Perspectivas Atuais da Fonoaudiologia na Escola

December 28, 2018 | Author: roberto.costa | Category: Speech Language Pathology, Sociology, Schools, Learning, Communication
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persp rspectivasat atuaisda da fon fo noaud audiiologianaescola

Claud audiiaRegi Regina naM oscaGirot Giroto o (organizadora)

plexus 1

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro) Perspectiva Persp ectivas s atuais da Fono Fo noaudiolog audiologia ia na escola /  organizadora Claudia Regina Mosca Giroto – São Paulo : Plexus Edito E ditora, ra, 1999. Vários Vários colabo colaborado radores. res. I SBN 85-85689-46-3 85-85689-46-3 1. Fono Fo noaudiologi audiologia a I. G iroto, irot o, Claudia Regi Regina na Mosca. 99-3833

CD D – 616.855 NLM – 475

Índices para catálogo sistemático : 1. Fonoaudiologia : Medicina 616.855

© 199 19 99 Claudia Claudia Regina Regina Mosca Mosca Giroto Giro to Todo s os direitos direitos rese r eservados rvados Proibi Pro ibida da a repro dução no todo tod o ou em em partes, partes, por qualquer qualquer meio, sem sem autorizaçãodo autorizaçãodo s Editores. Capa: Cap a: Helena H elena Mac Machado hado Revisão Revis ão:: João Guimarães Guimarães E ditoração E letrônica: letrônica: Plexu Plexuss Editora Impressão Imp ressão capa: Palas Athena Athen a Impressão Im pressão e acabament acabamento: o: Scort Scortecci ecci D igital igital Plexus Plexus Editora E ditora Ltda. Av. Mano Manoel el dos Reis Reis Araujo, 1154 04664-000 –  São Paulo – SP Tel.: (11) 524-5301 E -mail: -mail: [email protected] 2

COLABORADORES

CARMEN SILVIA CRETELLA MICHELETTI Fonoaudióloga Clínica (Graduada pela PUC-SP, com Especialização em Psicopedagogia)

CLAUDIA REGINA MOSCA GIROTO Fonoaudióloga (Graduada em Fonoaudiologia pela UNESP – Marília/  SP; Mestre Mestre em Educaçã E ducaçãoo pel p elaa UNES UNE SP – Marília Marília// SP; Docente Do cente do Curso de Fonoaudiologi Fon oaudiologiaa da UNIMAR UN IMAR – Maríli Marília/ a/ SP)

GISELE APARECIDA HORDANE MARTINS Fo noaudióloga Fono audióloga Clínic Clínicaa (Graduada pela p ela UNE UN E SP – Maríl Marília ia// SP; Mestre Mestre em E ducação ducação pela UNE UN E SP – Maríl Marília ia// SP)

JAIME LUIZ Z ORZI Fonoaudiólogo (Mestre em Distúrbios da Comunicação pela PUC – SP; Doutor em Educação pela UNICAMP; Professor do Curso de Fonoaudiologia da PUC – SP; Professor do CEFAC – Curso de Especialização em Fonoaudiologia Clínica)

LÉSLIE PICCOLOTTO FERREIRA Professora Titular da Faculdade de Fonoaudiologia e do Programa de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia da PUC-SP

LUCIANA TAVARES SEBASTIÃO Fonoaudiólog Fon oaudiólogaa Docente Do cente do Curso de Fonoaudiologi Fo noaudiologiaa da UNES UNE SP – Marília Marília/ /  SP (com Especial E specializaç ização ão em Patologi Pato logias as da Comunicaçã Comu nicaçãoo pela USC USC – Bauru/  Bauru/  SP; Especi Esp eciali alização zação em E ducação em Saúde Saúde Públi Pública ca pelo pelo CED CE D AS/ AS/ Faculdades Integradas In tegradas São Camil Camilo/ o/ SP; Mestre Mestre e Dout oranda oran da em E ducação pela pela UNES UNE SP – Marí Maríli lia/ a/ SP) 3

MARIA TERESA PEREIRA CAVALHEIRO Fonoaudi Fono audiólog ólogaa (G (G raduada raduada pela pela Escola Paulis Paulista ta de Medi Medici cina/ na/ UNIFE UNI FESSP/ SP; Mestre em Psicologi Psicologiaa Escol E scolar ar pela PUC – Campinas/ Campinas/ SP; Docente D ocente do Curso de Fonoaudiolog Fo noaudiologia ia da PUC – Campinas/ Campinas/ SP – Área de Fonoaudiolog Fo noaudiologia ia Preventiva; Fonoaudióloga do Departamento de Educação da Prefeitura de Mogi Mirim)

THAÍS HELENA FIGUEIREDO PELLICCIOTTI Fonoaudióloga Clínica (Graduada pela PUC-SP; com Especialização em Linguagem; Linguagem; Especial E specializaçã izaçãoo em Psicopedagogi Psicop edagogia) a)

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SUMÁRIO

Prefá Prefácio cio ........................... ......................................... ........................... ........................... ............................ ........................... ........................... ..................... .......77 Apresentaçã Apresentaçãoo .......................... ........................................ ........................... ........................... ............................ ........................... .........................9 ............9 Capítulo Capít ulo 1 ........................... ........................................ ........................... ............................ ........................... ........................... ........................... ............... 11 Reflexões Reflexões sobre a relação relação entre ent re a Fono Fo noaudiologi audiologiaa e a Educação E ducação Maria Teresa Pereira Cavalheiro Capítulo Capít ulo 2 ........................... ........................................ ........................... ............................ ........................... ........................... ........................... ............... 24 O professor pro fessor na atuação fonoaudiológ fon oaudiológic icaa em escola: escola: participante participante ou mero espectador? Claudia Regina Mosca Giroto Capítulo Capít ulo 3 ........................... ........................................ ........................... ............................ ........................... ........................... ........................... ............... 42 Possibilidades de trabalho no âmbito escolareducacion educacional al e nas alteraçõ alterações es da escrita Jaime Luiz Zorzi Capítulo Capít ulo 4 ........................... ........................................ ........................... ............................ ........................... ........................... ........................... ............... 56 A importância da interação entre o fonoaudiólogo e a escola no atendimento clínico Thaís Th aís Helena F. F . Pellicciott Pellicciottii e Carmen Silvia ilvia C. Michele Michelettttii Capítulo Capít ulo 5 ........................... ........................................ ........................... ............................ ........................... ........................... ........................... ............... 72 A voz do professor: propostas de ações coletivas de promoção de saúde vocal Léslie Léslie Piccolot Piccolotto to Ferreira 5

Capítulo Capít ulo 6 ........................... ......................................... ............................ ........................... ........................... ........................... ...........................89 ..............89 Escolas de educação infantil: uma proposta de atuação educativa com professores, com enfoque na audição Luciana Tavares Sebastião Capítulo Capít ulo 7 ........................... ......................................... ............................ ........................... ........................... ........................... .........................110 ............110 Refletindo Refletindo sobre so bre a atuação atuação do fon f onoaudiólogo oaudiólogo junt juntoo à Educação Especial Gisele Aparecida Hordane Martins

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PREFÁCIO O pr projeto ojeto de d e organiza organizaçã ção o deste deste liv livro ro surgiu surgiu po porr oca ocasi sião ão da reali realização zação de minh minhaa disse dissertaçã rtação o de mestrado, quando pro cu currei analisa analisarr o que que o pro professor fessor espera espera da atuação atuação fono fonoaudiológi audiológica ca em escolas. O s resultado resultadoss de meu estudo estudo causaram-me causaram-me certa certa surpresa surpresa e leva levaram-me ram-me ao ao questioname question ament nto o sobre sob re as necessidades necessidades e possibil po ssibilidades idades atuais da atuaçã atuação o fo fono noaudiológic audiológicaa em escola escolas. Pude observa o bservarr que esse questioname questionament nto o é também compartilhado tilhado por p or cole coleg gas de profis pro fissão são não só preocup preocupados ados com a normatiza no rmatizaçã ção o dessa atu atuaç ação, ão, mas também, com novas n ovas p ers er spectiv pectivas as para se garant garantir ir a efetividade efetividade da partic part icipaçã ipação o do fonoaudiólogo na escola. Somamos, então, nossas experiências, dúvidas, perspectivas, na tentati tentativa va de contribui contribuirmo rmoss com o processo processo de aprendi aprendizagem zagem do fono fonoaudi audiólogo ólogo que atua atua em escol escolaa e com com a formação de su sua identidade pro profis fissi sion onal al.. Aos colegas colegas colabo colaborador radores es o meu agradeci agradeciment mento, o, não n ão só porr acreditarem nesse proje po pro jeto to,, mas pela pela humildade humildade em compartil co mpartilharem harem o seu saber e o seu fazer. fazer. Um agradeciment agradecimento o especi especial al ao Josimar, Josimar, por po r encoraja encorajar-me r-me sempre, ao ao Prof. Prof. Dr. Dr. Sada Sadao o Omot O motee por suas val valiiosas suge sugess tões e a todo to doss que me ofereceram ofereceram apo apoio io e incent incentiv ivo. o. C laudia R egina M osca sca G iroto iroto

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APRESENTAÇÃO

Quando recebi o convite da Cláudia Regina Mosca Giroto para fazer a apr apresent esentaçã ação o de d e seu liv livro ro,, confesso confesso que fiquei muito contente... Prime Pr imeiro, iro, por po r perceber perceber que minha part partic icipaç ipação ão em sua banca de mestrado mestrado tinha, de certa certa forma, forma, gera gerado do frut fruto os... Afinal, Afinal, durante al algumas ho horas ras pudemos, nós os professores presen prese n t es na referida banca, falar um pouco da inserção da Fono Fo noaudiologi audiologiaa na escola e de quant quanto o os o s resultado resultadoss de sua dissertação dissertação se assemel assemelhavam havam a relato relatoss descritos descrito s no no começo da década. década... .. isso isso tudo tudo contribui cont ribuiu u para para a organização organização desta dest a obra. obra... Seg egund undo, o, porque po rque esta seria seria uma oport opo rtunidade unidade de poder, po der, ao ler ler os os capítulos capítulos contidos contidos neste n este liv livro ro,, escri escrito toss por por pessoa pessoass que estão com “as “ as mãos mãos na n a massa” massa” nessa área, área, con conhecer hecer outr ou tras as op opiiniões a respeito respeito.. Ao final da lei leitu tura ra constatamos con statamos os limites limites evolutivos evolutivos da relaçã relação o Fon Fonoaudiologi oaudiologiaa & Escola... scola... Nas entreli entrelinh nhas as os auto res, cada um a seu modo, mostravam que estamos ainda no começ co meço o da estrada.. estrada.... .. Embora Embora a Fono Fo noaudi audiolog ologia ia tenha tenh a tido a Educaç Ed ucação ão como matriz de sua sua con constituiçã stituição, o, enquanto enquant o pro pr o fissã fissão, o, há um distanciame distanciament nto o ainda muito muito grande entre ent re as duas áreas... áreas... diríamos diríamos que que “mãe” e “fil “ filha” ha” parecem estar aind aindaa se conhecendo... conhecendo... 9

Tradicionalmente sempre foi a escola a responsável pelo maior maior número de encami encaminh nhame ament ntos os para para o fono fonoaudi audiólogo, ólogo, mas a esca escassez ssez de trabal trabalho hoss abordand abordando o essa relaçã relação, o, quer no que diz respeito respeito ao contexto contexto clíni clínico-terapêut co-terapêutic ico, o, ao preve preven ntivo tivo ou de assessoria assessoria,, é notó no tória ria.. .... Pessimismo Pessimismo de lado lado,, o import impo rtante ante é acreditar acreditar que qu e as reflex re flexões ões e os relato relatoss de exper experiê iência ncia aqui tratado tr atadoss possam po ssam contr con tribuir ibuir para que os profissi profission onai aiss – da Fonoaudiologi Fon oaudiologiaa ou da Educaçã E ducação o – superem as incert incerteza ezass e desconfia desconfianças nças deste conturb cont urbado ado final de sécul século... o... Esta traj trajetó etória ria de rastrear este complexo complexo relaci relacion onamento amento,, feito feito de influências influências recíprocas recíprocas,, aumenta aumenta a responsabil responsabilida idade de destes profis pro fissi sion onai aiss em não só entender, entender, rever ou recol recolocar ocar “velhas “velhas questões sobre sobre o tema” mas também o d dee desvend desvendar ar novos no vos paradi p aradigma gmass ao final de suas pesquisas pesquisas.. Colocada Colocada essa essa questão, o leito leitorr encont encontrará rará nesta obra obra não modelos que se con contrapõ trapõem em um ao outro, out ro, mas sim sim uma conviv co nvivência ência que se respeita nas diferenças de seus autores. auto res. Cada Cada um, a seu seu modo modo,, com e através de sua prática, prática, procura pro cura fertiliz fertilizar ar novos no vos debates e novos no vos interlocutores, interlocuto res, capaze capazess de instig instigarem arem a discussão cada vez mais mais difícil difícil desse enorme eno rme e imponderável futuro da relação da escola e da prática fonoaudiológica no próximo milênio.  L éslie Picc Piccolotto lott o F erreira rreira

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CAPÍTULO 1 REFLEXÕ REFLE XÕE E S SO BRE A RE RE LAÇÃ LAÇÃO O E N TRE A FON FO N OAU OAUDIOLOG DIO LOGIA IA E A ED E D UCAÇÃ UCAÇÃO O  M aria T eresa resa Pere Pereira C avalheiro avalheiro

Refle Refletir tir sobr so bree a relaç relação ão entr en tree Fono Fo noaudiol audiologi ogiaa e Educaçã E ducação o pressupõe pr essupõe busca b uscarr as origens origens desta relaçã relação o que se confund confu ndee com a própria história da fonoaudiologia. Há indícios de atividades equivalentes às do fonoaudiólogo no final do século passado, no Rio de Janeiro, voltadas para a educação de surdos. N este século século de “prática “p ráticass fonoaudiológi fon oaudiológica cas” s” ocorr ocorreram eram momentos moment os de de maior maior aproximaç aproximação ão entre entre a Fono Fo noaudi audiologi ologiaa e a Educação e outros, de maior distanciamento, principalmente na época épo ca da inst instituci itucion onal aliz izaç ação ão dos do s prime p rimeiros iros cursos, que qu e prioriza pr iorizava vam m a formação formação clínic clínica. a. Em sínt síntese, ese, a Fono Fonoaudiologi audiologiaa nasce com a (“n (“na”? a”?)) Educaçã Educação, o, se distancia desta desta nos anos ano s 60 e volta a se aproxi apro ximar mar na n a época épo ca da regula regulament mentaçã ação o da profi pro fissã ssão o do fon fonoaudiól oaudiólogo, ogo, quando ocorre o corre maior maior dese d esennvolvime volviment nto o na n a área. área. É importante import ante lembrar lembrar que no no artigo artigo 4º, 4º, a lei lei nº 696 6965/ 5/ 81 prevê prevê a atuação atuação do fono fo noaudi audiólogo ólogo junt junto o ao sistema educacional educacional.. A década de 90 caract caracteriza-se, eriza-se, finalment finalmente, pela expansão expansão das ações ações neste n este contexto con texto,, pela pr preocupaçã eocupação o com a formaçã for mação o pr profissi ofission onal al nesta nest a área e pela reflex reflexão ão a 11

r espeito do d o perfil perfil pr profissi ofission onal al e sobre sobre o papel a ser exerci exercido do na relaçã relação o entr entree o fono fo noaudiól audiólogo ogo e a educação. educação. Apesar de todos todos esses esses anos, a liliteratura sobre sobre estes en enco con ntro ross e desencontr desencon tros os surge surge no final do doss anos 80 e, efetiva efetivament mente, e, na década de 90, 90, abordando abord ando esta relaç relação ão sob diferentes ângulos, âng ulos, con contr triibuindo buindo para para a reflex reflexão ão e con constru struçã ção o de conh conheecimento cimentoss na área. área. O s trabalho trabalhoss de Guedes, G uedes, Figuei Figueiredo redo Neto, N eto, Ferrei Ferreira, ra, Bueno Bueno,, Freire, Berb Berberia erian, n, Bitt Bittar, ar, Caval Cavalheiro heiro,, Rocha Ro cha e Macedo, acedo, Zor Z orzi zi,, ent entre re outro out ros, s, permitem tril tr ilhar har um caminh caminho o em direção direção à comp compreensão reensão de diferentes aspectos tai t aiss como: como: (1) a perspectiva histórica deste encontro entre a Fono Fo noaudiologi audiologiaa e a Educaç Ed ucação; ão; (2) (2) a fo formaçã rmação o pro p rofiss fissional ional nesta nest a área; (3) a descrição de de diferentes diferen tes experiências experiências vividas vividas no con contexto texto educacional; educacional; (4 (4)) a inserção inserção do d o pro p rofiss fissional ional no sistema educacional educacional;; (5) (5) a reflexã reflexão o crítica sobre sobre as diferent diferentes possi po ssibil bilida idades des de trabal trabalho ho neste campo campo de atuação atuação pr profissi ofission onal al.. E mbora mbo ra visí visívei veiss os avanços da Fono Fo noaudiologi audiologiaa na área educacion educacional al,, nestes últimos dez anos, ano s, não se pode po de deixar deixar de discut discutir ir os prob probllemas emas que se tem enfrentado enfrentado.. Neste senti sentido do,, as considerações de Novaes, sobre as dificuldades da atuação profis pro fissi sion onal al do psicólogo psicólogo escolar escolar podem podem ser adaptadas para o que se tem t em vivenci vivenciado ado na n a Fono Fo noaudiolog audiologia ia.. Seg Segund undo oa autora, autora, as dificul dificuldades dades pod podem em ser div dividi ididas das em quatro quatro cat categoria go rias, s, que embo embora ra ind independen ependentes, tes, estão estão intrinsi intrinsica cament mentee rela rela-cionadas: (1) individuais; (2) profissionais; (3) institucionais e (4) sociais. Na primeira categoria seriam englobadas as características e atitudes individuais do profissional tais como: dificuldades de comuni comun icaçã cação, o, falta falta de motiva mo tivaçã ção, o, post p ostura ura oni on ipo poten tente, te, dificul dificuldades dades em lidar lidar com situ situaç ações ões de de frustraçã frustração o pr profissi ofissio o nal. A estas poder-se-i po der-se-iaa acrescentar acrescentar falta falta de d e envolv envo lvime iment nto oe compromisso compr omisso com o trabalho, desi d esint nteress eresse, e, inseg insegurança. urança. 12

É evident evidentee que reconhecer reconhecer estas lilimitações mitações e procurar procurar superá-las superá-las é fundamental para qualquer atividade profissional. D entre entre as dificul dificuldades dades profissi profission onai ais, s, incluem-se incluem-se formação forma ção profissi pr ofission onal al insuficient nsuficiente, e, conheci conheciment mento o limitado limitado do do campo campo de trabalho trabalho e do do espaço espaço prof profiss issional, ional, baixo baixo salário, salário, desvalodesvalorização profissional, relação indiferenciada entre o trabalho clín clínico e o na n a escola. escola. O s problemas pro blemas instituci institucion onai aiss eviden evidenci ciam-se am-se na resistência à acei aceitação tação do pr profissi ofission onal al,, na superpo sup erposi siçã ção o de papéi p apéis, s, na falta de liberdade de ação dentro da escola. N a categoria categoria social, social, enco encont ntram-se ram-se as dificul dificuldades dades dos d os p rópr ópriios grupos grupos sociai sociais, s, pr prob oble lemas mas econômic econô micos, os, pobr pobreza eza e carências carências da client clientel elaa e do sistema de ensino. ensino . N a Fono Fonoaudi audiologi ologia, a, a questão questão da d a formação formação pro profi fissi ssion onal al e as expectativas expectativas equivocadas dos dos pro profissi fission onai aiss da educaç educação ão têm sido apont apo ntada adass como grande obst o bstác ácul ulo o ao desenvolvi desenvolvimento ment o de de ações ações mais mais coerentes coerentes com a realidade realidade do sistema educacional. N a minh minhaa dissertação dissertação de mestrado mestr ado pesquise p esquiseii a formaçã formação o do fon fonoaudiól oaudiólogo, ogo, anali analisand sando o o currículo currículo de 18 cursos de de Fonoaudiologia no Brasil. Os dados referentes à grade curric curr icula ularr evidenciaram evidenciaram que qu e aproxi apro ximadament madamentee 10% das disciplinas básicas se relaci relacio onavam avam à área educacional educacional.. .. É importante ressaltar que, nesta época, os cursos de fonoaudiolog fon oaudiologia ia aind aindaa eram eram estruturados estrut urados segundo o Currículo Mínimo definido definido em 1983, que privil privilegi egiava ava a formação formação do fon fonoaudiólogo, oaudiólogo, voltada para a técnica. técnica. N este mesmo estudo, estudo , nota-se no ta-se o iníci início o de um movi mo vimento mento em direçã direção oa outro utross campo camposs de atuação, atuação, a partir partir da diversi diversific ficaç ação ão na oferta oferta de estágios, estágios, mostr mostrando ando que a clínic clínicaa da faculdade faculdade deixou deixou de ser o espaço espaço ex excl clusiv usivo o em que se desenvolve o trei t reinament namento o profissi pr ofission onal al.. Os Os dados apontaram apontaram que no sistema sistema educaci educacio o nal 13

os estágios estágios eram desenvolvido desenvolvidoss tanto tant o na n a educação educação infantil infant il (creches, creches, EM EMEIs) como no ensino ensino fundamental. fundamental. As novas Diretrizes Curriculares para os cursos de Fonoaudiologia considerando, inclusive, as transformações polí po líticas ticas,, econômic econô micas as e socioculturais por por que que passa passa a sociesociedade brasile brasileira ira,, propõ propõem em que na formação formação do do fono fonoaudiól audiólogo ogo sejam sejam oferecidos conh conheci eciment mentos os em múltipla múltiplass áreas áreas e expe expe ririências ências em grau grau suficient suficientee para o exercíci exercício o ple pleno no da prof profis issã são. o. Poder-se-ia Po der-se-ia afirmar, afirmar, então, ent ão, que a existência existência destes destes docudocumentos ment os e moviment movimentos os em relaçã relação o à formação profiss pro fissional ional tem garantido garantido a capacitação capacitação para para a atuação adequada adequada na área educacion educacional al?? A resposta respost a a esta esta questão questão não não é tão tão simples. O relato relato de Rocha e Mac Macedo edo oferece uma contribuiç cont ribuição ão sobre sob re o assunto assunto,, uma vez que as as autoras autoras apresentam apresentam uma reflex reflexão ão sobre sob re a prática p rática de estág est ágio io que que vivenciaram. vivenciaram. Para Para elas, elas, iniciinicialmente, o trabalho valorizava a figura do aluno, a quem se atribuía uma doença, antes desconhecida, que aparecia. E m busca de mudança mu danças, s, se se propuseram propuseram a mudar o foco foco do trabalho trabalho e, em em vez do alun aluno, o, esse seria seria dirig dirigido ido ao pro p rofessor, fessor, prop pr opor orci cioonando um obje ob jetivo tivo novo no vo n naa formação formação acadêmi acadêmica ca do aluno aluno.. É fund fundame ament ntal al que em todas as institui nstituições ções comp compromet rometiida dass com a formação do fonoaudiólogo sejam enfatizadas as discussões iscussões sobre sobre o papel e perfil perfil do fono fonoaudi audiólogo ólogo para atuar atuar no âmbito da educação. Com esta nova geração de fono fo noaudiólo audiólogos, gos, espera-se espera-se que a realidade realidade atual atual seja signifisignificativamente cativament e alt alterada. À urgência e relevância relevância deste deste tema tema se  justificam  justificam medida em que podem po dem evitar que práticas p ráticas equiequivo cadas cadas continuem con tinuem a se desenvolv desenvo lver, er, prejudicand prejudicando o esta relação do fonoaudiólogo com a educação. os mé médic dicos, psi psiccólogos ólogos e fonoau fonoaudi diólog ólogos os Para Collares e Moysés: T odos os entre nt revist vistados ados diz em qu quee os problemas problemas de de saúde co constit nst ituem uem um entrave nt rave para a aprendiz ag ageem, ccoonsist nsistin indo do em em uma uma das das princ prin cipais ipais causa causass do fracasso fracasso escolar.. scolar.... Os Os 14

 profissionais da saúde têm uma uma formação formação profissional profissional acrít acrític ica, a, a-histó a-hist órica, rica, baseabaseada fundam fu ndameentalmente nt almente em em lite lit eratura ratu ra ame am ericana ricana biolog biologiz ante ant e (p. 144). Com

essa con concepçã cepção, o, desconsidera-se desconsidera-se a estrutura estrut ura polí po lítica tica do paí p aís, s, a estrutura estrut ura polí política tica e pedagógic pedagógicaa da instituiç instituição ão escola, escola, aponapontando o frac fracas asso so escolar escolar como decorrente decorrent e de proble pro blemas mas da criança. Segundo as autoras, a Medicina, a Psicologia e a fonoaudiologia vendem um milagre impossível, porque o prob pr obllema da não-aprendizagem não-aprendizagem é determinado por p or questões questões inerent inerentes à inst instituição ituição escolar, pedagógicas pedagógicas e não médica médicas. s. Embora não se possa generalizar a atuação do fonoaudiólog fon oaudiólogo o no sistema sistema educaci educacion onal al,, cabe cabe aqui consi conside derar rar que muitas muitas destas críticas críticas correspo correspond ndem em à realidade. realidade. As As ações desenvolv desenvolvidas idas poderia pod eriam m ser categorizadas categorizadas em dois dois grand grandes es grupos, com todas as suas variações: (1) os que estão embasados, ainda, numa visão eminentemente clínica da Fono Fo noaudiologi audiologiaa e (2) os que que buscam delinear delinear uma traje trajettór ória ia que promova a saúde fonoaudiológica em parceria com os profissi pr ofission onai aiss da educação. educação. N o primei primeiro grupo encontram encontr amos os os o s profi pro fissi ssionai onaiss que denominam deno minam de “preve “prevent ntiiva va”” a atuação atuação nas unidades escola escolares, res, que privi privileg legia iam m a triagem. triagem. A presença resença deste dest e pro profission fissional al no espaço educativo educativo se justifica pela discussão discussão de de aluno alunoss com “difi “d ificulda culdades des fono fo noaudiológ audiológic icas” as” ou ou p para ara observa observação ção e avaliação de alunos-problema. Esta ação promoveria saúde fonoaudiológica? Ou reforçaria a crítica de que o fonoaudiólogo fon oaudiólogo estaria estaria “b “busca uscand ndo o doent doentes”? es”? E m que medida medida esta prática prática poderi po deriaa contribui cont ribuirr para p ara a construçã const rução o de um sist sistema ema educacion educacional al mais mais just justo o e democrático? democrático? Se na década de 30 os “ví “víci cios os da da língua língua”” foram foram perseguido perseguidoss pelo fono fo noaudi audiólogo, ólogo, em nome no me da ident identiidade nacion nacional al,, não se estaria, estaria, novamente, na década de 90, con contr triibuindo buindo para a discriminação discriminação socia so cial, l, pela língua? língua? 15

Essa forma de atuação atuação tem permiti permitido do que as expectativa expectativass doss profissionais do profissionais da educação educação em relaçã relação o aos aos prof profiss issionais ionais da saúde cont con tinuem inalteradas. Ainda Ainda segun segundo do Collares Collares e Moysés os educadores vêm delegando seu próprio espaço a profissionais da “

saúde... Qualquer um é competente para solucionar o problema, menos o professor, na verdade o único profissional com condições reais de transformar sua própria  prática pedagógica, em busca do sucesso escolar » (p. 155).

Evident videntemente, emente, na segund segundaa categoria categoria de ações, encontramencontram-sse altern alternativ ativas as que procuram garant garantir ir ao ao educador o cont controle role do espaç esp aço o e do pro p rocess cesso o educativo. Nesta Nest a perspectiv persp ectiva, a, o fonoaudiólogo se apresenta como um parceiro que, segundo Rocha e Mace Macedo do,, pode po de compartil comp artilhar har as diferentes prática p ráticass que levem levem a um melhor melho r desenvolvi d esenvolviment mento o de linguag linguagem em e consequentemente, um melho melhorr desempenh desempenho o escol escolar. ar. O aluno aluno antes ntes tido tido como doente doente pode pode ser ser compreendido compreendido e descoberto descoberto . Tanto Tanto mais efetivas efetivas serão as ações ações quanto quanto mais con conseg seguirmo uirmoss retomar reto mar a própr pró pria ia ro rotina tina e atividade atividade da escola. escola. Sem Sem querer transform transformar ar radica radicalme lment ntee o que já ex exis iste te ou o u constru con struir ir tudo de novo, novo, podemos podemos contribui contribuirr para para o re-olhar re-olhar as mesma mesma situaçõ situações, es, os mesmos brinquedos, as mesmas atividades. Re-significar o con contexto e as relações relações em que a linguag linguagem em se manifesta e se constit constitui, ui, parece ser meta de maior valor para p ara se almeja almejar. r. Além da ação ação com os o s docentes, do centes, o fono fo noaudi audiólogo ólogo deve valor valoriza izarr a participação participação dos dos pais pais em seu trabal trabalho ho.. Aten Atenden dendo do--os ind ndiv iviidualment dualmentee ou, preferencialme preferencialment ntee em grup grupos, os, os encont encontro ross devem devem enfatizar enfatizar o papel que estes estes desempenham em ttod odo o processo de desenvolvimento de seus filhos. Um outro outro âng ângulo ulo da relaç relação ão do pr profissi ofission onal al com a educação suscita suscita a seguinte seguinte questão: questão: qual qual o espaço concreto co ncreto que tem t em sido sido ocupado pelo fonoaudiól fonoaudiólogo, ogo, na orga organiza nizaçã ção o do siste sistem ma educacional?

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E m pesqui p esquisa sa reali realizada zada por po r Freire, Ferreira e Coimbra, constato con statou-se u-se que o fono fo noaudiól audiólogo ogo atuava basica basicament mentee em consultório particular, como clínico generalista. Já nessa época, evidenciaram que quem mais encaminhava encaminh ava pacientes pacientes para a clínica clínica fono fon oaudiológi audiológica ca era a escola. E por que a escola encaminhava (e continua encaminhando)? Para Bueno Bueno,, a pr preocup eocupaçã ação o de de professores pro fessores e especial especialistas istas em educação educação com co m a lingua linguage gem m e seus distúrbios, distúr bios, pod p odee ser considerada considerada um avanço. avanço. No N o entanto, entant o, esta autora chama a atenção para p ara o fato de se deslocar as just justifi ifica cativas tivas para o fracasso fracasso escolar, escolar, dos do s aspectos cog co gnitivos e psi p sicomot comotores, ores, para aspectos aspecto s lingüistic lingüisticos. os. Reali Realizando zando mais mais duas etapas etap as da pesquisa sob sobre re o perfil abertura ra do fon fonoaudiólog oaudiólogo, o, Frei F reire re e Ferreira afirma afirmam m que “a abertu de conc concursos ursos públi públiccos para fonoaudiólo fonoaudióloggos na área da saúd saúdee incre increment mentou ou e ex ex panpandiu a atua at uaçção do fonoaudiólo fonoaudi óloggo, alte alt erando, rando, com com ce certe rtez a, o se seu pe perfil rfil inic in icial ial” ” (p.

47). Os 47). O s resultados desta desta pesquisa apon apontaram taram que 67,2% 67,2% tratrabalhavam balhavam em con consultór sultório io particul p articular; ar; 14,7 14,7% % em instituições de saúde saúde públi púb lica-mun ca-munici icip pais ais e est estaduais; aduais; 6,8% em inst instituiituições çõ es para para deficien deficientes; 2,5% nas clín clínicas-esco icas-escola; la; 2,3% nas escolas e cursos cursos de Fono Fonoaudiologia audiologia e 2,,2% 2,,2% nas empresas que comercializavam aparelhos auditivos. Verifica-se nesse momento, de forma bastante incipiente, a participação do fonoaudiól fon oaudiólogo ogo n no o sistema sistema educac educaciion onal al,, demonstrando demonst rando que os espaç esp aços os que que se abrem no no sistema públic pú blico, o, são mais evi evi-dentes dent es na área da saúde. saúde. Ainda nesta pesquisa, as autoras referem que alguns fono fo noaudiólogos audiólogos criticam criticam o sistema se saúde e sua demanda demand a sem refletirem refletirem se ele eless próp próprios rios poderiam po deriam ser ser respon resp onsáv sávei eiss porr tal po t al situação, à medida que não pr priv ivil ileg egia iam m ações voltadas à promoção da saúde.

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A falta falta de anális análisee da orig or igem em dos do s prob pr oble lemas mas da popu po pula la-ção, afirma afirma Freire, poderá poderá levar levar o fono fo noaudiólogo audiólogo a assumir assumir uma postura postura ingênua, ingênua, como um pro professor fessor partic particula ular, r, responrespon sável sável por uma demanda que vem, princi principalmente palmente do do sistema de educaçã educação. o. Como soluç solução, ão, a autora autora propõ propõee o atendimento ao professor, pr ofessor, que favoreça a reflex reflexão ão sobre sob re as questõ questões es que ocorrem no contex cont exto to educaci educacion onal al,, resul resultando tando num proprocesso de transfo transformação rmação da escola. escola. Tomando To mando como referência as con consi siderações derações de Freire e outras outras já já apo apont ntada adas, s, observa-se observa-se que, neste momento, momento, muitas das ações ações do fon fonoaudiólogo oaudiólogo na na sua relaç relação ão com a educaçã educação, o, aind aindaa estão fort fo rtemente emente marcadas pelo pelo model mod elo o clíni clínico, co, que tem sido sido bastante questionado. Um estudo mais mais recent recentee sobre o perfil do fon fonoaudiólog oaudiólogo o no Estado de São São Paulo (CRFª (CRFª – 2ª Regiã Região) o) demonst demonstra ra que a maior parte dos fonoaudiólogos, 54,61%, ainda tem atuado em consul consultó tórios rios e clíni clínica cass partic particula ulares, res, embora outr o utros os setores comecem a se consoli conso lidar dar como alter alternat nativ ivas as de trabalho. Entre ntre estes setor setores, es, se destacam destacam as Unidades Básic Básicas as de SaúSaúde (UBS (UBSs) e Amb Ambula ulató tórios rios de de Especia E speciali lidades, dades, representan repr esentan-do 12,48% 12,48% das das ativida atividades des princi principais pais do fon fonoaudiólogo. oaudiólogo. DenDentre tre as outras outras altern alternativ ativas, as, 6,29 6,29% % dos do s pro profis fissi sion onai aiss atuam nas nas Instituiç In stituições ões de Atendimento ao Defi D efici ciente, ente, 4,39% 4,39% em EscoEscolas las para para Defici D eficient entes, es, 2,77% 2,77% em Escola E scola Regular, Regular, 4,34% 4,34% em H ospitai osp itaiss e 3,255 3,255 na Docên D ocênci ciaa Universitária. Universitária. Agrupand Agrupando o estes setores seto res em grandes categorias – Saúde, Saúde, Educação, E ducação, AsAssistência sistência ao deficiente deficiente e Outr O utros os – not n otaa-se se que a categoria categoria Saúde constit con stitui ui o principal principal nicho de atuação com 77,65% do total. to tal. A Atenção ao defi d efici cient ente, e, inclui incluind ndo o as inst instituiç ituições ões e a escola escola para defici deficient entes, es, con concent centra ra 10,68% 10,68% dos dos profissi pr ofissioonais e a Educação, 6,92% do trabalho principal do fonoaudiól fon oaudiólogo ogo n no o estado de São São Paulo. Paulo. 18

Os dados demonstram que, efetivamente, o fonoaudiólogo não tem ocup ocupado ado um lugar lugar signifi significa cativo tivo no sistema sistema educacieducacional on al.. Muito Muitoss dos dos trabal trabalho hoss relatado relatadoss na literat literatura ura se referem a experiências acadêmicas, ligadas aos cursos de Fono Fonoaudiolog audiologia ia,, desenvolvidas desenvolvidas em situações de estág estágio. io. EsEstas exper experiê iências ncias buscam atender atend er às novas no vas exi exigê gências ncias de forformação profissional, definidas nas diretrizes curriculares para os cursos de graduaç graduação. ão. Por outr outro o lado lado,, no mercado profi pro fisssional, verifica-se que os serviços oferecidos pelo fonoaudiólogo fon oaudiólogo se dirigem, dirigem, basicamente, basicamente, à educa educaçã ção o infantil infantil,, ao ensino en sino fun fundament damental al e à educação educação especial. especial. São São raras r aras as as inicia iniciativas tivas desenvolvidas desenvolvidas em out o utro ross nív n ívei eiss de d e ensino, ensino , que considerem con siderem a importân impor tânci ciaa da inserção inserção junto junt o aos cursos curso s de formação fo rmação de pro p rofessores fessores (Mag (Magistério) istério) e às às possibil possibilidades idades de parceria parceria em diferent diferentes es cursos de de nível nível superior como jor ornanalismo, lismo, pub publi lici cidade dade e pro propaga pagand nda, a, turismo, direi direito to,, radiali radialismo smo e televisã televisão, o, relações relações púb públi licas cas,, entre entre out outro ros. s. Apesar de ainda ainda incipient incipientee a vinculaçã vinculação o do do fono fonoaudiólogo audiólogo  junto  junt o ao sistema sistema escolar, escolar, a interpretação interp retação das nova no vass diretrizes que nor norteiam teiam as as polí po lítticas icas públi públicas cas de educação educação tem t em agraagravado ainda mais esta situação. A nova Lei de Diretrizes e Bases Bases da Edu E ducaç cação ão (LDB) (LDB),, Lei Lei nº 9.394, 9.394, define, no no Art. Art . 71, constittuirão uirão despe despesas sas de manu manuttenção nção e dese desenvolvim nvolvimeento nt o do ensi ensino no aque aqueque: N ão consti las realiz realiz adas co com: I... I. ..II V – prog programas suplementare suplementaress de alime alim entaç nt ação ão,, assistência médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência social. O fon fonoaudiólog oaudiólogo, o, enquanto enquanto pro profi fissi ssion onal al da saúde, saúde, nem

chega a ser citado. A sua “ausência” nos quadros da educação justifica esta esta omissã o missão, o, embor emb oraa se perceba, perceba, pela generali generali-zação, zação, que este este também também não estará estará incluído incluído nas nas despesas fifinanci nan ciadas adas com as verbas para p ara a educação. educação. E fetivament fetivamente, e, observam-se mudanças nas secretarias secretarias ou departamentos de educação. Em muitas delas, os 19

fonoaudiólogos, psicólogos fonoaudiólogos, psicólogos e outros outros pro p rofis fissi sion onai aiss da saúde saúde têm sido transferidos t ransferidos para p ara os quadros quadros das d as secretari secretarias as e departament part amentos os da da saúde. saúde. Em Em alguns alguns munic municípios, ípios, as as discussõ discussões es acontecem no sentido de definir qual o local mais apropriado para p ara a inserção destes dest es pro p rofissi fission onai aiss e que pap papel elpode pode-riam riam desenvolver desenvolver nos di d iferentes contex cont exto tos. s. Portanto Port anto,, este este momento configura-se como mais um desafio para o fonoaudiólog fon oaudiólogo, o, nas n as busca do aperfeiçoamento aperfeiçoamento de sua relarelação com a educação. H istoric istor icamente, amente, o sistema de ensino ensino pr priv ivado ado caractecaracterizou-se como um espaço que previ pr evia, a, eventual eventu alment mente, e, o trabalho do fonoaudiólogo. Atualmente, em função da crise econômica que afeta toda a sociedade brasileira, estas instituições têm promovido cortes em seus quadros profi pro fissi ssion onai ais, s, send sendo o que q ue o fono fo noaudi audiólogo ólogo tem sido um dos primeiros a ser eliminado. Com base base nesse cenário cenário levant levantam-se am-se ou outr tras as questões: que saí saída hav haveri eriaa para o fon fonoaudiólog oaudiólogo, o, “desca “ descart rtado” ado” do sistesistema públi público co e priv p rivado ado de de educação? educação? Novamente as respostas respostas não são tão tão simples. Em Em algumas algumas situações, verifi verificaca-se se que o fonoaudiól fon oaudiólogo ogo n não ão tem tem investido investido no n o sentido de deixar deixar claro claro os objetiv objetivos os de seu trabal trabalho ho junto à educaç educação ão ou tem t em se acoacomodado modado a atender atend er as expectativas expectativas equiv equ ivocadas ocadas dos d os pr proofission fissionai aiss da educaçã educação. o. Se a con contr trataç atação ão do d o fon fonoaudiólogo oaudiólogo pel p elo o sistema sistema educacional cacional se tor orna na mais mais difícil difícil neste nest e momento momen to,, que soluções poderia po deriam m ser propo pro postas stas para que se mantenha mantenha a relaç relação ão entre a Fonoaudiolog Fon oaudiologiia e a Educaç Educação? ão? Segundo Befi, em sua inserção na saúde pública, o fonoaudiólog fon oaudiólogo o tem tem buscado buscado o orga rganiza nizarr prop propost ostas as de ações ações a serem executadas executadas jun junto to a diferent diferentes es progra programas mas das un unida idades des básicas básicas de saúde, saúde, incluind incluindo o a prestaçã prest ação o de serviços serviços junto a 20

creches e escolas escolas de sua área de abrangê abrangência ncia.. No N o mesmo sensentido, Sucup Sucupira ira se refere á UBS como instância instância centrali centralizado zadora ra e coordenadora de ações coletivas realizadas nas creches, escolas, e outros espaços sociais, denominadas de atividades extramuros. extramuros. Com estas estas ações, ações, seria po possív ssível el con conhecer hecer a realidade lidade das inst institui ituições ções e a natureza dos d ditos itos “distúrbios”, “ distúrbios”, que são encaminhados às UBSs. A possibilidade de participação de diferentes diferent es categoria categoriass profissi pr ofission onai ais, s, consti const ituindo tu indo equipes inter interdisci disciplinares, plinares, exige exige planejament planejamento o e organiza organização ção de ações ações articula articuladas das ent entre a UBS e a escola. Vislumbra-se, nessas propostas, uma possibilidade de continua cont inuarr construindo con struindo e aperfei aperfeiçoando çoando a relaç relação ão entre ent re a Fono Fo noaudi audiologi ologiaa e a Educaç Educação, ão, ind independ ependent entee da forma com que o fonoaudiólogo se vincule, administrativamente, tanto no sistema sistema de educação educação como no sistema sistema de saúde. Continuar refletindo sobre a atuação efetiva do fonoaudiól fon oaudiólogo ogo nestes últimos 20 anos, no n o contex cont exto to educacion cacional al,, parece ser um caminh caminho o para p ara a superaçã superação o de d e uma prática pr ática que tem tem priv privil ileg egia iado do a doença doença e o sujeito sujeito patológi patológico. co. Recon Reconstr struir uir e consoli consolidar dar a relaçã relação o com a educa educação, ção, consi considederando todas todas as difi dificul culdades dades aqui aqui apontada apont adas, s, depende do d o conheci nh eciment mento o das d as políticas políticas públi púb lica cass de educação educação e tod t odas as as as suas mazelas, mazelas, alé além m de uma uma postu po stura ra que respei resp eitte as caractecaracterísticas do sistema edu educaci cacion onal al..

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CAPÍTULO 2 O PROFESSOR NA ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM ESCOLA: PARTI PA RTIC CIPAN IPANTE OU O U MER MERO O E SPECT PE CTAD ADO O R? C laudia R egina M osca sca Giro G iroto to

Nos últimos anos, a prevenção vem assumindo maior importância po rtância no universo universo da da Fonoaudiol Fonoaudiologi ogia, a, determinando um número crescent crescentee de propost prop ostas as de atuação atuação fonoaudiológi fonoaudiológica ca preventiva pr eventiva em escolas, escolas, desde a oficial oficializa ização ção dos dos cursos cursos de Fonoaudiologia, no Brasil. Como se sabe, po porr muito tempo a experiê experiência ncia que o prop rofessor vivenciou vivenciou em rel relaçã ação o à atuação atuação fon fonoaud oaudiológi iológica ca esteve lig ligada ada à patologi pato logizaç zação ão dos dos distúrbios distúrbios da comunicaç comunicação ão e à ação ação predominant predominantemente emente curativa, curativa, assi assim m como ocorr o correu eu com o fono fonoaudi audiólog ólogo. o. Ent E ntretanto retanto,, este este último último tem busca b uscado do disdiscutir tanto tant o os os obje objetivos tivos quanto a normatização normatização de sua atuação em escolas. O fon fonoaudiól oaudiólogo ogo que atua em escol escolas as encontraencont ra-se, se, pois, imerso num n um contínuo con tínuo pr processo ocesso de aprendizag aprendizagem e tem se engaja engajado do nu numa ma lut lutaa pela con constru struçã ção o de sua identidade como profis pro fissi sion onal al voltado à promo promoçã ção o da da saúde saúde e às questões educacionais, porém, para que se garanta a eficácia e aplica aplicabili bilidade dade de de sua atuação, depende depende del delee uma melhor com24

preensão reensão de seu trab t rabal alho ho,, por por parte dos profissi profission onai aiss integ ntegranrantes da da equipe equipe escolar escolar (principalment (principalmentee o pro professor), fessor), para que todos todos possa possam m atuar de modo integ ntegrado rado e coopera cooperativ tivo o em prol da prom promoção oção da da saúd saúdee e da aprendizag aprendizagem em dos dos escolares. escolares. Assim, discutir o papel do professor na atuação fonoaudiológica em escolas parece-me relevante e oportuno.. Se no Se o fono fo noaudi audiólog ólogo o ve vem m busc bu scando, ando, com o passar passar dos anos, melho melhorar rar sua atu atuaç ação ão no sentido de resgatar resgatar o papel p apel social social da Fono Fonoaudiol audiologi ogiaa voltado, prioritaria prioritariament mente, e, à propro moção da da saúde saúde na na escola escola,, o pro p rofessor fessor e a escola, escola, como como um todo, todo, também t ambém precisa precisam m incorporar incorporar a preocupação preocupação com questões que envolv envo lvam am a saúde.

O

PAPEL ATRIBUÍDO AO PROFESSOR NAS NAS PROPOSTAS DE ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM ESCOLAS

In úmerass prop Inúmera propostas ostas destacara destacaram m a parti partici cipaçã pação o do pro profes fessor sor na detecção dos distúrbios da comunicação (Pacheco e Caraça, Collaço, Bittar, Lagrotta, Cordeiro e Cavalheiro, Guedes). Conforme Confo rme os estudos estudo s de Figuei Figueiredo redo Neto N eto e Berberi Berberian, an, o professor pr ofessor foi um agent agentee impo import rtante ante para para a con concretiza cretizaçã ção o das das prática pr áticass fono fonoaudiológi audiológicas cas,, desde as primei primeiras ras décadas deste século. século. Ness N essee período, os os distúrbios da comun comuniicaçã cação, o, denodeno minado minadoss desvios desvios da língua língua padrão, padrão, (caracteriza (caracterizado doss por variavariações dia dialetais letais e estrangei estrangeirismo rismos), s), assumiram um caráter patológi to lógico co por por serem considerado co nsideradoss desvios desvios da língua língua padrão vige vigent ntee no país e, em em conseqüênci con seqüênciaa desse fato, a escola tortor nou-se no u-se o local local ideal ideal não só para p ara a detecç det ecção, ão, mas também para a correçã corr eção o desses desvios. desvios. Muitos Muitos pr professores, ofessores, nessa n essa época épo ca,, se descaracteriza descaracterizaram ram enquant enquanto o educador educadores es e assumiassumi25

ram o papel p apel de reabilitadores, reabilitadores, aten atendend dendo o aos pro p rogra gramas mas de correção dos distúrbios da comunicação apresentados pela popu po pula lação ção escolar. escolar. A transfo transformaçã rmação o do do pro professor fessor em especiali especialista sta na detecçã detecção o e correção correção dos d os di distúrbios stúrbios da comunic comun icaç ação ão foi determinada pela preocupação com o diagnóstico das alterações da linguagem guag em e pela incorp incorpo oração de técnicas técnicas reabilit reabilitado adoras ras às atividades desenvolvidas por ele, na escola. Isto evidencia o quanto quant o o pr professo ofessor, r, alia aliado do aos prof profis issionais sionais da área médica e da Psicologia, Psicologia, esteve esteve envolvido envolvido no pr processo ocesso de d e criação criação e implement implementaçã ação o de de princí princípios pios e técnica técnicass reabilitado reabilitadoras ras – ainainda que determinadas, na época, por um um contexto contexto sócio-histórico tó rico específico específico que, que, aind aindaa hoje ho je,, nort no rtei eiam am muitas ativida ativida-des fon fonoaudiológi oaudiológica cas. s. As pr prop opost ostas as de atuação fonoaud fon oaudiológi iológica ca em escolas escolas que destacaram destacaram a participaçã participação o do pro profess fessor or na detecç detecção ão dos dos dis dis-túrb túrbios ios da comunica comunicação ção fun fundament damentaram-s aram-se, e, prova provave vellmente, mente, na premissa premissa de que ele era o indiv indivíduo íduo que, de fato, fato, estava estava mais mais próximo dos escolares e, portanto, ninguém melhor do que ele – subenten subentendend dendo o que conheci conheciaa os escola escolares res com os quais quais trabalhava – para verificar verificar quais apr apresentavam esentavam prob proble lemas. mas. O papel atribuído atribuído ao professor: p rofessor: o de “agente “agente detector de problema pro blemas”, s”, contribui cont ribuiu u para p ara reforçar reforçar a patologi p atologizaç zação ão dos do s distúrbios distúrbios da d a comunic comun icaçã ação o e a ação ação curativ curativaa na escola, visto visto que tais propost prop ostas as,, apesar apesar de demonstr demo nstrare arem m claro claro interes nt eresse se pelo aspecto preventivo, preventivo, enfatizaram enfatizaram a preocupaç preocupação ão em tratratar os dis distú túrb rbios ios apr aprese esent ntados ados pelos escolare escolaress por po r meio meio de de programas pr ogramas de estimulaç estimulação. ão. Programas Programas estes, estes, resultantes resultant es do próprio pró prio contex contexto to no qual foram desenvolvi desenvolvidos, dos, atrelados atrelados às prática pr áticass da Medici Medicina na e marca marcado doss pel pelaa transferência transferência da aborabordagem dagem clínica clínica para a escola, até até pr pratica aticament mentee o final da década de 70. Muito Muito pr provavel ovavelment mente, e, esse esse fato fato oco ocorreu rreu em funfun 26

ção das con condições dições com as quais quais o fono fonoaudiólogo audiólogo se deparou, ro u, nesse nesse períod período, o, para p ara efetiva efetivarr a implant implantaç ação ão de de sua atuação em escolas. escolas. N o entanto, ent anto, mesmo as propostas prop ostas desenvolv desenvolviidas apó apóss a década de 70, mais mais preo preocupadas cupadas em garantir garantir a partic part icipaçã ipação o do fon fonoaudiólog oaudiólogo o na equipe escola escolarr e oferec oferecer er informações sobre o seu trabalho (incluindo, entre outros aspectos, o desenvolvime desenvolviment nto o no normal rmal da comunicaçã comunicação), o), continuaram con tinuaram a enfatiz enfatizar ar o papel do professor professor enquanto enquant o “ag “agente ente detector detecto r de problema pro blemas”. s”. A detecç detecção ão abordada sob sob o pon p onto to de vista vista do enfoque enfo que curativo contr con tribuiu ibuiu para a medicali medicalizaç zação ão do d o fracasso fracasso escolar, colar, entendida ent endida aqui como a atribuição atribuição de causas médimédicas e orgânicas, comportamentais e individuais, inerentes às crianças crianças com dificulda dificuldade de no desempenho desempenh o escolar. Ao papel desempenh desempenhado ado pel p elo o pro profess fessor or somou-se uma prátic pr áticaa ado adotada tada por po r ele, ele, que aind aindaa hoj hoje é muito comum: atr atriibuir bu ir rótu rótulos los às crianças crianças com dificuldades dificuldades escolares, baseando-se em suas próprias expectativas que, freqüentemente, responsabiliza a criança pelo fracasso escolar. Em muitas situações, o professor, desavisado ou despreparado, formulou seu diagnóst diagnóstic ico, o, posterior po steriorment mente, e, muitas muitas vezes, vezes, con confirfirmado pelo fonoaudiólogo. Sendo assim, assim, à medida medida que o pro p rofessor fessor se deparou deparou com com o fonoaudiólogo que “oficializou” suas expectativas e rótulos, torn to rnou ou-se -se fácil, fácil, para ele, ele, leg legitima itimarr esse tipo t ipo de atuaçã atuação oe desempenhar apenas o papel p apel de agente agente detector detector.. D iante disso, disso, podemos p odemos também t ambém pensar pensar na n a contri contr ibuição buição que a atuação fonoaudiológica teve – e, em alguns casos, infeliz felizment mentee aind aindaa continua cont inua a ter – para reforça reforçarr a idéia idéia de que a responsabil responsabilida idade de pel pelo o fracasso fracasso escolar é do alun aluno, o, ao isenisentar o prof pr ofessor, essor, a inst instituiçã ituição, o, ou ou aind ainda, a, o sistema educacioeducacio27

nal. Alé Além m da cont contribuição ribuição para para a medical medicaliza ização ção de aspectos aspect os inerentes ao próprio desenvolvimento da criança, muitas vezes, vezes, determinado determinadoss pel pelo o con contexto texto sociocultural sociocultural no qual ela ela está inserida. Não pretendo, porém, responsabilizar o fonoaudiólogo porr uma situaçã po situação o que entendo entendo ser conseqüência conseqüência de um concontexto sócio-histórico sócio-histó rico que vivenci vivenciamos, amos, no decorrer d ecorrer desse d essess anos e de de tentat tentativ ivas as de apr aprend endiza izado do e realiza realizaçã ção o de d e modifi modifi-cações, para garantir a aplicabilidade da atuação fonoaudiológica na escola. Há que se considerar que o fonoaudiólogo fon oaudiólogo ainda vivenci vivenciaa esse process pro cesso o de aprendizaaprendizagem. Se, em algumas algumas prop pro postas, ost as, a sua atuação serviu ser viu para reforçar o concei con ceito to de patolog pato logiização, zação, determinado determinado por p or um um período períod o em que a prof profis issão são se iniciava iniciava no Brasil Brasil,, baseada, princi pr incipalme palment nte, e, no model mod elo o médico e passav passavaa po porr um proprocesso cesso natural natural de adaptações, transfor transformaç mações ões e lut lutaa dos pro pro-fissi fission onai aiss pionei pion eiro ross pela conquista de campos campo s de atuaç at uação; ão; tantas tant as outras out ras mostrara mostraram m e mostram clara clarament mentee sua pr preocueocupação pação em esclarec esclarecer er tal con concei ceito to.. É fato fat o que qu e as as propo pro postas stas que vêm obten obtendo do sucesso sucesso são justamente justamente aquelas aquelas desenvo desenvollvidas vidas por por fono fonoaudi audiólogos ólogos que se consci conscient entiizaram zaram de que que seus trabal trabalho hoss devem incluir incluir o pro professor, fessor, em discussões discussões que vã vão o além além de ensiná-lo ensiná-lo a detectar detectar prob pr oble lemas. mas. Essas pr prop opost ostas, as, mais mais recentes, recentes, ob obje jetivam tivam a integração integração do do fonoaudiól fon oaudiólogo ogo com os o s profissi p rofission onai aiss da escola, escola, não estão preocup pr eocupadas, adas, apenas, em em enfatizar enfatizar os dis distú túrb rbios ios da comunicomun icação cação apresentados apresent ados pel p elos os escolares, mas mas busca buscam, m, por po r meio de uma reflexão conjunta, a compreensão da natureza desses distúrb distúrbiios. Tais Tais prop propost ostas as apresentam apresentam a preocupaçã preocupação o em adaptar adaptar seus progra pro gramas mas a con contexto textoss escolares escolares específic específicos os e não tent t entam am o contrári cont rário, o, ou seja, seja, fazer fazer o pro professor fessor e a escola escola se adapt adaptare arem m ao programa p rograma desenvolv desenvolviido pelo fono fo noaudi audióó28

logo que, em muitas muitas situações, denomina de prevenção prevenção o que que ainda continua sendo intervenção. Fica claro que no momento atual busca-se o desvencilhamento da prática clínica, a promoção da integraç integração ão com os os prof profissi ission onai aiss da escola escola e a necessidade necessidade de evitar evitar a imposi impo sição ção de rót rótulos ulos e suas possíve possíveis is conseqüênci conseqüências as aos escolares.

REPENSANDO O PAPEL DO PROFESSOR ... Inegavel negavelment mente, e, a detecçã detecção o de de problemas problemas tem sido sido vista vista como uma ação ação necessária, necessária, po porém, rém, não mais com como o principal principal pr prioiorida ridade de da atuação fono fo noaudiológica audiológica na escola e, conseqüen conseq üen-temente, temen te, a partici p articipação pação do pr professo ofessorr em tal atuaçã tuação o tem sido dis discutida. cutida. N o entant en tanto, o, apesar apesar da crescente crescente evolução evolução de d e perspectivass posi va po sitiva tivass de continuidade con tinuidade do pr processo ocesso de aprendiza aprendizag gem dos fonoaudiólogos que atuam em escola, nem mesmo as prop pr opost ostas as mais mais recent recentes es têm se mostrado most rado eficazes eficazes no sentisentido de se realizar um trabalho sistemático na equipe escolar. Isso pod p odee estar estar ocorrendo ocorrendo,, muito muito pro prova vavel velment mente, e, devido devido ao foco fo co da d a atuação atuação fon fonoaudiológi oaudiológica ca na escola escola aind aindaa estar, predominant pr edominantemente, emente, direci direcion onado ado à adoção de medidas medidas inindividuais dirigidas às crianças. É fato que, apesar apesar das das propo propostas stas mais mais recentes inicia iniciarem rem a discussã discussão o sobr so bree a possibilida possibilidade de de seu foco foco de de atuação atuação na na escola voltar-se à partici part icip pação ação na n a equipe escolar e à valo valorização zação do pr prof ofessor essor nessa nessa atuação, as as referências referências compulsa compulsadas das na literatura, limitam-se, ainda, a esclarecer o papel do professor fessor enquanto ag agente ente detector de proble pro blemas mas e o conteúdo conteúdo das orientações orientações ofereci o ferecidas das a ele. ele. 29

Nas propo propostas stas de atuação atuação fono fonoaudiol audiológi ógica ca em escolas escolas não há referências referências sobre sob re as expectativa expectativass de pro p rofessores fessores que parparticiparam ticiparam ou partic participam ipam de tais tais prop propost ostas. as. Poderia Po deria ser esse um meio de de contr con trole ole de eficáci eficáciaa dessa atu atuaçã ação? o? Ao estudar estudar as expect expectativa ativass de pro professores fessores de de 1ª a 4ª 4ª séries séries da rede públic públicaa em relaç relação ão à atu atuaçã ação o do d o fono fo noaudiólogo audiólogo na escola, escola, ob observe serveii que os pro professores fessores participant participantes es do estudo estud o apresentaram difi d ificul culdade dade para p ara concei conceituar tuar Fono Fo noaudiol audiologi ogia. a. As definições util utiliza izadas das por por eles eles apoia apoiaram-se ram-se numa numa visão visão fragmentada e baseada na patologização da comunicação, ao fazerem referên r eferência ciass às alter alterações ações (em part particular icular às de fala) e ao tratamento. Apresentaram uma visão duplamente reducionis reducion istta ao se referirem às alterações de fala fala (uma vez vez que a fala fala não é a únic únicaa área área de estudo estudo da da Fono Fonoaudiologi audiologia) a) e ao se referirem à forma forma de atuaçã atu ação, o, visto que a reabilitaçã reabilitação o se con config figura ura como uma u ma açã ação o entr en tree tantas tant as outras outr as ado adotadas tadas porr essa ciência po ciência e, ainda, ainda, demonstraram demonstraram não ter ter conhecime conheciment nto o da ação ação fonoaudiol fon oaudiológi ógica ca preventiva preventiva enquant enquanto o fon fonte te de de propro moção e proteção pro teção da saúde. saúde. N esse mesmo estudo, estudo , os professor professores es mencionaram espeesperar que o fono fonoaudiólog audiólogo o adotasse, adotasse, na escola, escola, as con condut dutas as de realiza realizaçã ção o de di diag agnó nóstico stico (mencionada pel pelos os pr professor ofessores es que haviam haviam tido contato contato com fonoaudiól fon oaudiólogos ogos que atuam em esescola) cola) e de realiz realizaç ação ão de tratament tratamento od dos os dis distú túrb rbios ios da comunicação apresentados pelos escolares (apontada pelos professores que negaram negaram tal con contat tato); o); demonst demonstrand rando, o, com isso, isso, que privi p rivile legi giam am o enfoque enfo que terapêut t erapêutic ico o e a ação ação individual. individual. Atribuíram a si mesmos as condutas de realização de detecçã detecção o e a realiza realização ção de encaminhament encaminhamentos os dos dos escola escolares res port po rtadores adores desses distúrbios. distúrb ios. A con condut dutaa referente referente a manter manter contato cont ato com com o fono fo noaudi audiólogo ólogo para acompanh acompanhar ar a evoluç evolução ão dos escola escolares res por po r eles eles encaminhados, encaminhados, propo pro posta sta nesta pes30

quisa quisa por mim, mim, não foi fo i mencionada mencionada por eles. eles. Os mesmos consideraram importante receber, em sua formação, informações mações sobre sob re o trabal trabalho ho fon fonoaudiológ oaudiológiico na na escola escola,, porém, porém, não foram fo ram capazes capazes de apo apont ntar ar de que forma tais info informarmações os os benefici beneficiaria ariam. m. E sse estudo foi posteri posteriormen ormente te replica replicado do (repetido) com professores pr ofessores de de escolas escolas de educação educação infantil infantil (EMEIs) (EMEI s),, sendo que a maioria maioria desses professores pro fessores disse con conhecer hecer o trabalho t rabalho do fon fonoaudiólogo oaudiólogo na escola, escola, po porém, rém, assi assim m como os o s profespro fessores sores de 1ª a 4ª séries, séries, apresentaram apresent aram dificulda dificuldade de para p ara caraccaracterizar a atuação atuação do fon fonoaudiólogo oaudiólogo em escolas. escolas. Ele E less também preocup p reocupara aram-se m-se mais mais com a detecção de prob pr oble lemas, mas, aspecto que apareceu tanto na expectativa quanto à atuação dire direta ta do fonoaudiólog fon oaudiólogo, o, quanto q uanto na expectativa expectativa do fornefor neciment cimento o de d e inf infor ormações mações que lhes possibil po ssibilitasse itassem m realizar realizar essa detecção. Há que se ressal ressaltar, tar, porém, porém, que os profess professores ores de EM E MEIs, quando compara comp arado doss aos de 1ª a 4ª séries, séries, recon reconhecera heceram ma existên existênci ciaa da atuação fono fo noaudiológi audiológica ca nas escolas escolas ond ondee leci leci-onav on avam, am, principal principalmente no n o que diz respeito respeito ao fato de tet erem apontado apon tado a con contr tribuiç ibuição ão dessa atu atuaç ação ão não só para gagarantir rant ir a saúde do escolar, mas também do educador, ed ucador, pois p ois referiram-se ao desenvolv desenvolvimento imento de ações envolvendo a saúsaúde vocal do pro profess fessor. or. Esse E ssess dados comprovam comprovam que, apesar apesar doss profess do pro fessores ores das EM E ME Is também t ambém apresent apresentare arem m dificul dificul-dades para para caracterizar caracterizar a atu atuaçã ação o fon fonoaud oaudiológi iológica ca na escoescola, eles possuem um conhecimento muito mais abrangente acerca acerca de tal atu atuaç ação ão do que os os professor professores es de 1ª a 4ª séries séries.. Tais Tais dados evidenciam, evidenciam, no que que diz respeito respeito aos professoprofessores partic participant ipantes es desses desses estudos, estudo s, que a Fono Fonoaudiologi audiologiaa con con-tinua assumindo assumindo um caráter caráter predo predomi minant nantemente emente reabilitador, reabilitador, não lhe sendo con conferida ferida a responsabil respo nsabilidade idade pela pela promoção promoção 31

da saúde na escola, escola, ao contr con trári ário, o, é lhe atribuída a responsaresponsabilidade pela ação curativa da doença. Isso me leva a questionar se as propostas de atuação fonoaudiológic fon oaudiológicaa em escola escolas, s, ao apresentarem apresent arem progra pro gramas mas de oriientaç or ent ações ões ao professor professor,, realme realment ntee atingem atingem o obje ob jetivo tivo de fazê-l fazê-lo o entender entender a natureza natureza dos prob probllemas emas apresent apresentados ados pepelos escolares. escolares. O pr professo ofessor, r, envolvido envolvido com tal tal atuação, atuação, compreende, de fato, por po r que tais pro problema blemass ocorrem ocorrem e o quanto po podem dem estar envolvido envolvidoss com a dinâmica dinâmica escol escolar, ar, no sentido de d e como como oco ocorre rre o pro p rocess cesso o de alfabetizaç alfabetização; ão; como estão atrelados à pró p rópr pria ia dinâmica dinâmica famil familia iarr vivencia vivenciada da pel p elos os escolares, incluindo aqui os aspectos culturais e socioeconô socioeconômi micos? cos? E ainda, ainda, quanto tais tais prop propost ostas as estão estão adequadas aos aos diferentes diferent es con contexto textoss educacionais educacionais em que foram ou são aplicadas? A ausência ausência de referênci referências as sobre sobre a questão questão da da int inter-relaç er-relação ão entre o fono fo noaudi audiólog ólogo o e o professor professor parece parece demonstrar que este último desconh d esconhece ece esta esta possi po ssibili bilidade, dade, preva prevale lecendo cendo a idéia da transferência da abordagem clínica para a escola, centrada centrada no dia diagnóst gnóstic ico o e tratament tratamento, o, ou seja, seja, pr preva evale lecendo cendo a expectativa expectativa,, por po r parte p arte do pro profess fessor or,, de realiz realizaç ação ão de um trabalho curativo na escola. Isso reforça a idéia do fonoaudiól fon oaudiólogo ogo deter det er a responsa respon sabil biliidade pelo pelo controle cont role dos problema pro blemass tidos como distúrbios distúrbios da comun comunic icaç ação. ão. Scavazza chama a atenção para o perigo de o fonoaudiólogo fon oaudiólogo assumir assumir a responsabi respon sabili lidade dade por po r tal tal con contr trole. ole. Para essa autora, auto ra, ao to t o mar para p ara si esse esse papel, pap el, ele ele legi legitt ima uma polí po líttica ica ado adotad tadaa pela escola de restringi restr ingirr a doença do ença ao indivíduo indivíduo (escolar) (escolar),, confirmando con firmando e legitima legitimand ndo-a, o-a, ao invés de colaborar para a compreensão dos distúrbios da comunicaçã nicação o dentr dentro o do do cont contex exto to social social e, principal principalment mente, e, do concontexto educacional, nos quais os escolares estão inseridos. 32

O s profis pro fissionais sionais da educação, educação, entre entr e eles eles o professo professor, r, ao consi con siderarem derarem o cuidado cuidado com a saúde escolar escolar como função apenas do pr profissi ofission onal al da saúde, têm dificuldade dificuldade para estaestabelecer belecer e analisar analisar os determinan d eterminantes tes polític p olíticos os e pedagógicos pedagógicos do mau rendimento escola escolarr e das evasões, evasões, não apresentam apresent am condições con dições para visl vislumb umbrar rar as possi po ssibili bilidades dades de mudança, mu dança, tornando-se mais fácil para eles se apoiarem em soluções oferecidas oferecidas por outras out ras área áreass de conheci conhecimento mento.. Associa Associada da a esse fato fato está a questão da d a atuação atuação pr preve event ntiiva na escola escola ainda ainda ser basea baseada da num num modelo modelo clínico clínico que que conconsidera as as diferenças individuais individuais e as as tent tentativa ativass de encon en contr trar ar os distúrbi distúrb ios, modelo que aprese apresent ntaa o indivíduo indivíduo como foco doss problemas do pro blemas e livra livra o sistema sistema educacion educacional al e os prof pr ofessoessores de qual qualquer quer respo responsabili nsabilidade. dade. Estas considerações considerações nos leva levam m a repensar repensar o papel do proprofessor nas n as propost prop ostas as de atuaçã atuação o fon fonoaudiológ oaudiológic icaa em escoescolas. las. Há que se repensar, também, também, as as abordag abor dagens ens que perpeperpetuam tuam o modelo modelo de atuaç atuação ão vigent vigentee no início início do século século e logo apóss a ofici apó oficial aliza ização ção da da Fono Fonoaudiologi audiologiaa no Brasil Brasil.. Tais abo aborrdagens, dag ens, como já enfatizei, enfatizei, tiveram tiveram sua import importânci ânciaa no con con-texto socioeducacion socioeducacional al da época época e representaram representaram os primei p rimei-ross passos para um avanço, ro avanço, porém, porém, não represe repr esent ntam, am, atualatualmente, ment e, as as necessidades e possibil possibilidades idades de tal atuação. Faz-se necessári necessário, o, então, então, estabelece estabelecerr um um para p arale lelo lo entre ent re o que o fono fo noaudiól audiólogo ogo o oferece ferece e o que a escola escola,, representada representada pelo prof profess essor or,, espera dele. dele. E sse question questioname ament nto o não deverá deverá ocorrer ocorrer com faci facilidade, idade, visto visto que determinará a discussão discussão de questões questõ es sobre sobr e a formação dos professores e do fonoaudiólogo, o que implicará imp licará na aval avaliiação ação de pr prátic áticas as há muito tempo tempo defendidas e ut utiliza ilizadas. das.

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Q uando me refiro refiro à formação formação desses desses profissi pr ofission onai ais, s, entendo tendo que o fon fonoaudiól oaudiólogo, ogo, enquanto pro profi fissi ssion onal al da saúde saúde atuando atuand o em escola, necessita conhecer conh ecer melho melhorr a criança criança em idade pré-escolar e escolar, além do contexto socioeconômico socioecon ômico e cultural cultur al no qual ela ela está inser inserida. ida. N ecessi cessita ta ter domí do mínio nio teóric teó rico o sobre sob re os métodos métod os e recursos recursos materiais para a alfabetização, sobre o papel social da escola, sobre os diferentes fatores relativos à produção do fracasso escolar, sobre a atuação primária em saúde, entre outros out ros aspectos. aspectos. Q uanto ao professor, pr ofessor, não basta b asta que ele ele receba, receba, apenas, apenas, informações sobre o desenvolvimento da fala, da audição, da linguagem, entre outros, mas é necessário que o fonoaudiólog fon oaudiólogo o lhe ofereç o fereçaa condi condições para que conheça con heça memelhor os o s obje objetivos tivos da prevençã prevenção o fono fo noaudiológi audiológica ca na escola, escola, a pont po nto o de d e levá levá-l -lo o a indagar-s indagar-see a respeito respeito de sua própr pró pria ia forformação pro profissio fissional (quest (question ionável ável em relação relação às polí polítticas icas de prevenção prevenção em saúde) saúde),, que lhe lhe permi permita ta con co nscient scientizar-se que qu e a prevenção em saúde no âmbito da escola é algo algo com que preci p recisa sa se preocupar, preocup ar, até até para p ara que a escola escola como um todo to do também incorpore ncorp ore essa essa preocupaçã p reocupação, o, como menci mencioonei ant anteri eriorment ormente. e. A partir partir da compreensão de seu papel quanto à promopromo ção ção da da saúde saúde na na escola escola e quanto à natureza dos pro p roblemas blemas apresent apresentados ados pel pelos os escolares, escolares, o professor professor terá t erá con condiç dições ões de questionar a política educacional vigente e poderá contribuir bu ir para que ocorram ocor ram mudanças mudanças signifi significativ cativas, as, como po porr exemplo, ex emplo, dei deixa xarr de vislumb vislumbrar rar a prevençã p revenção o fon fonoaudiológi oaudiológica ca apenas como como um programa p rograma cujo cujo ob obje jetivo tivo é o de diminuir diminuir a ocorrência ocorrência do doss distúrbios distúrbios da comunic comun icaç ação ão nos nos escola escolares. res. Isto se tornará torn ará po possí ssíve vell com com o redirec redireciion onam amento ento do foco do traba tr aballho do fon fonoaudiól oaudiólogo ogo na n a escola escola para a atuaçã atuação o na 34

equipe escolar e com a recuperaçã recuper ação o do d o papel p apel original original do professor, pr ofessor, voltado para a anál anális isee e resolução resolução dos do s prob pr oble le-mas educacionais. D essa forma, forma, à medida que o pro p rofessor fessor dei d eixa xarr de de se ver ver e de ser visto como “agente detector de problemas” e à medi medida da que que o fono fo noaudi audiólogo ólogo priorize p riorize o trabal tr abalho ho em parceria, ceria, poderão pod erão ser desenvolvi d esenvolvidas das não só medidas ind indiv iviiduai du ais, s, mas mas principal pr incipalment mente, e, co co let let ivas, ivas, o que qu e poderá po derá resultar em ganh ganhos os positivos p ositivos para ambas ambas as partes. Assim, Assim, ao se estabelecer estabelecer uma ação ação coor coorden denada ada entre entre ambos, na qual qu al se privil privilegi egiee as ações que qu e evit evitem a instal inst alaçã ação o doss distúrbi do distúrb ios da d a comu comunica nicaçã ção, o, em detrimento detriment o daquel d aquelas as voltadas para a atu atuaçã ação o apenas apen as curat curativ iva, a, po poderá derá se concreticoncretizar a mudança do papel atribuído ao professor. E sta mudança possi po ssibil biliitará ao fono fo noaudi audiólogo ólogo a retomareto mada de sua ação preventiva e habilitadora, não apenas reabilitadora, a fim de que se torne um profissional apto a integ integrar rar a equipe equipe escolar escolar e desempenhar, desempenhar, também, também, um papel social mais efetivo.

O

TRABALHO EM PARCERIA É POSSÍVEL? COMO ?

O trabal tr abalho ho em parceria se torn to rnará ará uma realidade realidade à medida que o fon fonoaudiól oaudiólogo ogo retome retome a discussã discussão o de alg alguns aspectos determinant det erminantes es para se garant garantir ir a efetividade efetividade de sua at atuação uação na equipe escolar. A ga garan ranttia de sua part participação icipação nessa nessa equipe resultará, po port rtant anto, o, na int integ egraçã ração o com os o s demais demais profispro fissionais na escola, porém, enquanto sua atuação enfatizar medidas individuais, será difícil para o fonoaudiólogo consci con scient entiza izarr esses profissi pro fission onai aiss sobre sob re a necessidade necessidade de seu trabalho trabalho.. 35

A leg legitima itimaçã ção o da atuação do fon fonoaudiólogo oaudiólogo na n a equipe equipe escolar poderá acontecer à medida que ele conheça profundamente o contex cont exto to educaci educacion onal al com o qual trabal trabalhará. hará. Para isso isso ele ele necessitará necessitará vivencia vivenciarr esse contexto con texto,, o que não não aconacontece em nossa nossa realida realidade, de, uma vez que o trabal trabalho ho desenvolvidesenvolvido na escol escola, a, ainda é, pr predo edominantemen minantemente, te, voltado à identificação tificação de problemas pro blemas e à t ransformação ransfo rmação de tais tais problepro blemas no objeto de estudo da Fonoaudiologia na escola, quando, na verdade, seu objetivo maior deveria estar direci direcion onado ado à compreensão compreensão do doss aspectos aspecto s fono fo noaudiológi audiológicos cos que, de alguma alguma forma, contr con tribuem ibuem para dificultar dificultar a aprendizagem escolar. E ssa legitima legitimação ção se con confirmará firmará com com o desenvolv desenvo lviment imento o de medidas coletiv coletivas as de prevenção, que englob englobem em não só os os escolares escolares,, como mencionei, mas mas a escola escola como um um tod todo, o, até para que a escola escola,, compreenden compr eendendo do a necessidade necessidade e imporimportância da atuação fonoaudiológica, respalde a luta deste profissional pela garantia de sua participação na equipe escolar. A int integ egraçã ração o entre entr e o fono fo noaudi audiólogo ólogo e a escola escola poderá pod erá resultar resultar na n a cobrança de ações ações governament governamentai aiss – tanto t anto em âmbito estadual quanto quant o munic mun icipal ipal – que contr con tribuam ibuam para sistematizar a at atuação uação fo fono noaudiológic audiológicaa na escola. H á que se cobrar cob rar uma uma leg legisl islaçã ação o que garanta a presença p resença do fon fonoaudiól oaudiólogo ogo na escola escola,, não no sentido de que este contri tr ibua para p ara a pr prod odução ução do fracasso fracasso escolar, escolar, mas para que crie condiç condições ões para p ara uma atuação atuação eficie eficient ntee na equipe equipe escolar, escolar, pois po is entendo ent endo que ele ele deve desempenhar desempenh ar um papel não apenas direci direcion onado ado às questões de promo p romoçã ção o da saúde saúde na na escoescola, la, mas também à pro promoção moção da da educação educação escolar escolar e à resolução dos do s prob pr oble lemas mas da comunic comun icaçã ação o e de d e suas imp impli licaç cações ões para a escolarização.

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A cobran cob rança ça por po r uma legisl legislaçã ação o que crie condições con dições fafavoráveis voráveis para uma atu atuaç ação ão efici eficient entee do fon f onoaudiólogo oaudiólogo na na equipe escolar poderá po derá resultar, ainda, nu numa ma atuação mais mais sistematizada, abrangendo o maior número possível de escolas, uma vez que, qu e, em geral, geral, tal t al at at uação se basei b aseiaa em ações isoladas, isoladas, mesmo mesmo no noss locai locais ond o ndee funcionam cursos curso s de Fono Fo noaudiol audiologi ogia. a. Muitos aspectos aspecto s contr contriibuem para p ara essa essa situaç situação, ão, como o tempo de permanência dos estagiários de Fonoaudiologia nas instituições educaci educacion onai ais, s, o reduzido número de estagiári giários, os, o que não n ão garant garantee a presença deles em em tod t odas as essas essas instituições, instit uições, nos no s locais locais ond o ndee esses cursos curso s funci fun cion onam am,, assim como a reduzida carga horária das disciplinas preventivas na maior maior parte part e dos do s cursos, cursos, discipli disciplinas nas que ainda preci p reci-sam dar cont co ntaa da atuação em Unidades Un idades Bási Básicas cas de Saúde Saúde (UBS (UBSs) e outras out ras instituições. instituições. O utro utro aspecto aspecto importante, import ante, com a criaçã criação o de uma legi legisl slaação direcionada à atuação do fonoaudiólogo na escola, diz respeito à necessidade de integração entre os cursos de Fono Fo noaudiologi audiologiaa e as secret secretaria ariass de educação educação para a execuexecução de projetos de extensão e de educação continuada, direcionados às redes pública e municipal, o que tornaria a atuação fonoaudiológica mais conhecida entre os professores. Essa Essa integra integração ção poderia po deria ser ser incentiv incent ivada, ada, aind ainda, a, no noss cursos de de graduação graduação de Pedag Pedagogia ogia e de Fono Fo noaudiologia audiologia.. Ações Ações conjuntas conjunt as entre entre os fono fo noaudi audiólogos ólogos e suas suas entidades representativas também precisam ser incentivadas cada vez mais, mais, para uma discussão discussão sobre sobre a normatizaç no rmatização ão da da atuação fonoaudiológi fonoaudiológica ca na escola. escola. Ent Entretan retanto to,, essas essas ações ações concon juntas  juntas precisam precisam envolver envolver o maior maior número po possí ssível vel de proprofissionais, pois tal discussão implica na construção da identidade profissi pr ofission onal al do fon fonoaudiólog oaudiólogo o que atua em escola. escola. 37

E nfatizo, nfat izo, mais mais uma vez, que essa atuação deve prioriza pr iorizarr o trabal trabalho ho na equipe escola escolarr e o desenvolviment desenvolvimento o de pro progra gra-mas de educação continuada direcionados, de fato, à integração integração dos dos pro p rofissi fission onai aiss que atuam na na escola escola e à partic part iciipação pação de tod todos os no n o planejame planejament nto o das ativida atividades des desenvolvidesenvolvidas com os o s escolares. escolares. Q uando me refiro refiro à partici participação pação do fono fonoaudi audiólog ólogo o no planejament planejamento o de de ativi atividades dades escolares, escolares, entendo entendo que ele ele pode pode e deve contribuir para o planejamento pedagógico, não no sentido de d e tomar to mar para si a responsa respon sabil biliidade do pro profess fessor, or, mas no sentido sent ido de otimiz otimizar ar o processo pr ocesso de aprendiza apren dizage gem me alfabetização. Sua formação lhe garante condições para o desenvolviment desenvolvimento o de medidas direcion direcionadas adas à apr aprend endiz izag agem em escolar, escolar, área com a qual o fono fonoaudiólogo audiólogo que atua em escolas, las, de modo mod o geral, eral, pouco pouco trabal t rabalha. ha. O fon fonoaudiólog oaudiólogo o que qu e atua atua em escola escola parece ter pouca p ouca famili familiaridade aridade com com tal t al questão, quest ão, pois po is são poucos po ucos os o s relato relatoss encontr encon trados ados na na literatur literaturaa sobre sobre as as possi possibili bilidades dades de atuação atuação desse profis pro fissi sion onal al no que diz respeito respeito ao desenvolviment desenvolvimento o de medidas medidas preve prevent ntiv ivas as que priorizem priorizem o pro proces cesso so de de aprendizagem da leitura e da escrita dos escolares, por meio de ações ações cole coletivas tivas cent centradas radas nesse processo, processo, não não direc direcionadas ionadas soment somentee às ações ações indiv individuai iduais. s. Seria, eria, então, então, um trabal trabalho ho pr preventivo eventivo mais direcion direcionado ado às questões questões da aprendizag apren dizagem, em, envolvendo medidas colet coletivas, ivas, um caminh caminho o para p ara a garantia garantia da pr presença esença do fon fonoaudiólogo oaudiólogo na equipe escolar? escolar? E le po pode de desenvolver desenvolver um trabal trabalho ho pr preve event ntiivo na na escola escola que enfatize esses esses aspectos, tanto t anto em relaçã relação o à normal normaliidade quanto às dificul dificuldades dades que os o s escolares escolares podem pod em apresentar no desenvolv desenvolvimento imento da leitura leitura e da escrita (dificul (dificuldades dades que freqüentemente freqüentemente são encaradas encaradas pel pelo o pro profess fessor or (muitas (muitas vezes, vezes, 38

também pelo pelo fono fonoaudi audiólog ólogo o (como “erros” “ erros” e transformat ransformadas em distúrbios, quando na verdade, represent representam am etapas de um processo natural de aprendizagem)? O quanto o fono fo noaudiólogo audiólogo que atua em escola escolass tem se voltado para p ara essa questão? E sse é um trabal trabalho ho que pode pode ser desenvolvi desenvolvido do po porr ele na equipe escolar com a colaboraçã colabor ação o do do pro professor fessor?? Será isso isso o que a escola esper esperaa dele? dele? Todas To das essas essas questões e as mudanças propo pro postas stas impli implicam, inevitavel inevitavelment mente, e, na necess n ecessidade idade urgente urgent e de se rever r ever os currículos dos cursos de Fonoaudiologia e a importân ância cia atribuída atribuída às às disciplinas disciplinas preventiv prevent ivas as nesses currículos. currículos. Se entendermos ent endermos a prevenção prevenção como uma ação ação profissi p rofission onal al necessária, necessária, temos temos que tratá-la tratá-la com a import impo rtância ância que ela requer e lhe conferir conferir um papel de maior maior destaque. Para isso, tanto o profissional quanto o estudante de Fono Fo noaudiologi audiologiaa preci precisam sam engaja engajar-se r-se em dis discussões cussões sobr sobree a necessidade de mudanças que possibilitem uma ação fonoaudiológica mais eficiente e que garanta sua aplicab aplicabilidade ilidade na escola. Alg Alguns cursos cursos de Fono Fonoaudi audiologi ologiaa têm demonstrado demonstrado essa preocupaçã pr eocupação o e retomado retomado a discuss discussão ão sobre sobre pol política íticass de EduE ducação cação em Saúd Saúdee por por meio da da imp impla lant ntaçã ação o de de disciplinas disciplinas sobree Saúde br Saúde Pública Pública,, no entanto entanto,, sabemo sabemoss que esse fato não se estende estende a todos tod os os os cursos, muitos, muitos, inclusi inclusive, ve, ainda ainda têm sido criado criadoss sob uma perspectiv perspect ivaa predominantemen predo minantemente te clínica clínica,, com maior maior ênfase na na reabilitaçã reabilitação. o. N ão pretend pr etendo o aprese apr esent ntar ar aqui aqui uma fórmula para a açã ação o do fon fonoaudiólogo oaudiólogo na n a escola escola,, mas mas acredito acredito que repensar repen sar o papel atribuído ao professor e a forma como ele o desempenha é mais um caminho. Representa uma possibilidade de legitima legitimação ção da import impo rtância ância da Fono Fo noaudiologi audiologiaa na escola e uma necessidade necessidade de modifi mo dificar car a percepção do pr proo39

fessor de que o fonoaudiólogo realiza, prioritariamente, ações curativa curativas. s. D a modifica modificaçã ção o dessa percepção percepção do pro profess fessor or decorre a necessidade necessidade de torn torná-l á-lo o partici participan pante te da ação ação fonoaudiológic fon oaudiológicaa na escola, escola, tirando-o tirando -o da condiç condição ão de mero espectador. espectador .

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CAPÍTULO 3 POSSIBILIDADES DE TRABALHO NO ÂMBITO ESCOLAR-EDUCACIONAL E NAS ALTERAÇÕES DA ESCRITA  Jai  Jaime me L uiz Z orzi

A LEI 6965 E A ATUAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO O fon fonoaudiólogo, oaudiólogo, diz a lei lei 6965 6965,, de 09 de dezembro de 1981, 1981, “é o pr profissi ofission onal al com graduação graduação ple plena na em Fono Fo noaudiol audiologi ogia, a, que atua em pesquisa, prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológicas na área da comunicação oral e escrita, voz e audiçã audição, o, bem bem como em aperfeiçoamento aperfeiçoamento do doss padrões padrõ es de fal fala e da voz voz”. ”. Como Com o po p o demos demo s observar, ob servar, tal perfil pr pro o fission sio n al con co n figur figura, com clareza clareza,, atividades atividades e áreas áreas de atu atuaçã ação o que definem definem o campo campo do fazer fazer fonoaudiol fon oaudiológi ógico. co. N o qu quee diz diz respeito respeito à atuaçã atuação od do o fon fonoaudi oaudiólogo, ólogo, quando quando acompanh acomp anhamos amos sua história, histó ria, vemos que, qu e, inicia inicialmente, lmente, as maior maiores es tendên tendênci cias as foram no no sentido sentido da avali avaliaçã ação o e da da terapia fonoaudiológicas. Tal fato é compreensível porque nossa profiss profissão ão surgiu surgiu em resposta respo sta a uma necessida necessidade de de atenatendiment dimento o a pessoas apresent apresentando ando uma série série de prob p robllemas emas liligado ga doss à comunic comunicaçã ação o humana, humana, aos quais quais os pro p rofissi fission onai aiss de outr ou tras as áreas não conseguiam co nseguiam dar as respost respo stas as necessárias. necessárias. 42

Para tanto, cursos de Fonoaudiologia começaram a surgir na década de 60 com com o pr prop opósito ósito de formar formar pessoas habilihabilitadas para atender a tal tal demanda. Como pod p oderia eria até mesmo ser previsto, ganha corpo, desta forma, a denominada Fono Fo noaudiol audiologi ogiaa Clí Clínica nica,, com com o atendi atend imento ment o a port po rtadores adores de distúrbios da comunic comun icaç ação ão em ambulatórios ambulatórios ou outros out ros serviços e, principalmente, em consultórios particulares. Temos, Temos, desse modo, modo, esboçada esbo çada a forte forte influência clí clínica nica em em nosso no sso perfi perfill de atuação atuação definindo definindo os papéi p apéiss complementares de terapeuta t erapeuta e paciente. paciente.

A AMPLIAÇÃO DO CAMPO

DE ATUAÇÃO

A atu atuaçã ação o em pesquisa p esquisa e prevenção, prevenção, embora embora estas duas ativiatividades encabecem a definição do papel profissional do fonoaudiólogo, fon oaudiólogo, mostram-se most ram-se como como reali realidades que só mais mais recentement recentementee têm con conseg seguido uido um certo cresci cresciment mento o e afirafirmação mação enquant enquanto o possibil possibilida idades des de trabal trabalho ho.. Obvia Obviament mente, e, não estamos nos no s referindo referindo a pessoas pessoas ou grupos grupo s que, de modo mod o mais mais isolado, isolado, têm t êm desenvolvido desenvolvido,, há mais mais tempo, temp o, trabal t rabalho hoss nesse sentido. sentido. Estamos E stamos falando falando de posturas p osturas ou tendências tendências gerai ge rais, s, que dão o colorido pr princi incipal pal de uma profiss pro fissão. ão. As pesquisas pesquisas nas n as áreas áreas de de atuação fono fo noaudiológi audiológica ca têm, atualment atualmente, e, apr aprese esent ntado ado um cresciment crescimento o signi signific ficativ ativo, o, o qual está dando con condições dições para o surgiment surgimento o e a consoli conso lidaçã dação o da Fono Fo noaudiolog audiologia ia como uma nova no va ciência ciência.. E o que é mais import impo rtant ante, e, a prátic prát icaa clínic clínicaa começa a se int interli erliga garr com co m a pesquisa, o que a tem tornado, de fato, um fazer de caráter cient científi ífico. co. A prevenção, por po r sua vez, também começa a con conquistar quistar novos no vos espaços, embor emboraa face face à sua importân importânci cia, a, pareça aind aindaa 43

ter uma atuação atuação limitada limitada.. Como o pr próp óprio rio termo sugere, sugere, prevenir significa criar condições para que se evite o apareciment cimento o de d e um pro p roblema. blema. À medida em que causas causas sejam sejam conheci conh ecidas das e possam possam ser controlada cont roladas, s, determinadas determinadas patol pato logias ias pod p odem em diminuir diminuir em termos t ermos de d e incidência incidência ou mesmo serem eliminadas. eliminadas.

TENDÊNCIAS MAIS COMUNS E LIMITATIVAS DE ATUAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO EM TERMOS EDUCACIONAIS

E ntretant ntretanto, o, essa essa não não pare parece ce ser a no noçã ção o que está por trás trás de certas int interve ervenções nções considera consideradas das de caráter preve prevent ntiivo, como acontece freqüentemente, em ações ligadas ao trabalho fonoaudiológico junto a escolas. Mais especificamente, estamos falando da chamada triagem fonoaudiológica, cuja funçã fun ção, o, em geral, geral, mais mais do que prevenir prevenir problema pro blemas, s, é detectar po possíve ssíveis is alterações alterações auditiva aud itivas, s, de fala, fala, lin linguag guagem em ou ou de de motricidade oral, já existentes em pré-escolares, principalmente mente naqueles naqueles que estão pró p róxi ximos mos da da época de serem alfaalfabetiza betizado dos. s. Embor Emb oraa a argument argumentaç ação ão seja seja no sentido sentido de seleselecion cionar ar para para prevenir pro p roblemas blemas,, essa ação ação está, na na realidade, realidade, mais mais voltada para a detecção e encaminh encaminhament amento o clínico clínico de de problema pro blemass já ex exis isten tentes. tes. Podemos Podemos perg pergunt untar: ar: o que está sendo prevenido? Isso não correspo correspond ndee a uma real pr preve evenção nção mas sim sim a uma intervenção int ervenção que que visa visa detectar detectar e eliminar eliminar um prob pr oble lema ma já já estab estabel eleci ecido do.. No No máx máximo, imo, estaremos amenizando seus possívei possíveiss desdobrament desdobramentos. os. Temos, dessa forma, um desvio causado causado muito mais mais por po r uma uma visão visão clínica clínica patológi pato lógica ca da Fonoaudiolog Fon oaudiologia ia do que que uma po postur sturaa pro propr priiament amentee preventiva ventiva.. Talvez Talvez essa possa possa ser uma das razões razões pela pelass quais a 44

prevenção prevenção não n ão tem encontrado encont rado um terreno t erreno mais mais fértil para poder se desenvolver. O utra utra tendênci tend ênciaa da ativi atividade dade do fonoaudiól fon oaudiólogo ogo no contexto escolar escolar tem sido a de, trabal tr abalhand hando o em inst institui ituições ções de ensino, ensino, aval avalia iarr crianças com queix queixaa de algum algum distúrbio distúrbio e proproporr atendimento dentro po dentr o da própria pró pria escol escola. a. Devemos Devemos fazer fazer uma distinção entre escolas especiais que se caracterizam como instituições voltadas para a educação educação e atendiment atendimento o clínic clínico o de pessoas p essoas com deficiência deficiênciass e escolas escolas comuns, comuns, com com objjetivos ob etivos unicamente unicamente pedagógi pedagógicos. cos. No No primeiro primeiro caso, caso, o atendimento dimento fono fonoaudiol audiológi ógico co faz parte parte da pr prop opost ostaa escolar, escolar, asassim sim como outro out ross tipos tipos de atendimento, atendimento, uma vez vez que sua cliclientela ent ela está caracterizada como um client clientel elaa com necessi necessidadades especiais. especiais. Quanto uanto às escolas escolas com comun uns, s, cujo cujo obje objetivo tivo é educar, vemos uma distorção de seus objetivos pedagógicos quando quando a mesma se propõ propõee a uma atividade atividade clínica. clínica. As As escolas las comuns têm têm como prop propósito ósito educar e ensinar ensinar e não não trat ratar. Convém ao profissi profission onal al fon fonoaudiólog oaudiólogo, o, trabal trabalhando hando em escolas, quando diagnostica problemas, ter a postura de encaminhar caminhar o aluno aluno para o aten atendimento dimento fora fora do âmbito escolar. A opção pode ser a indicação de clínicas ou centros de atendimento atendimento que, embora embora possam possam vir vir a realiza realizarr um trabalho trabalho integrado com com a escola, escola, do po pont nto o de de vista vista das necessidades necessidades do pacient paciente, e, não mantenh mantenhaa víncul vínculos os ou ou interesses comerciais comerciais com a mesma.

UMA PROPOSTA DE TRABALHO MAIS RICA E DIVERSIFICADA EM TERMOS DE ATUAÇÃO EDUCACIONAL

G ostari ost aria, a, po porr outro out ro lado lado,, al além de apo apont ntar ar disto distorções rções que ocorrem oco rrem em termos termos do que se con consi sidera dera prevenção, de estar 45

pro pondo propo ndo uma açã ação o fon fonoaudiol oaudiológi ógica ca que ultrapasse ultrapasse a no no-ção ção de d e evitar evitar prob pr oble lemas. mas. Creio Creio que que podemo po demoss falar falar de uma visão visão desenvolviment desenvolvimentis ista, ta, ind independ ependent entemente emente de estarmos estarmos pensando pen sando em patolog pato logia ias, s, quer no sentido sen tido de d e detectá-las detectá-las e tratá-las, quer no sentido de evitá-las. Desenvolver, neste caso, sign significa ifica criar criar cond co ndições ições favorávei favor áveiss e eficazes eficazes para para que as capacidades capacidades de de cada um possam possam ser exploradas explor adas ao ao máximo, máximo, não no n o sentido sent ido de eliminar eliminar problema pro blemas, s, mas mas sim sim baseado baseado na crença de que determinadas determinadas situações e experiências experiências podem pod em facil facilitar itar e incrementar increment ar o desenvolviment desenvolvimento o e a aprendiza aprendizag gem. Tal no noçã ção, o, a pretexto do tema deste artigo, artigo, encontr encontraa como como palco favoráve favor ável, l, principalmente principalmente a situação escolar. Além Além de de detectar, tratar e prevenir problemas, podemos também pensar a atuaçã atuação o do do fon fonoaudiól oaudiólogo ogo em termos termos de desenvolver potencia potenciali lidades, dades, mesmo mesmo no n o caso caso de pessoa pessoass que não n ão se jam con consideradas sideradas patológi pato lógicas cas ou em situ situaçã ação o de d e risco. risco. Isso I sso significa significa que, mesmo aquelas crian crianças que já sejam sejam hábeis hábeis em termos termo s comunic comun icativ ativos, os, podem po dem se beneficiar beneficiar de programa programass que tenham tenham por por finali finalidade dade otimi ot imizar zar o dese desenvo nvollviment vimento, o, parpartindo do princípio princípio de que tai t aiss capaci capacidades dades podem podem ser sempree melho pr melhoradas radas em função das condições con dições criadas criadas para seu uso. Dessa forma, a ação fonoaudiológica no âmbito educacional cacional deixari deixariaa de centrar-se cent rar-se somente somen te em aspectos aspect os pap atológ to lógic icos, os, benefic b eneficia iand ndo o àqueles àqueles que, em oposiçã op osição o ao pap atológi to lógico, co, con consideramos sideramos como co mo no normais rmais.. Em outras outras pa pallavras, podemos pensar como os conhecimentos que o fonoaudiólogo fon oaudiólogo tem t em a respeito respeito de alguma alguma de suas suas áreas áreas de atuação – comunicação oral e escrita, voz, fala, audição – poderia po deriam m fazer parte de programas programas educacion educacionai aiss com o obob jetivo  jetivo de de promover pro mover desenvolviment desenvolvimento o otimi o timizado, zado, ind indo o além além de sua atu atuaçã ação o mais tradici tr adicion onal al no sentido sent ido de diagno diagnosticar, sticar, tratar e preve prevenir nir prob probllemas. emas. 46

N a realida realidade, de, sabemos que q ue os o s pro p roblema blemass escolares escolares não n ão estão limitados àquelas pessoas que chegam até o fonoaudiólog fon oaudiólogo o como po port rtadoras adoras de alg algum distúrbio. Temos visto visto que, inf infel elizmente, izmente, têm se manifestado como co mo uma uma sit situação ção geral, eral, que inclui inclui até até mesmo os que apresentam apresentam boas boas condições de aprendizagem, uma dificuldade sensível no sentido de dominarem dominarem a leitura leitura e de se tornarem tornarem capazes de uma expressão, de modo modo claro claro e coeso, coeso, via escrita. escrita. Ou O u seja, seja, a edueducaçã cação o não tem t em dado conta con ta de prepara p repararr de forma fo rma adequada adequada muitos muito s daqueles daqueles aluno alunoss que têm condições con dições favoráveis favoráveis para aprende prender. r. Podemos Po demos nos n os perg p ergunt untar ar por po r que tantas t antas criança criançass afirmam afirmam não gostar ost ar de ler e de escrever, escrever, por po r que qu e odei od eiam am o po port rtuguês uguês e tudo tu do o que se refere ref ere à linguage linguagem? m? Como omo tais situ situaç ações ões têm t êm sido sido apresentadas apresent adas para ela elass de modo mo do a causar causar tal t al efeito efeito?? Q ue funções fun ções tem t em tido tido a linguage linguagem, m, além além daquela daqu ela acadêmica? acadêmica? Além Além do mais, mais, as as condiç condições ões de trabal trabalho ho de um pro professor, fessor, alia aliadas das ao esforço vocal que comument comu mentee é observado em seu dia-a-dia, criam um desgaste físico e psicológico que, certamente, certamente, compromet comprometee a qualida qualidade de de de sua atuação. atuação. Acrescente-se a essas situações desfavoráveis o fato de que, raramente, ment e, o pro p rofessor fessor está preparado pr eparado para p ara real realizar izar aulas aulas ou apresentaç apresentações ões aplicando aplicando recursos efici eficient entes es de comunica comunicaçã ção. o. Aqui está está mais uma área área tot totalment almentee aberta aberta para a atu atuaçã ação o do do fonoaudiólogo fon oaudiólogo no sentido sentido de otimi otimizar zar também as as con condições dições de trabal trabalho do próprio p róprio profes pro fessor. sor. Creio que a Fonoaudiologia, aplicando seus conhecimentos to s sobre sob re aquisição aquisição e desenvolv desenvo lvime iment nto o de d e linguag linguagem, em, voz, fala, fala, aud audiç ição, ão, técnica técnicass de apr apresent esentaçã ação o e cont contro role le ambiental ambient al de ruídos ruídos poderia po deria,, em muito muito,, contribuir cont ribuir para a modifica modificaçã ção o de tal quadro.

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Podemos Po demos esboçar um con conjjunto unt o de d e ações ações que estão estão no âmbito âmbito de atuação atuação do fon fonoaudi oaudiólog ólogo o que teriam teriam como objjetivo ob etivo pro promover mover a otim ot imiz izaç ação ão do desenvolvi desenvolvimento mento e da aprendizag apren dizagem: em:

COMUNICAÇÃO O RAL Instruir os professores no sentido do que é a linguagem oral e seu desenvolvimento desenvolvimento e os obje ob jetivos tivos de sua otimiza o timização ção numa situação escolar; ? Criação e planejamento de situações de uso da comunicação que sejam estimuladoras para o desenvolvimento da linguagem oral e de seus padrões de pronúncia; ? Criação de situações que possam levar a criança a pensar sobre a linguagem que ela usa, desenvolvendo habilidades metalingüísticas; ? D esenvolver habilidades habilidades narrativa narrat ivas, s, como como cont co ntar ar e recontar recon tar fatos e histórias. ?

COMUNICAÇÃO E SCRITA Instruir os professores no sentido do que é a linguagem escrita e o seu desenvolvimento e os objetivos de sua otimização numa situação escolar; ? Criação e planejamento de situações de uso da leitura e da escrita de modo a evidenciar todas as suas funções sociais; Criação e pla p lanejamento nejamento de situações que possam po ssam evidenciar evidenciar ? Criação o que é a ortografia, quais suas relações com a fala e o porque dos erros que ocorrem no aprendizado; ? Planejar situações que sirvam de padrão ou modelo para que a criança tenha parâmetros de como pessoas maduras em termos de ler e escrever desempenham tais atividades; ?

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elecionar a literat literatura ura que qu e será oferecida o ferecida às crianças, levando levando ? Selecionar em consideraçã con sideraçãoo aspectos aspect os pragmátic p ragmáticos, os, gramaticais gramaticais e semânticos do texto; desenvo lver situ situações ações que levem a uma real busca ? Planejar e desenvolver de compreensão de textos e a uma postura reflexiva; Planejar e desenvolver situações que levem levem ao desenvolvi? Planejar mento de habilidades narrativas.

AUDIÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL DE RUÍDOS Criar programa de controle sistemático da saúde auditiva dos alunos; ? Orientar sobre as condições favoráveis que um ambiente deve ter para que processos de atenção, de audição e de manutenção de interesse possam ser otimizados; ? Orientar sobre quais são as posturas comunicativas que podem facilitar o processo de audição; sobr e estratégias estratégias de apresentação-orató apresentação-oratória ria e de re? O rientar sobre cursos que podem p odem ser usados usado s para garantir garantir uma situação situação de de recepção auditiva favorável; ? Criar condições gerais para garantir um maior controle de ruídos em geral. ?

VO Z O rientar sobre sobr e o uso adequado da voz e criar criar situações que evitem o abuso vocal quer por parte dos alunos, quer por parte dos profess pro fessores; ores; ? Desenvolver programa de treinamento vocal para professores, assim assim como técnicas técnicas de apresentação. ?

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A COMPETÊNCIA DO FONOAUDIÓLOGO

PARA TRABALHAR COM CO M

PROBLEMAS DA ESCRITA

E m termos termos da da aprendiza aprendizage gem m da leitu leitura ra e da escrita, escrita, tem sido possí po ssível vel ob observar servar que, por parte p arte das escolas, escolas, uma das principais cipais razões para encaminh encaminhame ament nto o de crianças crianças tem tem sido as dificuldades dificuldades ortográfic ort ográficas, as, generica genericament mentee chamadas de “tro “tro-cas cas de letr letras”. as”. Tomando este fato como ilustr ilustrativ ativo o da discussão que que se seguirá, verifica-se verifica-se que, via de regra, tais encaminhamentos minhament os são realiz realizados ados a partir de critérios da própr pró pria ia escola escola que pode pode optar optar por por um profissi profission onal al da fonoaudiol fonoaudiologi ogia, a, psicopedag psicop edagogia ogia e assim assim por p or diante. Em E m geral, geral, parece que predominam predominam os encaminh encaminhame ament ntos os para p ara psicopedagogos psicopedagogos e até mesmo, pro p rofessores fessores particul p articulares, ares, com como o se eles eles estivesestivessem mais mais afei afeito toss a tal tipo de de atendimento. atendimento. Tal procedi procedimenmento reflete reflete uma visão visão de que, que, em geral geral,, prob proble lemas mas relativ relativos os à aprendizag aprendizagem em da leitu leitura ra e da escrita encai encaixa xam-se m-se melhor melhor no no perfil de outros profissionais, que não os fonoaudiólogos, embora embora estes sejam sejam os especiali especialistas stas em distúrbios distúr bios da da comunicação, oral oral e escrita. Por Po r sua vez vez exis existe, te, por po r parte part e dos fono fo noaudi audiólogos, ólogos, uma queixa queixa no sentido de de que, com com muita freqüência, freqüência, outro outross proprofissionais fissionais (incl (incluindo uindo os orient o rientador adores es educacionais) educacionais) não coco nhece nh ecem m bem o perfil p erfil de atuação atuação do d o fono fo noaudiól audiólogo ogo e suas possi po ssibil bilida idades des de trabal t rabalho ho frente frent e aos prob pr oble lemas mas da ling linguauagem escrita, escrita, o que acaba acaba por p or limitar limitar os encaminh encaminhame ament ntos. os. Em razão destes fatos, órgãos representativos da Fono Fonoaudi audiologi ologiaa têm sido sido cobrados cobrados no sentido de que deveriam riam fazer esclareci esclareciment mentos, os, como como se esta fosse a únic únicaa forma forma de resolve resolverr tal t al tipo de prob probllema. ema. Ent Entretanto retanto,, aci acima de tudo, tudo , 50

devemos pensar no papel que cada cada fon fonoaudiólogo oaudiólogo desempenha pen ha na formaç for mação ão de seu perfil pr profissi ofission onal al.. Em out o utras ras palavras, é a atuação de cada um de nós, dentro dos parâmetros parâmetros legal legalment mentee definidos de nossa nossa profiss pro fissão, ão, que irá irá gerar uma imagem pública, isto é, que criará, para os outros, a impr impressã essão o daquilo daquilo que somos somo s e daquilo daquilo que podemos po demos ou ou não fazer. fazer. Nossa N ossa ação ação define nossa no ssa comp competênci etência. a. Dentro do contexto da atuação fonoaudiológica frente às dificul dificuldades dades de aprendiz aprend izado ado da língua língua escrita, escrita, temos temo s obserobservado, ao longo do tempo que, o próprio fonoaudiólogo, muitas vezes, não tem t em claro claro,, para si mesmo, suas reais possi possi-bilidades bilidades de trabal trabalho ho.. Surgem Surgem dúvidas dúvidas no no sentido sentido de de que tai taiss prob pr oble lemas mas dizem dizem respeito ao campo de atuação atuação de de caráter caráter pedagógico ou psicopedagógico, que ao trabalhar com problemas blemas de escrita escrita o fonoaudiólogo fonoaudiólogo estaria con confun fundindo dindo seu fazer fazer com a ativi atividade dade tipicament tipicamentee de professor. pro fessor. Ora, O ra, se nó nóss mesmos temos temos dúvidas a respeito respeito de nosso nosso perfil perfil,, de no nossas ssas possi po ssibili bilidades dades de ação, como po podemo demoss criticar criticar as image imagens ns distorci distorcidas das que outro out ross possa possam m vir vir a ter da da Fonoaudiologi Fon oaudiologia? a? O s argumento argumentoss que aqui aqui serão serão expostos expost os para p ara discut discutiir esta temátic t emáticaa caminharão caminharão em duas direç d ireções ões dis d istint tintas as e, ao ao mesmo tempo t empo,, comp comple lement mentares: ares: po porr um lado lado,, a questão da competênci comp etênciaa leg legal al e, por outro, out ro, a questão da competência técnico-científica.

A COMPETÊNCIA DO PONTO DE VISTA LEGAL Vale a pena retomar os parâmetros legais que definem nossa prof pr ofis issão: são: O fo fono noaudiólogo, audiólogo, de acord acordo o com com a lei lei 6965 6965,, de 09 de dezembro de 1981, 1981, “é o pr profissi ofission onal al com graduação graduação plena em Fono Fo noaudiol audiologi ogia, a, que atua em pesquisa, prevenção, avalia51

ção e terapia rapia fonoaudi fonoaudioló ológgicas icas na na áre área da comuni omuniccação ação oral oral e escri scritta, voz e au audi di-ção, be bem como em em aperfeiçoament aperfeiçoamentoo dos dos padrõe padrõess de fala e da voz” voz ”. Como Como pode pode

ser visto, tal t al perfil perfil pr prof ofiss issional ional config configura, ura, clarament claramente, e, as as atividades vidades e áreas áreas de atuaç atu ação ão que defi d efinem nem o campo campo do fazer fazer fonoaudiológico. As alterações da linguagem escrita estão no campo da comun comunicação icação escrita, sendo essa uma das áreas, por excelênexcelência, cia, de atuação atuação do fon fonoaudiólog oaudiólogo o no n o senti sent ido da “pesquisa, “pesquisa, prevenção, aval avalia iaçã ção o e terapia”. O fon fonoaudiólogo oaudiólogo é o único profissi pr ofission onal al reconhecido recon hecido e legal legalment mentee habil habilitado itado para tratrabalhar com distúrbios distúrb ios da linguage linguagem. m.

A COMPETÊNCIA DO PONTO DE VISTA TÉCNICO -CIENTÍFICO Aprender Aprender a ler e escrever escrever não se restringe restr inge a uma técnica técnica de ensino mas sim sim à aquisiçã aquisição o de uma uma nova nova modal modalidade idade de linlinguagem. Estão em jogo habilidades e conhecimentos lingüísticos que vão desde o domínio da linguagem oral até as novas aprendizag apren dizagens ens típica t ípicass da língua língua escrita. escrita. Isto Ist o quer qu er dizer que o desenvo d esenvolv lviment imento o da da leitur leituraa e da escrita vai vai muito além de habilidades perceptivas, como a percepção visual e auditiva, auditiva, implicando implicando con concei ceito toss de natur n atureza eza metalingüí metalingüística, stica, ou seja, seja, con conhecimento hecimentoss a respeito da d a própr própria ia língua. língua. N uma visão atual, a leitura e a escrita são concebidas como processos eminentemen eminen temente te lingüísticos, lingüísticos, assim assim com como o uma uma série série de distúrbios distúrbios que possa possam m dificul dificultar tar tal tal desenvolviment desenvolvimento, o, como é o caso da da dislexia dislexia.. Voltando à questão das chamadas chamadas “trocas “trocas de letr letras as”” (ou de modo modo mais mais apropr apropria iado do,, alterações alterações orto ortográ gráfic ficas) as),, tem sido comum observar uma forma generalizada de classificá-las em duas categoria categoriass amplas: tro trocas de origem aud auditiva itiva e trotro52

cas de orig origem em visual ou pedagógi pedagógicas. cas. Tal fo forma rma de de dividir as alter alteraç ações ões ort ortográfi ográficas cas é comument comumentee encontr encon trada, ada, inclusiv inclusivee entre os fonoa fono audiólog udiólogos. os. D esta est a visão visão deriva d eriva um con co n ceito de que qu e as trocas tro cas de origem origem auditiva devem ser tratadas tr atadas a partir de uma estimulação da percepção auditiva enquanto que as trocas visuais ou pedagógicas deveriam ser corrig corr igida idass a partir p artir de estimulação estimulação da percepção percep ção visual visual e do ensino de regras pedagógicas. D esta divi divisã são o entre entre auditivo auditivo e visual visual// pedagógi pedagógico co também também se desdobr desdo braa a idéia idéia curiosa de quem deve d eve tratar o que: se o problema pro blema é de natureza auditiv auditiva, a, o fono fo noaudi audiólogo ólogo é o prop rofissional indicado enquanto que, se o problema é de natureza visual visual// pedagógica pedagógica,, outro outross profissi profission onai aiss parecem ser ser mais adequados. adequados. Entretant En tretanto, o, tal tal no noçã ção o bastant bastantee comum, até até mesmo entre entre fono fonoaudiólog audiólogos, os, nece necessi ssita ta ser melhor ex expli plici citada tada e se adequar aos conhecimento conhecimentoss que se tem, tem, na atualidade, atualidade, aceracerca do processo processo de aprendiza apren dizado do da escrita. escrita. Vale Vale a pen penaa esclarecer esclarecer que as escritas d dee natureza natureza alfabét alfabétiica, como é o caso da da escrita escrita da língua língua port po rtuguesa uguesa,, caractericaracterizam-se zam-se por po r uma uma série série de relaç relações ões entre ent re os os sons son s da fala fala e as as letras empregadas para representá-los. Em razão de tal natureza tureza que envolve, envolve, ao mesmo tempo tempo,, lig ligaç ações ões entre entre fonemas fonemas e letr letras, as, fica fica muito difí d ifícil cil falar falar em pro p rocessos cessos visuais visuais por po r um lado e auditivos, por outro. A escrita implica, ao mesmo tempo,, relações po relações auditiv auditivas as e visuais visuais que não se restringem restringem a habilidades lidades percept p erceptiv ivas as como memória memór ia e discriminaçã discriminação. o. Para P ara aprend aprender er a ler e a escrever, escrever, as crianças necessitam chegar à noção no ção de fon fonema, ema, o que implica implica uma capacida capacidade de para para analianalisar os sons sons da da fala fala em suas suas unidades constituint constituintes es (con (consci sciênência cia fonológic fon ológica) a);; imp impli lica ca chegar chegar à noção no ção de let let ra enquant enq uanto o símbolo gráfico gráfico que represent representaa os sons; sons; requer o estabeleciestabelecimento de correspondência correspon dênciass entre letras letras e sons, que podem 53

ser estávei estáveiss quando um um som é representado represent ado por por uma uma única única letr letraa ou por por meio de representaç represent ações ões múltiplas, múltiplas, nos casos em que um mesmo som po pode de ser escrito escrito por p or vá vária riass letras letras ou, inversament inversamente, e, uma mesma letra letra pode pode representar representar vários sons. sons. Aprender Aprender a escrita também t ambém impli implica ca em iden identtificar, ificar, na fala, fala, a seqüênci seqüênciaa dos dos fonemas fon emas e a po posiçã sição o de de cada cada um, as quais quais irão determinar determinar a posiç posição ão das letr letras as dentro dentro das palavras palavras escritas. escritas. Apr prender ender a escrever escrever também signi signific ficaa compreender compreender como as sílabas se compõem, que características entonacionais elas apresentam. Implica também entender as variações fundamentais que existem entre os modos de falar (a pronúncia das palav palavras) ras) e os modo mo doss de escrever, escrever, o que correspon corr esponde de à influência influência da or oral alida idade de sobre sob re os padrõ p adrões es de escrita. escrita. Estas Est as são capacidades capacidades de de caráter caráter lingüístico lingüístico que que estão na n a base do aprendiz aprendizado ado da escrita escrita e que, que, se não se desenvolverem, desenvolverem, estarão causand causando o uma série série de alterações alterações de ordem o rdem ort o rtográfi ográfica ca,, que vão muito além além de questões questões de d e ordem or dem perceti p ercetiva va visual visual ou auditiva. E m síntese, sínt ese, mesmo limitand limitando o a discussão discussão da escrita ao ao aspecto or orto tográ gráfico, fico, vemos que tal t al área (que (que causa muitas muitas dúvidas dúvidas no fon fonoaudiólogo oaudiólogo em termos termo s de sua possibilida possibilidade de de atuação) é de natureza fundamentalmente lingüística, implica plicand ndo o pro proces cessos sos de de aprendi aprendizado de de uma nova nova lí língua, com com relações relações estreitas com a or oral alidade idade e com com con conhecime heciment ntos os de de ordem or dem metal metalingüí ingüística. stica. Reforçando, Reforçando, estas estas são são áreas, por por excel celência, ência, de atuaçã atu ação o do fo fono noaudiólogo. audiólogo. Para P ara finaliza finalizar, r, estenderia tenderia esta afirmaçã afirmação o para as situ situações ações nas quais estamo estamoss pensando em estimular estimular o desenvolvi desenvolvimento ment o das criança criançass de uma fo f orma geral, geral, assim como co mo,, e especia esp ecialment lmente, e, pa para ra as situações situações em que pr processos ocessos patológi p atológicos cos possam p ossam estar afetando tal desenvolvimento. 54

Como foi anteriormente anteriormente enfatizado, enfatizado, nossa nossa competênci competênciaa é definida pela nossa ação. Nesse sentido, o objetivo deste capítulo foi fo i o de analisar analisar questões quest ões relativas relativas à at at uação uação do do profissi pr ofission onal al fon fonoaudiólog oaudiólogo, o, tendo t endo em vista vista valoriza valorizarr tal atuação e ampliar, ampliar, ou mesmo con consolidar, solidar, com com segurança segurança e dentro dent ro de prerro p rerrog gativas ativas leg legai ais, s, nosso no sso campo de trabat rabalho. Certamente, Certament e, nova no vass questões questõ es serão serão levantadas levantadas e esperamos poder criar um espaço para que elas apareçam e possam ser discutidas.

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CAPÍTULO 4 A IMPO IMPORTÂNCIA RTÂNCIA DA INTE IN TER RAÇÃO ÇÃO E N TRE O FON FO N OAU OAUDIÓLOG DIÓ LOGO O E A E SCOLA N O ATENDIMENTO CLÍNICO T haís H elena lena F igue igueire iredo do Pellic Pelliccciotti C armen armen S ilvia Cre C rete tella lla M iche ichele lett ttii

Uma das áreas em que o fonoaudiólogo pode encontrar amplo campo para p ara desenvo desenvolv lver er seu trabal trabalho ho é a que envolve questões questõ es relativ relativas as à aprendiz aprend izag agem. em. Isto po porque rque sua formafor mação ção requer r equer conhecimento conhecimentoss não só do desenvolv desenvolviimento infantil em suas diversas áreas (linguagem, emocional, cognitivo, cognitivo, psicomoto psicomotor, r, motrici motricidade dade oral) como também também das inabilida inabilidades, des, dificuldades dificuldades e patologia patologiass que que interferem interferem sobr so breetudo na Comunicação. Sabemos da importância da Comunicação cação na vida vida de qualquer qualquer pessoa, pessoa, entend entendendo endo-se -se aqui aqui o dodomínio da linguag linguagem em em tod todas as as suas suas esferas e o quant quanto o qualqualquer alteração interfere na sociabilidade, no emocional e sobretudo sobretudo na aprendi aprend izag zagem. Neste capítulo procuramos focar a relação do fono fo noaudiólo audiólogo go com as escolas e suas suas implicações, implicações, assim assim estaremos direcion direcionando ando o olhar o lhar sobre sobr e criança criançass e jovens jovens que apresentem alg algum grau de compro comprometime metiment nto o na comunic comunicaação ção oral e/ e/ ou escrita escrita e que estej estejam am inseri inseridos dos em um contex cont ex-56

to escola escolar. r. Consideramos Consideramos aqui, ind indiv ivíduo íduoss numa numa ampla faixa faixa etária, desde crianças bem pequenas pequenas (de 2 ou 3 anos ano s de idade) até jovens adultos adulto s (19 (19 a 23 23 anos apro ap roxi ximadament madamente), e), e que freqüentem freqüentem desde desde a pr pré-esc é-escola ola até até a univ universida ersidade de ou ou curso pr profissi ofission onal aliza izant nte. e. Para facil facilitarmos itarmos a exposiç expo sição, ão, no entanto, tanto , usaremos usaremos o termo t ermo criança ge generic nericame ament nte, e, quand quando o no noss referirmo referirmoss a estes indiv indivíduos. íduos. N ossa visão visão sobre sobre o desenvolv desenvo lvime iment nto o da da criança criança considera o indivíduo indivíduo po porr inteiro em sua constitui const ituiçã ção, o, com associação ciação indissolúvel ind issolúvel das áreas orgânica, emocional emocional,, cognitiva cognitiva,, linguagem, familiar e social, as quais interagem ininterrup ininterruptamen tamente. te. Assim, Assim, a criança criança é vista vista sempre sempre como um ser glob global al e ativo, inser inserido ido em diferent diferentes es context contextos os (família (família,, escola, sociedade) onde on de estabelece estabelece uma dialética dialética relacion relacional al e que reflete tod t odas as as as suas ações. ações. Com este enfoque, enfo que, não basta a abr abrange angent ntee formação do fon fonoaudi oaudiólogo, ólogo, como como torna-se to rna-se ob obrig rigatória atória não só a competência comp etência pr profissi ofission onal al no atendimento at endimento,, como como também é essencial a interação com a família, a escola e outros profissionais envolvidos. Procur Procuramos amos ser o mais ge genér néric icas as possível, possível, pensando pensand o em diferentes contextos escolares e realidades sociais, porém seremos parciais em algumas colocações, já que nossa realidade e exper experiê iência ncia em em clínica clínica fo fono noaudiológic audiológicaa cor corresp respon onde de à da capital capital de São São Paul Paulo. o. É po possí ssível vel que pro profiss fissionais ionais propro fessores, fonoaudiólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, pedagogos, psi psicólog cólogos, os, enfi enfim, m, totodoss que trabalham em do em contexto contexto educacion educacional al,, em em diferentes regiões regiões do Brasil, rasil, não tenham ten ham os os mesmos recursos recurso s e escoescolhas e lidem com realidades diferentes, porém poderão se beneficiar de uma visão global como a que pretendemos apresent apresentar, ar, que os leve a uma reflexão reflexão e tal t alvez vez a um novo n ovo 57

po sici posi cion oname ament nto o em suas práticas práticas quando tratarem tratarem de suas suas relações com as escola escolas. s. As questões questões das dificuldades dificuldades na aprendizag apren dizagem em da ComuComunicação nicação Oral O ral e Escrita, em geral, geral, embasam-se embasam-se em estratégi estratégias as incompetentes ncompetent es da cria criança nça,, e/ ou d dee sua famí família, e/ ou d daa esescola, cola, para suprir supr ir suas áreas áreas de fragil fragilida idade de – que tod t odos os nós n ós temos temos – acaband acabando o por por eclod eclodir ir sobre a criança criança,, em fun funçã ção o de de suas eventuais eventuais inab inabil ilidades, idades, dificuldades dificuldades e pato p atologi logias, as, temporári po rárias as ou não, não, em aspecto aspectoss que são fundamentais fundamentais para o desenvolvimento, tais como: linguagem, cognição, percepção, ção, aspectos aspecto s psicomoto psicomo tores res e da motrici mot ricidade dade oral or al e aspecaspectos psicológicos, familiares e sociais. E vident videnteme ement nte, e, dentro destas con consi sideraç derações, ões, temos que levar levar em cont contaa as diferenças individuais, sejam sejam elas elas referenreferentes ao maior ou menor grau de comprometimento com predominância de áreas organicamente afetadas ou seriamente compromet comp rometiidas, como como po porr exemplo exemplo alg alguns casos de deficiência auditiva, mental, paralisias cerebral, visão subnormal, afasias, psicoses etc. ou comprometimentos predominant minantes em áreas da lin linguag guagem, em, cognitiva cognitiva,, afetiva-emocional, nal, pedag pedagógica ógica e socia social. D e qualquer qu alquer fo form rma, a, no no sso o bjetivo é possibili p ossibilitar tar ao indivíduo indivíduo o máximo máximo de experiências experiências significativa significativass que o levem levem a criar um conheciment conhecimento o sobr so bree seus próprios próp rios recursos, genera generali liza zando ndo-os, -os, de modo mod o a torto rnar-se mais mais comp competent etente. e. São vários os o s caminh caminhos os possívei p ossíveiss para uma criança e sua família chegarem ao fonoaudiólogo. As idades podem ser as mais variadas e as famílias ou a própria criança apresentarem expectativa expectativass diversa diversass no momento momen to de procurar pr ocurar o profissional. As crianças pequenas normalmente são encaminhadas por outr ou tros os pro p rofiss fissionais ionais e em alguns alguns casos também também pelas pelas esco58

las. las. No N o entanto ent anto,, as crianças crianças mais mais vel velhas has e os o s adolescent adolescentes es muito freqüentemente freqüentemente são encaminh encaminhados ados pel p elas as escola escolas. s. As escolas represen representam tam um local privileg rivilegia iado do de preco precoce ce observaç ob servação ão e identifi ident ificaç cação ão de de crianças crianças que mostr mo stram am algum algum comprometimento em sua aprendizagem ou sociabilidade. G eralmente eralmente é na escola que as dificuldades dificuldades se eviden evidencia ciam me os pro p roblemas blemas ecl eclod odem. em. Por Por isso mesmo, mesmo , alguma algumass escolas escolas possuem po ssuem e outras outr as deveriam deveriam se preocupar preocup ar em ter, um sistema sistema eficiente de identificação destas crianças e jovens, para encaminhá-las encaminhá-las o mais mais precocement precocementee possível, possível, prevenindo prevenindo ou ou amenizand amenizando o um um quadro que se esboça, favorecend favorecendo o assim assim uma intervenção intervenção antes antes que que se instal instalee a idéia, idéia, na criança criança e em seu contexto con texto,, de ser um fracassado fracassado escolar e se con config figure ure uma situação mai maiss difí difíci cill de reverter. revert er. Ao recebermo recebermoss a criança criança e sua família família,, vamos buscar buscar dendentro tro de de um process processo o diagnó diagnóstico stico a história histó ria de aprendiza aprendizage gem m deste deste ind indiv ivíduo íduo sob so b dife d iferent rentes es pont po ntos os de d e vista: vista: famíl família ia,, escola, cola, outro outross profis pro fissionais sionais e dele dele própr pró prio. io. Busca Buscamos mos a identiidentificaç ficação ão sobretud sobretudo o de de seus “saberes” “saberes” e também também de seus “não saberes”; os por porquês quês e o como ele ele lida lida com com a sua reali realidade dade e como é visto visto no noss diferentes diferentes contex contexto toss a que pertence. E ainainda como estes contex cont exto toss estão percebendo percebend o a reali realidade desta criança. Nesse momento já se estabelece um primeiro vínculo com a criança, sem o qual não será possível prosseguir o trabalho. Será baseado nesse vínculo, que a criança criança precis precisaa estabelecer lecer também também com a escola, escola, que estes indivíduo indivíduoss constr con struiuirão ou ou reconstr recon struirão uirão sua relaçã relação o com com a aprendiza aprendizage gem. m. Tendo Tend o em vista vista a relevâ relevância ncia para o desenvolv desenvolvime iment nto o do trabalho trabalho do fono fonoaudi audiólog ólogo o o forte fo rte estabelec estabeleciimento deste vínculo e a ind indisc iscut utív ível el int inter-rela er-relação ção do indivíduo indivíduo com seu

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contexto,, faz contexto faz parte essencia essenciall do trabal t rabalho ho encontr encontros os sistemásistemáticos ticos com a família família e eviden evidenttemente ement e com a escola. Antes de de mais mais nada é preci preciso so fic ficar ar claro claro que que a função do fonoaudiól fon oaudiólogo ogo não pode p ode se confundir confundir com a função da esescola co la e vice-versa. A escola, escola, da maneira com como o a concebemo con cebemoss em nossa no ssa culcultura, tura, tem um caráter caráter eminentemente eminentement e pedagógi pedagógico, co, sendo o principal veí veícul culo o transmi transmissor ssor de cultura e dese d esempenh mpenhaa uma função social fundamental, enquanto a fonoaudiologia para cumprir cumprir sua função de inserção mais mais harmônica harmônica do e para o próprio indivíduo na sociedade, tem um caráter preventivo, educativo educativo e reeducativo. Port Portant anto, o, as diferenças diferenças não são as pessoas a quem se destinam tais tais recursos, nem nem os objetiv o bjetivos os finais finais que se pretende pret ende atingir, atingir, e sim sim os os contexto contextoss e procedi pro cedi-mentos mentos é que se diferenciam. diferenciam. É ev eviidente dent e que tanto a escol escolaa como como o fono fo noaudi audiólogo ólogo vivisam o desenvolviment desenvolvimento o ple pleno no daquelas daquelas crianças, crianças, po porém rém nem sempre sempr e as as metas imediatas imediatas que se preten pr etende de atingir são são as mesmas. Muitas vezes o que a escola estabelece como metas para serem atingidas em em determinada det erminada série refletem refletem uma u ma média a qual nem sempre sempr e é possíve possívell atingi atingirr por p or estas criancrianças ças neste momento momento.. É nesse con contexto texto que muitas vezes vezes a família mília e a escola escola recorrem recorr em aos pr profissionais ofissionais para identifi ident ificar car as causas do insucesso em atingir as metas propostas. A partir de então, ent ão, feito feito o diag diagnó nóstic stico o fon fonoaudiol oaudiológi ógico co que envolenvolve todos todos os o s aspecto aspectoss descrito descritoss anteriormente, anteriorment e, será será possí possível vel estabelecer as possibil po ssibilidades idades e áreas áreas de comp co mpetên etênci ciaa mais mais prop pr opíc ícia iass neste neste momento momen to de serem explor exploradas adas e estimulaestimuladas para o melhor desenvolvimento daquele indivíduo. O início início do pr processo ocesso de de int interaçã eração o com com a escola escola é a bu busca sca da linh linhaa mestr mestra, a, da orient orientaç ação ão básica básica e do posici p osicion onamento amento

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com rel relaçã ação o ao que que é aprendizag apren dizagem, em, como se aprende, apren de, ou seja, seja, como é pensada pen sada a realidade realidade educacional educacion al.. Buscamo Buscamoss também perceber perceber a con convergê vergência ncia entre ent re o discurso curso e as ações, e muitas vezes essa tarefa não será será simp simples les e poderá po derá leva levarr tempo t empo.. Porém Por ém poderemo po deremos, s, de iníci início, o, analis analisar ar as propo pro postas stas da escola, escola, as colocações colocações feitas feitas aos pai p aiss e a nós no que se refere a: filoso filosofia fia da escola, escola, método méto doss de ensino, ensino , currículo, mais mais aberto abert o ou fechado, fechado , critérios de d e avali avaliaçã ação, o, número de aluno alunoss por clas classe, se, pro propo postas stas de trabal trabalho dentro dentro da escola, escola, espaço espaço e ambiente ambiente físic físico, o, formação formação de professo professo-res, trabalho trabalho da orientaçã orientação o junto junt o aos professo professores, res, materiai materiaiss e recursos recurso s pedag ped agógic ógicos os ut u t iliza ilizado dos, s, cursos, reuniões, reun iões, nível nível socioeconômico, distância etc. N a maioria maioria das escolas escolas o cont co ntato ato mai m aiss próximo pr óximo é feito feito com o orientador ou coordenador coo rdenador de séries séries ou áreas áreas e em em certas escola escolass com com os o s própr pró prios ios professores, pro fessores, ou até até mesmo com ambos. E ssa análi análise se da escola imp impli lica ca em um grande número n úmero de variávei variáveiss como fo foii descrito acima, e deve leva levarr em cont co ntaa sobret sob retudo udo a expect expectativa ativa da famíli família, a, da própr pró pria ia criança criança e as reais reais condições condições que a escola escola oferece para não só acolher como também também se comprometer compro meter na n a ajuda ajuda da cria criança. nça. G enericament enericamentee podemo podemoss pensar em escolas escolas que se carac carac-terizam por por seguir seguir model modelos os ou ou orientações orientações diversas. diversas. Há aquelas que se caracterizam por seguir uma orientação mais tradicion dicional al de atuaçã atuação, o, que que seriam seriam escolas normal nor malment mentee com modelos modelos educacion educacionai ais, s, éticos éticos e de condut con dutaa mais mais fechados, fechados, e que têm uma preocupaçã p reocupação o maior maior com o desenvolvi desenvolvimento do con conteúd teúdo o pr programá ogramático tico e critérios rígidos rígidos de avalia avaliaçã ção. o. E as escola escolass mais mais abertas, que se prop pr opõem õem a serem mais mais democrática mocráticas, s, onde on de também também há, h á, como como aliá aliáss é imprescindível, imprescindível, model mod elos os educacionais educacionais,, éticos e de cond co ndut utaa estabeleci estabelecido dos, s, 61

currículo currículo or orga ganizado, nizado, por p orém ém ond ondee há há maior maior flexi flexibil bilida idade, de, e critérios meno menoss rígidos rígidos de d e aval avalia iação ção e que em função fun ção disso permitem, mais mais freqüentemente, freqüent emente, o diálog diálogo o adapt adaptador ador com co m os pr prof ofissi ission onai aiss e a família família.. O s métodos métodos de alfabeti alfabetiza zaçã ção o são são um outro outro aspecto aspecto a ser ser consi con siderado derado.. Eles têm um certo grau de impo import rtânci ânciaa em em se tratand tr atando o de de crianças crianças pré-escolares, aind aindaa que em no nossa ssa experiência, periência, con contr trari ariamente amente ao que habitual habitualment mentee é colocado, colocado, tenham tenham uma import importância ância relativa. relativa. Toda To da a aprendiz aprend izag agem em da leitura/ leitura/ escrita, escrita, exige exige ob obje jetivo tivo do aprendiz no conhec conh eciimento do d o mundo, mund o, no apropria apro priar-se r-se do conhecimento, além de habilidades cognitivas e perceptivas, maturidade emocional e social. Tudo isso independe independe dos dos método méto doss de alfabet alfabetiz izaç ação. ão. A criança criança,, em gegeral, ral, aprend aprendee a lei leitura/ tura/ escrita escrita indepen independente dente do método, método , ai ainda que alg alguns sejam sejam considerados melhores que outr o utros, os, pois pois o pro process cesso o envolvi envolvido do é o mesmo e o pro p roblema blema a ser ser resolviresolvido tam t ambém bém o é – aprender. O s método méto doss tradic tradicional ionalmente mente são class classifi ifica cado doss em sintéticos e analíticos. analíticos. O s sint sintéticos, éticos, que partem part em da letr letraa para a sílaba, sílaba, desta para a palavra, e desta para a oração, são: alfabético, fonético e silábico. O s analític analíticos os partem p artem da d a estrutura estrut ura gramatica gramaticall completa, para poster po steriormen iormentt e leva levarr a discriminar discriminar as unidades, partindo part indo de uma anális análisee global global do texto, t exto, da sentença, sent ença, ou da palavra. Como a próp pr ópria ria deno denomina minaçã ção o indica, indica, os método métodoss sint sintétiéticos exige exigem m maior maior dom d omínio ínio dos do s processos pro cessos auditivos auditivos e uma maior capacidade de d e sín sín t ese e o s analít analít icos exigem exigem um maior maior do domínio mínio dos do s processos pr ocessos visuais visuais e maior maior capacidade capacidade de análise. análise. Porém, Por ém, na prática pr ática,, os pro p rocessos cessos de análise/  análise/  62

síntese, de percepção visual e auditiva caminham indissoluvel indissoluvelment mentee juntos. juntos. Atualmente, a grande maioria das escolas em São Paulo, se não adotou, ao menos leva em conta uma visão construt construtiivista vista a respeito respeito das aquisi aquisições ções de lei leitura/ tura/ escrita escrita pela criança, a partir dos estudos de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky Teberosky.. Embo Embora ra nem sempre na na prática as escol escolas as tenham tenham incorporado incorporado de fato as novas posturas post uras pedagógi pedagógica cass trazi trazidas das pela psicologia psicologia genét genétic ica, a, o que que percebemo percebemoss é que várias várias escolas fizeram fizeram um movimento moviment o de de apr aproxima oximação ção entre entre o que pretend pr etendem em ensinar e o que as criança criançass conseg conseguem uem e querem aprender. aprender. Objetiva O bjetivand ndo o torn to rnar ar a apr aprend endiz izag agem em mais mais signifi signifi-cativa, cativa, não con consi sideram deram apenas a codific codificaçã ação o e decodifi decodificaç cação, ão, mas levam em conta a análise dos diferentes tipos de discurso, resgatando a função social da escrita, dando assim mais condiç cond ições ões para que construam construam seu seu próp próprio rio aprendizado. aprendizado. Até porr isso, tal modelo po modelo escola escolarr permi p ermite te e busca b usca um enfoque fortement fortementee voltado voltado para para o desenvol desenvolviment vimento o das atitud atitudes es tais tais como: como : responsabili respo nsabilidade, dade, respeito, limites, limites, e outras outras tantas, tant as, o que é um fundament fun damental al,, ou seja, seja, um currículo escolar deve focar o desenvolvime desenvolviment nto o de atitud atitudes es e não só o conteúdo. cont eúdo. As escolas escolas que estão inseridas inseridas nessa visão, visão, têm têm se mostramost rado mais eficient eficientes es e disponíveis dispo níveis para par a as as crianças crianças que não n ão obtêm ob têm êxi êxito dentro dent ro dos d os parâ parâmetro metross solici solicitado tadoss por por escola escolass que têm uma outra out ra visão. visão. Por Por outr outro o lado, esta esta postura po stura requer alg alguns cuidados, cuidados, poi po is também também tem conduzido con duzido muitas muitas vezes vezes a uma certa condescond escendência cendência das escolas escolas frente frent e a certos certo s sinais sinais que precocemenprecocemente deno denotam tam vulnerabilida vulnerabilidade de em algumas algumas áreas áreas do desenvolvime vimento. nto. Tais Tais sinais sinais podem po dem ser perceb p ercebidos idos em diferent d iferentes es áreas como: linguagem oral (pouco clara e eficiente, com alteraç alterações ões fonol fono lógica ógicass e/ ou moto mo toras) ras),, ritmo ritmo,, atenção/  atenção/  63

concentração (lentidão ou agitação extremas e dispersão constantes), constantes), aspectos aspectos percept perceptiivos e/ ou psi p sicomoto comotores, res, asasp ecto ect o s co cognit gnitivos, ivos, atitude atitude frente frente ao aprendiz aprendizado ado (desi (desint nteeresse persistente) persistent e),, além além dos do s aspectos aspecto s de sociabil sociabilidade idade e afetivo-emocional. N o entanto entanto,, tendo-se tendo-se em vis vista ta a comple complexi xidade dade do quadro das dificuldades dificuldades de de aprendizag aprendizagem, em, e suas diferentes diferent es caractecaracterizações, rizações, não é incomum que escolas escolas de orientaçã orientação o mais mais traditradicion cional al,, por po r serem mai m aiss nor normativa mativass e dirigidas, dirigidas, apresentem apresent em melho melhores res condiç cond ições ões para o desenvolv desenvo lvime iment nto o de de cert certas as crianças, tais como as mais mais desorganizadas, deso rganizadas, ou as mais lent lentas as e imaturas cognitivamente, ou as com dificuldades para aceitar limites, limites, por exemplo. D Dee qualquer qualquer modo mo do,, não são recomendáveis mendáveis gen generalizações. eralizações. Voltamos a enfatizar que cada criança tem suas necessidades e partic part icula ularidades ridades que devem ser consideradas no momento mento da escolha da escola. escola. A partir desse d essess dados dado s e levando levando-se -se em consi con sideraçã deração oo diagnóst diagnóstic ico, o, as entrevi ent revistas stas com pais e a escola escola,, poderemos po deremos procurar pr ocurar orientar orientar sobre sob re as va vant ntag agens ens e desvant desvantag agens ens de uma determinada criança criança ser ser aluno ou não de uma determi determinada nada escola escola,, neste dado momento. momento. É pr preci eciso so reafirmarmos que não há h á escolas escolas boas boas ou más simplesmente simplesmente em função de sua postur posturaa filosófica filosófica ou métométodo de ensino. ensino . Não N ão existem existem escolas perfei perfeitas tas nem escolhas perfeitas, perfeitas, porém, porém, leva levand ndo o em cont contaa todo todoss esses esses critérios, critérios, as escolhas tendem tendem a ser mai maiss adequadas. Não é tarefa simples ind indic icar ar ou sugerir sugerir escolas, escolas, bem como como mudança mudança de escola. escola. Tem se mostrado most rado mais mais eficie eficient ntee e adeadequado a inser inserção ção de crianças com com difi dificuldades culdades de aprendizaaprendizagem ge m em escolas escolas comuns, comun s, sempr sempree que possí po ssível vel,, mesmo por p or--

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que estas dificul dificuldades dades tendem ten dem a ser superadas com atendiaten dimento adequado. adequado. O po pont nto o crucial crucial para pen pensar-se sar-se na escolha escolha é a questão da da flexibil flexibilidade. idade. Fique claro que q ue flexibili flexibilidade dade não n ão tem t em absoluabso lutamente tamente nenh nenhuma uma relação relação com desorganiza desorganização, ção, baixa baixa expecexpect ativa com rel r elaçã ação o a limites, limites, aspectos aspecto s éticos e até mesmo m esmo model modelos os pedag p edagógi ógicos. cos. Todos Tod os esses esses fatores são fundamenfun damentais ais para crianças em desenvolvi desenvo lvimen mento to e mais mais aind aindaa para as crianças crianças em questão, questão, já já que com freqüência, freqüência, pelas própr pró pria iass dificuldades, dificuldades, apresent apresentam am in inadequações nessas nessas áreas. áreas. Contr Contrari ariamente, amente, muitas escolas escolas ainda ainda hoje ho je focam focam o indivíduo víduo que não não aprende aprende e elas elas não conseg con seguem uem estabelecer estabelecer sua co-responsabil co-respo nsabilida idade de no pr processo ocesso e certament certamentee não são são beb enéficas a estas crianças. Apesar Apesar de d e todas to das essas essas con consi siderações derações serem serem importanimpor tant es e das discussões e sugestões sugestõ es que façamo façamos, s, são são os o s pais que tomam a decisão final a respeito da escolha da escola para seus filho filhos. s. D urante urant e o trabalho trabalho terapêutic t erapêutico, o, estaremos estaremos fortal fortalece ecend ndo o a relaçã relação o com co m a escola, escola, através de contato cont atoss freqüentes freqüent es nos nos quais discutimos discutimos os dado dadoss de evolução da da criança, criança, as as dificuldificuldades que permeiam permeiam o trabal trabalho ho e os progress pr ogressos os apresentaapresent adoss na do na clínica clínica e na na escola. escola. O s temas básicos nesse diálogo diálogo com co m a escola abrangem questões questões referent referentes es às áreas áreas pedag pedagógica ógica,, emocional emocional e social. social. E sses sses encontros encont ros são mais mais produtivos pro dutivos quando quando conseguimos ter um interlocutor que compreenda o conceito de modali mo dalidades dades de de aprendizag apren dizagem em ou seja, seja, a fo forma rma individual do aprender. A compree compr eensão nsão de de que estas criança crianças, s, quanto mais mais velhas, velhas, mais mais tendem tendem a estar impreg impregnadas nadas em suas concondutas por sentimentos de baixa auto-estima, de fracasso e inadequação, que transparecem em comportamentos os mais 65

dive diversos, rsos, desde desd e a fal f altt a de limites, limites, desorganizaçã deso rganização o e agit agit ação ção e até por p or vezes vezes total to tal apat apatia ia ou indiferença. É pr preci eciso so ter sempre semp re em mente mente que o sucesso acadêmico acadêmico favorece a auto-estima. N a maior maioria ia das vezes, vezes, as crianças crianças que que apresent apresentam am algualgumas das características descritas acima não estão preparadas para cumprir cumprir o pro progra grama ma escola escolar. r. E m funçã função o desse dessess dados, muitas vezes vezes o trabal trabalho ho consiste no retroce retro cesso sso a etapas etapas ant anteri eriores ores ou enfatizar enfatizar um ou ouo utro aspecto aspecto do do desenvolvim desenvolvimento ento.. Isto nem sempre coincide coincide com a expect expectativa ativa da escola. escola. Ter essa comp compreensão reensão implica implica numa numa mudança da postur posturaa da escola escola e uma revisão revisão das concondutas dutas até até então então adotadas adotadas,, no caso caso das d as escola escolass que aind aindaa não tivessem tivessem percebido essa necessidade. necessidade. Isso não quer dize dizerr que a escola escola deva abd abdica icarr de de sua propo pro post sta, a, oferecer facili facilitação tação ou mesmo alterar alterar qual qualquer quer critério pedag p edagógi ógico. co. Ao contr contráário, propomos que a escola, junto a seus professores e orie or ient ntador adores es desenvo desenvolv lvaa um trabalho trabalho com o aluno, que o conscient conscientiize, o inclua inclua no cumprimento do doss prog pro gramas ramas e não o marginali marginalize, ze, estig estigmatize matize ou ou exclua, exclua, como algumas algumas vezes se verifica. verifica. Ele deve saber com com clareza clareza que ainda não não atingi atingiu u os os objjetivos e quais ob quais esforços deve empreender para atingir atingir a próxima pr óxima etapa. etapa. Isto Isto será conseguido conseguido mais mais facilme facilment ntee se a escola criar situações que desenvolvam o assumir compromissos e responsa respon sabil bilida idades, des, não apenas diante diante dos do s conteúdos cont eúdos programáticos, mas de toda sua postura diante do aprender. A escola é um terreno terr eno fértil fért il,, pela hetero het eroge gen neidade eidade das pessoas que a freqüentam, freqüent am, e pela pr próp ópria ria fun funçã ção o que q ue desempenha, penh a, para desenvolver desenvolver atitudes e concei con ceito toss que se forfor mam a partir part ir da int interaç eração ão com o outro out ro e que dizem dizem respeito peit o a: ét ét ica, ica, lealdade, lealdade, soli so lidariedade, dariedade, cidadania cidadan ia,, respeiresp ei-

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t o ao o utro ut ro e às op opiiniões diversa diversas, s, autonomi autono miaa e colabo colaboraração ção e muito muitoss outros. outros. Além Além da família família,, que é evidentement evident ementee a primeira a forneforn ecer estes val valor ores es e modelos de conduta, cond uta, os modelos modelos forneci forn eci-doss pelos adultos do adultos da escola escola e a forma forma como as questões questõ es são são abordadas abo rdadas e discutidas, são fundament fun damentai aiss para a formaçã form ação o de qualquer qualquer criança. criança. O fon fonoaudiólogo oaudiólogo também vai fornecer, fornecer, dentro dent ro de d e seu seu contex cont exto to,, um modelo modelo adulto, consistent consistentee e continen con tinente, te, para para as as crianças crianças com difi dificulda culdades. des. Tendo Tendo falado falado tanto tant o sobr sobree as as escola escolas, s, não podería poderíamos mos deixar deixar de abordar a impo importânci rtânciaa do papel p apel do pro profes fessor, sor, que é a pessoa pessoa que de fato está mais mais próxima próxima da criança, criança, através do qual se estab estabel elecem ecem os primei primeiro ross vínculos vínculos com a aprend aprendiza iza-gem, ge m, e que, como dis dissemos, semos, oferece um model modelo o fundamenfun damental de post postura ura e atitudes atitudes pedag pedagógic ógicas as e educacionais educacionais.. É o professor que na realidade vai ser o mediador da aprendizag aprendizagem e po port rtanto anto das d as cond condutas utas propo propostas stas para para estas estas cri crianças. nças. É ele que tem t em que se confro con front ntar ar diariamen diariamentte com as dificuldades dificuldades iner inerent entes es à criança. criança. Send Sendo o este est e professor pro fessor o pr prof ofis issional sional cuja cuja opção op ção foi foi a de ensinar, e especi especial almenmente se tem t em a visão visão de co-resp co -respon onsabil sabilidade, idade, nem sempre sempre está preparado pr eparado para p ara as as frustrações frustrações advindas advindas da relaç relação ão com esta est a criança criança que está “fracassa “fracassand ndo” o”,, e poderá poderá ele ele pr próp óprio rio sentirsentirse tal como a criança, criança, incompet incompetent ente, e, desqualifi desqualificado, cado, “fracas“fracassado”, gerando então sentimentos de incapacidade nas crianç nçaas. O pr professor ofessor que tem t em prazer em ensinar e em aprender e vê seu papel positivamente, vai transmitir estes sentimentos imento s para para seus alun alunos os e vai ter mais mais facili facilidade dade em aceiaceitar as dificuldades. D evemos evemos buscar, b uscar, ao ao interag int eragir ir com esse professor, professor, resgaresgatar as perspectiv perspectivas as de desenvolviment desenvolvimento o do aluno aluno,, mostranmostran67

do que qu e certas certas condutas condu tas são são tempo t emporári rárias as e promover pro mover uma visão mais mais posi positiva tiva sobre sobre a criança, criança, valor valoriz izando ando seu trabal trabalho ho.. Compete Compet e a nó nós, s, profission profissionai aiss que nos nos preparamos e temos por por objetivo o bjetivo o trabal trabalho ho com crianças crianças que tenham tenham difidificuldades, culdades, e que por po r deve deverr pro p rofi fissi ssion onal al temos temos maior maior resistênresistência às frustrações advindas do trabalho, maior segurança ao lidarmo idarmoss com patologi p atologias as e temos temo s como meta transmi tr ansmitir tir a esta criança criança a con confia fiança nça que temos temos em seu pot p otencia enciall de desenvolviment senvolvimento, o, passarmos uma visão visão rea reali listica sticament mentee positipositiva para a escola. Assim, Assim, buscaremos buscaremo s minimizar minimizar os os percal percalços ços no decorrer da evolução do trabalho com a criança, reasseg reassegurando urando a impo import rtânci ânciaa do professor pr ofessor como a pessoa pessoa que pro promove move e estimula a aprendiza aprendizag gem. Esta Esta visão visão positiva positiva faz faz parte do no nosso sso olhar. N ós, fonoaudi fono audiólogos, ólogos, temos temos também o papel de apo apont ntar ar às escolas os sinais de alerta denotados pelas crianças, indicado cadores res de que algo algo não va vaii bem e também dis d iscutir cutir e forn forneecer os dados dado s que julga julgarmo rmoss releva relevant ntes es a respeito de out outras ras características da cria criança nça ou ou da família família,, que mesmo não sendo diretamente lig ligadas ao ao desempenho desempenho pedagógic pedagógico, o, possam p ossam facili facilitar tar a compr co mpreensão eensão por p or parte part e da escola, escola, de uma visão visão mais mais ampla sobre sob re a criança. criança. Da Da mesma fo forma, rma, devemos ser criteriosos criteriosos e cautelosos cautelosos ao discutir discutir dados dados e informações informações que não sejam sejam releva relevant ntes es ou não acresce acrescent ntem em nada de positiv p ositivo o ou até mesmo dado dadoss que possam p ossam levar levar a uma cristali cristalizaç zação ão da visão visão sobre sob re a criança. criança. As sugestõ sugestões es que com mais mais ênfase fazemos fazemos aos pro professofessores, são são referentes referentes a desenvolver, desenvolver, como já dissemos, dissemos, atitudes atitudes positiva po sitivass frente fren te à aprendizag apren dizagem, em, tais como: como: estimulação estimulação à realização de esforços e levar a criança a perceber o quanto ela ela própr própria ia se gratifi gratifica ca com com os o s resultado resultadoss obtido ob tidos; s; busca de maior maior autono autonomia mia e inicia iniciativa; tiva; canali canalizar zar a atenção por p or tempo temp o 68

cada vez maior; estimular o desenvolvimento e a participação em pro p roje jeto toss que envolva en volvam m a criança, criança, individuais individuais e em grupo;; estimular grupo estimular a criança criança a fazer fazer pergunt perguntas as e não só a dar respostas respostas,, e outras outras.. O pro profess fessor or po poderá derá também: sugeri sugerirr jogos de classe classe que desenvolv desenvo lvam am aspect aspectos os benéficos benéficos para toto dos; do s; fazer modifica modificações ções físicas físicas no ambiente ambiente e na na disposiç disposição ão doss alun do alunos os na na sala sala;; ter uma atenção atenção voltada para para essa criança criança em determi det erminadas nadas situações, situações, como para garant garantir ir que as instruções truções dadas foram compreendidas compreendidas,, e tantas outras. outras. Além Além de tod t odas as as variáve variáveis is signifi significativa cativass apont apo ntadas adas por po r nós, nó s, atu atual alment mentee verifica verificamo moss um agravante agravante que que diz respeito ao acúmulo e a rapidez com que q ue as informações informações se procesprocessam no mund mundo, o, em funçã função o do do avanço das ciência ciências. s. Isto Isto exiexige,, mais ge mais do que nunca nunca que as escola escolass preocupem-se preocupem-se sobretusobretudo em ensinar o alun aluno o a aprend apr ender. er. A criança criança preci pr ecisa sa saber saber onde on de e como busca buscarr os dados para pro produzir duzir con conheci hecimento mento.. E, a criança com algum déficit de aprendizagem, mais do que qualquer outra, out ra, tem que descobrir descobr ir em em si pr próp ópria ria quais os recursos recursos que pod podee mobil mobiliza izarr e motiv mot ivar-se ar-se para ir em em busbusca do conh conhec eciimento. mento. Por Por tudo tudo que foi exposto exposto,, fica fica claro claro que temos por po r obje ob je-tivo final e como como cond condiç ição ão bási básica ca para desenvo desenvollvermos nosso nosso trabalho, a coesão entre a criança, a família, a escola e o fonoaudiólogo, fon oaudiólogo, coesão coesão esta que representaremos representaremos aqui atr atraavés de um quadrilátero

criança ?

??

família

escola ?

??

fonoaudiólogo

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onde todos onde to dos se int inter-rel er-relac aciion onam, am, buscam e renovam con constanstantemente temente a motiv mot ivaçã ação, o, a conf confia iança nça e a eficiência eficiência.. Concluímos Concluímos então, então, esperando ter transmi transmitido tido que acrediacreditamos tamo s na possibili p ossibilidade dade de d e ajud ajudaa efici eficient entee às crianças crianças que apresentem apresentem difi dificuldades culdades de aprendizag aprendizagem em da Comunica Comun icação ção O ral e Escri E scrita. ta. A cria criança, nça, vista vista como uma pessoa absolutamente absolutamente particup articular lar na na sua estrut estrutur uraa orgânica, co cognitiva, de linguag linguagem, em, afetiva/  emocional, familiar, social, o que a levará a características totalme to talment ntee partic particula ulares res nas estratég estratégia iass para para o aprender. apr ender. A família, vista como um sistema que tem suas particularidades específi específicas cas frente frente ao como, como , porquê porquê e o que apr aprend ender er e que molda mo lda,, a partir part ir dos do s vínculos vínculos afetivos afetivos que qu e estabelece estabelece com a criança, criança, o concei con ceito to de aprendi aprend izagem. zagem. E é muito freqüente, qüen te, que além das expectativa expectativass famili familiares ares quanto quant o às pospo ssibilidades sibilidades e pap papéi éiss a serem desempenhado desempen hadoss por por seus membros, bro s, o que em si já já tem um enor en orme me peso sobre so bre a criança, criança, a família imponha ou influencie o caminho profissional, o cognitivo cognitivo sobre sobre o mundo mundo e ind induza uza o modo da criança criança olhar o aprender. A criança criança normal nor malment mentee vem desequilibrar desequilibrar estas estas premissas e também gera gera frustrações frustrações e sensações sensações de de incompetência incompetência se não conseg con segue ue ou não po pode de supri suprir as expectativa expectativass esperadas pela família. A escola, como foi dito, vista como local privilegiado de observaç ob servação ão e de eclosão das d as dificuldades dificuldades de aprendizag apren dizagem, em, onde on de por po r isso recaem recaem mais mais visiv visivel elment mentee os sentimento sentimentoss de não competência comp etência..

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Assim, esta criança gera com freqüência a sensação de planos não n ão cumpridos, de frustrações, frust rações, de decepções e de pouca po uca competên competênci ciaa sobre sob re os o s anseios famili familiares ares e escolares escolares nela depositados. depo sitados. Sem Sem dúvida, dúvida, ela ela,, por por suas dificuldades dificuldades inerentes rent es é um membro membr o fragil fragiliz izado ado e rece r ecept ptiv ivo o a estas decepdecepçõe õess. E num pro proce cesso sso freqüentemente observa o bservado, do, ao rer eceber esta carga vind vindaa destes contexto con textos, s, a cria criança nça reforça refo rça suas fragilidades, reagindo de modo particular e negativo sobre sob re a apr aprendizag endizagem, em, o que, qu e, alé além m de agrava agravarr o pr prooblema, cria cria um circuito circuito que se retro ret roal alimenta, imenta, e que precip recisa ser ser int interromp errompiido. O fon fonoaudiól oaudiólogo ogo tem t em inerent inerentee ao seu papel, papel, a busca de interaçã interação o com a criança, criança, família família e escola, semp sempre re com com uma uma visão visão real e positiva sob sobre re a criança criança e sobre sob re a somatória somató ria de expectativas não cumpridas cumpridas e de descrédito sobre sob re ela. ela. Podemos Po demos então ent ão retomar reto mar a coesã coesão o ob obrig rigatória atória já já expo exposta sta através da imag imagem em do quadril quadrilátero átero,, coesão esta que possibip ossibilita lita tor t ornar nar o indivíduo indivíduo algué alguém m que superou sup erou dificul dificuldades dades e que encontrou encont rou um caminh caminho o ond ondee não se sente limi limitado, tado, apesar das limit limitações muitas vezes irreversíveis. irreversíveis. É só assim assim que que poderemos po deremos conduzir cond uzir ao ao “querer “querer apr aprender ender a apren aprender der ”e ao ao “poder “po der aprender a aprender”. aprender”. Assumir Assumir isso signific significaa ter po porr meta que qu e este indiv ind ivíduo íduo exprima e con concretize cretize suas possibilida possibilidades des pessoai pessoais, s, tendo tendo para isso, aliá aliás, s, como qualquer um de nó nós, de aceitar aceitar seus limites limites e tole to lerar rar frustrações frust rações para con constr struir uir uma vida vida onde on de sint sinta-s a-see competente competent e e útil. útil.

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CAPÍTULO 5 A VOZ DO PROFESSOR: UMA PROPOSTA DE PRO PRO MO ÇÃO ÇÃO D E SAÚDE VO CAL CAL  L éslie Pic Piccolotto lott o Fe F erreira rreira

Os primórdios da Fonoaudiologia (considerando como marco a década década de 60, quando quand o surge surgem m os primei primeiro ross cursos de formação) foram marcados pelo atendimento clínico e individualizado a diversos sujeitos. Sem dúvida nenhuma os professo pr ofessores, res, de diferentes diferent es níveis níveis e áreas, áreas, foram foram aqueles aqueles que em maior maior número número estiv estiveram eram presentes presentes desde essa épo época ca.. Naquele momento é importante destacar que esses sujeitos to s não eram visto vistoss de forma for ma categoriza categorizada, da, quant quanto o ao uso da voz em contexto profissional. Nossa atenção estava centrada centr ada no distúrb distúrbio io vocal. vocal. A impressão que se tem hoje ho je,, com um olhar olhar mais mais distanciado distanciado daquele momento momento,, é que para nós, o culpado pela alteração vocal era apenas o próprio sujeito, sujeito, ou o u seja, seja, po porque rque ele grito gritou, u, falou falou muito, muito , fumou ou tenha tenha infringi infringido do qualquer qualquer outro out ro dos d os chamado chamadoss hábitos vocais adequados, estava ali na nossa frente, em busca de uma solução. Nas décadas décadas seguintes, seguintes, timidamente, timidamente, o fon fonoaudiólogo oaudiólogo deu início início a ações ações mais coletiva coletivas, s, com o ob obje jetivo tivo de de promo promover ver o que chamaría chamaríamos mos de d e saúde fonoaudiológ fonoaudiológiica. ca. Os O s nossos nossos pri72

meiros passos, p assos, para além além dos do s muros muros da da clínica clínica,, se deram levando para as escolas escolas um misto de pal palestr estras as aos aos pai p aiss expliexplicando o que vem a ser um desenvolviment desenvolvimento o adequado em termos termos de linguag linguagem, em, havendo havendo em seguida seguida uma pr prop opost ostaa de triagem riagem nas nas crian crianças (as (as de pré-escolas pré-escolas foram foram as mais mais privilegi legiadas adas), ), e por último um atendime atendiment nto o clínic clínico o junto às cricrianças que necess n ecessitassem, itassem, na maioria das vezes realiza realizado do na própria escola. Em meio a esse trabalho, fonoaudiólogos e prof pr ofessores essores se aproxi aproximaram maram mais. mais. N essa época (final (final de déca década da de de 70 em diante) diante),, palestras sobre sob re cuidado cuidadoss com a voz começaram começaram a ser dadas embo embora ra sem que tiv t ivésse éssemos mos aind aindaa a clareza clareza de como como esse professor professor fazia fazia uso de sua voz em contexto con texto pr profissi ofission onal al.. D a parte dos do s profess pro fessor ores es pareci parecia haver haver também também uma falfalta de conheci conheciment mento o sobr sobree a necessidade necessidade de um trabalho com sua voz, voz, quer no n o aspecto aspecto preventivo quer na n a necessi necessidade dade de uma voz mais mais adequada para p ara o exercíc exercício io da da docênci docência. a. Alguns Alguns dirão: mas se fo foii dit dito acima que o pr prof ofessor essor é aquele que há mais mais tempo pro procura cura o fonoaudiólogo, fon oaudiólogo, como como dizer dizer agor ag oraa que ele ele não tem t em conheci conh eciment mento od daa impo import rtânci ânciaa de sua voz no contex cont exto to pro profi fissi ssion onal al?? Acon Acontece tece que se formos formos comparar o número número de de professores professores exi existent stentes es em em nosso nosso país (ape(apenas no município de São Paulo são aproximadamente 30 mil... mil...)) com o de cantores, canto res, locut locutor ores es de rádio ou o u tel t elevi evisão, são, atores, atores, certamente certament e ele ele será semp sempre re maior maior... ... (talvez (talvez um propr ofissi fission onal al que possa p ossa estar mais mais próximo pr óximo a esse número em telemark mark eting tin g). D essa fo alguns anos seja o operador de tele forma, rma, propo pro porci rcion onal almente, mente, o número n úmero sempre será maior, maior, e poderípoderíamos dizer que apenas uma mino minoria ria no noss procura... procura... A imp impressão ressão que qu e se tem, até at é pela facil facilidade idade de pro p roxi ximimidade, é que o fonoaudiólogo é quem insiste nesse encontro, mais mais até até do que o próp p róprio rio profess pro fessor. or. Não N ão que o professor p rofessor 73

não tenh t enhaa queixa queixass vocais, vocais, fato fato con confirma firmado do em muitas pesquisas feitas feitas em diferent diferentes es locais locais (Bapt (Baptista ista & Ferreira, Lopes & Ferreira, Dragone, Dias Gomes et al, An Andr drade, ade, Oli O livei veira, ra, Fernandes, Pordeus Pordeus et al, Scalco et al, Fabron Fabron & O mote, Thomé de Souza & Ferreira, Bacha et al, Campos et al, e Servilha, apenas para para cit citar algumas algumas pesquisas realiza realizadas das em nosso nosso país) mas acon acontece tece que ele não se dá cont contaa de que é possível possível fazer um trabalho t rabalho para revertê-l revert ê-las, as, e mais, mais, de que ao fazer isso isso pode po de melho melhorar rar a sua performance performance como docente. d ocente. Se pensarmos que qu e para ser ser pro professor fessor é preci preciso so pass passar ar um conteúdo cont eúdo e que para isso isso preci p recisa samos mos conh conhece ecerr estratég estratégiias de comunicaçã comunicação o para para “conquis “conquistar” tar” o aluno aluno,, percebemos o quanto ainda os fonoaudiólogos podem auxiliar o professor. Mesmo porque po rque dentr dentree os chamado chamadoss profis pro fissi sion onai aiss da voz, voz, o professor pr ofessor é aquele aquele que mais precisa precisa saber saber como fazer fazer uso u so dessas dessas estr estratég atégia ias, s, porque porque ao ao contr con trári ário o dos dos interlocutor interlocutores es de outr ou tros os pro profiss fissionais, ionais, que fazem op opção ção para ouvi-los ouvi-los (quem vai assistir assistir uma peça de teatro, teatr o, ou ou mesmo quem quem sintoniza sinto niza o dial de uma rádio ou emissora de televisão, fez opção de querer ouvir aquele determinado profissional da voz), na maior maioria ia das vezes, vezes, nos nos dias de hoje, o pro p rofessor fessor nece n ecessi ssita ta aind aindaa fazer fazer com que o interl interlocut ocutor or num n um pri primeiro meiro momenmo mento o ouça o uça.. .... .. Q uando se debruça sobre sobr e a literat literatura ura que fala fala sobre sob re prof pr ofessor, essor, a maior maioria ia apresenta apresent a como como pr prob oble lemas mas vocais vocais mais freqüentes as chamadas disfonias funcionais e orgânico-funcion nico-funcionai ais, s, fato fato este entendido quando se con conhece hece os fatores determinantes. O primeiro primeiro aspecto aspecto a ser ser considerado considerado é o fato de que a maioria maioria dos professores pr ofessores é do sexo feminino, feminino, o que por po r si determina determina maior maior predisposiçã p redisposição o a problema pro blemass vocais. vocais.

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O utro aspecto aspecto importante import ante é o abuso vocal vocal crônico uma vez que a maior maioria ia fala fala constant const antement ementee em int intensidade ensidade mais mais aumentada, e conseqüent con seqüentemente emente em altu altura ra mais mais agudizada agudizada,, porr prob po p robllemas emas de ruídos externo externoss (barul (barulho ho no noss corredores, salas salas ao ao lado, lado, pátios, pátios, proximi proximidade dade de de avenidas avenidas etc.) ou mesmo internos (conversa dos alunos, ruído de ventiladores, projetores de slides ou retropro retro projjetores etores etc.). etc.). Sem Sem esquecer esquecer que esse uso acontece acont ece durante durante muitas horas horas ao ao dia dia (uma vez vez que a maior maioria ia leci lecion onaa em pelo pelo menos men os dois dois períodos). períod os). As questões relacionadas ao fumo, álcool, drogas, ou vestiment vestimentas as inadequadas inadequadas não estão presentes p resentes quando quando se relarelacionam cionam os fatores fatores etiológi etiológicos cos mais relevan relevantes dessa categoria de profissi profission onai ais. s. O tempo de magis magistério tério parece ser um fato fatorr importante, import ante, uma vez vez que o uso uso contínuo con tínuo e inadequado inadequado vai determinando prob pr obllemas crô crônicos nicos na maior maioria ia das vezes vezes de rouquidão. rouquidão. A mai maioria dos professores, p rofessores, como foi fo i dito dito anteriormente, desconhece desconhece as suas suas con condiç dições ões de pro produção dução vocal vocal, prova provave vellmente por po r falta falta de info informaç rmação ão no período de de formação formação (no (noss cursos cursos denom denominados inados de d e magistério, magistério, pedag pedagogia ogia ou licencia licencia-tura) tura),, e de assessoria assessoria na admissã admissão o pr profissi ofission onal al ou no decorrer de sua atuação atuação profissi pr ofission onal al.. Até Até out o utro ross aspecto aspectoss parecem contribuir para essa não preocupação, principalmente quando comparamos o professor a outros profissionais da voz: não se tem t em “model “mod elos” os” ou não n ão se tem uma “cultura” “cultura” como acontece acont ece entre ent re os locutores locuto res (a (a maior maioria ia menciona menciona que se insp inspira ira em locutores locuto res famosos famosos como Cid Cid Moreira, ou Sérgio gio Chapell Ch apellin) in) ou entr entree os atores ato res (mesmo aqueles aqueles que não têm formação formação especí específica fica,, falam falam da imp impor ortân tânci ciaa de se cuidar cuidar da voz, e as as vezes vezes usam usam um determinado determinado pro procedi cediment mento o menmencion cionado ado por por um artista famoso.

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Quando falamos em condições de produção vocal estamos nos referindo referindo a todo to doss os aspectos aspectos que contribuem cont ribuem para que um profess pro fessor or faça faça uso de uma voz diferent diferentee de outro. out ro. Essa E ssass diferenças diferenças podem pod em ser orgânica orgânicass (estrut (estruturas uras anatômic anatômicas as de tamanho, tamanho, forma e massa diferentes, ou funcifuncionamento on amento diverso) diverso) ou ou psi psicossocia cossociais is (int (interferência erferência de fatores fatores determinados na relaç relação ão com o outr o utro). o). Até mesmo a série série para qual o pro p rofessor fessor lecion lecionaa pode pod e determinar determinar mudança mud ançass em seu comportamento compo rtamento vocal vocal. ProPro fessores da pré-escola, pré-escola, por exemplo, fazem fazem uso não não somensomente de de voz falada falada mas também também cantada e em intensidade intensidade alt alta, muitas vezes vezes ao ar livre, livre, em contexto contexto de perig perigo o com relaçã relação o às cria crianças nças (al (alun unos os no no escorreg escorr egador, ador, por por ex exemplo). emplo). Por ouo utro lado, um profess pro fessor or de de curso de pós-graduaçã pós-graduação o pod p odee ter um número menor de aluno alunoss em cla classe sse,, porém porém seu seu comprocompromisso misso com a pesquisa pesquisa,, com a pro p rodução dução científi científica ca,, dele e de seus alunos pode determinar situações, embora diferente da anteriormente citada, mas da mesma maneira estressante. Várias Várias são são as subcla subclassifi ssificações cações de pro professo fessores. res. Além Além dos do s de pré-e pr é-escola scolass citado citados, s, há os que estarão junto junt o a aluno alunoss de prime pr imeira ira a quarta série série e que port po rtanto anto ficam ficam com uma mesma class classee maior maior número número de de horas horas por por dia dia,, e leci lecion onando ando um maior maior nú número mero de dis disci cipli plinas; nas; os de quint q uintaa a oitava série sériess e os de Ensino E nsino Médio Médio (ant (antiigo II II Grau) G rau),, que con constantement stantementee se revezam entre entre as classes, classes, embora embora lecionem lecionem uma mesma disciplina. ciplina. Além Além disso estes últimos têm t êm como interlocutor interlocut ores es adolescent adolescentes, es, que por por característic características as própr pró pria iass à idade, estão em constante constant e atitud atitudee de enfrentamento enfrentamento com com os mais mais vel velho hos. s. O s de Ensi Ensino no Superior podem podem ter pela pela frent frentee int interl erlocuto ocutores res mais interessados, porém as classes grandes são fatores estressant estressantes. es. O utros utros tipos tipo s são são de cursos preparatórios preparatórios (ves(vestibula tibular, r, supletivo, concurso concurso etc.) etc.) com a missão missão de em pou pouco co 76

tempo temp o (e geral geralment mentee o mais mais lúdico possível p ossível)) passarem o máxi máximo de de conteúdo. conteúdo. Algumas Algumas disciplinas disciplinas podem pod em também também determinar determinar um uso diferenciado diferenciado de d e voz. Estamos E stamos faland falando o das aulas aulas de EducaE ducação ção Física Física,, dadas em pátios abert abertos os ou o u ginási ginásios os de d e esporte, esporte, que requerem requerem maior maior pro projjeção eção por po r parte p arte do professor p rofessor para p ara ser entendido; entendido; ou as de Músi Música ca quando o pro p rofessor fessor preci pr ecisa sa cant cantar, ar, muitas muitas vezes de forma forma mais mais intensa intensa do que a habitual habitual para “prender” “prender” a atenção atenção dos dos aluno alunos. s. Às Às vezes vezes um professor professor de disc discipli iplina na bási b ásica ca (po (port rtuguês, uguês, mat matemática etc.) pode po de desenvolver senvolver formas fo rmas de chamar chamar a atenção dos do s aluno alunoss que popo dem agredir agredir o trato t rato vocal. vocal. Certa Certa vez aten atendi di uma professora professora de Matemát Matemátic icaa que ao falar falar “vamos fazer o pr prob oble lema” ma” usava um ataque brusco e uma voz intensa na última palavra que certament certamentee contr contribuía ibuía para sua alteração alteração vocal, até mesmo porque era uma expressão usada várias vezes durante o dia. O número de al alunos em cl classe asse e/ ou o comportame compo rtament nto o deles deles na na mesma, mesma, também po podem dem determinar determinar dificul dificuldades dades no uso vocal, vocal, assim assim como o tamanho da class classe, e, as as condições condições de acústica, acústica, limp limpeza eza entre entre out outro ross aspectos. aspectos. A locali localizaçã zação o da clasclasse também é um aspecto a ser releva relevado do para entender entender as condições de produção vocal dos professores, em função do ruído (ant (anteri eriorm ormente ente referido referido)) e da umidade. umidade. O relac relaciion onaamento do professor p rofessor não somente com seus alun alunos, os, mas com seus cole co lega gass e superiores superiores também também é aspecto impo important rtantee para se con conhecer. hecer. N o cont co ntex exto to famil familiar iar o estabeleci estabeleciment mento o de d e relações relações de afeto e a garant garantia ia de situações de lazer lazer podem po dem ser fatores fato res que minimizem os problemas encontrados no contexto profissional. N a verdade, verdade, na quase total tot alida idade, de, o professor p rofessor é um prop rofissional fissional ideal idealis ista, ta, por porém ém sofredo sofredor. r. 77

As principais queixas queixas coment comen tadas nas pesquisas pesquisas acima acima referidas feridas e rea r eali lizadas zadas com dife d iferent rentes es categor categoria iass de de pro professofessores são irritação na garganta, rouquidão, cansaço ao falar, pigarro, voz fraca e perda de voz. Um aspecto aspecto muito import importante ante e até facil facilita itado dorr para para o enentendi tendimento mento d dee todas todas as questõ questões es aqui aqui apr aprese esent ntada adass é o poupo uco reconh reconheci eciment mento o dado dado a esses profissi profission onai ais. s. Sal Salários ários cada cada vez mais mais baixos, baixos, aument aumento o de carga carga horária ho rária po porr questão questão de de sobrevi sob revivênci vência, a, necessidade necessidade de d e recicla reciclage gem m const co nstant ante, e, correcorr eção e preparação preparação de aulas aulas em período períodoss que deveriam ser atr atriibuídos buídos ao ao lazer, lazer, dific dificuldade uldade para con contr trolar olar o compor comportamentamento dos alunos, que chegam cada vez mais indisciplinados, pelo fato da família sentir dificuldade em educá-los, deixando essa tarefa por po r conta con ta da escola, escola, são alguns alguns aspectos que qu e podepod emos levantar levantar para para servi servirr de de pano de fundo fundo para um conheci conheci-mento mai mais apro aprofundado fundado sobre sobre o profess professor. or. O utro aspecto aspecto que merece merece destaque destaque é o fato de d e que po porr exiistir um grand ex grandee número de professores pr ofessores que fazem fazem parte part e da rede pública de ensino, licenças, afastamentos e readaptações em decor decorrência rência de problema pro blemass vocais vocais são freqüentes. qüen tes. Sem Sem have haverr nexo n exo causal causal que compro comp rove ve a alteraçã alteração o vocal em função da profissão, muitos casos nem sempre são regi registrados strado s pelos médicos médicos como tal. tal. Portant Por tanto, o, como deve proce pro ceder der o médico médico e/ ou fonoaudi fon oaudiólog ólogo, o, na função função de peri peri-tos, to s, junt junto o a esses esses casos? casos? N os últimos anos ano s temos temos discutido discutido essas questões questões em seminár seminários ios específicos (Seminário (Seminário de de Voz Voz:: a disfonia disfonia como como do doença ença ocupaci ocup acion onal al,, 1997 e 1998) 1998),, e percepercebemos bemos a comp comple lexi xidade dade do assun assunto to,, pela multifato multifatorieda riedade de que pode po de determi determinar nar os o s prob proble lemas mas vocai vocais. Depois de um leva levant ntame ament nto od dee al alguns pon ponto toss que considero import mportante ante discutir, va vamos mos ao objetiv objetivo o deste deste art artig igo o que que

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é dar subsídi sub sídios os para p ara uma at atuação uação fo fono noaudiológi audiológica ca mais mais efeefetiva junto a profess professores. ores. D eixa eixarei rei de lado lado as questões questões relaci relacion onadas adas ao ao con contexto texto clíclínico-terapêutico, nico-terapêutico, pois po is estas estas são mais mais freqüentes freqüent es na literatuliteratura. Tentarei Tent arei aqui ex expo porr alguns alguns aspectos aspecto s que consi con sidero dero import po rtante ante dis discutir cutir quando quando se fala fala em em ações ações coletivas coletivas e de propro moção de de saúde saúde vocal junto unt o a profess professor ores. es. Lembro que essa atuação se constitui num desafio para nós, nó s, fonoaudi fono audiólogos, ólogos, acostu acostumados mados ao aten atendimento dimento indiviindividuali dualizado, zado, carac característi terístico co da da prática cl clínica ínica.. E n ten end der o gru gru-po como tal t al,, e não como uma soma de ind indiv ivíduos íduos que serão atendidos atendido s um a um, sem sem dúvida no noss conduz cond uz a um novo no vo aprendizado. aprendizado. A pr primei imeira ra referênci referênciaa na literatu literatura ra (Pinto & Furck) Furck) con con-clui clui que os pro professores fessores que fizeram fizeram parte do Pro P roje jeto to Saúde Vocal Vocal no ano de 1985, 1985, desenvo desenvollvido vido junto unt o a pro profess fessor ores es da prefei pr efeitu tura ra do muni município cípio de de São São Paul Paulo, o, não não pro procuraram curaram a clí clí-nica otor ot orrino rinola laringológi ringológica ca no ano seguint seguintee para solicitar solicitar licença por pr prob oble lemas mas vocai vocais. s. Dessa Dessa forma, forma, as as autoras autoras incenincentivam os fono fonoaudiólogos audiólogos a incrementarem incrementarem a atuação preventiva, iva, prevista prevista em lei lei que regula regulament mentou ou no nossa ssa profissã profissão. o. Porém, Porém, durante durante esses quase quinze quinze anos, anos, apesar apesar de certamente o número de intervenções prevent preventiiva vass ter aumentado, poucas são detalhadas na literatura (Louro) para que possa inspirar mais fonoaudiólogos. Habitualment abitualmentee esse esse trabal trabalho ho po pode de ser reali realizado zado por por meio de pal palestras, estras, oficinas oficinas ou cursos. O que determi determina na a diferença entre entr e cada cada uma dessa dessass formas de trabalho trabalho é o tempo t empo que noss é dado e o número mínimo no mínimo possí p ossíve vell de pessoas pessoas para se trabal trabalhar. har. Um conjunt con junto o dessa dessass formas formas (po (porr exemplo, inici iniciar ar com uma uma palestra palestra que pod poderá erá mobil mob iliza izarr as pessoas int intereseres-

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sadas a partic participarem iparem de ofic oficinas inas ou cursos) cursos) também tem tem sido sido um método método interessant interessantee de trabalho trabalho.. Q ualquer ualquer que que seja seja a forma forma escolhida escolhida os objetivos o bjetivos a serem abordados são: ? entender enten der a anatomia anato mia e fisiologia fisiologia do trato t rato

vocal, sob a influência influência

de fatores fato res orgâni o rgânicos cos e psicossociais; psicossociais; ? desenvolver a percepção percepção dos do s gestos gestos vocai vo caiss e corporais corpo rais na propro dução vocal vocal e do contex cont exto to onde o professor está inserido; inserido; executar estratégias estratégias para prevenir p revenir prob pr oblema lemass vocais, destacando destacando ? executar a importância do aquecimento e desaquecimento vocal.

Conhecer Con hecer o grupo grup o com co m o qual qu al se vai vai trabalhar, trabalhar, por po r meio de observ ob servaç ações ões de diferentes diferentes profess pro fessores, ores, podendo pod endo quando po possí ssível vel realiza realizarr um u m registr registro o áudio ou o u vídeo gravado gravado,, pode po de dar ao fono fo noaudi audiólog ólogo o melho melhores res condições para para organizar ga nizar atividades atividades mais direcio direcio nad nadas as àquele àquele grup grupo o e por p or-tanto mais efetivas. O contato cont ato inici inicial entre os o s participantes participantes pode pode se constitui constituirr em ativida atividade de ond ondee os parâ p arâmetro metross vocais vocais podem, po dem, desde esse momento momento,, ser destacado destacados. s. Pedir para se apr aprese esent ntarem arem fala falanndo os nomes nomes de diversas diversas formas, ou pedir p edir para um participarticipante pante ir ir ao centro com olhos fechados, enquant enquanto oo oss demai demais chamam-no chamam-no fazendo fazendo uso de diferent diferentes es parâmetro parâmetros, s, ou sugesugerir que façam façam a apresentação explici explicitand tando o o po porquê rquê cada participante está fazendo aquele trabalho, ou simular um momento da atividade profissional (dar aula de um determinado assunto, assunto, por por ex exemplo), emplo), ou aind aindaa criar criar situ situaç ações ões para para perceber a int interferência erferência do doss aspectos psicossociais psicossociais comb combiinadas com com algumas algumas pessoas pessoas do grupo (g (grup rupo o tod t odo o convercon versando sando,, ou sem olhar olhar para o int interl erlocuto ocutor, r, ou perguntando

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constantemen constan temente, te, são algumas algumas da sugestõ sugestões) es),, podem podem ser algualgumas das possibili possibilidades. dades. N o momento mo mento em que passaremos passaremos alg algumas info informações rmações para que os partici p articipant pantes es possa po ssam m entender ent ender a anato anatomia mia e fisiologia da fonação, o uso de estratégias para percepção doss pro do processos cessos de respiração, respiração, fon fonaçã ação o e articulação, articulação, auxil auxilia ia-doss por do por um espelho e um grava gravado dorr podem po dem ser estr estratég atégia iass important importantes. es. Situações onde onde tenham tenham que fala falarr sem mover os lábios, lábios, ou com a respiração respiração trava travada, da, ou com com as mãos mãos no n o pesp escoço etc. etc. podem podem ser alg algun unss dos exemplos. Solicitar que desenhem, individualmente ou em grupo, como como imagi imagin nam que a voz voz se pro processa cessa e em seguida seguida auxili auxiliar ar essa compreensão pormenorizando o material gráfico ou fazend fazendo o uso de d e dobraduras dob raduras de como a voz se pro produz, duz, ou ainda mostrando imagens em atlas, transparências, slides ou vídeos vídeos (sugeri (sugerimos mos o vídeo vídeo O som nosso, n osso, 1998) 1998) podem pod em ser interessantes. Para desenvolver a percepção auditiva e visual das condições de d e prod pr odução ução vocal vo cal sugerimo sugerimoss a análise análise de gravaç gravações ões (áudio/ (áudio/ vídeo) vídeo) de situações situações vive vivencia nciadas das por diferent diferentes es propro fessores ou que se elabore elabore gravações gravações dos do s próp p róprios rios partic part iciipantes, pantes, durante a ativi atividade dade docente. docent e. N esse momento moment o aos poucos poucos destacaría destacaríamos mos os diferentes parâmetros parâmetro s vocais vocais e contex cont exto toss de uso e levarí levaríamos amos o grupo grup o a uma análi análise se de alguns alguns partic part icipant ipantes es (ou (ou d dee todo todos, s, no caso de o tempo temp o assim assim permitir). Em algun algunss casos casos apresentar apresent ar vozes mais mais alteradas alteradas (com (com ro rouquidão, uquidão, sopro soprosi sidade dade etc.) pode pode facilitar a autopercepção por parte do professor. Na verdade quanto mais próximo ao cotidiano dos participantes, melho melhores res condições estes estes terão de de entender entender o que se quer. A questão da saúde vocal deve ser abordada abord ada de forma form a que o professor professor perceba p erceba que cada cada um dos aspecto aspectoss tratados tratados 81

deve ser ser compreendido, no no senti sentido de entendê-l entendê-lo o como como alg algo possív po ssível el de contr contribuir ibuir para uma alter alteraçã ação o vocal vocal,, mas que nem sempre isso isso acon acontece. tece. Di D iferenças na relaç relação ão dos do s aspectos e cada cada um dos do s sujei sujeito toss podem po dem determinar ou não. Assi Assim um profess pro fessor or que é alérg alérgic ico o certament certamentee terá muito mais mais prob proble le-mas com com o giz do que outro out ro que não seja. seja. N a verdade verdade cada cada um dos do s aspecto aspectos, s, mais mais do que proibidos, proibidos, devem ser ser compreendi preendido dos. s. O primeiro primeiro pas p asso so pode po de ser ser o leva levant ntame ament nto o do que faz a voz voz melhorar melhorar e o que a faz piorar (podemo (podemoss dividir dividir em doi do is grupos on onde de cada um fica ficará rá responsáv respon sável el por uma das questões) questõ es).. Na N a maior maioria ia das vezes vezes as pessoas têm menor men or dificuldade para responder a última questão. D iscutir um a um do que foi foi leva levant ntado ado ou ou apresentar um vídeo vídeo preparado p reparado especialme especialment ntee para esse esse tipo de atividade, atividade, traze trazerr recortes recort es de jornal e/ ou revista revista que fale falem m sobre sobr e o asassunto sunto o ou u aind aindaa proceder proceder à leitur eituraa de uma folha folha do Bloco Bloco de Saúde Vocal; Vocal; quan quando do o trab t rabal alho ho é realiza realizado do em mais mais de um dia, dia, pode-se po de-se distribuir distribuir uma folha do bloco para cada cada partiparticipant cipantee (ao (ao final do encontr encon tro o anterior) anterior) que fará fará a lei leitu tura ra em casa casa e trará trará as dúvidas dúvidas e/ ou marcará quais quais os aspectos aspecto s que parecem estar interferind int erferindo o em sua voz, material a ser ser disc discuutido após ou durante a apresentação do vídeo), são algumas das estratégi estr atégias as possí po ssívei veiss de de serem colocadas colocadas em prática pr ática.. Folheto Folhetos, s, lembret lembretes es ou magnetos magnetos para serem afix afixados ados em lugares lugares que auxil auxilie iem m a lembr lembrança ança por parte part e do pr professo ofessorr podem po dem ser ser elaborado elaboradoss até até mesmo pelo pelo próp próprio rio grup grupo. o. N este material, material, inf infor ormações mações sobre sob re prática pr áticass a serem serem incorporadas corp oradas no dia-a dia-a-dia -dia do pro profess fessor or certament certamentee o ajudaajudarão. Das D as que vamos vamos sugeri sugerirr é important mpo rtantee perceber aquela aquela que é mai maiss efetiva efetiva:: ?

beber bastante água enquanto estiver falando, em temperatura ambiente, durante o dia, de preferênci pr eferênciaa em pequenos goles goles porpor 82

que em cada um deles a laringe estará se relaxando; preo cupar-se em manter mant er uma aliment alimentaçã açãoo equil equ ilibrada, ibrada, sem gran? preocupar-se de número de horas ho ras em jejum, jejum, mastiga mastigando ndo bem cada alimento alimento a ser digerido; ? ao sentir necessidade de tossir ou pigarrear, evitar isto bebendo água ou deglutindo algumas vezes; ? fazer gargarejo suave, com água morna e uma pitadinha de sal, pois isto ajudará na hidratação da região da garganta; ? aproveitar ao despertar ou mesmo durante o dia, para bocejar e espreguiçar, ações que podem diminuir a tensão da região do pescoço pescoço e dos ombros; omb ros; ? aproveitar a hora do banho para fazer alguns exercícios. movimentando os o s ombros e o pesc p escoço oço sob a água água morna, transformando isso em um momento de relaxamento; ? ficar atento para os ruídos da sala tais como os de ventilador, retroprojetor retroprojetor ou proj pro jetor de slides, ou mesmo dos alunos. Procurar não competir com o ruído externo e usar microfone se necessário; lembrar que qu e falar falar seguidame seguidamente nte durante muito tempo t empo pode pod e levar levar ? lembrar a uma fadiga muscular; alternar assim períodos de explanação com outras atividades; ? prestar atenção na forma como apaga a lousa; evitando movimentos bruscos e de limpeza do apagador, principalmente os alérgicos; às vezes um perfex ligeiramente úmido pode resolver esse problema; explorar os recursos r ecursos fônicos e corporai corpo raiss na tentativ tent ativaa de encontrar encont rar ? explorar formas de garantir a atenção dos alunos ? enquanto estiver falando, manter a postura de corpo ereta, no eixo, eixo, porém p orém relaxada, relaxada, principalmente principalment e a cabeça; ? sono regular, momentos de lazer e atividades físicas adequadas também contribuem para uma boa produção vocal. 83

Muitas das estratégias terapêuticas utilizadas com sujeitos disfôn disfônic icos os podem p odem ser apresentadas aos aos professores professores como a possi po ssibili bilidade dade de executá-l executá-las as no moment momento o de de aqueci aqueciment mento oe desaqueci desaqueciment mento o vo voca cal. l. Podemos Podemos sugerir sugerir entre ent re outr outras as estraestratégias tégias de aquecimento aqueciment o vocal vo cal:: alon alonga gament mentos os de d e anel or oral al e cervical (pescoço, ombros e braços) acompanhados de práticas respiratórias; exercícios de vibração de língua ou lábios com escala escalass ascend ascendent entes es e descendent descendentes; es; mastigaçã mastigação o do ar com e sem sono so norizaç rização, ão, com movi mo viment mentaçã ação o exagerada exagerada da musculatu musculatura ra da face; face; bo bocej cejar/ ar/ espreguiçar espreguiçar com emissão emissão de voga vogais is associada associada ao moment momento o da expiração; emissã emissão o exaexagerada rada da dass vog ogaais / i/ é/ ê/ a/ ó/ ô/ u/ ; combi ombina naççõe õess de síla sílabas bas envolv envolvend endo o diferentes diferentes zonas zon as de articulaçã articulação; o; combicombinação nação de sons nasai nasais realizados realizado s em voz vo z salmodiada salmo diada (po (p o r exemplo “manamanama” & família); abrir e fechar a boca sem parar duran d urantt e um tempo, temp o, com co m língua língua relaxa relaxada; da; exercícios de respiração com expiração em forma de fricativas surdas surdas ou sono so noras; ras; rotaçã rot ação o de língua língua dentr den tro o da boca b oca e lábios fechados; fechado s; exercíc exercícios ios combinando combinando con consoant soantes es e vogai vogaiss (caracaracara-c (caracaracara-cra, ra, calacal calacalaca acala la-cla -cla), ), entre entre out o utro ros. s. Na N a verdade, a apresentação deve contemplar práticas, isoladas ou combinadas combinadas,, de fonação, fonação, respiração respiração e articulaçã articulação. o. No N o dia-adia-adia cabe a cada cada professor pro fessor perceber, perceber, do elenco elenco apresentado, apresent ado, quais são são os o s exercíci exercícios os que que darão a ele melho melhores res condições con dições de manter manter sua voz em dia. dia. Algumas Algumas dessas dessas prática pr áticass podem po dem ser util ut iliza izadas das no momo mento do desaquec desaqueciimento (como por p or ex exempl emplo o o bo boce ce- jo/  jo/ espreguiça espreguiçarr ou o u a vibr vibraç ação ão de língua língua ou lábios lábios em escala calass desce d escend ndent entes) es) Ao final do pr processo ocesso uma avali avaliaçã ação o do do trabalho t rabalho realizarealizado junto unto ao grupo grupo,, partindo de de um leva levant ntam amento ento dos aspecaspectos to s posi po sitivos tivos e negativos, negativos, seg segund undo o os partic p articiipantes, pant es, pode 84

auxiliar auxi liar o fon fonoaudiólog oaudiólogo o na reelaboraçã reelaboração o de futuro fut uross trabatrabalhos, com com o mesmo grupo, ou com outros. out ros. O ideal ideal seria seria o acomp acompanhament anhamento o de nossa n ossa parte para que possamos entender entend er até até que ponto pon to o que foi apresenapresentado se constituiu const ituiu em info informações rmações sobre sob re uma pr prod odução ução vocal ideal ou con conduziu duziu a uma transfor tr ansformaç mação ão dos do s propro fessor fessores es envolvi envolvido dos, s, com a atenção atenção constantement const antementee voltada para a sua performance. Ao final, final, seria seria impo import rtante ante alert alertar ar o fon fonoaudiólog oaudiólogo o para o fato de que perceber a necessi necessidade dade do professor p rofessor rece r ece-ber uma orientação orientação no n o momento mo mento de sua formação formação não n ão é recente. recent e. Em E m trabal t rabalho ho desenvolvido desenvolvido por Thomé e Souza sobre sobre os cuidados com a voz desde desde o início início do século século se tem conheci con heciment mento o de d e que, ant antes es mesmo mesmo de Pinto P into & Furck, ao ao final da década de 30, Bueno Bueno elabo elabora ra um manual manual com obsero bservações vações e prática p ráticass vocais vocais para uso em, chamadas na época, épo ca, Escolas Normais. A lut lutaa pela frente frent e parece p arece ser ser ainda árdua. árdu a... .. Conseguir Conseguir mobil mob iliza izarr os o s que deve d everia riam m ser os o s maior maiores es int interessa eressado doss – os pro p rofessores fessores – e as aut autor oridades idades envo envolv lvidas idas com as questões tõ es da Saúde Saúde e Educaçã E ducação, o, parec p arecee ser a nossa no ssa principal principal meta. Na N a verdade, até mesmo uma u ma aval avalia iação ção acompanh acomp anhaada de orientação, orientação, no momento mo mento da admis admissã são o do d o profesp rofessor, não n ão com o sentido de impedir seu exercí exercíci cio o pro p rofis fissi si-onal on al (mesmo (mesmo por p orque que não n ão temos t emos aind aindaa claro claro quai qu aiss são as alterações alterações que determinari d eterminariam am tal impediment impedimento) o) ou o u uma assessoria assessoria durante duran te o exercíc exercício io profissi pr ofission onal al po poderiam deriam se consti const ituir em outr o utras as estratég estratégia iass para dar ao pro profess fessor or melhores condições de trabalho.

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CAPÍTULO 6 E SCOLAS COLAS D E E D UCA UCAÇÃO ÇÃO INFA IN FAN N TIL: UMA PROPOSTA DE ATUAÇÃO EDUCATIVA COM PROFESSORES, COM ENFOQUE NA AUDIÇÃO  L uciana uciana T avare avaress S ebastião bastião

Nos últimos ano anos, s, pud pudemos emos observa observarr um cresci crescimento mento do núnúmero de fono fonoaudi audiólogos ólogos atuando em inst instiituições educaci educacion onai ais. s. E xemplo disso é o fato fato de que, na década passada, passada, a liteliteratura nac n aciion onal al sobre sob re o assunto assunt o era bastante bastant e escass escassa, a, o que não ocorre o corre mais mais nos nos dias dias de hoje. hoje. O utro utro ex exemplo emplo diz respeirespeito ao fato de o Conselho Conselho Reg Regional de Fon F onoaudiol oaudiologi ogia, a, 2 Regi Região, ão, ter publi pub lica cado do,, nos jornai jorn aiss de março/ março/ abril e maio/  maio/   junho do corrente corrent e ano, relatos relatos de profiss p rofissiion onai aiss que atuam em instituições educac educacionais ionais,, dado que indica o aumento de profissi pr ofission onai aiss envolv envolvidos idos na n a área. área. Segundo Ferreira, a inserção do fonoaudiólogo na escola teve iníci início on naa década década de 70, momento em que apenas ocorreu a substit substituição uição da clínica clínica pela escola, uma vez que o atenatendimento dimento clínico, clínico, antes antes reali realizado zado em consultó consultório, rio, passou a ser realizado na escola. Somente na década de 80 é que se iniciou ciou uma busca de mudanças mudanças nas práticas fonoaudiológi fono audiológicas cas na educação, educação, em decorrência decor rência das mudanças mud anças ocorridas ocorr idas no contexto sócio-político do país. a

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Atualmente, a prática fonoaudiológica em instituições educacionais volta-se para a realiza realização ção de trab t rabal alho hoss com enfoque preventivo. Amorim, já no início início da da década de 80, chamo chamou u a atenção atenção para a importância da participação do fonoaudiólogo em ações ações educativas, educativas, como po podemo demoss observa ob servarr a seguir: seguir: ...tent ...tentamos amos sacudi sacudirr o fon fonoaudiólog oaudiólogo o que qu e dorme dor me em seu castelo “fonoaudioterapêutico”, chamando-o para uma responsabili respo nsabilidade dade que, freqüentemen freqüen temente, te, ele ele não tem, respon responsabil sabilida idade de essa que é a de assumir assumir também também o seu papel p apel de educador con consci scient entee e atuant atuantee em seu seu próprio pró prio campo. (p. 103) 103) D e acordo acordo com o Parecer sobre a atuação do fonoaudiólogo nas escolas, publicado no jornal do Conselho Regional de Fono Fonoaudi audiologi ologia, a, 2 Regiã Região, o, número número 6, de dezembro dezembro de de 1994, 1994, a

os profissionais que atuam nas escolas têm a função educacional e não terapêutica. [...] [.. .] A esco scola deve se preo preocup upar, ar, ante ant es de reabil reabilit itar, ar, em pre preve veni nir. r. Portan P ortantto, o  papel do fonoaudiólogo na escola, seria o da atuação preventiva... (p. 3)

N esse esse sentido, grande parte part e das inst instiituições formadoras formador as de fono fo noaudi audiólogos ólogos já int intro roduziu, duziu, em seus currículos, currículos, di d iscisciplinas e estágios estágios que têm como co mo objetivo o bjetivo a formaçã formação o de de um profissi pr ofission onal al capacitado capacitado para atuar de forma for ma preventiv prevent iva. a. D entre entre as estratég estratégia iass de prevenção em Fo Fono noaudiologi audiologia, a, a educação educação púb p úbli lica ca,, que segun segundo do Andrade, refere-se à: ...educação das comunidades para que tenham um conhecime con heciment nto o ge geral ral sobre as estratégias estratégias preventiv prevent ivas, as, para que venham a se motivar e atuar como promot pro motores ores e mantenedores mantenedo res da boa saúde... saúde... (p. (p. 122) 122)

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A proposta prop osta de traba tr aballho que será será apresentada apresentada no prese p resent ntee capítulo visa contemplar a atuação preventiva do fonoaudiólogo fon oaudiólogo no no sentido da educação educação públi pública ca descrita descrita aciacima. Esse trabal trabalho ho enfocará a saúde saúde auditiva auditiva do aluno aluno de escolas de educação infantil infant il e será direcion direcionado ado para a atuação com pro professores, fessores, dada a importân importânci ciaa desse pr profissi ofission onal al para a promo promoçã ção o e pro proteção teção da saúde auditiva auditiva da criança criança sob sua responsabilidade educacional. A necessi necessidade dade desse trabal trab alho ho encontr encon traa respaldo respaldo na afirafirmação mação de d e Bevi Bevila lacqua, cqua, quando apo apont ntou ou para a impo import rtânci ânciaa da atuação atuação dos do s fonoaudiól fon oaudiólogos ogos junto à Educaç E ducação ão ao afirafirmar que: Uma das relações da da Aud Audiologia iologia com a Edu E ducaçã cação o [...] é [... [...]] trazer subsídios subsídios ao pr professor ofessor e aos educadores de uma maneira geral geral p ara considerar consider ar que em suas classes classes podem podem existir existir crianças com uma uma perda perda auditiva condut con dutiv ivaa ou com perda perda auditiva auditiva neuro-sensoria neuro-sensoriall leve leve,, ou moderada, ou com alterações perceptivas auditivas, e esses problemas muitas vezes não são detectados levando até algumas crianças a abandon abandonarem arem a escola. escola. (p. 6) Somente tendo t endo conh conhec eciimentos mento s sobre os o s diferentes diferentes tipos e graus de perdas perdas audit auditiv ivas as é que o pro p rofessor fessor pod p oderá erá auxil auxilia iarr na identifi ident ificaç cação ão de alun alunos os com com prob pr oble lemas mas auditivos. auditivos. Cabe, então, ao fon fonoaudiól oaudiólogo ogo atuante atuant e em instituições instituições educaci educacionais, realizar atividades que permitam a construção desses conhecimentos pelo professor. Spr prenger enger e col. em em documen documento to pu public blicado ado pel p elaa Secretaria Secretaria de Estado E stado da Educaçã E ducação o (São (São Paul P aulo, o, 1985), 1985), afirmaram afirmaram que  perdas auditivas leves e moderadas, por serem menos evidentes, podem não ser 

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detectadas pela família e a criança, ao entrar na escola, passa a apresentar  dificuldades em seu desempenho acadêmico .

Bevil Bevilacqua acqua realizou realizou um levant levantament amento o de d e dados sobr so bree alt alt erações auditivas em 240 aluno alunoss da primei p rimeira ra série do primeiro grau e ob o b servou servo u que, q ue, no n o mínimo, 10% 10% da dass cria rianças ças estudadas estu dadas apresentava apresent avam m alterações relaci relacion onadas adas ao ao rebaixament baixamento o do limia limiarr auditivo auditivo e à discriminação discriminação auditiva aud itiva.. Para realiz realizar ar esse estudo, estudo, a autora, autora, afirmou afirmou ter t er como pr pressuessuposto po sto o fato de que uma al alteração teração auditiva auditiva pode pode funcion funcionar ar como um do doss fatores que contribuem cont ribuem para a repetência e evasão evasão escolar. A identificação de alterações auditivas pelo professor requer con conheci hecimento mentoss relac relaciion onados ados ao ao assunt assunto. o. Ent E ntretanto retanto,, esses esses con conheci hecimento mentoss não são oferecido oferecidoss nos nos cursos de formação mação de pro p rofess fessores, ores, exceto exceto quando quando se trata da formaç fo rmação ão de professores pro fessores para atu atuar ar na Educaç Educação ão Especi E special al.. D essa forma, forma, é bastante bastant e prová pro vável vel que crianças crianças com pro pro-blemas blemas auditiv auditivos os dec decorr orrentes entes ou ou não não de prob probllemas emas otológi otológicos cos como, por exemplo, a otite média, não vêm tendo suas dificuldades auditivas identificadas pelo professor. N os Estados E stados Unidos foi fo i real realiz izado ado um estudo com 184 prof pr ofessor essores es de classes classes regulares regulares de ensino ensino e de classes classes especiai ciaiss para defici deficient entes es auditivos. auditivos. Esse Esse estud estudo o mostr mostrou ou que que os partici participantes não tinham muito muitoss conhec conh eciimentos mento s sobre sobr e a Deficiência Auditiva e consideravam tal conhecimento import po rtante ante para p ara pr professor ofessores es de class classes es regula regulares res que tenham ten ham deficientes auditivos em suas salas de aula. Dentre as informações mações consideradas co nsideradas releva relevant ntes es pelos partici p articipant pantes es desse estudo, estudo , podemos po demos citar: citar: a) a) tipos tipos e característi característica cass das perdas perdas auditivas; b) efeito da perda auditiva no desenvolvimento da fala e linguag linguagem em da cria criança nça e c) efeitos efeitos da perd perdaa auditiva no desempenho acadêm acadêmic ico. o. 92

Real Realiz izei ei dois trabalhos com co m pro p rofessores fessores do atual ensino ensino fundament fun damental al e de educação educação infan infantil, til, ob observa servand ndo o qu quee os conheci nh eciment mentos os desses profi pro fissi ssion onai aiss sobre sob re aspectos relac relacionaionados à audição e às suas alterações são escassos. Observei, também, também, que esses esses con conhecimento hecimentoss não são ofereci oferecido doss a esses profissi profission onai aiss em seus seus cursos de formação. formação. D iant iantee dos dos trabal trabalho hoss e afirmações afirmações acima acima descrito descritos, s, acreacredito ser de grand grandee imp impor ortân tânci ciaa a realiza realização ção de um trabal tr abalho ho educativo educativo com pro p rofessores fessores que abo aborde rde a questão da saúde saúde auditiva do escolar e pré-escolar. Esse trabalho justifica-se não só em função do tempo t empo que os educandos passam passam sob seus cuidados durant durantee sua permanênci permanênciaa na escola, escola, mas mas também pel p elo o import impo rtante ante papel que estes estes profiss pr ofissionai ionaiss podem po dem desempenhar desempen har na n a prevenção, ident identifi ificaç cação ão e nos no s cuidado cuidadoss adequado adequadoss frente frent e aos aos di distúrbios stúrbios da audição. audição. A otite média é um aspecto aspecto que deve ser enfatizado enfatizado no trabal tr abalho ho com pro p rofessores, fessores, especia especialme lment ntee com aqueles aqueles que trabalham na educação infantil infant il,, uma vez vez que a ocorrên corrênci ciaa dessa doença doença nesta nest a faixa faixa etária é bastante astant e elevada. elevada. N o Brasi Brasil, l, Hubig Hub ig (p.56) (p.56) estudou estudo u a preva p revallência de otite o tite média em popu po pula lação ção inst institucion itucional aliza izada da de creche e obserobser vou que elevados níveis dessa patologia foram verificados em tod todas as as as faixas faixas etárias estudadas estud adas (0 (0 a 7 ano anos). s). A autora auto ra criançças te t estadas stadas demonst demonstraram raram perma permanec neceer gran grande de parte parte de concluiu que as crian sua infância com problemas auditivos graves que comprometem sua audição. Além Além da necessidade de se enfatiza enfat izarr aspectos aspect os rela relacionacionadoss à otite do ot ite média média em em função função de sua oco ocorrên rrênci ciaa freqüente, freqüent e, a literatur literaturaa mostra que essa essa do doença, ença, quando recorrente, recorrente, pode pode levar levar a dificuldades dificuldades no n o desenvolvimento desen volvimento da linguagem linguagem e, conseqüentement con seqüentemente, e, a dificul dificuldades dades no desempenho desempenho acadêmi acadêmi-co da criança.

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Em outr outraa ocasiã ocasião, o, realiz realizei ei um estudo estudo com com aluno alunoss do ensino de prime pr imeiro iro grau, grau, com e sem histó história ria de retenção retenção escolar, lar, visand visando o avali avaliar ar a audição audição e o passado otológi ot ológico co desses escola escolares. res. Os dados obt o btiidos nesse estudo estudo mostrara mostr aram m que alunos com história de retenção escolar haviam experiencia ex perienciado do episódios de dor do r de ouvi ouvido do com freqüênci freqüên ciaa signi signific ficativ ativame ament ntee mai maior que os aluno alunoss do out o utro ro grup rupo. o. Os Os resultados resultado s desse est estudo sugeriram sugeriram a necessidade de um melhor acompanhamento da saúde auditiva na criança, já que alter alterações ações otológic ot ológicas as e auditivas auditivas parecem parecem estar rel relaci acion onadas adas com dificuldades dificuldades escola escolares. res. O s prob probllemas emas de orel orelha ha média são são pas passí sívei veiss de tratamentratamento e de prevenção, prevenção, porém porém seu seu tratame tratament nto o envol envolve int interve ervennções médicas médicas por por um período período de vários vários meses, ou até mesmo vários ano anos, s, durante durante o qual os efeito efeitoss do pro problema blema auditivo que que acomp acompanh anhaa essas essas patologi patologias as deverão deverão ser minimi minimizados zados através de medidas adequad adequadas as de aten atenção. ção. Suge ugere-se re-se que os pr professor ofessores es de crianças crianças com otite o tite média média devem agir agir de forma fo rma a minimizar minimizar as difi dificuldades culdades de aprenapr endizage dizagem m enfrent enfrentadas adas por seus alun alunos os durant durantee os anos anos inici iniciai aiss de seu desenvolviment desenvolvimento o A esco escola la pod odee ajud ajudar ar a crian criança de várias várias maneiras, como como porr exemplo, po exemplo, valoriza valorizand ndo o tod t odas as as informações informações que possam levar à identificação da criança com risco de problemas auditivos e oferecendo-lhe oferecend o-lhe um pro p rogra grama ma educacional educacional que vise vise o enriquecimento de sua linguagem. Uma outra maneira de como a escola poderá auxiliar a criança com perda auditiva é usando estratég estrat égia iass que possam possam ajudá-la ajudá-la a ter uma melhor melho r recepção auditiva, auditiva, com como o fazendo fazendo com com que ela ela ocupe um local cal adequado adequado na sala de aula ou falando falando com intensi intensidade dade voca vocall mais mais forte forte quando não for for possív possível el reduzir o ruído ruído ambient ambiental al..

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E ntretanto nt retanto,, para que os profes pro fessores sores possam ag agir na na promoção e pro p roteção teção da da saúde saúde auditiva de seus seus alun alunos, os, é nece necesssário sário que que eles eles tenham tenham conheci conheciment mentos os relacionado relacionadoss à audição audição e às suas alterações. N a questão especí esp ecífica fica da otite ot ite média, média, é necessário necessário que qu e esses esses profi pro fissi ssion onai aiss tenham t enham conheci con hecimento mento sobre sobr e a doença do ença,, suas possí possívei veiss implicaç implicações ões no no desenvolvi desenvolviment mento o infantil infantil e sobre quais estratégias podem ser utilizadas para minimizar os efeito efeitoss negativos negativos da perda perd a auditiva auditiva,, decorrente decorrente da da oti otite média, dia, no desenvolviment desenvolvimento o da criança. criança. E m trabal trabalho ho realiz realizado ado com pr professores ofessores de escolas escolas municipais de educação inf infant antil il (E (E.M .M.E .E.I .I.s) .s) da cidade cidade de de Maríl Marília ia – SP, SP, observei observei que os profissi profission onai aiss estudados estudados não só desconheci nh eciam am as imp impli licaç cações ões da da otite ot ite média recorrent recorrentee na criancriança, ça, como como também não não adotav adotavam am nenhum nenhum tipo de estratégia estratégia destinada destinada a minimiza minimizarr os os efeito efeitoss negativos negativos da da perda perda auditiva auditiva decorrente decorrente da doença doença.. Observei Observei,, também, que os profissi profissioonais estudados estudados mostravam-s mostravam-see bastante bastante recept receptiv ivos os e int intereseressados em participar de trabalhos que viessem a contribuir para seu cresciment crescimento o pr profissi ofission onal al e pessoal. pessoal. D iant iantee dos dos aspectos aspecto s discutidos discutidos acima, acima, verific verificamos amos a imimport po rtância ância da realiza realização ção de ações educativas que tenham ten ham o obje ob jetivo tivo de propici pro piciar ar aos aos professores pr ofessores a con constru struçã ção o de conheci nh eciment mentos os rel relaci acion onados ados à audição audição e às suas suas alt alterações. E ssas ações devem propici pro piciar ar o acesso acesso às inf infor ormações, mações, bem como como a sensibilizaçã sensibilização o para as imp impli licações cações lin lingüíst güística icas, s, educacion educacionai aiss e soci sociai aiss das perdas perdas auditivas auditivas decorrent decor rentes es que podem po dem ocorr o correr er com crianças crianças na faixa faixa etária etária pré-escolar. pré-escolar. D e posse desses desses con conheci hecimentos, mentos, o pro profes fessor sor poderá poderá atuatuar em parceria com o fonoaudiólogo na identificação e na atenção ao ao educando, educando , no sentido sent ido de sanar sanar ou, ao menos, minimi minimizar zar o pr prob oble lema. ma. 95

Um aspecto extremamente importante desse trabalho educativo educativo que deve deverá rá ser reali realizado zado com pr professor ofessores es diz diz resp res peito às estratégias estratégias que serão utili utilizadas zadas para seu desenvolv desenvolvime imen nto. Segundo Chammé, as ações e programas de Saúde Púnãoo têm ocorrido ocorrido blica realizadas realizadas no Brasil Brasil nos no s dias de hoje h oje nã como condição formativa ou educativa, ficando simplesmente relegadas ao  plano informat informativo ivo. Ainda segundo este autor, os valores que vêm de fora, pelo fato de serem partes originais das ações quotidianamente vivenciadas pelo agrupamento soc social, insta instalam lam-se -se nele, nele, nnoo ge geral pela via no n ormat rmativa iva e impositiva impositiva e, em em ve vezz de se tornarem rnarem uma um a forma de aprendiz aprendiz ado útil útil e conscient onscientee, reduz em-se ao mero mero cumum  prim  primeento nt o de tarefas impostas im postas pe pelas re regras, concre oncrettiz an ando-se do-se como simple simpless co comportamento imitativo sem qualquer referencial de originalidade.

Sendo assim, as estratégias utilizadas no trabalho educativo com os professores devem permitir não só a construção trução de novo novoss conhecime conheciment ntos, os, mas também a sensibiliz sensibilizaç ação ão desses profissionais para os assuntos que serão abordados. A utilização utilização de técnicas técnicas part particip icipativas facili facilitta essa sensibili sensibilização, zação, permitindo permitindo um aprend aprendiza izado do útil útil e consci conscient entee e não não apena apenass a retenção retenção momentânea moment ânea das informações informações transmitidas transmitidas.. D essa forma, a pro propo posta sta de trabal trabalho ho ora apresent apresentada ada pro pro-põee a util põ ut iliza ização ção de d e técnica t écnicass participativa p articipativas, s, as quais visam visam permitir permitir e incen incentivar tivar a reflexão reflexão e ação ação dos dos participant p articipantes es do estudo em relaç relação ão a aspectos do tema trabalhado. E ssas técnicas técnicas possi possibili bilitam tam a troca tro ca de conhecime conheciment ntos os entre os partic p articipantes, ipantes, inclui incluind ndo o o fon fonoaudiólog oaudiólogo, o, e sua util ut iliização zação visa propici propiciar ar a aquisiç aquisição ão de de conheci conheciment mentos os indispensáveis sáveis à facilitação facilitação da d a identifi ident ificaçã cação o da ot o t ite média méd ia,, assim assim como das medidas de atenção nece n ecessári ssárias as na presença dessa patologia no educando. A seguir será apresentada uma proposta de trabalho educativo para para ser ser realizada realizada com prof pr ofessores essores de escolas de 96

educaçã educação o infant infantiil. O trabal trabalho ho também poderá p oderá ser desenvolvido vido com professores professores do ensino ensino fundament fu ndamental al,, ent entretant retanto, o, algumas algumas adap adapttações serão necessá necessárias, rias, em função fun ção de estarmos trabalhando com alunos de diferentes faixas etárias. Iniicial In cialmente, mente, deve ser feito feito um levantamento levantamento que perp ermita mita identifica identificarr os o s conhec conh eciimentos mento s anteriores dos pro profesfessores sobre sobr e os temas temas que serão serão abo abordado rdadoss no trabal t rabalho ho educativo. Deve, também, ser realizado um levantamento com os pai p aiss com o ob objjetivo etivo de d e se con conhece hecerr o passado passado otológico dos alunos. No lev evantame antament nto o com os pro profes fessores, sores, que poderá ser ser real re aliizado por po r meio meio d dee entrevista entrevista ou mesmo de um questionári questionário, o, deverão ser elabor elaboradas adas questões questões que visem caracteriz caracterizar ar os os conheci conh ecimento mentoss anteriores dos do s professores professores em relaç relação ão aos distúrbios distúrbios da da audição audição e suas possívei possíveiss implicaç implicações ões no no desendesenvolviment volvimento o da d a cria criança. nça. É importante import ante caracterizar, caracterizar, também, o contato con tato anterior desses desses profi profissi ssion onai aiss com aluno alunoss com propro blemas blemas auditivos, auditivos, bem b em como as práticas práticas educacion educacionai aiss por p or eles eles ado adotadas tadas quando em contato cont ato com esses al aluno unos. s. O questionário tem a vant vantag agem em de ser ser um procedimento procedimento mais mais rápido, rápido, uma vez que pode pode ser aplicado aplicado simultaneamente a um grupo grupo de profess pro fessores. ores. Entret En tretanto anto,, é necessá necessário rio que cada cada professor pro fessor respond respo ndaa seu seu questionári questionário o individualme individualment nte, e, pois po is somente somente assim assim o levantament levantamento o refletirá o conhecime con hecimennto individual individual de cada participan participante. te. A entrevista, entrevista, apesar apesar de de um procedimento p rocedimento mais mais demorademorado,, permite ao do ao fono fo noaudi audiólogo ólogo não só caracteri caracterizar zar os conheconh ecimento cimentoss ant anteri eriores ores dos professores p rofessores sobre o assunt assunto, o, mas permite, permite, também, também, a identifi identificaç cação ão das represent repr esentações ações sociais sociais desses desses professores professores sobre o tema. Representações Representações sociais, sociais, segundo segundo Mor orei eira ra & Oli O livei veira, ra, popo dem ser entendi entend idas como: 97

... idéias idéias,, image imagens, ns, concep concepções ções e visões de mundo mundo que os ator atores es sociais sociais possuem sobr so bree a reali realidade, dade, as quais quais estão vinculadas as práticas sociais. Ou seja, cada grupo social social ela elabo bora ra representaç represent ações ões de acordo com a sua posição posição no no conjunto da socieda sociedade, de, represent representaç ações ões que emergem de seus interesses específicos e da própria dinâmica da vida cotidiana. (p. xi) Uma vez vez que se pr preten etende, de, com esse trabal trabalho ho educativo, contribuir não só para p ara a con construção strução de conheci conh ecimento mentoss sobre a audição e suas alterações, mas também contribuir para a adoção, ção, pel p elos os pr professo ofessores, res, de estratégi estratégias as para minimizar minimizar as difidificuldades auditivas da criança, decorrentes dessas alterações, é impo important rtantee con conhecer hecer profundame profun dament ntee suas suas concepções e prática pr áticas, s, tanto tant o indiv individuai iduais, s, quanto quanto cole coletivas tivas.. O lev evantamento antamento sobre sob re o passado passado otológi ot ológico co dos do s alunos alunos poderá po derá ser ser feito por p or meio meio de d e um questionário, para ser respond po ndido ido em casa casa pelos pelos pai paiss ou responsávei responsáveiss pelo aluno aluno.. Esse Esse questionário deve conter questões elaboradas de forma a obter ob ter informações sob sobre re suspeitas suspeitas dos pai p aiss quanto a problemas blemas auditivos auditivos de seus filhos, filhos, bem como sobre sobre a oco ocorrên rrên-cia de patologias otológicas ou outras doenças relacionadas a essas patologi pato logias. as. Feito esse levantamento, poderão ser elaboradas as atividad ades es educativa educativass que serão serão desenvolvidas desenvolvidas com com os os professores. professores. A seguir seguir serão descritas algumas algumas das ativ at ividades idades que pop odem ser desenvolv desenvolvidas idas no noss enco encont ntro ross destinados à discussão dos do s temas relacion relacionado adoss à audição e às às suas alteraçõ alterações. es.

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1º E NCONTRO A. Objetivos: Vivenciar atividades grupais de descontração e integração. T écnic nicas: “Cosme e Dami D amião”. ão”.  Material: cart cartões ões com números. números.  D esenvo senvolvime lviment ntoo:

Cada um dos professores recebe um cartão numerado com a ordem ordem de procurar pro curar o colega colega que tiver tiver um cartão cartão com o mesmo mesmo número n úmero que o seu. seu. Apó Apóss encontrar encontr ar o profes pro fessor sor com o cartão cartão de mesmo número que o seu, os dois devem devem se sent sentar ar junt juntos os e contar cont ar a histór históriia do seu nome. nome. Decorridos corridos 5 minut minutos, os, é solici solicitado tado aos partic part icipantes ipantes que apresentem e contem contem a históri histór ia dos nomes nomes de seus parcei parceiros ao grupo rupo.. Os O s profes professores sores são são o orie rient ntados ados a tentar represent representar ar a forma fo rma de falar, falar, a postu po stura ra física, física, os tiques t iques dos cole co lega gass que estiverem estiverem apresentando. apresentando . ducação ão em S aúde: C oletâ letâ-E sta atividade, atividade, extr extraí aída da do manual E ducaç nea de Té T écnic nicas (SÃO (SÃO PAULO, PAULO, Secretaria Secretaria de Estado E stado da Saúde, Saúde, 1993) 199 3) propici propiciaa a descon descontr traç ação ão do grupo grupo,, à medida medida em que eles eles se divertem divertem com co m a representaç represent ação ão de si mesmos e dos do s outr ou tros os pr professor ofessores, es, ao ao identifica identificarr as característica característicass de fala e gesto ge stoss que percebem p ercebem em seus colegas. colegas. A atividade atividade pro p ropicia picia,, também, a integração dos professores e do fonoaudiólogo. Terminada a ativi atividade, dade, é dado iníci início o ao segun segundo do momenmomento do pr primei imeiro ro encon en contr tro, o, a qual será descrita descrita a segui seguir: r:

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B. Objetivos: Constru Con struir ir conheci conh eciment mentos os sobr so bree a anatomia e fisio fisiologia logia do sistema sistema aud auditivo itivo e sobre sob re a classifi classificaçã cação o das das perdas auditivas auditivas quanto quant o à local localiza ização ção do pr prob oble lema. ma. T écnic ni cas: Exposição Exposição dia dialoga logada. da.  M aterial aterial: D esenho

do sistema sistema auditivo em papel p apel sulfi sulfite te (em preto pr eto e branco), branco ), cart cartaz az representativo do sistema sistema auditivo, auditivo, lápis de cor.

 D esenvolvime senvolviment ntoo: Inicialment nicialmentee é feit feita a apresentação apresentação oral oral da anaana-

tomia e fisiologia do sistema auditivo, utilizando o cartaz para demonstr demon strar ar as as diferent diferentes es estrutu estruturas ras deste sistema. sistema. Ao término término dessa d essa explicaç explicação, ão, é solici solicitado tado aos pro professofessores que pintem, p intem, nas nas folhas de sulfite sulfite rece recebidas, bidas, as as diferentes diferentes partes partes do sistema sistema auditivo, auditivo, util utiliz izando ando uma cor para para cada cada uma das partes do ouvido ouvido (externo, (externo, médio e interno) interno ) e que numere e nomeie nomeie cada cada uma das das estruturas estruturas representadas no desenho nh o (membrana timpânic timpânica, a, mart martel elo...) o...).. Essa E ssa ativida atividade de é bastante tant e int interess eressante, ante, poi po is, ao ao tentar ten tar identifi ident ifica carr as partes part es e as as estruturas estrut uras do sistema sistema auditivo, auditivo, os pro p rofessores fessores vão vão sistematizando os o s conheci conh eciment mentos os sobre sob re o tema tema,, al além de tornar tornar a didinâmica de aprendizag apren dizagem em mais partici participat pativa iva e interativa. interativa. E m seguida, seguida, é feit feita a expo exposiç sição ão oral o ral das info informações rmações relacion lacionadas adas à classifi classificaçã cação o da d a perda perd a aud auditiva itiva quanto quant o à localilocalização zação do pr prob oble lema. ma. Ao Ao ser explicado explicado cada um desses desses tipos tipo s de perda perda auditiva auditiva,, é mostrado, most rado, no n o cart cartaz az do sistema sistema auditiauditivo, a região região em que que se locali localiza za o pro p rob blema e é pedido aos professor pr ofessores es que identifiquem es essas sas regiões regiões em seus seus desenhos. desenhos.

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C. Objetivos: Con Constru struir ir conhecime con heciment ntos os sobre sob re a classi classific ficaç ação ão das perdas perd as auditivas auditivas quanto ao grau e sobre sobr e a relaçã relação o do do grau grau de perda p erda auditiva auditiva com o impacto psicossocial psicossocial e necessidades cessidades educacionai educacion ais. s. T écnic ni cas: Leitura dirigida.  M aterial aterial: Fol Fo lheto heto em papel sulfite sulfite contendo cont endo

as info nformações rmações

referentes aos tema t emass que serão discutido discutidos. s.  D esenvolv senvolvim imeento nt o: Cada Cada profess pro fessor or rece r ecebe be um folheto

contendo cont endo informações informações sobre sobre a relaçã relação od do o grau de perda perda auditiva auditiva com o impacto psicossocial e necessidades educacionais, extraído do texto de Anderson e é feita feita a leitura leitura e discussã discussão o dos d os dados referentes referent es ao ao tema t ema.. Durant Durantee a ativi atividade, dade, os professoprofessores são estimulado estimuladoss a relat relatar, dentre dentre as inf infor ormações mações descritas no texto, texto, as características características já já observadas observadas em aluno alunoss deficient cientes es auditivos auditivos com quem ele eless já já tenham tenham tido contat con tato. o. Terminada a exposição exposição e disc d iscussão ussão desse tema, t ema, são encerradas as atividades atividades do do dia d ia..

2º E NCONTRO A. Objetivos: Retomar Retomar os conheci con hecimento mentoss discuti discutidos dos no encontro tr o anterior ant erior sobr sobree a anatomia anato mia e fisiolog fisiologia ia do sistema sistema auditivo, a classifica classificação ção das das perdas perdas auditiva auditivass quant quanto o à localiza localização ção do pr prob oble lema ma e o grau grau da perda e sobre sob re a relaç relação ão do grau grau de perda p erda auditiva com o impacto impacto psicossocial psicossocial e necessinecessidades educaci edu cacion onai aiss T écnic nica: “Saqui “Saquinh nho o de questões”. questõ es”.

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 Material: saquinh saquinho o de d e tecido tecido,, tiras em papel sulfite sulfite conten con ten--

do questões questões relac relaciion onada adass aos aos tema t emass abo abordado rdadoss no enconen contro anterior.  D esenvolvime senvolviment ntoo: Sent Sentados ados em círculo, círculo, cada cada pro professor fessor retira r etira do

saquinho saquinho de tecido tecido,, passado passado um a um, um papel con conten tendo do uma pergunta pergunta relaci relacion onada ada aos temas abo abordado rdadoss no dia dia anteanterior. É ex expli plica cado do ao professor pr ofessor que ele pode consul con sultar tar os os materiais utilizados no último encontro, caso tenha dúvidas para respo responder nder sua questão. E sta revi revisão são dos do s conhecimento conhecimentoss discuti discutido doss no encontro encon tro anterior anterior visa não só sua sistemat sistematiza ização, ção, mas também o esclaesclarecimento recimento dos aspectos aspectos que que não ti t ive verem rem sido sido bem comprecompr eendidos. endidos. Terminada a ativi atividade, dade, é dada continuidade continuidade às demais mais ativi atividades do encontr encontro. o. B. Objetivos: Con Construir struir conheci con hecimento mentoss sobre sobre a oti ot ite média. média. T écnic nica: Expo Exposiç sição ão dialogada dialogada e leit leitura dirig d irigida. ida.  M aterial aterial: Cart Cartaz az “O

ouvido ouvi do da criança” criança” do Labo Laborató ratório rio Lill Lilly y e folheto cont contendo endo as info nformações rmações que serão serão abordadas. abordadas. D esenvo senvolvime lviment ntoo: O s professores professores devem devem permanecer sent sentados ados em

círculo círculo enquant en quanto o é realiza realizada da a expo exposiç sição ão oral oral dos seguint seguintes es temas relaci relacion onados ados à otite o tite média média:: definiçã definição, o, histór h istória ia natural, sinais sinais e sint sintomas omas da da doença, doença, além além da caracterizaçã caracterização o da perperda auditiva na presença presença da otite ot ite média. média. Para a realizaçã realização o dessa exposição, exposição, é util utiliza izado do o cartaz “O ouvido da criança” criança” do do Labo Laborató ratório rio Lill Lilly y, para a demonstrademon stração ção do local on onde de ocorre ocorre acúmulo acúmulo de líqui líquido do durante durante a otite 10 2

média. média. É soli so lici citado tado aos professores pro fessores que identifiquem, no noss desenhos desenhos utiliz utilizados ados no primeiro primeiro encont encontro ro,, as as estr estrutur uturas as envolvidas volvidas na na otite ot ite média. C. Objetivo: Con Constru struir ir conheci conheciment mentos os sobr sobree as possívei possíveiss impliimplicações cações da otite otite média média recorrente recorrente no desenvolvime desenvolviment nto o infantil nfantil.. T écnic nica: Painel int integ egrado rado

(modifi (modificado) cado)

 Material: Folhas Folhas de sulfite sulfite cont contendo

a descrição descrição de trabalhos, trabalhos, realiz realizados ados por p or diferentes autor aut ores, es, sobre sobre as possíveis possíveis impli impli-cações cações da otite otite média no desenvolvime desenvolviment nto o infant infantil il..

 D esenvolvime senvolviment ntoo: Terminada a ativi atividade dade anterior, anterior, os pro p rofessores fessores

são são divi divididos em grupo gruposs contendo contendo tantos tanto s profes professores sores quanquanto o número número de de trabalho trabalhoss que serão serão discutidos. discutidos. Cada Cada grup grupo o recebe um trabalho cont co ntendo endo a descrição descrição de uma pesquisa sobre sob re as possíveis possíveis imp impli licaç cações ões da otit otitee média no desenvoldesenvo lviment vimento o infantil infant il.. Dis D istr tribui ibuir, r, para cada cada professor pr ofessor do doss diferentes rent es grup grupos, os, cartelas cartelas numeradas numeradas de 1 a 3 ou de d e 1 a 5, 5, de acord acordo o com o número número de participant participantes es do grupo. grupo . É dado um tempo de quinze quinze minut minutos os para que os propro fessores leiam leiam e discut discutam am o trabal t rabalho ho que receberam em seu grupo grupo.. Ao término desse tempo, tempo , é feita feita uma redistr redistribuiç ibuição ão dos dos grupos, grupo s, de maneira maneira que cada cada um seja seja formado po porr partici partici-pantes pant es que tenham tenham o mesmo número número.. Por exemplo, exemplo, um grugrupo será formado só por por profes professores sores que tenham tenham o número 1, outro out ro só com o número n úmero 2, e assi assim m por po r diant diante. e.

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O rganiza rganizado doss os novos novos grupos, grupo s, é soli solici citado tado que cada cada propro fessor relate relate as info informações rmações contida cont idass no trabal tr abalho ho lido lido em seu grupo inicial. Ao final, é feita uma discussão conjunta com todos os prof pr ofessores essores sobre sob re as dúvidas e sobre sobr e os aspecto aspectoss que ele eless  julga  julgaram ram impo import rtantes antes nos nos trabal t rabalho hoss lido lidos. s. 3º E N C O N T R O

A. Objetivos: Vivência Vivência e sensibil sensibilizaçã ização o para as dificuldades dificuldades auditivas enfrentadas pela criança com otite média. T écnic nica: “Escrevendo “Escrevendo

um ditado sem escuta escutar”. r”.

 Material: papel sulfit sulfite, algodão algodão

e caneta caneta esferográfi esferográfica. ca.

D esenvolv senvolvim imeento nto: Cada pr professo ofessorr recebe uma folha de papel, papel, uma

canet canetaa e um pedaço de algod algodão. ão. São São dadas instruções instr uções para para que os professor professores es coloquem coloquem um pedaço de algodão algodão em cada cada um dos dos ouvido ouvidoss e que será feito feito ditado. É enfatizado enfatizado ao pro pro-fessores fessores que eles eles deverão escrever as palavras palavras da forma forma como elas forem entendidas, mesmo que pareçam estranhas. Dadas as instruções, é feito um ditado de palavras com e sem significado, com intensidade vocal fraca, sem pista visual (o pesqui p esquisa sado dorr deverá escond esconder er os lábios lábios com uma folha de de papel papel)) e com um rádio liga ligado do.. Tais Tais procedi pro cediment mentos os (ouvidos tampados, tampado s, int intensida ensidade de vocal fraca, rádio ligado e retirada da pista visual) visam instalar, lar, artifi artificia cialment lmente, e, fatores fatores que que dificult dificultem a percepção percepção da fala. fala. D urante urante a realiza realização ção do ditado, ditado, esses esses artifícios artifícios vão vão sendo sendo retirados, retirados, um a um, para que os professores p rofessores possam p erceerceber a importân importânci ciaa de estratégi estratégias as facil facilitador itadoras as da comun comunic icaçã ação. o. 10 4

Ao final do ditado ditado,, é feit feita uma discussão discussão sobr so bree a atividaatividade, na qual os pro professores fessores são incentiv incentivados ados a expr expressa essarem rem o que sentira sentiram m na ativi atividade dade,, b em como co mo a refletir reflet ir sob so b re sua s ua prática pedagógica frente a alunos que apresentam privação auditiva. B. Objetivos: Identific Identificar ar atitudes atitudes adequadas de aten atençã ção o à criancriança com com otite o tite média. T écnic nica: Exposição dialogada.  Material: Folhetos Folhetos e cartazes cartazes con contend tendo o informaç informações ões sobre sobre os

temas abordados. D esenvo senvolvime lviment ntoo: O s professores professores devem devem permanecer sent sentados ados em

círculo círculo enquant enquanto o é realiza realizada da a exposição exposição or oral al e discussão discussão de medidas de aten atenção ção frente frent e à cria criança nça com pro p roblemas blemas auditiauditivos e/ ou otológi otológicos. cos. a) Valorizar Valorizar todas todas as inf infor ormações mações que possam possam levar levar à identificaç ificação ão da criança com risco de pro p roblemas blemas auditivos; auditivos; b) Encaminhar E ncaminhar a criança criança com com suspei susp eita ta de pro p roblemas blemas auditivos ditivos e/ ou otológ ot ológiicos para atendim atendimento ento médico; médico; c) Estar Est ar próxi pró ximo mo à criança criança quando falar; falar; d) Olhar O lhar diretament diretamente para a face da criança criança quando quando falar; falar; e) Fala Falarr com intensi intensidade dade vocal mais mais forte forte quando quando não for for possível reduzir o ruído ambiental; f) Ser Ser um bo bom m modelo mo delo de de fala fala para a criança; criança; g) E star atent at ento o ao desenvolv desenvolvime iment nto o de d e fala fala e ling linguag uagem em da cria criança; nça; h) Estar E star atento atento às respostas respost as da criança criança frente frent e a estímulos estímulos sonoros. 105 10 5

D urante urant e a discussã discussão o dessas medidas, medidas, é solici solicitado tado aos pro pro-fessores que identifiquem quais delas já realizam em sua prática profissional, além de discutir a viabilidade de adoção das diferentes diferentes medidas. medidas. Terminada a expo exposi sição ção e discussão discussão desse tema, são encerradas as atividades atividades do do dia d ia..

4º E NCONTRO O último encont enco ntro ro é destinado à reali realizaç zação ão de uma revisão revisão de todas to das as as informações informações discutidas discutidas nos encontro encon tross anteriores, utiliz utilizando ando os mesmos mesmos materiais materiais descritos descritos anteriormenanteriormente. O material material utiliz utilizado ado é dividido dividido e distribuído para dupla dup lass de pro p rofessores fessores e é solici solicitado tado que cada dupla apresent apresentee as informações discutidas anteriormente, de acordo com o material material recebido. recebido. A oportunidade de nova revisão dos conhecimentos discutidos discutidos no n o encontro encont ro anterior, de forma fo rma participativa participativa,, visa visa não só a sistematização desses conhecimentos, mas também o esclarecimento dos aspectos que não tiverem sido bem compreendidos Terminada essa revis revisão, ão, deve ser aplica aplicado do um novo n ovo questionário, contendo questões que possibilitem verificar os conheci conh ecimento mentoss adquiridos adquiridos pelos profess professores, ores, a partir do tratrabalho realizado. realizado. É, É, também, solici solicitado tado aos professores pro fessores que realizem uma avaliação, por escrito, do trabalho desenvolvido e que dêem dêem sugestões sugestões para o aprimorament aprimoramento o deste deste trabalho. Caso o leva levant ntamento amento inici inicial al tenha tenha sido fei feito to com a util ut iliização zação de d e entrevistas, ent revistas, no novas vas ent entrevistas revistas deverão ser realiza realiza-das, com os os mesmos obj objetivos.

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É importante import ante ressal ressaltar que o trabal tr abalho ho descrito descrito é um dos momentos moment os do processo p rocesso educati educativo vo envolvendo envolvendo professores p rofessores e a discussão discussão sobr so bree a saúde saúde auditiva auditiva da criança. criança. Após o desenvolvimento deste trabalho, o fonoaudiólogo deve realizar reuniões periódic periód icas as com os o s professores pro fessores para discutir discutir dúvidas dúvidas que surjam surjam ou para a reto retomada mada dos assunt assuntos os aborabo rdados no trabal trabalho ho educa educativo. tivo.

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CAPÍTULO 7 REFLETINDO SOBRE A ATUAÇÃO DO FON FO N OAU OAUDIÓLOG DIÓ LOGO O JUNTO À EDUC ED UCA AÇÃO E SPECIA PE CIAL L G isele isele A pare parecida H ordane rdane M artins

As considerações considerações que pretendo pretend o tece t ecerr no decorrer deste capítulo tiv t iveram eram origem origem no meu trabal trabalho ho de Mestrado Mestrado,, atr atraavés do qual qual estudei estudei a integração integração de alunos alunos deficient deficientes es no ensino sino comum sob o po pont nto o de vista vista dos aluno alunoss do Cicl Ciclo o I do ensino ensino fundamental. fundamental. Em Em função do do ob obje jetivo tivo da pesquisa pesquisa rerealiza alizada, da, estabeleci con contat tato o com com escolas que mantinh mantinham am clasclasses especiais especiais para para as quatro quatro áreas de defici deficiência: ência: deficiência mental, deficiência auditiva, deficiência física e deficiência visual visual e, mesmo mesmo apresentando apresentando ob obje jetivos tivos definidos, os quais quais não se relaci relacion onava avam m com a prátic prát icaa fonoaud fon oaudiológi iológica ca em si, si, não pu pude de deixar deixar de de estabelecer estabelecer alguma algumass relações relações entre entre o fun fun-cionamento das classes especiais e a atuação do fonoaudiólog fon oaudiólogo o na escola. escola. O s vários vários disposi dispositivos tivos legai legaiss indicam indicam que que o alun aluno o deficideficiente ente deve, deve, sempr sempree que possível, possível, freqüentar freqüent ar o ensino comum comum e seu encaminhament encaminhamento o às classes classes especiais especiais ser realizado realizado apenas em sit situações nas quais fique fique evidente, evident e, at através de uma avali avaliaçã ação o rigor rigorosa, osa, que ele não se benefic beneficia iará rá do ensino regular. gular. Apesar disso, muitas muitas são as causas que impulsionam o 11 0

professorr da professo da class classee comum comum a encaminh encaminhar ar seus alun alunos os às clasclasses especiais. especiais. Muitas Muitas dessas dessas causas causas não não têm têm nenh nenhuma uma relação relação com o rendiment rendimento o acadêmico acadêmico desses alun alunos. os. Considerando inicialmente o processo de segregação da criança criança dentr dentro o da classe classe comu comum, m, Smolka Smolka e Rod Rodrig rigues ues aponapontaram que que a maior maior parte parte da da clie client ntel elaa aten atendida dida pela Educaçã Educação o E special special era constituída constituída por criança criançass que, até o seu ingresso ingresso na escola, escola, eram eram consi consideradas deradas normai normais. s. É nesse n esse con contexto texto que manifestações referent referentes es às às dificuldades dificuldades no aprendizado aprendizado escolar colar e/ ou distúrbios de con condut dutaa são são traduzi traduzidas das como desvios, iniciando-se assim a segregação do aluno. Pesquisas têm demonst demo nstrado rado que a segrega segregação ção de algumas algumas criança criançass ocorre ocorre antes mesmo del d elas as terem a oportu opo rtunidade nidade de resolverem seus problemas de alfabetização e de adaptação ao ambiente escolar. Corrêa apontou apont ou que os profes pro fessores sores do ensino ensino comum excl ex cluem uem seus alunos alunos durant durantee os prime primeiiro ross meses meses de contato contato,, identifi identificando cando,, no interior interior de de suas classe classes, s, aquelas aquelas crianças crianças que, segun segundo do suas crenças e con concepções cepções pessoai p essoais, s, irão irão fraca fr acassar ssar no pr processo ocesso de de alfabetiza alfabetizaçã ção. o. Uma vez considerados como com o incapazes, esses aluno alunoss são encami encaminh nhado adoss para avalia avaliação ção psipsicológica cológica e/ ou médic médica, a, apenas para leg legitima itimarr um rót rótulo estabelecido belecido previ previamente. amente. Tais alunos alunos acabam acabam desl deslocand ocando o a atenção ção dos dos pro problema blemass que são são inerentemente inerent emente educacion educacionai aiss para si mesm mesmos, os, tornando tornando-se -se os únicos únicos responsáv responsávei eiss por por todo todo fracasso escolar apresentado. Além Além disso, disso, gran grande de part partee das crianças marginaliza marginalizadas das no no início início do pr processo ocesso educaci educacion onal al é proveniente pro veniente de de famíli famílias as de baixo baixo nív nível el socioeconômic socioeconô mico, o, cujos compor comportament tamentos os se diferenci renciam am do que é esperado pela escola escola.. Seg Segun undo do Ferrei Ferreira, ra, a exclusão exclusão da da classe classe regular regular se dá em função função das diferenças diferenças de comportamento, linguagem e rendimento escolar. Principal111 11 1

mente ment e no que se refere aos defici deficient entes es mentai ment aiss educáveis, educáveis, o autor ob observ servou ou q que ue os aluno alunoss pertence pertencent ntes es a esse esse grupo grupo vivinham nh am da classe classe mais mais pob pobre, re, sem his histó tória ria de lesões lesões orgâ orgânica nicass e suas deficiência deficiênciass eram caracterizadas considerando con siderando as diferenças ferenças que estes apresent apresentava avam m em relação relação ao que era esperado de um bom aluno aluno.. N este contexto con texto,, verifi verifica camos mos que qu e o ensino especi esp ecial al tem recebido recebido aluno alunoss cujos cujos prob p roble lemas mas po poderia deriam m estar sendo rer esolvido solvidoss no ensino comum. comum. A cla classe sse especial especial passou a ser vista vista como um recurso r ecurso capaz de retira ret irarr da d a class classee comum crianças crianças indesejávei indesejáveiss na visão visão dos dos pro p rofessor fessores, es, possi possibili bilitan tan-do que esses esses transfi tr ansfiram ram para outros out ros a responsa respon sabil bilida idade de de solucion solucionar ar prob proble lemas mas que consi con sideram deram difícei difíceis. s. Respo Responsabili nsabilizando zando os alunos alunos pelo seu fracasso, fracasso, o sistema escolar mascara a sua incapacidade em li lidar dar com com as diferendiferenças individuais e com a heterogeneidade de sua clientela. A existên existênci ciaa da classe classe especial especial na escola torn to rnou ou-se -se um atrativo atrativo para o pro p rofessor, fessor, que vê, vê, nesta modal mod alida idade de de ensino, uma opor op ortun tuniidade de retirar retirar de sua class classee aqueles aqueles aluno alunoss que dificultam ficultam o seu trabal tr abalho ho.. Vários ários pesqui p esquisadores sadores vêm se dedicand dedicando o ao estudo estu do do doss problema pro blemass referentes ao encaminh encaminhame ament nto o de aluno alunoss às classes classes especiai especiais. s. A partir part ir de tai t aiss trabalho tr abalhos, s, muitas arbiarb itrariedades trariedades envolvida envolvidass no n o pro proces cesso so de encaminh encaminhame ament nto o foram denunci denun ciada adas. s. Alguns Alguns mo motivos que levavam levavam as escolas a en encaminh caminharem arem seus alun alunos os ao ensino especial especial são: são: lent lentidão idão na na realiza realização ção de atividades, atividades, excesso de fal faltas, tas, difi dificuldades culdades de de fala, fala, recusa em fazer atividades, atividades, prob pr oble lemas mas de memorizaç memo rização, ão, desorga deso rganizanização ção do material, material, pr prob oble lemas mas médicos médicos ou o u psi p sicológi cológicos, cos, propr oblemas blemas de higie higiene, ne, entre entre outr outros. os.

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Além Além desses motiv mot ivos, os, o fracasso escolar, escolar, o tamanho t amanho excessi cessivo vo do do aluno aluno para permanecer na na clas classe se comum, pro probleblemas comport compo rtame ament ntai ais, s, dificul dificuldades dades de concent concentraçã ração o e até a falta de atrativ atrat ividade idade física física facia faciall foram em muito muitoss trabalho trabalhoss apontados como critérios que justificavam o encaminhamento de alunos da classe comum à classe especial (Paschoalick, Rodrigues, Almeida, Omote). Consi Considerand derando-se o-se esses critérios, que justificam justificam o encamiencaminhame nh ament nto o do d o aluno ao ensi en sino no especial especial,, devemos devemos voltar a nossa no ssa atenção atenção para p ara a atuaçã atuação o do fon fonoaudiólog oaudiólogo o na escola, escola, o qual, qual, muitas vezes, vezes, atribui ao pro p rofessor fessor a responsabil responsabilida idade de de detectar detectar as al alterações apresentadas por por seus aluno alunos. s. AtuAtuando dessa forma, o fono fo noaudi audiólogo ólogo possi po ssibil biliita que o prop rofessor encaminh encaminhee não só os os alunos alunos port portadores adores de patolog patologiias da comunic comunicaç ação, ão, como também aqueles aqueles aluno alunoss que, por por uma uma infinidade infinidade de razões, razões, são são considera considerado doss como sendo send o p pro robleblemáticos e, nesses casos, qualquer informação que o fonoaudiólogo venha fornecer sobre essas crianças apenas reforçará reforçará a crença que o pr professor ofessor já apresentav apresentavaa em relaçã relação o às mesmas. Além Além disso, em algumas algumas situações, situações, tal tal informainfo rmação pode pode ser ser util utiliz izada ada pelo professor professor como como um argumento a mais mais para justificar justificar o encami encaminh nhament amento o desses desses aluno alunoss para as classes classes de de educaçã educação o especial. especial. Muitas vezes, vezes, preocupado preocupado apenas com a detecção detecção de altealterações, o fonoaud fon oaudiólogo iólogo deixa deixa de anali analisar sar o contexto contexto em que a criança criança está está inserida, o qual, em em determinados determinados casos, pode po de vir a just justifi ificar car algumas algumas ou até até mesmo todas to das as dificuldades dificuldades apresentadas por po r essa criança criança no momento momento da tri triag agem em N este sentido, sentido, o fono fo noaudi audiólogo ólogo deve estar atent atento o para p ara diferenciar os problemas de ordem intelectual dos problemas blemas de ordem or dem pedagógi pedagógica ca e/ ou ambient ambiental al e, a parti part ir disso, ado adotar tar cond co ndut utas as preventivas preventivas direcion direcionada adass a orien113 11 3

taçã tação do pro profess fessor or em relaç relação ão ao dese d esenvolvi nvolvimento mento global da criança, habilidades motoras, características emocionais, fala e linguagem e sociabilização, prevenindo, desta forma, for ma, não só possív p ossívei eiss alterações alterações como também, possibilitando que as potencialidades das crianças sejam cada vez mais estimuladas. Ressalto que esse trabalho preventivo não deve ser direci direcion onado ado apenas para os professores professores do ensino ensino comum, mas também para os pro profess fessores ores do do ensino ensino especi especial, al, muitos doss quais do quais se dizem dizem esquecido esquecidoss pel pelo o fon fonoaudiólog oaudiólogo o que atua em suas respectivas respectivas escolas. escolas. Considerando Considerand o que, q ue, de acordo com a Legislação, as classes especiais, em função das especifici especificidades dades das das deficiência deficiênciass atendidas, atendidas, apresentam apresent am deterdeterminadas finalidades finalidades como: como: a aquisição aquisição e/ ou desenvolvi desenvolvimenmento da linguage linguagem m e da fala, fala, no caso dos dos defic deficientes ientes auditiv auditivos; os; aquisiç aquisição ão e/ ou desenvolvi desenvolviment mento o da da linguag linguagem em escrita, escrita, or oral al ou gestual, estual, no caso caso dos dos defi defici cient entes es físi físicos cos e aquisi aquisiçã ção o e/ ou desenvolviment desenvolvimento o do doss processos processos perceptivos, perceptivos, linguag linguagem em e aspectos cognitivos, no caso dos deficientes mentais, torna-se difíci difícill comp compreender reender os os motiv motivos os que afastam o fono fonoaudiól audiólogo ogo desta modali modalidade de ensino. ensino. Tal fato no n os faz pensar pen sar sob so bre a nossa nossa formação acadêmica acadêmica que tem t em sido sido totalment to talmentee clíclínica, nica, preparando-n p reparando-nos os principal principalmente mente para o diag diagnó nóstic stico o e tratamento t ratamento das patologi p atologias as da comunica co municaçã ção. o. Em funçã função dessa formaçã formação, o, a atuaçã atuação o fo fono noaudiológi audiológica ca jun junto to às classe classess especiai especiaiss parece não ser considerada co nsiderada tão import impo rtante, ante, pel p elo o fato de os os alun aluno os, de tais cla classes, sses, já já apr apresent esentarem arem um diagdiagnóstico nó stico definido definido.. Ent Entretant retanto, o, é justament justamentee nessas nessas clas classes ses que a presença do fon fonoaudiólogo oaudiólogo se faz nece necessá ssária ria,, princi principalme palmennte no no moment mo mento o atual em que a int integ egraçã ração o do aluno aluno defici deficiente no no ensino ensino comum tem tem sido sido amplame amplament ntee discutida discutida..

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Pensando no favoreci favorecimento mento do processo p rocesso de int integ egraçã ração, o, cabe a nós fonoaudiólogos fornecer assistência e suporte para os pro professores fessores das clas classes ses especi especiai aiss nos no s assuntos assunto s de nossa n ossa competênci competência, a, pr prop oporcionand orcionando, o, através através de orientações e de planejament planejamentos os direcion direcionados ados às dificulda dificuldades des especí esp ecífic ficas as de cada patolog pato logia ia atendida atend ida por po r estas est as classe classes, s, melho melhores res concon dições para que as crianças, crianças, que forem fo rem integ int egradas, radas, tenham tenh am possibilidades de acompanhar as atividades propostas na classe classe comum. comum . D evemos evemos destac dest acar ar que ent entendemo endemoss a integração integração como um pro p rocess cesso o com vários níveis, níveis, através através do qual se se prepr etende ten de que o sistema sistema educaci educacion onal al tenha ten ha meios adequado adequadoss para atender atend er às necessidades necessidades dos do s alun alunos, os, possibil p ossibiliitando tand o que esses aluno alunoss mudem mud em de modali mo dalidade dade de ensi en sino no,, à memedida que evoluírem em relação ao aprendizado acadêmico. Nesse N esse sent sentido, ido, Marchesi Marchesi & Martín Martín referi r eferiram ram que uma um a escola aber aberta ta à int integra egração ção de alunos aluno s com necessi n ecessidades dades especiais deve ser extremamente flexível em sua organização e na provisão de seus recursos para atender à heterogeneida het erogeneidade de de seus alun alunos. os. Além Além disso, Card Cardoso oso destacou destacou que a integração integração educaci educacion onal al só acontecerá acontecerá se os educandos educandos se sentirem ident identifi ifica cado doss uns com os outros, out ros, todos tod os pertence perten cent ntes es ao mesmo mesmo grupo grupo escoescolar, lar, sejam sejam eles eles aluno alunoss previament previamentee rotula rot ulado doss ou não. não. Considerand Considerando o a afirmaç afirmação ão acima, acima, Glat e outr o utros os estudioestu diosos da d a área área vêm descrevend descrevendo o que a int integ egração ração escolar escolar não n ão resulta necessariament necessariamentee em uma in integração social. social. O fato de o aluno estar dividi dividind ndo o o mesmo espaço físic físico, o, no n o caso a classe classe comum, comum, não é um indica indicativo tivo de de que ele esteja int integraegrado ao grupo grupo,, podendo podend o estar sendo sendo ex excl cluí uído do n não ão só no intent erior da class classee como também t ambém dentro dent ro da comunidade a que perten pertence. ce. A autora auto ra reforça reforça a idéia idéia de que que a segreg segregaçã ação o ou ou a 115 11 5

integ nt egraçã ração o dependerá dependerá do tipo de relaçã relação o estabeleci estabelecida da entre ent re o defici deficient entee e o não defici deficient ente. e. Neste contexto contexto,, a comunic comunicaçã ação o assume um papel de grangrande importân importânci ciaa para o processo processo de de int integ egraçã ração, o, uma vez que, quanto quant o mais efetiva fo forr a forma de comunic comun icaçã ação o do do aluno deficiente, maiores serão as chances de interação desse aluno com os os demais. demais. A relação entre comunicação x interação foi verificada porr Lucena, num trabal po trabalho ho reali realizado com defi d efici cient entes es auditiauditivos, através através do qual a autora autora constatou const atou que esses alunos, alunos, ao serem int integ egrado radoss em classe classess comuns, comuns, eram eram normalmente normalmente segregados gregados em função função do do prejuí p rejuízo zo que que apresentava apresent avam m em relarelação ção à comunic comun icaçã ação o or oral al,, o que difi dificultava cultava a int interaçã eração o com os alunos ouvintes. Vayer & Roncin também verificaram, após estudarem alguns trabal trabalho hoss referentes referentes à interação entre entre deficie deficient ntes es e não deficie deficient ntes, es, que a aceitaç aceitação ão da da diferença pelos que são con con-siderados siderados normais n ormais depende do conh conheci ecimento mento estabeleci estabeleci-do entre ent re as crianças. crianças. De D e acordo com esses autores, auto res, qu quaanto maior maior a capaci capacidade dade de comun comunic icaç ação ão do do deficie deficient ntee melho melhorr é a sua acei aceittação ação dent dentro ro da classe, classe, independ independent entee da gravi gravidadade de de sua defic deficiência iência.. Analisando os resultados desses estudos, acreditamos que o fono fo noaudi audiólogo, ólogo, enquanto pro profis fissi sion onal al que atua nas áreas áreas de comun comunic icaçã ação o or oral al e escrita, fala, fala, voz e audição, tem muimuito a oferecer oferecer tanto t anto para as as criança criançass defici deficient entes es quanto para as crianças crianças não deficient deficientes, es, possi possibili bilitan tando do que a comun comunic icaação ent entre elas seja seja cada cada vez mais sat satisfatória. isfatória. Além Além disso, Martins Martins const co nstato atou u que que as crianças crianças do Ciclo Ciclo I do ensino fundamental aceitam a integração do aluno deficiente ente em suas respectivas cla classes, sses, entretan ent retanto to,, faltam, faltam, na forformação dessas crianças, informações acerca das deficiências, 11 6

que po possi ssibili bilitem tem que as mesmas mesmas realize realizem m disc discussõ ussões es e refle refle-xões sobre o tema. Acredi Acreditamos tamos que o desenvolvime desenvolviment nto o de um trabal t rabalho ho direcion direcionado ado princi p rincipalme palment ntee às crianças crianças das séséries in iniciai iciais, s, visand visando o ao esclarecimento esclareciment o das das diferenças diferenças apreapresentadas sentadas pelos pelos indivíduo indivíduoss que têm t êm algum algum tipo de defi defici ciênência, cia, possibili possibilittaria que essas crianças crianças aceit aceitassem e compr compreeneendessem os defi d efici cient entes, es, favorecendo favorecendo a int integ egraçã ração o destes não n ão só no no ambiente escolar, escolar, como também na n a comun comunida idade de em que vivem. N este sentido, sent ido, ressalto, mais uma vez, que a partic participaçã ipação o do fon fonoaudiólogo oaudiólogo pode po de ser extr extrema emament mentee vali valiosa osa para o processo pr ocesso de integração, integração, o qual pode pode e deve deve atuar atuar junto junt o aos alun alunos os da class classee comum, pro p romovend movendo o discussões discussões que escla escla-reçam esses aluno alunoss em relação relação às patolo patologi gias as da comunica comun ica-ção, contribuindo para o processo de aceitação das crianças com deficiências. deficiências.

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A polêmica e m torno da ação fonoaudiológica em escolas é histórica. Data dos primórdios da Fonoaudiologia e tem perdurado ao longo de muitos anos, envolvendo questões que vão desde a habilitação legal para p ara traba lhar com linguage m e scrita até qual deveria ser a postura do profi profisssional fren te às dificulda des d e aprendizagem, passando, logicam ente, por trabalhos já já consagrados, como os de triage m de alunos e saúde vocal dos professores. Poré Porém, m, a literatura da área área traz traz poucos registros sobre esse tem a com plexo e de funda me ntal importânc ia par paraa nossa formação , o que representa um silênc io constran gedor. E é   j u s t a m e n t e para rompê-lo que, mais uma vez, a Plexus Editor Edi toraa vem trazer sua contribuição. Neste lilivro vro,, estão reunidos artigos d e renomados estudiosos do assunto, todos engajados e m desvendar potencialidades até então pouco exploradas pelo fonoaudiólogo. O mérito maior deste l iv iv r o é d i s c u t i r p r o p o s t a s

conc retas

de atuação

fonoaudiológica diante das dificuldades sócio-educacionaiss enfrentada s pelo país. Através deste rico panorama, o nai leitor iniciante iniciante enco ntra uma ótima chance para se inteirar do tema. E par paraa quem já vive na na prática prática as inúm eras questões aqui abordadas, finalmente, verá registradas registradas suas preocupações, além de encontrar novas reflexões e a oportunidade de ampliar e consolidar seu cam po de trabalho.

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