Hermetismo | Filosofia | Cultura
PHILOSOPHORUM GRA
NDE
28 D E
REV IS ORI TA DO ENT EA LQU Í
MA 201 RÇO 3
1º Trimestre - 2013 MIC
Nº 1
philosophorum.net
O
DIS
TRI B GRA UIÇÃO TUI TA
A Montanha dos Filósofos
Capa: A Montanha dos Filósofos. Geheime Figuren der Rosenkreuzer, Altona, 1785
NESTA EDIÇÃO
APRESENTAÇÃO Página 03
PENSANDO EM SÍMBOLOS Página 04
A TURBA PHILOSOPHORUM Página 06
HÁ UM MAGO DENTRO DE CADA UM DE NÓS Página 08
O YOGA APONTA O CAMINHO PARA O BEM ESTAR Página 09
UMA NAÇÃO SOB O GRANDE ARQUITETO Página 10
ESPIONAGEM E ORDENS INICIÁTICAS Página 11
DUBAI E O SANGUE NEGRO Página 14
SOBRE A ALQUIMIA Página 15
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Grande Oriente Alquímico A Revista Philosophorum é uma publicação trimestral do Grande Oriente Alquímico. Artigos não assinados são frutos de pesquisas realizadas pela nossa equipe editorial Organização Hermetista cuja finalidade é o progresso do Ser Humano, nos planos material e espiritual
www.grandeorientealquimico.org.br
PHILOSOPHORUM
É PE R M IT ID Im pr es sã o
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e di st ri bu iç ão de st a R ev is ta
28 de Março 2013
Edição Nº 1 - A Montanha dos Filósofos
PHILOSOPHORUM Nº 1:
GRANDE ORIENTE ALQUÍMICO:
Título: A Montanha dos Filósofos Colaboração: Membros e não membros do G::O::A:: Formato: PDF
Juventude Hermetista Collegium Trimegistus Cavalaria Hermética de Yeshua
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Apresentação A audácia é a marca do Adepto. O adeptado implica no rompimento com as estruturas atuais de pensamento, no modo de encarar e reagir aos estímulos (internos e externos). Neste embate, entre o que a sociedade tenta nos impor e os princípios que tomamos como desejáveis de vivenciar, a audácia é um ingrediente imprescindível. Através dela, seguimos em frente. Mesmo quando tudo e todos, conscientes ou não, conspiram contra nós. Mas não me refiro à audácia das atitudes levianas, inconsequentes. Mas àquela que sobrepuja os obstáculos, à ousadia de enfrentar as forças contrárias. É com este impulso que oferecemos esta primeira edição da revista philosophorum. De caráter eclético e aberta a todos que desejam colaborar, oferecemos este trabalho aos interessados pelo Conhecimento, aos amantes da Sabedoria. E que estejam com um coração e uma mente aberta para novas possibilidades de entendimento e realização. DFN
SOBRE O TÍTULO DESTA EDIÇÃO O acesso à montanha dos filósofos está vedado por uma muralha de doutrinas falsas e sofísticas. O velho junto à entrada é o Antimónio saturnino, aqui chamado “o pai dos metais”. Os alquimistas identificaram este “velho guardião” com o proprietário de Bethlehem, Boas, antepassado de David. Por cima dele, o alquimista árabe, Senior Zadith planta a árvore do Sol e da Lua, de onde emerge o lapis. Na Aurora consurgens existe também uma passagem que remete para Senior Zadith, em que o lapis é comparado a uma casa construída numa rocha forte. Aquele que a abrir encontrará lá dentro a fonte da eterna juventude.
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Miniatura otomana, do Zubdat al-Tawarikh (A Fina Flor das Histórias), de 1583
PENSANDO EM SÍMBOLOS O ser humano tem a habilidade inata de pensar em símbolos, que deriva, fundamentalmente, da tendência à representação. Por exemplo, ao ver uma fotografia, a imagem nos remete a uma paisagem ou a um rosto; quando lemos palavras, entendemos conceitos. Sem essa aptidão, não teríamos criado a linguagem nem a matemática. Os números expressam quantidade, um conceito filosoficamente sofisticado (pois é uma abstração, como a idéia de covardia, ou a cor vermelha), mas na prática são usados sem dificuldade pelo caráter “exato” das contas. No entanto, essa relação é mais complexa quando se trata de palavras. Os vocábulos se propagam com o som da voz e se fixam no papel ou na tela do computador, mas aludem a objetos, acontecimentos, emoções, etc, que não estão necessariamente presentes quando falamos ou escrevemos. Por exemplo, uma simples palavra como “casa” pode despertar em alguém uma infinidade de conceitos relacionados a edifícios, a interiores, a apartamentos, a segurança e, quem sabe, até a hipotecas e a outros problemas. Dito de outra forma, uma palavra pode gerar
associações inúmeras e complexas, mesmo que seu significado básico seja claro. Essa é a essência do simbolismo. Os seres humanos são únicos na habilidade de simbolizar o mundo. A ausência dessa capacidade em outros primatas parece ser a razão pela qual não desenvolveram aptidões linguísticas comparáveis às humanas. Em geral, não damos muita importância à linguagem, mas, se pararmos um momento p a r a p e n s a r, r e c o n h e c e r e m o s o extraordinário feito que ela significa. A mente permite que palavras específicas suscitem uma gama enorme de significados. A construção dos símbolos tem algo de misterioso, e até mágico. Sem essa aura quase fantástica em torno da representação simbólica, a paisagem interior da mente se simplifica. As associações ligadas aos símbolos mais corriqueiros – como casa, cachorro, cabelo, mar ou Lua – são as fontes geradoras de valores em nossa vida. Ou seja, essas palavras produzem densidade semântica e emocional pelo simbolismo que carregam. Sem precisar de muita leitura ou experiência, sabemos, por exemplo, que a Lua não é apenas um disco brilhante no céu. Continua na página 4
A construção dos símbolos tem algo de misterioso, e até mágico. Sem essa aura quase fantástica em torno da representação simbólica, a paisagem interior da mente se simplifica
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PHILOSOPHORUM! Podemos lembrar a característica romântica há muito associada à Lua (o cinema reforçou muito essa idéia, embora ela seja muito mais antiga que a câmera de filmar); ou pensar num diferente tipo de emoção – mais especificamente, na aventura maravilhosa do homem na Lua, e, 1969. Quando a olhamos, lemos sobre ela ou simplesmente a mencionamos vez por outra, diferentes associações podem estar presentes em nossa mente ao mesmo tempo, ainda que não se manifestem no plano da consciência. Existe uma diferença importante entre, de um lado, os símbolos que com o tempo acumularam significados organicamente, numa complexa interação de respostas conscientes e inconscientes e, de outro, a q u e l e s e s c o l h i d o s o u i nve n t a d o s deliberadamente. Os símbolos desta última categoria são chamados de signos e possuem função simbólica unicamente porque decidimos usá-los de determinada maneira. Por contraste, um círculo, por exemplo, carrega um significado intrínseco à própria figura: é uma linha que não possui início nem fim, sugerindo a idéia de completude, totalidade e talvez até de eternidade. Não precisamos de algum saber especial sobre o
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círculo para pensá-lo desta forma: o significado está contido na própria figura e é captado por intuição. Entre a nossa mente e o círculo, se estabelece uma comunicação imediata, espontânea – como se fosse uma afinidade intelectual. Haveria mais a dizer sobre o círculo, mas por agora esse exemplo nos ajuda a compreender a idéia de que alguns símbolos possuem o poder universal e intrínseco de comunicar algo para além de si mesmos – algo, porém, contido na própria figura. Até agora, falamos da construção dos símbolos de uma perspectiva moderna e ocidental, partindo do princípio de sua universalidade. Contudo, nossos horizontes intelectuais são culturalmente determinados. Diferentes crenças e práticas sociais, assim como ambientes distintos (entre eles o clima, a paisagem, a flora e a fauna) podem levar à construção de conscientes e subconscientes próprios a cada lugar e cultura. Para complicar mais o cenário, sistemas de crenças e culturas estão relacionados o tempo todo. Assim, quando ampliamos o foco para outros séculos e outras culturas, o estudo dos símbolos torna-se ainda mais fascinante. A Linguagem dos Símbolos
Existe uma diferença importante entre, de um lado, os símbolos que com o tempo acumularam significados organicamente, numa complexa interação de respostas conscientes e inconscientes e, de outro, aqueles escolhidos ou inventados deliberadamente
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A Turba Philosophorum ALQUIMIA
Pode-se ler num dos livros de Jabir que muitos dos antigos filósofos, incluindo Hermes, Pitágoras, Sócrates, Aristóteles e Demócrito, se reuniram em assembléia para discutir assuntos de alquimia. Esta é, possivelmente, a primeira referência a um célebre trabalho alquímico denominado Turba Philosophorum (onde colhemos o nome de nossa Revista Philosophorum), ou Convenção de Filósofos, cuja origem intrigou os sábios durante muitos séculos. A Turba aparece primeiro em manuscritos latinos do século XIII, tendo sido a primeira edição impressa publicada em Basel em 1572. Apresenta o aspecto de um debate entre grande número de filósofos e foi tida em grande respeito por gerações e gerações de alquimistas. A versão latina mostra sinais iniludíveis de ter sido traduzida do árabe e o conteúdo dos discursos revela também de forma clara que pelo menos parte daqueles elementos provém do grego. Os problemas apresentados pela Turba atraíram a atenção de muitos historiadores de alquimia e, em 1931, Ruska publicou uma monografia na qual provava definitivamente a origem islâmica da obra e tentava fixar a sua data por comparação com outros trabalhos árabes. Neste ponto, contudo, não foi absolutamente concreto, hesitando entre os séculos IX, X e XI. Sugeriu que a Turba era um ataque aos alquimistas gregos e pretendeu libertar a arte da praga de pseudónimos que a infesta, baseando-a, além disso, numa filosofia natural universalmente reconhecida. A origem árabe da Turba foi confirmada por completo em 1933, quando Stapleton pôde mostrar que um trabalho de um alquimista do século X, Ibn Umail, continha passagens extraídas daquela obra. Assim ficou o problema até 1954, data em que uma luz inteiramente nova aclarou o problema, por parte de Martin Plessner, cujo trabalho pode considerar-se o mais brilhante contributo dado à história da alquimia nos últimos cinquenta anos. Plessner, em primeiro lugar, confirmou que a análise da Turba prova, fora de dúvida, a
unidade da obra; portanto, um trabalho que contenha extratos ou referências suas deve ser considerado mais recente. Ibn Umail morreu por volta de 960 e daí a Turba não pode ter sido escrita depois de 900. Mas a Turba contém uma referência a um veneno mortal existente no corpo de uma mulher, e embora a expressão aqui oculte um significado alquímico, Plessner vê nela uma filiação no mito hindu da virgem-venenosa, que matava os homens com os seus beijos. Este mito foi introduzido na literatura islâmica através da tradução árabe do Livro dos Venenos, atribuído ao autor indiano Kautilya, tradução esta que se sabe ter sido feita na primeira metade do século IX. Por esta altura viveu em Akhmim (Panópolis), no Egito, um autor alquímico chamado Uthman ibn Suwaid, a quem foi atribuída a autoria de muitos livros, entre os quais O Livro das Controvérsias e Conferências de Filósofos. Plessner sugere que este título pode significar que o livro era, de fato, a Turba - sugestão esta que conduz novamente a uma data de composição por volta de 900. Akhmim era uma cidade cristã com uma notável tradição científica, onde muita gente sabia grego revelada pelo autor da Turba com a cosmologia grega e a forma como se criaram os fundamentos da alquimia, de modo a aparecer sob uma feição cosmológica. Segundo o texto em latim, nove filósofos tomaram parte na discussão preliminar, com os nomes de Iximidrus, Exumdrus, Anaxágoras, Pandulfos, Arisleu, Lucas, Locustor, Pitágoras e Eximenus. Anaxágoras e Pitágoras parece indicarem que os sete restantes nomes são más traduções de nomes gregos, e, pela sua transcrição de novo em caracteres árabes, Plessner mostrou que a lista deveria ler-se: Anaximander, Anaxímenes, Pitágoras e Xenófanes resolvendo assim um mistério de longa data. Estes nove filósofos são todos pré-socráticos e Plessner demonstra que, nos seus discursos na Turba, eles expõem teorias de que tomaram conhecimento a partir de fontes clássicas. Continua na página 6
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Anaximander discute o Não-Limitado (Apreiron); Anaxímenes trata do ar; Anaxágoras apresenta as concepções de Pietas e Ratio como entidades primárias; Empédocles expõe a dupla função do ar, separando a água e a terra e como medianeiro entre a água e o fogo; Arquelau trata da terra, o mais compacto, e do fogo, o elemento mais sutil, como reguladores do Universo; Lêucipo fala dos elementos, sem dar pormenores, mas referindo-se, aparentemente, ao completo e ao vazio, já esboçados por Diógenes Laércio; Ecphantus comenta a diferença entre o mundo superior e inferior, descrevendo o primeiro como contendo seres compostos apenas por dois elementos raros; Pitágoras fala da simultaneidade de todos os quatro elementos que, segundo a sua opinião, são todos originais e a partir dos quais se compõem os seres existentes; não prevê, contudo, a presença simultânea dos quatro em cada ser, mas afirma que os anjos se compõem de um só elemento, o Sol, a Lua e as estrelas de dois, as plantas e os animais de três, e apenas o ser humano de todos os quatro elementos. Xenófanes, finalmente, defende a coexistência de todos os quatro elementos, em proporções variáveis, em todos os seres do universo.
É no discurso final de Xenófanes que se torna evidente a finalidade do autor. Este objetivo é estabelecer três teses: e de que o criador do mundo é Alá, o deus do Islão; de que o mundo é de natureza uniforme e de que todas as criaturas do mundo superior e inferior são compostas dos quatro elementos. A discussão preliminar termina neste ponto e os sessenta e três discursos seguintes da Turba são puramente alquímicos.
Plessner diz que, mesmo quando estas opiniões parece contradizerem as doutrinas pré-socráticas, como são geralmente conhecidas, é sempre possível mostrar pontos na tradição grega a partir dos quais os dogmas acima referidos foram desenvolvidos. O autor não interpretou mal as suas fontes de consulta, mas, em vista da sua finalidade de relacionar os conhecimentos cosmológicos com as matérias alquímicas, ele próprio se confessa um pouco tendencioso. As matérias alquímicas assim interligadas com os ensinamentos cosmológicos são como seguem: Anaximander faz preces ao ar como protetor contra a combustão; Anaxímenes exalta a diluição e a condensação do ar, de acordo com os vários graus de calor; Anaxágoras trata da densidade da matéria, que aumenta de cima para baixo; Empédocles fala do significado químico do ovo; Arquelau refere a correlação entre o fogo e a terra; Lêucipo apresenta a metáfora do nascimento e morte, vulgarmente usada em alquimia; Ecphantus esboça a doutrina alquímica dos dois pares de elementos; Pitágoras comenta as relações entre números e o símbolo alquímico do homem; Xenófanes fala do en to pan (Um é Tudo), da putrefação e da necessidade de os quatro elementos estarem juntos.
É o triplo resultado da discussão cosmológica - o DeusCriador do Alcorão, o Mundo Unificado e a Doutrina dos Quatro Elementos - que a orienta, claramente, para o principal assunto da Turba, a alquimia. Ao mesmo tempo a alquimia é colocada no mundo do pensamento islâmico. Para a consecução deste fim o autor dispõe de um domínio soberbo da literatura doxográfica e, além disso, de uma invulgar veia literária. Consegue produzir um texto que junta alguns novos conhecimentos, absolutamente genuínos, à doxografia pré-socrática e representa a mais antiga prova até aí conhecida da penetração da tradição doxográfica na literatura islâmica.
Outros pontos de interesse relevante descobertos por Plessner foram, primeiro, que os nove pré-Sócrates mencionados apareciam também num livro de Hipólito (cerca de 222 a.D.), um dos primeiros Pais da Igreja, chamado “Refutação de Todas as Heresias”, observandose uma íntima ligação textual entre este livro e a Turba. Em segundo lugar, o fato de, num livro do alquimista grego Olympiodorus se compararem as doutrinas dos grandes alquimistas e as dos filósofos, com precisamente o mesmo fim de relacionar as teorias cosmológica e alquímica. Em resumo, Plessner diz:
Plessner avançou assim extraordinariamente na resolução do mais difícil enigma da alquimia, e o seu próximo trabalho sobre o assunto é esperado com grande curiosidade. Seria particularmente interessante saber se a Turba foi originalmente escrita em árabe ou se foi obra de um autor grego, devido a uma tendenciosa confusão muçulmana existente num período mais tardio. Esta última hipótese parece a mais viável.
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KHN
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Há um Mago dentro de cada um de nós O MAGO INTERIOR SÓ VIVE NA VERDADE E NO ESPÍRITO É preciso uma vida inteira para aprender o que o mago tem a ensinar. Em primeiro lug ar, nosso mago interior representa a “Sabedoria Interior” . Sobrevivendo a ciclos, passado por uma infinidade de provas, nosso “mago Interior” reage diante da vida, portanto ele vê. Quando velha, uma pessoa não pode evitar ver em toda sua família e seus amigos como uma extensão de sua própria pessoa, que lhe dizem muito mais a seu respeito, e de sua realidade, começa a ver debaixo da máscara de sua aparência física. Vê suas emoções, seus desejos, seus temores, seus sonhos. Comece a observar a energia de uma pessoa, como mundos dentro de mundos, em todas as pessoas com quem nos encontramos, e então nos damos conta, de que todo ser vivo é um universo, com suas particularidades e diferenças, único em forma e essência, e ao mesmo tempo movendo-se relativamente a outros semelhantes ou não, porém como tudo se move em relação a tudo, as energias envolvidas se moldam e adequam conforme o estágio de atividade e avanço. Quando começamos a observar a energia que emana das pessoas, ou indivíduos, como mundos dentro de mundos, de todos que encontramos durante nossa jornada na busca da verdade, finalmente chegará o dia em que nos daremos conta do Universo maravilhoso que vive dentro de nós mesmos. Neste dia, seremos um Mago. Também nos questionaremos a respeito do sofrimento, do envelhecimento, e da morte. É possível resolver esta questão: primeiro compreendemos que o Mago e o indivíduo são a mesma pessoa, unidos para buscar a solução do mesmo problema. O Mago está além dos
contrários, da Luz, da obscuridade, do Bem e do Mal, do prazer e da Dor. Felizmente, nosso Mago interior só vive na verdade e no espírito, sem falsidade, porque o prazer que sentimos através de nossos sentidos, a dor que experimentamos diante de uma perda, assim buscamos a infinita riqueza e encontramos o outro extremo que é a pobreza, tudo isto que conforma a nossa vida cotidiana, nos parece “Real” basta, neste momento de aprendizado enxergarmos com os olhos do Mago. A aparência exterior da vida é o que cremos e somente o que podemos sentir e ver. Mas não devemos nos esquecer de que “tudo é possível, se assim o acreditarmos”, tudo o que o mago vê tem suas raízes no mundo invisível. O corpo e a mente podem descansar permitindo assim que o mago possa ver permanentemente. Assim, o Mago passa o segredo da imortalidade. Em muitas ocasiões, necessitamos de sábios para responder o porquê de certas coisas. Necessitamos encontrar o significado para uma determinada situação, e a resposta está em nós mesmos, em nosso interior. Sem o silêncio, o Mago não tem espaço. Sem o Silêncio, não é possível apreciar a vida. Para chegarmos à Paz, busquemos dentro de nós mesmos, onde só existe paz. Quantas vezes nos perguntamos se existe algo mais além do que estamos vendo, e vivendo, sem saber exatamente o que é “esse algo”, o que pode realmente ser. Dedicarmos tempo à reflexão, não sobre “o que vemos, e sim o porque vemos”. Assim, poderemos ver o que se sucede, porque nossa sabedoria interior está nos mostrando que algo devemos aprender com esta experiência. Não veja com olhos críticos. Dedique amor a cada situação. Cada experiência é um canto da mesma vida, por mais dolorosa que seja isto significa que estamos “vivos”. Sim, estamos vivos, e porque devemos aprender então que aí está o milagre. Tudo o que vemos em nosso mundo podemos tornar realidade em nossa vida cotidiana. Como o Alquimista, podemos transformar as coisas, os desejos, as ilusões, em OURO, porque o ouro é o símbolo do espírito perfeito, que reside em nosso interior e que nos pertence a todos por igual.
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Davi Ribeiro
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O Yoga aponta o caminho para o bem estar, a saúde física e mental. Como isso acontece? Quando o assunto é Yoga e bem estar, saiba que as duas coisas andam juntas. Uma leva à outra. Para esclarecermos esta questão, vamos aprofundar um pouco sobre o estudo do Yoga. Aqui, especificamente, trataremos de uma das vertentes ou sistemas denominados Hatha Yoga. Para iniciar nossa conversa, definiremos o significado da palavra Yoga. Yoga significa união da mente e do corpo, eu inferior, com o Ser, objetivando alcançar o nível elevado de consciência, a Cósmica. O sábio Pantajali, que viveu por volta de 200 a.C descreveu o Yoga como um conjunto de técnicas e condutas, que deveriam ser seguidas pelo estudante, com o objetivo de alcançar a meta de iluminação. As técnicas utilizadas iniciavam com posturas psicofísicas denominadas Asanas, exercícios de controle respiratório Pranayáma, Controle dos sentidos Pratyahara, exercício de concentração Dharana, meditação Dhyana. Os Ásanas (posturas) tem por objetivo tratar profundamente os corpos inferiores e seus respectivos Chacras (vórtices de energia) que têm ligação com as glândulas do corpo, limpando-as, estimulando-as, desbloqueando meridianos (canais de energias sutis que percorrem o corpo físico). Liberando o corpo de toxinas provenientes de resíduos metabólicos e emoções negativas. Além disso, estimula a liberação de hormônios responsáveis pela sensação de prazer como, por exemplo, serotonina, naturalmente produzidas pelo corpo. Isso aumenta a sensação de bem estar, alívio de dores físicas, tensões, sensação de conforto, leveza, melhora distúrbios do sono, funcionamento da capacidade cardiorespiratória, aumenta a imunidade, melhorando sensivelmente a qualidade de vida do praticante, equilibrando a mente e o corpo, preparando-o para as práticas
inter nas como, por exemplo, a concentração e a meditação. Durante as práticas do Yoga, o processo do Auto-conhecimento acontece, à medida que o praticante avança, e se desvencilha de todos os condicionamentos que lhe foram impostos em sua vida, enraizados em seu corpo e mente. Durante o processo, o contato consigo mesmo nas práticas vai se intensificando até que o praticante reconheça e alcance o contato com a sua essência, o Ser. Nessa fase o praticante começa a desfrutar de todas as maravilhas que o Yoga proporciona, pois a Consciência Cósmica será alcançada. O chamado Shamadi, estado de iluminação. É importante salientar que essa consciência do Ser acontece naturalmente quando as práticas são iniciadas. Devido a isso muitos Médicos e Terapeutas prescrevem o Yoga nos casos de doenças crônicas e psicossomáticas como uma Terapia Complementar, tendo em vista que, a doença se desenvolve a partir de desequilíbrios emocionais. Por isso, a prática do Yoga vem alcançando inúmeros adeptos, sejam aqueles que a buscam como um estilo de vida para se manter saudáveis, aqueles que chegam em busca de sua saúde física e mental, ou aqueles que visam s i m p l e s m e n t e a bu s c a p e l o a u t o conhecimento. Seja lá qual for a sua meta, tenha em mente que os resultados irão muito além, pois no Yoga você encontrará meios de melhorar e aumentar sua autoestima e qualidade vida, isso inevitavelmente será o encontro definitivo com o “Bem Estar” físico.
Yoga significa união da mente e do corpo, eu inferior, com o Ser, objetivando alcançar o nível elevado de consciência, a Cósmica.
Márcia C. Souza Instrutora de Yoga e Terapeuta Corporal.
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Uma Nação sob o Grande Arquiteto A NOVA ORDEM DOS SÉCULOS Desde o início da História estava evidente que um grupo de maçons exerceria poderosa influência tanto em público como em segredo. A Declaração da Independência dos Estados Unidos foi assinada primeiro por John Hancock, maçom, em 1776. 49 dos que assinaram eram maçons. Entre os maçons, 4 de Julho tornouse um dia sagrado. Marcava a ascensão da estrela Sirius, que nas religiões antigas era relacionada ao deus Thoth, que trazia o conhecimento ao homem. Esse deus também era considerado o guardião da deusa Ísis, por ser a mais importante estrela do céu e pelo menos sete dos maiores templos egípcios eram orientados por ela. O 4 de Julho agora era sagrado também para a nova nação. O grupo Illuminati era o mais secreto e possivelmente a entidade mais conspiradora da Europa. Washington falava contra o grupo, condenando-o por se “autocriar” e não se relacionar
O Grande Selo dos Estados Unidos
à Maçonaria. Mas Washington tinha condições de determinar as raízes de sua família aristocrática e, apesar de seus esforços em favor da Democracia, era um elitista que viria a criar a Sociedade de Cincinati, que só admitia como membros quem tivesse antecedentes aristocráticos. Essa sociedade de elite espalhava o temor de que uma nova aristocracia e até o companheiro, Thomas Jefferson, temia a instituição. Em 30 de Abril de 1789, George Washington tomou posse como presidente. O juramento do cargo foi administrado por Robert Livingston, Grande Mestre da Grande Loja de Nova York. O mestre de cerimônias do dia era outro maçom, o general Jacob Morton. Outro livre-maçom, ainda, o General Morgan Lewis, era da escolta de Washington. Este, Grande Mestre da Loja de Alexandria, prestou seu juramento sobre a Bíblia da Loja de Saint John
de Nova York. Fez-se uma proposta para que Benjamin Franklin, Adams e Jefferson desenhassem o Grande Selo dos Estados Unidos, mas suas sugestões foram ignoradas. Após novas propostas o selo foi finalmente aprovado, rico de simbolismo. O verso do selo é uma pirâmide truncada, um símbolo maçônico. A pirâmide tem 13 degraus, uma para cada Colônia. Há também a representação do olho que tudo vê, um símbolo de culto que remonta ao antigo Egito (o olho de Hórus). Um lema, de 13 letras, Annuit Coeptis, para abençoar o novo empreendimento: “ele olhou com benevolência...”. E Novus Ordo Seclorum “a nova ordem dos séculos”. A nota moderna de um dólar contém o mesmo simbolismo maçônico de uma pirâmide inacabada encimada por um olho que tudo vê, assim como uma moeda americana já em 1778. Sociedades Secretas da Elite da América.
Washington
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Espionagem e Ordens Iniciáticas Quais são as relações entre a espionagem e as sociedades secretas? Elas podem ser de simples praticidade e comodismo. Na verdade os diversos serviços de informação sabem bastante bem a utilidade que pode representar a filiação a uma sociedade iniciática. Por uma razão bem simples: a facilidade que ela traz para estabelecer contatos com homens pertencentes a meios diversos, a todo um leque de profissões e de categorias sociais (alguns dos quais poderão atingir os meios influentes e dirigentes). Mas existe também uma categoria especial de sociedades secretas, aquelas que perseguem objetivos subversivos. Observar-se-iam nelas, então, práticas, modos de organização, estruturas singurlamente próximas do que se pratica nas redes de infor mação. Um estudo atento, por exemplo, da sociedade secreta dos "Iluminados da Baviera", revela em seu fundador – o professor Adam Weishaupt, no fim do século XVIII – um verdadeiro gênio da subversão clandestina e da espionagem. Ele teria estado plenamente apto a dirigir os serviços secretos de uma grande nação! Um trabalho de espionagem (era exatamente isto) fazia parte dos deveres inerentes ao Noviço recém admitido à Ordem dos Iluminados. Eis, na verdade, o que estabeleciam a esse propósito os “Estatutos Reformados” de 1783: O Noviço faz um estudo aprofundade de si mesmo e de seus semelhantes (…) O meio mais seguro de
ascender a um grau superior é tomar numerosas notas, multiplicar as pesquisas de caracteres, consignar por escrito os propósitos de pessoas surpreendidas no momento em que a paixão as fazia falar. Ele deve manter um registro com três ou quatro folhas reservadas a cada uma das pessoas que ele frequenta. Encontramo-nos, pois, em pleno trabalho de espionagem! Weishaupt também conhecia bastante o sistema que consiste – para melhor vigiar a “base” de uma organização ou de um partido – em nela infiltrar um ou dois personagens, que passarão por subalter nos apagados aos olhos dos militantes intermediários e cuja real ligação só é conhecida pelos membros que atingiram a cúpula da hierarquia. Essas personagens eram, no seio da Ordem, os Insinuantes (título revelador). Fica-se estupefato diante da autêntica genialidade demonstrada por Weishaupt nos menores detalhes de seu vasto plano subversivo, na escala européia (e não, insistimos, apenas ao nível da Baviera ou mesmo da Alemanha). Ele havia conseguido inclusive estabelecer um sistema de transmissão por mensageiros a pé, cobrindo cada um uma distância bastante curta a percorrer (8 km no máximo), para “contatar” seu colega, que punha o pé na estrada para chegar a um outro mensageiro mais adiante, e assim sucessivamente. Com a Ordem dos Iluminados da Baviera, que desempenhou um papel tão deter minante na gênese oculta da Revolução Francesa, chegamos a um tipo de sociedade secreta cuja ação se situa num nível que extrapola os limites nacionais.
Weishaupt também conhecia bastante o sistema que consiste para melhor vigiar a base de uma organização ou partido - em nela infiltrar um ou dois personagens, que passarão por subalternos apagados
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PHILOSOPHORUM! Os grupamentos são pouco numerosos, bem divididos, mas às vezes, segundo os imperativos do momento, selam entre si alianças momentâneas. No mais das vezes entregam-se a combates subterrâneos, encarniçados, onde todos os golpes baixos são não somente permitidos, mas recomendados, excluindo-se, no entanto, indiscrições mútuas que alertam os meios profanos ou os poderes públicos. Também lá o silêncio é a lei do meio. Pierre Mariel. Os governos, os diversos regimes, e a maioria das Sociedades Iniciáticas têm todos seus "Sistemas de Informação". Se, acima dos sistemas visíveis, existe aquilo que chamamos uma hierarquia de Governantes invisíveis, não está absolutamente excluído que exista – acima dos serviços de informação clássicos (dos quais eles se serviriam ocasionalmente) – o que seria uma espécie de “super-espionagem”. Além da ação dos Iluminados da Baviera pouco antes da Revolução Francesa e em seu decorrer, seria necessário proceder ao estudo aprofundado (muitas coisas estão ainda por serem descobertas) de outras misteriosas sociedades secretas. Especialmente a dos Irmãos Iluminados da Ásia. Vale a pena assinalar um de seus rituais: sobre o piso do templo, vinte e nove ir mãos e ir mãs se colocam, como sobre uma espécie de tabuleiro de xadrez vivo, de maneira a reproduzir o traçado de uma figura bem conhecida: a suástica (cruz gamada). O estudo da história secreta da Revolução Francesa nos levaria, além disto, a um trabalho em profundidade que nos reteria longamente. Parece que se confrontaram duas tendências entre os membros das sociedades secretas superiores: a da Montanha Vermelha e a da Montanha Branca – que queria, ao contrário, salvaguardar ao máximo o antigo estado de coisas. Encontraríamos aí também o eterno problema, ao mesmo tempo fascinante e irritante, das sobrevivências templárias… Poder-se-ia supor, justamente, que ainda hoje – e em caso de necessidade pela intervensão das polícias (as oficiais e as paralelas) – forças superiores buscam impedir certas divulgações. A propósito da obstinação com a qual se procedeu ao sufocamento sistemático das prodigiosas descobertas de Roger Lhomoy sob a torre principal de Gisors, seria necessário meditar-se sobre esta afirmação de Gérard de Sède (em seu livro Les Templiers sont parmi
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nous – Os Templários estão entre nós) a respeito da misteriosa sala subterrânea: (…) até uma época indeterminada, talvez bastante próxima de nós, essa capela pôde servir de sala de iniciação aos altos graus de certas sociedades secretas e suportar arrumações simbólicas em função deste uso. Acreditamos inclusive que Gérard de Séde falou além da conta a esse respeito, e que a sala em questão encontra-se ainda hoje em uso. Havíamos encontrado a cruz gamada no simbolismo em uso no seio da sociedade secreta dos Irmãos Iluminados da Ásia. Mas isto nos levaria a voltar a abordar o imenso tema – que mereceria por si só toda uma sequência de exposições – dos aspectos mágicos do Nazismo, principalmente de seus vínculos com a Sociedade Thulé. A primeira obra a abrir o dossiê foi O despertar dos mágicos de Pauwels e Bergier. Houve, a partir de então, importantes obras de René Alleau, André Brissaud e Pierre Mariel. Sempre houve ferrenho debate sobre qual o grau de envolvimento direto de Adolf Hitler no ocultismo. Não há dúvida, entretanto, de que Heinrich Himmler, um de seus representantes, estava profundamente envolvido com magia, tanto quanto era possível estar. De certa forma, ele hoje seria visto como uma figura New Age: gostava de herbalismo, astrologia, ergonomia, técnicas naturais de agricultura, energia sustentável, etc. Mesmo assim, ele criou uma das organizações mais brutais de todos os tempos e buscou o extermínio de toda uma raça. Em 1929, Himmler assumiu o comando do pequeno grupo hitleriano de guarda-costas especiais, conhecido como Schutzstaffel, ou SS, e expandiu-o enormemente nos anos seguintes, estabelecendo seu quartel-general em um castelo medieval em Wewlsburg, onde sua ordem secreta interna se reunia uma vez por ano. Continua na Pág. 13
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PHILOSOPHORUM! Essa ordem – pois era o que ele considerava – havia emprestado certas características da lenda do Rei Artur e da Távola Redonda. O grande salão de jantar era adornado com os brasões dos 12 Gruppenfuhers sênior, que se reuniam em torno de uma mesa de carvalho redonda, cada um em sua prórpia cadeira com nome gravado em placas de prata e seguindo uma série de exercícios espirituais. Abaixo desse salão estava o “reino dos mortos”, um poço em que os brasões eram queimados e as cinzas veneradas após a “morte” do cavaleiro. Histórias contam que Himmler utilizava as cabeças cortadas de oficiais da SS para se c o mu n i c a r c o m s e u s m e s t r e s ascensos, e dizia-se que ele
Schutzstaffel
conversava com o espírito do rei saxão Henry, o Caçador. E cada um desses cavaleiros nazistas, d e v e - s e e n f a t i z a r, a c r e d i t av a sinceramente que estava trabalhando para a Luz, lutando contra os Magos das Trevas que vinham de todos os cantos da terra para tentar derrubálos. Seria fascinante nos perguntarmos se acima dos governos visíveis e dos serviços que deles dependem, não haveria – supervisionando todo o conjunto do vasto jogo dos atores no palco do mundo (mesmo e principalmente se eles têm a consciência ilusória de serem livres) – toda uma hierarquia superior. Recolocamos, em uma palavra, o
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problema dos Governos invisíveis. E recordaremos as enigmáticas últimas palavras pronunciadas por Walter Rethenau, imediatamente antes de expirar: a alusão aos “setenta e dois que dirigem o mundo”: Quem eram eles naquele momento (alguns anos após a primeira guerra mundial)? Quem são eles atualmente? Gostaríamos muito de sabê-lo!
Pesquisa: S. Hutin, A. Richardson e Fielding.
KHN
Sociedade Thulé
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Dubai e o Sangue Negro Um paraíso em meio ao deserto, construído por sangue e suor de dignos Indianos, homens e mulheres de uma doçura ímpar, pessoas amadas e cheias de gratidão, vivendo como “escravos” em condições subhumanas, trabalham arduamente para erguer um império fadado a se afundar em seu próprio sangue negro, que jorra de suas plataformas de petróleo. Para cada magnífica obra de engenharia, milhares de vidas são ceifadas pelo calor desértico e por condições absurdas que em pleno século XXI, são tratados como meros peões em meio aos seus campos de trabalho e a seus guetos para onde são levadas à noite depois de doze exaustivas horas de trabalho, em um clima que pode chegar a 50 graus Celsius. Ruas lindas, construções faraônicas, porém com trabalhadores miseráveis que não vêem outra forma de levar sustento para suas famílias, se não for em uma submissão total ao governo dos Sheiks. Ironicamente, nossa tão aclamada democracia nos faz levar a cabo práticas medievais, onde o rei se diverte em seu palácio às custas do sangue e do suor de gente humilde, dócil e explorada! Em todos os povos onde já tive a oportunidade de conhecer, esses de sobra são os mais amáveis e gentis, pessoas caridosas que dividem o pouco que conseguem (quase nada) no afã de cumprirem nessa terra seu dever de amor e de servir. Em seu próprio país, pelas leis de sua casa são subjugadas ao “deus” todo poderoso, o dinheiro. Em fim, chegamos à grande raiz do problema, não importa sua origem sanguínea, importa quanto “deus” está contido em sua carteira e em sua conta
bancária, não se trata de dogmas ou crenças, mas sim de poder de compra. Religião, dogmas, leis canônicas, são apenas subterfúgios para dominação em massa, mas a que isso nos leva? Quais são as consequências reais de tais fatos? A quem iremos realmente prestar contas? Nossa liberdade não é nada além de nossa capacidade de adquirir influência, status e poder. Crimes? Homicídios? Dubai Valor da vida humana? Nada disso tem sua justiça entre os homens. A única justiça humana que podemos ter certeza é da impunidade latente em todos os meios, sejam eles religiosos ou políticos. Se trata apenas de quanto temos e do quanto estamos realmente dispostos a pagar por elas, nada mais é do que condicionamento de potencial. Doenças e curas já existem a milênios, porém todas subjugadas ao poder aquisitivo do pedinte, até um espaço no céu era possível ser comprado na idade média. Quando mais se pagava mais alto o falecido poderia subir ao seu criador. E hoje, alguma coisa mudou? Reflita se realmente mudou. Na minha humilde forma de ver, só mudaram os nomes, mas a barganha continua a mesma: você tem, então você é bom e ponto!
Nossa liberdade não é nada além de nossa capacidade de adquirir influência, status e poder
Samuel Urbinati
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Sobre a Alquimia UM BREVE ENSAIO A propósito do “oleiro demiurgo” e do alquimista, “a função soteriológica dos mitos nasce sempre de uma prática”. Mircea Eliade, na sua obra capital sobre a Alquimia - “Ferreiros e Alquimistas” - fundamenta exaustivamente esta tese, trazendonos uma visão clara - na senda de René Alleau, nos “Aspects de L’Alchimie Traditionelle” - daquilo que é a experiência alquímica: a sacralidade da matéria e das suas t r a n s fo r m a ç õ e s, b e m c o m o a experiência que delas tem o operador. A natureza profunda da Arte de Hermes é a vibração, em uníssono, da matéria, do operador e do Cosmos; esta é uma visão tradicional - melhor, primordial - que apenas parecerá estranha à nossa mentalidade analítica e separadora, oposta à das correspondências, das analogias e das sínteses. Analogamente, quer o discurso alquímico se situe ao nível simbólico, quer a nível operativo ou especulativo, permanecerá sempre como o reflexo da unidade intrínseca da alquimia. Portanto, a alquimia é, desde logo, a experiência da unidade. Mas essa experiência é feita, dramaticamente, através da manifestação dual da realidade no nosso “mundo sublunar”. O caminho alquímico é aquele que vai do “1” ao “2” e do “2” ao “3”; não se trata, pois, de um dualismo (maniqueísta, cartesiano ou estruturalista), mas de uma “dualidade” que se supera a si própria por meio de um mediador: o “3”.
A mediação alquímica - o “sal” que permite a conjunção das duas naturezas contrárias, o “enxofre” e o “mercúrio” - é dupla: horizontal, unindo o “masculino” e o “feminino” a fim de obter o andrógino, e vertical, unindo “o que está em cima” (o Logos, o espírito Universal) com “o que está embaixo”, para espiritualizar a “matéria” e, concomitantemente, corporificar o “espírito”. Forma-se assim, em consequência desta dupla “hierogamia”, uma cruz (o “4”), no centro da qual se encontra o coração - o “5” do microcosmos ou a “quinta essência” - que constitui o retorno à unidade (5 + 1 = 6, o “6” do macrocosmos). Esta concepção operativa de caráter ternário parece começar a ter eco nas ciências humanas dos nossos dias, com as contribuições de Leach (A diversidade da Antropologia) e mesmo, em alguma medida, de Levi-Strauss (em Le cru et le cuit); mas a de Edgar Morin e, sobretudo, a de Gilbert Durand, em cuja obra “o regime sintético” do imaginário realiza a “coincidência oppositorum” (Jung) dos regimes “diurnos” e “noturnos”, presente na maior parte dos mitos. O processo iniciático alquímico desenrola-se também em termos daquilo que Jung denominou da “individuação” - processo de crescimento e har monização psíquicos - mas é Henry Corbin, no decorrer da sua extensa obra sobre o esoterismo islâmico, que desenvolve um conceito que tem muitíssimo a ver com a iniciação alquímica: o “imaginal” (o qual transcende a mera
imaginação psíquica). O correlativo “mundus imaginalis” é o mundo inter mediário entre o sensível (“physys”) e o inteligível (“noos”, “pneuma”), entre o “imaginário” e o “simbólico”, mundo intermediário das imagens arquetípicas - da “imaginação creadora” - mundo da Alma (individual ou do Mundo, “Anima Mundi”), ao mesmo tempo “Ter ra celeste” e “Cor po de Ressurreição”. Mas, como se desenvolverá o processo alquímico, de modo a per mitir a dupla operação de “transformar em idéias as coisas exteriores e as coisas exteriores em idéias”, de acordo com o axioma expresso por R. Alleau: “tudo o que é observável é simbólico e tudo o que é simbólico é observável”? Desde logo, como em todo o processo iniciático, é preciso passar pela fase da “morte”, da “abertura” - o “caos alquímico”, em que se dá a “separatio” dos elementos, o “solve”, ou “nigredo” - à qual se sucede a, agora possível, “infor mação” (“consciênciaconhecimento”) da “matéria” pelo L o g o s - a “ p u r i fi c a ç ã o ” , a “sublimação”, o “albedo” - e que permitirá uma nova “estruturação” (“consciênciaorganização”) - o “rubedo”, “conjuntio”, ou “coagula”, a qual conduzirá à “Pedra Filosofal”. Continua na Pág. 16
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Curiosamente, segundo a ciência atual - por intermédio dos trabalhos de um dos seus maiores expoentes, Ilia Prigoggine - a criação físico-química de estruturas dá-se através das seguintes etapas, cuja analogia com as do processo alquímico é notável: a) O sistema deve estar “aberto” (o “solve”); b) Deve verificar-se uma “flutuação” de algum parâmetro (o que corresponde à etapa da “informação” pelo Logos ou pelo Espírito Universal); c) É necessário que a flutuação se amplifique para dar origem à criação (“poiesis”) de uma nova forma de organização ou de estrutura (o “coagula”). Esta analogia não deixa de surpreender pela constatação do acordo entre a
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Tradição e os dados da ciência moderna, mas o “escândalo” é atenuado se nos lembrarmos de que a alquimia é, no fundo, uma “química poética” (creadora). Ora as reações estudadas por Prigogine - e que seguem o “percurso” atrás descrito são criadoras (poéticas), não só no sentido em que geram estruturas espaço-temporais - de grande beleza! - mas também porque servem de modelo para as reações prébióticas; o que tem muito a ver com o nosso tema, uma vez que o objetivo da alquimia uma “química sagrada” que pretende transformar, transmutar, o operador, a matéria e o cosmos - é (re)despertar a Vida na matéria e, ao mesmo tempo, (re)criar a Vida dentro do operador...
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O objetivo da alquimia é transformar, transmutar, o operador, a matéria e o cosmos - é (re) despertar a Vida na matéria e, ao mesmo tempo, (re)criar a Vida dentro do operador
Pesquisa: KHN
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