é um licor à base de absinto, pois Wermul é precisamente o nome alemão desta planta.

No século passado, quando ainda se empregavam muitos remédios de forma empírica, sem um conhecimento dos seus verdadeiros efeitos, pensou-se que o estimulante licor de absinto, obtido por maceração em álcool, era uma panaceia. A tal ponto se abusou dele, especialmente cm Franca, que se verificaram graves intoxicações agudas, crónicas, e até mortes, como a do poeta francês Verlaine.

Precauções

Respeitaras doses indicadas. Em doses elevadas, a tuiona é convulsivante e neurotóxica: provoca tremores, convulsões, delírio e vertigens.

428

"ífw

USO INTERNO O Infusão com 10-20 g de planta por litro de água. Para suavizar o gosto amargo, pode-se acrescentar alcaçuz, hortelã-pimenta ou anis. Adoçar com mel. Para os transtornos digestivos, tomamse uma ou duas chávenas por dia, antes das refeições. Para os transtornos da menstruação, tomam-se duas chávenas diárias desta tisana, durante a semana anterior à data em que se esperam as regras. © Maceração: Põem-se uns 100 g de flores secas num litro de azeite. Deixam-se repousar durante um mês. Toma-se uma colher de sobremesa deste azeite, em jejum, e outra antes do almoço, nas afecções da vesícula biliar. USO EXTERNO © Insecticida: A infusão de absinto é um eficaz insecticida. Podem borrifar-se com ela os animais domésticos e as plantas. Como loção aplicada sobre a pele, afugenta os mosquitos. E colocando absinto seco em saquinhos de pano entre a roupa, evita-se eficazmente a traça.

Outros nomes: grande-absinto, sintro. losna, losna•maior, citronela-maior. Brasil: absiniio. Esp.: ajenjo, ajenjo comum, ajenjo maior, absintio, artemisa [amarga], ajorizo, incienzo de Andalucia, hierba santa. Fr.: absinthe. Ing: wormwood. Habitat: Próprio de lugares montanhosos do Sul da Europa. Abunda em valados e terrenos secos. Noutros tempos era cultivado. Descrição: Planta vivaz, da família das Compostas, de 40 a 80 cm de altura, toda ela recoberta de uma fina penugem que lhe dá um aspecto prateado. As flores, amarelas, agrupam-se em pequenos capítulos. Partes utilizadas: as folhas e os pequenos capítulos florais.

f

*>

Abrotano

O abrotano é também conhecido por aurónia {Artemísia abrotanum L.).* Não tem relação com o chamado abrótano•fêmea (pág. 470), que pertence a outra família botânica, mas sim com o absinto (pág. 428). O abrotano diferenciase do amargo absinto por ter as folhas mais finas, e sobretudo pelo seu agradável aroma e sabor a limão. Tem sido muito cultivado na Europa como planta aromática e medicinal. Encontra-se naturalizado na América do Norte. São estas as suas aplicações: • Tonificante do couro cabeludo: a infusão de abrotano (30 g por litro) aplica-se em loção sobre o couro cabeludo para fortalecer os folículos pilosos e

Hoje sabemos q u e o absinto contém substâncias tóxicas, as tuionas, cuja acção é p o t e n c i a d a pelo álcool, IIO qual se dissolvem c o m facilidade. Estimulante em p e q u e n a s doses, o licor de absinto produz, u m a grave deterioração do sistema nervoso: d e pendência, alucinações, convulsões, demência e inclusive a m o r t e . Actualmente já n ã o st- usa o licor de absinto c o m o tal, mas sim os vermutes alcoólicos, em cuja composição entra o absinto. O seu uso é formalmente contra-indicado, pois aos conhecidos efeitos nocivos do álcool se juntam os das tuionas do absinto, p o t e n ciadas, c o m o dizíamos, pelo p r ó p r i o álcool.

P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O uso

evitar a queda do cabelo. Faz parte de diversos champôs e preparados cosméticos. • Vermífugo (expulsa os vermes intestinais) e emenagogo (facilita a menstruação): Dado que o abrotano contém tuionas como tem o absinto, pode substituí-lo, com a vantagem de ser mais agradável de tomar. Toma-se em infusão como o absinto (10-20 g por litro) e com as mesmas precauções.

Precauções Devem abster-se do absinto as mulheres grávidas, devido ao seu possível efeito abortivo, e as que amamentam, pois ê eliminado juntamente com o leite e toma-se nocivo para a criança. Também não é recomendado a quem sofra de úlcera gastroduodenal ou gastrite.

• Contra as traças e perfumador da roupa, colocando-se ramos da planta no interior dos roupeiros. • Esp.: abrotano macho. Fr.: aurone, ciironelle. Ing.: southemwood, lad's love.

nagoga, mas tóxica em doses altas; sais minerais (nitrato potássico) e taninos. Aplicado c o r r e c t a m e n t e , o absinto olerece-nos interessantes p r o p r i e d a des medicinais, q u e passamos a mencionar: • T ó n i c o gástrico: C o m o todas as plantas amargas, desenvolve um efeito tónico sobre o e s t ô m a g o , a u m e n t a n d o o a p e t i t e e e s t i m u l a n d o a sec r e ç ã o de sucos gástricos. É p o r isso útil aos q u e s o f r e m de fastio ou de dispepsia (digestões pesadas) IOI. Não é recomendável aos ulcerosos ou aos de t e m p e r a m e n t o s a n g u í n e o , pois o a u m e n t o da secreção de sucos gástrieos t o m a - s e prejudicial para eles. C o m o b e m indica Font Q u e r , «o absinto não deve tomar-se sem necessidade-.

do absinto c o m o planta m e d i c i n a l não tem os desastrosos efeitos dos licores que com ele se fabricam; e n t r e outras razões, p o r q u e o seu forte sabor amargo n ã o se presta muito a um consumo a b u n d a n t e .

• Colerético: Pelo facto de a u m e n t a r a secreção biliar, exerce sobre o ligado u m a acção favorável, descongestiva e de estímulo às suas funções. Dá b o m r e s u l t a d o nos casos de insuficiência h e p á t i c a e na fase de convalescença rias hepatites virosas 101.

Contém p r i n c í p i o s a m a r g o s (absintina), a q u e deve as suas propriedades digestivas; óleo essencial rico em tuiona, de acção vermífuga e cme-

• Vermífugo p o t e n t e : Os adultos cons e g u e m tomá-lo. a i n d a q u e d e m á vontade; mas as crianças lejeitam-no a b e r t a m e n t e IO). Para elas será me-

O sabor amargo desta planta tornou-se proverbial desde tempos muito antigos. Salomão, precisamente nos seus Provérbios |cap. 5, vers. 4), alude a ela advertindo que a infidelidade, ainda q u e possa ser excitante e "doce" nos seus inícios, costuma ter um fim «amargo como o absinto».

Ihor utilizar outros vermífugos (cap. 20, pág. 486). • Emenagogo p o t e n t e : Actua sobre o útero provocando a menstruação; além disso, normaliza os ciclos. K port a n t o r e c o m e n d á v e l para as jovens pálidas e debilitadas, q u e g e r a l m e n t e sofrem de regras irregulares e dolorosas IOI. Avicena, o célebre médico bispano-árabe do século XI, receitava-o «para acalmar as m u l h e r e s azedas e biliosas». Externamente, a infusão de absinto usa-se c o m o insecticida IOI. 429

Artemísia dracunculus L

!

4. P\ 9 -QP

Preparação e emprego

Estragão Condimenta e ajuda a digestão

USO INTERNO O Condimento: Em saladas e todo o tipo de pratos. O Infusão: 30 g de planta por litro de água. Tomar uma chávena antes de cada refeição, como aperitivo; e depois da refeição, no caso de se pretender a sua acção digestiva. © Essência: A dose recomendável é de 3-5 gotas, 3 vezes por dia.

E

STA PLANTA aromática é uma das poucas que não crescem espontaneamente nos países mediterrâneos, pelo que não era conhecida na antiguidade greco-romana. Foram os Árabes que a introduziram na Península Ibérica no século IX ou X, de onde se estendeu o seu cultivo ao resto da Europa e à América. O Estragão é muito apreciado como condimento, pela refinada cozinha francesa. As suas propriedades medicinais, porém, fazem dele alguma coisa mais do que um simples condimento. Toda a planta contém uni Óleo essencial rico em estrago], Iclandreno e ocinieno. assim como em hidroxicumai ina. Tem propriedades: • aperitivas, digestivas e carminativas (elimina os gases intestinais); • anti-sépticas paia os germes patogénicos do tubo digestivo; • vermífugas: faz expulsar os parasitas intestinais; e • emenagogas: estimula a menstruação. Torna-se pois indicado nos casos de inapetência, digestão lenia ou pesada. flatulência, fermentação intestinal e parasitas intestinais IO.©.€)!.

Precauções

Da essência, não se devem ultrapassar as doses indicadas, já que se pode produzir uma forte excitação do sistema nervoso.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

430

Outros nomes: Esp.: estragón, dragoncillo. [hierba} vinagrega. Fr.: esíragon. Ing.: tarragon, estragón. Habitat: Originário da Ásia Centrai, embora se cultive e algumas vezes se encontre em estado silvestre em toda a Europa e nalguns países do continente americano. Descrição: Planta vivaz aromática, da família das Compostas, que atinge 60-80 cm de altura. As folhas são lanceoladas, e as flores, de cor amarelada, agrupam-se em capítulos esféricos e pequenos. Partes utilizadas: as folhas e os capítulos florais.

Artemísia marítima L

.

.

.

Preparação e emprego

Santónico Um p o t e n t e vermífugo

N

O SÉCULO XVI chamava-se santónico (sémen-contra vermes), ou semente contra as lombrigas, a uma mistura dos pequenos capítulos florais da Artemísia marítima L. com os de uma outra espécie similar, a Artemísia cina Berg. O santónico tem continuado a usar-se desde os tempos de Dioscórides como vermífugo infantil. PROPRIKDADKS E INDICAÇÕES: As sumidades floridas do santónico contêm uma essência aromática, santonina e diversos sais minerais. O princípio activo da planta é a santonina, derivado da dimeiilnaftalina, potente vermífugo. Tomam-se especialmente activas contra os Ascaris lumbricoides, vermes parecidos tom as lombrigas, de cor branca, de 10 a 2ã cm de comprimento, que costumam parasitar o intestino das crianças IOI. Têm se revelado igualmente eficientes contra outros parasitas intestinais.

Precauções

USO INTERNO O Pó das sumidades floridas secas e trituradas. Administra-se em infusão ou com mel, durante vários dias pela manhã, em doses de 2 a 5 g às crianças, e de 4 a 10 g aos adultos. Uma hora depois toma-se um laxante. É necessário observar as fezes para comprovar a expulsão dos parasitas.

Artemísia-mexicana No México cria-se uma espécie de Artemísia (Artemísia mexicana Willd.)* ali conhecida por 'estafiate'ou 'ajenjo dei país', de composição e propriedades semelhantes às do absinto (contém óleo essencial rico em tuiona) e às do santónico (contém santonina). A sua essência confere-lhe propriedades aperitivas (aumenta a secreção de suco gástrico), coleréticas (aumenta a secreção biliar) e emenagogas (íaciMa a menstruação). Pelo seu conteúdo em santonina usa-se como vermífugo expulsa os parasitas intestinais). A infusão prepara-se com 10 g da planta por litro de água, e tomam-se duas ou três chávenas por dia. ' Esp.: artemisa mexicana.

Outros nomes: barbotina. semencina. sémen-contra, sementes-de-alexandria. Bra.r ': artemisia-maritima. Esp.: ajenjo marino, ajenjo marítimo.

semen-contra. santónico. Fr.: absinthe Não exceder as doses prescritas, pois pode produzir-se excitação nervosa. Não administrara crianças com menos de dois anos.

de mer, armoise maritime. Ing.: soa wormwood. Habitat: Regiões costeiras de toda a Europa, excepto as mediterrâneas. Descrição: Planta da família das Compostas, de 30 a 60 cm de altura. recoberta de uma penugem semelhante a algodão. Os pequenos capítulos florais são de cor amarela-escura e muito aromáticos. Partes utilizadas: as sumidades floridas.

431

Asamm europaeum L

p] m i i ]

Kl

Asaro Emético e purgante

O

ASARO lem-se utilizado desde a antiguidade r o m a n a . Plínio, o Velho, já o mencionava nos seus escritos referindo-se à sua p r o p r i e d a d e emética (vomitiva). No entanto, actualmente caiu em desuso, pois foi substituído pela ipecacuanha (pág. 438), planta brasileira de intenso eíèilo emético. Toda a planta exala um cheiro q u e lembra o da terebintina, e tem um sabor picante e n a u s e a b u n d o .

O seu n o m e , em francês, é asarei, se bem q u e v u l g a r m e n t e s e c o n h e ç a c o m o cabaret, pois se usava para provocar o vómito dos ébrios, de maneira q u e pudessem c o n t i n u a r a beber. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Toda a

planta contém asarina. q u e é um pod e r o s o irritante das mucosas digestivas; óleo essencial, taninos, resinas e ílavonóides. Estas são as suas propriedades: • Emético: Pode-se usar para provocar o vómito em caso de intoxicação oral 191, Dá bons resultados na intoxicação causada p o r álcool etílico (bebedei-

ra). • Purgante de efeito catártico (irritante), pelo que antigamente se utilizava para provocar violentas diarreias (purgas), que se supunham curativas. Actualmente continua a utilizar-se, mas em veterinária, para purgar o gado. • Esternutatório (provoca o espirro): UtiHza-se no caso de congestão nasal paia provocara eliminação da mucosidade e aliviar a enxaqueca q u e muitas vezes a c o m p a n h a a rinite 101. • Também é expectorante, diurético e abortivo, embora seja p o u c o utilizado como lai, devido à sua toxicidade. 432

Outros nomes: orelha-humana. Esp.: ásaro. bácara. Fr.: asaret. Ing.: asarum, wild nard. Habitat: Cria-se nos bosques de árvores frondosas do continente europeu. Na Península Ibérica só se encontra nas montanhas do Norte. Descrição: Planta rasteira de 10-15 cm de altura, da família das Arístoloquiáceas, que forma grandes colónias nos bosques. As folhas são grandes, com a forma aproximada de um rim e cor verde-escura. As flores são solitárias, de cor púrpura ou esverdeada. Partes utilizadas: As folhas e a raiz.

Precauções Tomado em doses elevadas produz gastrenterite aguda, com risco de hemorragia gástrica ou intestinal. A planta fresca é mais irritante para o aparelho digestivo, do que seca ou em pó.

Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão: Prepara-se com as folhas ou a raiz frescas, na proporção de 5-10 g por chávena. Não se devem tomar mais de duas chávenas por dia. USO EXTERNO © Pó de folhas ou de raiz secas: Basta uma pitada (o que se apanha entre o polegar e o indicador). *M*

^

Gengibre-silvestre Existe na América do Norte uma outra espécie de ásaro, conhecida como gengibre-silvestre* {Asarum canadense L). O seu aspecto e propriedades são muito semelhantes às do ásaro europeu, se bem que os efeitos irritantes sejam menos intensos. Utiliza-se também como sudorífero e como carminativo, para eliminar as flatulências intestinais. ' Esp.: jengibre silvestre. Ing.: wildginger.

Brasslca oiemcea L

m 0.

- L V e

Couve Cura as úlceras da pele... e do estômago

O

S CELTAS e os R o m a n o s já cultivavam couves, a hortaliça por excelência. A couve é usada há mais cie dois mil anos c o m o alimento, e também c o m o planta medicinal. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS fo-

lhas são ricas cm clorofila, e p o r t a n t o em magnésio. C o n t ê m t a m b é m u m a essência sulfurada s e m e l h a n t e à da mostarda, sais minerais, vitaminas (sob r e t u d o a ('., a A, e possivelmente a

Outros nomes: couve•portuguesa, couve-galega, berça, verça. Esp.: col, berza. Fr.: chou. Ing.: cabbage. Habitat: Natural da Europa, onde se encontra em estado silvestre nas costas do Canal da Mancha, do Atlântico e do Mediterrâneo Ocidental. Cultiva-se em todo o mundo. Descrição: Planta da família das Cruciferas. com folhas grandes muito divididas e de consistência carnosa. Destituída de repolho. Partes utilizadas: as folhas.

U), mucilagens, e um factor antiulceroso ainda não bem identificado. Y. relativamente rica em glícidos ou hidratos de c a r b o n o (7%) e p r o t e í n a s (4%), mas o seu c o n t e ú d o g o r d o é

Precauções

O?

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Sumo da planta fresca: De meio a um copo (100-200 ml) três ou quatro vezes por dia, antes das refeições, ou seja, com o estômago vazio. Quando se come couve de forma continuada durante longos períodos, pode ter efeito antitiróide e chegar a provocar bócio.

USO EXTERNO

© Cataplasmas: Preparam-se com

as folhas cruas (previamente esmagadas com um rolo de madeira ou uma garrafa), ou então cozidas e misturadas com larelo para as tornar mais compactas. Também se podem aquecer com um ferro de engomar e aplicá-las como um emplastro sobre a pele, como se ilustra na página seguinte.

433

muito baixo (0,6%). As couves possuem as seguintes propriedades: • Antiulcerosa: Por via interna, o seu sumo é recomendado contra a úlcera gastroduodenal, que consegue fazer cicatrizar IO). O Dr. Schneider, na sua obra A Saúde pela Nutrição, menciona experiências em que se demonstrou a capacidade cicatrizante Xarope: Com uma ou duas colheradas produz-se um vómito fácil.

M

AJESTADE, l e n h o um reméd i o secreto q u e descobri nas índias, e q u e cura a disenteria - d i s s e Jan Adrian Helvelius (1661-1727), m é d i c o , e t a m b é m b o m comerciante holandês, a Luís XIV, rei de França. —Pagar-vos-ei mil lufses de o u r o se me c e d e r d e s esse s e g r e d o . S o u b e de vários enfermos de disenteria a q u e m haveis c u r a d o . . . Q u e r o c o m p r a r esse remédio secreto! - C o n t r a i o leito - r e s p o n d e u o médico comerciante.

Em 1912 descobriram-se os princípios activos da i p e c a c u a n h a , e d e s d e e n t ã o faz parte de numerosos preparados fa n nacêui teos.

© Infusão: 8 g de raiz triturada em 250 ml (um quarto de litro) de água. Como expectorante tomam-se 4 ou 5 colheradas de hora a hora, para evitar que se produzam vómitos.

Precauções Não exceder as doses prescritas, para evitar que se produzam vómitos violentos. O pó de raiz é muito irritante para a pele.

P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A raiz

c o n t é m e m e t i n a e o u t r o s alcalóides, além de ácido ipecacuânico e saponinas. Vejamos as suas propriedades: • Emética: Devido à emetina, provoca facilmente o vómito IO.@I. Emprega-se para esvaziar o estômago em caso de intoxicação, q u a n d o n ã o é possível proceder-se a u m a lavagem gástrica. • Expectorante: A e m e t i n a e as saponinas conferem-lhe u m a intensa acção expectorante a doses baixas, pelo q u e entra na composição de diversos xaropes para os brônquios l©l. • Amebicida: A e m c i i n a destrói as amebas q u e causam a disenteria amebiana e os abcessos a m e b i a n o s do ligado. Nestes casos recomeiída-se usar algum dos preparados farmacêuticos que existem à base de emetina. 438

Sinonímia científica: Callicocca ipecacuanha Brot. Outros nomes: ipeca, poaia. Esp.: ipeca, bejuquillo, pecahonda, poaja, raiciila, raiz brasileha, anillada menor. Fr.: ipécacuane. Ing.: ipecacuan. Habitat: Originária dos bosques húmidos e quentes do Brasil, Colômbia, Peru e México. Descrição: Pequeno arbusto de 30 a 50 cm de altura, da família das Rubiáceas, com raízes longas e aneladas. As suas flores, brancas e pequenas, crescem num capitulo terminal. Partes utilizadas: a raiz triturada em pó.

a

Vum L

P. Preparação e emprego

Ervaformígueira

USO INTERNO O Infusão, com 15-20 g de folhas e flores por cada litro de água. Como tónico estomacal, toma-se uma chávena depois de cada refeição. Como anti-helmíntico, toma-se uma chávena de manhã em jejum, durante 3 dias. Administrar um laxante depois de cada toma de erva-formigueira, para favorecer a expulsão dos parasitas (rícino, aloés, ou cáscara-sagrada, por exemplo, págs. 531,694, 528).

Tónico digestivo e vermífugo

A

NTES da chegada de Colombo, já os antigos povoadores do México utilizavam a erva•formigueira pelas suas propriedades medicinais. As lolhas e flores desta planta deitam um cheiro muito forte, devido ao óleo essencial que contêm. PROPRIEDADES

E

INDICAÇÕES:

A

essência da erva-formigueira é constituída por hidrocarbonetos terpénicos (cimeno, limoneno, terpineno, etc.) e ascaridol. Tem as seguintes propriedades: • Tónica estomacal e carminativa: (evita os gases intestinais): O seu uso dá muito bons resultados nas indigestões, flores do estômago, flatulências e falta de apetite IO), • Anti-helmíntica e vermífuga (destrói os parasitas intestinais): É a sua aplicação mais importante IOI. Torna-se altamente eficaz contra os ascarídeos e os anautiostomas, e não lauto contra as ténias e os oxiúros.

Precauções Não exceder as doses indicadas, já que pode provocar intolerância digestiva.

Habitat: Originária do México e América Central. A sua cultura estendeu-se aos Estados Unidos, América do Sul e alguns países do Mediterrâneo. especialmente a França. Descrição: Planta herbácea, vivaz ou perene, da família das Quenopodiáceas. que atinge de 40 a 100 cm de altura. Tem um caule muito ramificado. As flores, de cor amarelada ou esverdeada, são muito pequenas e crescem em espigas terminais. Sinonímia científica: Chenopodium anthelminticum L Outros nomes: quenopódio, erva-formiga, ambrósia-do-mêxico. chà-do-mèxico, lombrigueira, formigueira, usaidela. Brasil: erva-de•santa-maria.

Partes utilizadas: As folhas e as flores.

Esp.: pazote. quenopódio, hierba sagrada, hierba santa, hierba de Santa Maria, hierba hedionda, epazonte, té de México. Fr.: chènopode [ansérinej, ambroisine, thé du Mexique, thé de íEspagne. Ing.: Mexican tea. [Indian] wormweed.

439

!fl

JQ

Preparação e emprego

Chicória Um substituto do café sem contra-indicacões

A

CHICÓRIA é um regalo para os olhos do caminhante. As bermas dos caminhos conservam, ainda durante uma boa parte do Verão, a refrescante cor azul-celeste das suas flores, contrastando com o tom palhete da paisagem. Não se trata pois de uma planta que possa passar despercebida, nem sequer a quem a não conheça. Parece sugerir ao caminhante: «Udliza-me! Desfruta as minhas virtudes!» A chicória é uma das plantas mais benéficas, já que as suas extraordinárias propriedades medicinais se adicionam à de proporcionar um agradável substituto do caie. Nos tempos de escassez, na {alta do dispendioso café ulili/ava-se esta humilde planta, tida em pouca estima, talvez por ser tão abundante e barata. A chicória -dizem alguns com nostalgia- lomava-se durante a guerra, quando não havia café. F. curioso que, neste caso, o sucedâneo -a chicória— acabe por ser melhor do que o produto original -o café.

O

Café de chicória

A raiz da chicória, que se arranca no Outono, seca. torrada e moída serve para preparar o "café de chicória". Pode-se misturar com malte, o que lhe dá um sabor ainda mais agradável.

440

USO INTERNO O Salada: as folhas cruas cortadas antes da floração têm um agradável sabor amargo. Podem-se preparar com elas belas saladas silvestres altamente aperitivas, em que se podem incluir dente-de-leão e alho, temperando-as com azeite e limão. © S u m o fresco: Os que desejem uma acção mais drástica, podem tomar o sumo fresco das folhas, que se obtém espremendo-as com um pano ou com um aparelho liquidificador. É muito amargo, mas não há fastio que lhe resista. Para a falta de apetite, recomenda-se tomar meio copo antes de cada refeição. €) Infusão: Com folhas e raiz frescas, à razão de 30 g por litro de água. Tomam-se 2-3 chávenas por dia: como aperitivo, antes das refeições; como digestivo, depois. Esta tisana deve adoçar-se o mínimo possível, para se poder conseguir o maior benefício do seu estimulante sabor amargo.

Outros nomes: almeirão, chicória-brava. chicória-do-café. Brasil: chicória, chicória-amarga. Esp.: achicoria, radicha, radicheta, amargón, husillo. Fr.: chicorée. Ing.: chicory. Habitat: Muito comum nas bermas dos caminhos, ribanceiras e terrenos secos. Própria das zonas temperadas da Europa e da América. Descrição: Planta herbácea e vivaz da família das Compostas, de caules rectos, que costumam atingir de 50 a 60 cm de altura. As flores são de uma bela cor azul, e as suas pétalas terminam em cinco finas pontas; fecham-se à noite, ou quando faz mau tempo. Todas as partes da planta, incluindo o seu látex, têm sabor amargo. Partes utilizadas: as folhas tenras e a raiz.

P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Co-

nhecida desde 0 tempo dos Egípcios. e utilizada pelos seus faraós, esta planta foi qualificada pelo insigne Galeno de «amiga do fígado». Tanto as raízes como as folhas c o n t ê m inulina e levulose, glícidos q u e favorecem as funções do fígado. Mas a maior parte das suas propriedades medicinais devem-se aos princípios a m a r g o s q u e contém, os quais actuam estimulando todos os processos digestivos. • No estômago actua c o m o eupéptica, aumentando a secreção dos sucos gástricos. Por isso, para as digestões pesadas, dá mais resultado u m a chávena de chicória depois da refeição, do que uma colherzinha de bicarbonato. Além disso, t o m a d a a n t e s das refeições, é um p o d e r o s o aperitivo, que abre o apetite das crianças e d o s adultos. • No fígado, favorece a s e c r e ç ã o da bílis (acção c o l e r é t i c a ) , necessária para a digestão das g o r d u r a s . Além disso, activa a circulação portal e descongestiona o fígado. • No intestino, activa os seus movimentos (acção laxante). Lina chávena de chicória pela m a n h ã , em jejum. A apreciada raiz da chicória arranca-se depois de a planta ter florido mostrando as suas características e vistosas florezinhas azuis.

Endívia e escarola

A endívia e a escarola {Cichorium endívia L.) são plantas cultivadas da mesma família que a chicória. Claro que, para se conseguir que as suas folhas sejam tão brancas, privam-se do sol, com o que perdem uma grande parte das suas propriedades medicinais e do seu conteúdo vitamínico, especialmente a vitamina A.

ajuda a vencei a preguiça intestinal e a prisão de ventre. T a m b é m tem uma certa a c ç ã o vermífuga q u e ajuda a expulsar os vermes intestinais. Por t u d o isto. as indicações da chicória são: inapetência, atonia gástrica, digestões pesadas, dispepsia biliar devida a deficiente f u n c i o n a m e n t o da vesícula biliar, congestão hepática, hipertensão portal, prisão de ventre, parasitas intestinais IO.© 01. A chicória possui ainda um suave e l e i t o d i u r é t i c o e d e p u r a t i v o , pelo q u e se t o r n a i n d i c a d a nos casos de gota e artritismo IO.0 01 441

Cinnamomum zeylanlcum Blume

O] «A Preparação e emprego

Caneleira Um condimento excelente que ajuda a digestão

A

O Condimento: Tanto a canela em rama (casca dos ramos jovens da caneleira), como triturada em pó, emprega-se como condimento em diversas preparações culinárias. © Infusão: Caso se deseje obter um efeito mais intenso, pode fazer-se uma infusão com um ou dois pauzinhos de mais ou menos 10 cm cada um, de canela em rama, por cada chávena de água. Podem-se acrescentar umas rodelas de limão. O seu efeito é mais intenso se não for adoçada. Tomar uma chávena depois de cada refeição.

CANELA já era conhecida e Utilizada pelos Chineses 2500

anos antes de (Irisio, e era tão apreciada como o ouro. Os antigos Egípcios usavam-na para embalsamar as múmias. A canela também era muito apreciada pelo povo de Israel, e Moisés recebeu indicação divina de usá-la, juntamente com outras especiarias, no óleo santo com o qual se ungiam os objectos do santuário e os sacerdotes (Êxodo 30:23). A canela foi uma das especiarias que indirectamente contribuíram para o descobrimento da América. pois Colombo navegou para o Ocidente, através do Atlântico, pensando que encurtaria a roía para a índia, de o n d e se ira/ia a canela, e n t r e o u t r o s

apreciados produtos orientais. Durante os séculos XVII e XVIII, a canela tornou-se a especiaria mais lucrativa paia os I lolandeses. A canela, que continua a ser muito apreciada para usos culinários, possui notáveis eleitos medicinais. Alguns consideram-na afrodisíaca, embora a falta de provas científicas leve a crer que possivelmente actue por sugestão. PROPRIF.nADKS E INDICAÇÕES: A rasca da caneleira contém óleo essencial, aldeído cinâinii o. lanino. terpenos. 442

USO INTERNO

Sinonímia científica: Laurus cinnamomum L. Outros nomes: caneleira-de-ceilão, cinamomo. Esp.: canelo, canelero, árbolde la canela, canelo de Ceilán, cinamomo. Fr.: cannelier[du Ceylan]. Ing.: [Ceylonj cinnamon Iree. Habitat: Cresce espontaneamente e é cultivada no Sudeste Asiático. especialmente no Srí Lanka (antigo Ceilão); também na índia, em Madagáscar e nas regiões tropicais da América do Sul. Descrição: Árvore da família das Lauráceas. de até 10 m de altura, de cujos ramos jovens se obtém uma casca interior de cor escura. As folhas são grandes e ovaladas, e as flores são brancas ou amarelas. Toda a planta exala um fragrante aroma. Partes utilizadas: a casca interior dos ramos jovens, que uma vez fermentada se conhece como canela.

^v

F

Canela-da-china

Além da autêntica canela do Ceilão, existe a canela da China (Çinnamomum aromaticum Nees. = Çinnamomum cássia Blume)', que se obtém da casca de outra árvore similar, a caneleira chinesa, cujo sabor é mais picante e menos delicado. No entanto as suas propriedades são as mesmas. John Russel, no seu livro Book of Nature, publicado no século XV, dizia: «A canela é para os senhores e a canela da China é para o vulgo. »> ' Esp.: canelo chino.

oxalato rle cálcio, amido e indícios de mucilagem. A acção de iodas estas substâncias cm conjunto dá-lhe propriedades digestivas, de tónico estomacal e aperitivas: aumento da secreção de sucos gástricos e intestinais, assim como um aumento da motilidade do estômago. Como resultado desta acção tonificante da canela sobre o aparelho digestivo, produz-se um aumento do apetite e uma melhora da função disgestiva no seu conjunto. O uso da canela favorece especialmente os que

sofram de: inapetência (fastio), digestões pesadas por atonia gástrica (estômago dilatado), e flatulência por insuficiência de sucos gástricos lO.©f

A casca da caneleira, em rama ou moída, não pode faltar em n e n h u m arroz-doce que se preze, ou n u m bom leite-creme como o da foto inferior.

Ao contrário, o uso da canela não convém a quem sofra de úlcera péptica gastroduodenal, pois nesta doença produ/.-sc um excesso de suco gástrico ácido, que determina a formação da ulcera. Pelo seu conteúdo em tanino, a canela apresenta também um ligeiro efeito adstringente.

E sabido que uma das razões q u e levaram Cristóvão Colombo até ãs costas do Novo Mundo foi a sua convicção de que, n a v e g a n d o sempre na direcção do Ocidente, daria com a terra da tão apreciada canela.

443

Cnkm benedlctus L.

K

%

n Cardo-santo Um potente tónico do estômago



e

Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão ou d e c o c ç ã o com um punhado de folhas frescas ou secas (30-50 g) por litro de água. Tomar até três chávenas por dia, juntamente com as refeições. Caso se ache que esta tisana é demasiado amarga, pode-se adoçar com um pouco de mel ou açúcar escuro. USO EXTERNO

E

STE CARDO recebeu o pomposo título de "santo" ou "bento" provavelmente devido às suas muitas propriedades medicinais, mas sobretudo pelos .seus efeitos contra a peste. Foi utilizado durante a Idade Media contra esta terrível doença, possivelmente com mais fé do que êxito. No século XV foi administrado ao imperador germânico Frederico III, que sofria cie Cortes enxaquecas. Depois de ter sido considerado como um remédio para quase todas as doenças, as modernas investigações quimico-farmacêuticas revelaram as suas verdadeiras aplicações. cardo-santo contém um princípio amargo, a cnicina, que actua estimulando as glândulas que segregam os sucos digestivos no estômago e no intestino delgado. Daí a sua acção tónica estomacal, digestiva e aperitiva, lambem favorece as funções do fígado e do pâncreas, descongestionando e desinflamando estes órgãos.

© C o m p r e s s a s empapadas numa decocção feita com um punhado de folhas, caules e/ou flores por cada litro de água. Aplicam-se localmente sobre a zona da pele afectada. 0 B a n h o s de a s s e n t o com esta mesma decocção.

Precauções

As tisanas e decocções para uso interno devem fazer-se bastante diluídas, pois de contrário podem produzir um efeito muito intenso sobre o estômago, que pode chegar até ao vómito.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O

Na realidade, estas propriedades são comuns à maior parle das plantas ricas em substâncias amargas. Mas o cardo-santo apresenta, além disso, uma percentagem importante de mucilagem e de tanino, que potenciam a sua acção sobre o aparelho digestivo. 444

Sinonímia científica: Centáurea benedicta L. Outros nomes: cardo-bento. Esp.: cardo santo, cardo bendito, centáurea bendita, centáurea sudorífica. Fr.: chardon bénit. Ing.: blessed thistle, hoiy thislle. Habitat: Encontra-se espalhado por toda a Europa e Ásia. Ocasionalmente, também se encontra na América do Norte, assim como no Brasil, Chile e Argentina. Próprio de ribanceiras e valados em terrenos secos. Descrição: Planta de 20 a 50 cm, com caule e folhas vilosos, pertencente à família das Compostas. As folhas são grandes e espinhosas, com nervuras muito marcadas na página inferior. Os capítulos florais, pouco numerosos, são amarelos e acham-se rodeados de espinhos avermelhados. Partes utilizadas: Os caules, as folhas e as flores.





Quando as crianças, e os adultos, apesar de não sofrerem de nenhuma doença, tém falta de apetite, o cardo-santo pode tornar-se muito eficaz.

Por tildo isto, as suas principais indicações são IO.0I: • Atonia digestiva, falta de apetite, digestões pesadas e vómitos. • Hipoacidez gástrica (iscasse/, de sucos n estômago). • Insuficiência da função hepática C pancreática. • E s g o t a m e n t o e convalescença de enfermidades debilitantes. • Diurético e febrífugo, devido ao seu c o n t e ú d o em ílavonóides e ó l e o essencial. • Hipoglicemiante: Investigações recentes revelaram q u e o cardo-santo tem uma interessante acção hipoglicemiante, isto é, faz descer o nível de glicose no s a n g u e . P o r t a n t o , é um bom tratamento complementar cia diabetes.

cação externa, d e v i d o s o b r e t u d o às p r o p r i e d a d e s a n t i b i ó t i c a s d o seu princípio activo, a cnicina. S e g u n d o F e r n á n d e z e Nieto, esta substância é eficaz c o n t r a bactérias de tipo gram-

negativo, c o m o a Brucella, a Shig/ella e a Ésckerichia coli. Usa-se paia lavar feridas, úlceras da pele 101 e p a i a ban h o s d e a s s e n t o e m caso d e h e m o rróidas 101.

Cardo-santo-mexicano 0 cardo-santo-mexicano {Argemone mexicana L ) ' , a que os habitantes do México e de outros países inter-americanos chamam 'chicalote', e também 'cardo blanco' e 'adormidera espinosa', distingue-se pelas suas flores amarelas com 3 ou 6 pétalas. Cresce no Sul dos Estados Unidos, no México e em toda a América Central. Pertence à família das Papaveráceas (como a dormideira, pág. 164, e a papoila, pág. 318). As suas propriedades são semelhantes às do ópio, que pode substituir. As folhas e as sementes usam-se em infusão como sedativas, analgésicas e contra a tosse. Possuem um ligeiro efeito narcótico. Toda a planta contém um látex amarelo que se usa externamente contra as verrugas. ' Esp.: cardo santo mexicano.

• Anti-séptico e cicatrizante em apli445

Cocculus palmatus Miers

!\!

Calumba Tónico amargo e antídiarreico

Sinonímia científica: Jateorrhiza miersi Oliv., Menispermum palmatum Lam., Columbus coculus Miers Outros nomes: colombo. Esp.: colombo, calumba. Fr.:colombo. Ing.: co/ombo. Habitat: Planta originária das regiões tropicais da África Orientai. Cultivada na América do Sul. Descrição: Arbusto trepador de folha perene, da família das Menispermáceas. que atinge de 2a 5 mde altura. A raiz é muito carnuda e pode atingir até 7 cm de diâmetro. Partes utilizadas: a raiz cortada em rodelas e seca.

A

RAIZ deste arbusto era utilizada pelos nativos africanos como principal remédio contra as diarreias e as disenterias, Quando os Portugueses colonizaram Moçambique e Madagáscar, no século XVII, descobriram-no e trouxeram-no para a Europa. Hoje encontra-se nas farmácias de lodo o inundo, fazendo parte de diversos preparados. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz da calumba contém diversos alcalóides quimicamente semelhantes à berberína (alcalóide que se encontra na bérberis, pág. 384) e à morfina; princípios amargos (colombina); e diversas substâncias inertes (pectina, amido e oxalato). Não contém tanino. As suas propriedades são:

• Tónico amargo, aperitivo e eupéptico (facilita a digestão). Emprega-se na convalescença de doenças infecciosas ou debilitantes e nas dispepsias (más digestões) 101. • Antídiarreico e anti-septico intestinal 101 devido aos seus alcalóides. 446

IS

Preparação e emprego Precauções

USO INTERNO ODecocção com 10-15 g de raiz triturada (uma colherada) por chávena de água. Ferver durante 10 minutos e adoçar. Tomam-se de 6 a 8 colheradas diárias do líquido resultante.

Em doses elevadas tem efeitos tóxicos: náuseas, vómitos, cólicas intestinais e, inclusivamente, pode provocar paragem respiratória.

Coríandrum satívum L

«\ • \l

Preparação e emprego

Coentro USO INTERNO

Eupéptico e estimulante

O Condimento: para temperar diversos pratos. © Infusão com 30 g de frutos por litro de água. Toma-se uma chávena depois de cada refeição. €) Pó de frutos secos: Toma-se uma colher de sobremesa (5 g) misturado com mel, depois de cada refeição.

O

S ESPANHÓIS costumam dizer: • Bom é o cilanlro, mas não tanto.» Embora se trate de uma das plantas medicinais utilizadas desde há mais tempo, pois já era de uso comum entre os Assírios e os Egípcios, o coentro pode produzir efeitos tóxicos sobre o sistema nervoso (embriaguez), se For ingerido em doses elevadas. É muito apreciado como condimento.

O Essência: três vezes ao dia. ingerem-se de 1 a 3 gotas.

frutos contêm um óleo essencial rico em linalol, que é o princípio activo a que se devem as suas propriedades: • eupéptica: Facilita a digestão; • carminativa: elimina os gases; • antiespasmódica; • ligeiramente tonificante do sistema nervoso, quando se toma em pequenas doses. O coentro já tem sido usado como vermífugo, embora não se tenba conseguido demonstrar essa propriedade. Km qualquer das suas preparações IO.0.©.OI, é indicado em caso de: • transtornos digestivos: gastrite, insuficiência pancreática, digestões pesadas, inapetência, flatulência; • na convalescença de doenças infecciosas, como iónico e estimulante do apetite, e • nas halitoses (mau hálito) dos consumidores de alho e cebola, e dos Fumadores.

Excluir as partes planta.

verdes da

Não ultrapassar prescritas.

as

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O S

Precauções

doses

A essência, em doses elevadas, pode provocar convulsões.

Outros nomes: coriandro. Esp.: cifaníro. anisiiio. cilanúro. coriandro. culantro Fr.: coriandre. Ing.: coriander. Habitat: Originário dos países do Mediterrâneo Oriental, mas espalhado e cultivado por toda a Europa e América. Descrição: Planta herbácea da família das Umbelíferas. que atinge de 20 a 60 cm de altura. As flores são brancas ou cor-de-rosa. O fruto, que se caracteriza por ser redondo, mede de 3 a 5 cm de diâmetro. Partes utilizadas: unicamente os frutos maduros.

447

) n\l *

Crocus sativus L

• • • Preparação e emprego

Açafrão Aperitivo e e m e n a g o g o

A

S BONITAS flores do açafrão quebram com a sua cor alegre a monotonia da paisagem outonal. Os Egípcios, os Israelitas e os Gregos apreciavam-no muito pelas suas propriedades medicinais. Na Idade Moderna exageraram-se-the as virtudes, ao ponto de Iletodt, médico alemão do século XVII, o ter recomendado paia todos os inales, desde a dor de dentes até à peste. Nos nossos dias usa-se mais como condimento do que como remédio. E a especiaria mais cara de todas as que se conhecem. PROPRIEDADES

E

INDICAÇÕES:

O

açafrão contém um princípio amargo (picrocina), um corante (crocina) e um óleo essencial. Tem propriedades digestivas, aperitivas e carminativas. Além disso, é emenagogo e pode aliviar as dores menstruais IOI. Externamente, usa-se a sua infusão concentrada 101 para esfregar as gengivas dos bebés e aliviar assim os incómodos da dentição.

USO INTERNO O Infusão com alguns filamentos de açafrão por chávena de água. Adoça-se com mel, melaço (mel de cana) ou açúcar escuro. USO EXTERNO © Infusão concentrada: Prepara-se com uma quantidade de açafrão suficiente para que a água adquira uma cor castanha escura.

Precauções

Em doses relativamente altas, o açafrão é um potente tóxico. É abortivo, e produz graves transtornos nervosos e renais. A intoxicação pode produzir-se com uma dose de 20 g.

Outros nomes: erva-ruiva, açaflor. Brasil: açafrão-oriental, flor-da-aurora. flor-de-hércules. Esp.: azafrán, azatrán-verdadero. azafrán común, croco. Fr.: satran. Ing.: saffron.

Habitat: Cultiva-se nos países mediterrâneos. A Espanha é um dos principais produtores do mundo. Em Portugal a planta está bem aclimatada. Também se cultiva nalguns paises americanos. Descrição: Planta bulbosa da família das Iridáceas, de 10-15 cm de altura. que dá umas lindas flores de cor lilás. No centro de cada flor há 3 estigmas de cor alaranjada, de que se obtém o açafrão propriamente dito. Partes utilizadas: os estigmas da flor.

448

Cumlnum cyminum L

i\

1 ?. D J Preparação e emprego

Cominho USO INTERNO

Tonifica os órgãos digestivos

O

S COMINHOS já eram utilizados como condimento, ou como medicamento, pelos Egípcios, pois encontraram-se conservados nalguns túmulos. Nos últimos

séculos, os seus frutos têm sido substituídos pelos da aicaravia (pág. 355), d e p r o p r i e d a d e s muito semelhantes, e m b o r a com um sabor mais -suave. No entanto, os cominhos continuam a ser um excelente c o n d i m e n t o e medicam e n t o . As saladas c o n d i m e n t a d a s com eles e m i t e m u m a r o m a m u i t o agradável e satisfazem os p a l a d a r e s mais refinados. São t a m b é m um ingrediente indispensável de alguns doces tradicionais, aos quais, além de emprestar o seu delicioso sabor, também tornam mais digeríveis. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS co-

minhos contêm 10% de é>lco e t é r e o e uma essência cujo p r i n c í p i o activo mais i m p o r t a n t e é o aldeído cuiníniCO. São aperitivos, digestivos e carminativos (fazem desaparecer os gases intestinais) IO.©.OI. lambem proporcionam um (talo e l e i t o g a l a c t o g é n i o , ou seja, favorecem a secreção de leite nas mães q u e a m a m e n t a m IO,©,01.

Estas propriedades são comuns aos frutos fie outras UmbcliTcras, como a aicaravia, «> coentro e o anis (págs. 355, 117. 455), de que se diferenciam sobretudo pelo seu sabor peculiar.

O Infusão: 2 gramas de cominhos (a ponta de uma colher de sobremesa) inteiros ou ligeiramente esmagados, por cada chávena de água. Ingerese uma chávena depois do almoço e outra depois do jantar. Aos bebés podem-se dar duas ou três colheradas desta mesma infusão depois de cada toma de alimento. © Pó: Em doses de um grama depois de cada refeição, dissolvido em água ou leite. €) Essência: administrar de 1 a 3 gotas, três vezes ao dia.

Precauções A essência não deve ser dada a crianças pequenas, já que pode provocar-lhes convulsões.

Outros nomes:

cominhos.

Esp.: comino, comino común, comino fino, talso anis. Fr.: cumin [de Maltej, faux anis. Ing.: cumin. Habitat: Originário da Ásia Ocidental, e espalhado por toda a região mediterrânea. Cultivado nalguns países da América. Descrição: Planta herbácea anual, da família das Umbeliferas, que atinge os 50 cm de altura. As suas folhas sào muito finas, quase filiformes. Os frutos formam-se na extremidade dos raios das umbelas, medem 5 ou 6 mm de comprimento e tèm costelas muito acentuadas, eriçadas de pêlos ásperos. Partes utilizadas: os frutos.

449

Curcuma longa L

4 Preparação e emprego

Cúrcuma Picante e eupéptica

USO INTERNO O Infusão com 15-20 g de rizoma por litro de água. Ingere-se uma chávena durante a refeição. © Pó: Administra-se um grama diário, repartido em três vezes.

Q

UE PICANTE que está a comida! - exclamam todos os que viajam pela primeira vez a um país tropical, seja da América seja cia Ásia. Ainda que possa parecer estranho, as especiarias e molhos picantes desempenham uma importante função na dieia dos habitantes dos trópicos. Sem elas seria difícil a conservação e a digestão dos alimentos nos climas muito quentes. O bom uso das especiarias é mais uma manifestação de sabedoria popular. A cúrcuma é um dos ingredientes mais importantes do curry, molho picante que contém, além disso, pimenta, coentro, gengibre, cravinho, cardamomo, cominho e 110/ moscada. Uma mistura explosiva para os delicados estômagos não habituados! PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-

zoma da cúrcuma contém um óleo essencial, pigmentos, um princípio amargo, ácidos orgânicos, resina e amido. 1*. um tónico estomacal semelhante ao gengibre (pág. S77). Estimula a secreção dos sucos gástricos, e com isso facilita a digestão dos inapetentes 01 dispépticos. Isa-se no caso de gastrite crónica e hipocondria (falia de ácido clorídrico no estômago). Também tem propriedades colagogas IO.0I (facilita o esvaziamento da vesícula biliar) e carminativas (evita os gases intestinais) IO.01. Nalguns países da América (".entrai, usa-sc para reduzir o nível do colesterol. 450

Cúrcumas asiáticas

No Sudeste Asiático existem vaias plantas do género Curcuma (Curcuma purpurascens Blume., Curcuma xantorrhiza Roxb.. Curcuma pierreana Gagner.), algumas das quais se cultivam pelo arrurruz (farinha alimentar) que se obtém das suas raízes. A purpurascens é apreciada pelas suas propriedades medicinais que, em princípio, se pode considerar que são as mesmas da cúrcuma da América. A Curcuma xantorrhiza é conhecida em inglês pelo nome de 'amboima', e a espécie afim Curcuma pierreana, peio de falso arrurruz.

Outros nomes: curcuma. açatrão-da-índia. Esp.: cúrcuma, jengibrillo. jengibre cimarrón, azafrán de Ia índia, turmérico. Fr.: curry, safran des Indes. Ing.: turmeric, curry. Habitat: Originária da ilha de Java. embora espalhada por outros países tropicais da Ásia. da América Central e das Antilhas. Descrição: Planta vivaz da família das Zingiberáceas. que pode atingir um metro de altura. Apresenta de 5 a 10 tolhas grandes, com o peciolo muito comprido. As flores são brancas ou amareladas. O rizoma é volumoso, de até 10 cm de diâmetro. Partes utilizadas: O rizoma (caules subterrâneos).

Dryas octopetala L

Drias Ajuda a fazer a digestão

A

S M O N T A N H A S da E u r o p a Central, especialmente os Alpes, cobrem-se no Verão com esta p e q u e n a planta. Por m u i t o intenso q u e tenha sido o frio do Inverno, com a chegada da Primavera torna a rebentai" vigorosamente a drias, e alguns meses mais tarde, e n t r a d o já o Verão, salpica a l e g r e m e n t e as pradarias e os rochedos.

Outros

nomes:

chá-suiço.

Esp.: dríada, té suizo. Fr.: dryade à huit pétales. Ing.: white dryas. Habitat: Originária das regiões árcticas da Europa, embora se encontre difundida pelas regiões montanhosas da Europa Central. Na Península Ibérica. encontra-se só na cordilheira Cantábrica e nos Pirenéus. Desconhecida na América.

O s c a m p o n e s e s d a r e g i ã o alpina por excelência, a Suíça, usam a drias d e s d e t e m p o s r e m o t o s c o m o planta digestiva e para aliviar as cólicas intestinais.

Descrição: Planta vivaz, da família das Rosáceas, de 5 a 15 cm de altura. Tem caule lenhoso e rasteiro, e as folhas lembram as do carvalho, embora sejam mais pequenas. As flores são grandes, solitárias, com 8 pétalas e estames amarelos.

A drias é tão resistente ao frio q u e se cria inclusivamente nas regiões árcticas do Norte da Europa.

Partes utilizadas: as folhas. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS fo-

lhas c o n t ê m t a n i n o e sais m i n e r a i s , entre os quais se destacam os silicatos solúveis. São aperitivas, digestivas e adstringentes. A tisana q u e se prepara com elas (chá suíço) é muito apreciada nos seguintes casos: • Trastornos digestivos: T r a n s t o r n o s digestivos: dispepsias. indigestões, cólicas intestinais e más digestões 101. • Afecções bucofaríngeas: amigdalite (anginas), faringite, altas e diversas inflamações da mucosa oral (estomatites). Nestes casos aplica-se em forma de gargarejos 101.

JP

Preparação e emprego

USO INTERNO

USO EXTERNO

O Infusão com 30 g de folhas por litro de água. Tomar 3 chávenas diárias, antes das refeições.

© G a r g a r e j o s : Emprega-se esta mesma infusão, embora mais concentrada: 40-50 g por litro.

451

Gentíana lutea L

m. / O

Preparação e emprego

Genciana Excelente tónico digestivo

O

LHEM que plaina tão aprumada e vistosa - comenta um excursionista para os seus companheiros. -Mas é uma genciana! -diz um membro do grupo, conhecedor de plantas. -A raiz é muito apreciada pelas suas propriedades medicinais. —Então vamos arrancá-la c levá-la para easa! —Nem pensem nisso! -exclama o entusiasta da botânica. -Talvez vos custe a acreditar que esta planta cresce tão lentamente que leva dez anos a darás suas primeiras flores, e pode viver mais de cinquenta. Deixemo-la no seu lugar, que se viermos a precisar dela, ainda aqui estará disposta a oferecermos as suas virtudes. Quem sabe se ainda irá viver mais anos do que nós!

Precauções

Não se deve confundir a genciana com o heléboro-branco (Veratrum álbum L), planta tóxica que cresce nas proximidades da primeira, e que se distingue dela por ter folhas alternas (saindo uma a uma do caule) e peludas na face inferior, assim como pelas flores, que são brancas e têm um cheiro desagradável.

452

USO INTERNO O Maceração: Coloca-se um troço de raiz de genciana do tamanho de uma noz (uns 10 g) num litro de água fria. Deixa-se macerar durante 4-5 horas. Tomam-se 3 chávenas por dia, antes das refeições. Podem-se acrescentar uns grãos de anis durante a maceração, com o fim de tornar mais suportável o seu intenso sabor amargo, mas não convém adoçá-la. ©Decocção: 10 g por litro de água. Ferver durante uma hora. Toma-se meia chávena antes de cada refeição. © Pó ou extracto seco: Ingere-se de 0,5 a 1 g antes de cada uma das três refeições diárias.

Outros nomes: argençana, argençana-dos-pastores, genciana-amarela, genciana-das-boticas, genciana-das-farmácias. grande-genciana. Brasil: genciana-dosjardins. Esp.: genciana, genciana amarilla, genciana mayor, junciana, gengiba. Fr.: gentiane [jaune], grande gentiane. Ing.: [yellow) gentian, bitterwort. Habitat: Cresce nos prados e encostas soalheiras das regiões montanhosas da Europa Central e Meridional. Prefere os solos calcários. Muito rara em Portugal, pode encontrar-se na serra da Estrela. Cultivada na América. Descrição: Planta vivaz da família das Gencianáceas, que atinge de 60 a 100 cm de altura. De caule erecto e liso, do qual saem folhas grandes, ovaladas, opostas uma em frente da outra. As flores, que nascem em cachos, são de um tom amarelo vivo. Partes utilizadas: a raiz.

o

Licor de genciana

Precauções

Desaconselhamos o uso de preparados alcoólicos ou licores à base de genciana, pois os efeitos negativos do álcool contrariam os benefícios da planta

Devem evitá-la as pessoas que sofram de úlcera gastroduodenal activa, pois o aumento do suco gástrico pode agravar a doença. Também se deve evitar durante a lactação, porque os seus princípios amargos passam para o leite e, embora não sejam tóxicos, levam o lactente a rejeitá-lo.

A doçura das flores da genciana alegra a vista, apesar de a sua raiz conter a substância mais amarga que se conhece.

Exemplar conduta a deste amante da natureza. A ambição de alguns coIhedores pouco cuidadosos pôs em risco de extinção esta majestosa planta. E triste que se tenha estado a arrancar sistematicamente a sua volumosa raiz, que pode chegai* a pesar seis quilos, para aromatizar com ela licores alcoólicos. Dioscóridcs, o grande médico e botânico grego do século I d.C. já dizia na sua monumental Matéria médica, que «a raiz da genciana, bebida com água, socorre os doentes do fígado e do estômago». Nos nossos dias, quase vinte séculos depois, continua a ser válida a observação do sábio grego, e a genciana é uma das plantas aperitivas e digestivas mais apreciadas. A raiz da genciana contém diversos princípios amargos, entre os quais se destacam a genciopicrina e a amarogeneina. Esta última é a substância mais amarga que se conhece. Xutna diluição de uma parte em 50 milhões, ainda se conserva o sabor amargo. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Como diz o doutor Leclerc: «Tonifica sem irritar-. • Colerética e colagoga: Estimula a secreção de bílis pelo ligado, e o seu esvaziamento para o duodeno. Recomendada nos casos rle congestão hepática e de disquinesias biliares (vesícula preguiçosa) IO.0.01.

Contém igualmente diversos açúcares, taninos e pectina. Tem as seguintes propriedades: • Tónico estomacal: Os princípios amargos da raiz de genciana excitam a secreção de todas as glândulas digestivas, incluindo as salivares. Por isso abrem o apetite (acção aperitiva) e facilitam a digestão (acção eupéptica ou digestiva). Torna-se especialmente indicada nas gastrites crónicas em que há uma escassa secreção de sucos gástricos (hipocloridria), na ptose ou atonia gástrica (estômago descaído), nas indigestões e vómitos, nos casos de inapetência e na convalescença de doenças Febris IO.0,©I.

•Febrífuga: Esta acção não é muito marcada, mas é particularmente eficaz em caso de paludismo. C.omprovou-se que é capaz de destruir os protozoários causadores do paludismo, que parasitam os glóbulos vermelhos do sangue. Pode utilizar-sc associada á quinina, e é especialmente indicada nos casos de paludismo resistente á própria quinina 10.0,01. • Imunoestimulantc (estimulante das defesas): Comprovou-se que a administração de raiz de genciana provoca um aumento da produção de leucócitos (glóbulos brancos), pelo que se pensa que possa ter uma acção favorável nos casos fie depressão imunitária (escassa resistência às infecções) IO 0.01. 453

Gonolobus condurango Triana

^

^

^

Preparação e emprego

Condurango Açaima a d o r do estômago

O

TERMO indígena condur-angu (liana d e c o n d o r ) a l u d e a o lendário c o s t u m e d o c o n d o r dos Andes, q u e utilizava as folhas desta planta para se curar das m o r d e d u ras das serpentes. E muito conhecida e apreciada na América do Sul, para curar os males do estômago. Km 1871 foi introduzida na Europa, com a esperança de q u e pudesse curar o cancro do e s t ô m a g o , o q u e n ã o veio a confírmar-se na r e a l i d a d e . O seu sabor recorda o da canela, e m b o r a um tanto amargo. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A cas-

ca e a raiz do c o n d u r a n g o contém um Óleo essencial, resina, ácidos orgânicos, substâncias gomosas e a m i d o . O seu princípio activo mais i m p o r t a n t e é a c o n d u r a n g i n a , um glicósido amargo. C) c o n d u r a n g o possui p r o p r i e d a des aperitivas, digestivas e antieméticas (faz parar os vómitos). O seu emprego lorna-se a p r o p r i a d o nos casos de peso no estômago e digestões lentas IOI. Acalma a flor e os e s p a s m o s ("nervos") d o e s t ô m a g o , a i n d a q u e n ã o seja conveniente usá-lo sem se ter primeiramente diagiwstieado a causa dos transtornos. 454

•'Ag USO INTERNO O D e c o c ç ã o com 30-40 g de casca ou de raiz. em meio litro de água, durante 10 minutos. Deixar depois em maceração durante 12 horas. Tomam-se de 3 a 5 colheradas antes de cada refeição.

Precauções

Em doses altas tem efeitos tóxicos, que provocam convulsões e inclusivamente paragem respiratória.

Sinonímia científica: Marsdenia condurango Rb.Ch Outros

nomes:

Esp.: condurango. Fr.: condurango. Ing.: condurango. Habitat: Cresce espontaneamente na vertente ocidental dos Andes, na Colômbia, no Equador e no Peru, entre 1500 e 2000 m de altitude. Descrição: Planta trepadora da família das Asclepiadáceas que, como liana que é, se agarra ao tronco das árvores até chegar ao vértice das mesmas. As folhas são ovais ou cordiformes, peludas e de cor verde clara pela lace inferior. Partes utilizadas: a casca do caule e a raiz.

Illlcfum verum Hook.

^

ái _j J J

%

Preparação e emprego

Anis-estrelado

USO INTERNO

O Infusão: Necessita-se de uma menor proporção do que com o anis-verde, por ser mais concentrado. São suficientes 2-3 frutos por chávena. Tomam-se duas ou 3 chávenas diárias, após as refeições.

Digestivo como o anis-verde, mas mais concentrado

© Extracto seco: Administram-se de 100 a 300 mg por dia.

A

ARVORE do anis-cstrolado faz lembrar o loureiro, pelo seu belo porte, e a magnólia, pelas suas flores decorativas. Toda ela exala uni agradável aroma muito semelhante ao do anis-verde, ainda que mais imenso. Foi introduzida na Europa nos finais do século XVII, quando o uso das especiarias orientais se achava no seu máximo apogeu. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O anis-esirelado. apesar de pertencer a uma família botânica diferente da do anis-verde ou comum, contém o mesmo princípio activo: uma essência rica em anetol. Por isso as suas propriedades são semelhantes às do anis-verde (pág. 465): é eupéptico (facilita a digestão) e carminativo (elimina os gases e as flatulências intestinais).

Torna-sc muito útil (O.0I nos casos de digestões pesadas, fermentação intestinal e flatulência (excesso de gases). Pela sua acção ligeiramente antiespasmodica, alivia os espasmos das vísceras ocas (estômago, vesícula biliar, intestino, útero, e t c ) .

Precauções

Outros nomes: anis-da-china, badiana. Esp.: anis estreitado, anis de estrella, anis de China, badiana. Fr.: badiane, anis de la Chine. tng.: star anise, Chinese anis.

A essência de anis-estrelado, pelo seu grande conteúdo em anetol, tem efeitos tóxicos sobre o sistema nervoso (delírio e convulsões), quando se tomam doses elevadas. As bebidas alcoólicas preparadas com esta essência podem provocar envenenamentos.

Habitat: Originário do Sul da China, da Coreia e do Japão. Cultiva-se também no sudeste dos Estados Unidos e noutras zonas quentes e húmidas do continente americano. Descrição: Árvore da família das Magnoliaceas, que atinge de 2 a 5 m de altura. A sua casca é branca e as folhas perenes e de forma lanceolada. Os frutos têm a forma de estrela de 8 a 12 pontas, de cor castanha. Partes utilizadas: Os frutos.

455

• •

Jasonia glutinosa (L) D.C.

Preparação e emprego

Jasónia Estomacal e tonificante

USO INTERNO O Infusão com 20-40 g da planta por litro de água, de que se tomam até 4 ou 5 chávenas diárias, depois das refeições.

E

STA PLANTA é muito utilizada no país vizinho, particularmente nos territórios do antigo reino de Aragão, para fazer unia tisana muito apreciada. Tem um agradável cheiro a cânfora, com um sabor um pouco amargo. Substitui com vantagem o chá vulgar. A jasónia era desconhecida por Dioscórides c outros autores da antiguidade clássica, pois não se dá na região mediterrânea oriental. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A sua

composição não é bem conhecida. No entanto, sabe-se que não contém teína nem caleína. Possui uma essência que lhe confere propriedades digestivas, assim como abundantes taninos, que justificam o seu uso como antidiarreico IO). • Problemas digestivos: Popularmente usada em casos de indigestão, digestões lentas e pesadas, diarreias c fermentações ou putrefacções intestinais IO] •Problemas nervosos: Apresenta também uma acção tonificante, isenta de eleitos irritantes sobre o sistema nervoso como aqueles que se verificam com o café ou o com chá IOI. 456

Outros nomes: Esp.: té de roca, té de Aragón. Fr.: thé vert. Ing.: rock'$ tea. Habitat: Própria dos países do Mediterrâneo Ocidental. Abundante em Espanha na Catalunha, Aragão e Valência, especialmente nas zonas montanhosas de vegetação mediterânea. Encontrase nas gretas das rochas calcárias, razão por que nalgumas línguas, como em espanhol, é conhecida pelo nome de chá-de-rocha. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, formada por uma pequena cepa lenhosa de que emergem cada ano vários caules de 20 a 40 cm de altura. Toda a planta é viscosa e coberta de pêlos macios. As flores são amarelas, muito pequenas e agrupadas em capítulos na extremidade dos caules. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades floridas.

Laums nobills L

Õl *

iJ 15] 11 A Preparação e emprego

Loureiro USO INTERNO

Facilita a digestão e alivia a dor reumática

C

ORRE! Tra/.-me uma coroa de louros! -ordena Tibério César ao seu servo. -Sim, meu senhor. Trago-a imediatamente - responde submisso. -Não vês que se aproxima uma tempestade? Preciso da protecção do loureiro -diz o imperador romano com certa ansiedade. Antes de terem começado a soar os trovões, Tibério César já havia posto na cabeça uns ramos de loureiro entrelaçados. E que, segundo uma tradição romana, o loureiro nunca pode ser sacudido pelos raios e, portanto, quem se colocar debaixo das suas folhas encontra-se a salvo dos flagelos da natureza. O loureiro era consagrado ao deus Apolo, patrono dos triunfos, das belas artes e da medicina, e arquétipo da beleza masculina. Os imperadores romanos, os atletas e os guerreiros vencedores eram coroados com uma coroa de louros, que se supunha protegê-los dos raios e de outras forças malignas. Não parece que tal coroa tenha servido de muito aos "laureados" romanos, que poucos séculos depois vieram a sucumbir às mãos dos bárbaros, outro flagelo semelhante ao do raio. Adverso às superstições relacionadas com as plantas, o famoso médico espanhol Andrés de Laguna conta que, estando ele mesmo em Roma pelo ano 1539, «caiu um impetuoso raio no palácio do duque de Castro, e atingiu uni formosíssimo loureiro que ainda hoje se vê ferido e despedaça-

O Infusão: Com um litro de água, prepara-se uma infusão com 20-30 g de folhas de louro, a que se pode acrescentar um punhado de frutos maduros para conseguir maior efeito. Como aperitivo toma-se uma chávena dez minutos antes de cada refeição, e, como digestivo, uma chávena depois de cada refeição. USO EXTERNO

© Óleo de loureiro: Prepara-se deixando macerar durante 10 dias, ao sol, 30 g de folhas de louro num litro de azeite de oliveira. Aplica-se em loção sobre a parte dorida. Também serve para afugentar insectos parasitas. €) Bálsamo anti-reumático (manteiga de loureiro): Esmagar num almofariz um bom punhado de bagas de loureiro maduras. Pô-las a ferver, cobertas de água, durante 5-10 minutos. Espremê-las depois com um pano fino, deixar arrefecer o líquido e recolher a camada de gordura que flutua. Esta gordura ou manteiga de loureiro aplica-se em fricções sobre a zona afectada. Não é própria para ser ingerida.

Outros nomes: loureiro-comum. loureiro-de-apolo. loureiro•dos-poetas, loureiro-vulgar, louro, sempre-verde. Esp.: laurel, laurel común, laurel de condimento, laurel noble, laurel real. loreda, loreto, loro. Fr.: laurier. Ing.: laurel. Habitat: Originário dos países mediterrâneos. Cria-se em algumas regiões próximas do litoral, de clima temperado. Cultivado e naturalizado no continente americano. Descrição: Árvore de folha perene, da família das Lauráceas, que pode medir de 2 a 8 m de altura. As (olhas são lanceoladas, coriáceas, brilhantes pela face superior e baças pela inferior. As flores são pequenas, de cor branca ou amarelada. Os frutos são drupas semelhantes às azeitonas, produzidas unicamente pelos loureiros fêmeas. Partes utilizadas: As folhas e os frutos.

Louro-cerejo

0 louro-cerejo ou loureiro-cerejeira (Prunus laurocerasus L), também chamado loureiro-real e loureiro-inglês\ é uma árvore da família das Rosáceas, que produz umas bagas negras semelhantes às cerejas. As suas folhas, que cheiram como as amêndoas amargas, contêm glicósidos cianogenéticos que libertam ácido cianídrico, substância esta muito tóxica. No entanto, por destilação dessas folhas, obtém-se a água de louro-cerejo, que tem propriedades medicinais e se emprega como antiemético (contra os vómitos), sedativo e antiespasmódico. " Esp.: laurel cerezo. Fr.: laurier-cerise. Ing.: cherry laurel.

O louro é condimento indispensável na cozinha mediterrânea. E o óleo ou o bálsamo de folhas de louro, um anti-reumático e anti-inflamatório de grande eficácia.

•Aperitivo, eupéptico (facilita a digestão) e carminativo (elimina os gases do t u b o digestivo). E p o r t a n t o útil aos inapetentes (que têm fastio) e aos q u e sofram de digestões difíceis ou pesadas IO). •Suavemente diurético IO). • Emenagogo (estimula a menstruação) e regulador do ciclo menstrual

do». E c o n c l u i dizendo: "Não há casa tão fone. n e m se e n c o n t r a coisa tão eficaz, q u e chegue para nos d e f e n d e r dos juízos de Deus».

PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : AS fo-

lhas do loureiro são ricas n u m óleo essencial volátil, c o m p o s t o em 4 5 $ por 458

cineol; c o n t é m também tanino e um princípio a m a r g o . Os frutos c o n t ê m ainda 259Í de matérias gordas formadas pelos ácidos láurico, oleico, palmítico e linoleico. O princípio activo responsável rios efeitos medicinais do loureiro é o seu óleo essencial. Vejamos as p r o p r i e d a d e s do loureiro:

• Anti-reumático e anti-inflamatório muito eficaz, aplicado externamente. 0 óleo de loureiro 10) ou o bálsamo l€)l anti-reumático q u e se prepara com as suas folhas, utili/.am-se em fricções para aliviar os torcicolos, lombalgias ciáticas, entorses dos tornozelos e outras d o t e s osteomusculares (de ossos e músculos).

Uppla triphylla Kuntze

91 «J J I . Preparação e emprego

Lúcia-lima USO INTERNO

Aromática, estomacal e sedativa

O Infusão com uns 30 g de folhas por cada litro de água. Tomar uma chávena bem quente depois de cada refeição. Tem um sabor muito agradável.

A

LUCIA-LIMA é o u t r o dos grandes presentes da flora do Novo M u n d o , j u n t a m e n t e com o tomate, a batata e muitas outras plainas. E cultivada na Europa d e s d e o século XVIII. I lá quem a confunda com a verbena (pág. 17-1), mas trata-se de plantas diluentes, pertencentes até a famílias botânicas distintas. PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : Toda a

planta, e s o b r e t u d o as folhas, é rica num óleo essencial c o m p o s t o p o r mais de cem s u b s t â n c i a s , e n t r e as quais o citral, o l i m o n e n o e o cariofileno. Esta essência c o n l e r e - l h e propriedades digestivas, antiespasmódicas e carminativas (favorece a expulsão de gases do a p a r e l h o digestivo). A lúcia-lima é indicada nos seguintes casos: • T r a n s t o r n o s digestivos: dispepsias agudas (enlartamenio ou indigestão) e crónicas (digestões pesadas), e flatulências 101. • Dores m e n s t r u a i s ( d i s m e n o n c i a ) , cólicas biliares e renais, pela sua acção antiespasmódka IOI. • Indicada também em diferentes tipos de alterações n e r v o s a s , especialmente cm caso di- ansiedade IOI. já q u e em muitos casos c o n s e g u e d a r melhores resultados do q u e alguns tranquilizantes químicos, com a vantagem de não ter os eleitos secundários desses íánniicos.

A lúcia-lima, pelas suas propriedades sedantes, pode acalmar as dores menstruais.

Sinonímia científica: Uppla citriodora L, Aloysia citrlodora L Outros nomes: bela-luísa, cidrila, doce•lima, erva-luisa, limonete, verbena. Brasil: erva-cidreira. Esp.: hierba luisa, [reina] luisa, cidrón, cedrón. cedroncillo, hierba de la primavera, verbena olorosa. Fr.: verveine odorante, [verveine] citronelle. Ing.: herb louise, lemon verbena. Habitat: Originária do Peru e do Chile, mas aclimatada na Europa, onde se cultiva como planta ornamental e aromática. . Em Portugal cultiva-se sobretudo a variedade Lippia citriodora L. Descrição: Pequeno arbusto da família das Verbenáceas, que atinge até 2 mde altura. As folhas são lanceoladas e rugosas, e exalam um intenso aroma a limão quando são esmagadas. As flores são de cor violeta pálida ou lilás e crescem em ramalhetes. Partes utilizadas: As folhas.

459

Manhbt esculenta Crantz.

Mandioca Digestiva e emoliente

A

MANDIOCA é uma planta alimentícia muito apreciada nos países quentes. No entanto a sua raiz, se for comida crua, produz uma intoxicação grave que pode mesmo causar a morte. Isto deve-se ao facto de contei' glicósidos cianogenélicos, que libertam o venenoso ácido cianídrico. Felizmente, estas substâncias tóxicas desaparecem facilmente com o calor.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A RAIZ

contém até 40% de hidratos de carbono (sobretudo amido), mas é muito pobre em proteínas e em lípidos (gorduras). Daí que o seu valor nutritivo seja limitado, e por isso a mandioca não deve constituir a base do regime alimentar. E digestiva, emoliente (suavizante e anti-inflamatória) e algo adstringente. A TAPIOCA é preparada à base de mandioca em forma de farinha. E de muito fácil digestão e recomenda-se em caso de gastrite, úlcera gastroduodenal, dispepsia (má digestão) e hipercloridi ia (excesso de acide/) IO). Convém também nas gastrenterites, diarreias e colites. É um alimento ideal para doentes debilitados com escassa capacidade digestiva. Externamente, a tapioca aplica-se em cataplasmas quentes com sumo de limão, para amadurecer furúnculos, borbulhas infectadas e abcessos 101. Também serve para curar as lesões da erisipela (infecção da pele produzida pelo estreptococo). 460

Sinonímia científica: Manihot utilíssima Pohl. Outros nomes: manduba, manuba, maniva. Esp.: yuca, pari de yuca. mandioca, mandiaco, manioca, manoco, mancobra, tapioca, sagú branco, casa, casava, guacamote, cascamote, pan de tierra caliente, aypí. Fr.: manioc, cassava, pain des negres, sagou blanc. Ing.: [bitter] cassava, mandioca, manioc, tapioca plant, yueca.

O

Preparação e emprego

USO INTERNO O Farinha: Obtém-se triturando o tubérculo passado pelo calor. Com ela se preparam diversos pratos culinários. USO EXTERNO © Cataplasmas: Preparam-se acrescentando sumo de limão à farinha. Têm de ser aplicadas quentes.

Habitat: Originária do Brasil. Difundida por todas as regiões tropicais e subtropicais da América, Ásia e África. Adapta-se muito bem aos terrenos pobres e secos. Descrição: Arbusto da família das Euforbiáceas, com caules lenhosos, erectos e nodosos, que atinge até dois metros de altura. A raiz é tuberosa, branca, de até um metro de comprimento e 20 cm de diâmetro. Partes utilizadas: o tubérculo (raiz) tostado ou cozinhado.

4\ hj 9j H

MenthapulegiumL

Poejo Um grande a m i g o da digestão

M

U I T O antes de existirem os sprays insecticidas, a sabedoria p o p u l a r já utilizava as fumigações de poejo para afugentar os parasitas. Poejo vem do latim pulq&um (pulga), pois os antigos Gregos e Romanos já utilizavam os seus vapores para matar as pulgas.

As propriedades medicinais do poejo já se c o n h e c e m desde há milénios. Dioscórides, o g r a n d e m é d i c o e botânico grego do século I d . C , diz q u e «tem força de aquecer, de e m a g r e c e r e de digerir». -Enchi demasiado o estômago! Vou pedir u m a chávena de poejo para me ajudar a fazer a digestão - d i z o comensal de um r e s t a u r a n t e depois de uma opulenta refeição.

Outros nomes: Esp.: poleo, poleo menta, poleo común, poleo europeo, poleo negro. Fr.: pouliot. Ing.: [European] pennyroyal. Habitat: Cresce em lugares frescos, por vezes junto aos regatos, em toda a Europa. Difundido pelo continente americano. Descrição: Planta vivaz, da família das Labiadas, muito aromática, de 25 a 40 cm de altura. As flores agrupam-se nas axilas das folhas, são lilases, cor-de-rosa ou brancas, e têm um aroma que lembra o da casca de limão eoda hortelã. Partes utilizadas: toda a planta.

-Pois vou p e d i r o u t r a para m i m , porque me disseram q u e o poejo ajuda a aliviar a cabeça q u a n d o se b e b e u um p o u c o . . .

£P

Preparação e emprego

USO INTERNO

Precauções

Embora não seja contra-indicado no caso de úlcera gastroduodenal, deve-se usar com prudência e fora das épocas de crise.

O Infusão: Uma vez tirada a água do lume, e passada a fervura, acrescentam-se 10-20 g de poejo por litro de água e deixa-se infundir durante alguns minutos. Pode-se adoçar com mel. Como tónico digestivo, toma-se uma chávena depois de cada refeição. Nos casos de afecções

bronquiais ou de transtornos da menstruação, ingere-se uma chávena bem quente de duas em duas horas. USO EXTERNO © Bochechos com uma infusão mais concentrada (30 g por litro de água) do que para o uso interno. © Lavagens com a infusão concentrada.

461

Além de facilitar a digestão, o p o e j o acalma as dores das regras, especialmente nas jovens.

y

Deste m o d o o seu uso é indicado s e m p r e q u e se trate de facilitar os processos digestivos; na hipocloridria (falta de sucos no estômago); nas digestões pesadas; nos casos de mcteoíismo (excesso de gases) e de transtornos da vesícula biliar (clisquincsias

biliares, vesícula preguiçosa). • E x p e c t o r a n t e c antitússico: De utilidade nos catai TOS e na tosse convulsa IOI. • Emenagogo e antiespasmódico: Facilita a m e n s t r u a ç ã o e acalma as dores q u e p o d e m acompanhá-la IOI. • Vermífugo: Paia expulsar os parasitas intestinais toma-se u m a chávena bem cheia em jejum, d u r a n t e 5 dias seguidos IOI.

C e r t a m e n t e o poejo ajuda a resolver estes p r o b l e m a s . Pois b e m , se via muito m e l h o r não ter de usá-lo c o m o t r a t a m e n t o sintomático. Evitai os excessos é mais sábio do q u e c u r a r as suas consequências, m e s m o com uma coisa tão natural c o m o u m a tisana.

• Anti-séptico: Muito útil para bochec h a r em caso de mau hálito ou piorreia t©l. e para lavar feridas da pele 131. • Insecticida: Colocado em saquinhos e n t r e a roupa, afugenta as traças. Fsfregando-se o pêlo d o s animais d o mésticos c o m u m a infusão c o n c e n trada, maia os parasitas.

P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Toda

a planta contém óleo essencial (0,5%-1%) à base de pulegona, uma cetona n ã o saturada. C o n t é m t a m b é m mentona, limoiieno e outras c€tonas. Eis as suas p r o p r i e d a d e s : • Digestivo e tónico estomacal: Facilita os processos digestivos, a u m e n t a n do a secreção de sucos (gástrico, intestinal e pancreátieo) e estimulando a motilidade do estômago e do intestino d e l g a d o . K carminativo (elimina o excesso de gases) e c o m b a t e as ferm e n t a ç õ e s intestinais, a c a l m a n d o as d o r e s de cabeça de origem digestiva IOI. A u m e n t a t a m b é m a secreção de bílis (efeito colagogo). 462

Poejo-americano Na América do Norte existe o chamado poejo-americano (Hedeoma pulegioides Pers.)\ multo semelhante em aspecto e propriedades ao poejo comum. Os índios norte-americanos utilizam-no tradicionalmente para acalmar as dores de cabeça e as produzidas pela menstruação, assim como para curar feridas. * Esp.: poleo americano.

Ui K Trevo-dágua Aperitivo e febrífugo

/: £P

s

9j j

Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão com 15-30 g de folhas por litro, de que se toma uma chávena antes de cada refeição. © Sumo da planta fresca, à razão de uns 20 ml dissolvidos em água ou leite, 2-3 vezes ao dia. €) Pó: Administram-se 2-3 g repartidos em três tomas diárias.

O

TREVO-D'AGUA usa-se em litoterapia ;i partir cio século XVI, dado que, não sendo uma planta mediterrânea, não chegou a sei' conhecida pelos médicos da Grécia clássica. Actualmente só existe em pequena quantidade e, nalguns países, é mesmo uma espécie protegida. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-

OOlhas contêm um glicósido amargo (meniantina), responsável das suas propriedades tónicas sobre o aparelho digestivo. Faz aumentai" o apetite, estimula as secreções digestivas e, em geral, favorece a digestão. Recomenda-se em caso de atonia digestiva, peso no estômago ou gastrite crónica !©.©©!. Os seus efeitos são semelhantes aos da genciana (pág. 452). Contém também flavonóides e alcalóides ainda não bem estudados, que poderiam explicar as suas propriedades febrífugas, laxantes e eme* nagogas. Usa-se nos estados gripais 10.0,©!.

"v

Precauções

Outros nomes: trevo-dos-charcos. trifólio-fibrino. fava-d'água. fava-dos-pântanos, menianto. Brasil: trevo-

-aquático. Esp.: trébol de agua, trébol acuático, trébol fibrino, febrino. Fr.: ményanthe, trèfle d'eau. Ing.: buck bean. [marsh] trefoil. Habitat: Pântanos, lagoas e charcos da Europa Ocidental e da América do Norte. Pouco frequente. Espontâneo no Alto Minho e na Serra da Estrela. Descrição: Planta aquática vivaz, de 20-30 cm de altura, da família das Meniantàceas. Caule grosso, carnudo e rasteiro, enterrado no lodo. As folhas

Em doses elevadas é purgante e emético (provoca o vómito).

são de peciolo longo, divididas em três foliolos, e as flores são cor-de-rosa e agrupadas em cachos terminais. Partes utilizadas: as folhas.

463

Origanum vulgare L

J

IS *j

â AJ u a Preparação e emprego

Orégão USO INTERNO

Digestivo e anti-reumático

O Condimento: As suas folhas secas espalham-se em pó sobre diversas preparações culinárias. ©Infusão, com 15-20 g de planta por litro de água, da qual se ingere uma chávena depois de cada refeição. © Essência: Três tomas diárias, de 46 gotas cada uma. USO EXTERNO

O

ORÉGÃO é muito semelhante ã manjerona (pág. 369), embora, ao contrário desta, costume encontrar-sc em estado silvestre. É oriundo do Médio Oriente, e foi introduzido na Europa no século XVI.

Toda a planta é rica num óleo essencial que contém timol e canacrol, de acção sedativa, antiespasmódica c carminativa. Contém além disso llavonóides e ácido ursólico, aos quais se atribuem as suas propriedades anti-reumáticas. O seu uso é indicado nos seguintes casos: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

• Transtornos digestivos: dispepsia (má digestão) de origem nervosa, flatulência, espasmos ou cólicas dos órgãos digestivos IO.€>l. Pela sua acção carminativa (combate os gases intestinais), é um bom condimento para legumes, sopas e pizzas (Ol. • Afecções respiratórias acompanhadas de tosse seca ou irritativa, como a laringite (irritação da garganta) ou a tosse convulsa. O orégão tem também acção expectorante, béquica e antitússica, tanto em uso interno IO.© ©1 como externo IO). • Dores musculares, torcicolos e lumbago, aplicado externamente tanto

em cataplasmas 10] como em fricções sobre a pele 101. 464

O Inalações de vapor, nas afecções respiratórias, adicionando um punhado de planta à água. 0 Cataplasmas: A planta esmagada aquece-se numa caçarola e aplica-se envolvida num pano sobre a zona dorida ou inflamada. O Fricções: Podem-se fazer com várias gotas de essência aplicadas directamente sobre a zona afectada. Para as fricções, a essência também pode dissolver-se em álcool.

Outros nomes: Orégào-vulgar, manjeronabrava, manjerona-selvagem. Brasil: orégano. Esp.: orégano, orégano común, orégano de Espana, mejorana [silvestre}. Fr.: origano [communj, marjolaine sauvage. Ing.: wild marjoram. mountain mint, orégano. Habitat: Difundido por toda a Europa, em terrenos de altitude média, soalheiros, secos e pedregosos. Naturalizado no continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas, cujos caules erectos atingem até 60 cm de altura. As folhas são pequenas, de cor rosa-púrpura. Partes utilizadas: As sumidades floridas.

Pimpinela anfsumL

Qj

^

4) é% Preparação e emprego

Anis-verde USO INTERNO

Digestivo e galactagogo

O Infusão com uma colherzinha de café (3 g) de frutos por chávena de água. Tomam-se até 3 chávenas quentes por dia, de preferência depois das refeições. Pode-se adoçar com mel.

A

S PROPRIEDADES culinárias e medicinais desta p l a n t a já eram conhecidas no Egipto e na Grécia, e m b o r a t e n h a m s i d o os Árabes que, na Idade Média, a introduziram na P e n í n s u l a e na E u r o p a . Andrés de Laguna, distinto m é d i c o e botânico espanhol do Renascimento, que traduziu para c a s t e l h a n o e comentou as obras de Dioscórides, disse desta planta, e n t r e o u t r a coisas, q u e «corrige a c o r r u p ç ã o e h e d i o n d e z do hálito, resolve as i n o p o r t u n a s ventosidades e os arrotos azedos.» O anis chamou-se t a m b é m , em Espanha, "lorna-maritos", pois leva a que os maridos q u e t e n h a m a b a n d o nado as suas esposas, devido ao m a u hálito destas, voltem para elas... Mais uma das muitas aplicações q u e esta planta pode c o n t i n u a r a ter. PROPRIEDADES

E

INDICAÇÕES:

De-

vem-se s o b r e t u d o à sua essência, o anetol, q u e , e n t r e t a n t o , isolada d o resto dos princípios activos da planta e concentrada, p e r d e as suas virtudes curativas e p o d e , inclusivamente, tornar-sc tóxica (produz convulsões). A isto se deve o facto de os licores de anis fabricados com esta essência n ã o possuírem p r o p r i e d a d e s medicinais, e sim efeitos tóxicos, devidos tanto ao álcool como ao anetol. Pelo contrário, o fruto do anis, tal como nos é oferecido pela natureza, acha-se praticamente isento dos riscos da essência. Isto deve-se, em parte, a que, além do anetol, c o n t é m o u t r a s

® Infusão para lactentes: Para os bebés prepara-se a infusão com uma ou duas coIherzinhas de café (3-6 g) de frutos secos num quarto de litro de água (250 ml). Pode-se adoçar com uma colherzinha de açúcar (o mel não é bem toerado pelos lactentes). Vai-se dando à criança pelo biberão ou por uma colher no decorrer do dia. €) Essência: de 1 a 5 gotas, 2 ou 3 vezes ao dia. O P ó : até 2 gramas diários.

Outros nomes: erva-doce. Esp.: anis, matafahuga, híeròa dulce, simiente dulce. Fr.: anis [vert], petit anis. Ing.: anise. Habitat: Originário dos países do Médio Oriente, embora a sua cultura se tenha expandido pelos países do Mediterrâneo. A Espanha é um dos principais produtores do mundo. Em Portugal a planta está aclimatada e cresce espontaneamente. Descrição: Planta de 50 a 80 cm de altura, da família das Umbelíferas, com caule estriado e flores esbranquiçadas agrupadas em ramalhetes (umbelas). O fruto é um grãozinho ovalado, que exala um delicioso aroma. Embora pertença á mesma família da venenosa cicuta (pág. 155), é fácil distingui-la desta, tanto pelo seu aroma típico como pelas suas características. Parte utilizada: os frutos.

465

As vacas, assim como as ovelhas, aumentam a sua produção de leite quando t o m a m anis com a forragem. As mães que amamentam também podem aproveitar a acção gaiactagoga desta planta. Além disso, como o anis passa para o feíte materno, este torna-se mais digestivo e antiflatulento para o bebé.

A infusão ou a essência, que se preparam com os pequenos frutos do anis, exercem uma notável acção digestiva e antiflatulenta. Isto não acontece com os licores de anis que, devido ao seu elevado grau alcoólico, são totalmente desaconselháveis.

substâncias como fenóis, ácido máliCO, açúcares e colina. São estas as suas propriedades: • Sobre o aparelho digestivo: O anis é O protótipo das plantas com acção carminativa, aperitiva, tonificante do estômago e digestiva. Limpa os intestinos de fermentações e putrefacções IO,©,©). Faz parte da "tisana das quatro sementes", juntamente com a alcaravia, o lancho c o coentro (págs. 355, 360,447), da qual Font Quer afirma que não há ilato que lhe resista. Nas crianças pequenas e bebés tor466

na-se muito eficaz no caso de gases ou de diarreias malchcirosas l©l. E um bom hábito dar infusões de anis aos lactentes, à maneira de refresco. * Sobre o aparelho respiratório: Expectorante. Facilita a eliminação das mucosidades bronquiais, tornando-as mais fluidas. Convém aos asmáticos e bronquiticos. Recomenda-se especialmente aos que seguem um plano para deixar de fumar, pois actua como um verdadeiro antídoto da nicotina e dos alcatrões do tabaco: limpa os brônquios de mucosidade irritante e lac i-

lita a regeneração das células mucosas IO.0.O). Além disso substitui, por um aroma fresco, o cheiro a tabaco do hálito de quem acaba de deixar de fumar. • Sobre a glândula mamária: Acção gaiactagoga, isto é, que aumenta a produção de leite (O.0.OI. Por isso os criadores de gado dão anis ás vacas e ovelhas, misturando-o com as rações. Curiosamente, o anis é eliminado com o leite, pelo que as mães que amamentam, quando o tomam, beneficiam também os seus bebés.

Quassia amara L

K) A

a a n

D

Preparação e emprego

Quássia Digestiva e febrífuga

Q

UASSI era o nome de um nativo da Guiana, escravo, que em 1756 revelou o seu segredo para curar as lebres a um oficial holandês que o tinha protegido. Tratava-se da quássia-amarga, um arbusto da Guiana.

Contém resina, mucilagens, pectina, canino e o alcalóide qwassiiva, de sabor muito amargo, que é o princípio activo mais importante desta planta, ao qual deve as suas propriedades e indicações como: • Tónico estomacal, digestivo e aperitivo. Aumenta a secreção do suco ásuico e Favorece o funcionamento da vesícula biliar (acção colagoga) lOI.Pã muito bons resultados no caso de dispepsia (digestão lenta ou difícil). •Febrífugo: Muito útil como tratamento sintomático das lebres tropicais 101. •Vermífugo: Km forma de enema (clister). consegue eliminar os oxiúros parasitas que costumam localizasse no recto e no ânus, onde geralmente não chega o efeito dos medicamentos tomados por via oral 101

USO INTERNO

O Decocção ou maceração de 5 a 10 g por litro de água, de que se toma uma chávena antes de cada refeição. USO EXTERNO

& Clisteres: Fazem-se com a mesma decocção que serve para o uso interno. Aplicam-se uma vez por dia, como vermífugo.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

5

Precauções

Doses altas produzem vómitos. Recomenda-se evitar o seu uso em caso de úlcera gastroduodenal, e, para as mulheres, durante as regras (provoca cólicas uterinas).

Quássia-da-jamaica Posteriormente à descoberta da quássia-amarga, encontrou-se na ilha da Jamaica uma outra árvore semelhante, com as mesmas propriedades curativas, mas muito mais alta, a que se chamou quássia-da-jamaica {Picraena excelsa l.)' ' Esp.: cuasia de Jamaica.

Outros nomes: pau-amargoso, pau-quássia, quássia-amarga, quássia-amargosa: Brasil: morubá, quina-de-caiena, quássia-do-surinan, pau-amarelo. Esp.: cuasia, paio de cuasia, cuasia amara, cuasia surinamense, quina de Cayena, copachtli, guavito. Fr.: quassie-amère. Ing.: quassia. bitterash. Habitat: Cresce espontânea e cultivada nas Artilhas, Guiana. Suriname e regiões tropicais da América Central. Descrição: Arbusto ou árvore da família das Simarubaceas, com flores vermelhas dispostas em cachos terminais. Partes utilizadas: a casca e a madeira do tronco e da raiz.

467

«j

Rlbes mbrum L

L*J

4 a

Groselheira Tonifica os órgãos digestivos

E

STE BELO arbusto faz lembrar, à primeira vista, a videira, pelas .suas folhas palmadas e cachos de bagas pendentes, cie cor vermelha e sabor agridoce, muito apreciadas pelo seu sabor agradável e propriedades estimulantes.

Sinonímia científica: Ribes spicatum Robs, Ribes silvesier Syme Outros nomes: groselheira-comum, groselheira-vermeiha, groselheira-rubra, groseiheira-dos-cachos. Esp.: grosellero rojo, grosetlero de frutos rojos, corinto, uva de senora. Fr.: groseillier [à grappes], groseillier rouge. Ing.: [Northern red] currant. raisin íree. Habitat: Oriunda da Europa Central e do

IJ?

Norte da Ásia. Cresce espontaneamente nos bosques frescos dos Pirenéus. Esta planta é por vezes cultivada em Portugal, como em muitos outros lugares, incluindo o continente americano. Descrição: Arbusto não espinhoso de 1-1,5 m de altura, da família das Saxifragáceas. Os seus frutos, de cor vermelha e em cachos pendentes, contém várias sementes pequenas. Partes utilizadas: os frutos (bagas).

Preparação e emprego

O As groselhas podem comer-se frescas, em compota, xarope ou sumo, sem qualquer limite além daquele que é ditado pelo apetite.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS fru-

tos contêm ácidos orgânicos, açúcares, mucilagem e vitamina C. Têm propriedades aperitivas, digestivas, depurativas, diuréticas c laxantes. Os ácidos orgânicos que contêm (málico, cítrico e lartárico), estimulam as secreções do estômago e intestinos, facilitando e tonificando iodo o processo da digestão. As groselhas IOI tornam-se muito adequadas nos casos de • inapetência (falta de apetite), • convalescença de doenças febris e infecciosas, • reumatismo e gota, e • cálculos renais. 468

«A»-

V

Groselheira-negra

A groselheira-negra (Ribes nigrum L.)* distingue-se da vermelha precisamente porque os seus frutos maduros são negros. As bagas da groselheira-negra têm as mesmas pro* priedades que as da vermelha e até apresentam uma percentagem maior de vitaminas e minerais.

nóides de acção diurética, anti-inflamatória e anti-reumática. Usam-se em caso de reumatismo, gota, excesso de ácido úrico e litíase renal (cálculos nos rins), em forma de infusão (30 g por litro de água), da qual se tomam 3 chávenas diárias.

Da groselheira-negra também se usam as folhas, que contêm flavo-

* Esp.: grosellero negro.

Robinia pseudoacacfaL

maaa

!\

Acácia-bastarda

Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão com 15 a 30 g de flores por litro de água, de que se recomenda tomar uma chávena depois de cada refeição.

Útil contra a acidez d o estômago

A

ACAC1A-BASTARDA foi troduzida na E u r o p a no de 1601 p o r j e a n Robin, d i n e i r o do rei de F i a n ç a . Daí o

inano jarseu

USO EXTERNO @ Gargarejos com a mesma infusão que se usa internamente.

nome científico e também um dos nomes vulgares por que é conhecida. E m b o r a s e use c o m o p l a n t a o r n a mental, possui interessantes propried a d e s medicinais. As a b e l h a s elaboram com o néctar das suas flores um mel muito apreciado. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS flo-

res e as folhas c o n t ê m Havonóidcs, glicósidos (robinina), t a n i n o e um óleo essencial. São a n t i e s p a s m ó d i c a s (aliviam os espasmos das vísceras ocas), colagogas (facilitam o esvaziamento da bílis) e e m o l i e n t e s (suavizam a pele e as mucosas). Utili/am-se c o m o estomacais em caso de dispepsia (digestão pesada) e transtornos da vesícula biliar. Feia sua acção emoliente, protegem as mucosas do esófago e do estômago do excesso de ácido. Recomendam-se nos casos de pirose (acidez), esofagite e úlcera gastroduodenal (O). Em gargarejos aliviam as irritações da garganta 101.

&

Precauções

As sementes, a casca e as raízes, apesar do seu sabor doce, são tóxicas e provocam vómitos.

Árvore-da-goma-arábica

Sangrando os ramos de outras espécies de acácia, pertencentes à família das Mimosáceas, especialmente a Acácia nilotica (L) Del. (= Acácia arábica [Lasm.] Willd. = Mimosa nilotica L), obtém-se a goma-arábica, que é um grande emoliente, útil também contra a inflamação das mucosas digestivas, e que faz parte da composição de numerosos xaropes e preparados farmacêuticos. A árvore-da-goma-arábica, também conhecida como goma-arábica*, cultiva-se na África e na Ásia tropicais, e também na América, especialmente no Brasil e na Argentina, onde as suas folhas e vagens se usam por vezes para alimentar o gado, e a fibra para cordoaria. * Esp.: acácia gumffera.

Outros nomes: talsa-acácia, acácia-de•flores-brancas, robinia. Esp.: acácia falsa, acácia blanca, acácia espinosa, robinia. Fr.: robinier, faux acácia, acácia blanc. Ing.: [false] acácia. Habitat: Originária da América do Norte. Tem sido cultivada como planta ornamental em todas as zonas temperadas do planeta. Descrição: Árvore da família das Leguminosas, de 4 a 20 m de altura, com ramos providos de longos espinhos aguçados. As flores são brancas, em cachos pendentes, muito aromáticas e de sabor açucarado. Partes utilizadas: as flores e as folhas.

469

oj J J

Santolina chamaecyparissusL

Preparação e emprego

AbrótanoU S O INTERNO

•fêmea

COMO DIGESTIVO E EMENAGOGO:

O Infusão com 6 ou 7 capítulos florais por chávena de água. Ingere-se uma chávena depois de cada refeição. © Essência: 3 a 5 gotas de essência, três vezes ao dia.

Digestivo e vermífugo

COMO VERMÍFUGO:

© Infusão de uma colher de sobremesa de sementes por chávena de água, que se toma todas as manhãs durante uma semana. Repetir outro ciclo igual ao fim de um mês. Õ Pó de sementes: 2-4 g diários, misturado com mel ou sumos. USO EXTERNO ©Banhos quentes: Preparam-se acrescentando à água do banho 2 litros de infusão feita com um punhado grande de capítulos florais; ou então, juntando 10 a 20 gotas de essência na banheira.

A

ESTA PLANTA, que gosta do sol mediterrânico, também chamam guarda-roupa porque, colocados os seus ramalhetes floridos nos armários, protegem a roupa da traça e de outros insectos. Toda a planta, e especialmente as sumidades Floridas, contêm até 1% de essência, composta cie uma colona (a sautolinona), e um éster de natureza fenólica. Outros cios seus componentes são: taninos, resinas e um princípio amarPROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

As suas propriedades são muito semelhantes às da camomila (pág. 364): • Tónico estomacal, digestivo e antiespasmódico: Planta ideal para facilitar a digestão dos que sofrem do estômago 10,01. • Vermífugo: Muito útil contra os ascarídeos e oxiúros (parasitas intestinais) frequentes nas crianças l©,OI. • Emenagogo de efeitos suaves: provoca a menstruação IO.0I. • Aplicado externamente^ na água do banho 101, o abrótano-iêmea proporciona um agradável eleito emoliente (desinflama a pele), relaxante c sedativo. 470

Outros nomes: guarda•roupa, pequeno•limonete, roquete-dosjardins. Brasil: santolina. Esp.: abrótano hembra, guardarropa. Fr.: santoline fcyprèsj. Ing.: lavender cotton, groundcypres. Habitat: Planta própria dos países mediterrâneos, onde prefere os pedregais de terrenos calcários. Cultiva-se em jardins e hortas.

Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, que atinge de 20 a 50 cm de altura. As suas folhas são vilosas e acham-se finamente divididas, pelo que fazem lembrar as do cipreste. Flores terminais de cor amarela-ouro. De aroma forte e sabor amargo. Partes utilizadas: os capítulos florais e as sementes.

Sidentís angustífolia Lagasca

Í Q Q Q

£"\ UJ

Preparação e emprego

Siderita USO INTERNO

Pouco conhecida, mas eficaz como

O Infusão com 30-40 g da planta num litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas diárias.

digestiva e vulnerária

USO EXTERNO

© Compressas, empapadas na mesma infusão de uso interno. Fixam-se sobre a pele afectada mediante uma ligadura suave, e renovam-se cada 3 ou 4 horas. €) Lavagem das zonas afectadas com esta infusão.

A

SIDERITA é muito apreciada no Leste e no Sul de Espanha, o n d e o seu e m p r e g o se estendeu rapidamente nas últimas décadas. Começou a ser usada em veterinária, para c u r a r os a n i m a i s feridos, e SÃO tais os resultados conseguidos q u e se tornou de uso c o m u m e n t r e os camponeses e criadores de g a d o das regiões espanholas do Mediterrâneo. PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : Con-

tém uma essência com p r o p r i e d a d e s antibióticas, assim c o m o ilavonoidcs de acção anti-inllamatoria. Usa-se internamente, com muito b o n s resultados nas dispepsias, gastrites e úlceras gastroduodenais IOI. Possui uma intensa acção anti-inflamatória sobre o aparelho digestivo. A sua aplicação mais c o m u m é a vulnerária: cicatriza as feridas e cura as contusões com uma rapidez assombrosa. V. útil em toda a espécie de esíoladelas. golpes, feridas (infectadas ou não), úlceras cutâneas c infecções da pele I©.©].

M» Outros nomes: Esp.: rabo de gato, siderilide [de hoja estrecha], rabogato. hierba terral, zaharena. Habitat: Encostas incultas e baixas da costa mediterrânica espanhola, desde Tarragona até Málaga. Descrição: Planta de base lenhosa. da família das Labiadas, que atinge de 20 a 50 cm de altura. Dos seus raminhos erectos nascem umas flores de tom amarelo-limão. Partes utilizadas: as sumidades floridas.

471

3 U

Syringa vulgaris L

Preparação e emprego

Lilás Belo, amargo e medicinal

D

IZ UMA LENDA á r a b e q u e a Providência pôs d i a n t e de nós as formosas flores do lilás, q u e só duram algumas horas sem murchar, para q u e meditemos no carácter e f é m e r o d a beleza h u m a n a . Foram precisamente os Árabes q u e , no século X, introduziram este arbusto em Espanha, de o n d e se difundiu pelo resto da E u r o p a , e, a partir do século XVI. para o c o n t i n e n t e a m e r i c a n o . PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-

lhas, a casca e os frutos contêm um gliCÓsido e uma substância muito amarga conhecida c o m o siríngopicrína, sem e l h a n t e à quinina, aos quais se devem as suas propriedades: • Tónico estomacal, digestivo, aperitivo c adstringente: R e c o m c n d a - s e para combater as digestões pesadas e a flatulência intestinal IO). • Febrífugo c sudorífico: Especialm e n t e a casca. R e c o m e n d a - s e em caso de gripe ou de afecções febris IOI. • Anti-reumático: O lilás é de g r a n d e eficiência nos ataques de gota, c o m o ami-inilamaiório IOI. 472

USO INTERNO O Infusão de 30 g de folhas, casca ou frutos, num litro de água, da qual se tomam 3 chávenas diárias. Quando interesse obter um efeito febrífugo, prepara-se a infusão unicamente com a casca.

Outros nomes: lilaseiro. Esp.: lilo, //7a. Fr.: lilás. Ing.: lilac. Habitat: Oriundo do irão e da Turquia, mas cultivado como planta ornamental e aromática em diversas zonas de clima temperado da Europa e da América. Descrição: Arbusto florido muilo alraeníe, da família das Oleáceas, que pode medir de 1 a 5 m de altura. As suas flores estão reunidas em ramalhetes muito vistosos, e exalam um aroma muito intenso. Partes utilizadas: as folhas, os frutos e a casca.

Teucrium chamaedrysL

O!

âi j 3 Preparação e emprego

Carvalhinha USO INTERNO

Um aperitivo pouco conhecido

O Infusão de 15 a 20 g de flores e folhas por litro de água. Beber uma chávena antes das refeições. O efeito é maior se não se adoçar.

Maro

A

CARVALHINHA é u m a da.s plantas q u e crescem nos pedregais e nas fendas dos muros velhos, adornando-os com um suave tom de p ú r p u r a . Deve o seu n o m e latino a Teucro, príncipe de Tróia. Antigamente atribuíram-se-lhe, sem fund a m e n t o , muitas virtudes, c o m o , p o r exemplo, a de curar a gota. Os médicos do i m p e r a d o r Carlos I de Espanha receitaram-lhe c a r v a l h i n h a para lhe c u r a r a gota, m a s falharam. Depois disso, o imerecido prestígio desta planta, c o m o r e m é d i o p a i a quase iodos os males, decaiu até aos nossos dias. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-

tém um óleo essencial, taníno e princípios amargos. C o m o todos os amargos, tem um efeito tonificante na digestão, e é t a m b é m colagoga (favorece os esvaziamento da vesícula biliar). Utiliza-se c o m o aperitivo e corno tonificante do estômago IOI. Além disso, ajuda a eliminai - as flatulências (excessos de gases no tubo digestivo).

O

Licor de carvalhinha

A carvalhinha também se emprega em maceração alcoólica (licores e vinhos aperitivos), mas não a recomendamos assim, já que os evidentes efeitos negativos do álcool são superiores a todos os possíveis benefícios da planta.

O maro {Teucrium marum L ) \ pertence ao mesmo género da carvalhinha, à qual se assemelha na sua composição e propriedades. Embora seja originário do continente europeu, encontra-se naturalizado em regiões temperadas da América Central. Usa-se como digestivo e como tonificante em caso de astenia, tendência para o desmaio e hipotensão arterial (tensão baixa). A infusão prepara-se com 10-15 g por litro de água, tomando-se até 5 chávenas por dia. ' Esp.: maro.

Outros nomes: camédrios, erva-carvalha, erva-carvalhinha. carvalho-pequeno. Brasil: têucrio. Esp.: camedrio, germandrina, encinilla, carrasquilla, hierba lercianera, pata de gallo, sanguinária. Fr.: germandrée, petitchêne. Ing.: [chamaedrys] germander, wall germander. Habitat: Terrenos calcários e pedregosos da Europa. Foi exportada para o continente americano, embora seja ali pouco conhecida. Descrição: Planta da família das Labiadas, de 10 a 30 cm de altura. O caule e a face inferior das folhas acham-se cobertos de pêlos. As flores sào de cor púrpura e crescem ao longo do caule. Partes utilizadas: as flores e as folhas.

473

Trigonella foenum-graecumL >

£"* \\J\

AJ

£fz ">%

Alforva

JÉI

fi h

Preparação e emprego

Desinflama e alimenta

USO INTERNO

O Decocção com uma colherada de farinha de sementes por cada chávena de água. Toma-se em forma de papa ou puré. Pode-se acrescentar mel ou açúcar escuro. © Extracto seco: 1 grama em cada uma das três refeições diárias.

A

ALFORVA é u m a das plantas medicinais mais antigas. O papiro de Ebers, d o c u m e n t o médico egípcio do século XV a . C , já a recomendava c o m o emplastro para curai as q u e i m a d u r a s . Hipócrates salienta as p r o p r i e d a d e s curativas da mucilagem c o n t i d a na sua farinha. Nos países árabes a i n d a se cultiva c o m o planta forraginosa para o gado. Deu-se-lhc o n o m e de jheuutn graecum (feno g r e g o ) p o r q u e se cultivava a b u n d a n t e m e n t e em todos os países mediterrâneos, e em especial na Grécia, apesar de a sua proveniência ter sido originalmente o Médio O r i e n t e .

USO EXTERNO

O Decocção com 100 g de sementes trituradas (ou de farinha) por litro de água. Deixar ferver durante um quarto de hora. Aplicam-se em forma de cataplasmas sobre a zona afectada (frias para o tratamento das hemorróidas, quentes nos restantes casos). O Banhos de assento: Tomam-se com 2-3 litros da decocção descrita, fria.

P R O P R I K D A D E S E INDICAÇÕES: AS se-

mentes da alforva são muito ricas em mucilagens e em proteínas. Em uso interno téin uma suave a c ç ã o l a x a n t e , além de desinilamar e p r o t e g e r todas as mucosas digestivas (acção emoliente das mucilagens) IO,01. Disto resulta q u e se estimulem lodos os processos digestivos, facilitando um melhor aproveitamento de outros alimentos. Embora se d i s p o n h a hoje de muitos tipos de reconstituintes, a FARINHA de sementes de alforva c o n t i n u a a ser um remédio muito aconselhável para os inapentes (que sofrem de falia de apetite), magros e anémicos (O). Provoca o a u m e n t o do apetite e permite e n g o r d a r de maneira natural. Tcm-se utilizado com êxito na convalescença dos tuberculosos. C o m o , além de t u d o o mais, a alforva fornece ainda proteínas de fácil assimilação (27% do peso das sementes), minerais (ferro, fósforo, e n x o fre) e vitaminas, as m u l h e r e s orientais iitili/am-na para a r r e d o n d a r as suas formas, satisfazendo assim o gosto estético dos esposos Talvez a aplicação da alforva hoje mais generalizada seja a externa. A de474

Outros nomes: fenacho, feno-grego, ervinha, alfarva, alforba. alforía, alíorna. Brasil: alíorga. Esp.: alholva, fenogreco, trigonela. Fr.: fenugrec, trigonelle. Ing.: fenugreek. Habitat: Planta originária do Médio Oriente, introduzida na Europa Ocidental a partir da Idade Média. Cresce entre as searas e nas terras de lavoura. Descrição: Pertence à família das Leguminosas, e não costuma ir além de meio metro de altura. Produz umas vagens estreitas e compridas, curvas, dentro das quais se encontram entre 10e20 sementes amarelas. Toda a planta tem um cheiro característico não muito agradável. Partes utilizadas: as sementes.

cocção feita com s e m e n t e s de alforva p r o d u z u m a pasta rica em mucilagens, m u i t o eficiente nos s e g u i n t e s casos: • H e m o r r ó i d a s . Aplicada directam e n t e sobre o ânus l©l em forma de cataplasma fria, nu em b a n h o de assento IO); dcsinllama-as e reduz-lhes o tamanho. • Afecções da pele: Feridas de difícil cicatrização, úlceras da p e l e . grelas

dos mamilos e dos lábios, aplicada em cataplasmas; limpa e permite a sua cicatrização, E igualmente útil no caso de abcessos, furúnculos ou borbulhas infectadas, e na celulite, já q u e favorece a d r e n a g e m e limpeza da pele [©I.

• Articulações inflamadas ou dolorosas (artrites, artroses, reumatismo articular); t a m b é m em forma de cataplasma q u e n t e l©l.

Verónica offttinallsL.

ê% ftJ « Preparação e emprego

Verónica Um substituto do chá e cosmético

USO INTERNO

O infusão: 30-40 g da planta por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas diariamente. Quando se usa como aperitivo deve ser ingerida antes das releições. © Sumo da planta fresca: Ingerem-se 2 ou 3 colheradas antes de cada refeição. USO EXTERNO

N

OS PAÍSES do Norte da Europa, a infusão de verónica usa•se como substituto do chá, pelo seu eleito tonificante natural, isento de eleitos indesejáveis.

Contém tanino e uma substância amarga (aucubosido), que a fazem adstringente, tonificante, aperitiva e digestiva; saponinas e sais minerais, de efeito expectorante, diurético e depurativo; e resina, manitol e ácidos orgânicos, a que possivelmente se deve a sua acção emoliente sobre a pele. Tem as seguintes indicações:

© Compressas: Preparam-se com uma decocção de 30-40 g por litro de água. Deve ferver durante 10 minutos. Aplicam-se directamente sobre a pele. O Loções com esta mesma decocção.

Becabunga

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

•Afecções digestivas: inapetência, peso no estômago. Dá bons resultados nas enxaquecas de origem digestiva, causadas por uma má digestão IO.0I. • Afecções respiratórias: faringite, calai TOS, tosse, bronquite e asma (previne as crises). Ê também aiititussica e bcquica (suavi/.anle da garganta) 10,0). • Diurética, depurativa, estimulante natural. Proporciona uma sensação de bem-estar IO.QI. • Pele: Usa-se para lavai os eczemas, para acalmar o prurido (comichão), para suavizar a pele ressequida pelo frio nas regiões Irias, e como cosmético IO.O).

Esta espécie de verónica (Verónica beccabunga L), conhecida como becabunga*. tem propriedades curativas semelhantes às da verónica-oficinal. As folhas carnudas da becabunga usam-se como o agrião (pág. 270). * Esp.: verónica becabunga.

Outros nomes: verónica-das-boticas, verónica-das-farmácias, verónica-da-alemanha. verónica•oficinal, verónica-macho, carvalhinha. chã-da•europa, erva-dos-leprosos. Esp.: verónica, verónica macho, té de Europa, hierba de los leprosos, triaca. Fr,: véronique, thé d'Europe. Ing.: [low] speedwell, verónica. Habitat: Terrenos siliciosos, bosques e prados de toda a Europa, excepto na região mediterrânea. Cria-se nas regiões frias da América do Norte e do Sul. Descrição: Planta vivaz de caule rasteiro, da família das Escrofulariáceas, que atinge até 40 cm de altura. Com folhas de bordo dentado, suavemente vilosas, e flores de cor azul-pálida, dispostas em espiga terminal. De cheiro suave e sabor amargo. Partes utilizadas: a planta inteira.

475

PLANTAS PARA O INTESTINO SUMÁRIO DO CAPÍTULO

J

DOENÇAS E APLICAÇÕES Antidiarràcos, plantas Atonia intestinal Cólica intestinal Colite Cólon irritável

480 485 483 482 483

Diarreia, ver GastreníerUe

481

Disbacteriose intestinal Disenteria

479 482

Espasmo intestinal,

Há plantas medicinais muito eficazes como laxantes e como adstringentes. Outras. como a maçã, normalizam o trânsito intestinal.

ver Cólica intestinal Fermentações intestinais Flava intestinal, alterações, ver Disbaderiose intestinal Gases intestinais Gastrenterite Intestino, alterações da flora, ver Disbacteriose intestinal Intestino, atonia Intestino, eólica fn tesíin o, espas mo, ver Cólica intestinal Intestino, fermentações Intestino, gases Intestino, lombrigas, ver Parasitas intestinais Intestino, parasitas

483 479 479 478 481 479 485 483 483 479 478 486 486

Intestino, vermes, Ter Parasitas intestinais 486 Laxantes, plantas 484 Lombrigas, ver Parasitas intestinais . .486 Parasitas intestinais 486 Plantas antidiarreicas 480 Plantas laxantes 484 Plantas purgativas 477 Prisão de ventre 485 Purgativas, plantas 477

476

Vermes intestinais, ver Parasitas intestinais

486

PLANTAS Alfarrobeira Alfanobeira-das-antilhas Alfanobeira-negia Amieiro Amieiro-negro Amieiro-rubro Anona lialsamita Beldroega Bons-dias Briónia liriánia-branca Canafishda Cáscara-sagrada Castanheiro Cinco^m-rama Cinco-em-rama-americana Colútea Coronilha-de-frade Corrida Epilóbio Epilóbio-peludo Erva-dos-vemes = Tanaceto Espinheiro-cerval Faia Feto-macho Fràngula = Amieiro-negro Globulária Goiabeira Jalapa falapafalsa Labaça Linho

497 497 497 487 526 488 489 537 518 491 490 490 494 528 495 520 520 498 503 491 501 501 537 525 502 500 526 503 522 499 499 532 508

IDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:

V

D e s c r i ç ã o

J Linho-bravo Linho-das-pradarias LmJuhfmrgante Macieira Malva Nogueira Nogveira-prela Norca-branca = Bruma Orelha-de-lebre = Pilosela Paciência-dos-jardins = Labaça Pau-rosa-das-canárias Pereiro = Macieira Pilosela Pimpinela-menor Pimpinela-oficinal Podofilo Rabáfbaro Rícino Romãzeira Ruibarbo

509 509 509 513 511 505 506 490 504 532 491 513 504 533 534 517 530 531 523 529

Plantas purgantes

São plantas que provocam uma evacuação diarreica. Exercem uma acção laxante muito intensa, geralmente acompanhada de irritação do intestino. Devem-se usar com prudência, e é recomendável a consulta médica para despistar Qualquer causa de prisão de ventre devida a alguma oclusão intestinal mecânica (tumor, volvo ou torção intestinal, etc-h em cujo caso são contraindicadas.

Planta

Pág.

Parte Utilizada

Lírio

315

Rizoma

Bons dias

491

Raiz, folhas

Sene-da-india

492

Folhas, sementes

Jalapa

499

Raiz

Globular ia

503

Folhas

Espinheirocerval

525

Frutos

Amieiro-negro

526

Casca

Cãscarasagrada

528

Casca

Ruibarbo

529

Rizoma

Rícino

531

Sementes, folhas

Aloés

694

Sumo das folhas

Açafroa

751

Frutos

Ruibarbo-das-hortas 530 Ruibarbo-pahnado 530 Snlepeirn-tnaior * Saliriào-macho . . . . 512 Salgueirinha 510 Salicária • Salgiteitinha 510 Sa /igu issorba-ofián a l = Pimpinela-oficinal 534 Satirião-macho 512 Sene-da-tndia 492 Sene-americano 493 Sene-de-alexandria 493 Sene-de-espanha 493 Sorvara 535 Tamarindeiro 536 Tanaceto 537 Tormentila 519 Tramazeira 535 Zaragatoa 515 Zaragatoa-arenária 515

As sementes do linho (pág. 508) são um dos laxantes mais eficazes e seguros.

T

ODO o canal do intestino é sensível à acção das plantas medicinais. São dois os principais efeitos que estas exercem sobre a mucosa intestinal: • Laxantes e purgantes: Facilitam ou aceleram o trânsito intestinal. As plantas laxantes são também emolientes, isto é, suavizastes da mucosa intestinal. • Adstringentes: Secam e conslringem a pele e as mucosas. Ao diminuir a secreção das mucosas, exercem uma acção antidiarreica. Também coagulam os pequenos vasos sangrantes (acção anti•hemorrágica). Quase todas as plantas adstringentes devem a sua acção aos taninos que contém. Os taninos coagulam as proteínas das células superficiais, com o que secam, endurecem e desinflamam a pele e as mucosas. A maior pane das plantas medicinais que actuam sobre o intestino têm a capacidade de regular o trânsito intestinal, pondo o organismo nas melhores condições para que a cura seja completa, e não meramente sintomática. E não esqueçamos que, para o tratamento das afecções intestinais, é necessário, além disso, seguir um regime alimentar adequado.

477

C a p . 2 0 : PLANTAS PARA O I N T E S T I N O

Doença

Planta

GASES INTESTINAIS

CENOURA

133 que evita os gases intestinais

ALHO

230

ENDRO

349 Contém uma essência carminativa

Infusão de sementes

MAC E U

350

Digestiva, carminativa

Infusão, pó ou essência de capítulos florais

ALCARAV1A

355

Poderoso antiflatulento

Infusão ou essência dos frutos

ASSA-FÉTIDA

359

FUNCHO

360

CAMOMILA

^64

Normalmente são produzidos por fermentações intestinais devidas a intolerância digestiva em relação a alguns alimentos, ou a alterações na flora bacteriana do intestino. As plantas que aqui se indicam têm uma acção carminativa, ou seja, favorecem a expulsão dos gases produzidos pelas fermentações intestinais. A acção carminativa destas plantas costuma ser devida às suas essências aromáticas. O carvão vegetal, seja de faia, seja de álamo ou de outras árvores, exerce também uma notável acção antiflatulenta, se bem que por um outro mecanismo: absorve, isto é, retém na superfície das suas partículas urna grande quantidade de toxinas e de gases intestinais. Além da ingestão de alguma ou várias destas plantas, o tratamento do excesso de gases intestinais requer mudanças de hábitos alimentares, com o fim de eliminar os produtos causadores da flatulência. O leite, os legumes, o pão branco e os bolos, costumam ser os aiimentos que mais frequentemente causam flatulência.

Erva-iormigueira

Anis-estrelado

Contém um óleo essencial

Alivia as cólicas e as flatulências intestinais Facilita a expulsão dos gases intestinais, estimula os movimentos peristálticos Regu'3 e normaliza o funcionamento intestinal, carminativa

Infusão de sementes Cru, extractos, decocção de dentes de alho

"Lágrimas" da sua resina Infusão ou essência das sementes Infusão de capítulos florais

JO

„£ Elimina os gases e as putrefacções ° intestinais

Infusão de folhas e sumidades floridas, essência

MANJERONA

369 Antiespasmódica, digestiva

Infusão de sumidades floridas, essência

PIMENTEIRA

370

Os frutos secos

SEGURELHA

374 Aperitiva, antiespasmódica, carminativa Infusão ou essência da planta

CÀLAMO•AROMÂTICO

424 Aperitivo, carminativo

Decocção ou infusão de rizoma

flurci ir» ANGÉLICA

A OP. Facilita a digestão, elimina os gases 4^b e as fermentações intestinais

Infusão ou decocção de raiz

ESTRAGÃO

430 Aperitivo, digestivo e carminativo

Como condimento, infusão ou essência da planta

ERVA-FORMIGUERA

Carminativa em pequenas doses

439 Tónico estomacal, carminativo

Infusão de folhas e flores Infusão, pó ou essência dos frutos

COMINHO

449 Aperitivo, digestivo e carminativo

ANIS-ESTRELADO



Facilita a digestão, elimina os gases e flatulências

Infusão de frutos, extracto seco

POEJO

461

^'' m ' n a 0s g a s e s combate as fermentações intestinais

Infusão

ORÉGÃO

464 Sedante, antiespasmódico, carminativo

ANIS-VERDE

465

CARVALHINHA

. 7 , Tonificante do aparelho digestivo, elimina as flatulências

Infusão de flores e folhas

FAIA

CQP Adsorvente, desinfectante, combate fermentações e gases intestinais

Carvão da madeira

PIMPINELA-WENOR

533 Carminativa, facilita a digestão

Decocção da raiz

MONAROA

634 Facilita a digestão, carminativa

Infusão de flores

fiQi 691

ABACATEJRO CHOUPO-NEGRO

478

Elimina as bactérias do cólon causadoras de flatulências

Uso

HORTELÃ-PIMENTA

MiiPPrtnn MILEFÓUO Anis-verde

Pág. Acção

719

Carminativo, aperitivo, limpa os intestinos de fermentações e putrefacções

Tónico digestivo, diminui as ,e rmen t a ções intestinais Digestivo e carminativo

760 Adsorve as toxinas digestivas

As folhas secas como condimento ou em infusão Infusão de frutos, essência

Infusão de sumidades floridas Infusão das folhas Carvão vegetal

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:

Doença

Planta

FERMENTAÇÕES INTESTINAIS

ALFAZEMA

161 intestinais

ARANDO

260

LUZERNA

Costumam produzir-se como consequência de uma íalta de enzimas e sucos digestivos. Normalmente, os alimentos devem ter sido digeridos e absorvidos para o sangue no intestino delgado, de forma que ao intestino grosso cheguem unicamente a água e os resíduos não absorvíveis, como a fibra vegetal. Se, porém, assim não acontece, devido a uma falta de sucos digestivos, e chegam ao intestino grosso nutrientes por digerir, as numerosas bactérias que ali habitam fermentam os ditos nutrientes. Desta forma se produzem abundantes gases, contorções intestinais e até colites. Estas plantas diminuem as fermentações intestinais por diversos mecanismos, contribuindo de forma muito acentuada para o bom funcionamento digestivo. As carnes e os alimentos de origem animal são os principais causadores de putrefaccões intestinais.

Pág. Descrição

Uso

Anti-séptica, evita as putrefacções

Infusão de sumidades floridas, essência

Normaliza o funcionamento do intestino, evita as flatulências devidas a putrefacções intestinais

Sumo fresco ou decocção de frutos, infusão de folhas

269 pela sua riqueza em enzimas

Combate as fermentações intestinais

Brotos tenros, sumo fresco, infusão

EUCALIPTO

304 Absorve as toxinas intestinais

Carvão da madeira

ANGÉLICA

426

Facilita a digestão, elimina os gases e as fermentações intestinais

Infusão ou decocção da raiz

ANIS-ESTRELADO

455

Facilita a digestão, elimina os gases e flatulências

Infusão de frutos, extracto seco

ANIS-VERDE

465

Carminativo, aperitivo, limpa os intestinos de fermentações e putrefacções

Infusão de frutos, essência

FAIA

502

Adsorvente, desinfectante, combate fermentações e gases intestinais

Carvão da madeira

LINO

Regenera a flora intestinal, 508 regula os processos de putrefacção e fermentação

Decocção ou maceração de sementes

ABÚBORA

605

Suavizante intestinal, anti-inflamatória

Polpa do fruto

MILEFÓUO

691 diminui as fermentações intestinais

Tónico digestivo,

Infusão de sumidades floridas

QUINA

752

Aperitivo, tonificante, combate as fermentações intestinais

Maceração, infusão de casca

CHOUPO-NEGRO

760 Adsorve as toxinas digestivas

Infusão

769 por desequilíbrio da flora intestinal

Combate as putrefacções intestinais

Infusão de sumidades floridas, essência

por) Equilibra a flora intestinal. Respeita a flora saprófita normal

Cru, extractos, decocção de dentes de alho

Trava o desenvolvimento excessivo 260 dos colibacilos causadores de disbacteriose intestinal

Sumo fresco ou decocção de frutos, infusão de folhas

204 Re6ula a flora intestinal, travando os processos de putrefacção

Crua, sumo fresco, cozida ou assada

304 Absorve as toxinas intestinais

Carvão da madeira

ego Adsorvente, desinfectante, combate fermentações e gases intestinais

Carvão da madeira

520 Adstringente, anti-séptica

Decocção de rizoma e raiz

760 Adsorve as toxinas digestivas

Carvão da madeira

-jcn Combate as putrefacções intestinais por desequilíbrio da flora intestinal

Infusão de sumidades floridas, essência

766 devidos a fermentações

TOMILHO

DlSBACTERIOSE INTESTINAL ALHO No intestino grosso existe normalmente uma grande quantidade de microrganismos bacterianos, que constituem a flora ARANDO intestinal. Estas bactérias desempenham diversas funções insubstituíveis no processo digestivo, além de produzir CEBOLA certas vitaminas, como a K. Devido à acção dos antibióticos, especialmente quando são ingeridos por via EUCALIPTO oral, ou como consequência de colite, a flora intestinal pode alterar-se: uns ti- FAIA pos de bactérias predominam sobre outras, e algumas podem diminuir ou até CINCO-EM-RAMA desaparecer. Esta alteração da flora é conhecida CHOUPO-NEGRO como disbacteriose intestinal, e pode ser resolvida com a ajuda destas plantas TOMILHO

Carvão da madeira

Acalma os espasmos intestinais

SALVA-ESCLAREIA

Tomilho

medicinais.

D e s c r i ç ã o

479

1

C s p . 2 0 : PLANTAS PARA 0 I N T E S T I N O

Plantas antidiarreicas São plantas que detém as diarreias. A sua acção produz-se por um ou vários dos seguintes mecanismos: adstringente, absorvente ou adsorvente, anti-séptico e antiespasmódico intestinal (relaxam a musculatura do tubo digestivo)Planta

Pág. Parte Utilizada

Planta

Pág. Parte Utilizada

Cenoura

133

Raiz

Nogueira

505

Folhas, frutos (casca)

Erva-de-são•roberto

137

Toda a planta

Salgueirinha

510

Sumidades

Verbena

174

Toda a planta

Satirião-macho

512

Tubérculo

Chá

185

Folhas

Macieira

513

Frutos

Ratânia

196

Raiz

Tormentila

519

Rizoma

Bistorta

198

Rizoma

Cinco-em-rama

520

Rizoma, raiz

Agrimónia

205

Folhas, flores

Goiabeira

522 Folhas, casca da raiz

Alho

230

Bolbos

Romãzeira

523

Flores, frutos

533

Toda a planta

534

Toda a planta

Pimpinela-menor Pimpinela-oficinal

Pervinca

244

Folhas

Arando

260

Frutos, folhas

Erigerão

268

Folhas

Tramazeira

535

Frutos

Urtiga-maior

278

Toda a planta

Silva

541

Folhas, caules, frutos

Murta

317

Folhas, frutos

Videira

544

Folhas

Trevo-dos•prados

340

Flores, folhas

Medronheiro

563

Frutos, folhas, casca

Verbasco

343

Flores, folhas

Urze

570

Sumidades

Nèveda-dos-gatos

367

Sumidades, folhas

Morangueiro

575

Folhas

Argentina

371

Folhas, flores

Vara-de-ouro

594

Sumidades

Abrunheiro-bravo

372

Frutos

Pé-de-leão

622

Toda a planta

Segurelha

374

Folhas, flores, caules

Urtiga-branca

633

Folhas, flores

Calumba

446

Raiz

Roseira

635

Flores

Jasónia

456

Folhas, sumidades

Salva

638

Folhas

676 Casca, folhas, flores 703

Mandioca

460

Raiz

Salgueiro-branco

Amieiro

487

Casca

Cinoglossa

Anona

489

Folhas

Figueira-da-india 718

Frutos

Castanheiro

495

Casca, folhas

Ulmeiro

734

Madeira (carvão)

Alfarrobeira

497

Frutos

Choupo-negro

760

Madeira (carvão)

Epilóbio

501

Flores, raiz

Rosa-canina

762

Folhas, raiz

Faia

502

Madeira (carvão), casca

Framboeseiro

765

Folhas, flores

Pilosela

504

Toda a planta

Tomilho

769

Toda a planta

480

A bistorta (pág. 198) é um poderoso adstringente que seca, desinfJama e cicatriza, tanto a mucosa da boca femprega-se para a inflamação das gengivas) como a mucosa intestinal em caso de diarreia.

Raiz, folhas

A faia (pág. 502) proporciona uma madeira muito apreciada, pelo carvão de acção antidiarreica e antitóxica que dela se obtém.

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2

Parte:

y

D e s c r i ç ã o

Uso

Doença

Planta

GASTRENTERITE

ALTEIA

190 Anti-inilamatóTio e suavizante

Infusão de folhas ou flores, decoccão de raiz

cununm OANAMU

iy

íQ/i Adstringente, anti-inflamatória * e anti-séptica das mucosas digestivas

Infusão de rizoma, raiz ou folhas secas

RATÃNIA

196

Pó de raiz, decoccão de casca

MURTA

317 Adstringente, anti-séptica

ARGENTINA

371 Costuma associar-se à camomila

Decoccão de folhas e flores

MANDIOCA

460 Suavizante, digestiva

Farinha do tubérculo

É a inflamação do estômago e do intestino. Habitualmente, a gastrenterite é produzida por diversos microrganismos patogénicos que afectam o tubo digestivo. Manifesta-se com vómitos, diarreias e, por vezes, febre. 0 tratamento dietético requer, nas primeiras horas ou dias, a abstenção de todo o tipo de alimentos sólidos. Qualquer das infusões ou decoccoes que citamos podem tomar-se como bebida durante a fase aguda da doença, até que se reinicie a ingestão de alimentos sólidos como maçã, puré de cenoura, ou farinha de mandioca (tapioca).

Argentina

EPILÓBIO

NOGUEIRA

SALGUEIRINHA

Adstringente, anti-inflamatória. Recomendada para as crianças Antidiarreica.

5QI

Corta a diarreia e faz desaparecer o mal-estar abdominal

505 Adstringente potente, tónico digestivo 510

Antidiarreica . especialmente útil quando há emissão de sangue ou muco

Infusão de folhas e bagas

Infusão de flores e raiz Infusão de folhas e/ou nogalina (cascas verdes) Infusão de sumidades floridas

SATIRIÂO-MACHO

512 Emoliente intestinal.

Tisana, papa ou sopa com salepo (farinha do tubérculo)

MACIEIRA

C13 Antidiarreica, absorve as toxinas intestinais

0 fruto cru ou assado

CINCO-EM-RAMA

COQ Antidiarreica, normaliza a flora intestinal

Decoccão de rizoma e raiz

ROMÃZEIRA

523 Adstringente, vermífuga

Infusão de flores com casca de romã

533 Adstringente, hemostática

Brotos crus, decoccão de raiz

SILVA

541 Adstringente, antidiarreica

Decoccão de brotos tenros e/ou folhas, sumo ou xarope de amoras

VIDEIRA

544 Adstringente, anti-hemorrágica

Decoccão de folhas

PIMPINELA-MENOR

Romãzeira

Pág. Acção

J

MORANGUEIRO ROSEIRA

Muito útil em diarreias infantis

575

Adstringente, anti-inflamatório

635 Adstringente suave, anti-séptica

Infusão de folhas Infusão de pétalas

Tanto os brotos tenros como as folhas (ambos em decoccão), e os frutos da silva (pág. 541), exercem uma notável acção antidiarreica. As amoras, ou o seu sumo, sáo muito recomendáveis para as diarreias infantis, pelo seu agradável sabor e a sua acção adstringente suave e isenta de riscos.

481

I

C a p . 2 0 : P L A N T A S PARA 0 I N T E S T I K I

Uso

Doença

Planta

COLITE

CHÁ

185

ALHO

23Q Equilibra a flora intestinal. Respeita a flora saprófita normal

Cru, extractos, decocção de cientes de alho

EUCALIPTO

304 Absorve as toxinas intestinais

Carvão da madeira

PAPAIEIRA

435

Frutos

Mfluninrfl MANDIOCA

zifin A ^ n t o ideal para doentes 460 c o m escassa capacidade digestiva

FAIA

5Q2

NOGUEIRA

505 Adstringente potente, tónico digestivo

É a inflamação do cólon, geralmente causada por microrganismos patogénicos, embora também por certos medicamentos como os antibióticos, e por tóxicos como o café. O uso repetido e o abuso de laxantes irritantes também produz colite. As alterações da flora intestinal, e certos desequilíbrios do sistema nervoso, também podem ser acompanhados de colite (ver "Cólon irritável", pág. 483).

Mandioca

Pág. Acção

cu « « « M n ÒALGUEIRINHA

; wffl Siba

DISENTERIA É uma diarreia acompanhada da emissão de mucosidade e sangue. Produz uma afectação importante do estado geral. Costuma apresentar-se de forma epidémica nas regiões tropicais. Estas plantas usam-se como complemento do tratamento especifico à base de antibióticos e seroterapia intravenosa. Pela sua acção adstringente e hemostática, facilitam a cura desta grave doença.

RI n Í)1U

Infusão de folhas

Tónico digestivo

Normaliza o funcionamento do intestino

Farinha do tubérculo

Adsorvente, desinfectante, combate fermentações e gases intestinais

Antidiarreica, especialmente útil quando naja emiSSãO de Sangue OU mUCO

Carvão da madeira Infusão de folhas e/ou nogaf/na (cascas verdes) Infusão de sumidades floridas

MAr.cioA

RI ? Antidiarreica, absorve as toxinas

MACIEIRA

513

intestinajs

TRAMAZEIRA

535

Normalizadora do trânsito intestinal

SILVA

541 Adstringente, antidiarreica

Decocção de brotos tenros e/ou folhas, sumo ou xarope de amoras

PÉ-DE-LEÃO

622

Decocção de folhas e raiz

CHOUPO-NEGRO

760 Adsorve as toxinas digestivas

Carvão da madeira

Tnun un i OMILHO

7KQ Combate as putrefacções intestinais /oy p Q r d e s e q u j | i b r i 0 da f ) o r a intestinal

infusão de sumidades floridas, essência

ERIGERÃO

%S28&M**a

Decocção de rizoma Infusão ou decocção de folhas secas

268 Anti-diarreico e hemostático

SEMPRE-NOWA

» " »

Frutos maduros (sorvas)

Adstringente, anti-inflamatório, sedante suave

198

•—

O fruto cru ou assado

272 Cura a diarreia e corta a hemorragia 5

°* a

t

g

U

*

.

Decocção da planta florida

Musão d a Plan»a f r e s c a

PIMPINELA-MENOR

533 Adstringente, hemostática

Brotos crus, decocção de raiz

VIDEIRA

544 Adstringente, anti-hemorrágica

Decocção de folhas

ALGODOEIRO

710

Infusão de flores e folhas

8fsfor(a

482

Emoliente, anti-inflamatório

* SAIOE ptus Í U K U S HEOICUUIS 2 " Parte:

Planta

Doença CÓLON IRRITÁVEL

VALERIANA

Afecção do cólon de origem nervosa, i caracterizada por transtornos funcioABRUNHEIROnais tais como mudanças bruscas entre . BRAV0 prisão de ventre e diarreia, espasmos e flatulências. Além destas plantas, podem usar-se to- PAPAIEIRA das as que vêm mencionadas na secção "Nervosismo e ansiedade" (ver pág. 140). ROSEIRA

ERVA-CIDREIRA

CÓLICA INTESTINAL

É um espasmo da musculatura que re- p A -. IFI n p . veste o intestino, que geralmente acom- ™ S S I F L 0 R A panha a gastrenterite, colite, cólon irritável, prisão de ventre e outras MELILOTO alecções intestinais. Estas plantas relaxam a parede do intestino (acção antiespasmódica) e travam a motilidade MACELA excessiva do tubo digestivo. Maceta

Meliloto

D e s c r i ç ã o

Uso

Pág. Acção 172 Equilibra o sistema nervoso vegetativo

Infusão, maceração ou pó de raiz

Laxante suave, antiespasmódico, 372 relaxa a musculatura do intestino grosso

Infusão de flores

435

bonifica o aparelho digestivo e normaliza o funcionamento do intestino

Frutos

635

idosos

163

Slr6SS e

° S deseqUÍIÍbrÍ0S

Antiespasmódica, sedante, digestiva

167 Relaxa os órgãos ocos espasmados

258

Infusão de pétalas Iníusão, extractos Infusão de flores e folhas

S e S s * ° S eSPaSm ° S gáStrÍC ° S lnfusã0 de sumidades floridas

350 Digestiva, antiespasmódica

Infusão, pó ou essência de capítulos florais

ASSA-FÉTIDA

qcq Alivia as cólicas e contorções intestinais

"Lágrimas" elaboradas com a resina

ABELMOSCO

362

Antiespasmódico, açaima as cólicas

Iníusão de sementes

CAMOMILA

364

Sedante, antiespasmódica, digestiva

Infusão de capítulos florais

NÊVEDA-DOS-GATOS

367

Acalma as diarreias e as cólicas que as acompanham

Infusão de sumidades floridas e folhas

ARGENTINA

371 Antiespasmódica, antidiarreica

Decocção de folhas e flores

LINHO

508 Acalma as cólicas

Cataplasmas de sementes trituradas sobre o ventre

TnRMFNTUA

519 Adstringente, acalma as dores

TORMENT.LA

019

Decocção de rizoma

ARRUDA

637 Antiespasmódica, anti-séptica

e o s espaSlTl0S c o

|jcos

Infusão de sumidades floridas

O linho (pág. 508J é uma planta muito apreciada pela fibra têxtil que dele se obtém. As suas sementes são muito ricas em mucilagem e pectina, além de sais minerais e ácidos gordos essenciais. Tomam-se em decocção ou maceração, embora também se possam mastigar inteiras. Constituem um laxante m u i t o eficaz e apreciado, pois, além de facilitar o trânsito das fezes, evitam os processos de fermentação e putrefacção intestinal.

463

1

C a p . 2 0 : P L A N T A S PARA O I N T E S T I N O

Plantas laxantes

O efeito laxante das plantas deve-se fundamentalmente a três mecanismos:

São plantas que facilitam a evacuação das íezes, quer seja aumentando a quantidade de água que contém, estimulando a actividade peristáitica (de contracção) do intestino, quer aumentando a secreção de bílis. Ao contrário dos laxantes de síntese química, que exercem uma acção irritante sobre a parede intestinal, estas plantas laxantes não provocam colite residual como efeito secundário.

• A u m e n t o da quantidade de água contida nas fezes, o que as torna mais volumosas e moles: São os laxantes hidrófilos, cujo princípio activo mais importante è a mucilagem (por exemplo: linho, tanchagem, malva, amor-perfeito-bravo, zaragatoa).

Planta

Pág. Parte Utilizada

Planta

Pág.

Parte Utilizada

Cacto-grandifloro

216

Frutos

Malva

511

Flores, folhas

Oliveira

239

Frutos

Macieira

513

Frutos

Luzerna

269

Toda a planta

Zaragatoa

515

Sementes

Alga-perlada

301

Talo

Beldroega

518

Folhas, caules

Abrunheiro-bravo

372

Flores

Labaça

532

Folhas, raiz

Bérberis

384

Frutos

Tamarindeiro

536

Frutos

Trevocervino

388

Folhas, raiz

Morangueiro

575

Frutos

Fumaria

ooq

Cerejeira

586

Frutos

Boldo

390

Toda a planta (excepto a raiz) Folhas

Abóbora

605

Frutos

Polipódio

392

Rizoma

Artemísia

624

Folhas, sumidades, raiz

Dente-de-leão

397

Folhas, raiz

Bolsa-de-pastor

628

Toda a planta

Papaieira

435

Frutos

Espargo

649

Caules, raiz

Chicória

440

Folhas, raiz

Freixo

669

Lágrimas do maná

Sene-da-india

492

Folhas

Figueira

708

Canafístula

494

Frutos

Amor-perfeito-bravo 735

Toda a planta

Colútea

498

Folhas

Framboeseiro

765

Frutos

Linha

508

Sementes

Sabugueiro

767

Frutos

A malva (pág. 511) é uma das plantas mais emolientes (suavizantes) que se conhecem. Proporciona uma acção laxante suave e se.m efeitos secundários.

484

• Estímulo da actividade peristáitica (de contracção) do intestino. O principio activo mais importante destas plantas são os glicósidos antraquinónicos. Em doses altas, actuam como purgantes (por exemplo, canafístula, amieiro-negro, sene-da-india). • Provocar o esvaziamento da vesícula biliar (propriedade colagoga). A bílis transvasa para o intestino delgado (duodeno), onde é necessária para a digestão. Em quantidade elevada, essa mesma bílis tem um efeito laxante (por exemplo: boldo, dente-de-leão, fumaria).

Frutos A maçã (pág. 513) é um regulador intestinal: corrige tanto a prisão de ventre como a diarreia.

A S A L D E PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:

Uso

Doença

Planta

PRISÃO DE VENTRE

TREVO-CERVINO

388 Aumenta a secreção de bílis, laxante

BOLDO

390 da vesícula biliar, laxante suave

Infusão de folhas

DENTE-DE-LEÂO

397 Laxante suave e depurativo

As folhas em salada, sumo fresco ou infusão

CHICÓRIA

440

A maior parte dos casos de prisão de ventre são de causa funcional, isto é, não se devem a nenhuma lesão orgânica do intestino. As plantas que se indicam são especialmente recomendadas para a prisão de ventre funcional, pela sua acção laxante suave e fisiológica. A prisão de ventTe pode dever-se a uma atonia da parede intestinal. Neste caso, devem-se tomar as plantas recomendadas na parte inferior desta tabela. Quando a prisão de ventre não ceda após a administração de um laxante de qualquer tipo durante 3 ou 4 dias seguidos, deve-se N .•-», . consultar um médico. $\y,

Pág. Acção

D e s c r i ç ã o

Normaliza o funcionamento

Activa os movimentos e vence a preguiça do intestino

, Q 0 Em doses baixas, laxante; facilita a M ,.,„,. SENE-DA-INDIA 492 e m J s s ã o d e f g z e s mo|es _ s e m c ó | j c a s CANAFÍSTULA

.q.

Laxante suave, não irritante sobre o intestino

Decoccão de raiz fresca

Uma chávena de infusão de folhas e raiz, de manhã em jejum Infusão de folhas, extractos

Polpa dos frutos

M

M LINHO

CQO Lubrifica o tubo digestivo, regenera a flora intestinal

As sementes em decocçao, ou maceração, ou mastigadas

M

ci i ou

Infusão ou decoccão de flores e/ou folhas

MALVA

Laxante não agressivo. útil para crianças e idosos Aumenta o volume das fezes,

ZARAGATOA

515 laxante suave e seguro

Maceração de sementes

AMIEIRO-NEGRO

526

Laxante suave. Não produz habituação

Decoccão de casca

CASCARA-

52g

Purgante enérgico, embora bem tolerado

Pó ou infusão da casca

Zaragatoa

-SAGRADA

Além de exercer uma suave acção laxante, estas plantas estimulam os movimentos peristálticos do intestino, que são os que fazem avançar as fezes no seu interior. Todas estas plantas são especialmente indicadas em caso de prisão de ventre crónica, de longa evolução, e rebelde a outros tratamentos. Os resultados são lentos, mas eficazes.

FUNCHO

360

frac ,ita a ' expulsão de gases intestinais, estimula os movimentos peristálticos

Infusão de sementes, essência

CAMOMILA

364

Estimula a motilidade do tubo digestivo

Infusão de capítulos florais

DENTE-DE-LEÃO

297

Laxante suave e depurativo, útil em caso de preguiça ou atonia intestinal

As folhas em salada, sumo fresco ou infusão

CASCARA-SAGRADA

r 9R D ^°

Pmr « • •

R«fi Laxante suave e tonificante

CEREJ^RA

586

BOLSA-DE-PASTOR

628

Senetíamáa

ATONIA INTESTINAL

0 tratamento fitoterápico deve ser acompanhado de medidas físicas (exercício, duches no ventre, etc.) e de uma reeducação dos hábitos defecatórios. Deníe-de-teão

coo

Tonifica o intestino, purgante bem tolerado

Pó ou infusão de casca

Cura de cerejas

d o t u b o d i g e s t i v o

Combate a preguiça intestinal que aparece nas doenças febris

u*,-s~ «i. „ i , « * , Infusão da planta

485

C a p . 2 0 : P L A N T A S PARA O I N T E S T I N O

/

Doença

Planta

Pág. Acção

PARASITAS INTESTINAIS

Uso

São diversos os tipos de vermes que podem parasitar o intestino, especialmente nas crianças pequenas: Oxiúros: são vermes brancos, pequenos, que se tornam difíceis de descobrir. Produzem sobretudo comichão anal. Ascarideos ou lombrigas: são maiores do que os oxiúros. Podem produzir dor abdominal, náuseas e inapetência. Ténias: Há vários tipos, sendo as mais frequentes a ténia do porco ou solitária (pode medir até 5 metros), e a ténia do quisto hidático.

ALHO

230

Vermífugo especialmente activo contra ascarideos (lombrigas) e oxiúros (pequenos vermes brancos)

Clisteres de alho, alho cru, decocção de dentes de alho

ARANDO

260

Elimina os oxiúros. Muito útil para as crianças pequenas

Curo de arandos

CEBOLA

294 e os oxiúros

ABSINTO

428

Os parasitas intestinais vivem no interior do intestino humano, e aderem as suas paredes por meio de uma espécie de ventosas que têm na cabeça. As plantas com acção vermífuga obrigam o parasita a soltar-se, o que facilita a sua eliminação se de seguida se administrar um purgante.

FsTRArÁo

d^n

Vermífugo, expulsa os parasitas

C5TRAGAO

««U

i n t e s t

PAPAIEIRA

435

Vermífuga, útil contra as ténias

O látex misturado com mel e água quente, seguido de um purgante

ERVA-FORMIGUEIRA

,qo

Destrói os parasitas intestinais, especialmente os ascarideos

Infusão de folhas e flores

POEJO

461

Vermífugo, digestivo

Uma chávena de infusão concentrada, em jejum, durante 5 dias seguidos

QUÂSSIA

467

Vermífugo para casos rebeldes

Clisteres com a decocção da casca e madeira

ABRÓTANO-FÊMEA

470

Vermífugo. Útil para as crianças

Infusão ou pó de sementes, todas as manhãs, durante uma semana

_ . „.«u#. FETO-MACHO

r n n Paralisa os vermes intestinais, 500 f a c i | i t a n d 0 a s s i m a s u a e l i s ã o

Pó de rizoma e raiz ou extracto de raiz, seguidos de um purgante

Riuji&ictofc

«%?3 Expulsa os vermes do intestino, °" especialmente a ténia ou solitária

Maceração de casca de raiz, casca e membranas internas dos frutos

c

TAMARINDEIRO

486

Eficaz contra os ascarideos

Verrn ,u ' 6 ° Potente, embora de sabor muito amargo

jnajs

536 Destrói os parasitas intestinais

Crua, sumo fresco

Infusão de folhas e capítulos florais Infusão de folhas e capítulos florais, essência

Infusão de folhas

TANACETO

537

Paralisa os vermes intestinais e facilita a sua expulsão

Infusão de sementes, capítulos florais secos, clisteres com a infusão

ABÓBORA

605

Vermífugo eficaz e seguro contra ténias e ascarideos. Útil para as crianças pequenas

As sementes (pevides) frescas, secas ou cozinhadas (seguir as instruções)

ARTEMÍSIA

624 Vermífuga, útil contra os oxiúros

CARL.NA

749

T„«„ i n

7CG Vermífugo especialmente activo contra

IOMILLO

/by

SUrfg°ase,ÍCaZC°ntraténiaS

a s t é n l a s

Infusão de sumidades floridas ou de raiz triturada Decocção de raiz Infusão de sumidades floridas, essência

Alnus glutinosa L

OJ *

Amieiro Poderoso adstringente e vulnerário

O

S AUTORES da antiguidade clássica desconheciam as variadas propriedades medicinais do amieiro. Quem primeiro as descobriu Foi Santa Hildegarda, abadessa beneditina alemã do século XII, que publicou dois interessantes tratados sobre plantas medicinais. Nos séculos XVUI e XIX, quando as febres palustres faziam estragos e a quinina importada da América era difícil de conseguir, uiili/.ou-se com êxito corno febrífugo a casca de amieiro, a que se chamava a quinina europeia. Actualmente, o amieiro continua a ser usado em fitoterapia, além de ler muitas outras aplicações. A sua casca utili/a-se para curtir o couro e a sua serradura para defumar as carnes e os peixes. A madeira é muito resistente à água e praticamente imputrescível. Com ela se fizeram algumas pontes de Londres e de Veneza. Serve, além disso, para confeccionar excelentes socos.

Outros nomes: amieiro-vulgar, alno. Esp.: aliso, aliso común, alno. Fr.: aulne [glutineux}. Ing.: {commonj alder. Habitat: Frequente nos bosques húmidos de toda a Europa temperada. Cresce esporadicamente nalgumas regiões da América do Norte. Descrição: Árvore de folha caduca, da família das Betuláceas. que pode atingir 20 m de altura. Tronco erecto, com casca gretada, de cor acinzentada. Folhas dentadas, de cor verde-escura na parte superior e ciara na inferior. É uma árvore monóica, isto é, que tem numa mesma planta as flores masculinas, agrupadas em amentilhos de 6a 8 cm. e as femininas, formando pequenas pinhas de 1 a 2 cm. Partes utilizadas: a casca dos ramos jovens e as folhas.

12

Preparação e emprego

USO INTERNO PROPRIKDADKS E INDICAÇÕES: A CAS-

CA tio amieiro é muito riea em tauino (até 20%). Contém ainda uma .substância vermelha de tipo glicosídico, emodina, e substâncias lipídicas. Pela sua riqueza em taniuo, é um grande adstringente, que seca e endurece as mucosas tanto em uso interno como externo. Tem também propriedades febrífugas. E indicada nos seguintes casos: • Diarreias estivais, gastrenterites e colites 101.

O Decocção: Prepara-se com 30-40 g de casca de ramos jovens, que se fervem durante 15 minutos. Para uso interno, tomam-se 2 ou 3 chávenas diárias. USO EXTERNO © A mesma decocção é usada para bochechos e gargarejos, assim como para compressas. © Cataplasmas: As folhas aplicam-

-se localmente, quer como vulnerárias (dentro das peúgas com a face superior em contacto com a planta do pé), quer como anti-reumáticas (cobrindo a zona dorida, depois de se terem aquecido no fogão), ou como antilactagogas (sobre as mamas). As folhas de amieiro devem aplicar-se verdes, sempre que seja possível, especialmente quando se usam como vulnerárias.

487

5VH

As folhas do amieiro prestam excelentes serviços aos montanheiros que conhecem as suas propriedades vulnerárias. Cofocam-nas bem espalmadas dentro das peúgas, com a face superior em contacto com a planta do pé. Deste modo aliviam o cansaço e evitam as escoriações, e até as curam rapidamente q u a n d o já se tenham produzido.

Amieiro-rubro

Na América do Norte é mais frequente encontrar-se o amieiro-rubro (Alnus rubra L, também chamado amieiro-de-oregon)* do que o vulgar. Ambas as espécies são muito próximas do ponto de vista botânico, e as suas propriedades e aplicações medicinais praticamente idênticas. ' Esp.: aliso rojo.

Vista do monte Cervino, nos Alpes suíços.

• Estomatitcs (inflamação da mucosa bucal), amigdalites e faringitcs: Fazem-se gargarejos com o líquido resultante da sua decocção l©I. • Ulceras varicosas, chagas e feridas de difícil cicatrização: A decocção aplica-se cm compressas sobre a zona afectada I©l. • Doenças febris como o paludismo ou a brucelose, quando seja indicado baixar a lebre. Nestes casos aplica-sc a decocção da casca por via oral, sob vigilância médica lOl. As FOLHAS do amieiro contêm tanino e açúcares, além de uma substância glutinosa que as recobre, composta por dois álcoois (glutinol e glutanol) e os seus correspondentes ácidos. São estas as suas propriedades: • Vulnerárias, ou seja, que ajudam a cicatrizar as feridas e a curar as contusões. Tomam-se especialmente úteis para tratar os pés doridos e as esfoladuras que aparecem como consequência de locengas caminhadas, ou de calçado inadequado. Colocam-se as folhas espalmadas, dentro das peúgas, com a lace superior em contacto com a pele 0. Prodiiz-sc um alívio na sensação de cansaço dos pés e uma rápida cura das escoriações. 488

• Anti-reumáticas: Envolve-se o doente com folhas de amieiro previamente aquecidas ao sol ou dentro de um forno, cobrindo bem a zona dorida. Tapar com um cobertor l€)l. Este "banho de folhas" é um bom remédio para aliviar as dores provocadas por reumatismo ou artrose, além

de ter efeitos sudoríferos e depurativos. • Antilaetagogas, isto é, que provocam o desaparecimento do leite das mães lactantes. Para isso, coloca-se uma cataplasma sobre os peitos, feita com folhas de amieiro trituradas, durante vários dias consecutivos.101.

Annona muricata L

Anona Salutífera árvore tropical

Outros nomes: anoneira. Brasil: pinha.

O

FRUTO desta árvore, conhecido como anona, que chega a pesar dois quilos, contém uma polpa esbranquiçada de- sabor agradável, semelhante a da cherimólia ou fruia-do-conde (Anona cherimolia Miller), embora um pouco mais ácido. E muito apreciado pelas suas propriedades medicinais e como alimento. A polpa dos FRUTOS contém glícidos de fácil metabolizarão, uma pequena pvoporção de proteínas (1%) e lípidos, assim como vitaminas B e C em pequena quantidade, e sais minerais, especialmente de fósforo e potássio. Possui propriedades adstringentes, colagogas (facilitam o esvaziamento da vesícula biliar), digestivas e também vermífugas. Recomendada aos hipertensos, obesos, cardíacos c diabéticos IOJ. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

As FOLHAS usam-se em infusão como antidiarreicas e como digestivas. Aplicadas localmente como cataplasma, são anti-inflamatórias em caso de papeira IOI. As FLORFS são peitorais e febrífugas, pelo que se usam em tisana nos casos de gripe e catarro brônquico

Esp.: guanabano, guanabá, anona amarilla, anona de la índia, anona de México, cabeza de negro. Fr.: anone, cachiman épineux, [grand] corossol. Ing.: guanabana, corossol. soursop [bush]. Habitat: Oriunda das Antilhas e do México, e difundida nas regiões tropicais da América, da África e da Ásia. Descrição: Arvore da família das Anonáceas, de 6-8 m de altura, com um tronco recto e de casca lisa. As folhas são grandes, lanceoladas, de cor verde intensa por cima e esbranquiçada pela face inferior. O fruto é grande e coberto de bicos ténues. Partes utilizadas: os frutos, as folhas e as flores.

l~2

Preparação e emprego

USO INTERNO

O O fruto come-se fresco, ou em sumo adoçado com mel. €) Infusão de folhas: Prepara-se com 2 ou 3 folhas por cada chávena de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia. €) Infusão de flores: Bastam 1 ou 2 flores por cada chávena de água. Tomar 3 ou 4 chávenas diárias. USO EXTERNO

O Cataplasmas com as folhas trituradas sobre a região das parótidas.

489

Bryonia dtofca Jacq.

Briónia Um purgante drástico usado noutros tempos

O

S BROTOS l e m o s desia planta, n a Primavera, p o d e m c o mer-se c o m o espargos. Mas,

muito cuidado! A raiz e os Irmos vermelhos são venenosos. Estes persistem até ao Outono, depois de ioda a planta se ter secado. Nem sequer as aves os comem. Convém sabei distinguir a briónia da salsaparrilha, cujos Irmos, esses sim, são comestíveis e medicinais (pág. 592). Esta reconhece-se por ter espinhos no caule e folhas em fornia de coração. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A raiz

da briónia é um n a b o muito g r a n d e , q u e c h e g a a atingir o t a m a n h o de uma cabeça h u m a n a . E muito irritante para a pele. C o n t é m u m a resina e um alcalóide (a brionina), q u e fazem dela um p u r g a n t e drástico. Antigam e n t e ulili/.ava-sc nos casos de congestão ceiebral e hidropisia IOI, mas, devido às diarreias q u e provoca, hoje

utilizam-se outros remédios mais suaves.

&

Precauções As bagas vermelhas desta planta são muito tóxicas, e inclusivamente podem tornar-se mortais. Em caso de intoxicação (improvável, devido a serem muito irritantes e praticamente não se poderem comer), é necessário provocar o vómito, administrar carvão vegetal e transportar o doente com urgência para um hospital.

490

j

J

Preparação e emprego USO INTERNO O Raiz: Tradicionalmente vinha sendo usada como purgante drástico, mas actualmente caiu em desuso por ter uma acção demasiado enérgica.

Outros nomes: briònia-dióica. norça•branca, erva-cobra, nabo-do-diabo. Esp.: briónia, briónia dioica. nabo dei díablo, nuez negra, nueza [blanca}, parra zarzalera. uva de lagarto, vid blanca, vina blanca. Fr.: bryone [dioiquej, vigne du diable. Ing.: (red) bryony. Habitat: Comum em sebes e bosques do Centro e do Sul da Europa, em especial perto das margens dos rios. Também se encontra no continente americano. Descrição: Planta trepadeira, da família das Cucurbitáceas, que chega a atingir 3 m de altura. As folhas têm 5 lóbulos, e junto a elas nascem umas gavinhas com que se agarra a outras plantas e árvores. As flores são brancas ou azuladas, e os frutos são umas bagas vermelhas. Partes utilizadas: a raiz.

Briónia-branca

A briónia-branca (Bryonia alba L)" ê outra espécie da mesma famíia, com propriedades idênticas às da briónia-dióica. Curiosamente, é conhecida em Espanha como 'briónia blanca' e também 'vina negra', por ter flores brancas e frutos pretos. ' Esp.: briónia blanca.

Calystegia sepium (L) R. Br.

K lf

Bons-dias Purgante enérgico, mas bem t o l e r a d o

J

OI-IAN KUNZLE escreveu, falando da abundância desta planta: «Devemos d a r graças a

Deus por ter posto literalmente

aos nossos pés um r e m é d i o tão valioso com esle.» P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Em to-

das as p a n e s da planta, e especialm e n t e na raiz, existe tanino e um glicósido resinoso (a eonvolvulina), sem e l h a n t e na sua composição química e nas suas p r o p r i e d a d e s ao q u e se obtém da raiz d a j a l a p a (pág. 499). Tem

propriedades purgativas, colagogas e t a m b é m coleréticas. • C o m o p u r g a n t e , actua energicamente, mas sem produzir irritação nem vómitos. I n d i c a d a na p r i s ã o de v e n t r e a g u d a !©.€>!.Pode administrar-se às crianças. • C o m o colagoga, facilita a evacuação da bílis, e é indicada nos casos de inflamação ou c o n g e s t ã o h e p á t i c a , e

Sinonímia científica: Convoivulus sepium L. Outros nomes: trepadeira, trepadeira-das-balsas, trepadeira-das-sebes, trepadeirados-tapumes. Esp.: correhuela mayor, carricillo, suspiro de monte, campanilla blanca, yedra campanilla. Fr.: [grandj liseron, liseron des haies. Ing.: [hedgej bindweed. Habitat: Muito frequente nos taludes e sebes de toda a Europa e América. Descrição: Planta vivaz trepadora, da família das Convoívulaceas, cujos caules chegam a ter 2,5 m de comprimento. As folhas são cordiformes, e as flores são grandes e de um tom branco puro. Partes utilizadas: a raiz e as folhas.

nos transtornos do esvaziamento da vesícula biliar IO.©l.

Q

"Al.

£%

Preparação e emprego

yr Pau-rosa-das-canárias

Corriola USO INTERNO

A corriola (Convoivulus arvensis L)* é um pouco mais pequena do que os bons-dias, mas possui praticamente as mesmas propriedades desta planta e é bastante frequente em Portugal. Tem flores brancas ou rosadas, com cinco faixas longitudinais de cor mais intensa.

O Infusão com uma colherada de raiz ou de folhas trituradas por cada chávena de água. Podem-se tomar até três chávenas por dia, adoçadas com mel. © Pó: a dose normal é de 1 a 3 g diários, repartidos em três tomas.

Nas ilhas Canárias existem duas espécies do género Convoivulus, que ali têm o nome vulgar de 'paio de rosa' (Convoivulus floridus L)* e de 'guaidil' (Convoivulus scoparius L). Obtém-se das suas raízes uma essência, e possuem propriedades medicinais semelhantes às da bons-dias e da corriola.

' Esp.: correhuela menor.

491

Cássia angusíffoíía Vahl.

3

K

Seneda-índia

.

Preparação e emprego

USO INTERNO

O laxante por excelência

P

ARECE-ME que Vossa Mercê

anela muilo melancólico e angustiado. Faria bem em purgar-se com nina onça de sene. -Purgar-me, eu? Saiba o senhor doutor que vou à casinha todos os dias, onde laço as minhas necessidades sólidas e também liquidas com ioda a normalidade. •«•Entenda liem a ciência que nos deixou Galeno: A purga livra-nos dos humores inconvenientes, sobretudo daquele humor negro e tenebroso, a alrabílis. que é a causa de toda a angústia e tristeza. - K ficarei livre desta tristeza que tanto me abate? - Pode ter a certeza disso, pois quando se purgar com o sene, despe i tar-se-vos-á o espírito e recuperareis o regozijo e a alegria. Com lermos semelhantes a estes se expressavam um médico e o seu doente, lá pelo século XVI. Naquela época, quando ainda prevaleciam as teorias de Galeno, médico grego do século II, os purgantes eram amplamente utilizados para eliminar o "excesso de humores". Com eles se pretendia curar muitas doenças. O sene, introduzido na Europa no século XI pelos Árabes, era um dos purgantes mais apreciados. Com ele se purgavam drasticamente os loucos, com o pouco êxito que seria de esperar. E assim, à força de copiosas diarreias e de sangrias, exerciam os médicos de antanho a sua arte. Actualmente o sene é uma das plantas medicinais mais usadas, não para "purgar os maus humores", mas como laxante eficaz e seguro. 492

O Infusão: O pó dos foliolos de sene triturados utiliza-se em doses de 1 a 8 g, tomados em iniusão à norte. Normalmente bastam 2 ou 3 g para se obter um efeito laxante. Para as crianças pode ser suficiente metade desta dose. Não se recomenda tomá-lo durante mais de 7 dias seguidos. Para evitar o efeito irritante da resina, que em doses elevadas pode provocar náuseas e vómitos, recomenda-se pôr as folhas durante um ou dois dias em mace* ração alcoólica. Passado este tempo, seca-se o álcool e prepara-se a infusão com as folhas. © Extracto de sene: Recentemente, a indústria farmacêutica pôs à disposição os senósidos purificados, que se apresentam em diferentes preparações farmacêuticas. Acham-se completamente isentos dos efeitos irritantes da resina, pelo que se tornam especialmente indicados para crianças e idosos. USO EXTERNO €) Enema: Com 20-30 g de sene num litro de água, prepara-se uma infusão que se administra em forma de enema (clister). O efeito é imediato.

Outros nomes: sene, sene-de-meca. Esp.: sen, sen de ia índia, casia, sena. Fr.: sénè. Ing.: [Indian] senna, Tinnevelly senna. Habitat: Originário da Arábia. Somália e outros países do mar Vermelho. Muito cultivado no Sul da índia. Descrição: Arbusto ou subarbusto da família das Leguminosas, de 0,5-1 m de altura. As suas folhas são compostas, formadas por 5 a 8 pares de foliolos ovais. As flores são amarelas, e o fruto é uma vagem achatada que contém de 6 a 8 sementes. Partes utilizadas: os foliolos (tolhas) e as sementes.

*

Outras espécies de sene

Precauções

Além do sene-da-índia (Cássia angustifolia Vahl.),* que é o mais usado, existem outras espécies de propriedades semelhantes: o chamado sene-de-alexandria (Cássia senna L. = Cássia acutifolia Del.),** o sene-de-espanha (Cássia obovata Colladon)"* e o sene-americano (Cássia marylandica L)****. As propriedades e aplicações de todos eles são as mesmas, se bem que apresentem, em relação ao sene-da-índia, uma menor concentração de princípios activos. ' Esp.: sen de la índia. " Esp.: sen de Alejandría. '" Esp.: sen de Espana. "" Esp.: sen americano.

Pela sua acção estimulante sobre os órgãos ocos abdominais cobertos de fibras musculares lisas (especialmente a bexiga e o útero), não se deve usar durante a gravidez, nem durante a menstruação, nem em caso de cistite ou de colite. Nas afecções do ânus e do recto (fissuras, hemorróidas, etc.) deve-se usar com prudência e em doses reduzidas.

As plantas medicinais, como todo o produto capaz de Influir sobre as funções orgânicas, devem ser usadas com prudência, de acordo com as suas especificações e dosagem. Isto é particularmente importante no caso das grávidas, tal como se indica no quadro de Precauções" que figura por cima desta legenda.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-

lhas e as sementes do sene contêm 2%-3% de glicósiclos antraquinónicos, conhecidos como senósidos A e B; também possuem mucilagens e llavonóides, que colaboram na sua acção laxante, e uma resina de acção irritante que pode provocar náuseas e vómitos em doses elevadas. Os senósidos sào inactivos no seu estado natural. Passam sem se alterar pelo estômago e são parcialmente absorvidos no intestino delgado, para depois serem eliminados com a bílis. Quando chegam ao cólon são transformados quimicamente pela acção de umas enzimas produzidas pelas bactérias intestinais (glicosidases), que libertam a genina (aglicona), princípio activo da molécula do senó-

sklo. A reacção química que se produz é a seguinte: senósido (glicósido) + enzima = genina (princípio activo) + açúcar. Os derivados activos dos senósidos exercem a sua acção laxante por dois mecanismos: 1° Estimulam a motilidade do intestino grosso, aumentando os movimentos pcristál ticos. Aumentam ainda, embora com menos intensidade, o tono muscular do aparelho urinário e do útero. 2" Diminuem a permeabilidade da mucosa intestinal, pelo que dificultam a normal absorção de água que tem lugar no intestino grosso. Segundo a dose, o sene tem dois eleitos:

• Laxante: Facilita a emissão de fezes moles, sem cólicas. • Purgante: Provoca a evacuação de fezes líquidas diarreic as, acompanhadas de contracções (cólicas). O efeito laxante ou purgante manifesta-se a partir de (i ou 7 horas depois de ter sido tomado; pode prolongar-se durante um ou dois dias, e não é seguido de prisão de ventre reactiva. Recomenda-se o seu uso em casos de prisão de ventre produzida por viagens, mudanças de alimentação, postp&rtume intervenções cirúrgicas IO.0.61. Torna se úiil para evitar esforços durante a defecação em doentes hipertensos ou com angina de peito. 493

Cássia fístula L

O

• Preparação e emprego

Canafístula USO INTERNO

Um suave e apreciado laxante

O Polpa diluída: à razão de 30 a 60 g por litro de água a ferver. Coar e tomar uma ou duas chávenas pela manhã. €) Polpa ingerida directamente: Bastam 5 g para que se produza um efeito laxante.

E

STA ARVORE e m b e l e z a as regiões tropicais da América. No México a b u n d a na região cie Tierra Caliente, desde Morelos e d e r r e i o aié Tabasco e C h i a p a s . As suas propriedades medicinais c o m o laxante são muito a p r e c i a d a s , e quase insubstituíveis, pelo q u e íaz parte de diversos preparados laxantes utilizados em todo o mundo. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A pol-

pa negra, espessa e d o c e dos frutos da canafístula contém, além de diversos açúcares e mucilãgens, nina p e q u e n a q u a n t i d a d e d e derivados a n t r a q u i nónicos, entre os quais p r e d o m i n a a reina. Esta mistura de princípios activos confere-lhe uma acção laxante suave, isenta do efeito purgante ou irritante sobre intestino. V, p o r t a n t o muito útil em todo o tipo de prisão de ventre e, especialmente, pela b e n i g n i d a d e da sua acção, no caso de crianças on de pessoas idosas IO.0I. 494

Outros

nomes:

Esp.: canafístula, casia purgante, chácara, guayaba cimarrona. Fr.: casse, cassier. Ing.: purging cássia, cannatistula tree. Habitat: Própria das regiões tropicais: índia, Sudeste Asiático, Antilhas, América Central. Não se dá na Europa. Descrição: Árvore da família das Leguminosas, de 12 a 15 m de altura. Tem flores amarelas, em cachos. 0 fruto é uma vagem comprida, cilíndrica, de cor parda ou negra, cujo interior é compartimentado e contém, além das sementes, uma polpa negra de sabor doce. Partes utilizadas: a polpa dos Irulos.

Castanea saí/va Millor

Ol *

Castanheiro Corta a diarreia e acalma a tosse

O

CASTANHEIRO é u m a árvore o r i u n d a cia Ásia Menor, que tem sido cultivada desde tempos imemoriais. Foi trazida para a Europa pelos Gregos e pelos Romanos, c posteriormente foi levada para o Novo Mundo.

O castanheiro n ã o t e m pressa de crescei". Aos 25 ou 30 anos c o m e ç a a dar fruto, e atinge a maturidade a partir dos 100 ou 150 anos. Contam-se casos de castanheiros q u e viveram mais de mil anos. Os seres h u m a n o s passam rapidamente por esta vida... As árvores vivem muito mais do q u e nós! Quando m e e n c o n t r o d i a n t e d e u m castanheiro, além de desfrutar da sua agradável presença c da sua generosa sombra, n ã o posso evitar u m a forte sensação de p e q u e n e z p e r a n t e o seu aspecto vetusto e majestoso. Quem n ã o se s e n t e a t r a í d o p e l o aroma de umas c a s t a n h a s assadas? Também nisto nos dá o c a s t a n h e i r o uma lição de paciência: Os frutos verdes acham-se p r o t e g i d o s p o r u m a couraça rodeada de espinhos, q u e parecem avisar as pessoas e os animais de que ainda não chegou o m o m e n t o de abri-los. Só q u a n d o a castanha tiver a m a d u r e c i d o e estiver a p t a para ser comida, se abre por si mesma a sua carapaça de aguilhões. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A CAS-

Sinonímia científica: Fagus castanea L, Castanea vulgaris Lam., Castanea vesca Gaertner Outros nomes: castanheiro-comum. Esp.: castano [comúnj, castanero, regoldo. Fr.: chataignier [commun]. Ing.: sweei chestnut, [SpanishJ chestnut. Habitat: Cria-se em terrenos graníticos ou xistosos de regiões montanhosas, mas não nos calcários. Encontra-se vulgarmente, tanto no Centro e no Sul da Europa como na América. Descrição: Árvore robusta e de tronco grosso, da família das Fagáceas, que atinge até 20 m de altura. As folhas, caducas, são lanceoladas e dentadas em serra; nascem uma a uma, e não em grupos de 5 como no castanheiro-da-índia. Os frutos, as castanhas, alojam-se em grupos de 2 ou 3, dentro de uma carapaça espinhosa (o ouriço). Partes utilizadas: a casca, as folhas e as sementes (castanhas).

O

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Decocção com 50 g de casca triturada e outros 50 g de folhas, por cada litro de água. Também se pode fazer só com folhas, caso em que se põem 100 g por litro de água. Ferver durante 15 minutos. Filtrar e adoçar, de preferência com mel. Tomar três ou quatro chávenas por dia, até que desapareça a diarreia ou a tosse.

© A s castanhas podem-se comer cruas, assadas ou cozidas. Para as crianças pequenas prepara-se uma papa muito nutritiva com castanhas bem cozidas e esmagadas. USO EXTERNO

© Bochechos e gargarejos: Fazem-se com a mesma decocção descrita para o uso interno. No caso de se querer adoçar, recomenda-se a utilização de mel.

CA da árvore e, em m e n o r p r o p o r ç ã o , as FOLHAS, são muito ricas em tanino, 495

*

A farinha de castanha torna-se muito apropriada para a preparação de papinhas para bebés, especialmente em caso de diarreia. No entanto, as castanhas são também um excelente alimento para todos os adultos, e particularmente para aqueles que sofram do coração ou de tensão alta.

além de conterem açúcares, pectina, óleo essencial e outros princípios activos. As suas duas propriedades mais importantes são: • Adstringente, isto é, secam e desinflamam as mucosas. Por isso são muito úteis para cortar as diarreias agudas (Ol e para bochechar e fazer gargarejos nos casos de inflamação da boca e da garganta l€)l. • Antitússica: Tanto aplicadas localmente em gargarejos l€)l como em forma de tisana 101, acalmam a tosse 496

rebelde devida a irritação das vias respiratórias (acção béquica). A casca e as folhas do castanheiro também se usam com êxito no caso da tosse convulsa. As CASTANHAS são ricas em glícidos (mais de 40%), e contêm pequenas quantidades, mas muito aproveitáveis, de gordura e proteínas, assim como vitaminas A, li e C, e sais minerais. As suas propriedades mais interessantes são 161: • Fornecem substâncias alcalinizan-

tes, que neutralizam o excesso de ácidos no sangue e facilitam a sua eliminação pela urina, o que se torna especialmente útil a quem sofra de reumatismo por excesso de ácido úrico (artritismo) e aos que consomem carne em abundância. • Muito baixo conteúdo de sódio (1 mg por 100 g de parte comestível), e elevada proporção de potássio (710 mg por 100 g). Por isso são muito úteis na dieta rios hipertensos c dos cardíacos.

Ceratonia slllqua L

Q|

>

• u a Preparação e emprego

Alfarrobeira Excelente antidiarreico infantil

O

FILHO p r ó d i g o , da parábola do Evangelho, desejava e n e h e r o estômago com as alfarrobas que se davam aos porcos q u e ele apascentava. Embora esta á r v o r e se cultive há milénios em toda a bacia mediterrânica como a l i m e n t o para o g a d o , as suas notáveis propriedades medicinais só há algumas d é c a d a s foram descobertas. PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : A pol-

pa dos frutos, as ALFARROBAS, contém abundantes açúcares ( s o b r e t u d o sacarose) e pectina, assim c o m o a m i d o (3,8%), proteínas ( 4 % ) . g o r d u r a s (0,5%), celulose e sais minerais. As alfarrobas frescas sâo laxantes. Em contrapartida, a sua FARINHA seca c antidiarreica, e além disso possui a p r o priedade especial de absorver as toxinas do tubo digestivo. Dá excelentes resultados nas diarreias infantis, ao ponto de ser um dos tratamentos mais utilizados nas gastrenterites dos lactentes 101. As .sementes são ricas em mucilagcm. A partir delas se p o d e o b t e r a GOMA DE ALFARROBA, a qual forma no estômago um gel viscoso que, devido ao seu grande a u m e n t o de volume por absorção de líquidos no estômago, proporciona u m a sensação de saciedade e tira o a p e t i t e , pelo q u e costuma ser usada nas cuias de emagrecimento 101. No intestino, a goma de alfarroba tem um eleito emoliente (suavizante) e laxante.

USO INTERNO O Farinha: Vende-se nas farmácias, e com ela se prepara uma papa de sabor agradável que, ao mesmo tempo que corta a diarreia, alimenta. © Goma: Também se vende nas farmácias em cápsulas ou envelopes. A dose normal (salvo indicação em contrário no preparado farmacêutico) para tirar o apetite é de 0,5 a 1,5 g de goma de alfarroba, meia hora antes de cada refeição, tomada juntamento com um copo de água.

Alfarrobeiras americanas Na Argentina cria-se a alfarrobeira-negra (Prosopis nigra L.),* e na América Central e do Sul a chamada alfarrobeira-das-antiIhas (Hymenaea courbaril L.),** conhecida nalgums países latino-americanos como 'algarrobo dei Orinoco', 'avaté', 'caguairán', 'guapinole' ou 'nazareno'. No Brasil: jacobã, jataí. A casca destas árvores segrega o copal, substância resinosa semelhante ao incenso, que se utiliza como peitoral e antiasmática. Dos frutos da alfarrobeira-das-antilhas obtèm-se deliciosas bebidas refrescantes. " Esp.: algarrobo negro. " Esp.: algarrobo de las Antillas.

Outros nomes: alfarrobeira-de-burro, alfarrobeira-canela, alfarrobeira-galhosa, alfarrobeira-mulata, lava-rica. Brasil: figueira-do-egipto, fruto-de-pitágoras. Esp.: algarrobo [europeo] [dei Libano], garroto, pan de San Juan Bautista. Fr.: caroubier. Ing.: carob tree. Habitat: Próprio dos países mediterrâneos. Conhecem-se algumas variedades na América. Descrição: Árvore de folha perene, de até 10 m de altura, da família das Leguminosas. Dá frutos em forma de vagem de cor castanha-escura, que contêm de 12 a 16 sementes duras incrustadas numa polpa também castanha e de sabor doce. Partes utilizadas: os frutos (alfarrobas) e as sementes.

497

Colutea arborescens L

li J i J Preparação e emprego

Colútea Laxante e diurético suave

USO INTERNO

O Infusão com 100 g de colútea por litro de água. Adoça-se com mel e tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia, de preferência antes das refeições.

Q

UANDO o vento sopra, as vagens da colútea agitam-se unias comia as outras produzindo um ruído típico, que se acredita ser capaz de afugentar os lobos (daí o nome popular de espanta-lobos). Os grandes botânicos da antiguidade ignoraram esta planta, que não convida a ser utilizada devido ao seu cheiro nauseabundo e ao seu sabor amargo. Actualmente emprega-se pouco, ainda que continue a ter as suas indicações como laxante suave. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-

lhas contêm um óleo essencial, ácido coluteico, sais minerais e vitamina C. Possuem propriedades laxantes e algo diuréticas. Enipregam-sc nalgumas ocasiões como substituto do sene. O seu efeito laxante é suave, menos intenso que o de outras plantas laxantes; em troca, tem ainda um efeito diurético e depurativo, o qual a torna recomendável para quem sofra de prisão de ventre e ao mesmo tempo de obesidade ou excesso de ácido úrico IOI.

Precauções

&

As sementes desta planta, que se en contram dentro de vagens, de aspec to semelhante às lentilhas, são ligei ramente tóxicas, e a sua ingestão po de provocar vómitos.

498

Outros nomes: espanta-lobos, sene-bastardo, falso-sene. Brasil: citamos. Esp.: espantalobos, sonajas, garbancillos. Fr.: baguenaudier[commun}, baguenaudier arborescent. Ing.: bladder senna. Habitat: Cresce nos terrenos calcários e montanhosos da Europa e da Ásia Ocidental. Acha-se naturalizado no continente americano. Descrição: Arbusto da família das Leguminosas, que atinge de 1 a 3 m de altura. As suas flores são amarelas e com manchas vermelhas. As vagens ocas (cheias de ar), que encerram as sementes, medem de 6 a 8 cm de comprimento. Partes utilizadas: as folhas.

Convolvulus jalapaL

91 D J J

!\

Jalapa Purgante drástico mas bem t o l e r a d o

O

S NATIVOS mexicanos utilizavam esta planta como purgante, e os conquistadores espanhóis levaram-na para a sua pátria, a partir de onde se difundiu o seu uso por ioda a Europa.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz

da jalapa contém diversos hidratos de carbono, e os glicósidos convoivulina ejalapina, que são os seus princípios activos. Possui uma forte acção purgativa, que em pequenas doses é bem tolerada, e não provoca cólicas. Rccomenda-se quando se queira exercer uma acção drástica sobre o intestino. For não ter mau sabor, é ú(if para purgar as crianças 10). Tem também eleito vermífugo c emenagogo (estimula a menstruação).

: rv Sinonímia científica: Exogonium purga (Wender) Benth., Convolvulus purga Wender., Ipomoea purga Hyane Outros nomes: Esp.: jalapa, mechoacán negro, purga. Fr.: jalape. Ing.: jalap. Habitat: Oriunda do México, concretamente do estado de Veracruz, de cuja capital, Jalapa Enriquez, tem o nome. Não se cria na Europa. Descrição: Planta trepadeira da família das Convolvuláceas, cujo caule cresce enroscado em volta de outras plantas. As flores são grandes, nascem das axilas das folhas e têm cor rósea ou vermelha. As raízes são tuberosas e redondas, e estão cheias de um suco leitoso e resinoso. Partes utilizadas: a raiz.

Jalapa-falsa

O

Preparação e emprego

USO INTERNO

Precauções

Não se deve administrar no caso de colite (inflamação do intestino) nem durante a gravidez.

O Pó de raiz: 1-3 g dissolvidos em meio copo de água quente adoçada com uma ou duas colheres de mel ou açúcar escuro. A dose infantil é de 50 mg (0,05 g) por quilo de peso corporal.

Na América Central existe outra espécie similar, a jalapa-falsa (Mlrabilis jalapa L ) \ Esta planta encontra-se aclimatada na Europa. É conhecida nos Açores como boas-noites. A sua raiz é igualmente purgativa, como a da jalapa, e a dose habitual é de 24 g de pó. * Esp.: Dondiego de noclie, jalapa falsa, trompetilla, jazmin de México.

499

. J

Diyopterís fíllx-mas Schott

Preparação e emprego

Feto-macho

USO INTERNO O Pó de rizoma e raiz: Tomamse 5 g de manhã e outros 5 g à noite (para crianças pequenas, metade da dose). Uns 15 minutos depois, é necessário tomar 2 colheradas de um purgante salino (sulfato de sódio ou de magnésio). Não se recomenda o uso do óleo de rícino neste caso.

Elimina os parasitas intestinais

© Extracto etéreo (obtido por meio do éter): Tomar em jejum 3 5 gotas deste extracto de raiz de feto-macho, preparado farmacêutico que geralmente se apresenta em cápsulas de 0,5 g (de 6 a 10 cápsulas). Habitualmente, estas cápsulas já têm incluída uma pequena dose de purgante, pelo que não é necessário tomálo seguidamente.

O

S PETOS são plantas criptogâmicas, isto é, sem flores. Têm raízes, caules e folhas sulcados por vasos condutores. Como já notou Dioscórides no século I d.G, «a sábia Natureza deu-lhes a semente [os esporos] nas (olhas».

Precauções

Este feto chama-se macho pelo aspecto robusto das suas frondes, que o distinguem do feto-iêmea (Athyrium jiUx-femina (I,.) Roth), mais fino e delicado; mas não pelo seu sistema de reprodução, que é idêntico no macho e na fêmea. O leio comum (Pteris aquilina I..) v tóxico.

Quando se usa o feto-macho como purgante, não se deve esquecer de administrar o purgante, tal como se indica em "Preparação e emprego".

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-

zoma do feto-macho contém, entre outras substâncias, lilicina, que é capaz de paralisar os músculos das lenias e de outros parasitas intestinais. Desta forma o verme desprende-sc das paredes do intestino e liça paralisado. E preciso então um purgante para completar a acção, expulsando o parasita, Comprovou-se a acção vermífuga do feto-macho sobre os seguintes tipos de pai asilas intestinais IO.0J: • iodas as espécies de lenias, • botriocéfàlo. • ancilostoma duodenal. 500

Sinonímia científica: Polystichum filix Mas. Outros nomes: dentebrura, samambaia. Esp.: helecho macho, dentabrón. Fr: fougère màle. Ing.: [male] tem. Habitat: Cria-se nos bosques sombrios e húmidos de toda a Europa e América. Descrição: Feto vivaz que atinge 1-1,5 m de altura, da família das Polipodiáceas. As suas longas frondes (as folhas dos fetos) lanceoladas nascem directamente do rizoma (caule subterrâneo). Partes utilizadas: o rizoma e a raiz.

Durante todo o dia, quando se toma o extracto de feto-macho, não se podem consumir bebidas alcoólicas nem azeite ou outro óleo. Não ultrapassar a dose de 10 g de extracto. Em doses mais elevadas, produz náuseas, vómitos e diarreia. Na intoxicação por doses muito altas, aparece além disso icterícia, albuminúria, debilidade muscular e convulsões. O uso desta planta exige a vigilância de um médico. Quem sofrer de anemia, gastrite, úlcera gastroduodenal ou cardiopatias deverá abster-se de usar o feto-macho.

Epilobium angustífoilum L

ITS1 t_F|

8au Preparação e emprego

Epilóbio Antidiarreico e anti-inflamatório

USO INTERNO

O Infusão com 50 g de flores e raiz secas num litro de água, de que se tomam 4 ou 5 chávenas por dia. Devem evitar-se as flores frescas. USO EXTERNO

€) Bochechos e gargarejos: Fazem-se com a mesma infusão que se utiliza internamente.

Outros epilóbios

E

STA BELA planta das montanhas europeias, além de alegrar a vista com o sen colorido, comunica um agradável sabor doce às tisanas que com ela se fazem. No Norte da Europa é muito apreciada, comcndo-se os seus brotos tenros em salada. Toda a planta contém tanino, pectina e mucilagem. Tem propriedades adstringentes, devido ao seu conteúdo em tanino; e emolientes (desinflama a pele e as mucosas), graças à sua riqueza em mucilagens e pectina. As suas aplicações mais comuns são as seguintes: • Diarreias, gastrenterites e, em geral, todas as inflamações da mucosa digestiva. Além de adstringente, o epilóbio é também anti-inflamatório. Corta a diarreia e faz desaparecer o mal-estar abdominal IOI. • Estomatite (inflamação da mucosa bucal), gengivite e faringite: Aplicada cm bochechos e gargarejos, tem efeito anti-inflamatório c deixa uma agradável sensação de frescura na boca 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Dentro do género Epilobium existem outras espécies de propriedades semelhantes, e cujos nomes vulgares por vezes se confundem. É o caso do epilóbio-peludo (Epilobium hirsutum L), conhecido em Espanha como 'hierba de San António', ou do Epilobium alsinifolium L, a que no país vizinho é costume chamar-se 'alcinifolio'. Existem cerca de 20 espécies de epilóbio, todas elas com propriedades muito semelhantes.

Outros nomes: Esp.: epilóbio, laurel de San António. Fr.: épilobe. Ing.: willowherb, rose bay. Habitat: Difundido por toda a Europa e Ásia Setentrional. Encontra-se nas serras do norte e do centro da Península Ibérica e na Sierra Nevada. Cria-se nos bosques frios de montanha. Descrição: Planta vivaz da família das Enoteráceas, cujo caule rígido atinge 70-100 cm de altura. As flores têm 4 pétalas e 4 sépalas de um cor-de-rosa vivo ou púrpura. Partes utilizadas: As flores, as folhas e a raiz secas.

501

Fagus s//vaflca L. V

1

Faia O carvão da sua madeira é m u i t o medicinal

O

S FRUTOS da faia n ã o se devem c o m e r em g r a n d e s quantidades, pois q u e p a r e c e existir na sua casca q u a l q u e r substância lig e i r a m e n t e tóxica n ã o identificada, que pode causar d o r de cabeça.

PROPRIEDADES

E

INDICAÇÕES:

O

CARVÃO vegetal obtido da madeira de faia é excelente para combatei" as fermentações e gases intestinais, as colites c as diarreias, pelo seu p o d e r o s o eleito a b s o r v e n t e e d e s i n f e c t a n t e IOI.Também se torna útil c o m o dentifrico e c o m o aniidoío universal contra ioda a espécie de intoxicações (pág. 305). Da sua MADEIRA t a m b é m se extrai o creosote, um expectorante e anti-séplico das vias respiratórias rico em gaiacol, q u e e n t r a na composição de numerosos xaropes. A CASCA c o n t é m a b u n d a n t e s taninos. V. a d s t r i n g e n t e ( r e c o m e n d a d a em diarreias e disenterias), vermífuga (faz expulsar os parasitas intestinais)

e tonificante i€)i. 502

Preparação e emprego USO INTERNO O Carvão: Tomam-se 10-20 g do carvão, até 5 vezes ao dia, dissolvido em água ou mastigado tal como se encontra. Em casos graves, podem tomar-se até 100 g de uma só vez. © Decocção da casca: 60 g de casca dos ramos por litro de água. É preciso deixá-la ferver até que o líquido fique reduzido a metade, e tomam-se 2 ou 3 chávenas por dia. Como vermífugo, tomam-se, durante 5 dias, 2 chávenas por dia, em jejum.

Outros nomes: faia-europeia. Esp.: haya, coscojo, faya, fue. Fr.: hêtre [commun], fayard. Ing.: [commonj beech, European beech. Habitat: Forma extensos bosques em toda a Europa, excepto no litoral mediterrânico. Naturalizada no continente americano. Descrição: Árvore de grande porte, que chega a atingir 40 m de altura, da família das Fagáceas. Os bordos das suas folhas acham-se cobertos de pequenos e suaves pêlos. Os seus frutos têm alguma semelhança com as castanhas. Partes utilizadas: A madeira e a casca dos ramos.

*

Globularia vulgarísL.

JJ Preparação e emprego

Globularia Purgativa e colagoga

USO INTERNO O Decocção de 40-50 g de folhas por lifro de água, que se põe a ferver durante 15 minutos. Toma-se uma chávena à noite, antes de deitar, e outra de manhã, em jejum.

A ANTIGUIDADE clássica, esta planta era conhecida como "erva terrível", porque se confundia com o sene (pág. 492),

Coronilha-de-frade

de poderoso efeito laxativo. Sabemos hoje que 0 sen eleito n ã o é ião imenso como o do sene, e m b o r a se continue a usar a globularia c o m o laxante.

Dentro do género botânico Globularia existe uma outra espécie muito semelhante à globulária-vulgar, ou seja a Globularia alypum, a que também se chama globularia, mas que é igualmente conhecida como coronilha-de-frade." Esta outra planta, à semelhança da Globularia vulgaris, também tem as flores azuis, embora as folhas sejam mais pequenas e cresçam ao longo do caule. As propriedades medicinais de ambas as espécies são praticamente as mesas.

N

PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : T o d a a

planta contém um glicósido, a globulinarina, a q u e se deve a sua a c ç ã o purgativa, assim c o m o heterósidos, tanino, resina e vitamina C. Além do seu efeito purgante, bastante enérgico, é colagoga (facilita o esvaziamento da vesícula biliar), sudorífica e ligeiramente estimulante. Emprcga-se em casos de prisão de ventre crónica tOl.cjuando d e i x a m de fazer efeito outros laxantes mais suaves.

Precauções

Não ultrapassaras doses indicadas, pois pode produzir vómitos e fortes diarreias.

* Esp.: coronilla de fraile.

Outros nomes: globulária-vulgar. Esp.: globularia [mayor], escorciana, (falso) sen. Fr.: globulaire. Ing.: globularia, globe flower. Habitat: Europa Centrai e Meridional, distribuída por terrenos calcários, secos e soalheiros. Descrição: Planta vivaz de 15-20 cm de altura, da família das Globulariáceas. As suas folhas são ovais e formam uma roseta basal. As flores são de uma cor azul forte. Partes utilizadas: as folhas.

503

Hieradum iL

Pilosela Adstringente, diurética e antibiótica

O

USO da pilosela, apesar de rem o n t a r à Idade Média, n ã o se e n c o n t r a m u i t o divulgado, talvez devido a q u e , u m a vez seca, a planta p e r d e as suas virtudes medicinais. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Con-

tém uma g i a n d e q u a n t i d a d e de tanino, q u e a torna fortemente adstringente; flavonóides; um óleo essencial, de propriedades diuréticas e depurativas; mucilagens, de a c ç ã o anti-inflamatória; e uma substância cumarínica derivada d a u m b e l i i é r o n a ; d e acção antibiótica- Tem as s e g u i n t e s indicações: • Diarreias e disenterias: Detém as defecações sanguinolentas IOI. • Edemas, nefrose ( a l b u m i n ú r i a ) , insuficiência renal: Além de a u m e n t a r o volume de urina, favorece a eliminação da ureia e d e s i n í l a m a os rins IOI. • Hemorragias: A sua forte acção adstringente faz que, aplicada localmente, d e t e n h a as hemorragias nasais IOI. Tom a d o internamente, em infusão, também se usa contra as menstruações excessivas 101. • Brucclosc: Os seus princípios antibióticos actuam selectivamente contra a BnurUn mrllitrnsis, bactéria causadora da brucclosc ou febre de Malta IOI. Comprovou-se q u e o g a d o q u e pasta nos p r a d o s o n d e a b u n d a a pilosela não sofre de brucelose. Reduz a febre e faz cessar a s u d a ç ã o característica desta d o e n ç a . Deve ser t o m a d a d u rante vários meses. 504

Outros nomes: Piloseia-das-farmácias, pilosela-das-boticas, orelha-de-lebre. Brasil: orelha-de-rato, morugem. Esp.: vellosilla, pelosilla, pilosela, hierba de la salud. cerrillejo, oreja de ratón. Fr.: piloselle. épervière, oreille de souris. Ing.: mouse ear [hawkweed], pilosella. Habitat: Prados e clareiras de bosques de toda a Europa, excepto da costa mediterrânica. Difundida pela costa atlântica da América do Norte. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, com uma roseta de folhas pubescentes na sua base, de cujo centro sai um caule desprovido de folhas, de 10 a 20 cm de altura, terminando num capítulo floral amarelo. Partes utilizadas: a planta inteira, fresca.

O

Preparação e emprego USO INTERNO

O Infusão com 50-60 g de planta fresca por litro de água, de que se tomam de 3 a 5 chávenas diárias adoçadas com mel. USO EXTERNO © T a m p õ e s nasais: Fazem-se com uma gaze ou algodão embebido na infusão descrita para uso interno, mas mais concentrada (100-150 g por litro).

Nogueira Desinflama a pele e as mucosas

N

OGUEIRA é unia árvore regia, como indica o sen nome científico. O seu belo porte chamou a atenção dos módicos e íitoterapeutas da antiguidade clássica, embora não tenham sabido avaliar suficientemente as suas virtudes nutritivas e medicinais. Dioscórides pensava que as nozes «aumentam a cólera» e que podiam prejudicar o estômago. Andrés de Laguna, o médico espanhol do século XVI que traduziu as obras de Dioscórides, chega mesmo a dizer que «a sombra da nogueira é para todo o animal muito pesada e perniciosa, principalmente quando a ela adormece...» Desde o século XVIII, as investigações no âmbito da química e da nutrição mostraram as notáveis propriedades curativas das folhas e dos frutos da nogueira. Hoje sabemos que as nozes apresentam um elevado valor nutritivo, com um conteúdo proteico semelhante ao da carne, a qual suplantam quanto à qualidade da sua gordura e quanto à sua riqueza mineral e vitamínica.

Sinonímia científica: Juglans duclouxiana Dode Outros nomes: Esp.: nogal [común], nogal europeo, nuez europea, nuez común, nuez de Castilla, nocedo, noguera, noguero. Fr.: noyer. Ing.: [English] walnut, European walnut. Habitat: Originária da Ásia Central, encontra-se difundida por toda a Europa Central e Meridional, assim como por todo o Norte do continente americano. Prefere os vales abrigados e os terrenos arenosos. Descrição: Árvore de até 30 m de altura, da família das Jugtandáceas. A sua casca é de cor acinzentada, e as folhas têm um longo pecíolo. Apresenta dois tipos de flores, as masculinas e as femininas. 0 fruto é uma drupa. Partes utilizadas: As folhas e os frutos.

-GP

Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão com 10-20 g de folhas e/ou nogalina (cascas verdes) por litro de água. Tomar 3-4 chávenas por dia. Esta infusão não se deve ingerir juntamente com outras plantas ou preparados farmacêuticos que contenham sais de ierro, gelatina, mucilagens ou alcalóides, que podem neutralizar as suas propriedades. O ideal é tomá-la sozinha, ou adoçá-la com mel se necessário. © Decocção com 20 g de nogalina (cascas verdes) por litro de água. In-

gerem-se como vermífugo duas chávenas diárias. USO EXTERNO © Decocção com 100 g de folhas e/ou nogalina (cascas verdes) num litro de água, fazendo-a ferver durante 15 minutos. Aplica-se em irrigações vaginais, em lavagens à uretra, lavagens aos olhos (conjuntivite), em banhos de assento (hemorróidas), em lavagens ou compressas sobre a pele, ou em gargarejos (faringite). Recomendam-se duas ou três aplicações por dia.

Fórmula química da jugfona, um dos princípios activos da nogueira. 505

«Al*

A nogueira é uma árvore toda eta medicinal. As suas folhas são adstringentes, anti-sépticas e hipoglicemiantes; as nozes destacam-se pelo seu requintado sabor e excelentes propriedades nutritivas. Hoje está provado que, em lugar de fazer aumentar o colesterol, como antes se pensava, fá-lo diminuir.

Nogueíra-preta

A nogueira-preta (Juglans nigra L.)* é originária do norte do Novo Mundo e pouco cultivada em Portugal. Caracteriza-se por ter a casca rugosa e de cor escura ou negra. As suas propriedades são semelhantes às da nogueira europeia. Além da casca das suas nozes verdes e das folhas, usa-se também a casca da árvore em decocção (30-40 g por litro de água) como adstringente. As indicações da decocção são as mesmas já descritas da nogalina e das folhas da nogueira (Juglans regia L). * Esp.: nogal americano.

lí preciso lembrar que a noz é o endocarpo ou o caroço do fruto, e que o seu interior comestível é a semente. O perícarpo ou casca das nozes verdes, conhecido como NOGALINA, é a parte exterior do fruto, carnuda e verde, a qual, embora não seja comestível, também é, juntamente com as folhas, usada em fitoterapia pelas suas propriedades medicinais. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As

FOLHAS e a NOGALINA (cascas verdes dos frutos) contem abundante!» taninos de tipo gálico e catéquicos (9%-11%), que lhe conterem a sua propriedade fortemente adstringente; assim como derivados quinónicos, dos quais o mais importante é ajuglona, substância amarga que, juntamente com a vitamina C e os ácidos orgânicos, explica as suas propriedades antí-septicas, cicatrizantes, tonificantes, vermífugas e hipoglicemiantes. Vejamos as suas principais aplicações: • Transtornos digestivos: A sua intensa acção adstringente faz que as folhas de nogueira e a nogalina (casca verde) se tornem úteis em lodos os casos de diarreia, gastrenterite, colite, desarranjo intestinal e flatulências 506

IO). A sua acção tonificante sobre os órgãos da digestão manifesta-se por um aumento do apetite, uma maior rapidez de passagem dos alimentos pelo estômago, e uma maior secreção de bílis e suco pancreático. Os dispépticos, inapetentes e convalescentes conseguirão melhorar com o seu uso.

O

• Transtornos ginecológicos: A Icucorreia (corrimento branco), a cervicite ou colpite (inflamação do colo do útero) e as úlceras do colo do útero constituem a aplicação mais importante da nogueira. A sua acção anti-inflamatória e anti-séptica é muito eficaz quando se administra em forma de irrigação vaginal 101. Mas, atenção!

As nozes e o colesterol

A 4 de Março de 1993, a prestigiosa reApesar de as nozes conterem até 60% de gordura, esta é formada na sua maior vista médica New England Journal of parte por ácidos gordos polinsaturados Medecine publicava os resultados de (sobretudo o linoleico e o linolénico), nuuma investigação levada a cabo pelo ma proporção sete vezes maior do que doutor Joan Sabaté, na Escola de Saúa de ácidos gordos saturados. de Pública da Universidade de Loma Linda (E.U.A.), na qual demonstrava que As últimas investigações mostram como os ácidos gordos insaturados, que o consumo regular de nozes reduz o níse encontram sobretudo nos vegetais, vel de colesterol no sangue. Desta forma se evidenciava a falta de fundamento exercem um efeito redutor sobre a produção de colesterol. Deste modo, o conde algumas dietas contra o colesterol, sumo de nozes e de outros frutos senas quais se suprime o consumo de nocos, não só não produz colesterol, cozes e de frutos secos. mo ainda o reduz.

Está perfeitamente provada a eficácia das irrigações vaginais com uma decocção de foJhas de nogueira, para o tratamento das vaginites e de outras infecções do aparelho genital feminino.

Antes de aplicar q u a l q u e r tipo de tratamento em q u a l q u e r destas d o e n ç a s femininas, é indispensável a exploração e a avaliação do caso por um ginecologista, a fim de se ter a certeza de não serem de origem maligna ou cancerosa. A.s irrigações vaginais nunca devem ser aplicadas durante a gravidez. Para obter um efeito mais intenso, recomenda-se tomar a infusão IOI, além das aplicações locais. • Uretrite (inflamação da u r e t r a ou canal da urina) e cistite (inflamação da bexiga): Aplua-sc u m a d e c o c ç ã o de folhas e / o u nogalina (cascas verdes) l©l por meio de uma sonda urinária, para aliviar o p r u r i d o e a irritação q u e se sente q u a n d o se m i n a , e desinllamar as mucosas urinárias. • Afecções da pele e das mucosas: A aplicação de u m a decocção de folhas de nogueira ou de n o g a l i n a (casca verde) sobre a pele é muito benéfica sempre q u e se p r e t e n d a u m a acção adstringente, cicatrizante e anti-inflamatória: eczema, i m p e t i g o (crostas amarelas), foliculite, linha, chagas e úlceras q u e n ã o Cicatrizam, As (Vieiras, as anginas, as faringites, as conjunrivites e as hemorróidas, são outras das muitas afecções q u e m e l h o r a m notavelmente com a sua a p l i c a ç ã o »©). • Parasitas intestinais: A acção vermífuga é mais intensa nas cascas dos Frutos verdes (nogalina) do q u e nas folhas I©). • Diabetes: As folhas e a case a dos frutos têm um suave m a s c o m p r o v a d o efeito hipogliceniiante (fazem descer o nível de açúcar no sangue) IOI. Ainda que só por si se t o r n e m insuficientes para o t r a t a m e n t o da diabetes, podem ser um complemento útil de outras medidas dietéticas, pois permitem reduzira dose de fármacos anticliabclicos. As sementes dos frutos, isto é, as

NOZES, c o n t ê m 15% de p r o t e í n a s de alto valor biológico, 6 0 % de g o r d u ras formadas p o r ácido linoleieo e linolénico, e quantidades importantes de cálcio, fósforo e vitaminas A, Bi, IV.: e Bi>. Bem mastigadas, são um alim e n t o m u i t o nutritivo, a p r o p r i a d o para desportistas, estudantes e j o v e n s

em idade de c r e s c i m e n t o . São de rec o m e n d a i àqueles q u e sofram de esgotamento, astenia ou transtornos d o sistema n e r v o s o . S e g u n d o s e t e m p o d i d o comprovar, o c o n s u m o habitual de nozes r e d u z o nível do colesterol no s a n g u e (ver q u a d r o , pág. 506). 507

Unum usitatissimum L

Kl &

A

e

Preparação e emprego

Linho Suaviza as mucosas da pele

H

A 4000 ANOS que se cultiva o linho nos países mediterrâneos para obter fibra têxtil, e há mais de 2500 anos que se utiliza como medicamento. Hipócrates já o recomendava c o m o e m o l i e n t e no século V a . C . PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS sc-

menie.s contêm uma grande quantidade de mucilagem e pectina, que lhe* conferem p r o p r i e d a d e s emolientes e laxantes, além de sais minerais e lípidos de elevado valor biológico (ácidos gordos essenciais insaturados). São estas as suas indicações e aplicações: • Prisão de ventre crónica: Lubrifica o t u b o digestivo, t o r n a n d o as fezes mais moles. Além disso regenera a flora intestinal, r e g u l a n d o os processos

USO INTERNO O Decocção durante 5 minutos de 30 g de sementes por litro de água. Tomar 2 ou 3 chávenas por dia, adoçadas com mel caso se deseje. © Maceração: Deixa-se em repouso durante 12 horas uma colherada de sementes por cada copo de água. Tomar 2 ou 3 copos diários do líquido resultante. © Sementes: Também se podem ingerir as sementes inteiras, mastigando-as (uma colherada de 12 em 12 horas). USO EXTERNO O Cataplasmas: As sementes de linho trituradas (farinha de linhaça) acrescentam-se à água a ferver até se obter uma papa espessa. Normalmente são precisos de 30 a 40 g por litro de água. Quando se aplica a cataplasma convém proteger a pele com um pano fino para evitar que se produzam queimaduras. © Loções com óleo de linhaça: Aplicam-se directamente sobre a zona da pele afectada.

de putreracção e fermentação IO,©, 0 1 . O seu e l e i t o torna-se m u i t o evidente, pois no caso de desarranjo intestinal as íe/.cs p e r d e m o seu c h e i r o pútrido.

Precauções

O óleo contido na farinha de linhaça cria ranço com muita facilidade, provocando irritação na peie. Convém portanto que, para preparar as cataplasmas, se use sempre farinha recente.

508

Sinonímia científica: Unum humile Miller, Linum humile Planch., Linum crepitans (Boenn.) Dum. Outros nomes: iinho-da-terra, linho-do-inverno, linho-galego, linho-mourisco. Esp.: Uno, linera, linavera, Uno crepitante. Uno oleaginoso. Fr.: lin. Ing.: flax. Habitat: Originário do Próximo Oriente, mas cultivado em numerosos países de clima temperado da Europa e da América. Descrição: Planta herbácea de 40 a 80 cm de altura, da família das Lináceas. O seu caule é erecto e as folhas são alongadas e estreitas. As flores são de cor azul clara, com 5 pétalas. O fruto é uma cápsula globulosa, com 10 sementes de cor castanha. Partes utilizadas: A linhaça (sementes do linho).

As cataplasmas quentes de farinha de linhaça são um remédio tradicional, de provada eficácia resolutiva, sedante e anti-inflamatória. Tornam-5e de grande utilidade no tratamento de abcessos, furúnculos e picadas de insectos. Também se empregam em caso de regras dolorosas, cólicas renais ou intestinais, e bronquites.

«Av

S£ Outras espécies de linho Em todo o litoral mediterrânico da península Ibérica e em Portugal, em quase todo o país, se pode encontrar o chamado linho-bravo ou linho-galego-silvestre (Linum angustifolium S.)* de propriedades semelhantes às do cultivado. No Mediterrâneo encontra-se ainda o linho-purgante (Linum catharticum L),** cujo efeito laxante é mais intenso. Na América do Norte encontra-se uma outra variedade, o linho-daspradarias {Linum lewisii Pursh.),*** a que ali também se costuma chamar 'das Montanhas Rochosas.' ' Esp.: lino silvestre. '' Esp.: lino caiártico. "' Esp.: lino de las praderas.

• Gastrite, duodenite c úlcera gastroduodenal: Apresenta uma acção anri-inflamatóvia e emoliente que favorece a regeneração da mucosa digestiva danificada. Recomenda-se tomar as sementes de linho como complemento, associadas ao tratamento específico destes processos patológicos. • Inflamações das vias respiratórias e das urinárias: Bronquites e cistites, particularmente, pelo seu eleito emoliente e suavi/anie sobre as mucosas As SEMENTES de linho (linhaça) podem usar-se como alimento. São especialmente recomendáveis para os

diabéticos, pela sua escassa percentagem em glícidos e o seu elevado conteúdo em proteínas e lípidos (gorduras). Devem ser consumidas pelas pessoas que sofram de desnutrição ou queiram engordar l©l.

pasmos intestinais, picadas de insectos, abcessos e furúnculos 101. Têm uma acção resolutiva, anti-espasmódica, sedativa e anti-inflamatória, além de manterem o calor durante muito tempo.

As cataplasmas de FAIUN1IA de linhaça apHcanvae sempve que se requeira calor constante: catarros c bronquite, dores menstruais, cólicas do abdómen (renais ou biliares), es-

O ÓLEO de linhaça uuliza-se como snavizante da pele no caso de eczemas, pele ressequida, queimaduras leves e dermatoses em geral 101. 509

Lythrum salicária l.

«

Preparação e emprego

Salgueirinha Adstringente e cicatrizante

USO INTERNO

O Infusão: 40-60 g de sumidades floridas por litro de água. Ingerem-se de 3 a 8 chávenas por dia. USO EXTERNO

@ Loções e compressas com uma decocção de 100-150 g por litro. €) Lavagens e irrigações vaginais com esta decocção.

D

IOSC BRIDES já recomendava esta planta no século I d.C. como antidiarreica e hemostátíca. Contínua a utilizar-se desde essa altura e tem contribuído para curai" muitos doentes, crianças e adultos. Pelo seu conteúdo em tanino, tem sido usada também para curtir peles. Contém até 15% de taninos, a que deve a sua acção adstringente e antidiarreica; pectina e mucilagens, que a fazem emoliente (suavi/ante da pele e mucosas inflamadas); assim como flavonóides e antocianinas de acção anti-inflamatória. Tem as seguintes indicações: • Diarreias, gastrenterites, disenterias, colites; Especialmente útil em casos graves, quando há emissão de sangue ou muco. Tem-se usado com êxito na salmonelose é na febre tifóide (Ol. Muito apropriada pata combater as diarreias dos lactentes, tanto em biberão como em clister, associada a um regime adequado (cenoura, arroz branco, farinha de alfarroba, e t c ) . PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

• Ulceras varicosas, feridas infectadas, eczemas e dermatoses: Possui um notável efeito cicatrizante e regenerador da epiderme 101. • Vaginite, leucorreia e metrorragias (hemorragias vaginais fora da menstruação), com exame médico prévio. Aplica-sc em irrigações vaginais l©l. 510

Outros nomes: salicária, erva-carapau. Brasil: erva-da-vida. Esp.: salicária, arroyuela. Mies, iisimaquia roja, litro. Fr.: salicaire, lysimaque rouge. Ing.: (purple] loosestrife, spiked loosestrife, {purple] willow-herb. Habitat: Comum em prados húmidos, charcos e margens de regatos e rios de toda a Europa. Naturalizada no continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Litráceas, de caule erecto, robusto e de secção quadrangular, que atinge até 1,5 m de altura. As suas folhas parecem-se com as do salgueiro, e as flores, de um tom rosa-púrpura, agrupam-se em espiga. Partes utilizadas: As sumidades floridas.

Malva sllvestris L

hl \ú\ M • Preparação e emprego

Malva Suaviza e desinflama

E

STA PLANTA, símbolo do sossego e da doçura, já era utilizada pelos gregos há mais de dois milénios. Hipócrates recomendava-a como emoliente e laxante, propriedades que foram demonstradas e que

USO INTERNO O Infusão ou decocção de flores e/ou folhas, com 30 g por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas quentes por dia. USO EXTERNO © Infusão ou decocção: A mesma que se aplica em uso interno, mas um pouco mais concentrada, também se utiliza externamente em gargarejos, irrigações vaginais, clisteres, e compressas sobre a pele afectada.

continuam a ter aplicação hoje. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a

planta, c especialmente as flores e as folhas, c o n t e m a b u n d a n t e s mucilagens. As flores possuem um p i g m e n t o hidrossolúvel d o tipo das a n l o c i a n i nas. As m u c i l a g e n s c o n l e r e m - l h e p r o priedades emolientes e laxantes. Actuam revestindo as mucosas com u m a c a m a d a viscosa, p r o t e g e n d o - a s assim d o s a g e n t e s irrilalivos. O u s o da malva é indicado nos seguintes casos: • Prisão de ventre crónica: Actua como um laxante n ã o agressivo, inclusive em doses elevadas, q u e lubrifica o tracto intestinal. Recomenda-se especialmente para crianças p e q u e n a s e idosos IOI. • A f e c ç õ e s respiratórias: Tem e l e i t o expectorante e antitússico, pelo q u e se prescreve nos c a t a r r o s , g r i p e s ,

bronquites, tosse ii i nativa ou seca, e em caso de asma IOI. • Afecções das mucosas e da pele: Aplicada localmente, ajuda a c u r a r as (ãringiles, asvaginites, as inflamações do â n u s e do r e c t o , os e c z e m a s , a acne, os furúnculos e, em geral, todas as irritações superficiais 101.

Outros nomes: malva-maior, maiva-selvagem, malvasilvestre. Esp.: malva, malva común, malva real, malva extranjera, malves, alboheza. Fr.: mauve, fromageon. Ing.: [high] mallow, cheeseflower. Habitat: É vulgar enconlrar-se à beira dos caminhos e em campos húmidos de toda a Europa. Naturalizada no continente americano, especialmente nos Estados Unidos. Descrição: Planta bianual da família das Malváceas. de 20 a 70 cm de altura, que chama a atenção pelas suas flores de cor rosa-púrpura, com 5 pétalas. Partes utilizadas: as flores e as folhas.

511

OrcWsmascuteL

' \ j \

-l(fi>

(.) d Preparação e emprego

Satirião-macho Antidiarreico infantil

A

S ORQUÍDEAS formam a família mais numerosa do reino vegetal, com mais de 20000 espécies distribuídas por iodo o mundo. As suas formosas flores e peculiaridades botânicas lornam-nas muito procuradas e apreciadas. Os seus dois tubérculos subterrâneos têm despertado desde tempos muito antigos a ideia de uns testículos. O nome de orquídea deriva do latim orquis (testículo). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: NOS

países árabes extrai-sc dos tubérculos do satirião e de outras espécies similares de orquídeas uma farinha conhecida como salepo. A origem {lesta palavra encontra-se no árabe, yosa atakb (testículos de raposo). O SALEPO contém cerca de 50% de mucilagem, 25% de fécula, 5% de proteínas e 1% de açúcar. I". muito apreciado como emoliente intestinal, antidiarreico e tonificante. Recomendasse nas gastrenterites, colites e dispepsias. É um alimento excelente nas diarreias infantis IOI. Nos países orientais dá-se aos convalescentes e asténicos (debilitados e fatigados). As suas pretensas virtudes afrodisíacas não foram suficientemente comprovadas e basciam-sc unicamente na teoria dos sinais, que atribui a cada planta virtudes presumivelmente reveladas pelas suas características exteriores. 512

USO INTERNO O O salepo prepara-se em forma de tisana, papa ou caldo. Actualmente é importado dos países orientais, pois as orquídeas estão protegidas em quase todos os países da Europa.

Outros nomes: salepeira-maior, salepo-maior, satirio-macho, pata-de-lobo, escroto-canino. Esp.: satirión manchado, orquídea macho. Fr.: orchis má/e, orchidée. Ing.: (early purple] orchid. Habitat: Bosques de árvores frondosas eprados de lugares montanhosos de toda a Europa. E originário da Ásia Menor Descrição: Planta vivaz da família das Orquidáceas, que atinge de 15 a 30 cm de altura. Tem folhas alongadas com manchas castanhas avermelhadas. A raiz é tuberosa, com dois tubérculos desiguais. Partes utilizadas: os tubérculos.

Todas as orquídeas são muito atraentes, mas as flores do satirião-macho apresentam um aspecto único.

I

& i*

Plrus malus L

Macieira Compêndio de virtudes medicinais

A

MAÇA c cm si m e s m a um c o m p ê n d i o de virtudes medicinais, conhecidas desde tempos muito antigos. Salienlam-se as suas propriedades digestivas, q u e a escola médica de Salermo, nos séculos X a XIII, na Itália, descrevia com o seguinte aforismo, s e g u n d o c k a Messcgué: Posl (riram do potum, post pomum vnde encatum. (Depois da maçã, chichi; depois da fruta, caca). O d o u t o r Ernst S c h n e i d e r c u r o u casos graves de disenteria d u r a n t e a segunda g u e r r a m u n d i a l , exclusivamente com dieta de maçãs, à falta de outros tratamentos. Descobriu e n t ã o as extraordinárias p r o p r i e d a d e s curativas deste n o b r e fruto, cuja árvore é, toda ela, medicinal. A m a ç ã é o alimetito-remédio por excelência. PROPRIEDADES

E

INDICAÇÕES:

A

maçã contém de 12% a 15% de glícidos (dextrose, levulose e s a c a r o s e ) , menos de 0,5% de lípidos e prótidos; minerais (potássio, cálcio, fósforo, magnésio, feiro e p o u q u í s s i m o sódio); vitaminas A, Bi, Bs, G e niacina; ácidos málico, cítrico e salicílico; tanino, de acção adstringente; pectina, substância h i d r o c a r b o n a d a de acção absorvente e antidiarreica; e u m a grande quantidade de en/.imas. As MAÇAS têm as s e g u i n t e s p r o priedades: • Antidiarreica: Têm a virtude de absorver as toxinas b a c t e r i a n a s q u e se produzem nos intestinos, além de de-

Outros nomes: maceira, maçãzeira, pereiro. Esp.: manzano, manzanal, manzanera, pomera, camueso, maguillo, maguillo, maillo, pêro, perón. Fr.: pommier. Ing.: apple tree. Habitat: Oriunda da Ásia Ocidental e amplamente distribuída por todo o mundo, tanto cultivada como silvestre (Malus silvestris Miller). Prefere os climas frios e as regiões continentais e nortenhas. Descrição: Árvore da família das Rosáceas, de médio porte, com flores brancas e frutos carnudos, de que se conhecem mais de mil variedades. Partes utilizadas: os frutos, a casca e as flores.



Preparação e emprego USO INTERNO

O Maçãs cruas (raladas), assadas ou cozidas: De meio a um quilo por dia. Convém sempre descascá-las, a não ser que procedam de cultura biológica, e portanto não tenham sido tratadas com insecticidas ou outros produtos químicos. © Sumo: Um copo diário de sumo de maçã, ao pequeno almoço, assegura uma boa forma física. Pode-se misturar com sumo de limão ou de cenoura para obter melhores resultados revitalizantes. © Decocção: Duas maçãs cortadas em pedaços e postas a ferver num

litro de água, durante meia hora. O líquido resultante, açucarado caso se queira, recomenda-se especialmente aos doentes muito debilitados, antes de iniciar uma dieta sólida. O Decocção de casca de macieira: Prepara-se com 50-100 g de casca da árvore por litro de água. Tomam-se de 3 a 5 chávenas por dia, como tonificante, febrífugo e adstringente. © Decocção de folhas e flores: Faz--se com 50 g por litro de água. Tomam-se 4 ou 5 chávenas diárias como diurético.

513

o

Curas de maçãs

Cura de maçãs: Para reforçar o seu efeito em todas as indicações que mencionamos, recomenda-se tomar, durante 3a 5 dias, um a dois quilos de maçãs como único alimento. Podem-se comer raladas, cozidas ou assadas, sem adoçar. Esta cura repete-se de duas a quatro vezes por ano. Dieta de Kempner: Durante um mês come-se exclusivamente maçãs e arroz, de preferência integrai Os resultados são excelentes em caso de hipertensão, excesso de colesterol, obesidade e afecções renais.

Todos, são e doentes, podem beneficiar com o consumo diário da rainha das frutas: a maçã.

si n flama r e secar a sua mucosa. São úteis em todo o tipo de diarreias, quer sejam leves quer complicadas com colites, ou disenteria (emissão de fezes com muco e sangue). Dão bons resultados nas enlerocolites produzidas por alimentos em mau estado (toxi-infecçÕes alimentares), produzidas frequentemente pelo microrganismo Salmomdla lOl. São muito recomendáveis nas gastrenterites infantis. • Laxante: Curiosamente, a maçã tem um eleito regulador sobre a Hora e o peristaltismo intestinal, que lhe confere propriedades aparentemente contraditórias (antidiarreica e laxante): Tomada pela manhã, em jejum, dá bons resultados na prisão de ventre crónica ou habitual 10,01. • Diurética e depurativa: Pela sua capacidade de absorver as toxinas intestinais, dá também bons resultados nos eczemas crónicos da pele, que em certas ocasiões se devem a uma auto-intoxicação do organismo. A maçã também facilita a eliminação do ácido úri514

co, da ureia c de outros resíduos do metabolismo, pelo que é boa para os artríticos, reumáticos, gotosos, e quem sofra de cálculos urinários IO,0,0I

conteúdo em fósforo. E muito recomendável em caso de excitação, nervosismo, stress e fadiga mental IO.©. 01. O efeito é suave e lento, mas seguro.

Pelo seu baixo conteúdo em sódio (sal), as maçãs recomendam-se na dieta dos hipertensos, juntamente com o arroz (dieta de Kempner), com o que se obtém muito bons resultados na descida da pressão arterial e na redução dos edemas por retenção de líquidos (ver nesta mesma página o quadro "Curas de maçãs").

A maçã é um alimento-remédio ideal em todas as doenças crónicas como: afecções digestivas e respiratórias, arteriosclerose, artritismo, hepatopaiias (afecções do fígado), afecções renais, obesidade, cardiopatias (afecções do coração), hipertensão. Muito recomendável para atrasai o processo do envelhecimento IO.0.0I.

• Hipolipemiante: A pectina da maçã absorve os sais Ilibares no intestino, com o que diminui uma das matérias primas a partir das quais o organismo produz o colesterol. Para se obterem resultados é necessário comer durante longos períodos (mais de três meses), duas ou três maçãs por dia IO), além de seguir outras medidas dietéticas conln\ o excesso de colesterol.

A DISCA DA MACIEIRA é tonificante, febrífuga e adstringente.Já foi usada em substituição da quinina. Actualmente eniprega-se em doenças infecciosas como febrífugo e tonificante, assim como na fase de convalescença IOI.

• Tonificante e cquilibradora do sistema nervoso: Talvez devido ao seu

As FOLHAS e as FLORES da macieira são muito diuréticas e recoincndam-se no caso de cálculos renais ou de areias, de nefrile (inflamação dos rins) e de hipertensão arterial 101.

Plantago psyillum L

Zaragatoa Um laxante que protege o t u b o digestivo

O

S ANTIGOS viram uma parecença entre as pulgas (psyla em grego) e as sementes desta planta. Dioscórides recomendava-a no século I d.C. como emoliente (suavizar! te), e assim continuou a ser usada até meados do século XX, quando se descobriu que, além do mais, tem ainda um efeito laxante. Actualmente entra na composição de diversos preparados farmacêuticos contra a prisão de ventre. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As se-

mentes contêm abundante mucilagem (até 15%), que lhes confere acção laxante, emoliente e anti-inflamatória. A zaragatoa é uma das plantas com maior conteúdo em mucilagem

e IÉ Preparação e emprego USO INTERNO O Maceração de sementes: Trituram-se, ou simplesmente esmagam-se, e deixam-se macerar durante uma ou duas horas (uma colher de sopa de sementes por copo de água). Tomar depois a mucilagem, filtrando o líquido resultante. Pode-se acrescentar uma colherzinha de grãos de anis para melhorar o sabor. Ingere-se de manhã, em jejum, e à noite antes de deitar. USO EXTERNO © Cataplasma de sementes: Depois de postas em maceração, aquecem-se e prepara-se com elas uma cataplasma, que se mantém pelo menos 15 minutos sobre a zona afectada, duas ou três vezes por dia. © Enemas (clisteres): Fazem-se com o líquido resultante da maceração de sementes. É suficiente 100-250 ml para cada aplicação. Administrar até três enemas diários.

2rM-

V

Espécies cultivadas

do género Plantago Também se empregam outras espécies similares à zaragatoa comum e com propriedades muito semelhantes, como a zaragatoa-arenária {Plantago indica L. = Plantago arenaria Waldst.-Kit.),* que se cultiva na Europa e na Ásia, para aproveitar a sua mucilagem, com a qual se elaboram diversos preparados farmacêuticos. Com o mesmo fim se cultiva a zaragatoa-da-índia {Plantago ovata Forsk.)** nalgumas regiões mediterrâneas e na Ásia. " Esp.: zaragatona arenaría. Ing.: Spanish psyllium. " Esp.: zaragatona de la índia. Ing.: blond plantago.

Outros nomes: psilio, erva-pulgueira, erva-das-pulgas, pulicária. Esp.: zaragatona [común], [hierba] pulguera, llantén de perro, ada de agua, psilio, coniza. Fr.: herbe aux puces, pucière, psyllium. Ing.: fleawod, psyllium. Habitat: Cresce em terrenos arenosos ou pedregosos de toda a área mediterrânea. Cultiva-se com fins medicinais. Descrição: Planta anual da família das Plantagináceas, com caule herbáceo e erecto, de até 30 cm de altura. As flores são pequenas, brancas, agrupadas em espigas ovóides. Os frutos contêm duas sementes de 3 mm, lisas e de cor castanha. Partes utilizadas: as sementes.

515

q u e se c o n h e c e m , m u i t o s u p e r i o r à linhaça ( s e m e n t e s d e l i n h o . pág. 509). C o n t é m t a m b é m lípidos c o m esteróis vegetais (sitosteróis), sais de potássio e oligoelementos. Daí as suas indicações: • Afecções digestivas: A mucilagem actua como um colóide hidrófilo; isto é, as suas moléculas rodeiam-se de grande quantidade de moléculas de água, q u e as fazem a u m e n t a r de volume e iransformar-se n u m a massa suave e de aspecto gelatinoso. Desta forma, a mucilagem consegue dois efeitos:

A zaragatoa é uma das plantas mais ricas em mucifagens, substâncias que multiplicam o seu volume em contacto com a água. Devido a isto, o seu consumo produz sensação de saciedade no estômago, e torna-se de grande utilidade nas dietas de emagrecimento.

-Cria uma rapa viscosa c protectora q u e cobre lodo o interior do t u b o digestivo, desfie o estômago até ao intestino grosso. Oferece com isto uma acção suavizante e anti-inflamatória sobre as m u c o s a s digestivas, q u e resulta altamente benéfica em caso de gastrite, úlcera gástrica ou d u o d e n a l , e colite. Acalma a pirosc (acide/.) e a d o r de estômago, e faz parar as cólicas e a diarreia em caso de colite. - A u m e n t a o volume das fezes e torna-as mais brandas, com o q u e estas se deslocam c o m m a i o r facilidade pelo tubo digestivo, exigindo m e n o r esforço pcristállico ao cólon. T u d o isto se traduz n u m suave efeito l a x a n t e , sem c o n t r a c ç õ e s , nem irritação, sem criar habituação e sem p r o v o c a r p e r d a de potássio ou sais minerais; ou seja, sem n e n h u m efeito secundário indesejável. A mucilagem da zaragatoa pode-se usar continuadamente durante meses, ou m e s m o anos. Torna-se muito útil no t r a t a m e n t o da prisão de ventre crónica e das suas consequências, tais c o m o as hemorróidas ou a divcrticulose do cólon, q u e também ajuda a prevenir. Os divertículos produzem-sc c o m o consequência do excesso de pressão q u e o cólon tem fie exercer para fazer avançar as fezes d u r a s ou ressequidas. A alimentação rica em carnes c produtos refinados, mas escassa em fruta, v e r d u r a s e cereais integrais, produz fezes escassas e fluías q u e submetem o intestino grosso a um grande esforço. O resultado de t u d o isto é a prisão de ventre e as suas compli516

cações, a mais grave das quais é o cancro do cólon.

cilagem, q u e incha e a u m e n t a de volume com a água.

O t r a t a m e n t o com mucilagem deve ser a c o m p a n h a d o de u m a mudança dos hábitos alimentares.

Este eleito contribui t a m b é m para a d i m i n u i ç ã o de peso q u e se conseg u e com a ingestão fie zaragatoa.

O eleito laxante fia mucilagem IOI é reforçado pelo da hemicelulose, fibra q u e forma a casca das sementes.

Além disso c o m p r o v o u - s e q u e a m u c i l a g e m d i m i n u i os níveis fie colesterol e de triglicéridos no sangue IOI, possivelmente devido ao facto fie interferir com a absorção fias gorduras no intestino d e l g a d o .

O efeito benéfico da mucilagem sobre o intestino t a m b é m se p o d e o b t e r a d m i n i s t r a n d o - a e m e n e m a s (clisteres), m u i t o c o n v e n i e n t e s nas inflamações a n a i s e rectais IOI. Dcsinllama as h e m o r r ó i d a s e m i n o r a os incómodos das fissuras anais; recomendável em caso fie p r o c t i t e (inflamação fio recto) e de colite, inclusive a ulcerosa. Neste último caso usa-se c o m o complemento fio t r a t a m e n t o específico. • T r a t a m e n t o da o b e s i d a d e : A administração fie s e m e n t e s de zaragatoa com água em abundância, entre as refeições, p r o d u z sensação fie plenitude e saciedade no estômago, fazendo d i m i n u i r o a p e t i t e IOI. Esta acção fleve-se à capacidade hidrófila fia mu-

• Afecções urinárias: A mucilagem fia zaragatoa actua t a m b é m c o m o anti-inflainatório sobre as mucosas urinárias. Ajuda a acalmar os incómodos fia cistite e favorece a r e g e n e r a ç ã o fia mucosa irritada IOI. Usa-se em combinação com outros tratamentos. • A f e c ç õ e s c u t â n e a s : Aplicada localmente em forma fie emplastro, protege e desinflama a pele irritada em caso de eczema e e r u p ç õ e s ou dermatose. K cicatrizante q u a n d o se aplica sobre q u e i m a d u r a s , feridas ou úlceras varicosas 101. l a m b e m se usa em cosmética para a beleza fia pele.

Podophylium pettatumL

Kl

Podofilo Purgante e possível remédio contra o cancro

O

P O D O F I L O , a o contrário d o que sugerem alguns nomes por q u e é c o n h e c i d o n o u t r a s línguas, n ã o tem n e n h u m a relação com a m a n d r á g o r a e u r o p e i a (Mandrágora autumnalis Bertoloni = Mandrágora officinalis L.), da família das Solanáceas. Esta m a n d r á g o r a é u m a planta tóxica, de acção s e m e l h a n t e à da heladona (pág. 352), a c t u a l m e n t e sem aplicações medicinais. Nos países orientais atrihui-se-lhe a v i r t u d e de promover a fecundidade. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O S ín-

dios norte-americanos utilizam d e s d e há muito t e m p o a podojtlina (resina da raiz do podofilo), q u e a partir de 1820 passou a e n t r a r na composição de diversos preparadas farmacêuticos. O seu princípio activo, a podofilotoxina, actua a doses baixas c o m o um purgante enérgico, mas muito bem tolerado. Tem além disso efeito colagogo (esvazia a vesícula biliar) IO). Descobriu-se r e c e n t e m e n t e q u e o podofilo tem u m a acção antimitótica (impede a divisão das células), p e l o que se c o m e ç o u a usar com êxito no tratamento d e c o n d i l o m a s a c u m i n a dos, verrugas, papilomas e outras tumorizações vincas da pele l©l. Está a investigai-se a sua aplicação no tratamento do c a n c r o .

Outros nomes: Esp.: podofilo, mandrágora americana. Fr.: podophylle. pomme de mai. Ing.: [American] mandrake, wild iemon, May apple. Habitat: Prados e bosques húmidos da região atlântica da América do Norte. Não aparece na Europa. Descrição: Planta herbácea da família das Berberidáceas, que atinge até 50 cm de altura. O seu fruto é uma baga de cor amarela, muito aromática. Partes utilizadas: A resina da raiz (podofilina).

O

Preparação e emprego

USO INTERNO O A ingestão de 0,25 a 0,5 g de raiz ou de 50 a 100 mg de podofilina, provoca uma evacuação regular 12 horas depois de terem sido ingeridos. USO EXTERNO

Precauções

Em doses elevadas, o podofilo pode provocar violentas diarreias e inclusivamente a morte.

© Na pele, a resina de podofilo aplica-se em forma de preparados farmacêuticos. Estes preparados contêm uma suspensão oleosa da resina, misturada com parafina. Para que surta efeito, basta colocar diariamente umas gotas de resina de podofilo sobre a parte afectada da pele.

517

Portulaca oferaceaL

O

Beldroega Laxante e calmante ocular

A

BELDROEGA cultivava-se antigamente como verdura para salada, e ainda hoje há quem saiba apreciar a macia e saborosa sopa desta humilde planta que Eça de Queirós descreve entre "a couvinha na horta, ... os espinafres", e "algum feijãozinho em terra muito fresca" (A Cidade e as Seiras), embora hoje alguns camponeses a considerem uma erva daninha. As suas aplicações medicinais continuam, entretanto, válidas.

Toda a planta contém abundantes mucilagens, que são o seu princípio activo mais importante e que lhe conferem propriedades emolientes, anti-inflamatórias e laxantes. Possui também vitamina C, que a torna antiescorbútica. Apresenta propriedades diuréticas e depurativas, embora não se conheça bem o princípio activo que lhes dá origem. As sementes são vermífugas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Aplica-se em caso de prisão de ventre crónica. Como diurética e depurativa torna-se muito recomendável em caso de obesidade ou de alimentação sobrecarregada. Pela sua acção suavizante e anti-inflamatória, também se torna de grande utilidade nas cistites e nos cálculos urinários IO,@l. Externamente emprega-se em cataplasmas nos casos de blefarite (inflamação das pálpebras) e de conjuntívite m. 518

Outros nomes: portulaca, bredo-fêmea. Brasil: beldroega-pequena. Esp.: verdolaga, beldroaga, flor de las once, flor de un dia, porcelana, colchón de nino, taríela, lega. Fr.: pourpier[potager], coupe-pied. Ing.: [common]purslane, pursley. Habitat: Terrenos arenosos próximos de rios ou terrenos de cultura abandonados, de toda a Europa. Muito comum no continente americano. Descrição: Planta anual da família das Portulacáceas, rasteira, de caules grossos e sumarentos. As folhas são pequenas, ovaladas, carnudas e esbranquiçadas pela face inferior. As flores são pequenas e amarelas. Partes utilizadas: as folhas e os caules frescos.

a

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Como verdura de salada, temperada com sal, azeite e limão. © Decocção: 100 g por litro de água. Tomam-se até 5 chávenas diárias. USO EXTERNO

© Cataplasmas da planta fresca esmagada.

Potentílla erecta (L) Râuschel

3aam Preparação e emprego

Tormentila Potente antrdiarreico

USO INTERNO O Decocção de 30 g de rizoma por litro de água, de que se ingerem 3 ou 4 chávenas diárias, até que passe a diarreia. © Pó: Administram-se de 2 a 4 g diários em cápsutas. USO EXTERNO €) Banhos de assento: Acrescentar à água do banho 1-2 litros do líquido resultante de uma decocção mais concentrada do que a utilizada internamente (60-100 g por litro). O Bochechos e gargarejos com a decocção concentrada.

D

ESDE a Idade Média tem-se usado esta planta para acalmar o que então se conhecia como «tormentos» (cólicas intestinais). E daí que deriva o seu nome de tormentila. E. é devido ao seu intenso efeito que se denomina em latim Pctentillu, de potentem (potente).

O principal componente do rizoma da tormentila é o tanino, que representa até 15% do seu peso. Contém também um glicósido (tormentilina) e ácido quino viço amargo. A sua acção é fortemente adstringente e antidiarreica. Também possui propriedades hemostáticas (detém as hemorragias). É indicada nos seguintes casos: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

• Diarreias infecciosas de todo o tipo. Acalma as cólicas devidas a espasmos intestinais, que frequentemente acompanham as diarreias IO.0J. • Hemorróidas: Em aplicação local (banhos de assento) desinflama-as c consegue impedir que sangrem 101. • Estomatite ou faringite: em gargarejos IO). • Epistaxe (hemorragia pelo nariz): Aplicada em irrigação ou embebendo um tampão de gaze 101.

©Irrigação e tamponamento nasal com este mesmo líquido da decocção concentrada.

Sinonimia científiica: Potentílla tormentilla L Outros nomes: tormentilha, tormentina, sete-em-rama, consoldavermelha, solda. Esp.: tormentila, tormentilla, sietenrama, consuelda roja. Fr.: [potentille] tormentille. Ing.: tormentil. Habitat: Difundida por planícies e montanhas húmidas de toda a Europa. Conhecida no continente americano. Descrição: Planta da família das Rosáceas, de 10 a 40 cm de altura e de caules frágeis. As folhas têm 3 segmentos dentados, e as flores têm 4 pétalas, no que se diferenciam das de outras Potentílla como a argentina (pág. 371) e a cínco-em-rama (pág. 520) que têm 5 pétalas. Partes utilizadas: O rizoma (caule subterrâneo) fresco.

519

Potentilla reptansL

Cinco-em -rama Um poderoso adstringente e cicatrizante

E

STA humilde planta tem, como todas as Rosáceas, belas flores e excelentes propriedades medicinais. Os criadores de gado ulili/am-na tradicionalmente paia aumentai a produção do leite das cabras e para combater a hematúria (sangue na urina) do gado. Os animais comem-na como forragem e, à semelhança do que acontece com os seres humanos, a planta ajuda-os a curar as diarreias e gasti enterites.

Vamos referir-nos aqui indistintamente tanto à espécie europeia como à americana, já que a sua composição e propriedades são praticamente idênticas. Outras plantas do género Potenlilla tratadas nesta obra são a argentina (Pág. 371) e a tormentila (Pág.519).

Outros nomes: potentila, potentilha, quinquefólio. Brasil: cinco-folhas. Esp.: cincoenrama. loraca, lloraga, p/e de gallina. quinquefólio. Fr.: pontentille rampante, quintefeuille. Ing.: [creeping] cinquefoil, five-finger [grass}. Habitat: Comum em prados húmidos e beiras dos caminhos, tanto na Europa (R reptans) como na América do Norte (P. canadensis). Descrição: Trata-se de uma planta rastejante (reptans), com o máximo de um metro de altura, da família das Rosáceas, que se caracteriza por ter as folhas divididas em 5 foliolos. As flores são amarelas e também têm cinco pétalas. Partes utilizadas: o rizoma (caule subterrâneo) e a raiz.

^r

0V

~kjr

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-

zoma e a raiz da cinco-em-rama contêm diversos glícidos, e especialmente taninos do grupo das catequinas, que lhe conferem as suas propriedades adstringente, hemostática, anti-

k

£í

Preparação e emprego

•*_v

,©*.

Sinonímia científica: Poterium sanguisorba L. Outros nomes: pimpinela, pimpinela-hortense, sanguissorba. Esp.: pimpinela [menor], pampanilla, sanguisorba [menor], hierba dei cuchillo, hierba cuchillera, hierba de la enjaretadura, perifollo, ensaiada italiana. Fr.: [petite]pimprenelle. Ing.: [small] burnet, salad burnet. Habitat: Cresce em ribanceiras, bosques e lugares incultos de toda a Europa Central e Meridional, mas falta no Norte do continente europeu. Também se encontra na América do Norte. Descrição: Planta da família das Rosáceas, de 0,2 a 1 m de altura, que se caracteriza pelo seu caule anguloso, de cor avermelhada, e pelas suas flores pequenas, terminais, e de cor esverdeada. Partes utilizadas: Toda a planta, incluindo a raiz.

533

ulsorba balis L

Pimpinela-oficinal

M H

ti.' •

Preparação e emprego

USO INTERNO

Poderoso adstringente

E

STA PLANTA foi d e s c o b e r t a e utilizada a p a r t i r do Renascim e n t o . Devido ao facto de os seus ramalhetes florais terem o aspecto de coágulos de s a n g u e , acreditou-se q u e a planta poderia ser útil para o tratamento das hemorragias. Foi utilizada com este fim d u r a n t e vários séculos e, r e c e n t e m e n t e , p ô d e verificar-se o acerto daquela intuição.

O Decocção de 100 g de raiz num liíro de água, durante 15 minutos, a que se podem juntar as partes aéreas da planta. Bebemse 3 ou 4 chávenas diárias. USO EXTERNO © A mesma decocção, mas mais concentrada. Também se pode usar o sumo fresco da planta esmagada. Tanto a decocção como o sumo se aplicam de qualquer das seguintes maneiras: compressas, bochechos e gargareos, e irrigações vaginais.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda

a planta é muito rica em t a n i n o . Contém igualmente saponinas, flavo nas e vitamina C. Isto explica as suas p r o priedades adstringentes, anti-hemorrágicas e anti-inflamatórias. Pela sua acção adstringente, seca as células superficiais da pele e as mucosas, e coagula os p e q u e n o s vasos s a n g u í n e o s . • Internamente, o sen uso torna-se apropriado em diarreias agudas e crónicas, disenterias e gastrites (inclusive as hemorrágicas) MN, • Externamente, t a n t o a d e c o c ç ã o como o s u m o fresco da pimpinela-oficinal se aplicam em c o m p r e s s a s , para c u r a r feridas e úlceras da p e l e ; em gargarejos nos casos de estomatite (inflamação da boca) e faringite (irritação da garganta); em lavagens anais, contra as hemorróidas (desinflama-as e trava a hemorragia); e em irrigações vaginais em caso de leucorreia e vagin i t e (€>).

534

Outros nomes: pimpinela, sanguissorba-oficinai. Esp.: pimpinela mayor, sanguisorba, sanguisorba oficinal. Fr.: grande pimprenelle, pimpinelte des prés, sanguisorbe [officinale]. Ing.: great burnet, Italian pimpernel. Habitat: Prados húmidos da Europa e da América do Norte. Encontra-se na metade norte da Península Ibérica. Descrição: Planta vivaz da família das Rosáceas, que atinge até um metro de altura. Salientam-se as suas pequenas flores de cor púrpura, agrupadas em inftorescências ovaladas. Tem um cheiro suave e um sabor ligeiramente amargo. Partes utilizadas: a planta inteira, incluindo a raiz.

Sorbus aucupariaL

Tramazeira Adstringente e rica em vitamina C

A

TRAMAZEIRA, que é uma sorvei ia brava, não forma arvoredo, mas eucoutra-se isoladamente entre outras árvores de m o n t a n h a . Faz-se notai - pelos seus vistosos frutos, q u e são u m a delícia para

os pássaros. Em algumas cidades é plantada para o r n a m e n t a ç ã o . K u m a árvore elegante e longeva: vive mais de 100 anos. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Os fru-

tos (sorvas) c o n t é m diversos ácidos orgânicos (sórbico, cítrico e suecínico), açúcares, pectúlã, tanino e grandes quantidades de vitamina C (até 80 mg p o r 100 g ) . Nos países g e r m â n i c o s a t r i b u e m -se-lhe n u m e r o s a s p r o p r i e d a d e s , embora as q u e r e a l m e n t e se comprovaram sejam apenas as seguintes: • Adstringente: Devido ao seu c o n t e ú d o em tanino, dá bons resultados no t r a t a m e n t o das diarreias e colites, tanto agudas c o m o crónicas IOI. Esta acção adstringente é parcialmente c o m p e n s a d a pelo c o n t e ú d o em pectina dos seus frutos, q u e exerce um suave eleito l a x a n t e . O r e s u l t a d o desta acção combinada é um efeito regulador e normalizador do trânsito intestinal. • Antiescorbútico e tonificante: Pelo seu c o n t e ú d o em vitamina C e ácidos o r g â n i c o s , r e s p e c t i v a m e n t e . Recomenda-se o seu uso em caso de carência de vitamina ('-, doenças febris, gripes, catarros, e s g o t a m e n t o , e em pacientes convalescentes ou debilitados IOI.

Outros nomes: sorveira, sorveira-dos-passarinhos, cornogodinho, escancerejo. Brasil: sorveira-brava. Esp.: serbal silvestre, serbal de cazadores, Iresno silvestre, manzano falso, acafresna, amargoso, margojo, azarollo borde, capudio, cerveltón, sevillano. sorbito. Fr.: sorbierfdes oiseleurs]. Ing.: rowan [tree], mountain ash. Habitat: Disperso em regiões montanhosas de clima temperado de toda a Europa. Em Portugal encontra-se em Trás-os-Montes e nas Beiras interiores. Descrição: Arvore ou arbusto da família das Rosáceas, que atinge até 6 m de altura. A casca é lisa e cinzenta, e as flores pequenas e brancas. Os frutos são umas bagas alaranjadas ou vermelhas, que pendem em cachos. Partes utilizadas: os frutos (sorvas) cozidos ou secos.

O

f

•Al»

Preparação e emprego

USO INTERNO

O As sorvas são comestíveis apenas quando estão bem maduras, no Outono, o que se reconhece porque se tornam mais escuras e moles. Se forem comidas antes de amadurecerem completamente, deixam um forte sabor áspero na boca e tomam-se irritantes. Um punhado de sorvas por dia já exerce acção terapêutica. Podem-se deixar secar, ou então pode-se preparar com elas um puré ou compota, depois de cozidas. A dose normal de sorvas é de 3 a 5 colheradas, 3 vezes ao dia.

Sorveira

A sorveira {Sorbus domestica L. = Pyrus domestica Smith)* dá umas sorvas maiores que as da tramazeira, que se parecem com nêsperas, e que quando estão bem maduras, já dentro do Outono, se tornam castanhas. Estes frutos da sorveira cultivada são mais agradáveis de comer do que os da tramazeira, embora as propriedades de ambas as espécies sejam muito semelhantes. " Esp.: serbal común, acerolo, pomar, silva, mostajo.

• Diurético suave e emenagogo: Facilita a menstruação IOI. 535

Tamaríndus Indica L

L. J J Preparação e emprego

Tamarindeiro Refrescante e laxante suave

USO INTERNO O Polpa: Tomam-se de 20 a 40 g de polpa diluída em água, até três vezes ao dia. @ Infusão com 30 g de folhas por litro, de que se tomam 3 chávenas por dia.

N

OS PAÍSES dns Cara/bas e da América Central usam-sc correntemente os refrescos à base de polpa de tamarindeiro, que são ao mesmo (empo doces e ácidos. Além do seu agradável sabor, possuem algumas virtudes medicinais. A polpa que envolve as sementes do tamarindeiro é muito rica em glícidos (60%-(55%) e em ácidos orgânicos (cítrico, tartárico e málico). Também contém pectina. São estas as aplicações medicinais PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

da POLPA:

• Laxante suave: Devido ao seu conteúdo em glícidos e em pectina. Costuma assoe iar-sc ao sene-da-índia (pág. 492) para reforçai- a sua acção. Provoca a emissão de fezes moles sem nenhuma cólica IOI. • Colerético e colagogo suave: Indicado nas afecções biliares e hepáticas, pela sua capacidade de descongestionar o ligado e facilitar o esvaziamento da vesícula biliar IOI. • Refrescante e tonificante: Recomenda-se o seu uso nas afecções febris e durante os treinos desportivos IO,©l. • As FOLHAS têm efeito anti-heliníntico e vermífugo (destroem os parasitas intestinais) e também adstringente [01. 536

Outros nomes: tamarindeira, tamarinheiro, tamarinheira, tamarineiro, tamarineira, tamarindo, tamarinho. Brasil: tamarina, maná-do-brasil. Esp.: tamarindo, tamarindero, mandarin. Fr.: tamarin, tamarinier [d'lnde). Ing.: tamarind. Habitat: Originário da África Tropical, extensamente distribuído e cultivado na índia e na América Central. Descrição: Árvore que atinge até 25 m de altura, da família das Leguminosas, de folhas perenes. Os frutos sào vagens pendentes, de 15-20 cm de comprimento, em cujo interior há uma polpa amarela que envolve as sementes. Partes utilizadas: a polpa dos frutos e as folhas.

J J

Tanacetum vulgareL

Tanaceto Um poderoso anti-helmíntrco

P

OR ALGUNS dos nomes comuns desta planta se vê que, tradicionalmente, a virtude medicinal que se lhe reconhece é a anti-helmíntica. Os botânicos clássicos não a conheciam, e não se encontra registada antes do século XII. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-

Preparação e emprego USO INTERNO O Infusão com 5 g de sementes por chávena de água, que se ingere de manhã em jejum. €> Capítulos florais secos: Podem-se tomar directamente 2-5 g de capítulos triturados e dissolvidos num pouco de água. Passada uma hora, administrar um purgante. Repetir até três dias consecutivos. USO EXTERNO €) Enemas (clisteres) da mesma infusão que se usa internamente, para reforçar a acção vermífuga da infusão

tém taninos, flavonóides e uma essência rica em tuiona, a que deve as suas propriedades: •Vermífugas: Paralisa os vermes intestinais (lombrigas e oxiúros), e embora não chegue a matá-los, facilita a sua expulsão se se tomar seguidamente um purgante IO,0,©I. • Emenagogas: Provoca e regulariza a menstruação MM.

%

y

Precauções

Respeitar as doses recomendadas: Em doses elevadas pode produzir vómitos e convulsões. Não se deve administrar às grávidas.

Balsamita

A balsamita (Tanacetum balsamita L)* é uma espécie semelhante ao tanaceto (Tanacetum vulgare L), que também se usa como vermífugo. Caracteriza-se pelas suas folhas grandes e pubescentes. Usa-se igualmente como antitússico e carminativo (antiflatulento). Prepara-se em infusão, com 15-20 g de folhas por litro, de que se tomam 3-4 chávenas por dia. Quando se usa como vermífugo, tomam-se uma ou duas chávenas em jejum, e passada uma hora é necessário administrar-se um purgante. * Esp.: balsamita, hierba de Santa Maria.

Outros nomes: atanásia, atanásia-das-farmácias, tanásia, erva-dos-vermes. erva-de-são-marcos. Esp.: tanaceto, [hierba] lombricera, hierba de las convulsiones, hierba de Santa Maria, hierba de San Marcos. plumilla, atanásia, anastasia, buen varón de Jarava. Fr.: tanaisie, herbe aux vers, barbotine. Ing.: tansy, bitter buttons, parsley tem. Habitat: Difundido por toda a Europa excepto na região mediterrânea. Naturalizado na América do Norte. Em Portuga) encontra-se em Trãs-os-Monles e nas Beiras. Descrição: Planta vivaz da família das Compostas, com caule erecto de até 90 cm de altura. Folhas divididas em numerosos folíolos dentados e aromáticos. Capítulos com flores amarelas e sem ligulas (espécie de pétalas grandes que rodeiam os capítulos florais das Compostas). Partes utilizadas: os capítulos florais bem maduros, com as sementes.

537

PLANTAS PARA O ÂNUS E O RECTO talo

DO CAPÍTULO

J

D O E N Ç A S E APLICAÇÕES

Anus, eaema Anus,fissura Eczema anal Fissura anal Hemorróidas Froctile Recto, inflamarão, ver Prodite

539 539 539 539 540 539 539

PLANTAS Escrofulária Silva Videira

Os banhos de assento constituem o uso externo mais eficaz nas afecções do ânus e do recto. Na página 65 dão-se pormenores acerca da sua execução.

543 541 544

O

RECTO constitui o último troço do tubo digestivo. Situa-se na continuação do cólon sigmóide e antes do ânus. Encontrasse rodeado por uma forte camada muscular, cuja função é a de empurrar as fezes para o exterior. O ânus, por sua vez, está rodeado por um grosso músculo, conhecido como csfínctcr anal, capaz de actuar como uma autêntica válvula controladora da passagem rias fezes. A sua abundante enervaçâo sensitiva torna-o muito sensível, de maneira que q u a l q u e r p e q u e n a lesão na mucosa que o revcsie provoca uma d o r muito intensa. T a n t o a porção inferior do recto c o m o o â n u s se a c h a m r o d e a d o s de u m a extensa rede de p e q u e n a s veias, conhecidas c o m o p l e x o hemorroidal. As dilatações destas veias constituem autênticas varizes anais, a q u e se c h a m a h e m o r r ó i d a s . As plantas medicinais p o d e m contribuir de forma m u i t o notável para a cura das afecções anorrectais. Tomadas por via oral, as plantas laxantes ricas em mucilagcns aum e n t a m o volume das fezes, la/endo-as também mais moles, facilitando o seu trânsito pelo recto e expulsão pelo ânus. As plantas q u e tonificam a circulação venosa evitam a t e n d ê n c i a para a dilatação das veias h e m o r r o i d a i s . As plantas com acção protectora capilar evitam o edema e a inflamação q u e costuma acompanhai" as hemorróidas em fase de inflamação aguda. Aplicadas externamente em forma de ban h o de assento ou de compressas .sobre o ânus. as plantas adstringentes e cicatrizantes lornam-se m u i t o úteis no t r a t a m e n t o das hemorróidas e rias fissuras do ânus.

538

A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:

Doença

Planta

FISSURA ANAL É uma pequena chaga na mucosa anal, muito dolorosa (especialmente a seguir à defecacão), normalmente causada pela prisão de v e n t r e (ver pág. 485).

Ratania

O tralamento fitoterápico consiste na aplicação de banhos de assento com plantas adstringentes (secam e cicatrizam) e cicatrizantes, assim como na ingestão de plantas Íaxantes suaves.

Uso

Pág. Acção

RATANIA

196

CARVALHO

208

SFRPin °

3cto

33R

SENE-DA-IND.A

D e s c r i ç ã o

Banhos de assento com a decocção

Adstringente, anti-inflamatória Reduz a inflamação anal, detém as pequenas hemorragias que acompanham a fissura, favorece a cicatrização

Banhos de assento com a decocção

Anti-séptico. Muito apropriado para lavagens

Lavagens com a infusão

492

Infusão de folhas, extractos

^S^SSfSSS^ ^ ^

r-xr

moles e sem cólicas Suavi2ante, anti-inflamatória, acalma os incómodos das fissuras anais

PARIETÁRIA

582

Anti-inflamatória, emoliente

Cataplasmas da planta fresca sobre o ânus

MALVA

511

Ajuda a curar as irritações superficiais da pele e das mucosas

Compressas com a infusão ou decocção de flores e/ou folhas

MALVA

511

Suavizante - anti-inflamatória, cria uma camada protectora sobre as mucosas

Clisteres com a infusão ou decocção de flores e/ou folhas, esta mesma infusão tomada por via oral

ZARAGATOA

515

Suavizante, anti-inflamatória, protectora das mucosas digestivas

Maceração de sementes, ingerida e aplicada em clisteres

ZARAGATOA

Maceração de sementes, ingerida e aplicada em clisteres

ECZEMA ANAL Apresenta-se com comichão, enrubescimento e irritação na mucosa anal. A fitoterapia utiliza plantas emofientes e cicatrizantes como a malva.

PROCTITE E a inflamação do recto, último troço do tubo digestivo. Os enemas com plantas emolientes e anti-inflamatórias, assim como a ingestão de plantas ricas em mucilagem, como a zaragatoa, constituem o tratamento fitoterápico.

As crianças sofrem com certa frequência de prurido (comichão), eczema e fissura do ânus. Para elas é mais fácil aplicar as plantas em compressas sobre o ânus, do que por meio do tradicional banho de assento.



Cap. 21: PLANTAS PARA O ÂNUS E O RECTO

Doença

Planta

Pág. Acção

HEMORRÓIDAS São dilatações venosas, ou seja, verdadeiras varizes das veias que rodeiam o ânus e a parte inferior do recto. Além dos factores constitucionais, a prisão de ventre, as gravidezes e a vida sedentária são as principais causas conhecidas. A fitoterapia dispõe de plantas úteis para a fase aguda da doença, como o carvalho ou a escrofulária, que se aplicam em banhos de assento e compressas sobre o ânus; e também plantas para evitar que se voltem a formar ou que continuem a crescer: laxantes suaves como a zaragatoa (ver mais nas págs. 484-485), e tónicos venosos como a aveleira, o cipreste ou o meliloto (ver mais na pág. 249).

Reduz a inflamação anal, d e t é m as pequenas hemorragias que acompanham a fissura, favorece a cicatrização

Uso

CARVALHO

208

CASTANHEIRO-DA-lNDIA

251 das hemorróidas

Banho de assento com a decocção de casca e/ou sementes

AVELEIRA

253 bonifica a circulação venosa, hemostática

Decocção de folhas e casca, banhos de assento com esta mesma decocção

CIPRESTE

255 Tónico venoso potente

Decocção de gálbulos (frutos), banhos de assento com a decocção

MELILOTO

258 Tónico venoso, protector capilar

Infusão de sumidades floridas

LIMOEIRO

265

Re,orca a estabilidade dos capilares e melhora a circulação venosa

Sumo do fruto

AorcwTiNfl ARGENTINA

571 371

Desinflama as hemorróidas e r e d u z .| h e s 0 t a m a n h 0

Compressas sobre o ânus com a decocção de folhas e flores

CARDO-SANTO

Acalma a dor e reduz o tamanho

444 Anti-séptico e cicatrizante

Banhos de assento com a decocção

Banhos de assento com a decocção de folhas

ALFORVA

474 Desinflama e reduz as hemorróidas

Cataplasma sobre o ânus com a decocção de sementes, banhos de assento com esta mesma decocção

NOGUEIRA

505 Adstringente, anti-séptica, cicatrizante

Banhos de assento com a decocção de folhas e/ou nogalina (cascas verdes)

7«D«o«Tft« ZARAGATOA

KI K Suavizante, anti-inflamatória, 515 a m o l e c e as f e z e s

A maceração de sementes aplicada em clisteres ou tomada por via oral

TORMENTILA

519 e fá-las deixar de sangrar

Escrofulária

ESCROFULARW

Aveleira

540

Desinflama as hemorróidas

543 Acalma a dor das hemorróidas e reduz-lhes o tamanho

Desinflama as hemorróidas e evita que aumentem de tamanho

VIDEIRA

544

NOVELEIRO

642 Activa a circulação venosa

MILEFÓLIO

691 desinflama as hemorróidas

Cicatrizante, anti-séptica, hemostática;

Banhos de assento com a decocção do rizoma Lavagens ou banhos de assento com a decocção Banhos de assento com a decocção de folhas, tisanas desta mesma decocção

Decocção de casca seca

Lavagens e banhos de assento com a infusão de sumidades floridas, compressas sobre o ânus empapadas nesta mesma infusão

Rubus fmtkx/susL

Silva Melhora as hemorróidas e trava as

diarreias

D

IOSCORIDES já recomendava as folhas da silva para o tratamento das hemorróidas. Os seus frutos têm sido usados desde a antiguidade na alimentação humana, e constituem uma excelente guloseima natural para crianças e adultos. Conhecem-se umas cem espécies de silvas e muitas mais variedades, todas elas com as mesmas propriedades.

a a Preparação e emprego

USO INTERNO

O Decocção: 30-50 g de brotos tenros e/ou folhas num litro de água, durante 5-10 minutos. Tomam-se até 3 chávenas diariamente. O Brotos tenros da Primavera: Podem comer-se directamente, e também exercem acção curativa ao contacto com a mucosa bucal. €)Sumo de amoras". Toma-se fresco, de 1 a 3 copos por dia. O Xarope: Prepara-se juntando ao sumo o dobro do seu peso em açúcar, se possível integral (escuro), aquecendo ao lume até que se dissolva por completo. O sumo de amoras ou o xarope costuma misturar-se com a decocção para reforçar o seu efeito e melhorar o sabor. USO EXTERNO

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-

lhas e os brotos tenros contêm abundantes taninos, que os fazem adstringentes e hemostáticos. Os frutos contêm, além do tanino, glícidos (glicose e levulose), provitamina A, vita-

O

0 Decocção mais concentrada (50-80 g por litro) que para uso interno. Apiica-se em compressas, banhos de assento, e em bochechos e gargarejos. ® Cataplasmas com folhas esmagadas num almofariz. Aplicam-se sobre a pele afectada.

Brotos de silva contra o tabaco

Os fumadores que desejem encontrar um novo método para deixar o tabaco podem experimentar este remédio de comprovada eficácia: segurar entre os dedos um broto tenro de silva, mastigando-o lentamente. 0 sabor ligeiramente amargo e doce que proporcionam cria uma certa aversão ao tabaco e diminui o desejo de fumar, pelo menos enquanto se mantém o broto de silva na boca.

Outros nomes: sarça. Brasil: nhambuí. Esp.: zarza, zarzamora, zarzaneda, zarzón, artos, cambronera, cambrón, espino negro. Fr.: ronce [noire], múríer des haies. Ing.: brambie, [EuropeanJ blackberry. Habitat: Amplamente difundida por toda a Europa, nas bermas dos caminhos, ribanceiras e sebes. Naturalizada no continente americano. Descrição: Arbusto espinhoso da família das Rosáceas, que atinge até 4 m de altura. As suas flores são brancas ou rosadas, com 5 pétalas. O fruto é composto por várias pequenas drupas vermelho-escuras ou negras, cada qual com uma semente no seu interior. Partes utilizadas: as folhas, os cautes tenros e os frutos (amoras de silva).

541

Na fotografia superior vé-se claramente a forma de tomar um banho de assento contra as hemorróidas, com uma decocção de folhas e brotos de silva. As fricções com uma luva de banho no baixo-ventre contribuem para melhorar a circulação sanguínea na pelve, o que também favorece a cura das hemorróidas. Na foto inferior podemos observar as deliciosas amoras, que t a n t o atraem as crianças e os adultos.

mina C c ácidos o r g â n i c o s (cítrico, láctico, succínico, oxálico, salicflico). TC'in as seguintes indicações: • H e m o r r ó i d a s : A d e c o c ç ã o das FOLHAS e BROTOS de silva aplica-sc localmente em b a n h o s de assento ou compressas, para d e s i n l l a m a r e evitar q u e sangrem (©I. • Diarreias, g a s t r e n t e r i t e s e colites, pelo seu notável efeito adstringente. As FOLHAS e BROTOS IOI sáo-no mais do q u e os FRUTOS l©,OI, mas costum a m tomar-se j u n t o s para reforçar os efeitos dos primeiros e aproveitar o sabor destes últimos. Para as crianças p e q u e n a s com diarreia, administra-se o s u m o das a m o r a s em p e q u e n a s colheradas l©l, ou o x a r o p e q u e se prepara com eJe l&i. • D o e n ç a s febris: O s u m o dos FRUTOS (as amoras) é refrescante e tonificante, pelo q u e se torna muito apropriado para os doentes febris ou debilitados I©I. • A f e c ç õ e s b u ç o faríngeas: T a n t o a d e c o c ç ã o das FOLHAS e dos BROTOS IOI, c o m o os b r o t o s t e n r o s 101 e os FRUTOS l©l, têm um efeito benéfico sobre as aftas, gengivite (inflamação das gengivas), e s t o m a t i t e (inflamação da m u c o s a b u c a l ) , faringite e amigdalite. • Feridas, úlceras da pele e furúnculos: Aplicam-se lavagens ou compressas com a d e c o c ç ã o I©1, ou cataplasmas com as FOLHAS esmagadas n u m almofariz l©l. Ajudam a curar e cicatrizar.

ularía

Preparação e emprego

Escrofularia Eficaz contra as hemorróidas

USO EXTERNO O Lavagens e compressas sobre a zona afectada, com uma decoecão de 20 9 de planta por litro de água. © Banhos de assento com o líquido dessa mesma decocçáo.

Precauções

O

NOME desta planta deriva de 'escrófula', que é como se conheci* a afecção tuberculosa dos gânglios linfáticos. A raiz da planta, cheia de* nódulos, lembra os aspecto que apresentam os gânglios do pescoço inflamados pela tuberculose. Quando não existiam tratamentos eficientes contra esta grave doença, a escrofularia era um dos remédios mais populares.

A escrofuiaria deve ser aplicada unicamente em uso externo. Ingerida, provoca vómitos e diarreias.

Hoje continua a ter Aplicação noutros tipos de nódulos, concretamente nas hemorróidas. Toda a planta contém saponinas, glicósidos flavonóides, diversos ácidos orgânicos e um alcalóide. Em uso interno é diurética, embora, por causa da sua toxicidade, apenas se empregue externamente pelas suas propriedades emoliente (acalma as inflamações da pele e das mucosas) e cicatrizante, devido ao seu conteúdo em saponinas. For isso se aplica em forma de lavagens e compressas MM. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Torna-se particularmente útil no caso de hemorróidas, já que acalma a dor que produzem e lhes reduz o tamanho IO,©l. Também se aplica em abcessos, furúnculos e feridas infectadas 191.

Outros nomes: escrofularia-nodosa. Esp.: escrofuiaria, escrofularia nodosa, hierba de los tamparones. Fr.: sccoíutaire noueuse. Ing.: figwort, scrofula plant. Habitat: Cria-se nas zonas montanhosas e de clima temperado da Europa e do continente americano, exceptuando a região mediterrânea. Descrição: Planta vivaz, da famfiia das EscroMariáceas, que atinge de 60 a 90 cm de altura. Apresenta um caule quadrangular, de cujo extremo surge um ramalhete de pequenas flores. Tem um cheiro desagradável. Partes utilizadas: toda a planta.

543

Vhis vinifom L

JJ El Ql •

&

Videira Até a sua seiva é medicinal

E

XISTKM iu> mundo cerca de 3000 espécies cultivadas de videira, que produzem um dos frutos nmi.s medicinais que se conhecem. Todas as civilizações antigas cia região mediterrânea conheciam a videira e a utilizavam amplamente. Tanto o fruto como as folhas e a seiva desta nobre planta possuem abundantes propriedades medicinais c constituem um excelente alimento-medicamento natural, inteiramente isento de toxicidade Não podemos dizer o mesmo do vinho, produto da degradação e decomposição do sumo de uva, em cujo processo de transformação perde as suas notáveis propriedades medicinais e se torna numa droga líquida com capacidade para intoxicar, alterar a conduta e provocar dependência.

O sumo de uva é rico em substâncias de elevado valor biológico: açúcares de grande valor nutritivo, proteínas, vitaminas e minerais. O vinho, pelo contrário, perde a maior parte dos açúcares, que se transformam em álcool durante a fermentação, assim como as proteínas e vitaminas. O sumo de uva é alimento e remédio. O vinho, que nada mais é do que o produto da sua decomposição, é destituído de substâncias alimentícias. Pelo seu conteúdo em álcool torna-se irritante para os órgãos digestivos, e em 544

Outros nomes: videira-europeia, vide. Esp.: vid, vidcomún, vidueno, parra. Fr.: vigne. mg.: grapevine. Habitat: Originária da Ásia Menor e amplamente difundida por todos os países mediterrâneos, onde se podem encontrar plantas silvestres (var. lambrusca). Actualmente cultiva-se nos cinco continentes. Descrição: Arbusto trepador da família das Vitáceas, com flores de pequeno tamanho agrupadas em cachos compostos. Os frutos, os bagos de uva, são bagas negras ou esverdeadas que contêm de uma a quatro sementes lenhosas. Partes utilizadas: as folhas, a seiva, as bagas (uvas) e as sementes.

O

Preparação e emprego USO INTERNO

O Decocção de folhas: 40-50 g de folhas por litro de água. Tomar 3 ou 4 chávenas diárias, antes das refeições. © Cura de uvas com fins depurativos (ver quadro na pág. 547). © Óleo de sementes de uva (grainhas): Consome-se como qualquer outro óleo comestível, à razão de 2 a 5 colheradas por dia. USO EXTERNO

O Banhos de assento contra as hemorróidas (ver quadro na pág. 545).

© Pedilúvios (banhos de pés) contra as frieiras, e para melhorar a circulação sanguínea, com a mesma decocção que para os banhos de assento (ver quadro na pág. 545). © Pó: Para estancar as hemorragias nasais, inala-se o pó das folhas secas á maneira de rapé. © Seiva do sarmento: Recolhe-se num frasco limpo, e aplica-se directamente sobre a pele ou os olhos. Não se pode conservar, pelo que se usa unicamente na Primavera.

CP

Banho de assento contra as hemorróidas

Com 1-2 litros da mesma decocção que se recomenda tomarem uso inferno, prepara-se um banho de assento. Verte-se o líquido da decocção numa banheira adequada (pág. 65) e acrescenta-se a água necessária para cobrir o baixo-ventre. A temperatura da água do banho deve ser fria, tal como sai da torneira. Recomenda-se tomar até 3 banhos diários, de cerca de 5 minutos de duração cada um. Consegue-se com isto desinflamar as hemorróidas e até evitar que aumentem de tamanho, devido à acção venotónica das folhas da videira. Na medida em que a tonicidade das paredes das veias aumenta, as hemorróidas, que mais não são do que veias

anormalmente dilatadas, contraem-se, e melhora a circulação do sangue que corre por elas. Em caso de crise hemorroidal (inflamação aguda das hemorróidas), os melhores resultados conseguem-se combinando, durante 2 ou 3 dias, as acções curativas da videira em todas as suas formas: • tisanas com a decocção das suas folhas Kftl. • banhos de assento com esta mesma decocção, embora mais concentrada. • cura de uvas (ver quadro na pág. 547).

especial para o fígado, mesmo em pequenas quantidades. Tenha-se em conta que o álcool etílico contido no vinho (de 60 a 120 g por litro) é um poderoso veneno para o organismo. Quando o sangue contém um grania de álcool por litro, já se verificam sintomas de intoxicação etílica (euforia, falta de domínio mental, perda de reflexos). Um nível de 4-5 g por litro de sangue provoca a morte por coma e paragem respiratória. Os valores máximos de alcoolemia (concentração de álcool no sangue) permitidos nos países ocidentais paia os condutores oscilam entre 0,5 e 0,8 g por litro de sangue. Pondo de parte os elogios de poetas e gourmels, a única propriedade medicinal do VINHO, lealmente reconhecida e comprovada, é a anti-séptica, quando se aplica externamente sobre as feridas, devido ao álcool que contém. Como tal se usou na antiguidade, e foi recomendado por Pioscórides. LL ' este o emprego eme se lhe dá na parábola do Bom Samaritano. Os antigos mitos de que o vinho "faz sangue", ou de que o vinho é bom "para o coração", foram completamente desmentidos pelo progresso científico, como aconteceu com outras plantas e tratamentos antigos. Sabemos hoje que o consumo habitual de bebidas alcoólicas produz anemia megaloblástica e miocardiopatia (degenerescência do músculo do coração).

A videira e os seus frutos, as uvas, da maneira como a natureza no-las oferece, são uma bênção. Em contrapartida, q u a n d o se transformam em álcoo/, podem converter-se na origem de uma autêntica praga social.

«O vinho, tomo-o nos cachos», dizia Louis Pasteur, o grande cientista francês do século XIX. As propriedades medicinais estão na uva e nas folhas da videira, como a natureza nolas oferece, e não no vinho. Desaconselhamos o seu consumo, mesmo quando é utilizado como veículo ou dissolvente de algumas plantas medicinais, pois em certos doentes os efeitos secundários do álcool podem ser mais importantes do que- os possíveis efeitos curativos dos princípios da planta que nele se encontrem em dissolução. O melhor vinho, o autêntico vinho, é o sumo puro do fruto da videira. E O «vinho novo» (S. Mateus 545

Se seguirmos o exemplo que nos deixou o eminente cientista francês. Loms Pasteur, de tomar o v i n h o unicamente nos cachos, ganharemos em alegria, saúde

e longevidade.

26:29) de que, na Ceia do Senhor, Cristo deu a beber aos Apóstolos, e de que Ele próprio bebeu. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Todas

as partes da videira possuem interessantes propriedades medicinais: As FOLHAS, especialmente da videira-pveta, contêm taninos de efeito adstringente, e abundantes flavonóides e pigmentos antociânicos, que lhe conferem acção protectora sobre OS capilares sanguíneos e hemostátit a. Kmpicgam-se nos seguintes casos: • Afecções circulatórias venosas: hemorróidas, frieiras, varizes, pernas cansadas ou inchadas por transtornos da permeabilidade capilar ÍOl. E um dos remédios vegetais mais activos contra estas afecções. Nestes casos, para reforçar o efeito, recomenda-se combinar as aplicações intenta e externa; isto é, que além de tomar a decocção de folhas, se podem fazer banhos com esta mesma decocção IO Ol • Gastrenterites, diarreias crónicas e especialmente disenterias com fezes sanguinolentas, pelo efeito adstringente e anti-hemorrágico que possuem KM. • Hemorragias: Particularmente útil nos transtornos da menopausa, para evitar as perdas frequentes de sangue; também em caso de hipennenorreia (regras demasiado abundantes); assim como para normalizar o ciclo menstrual na dismenorreia (regras irregulares ou dolorosas) IOI. Detém as epistaxes (hemorragias nasais) se for aplicada directamente, aspirando o pó das folhas secas trituradas, além de tomar a sua infusão 101. A SEIVA da videira obtém-se cortando os sarmentos na Primavera, antes de brotarem as folhas. Esta «água 546

de cepas» que os sarmentos "choram" ttsa-se com êxito desde tempos muito antigos para curai- as irritações da pele (eczemas e erupções diversas), e sobretudo para lavar os olhos afectados de blefarite (inflamação das pálpebras), terçol, conjuntivite e queratite (inflamação da córnea) (Ol. Também

se pode usar como colírio para a higiene preventiva dos olhos. Contém açúcares, ácido lartárico, tartai aios e outros ácidos orgânicos. Possui propriedades anti -inflamatórias e cicatrizantes. As UVAS contêm cerca de 16% de açúcares (glicose, Icvulose e sacaro-

se); até 1% de p r o t e í n a s (10 g p o r quilo); 0,5% de lípiclos; vitaminas A, c o m p l e x o li, Cl c P; sais minerais, esp e c i a l m e n t e de potássio e de ferro; ácidos orgânicos, e p i g m e n t o s antociânicos na pele. Possuem propriedades tonificantes, descongeslivas, laxantes, depurativas e antianémicas l©l, A melhor forma de aproveitar todas as suas virtudes é s e g u i n d o u m a cuia de uvas.

A CURA DE UVAS (ver q u a d r o ao lado) consegue um efeito depurativo muito notável, o q u e em l e r m o s coloquiais se c o n h e c e c o m o "limpeza do sangue", e q u e outra coisa não é senão a e l i m i n a ç ã o das toxinas e r e s í d u o s metabólicos q u e i m p e d e m o normal f u n c i o n a m e n t o dos órgãos e tecidos. A cura de uvas exerce u m a acção anticongesiiva sobre todos os órgãos fia digestão, e sobre o fígado de forma especial. Os glícidos q u e a uva contém são de fácil assimilação, e as proteínas e g o r d u r a s são de g r a n d e valor biológico. Convém pois, em geral, a todos os q u e desejem m e l h o r a r o seu estado de saúde e, especialmente, nos seguintes casos:

o

Cura de uvas

Faz-se comendo de um a três quilos de uva madura como único alimento, durante três dias, ou mesmo até uma semana. As curas mais prolongadas devem fazer-se sob vigilância médica. Se se digerirem correctamente, podem comer-se também as peles e as sementes (grainhas) bem mastigadas. Também se pode beber sumo de uvas reconstituído a partir de concentrado por ebulição, ou melhor ainda, recémespremido. E necessário verificar se os sumos fornecidos em embalagens não contêm conservantes químicos.

• dieta sobrecarregada (rica em prod u t o s animais g o r d o s ) ;

• hemorróidas;

• artritismo e gota;

• afecções hepáticas (iónicas: hepatite:, cirrose, hipertensão portal;

• hipertensão;

• anemia, esgotamento físico;

• excesso de colesterol no sangue;

• falta de r e n d i m e n t o , astenia, stress.

• doenças renais: litíase renal, neíriíe e nefrose, insuficiência renal; • obesidade: a p e s a r da sua riqueza em glícidos, o c o n t e ú d o calórico da uva é inferior a 80 calorias p o r 100 g;

As SEMENTES (grainhas) da uva c o n t ê m ácidos gordos polinsaturados, úteis no t r a t a m e n t o do excesso de colesterol. Empregam-se em forma de óleo l©l.

o

Banho de pés alternado com decocçao de lolhas de videira

Consegue-se um efeito benéfico mais intenso sobre a circulação venosa dos pés e das pernas, se se prepararem dois recipientes: • um com decocçao quente de folhas de videira. • outro com água fria. Alternam-se 5 minutos em banho de decocçao quente com 10 segundos em água fria. Fazem-se 3 ou 4 alternâncias, começando sempre pela decocçao quente e acabando com a água fria. Depois de terminar o banho, pode-se dar uma massagem ascendente aos pés.

547

PLANTAS PARA O APARELHO URINÁRIO uMÁRio DO

CAPÍTULO

DOENÇAS E APLICAÇÕES

As plantas medicinais são muito eficazes na prevenção das cólicas renais.

548



Anti/inflamatórias urinárias, plantas . 549 Areias na urina, ver Liíiase urinária 550 Bexiga, infecção, ver Cistite 554 Cálculos urinários, ver Litíase urinária 550 Cistite 554 Cólica renal 551 Diuréticas, plantas 556 Edemas 552 Enurese 555 Hematúria 552 Hidropisia 552 Incontinência urinária 555 Infecção urinária 554 Insufiáência renal, ver Nefrite e nefrose 553 Líquidos, retenção, ver Edemas 552 Litíase urinária 550 Nefrite e nefrose 553 Nefrose 553 Pedras na urina, vei' Litíase urinária . 550 Piehnefrite 553 Plantas anti-inflamatórias urinárias . 549 Plantas diuréticas 556 Renal, litíase, ver Litíase urinária .. . 550 Retenção de líquidos, ver Edemas . . . . 552 Rim, cólica 551 Rim, infecção, ver Pielonefrite 553 Rim, insuficiência, ver Nefrite e nefrose 553 Sangue na urina, ver Hematúria . . . . 552

Uretrite 555 Urina, cálculos, ver Litíase urinária 550 Urina, infecção, ver Infecção urinária . 554 Urina, sangue na, ver Hematúria .. . .552 Urinária, incontinência 555 Urinária, infecção 554 Urinária, litíase 550 Urinários, cálculos, ver Litíase urinária 550 PLANTAS Agave = Piteira Aipo Aliaria Aljôfar Alquequenje Arenária Barosma Béhda Bisnaga Cacaueiro Cana Cana-amarga Cardo-corredor Cardo-penteador Cardo-marítimo Carriço Cerejeira Copatba Ébulo Engos = Ébulo Erva-dos-nmros = Parietária Feijoeiro Gatunha Ginjeira Grama Grama-francesa

558 562 560 579 585 596 567 568 561 597 566 566 573 572 574 559 586 571 590 590 582 584 581 587 559 559



A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I ! 2 " Parte:

Grama Groselheira-espim Levístico l .ilospcrmo-americuno Medronheiro Melissa-bastarda Milho Morangueiro Paliteira = Bisnaga Parietária Piteira Quaresmas

589 588 578 579 563 580 599 575 561 582 558 591

Salsa Salsaparrilha bastarda Sakapamlha-du-jamaica Salsapamlhadas-honduras Salsapamlha-de-li.sboa Sahaparrilha-filipina Salsapamlha-mexkana Urze Uva-ursina Vara-de-ouro Vidoeiro = liêtula Zimbro

D e s c r i ç ã o

583 592 593 593 593 593 593 570 564 594 568 577

UASE todas as plantas medicinais actuam sobre o rim, produzindo um aumento da quantidade de urina. Esta acção diurética das plantas é reforçada pela água que faz parte das tisanas. Aumentando o volume fia urina, as plantas facilitam a função eliminadora de substâncias residuais levada a cabo pelos rins. Deste modo, contribuem para limpar o sangue e para a depuração do todo o organismo. O ácido úrico e a ureia são duas das substâncias mais tóxicas que o nosso organismo produz continuamente, e que devem ser eliminadas com a urina. São muitas, e muito eficazes, as plantas que facilitam a eliminação destes resíduos metabólicos (ver págs. 556-557). M plantas tornam-se altamente eficazes para aumentar a solubilidade dos sais minerais que normalmente se dissolvem na urina e que, quando deixam de fazê-lo, se precipitam formando os cálculos urinários. Existem inclusivamente plantas que podem chegar a dissolver os cálculos urinários (o que não acontece com os cálculos biliares). Visto que os princípios activos de muitas plantas se eliminam com a urina, quando estes têm acção anti-séptíca ou antibiótica combatem de forma muito eficaz as infecções do aparelho urinário, desde os rins até à uretra. Há também plantas que aumentam o tono e facilitam a função da bexiga, com o que melboram os casos de enurese e incontinência urinária.

Q

Plantas anti-inflamatórias urinárias

São aquelas que combatem especificamente a inflamação localizada nos órgãos urinários (nefrite, no rim; cistite, na bexiga; prostatíte, na próstata). Muitas destas plantas possuem também acção anti-séptíca urinária e diurética.

Planta

Página

Douradinha

299

Pilosela

504

Zaragatoa

515

Medronheiro

563

Uva-ursina

564

Barosma

567

Copaíba

571

Gatunha

581

Parietária

582

Granza

589

Vara-de-ouro

594

Abóbora

605

Serenoa

610

Os frutos do morangueiro (pág. 575), cujas folhas vemos nesta foto, exercem uma notável acção depurativa e eliminadora do ácido úrico.

549

C í p . 2 2 : PLANTAS PARA O APARELHO

Doença

Planta

LlTÍASE URINÁRIA A litiase é o aparecimento de cálculos rum meio liquido, neste caso, na urina. Os cálculos formam-se por precipitação ou concreção de substâncias que normalmente se encontram dissolvidas. Por alguma razão de tipo fisico-químico, as substâncias dissolvidas deixam de o estar e formam um corpo sólido, chamado cálculo. 0 tamanho dos cálculos é muito variável, desde as areias, facilmente elimináveis, até aos grandes cálculos que ocupam toda a pelve renal. Estas plantas exercem uma acção preventiva muito notória sobre a formação de cálculos. Podem mesmo chegar a dissolver, nalguns casos, os que já se encontram formados. Para que estas plantas exerçam a sua acção, é necessário que seiam tomadas durante um certo tempo: entre um e seis meses, descansando uma semana em cada mês.

Pág. Acção

Uso

CENOURA

133

Pelo seu conteúdo em vitamina A, fortalece as mucosas urinárias, o que evita a formação de cálculos

A raiz crua ou em sumo

GlLBARBEIRA

259

Favorece a eliminação de ácido úrico, depura o sangue

Decocção de raiz ou rizoma

LIMOEIRO

265

Impede que se formem cálculos renais e facilita a sua dissolução

Sumo do fruto

Facilita a eliminação dos resíduos ácidos do metabolismo que íormam as areias

Sumo fresco, infusão

Favorece a eliminação de areias e ácido úrico

Crua, sumo fresco, cozida ou assada

URTIGA-MAIOR

278

CEBOLA

294

PRIMAVERA

328 Diurética e depurativa

MACIEIRA

513 do ácido úrico

BÉTULA

Infusão de flores

Diurética, facilita a eliminação

Os frutos crus, assados, cozidos, em sumo ou em decocção

568

Facilita a eliminação de areias, impede que se formem cálculos renais

Infusão de folhas e/ou gemas

CARDO-CORREDOR

573

Facilita a eliminação do ácido úrico, "limpa os rins"

Infusão de raiz

MORANGUEWO

575

Favorece a dissolução de cálculos renais

Cura de morangos

ALJÔFAR

579

Potente diurético, facilita a eliminação do ácido úrico

Infusão de sementes e folhas

GATUNHA

581

Diurética e anti-inflamatória dos órgãos urinários

Decocção de raiz

Facilita a eliminação de areias, impede que se formem novos cálculos

Bagas frescas ou secas, decocção de bagas

Alquequenje

ALQUEQUENJE

Raiz de gatunlia

550

585

GRANZA

589

Sedante da dor, anti-séptica, facilita a dissolução dos cálculos

Decocção ou pó de raiz

QUARESMAS

591

Facilita a dissolução e expulsão de cálculos urinários

Infusão ou decocção da planta

ARENARIA

596 Favorece a expulsão de cálculos

Decocção da planta

MAÍZ

CQQ Sedante e anti-inflamatório das vias urinárias

Infusão de estiletes

ULMEIRA

667

dos°cák:eurosdÍSSOllJÇâ0 * e ' Í m Í n a Ç ã °

C—



S r ^ S S o s d o organismo

«0 de

sumidades floridas

C o c ç ã o , sumo fresco

c

A SAÚDE PELAS PLANTAS M t O l C I N M S 2 " Parte:

D e s c r i ç ã o

Doença

Planta

CÓLICA RENAL

**»*.

167 S S s S e d a n t e '

Infusão de flores e folhas

VERBENA

174

Acalma as cólicas renais

Infusão ou decocção da planta florida

MAC ELA

350

Antiespasmódica, digestiva

Infusão, pó ou essência de capítulos

ASSA-FÉT1DA

359

Potente antiespasmódico e sedante, alivia as cólicas

A resina em forma de "lágrimas"

ABELMOSCO

362

Acalma as cólicas

Infusão de sementes

CAMOMILA

364

Sedante, antiespasmódica

Infusão de capítulos, banhos com a infusão

LÚCIA-LIMA

459

Antiespasmódica

Infusão de folhas

LINHO

508

Sedante e anti-inflamatório

Cataplasmas quentes com a farinha das sementes

BIZNAGA

561

Antiespasmódico muito eficaz sobre os órgãos urinários

Infusão de frutos

Também chamada, cólica do rim ou cólica nefritica. É um quadro clínico caracterizado por uma dor muito intensa que parte de um ou dos dois rins e irradia para a região da virilha do mesmo lado. Produz-se quando um cálculo fica encravado no uréter, fino tubo que une o rim com a bexiga. A dor é produzida pelos espasmos do fino músculo que forma a parede do uréter, com os quais procura eliminar o cálculo encravado no seu interior. O tratamento fitoterápico consiste basicamente em plantas antiespasmódicas e diuréticas, que relaxam o uréter espasmado e aumentam a produção de urina. Em aplicação externa, tornam-se muito úteis as cataplasmas quentes de farinha de linhaça.

Medronheiro

Pág. Acção

MEDRONHEIRO

563 Anti-séptico e anti-inflamatório urinário

Uso

Decocção das folhas

BÉTULA

568 Diurética, facilita a eliminação de areias

Infusão de folhas e/ou gemas

ALJÔFAR

579

Diurético potente, facilita a eliminação do ácido úrico

Infusão de sementes e folhas

PARIETÁRIA

582

Diurética, anti-inflamatória, ajuda a eliminar os cálculos

Infusão ou sumo fresco de caules e folhas

GRANZA

589

Sedante da dor, anti-séptica, facilita a dissolução dos cálculos

Decocção ou pó de raiz

QUARESMAS

591

Facilita a dissolução e expulsão de cálculos urinários

Infusão ou decocção da planta

ARENARIA

596

Favorece a expulsão de cálculos

Decocção da planta

O abelmosco (pág. 362) e outras plantas do género Hibiscus' produzem belas flores como esta. As suas sementes contêm um óleo essencial de acentuado efeito antiespasmódico, muito útil para acalmar as cólicas como as do rim. Tomam-se em infusão.

551

f/

C a p . 2 2 : P L A N U S PARA O APARELHO URINÁRIO

/

Doença

Planta

EDEMAS

ERVA-COALHEIRA

361 facilita a eliminação de líquidos

PlLOSELA

504

BÉTULA

568 os tecidos do rim

Infusão de folhas e/ou gemas

CARDO-PENTEADOR

572

Diurético potente, depurativo

Decocção de raiz

CARDO-CORREDOR

573

Diurético, elimina o excesso de ácido úrico

Infusão de raiz

GATUNHA

581

Diurético e anti-inflamatório urinário

Decocção de raiz

Aumenta a produção de urina, desinflama os rins

Decocção de sumidades floridas

Acumulação excessiva de liquidos nos tecidos. Podem dever-se a causas renais, quando os rins estão inflamados (nefrite) e não produzem suficiente urina, e a causas circulatórias. Em ambos os casos, dá-se uma passagem da água e do cloreto de sódio do sangue para os tecidos. Quando há edemas produz-se um aumento de peso corporal e uma diminuição do volume da urina. As plantas que se recomendam têm um eíeito diurético suave e seguro, capaz de conseguir a eliminação dos liquidos retidos nos tecidos.

Bêtiita

HIDROPISIA É um edema generalizado, que se manifesta como inchaço por todo o corpo. É geralmente devida a insuficiência cardíaca ou a transtornos metabólicos graves. 0 tratamento fitoterápico, que deve ser aplicado sob vigilância médica, baseia-se em plantas com acção diurética e sudorífica enérgica, que facilitam a eliminação de líquidos, assim como em plantas card/oíõn/cas que melhoram o rendimento cardíaco.

VARA-DE-OURO

Pág. Acção Diurética,

Aumenta o volume da urina, desinflama os rins Diurética, regenera e desinflama

594

Diurético, sedante e anti-inflamatório

Uso Infusão de sumidades floridas Infusão de planta fresca

MILHO

599 renal

Infusão de estiletes

ESPARGO

649 Diurético, estimula a função renal

Espargos, infusão de raiz seca

ORTOSSIFÀO

653

CAVAUNHA

704

LÍRIO-DOS-VALES

218 Tonificante do coração, diurética

DE D ALE IRA

??,

Diurético, favorece a eliminação de líquidos ^^sáK&dooíganismo

Infusão de folhas e flores Decocção. sumo fresco Infusão com folhas e/ou sumidades floridas

Aumenta a eficácia do coração, diurética

Preparados farmacêuticos, infusão de pó de folhas

Diurético potente, depurativo

Decocção de raiz

CARDO-PENTEADOR

572

EBULO

590 Diurético, elimina liquidos retidos

Decocção de folhas e ou raiz

JABORANDI

759

Infusão de folhas

c.D.,^,.e™« SABUGUEIRO

-rct Diurético, purgante, 767 evita a retenção de liquidos

Decocção da entrecasca (líber)

ERIGERÃO

268 Hemostático, desinflama os rins

Infusão ou decocção de folhas secas

PIMENTA-D'ÁGUA

274 Detém as hemorragias

Infusão da planta fresca, pó de folhas secas

ClNCO-EM-RAMA

520 Detém as hemorragias, adstringente

Sudorífico, diurético, elimina líquidos

HEMATÚRIA É a expulsão de sangue com a urina. Uma vez conhecida a causa, podem-se administrar por via oral estas plantas de acção hemostátíca e adstringente, que actuam sobre os órgãos urinários, nos quais se produz a hemorragia.

552

Decocção de rizoma e raiz



SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:

Planta

Doença NEFRITE E NEFROSE A nefrite, também chamada glomerutonefrite, é uma inflamação do rim, geralmente de causa autoimunitária, que se manifesta com urina escassa e sanguinolenta, edema facial (inchaço da cara} e hipertensão arterial. A nefrose é outro tipo de afecção renal, que se caracteriza pela emissão de quantidades importantes de proteínas com a urina. Em ambos os casos é necessária a assistência médica. Estas plantas podem facilitar a regeneração do tecido renal afectado.

Pág. Acção 504 Diurética, desinflama os rins

Infusão de planta fresca

MAriciaa mAciEiKA

ci o Diurética, DL3 f a c j|j t a a eliminação do ácido úrico

Os frutos crus, assados, cozidos, em sumo ou em decocção

IA»*..

K/M Facilita a eliminação de toxinas,

VIDEIRA

t>44

Cura de uvas

1jmpa

Dio urinário

*—«

567 S i S S ^ r t f c «•*> *«*«

URZE

570

Potente anti-séptico urinário, diurético

£ " J X £ â o de r a m i n h o s ou floridas

CEREJEIRA

586

Diurético suave e seguro

Cura de cerejas

CHACAS

772

Diurética, anti-inflamatória renal

Antibiotico

muito eficaz sobre as vias respiratórias

Decocção de sementes

Decocção ou maceração de folhas secas

sumidades

Salada de folhas, infusão ou decocção de flores, folhas e frutos

553

C e p . 2 2 : P L A N T A S PARA O A P A R E L H O U R I N Á R I O

1

Doença

Planta

INFECÇÃO URINÁRIA

ALHO

Os micróbios que produzem as infecções urinárias são bastante sensíveis aos antibióticos de sintese química, mas têm a particularidade de se tornar resistentes com certa rapidez. Os anti-sépticos e antibióticos contidos nas plantas medicinais têm uma acção menos intensa que a dos sintéticos, mas provocam menos fenómenos de resistência nos micróbios, não deprimem as defesas do organismo e desinflamam os órgãos urinários. Correctamente utilizados, podem resolver infecções urinárias de diversos tipos, especialmente nos casos crónicos ou de repetição.

ARANDO

É a inflamação da bexiga, geralmente causada por bactérias que sobem pela • uretra vindas do exterior. Tem tendência para se repetir, especialmente nas mulheres. As plantas medicinais exercem uma acção sobretudo prevent/va de novas recaídas, mas para isso devem tomar-se de uma a três semanas depois de passada a fase aguda.

2oç, Antibiótico perante as bactérias causadoras de infecção urinária, como a £. coli

Cru, extractos, decocção de dentes de alho

«fin

Sumo fresco dos frutos, extractos

Anti-séptico urinário, evita as cistites repetidas

317 Anti-séptico urinário

Infusão de folhas e bagas

ASPÉRULA-ODORiFERA

351 Diurética, anti-séptica urinária

Infusão da planta seca

GRAMA-FRANCESA

559 Anti-séptica e anti-inflamatória urinária

Decocção de rizoma seco

MEDRONHEIRO UVA-URSINA

563 Anti-séptico, anti-inflamatório urinário

Decocção de folhas e casca

564

Potente anti-séptico urinário

Decocção ou maceração de folhas secas

c7«

Anti-séptico urinário, acalma a ardência ao urinar

Decocção de sumidades floridas

CEREJEIRA

586 Diurética, desinflama as vias urinárias

Cura de cerejas

EQUINÁCEA

755 Aumenta as defesas orgânicas

Decocção de raiz triturada, extractos

TOMILHO

769

Diurético e anti-séptico

Infusão, cataplasmas quentes no baixo-ventre

CHAGAS

772

Antibiótico natural. Elimina-se com a urina

Salada de folhas, infusão ou decocção de flores, folhas e frutos

DOURADINHA

299 Anti-inflamatória das vias urinárias

VIOLETA

344

ERVA•COALHEIRA

361 Diurética, útil nas afecções urinárias

LINHO

508

Antiespasmódico, sedante, anti-inflamatório

Cataplasmas quentes com a farinha sobre a bexiga

ZARAGATOA

515

Acalma os incómodos da cistite, favorece a regeneração da mucosa irritada

Maceração de sementes

UVA-URSINA

564

Potente anti-séptico urinário, acalma a sensação de ardor

Decocção ou maceração de folhas secas

BAROSMA

567

Diurético e anti-séptico urinário, alivia o ardor e a dor sentida ao urinar

Infusão de folhas

PARIETÁRIA

582

Aumenta a produção de urina, acalma e desinflama os órgãos urinários

Infusão de caules e folhas

Diurética, anti-inflamatória, alivia os incómodos da micção

Decocção de sumidades floridas

Erva-coallieira

VARA-DE-OURO

554

Uso

MURTA

URZE

CISTITE

Pág. Acção

594

Fornece mucilagens de acção emoliente e anti-inflamatória

Decocção de frondes Infusão de flores Infusão de sumidades floridas

ARENÁRIA

596 Diurética e sedante urinária

MILHO

599 urinário

Infusão de estiletes

ABÓBORA

605 Desinflama e descontrai a bexiga

Sementes (pevides) frescas, secas ou cozinhadas

DiuTético, sedante, anti-inflamatório

Decocção da planta

A SAÚDE P E I A S PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:

Uso

Doença

Planta

URETRITE

NnruciPA IMOGUEIRA

«in^ Adstringente, anti-séptica, desinflama sua a u r e t r a

Lavagens à uretra (com uma sonda urinária) com a decocção de tolhas

GRAMA-FRAN-

559 Anti-séptica e anti-inflamatória urinária

Decocção de rizoma seco

UVA-URSINA

564

Potente anti-séptico urinário

Decocção ou maceração de folhas secas

BAROSMA

567

Anti-séptica, regenera a mucosa urinária e faz desaparecer os incómodos

Infusão de folhas, lavagens uretrais (com uma sonda urinária) com a infusão

COPAIBA

671

Anti-séptico e anti-inflamatório urinário, eficaz contra a blenorragia

Bálsamo de copaiba (destilação da resina)

CIPRESTE

255

Aumenta o tono da bexiga e permite um melhor controlo do sistema nervoso sobre este órgão

Decocção de gálbulos (frutos), essência, banhos de assento com a decocção

HIPERICÃO

714

neív2sonte 6 e q u " i b r a d 0 r d ° S Í S t e m a

CIPRESTE

255

Aumenta o tono da bexiga e permite um melhor controlo do sistema nervoso sobre este órgão

É a inflamação da uretra, que é o canal de comunicação da bexiga com o exterior. Costuma ser causada por bactérias, e em muitos casos acompanhada de cistite (pág. 554). As plantas medicinais contra a uretrite aplicam-se por via oral e/ou por meio de lavagens com uma sonda uretral.

Copaiba

CESA

Pág. Acção

D e s c r i ç ã o

ENURESE É a emissão involuntária de urina, especialmente durante o sono. É bastante frequente em crianças e adolescentes. AMcterapia oteiece plantas como o cipreste, muito eficazes para aumentar o tono da bexiga, e deste modo a sua capacidade de reter a urina. Também são de utilidade as plantas tonificantes e equilibradoras do sistema nervoso, como o hipericão.

Infusão da planta seca

INCONTINÊNCIA URINÁRIA Deve-se habitualmente a causas mecânicas, como o desprendimento da bexiga nas mulheres em consequência dos partos, ou as sequelas das intervenções sobre a próstata. 0 cipreste torna-se eficaz, tanto em infusão como aplicado em banhos de assento.

Decocção de gálbulos (frutos), essência, banhos de assento com a decocção

O hipericão (pág. 714)

LIS,i se no

tratamento da enurese infantil.

A uva-ursina (pág. 564J é um potente anti-septico urinário.

555

C í p . 2 2 : P L A N T A S PARA O APARELHO U R l N A R l

Acções das plantas diuréticas

Plantas diuréticas

Segundo as substâncias residuais que eliminam em maior quantidade, as plantas diuréticas apresentam uma ou várias das seguintes acções medicinais:

Aumentam a produção e o volume de urina prt aduzida tos rins. As ptantas diuréticas não só aumentam a elir mação de água mas tanibém tavorecem a eliminação de diversas su bstãncií s resid uais cor tidas na urina. Segundo o tipo de substância q ue elimir am corr maior ii itensidade, apresentam uma ou várias acções

j

556

Plantas

Página

Cenoura

133

Cafeeiro

178

V7

246

Cipreste

255

y

Gilbarbeira

259

y

Erigerão

268

Urtiga-maior

278

Cebola

294

/

311

Pulmonária

331

Aspérula-odorífera

351

y

Erva-coalheira

361

y

Alcachofra

387

/

Fumaria

389

y

444 504

/ / •

313

Pilosela

• Diurética ureica: Quando facilitam especialmente a eliminação de ureia, que, juntamente com o ácido úrico, é um dos resíduos tóxicos do metabolismo das proteínas. As plantas diuréticas usam-se sobretudo quando existe um certo grau de insuficiência renal {incapacidade do rim para eliminar, com a urina, os resíduos tóxicos do metabolismo).

/

Énula

Cardo-santo

• Uricosúrica ou diurética úrica: Quando actuam sobretudo eliminando ácido úrico com a urina. Muitas das plantas uricosúricas empregam-se como depurativas em caso de gota ou artritismo [reumatismo de origem úrica).

/

Guaiaco

397

/

y

225

425

• Clorúrica: Quando aumentam a eliminação de água e de diversos cloretos (de sódio, potássio, amónio, etc.J. As plantas que exercem esta acção sáo diuréticas de uso geral.

y

Giesta

Dente-de-leão

f

/

Visco-branco

Ananás

• Natriurética ou diurética sódica: Quando facilitam especialmente a eliminação de sais sódicos como o CINa {cloreto de sódio ou sal comum). Sáo ricas em potássio. As plantas com acção natriurética recomendam-se especialmente em caso de hipertensão arterial, edemas, afecções cardíacas e curas de emagrecimento.

y

y

/

y

y y

• Oxálica e fosfatúrica: Quando favorecem especialmente a eliminação, com a urina, de oxalatos e fosfatos respectivamente. Estes sais costumam ser causadores das areias e dos cálculos renais.

/

y

/ y

Macieira

513

y

Piteira

558

y

Grama-francesa

559

y

Aipo

562

y

Uva-ursina

564

y

Cana

566

y y

y

y y

Barosma

567

Bétula

568

y

Urze

570

y

Cardo-penteador

572

Cardo-corredor

573

y

y

y

y

y

Morangueiro

575

y

Zimbro

577

y

Aljôfar

579

y

O visco-branco fpág. 246), além de vasodilatador e hipotensor, é um bom diurético de acção uricosúrica.

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 ° Parte:

Planta Gatunha Parietária Salsa Feijoeiro Alquequenje Cerejeira Groselheira-espim Granza Quaresmas Salsaparrilha-bastarda Vara-de-ouro Arenária Milho Bico-decegonha Espargo Ortossifão Ulmeira Freixo Harpagófito Azevinho Bardana Cavalinha Calaguala Borragem Choupo-negro Sabugueiro

/

/

/

D e s c r i ç ã o

Regulariza o ciclo menstrual 613 e e s t i m u | a a f unç ão ovárica

Infusão de folhas

&?•* Estimula o ovário, acalma as dores otj menstruais, regulariza o ciclo

Extracto da planta, pó da raiz

E o período da vida da mulher em que cessa a menstruação e a actividade reprodutora. Não se trata de nenhuma doença em si mesma, mas de uma época de mudança hormonal, durante a qual o organismo feminino se deve adaptar a uma diminuição da função ovárica. A ingestão de tisanas destas plantas alivia os transtornos próprios desta fase da vida feminina.

OVÁRIOS, INSUFICIÊNCIA Os ovários são as glândulas sexuais femininas. A sua função è dupla: produzir as hormonas sexuais (estrogénios e progesterona) e libertar os óvulos ou células germinais que se unirão com os espermatozóides para formar um novo ser. Estas plantas podem estimular ambas as funções ováricas.

PI. emi ruLSATiLA

Pág. Acção

D e s c r i ç ã o

Evita as perdas de sangue anormais Favorece o equilíbrio hormonal Alivia os espasmos uterinos

fl



Uso

Infusão da planta

Infusão de (olhas, essência

A menopausa é uma época de transição, em que toda a fisiologia feminina se deve adaptar a uma nova situação hormonal caracterizada por um menor funcionamento dos ovários. As plantas medicinais podem contribuir favoravelmente para t o m a r mais fácil esta complexa época da vida da mulher.

619

C a p . 2 4 : P L A N T A S PARA O A P A R E L H O G E N I T A L F E U l N I N O

Doença

Planta

LEUCORREIA £ o derramamento, pela vagina, de um fluxo espesso e esbranquiçado, segregado pela própria vagina ou pelo útero. Produz-se habitualmente como consequência duma infecção, embora também possa estar relacionada com um desequilíbrio na flora bacteriana normal da vagina, ou com uma alteração hormonal. A fitoterapia dispõe de diversas plantas úteis para fazer irrigações vaginais (ver pág. 73). Todas elas apresentam uma acção adstringente (secam e de sinflamam as mucosas), e algumas delas também uma acção anti-séptica.

Murta

Pág. Acção

RATÂNIA

196 Adstringente, anti-inflamatória

Irrigações vaginais com a decocção de casca

BlSTORTA

198 Adstringente, anti-séptica

Irrigações vaginais com a decocção do rizoma

HlDRASTE

207 Adstringente, anti-inflamatório

Irrigações vaginais com a infusão

MURTA

317 Adstringente, anti-séptica

Irrigações vaginais com a infusão de folhas e bagas

NOGUEIRA

505 Adstringente, anti-inflamatória

Irrigações vaginais com a infusão de folhas e/ou nogalina (cascas verdes)

SALGUEIRINHA

510

Adstringente, cicatrizante

Irrigações vaginais com a decocção de sumidades floridas

CINCO-EM-RAMA

520 Adstringente, anti-séptica, cicatrizante

Irrigações vaginais com a decocção de raiz e rizoma

ROMÀZEIRA

523

Adstringente

Irrigações vaginais com a infusão de flores e casca

PlMPINELA-OFICINAL

534

Adstringente, anti-inflamatória

Irrigações vaginais com a decocção da planta

coo Adstringente, anti-inflamatória,

Irrigações

KE-DE-LEAO

b^

com a decocção de folhas e raiz

URTIGA-BRANCA

633

ROSEIRA

635

D é

„ . . , .

cjcatrjzante

Adstringente, anti-inflamatória Adstringente, anti-inflamatória, anti-séptica.

Muito apropriada para a higiene intima

Nogueira

Uso

SALGUEIRO-BRANCO

vaginais

Irrigações vaginais com a decocção da planta Irrigações e lavagens com a infusão de pétalas

676

Adstringente, desinfectante

Irrigações vaginais com a decocção

505

Adstringente, anti-inflamatória

Irrigações vaginais com a infusão de folhas e/ou nogalina (cascas verdes)

635

Adstringente, anti-inflamatória, anti-séptica. Muito apropriada para a higiene intima

Irrigações e lavagens com a infusão de pétalas

CERVICITE É a inflamação do colo do útero, causada normalmente por diversas bactérias ou vírus. Manifesta-se com lluxo mu- NOGUEIRA coso ou purulento (leucorreia) e dores nos dias das regras ou durante o coito. Estas duas plantas, que também se usam no caso da leucorreia, são as mais indicadas em caso de cervicite, pela sua acção adstringente, anti-séptica e anti-infíamatória. Como se indica na página 73, durante a ROSEIRA gravidez não se devem aplicar irrigações vaginais.

620

I

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2A Parle:

Plantas antiespasmódicas uterinas

Avenca

292

Macela

350 463 623 626 637 641 642

Trevo-cTágua Pulsatila Maravilha Arruda Estaque Noveleiro

Plantas ocitócicas

A pulsatila (pág. 623) estimula a actividade do ovário, especialmente quanto á produção de hormonas. Faz desaparecer as dores produzidas pelas regras e normaliza o ciclo menstrual.

Provocam contracções no útero. Estas plantas têm uma acção semelhante à da ocitocina, embora menos intensa. A ocitocina é uma hormona Que se liberta através do lóbulo posterior da hipófise, e que faz o útero contrairse fortemente, desencadeando assim o parto. Estas plantas usam-se para acelerar o parto. Nos primeiros meses da gravidez podem ter efeito abortivo (ver pégs. i 00102).

Planta

Página

Giesta

225

Bolsa-de-pastor

628

Arruda

637

Aloés

694 699

Aristolóquia

r i ç

ã o

Provocam ou facilitam o aparecimento da menstruação. Em geral, têm uma função reguladora e normalizadora do ciclo menstrual. Não se recomenda o seu uso durante a gravidez, pois aumentam o risco de aborto.

Planta Página

;; c

Plantas emenagogas

Relaxam o músculo uterino espasmado. Deste modo, aliviam a dismenorreia e muitas dores pélvicas femininas devidas a espasmos uterinos. Estas plantas também exercem uma acção anti-espasmódica, embora menos especifica, sobre outros órgãos ocos como o intestino ou as vias urinárias. Planta

D e

Pág.

Planta

Pág.

Agripalma

224

Tanaceto

537

Avenca

292

Zimbro

577

Peta site

320

Melissa-bastarda

580

Endro

349

Salsa

583

Macela

350

Granza

589

Camomila

364

Artemísia

624

Manjericão-grande

368

Maravilha

626

Absinto

428

Arruda

637

Estragão

430

Salva

638

Açafrão

448

Tasneirinha

640

Loureiro

457

Estaque

641

Poejo

461

Milefólio

691

Trevo-d'água

463

Aloés

694

Abrótano-fèmea

470

Aristolóquia

699

Jalapa

499

Tornassol

713

Tramazeira

535

Salva-esclareia

766

As plantas medicinais contribuem para o equilíbrio hormonal do organismo feminino, pelo que proporcionam bem-estar e melhoram a disposição geral da mulher.

621

Alchemilla vulgaris L

21

P

9



Preparação e emprego

Pé-de-leão USO INTERNO

Útil para a mulher

O Decocção com 40-60 g de folhas e raiz triturada por litro de água. Ferver durante 10 minutos. Tomar 3 ou 4 chávenas por dia. USO EXTERNO

O

PE-DE-LEAOjá foi estudado por Dioscórides no século 1 d.C. Andrés de Laguna (séc. XVI), seu tradutore comentarista, recomendava os banhos no cozimento desta plaina para «apertar e cerrar as partes baixas», garantindo que assim se restituía a virgindade perdida, O Famoso médico espanhol prescrevia também a decocção do pé-de-leão para as mulheres, porque -torna as teias como maçã/.inhas".

© I r r i g a ç õ e s v a g i n a i s com o líquido bem coado de uma decocção mais concentrada que a usada internamente, à razão de uns 100 g por litro de água. © Gargarejos com a decocção concentrada. © C o m p r e s s a s empapadas com esta decocção. © Lavagens das zonas da pele afectadas, com o liquido da decocção concentrada.

Sem chegai' a estes extremos, a medicina moderna continua a recomendai esta planta para a saúde feminina. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

roda a

planta contém abundante tanino, assim como ácido salicílico e diversos ácidos gordos. É adstringente, anti-inilamatória, sedante suave e cicatrizante. São estas as suas aplicações: •Transtornos ginecológicos: A principal aplicação do pé-de-leão ou alquemila são as dores menstruais (dismenorreia) IOI e o corrimento vaginal (leucorreia) 101. Neste último caso apnea-se em irrigações vaginais. • Problemas do aparelho digestivo: diarreia, colite crónica, gastrite, e lambem (|tiando existe inapetência IOI. • Irritação da garganta: Aplica-se por meio de gargarejos IOI. além de ingerir a decocção. IOI. • Feridas e úlceras cutâneas: Km Forma de compressas IOI e lavagens 101. 622

Outros nomes: alquemila. Esp.: pie de león, alquemila (vulgar], alquimila. pala de león, manto de Nuestra Senora. Fr.: alchémille [vulgaire], patte de lion. Ing.: ladys mantle. Habitat: Prados e pastagens húmidas de regiões montanhosas da Europa. América do Norte e parte sul da América do Sul. Descrição: Planta vivaz de 10 a 40 cm de altura, da família das Rosáceas, de folhas grandes e palmadas, com flores muito pequenas, sem pétalas e de cor verde. Partes utilizadas: toda a planta, incluindo a raiz.

Anemone pulsatilla L

Preparação e emprego

Puísatila USO INTERNO

Estimula a função ovárica

I

A puísatila deve ser usada unicamente de uma das seguintes formas: O Extracto: 0,05-0,3 g diários. © Pó de raiz: 1-3 g diários.

Precauções

Q

UANDO as flores da puísatila secam, os frutos formam uns ramalhetes plumosos, que o vento vai arrancando a pouco e ponto. Daí o seu nome científico, Anemone, que em grego faz referência a uma flor que st- abre ao menor sopro de vento.

ioda a planta fresca contém anemonina, substância irritante para a pele e as mucosas. Possui propriedades anties-

A planta fresca é muito tóxica, mas seca ou em extracto é isenta de toxicidade.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

pasmódicas, cmenagogas, antibióticas c antimitóticas (inibe a divisão fias células). C o n t é m além disso q u a n t i d a des inoclciadas de s a p o n i n a s e do lanino. • Scdantc: Os seus extractos usaram-se na a n t i g u i d a d e c o m o sedativos, nos casos de tosses espasmódicas ((osso convulsa) e de cólicas digestivas, e paia c o m b a t e r a insónia IO,01.

• Dismenorreia (regras dolorosas): Esta é a sua mais importante aplicação actual, e também em caso de regras escassas IO.01. Faz desaparecer as dores e regula o ciclo menstrual. • Insuficiência ovárica: Vcrilicou-.se, embora não se saiba b e m por que

mecanismo, que a puísatila estimula a actividade ovárica, especialmente no que se refere ã secreção da hormona Foliculina. Indicada nos casos de insuficiência funciona] dos ovários e esterilidade IO.OI.

Sinonímia cientifica: Pulsatilla vulgaris Miller Outros nomes: anémona, anémona•puísatila, anémona-dos-jardins, flor-do-vento, ilor-de-páscoa. Esp.: puísatila, puísatila común, anémona, anemone, flor dei viento. hierba dei viento. Fr.: [anemone] pulsatille, herbe au vent. fleur de Pâques Ing.: [EuropeanJ Pasque flower. Habitat: Pouco habitual, mas pode encontrar-se em bosques ou prados secos de terras calcárias da Europa Central e Meridional. Cultivada em Podugal. Descrição: Planta herbácea e vilosa, da família das Ranunculáceas, de 20 a 40 cm de altura, com folhas finas muito divididas. As flores são grandes, de cor violeta ou púrpura, e apresentam seis sépalas. Partes utilizadas: as folhas, as flores e a raiz.

623

Artemísia vulgaris L

£ 51

J

J

Preparação e emprego

Artemísia Regula a menstruação e abre o apetite

A

ARTKMIS1A já era usada poios Gregos. Dioscórides, o pai da fitoterapia, jã fala dela no primeiro século da nossa era. Andrés

USO INTERNO

O Infusão: Prepara-se com 20-30 g de sumidades floridas ou de raiz triturada por cada litro de água. Tomam-se de 2 a 4 chávenas por dia. ©Corno vermífugo, isto é, quando se trate de eliminar parasitas intestinais, deve-se administrar ao doente uma chávena em jejum, e mais duas antes de cada refeição, durante 3 dias. Repetir outro ciclo igual uma semana depois.

cie Laguna, o famoso m ó d i c o espanhol do s é c u l o XVI, q u e e x e r c e u a

medicina nos Países Baixos e em Bolonha, Roma e Veneza, afirma a respeito desta planta: «Chama-se aquela planta artemísia, de Arteinh», igualmente chamada Diana, porque assim c o m o a q u e l a deusa socorria as mulheres cie p a r l o , n e m mais n e m menos, lambem cia costuma sempre- ajudá-las.»

A artemísia foi sempre uma planta usada pelos seus eleitos sobre o aparelho genital Feminino. A escola francesa, com refinamento que a caracteriza, já no Renascimento, dizia que

Outras artemísias Nas regiões tropicais do continente americano, existem algumas espécies e variedades muito semelhantes à artemísia-comum que possuem as mesmas propriedades, como por exemplo a Artemísia dracunluoides Pursh., que se cultiva na América do Norte, onde é chamada 'false tarragon'.

«a artemísia faz q u e as m u l h e r e s voltem a ver as suas flores», reíerindo-se

O

Banhos de artemísia

Em caso de transtornos da menstruação, dá resultado combinar a ingestão da planta com banhos de água quente, a que se juntam uns punhados de artemísia.

624

Outros nomes: artemisia-verdadeira, artemisia-comum, flor-de-são-joão, erva-de-fogo, erva-de-sào-joão, urtemige, rainha-das-ervas. Brasil: artemigem. Esp.: artemisa, artemisa común, artemisa olorosa, artemisa sivestre, ajenjo, altamira, artemísia, artemega, hierba de San Juan, madra, tomarajas. Fr.: armoise [communej, herbe de Saint Jean. Ing.: artemísia, mugwort. Habitat: Comum em todo o tipo de terrenos da Europa e zonas temperadas da América. Descrição: Planta vivaz, da família das Compostas, parecida com o absinto (pág. 624) mas mais alta (60-120 cm). Os caules têm uma cor avermelhada, e as folhas são prateadas pela face dorsal. Cada capitulo floral compõe-se de 10 ou 12 florezinhas de cor amarela ou vermelha. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades floridas. no Verão: a raiz, no Outono.

A artemísia favorece o aparecimento das regras, nafguns casos de amenorreia (faita de menstruação) por causas funcionais. Esta planta convém sobretudo às mulheres que sofram de regras irregulares ou de dismenorreia (dores menstruais), pois tende a normalizar os ciclos.

ao eleito desta planta sobre a menstruação. Ioda a planta contém uma essência cujo principal componente é o eucalipto! ou cineol, juntamente com uma pequena quantidade de tuiona, lanino, mucilagein, e um princípio amargo. As suas propriedades são as seguintes:

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Como acontece com a absinto, a artemísia pode ter efeitos indesejáveis sobre o sistema nervoso, quando se ultrapassem muito as doses indicadas, ou se se tomar durante mais de 10 dias seguidos. Devem abster-se da artemísia as mulheres grávidas, por causa do possível efeito abortivo, assim como aquelas que amamentam, porque dá um gosto amargo ao leite.

• Emenagoga: Pode provocar o aparecimento das regras nos casos de amenorreia (falta de menstruação) devida a transtornos funcionais. Tem também a propriedade de normalizar o ciclo e de acalmar as dores menstruais (dismenorreia) IO). Antigamente, aplicava-se cm forma cie cataplasmas sobre o ventre das mulheres que tinham partos demorados ou difíceis. Felizmente, hoje em

dia, dispomos de melhores remédios para fazer progredir o pano. • Aperitiva e colagoga: Devido ao seu princípio amargo, tem os seguintes efeitos: abre o apetite, estimula o esvaziamento do estômago (indicada em caso de plose gástrica ou estômago descaído), facilita a digestão, e normaliza a função da vesícula biliar. E ligeiramente laxante IO). • Vermífuga: Provoca a expulsão dos parasitas intestinais. Dá muilo bom resultado contra os oxi tiros l©l. Na América ("entrai é muito usada por causa desta propriedade. Noutros tempos utilizou-se como sedativo, nos casos de epilepsia e de "dança de S. VIto* (doença de Parkinson), não sabemos se com fundamento. Hoje já não se emprega nestes casos. 625

CaJendula offíclnalis L.

O

Maravilha Cura as feridas e normaliza a menstruação

A

MARAVILHA, ou calêndula, é um exemplo vivo cie como a beleza e a utilidade se podem conjugai-. As Flores desta plaina saúdam o sol tia manhã, aimndo-.se e mostrando seu formoso colorido. No fim da tarde, fecham-se discretamente, até à manhã seguinte. Os partidários da teoria dos sinais (ver pág. 11«S), defendida por Paracelso e outros módicos renascentistas, recomendavam-na para a icterícia e paia os transtornos da vesícula biliar, devido ao facto de a cor das Mores ser parecida com a da bílis. Não st- enganaram muito aqueles pioneiros da ciência medica, porque hoje, que se conhecem as suas propriedades, continua a ler essas mesmas indicações, além de outras mais q u e se foram descobrindo. PROPRIEDADES E INI>ICAC:ÒF.S: AS flo-

res da maravilha contêm carotenóides (provitamina A), um princípio amargo (calendina), llavonóidcs, saponiuas, resinas, óleos essenciais e pequenas quantidades de ácido salicílico. 626

». H > Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão com uma ou duas flores por chávena de água, da qual se tomam duas ou três chávenas por dia. Pode-se adoçar com mel. USO EXTERNO @ Compressas e lavagens com uma decocção de 2 punhados de flores por litro de água. Aplicam-se sobre a zona da pele afectada. €) Cataplasmas com pétalas das flores frescas, que se aplicam envoltas num pano fino de algodão. O Loção de sumo fresco das flores: Aplica-se sobre a zona da pele afectada. © Óleo: Aplica-se directamente sobre a pele. Pode também acrescentar-se à água do banho para obter um agradável efeito suavizante sobre a pele. Para a obtenção do óleo de calêndula por maceração, ver a pág. 57. © Pomada: Pode-se preparar uma pomada esmagando 100 g de flores frescas e misturando o sumo resultante com 500 g de manteiga ou outro veículo gordo.

Outros nomes: calêndula. Esp.: Calêndula oficinal, maravilha [dejardin). Fr.: souci [des jardins]. Ing: calêndula, fgardenj marigold. Habitat: Originária do Egipto, embora se cultive nos jardins da Europa e de toda a América. Também se pode encontrar em estado silvestre. Descrição: Planta herbácea da família das Compostas, anual, que mede de 30 a 50 cm de altura. As folhas são alongadas, dentadas e carnosas, e as flores vistosas, amarelas ou alaranjadas. Partes utilizadas: as flores.

Todas estas substâncias se c o m b i n a m para fazer desta flor um remédio precioso. As suas propriedades mais notáveis são: • E m e n a g o g a e r e g u l a d o r a do ciclo menstrual: Dá resultado tanto em casos de m e n s t r u a ç ã o escassa, pelo seu eleito emenagogo, como q u a n d o existe u m a p e r d a excessiva de sang u e . Assim, pois, a maravilha normaliza a frequência (las regras e a sua q u a n t i d a d e . T a m b é m elimina a d o r q u e se p r o d u z com a m e n s t r u a ç ã o ( d i s m e n o r r e i a ) , pois tem acção c\spasmolítica ( c o m b a t e os e s p a s m o s d o l o r o s o s ) e l i g e i r a m e n t e sedativa, Toma-sc desde uma semana antes da d a t a e s p e t a d a para a m e n s t r u a ç ã o , até q u e esta t e n h a t e r m i n a d o (OI.Os resultados são muito notáveis.

O óleo de ca/êndula prepara-se p o n d o a macerar as flores em azeite. Passados alguns dias, filtra-se o azeite, que entretanto terá adquirido uma cor avermelhada, e guarda-se n u m frasco de vidro.

• Colerética: Aumenta a produção de bílis no ligado. E p o r t a n t o indicada nos casos de congestão ou insuficiência hepática IO!. • Antiulcerosa: Tem a capacidade de cicatrizar as úlceras do estômago e do d u o d e n o IOI.O seu efeito é mais intenso q u a n d o se associa com a urtiga (pág. 278) e a verónica (pág. 475). Pelo seu eleito cicatrizante c anli-inflamatório, t a m b é m é eficiente nos casos de gastrite (inflamação do estôm a g o ) , gastrenterile e vómitos (Ol. • Anti-inflamatória, anti-séptica e cicatrizante: E uma deu plantas gue mais se evidenciam pela sua qualidade vulnerária, isto é, c u r a d o r a de feridas e contusões. Aplicada localmente, acelera de forma notável a cura de ferida-s, inclusive infectadas, assim c o m o de úlceras da pele. q u e i m a d u r a s , furúnculos c eczemas 10.0.0). Aplicada loc a l m e n t e , tem acção anti-reumática 10.01. • Calicida (elimina os calos). Km aplicação local, faz desaparecer as verrugas víricas (vulgares) da pele I0.O.0I. Isto deve-se ao sen c o n t e ú d o em ácido salicílico. • Emoliente (suavizanlc da pele): O Óleo de calêndllla suaviza a pele 101. M u i t o i n d i c a d o p a i a peles secas ou delicadas, e para as crianças. O óleo 101 e a p o m a d a 101 d ã o resultados m u i t o b o n s n o t r a t a m e n t o d e queim a d u r a s e eczemas. 627

Capsella bursa-pastorís L

Bolsa-de-pastor Detém as hemorragias e normaliza as regras

P

A

Preparação e emprego USO INTERNO

O Infusão com 30 a 60 g de planta por litro de água, deixando-a repousar durante 10 minutos. Tomam-se 3 a 5 chávenas diárias, fora das refeições. Nos transtornos menstruais, deve-se começar a tomar esta infusão uma semana antes do dia em que são esperadas as regras. USO EXTERNO

O

S FRUTOS desta planta fazem lembrar as estreitas bolsas e surrões dos pastores amigos, de onde lhe vem o nome. Fazendo honras ao que o seu nome representa -uma bolsa Fácil de transportar-, esta

© Compressas empapadas com a mesma infusão que para o uso interno. © Tampões de gaze impregnados com a dita infusão, especialmente para as hemorragias nasais.

planta é uma cias mais viajadas e mais

disseminadas que se conhecem. Encontra-se tanto mi orla marítima como a 2000 melros de altitude nas

montanhas; tanto nos climas frios do Centro e do Norte da Europa como nas legiões tropicais chi América e da Ásia. E considerada originária dos países mediterrâneos, mas a facilidade que as suas sementes têm, de viajar e adaptar-se a qualquer clima ou terreno, facilitou a sua difusão por todo o mundo. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: ioda a

planta contém aminas biogénicas (colina, acetileolina e liramina entre outras), que actuam sobre o sistema nervoso autónomo e vegetativo, provocando a contracção das arteríolas, do útero, do intestino e de outros órgãos ocos. As suas propriedades são: • Hemostática (detém as hemorragias), devido às substâncias vasoconstritoras que contém e que contraem

as pequenas artérias sangrantes. Além disso, a bolsa-de-pastor é rica em llavonóides do tipo da diosmina (princípio activo de vários preparados far628

Precauções A pequena percentagem de tiramina e de outras aminas biogénicas, que a bolsa-de-pastor possui, provoca um leve efeito vasoconstritor e hipertensor. Quem sofrer de hipertensão arterial (tensão alta) deverá controlá-la todos os dias enquanto durar o tratamento com esta planta.

Outros nomes: capsela, erva-do-bom•pastor, mandioquinha-do-campo. Esp.: bolsa de pastor, bolsita, zurrón de pastor, mastuerzo, hierba de los chingolos, calzoncitos, pan y quesillo, jaramango blanco. Fr.: bourse à pasteur, capselle. Ing.: shepherds purse. Habitat: Planta disseminada por todo o mundo. Abunda nos campos cultivados (considerada erva daninha), à beira dos caminhos e muros velhos. Descrição: Planta anual, da família das Crucíferas. que atinge até 50 cm de altura. As folhas formam uma roseta junto ao solo. As flores são pequenas e brancas. A parte mais característica da planta é o fruto, de forma triangular e aplanada, e que tem um sabor um tanto salgado. Partes utilizadas: A planta toda.

Uma compressa de algodão embebida numa infusão de bolsa-de-pastor é u m bom remédio para estancar as hemorragias nasais.

e útil em diversas doenças, c o m o a seguir se indica: • H e m o r r a g i a s uterinas (metrorragias): K esta a sua aplicação mais importante, pois corta, tanto as regras demasiado a b u n d a n t e s de algumas adolescentes p o u c o depois da menarquia (primeiras regras), c o m o as perdas de s a n g u e q u e às vezes a p a r e c e m tia men o p a u s a !Oi Q u e r dizer q u e serve tanto para as filhas c o m o para as suas mães. Salienie-se q u e , em a m b o s os casos, é c o n v e n i e n t e q u e se s u b m e tam a um exame ginecológico q u e exclua um alteração anatómica, uma tumori/.ação ou o u t r a s causas de hemorragia uterina. • Epistaxc (hemorragias nasais): Nestes casos, além de tomar d u r a n t e alguns dias uma infusão da plaina, tamb é m se p o d e aplicar esta localmente. Para isso, coloca-se um t a m p ã o emb e b i d o com a infusão da planta, no orifício nasal sangranie 1€>1. Também

se pode aplicar sobre feridas e úlceras sangramos da pele l@). • Aceleração do p a r t o , nos casos de atonia ou d e b i l i d a d e m e r i n a IOI. A sua acção é s e m e l h a n t e à da ergotamina, alcalóide q u e se estiai da cravagem d o ( e n t e i o , mas com m e n o s eleitos secundários.

macêuticos), que aumenta a resistência

testino recuperar a sua tonicidade

da p a r e d e dos capilares e favorece a circulação venosa de r e t o r n o .

muscular e as suas contracções peristálticas (as q u e fazem p r o g r e d i r o

• Ocitócica: Contrai o útero e neutrali/a os vasos sanguíneos que provocam hemorragias no seu interior. • Tónica do tubo digestivo: Paz o in-

bolo intestinal). Devido a estas i n t e r e s s a n t e s prop r i e d a d e s t e r a p ê u t i c a s , a bolsa-dc-pastor é uma planta muito apreciada

• Atonia intestinal: A bolsa-de-pastor torna-sc m u i t o úiil para combatei" a a t o n i a intestinal q u e se produz, durante a convalescença de doenças febris ou infecciosas, assim c o m o nos frequentes casos de prisão de ventre devida a preguiça intestinal IOI. • Hipotensão: Rec omenda-se a planta a q u e m sofra de tensão arterial baixa, e s p e c i a l m e n t e m u l h e r e s magras

629

Cássia occidentalis L

Fedegoso Alivia as dores das regras

E

STA PLANTA tem um cheiro desagradável, mas é apreciada pelas suas propriedades medicinais. Na Colômbia, na Venezuela, no Porto Rico e noutros países latino-americanos, as sementes de Fedegoso torradas utilizam-se como sucedâneo do cale. raízes do Fedegoso utilizam-se com êxito na medicina popular, como antiespasmódicas. A sua indicação mais específica é a dismenorreia (menstruação dolorosa), que cosi uma ser provocada por espasmos do útero. As mulheres que sofrem de regras dolorosas devem começar a tomai infusões de raiz de fedegoso uns dias antes da data em que esperam a menstruação. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS

As SEMENTES tomam-se em infusão como sucedâneo do cale e, nas regiões do continente americano onde cresce esta planta, usam-se contra os transtornos da próstata 101. As FOLHAS têm eleito resolutivo, isio é, fazem desaparecer as inflamações e inchaços. Utilizam-se em forma de cataplasma nos casos de edemas, contusões, entorses e furúnculos l€)l. 630

Outros nomes: mudianhoca, munhanoca. Esp.: brusca, café negro, caffecillo, pico õe pájaro, sen, vainillo. Fr.: casse fétide. herbepuante. fng.: coilee senna, stinking weed. Habitat: América Centra! e América do Sul. Cresce nas bermas dos caminhos, de zonas temperadas. Também se cultiva em hortas e quintais. Descrição: Planta anual da família das Leguminosas, que cresce até um metro de altura. As folhas são compostas e apresentam até 12 pares de foliolos lanceolados. As flores são amarelas e muito vistosas. 0 fruto é uma vagem comprida, de até 12 cm, que contém duas fileiras de sementes de cor escura. Partes utilizadas: a raiz, as folhas e as sementes.

J P

Preparação e emprego

USO INTERNO O Decocção de raiz esmiuçada à razão de 30-50 g por litro de água. Ferver até que fique reduzida a uma terça parte. Coar e adoçar com mel. AcJministram-se duas colheres grandes a cada refeição (3 vezes ao dia).

O Infusão de sementes torradas e moídas como o café ou a cevada (uma colherada por cada chávena de água). USO EXTERNO © Cataplasmas de folhas.

~\ ff u

Erodium cicutaríum (L) L'Hórft.

%È*a>

Preparação e emprego

Bico-de-cegonha

USO INTERNO O Sumo da planta fresca: Este pode-se obter usando uma liquidificadora ou esmagando num almofariz 30 a 60 g de planta. Toma-se duas ou três vezes por dia. O sumo tem de ser tomado acabado de extrair. Pode-se adoçar com açúcar escuro, melaço ou mel.

Reduz a menstruação excessiva

USO EXTERNO © Compressas: Aplicam-se sobre a zona afectada cerca de 50 g de folhas esmagadas de cada vez.

E

STA HUMILDE plaina c muito apreciada como forragem paia o gado.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-

tém matérias tânicas, Fenol, flavonóides e sais de potássio.

Sinonímia científica: Geranium cicutaríum L Outros nomes: maria-fia. Esp.: alfiler, alfiierillo [hembraj. aguja [de pastor}, [pico de] ciguena. Fr.: épingle de pasteur. Ing.: storksbill, alfiiaria, pin clover. Habitat: Originária da região mediterrânea, mas amplamente distribuída por todo o continente americano. Prefere os solos secos e arenosos. Descrição: Planta herbácea da família das Geraniáceas, de pequeno tamanho (30-40 cm) e folhas muito recortadas. As flores são cor-de-rosa ou púrpura. O fruto termina num longo bico (24 cm), parecido com um alfinete, de onde lhe vêm alguns dos seus nomes vulgares em várias outras línguas. Partes utilizadas: o sumo da planta fresca e as folhas.

• Hcmostátka: Esta é a st ia propriedade mais importante. A n u a especialmente sobre o útero. Por isso é eficaz para estancar as hemorragias merinas (metrorragias), e para reduzir o fluxo menstrual excessivo lOl. • Ligeiramente diurética c aiUi-iuflamatória: Usa-se nos casos de nefrite e como antiespasmódico nas cólicas urinárias (O). • Adstringente c vulnerária: Aplica-sc externamente para ajudar a curar feridas, úlceras e chagas da pele l©l

!*«,

¥

Bico-de-cegonha-moscada O bico-de-cegonha coexiste com o bico-de-cegonha-moscada (Erodium moschatum UHerit.), outra espécie similar, também chamada bico-de-grou-moscado, agulheira-moscada e agulha-de-pastor-moscada. Ambas as plantas se assemelham à erva-de-são-roberto (pág. 137.) 0 bico-de-cegonha-moscada deve o nome ao seu forte aro-

ma a almíscar. As suas folhas, maiores do que as do outro bico-de-cegonha, comem-se como verdura e também se utilizam como forragem para o gado. Do ponto de vista medicinal, usam-se as folhas e o rizoma, cujas propriedades são muito semelhantes às do bico-de-cegonha.

631

Galega offícinalis L

$

V Preparação e emprego

Galega USO INTERNO

Galactagoga e antidiabética

A

GALEGA tem sido utilizada empiricamente desde o século XVI contra diversos males, como as mordeduras de animais venenosos, embora só nas últimas décadas se lenham descoberto as suas verdadeiras propriedades. INDICAÇÕES: Ioda a plaina contém taninos, saponinas, um princípio amargo, glicósidos ílavónicos, um alcalóide (galegina) e glicoquina (insulina vegetal). Tem três propriedades fundamentais: PROPRIEDADES E

• Galactagoga: Refere Fonl Quer que, segundo experiências realizadas, a galega pode aumentar a produção leiteira das vacas entre 35% e 50%. Nas mulheres que amamentam obtem-se também bons resultados, embora não tão espectaculares 101.E isenta de efeitos secundários sobre a criança lactente. • Diurética: Efeito suave e bem tolerado IOI. • Hipoglicemiantc: Segundo investigações recentes, a galega la/, baixar o nível de glicose uo sangue dos diabéticos, ainda que os seus resultados sejam bastante variáveis. Convém administrá-la sob vigilância médica. 632

O Infusão: por cada litro de água, 20-30 g de folhas e flores secas, que têm de ser colhidas enquanto a planta se encontra ainda em floração. Tomar duas chávenas por dia, que se podem aromatizar acrescentando uma colher de sobremesa de frutos de anis à infusão.

Outros nomes: caprária, falso-anil. Esp.: galega, ruda cabruna, ruda

captada. índigo falso. Fr.: galega (oíficinal], levanèse. Ing.: [common) goats rue, European goats rue. Habitat: Prados húmidos e margens de regatos da Europa Oriental e Meridional. Frequente nas lezírias e locais húmidos do Centro e Sul de Portugal. Cultivada na Europa e na América do Norte. Descrição: Planta vivaz de 0,5-1 m de altura, da família das Leguminosas. As suas folhas são simétricas, formadas por 11 a 19 foliolos terminados em ponta, e as flores são muito atraentes, lilases, rosadas ou brancas. Partes utilizadas: a planta florida seca.

Precauções

Utilizar unicamente a planta seca, já que fresca pode tornar-se irritante.

Lamium aJbum L.

O.

P

Urtiga-branca

r« Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão com 15-20 g por litro. da qual se tomam 3 ou 4 chávenas por dia.

Útil para corrigir os transtornos genitais femininos

USO EXTERNO © Compressas empapadas no líquido de uma decocção com 50-100 g por litro, que se deixa ferver durante 10 minutos. €> Lavagens, banhos ou loções com esta mesma decocção. O Irrigações vaginais com o líquido, bem filtrado, desta decocção.

A

PESAR de se parecer com a urtiga-maior (pág. 278), não pica nem causa qualquer incómodo a quem a toca. Por isso os espanhóis lhe chamam lambem ortiga muerla (urtiga-morta), como se aqueles que não incomodam estivessem mortos...

A planta contém taninos catéquicos, flavonóides e mucilagens. Devido ao seu conteúdo em taninos, tem propriedades adstringentes, tonificantes e hemostáticas (detém as hemorragias). As mucilagens tornam-na vulnerária c anti-inflamatória. As suas aplicações mais importantes são: • Problemas ginecológicos: metrorragia (hemorragia uterina), dismenorreia (regras dolorosas), e, em geral, os transtornos do ciclo menstrual. Detém as perdas excessivas de sangue do útero lOI.Dá bons resultados em caso de leucorreia (corrimento vaginal). aplicada em irrigações pela vagina 101. • Diarreia e colite infecciosa, produzidas geralmente por alimentos ou água contaminada IOI. • Em uso externo, cura as feridas e as contusões l©l. • Relaxante: Km banhos de pés, alivia o cansaço dos membros inferiores produzido por longas caminhadas 101. PROPRIKDADI-S E INDICAÇÕES:

À Outros nomes: lãmio, lâmio-branco. Brasil: lamium. Esp.: urtiga branca, urtiga muerla, lamio blanco. Fr.: lamierblanc, ortie blanche, ortie morte. Ing.: blind nettle, dead nettle, white nettle. Habitat: Bermas dos caminhos e cercanias de lugares habitados de toda a Europa, incluindo o Norte e Centro de Portugal. Difundida pelo continente americano. Descrição: Planta vivaz, da tamilia das Labiadas, que atinge de 20 a 60 cm de altura. Distingue-se da urtiga-maior pelas suas flores brancas em forma de lábios. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades floridas.

633

Monarda dldyma L.

Preparação e emprego

Monarda Reguladora do ciclo menstrual e digestiva

USO INTERNO O Infusão com uma colherada de flores (cerca de 20 g) por chávena de água, de que se bebem 2 ou 3 chávenas por dia.

E

STA PLANTA tem um aroma agradável semelhante ao da hortelã, e Foi muito usada nos Estados Unidos como substituto do chá. Os índios norle-americanos, que ião integrados viviam no seu ambiente natural, incluíam uma monarda no enxoval das noivas, pelo efeito regulador desta planta sobre a menstruação.

flores da monarda contêm diversos óleos essenciais, princípios amargos e uma antocianina (a monardeína). São estas as suas principais propriedades: • Acalmam as dores das regras e ajudam a normalizar o ciclo menstrual IOI. • São carminativas (eliminam os gases o flatulências). As flores cia monarda facilitam a digestão e acalmam as náuseas c vómitos 101. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS

Menta-de-cavalo

Encontra-se em toda a América uma outra espécie similar à monarda, a menta-de-cavalo (Monarda punctata L ) / que é sudorífica, diurética, carminativa e tonificante do coração. ' Esp.: menta de caballo. Ing.: horsemint.

634

Outros nomes: Esp.: monarda, té de Pennsylvania. Ing.: Oswego tea. Habitat: Originária da América do Norte, onde se cultiva como planta ornamental. Também se cultiva para este uso na Europa Central. Descrição: Planta da família das Labiadas. de uns 60-80 cm de altura. De caule quadrangular e folhas opostas com os bordos dentados. As flores são terminais, com pétalas bilabiadas, de cor vermelha intensa. Partes utilizadas: as flores.

Rosa galllca L

21

é%



O



Roseira Suaviza, desinfecta e tonifica

A

FANTASIA dos floricultores permitiu, por meio da hibridação, criar mais de 10 000 variedades de rosas diferentes, iodas elas dotadas de extraordinário perfume e delicadeza. No entanto, do pomo de vista medicinal, a Rosa gal//ÍY/OU rosa-rubra é aquela que maiores e melhores propriedades oferece.

%.\t»

F

Outras roseiras medicinais

Além da rosa-rubra, há duas outras que se consideram medicinais, embora as suas propriedades curativas sejam menos intensas: • Rosa-pálida (Rosa centifolia L), também conhecida como rosa-de-cem-folhas, rosa-de-jericó.4 Dá flores de cor geralmente rosada e muito apreciadas pelos perfumistas. • Rosa-de-damasco (Rosa damascena Miller)." É a mais apropriada para a preparação da água de rosas e da essência de rosa. • Esp.: Rosal cornún. " Esp.: Rosal de Atejandria.

Outros nomes: rosa-rubra, rosa-vermelha, rosa-da-provença, rosa-gálica, rosa-francesa-dobrada, rosa-de-alexandría. Brasil: rosa-francesa. Esp.: rosa de Francia, rosa rubia, rosal francês, rosal castellano, rosal de Jericó. Fr.: rosier, rose. Ing.: rose. Habitat: Muito comum nos países mediterrâneos, onde prefere os terrenos calcários e expostos ao sol. Actualmente acha-se difundida por todo o mundo. Descrição: Arbusto de 0,5 a 1,5 de altura, da família das Rosáceas, com caules erectos providos de espinhos, e flores solitárias, grandes, vermelhas e aveludadas. Partes utilizadas: as pétalas das flores.



Preparação e emprego

USO INTERNO

O Infusão com 20-30 g de pétalas por litro de água, de que se tomam 4-6 chávenas diárias (adoçada com mel).

€) lavagens oculares, O lavagens e irrigações vaginais,

USO EXTERNO

© loções e compressas sobre a pele.

A mesma infusão que se emprega externamente usa-se em: © gargarejos, bochechos e lavagens nasais,

@ Água de rosas: Prepara-se nos laboratórios por destilação ou por dissolução da essência.

635

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS pé-

talas da rosa contêm abundantes taninos com propriedades adstringentes; antocíantnas, responsáveis pela sua cor, dotadas de acção anti-séptica; essência, lambem anti-séptica; atidos orgânicos, cera e princípios amargos. Embora as PÉTALAS da rosa tenham .sido elogiadas por alguns -•guiados talvez mais pelo sentido poético do que pelo científico— como remédio quase universal, as suas propriedades são basicamente adstringentes, anti-inflamatórias e anti-sépticas. Proporcionam também uma certa acção sedativa sobre o sistema nervoso. Têm as seguintes aplicações médicas: •Afecções ginecológicas: A infusão de pétalas de rosas usa-sc em irrigações vaginais em caso de leucorreia (aumento do fluxo vaginal), vaginite, cervicite (inflamação do colo do útero). Torna-se muito apropriada para a higiene dos órgãos genitais 636

externos femininos, aplicada em lavagens c irrigações IOI. • Afecções digestivas: As pétalas de rosa são Úteis para travar as diarreias de diversas origens, em especial as estivais 101.A sua acção adstringente é suave, mas é completada pelo seu poder anti-séptico.

A beleza e o encanto da rainha das flores, j u n t a m e n t e com o seu agradável perfume, fizeram que por vezes se esquecessem as suas virtudes medicinais, e outras vezes se exagerassem. A infusão de pétalas de rosa tem propriedades adstringentes, anti-inflamatórias, anti-sépticas e ligeiramente sedativas.

• Afecções respiratórias superiores: Tanto bebida 101 como aplicada em gargarejos, bochechos e lavagens nasais 101. a infusão de pétalas ou a água de rosas são eficazes em caso de catarro nasal, sinusite, faringite e rouquidão. • Afecções oculares: A infusão de pétalas é excelente em lavagens oculares nos casos de irritação ocular e conjuntivile, especialmente para as crianças I©1. Alivia a comichão, desinilama as delicadas mucosas da conjuntiva ocular e exerce uma interessante acção anli-séptica. •Doenças psicossomáticas: A infusão de pétalas acalma o stress, a insónia e outros transtornos nervosos

relacionados com a génese da úlcera gastroduodenal, a angina de peito, a asma bronquial e o cólon irritável IOI. • Cuidado da pele: A ÁGUA DE ROSAS tonifica a pele, limpa a cútis e combate as rugas e a acne 101. As mulheres romanas já a usava com êxito há mais de 2000 anos 10).

Ruta graveolens L.

I

rjj

Preparação e emprego

Arruda

USO INTERNO

Normaliza as regras

O Infusão com 2-5 g de planta por litro de água, de que se ingerem duas chávenas por dia. Para os transtornos menstruais, toma-se unicamente na semana que precede a menstruação.

D

IOSCORIDES (século I d.C.) já conhecia as numerosas propriedades medicinais desta planta. Durante a Idade Média, cultivava-se sobretudo nos claustros dos conventos, pela sua fama de antiafrodisíaca. Actualmente continua a utili/ar-se, sobretudo em diversos transtornos femininos.

© Essência: Recomenda-se ingerir 2-3 gotas diariamente. USO EXTERNO

€) Compressas empapadas numa irrtusão concentrada (10-20 g por litro de água), que se aplicam sobre a pele da zona alectada.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

• Afecções ginecológicas: A arruda contém uma essência rica em metiluonilcelona, de forte actividade ocitócica (contrai o útero) e emenagoga (facilita a menstruação). Por isso se aplica em casos de amenorreia (falta de regras), desde que se tenha a certeza de não ter sido motivada por uma gravide/; assim como no caso de regras escassas, irregulares ou dolorosas (dismenorreia) IOI. • Antiespasmódicas e anti-sépticas: A essência de arruda também é notável por estas propriedades, pelo eme se administra para acalmar as cólicas abdominais IÔI. • Anti-hemorrágica: A arruda contém também rotina ou rutosido (vitamina P) que aumenta a resistência dos vasos capilares e pode deter algumas hemorragias internas (©.01. No entanto. nestes casos deve diagitosticar-se a causa da hemorragia, antes de administrá-la. • Anti-reumática: Externamente é revulsiva e usa-se em compressas para acalmar as dores reumáticas IOI. • Afecções dermatológicas: Pela sua acção revulsiva torna-se útil em certas doenças da pele: sarna, psoríase, eczemas l©l.

Precauções

Em doses elevadas é abortiva e tóxica, pelo que é contraindicada durante a gravidez. O contacto da planta com a pele pode provocar reacções alérgicas.

Outros nomes: ruda, arrúdia. Esp.: ruda, ruda comum, ruda de Castilla. ruda hortense, arruda. Fr.: rue, pêganion, herbe de grâce. Ing.: [common] rue. herbe•of-grace. Habitat: Originária dos países mediterrâneos e da Ásia Menor, onde prefere os terrenos secos e pedregosos, Cuitivou-se noutras regiões temperadas da Europa, e também na América. Descrição: Planta herbácea vivaz, da família das Rutáceas, que atinge uma altura de 0.6-1 m. As flores são amarelo-esverdadas e agrupam-se em umbelas. Deita um cheiro forte muito peculiar. Partes utilizadas: as sumidades floridas.

*w7 H * 637

Salvia officinalis L

P

J\!

«

Preparação e emprego

Salva Tónico ideal para a mulher...

USO INTERNO

O Infusão com 15-30 g de folhas e sumidades floridas por litro de água, de que se tomam até quatro chávenas por dia. Para os transtornos menstruais, a salva administra-se durante a semana anterior às regras.

e muitíssimo mais

© Essência: Administram-se 2-4 gotas. 3 vezes ao dia. USO EXTERNO

©Compressas e loções com uma decocção de 80-100 g de fofhas por fiíro de água. © B o c h e c h o s e gargarejos com esta mesma decocção. 0 Irrigações vaginais, com a decocção bem filtrada. O Banhos: Esta decocção acrescenta-se à água do banho para se obter um efeito cosmético e embelezador sobre a pele.

P

ROCUREM salva e dêem-tia a bebei" às poucas mulheres que ainda estão vivas. Só assim poderemos repovoar esta cidade - dizia um médico na povoação egípcia de Copio, no final da Idade Média. Unia epidemia de peste tinha dizimado o número dos seus habitantes, e as mulheres dos sobreviventes queriam assegurara sua fecundidade.

- T o m e m infusão de salva durante sele dias. Depois junlctn-se aos vossos maridos, e concebereis de certeza.

Salva-dos-prados

A salva-dos-prados (Salvia pratensis L ) \ difere da S. officinalis na composição da sua essência, mas tem as mesmas aplicações medicinais. Também existe uma outra variedade de salva: a salva-esclareia (Salvia sclarea L, ver pág. 766). ' Esp.: salvia de los prados.

Sinonímia científica: Salvia hispânica Etling, Salvia hispanorum Lag. Outros nomes: salva-mansa, salva•menor, salva-das-botiças, salva•das-farmácias, salva-verdadeira, grande-salva, salva-da-catalunha, chá-da-europa, chá-da-frança. chá-da-grécia. Esp.: salvia. salvia oficinal, salvia fina, salvia de Caslilla, salvia dei Moncayo, salvia de Granada, selima. hierba sagrada, ié indígena, verdecillo. Fr. sauge. Ing.: sage. Habitat: Abunda em terrenos calcários, secos e expostos ao sol. Acha-se aclimatada na América. Descrição: Subarbusto de base lenhosa, da família das Labiadas, de 50 a 80 cm de altura. As folhas sào ovaladas, de cor verde acinzentada. As flores, azuladas ou violeta, são dispostas em espiga. Partes utilizadas: as folhas.

«

Precauções

Em doses elevadas, a essência de salva é convulsivante e tóxica. Por isso se recomenda não tomar salva de forma continuada durante mais de um mês. O uso interno da salva é desaconselhado, em qualquer quantidade, nos seguintes casos: lactação (supríme-a); gravidez, excepto no último mês (contrai o útero); e estados de irritabilidade ou de grande excitação nervosa.

Conta Andrés de Laguna, o célebre médico espanhol do século XVI, que a receita deu resultado. As mulheres coptas repovoaram a cidade em poucos anos. Desde então, a salva ganhou um notável prestígio como estimulante da Fecundidade. Actualmente sabemos que esta planta contém substâncias de acção estrogénica, que poderiam explicai em parte esses pretendidos efeitos sobre a Fecundidade. Há todavia outras virtudes que Foram atribuídas ã salva, o que não puderam ser confirmadas. O seu nome vem cio latim salvare, porque se pensava que era capa/ de salvar de quase todas as doenças, excepto da morte. Graças à investigação científica, podemos hoje conhecer as suas verdadeiras propriedades e usá-la correctamente. Toda a planta contém uma essência (até 2,5%) rica em luíonas, que explica a sua acção anli-séptic a, anli-sudoí ílíca e emenagoga; taninos catéquicos, que lhe conferem propriedades adstringentes e tonificantes; Flavonóides e ácidos fenólicos, de acção anti espasmódica e colerética; c substâncias de PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

acção semelhante à da foliculina, hormona estrogénica feminina segregada pelo ovário. São estas as suas aplicações: • Afecções ginecológicas: Pela sua acção emenagoga e antiespasmódica, estimula e ao mesmo tempo regula a menstruação; acalma as dores das regras; combate os transtornos da menopausa IO.0I. Tomada no último mês antes do parto, lacilita-o estimulando as contracções. Em suma, favorece o equilíbrio hormonal do organismo Feminino, pelo que se pode pensai que também promova a Fecundidade. Recomenda-sc o seu uso em caso de vaginismo e de frigidez. Em irrigações vaginais, combate a lcucorreia 10). • Tonificante do sistema nervoso: Possui uma leve acção estimulante sobre as glândulas supra-renais. Por isso é indicada nos estados depressivos, astenia, hipotensão, tremores, vertigens e outras manifestações de desequilíbrio neurovegetativo (0.01. • Excesso de sudação: E talvez a planta com maior acção anli-xtidorifica que se conhecei Uma ou duas horas depois de ingerida, reduz, a transpiração excessiva, especialmente â noite, no

caso de doenças infecciosas, de tuberculose e de certas afecções degenerativas IO ©I I- também febrífuga (baixa a febre). • Diabetes: Oferece- uma provada acção hipoglicemiante que permite reduzir a dose de medicamentos antidiabéticos 10,0). • Afecções digestivas: E digestiva e carminativa; pela sua acção anti espasmódica c anti-septica contribui para acalmar os vómitos, as diarreias e as cólicas abdominais Mll.Oferece o seu efeito colerético (estimula a secreção de bílis), descongestionando o lígado e facilitando a digestão IO). • Afecções da boca e cia faringe: Graças à sua acção adstringente e anti-séptica, usa-se com muito bons resultados em caso de gengivite, altas, amigdalite e faringite. Em gargarejos, acalma ardor da garganta e a tosse do fumador IO). • Afecções da pele: desinfecta c cicatriza a pele. Util em (cridas, úlceras, Furúnculos, abcessos e picadas de insectos 101. Os banhos com salva contribuem para a beleza da cútis 10). 639

SenecbvulgarísL

j\

Tasneirinha Potente e m e n a g o g o

D

IOSCORIDES chamava a esta planta erígeron ('velho na Primavera' em grego). As palavras senectude (velhice) e senilidade vêm do latim senex (velho). Os capítulos florais do senécio mostram efectivamente um aspecto envelhecido na Primavera. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a phuitci contém mitcilagens, tanino, resina, sais minerais, e alcalóides conhecidos como senecionina e senecina, que lhe conferem propriedades emenagogas. Esta planta tem sido durante muito tempo utilizada para estimular a menstruação insuficiente ou escassa, e para normalizar o ciclo IO). Também tem efeito sedante e acalma a dismenorreia (dor menstrual).

A

Preparação e emprego USO INTERNO

O Sumo da planta fresca: Todos os dias, a partir de uma semana antes da data em que é esperada a menstruação, toma-se o sumo de 20-30 g de planta fresca esmagada num almofariz. Deve-se parar de tomá-lo quando aparecer a menstruação.

Precauções

Investigações recentes parecem demonstrar que os alcalóides da tasneirinha têm uma acção tóxica para o fígado. Não obstante, isto não se pôde confirmar de forma definitiva. Como precaução, recomenda-se não exceder as doses prescritas.

•A»-

Tasna e senécio-viscoso A tasna (Senecio jacobaea L.)* e também o senécio-viscoso {Senecio viscosus L.)** são espécies muito semelhantes à tasneirinha e têm as mesmas aplicações fitoterapêuticas que esta, pois os seus princípios activos, a senecionina e a senecina, são comuns às três espécies. A espécie jacobaea, que inclusivamente se cultiva nalguns lugares da Europa e da América do Norte para aproveitamento das suas virtudes medicinais, é conhecida em Portugal pelos nomes vulgares de tasna, tasneira e erva-de-sant'iago.* " Esp.: senecio jacobeo. Fr.: herbe de Saint Jacques. Ing.: ragweed. '' Esp.: senecio viscoso.

640

Outros nomes: cardo-morto, senécio. Esp.: senecio común, hierba cana. hierba sana. Fr.: séneçon [commun]. Ing.: [common] groundsei, ragwon. Habitat: Frequente em toda a Europa, onde é considerada uma erva prejudicial às culturas. Naturalizada no continente americano. Descrição; Planta anual da família das Compostas, que atinge até 60 cm de altura. Os capítulos florais são cilíndricos e de cor amarela. Partes utilizadas: a planta inteira florida.

Stachys

sitvatícaL

(J)

^

Preparação e emprego

Estaque Útil na menopausa

USO INTERNO

O Infusão com 20-30 g de sumidades floridas num litro de água, de que se tomam 2 ou 3 chávenas por dia, especialmente durante a semana anterior à data em que é esperada a menstruação.

Betónica-dos-pântanos

A

S FOLHAS desta p l a n t a são semelhantes às da urtiga-maior (Urlica dioica l... pág. 278), mas nào têm pêlos urticantes. Têm porém um s a b o r um t a n t o picante e exalam um cheiro fétido. A betónica (Stachys officinalis [L.] Trevisan, pág. 730) pertence ao mesmo género botânico do estaque, mas possui propriedades diferentes.

A betónica-dos-pântanos (Stachys palusths L.),* que aparece nos pântanos e valas da Beira Litoral, é muito semelhante ao estaque da espécie silvatica. Usa-se normalmente sob a forma de extractos. As suas propriedades sedativas e antiespasmódicas são praticamente as mesmas que as da sua congénere. Segundo Leclerc, a sua administração permite reduzir a dose de barbitúricos nalguns pacientes, com o que diminuem os riscos que sempre se correm com estes fármacos. " Esp.: ortiga roja, betónica de tas marismas. Fr.: épiaire des marais. Ing.: marsh betony.

PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : Toda a

planta contem um óleo essencial de composição m u i t o c o m p l e x a , q u e tem acção antiespasmódica (relaxa os músculos de c o n t r a c ç ã o involuntária), sedativas e emenagogas (regula e normaliza a menstruação). A sua aplicação principal são as regras irregulares ou dolorosas (dismenorreia) e os t r a n s t o r n o s da m e n o pausa. Alivia as contracções espasmódicas do músculo uterino e acalma as dores provocadas pelos ditos espasmos 101.

Outros nomes: betónica. Esp.: ortiga hedionda, ortiga fétida, estaquis, betónica hedionda. Fr.: stachys, épiaire. Habitat: Disseminada pelos bosques húmidos de toda a Europa, especialmente na proximidade de laias e carvalhos. Descrição: Planta vivaz de 0.6-1 m de altura, da família das Labiadas, cujo caule e folhas se encontram revestidas de uma fina penugem. As suas flores são de cor púrpura e apresentam dois lábios como todas as plantas desta família. Partes utilizadas: as sumidades floridas.

641

Vlbumum opulus L

Noveleiro Acalma as dores das regras

O

NOVELEIRO, do mesmo modo que as outras espécies do género Viburnum, é um arbusto atraente, que se utiliza como planta ornamenta] em parques e jardins. Mas, cuidado! Os seus vistosos iVutoxinhos vermelhos são venenosos: têm um sabor tão amargo c ácido, quinem sequei os pássaros os comem. Em contrapartida, a casca do caule possui propriedades medicinais. Não deve ser confundido com o pilriteiro ou espinheiro-alvar (pág. 219), que também dá frutos vermelhos. Esta planta foi pouco utilizada pelos grandes médicos da antiguidade. Hoje, no entanto, conhecemos as suas propriedades e, empregada correctamente, pode tornarse uni remédio útil.

Outros nomes: bola-de-neve. rosas-de•gueldres. Brasil: espinheiro-negro. Esp.: Bola de nieve, mundillo, rosa de Gueldres. Fr.: viome. boule de neige. Ing.: cramp bark, guelder rose. Habitat: Comum nas regiões de bosques, frias e húmidas, de toda a Europa. Também se encontra na América do Norte. Descrição: Arbusto da família das Caprifoliàceas, que atinge de2a4 metros de altura. As suas folhas, parecidas com as do ácer, são divididas em 3 ou 5 lóbulos, e apresentam o bordo dentado. As flores, de cor branca, agrupam-se num ramalhete esférico, ficando as mais pequenas no centro. O fruto é uma baga pequena de cor vermelha. Partes utilizadas: a casca do caule seca.

&

O

Preparação e emprego

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A cas-

ca contém flavonóides e cumarinas, substâncias a que se atribuem os seus efeitos medicinais. Além disso contém tanino, salicina, resinas e uma pequena quantidade de viburnina. princípio amargo responsável pelos seus efeitos tóxicos e irritantes sobre o tubo digestivo. Os frutos são muito mais ricos em viburnina. a isso se devendo o lacto de serem venenosos. 642

Precauções

USO INTERNO O Decocção com 30 g de casca seca e triturada, por cada litro de água, de que se tomam 3 chávenas por dia.

Todas as espécies do género Viburnum produzem frutos venenosos em bagas. São irritantes para o tudo digestivo e provocam gastrenterites. Em caso de intoxicação, provocar o vómito e administrar carvão vegeta/.

As bagas de todos os viburnos são tóxicas. No entanto, a decocção da sua casca seca è um dos medicamentos vegetais de maiores efeitos sobre o útero, e também serve para combater as varizes e as hemorróidas.

A casca deste arbusto distingue-se pelo seu eleito antiespasmódico e sedativo sobre o a p a r e l h o genital feminino. Relaxa a musculatura do ú t e r o e acalma as d o r e s q u e se p r o d u z e m q u a n d o este ó r g ã o se contrai de forma espasmódica. É um dos remédios vegetais que mais intensamente actuam sobre o útero, raive/ seja por isso q u e em inglês é c o n h e c i d o c o m o cramp barh (literalmente 'casca dos e s p a s m o s ' ) . A bola-de-neve t o m a - s e a p r o p r i a d a nos seguintes casos: • Dores m e n s t r u a i s ( d i s m e n o r r e i a ) : Acalma os espasmos dolorosos do útero, q u e st' p r o d u z e m d u r a n t e as regras IO!. • A m e a ç a de a b o r t o : Relaxa o ú t e r o q u a n d o SC apresenta u m a ameaça de aborto e s p o n t â n e o , e p o d e evitar q u e ele se produza. Não se verificou q u e a casca do iioveíeiro wnh.i efeitos negativos sobre o feio. pelo q u e n ã o existe inconveniente na sua utilização por mulheres grávidas IOI. •Varizes e h e m o r r ó i d a s : Esta planta tem um ligeiro efeito activador sobre a circulação venosa (tónico venoso). Ajuda a descongestionar as varizes e as hemorróidas, especialmente se for associada a outras plantas venotónicas (ver pág. 249) IOI.

9&V

ff

Viburno-americano e outros

Existem outras plantas do género Viburnum, de aspecto parecido e propriedades semelhantes: • Viburno-americano (Viburnum prunifolium L)*: de aspecto muito semelhante ao do viburno da espécie lantana, mas natural do continente americano. Cria-se nos bosques dos Estados Unidos e do Canadá. • Viburno (Viburnum lantana L, pág. 199): Disperso pela Europa. Diferencia-se do noveleiro por ter folhas opostas, elípticas e pontiagudas, e pela cor azul-

-escura dos frutos quando amadurecem. No mesmo cacho, podem-se encontrar frutos vermelhos, azuis e de todas as cores intermédias em fase de maturação. • Folhado (Viburnum tinus L.)*': Comum na Europa. Distingue-se dos anteriores por ter os frutos azuis. Não se deve confundir com o arando (pág. 260). ' Esp.: viburno-americano. " Esp.: duritlo.

643

I

PLANTAS PARA O METABOLISMO uiviÁRio DO CAPÍTULO DOENÇAS E APLICAÇÕES Ácido úrico, excesso de, ver Gota 647 Açúcar no sangue, excesso, ver Diabetes 648 Alcaliniuuites, plantas 645 Antiescorbúticas, plantas 645 Apetite, excesso de, ver Bulimia 648 Bulimia 648 Cura depurativa 647 Depurativa, cura 647 Desnutrição 646 Diabetes 648 Escorbuto, plantas contra o 645 Excesso de apetite, ver Bulimia 648 Gota Com a fitoterapia obtêm-se bons resultados no tratamento da obesidade, sempre que se complemente com um regime afimentar apropriado.

647

Hipertiroidismo 648 Hiperuricemia, ver Gota 647 Hipotiroidismo 648 Magreza 646 Obesidade 646 Plantas alcalinizantes 645 Plantas contra o escorbuto 645 Plantas remineralizantes 645 Remineralizantes, plantas 645 Tiróide, hiper}unção, vei Hipniiroidismo 648 Tiróide, hipofunção, ver Hipotiroidismo 648 Úrico, ácido, excesso de, ver Gota . . . .647 Vitamina C, plantas contra a carência, ver Plantas contra o escorbuto . . . . 645 PLANTAS

644

Alga-vesiculosa = Bodelha Bodelha Chá-de-java = Ortossifâo Espargo

650 650 653 649

Laminaria

652

Ortossifâo

653

O

METABOLISMO é o conjunto de reacções químicas por que passam as substâncias que o organismo recebe do exterior, e também aquelas que nele mesmo se formam. Consiste em dois processos antagónicos e simultâneos: • Anabolismo: Síntese de materiais orgânicos p-ara acumular reservas. • Catabolismo: Desintegração dos materiais armazenados com o fim de obter a energia necessária para manter a rida. Os processos metabólicos são regulados por hormonas, especialmente pelas produzidas na tiróide e no pâncreas. Há plantas medicinais que actuam sobre estas duas glândulas endócrinas: Sobre a tiróide, aumentando ou diminuindo a sua actividade: e sobre o pâncreas, potenciando a acção da insulina, o que reduz o nível de glicose no sangue. Como resultado da actividade metabólica, produz-se uma certa quantidade de substâncias tóxicas, que devem ser eliminadas. A maior parte destas substâncias são de reacção ácida, como o ácido úrico e a ureia. As plantas medicinais depurativas ajudam o organismo na sua tarefa de eliminar a importante quantidade de substâncias residuais que se produzem continuamente. As rias de eliminação são principalmente a urina e o suor. A OBESIDADE é um dos transtornos metabólicos mais comuns, que também pode ser tratado por meio dos seguintes tipos de plantas medicinais: • Sedantes, para eliminar a ansiedade frequentemente associada à obesidade, que origina o desejo de comer de forma incontrolada;

A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 a Parte:

São plantas que combatem o escorbuto, pela sua grande riqueza em vitamina C. Vale a pena recordar que esta vitamina se encontra unicamente nas frutas e hortaliças frescas. Os alimentos de origem animal nao contêm vitamina C. 0 escorbuto é a doença que se desenvolve como consequência da falta de vitamina C. Embora se;a actualmente uma doença muito rara nos países desenvolvidos, podem existir défices encobertos desta vitamina.

Fornecem minerais e oligoelementos, restaurando assim o equilíbrio mineral do organismo.

Página

Cenoura

133

Luzerna

269 306 562

Galeopse Aipo Morangueiro Groselheira-espim Bodelha Cavalinha

575 588 650 704

Redutoras do apetite: As plantas que exercem esta acção não têm os efeitos secundários dos anorcxígénios sintéticos derivados das anfetaminas. Trata-se de plantas ricas em mucilagens, como as algas, que são capazes de absorver uma grande quantidade de água no estômago. Deste modo, aumentam o seu volume e produzem a sensação de saciedade por um mecanismo puramente físico. Estas plantas tomam-se antes das refeições, ou quando se deseje eliminar a sensação de fome. Diuréticas: Evitam a retenção de líquidos que habitualmente se produz, em caso de obesidade. Convém salientar que não é recomendável emagrecer à base de forçar a eliminação de líquidos por meio de diuréticos químicos, como fazem alguns tratamentos contra a obesidade. Isso provoca desequilíbrios na composição dos líquidos e eiectrólitos orgânicos. Felizmente, com as plantas diuréticas nào existe este risco de desequilíbrio electrolítico, pelo que se podem usar como parte dos tratamentos de emagrecimento. Além de eliminar água e ajudar a perder peso, facilitam a eliminação de substâncias residuais que sobrecarregam o organismo.

1

Plantas contra o escorbuto

Plantas remineralizantes

Planta

D e s c r i ç ã o

Planta Laranjeira Limoeiro Azedas Cocleária Couve

Rosa-caruna Framboeseiro

As quaresmas |pág. 591) são um bom diurético que, devido â sua facufdade de afealinizar a urina, favorece a dissolução dos cálculos urinários.

Página 153 265 275 356 433 762 765

Provocam uma alcalmização dos fluidos orgânicos, especialmente do sangue e da urina. No metabolismo humano, sobrefudo quando a alimentação é rica em carnes, produz-se um excesso de substâncias ácidas tóxicas, como o ácido úrico, que devem ser eliminadas. Os alcalinizantes são muito valiosos, pois neutralizam e facilitam a eliminação desse excesso de ácidos nocivos. Alcalinizando-se a urina, facilita-se a dissolução de sedimentos úricos (areias) e impede-se que se formem cálculos.

Planta Urtiga-maior Cebola Morangueiro Quaresmas

Página 278 294 575 591

645

C a p . 2 5 : P L A N T A S PARA O M E T A B O L I S M O

liso

Doença

Planta

DESNUTRIÇÃO

LUZERNA

269

Fornece vitaminas, minerais e aminoácidos essenciais

Brotos tenros, sumo fresco, infusão

ESPIRULINA

276

Fornece nutrientes essenciais, vitamina B12, ferro e minerais

Cápsulas com o pó da alga dessecada

URTIGA-MAIOR

278

Reconstituinte, tonificante, antianémica

Sumo fresco, infusão de folhas

LINHO

508

Fornece abundantes proteínas e gorduras

Sementes cozinhadas

GOIABEIRA

522

Remineralizante, tonificante, ligeiramente laxante

Frutos frescos, em geleia ou em doce

HIPOFAÉ

758

Antiescorbútico, tonificante, estimulante das defesas

Os frutos frescos ou em xarope

AVEIA

150

Fornece nutrientes de elevado valor biológico, equilibra o sistema nervoso

Flocos (sementes prensadas) cozinhados com leite ou caldo de hortaliça

AVELEIRA

253

Rica em gorduras e proteínas

Frutos (avelãs)

ALFORVA

474

Reconstituinte, provoca aumento do apetite e engorda naturalmente

Decoccão da farinha das sementes

MILHO

599

Reconstituinte, muito nutritivo quando se associa com outros cereais e com leguminosas

0 grão e a sua farinha

VERBENA

174

Sedante, diurética suave

Infusão ou decoccão da planta

23Q

Activa o metabolismo, favorece a eliminação das substâncias residuais

Cru, extractos, decoccão de dentes de alho

253

Depurativa, sudorífica, elimina a água e as substâncias residuais retidas

Decoccão de amentilhos

CEBOLA

294

Hipotensora, diurética, depurativa

Crua, em sumo fresco, cozida ou assada

ERVA-COALHEIRA

3g,

Diurético, evita a retenção de líquidos nos tecidos

Infusão de sumidades floridas

ANANÁS

425

Redutor do apetite

O fruto fresco ou em sumo

COLÚTEA

498

Laxante, diurético, depurativo

Infusão de folhas

ZARAGATOA

c, e 3i o

Produz sensação de saciedade no estômago, diminui o apetite

Maceração de sementes

BELDROEGA

518

Laxante, diurética, depurativa

Decoccão da planta fresca

VIDEIRA

544

Elimina toxinas e resíduos metabólicos, "limpa o sangue"

Cura de uvas

rmc,r.o« CEREJEIRA

*«£ btíb

Liberta o organismo de impurezas e resíduos, diurética

Cura de cerejas (frutos e infusão de pedúnculos)

Pode produzir-se uma m e n o r ingestão de nutrientes, por uma assimilação insuficiente, ou por um c o n s u m o excessivo dos mesmos. A fitoterapia recorre a plantas ricas em nutrientes, como a luzerna ou a espirulina, e outras que facilitam a sua assimilação mediante uma tonificação geral do organismo e dos processos digestivos, como a urtiga-maior ou o hipofaé.

MAGREZA A magreza que se apresenta de modo espontâneo, sem u m a causa aparente, é um sinal preocupante que deve ser sempre objecto de consulta médica. Uma vez conhecida a causa da magreza, pode-se administrar uma ou várias destas plantas, que fornecem abundantes nutrientes e favorecem a sua assimilação.

OBESIDADE A fitoterapia complementa o tratamento dietético da obesidade, por meio de plantas que reduzem o apetite e activam o metabolismo, aumentando assim a combustão das calorias ingeridas, e facilitam a eliminação dos líquidos retidos (diuréticas).

Pág. Acção

ALHO

AVELEIRA

k

7

Zaragatoa

VARA-DE-OURO

Bodelha

594

ESPARGO

649

BODELHA

650

LAMINARIA

652

» u ^ c a , ^ p u r a t h / a , limpa o sangue Diurético, fornece fibra com pouquíssimas calorias Produz sensac

ão

de

saciedade,

Est mula ' ° metabolismo, produz sensação de saciedade

Decoccão de sumidades floridas Espargos, infusão da raiz Alga fresca, em decoccão, infusão ou pó Cozinhada, decoccão

I

A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS ?•' Pnrte:

Uso

Doença

Planta

CURA DEPURATIVA

COCLEÀRIA

356

LABAÇA

532 Depurativa, diurética, antianémica

ALIARIA

560

MEUSSA-BASTARDA

s-gQ Diurética e depurativa. Útil para as curas de Primavera

Infusão da planta

CFRF IFIRA

ftf&fi

Cura de cerejas (frutos e infusão de pedúnculos)

Embora as curas depurativas possam fazer-se em qualquer momento do ano, nos países nórdicos é um costume tradicional fazè-las no começo da Primavera. Durante o Inverno, devido ã alimentação pobre em frutas frescas, acumulam-se no organismo resíduos metabólicos que podem ser eliminados mediante uma cura depurativa com uma ou várias destas plantas. Os resultados são muito eficazes no caso de eczemas, gota, obesidade, etc. As curas depurativas devem durar um mínimo de três dias, sendo a duração ideal uma semana. Durante a cura é necessário seguir uma dieta vegetal muito ligeira, e ingerir água em abundância, assim como sumos de fruta, de verduras e de plantas medicinais.

GOTA É a doença que resulta do aumento do ácido úrico no sangue, e do seu depósito nas articulações (conhecido como artrite úrica ou artritismo) e no tecido renal. A gota afecta unicamente os indivíduos do sexo masculino, e o seu sintoma mais típico é a inflamação dolorosa localizada na articulação do dedo grande do pé, embora também possa afectar as outras. Estas plantas medic nais são muito eficazes na eliminação do ácido úrico com < a urina, graças à sua acção diurética uricosúhca (ver pág. 556).

Pág. Acção

D e s c r i ç ã o

Indicada na astenia e fadiga primaveris. Muito apropriada para fazer uma cura depurativa

Diurética, liberta o organismo de impurezas e resíduos

Como verdura, sumo fresco As folhas como verdura, em infusão ou em sumo fresco Sumo fresco da planta

GROSELHEIRA-ESPIM

COO Muito apropriada para as cruas de Primavera pelo seu conteúdo vitamínico

Bagas frescas, em sumo, geleia ou doce

VARA-DE-OURO

594 Diurética, depurativa, "limpa o sangue" de resíduos

Decocçao de sumidades floridas

ESCABIOSA-MORDIDA

731

BORRAGEM

746 Depurativo de grande eficácia

Sumo fresco das folhas

LIMOEIRO

Alcaliniza o sangue, facilita a 265 dissolução e eliminação do ácido úrico e dos seus sais (uratos)

Sumo do fruto

AGRIÃO

270

URTIGA-MAIOR

Diurético suave, tonificante, depurativa

D e u r a t i v o do P sangue, diurético. Muito recomendável no caso de gota 270 Depurativa, diurética, alcalinizante, facilita a eliminação do ácido úrico

Infusão de flores, folhas e raiz secas

Cru, sumo fresco Sumo fresco, infusão

OQT Diurético, depurativo, facilita a eliminação de substâncias residuais

Sumo fresco das folhas e raízes

eco Diurético, favorece a eliminação do ácido úrico e da ureia

Em salada, caldo, infusão de frutos ou decocçao da raiz

BÉTULA

cgg Diurético, depurativo, elimina o ácido úrico

Infusão de folhas e/ou gemas

MORANGUEIRO

C7C Depurativo, alcalinizante, elimina o ácido úrico

Cura de morangos

ZIMBRO

577 Depurativo, elimina o ácido úrico

Bagas inteiras ou em infusão, essência

FEIJOEIRO

c g 4 Diurético, favorece a eliminação de ácido úrico

Decocçao das vagens

DENTE-DE-LEÂO

ALQUEQUENJE CEREJEIRA

CÓLQUICO v

ULMEIRA

FREIXO

Cerejeira

Antiescorbútica, favorece a eliminação das substâncias ácidas residuais

585 586

666

rr-j 3

Diurético, bom uricosúrico Diminui o nível de ácido úrico no sangue, alivia as dores articulares

Cura de cerejas (frutos e pedúnculos)

acalma as dores da crise de gota

Extracto em preparados farmacêuticos

Anti-inflamatória, analgésica, acalma a dor articular

Infusão de sumidades floridas

Anti-inflamatório

ccq Diurético, depurativo, laxante, elimina o excesso de ácido úrico

HftooAròrrm fi7n Anti-inflamatório, anti-reumático, HARPAGOFÍTO 670 f a c j | i t a a eliminação do ácido úrico BARDANA

Bagas frescas, secas ou em decoccáo

gqy Diurética, depurativa, sudorífica, elimina o ácido úrico

Decoccão ou infusão de folhas Infusão de raiz, extractos Infusão ou maceração de raiz

647

C a p . 2 5 : P L A N T A S PARA O M E T A B O L I S M O

V

Planta

BULIMIA

ALFACE-BRAVA-MAIOR

160

Sedante, acalma a excitação nervosa

VALERWNA

172

È f i S , : í ? ^ ? e S L < l S Í ^ « b * ac Infusão, maceração ou pó de raiz y K indicada nas distonias neurovegetativas

MANJERONA

369

Sedante, alivia a ansiedade

Infusão e essência

BODELHA

650

Produz sensação de saciedade, tira o apetite

Alga fresca, em decocção, infusão ou pó

i « LAMINARA

eco 652

Estimula o metabolismo, p r o d u z 5 e n s a ç ão de saciedade

Cozinhada, decocção

ALHO

230 Normaliza o nível de glicose no sangue

PERVINCA

244

Discreto efeito hipoglicemiante, reduz a glicosúria (perda de glicose com a urina)

Decocção de folhas, extractos

A«..,r,«

ocn

Fornece glicoquinma,

ARANDO

260

. . . ,- Jl ^i 1 fc3j3 M ⻫L«i»

Infusão de folhas

É uma fome insaciável, normalmente causada pela ansiedade e outros transtornos nervosos. O tratamento fitoterápico consiste em plantas scdantes (ver mais na pág. 145) e plantas que produzem sensação de saciedade no estômago, como as algas bodelha e laminaria.

DIABETES Transtorno do metabolismo dos hidratos de carbono, devido a uma falta de insulina. Esta hormona, que se produz no pâncreas, leva a glicose do sangue a passar para o interior das células para poder ser metabolizada. Estas plantas medicinais constituem um complemento do tratamento dietético da diabetes. A sua acção pode potenciar, e nalguns casos substituir, a dos fármacos antidiabéticos que se tomam por via oral. Quando se tomam plantas hipoglicemiantes como estas, devem-se fazer exames periódicos da glicose no sangue, da mesma maneira que com qualquer outro tratamento antidiabético.

Fel-da-terra

Feijão HlPERTIROIDISMO É o aumento na função da glândula tiróide, produtora da hormona tiroxina.

É o contrário do hipertiroidismo. Em ambos os casos, as plantas são apenas um complemento do tratamento.

648

de accao h pogl cemiante wi Hipoglicemiante, contém mulina, oo/ a | j m e n t o apr0priado para diabéticos

A. rarwnirpfl ALCACHOFRA rmníc uouvt

A33 ?az descer o nível de glicose w no sangue

Decocção de folhas, lactucário, sumo fresco

Cru, extractos, decocção de dentes de alho

Alcachofras, infusão ou sumo fresco de folhas, extractos Sumo da planta fresca

FEL-DA-TERRA

436 Tónico estomacal, hipoglicemiante

Infusão de sumidades floridas

CARDO-SANTO

444 Digestivo, reduz o nível de glicemia

Infusão ou decocção de folhas

NOGUEIRA

505

Suave efeito hipoglicemiante

Infusão de folhas e/ou nogalina (cascas verdes dos frutos)

FEIJOEIRO

584

Contém a^ginina, aminoácido que faz descer o nível de glicose no sangue

Decocção de vagens

GALEGA

632

Anti-diabética

Infusão de folhas e flores secas

SALVA

638

Hipoglicemiante

Infusão de folhas

BAR NA

6

SELO-DE-SALOMÃO

723

CENOURA

133 Regula a função da glândula tiróide

A raiz crua ou em sumo

coo

Reduz a actividade da glândula tiróide, trava o metabolismo

Os grãos ou a sua farinha em diversas preparações culinárias

D„r.,-,.,. BODELHA

cen 650

Fornece abundante iodo,

A alga fresca, em decocção, em infusão ou em pó

LAMINARIA

652

Estimula o metabolismo, fornece iodo

MILHO

HlPOTIROIDISMO

Pág. Acção

Uso

Doença

q 7 Contém inulina (hidrato de carbono recomendável para os diabéticos) Diurético, hipoglicemiante

tonifica a tirólde

Infusão ou maceração de raiz Decocção de rizoma

A alga em decocção ou em preparações culinárias

Asparagus officinalis L

Espargo Contra a obesidade e a prisão de ventre

f

HJ

@

Preparação e emprego

USO INTERNO O Os e s p a r g o s silvestres ou cultivados utilizam-se em diferentes preparações culinárias. @ A raiz seca usa-se em inf u s ã o , à razão de 50 g por litro de água. Tomam-se 3 chávenas por dia.

O

S ESPARGOS são na realidade a parte terminal dos caules da planta (brotos tenros), que quando crescem ao abrigo da luz ficam brancos por não conterem clorofila. Os espargos brancos constituem um delicado manjar, mas quando se comem com fins medicinais são preferíveis os verdes, já que estes apresentam uma maior concentração de princípios activos. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Os ESPARGOS contêm asparagina (substân-

cia que comunica um cheiro particular à urina), glicósidos (coniferina e vanilina), metilmercaptan, um óleo essencial, rutina e tanino. Possuem as seguintes propriedades: • Diurética: Os componentes citados actuam sobre o rim, estimulando a sua função eliminadora, o qtie provoca um notável aumento na produção de urina. O consumo de espargos é útil sempre que se queira estimular a função renal, e especialmente nos casos de edemas (retenção de líquidos) e obesidade (contém pouquíssimas calorias) IOI. • Depurativa: As curas de espargos tem dado bons resultados em casos de eczemas crónicos, devido à sua acção estimulante sobre as funções eliminadoras da pele IOI. • Laxante: A sua fibra faz aumentar o bolo fecal, o que c útil no caso de prisão de ventre crónica IOI. A raiz contém ainda saponina e certos açúcares. Tem o mesmo efeito diurético que os espargos 101.

Outros nomes: espargo-hortense. Brasil: aspargo. Esp.: esparraguera. espárrago [comúnj, aspárago. Fr.: asperge. Ing.: aspaiagus. Habitat: Planta difundida por terrenos arenosos e leitos de rios da Europa Central e Meridional, assim como de grande parte do continente americano. Cultiva-se em muitos países da Europa e da América. Descrição: Planta herbácea da família das Liliáceas, que pode atingir um metro e meio de altura. Do caule nascem umas agulhas suaves, que na realidade são ramos modificados. As folhas sào muito pequenas, assim como as flores, cuja cor é branca ou acinzentada. O fruto é uma baga vermelha. Partes utilizadas: Os caules tenros (espargos) e a raiz.

Contra-indicações

Em grandes doses, os espargos irritam o tecido renal, pelo que são contra-indicados em caso de nefrite, glomerulonefrite e outros estados inflamatórios do rim.

Fucus vesiculosus L

o] é

Bodelha Combate a obesidade e a celulite

A

S ALGAS são vegetais aquáticos, providos de clorofila ou outros pigmentos, cujo tamanho pode ser microscópico (algas unicelulares) ou igualar o de uma planta terrestre (algas multicelulares). Na China e no Japão, o uso das algas como alimento perde-se na memória dos tempos. Os Fitoterapeutas dos séculos passados, observando as vesículas da bodelha cheias de ar (flutuadores), pensaram que. segundo a teoria dos sinais, seria úlil contra a papeira e as escrófulas (inflamação dos gânglios do pescoço, frequentemente de origem tuberculosa). A investigação científica moderna confirmou a sua utilidade nestas afecções, mas sobretudo descobriu interessantes propriedades que a tornam niuito recomendável contra a obesidade e a celulite, tão /'requentes hoje no mundo desenvolvido. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A bo-

delha ou alga-vesiculosa. seca. contém cerca de 65% de glícidos, entre os quais se destaca o ácido algínico (12%-18%) e a fucoidina (polissacárido mucilaginoso); lõ% de sais minerais, especialmente iodo, assim como potássio e bromo; '1% de proteínas; e \%-1% de lípidos. Também contém carotenos e vitaminas A, B, c; e li. É possível que contenha ainda pequenas quantidades de vitamina B12, por se encontrar frequentemente conta650

Outros nomes: alga-vesiculosa, botelho, botilhào-vesiculoso. carvalho-marinho, carvalhinho-do-mar. fuco, sargaço-vesiculoso, vareque-vesiculoso. Esp.: fucus. sargazo vejigoso, fuco, encina de mar. Fr.: varech, fucus vésiculeux. Ing.: sea ware. wrack. bladder fucus. Habitat: Rochas e praias da costa atlântica europeia, desde a Noruega até à península Ibérica, onde abunda especialmente nas rias galegas e na foz do Tejo. Frequente nas praias de toda a costa portuguesa. Descrição: Alga da família das Fucaceas, de cor castanha, cujo talo é formado por lâminas com a forma de faixas que aderem pela base às rochas submersas. Estas lâminas contêm umas vesículas cheias de ar (aerocistos) que as mantêm erguidas. Na extremidade locaiizam-se os elementos reprodutores. Partes utilizadas: o talo (corpo da alga).

O

Preparação e emprego USO INTERNO O Alga fresca: Come-se à maneira de verdura, embora o seu sabor não agrade a toda a gente. © Decocção ou infusão de extracto seco da alga, à razão de 15-20 g por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia. © P ó : Administra-se em cápsulas. A dose habitual é de 0,5-2 g, de uma a três vezes ao dia. Nas curas de emagrecimento, deve tomar-se de qualquer das formas indicadas, quinze minutos antes das refeições. Assim se consegue que exerça uma maior acção anorexigénia (que tira o apetite). Nos restantes

casos, pode-se tomar com a refeição ou depois da mesma.

USO EXTERNO O C o m p r e s s a s empapadas no líquido da decocção, aplicadas quentes sobre as zonas afectadas, 2 ou 3 vezes por dia, durante 10 a 15 minutos. © Cataplasmas preparadas com a alga fresca, previamente aquecida numa caçarola com água. Aplicam-se quentes sobre a pele afectada durante 10 a 15 minutos, 3 ou 4 vezes por dia.

minada com algas microscópicas que

são as verdadeiras produtoras desta vitamina. Isto torna a bodelha muito interessante para quem deseje seguir uma dieta estritamente vegetariana, A bodelha tem propriedades anliescorbúticas, nutritivas, reminerali/antes, depurativas e laxantes suaves; mas actua sobretudo ajudando o

emagrecimento, reduzindo a celulite, e tonificando a glândula tiróide. As

Pelo seu conteúdo em iodo orgânico, utiliza-se como tratamento complementar do hipothoidismo. associado ou não a bócio. Nestes casos, recomenda-se o conselho do médico. A bodelha pode-se tomar por via oral em qualquer das suas formas de preparação IO.0.0I. Além disso podem-se aplicai- sobre o pescoço compressas empapadas com a sua decocção IO).

• Emoliente: Km aplicação externa sobre a pele. sob a forma de compressas 101 ou de cataplasmas 101. a bodelha é suavizante e anti-inllamalói ia. favorece a eliminação de cloretos e ajuda a reduzir o volume de tecido adiposo.

Tudo isto a torcia muito úiil em caso de celulite, rugas, estrias e flacidez da

pele 10,01.

suas aplicações fundamentais sào as seguintes: • Absorvente e anorexigénia (tira a fome): O ácido algínico e os alginatos que dele derivam, assim como as restantes mucilagens contidas na bodelha, têm a faculdade de absorver a água numa quantidade de até seis vezes o seu próprio peso. Graças a esta propriedade, incham no estômago e produzem sensação de saciedade. Deste modo a bodelha torna-se um remédio de grande utilidade no tratamento da obesidade causada por bulimia (excesso de apetite) IO.0.0I. • Digestiva: A bodelha absorve o suco gástrico, diminuindo a acidez. Convém em caso de gastrite e refluxo esofágico, hérnia do hiato, e outras causas de pirose ou hiperacide/ IO. 0,01. • Nutritiva, remineralizante e antiescorbútica: A bodelha fornece sais minei ais, vitaminas, proteínas e outros elementos nutritivos, os quais evitam que, durante as curas de emagrecimento prolongadas, se produzam estados carenciais ou de desnutrição IO 0.0) • Laxante suave: A acção {lesta alga contra a obesidade é reforçada pelo seu efeito ligeiramente laxante e emoliente, devido à sua grande riqueza em mucilagem IO.0.01.

•'

• Tonificante da tiróide: Esta alga possui uma elevada concentração de iodo e de iodetos orgânicos: lõfl mg por quilograma de alga (para obter esta mesma quantidade de iodo da água do mar seriam precisos uns 3000 litros). O iodo torna-se imprescindível para que a glândula tiróide produza a tiroxina, hormona que facilita a combustão dos nutrientes que ingerimos e activa assim o metabolismo.

Diminuindo o apetite e agindo como laxante, aJém de acelerar o metabolismo, a bodelha consegue uma acção de emagrecimento eficaz e isenta de efeitos secundários. 651

Laminaria saccharina Lam.

Laminaria Tira a fome e tonifica

A

S ALGAS, que são um ingrediente fundamental da cozinhajaponesa, vão sendo cada vez mais utilizadas nos países ocidentais. Existem várias espécies de laminárias, todas elas com propriedades semelhantes (por exemplo, Laminaria digitata Lam. e Laminaria hyperborea Foslie). Com uma mistura delas, prensadas e secas, prepara-se o kombu, que enira na composição de muitas receitas culinárias orientais. Contém alginatos (gelatina vegetal que se obtém das algas), glícidos (hidratos de carbono), minerais (especialmente iodo, cálcio e sódio), e vitaminas A eB. Os alginatos possuem a capacidade de aumentar até seis vezes o seu volume quando absorvem água. Por isso, no estômago, produzem uma sensação de saciedade, que se torna muito útil para acalmar o apetite nos tratamentos contra a obesidade. Também se usam em ginecologia para dilatar o colo do útero, colocando no seu interior um fragmento de alga devidamente esterilizado. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

As laminárias, como outras algas, são tonificantes e estimulantes do metabolismo, pelo seu conteúdo em iodo. Por isso se recomendam aos obesos e àqueles que sofrem de hipotiroidismo IO.0.©I. Os alginatos também se usam na indústria farmacêutica e alimentar como excipientes e espessantes. 652

O

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Como acompanhamento de saladas e diversos pratos cozinhados. © Decocção com 30 g de algas em 200 ml {um copo) de água, que se põe a ferver durante uns 5 minutos, e se toma antes de cada refeição. Pode-se ingerir só o líquido, só as algas, ou ambas as coisas ao mesmo tempo. © Existem diversos preparados farmacêuticos à base de algas, cujo emprego e dosificação vêm indicados nos respectivos folhetos informativos.

Outros nomes: Esp.: laminaria, correa. Fr.: laminière. Ing.: kelp. Habitat: Cria-se nas rochas submarinas da costa atlântica da Europa e da América do Norte. Descrição: Alga castanha da família das Laminariáceas, que podem atingir até 2-3 m de comprimento. Adere às rochas por meio de uma espécie de raízes, chamadas rizóides. O seu talo está dividido em fragmentos semelhantes a fitas (frondes), que variam de forma e tamanho segundo as diferentes espécies. Partes utilizadas: o talo (corpo da alga).

Orthosiphon stamineus Benth.

Preparação e emprego

Ortossifâo Reduz o peso e o colesterol

O

CHA-DE-JAVA, ou ortossifâo, usa-se desde épocas remotas na Indonésia e noutros países do Sudeste .Asiático. Na Europa foi introduzido nos fins do século XIX por viajantes holandeses. O agradável aroma e as notáveis propriedades medicinais que possui têm facilitado a sua difusão por todo o mundo.

Embora ainda não se conheça bem a sua composição, encontraram-se-lhe abundantes sais potássicos, a que deve a sua acção diurética, e um princípio amargo que explica as suas propriedades colagogas; encontram-se também derivados terpénicos (ortossifonol), saponinas, colina e um óleo essencial. • Diurético enérgico, que favorece a eliminação de resíduos orgânicos nitrogenados (especialmente a ureia). Recomenda-se na insuficiência renal, na retenção de líquidos (edemas e ascites) , e na litíase renal IOI.A sua principal aplicação é, porém, como complemento nas dietas de emagrecimento, devido à sua acção diurética, depurativa e redutora do colesterol HM. Desconhece-se o mecanismo mediante o qual faz descer o nível de colesterol no sangue. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

USO INTERNO O Infusão com 20-30 g por litro de água, de que se toma uma chávena antes de cada refeição.

Espécie afim: Orthosiphon grandiflorus Bold. Outros nomes: chá-de-java. Esp.: ortosííon, té de Java, koumis. Fr.: orthosiphon. Ing.: Javan tea. Habitat: Originário da ilha de Java (Indonésia), e espalhado pela Birmânia. Tailândia, Filipinas e Nordeste da Austrália. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas, que atinge 40-60 cm de altura. Tem caule quadrangular e inflorescências em espiga, de cor púrpura, azulada ou branca. Partes utilizadas: as folhas e as flores.

• Colagogo: Usa-se nos transtornos da motilidade da vesícula biliar (coledisquinesias), geralmente devidos a atonia (preguiça) da vesícula. Pelo seu efeito colagogo estimula o esvaziamento da bílis 101. 653

PLANTAS PARA O APARELHO LOCOMOTOR UMÁRIO DO CAPÍTULO

J

DOENÇAS E APLICAÇÕES Anti-reumáticas, plantas 655 Articulação, entorse, ver Entorse 657 Artrite úrica 659 Artritismo, ver Artrite ática 659 Artrose 659 Bolhas nos pés, ver Pés, transtornos . . . 660 Ciática

As fricções com essências de plantas medicinais (ver pág. 96) tèm-se mostrado aJtamente eficazes para acalmar as dores osteomuscuJares |de ossos e músculos).

658

Contusão 656 Desporto 660 Dor reumática 657 Dores de costas, ver Lumbago 658 Dores de rins, ver Lumbago 658 Entorse 657 Esfoladelas dos pés, ver Pés, transtornos 660 Lumbago 658 Ossos, debilidade, ver Osteoporose . . . .659 Osteoporose 659 Pancadas, ver Contusão 656 Pés, transtornos 660 Plantas anti-reamátkas 655 Plantas revulsivas 658 Raquitismo 660 Reumática, dor 657 Reumatismo, plantas contra o 655 Revulsivas, plantas 658 Rins, dores de, ver Lumbago 658 Sudação escessiva dos pés, ver Pés, transtornos 660

A

S PLANTAS anú-reumáúcas a t uíam tanto em uso interno como externo, p r o d u z i n d o uma acção anti-inflamatória e analgésica lenta mas eficaz e segura. Ao c o n t r á r i o dos Fármacos anti-inflamatórios, q u e têm bastantes efeitos secundários c o m o a gastrite, q u e é o mais i m p o r t a n t e deles, as plantas

654

torcedura, ver Entorse ihica, artrite, ver Artrite úrica

657 659

PLANTAS Aça frão-bast arda = Cólquico 666 Alecrim 674 Arnica

662

Aivore-das-gotas-de-nnv Azevinho

669 672

Chá-apalaclie Cólquico

673 666

Freixo Harpagófito Malmequer-dos-brejos Mostarda-negra Moslarda-liranca Mostarda-dos-campos Norça-preta Rainha-dos-prados = Cimeira Salgueiro-branco Salguei) o-da-txibiUmia Salgueiro-de-casca-roxa Salgueiro-frágil Sassafrás Sinceiro = Salgueiro-branco Olmeira Uva-de-eão = ,\orça-preta Vulnerária

669 670 665 663 664 664 679 667 676 677 677 677 678 676 667 679 661

a n t i - r e u m á t i c a s suo muito bem toleradas p o r via oral. As p l a n t a s revulsivas t a m b é m contrib u e m p a r a aliviar as d o r e s reumáticas. Aplicadas sobre a pele. causam irritação e

enrubescimento, o que descongestiona e desinflama o.s tecidos internos, atraindo para a pele o sangue q u e por eles circula.

I

A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S 2 " Parte:

D e s c r i ç ã o

Plantas anti-reumáticas

Exercem uma acção preventiva ou curativa sobre as doenças reumáticas. As afecções reumáticas são aquelas que causam inflamação, dor e rigidez nalguma zona do aparelho locomotor. Algumas destas plantas apHcam-se por via interna, ingeridas em tisanas ou extractos, enquanto que outras se usam externamente, em cataplasmas ou compressas quentes sobre a zona afectada.

Planta

Pág.

Parte utilizada

Planta

Pág.

Parte utilizada

Meimendro-negro

159

Folhas

Alforva

474

Sementes

Alfazema

161

Sumidades, folhas

Amieiro

487

Folhas

Valeriana

172

Raiz, rizoma

Castanheiro

495

Frutos

Verbena

174

Toda a planta

Macieira

513

Frutos

Cantareira

217

Essência, madeira

Piteira

558

Folhas, raiz

Alho

230

Bolbos

Piteira

558

Seiva

Onagra

237

Sementes

Aipo

562

Folhas, raiz, frutos

Cerseh-basterdo

243

Raiz, folhas

BéMa

568

Folhas, gemas, seiva

Viscobranco

246

Folhas

Morangueiro

575

Frutos

Erigerão

268

Folhas

Zimbro

577

Frutos

Urtiga-maior

278

Toda a planta

Ébulo

590

Raiz, folhas

Abeto-branco

290

Gemas, resina

Salsaparrilha-bastarda

592

Raiz, rizoma

Guaiaco

311

Madeira, resina

Arruda

637

Sumidades

Pinheiro

323

Gemas, resina

Mostarda-negra

663

Sementes

Primavera

328

Raiz, rizoma, flores

Ma 1 m eq ue r-dos-brejos665

Serpão

338

Sumidades

Ulmeira

667

Sumidades

Freixo

669

Folhas

Macela

350

Flores

Folhas, flores

Pimentão

354

Frutos

Harpagófito

670

Raiz

Cocleária

356

Toda a planta

Azevinho

672

Folhas

Camomila

364

Flores

Alecrim

674

Sumidades

Hortelã-pimenta

366

Folhas, sumidades

Salgueiro-branco

676

Casca, folhas, flores

Manjerona

369

Sumidades

Sassafrãs

678

Casca Folhas

Trevo-cervino

388

Folhas, raiz

Hera

712

Cálamo-aromático

424

Rizoma

Choupo-negro

760

Gemas, casca da árvore

Orégão

464

Sumidades

Framboeseiro

Frutos

Lilás

472

Folhas, frutos, casca (árvore! Tomilho

765 769

Sumidades

Além de acalmar os espasmos digestivos e as flatulências intestinais, o orégão (pág. 464) è um bom anti-reumàtico. Aplicado externamente em fricções com a sua essência, ou em cataplasmas, acalma as dores musculares do torcico/o e do lumbago-

655

V.

Cap. 26: PLANTAS PARA O APARELHO L O C O M O T !

/

Doença

Planta

CONTUSÃO Ê uma tesão traumática que gerafmente afecta a pele e os tecidos subcutâneos, produzida pelo choque violento com um corpo rombo. Na contusão não se produz ferida da pele, embora sejam frequentes os traumatismos que apresentam ao mesmo tempo contusões e feridas. Além das medidas físicas, como a aplicação de frio, o tratamento fitoterápico consiste na aplicação local de plantas vulnerárias, como estas que se indicam, que des/nflamam os tecidos e acalmam a dor.

ALFAZEMA

Pág. Acção 161 Antkeumàtica, antJ-infJamatórJa

Loções e fricções com a água, o óleo ou a essência de alfazema

° S£SGf5?áSSS5 ,0,ta * ta

Fricções com a essência de terebintina

HISSOPO

312 Vulnerário, cura as feridas e contusões

Lavagens com a infusão

PULMONÁRIA

331

Anti-inflamatória

Lavagens e compressas com a decocção

ERVA-

,fi.

Contribui para a cura de golpes e contusões

Compressas com a infusão de sumidades floridas

Vulnerário, antkeumático

As folhas aplicadas sobre a pele

« — •

29

Uso

-COALHEIRA AMIEIRO

487

PITEIRA

558 Vulnerária, cicatrizante

Compressas com o sumo

MEUSSA-BASTARDA

580 Alivia a dor e a inflamação

Lavagens ou compressas com a infusão

c^™^* FEDEGOSO

C nn

630

Resolutiva, faz desaparecer as in f| amaç ões e inchaços

Cataplasmas de folhas

VULNERÁRIA

661

Cicatriza as feridas, cura as contusões

Lavagens com a decocção

eco

Anti-inflamatória, remédio tradicional contra entorses e contusões rnntr.Mtnrcoc.rnnf.Kfiflc

l u a ™ . ..„h,.> ^ „ „ i , Tintura sobre a pele

C u r a as contusões, faz desaparecer os hematomas

Cataplasmas com a raiz triturada e cozida

Vulnerário, cura as feridas e contusões

Lava

ARNICA

MnoM MCT» ç

662

A7Q

Arnica MILEFÓUO ARISTOLÓQUIA

699 Vulnerária, cicatrizante

FIGUEIRA-DA-ÍNDIA

71g

SELO-DE-SALOMÂO

».... . SANICULA

Figueira-da-inóia

656

691

SAIÁO-CURTO

Cura as feridas, contusões e irritações da pele

723 Vulnerário, cosmético

79c

/do

Alivia a inflamação, favorece a reabsorção dos hematomas

727 Anti-inflamatório, vulnerário

g e n * e compressas com a infusão Compressas com a decocção Cataplasmas com as pás do caule abertas ao meio e aquecidas Compressas com a decocção, cataplasmas com o rizoma esmagado Cataplasmas com as folhas esmagadas Cataplasmas com as folhas esmagadas, compressas ou lavagens com o sumo fresco

I

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2 " Parte:

ENTORSE

ALFAZEMA

Torsão ou distensão violenta de uma articulação, que pode chegar a romper algum ligamento ou fibra muscular. Wèm da imobilização da articulação afectada, tornam-se muito eficazes as seguintes aplicações locais com estas plantas: loções, fricções, compressas e cataplasmas. É preferível e mais eficaz um destes tratamentos externos, do que a ingestão de fármacos ou analgé- fck *> sicos, com os seus indesejáveis efeitos secundários.

Loções e fricções com a água, o óleo ou a essência de alfazema

161 Anti-reumática, anti-inflamatória

. „ n n Anti-reumático, desinflama os tecidos ABETO-BRANCO 290 a f e c t a d o s p e | 0 e n t o r s e 328

Anti-inflamatória

Compressas com a decocção

LOUREIRO

457

Anti-inflamatório, alivia as dores osteomusculares

Loções com óleo de loureiro

MELISSA-BASTARDA

580 Alivia a dor e a inflamação

FEDEGOSO

ALECRIM

fi~Q

662 fi7.

Lavagens ou compressas com a infusão

Resolutivo, faz desaparecer as inflamações e inchaços

Cataplasmas de folhas

Anti-inflamatória, remédio tradicional contra entorses e contusões

Estas plantas de acção anti-reumática e revulsiva acalmam a dor e reduzem a reacção inflamatória, tanto em uso

externo como

; '

interno.

Ver mais plantas anti-reumáticas na página 655, e revulsivas na página 660.

Alivia a inflamação, favorece a reabsorção dos hematomas

SANICULA

7?5

BONINA

744 Anti-inflamatória, cicatrizante

ALFAZEMA

161 sejam de origem articular quer muscular

Loções e fricções com a água, o óleo ou a essência de alfazema

. 7?

Infusão, maceração ou pó de raiz, compressas com a decocção de raiz seca

VALERIANA

Cataplasmas com folhas esmagadas Compressas com a decocção

Acalma as dores reumáticas, quer

Analgésica, acalma as dores de ossos e músculos

Fricções com a terebintina ou a sua essência

D.wur.tm DINHEIRO

Í O S Revulsivo, anti-inflamatório, 5iô alivia as dores reumáticas

PIMENTÃO

354

Revulsivo, descongestiona os tecidos internos

Cataplasmas com pimentos picantes

CAMOMILA

364

Antkeumática

Fricções com o óleo

HORTELÃ-PIMENTA

366 e musculares

Alivia as dores reumáticas

Fricções com a essência

MANJERONA

369 e as contracturas musculares

Acalma as dores reumáticas

Fricções ou banhos com a essência

i nnnrmn

/IK7 Anti-reumático,

LOUREIRO

4D f

ORÉGÃO

464

ULMEIRA

Ulmeira

Tintura sobre a pele Fricções com álcool de alecrim, fomentações e compressas quentes com a infusão

Vulnerário, anti-reumático, relaxa a musculatura

Loureiro

Entende-se por dor reumática aquela que afecta alguma parte do aparelho locomotor (ossos, músculos, articulações, ligamentos e tendões), acompanhada de um certo grau de inflamação. As doenças que mais comummente originam dores deste tipo são a artrose (degenerescência das cartilagens articulares), a artrite (ver pág. 6595, o reumatismo articular crónico, e as afecções musculares como o torcicolo.

Fricções com a essência de terebintina

PRIMAVERA

ARNICA

DOR REUMÁTICA

D e s c r i ç ã o

ALECRIM

fifi_

674

alKfia as ( J o r e s de 0 S S Q S e m

y

S C U

Anti-reumático Anti-inflamatória, analgésica, alivia as dores osteomusculares Vulnerário, anti-reumático, relaxa a musculatura

l

Loções com o óleo de loureiro 0 S

Cataplasmas com a planta esmagada, fricções com a essência dissolvida em álcool Infusão de sumidades floridas, compressas com a infusão Fricções com álcool de alecrim, fomentações e compressas quentes com a infusão

657

Cap. 26: PLANTAS PARA O APARELHO L O C O M O T O R

Doença

Planta

LUMBAGO Dor reumática originada nos ossos e músculos da região lombar, ou parte inferior das costas, que popularmente se designa por cruzes. É hábito chamar-se a esta dor, impropriamente, dor de rins. Na realidade não são estes órgãos que doem, mas a zona do corpo onde se encontram.

VALERIANA

Além do tratamento físico e postural, estas plantas medicinais, em uso tanto interno como externo, contribuem de forma decisiva para aliviar a dor e a inflamação do lum-

PIMENTÃO

VISCO-BRANCO

, 72

246

ABETO-BRANCO

PlNHHHO

LOUREIRO

HARPAGÓFITO

Infusão, maceração ou pó de raiz, compressas com a decocção de raiz seca

Analgésica, acalma as dores de ossos e músculos Alivia as dores reumáticas. Muito eficaz no lumbago ou na ciática

290 Antkeumálico, desinflama os tecidos afectados pelo lumbago

ALECRIM

Inflamação dolorosa do nervo ciático. Manifesta-se por uma dor na parte inferior das costas, que irradia ao longo da nádega e da parte , posterior do músculo. Costuma afectar só um dos lados. Em uso interno e externo, estas plantas aliviam a dor de tipo nevrálgico (ver mais na pág. 142).

Fricções com a essência de terebintina

Revulsivo, anti-inflamatório, alivia as dores reumáticas

Fricções com a terebintina ou a sua essência

254

Revulsivo, descongestiona os tecidos internos

Cataplasmas com pimentos picantes

4 57

Anti-reumático, alivia as dores de ossos e músculos

Loções com óleo de louro

Q Anti-inflamatório, anti-reumático, depurativo

Infusão da raiz, extractos

67

r-ifl

Alecrim

CIÁTICA

Compressas com a infusão de folhas secas

ooo

'*

bago.

Fricções com álcool de alecrim, fomentações e compressas quentes com a infusão

Vulnerário, anti-reumático, relaxa a musculatura

MEIMENDRO-NEGRO

,CQ Analgésico em caso de gota, ciática e nevralgias

Cataplasmas de folhas esmagadas, unguento

VALERIANA

, 72 Analgésica, acalma as dores de ossos e músculos

Infusão, maceração ou pó de raiz, compressas com a decocção de raiz seca

,y.

Analgésica em dores reumáticas e nevralgias

Infusão ou decocção, compressas e cataplasmas

Alivia as dores reumáticas

Fricções com óleo ou álcool canforado

Alivia as dores reumáticas.

Compressas com a infusão de folhas secas

4c7

Anti-reumático. alivia as dores de ossos e músculos

Fricções com óleo ou bálsamo de loureiro

MOSTARDA•NEGRA

ggo

Revulsiva, descongestiona os tecidos internos

Cataplasmas com a farinha

ULMEIRA

667

Analgésica e anti inflamatória em dores osteomusculares e nevralgias

Infusão e compressas

VERBENA

CANFOREIRA

217 e as nevralgias

VISCO-BRANCO

246 Muito eficaz no lumbago e na ciática

LOUREIRO

Verbena

Uso

Pág. Acção



Plantas revulsivas

Causam irritação local e enrubescimento da peie, o que alivia as dores reumáticas.

O pimento picante, também chamado pimentão ou malagueta (pág. 354), é um grande revulsivo, capaz de produzir alivio em caso de dores reumáticas como o lumbago. Aplica-se em cataplasmas sobre a zona dorida.

658

Planta Urtiga-maior Abeto-branco Pimentão Arruda Mostarda-negra Malmequer-dos-brejos

Página

278 290 354 637 663 665

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2'' P a r l e :

D e s c r

Uso

Doença

Planta

ARTROSE

ALFAZEMA

, gi

p..,..., bALEOPSE

o n í - Fornece silício, que evita J U O a degenerescência dos tecidos

Infusão da planta seca

AicABwa HLI-OKVA

AIA Alivia a inflamação das articulações */é. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

A colquicina actua sobre o núcleo das células, detendo e impedindo o processo de divisão celular, conhecido em biologia como mitose. Por esta razão se tem tentado empregá-la no tratamento do cancro, se bem que os seus efeitos tóxicos sobre o organismo são demasiado intensos paia permitir o seu uso terapêutico. Fa/.em-se actualmente investigações com alguns dos seus derivados químicos, que são mais bem tolerados.

NH

-CO

- CH,

O Fórmula química da col(•LJ quicina, principio ' activo do cólquico. Trata-se de um alcalóide de g r a n d e acçáo anti-inflamatória e analgésica.

Precauções Trata-se de uma planta muito venenosa. Duas flores, apenas, já podem provocar a morte de uma criança.

Outros nomes: açafrão-bastardo. cebola-venenosa. cólchico, cólchico-do-outono, dama-nua. dedo-de-mercúrio, lirio-verde. mata-cào. narciso-do-outono. Esp.: cólquico. cólquico común. cólquico de otono, narciso de otono. flor de otono. azafràn silvestre, mataperros. Fr.: colchique [dautomne], safran faux. Ing.: meadow salfron, autumn crocus. Habitat: Planta pouco frequente, que prefere as regiões húmidas e montanhosas de toda a Europa. Cultivada para a indústria farmacêutica nos Estados Unidos e no Canadá. Descrição: Planta vivaz da família das Liliáceas. que atinge de 10 a 40 cm de altura. As flores, parecidas com as do açafrão, são cor-de-rosa ou lilás. As folhas são grandes e lanceoladas. e o bolbo é do tamanho de uma castanha. Partes utilizadas: o bolbo e as sementes.

.

Fillpendula ulmaría (L) Maxim.

oj

«

u

j

j

Preparação e emprego

Ulmeira Anti-reumática e depurativa

USO INTERNO O Infusão com 30-40 g de sumidades floridas por litro de água, de que se tomam até 5 chávenas diárias. USO EXTERNO Q Compressas de uma infusão mais concentrada do que aquela que se usa internamente (até 80 g): Aplicam-se sobre a zona dorida ou afectada pela celulite, durante 10 minutos, duas ou três vezes por dia.

A

S FOLHAS desta planta lembram as do ulmeiro (pág. 734). de onde lhe vem o nome. Usa-se desde o século XVI contra as dores reumáticas. Actualmente eonliecem-se-llie muitas outras virtude».

flor res, e em menor proporção as folhas, contêm o glicósido monotropitina, que por hidrólise, na planta fresca, se transforma em salicilato de metilo e aldeído saiu ílico, e, depois de seta, em ácido salicflico livre e salicilatos alcalinos. Todos estes derivados salicílicos proporcionam, à semelhança do ácido acedlsalicílico (aspirina), acção anti-inflamatória, analgésica e febrífuga. Possuí ainda llavonóides de acção diurética. PROPRIEDADES K INDICAÇÕES: AS

Tem as seguintes aplicações: • Dores reumáticas, causadas pela artrose, o reumatismo poliarticular agudo, ou pehi artrite lírica (gota) IO! • Dores diversas: Também alivia as dores osleoarticulaves (lumbago, torcicolo, dores nas costas) e as dores nevrálgicas (ciáticas, nevralgias). A sua eficácia contra as dores liça reforçada se. além de se ingerir a infusão lOl, se

Sinonímia científica: Spiraea ulmaria L. Outros nomes: erva-ulmeira. erva-das-abelhas, rainha-dos-prados. Esp.: ulmaria, reina de los prados, hierba de las abejas, altarreina, espirea, filipéndula. floròn. Fr.: (spírée] ulmaire, barbe de bouc, reine-des-près. Ing.: meadowsweet. queen ol the meado w. Habitat: Prados húmidos de toda a Europa, excepto a região mediterrânea. Cria-se nalgumas regiões frias do Norte e do Sul do continente americano. Descrição: Planta vivaz, da família das Rosáceas, que atinge até 1.5 m de altura. Os caules são erectos e as tolhas são prateadas pela face inferior. Dá flores pequenas, perfumadas, de um branco-amarelado, dispostas em ramalhetes terminais. Partes utilizadas: as sumidades floridas.

667

aplicai localmente em compressas sobre a zona afectaria 101. • Diurética: Por ser potente, mas não irritante, lorna-se sumamente útil no caso de celulite; edemas (retenção de líquidos) por insuficiência cardíaca, que costumam manifeslar-se sobretudo nos tornozelos e pés; assim como para diminuir a ascite (retenção de líquido no abdómen) dos doentes de cirrose 10). • Depurativa: A ulmeira é uma grande eliminadora de ácido úrico, matos e outras toxinas, pois aumenta a sua excreção pelo rim (acção uricosúrica). Depura o sangue destas substâncias ácidas, que causam a gota, o ar668

tritismo e muitas dores reumáticas IOI. Por isso, e pela sua acção anti-inllamatória e analgésica, é uma planta ideal para aqueles que sofrem de gota. • Dissolvente de cálculos: Própria para os que sofram de cálculos renais e areias, especialmente se forem de urato, pois favorece a sua dissolução e eliminação IOI. • Tonificante geral: Aumenta o apetite, tem efeitos tónicos cardíacos e proporciona sensação de bem-estar. O seu uso é recomendado nos estados gripais e catarrais, assim como na convalescença de afecções debilitantes 101.

A ulmeira, por conter um precursor do ácido acetiJsalicilico (aspirina), é anti-inffamatória e analgésica. Alivia as dores osteoarticulares (de ossos e articulações), como o torcicolo e o lumbago, ou as vulgares e incómodas dores das costas. Combate igualmente as dores nevrálgicas. Para conseguir uma maior eficácia convém aplicá-la externamente, por meio de compressas, ao mesmo tempo que se toma em infusão.

Fraxinus exceíslorL

J

O

#

•J

Freixo

<

Preparação e emprego

Um b o m remédio contra o artritismo

USO INTERNO

O Decocção ou infusão de folhas: 30 g por litro de água, a que se pode acrescentar sumo de limão para aumentar os seus efeitos. Tomam-se 3 chávenas por dia. O Decocção de casca: 40 g por litro de água. Ingerem-se 2 ou 3 chávenas por dia. © Lágrimas de maná: Tomam-se 10 a 30 g dissolvidos num copo de água quente, de manhã em jejum. O efeito laxante produz-se ao longo do dia. Para as crianças, reduzir a dose em proporção à sua idade.

D

IOSCÓRIDES assegurava nos seus escritos que as folhas do freixo socorrem quem tenha sofrido uma mordedura de víbora, laguna e Maitioli, os tradutores da sua obra no século XVI, foram mais longe, afirmando que as serpentes têm medo do freixo, e que nunca se aproximam desta árvore. Não sabemos em que se baseavam tão distintos terapeutas, para atribuir estas virtudes ao freixo. A investigação científica moderna não conseguiu confirmá-las.

P

r

Árvore-das-gotas-de-neve

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FO-

LHAS contêm glicósidos flavouóides (quercitina), cumarinas, ácido málico, cobre, ferro e tanino. Têm propriedades diuréticas, depurativas e laxantes. São por isso muito indicadas em caso de artritismo (reumatismo por excesso de ácido úrico), gola, cálculos renais (favorecem a eliminação fios cristais de uraio e oxalalo que formam os cálculos), e para combater a prisão de ventre IOI.

A árvore-das-gotas-de-neve (Chionanthus virginica L)* cria-se na América do Norte e pertence à mesma família do freixo, a das Oleáceas. A casca desta árvore usa-se pelas suas propriedades febrífugas (faz baixar a febre), digestivas e tonificantes. Prepara-se uma decocção com uma colherzinha de café (3 g) de casca triturada, por cada chávena de água. Tomam-se umas duas chávenas por dia.

A CASCA contém glicósidos (fraxina), assim como diversos açúcares c resinas. E febrífuga e adstringente. I louve uma época em que se utilizou para substituir a quinina. Tem também eleito aperitivo e digestivo 10). As chamadas LÁGRIMAS DE MANÁ, OU simplesmente maná, obtêm-se com a seiva solidificada de duas espécies de freixo que se criam no Sul da Itália e na Sicília: o Fraxinus ornits L. e o Fraxinus mtunrlifoiia Mil ler. K um laxante muito eficaz e seguro, cujo agradável sabor o torna muito recomendável para as crianças l©l.

• Esp.: fresno florido. Sinonímia científica: Fraxinus oxycarpa Will. Outros nomes: freixo-comum, freixo-europeu. Esp.: fresno, fresno común. Fr.: frêne [communj. Ing.: [common] ash. European ash, bird's tongue. Habitat: Lugares húmidos, especialmente as margens dos rios. Existe em toda a Europa, excepto na região mediterrânea. Conhecido em quase todas as regiões de Portugal. Naturalizado na América. Descrição: Árvore da família das Oleáceas (a mesma da oliveira), de folha caduca, podendo atingir até 20 m ou mais de altura. Tem tronco liso e folhas compostas, com número impar de foliolos (geralmente 9 ou 11). Os frutos são secos e alados, em forma de cachos pendentes. Partes utilizadas: as folhas e a casca da árvore.

669

He procumbêns Dec.

oi *

Harpagófito Poderoso anti-reumático

S

KNIIOR Menheit! Lembra-se daquele soldado gravemente ferido que foi dado como incurável poios médicos alemães? — pergunta o nativo ao seu amo. - Claro que me lembro. Acho que o pobre não terá conseguido sobreviver paia contar que lhe aconteceu. - Nada disso! Curou-se com uma planta que lhe aplicaram os feiticeiros. - Não me digas? Então Lenho que saber que plaina é essa. Encontramo-nos na África do Sul, perto do deserto do Calaári e a norte do rio Orange. Kstá-se no ano de 1901. e acaba de estalai' a revolta dos Hotentoies contra a colonização alemã. Menheri eia um colono alemão que trabalhava duramente na sua exploração agrícola, c que mantinha boas relações com os nativos. - Vou pedir aos feiticeiros que me digam qual c essa planta capa/ de curai' feridas ião graves - pensava Menheri -. porque de certeza na Europa não a conhecem. Mas os curandeiros hotentotes negaram-se repetidamente a revelar-lhe o segredo. Então, o inconformado colono conseguiu treinai - um cão. de maneira a que seguisse os feiticeiros e conseguisse localizar a planta em questão. Depois de ter reunido uma 670

Outros nomes: Esp.: harpagófito, harpago, garra dei diablo, raiz de Windhoek. Fr.: harpagophytum. griffe du diable. Ing.: devils claw. Habitat: Originário do Su! da África, das regiões confinantes com o deserto do Calaári na actual Namíbia. Dá-se nos terrenos arenosos e argilosos. Descrição: Planta vivaz da família das Pedaliáceas. que chama a atenção pelas suas flores solitárias de cor

\ P

púrpura, semelhantes às da dedaleira (pág. 221). 0 seu fruto, que cresce junto ao solo, é lenhoso, de 10 a 20 cm de comprimento, e é provido de umas saliências em forma de ganchos. Da raiz primária, que é tuberosa e muito comprida, saem raízes secundárias parecidas com os amendoins, de sabor fortemente amargo, que são a parte medicinal. Partes utilizadas: as raízes secundárias ou bolbos.

Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão: A dose habituai é de uns 15 g diários (uma colher de sopa) de pó de raiz, infundidos em meio litro de água. Deixar repousar entre meia e uma hora. Toma-se 3 ou 4 vezes por dia. O Cápsulas: Devido ao seu sabor amargo, também se apresenta em cápsulas, que contêm pó de raiz, de que se tomam 3 ou 4 por dia, sem mastigar.

Recomenda-se tomar as infusões ou os preparados farmacêuticos de harpagófito. antes das refeições. USO EXTERNO © Compressas ou fomentações empapadas com a mesma infusão já descrita para uso interno, embora convenha fazê-la um pouco mais concentrada. Aplicam-se sobre a zona afectada da pele, várias vezes por dia.

O harpagófito é um anti-inflamatório e anti-reumãtico de provada eficácia, e que, em doses terapêuticas, é completamente livre de efeitos secundários indesejáveis. Por isso está a ier cada vez mais utilizado.

ceita quantidade de raízes da plaina, que mais (ardo viria a ser identificada como Harpagophytum pivcumbens, enviou-as para a Alemanha, a fim de serem analisadas. Desde essa altura, o prestígio desta planta não parou de aumentar. K actualmente um dos remédios mais eficazes de que a fitoterapia dispõe para o tratamento das doenças reumáticas Desde os princípios do século XX, a raiz do harpagófito tem sido profusamente investigada e analisada, especialmente em laboratórios alemães. Deseobriram-se-lhe mais de 40 componentes activos, entre os quais os glicósidos monoterpénicos do grupo dos iridóides (glucoiridóides), harpagina, harpagido e procumbido. A eles se devem as suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e antiespasmódicas. Também possui acção cicatrizante, e lã/, descer o nível do colesterol e PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

tio ácido úrico no sangue. As suas indicações são as seguintes: • Anti-inflamatório e anti-reumático: O harpagófito torna-se especialmente eficaz nas dores reumáticas crónicas produzidas pela artrose. Obtêm-se resultados muito hons. confirmados pela investigação clínica, nos casos de artrose cervical ou lombar, das ancas e dos joelhos. Passados dois ou três meses de tratamento, melhora significativamente a motilidade articular, e desaparece a dor. Veriluou-se que é útil em todos os tipos de reumatismo articular 10.01. Ao contrário da maior parte dos fármacos anti-inllamaiórios. a raiz do harpagófito não provoca nenhum efeito irritante sobre o aparelho digestivo. Y. completamente isenta de efeitos secundários nas doses terapêuticas. () efeito anti-reumático do harpagófito produz-se tanto quando si- ingere por via oral IO.01. como quando

se aplica em uso externo IO.01. Os maiores efeitos conseguem-se combinando simultaneamente ambas as formas de aplicação 101. • Depurativo: Facilita a eliminação, pela urina, dos resíduos ácidos do metabolismo, como o ácido úrico, responsáveis pela gota e por muitos casos de artrite (inflamação das articulações) IO.0I. • Antiespasmódico: Tem um efeito relaxante sobre espasmos ou cólicas intestinais, cólon irritável, cólicas biliares c renais IO.OI. • Hipolipemiante: Faz descer o nível de colesterol no sangue, e regenera as fibras elásticas que formam a parede arterial, pelo que se torna recomendável em caso de arteriosclerose 1O.0I. • Cicatrizante: Aplicado externamente, é um excelente cicatrizante de toda a espécie de feridas e úlceras cutâneas 101. 671

IlexaquifollumL

u

J J J

Azevinho Tónico e estimulante das funções excretórias Outros nomes: pica-folha, visqueiro, azevinho-espinhoso, zebro, pica-rato, aquifólio, espinha -sempre-verde.

A

LGUMA coisa lai ta ria ao Inverno sem o azevinho com as suas brilhantes bagas vermelhas... Os galos silvestres, dos bosques setentrionais da Espanha e da Europa, assim como os melros e muitos outros animais da floresta, contam com as bagas do azevinho para o seu sustento flui ante o Inverno. Por isso deveria acabai" o costume de utilizar este arbusto nas decorações de Natal, pois que os cortes em grande quantidade que se fazem no mês de Dezembro põem em perigo a sobrevivência de muitos animais, para os quais o azevinho é quase o único recurso durante os meses da neve. De lacto, em muitos países europeus este arbusto é protegido legalmente. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-

lhas do azevinho contêm ilicina, teobromina (substância semelhante à calcina, que também se encontra no cacaueiro, pág. 597), dextrose, ácidos ursólico e México, rutina, resina e sais minerais (especialmente de potássio e magnésio). A Tolhas do azevinho têm as seguintes propriedades, que na sua maioria se devem à ilicina e à teobromina: 672

Esp.: acebo, agrifolio, cardonera. Fr.: houx. Ing.: holly. Habitat: Comum nos bosques frondosos (soutos, faiais) da Europa. Também se encontra nas regiões montanhosas e frias da América do Norte e do Sul. Cultiva-se para fins ornamentais. Descrição: Arbusto de 1 a 5 m de altura, da família das Aquifoliáceas. Tem folhas perenes, de cor verde-escura, muito duras e rodeadas de espinhos. As pequenas flores, que nascem nas axilas das folhas, são brancas e rosadas. Os frutos são bagas de cor vermelha que persistem durante todo o Inverno. Partes utilizadas: as folhas.

5 J J? Preparação e emprego USO INTERNO O Decocção ou Infusão com 40-60 g de folhas por litro de água, da qual se tomam, com um pouco de mel, até três chávenas por dia.

Precauções

As bagas vermelhas do azevinho são muito venenosas. Provocam fortes náuseas, vómitos e diarreias; em grandes doses, provocam convulsões e inclusive a morte. As crianças são particularmente susceptíveis de intoxicar-se com estas atraentes bagas que, no entanto, servem de alimento aos animais do bosque.

• Anli-reumáticas: Pelo seu efeito depurativo, r e c o m e n d a - s e o azevinho aos artríticos e reumáticos, para limp a r o sangue dos p r o d u t o s ácidos dos resíduos do metabolismo IO). • Febrífugas e sudoríficas: Por isso se e m p r e g a para fazer baixar a lebre, esp e c i a l m e n t e em caso de gripe, catarro ou b r o n q u h e 1©1. • Diuréticas e laxantes: Têm em conj u n t o u m a acção depurativa sobre o o r g a n i s m o , pois estimulam todas as funções de eliminação 101. • Tonificantes do coração e estimulantes, devido ao seu c o n t e ú d o em te-

obromina, cujos efeitos são semelhantes aos da cafeína IOI. A casca tem sido usada para evitar os ataques epilépticos, ainda q u e sem f u n d a m e n t o científico. Em geral, o azevinho é pouco usado c o m o planta medicinal, pois r e q u e r um doseamento muito preciso e, mesmo assim, p o d e provocar náuseas e intolerância gástrica.

«Al,

Chá-apalache

No continente americano existem algumas espécies semelhantes ao azevinho, tanto pelo aspecto como pelos seus princípios activos, cujas propriedades medicinais costumam ser semelhantes, como, por exemplo, o chá-apalache {Ilex cassine L), que se encontra nos Estados Unidos e no México. Também se conhecem, entre outros, o arbusculo designado por erva-de-azeite e pau-de-azeite, {Ilex theezans Mart.), próprio do Paraguai e do Brasil; a planta chamada em castelhano 'yaiipón' {Ilex vomitória Ait.), que se encontra no México e nas Antilhas, e a árvore brasileira conhecida como caúna {Ilex pseudobuxus Reiss.). Na América do Norte existe um arbusto ou arbusculo, conhecido em inglês como 'fever bush', isto é, arbusto da febre {Ilex verticillata [L] Gray. = Prínos verticiilatus L).

A azevinho é um bonito arbusto, cujas bagas vermelhas são muito venenosas. Em contrapartida, a infusão das suas folhas, correctamente doseada, constitui um eficaz depurativo e anti-reumático.

A planta mais conhecida do género Ilex é o mate {Ilex paraguayensis St. Hill.) que, pela sua importância e características especiais, estudaremos separadamente (pág. 182).

673

Rosmarínus offídnalis L

oj t

Alecrim Revitaliza, tonifica, rejuvenesce... e desinflama

O

ALECRIM é unia cias plantas aromáticas mais difundidas, mas nem por isso menos eficaz. K difícil sairmos um dia para o campo no Centro e Sul de Portugal sem encontrar este nobre arbusto. No Inverno alegra-nos com o verdor da sua folha perene, e na Primavera ou no Verão, com a frescura do seu perfume.

Talvez vejamos até alguma abelha abastecendo-se nas suas florezinhas para produzir depois esse excelente manjar que é o mel de alecrim. O alecrim é conhecido desde tempos muito remotos. Diz-se que os faraós egípcios mandavam pôr sobre a sua tumba um raminho de alecrim para lhes perfumar a viagem ate' ao país dos m o r t o s . No séc:ulo XIV, a rainha Isabel da I lungria, martirizada pelo reumatismo, r e c u p e r o u a juventude graças a esta planta. De lai maneira q u e , q u a n d o j.i tinha 72 a n o s .

O

>

ú

L

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Infusão e decocção: 20-40 g de folhas de alecrim por litro de água. Podem tomar-se duas ou três chávenas por dia. © Essência: A dose normal é de 3-4 gotas, 3 vezes ao dia. USO EXTERNO

© Banhos e lavagens com uma infusão concentrada: 80-100 g por litro de água. Deixar repousar durante 20 minutos e filtrar. Pode-se aplicar directamente esta decocção sobre a zona inflamada, ou então acrescentá-la à água da banheira para tomar um banho tonificante. O Gargarejos com a infusão concentrada. 0 Fricções com álcool de alecrim: Ver a sua preparação no quadro informativo desta página. 0 Fricções com essência diluída em álcool ou azeite, à razão de 2-5 ml por cada 100 ml. © Fomentações e compressas quentes com a infusão concentrada, ou com água quente a que se acrescentam 15-20 gotas de essência por litro de água.

Álcool de alecrim

Para preparar este álcool, esmaga-se num almofariz um punhado de folhas verdes de alecrim. Depois de esmagadas, colocam-se num recipiente com tampa hermética, que contenha 100-150 ml de álcool etílico. Deixar repousar durante três dias e depois filtrar (ver a fotografia da página 660). Aplica-se em fricções, sobre a zona dorida, com um pano de algodão.

674

e

Outros nomes: alecrinzeiro. Esp.: romero. romero común. romeo. aroma de mar, rosmaríno. Fr.: romarin. Ing.: rosemary Habitat: Próprio das regiões secas e quentes do Sul da Europa. Prefere as terras calcárias e costuma acompanhar as azinheiras e matagais Descrição: Arbusto lenhoso de até um metro de altura, da família das Labiadas. As folhas estreitas e alongadas são de cor verde-escura pela face superior e cobertas de uma penugem prateada pela face inferior. As flores são pequenas e de cor azul ou violeta-claro. Toda a planta exala um agradável aroma canforado. Partes utilizadas: as sumidades floridas.

6

Água da rainha da Hungria A chamada água da rainha da Hungria prepara-se com três partes de folhas de alecrim e uma de folhas de alfazema (Lavandula angustifolia Miller, pág. 161), num total de 60-70 g. A maneira de a obter é a mesma que para o álcool de alecrim. Esmagam-se as folhas de alecrim e de alfazema colocadas sobre um pano de algodão, e colocam-se num recipiente com tampa hermética com 100-150 ml de álcool etílico. Deixam-se repousar durante 3 dias e depois filtra-se. A água da rainha da Hungria torna-se muito eficaz para fricções e massagens em casos de inflamações articulares.

te em caso fie hipotensão ou de esgotamento físico. • Diurético e anúcspasmódico: Muito indicado para as cólicas renais quando se trate de expulsar os cálculos IO.OI

• Digestivo: As suas propriedades colagogas (estimulantes da secreção biliar), de protector e regenerador hepático, e carminativas (eliminadoras dos gases intestinais), fazem que. tomado depois ílas refeições, facilite notavelmente a digestão IO.©l. Todavia, talvez sejam as aplicações externas aquelas que mais se conhecem, devido à sua grande eficácia:

Foi pedida em casamento pelo rei da Polónia. Fala-se, desde essa altura, da "água da rainha da Hungria" como designação de uma das Formas de aplicar esta planta. Uma outra reumática Famosa, Madame de Sévigné, chegou a escrever que estava encantada com alecrim, que para ela era «o alívio de todos os sofrimentos».

licos de acção diurética, e flavonóides com efeitos anliespasmódicos. Tem as seguintes propriedades: • Tonificante: É a sua acção mais importante. Os convalescentes, esgotados, depressivos, e inclusivamente os idosos, encontrarão nas suas infusões um estupendo tónico que lhes devolverá a vitalidade perdida, como fez à rainha da Hungria IO.0I.

Contem uma essência com derivados ter» penicos, à qual deve a maior parte das suas virtudes medicinais, ácidos fenó-

Os banhos com ou infusão ou decocção l©l, e as Fricções com álcool I0I ou com essência I0l de alecrim, têm um interessante eleito estimulan-

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

• Vulnerário e anti-rcumálico: Tem uma acentuada acção anti-inflamatória, que o torna ideal para Friccionar em entorses, edemas, assim como dores musculares e reumáticas. Aplica-se em Fricções l@.@) (com álcool de alecrim ou com a sua essência), lomentações ou compressas quentes 191. Kstas últimas são muito eficazes para relaxar a musculatura das costas e acalmar as dores da região cervical, dorsal ou lombar. • Cicatrizante e anti-séptico: Estimula a cicatrização das feridas, úlceras da pele e eczemas 101. Aplicado em forma íle gargarejos IOI, cura as aftas.

O alecrim é uma das plantas mais apreciadas nos países mediterrâneos. E com razão, pois as suas virtudes medicinais sáo múltiplas. Os banhos com infusão ou decocção de alecrim sáo muito recomendados, pelos seus efeitos estimulantes.

675

SalixalbaL

Salgueiro-branco Combate eficazmente a dor e a febre

O

SALGUEI RO foi um dos remédios vegetais mais usados »a Assíria e na Babilónia. Desde o tempo de Dioscórides, no século I d.C, os partidários da teoria dos sinais continuavam a acreditar que, dado que o salgueiro era capa/ de resistir bem aos "maus ares" das terras húmidas e pantanosas onde cresce, teria de conter alguma substância eficaz para curar as febres da malária (do italiano mala ária, 'mau ar*) e as dores reumáticas, que frequentemente afligem os habitantes de tais lugares. E com eleito, o salgueiro usou-se com êxito como antipirético contra a malária ou paludismo, e contra outras febres, ao ponto de se lhe chamar a "quina europeia". Em meados do século XIX, Félix I loffmann, um químico do laboratório alemão Bayer, fez experiências com extractos da casca de salgueiro. Depois de vários processos químicos, obteve um derivado cujos eleitos antipiréticos e analgésicos eram muito superiores aos do produto original (a casca do salgueiro).

I loffmann experimentou esta nova substância -o ácido acetilsalicílico- no seu próprio pai, que sofria de constantes ataques de reumatismo. Foi tal o êxito conseguido, que os laboratórios Bayer decidiram comercializar 676

%

Ú

Preparação e emprego

LÍSO INTERNO

O Decocção de 30 g de casca e/ou folhas por litro de água, durante 15-20 minutos. Deixa-se repousar outro tanto, e tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia, que se podem adoçar com mel. @ Pó: Pode-se obter triturando a casca num moinho de café. Administra-se dissolvido em água com mel, antes de cada refeição, à razão de 3 a 5 g (uma colnerzinha de café) em cada toma. 0 Infusão com uma colherada de flores secas por chávena de água. Podem-se ingerir de 2 a 4 chávenas por dia, especialmente antes de deitar. Esta infusão tem um acentuado efeito sedativo. USO EXTERNO

O Compressas com uma decocção mais concentrada do que para o uso interno: 70-100 g por litro de água. © Lavagens da pele com esta mesma decocção. O Irrigações vaginais com o líquido da decocção concentrada, bem filtrado.

Outros nomes: salgueiro, sinceiro, vimeiro•amarelo. Esp.: sauce blanco. sauce [álamo], sauce reluciente, balaquera, mimbrera, salga, salguero, saracho, saz. Fr.: saule [blancj. Ing.: [white] willow. Habitat: Comum em bosques húmidos, margens de correntes de água e terrenos pantanosos de toda a Europa. Naturalizado no continente americano. Descrição: Árvore ou arbusto da família das Salicàceas, de 4 a 20 m de altura, com tronco delgado, casca de cor acinzentada, gretada nos exemplares velhos, e com ramos flexíveis. As folhas são lanceoladas e estreitas, de bordo dentado. Partes utilizadas: a casca, as folhas e as flores.

Y*

Outros i Igueiros

Existem cerca de 200 espécies do género Salix, além do salgueiro-branco. As mais conhecidas são: • o salgueiro-da-babilónia [Salix babylonica L),* ou salgueiro-chorão, que se usa como árvore ornamental; • o salgueiro-frágil [Salix fragilis L),** que se cultiva tanto na Europa como na América, disseminado em Portugal desde o Minho ao Algarve. • o salgueiro-de-casca-roxa (Salix purpúrea L.),*** arbusto que aparece nas margens do Douro, cujas apli-

csse derivado da casca do salgueiro com O nome de aspirina. K a humilde aspirina continua a ser o fármaco mais usado na história da humanidade: consomem-se anualmente 40 000 toneladas de aspirinas em todo O mundo. Desta viv. viu-se confirmado o velho aforismo: "A natureza coloca sempre o remédio ao lado do mal." A localização do salgueiro em terrenos húmidos e frios foi o sinal, a pista que conduziu à descoberta das suas propriedades antipiréticas e analgésicas. A CASCA, e em menor quantidade as (olhas e as flores do salgueiro, contêm taninos que lhes conferem acção adstringente e tónica, assim como sais minerais e matérias corantes. Porém o seu princípio activo mais importante é o gUcósido salicina, contido também nas flores, que por acção da enzima glucosidase pode transformar-se em glicose e saligenina. K esta, por oxidação, converte-se em aldeído salicílico, e depois em ácido salicílico. A partir deste ácido salicílico obtém-se facilmente o ácido acetilsalicíticoou aspirina. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

cações medicinais são idênticas às do salgueiro-branco. As propriedades e usos fitoterápicos das diversas espécies costumam ser muito semelhantes, embora algumas delas só se aproveitem para o fabrico de cestos com os seus ramos, ou com fins ornamentais em parques e jardins.

* Esp.: sauce llorón. " Esp.: sauce frágil, bardaguera blanca. '" Esp.: sauce colorado, sauce rojo.

Devido ao seu conteúdo em salicina, o salgueiro possui propriedades febrífugas, analgésicas, anti-inflamatórías, anti-reumáticas e ligeiramente andespasmódicas e sedantes, o que o faz ser muito útil nos seguintes casos: • Dores diversas: Pela sua acção antiespasmódica e sedante, torna-se muito eficaz para aliviar toda a espécie de dores, especialmente as de tipo reumático, assim como as dores fie origem genital nas mulheres, devidas a dismenorreia (regras dolorosas) ou a espasmos uterinos IO.0I. • Febre: Como febrífugo, pode-se usai- em todo o tipo de doenças febris IO.0I. Oferece a vantagem de tonificar o aparelho digestivo (abre o apetite, combate a pirose ou hiperacidez gástrica e detém as diarreias), graças ao conteúdo em taninos da sua casca. •Excitação nervosa: Pelo eleito sedante,

especialmente das FLOIWS,

usa-se em caso de nervosismo, ansiedade e insónia 101. Tcm-se usado desde tempos muito amigos como antiafrodisíaco, seguindo o critério de que, se baixa a febre, também esfriará os que são demasiado ardentes no amor.

A decocção de casca de salgueiro constitui um excelente anti-reumático, devido ao seu conteú d o em salicilina. um precursor químico da aspirina. Para se obter um efeito mais acentuado, toma-se por via oral ao mesmo tempo que se aplica em compressas sobre as articulações afectadas.

• Desinfecção da pele e fias mucosas: Externamente, o salgueiro uiili/a-se para lavar ferida-s e úlceras tia pele (chagas) IO.0I, assim como para irrigações vaginais em caso de leucorreia IOI. Ao contrário do que possa parecer, a descoberta do ácido acetilsalicilico não substitui o uso do salgueiro. Embora seja certo que o derivado sintético (a aspirina) tem um efeito febrífugo e analgésico mais rápido e potente que o produto natural, o salgueiro letn a vantagem de não se í

*

.

*

.

*

Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão com 30-40 g de planta seca por litro de água. de que se toma uma chávena depois de cada refeição. USO EXTERNO © Óleo de hipericão: Existem actualmente vários preparados farmacêuticos que o contém. Aplica-se com um pouco de algodão sobre a pele lesionada ou queimada, que seguidamente se cobre com uma gaze ou ligadura.

Ouíros nomes: nipencão-vulgar, milfurada. erva-de-são-joão. mal-furada, pelicão. flor-de-são-joão. Esp.: hipérico. hipericón, pericón. perforada, corazonciilo, cori. hierba de Ias heridas, hierba de San Juan. sanjuanes. Fr.: millepertuís [perforè], herbe de Saint Jean. Ing.: Saint John's wort. Habitat: Planta distribuída por todo o mundo. Comum na Europa e na América. Cria-se nos bosques, terrenos incultos e beiras dos caminhos. Descrição: Planta vivaz de 30 a 60 cm de altura, òa família das Guiiferas. O seu caule é erecto, e as folhas translúcidas são perfuradas por uma multidão de orifícios, como se fosse um pano gasto. As flores são amarelas, com 5 pétalas cada uma. Partes utilizadas: As sumidades floridas (folhas e flores) e o seu óleo.

ne, de dois a quatro palmos de aluna, tem Folhas opostas, obtusas, de bordos inteiros, com numerosos pontos translúcidos visíveis ã contraluz, e as flores formam um ramalhete terminal. As suas p r o p r i e d a d e s , indicações e maneira de utilizar são as mesmas que as do hipericão vulgar. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS fo-

lhas e as llores do hipericão c o n t ê m um óleo essencial, taninos, flavonóides, e um p i g m e n t o v e r m e l h o conhecido c o m o hipericina. O hipericão apresenta as seguintes propriedades: • Vulnerário ( q u e sara as feridas e contusões), devido ao seu c o n t e ú d o em taninos e à sua essência. Aplicado localmente, em forma de óleo 101, possui interessantes acções q u e o t o r n a m um excelente r e m é d i o para a cura de feridas e q u e i m a d u r a s : - Modera a reacção inflamatória nos tecidos q u e rodeiam a ferida ou a contusão. - T e m efeito analgésico local, p e l o q u e acalma a d o r de forma suave, ainda q u e persistente. - E anti-séptico. - Estimula a epitelização, ou seja, o revestimento da lesão por pele regenerada. Por indo isto, o hipericão já é utilizado há mais de dois mil anos, para curar toda a espécie de feridas, chagas e, sobretudo, queimaduras. Nas p e q u e n a s q u e i m a d u r a s de primeiro e s e g u n d o graus, é MIAIS eficiente que a maioria das pomadas preparadas à base de produtos de síntese química; nas extensas, ou nas profundas, recomenda-se sempre o tratamento por um médico. Por via interna (Ol o hipericão é: • Balsâmico e antiespasmódico: Indic a d o nos casos d e asma, c a l a r r o s brônquicos e bronquites. • Digestivo, colagogo e c o l e r é t i c o : Ajuda a fazer a digestão, d i m i n u i a acidez do e s t ô m a g o e facilita o func i o n a m e n t o da vesícula biliar. • Tonificante c equilibrador do sistema n e r v o s o : A h i p e r i c i n a t e m um efeito equilibrador do sistema nervoso c foi provado q u e p o d e ajudar os q u e sofrem de depressão ou neurose. Usa-se em caso de e n u r e s e infantil (crianças q u e m o l h a m a c a m a ) .

O hipericão é altamente apreciado, devido às suas notáveis virtudes vulnerárias, que desde há milénios têm garantido a sua utilização no tratamento das queimaduras. Além disso sabemos hoje que, graças às suas propriedades tonificantes e sedativas, tomado em infusão, se mostra muito útil no tratamento da depressão e outros transtornos nervosos.

Preparação do óleo de hipericão Quem quiser seguir os costumes tradicionais, pode preparar o seu próprio óleo de hipericão da seguinte maneira, recomendada pelo botânico espanhol Font Quer: Metem-se dentro de um frasco de vidro de boca larga 100gde sumidades (pontas dos ramos), colhidas há pouco tempo, mas já secas. Acrescentam-se 250 g de bom azeite de oliveira. Deixam-se

em maceração durante 20 ou 30 dias, remexendo diariamente o frasco. Passado esse tempo, filtra-se o azeite e coloca-se em pequenos recipientes que se guardam bem vedados, num lugar fresco e protegido do sol. Cada vez que se abrir um deles, deve-se deitar fora o azeite que ficar por ser usado, pois mesmo guardado perderia as suas propriedades.

715

Ullum candldum L.

Açucena m

Um bom remédio para queimaduras e gretas

A

AÇUCENA é u m a planta orn a m e n t a l cultivada d e s d e a mais r e m o t a antiguidade. Assim o atesta um vaso e n c o n t r a d o na ilha de Creta, p e r t e n c e n t e à civilização minóica (século XVII a . C ) , em q u e está p i n t a d a u m a bela a ç u c e n a . Hoje encoutra-se nos j a r d i n s de t o d o o mundo. Mas, cuidado! Q u a n d o colocada d e n t r o de um q u a r t o fechado, especialmente se for de noite, o seu forte aroma p o d e provocar sensação de mal-estar, náuseas e enjoos.

Outros nomes: cajado-de-são-josé. Brasil: açucena-branca, copo-de-leite, lirio-dos•poetas, palma-de-são-josè, flor-da-imperatriz. Esp.: azucena, azucena blanca, azucena común, lirio blanco. Fr.: lis {blancj. Ing.: [madonna] lily. Habitat: Planta ornamental procedente da Ásia, embora se ache aclimatada a Europa e à América. Descrição: Planta bolbosa, da família das Liliaceas, cujo caule, que se encontra todo coberto de pequenas folhas, pode atingir um metro de altura. As flores, de cor branca, nascem na extremidade do caule. Partes utilizadas: as flores e o bolbo.

P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O bol-

bo e as flores da açucena c o n t ê m diversas substâncias a r o m á t i c a s q u e , aplicadas localmente, possuem u m a importante acção e m o l i e n t e ( c a l m a n t e da pele e das mucosas inflamadas), cicatrizante e anti-séptica. O ÓLEO cie açucena é um b o m remédio para q u e i m a d u r a s , gretas d o s mamilos e eczemas IO). T a m b é m dá bons resultados em caso de otite ou dores dos ouvidos, a p l i c a n d o u m a s gotas no canal auditivo. Com os BOLBOS cozidos em água e esmagados, prepara-se u m a cataplasma muito eficiente para a m a d u r e c e r abcessos e furúnculos 181, 716

O

Preparação e emprego

A açucena aplica-se só externamente. USO EXTERNO O Óleo de açucena: Obtém-se macerando as pétalas de 10-12 flores num litro de azeite, durante 9 dias. De três em três dias, filtra-se o azeite e acrescentam-se novas pétalas. ©Cataplasmas: Cozem-se 100-

-200 g de bolbos durante 10-15 minutos. Depois de esmagados, colocam-se sobre um pano de algodão e aplicam-se quentes, sobre a zona afectada, durante 15-30 minutos. Esta cataplasma pode-se aplicar 2 ou 3 vezes por dia, até se conseguir o amadurecimento do abcesso ou furúnculo.

Nerium oleanderl.

JÚ -CP Preparação e emprego

Loendro ^

Usa-se contra a sarna

m/

USO EXTERNO O Pomada contra a sarna: Prepara-se uma pomada com 250 g de manteiga sem sal, ou outro veículo gordo, e 150 g de flores de loendro, que se devem deixar macerar durante 6 horas. © Cataplasmas de flores sobre a zona da pele afectada.

Precauções

D

IOSCORIDES (século I d.C.) já assinalava que as folhas desta planta «são veneno mortífero dos cães, dos burros, das mulas e de muitos animais quadrúpedes». E, poderíamos acrescentar, também para os seres humanos.

flores, e sobretudo as folhas do loendro, contém glicósidos, flavonóides, rotina, tanino e resinas. Pois bem, o seu princípio activo mais importante é a folinerina, glicósido que, por hidrólise, se transforma em oleandrigenina. Esta substância é um potentíssimo cardiotónico, ainda mais activo do que os glicósidos da dedaleira (pág. 221). No entanto, não se recomenda o seu emprego por via oral, devida à dificuldade em calcular a dose terapêutica, por esta se situar muito perto da dose tóxica.

O loendro é muito tóxico. A ingestão de apenas duas folhas pode ser suficiente para matar um adulto. Em caso de intoxicação deve-se recorrer imediatamente ao hospital.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS

Nalguns países latino-americanos, as flores, aplicadas externamente, uiilizam-se para combater a sarna, quer em pomada quer em cataplasmas IO 01

Outros nomes: cevadilha, aloendro, loendreira, loureiro-rosa, espirradeira. Esp.: adelfa, azucena de la Hanana. laurel rosa, berbera, oleandro. narciso, martinica, yucatán. Fr.: laurier rose. Ing.: oleander. Habitat: Vulgar nos países mediterrâneos, onde prefere as margens das correntes de água. Cultivada como planta ornamental em toda a Europa e América. Descrição: Arbusto de 2 a 4 metros de altura, da família das Apocináceas. As folhas são lanceoladas e coriáceas. As flores são grandes, agrupadas em ramalhetes, cor-de-rosa, brancas ou vermelhas. Partes utilizadas: as flores.

717

Opuntia flcus-índíca (L) Miller.

A

O)

Figueira-da -índia

f

Descrição: Planta suculenta da família das Cactáceas. Tem folhas e caules carnudos, com abundantes líquidos. É formada por uma série de pás ovais e carnudas, eriçadas de espinhos. As flores são grandes, de cor amarela ou vermeíha. O írufo é alaranjado ou vermelho e está coberto de espinhos pequenos e muito finos. Partes utilizadas: os frutos (figos-de-piteira), as flores e as pás.

As pás do caule são emolientes

O

S ANTIGOS indígenas mexicanos já usavam as pás da figueira-da-índia, ou nupal, como cataplasmas para curai" feridas e contusões. Os colonizadores trouxeram-na para a Espanha, de onde se estendeu rapidamente por toda a costa mediterrânea. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS

FRUTOS são adstringentes, e dão bom resultado para coitar as diarreias estivais IO). O seu sumo nsa-se cm xarope, no México como calmante da tosse I0J. As FLORES são diuréticas e antiespasmódicas, e usam-se em caso de oligúria (escassa produção de urina) c de cistite (inflamação da bexiga) 101. As PÁS contêm abundância de mu* cilagem e celulose, o que as torna emolientes. Usam-se em cataplasmas para sarar feridas, contusões e irritações da pele 101.

Sinonímia científica: Cactus ficus-indica L. Outros nomes: nopal, nopálea, figueira-da-barbaria. Esp.: nopal, chumbera, higuera de las índias, [higuera de] tuna. tuna de Espana, tuna espanola, tunera, tasajillo alquitia, cardón de México, choya, palera. Fr.: figuier d'lnde, figuierde Barbárie. Ing.: Indian fig. pricklypear. Habitat: Originária do México e da América Central, mas amplamente difundida por todo o litoral mediterrâneo. Cria-se nos terrenos secos e pedregosos.

U - - , '

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Os frutos devem-se descascar com precaução para não lhes tocar com os dedos, pois os seus numerosíssimos espinhos cravam-se na pele com muita facilidade e tornam-se muito difíceis de tirar. Podem-se comer frescos ou em xarope. © Xarope: Prepara-se cortando os frutos às rodelas e cobrindo-os com açúcar escuro. Umas dez horas depois extrai-se o xarope (o líquido re-

718

sultante), passando-o por um coador para separar as sementes. Toma-se quente, às colheradas. 0 Infusão de flores: 20-30 g de flores por litro de água. Ingerem-se 3 4 chávenas por dia. USO EXTERNO

O Cataplasmas: As pás cortam-se pelo meio, aquecem-se um pouco no forno e aplicam-se directamente sobre a zona da pele afectada.

L

Persea americana Miller

I

Sinonímia científica: Persea gratíssima Gaertn. Outros nomes: abacate, aguacate. Esp.: aguacate, aguacatero, palto, avocado, cura pagua, pahua- Fr.: avocatier. Ing.: avocado tree, alligator pear. Habitat: Originário da América Centrai, a sua cultura tem-se estendido a outras regiões tropicais e subtropicais do planeta. Em Espanha, cultiva-se nos vales subtropicais do Sul da Península, nas províncias . de Granada e Málaga, e nas Canárias. Também existe. aclimatado, em Portugal e na ilha da Madeira. Descrição: Árvore da família das Lauráceas, que mede de 4 a 8 m de altura. As suas folhas são grandes e de contorno liso. O fruto, de cor verde e com forma de pêra, contém uma polpa de cor verde ou amarela, e uma semente esférica ou ovóide e bastante grande em relação ao fruto. Partes utilizadas: os frutos (polpa e semente) e as folhas.

Abacateiro Alimenta, e embeleza a pele e o cabelo

A

M A

"ÁRVORE-TESTICU LO" dos

índios mexicanos, que é o que significa 'aguacate' (abacate) na língua indígena, foi utilizada desde tempos muito antigos pelos Astecas e os Maias como substituto da carne. A sabedoria popular destes povos levou-os a descobrir as excelentes propriedades nutritivas e calóricas deste fruto que, à luz dos conhecimentos científicos actuais, suplanta a carne pelas suas qualidades dietéticas. Com efeito, o abacate proporciona de 160 a 200 calorias por 100 g, quantidade próxima das 230 calorias fornecidas por um bife de vitela de 100 g, mas com a vantagem, entre outras, de não contei nenhum colesterol. As gorduras do abacate, muito digestivas, são quimicamente semelhantes às do azeite de oliveira. O seu conteúdo em proteínas, embora menor que o da carne, tem a vantagem de não produzir resíduos, como o ácido úrico, que acidificam e sobrecarregam o metabolismo. A árvore do abacate oferece outras possibilidades de aplicação medicinal, além das do seu fruto. A polpa do FRUTO do abacateiro contém de 15% a 25% de lípidos (gordura), constituídos pelos ácidos oleico ( m o mnsaturado), linoleieo (polinsaturado) e palmítico (saturado), além de glícidos, proteínas, sais minerais e vitaminas. Destaca-se especialmente o seu elevado conteúdo em ferro orgânico (facilmente assimilável) e em viPROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

O

Preparação e emprego

USO INTERNO O Infusão: Prepara-se com 4 ou 5 folhas grandes por litro de água. Podem-se tomar várias chávenas diariamente. © Decoccão: 8-10 sementes esmagadas. Ferver até que se forme uma pasta ligeira. Filtra-se e toma-se meia chávena do líquido 3 vezes por dia. USO EXTERNO O Óleo de abacate: Extrai-se da seguinte maneira: Deixam-se amadu-

recer os frutos até ficarem aparentemente apodrecidos. Fervem-se numa panela com água, e o óleo que vem à superfície recolhe-se com uma colher. Posteriormente filtra-se com um pano para eliminar as impurezas. Este óleo aplica-se em fricção sobre a pele da zona afectada, ou sobre o couro cabeludo. O Cataplasmas com a pasta obtida da decoccão de sementes que se prepara para uso interno.

719

o

Culinária

O abacate pode-se comer só ou acompanhado de saladas, em batidos e diversas preparações culinárias. Em muitos casos substitui com vantagem a margarina e a manteiga. Prepara-se normalmente com sal, limão e orégão. No México (az-se um molho a que chamam 'guacamol', com abacate, tomate e cebola picados, tudo bem temperado com sal e limão.

lamina Br». Tem p r o p r i e d a d e s antianémicas, hipolipemiames (faz descer o nível de colesterol no sangue, possivelmente devido à sua elevada proporção de ácidos m o n o e polinsaturados) e digestivas. O sen c o n s u m o é indicado em casos de a n e m i a , esgot a m e n t o , a u m e n t o do colesterol, hip e r t e n s ã o , gastrite e úlcera gastroduodenal. O ÓLEO de abacate 101. cuja forma de extracção e x p o m o s na página anterior, é um excelente r e m é d i o , cujas aplicações mais importantes são: • Afecções da p e l e : e c z e m a s , irritações químicas ou mecânicas, pele seca ou gretada, etc. Aplicado diariamente sobre a pele do ventre, evita as estrias das grávidas. Hidrata c e m b e leza a cútis, pelo q u e faz parte de numerosos preparados de beleza e cosméticos. • Elimina a caspa, d e t é m a progressão da calvície, fortalece e suaviza o cabelo. • Alivia as d o r e s reumáticas, articular e s e m u s c u l a r e s . Aplica-se em fricções. 720

As FOLHAS da á r v o r e do a b a c a t e são ricas em substâncias tânicas. No México e nos países da América Central, utili/.ain-se em infusão c o m o digestivas e carminativas (antiflatulentas) {©}. T a m b é m se e m p r e g a m contra as d o r e s de cabeça, aplicando-se q u e n t e s s o b r e a testa, e m b o r a desc o n h e ç a m o s se este costume tem fund a m e n t o científico. As g r a n d e s SEMENTES do abacate aplicam-se trituradas e cozidas, em cataplasmas, para fazer a m a d u r e c e r abcessos, furúnculos e panarícios IOI. A água deste m e s m o c o z i m e n t o também se usa contra a disenteria e os parasitas intestinais 101.

O abacate é mais uma dessas maravilhas vegetais que o Criador pós ao nosso

alcance, para que nos deleitemos satisfazendo o nosso paladar e ao mesmo tempo conservemos e melhoremos a nossa saúde e até o nosso aspecto.

Physalls viscosa L

Fisale Cicatriza e desinflama a pele

E

STA PEQUENA plaina cresce à beira dos c a m i n h o s cio México e de g r a n d e parte da América. Os seus frutos são um agradável presente para os c a m i n h a n t e s . PROPRIEDADES

E INDICAÇÕES:

OS

FRUTOS da fisale são diuréticos e suav e m e n t e laxantes. Os CAULES e as FOLHAS da planta c o n t ê m saponinas e enzimas (peroxidases). A sua dccocção uliliza-se externamente c o n t r a as e r u p ç õ e s da pele, pelo seu eleito cicatrizante e anti-inflamatório 101. Tem-sc utilizado com êxito em casos de psoríase, aplicando-se a sua dccocção em loções l©l. Esta mesma d e c o c ç ã o de caules e Tolhas, t o m a d a por via oral, é expectorante c antitússica IO!.

Outros nomes: fisálide. Esp.: camambú, uvilla de campo. Ing.: ground-cherry. Habitat: Própria do continente americano, especialmente das Américas Central e do Sul. No México è bastante frequente. Não se encontra na Europa. Descrição: Planta da família das Solanáceas, de 30 a 50 cm de altura. Dá um fruto do tamanho de uma ginja, de cor amarela ou vermelha. que é comestível e tem um agradável sabor agridoce. Partes utilizadas: Os frutos, os caules e as folhas.

Preparação e emprego USO INTERNO

•M»

Capucha Existe uma espécie de fisale, a Physalis angulata L, conhecida em Cabo Verde e Angola pelo nome de capucha, e na América Central como 'tomate verde1. As suas propriedades são semelhantes às da Physalis viscosa L, e também se emprega como descongestiva do fígado.

O Decocção com 30 g de caues e folhas por litro de água. Ferver durante 15 minutos. Tomam-se 2 ou 3 chávenas por dia. Pode-se adoçar com mel. USO EXTERNO

© Compressas empapadas no líquido da decocção que se usa internamente. © Loções sobre a parte doente da pele, com este mesmo liquido.

721

X

para a pele

^7

Phytotacca americana L

O

Fitolaca

Preparação e emprego

USO EXTERNO

Ú t i l contra as micoses da p e l e

O Compressas: Prepara-se uma decocção com 50 g de raiz cortada às rodelas num litro de água. Empapar nela compressas de algodão e aplicá-las sobre a zona da pele afectada.

C

OM AS BAGAS desta p l a n t a obtém-sc u m a tinta cie c o r semelhante à da laca, cie o n d e lhe vem o n o m e . O seu uso em mediciiv.\ é reduzido, d a d o q u e tem efeitos tóxicos em doses elevadas. Aplicada externamente, torna-se m u i t o útil no tratamento cie a l g u m a s afecções cia peie.

P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A raiz

contem saponinas, litolaqnina, a t i d o fórmico, tanino, resina e diversos glícidos. E um p u r g a n t e e n é r g i c o , com acção emética (provoca o v ó m i t o ) . Possui p r o p r i e d a d e s anii-inflamatórias, pelo q u e se tem usado com êxito em casos de reumatismo. No e n t a n t o , devido aos seus eleitos indesejáveis sobre o aparelho digestivo, recomendamos o seu uso unicamente por via externa. Aplicada em c o m p r e s s a s s o b r e a peie, a raiz. eh» fitolaca é indicada em diversas e r u p ç õ e s , e s p e c i a l m e n t e as causadas por fungos (micoses) e parasitas ( c o m o a sarna e os piolhos) 101. Também se tem utilizado contra a acne.

V Dentro do género Phytotacca evidencia-se a bela-sombra (Phytotacca dioica L.),' árvore que pode atingir até 15 m de altura e se cultiva com fins ornamentais, sobretudo no Mediterrâneo, nas Canárias, na América do Norte e em diversos países da América do Sul, onde é conhecida pelos nomes de 'altasara', 'bellasombra' e

722

Precauções Em doses elevadas, a fitolaca é tóxica. Não ingerir as bagas, que têm efeitos tóxicos leves (vómitos e diarreias).

Outros nomes: erva-dos-cachos-da-india, erva-da-américa, tintureira. Brasil: caruru-de-cacho. erva-dos-cachos, tintureira-vulgar. Esp.: fitolaca, hierba carmín, hierba carmesi, carmineira, calalú, uva de América, espinaca de América. Fr.: phytolaque, raisin d'Amérique. Ing.: pokeweed, red weed. Habitat: Originária da América do Norte, acha-se naturalizada na Europa desde há três séculos. Cresce em terrenos frescos perto das costas. Descrição: Arbusto de folha perene, da i&milia das Fitolacáceas, de caule erecto e folhas grandes. Os frutos são bagas negras ou de cor púrpura, que amadurecem no Outono. Partes utilizadas: a raiz.

Bela-sombra 'saúco', além de 'hierba carrmrí, designação esta que é talvez a mais usada, tanto para a Phytolacca americana como para a dioica. A raiz é purgante e vomitiva, assim como as folhas e os frutos, mas não se recomenda o seu emprego com fins medicinais.

0 sumo das folhas aplicava-se tradicionalmente para curar as chagas e feridas. Diz-se que não é conveniente adormecer à sombra desta árvore, pois o aroma das suas folhas provoca dores de cabeça.

* Esp.: ombú.

Potygonatum odoratum Druce

!\

f

Selo-de-salomão Embeleza a pele

T

ODOS os anos sai um novo caule do rizoma desta planta que, quando seca e desaparece no Inverno, deixa no seu rizoma uma marca, como se Tosse um selo ou sinete. Passados vários anos, o rizoma apresenta uma série de marcas ou selos de aspecto peculiar. Por isso os antigos deram à planta o nome de selo-de-saloinào. Dioscórides, no século I d.C.já a recomendava para activar a cicatrização das feridas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-

zoma contém amido, mucilagens (emolientes e anti-inflamatórios). taninos (adstringentes e cicatrizantes), saponinas (diuréticas, expectorantes e laxativas) e glicoquinina, substância que tem acção hipoglicemiante. Por isso se emprega: • flomo diurético e hipoglicemiante: Internamente, têm-se usado como diurético e como complemento no tratamento da diabetes 101. • Nas afecções da pele e como cosmético: Aplicado externamente, em compressas ou cataplasmas 10.©!. dá muito bons resultados no tratamento de hematomas, de contusões e de infecções diversas cia pele (abcessos, panai •feios, e l e ) . E um valioso cosmético, que se emprega para suavizar e embelezar a cútis.

Precauções Não exceder as doses de rizoma no uso interno. As bagas e as folhas são muito tóxicas.

Sinonímia científica: Polygonatum officinale Desf. Outros nomes: poligonato. Esp.: sello de Salomón, poligonato. Fr.: sceau de Salomon. Ing.: [European] Solomons seal. Habitat: Bosques pouco densos, sobretudo de carvalhos ou azinheiras, e terrenos secos e calcários da Europa. Descrição: Planta vivaz da família das Liliáceas, de cujos rizomas (caules subterrâneos), de cor branca, brota cada ano um caule erecto com grandes folhas ovais. Depois de se secar o caule, fica no rizoma uma cicatriz circular que lembra um anel. Partes utilizadas: o rizoma.



Preparação e emprego «A».

USO INTERNO O Decocção de 15-20 g de rizoma por litro de água, de que se tomam 3 chávenas diárias. USO EXTERNO © Compressas de uma decocção mais concentrada (80-100 g) do que a elaborada para uso interno. €) Cataplasmas do rizoma esmagado.

1?Poligonato-da-américa Na metade leste da América do Norte existe uma espécie de poligonato muito semelhante ao selo-de-salomão europeu, o Polygonatum multiflorum L.', que tem as mesmas propriedades e aplicações. * Esp.: Poligonato de América. Ing.: Solomoris seal.

723

Polypodium calaguaJa Ruiz

*

Calaguala

Preparação e emprego

Depura o sangue e limpa a pele

USO INTERNO

O Decocção, â base de 30 ou 40 g de rizoma e raiz triturados por litro de água. Ferver durante 10 minutos e tomar 2 ou 3 chávenas por dia.

E

STE FETO, próprio do continente americano, já era muito apreciado pelos Maias do México a n u s da chegada dos primeiros espanhóis. Desde o século XVII que é usado na Europa, onde se lhe atribuíram muitas supostas virtudes medicinais, entre outras a de curar a sífilis. Hoje conhecemos as suas verdadeiras propriedades.

Polipódios

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS em-

O Polypodium ieucatomos Poir. é um feto semelhante à calaguala, cujo extracto, chamado anapsos, entra na composição de vários medicamentos contra a psoríase e a dermatite atópica. Existe no México uma espécie muito semelhante, o Polypodium feuillei Bertero, que possui as mesmas propriedades da calaguala.

pregos mais importantes do rizoma e da raiz da calaguala são: • Sudorífico: Aumenta a produção de suor IO). • Diurético uricosúrico: Favorece a eliminação de ácido úrico IOI. • Depurativo IOI. • Estimulante e regulador da imunidade celular (defesas). A sua aplicação mais importante são as erupções da pele e as doenças auto-imunes (artrite reumatóide, colagenose, psoríase, dermatose, etc.) IOI. Estão actualmente a desenvolver-se interessantes investigações a este respeito.

*

%*i»M'

:

' '9

sM.

¥

Tepezcohuite

Existe no México uma outra planta também muito útil contra as afecções cutâneas, a Mimosa tenuiflora L. (Mimosa-de-ílores-delicadas), conhecida pelo seu nome local de Tepezcohuite'. Trata-se de um poderoso cicatrizante da pele, que activa a regeneração dos tecidos. É além disso antibiótico e fungicida. Com os extractos da casca desta planta, a indústria farmacêutica elabora cremes e champôs que se usam exfernamente em queimaduras e úlceras cutâneas, assim como para a beleza da pele e do cabelo.

724

Outros nomes: Esp.: calaguala, hierba dei lagarto, polipodio, vileún. Habitat: Comum nas Américas Central e do Sul. Não aparece na Europa. Cresce nos lugares húmidos e sombrios, especialmente como parasita sobre o tronco de algumas árvores. Descrição: Feto da família das Polipodiáceas, de folhas ovais e coriáceas. O rizoma (conjunto de caules subterrâneos) é grosso e coberto de escamas amareladas ou avermelhadas. Partes utilizadas: o rizoma e a raiz.

Sanícula europaeaL

»

-



A

Preparação e emprego

Sanícula Cicatrizante e expectorante

USO INTERNO O Infusão de 30 g de folhas por litro de água, de que se tomam 3 chávenas por dia, adoçadas com mel. USO EXTERNO © Compressas empapadas no líquido duma decocção de 50-60 g de folhas por litro de água, que tenha fervido durante 10 minutos. €) Cataplasmas de folhas frescas esmagadas sobre a zona lesionada. O Lavagens com a mesma decocção que se emprega para as compressas. © Bochechos com o líquido da decocção.

O

NOME desta planta deriva do latim sanare (curai), e alude às muitas propriedades que se lhe haviam atribuído.

Contém tanino; alantoína, que lhe confere acção anti-inflamatória; saponinas de acção expectorante: e um óleo essencial. É cicatrizante, adstringente, vulnerária e expectorante. Em uso interno, utiliza-se paia acalmar a tosse e amolecer as secreções em caso de catarro brônquico IOI, mas as suas aplicações mais importantes são as externas: • Feridas infectadas, chagas e úlceras varicosas: Aplicada em compressas ou em lavagens, a sanícula tem um grande poder de limpe/a sobre os tecidos necrosados, estimulando além disso a epitelização (formação de pele nova) iô.OV • Contusões e entorses: As cataplasmas de sanícula aliviam a inflamação e favorecem a reabsorção dos hematomas (derrames de sangue) (©1. • Gengivite, aftas, amigdalites e faringites 101, em bochechos com a sua decocção.

Sanícula-americana

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Na América do Norte existe uma espécie afim da sanícula-vulgar, a Sanícula marylandica L, da qual se utiliza a raiz com as mesmas aplicações medicinais que a espécie europeia.

Outros nomes: sanicula-vulgar. Esp.: sanícula, sanícula europeia, hierba de San Lourenzo. Fr.: sanicle d'Europe. Ing.: European sanicle. Habitat: Difundida por bosques de árvores de folha caduca, especialmente de laias e carvalhos, da metade norte da Península Ibérica e da Europa Central e Meridional. Descrição: Planta vivaz da família das Umbeliferas, que atinge de 20 a 50 cm de altura. As suas folhas são palmadas, têm um longo peciolo e crescem quase todas na base. Partes utilizadas: as folhas.

725

]

Sedum telephium L

J

Preparação e emprego

Favária USO EXTERNO O Compressas e lavagens com o sumo fresco da planta. Aplicam-se directamente sobre a zona afectada da pele, 2 ou 3 vezes ao dia. © As folhas podem-se conservar em azeite, como se fazia antigamente, pois torna-se difícil secá-las. Aplicam-se sobre a zona afectada, depois de se lhes retirar a fina película que as recobre pela face superior.

Cura as feridas e amolece os calos

Vermiculária

A

FAVÁRIA pertence à mesma família botânica do saiãocurto (pág. 727). Ambas as plantas se caracterizam pelas suas Folhas carnudas e pelo seu sabor acre ou picante. Eram muito apreciadas na Idade Média e na época do Renascimento, mas depois caíram no esquecimento dos liiolerapeutas. Actualmente a lavaria volta a ser usada em virtude da sua acentuada propriedade vulnerária. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a

planta contém tanino, açúcares, mucilagens c um glicósido (teleliósido). Possui propriedades vulnerárias (cura as feridas e contusões) e emolientes (suaviza e alivia as partes inflamadas). Emprega-se nos seguintes casos: • Feridas, úlceras da pele (chagas) e queimaduras: As com pressas e lavagens com o sumo fresco da (avaria favorecem a cuia das chagas, úlceras e queimaduras, especialmente se estiverem infectadas ou sujas MM. • Calos e durezas da pele: Ainolecc-os e desinflama-os, permitindo a sua fácil extirpação. Por isso também é conhecida como erva-dos-calos 10}. 726

Outros nomes: faváría-maior, favária-vulgar, erva-dos-caios. teléfio. Esp.: hierba ca Hera. hierba de los calos, hierba calluna, crásula mayor, fabaria. anacansero común, telefio. Fr.: orpin, joubarbe des vignes. Ing.: livelong, orpine. Habitat: Europa Central e do Norte. Em Portugal surge nos locais áridos e pedregosos da Beira Alta e da Estremadura. É habitual encontrar-se nas vinhas, crescendo entre as videiras. Descrição: Planta robusta e de folha perene, da família das Crassuláceas, que atinge até 80 cm de altura. A$ foihas são planas e carnudas, e as flores são de cor púrpura, avermelhadas ou brancas. Partes utilizadas: as folhas.

A vermiculária (Sedum acre L.)*, também chamada uva-de-cão, é uma planta de 10-15 cm de altura, com pequenas folhas carnudas e flores amarelas ou brancas. Toda a planta tem sabor acre e picante. A sua composição é semelhante à da favária. Antigamente tomava-se o seu sumo fresco para as afecções bronquiais. Actualmente apenas se recomenda o seu uso externo, para amolecer as durezas e calosidades dos pés, como acontece com a favária. O sumo fresco ou uma cataplasma com as folhas esmagadas aplicam-se sobre as partes afectadas, várias vezes ao dia, até ao seu restabelecimento. ' Esp.: pampajarito, pimienta de muros. Fr.: poivre de muraille; Ing.: wall peper.

Sempervivum tectorum L

Preparação e emprego

Saião-curto Alivia as irritações da peie

USO EXTERNO

O Cataplasmas com as folhas esmagadas. Mantém-se durante 20-30 minutos, e aplica-se de 2 a 4 vezes por dia. © Compressas empapadas no sumo fresco. Aplicam-se durante o mesmo tempo e com a mesma frequência que as cataplasmas. © Banhos e lavagens: Fazem-se com o sumo fresco das folhas diluído em água, na proporção de 50 ml de sumo por cada litro de água.

O

SAIÃO-CURTO forma um espesso torrão de relva à sua volta, pelo que antigamente se usava para cobrir e consolidar os telhados de terra (terraços), assim como para proteger as casas do raio, graças à grossa camada que forma. Dioscórides já o recomendava contra as irritações da pele e as queimaduras.

Contém taninos, a que deve a sua acção adstringente e anti-séptica, reforçada pela presença dos ácidos máHco e fórmico; e mucilagens, que o tornam emoliente e vulnerário. Ainda que antigamente se lenha usado para o tratamento das diarreias e disenterias, o seu uso actual é exclusivamente externo: • Afecções da pele e das mucosas: As irritações da pele, assim como os calos, frieiras, queimaduras, feridas infectadas e hemorróidas, melhoram quando se lhes aplica o saião-curto. quer em cataplasmas quer em compressas, banhos ou lavagens. Isto deve-se à sua acção emoliente (anti-inflamatória) e vulnerária (cicatriza Feridas e cura contusões) IO 0.01 PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

• Queimaduras leves: As com [nessas de saião-curto aliviam o ardor e a irritação próprios da pele queimada. Aplicam-se alternando o seu uso com o de óleo de amêndoas amargas I©1.

Outros nomes: saião, sempre-viva-dos-telhados. Esp.: siempreviva mayor, alcachofa de gatos, pihueta, barba de Júpiter, zurracallote. Fr.: grande joubarbe. joubarbe des toits, artichaut des toits. Ing.: houseleek, Jupiter'$ beard. Habitat: Regiões de penhascos, muros velhos e ruínas na Europa Central e Meridional. Cultivada como planta ornamental em pátios e jardins. Descrição: Planta vivaz da família das Crassuláceas. que atinge até 50 cm de altura. A sua base é constituída por uma roseta de folhas perenes e carnudas. O caule, erecto, termina em duas ou três flores de cor vermelha. Partes utilizadas: as folhas frescas.

727

Sdanum dulcamara L

!\

Doce-amarga Alivia as picadas dos insectos

Preparação e emprego

USO EXTERNO O Cataplasmas com uma decocção de 100 g de folhas em 250 ml de água. A esta decocção pode-se acrescentar farinha de linho até obter uma massa pastosa. Aplicar sobre a região afectada durante 15 minutos, três vezes por dia. © Compressas empapadas no íquido desta decocção. Aplicam-se durante o mesmo tempo e frequência que as cataplasmas.

Precauções

O

N O M E desta planta faz referencia ao s a b o r das suas bagas, doces a princípio, amargas depois. Algo de parecido acontece com as suas p r o p r i e d a d e s , q u e são uma mistura de efeitos medicinais e tóxicos.

ingerida por via orai, toda a planta é tóxica, especialmente as bagas, embora não cause a morte. Provoca vómitos, diarreias e transtornos do sistema nervoso.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a

planta contém diversos alcalóides tóxicos semelhantes à solanina (solaceína e solaneína, entre outros); além disso, é rica em tanino e saponinas. Possui propriedades diuréticas, depurativas, expectorantes e ligeiramente narcóticas. Em séculos passados, e m p r e gava-se contra a bronquite crónica e a asma; mas a c t u a l m e n t e , devido aos seus efeitos tóxicos, apenas se usa externamente. Aplicada s o b r e a p e l e , tem p r o priedades emolientes e cicatrizantes. Dá bons resultados nas inflamações m a m á r i a s das m u l h e r e s lactantes (mastite), nas úlceras e feridas infectadas, e em t o d o o tipo de eczemas IO.01. No caso de picada de vespa, obtem-se um certo alívio da dor esfregando umas bagas sobre a zona da picada. 728

Outros nomes: dulcamara, uva-de-cão, erva-moura-de•trepa, vinha-da-india, vinha-da•judeia, vide-da-Judeia. Esp.: dulcamara. dulzamara. dulciamarga, amaradulce, amargamiel, emborrachadora, uva de raposa, uva de zorro, uvas dei diablo, vid de Judá, matagallinas. Fr.: douce-amère, morelle, vigne de Judée.. Ing.: [European] bittersweet, [climbingj nightshade. Habitat: Vales frescos e húmidos de toda a Europa e regiões temperadas da América. Descrição: Planta vivaz ou subarbusto da família das Solanaceas. que atinge de 60 a 150 cm de altura. Flores com 5 pétalas, de cor violeta e anteras amarelas. O fruto é uma baga, primeiro verde, depois vermelha quando amadurece. Partes utilizadas: os caules, as folhas e as bagas.

Solanum nlgrum L

M *

J

1

j

Preparação e emprego

Erva-moura Alivia a comichão

USO EXTERNO O Loções com o sumo fresco das folhas e dos caules. © Compressas empapadas no sumo fresco. €) Cataplasmas com as folhas esmagadas.

A

ERVA-MOURA pertence à família das Solanáceas, a mesma da batateira, e ambas contêm nas folhas e frutos o mesmo alcalóide: a solanina. K uma planta originária do Novo Mundo, onde os antigos indígenas mexicanos lhe chamavam ckichiquilitl e a utilizavam na medicina popular. Os espanhóis hm oduziram-na na Europa, por onde se espalhou rapidamente.

partes verdes da planta contêm o glicoalcalóide solanina, cuja concentração é tanto maior quanto mais quente for o clima onde se desenvolve. A solanina actua intensamente sobre o sistema nervoso, produzindo relaxamento muscular, analgesia c narcose. \'o uso interno uson-sc como antiespasmódica. analgésica e sudorífica, mas, devido aos seus eleitos tóxicos sobre o sistema nervoso, actualmente só se utiliza por via externa. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS

Sobre a pele, actua como sedativo e emoliente. Aplica-se por meio de loções, compressas ou cataplasmas para aliviar o prurido (comichão) da vulva ou do ânus e para acalmar a coceira no caso de sarna, tinha, herpes ou outro tipo de erupções 10.©.©!.

Outros nomes: erva-do-bicho. erva-moura-mortai, erva-noiva. erva-de-santa-maria, redos, solano. Esp.: hierba mora, solano negro, tomatera dei diablo, yocoyoco, llague, morita. laman, hierba cotones. moradillo de Santa Maria, quilete. Fr.: herbe maure, morelle noire. Ing.: [btackj nightshade, poisonberry. Habitat: Comum nas zonas temperadas da América e da Europa. Cria-se nas sebes, junto dos muros e em terrenos incultos. Descrição: Planta da família das Solanáceas. que atinge de 10 a 30 cm de altura. As folhas são de cor verde escura, com bordos irregulares. As flores sào brancas. e os frulos. umas bagas negras. Partes utilizadas: as folhas e os caules.

Precauções

As bagas tem um sabor doce, mas são tóxicas, embora não causem a morte.

729

Stachys offícinalis (L.) Trevisan

]

Preparação e emprego

Betónica

USO EXTERNO

Bom remédio para chagas e úlceras

O Compressas com uma decocção de 100 g de planta por cada litro de água. Aplicar localmente, várias vezes ao dia, uma compressa sobre a pele afectada, mantendo-a cerca de 15 minutos.

O

S MÉDICOS da antiga Grécia e Roma consideravam a betónica uma espécie de panaceia. Conserva-se ainda um texto, atribuído a um médico do imperador Nero, em que figura uma lista das 47 doenças que a betónica consegue curar. Acontece, no entanto, que a maior parte das propriedades atribuídas a esta planta não puderam ser demonstradas, o que também não quer dizer que não as tenha. Bem poderá acontecer algum dia que a investigação científica venha a dar alguma razão aos médicos romanos. A planta contém taninos, substâncias amargas, glicósidos e saponinas. Em uso interno é adstt ingente, se bem que em doses elevadas possa provocar gastrenterite e diarreias. A sua aplicação mais importante é como vulnerária: ajuda a sarar as feridas, chagas e úlceras. Dá bons resultados quando se aplica localmente sobre as úlceras varícosas IOI PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

O pó das folhas secas tem acção estei nutatória (provoca o espirro), pelo que se usa para descongestionar o nariz em caso de catarro nasal ou sinusite 101.

Precauções

Não se recomenda o seu uso interno, uma vez que pode provocar distúrbios digestivos.

730

1

© Pó de folhas secas: Aspira-se para provocar o espirro.

:

; Hr ^^ >'

Sinonímia científica: Bettonica officinaíis L. Outros nomes: cestro. Esp.: betónica, bretónica. Fr.: bétoine [officinale). Ing.: betony. Habitat: Própria da Europa Ocidental e Meridional. Também conhecida nas regiões temperadas do continente americano. Descrição: Planta da família das Labiadas, que atinge até 60 cm de altura. Distingue-se pelo seu caule quadrado e pela escassez das suas folhas, de forma ovalada, que se acham cobertas de pêlos. As flores, dispostas numa espiga terminal, são de cor púrpura ou rosada. Partes utilizadas: a planta inteira.

]

J

Succisa pratensls Moench.

.

Preparação e emprego

Escabiosa -mordida

USO INTERNO O Infusão com 50-60 g de flores, folhas e raízes secas, num litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas por dia.

Alivia a comichão

USO EXTERNO

O

NOME desta planta deriva do latim scabiês (sarna), porque na Idade Média se utilizava contra diversas doenças da pele, incluindo a sarna e a lepra. A raiz da escabiosa-mordida parece terminar bruscamente alguns centímetros abaixo do caule. Segundo a lenda, o diabo, furioso quando soube das propriedades medicinais da escabiosa, cortou-lhe a raiz com uma dentada.

Toda a planta contém um glicósido (escabiósido), saponinas e sais minerais, especialmente potássicos. A raiz. é particularmente rica em tanino. Tem propriedades expectorantes e depurativas (devido ao seu conteúdo em saponinas), e, quando aplicada externamente, também tem propriedades vulnerárias. F.mprega-se nos seguintes casos, combinando-se o uso interno com o externo: • Lesões da pele, especialmente aquelas que provocam comichão, como no caso da sarna. Também no herpes, na linha e nos eczemas IO,0I. Para se obter maior efeito, recomenda-se combinar o uso interno (infusão) com o externo (compressas sobre a pele). • Bronquite e asma, dado que fluidifica as secreções dos brônquios e facilita a expectoração IO.©). Neste caso também se recomenda tomar a infusão, além de aplicar compressas quentes sobre o peito. • Curas depurativas, pelo suave efeito diurético, tonificante e também sudorífico desta planta IOI.

© C o m p r e s s a s da mesma infusão que para o uso interno. Aplicam-se quentes sobre a zona afectada, combinando-as com o uso interno, com a finalidade de reforçar o seu efeito.

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Sinonímia científica: Scabiosa succisa L. Outros nomes: escabiosa-de-raiz-mordida, roida-do-diabo, morso-do•diabo, morso-diabólico, morte-do•diabo. Esp.: escabiosa-mordida, mordisco dei diablo. Fr.: scabieuse, suecise, mors du diable. Ing.: field scabious. Habitat: Encontra-se frequentemente nos prados e encostas expostas ao sol. em toda a Europa. Aparece em Portugal nos relvados e solos húmidos do Minho, Beiras e Estremadura. Na América do Sul pode encontrar-se em regiões montanhosas de clima temperado. Descrição: Planta vivaz da família das Dipsacâceas, que pode crescer até 1,20 m de altura. As flores são azuis ou de um tom violeta, de forma esférica, com muitas sementes. Cheiro suave e agradável. Partes utilizadas: A raiz, as folhas e as flores.

731

Symphytum offíanalis L

X.2 Preparação e emprego

Consolda-maior Um dos cicatrizantes mais eficazes

V

ENHA o que segue! -ordena o médico do interior da sua tenda de campanha.

Achamo-nos no segundo século da era cristã. Uma legião do exército romano encontra-se na Europa Central, a lutar contra os bárbaros. Entre um grupo de rijos homens alquebrados pela batalha, cm cujos coipos se mistura o pó, o sangue e o suor, os maqueiros abrem passagem transportando um pobre legionário ferido.

USO EXTERNO A raiz de consolda aplica-se unicamente por via externa, sobre feridas, úlceras, contusões ou queimaduras. O Compressas: Prepara-se uma infusão com 100 ou 200 g de raiz por litro de água, deixando-a macerar depois durante cerca de duas horas. Empapar com este liquido compressas de algodão ou de gaze, e aplicá-las sobre a zona afectada, renovando-as 2 ou 3 vezes por dia. ©Cataplasma com raiz de consolda fresca triturada ou esmagada. Renová-la igualmente 2 ou 3 vezes por dia. €) Bochechos com o líquido da maceração usado para as compressas.

-Caí do cavalo a lutar com esses bárbaros... O médico militai- romano, acostumado a tratar os ferimentos mais atrozes, examina cuidadosamente o ferido. —Tiveste sorte. Só tens um osso partido no braço. Vão buscar unias raízes dessa planta que solda os ossos! —diz o médico aos seus servos.

Precauções

A raiz, o caule e as folhas desta planta são tóxicos quando se ingerem, pois contêm o alcalóide sinfitina, tóxico para o fígado, eoglicósido consolidina que provoca paralisia do sistema nervoso central e, em grandes doses, paragem respiratória.

732

Outros nomes: consolda, consólida-maior, grande-consolda, orelhas-de-asno. Brasil: lingua-de-vaca. Esp: consuelda mayor, borraja, oreja de asno, hierba de las cortaduras, suelda, sfnfito. Fr.: [grande]consoude, oreille d'âne. Ing.: tcommon] comfrey, consoud. Habitat: Terrenos húmidos do Norte e do Centro do continente europeu. Encontra-se em Espanha nalguns vales pirenaicos, e, em Portugal, em relvados e locais húmidos do Minho. Naturalizada em todo o continente americano. Descrição: Planta vivaz da família das Borragináceas, que atinge de 60 a 100 cm de altura. As folhas sào lanceoladas e decorrentes (inserem-se directamente no caule), e acham-se cobertas de pêlos. As flores são cor-de-rosa, amarelas ou violáceas. Partes utilizadas: o rizoma (caule subterrâneo) e a raiz.

•At.

¥

O conteúdo da consolda-maior em afantoína confere-lhe um grande poder cicatrizante.

Consolda-menor

Foi provada cientificamente a sua capacidade curativa em chagas, úlceras e queimaduras, assim como em diversos tipos de feridas de difícil cicatrização.

Em Espanha encontra-se também uma outra planta, a Symphytum tuberosum L, conhecida por consolda-menor, ou nalgumas línguas modernas por pequena-consolda, ou ainda, como neologismo, por consolda-tuberosa." As propriedades da consolda-menor, assim como as suas aplicações, são as mesmas que as da consolda-maior. 'Esp.: consuclda menor.

Enquanto lhe aplica uma cataplasma de raiz de consokla no braço lesionado, o médico vai animando o legionário: -Aprendi com o sábio Dioscóridcs, o meu mestre, que nestas terras germânicas cresce uma planta capa/, de soldar os ossos fracturados. Durante um mês terás de andar com uma cataplasma feita de raiz dessa planta. Mucla-a todos os dias. Podes ter a certeza de que te vai curar o braço. Desde então, a consokla passou a acompanhar os soldados e guerreiros de todas as épocas. Tal era a fé que se tinha nesta planta, que o próprio Dioscórides garantia que «cozendo juntamente com a sua raiz uns troços de carne despedaçada, ajunta vai-se reduzindo até ficar unida». Andrés de Laguna, médico espanhol do século XVI, que traduziu e comentou os livros de Dioscórides, diz que ela «mostra uma grande força em soldar as desuniões de quaisquer partes ou membros». Segundo os partidários da teoria dos sinais, a união que existe entre as

folhas e o caule da consolda é o sinal que o Criador pôs nesta planta, paia nos fazer pensar que é capaz de soldar as feridas e fracturas recentes. O certo é que, há algumas dezenas de anos, se identificou na raiz da consolda uma .substância chamada alcintoína, de grande poder cicatrizante, a qual entra actualmente na composição de diversos preparados farmacêuticos. A raiz da consolda-maior contém alantoina (1%-1,5%), além de glícidos (amido, sacarose, inulina), abundante mucilagem, glicósidos, alcalóides, tanino, colina e resinas. Tem as seguintes propriedades: PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

• Cicatrizante, pelo seu conteúdo em alantoina. Foi comprovado experimentalmente que esta substância estimula a proliferação dos fibroblastos, células de tecido conjuntivo que formam a cicatriz das feridas. Por isso é muito apropriada para as feridas de cicatrização lenta, nas chagas e úlceras cutâneas, nas queimaduras, e sempre que se queira estimulai a cura de tecidos contusos ou lesionados IO.01.

A alantoina também actua sobre o periósteo, camada de tecido que rodeia os ossos, e a partir da qual se forma o calo ósseo que consolida a fractura. No entanto, não se utiliza em traumatologia, talvez pela dificuldade de aplicação sobre o osso, e já que hoje se dispõe de outros meios físicos para a consolidação das fracturas. • Emoliente, ou seja, que acalma a pele e as mucosas inflamadas, devido ao seu conteúdo em mucilagens. Favorece a cura de eczemas e erupções, assim como de irritações e inflamações cutâneas IO 01. • Adstringente, devido ao seu conteúdo em taninos. Seca as mucosas e coagula os seus capilares sanguíneos. Os bochechos com raiz de consolda são indicados no caso de estomatite (inflamação da boca), gengivite e faringite 101. Por via interna, a raiz da consolda tem propriedades antidiarreicas e peitorais (acalma a tosse), mas é preferível usá-la só externamente, datlo que, em uso interno, pode tornar-se tóxica. 733

Ulmus campestrís L

m 11

"V

para a pele

^T

O

Ulmeiro Adstringente e emoliente

A

S VIRTUDES m e d i c i n a i s do ulmeiro são conhecidas d e s d e a antiguidade clássica. Actualmente já foi também descoberto o valor terapêutico do carvão da sua madeira. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A CAS-

CA interior do u l m e i r o c o n t é m tanino, mucílagens e substâncias amargas. Possui p r o p r i e d a d e s a d s t r i n g e n t e s e emolientes (que suavizam e desinflamam a pele e as m u c o s a s irritadas). Emprega-se e m caso d e d i a r r e i a o u colite. Em uso i n t e r n o tem p r o p r i e dades sudoríficas. As suas principais aplicações são por via externa: • Doenças da p e l e : e c z e m a s , e r u p ções, furúnculos, h e r p e s , e úlceras e feridas de difícil cicatrização 101. • Conjuntivite simples, produzida p o r irritação ocular devida a c o r p o s estranhos (areia, pó, etc.) vento, sol intenso ou fixação da vista d i a n t e do ecvã do c o m p u t a d o r l€>l. • Leucorreia: Para o caso do fluxo vaginal, vale aquilo q u e é dito a p r o p ó sito da nogueira (pág. 505) MM. O CARVÃO do ulmeiro usa-se c o m o absorvente em caso de colite, fermentação intestinal ou intoxicação. 734

Sinonímia científica: Ulmus minor Miller Outros nomes: olmo, ulmo, lamegueiro, mosqueiro, negrilho, avelaneira-brava. Esp.: olmo, olmo común, {álamo} negrilio. Fr.: orme [champêtrej, ormeau. Ing.: [English] eim, European elm.

n

Preparação e emprego

Habitat: É comum enconlrar-se nos vales frescos e perto de cursos de água em toda a Europa. Conhecido nas Américas do Norte e do Sul. Descrição: Árvore da família das Ulmáceas, com tronco rugoso e folhas ovaladas alternas e de bordo dentado. Os frutos têm umas lâminas em forma de asa, e crescem em ramalhetes. Partes utilizadas: a casca interior do tronco e ramos; o carvão da sua madeira.

«Al.

USO EXTERNO

O Compressas de uma decocção de 20-30 g de casca interior num litro de água, que se põe a ferver durante 10 minutos. Depois de coada, empapa-se uma compressa que se aplica sobre a zona afectada da pele. © Lavagens com o líquido bem coado desta mesma decocção. © Irrigações vaginais com a decocção bem filtrada.

•p

Ulmeiro-americano

Na América do Norte existe uma variedade, o ulmeiro-americano (Ulmus fulva Minch.), cuja casca tem a particularidade de ser mais rica em mucilagem que a do Ulmus campestrís L. Devido a isto, os seus efeitos emolientes são ainda mais acentuados

Viola tricolor L

«. IP. / . -5;

&

Amor-perfeito-bravo

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Infusão com 40 ou 50 g de planta seca por litro de água, durante 10 minutos. Tomam-se 3 chávenas diárias. Às crianças dá-se a beber de 10 a 20 ml por quilo de peso por dia, dessa mesma infusão. Não tem perigo de toxicidade.

Um grande amigo da peie

USO EXTERNO

© Loções e lavagens com a mesma infusão de uso interno.

A

S PEQUENAS flores do amor-perfeko-bravo, com o seu longo pedúnculo e variado colorido, chamam a nossa atenção pela sua delicada beleza. A combinação dos seus usos interno e externo consegue os melhores resultados terapêuticos, que são especialmente notáveis nas afecções da pele. Contém mucilagens, Havonóides, tanino, ácido salieflico, saponinas e vitamina C. Possui propriedades diuréticas e depurativas, que se atribuem basicamente às saponinas. 1" também laxante, febrífugo (baixa a lebre), sudorífico, ligeiramente antitússico e fluidificante do sangue. A aplicação mais importante do amor-peiicito-hravo são as afecções cutâneas. Actua tanto no interior do organismo, depurando o sangue dos resíduos tóxicos que intoxicam a pele, como no exterior, pela sua acção cicatrizante e anti-inflamatória. Kmpi cga-se com êxito em todos os tipos cie eczemas, inclusive no dos lactentes (crostas de Leite): nas erupções alérgicas, acne, tinha, impetigo, infecções diversas, dermatose senil (atrofia da pele dos idosos), psoríase e herpes IO.©). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Lsa-se em loções e lavagens como cosmético, contra a secura, as estrias e as rugas da pele I©}.

Outros nomes: erva-da-trindade. amor-períeito-pequeno. Esp.: Pensamiento. trinitaria, hierba de la Trínidad. Fr.: pensée [sauvage], violette tricoloce, berbe de la Tricxité. Ing.: pansy. garden violet.

Habitat: Comum em terrenos baldios de montanha, prados e searas de toda a Europa. Em Portugal, abunda desde Trás-os-Montes até ao Baixo Alentejo. Naturalizado na América. Descrição: Pequena planta de 10 a 40 cm de altura, da família das Violáceas, que chama a atenção pelas suas flores solitárias, de longo pedúnculo e cor muito variada: amarelo, violeta, branco, etc. Partes utilizadas: a planta florida, de preferência seca.

735

PLANTAS PARA AS INFECÇÕES SUMÁRIO DO CAPÍTULO

J

DOENÇAS E APLICAÇÕES

Em qualquer época da vida, as plantas medicinais podem produzir melhoras em quem sofra de doenças infecciosas.

736

Alimentar, infecção ióxica, ver Sahnonelose Amebíase Brucelose Cólera Convalescença Defesas diminuídas Depressão imunitária, ver Diminuição das defesas Difteria Diminuição das defesas Doenças febris Febre, ver Doenças febris Febre de Malta, ver Brucelose Febre tifóide Febris, doenças Gripe Imunitária, depressão, ver Diminuição das defesas Infecção tóxica alimentar, ver Sahnonelose In toxicação ali men ta r, verSahnonelose Malária, ver Paludismo Malta, febre de, ver Brucelose Paludismo Plantas sudoríficas Sahnonelose Sida Sífilis Sudoríficas, plantas Tifóide, febre Tosse convulsa Tuberculose

740 740 740 740 739 738 73S 740 738 738 738 740 741 738 742 738 740 740 743 740 743 737 740 742 740 737 741 741 743

PLANTAS Açafroa Alamo-negto = Choupo-negro Bonina Borragem Borragem-brava Buxo Carlina C.arlina-ornamenlal Cártamo = Açafroa Chagas Choupo-negro Choupo-branco Choupo-lremedor Equinácea Flor-do-paraíso = Chagas Frambocseiro Hipofaé Jaborandi Margarida = Bonina Quina (htina-amarela (htina-vermelha Rorela

751 760 744 746 747 748 749 750 751 772 760 761 761 755 772 765 758 759 744 752 753 753 754

Rosa-canina

762

Sabugueiro Salva-esclareia Tomilho

767 766 769

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2* Parte:

A

BANDONAMOS aqui a sequência anatómica dos capítulos precedentes para falar da fitoterapia de doenças que afectam, não um aparelho ou sistema do organismo, mas todo ele no seu conjunto.

As plantas medicinais contribuem paia a cura das doenças infecciosas, por meio de três mecanismos: • Acção antibiótica: Os antibióticos naturais contidos nas plantas superiores não actuam com tanta rapidez e contundência como os antibióticos purificados e tratados quimicamente, dos produtos farmacêuticos. Km contrapartida, porém, oferecem a vantagem de ser muito mais bem tolerados, pois, em geral, sào isentos de efeitos secundários ou tóxicos. Acresce ainda que não deprimem as defesas naturais, como fazem frequentemente os antibióticos farmacológicos. As plantas também contêm substâncias anti-sépticas, que actuam sobre a superfície da pele ou das mucosas. • Acção depurativa: As plantas facilitam a eliminação através dos rins, da pele e do fígado, das toxinas que continuamente são produzidas pelo nosso organismo, e muito mais em caso de doença infecciosa. • Acção imunoestiitiulaxite: Existem plantas capa/es de estimulai o sistema imunitário, responsável pela produção de defesas contra as infecções. Kstas defesas são de dois tipos: celulares (por exemplo, os leucócitos ou glóbulos brancos) e humorais (os anticorpos). Ambas aumentam com os remédios filolerápicos.

D c

c r i ç a o

Plantas sudoríficas

Estimulam a produção de suor. Este tem uma composição semelhante à da urina, embora seja menos concentredo. As plantas sudoríficas têm um nofáv el eíeito depurativo do sangue e antitóxico, e recomendam-se nos segt intes casos: doenças infecciosas ou febris, sobrecarga por alimentaçâ y excessiva, artritismo provocado por excesso de ácido úrico e intoxicaçi 5es crónicas.

Planta

Página

Planta

Página

169

Cardo-penteador

572

Cersefi-bastardo

243

Ébulo

590

Cipreste

255

Salsaparrilha-bastarda

592

Asclépia

298

Maravilha

626

Douradinha

299

Salva

638

304

Azevinho

672

Guaiaco

311

Sassafrás

678

Papoila

318

Buglossa

696

Petasite

320

Bardana

697

Saxífraga

322

Calaguala

724

Pulmonária

331

Ulmeiro

734

Tussilagem

341

Amor-perfeito-bravo

735

Verbasco

343

Bonina

744

Violeta

344

Borragem

746

Gengibre

377

Buxo

748

Loureiro

457

Carlina

749

Lilás

472

Açafroa

751

Globulária

503

Jaborandi

759

Grama-francesa

559

Choupo-negro

760

BéMa

568

Sabugueiro

767

Tília

Eucalipto

Xa luta contra a infecção, as plantas actuam antes de tudo sobre o "terreno" orgânico, pondo-o nas melhores condições paia fazei- frente por si mesmo aos germes. Não devemos esquecer que o melhor antibiótico fracassará se os mecanismos de defesa do próprio organismo não actuarem de forma eficiente.

737

r

Cap. 28: PLANTAS PA3A AS INFECÇÕES

/

Planta

Doença DIMINUIÇÃO DAS DEFESAS A alimentação inadequada, a falta de exercido físico e o abuso de antibióticos, são algumas das causas que podem deprimir o sistema imunitário. Noutros casos, a diminuição das defesas deve-se a doenças graves, como a sida ou certos tipos de cancro. Além de corrigir os factores causais, sempre que seja possível, o uso destas plantas exerce um notável efe/to imurtoestimulante. 0 seu uso recomenda-se em qualquer infecção grave, e sempre que se verifique uma redução das defesas contra as infecções.

DOENÇAS FEBRIS Em qualquer caso de febre, deve-se proceder ao diagnóstico da doença causal, pois são muitas aquelas que a podem produzir. Deste modo será possível administrar um tratamento específico. Estas plantas medicinais constituem um complemento do tratamento da doença que causa a febre. Não só provocam uma descida da temperatura, como também aumentam a sudação, facilitam a eliminação de toxinas, refrescam e tonificam. Por tudo isto são mais recomendáveis do que g, , os fármacos antipi- v réticos.

ê

s

Salgueiro-branco

ALHO

LUZERNA

P£q c?

Aumenta a actividade das células defensivas do organismo, antibiótico natural

Cru, extractos, decocção de dentes de alho

Nutritiva, remineralizante, protege contra as infecções

Brotos tenros, sumo fresco, infusão

Aumenta a produção de leucócitos (glóbulos brancos)

Maceração, decocção, pó ou extracto de raiz

4

EQUINÀCEA

755

Estimula as defesas contra as infecções

Decocção da raiz, preparados farmacêuticos

HIPOFAE

758

Antiescorbútico, tonificante, estimula os processos imunitários e o tono vital do organismo

Bagas frescas, xarope de bagas

ROSA-CANINA

762

Estimula as defesas. Recomendada em todas as doenças infecciosas

Frutos frescos ou em decocção

LIMOEIRO

255

"Limpa o sangue", baixa a febre

Sumo de limão integral (incluindo a casca)

CAMOMILA

364

Baixa a febre, provoca a transpiração

Infusão de capítulos florais

BÊRBERiS

3S4

Acalma a sede, refresca e tonifica

Os frutos em xarope ou em doce

.,-,

Febrífuga. Recomendada nas febres tropicais

Decocção da casca da árvore

LILÁS

472

Febrífugo e sudorífico

Infusão da casca da árvore

MACIEIRA

f- 1 3

Tonificante, febrífuga. Pode substituir a quinina

Decocção da casca

TRAMAZEIRA

515

Fornece vitamina C e ácidos orgânicos. Recomendável nas doenças febris

Os frutos (sorvas! maduros, crus ou em compota

QUÁSSIA

TAMARINDEIRO

536

Refrescante, tonificante

Polpa dos frutos

541

Refrescante, tonificante

Frutos (amoras), frescas ou em sumo

559

Sudorífica, diurética, depurativa

Decocção de rizoma seco

AZEVINHO

672

Febrífugo, sudorífico

Decocção ou infusão de folhas

SALGUEIRO-BRANCO

676

Baixa a febre, tonifica o aparelho digestivo

Decocção ou pó de casca

r-jo

Aumenta o suor e a urina, e com isso a eliminação de toxinas

Infusão de casca, essência

-,..

Sudorífica, febrífuga, expectorante, facilita a eliminação de toxinas

Infusão de flores e/ou folhas

-j.c

Sudorífica, aumenta a eliminação de toxinas

Infusão de flores

SILVA GRAMA-FRANCESA

BONINA

BORRAGEM

738

230

Uso

GENCIANA

SASAFRÁS

Borragem

Pág. Acção

QUINA

752

Baixa a febre, elimina toxinas do sangue pelo suor e pela urina

Maceração ou infusão da casca do tronco

CHOUPO-NEGRO

760

Sudorífico, baixa a febre, depurativo

Decocção de gemas

SABUGUEIRO

767

Sudorífico e depurativo muito eficaz

Infusão de flores

SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 2J Parto:

Doença

Planta

Pág. Acção

CONVALESCENÇA

AVEIA

l g « Tonificante e equilibradora do sistema nervoso, nutritiva

ESPIRULINA

?7fi 2 /b

É um período intermédio entre os saúde, em que o organis- fc mo repara as perdas sofridas e normaliza as funções alteradas. Aplica-se geralmente à fase de recuperação no seguimento de doenças infecciosas. A fitoterapia recorre a plantas muito úteis para facilitar e encurtar o processo de conva lescença, que complementam muito bem outras medidas como a alimentação ou os tratamentos de reabilitação física.

ANGÉLICA

CARDO-SANTO

Gergelim

4 2c

V

D e s c r i c A o

Uso

Nutritiva, tonificante, revitalizante geral do organismo Digestiva, útil para inapetentes e debilitados

444 Tónico digestivo. Útil em caso de esgotamento e convalescença

Flocos (sementes prensadas) cozinhados . ,

dessecada

A alga a e s s e c a d a

Infusão ou decocção da raiz Infusão ou decocção de folhas

GROSELHEIRA

468 Tonificante, aperitiva, rica em vitamina C

Os frutos frescos, em compota, xarope ou sumo

GROSELHEIRA-ESPIM

588 Tonificante, rica em vitaminas

Bagas frescas, em sumo ou em doce

GlNSENG

608 Tonificante geral do organismo

Pó de raiz, extractos

SÉSAMO

611

Nutritivo, útil em caso de sobrecarga física ou psíquica

ULMÉIRA

667

Tonificante geral, aumenta o apetite

ALECRIM

674 Tonificante, revitalizante

BONINA

744

ROSA-CANINA SALVA-ESCLAREIA

S e m e n t e s c r u a s ou t o r r a d a s

Infusão de sumidades floridas Infusão ou decocção de sumidades floridas

Sudorí,ic 3 - febrífuga, expectorante, facilita a eliminação de toxinas

Infusão de flores e/ou folhas

762

Estimula as defesas. Recomendada em todas as doenças infecciosas

Frutos frescos ou em decocção

766

T or, 'fi cante > emenagoga, antiespasmódica

Infusão da planta

As tisanas de plantas medicinais são excelentes para facilitar a recuperação do organismo durante a convalescença das doenças infecciosas: ajudam a eliminar toxinas, tonificam e fazem aumentar o apetite.

739

Cap. 28: PLANTAS PASA AS INFECÇÕES

Doença

Planta

Pág. Acção

Uso

AMEBÍASE Doença causada pelas amebas, protozoários (animais unicelulares) que causam diarreias graves (disenteria amebiana) e afecções hepáticas. Com os extractos deste arbusto tropical fazemse preparados farmacêuticos.

IPECACUANHA

438

Destrói as amebas que causam a disenteria amebiana, vomitiva

Extractos em forma de preparados farmacêuticos

AMIEIRO

487

Baixa a febre. Útil na brucelose (febre de Malta)

Decocção da casca

Pn ftrr,. riLosELA

co/i Antibiótico específico contra o germe S I M c a u s a d 0 r da brucelose

Um»*»».

278

Doença infantil produzida pelo bacilo diftérico, que afecta a garganta (faringe e laringe) e o nariz. Pode chegar a produzir asfixia. Actualmente é bastante rara. Os toques com sumo de limão são um complemento do tratamento específico.

i «.nrmn LIMOEIRO

OCR Faz desaparecer os bacilos diftéricos ^ d as amígdalas ou das fossas nasais

Toques como sumo puro sobre as amígdalas ou as fossas nasais com uma zaragatoa de algodão

SALMONELOSE

BlSTORTA

•,qg Poderoso adstringente, anti-séptica. hemostática

Decocção de rizoma

BRUCELOSE Infecção causada pela Brucella mellitensis, bactéria que se transmite por meio do leite e seus derivados, do gado ovino e caprino (cabras e ovelhas). Além dos fármacos antibióticos, estas plantas contribuem para a cura da doença.

Infusão da planta fresca

CÓLERA Doença produzida pelo vibrião colérico, que se manifesta com vómitos, diarreia liquida e desidratação. Além do tratamento antibiótico, esta planta contribui muito positivamente para a cura. Ver também as plantas contra a gastrenterite (pág. 481).

g g S * ! , , de colera e disenterja

Infusão d a planta

DIFTERIA

Doença causada por bactérias do género Salmonella, que se transmitem por alimentos em mau estado. É acompanhada de gastrenterite grave. Além destas plantas, tornam-se úteis as recomendadas a propósito da gastrenterite (pág. 481).

ALHO

SALQUEIRINHA

Mane»* MACIEIRA TOMILHO

SÍFILES Doença de transmissão sexual (DTS) produzida pela bactéria Treponema pailidum. Estas plantas compJementam o tratamento antibiótico específico.

SALSAPARRILHA-BASTARDA

SASSMDAS

740

? OQ

510

Antibiótico, respeita a flora saprófita normal, aumenta as defesas

Cru, extractos, decocção de dentes de alho

Adstringente, antidiarreica, anti-inflamatória

Infusão das sumidades floridas

RI i Antidiarreica, absorve as toxinas ou bacterianas. Eficaz na salmonelose

Os frutos (maçãs) crus, assados ou cozidos

7fiq

infusão de sumidades floridas, essência

Antibiótico, combate as putrelacções intestinais

cop Depurativa. Complemento do tratamento especifico

fi7R

Antj-séptico, empregado antigamente contra as doenças venéreas

Infusão de rizoma ou raiz

Infusão da casca, essência

A SAUOE PELAS PLANTAS H l ! 2"

D e s c r i ç ã o

Doença

Planta

FEBRE TIFÓIDE

ERIGERÃO

268

Antidiarreico. Útil em caso de febre tifóide

Infusão ou decocção de folhas secas, clisteres com a mesma infusão ou decocção

SALGUEIRINHA

c10

Adstringente, antidiarreica, anti-inflamatória

Infusão das sumidades floridas

EQUINÁCEA

755

Aumenta as defesas contra as infecções, estimula os processos de desintoxicação no fígado e nos rins

Decocção da raiz, preparados farmacêuticos

ALFACE-BRAVA-MAIOR

, CQ Sedante, antitússica, acalma a tosse irritativa

Decocção da planta, lactucário (látex), sumo fresco

AVENCA

292 Acalma a tosse

Infusão ou xarope da planta

GRINDELIA

310 Antitússica, antiespasmódica

Infusão de sumidades floridas, xarope

PAPOILA

318

Acalma a tosse persistente, sedante

Pétalas cruas, em infusão ou xarope, decocção de frutos

SERPÀO

338

Antiespasmódico, anti-séptico, acalma os espasmos de tosse

Infusão de sumidades floridas, essência

ORÉGÃO

464

Expectorante, acalma a tosse seca ou irritativa

Infusão, essência, inalações com vapor

CASTANHEIRO

a tosse rebelde 495 Acalma e a irritação da garganta

RORELA

754

É causada pela bactéria Salmonella fyphi, que se transmite por água ou alimentos contaminados, especialmente os mariscos. Manifesta-se com diarreia grave e estado de intoxicação. Estas plantas medicinais influem positivamente na evolução da doença.

TOSSE CONVULSA Doença causada pelo Bacillus pertussis, que se manifesta com ataques de tosse espasmódica que se repetem ao longo de várias semanas. Estas plantas são * I muito eficazes para acalmar a tosse e favorecer a cura da doença. Ver também as plantas recomendadas contra a tosse na página 285.

Rore/a

Pág. Acção

Parte:

e a irritação da garganta

Antibiótica, antitússica. Muito útil na tosse convulsa

Uso

Decocção de casca e folhas, bocheches e gargarejos com esta decocção Infusão ou tintura da planta

As tisanas de plantas medicinais constituem um bom complemento do tratamento das doenças infecciosas, tanto na fase aguda como na fase da convalescença.

741

Cap. 28: PLANTAS PARA AS INFECÇÕES

Doença

Planta

GRIPE Doença infecciosa causada por um vírus, que se manifesta com febre, dores musculares, catarro respiratório e tendência para produzir complicações broncopulmonares. Não existe um tratamento farmacológico específico para a gripe. O melhor que se pode fazer é ajudar o organismo a vencer por si mesmo a infecção, potenciando os seus mecanismos de cura. É exactamente assim que actua a fitoterapia. Estas plantas medicinais aumentam a sudação, e com isso a eliminação de toxinas, e estimula as defesas contra as infecções. Além disso, fazem baixar a febre e aliviam os incómodos próprios da doença.

Pág. Acção

Uso

TÍLIA

, CQ Sedante, antiespasmódica, alivia a dor de cabeça

Infusão de flores e casca

CIPRESTE

255

Decocção de gálbulos (frutos), inalações com vapor

LIMOEIRO

265 Limpa o sangue, faz baixar a febre

TUSSILAGEM

341

TREVO-D-ÀGUA

463

Sudorífico, faz baixar a febre, balsâmico

Sudorífica, depurativa, peitoral

Sumo de limão integral (incluindo a casca) Infusão da planta seca

f j f baixar a febre. Útil nos casos de gripe

As folhas em infusão, sumo ou pó

ULME.RA

667

Tonificante geral do organismo, diurética, depurativa e aperitiva

Infusão de sumidades floridas

AZEVINHO

672 Aumenta a sudação e abaixa a febre

Decocção ou infusão de folhas

744 Sudorífica, febrífuga, expectorante, facilita a eliminação de toxinas

Infusão de flores e/ou folhas

Buxo

748

Potente febrífugo

Decocção de folhas e/ou casca de raiz

EQUINÁCEA

755

Estimula as defesas contra as infecções

Decocção da raiz, preparados farmacêuticos

Estimula as defesas, preventiva de todas as doenças infecciosas

Frutos frescos ou em decocção

Sabugueiro BONINA

ROSA-CANINA

7fiP

SABUGUEIRO

767

Sudorífico e depurativo muito eficaz

Infusão de flores

CHAGAS

772

Arrt'bióticc- natural, expectorante, tonifica e revigora

Salada, infusão ou decocção de flores e folhas

SIDA Não podemos dizer que o uso destas plantas seia capaz de curar esta difícil doença, embora alguns assim o tenham ^ W Q afirmado. Porém, não há dúvida de que influem positivamente na sua evolução, estimulando a capacidade do próprio organismo para lutar contra a doença. Na realidade, o aumento da capacidade defensiva do organismo parece ser a melhor estratégia para curar a sida, pois até agora nunca se conseguiu a eliminação do virus por meio de fár- EQUINÁCEA maços. Estas plantas, juntamente com um estilo de vida saudável, podem fazer muito para deter a sida.

742

Aumenta a actividade 230 das células defensivas do organismo, antibiótico natural

Cru, extractos, decocção de dentes de alho

Aumenta a produção de anticorpos, 755 estimula as células defensivas, desintoxica o fígado e os rins

Decocção da raiz, preparados farmacêuticos

A SAÚDE PELAS P U N I A S UEDICINAIS 2 * Parte:

Doença

Planta

TUBERCULOSE

LÍQUEN-DA-ISLÂNDIA

OQQ

Peitoral, expectorante. Complemento do tratamento antituberculoso

Decocção do talo (corpo do líquen) seco

ALCACUS

308

Expectorante, antibiótico desmflama as vias respiratórias

Infusão ou maceração de raiz

ÉNULA

313

PULMONÁRIA

331 o aparelho respiratório

EQUINÁCEA

755

Estimula as defesas contra as infecções

Decocção da raiz, preparados farmacêuticos

GENCIANA GENCIANA

452 0 mg. Assim a rosacanina lorna-se um dos vegetais mais ricos nesta vitamina, acima tio kiwi ('í00 m g ) , da luzerna (183 mg, pãg. 269) e fia groseiheira-negra, Ribes nigrum I.. (170 mg, pãg. 108). A rosa-canina só é ultrapassada em vitamina C pela excepcional nialpíguia (Malpighia fjiuticifolia I.., Malpighia glabra I..). fruta q u e , madura» c o n t é m até 2500 mg de vitamina Cl p o r cada 100 g. e verde p o d e chegar até aos 6000 mg.

763

o

Doce cru de rosa-canina

Uma vez limpos os frutos, esmagam-se até reduzi-los a polpa, e acrescenta-se-lhes o seu peso em açúcar. Conservam-se assim todas as vitaminas e tem um sabor agradável. Esta marmelada ou doce, se for guardada no frigorifico, mantém-se em bom estado durante alguns dias.

As flores da rosa-canina são excelentes para preparar a água de rosas que, aplicada em lavagens oculares. alivia as conjuntivites e blefarites (inflamação das pálpebras).

As p r o p r i e d a d e s dos FRUTOS da rosa-canina são as seguintes:

fecciosas, especialmente nas infantis IO.OI.

• Tonificantes e a n t i e s c o r b ú t i c o s : Lieis em caso de esgotamento físico, astenia, fadiga primaveril e convalescenças IO.0I. Os frutos da rosa-canina são um autêntico concentrado cie vitaminas naturais, especialmente da C. Ainda q u e o escorbuto (falta fie vitamina C) seja u m a d o e n ç a rara nos países desenvolvidos, um s u p l e m e n t o importante desta vitamina tem um efeito tonificante.

• Diuréticos e depurativos: Recomendam-se na hidropisia ( r e t e n ç ã o de líquidos): alimentação sobrecarregada, rica em carnes e p r o d u t o s de origem a n i m a l ; gota e artritismo; e s e m p r e q u e seja precisa a acção de um diurético suave com p r o p r i e d a d e s d e p u r a tivas IO.ÔI.

• Imunoestimulantes: Os frutos da rosa-canina usam-se c o m o estimulantes das defesas, especialmente para prevenir gripes e constipações. Muito recomendáveis em todas as doenças in764

Os frutos da rosa-canina já se utilizaram engolidos inteiros, m e s m o com os pêlos, contra a ténia e demais parasitas intestinais, e m b o r a sem fundam e n t o científico. Alguns atribuíam a sua p r e t e n s a eficácia ao facto de os vermes n ã o s u p o r t a r e m a acção d o s terríveis pelinhos.

As PÉTALAS das flores c o m e m pectina, t a n i n o , ácidos o r g â n i c o s e peq u e n a s q u a n t i d a d e s d e essência. C o m o todas as pétalas das rosas (pág. 635), servem para p r e p a r a r a água de r o s a s , c o m a q u a l se o b t ê m m u i t o bons resultados ao lavar os olhos afectados p o r conjuntivite ou blefarite (inflamação das pálpebras) 101. As FOLHAS e a RAIZ c o n t ê m ácido tânico e são a d s t r i n g e n t e s . Einprcgam-se em d i a r r e i a s simples e gastrenterites (€>l. As d u r a s SEMENTFS da rosa-canina, n ã o só c a r e c e m de efeitos sobre os cálculos urinários s e g u n d o se pensava, c o m o a i n d a , trituradas, libertam u m a essência tóxica para o sistema nervoso.

Rubus Idaeus L

•) U l i

.

a>

Preparação e emprego

Framboeseiro Tonifica e refresca

USO INTERNO O Os frutos comem-se como sobremesa, frescos se for possível, o u , se não, em compota ou doce. © Infusão de folhas e flores: (30-40 g por litro de água). Tomam-se 2 ou 3 chávenas por dia. USO EXTERNO © Bochechos e gargarejos com a mesma infusão que se usa internamente.

D

IOSCORIDES, há quase dois mil anos. já recomendava, na sua Matéria Médica, as framboesas «contra as fraquezas do estômago». Hoje continuam a .ser tão refrescantes e tonificantes como antigamente, e constituem uma fonte de vitaminas.

frutos contêm pectina, açúcares, ácidos orgânicos, sais minerais e vitaminas A, B e, sobretudo, C. As flores e as folhas contêm, além disso, taninos. Os FRUTOS possuem propriedades aperitivas, antiescorbúticas, refrescantes e tonificantes. São muito recomendáveis como refresco no caso de doenças febris. As curas de framboesas tornan-se úteis contra a prisão de ventre, o reumatismo e a insuficiência renal e hepática. Estimulam o metabolismo, especialmente os processos de desintoxicação e eliminação de resíduos orgânicos IO). PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS

As FLORES e as FOLHAS são adstringentes, graças ao seu conteúdo em tanino. Usam-se em infusão como antidiarreicas l@l e em bochechos e gargarejos, contra as inflamações das gengivas e da garganta (€)}.

Oufros nomes: framboesa, amora-framboesa. Esp.: frambueso, sangúeso, chardón, chardonera, mora [de monte], íresaf de montaria. Fr.: framboisier. Ing.: [garden] raspberry, [European] red raspberry. Habitat: Chase entre rochas de xisto ou granito, nas regiões montanhosas da Europa. Pouco cultivado em Portugal. Encontra-se naturalizado no continente americano. Descrição: Arbusto da família das Rosáceas, que mede de 1 a 2 m de altura. Os caules são espinhosos, embora não tão fortes como os da sarça. As folhas são esbranquiçadas pela face inferior. As flores são pequenas, e de um branco esverdeado. Partes utilizadas: os frutos, as flores e as folhas.

765

SaMasdareaL

m

Salva-esclareia Um tónico com agradável aroma

A

SALVA-KSCLAREIA é u m a bola planta, q u e alegra com o seu colorido e o seu agradável aroma os terrenos secos do Sul da Europa. A sua essência uliliza-se em perfumaria. P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS FO-

LHAS e as FLORES contêm esclariol e outros alcalóides a r o m á t i c o s , assim como tanino, s a p o n i n a , colina e glicósidos. As suas p r o p r i e d a d e s são semelhantes às da salva (pág. (538). embora se evidencie e s p e c i a l m e n t e como tónico, emenagogo e antiespasmódico. Aplica-se nos seguintes casos: • Esgotamento, fadiga, debilidade, convalescença de doenças infecciosas MH. • Regras pouco a b u n d a n t e s IOI. • Espasmos ou cólicas intestinais devidas a fermentações ou a digestões pesadas 101. As SEMENTES da salva-esclareia são ricas em mucilagens, pelo q u e já têm sido utilizadas para extrair c o r p o s estranhos do espaço conjuntiva] d o s olhos. As mucilagens absorvem a água c o m o se fossem uma esponja, devido ao seu p o d e r osmóúco. Q u a n d o se coloca d e n t r o da pálpebra u m a semente de salva-esclareia. esta incha, empapando-se de água e arrastando para fora as partículas q u e possa haver dentro do espaço conjuntiva! do olho. 766

Sambucus nigra L

Sabugueiro Bom remédio para febres e constipações

A

S BAGAS do sabugueiro têm servido de alimento à espécie humana desde tempos remotos, apesar de que o cheiro cias suas folhas se pode tornar nauseabundo. Convém distingui!" o sabugueiro de uma outra espécie similar, o ébulo ou sahuguciriuho (Sambucus ebullis 1... pág. 590), cujas flores e folhas têm as mesmas propriedades que as do sabugueiro, mas cujos frutos são tóxicos. Vejamos alguns pormenores que nos podem ajudar a distinguir um do outro". / ( ) sabugueiro é um arbusto com tronco e ramos lenhosos, enquanto que o ébulo é uma planta herbácea. / O sabugueiro tem 5 ou 7 folíolos por folha, enquanto o ébulo tem 11 OU mais. / O s frutos do sabugueiro pendem quando estão maduros, enquanto os do ébulo se mantêm erguidos. /O cheiro do sabugueiro não é táo forte e desagradável como o do ébulo. Tendo era conta fstes sinais, podemos comer tranquilamente as bagas do sabugueiro sem qualquer risco de confundi-las com as bagas tóxicas do ébulo. No entanto, não convém abusar delas. flores, que são as partes mais usadas em fitoterapia, contêm sais minerais (especialmente nitrato de potássio), glicósidos llavonóides (rutina e quercitina) e ácidos orgânicos, que lhes conferem propriedades sudoríficas, diu-

PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS

Outros nomes: sabugueiro-negro. Brasil: sdbugueirinho. Esp.: saúco, saúco blanco, saúco europeo, sabuco, canillero, linsusa. Fr.: sureau noir. Ing.: [btackj elder, European elder. Habitat: Frequente nas bermas de caminhos, margens de rios e bosques de toda a Europa. Em Portugal é cultivado, surgindo também espontâneo. Encontra-se difundido pelas zonas temperadas e frias do continente americano. Descrição: Arbusto de 2 a 4 m de altura, da família das Caprífoliáceas, com folhas caducas, grandes, compostas de 5 ou 7 folíolos lanceolados e de bordo dentado. As flores são esbranquiçadas e crescem em umbelas. Os frutos são umas pequenas bagas negras ou violáceasPartes utilizadas: as flores, os frutos e a entrecasca do tronco e dos ramos (liber).

O

Preparação e emprego USO INTERNO

O Inlusão de flores: 20-30 g por litro de água. Ingerem-se por dia 3 a 5 chávenas quentes. O Infusão de folhas: 10-15 g por litro de água de que se tomam 3-5 chávenas diárias.

nhecido como xarope de sabugueiro (ver o quadro informativo da página seguinte. USO EXTERNO

€> Decocção: 70-100 g de entrecasca (líber) por litro de água, da qual se tomam 3 chávenas por dia.

© Compressas empapadas numa infusão concentrada (50-60 g por litro). © Lavagens da zona da pele afectada ou dos olhos, com a infusão concentrada.

O Os frutos comem-se frescos, ou então em forma de um extracto co-

O Bochechos e gargarejos com esta mesma infusão.

767

Precauções

Não comer grandes quantidades de bagas (frutos) de sabugueiro, pois podem provocar náuseas e ftitolerância digestiva.

o

Xarope de sabugueiro

Prepara-se com uma parte de sumo de frutos e duas de mel. Ferve-se tudo até que atinja a consistência de xarope. Tomam-sede3a6colheradas diárias deste delicioso xarope.

réticas, depurativas e anti-inflamatórias. Pelo seu conteúdo em inucilagem, também exercem uma acção laxante suave.

rampo, rubéola e escarlatina, com a sudação provocada pelo sabugueiro eliminam-se substâncias residuais (toxinas), e desce a febre IOI.

As FLORES de sabugueiro são um dos sudoríficos e depurativos mais eficazes que se conhecem, e são recomendadas em todos os estados febris, especialmente: • Catarros, constipações e gripes, para provocar uma sudação abundante e uma acção depurativa e descongestionante. Também acalmam a tosse (Oí.

• Afecções da garganta: Em bochechos e gargarejos, a infusão de flores é muito recomendável nos casos de faringite, estomatite e amigdalite IOI. • Afecções cutâneas: Em caso de furúnculos, eczemas, acne e outras dermatoses, dão muito bons resultados as compressas e as lavagens com a infusão de flores de sabugueiro 10,01.

• Doenças eruptivas infantis: No sa768

• Conjuntivites: Aplicain-se compressas sobre os olhos e/ou lavagens ocu-

lares com a infusão de flores de sabugueiro 10.01. As FOLHAS do sabugueiro possuem propriedades semelhantes às das flores, embora a sua infusão se torne menos agradável devido ao seu forte cheiro 101. O LÍBER, ou entrecasca do tronco e dos ramos (a camada que fica depois de raspados superficialmente), é purgante e diurética. Usa-se desde há muito tempo contra os edemas, a hidropisia (retenção de líquidos em todo o corpo) e a ascite ou barriga de água (acumulação de liquido na cavidade abdominal) 101. As BAGAS de sabugueiro contêm ácidos orgânicos, açúcares, vitamina C e um glicósido cianogenélico (sambunigrina), de toxicidade discutida, embora se tenha a certeza de que, em quantidades moderadas, são inofensivas. Por tudo isto desenvolvem uma acção tonificante e laxante IO).

ThymuswlgarisL

|Ç)|

L, M M *]

j J£ '

Tomilho Poderoso anti-séptico e estimulante natural

O

AGRADÁVEL aroma do tomilho já chamou a atenção dos antigos Egípcios, que o utilizavam na preparação dos unguentos de embalsamar. Sabemos hoje que ;i sua capacidade para impedir a putref acção e a proliferação bacteriana se deve ao seu conteúdo em úmol e carvacrol, dois poderosos anti-séplicos. Curiosamente, três mil anos depois, como prova do seu poder antimicrobiano, continua a ser empregado por embalsamadores e taxidermistas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con-

tém 1 %-2% de essência rica nos isómeros timol e carvacrol, além de outros monoterpenos como o p-cimeno, borneol e geraniol. A esta essência deve o tomilho a maior parte das suas propriedades. Contém ainda flavonóides e ácidos fenólicos que contribuem para potenciar as propriedades da essência.

Outros nomes: tomiího-ord/nárío, tomilho-vulgar, arçã, arçanria, cheiros. Brasil: poejo, segurelha. Esp.: tomillo, tomillo común, tomillo vulgar, tomillo fino, tomillo salsero, carrasquilla, estremocillo, tremoncillo, senserina. Fr.: thym. Ing: [garden] thyme. Habitat: Originário dos países mediterrâneos, mais frequente nos da parte ocidental Prefere os terrenos calcários ou argilosos em regiões montanhosas, expostas ao sol ou áridas. Encontra-se naturalizado em regiões temperadas do continente americano. Descrição: Pequeno arbusto de até 30 cm de altura, da família das Labiadas, com caules lenhosos tortuosos e muito ramificados. As folhas são muito pequenas, ovaladas, com os bordos virados para baixo, e de cor mais clara pela face interior. As flores são pequenas, terminais, de cor rosada ou branca, com o lábio superior dividido em 3 dentes superficiais, e o inferior em 2 profundos. Partes utilizadas: as sumidades floridas (folhas e flores).

£P

Preparação e emprego

USO INTERNO

O Infusão: 20-30 g de sumidades floridas por litro de água. Tomam-se até 5 chávenas diárias. Concentrada (50-60 g por litro), adquire um efeito estimulante semelhante ao do café ou do chá, mas sem os seus inconvenientes. © Essência: Ver o quadro informativo da página 771.

OH

QH

CH3

FórmuJa química do timoJ, principal constituinte da essência de tomilho.

USO EXTERNO © Bochechos e gargarejos com uma decocçao de 100-120 g de sumidades por litro de água, que se deixa ferver até que fique reduzida a metade.

O Banhos de vapor e inalações com a essência. © Lavagens e compressas com a decocçao indicada. ©Loções e fricções com a decocçao indicada ou com a essência. © Banhos: Infusão com 300-500 g de tomilho em 2-3 litros de água, que se acrescenta à água do banho. © Cataplasmas: Envolver folhas e flores de tomilho desprovidas dos ramos, num pano de algodão. Aquecer o pano com o tomilho com um ferro de engomar ou sobre um aquecedor, e aplicá-lo sobre a zona dorida.

769

O t o m i l h o , como podemos ver nesta mesma página e na seguinte, é uma planta com numerosas e bem comprovadas virtudes medicinais. Em forma de cataplasmas quentes, alivia as dores das cistites e as cólicas renais.

O uso do tomilho é apropriado nos seguintes casos: • Anti-séptico (desinfectante): A essência (W tomilho tem um poder anti-séptico superior ao do fenole da água oxigenada. No século XIX e primeira melado do século XX. quando ainda não se conheciam os antibióticos, o tomilho era considerado o "desinfectante dos pobres". Actualmente está bem comprovada a acção bactericida da essência de tomilho sobre os bacilos tífico, diftérico, tuberculoso (bacilo 770

de Koch), e sobre os meningococos (causadores da meningite), os pneumococos e os estafilococos. A sua acção anii-séptica locali/.a-sc sobre os aparelhos digestivo, respiratório e o geniturinário, e especialmente sobre as mucosas da boca e garganta, assim como as dos órgãos genitais. A sua acção antimicrobiana c reforçada pela capacidade que apresenta de estimular o fenómeno da leu-

cocitose (aumento dos glóbulos brancos no sangue), tal como foi possível demonstrar experimentalmente. Ao contrário dos antibióticos, que deprimem o sistema imunitário (defesas), o tomilho estimula-o, favorecendo a actividade dos leucócitos (glóbulos brancos). O uso do tomilho é portanto indicado em todas as doenças infecciosas, em especial as de origem bacteriana que afectam os órgãos digestivos, respiratórios e geniturinários.

Esta planta nunca deveria faltar em nenhuma farmácia doméstica, nem na despensa, como condimento e para a preparação de deliciosas sopas de tomi/ho.

• Sistema nervoso: Tonificante geral tio organismo: estimula as faculdades intelectuais e a agilidade mental, mas sem os efeitos secundários do cale ou do chá, os quais substitui com vantagem. Convém tanto nos casos de esgotamento físico (astenia, debilidade, hipotensão) como psíquico (perda de memória, ansiedade, insónia, depressão, irritabilidade nervosa) IO.©). • Aparelho digestivo: Antiespasmódico, eupéptico (tonificante da digestão) e carminativo (impede as 11atulências e :i formação de gases). Abre o apetite, favorece a digestão e combate as putrefacções intestinais por desequilíbrio na flora do cólon. Indicado em gastrentei iles e colites provocadas por bactérias do género Salmonella, responsáveis de numerosas infecções por alimentos em mau estado, especialmente durante o Verão IO.01. •Vermífugo (expulsa os vermes intestinais): Particularmente activo sobre as lenias. Também é insecticida de pulgas e piolhos 10.©). •Afecções bucais e faríngeas: Utilizado em bochechos combate as aftas, a piorreia e a estomalite (irritação ou inflamação da mucosa bucal). Em gargarejos toma-se muito eficaz no tratamento das faringites e amigdalites 161. • Aparelho respiratório: Expectorante, antitússico e balsâmico, o que, somado ao seu podei anti-séptico, o torna muito útil em sinusites, laringiles. catarros brônquicos e bronquites, asma, tosse espasmódica e tosse convulsa. Nestes casos, recomenda-se tomar a sua infusão IO) ou essência 101. além de fazer banhos de vapor e inalações IO), como se descrevem no

quadro junto. Recomenda-se o seu uso durante as epidemias de gripe, quer em infusão quer na tradicional sopa de tomilho, quer ainda a polvilhar as saladas. • Aparelho geniturinário: Pelas suas propriedades diuréticas e anti-sépticas, torna-se indicado nas infecções urinárias (cistites e glomerulonefrites) IO.0I.

várfrS' vtfOte' oferece uma acção favorável em caso de infecções nos órgãos genitais externos devidas a higiene deficiente, diabetes ou outras causas, lauto femininas (vaginite e vulvile com ou sem leucorreia) como masculinas (balanite e postiie, infecção da glande e do prepúcio) 101.

Aplicado em cataplasmas quentes, alivia as cólicas renais e as da cistite. • Anti-reumático: Aplicado externamente em fricções, banhos e cataplasmas, acalma as dores reumáticas provocadas pelo artritismo e pela gota I©.©.©). Ingerido por via orn/IO.01. o tomilho é também diurético e sudorífico, pelo que exerce uma acção depurativa, eliminando do sangue o excesso de resíduos ácidos do metabo-

lismo, causadores do artritismo e da gota. Km aplicação externa, o tomilho alivia igualmente as dores provocadas por: torcicolo, lumbalgias. ciática, artrose, etc. 10.0 ©I • Infecções da pele: Km lavagens e compressas, aplica-sc sobre feridas infectadas ou de lenta cicatrização, chagas, úlceras vaiicosas. frieiras, furúnculos, abcessos, dermatite, etc. 101. Pela sua acção antiparasitária. é muito útil em caso de sarna e de infestação por piolhos ou por pulgas • Estimulante capilar: .Aplicado em loção ou fricção sobre o couro cabeludo, fortalece o cabelo e previne a sua queda 101.

Essência de tomilho

• Ingerida por via oral, não exceder a dose de 2 ou 3 gotas, 3 vezes ao dia. Em dose excessiva pode provocar irritabilidade nervosa e descoordenação motora. Estes fenómenos apresentam-se com o uso da essência, e muito raramente com a planta em estado natural. • Localmente, apiica-se em banhos de vapor e inalações (2 ou 3 gotas em meio litro de água quente), em fricções sobre a parte dorida, ou em lavagens sobre a zona da pele afectada. É um tanto irritante para a pele, pelo que é necessário diluf-la. Tenha-se em conta que o seu poder anti-séptico se manifesta mesmo em diluições superiores a 1:3000 (aproximadamente 6 gotas em 1 litro de água). • Os banhos de vapor fazem-se deitando 3 ou 4 gotas de essência de tomilho em meio litro de água em ponto de ebulição. Respirar os vapores durante 5 minutos, 3 ou 4 vezes por dia. • As inalações consistem em respirar a essência, após se terem colocado 2 ou 3 gotas sobre as costas da mão ou sobre um lenço.

Aplicado externamente em lavagens. 771

Tropaeolum majusl.

*J U 9J Preparação e emprego

Chagas Antibiótico natural de provada eficácia

A

S CHAGAS, ou a chagueira, planta originária do Peru, é, juntamente com a batata, o tomate e o milho, um dos valiosos presentes do continente americano ao continente europeu. Aqueles conquistadores espanhóis, assombrados por verem diante dos seus olhos tantas espécies que desconheciam -plantas, aves, insectos—, é bem possível que a chagueira lhes tenham chamado a atenção como simples planta ornamental. E foi com esta intenção que a trouxeram para o velho mundo. No entanto, logo se evidenciaram as suas notáveis propriedades medicinais. Segundo parece, foi Francisco Hernández o primeiro a escrever sobre as virtudes desta planta, na sua obra Historia de las plantas de México, publicada em 1615.

Foi há alguns anos já que a investigação farmacêutica confirmou, por meio de análises químicas e provas de laboratório, que as propriedades medicinais atribuídas a esta planta tinham sólido fundamento. Tanto nas suas folhas como nas flores e nos frutos, encontra-se uma substância com acção antimicrobiana, que actua como um verdadeiro antibiótico bacteriostático, impedindo a reprodução de numerosos microrganismos patogénicos (Bacillus subtilis, Bacillus coli, enterobactérias do género Salmo7ie.Ua, estafilococos, pneumococos, e t c ) . Quantas boas surpresas como esta nos farão muitas outras plantas humildes, quando forem analisadas e estudadas a fundo? 772

USO INTERNO

O Salada (como tonificante e aperitivo): Usam-se as flores e as folhas bem tenras. Combina muito bem com a alface. €) Infusão ou decocção: (Prepara-se com 30 g de flores, folhas e frutos por cada litro de água. Bebe-se uma chávena de quatro em quatro horas. USO EXTERNO

© Banho de assento: Um punhado de flores ou de frutos por cada litro de água. O banho tem de ser quente. O Loções: Triturar dois punhados (cerca de 100 g) de folhas, flores e sementes frescas de chagueira. Deixam-se macerar, em meio litro de álcool de 96 graus, durante duas semanas. Pode-se acrescentar à maceração 10 folhas de urtiga, 5 folhinhas de buxo e uma colherada de alecrim. Filtra-se e, com o líquido obtido, esfrega-se energicamente o couro cabeludo.

Outros nomes: chagueira, capuchinhas, mastruço-do-peru, flor-de-pavão, flor-do•paraiso. Esp.: capuchina, espuela degalán, cachaço de muladar, jacinto, mastuerzo de índias. Fr.: capucine. Ing.: nasturtium. Habitat: Vulgar nas regiões temperadas da maior parte da América e da Europa. Cultiva-se como planta ornamental em vasos e jardins. Descrição: Planta herbácea anual, da família das Tropeoláceas, que costuma crescer como trepadeira. Folhas arredondadas, com cinco lóbulos. Flores muito vistosas, de cor alaranjada ou vermelha, com cinco pétalas. Partes utilizadas: as folhas, as flores e os frutos.

crónicas. O doutor I.eclerc. distinto médico fitoterapeuta francês, afirma que, com o uso flesta planta, a expectoração do bronquítico se fluidifica, e de mucopurulenta passa a ser simplesmente mucosa» (acção raucolítica). Também se torna útil em gripes e constipações, devido a que o seu princípio activo de acção antibiótica impregna todo o aparelho respiratório, descongestionando os brônquios e acalmando a tosse IO,01. • Infecções das vias urinárias: piclonefiite (da pelve renal e do rim), e cistite (da bexiga) (O.0I.O doutor Schneider refere experiências que mostram que, nove horas depois de se ter ingerido uma salada de chagas, ainda se detecta na urina o seu princípio activo de acção antibiótica. As chagas tèm provado ser uma das plantas antibióticas mais eficazes no tratamento das infecções dos aparelhos respiratório e urinário. Esta planta é, além disso, o componente indispensável de diversos preparados e champôs revitalízantes do cabelo.

Os antibióticos são substâncias produzidas por certos seres vivos, para destruir ou impedir o crescimento de outros seres vivos. A imensa maioria dos antibióticos que se usam em terapêutica são produzidos por fungos ou bactérias. As chagas são tona das poucas plantas superiores conhecidas, capazes de produzir uma substância natural de acção antibiótica, que apresenta, além disso, as seguintes vantagens sobre os antibióticos convencionais: •/ Não destrói a flora bacteriana que normalmente existe no tubo digestivo. Com esta planta, não aparece diarreia nem desarranjo intestinal, sintomas frequentes quando se tomam outros antibióticos por via oral. •/ Não provoca sensibilizações nem reacções alérgicas, tão frequentes com o uso de outros antibióticos. / De aplicação fácil e cómoda; Não precisa de ser injectada por meio de agulha, nem aplicada na forma de um incómodo supositório. Pode comer-se

como uma apetitosa verdura, em salada, que ainda por cima tem um agradável sabor que lembra o da mostarda. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES:

Todas

as partes da planta contêm um glieósido sulfurado, a glicotropeolina, que, pela acção da mirosina, uma enzima contida na mesma planta e que se liberta quando esta é partida ou triturada, produz, entre outras substâncias, um óleo essencial sulfuroso de potente acção antibiótica. Depois de ter sido ingerida a planta, este óleo essencial passa para o sangue e é eliminado através das vias respiratórias e urinárias. Nestes órgãos, atinge uma maior concentração e desenvolve o seu efeito antimicrobiano, impedindo o crescimento e a multiplicação das bactérias. Isto determina que as duas indicações mais importantes para o uso das chagas sejam: • Infecções das vias respiratórias: sinusite, rinite, faringite, e especialmente bronquite, tanto agudas como

Além das suas propriedades antibióticas, a planta possui mais as seguintes: • Favorece as funções da pele, devido ao seu elevado conteúdo de enxofre. Aplicada localmente, tem um efeito cicatrizante sobre as feridas e úlceras. Regenera e devolve o aspecto saudável à pele seca; mas sobretudo estimula o bulbo piloso (a raiz do pêlo), revitalizando o cabelo e inclusivamente fazendo-o crescer. Por isso a chagueira é uma das plantas que mais se usam nos tratamentos contra a calvície. Rccomenda-se que, para que o seu efeito seja mais intenso, se rape a cabeça antes de fazer a aplicação da planta IO). • Tonificante e revigorixante: Talvez pelo seu elevado conteúdo em vitamina C (285 mg por cada 100 g de folhas frescas, enquanto, por exemplo, o limão tem 50 mg por 100 g de polpa) IO.0I. • Reguladora menstrual: Segundo Mességué, os banhos de assento com flores ou frutos da chagueira regulam e normalizam as regras {©}. • Afrodisíaca: Além do mais, parece que, com certo fundamento, se lhe atribuem efeitos afrodisíacos 10,01. Um dos seus nomes vulgares é llor-do-paraíso, e há mesmo quem lhe chame (em espanhol) "llordeamor". Tire a prova! 773

PLANTAS PARA OUTRAS DOENÇAS SUMÁRIO DO CAPÍTULO DOENÇAS E APLICAÇÕES Alcoolismo Alergias Cancro Intoxicação Mordedura de répteis Pediculose Picada de insectos Piolhos, f/irada, vir Pediculose Queimaduras Répteis, m orded u ra, ver Mordedura de répteis Tabagismo

As queimaduras, as picadas de insectos e as mordeduras de certos répteis, podem ser tratadas com plantas medicinais.

J 776 777 777 775 776 777 776 777 775 776 776

M

ULTIPLAS doenças e transtornos podem ser tratados ou aliviados com o uso das plantas medicinais. O seu número vai aumentando à medida que se investigam as propriedades das plantas conhecidas, e que se descobrem outras ainda desconhecidas. Temos seguido, nesta obra. por critérios didácticos, uma ordem anatómica para a classificação das plantas. Todavia existem doenças que não afectam um único órgão ou parte do corpo em particular, mas se repercutem sobre o conjunto do organismo. Assim acontece, por exemplo, no caso das toxicomanias, das alergias ou do cancro, que incluímos no presente capítulo. As toxicomanias constituem uma das doenças -pelos menos assim se devem considerar- mais nocivas do nosso tempo. Curiosamente, a maior parte delas são causadas por substâncias extraídas das plantas, ainda que processadas quimicamente em

774

laboratórios e estabelecimentos industriais. E interessante o facto de que a dependência dessas substâncias procedentes de plantas, como a cocaína ou a heroína, possa ser curada ou aliviada também com outras plantas. Todas aquelas que são recomendadas para o nervosismo c a ansiedade (ver pág. 1 10) são muito úteis no tratamento da toxicodependência, combinadas com outros remédios físicos e psicológicos. As toxicodependências socialmente admitidas, como o alcoolismo e o tabagismo. também beneficiam dos tratamentos fitoterápicos, mas só são realmente eficazes quando se deixe de fumar ou de beber e se adopte um estilo de vida saudável. As plantas, inclusive as medicinais-assim como os alimentos- podem causar alergias. No entanto também podem contribuir para o tratamento, e sobretudo para a prevenção das doenças alérgicas, como se expõe na página 777. O tratamento do cancro é um dos grandes reptos da medicina. \i aqui, de novo, encontramos as plantas. O Instituto Nacional do Cancro dos Kstados Unidos (ver pág. 405) vem analisando, há várias décadas, com o máximo rigor científico, todas as plantas do planeta, à procura de substâncias anticancerosas. Já foi possível identificar vários princípios activos atuicancerosos. Por outro lado, está demonstrado que o uso habitual de cenas plantas, medicinais e / o u alimentares, é capa/ de prevenir o cancro. Caro leitor, podemos assegurar que há plantas medicinais para todas as doenças, quer para curá-las quer para preveni-las ou simplesmente aliviá-las.

A SAUOÍ n u s n.Mtm NIDICINAIS 2 * Parte:

X

D e s c r i ç ã o

Uso

Doença

Planta

QUEIMADURAS

TíUA

169 Anti-inflamatória e suavizante da pele

Compressas com a infusão de flores

i\. m-nm* OUVEIBA

i ã o Suavizante, cura queimaduras M 239 e u | c e r a s da pe5e

Loção com o óleo dos frutos (azeite)

São as lesões produzidas pela acção do calor sobre os tecidos. Nas queimaduras do primeiro grau produz-se enrubescimento da pele; nas do segundo, empolas; e nas do terceiro, escaras por necrose e destruição dos tecidos. As plantas medicinais aplicam-se nas queimaduras do primeiro ou do segundo grau, para proteger a pele e favorecer a sua cicatrização. Os extractos de aloés (pág. 694) e de tepezcohuite (pág. 724) são excelentes cicatrizantes, com os quais se conseguem resultados estéticos muito satisfatórios. 0 seu uso está a ser introduzido nos serviços hospitalares de cirurgia plástica, para o tratamento de queimadu ras graves. Oliveira

INTOXICAÇÃO

Estas plantas medicinais são úteis porque provocam o vómito (acção emética), retêm as substâncias tóxicas nas suas partículas (acção absorvente) ou neutralizam os venenos (antídotos, acção antitòxica)

Ipecacuanha

Compressas com a decocçáo de folhas, pensos de folhas escaldadas

T,UflU.,.u

3,c

Cicatrizante, anti-inflamatório,

IANCHAGEM

dZO

anti -séptÍCO

ZARAGATOA

515 Protege e desinflama a pele

Cataplasmas com a maceração de sementes

RICINO

531

Loções com o óleo das sementes

«.«»,„• u» MARAV.LHA

COR Suaviza e hidrata a pele. 626 M u i t o u l l | em queimaduras

ALOÉS

694

URVJCU

700

/»...„„, „-«..

-70-3 Emoliente e cicatrizante,

u

CINOGLOSSA

703

Emoliente, cicatrizante

Óleo ou pomada elaborados com as flores

Cicatrizante, não deixa cicatri2 Muito eficaz em qualquer tipo de queimaduras

Compressas ou loções com o sumo de aloés

Cicatrizante emoliente e anti-inflamatorio

Lavagens e compressas com a infusão de folhas, cataplasmas de pó de sementes

contéma

|antoina

u,m-™«*«

71 A Modera a reacção inflamatória,

HIPERICAO

714

AÇUCENA

716 Emoliente, cicatrizante, anti-séptica

Co N SOLDA-

732

•MAIOR

A intoxicação ou envenenamento por substâncias químicas, medicamentos, plantas ou alimentos em mau estado, requer em muitos casos tratamento hospitalar. Na página 108 dão-se mais indicações.

Pág. Acção

estimu|aaepite|jzaçã0

Cicatrizante muito eficaz, rico em alantoína

Cataplasmas com folhas esmagadas, compressas com o sumo fresco Loções com o óleo de hipericão Loções com o óleo obtido por maceração das pétalas Compressas com a infusão de raiz, cataplasmas com a raiz fresca esmagada

OLIVEIRA

excepto nas intoxicações 239 Antídoto, por fósforo

VIOLETA

344

Emética (provoca o vómito). Útil em caso de intoxicação

Decocção de raiz

ASARO

432

Emético. Útil para provocar o vómito em caso de intoxicação

Infusão com as folhas ou a raiz fresca

IPECACUANHA

438

Provoca facilmente o vómito, esvazia o estômago

Pó de raiz, xarope

FAIA

502 Adsorvente, antídoto universal

SASSAFRÁS

678

Antídoto para intoxicações causadas por metais pesados e por certas plantas

Infusão da casca, essência

EOUINÀCEA

755

Antitòxica, estimula os processos de desintoxicação

Decocção de raiz, preparados farmacêuticos

CHOUPO-NEGRO

760 Adsorvente, antídoto universal

Óleo dos frutos (azeite)

O carvão da madeira

O carvão da madeira

775

C a p . 2 9 : P L A N T A S PARA OUTSAS DOENÇAS

Doença

Planta

ALCOOLISMO

PASSIFLORA

167 de abstinência

RABANETE E RÁBANO

393 desintoxicam e descongestionam o fígado

O tratamento do alcoolismo é muito longo e complexo. Estas plantas, assim como as recomendadas para o nervosismo e a ansiedade (pág. 141), podem ajudar muito a quem tenha abandonado o hábito da bebida.

CARDO-DE-

Ê o conjunto de doenças e transtornos que se produzem no fumador habitual. Estas plantas serão realmente úteis unicamente se a pessoa tiver deixado definitivamente de fumar. Para isso terá de seguir um tratamento médico e psicológico completo, como o Plano de Cinco Dias para Deixar de Fumar. Uma vez deixado o hábito de fumar, estas plantas facilitam e consolidam a r e g e n e , ração dos tecidos lesionados pela acção do tabaco.

Sedante, ajuda a suportar o síndroma

Aumentam a produção de bílis,

Regenera as células hepáticas,

Uso Infusão de flores e folhas A raiz crua em salada ou em sumo

395 desintoxica o fígado

Infusão ou decocção de frutos

UENOURA

, no Acelera a eliminação da nicotina, I J O r e g e n e r a a s mucosas respiratórias

Crua ou em sumo

ALHO

230

Desintoxicante, favorece a eliminação da mucosidade retida, tira o desejo de fumar

Cru, extractos, decocção de dentes de alho

ALCAÇUS

308

Ajuda a vencer o desejo de fumar, regenera as mucosas respiratórias depois de suprimido o tabaco

Raiz chupada, extractos

Combate os efeitos negativos do tabaco sobre as vias respiratórias depois de se ter deixado de fumar

Decocção da planta

Limpa as secreções acumuladas nos brônquios. Útil nas curas de desintoxicação do tabaco

Infusão da planta seca

-SANTA-MARtA

TABAGISMO

Pág. Acção

r

PULMONARIA

331

TUSSILAGEM

341

RABANETE E RÁBANO

393 curas de desintoxicação do tabaco

ANIS-VERDE

465

SILVA

Expectorantes, antibióticos. Úteis nas

CAI

SALVA

638

SASSAFRAS

678

TANCHAGEM

325

A raiz crua em salada ou em sumo

Actua como antídoto da nicotina e dos alcatrões do tabaco, limpa os brônquios, elimina o desejo de fumar

Infusão de frutos, essência

Diminui o desejo de fumar, cria aversão ao tabaco

Brotos tenros chupados e mastigados

Favorece a higiene bucal, acalma o ardor da garganta e a tosse

Bochechos e gargarejos com a decocção de folhas

Desintoxicante, antídoto da nicotina. Útil no tratamento da intoxicação pelo tabaco

Infusão de casca, essência

MORDEDURA DE RÉPTEIS No caso de serpentes venenosas, esta planta usa-se como complemento do tratamento de urgência, que consiste na excisão da ferida e/ou torniquete, além do soro antiofidico, no caso de se dispor dele.

PICADA DE INSECTOS Produz uma reacção inflamatória de tipo histamínico, que pode ser aliviada com as aplicações locais destas plantas. As picadas podem infectar-se secundariamente, pelo que são muito recomendáveis as plantas que, além disso, têm acção anti-séptica.

Cicatrizante, anti-inflamatória, protege contra os efeitos do veneno

n, ««Mn «LFAZfcMA

ifii loi

TANCHAGEM

325

Anti-séptica, cicatrizante, d e s i n f | a m a a s p j c a d a s de insectos Cicatrizante, anti-inflamatória, anti-séptica,

protege contra os efeitos do veneno SALSA

DOCE-AMARGA EQUINÁCEA

776

anti-séptica,

583

Alivia as picadas de insectos

728 Alivia a dor da picada 755

Desintoxica e neutraliza os venenos

As folhas esfregadas directamente sobre a pele, cataplasma com folhas fervidas e esmagadas

Lavagens e compressas com a infusão da planta As folhas esfregadas directamente sobre a pele, cataplasmas com folhas fervidas e esmagadas Cataplasmas com a planta esmagada, loções com o sumo fresco As bagas frescas esfregadas directamente sobre a pele afectada Decocção de raiz, preparados farmacêuticos, compressas ou loções com a decocção de raiz

A SAUDÍ PELAS PLANTAS MEDICINAIS 2" P a r t e :

Doença

Planta

Pág. Acção

D e s c r j ç ;i o

Uso

PEDICULOSE É uma doença parasitária produzida pelo pequeno insecto Pediculos capitis, conhecido vulgarmente como piolho. Manifesta-se por comichão e erupção cutânea Estas plantas combatem os parasitas da pele e tornam-se muito úteis como alternativa aos parasiticidas químicos.

ENULA

313 Vulnerária, destrói os parasitas da pele

Compressas com a decocção de raiz

POEJO

461 Insecticida, afugenta as traças

Fricções com a infusão ou com a essência

EVÓNIMO

707

FITOLACA

722 Elimina os fungos e parasitas da pele

ONAGRA

237

Regula a resposta imunitária, especialmente útil na alergia respiratória e cutânea (eczema, dermatite atópica)

Cápsulas ou comprimidos do óleo das sementes

ÉFEDRA

303

Broncodilatadora (recomendada nas crises asmáticas), trava as reacções alérgicas

Extractos dos caules sob a forma de diversos preparados farmacêuticos

ENULA

313 Útil nas alergias respiratórias

CAMOMILA

364 previne o seu aparecimento

FUMARIA

389

Aumenta a produção de bílis, anti-bistaminica, antialérgica, desintoxicante

Infusão, sumo da planta fresca, extracto seco

AMOR-PERFEITO-BRAVO

735

Cicatrizante, anti-inflamatório, "limpa o sangue" de toxinas. Recomendado nas alergias da pele

Loções e lavagens com a infusão da planta seca, a mesma infusão por via oral

CENOURA

133

Fornece caroteno (provitamina A), agente antioxidante que previne o desenvolvimento do cancro

A raiz crua, cozida ou em sumo

ALHO

230

Preventivo dos tumores malignos, especialmente do aparelho digestivo

Cru, extractos, decocção de folhas secas

246

Destrói as células tumorais (em estudo), estimula a imunidade celular

Infusão ou maceração de folhas secas

CEBOLA

294

Preventiva do cancro intestinal, regula a flora do intestino e trava os processos de putrefacção

Crua, em sumo fresco, cozida ou assada

COUVE

433

Preventiva do cancro, possivelmente em relação com o seu conteúdo em caroteno (provitamina A)

Sumo da planta fresca

EQUINÁCEA

755

Previne os tumores malignos, aumenta os leucócitos. Útil na radioterapia e quimioterapia

Decocção da raiz, preparados farmacêuticos

ALERGIAS O tratamento da alergia requer, em primeiro lugar, que se descubra o factor causal que a desencadeia; e, em segundo lugar, travar a reacção alérgica do organismo. O uso destas plantas, juntamente com um estilo de vida saudável, em que se siga uma alimentação o mais vegetal e crua possível (os produtos lácteos e seus derivados favorecem as reacções alérgicas), pode ser um bom complemento +*fc do tratamento dessenFumaria sibilizador especifico.

CANCRO Existem plantas que produzem substâncias antimilóticas, capazes de deter o crescimento dos tumores malignos. Por exemplo, as plantas que se usam externamente contra as verrugas (pág. 683), o visco-branco ou o tei4Êk xo (pág. 336). Contudo, ' Z ^ v k muitas destas substâncias A | / » v encontram-se ainda na fase de investigação. 0 uso habitual destas plantas exerce uma provada acção preventiva do cancro. São muito indicadas para aqueles que já tenham sofrido ou que tenham tendência para sofrer desta doença, devido a factores constitucionais ou hereditários.

r

Equinacea

VISCO-BRANCO

' n s e c ti c 'da, combate os parasitas da pele

Antiespasmódica, antialérgica.

Modera as reacções alérgicas,

Lavagens com a decocção de frutos, fricções com os frutos aplicados directamente sobre a pele

Compressas com a decocção de raiz

Decocção, pó ou extracto de raiz, essência Infusão de capítulos florais

777

GLOSSÁRIO

GLOSSÁRIO de fitoterapia e termos biomédicos usados neste livro Ver também o "índice geral alfabético" na página 794.

Absorvente: Que produz absorção, isto é, que atrai e retém líquidos, fixando-os entre as suas próprias moléculas. adsorvente: Que produz adsorção, isto é, que retém líquidos, substâncias em dissolução ou gases, de um modo que estes se fixam sobre a sua superfície.

antiespasmódico: Que impede os espasmos dos órgãos ocos, como o estômago, a vesícula biliar ou a bexiga, evitando assim as cólicas. anti-helmintico: Que destrói e expulsa os parasitas intestinais. Ver também 'vermífugo'.

adstringente: Que seca e constrmge a pele e as 'mucosas' (ver). Os produtos adstringentes por 'via oral' tèm efeito 'antidiarreico' e também costumam ser 'anti-hemorrágicos' (ver).

anti-hemorrágico: Ver 'hemostático'.

afrodisíaco: Que aumenta o desejo e a capacidade sexual. O contrário é 'anafrodisíaco' (ver). alcalinizante: Que provoca uma alcalinização dos fluidos orgânicos, especialmente do sangue e da urina. alimentar: Referente à alimentação. Não se deve confundir com 'alimentício' (ver). alimentício: Que tem alimento ou que alimenta. É sinónimo de 'nutritivo' (ver). amargos: Utiliza-se normalmente no plural quando se refere às substâncias amargas contidas nalgumas plantas, e que são em geral de natureza glicosídica {Ver "Glicósidos", pág. 85). anafrodisíaco: Que diminui o desejo e, nalguns casos, a capacidade sexual. É o oposto a 'afrodisíaco' (ver). analéptico: Que estimula a função do coração e do aparelho respiratório. Ver também 'estimulante', 'tonificante'. analgésico: Que acalma a dor. Ver também 'anestésico', 'sedante'. anestésico: Que produz insensibilidade à dor. anorexia: Falta de apetite, inapetência. _ nervosa: Doença psicossomática grave, na qual a pessoa afectada perde o apetite ao ponto de pôr em perigo a sua própria vida. Muitas vezes, quando se tala de 'anorexia*, está-se efectivamente a aludir a 'anorexia nervosa'.

anti-inflamatório: Que reduz a reacção inflamatória, caracterizada pelos quatro sinais clássicos: dor, rubor, calor e tumor. Ver também 'emoliente'. antilactagogo: Que reduz ou faz parar a secreção de leite nas mulheres lactantes. É o oposto a 'galactagogo' (ver). antimitótico: Que impede a mitose, isto é, a divisão (reprodução) das células. As plantas com propriedades antimitóticas impedem a reprodução das células cancerosas. antipirético: Ver 'febrífugo'. anti-reumático: Que tem uma acção preventiva, curativa ou paliativa sobre as doenças reumáticas. anti-séptico: Que impede o desenvolvimento ou destrói os germes (microrganismos nocivos) localizados na pele ou nas mucosas. Difere dos antibióticos na medida em que actua sobre a superfície da pele e das mucosas sem penetrar no interior dos tecidos. Ver 'microrganismo'. anti-sudorifico: Que diminui a secreção de suor. É o oposto a 'sudorífico (ver). antitérmico: Ver'febrífugo'. antitússico: Que acalma a tosse. Quando a tosse é produtiva (arrancando mucosidade ou expectoração), não se deve suprimir, por se tratar de um mecanismo defensivo. Ver também 'béquico', 'peitoral'. antivírico: Que impede o desenvolvimento dos vírus.

anprexigénio: Que produz anorexia, isto é, que acalma o apetite. É o oposto a 'aperitivo' (ver).

aperitivo: Que estimula o apetite aumentando a actividade dos órgãos digetivos. O contrário é 'anorexigénio' (ver).

ansiolitico: Que acalma a ansiedade. Para combater a ansiedade usam-se os 'sedativos' (ver).

aplicação local: Diz-se dos tratamentos em 'uso externo' (ver) que abrangem unicamente uma zona restrita da pele, por oposição a uma aplicação geral.

antianémico: Produto ou substância que combate a anemia aumentando a produção de hematias (glóbulos vermelhos), pelo seu conteúdo em ferro, assim como outros sais minerais, oligoelementos e vitaminas. Ver também 'remineralizante'. antiasmático: Que combate a asma. Ver também 'broncodilatador', 'peitoral'. antibiótico: Substância microbicida, isto é, que destrói os micróbios, a qual é produzida por outros seres vivos, geralmente vegetais inferiores (bactérias ou fungos). Ver também a página 87. antidiabético: Ver 'hipoglicemiante'. antidiarreico: Que detém as diarreias. É o oposto a laxante' (ver). antiemético: Que detém os vómitos. É o oposto a 'emético' (ver). antiescorbútico: Que combate o escorbuto' (ver) pelo seu conteúdo em vitaminas, especialmente a C.

778

apresentação: Nalguns casos, utiliza-se como sinónimo de 'preparado' (ver). aromaterapia: Tratamento das doenças por meio de essências (óleos essenciais). Ver também as páginas 94-97. aromático: Que contém óleos essenciais (essências) de grande intensidade odorifica. Os componentes aromáticos das plantas costumam ser 'tonificantes', e também costumam apresentar propriedades 'digestivas' (ver). Ver também 'aromaterapia'. artificial: Que não provêm directamente da natureza e, portanto, foi elaborado pelo homem por análise ou síntese de produtos naturais na sua origem. Ver 'natural', 'sintético'. astenia: Falta ou perda da força e da energia. primaveril: Aquela que costuma aparecer durante esta estacão do ano.

A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS G l o s s á r i o

Balsâmico: Que contém substâncias como resinas, essências e óleos de acção suavizante sobre o aparelho respiratório e sobre a pele. Ver também 'emoliente', 'peitoral'. béquico: Que acalma a tosse devida a ardor ou irritação da garganta. Ver também 'antitússico'. broncodilatador: Que dilata e relaxa os brônquios. Ver também 'antiasmático', 'peitoral'. C a l i c i d a : Que, em 'aplicação local' (ver), permite ou facilita a eliminação dos calos e calosidades da pele. calmante: Ver 'sedativo'. capilar, protector-. Que fortalece e regenera as células que formam os vasos capilares, pelos quais circula o sangue no seio dos tecidos. Ver também 'hemostático'. cardiotónico: Que aumenta a força de contracção do coração e melhora o seu rendimento. carminativo: Que favorece a expulsão dos gases produzidos pelas fermentações intestinais. As plantas carminativas são geralmente ricas em 'essências aromáticas'. cicatrizante: Que estimula a cura das chagas ou feridas até ter ficado restabelecida a continuidade da pele. Ver também 'vulnerário'. colagogo: Que facilita o esvaziamento, para o duodeno, da bílis contida na vesícula biliar. Ver também 'colerético'. colerético: Que aumenta a quantidade de bílis segregada pelo fígado, com o que facilita a digestão das gorduras. Ver também 'colagogo', 'hepático'. Defesas: Termo que é costume utilizar-se no plural para referir o sistema imunitário do corpo humano. Ver 'imunoestimulante'. demulcente: Ver'emoliente'. depurativo: Que favorece a eliminação das substâncias tóxicas que circulam pelo sangue, quer sejam de origem externa (contaminação química) quer produzidas pelo próprio organismo, como os resíduos do metabolismo das proteínas (por exemplo, ácido úrico e ureia). A eliminação destas toxinas faz-se através da urina, do suor e do fígado. Ós produtos depurativos são geralmente 'diuréticos' e 'sudoríficos' (ver). desinfectante: Ver 'anti-séptico'. digestivo: Que favorece a digestão e desinflama as mucosas digestivas. Ver também 'tónico estomacal'. diurético: Que faz aumentar a produção e o volume de urina produzida nos rins. Os produtos diuréticos costumam ser ao mesmo tempo 'depurativos' (ver). doses homeopáticas: São doses que não nos é possível avaiiar por qualquer dos sistemas de medição de que actualmente dispomos, dado que a substância activa se encontra diluída em quantidades infinitesimais. Nesta obra não se recomenda nenhum produto em doses homeopáticas, já que não está provado cientificamente que tais diluições possam desenvolver acções terapêuticas. Ver também 'homeopatia'. drástico: Diz-se do 'purgante' (ver) que provoca fortes contracções intestinais, com a correspondente grande eliminação de fezes. droga: Em muitas obras médicas, continua a utilizar-se este termo no sentido tradicional e genérico de 'medicamento' ou 'princípio activo' (ver). No nosso livro, a fim de evitar confusões com as drogas 'estupefacientes' e 'narcóticas' fverj, a que habitualmente se chama simplesmente 'drogas', preferimos prescindir deste termo no seu sentido genérico. Efeito secundário: Na aplicação de um 'medicamento' fverj ou tratamento, é o efeito que se produz ao mesmo tempo que o efeito

principal. Pode ser positivo mas é, na maioria dos casos, indesejável. indesejável: Que se torna inconveniente ou nocivo ao doente, e que deve ser ponderado pelo médico, a fim de evitar que o tratamento cure uma doença ou achaque, mas acabe por ser iatrogénico, isto é, que provoque ou agrave outra. emenagogo^Que provoca ou facilita o aparecimento das regras ou menstruação. As substâncias emenagogas tèm, geralmente, uma função reguladora e normalizadora sobre a menstruação. emético: Que provoca o vómito com uma finalidade terapêutica (curativa). É o contrário de 'antiemético' íverj. emoliente: Que exerce um efeito suavizante e 'calmante' (ver) sobre a pele e as mucosas inflamadas. Ver também 'anti-inflamatòrio'. escorbuto: Doença produzida pela falta de vitamina C. 0 escorbuto era a doença típica dos marinheiros de outras épocas, cuja dieta era deficiente pelo escasso ou nenhum consumo de fruta e verdura. O escorbuto maniíesta-se principalmente com anemia, cansaço, endurecimento dos músculos das pernas e hemorragias das gengivas. espasmolítico: Ver 'antiespasmódico'. esternutatório: Que provoca o espirro, com o fim de aliviar a congestão nasal. estimulante Que activa ou melhora as funções, especialmente as do sistema nervoso. Ainda que o termo por vezes se utilize como sinónimo de 'excitante', o seu sentido mais comum é o de 'tonificante' (ver). estomacal - . Referente ao estômago. Usa-se às vezes no sentido de 'digestivo' (ver). estupefaciente: Que produz um estado de estupor (indiferença) por alteração das faculdades mentais. Ver também 'narcótico', 'soporifero'. eupéptico: Ver 'digestivo'. excitante: Que estimula ou aumenta a actividade do sistema nervoso, geralmente sem fornecer nenhuma substância nutritiva. 0 uso continuado de plantas ou outros produtos excitantes produz esgotamento. Ao contrário, as substâncias que têm a propriedade 'tonificante* íverj produzem um estímulo mais suave, porém isento de efeitos indesejáveis. Ver também 'estimulante'. expectorante: Que facilita a expulsão das secreções de mucosidade da traqueia e dos brônquios. Actua diminuindo a viscosidade do muco que, tornando-se mais fluido, se elimina com maior facilidade. Deste modo, os expectorantes limpam os brônquios e acalmam a tosse. Ver também 'mucolrtico'. externo, uso: Ver 'uso externo'. Farmacêutico: Relativo à 'farmácia' ou à 'farmacopeia'. Diz-se vulgarmente de quem trabalha num estabelecimento de 'farmácia'. Também se usa como sinónimo de farmacológico' (ver). Ver também 'oficinal'. farmácia: Ciência que ensina a preparar e combinar produtos naturais ou artificiais com o fim de curar, aliviar ou prevenir as doenças. Ver 'natural', 'artificial'. estabelecimento de _: Ou, abreviada e vulgarmente, farmácia: Estabelecimento onde se vendem produtos 'farmacêuticos' (ver). fármaco: (do grego pharmakon, através do latim, pharmacum, medicamento). Nesta obra, aplica-se a qualquer "medicamento' elaborado por meio de 'síntese química' fverj, e que por isso costuma ser constituído por relativamente poucos componentes e em quantidades perfeitamente conhecidas. Ver também 'fitoterapia'. farmacologia: Ciência que estuda os 'fármacos' (ver) e as suas acções sobre o organismo.

779

farmacopeia: Repertório de 'medicamentos' (ver) que se aceitam como eficazes para a sua prescrição e uso. febrífugo: Que produz uma descida da temperatura corporal. fitoterapia: (do grego phyton, planta, vegetal, e therapeutikos, tratamento). Tratamento das doenças por meio das plantas medicinais. Os medicamentos fitoterápicos ou fitoterapêuticos elaboram-se com partes, extractos ou misturas de uma ou várias plantas, pelo que, do ponto de vista químico, são geralmente muito complexos. Ver também 'farmacologia', 'homeopatia', 'medicamento'. fluidificante: Que torna um liquido mais fluido. _ sanguíneo: aquele que diminui a viscosidade do sangue, melhorando deste modo a circulação. Galactagogo: .Que favorece a secreção de leite nas mulheres que amamentam. É o oposto a 'antilactagogo' (ver). galénica: Diz-se das preparações farmacêuticas que contêm um ou vários compostos orgânicos, geralmente de origem vegetal, em oposição às preparações de substâncias químicas puras. germe: Na linguagem biomédica, é qualquer 'microrganismo' (ver), causador de doença. Hematúria: Presença de sangue na urina. hemolítico: Que provoca hemólise, isto é, destruição das hematias (glóbulos vermelhos do sangue). hemorroidal: Que favorece a cura das hemorróidas. Ver também 'venotónico'. hemostático: Que faz parar as hemorragias. Ver também 'capilar, protector'. hepático: Que favorece o bom funcionamento do fígado. Ver também 'colagogo', 'colerético'. hipercolesterolemia: excesso de colesterol no sangue. hipertensor: Que eleva a pressão arterial. É o contrário de 'hipotensor' (ver). hipnótico: Embora em medicina seja sinónimo de 'soporífero' (verj, não empregamos este termo, para evitar a sua possível confusão com a hipnose psicológica (ou melhor, parapsicológica) induzida por sugestão, ou inclusivamente auto-sugestão, já que a consideramos contraproducente em todas as suas formas.

Imunoestimulante: Que estimula o sistema imunitário para a produção de células defensoras (imunidade celular) e de anticorpos (imunidade humoral). Assim se aumentam as defesas contra as infecções. Ver 'defesas'. insecticida: Que destrói os insectos em geral. Ver também 'parasiticida'. insulina: Hormona produzida pelo pâncreas, a qual é indispensável para a metabolização da glicose (açúcar). Quando, por um mau funcionamento pancreático, a sua produção é nula ou insuficiente, aumenta o índice de glicose no sangue Chipergiicemiá, ver). Os diabéticos, isto é, as pessoas cujo pâncreas não produz suficiente insulina, devem vigiar rigorosamente a sua dieta e, em muitos casos, têm de injectar em si mesmos insulina. Não confundir com 'inulina' (ver). interno, uso: Ver 'uso interno'. inulina: 'Hidrato de carbono' (ver) que existe no rizoma de diversas plantas, e que é de fácil metabolização, pelo que se recomenda aos diabéticos. Ver a página 80. Laxante: Que facilita a evacuação das fezes. É o oposto a 'antidiarreico' fverj. Ver também 'purgante'. lipido: Gordura. Ver a página 80. local, aplicação: Ver 'aplicação local'. Medicamento: Qualquer produto mineral, vegetal ou animal, que cura, previne ou alivia as doenças. Ver também 'fármaco', 'fitoterapia', 'droga'. microrganismo: Micróbio. Ser vivo, geralmente unicelular, que apenas se consegue Ver com a ajuda de um microscópio. 0 termo aplica se sobretudo aos micróbios nocivos. Ver também 'germe'. mineralizante: Ver 'remineralizante'. mucolitico: Que dissolve ou desfaz o muco, tornando-o mais fluido e portanto mais fácil de expulsar. Ver também 'expectorante'. mucosa: Membrana celular que reveste estruturas tubulares e órgãos ocos, como por exemplo o estômago ou a boca. Narcótico: Que provoca um sono pesado (narcose), distinto do sono natural. Em pequenas doses, as substâncias narcóticas costumam ser 'estupefacientes' (ver). Ver também 'soporífero'.

hipoglicemiante: Que diminui a concentração de glicose no sangue. As plantas hipoglicemiantes usam-se no tratamento da diabetes e permitem, sob a vigilância do médico, uma redução na dose de fármacos antidiabéticos orais ou de 'insulina' (ver).

natural: Aquilo que a natureza produz, em contraposição ao 'artificial' ou 'sintético' (ver). Assinafe-se que nem tudo o que é natural é saudável, do mesmo modo que nem tudo o que é artificial ou sintético se deve, por esse facto, rejeitar.

hipolipemiante: Que faz descer o nível de lipidos (gorduras) no sangue, especialmente do colesterol e dos triglicéridos.

nutritivo: Que nutre, ou seja, que oferece de modo abundante nutrientes, isto é: hidratos de carbono, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. Ver também 'alimentar', 'antianémico', 'remineralizante', 'antiescorbútico'.

hipotensor: Que provoca uma descida da pressão arterial. É o oposto a 'hipertensor' (ver). homeopatia: (do grego homoio, semelhante, parecido, e patho_, padecimento, doença). Classicamente, e segundo o próprio dicionário da Academia (de Madrid), é o «sistema curativo que aplica às doenças, em doses mínimas [inclusive infinitesimais e inapreciáveis], as mesmas substâncias que, em maiores quantidades, produziriam no homem saudável sintomas iguais ou parecidos com aqueles que se pretende combater». Alguns dos preparados homeopáticos utilizam produtos vegetais, mas, ao contrário dos restantes medicamentos -tanto farmacológicos como fitoterapêuticos-, segundo os homeopatas, quando a dose diminui, a acção terapêutica aumenta, graças ao processo da dinamização. Desde há muito tempo que tem vindo a ser investigada a validade da teoria da dinamização, mas nunca pôde ser provada cientificamente. Ver também 'doses homeopáticas', 'fitoterapia', 'medicamento'.

780

Ocitócico: Que provoca contracções no útero de modo semelhante ã acção da ocitocina (hormona hipofisária que desencadeia o parto). Oficinal: Denominação tradicional de tudo aquilo que se prepara ou elabora nas oficinas de farmácia, ou boticas, como antigamente se chamaram os estabelecimentos que hoje designamos simplesmente por 'farmácias' (ver). Muitas das espécies vegetais são qualificadas como oficinais (officinalis), porque noutros tempos se usavam nas farmácias para a elaboração de medicamentos, para as distinguir de outras espécies a que se davam outros usos (culinários, industriais). Ver também 'farmacêutico', 'farmacológico', 'galénico'. oftálmico: Que tem utilidade no tratamento das afecções dos olhos. oral, via: Ver Via oral'.

A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS G l o s s á r i o

Parasiticida: Que destrói os Insectos parasitas que afectam a pele e o couro cabeludo. Ver também Insecticida',

soporífero: Que induz um sono natural ou semelhante a ele. Não confundir com 'narcótico' nem com 'estupefaciente' (ver).

peitoral: Que actua favoravelmente sobre as afecções do aparelho respiratório. Ver também 'antitússico', 'béquico', 'broncodilatador', 'balsâmico', 'expectorante',

sudorífico: Que estimula a sudação. É o contrário de 'anti-sudorífico' (ver).

preparado / preparação: Todo o produto que sofreu um processo com o fim de potenciar as suas propriedades terapêuticas ou facilitar a sua conservação e uso. Ver 'medicamento', 'fármaco'.

Tónico estomacal: Que aumenta a secreção de sucos digestivos no estômago e favorece o esvaziamento deste órgão. Ver também 'digestivo'.

farmacêutico ou farmacológico: Aquele que é feito num estabelecimento de 'farmácia1 (ver).

tonificante: Que fortalece e incrementa as funções do organismo, especialmente do sistema nervoso. Ao contrário dos "excitantes" (ver), os tonificantes não esgotam nem sobrecarregam o sistema nervoso, antes o fortalecem,

fitoterápico: 0 que é feito com produtos vegetais. Ver 'fitoterapia'. homeopático: Ver'homeopatia', princípio activo: Componente de uma planta que tem acção curativa ou nutritiva, ao contrário dos componentes inertes, isto é, que não têm efeitos sobre o organismo. purgante: Que provoca uma evacuação diarreica. Os purgantes tem uma acção 'laxante' (ver) muito intensa, geralmente acompanhada de irritação do intestino. _ drástico: Ver 'drástico'. Quimioterapia: Tratamento das doenças com produtos de 'síntese química' íveri. Normalmente refere-se aos fármacos empregados no tratamento do cancro. Ver também 'fármaco'. Kecidiva: Repetição duma doença pouco depois Ja conva(escenca. recidivante: Que provoca ou se manifesta com 'recidivas' (ver). refrescante: Que acalma a sede e faz descer a temperatura corporal. Ver fambém 'febrífugo'.

tórpido: Diz-se de um processo que nâo actua com o vigor e a facilidade normais. Aplíca-se frequentemente às feridas ou úlceras de cicatrização lenta ou difícil. tóxico: Que intoxica, isto é, que envenena. É costume usar este termo para qualificar os produtos venenosos, mas não necessariamente mortais. Ver também 'venenoso'. Uricosúrico: Que favorece a eliminação, pela urina, do ácido úrico do sangue, causador da gota. uso externo: Aquele que se faz de todo o produto ou tratamento que se aplica no exterior do organismo, sem necessidade de ser absorvido e passar para o sangue. Os gargarejos, bochechos, e inclusivamente os enemas íclisteres) e irrigações vaginais, consideram-se tratamentos externos, pois actuam de formal local. O termo 'uso externo' utiliza-se por oposição a "uso interno' (ver). Ver também 'aplicação local*. uso interno: Aquele que se faz de todo o produto que penetra no interior do organismo e é geralmente absorvido, passando para o sangue. Nesta obra, é sinónimo da ingestão por 'via oral' (ver).

remédio: Para evitar confusões, evitámos o emprego deste termo no sentido de 'medicamento' (ver). remineralizante: Que fornece sais minerais e oligoelementos, com o fim de restaurar o equilíbrio mineral do organismo. Vef tdmbém 'antianémico', 'nutritivo'.

Vasoconstritor: Que provoca uma contracção no calibre dos vasos sanguíneos, especialmente das artérias; isto é, que tem efeito contrário ao dos 'vasodilatadores' (verj. Ver também 'anti-hemorrágíco'.

resolutivo: Que provoca a resolução, isto é, o desaparecimento dos inchaços nos tecidos inflamados, causado por hematomas, abcessos ou infecções. Ver também anti-inflamatório', 'vulnerário'.

vasodilatador: Que dilata os vasos sanguíneos, especialmente .as artérias, permitindo assim uma maior passagem de sangue. É o contrário de Vasoconstritor' (ver).

revulsivo: Que, aplicado sobre a pele, causa uma irritação local e um enrubescimento que atrai o sangue dos órgãos internos congestionados, para a pele. Ver também Yubefaciente'. rubefaciente: Que produz irritação e enrubescimento da pele. Esta propriedade está ligada à Yevulsiva' íveri. Secundário, efeito: Ver 'efeito secundário'. se d ante: Que acalma a excitação do sistema nervoso. É o oposto a 'excitante' (ver). Ver também 'analgésico'. sedativo: Ver 'sedante'. síntese química: Processo de união de diversos produtos químicos puros no laboratório, para formar um composto. Ver 'sintético', 'fármaco',

vasoprotector: Ver 'protector capilar'. venenoso: Que inclui veneno, ou seja, substâncias nocivas ã saúde, que provocam transtornos, inclusive a morte, dependendo em muitos casos da dose. Ver também 'tóxico'. venotònico: Que favorece a circulação sanguínea no sistema venoso, tonificando a parede das veias. As plantas venotónicas usam-se no tratamento das afecções venosas e das hemorróidas. vermífugo: Que provoca a expulsão dos vermes que parasitam o intestino. Ver também 'anti-helmintico'. via oral: Diz-se daquilo que se ingere pela boca e atinge o aparelho digestivo. vomitivo: Ver'emético'.

sintético: Elaborado por meio de 'síntese química' íverj. É costume usar-se este termo como sinónimo de artificial, por oposição a 'natural' (ver).

vulnerário: Que favorece a cicatrização das feridas e a cura das contusões. Ver também 'cicatrizante'. 761

IRIDADES DE MEDIDA

V

UNIDADES DE MEDIDA Ver também "Doseamento das tisanas" na página 58. c . c : Actualmente, os 'centímetros cúbicos' não se usam como medida de volume de líquidos. Um 'centímetro cúbico1 equivale exactamente a um miJilitro (ml). cl: Símbolo de 'centilitro', centésima parte do litro: 11 = 100 cl. cm: Símbolo de 'centímetro', centésima parte do metro; 1 m = 100 cm. dl: Símbolo de 'decilitro', décima parte do litro: 11 = 10 dl. g: Símbolo de 'grama', unidade de peso no sistema métrico decimal, equivalente à milésima parte do quilograma: 1 g = 0,001 kg. kg: Símbolo de 'quilograma', abreviamente 'quilo'. 1 kg = 1000 g, I: Símbolo de litro', unidade de medida dos líquidos no sistema métrico decimal: 11 = 1 dm3 = 1000 cm3 ou c.c. - 1000 ml. m: Símbolo de 'metro', unidade padrão do Sistema Métrico Decimal, aceite hoje universalmente: 1 m = 10 dm = 100 cm = 1000 mm. mçg: Nalguns impressos utiliza-se como símbolo de 'mícrograma'. É preferível usar o símbolo internacional ug. U.I.: Abreviatura de 'unidades internacionais', que era a unidade de medida que se utilizava quando não se podia medir com exactidão o peso de algumas vitaminas. Era uma medida dos "efeitos biológicos" de uma substância sobre os seres vivos. Hoje, que já dispomos de sistemas de medição mais exactos, usam-se os microgramas (ug). No caso da vitamina A: 1 |jg = 3,33 U.l. mg: Símbolo de 'miligrama', milésima parte do grama: 1 g = 1000 mg. ml: Símbolo de 'mililitro', que é a milésima parte do litro: 11 = 1000 ml {1 ml = 1 c.c./cm3). u: Símbolo de 'micro' ou 'mícron', milionésima parte do metro: 1 m - 1 000 000 JJ; 1 mm = 1000 \i. ug.: Símbolo do 'micrograma' ou milionésima parte do grama: 1 g = 1 000 000 ug. Temperatura: Neste livro, para a medição da temperatura, usa-se a escala chamada de Celsius, centesimal ou centígrada. Nalguns países e publicações em língua inglesa, continua a usar-se a escala de Fahrenheit, na qual 0&C correspondem a 32°F e 100°Ca212T. Na medição da temperatura corporal normaJ ou de febre, as principais equivalências são: 36°C = 96,8°F; 37°C = 98.6T; 38°C = 100.4T; 39°C = 102,2'F.

782

A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS P r o c e d ê n c i a

d a s

i l u s t r a ç õ e s

PROCEDÊNCIA DAS ILUSTRAÇÕES Todas as fotografias, salvo aquelas que seguidamente se especificam por páginas, foram executadas por: LUDWIG WERNER, ANDRÈS TEJEL, JORGE D. PAMPLONA ROGER,

GUNTHER KLENK. Embaixada do Chile em Espanha: págs. 391. 587; Andrès Hernández: pág. 504; Pacifico Marchán: pág. 489; Edouard Naenny: págs. 189, 383; Gabinete de Turismo da Áustria: págs. 20-21; Gabinete de Turismo da Holanda: págs. 47, 218; Gabinete de Turismo da Suiça: págs. 114, 287, 329, 437; Gabinete de Turismo de Tunes: pág. 718; Jonatán Tejel: pág. 24; José M. Wemdl: pág. 743. Sobrecapa: Foto Index (fotografia do fundo). Ludwig Werner (retratos). Os desenhos botânicos foram executados por Ángel S. Chicharro e, como todos os restantes que aparecem nesta obra, são propriedade da Editorial Safeliz S.L

783

IIBLIOGRAFIA

BIBLIOGRAFIA ARCTECHE GARCIA, A., Fitoterapia. Vademecum de prescnpción, com a colaboração da Associação Espanhola de Médicos Naturistas e do Colégio Oficial de Farmacêuticos de Biscaia, CITA, Publicações e Documentação, Bilbau, 1992. CARRILLON, ALAIN, Pour um bon usage des plantas [Para um bom uso das plantas], Éditons Vie et Santé, Dammarie-les-Lys (Franca), 1987. DUKE, JAMES, CRC Handbook of Medicinal Herbs [Manual de plantas medicinais CRC], Ministério da Agricultura dos E.U.A., CRC Press, Boca Ratón, (Florida), 1986 DURAFFOURO, C. e outros, Cuadernos de fitoterapia clínica, Editorial Masson, Barcelona, 1986. FARNSWORTH, NORMAN E OUTROS, Place des plantes médicinales dans la thêrapeutique [Lugar das plantas medicinais na terapêutica], Boletim da Organização Mundial de Saúde (OMS), 64: 159-175, 1986. FERNANDEZ, M. E NIETO, A., Plantas médicinales, Conselho Geral dos Colégios Oficiais de Farmacêuticos, Edições da Universidade de Navarra, Pamplona, 1982. FONTQUER, P., Plantas médicinales, el Dioscórides renovado, Editorial Labor, Barcelona, 1985. KINGHORN, DOUGLAS E BALANDRÍN, MANUEL, Human Medicinal Agents from Plants [Agentes medicinais humanos a partir das plantas], ACS Symposium Series 534, American Chemical Society, Washington DC, 1993. LECLERC, H., Précis de phytothérapie [Tratado de fitoterapia], Editorial Masson, 1983. LUST, JOHN B., The Herb Book [O livro das plantas], Bantam Books, Toronto, 1987. MESSÉGUÉ, MAURICE, MJ herbario de salud, Plaza & Janés Editores, Barcelona, 1985. MOWREY, DANIEL B., The Scientific Vaiidation of Herbal Medicine [A validação científica da medicina pelas plantas], Keats Publishing, NewCanaan (Connecticut), 1986. ODY, PENÉLOPE, Las plantas médicinales, Editorial Raíces, 1993 [Titulo original: The Herb Society's Complete Medicinal Herbal, Dorling Kindersley Limited, Londres]. OMS, Plantas y salud para todos: progreso cientifico, Primeiro Simpósio da OMS sobre Plantas e Saúde, Kobe (Japão), 1991. POLUNIN, OLEG, Guia de campo de las flores de Europa, Edições Omega, Barcelona, 1977. SAN MARTIN CASAMAOA, R., Tratado de Farmacognosia, Editorial Científico-Médica, Barcelona, 1977. SCHNEIDER, ERNST, Nutze die heil-kràftigen Pflanzen [A saúde pelas plantas medicinais], Saatkorn-Verlag, Hamburgo, 1986. STRASBURGER, EDUARD, Tratado de botânica, Edições Omega, Barcelona, 1988. VALNET, JEAN (entrevista), Un phytothérapeute est d'abord un médecin [Um fitoterapeuta é antes de tudo um médico], Vie et Santé, Outubro de 1992.

784

A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS B i b l i o g r a f i a

OBRAS CONSULTADAS PARA A TRADUÇÃO PORTUGUESA

CÉU COUTINHO, A., Dicionário Enciclopédico de Medicina (baseado no Black's Medicai Dictionary, de William A. R. Thomson.), Argo Editora, Lisboa, 1979. GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA, Editorial Enciclopédia, Limitada, Lisboa e Rio de Janeiro.

LEIBOLD, G.( Guia das Plantas Medicinais, Editorial Presença, Lisboa, 1993 (Titulo original: Heilpflanzen, HumboldtTaschenbuchverlg Jacobi KG, Munique]. LVON DE CASTRO, 1, Medicina Vegetal, Publicações Europa-América, Lisboa, 1981. OLIVEIRA FEIJÃO, R., Elucidário Fitotogico, Plantas vulgares de Portugal continental, insular e ultramarino, Edição do Instituto Botânico de Lisboa, 1960-1963. PEREIRA COUTINHO, A. XAVIER, Flora de Portugal (Plantas vasculares}, sob os auspícios do Instituto para a Alta Cultura, Ministério da Educação Nacional, Edição Bertrand (Irmãos), Lda., Lisboa 1939. RAIMUNDO, A. E CADETE, A., Manual ilustrado de espécies da flora portuguesa, Estação Nacional de Melhoramento de Plantas, Edição da Direcção Geral de Planeamento e Agricultura, Lisboa, 1991. SÃNCHEZ-MONGE, E. E PARELLADA, Diccionario de plantas agrícolas, Serviço de Publicações Agrárias do Ministério da Agricultura, Madrid, 1981. SELECÇÕES OO READER'S DIGEST, Segredos e virtudes das plantas medicinais, Lisboa, 1983.

7*5

ÍNDICE DE NOUES C I E N T Í F I C O S

ÍNDICES ALFABÉTICOS índices de nomes das plantas índice de nomes científicos índice de nomes vulgares

índice geral alfabético

784 786

792

No princípio de cada um dos dois volumes deste livro figura um índice de doenças (págs. 8 e 408) e um índice de plantas (págs. 12 e 412).

ÍNDICE DE NOMES CIENTÍFICOS Abies alba. 290 — balsamea, 291 — canadensis, 291 — pectinata, 290 Acácia arábica, 469 — nilotica, 469 Achillea millefolium, 691 Aconitum ferox, 148 — napellus, 148 Acorus calamus, 424 Adiantum capillus-veneris, 292 Adónis vernalis, 215 Aesculus hippocastanum, 251 Agave americana, 558 Agrímonia eupatoría, 205 Agropyrum repens, 559 Alchemilla vulgaris, 622 Alliaria officinalis, 560

Allium cepa, 294 — salivum, 230 — ursinum, 233 Alaus glufaosa, 487 — rubra, 488 Aloé barbadensis, 694 — ferox, 694 — vera, 694 Aloysia citriodora, 459 Althaea officinalis, 190 Ammi majus, 561 — visnaga, 561 Arianas sativus, 425 Anchusa azurea, 696 — officinalis, 696 Anemone hepática, 383 — pulsatilla, 623 Anethum graveolens, 349 — sowa, 349 Angélica archangelica, 426 Armoria cherirnola, 489 — muricata, 489

786

Antennaria dioica, 297 Anthemis nobilis, 350 Anthyllis vulneraria, 661 Apium crispum, 583 — graveolens, 562 — nodiflorum, 271 — petroselinum, 583 Arbutus unedo, 563 — uva-ursi, 564 Arctium lappa, 697 — minus, 697 Arctostaphylos uva-ursi, 564 Arenaria rubra, 596 Argemone mexicana, 445 Aristolochia clematitis. 699 Armoracia rusticana, 394 Arnica montana, 662 Artemisia abrotanum, 429 — absinthium, 428

— cina, 431 — dracunculus. 430 — dracunluoides, 624 — marítima, 431 — mexicana, 431 — vulgaris. 624 Arundo donax, 566 Asarum canadense, 432 — europaeum, 432 Asclepias curassavica, 298 — incarnata, 298 — speciosa, 298 — syriaca. 298 — tuberosa. 298 Asparagus officinalis, 649 Asperula odorata, 351 Athyrium filix-femina, 500 Atropa belladonna, 352 Avena sativa, 150 Darosma betulina, 567

— cienutela, 567 — serratífolia, 567

Bellis perennis, 744 Berberis vulgaris, 384 Bettonica officinalis. 730 Betula alba, 568 — pêndula, 568 — verrucosa, 568 Bixa orellana, 700 Borago officinalis, 746 Brassica arvensis, 664 — juncea, 663 — kaber, 664 — nigra, 663 — oleracea, 433 Bryonia alba, 490 — dioica. 490 Buxus sempervirens. 748 Oactus ficus-indica, 718 — grandiflorus, 216 Calendula officinalis, 626

Callicocca ipecacuanha, 438 Calluna vulgaris, 570 Caltha palustris, 665 Calystegia sepium, 491 Camellia sinensis, 185 Cannabis saliva, 152 Capsella bursa-pastoris, 628 Capsicum annuum, 354 — frutescens, 354 Carduus marianus, 395 Carex arenaria, 559 Cancã papaya, 435 Carlma acanthifolia, 750 — acaulis, 749 — cynara, 750 Carthamus tmctonus, 751 Carum carvi, 355 Caryophyllus aromaticus, 192 Cássia acutifolia, 493 — angusWolia, 492 — fistula, 494

— marylandica, 493 — obovata, 493 — occidentalis, 630 — senna, 493 Castanea safiva, 495 — vesca, 495 — vulgaris, 495 Ceanothus ameiicanus, 191 Centáurea áspera, 437 — benedicta, 444

— cyanus, 131 — scabiosa, 436 Centaurium erithraea, 436 — umbellatum, 436 Cephaelis ipecacuanha, 438 Cerasus gondouini, 587 Ceratonia siliqua, 497 Cereis grandiflorus, 216 Ceterach officinarum, 299 Cetraria islandica, 300 Chelidonium majus, 701 Chenopodium ambrosioides,

439, 702 — antfielmínticum, 439 — bonus-Henricus, 702 Chionanthus virginica, 669 Chondrus crispus, 301 Chrysophyllum caimito, 302 Cichorium endívia, 441 — intybus, 440 Cicuta major, 155 — officinalis, 155 — virosa, 155 Cinchona calisaya, 753 — officinalis, 752 — succirubra, 753 Cinnamomum aromaticum, 443 — camphora, 217 — cássia, 443 — zeytenicum, 442 Citrus aurantifolia, 267

— aurantium, 153 — decumanus. 267

— limon, 265 — limonum, 265 — máxima, 267 — medica, 265. 267 — sinensis, 153 — vulgaris, 153 Cnicus benedictus, 444 Cocculus palmatus, 446 Cochleana armoracia, 394 — officinalis, 356 Coffea arábica, 178 Colchicum autumnale, 666 Columbus coculus, 446 Colutea arborescens, 498 Conium maculafum, 155 Convallaria majalis, 218 Convolvulus arvensis, 491 — floridus. 491 — jalapa. 499 — purga, 499 — scoparius. 491 — sepium, 491 Copaifera officinalis, 571 Coriandrum sativum, 447 Corylus avellana, 253 Costus spicatus, 566 Crataegus monogyna. 219. 220 — oxyacanlha, 220 Crocus sativus, 448 Cucurbita ficifolia, 606 — máxima, 605 — melopepo, 605 — ovifera, 605 — pepo, 605 — verrucosa, 605 Cuminum cyminum, 449 Cupressus sempervirens, 255 Curcuma longa. 450

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S í n d i c e s

— pierreana, 450 — purpurascens, 450 — xantorrhiza, 450 Cuscuta epithymum, 386 Cynara scolymus. 387 Cynodon dactylon, 559 Cynoglossum officinale, 703 Cytisus scoparius. 225 Datura stramonium, 157 Daucus carota, 133 Dictamnus albus, 358 — fraxinella, 358 Digitalis gandiflora, 222 — lanata. 222

— lutea, 222 — purpúrea, 221 Dipçacuç fullonum, 572 — sativus, 572 Drosera rotundiíolia, 754 Dryas octopetala, 451 Dryopteris filix-mas. 500

tchinacea angustifolia, 755 — pallida, 755 — porpurea, 757 Eleutherococcus senticosus,

609 Ephedra distacfiya, 303 Epilobium alsinifolium, 501 — angustifolium, 501 — hirsutum, 501 Equisetum arvense, 704 Erigeron canadensis, 268 Erodium cicutarium, 631 — moschatum, 631 Eryngium campestre, 573 — rnaritimum, 574 Erytliroxylon coca, 180 Eucalyptus globulus, 304 Eugenia caryophyllata, 192

- f l o r i d a , 317 Eupatorium ayapana, 388 — cannabinum, 388 — collinum, 388 — perfoliatum, 388 — purpureum, 388 — staechadosmum, 388 — triplinerve, 388 Euphrasia officinalis, 136 Evonymus europaeus, 707 Exogonium purga, 499 ragus castanea, 495 — silvatica, 502 Ferula assafoetida, 359 FÍCJS carica. 708

Filipendula ulmaria, 667 Foemculum foeniculum, 360 — officinale. 360 — vulgare, 360 Fragaria vesca, 575 Fraxinus excelsior, 669 — ornus, 669 — oxycarpa, 669 — rotundifolia, 669 Fucusvesiculosus, 650 Fumaria officinalis, 389 Caalega officinalis, 632 Galeopsis dúbia, 306

— tetrahit. 306 Galium aparme, 361 — verum, 361 Gentiana lutea, 452 Geranium cicutarium. 631 — robertianum, 137 Geum rivale, 195 — urbanum, 194 Ginkgo biloba, 234 Glechoma hederacea, 307 Globularia alypum, 503 — vulgaris, 503 Glycyrrhiza glabra, 308 Gnaphalium dioicum, 297 Gonolobus condurango, 454 Gossypium herbaceum, 710 Gratiola officinalis, 223 Grindelia robusta, 3 1 0

— squarrosa, 310 Guaiacum officinale. 311 namamelis virgmiana, 257 Harpagophytum procumbens. 670 Hedeoma pulegioides, 462 Hedera helix, 712 Helianthus annuus, 236 Heliotropium arborescens.

713 —europaeum, 713 — indicum, 747 — pervianum, 713 Hibiscus abelmoschus. 362. 363 — rosa-sinensis, 362, 363 — sabdariffa, 363 — tiliaceus, 363 Hieracium pilosella, 504 Hippophae rhamnoides, 758 Humulus lupulus, 158 Hydnocarpus kurzii, 700 Hydrastis canadensis. 207 Hymenaea courbaril, 497 Hyoscyamus niger. 159 Hypericum androsaemum,

714 — perforatum, 714 Hyssopus officinalis, 312 llex aquifolium, 672 — cassine. 673 — paraguayensis, 182, 673 — paraguensis, 182 — pseudobuxus, 673 — theezans, 673 — verticiilata. 673 — vomitória, 673 lllicium verum, 455 Inula helenium, 313 — montana, 662 Ipomoea purga, 499 íris florentina, 315 — germânica. 315 - p a l l i d a , 315 Jasonia glutinosa, 456 Jateorrhiza miersi. 446 Juglans duclouxiana, 505 — nigra, 506 — regia, 505. 506

Jumperus communis, 577

Nuphar lutea, 607 Nymphaea alba, 607

Ivameria triandra, 196 Lactuca virosa, 160 Laminaria digitata, 652 — hyperborea, 652 — saccharina, 652 Lamium álbum, 633 Laurus camphora, 217 — cinnamomum, 442 — nobilis, 457 Lavandula angustifolia, 161 — latifolia, 162 — officinalis, 161 — spica, 162

— stoechas, 162 — vera, 161 Leonorus cardíaca, 224 Levisticum officinale, 578 Lilium candidum, 716 Limonia aurantifolia, 267 Linum angustifolium, 509

— catharticum, 509 — crepitans, 508 — humile, 508

— lewisn, 509 — usitatissimum, 508 Lippia citriodora, 459 — triphylla, 459 Lithospermum erythorryzon,

579 — officinale, 579 — ruderale, 579 Lobelia inflata, 183 — urens, 183 Lythrum salicaria, 510 IVIajorana hortensis, 369 Malpighia glabra, 764 — punicifolia, 764 Malus silvestris, 513 Malva silvestris, 511 Mandragora autumnalis, 517 — officinalis, 517 Manihot esculenta, 460 — utilissima, 460 Marrubium vulgare, 316 Marsdenia condurango, 454 Matricaria chamomilla, 364 Medicago saliva, 269 Melilotus officinalis, 258 Melissa officinalis. 163,580 Melittis melissophyllum, 580 Menisipermum palmatum, 446 Mentha piperita. 366 — pulegium, 461 Menyanthes trifoliata, 463 Mimosa nilotica, 469 — tenuiflora, 724 Mirabilis jalapa, 499 Monarda didyma, 634 — punctata. 634 Myrtus communis, 317 — foliosa, 317 Nasturtium officinalis, 270 Nepeta cataria, 367 Nerium oleander, 717 Nicotiana tabacum, 183

Ucimum basilicurn, 368 Oenothera biennis, 237 Olea europaea, 239 Ononis spmosa, 581 Opuntia ficus-indica, 718 Orchis máscula, 512 Origanum majorana, 369 — vulgare, 464 Orthosiphon grandiflorus,

653 — stamineus, 653 Oxalis acetosella, 275 Panax gmseng, 608 — Quinauefolium. 609 — repens, 609 — schmsegn, 608 Panycum dactylon, 559 Papa Ver rhoeas, 318 — setigerum, 166 — somniferum, 164 Parietaria officinalis, 582 Passiflora edulis, 168 — incamata, 167 — laurifolia, 168 Persea americana, 719 — gratíssima, 719 Petasites hybridus, 320 Petroselinum crispum, 583 — sativum, 583 Peumus boldus, 390 Phaseolus vulgaris, 584 Phoradendron flavescens, 247 Phyllitis scolopendrium, 321 Physalis alkekengi, 585 — angulata, 721 — viscosa, 721 Phytolacca americana, 722

— dioica, 722 Picraena excelsa, 467 Pilocarpus jaborandi, 759 — pennatifolius, 759 Pimpinella anisum, 322, 465 — magna, 322 — major, 322 — saxifraga, 322 Pinus pinaster, 323 — sylvestris, 323 Piper angustifolium, 370 — nigrum, 370 Pirus malus, 513 Pistacia lentiscus, 197 Plantago arenana, 515 — indica, 515 — lanceolata, 325 — major, 325 — media, 325 — ovata, 515 — psyllium, 515 Podophyllum peltatum, 517 Polygala amara, 327 — rupestris, 327 — senega, 327 Polygonatum multiflorum, 723 — odoratum, 723 — officinale, 723

a l f a b é t i c o s

Polygonum aviculare, 272 — bistortum. 198 — hydropiper, 274 Polypodium calaguala, 724

— feuillei, 724 — leucatomos, 724 — vulgare, 392 Polystichum filix, 500 Populusalba. 761 — basamifera, 761 — canadicans, 761 — nigra, 760 — tremula, 761 Portulaca oleracea, 518 Potentilla anserina, 371 — canadensis, 371, 520 — erecta. 371.519 — reptam. 371, 520 — tormentilla, 519 Poterium sanguisorbar, 533 Primula officinalis. 328 — veris, 328 Prinus verticillatus, 673 Prosopis nigra. 497 Prunus avium, 586 — capuli, 330 — cerasus, 587 — laurocerasus, 458 — melanocarpa, 330 — serotma, 330

— spinosa, 372 — virginiana, 330 — x gondouini, 587 Psidium guajaba, 552 Pulmonaria officinalis, 331 Pulsatilla vulgaris, 623 Púnica granatum, 523 Pyrus domestica, 535 Quassia amara, 467 Quercus alba, 210 — amara, 210 - i l e x , 210 — robur, 208 — suber, 210 Kaphanus raphanistrum, 393 — sativus, 393 Rauwolfia serpentina, 242 Rhamnus catnartica, 525 — frangula, 526, 528 — purshiana, 528 Rheum officinale, 529 — palmatum, 530 — rabarbarum, 530 — rhaponticum, 530 — undulatum, 530 Ribes grossularia, 588 — nigrum, 468, 764 — rubrum, 468 — silvester. 468 — spicatum, 468 — uva-crispa. 588 Ricmus communis, 531 Robmia pseudoacacia, 469 Rosa canina, 762 — centifolia, 635

— damascena, 635 — gallica, 635 Rosmarmus officinalis, 674

a

ÍNDICE DE NOMES VULGARES

Rubia tinctorum, 589 Rubus íruticosus, 541 — idaeus, 765 Rumex acetosa, 275, 532 — crispus. 532 — patientia, 532 Ruscus aculeatus, 259 Ruta graveolens, 637 babai serrulata. 610 Saccharun officinarum, 332 Saix alba, 676 — babylonica, 677 — fragilis, 677 — purpúrea, 677 Salvia hispânica, 638 — hispanorum, 638 — oíficinalis, 638 — pratensis, 638 — sclarea, 638, 766 Sambucus ebulus, 590, 767 — nigra, 767 Sanguisorba minor, 533 — officinalis, 534 Samcula europaea, 725 — marylandica, 725 Santolina chamaecyparissus, 470 Saponaria oíficinalis, 333

Sarothamnus scoparius, 225 Sassafras officinalis, 678 Satureja calaminlha, 375 — hortensis, 375 — montaria. 374 Saxifraga granulata, 591 Scabiosa succisa, 731 Scolopendrium officinale,

321 Scrophularia nodosa, 543 Sedum acre, 726 — telephium, 726 Selenicerus grandiflorus, 216 Sempervivum tectorum, 727 Seneciojacobaea, 640 — viscosus, 640 — vulgaris. 640 Serenoa repens, 610 Sesamum indicum, 611 — orientale, 611 Sideritis angustifolia, 471 Silybum marianum, 395 Sinapis alba, 664 — arvensis, 664 — nigra, 663 Sisymbrium officinale, 211 Smilax aristolochiaefolia, 593

— áspera, 592 — leucophylla, 593 — ornata, 593

— regelii, 593 — spruceana, 593 Solanum dulcamara, 728 — nigrum. 729 Solidago virga-aurea, 594 Sorbus aucuparia, 535 — domestica, 535 Spartium scoparium, 225 Spergularia rubra, 596 Spiraea ulmaria, 667 Spirulina geitleri, 276 — máxima, 276 — platensis, 276 Stachys officinalis. 641,730 — palustris, 641 — silvatica, 641 Stellaria media, 334 Succisa pratensis, 731 Symphytum oíficinalis, 732 — tuberosum, 733 Syringa vulgaris, 472 Syzygium aromaticum, 192

Taraktogenos kurzn, 700 Taraxacum officinale, 397 Taxus baccata, 336 Teucrium chamaedrys, 473 — marum, 473 Thea sinensis, 185 Theobroma cacao, 597 Thymus serpyllum, 338 — vulgaris, 338, 769 Tilia americana, 171

— argêntea, 171 — cordata, 171 — europaea, 169,171 — platyphyllos, 171 — tomentosa, 171 Tragopogon pratensis, 243 Trifolium nigrescens, 340 — pratense, 340 — repens. 340 Trigonella foenum-graecum, 474 Triticum repens, 559 Tropaeolum majus, 772 Tumera diffusa, 613 Tussilago farfara, 320, 341

Urtica dioica. 278.641,674 VaCC inium rnyrtillus, 260 — vitisidaea, 261 Valenana oíficinalis. 172 Vanilla fragans, 376 — planifolia, 376 Veratrum álbum, 452 Verbascum thapsus, 343 Verbena fiastata, 174 — oílicinaVis, 174 Verónica beccabunga, 475 — oíficinalis, 475 Viburnum lantana. 199, 643 — opulus, 642 — prunifolium, 643 — tinus, 643 Vinca minor, 244 — rósea, 245 Viola odorata, 344 — tricolor, 735 Viscum álbum, 246

I amarindus indica, 536 Tamus communis, 679 Tanacetum balsamita, 537 — vulgare, 537

Ulmus campestris, 734 — fulva. 734 — minor, 734 Urginea maritima, 296

Vitis viniíera. 544

— hortense, 387 Alcaçus, 308 — da-europa, 308 Alcaravia, 355 Alchirovia, 355 Ncorowa, 355 Alecrim, 674 Alecrinzeiro, 674 Alegra-campo, 592 Aleluia, 275 Alface-brava, 160 — brava-maior, 160

Alfazema, 161 — brava. 162 — de-caboclo, 312 Alforba, 474 Alforfa, 474 Nfefga, 474 Alforria, 474 Alforva, 474 Alga perlada, 301 — vesiculosa, 650 Algebão, 174 Algebrado, 174 Algebrão, 174 Algodoeiro, 710 Alho, 230 — comum, 230 — de-urso. 233 — vulgar, 230 Aliaria, 560 Aljôfar, 579 Almecegueira, 197 Almeirão, 440 Alno, 487 Aloendro, 717 Aloés, 694 Alquemila, 622 Alquequenje, 585 Alteia, 190 Amaracus, 369

Ambretas, 131 Ambrósia-do-méxico, 439 Ameixeira-brava, 372 Amieiro, 487 — de-oregon, 488

Z e a mays, 599 Zingiber officinale, 377

ÍNDICE DE NOMES VULGARES Abacate, 719 Abacateiro, 719 Abacaxi, 425 Abelmosco, 362 Abeloura, 221 Abeto-branco, 290 —do-canadá, 291 — pectinado, 290 Abioto. 155 Abóbora, 605 — chila, 606 — de-coroa, 605 — menina. 605 — moganga, 605 — porqueira. 605 Abraços, 386 Abrótano. 429 — fêmea, 470 Abrunheiro-bravo, 372 Absintio, 428 Absinto, 428 Acácia-bastarda, 469 — das-alemãs, 372 — de-flores-brancas, 469 Acaflor, 448 Açafrão, 448 — bastardo, 666, 751 — da-índia, 450

788

— oriental, 448 Açafroa, 751 Acafrol, 751 Acataia, 274 Acónito, 148 too-tteifoso, 424 — verdadeiro. 424 Açucena, 716 — branca, 716 Adónis-da-itália. 215 Agave, 558 Agrião, 211 Agrião, 270 — das-fontes. 270 — de-água, 270 Agrimónia. 205 Agripalma. 224 Aguacate, 719 Aiapana, 388 Aipo, 562 — bravo, 562 — dorio-grande, 562 — doce, 562 — dos-charcos. 562 — hortense, 562 — silvestre, 562 Álamo-libico. 760 — negro, 760 Alcachofra, 387

— de-coco, 397 — maior, 160 — virosa, 160 Alfádega, 368 Alfalfa, 269 — de-flor-roxa, 269 Alfarrobeira, 497 — canela, 497 — das-antilhas, 497 — das-antilhas. 497 — de-burro. 497 — galhosa, 497 — mulata, 497 — negra, 497 Alfarva. 474 Alfavaca, 368, 582 — de-cobra, 582

— mosqueado, 257 — negro, 526 — rubro. 488 . — vulgar, 487 Âmio-maior, 561 — vulgar, 561 Amor-de-hortelão, 361 — perfeito-bravo, 735 — perfeito-pequeno, 735 Amora-framboesa, 765 Ananás. 425 Ancusa, 696 Androsemo, 714 Anémola, 383 Anémona, 383, 623 — dos-jardins. 623 — hepática. 383 — pulsatila, 623 Aneto. 349 Angélica, 426 Anis-da-chma, 455 — estrelado, 455 — verde, 465 Anona, 489

A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS í n d i c e s

Anoneira, 489 Ansarinha, 371 — malhada, 155 Antenária, 297 Aquifólio, 672 Aquileia. 691 Araca-goiaba, 522 Araçauaçu, 522 Aradeira, 712 Arando, 260 — de-baga-vermelha, 261 — vermelha, 261 Arçã, 769 Arcanha, 769 Arenária, 596 — rubra, 596 Argençana, 452 — dos-pastores, 452 Argentina. 371 Aristolóquia, 699 Arnica, 662 Aroeira, 197 Aroeiro, 197 Arrebenta-boi. 679 Arruda, 637 Arrúdia, 637 Artemigem. 624 Artemísia, 624 — comum, 624 — maritima, 431 — mexicana, 431 — verdadeira, 624 Árvore-da-goma-arábica,

469 — das-gotas-de-neve, 669 — de-morangos, 563 Ásaro, 432 Asclépia, 298 Aspargo, 649 Aspérulaodorifera. 351 Assa-fétida, 359 Atanásia, 537 — das-farmácias, 537 Auronia, 429 Aveia, 150 Avelaneira, 253 — brava, 734 Aveteita, 253 — de-bruxo, 257 — de-feiticeira, 257 Avenca, 292 — cabelo-de-vénus, 292 — de-monlpellier, 292 Avoadeira, 268 Avoadinha, 268 Azebre, 694 Azedas, 275 Azedinha-da-horta, 275 Azeitoneira. 239 Azevinho, 672 — espinhoso, 672 — menor, 259 Azinheira, 210 Azinho, 210 Dadiana, 455 Bafureira, 531 Bafureiro, 531 Baga, 531 Baganha, 679 Balsamita, 537

Bálsamo-de-cheiro, 713 Barba-de-bode, 243 — domato, 570 Barbasco, 343 Barbotina. 431 Bardana, 697 — maior. 697 — ordinária. 697 Barosma. 567 Barrete-de-padre, 707 Basilico. 368 Baunilha, 376 — dos-jardins. 713 Bebereira. 708 Becabunga, 475 Bédulo, 568 Bela-luisa, 459 — sombra, 722 Beladama. 352 Beladona, 352 Beldroega, 518 — pequena, 518 Beloura, 221 Bem-me-quer, 744 Berbere, 384 Bérbens, 384 Berça, 433 Betónica. 641.730 — bastarda, 580 — dos-pàntanos, 641 — dos-saboianos. 662 Bétula, 568 Bico-de-cegonha, 631 — de-cegonha-moscada, 631 — de-grou, 137 — de-grou-robertino. 137 Bidoeiro. 568 Bisnaga, 561 — das-searas, 561 Bistorta, 198 Bixa. 700 Bodelha. 650 Bola-de-neve, 642 Boldo, 390 Boieira. 607 — amarela, 607 — bíanca, 607 Bolsa-de-pastor, 628 Bom-homem. 316 Bonina, 744 Bons-dias, 491 Borrage, 746 Borragem. 746 — bastarda. 696 — brava. 747 Botâo-de-prata, 691 Botelho, 650 — crespo, 301 Botilhão-vesiculoso, 650 Bredofêmea, 518 Briónia. 49Ú — branca, 490 — dióica. 490 Broeira, 321 Buglossa, 696 — oficinal, 696 Burladora, 157 Buxo, 748 — arbóreo, 748 Buxulo, 564

C/abacinha-riscada, 605 — verrugosa, 605 Cabeia, 354 Cabelos, 386 — de-nossa-senhora. 386 Cabreira, 183 Cabresto, 393 Cacapeiro, 221 Cacau, 597 Cacaueiro, 597 Cacauzeiro, 597 Cacto, 216

— grandifloro, 216 Café, 178 Cafeeiro, 178 — comum, 178 Cafezeiro, 178 Caimito. 302 Cainiti, 302 Cainito, 302 Cajado-de-são-josé, 716 Calaguala, 724 Calaminta, 375 Cálamo-aromático, 424 Calêndula, 626 Calipes. 304 Calipse. 304

Calta, 665 — dos-pántanos, 665 Calumba, 446 Calungo, 699 Camédrios, 473 Camomila, 364

— alemã, 364 — de-paris, 350

— dos-alemães, 364 — legitima, 364 — romana, 350 — vulgar, 364 Campainhas-de-maio, 218 Cana, 566 — amarga, 566 — cheirosa, 424 — de-açúcar, 332 — doce, 332 — sacarina, 332 — vulgar, 566 Canabe, 152 Canafistiila, 494 Cànamo, 152 Canárias. 237 Canela-da-chma, 443 — de-sassafrás, 678 — sassafrás, 678 Caneleira, 442 — de-ceilào, 442 Cânfora, 217 Canforeira. 217 Canforeiro, 217 Cânhamo, 152 — indiano, 152 — verdadeiro, 152 Caniquié, 302 Capacete-de-jiipiter. 148 Capilária, 292 — de-montpellier, 292 Capim-de-burro, 559 Caprária, 632 Capsela, 628 Capucha, 721 Capuchinhas, 772

Capuz, 148 Caraguatá, 573 Caralhotas, 221 Cardíaca, 224 Cardo-bento, 444 —- cardador. 572 — corredor, 573 — de-santa-maria, 395

— leiteiro, 395 — mariano, 395 — marítimo, 574

— morto, 640 — penteador, 572

— rolador, 574 — santo, 444 — santo-mexicano, 445 Cárica, 435 Cariof ilada, 194 — maior, 194 Carlina, 749 — oficinal, 749 — ornamental, 750 Carragaheen. 301 Carrapateiro, 531 Carrasca, 570 Carrasco-loureiro, 210 Carrasquinha, 570 Carriço, 559 — da-areia, 559 Carriola-bastarda, 272 Carro-de-vénus, 148 Cártamo, 751 Caruru-de-cacho, 722 Carvalheira, 208 Carvalhinha, 473, 475 CarvalhinhcKio-mar, 650 Carvalho, 208 — alvarinho, 208 — americano, 210 — branco, 210 — comum, 208 — marinho. 650 — pequeno, 473 Carvi, 355 Casadinhos, 215 Casca-sagrada, 528 Cáscara-sagrada, 528 Castanheiro, 495 — comum, 495 — da-india, 251 Cataia, 274 Catapúcia, 531 Catéria, 367 Cauda-de-cavalo, 704 — de-raposa. 268 Caúna, 182, 673 Cavalinha, 704

— dos-campos, 704 Ceanoto, 191 Cebola, 294 — albarrâ, 296 — venenosa, 666 Cedronho, 701 Ceguda, 155 Cegude, 155 Celidónia, 701 Cenoura, 133 - b r a v a , 133 Centáurea, 131 — áspera, 437 - a z u l , 131

a l f a b é t i c o s

— menor. 436 Centinódia. 272 Cercefi, 243 Cerdeira, 586 Cerejas-de-judeu. 585 Cerejeira. 586 — americana. 330 — brava, 586 — da-virgima. 330 — das
View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF