Plano Estadual de Turismo Do Amazonas Abr08

October 4, 2017 | Author: Victor Nascimento | Category: Tourism, Economic Development, Geography, State (Polity), Brazil
Share Embed Donate


Short Description

Download Plano Estadual de Turismo Do Amazonas Abr08...

Description

PLANO VICTORIA RÉGIA Plano de Turismo do Estado do Amazonas (2008 – 2011)

Fevereiro / 2008

Governador do Estado do Amazonas Carlos Eduardo de Souza Braga

Vice Governador Omar José Abdel Aziz

Secretário de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico – SEPLAN Denis Benchimol Minev

Presidente da Empresa Estadual de Turismo – AMAZONASTUR Oreni Campêlo Braga da Silva

PLANO VICTORIA RÉGIA

Empresa Estadual de Turismo – AMAZONASTUR

Diretor Executivo João Nickolas dos Santos Cabral dos Anjos

Diretor de Turismo Jordan Fonseca Gouveia

Diretor de Marketing George Barreto

Diretor Administrativo e Financeiro Francisco Lopes de Lima

PLANO VICTORIA RÉGIA

Equipe Técnica - AMAZONASTUR

Chefe de Departamento de Programas e Projetos Elisia Cristina de Vasconcelos Chefe de Departamento de Registro, Fiscalização e Estatística Luciana Vieira de Souza Chefe de Departamento de Infra-Estrutura e Serviços Turísticos Angel Souza Pará de Macedo Chefe de Departamento de Desenvolvimento de Produtos Turísticos Gisele Carneiro Falabella Gerente de Pesca Esportiva Francisco Everardo Girão Gerente do Núcleo de Gerenciamento do Proecotur Suellen A. Sant´Anna Barroso Lunière Gerente de Programa de Interiorização do Turismo Kethlenn Moreira Porto Melo

PLANO VICTORIA RÉGIA

Equipe Técnica – Indústrias Criativas

Diretor Técnico Luiz Renato Ignarra

Gerente Técnica Rafaela Câmara Malerba

Coordenadora do Projeto Juliana Bettini Vicente

Moderador Zoop Álvaro do Espírito Santo

Analistas Carolina Gomes Alencar de Lima e Moura Keylah Tavares Natália Kwok Yee Cheung

Assistente Técnico Luís Fernando Monteiro Carlos

PLANO VICTORIA RÉGIA

Mensagem da Ministra do Turismo Há cinco anos foi criado o Ministério do Turismo e lançada a primeira edição do Plano Nacional de Turismo. Um documento que já nasceu forte, com a chancela de todos os segmentos públicos, privados e não governamentais que participaram do processo de criação da política nacional para o turismo. E que permitiu os avanços expostos na segunda edição do PNT 2007-2010: Uma Viagem de Inclusão, lançado em 2007. Inaugurou-se no País um trabalho planejado e articulado do Governo Federal, governos estaduais e municipais e cadeia produtiva para promover o desenvolvimento do turismo. Estabeleceu-se uma forte estrutura nacional, a partir da gestão descentralizada e das parcerias, para a execução de políticas, programas e ações, como a elaboração dos planos estaduais de turismo. O que o Governo do Amazonas apresenta agora à sociedade é fruto desse esforço conjunto. O Plano Estadual de Turismo Victória Régia 2008-2011 representa o pensamento coletivo de toda a cadeia produtiva amazonense. O turismo no estado passa a ter um norte para o seu desenvolvimento. Victória Régia não é apenas um nome. É meta. É objetivo. É política pública estratégica a ser seguida para que o turismo se desenvolva de maneira sustentável, respeitando e valorizando a diversidade cultural do povo amazonense e a riqueza do patrimônio histórico e natural do estado. O Amazonas reconhece o turismo como atividade econômica de importância para a geração de emprego e renda no estado e pauta suas ações em consonância com os objetivos gerais da política nacional de turismo. E fixa seu olhar na Victória Régia, símbolo de uma natureza exuberante e também da integração de todos os setores turísticos no estado. Mais do que apenas conhecer um destino turístico, o viajante de hoje busca realizar um sonho. O Amazonas oferece isso.

Marta Suplicy Ministra do Turismo

PLANO VICTORIA RÉGIA

Mensagem do Governador Caro leitor,

O Estado do Amazonas está inserido hoje num contexto moderno, no qual as ações governamentais assumem contornos e conseqüências globais. Temos consciência de que nossa realidade regional é parte integrante de um processo mundial de transformações. Estamos agindo em nosso próprio espaço com vistas a garantir o bem-estar de toda a coletividade, administrando e propondo soluções para nossa realidade imediata, garantindo que os órgãos governamentais, setor empresarial e sociedade civil participem da definição de políticas e diretrizes globais, setoriais ou regionais, que asseguram o processo de tomada de decisões sobre o desenvolvimento. Somos sabedores de que as expressões “desenvolvimento sustentado”ou “desenvolvimento sustentável” não são apenas uma construção de palavras: significam que o desenvolvimento não pode ser feito a qualquer preço, muito menos comprometendo o espaço das cidades ou dos campos e a qualidade de vida. Dentro desse novo paradigma, o nosso governo tem assumido, sobretudo, um compromisso com o resgate da dignidade do homem e do interesse pela construção de uma sociedade melhor. Sendo assim, no turismo não poderia ser diferente, pois trata-se de uma atividade econômica, social e ambiental, que, se não for trabalhada no foco da sustentabilidade, ocasionará enormes prejuízos ao homem e à natureza. Em função de ser, geograficamente, o maior Estado do Brasil e oferecer uma diversidade de atrativos naturais e culturais, além da infra-estrutura básica que vem sendo ampliada pelo governo, o Amazonas está adotando uma política de turismo pautada no ecologicamente correto e no socialmente justo, o que vem estimulando a chegada de novos investimentos de reconhecimento internacional, os quais estão compromissados com a responsabilidade socioambiental. Investir em turismo no Amazonas é investir na permanência do homem em seu habitat natural, com qualidade de vida, e na conservação da natureza.

Carlos Eduardo de Souza Braga Governador do Estado do Amazonas

PLANO VICTORIA RÉGIA

Notas Iniciais O turismo é um setor que apresenta uma capilaridade expressiva tendo em vista impactar diretamente mais de 50 atividades econômicas. A multidisciplinariedade, os impactos econômicos, sociais, ambientais, políticos e culturais gerados pelo turismo exibem um processo de planejamento e gestão que orientam, disciplinam e podem construir um poderoso instrumento de aceleração do desenvolvimento local, tendo em vista seu impacto na melhoria das condições de vida da população, mediante o respeito e o resgate dos valores culturais e a utilização racional dos recursos naturais. Tudo isso permite a construção de um novo tempo no turismo do Amazonas, pois entendemos que, em função da grandiosidade que apresenta o maior Estado do Brasil, com as suas peculiaridades geográficas, é impossível trabalhar a atividade turística sem um planejamento a médio e longo prazo. A proposta do Governo Eduardo Braga, por intermédio do Órgão Oficial de Turismo do Amazonas – AMAZONASTUR é configurar produtos que possam ser grifados com a MARCA AMAZONAS, proporcionando a expansão do mercado interno e a inserção mais efetiva no mercado mundial. Tudo o que estamos realizando no Amazonas para desenvolver e alavancar o turismo está pautado na responsabilidade social, seja como turista, investidor, empresário, e, acima de tudo, como cidadão local.

Saudações turísticas

Oreni Campêlo Braga da Silva Presidente da AMAZONASTUR

PLANO VICTORIA RÉGIA

Índice 1 APRESENTAÇÃO...................................................................................... 1 2 PLANEJAMENTO E TENDÊNCIAS DO TURISMO .................................................. 3 2.1 Turismo e sustentabilidade .................................................................... 3 2.2 Planejamento da atividade turística ......................................................... 4 2.3 O turismo no Brasil e no mundo............................................................... 5 2.3.1 Gestão do turismo no Brasil ........................................................... 6 2.3.2 Indicadores do turismo global......................................................... 9 2.3.3 Indicadores do turismo no Brasil ....................................................12 3 PANORAMA ESTADUAL............................................................................ 20 3.1 O Estado do Amazonas ........................................................................20 3.1.1 Processo de desenvolvimento na Amazônia ........................................20 3.1.2 Território ...............................................................................22 3.1.3 Demografia e população ..............................................................23 3.1.4 Economia ................................................................................26 3.1.5 Infra-estrutura básica .................................................................28 3.1.6 Transporte ..............................................................................29 3.2 As microrregiões do Amazonas ...............................................................40 3.2.1 Território ...............................................................................40 3.2.2 Demografia e população ..............................................................41 3.2.3 Economia ................................................................................44 3.2.4 Infra-estrutura básica .................................................................47 3.3 Os Municípios Amazonenses...................................................................50 3.3.1 Território e população ................................................................50 3.3.2 Economia ................................................................................53 3.3.3 Infra-estrutura básica .................................................................54 3.4 Recursos naturais e meio ambiente .........................................................57 3.4.1 Flora .....................................................................................57 3.4.2 Fauna ....................................................................................59 3.4.3 Hidrografia..............................................................................61 3.4.4 Atividades econômicas e natureza ..................................................62 3.4.5 Conservação do meio ambiente......................................................63 3.4.6 Unidades de conservação no Amazonas.............................................64 3.4.7 Projetos ambientais de destaque....................................................70 3.4.8 Recursos naturais e turismo no Amazonas .........................................73 3.5 Populações e terras indígenas ................................................................75

PLANO VICTORIA RÉGIA

i

3.5.1 Etnias indígenas no Amazonas .......................................................77 3.5.2 Terras indígenas........................................................................79 3.5.3 Visitação de comunidades indígenas ................................................80 4 O TURISMO NO AMAZONAS....................................................................... 82 4.1 A oferta de recursos e atrativos turísticos..................................................82 4.1.1 Atrativos e recursos naturais ........................................................82 4.1.2 Atrativos e recursos culturais........................................................91 4.1.3 Eventos ..................................................................................97 4.1.4 Singularidade do destino Amazonas............................................... 102 4.2 Os serviços turísticos ........................................................................ 104 4.2.1 Meios de Hospedagem ............................................................... 104 4.2.2 Estabelecimentos de Alimentação................................................. 111 4.2.3 Espaços para Eventos ................................................................ 114 4.2.4 Estabelecimentos de Entretenimento............................................. 118 4.2.5 Comércio Turístico................................................................... 119 4.2.6 Agências ............................................................................... 120 4.2.7 Transportadoras...................................................................... 122 4.2.8 Estruturas de apoio ao turista ..................................................... 123 4.2.9 A oferta de serviços turísticos amazonense...................................... 124 4.3 Padrões de uso................................................................................ 127 4.3.1 Perfil da demanda ................................................................... 127 4.3.2 Segmentação.......................................................................... 150 4.3.3 Concorrentes ......................................................................... 151 4.4 Comercialização e promoção ............................................................... 158 4.4.1 Receptivo.............................................................................. 158 4.4.2 Comercialização dos produtos turísticos do Amazonas......................... 176 4.5 Gestão do turismo............................................................................ 177 4.5.1 Instituições e ações de destaque .................................................. 177 4.5.2 Entrevistas junto a entidades representativas .................................. 183 4.5.3 A gestão do turismo no Amazonas................................................. 197 4.6 Recursos humanos............................................................................ 199 4.6.1 Cursos disponíveis ................................................................... 199 4.6.2 Recursos humanos do turismo no Amazonas ..................................... 199 4.7 Sustentabilidade.............................................................................. 201 4.7.1 Impactos positivos ................................................................... 201 4.7.2 Impactos negativos .................................................................. 202 5 ANÁLISE SWOT .................................................................................... 203 5.1 Matriz SWOT .................................................................................. 203

PLANO VICTORIA RÉGIA

ii

6 CENÁRIOS PARA O TURISMO .................................................................... 205 6.1 Cenário otimista.............................................................................. 206 6.2 Cenário moderado ........................................................................... 208 6.3 Cenário pessimista ........................................................................... 210 7 FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA ................................................................... 212 7.1 Preceitos ...................................................................................... 213 7.2 Missão do destino ............................................................................ 214 7.3 Objetivos estratégicos....................................................................... 214 8 METAS TRAÇADAS PARA O PLANO ............................................................. 216 8.1 Meta 1 ......................................................................................... 216 8.2 Meta 2 ......................................................................................... 217 8.3 Meta 3 ......................................................................................... 218 8.4 Meta 4 ......................................................................................... 218 9 PLANO DE AÇÃO .................................................................................. 220 9.1 Plano de ação para a gestão................................................................ 220 9.2 Plano de ação para o produto .............................................................. 222 9.3 Plano de ação para o marketing ........................................................... 226 9.4 Plano de ação para a infra-estrutura...................................................... 227 9.5 Prazos .......................................................................................... 228 9.6 Quadros explicativos de ações de gestão ................................................. 228 9.7 Quadros explicativos de ações de produto ............................................... 239 9.8 Quadros explicativos de ações de marketing............................................. 250 9.9 Quadros explicativos de ações de infra-estrutura ....................................... 257 9.10 Orçamentos.................................................................................. 261 9.11 Quadro-resumo de ações .................................................................. 262 9.12 Responsabilidades .......................................................................... 265 9.13 Financiamento .............................................................................. 266 10 BIBLIOGRAFIA.................................................................................... 268 APÊNDICE 1 .......................................................................................... 274 APÊNDICE 2 .......................................................................................... 278 APÊNDICE 3 .......................................................................................... 279 APÊNDICE 4 .......................................................................................... 280

PLANO VICTORIA RÉGIA

iii

Lista de Siglas ABAV – Associação Brasileira das Agências de Viagens ABBTUR – Associação Brasileira dos Bacharéis em Turismo ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis ABRAJET - Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo ABRASEL – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes ADA – Agência de Desenvolvimento da Amazônia AMAZONASTUR – Empresa Estadual de Turismo do Amazonas AOBT – Associação dos Operadores de Barcos de Turismo do Amazonas CIGS – Centro de Instrução de Guerra na Selva CTI – Consultoria Turística Integrada EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo FBC&VB – Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux FEPI AM – Fundação Estadual dos Povos Indígenas do Amazonas FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas FUNAI – Fundação Nacional do Índio FUNATURA – Fundação Pró-Natureza IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH – Índice de Desenvolvimento Humano INFRAERO – Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária IPAAM – Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ISA – Instituto Sócio-Ambiental ITTO – Organização Internacional de Madeiras Tropicais MANAUSTUR – Fundação Municipal de Turismo de Manaus OMT – Organização Mundial de Turismo PIB – Produto Interno Bruto

PLANO VICTORIA RÉGIA

i

PNDPA - Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento SDS AM – Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SEPLAN AM – Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas SINDEGTUR AM – Sindicato dos Guias de Turismo do Amazonas SIVAM – Sistema de Vigilância da Amazônia SUDAM – Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia TI – Terra Indígena UC – Unidade de Conservação UEA – Universidade do Estado do Amazonas UFAM – Universidade Federal do Amazonas WWF – World Wildlife Fund

PLANO VICTORIA RÉGIA

ii

Lista de Tabelas Tabela 1. Matriz origem destino das viagens internacionais (2004) ..............................................................11 Tabela 2. Turismo Internacional - Cidades mais visitadas (2005) .................................................................14 Tabela 3. Turismo Internacional – Permanência média (2005) ....................................................................15 Tabela 4. Turismo Internacional – Gasto diário em dólares (2005) ...............................................................16 Tabela 5. Turismo Doméstico – Principais unidades da federação emissoras e receptoras (2005) ..........................17 Tabela 6. Turismo Doméstico - Matriz origem-destino das viagens domésticas (2005) .......................................17 Tabela 7. População Economicamente Ativa (PEA) e trabalhos formais no Amazonas (2005) ...............................25 Tabela 8. Existência de serviços no Amazonas (2000)...............................................................................28 Tabela 9. Quadro de distâncias entre Manaus e principais capitais brasileiras.................................................30 Tabela 10. Faixas de distâncias entre municípios amazonenses e Manaus ......................................................30 Tabela 11. Microrregiões do Amazonas, área e quantidade de municípios componentes (2005)............................41 Tabela 12. PIB municipal acumulado por microrregião (2005) ....................................................................45 Tabela 13. População Economicamente Ativa (PEA) e percentual da população componente da PEA por microrregião do Amazonas (2000) .......................................................................................................................46 Tabela 14. Área (km2) dos cinco maiores e menores municípios do Amazonas (2005) ........................................51 Tabela 15. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por população (2005) ........................................51 Tabela 16. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por densidade demográfica (2005) ........................52 Tabela 17. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por IDH (2000) .................................................52 Tabela 18. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por PIB municipal (2002) ....................................53 Tabela 19. Municípios do Amazonas de destaque por setor componente do PIB municipal (1999) .........................54 Tabela 20. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com rede geral de água (2000) ........................................................................................................................................55 Tabela 21. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com rede geral de esgoto (2000) ........................................................................................................................................55 Tabela 22. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com coleta de lixo (2000) ................................................................................................................................................56 Tabela 23. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com iluminação elétrica (2000) ........................................................................................................................................56 Tabela 24. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com telefonia (2000) ....56 Tabela 25. Área de cobertura florestal nativa remanescente por Estado .......................................................59 Tabela 26. Etnias indígenas no Amazonas por região do Estado...................................................................78 Tabela 27. Unidades habitacionais disponíveis por tipologia dos empreendimentos ........................................ 104 Tabela 28. Média de unidades habitacionais disponíveis por empreendimento por região turística ..................... 107 Tabela 29. Diárias médias por tipologia do empreendimento ................................................................... 109 Tabela 30. Capacidade dos empreendimentos ..................................................................................... 115 Tabela 31. Capacidade instalada, taxa de ocupação anual e preços praticados ............................................. 116 Tabela 32. Centros de atendimento ao turista do Amazonas .................................................................... 123 Tabela 33. Estimativa salarial mensal dos trabalhadores do turismo no Amazonas ......................................... 128 Tabela 34. Principais Estados de origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria urbana (2005) ........................... 131 Tabela 35. Principais países de origem dos hóspedes estrangeiros da hot. urbana (2005) ................................. 131 Tabela 36. Perfil do hóspede brasileiro da hotelaria urbana (2004)............................................................ 133 Tabela 37. Perfil do hóspede estrangeiro da hotelaria urbana (2004) ......................................................... 133 Tabela 38. Principais Estados de origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria de selva (2005) .......................... 135 Tabela 39. Principais países de origem dos hóspedes estrangeiros da hotelaria de selva (2005) ......................... 136 Tabela 40. Perfil do hóspede brasileiro da hotelaria de selva (2004) .......................................................... 136

PLANO VICTORIA RÉGIA

iii

Tabela 41. Perfil do hóspede estrangeiro da hotelaria de selva (2004)........................................................ 136 Tabela 42. Navios e passageiros aportados no Amazonas (2000 a 2005) ....................................................... 137 Tabela 43. Perfil do turista de pesca esportiva segundo operadores (2005) .................................................. 139 Tabela 44. Unidades da federação de origem dos visitantes brasileiros da área natural (2002) .......................... 144 Tabela 45. Países de origem dos visitantes estrangeiros da área natural (2002)............................................. 144 Tabela 46. Ocupações dos visitantes de áreas naturais (2002) .................................................................. 145 Tabela 47. Principais atividades praticadas pelos visitantes nas áreas naturais (2002)..................................... 146 Tabela 48. Avaliação da estrutura para visitação na área natural (2002) ..................................................... 146 Tabela 49. Fatores de impedimento à visitação dos atrativos da área natural (2002) ...................................... 147 Tabela 50. Volume de eventos e participantes de eventos em Manaus (2001) ............................................... 149 Tabela 51. Parcerias utilizadas pelas empresas consultadas..................................................................... 160 Tabela 52. Dificuldades encontradas na comercialização dos produtos do destino ......................................... 161 Tabela 53. Produtos mais vendidos para visitantes brasileiros pelas agências, operadoras e transportadoras consultadas ............................................................................................................................... 162 Tabela 54. Produtos mais vendidos para visitantes estrangeiros pelas agências, operadoras e transportadoras consultadas ............................................................................................................................... 162 Tabela 55. Atrativos destacados nos produtos de agências e operadoras ..................................................... 163 Tabela 56. Atrativos destacados nos produtos de hotéis de selva .............................................................. 164 Tabela 57. Atrativos destacados nos produtos de transportadoras turísticas ................................................. 164 Tabela 58. Estados de origem dos visitantes brasileiros .......................................................................... 169 Tabela 59. Países de origem dos visitantes estrangeiros ......................................................................... 169 Tabela 60. Pontos fortes e fracos dos recursos e atrativos turísticos do Amazonas, segundo empresas consultadas . 173 Tabela 61. Pontos fortes e fracos dos serviços turísticos do Amazonas, segundo empresas consultadas ................ 173 Tabela 62. Pontos fortes e fracos da infra-estrutura básica do Amazonas, segundo empresas consultadas ............ 174 Tabela 63. Deficiências dos recursos humanos empregados no turismo, segundo empresas consultadas ............... 175 Tabela 64. Gestão pública do turismo no Amazonas .............................................................................. 175 Tabela 65. Ações desenvolvidas/planejadas pela Amazonastur ................................................................. 179 Tabela 66. Cursos de Graduação em Turismo e Hotelaria........................................................................ 199 Tabela 67. Cursos Profissionalizantes em Turismo e Hotelaria .................................................................. 199 Tabela 68. Preceitos para o desenvolvimento do turismo no Amazonas....................................................... 213 Tabela 69. Objetivos estratégicos para o turismo no Amazonas ................................................................ 215 Tabela 70. Prazo de ações ............................................................................................................. 228 Tabela 71. Orçamento anual para execução do Plano ............................................................................ 261

PLANO VICTORIA RÉGIA

iv

Lista de Figuras Figura 1. Regiões (Pólos) Turísticas do Estado do Amazonas........................................................................ 8 Figura 2. Crescimento do fluxo receptivo internacional no Mundo, Am. do Sul e Brasil (1997 a 2005) ..................... 9 Figura 3. Chegada de turistas no mundo por região (2005) ........................................................................10 Figura 4. Regiões emergentes segundo a taxa de crescimento das chegadas internacionais (1995 e 2004)...............10 Figura 5. Motivo das visitas internacionais (2004) ...................................................................................11 Figura 6. Movimento de passageiros nos aeroportos do Brasil (1996 a 2005) ...................................................12 Figura 7. Turismo Internacional – Chegadas internacionais (1997 a 2005).......................................................13 Figura 8. Turismo Internacional - Motivo da viagem (2005) ........................................................................13 Figura 9. Turismo Internacional – Pontos fortes do Brasil (2005)..................................................................14 Figura 10. Turismo Internacional - Meio de hospedagem (2005) ..................................................................15 Figura 11. Turismo Doméstico - Motivos para realização da principal viagem doméstica (2005) ...........................16 Figura 12. Turismo Doméstico - Distribuição sazonal das viagens domésticas (2005) .........................................18 Figura 13. Turismo Doméstico - Meio de hospedagem da principal viagem doméstica (2005) ...............................18 Figura 14. Turismo Doméstico - Meio de transporte da principal viagem doméstica (2005) .................................19 Figura 15. Turismo Doméstico – Composição do gasto individual diário nas viagens domésticas (2005) ...................19 Figura 16. O Estado do Amazonas.......................................................................................................22 Figura 17. Distribuição da área (km2) do Brasil por Estado.........................................................................22 Figura 18. Evolução da densidade demográfica (habitante/km2) no Amazonas (1890 a 2000) ..............................23 Figura 19. Distribuição da população do Amazonas por faixa etária (2004).....................................................24 Figura 20. Crescimento dos domicílios permanentes no Amazonas por tipo de área (1970 a 2000) ........................24 Figura 21. IDH no Brasil região Norte e Amazonas (1991 e 2000) .................................................................25 Figura 22. Evolução dos empregos por setor no Amazonas (1995 a 2004) .......................................................26 Figura 23. Valor adicionado ao PIB do Amazonas por setor (2001 a 2003).......................................................27 Figura 24. Evolução da cobertura de água, esgoto e coleta do lixo (2001 a 2004) ............................................29 Figura 25. Rede de transportes do Amazonas.........................................................................................31 Figura 26. Rede hidroviária na Amazônia Legal ......................................................................................34 Figura 27. Microrregiões do Amazonas .................................................................................................40 Figura 28. Percentual de habitantes do Amazonas residente por microrregião (2000 e 2005) ..............................41 Figura 29. Densidade demográfica média por microrregião do Amazonas (2005)..............................................42 Figura 30. Distribuição percentual dos domicílios permanentes urbanos e rurais por microrregião do Amazonas (2005) ................................................................................................................................................43 Figura 31. IDH médio por microrregião do Amazonas (2000).......................................................................44 Figura 32. Participação setorial no PIB municipal acumulado por microrregião (1999).......................................45 Figura 33. Cobertura de domicílios por rede de água por microrregião do Amazonas (2004)................................47 Figura 34. Cobertura de domicílios por rede de esgoto por microrregião do Amazonas (2004) .............................48 Figura 35. Cobertura de domicílios por coleta de lixo por microrregião do Amazonas (2004)...............................48 Figura 36. Cobertura de domicílios por iluminação elétrica por microrregião do Amazonas (2004)........................49 Figura 37. Cobertura de domicílios por telefonia por microrregião do Amazonas (2004).....................................49 Figura 38. Relação leitos em hospitais (SUS) para cada 1.000 habitantes por microrregião do Amazonas (2005) .......50 Figura 39. Distribuição da área (km2) da Amazônia Legal por Estado ............................................................57 Figura 40. Vegetação da Amazônia .....................................................................................................58 Figura 41. Arara-canindé (Ara ararauna) ..............................................................................................60 Figura 42. Macaco Sauim de Coleira (Saguinos bicolor).............................................................................60 Figura 43. Bacias hidrográficas e principais rios da Amazônia Brasileira ........................................................61 Figura 44. Unidades de conservação federais por tipologia no Brasil e na Amazônia Legal ..................................64

PLANO VICTORIA RÉGIA

v

Figura 45. Unidades de conservação federais e estaduais no Amazonas (exceto RPPNs) .....................................65 Figura 46. Área (ha) das unidades de conservação do Amazonas por tipo de uso..............................................65 Figura 47. Crescimento anual do número de Unidades de Conservação .........................................................66 Figura 48. Área (ha) das unidades de conservação do Amazonas por macrorregião ...........................................66 Figura 49. Concentração de unidades de conservação por região turística do Amazonas ....................................67 Figura 50. Área (ha) das unidades de conservação do Amazonas por região turística.........................................68 Figura 51. Distribuição das unidades de conservação do Amazonas por tipologia segundo regiões turísticas ............69 Figura 52. Municípios do Amazonas com maior concentração de unidades de conservação .................................69 Figura 53. População auto-declarada indígena por região do Brasil ..............................................................75 Figura 54. População auto-declarada indígena da região Norte do Brasil por Estado .........................................75 Figura 55. População auto-declarada indígena do Brasil por Estado .............................................................76 Figura 56. População indígena do Amazonas por região do Estado ...............................................................76 Figura 57. Quantidade de etnias indígenas no Amazonas por região do Estado ................................................77 Figura 58. Terras Indígenas (TIs) no Brasil ............................................................................................79 Figura 59. Cachoeira do Santuário ......................................................................................................82 Figura 60. ESEC Anavilhanas .............................................................................................................83 Figura 61. Pesca esportiva no Amazonas ..............................................................................................83 Figura 62. Distribuição dos atrativos naturais por região turística ...............................................................85 Figura 63. Teatro Amazonas .............................................................................................................91 Figura 64. Distribuição dos atrativos culturais por região turística...............................................................93 Figura 65. Alegorias do Festival de Parintins .........................................................................................97 Figura 66. Distribuição dos eventos por região turística............................................................................98 Figura 67. Exuberância das paisagens amazônicas................................................................................. 102 Figura 68. Distribuição de empreendimentos por tipologia ...................................................................... 104 Figura 69. Crescimento da oferta de unidades habitacionais (1960 – 2005)................................................... 105 Figura 70. Distribuição de empreendimentos por região turística .............................................................. 105 Figura 71. Distribuição de empreendimentos por região turística e por tipologia ........................................... 106 Figura 72. Distribuição de empreendimentos e unidades habitacionais por município ..................................... 107 Figura 73. Avaliação dos empreendimentos classificados pelo Guia Quatro Rodas 2006 ................................... 108 Figura 74. Estrutura disponível nos empreendimentos segundo o Guia Quatro Rodas 2006................................ 109 Figura 75. Taxa de ocupação média nos hotéis urbanos (2000 a 2005) ........................................................ 110 Figura 76. Taxa de ocupação média nos hotéis de selva (2000 a 2005) ........................................................ 110 Figura 77. Distribuição de empreendimentos por tipo de cozinha .............................................................. 111 Figura 78. Distribuição de empreendimentos por região turística .............................................................. 112 Figura 79. Distribuição de empreendimentos por município ..................................................................... 112 Figura 80. Avaliação do conforto empreendimentos classificados pelo Guia Quatro Rodas 2006 ......................... 113 Figura 81. Preços praticados pelos empreendimentos por faixa ................................................................ 114 Figura 82. Distribuição de empreendimentos por tipologia ...................................................................... 115 Figura 83. Distribuição de empreendimentos por região turística .............................................................. 116 Figura 84. Tipos de eventos realizados .............................................................................................. 117 Figura 85. Sazonalidade dos eventos realizados.................................................................................... 117 Figura 86. Âmbito dos eventos realizados ........................................................................................... 118 Figura 87. Distribuição de empreendimentos por tipologia ...................................................................... 118 Figura 88. Distribuição de empreendimentos por região turística .............................................................. 119 Figura 89. Distribuição de empreendimentos por tipologia ...................................................................... 119 Figura 90. Distribuição de empreendimentos por tipo de empresa............................................................. 120 Figura 91. Distribuição de empreendimentos por tipo de mercado em que atua ............................................ 121 Figura 92. Distribuição de empreendimentos por região turística .............................................................. 121 Figura 93. Distribuição de empreendimentos por tipologia ...................................................................... 122

PLANO VICTORIA RÉGIA

vi

Figura 94. Distribuição de empreendimentos por região turística .............................................................. 122 Figura 95. Tropical Manaus Business ................................................................................................. 124 Figura 96. Centro Cultural Humberto Canderaro................................................................................... 125 Figura 97. Movimento de passageiros no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes (2002 a 2004) ........................ 127 Figura 98. Fluxo de turistas que visitaram o Amazonas (2000 a 2005) ......................................................... 127 Figura 99. Principais segmentos que compõem o fluxo de turistas do Amazonas (2005) ................................... 128 Figura 100. Índices de crescimento do fluxo de turistas hospedados na hotelaria urbana (2000 a 2005) ............... 129 Figura 101. Origem dos hóspedes da hotelaria urbana (2005) ................................................................... 129 Figura 102. Distribuição mensal dos hóspedes da hotelaria urbana (2005).................................................... 130 Figura 103. Origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria urbana por região (2005)........................................ 130 Figura 104. Origem dos hóspedes estrangeiros da hotelaria urbana por região (2005) ..................................... 131 Figura 105. Motivo de viagem dos hóspedes da hotelaria urbana (2004) ...................................................... 132 Figura 106. Meio de transporte utilizado pelos hóspedes da hotelaria urbana (2004) ...................................... 132 Figura 107. Índices de crescimento do fluxo de turistas hospedados na hotelaria de selva (2000 a 2005) .............. 133 Figura 108. Distribuição mensal dos hóspedes da hotelaria de selva (2005) .................................................. 134 Figura 109. Origem dos hóspedes da hotelaria de selva (2005) ................................................................. 134 Figura 110. Origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria de selva por região (2005) ...................................... 134 Figura 111. Origem dos hóspedes estrangeiros da hotelaria de selva por região (2005) .................................... 135 Figura 112. Índices de crescimento do fluxo de turistas em cruzeiros marítimos (2000 a 2005) .......................... 137 Figura 113. Distribuição mensal dos navios e passageiros aportados no Amazonas (2005) ................................. 138 Figura 114. Fluxo de turistas de pesca esportiva (2003 a 2005)................................................................. 139 Figura 115. Motivos que levam visitantes de áreas naturais a áreas de conservação em geral (2002) ................... 139 Figura 116. Motivos que levaram visitantes de áreas naturais a realizar a visita em curso (2002) ....................... 140 Figura 117. Meio de transporte utilizado pelos visitantes de áreas naturais (2002) ......................................... 140 Figura 118. Meio de hospedagem utilizado pelos visitantes de áreas naturais (2002)....................................... 141 Figura 119. Forma de organização da visita utilizada pelos visitantes de áreas naturais (2002) .......................... 141 Figura 120. Tipo de acompanhamento dos visitantes de áreas naturais na atual visita (2002)............................ 141 Figura 121. Meio de informação utilizado pelos visitantes de áreas naturais (2002) ........................................ 142 Figura 122. Número de visitas já realizadas na mesma área natural (2002) .................................................. 142 Figura 123. Classes de gastos totais efetuados na atual visita pelos visitantes de áreas naturais (2002) ............... 143 Figura 124. Origem dos visitantes da área natural (2002) ........................................................................ 143 Figura 125. Faixas de renda mensal dos visitantes de áreas naturais (2002) ................................................. 145 Figura 126. Nível de instrução dos visitantes de áreas naturais (2002) ........................................................ 145 Figura 127. Tipologia dos eventos realizados em Manaus (2001)................................................................ 147 Figura 128. Distribuição anual do volume de eventos realizados em Manaus (2001) ........................................ 148 Figura 129. Dias de maior procura pelos espaços para eventos de Manaus (2001)........................................... 148 Figura 130. Âmbito dos eventos realizados em Manaus (2001) .................................................................. 148 Figura 131. Clientes que locam os espaços para eventos de Manaus (2001) .................................................. 149 Figura 132. Faixas de número de eventos realizados por mês em Manaus (2001)............................................ 149 Figura 133. Distribuição dos gastos dos participantes de eventos de Manaus (2001)........................................ 150 Figura 134. Tipologia das empresas consultadas ................................................................................... 158 Figura 135. Foco de atuação das empresas consultadas .......................................................................... 158 Figura 136. Segmentos de produtos comercializados pelas empresas consultadas .......................................... 159 Figura 137. Principais meses de venda de produtos no Amazonas .............................................................. 159 Figura 138. Representatividade média das vendas de produtos no Amazonas................................................ 160 Figura 139. Clientes atendidos anualmente por produtos no Amazonas ....................................................... 160 Figura 140. Meios de divulgação utilizados pelas empresas consultadas ...................................................... 161 Figura 141. Destinos dos produtos de agências e operadoras.................................................................... 165 Figura 142. Destinos dos produtos de hotéis de selva............................................................................. 165

PLANO VICTORIA RÉGIA

vii

Figura 143. Destinos dos produtos de transportadoras turísticas ............................................................... 165 Figura 144. Segmentos dos produtos de agências e operadoras ................................................................. 166 Figura 145. Segmentos produtos de hotéis de selva............................................................................... 166 Figura 146. Segmentos produtos de transportadoras turísticas ................................................................. 166 Figura 147. Duração dos produtos de agências e operadoras .................................................................... 167 Figura 148. Duração dos produtos de hotéis de selva ............................................................................. 167 Figura 149. Duração produtos de transportadoras turísticas..................................................................... 167 Figura 150. Faixas de preços dos produtos comercializados por agências e operadoras.................................... 168 Figura 151. Faixas de preços dos produtos comercializados por hotéis de selva............................................. 168 Figura 152. Faixas de preços dos produtos comercializados por transportadoras turísticas ............................... 168 Figura 153. Origem dos visitantes..................................................................................................... 169 Figura 154. Tipo de grupo de viagem dos visitantes brasileiros ................................................................. 170 Figura 155. Tipo de grupo de viagem dos visitantes estrangeiros............................................................... 170 Figura 156. Faixa etária dos visitantes brasileiros ................................................................................. 170 Figura 157. Faixa etária dos visitantes estrangeiros............................................................................... 171 Figura 158. Motivação para viagem dos visitantes brasileiros ................................................................... 171 Figura 159. Motivação para viagem dos visitantes estrangeiros ................................................................. 171 Figura 160. Tempo de permanência dos visitantes brasileiros................................................................... 172 Figura 161. Tempo de permanência dos visitantes estrangeiros ................................................................ 172 Figura 162. Percentual de visitantes que seguem para outros destinos do Brasil ............................................ 172 Figura 163. Organograma da Amazonastur .......................................................................................... 178 Figura 164. Estrutura do planejamento estratégico do Turismo no Amazonas ............................................... 212 Figura 165. O conceito da Victoria Régia............................................................................................ 214

PLANO VICTORIA RÉGIA

viii

1 Apresentação O turismo no Estado do Amazonas é uma premissa para o desenvolvimento econômico da região. O Estado possui uma grande variedade de recursos naturais que podem ser aproveitados economicamente de maneira sustentável por meio da atividade turística, gerando emprego e renda para a região. Atualmente, a atividade turística no Estado se concentra na região próxima a Manaus e no município de Parintins, onde ocorre anualmente o conhecido “Festival de Parintins”. No entanto, o Estado conta com outras regiões em que a visitação responsável poderia ocorrer gerando possibilidades de aproveitamento econômico sustentável para os moradores do Estado. A criação da Superintendência da Zona Franca de Manaus - ZFM, em 1967, permitiu a maximização do fluxo turístico na cidade de Manaus. Durante uma década e meia prevaleceu no Amazonas, o segmento do turismo de compras, tendo em vista que, a Zona Franca de Manaus foi criada com o objetivo de atender o mercado interno e, por conta disso, os brasileiros se deslocavam à Manaus para comprar produtos eletro-eletrônicos, perfumaria e importados em geral. A partir do início da década de 90, com a abertura das importações pelo Governo Federal, o turismo de compras, no estado, entrou em colapso como conseqüência da estagnação do comércio de importados, sendo possível o brasileiro adquirir produtos importados no resto do país, em nível competitivo. Dessa forma, identificou-se a necessidade de repensar no turismo como uma atividade econômica alternativa que promova não apenas o bem-estar social, por meio do lazer e entretenimento, mas também o desenvolvimento sustentável do turismo no âmbito políticoinstitucional, sócio-econômico, cultural e ambiental, visando uma inclusão social mais justa e a valorização da identidade cultural regional. Diante deste panorama, se encaixa o atual documento, o Plano de Turismo do Estado do Amazonas, pautado no desenvolvimento sustentável da atividade turística, com aplicação no período de 2008 a 2011. Deve-se ressaltar que o presente Plano tem como pressuposto a consonância com os objetivos do Plano Nacional de Turismo e preza a valorização da diversidade da história, cultura, identidade étnica e atrativos turísticos do Estado do Amazonas. Em acordo com essa rica diversidade são traçados os projetos que gerarão benefícios socioeconômicos, ambientais e culturais ao estado. É importante salientar que uma das ferramentas utilizadas na composição do diagnóstico apresentado neste documento foi a realização de oficinas participativas. Estas oficinas tiveram como objetivo central traçar um panorama do turismo em cada uma das regiões turísticas do estado. Foram realizadas três oficinas nos municípios de Tabatinga, Parintins e

PLANO VICTORIA RÉGIA

1

Manaus e participaram das mesmas 45 pessoas das regiões turísticas do Sateré, Amazonas e Solimões. Estiveram presentes nas reuniões representantes do setor público, privado e terceiro setor atuantes no turismo amazonense. O presente documento está estruturado em sete capítulos, sendo que os primeiros dão ao leitor o panorama do Estado do Amazonas, a importância do turismo em âmbito mundial, nacional e estadual e diagnosticam o turismo atualmente no Amazonas. A partir do capítulo “4. Análise SWOT”, é apresentada a construção e desdobramentos de estratégias para o desenvolvimento sustentável do turismo no Amazonas. Por fim, são apresentados planos de ação para cada um dos nichos estratégicos importantes para o pleno desenvolvimento do destino. A “Formulação estratégica”, parte deste documento, é a etapa do Plano que direciona objetivamente gestores e empresariado para que maximizem as potencialidades do turismo no Amazonas e superem suas ameaças. Essa formulação deve ser criativa e facilmente acessível a tais atores. Deste modo, associou-se às estratégias traçadas para o Estado um dos símbolos da região amazônica: a vitória régia (Victoria amazônica), que intitula o plano aqui abordado. As flores da floresta são um dos maiores símbolos de sua exuberância, justamente um dos principais focos estratégicos definidos por este plano. O uso da vitória régia como título do plano transmite ao leitor a exuberância do destino tratado, aproveitando sua associação com a natureza. Além disso, a conjunção das pétalas da flor é uma alusão à integração e a ação em várias frentes, condições sine-qua-non para o desenvolvimento do turismo sustentável em qualquer destino.

PLANO VICTORIA RÉGIA

2

2 Planejamento e Tendências do Turismo 2.1 Turismo e sustentabilidade O desenvolvimento do turismo sustentável está intrinsecamente relacionado ao conceito de desenvolvimento sustentável, definido em 1987 pela Comissão Brutland como aquele que “satisfaz as necessidades da atualidade sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer às suas”. Neste contexto, o turismo sustentável é a forma de turismo que facilita o desenvolvimento sustentável ou que se realiza de maneira a preservar os recursos naturais, respeitar as comunidades locais, garantindo o desenvolvimento econômico. Na última década, tem aumentado o interesse do empresariado em busca de um turismo sustentável

e,

principalmente,

ecologicamente

responsável.

Da

mesma

forma,

a

sustentabilidade tornou-se um diferencial de mercado, pois visitantes e turistas têm se preocupado cada vez mais com as conseqüências de sua atividade nas localidades visitadas. No que diz respeito ao meio ambiente, o turismo sustentável é aquele que propicia a preservação da biodiversidade das áreas em questão e conserva os recursos naturais (hídricos, de fauna e flora), estabelecendo um sistema de manejo dos recursos. Já em relação aos aspectos social e cultural, o turismo sustentável aumenta a participação dos membros das comunidades e o controle sobre suas vidas, fortalecendo seus valores e sua identidade. Por sua vez, no que tange ao aspecto econômico, o turismo sustentável é aquele que gera emprego, distribuição de renda e multiplicadores econômicos, melhorando a qualidade de vida das gerações atuais e possibilitando condições de continuidade para as gerações futuras. Por ser uma atividade holística, o turismo sustentável implica a conectividade de estudiosos, parceiros e instituições com atuação em diversas áreas: meio ambiente, comunidade,

cultura,

gestão

pública,

empresariado,

pesquisa,

ensino,

associações

profissionais, entre outros. Somente a interação de todos os envolvidos com a atividade turística pode garantir a sustentabilidade. O papel dos gestores em turismo é otimizar os impactos positivos e minimizar os negativos. Somente dessa forma o turismo será efetivamente um meio para promover o bem-estar social e entrar na pauta econômica dos municípios, estados e países. Nesse contexto surge a importância do planejamento em turismo.

PLANO VICTORIA RÉGIA

3

2.2 Planejamento da atividade turística Para que o turismo traga benefícios para um destino é imprescindível um processo criterioso, amplo e abrangente. Esse processo é o planejamento. O ato de planejar integra a vida dos seres humanos em seus atos mais simples, ele consiste em determinar: 1) objetivos; 2) ações por meio das quais será possível atingi-los; 3) quem deverá executá-las; 4) que recursos são disponíveis e necessários; e 5) em que prazo os objetivos devem ser atingidos. Quando alguém decide comprar um carro, por exemplo, haverá um processo de planejamento. Em primeiro lugar, o indivíduo irá decidir 1) o que quer desse carro, por exemplo, se quer um motor mais potente ou mais econômico, se quer um modelo mais esportivo ou mais espaçoso. Em seguida 2) como será feita a aquisição, através de ida a uma concessionária ou feira de carros usados, por exemplo e 3) se ela fará tudo isso sozinha, se pedirá ajuda de um amigo ou consultor; 4) quanto pode ou pretende gastar; e 5) quando pretende ter o veículo em mãos. Em função dessas diretrizes, a escolha do modelo será muito mais fácil e a possibilidade de escolha errada extremamente reduzida. O planejamento da atividade turística não é diferente. Formulam-se as mesmas perguntas, no entanto, ao invés da compra de um veículo, o foco é o desenvolvimento de uma localidade, destino ou empreendimento turístico. Tradicionalmente, o processo de planejamento turístico de localidades é realizado pelos órgãos públicos que, em alguns casos, contratam consultorias e especialistas para tal. Com a explosão do turismo, na década de 1950, após a II Guerra Mundial e com a expansão das linhas aéreas comerciais, muitos locais passaram a receber uma quantidade enorme de turistas, em especial as praias do Mediterrâneo e certas áreas do Caribe. Esses locais tiveram sérios problemas, pela falta de um planejamento integrado, que abordasse mais aspectos e que tivesse a visão de futuro que foi mencionada anteriormente. O resultado foi a insatisfação dos antigos moradores, a poluição, o barulho, e muitos outros efeitos do excesso de pessoas num mesmo local que acabaram gerando a decadência dos destinos. Essa realidade até hoje faz parte da realidade de muitos destinos com potencial turístico, dentro e fora do Brasil, em que o processo de planejamento foi deixado de lado em prol do desenvolvimento e dos lucros imediatos. Para evitar esses problemas, o planejamento desempenha função primordial. É a partir dele que serão ordenados os esforços em busca do turismo sustentável, ou seja, aquele que atende as necessidades dos turistas atuais e das regiões receptoras sem comprometer o futuro, conservando os recursos naturais e culturais, as características sociais locais e gerando riqueza que deve ser revertida ao maior número de envolvidos possível. E quais são os objetivos de um planejamento em turismo?

PLANO VICTORIA RÉGIA

4



Compatibilizar o desenvolvimento do turismo com o desenvolvimento do Estado em

geral; 

Coordenar as ações dos vários setores que interagem com o turismo;



Manter valores sócio-culturais da população e minimizar os impactos negativos

provocados pelo turismo; 

Cuidar para que as características mais importantes da localidade sejam utilizadas

para direcionar as ações de marketing e, assim, atrair o público adequado; 

Harmonizar as relações entre comunidade, poder público, setor privado, visitantes e

ambiente; 

Otimizar a satisfação do visitante.



Promover a sustentabilidade na instância política, social, ecológica, cultural

econômica e mercadológica. Quando se fala em prever o futuro do turismo numa determinada localidade é necessário, a priori, que os gestores façam uso de uma série de informações sobre a atividade. Esses dados são coletados, organizados e inter-relacionados, para compor um quadro de como está, hoje, o turismo. Esse quadro é o chamado inventário, ou seja, uma descrição do que se tem na atualidade. A partir do inventário, será possível estabelecer um diagnóstico para o local, ou seja, analisar a situação atual identificando as potencialidades, fragilidades, ameaças e oportunidades para o destino. A partir desse diagnóstico, serão estabelecidas as estratégias para o desenvolvimento do turismo, ou seja, linhas gerais de ação para sanar os problemas identificados e potencializar os impactos positivos.

2.3 O turismo no Brasil e no mundo O turismo é uma atividade em crescimento ao longo das ultimas décadas e que apresenta perspectivas promissoras para os próximos anos. O aumento do tempo livre, a modernização de leis trabalhistas, o desenvolvimento de novas tecnologias de transporte são alguns dos aspectos que influenciaram a atual perspectiva positiva para a atividade. Segundo a OMT (Organização Mundial de Turismo), algumas tendências devem nortear o desenvolvimento do turismo, quais sejam: 

Os destinos turísticos serão ecologicamente corretos e planejados;



As viagens anuais serão mais numerosas e terão curta distância, fortalecendo o

turismo regional; 

As viagens não terão apenas uma motivação. A conjunção de atrativos diferenciados

num destino determinarão sua demanda;

PLANO VICTORIA RÉGIA

5



A viagem passará de mero deslocamento para uma experiência que proporcione além

do descanso, enriquecimento cultural. Nota-se também que o turista tem se tornado cada vez mais informado e consciente. Ele se importa com a qualidade do produto adquirido, mas também com o reflexo positivo que sua visita terá na comunidade visitada. Em linha com tais tendências, a OMT aponta alguns segmentos promissores para o turismo em âmbito mundial: o ecoturismo, o turismo de aventura, o turismo cultural e o turismo de eventos.

2.3.1 Gestão do turismo no Brasil Por muito tempo, a gestão do turismo no Brasil esteve atrelada a outras pastas de administração federal como, por exemplo, secretarias de indústria e comércio. Na última década, entretanto, o turismo veio a ganhar um status diferenciado, com a criação de um Ministério em âmbito nacional e de secretarias e diretorias específicas nos estados e municípios. O órgão máximo do turismo brasileiro é o Ministério do Turismo, cujo papel principal contempla a condução de políticas públicas visando o desenvolvimento da atividade, a geração de empregos e de divisas. Com gestão descentralizada, o Ministério é composto pelo Conselho Nacional de Turismo, Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento de Turismo e Embratur (Instituto Brasileiro do Turismo). A Secretaria Nacional de Políticas de Turismo apresenta como principal função executar a política nacional de turismo, orientada pelo Conselho Nacional de Turismo, e zelar pela qualidade da prestação do serviço turístico brasileiro. A Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo está voltada especialmente para a melhoria da infra-estrutura turística brasileira. Já a EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo – é responsável pela promoção, marketing e apoio à comercialização dos produtos, serviços e destinos turísticos brasileiros no exterior. O principal instrumento de planejamento do Ministério do Turismo é o Plano Nacional do Turismo, o qual se divide em sete macro-programas, sendo estes formados por diversos programas estratégicos. Um desses programas é o Plano de Regionalização do Turismo, lançado no início de 2004, o qual prevê uma atuação descentralizada, porém integrada e coordenada entre os governos municipal, estadual e federal, além da iniciativa privada. Esse programa pode ser entendido como uma ampliação do anterior PNMT (Plano Nacional de Municipalização do Turismo), buscando não só o desenvolvimento dos municípios, mas também sua integração com a região em que se localizam. Os principais objetivos do Plano são: diversificação da oferta turística, estruturação dos destinos turísticos, qualificação dos produtos turísticos, ampliação e qualificação do mercado de trabalho, aumento da inserção competitiva do produto turístico

PLANO VICTORIA RÉGIA

6

no mercado internacional, ampliação do consumo do produto turístico no mercado nacional e aumento da taxa de permanência e gasto médio do turismo. O desenvolvimento da atividade focada na região turística é a base do Plano de Regionalização do Turismo, que busca promover o desenvolvimento turístico sustentável através de um modelo de gestão coordenada, integrada e descentralizada. As regiões, estados e municípios brasileiros são incentivados, por meio deste programa, a se organizarem e se integrarem de maneira a explorar e maximizar seu potencial turístico. Para colocar o Programa em prática criaram-se módulos, os quais cada região turística deve percorrer para integrar o processo de regionalização do turismo brasileiro, sendo estes: 1. Sensibilização; 2. Mobilização; 3. Institucionalização da instância de governança regional; 4. Elaboração do plano estratégico de desenvolvimento do turismo regional; 5. Implementação do plano estratégico; 6. Sistema de informações turísticas do programa; 7. Roteirização turística; 8. Promoção e apoio à comercialização. 9. Sistema de monitoria e avaliação do programa. A cada ano, observa-se o esforço do Ministério do Turismo em incluir um maior número de municípios brasileiros no Programa de Regionalização, de maneira a criar novas RTs – Regiões Turísticas - ou reestruturar as já existentes. Para o Estado do Amazonas, inicialmente, foram desenhadas sete regiões turísticas: Alto Solimões, Madeira, Sateré / Tucandeira, Alto Rio Negro, Rio Negro e Solimões, Uatumã e Manaus Encontro das Águas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

7

Municípios por região 1 Pólo Alto Rio Negro Santa Isabel do Rio negro São Gabriel da Cachoeira

3 Pólo Manaus Encontro das Águas Manaus

2 Pólo Rio Negro e Solimões Autazes Barcelos Careiro Careiro da Várzea Coari Iranduba Manacapuru Manaquiri Novo Airão Tefé

4 Pólo Uatumã Itacoatiara Itapiranga Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva São Sebastião do Uatumã Silves Urucará Urucurituba

5 Pólo Sateré / Tucandeira Barreirinha Boa Vista do Ramos Maués Nhamundá Parintins 6 Pólo Madeira Apuí Borba Humaitá Nova Olinda do Norte Novo Aripuanã

7 Pólo Alto Solimões Atalaia do Norte Benjamin Constant Tabatinga São Paulo de Olivença Santo Antônio do Içá Amaturá Tonantins Fonte Boa Jutaí

Figura 1. Regiões (Pólos) Turísticas do Estado do Amazonas Fonte: Mapa ilustrativo elaborado com base em mapa do Ministério do Turismo, 2006.

Outros dois programas do Ministério do Turismo estão em processo de desenvolvimento, sendo que seus objetivos já foram amplamente divulgados: o Plano Aquarela e o Plano Cores do Brasil. No contexto do Plano Aquarela foi elaborada a Marca Brasil, cujo desenho já estampa folhetos de divulgação e o material informativo de empresas, jornais, revistas e inúmeros outros empreendimentos relacionados ao turismo. O Plano Aquarela está voltado especificamente à divulgação do Brasil no exterior. O Plano Cores do Brasil está traçando um diagnóstico do turismo brasileiro. A empresa que está realizando o Plano aponta, dentre outros dados, que maior divulgação (32,2%), melhor infra-estrutura turística (21,9%), capacitação do trade (19,9%) e segurança (13,7%) são as

PLANO VICTORIA RÉGIA

8

necessidades imediatas para o desenvolvimento do turismo no país. As operadoras e agências consultadas indicam o fator que mais dificulta a venda de pacotes no Brasil: o preço (27,6%), seguido da falta de divulgação (11,1%), da qualidade no atendimento (10,1%), da falta de infra-estrutura dos destinos e acessos (9,5%) e da disponibilidade dos vôos (8,5%). O objetivo final do Plano Cores é subsidiar a elaboração de diretrizes oficiais do governo e orientar os segmentos do turismo (operadoras, agências, entre outros) na estratégia para fortalecer a atividade.

2.3.2 Indicadores do turismo global O turismo internacional vem se recuperando em todo o mundo desde o ano de 2001, marcado por forte queda na demanda devido a ataques terroristas nos EUA e a fenômenos naturais avassaladores no Pacífico. O ritmo de crescimento do fluxo de turistas internacionais que visita a América do Sul e o Brasil vem acompanhando este crescimento, por vezes até superando-o, como pode ser observado entre os anos de 2003 e 2005 no gráfico a seguir: 80% 40% Mundo 0%

Am do Sul 1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

Brasil

-40% -80%

Figura 2. Crescimento do fluxo receptivo internacional no Mundo, Am. do Sul e Brasil (1997 a 2005) Fonte: OMT – Organização Mundial do Turismo, 2005.

Segundo dados da OMT (Organização Mundial de Turismo), o turismo internacional movimentou mais de 808 milhões de pessoas em todo o mundo, 18 milhões deles com destino a América do Sul e 5,4 milhões ao Brasil. Como ilustra o gráfico, a Europa é o continente que mais recebe turistas no mundo: no ano de 2005 foram 441,6 milhões de chegadas internacionais apenas neste continente, ou seja, 54% das chegadas internacionais em todo o mundo.

PLANO VICTORIA RÉGIA

9

Oriente Médio

África

5%

5%

Américas

Ásia Meridional 1%

17% Europa 54%

Ásia Or/Pacífico 18%

Figura 3. Chegada de turistas no mundo por região (2005) Fonte: OMT, 2005.

Na Europa também está concentrada a maior parte da receita gerada pelo turismo internacional: no ano de 2004, foram 329 bilhões de dólares. Por sua vez, a América do Sul teve crescimento memorável no ano de 2004 em relação ao fluxo de turistas internacionais, apresentando aumento de 16% em relação ao ano anterior. Destaca-se ainda a estabilização da moeda brasileira e argentina, que permitiram aos países o aumento em seu fluxo internacional. O Oriente Médio é a região que apresentou maior crescimento na quantidade de chegadas internacionais entre os anos de 1995 e 2004. Neste período, o número de chegadas na região aumentou de 14 milhões para 36 milhões, um crescimento de 154%. As Américas foram o continente que menos cresceu no período, com aumento de 15% do fluxo de chegadas internacionais, apenas.

Américas Europa

15% 35% 65%

África

76%

Ásia e Pacífico

154%

Oriente Médio 0%

50%

100%

150%

200%

Figura 4. Regiões emergentes segundo a taxa de crescimento das chegadas internacionais (1995 e 2004) Fonte: OMT, 2004.

Observando-se a matriz exposta na seqüência, nota-se que a Europa, além de principal destino de viagens internacionais, é também a principal origem dos turistas que visitam outros países: no ano de 2004, 57% da demanda internacional era de europeus.

PLANO VICTORIA RÉGIA

10

PARA

DE Milhares de turistas

Região

Mundo

África

Américas

Ásia e Pacífico

Europa

Oriente Médio

Não especificado

África

33.436

13.291

1.104

958

11.582

1.695

4.807

Américas

125.739

388

93.027

8.283

21.681

196

2.165

Ásia e Pacífico

145.491

837

9.470

114.765

17.382

880

2.156

Europa

422.937

2.585

25.827

16.282

372.894

1.879

3.469

Oriente Médio

36.272

1.510

1.076

6.149

9.731

15.865

1.942

Mundo

763.876

18.610

130.504

146.437

433.269

20.516

14.538

Tabela 1. Matriz origem destino das viagens internacionais (2004) Fonte: OMT, 2004.

Nota-se ainda que os turistas internacionais que visitam as diferentes regiões do globo são residentes da mesma região visitada, ou seja, a região de origem e destino é a mesma. Sendo assim, 74% da demanda internacional da América são de origem americana, assim como 88% da européia é de europeus. Em relação à motivação das viagens internacionais, o lazer e o entretenimento respondem por 50% da demanda internacional no ano de 2004. Em seguida figuram as viagens para visitar amigos, parente e por motivos de saúde e religião, 26% do total, e as de negócios, 16%. 100%

Não especificado

75%

Amigos e parentes, saúde, religião e outros

50%

Negócios

25%

Lazer e entretenimento

0% África

AméricasÁsia/Pacífico Europa

Oriente Médio

Figura 5. Motivo das visitas internacionais (2004) Fonte: OMT, 2004.

A predominância das viagens por lazer e entretenimento é notada em todas as regiões, em especial na África e Oriente Médio. As viagens para visitas a amigos têm maior destaque na Europa do que em outras regiões: são 31% das viagens ao continente europeu. Em relação à segmentação do turismo nas Américas, a OMT destaca os seguintes nichos: 

Sol e Praia



Cruzeiros



Natureza e ecoturismo PLANO VICTORIA RÉGIA

11



Negócios



Eventos



Esportes

O atrativo Sol e Praia ainda é o principal motivador da demanda que vai à região, mas a Organização Mundial de Turismo identifica o crescimento de investimentos na diversificação de produtos turísticos no continente a partir do ano de 2004. Outro destaque, segundo a OMT, foi o fortalecimento do setor de cruzeiros neste período, com aumento no número de destinos servidos e de passageiros atendidos.

2.3.3 Indicadores do turismo no Brasil O movimento de passageiros nos aeroportos brasileiros vem aumentando desde o ano de 2002, em resposta à queda acentuada de 2001. No ano de 2005 foram 6,7 milhões de passageiros em vôos internacionais e 43 milhões em vôos nacionais. 30% 15% 0% 1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

-15% -30% Internacionais

Nacionais

Figura 6. Movimento de passageiros nos aeroportos do Brasil (1996 a 2005) Fonte: Infraero, 2004.

No ano de 2005 o Brasil recebeu 5,4 milhões de turistas internacionais, valor que indica crescimento de 17% em relação ao fluxo do ano de 2003. Conforme ilustra o gráfico a seguir, os resultados dos últimos três anos sinalizam para um aumento no fluxo de turistas internacionais do país, em movimento de recuperação da queda ocorrida nos anos de 2001/2002.

PLANO VICTORIA RÉGIA

12

80% 40% 0% 1997 1998

1999 2000

2001

2002 2003

2004 2005

-40% -80%

Figura 7. Turismo Internacional – Chegadas internacionais (1997 a 2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur, 2005.

Os turistas internacionais que visitam o Brasil têm como principal motivo o lazer. A participação em eventos e convenções e a realização de negócios também têm alto percentual das visitas internacionais ao país: 29,1%. Em terceiro lugar figuram as viagens para visitar amigos ou parentes, 22,6%.

Outros Compras

1,0% 0,3%

Religião ou peregrinação

0,4%

Motivos de saúde

0,9%

Estudo ou cursos

1,3% 22,6%

Visitar amigos e parentes

29,1%

Negócios, Eventos

44,4%

Lazer 0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

Figura 8. Turismo Internacional - Motivo da viagem (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

Dentre os turistas internacionais que visitam o Brasil a lazer, os principais pontos fortes do país destacados como motivadores de sua viagem são as belezas naturais do país, citadas por 39% dos turistas, e a hospitalidade brasileira ou a afetividade que têm pelo destino, citada por 35% dos turistas. Já quando observados os pontos fortes destacados pelos turistas internacionais em visita ao Brasil por negócios ou eventos, a hospitalidade brasileira e o gosto pelo país figuram como principal destaque, com 45% das citações. Em segundo lugar, aparecem as belezas naturais do país. Dentre os visitantes internacionais que não vêm ao país por lazer ou negócios e eventos, visitar amigos e parentes é a mais forte motivação, ressaltada por 47% dos turistas. Os gráficos expostos na seqüência ilustram as afirmações:

PLANO VICTORIA RÉGIA

13

5%

Cultura

6%

LAZER

Visitar Parentes/Amigos

13%

Clima

35%

Hospitalidade/Gosto pelo Brasil

39%

NEGÓCIOS E EVENTOS

Belezas Naturais

Curiosidade

7%

Visitar Parentes/Amigos

8% 9%

Clima

26%

Belezas Naturais

45%

Hospitalidade/Gosto pelo Brasil 3%

Preços

4%

OUTROS

Clima

19%

Belezas Naturais

27%

Hospitalidade/Gosto pelo Brasil

47%

Visitar Parentes/Amigos 0%

10%

20%

30%

40%

50%

Figura 9. Turismo Internacional – Pontos fortes do Brasil (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

Os destinos brasileiros mais visitados são as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A capital paulista lidera os destinos de negócios e eventos dos turistas internacionais, já a fluminense é o principal destino dos turistas internacionais que vêm ao Brasil a lazer. Cidade

NEGÓCIOS E EVENTOS

32%

São Paulo – SP

49%

17%

Rio de Janeiro – RJ

22%

São Paulo - SP

14%

Porto Alegre – RS

8%

4

Florianópolis - SC

12%

Curitiba – PR

5%

5

Salvador - BA

11%

Belo Horizonte – MG

4%

6

Balneário Camboriú - SC

7%

Campinas – SP

4%

7

Fortaleza - CE

6%

Brasília – DF

3%

Ranking

Cidade

LAZER

1

Rio de Janeiro - RJ

2

Foz do Iguaçu - PR

3

8

Natal - RN

6%

Foz do Iguaçu – PR

3%

9

Armação dos Búzios - RJ

5%

Salvador – BA

3%

10

Manaus - AM

4%

Florianópolis – SC

2%

11

Recife - PE

3%

Manaus – AM

2%

12

Curitiba - PR

3%

Fortaleza – CE

2%

13

Bombinhas - SC

3%

Recife – PE

2%

14

Parati - RJ

2%

São José dos Campos – SP

2%

15

Porto Seguro - BA

2%

Vitória - ES

1%

Tabela 2. Turismo Internacional - Cidades mais visitadas (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

PLANO VICTORIA RÉGIA

14

O tempo de permanência no Brasil varia de acordo com a motivação do turista internacional: enquanto aqueles que visitam o país a lazer permanecem por cerca de 12 dias, os viajantes de negócios ficam por 8 dias no país. O tempo de permanecia é ainda mais alto quando observados turistas internacionais que visitam o Brasil para visitar amigos ou parentes ou para estudar, conforme tabela a seguir: Motivação

Permanência Média (dias)

Estudo ou cursos

19,94

Visitar amigos e parentes

19,60

Lazer

11,84

Negócios, Eventos e Convenções

8,13

Tabela 3. Turismo Internacional – Permanência média (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

O meio de hospedagem mais utilizado pelo turista internacional que vem ao Brasil é o hotel, flat ou pousada, estabelecimentos formais de hospedagem. Em segundo lugar figuram as casas alugadas, conforme indicado a seguir: Outros Casa própria Camping ou Albergue

Outros

Casa de amigos e parentes

Negócios, Eventos Lazer

Casa alugada Hotel, Flat ou Pousada 0,0%

25,0%

50,0%

75,0%

100,0%

Figura 10. Turismo Internacional - Meio de hospedagem (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

O percentual de uso deste tipo de hospedagem é acentuadamente mais alto no segmento de turistas que visitam o país a negócios ou para eventos: 88% deles se hospedam em hotéis, pousadas ou flats. O gasto diário dos turistas que visitam o país a negócios é mais alto do que o observado entre os demais turistas: aqueles que vêm a negócios gastam US$ 112,34 por dia no Brasil. Em seguida figuram os turistas estrangeiros que viajam a lazer para o Brasil e gastam US$ 81,87 por dia no país. É importante notar que o turista de negócios tem gastos diários mais altos do que os demais, mas sua permanência é inferior. Sendo assim, a receita total gerada pelos turistas internacionais que viajam ao Brasil a lazer podem ser superiores àquela gerada pelos turistas de negócios.

PLANO VICTORIA RÉGIA

15

Motivação

Gasto diário (US$)

Lazer

81,87

Negócios, Eventos e Convenções

112,34

Visitar amigos e parentes

58,69

Estudo ou cursos

61,30

Tabela 4. Turismo Internacional – Gasto diário em dólares (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

Por fim, o perfil do turista internacional que vem ao Brasil é de ter ensino superior completo, entre 30 e 50 anos de idade e renda familiar superior a 3 mil dólares mensais. Já em relação ao turismo doméstico, a estimativa do ano de 2001 era de que 41,35 milhões de brasileiros viajaram pelo menos uma vez ao longo do ano de 2001. No ano de 1998, este volume era de 39 milhões de indivíduos, sendo o crescimento observado no período de 8%. Segundo dados da pesquisa de “Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil” realizada no ano de 2005, o principal motivo para a realização de viagens domésticas no país é a visita a amigos e parentes, conforme indica gráfico a seguir: Saúde

10%

Eventos culturais / esportivos / sociais

11% 13%

Turismo cultural

41%

Sol e praia

53%

Visitar amigos e parentes 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Figura 11. Turismo Doméstico - Motivos para realização da principal viagem doméstica (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

As viagens com a motivação sol e praia também têm destaque, sendo citadas por 41% dos entrevistados pela pesquisa. As demais categorias de viagens aparecem com menores percentuais. O principal destino das viagens domésticas é o Estado de São Paulo, local para onde se dirigem 29,4% destes turistas. O Estado de São Paulo também é o local onde reside a maior parcela destes viajantes, 41,3% do total.

PLANO VICTORIA RÉGIA

16

Ranking

UF

% Emissores

UF

% Recptores

1

São Paulo

2

Minas Gerais

41,3%

São Paulo

29,4%

13,7%

Minas Gerais

10,8%

3 4

Rio de Janeiro

8,1%

Rio de Janeiro

8,7%

Rio Grande so Sul

7,2%

Bahia

5

Paraná

7,4%

6,9%

Santa Catarina

7,2%

Tabela 5. Turismo Doméstico – Principais unidades da federação emissoras e receptoras (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

A partir da observação dos dados indicados na matriz abaixo, é possível notar que grande parte das viagens domésticas é realizada na região de residência dos turistas. Segundo a Embratur, os fluxos intra-regionais respondem por 70,8% das viagens domésticas realizadas no país. DE

PARA

Região

Sul

Sudeste

Nordeste

CentroOeste

Norte

TOTAL

Sul

12,9%

2,7%

1,1%

0,1%

0,8%

17,5%

Sudeste

5,6%

46,4%

8,5%

0,6%

3,6%

64,7%

Nordeste

0,3%

1,5%

8,3%

0,2%

0,3%

10,4%

Norte

0,0%

0,2%

0,5%

1,3%

0,2%

2,2%

Centro-Oeste

0,7%

1,3%

1,0%

0,3%

1,9%

5,1%

Total

19,5%

52,0%

19,3%

2,5%

6,7%

100,0%

Tabela 6. Turismo Doméstico - Matriz origem-destino das viagens domésticas (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

Confirmando a tendência observada no ranking de principais Estados receptores de turistas, a região Sudeste figura como destino de 52% das viagens domésticas e origem de 64,7% dos turistas que realizam das viagens. As viagens domésticas ocorrem em sua maioria – 34% dos casos analisados – 1 vez ao ano, apenas. São viagens com permanência média de 2 a 3 pernoites entre 31% dos pesquisados e que se concentram nos meses de férias escolares – janeiro e dezembro – conforme indica gráfico a seguir:

30%

24%

23% 20% 11% 10%

4%

3%

3%

4%

7% 3%

5%

7%

6%

Out

Nov

0% Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Dez

PLANO VICTORIA RÉGIA

17

Figura 12. Turismo Doméstico - Distribuição sazonal das viagens domésticas (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

Em relação ao meio de hospedagem utilizado nestas viagens, o maior destaque fica para as casas de amigos e parentes: 55,6% das viagens domésticas as têm como meio de hospedagem. Em seguida figuram hotéis e pousadas, com percentual de 27,6%. Nota-se que o gasto efetuado com hospedagem cai acentuadamente quando o meio de hospedagem utilizado é a casa de amigos e parentes, pelo qual normalmente não há custo incidente.

Outros

5,4%

Imóvel próprio

4,6% 6,8%

Imóvel alugado

27,6%

Hotel/pousada

55,6%

Casa de amigos / parentes 0,0%

10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%

Figura 13. Turismo Doméstico - Meio de hospedagem da principal viagem doméstica (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

O principal meio de transporte para as viagens domésticas é o carro: 49% das viagens utilizam este meio de transporte. O ônibus de linha, outro meio de transporte terrestre, figura em segundo lugar, sendo utilizado em 22% das viagens. A utilização destacada de meios de transporte terrestres reflete o caráter intra-regional que têm as viagens domésticas dos brasileiros.

Outros

7%

Ônibus de excursão / fretado / turismo

7% 15%

Avião

22%

Ônibus de linha

49%

Carro 0%

10%

20%

30%

40%

50%

PLANO VICTORIA RÉGIA

18

Figura 14. Turismo Doméstico - Meio de transporte da principal viagem doméstica (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

O gasto médio individual por dia em viagens domésticas é de R$ 76,35 e o gasto total das viagens fica em R$ 1.073,21. Este gasto é concentrado no transporte de deslocamento até o destino final – 31,3% do gasto total. Os gastos com alimentação e hospedagem também são significativos, como indica o gráfico na seqüência: Outros Transporte local

1,7% 2,1%

Diversão noturna

5,4%

Passeios e atrações

5,6% 13,8%

Compras

17,7%

Hospedagem

22,5%

Alimentação

31,3%

Transporte 0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

Figura 15. Turismo Doméstico – Composição do gasto individual diário nas viagens domésticas (2005) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2005.

Ainda como parte da caracterização do turismo doméstico, realizou-se grupos focais para tratar em profundidade os aspectos que delineiam as viagens domésticas dos brasileiros. Por meios destes grupos identificaram-se as seguintes características: 

Os destinos escolhidos se tornam mais ousados gradativamente;



As localidades mais próximas da residência do viajante são as mais visitadas;



A viagem tem a ver com ir ao encontro do desconhecido.

PLANO VICTORIA RÉGIA

19

3 Panorama Estadual 3.1 O Estado do Amazonas 3.1.1 Processo de desenvolvimento na Amazônia A região amazônica tem duas características que interferem diretamente no seu patamar socioeconômico: o fato de possuir uma população relativamente reduzida e ter uma área muito extensa, repleta de florestas densas. Por esses motivos, sempre foi um desafio integrar a região com o restante do país a fim de promover seu desenvolvimento. O primeiro momento de grande relevância nacional e internacional para a região amazônica em termos de importância estratégica e econômica ocorreu durante o Ciclo da Borracha, entre 1870 e 1914. No período, a extração do látex das seringueiras para a produção da borracha era a força motriz da economia regional. O produto era comercializado para as primeiras empresas automobilísticas do mundo e a Amazônia ocupava a posição única de fornecedora da borracha, que representava, depois do café, a maior parcela das rendas fazendárias federais. A partir de 1910, a seringueira passou a ser cultivada também na Ásia em esquema de produção em escala e superou o monopólio amazônico, já que a extração da seringa era feita de forma dispersa no Brasil. Na década de 1950, a maior parte das mercadorias produzidas na Amazônia era de origem extrativa, destacando-se atividades como a extração da madeira, Pau-Rosa (Aniba rosaedora Ducke), pesca e caça de animais silvestres, Castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa), coleta do látex da Seringueira (Hevea brasiliensis) e extração do ouro de aluvião. Exceto no caso da Castanha-do-Brasil e da madeira, todos os produtos eram transformados em bens de consumo no próprio local de extração, fato que influenciou a distribuição de serviços de saneamento básico e de assistência social, educação e saúde pelo Estado, sem núcleos urbanos consideráveis na época. O espaço regional amazônico era caracterizado por uma população predominantemente rural, com forças articuladas através da extensa rede fluvial da região e composto por uma sociedade colonial, que exportava tudo o que produzia e importava tudo o que consumia. Em suma, a região Amazônica não apresentava condições para o processo de desenvolvimento capitalista brasileiro. O processo de mudança do cenário amazônico começou em janeiro de 1953 com a criação da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA) e com a implantação do Programa de Emergência para a região. O ponto de inflexão das mudanças está na construção de duas rodovias - Belém-Brasília e Cuiabá-Porto Velho - ações de integração nacional contidas no Plano de Metas do governo Juscelino Kubitschek de Oliveira.

PLANO VICTORIA RÉGIA

20

A partir de 1964, com a mudança do quadro político brasileiro e o regime militar, a importância da Amazônia nacionalmente passou a ser encarada de forma diferente. O governo organizou uma legislação básica para a região que definia a criação de um braço financeiro para financiar os capitalistas locais – Banco da Amazônia. Também extingue a SPVEA e cria a SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), reformula e amplia a política de incentivos fiscais para a região através da criação do FINAM (Fundo de Investimentos da Amazônia) e cria a SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus). A Amazônia passa então a estar inserida no processo de desenvolvimento do capitalismo industrial brasileiro. A partir dessas medidas governamentais, teve início o processo de fragmentação da economia regional amazônica. A Zona Franca de Manaus e seu dinamismo estimularam o crescimento dos serviços, como hotelaria, restaurantes, bares, transportes, e outros na região. No entanto, também provocaram a redução das atividades rurais, intenso movimento migratório, exacerbada concentração da produção de bens e serviços em um único sítio urbano e significativo comprometimento do ecossistema no entorno da cidade por conta da ausência de um efetivo processo de planejamento urbano. A concentração da renda pessoal, ampliação das carências nos segmentos dos serviços básicos representam, também, outros efeitos causados pelo rápido crescimento propiciado pela Zona Franca de Manaus. Em 1970, é criado o Programa de Integração Nacional, objetivando a construção de dois grandes eixos rodoviários na região: Cuiabá-Santarém e Transamazônica. De acordo com a SUDAM: “Durante os anos 90, a Amazônia, embora tenha apresentado no seu conjunto uma taxa de crescimento do Produto Interno acima da média nacional, apresentou uma nítida tendência de queda nas taxas de crescimento, acompanhando a trajetória do resto do país. Trata-se de uma década que podemos considerar como de consolidação de alguns projetos no setor mineral e de alguns pólos industriais, como é o caso da Zona Franca de Manaus.”. Recentemente, a economia da região amazônica tornou-se menos dependente da produção do setor agropecuário e tem se voltado para a produção de bens e serviços de maior valor agregado. Segundo a SEPLAN AM, o Estado é também um dos maiores exportadores nacionais de madeira legal além de outros produtos extrativistas. Ainda de acordo com a Secretaria, o Amazonas também é líder nacional em crescimento industrial no país. Os Estados mais representativos em termos econômicos na Amazônia Legal são o Amazonas, Pará e Maranhão, devido à sua história econômica voltada para exportação. No entanto, outros Estados da Amazônia Legal, como o Mato Grosso e Rondônia, que só recentemente firmaram sua ocupação territorial, apresentam expressiva ascendência econômica em relação aos Estados mais maduros, isso em virtude da expansão das fronteiras agrícolas e exploração de recursos naturais, com destaque para a soja.

PLANO VICTORIA RÉGIA

21

Em relatório temático, a ADA afirma que “um dos grandes méritos da Zona Franca de Manaus foi a cristalização de um modelo de desenvolvimento com elevada concentração demográfica em Manaus, reduzindo os impactos da ação antrópica em outras áreas do Amazonas, o que em muito responde pelo mais baixo índice de desmatamento deste Estado frente a outras da região.”

3.1.2 Território O Estado do Amazonas localiza-se na região Norte do Brasil, da qual fazem parte também os Estados de Roraima, Rondônia, Acre, Pará, Amapá e Tocantins.

Figura 16. O Estado do Amazonas Fonte: Mapa ilustrativo elaborado com base em mapa do IBGE, 2005.

O Amazonas é a mais extensa unidade da federação do território brasileiro, com uma área total de 1.570.946,80 km2. Sua área compreende 18,4% da área brasileira e 40,7% da área da região Norte, a maior região do Brasil. Milhares 1.570,75 1.600,00 1.247,69 1.200,00 903,36 586,53 564,69 357,12340,09

800,00 400,00 0,00 AM

PA

MT

MG

BA

MS

GO

Figura 17. Distribuição da área (km2) do Brasil por Estado Fonte: IBGE, 2000.

PLANO VICTORIA RÉGIA

22

3.1.3 Demografia e população Segundo projeções do IBGE, a população residente no Amazonas em 2004 era de 3.191.287 habitantes o que corresponde a 2% da população brasileira total projetada para o mesmo ano. Apesar da grande representatividade territorial do Estado no Brasil, sua densidade demográfica é uma das mais baixas do Brasil – 1,79 habitantes/km2 no ano de 2000 – perdendo apenas para a densidade demográfica de Roraima, Estado vizinho. 2,00 1,79 1,60 1,34

1,20 0,92

0,80 0,40

0,33

0,28

0,46

0,61

0,00 1940

1950

1960

1970

1980

1991

2000

Figura 18. Evolução da densidade demográfica (habitante/km2) no Amazonas (1890 a 2000) Fonte: IBGE, 2000.

Contudo, observa-se que a densidade demográfica vem aumentando continuamente no Amazonas nas ultimas décadas, movimento decorrente do aumento populacional do Estado, que apresenta um crescimento médio de 140% por década desde 1970. A divisão da população amazonense por gênero segue a tendência nacional, ou seja, uma distribuição relativamente equilibrada entre homens e mulheres. : no ano de 2005, tinha-se 49,7% dos residentes no Estado mulheres e 50,3% homens. Já em relação à faixa etária, a faixa majoritária no Amazonas é de residentes com menos de 15 anos de idade, levemente mais representativa no Estado do que a média nacional – no Brasil, a faixa etária de menos de 15 anos representa 22,1%.

PLANO VICTORIA RÉGIA

23

3,5%

Mais de 65 anos 60 a 64 anos

1,7%

55 a 59 anos

2,2%

50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos

3,4% 4,4% 5,5% 6,7% 7,9% 8,3%

20 a 24 anos

9,7%

15 a 19 anos

10,7% 35,9%

Menos de 15 anos 0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

Figura 19. Distribuição da população do Amazonas por faixa etária (2004) Fonte: IBGE, 2005.

Nota-se ainda que em âmbito nacional os residentes com mais de 50 anos representam 18% da população. No entanto, no Amazonas esta faixa representa apenas 10% dos residentes, sendo o Estado com população majoritariamente jovem. A distribuição dos domicílios permanentes no Amazonas por tipo de área permite a observação do crescimento acentuado do número de domicílios em áreas urbanas do Estado a partir da década de 1980. O período de crescimento do número de domicílios no Estado coincide com década de aumento do PIB estadual e desenvolvimento econômico no Amazonas, conforme anteriormente abordado. 500.000 452.623 400.000 300.000

287.159

200.000 87.032

100.000

65.461

153.119 95.699

117.940 97.475

0 1970

1980 Urbanos

1991

2000 Rurais

Figura 20. Crescimento dos domicílios permanentes no Amazonas por tipo de área (1970 a 2000) Fonte: IBGE, 2000.

Os indicadores referentes à População Economicamente Ativa (PEA) no Amazonas seguem os padrões da PEA nacional: no ano 2005 correspondia a aproximadamente 48% da população

PLANO VICTORIA RÉGIA

24

residente no Estado no mesmo ano. Dentre os componentes desta PEA, 11% encontravam-se desocupados no mesmo ano de referência. 2.005 PEA

1.527.840

PEA Desocupada

160.528

PEA Ocupada

1.367.312

Rendimento Médio (em R$) da PEA

708

Tabela 7. População Economicamente Ativa (PEA) e trabalhos formais no Amazonas (2005) Fonte: IBGE, 2005.

A qualidade de vida da população pode ser medida pelo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. O índice é composto por indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), renda (PIB per capita) e longevidade (esperança de vida ao nascer). Seus valores variam de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Assim, as localidades com IDH até 0,49 são consideradas de desenvolvimento humano baixo; com índices entre 0,50 e 0,79 são consideradas de desenvolvimento humano médio; e com índices maiores que 0,800 são consideradas de desenvolvimento humano alto. A partir da década de 1980, o Estado do Amazonas ocupa a posição de primeiro lugar entre os demais Estados amazônicos no que diz respeito ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Nas décadas seguintes, no entanto,a posição do Estado decaiu, chegando ao quarto lugar em 1996. Ainda, o Amazonas está entre a relação de Estados que apresentaram um crescimento do IDH acima da média regional. 1,00 0,80

0,66 0,66

0,70

0,71 0,73

0,77

0,60 0,40 0,20 0,00 1991 AM

2000 Região Norte

Brasil

Figura 21. IDH no Brasil região Norte e Amazonas (1991 e 2000) Fonte: IBGE, 2000.

Apesar de apresentar níveis médios de desenvolvimento, o IDH no Estado, que se equiparava ao regional no ano e 1991, passou a ser inferior ao índice da região Norte em 2000, assim como ao índice médio nacional, como se observa no gráfico acima.

PLANO VICTORIA RÉGIA

25

Segundo a SUDAM: “A

performance

positiva

do

Amazonas

está

bastante

associada

ao

comportamento da Zona Franca de Manaus. (...) Em regiões pobres é a renda, e em regiões ricas são as condições ambientais, associadas à ausência de determinados serviços sociais como água encanada, esgotamento sanitário, poluição ambiental, etc., que retardam o padrão de desenvolvimento da comunidade.”. Em artigo de CASTRO, avalia-se que a situação da educação na Amazônia Legal é pior do que nas outras regiões do país, porém há tendência de que este quadro seja contornado ao longo dos anos, nítida na avaliação dos indicadores do setor. NORONHA cita ainda que, nas questões relativas ao acesso à educação, poder de compra e qualidade de vida, os Estados do Norte do País ainda ocupam uma posição muito desfavorável. A SEPLAN AM chama atenção também para as altas taxas de vulnerabilidade infantil no Amazonas. Segundo o órgão, há grande contingente de crianças e adolescentes fora da escola, comprometendo as expectativas em relação às gerações futuras.

3.1.4 Economia No ano de 2004 o setor de administração pública era o responsável pela maior parcela dos empregos no Amazonas – 32% do total de empregos. Também têm percentuais de destaque o setor de serviços e na indústria de transformação, que representam 26% e 24% dos empregos do Amazonas, respectivamente. 140.000 Serviços 120.000 Industria de Transformação 100.000 Comércio 80.000 Construção Civil 60.000 Outros 40.000 Serviços Ind de Utilidade Pública 20.000 Administração Pública 0 1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004

Figura 22. Evolução dos empregos por setor no Amazonas (1995 a 2004) Fonte: IBGE, 2005.

Ao observar-se a evolução histórica dos empregos oferecidos por setor no Estado entre 1995 e 2004, é possível inferir que o comércio foi o setor que mais aumentou o número de empregos ofertados, já que apresenta o maior crescimento no período – 85%. No mesmo

PLANO VICTORIA RÉGIA

26

sentido destacam-se também os setores de administração pública e indústria de transformação, os mesmos que oferecem maior quantidade de empregos no Amazonas. O PIB do Amazonas no ano de 2002 correspondia apenas a 1% do PIB nacional, com o valor de aproximadamente 25 milhões de reais (valor de mercado corrente). No entanto, a cidade de Manaus configurava-se com um dos mais importantes municípios na produção nacional, quarta colocada no ranking de municípios que mais contribuem para o PIB nacional. Segundo o IBGE, o recebimento de royalties pelo tráfego de gás natural na região e o parque industrial da capital amazonense foram os principais responsáveis por tal colocação.

80% 60%

Agropecuária

40%

Indústria Serviços

20% 0% 2001

2002

2003

Figura 23. Valor adicionado ao PIB do Amazonas por setor (2001 a 2003) Fonte: IBGE, 2003.

O PIB amazonense tem na indústria seu principal setor produtivo: a indústria representava no ano de 2003 67% da produção estadual. Outro importante componente do PIB estadual é o setor de serviços – 29% do PIB em 2003. A agropecuária tem pequena representatividade no PIB estadual – apenas 4% em 2003. De acordo com relatório da ADA, 55% da produção industrial da região da Amazônia legal se concentraram no Estado do Amazonas. Apesar disso, a Amazônia Legal pouco influi no PIB industrial brasileiro. Ainda segundo a Agência, a indústria no Amazonas é incentivada pelo setor de Madeira e Mobiliário. Também ressalta o movimento recente de implantação de modelos de produção de alta tecnologia no Pólo Industrial de Manaus, produção feita a partir de insumos vindos do exterior e transportados desde a região Sudeste até Manaus, encarecendo os custos dos produtos finais. Outro destaque na indústria amazonense é a implantação de um pólo de fitoterápicos em Manaus. O pólo constitui-se em exemplo de desenvolvimento sustentável dos mais inovadores na região. Segundo informações da ADA, iniciativas da SUFRAMA e do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior buscam internalizar novos segmentos da produção de eletro-eletrônicos no Pólo Industrial de Manaus, bem como torná-la um pólo exportador desta produção.

PLANO VICTORIA RÉGIA

27

3.1.5 Infra-estrutura básica Ao serem comparados os índices estaduais aos índices nacionais, observa-se que há um hiato, especialmente no que diz respeito à cobertura de domicílios por rede geral de esgoto. Enquanto em nível nacional 47% dos domicílios permanentes têm cobertura por rede de esgoto, no Amazonas este percentual cai para menos que a metade – 20% dos domicílios. O abastecimento dos domicílios por rede geral de água também tem queda acentuada quando se compara o Amazonas a média nacional: no Brasil, 78% dos domicílios permanentes eram cobertos por rede geral de água no ano de 2000, enquanto no Amazonas este percentual cai para 60%. A cobertura baixa dos domicílios amazonenses por serviços básicos observada deve ser considerada conjuntamente ao difícil acesso a diversas áreas do Estado, acessíveis apenas por via fluvial e dependentes de períodos de cheia ou baixa de rios. Serviço Domicílios permanentes com Iluminação elétrica

Quantidade

% estadual

483.378

85%

Domicílios permanentes com linha telefônica instalada

164.357

29%

Domicílios permanentes com rede geral de abastecimento de água

342.709

60%

Domicílios permanentes com lixo coletado

369.879

65%

Domicílios permanentes com rede geral de esgoto ou pluvial

114.171

20%

Agências bancárias Leitos hospitalares disponíveis

137

-

4.697

-

Tabela 8. Existência de serviços no Amazonas (2000) Fonte: IBGE, 2000.

Acerca da temática saúde, a SUDAM afirma que a Amazônia é a região brasileira que apresentou maior queda nas taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias. No entanto, ainda deve-se ter preocupação com as doenças de caráter endêmico da região. A malária, por exemplo, tem 98 % dos casos registrados no Brasil localizados na Amazônia.

PLANO VICTORIA RÉGIA

28

800.000 600.000 400.000 200.000 0 2001

2002

2003

2004

Domicílios com rede geral de abastecimento de água Domicílios com lixo coletado Domicílios com rede geral de esgoto ou pluvial

Figura 24. Evolução da cobertura de água, esgoto e coleta do lixo (2001 a 2004) Fonte: IBGE, 2005.

Apesar da comparação com o âmbito nacional indicar precariedade na cobertura da rede geral de esgoto do Amazonas, a mesma apresenta crescimento acentuado ao longo dos últimos anos, com uma variação anual de média de 15% de aumento no período entre 2001 e 2004. Faz-se necessário notar ainda, no âmbito da produção energética, que, segundo a ADA, o Amazonas é o único produtor de gás na região amazônica e o Estado que possui maior capacidade instalada para esta produção no Brasil depois do Rio de Janeiro. No entanto, a agência classifica a produção da região amazônica como mal distribuída e de pouco efeito na economia regional.

3.1.6 Transporte O transporte no Estado do Amazonas, assim como em toda a bacia amazônica, tem nas hidrovias sua principal via de tráfego. Ainda assim, no Estado há rodovias e vias aéreas de importância no transporte de produtos, cargas e passageiros. A cidade de Manaus, capital do Estado, está localizada há cerca de 4 mil quilômetros de distância dos principais pólos econômicos do país – São Paulo e Rio de Janeiro – e há 2.316 quilômetros da capital federal. A capital mais próxima é Boa Vista, a 726 km de Manaus. O acesso às capitais federais é feito principalmente por meio aéreo, com exceção de algumas capitais da região Norte, acessíveis pelas hidrovias.

PLANO VICTORIA RÉGIA

29

Região

Capitais Brasília

2.316

Cuiabá

3.128

Goiânia

2.291

Fortaleza

3.069

CENTRO-OESTE

Recife

3.392

Salvador

4.039

Belém

1.448

NORDESTE

Boa Vista

726

Rio Branco

1.632

Belo Horizonte

3.941

NORTE

SUDESTE

Distâncias (Km)

Rio de Janeiro

4.776

São Paulo

3.950

Curitiba

4.005

SUL

Florianópolis

4.729

Porto Alegre

4.698

Tabela 9. Quadro de distâncias entre Manaus e principais capitais brasileiras Fonte: Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, 2006.

O acesso às cidades do Amazonas é feito principalmente por meio dos diversos rios do Estado. As cidades próximas a Manaus são usualmente acessíveis por rodovias. Contudo, grande parte dos municípios tem acesso permitido por rio ou avião, sendo a primeira opção normalmente a mais barata. Faixa de distância

Qtd de Municípios

Menos de 100 km

6

Entre 100 e 200 km

9

Entre 200 e 300 km

9

Entre 300 e 500 km

8

Entre 500 e 1.000 km

17

Entre 1.000 e 2.000 km

11

Mais de 2.000 km

1

Tabela 10. Faixas de distâncias entre municípios amazonenses e Manaus Fonte: Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, 2006.

A maior parte dos municípios amazonenses está entre 500 km e 2 mil km da capital estadual, sendo a distância média entre os municípios e a capital 635 km. Observa-se, então, a dispersão dos municípios do Estado do Amazonas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

30

O mapa a seguir ilustra a rede de transportes estadual completa.

Figura 25. Rede de transportes do Amazonas Fonte: Ministério dos Transportes, 2006.

Transporte rodoviário O sistema rodoviário do Amazonas tem construção datada da década de 1970. Foi concebido de forma a complementar o sistema hidroviário da região. A rede rodoviária federal na Amazônia Legal tem cerca de 26 mil quilômetros de extensão, sendo que algumas destas rodovias seguem até fronteiras com países vizinhos, como a Venezuela.

PLANO VICTORIA RÉGIA

31

Exclusivamente no Estado do Amazonas estão 2.602 km de rodovias federais, sendo 534 km pavimentados e 2.068 km não pavimentados. Há ainda 1.041 km de rodovias estaduais, sendo 442 km pavimentados e 599 km não pavimentados. As rodovias municipais somam 2.556 km, 728 km pavimentados e 1.828 km não. Sistema Federal A Rodovia Transamazônica (BR 230) situa-se entre Estreito e Humaitá, com a extensão de 2.982 km. O início da implantação da rodovia aconteceu em 1970 e obedeceu a um plano integrado de povoamento, colonização e desenvolvimento da área. O traçado da Transamazônica visava criar condições para conjugar o transporte fluvial ao rodoviário, porém não atingiu seu objetivo e é temática polêmica até a atualidade. O projeto completo ainda não foi concluído. A Rodovia Perimetral Norte (BRs-210 e 307) tem início no Atlântico, em Macapá e acompanha a fronteira norte e noroeste do Brasil, até Marechal Taumaturgo, no Estado do Acre. O objetivo almejado por sua construção foi a ocupação de espaços vazios na área e aproveitamento do potencial econômico da região. Sua construção foi iniciada em 1973. A Rodovia Porto Velho-Manaus (BR-319) teve construção iniciada em 1968 e entregue ao tráfego em 1976. Tem uma extensão de 860 km pavimentados e são inúmeras as dificuldades de conservação e manutenção da mesma pelas condições do solo da área e pelo material usado na sua construção. Ela é trecho comum no trajeto La Paz – Caracas. A Rodovia Manaus – Boa Vista (BR 174) liga Boa Vista à cidade de Santa Elena, fronteira do Brasil com a Venezuela. Sua construção foi iniciada na década de 1970, com a abertura de alguns trechos. Inclusive o trecho Manaus - Caracaraí. Ela também integra a rodovia La Paz Caracas, e faz parte do Sistema Panamericano de Rodovias. Na rodovia, há mais de 50 pontes em Estado precário, ainda construídas com madeira. O trecho entre Manaus e Caracaraí de 650 km, dá acesso terrestre a áreas de mineração de bauxita e à usina hidroelétrica de Balbina. A implantação total da rodovia ligou a cidade de Boa Vista a Manaus por via terrestre. A Rodovia Humaitá - Lábrea (BR-230), entregue ao tráfego em 1978, interliga a cidade de Lábrea, à margem esquerda do rio Purus, a Humaitá, à margem direita do rio Madeira. Ela faz parte da Transamazônica, mas suas obras foram executadas separadamente e possui objetivos diferentes da mesma. Sua implantação possibilitou a incorporação de Lábrea à rede rodoviária brasileira e propiciou o povoamento e desenvolvimento agropecuário em sua área de influência. Destaca-se ainda a futura Rodovia Brasília-Manaus (BR-080) que corta a Região Amazônica na direção Sudeste-Noroeste. Seu objetivo é interligar áreas com produção agropecuária e possibilitar o escoamento da produção para São Paulo e Cuiabá. A rodovia foi excluída dos planos nacionais e não tem sido considerada na rede rodoviária nacional ou

PLANO VICTORIA RÉGIA

32

regional, apesar de ser parte do Sistema Panamericano de Rodovias. De sua extensão total de 2.035 km, apenas 77 km já estão pavimentados. Sistema Estadual A Rodovia Manaus - Itacoatiara (AM 010) é importante meio de deslocamento entre Itacoatiara e Manaus, tanto de cargas como de passageiros. Cidades próximas, como Rio Preto da Eva, Silves e Itapiranga também são atingidas pela infra-estrutura da rodovia. Contudo, suas condições de tráfego são ruins, especialmente entre a cidade de Itacoatiara e a ponte Mamoud Amed, sobre o Rio Urubu. Recentemente, a rodovia teve obras de pavimentação. A Rodovia Manaus - Manacapuru (AM 070) liga Manaus às cidades de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão. Ela é uma das mais importantes rodovias do Amazonas por possibilitar escoamento de produtos hortifrutigranjeiros da região. A Rodovia Manaus – Autazes (AM 254) tem 94 quilômetros de extensão. É uma das mais importantes vias de integração terrestre do Amazonas, já que conecta cidade das regiões do Rio Negro, Rio Solimões e Rio Madeira à capital Manaus. Além disso, o acesso entre as cidades por via rodoviária é extremamente mais rápido do que o acesso via fluvial. Recentemente, a rodovia passou por obras de pavimentação.

Transporte ferroviário Na Amazônia Legal há rede de ferrovias com extensão de 580 km, cerca de 2% da malha ferroviária brasileira. Esta rede foi implantada visando atender a projetos de exploração mineral da região e interligação entre minas, ferrovias e portos. Nenhuma das ferrovias da região atinge a área do Estado do Amazonas.

Transporte hidroviário Há no Brasil cerca de 40 mil quilômetros de hidrovias potencialmente navegáveis, contudo, elas ainda são subutilizadas. Na bacia Amazônica, estão algumas das principais hidrovias do país, como a Hidrovia do Madeira e do Solimões. A rede da bacia abrange os Estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá, e tem cerca de 20 mil quilômetros de extensão, sendo 720 deles apenas potenciais.

PLANO VICTORIA RÉGIA

33

Figura 26. Rede hidroviária na Amazônia Legal Fonte: Ministério dos Transportes, 2006.

Os principais eixos fluviais que perpassam o Estado do Amazonas são: 

Belém/Manaus/Belém A distância entre as duas cidades é de 1.646 quilômetros e no trecho é possível a navegação de embarcações com calado de até 8,5 metros. São percorridos no trajeto Belém a Manaus os rios Pará, Amazonas e Negro e os furos de Breves, Macacos e Ituquara. Usualmente, são realizadas paradas no percurso nos municípios paraenses de Breves, Gurupá, Almeirim, Prainha, Monte Alegre, Santarém e Óbidos e nas cidades amazonenses de Parintins e Itacoatiara.



Santarém/Manaus/Santarém O trecho Manaus a Santarém é uma importante ligação entre as cidades de Manaus e Belém, motivo pelo qual comumente é operada por navegadores. O trecho tem distância fluvial de 756 quilômetros e pode ser navegado por embarcações com calado

PLANO VICTORIA RÉGIA

34

de até 8,5 metros. O trajeto é feito pelo rio Amazonas e pode ter escalas nas cidades de Itacoatiara e Parintins, no Amazonas, e Juruti e Óbidos, no Pará. 

Manaus/Porto Velho/Manaus A distância entre as duas cidades é de 1.350 quilômetros e a navegação do trecho é feita através dos rios Amazonas e Madeira. As profundidades neste percurso variam de acordo com os períodos de seca e cheia do rio Madeira, ficando entre níveis de 1,8 metros a 7 metros. Usualmente, são realizadas escalas nas cidades de Nova Olinda do Norte, Borba, Novo Aripuanã, Manicoré e Humaitá, todas no Amazonas.

Na Amazônia, é importante destacar também as conexões existentes entre a rede hidroviária e rodoviária, o transporte rodo-fluvial. Ele acontece fundamentalmente através de duas rotas básicas: 

De Manaus a Belém, através do Rio Amazonas, e de Belém a Brasília a partir da BR

010/153; 

De Manaus a Porto Velho, pelo Rio Madeira, e de Porto Velho a Cuiabá pela BR 364.

A rota Manaus – Belém – Brasília tem como entraves as más condições de conservação da Rodovia Belém-Brasília e o sistema portuário de Belém, com diversas dificuldades operacionais frente à variação do nível das águas na região. A rota Manaus - Porto Velho – Cuiabá também apresenta problemas na conservação da rodovia que liga Porto Velho a Cuiabá, no entanto, não há os entraves observados no porto de Belém em Porto Velho, apesar de haver deficiências no mesmo. O principal problema da rota é a navegabilidade do Rio Madeira, comprometida pelo assoreamento e prática indiscriminada de garimpagem ao longo de seu leito.

Principais hidrovias e condições de tráfego O rio Amazonas é navegável em território brasileiro desde sua foz até a cidade de Benjamim Constant, por trecho de mais de 3 mil quilômetros. Desde sua foz até o Rio Negro, o rio tem profundidade mínima de 13,5 metros, diminuída em períodos de estiagem rigorosa para até 7 metros. No trecho que vai da foz do Rio Negro à fronteira com o Peru, a profundidade mínima varia de 4,5 metros a 7 metros. A sinalização náutica do Rio Amazonas é mantida pela Marinha. As cidades ribeirinhas mais importantes ao longo do rio são: Belém (PA), Macapá (AP), Santarém (PA), Óbidos (PA), Parintins (AM), Uricurituba (AM), Itacoatiara (AM), Manacapuru (AM), Manaus (AM), Codajás (AM), Coari (AM), Tefé (AM), Fonte Boa (AM) e Benjamim Constant (AM). É uma excelente via navegável e tem acesso ao oceano pelo Canal do Norte e pelo rio Pará. O rio Solimões é um trecho do rio Amazonas entre os municípios de Manaus e Tabatinga com extensão de 1.620 quilômetros. A navegação no trecho se dá principalmente na época de

PLANO VICTORIA RÉGIA

35

cheia (fevereiro a junho) com calados de 8 metros. Na estiagem, o calado deve ser inferior a 4 metros. O rio passa ainda pelas cidades de Coari e Tefé, ambas com infra-estrutura portuária. É uma excelente via navegável. O rio Madeira é navegável desde sua foz até a cidade de Porto Velho por trecho de 1.100 quilômetros. Usualmente, sua profundidade é de 8,2 metros no período de águas altas e atinge o mínimo de 2,8 metros na época de estiagem mais rigorosa. As cidades ribeirinhas de maior destaque são: Porto Velho (RO), Humaitá (AM), Manicoré (AM), Novo Aripuanã (AM), Borba (AM) e Nova Olinda do Norte (AM). Ao longo do rio há diversas ilhas e bancos de areia. No rio Negro há profundidades superiores a 2,4 metros nos períodos de cheia, em que o rio pode ser navegado até a fronteira com a Venezuela. No período de águas baixas, de outubro a março, a profundidade é restritiva a partir de São Gabriel da Cachoeira, chegando a menos de 1,2 metros em épocas de estiagem mais rigorosa. As cidades ribeirinhas mais importantes ao longo de seu leito são: Manaus (AM), Novo Airão (AM), Barcelos (AM) e São Gabriel da Cachoeira (AM). AO longo de seu leito são observadas declividades acentuadas e ilhas. O rio Purus é navegável desde sua foz até a confluência com o rio Iaco por 2.840 quilômetros. À montante dessa confluência é ainda possível a navegação de 210 quilômetros nos períodos de cheia (janeiro a junho), o que permite o entroncamento rodo-hidroviário com a BR-364. A navegação comercial no rio é efetuada até Boca do Acre (AM) de onde se segue pelo rio Acre até a cidade de Rio Branco (AC). No trecho até Boca do Acre, a profundidade mínima no período de águas altas (entre dezembro e maio) é superior a 2,1 metros. Já nos meses de estiagem (junho a novembro), esta profundidade chega a 1,2 metros. As principais cidades ribeirinhas são: Beruri (AM), Tapauá (AM), Canutama (AM), Lábrea (AM), Pauini (AM), Boca do Acre (AM), Sena Madureira (AC) e Manoel Urbano (AC). O leito do rio é sinuoso e possui desmoronamentos e barrancos. No rio Acre a navegação é praticamente continuação da efetuada pelo rio Purus, sendo sua principal importância a ligação com a cidade de Rio Branco por trecho de 340 quilômetros. A profundidade atinge valores inferiores aos 0,8 metros no período de estiagem e superior a 2,1 metros nos meses de águas altas. As principais cidades ribeirinhas são: Boca do Acre (AM), Rio Branco (AC), Xapuri (AC) e Brasiléia (AC). O rio é sinuoso e a navegação nas proximidades da cidade de Rio Branco sofre com o assoreamento do rio e é restrita a pequenas embarcações em alguns trechos. O rio Japurá é navegável em território brasileiro por 748 quilômetros. Nos períodos de águas médias e altas (maio a outubro), as profundidades mínimas são superiores a 2 metros e nas estiagens (novembro a abril) variam entre chegam a 1,5 metros. As principais cidades ribeirinhas são: Maraã (AM) e Japurá (AM).O canal navegável é tortuoso e exige manobras delicadas até mesmo de pequenas embarcações.

PLANO VICTORIA RÉGIA

36

O rio Içá tem navegabilidade que se estende de sua foz até a fronteira com a Colômbia por trecho de 358 quilômetros. No período de águas médias e altas (março a agosto), as profundidades mínimas disponíveis são superiores a 3,5 metros e atingem um mínimo de 0,8 metros período de estiagem. A principal cidade ribeirinha é Santo Antônio do Içá (AM) localizada na foz do rio Içá. O rio Uatumã é navegável desde sua foz até a Usina Hidrelétrica de Balbina por 295 quilômetros. Até Cachoeira Morena (Itapiranga–AM), sua profundidade é superior a 2,1 metros nos) períodos de águas altas e médias. A partir deste ponto, a profundidade cai pra 1,2 metros até a Usina de Balbina. Não existem aglomerações urbanas nesse trecho do rio, cabendo apenas destaque à hidrelétrica. O rio Juruá é afluente do Amazonas e tem 3.350 quilômetros de extensão e é um dos mais sinuosos de toda a Amazônia. O alto Juruá não apresenta condições de navegabilidade. A navegação é feita no baixo e médio Juruá, por 3.120 km. No rio não há instalações portuárias organizadas e as operações de carga e descarga são efetuadas nos barrancos do rio. A única localidade que apresenta um atracadouro é a cidade de Cruzeiro do Sul (AC). O rio Urucu é um afluente do Rio Solimões que segue desde Coari (AM) a Porto Urucu (AM) por 470 quilômetros. O trecho até o lago de Coari, com extensão de 60 km, não há restrições à navegação. No entanto, o trecho seguinte, de 26 km, constitui a região do “chavascal", onde a navegação é problemática pela densidade de troncos submersos e pela vegetação aquática, embora sejam boas as profundidades. Em períodos de águas baixas a navegação é interrompida no rio. O rio Tefé corre paralelo ao Rio Urucu e desemboca no lago de Tefé e é alternativa para acesso à região petrolífera do Urucu. A navegação no rio ainda tem caráter pioneiro e é vista como alternativa ao uso do rio Urucu. Há ainda outros rios navegáveis no Estado, de expressão econômica menor. São eles: 

Rio Jutaí: Navegável de sua foz até a cidade de Jutaí por 800 km;



Rio Nhamundá: Navegável de sua foz até o igarapé Pitinga por 160 km;



Rio Urubu: Navegável de sua foz até o encontro com a rodovia AM-10 por 140 km.

Portos Os principais portos do Estado são os portos de Manaus, Portos de Tabatinga, Coari, Itacoatiara e Parintins. A seguir são identificadas suas principais características. O porto de Manaus localiza-se na capital estadual, margem esquerda do rio Negro, a uma distância de 15 quilômetros de sua confluência com o Rio Solimões. O porto é o escoadouro da produção da Amazônia Ocidental. A extensão de seu cais acostável é de 1.850m, incluindo cais flutuantes e cais fixos e possui dez armazéns, área total de aproximadamente 48 mil PLANO VICTORIA RÉGIA

37

metros quadrados. Para armazenamento de cargas a céu aberto, a área disponível é de 34 mil metros quadrados. Os portos de Tabatinga, Coari, Itacoatiara e Parintins estão localizados no rio Amazonas, e neles é mais comum a freqüência de embarcações de navegação interior. São pequenos portos cuja implantação objetivou servir às cidades sem outro meio de transporte que não o hidroviário. Os portos de Coari e Tabatinga possibilitam conexões entre a navegação de maior porte, que percorre o rio Solimões, e os rios da região. A existência da Zona Franca de Tabatinga, em área de fronteira, dá destaque ao porto de Tabatinga. Já Parintins e Itacoatiara são complementares ao porto de Manaus, sendo ainda acesso utilizado pelas grandes embarcações que adentram o rio Amazonas. São observadas ainda na região instalações portuárias rudimentares, sem administração específica e que movimentam pequenas quantidades de carga. Estas instalações são usualmente compostas por um trapiche ou uma rampa. Cabem nesta classificação os portos de Humaitá, Manicoré, Barcelos, Carauari e Silves. Além destas instalações, há atracadouros naturais operantes no Estado. Atuam em condições precárias e atendem em pequena escala às necessidades das comunidades locais. É o caso das instalações de Benjamim Constant, São Paulo de Olivença, Santo António do Içá, Fonte Boa, Anori, Boca do Acre, entre outras.

Transporte aéreo O transporte aéreo na região tem caráter complementar ao hidroviário, tanto de insumos como de produtos. Há problemas relativos ao aéreo principalmente no que diz respeito à disponibilidade de horários, eficiência e preços de fretes. O desenvolvimento do comércio exterior, aproveitando a proximidade do Estado com os mercados caribenhos, é uma possibilidade para o Estado. Devido

à

extensão

do

Amazonas,

diversos

municípios

possuem

infra-estrutura

aeroportuária, em diferentes níveis de estruturação. O mais importante aeroporto é o aeroporto de Manaus (Aeroporto Internacional Eduardo Gomes). Nele são empregados cerca de 3 mil funcionários e é oferecida moderna infra-estrutura aeroportuária. O aeroporto é composto por dois terminais de passageiros, um que atende à aviação regular e outro à regional, e por três terminais de carga, sendo o último inaugurado recentemente, em 2004. Operam regularmente nos terminais de passageiros as companhias Gol, Tam, Varig, Rico, Copa Airlines, Taf e Trip. Já os terminais de carga do aeroporto são responsáveis pelo terceiro maior fluxo de cargas do país, uma vez que por eles passam os produtos importados e exportados pelo Pólo Industrial de Manaus. Outro importante aeroporto é o de Tabatinga, situado em área de fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Ele tem área de 6 milhões de metros quadrados. Atende à aviação nacional e regional. Estão presentes ainda no Amazonas os seguintes aeroportos:

PLANO VICTORIA RÉGIA

38



Aeroporto de Borba, localizado a 2 km do centro da cidade;



Aeroporto de Carauari, localizado a 1 km do centro da cidade;



Aeroporto de Coari;



Aeroporto de Eirunepé, no centro da cidade;



Aeroporto de Itacoatiara;



Aeroporto de Lábrea, localizado a 4 km do centro da cidade;



Aeroporto de Manicoré, localizado a 3 km do centro da cidade;



Aeroporto de Maués;



Aeroporto de Parintins;



Aeroporto de São Gabriel da Cachoeira, localizado a 15 km do centro da cidade;



Aeroporto de Tefé, localizado a 5 km do centro da cidade.

Projetos de destaque Tendo em vista o desenvolvimento das potencialidades do transporte na região, têm destaque os projetos descritos na seqüência. 

Corredor Fronteira Norte Foi concebido com o objetivo de incrementar o fluxo de pessoas e mercadorias entre os Estados do Amapá, Roraima, Amazonas e Acre com os países da fronteira norte do Brasil. O principal resultado do projeto foi a construção de 41,3 km da BR-317, sendo 7,9 km no trecho entre Assis Brasil (AC) e Rio Branco (AC) e 33,4 km no trecho até Boca do Acre (AM), divisa do Acre com o Amazonas. O programa originou-se frente à dificuldade existente de acesso na região, tanto para o trânsito de pessoas quanto de mercadorias entre os Estados do Amapá, Roraima, Amazonas e Acre, com os países da fronteira norte do Brasil. Com exceção da execução de ações relativas ao modal rodoviário, grande parte das ações do projeto ficou aquém do desejado.



Corredor Oeste-Norte Tem por objetivo reduzir o custo do transporte de cargas na área que abrange parte dos Estados do Amazonas, do Pará, de Rondônia e do Mato Grosso. Um de seus principais resultados é a construção do porto fluvial de Parintins. As ações previstas tiveram prazos alongados e aumentos consideráveis nos custos de implantação.

É ainda importante destacar, como indica SANT’ANNA (1998), em documento do IPEA: “[...] a rede de transportes da Amazônia pode, a médio prazo, oferecer uma porta para o Atlântico a várias nações que, no momento, têm no Oceano Pacífico sua única saída para o mar. De forma análoga, essas nações, no longo prazo, PLANO VICTORIA RÉGIA

39

podem oferecer ao Brasil uma saída para o Pacífico, e mesmo uma segunda alternativa de saída para o Atlântico Norte e o Mar do Caribe, na diretriz do rio Orenoco. Este intercâmbio contribuirá significativamente para ampliar o mercado regional, proporcionando ao pólo de Manaus excelentes oportunidades para se consolidar como centro industrial e principal fornecedor de produtos manufaturados, não apenas para o mercado brasileiro, mas também para os países limítrofes”. A acessibilidade no Estado do Amazonas é um dos grandes entraves para o desenvolvimento do turismo na região. Contudo, a deficiente rede de transportes auxilia a conservação das áreas naturais, um dos principais atrativos turísticos do Amazonas.

3.2 As microrregiões do Amazonas 3.2.1 Território O IBGE divide o Estado do Amazonas em quatro macrorregiões – Centro, Norte, Sul e Sudoeste. O Estado ainda é dividido em treze microrregiões, identificadas a seguir:

Figura 27. Microrregiões do Amazonas Fonte: Mapa ilustrativo elaborado com base em mapa do IBGE, 2005.

Dentre as microrregiões do Estado, a mais extensa é a do Rio Negro, composta pelos municípios de Barcelos, Novo Airão, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira. Microrregião

Área (km2)

Alto Solimões

213.281

Quantidade de municipios 9

PLANO VICTORIA RÉGIA

40

Boca do Acre

65.612

Coari

111.590

2 6

Itacoatiara

25.387

5

Japurá

72.702

2

Juruá

122.115

7

Madeira

221.037

5

Manaus

41.243

7

Parintins

107.030

7

Purus

187.373

3

Rio Negro

332.278

4

Rio Preto da Eva

31.235

2

Tefé

39.862

3

Tabela 11. Microrregiões do Amazonas, área e quantidade de municípios componentes (2005) Fonte: IBGE, 2005.

3.2.2 Demografia e população A maior parcela da população do Estado concentra-se na microrregião de Manaus, onde está a capital do Estado. Dos mais de 3 milhões de habitantes no Amazonas em 2005, cerca de 60% reside na microrregião de Manaus. Após a microrregião de Manaus, aparece a microrregião de Parintins com maior concentração de habitantes – 7,5% do Estado, sensivelmente inferior à concentração observada na microrregião da capital estadual. 60,0%

40,0%

20,0%

2000 2005

Tefé

Rio Negro

Rio Preto da Eva

Purus

Manaus

Parintins

Juruá

Madeira

Japurá

Coari

Itacoatiara

Alto Solimões

Boca do Acre

0,0%

Figura 28. Percentual de habitantes do Amazonas residente por microrregião (2000 e 2005) Fonte: IBGE, 2005.

A microrregião mais populosa do Estado – Manaus – é aquela que apresenta a maior densidade demográfica: 45,2 habitantes por quilômetro quadrado. A microrregião de Itacoatiara aparece em segundo lugar, com densidade demográfica sensivelmente inferior: de 5,4 habitantes por km2. A microrregião do Rio Negro é a que apresenta a menor densidade: 0,2 habitantes por km2.

PLANO VICTORIA RÉGIA

41

Rio Negro Purus Japurá Madeira

0,2 0,3 0,5 0,6

Alto Solimões

0,7 0,9 1,1

Coari

1,3

Boca do Acre Juruá

Rio Preto da Eva Parintins Tefé

1,5 2,3 2,5 5,4

Itacoatiara

45,2

Manaus 0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

Figura 29. Densidade demográfica média por microrregião do Amazonas (2005) Fonte: IBGE, 2005.

Na microrregião de Manaus também se concentra a maior parcela dos domicílios permanentes do Amazonas – cerca de 360 mil domicílios, 63,5% do total de domicílios estadual. As demais microrregiões não chegam individualmente a representar mais do que 8% dos domicílios permanentes do Amazonas. Os domicílios do Estado são majoritariamente concentrados na área urbana – 78%, enquanto os domicílios rurais representam 3% do total de domicílios permanentes. No entanto, notam-se grandes diferenças nesta distribuição conforme a microrregião do Amazonas abordada. Na microrregião de Manaus, onde está a maioria dos domicílios permanentes do Amazonas, 94% deles estão em área urbana. Já na microrregião de Japurá, o panorama é oposto: a área rural representa 78% dos domicílios permanentes. 100%

80%

60%

40%

Urbanos

Tefé

Rio Preto da Eva

Rio Negro

Purus

Parintins

Manaus

Madeira

Juruá

Japurá

Itacoatiara

Coari

Boca do Acre

0%

Alto Solimões

20%

Rurais

PLANO VICTORIA RÉGIA

42

Figura 30. Distribuição percentual dos domicílios permanentes urbanos e rurais por microrregião do Amazonas (2005) Fonte: IBGE, 2005.

Dentre as microrregiões do Estado, aquelas que apresentam os maiores índices de analfabetismo são Juruá, Boca do Acre, Japurá e Purus. Nestas três microrregiões os índices de analfabetismo superam 40% da população residente. Já as microrregiões de Parintins, Itacoatiara e Rio Preto da Eva apresentam as mais baixas taxas de analfabetismo do Amazonas, entre 10% e 15% da população. O IDH das microrregiões amazonenses acompanha o índice estadual, com especial destaque à microrregião de Rio Preto da Eva, com o maior IDH dentre as demais. Nota-se ainda que as microrregiões de Juruá e Purus, no Sudoeste do Estado, apresentam baixos índices de desenvolvimento humano, acercando-se do limite entre municípios de médio e de baixo desenvolvimento – índice próximo de 0,50.

PLANO VICTORIA RÉGIA

43

0,53

Juruá

0,55

Purus

0,57

Japurá

0,57 0,58

Boca do Acre Alto Solimões Coari

0,62

Rio Negro

0,62

Tefé

0,64

Madeira

0,64

Itacoatiara

0,67 0,67

Manaus

0,68

Parintins

RP da Eva

0,71

AMAZONAS

0,71

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

Figura 31. IDH médio por microrregião do Amazonas (2000) Fonte: IBGE, 2000.

A microrregião de Manaus, mais populosa do Estado, apresenta IDH levemente abaixo do agregado estadual: o índice em Manaus é de 0,68 e o do Amazonas de 0,71. Microrregiões próximas da capital do Estado também apresentam índices de desenvolvimento humano mais alto do que as demais, sendo elas Rio Preto da Eva e Itacoatiara. Segundo relatório da SUDAM, as microrregiões de Alto Solimões (AM) e Coari (AM) apresentarão no ano de 2010 uma população 40% maior do que a quantidade verificada em 1996. Sendo assim, o mesmo documento sugere que tais microrregiões sejam foco das políticas públicas no período, considerando ainda que se incluem no grupo das microrregiões de menor nível de desenvolvimento.

3.2.3 Economia Avaliando-se a soma do Produto Interno Bruto dos municípios que compõem cada uma das microrregiões do Amazonas é possível notar que duas destas microrregiões despontam como aquelas com maiores PIB: Coari e Manaus.

1

Coari

PIB municipal acumulado (R$ mil) 139.382.408

2

Manaus

20.916.752

3

Parintins

505.555

4

Alto Solimões

435.327

5

Itacoatiara

320.426

6

Madeira

300.304

7

Juruá

267.486

Posição

Microrregião

(continuação) PLANO VICTORIA RÉGIA

44

Posição

Microrregião

PIB municipal acumulado (R$ mil)

8

Tefé

189.711

9

Rio Negro

171.269

10

Purus

131.232

11

Boca do Acre

107.122

12

Rio Preto da Eva

99.639

13

Japurá

56.965

Tabela 12. PIB municipal acumulado por microrregião (2005) Fonte: IBGE, 2005.

A microrregião de Coari tem destaque em âmbito econômico especialmente devido ao início da exploração do gás natural, indutor de diversos investimentos em Coari nos últimos anos. Já a microrregião de Manaus tem em seu pólo industrial importante componente econômico. Tefé RP da Eva Rio Negro Purus Parintins Manaus Madeira Juruá Japurá Itacoatiara Coari B do Acre Alto Solimões 0%

20%

Indústria

40%

60%

Agropecuária

80%

100%

Serviços

Figura 32. Participação setorial no PIB municipal acumulado por microrregião (1999) Fonte: IBGE, 1999.

As microrregiões de maior PIB no Estado são aquelas em que a atividade industrial é principal setor econômico. Nas demais microrregiões, o setor de serviços é o que mais impulsiona as economias. A microrregião de Manaus, a mais populosa dentre as microrregiões do Amazonas, é aquela em que o maior percentual da população compõe a PEA (População Economicamente Ativa). Manaus também é a microrregião em que o número de habitantes que compõem a PEA é mais extenso: são 677.582 habitantes compondo a População Economicamente Ativa.

PLANO VICTORIA RÉGIA

45

A segunda microrregião de maior destaque em relação ao número de habitantes componentes da PEA é Parintins, porém a PEA da microrregião é sensivelmente menor do que a de Manaus: 70 mil habitantes em contraponto a 677 mil. A microrregião do Alto Solimões também possui quantidade grande de habitantes compondo sua PEA: 63.771 habitantes. Em relação ao percentual da população total que compõe a PEA, o maior destaque é a microrregião de Manaus, porém, a região de Rio Preto da Eva também apresenta índice alto – 40% da população compondo a PEA. Tefé e Coari também se destacam no mesmo sentido, com percentuais de 37% e 36% da população compondo a PEA, respectivamente. Microrregião

PEA

% da população na PEA

Alto Solimões

63.771

31,6%

Boca do Acre

15.328

34,8%

Coari

44.053

36,0%

Itacoatiara

44.212

35,9%

Japurá

7.761

28,4%

Juruá

30.159

27,0%

Madeira

43.189

33,1%

Manaus

677.582

42,5%

Parintins

70.485

34,1%

Purus

18.126

30,1%

Rio Negro

20.586

27,7%

Rio Preto da Eva

14.012

40,1%

Tefé

32.518

37,4%

Tabela 13. População Economicamente Ativa (PEA) e percentual da população componente da PEA por microrregião do Amazonas (2000) Fonte: IBGE, 2000

Ainda em relação à PEA de cada uma das microrregiões do Amazonas, observa-se que Manaus é a microrregião em que é maior o percentual de habitantes economicamente ativos ocupados – 77%. Nas outras regiões, este percentual é superior, com especial destaque para Rio Negro, Boca do Acre e Alto Solimões, onde cerca de 90% da PEA estava ocupada no ano de 2000. De acordo com relatório da SUDAM, o produto interno bruto cresce a taxas maiores nas áreas onde o nível de desenvolvimento social é baixo. Sendo assim, as microrregiões de Itacoatiara, Madeira, Parintins, Rio Preto da Eva e Tefé crescerão mais em termos de PIB por habitante que as microrregiões de Alto Solimões, Boca do Acre, Coari, Japurá, Juruá, Madeira, Purus e Rio Negro. Além disso, todas estas microrregiões crescerão mais do que a de Manaus, a mais desenvolvida do Estado do Amazonas. Por outro lado, o mesmo relatório indica que o crescimento populacional tende a ser maior nas microrregiões de mais alto nível de desenvolvimento social, ou seja, na microrregião de Manaus.

PLANO VICTORIA RÉGIA

46

Especificamente em relação à microrregião de Manaus, o mesmo documento, produzido pela SUDAM, prevê a expansão do mix de produtos do Pólo Industrial de Manaus impulsionado por incentivos federais e avanços na área de Ciência e Tecnologia.

3.2.4 Infra-estrutura básica A microrregião de Manaus é aquela que apresenta maior cobertura dos domicílios permanentes por rede geral de água. Apesar de superar o nível de cobertura por rede de água observado no Amazonas, o índice de Manaus ainda posiciona-se abaixo da média nacional – 78% dos domicílios com rede de água. Alto Solimões B do Acre Coari Itacoatiara Japurá Juruá Madeira Manaus Parintins Purus Rio Negro RP da Eva Tefé Amazonas Brasil 0%

31% 36% 39% 57% 20% 28% 32% 71% 57% 36% 34% 46% 59% 60% 78% 20%

40%

60%

80%

100%

Figura 33. Cobertura de domicílios por rede de água por microrregião do Amazonas (2004) Fonte: IBGE, 2004.

Ainda no que diz respeito à cobertura por rede de água, a microrregião de Japurá, majoritariamente rural, apresenta os menores índices do Estado: 20% dos domicílios permanentes têm cobertura por rede de água. A cobertura por rede de esgoto é questão problemática no Amazonas, como visto em item anterior. Ao observarem-se as microrregiões do Estado é possível detectar diferenças regionais. As área de Manaus e Coari, economicamente mais desenvolvidas, apresentam percentuais de cobertura dos domicílios permanentes por rede de esgoto extremamente mais altos do que as demais regiões. Como ilustra o gráfico a seguir, grande parte das microrregiões tem cobertura de apenas 1% dos domicílios permanentes por rede de esgoto.

PLANO VICTORIA RÉGIA

47

1% 1%

Alto Solimões B do Acre Coari Itacoatiara Japurá Juruá Madeira Manaus Parintins Purus Rio Negro RP da Eva Tefé Amazonas Brasil

17% 1% 1% 1% 1% 30% 1% 4% 1% 10% 5% 20% 47%

0%

20%

40%

60%

Figura 34. Cobertura de domicílios por rede de esgoto por microrregião do Amazonas (2004) Fonte: IBGE, 2004.

Assim como ressaltado ao longo da avaliação da cobertura por rede de água no Amazonas, os níveis de cobertura por rede de esgoto no Estado são extremamente baixos se comparados aos níveis brasileiros de cobertura pelo mesmo serviço. Panorama similar será observado no gráfico a seguir, que ilustra a coleta de lixo nas microrregiões do Amazonas. Alto Solimões B do Acre Coari Itacoatiara Japurá Juruá Madeira Manaus Parintins Purus Rio Negro RP da Eva Tefé Amazonas Brasil 0%

20% 31% 27% 46% 9% 9% 33% 85% 33% 12% 35% 48% 36% 65% 79% 20%

40%

60%

80%

100%

Figura 35. Cobertura de domicílios por coleta de lixo por microrregião do Amazonas (2004) Fonte: IBGE, 2004.

A coleta do lixo atinge grande parte dos domicílios da microrregião de Manaus – 85%, porém as demais microrregiões do Estado têm índices inferiores à média amazonense. As microrregiões de Japurá e Juruá apresentam os menores índices de cobertura pelo citado serviço. Diferentemente do panorama observado em outros serviços, a cobertura por iluminação elétrica não apresenta diferenças tão gritantes entre as microrregiões do Amazonas, a média

PLANO VICTORIA RÉGIA

48

estadual e a média nacional. Todas as microrregiões têm ao menos metade de seus domicílios com iluminação elétrica, sendo a de maior destaque, mais uma vez, Manaus, capital estadual. 70%

Alto Solimões B do Acre Coari Itacoatiara Japurá Juruá Madeira Manaus Parintins Purus Rio Negro RP da Eva Tefé Amazonas Brasil

57% 69% 69% 61% 58% 62% 95%

55%

67% 63% 76% 83% 85% 95%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Figura 36. Cobertura de domicílios por iluminação elétrica por microrregião do Amazonas (2004) Fonte: IBGE, 2004.

O serviço de telefonia no Amazonas apresenta maior cobertura na microrregião mais populosa, Manaus, e menor cobertura na microrregião de maior concentração de domicílios rurais, Japurá. Grande parte das microrregiões do Estado tem índices inferiores em mais de 10% da média estadual e em mais de 20% da média nacional.

Alto Solimões B do Acre Coari Itacoatiara Japurá Juruá Madeira Manaus Parintins Purus Rio Negro RP da Eva Tefé Amazonas Brasil

8% 11% 9% 12% 1%

0%

9% 12% 39% 11% 8% 9% 19% 19% 29% 39% 20%

40%

Figura 37. Cobertura de domicílios por telefonia por microrregião do Amazonas (2004) Fonte: IBGE, 2004.

A relação entre leitos hospitalares e número de habitantes no Estado do Amazonas é inferior à média nacional em um leito para cada mil habitantes. Quando observadas as microrregiões do Estado, notam-se discrepâncias latentes. A região de Manaus, a mais populosa do Estado, é a que tem a menor relação leito/mil habitantes.

PLANO VICTORIA RÉGIA

49

Alto Solimões B do Acre Coari Itacoatiara Japurá Juruá Madeira Manaus Parintins Purus Rio Negro RP da Eva Tefé Amazonas Brasil

1,0 1,7 1,2 1,5 0,8 1,9 1,7 0,1

0,00

1,4 1,9 1,8 1,4 1,2 1,6 2,7 0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

Figura 38. Relação leitos em hospitais (SUS) para cada 1.000 habitantes por microrregião do Amazonas (2005) Fonte: Datasus, 2005.

Deve-se ter em conta, no entanto, que a rede de hospitais privados não é contabilizada no indicador provido pelo Datasus, utilizado na presente análise. Esta rede privada tende a ser mais extensa nas microrregiões mais populosas e que, conseqüentemente, demandam um maior número de leitos que as demais – perfil em que se encaixa a microrregião de Manaus.

3.3 Os Municípios Amazonenses 3.3.1 Território e população O Estado do Amazonas possui 62 municípios distribuídos em seu território com área média de 25.335 km2. Dentre estes municípios, destaca-se como maior o Barcelos, ao Norte do Estado, microrregião do Rio Negro, com 122.476 km2. O menor município do Estado é Iranduba, vizinho à capital amazonense e que possui apenas 2.215 km2.

MAIORES Município Barcelos

MENORES Área (km2) 122.476

Município

Área (km2)

Iranduba

2.215

PLANO VICTORIA RÉGIA

50

São Gabriel da Cachoeira

109.185

Anamã

2.454

Tapauá

89.324

Boa Vista do Ramos

2.587

Atalaia do Norte

76.355

Careiro da Várzea

2.631

Jutaí

69.552

Urucurituba

2.907

Tabela 14. Área (km2) dos cinco maiores e menores municípios do Amazonas (2005) Fonte: IBGE, 2005.

O município mais populoso do Estado é Manaus, com mais de 1,6 milhões de habitantes e cuja população representa 52% dos residentes no Amazonas. Após Manaus, aparece o município de Parintins como um dos mais populosos, com 109 mil habitantes, população extremamente menor do que a da capital estadual. Coari, importante pólo econômico amazonense, também tem população maior que os demais municípios: 84 mil habitantes. MAIORES Município Manaus

MENORES Populaçao 1.644.690

Município

Populaçao

Anamã

6.889

Parintins

109.150

Novo Airão

7.002

Coari

84.309

Juruá

7.516

Manaquiri

83.703

Santa Isabel do Rio Negro

7.617

Itacoatiara

80.190

Itamarati

7.995

Tabela 15. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por população (2005) Fonte: IBGE, 2005.

A densidade demográfica média municipal no Amazonas é de 5,18 habitante por km2. A capital do Estado, Manaus, é o município que apresenta maior densidade demográfica – 144 habitantes/km2. Em seguida, figuram os municípios de Manaquiri, Parintins, Iranduba e Tabatinga, todos na faixa entre 25 e 10 habitantes por km2, bastante inferior à densidade observada em Manaus.

MAIORES Município

MENORES Densidade demográfica (hab/km2)

Município

Densidade demográfica (hab/km2)

Manaus

144,26

Santa Isabel do Rio Negro

0,12

Manaquiri

21,05

Atalaia do Norte

0,15

PLANO VICTORIA RÉGIA

51

Parintins

18,34

Novo Airão

0,19

Iranduba

18,26

Tapauá

0,20

Tabatinga

13,64

Japurá

0,23

Tabela 16. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por densidade demográfica (2005) Fonte: IBGE, 2005.

Quando observado o índice de desenvolvimento humano (IDH) municipal, Manaus novamente se destaca entre os municípios amazonenses. O IDH na capital é de 0,77, superior ao índice estadual. Municípios próximos de Manaus, como Presidente Figueiredo e Itacoatiara, também apresentam índices de desenvolvimento humano mais altos que os demais municípios do Estado. De acordo com a SEPLAN AM, o Amazonas é um dos Estados brasileiros que apresenta maiores desigualdades na distribuição de renda entre seus municípios. No ano de 2000, mais da metade da população amazonense (53%) vivia abaixo da linha de pobreza e os cenários indicam pioras ao longo das décadas. MAIORES Município

MENORES IDH

Município

IDH

Manaus

0,77

Ipixuna

0,49

Presidente Figueiredo

0,74

Tapauá

0,50

Itacoatiara

0,71

Guajará

0,50

Tabatinga

0,70

Itamarati

0,51

Urucará

0,70

Envira

0,51

Parintins

0,70

Tabela 17. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por IDH (2000) Fonte: IBGE, 2000.

O município de Ipixuna, na microrregião de Juruá, norte do Amazonas, apresenta o mais baixo IDH do Estado: 0,49, considerado um baixo índice. Tapauá, Guajará, Itamarati e Envira também têm baixo IDH e encontram-se no limiar entre municípios de médio para baixo desenvolvimento. Acerca do IDH municipal, a SEPLAN Amazonas afirma: “Considerando essa distância em termos de anos e com a velocidade média de desenvolvimento apresentada pelos municípios do País, Ipixuna estaria a 37 anos de Manaus. Por outro lado, é importante ressaltar que a esta mesma velocidade seriam necessários 19 anos para Manaus alcançar o IDHM de São Caetano do Sul SP, o melhor município do Brasil em 2000 em termos deste índice. Isto equivale dizer também que Ipixuna levaria 56 anos para alcançar o melhor município do Brasil. Note-se, ainda, que os valores apresentados se baseiam na velocidade

PLANO VICTORIA RÉGIA

52

média do País. Caso fosse levada em conta a velocidade média do Estado, menor que a do País, as distâncias em anos seriam um pouco maiores.” Ainda segundo a Secretaria, os municípios amazonenses se encontram em pior situação do que o Estado. Isso se deve à melhor posição de Manaus em relação aos outros municípios e à representatividade de sua população, o que acaba por impulsionar os índices estaduais.

3.3.2 Economia Os municípios de destaque no Amazonas no que diz respeito ao Produto Interno Bruto (PIB) municipal são Coari e Manaus, maiores municípios das microrregiões economicamente melhor posicionadas do Estado. Como dito anteriormente, Coari vem se fixando como pólo produtor de gás natural, atividade que impulsiona a economia local. Manaus, por sua vez, tem no Pólo Industrial da cidade grande parte de sua produção. Os municípios com menor produto interno bruto têm sua economia voltada para o setor de serviços e dois deles – Caapiranga e Anamã – estão na microrregião de Coari, porém não têm seu PIB impactado pela produção de gás natural no município que nomeia a microrregião. MAIORES Município

MENORES PIB municipal (R$ mil)

PIB municipal (R$ mil)

Município

Coari

139.246.318

Caapiranga

16.192

Manaus

20.355.938

Uarini

17.219 17.300

Parintins

230.625

Amaturá

Itacoatiara

196.861

Itapiranga

18.431

Manacapuru

187.678

Anamã

18.823

Tabela 18. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por PIB municipal (2002) Fonte: IBGE, 2002.

Dentre os municípios do Amazonas, aqueles cuja economia mais se baseia na agropecuária são Careiro da Várzea, Autazes e Rio Preto da Eva. Já aqueles com produção centrada na indústria são Manaus e Coari, como já citado anteriormente. Os municípios de Japurá, Santo Antônio do Içá e São Paulo de Olivença são aqueles cuja economia depende em grande parte do setor de serviços.

AGROPECUÁRIA Município Careiro da Várzea

INDÚSTRIA

% do PIB municipal

Município

46,3%

Coari

Autazes Rio Preto da Eva Silves

SERVIÇOS

% do PIB municipal

Município

% do PIB municipal

77,2%

Japurá

93,1%

38,9%

Manaus

57,5%

Santo Antônio do Içá

89,6%

30,6%

Carauari

43,4%

São Paulo de Olivença

87,2%

29,8%

Iranduba

37,7%

Tonantins

86,5%

PLANO VICTORIA RÉGIA

53

Boca do Acre

28,6%

Tefé

27,9%

Anori

85,6%

Tabela 19. Municípios do Amazonas de destaque por setor componente do PIB municipal (1999) Fonte: IBGE, 1999.

3.3.3 Infra-estrutura básica Manaus é o município em que a maior parcela dos domicílios permanentes tem cobertura por rede geral de água. Também são destaques com cobertura de grande percentual de domicílios por rede de água São Sebastião do Uatumã, Humaitá, Itapiranga e Urucará. No eixo oposto, o município de Apuí não tem cobertura de nem 1% dos domicílios permanentes por rede de água.

PLANO VICTORIA RÉGIA

54

MAIORES

MENORES

Município

% de domicílios

Município

% de domicílios

Manaus

74,4%

Apuí

0,3%

São Sebastião do Uatumã

74,0%

Careiro da Várzea

7,0%

Humaitá

70,6%

Envira

10,2%

Itapiranga

68,5%

Guajará

10,4%

Urucará

66,1%

Maraã

15,2%

Tabela 20. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com rede geral de água (2000) Fonte: IBGE, 2000.

Em relação à cobertura dos domicílios por rede de esgoto, destaca-se Presidente Figueiredo, cuja rede de esgoto atinge 18,4% dos domicílios. Nota-se que o percentual é alto considerando-se a realidade estadual, porem baixo em relação aos níveis nacionais de esgotamento. Alguns municípios, listados na tabela a seguir, têm rede de esgoto nula. MAIORES

MENORES

Município

% de domicílios

Município

% de domicílios

Presidente Figueiredo

18,4%

Guajará

0,0%

Codajás

10,4%

Nhamundá

0,0%

Tefé

6,2%

São Sebastião do Uatumã

0,0%

Lábrea

5,6%

Tonantins

0,0%

Beruri

4,6%

Coari

0,0%

Manaus

0,0%

Manacapuru

0,0%

Ipixuna

0,0%

Tabela 21. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com rede geral de esgoto (2000) Fonte: IBGE, 2000.

A coleta do lixo atinge entre 30% e 35% dos domicílios de Silves, Itapiranga, Boa Vista do Ramos e Novo Aripuanã, os principais destaques quando avaliada a cobertura pelo citado serviço dentre os municípios do Amazonas. Em municípios como Lábrea, Tefé, Codajás, Benjamin Constant e Iranduba, a coleta do lixo é nula.

PLANO VICTORIA RÉGIA

55

MAIORES

MENORES

Município

% de domicílios

Município

% de domicílios

Silves

35,6%

Lábrea

0,0%

Itapiranga

34,1%

Benjamin Constant

0,0%

Boa Vista do Ramos

31,2%

Codajás

0,0%

Novo Aripuanã

31,0%

Iranduba

0,0%

Anamã

27,2%

Tefé

0,0%

Tabela 22. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com coleta de lixo (2000) Fonte: IBGE, 2000.

A capital estadual é o município amazonense onde a maior parcela dos domicílios tem iluminação elétrica: 98,9% do total de domicílios permanentes. Já o município de Careiro da Várzea, nas proximidades da capital, é o que apresenta o menor percentual de domicílios com iluminação elétrica. MAIORES

MENORES

Município

% de domicílios

Município

% de domicílios

Manaus

98,9%

Careiro da Várzea

31,8%

Benjamin Constant

86,8%

Itamarati

34,2%

Tefé

85,3%

Envira

36,0%

Tabatinga

84,9%

Careiro

38,1%

Presidente Figueiredo

83,8%

Pauini

39,6%

Tabela 23. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com iluminação elétrica (2000) Fonte: IBGE, 2000.

Novamente, a capital é destaque quando observado o percentual de domicílios com telefonia: 42,5% dos domicílios de Manaus. No outro extremo, Itamarati, Japurá e Tonantins têm percentuais nulos de cobertura dos domicílios por telefonia. MAIORES Município

MENORES % de domicílios

Município

% de domicílios

Manaus

42,5%

Itamarati

0,0%

Presidente Figueiredo

28,6%

Japurá

0,0%

Tefé

24,4%

Tonantins

0,0%

Novo Airão

18,4%

Juruá

0,3%

Carauari

17,4%

Santa Isabel do Rio Negro

0,4%

Tabela 24. Cinco maiores e menores municípios do Amazonas por percentual de domicílios com telefonia (2000) Fonte: IBGE, 2000.

PLANO VICTORIA RÉGIA

56

3.4 Recursos naturais e meio ambiente O Estado do Amazonas está inserido integralmente na área delimitada como Amazônia Legal brasileira. É o Estado mais extenso da Amazônia brasileira e abriga em seu território paisagens com elevado grau de conservação e relevantes porções da bacia amazônica, além de grande reserva de água doce. De acordo com a WWF - World Wildlife Fund, apenas 3% da cobertura original do Estado foi eliminada, sendo assim o Estado de extrema importância para a conservação do bioma Amazônia.

AC

3,0%

AP

2,8% 30,9%

AM MA

6,5% 17,7%

MT

24,5%

PA RO RR TO

4,7% 4,4% 5,4%

0%

25%

50%

Figura 39. Distribuição da área (km2) da Amazônia Legal por Estado Fonte: IBGE, 2005.

A Amazônia é mundialmente conhecida como a maior floresta tropical do mundo. Segundo o Ibama, a área da Amazônia, com sua extensão de mais de 4 milhões km2 no Brasil, corresponde a 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas do mundo. Além disso, também se localiza na Amazônia brasileira parte do Rio Amazonas, o maior rio do mundo em volume de água e 1/5 da disponibilidade mundial de água doce.

3.4.1 Flora A biodiversidade da Amazônia é cada vez mais valorizada como fonte de informações genética, químicas entre outras. São mais de 1,5 milhão de catalogações de espécies vegetais apenas na região. A floresta é a característica mais marcante da Amazônia. Apesar da baixa fertilidade dos diversos tipos de solos encontrados na região, nela é privilegiada a presença das exuberantes florestas ombrófilas (úmidas), comumente observadas na Amazônia. A seguir são indicados os principais tipos de vegetação observados na região: 

Florestas de Igapó: Tem solos alagados por seis meses. Ficam próximas dos rios. São

compostas por árvores que podem ter 40 metros de altura e que raramente perdem suas folhas. Em suas águas aparece a vitória régia (Victoria Regia). PLANO VICTORIA RÉGIA

57



Florestas de Várzea: Tem árvores de até 40 metros de altura e características

semelhantes à Floresta de Igapó. A Floresta de Várzea tem espécies de flora mais variadas. 

Florestas de Terra Firme: Vegetação de grande porte - entre 30 e 60 metros. Interior

de mata úmido e escuro devido ao alto porte das árvores. Presente nas terras altas da Amazônia, mesclada com campos amazônicos. 

Campinaranas ou Caatingas do Rio Negro: Presença de árvores baixas e de troncos

finos. Encontrada nas areias brancas do Rio Negro. Pobre diversidade de espécies. A floresta de terra firme é a mais comum na bacia Amazônia. Ela nunca é alagada e se espalha por grande planície até o sopé de montanhas. Estas planícies ocupavam grande parte da bacia amazônica entre 25 mil e 1,8 milhão de anos atrás. A partir de suave movimento de elevação nos solos destas planícies, se ergueram os atuais rios e surgiram os três tipos atuais de florestas: fluviais alagadas, de terra firme e montanhosa Andina. Apenas as duas primeiras são presentes no Brasil.

Figura 40. Vegetação da Amazônia Fonte: Ministério do Meio Ambiente, 2006.

Os insetos constituem a maioria da biomassa animal na floresta de terra firme e são importantes atores no abastecimento do solo pobre desta floresta. A floresta de terra firme é relativamente pobre em bromélias e orquídeas e rica em palmeiras e cipós. Cabe ainda citar que a floresta Amazônica é um ecossistema auto-sustentável, ou seja, “sistema que se mantém com seus próprios nutrientes num ciclo permanente”, de acordo com o Ibama. Os ecossistemas amazônicos contribuem para o equilíbrio climático global, equilíbrio este intensamente relacionado à conservação destas áreas e sensível a interferências.

PLANO VICTORIA RÉGIA

58

Nas matas alagadas encontram-se diversas espécies de árvores utilizadas economicamente, tais como a seringueira (Hevea brasiliensis), o buriti (Mauritia flexuosa ou Mauritia vinifera) e o ticum (Astrocaryum aculeatum). Estas espécies são utilizadas para a produção de borrachas, óleos e, algumas delas, madeira de lei. Dentre os Estados que compõem a Amazônia brasileira, o Amazonas é aquele que possuí a maior parcela de cobertura florestal nativa remanescente, como mostra a tabela a seguir: Estados

Área (ha.)

%

Acre

15.258.141

5%

Amapá

11.008.532

4%

Amazonas

128.629.010

45%

Pará

95.289.400

33%

Rondônia

17.791.812

6%

Roraima

15.740.841

6%

Tocantins

1.199.788

0%

Total

284.917.524

100%

Tabela 25. Área de cobertura florestal nativa remanescente por Estado Fonte: "Diagnóstico e Avaliação do Setor Florestal Brasileiro", FUNATURA/ITTO, 1990/1991.

As características acima citadas, também observadas no Amazonas, fazem do Estado uma das áreas com maior diversidade de flora do mundo, onde podem ser observadas desde florestas densas e fechadas até igarapés. Aliando a tal diversidade as altas taxas de conservação florestal no Estado justifica-se a importância da biodiversidade do Amazonas.

3.4.2 Fauna A exuberância e diversidade se refletem também na fauna da região: três mil espécies de peixes catalogadas, 950 tipos de pássaros, além de insetos, répteis, anfíbios e mamíferos. A fauna da floresta amazônica - de terra firme - concentra-se na copa das árvores, entre 30 e 50 metros de altura. No chão da floresta são encontrados grandes mamíferos, como as antas, e algumas aves. Já nas copas das árvores estão a rica fauna de aves da região, como papagaios (Amazona festiva) e tucanos (Ramphastos toco), os macacos de diversas espécies e polinizadores. Nas florestas alagadas, alcançadas pelas enchentes dos rios amazônicos, estão animais que vivem a partir de diversas adaptações aos alagamentos sazonais. Nestas matas alagadas encontram-se mamíferos, tais como antas (Tapirus terrestris) e ariranha (Pteronura brasiliensis),

peixe-boi-da-amazônia

(Trichechus

inunguis),

boto

cor-de-rosa

(Inia

geoffrencis), entre outros. A fauna de primatas é reduzida. Os répteis aquáticos são muito comuns nestas áreas: tartarugas, como a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), jacarés, como a Jacaretinga (Caiman crocodylus), entre outras espécies, muitas ameaçadas de extinção devido à caça predatória, facilitada na região pelo acesso menos dificultoso.

PLANO VICTORIA RÉGIA

59

Grande parte das espécies são os invertebrados - mais de 95% dos animais existentes – e diversificam-se principalmente nas copas das árvores da floresta tropical. Contudo, sua maior importância é o papel de polinizadores que têm na floresta, atuando na dispersão de sementes pela floresta. Mesmo assim, estes animais raramente são considerados nos planos de conservação da região amazônica e lento é o trabalho de catalogação destas espécies.

Figura 41. Arara-canindé (Ara ararauna) Fonte: Portal Amazônia, 2006.

Há ainda na região cerca de 160 espécies de anfíbios catalogados aproximadamente 4% das espécies que existem no mundo. Os répteis encontrados na Amazônia são 550, entre eles lagartos de famílias diversas, crocodilianos, como o jacaré-açu (Melanosuchus niger), serpentes e tartarugas endêmicas. Em relação às aves, encontra-se na Amazônia cerca de 1.000 espécies raras, 10% do total de espécies estimadas no mundo. Enfim, os mamíferos são 311 espécies na Amazônia, grande parte deles roedores e primatas.

Figura 42. Macaco Sauim de Coleira (Saguinos bicolor) Fonte: Amazon View.

A fauna amazônica ainda é composta por cerca de 3 mil espécies de peixes, sendo os de maior importância o tambaqui (Colossoma macropomum), os pacus (Mylossoma spp., Myleus spp., Metynnis spp., Myloplus spp.) e o pirarucu (Arapaima gigas). Destas espécies, 1.800 já estão catalogadas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

60

Apesar da diversidade que os números expostos confirmam, há muitas espécies da região ainda não catalogadas. Estima-se que o conhecimento da fauna amazônica seja de 30% do total das espécies presentes na região.

3.4.3 Hidrografia O Estado do Amazonas compõe a Bacia Hidrográfica Amazônica, a maior do mundo com cerca de 4 milhões de km2 de extensão apenas no Brasil. Fazem parte da Bacia rios diversos, tais como o Amazonas, Solimões e Negro, que passam pelo território amazonense. Ao longo de toda a bacia amazônica, há cerca de 25 mil quilômetros de vias fluviais navegáveis, que interligam a região e são uma das principais vias de acesso no Amazonas.

Figura 43. Bacias hidrográficas e principais rios da Amazônia Brasileira Fonte: Mapa ilustrativo elaborado com base em mapa do Ministério dos Transportes, 2004.

De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), a bacia do Amazonas é assim subdividida: 

Sub-Bacia 10: Área da nascente do Rio Amazonas à confluência do Rio Javari

(inclusive). 

Sub-Bacia 11: Área do Rio Amazonas entre confluência do Rio Javari (exclusive) e do

Rio Auati-Paraná (exclusive). 

Sub-Bacia 12: Área entre o Rio Auati-Paraná (inclusive) e o Lago Coari (exclusive).



Sub-Bacia 13: Área do Rio Amazonas entre Lago Coari (inclusive) e confluência do Rio

Purus (inclusive).

PLANO VICTORIA RÉGIA

61



Sub-Bacia 14: Área do Rio Amazonas entre confluência do Rio Purus (exclusive) e a

confluência com o Rio Negro (inclusive). 

Sub-Bacia 15: Área do Rio Amazonas entre confluência com o Rio Negro (exclusive) e

a confluência com o Rio Madeira (inclusive). 

Sub-Bacia 16: Área do Rio Amazonas entre a foz do Rio Madeira (exclusive) e a foz do

Rio Trombetas (inclusive). 

Sub-Bacia 17: Área do Rio Amazonas entre confluência do Rio Trombetas (exclusive) e

a confluência com o Rio Tapajós (inclusive). 

Sub-Bacia 18: Área de drenagem do Rio Amazonas entre confluência com o Rio

Tapajós (exclusive) e a foz do Rio Xingu (inclusive). 

Sub-Bacia 19: Área de drenagem do Rio Amazonas entre a foz do Rio Xingu (exclusive)

e a foz do Rio Amazonas.

3.4.4 Atividades econômicas e natureza A Amazônia é região rica em recursos naturais, tais como madeira, borracha, castanha, peixes, minérios e plantas, através das quais são produzidos óleos medicinais, cosméticos e alimentícios. Como conseqüência esperada, a ocupação da região e uso de seus solos deu-se por meio do extrativismo vegetal e animal e agricultura de subsistência, em grande parte das áreas. Atividades como a extração de madeira, produção de grãos, mineração e garimpo foram e ainda são responsáveis até hoje – pela alteração dos ecossistemas naturais da Amazônia Legal brasileira. Segundo estimativas do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 15% da Amazônia já foi desmatada, especialmente nos arredores de núcleos urbanos e áreas de ocupação mais antigas. De acordo com o mesmo instituto, o desenvolvimento da Amazônia é uma questão complexa que abrange um conflito de valores sobre o meio ambiente. Por um lado, a conservação da biodiversidade da Amazônia é garantia de qualidade de vida para gerações futuras. Por outro, os recursos naturais da região também são fonte de subsistência para as populações locais e base de para outros segmentos produtivos. Tem-se, consequentemente, um cenário marcado por duas correntes distintas: uma caracterizada pelas disputas de terras e recursos e outra pelo desenvolvimento de projetos conservacionistas, busca de tecnologias sustentáveis e incentivos ao extrativismo tradicional pelos habitantes locais.

PLANO VICTORIA RÉGIA

62

3.4.5 Conservação do meio ambiente O Ibama indica como principais instrumentos de conservação da natureza presentes na Amazônia: o manejo de ecossistemas, as unidades de conservação (UCs) e o estudo e a preservação de espécies da fauna e flora. Ao longo dos itens a seguir serão abordados aspectos dos três instrumentos citados. As unidades de conservação são dispostas de acordo com duas categorias básicas: de uso sustentável ou de uso integral. Segundo o Ibama, as UCs de uso sustentável são aquelas em que a preservação da natureza é compatibilizada com o uso de recursos sustentáveis de modo sustentável. Já as UCs de proteção integral admitem apenas o uso indireto de recursos naturais e não podem ser habitadas pelo homem. As UCs de uso sustentável apresentam-se de acordo com as seguintes tipologias: 

Áreas de Proteção Ambiental (APA): Constituídas por terras públicas ou privadas,

visitação regulada pelo proprietário ou órgão gestor. 

Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ÁRIE): Pequena extensão, pouca ou

nenhuma ocupação humana, abriga exemplares raros da biota regional, constituídas por terras públicas ou privadas. 

Florestas Nacionais (FLONA): Cobertura florestal nativa, uso múltiplo sustentável dos

recursos florestais e a pesquisa científica como objetivo, terras públicas, admitida permanência de populações tradicionais, visitação pública permitida. 

Reservas Extrativistas (RESEX): Utilização para subsistência feita por populações

extrativistas tradicionais, terras públicas com uso concedido às populações extrativistas tradicionais, visitação pública permitida, proibidas a exploração de recursos minerais e a caça. 

Reservas de Fauna (REF): Incentivo a estudos técnico-científicos sobre o manejo

econômico sustentável de recursos faunísticos, terras públicas, visitação regulada pelo órgão gestor. 

Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS): Áreas naturais que abrigam

populações tradicionais cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, terras públicas, visitação pública permitida, exploração recursos em regime de manejo sustentável. 

Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN): Áreas privadas com o objetivo

de conservar a diversidade biológica, pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais permitidas. Já as UCs de proteção integral são classificadas entre:

PLANO VICTORIA RÉGIA

63



Estações Ecológicas (ESEC): Objetivo de preservar a natureza e a realizar pesquisas

científicas, terras públicas, visitação pública proibida, exceto com objetivos educacionais. 

Reservas Biológicas (REBIO): Objetivo de preservar integralmente recursos naturais

sem interferência humana, terras públicas, visitação pública proibida, exceto com objetivos educacionais e pesquisa cientifica dependente de autorização prévia. 

Parques Nacionais (PARNA): Objetivo de preservar ecossistemas naturais de grande

relevância ecológica e beleza cênica, terras públicas, visitação regulada pelo órgão gestor e pesquisa cientifica dependente de autorização prévia, áreas propícias para a realização de atividades de educação e interpretação ambiental e turismo ecológico. 

Monumentos Naturais (MONAT): Objetivo de preservar sítios naturais raros,

singulares ou de grande beleza cênica, terras públicas ou privadas, visitação regulada pelo órgão gestor. 

Refúgios de Vida Silvestre (RVS): Objetivo de proteger ambientes naturais com

condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória, terras públicas ou privadas, visitação regulada pelo órgão gestor.

3.4.6 Unidades de conservação no Amazonas A Amazônia Legal possui cerca de 52 milhões de hectares incluídos em unidades de conservação federais de uso sustentável ou integral. Esta área corresponde a 84% de toda a área nacional (com a exclusão de ilhas oceânicas) conservada por tais unidades.

Reservas Extrativistas Florestas Nacionais Áreas de Relevante Interesse Biológico Áreas de Proteção Ambiental Reservas Biológicas Refúgios de Vida Silvestre Parques Nacionais Estações Ecológicas 0%

25%

50%

Outras regiões do Brasil

75%

100% Amazônia

Figura 44. Unidades de conservação federais por tipologia no Brasil e na Amazônia Legal Fonte: IBAMA, 2006.

O gráfico acima ilustra a dimensão das unidades de conservação da Amazônia Legal em relação às demais UCs do país de acordo com suas tipologias. Pode-se observar que a PLANO VICTORIA RÉGIA

64

concentração de estações ecológicas, reservas biológicas, reservas extrativistas, florestas nacionais e parques nacionais na Amazônia é extremamente superior à concentração destas áreas nas demais regiões do Brasil. Em tempo, deve-se levar em conta a dimensão territorial da região abordada.

Figura 45. Unidades de conservação federais e estaduais no Amazonas (exceto RPPNs) Fonte: Mapa ilustrativo elaborado com base em mapa da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, sem data.

Dentre as unidades de conservação federais definidas na Amazônia legal, parte encontrase em território do Estado do Amazonas. O Estado possui 34 UCs estaduais e outras 44 UCs federais, que totalizam uma área de proteção de quase 32 milhões de hectares, cerca de 50% do território de áreas de conservação definidas no Brasil. Integral 36%

Sustentável 64%

Figura 46. Área (ha) das unidades de conservação do Amazonas por tipo de uso Fonte: IBAMA e Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, 2006.

A maior parcela da área das unidades de conservação definidas no território do Estado são de uso sustentável, que usualmente apresentam menores restrições à visitação pública.

PLANO VICTORIA RÉGIA

65

As Florestas Nacionais são as unidades de conservação que ocupam a maior parte do território do Estado – quase 10,5 milhões de hectares. Em seguida, aparecem as Reservas de Desenvolvimento Sustentável, que ocupam metade do território, os Parques Nacionais e Estaduais e as Reservas Biológicas. As Reservas Particulares do Patrimônio Natural ocupam a maior parcela do território do Estado onde existem unidades de conservação. Contudo, quando avaliada a quantidade de unidades de conservação, as RPPNs aparecem em segundo lugar, com 17% das UCs (13 RPPNs) demarcadas, atrás apenas das florestas nacionais, que representam 24% do total de unidades de conservação do Amazonas. Em média, as unidades de conservação do Estado do Amazonas foram definidas há 12 anos, ou seja, no ano de 1994. Nota-se que as unidades de conservação federais são mais velhas do que as estaduais: enquanto estaduais têm 10 anos, federais têm 14 anos de criação.

1979

1983

1987

1991

1995

Estadual

1999

2003

Federal

Figura 47. Crescimento anual do número de Unidades de Conservação Fonte: IBAMA, 2005.

Nota-se, a partir de 1995, um crescimento mais acentuado do número de unidades de conservação estaduais no Amazonas. Em âmbito federal, um crescimento mais acentuado é observado em 1990. Norte Sul Centro Sudoeste Centro/Norte Centro/Norte/Sudoeste Centro/Sudoeste Norte/Sudoeste Centro/Sul Não identificado 0

2

4

6

8

10

12

14 Milhões

Figura 48. Área (ha) das unidades de conservação do Amazonas por macrorregião PLANO VICTORIA RÉGIA

66

Fonte: IBAMA, Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas e IBGE, 2005.

Como pode ser observado no gráfico acima, a macrorregião Norte do Estado do Amazonas é aquela onde está concentrada a maior área das unidades de conservação do Estado – exclusivamente, abarca 42% dos hectares de UCs do Amazonas (sem considerar-se as unidades inseridas em mais de uma macrorregião). Em seguida desponta a macrorregião Sul como detentora de maior área de unidades de conservação, seguida pelo Centro e Sudoeste do Amazonas. Deve-se notar que algumas unidades localizam-se em mais de uma macrorregião e são representadas no gráfico acima pelos nomes das duas microrregiões em que estão.

Figura 49. Concentração de unidades de conservação por região turística do Amazonas Fonte: Mapa ilustrativo elaborado com base em mapa do Ministério do Turismo e do Ibama, 2006. PLANO VICTORIA RÉGIA

67

O mapa ilustra a concentração de unidades de conservação em cada uma das regiões turísticas definidas pelo Ministério do Turismo no Estado do Amazonas1. Pode-se observar que o Pólo Uatumã é onde se concentra a maior parte das unidades de conservação do Amazonas – 20% do total. Em seguida, aparece o Pólo Alto Rio Negro, com 17% das UCs do Amazonas e, finalmente, os pólos Madeira / Tucandeira e Rio Negro e Solimões, ambos com 16% das UCs do Estado. Deve-se notar ainda que 7 unidades de conservação, correspondentes a 8% das UCs do Amazonas, não estão inclusas em nenhuma das regiões turísticas do Estado. Amazonas Madeira Nenhuma Solimões Sateré Amazonas/Sateré Amazonas/Solimões Madeira/Solimões Não identificado 0

5

10

15

20 Milhões

Figura 50. Área (ha) das unidades de conservação do Amazonas por região turística Fonte: IBAMA, Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas e Ministério do Turismo, 2006.

Quando avaliada a distribuição da área das unidades de conservação pelas regiões turísticas do Estado, observa-se similar panorama: o pólo Amazonas tem destaque, com 15 milhões de hectares de unidades de conservação apenas em sua área. Novamente, aparece na seqüência o pólo Madeira, em cuja área estão cerca de 5,5 milhões de hectares de unidades de conservação.

1

O Ministério do Turismo, em função do programa de Regionalização, definiu sete regiões para o estado do

Amazonas: Manaus Encontro das Águas, Sateré / Tucandeira, Alto Solimões, Alto Rio Negro, Rio Negro e Solimões, Madeira e Uatumã. De acordo com o termo de referência, essa divisão – em sete regiões ou pólos - orientou as análises deste trabalho, possibilitando compreender as diferentes realidades do desenvolvimento turístico no estado.

PLANO VICTORIA RÉGIA

68

100%

75%

50%

25%

0% Alto Rio

Alto

Negro

Solimões

Madeira

Manaus

Nenhuma Rio Negro e Sateré /

Encontro

Uatumã

Solimões Tucandeira

das Águas

APA

ARIE

ESEC

FLOEST

FLONA

PAREST

PARNA

RDS

REBIO

RESEX

RPPN

Figura 51. Distribuição das unidades de conservação do Amazonas por tipologia segundo regiões turísticas Fonte: IBAMA, Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas e Ministério do Turismo, 2006.

A partir do gráfico acima se pode observar que as Florestas Nacionais (FLONA) são as unidades de conservação de maior destaque no Pólo Alto Rio Negro. Já no Pólo Uatumã, os maiores destaques são as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) e Áreas de Proteção Ambiental (APA). No Pólo Sateré / Tucandeira, as quatro unidades de conservação apresentam-se em mesma proporção, enquanto que no Pólo Alto Solimões há claro destaque para as Reservas Extrativistas (RESEX) e Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS). Dentre as unidades que não compõem regiões turísticas do Amazonas, destacam-se as Reservas Extrativistas (RESEX) e Florestas Nacionais (FLONA). Tapauá

4%

Juruá

4%

Japurá

4%

Coari

4%

Barcelos

4%

Manicoré

6%

Apuí

6% 8%

Novo Airão

10%

Manaus São G. da Cachoeira

17%

Presidente Figueiredo

17% 0%

5%

10%

15%

20%

Figura 52. Municípios do Amazonas com maior concentração de unidades de conservação Fonte: IBAMA e Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, 2006.

PLANO VICTORIA RÉGIA

69

Os municípios do Estado do Amazonas que mais se destacam em relação à quantidade de UCs em seu território são Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira, Manaus e Novo Airão. Todos estes municípios localizam-se na região turística do Pólo Amazonas.

3.4.7 Projetos ambientais de destaque Segundo A Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), existem algumas linhas de incentivo para investimentos na Amazônia, sendo as principais: 

Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA): Fundo de natureza contábil que tem

por finalidade assegurar recursos para a realização de investimentos privados na Amazônia, impulsionando o desenvolvimento da Região. Seus recursos destinam-se à implantação, ampliação, modernização e diversificação de empreendimentos privados localizados na Amazônia Legal. 

Redução no imposto de renda: Permite a pessoas físicas e jurídicas que mantenham

empreendimentos econômicos na Amazônia Legal ou tenham projeto aprovado para instalação, ampliação, modernização ou diversificação enquadrado em setores da economia considerados prioritários para o desenvolvimento regional, pleitear descontos no imposto de renda.

O Ministério do Meio Ambiente também tem programas diversos com área de atuação focada na Amazônia. Entre eles, os de maior destaque são: 

Programa para o Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal (Proecotur):

Objetiva maximizar os benefícios econômicos, sociais e ambientais do turismo na Amazônia, gerando alternativas para as atividades degradadoras do meio ambiente, criando empregos, renda e oportunidades de negócios de natureza sustentável. A meta do programa é viabilizar o desenvolvimento do ecoturismo na Amazônia Legal estabelecendo a base de investimentos públicos necessários para a atração de investidores privados. 

Plano Amazônia Sustentável (PAS): Iniciativa do governo federal em parceria com os

Estados da região amazônica. Propõe estratégias e linhas de ação, aliando a busca do desenvolvimento econômico e social com o respeito ao meio ambiente. 

Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil: Visa o

desenvolvimento de estratégias inovadoras para a proteção e o uso sustentável da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica, associadas a melhorias na qualidade de vida das populações locais. 

Agendas Positivas: Amplas consultas acerca de diversas temáticas ambientais,

realizadas em âmbito estadual e regional e que têm por objetivo oferecer uma estratégia democrática de sustentabilidade para Amazônia.

PLANO VICTORIA RÉGIA

70



Sistema de Bases Compartilhadas de Dados sobre a Amazônia (BCDAM): Fomento à

utilização de ferramentas e recursos de informática de modo a facilitar o acesso e o compartilhamento de dados sobre a Amazônia e, consequentemente, apoiar o estabelecimento de políticas e estratégias de ação coerentes com o contexto regional. 

Programa Amazônia: Início previsto para o ano de 2007. Tem por objetivo contribuir

para o desenvolvimento sustentável da região por meio da promoção de ações que visem a proteção e o uso sustentável dos recursos naturais bem como a valorização da sua diversidade biológica e sócio-cultural. 

Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM): Criado para integrar informações e gerar

conhecimento atualizado em prol da articulação, planejamento e coordenação de ações globais de governo na Amazônica Legal brasileira, visa à proteção, a inclusão social e o desenvolvimento sustentável da região. O sistema utiliza dados gerados por subsistemas integrados de sensoriamento remoto, radares, estações meteorológicas e plataformas de dados em conexão com as diversas instâncias governamentais (federal, estadual e municipal),

produzindo

informações

em

tempo

próximo

do

real.

A

rede

de

telecomunicações viabiliza aos órgãos parceiros a veiculação das informações, que pode ser feita via telefone, fax ou intranet. 

Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA): Projeto para ampliação das áreas protegidas

de florestas tropicais no Brasil. Conta com recursos de doação do Global Environmental Facility - GEF (administrados pelo Banco Mundial), do WWF-Brasil, do Instituto de Crédito para a Reconstrução (KfW) por meio do Programa Piloto de Proteção às Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), e da BrasilConnects, além de dotação orçamentária do Governo brasileiro. Aprovado pelo GEF em março de 2000, o Projeto ARPA pretende viabilizar a criação de 18 milhões de hectares em novas Unidades de Conservação (UCs) na Amazônia Legal. Encontra-se estruturado em cinco componentes: Criação de Unidades de Conservação,

Consolidação

das

UCs

Existentes,

Fundo

Fiduciário

para

as

UCs,

Monitoramento de UCs e Coordenação e Gerenciamento do Projeto. 

Corredores ecológicos: Componente do Programa Piloto para a Proteção das

Florestas Tropicais Brasileiras – PPG7 – tem como principal objetivo a conservação da diversidade biológica das florestas tropicais do Brasil, por meio da integração de unidades de conservação públicas e privadas em corredores ecológicos selecionados. Estes são definidos como grandes áreas florestais biologicamente prioritárias e viáveis para a conservação da diversidade biológica, composto por conjuntos de Unidades de Conservação, terras indígenas e áreas de interstício. Na Amazônia, o corredor ecológico existente é chamado de Corredor Central da Amazônia, ocupando 246.000 km2. Está localizado nos Estados do Pará, Roraima e sua maior parte está no Amazonas. É formado por aproximadamente 40% de terras Indígenas e 30% de Unidades de Conservação federais e estaduais.

PLANO VICTORIA RÉGIA

71

Dentre os projetos e programa desenvolvidos na Amazônia pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) destacam-se os seguintes: 

Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (ProVárzea): Objetiva estabelecer

as bases científicas, técnicas e políticas para a conservação e o manejo ambiental e socialmente sustentáveis dos recursos naturais das várzeas da região central da bacia amazônica com ênfase em recursos pesqueiros. 

Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora (PNDPA): Criado pelo

extinto Ministério do Esporte e do Turismo e Ministério do Meio Ambiente, o programa objetiva transformar a atividade de pesca amadora em instrumento de desenvolvimento econômico, social e de conservação ambiental através de ações de capacitação, busca de investimentos, divulgação, entre outras. A região Amazônica é um dos principais focos de atuação do programa. 

Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais na

Amazônia Legal (Proarco): O programa tem por objetivo identificar as áreas de maior risco de ocorrência de incêndios florestais, por meio da implementação de um sistema de monitoramento e avaliação de risco para a tomada de decisões. 

Programa de Recursos Hídricos: Convênio celebrado entre ministérios para

instrumentalizar técnica e operacionalmente instituto para exercer as ações de controle, de fiscalização e de monitoramento da qualidade ambiental das águas de domínio da União e apoiar a implantação da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Dentre os projetos realizados pelo Banco da Amazônia, destaca-se: 

Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO): Administrado pelo Banco

da Amazônia. O objetivo do fundo é contribuir para o desenvolvimento econômico e social da Região Norte, por meio da execução de programas de financiamento aos setores produtivos que, em suas formulações, observem as disposições do Plano Plurianual do Governo Federal (PPA); da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e dos Planos Estaduais, estimulando o desenvolvimento local em bases sustentáveis e induzindo os produtores/empresas a considerarem o meio ambiente como variável econômica nas decisões de seus negócios, sem degradá-Io.

Em âmbito estadual, tem destaque o Programa Zona Franca Verde. O programa visa corrigir políticas públicas relacionadas ao meio ambiente no Estado do Amazonas. Constam de suas estratégias: 

A assistência técnica florestal; PLANO VICTORIA RÉGIA

72



A assistência técnica para a agropecuária e piscicultura sustentáveis;



A regularização fundiária;



O programa de etnodesenvolvimento indígena sustentável;



Incentivos econômicos para sistemas de produção sustentáveis;



Modernização e desburocratização do licenciamento ambiental do manejo florestal;



A reformulação do processo de licenciamento ambiental de projetos de infra-

estrutura; 

O fortalecimento e ampliação do sistema estadual de unidades de conservação;



A formação de recursos humanos para o desenvolvimento sustentável.

Dentre as principais entidades do terceiro setor que têm ações ambientais no Brasil, destacam-se a WWF Brasil, Greenpeace e Conservation International. Os principais projetos destas entidades na Amazônia serão brevemente descritos a seguir: 

WWF Brasil: Defende a adoção de uma agenda em prol do desenvolvimento

sustentável e da conservação da biodiversidade na Amazônia. Norteia suas ações pela valorização da vocação florestal e aquática da região, conservação e utilização racional dos recursos naturais. Para isso, desenvolve três linhas de trabalho: conservação da biodiversidade e parques, uso sustentável dos recursos naturais, educação Ambiental e Comunicação. Desenvolve projetos no Sudoeste da Amazônia e nas várzeas da região. 

Greenpeace: Trabalha pela implantação de modelo de desenvolvimento para a

Amazônia que combine responsabilidade social e proteção ambiental, exploração dos recursos da floresta de maneira racional, proporcionando qualidade de vida para os 20 milhões de habitantes da região. Sua principal forma de atuação é o ativismo. 

Conservation International: Desenvolve projetos nas linhas de agronegócios,

negócios em conservação, ecoturismo, parcerias corporativas, educação e articulação social visando conservar efetivamente a região Amazônica. Segundo a entidade, esta conservação depende de estratégias que integrem o conhecimento de sua biodiversidade e os fatores que a ameaçam, a identificação de soluções inovadoras para os problemas ambientais e o estabelecimento de parcerias para implantar as ações. Com base nestas estratégias, define suas ações.

3.4.8 Recursos naturais e turismo no Amazonas A diversidade da fauna e flora amazônica aliadas às altas taxas de preservação do meio ambiente observada especificamente no

Amazonas são grandes potenciais para o

desenvolvimento do ecoturismo no Estado. Contudo, a atividade deve ser planejada tendo-se

PLANO VICTORIA RÉGIA

73

em vista as restrições impostas à visitação nas diversas unidades de conservação circunscritas ao território estadual. Esta diversidade também deve ser considerada grande potencial para a atração de pesquisadores e cientistas para a região, em busca de conhecimentos sobre o uso da flora diversa com diversos fins. Contudo, é imprescindível a consideração da biossegurança para o desenvolvimento deste modelo de visitação. O Amazonas conta ainda com uma ampla rede para o desenvolvimento de projetos ambientais que podem apoiar a implantação de projetos ecoturísticos de modo que estes tenham coesão com as diversas realidades locais e estejam condizentes com as restrições de cada área atingida. Apesar das possibilidades de visitação baseadas nas características ambientais da região amazônica serem amplas, deve-se considerar que as disputas por terra e a predileção pela agropecuária são característica regionais. O turismo deve ser trabalhado como uma das formas de se desenvolver o Estado de modo sustentável, prezando pela conservação e repasse de impactos positivos para as comunidades locais.

PLANO VICTORIA RÉGIA

74

3.5 Populações e terras indígenas De acordo com recente publicação do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o Brasil possuía no ano de 2002 uma população de aproximadamente 735 mil habitantes autodeclarados indígenas, ou seja, que se declaram para o Censo Demográfico como indígenas. 250.000

213.443

200.000

170.389 161.189

150.000

104.360 84.747

100.000 50.000 0 N

NE

SE

CO

S

Figura 53. População auto-declarada indígena por região do Brasil Fonte: IBGE, 2002.

Dentre estes habitantes, 213 mil estão na região Norte do Brasil, ou seja, quase 30% da população indígena brasileira reside na região Norte. Em seguida figura a região Nordeste, com 23% da população indígena e a região Sudeste, com 22%.

100%

Amapá Acre

75%

Tocantins Rondônia

50% Roraima 25%

Pará Amazonas

0%

Figura 54. População auto-declarada indígena da região Norte do Brasil por Estado Fonte: IBGE, 2002.

Avaliando-se a distribuição da população indígena na região Norte do país, observa-se que o Estado do Amazonas é aquele com o maior número de residentes: 113.391 habitantes. O número de indígenas residentes no Amazonas representa 53% da população indígena da região Norte do Brasil e 15, 4% da população indígena brasileira.

PLANO VICTORIA RÉGIA

75

PA

5,1%

RS

5,3% 6,6%

MG

7,3%

MS

8,7%

SP

8,8%

BA

15,4%

AM 0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

Figura 55. População auto-declarada indígena do Brasil por Estado Fonte: IBGE, 2002.

Após o Estado do Amazonas, aparecem como destaques a Bahia, com 8,8% da população indígena do Brasil e São Paulo, com 8,7%. As populações residentes na Bahia e, especialmente, em São Paulo, têm como forte característica o alto grau de aculturação e a residência por migração de outras áreas do país. Já no Amazonas, tal característica é menos marcante.

Alto Rio Negro Juruá Madeira

1,0% 2,8% 6,1%

Triângulo Jutaí / Solimões / Juruá

6,3%

Purus

6,7%

Baixo Amazonas

10,1% 21,3%

Rio Negro / Solimões

45,7%

Alto Solimões 0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

Figura 56. População indígena do Amazonas por região do Estado Fonte: FEPI - Fundação Estadual dos Povos Indígenas do Amazonas, 2006.

Segundo estatísticas da FEPI - Fundação Estadual dos Povos Indígenas do Amazonas - a região do Alto Solimões é onde se concentra a maior parte da população indígena do Amazonas. Segundo a Fundação, na região residem 36.615 indígenas. Também têm destaque no Estado a região do Rio Negro e Solimões, onde reside 21,3% da população indígena amazonense – cerca de 17 mil habitantes.

PLANO VICTORIA RÉGIA

76

3.5.1 Etnias indígenas no Amazonas O Amazonas é o Estado brasileiro com a maior concentração de populações e terras indígenas. Como conseqüência, a diversidade de etnias que residem no Estado é vastíssima: são cerca de 50 etnias com características diversas distribuídas pelo território amazonense.

3

Juruá

9

Baixo Amazonas

10

Alto Solimões

11

Madeira

12

Rio Negro / Solimões

22

Purus

24

Alto Rio Negro

30

Triângulo Jutaí / Solimões / Juruá 0

5

10

15

20

25

30

Figura 57. Quantidade de etnias indígenas no Amazonas por região do Estado Fonte: FEPI - Fundação Estadual dos Povos Indígenas do Amazonas e Instituto Sócio-Ambiental, 2006.

A maior diversidade de etnias é observada no Triangulo Jutaí/Solimões/Juruá, onde residem apenas 6,3% da população indígena do Amazonas, porém divididas entre 30 etnias diferentes. Em seguida figura a região do Alto Rio Negro, a menos populosa, porém uma das que apresenta maior diversidade de etnias em seu território – 24. Finalmente, a região de Purus também se destaca, com 22 etnias em seu território.

PLANO VICTORIA RÉGIA

77

A tabela a seguir lista as etnias residentes em cada região do Estado do Amazonas: Região

Alto Rio Negro

Alto Solimões

Baixo Amazonas Juruá

Etnia Arapaso

Maku

Baré

Mirity-Tapuya

Desana

Pira-tapuya

Karapanã

Tariana

Kubeo

Tukano

Kuripako

Wanana

Kaixana

Kulina

Kanamari

Matis

Kocama

Matsé

Korubo

Ticuna

Katxuyana

Tariana

Sateré-Mawé

Wai Wai

Kanamari

Kulina

Katukina

Madeira

Purus

Apurinã

Parintintin

Jiahui

Sateré-Mawé

Munduruku

Tenharim

Mura

Torá

Apurinã

Katukina

Banawá

Kaxarari

Deni

Kulina

Jamamadi

Paumari

Jarawara

Yaminawa

Juma

Zuruahã

Kanamari Apurinã Rio Negro / Solimões

Mura

Baniwa

Ticuna

Baré

Tukano

Kambeba

Waimiri-Atroari

Miranha

Yanomami

Issé

Maku

Kaixana

Matsé

Kambeba

Miranha

Triângulo Jutaí /

Kanamari

Mura

Solimões / Juruá

Karapanã

Ticuna

Katukina

Tukano

Kocama

Tuyuka

Kulina

Witoto

Tabela 26. Etnias indígenas no Amazonas por região do Estado Fonte: FEPI - Fundação Estadual dos Povos Indígenas do Amazonas e Instituto Sócio-Ambiental, 2006.

PLANO VICTORIA RÉGIA

78

3.5.2 Terras indígenas Como ilustra o mapa a seguir, a maior parcela das Terras Indígenas (TIs) demarcadas no Brasil localiza-se na área da Amazônia Legal. Considerando-se as áreas indígenas exclusivas do território amazonense tem-se 178 TIs com 45 milhões de hectares – 30,5% das áreas indígenas existentes no Brasil.

Figura 58. Terras Indígenas (TIs) no Brasil Fonte: IBGE, 2006.

São diferentes os níveis de demarcação das 178 áreas indígenas localizadas no Amazonas. A maior parcela destas – 83 TIs – são registradas e representam 83% da superfície do Estado onde existem áreas indígenas. Há ainda 38 áreas a serem identificadas, 23 em processo de identificação, 21 em processo de delimitação, 9 identificadas e 4 já homologadas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

79

3.5.3 Visitação de comunidades indígenas A visitação de comunidades indígenas é tópico comumente trazido à tona quando avaliadas as potencialidades turísticas do Amazonas, principalmente pela dimensão da população indígena do Estado. De acordo com informações da Fundação Estadual dos Povos Indígenas do Amazonas, algumas iniciativas neste sentido se destacaram no Estado, quais sejam: 

Inventário dos Recursos Naturais e Culturais e do Potencial Turístico das

Comunidades Indígenas do Rio Cuieiras e Igarapé Açu: Realização de oficinas em comunidades indígenas do Rio Cuieiras e Igarapé Açu tendo como objetivo a identificação de atrativos turísticos e discutir a implantação de projetos de turismo nas áreas. 

Convênio de Cooperação Técnico-Científico FEPI/INPA: Celebração de convênio

entre as duas entidades com o objetivo de executar 6 projetos no Estado que atendam a comunidades indígenas e ribeirinhas. Entre os temas dos projetos planejados está o Turismo Cientifico. 

Projeto Etnodesenvolvimento na Trilha do Gasoduto: Realização de oficina para a

elaboração de roteiros ecoturísticos e trilhas interpretativas junto às comunidades indígenas Sahu-apé, Fortaleza, Guiribé, Tapauá e Jatuarana. Apesar da existência de esforços para a estruturação da visitação em comunidades indígenas do Estado e da ocorrência da atividade em algumas destas comunidades, a temática deve ser abordada com cuidado. Primeiramente, o estatuto do índio proíbe a realização de atividades que gerem renda em áreas indígenas demarcadas, o que restringe a visitação destas áreas. Em segundo lugar, também se deve levar em conta os impactos que a visitação pode levar à organização social destas comunidades. Contudo, a visitação em áreas indígenas já existe e é uma possibilidade de geração de renda e benefícios para comunidades indígenas e muitas vezes carentes de determinados serviços. Segundo a FEPI: “A principal contribuição dos povos indígenas para com o contexto do turismo não se encontra simplesmente no conteúdo de seu artesanato e de sua comida, mas em todo o seu universo cultural, no qual são constituídas diversas formas de ver, interpretar e expressar o mundo. (...) Acreditamos, portanto, que somente a partir desta forma diferenciada de enxergar os povos indígenas os mesmos seriam verdadeiramente respeitados e valorizados, inclusive no contexto do turismo”. Nesse sentido, deve-se destacar a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho – OIT -, que trata dos direitos dos povos indígenas e atribui aos índios a liberdade de

PLANO VICTORIA RÉGIA

80

negociar atividades econômicas em suas terras (exceto a própria terra), abrindo precedentes para possibilidades de realização de atividades turísticas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

81

4 O Turismo no Amazonas 4.1 A oferta de recursos e atrativos turísticos 4.1.1 Atrativos e recursos naturais

Caracterização Os atrativos e recursos naturais são o principal componente da oferta original do Estado do Amazonas. São esses os elementos turísticos mais divulgados e, consequentemente, os que definem, para o senso comum, a oferta turística amazonense. Pode-se dizer que o imaginário do público consumidor do destino é permeado pela imagem da floresta amazônica e pelos recursos naturais do Estado. O Estado do Amazonas é aquele em que está localizada a maior área preservada da Amazônia no Brasil. Este fato, aliado ao imaginário de exuberância natural e mistério da floresta, permite afirmar que a maior potencialidade do Amazonas são seus atrativos naturais, especialmente aqueles relacionados à biodiversidade da floresta amazônica, somados aos valores culturais que esta floresta traz (fuga da civilização, simplicidade, etc.). As praias fluviais e lacustres formadas pelos lagos e rios do Estado são os principais tipos de atrativos naturais destacados na região e importantes recursos turísticos. Os próprios rios e lagos amazonenses também devem ser destacados, uma vez que neles são praticados desde passeios de barcos a atividades como pesca esportiva, focagem de jacaré, entre outros. Entre estes passeios estão diversos encontros de águas de rios da região, sendo o mais famosos deles o encontro dos Rios Solimões e Negro, observado no município de Manaus. As cachoeiras e corredeiras, localizadas em grande parte na cidade de Presidente Figueiredo também são destaque no Amazonas.

Figura 59. Cachoeira do Santuário Fonte: Administração da Cachoeira do Santuário, 2006

PLANO VICTORIA RÉGIA

82

A realização de trilhas em meio à floresta ou a visitação das diversas unidades de conservação presentes no Estado não compõem com tanta força os produtos turísticos da região, embora sejam estas atividades comuns em áreas naturais do Brasil e de outros países. As numerosas unidades de conservação do Estado devem ser observadas também como pontos passíveis de visitação, resguardadas suas restrições à visitação turística. Áreas naturais como a ESEC Anavilhanas, por exemplo, devem ser utilizadas em concordância com a proibição de entrada nas áreas. Neste sentido, os passeios aéreos são uma alternativa. Já a RDS Mamirauá constitui caso de sucesso de visitação regrada em unidade de conservação, a ser estudado como modelo e também divulgado como diferencial do Estado do Amazonas.

Figura 60. ESEC Anavilhanas Fonte: Ibama, 2005.

A pesca esportiva, segmento que permeia a oferta natural do Amazonas, também é destaque no Estado. A atividade vem crescendo vertiginosamente no Brasil nos últimos anos e a amplitude e variedades das bacias hidrográficas amazônicas fazem da região um dos principais locais para a prática em todo o mundo. Além da variedade de peixes existentes na região, sua flora exuberante e mistérios da densa floresta são características que a fortalecem como destino de pesca esportiva.

Figura 61. Pesca esportiva no Amazonas Fonte: Governo do Amazonas, 2006.

No que diz respeito à pesca esportiva no Estado deve ser ressaltada a inclusão do Estado no Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora (PNDPA), criado em 1997, que tem como objetivo “transformar a atividade de pesca amadora em instrumento de desenvolvimento econômico, social e de conservação ambiental”. O Programa conta com apoio do PNUD (do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e abrange ações

PLANO VICTORIA RÉGIA

83

como a adequação legislativa para a atividade, capacitação de comunidades para tal, divulgação de destinos para pesca esportiva, entre outras. Parte dos atrativos naturais do Estado, especificamente seus parques urbanos e balneários, tem alcance local, ou seja, atinge o público residente nos municípios em que se localizam ou em cidades próximas. No entanto, esses atrativos podem ser trabalhados de modo a complementar a visitação das áreas naturais do Amazonas, especialmente quando se tratam dos parques naturais na área de Manaus, como o Zoológico e o Bosque da Ciência. Apesar da diversidade dos atrativos naturais do Estado, são poucos aqueles atrativos já estruturados e comercializados individualmente. Usualmente, são divulgados os rios do Amazonas e a observação da biodiversidade da região, sem especificação detalhada do que está envolvido nesta visitação. Como conseqüência desta imagem pouco focada, o único atrativo considerado de categoria “muito interessante” pelo renomado Guia Quatro Rodas Brasil é o Encontro das Águas. É importante que os atrativos naturais do Estado sejam desenvolvidos de modo a construir produtos turísticos fortes, bem estruturados e que, acima de tudo, diferenciem o Amazonas dos demais destinos amazônicos. As características peculiares do local, como por exemplo, o Encontro das Águas, devem ser utilizadas na formação destes produtos. Trabalhar com segmentos específicos, como a observação de pássaros, por exemplo, é uma alternativa em busca desta estruturação de produtos.

Localização O pólo Rio Negro e Solimões é aquele que concentra a maior parcela dos atrativos naturais do Estado, ou seja, é nesta região em que está a maior parte dos produtos turísticos naturais comercializados no Amazonas. Também são presentes no pólo recursos naturais ainda não utilizados com fins turísticos, segundo informações obtidas em oficina participativa. O mapa a seguir identifica a concentração de atrativos turísticos identificados no mercado e permite a visualização do destaque do referido pólo:

PLANO VICTORIA RÉGIA

84

Figura 62. Distribuição dos atrativos naturais por região turística Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Avaliando-se a oferta de atrativos naturais em cada município do Amazonas, destacam-se as seguintes localidades: 

Manaus: É a capital estadual, localizada no pólo Manaus Encontro das Águas. Sua

oferta é constituída principalmente por praias fluviais, rios e parques naturais urbanos, como o Zoológico. 

Presidente Figueiredo: Destino do pólo Uatumã reconhecido pela ampla oferta de

cachoeiras, corredeiras e grutas; 

São Gabriel da Cachoeira: Situado no pólo Alto Rio Negro, tem oferta centrada em

rios, ilhas fluviais e morros. Destaque para o acesso ao Pico da Neblina. É importante ressaltar que, embora os municípios citados sejam destaques pela quantidade de atrativos naturais ofertados, outros destinos amazonenses oferecem atrativos em menor quantidade, porém de maior grau de atratividade ou até mesmo abrangendo áreas mais amplas, caso de algumas unidades de conservação. Especificamente para a pesca esportiva, as áreas de principal destaque no Amazonas são as regiões do Rio Negro e do Rio Nhamundá.

PLANO VICTORIA RÉGIA

85

Atrativos naturais de destaque

Encontro das Águas dos Rios Solimões e Negro

Fonte: Governo do Amazonas, 2006.

Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

Um dos mais clássicos passeios da região trata-se do encontro dos Rios Negro e Solimões que formam a partir da região do Rio Amazonas. O encontro das águas dos dois rios pode ser observado por cerca de 6 km sem que as águas se misturem e possibilitando a visualização das diferentes tonalidades de ambas.

Cachoeira da Iracema Pólo:

Uatumã

Município:

Presidente Figueiredo

Descrição:

Nas proximidades da Cachoeira das Araras, possui queda de 17 metros de altura, corredeiras, piscinas naturais e grutas.

Cachoeira do Cacau Pólo:

Uatumã

Município:

Presidente Figueiredo

Descrição:

Cachoeira com piscinas naturais aproximadamente trinta minutos.

acessadas

por

trilha

PLANO VICTORIA RÉGIA

de

86

Cachoeira da Pedra da Lua Branca Pólo:

Uatumã

Município:

Presidente Figueiredo

Descrição:

Cachoeira do Rio Urubuí, localizada no entorno da Cachoeira Natal, porém distante e em lado oposto. Acessada por percurso em barco no Rio Urubu.

Pólo:

Uatumã

Município:

Presidente Figueiredo

Descrição:

Queda d’água de 10 metros que forma piscina natural e buraco em rocha. É acessada por meio de estrada com 63 km e caminhada de cinco minutos. Cobra-se uma taxa de R$ 10 por veículo na entrada da cachoeira.

Pólo:

Uatumã

Município:

Presidente Figueiredo

Descrição:

Cachoeira com 6 metros de queda d’água, com corredeira, grutas e piscinas naturais. O acesso é feito por trilha de 1 km ao longo do Rio Urubuí.

Fonte: www.manaus.br, 2006.

Cachoeira da Pedra Furada

Fonte: www.ecofotos.com.br, 2006.

Cachoeira das Araras

Fonte: www.ecofotos.com.br, 2006.

PLANO VICTORIA RÉGIA

87

Cachoeira das Lages Pólo:

Uatumã

Município:

Presidente Figueiredo

Descrição:

A cachoeira localiza-se em área particular - RPPN Estância Rivas. No local é possível realizar passeios pelo igarapé próximo da cachoeira até alcançar as quedas d’água e suas piscinas naturais. São 2 km de percurso ao longo de rio até as quatro corredeiras.

Pólo:

Uatumã

Município:

Presidente Figueiredo

Descrição:

Foi uma das primeiras cachoeiras de Presidente Figueiredo a ser descoberta por ecoturistas. Tem 20 metros de queda d’água, corredeiras e piscinas naturais acessadas por passarela de madeira. No local também é possível a prática de canyoning. Há restaurante no local.

Fonte: Viverde Turismo, 2006.

Cachoeira do Santuário

Fonte: Adm Cachoeira do Santuário, 2006.

Cachoeira Natal Pólo:

Uatumã

Município:

Presidente Figueiredo

Descrição:

Cachoeira localizada no Rio Urubuí, assim como a da Pedra da Lua Branca, mas em lado oposto. Acessada por barco a partir do Rio.

Caverna Maroaga Pólo:

Uatumã

Município:

Presidente Figueiredo

Descrição:

Localiza-se em APA e possui entrada com 26 metros de altura e galeria de 380 metros. A caverna é acessada por trilha de 20 minutos na mata que fica prejudicada com a chuva. Deve-se confirmar com a Secretaria de Turismo local a abertura da caverna para a visitação e aconselha-se o acompanhamento por guia.

PLANO VICTORIA RÉGIA

88

Praia do Arrombado Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

É uma extensão da Praia do Tupé acessada por barco em percurso de 1 hora desde o terminal hidroviário de Manaus.

Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

A praia está em reserva biológica com vegetação nativa da região. É acessada por barco em percurso de 1 hora a partir de Manaus. O local recebe muitos visitantes aos finais de semana.

Fonte: www.flickr.com, 2006.

Praia da RDS do Tupé

Fonte: Manaustur, 2006.

Rio Branco Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

O rio é muito procurado para prática de pesca esportiva de peixes como o tucunaré (Cichla spp.), o tambaqui (Colossoma macropomum) e o trairão (Hoplias lacerdae). A temporada de pesca no Rio Branco acontece entre fevereiro e março. A partir dele também é possível visitar igarapés, realizar passeios em canoas e focagem de jacarés.

Rio Branquinho Pólo:

Uatumã

Município:

Presidente Figueiredo

Descrição:

São 100 metros de rio em declive muito utilizado para banho devido à formação de piscinas naturais. O acesso ao local é feito por meio de barco em trajeto de 2 horas desde o centro de Manaus.

Rio Negro PLANO VICTORIA RÉGIA

89

Pólo:

Alto Rio Negro / Rio Negro e Solimões / Manaus Encontro das Águas / Uatumã

Município:

Diversos municípios do Pólo Amazonas

Descrição:

O Rio Negro apresenta cor escura e tem baixa fertilidade. O rio passa pela capital do estado, Manaus. Seu encontro com o Rio Solimões, de águas barrentas, forma um dos mais destacados atrativos do estado – o Encontro das Águas.

Rio Uatumã Pólo:

Uatumã

Município:

Presidente Figueiredo

Descrição:

O rio é um afluente do rio Amazonas que forma corredeiras e possibilita a pratica de canoagem em parte de sua extensão. É local de pesca de tucunaré.

Zoológico do CIGS - Centro de Instrução de Guerra na Selva

Fonte: Governo do Amazonas, 2006.

Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

Administrado pelo exército brasileiro, o zoológico teve sua construção iniciada em 1967. Em área com mais de 30 mil m2 habitam mais de 300 animais de 73 espécies diferentes.

PLANO VICTORIA RÉGIA

90

4.1.2 Atrativos e recursos culturais

Caracterização A oferta de atrativos e recursos culturais do Amazonas, apesar de numerosa, tem caráter complementar aos atrativos naturais do Estado. Essa oferta é composta tanto pelo patrimônio material, tais como edificações, como por manifestações culturais típicas do Estado e da região Amazônica. As construções históricas são importante componente desta oferta, especialmente aquelas que compõem o centro histórico de Manaus. São construções que têm uso turístico ou papel no cotidiano das cidades e algumas delas reconhecidas nacionalmente, como é o caso do Teatro Amazonas, um dos ícones do patrimônio arquitetônico nacional.

Figura 63. Teatro Amazonas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Os maiores destaques da oferta cultural são o Teatro Amazonas e os museus de Manaus. O Teatro Amazonas, construção histórica de relevante interesse, está em ótimo Estado de conservação. Além disso, conta com programação cultural variada e oferece visitas guiadas às suas áreas. O Teatro está localizado na área do Largo de São Sebastião, área revitalizada do centro de Manaus onde podem ser observadas construções do início do século XX em bom estado de conservação. No Largo, também há bares e restaurantes que fazem da vida noturna da região atrativa aos visitantes da cidade e do Teatro. Também têm destaque entre os atrativos turísticos culturais do Amazonas seus museus. O acervo destes museus está relacionado à história do Estado e às suas características regionais, tais como fauna e flora, tradições, presença de comunidades indígenas, entre outros. Considerando-se que grande parte do fluxo turístico do Amazonas passa por Manaus, o Teatro e os museus da cidade são importantes componentes de sua oferta cultural. Estes atrativos podem tanto entreter os visitantes de negócios da cidade como aumentar a permanência do turista que tem por objetivo visitar atrativos naturais fora da cidade de Manaus.

PLANO VICTORIA RÉGIA

91

A visitação a comunidades indígenas e ribeirinhas já é uma realidade no Estado e, conseqüentemente, importante componente da oferta de recursos e atrativos turísticos do Amazonas. Esses recursos e alguns atrativos podem ser trabalhados de modo a agregar valor aos atrativos naturais do Estado, com imagem mais fixada no Estado. Os municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Careiro destacam-se neste sentido. Outro importante componente da oferta cultural do Amazonas é a visitação de áreas produtivas, sejam elas propriedades em que há práticas agropecuárias rudimentares ou usinas hidrelétricas. O cunho desta visitação é a observação de diferentes técnicas produtivas e pode ter enfoque rural ou técnico - cientifico. Os sítios arqueológicos identificados no Estado - 242 reconhecidos pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) – compõem recursos turísticos culturais que também se destacam no Amazonas. Esta oferta concentra-se no pólo Uatumã e pode ser estruturada de forma a receber visitação turística, o que atualmente não ocorre. Faz-se necessário ainda destacar a importância das manifestações culturais típicas do Estado e da região na composição desta oferta cultural. Tais manifestações têm fortes raízes na cultura indígena e se apresentam na forma de artesanato, gastronomia regional, música, dança e lendas. O artesanato da região amazônica, não apenas do Estado do Amazonas, tem na cultura indígena sua mais forte atração. As peças tradicionais do artesanato local têm origem indígena e variam de acordo com a etnia de influência da produção. Os artigos mais comuns são os artefatos de cerâmica, colares e pulseiras, utensílios domésticos e diversas peças decorativas. Outra característica marcante do artesanato da região é o uso de matérias primas locais na produção das peças. Assim como o artesanato da Amazônia, sua culinária é extremamente influenciada pela cultura indígena. Elementos típicos da alimentação indígena, como o uso de farinhas, são constantes na gastronomia local. Outro traço característico é a disseminação de pescados diversos, influenciada pela presença de extensas bacias hidrográficas, entre eles se destacam o pirarucu (Arapaima gigas), surubim (Pseudoplatystoma fasciatum) e tucunaré (Cichla spp.). Finalmente, a diversidade da flora regional faz com que outro destaque da culinária amazônica seja o uso de frutos exóticos, característicos apenas da região. As manifestações relacionadas à música e dança amazonense estão intimamente relacionadas aos principais eventos do Estado, citados adiante. São ritmos com raízes também indígenas acompanhados por danças que contam as lendas e o cotidiano amazônico. Outro traço marcante destas manifestações é a intima relação com a natureza, permeadas pelo imaginário da floresta e da água doce comuns na região. Por fim, as lendas amazônicas são também componentes da oferta cultural amazonense que podem agregar valor a diversos empreendimentos turísticos e à visitação de outros

PLANO VICTORIA RÉGIA

92

atrativos. São lendas que abordam o cotidiano ribeirinho e abordam os mistérios da floresta e seus seres mágicos.

Localização Assim como observado em relação à distribuição espacial dos atrativos naturais no Amazonas, os atrativos culturais do Estado se concentram no pólo Manaus Encontro das Águas. O mapa abaixo ilustra a distribuição dos atrativos culturais identificados em cada pólo do Estado, com base em consulta a guias turísticos previamente especificados.

Figura 64. Distribuição dos atrativos culturais por região turística Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Dentre os municípios amazonenses, os seguintes se destacam por sua oferta cultural: 

Manaus: Destino do pólo Manaus Encontro das Águas onde se localiza as construções

históricas mais representativas do Estado, inclusive aquelas tombadas pelo IPHAN. 

São Gabriel da Cachoeira: Cidade pertencente ao pólo Alto Rio Negro que apresenta

construções históricas e que se diferencia dos demais destinos pela presença de comunidades tradicionais e indígenas como componentes importantes de sua atratividade cultural.

PLANO VICTORIA RÉGIA

93

Atrativos culturais de destaque

Teatro Amazonas Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

O famoso teatro é uma construção neoclássica de 1896. Sua construção corresponde ao período auge do Ciclo da Borracha no Estado do Amazonas. É um dos mais belos teatros do mundo e grande parte do material utilizado em sua construção não foi produzido no Brasil: piso de mármore português e italiano, lustres venezianos e de cristal de murano. Além do teatro, abriga museu com a história da edificação. No local, há apresentações de dança e da filarmônica estadual.

Fonte: Governo do Amazonas, 2006.

Museu de Ciências Naturais da Amazônia Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

O museu foi inaugurado em 1988 e seu acervo é composto por peixes e insetos da região amazônica empalhados. No local há ainda um aquário com peixes pirarucu (Arapaima gigas) e loja de artesanato.

Fonte: Manaustur, 2006.

Museu do Seringal Vila Paraíso Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

O museu é composto por réplica de seringal montado para a gravação de um filme. O cenário busca reproduzir a vida do seringueiro no início do século XX, auge do Ciclo da Borracha no Amazonas. Também fazem parte do acervo uma casa do seringalista e a trilha dos seringueiros. O acesso ao local é feito por barco, a partir da Praia de Ponta Negra.

PLANO VICTORIA RÉGIA

94

Palácio Rio Negro Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

Construído no auge do Ciclo da Borracha, o Palácio foi sede do governo estadual. Na edificação estão abrigados móveis e pinturas da época. Desde o ano de 1995, o Palácio passou a compor o “Complexo Cultural Palácio do Rio Negro” que também abriga o Museu de Numismática, o Museu da Imagem e do Som, Sala de Cinema, réplicas de oca indígena e uma casa de ribeirinho caboclo.

Fonte: Prefeitura de Manaus, 2005.

Biblioteca Pública do Estado do Amazonas Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

A biblioteca tem inauguração datada de 1871. Após incêndio em 1945, foi parcialmente destruída, incluindo na perda parte de seu acervo. Atualmente, é atrativa por sua arquitetura eclética e escadarias européias de ferro.

Largo São Sebastião

Fonte: Manaustur, 2006.

Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

No largo está localizada a Igreja de São Sebastião, de 1888, onde há diversas pinturas italianas. No Largo, ainda são realizados diariamente passeios em réplicas de carruagens do final do século XIX. É região revitalizada recentemente do centro histórico de Manaus.

PLANO VICTORIA RÉGIA

95

Mercado Municipal Adolfo Lisboa Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

A construção data de 1883 e é uma réplica do “Mercado de Les Halles”, de Paris. Foi o segundo mercado construído no Brasil e apresenta estilo Art Nouveau em estrutura de ferro fundido e vitrais coloridos. No local, há a venda de artesanato, pescados, ervas e frutas da região.

Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

O museu tem fundação datada de 1952 pela irmandade salesiana. Seu acervo é composto por mais de 1.500 peças diversas – adornos, utensílios domésticos, etc. – produzidas por tribos indígenas da região amazônica.

Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Descrição:

Foi construído na década de 1980 e seu acervo possui peças que retratam o cotidiano dos habitantes da região amazônica. Abriga exposição permanente sobre a cultura do guaraná, da borracha e da juta e sobre os hábitos alimentares e o cotidiano do caboclo.

Fonte: Manaustur, 2006.

Museu do Índio

Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Museu do Homem do Norte

Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

PLANO VICTORIA RÉGIA

96

4.1.3 Eventos Os eventos que acontecem no Amazonas são em sua grande maioria de alcance local e regional. Os eventos religiosos são aqueles que mais se destacam no Estado. São festas de padroeiros dos municípios e de santas e santos católicos, com destaque para as festas de Nossa Senhora da Conceição, São Pedro, São Sebastião, São Francisco e Santo Antônio de Borba. Estes eventos são majoritariamente de alcance local e regional. Os eventos de entretenimento também são destaques no Estado e se concentram na cidade de Manaus. São em sua maioria eventos cívicos e gastronômicos, os famosos festivais de frutas típicas do Estado, e que têm o objetivo central de propiciar alternativa de lazer à população local, principalmente. Os eventos artísticos e culturais também têm na cidade de Manaus a sua principal sede. São principalmente eventos folclóricos, cujo objetivo é a celebração de tradições e traços do folclore amazonense. Também têm destaque os eventos musicais, festivais da canção em sua maioria. Estes eventos atingem público mais amplo que os citados anteriormente, especialmente o Festival Folclórico de Parintins, já de alcance internacional.

Figura 65. Alegorias do Festival de Parintins Fonte: Governo do Amazonas, 2006.

Os eventos de negócios, também concentrados na capital do Estado, estão relacionados principalmente aos setores produtivos do Amazonas, especialmente a agropecuária e a indústria. São em sua maioria eventos de alcance local e regional.

Localização Diferentemente do observado com atrativos naturais e culturais, a concentração de eventos entre os pólos turísticos da região não é tão forte no pólo Rio Negro e Solimões, embora esta seja a região onde a maior parcela dos eventos é realizada.

PLANO VICTORIA RÉGIA

97

Figura 66. Distribuição dos eventos por região turística Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

No pólo Rio Negro e Solimões predominam os eventos artísticos e culturais, seguidos pelos eventos religiosos. O pólo é também sede de congressos e encontros e eventos de negócios. Já no pólo Madeira, os eventos são religiosos e de entretenimento. Panorama similar é observado nas áreas que não compõem regiões turísticas do Estado. No pólo Sateré / Tucandeira o maior destaque são os eventos de entretenimento, seguido pelos religiosos. No pólo Alto Solimões, observa-se que os eventos religiosos e os artísticos e culturais são majoritários. A cidade de Manaus é a que concentra maior parcela dos eventos do Estado. A maior parte desta oferta são eventos artísticos e culturais, de entretenimento e negócios. O município de Parintins também se destaca, especialmente por sediar a famosa Festa do Boi.

PLANO VICTORIA RÉGIA

98

Eventos de destaque

Festival Folclórico de Parintins Pólo:

Sateré / Tucandeira

Município:

Parintins

Subtipo:

Folclórico Realizado no mês de junho. Um dos principais eventos folclóricos do Brasil e com alcance internacional.

Descrição:

Fonte: Governo do Amazonas, 2006.

Durante o festival, foliões de duas agremiações rivais, Garantido e Caprichoso, se enfrentam no “Bumbódromo”. Há um desfile das agremiações rivais com duração de três horas em cada noite da festa. Os desfiles são acompanhados por danças de influência indígenas, toadas e alegorias gigantescas que contam a história e as tradições da região amazônica. Recomenda-se reservar ingressos, hospedagem e transporte a partir de abril.

Festival Amazonas de Ópera Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Subtipo:

Música Realizado em mês variável.

Descrição:

O festival acontece desde 1997 e é realizado em comemoração aos 30 anos da Zona Franca de Manaus. Já é tradição na cidade de Manaus e toma o Teatro Amazonas com apresentações de óperas encenadas por artistas de todo o país.

PLANO VICTORIA RÉGIA

99

Festival da Canção de Itacoatiara Pólo:

Uatumã

Município:

Itacoatiara

Subtipo:

Música Realizado no mês de setembro.

Descrição:

O festival acontece no centro de eventos municipal e é o maior evento de Itacoatiara. Em sua programação, conta com apresentações de etapas classificatórias do concurso para músicas, letras, intérpretes e revelação. Os participantes do evento vêm de diversos Estados do Brasil. Ele também conta com apresentações de artistas de renome em âmbito nacional.

Festival de Cirandas Pólo:

Rio Negro e Solimões

Município:

Manacapuru

Subtipo:

Folclórico Realizado no mês de agosto.

Descrição:

Um dos maiores destaques do Estado. O festival ocorre com a competição entre três cirandas oficiais: Tradicional, Flor Matizada e Guerreiros Mura, que desfilam ao som de música e com a apresentação de alegorias. É realizado no “Cirandódromo”, no Parque Municipal do Ingá.

Festival Folclórico do Amazonas Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Subtipo:

Folclórico Realizado no mês de junho.

Descrição:

O festival tem como principal objetivo a valorização das tradições e cultura amazônica. É um dos principais eventos populares de Manaus, realizado desde 1957. Durante o festival há apresentações de grupos folclóricos da cidade, inclusive dos conhecidos “bois”.

PLANO VICTORIA RÉGIA

100

Feira Internacional da Amazônia (FIAM) Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Subtipo:

Negócios Realizada em mês variável.

Descrição:

A feira é organizada pela SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Em seu curso, são realizadas exposições de mais de 200 empresas, ciclo de palestras, seminários, entre outros.

Festa de Santo Antônio de Borba Pólo:

Madeira

Município:

Borba

Subtipo:

Religioso Realizada em mês variável.

Descrição:

A cidade foi a primeira da América Latina a receber restos de Santo Antônio. Em sua homenagem, os devotos realizam evento anual, que culmina em procissão pelo rio.

Procissão Fluvial de São Pedro Pólo:

Manaus Encontro das Águas

Município:

Manaus

Subtipo:

Religioso Realizada no mês de junho.

Descrição:

A procissão percorre o Rio Negro em homenagem a São Pedro, patrono dos pescadores. Ao longo da procissão há ainda competição de decoração dos barcos.

PLANO VICTORIA RÉGIA

101

4.1.4 Singularidade do destino Amazonas O destino Amazonas tem nos atrativos e recursos naturais o principal componente de sua singularidade. A presença da floresta tropical amazônica extremamente preservada no Estado, sua biodiversidade, as cachoeiras em meio à floresta e a possibilidade de convivência com tamanha exuberância propiciada pelos hotéis de selva são um grande diferencial para o Estado. Além disso, o valor cultural exótico da floresta e das comunidades que nela vivem torna o produto turístico Amazonas singular. Os rios, lagos, praias fluviais e cachoeiras são os mais estruturados componentes da oferta natural do Estado. As atividades realizadas em meio a tais ambientes são as mais comuns no Estado, quais sejam: focagem de jacaré, passeios de barco, observação de pássaros, entre outros. Dentre estas atividades merece destaque a pesca esportiva, singular no Estado e em seus vizinhos pela diversidade de espécies observadas em seus rios. A existência de diversos atrativos em unidades de conservação passíveis de visitação turística e/ou cientifica é importante elemento que auxilia na fixação do destino como local de preservação da natureza. Contudo, são necessários cuidados para que a natureza, foco desta visitação, não sofra conseqüências árduas através dela. Sendo assim, é de extrema importância a verificação acurada das atividades passíveis ou não de realização em cada uma das unidades, bem como a identificação dos públicos-alvos destas visitas. A natureza no Amazonas não deve ser vista apenas como oferta turística, mas sim como bem a ser preservado para a posteridade.

Figura 67. Exuberância das paisagens amazônicas Fonte: Indústrias Criativas, 2006

Também

são

componentes

estruturados

desta

oferta

natural

os

próprios

empreendimentos de selva presentes no Estado. Apesar de serem componente da oferta de serviços turísticos, os hotéis de selva funcionam não apenas como um serviço, mas acabam atraindo demanda para o Amazonas por si só, atraída não apenas por suas instalações, mas pelo contato que proporcionam com a natureza. O desenvolvimento deste tipo de empreendimento no Estado pode diferenciar o destino Amazonas em seu mercado. PLANO VICTORIA RÉGIA

102

Apesar da existência de alguns atrativos já estruturados e visitados pelo grande público, a imagem do Estado do Amazonas ainda é difusa. A singularidade deste destino e de seus atrativos naturais frente a outros destinos amazônicos é pouco notada, especialmente devido ao fato de poucos produtos turísticos estarem estruturados no destino. Há belíssimas paisagens no Estado, mas a inserção do turista nestas paisagens não é elemento trabalhado. Sendo assim, faz-se necessário a estruturação dos recursos já identificados no destino para que se tornem produtos turísticos reais. Já os atrativos e recursos culturais presentes no Estado podem agregar valor à visitação destas áreas naturais. Compreendem-se como atrativos e recursos culturais não apenas o patrimônio edificado, construções com valor histórico, mas também os museus e manifestações da tradição amazônica, como a gastronomia e o artesanato regionais. Estas manifestações auxiliam na composição da atmosfera misteriosa do destino, assim como contribuem para aumentar a permanência do turista no destino. Dentre os eventos, o maior destaque é o Festival Folclórico de Parintins, bastante relacionado às manifestações da cultura amazonense, previamente citadas, e que já tem alcance internacional. A realização de eventos de grande porte, como o Festival, exige a existência de estruturas físicas para tal e cuidado com a manutenção da originalidade dos ritos, panorama ainda não atingido por grande parte dos eventos realizados no Amazonas, eventos

locais

e

regionais.

Apesar

disso,

alguns

deles

apresentam

características

diferenciadas por terem como pano de fundo a cultura e tradição do Amazonas. O segmento de eventos de negócios deve ser tratado separadamente do panorama anteriormente traçado para os eventos amazonenses. Atualmente os eventos que ocorrem no Estado não têm alcance nacional, mas sim local e regional. A existência do Pólo Industrial de Manaus e o gás natural de Coari são características singulares do Amazonas, que influenciam o desenvolvimento de tecnologias especificas e podem gerar eventos de alcance maior no Estado. No entanto, há de ser levado em conta o difícil acesso ao Estado e a difícil locomoção entre suas cidades neste panorama de potencialidades.

PLANO VICTORIA RÉGIA

103

4.2 Os serviços turísticos 4.2.1 Meios de Hospedagem

Caracterização A partir da coleta de dados nas fontes selecionadas, foram identificados 300 estabelecimentos de hospedagem no Estado do Amazonas, sendo grande parte destes hotéis, conforme ilustra o gráfico a seguir: Hotel de

Albergue/

Selva

Hospedaria

10%

5%

Flat 2%

Pousada 14%

Hotel 69%

Figura 68. Distribuição de empreendimentos por tipologia Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Estes empreendimentos totalizam 4.129 unidades habitacionais, sendo a maior parcela delas em hotéis. Contudo, os hotéis de selva e não as pousadas ocupam a segunda posição em relação ao total de unidades habitacionais oferecidas: 21% das unidades habitacionais amazonenses são em hotéis de selva, enquanto apenas 4% estão em pousadas. Apesar de ser maior a concentração de empreendimentos de hospedagem da tipologia pousada, essas têm capacidade inferior aos hotéis de selva. Tipologia Hotel

Total de UHs

Média de UHs

2.765

54

Pousada

174

17

Hotel de Selva

851

39

2

2

Albergue/Hospedaria Flat Total geral

337

84

4.129

47

Tabela 27. Unidades habitacionais disponíveis por tipologia dos empreendimentos Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Em média, os empreendimentos de hospedagem do Amazonas foram inaugurados há treze anos, no ano de 1993, relativamente recentes e que apontam para maior conservação de estruturas. Os hotéis são os tipos de empreendimento mais antigos – têm em média 16 anos de operação e os flats são os mais novos, com 7 anos de operação em média.

PLANO VICTORIA RÉGIA

104

Nota-se marcante desenvolvimento da hotelaria amazonense na década de 1990, sendo este período aquele em que se concentra a inauguração de cerca de 40% dos empreendimentos cuja data de início de operação pôde ser identificada (42 empreendimentos no total). Contudo, o gráfico seguinte permite notar que o crescimento mais acentuado de unidades habitacionais no Estado deu-se no período entre 1975 e 1990. 4.000 3.000 2.000 1.000 1960

1965

1970

1975

1980

1985

1990

1995

2000

2005

Figura 69. Crescimento da oferta de unidades habitacionais (1960 – 2005) Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Localização O pólo Rio Negro e Solimões é aquele que concentra a maior parcela dos empreendimentos hoteleiros do Estado. Já o pólo Manaus Encontro das Águas é o que abriga mais unidades habitacionais. No primeiro pólo mencionado estão 24% dos empreendimentos e no segundo, 60% das unidades habitacionais levantadas nas fontes de informações utilizadas para o presente documento. Em seguida figura o pólo Uatumã, com 21% dos empreendimentos e logo após o pólo Manaus Encontro das Águas. Uatumã 21%

Alto Rio Negro Alto Solimões 3% 10% Madeira 7%

Sateré / Tucandeira

Manaus Encontro

8%

das Águas Rio Negro e

Nenhuma

Solimões

11%

16%

24%

Figura 70. Distribuição de empreendimentos por região turística Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Na segunda e terceira colocação, quando se avalia a concentração de unidades habitacionais por região do Estado, aparece o Rio Negro e Solimões, com 908 Uhs – 22% da oferta total levantada, enquanto o pólo Uatumã tem 447 Uhs – 11% da mesma oferta de Uhs. O pólo Madeira é aquele que apresenta os empreendimentos com mais alta média de idade – 20 anos, enquanto o pólo Sateré / Tucandeira tem os mais novos empreendimentos,

PLANO VICTORIA RÉGIA

105

inaugurados em média há 6 anos. Nos pólos Rio Negro e Solimões, Manaus Encontro das Águas e Uatumã, onde se localiza a maior parcela da oferta de meios de hospedagem identificada, o tempo médio de operação dos empreendimentos é de 14 anos. Os hotéis são os tipos de empreendimento preponderante em todas as regiões do Estado. Já os hotéis de selva, conforme ilustra a figura a seguir, têm maior representatividade no pólo Amazonas do que nos demais pólos, sendo que compõe 16% da oferta de empreendimentos não citado pólo. Nota-se ainda que os albergues e hospedarias são mais comuns no pólo Sateré / Tucandeira, com destaque para empreendimentos do tipo “Cama & Café”, operados em Parintins, município deste pólo. 100%

80%

60% Pousada Hotel de Selva

40%

Hotel Flat 20%

Albergue/Hospedaria

0% Alto Rio

Alto

Negro

Solimões

Madeira

Manaus Encontro

Nenhuma Rio Negro e Sateré /

Uatumã

Solimões Tucandeira

das Águas

Figura 71. Distribuição de empreendimentos por região turística e por tipologia Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Os empreendimentos do pólo Manaus Encontro das Águas, além de mais numerosos, são aqueles que têm uma maior quantidade de Uhs por meio de hospedagem: 108 Uhs por empreendimento, em média, como mostra a tabela a seguir:

PLANO VICTORIA RÉGIA

106

Região

Média de UHs

Alto Rio Negro

14

Alto Solimões

0

Madeira

28

Manaus Encontro das Águas

108

Rio Negro e Solimões

28

Sateré / Tucandeira

30

Uatumã

22

Total geral

11

Tabela 28. Média de unidades habitacionais disponíveis por empreendimento por região turística Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Em relação à concentração de meios de hospedagem por município, destaca-se no Amazonas a capital Manaus, onde estão 48 dos 300 empreendimentos identificados. Em seguida figura Presidente Figueiredo, com 25 empreendimentos e logo após Manacapuru. Os três municípios localizam-se no pólo Amazonas. Manaus também e o município que concentra a maior parcela das unidades habitacionais do Estado – 60% do total de Uhs. Contudo, o município de Iranduba é o que apresenta a segunda maior concentração de unidades habitacionais, como ilustra o gráfico a seguir. O município é reconhecido no Estado do Amazonas por ser o que mais possui empreendimentos de hospedagem em selva e, apesar de não ser um daqueles com a maior quantidade de empreendimentos, é um dos que tem maior capacidade em unidades habitacionais.

Iranduba Itacoatiara Coari Parintins Manacapuru P. Figueiredo Manaus 2.500

2.000

1.500

1.000

500

Unidades habitacionais

0

0

10

20

30

40

50

Empreendimentos

Figura 72. Distribuição de empreendimentos e unidades habitacionais por município Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Em Manaus predominam hotéis e os hotéis de selva compõem 10% da oferta hoteleira. Já em Presidente Figueiredo, o destaque são as pousadas, 72% dos empreendimentos de hospedagem locais. Manacapuru também tem nos hotéis a maior concentração de empreendimentos e destaque para hotéis de selva, 19% de sua oferta. PLANO VICTORIA RÉGIA

107

Avaliação Dos 300 empreendimentos levantados ao longo da pesquisa, apenas 43 são avaliados pelo Guia Quatro Rodas Brasil 2006. São 4 flats, 19 hotéis, 4 pousadas e 17 hotéis de selva localizados majoritariamente no pólo Amazonas – 39 dos 43 empreendimentos. A cidade de Manaus é a de maior destaque pela alta concentração de empreendimentos avaliados pelo referido Guia. A maior parcela dos empreendimentos avaliados pelo Guia Quatro Rodas Brasil 2006 é classificado como “Simples”, como ilustra o gráfico a seguir. Apenas 3% dos empreendimentos atingem a classificação máxima, “Muito confortável”. Muito Confortável 17%

confortável 3%

Médio conforto

Simples

17%

63%

Figura 73. Avaliação dos empreendimentos classificados pelo Guia Quatro Rodas 2006 Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Os empreendimentos que atingem maior classificação concentram-se no pólo Amazonas, especialmente nas cidades de Manaus, como destaque para o Tropical Hotel e alguns empreendimentos de selva, e de Iranduba, com destaque também para os hotéis de selva.

Estrutura física e preços praticados Ainda de acordo com o Guia Quatro Rodas Brasil 2006, nota-se que o ar condicionado é o equipamento mais presente nos empreendimentos de hospedagem do Amazonas: dos 43 estabelecimentos, 34 o possuem em suas unidades habitacionais. Também são bastantes presentes o frigobar e a televisão, disponíveis em 64% e 58% dos empreendimentos, respectivamente.

PLANO VICTORIA RÉGIA

108

Piscina natural e/ou lago

21% 40%

Estrutura de eventos

49%

Estrutura de lazer

58%

Televisão

74%

Frigobar

79%

Ar condicionado 0%

25%

50%

75%

100%

Figura 74. Estrutura disponível nos empreendimentos segundo o Guia Quatro Rodas 2006 Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Quase metade dos empreendimentos avaliados pelo Guia Quatro Rodas Brasil 2006 apresentam estrutura de lazer e 40% deles têm algum espaço destinado à realização de eventos. A maior parcela dos empreendimentos com estruturas de lazer e de eventos é de hotéis. A piscina natural aparece em 20% dos empreendimentos, principalmente em hotéis de selva. Em relação aos preços praticados indicados pela mesma fonte de informação, os hotéis de selva se destacam como empreendimentos com diárias mais altas, em torno de R$ 400 por pessoa. Os flats são comparativamente mais caros que os hotéis, mas oferecem facilidades diferenciadas. As pousadas são os empreendimentos que praticam os preços mais baixos: diária de R$ 85 para apartamentos duplos ou individuais. Tipologia Albergue/Hospedaria

Diária individual mais baixa

Diária dupla mais alta

Nd

Nd

Flat

R$ 203

R$ 241

Hotel

R$ 165

R$ 208

Hotel de Selva

R$ 460

R$ 828

Pousada Total geral

R$ 85

R$ 85

R$ 278

R$ 445

Tabela 29. Diárias médias por tipologia do empreendimento Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Segundo indicadores da Amazonastur, a ocupação média da hotelaria urbana de Manaus no ano de 2005 foi de 54% das unidades habitacionais e 48% dos leitos, conforme ilustra gráfico a seguir:

PLANO VICTORIA RÉGIA

109

70%

35%

0% 2.000

2.001

2.002

2.003

Ocupação por Uhs

2.004

2.005

Ocupação por leitos

Figura 75. Taxa de ocupação média nos hotéis urbanos (2000 a 2005) Fonte: Amazonastur, 2005

Já a hotelaria de selva do Estado do Amazonas apresentou índices mais baixos, de 15% das unidades habitacionais e 12% dos leitos no mesmo ano – 2005. 20% 15% 10% 5% 0% 2.000

2.001

2.002

Ocupação por Uhs

2.003

2.004

2.005

Ocupação por leitos

Figura 76. Taxa de ocupação média nos hotéis de selva (2000 a 2005) Fonte: Amazonastur, 2005

Fragilidades Os meios de hospedagem do Amazonas apresentam diferentes panoramas de acordo com o pólo observado. No entanto, a capacitação deficiente dos recursos humanos empregados nestes estabelecimentos e a baixa preocupação de gestores com a qualidade do serviço prestado são constantes em todo o Estado. Nos pólos Alto Rio Negro, Rio Negro e Solimões, Manaus Encontro das Águas e Uatumã, o principal entrave relativo aos estabelecimentos de hospedagem é a falta de manutenção da estrutura física dos hotéis. São empreendimentos já antigos em alguns casos que não apresentam cuidado com a conservação de estruturas. Alguns empreendimentos também sofrem com a de demanda. Já no pólo Sateré / Tucandeira, a principal carência identificada em relação aos meios de hospedagem é a inexistência de hotéis em meio a natureza. Finalmente, no pólo Alto Solimões, o principal ponto é a falta de hotéis para a demanda restrita já existente.

PLANO VICTORIA RÉGIA

110

4.2.2 Estabelecimentos de Alimentação

Caracterização Dentre os 343 empreendimentos catalogados, 96% são restaurantes. Apenas 4% dos empreendimentos são lanchonetes, sorveterias e cafés. A cozinha variada, com pratos típicos brasileiros, é a que aparece em maior destaque nestes estabelecimentos, como mostra o gráfico a seguir: 1%

Lanches

1% 1%

Vegetariana Sucos

2%

Sopas Pizza

7%

Pescados

11%

Internacional

11% 17%

Carnes

21%

Regional

28%

Variada 0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Figura 77. Distribuição de empreendimentos por tipo de cozinha Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

A cozinha regional também é especialidade de parcela considerável dos empreendimentos, sendo especialmente observado o oferecimento de pratos com pescados da região e o café regional, com itens também produzidos localmente. Os restaurantes de carnes são 17% dos empreendimentos e aparecem seguidos pelos de culinária internacional, dentre os quais se destacam a Italiana e a Japonesa, servidas em 6 empreendimentos cada.

Localização Mais uma vez o pólo Manaus Encontro das Águas é aquele em que se concentra a maior parte da oferta de empreendimentos analisada: dos 343 restaurantes, 109 estão na capital Manaus, ou seja, 32% da oferta do Estado do Amazonas.

Uatumã Sateré /

15%

Alto Rio Negro 3%

Tucandeira

Alto Solimões 6%

Madeira 6%

14%

Manaus Encontro das

Rio Negro e Solimões 15%

Nenhuma

Águas

9%

32%

PLANO VICTORIA RÉGIA

111

Figura 78. Distribuição de empreendimentos por região turística Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

O pólo Manaus Encontro das Águas também é a região em que há o oferecimento dos mais variados tipos de cozinha, com especial destaque para a variada e regional. No pólo Sateré / Tucandeira também é ampla a diversidade de tipos de cozinha observada, panorama não acompanhado pelos empreendimentos dos outros dois pólos, Madeira e Alto Solimões.

12

Maués

14

Itacoatiara

17

Presidente Figueiredo

29

Parintins

109

Manaus 0

20

40

60

80

100

120

Figura 79. Distribuição de empreendimentos por município Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Também figuram entre os 5 municípios com maior quantidade de estabelecimentos de alimentação Parintins, Presidente Figueiredo, Itacoatiara e Maués.

Avaliação Dentre os 343 empreendimentos levantados apenas 19 constam no Guia Quatro Rodas Brasil 2006, sendo eles restaurantes e lanchonetes localizados majoritariamente no pólo Amazonas – 18 dos 19 empreendimentos. O município de Manaus e mais uma vez destaque e nele estão localizados 17 dos 19 empreendimentos classificados. Parintins e Presidente Figueiredo também figuram, mas com apenas 1 estabelecimentos avaliado por cada município. A avaliação da cozinha de 17 destes 19 estabelecimentos é regular e 2 estabelecimentos não têm sua cozinha avaliada. Vale ressaltar que a escala proposta pelo Guia varia entre cozinha regular e excelente cozinha e que os restaurantes amazonenses permanecem nas mais baixas classificações neste quesito. Já quando avaliado o conforto dos estabelecimentos, o panorama tem leve melhora, com variação

entre

a

classificação

mais

simples

até

confortáveis.

Grande

parte

dos

empreendimentos de alimentação avaliados pelo Guia tem estruturas simples: 52% dos estabelecimentos identificados.

PLANO VICTORIA RÉGIA

112

Sem avaliação

Confortável

11%

11% Médio conforto 26%

Simples 52%

Figura 80. Avaliação do conforto empreendimentos classificados pelo Guia Quatro Rodas 2006 Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Deve-se ressaltar que a presença de estruturas simples não necessariamente indica a má estruturação dos estabelecimentos de alimentação do Estado. Contudo, uma maior diversificação de estruturas permitiria o atendimento de públicos com exigências variadas, o que atualmente não é possível.

Preços praticados Grande parte dos estabelecimentos de alimentação avaliados pelo Guia Quatro Rodas Brasil 2006 têm preços de refeições completas individuais que não ultrapassam R$ 40, conforme indica a figura abaixo.

PLANO VICTORIA RÉGIA

113

2

Acima de R$ 60

2

Entre R$ 41 e R$ 60 Entre R$ 21 e R$ 40

13

Até R$ 20

13 0

5

10

15

Figura 81. Preços praticados pelos empreendimentos por faixa Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Apenas quatro empreendimentos praticam preços superiores a R$ 40 por pessoa. São restaurantes localizados em Manaus que servem pescados em sua maioria e com avaliação de conforto entre “Médio conforto” e “Confortável”.

Análise qualitativa Novamente a qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelos empreendimentos de alimentação são entrave notado em todo o Estado. As opções oferecidas são restritas e a qualidade, tanto do atendimento, como dos pratos, deixa a desejar. Em geral, os empreendimentos não são adequados para atender às necessidades de turistas: os administradores não têm preocupação com a conservação dos ambientes e qualidade dos produtos e serviços. As opções de alimentação oferecidas também ficam aquém do ideal no Estado, cuja oferta se restringe aos poucos empreendimentos qualificados.

4.2.3 Espaços para Eventos

Caracterização Foram identificados no Estado do Amazonas através das fontes previamente especificadas 26 espaços para eventos, sendo a maior parcela deles centros de convenções, alguns localizados em empreendimentos hoteleiros. Também têm destaque as arenas e estádios, tais como o “Bumbódromo”, em Parintins, e o Sambódromo, em Manaus, como ilustra o gráfico a seguir:

PLANO VICTORIA RÉGIA

114

4%

4%

19%

42%

31% Centro de convenções

Arena/Estádio

Auditório/Salas

Área de exposições

Complexo turístico

Figura 82. Distribuição de empreendimentos por tipologia Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Dentre as tipologias de espaços identificadas, as arenas e estádios são aqueles que apresentam a maior capacidade de abrigar pessoas: em média abrigam 34.600 participantes de eventos. Os centros de convenções também têm porte grande, abrigando em média 19.650 espectadores. Já os centros de convenções localizados em hotéis têm capacidade menor e abrigam em média 650 pessoas. Tipologia

Capacidade pax

Média pax

Nd

Nd

Arena/Estádio

173.000

34.600

Auditório/Salas

Nd

Nd

Centro de convenções

78.600

19.650

Centro de convenções em hotel

1.960

653

Área de exposições

Complexo turístico Total geral

Nd

Nd

253.560

21.130

Tabela 30. Capacidade dos empreendimentos Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Localização A maior parcela dos espaços para eventos identificados localiza-se no pólo Manaus Encontro das Águas: 13 dentre os 26 espaços levantados estão neste pólo, mais precisamente, na capital do Estado. Há também 3 espaços identificados no pólo Sateré / Tucandeira, sendo eles 2 auditórios e salas para reuniões e o “Bumbódromo”.

PLANO VICTORIA RÉGIA

115

Uatumã 19%

Sateré /

Manaus Encontro

Tucandeira

das Águas

12%

50% Rio Negro e Solimões 19%

Figura 83. Distribuição de empreendimentos por região turística Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Outros municípios que figuram como localização de espaços para eventos são Itacoatiara e Silves, do pólo Uatumã, Manacapuru, do pólo Rio Negro e Solimões, e Maués e Parintins, do pólo Sateré / Tucandeira.

Desempenho e preços praticados Segundo pesquisa realizada no ano de 2001 pela Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux (FBC&VB), em parceria com o Sebrae e CTI, é possível delinear o perfil dos eventos realizados nos espaços disponíveis no Amazonas. De acordo com a citada pesquisa, as instalações de reuniões e exposições totalizam capacidade de receber quase 43 mil participantes de eventos e apresentam taxas de ocupação anuais que giram em torno de 25%, conforme tabela a seguir: Reuniões e afins

Exposições e afins

Capacidade instalada

38.857

3.961

Taxa de ocupação

23,62

23,62

R$ 3,03

R$ 3,86

Preço por dia

Tabela 31. Capacidade instalada, taxa de ocupação anual e preços praticados Fonte: Pesquisa FBC&VB/SEBRAE/CTI, Novembro 2001.

Os principais tipos de eventos realizados nos espaços do Estado, ainda segundo o estudo da FBC&VB, são as reuniões de negócios, que respondem por 34% dos eventos realizados no Amazonas. Também têm destaque as convenções e os eventos sócio-culturais, ambos representando 24% dos eventos ocorridos no Estado.

PLANO VICTORIA RÉGIA

116

Eventos Mistos

3%

Feiras Comerciais

3% 5%

Exposições / Leilões

8%

Congressos Convenções

24%

Eventos Sócio-culturais

24% 34%

Reuniões 0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Figura 84. Tipos de eventos realizados Fonte: Pesquisa FBC&VB/SEBRAE/CTI, Novembro 2001.

Em relação aos meses em que há maior quantidade de eventos realizados no Amazonas, a pesquisa da Federação indica concentração de 20% destes eventos no mês de agosto. O segundo semestre é o mais importante para a realização de eventos no Estado, sendo que nele são realizados 64% dos eventos ocorridos no Amazonas, conforme ilustra gráfico a seguir: 30%

15%

0% Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Figura 85. Sazonalidade dos eventos realizados Fonte: Pesquisa FBC&VB/SEBRAE/CTI, Novembro 2001.

Além dos meses de maior concentração de eventos, a pesquisa indica ainda que os dias de semana (segunda a sexta-feira) são aqueles em que há maior procura pelos espaços para eventos amazonenses. Segundo a FBC&VB, 69,2% dos eventos do Estado acontecem ao longo da semana e apenas 30,8% aos finais de semana. Nota-se ainda que grande parte dos eventos são organizados por empresas do setor privado – 69% . Conforme ilustra o gráfico a seguir, 77% dos eventos que acontece no Amazonas têm âmbito local e regional. Os eventos internacionais são pequeno percentual – apenas 8% do total de eventos realizados, apesar da localização estratégica do Estado.

PLANO VICTORIA RÉGIA

117

60%

44% 33%

40%

15%

20%

4%

4%

0% Local

Regional

Nacional Internacional Latino Americano

Figura 86. Âmbito dos eventos realizados Fonte: Pesquisa FBC&VB/SEBRAE/CTI, Novembro 2001.

4.2.4 Estabelecimentos de Entretenimento

Caracterização Através de coleta de dados em fontes secundárias foram identificados 53 estabelecimentos de entretenimento no Amazonas. Destes estabelecimentos, 28 são bares e 24 danceterias, que juntos correspondem a 98% da oferta de entretecimento estadual. Clube de esportes 2% Danceteria 45%

Bar 53%

Figura 87. Distribuição de empreendimentos por tipologia Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Certamente a oferta de estabelecimentos de entretenimento do Estado extrapola os 53 empreendimentos identificados. Contudo, a presença de apenas 53 deles em guias turísticos e websites diversos sinaliza uma carência da oferta de serviços turísticos no Amazonas.

Localização Mais uma vez o pólo Manaus Encontro das Águas é a região em que se concentra a maior parte dos empreendimentos identificados: 75% dos estabelecimentos de entretenimento estão neste pólo. A oferta de estabelecimentos de entretenimento fora do pólo Manaus Encontro das Águas é restrita e pouco apta a atender as demandas de turistas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

118

Sateré / Tucandeira

Alto Solimões 2%

23%

Manaus Encontro das Águas 75%

Figura 88. Distribuição de empreendimentos por região turística Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

No pólo Sateré / Tucandeira, o destaque é Parintins, localização de 12 estabelecimentos. A cidade de Tabatinga, do pólo Alto Solimões, apresenta 1 estabelecimento de entretenimento identificado apenas.

4.2.5 Comércio Turístico

Caracterização Por meio de consulta em fontes secundárias foram identificados 30 empreendimentos de comércio turístico destacados no Amazonas, grande parcela deles locais em que o artesanato é o principal artigo comercializado. Também figuram alguns empreendimentos focados na venda de artigos alimentícios também regionais, conforme ilustra o gráfico a seguir. Artigos alimentícios 16%

Artesanato 84% `

Figura 89. Distribuição de empreendimentos por tipologia Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Assim como ressaltado ao longo da análise dos estabelecimentos de entretenimento, faz-se necessário notar que os estabelecimentos aqui analisados não representam a totalidade da oferta amazonense, mas sim aqueles que figuram nas fontes selecionadas e de maior apelo turístico.

PLANO VICTORIA RÉGIA

119

Localização O pólo Manaus Encontro das Águas é onde está localizada a maior parte destes empreendimentos: 22 dos 30 estabelecimentos comerciais estão neste pólo. O pólo Sateré / Tucandeira,

exclusivamente

representado

pelo

município

de

Parintins,

tem

4

empreendimentos comerciais identificados. Já o Pólo Rio Negro e Solimões é representado pelos municípios de Iranduba e Novo Airão, com 1 e 3 estabelecimentos, respectivamente.

4.2.6 Agências

Caracterização A realização de pesquisa em fontes secundárias permitiu a identificação de 172 agências de viagens e turismo que atuam no Amazonas. Contudo, foi possível a identificação do tipo de atuação de apenas 74 delas, trabalhadas ao longo deste estudo. Em relação ao tipo de empresa, a maior parcela é de agências, que apenas revendem produtos formatados por grandes operadoras da região ou de outras regiões, como ilustra o gráfico a seguir: Agência e Operadora

Operadora

6%

6%

Agência 88%

Figura 90. Distribuição de empreendimentos por tipo de empresa Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Já em relação à atuação das empresas, são as maiorias aquelas que trabalham com o turismo receptivo, ou seja, atuam com a venda de produtos para o Estado do Amazonas. Estas empresas representam 59% das empresas cujo nicho de atuação pôde ser identificado.

PLANO VICTORIA RÉGIA

120

Emissivo 14%

Emissivo e Receptivo

Receptivo

27%

59%

Figura 91. Distribuição de empreendimentos por tipo de mercado em que atua Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

As empresas que atuam exclusivamente com a venda de produtos emissivos são apenas 10, ou seja, 14% do total de agências identificadas pela presente pesquisa.

Localização Novamente o pólo Manaus Encontro das Águas é a localização da grande maioria das empresas identificadas: dentre as 172 agências levantadas no Estado do Amazonas, aproximadamente 88% encontram-se neste pólo, representando 151 empresas. No pólo Sateré / Tucandeira foram identificadas apenas 13 empresas, todas em Parintins, e no pólo Alto Solimões apenas 3 empresas, em Tabatinga.

Sateré /

Alto Rio Negro

Tucandeira

1% Alto Solimões

8%

2%

Rio Negro e Solimões 2%

Manaus Encontro das Águas 87%

Figura 92. Distribuição de empreendimentos por região turística Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Apesar da predominância da cidade de Manaus, outras cidades tiveram empresas identificadas, quais sejam: Barcelos e Novo Airão, do pólo Rio Negro e Solimões, e São Gabriel da Cachoeira, do pólo Alto Rio Negro.

Fragilidades O panorama do agenciamento de receptivo no Amazonas é marcado pela bipolaridade: a concentração deste receptivo no pólo Manaus Encontro das Águas e a total falta de sua estruturação nos demais pólos do Estado. PLANO VICTORIA RÉGIA

121

Nos pólos em que não há a existência de receptivo estruturado, é latente sua necessidade. Já no pólo Amazonas, que concentra estes serviços, as políticas de preço de agências e operadoras de receptivo são consideradas abusivas e um dos entraves mais destacados em relação ao serviço. Também caracteriza este serviço a informalidade que domina o setor.

4.2.7 Transportadoras

Caracterização Através de coleta em fontes secundárias foi possível a identificação de 44 empresas de transporte turístico no Estado do Amazonas, sendo a maior parcela delas locadoras de veículos, conforme ilustra o gráfico a seguir: Barcos e/ou Ônibus e/ou

lanchas

vans

27%

34%

Locadora de veículos 39%

Figura 93. Distribuição de empreendimentos por tipologia Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Localização Mais uma vez a capital Manaus, do pólo Manaus Encontro das Águas, é o local que concentra maior parte dos empreendimentos levantados: na cidade está 36 dos 44 empreendimentos amazonenses. Rio Negro e Solimões 2%

Sateré / Tucandeira Uatumã 2% 2%

Não disponível 11%

Manaus Encontro das Águas 83%

Figura 94. Distribuição de empreendimentos por região turística Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

PLANO VICTORIA RÉGIA

122

Foi identificado apenas 1 empreendimento de transporte no pólo Sateré / Tucandeira, que atua com barcos e lanchas na cidade de Parintins. Não foi possível identificar a cidade em que se localizam 5 dos 44 empreendimentos levantados.

Fragilidades O panorama do transporte turístico no Estado é similar ao observado com o agenciamento receptivo: há grande concentração no pólo Manaus Encontro das Águas e carência dos demais pólos do Estado. Nos pólos Alto Solimões e Sateré / Tucandeira o transporte turístico é inadequado ao atendimento de turistas, especialmente quando consideradas as embarcações. As mesmas embarcações também são ressaltadas como entrave do transporte turístico no pólo Manaus Encontro das Águas. Na região que concentra a maioria destas empresas, a pouca freqüência de linhas, qualidade ruim de meios de transporte e preços abusivos praticados são entraves de grande destaque.

4.2.8 Estruturas de apoio ao turista As principais estruturas de apoio ao turista presentes no Estado do Amazonas são os Centros de Atendimento ao Turista (CAT) e a Casa do Turismo, ambos geridos pela Amazonastur, Empresa Estadual de Turismo. Os CATs são postos de informações turísticas instalados nos municípios e pontos turísticos do Estado que recebem maior fluxo de visitantes. Sua principal função é dar apoio à realização de visitas ao Estado: neles é possível obter informações sobre transporte, hospedagem e passeios disponíveis no Amazonas, entre outros. Os centros de atendimento têm estruturas físicas novas, em sua grande maioria, e contam com atendentes bilíngües. São eles:

Município

Funcionamento

CAT Aeroporto Internacional Eduardo Gomes

Manaus

Diariamente, 7h às 23h

CAT Eduardo Ribeiro

Manaus

Seg à Sex, 8h às 17h. Sáb, 8h às 12h

CAT Amazonas Shopping

Manaus

Seg à Sáb, 9h às 22h. Dom, 15h às 21h

CAT PAC/Porto de Manaus

Manaus

Seg à Sex, 8h às 17h

CAT Porto de Manaus

Manaus

Chegadas de cruzeiros

Parintins

Seg à Sex, 8h às 12h e 14h às 18h

Novo Airão

Seg à Sex, 8h às 17h

CAT Parintins CAT Novo Airão

Tabela 32. Centros de atendimento ao turista do Amazonas

PLANO VICTORIA RÉGIA

123

Fonte: Amazonastur, 2006.

Há ainda a previsão de inauguração de CATs no município de Manacapuru nos próximos meses, além da implantação dos TFTs (Terminais Fluviais Turísticos) em Iranduba, Barcelos e Presidente Figueiredo. Outra importante estrutura disponibilizada ao turista é a Casa do Turismo, localizada em Manaus. Na Casa do Turismo são consideradas entidades importantes do setor turístico amazonense que, além de realizarem reuniões e eventos específicos de seus setores, disponibilizam atendimento aos turistas no mesmo espaço.

4.2.9 A oferta de serviços turísticos amazonense Assim como os atrativos turísticos do Amazonas, os serviços turísticos estão extremamente concentrados no município de Manaus e naqueles em seu entorno. A concentração de atrativos nestas localidades está diretamente relacionada ao maior desenvolvimento de serviços turísticos na mesma área. Os meios de hospedagem estão em sua grande maioria no pólo Rio Negro e Solimões, Uatumã e Manaus Encontro das Águas, sendo que há deficiências no suprimento deste serviço nos demais pólos do Estado. Nestes pólos, os meios de hospedagem têm qualidade deficiente, o que pode ser atribuído à demanda constante pelo referido serviço. Os preços são altos e não são acompanhados por serviços e estruturas físicas de primeira linha. É necessário, contudo, destacar duas exceções neste panorama: os hotéis de negócios de rede, localizados em Manaus, e os alojamentos e empreendimentos de hospedagem de selva. Os hotéis de rede localizados em Manaus têm como público-alvo os viajantes que permanecem em Manaus por motivos de negócios ou trabalho. São empreendimentos que também apresentam preços altos, mas oferecem serviço diferenciado, estruturas qualificadas e ótima conservação. Já os empreendimentos de selva atuam em outro segmento, o de turistas que vão ao Amazonas a lazer. São empreendimentos muitas vezes rústicos e que praticam altos preços, mas com alto grau de diferenciação e prestação de serviços de alta qualidade, apesar do ambiente rústico, parte do conceito em que se encaixam.

Figura 95. Tropical Manaus Business Fonte: Tropical Manaus, 2006.

PLANO VICTORIA RÉGIA

124

Os estabelecimentos de alimentação do Amazonas são marcados pelo oferecimento de pratos com características regionais e a presença de peixes comuns na Amazônia é marcante nestes estabelecimentos. Os preços praticados são atrativos, porém a qualidade dos ambientes e do serviço é um grande problema nestes estabelecimentos. Considerando-se os nichos de turismo de negócios e de lazer, bem identificados através do perfil dos meios de hospedagem do destino, presume-se que os estabelecimentos de alimentação do Amazonas devam ter características para atuar frente a dois mercados: negócios e lazer. O público de negócios exige estabelecimentos com maior conforto e cozinha por vezes sofisticada, o de lazer preza pelos traços tradicionais da culinária e aprecia ambientes menos sofisticados. Porém ambos os públicos necessitam de primazia na prestação de serviços, ainda longe da realidade dos empreendimentos amazonenses. A oferta de espaços para eventos no Amazonas é restrita. Os espaços existentes suprem à restrita demanda atual por eles, mas são poucos aqueles que se configuram como empreendimentos modernos e passiveis de abrigar eventos diversos. Muitos destes espaços são arenas e estádios que abrigam shows e eventos de grande porte, mas são poucas as estruturas para a realização de convenções e feiras de exposições mais especializadas. A concentração de empreendimentos aptos a abrigar eventos de diversas tipologias dá-se nos hotéis da cidade de Manaus, capital estadual.

Figura 96. Centro Cultural Humberto Canderaro Fonte: Manaustur, 2006.

As opções de entretenimento são concentradas no pólo Manaus Encontro das Águas, o mais populoso do Estado. Nas demais regiões, é latente a carência deste tipo de estrutura. São usualmente bares, danceterias e estruturas similares. O comércio turístico é focado na venda de artigos artesanais produzidos a partir de sementes e fibras da região. Assim como observado com os demais serviços, o receptivo também é concentrado no pólo Manaus Encontro das Águas, onde está quase a totalidade de agências que realizam este serviço. Fora deste pólo – e até mesmo em cidades mais distantes de Manaus do próprio pólo – é rara a existência e agências, operadoras ou transportadoras turísticas que realizem o serviço de receptivo.

PLANO VICTORIA RÉGIA

125

Do mesmo modo, as estruturas de apoio ao turista desenvolvidas pela Amazonastur são centradas na região em que há maior estrutura: o pólo Manaus Encontro das Águas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

126

4.3 Padrões de uso 4.3.1 Perfil da demanda Segundo estatísticas da Amazonastur, cerca de 350 mil turistas visitaram o Amazonas no ano de 2005. Tal estimativa considera os hóspedes da hotelaria urbana do Estado, da hotelaria de selva, passageiros de cruzeiros marítimos e pescadores esportistas. O movimento de passageiros no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, apresentou aumento no último ano de 14%, com 597.971 embarques, 672.379 desembarques e um fluxo total de 1.270.350 passageiros. 160.000 120.000

2.002

80.000

2.003

40.000

2.004

0 Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Figura 97. Movimento de passageiros no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes (2002 a 2004) Fonte: Infraero, 2004.

O fluxo do aeroporto é mais intenso nos meses de férias escolares no Brasil – janeiro, dezembro e julho – e composto principalmente por vôos domésticos, que representara no ano de 2004 98% do fluxo de embarques e 97% do fluxo de desembarques. 400.000 283.018

300.000 200.000

198.035

188.837

307.996

349.719

170.385

100.000 0 2.000

2.001

2.002

2.003

2.004

2.005

Figura 98. Fluxo de turistas que visitaram o Amazonas (2000 a 2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

O fluxo de turistas que visita o Estado vem aumentando ao longo dos últimos anos: a média anual de crescimento é de 15%. Observa-se leve queda no fluxo de turistas no Estado entre os anos de 2001 e 2002, seguida por recuperação no ano seguinte.

PLANO VICTORIA RÉGIA

127

A estimativa deste fluxo é baseada principalmente nos hóspedes da hotelaria urbana de Manaus, que correspondem a 87% dos turistas que visitaram o Estado no ano de 2005, como indica o gráfico exposto na seqüência: Hotelaria Cruzeiros Pesca de Selva Marítimos Esportiva 7%

5%

1% Hotelaria Urbana 87%

Figura 99. Principais segmentos que compõem o fluxo de turistas do Amazonas (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

Ainda de acordo com estimativas da Amazonastur, a gerência administrativa e de vendas de empreendimentos turísticos eram os setores que melhor remuneravam os trabalhadores empregados no setor de turismo neste Estado no ano de 2004. O cargo de mais baixa remuneração era o de limpeza, com salário mensal de aproximadamente 1 salário mínimo. Cargo

Salário

Gerente Administrativo

R$ 3.000

Gerente de Vendas

R$ 2.000

Chefe de Vendas

R$ 1.500

Gerente de A & B

R$ 1.500

Guias de Turismo

R$ 1.050

Vendedores

R$ 1.000

Cozinheiro

R$ 900

Recepcionista

R$ 720

Cozinheiro

R$ 700

Garçons

R$ 650

Emissor de Bilhetes Aéreos

R$ 600

Auxiliar de Cozinha

R$ 550

Churrasqueiro

R$ 550

Empregados de Mesa

R$ 500

Gerente de Hospedagem

R$ 500

Camareiras

R$ 500

Vendedor de Bilhetes Aéreos

R$ 500

Auxiliar de Churrasqueiro

R$ 450

Faxineiros

R$ 400

Lavanderia

R$ 400

Limpeza

R$ 350

Tabela 33. Estimativa salarial mensal dos trabalhadores do turismo no Amazonas Fonte: Amazonastur, 2004.

PLANO VICTORIA RÉGIA

128

Perfil do usuário da hotelaria urbana Segundo indicadores elaborados pela Amazonastur, o fluxo de turistas que utiliza a hotelaria urbana de Manaus vem crescendo desde o ano de 2002, com acentuado crescimento entre o ano de 2004 e 2005, quando se verificou aumento de 24% no número de hóspedes atendidos. O gráfico a seguir ilustra o comportamento deste fluxo ao longo dos últimos cinco anos: 30% 24%

21% 15% 7% 0%

-3% 2.001

-4% 2.002

2.003

2.004

2.005

-15% -30%

Figura 100. Índices de crescimento do fluxo de turistas hospedados na hotelaria urbana (2000 a 2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

Os hóspedes da hotelaria urbana de Manaus são em sua maioria residentes no Brasil – 61%, embora o percentual de hóspedes estrangeiros seja alto – 39% do total, como indicado a seguir: Estrangeiros 39% Brasileiros 61%

Figura 101. Origem dos hóspedes da hotelaria urbana (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

O público brasileiro que utiliza o serviço de hotelaria urbana de Manaus concentra suas visitas à cidade no segundo semestre do ano, com destaque para o mês de julho, quando ocorrem 10% das visitas. O público internacional também tem predileção pelo segundo semestre, com acentuada presença no mês de agosto, mês de férias escolares na Europa e Estados Unidos.

PLANO VICTORIA RÉGIA

129

15% 10% 5% 0% Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Jul Ago Set Out Nov Dez

Brasileiros

Estrangeiros

Figura 102. Distribuição mensal dos hóspedes da hotelaria urbana (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

OS brasileiros que utilizam a hotelaria urbana de Manaus são residentes na região Sudeste (53%) e na região Norte (20%).

Sul

7%

Nordeste

9%

Centro Oeste

10% 20%

Norte

53%

Sudeste 0%

20%

40%

60%

Figura 103. Origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria urbana por região (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

A região Sudeste é a principal emissora de turistas para todos os destinos do Brasil e a região Norte, em que se insere o Amazonas, tem alta presença devido à sua proximidade física da capital; amazonense. O Estado de São Paulo, na região Sudeste, é a residência da maior parte dos hóspedes da hotelaria urbana de Manaus. Dentre os Estados da região Norte, o Pará e Roraima são aqueles que mais geram hóspedes na hotelaria urbana de Manaus, conforme indica a tabela a seguir:

Ranking

UF

Hóspedes da hotelaria urbana

%

PLANO VICTORIA RÉGIA

130

1

São Paulo

36.956

35%

2

Rio de Janeiro

13.429

13%

3

Distrito Federal

7.143

7%

4

Pará

6.944

7%

5

Roraima

5.723

5%

Tabela 34. Principais Estados de origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria urbana (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

Já os hóspedes estrangeiros que utilizam os mesmos empreendimentos são em sua maioria europeus (47%) e americanos (31%). Os asiáticos também têm parcela significativa destas origens (19%), o que pode ser associado à presença de diversas empresas asiáticas na capital amazonense. Oceania

1%

Oriente Médio

1%

África

1% 19%

Ásia

31%

Américas

47%

Europa 0%

10%

20%

30%

40%

50%

Figura 104. Origem dos hóspedes estrangeiros da hotelaria urbana por região (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

Apesar de europeus serem os principais hóspedes da hotelaria urbana de Manaus, os Estados Unidos é o país de residência de maior parte destes hóspedes, seguido por China e Japão. Apenas na quarta posição figura um país europeu, a Alemanha, como pode ser observado na seqüência: País

Hóspedes da hotelaria urbana

%

1

EUA

14.461

21%

2

China

6.819

10%

3

Japão

6.099

9%

4

Alemanha

5.405

8%

5

Itália

4.712

7%

Ranking

Tabela 35. Principais países de origem dos hóspedes estrangeiros da hot. urbana (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

O motivo de viagem da maior parcela dos usuários há hotelaria urbana de Manaus no ano de 2004 foi o turismo, ou seja, o descanso e lazer, responsáveis por 37% das viagens destes hóspedes. Em segundo lugar aparecem as viagens de negócios, responsáveis por 30% das viagens.

PLANO VICTORIA RÉGIA

131

Outros

Congressos 5%

7%

Turismo

Não

37%

informou 21%

Negócios 30%

Figura 105. Motivo de viagem dos hóspedes da hotelaria urbana (2004) Fonte: Amazonastur, 2004.

Nota-se ainda que parcela significativa dos hóspedes da hotelaria urbana não informou o motivo de sua viagem no momento de preenchimento de fichas de cadastramento, as fontes de informação dos indicadores apresentados pela Amazonastur. Em relação ao meio de transporte utilizado na viagem, o avião figura como principal: 65% dos hóspedes da hotelaria urbana chegaram até o destino por avião. A própria localização da cidade de Manaus é fator que influencia a presença do avião como principal meio de transporte. Não informou 31%

Navio Avião

2%

65% Ônibus

Automóvel

1%

1%

Figura 106. Meio de transporte utilizado pelos hóspedes da hotelaria urbana (2004) Fonte: Amazonastur, 2004.

Grande parcela dos turistas brasileiros que se hospedam em Manaus tem como principal motivação da viagem a realização de negócios. São engenheiros, de 40 anos e que permanecem por 3 dias na cidade, em média.

MOTIVAÇÃO

Negócios (42%)

MEIO DE TRANSPORTE

Avião (64%)

PROFISSÃO

Engenheiro (a) (14%)

PERMANÊNCIA MÉDIA

3,1 dias

PLANO VICTORIA RÉGIA

132

IDADE MÉDIA

41 anos

SEXO

Masculino (74%)

Tabela 36. Perfil do hóspede brasileiro da hotelaria urbana (2004) Fonte: Amazonastur, 2004.

Já os turistas estrangeiros hospedados na cidade têm perfil diferente: são aposentados, com 45 anos e que visitam Manaus a lazer e permanecem apenas 2 dias na cidade, em média.

MOTIVAÇÃO

Turismo (73%)

MEIO DE TRANSPORTE

Avião (69%)

PROFISSÃO

Aposentado (a) (8%)

PERMANÊNCIA MÉDIA

2,1 dias

IDADE MÉDIA

45 anos

SEXO

Masculino (57%)

Tabela 37. Perfil do hóspede estrangeiro da hotelaria urbana (2004) Fonte: Amazonastur, 2004.

A permanência curta deste público na cidade de Manaus, apesar de sua procedência longínqua,

deve

ser

observada

como

conseqüência

da

configuração

dos

pacotes

comercializados pelo receptivo da cidade. Usualmente, o turista que realizará cruzeiros, se hospedará na selva, entre outros, tem chegada em Manaus, pelo principal aeroporto do Estado e após poucos dias de permanência seguem para outro destino no Amazonas. Neste curto período, utilizam a hotelaria urbana de Manaus, aqui abordada.

Perfil do usuário da hotelaria de selva Assim como o fluxo de hóspedes da hotelaria urbana de Manaus, a hotelaria de selva também vem crescendo ao longo dos últimos anos, em especial entre 2004 e 2005, quando foi observado crescimento de 48%, como indicado pelo gráfico:

60% 48% 33%

30% 0%

5%

-5% 2.001

2.002 -20%

2.003

2.004

2.005

-30% -60%

Figura 107. Índices de crescimento do fluxo de turistas hospedados na hotelaria de selva (2000 a 2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

PLANO VICTORIA RÉGIA

133

O mês de julho é aquele em que há maior movimento de hóspedes nos hotéis de selva do Amazonas. Em seguida, figuram os meses de agosto, janeiro e fevereiro. Deve-se notar que os meses citados são meses de férias escolares no Brasil, Europa ou Estados Unidos ou meses de verão no Brasil. 15%

10%

5%

0% Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 108. Distribuição mensal dos hóspedes da hotelaria de selva (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

A maior parcela dos hóspedes da hotelaria de selva, ao contrário daqueles da hotelaria urbana, é estrangeira: 71% do fluxo destes empreendimentos advêm de outros países. Os brasileiros representam 29% da demanda dos empreendimentos de selva do Amazonas. Brasileiros 29%

Estrangeiros 71%

Figura 109. Origem dos hóspedes da hotelaria de selva (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

Entre os hóspedes brasileiros, observa-se mais uma vez a predominância daqueles residentes na região Sudeste do Brasil, principal região emissora de turistas para as demais regiões brasileiras.

Centro Oeste

5%

Nordeste

6%

Sul

15% 74%

Sudeste 0%

20%

40%

60%

80%

Figura 110. Origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria de selva por região (2005) PLANO VICTORIA RÉGIA

134

Fonte: Amazonastur, 2005.

Nota-se que a região Norte não figura como origem dos hóspedes da hotelaria de selva e a segunda colocação é da região Sul, de alto desenvolvimento econômico. Os altos preços praticados por tais empreendimentos pode ser fator que restringe a demanda aqui abordada. São Paulo e o Rio de Janeiro são os principais Estados de residência dos hóspedes da hotelaria de selva, assim como observado em relação aos hóspedes da hotelaria urbana de Manaus. Ranking

País

Hóspedes da hotelaria de selva

%

1

São Paulo

1.573

40%

2

Rio de Janeiro

593

15%

3

Paraná

305

8%

4

Minas Gerais

212

5%

5

Distrito Federal

199

5%

Tabela 38. Principais Estados de origem dos hóspedes brasileiros da hotelaria de selva (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

Já os hóspedes estrangeiros, maior parte da clientela dos empreendimentos de selva, são em sua maioria europeus: 65% deles residem na Europa. As Américas figuram com 30% dos hóspedes e a Ásia com 5%, como indica o gráfico a seguir:

Ásia

5%

30%

Américas

65%

Europa

Figura 111. Origem dos hóspedes estrangeiros da hotelaria de selva por região (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

Mais uma vez os Estados Unidos é o principal país emissor de turistas para os empreendimentos de selva do Amazonas. As demais posições do ranking dos 5 principais emissores, exposto na seqüência, são todas ocupadas por países europeus. Ranking

País

Hóspedes da hotelaria de selva

%

1

Estados Unidos

2.637

21%

2

Portugal

1.617

13%

3

França

961

8%

4

Itália

939

8%

5

Alemanha

631

5%

PLANO VICTORIA RÉGIA

135

Tabela 39. Principais países de origem dos hóspedes estrangeiros da hotelaria de selva (2005) Fonte: Amazonastur, 2005

Os hóspedes brasileiros da hotelaria de selva amazonense têm no turismo sua principal motivação.

São

visitantes

com

idade

média

de

42

anos

que

permanecem

nos

empreendimentos por 2, 5 dias e utilizam o avião como meio de transporte para acesso ao destino.

MOTIVAÇÃO

Turismo (89%)

MEIO DE TRANSPORTE

Avião (75%)

PERMANÊNCIA MÉDIA

2,5 dias

IDADE MÉDIA

41,8 anos

SEXO

Masculino (50%)/Feminino (50%)

Tabela 40. Perfil do hóspede brasileiro da hotelaria de selva (2004) Fonte: Amazonastur, 2004.

Os hóspedes estrangeiros desta hotelaria também têm no turismo e lazer sua principal motivação. Têm em média 44 anos, permanecem por 3 dias no empreendimento e utilizam também o avião para deslocar-se até o destino.

MOTIVAÇÃO

Turismo (92%)

MEIO DE TRANSPORTE

Avião (63%)

PERMANÊNCIA MÉDIA

2,8 dias

IDADE MÉDIA

44,2 anos

SEXO

Masculino (51%)

Tabela 41. Perfil do hóspede estrangeiro da hotelaria de selva (2004) Fonte: Amazonastur, 2004.

Perfil do usuário dos cruzeiros marítimos O fluxo de passageiros em cruzeiros marítimos que aportam no Amazonas teve grande aumento no ano passado: de cerca de 13 mil passageiros em 2004, o número pulou para 18.363 passageiros recebido em 2005. O crescimento vem em resposta à abrupta queda no fluxo de cruzeiros entre os anos de 2003 e 2004, como indica o gráfico a seguir:

PLANO VICTORIA RÉGIA

136

300% 225%

200% 100%

-100%

43%

27%

0%

2.001

-58% 2.002

2.003

-32% 2.004

2.005

-200% -300%

Figura 112. Índices de crescimento do fluxo de turistas em cruzeiros marítimos (2000 a 2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

A partir da tabela exposta a seguir, nota-se que o número de navios aportados no Estado desde o ano de 2000 mantêm-se entre 18 e 24 embarcações. No ano de 2004, quando há queda significativa no número de passageiros recebidos, nota-se diminuição abrupta do número de embarcações aportadas no Estado. Em 2005, há uma recuperação deste cenário, com a inclusão do destino novamente na rota de 24 cruzeiros.

Ano

Navios

Passageiros

2.000

22

11.053

2.001

19

14.047

2.002

18

5.836

2.003

24

18.969

2.004

19

12.830

2.005

24

18.363

Tabela 42. Navios e passageiros aportados no Amazonas (2000 a 2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

O movimento de navios no Estado concentra-se na temporada que vai de novembro a maio. Ao longo desta temporada no ano de 2005, o mês de abril foi o que mais de destacou: foram 6 navios aportados no Estado. Também teve destaque no mesmo período o mês de fevereiro, em que 5 navios aportaram no Estado. Neste mesmo mês observa-se o maior fluxo de passageiros de cruzeiros no Amazonas: 2.513 advindos dos cruzeiros marítimos. O gráfico abaixo ilustra a distribuição sazonal dos cruzeiros que passam pelo Estado do Amazonas:

PLANO VICTORIA RÉGIA

137

30% 20% 10% 0% Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Navios

Passageiros

Figura 113. Distribuição mensal dos navios e passageiros aportados no Amazonas (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

Perfil dos visitantes praticantes de pesca esportiva O fluxo de turistas que vai ao Amazonas ao longo da temporada de pesca esportiva vem crescendo desde o ano de 2003, com taxas de aumento entre 6% e 10%. No ano de 2005 atingiu-se o maior fluxo mensurado pela Amazonastur: foram 4.389 turistas ao Estado para a prática da atividade, conforme indica gráfico a seguir:

PLANO VICTORIA RÉGIA

138

4.500

3.775

4.389

3.990

3.000 1.500 0 2.003

2.004

2.005

Figura 114. Fluxo de turistas de pesca esportiva (2003 a 2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

Segundo os operadores de viagem do Estado, o turista que visita o Amazonas em busca da pesca esportiva permanece, em média, 6 dias no Estado. Ao longo deste período efetua um gasto de R$ 900, além do valor de compra do pacote, em média R$ 2.985.

PERMANÊNCIA MÉDIA

6 dias

GASTO MÉDIO

R$ 900

VALOR DO PACOTE

R$ 2.985

Tabela 43. Perfil do turista de pesca esportiva segundo operadores (2005) Fonte: Amazonastur, 2005.

Perfil dos visitantes de áreas naturais de Manaus Os dados apresentados a seguir traçam um perfil do visitante das áreas naturais de Manaus e entorno e fazem parte do “Estudo sobre o Turismo Praticado em Ambientes Naturais Conservados” elaborado no ano de 2001. Os visitantes de Manaus usualmente realizam visitas a ambientes naturais conservados com o objetivo de contemplara a natureza e ter contato com a mesma, como indica o gráfico a seguir. Também figura como motivação de destaque o repouso e fuga da rotina, motivação comum para a realização de visitas turísticas com fins diversos. Estudos e pesquisas Apredizagem sobre ecologia Assuntos profissionais

2% 3% 7% 32%

Repouso ou fuga da rotina

50%

Contemplação ou contato com natureza 0%

10%

20%

30%

40%

50%

Figura 115. Motivos que levam visitantes de áreas naturais a áreas de conservação em geral (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

PLANO VICTORIA RÉGIA

139

Dentre os visitantes de áreas naturais entrevistados em Manaus, apenas 30% tiveram sua visita determinada exclusivamente pela visita à área natural. Contudo, todos eles pernoitaram no destino tendo por objetivo conhecer tais áreas. O principal motivo para visitar o destino foi a contemplação ou contato com a natureza, motivo indicado por 35% dos entrevistados. Em seguida aparecem os negócios e trabalho, motivo da visita que resultou em contato com as áreas naturais em questão para 29% dos entrevistados. Também têm percentuais representativos a participação em eventos e o repouso, como indica o gráfico a seguir: 3%

Apredizagem sobre ecologia

11%

Repouso ou fuga da rotina

15%

Participação em eventos

29%

Assuntos profissionais

35%

Contemplação ou contato com a natureza 0%

10%

20%

30%

40%

Figura 116. Motivos que levaram visitantes de áreas naturais a realizar a visita em curso (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

Em menores percentuais aparecem motivos como a aprendizagem sobre ecologia, adesão à tendência por ecoturismo, espiritualidade e prática de esportes, entre outros, para a visitação do destino Manaus. A permanência destes turistas na área natural é inferior a um dia em 30% dos casos e em 25% deles não supera dois dias. O acesso ao destino é realizado através de avião por 93% dos visitantes, como indica gráfico na seqüência: 4%

2% 1% Avião Navio/barco Ônibus de Linha 93%

Carro Próprio

Figura 117. Meio de transporte utilizado pelos visitantes de áreas naturais (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

O principal meio de hospedagem utilizado em Manaus são os hotéis de 4 ou 5 estrelas e os hotéis de selva, juntos responsáveis pela acomodação de 82% dos entrevistados pela pesquisa aqui abordada. Também figuram como meios de hospedagem utilizados hotéis de 1 a 3 estrelas, casas de amigos e parentes, pousadas e campings.

PLANO VICTORIA RÉGIA

140

Outro

1%

Camping

1% 2%

Pousada

5%

C. Amigos/Parentes

10%

Hotel 1 a 3 estrelas

35%

Lodge/Hotel de Selva

47%

Hotel 4 ou 5 estrelas 0%

10%

20%

30%

40%

50%

Figura 118. Meio de hospedagem utilizado pelos visitantes de áreas naturais (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

A compra de pacotes junto a agências de viagens e a organização de viagem por conta própria são as principais formas de organização de viagem utilizadas pelos entrevistados. Também há parcela de turistas que tiveram a visita organizada pela empresa em que trabalham, certamente aqueles cuja principal motivação para a visita é a realização de negócios. 4%

2%

Agência de viagens

18% 38%

Conta própria Empresa em que trabalha Amigos, colegas ou parentes

38%

Escola, igreja, etc

Figura 119. Forma de organização da visita utilizada pelos visitantes de áreas naturais (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

As visitas realizadas são comumente feitas em companhia de amigos, sozinhos ou em grupos familiares sem crianças, como indica o gráfico a seguir. Os grupos de excursão e grupos familiares com crianças são apenas 9% dos grupos que visitam o destino.

Grupo de excursão Grupo familiar com crianças

1% 8%

Grupo familiar sem crianças

29%

Sozinho

30% 31%

Grupo de amigos 0%

10%

20%

30%

40%

Figura 120. Tipo de acompanhamento dos visitantes de áreas naturais na atual visita (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

PLANO VICTORIA RÉGIA

141

A internet é o principal meio de informação através do qual este público tem informações sobre o destino visitado. Amigos e parentes também são fonte de informação utilizada por parcela significativa dos entrevistados, assim como a televisão e agências de viagens, como indicado a seguir: Internet 4%

Amigos, colegas ou parentes

4%

4%

26%

7%

Televisão Agências de viagens Revistas

17%

Postos de informação 20%

18%

Guias (publ. especializadas) Outros

Figura 121. Meio de informação utilizado pelos visitantes de áreas naturais (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

Grande parte dos entrevistados já visitou anteriormente o destino Manaus, área natural abordada pela pesquisa: 86% dos turistas abordados já estiveram 1 ou 2 vezes na área natural em questão. 13 ou mais

0%

10 a 12

1%

5a9 3 ou 4

3% 9% 86%

1 ou 2 S/ Resposta 0%

1% 50%

100%

Figura 122. Número de visitas já realizadas na mesma área natural (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002

Os gastos totais correspondentes à visita à cidade de Manaus, incluindo passeios em áreas naturais, variam entre R$ 2.000 e R$ 5.000. A faixa de gastos mais representativa é aquela que contempla gastos acima de R$ 2.000 para a visitação do destino, conforme indica gráfico a seguir:

PLANO VICTORIA RÉGIA

142

7%

Acima de R$ 10.000

27%

De R$ 5.001 a R$ 10.000

53%

De R$ 2.001 a R$ 5.000 12%

De R$ 1.001 a R$ 2.000 De R$ 701 a R$ 1.000

0%

De R$ 401 a R$ 700

1%

De R$ 251 a R$ 400

1%

De R$ 101 a R$ 250

0%

Até R$ 100

0% 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Figura 123. Classes de gastos totais efetuados na atual visita pelos visitantes de áreas naturais (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

A maior parcela dos entrevistados na cidade de Manaus reside no Brasil e 30% destes turistas tem residência no exterior. Estrangeiros 30%

Brasileiros 70%

Figura 124. Origem dos visitantes da área natural (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

A região Sudeste do Brasil é onde residem 54% dos entrevistados que vivem no Brasil. Os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro são os maiores destaques entre as unidades da federação de residência dos entrevistados. Deve-se, mais uma vez, citar que tais Estados correspondem aos principais emissores de turistas domésticos no Brasil. Parcela significativa dos turistas entrevistados também reside na região Sul do Brasil: 11,9% deles vivem no Sul, com destaque para o Estado do Paraná. A região Norte figura em terceiro lugar, como residência de 11,2% dos entrevistados, sendo grande parte deles residentes no próprio Estado do Amazonas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

143

Ranking

UF

Percentual

1

São Paulo

36,9%

2

Rio de Janeiro

12,6%

3

Amazonas

6,3%

4

Distrito Federal

6,3%

5

Paraná

5,8%

6

Roraima

4,9%

7

Minas Gerais

4,1%

8

Santa Catarina

3,9%

9

Ceará

2,9%

10

Pernambuco

2,7%

11

Bahia

2,4%

12

Rio Grande do Sul

2,2%

13

Outros

9,0%

Tabela 44. Unidades da federação de origem dos visitantes brasileiros da área natural (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

Os visitantes entrevistados residentes no exterior têm os Estados Unidos como principal origem (13,7%). Em seguida figuram como origem destes visitantes a Inglaterra, Alemanha e França, como observado na tabela a seguir: Ranking

País

Percentual

1

EUA

13,7%

2

Inglaterra

11,6%

3

Alemanha

6,8%

4

França

6,2%

5

Japão

5,5%

6

Espanha

4,8%

7

Itália

4,8%

8

Portugal

4,8%

9

Canadá

4,1% 2,7%

10

China

11

Holanda

2,7%

12

Argentina

2,1%

13

Outros

30,2%

Tabela 45. Países de origem dos visitantes estrangeiros da área natural (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

Apesar da maior parcela dos visitantes residirem nos EUA, 42% dos entrevistados vive em países europeus, o principal continente emissor de turistas para o destino. Os países americanos representam 20% das origens destes turistas e os asiáticos 8%. Os assalariados são 45% dos visitantes entrevistados em Manaus, seguidos pelos profissionais autônomos ou liberais, ocupação de 30% dos mesmos visitantes.

PLANO VICTORIA RÉGIA

144

Ocupação

Percentual

Assalariado com registro

44,6%

Profissional autônomo ou liberal

29,9%

Empresário

9,0%

Estudante

8,4%

Aposentado

4,3%

Dona de Casa

2,2%

Assalariado sem registro

1,6%

Tabela 46. Ocupações dos visitantes de áreas naturais (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

A faixa de renda mensal de 40% dos visitantes entrevistados fica acima de R$ 10 mil, alto poder aquisitivo em âmbito nacional. As faixas salariais mais baixas têm pouquíssima representatividade entre estes entrevistados, como indicado no gráfico: 40%

Acima de R$ 10.000 De R$ 6.000 a R$ 9.999

17%

De R$ 4.000 a R$ 5.999

18% 14%

De R$ 2.500 a R$ 3.999 6%

De R$ 1.500 a R$ 2.499 De R$ 1.000 a R$ 1.499

2%

De R$ 500 a R$ 999

1%

Até R$ 499

0%

0%

25%

50%

Figura 125. Faixas de renda mensal dos visitantes de áreas naturais (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

Os visitantes com nível superior completo são maioria no destino e representam 76% dos entrevistados 76%

Superior compl. 12%

Superior incompl.

9%

Colegial compl. Ginasial compl.

1%

Primário compl.

1%

Primário incompl.

0%

Analfabeto

0% 1%

S/ Resp. 0%

20%

40%

60%

80%

Figura 126. Nível de instrução dos visitantes de áreas naturais (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

Os visitantes realizam como principais atividades nas áreas naturais as caminhadas na selva e passeios relacionados aos rios da região. Também figuram na listagem disposta a

PLANO VICTORIA RÉGIA

145

seguir atividades como idas a cachoeiras, visitas a tribos indígenas e o repouso, simplesmente. Ranking

Atividades

1

Caminhada/trilha na selva

2

Passeio de barco

3

Pesca de piranha

4

Contemplação/observação da selva, rios, animais e aves

5

Passeio de canoa (canoagem)

6

Focagem de jacaré

7

Descanso/repouso

8

Cachoeiras

9

Visitação à tribo indígena

10

Banho de rio

Tabela 47. Principais atividades praticadas pelos visitantes nas áreas naturais (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

A avaliação das estruturas disponíveis para visitação nas áreas naturais de Manaus e entorno são positivas em grande parte dos casos. O valor estético das paisagens, acesso aos atrativos e vias de circulação nos atrativos são os quesitos que tiveram maior avaliação positiva. Estrutura

% de Avaliações Positivas

Valores estéticos das paisagens

97,3%

Acesso ao parque/atrativos

87,8%

Vias de Circulação no Parque/Atrativos

82,3%

Conservação do parque/atrativos

76,4%

Atendimento dos guias/monitores do parque/atrativos

72,6%

Meios de transporte interno do parque/atrativos

71,5%

Atendimento dos funcionários

71,5%

Segurança no local

70,9%

Atrativos culturais

64,3%

Condições de limpeza e higiene

50,0%

Sanitários públicos

36,7%

Preços internos em geral

34,0%

Sinalização e Comunicação Interna

32,8%

Tabela 48. Avaliação da estrutura para visitação na área natural (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

Por fim, os fatores que impedem a visitação de área naturais da região são expostos na tabela a seguir:

PLANO VICTORIA RÉGIA

146

Ranking

Fatores de impedimento

1

Falta de tempo

2

Falta de informação/divulgação (não sabia que existia)

3

Falta de interesse/curiosidade

4

Não estava incluso no pacote/não programado

5

Faltou dinheiro (passeios eram muito caros)

6

A viagem foi a trabalho/negócios

7

Acesso ao atrativo era difícil

8

Passeio não terminou, ainda vai visitar outros

9

Preferiu aproveitar a infra-estrutura do hotel

10

Ficou apenas navegando (não saiu do barco)

Tabela 49. Fatores de impedimento à visitação dos atrativos da área natural (2002) Fonte: Ministério do Turismo/Embratur/Fipe, 2002.

A falta de tempo para visitar os atrativos ou a falta de informação sobre sua existência são os principais motivos que impedem a visitação de alguns atrativos da região. Alguns deles ainda não figuram em pacotes de viagens e não são visitados por tal motivo.

Perfil dos eventos realizados De acordo com o “Dimensionamento econômico do setor de eventos”, as reuniões, eventos sócio-culturais e convenções são os principais tipos de eventos realizados no Amazonas. Eventos Esportivos

0%

Eventos Mistos

3%

Feiras Comerciais

3%

Exposições / Leilões

5%

Congressos

8%

Convenções

24%

Eventos Sócio-culturais

24% 34%

Reuniões 0%

10%

20%

30%

40%

Figura 127. Tipologia dos eventos realizados em Manaus (2001) Fonte: FBC&VB/SEBRAE/CTI, 2001.

Os eventos realizados no Estado concentram-se no segundo semestre do ano, entre os meses de agosto e dezembro, em que 64% dos eventos são realizados. O mês de agosto é o mais representativo, sendo que nele ocorrem 20% dos eventos dos espaços pesquisados.

PLANO VICTORIA RÉGIA

147

30% 15% 0% Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Figura 128. Distribuição anual do volume de eventos realizados em Manaus (2001) Fonte: FBC&VB/SEBRAE/CTI, 2001.

Os dias de semana, ou seja, de segunda-feira a sexta-feira, são aqueles mais procurados para a realização de eventos nos espaços de Manaus. Apenas 31% dos eventos ocorrem aos finais de semana, como indica o gráfico a seguir: 69%

80% 60% 31% 40% 20% 0%

Fins de Semana Dias de Semana

Figura 129. Dias de maior procura pelos espaços para eventos de Manaus (2001) Fonte: FBC&VB/SEBRAE/CTI, 2001.

A maior parcela dos eventos realizados nos espaços de Manaus é de alcance local ou regional, ou seja, têm como público-alvo residente nas cidades amazonenses ou cidades da região Norte do Brasil. Os eventos de âmbito internacional e latino-americanos representam parcela reduzida doas eventos ocorridos em Manaus.

Latino Americano

4%

Internacional

4% 15%

Nacional

33%

Regional

44%

Local 0%

10%

20%

30%

40%

50%

Figura 130. Âmbito dos eventos realizados em Manaus (2001) Fonte: FBC&VB/SEBRAE/CTI, 2001.

As empresas do setor privado são responsáveis pela locação de grande parte dos espaços de eventos de Manaus, como indica gráfico a seguir:

PLANO VICTORIA RÉGIA

148

13%

6% Empresas Privadas Empresas Públicas

13%

Entidades/Instituições 68%

Outros

Figura 131. Clientes que locam os espaços para eventos de Manaus (2001) Fonte: FBC&VB/SEBRAE/CTI, 2001.

O número de eventos realizado mensalmente nos espaços para eventos de Manaus é reduzido: 46% dos estabelecimentos indicam realizar apenas entre 2 e 5 eventos ao mês. De 16 a 20

8%

De 11 a 15

15% 31%

De 6 a 10

46%

De 2 a 5 0%

20%

40%

60%

Figura 132. Faixas de número de eventos realizados por mês em Manaus (2001) Fonte: FBC&VB/SEBRAE/CTI, 2001

Segundo estimativas elaboradas pelo estudo em questão, foram realizados no ano de 2001 1.474 eventos em Manaus, atingindo um total de 120.094 participantes. Volume Média de eventos anuais por espaço

82

Total de eventos realizados anualmente

1.474

Média de participantes por evento

82

Total de participantes de eventos anualmente

120.094

Tabela 50. Volume de eventos e participantes de eventos em Manaus (2001) Fonte: FBC&VB/SEBRAE/CTI, 2001.

Os participantes destes eventos costumam gastar, em média, R$ 325 por dia cada um, sendo que os custos de hospedagem correspondem à maior parcela destes gastos, como indicado abaixo:

PLANO VICTORIA RÉGIA

149

Outros 5% Transporte

Hospedagem

31%

43%

Alimentação 21%

Figura 133. Distribuição dos gastos dos participantes de eventos de Manaus (2001) Fonte: FBC&VB/SEBRAE/CTI, 2001.

4.3.2 Segmentação A demanda recebida atualmente pelo Estado do Amazonas está centrada em dois segmentos específicos: Turismo de Natureza e Turismo de Negócios e Eventos. Como observado através dos dados expostos anteriormente, cada um dos segmentos apresenta perfil de visitante diferenciado, cujas características serão retomadas neste momento. O segmento de natureza é uma tendência ascendente em todo o mundo e tem importante papel no turismo amazonense. O turista que vai ao Estado em busca de contato com a natureza representa parcela significativa do fluxo estadual e se dirige ao destino em busca da singular beleza da floresta amazônica, possivelmente um dos maiores ícones naturais do mundo. São turistas residentes no exterior, em sua maioria, e que permanecem na cidade de Manaus por poucos dias, depois dos quais se dirigem aos empreendimentos de selva no Estado do Amazonas ou realizam cruzeiros pelo Estado. Também há parte destes turistas que têm na capital sua base para visitação e realizam passeios nas cercanias de Manaus. O público que compõe este segmento tem no contato com a natureza sua principal motivação para visitar o Amazonas. Este contato pode ser traduzido em atividades de interação com a natureza ou apenas em descanso e repouso tendo como pano de fundo o ambiente. Também é comum neste segmento o contato com a cultura tradicional do Estado, seja através da compra de artesanato típico ou através da visitação de comunidades indígenas e tradicionais. A principal origem destes turistas são os Estados Unidos e Europa, grandes emissores mundiais de turistas. Sua visita ao Amazonas não tem sazonalidade acentuada, porém predomina nos meses de férias escolares nestas regiões – julho e agosto. Já o segmento de negócios e eventos tem como principal característica a permanência na capital estadual, Manaus, para a realização de reuniões de trabalho e atividades de negócios diversos. A existência do Pólo Industrial de Manaus é um dos principais geradores deste segmento.

PLANO VICTORIA RÉGIA

150

Os turistas que se dirigem ao Estado por negócios e são potencial público para eventos de segmentos específicos industriais são brasileiros, em sua maioria, residentes na região Sudeste do Brasil, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, os Estados que mais se destacam em âmbito nacional no que diz respeito à emissão de turistas para os demais destinos nacionais.

4.3.3 Concorrentes Ao longo deste item serão traçados breves perfis dos principais concorrentes do Estado do Amazonas nos dois principais nichos de mercado em que atua o destino: Turismo de Natureza e de negócios e eventos.

SEGMENTO DE NATUREZA O Turismo de Natureza no Estado do Amazonas trata com um dos maiores ícones naturais do mundo: a Amazônia. Sendo assim, a concorrência neste segmento inclui os destinos nacionais Belém/Santarém, Bonito, Foz do Iguaçu e Pantanal e os internacionais Costa Rica, Equador, Peru e África do Sul.

Belém e Santarém (PA) A cidade de Belém passou recentemente por processo de revitalização de construções históricas importantes e conta com patrimônio edificado de grande interesse ao público visitante. Além das construções, tem na cozinha regional e nas tradições da cultura amazônica, outro atrativo para seus visitantes. Próximo a Belém está a Ilha do Marajó, com praias e dunas, igarapés e fazendas de búfalos, algumas com estrutura para receber turistas que pernoitam na Ilha para apreciar sua exuberância. Ainda no Estado do Pará, próximo à divisa com o Amazonas, está Santarém, cidade que dá acesso à vila de Alter do Chão, onde se encontram os rios Amazonas e Tapajós. No local o turista realiza passeios por rios e conhece belas praias fluviais. A cidade de Belém tem estrutura turística desenvolvida: conta com hotéis, restaurantes e diversas empresas que fazem o serviço de receptivo local. Na cidade de Santarém também há oferta de hotéis e receptivo local. As duas cidades têm aeroportos, sendo o de Belém internacional. A cidade de Belém é acessível por meio rodoviário e fluvial, enquanto Santarém só pode ser acessada por estrada de terra durante o período de seca. No restante do ano, seu acesso é feito por meio de rios ou com o uso de aviões. A oferta turística do eixo Belém – Santarém e similar à oferta amazonense: a cultura tradicional amazônica e a exuberância da floresta. Apesar do mais fácil acesso a – em relação ao acesso à capital amazonense - o Estado do Amazonas tem em sua imagem mais arraigado o

PLANO VICTORIA RÉGIA

151

imaginário do turista sobre a floresta amazônica. Outro importante ponto a ser ressaltado é a possibilidade de comercialização de produtos conjuntos entre os dois Estados, aproveitando principalmente a proximidade de Parintins a Alter do Chão.

Bonito (MS) Bonito é um dos mais famosos e estruturados destinos de ecoturismo do Brasil. O carro chefe da visitação da cidade e seu entorno é a flutuação em rios de águas claras para a observação de peixes e fauna da região. Também faz parte da oferta de bonito a visitação de cavernas, cachoeiras e as caminhadas na mata, com observação de fauna e flora. Outro importante componente da oferta do destino é a realização de esportes de aventura, tais como o rapel, mergulho, trekking, entre outros. Bonito conta com infra-estrutura hoteleira diversa, destinada a segmentos de público variados, e receptivo bem estruturado, focado na realização de atividades de ecoturismo. O acesso à cidade é feito por via rodoviária, a partir de Campo Grande. Bonito é um dos mais ascendentes destinos de ecoturismo do Brasil nos últimos anos e atrai demanda de todo o país. Além de seu apelo, conta com proximidade maior de grandes pólos emissores da região Sudeste, diferentemente do que acontece com os destinos amazonenses. Contudo, os preços abusivos praticados na alta temporada comprometem a visitação do destino.

Foz do Iguaçu (PR) Foz do Iguaçu é internacionalmente conhecida por suas cataratas. A cidade encontra-se na divisa com a Argentina e o Paraguai e nela está o Parque Nacional do Iguaçu. A visitação ao Parque é realizada através de trilhas bem estruturadas que dão acesso às diversas quedas d’água do Parque. Além disso, é possível também observar a fauna e a flora locais ao longo deste percurso. Outras atividades são realizadas no destino, sendo uma das mais famosas o passeio de botes próximo às quedas d’água, o “Macuco Safári”. O vôo panorâmico, rapel e outras atividades de aventura também são realizadas no destino. A cidade de Foz do Iguaçu conta com hotéis de grande variedade que atendem a diversos tipos de público. Tem estrutura de restaurantes desenvolvida e muitas agências de receptivo que realizam passeios pela região. A cidade possui aeroporto internacional e é acessível também por meio rodoviário desde a capital, Curitiba, e São Paulo. As cataratas do Iguaçu, junto à floresta amazônica, é um dos símbolos das belezas naturais brasileiras. Apesar das diferentes características da visitação ao Parque Nacional do Iguaçu, deve-se levar em conta a proximidade dele de pólos emissores nacionais e o fácil acesso do turista internacional à cidade, diferentemente do observado nos destino do Amazonas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

152

Pantanal (MT/MS) O pantanal mato-grossense é um dos principais destinos do Brasil para a pesca esportiva e o ecoturismo. Ele abrange diversos municípios no Estado do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul onde podem ser realizadas atividades como passeios de barco, observação de fauna e flora, fotografia de animais, além da pesca. Há ainda na região a Transpantaneira e a EstradaParque que possibilitam a observação de aves da região, além de outros animais, ao longo de seu percurso. A hotelaria no Pantanal é diversa, concentrada nas cidades de Cáceres, Barão de Melgaço, Aquidauana, Corumbá, Miranda e Porto Murtinho. Além dos empreendimentos hoteleiros comuns, há empreendimentos voltados especificamente para os visitantes que vão ao Pantanal pela pesca e outros voltados para o ecoturista. Há também ampla estrutura de receptivo, inclusive empresas voltadas especificamente para o segmento de pesca. O acesso ao Pantanal é feito através da Transpantaneira e há aeroportos internacionais nas cidades de Corumbá e Cuiabá. O Pantanal é um grande concorrente do Amazonas: lá podem ser realizadas atividades similares àquelas desenvolvidas no Estado, baseadas na contemplação da natureza, inclusive em empreendimentos em meio à mata. Além disso, o segmento de pesca já é bem fixado na região, assim como no Amazonas. O acesso à região desde a região Sudeste é fácil e pode ser feito inclusive por via rodoviária, o que dá vantagem ao Pantanal. Contudo, o apelo amazônico é composto por forte elemento tradicional, como comunidades indígenas e ribeirinhas e lendas da região, característica não tão fortemente presente no Pantanal.

Costa Rica A Costa Rica, um destino exótico por muitos anos, hoje é um dos mais disputados destinos turísticos da América Latina, especialmente por suas belezas naturais. O país tem biodiversidade rica e possibilita ao turista a contemplação de paisagens quase inóspitas: são praias semi-desertas, rios em meio à conservada floresta tropical, parques nacionais e fauna riquíssima. A Costa Rica tem como uma de suas grandes marcas o ecoturismo e o Turismo de Aventura, porém nos últimos anos vêm desenvolvendo também empreendimentos de grande porte, tais como resorts e clubes de golfe. A hotelaria da Costa Rica é majoritariamente composta por hotéis de pequeno e médio porte que têm ocupação alta ao longo de todo o ano. A partir da década de 1990 também se desenvolveram no país megaresorts e empreendimentos similares, de grande porte. Contudo, o padrão de qualidade e luxo encontrado nos empreendimentos costarriquenhos não se compara àquele observado nos resorts do Caribe e Havaí. Também há no país pequenos ecolodges, mas ainda pouco difundidos. Há algumas linhas aéreas domésticas no país, que interligam seu pouco extenso território a preços acessíveis. Contudo, a circulação por ônibus

PLANO VICTORIA RÉGIA

153

é a maneira mais barata de transporte na Costa Rica, sendo tais meios de transporte bem mantidos, apesar das estradas mal sinalizadas. A Costa Rica é um dos destinos mais ascendentes mundialmente, especialmente devido ao seu apelo ecoturístico. No país é possível ter contato com a exuberância da floresta tropical, assim como no Amazonas, contudo a uma grande proximidade de grandes emissores internacionais, com destaque para os EUA. Além disso, o país se destaca na visitação de ambientes naturais protegidos.

Equador O Equador é mundialmente conhecido pela biodiversidade rara das ilhas Galápagos, porém no país é possível a realização de diversas outras atividades, além da visita às ilhas – com certeza, experiência única. Entre os atrativos do Equador se destacam as construções históricas de Quito, o mais alto vulcão ativo do mundo, os resquícios Incas de Cuenca e a floresta tropical. Em meio à floresta, com biodiversidade rica, são avistados animais diversos, feitos passeios pelos rios e visitas a comunidades tradicionais. Há no Equador tipos variados de hospedagem, sendo que tem maior destaque um grande resort de luxo nas ilhas Galápagos. Contudo, o principal tipo de hospedagem usado pelos visitantes da ilha são barcos. No Equador é possível se hospedar em hotéis de alta classe, executivos e até em casas coloniais. Destacam-se também as haciendas, espécies de hospedarias em antigos casarios que vêm se multiplicando no país. Assim como em outros países sul-americanos citados neste documento, os lodges de selva são encontrados no Equador. Em relação ao transporte interno no Equador, não são grandes os entraves, visto que é um dos menores países da América do Sul. Contudo, as estradas do país não apresentam boa conservação em todos os trechos e os ônibus são normalmente cheios. As linhas aéreas domésticas percorrem grande parte do território equatoriano e são uma opção para evitar os ônibus. A imagem turística do Equador está extremamente relacionada às ilhas Galápagos e sua natureza intocada, com animais jurássicos e raros. A visitação às ilhas é cara, restrita a público de maior poder aquisitivo, porém há no Equador outros produtos turísticos menos explorados além das ilhas. O Equador já tem público cativo por sua imagem natural, contudo a exuberância da floresta amazônica é muito mais associada a outros países do que ao Equador, que ainda busca seu posicionamento além de Galápagos.

Peru O Peru é um rico destino turístico, que apresenta tanto diversidade de atrativos naturais, com culturais. Entre os atrativos do país, podem ser visitados desde cidades com arquitetura colonial a lodges de selva na Amazônia, desde montanhas andinas e vulcões a uma bela costa marítima, além das marcas dos Incas e outras civilizações que habitaram o país. Dentre os PLANO VICTORIA RÉGIA

154

destinos peruanos, Machu Pichu é o que mais se destaca: a antiga cidade é uma das mais visitadas mundialmente. A variedade de acomodações no Peru é grande: inclui desde grandes hotéis de luxo a monastérios do século 16. A maioria dos empreendimentos é de pequeno e médio porte, normalmente independentes – não pertencentes a grandes redes. Também são encontrados lodges na floresta, casas coloniais e acomodações de baixo custo. O transporte no Peru não é dos mais fáceis: o país é extenso e recortado por montanhas, desertos e floresta. Há linhas de trem para locomoção interna, porém elas cobrem pequena parte das principais rotas turísticas. Há ainda a possibilidade de percorrer o país por seus rios e por rotas aéreas, embora em grande parte dos casos o acesso mais viável seja por carro. A riqueza cultural encontrada no Peru é um de seus grandes atrativos turísticos. Tem beleza e significado únicos no mundo e influenciam a visita de milhares de turistas anualmente. O país ainda possui parte de seu território permeado pela floresta amazônica, motivo que o assemelha ao Amazonas, enquanto destino turístico. O Peru é um grande concorrente do Amazonas e que já tem imagem divulgada frente a extenso público. Contudo, os atrativos do Peru podem ser agregados aos amazonenses através da organização de roteiros conjugados entre os dois países fronteiriços.

África do Sul A África do Sul é um destino turístico procurado principalmente por suas belezas naturais e biodiversidade. No país são observados ecossistemas variados que propiciam a vivência de espécies diversas de fauna e flora e direcionam a visitação do país. As atividades mais comumente praticadas são aquelas relacionadas à aventura em meio à natureza: trilhas, caminhadas com bicicletas, safáris na savana. Todos emoldurados pela cultura vibrante africana. Além disso, algumas cidades do país ainda se destacam como centros cosmopolitas, proporcionado atratividade variada ao destino. A hotelaria sul-africana é extremamente variada: no país são encontrados desde empreendimentos econômicos até luxuosos hotéis com localização magnífica. Um dos pontos comuns a grande parte da oferta hoteleira é a possibilidade de contemplar belas paisagens desde o empreendimento. São encontradas ainda no país hospedarias, usualmente no campo, preparadas para receber turistas. O sistema rodoviário na África do Sul é conservado e organizado, fazendo com que o aluguel de veículos seja uma boa opção para o transporte interno no país. A combinação de viagens aéreas e rodoviárias é possibilidade, uma vez que há rede conectando as principais cidades do país. É possível ainda utilizar os serviços de companhia de ônibus para percorrer a África do Sul. A África do Sul é um destino turístico que agrega a modernidade de grandes cidades à possibilidade de contato com as savanas e grandes animais selvagens africanos. A visitação do país, embora tenha na natureza seu foco, é diversa daquela observada no Amazonas PLANO VICTORIA RÉGIA

155

principalmente devido aos ecossistemas diferenciados que apresenta. Contudo, é concorrente forte do Amazonas, visto que a seleção por destino exuberante pode ser facilmente deslocada para o continente africano, com custos similares ou até inferiores aos que teria a visitação do Amazonas.

SEGMENTO DE NEGÓCIOS E EVENTOS O Turismo de Negócios e eventos no Amazonas concentra-se na capital, Manaus, e tem no Pólo Industrial de Manaus sua força motriz. Contudo, a deficiente estrutura para a realização de eventos na região pode fazer com que outros destinos sejam preteridos em detrimento de Manaus. Sendo assim, abordaremos na seqüência os dois mais importantes destinos de negócios do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, e a capital do Estado vizinho do Amazonas, Belém, no Pará.

Belém (PA) Belém não tem no Turismo de Negócios e eventos de negócios um de seus mais fortes segmentos, A estrutura da cidade voltada para este segmento, assim como a de Manaus, concentra-se em hotéis e alguns empreendimentos específicos para o setor. Contudo, não são estruturas que comportam eventos especializados ou feiras e exposições de grande porte. A concorrência entre Belém e Manaus neste segmento específico beneficia a capital amazonense pela presença de um atrativo não presente em Belém – o Pólo Industrial de Manaus. Além disso, a estrutura de eventos de Manaus vem se desenvolvendo em ritmo mais acelerado do que a da capital paraense, com a implantação de hotéis novos e modernos espaços ao longo dos últimos anos. Contudo, o acesso à Belém ainda é mais fácil do que o acesso à cidade de Manaus e pode influenciar a escolha da sede de eventos ou do destino de negócios na região Norte de alguns elementos do mercado analisado.

São Paulo (SP) A cidade de São Paulo é uma das mais importantes do Brasil, especialmente em termos econômicos: lá estão concentradas sedes de empresas diversas. Além disso, a cidade é sede de muitos dos eventos sediados no país, por contar com ampla estrutura para sua realização. Além de centros de convenções modernos, tem também cadeia hoteleira muito ampla, com espaços disponíveis para a realização desde reuniões de negócios de pequeno porte até grandes feiras e exposições. A cidade é ainda um dos principais portões de entrada internacionais do Brasil e tem ampla rede rodoviária que a conecta a todo o país, além de vôos domésticos diversos. São Paulo é um concorrente com o qual o Estado do Amazonas não tem porte para competir. A estrutura para a realização de eventos e recebimento de turistas de negócios na cidade é extremamente superior à de Manaus. Contudo, em Manaus há grande atrativo deste PLANO VICTORIA RÉGIA

156

tipo de turista, que é a Zona Franca, e a capital paulista pode ser modelo estudado para a melhor configuração da oferta amazonense voltada para este segmento específico.

Rio de Janeiro (RJ) Assim como São Paulo, o Rio de Janeiro tem destaque no cenário nacional como potência econômica. Além disso, a cidade apresenta belas paisagens que servem como pano de fundo aprazível para a realização de eventos diversos no local. Além de sua atratividade turística, o Rio de Janeiro conta com infra-estrutura hoteleira desenvolvida, embora não tão diversa como a paulista, e com espaços para a realização de eventos variados. No Rio de Janeiro são comuns espaços em locais aprazíveis, como a Marina da Glória, com bela vista da Baia de Guanabara. Contudo, a estrutura para realização de grandes feiras e exposições é deficiente restringindo-se ao Rio Centro. A cidade também é um dos principais portões de entradas internacionais no Brasil e pode ser acessada por meio rodoviário desde as demais regiões do país. A concorrência entre o Rio de Janeiro e Manaus assemelha-se àquela determinada entre a capital amazonense e São Paulo: o nível de estruturação de ambas as cidades é extremamente diferente. O Rio de Janeiro, assim como São Paulo, deve ser tido como modelo, especialmente no que diz respeito a agregar ao segmento de eventos e negócios a atratividade turística do destino.

PLANO VICTORIA RÉGIA

157

4.4 Comercialização e promoção 4.4.1 Receptivo A pesquisa apresentada na seqüência foi realizada junto a 20 empresas que atuam no mercado de receptivo no Amazonas. A pesquisa foi realizada com o objetivo de identificar o perfil destas empresas, dos produtos por elas comercializados e do público por elas atendido. Na seqüência, são apresentados os principais resultados obtidos.

Perfil das empresas Dentre as empresas entrevistadas, oito são hotéis de selva, nove são agências e/ou operadoras de turismo e sete são transportadoras turísticas, sendo que algumas delas operam cruzeiros fluviais pelo Estado. Operadora

1

Agência

1 3

Transportadora

7

Agência e Operadora

8

Hospedagem 0

2

4

6

8

Figura 134. Tipologia das empresas consultadas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Todas as empresas entrevistadas atendem ao mercado receptivo do Amazonas. Algumas delas também atuam com produtos emissivos nacionais e internacionais, ou seja, além de comercializarem produtos para o Amazonas, trabalham também com pacotes para destinos diversos, do Brasil e do exterior. 20 20

10

4

3

0 Receptivo

Emissivo

Emissivo

nacional

internacional

Figura 135. Foco de atuação das empresas consultadas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

O segmento de ecoturismo e Turismo de Natureza é o principal produto de todas as empresas: 16 das vinte entrevistadas comercializam produtos deste segmento. Grande parte

PLANO VICTORIA RÉGIA

158

das empresas, não apenas aquelas que atuam estritamente com tal segmento, citou os cruzeiros fluviais como segmento comercializados. O gráfico a seguir indica os principais segmentos de produtos trabalhados pelas empresas. Em menor escala e não figurando no gráfico estão os segmentos de eventos, aventura, negócios, cruzeiros marítimos e religioso. Pesca

6

Lazer

6 7

Histórico-cultural

11

Cruzeiros fluviais

16

Ecoturismo 0

5

10

15

20

Figura 136. Segmentos de produtos comercializados pelas empresas consultadas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

O período que vai do mês de julho a setembro é o principal para as vendas de produtos no destino Amazonas, segundo as empresas consultadas. São meses de férias em grandes países emissores da Europa e América do Norte, como os EUA. 15 10 5 0 Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Figura 137. Principais meses de venda de produtos no Amazonas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Os meses de novembro a janeiro também tem algum destaque, período que vai do início ao final das férias escolares no Brasil. Os produtos que envolvem o destino Amazonas, ou seja, os receptivos, são aqueles que representam maior parte do volume de vendas das empresas consultadas: 13 das 20 entrevistadas têm 90% de suas vendas atreladas a tais produtos.

PLANO VICTORIA RÉGIA

159

13

Acima de 90% De 70% a 90%

2

Menos de 50%

2 0

5

10

15

Figura 138. Representatividade média das vendas de produtos no Amazonas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Em relação ao volume de passageiros atendidos anualmente com a venda destes produtos, grande parte das empresas indica atender até 500 clientes no período. Aquelas que atendem mais de 5 mil clientes por ano com a venda de produtos do Amazonas são minorias, como indica o gráfico a seguir: 2

Acima de 5.000 pax

3

De 1.000 a 5.000 pax

4

De 501 a 1.000 pax

7

Até 500 pax 0

2

4

6

8

Figura 139. Clientes atendidos anualmente por produtos no Amazonas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

A estruturação dos produtos do Amazonas das empresas consultadas está relacionada ao estabelecimento de diversas parcerias junto a empresas turísticos atuantes na região. Dentre estas parcerias, destacam-se aquelas firmadas entre as empresas de transporte terrestre e hotéis, agências e operadoras e transportadoras entrevistadas. Tal serviço usualmente referese à contratação de vans e veículos para transporte de passageiros na cidade de Manaus. Empresa parceira

Citações

Transporte terreste

13

Hotel de selva

9

Hotel urbano

9

Transporte fluvial

9

Guia

7

Transporte aéreo

4

Operadoras e agências

3

Tabela 51. Parcerias utilizadas pelas empresas consultadas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

As parcerias com hotéis de selva e urbanos também são citadas como importantes por 9 das 20 empresas entrevistadas. Com mesmo destaque aparecem as parcerias com empresas de transporte fluvial, como indicado pela tabela anterior.

PLANO VICTORIA RÉGIA

160

Os websites das empresas consultadas são a principal ferramenta por elas utilizadas como meio de divulgação de seus produtos: 17 das 20 empresas utilizam seus websites como meio de divulgação. A participação em eventos, distribuição de mala direta por meio eletrônico e de material promocional em pontos diversos também são importantes meios de divulgação para tais empresas, como observado no gráfico a seguir: 1

Mala direta postal Operadoras e agências

2

Radio e TV

2 3

Guias de turismo diversos

4 4

Revista Jornal Material promocional

9

Mala direta eletrônica

9 12

Eventos Site da empresa

17 0

5

10

15

20

Figura 140. Meios de divulgação utilizados pelas empresas consultadas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Em relação à existência de dificuldades para a comercialização dos produtos que incluem os destinos do Amazonas, 13 das 17 empresas que responderam à questão indicaram resposta positiva. A principal dificuldade por estas empresas enfrentada refere-se aos altos preços incidentes sobre o transporte aéreo no Estado, tanto para seu acesso como para circulação interna. Dificuldade

Citações

Altos preços de bilhetes aéreos

7

Difícil acesso

5

Falta de divulgação do destino

5

Prática de preços altos

4

Falta de vôos regulares

2

Preconceitos com rusticidade da região

2

Tabela 52. Dificuldades encontradas na comercialização dos produtos do destino Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Além das dificuldades expostas acima, também foram citadas por respostas dispersas a concorrência com operadoras internacionais, a deficiente infra-estrutura básica do destino e a falta de conhecimento sobre o mesmo por parte dos visitantes.

Produtos comercializados O produto destacado pelas empresas consultadas (com exceção dos hotéis de selva) como aquele mais comercializado para aos visitantes residentes no Brasil é o Encontro das Águas,

PLANO VICTORIA RÉGIA

161

passeio que consiste na visitação por meio de barco de trecho de encontro das águas escuras do Rio Negro com as águas mais claras do Rio Solimões. Nome do produto Encontro das Águas

Citações 6

City tour em Manaus

5

Hotel de selva

5

Cruzeiro fluvial

3

Arquipélago de Anavilhanas

1

PARNA Jaú

1

Pesca

1

Presidente Figueiredo

1

Tabela 53. Produtos mais vendidos para visitantes brasileiros pelas agências, operadoras e transportadoras consultadas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Figuram também com destaque na listagem acima o city tour em Manaus e hotéis de selva, ambos citados por 5 das empresas consultadas. Já entre os produtos comercializados para estrangeiros, as mesmas empresas dão maior destaque aos hotéis de selva, seguido de perto pelos cruzeiros fluviais, como indica a tabela a seguir. O Encontro das Águas aparece com 5 citações e o city tour em Manaus com apenas 3. Nome do produto

Citações

Hotel de selva

8

Cruzeiro fluvial

7

Encontro das Águas

5

City tour em Manaus

3

Pesca

2

Presidente Figueiredo

2

Arquipélago de Anavilhanas

1

PARNA Jaú

1

Tabela 54. Produtos mais vendidos para visitantes estrangeiros pelas agências, operadoras e transportadoras consultadas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Os atrativos ou atividades componentes dos diversos produtos comercializados pelas agências e/ou operadoras entrevistadas são dispostos na tabela a seguir. A focagem de jacaré é a atividade mais constante nos produtos das agências e operadoras, sendo que aparece em 9 produtos dos 57 comercializados pelas empresas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

162

Atrativo

Citações

Focagem de jacaré

9

Centro histórico de Manaus

8

Hotéis de selva

8

Encontro das águas

7

Caminhada na selva

6

Observação de aves

6

Pôr do sol

6

Visita a comunidade

5

Cachoeira Iracema

4

Cachoeira Santuário

4

Arquipélago de Anavilhanas

3

Cruzeiros fluviais

3

Igarapé do Cumaru

3

Pesca de piranha

3

Tabela 55. Atrativos destacados nos produtos de agências e operadoras Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

As visitas ao centro de Manaus – city tour – e os hotéis de selva também figuram entre os mais citados, assim como o Encontro das Águas. Estes três produtos aparecem anteriormente com destaques entre os produtos mais vendidos pelas empresas. Através da tabela acima exposta nota-se que as atividades que colocam o turista em contato com a natureza são as mais comuns nos pacotes: visitas a cachoeiras, lagos, pesca, entre outros. A visita a comunidades tradicionais amazonenses também figura como complemento em alguns destes produtos. Entre os pacotes comercializados pelos hotéis de selva, o destaque continua sendo a natureza, porém a concentração de atividades como caminhadas na floresta, visitas a casas de moradores tradicionais e focagem de jacaré é mais latente. Dos 37 produtos indicados pelas entrevistadas deste segmento específico 26 têm caminhadas na floresta como uma das atividades previstas, 20 têm a vista casas de caboclo e 18 a focagem de jacaré, como indica a tabela a seguir:

PLANO VICTORIA RÉGIA

163

Atrativo

Citações

Caminhada na floresta

26

Visita a casa de caboclo

20

Focagem de jacaré

18

Nascer e pôr do sol

12

Passeio de canoa

12

Pesca de piranha

12

Encontro das águas

9

Floresta dos Macacos

8

Praia

8

Observação de aves e animais

5

Tabela 56. Atrativos destacados nos produtos de hotéis de selva Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Repetem-se passeios como o Encontro das Águas e a focagem de jacaré, mas atividades menos presentes nos pacotes de agências e operadoras são notadas, tais como a pesca de piranha, passeios de canoas, entre outros. Entre as atividades que compõem os pacotes comercializados pelas empresas de cruzeiros fluviais, a pesca é o maior destaque, sendo componente de 7 dos 10 produtos citados por tais empresas. Também figuram na listagem atividades já citadas anteriormente em pacotes de hotéis de selva e agências ou operadoras, como a focagem de jacaré, por exemplo. Atrativo

Citações

Pesca

7

Observação de aves, fauna e flora

4

Focagem de jacaré

3

Visita a casa de caboclo

3

Encontro das águas

2

Entretenimento à bordo

2

Palestras

2

Tabela 57. Atrativos destacados nos produtos de transportadoras turísticas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Manaus é o principal destino dos produtos comercializados pelas agências e operadoras consultadas: a cidade figura em 26 dos 57 produtos comercializados por tais empresas. Outras cidades localizadas nos pólos turísticos Rio Negro e Solimões e Uatumã figuram nos produtos em questão, tais como Iranduba, Presidente Figueiredo, Novo Airão e Barcelos. As cidades de Maués e Parintins, do pólo Sateré / Tucandeira, foram citadas 1 vez cada, não figurando no gráfico de destaques exposto na seqüência:

PLANO VICTORIA RÉGIA

164

2

Barcelos

5

Novo Airão

7

Presidente Fiqueiredo

7

Iranduba

26

Manaus 0

10

20

30

Figura 141. Destinos dos produtos de agências e operadoras Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Já entre os produtos de hotéis de selva, o maior destaque são aqueles de empreendimentos localizados em Iranduba, cidade reconhecida na região por ter grande concentração de empreendimentos deste tipo. Também figuram entre estes produtos os destinos Manaus, Autazes, Silves e Tefé, este último localizado no pólo Rio Negro e Solimões. Tefé

3

Silves

3 5

Autazes

8

Manaus

18

Iranduba 0

5

10

15

20

Figura 142. Destinos dos produtos de hotéis de selva Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Iranduba novamente é destaque quando tratados os destinos dos produtos de cruzeiros fluviais. A cidade aparece em 4 dos produtos destas empresas. Outros destinos do pólo Rio Negro e Solimões também são destaques, como Novo Airão, Careiro e Manacapuru. A cidade de Manaus, do pólo Manaus Encontro das Águas, também se destaca. Manaus

2

Manacapuru

2

Careiro Castanho

2 3

Novo Airão

4

Iranduba 0

1

2

3

4

Figura 143. Destinos dos produtos de transportadoras turísticas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Grande parte dos produtos comercializados por agências e operadoras inclui serviços de traslado, guia e alimentação para o visitante. Já entre os hotéis de selva se agrega a hospedagem, obviamente inclusa em quase a totalidade de seus produtos, Finalmente, nos

PLANO VICTORIA RÉGIA

165

cruzeiros fluviais a hospedagem, alimentação e traslado são os serviços inclusos em todos os produtos identificados. Nos gráficos expostos a seguir nota-se que o Turismo de Natureza é o segmento que mais se destaca entre os produtos comercializados por todos os tipos de empresas consultadas. As agências e operadoras, como indica o gráfico seguinte, também têm nos produtos focados no lazer segmento importante.

Turismo de aventura

1

Pesca esportiva

1 7

Histórico-cultural

16

Lazer

32

Turismo de natureza 0

10

20

30

40

Figura 144. Segmentos dos produtos de agências e operadoras Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Entre os produtos de hotéis de selva, o Turismo de Natureza é segmento unânime: todos os produtos são focados no contato com a natureza.

37

Turismo de natureza

0

10

20

30

40

Figura 145. Segmentos produtos de hotéis de selva Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Entre os produtos de cruzeiros fluviais, o Turismo de Natureza também é grande destaque, porém lado a lado figura o segmento de pesca esportiva, como observado a seguir:

1

Lazer Pesca esportiva

5

Turismo de natureza

5 0

1

2

3

4

5

Figura 146. Segmentos produtos de transportadoras turísticas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

A duração média dos produtos comercializados pelas agências e operadoras é de 1,7 dias. Contudo, a faixa de produtos que mais se destaca é daqueles que têm duração de 4 horas a 8 horas. Também são comuns os passeios que duram até 4 horas. Sendo assim, os produtos mais presentes nestas empresas são aqueles sem pernoite incluso. PLANO VICTORIA RÉGIA

166

6

Mais de 4 dias

11

De 3 dias a 4 dias 2

De 1 dia a 2 dias

13

De 4 a 8 horas 12

Até 4 horas 0

5

10

15

Figura 147. Duração dos produtos de agências e operadoras Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

A duração média dos produtos comercializados por hotéis de selva é superior: em média, os pacotes têm 3,4 dias de duração. Conforme o gráfico a seguir, a faixa de produtos com duração entre 3 e 4 dias é a mais significativa dentre estes produtos. 8

De 5 a 7 dias

17

De 3 dias a 4 dias 9

De 1 dia a 2 dias 0

5

10

15

20

Figura 148. Duração dos produtos de hotéis de selva Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Por fim, a duração média dos pacotes comercializados por cruzeiros fluviais é a mais longa: são 4,7 dias de permanência nos cruzeiros e a faixa mais significativa é a de produtos com duração de 4 a 5 dias.

3

Mais de 5 dias

5

De 4 a 5 dias 2

Até 3 dias 0

1

2

3

4

5

Figura 149. Duração produtos de transportadoras turísticas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Os preços dos produtos comercializados por agências e produtos são extremamente variados, como ilustra o gráfico a seguir, assim como sua duração, conforme observado anteriormente. A faixa mais significativa é a de produtos com preço médio individual de R$ 101 a R$ 300, referente aos produtos de duração entre 4 e 8 horas, os mais comuns na cartela destas empresas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

167

10

Acima de R$ 1.000 3

De R$ 501 a R$ 1.000

5

De R$ 301 a R$ 500

21

De R$ 101 a R$ 300 6

Até R$ 100 0

5

10

15

20

25

Figura 150. Faixas de preços dos produtos comercializados por agências e operadoras Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Os produtos com valor acima de R$ 1.000 por pessoa também ocupam parcela preponderante Já os preços dos produtos de hotéis de selva apresentam padrão diferenciado. São comercializados por diária, sendo o preço médio das mesmas R$ 242 em apartamentos duplos. A faixa de maior destaque é aquela entre R$ 201 e R$ 300, onde se situam 14 dos produtos comercializados pelos hotéis de selva. São poucos os produtos que praticam diárias superiores a R$ 400.

1

Acima de R$ 400

7

De R$ 301 a R$ 400

14

De R$ 201 a R$ 300 12

Até R$ 200 0

5

10

15

Figura 151. Faixas de preços dos produtos comercializados por hotéis de selva Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

O preço diário dos cruzeiros fluviais é superior ao de hotéis de selva: são R$ 465 por pessoa por dia. As faixas de preços não apresentam preponderância e há distribuição dos produtos entre aqueles que custam entre R$ 300 e R$ 500 e aqueles acima de R$ 500, como expõe o gráfico a seguir.

3

Acima de R$ 500

4

De R$ 300 a R$ 500 0

1

2

3

4

Figura 152. Faixas de preços dos produtos comercializados por transportadoras turísticas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

PLANO VICTORIA RÉGIA

168

Perfil do público atendido Os visitantes estrangeiros são o principal público atendido pelas empresas consultadas:: em média, 77% dos clientes que compram produtos para os destinos do Amazonas nestas empresas têm residência no exterior. Brasileiros 23%

Estrangeiros 77%

Figura 153. Origem dos visitantes Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

A região Sudeste é onde reside a maior parcela dos clientes brasileiros destas empresas, sendo os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro os mais citados como origem dos clientes brasileiros. A região Sul também figura como origem de parcela destes visitantes, como indica a tabela a seguir: Ranking

Estados de origem

Citações

1

São Paulo

16

2

Rio de Janeiro

12

3

Minas Gerais

3

4

Paraná

3

5

Rio Grande do Sul

3

Tabela 58. Estados de origem dos visitantes brasileiros Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Os visitantes estrangeiros, maior parcela da clientela que compra produtos no destino Amazonas das empresas consultadas, são provenientes em sua maioria de países europeus. A América do Norte também é origem de muitos destes visitantes, especialmente os Estados Unidos, principal país de residência dos clientes estrangeiros, segundo as empresas consultadas. Ranking

País de origem

Citações

1

EUA

13

2

Alemanha

11

3

França

6

4

Espanha

5

5

Inglaterra

5

Tabela 59. Países de origem dos visitantes estrangeiros Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

PLANO VICTORIA RÉGIA

169

Apesar da preponderância dos EUA como país de origem dos clientes das empresas entrevistadas, deve-se notar que os países europeus são constantes nas demais posições indicadas no ranking acima. Os clientes brasileiros, de acordo com as entrevistadas, são em grande parte casais sem crianças ou famílias, como indica o gráfico a seguir. 2

Sozinho

3

Grupos

6

Família

11

Casal 0

5

10

15

Figura 154. Tipo de grupo de viagem dos visitantes brasileiros Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Entre os visitantes estrangeiros, o casal sem crianças também é o principal grupo de viagem, seguido pelos grupos de excursão, também indicados pelas empresas consultadas. 1

Incentivo Terceira Idade

2

Sozinho

2 3

Família

9

Grupos

11

Casal 0

2

4

6

8

10

12

Figura 155. Tipo de grupo de viagem dos visitantes estrangeiros Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

A faixa etária dos clientes brasileiros destas empresas concentra-se entre 41 e 50 anos, conforme ilustra o gráfico a seguir: 6

Acima de 50 anos

14

De 41 a 50 anos 10

De 31 a 40 anos 3

De 21 a 30 anos 0

5

10

15

Figura 156. Faixa etária dos visitantes brasileiros Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

A mesma faixa etária é preponderante entre os visitantes estrangeiros atendidos pelas mesmas empresas. Contudo, diferentemente do observado em relação aos clientes brasileiros, a segunda faixa etárias de maior destaque é aquela acima dos 50 anos.

PLANO VICTORIA RÉGIA

170

12

Acima de 50 anos

13

De 41 a 50 anos 12

De 31 a 40 anos 8

De 21 a 30 anos 2

Até 20 anos 0

5

10

15

Figura 157. Faixa etária dos visitantes estrangeiros Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

A principal motivação que leva os clientes brasileiros às empresas consultadas é a compra de produtos que proporcionem contato com a natureza. Apenas uma das empresas apenas cita também a pesca como motivação de destaque entre os brasileiros. Pesca 1

Natureza 15

Figura 158. Motivação para viagem dos visitantes brasileiros Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

O contato com a natureza também é a principal motivação dos clientes estrangeiros atendidos pelas empresas consultadas. A cultura e a pesca também figuram como motivações, porém em menor escala, com apenas 2 e 1 citação, respectivamente. Cultura

Pesca

2

1

Natureza 16

Figura 159. Motivação para viagem dos visitantes estrangeiros Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

O tempo médio de permanência dos visitantes brasileiros clientes das empresas consultadas no Estado do Amazonas é de 4 a 5 dias. Como indica o gráfico a seguir, a permanência de 4 a 5 dias é a mais constante, seguida pela de 2 a 3 dias.

PLANO VICTORIA RÉGIA

171

2

Mais de 5 dias

11

4 e 5 dias 7

2 e 3 dias 0

5

10

15

Figura 160. Tempo de permanência dos visitantes brasileiros Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Entre os clientes estrangeiros também tem maior destaque a faixa de permanência entre 4 e 5 dias, como ilustrado a seguir: 3

Mais de 5 dias

11

4 e 5 dias 8

2 e 3 dias 0

5

10

15

Figura 161. Tempo de permanência dos visitantes estrangeiros Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Grande parte dos turistas estrangeiros atendidos pelas empresas consultadas segue viagem para outros destinos brasileiros após visitar o Amazonas. Já entre os turistas brasileiros o panorama não é o mesmo, como indica o gráfico na seqüência:

100% Não 50%

Sim

0% Brasileiros

Estrangeiros

Figura 162. Percentual de visitantes que seguem para outros destinos do Brasil Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Os visitantes estrangeiros que seguem viagem para outros destinos dirigem-se usualmente para o Rio de Janeiro, Salvador e Foz do Iguaçu, de acordo com as empresas consultadas.

Percepções sobre potencialidades e entraves para o desenvolvimento do turismo no Amazonas As empresas consultadas, além de fornecer perfil do mercado em que atuam, deram suas percepções acerca do turismo no Estado do Amazonas, seus pontos fortes e fracos que acabam por influenciar a comercialização dos produtos destas empresas. PLANO VICTORIA RÉGIA

172

Em relação aos pontos fortes dos recursos e atrativos turísticos do Amazonas, a natureza do Estado é o principal ponto destacado pelas empresas consultadas. A floresta, os rios do Estado, sua biodiversidade e o encontro das águas estão entre os principais destaques. Outro elemento da oferta turísticas do Estado que merece destaque é a cultura tradicional das populações ribeirinhas e indígenas do Estado, vistas como um de seus pontos fortes. Também são destacadas, como se observa na tabela a seguir, o patrimônio histórico edificado, principalmente da cidade de Manaus. PONTOS FORTES

Citações

PONTOS FRACOS

Citações

Floresta

13

Desmatamento e poluição

Rios

11

Acesso

4

Cultura e comunidades tradicionais

9

Localização e dimensões do Estado

4

Biodiversidade

7

Divulgação

3

Bens históricos

4

Impeditivos à visitação de Ucs

2

Encontro das Águas

3

Má conservação dos monumentos

2

Festas

3

População

3

Teatro Amazonas

3

Museus

2

5

Tabela 60. Pontos fortes e fracos dos recursos e atrativos turísticos do Amazonas, segundo empresas consultadas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Apesar de a natureza ser o principal ponto forte destacado pelas empresas, o desmatamento desta natureza é o principal ponto fraco identificado. Também são destacadas como pontos fracos do Estado sua dimensão e o difícil acesso a ele desde destinos emissores de turistas nacionais e internacionais. Quando abordados os serviços turísticos do Estado, seus hotéis, serviços de alimentação, entre outros, o receptivo local organizado e a culinária regional foram os principais destaques. Também foram citados como pontos fortes do setor no Amazonas seus guias, hotéis de selva e a qualidade de restaurantes, entre outros identificados na tabela a seguir: PONTOS FORTES

Citações

PONTOS FRACOS

Citações

Agências

5

Recursos humanos não qualificados e treinados

Cozinha regional

5

Agências e guias ilegais/Informalidade

13 6

Guias

4

Atendimento e informação ao turista deficiente

5

Hotéis de selva

4

Transporte fluvial insuficiente

4

Restaurantes

4

Transporte terrestre restrito

4

Hospitalidade

3

Restaurantes sem qualidade

3

Hotelaria em geral

3

Tabela 61. Pontos fortes e fracos dos serviços turísticos do Amazonas, segundo empresas consultadas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Entre os pontos fracos destes serviços turísticos a falta de qualificação e treinamento dos recursos humanos é amplamente citada: 13 dos 20 entrevistados indicam tal ponto como um

PLANO VICTORIA RÉGIA

173

dos mais deficientes no Estado. Em seguida aparece a informalidade do setor receptivo que, apesar de organizado, ainda apresenta muitos focos de informalidade e ilegalidade na prestação de serviços. Contradizendo um dos pontos fortes citados pelas empresas, figura como ponto fraco do Estado a qualidade de seus restaurantes, considerada ruim. Finalmente, em relação à infra-estrutura básica do Estado o abastecimento de água, com evolução ao longo dos últimos anos, é um dos pontos fortes identificados. Também são destacadas a eficiência da segurança no Amazonas, o abastecimento de energia e a conservação do patrimônio histórico, como disposto a seguir:

PONTOS FORTES

Citações

PONTOS FRACOS

Citações

Abastecimento de água

6

Segurança

9

Segurança eficiente

6

Portos

8

Abastecimento de energia

4

Saneamento

8

Conservação do patrimônio histórico

4

Sinalização

8

Melhora na saúde

2

Aeroportos

6

Melhora no transporte

2

Limpeza pública

6

Transporte urbano deficiente

5

Pavimentação

3

Tabela 62. Pontos fortes e fracos da infra-estrutura básica do Amazonas, segundo empresas consultadas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Novamente os pontos fracos entram em contradição com os pontos fortes identificados: enquanto 6 entrevistados indicam a segurança no Amazonas como um dos pontos fortes do Estado, outro 9 a classificam como um dos pontos fracos para o turismo. Aspectos como os portos do Estado, o saneamento básico e a sinalização das vias também são pontos fracos de destaque. Os entrevistados também foram questionados acerca da capacitação dos recursos humanos no Estado. Dentre as 17 empresas que responderam à questão, 16 indicaram que a capacitação destes recursos no Estado é deficiente. Entre as principais falhas apontadas estão a falta de treinamento, capacitação, qualificação e especialização destes funcionários, como indica a tabela a seguir: PLANO VICTORIA RÉGIA

174

Deficiências

Citações

Falta treinamento

6

Falta capacitação

5

Falta qualificação e especialização

5

Falta motivação

2

Alto custo dos recursos

1

Falta formação geral

1

Falta mão-de-obra

1

Tabela 63. Deficiências dos recursos humanos empregados no turismo, segundo empresas consultadas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

Por fim, as empresas indicaram suas percepções acerca da gestão pública do turismo no Estado do Amazonas, tanto em âmbito estadual como municipal. Muitos dos entrevistados indicam que a gestão pública tem melhorado, mas que há a necessidade de maior desenvolvimento do turismo no Estado, com projetos mais coesos e divulgação mais efetiva junto aos destinos emissores. A divulgação também figura sozinha como um dos problemas da gestão pública. Os empresários alegam tanto a falta de divulgação institucional do destino Amazonas junto a emissores, como divulgação dos projetos que vêm sendo desenvolvidos pelo poder público em prol da atividade e desconhecidos de grande parte do trade turístico. Apontamento

Citações

Tem melhorado, mas é necessário evoluir mais

6

Manaustur tem foco restrito a eventos

4

Falta divulgação do Estado

3

Falta capacitação dos recursos humanos

2

Falta conhecimento sobre a realidade do turismo na região

2

Falta divulgação dos projetos

2

Falta entrosamento com trade

2

Falta participação em eventos e feiras

2

Potencial da região é subutilizado

2

Amazonastur não apresentou progresso

1

Atuação é fraca

1

Deveria haver captação de mais vôos para a região

1

É necessário plano estratégico que dê foco ao desenvolvimento do ecoturismo

1

Projetos em desenvolvimento são mais confiáveis

1

Secretaria de Cultura tem feito um ótimo trabalho

1

Tabela 64. Gestão pública do turismo no Amazonas Fonte: Indústrias Criativas, 2006.

A capacitação dos recursos humanos figura novamente como problema no Estado. Os empresários apontam que a promoção de capacitação dos recursos humanos deveria ser uma tarefa do poder público local.

PLANO VICTORIA RÉGIA

175

4.4.2 Comercialização dos produtos turísticos do Amazonas Os produtos turísticos efetivamente formatados no Estado têm na natureza seu maior foco, seja através do destaque de atividades meramente contemplativas, como a observação de aves, seja através de interação com esta natureza, através da estada em empreendimentos de selva, realização de caminhadas na selva, entre outros. O caráter complementar dos atrativos culturais do Estado fica mais uma vez evidente a partir da observação dos produtos formatados pelas empresas consultadas. A visitação do patrimônio histórico edificado do Amazonas e o contato com a cultura tradicional da região são importantes complementos à visitação da floresta, porém não são os principais atrativos destacados pelas empresas. A concentração geográfica dos produtos no pólo Amazonas fica mais uma vez nítida: grande parte dos empreendimentos de selva está em cidades deste pólo, muitos dos cruzeiros fluviais percorrem os rios desta região e os pacotes de agências e operadoras também são compostos por destinos do mesmo pólo. Através da composição destes produtos nota-se que estão extremamente atrelados a empreendimentos turísticos ou às atividades realizadas, e não aos atrativos em si. O comercializado, salvo exceções, é o hotel de selva, o cruzeiro pelos rios, a pesca de piranha, a focagem de jacaré e não os passeios no Rio Negro ou a visitação do Igarapé do Cumaru, por exemplo. A paisagem amazônica como um todo é o principal atrativo. Algumas exceções devem ser feitas neste ponto, especialmente quando se tratam das visitas ao Arquipélago de Anavilhanas e ao Encontro das Águas, atrativos comercializados sem estar atrelados a outros elementos. Outra característica notada nestes produtos é a pouca diferenciação entre os produtos. Os pacotes de agências, hotéis de selva e cruzeiros fluviais têm atividades similares em sua composição. Pouco se explora o atendimento a motivações de nichos de público especifico, tais como os turistas interessados em atividades de aventura, observação cientifica de aves, entre outros. No entanto, existem empresas com foco diferenciado, que comercializam pacotes especificamente para tais nichos de mercado, como a Pousada Uacari, na RDS Mamirauá, por exemplo. Por fim, deve ser feita observação acerca dos preços praticados na venda dos diferentes produtos da região. São preços altos, especialmente devido à difícil logística de transporte até o Estado e dentro dele, porem que têm alta representatividade nas vendas das empresas. Apesar dos altos preços, ainda há mercado para a atuação destas empresas, que atendem a publico majoritariamente estrangeiro e com poder aquisitivo mais alto.

PLANO VICTORIA RÉGIA

176

4.5 Gestão do turismo Ao longo deste item serão abordadas questões relativas à gestão do turismo no Estado do Amazonas. Inicialmente apresenta-se um panorama das instituições de diversos âmbitos que se destacam em sua ação correlata ao turismo. Num segundo momento, são analisadas percepções de gestores, acadêmicos e empresariado acerca da gestão do turismo no Estado.

4.5.1 Instituições e ações de destaque

AMAZONASTUR – Empresa Estadual de Turismo do Amazonas A Amazonastur é o órgão oficial do turismo no Amazonas, ligado diretamente à administração do Poder Executivo. Seu principal objetivo é “promover a Marca Amazonas nos mercados turísticos nacional e internacional”. Segundo a empresa, que possui status de secretaria estadual, é uma de suas responsabilidades “dar apoio ao desenvolvimento sustentável de novos produtos turísticos, oferecer condições de aperfeiçoamento aos já existentes e promover o planejamento e execução da política estadual de turismo” no Amazonas. A estrutura organizacional da Amazonastur é composta por: presidência, diretoria Executiva; diretoria Administrativa e Financeira; diretoria de Marketing e diretoria de Estudos, Desenvolvimento, Infra-Estrutura Turística e Serviços, além dos departamentos de Administração e Recursos Humanos; Apoio Logístico; Orçamento e Finanças; Promoção e Marketing Turístico; Eventos; Programas e Projetos; Desenvolvimento de Produtos Turísticos; Infra-estrutura Turística e Serviços; e Qualificação dos Serviços Turísticos.

PLANO VICTORIA RÉGIA

177

Figura 163. Organograma da Amazonastur Fonte: Amazonastur, 2007.

Na seqüência são expostos alguns dos programas desenvolvidos pela ou que contam com sua parceria Amazonastur: 

PROECOTUR - Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal: É

um programa estruturante financiado pelo PNUD desde o ano de 1999 e que tem por objetivo “viabilizar o ecoturismo como uma atividade sustentável para o desenvolvimento da Amazônia Legal”. Entre as ações previstas pelo Proecotur estão a proteção de atrativos turísticos, a viabilização operacional de empreendimentos ecoturísticos, a definição de políticas de fortalecimento da gestão ambiental, entre outros. 

PNDPA – Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora: O programa,

criado em 1997 pelos Ministérios do Meio Ambiente/IBAMA e do Turismo, recebe apoio do PNUD e tem como objetivo “transformar a atividade de pesca amadora em instrumento de desenvolvimento econômico, social e de conservação ambiental”. Entre as ações desenvolvidas pelo programa no Amazonas estão a adequação de instrumentos legais para a pesca amadora, a capacitação das populações ribeirinhas como guias de pesca, a prospecção de novas áreas para a pesca amadora e a busca de investimentos para o desenvolvimento do setor, a divulgação da atividade, a educação ambiental, a melhoria da fiscalização, o apoio à pesquisa e a sinalização turística. Os 26 municípios com fluxo consolidado são Maués, Careiro, Presidente Figueiredo, Careiro da Várzea, Itapiranga, Barcelos, Parintins, Autazes, São Sebastião do Uatumã, Nova Olinda do norte, Novo Aripuanã, Santa Isabel do Rio Negro, Urucará, Silves, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Borba, Coari, Tapauá, Itacoatiara, Nhamundá, Silves, Codajás, Manicoré e Manaquiri. Já os municípios com maior fluxo turístico atendidos pelo programa no Amazonas são: Barcelos, Careiro, São Sebastião do Uatumã e Presidente Figueiredo. 

Prointur - Programa de Apoio ao Turismo no Interior do Amazonas: Com o objetivo

de incrementar o turismo regional, o porgrama é destinado a empresas turisticas localizadas em alguns municipios do Estado. Através dele, são financiados ativos fixos de qualquer natureza, capital de giro associado e despesas pré-operacionais. 

Propeixe - Programa de Pesca e Piscicultura: O programa financia investimentos

fixos, semifixos, custeio pecuário e capital de giro em todas as etapas da cadeia produtiva dos recursos da pesca e piscicultura. É destinado a pessoas físicas e jurídicas, mini, pequenos, médios e grandes produtores, piscicultores, armadores e pescadores artesanais, micro, pequenas, médias e grandes indústrias de beneficiamento e transformação do pescado, produtoras de ração, farinha de peixe e seus derivados. Ação Promoção e Divulgação do Turismo

Situação

Vinculação

Implantado

Estadual/ Federal/Outros

PLANO VICTORIA RÉGIA

178

Participação em Eventos

Implantado

Estadual/ Federal/Outros

Estudos e Pesquisas Estatísticas

Implantado

Federal

Captação de Investimentos

Implantado

Federal

Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora

Implantado

Federal

Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal

Implantado

Federal

Programa dos Clubes da Melhor Idade

Implantado

Federal

Cadastro, Classificação, Controle de Qualidade e Fiscalização dos PrEstadores de Serviços Turísticos

Implantado/ Programado

Estadual

Documentação e Informação Turística

Implantado/ Programado

Estadual

Sinalização Turística

Implantado/ Programado

Estadual

Situação

Vinculação

Desenvolvimento e Formatação de Novos Produtos Turísticos

Programado

Estadual

Implantação do Selo de Qualidade para o Artesanato

Programado

Estadual

Rotas Turísticas

Programado

Estadual

Inventário da Oferta Turística

Programado

Estadual

Capacitação de Mão-de-Obra

Programado

Estadual/ Federal/Outros

Apoio aos Municípios e à Iniciativa Privada para Formação e Capacitação de Mão-de-Obra

Programado

Estadual/ Federal/Outros

Microcrédito para o Turismo

Programado

Estadual/ Federal/Outros

Marca Amazonas

Programado

Estadual/ Federal/Outros

Projeto de Capacitação dos Municípios

Programado

Federal

Prointur (Programa de Apoio ao Turismo no Interior do Amazonas)

Programado

Federal

Ação

Tabela 65. Ações desenvolvidas/planejadas pela Amazonastur Fonte: Amazonastur, 2006.

Fórum Estadual de Turismo Há no Amazonas o Fórum Estadual de Turismo, composto por oitenta entidades da academia, empresariado, governo e terceiro setor. O principal objetivo do fórum é discutir ações relacionadas ao turismo no Estado.

MANAUSTUR - Fundação Municipal de Turismo de Manaus A Manaustur é responsável pela “divulgação da cidade de Manaus como destino turístico e de melhoria das condições de atendimento aos visitantes e à própria população”. A empresa atua na promoção de eventos culturais e comemorativos, festivais, entre outros, partindo do pressuposto de que “não há lugar bom para o turista que não o seja, em primeiro lugar, para PLANO VICTORIA RÉGIA

179

o seu habitante”. A fundação atua também na reurbanização e revitalização do patrimônio histórico de Manaus. Assim como há o órgão municipal do turismo em Manaus, diversos municípios amazonenses possuem secretarias ou empresas que tratam do desenvolvimento turístico.

UEA – Universidade do Estado do Amazonas A UEA é uma universidade pública, de caráter estadual, sendo uma das mais conceituadas do Amazonas e com atuação favorável no sentido de promover a qualificação e capacitação de recursos humanos existentes na região. Fundada em 2001, oferece cursos de graduação, pós-graduação Lato Sensu e pós-graduação Stricto Sensu, com dezenove unidades (campus) espalhadas por diversos municípios amazonenses, como Parintins, Tefé, Maués, Itacoatiara, São Gabriel da Cachoeira, Humaitá, entre outros. Na Unidade Escola Normal de Artes e Turismo, uma das seis existentes na capital Manaus, a UEA possui o curso de bacharelado em Turismo. Já na Unidade Centro de Estudos Superiores de Parintins, a instituição oferece o curso de pós-graduação Lato Sensu, sobre o tema Gestão Ambiental.

ADA – Agência de Desenvolvimento da Amazônia A Agência de Desenvolvimento de Amazônia é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Integração Nacional, criada no ano de 2002. A Agência atua em todos os Estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parcela do Maranhão) planejando e promovendo ações que “induzam o desenvolvimento eqüitativo e sustentável da Amazônia, bem como a sua integração competitiva nos contextos nacional e internacional, visando à emancipação econômica e social amazônica”.

SEPLAN - Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas A secretaria estadual tem por objetivo “desenvolver o sistema estadual de planejamento estratégico e coordenar as políticas públicas de desenvolvimento sócio econômico do Amazonas”. Dentre as principais ações da secretaria estão: a promoção de ações de planejamento para crescimento econômico, o estímulo à elevação da produtividade, o estabelecimento de negociações econômicas dentro e fora do Brasil visando investimentos estratégicos, o acompanhamento e a avaliação do Plano Plurianual, a execução do orçamento e dos programas governamentais e o desenvolvimento de estudos e pesquisas de acompanhamento da conjuntura socioeconômica.

PLANO VICTORIA RÉGIA

180

SEC - Secretaria do Estado e da Cultura A secretaria de Cultura do Amazonas é responsável pela política cultural estadual, preservação do patrimônio cultural amazonense e planejamento e realização de ações neste sentido. Segundo a secretaria, sua missão é “executar a política cultural definida para o Estado do Amazonas, popularizando e interiorizando as ações em parceria com organizações públicas e privadas, visando a satisfação dos anseios da população”. Além disso, tem também como fim “valorizar, formatar e difundir as manifestações culturais e artísticas da região, oferecendo mecanismos e meios para os agentes, produtores e artistas de modo geral”.

SDS - Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável A missão da secretaria é “formular, coordenar e implementar a política estadual de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, programas inter-setoriais, dos recursos hídricos, da fauna e flora, da gestão política estadual de florestas e de ordenamento pesqueiro”. Seu principal objetivo e valorizar economicamente a sustentabilidade dos produtos florestais, através de ações que fortaleçam a cadeia produtiva do setor florestal.

AFEAM - Agência de Fomento do Estado do Amazonas A agência é uma empresa pública que preza pelo “desenvolvimento econômico e social do Estado do Amazonas, mediante a realização de estudos e pesquisas, realização de investimentos, concessão ou intermediação de financiamentos que atendam aos diversos setores da atividade econômica, prioritariamente a pequenos negócios, e a prestação de garantias e serviços”. Entre as ações da AFEAM está o Fundo de Fomento ao Turismo (FIT), Infra-Estrutura, Serviço e Interiorização do Desenvolvimento do Estado do Amazonas que “disponibiliza recursos para apoio a empreendimentos de diversos setores que visem à implantação de novos projetos e na melhoria das condições já existentes” no Estado.

FEPI - Fundação Estadual dos Povos Indígenas A missão da fundação é “orientar as ações do Governo do Estado do Amazonas como interlocutora, em defesa das garantias dos direitos constitucionais dos povos indígenas, promovendo seu etnodesenvolvimento em parceria com as suas organizações”. Sua atuação é focada na capacitação de indígenas para a gestão de projetos. Esta capacitação é trabalhada por meio de cursos e oficinas de trabalho que abordam temáticas diversas relacionadas ao desenvolvimento sustentável das comunidades.

AAM - Associação Amazonense de Municípios A associação é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, cuja missão é “promover a articulação e mobilização em defesa dos interesses dos municípios amazonenses, assim como fortalecer o movimento municipalista”. PLANO VICTORIA RÉGIA

181

As ações da associação visam dotar os municípios de recursos técnicos, financeiros e administrativos que possibilitem seu desenvolvimento. Dentre elas, tem destaque o Programa Nacional de Turismo Rural na Agricultura Familiar (PNTRAF). Atrasvés do programa, quinze municípios do Estado - Rio Preto da Eva, Iranduba, Manacapuru, Presidente Figueiredo, Autazes, Careiro, Novo Airão, Manaus, Parintins, Barcelos, Tefé, Silves, Manaquiri, São Sebastião do Uatumã e Maués – vêm sendo preparados para o desenvolvimento do turismo rural, focado na agricultura familiar.

Amazonas C&VB - Amazonas Convention & Visitors Bureau O Amazonas C&VB foi fundado no ano de 2001 e tem como missão “atuar na captação e desenvolvimento de negócios para o segmento turístico do Estado do Amazonas, junto aos setores público e privado, visando o aumento e melhoria da demanda turística, através da busca de novos negócios e qualificação da mão-de-obra e empresas”. Suas principais ações são: fomento do turismo, captação e monitoramento de negócios, divulgação de atrativos e discussão de políticas para o setor.

ABAV - Associação Brasileira de Agências de Viagens - Amazonas A ABAV do Amazonas abrange não apenas o Estado do Amazonas, mas também Rondônia, Acre e Roraima. Dentre os objetivos da associação destacam-se os seguintes: “congregar agências de viagens objetivando o intercâmbio de experiências e informações; defender os interesses da categoria, diligenciar para o entrosamento maior da categoria com os órgãos oficiais e estimular a eficiência e promover altos valores éticos no desempenho da profissão”. A associação presta serviços a seus associados no que diz respeito à assessoria jurídica, contábil e fiscal, capacitação técnica, emissão de carteiras de identificação, promoção de cursos e palestras, organização de bolsa de empreso, entre outros.

ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - Amazonas A associação da indústria hoteleira tem por objetivo “amparar e defender os legítimos interesses da hotelaria, fomentar o desenvolvimento da hotelaria nacional incrementando o turismo em todas as suas manifestações, promover a divulgação e publicidade das matérias de interesse da entidade, promover congressos, exposições e conferências do setor hoteleiro”. Há uma seccional da associação que atua especificamente no Estado do Amazonas defendendo tais interesses.

ABRASEL – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Seccional do Amazonas A missão da Abrasel é “promover o setor de restaurantes, bares e empresas de entretenimento, através da organização, integração e aprimoramento das empresas associadas”. Atualmente, conta com seccionais em dezoito Estados, dentre eles o Amazonas. PLANO VICTORIA RÉGIA

182

ABBTUR – Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo - Seccional do Amazonas O objetivo da associação é “contribuir para o desenvolvimento da atividade turística em geral, promover o intercâmbio de conhecimentos, contribuir para o desenvolvimento de novas tecnologias para área, reunir e representar bacharéis em turismo de todo território nacional, zelar pela boa imagem da classe através de seu desempenho profissional e disponibilizar mão de obra especializada”. Além de sua atuação em âmbito nacional, há seccional da Abbtur no Estado do Amazonas. Outras entidades atuantes no Estado que merecem destaque são: 

AOBT – Associação dos Operadores de Barcos de Turismo do Amazonas;



Federação dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade da Amazônia Legal;



Organização do Povo Kokama;



Organização do Povo Tikuna;



Organização do Povo Witota;



SEBRAE Amazonas - Serviço Brasileiro de Pequenas e Médias Empresas;



SENAC Amazonas – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial;



SENAI Amazonas - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial;



SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do AM;



SESC Amazonas – Serviço Social do Comércio;



Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do AM;



Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro, Restaurantes e Similares do AM;



SINGTUR Amazonas – Sindicado Estadual de Guias de Turismo.

4.5.2 Entrevistas junto a entidades representativas Visando conhecer a avaliação dos principais atores do turismo amazonense com relação à gestão atual da atividade no Estado, realizou-se uma entrevista junto a dirigentes de entidades e empresas que colaboram direta ou indiretamente com o turismo no Amazonas. As seguintes entidades foram contatadas via telefone: 

ABBTUR – AM (Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo do Estado do Amazonas)



ABIH – AM (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Amazonas)



ABRAJET – AM (Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo do Estado do

Amazonas) 

ABRASEL – AM (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Estado do Amazonas)

PLANO VICTORIA RÉGIA

183



Amazonas Convention & Visitors Bureau



Associação dos Operadores de Barcos de Turismo – AM



FUNAI (Fundação Nacional do Índio) – Administração Executiva Regional de Manaus/AM



Fundação Vitória Amazônica



IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) –

Superintendência em Manaus/AM 

Sindegtur – AM (Sindicato dos Guias de Turismo do Estado do Amazonas)



Secretaria do Meio-Ambiente e Turismo de Tefé/AM



UFAM (Universidade Federal do Amazonas)



WWF Brasil (World Wildlife Foundation) – Escritório de Manaus/AM

Por meio destas entrevistas, pôde-se obter o perfil de atuação das entidades e as percepções de seus representantes acerca da estruturação do produto turístico Amazonas. Ainda por meio desta análise, foram identificadas as potencialidades e fragilidades da gestão do turismo, o que contribuirá para a definição de ações de fomento à atividade no Estado.

Perfil institucional O objetivo do primeiro bloco da entrevista era conhecer o perfil das instituições, questionando sobre sua área de atuação, principais objetivos, atividades que se relacionam e colaboram com o turismo no Estado e a existência de parcerias para viabilizar ações de desenvolvimento na área de turismo. As entidades sem fins lucrativos, como a Fundação Vitória Amazônica e a WWF Brasil, e o órgão do governo federal Ibama apresentam seus objetivos de atuação relacionados com a conservação da natureza, além de proteção e manutenção da biodiversidade amazônica. Seguindo os princípios de desenvolvimento sustentável, suas atividades relacionadas ao turismo referem-se principalmente à criação de unidades de conservação e consolidação das já existentes, elaboração de planos de manejo e planos de uso público para visitação e pesquisas científicas. O Ibama, particularmente, além das ações mencionadas, é responsável pela regulamentação, controle e fiscalização das atividades de turismo nas unidades de conservação do Estado. As três instituições afirmaram participar de conselhos e fóruns de turismo do Amazonas. Ações mais específicas são desenvolvidas pela FUNAI, outro órgão público federal entrevistado, uma vez que suas atividades se concentram na questão fundiária, realizando a demarcação, proteção e fiscalização de terras indígenas. Além disso, o órgão promove pequenas atividades auto-sustentáveis nessas áreas. A FUNAI não possui atualmente nenhuma ação concreta que colabore diretamente com a atividade turística, justificando-se pelo fato

PLANO VICTORIA RÉGIA

184

de que a legislação da própria instituição proíbe o desenvolvimento do turismo em áreas indígenas delimitadas. Essa legislação, segundo o administrador da superintendência em Manaus, precisa ser revisada, uma vez que é fator impeditivo para que o turismo se desenvolva como uma fonte alternativa para a auto-sustentabilidade das comunidades indígenas. A atividade turística em terras indígenas, bem planejada e monitorada, pode se configurar como uma importante alternativa para diversificação da oferta de turismo do Amazonas, além de saciar o desejo de alguns turistas em vivenciar a cultura indígena. Em âmbito municipal, entrevistou-se o Coordenador de Turismo da Secretaria do Meio Ambiente e Turismo de Tefé (AM), cujas ações nessa área ainda se mostram incipientes. Em Tefé, nunca houve ações efetivamente concretas na área de turismo, pois em nenhum momento se deu significativa relevância para essa atividade. Somente a partir de 1998, iniciaram-se de maneira discreta algumas ações e atualmente se encontra em fase de aprovação o plano diretor municipal, no qual se prevê a criação do Conselho Municipal de Turismo. Acredita-se que a partir deste conselho e com a garantia da verba do fundo municipal de turismo, o desenvolvimento dessa atividade ganhará impulso e mais ações poderão ser planejadas e concretizadas. A atividade turística será uma ferramenta para beneficiar a população local ribeirinha, buscando fixá-la em seu local de origem e sensibilizála do enorme potencial natural e histórico-cultural que o município possui. Outra importante colaboradora do turismo amazonense é a Universidade Federal do Amazonas que, apesar de não possuir curso de graduação em turismo, oferece cursos de especialização na área de ecoturismo. Assim como toda instituição de ensino, os principais objetivos da UFAM são ensino, pesquisa e extensão. A atuação dessa universidade possui papel relevante no desenvolvimento turístico do Estado, uma vez que prepara e qualifica profissionais para o mercado e estimula a produção de pesquisas na área de turismo e meio ambiente. As outras entidades ainda não mencionadas pertencem à Casa do Turismo, instaladas no mesmo espaço físico e cujas atividades apresentam a finalidade primordial de promover o desenvolvimento sustentável da atividade turística do Amazonas. A Casa do Turismo foi criada com a filosofia de congregar as ações em um único espaço, de maneira que o posicionamento das associações de turismo com relação à atividade no Estado fosse estabelecido de modo único e convergente. Além disso, a implantação da Casa do Turismo, segundo os entrevistados, facilitou a comunicação entre as associações, colaborando também na dinamização do trabalho operacional do dia-a-dia. As associações objetivam principalmente defender os interesses de seus associados, regulamentar suas atividades e fortalecer as empresas de seu ramo visando, sobretudo, fomentar o desenvolvimento do setor turístico do Estado do Amazonas. São também responsáveis por promover cursos de capacitação, seminários e eventos para os associados e divulgar o destino regional e nacionalmente. É de grande valia a participação dessas associações de turismo nas decisões relativas à atividade

PLANO VICTORIA RÉGIA

185

no Estado, uma vez que são suas empresas associadas que atendem a demanda turística e movimentam a economia de turismo do Amazonas. As instituições pesquisadas possuem parcerias com outras entidades para desenvolver ações na área de turismo. Geralmente essas parcerias são informais ou não formalizadas através de contratos, sendo um instrumento de apoio na realização de cursos e eventos e no desenvolvimento de estudos e projetos científicos em turismo. A Fundação Vitória Amazônica, Ibama e WWF Brasil apóiam-se no desenvolvimento de pesquisas relacionadas às unidades de conservação. Outras parcerias mencionadas foram com o IPAAM (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas e Ong Ipê, esta última promovendo cursos para gestores de áreas protegidas. A FUNAI, além de ações conjuntas com o INPA, recebe a colaboração da FEPI (Fundação Estadual dos Povos Indígenas), Manaustur (órgão oficial de turismo da capital Manaus) e universidades. Por sua vez, a Secretaria do Meio Ambiente e Turismo de Tefé tem o apoio do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e da UFAM para a realização de eventos e palestras. As associações de turismo, além de colaborarem entre elas, costumam estabelecer parcerias com a Amazonastur, Manaustur, Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Secretaria de Cultura do Amazonas, entre outros. A maioria dessas parcerias busca apoio na organização de eventos, palestras e seminários, tanto na parte operacional como financeira, além de suporte técnico para elaboração de projetos. Observa-se, portanto, que além das instituições selecionadas para compor a amostra desta entrevista, outras entidades e órgãos possuem importância no cenário do turismo amazonense. Por meio de parcerias, potencializa-se a expertise de cada colaborador e as ações tornam-se mais viáveis e efetivas.

Oferta e demanda turística no Amazonas Sobre a oferta e demanda turística do Amazonas, desejou-se saber dos entrevistados sua opinião com relação às áreas do Estado que possuem maior potencial turístico e sua avaliação sobre seus atrativos, recursos e serviços turísticos e sua infra-estrutura básica, a qual também é utilizada pela atividade turística. A região do Rio Negro foi considerada uma das principais áreas do Estado com grande potencial turístico, destacando-se os municípios de Barcelos, Novo Airão e São Gabriel da Cachoeira. Devido à enorme biodiversidade e ao reduzido impacto humano existente nessa região, verifica-se potencial para atrair uma demanda internacional e para a exploração dos turismos científico, pedagógico e da pesca esportiva. O potencial turístico de Barcelos é justificado pela existência de praias e pesca esportiva do tucunaré. Além disso, é realizado anualmente o Festival do Peixe Ornamental de Barcelos, PLANO VICTORIA RÉGIA

186

onde há exposição de peixes ornamentais, venda de artesanato e apresentação de grupos de dança, que exaltam os ritmos do carimbo, ciranda e forró. Por sua vez, Novo Airão abriga a Estação Ecológica de Anavilhanas, que possui o maior arquipélago fluvial do mundo, com aproximadamente 400 ilhas. Por se situar à beira do Rio Negro, o município conta com alguns hotéis de selva e realiza todo ano o Festival do PeixeBoi. Outro município da região do Rio Negro que possui destaque no cenário amazonense é São Gabriel da Cachoeira, cuja população se apresenta como predominantemente indígena. É uma área eminentemente primitiva, com belezas naturais, geografia e relevo únicos. Além disso, é considerado por muitos como um local místico. A presença de rios com muitas corredeiras favorece o desenvolvimento do Turismo de Aventura. Próximo a São Gabriel da Cachoeira, foi mencionada outra área com imenso potencial turístico: o Parque Nacional do Pico da Neblina, onde se situa o Pico da Neblina, com 3.014 metros de altitude. É uma região que apresenta rica fauna, cobertura vegetal diversa, além de populações locais e comunidades indígenas preservando seu modo de vida tradicional. O Parque Nacional do Jaú, ainda pouco visitado, é composto por um bioma amazônico particular, o que lhe confere grande potencial a ser explorado na área de turismo. O desenvolvimento das atividades turísticas em áreas naturais precisa ser planejado e acompanhado, guiando-se por meio de um plano de manejo. O IBAMA juntamente com a Fundação Vitória Amazônica elaboraram um plano de manejo para este parque, com vistas a, entre outras prioridades, ordenar a visitação turística. Em Silves, o turismo – especialmente o ecoturismo – é desenvolvido por grupos comunitários e associações locais, sendo que a abundância e a diversidade de peixes constituem um dos seus principais atrativos. Os municípios situados próximos a Manaus oferecem principalmente atrativos ligados à natureza, pesca e cultura da Amazônia. Um grande facilitador para esses destinos é o acesso, sendo que Manacapuru e Itacoatiara podem ser acessados por via terrestre. Tudo se inicia em Manaus. A capital é o principal portão de entrada para os turistas que visitam o Amazonas. Nela, pode-se vislumbrar o encontro das águas e atrativos históricos, como o belíssimo Teatro Amazonas. Pode-se considerar que Manaus, em comparação com outros municípios do interior do Estado, possui uma oferta razoável de hotéis. Presidente Figueiredo se situa bem próximo a Manaus e desse modo, possui acesso facilitado. É a terra das cachoeiras, cascatas e cavernas, com atrativos naturais para oferecer durante o ano inteiro. Dada as suas características, este destino turístico apresenta grande potencial para receber turistas locais e de veraneio. O município de Manacapuru encontra-se à margem do Rio Solimões, tendo como principal atração turística o Festival de Ciranda, o qual contribui na preservação da tradição folclórica amazonense. Já Itacoatiara concentra seu potencial no Festival da Canção,

PLANO VICTORIA RÉGIA

187

realizado no mês de setembro e que reúne músicos e compositores de todas as regiões do país. O potencial turístico do município de Iranduba deve-se principalmente à grande concentração de hotéis de selva, muito freqüentados por turistas estrangeiros. Rio Preto da Eva também foi considerado um município com grande potencialidade. Distanciando-se um pouco da capital Manaus, a cidade de Maués, além da tradicional Festa do Guaraná, apresenta oportunidades para atrair o público internacional. Belezas naturais, como suas lindas praias e atrativos de cunho cultural, como as particularidades dos índios Maués são alguns dos elementos destacados pelos entrevistados. Com a construção do gasoduto Coari – Manaus, o Turismo de Negócios pode ser explorado na localidade de Coari, uma vez que a economia petrolífera tende a movimentar um grande montante de recursos financeiros e a atrair novos investimentos que podem beneficiar direta ou indiretamente a atividade turística na região. Parintins pode ser considerado uma das destinações mais conhecidas do Estado, devido ao Festival Folclórico de Parintins, que já possui uma grande tradição no Estado. Além de ser um centro artístico considerado de grande interesse no cenário amazonense, essa cidade apresenta potencial para o Turismo de Negócios e eventos. O Hotel Amazon River, em Parintins, foi citado como um espaço excelente e com capacidade para abrigar eventos. Atribuiu-se também potencial turístico à cidade de Tefé, que abriga a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, local rico em belezas naturais e com possibilidade de praticar o ecoturismo. Outros municípios mencionados durante a pesquisa foram Humaitá, de onde é possível o acesso a outros Estados brasileiros e no qual há um histórico de exploração de minerais; Apuí, onde se encontra o Parque Nacional da Juruena, que possui 18 cachoeiras e ainda é pouco visitado; Borba e a festa religiosa de Santo Antônio de Borba; e Tabatinga, onde pode ser desenvolvido o turismo de compras, uma vez que se encontra na divisa com a Colômbia. Analisando os recursos e atrativos turísticos do Amazonas, questionou-se sobre seus pontos fortes e debilidades. Os recursos naturais foram apontados como os principais pontos fortes do Estado, com destaque para a paisagem exuberante e as peculiaridades da floresta amazônica. A floresta, segundo os entrevistados, possui um forte apelo mundial devido à biodiversidade e à variedade de ecossistemas existentes. Além disso, a região amazônica foi considerada um atrativo único, não havendo outro concorrente e semelhante no mundo. Ressaltou-se o Estado de preservação dos atrativos naturais, como no caso das cachoeiras e dos rios Negro e Apuí. O diretor de turismo do município de Tefé acredita que os próprios amazonenses já se mostram sensibilizados com a causa da preservação no Estado. Outros pontos fortes relacionados à natureza foram indicados, como os hotéis de selva e a possibilidade de desenvolver diversos tipos de turismo no ambiente amazônico.

PLANO VICTORIA RÉGIA

188

A oferta da Amazônia pode ser complementada com os atrativos da capital Manaus, considerada também como ponto forte do Estado, uma vez que a cidade oferece atrativos de cunho cultural que podem ser apreciados durante o ano inteiro. Destaca-se a riqueza do conjunto arquitetônico da cidade, especificamente em seu centro histórico, que após passar por uma revitalização, foi possível dar mais destaque aos monumentos da época do auge do ciclo da borracha. A diversidade cultural das comunidades locais também se configura como uma fortaleza do Amazonas, expressando-se através das inúmeras festas folclóricas que ocorrem nos municípios do interior do Estado. Não obstante, a cultura indígena é um dos aspectos mais característicos da região, devido à existência de mais de 80 etnias indígenas no território amazonense. Por outro lado, os entrevistados levantaram alguns pontos fracos sobre os recursos e atrativos turísticos do Estado. O principal ponto discutido foi a dificuldade de acesso aéreo ao destino, devido à grande distância existente entre o Amazonas e o restante do país e às poucas e limitadas opções de vôos. Ainda com relação ao fator distância, esse se configura como outro ponto fraco dentro do próprio destino, uma vez que os atrativos da floresta e os parques nacionais encontram-se muito distantes da capital Manaus, o que demanda altos custos operacionais de transporte interno. Essas limitações acabam por encarecer muito o custo da viagem, inviabilizando o destino para grande parte dos turistas brasileiros. Para muitos deles, uma viagem ao exterior exige menos gastos do que uma viagem ao Amazonas. Outra debilidade apontada foi a falta de ações de aproveitamento adequado dos recursos culturais locais, pois estes estão atualmente sendo subutilizados pela atividade turística. Essa questão pode ser exemplificada através das inúmeras festas folclóricas da região que, apesar de trazerem aspectos ricos da cultura amazonense, ocorrem de forma muito pontual e não contribuem para reduzir o aspecto sazonal do turismo no Estado. Quanto aos atrativos relacionados à natureza, os entrevistados acreditam que um dos pontos fracos seria o fato que o turismo local encontra-se muito restrito aos hotéis de selva, sendo necessário repensar e variar as opções da oferta turística. A Estação Ecológica de Anavilhanas, um dos principais potenciais turísticos do Amazonas, ainda não permite o desenvolvimento de atividades ligadas ao turismo. Esse impedimento é visto como uma debilidade pelos dirigentes da empresas e associações, uma vez que a atividade bem planejada e monitorada no local pode ser uma excelente opção de atrativo natural. Cabe aqui considerar a importância da criação de áreas de proteção ambiental, com a elaboração de planos de manejo e visitação pública, para dessa forma, permitir o desenvolvimento de atividades turísticas no local sem degradar o meio ambiente. Além disso, os pontos fracos de Manaus se concentraram em três assuntos principais: falta de continuidade na revitalização do centro histórico, enorme quantidade de comércio informal (camelôs) espalhados pela cidade e a ausência de um centro de convenções.

PLANO VICTORIA RÉGIA

189

Foi questionado sobre os aspectos dos serviços turísticos do Amazonas, destacando novamente seus pontos fortes e fracos. Como fortaleza, considerou-se que os profissionais de turismo, em especial os guias locais, acumulam grande conhecimento da região, executando um bom trabalho de turismo receptivo. A receptividade do povo amazonense foi lembrada, de forma que os profissionais agem com espontaneidade e são muito acolhedores com os turistas. Apesar de muitas críticas ao trabalho atual da mão-de-obra local, verifica-se que a sua qualificação encontra-se em fase de aprimoramento, já que se pode notar um aumento do número de profissionais com nível superior completo. Além disso, os estabelecimentos estão se engajando cada vez mais em associações como maneira de se fortalecer no mercado e buscar apoio para uma melhor qualificação. Quanto às operadoras de receptivo, percebe-se que elas possuem uma boa capacidade de interação entre elas, havendo uma concorrência civilizada. O trabalho das operadoras foi evidenciado, pois nota-se que elas estão conscientes em preservar os recursos naturais do Estado e se mostram com boa vontade em realizar seu trabalho sempre aliado à preservação. Em Manaus, afirmou-se que a cidade dispõe atualmente de uma oferta de serviços turísticos adequada, apresentando uma rede de hotéis e restaurantes estruturada. Os estabelecimentos de hospedagem possuem uma oferta de leitos satisfatória, além de instalações boas para sediar eventos de pequeno e médio porte. Foi citado o Tropical Hotel como um excelente estabelecimento. Na área gastronômica, pode-se observar a chegada de grifes mundiais na capital, impulsionando esse setor do mercado turístico. Outros pontos fortes de Manaus foram apontados, como o aumento do número de empresas locais que prestam serviços para eventos e o serviço de táxi, que é ágil e dispõe de um ótimo número de carros. Outro ponto importante discutido foi a frota de barcos turísticos, que tem sido reformada visando aprimorar a qualidade do serviço prestado aos turistas, uma vez que os rios são a principal via de locomoção no Estado. Apesar disso, não existe ainda um terminal turístico voltado para barcos. Com relação aos pontos fracos da oferta de serviços turísticos do Amazonas, o assunto mais abordado foi a capacitação da mão-de-obra local. A maioria dos profissionais de turismo é despreparada e desqualificada, e ainda não se sensibilizou com a importância da atividade turística. O número de empresas e profissionais é também reduzido, principalmente de guias turísticos, agentes de viagens e agências de turismo receptivo e de eventos. A falta de qualificação no atendimento reflete-se na falta de higiene em alguns estabelecimentos e na apresentação pessoal dos funcionários. Foi mencionada a falta de cursos direcionados para guias turísticos do Estado e promovidos pelo Ministério do Turismo, que poderiam contribuir satisfatoriamente na capacitação desses profissionais. Por todos esses motivos, percebe-se que não há um grande envolvimento da população local com o turismo, de forma que muitas pessoas de outros Estados são contratadas para trabalhar nas empresas, desfavorecendo os

PLANO VICTORIA RÉGIA

190

amazonenses. De um modo geral, os entrevistados consideram que a estrutura de hospedagem e alimentação nos municípios do interior do Estado ainda é incipiente, como no caso de Parintins. Na época do Festival de Parintins, essa localidade recebe milhares de visitantes sem a mínima oferta de estabelecimentos para acomodação e alimentação, sendo que muitas pessoas acabam se alojando e fazendo as refeições em suas próprias embarcações. Não obstante, há uma carência de serviços que funcionem normalmente no período noturno em Manaus, além de poucas opções de restaurantes de comida típica amazonense. Foi também mencionado como debilidade a falta de opções de transporte que sirva o aeroporto, sendo que a única opção são os táxis. Por fim, nota-se que os turistas sentem uma grande dificuldade para obter informações nos destinos. Como maneira de incrementar a oferta de serviços no Estado, vale aqui colocar uma sugestão dada por um dos entrevistados. Muitos empreendedores locais conhecem pouco sobre as opções de financiamento na área de turismo e muitas vezes, eles se sentem desestimulados para tentar compreender melhor o funcionamento das linhas de crédito. A sugestão consiste em criar empresas ou instituições que dêem consultoria a esses empreendedores, ajudando-os a encarar as burocracias para investir no mercado e acompanhando todo o processo de financiamento. Assim, novos empreendimentos turísticos seriam implantados, satisfazendo a demanda atual e atraindo visitantes potenciais. Questionou-se finalmente sobre a infra-estrutura básica do Estado do Amazonas, a qual também é utilizada pelo turismo. Os pontos fortes se direcionaram apenas para Manaus, que, segundo os entrevistados, apresenta uma estrutura satisfatória de energia, abastecimento de água, saneamento e segurança. A infra-estrutura adequada foi implantada principalmente pelas exigências demandadas pela rede hoteleira. A qualidade da água melhorou muito nos últimos tempos, além de nunca mais ocorrer queda no abastecimento de energia elétrica. Uma medida importante realizada pela Infraero foi a transferência do aterro sanitário de Manaus para um local mais distante da cidade, uma vez que os urubus que sobrevoavam o local, acabavam atrapalhando o tráfego aéreo. Ainda com relação ao tráfego aéreo, outro ponto forte seria a eficiência do Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Por outro lado, os pontos negativos da infra-estrutura básica referem-se principalmente ao interior do Estado, onde o sistema de saneamento é quase inexistente. Segundo os entrevistados, falta uma política de tratamento de esgoto e coleta de lixo, além do abastecimento de energia elétrica ser deficiente, uma vez que o sistema de termelétrica utilizado não é suficiente para abastecer toda a região. Um outro problema salientado é o fato de que muitos hotéis de selva, devido à falta de fiscalização, despejam lixos diretamente nos rios. Uma conseqüência direta dessa falta de políticas de saneamento e consciência ambiental é o elevado número de casos de endemias no Estado, em especial da malária. Quanto a Manaus, as críticas foram para o transporte, limpeza e iluminação pública. Comparadas com outras capitais brasileiras, a violência urbana e a prostituição ocorrem em

PLANO VICTORIA RÉGIA

191

menor escala em Manaus, porém as autoridades devem se atentar desde já a esses problemas para evitar que eles tomem grandes proporções. Além da avaliação sobre os atrativos e serviços turísticos e infra-estrutura básica do Estado, desejou-se saber dos representantes das instituições as principais características dos turistas que visitam o Amazonas. Verifica-se a predominância de turistas estrangeiros em detrimento de brasileiros. Os principais pólos emissores de turistas são os países da Europa, em especial Alemanha, França, Espanha e Itália; além dos Estados Unidos e países asiáticos, como Japão e China. Quanto ao turismo doméstico, São Paulo e Rio de Janeiro são os principais Estados emissores. Geralmente, os turistas estrangeiros apresentam um bom potencial de consumo e sua principal motivação é conhecer os atrativos naturais da região – floresta amazônica e sua biodiversidade, rios, encontro das águas, observação de aves e outros animais, entre outros. É pelo desejo de estar próximo à natureza que a maioria dos estrangeiros se interessa pela hospedagem em hotéis de selva. Outras motivações encontradas por esses turistas é a prática de pesca esportiva, que também vem atraindo público nacional, e a cultura indígena. As visitações ao Parque Nacional do Jaú possuem motivações mais específicas, como conhecer os sítios arqueológicos e observar pinturas rupestres. Por sua vez, grande parte dos brasileiros que visita o Estado o faz por negócios, devido à existência da zona franca e do distrito industrial, este com mais de 400 fábricas. Acredita-se que aproximadamente 60% dos visitantes brasileiros vão ao Amazonas pelo Turismo de Negócios. Infelizmente, não se pode deixar de mencionar o problema da exploração sexual no turismo, que ainda é uma motivação forte para os turistas visitarem o destino. Não houve um grande consenso sobre as épocas de maior visitação, porém se pode notar um maior fluxo de turistas a partir do mês de junho, atraídos pelo Festival de Parintins, até setembro. Nesse período, os rios estão cheios, propiciando o acesso às regiões turísticas do Estado. Entre os meses de setembro e janeiro, há uma demanda considerável para a pesca esportiva.

Gestão do turismo no Amazonas Dando continuidade aos outros assuntos abordados na entrevista, mostra-se fundamental conhecer a opinião dos principais atores do turismo amazonense sobre a gestão atual da atividade turística no Estado. Questionados sobre quais órgãos e entidades são encarregados do turismo no Amazonas, nota-se que a maioria dos entrevistados não apresenta uma visão ampla da atuação desses órgãos. Os órgãos mais citados foram a Manaustur, órgão municipal de turismo de Manaus e a Amazonastur, órgão estadual de turismo do Amazonas. Como principais funções atribuídas à Manaustur aparecem: planejamento da atividade turística, ações para alavancar o turismo local e organização de eventos e workshops. Uma das ações pontuais realizada pela Manaustur

PLANO VICTORIA RÉGIA

192

e elogiada por um dos entrevistados foi a política de redução da alíquota do ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) de 5 para 2% nos hotéis da capital. Já para Amazonastur, atribuiu-se as funções de planejamento do turismo e de atividades culturais em nível estadual e ordenamento das ações das empresas locais do segmento turístico. Contudo, a maioria dos entrevistados considera que a principal atuação desse órgão refere-se à realização de oficinas, reuniões e seminários com o trade turístico e à participação em eventos e feiras tanto no Brasil como no exterior, visando divulgar o destino. Os dois órgãos mencionados acima foram avaliados satisfatoriamente de uma maneira geral, na medida em que, como muitos entrevistados acreditam, há pouca verba disponível para efetivação das ações. Considera-se que a atual gestão da Amazonastur é mais participativa, buscando interar as empresas do segmento às ações desenvolvidas e pretendidas pelo órgão. As principais críticas voltadas à Amazonastur devem-se às inúmeras reuniões, fóruns e oficinas que a instituição promove, onde se discute muito e poucas ações se concretizam, segundo alguns dirigentes das entidades consultadas. Além disso, houve críticas quanto à inexistência de ações voltadas para o turismo local, sendo que a Amazonastur costuma buscar muitas referências e modelos no exterior para serem aplicados no turismo amazonense, o que muitas vezes, mostra-se inviável. Com relação às ações de divulgação em feiras e eventos de turismo, afirmou-se que a participação conjunta com os outros Estados da região norte em um mesmo stand acaba enfraquecendo o potencial do Amazonas diante de destinações que ainda se encontram em um nível incipiente de desenvolvimento turístico. Pode-se notar que grande parte dos atores do turismo no Estado encontra-se desacreditada com os órgãos responsáveis pela gestão da atividade turística local, talvez pelo fato que o turismo ainda não tenha ganhado um impulso condizente ao seu enorme potencial, recebendo o seu devido valor. Outras entidades foram citadas como encarregadas do turismo amazonense, como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), Associações do Trade Turístico, Secretaria Estadual de Cultura e Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). A atuação do SEBRAE e SENAC, segundo os entrevistados, possui foco principal em promover cursos de qualificação para empresas do segmento de turismo e a Secretaria Estadual de Cultura assume um papel muito importante no contexto turístico, uma vez que é responsável por atrair diversos eventos e festivais de cunho cultural e, conseqüentemente turistas. Considerando a existência de um tripé formado pelos setores público e privado e terceiro setor e responsável pela gestão da atividade turística no Amazonas, desejou-se saber qual seria o papel de cada um nesse cenário. É importante destacar que muitos representantes que participaram da pesquisa acreditam que a parceria entre esses três setores é fundamental, de maneira a aproveitar e somar os esforços de cada um. Deve existir uma transversalidade no planejamento das ações de todos os setores. Como principais papéis do setor público, têm-se:

PLANO VICTORIA RÉGIA

193



Ordenar a atividade turística;



Formular políticas para o setor;



Fomentar o turismo através de ações de divulgação;



Mobilizar os atores envolvidos com o turismo;



Regulamentar o setor;



Criar incentivos fiscais;



Ter habilidade para medir os resultados da atividade turística;



Realizar e incentivar estudos e pesquisas com o intuito de descobrir novas

potencialidades no turismo; 

Atrair novos investimentos e negócios para o Estado;



Trabalhar para suprir as necessidades das empresas privadas;



Qualificar a mão-de-obra em turismo do Estado;



Promover investimentos em infra-estrutura, dando ênfase à infra-estrutura de acesso;



Dar continuidade nas ações.

O setor privado, por sua vez, deve assumir as seguintes atribuições, segundo os entrevistados: 

Investir os recursos disponíveis de forma responsável;



Divulgar, vender, operacionalizar;



Esperar menos e fazer mais com esforço próprio;



Oferecer serviços com qualidade;



Educar, capacitar e treinar a mão-de-obra;



Elaborar juntamente com o setor público um plano de turismo;



Realizar parcerias com o setor público;



Participar de ações, colaborando com a parte financeira;



Inovar na parte operacional;



Buscar parcerias para divulgação e captação de eventos.

Sobre o papel do terceiro setor na gestão do turismo, percebe-se que ainda existe uma dúvida sobre como as organizações não-governamentais podem contribuir com a atividade no Estado. Foram poucos os entrevistados que discorreram sobre o papel desse setor: 

Promover ações sociais e ambientais junto a grupos locais;

PLANO VICTORIA RÉGIA

194



Capacitação;



Produzir conhecimento;



Preparar as comunidades locais para os impactos da atividade turística;



Ser um complemento ao trabalho dos outros setores;



Promover a preservação da fauna e flora;



Incentivar a educação ambiental e a conscientização através de projetos voltados às

causas ambiental e social; 

Realizar eventos e seminários, os quais acabam por atrair novos visitantes ao Estado.

Foram também listados alguns pontos fracos e fortes referentes à gestão do turismo no Amazonas. Uma das debilidades mencionadas foi a inexistência de articulação entre os setores público, privado e terceiro setor para planejar a atividade turística. É preciso criar uma cultura geral que evidencie o turismo como uma atividade de extrema importância para o desenvolvimento do Estado. Para alguns representantes de entidades, nota-se que o empresariado ainda não se mostra totalmente sensibilizado com a importância do turismo. Pelo fato do turismo nunca ser considerado como prioridade no governo do Estado, a falta de verbas e de políticas voltadas para o turismo foram alguns pontos fracos lembrados na pesquisa. Outra questão abordada foi a falta de investimentos na infra-estrutura turística, com foco na reforma do aeroporto, melhoria da estrutura dos hotéis e construção de um centro de convenções. Acredita-se que o turismo somente será impulsionado com a ampliação do aeroporto e políticas que visem angariar mais vôos e aviões para a região. São poucos também os investimentos para formatação de novos produtos turísticos. Houve críticas quanto às ações voltadas mais para o turismo de lazer tradicional em detrimento do ecoturismo. Além disso, afirmou-se que existe uma carência de cursos de qualificação da mão-de-obra local, direcionados para a formação de guias de turismo, camareiras, barman, entre outros. Sobre as ações de marketing, afirmou-se que faltam investimentos para uma divulgação permanente do destino tanto nacional quanto internacionalmente. A divulgação da marca Amazônia deve ser promovida dentro do próprio país, incentivando a visita dos brasileiros, e através de ações multilaterais com outros países, visando incrementar o fluxo atual de turistas. Outros pontos fracos foram discutidos, como a falta de apoio para realização de estudos e pesquisas na área de turismo, falta de dados estatísticos sobre o setor e de incentivos para as empresas turísticas, principalmente para aquelas que já atuam no mercado. Por fim, discutiuse sobre a exagerada quantidade de reuniões e fóruns de turismo promovidos pela Amazonastur, onde sempre os mesmos assuntos são discutidos e poucas dessas discussões e planos são transformados em prática. Verifica-se que as ações dos órgãos não apresentam um caráter de continuidade, desestimulando cada vez mais o trade turístico a ser participativo na gestão da atividade no Estado. PLANO VICTORIA RÉGIA

195

Por outro lado, pôde-se conhecer ações na gestão do turismo amazonense consideradas como pontos fortes pelos entrevistados. Cabe aqui destacar que algumas pessoas não responderam essa questão por não se lembrarem de nenhum ponto forte. Apesar das críticas sobre as constantes reuniões promovidas pela Amazonastur, percebe-se a tentativa por parte desse órgão em discutir abertamente as ações desenvolvidas e estreitar o relacionamento com todo o trade. Um bom exemplo disso foi a congregação de todas as associações de turismo dentro de um mesma casa – a Casa do Turismo, que otimizou e facilitou o trabalho das entidades. O planejamento participativo é visto com bons olhos pelos dirigentes das entidades consultadas, os quais avaliam como boa a relação que eles possuem com a Amazonastur. Além disso, nota-se uma boa articulação entre as secretarias de turismo municipal e estadual, no caso, a Manaustur e Amazonastur, cujas dirigentes também receberam elogios por mostrarem vontade em fazer as coisas. Entende-se que a Amazonastur faz o que está ao seu alcance, dentro das possibilidades de verbas. Outra fortaleza apontada foi o empenho dos órgãos na divulgação, mostrando-se sempre presentes nos eventos de turismo nacionais e internacionais. Nota-se uma grande expectativa em torno dos planos para transformar o aeroporto de Manaus em hub aéreo, inserindo o Estado definitivamente no cenário aéreo nacional.

Considerações finais A parte final do estudo compreende um balanço geral sobre as potencialidades e entraves do Amazonas para o desenvolvimento do turismo, sob o ponto de vista dos representantes das entidades. As principais potencialidades do Estado devem-se à riqueza e diversidade de seu patrimônio natural e cultural. O próprio nome do Estado remete à Amazônia, uma marca reconhecida mundialmente. Considerando os recursos naturais, têm-se como principais potencialidades:

grande

número

de

áreas

protegidas

e

unidades

de

conservação,

biodiversidade da floresta amazônica – a maior floresta tropical do mundo, atrativos preservados, pesca esportiva, abundância de água e observação de aves. A prática da pesca esportiva é vista como um potencial, porém ainda não se mensurou o impacto causado por essa atividade. Não obstante, deve-se aproveitar o imenso potencial da riqueza cultural dos grupos étnicos da região, o exotismo da gastronomia local e a receptividade do povo. O Estado do Amazonas se configura como porta de entrada e saída de vôos internacionais para a América Central e América do Norte, sendo um elemento que pode ser utilizado para atrair mais visitantes. Com relação a Manaus, destaca-se o potencial em desenvolver o Turismo de Negócios, uma vez que a capital já conta com alguns espaços estruturados para receber eventos. A infra-estrutura de transporte é considerada um dos principais obstáculos para o desenvolvimento turístico do Amazonas. A grande distância existente entre o Estado e o

PLANO VICTORIA RÉGIA

196

restante do país e a distância entre os próprios atrativos do destino traz dificuldades ao deslocamento, encarecendo o custo de operação dos atrativos. A dificuldade de acesso é uma característica intrínseca do Estado, uma vez que somente é possível percorrer os atrativos através de transporte fluvial e aéreo. Outro entrave seria a falta de prioridade do governo para a área de turismo, que sempre esteve em segundo plano nas políticas públicas. Acreditase que muitas dessas políticas são mal direcionadas e focadas em projetos que ameaçam os recursos naturais, como é o caso do gasoduto e do asfaltamento da rodovia BR-119. De acordo com a opinião dos entrevistados, é imprescindível que haja concomitante com o desenvolvimento da atividade turística, investimentos na área de saúde – combate às endemias – e infra-estrutura básica, como saneamento, sistema de coleta de lixo etc. Um montante de investimentos também deve ser direcionado para a melhoria da estrutura aeroportuária. Outros elementos foram também considerados entraves ao desenvolvimento turístico, como a falta de incentivos fiscais para o turismo e o número reduzido de companhias aéreas operando na região. Quanto a este obstáculo, é preciso somar esforços para atrair as companhias, através de taxas aeroportuárias competitivas. Além disso, verifica-se que a mãode-obra local é desqualificada e ainda despreparada para atender adequadamente os turistas. Um entrave específico a Manaus refere-se ao descrédito, por parte do empresariado local, da cidade ser uma destinação turística. Segundo o empresariado local, deveria haver uma inversão no fluxo de turistas que ocorre atualmente. Se houver garantia de turistas na capital, certamente haverá garantia de turistas para os hotéis de selva.

4.5.3 A gestão do turismo no Amazonas A gestão pública do turismo no Amazonas é marcada pela descontinuidade ao longo dos anos. São muitos os projetos existentes na região amazônica que acabam por influenciar o turismo, porém ao longo dos anos não se observam esforços no sentido de fazer com que seus objetivos sejam convergentes. A fragmentação de esforços de gestores, tanto em âmbito público como privado, influencia o desenvolvimento turístico do Amazonas, seja no que diz respeito ao planejamento das atividades, seja em sua gestão e captação de investimentos. Como conseqüência, os principais problemas da gestão do turismo no Amazonas estão ligados à organização básica da atividade: ainda falta interação entre setores, divulgação do destino em mercados emissores, sensibilização do empresariado e capacitação da mão-de-obra do setor. Os esforços da Amazonastur são reconhecidos por parte do trade turístico como crescentes ao longo dos últimos quatro anos, porém este mesmo empresariado identifica a necessidade de intensificar as ações desempenhadas pelo órgão público. Apesar da pouca idade da Amazonastur, o turismo no Estado já é realidade há muitos anos e sua organização é vista como imprescindível tanto para empresariado como para o próprio setor público. PLANO VICTORIA RÉGIA

197

Por fim, nota-se ainda que as ações que têm por objetivo a organização do turismo no Estado são focadas no pólo Amazonas, onde se concentra maior parte dos atrativos turísticos do Estado já formatado para venda. Com isso, municípios potencialmente turísticos não têm base para estruturar o início da atividade e carecem de respaldo técnico para tal.

PLANO VICTORIA RÉGIA

198

4.6 Recursos humanos 4.6.1 Cursos disponíveis Há no Amazonas seis instituições de ensino superior com cursos de graduação nas áreas de Turismo e Hotelaria reconhecidos pelo Ministério da Educação. No total, são cerca de 600 vagas, concentradas na capital Manaus. Nome da Instituição

Curso

Adicionais

UEA - Universidade do Estado do Amazonas / EAT (Escola Superior de Artes e Turismo)

Bacharelado em Turismo

CIESA – Centro Integrado de Ensino Superior do Amazonas

Bacharelado em Turismo

Uninilton Lins – Centro Universitário Nilton Lins

Ciências Sociais Aplicadas/Turismo

Privada Turnos: Matutino e Noturno

Uninorte – Centro Universitário do Norte

Bacharelado em Turismo

Privada Vagas: 150 Turnos: Noturno

ULBRA – Manaus (Centro Universitário Luterano de Manaus)

Bacharelado em Turismo e Entretenimento

Privada Turnos: Vespertino e Noturno

FAMETRO – Faculdade Metropolitana de Manaus

Bacharelado em Turismo

Privada Vagas: 100 anuais Turnos: Noturno

Pública Vagas: 98 Turnos: Vespertino e Noturno Privada Vagas: 210 Turnos: Diurno e Noturno

Tabela 66. Cursos de Graduação em Turismo e Hotelaria Fonte: Ministério da Educação, 2006.

Já no que diz respeito aos cursos profissionalizantes nas mesmas áreas, o SENAC é a instituição de maior destaque, oferecendo variada grade de cursos, como ilustra a tabela na seqüência: Nome da Instituição

Curso

CETAM – Centro de Educação Tecnológica do Amazonas

Guia de Turismo

SENAC – AM (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) – Centro de Turismo e Hospitalidade

Camareira, Condutor de Turismo, Boas Práticas na Manipulação de Alimentos, Salgados para Lanchonete, Café Regional, Recepcionista de Hotel, Organização de Eventos e Cerimonial, Aperfeiçoamento para Auxiliar de Confeitaria, Preparação de Sobremesas Diversas, Preparação de Drinks, Recepção Turística, Técnico em Guia de Turismo, Culinária Light

Tabela 67. Cursos Profissionalizantes em Turismo e Hotelaria Fonte: SENAC Amazonas, 2006.

4.6.2 Recursos humanos do turismo no Amazonas Através de percepções já expostas ao longo deste documento, nota-se que a qualificação dos recursos humanos empregados pelo turismo no Amazonas é um dos maiores entraves ao desenvolvimento da atividade no Estado. Os problemas são generalizados: falta qualificação PLANO VICTORIA RÉGIA

199

técnica, capacitação, formação básica, treinamento e reciclagem, tanto para funcionários como para gestores de empreendimentos turísticos. Os funcionários empregados nos diversos empreendimentos turísticos do Amazonas não apresentação formação básica adequada ao desempenho de algumas funções. É latente a falta de escolaridade básica e conhecimentos gerais simples que auxiliam o desempenho das funções. Além da baixa escolaridade, não há treinamentos formais desta mão-de-obra, cujo aprendizado de funções específicas nos empreendimentos turísticos é feito de modo informal, com treinamento apenas no início do desempenho das funções. Sem aperfeiçoamento e acompanhamento formal, a tendência é a perda de qualidade no atendimento ao turista. Outra dificuldade é a disponibilidade de mão-de-obra com formação específica para o desempenho de funções gerenciais ou que exijam maior qualificação nestes empreendimentos turísticos. Além disso, os próprios gestores destes empreendimentos, proprietários em grande parte dos casos, não visualizam a necessidade de treinamento e capacitação profissional de seus funcionários. Em resumo, o setor tem pouco interesse em se qualificar, seja por parte de empregadores como de empregados. E a situação é generalizada em diversos pólos do Estado, naqueles em que o turismo já é realidade e naqueles em que ainda é atividade incipiente. Além dos problemas relacionados especificamente à formação dos recursos humanos empregados no turismo no Amazonas, é necessário abordar ainda a sensibilização da população amazonense para a atividade. O reconhecimento da necessidade de treinamento e capacitação para atuação no setor está atrelada ao reconhecimento da importância do turismo para a região, seja em âmbito econômico ou social. Em algumas localidades, é comum a pratica de preços altos e “exploração” do turista, que paga preços abusivos por produtos não qualificados. Ora, o turista bem atendido é muito mais benéfico à localidade do que os recursos econômicos que ele lá deixa numa visita que não terá retorno ou desdobramentos positivos junto a potenciais visitantes. É muito mais importante para a localidade construir uma imagem positiva, baseada em sua realidade, do que ter ganhos em curto prazo com o turismo e que não gerarão frutos em longo prazo. Em suma, a carência de envolvimento da comunidade com o turismo e pouca sensibilização e conscientização para com o turismo são fatores intensamente relacionados à situação observada em relação à capacitação falha dos recursos humanos no Estado do Amazonas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

200

4.7 Sustentabilidade A atividade

turística envolve diversos setores produtivos de um destino e o

desenvolvimento da localidade depende da integração entre esses setores. Essa atuação conjunta gera efeitos multiplicadores do turismo em outras áreas, ou seja, com o desenvolvimento do turismo, diversas outras áreas são fomentadas e incrementadas. Ao longo deste item serão expostos os impactos positivos e negativos do turismo percebidos no Estado do Amazonas, segundo os atores participantes das oficinas participativas que contribuíram para o presente diagnóstico.

4.7.1 Impactos positivos O turismo na região é visualizado como atividade com grande potencial para a dinamização da economia, através da geração de emprego e renda para a população amazonense. O beneficio econômico trazido pela atividade é um dos mais facilmente percebidos pelas comunidades receptoras e constitui importante desdobramento positivo do turismo, que pode também ser multiplicado em benefício social d atividade. Na mesma linha, atração de recursos e investimentos para o Estado também são beneficio vislumbrado com o turismo. Os participantes das oficinas destacam investimentos no desenvolvimento de novos empreendimentos turísticos e de infra-estrutura básica no Estado do Amazonas. A melhoria na infra-estrutura de transporte aéreo e rodoviário é especificamente detalhada como um dos impactos positivos que a atividade traz e pode continuar trazendo à região. Outro impacto positivo do turismo no Estado é a possibilidade de realização de intercâmbios culturais e a valorização da cultura tradicional da região. A cultura da região é importante complemento da visitação de áreas naturais, conforme visto ao longo deste documento. Através do turismo é possível que os traços tradicionais da cultura amazonense sejam valorizados tanto pelos turistas como pela população, que passa a enxergar a importância e significado amplo de sua cultura. A conscientização acerca da necessidade de preservação do meio ambiente também é impacto positivo do turismo. O contato com a natureza preservada é o principal atrativo turístico do Amazonas, sendo assim, a preservação desta natureza é condição si ne qua non para que haja turismo na região. Esta interdependência faz com que a conscientização da população e turista sobre a importância da preservação seja mais facilmente alcançada. Por fim, o turismo é visualizado também como atividade que incentiva a capacitação da mão-de-obra local, com o desenvolvimento de novos centros de ensino, exigência por mais qualidade no atendimento e alocação de recursos no treinamento e formação na medida em que o turismo se desenvolve mais. PLANO VICTORIA RÉGIA

201

4.7.2 Impactos negativos Entre os principais impactos negativos do turismo estão alguns que contradizem potenciais benefícios da atividade. O aumento das agressões ao meio ambiente, foco do turismo no Estado, é um dos mais visíveis impactos negativos da atividade. Além da visitação desregrada de áreas preservadas e sua conseqüente degradação do ambiente visitado, a “biopirataria” pode ser intensificada com o aumento dos fluxos turísticos na região, assim como a poluição de rios com o aumento do tráfego de embarcações nos mesmos. Outro impacto negativo do turismo relacionado a uma das mais fortes características da atividade no Amazonas é o choque de culturas e perda de identidade cultural. A visitação intensiva e mal planejada de comunidades tradicionais pode causar nestas a total perda de valores singulares de suas culturas, muitas vezes valores que são pressupostos à sua organização social. O desenvolvimento do turismo pode também desrespeitar os desejos destas comunidades e causar grandes choques, uma vez que é possível que determinada população não veja impactos positivos em receber turistas em sua área. Tal impacto é especificamente relevante quando abordada a visitação em áreas indígenas do Amazonas. A perda de identidade cultural já é observada em algumas festas de boi realizadas no Estado, que não mais cultivam o significado cultural da festa, mas apenas o entretenimento por ela proporcionado. A superlotação da deficiente infra-estrutura básica amazonense também é reflexo negativo do turismo. A proliferação do lixo sem tratamento, aumento da violência e falta de segurança no Estado e o êxodo de populações para as cidades mais visitadas do Estado são alguns dos elementos relacionados a tal impacto. Outros impactos negativos do turismo observados no Amazonas são: a exploração sexual no turismo, comuns em diversas localidades, a prática de preços abusivos e exploração do turista, a especulação imobiliária incentivada pelo aumento de fluxos turísticos e a grilagem e invasão de terras.

PLANO VICTORIA RÉGIA

202

5 Análise SWOT Para identificar as estratégias preliminares para o desenvolvimento do turismo no Amazonas é necessário relacionar as oportunidades e as ameaças de mercado com as potencialidades e fragilidades do Estado. Esse procedimento é realizado, geralmente, por meio da análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats) em uma matriz que possibilita o cruzamento desses aspectos. As potencialidades e fragilidades dizem respeito às condições do desenvolvimento do turismo no âmbito do objeto de trabalho, neste caso, o Amazonas. Já as ameaças e oportunidades são definidas pelas condições do ambiente de negócios em que tal objeto se insere: mercado, políticas, economia.

5.1 Matriz SWOT OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

 Crescimento da preocupação com a sustentabilidade de destinos turísticos.  Aumento

da

busca

por

destinos

ecologicamente corretos e planejados.  Proximidade do maior pólo emissor mundial, os Estados Unidos da América.  Conservação do meio ambiente é pauta constante nas agendas de países e organismos internacionais.  Existência do PROECOTUR.  Programa de Regionalização do Turismo estimula o desenvolvimento de novos destinos e pólos turísticos.

 O turista está cada vez mais exigente em relação aos destinos visitados.  Inexpressividade turismo

na

do

movimento região

do

Norte

comparativamente às regiões Sudeste e Sul.  Diversidade

e

qualificação

de

concorrentes em âmbito mundial que têm na natureza seu principal produto, tais como Costa Rica, Equador, África do Sul e Peru.  Adversidades

climáticas

recentes

afetam ecossistema amazônico (secas).  Dificuldade de acesso ao crédito e financiamento em âmbito nacional.  Altos tributos praticados no Brasil.

 Liderança natural do Estado na PanAmazonia.

 Violência advinda de disputa de terras.  Imagem negativa gerada por queimadas e desmatamento da floresta Amazônica.

PLANO VICTORIA RÉGIA

203

PONTOS FORTES

PONTOS FRACOS

 União de natureza e cultura amazônica num mesmo destino.

diversos incidentes na área.

são singulares. de

conservação

do

ecossistema amazônico no Estado.

de

natureza

exuberante

consolidada frente a emissores.

 Dimensões

pólos Manaus Encontro das Águas, Alto Rio Negro e Rio Negro e Solimões.

do

Estado

e

difusão

de

interno.

 Acesso

externo

meios

de

esportiva. rotas de

diretos para Manaus.  Alto custo do transporte aéreo intra-

 Falta de interação entre setor público, turismo. meios

de

hospedagem

e

estabelecimentos de alimentação com conservação e manutenção deficientes.

cruzeiros fluviais. do

que

exclusivamente por via aérea.

 Alguns em

quase

privado e terceiro setor na gestão do

 Estruturação do segmento de pesca

do destino

feito

regional.

hospedagem de selva no Estado.

 Percepção

amplas

 Reduzido número de vôos internacionais

 Serviço de receptivo estruturado nos

 Presença

 Recursos humanos do turismo pouco

 Dependência do transporte hidroviário.

 Diversidade de comunidades indígenas.

e

básicos

conseqüente dificuldade no transporte

taxas

 Presença

serviços

qualificados.

 Atrativos e recursos naturais do Estado

 Imagem

de

deficiente.

 Existência de programas ambientais

 Altas

 Cobertura

empresariado

sobre

melhora gestão do turismo em âmbito estadual.

 Promoção do destino pouco eficiente.  Concentração desenvolvimento

 Infra-estrutura aeroportuária existente em municípios diversos.

de

esforços turístico

para nos

municípios dos pólos Alto Rio Negro, Rio Negro e Solimões e Manaus Encontro das Águas.

 Turismo de negócios e de eventos motivado pela Zona Franca de Manaus.

 Concentração de estruturas turísticas nos pólos Alto Rio Negro, Rio Negro e

 Navegabilidade da Bacia Amazônica no Estado.  Possibilidade

Solimões, Manaus Encontro das Águas e Uatumã.

de

constituir

hub

da

 Distância dos principais pólos emissores

região Norte.

PLANO VICTORIA RÉGIA

204

6 Cenários para o Turismo Os cenários para o planejamento estratégico do turismo num destino tratam de esboçar o futuro papel que a atividade terá na região, bem como o caráter que assumirá ao longo do período estudado. Através dos cenários, são identificados futuros possíveis para o turismo, cenários alternativos que indicam as implicações decorrentes do crescimento da atividade. Este conjunto de informações será decisivo para a formulação das ações a serem realizadas. A partir do diagnóstico combinado aos possíveis cenários do turismo, são identificadas as áreas mais importantes para serem trabalhadas e também o caminho mais viável para atingir os objetivos do destino com sucesso. A elaboração de cenários não tem como objetivo acertar em suas previsões para o turismo, mas sim preparar as decisões tomadas no presente e futuro para que possam se adequar a cenários adversos. O planejamento estratégico do Amazonas considera três cenários para o turismo – otimista, moderado e pessimista - dispostos na seqüência. Cada um dos cenários é composto pelas seguintes temáticas: 

Globalização e economia;



Infra-estrutura básica e acessibilidade;



Meio ambiente e recursos naturais;



Ciência e tecnologia;



Mercado;



Gestão e organização do turismo.

Além disso, em cada cenário há uma série de indicadores esperados para o Estado de acordo com as premissas traçadas. Tais indicadores projetam o comportamento do PIB, IDH, emprego, fluxo de turistas e ocupação hoteleira no Amazonas, entre outros.

PLANO VICTORIA RÉGIA

205

6.1 Cenário otimista CENÁRIO OTIMISTA

 A economia brasileira está fortalecida e recebe injeção de investimentos, beneficiando e dinamizando, entre outros, o setor de turismo.  O processo de globalização se acentua e, consequentemente, cidadãos de todo o mundo têm maior poder de compra. O fluxo de visitantes em destinos turísticos tem aumento.  Com a dinamização e fortalecimento da economia brasileira, é possível o aumento dos incentivos fiscais para alguns setores, entre eles, o turismo.  A globalização, além de seus impactos econômicos, tem reflexo no comportamento dos cidadãos, cada vez mais interessados em ter contato com culturas diferentes e exóticas, o que aumenta o número de viagens realizadas.  Investe-se na melhora da rede de transporte rodoviário e hidroviário dos Estados da Amazônia Legal. Há extensão nas redes e melhores condições de rodagem.  A cobertura de saneamento básico nos diversos municípios do Amazonas se estende e uma quantidade maior de domicílios conta com acesso a água, rede de esgoto, coleta de lixo e energia elétrica.  A infra-estrutura aeroportuária no Amazonas, especificamente em Manaus, tem melhora significativa. A cidade se firma como principal hub da Amazônia, em âmbito sul-americano.  O acesso à internet e a meios de comunicação diversos é mais difundido nos municípios do Amazonas. Ë fácil acessar a rede desde municípios de médio e grande porte, em âmbito estadual.  A legislação restritiva ao tráfico ilegal de plantas e animais nos Estados da Amazônia Legal está mais coesa e é aplicada severamente. O tráfico de plantas e animais, como conseqüência, diminui.

PLANO VICTORIA RÉGIA

206

(continuação)

 A conservação do ecossistema no amazônico no Estado do Amazonas se destaca com os maiores níveis observados no Brasil. A floresta tem altas taxas de Aumento da conservação da floresta e ecossistema amazônico preservação ao longo dos últimos anos.  O Estado do Amazonas se destaca como local de realização de projetos inovadores e eficazes no campo da educação e conscientização ambiental.  A antiga Zona Franca de Manaus, o Pólo Industrial, está consolidado como centro nacional de tecnologia aliada à sustentabilidade ambiental.  O Estado do Amazonas se destaca como sede de centros de referência mundiais em pesquisa e tecnologia nacionais desenvolvidas a partir da rica flora amazônica.  O turista tem como uma de suas principais motivações para viagem o contato com a natureza, realizado através do Turismo de Natureza e ecoturismo. Para este turista, é extremamente importante a sustentabilidade dos destinos visitados.  Os concorrentes do Amazonas em âmbito nacional e mundial são menos numerosos e qualificados, comparativamente ao destino.  Há uma política federal de turismo coesa implantada ao longo dos últimos anos que apóia o desenvolvimento de produtos turísticos estruturados nas diversas regiões do Brasil.

Indicadores no ano de 2011

 IDH estadual de 0,798.  674.391 empregados no Amazonas, sendo 157.314 no setor de serviços.  PIB estadual de R$ 76 bilhões, sendo R$ 20 bilhões o PIB do setor de serviços.  839.925 turistas são recebidos no Estado.  A ocupação média anual da hotelaria urbana é de 78,13% e da de selva é 16,35%.

PLANO VICTORIA RÉGIA

207

6.2 Cenário moderado CENÁRIO MODERADO

 A economia brasileira está estagnada e os investimentos no país apresentam movimento regular.  O processo de globalização continua ditando a economia mundial e, com um maior poder de compra dos cidadãos, o leque de consumidores potenciais para o turismo aumenta.  Com a economia nacional estagnada, os incentivos fiscais para o setor do turismo não apresentam mudanças e continuam restritos.  A

globalização

aumenta

a

busca

por

contato

inter-cultural

e,

consequentemente, beneficia o setor de turismo.  A rede de transporte rodoviário e hidroviário não apresenta evolução marcante ao longo dos anos. A estrutura de transporte observada em 2006 é similar àquela notada em 2011.  A cobertura de saneamento básico ainda é uma deficiência em grande parte dos municípios amazonenses. Observa-se reduzido aumento na cobertura dos domicílios por acesso a água, rede de esgoto, coleta de lixo e energia elétrica.  A infra-estrutura aeroportuária no Amazonas apresenta alguma melhora e o Estado mantém as rotas aéreas operadas no ano de 2006.  O acesso à internet e a meios de comunicação diversos no Estado é restrito em grande parte dos municípios do Amazonas.  A legislação restritiva ao tráfico ilegal de plantas e animais nos Estados da Amazônia Legal não apresenta mudanças significativas desde o ano de 2006.  A conservação do ecossistema no amazônico no Estado do Amazonas se mantém regular ao longo dos anos. Os níveis de preservação observados em 2006 são similares àqueles observados em 2011.  No Estado do Amazonas estão em curso numerosos projetos focados na educação e conscientização ambiental.

PLANO VICTORIA RÉGIA

208

(continuação)

 A antiga Zona Franca de Manaus, o Pólo Industrial, é zona produtora que alavanca a economia amazonense.  A rica flora amazônica acessível no Estado do Amazonas ainda não é utilizada como insumo para a realização de pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias nacionais.  O Turismo de Natureza e o ecoturismo são segmentos de destaque no turismo mundial, junto a outros segmentos crescentes, tais como o turismo de eventos.  A concorrência do destino turístico Amazonas em âmbito nacional e mundial no ano de 2011 é similar àquela observada no ano de 2006.  Há uma política federal de turismo vigente que apóia a gestão estadual do turismo.

Indicadores no ano de 2011

 IDH estadual de 0,780.  599.026 empregados no Amazonas, sendo 155.143 no setor de serviços.  PIB estadual de R$ 63 bilhões, sendo R$ 16 bilhões o PIB do setor de serviços.  685.778 turistas são recebidos no Estado.  A ocupação média anual da hotelaria urbana é de 56,69% e a de selva é 14,61%.

PLANO VICTORIA RÉGIA

209

6.3 Cenário pessimista CENÁRIO PESSIMISTA

 A economia brasileira está enfraquecida e não recebe investimentos, o que prejudica os diversos setores da economia nacional, inclusive o turismo.  O processo de globalização se enfraquece o poder de compra de cidadãos diminui. Como conseqüência, diminui o fluxo de turistas no mundo.  Com o enfraquecimento da economia brasileira, a arrecadação de tributos passa a ter maior importância em âmbito nacional. Assim, aumentam os tributos incidentes sobre diversas atividades, inclusive o turismo.  O processo de globalização, mesmo enfraquecido, faz com que aumentem os preconceitos

relativos

às

diferenças

culturais

em

todo

o

mundo,

especialmente em relação a nações subdesenvolvidas.  A rede de transporte rodoviário dos Estados da Amazônia Legal é estendida desenfreadamente, causando impactos ambientais imensos. Já a rede hidroviária não tem manutenção e conservação adequadas e o trafego nestas vias é prejudicado.  A cobertura de saneamento básico não acompanha o crescimento do número de domicílios no Amazonas. Sendo assim, diversos municípios apresentam problemas no tocante ao acesso a água, rede de esgoto, coleta de lixo e energia elétrica. Além disso, doenças endêmicas não são erradicadas.  A infra-estrutura aeroportuária no Amazonas não apresenta melhora e o número de vôos operados no Estado é diminuído em relação ao observado em 2006. Acidente aéreo ocorrido em 2006 tem repercussão no fluxo aéreo do Estado.  O acesso à internet e a meios de comunicação é mais restrito no Estado. Diminui o número de operadoras de telefonia locais e a cobertura por serviço de acesso à Internet é reduzida.  A legislação restritiva ao tráfico ilegal é ineficaz e a biopirataria cada vez mais faz parte do cotidiano do Estado do Amazonas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

210

(continuação)

 A degradação do ecossistema no amazônico no Estado do Amazonas se acentua e muitas áreas naturais do Estado se perdem.  Não há programas de educação e conscientização ambiental no Estado do Amazonas.  A antiga Zona Franca de Manaus, o Pólo Industrial, não atrai investimentos e enfrenta crise.  O Estado do Amazonas não desenvolve quaisquer pesquisas no que diz respeito ao uso tecnológico de insumos da floresta. Pelo contrário, se acentua a biopirataria no Estado.  Cai a busca por contato com a natureza entre os turistas em todo o mundo. O Turismo

de

Natureza

e

ecoturismo

são

tendências

em

decadência

mundialmente.  Os concorrentes do Amazonas em âmbito nacional e mundial são mais numerosos e qualificados, comparativamente ao destino.  Não há continuidade nas políticas federais de turismo e o incentivo à gestão da atividade é restrito.

Indicadores no ano de 2011

 IDH estadual de 0,763.  530.998 empregados no Amazonas, sendo 152.972 no setor de serviços.  PIB estadual de R$ 52 bilhões, sendo R$ 13 bilhões o PIB do setor de serviços.  566.373 turistas são recebidos no Estado.  A ocupação média anual da hotelaria urbana é de 44,42% e da de selva é 12,63%.

PLANO VICTORIA RÉGIA

211

7 Formulação estratégica Tendo em vista o diagnóstico do turismo no destino e que o mais provável cenário dentre aqueles elencados é o moderado, é preciso definir as estratégias que nortearão o turismo no Estado, maximizando seus impactos positivos. A formulação estratégica trata de atender a esta necessidade, a partir de estrutura delineada na figura a seguir:

Cenários Objetivos estratégicos Diagnóstico + SWOT

ESTRATÉGIAS

PLANO DE AÇÃO

Missão do destino Metas

Figura 164. Estrutura do planejamento estratégico do Turismo no Amazonas

As ações desenvolvidas para o destino, constantes do “Plano de Ação”, são elaboradas de modo a aproveitar oportunidades e pontos fortes e minimizar pontos fracos e ameaças – ou seja, usar tudo o que existe a favor e trabalhar para diminuir o que há de desfavorável ao Estado. Para se alcançar as mesmas, como indica a ilustração, é necessário a definição de algumas macro-estratégias, que compõem a presente etapa deste documento.

PLANO VICTORIA RÉGIA

212

7.1 Preceitos Os preceitos para o turismo no Amazonas são “sentenças curtas que resumem um ideal, um objetivo” para o Estado, ou seja, abordam o se pretende para o Amazonas a partir da implantação das estratégias propostas. São eles: PRECEITOS PARA O DESENVOLVIMENTO TURISMO NO AMAZONAS

 A natureza é conservada no Amazonas;  O turismo traz benefícios sociais e econômicos para a população amazonense;  A cultura local é valorizada e preservada;  O potencial consumidor tem imagem clara e positiva do destino turístico Amazonas;  O destino tem produtos competitivos, qualificados e singulares;  Há no Amazonas produtos estruturados para

segmentos de

público

diversificados, porém qualificados;  Há infra-estrutura adequada para atendimento de visitantes no destino;  Os recursos humanos empregados no turismo são qualificados e bem remunerados;  O consumidor está satisfeito com a experiência turística, tem intenção de retorno e indica o destino para outros visitantes;  A comunidade e empresariado entendem a importância do turismo para o Estado;  O morador recebe bem seu visitante;  Os setores público, privado e terceiro setor interagem para a melhor gestão do turismo;  Há política estratégica percebida pelo empresariado e população que norteia e monitora o desenvolvimento sustentável do turismo no Amazonas.

Tabela 68. Preceitos para o desenvolvimento do turismo no Amazonas

PLANO VICTORIA RÉGIA

213

7.2 Missão do destino A missão do destino turístico Amazonas, tendo como base os alvos definidos para o turismo no Estado, é: “Oferecer um destino turístico nacional e internacional singular, exuberante e qualificado que processa corretamente os seus recursos naturais, culturais e humanos, promovendo o desenvolvimento sustentável local e melhorando a qualidade de vida de sua população, ao mesmo tempo em que proporciona aos seus visitantes experiências memoráveis.”

7.3 Objetivos estratégicos Para se atingir os alvos traçados e a missão do destino turístico Amazonas é necessário o desenvolvimento de ações em quatro nichos inter-relacionados: “Gestão do turismo”, “Produto turístico”, “Marketing do turismo” e “Infra-estrutura básica”. Estes quatro temas amplos geram os objetivos estratégicos para o turismo no Amazonas e podem ser ilustrados por um dos mais fortes símbolos da Amazônia: a Victoria Regia. Cada uma das pétalas da flor amazônica representa um nicho de trabalho, com ilustra a figura a seguir:

PRODUTO

GESTÃO

MARKETING

INFRAESTRUTURA

Figura 165. O conceito da Victoria Régia

Sendo assim, os objetivos estratégicos traçados no presente plano para o turismo no Amazonas são: 

Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos do turismo;



Aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a

sustentabilidade do turismo; 

Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas; PLANO VICTORIA RÉGIA

214



Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o

turismo; 

Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados;



Criar a imagem de um destino turístico singular;



Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados

emissores e em diferentes nichos de mercado; 

Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infra-estrutura básica

do destino. O quadro a seguir ilustra como cada um dos objetivos estratégicos está inserido nos nichos Gestão, Produto, Promoção e Infra-estrutura.

GESTÃO

 Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos do turismo.  Aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a sustentabilidade do turismo.

 Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas.

PRODUTO

PALAVRAS-CHAVE: Planejar e gerir, Interagir, Atrair investimentos, Monitorar.

 Capacitar a mão-de-obra e sensibilizar a população amazonense para o turismo.  Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

MARKETING

PALAVRAS-CHAVE: Estruturar, Identificar, Qualificar, Sensibilizar.

 Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores.  Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado.

INFRA-ESTRUTURA

PALAVRAS-CHAVE: Promover, Criar imagem, Segmentar.

 Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infra-estrutura básica do destino. PALAVRA-CHAVE: Ampliar, Adequar e Implantar.

Tabela 69. Objetivos estratégicos para o turismo no Amazonas

PLANO VICTORIA RÉGIA

215

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

8 Metas traçadas para o Plano Em consonância com as metas traçadas no Plano Nacional de Turismo delineou-se as metas para o Plano Estadual de Turismo do Amazonas a serem atingidas no período pelo mesmo abarcado. São elas: 

Meta 1: Atingir 620 mil viagens domésticas em 2011



Meta 2: Criar 11.000 novos empregos no Turismo até 2011



Meta 3: Estruturar 2 destinos turísticos para o receptivo turístico internacional



Meta 4: Gerar 30,8 milhões de dólares em divisas

8.1 Meta 1 ATINGIR 620 MIL VIAGENS DOMÉSTICAS EM 2011 Essa meta, relativa às viagens domésticas no Amazonas, avança no sentido da construção de um indicador mais realista dos fluxos turísticos domésticos, Os dados sobre as viagens domésticas têm como base as informações produzidas pela Amazonastur e a pesquisa realizada pela FIPE. O conceito refere-se a viagens domésticas por pessoa, mesmo quando viajando em grupos, dentro do estado do Amazonas, com no mínimo um pernoite. Esse conceito não inclui as viagens rotineiras, aquelas feitas várias vezes ao ano para os mesmos destinos, geralmente próximos do local de residência dos turistas. É importante esclarecer ainda que nessas viagens os turistas se utilizam não só de hotéis, mas também de diversos tipos de meios de hospedagem, como casas de parentes e amigos, campings etc. A meta de 2011 foi estabelecida através de uma projeção dos fluxos atuais, com uma taxa de crescimento anual de 11%, taxa essa observada nos últimos anos no movimento de turistas que visitam o Amazonas.

Indicadores Indiretos para 2011 

Pernoites totais gerados (em milhões) 2,48



Permanência média (dias) 4



Gasto per capita / dia (em R$) 100,00



Desembarques vôos nacionais (em milhões) 0,53 PLANO VICTORIA RÉGIA

216

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Os indicadores indiretos relativos aos fluxos domésticos referem-se a um conjunto de medições que colaboram com a avaliação dessa movimentação de turistas no País, apresentados nos indicadores acima. Os pernoites gerados em todos os tipos de hospedagem, bem como a permanência média e gasto per capita, resultam da citada pesquisa da FIPE para 2005.

8.2 Meta 2 CRIAR 11.000 NOVOS EMPREGOS NO TURISMO ATÉ 2.010 Essa é uma meta cumulativa que propõe a criação de um total de 11.000 novos empregos e ocupações de 2008 até 2011. O conceito da meta refere-se ao número de empregos e ocupações diretos, formais e informais, gerados pelo turismo, tendo como referência o recorte das categorias da CNAE que se enquadram nas Atividades Características do Turismo, conforme recomendação da OMT, e como fonte para o mercado formal de geração de empregos os números da RAIS/MTE.

Indicadores Indiretos para 2011 

Número de unidades habitacionais hoteleiras: 5000



Pernoites gerados em hotéis, pousadas e resorts (em milhões); 2,48



Investimentos privados em meios de hospedagem programados (em R$ milhões) 81



Financiamento concedido para o setor privado (em R$ milhões) 56

A geração de empregos e ocupações em uma atividade econômica está relacionada a indicadores indiretos que permitem avaliar a performance dessa atividade. No caso do turismo, foram elencados os indicadores indiretos, passíveis de aferição, projetados até o ano de 2011. O número de estabelecimentos hoteleiros foi projetado a uma taxa de crescimento de 4,77% ao ano, que foi o crescimento médio observado nos últimos anos. Os pernoites gerados resultam da permanência média projetada para o ano de 2011. Apontam-se ainda como indicadores indiretos da meta geração de empregos os investimentos privados estimados em função do crescimento da oferta de unidades habitacionais e um percentual de 70% do investimento sendo feito através de financiamentos.

PLANO VICTORIA RÉGIA

217

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

8.3 Meta 3 ESTRUTURAR

DOIS

DESTINOS

TURÍSTICOS

PARA

O

RECEPTIVO

TURÍSTICO

INTERNACIONAL O Programa de Regionalização do Turismo mapeou 200 regiões turísticas no País por meio de um trabalho articulado com os Órgãos e Fóruns Estaduais de Turismo e selecionou os roteiros e regiões que apresentam condições de serem trabalhados para adquirirem um padrão de qualidade internacional de mercado. Para priorizar destinos nos 87 roteiros selecionados, que perpassam 116 regiões turísticas brasileiras, são consideradas as avaliações e valorações do Plano de Marketing Turístico Internacional – Plano Aquarela, do Plano de Marketing Turístico Nacional – Plano Cores do Brasil, além de outros estudos e investigações sobre investimentos do governo federal e sobre as potencialidades desses destinos. Com

base

nesse

estudo,

destacam-se

65

destinos

turísticos

que

induzirão

o

desenvolvimento nos respectivos roteiros e regiões turísticas em todas as Unidades Federadas. Destes 2 estão no

trabalhados, até 2011, para servirem de modelos indutores para o

desenvolvimento turístico-regional. Essa ação deve ser desenvolvida com base no princípio da sustentabilidade ambiental, sociocultural e econômica, trabalhando de forma participativa, descentralizada e sistêmica, estimulando a integração e a conseqüente organização e ampliação da oferta turística.

Indicadores Indiretos para 2011 

Regiões turísticas organizadas institucionalmente – 2



Empresas de turismo cadastradas no MTur – 860

Contribui ainda para o processo de avaliação da meta o número de empresas cadastradas no Ministério do Turismo25, incluindo agências de turismo, meios de hospedagem, flats, organizadores de feiras, organizadores de eventos, espaços para eventos, parques temáticos, transportadoras turísticas, empresas de A&B e empresas de entretenimento.

8.4 Meta 4 GERAR 30,8 MILHÕES DE DÓLARES EM DIVISAS A meta de geração de divisas pelo turismo refere-se exclusivamente aos valores registrados oficialmente pelo Banco Central do Brasil.

A projeção da meta e dos demais

indicadores a ela relacionados resulta das análises das condições do mercado nacional e PLANO VICTORIA RÉGIA

218

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

internacional, empreendidas pelo Ministério do Turismo, Embratur e Amazonastur, considerando as condições recentes de expansão da atividade, suas perspectivas e obstáculos e, ainda, a possibilidade de superação, a curto prazo, das limitações na oferta de assentos em vôos internacionais para a Amazônia. A realização dessa meta está vinculada ao alcance de outros resultados relativos aos fluxos internacionais de turistas para o Amazonas, que constituem os seus indicadores indiretos.

Indicadores Indiretos para 2011 

Chegada de turistas estrangeiros: 31.600



Desembarques internacionais 40.000



Taxa de permanência de turistas estrangeiros (em dias) 6,0

A geração de divisas está relacionada à chegada de turistas estrangeiros, bem como ao tempo de permanência e aos gastos médios per capita realizados por esses turistas no Amazonas, que constituem os indicadores indiretos para essa meta.

PLANO VICTORIA RÉGIA

219

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

9 Plano de Ação Como anteriormente abordado, o plano de ação trata de elencar as medidas necessárias para que cada um dos objetivos estratégicos traçados para o turismo no Amazonas seja alcançado.

9.1 Plano de ação para a gestão OBJETIVO: Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos do turismo.

AÇÕES 

Identificar e divulgar aos atuais investidores do turismo no Estado e a potenciais as

linhas de financiamento disponíveis para aplicação no turismo no Brasil e no Amazonas. 

Realizar diagnóstico para identificar gaps de investimento em setores-chave para o

turismo, tais como: hospedagem, transporte, operação e agenciamento, estruturação de atrativos, entre outros. 

Desenhar “Plano de captação de investimentos” para o turismo no Amazonas,

conforme gaps identificados no diagnóstico anterior. Este plano indicará os setores prioritários para investimento e as potenciais fontes para financiar sua melhoria. 

Propiciar a criação de políticas públicas e instrumentos de incentivo econômico que

facilitem o investimento em turismo no Estado do Amazonas, conforme diagnóstico de gaps elaborado anteriormente. 

Estruturar

“Bolsas

de

negócios

do

Amazonas”,

em

mercados

nacionais

e

internacionais, que facilitem o investimento no turismo do Estado. Para essa ação, procurar estabelecer associações com entidades industriais e de serviços de outros estados como a Fiesp. 

Promover “Road Shows” para a captação de Investimentos com base nas diretrizes do

“Plano de captação de investimentos” e com a fixação de parcerias junto a bancos e instituições internacionais. 

Garantir que novos investimentos no turismo amazonense não prejudiquem o mercado

já estabelecido ou a população amazonense, ou seja, exercer papel regulador no que diz respeito a novos investimentos no turismo do Estado. PLANO VICTORIA RÉGIA

220

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

AÇÕES JÁ IMPLANTADAS / PROGRAMADAS PELA AMAZONASTUR 

Captação de investimentos.



Documentação e informação turística.



Planejamento de Bolsas de Negócios do Turismo



Micro-crédito para o turismo.

OBJETIVO: Aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a sustentabilidade do turismo.

AÇÕES 

Delinear política pública para incentivar a formação de associações e entidades

representativas relacionadas ao turismo no Estado. 

Desenhar a institucionalização de uma rede inter-setorial para gestão do turismo, a

partir da identificação de atores e da criação de mecanismos para possibilitar a participação dos diversos setores na gestão do turismo estadual. 

Firmar parcerias estratégicas com entidades setoriais e instituições relacionadas ao

turismo no Amazonas e em seus Estados vizinhos. 

Desenvolver grupos de discussão setoriais, aos moldes de câmaras temáticas, que

discutam em âmbito público questões relativas aos diversos setores relacionados ao turismo no Amazonas. 

Estudar modelos de gestão compartilhada, que incorporem em certo grau a

participação do setor privado e terceiro setor na gestão do turismo estadual. 

Mapear projetos e instituições que atuam no turismo e em setores correlatos no

Estado do Amazonas e, num segundo momento, nos demais Estados da Amazônia Legal.

OBJETIVO: Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas.

AÇÕES 

Assegurar o constante alinhamento entre as estratégias traçadas para o turismo do

Amazonas e as estratégias globais traçadas pelo governo estadual e federal, incidentes direta ou indiretamente sobre a atividade. 

Aprimorar os atuais indicadores do turismo no Amazonas de modo que propiciem

medida acurada do fluxo e perfil de visitantes do Estado ao longo do ano.

PLANO VICTORIA RÉGIA

221

Plano de Turismo do Estado do Amazonas



Constituir marco normativo para nortear o turismo no Amazonas com respaldo

legislativo. 

Estruturar um banco de dados que inclua projetos e casos de sucesso desenvolvidos

sobre o turismo no Estado do Amazonas e difundi-lo por meio da elaboração de um website específico para tal. 

Estabelecer programa de capacitação da gestão municipal para o turismo, tendo em

vista as estratégias para o turismo no Estado e aquelas provenientes de projetos federais, especialmente o Proecotur. 

Estabelecer

sistema

de

monitoramento

em

base

digital

que

possibilite

o

acompanhamento periódico dos indicadores do turismo no Amazonas, impactos econômicos e sociais da atividade no Estado e alcance de metas estratégicas programadas. 

Criar mecanismos para o fortalecimento da gestão municipal do turismo no Amazonas.



Implantar programa de monitoramento de metas de gestão e indicadores, o “Painel

de Controle de Gestão Pública”, construído através do uso da metodologia Balanced Score Card.

AÇÕES JÁ IMPLANTADAS / PROGRAMADAS PELA AMAZONASTUR 

Estudos e pesquisas estatísticas.



Projeto de capacitação dos municípios.



Prointur - Programa de Apoio ao Turismo no Interior do Amazonas.

9.2 Plano de ação para o produto OBJETIVO: Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

AÇÕES 

Definir ações para capacitar funcionários de setores diversos que têm contato com o

turista (aeroportos, portos, rodoviárias) a tratar com o mesmo. Em suma, promover cursos básicos de tratamento do cliente para este público-alvo. 

Elaborar programa de “Certificação de recursos humanos”, visando estabelecer

parâmetro para a qualificação de mão-de-obra e gestores do setor.

PLANO VICTORIA RÉGIA

222

Plano de Turismo do Estado do Amazonas



Desenvolver programa de conscientização e capacitação para a gestão ambiental

destinado ao empresariado e mão-de-obra do turismo no Estado. 

Desenhar “Programa de capacitação de recursos humanos” permanente, a fim de

qualificar mão-de-obra e empresariado do turismo através de ferramentas inovadoras e com base nas necessidades identificadas pelo público-alvo do programa. 

Definir “Programa de sensibilização e conscientização para o turismo” a ser aplicado

junto à população amazonense. Devem ser premissas do programa a identificação de metodologias bem-sucedidas com este fim e a identificação de parceiros-chave para sua implementação. 

Elaborar plano de ação específico do “Programa de sensibilização...” destinado a

transmitir para a população amazonense a importância das culturas tradicionais – ribeirinhas e indígenas – para a história do Estado e para o turismo. 

Elaborar plano de ação específico do “Programa de sensibilização...” destinado a

problematizar o turismo e seus impactos positivos e negativos junto a comunidades tradicionais – ribeirinhas e indígenas – do Amazonas. 

Estabelecer parcerias com entidades-chave para aprimorar e facilitar a implantação

do “Programa de capacitação de recursos humanos”. 

Promover ativamente cursos e treinamentos desenhados ara atender às necessidades

do empresariado turístico. 

Programar e estruturar calendário de apresentações educativas em escolas de ensino

fundamental e médio do Estado para iniciar sensibilização com o turismo.

AÇÕES JÁ IMPLANTADAS / PROGRAMADAS PELA AMAZONASTUR 

Capacitação de mão-de-obra.



Apoio aos municípios e à iniciativa privada para formação e capacitação de mão-de-

obra.

OBJETIVO: Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

AÇÕES 

Estruturar e realizar o “Programa regulamentação e informação sobre a certificação

de empreendimentos turísticos” do Amazonas.

PLANO VICTORIA RÉGIA

223

Plano de Turismo do Estado do Amazonas



Definir segmentos específicos do “Programa regulamentação e informação sobre a

certificação de empreendimentos turísticos” que definirão padrão de qualidade para produtos de nichos de mercado chave, quais sejam: ecoturismo e Turismo de Natureza, hotelaria de selva, cruzeiros fluviais e pesca esportiva. 

Desenvolver estudos de capacidade de carga turística nos principais atrativos naturais

e culturais do Estado e incentivar a elaboração de planos de manejo das unidades de conservação na área do Amazonas. 

Organizar e implementar, em parceria com a FEPI (Fundação Estadual dos Povos

Indígenas), programa de “Identificação de potencialidades e entraves ao turismo em comunidades indígenas” e constituir fórum de discussão da temática junto a representantes de diversos povos indígenas no Amazonas. 

Incentivar o desenvolvimento de produtos turísticos sustentáveis através de

mapeamento e divulgação do uso de produtos ecologicamente corretos e insumos locais nos empreendimentos turísticos do Estado. O estado do Amazonas, a começar por Manaus, deve se estruturar para ser um exemplo de turismo sustentável mundial. 

Desenhar produtos e roteiros prioritários englobando os atrativos turísticos com maior

potencialidade do Estado e considerando estudos previamente elaborados, de modo a compor uma rede de produtos turísticos sinérgicos no Amazonas, com a possibilidade de agregar inclusive destinos de outros Estados e países. Dêem ser priorizados também os produtos que

possibilitem ao

visitante ter uma experiência,

além da simples

contemplação. 

Realizar “Plano de uso de recursos turísticos” a partir de identificação e diagnóstico

dos recursos turísticos de todo o Estado do Amazonas. 

Elaborar “Plano de sinalização turística” do Amazonas, priorizando a sinalização dos

atrativos mais visitados e com maiores potencialidades, principais vias de acesso, sem perder de vista o apelo do destino: natureza + cultura tradicional. 

Desenvolver “Sistema de informações para o turista” que atenda às necessidades de

informação dos visitantes de segmentos diversos antes, durante e depois de sua viagem ao Amazonas. 

Diagnosticar pontos fracos e fortes do atendimento realizado nos Centros de

Informação Turística e buscar seu aperfeiçoamento, considerando ainda a diversificação de suas regiões de concentração. 

Desenhar o “Programa de qualidade da experiência de visitação” a ser aplicado nos

atrativos do Amazonas e que deve ser parâmetro para a avaliação e seleção de prioridades entre os atrativos turísticos do Estado. PLANO VICTORIA RÉGIA

224

Plano de Turismo do Estado do Amazonas



Delinear o “Plano Amazonas para eventos”, buscando incentivar o investimento em

eventos diferenciados e estruturas qualificadas e a diversificação dos eventos do Estado, de modo que estes possam compor com maior peso sua rede de produtos. 

Participar ativamente dos programas nacionais para combate à exploração sexual do

turismo e erradicação da atividade junto a faixa etária infanto-juvenil e implementar ações com base em suas diretrizes.

AÇÕES JÁ IMPLANTADAS / PROGRAMADAS PELA AMAZONASTUR 

PNDPA - Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora.



PROECOTUR - Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal.



Estruturação de centros de atendimento aos turistas.



Programa dos clubes da melhor idade.



Cadastro, classificação, controle de qualidade e fiscalização dos prestadores de

serviços turísticos. 

Sinalização turística.



Desenvolvimento e formatação de novos produtos turísticos.



Implantação do selo de qualidade para o artesanato.



Rotas turísticas.



Inventário da oferta turística.



Campanhas de combate à exploração sexual infanto-juvenil no turismo.



Campanhas de educação ambiental.



Planos de manejo.



Qualificação profissional nos municípios com potencial turístico.



Pólos de ecoturismo.



PRT – Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil.

PLANO VICTORIA RÉGIA

225

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

9.3 Plano de ação para o marketing OBJETIVO: Criar a imagem de um destino turístico singular.

AÇÕES 

Desenvolver site visualmente atrativo e condizente com a imagem almejada para o

destino turístico e atualizar constantemente seu conteúdo. 

Definir conceitual e visualmente a “Marca” turística do Amazonas, a ser característica

de todo o material promocional do destino. 

Elaborar “Plano de marketing turístico” para nortear ações de promoção do destino

Amazonas, sem perder de vista o apelo do destino: natureza + cultura tradicional. 

Familiarizar operadores e agentes que comercializam o produto Amazonas com o

destino e suas principais características de comercialização, de como a difundir imagem forte do destino turístico frente a este público e seus consumidores.

AÇÕES JÁ IMPLANTADAS / PROGRAMADAS PELA AMAZONASTUR 

Marca Amazonas.

OBJETIVO: Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado.

AÇÕES 

Participar de feiras, workshops e festivais nacionais e internacionais e organizar

famtrips e presstours com o intuito de posicionar o destino Amazonas, tanto nacional como internacionalmente. 

Realizar campanha promocional para atingir público nacional de alto poder aquisitivo

e sensibilizá-lo para a visitação do Amazonas. 

Desenvolver estudos de mercado que possibilitem a identificação e mensuração dos

principais mercados emissores nacionais e internacionais do Amazonas. 

Delinear plano de divulgação do Amazonas focado nos mercados emissores

estratégicos identificados em estudos de mercado prévios. 

Elaborar plano de promoção específico para a realização de eventos de cunho

científico e tecnológico em Manaus, nas proximidades do Pólo Industrial.

PLANO VICTORIA RÉGIA

226

Plano de Turismo do Estado do Amazonas



Promover o calendário de eventos culturais do Estado como componente de sua oferta

turística, baseada na natureza em conjunção com a tradição cultural. 

Realizar feiras em mercados emissores reais e potenciais para promover o destino

turístico Amazonas e sua diversidade. 

Promover produtos do Amazonas com foco em segmentos de mercado específicos, tais

como: Birdwatching, Pesca esportiva, Turismo rural, Fotografia, Passeios aéreos, Educação, Cultura tradicional. Eventos criativos e Viagens corporativas. 

Desenvolver e implantar plano de ação para compor gradativamente uma rede de

agentes e operadores nacionais e internacionais especializados no destino Amazonas, em suas diversas facetas.

AÇÕES JÁ IMPLANTADAS / PROGRAMADAS PELA AMAZONASTUR 

Promoção e divulgação do turismo.



Participação em eventos.

9.4 Plano de ação para a infra-estrutura OBJETIVO: Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infraestrutura básica do destino.

AÇÕES 

Identificar projetos federais que tenham por objetivo apoiar o aprimoramento de

infra-estrutura básica e pleitear sua aplicação no Estado do Amazonas. 

Identificar linhas de financiamento disponíveis para melhoria da infra-estrutura

aeroportuária do Estado e elaborar projetos com o mesmo fim. 

Identificar linhas de financiamento disponíveis para melhoria da infra-estrutura

rodoviária do Estado e elaborar projetos com o mesmo fim. 

Aprimorar a infra-estrutura hidroviária do Amazonas, com destaque à sinalização de

vias e implantação de portos. 

Compor comissão inter-setorial entre secretarias e órgãos estaduais do Amazonas para

discutir e pleitear melhoras na infra-estrutura básica do Estado. 

Buscar a diversificação e o aumento das linhas aéreas que ligam o Estado do

Amazonas aos demais Estados brasileiros e a outros países. PLANO VICTORIA RÉGIA

227

Plano de Turismo do Estado do Amazonas



Planejar o desenvolvimento do setor aéreo no Amazonas com o objetivo de fixar

Manaus como hub da região Amazônica ao longo dos anos. 

Elaborar plano de tratamento de resíduos sólidos, junto aos órgãos estaduais

competentes, e buscar linhas de financiamento para o mesmo.

9.5 Prazos O prazo das ações é definido de acordo com os parâmetros dispostos na tabela a seguir: PRAZO

DURAÇÃO

Curto

Inferior a 1 ano

Médio

Entre 1 e 4 anos

Longo

Acima de 4 anos

Tabela 70. Prazo de ações

Divulgação de linhas de financiamento

9.6 Quadros explicativos de ações de gestão OBJETIVO ESTRATÉGICO Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Amazonastur

QUANTIDADE E ORÇAMENTO -

1. Diagnosticar linhas financiamento existentes. 2. Elaborar plano de ação e de divulgação. 3. Estrutura equipe para divulgação. 4. Desenvolver reuniões com empresários e potenciais empresários.

PLANO VICTORIA RÉGIA

228

Plano de captação de investimentos

Diagnóstico de gaps de investimentos

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Investimentos

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 30.000

1. Identificar setores a serem diagnosticados. 2. Elaborar estudos setoriais. 3. Ranquear setores de acordo com prioridade de investimento. 4. Elaborar pareceres finais.

OBJETIVO ESTRATÉGICO Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Investimentos

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Estruturação de planos de ações para setores prioritários identificados pelo diagnóstico de gaps de investimentos. 2. Priorização de ações identificadas.

R$ 50.000

PLANO VICTORIA RÉGIA

229

Políticas de incentivo ao investimento

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Amazonastur

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. De acordo com o diagnóstico e plano de ação identificados para o setor, implantar ações de atração de investimentos para o estado.

-

OBJETIVO ESTRATÉGICO

Bolsas de negócios

Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Investimentos

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. 2. 3. 4.

Identificação de potenciais participantes. Definição da estrutura das reuniões. Organização de reuniões. Monitoramento de resultados.

3 eventos/R$ 135.000

PLANO VICTORIA RÉGIA

230

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO

Promoção de Road shows

Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Eventos

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Identificação de potenciais participantes. 2. Identificação de mercados de destino dos road shows. 3. Estruturação de road shows. 4. Realização de eventos.

6 eventos/R$ 500.000

Regulação de investimentos

OBJETIVO ESTRATÉGICO Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Amazonastur

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Estruturação de equipe e linha de ações. 2. Regulação dos investimentos futuros no estado.

-

PLANO VICTORIA RÉGIA

231

Política de incentivo ao associativismo

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a sustentabilidade do turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Gestão

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Identificação de principais falhas no setor. 2. Elaboração de linhas de implantação de política com o fim. 3. Monitoramento de ações implantadas para alcançar linhas traçadas.

R$ 40.000

Desenho de rede inter-setorial de gestão

OBJETIVO ESTRATÉGICO Aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a sustentabilidade do turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Gestão

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 155.000

1. Identificação de principais atores que devem compor rede. 2. Desenho de modelo de funcionamento da rede e de suas principais atribuições. 3. Implantação da rede e monitoramento de resultados.

PLANO VICTORIA RÉGIA

232

Parcerias estratégicas para gestão

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a sustentabilidade do turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Amazonastur

QUANTIDADE E ORÇAMENTO -

1. Estruturação de equipe técnica. 2. Elaboração de plano de ação, incluindo a identificação de parceiros potenciais. 3. Identificação de principais setores para a implantação de parcerias. 4. Busca de parceiros e monitoramento de resultados.

Grupos de discussão setoriais

OBJETIVO ESTRATÉGICO Aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a sustentabilidade do turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Gestão

QUANTIDADE E ORÇAMENTO 8 eventos/R$ 45.000

1. Estruturação de equipe técnica. 2. Identificação de potenciais participantes. 3. Elaboração de estrutura de funcionamento dos grupos. 4. Identificação de pautas de reuniões. 5. Realização e monitoramento de reuniões.

PLANO VICTORIA RÉGIA

233

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Estudo de modelos de gestão compartilhada

OBJETIVO ESTRATÉGICO Aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a sustentabilidade do turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Gestão

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 50.000

1. Identificação de casos de sucesso nacionais e internacionais. 2. Análise de casos, aproximando-os da realidade amazonense. 3. Redação de ações de a serem desenvolvidas no Estado.

Mapeamento de atores e projetos

OBJETIVO ESTRATÉGICO Aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a sustentabilidade do turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Gestão

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 50.000

1. Desenvolvimento de banco de dados e formato de inserção de ações e projetos de turismo realizados no estado. 2. Mapeamento de iniciativas a partir de buscas por internet, bibliografia e contato com instituições diversas. 3. Consolidação de banco de dados.

PLANO VICTORIA RÉGIA

234

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Alinhamento de estratégias

OBJETIVO ESTRATÉGICO Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Ajustar ações estratégicas delineadas para o turismo no Amazonas anualmente, a partir de diagnósticos de monitoramento periódicos.

Aprimoramento de indicadores de turismo

4 oficinas/ R$ 100.000

OBJETIVO ESTRATÉGICO Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Identificação de falhas nos instrumentos de coleta e metodologias de tabulação de dados. 2. Re-estruturação de bancos de dados.

R$ 40.000

PLANO VICTORIA RÉGIA

235

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Constituição de marco normativo

OBJETIVO ESTRATÉGICO Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Direito

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Elaboração de normas para o turismo no Amazonas, com base no plano estratégico de turismo do Estado.

R$ 70.000

Banco de dados de projetos

OBJETIVO ESTRATÉGICO Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Identificação de projetos de sucesso no turismo amazonense. 2. Coleta de dados sobre projetos. 3. Consolidação de banco de dados.

R$ 70.000

PLANO VICTORIA RÉGIA

236

Programa de capacitação da gestão municipal

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Gestão e Capacitação/Sensibilização

QUANTIDADE E ORÇAMENTO 80 oficinas/R$ 1.500.000

1. Elaboração de programa de capacitação, com metas quantitativas e ações previstas. 2. Realização de oficinas em municípios representativos de pólos turísticos amazonenses. 3. Monitoramento e feedback do processo.

Programa de monitoramento do turismo

OBJETIVO ESTRATÉGICO Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Tecnologia da Informação

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 400.000

1. Elaboração de ferramentas de coleta. 2. Estruturação de banco de dados. 3. Alimentação de banco de dados e identificação de indicadores gerados. 4. Geração de análises mensais para monitorar atividade no Estado.

PLANO VICTORIA RÉGIA

237

Painel de controle da gestão pública

Fortalecimento da gestão municipal

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Gestão

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 650.000

1. Identificação de pontos fortes e fracos na gestão municipal do turismo nos municípios amazonenses. 2. Formulação e implantação de políticas para o fortalecimento da gestão municipal, minimizando pontos fracos e maximizando fortes.

OBJETIVO ESTRATÉGICO Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Tecnologia da Informação

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Implantação de sistema digital para o monitoramento das ações estratégicas dos gestores públicos do turismo no Amazonas.

R$ 200.000

PLANO VICTORIA RÉGIA

238

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Capacitação para atendimento ao turista

9.7 Quadros explicativos de ações de produto OBJETIVO ESTRATÉGICO Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO 6 oficinas/R$ 66.000

1. Identificação de recursos humanos de setores-chave que devem participar do programa (aeroportos, portos, etc.). 2. Elaboração de programação de treinamentos especiais para setores identificados e funcionários de diferentes postos. 3. Realização e monitoramento de treinamentos.

Certificação de recursos humanos

OBJETIVO ESTRATÉGICO Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 75.000

1. Elaboração de grade programática de cursos extensivos nas áreas de Turismo e Hotelaria, destinado focado no atendimento à mão-de-obra técnica do setor. 2. Avaliação de conteúdo e delineação de parâmetros de avaliação dos recursos humanos reais e potenciais treinados. 3. Realização de cursos e certificação de participantes.

PLANO VICTORIA RÉGIA

239

Programa de capacitação de recursos humanos

Conscientização e capacitação para gestão ambiental

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Meio Ambiente

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 160.000

1. Delineação de palestras de sensibilização e cursos básicos e avançados para mãode-obra e empresariado turísticos no que diz respeito à gestão ambiental. 2. Realização de cursos e palestras e monitoramento de resultados.

OBJETIVO ESTRATÉGICO Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 60.000

1. Elaboração de grade programática para setores diversos correlatos à atividade (A&B, recepção, governança, atendimento, guias, etc.). 2. Divulgação de grade junto à público-alvo. 3. Realização de treinamentos, feedback para participantes e monitoramento do processo.

PLANO VICTORIA RÉGIA

240

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Programa de sensibilização e conscientização

OBJETIVO ESTRATÉGICO Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 120.000

1. Identificação de metodologias destinadas à sensibilização da população amazonense para com os impactos negativos e positivos do turismo. 2. Divulgação de palestras/oficinas. 3. Realização de palestras/oficinas e monitoramento de resultados.

Plano de sensibilização para a valorização cultural

OBJETIVO ESTRATÉGICO Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Identificação de metodologias de sensibilização adequadas ao fim da ação. 2. Elaboração de programação de palestras e oficinas junto à trade turístico e população. 3. Monitoramento de resultados.

R$ 79.000

PLANO VICTORIA RÉGIA

241

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Programa da sensibilização junto a comunidades tradicionais

OBJETIVO ESTRATÉGICO Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização, Antropologia e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 60.000

1. Realização de trabalhos em campo junto a comunidades ribeirinhas e indígenas para informação e sensibilização sobre impactos negativos e positivos do turismo. 2. Identificação conjuntamente com tais comunidades sobre as potencialidades para realização do turismo em suas áreas, bem como ameaças.

Parcerias para capacitação

OBJETIVO ESTRATÉGICO Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Amazonastur

QUANTIDADE E ORÇAMENTO -

1. Identificar potenciais parceiros para a realização do programa de capacitação. 2. Apresentar propostas em forma de projetos específicos para firmar parcerias com entidades-chave (instituições de ensino, associações de classe, Sebrae, etc.)

PLANO VICTORIA RÉGIA

242

Programação de cursos e treinamentos para empresariado

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO 8 eventos/R$ 73.000

1. Identificação de metodologia de treinamento do empresariado, com enfoque especialmente na necessidade de constante reciclagem de conhecimentos e manutenção de empreendimentos. 2. Divulgação de palestras/oficinas e realização das mesmas. 3. Monitoramento de resultados.

Apresentações educativas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Estruturação de apresentações feitas por educadores em escolas do ensino médio e fundamental para a sensibilização sobre o turismo junto à população infanto-juvenil.

40 eventos/ R$ 350.000

PLANO VICTORIA RÉGIA

243

Regulamentação e informação sobre certificação de emp. turísticos

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 470.000

1. Divulgação de padrões de qualidade regulamentados de empreendimentos de hospedagem, alimentação e agenciamento em municípios do Estado. 2. Fiscalização do cumprimento de padrões de certificação pré-estabelecidos. 3. Publicação de relatórios anuais de monitoramento.

Certificação segmentada de empreendimentos turísticos

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 300.000

1. Elaboração de parâmetros de qualidade para empreendimentos turísticos diferenciados, com destaque para a hotelaria de selva. 2. Divulgação de parâmetros de certificação. 3. Regulamentação de empreendimentos e publicação de resultados.

PLANO VICTORIA RÉGIA

244

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Capacidade de carga turística

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Meio Ambiente

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 600.000

1. Identificação de atrativos e recursos turísticos com maior potencialidade que devem ser trabalhados. 2. Estudo da capacidade de carga dos atrativos selecionados. 3. Implementação de diretrizes para efetivação da capacidade de carga nos atrativos estudados.

Programa turismo e comunidades indígenas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização, Antropologia e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 60.000

1. Estruturação de grupos de discussão interdisciplinares para discutir a realização de turismo em comunidades indígenas do Amazonas. 2. Elaboração e efetivação de projetospiloto, segundo diretrizes traçadas nos grupos de discussão.

PLANO VICTORIA RÉGIA

245

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Produtos turísticos sustentáveis

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 44.000

1. Identificar e mapear empreendimentos ecologicamente sustentáveis e insumos disponíveis no mercado. 2. Mapear empreendimentos turísticos que utilizam tecnologias sustentáveis e insumos locais. 3. Divulgação de boas-práticas no Estado.

Roteiros e produtos sinérgicos

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 72.000

1. Identificar roteiros de produtos sinérgicos e complementares nos diferentes pólos turísticos do Estado, segundo diretrizes do Programa Roteiros do Brasil. 2. Estruturar roteiros e divulgá-los para comercialização conjunto de atrativos e serviços.

PLANO VICTORIA RÉGIA

246

Plano de uso de recursos turísticos

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 127.000

1. Identificação de recursos turísticos e ranqueamento de potencialidades. 2. Estudo em campo e diagnóstico dos atrativos. 3. Elaboração de plano de uso detalhado, incluindo etapas de abertura e divulgação ao público-alvo do futuro atrativo.

OBJETIVO ESTRATÉGICO

Sinalização turística

Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Publicidade/Propaganda e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 95.000

1. Elaborar plano de sinalização turística dos principais atrativos e roteiros turísticos do estado, bem como municípios com maiores potencialidades, seguindo parâmetros indicados pelo Ministério do Turismo. 2. Elaborar layout preliminar dos componentes do plano, de acordo com identidade visual definida para o estado.

PLANO VICTORIA RÉGIA

247

Diagnostico de centros de informação

Sistema de informações para o turista

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Tecnologia da Informação

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 62.000

1. Desenvolver banco de dados de informações que suprirão necessidades de potenciais visitantes do estado. 2. Estruturar banco de dados para que seja acessível por meio de website e supra necessidades de publicação de guias turísticos do Amazonas e suas regiões turísticas.

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 37.000

1. Identificar centros de informação do estado e realizar diagnóstico de sua estruturação, a partir de visitas in loco. 2. Apontamento de pontos fortes e fracos dos CATs e TFTs e indicação de medidas a serem tomadas para minimização de pontos fracos.

PLANO VICTORIA RÉGIA

248

Programa de qualidade da experiência de visitação

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 130.000

1. Identificação de parâmetros de qualidade a serem seguidos em cada segmento de atrativos turísticos oferecido ao público visitante no Amazonas. 2. Estruturação de atrativos segundo parâmetros e divulgação da existência dos mesmos, como forma de triagem a ser utilizada pelo visitante para guiar sua visita ao destino.

Plano Amazonas para eventos

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Eventos e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 60.000

1. Estruturar o plano Amazonas para eventos, a partir da identificação de falhas na estrutura para recebimento de eventos no Estado e proposição de alternativas para que o destino seja reconhecido como importante destinação de eventos na região Norte.

PLANO VICTORIA RÉGIA

249

Participação em plano de combate à exploração sexual do turismo

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização

QUANTIDADE E ORÇAMENTO 6 oficinas/R$ 106.000

1. Participar do programa nacional sobre o tema e implementar ações que tenham como fim a erradicação da exploração sexual infanto-juvenil do turismo. 2. Monitoramento dos resultados das ações implementadas.

Atualização e modernização do site

9.8 Quadros explicativos de ações de marketing OBJETIVO ESTRATÉGICO Criar a imagem de um destino turístico singular.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Webdesign

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 20.000

1. Desenvolver layout diferenciado para o website. 2. Inserir conteúdo destinado ao atendimento de necessidades de turistas, população e profissionais do turismo, separadamente.

PLANO VICTORIA RÉGIA

250

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Marca turística Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Criar a imagem de um destino turístico singular.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Publicidade/Propaganda

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 50.000

1. Desenvolver conceitual e visualmente a marca turística do estado, a ser divulgada junto a todos os seus programas turísticos. Esta marca deve abarcar as diversas potencialidades do estado e ser adaptável aos diferentes segmentos de mercado que se almeja atingir.

Plano de marketing turístico

OBJETIVO ESTRATÉGICO Criar a imagem de um destino turístico singular.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Publicidade/Propaganda e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Elaborar Plano de Marketing Turístico que abarque ações tanto de promoção como de posicionamento do destino em seus mercados. O plano deve indicar as linhas de layout, mercados-alvo priorizados, entre outros.

R$ 60.000

PLANO VICTORIA RÉGIA

251

Familiarização de operadores e agentes

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Criar a imagem de um destino turístico singular.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO 5 oficinas e 20 famtours/ R$ 220.000

1. Identificação de operadores e agentes nacionais (locais e não locais) e internacionais que deverão ser alvo do programa. 2. Programação de viagens de familiarização deste público nos principais produtos turísticos formatados do estado e em potenciais atrativos, com nível de estruturação já avançado.

OBJETIVO ESTRATÉGICO

Participação em eventos

Criar a imagem de um destino turístico singular.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Eventos

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

24 eventos/R$ 590.000

1. Participar de calendário de eventos nacionais e internacionais de importância nos mercados de turismo e ecoturismo, com o intuito de auxiliar o posicionamento do Amazonas como destino diferenciado nestes mercados. 2. Organizar visitas de membros influentes da imprensa nos atrativos e produtos amazonenses visando sua divulgação por meio de diferentes mídias.

PLANO VICTORIA RÉGIA

252

Campanha promocional para brasileiros

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Publicidade/Propaganda e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 70.000

1. Elaborar etapa de plano de promoção voltada especificamente para o público nacional, focada em mercados de alto poder aquisitivo. 2. Divulgar o destino Amazonas e sua exuberância através de material promocional especificamente delineado para tal público.

OBJETIVO ESTRATÉGICO

Estudos de mercado

Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

1. Identificar estudos de mercados reais e potenciais que podem auxiliar o entendimento da demanda amazonense e a estruturação de seus produtos.

R$ 166.000

PLANO VICTORIA RÉGIA

253

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO

Plano de divulgação

Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Publicidade/Propaganda

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 30.000

1. Elaborar plano específico para divulgação do destino junto a mercados principais identificados no plano de marketing e em estudos de mercado realizados. 2. Divulgar o Amazonas segundo diretrizes do referido plano.

Plano de promoção de eventos científicos e tecnológicos

OBJETIVO ESTRATÉGICO Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Publicidade/Propaganda

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 22.000

1. Estruturar plano de promoção especificamente destinado à realização de eventos de cunho tecnológico no Amazonas, focando a potencialidade do Pólo Industrial de Manaus e de Coari. 2. Traçar ações para a captação de eventos para tais mercados.

PLANO VICTORIA RÉGIA

254

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Promoção de calendário de eventos culturais

OBJETIVO ESTRATÉGICO Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Publicidade/Propaganda e Eventos

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 136.000

1. Elaborar plano de promoção especificamente destinado à divulgação dos eventos culturais amazonenses, complemento diferenciado de sua oferta natural. 2. Realizar listagem de ações a serem implantadas, bem como identificar mercados-alvo das ações e perfil do material promocional.

Feiras em mercados emissores

OBJETIVO ESTRATÉGICO Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Eventos e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO 4 eventos/R$ 610.000

1. Programar eventos de promoção do Amazonas em potenciais e reais emissores de turistas para o destino. 2. Realizar feiras de grande abrangência em mercados nacionais e internacionais visando divulgar a imagem do destino.

PLANO VICTORIA RÉGIA

255

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO

Promoção segmentada

Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Publicidade/Propaganda e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

Treinamento de operadores e agentes especialistas

R$ 500.000

1. Estruturar planos de promoção para segmentos específicos de demanda a serem atingidos pelo destino, tais como: Birdwatching, Pesca esportiva, Turismo rural, Fotografia, Passeios aéreos, Educação, Cultura tradicional. Eventos criativos e Viagens corporativas. 2. Delinear ações a serem desenvolvidas em busca da implantação do referido plano.

OBJETIVO ESTRATÉGICO Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Capacitação/Sensibilização e Turismo

QUANTIDADE E ORÇAMENTO 6 oficinas/R$ 170.000

1. Estruturar plano de ação para a formação de rede de agentes e operadores especialistas no destino Amazonas, contemplando a participação da Amazonastur em eventos de turismo e variados nos principais pólos emissores nacionais. 2. Implantar ações junto a potenciais participantes do plano. 3. Monitorar resultados.

PLANO VICTORIA RÉGIA

256

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Aprimoramento da infra-estrutura básica

9.9 Quadros explicativos de ações de infra-estrutura OBJETIVO ESTRATÉGICO Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infra-estrutura básica do destino.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Infra-estrutura

QUANTIDADE E ORÇAMENTO

Aprimoramento de infra-estrutura aeroportuária

R$ 50.000

1. Detectar principais lacunas no setor. 2. Identificar linhas de financiamento disponíveis para preenchimento destas lacunas. 3. Elaborar e apresentar projetos para aprimoramento necessário.

OBJETIVO ESTRATÉGICO Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infra-estrutura básica do destino.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Setor Aeroviário

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 50.000

1. Detectar principais lacunas no setor. 2. Identificar linhas de financiamento disponíveis para preenchimento destas lacunas. 3. Elaborar e apresentar projetos para aprimoramento necessário.

PLANO VICTORIA RÉGIA

257

Aprimoramento de infra-estrutura hidroviária

Aprimoramento de infra-estrutura rodoviária

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infra-estrutura básica do destino.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Setor Rodoviário

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 50.000

1. Detectar principais lacunas no setor. 2. Identificar linhas de financiamento disponíveis para preenchimento destas lacunas. 3. Elaborar e apresentar projetos para aprimoramento necessário.

OBJETIVO ESTRATÉGICO Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infra-estrutura básica do destino.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Setor Hidroviário

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 50.000

1. Detectar principais lacunas no setor. 2. Identificar linhas de financiamento disponíveis para preenchimento destas lacunas. 3. Elaborar e apresentar projetos para aprimoramento necessário.

PLANO VICTORIA RÉGIA

258

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO

Comissão inter-setorial

Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infra-estrutura básica do destino.

PRAZO

PRIORIDADE

Curto

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Amazonastur

QUANTIDADE E ORÇAMENTO -

1. Organizar estrutura de funcionamento de comissão inter-setorial no governo amazonense para a discussão de assuntos infra-estruturais. 2. Identificação e convite de participantes. 3. Elaboração de pautas e projetos a serem realizados pela comissão. 4. Implantação da comissão.

Diversificação de linhas aéreas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infra-estrutura básica do destino.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Alta

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Amazonastur

QUANTIDADE E ORÇAMENTO -

1. Compor comissão técnica para apontamento de ações prioritárias para diversificação de linhas aéreas que atingem o Estado. 2. Realizar reuniões junto a entidades influentes no setor para pleitear diversificação destas linhas e novos vôos charter.

PLANO VICTORIA RÉGIA

259

Planejamento do hub da Amazônia

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

OBJETIVO ESTRATÉGICO Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infra-estrutura básica do destino.

PRAZO

PRIORIDADE

Longo

Baixa

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Setor Aeroviário

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 91.000

1. Fixar comissão para pleitear o desenvolvimento do hub da Amazônia em Manaus. 2. Promover reuniões constantes e divulgar resultados obtidos. 3. Elaborar plano de ação para implantação efetiva do hub, com indicação de tempo necessário e recursos.

Tratamento de resíduos sólidos

OBJETIVO ESTRATÉGICO Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infra-estrutura básica do destino.

PRAZO

PRIORIDADE

Médio

Média

RECURSOS HUMANOS

PASSO A PASSO

Especialista Infra-estrutura

QUANTIDADE E ORÇAMENTO R$ 50.000

1. Detectar principais lacunas no setor. 2. Identificar linhas de financiamento disponíveis para preenchimento destas lacunas. 3. Elaborar e apresentar projetos para aprimoramento necessário.

PLANO VICTORIA RÉGIA

260

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

9.10 Orçamentos Os quadros explicativos de ações, dispostos anteriormente, incluem o custo de cada uma das ações propostas para o estado do Amazonas ao longo dos próximos anos. Para uma visão global da necessidade de verbas para a execução do plano, elaborou-se a tabela a seguir, que explicita o valor anual destinado à completa execução deste plano. ANO

ORÇAMENTO ANUAL

Ano 1

R$ 4.985.600

Ano 2

R$ 2.106.600

Ano 3

R$ 2.106.600

Ano 4

R$ 538.600

A partir do ano 4

R$ 538.600

TOTAL

R$ 10.276.000

Tabela 71. Orçamento anual para execução do Plano

PLANO VICTORIA RÉGIA

261

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

9.11 Quadro-resumo de ações NICHO

OBJETIVO

Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos do turismo.

AÇÃO

RH

QUANTIDADE

PRAZO

PREÇO

PRIORIDADE

Divulgação de linhas de financiamento

Amazonastur

-

Curto

-

Baixa

Diagnóstico de gaps de investimentos

Investimentos

-

Curto

R$ 50.000

Alta

Plano de captação de investimentos

Investimentos

-

Curto

R$ 30.000

Alta

Políticas de incentivo ao investimento

Amazonastur

-

Longo

-

Média

Bolsas de negócios

Investimentos

3 eventos

Curto

R$ 135.000

Média

Eventos

6 eventos

Médio

R$ 500.000

Média

Amazonastur

-

Longo

-

Baixa

Política de incentivo ao associativismo

Gestão

-

Longo

R$ 40.000

Baixa

Desenho de rede inter-setorial de gestão

Gestão

-

Longo

R$ 155.000

Alta

Amazonastur

-

Longo

-

Média

Grupos de discussão setoriais

Gestão

8 eventos

Médio

R$ 45.000

Alta

Estudo de modelos de gestão compartilhada

Gestão

-

Curto

R$ 50.000

Baixa

Mapeamento de atores e projetos

Gestão

-

Curto

R$ 50.000

Alta

Alinhamento de estratégias

Turismo

4 oficinas

Longo

R$ 100.000

Alta

Aprimoramento de indicadores de turismo

Turismo

-

Curto

R$ 40.000

Alta

Constituição de marco normativo

Direito

-

Longo

R$ 70.000

Baixa

Turismo

-

Médio

R$ 70.000

Baixa

80 oficinas

Médio

R$ 1.500.000

Alta

-

Longo

R$ 400.000

Alta

Promoção de Road shows

GESTÃO

Regulação de investimentos

Aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a sustentabilidade do turismo.

Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas.

Parcerias estratégicas para gestão

Banco de dados de projetos Programa de capacitação da gestão municipal Programa de monitoramento do turismo

Gestão e Capacitação/ Sens Tecnologia da Informação

Fortalecimento da gestão municipal

Gestão

-

Longo

R$ 650.000

Alta

Painel de controle da gestão pública

Tecnologia da Informação

-

Curto

R$ 200.000

Alta

PLANO VICTORIA RÉGIA

262

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

NICHO

RH

QUANTIDA DE

PRAZO

PREÇO

PRIORIDAD E

Capacitação para atendimento ao turista

Capacitação/Sens e Turismo

6 oficinas

Curto

R$ 66.000

Média

Certificação de recursos humanos

Capacitação/Sens e Turismo

-

Médio

R$ 75.000

Alta

Meio Ambiente

-

Médio

R$ 160.000

Média

OBJETIVO

AÇÃO

Conscientização e capacitação para gestão ambiental

Capacitar mão-deobra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo.

Programa de capacitação de recursos humanos

Capacitação/Sens e Turismo

-

Curto

R$ 60.000

Alta

Plano de sensibilização para a valorização cultural

Capacitação/Sens e Turismo

-

Longo

R$ 79.000

Média

Programa de sensibilização e conscientização Programa da sensibilização junto a comunidades tradicionais Parcerias para capacitação Programação de cursos e treinamentos para empresariado

PRODUTO

-

Longo

R$ 120.000

Alta

-

Longo

R$ 60.000

Alta

Amazonastur

-

Curto

-

Alta

Capacitação/Sens e Turismo

8 eventos

Curto

R$ 73.000

Média

Capacitação/Sens

40 eventos

Médio

R$ 350.000

Alta

Regulamentação e informação sobre certificação de emp. tur.

Turismo

-

Médio

R$ 470.000

Alta

Certificação segmentada de empreendimentos turísticos

Turismo

-

Médio

R$ 300.000

Média

Apresentações educativas

Capacidade de carga turística

Meio Ambiente

-

Curto

R$ 600.000

Alta

Capacitação/Sens, Antropologia e Turismo

-

Médio

R$ 60.000

Média

Produtos turísticos sustentáveis

Turismo

-

Médio

R$ 44.000

Alta

Roteiros e produtos sinérgicos

Turismo

-

Longo

R$ 72.000

Baixa

Plano de uso de recursos turísticos

Turismo

-

Curto

R$ 127.000

Alta

Publicidade/Prop e Turismo

-

Médio

R$ 95.000

Média

Sistema de informações para o turista

Tecnologia da Informação

-

Curto

R$ 62.000

Baixa

Diagnostico de centros de informação

Turismo

-

Médio

R$ 37.000

Baixa

Programa turismo e comunidades indígenas

Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados.

Capacitação/Sens e Turismo Capacitação/Sens, Antropologia e Turismo

Sinalização turística

Programa de qualidade da experiência de visitação

Turismo

-

Médio

R$ 130.000

Alta

Plano Amazonas para eventos

Eventos e Turismo

-

Longo

R$ 60.000

Média

Participação em plano de combate à exploração sexual do tur.

Capacitação/Sens

6 oficinas

Longo

R$ 106.000

Baixa

PLANO VICTORIA RÉGIA

263

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

NICHO

OBJETIVO

AÇÃO Atualização e modernização do site Marca turística Amazonas

Criar a imagem de um destino turístico singular.

Plano de marketing turístico Familiarização de operadores e agentes

MARKETING

Participação em eventos Campanha promocional para brasileiros

Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado.

PRAZO

PREÇO

PRIORIDADE

Webdesign

-

Curto

R$ 20.000

Alta

Publicidade/Prop

-

Curto

R$ 50.000

Média

Publicidade/Prop e Turismo Capacitação/Sens e Turismo

-

Médio

R$ 60.000

Alta

5 oficinas e 20 famtours

Curto

R$ 220.000

Alta

Eventos

24 eventos

Longo

R$ 590.000

Baixa

Publicidade/Prop e Turismo

-

Curto

R$ 70.000

Baixa

Turismo

-

Curto

R$ 166.000

Média

Plano de divulgação

Publicidade/Prop

-

Curto

R$ 30.000

Alta

Plano de promoção de eventos científicos e tecnológicos Promoção de calendário de eventos culturais Feiras em mercados emissores

Treinamento de operadores e agentes especialistas Aprimoramento da infra-estrutura básica

INFRA-ESTRUTURA

QUANTIDADE

Estudos de mercado

Promoção segmentada

Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infraestrutura básica do destino.

RH

Publicidade/Prop

-

Médio

R$ 22.000

Média

Publicidade/Prop e Eventos

-

Médio

R$ 136.000

Média

Eventos e Turismo

4 eventos

Curto

R$ 610.000

Média

-

Médio

R$ 500.000

Média

6 oficinas

Curto

R$ 170.000

Alta

Publicidade/Prop e Turismo Capacitação/Sens e Turismo Infra-estrutura

-

Longo

R$ 50.000

Alta

Aprimoramento de infra-estrutura aeroportuária

Setor Aeroviário

-

Longo

R$ 50.000

Média

Aprimoramento de infra-estrutura rodoviária

Setor Rodoviário

-

Médio

R$ 50.000

Média

Aprimoramento de infra-estrutura hidroviária

Setor Hidroviário

-

Médio

R$ 50.000

Média

Amazonastur

-

Curto

-

Alta

Comissão inter-setorial Diversificação de linhas aéreas Planejamento do hub da Amazônia Tratamento de resíduos sólidos

Amazonastur

-

Médio

-

Alta

Setor Aeroviário

-

Longo

R$ 91.000

Baixa

Infra-estrutura

-

Médio

R$ 50.000

Média

PLANO VICTORIA RÉGIA

264

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

9.12 Responsabilidades

Atrair investimentos para maximizar benefícios sociais e econômicos do turismo Aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a sustentabilidade do turismo Gerir estrategicamente o turismo no Amazonas Capacitar mão-de-obra e empresariado e sensibilizar a população amazonense para o turismo Estruturar produtos turísticos temáticos, inusitados, competitivos e qualificados Criar a imagem de um destino turístico singular Promover os diversos produtos turísticos do destino em seus principais mercados emissores e em diferentes nichos de mercado Desenvolver parcerias e ser ator participante na adequação da infra-estrutura básica do destino

 



PLANO VICTORIA RÉGIA

       

Associaçoes Locais

       

Gestores Municipais

       

Fórum Estadual de Turismo

Instâncias de Governança Regionais

OBJETIVO ESTRATÉGICO

Amazonastur

RESPONSÁVEIS



 265

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

9.13 Financiamento O quadro a seguir resume as principais fontes de financiamento direto e indireto à atividade turística no Brasil. INSTITUIÇÃO

QUEM PODE SOLICITAR

OBJETIVOS / AÇÕES QUE PODEM SER FINANCIADAS

VALOR

BNDES FINAME

BNDES

Poder público e iniciativa privada

Aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional.

Sem limite de valor

BNDES Automático

BNDES

Poder público e iniciativa privada

Realização de projetos de implantação, expansão e modernização, incluindo a compra de equipamentos.

Até R$ 10 milhões

FINEM (Financiamento a Empreendimentos)

BNDES

Poder público e iniciativa privada

Realização de projetos de implantação, expansão e modernização, incluindo a compra de equipamentos.

Superior a R$ 10 milhões

PROGER Investgiro

Caixa Econômica Federal

Empresas com faturamento bruto anual de até R$ 5 milhões

Projetos de investimento e capital de giro associado para empreendimentos que visem geração de emprego e renda.

Até R$ 400 mil

PROGER Turismo Investimento

Caixa Econômica Federal

Micro e pequenas empresas do setor turístico

Semelhante ao anterior, mas especificamente voltado às micro e pequenas empresas de turismo em parceria com o Ministério do Turismo.

Até R$ 400 mil

PRSH (Programa de Revitalização de Sítios Históricos)

Caixa Econômica Federal

Poder público e iniciativa privada

Caixa Turismo – Giro Renda

Caixa Econômica Federal

Iniciativa privada

NOME

Promover a revitalização de sítios históricos por Nos limites do programas meio de ações que integrem preservação de de financiamento da CEF patrimônio e desenvolvimento urbano. já existentes, como o PAR

Recursos destinados a antecipar o fluxo de caixa de empresas do setor de turismo.

PLANO VICTORIA RÉGIA

Até R$ 400 mil

266

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

INSTITUIÇÃO

QUEM PODE SOLICITAR

OBJETIVOS / AÇÕES QUE PODEM SER FINANCIADAS

VALOR

Caixa Econômica Federal

Poder público

Implantação de infra-estrutura e serviços de finalidade ou interesse turístico.

Sem limite de valor

Programa Gestão Urbana

Caixa Econômica Federal

Poder público

Fortalecer os municípios, promovendo estudos setoriais e referenciais, para fomentar ações de desenvolvimento urbano sustentável.

Sem limite de valor

Programa de Infra-estrutura Urbana

Caixa Econômica Federal

Poder público

Ministério da Cultura

Pessoas físicas e empresas que queiram financiar projetos culturais

Facilitar o acesso às fontes de cultura, estimular a produção e a difusão cultural, preservar o patrimônio histórico e cultual brasileiro, dentre outros.

Sem limite de valor, através do Fundo Nacional de Cultura

Banco do Brasil e Ministérios do Trabalho e Turismo

Pessoas físicas que estejam atuando no setor informal

Integrar pessoas físicas que estejam atuando no setor informal ao setor produtivo formal da economia

Até R$ 10 mil

Banco do Brasil

Pessoas físicas

Financiar projetos de turismo em propriedades familiares em áreas rurais

Sem limite de valor

Banco do Nordeste

Iniciativa privada

Implantação, expansão, modernização e reforma de empreendimentos do setor turístico.

Sem limite de valor

Ministério das Cidades

Poder Público

Implantação e adequação de infra-estrutura urbana que contribua para a qualidade de vida da população

Sem limite de valor

NOME

PROINTUR (Programa Turística)

Nacional

de

Infra-estrutura

Lei de Incentivo à Cultura

Micro-crédito Empreendedor Popular

PRONAF Turismo Rural

PROATUR (Programa de Apoio ao Turismo Regional)

Programa Pró-Municípios

Sem limite de valor

PLANO VICTORIA RÉGIA

267

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

10 Bibliografia ABRESI - Associação Brasileira das Entidades de Gastronomia, Hospedagem e Turismo. Região Norte: Gastronomia. Disponível em: . Acesso em 15out.2006. ADA - Agência de Desenvolvimento da Amazônia. Infra-estrutura física: energia, comunicação e transporte. In: Plano de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal: estudos diagnósticos. Belém: ADA, 2006. ADA - Agência de Desenvolvimento da Amazônia. Comércio formal e informal. In: Plano de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal: estudos diagnósticos. Belém: ADA, 2006. ADA - Agência de Desenvolvimento da Amazônia. Infra-estrutura física: energia, comunicação e transporte. In: Plano de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal: estudos diagnósticos. Belém: ADA, 2006. ADA

-

Agência

de

Desenvolvimento

da

Amazônia.

Transformação

industrial

e

manufatureira. In: Plano de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal: estudos diagnósticos. Belém: ADA, 2006. AMAZONAS CONVENTIONS & VISITORS BUREAU. Culinária, Festas e Cultura do Amazonas. Disponível em: . Acesso em 3out.2006. AMAZONASTUR - Empresa Estadual de Turismo. Disponível em: . Acesso em 15out.2006. AMAZONASTUR - Empresa Estadual de Turismo. Indicadores de Turismo do Estado do Amazonas. Manaus: AMAZONASTUR, 2003. AMAZONASTUR - Empresa Estadual de Turismo. Indicadores de Turismo do Estado do Amazonas. Manaus: AMAZONASTUR, 2004. AMAZONASTUR - Empresa Estadual de Turismo. Relatório do festival Folclórico de Parintins. Manaus: AMAZONASTUR, 2005. AMAZONASTUR - Empresa Estadual de Turismo. Relatórios dos festivais de ciranda e folclórico de Manacapuru. Manaus: AMAZONASTUR, 2005. ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Situação do transporte aquaviário. . In: Plano Nacional de Recursos Hídricos. Brasília: ANA, 2003. BADIALLI, José Eduardo Lozano, RIBEIRO, Joana D’Arc. Reverso do Postal: uma análise das atividades de uso público na região da Estação Ecológica de Anavilhanas, Estado do

PLANO VICTORIA RÉGIA

268

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Amazonas, Brasil. Pasos – Revista de Turismo e Patrimônio Cultural. vol.1, p. 181-193, 2003. Disponível em: . Acesso em: Set.2006. CASTRO, Jorge Abrahão de, DUARTE, Bruno de Carvalho. Panorama da Educação nos Estados

que

compõem

a

Amazônia

Legal.

Artigo.

2002.

Disponível

em:

. Acesso em 10out.2006. DIRECCIÓN NACIONAL DE DESARROLLO TURÍSTICO DE ARGENTINA. Plan Federal Estratégico de Turismo Sustentable. 2005. Disponível em: . Acesso em: Nov.2006. EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo. Anuário Estatístico da Embratur 2006. Embratur: Brasília, 2006. EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo, FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Estudo do Mercado Interno de Turismo 2001. Embratur: Brasília, 2001. FARIA, Ivani Ferreira de. Ecoturismo: Etnodesenvolvimento e Inclusão social no Amazonas. Pasos – Revista de Turismo e Patrimônio Cultural. vol.3, p. 63-77, 2005. Disponível em: . Acesso em: Set.2006. FBC&VB - Fórum Brasileiro dos Convention & Visitors Bureaux, SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Dimensionamento econômico do setor de eventos no Brasil 2001/2002. Brasília: FBC&VB, 2002. FODOR’S BRAZIL. 4a edição. EUA: Fodor's Guides FROMMER’S BRAZIL. 3a edição. EUA: Frommer’s, 2006. FROMMER’S. Destinations: Costa Rica. Disponível em: . Acesso em 20dez.2006. FROMMER’S. Destinations: Ecuador. Disponível em: . Acesso em 20dez.2006. FROMMER’S. Destinations: Peru. Disponível em: . Acesso em 20dez.2006. FROMMER’S. Destinations: South Africa. Disponível em: . Acesso em 20dez.2006. GARCIA, Luiz Eduardo. Conselho Temático de Integração Nacional (CNI): Hidrovias como fator de integração nacional. [Apresentação]. Brasília: CNI, 2004. GUIA AMAZONAS: Turístico, Ecológico e Cultural. São Paulo: Amazonastur/Empresa das Artes, 2005. GUIA QUATRO RODAS BRASIL. Guia Brasil 2006. São Paulo: Editora Abril, 2006. GUIA QUATRO RODAS BRASIL. Turismo Ecológico no Brasil. São Paulo: Editora Abril, 2000. PLANO VICTORIA RÉGIA

269

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

GUIAS PHILIPS. Parques Nacionais do Brasil. São Paulo: Publifolha, 1999. LET’S GO BRAZIL. Inglaterra: Lets’s Go Travel, 2004. LONELY PLANET. Destinations: Costa Rica. Disponível em: . Acesso em 20dez.2006. LONELY PLANET. Destinations: Ecuador. Disponível em: . Acesso em 20dez.2006. LONELY PLANET. Destinations: Peru. Disponível em: . Acesso em 20dez.2006. LONELY PLANET. Destinations: South Africa. Disponível em: . Acesso em 20dez.2006. MICHAILIDIS, Anastasios; CHATZITHEODORIDS, Fotis. Scenarios Analysis of Tourism Destinations. Journal of Social Sciences. vol.2, p. 41-47, 2003. Disponível em: . Acesso em: Nov.2006. MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Arte e cultura: comidas regionais. Disponível em: . Acesso em 15out.2006. MINISTÉRIO DE COMERCIO EXTERIOR Y TURISMO DE PERU. Plan Estratégico Nacional de Turismo de Peru (2005-2015). 2004. Disponível em: . Acesso em: Nov.2006. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Calendário Brasileiro de Feiras e Exposições. Disponível em: . Acesso em 15out.2006. MINISTÉRIO DO TURISMO, EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo, FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil 2006. [Apresentação]. Ministério do Turismo: Brasília, 2006. MINISTÉRIO DO TURISMO, EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo, FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Caracterização e Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004-2005. [Apresentação]. Ministério do Turismo: Brasília, 2006. MINISTÉRIO DO TURISMO, EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo, FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Estudo sobre o turismo praticado em ambientes naturais conservados. Ministério do Turismo: Brasília, 2002. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES. Corredores interestaduais. Brasília: Ministério dos Transportes, 2005. MINISTÉRIO

DOS

TRANSPORTES.

Website

oficial.

Disponível

em:

<

www.transportes.gov.br>. Acesso em 20out.2006. PLANO VICTORIA RÉGIA

270

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

MONCAYO, Vanúbia Araújo Laulate, RIBEIRO, Joana D’Arc. O Turismo Praticado Pela Pousada Ecológica Aldeia dos Lagos junto às Comunidades de São João, Santa Luzia do Sanabani e São Sebastião do Itapani no município de Silves – Amazonas. Pasos – Revista de Turismo

e

Patrimônio

Cultural.

vol.3,

p.

87-95,

2005.

Disponível

em:

. Acesso em: Set.2006. NELSON, Sherre, RIBEIRO, Joana D’Arc. A Indústria do Turismo: perspectivas de desenvolvimento para o Amazonas. Pasos – Revista de Turismo e Patrimônio Cultural. vol.2, p. 17-24, 2004. Disponível em: . Acesso em: Set.2006. NORONHA, Marconde. O Amazonas e os desafios de uma região complexa. Artigo. 2006. Disponível

em:

. Acesso em 10out.2006. NUNES, Ronaldo Aguiar. Amazonas Guide. Manaus: Fundação Paulo Feitoza, 2002. PESCA AMAZON. Pesca na Amazônia. Disponível em: . Acesso em 20out.2006. PNUD

(PROGRAMA

DAS

NAÇÕES

UNIDAS

PARA

O

DESENVOLVIMENTO)

E

SUDAM

(SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA). Cenários Sociais para a Amazônia Legal – 2000/2010. Belém: SUDAM, 2001. PNUD

(PROGRAMA

DAS

NAÇÕES

UNIDAS

PARA

O

DESENVOLVIMENTO)

E

SUDAM

(SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA). Diagnóstico e cenarização macrossocial da Amazônia Legal: condições sócio-econômicas dos municípios da Amazônia Legal. Belém: SUDAM, 2000. PNUD

(PROGRAMA

DAS

NAÇÕES

UNIDAS

PARA

O

DESENVOLVIMENTO)

E

SUDAM

(SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA). Diagnóstico e cenarização macrossocial da Amazônia Legal: panorama social na região Amazônica – 1970/96. Belém: SUDAM, 2000. PNUD

(PROGRAMA

DAS

NAÇÕES

UNIDAS

PARA

O

DESENVOLVIMENTO)

E

SUDAM

(SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA). Diagnóstico e cenarização macrossocial da Amazônia Legal: perfil da saúde na Amazônia Legal e o contexto brasileiro. Belém: SUDAM, 2000. PORTAL

AMAZÔNIA.

Amazonas:

Calendário

de

Eventos.

Disponível

.

Acesso

em: em

15out.2006. PORTAL AMAZONIA. Enciclopédia Virtual sobre a Amazônia: Amazônia de A a Z. Disponível em: . Acesso em 15out.2006.

PLANO VICTORIA RÉGIA

271

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

PORTAL AMAZÔNIA. Folclore. Disponível em: . Acesso em 15out.2006. PORTAL AMAZONIA. Turismo na Amazônia. Disponível em: . Acesso em 15out.2006. PREFEITURA

MUNICIPAL

DE

MANAUS.

Artesanato.

Disponível

em:

. Acesso em 15out.2006. PROJETO SIVAM – SISTEMA DE VIGILÂNCIA DA AMAZÔNIA. Lendas da Amazônia. Disponível em: . Acesso em 15out.2006. ROTHERHAM METROPOLITAN BOROUGH COUNCIL. Tourism Plan (2005 – 2008). 2005. Disponível em: . Acesso em: Nov.2006. ROUGH GUIDE TO BRAZIL. Inglaterra: Rough Guides, 2006 SAIIA – SOUTH AFRICAN INSTITUTE OF INTERNATIONAL AFFAIRS. Southern African Scenarios 2015. 2003. Disponível em: . Acesso em: Nov.2006. ANSOLO, Davis Gruber. Turismo e sustentabilidade na Amazônia: um novo conteúdo territorial e a experiência no município de Silves, Amazonas. Pasos – Revista de Turismo e Patrimônio Cultural. vol.1, p. 39-50, 2003. Disponível em: . Acesso em: Set.2006. SANT’ANNA, José Alex. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA): Rede básica de transportes da Amazônia. Brasília: IPEA, 1998. SEBRAE. Artesanato do Brasil. Disponível em: . Acesso em 15out.2006. SECRETARIA DE CULTURA DO AMAZONAS. Patrimônio Cultural Imaterial. Disponível em: . Acesso em 15out.2006. SEINF - SECRETARIA DE ESTADO DE INFRA-ESTRUTURA. Website oficial. Disponível em: . Acesso em 29out.2006. SEPLAN AM – SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO AMAZONAS. Aspectos do Desenvolvimento Humano no Estado do Amazonas. Artigo. 2006.

Disponível

em:

. Acesso em 10out.2006. SEPLAN AM – SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO

AMAZONAS.

Por

que

investir

no

Amazonas?

Artigo.

2006.

Disponível

em:

. Acesso em 10out.2006. TOURISM VICTORIA. Victoria’s Tourism Industry Strategic Plan (2002 – 2006). 2001. Disponível em: . Acesso em: Nov.2006. PLANO VICTORIA RÉGIA

272

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

UNIÃO BRASILEIRA DOS PROMOTORES DE FEIRAS. Calendário de eventos 2006. Disponível em: . Acesso em 15out.2006.

PLANO VICTORIA RÉGIA

273

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Apêndice 1 Município

Transporte

Linhas

Aéreo Regular

de ônibus

Distâncias em linha reta (Km)

Transporte Hidroviário

Distâncias Via Fluvial (Km)

Tempo de viagem (horas)

Alvarães

Não

Não

531

Sim

644

40

Amaturá

Não

Não

909

Sim

1.251

NC

Anamã

Não

Não

165

Sim

190

9

Anori

Não

Não

195

Sim

234

15

Apuí

Não

Não

453

Não

772

-

Atalaia do Norte

Não

Não

1.138

Não

1.623

-

Autazes

Sim

Não

110

Sim

218

9

Barcelos

Sim

Não

405

Sim

656

30

Barreirinha

Não

Não

331

Sim

552

15

Benjamin Constant

Não

Não

1.121

Sim

1.575

NC

Beruri

Não

Não

173

Sim

231

48

Boa Vista do Ramos

Não

Não

271

Sim

623

NC

Boca do Acre

Não

Não

1.028

Sim

2.322

288

Borba

Sim

Não

151

Sim

322

18

Caapiranga

Não

Não

134

Não

170

-

Canutama

Não

Não

619

Sim

1.274

96

Carauari

Sim

Não

788

Sim

1.411

144

Careiro

Não

Não

102

Não

168

-

Careiro da Várzea

Não

Não

29

Sim

22

1

PLANO VICTORIA RÉGIA

274

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Município

Transporte

Linhas

Aéreo Regular

de ônibus

Distâncias em linha reta (Km)

Transporte Hidroviário

Distâncias Via Fluvial (Km)

Tempo de viagem (horas)

Coari

Sim

Não

368

Sim

467

24

Codajás

Não

Não

240

Sim

285

16

Eirunepé

Sim

Não

1.160

Sim

2.417

264

Envira

Não

Não

1.208

Não

2.621

-

Fonte Boa

Não

Não

678

Sim

880

72

Guajará

Não

Não

1.476

Não

3.171

-

Humaitá

Não

Não

590

Sim

965

NC

Ipixuna

Não

Não

1.367

Sim

2.936

NC

Iranduba

Não

Não

25

Sim

32

3

Itacoatiara

Sim

Sim

175

Sim

201

15

Itamarati

Não

Não

985

Sim

1.930

192

Itapiranga

Não

Não

227

Sim

284

NC

Japurá

Não

Não

744

Sim

919

72

Juruá

Não

Não

674

Sim

994

72

Jutaí

Não

Não

751

Sim

1.001

96

Lábrea

Sim

Não

702

Sim

1.495

144

Manacapuru

Não

Sim

68

Sim

88

6

Manaquiri

Não

Não

60

Sim

79

2

Manicoré

Sim

Não

332

Sim

616

48

Maraã

Não

Não

634

Sim

796

50

Maués

Sim

Não

268

Sim

356

15

PLANO VICTORIA RÉGIA

275

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Município

Nhamundá

Transporte

Linhas

Aéreo Regular

de ônibus

Distâncias em linha reta (Km)

Transporte Hidroviário

Distâncias Via Fluvial (Km)

Tempo de viagem (horas)

Não

Não

383

Sim

660

30

Não

Não

135

Sim

236

15

Novo Airão

Não

Sim

115

Sim

143

8

Novo Aripuanã

Não

Não

227

Sim

469

48

Parintins

Sim

Não

325

Sim

370

18

Pauini

Não

Não

923

Sim

2.068

192

Não

Sim

107

Não

-

-

Não

Sim

57

Não

-

-

Não

Não

620

Sim

772

72

Não

Não

880

Sim

1.195

96

Sim

Não

858

Sim

1.064

180

Não

Não

985

Sim

1.345

180

Não

Não

247

Sim

255

16

Silves

Não

Não

283

Sim

212

17

Tabatinga

Sim

Não

1.108

Sim

1.573

168

Tapauá

Não

Não

449

Sim

769

60

Tefé

Sim

Não

525

Sim

672

30

Tonantins

Não

Não

865

Sim

1.164

15

Uarini

Não

Não

565

Sim

687

NC

Nova Olinda do Norte

Presidente Figueiredo Rio Preto da Eva Santa Isabel do Rio Negro Santo Antônio do Içá São Gabriel da Cachoeira São Paulo de Olivença São Sebastião do Uatumã

PLANO VICTORIA RÉGIA

276

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Município

Transporte

Linhas

Aéreo Regular

de ônibus

Distâncias em linha reta (Km)

Transporte Hidroviário

Distâncias Via Fluvial (Km)

Tempo de viagem (horas)

Urucará

Não

Não

261

Sim

344

9

Urucurituba

Não

Não

208

Sim

248

15

Distâncias entre Manaus e os 62 Municípios do Amazonas Fonte: Amazonas Guide/ Amazonas BR/ Ministério dos Transportes

PLANO VICTORIA RÉGIA

277

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Apêndice 2 Município

Luxo

Muito Confortável

Confortável

Médio Conforto

Em Simples

Local Agradável

Vista Panorâmica

Hotel de Selva

Autazes

-

-

-

-

-

-

-

1

Careiro

-

-

-

-

-

-

1

1

Humaitá

-

-

-

-

1

-

-

-

Iranduba

-

-

1

-

-

1

-

5

Itacoatiara

-

-

-

-

-

-

-

1

Manacapuru

-

-

-

-

-

-

-

2

Manaus

-

1

4

4

6

2

1

3

Parintins

-

-

-

1

1

-

-

-

-

-

-

-

8

3

1

-

Silves

-

-

-

-

-

-

-

3

Tefé

-

-

-

-

-

-

-

1

Presidente Figueiredo

Categoria dos Empreendimentos Hoteleiros no Amazonas Fonte: Guia 4 Rodas Brasil 2006

PLANO VICTORIA RÉGIA

278

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Apêndice 3 Município

Luxo

Muito Confortável

Confortável

Médio Conforto

Simples

Manaus

-

-

2

5

8

Parintins

-

-

-

-

1

-

-

-

-

1

Presidente Figueiredo

Categoria dos Empreendimentos de Alimentação no Amazonas Fonte: Guia 4 Rodas Brasil 2006

PLANO VICTORIA RÉGIA

279

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Apêndice 4 Nome Parque de Exposições Jair de Menezes Tupinambá

Tipologia

Município

Área de exposições

Autazes

Arena/Estádio

Barcelos

Centro de convenções

Itacoatiara

Arena/Estádio

Manacapuru

Centro de convenções

Manaus

Estádio Vivaldo Lima

Arena/Estádio

Manaus

Vila Olímpica Umberto Calderaro Filho

Arena/Estádio

Manaus

Stúdio 5 - Centro de Convenções e Exposições

Centro de Convenções

Manaus

Tropical Manaus Eco Resort & Convention Center

Centro de Convenções

Manaus

Tropical Manaus Business

Centro de Convenções

Manaus

Diamond Convention Center

Centro de Convenções

Manaus

Auditório Eulálio Chaves (UFAM)

Centro de Convenções

Manaus

Universidade do Estado do Amazonas

Centro de Convenções

Manaus

UniNilton Lins

Centro de Convenções

Manaus

Mercure Hotel

Centro de Convenções

Manaus

Novotel Manaus

Centro de Convenções

Manaus

Quadra Municipal

Arena/Estádio

Novo Airão

Centro Cultural Amazonino Mendes (Bumbódromo)

Arena/Estádio

Parintins

Quadra de eventos

Arena/Estádio

Rio Preto da Eva

Piabódromo Centro de Eventos de Itacoatiara Parque do Ingá (Cirandódromo) Centro de Convenções - Sambódromo de Manaus

Complexo Turístico de Silves

-

PLANO VICTORIA RÉGIA

Silves

280

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Nome Estádio de Silves

Tipologia

Município

Arena/Estádio

Silves

Espaços para Eventos no Amazonas Fonte: Amazonas Guide/Empresa das Artes/Abraccef/IBGE

PLANO VICTORIA RÉGIA

281

View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF