Pintor 1 Eesidencial

March 15, 2019 | Author: Ricardo | Category: Paintings, Ancient History, Paint, Interview, Ancient Egypt
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Curso de pintura residencial 1...

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Toda superfície nova, independentemente de ser madeira, ferro, gesso, alvenaria etc., sempre levará uma demão de fundo para selar e isolar a superfície e depois mais duas demãos de tinta para total proteção e durabilidade. Para cada superfície existe um fundo de adesão.



O óleo sintético ou (esmalte sintético) e a resina acrílica (ou esmalte acrílico) são tipos de tinta que resistem bem às intempéries. O primeiro (óleo sintético) foi desenvolvido para ter o mesmo efeito da tinta a óleo; porém sua secagem é mais rápida (4 horas). A resina acrílica tem a vantagem de secar mais rapidamente: 2 horas entre demãos e 4 horas no total. Ela apresenta ainda as vantagens de ter menos cheiro e não amarelar com o tempo. Entre esses dois tipos de tinta, o manuseio do óleo sintético tende a ser um pouco mais difícil em função de sua viscosidade. Além disso, e de sua secagem ser relativamente mais lenta, conforme já apontado, é preciso lembrar que cores claras, como o branco, amarelam com o tempo nas tintas à base de óleo sintético.

Epóxi base sintética: é um tipo de tinta indicado para aplicação em superfícies de alvenaria e concreto, em lugares onde normalmente são utilizados revestimentos frios, substituindo azulejos e laminados plásticos. Resistência, facilidade de limpar, acabamento semibrilhante e dureza o tornam um produto adequado para aplicação em cozinhas, banheiros e equipamentos de saúde (hospitais, postos de saúde etc.). Para usar esse produto é necessária a mistura de dois componentes: base e agente de cura (secagem). Verniz: resistente à ação do tempo e transparente, o verniz é bastante adequado para aplicação em madeiras que ficam em áreas externas e internas. Porém, pode ser usado também em tijolos, blocos e concreto, substituindo as resinas apropriadas para essas superfícies. O tempo de secagem e a resistência dos vernizes variam de acordo com o tipo de verniz: acrílico, sintético alquídico ou poliuretânico. O verniz acrílico permite nova demão entre 2 e 6 horas após a primeira aplicação. Para os demais (alquídico ou poliuretânico) o ideal é que se espere 10 horas entre uma demão e outra.

 Até experimentar diferentes tipos de tinta e se familiarizar com esse mundo tão diversificado, é provável que 58

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você tenha dúvidas sobre o produto mais adequado a cada tipo de pintura. Em geral, essa escolha tem relação direta com o material que vai ser trabalhado.  A tabela a seguir poderá auxiliá-lo na escolha, mas não hesite em consultar os fabricantes e os lojistas, caso tenha dúvida sobre o melhor produto para cada ocasião e tipo de pintura. Tipo de tinta

Superfície onde aplicar

Látex PVA

Alvenaria Reboco Concreto Gesso

Tinta acrílica (ou látex acrílica)

Alvenaria Reboco Tijolo/concreto Cimentados* Piso cerâmico*

Número de demãos

Tempo de secagem

2a3

2 a 3 horas entre demãos. Secagem total: 8 horas.

3 (1 demão de fundo e 2 de tinta)

2 a 3 horas entre demãos. Secagem total: 8 horas.

Ferro/aço** Tinta a óleo

Madeira**

2a3

24 horas

Alvenaria

Outras características

À base de água.

À base de água. Seus tipos de acabamento são: brilhante, semibrilho, acetinado e fosco.

À base de óleo. Adere bem a diferentes superfícies. Resistente a intempéries.

* Nesses casos, a tinta acrílica deve ser específica, indicada para pisos. ** O fundo nesses casos deverá ser: a óleo para madeira e óxido de zinco ou zarcão para metais.

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Tipo de tinta

Esmalte à base de água e à base de óleo

Epóxi

Verniz

Superfície onde aplicar

Ferro/aço Alumínio* Fibra de vidro Alvenaria – somente esmalte à base de água Madeira**

Alvenaria Concreto

Madeira (piso) Madeira (externa) Tijolo/concreto

Número de demãos

Tempo de secagem À base de água: 2 a 3 horas entre demãos. Secagem total: 6 horas.

2a3

Outras características

À base de água.

À base de óleo: 4 a 6 horas entre demãos. Secagem total: 12 horas.

2a3

24 horas entre demãos. Secagem final: 24 horas.

Base sintética Substitui azulejos e laminados plásticos.

2a3

Verniz acrílico (à base de água): 2 a 6 horas entre demãos. Verniz poliuretano e alquídico (à base de óleo): 10 horas.

Ideal para impermeabilização.

* Antes de pintar alumínio com tinta esmalte à base de água, aplique um fundo para met ais galvanizados e alumínios à base de água. ** Antes de pintar madeira aplique um fundo à base de água para madeira.

Existe uma tinta específica antimofo. Se tiver que lidar com esse problema, procure indicações nos catálogos de fabricantes ou lojas especializadas de material de construção.

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TIPOS

Atividade 1 DE TINTA EM DIVERSAS SUPERFÍCIES

1. Vamos ao laboratório, onde estão disponíveis diferentes tipos de tinta e amostras de diversos materiais e superfícies. 2. Em trio, separem amostras de vários materiais: a) Três pedaços de madeira. b) Três pedaços de material metálico: ferro, aço ou alumínio. c) Três tijolos ou blocos de concreto. d) Três azulejos. 3. Separem pincéis, tintas, solventes e bandejas.

4. Vocês vão pintar um pedaço de cada material com tintas de diferentes tipos.  Anotem ao lado do material pintado o tipo de tinta utilizado e a hora da pintura. Se necessário, façam a segunda demão com o mesmo tipo de tinta. 5. Depois de secos, comparem as pinturas feitas, discutam e respondam, em relação a cada um dos materiais, às seguintes perguntas: a) Qual foi a escolha mais adequada para a pintura de (madeira, ferro, aço, alumínio, tijolo, concreto, azulejo, piso cerâmico)? Por quê?

b) Nos casos das escolhas consideradas menos adequadas para cada material: Quais foram as dificuldades percebidas na aplicação das tintas?

Quais foram os problemas observados nos resultados?

6. Depois de conversar com os colegas e responder às perguntas no próprio grupo, discuta os resultados com toda a classe e com o monitor. Pintor

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Cores, combinações e efeitos  Além de informações mais técnicas que ajudam a definir e escolher as tintas mais adequadas para cada trabalho, conhecer cores é básico para o pintor de obras.

Embora, de modo geral, os clientes tenham uma ideia predeterminada das cores que vão utilizar, conhecer as cores e suas características vai ajudá-lo no momento de dialogar com clientes e construtores. Você pode opinar sobre as cores escolhidas para cada situação ou local e orientá-los caso tenham alguma dúvida sobre o que ficou decidido. Conhecer as cores é a primeira etapa. Mas você já pensou de que maneira elas podem ser combinadas? Será que uma cor que fica bem na parede da sala também ficará bem no quarto, na cozinha ou na fachada da casa? Como saber qual será o resultado da mistura de duas cores? Todas essas perguntas podem ser respondidas se estudarmos alguns aspectos da “teoria das cores”. Cromático:  Do latim chro-  maticus , relativo a cor.

Vamos começar pelo círculo cromático. Você já ouviu falar dele? Trata-se de um círculo com 12 cores colocadas de modo que possamos perceber as relações entre elas.   o   c    i    f    á   r    G   n   g    i   s   e    D   a   z   u   o    S   o   r    i   a    J    ©

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No círculo, as cores estão classificadas da seguinte forma: •

Cores primárias (1a ) São chamadas de cores puras por não ser possível obtê-las a partir da mistura de outras cores. Elas são a base para a criação de todas as demais cores. São elas: o azul, o amarelo e o vermelho.



Cores secundárias (2a )

São aquelas formadas por meio da mistura de duas cores primárias em partes iguais. Por exemplo: o laranja é resultado da mistura do amarelo com o vermelho; o verde, do azul com o amarelo. E o violeta? Quais são as cores que precisamos misturar para obter essa cor?   s   n   a   s   a    l   a    C   n   o   s    d   u    H    ©



Cores terciárias (3a )

São aquelas formadas por meio da mistura de uma cor primária (azul, amarelo ou vermelho) e uma ou mais cores secundárias. Exemplos: amarelo-alaranjado, púrpura, azul-escuro. E o preto e o branco? Por que não estão no círculo cromático? Porque são chamadas cores neutras, assim como o cinza em todas as suas tonalidades. Escala de valores ou escala de cinza

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 Ao misturarmos uma única cor com o branco ou com o preto, alteramos sua tonalidade, deixando-a mais suave/ clara ou mais forte/escura. Chamamos essa gradação de escala monocromática .

Escala monocromática:

Escala de uma só cor (mono, um; cromático, relativo a cor).

Veja a seguir duas escalas monocromáticas: a primeira, formada a partir da mistura de vermelho com branco; a segunda, a partir da mistura de azul com branco e com preto.

Atividade 2 CRIE CORES 1. Vamos ao laboratório novamente, desta vez para observar a reação das cores quando misturadas.

2. Separe as cores primárias e as secundárias e experimente as combinações possíveis. Anote no caderno as cores utilizadas e os resultados das misturas. Use lápis de cor. Por exemplo:

azul

+ verde

=

3. Escolha agora uma cor para fazer uma escala monocromática. Acrescente branco ou preto aos poucos, para perceber as mudanças graduais da tonalidade da cor escolhida. 64

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4. Compartilhe os resultados de seu trabalho com a classe. Você vai perceber que, embora misturando as mesmas cores, nem sempre alcançamos resultados exatamente iguais.

 Atualmente, a mistura de cores produzida pelos fabricantes é feita em máquinas, respeitando proporções exatas, calculadas em computadores. Esse sistema de mistura é chamado tintométrico nas casas que comercializam tintas. Com esse procedimento, caso a tinta acabe na metade da pintura de uma parede, você não precisará acertar a mistura “a olho”, com base na memória.  Além disso, as tonalidades possíveis são incontáveis. Veja, a seguir, um exemplo de catálogo.    F    R   3   2   1    /    i   v   o    k   n    i    l    i    M   n   e   v   e    N    ©          ć

Observe mais uma vez o círculo cromático. As cores que ficam em lados opostos no círculo são chamadas complementares. Elas apresentam maior contraste entre si. a

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1a

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São cores complementares: •

o vermelho e o verde;



o amarelo e o roxo;



o azul e o laranja.

Elas devem ser utilizadas em paredes para reforçar contrastes. Pintor

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 Já as cores vizinhas no círculo cromático são as que apresentam menos contraste entre si. Elas são chamadas cores análogas e podem ser usadas para colorir um ambiente sem chamar muita atenção para as diferenças entre as cores.   o   c    i    f    á   r    G   n   g    i   s   e    D   a   z   u   o    S   o   r    i   a    J    ©

Por fim, outra divisão possível é entre as cores chamadas frias (ou com tonalidades frias) e quentes (ou com tonalidades quentes). Elas podem ser combinadas de diferentes maneiras em uma casa. Mas é importante você saber que as cores quentes tornam os ambientes mais descontraídos, alegres, com maior luminosidade. Por isso, em geral, ficam bem em salas de visita, salões de festa, corredores e ambientes de uso coletivo.

 Já as cores frias são adequadas para ambientes mais sóbrios, formais, nos quais a concentração e a tranquilidade são indispensáveis. É o caso, por exemplo, dos locais de estudo e de trabalho em uma casa. Também são cores mais recomendadas para quartos, tendo em vista que são lugares onde as pessoas buscam relaxar para dormir. Veja as cores quentes e as cores frias no círculo cromático e nas faixas a seguir.   o   c    i    f    á   r    G   n   g    i   s   e    D   a   z   u   o    S   o   r    i   a    J    ©

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Esse conhecimento básico sobre cores, como vimos, poderá ajudá-lo a dialogar com os clientes e orientá-los no caso de dúvidas.

É aconselhável que você demonstre interesse e conhecimento relativos à sua área de atuação profissional, mantendo o cuidado de não parecer aquele que “sabe tudo”.

 Além de estudar e procurar aprimorar seu conhecimento sobre tintas e cores, é importante que você sempre consulte sites  e catálogos de fabricantes para ver o que há de novo no mercado.   s   e   g   a   m    I   r   e    h    t    O    /   y   m   a    l    A    /   n   a   m   e   e   r    F    l   e   a    h   c    i    M    ©

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Consultar revistas de decoração, e até mesmo ter algumas em mãos quando for visitar um novo cliente, também pode ser útil para você saber e mostrar as últimas tendências na área de pintura e o que está na moda.

Para alargar corredores: se a altura (pé-direito) do corredor for superior a 3 m, para dar sensação de que são mais largos, as extremidades dos corredores e o teto devem ser pintados com cor mais escura do que as das paredes. Ao contrário, se o teto for baixo, uma cor escura pode dar a sensação de um espaço mais apertado ou rebaixado. Para encurtar paredes: aplique tom mais escuro na parte de cima e pinte a parte de baixo com tom mais claro. Para alongar paredes: aplique tom mais claro na parte de cima e pinte a parte de baixo com tom mais escuro. Para alongar ambientes quadrados: pinte uma cor mais escura em duas paredes, uma de frente para a outra. Para rebaixar o teto: basta pintá-lo em tom mais escuro do que o das paredes. Para elevar o teto: aplique cor mais clara do que a usada nas paredes. Quando você estiver em ambiente interno (dentro da loja) e for escolher tintas para ambientes externos, escolha sempre um tom acima (mais fechado) daquele que deseja. A luz do sol que incide sobre superfícies externas é total e, por isso, abre as tonalidades. Tintas com brilho destacam as imperfeições das superfícies. Para paredes com saliências e rugosidades, é indicado o uso de tintas foscas. Espaço & cor. Faz Fácil . Disponível em: . Acesso em: 14 maio 2012.

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TRAGA

Atividade 3 UMA NOVIDADE PARA A CLASSE

1. Em dupla, pesquisem na internet, no laboratório de informática, em revistas ou jornais uma reportagem que fale sobre o que está sendo feito atualmente na área de pintura de paredes. Pode ser sobre ambientes internos de casas e escritórios, sobre fachadas etc. O importante é que o assunto seja pintura de paredes. 2. Façam um cartaz sobre a reportagem para apresentar à classe. Não deixem de colocar: o resumo dos principais pontos da matéria; •





um desenho ou recorte que ilustre o assunto tratado; a fonte de onde vocês retiraram as informações e os autores da reportagem original (se estiverem identificados).

3. Definam os dias em que todos possam apresentar os resultados da pesquisa. Os cartazes devem ser afixados em local adequado para consultas futuras.

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UNIDADE

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Como calcular quantidades Para fazer o cálculo de quantas latas ou galões de tinta você vai utilizar em determinado trabalho, o primeiro passo é calcular quantos metros quadrados (m2) tem o local que você vai pintar. Os fabricantes, em geral, indicam nas embalagens quantos metros quadrados de superfície uma lata pode cobrir por demão. Dessa forma, chega-se facilmente à quantidade de latas necessária.

Você encontrará no mercado latas em três tamanhos, com volumes diferentes: •

¼ – 0,900 ℓ de tinta 



GL (galão) – 3,600 ℓ de tinta 



LT (lata) – 18 ℓ de tinta 

Sempre que for utilizar grandes quantidades de tinta, dê preferência às embalagens maiores, pois com elas você gastará proporcionalmente menos. Exemplo: Se uma lata de ¼ cobre entre 8 m 2 e 12 m2 por demão, seu rendimento para aplicar duas demãos será a metade. Ou seja, uma lata de ¼ cobrirá, em média, entre 4 m 2 e 6 m2 para duas demãos. Se a parede a ser pintada possui 18 m 2, vamos precisar, para duas demãos de tinta, de, no mínimo, três latas de ¼. Isso porque 18 m 2 (medida da parede)  6 m2 (rendimento máximo de uma lata de ¼ para aplicar duas demãos) = três latas de ¼.

E se forem três demãos? Nesse caso, para três demãos, uma lata de ¼ cobrirá entre 2,7 m 2 e 4 m2. Se a parede a ser pintada possui 18 m2, vamos precisar, para três demãos de tinta, de, no mínimo, quatro latas de ¼.

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Isso porque 18 m2 (medida da parede)  4 m2 (rendimento máximo de uma lata de ¼ para aplicar três demãos) = 4,5 latas de ¼. Se você considerar que quatro latas de ¼ são a medida de um galão de 3,600 ℓ de tinta, é preferível comprar um galão de tinta. Você também pode fazer o cálculo da tinta necessária para uma única demão. E depois multiplicar por dois (duplicar) ou por três (triplicar) a quantidade calculada, a depender de quantas demãos tiverem de ser feitas. Quando você for comprar determinada cor de tint a, faça a compra de uma única vez. Procure comprar um pouco mais do que o calculado por você. Isso porque, mesmo com toda a tecnologia hoje empregada na fabricação de tintas e com as proporções computadorizadas, pode haver uma sutil diferença de tom de uma série para outra, o que prejudicará seu trabalho.

Também vale lembrar que paredes muito porosas consomem mais tinta. Para que isso não aconteça, você pode aplicar uma demão de fundo preparador de paredes sobre a superfície que receberá a repintura ou sobre a massa PVA ou acrílica (se for uma pintura nova).  A indicação nas embalagens do cálculo da quantidade de tinta por metro quadrado a ser pintado não resolve um problema anterior: Como calcular a metragem da superfície que você vai pintar? Para isso, será necessário recorrer a alguns recursos da Geometria . Vamos ver algumas das principais figuras geométricas e aprender a calcular as medidas de suas áreas. •

Geometria: Estudo das formas. As paredes de uma

residência ou de outras obras podem ter diferentes formas

Retângulo: figura geométrica que tem quatro lados, sendo dois de um mesmo tamanho e dois de outro. Sua área é calculada multiplicando-se a base pela altura: lado menor X lado maior.

geométricas. Para saber

quanto comprar de tinta, você precisa calcular a área

dessas figuras.

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Quadrado: figura com quatro lados iguais. Sua área é calculada multiplicando-se dois lados.

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Triângulo: figura com três lados, que podem ser iguais ou diferentes. Existem triângulos com os três lados iguais, com dois lados iguais e um diferente ou com três lados diferentes. Qualquer que seja a forma do triângulo, sua área é calculada multiplicando-se a medida da base pela da altura e dividindo-se o resultado por 2. Para saber a altura de um triângulo, trace uma linha da base até o ângulo oposto, como nas figuras geométricas seguintes.

Altura

Base

Altura

Altura

Base

Base

É pouco provável você encontrar um ambiente com paredes triangulares. Mas lembre-se de que você pode ser chamado para pintar um painel ou partes de um ambiente. Nesses casos, qualquer formato é possível.

Atividade 1 P ESQUISANDO

ÁREAS

1. Em trio, no laboratório laboratório de informática, pesquisem na n a internet como calcular a área das seguintes figuras geométricas: círculo; •



pentágono (figura com cinco lados);



hexágono (figura com seis lados).

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Desenhe as figuras e anote as fórmulas de cálculo das superfícies ao lado delas.

2. Agora, para exercitar o cálculo de áreas, imagine ima gine que você você deverá pintar:

a) as quatro paredes de um quarto, que correspondem correspondem à figura de um quadrado com 3 m de lado e 3 m de pé-direito (altura); (altura);

b) as paredes e o teto de uma cozinha retangular. retang ular. As paredes maiores medem 3,5 3,5 m de lado por 2,8 m de altura; as menores, 2,6 m de lado por 2,8 m de altura;

c) um painel triangular triangu lar na sala com base de 2 m e altura de 1,8 1,8 m.

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3. Confira os resultados com a classe e faça mais exercícios em casa, para se familiarizar com as fórmulas.  A forma mais ma is fácil de realiza rea lizarr esses es ses cálculos c álculos é fazer parede por parede.

Não se esqueça de retirar do cálculo a área das portas, das janelas ja nelas e de outros vãos que não serão pintados. Parede 1 – Área:

m2

Parede 2 – Área:

m2

Parede 3 – Área:

m2

Parede 4 – Área:

m2

As portas, em geral, medem 2,10 m x 0,80 m. As portas de banheiros são um pouco menores: 2,10 m x 0,70 m.

Área total com port portas, as, janelas e vãos:

m2

Área total sem por portas, tas, janelas e vãos:

m2

Total de latas de tinta necessárias:

Lembre-se de que em todas as latas de tinta deve vir escrito o rendimento, ou seja, quantos metros quadraquad rados de superfície é possível pintar com uma lata ou galão de tinta. Sempre que for usar quantidades grandes de tinta, prefira comprar (ou aconselhe os clientes a comprar) latas com maior quantidade, pois são mais econômicas. Entretanto, procure não comprar muito além do que o necessário. Tintas em latas abertas têm prazo de validade curto e você gastará à toa.

Consumo consciente Você já ouviu falar de consumo consciente? É quando compramos e consumimos o que realmente é necessário. Consumir o que não é necessário causa prejuízos ao meio ambiente ambiente e a nós mesmos.

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 Além dos recursos gastos para produzir, produzir, embalar, transportar e vender vender cada cad a produto produto (por vezes, retirados da da natureza), ainda há a poluição decorrente do modo de produção. produção. Já para as pessoas, pessoa s, o consumo excessivo acaba por gerar constante consta nte insatisfação, pela impossibilidade de se ter tudo o que se quer. Para saber mais sobre consumo consciente, no laboratório de informática, veja na internet o material de qualificação básica do Programa Via Rápida Emprego, disponível no site : , viarapida.sp.gov.br>, acesso em: 16 maio 2012 (Caderno do Trabalhador Trabalhador 6 – Conteúdos Gerais, texto de Cidadania Ambiental), e consulte os sites  que  que trabalham com esse tema, como o da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Disponível em: . Acesso em: 16 maio 2012.

Orçamento Espécie de lista na qual você inclui o custo de tudo o que será utilizado no serviço de pintura que vai prestar, prestar, mais o valor de seu trabalho. Calcular a quantidade de material que vai usar – vernizes, solventes, fitas adesivas, lixas etc. – é a base para que você possa apresentar seu orçamento ao cliente. Comece montando o orçamento por esses itens, mas lembre-se: lembre-se: se repassar repassa r ao cliente apenas o custo dos materiais de que vai precisar, você trabalhará de graça! Em geral, não são colocados nos orçamentos ferramentas e utensílios mais duradouros usados para a pintura: bandejas, extensores de rolo, escadas, lonas... Eles não são incluídos porque você já deverá tê-los e, portanto, não vai comprá-los a cada trabalho.

Mas você não deve esquecer que, conforme vão sendo usados, alguns utensílios se desgastam e precisam ser trocados, não é? Ou seja, com o tempo e com o uso constante, os utensílios se danificam: pincéis perdem cerdas, bandejas racham etc. Pensando Pensando nisso, quando qua ndo fizer seu orçamento, você deve incluir um valor va lor,, uma quantia pequena, que corresponda ao desgaste de suas ferramentas e utensílios, já que, no futuro, você precisará fazer a reposição deles. Dessa forma, depois depois de realizar realiza r alguns algu ns trabalhos, a soma desses valores deverá ser suficiente para a aquisição de novas ferramentas, quando necessário. 74

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Também pode acontecer de um trabalho exigir um utensílio especial, diferente daqueles que você tem. Nesse caso, você poderá conversar com seu cliente e incluir no orçamento uma parte do custo desse instrumento, ou solicitar que o cliente o adquira e desconte seu valor do serviço, de acordo com o que vocês combinarem.  Além dos materiais e das ferramentas, um orçamento deve conter os chamados custos indiretos de seu trabalho: gastos que você terá com transporte para o local da obra, alimentação nos dias de trabalho, ajudantes, se forem necessários. Sem esses itens, você gastará para trabalhar, ou seja, terá prejuízo. Finalmente, não se esqueça de incluir nesse orçamento o custo de seu trabalho, que tem relação com o tempo que levará para executar o serviço. Uma parte do valor de seu dia de trabalho será seu lucro.

Apresentação do orçamento Quando for apresentar um orçamento ao cliente, lembre-se de que o ideal é que os itens que você incluiu estejam discriminados um a um. Assim, o cliente terá uma ideia clara do que está contratando. Há também clientes que preferem adquirir alguns produtos, pois podem verificar o tipo e a qualidade dos materiais antes de comprá-los. Se em seu orçamento esses itens estiverem indicados separadamente, será mais fácil retirá-los.  Além disso, um orçamento bem-feito (se possível, apresentado em planilha elaborada em computador, com programa específico) demonstra organização e seriedade e gera confiança em seu trabalho. Veja a seguir um exemplo de planilha: Item

Custo unitário

Custo total

X latas de esmalte sintético à base de água branco X latas de esmalte sintético à base de água azul-claro X latas de massa corrida X latas de selador X rolos de fita adesiva

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Item

Custo unitário

Custo total

X rolos de lã alta X rolos de lã baixa X pincéis de trincha e remate X rolos de espuma X panos para limpeza Transporte para o local da obra Alimentação nos dias de trabalho Custo do dia de trabalho/mão de obra Total

Há itens do orçamento que não precisam aparecer para o cliente, como as diárias que você p agará a um ajudante, caso necessite de auxílio no trabalho que vai fazer. Mas esse valor deve estar embutido no custo do seu dia de trabalho. Caso você não o considere, terá prejuízo.

Depois de aprovar o orçamento com o cliente, combine com ele a forma de pagamento. É interessante que você receba um “sinal” – parte do valor estimado para a realização do trabalho – antes de iniciá-lo, pois, assim, você pode garantir as primeiras despesas com material e transporte. O restante do pagamento pode ser combinado em uma ou duas parcelas.

Em geral, quando o serviço é grande, o pagamento é feito em três parcelas: um sinal, uma parcela intermediária e outra na conclusão do trabalho. Elaborada a proposta, peça ao cliente que aprove o valor e a forma de pagamento do serviço a ser executado. Isso pode ser feito com a assinatura das duas partes em uma cópia da planilha eletrônica. Assim, vocês estabelecem legalmente uma relação de trabalho, que envolve a execução adequada do que foi contratado pelo cliente e sua respectiva remuneração.

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A PRESENTAÇÃO

Atividade 2 DO ORÇAMENTO AO CLIENTE

1. Imagine que você tenha de apresentar um orçamento referente à pintura de uma casa. O solicitante pretende que você execute os seguintes serviços: a) Reparação, com argamassa, de algumas imperfeições nas paredes da casa. b) Pintura de três quartos e uma sala, com aproximadamente 20 m2 cada ambiente, sem contar a metragem dos tetos, que também devem ser pintados. c) Pintura do teto dos banheiros e da cozinha, com cerca de 1 m2.

2. Calcule as áreas a serem pintadas e a quantidade de tinta necessária para a pintura. 3. Monte uma lista com todo o material que você vai usar. Lembre-se de incluir o custo dos materiais que você terá de adquirir – rolos, por exemplo. Ao final, você poderá também incluir uma pequena porcentagem para compensar o desgaste das ferramentas que vai utilizar.

4. No laboratório de informática, pesquise na internet os preços dos materiais e anote-os ao lado de cada item. 5. Verifique e inclua na planilha os custos indiretos do trabalho. 6. Insira, no final, o preço de seu serviço: pode ser por tarefa ou pelos dias de trabalho que vai gastar. Para isso, imagine como será o trabalho e faça uma lista com as etapas e o tempo que deverá usar. Pintor

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7. Some tudo ao final.

8. No laboratório de informática, digite a lista que você fez em uma planilha eletrônica. Aproveite para conferir a soma dos valores, caso você não tenha usado calculadora. Se precisar, peça ajuda ao monitor para fazer a planilha.

9. Com a planilha pronta, vamos discuti-la na classe. Metade da classe apresentará os resultados do levantamento, metade fará o papel de cliente, como se fosse um teatro.  A ideia é perceber se há diferenças entre os orçamentos e as percepções dos clientes. Caberá a esses clientes verificar e argumentar com os que apresentaram a planilha se os preços dos serviços estão adequados ou muito caros. E aos trabalhadores explicar por que estão propondo aqueles valores e defender o valor de seu trabalho.

10. Registre, a seguir, o que você aprendeu com essa discussão.

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