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July 26, 2019 | Author: July Castro | Category: Skin, Epitélio, Zoologia, Anatomia Animal, Anatomia Humana
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação

CURSO DE

PEELINGS FACIAIS

Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação

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CURSO DE

PEELINGS FACIAIS

MÓDULO I - ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR E DA FACE

 Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS PEELINGS  FACIAIS  FACIAIS 2 TECIDO EPITELIAL 3 TECIDO CONJUNTIVO 4 SISTEMA TEGUMENTAR 4.1 PELE 4.1.1 Epiderme 4.1.1.1 Camadas da epiderme 4.1.1.2 Células típicas da epiderme 4.1.2 Derme 4.1.2.1 Camadas da derme 4.1.2.2 Células típicas da derme 4.2 HIPODERME 4.2.1 Camadas da hipoderme 4.3 ANEXOS CUTÂNEOS

5 ANATOMIA BÁSICA DA FACE 5.1 OSSOS DA FACE 5.2 MÚSCULOS DA FACE E DO PESCOÇO 5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE 5.4 INERVAÇÃO DA FACE 5.5 REDE LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO

6 REGENERAÇÃO CELULAR 6.1 FASE INFLAMATÓRIA 6.2 FASE DE FIBROPLASIA 6.3 FASE DE MATURAÇÃO

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MÓDULO II 7 DEFINIÇÃO E CONCEITUAÇÃO GERAL DOS PEELINGS  8 HISTÓRICO DO USO DOS PEELINGS  9 PRINCIPAIS TIPOS DE PEELINGS  10 PROFUNDIDADE DOS PEELINGS  11 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES GERAIS DO USO DOS PEELINGS  12 PRINCIPAIS DISFUNÇÕES TRATADAS COM PEELINGS  12.1 ENVELHECIMENTO FACIAL 12.1.1 Envelhecimento intrínseco ou cronológico 12.1.2 Envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento 12.1.3 Modificações histológicas do envelhecimento cutâneo 12.1.3.1 Modificações da epiderme 12.1.3.2 Modificações da derme: 12.1.3.3 Modificações da hipoderme 12.1.3.4 Modificações nos anexos cutâneos 12.2 RUGAS FACIAIS 12.3 DISCROMIAS 12.3.1 Acromia 12.3.2 Hipocromias 12.3.3 Hipercromias

13. AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DA FACE 13.1 ANAMNESE 13.2 EXAME FÍSICO DA FACE 13.2.1 Inspeção 13.2.2 Palpação 13.2.3 Classificação quanto à tipologia da pele 13.2.3.1 Pele normal (endérmica/eudérmica) 13.2.3.2 Pele seca (alípica) 13.2.3.3 Pele oleosa (lipídica) 13.2.3.3 Pele mista 13.2.3.4 Pele sensível  AN02FREV001/REV  AN02FREV00 1/REV 4.0

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13.2.4 Classificação quanto ao fototipo cutâneo 13.2.5 Classificação quanto ao fotoenvelhecimento cutâneo (Glogau) 13.3 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FACIAL

MÓDULO III 14. PEELINGS  QUÍMICOS:  QUÍMICOS: CONCEITOS GERAIS 15. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES AOS P E L L I N G S  QUÍIMICOS   QUÍIMICOS 16. CLASSIFICAÇÃO E NÍVEIS DE PEELINGS  QUÍMICOS  QUÍMICOS 17. FORMULAÇÕES DE PEELINGS  QUÍMICOS  QUÍMICOS (PH, PORCENTAGEM E ATIVOS) 17.1 ALFA-HIDROXI-ÁCIDOS 17.1.1 Ácido glicólico 17.1.1.1 Indicações e contraindicações 17.1.1.2 Concentrações 17.2 ÁCIDO MANDÉLICO 17.2.1 Indicações e contraindicações 17.2.2 Concentrações 17.3 ÁCIDO HIALURÔNICO 17.3.1 Indicações e contraindicações 17.3.2 Concentrações 17.4 ÁCIDO SALICILICO 17.4.1 Indicações e contraindicações 17.4.2 Concentrações 17.5 ÁCIDO AZELÁICO 17.5.1 Indicações e contraindicações 17.5.2 Concentrações 17.6 ÁCIDO RETINÓICO 17.6.1 Indicações e contraindicações 17.6.2 Concentrações 17.7 ÁCIDO AZELÁICO 17.7.1 Indicações e contraindicações 17.7.2 Concentrações  AN02FREV001/REV  AN02FREV00 1/REV 4.0

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17.8 SOLUÇÃO DE JESSNER 17.8.1 Indicações e contraindicações 17.8.2 Concentrações 17.9 PEELING DE FENOL 17.9.1 Indicações e contraindicações 17.9.2 Indicações e contraindicações 17.9.3 Concentrações

18 PROCEDIMENTOS PR É-PE EL ING  19 PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO DOS PEELINGS  SUPERFICIAIS 19.1 Materiais 19.2 PROTOCOLO DE APLICAÇÃO

20 PROCEDIMENTOS E CUIDADOS PÓS-PEELING  SUPERFICIAL 21 PRECAUÇÕES E COMPLICAÇÕES DOS PEELINGS  QUÍMICOS 22 RESULTADOS DE PEELINGS  QUÍMICOS

MÓDULO IV 23 PEELINGS  FÍSICOS: CONCEITOS GERAIS 24 TIPOS DE PEELINGS  FÍSICOS 24.1 DERMOABRASÃO 24.2 MICRODERMOABRASÃO 24.2.1 Indicações e contraindicações 24.2.2 Efeitos 24.2.3 Peeling  de Cristal 24.2.4 Peeling  de diamante 24.2.5 Procedimentos pré microdermoabrasão 24.2.6 Procedimentos pós microdermoabrasão 24.2.7 Precauções e complicações da microdermoabrasão 24.2.8 Resultados de microdermoabrasão 24.3 PEELING ULTRASSÔNICO 24.3.1 Equipamento 24.3.2 Indicações e contraindicações  AN02FREV001/REV 4.0

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24.3.3 Efeitos 24.3.4 Técnica de aplicação 24.3.5 Precauções e complicações 24.3.6 Resultados 24.4 PEELING A LASER 24.4.1 Equipamentos 24.4.2 Indicações e contraindicações 24.4.3 Efeitos 24.4.4 Técnica de aplicação 24.4.5 Precauções e complicações 24.4.6 Resultados

GLOSSÁRIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS PEELINGS  FACIAIS

Olá, seja bem-vindo (a) ao curso de PEELINGS FACIAIS. Nosso objetivo neste curso é trazer a você informações em relação a essa técnica que ganhou destaque nos últimos anos como um importante recurso no combate aos sinais do envelhecimento.  A cada dia mais, homens e mulheres tem buscado reduzir marcas de expressão e manchas desenvolvidas pela exposição excessiva ao sol e por cuidados inadequados com a pele. Em razão disso, o mercado antienvelhecimento cresce a olhos vistos. O profissional preparado para atuar nesta área tem ganhado papel de destaque no mercado de trabalho, com excelente retorno financeiro. Para o profissional que trata essas disfunções, os  peelings  químicos e físicos são uma arma importante para minimização dos sinais do tempo. Com essa técnica conseguimos melhorar a qualidade da pele, estimular a síntese de substâncias importantes para a sustentação dos tecidos, remover ou diminuir manchas escuras e sinais típicos da exposição solar. Para executar o procedimento com segurança e eficácia é necessário conhecer em detalhes os tecidos e sistemas sobre os quais iremos trabalhar. Por isso, iniciaremos nosso curso, neste módulo I, pelo estudo dos tecidos que compõem a pele (epitelial e conjuntivo) e pelos componentes do sistema tegumentar (pele, hipoderme e anexos cutâneos).  Após, faremos uma breve revisão da anatomia da face, sobre a qual iremos embasar nosso estudo (ossos, músculos, circulação arterial e venosa, inervação e rede linfática da cabeça e do pescoço). Terminamos esse módulo estudando sobre o processo de reparo tecidual para compreender como a pele se regenera após as lesões teciduais provocadas pelos peelings físicos e químicos, apresentando-se renovada e rejuvenescida.

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2 TECIDO EPITELIAL

Tecido orgânico avascular, formado por células justapostas e com pouco material intercelular. Por não possuir circulação sanguínea própria, é nutrido por difusão a partir do tecido conjuntivo que está próximo a ele (Azulay e Azulay, 1999). É classificado em duas categorias (Beltramini, 2011): 

Tecido epitelial de revestimento: reveste a superfície corporal externa e

as cavidades orgânicas. É formado por células cúbicas, cilíndricas ou prismáticas, que possuem estruturas especializadas que garantem a execução de suas funções. É classificado em subtipos levando em consideração características de sua morfologia, como o número de camadas e o formato das células (FIGURA 1). 

Tecido epitelial glandular ou secretor: origina-se de uma invaginação

de um epitélio de revestimento e é especializado na síntese e secreção de substâncias como hormônios e enzimas. As células secretoras de uma glândula são denominadas parênquima e o tecido conjuntivo no interior da glândula é denominado estroma. O epitélio glandular pode ser classificado levando-se em consideração características de sua morfologia (número de células) e de sua fisiologia (modo de eliminação das secreções e local onde as secreções são lançadas). Em relação ao local onde a secreção é lançada, as glândulas podem ser classificadas como endócrinas (glândulas sem ductos que distribuem sua secreção diretamente na corrente sanguínea, sendo então distribuída) ou exócrinas (glândulas com ducto excretor que transportam a secreção produzida pela glândula para o meio externo, como por exemplo, as glândulas sudoríparas e lacrimais) (FIGURA 1).

FIGURA 1 – TIPOS DE TECIDO EPITELIAL

EPITÉLIO DE REVESTIMENTO

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FONTE: DAVID. Tudo sobre biologia. Disponível em: . Acesso em: 3 nov. 2011.

EPITÉLIO GLANDULAR

FONTE: PUC RS. Atlas virtual de histologia. Disponível em: . Acesso em: 3 nov. 2011.

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3 TECIDO CONJUNTIVO

Tecido orgânico, vascularizado, que possui um rico material intercelular, composto pela substância fundamental amorfa e por conjuntos organizados de proteínas chamadas de fibras. Possui muitos tipos celulares que realizam as funções de sustentação, preenchimento, transporte de substâncias, defesa orgânica e reparação tecidual (Beltramini, 2011).  A substância fundamental amorfa é formada por água, polissacarídeos e proteínas. É incolor, homogênea e de consistência variável. As fibras do tecido conjuntivo são agrupamentos de proteínas polimerizadas que exercem funções importantes para o sistema tegumentar. São de três tipos: colágenas, reticulares e elásticas (Beltramini, 2011). No decorrer deste módulo, ao estudar uma das camadas da pele denominada derme, que é formada por tecido conjuntivo, detalharemos cada tipo específico de fibra. O tecido conjuntivo pode ser agrupado em duas categorias (Beltramini, 2011): 

Tecido conjuntivo propriamente dito: tipo de tecido conjuntivo que

possui os constituintes básicos característicos do tecido (fibras, células e substância fundamental amorfa). Pode ser de dois tipos: frouxo (com grande quantidade de substância intercelular e amorfa e poucas fibras, frouxamente distribuídas; ou denso (oferece mais resistência e proteção, mesmo sendo menos flexível que o tecido conjuntivo frouxo. Possui muitas fibras colágenas e pouca substância amorfa) (FIGURA 2). 

Tecido conjuntivo de propriedades especiais: variações do tecido

conjuntivo com funções e características próprias. Entre eles estão: tecido adiposo, elástico, reticular, mucoso, cartilaginoso e ósseo.

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FIGURA 2 – TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO (TCPD)

FONTE: BRUNA. Tecido conjuntivo. Disponível em: . Acesso em: 3 nov. 2011.

Você entendeu? Os tecidos que estão diretamente relacionados ao sistema tegumentar são o epitelial e o conjuntivo. O tecido epitelial é um tipo de tecido avascular, formado por células justapostas e com pouco material intercelular que pode ser classificado em tecido epitelial de revestimento e tecido epitelial glandular. O tecido conjuntivo é um tipo de tecido vascularizado composto pela substância fundamental amorfa e por conjuntos organizados de proteínas chamadas de fibras. Pode ser agrupado em duas categorias: tecido conjuntivo propriamente dito e tecido conjuntivo de propriedades especiais.

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4 SISTEMA TEGUMENTAR

O sistema tegumentar é um conjunto de estruturas que recobre o organismo humano e exerce funções importantes na manutenção do equilíbrio do corpo. Está organizado em camadas intimamente relacionadas: pele, hipoderme e anexos cutâneos (FIGURA 3).

FIGURA 3 – SISTEMA TEGUMENTAR

FONTE: Dermatologia integrada da pele. Dermatologia. Disponível em: . Acesso em: 4 nov.2011.

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4.1 PELE

 A pele vem sendo exaustivamente estudada em todas suas estruturas e funções por pesquisadores de todo o mundo e existe um consenso de que existem inúmeras possibilidades para abordagem preventiva e de tratamento dos sinais de envelhecimento pela extrema capacidade de resposta a tratamentos e de recuperação (Dermatologia integrada, 2011).

Você sabia?  A pele é o maior e mais pesado órgão do corpo humano, mede em torno de 1,5 a 2 m2 em um adulto jovem de estatura mediana. É responsável pelo contato do corpo com o meio externo e sua espessura varia de 3 mm nas palmas das mãos e plantas dos pés até 1 mm nas pálpebras.  A pele não é somente um envoltório para nosso corpo. Ela exerce inúmeras outras funções: é o primeiro elo de contato com o ambiente externo, responsável pela defesa inicial contra micro-organismos, agressões químicas e mecânicas, é o centro dos sentidos (tato, frio, calor, dor), além de espelhar nossa saúde, emoções e idade. Recobre e protege o organismo da perda excessiva de água, do atrito e dos raios solares ultravioletas (Dermatologia integrada, 2011).

Detalhando as funções da pele:



Proteção física:  barreira de proteção para as estruturas internas do

organismo à ação de agentes externos. Também impede perdas de água, eletrólitos e outras substâncias do meio interno.

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Proteção imunológica:  graças às células de defesa presentes na

derme, a pele é um órgão de grande atividade imunológica, onde atuam intensamente os componentes de imunidade humoral e celular.



Termorregulação: graças à sudorese, constrição e dilatação da rede

vascular cutânea, a pele processa o controle homeostático da temperatura orgânica.



Percepção sensorial: por meio da complexa e especializada rede de

terminações nervosas presentes na pele, ela é capaz de perceber e interpretar sensações de calor, frio, dor e tato.



Secreção:  a pele possui glândulas especializadas na produção de

sebo e suor. A secreção sebácea é importante para a manutenção do equilíbrio da pele, particularmente da camada córnea, evitando a perda de água. Além disso, o sebo possui propriedades antimicrobianas e contêm substâncias precursoras da vitamina D. O suor é importante para regulação da temperatura orgânica.  A aparência e a função da pele variam de acordo com a área do corpo que se está analisando, porém estruturalmente, existe uma constituição comum a qualquer região, independente de idade ou sexo. Podemos didaticamente dividir a pele em duas camadas: epiderme e derme. Estas duas camadas estão estreitamente relacionadas e exercem suas funções de forma interdependente. O estudo da epiderme e da derme e suas camadas é extremamente importante para o profissional que trabalha com peelings, porque nestas estruturas é que iremos atuar. Precisamos conhecer detalhadamente as características de cada componente anatômico para compreender a profundidade e o mecanismo de ação de cada tipo de peeling.

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4.1.1 Epiderme

 A epiderme (FIGURA 4) é a camada mais externa da pele.

FIGURA 4 - EPIDERME

FONTE: WIKIPEDIA. Epidermis. Disponível em: . Acesso em: 4 nov. 2011.

 A epiderme é composta por tecido do tipo epitelial e forma a primeira barreira aos agentes externos. É avascular, sendo nutrida por difusão, pela derme. Sua espessura varia segundo a região do corpo. Exerce funções muito importantes para o funcionamento geral do organismo, entre elas, podemos citar: 

Proteção contra traumas físicos e químicos;



Resistência às forças de tensão a epiderme;



Prevenção da desidratação e perda de eletrólitos;

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Proteção contra o encharcamento de líquidos;



Restrição da passagem de corrente elétrica;



Proteção contra entrada de substâncias tóxicas;



Proteção dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta.

4.1.1.1 Camadas da epiderme

 A epiderme é composta por cinco camadas: córnea, lúcida, granulosa, espinhosa e basal (FIGURA 5). A camada lúcida que é formada por uma fina camada de células achatadas que não está presente em todas as regiões do corpo. Existe apenas onde a pele é mais grossa (palma das mãos e pés) (CEDERJ, 2010).

FIGURA 5 – CAMADAS DA EPIDERME

FONTE: MARV. Epidermis. Disponível em: . Acesso em: 4 nov. 2011.

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 Agora vamos conhecer em detalhes cada uma das camadas da epiderme (FIGURA 6) (Sampaio e Rivitti, 2001).

FIGURA 6 – DETALHE DE LÂMINA COM RECORTE DAS CAMADAS DA EPIDERME

FONTE: SKINIPÉDIA. Epiderme. Disponível em: . Acesso em: 4 nov. 2011.

 A primeira camada da epiderme é a córnea (FIGURA 7). É a camada mais superficial da pele, constituída por células achatadas mortas, anucleadas, dispostas em lâminas que se sobrepõem formando uma estrutura rígida e hidrófila. Exerce a função de proteção contra agentes físicos, químicos e biológicos, além de impedir a evaporação de água. Nessa camada ocorre desprendimento celular constante para proporcionar a renovação da epiderme.

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FIGURA 7 – CAMADA CÓRNEA DA EPIDERME

FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO. Sistema tegumentar. Disponível em: . Acesso em: 4 nov. 2011.

 A segunda camada da epiderme é a granulosa (FIGURA 8). Está localizada abaixo da camada córnea e possui células poligonais e achatadas com núcleo central e grânulos de queratina no citoplasma. Mantém a hidratação da pele.

FIGURA 8 – CAMADA GRANULOSA DA EPIDERME

FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO. Sistema tegumentar. Disponível em: . Acesso em: 4 nov. 2011.

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 A terceira camada da epiderme é a espinhosa (FIGURA 9). Está localizada abaixo da camada granulosa e é formada aproximadamente dez fileiras de células achatadas, com núcleo central e pequenas expansões citoplasmáticas que conferem o aspecto espinhoso a esta região.

FIGURA 9 – CAMADA ESPINHOSA DA EPIDERME

FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO. Sistema tegumentar. Disponível em: . Acesso em: 4 nov. 2011.

 A última camada da epiderme é a basal ou germinativa (FIGURA 10).

FIGURA 10 – CAMADA BASAL DA EPIDERME

FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO. Sistema tegumentar. Disponível em: . Acesso em: 4 nov. 2011.

 A camada basal é a camada mais profunda e faz contato direto com a derme. É formada por uma única fileira de células prismáticas, onde ocorre intensa

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divisão celular para renovação da epiderme e substituição das células que são perdidas na camada córnea. Nesse processo as células partem da camada basal e vão sendo deslocadas até a camada córnea, em um período aproximado de 25 dias.  Abaixo da camada basal existe uma membrana denominada membrana basal. Essa estrutura é formada por mucopolissacarídeos neutros e proporciona o suporte mecânico (sustentação) para a pele. Em resumo: todas as estruturas e células da epiderme têm como função principal manter o equilíbrio da superfície do corpo, livrando-o de danos físicos (temperatura, umidade e ressecamento, traumas, radiação ultravioleta) químicos (substância ácidas, sabões, detergentes) e biológicos (micro-organismos, como vírus, fungos e bactérias).

4.1.1.2 Células típicas da epiderme

 As células típicas da epiderme são:   Queratinócitos



  Melanócitos





Células de Langerhans (Azulay e Azulay, 1999).

Os queratinócitos (FIGURA 11) são as células típicas da epiderme.

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FIGURA 11 - QUERATINÓCITOS

FONTE: MIOT, LDB; MIOT, HÁ; SILVA, MG; MARQUES, MEA. Fisiopatologia do melasma. An. Bras. Dermatol. v. 84, n.6, Rio de Janeiro nov./dez. 2009.

Os queratinócitos são células em constante renovação. Cada célula deste tipo que é gerada na camada basal da epiderme migra para a superfície (em ciclos de aproximadamente 28 dias) (FIGURA 12), produzindo neste trajeto lipídeos e proteínas, das quais a mais importante é a queratina. Assim que fica repleto de queratina, o queratinócito perde o núcleo e

“morre” tornando -se

um corneócito

(MIOT et al, 2009). Os corneócitos em conjunto com os lipídeos produzidos na epiderme e com o sebo produzido pelas glândulas sebáceas e a água com sais minerais provenientes da sudorese, formam um filme sobre e pele, que constitui a barreira cutânea (MIOT et al, 2009).

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BARREIRA CUTÂNEA = CORNEÓCITOS DA CAMADA CÓRNEA + LIPÍDEOS EPIDÉRMICOS E SEBÁCEOS +  ÁGUA E ELETRÓLITOS

 A barreira cutânea mantém o pH da pele ligeiramente ácido da superfície cutânea, em torno de 5,5 em média; esta barreira é responsável pela não penetração de várias substâncias, ou pela penetração parcial, assim como resiste naturalmente a muitos micro-organismos (MIOT et al, 2009).

FIGURA 12 – SUBIDA DOS CORNEÓCITOS DA CAMADA BASAL À CORNEA

FONTE: DERMATO-INFO. L'ÉPIDERME. Disponível em: . Acesso em: 10 out.2011.

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Outra célula típica da epiderme é o melanócito (FIGURA 13). O estudo do melanócito é muito importante para quem pretende trabalhar com  peelings faciais, porque estas células são responsáveis pela síntese de melanina pigmento que dá cor a pele. Alterações nesta pigmentação dão origem as discromias (manchas faciais), características do envelhecimento e que podem ser tratadas com  peelings físicos e químicos (MIOT et al, 2009).

FIGURA 13 – MELANÓCITO

FONTE: FREE THOUGHT. Melanocyte. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

Os melanócitos são células arredondadas localizadas em maior número na camada basal da epiderme, responsáveis pela produção de melanina (um dos pigmentos que determina à coloração da pele). Os melanócitos existem na proporção de 1:10 em relação aos queratinócitos e ao contrário destes, não se multiplicam (MIOT et al, 2009).

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Você sabia?  A quantidade de melanócitos é semelhante em todos os indivíduos. As diferenças de cores entre as raças não depende do número e sim da capacidade funcional dos melanócitos.  A melanina é um pigmento castanho denso, de alto peso molecular, que fica cada vez mais escuro quanto mais concentrado. É o pigmento principal da coloração da pele e têm sua produção e distribuição determinada geneticamente. Sua função é proteger a pele da radiação solar, por meio de uma reação química, com absorção da radiação (MIOT et al, 2009). Existem dois tipos de melanina: as eumelaninas (dão tonalidade escura entre marrom e preto) e as feomelaninas (dão tonalidade clara entre amarelo e vermelho) (MIOT et al, 2009). Nos seres humanos, a pigmentação da pele depende da atividade melanogênica, dentro dos melanócitos, da taxa de síntese de melanina, bem como do tamanho, número, composição e distribuição de partículas do citoplasma dos melanócitos, denominadas melanossomas (FIGURA 14) (MIOT et al, 2009). Os melanossomas são organelas elípticas, altamente especializadas, nas quais ocorre a síntese e deposição de melanina. Quando os melanossomas estão cheio de pigmento, estes são transferidos aos queratinócitos vizinhos, que fazem com que o pigmento migre até as camadas superiores da epiderme. Esse processo de produção e distribuição da melanina chama-se melanogêsese (MIOT et al, 2009).

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FIGURA 14 - MELANOSSOMAS

FONTE: BORN SCHOOLS. Melanocyte. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

 A densidade de melanócitos varia com os diferentes locais do corpo. Há em torno de dois mil ou mais melanócitos epidérmicos por milímetro quadrado de pele da cabeça e antebraço e cerca de mil, no restante do corpo, em todas as raças. O número de melanócitos diminui com a idade, em áreas não fotoexpostas, na proporção de 6 a 8% por década (MIOT et al, 2009).

Existem outros pigmentos que também interferem na coloração da pele (MIOT et al, 2009):



Carotenoide: pigmentos exógenos amarelos;



Hemoglobina oxigenada: vermelho endógeno.



Hemoglobina reduzida: azul endógeno.

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 Além dos queratinócitos e dos melanócitos existem na pele células de defesa chamadas células de Langerhans (MIOT et al, 2009).  As células de Langerhans (FIGURA 15) são células dendríticas móveis com função imunológica que exercem um importante papel protetor na pele. Podem ser encontradas em qualquer camada da epiderme, porém são mais frequentes na camada espinhosa. Possuem grande capacidade fagocitária e ativação de linfócitos T. Existem também na derme, nos linfonodos e no timo. Representam entre 3 e 6% de todas as células epidérmicas.

FIGURA 15 – CÉLULAS DE LANGERHANS

FONTE: DERMATO-INFO. L'ÉPIDERME. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

Como já abordado a epiderme não tem vascularização própria e sua nutrição e eliminação de metabólitos se processa por difusão até a derme em uma região chamada junção dermoepidérmica (FIGURA 16).  AN02FREV001/REV 4.0

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Essa área é rica em vasos sanguíneos que se concentram na superfície ondulada desta área, conferindo uma maior área de troca de nutrientes e gases, por meio das papilas dérmicas.

FIGURA 16 – JUNÇÃO DERMOEPIDÉRMICA

FONTE: UNIVERSIDAD DE LOS ANDES. Histologia. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

Você Entendeu?

O sistema tegumentar recobre o organismo humano e exerce funções importantes na manutenção do equilíbrio do corpo. Possui três estruturas: pele, hipoderme e anexos cutâneos. A pele se subdivide em epiderme e derme e exerce inúmeras funções indispensáveis ao equilíbrio do organismo humano. A epiderme é a camada mais externa e possui cinco estratos: córnea, lúcida, granulosa, espinhosa e basal. Suas células típicas são os queratinócitos, os melanócitos e as Células de Langerhans.  AN02FREV001/REV 4.0

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4.1.2 Derme

 A derme é a segunda camada da pele. Está localizada abaixo da epiderme e acima da hipoderme. Sua superfície é irregular e sua espessura varia de acordo com a região observada. Possui saliências em sua camada mais superficial (papilas dérmicas), que acompanham as reentrâncias correspondes da epiderme formando a  junção dermoepidérmica como vimos logo acima. As papilas aumentam a área de contato da derme com a epiderme, reforçando a união entre essas duas camadas.  A derme é ricamente vascularizada e inervada. Além dos vasos sanguíneos e linfáticos, e dos nervos, a derme também possui algumas estruturas, derivadas da epiderme: folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas (anexos cutâneos).

4.1.2.1 Camadas da derme

 A derme possui duas camadas (FIGURA 17): papilar (mais superficial) e reticular (mais profunda).  A camada papilar é a camada mais superficial da derme, situada logo abaixo da camada basal da epiderme. É delgada e formada por tecido conjuntivo do tipo frouxo que forma as papilas dérmicas. Nessa camada foram descritas fibrilas especiais de colágeno, que se inserem por um lado da membrana basal e pelo outro penetram profundamente na derme. Essas fibrilas contribuem para prender a derme à epiderme.  A camada reticular é a camada mais profunda da derme. É mais espessa e constituída por tecido conjuntivo do tipo denso. As duas camadas possuem fibras elásticas que dão elasticidade a pele. As células são mais dispersas nesta camada do que na camada papilar.

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FIGURA 17 – CAMADAS DA DERME (PAPILAR E RETICULAR)

D P = D ER M E P A P IL A R / D R = D E R M E R E T IC U L A R

FONTE: UFPEL. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

São funções da derme (Angélica, 2009):



Promoção da flexibilidade tecidual;



Proteção contra traumas mecânicos;



Manutenção da homeostase orgânica;



Armazenamento de sangue (necessidades primárias do organismo);



Ruborização quando de respostas emocionais;



Segunda linha de proteção contra invasões de micro-organismos.

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 A vascularização da derme ocorre por meio de dois plexos interligados: o plexo subpapilar (corre dentro da derme papilar, paralelo à epiderme, e fornece um rico suprimento de capilares, arteríolas terminais e vênulas das papilas dérmicas) e os plexos profundos (ao redor dos folículos pilosos e das glândulas écrinas, são compostos de vasos sanguíneos maiores que os do plexo superficial).

4.1.2.2 Células típicas da derme

 A derme possui algumas células típicas (Junqueira e Carneiro, 2004):



 

Fibroblastos;



Fibras colágenas, elásticas e reticulares;

 

Macrófagos;

 

Linfócitos.





Os fibroblastos (FIGURA 18) são as células mais comuns do tecido conjuntivo, responsáveis pela síntese produção de fibras colágenas, elásticas, reticulares e também de substância fundamental amorfa (FIGURA 19). Sua forma inativa é denominada fibrócito (citoplasma escasso, baixa atividade celular e cromatina condensada). Estudos atuais indicam que o fibrócito pode tornar-se novamente ativo mediante estímulo inflamatório (BOER, 2010).

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FIGURA 18 – FIBROBLASTO

FONTE: INFOESCOLA. Fibroblastos. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

FIGURA 19 – FIBROBLASTO PRODUTOR DE FIBRAS DA DERME

FONTE: LIEBSCHI. Fibroblasto. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

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Os fibroblastos produzem três tipos de fibras (FIGURA 20) (Junqueira e Carneiro, 2004):

  Colágenas;



  Elásticas;



  Reticulares.



FIGURA 20 – FIBRAS DA DERME

FONTE: MENDES, M. Tecido conjuntivo. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

 As fibras colágenas são constituídas por colágeno. São as mais frequentes no tecido conjuntivo. Possuem estriação longitudinal, são grossas e resistentes, distendendo-se pouco quando tensionadas (FIGURA 21).

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FIGURA 21 – FIBRAS COLÁGENAS

FONTE: HT. Histologia. Disponível em: .  Acesso em: 5 nov. 2011.

 As fibras elásticas são constituídas por elastina. Não apresentam estriações longitudinais. Conferem elasticidade ao tecido conjuntivo frouxo, complementando a resistência das fibras colágenas (FIGURA 22).

FIGURA 22 – FIBRAS ELÁSTICAS

FONTE: UFRJ. Histologia. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

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 As fibras reticulares também são constituídas por colágeno. São ramificadas e formam um trançado firme que liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos. São formadas por uma variação do colágeno (tipo III) e possuem elevado teor de glicídios. Formam o arcabouço de certos órgãos hematopoiéticos (baço e linfonodos) e circundam órgãos epiteliais (fígado e algumas glândulas endócrinas) (FIGURA 23).

FIGURA 23 – FIBRAS RETICULARES

FONTE: SÓ BIOLOGIA. Tecido conjuntivo. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

Os macrófagos e linfócitos, outros tipos celulares presentes na derme são células que exercem a função de defesa da derme contra o ataque de microorganismos ou presença de substâncias estranhas ao organismo (Junqueira e Carneiro, 2004).

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4.2 HIPODERME

 A hipoderme (FIGURA 24), também pode ser chamada de tecido celular subcutâneo. Está situada logo abaixo da derme. Não faz parte da pele, como já vimos, mas está intimamente ligada a ela. A hipoderme é formada por células chamadas adipócitos cuja função principal é acumular gordura atuando como um depósito de gordura. A hipoderme também possui função de proteção térmica, mecânica e é responsável pelos contornos corporais sexuais (distribuição de gordura de padrão feminino ou masculino).

FIGURA 24 - HIPODERME

FONTE: INFOESCOLA. Hipoderme. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

4.2.1 Camadas da hipoderme

 A hipoderme compõe-se por duas camadas: areolar e lamelar (Azulay e  Azulay, 1999).

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 A camada areolar da hipoderme é a camada mais superficial. É composta por adipócitos globulares e volumosos, em disposição vertical, onde os vasos sanguíneos são numerosos e delicados. Abaixo da camada areolar existe uma lâmina fibrosa, de desenvolvimento conforme a região, que é a fáscia superficial ou subcutânea. Esta fáscia separa a camada areolar da camada lamelar.  A camada lamelar da hipoderme é a camada mais profunda. Nessa região ocorre aumento de espessura e ganho de peso, com aumento de volume dos adipócitos, que invadem a fáscia superficial.

4.3 ANEXOS CUTÂNEOS

Os anexos cutâneos são estruturas originadas por invaginação da epiderme na derme (FIGURA 25). São eles:



Pelos: estruturas queratinizadas que exercem papel protetor.



Glândulas sebáceas: secretam o sebo, um hidratante natural da pele e

que contribui para a manutenção da textura e flexibilidade do pelo.



Glândulas sudoríparas: secretam o suor, secreção que permite a

eliminação de produtos tóxicos, resultantes do metabolismo celular, é também, um componente importante do mecanismo da termorregulação.



Unhas (placas de células fortemente queratinizadas que crescem nas

superfícies dorsais das falanges terminais dos dedos).

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FIGURA 25 – ANEXOS CUTÂNEOS

FONTE: SAÚDE TOTAL. Prevenção. Obtido via internet. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

Você Entendeu?  A derme é a segunda camada da pele. É ricamente vascularizada e inervada, sendo também responsável pela nutrição da epiderme. Possui duas camadas: papilar (mais superficial, delgada, formada por tecido conjuntivo frouxo) e areolar (mais profunda e espessa e constituída por tecido conjuntivo denso). Sua principal função é a de sustentação da pele e manutenção da resistência e elasticidade do local. A célula típica da derme é o fibroblasto que sintetiza as fibras elásticas, colágenas e reticulares. Essas fibras são responsáveis pelas funções que a derme exerce. Logo abaixo da derme está a hipoderme. Embora não faça parte da pele, a hipoderme está diretamente ligada a ela. É formada por tecido adiposo e sua célula típica é o adipócito, responsável por acumular gordura. A hipoderme é disposta em duas camadas: areolar (mais superficial, composta por adipócitos volumosos) e lamelar (mais profunda). Permeando essas camadas estão os anexos cutâneos: pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas.

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5 ANATOMIA BÁSICA DA FACE

 A face ou rosto é a parte frontal da cabeça onde se encontram o nariz, os olhos e a boca. É delimitada pelos espaços entre a testa e o queixo e de uma orelha à outra. O formato da face é próprio de cada indivíduo e é determinado pelos ossos, pela gordura e pelos músculos faciais. Nas estruturas da face podem ser percebidos os primeiros sinais do envelhecimento, como a flacidez muscular e de pele, as rugas e manchas, disfunções que podemos tratar com os  peelings físicos e químicos. Daí a importância de conhecermos a anatomia e os contornos faciais.

5.1 OSSOS DA FACE

 A face é constituída por 14 ossos (FIGURA 26), sendo que seis são pares e dois são ímpares (QUADRO 1).

QUADRO 1  – OSSOS DA FACE PARES MAXILA

ÍMPARES VÓMER (O VÓMER É O OSSO QUE SEPARA AS DUAS NARINAS)

ZIGOMÁTICO

MANDÍBULA

LACRIMAL NASAL CORNETO INFERIOR PALATINO FONTE: adaptado de WIKIPÉDIA. Cabeça. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

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FIGURA 26 – OSSOS DA FACE

FONTE: 4SHARED. Ossos da face. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

5.2 MÚSCULOS DA FACE E DO PESCOÇO

Os músculos da face (FIGURA 27) normalmente são de pequeno comprimento e exercem funções específicas. Para estudo, podem ser subdivididos em: subcutâneos da cabeça e mastigadores (QUADRO 2):

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QUADRO 2 – MUSCULOS DA FACE

SUBCUTÂNEOS

MASTIGADORES

OCCIPITOFRONTAL

MASSETER

TEMPOROPARIETAL

TEMPORAL

ORBICULAR DO OLHO

PTERIGOIDEO LATERAL

CORRUGADOR DO SUPERCÍLIO

PTERIGOIDEO MEDIAL

PRÓCERO NASAL BUCINADOR ORBICULAR DA BOCA LEVANTADOR DO ÂNGULO DA BOCA  ABAIXADOR DO ÂNGULO DA BOCA LEVANTADOR DO LÁBIO SUPERIOR  ABAIXADOR DO LÁBIO INFERIOR LEVANTADOR DO LÁBIO SUPERIOR E DA ASA DO NARIZ ZIGOMÁTICO MAIOR ZIGOMÁTICO MENOR MENTUAL RISÓRIO FONTE: adaptado de WIKIPÉDIA. Anatomia da cabeça. Disponível em: ). Acesso em: 5 nov. 2011.

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FIGURA 27 – MÚSCULOS DA FACE

FONTE: SOS CORPO. Anatomia. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE

 As artérias carótidas interna e externa e a artéria carótida comum são responsáveis pela irrigação do pescoço e da cabeça (FIGURA 28):  A artéria carótida interna penetra no crânio através do canal carotídeo e supre as estruturas internas do mesmo. Os ramos terminais da artéria carótida interna são a artéria cerebral anterior (supre a maior parte da face medial do cérebro) e artéria cerebral média (supre a maior parte da face lateral do cérebro).  A artéria carótida externa: irriga pescoço e face. Seus ramos colaterais são: artéria tireoide superior, artéria lingual, artéria facial, artéria occipital, artéria auricular posterior e artéria faríngea ascendente. Seus ramos terminais são: artéria temporal e artéria maxilar.

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FIGURA 28 – ARTÉRIAS DA FACE

FONTE: WECKER, JE. Sistema arterial. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

 A drenagem venosa da face se dá pelas seguintes veias (FIGURA 29):

 Facial comum;



 Facial;



 Plexo pterigoideo;



 Retromandibular;



 Temporal superficial;



 Auriculares posteriores;



 Occipital;



 Plexo venoso suboccipital.



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FIGURA 29 – DRENAGEM VENOSA DA FACE

FONTE: WECKER, JE. Sistema venoso. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

5.4 INERVAÇÃO DA FACE

Os nervos cutâneos do pescoço encobrem os nervos da face. Os ramos cutâneos dos nervos cervicais, provenientes do plexo cervical, estendem-se sobre a orelha, a face posterior do pescoço e muito da região parotídea da face (área que se estende sobre o ângulo da mandíbula). O nervo trigêmeo é o nervo sensitivo para a face e é o nervo motor para os músculos da mastigação e diversos pequenos músculos (PARALISIA FACIAL, 2011). Os processos periféricos do gânglio trigeminal constituem: 

O nervo oftálmico;



O nervo maxilar;

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O componente sensitivo do nervo mandíbula.

Estes nervos são nomeados de acordo com as suas áreas principais de terminação (olho, maxila, mandíbula) respectivamente (FIGURA 30): 

Nervo oftálmico: enerva a pele da testa, a pálpebra superior, a túnica

conjuntiva e o nariz lateralmente até à ponta. 

Nervo maxilar: enerva a pele da parte posterior do lado do nariz, a

pálpebra inferior, a bochecha, o lábio superior e o lado lateral da abertura da órbita. 

Nervo mandibular: enerva a pele do lábio inferior, a parte inferior da face,

a região temporal e parte da orelha.

FIGURA 30 – NERVOS DA FACE

FONTE: PARALISIA FACIAL. Enervação da face. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

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Os nervos motores da face são o nervo facial, para os músculos da expressão facial, e a raiz motora do nervo mandibular para os músculos da mastigação (masseter, temporal, pterigoides medial e lateral). Estes nervos também suprem alguns músculos mais profundamente situados, descritos posteriormente em relação à boca, à orelha média e ao pescoço.

5.5 REDE LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO

Os linfáticos da cabeça e do pescoço podem ser superficiais ou profundos (FIGURA 31):

a)

Linfáticos superficiais:



Linfonodos occipitais: drenam a parte posterior do couro cabeludo.



Linfonodos retroauriculares: drenam a porção lateral da cabeça.



Linfonodos parotídeos superficiais: drenam a porção superior da face e a

região temporal. 

Linfonodos submandibulares: drenam a região submandibular e porção

lateral da língua. 

Linfonodos submentais: drenam a gengiva, o lábio inferior e parte

mediana da língua. b) Linfáticos profundos: o grupo principal dos linfonodos cervicais profundos forma uma cadeia de dez a doze linfonodos ao longo da v. jugular interna e costuma ser dividido em grupo superior e inferior. Nestes grupos dois linfonodos recebem nomes específicos: linfonodo júgulo-digástrico e linfonodo júgulo-omo-hioideo.

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FIGURA 31 – REDE LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO

FONTE: SISTEMA NERVOSO. Neuroanatomia. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

Você Entendeu?  A face é a parte frontal da cabeça, delimitada pelos espaços entre a testa e o queixo e de uma orelha à outra. Possui 14 ossos, sendo seis pares e dois ímpares. Os músculos da face podem ser subdivididos em: subcutâneos da cabeça e mastigadores. As artérias carótidas interna e externa e a artéria carótida comum são responsáveis pela irrigação do pescoço e da cabeça. A drenagem venosa da face se

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dá pelas veias: facial comum, facial, plexo pterigoideo, retromadibular, temporal superficial, auriculares posteriores, occipital e plexo venoso suboccipital. O nervo trigêmeo é o nervo sensitivo para a face e é o nervo motor para os músculos da mastigação. Os nervos motores da face são o nervo facial, para os músculos da expressão facial, e a raiz motora do nervo mandibular para os músculos da mastigação. Os linfáticos da cabeça e do pescoço podem ser superficiais ou profundos.  Ao realizar qualquer processo de  peeling   geramos uma escoriação nas camadas da epiderme e da derme (de acordo com a profundidade que desejamos alcançar), o que gera um processo de reparo local, com o estímulo das células fibroblásticas e a geração de novas fibras de colágeno e elastina, melhorando os sinais de envelhecimento. Para compreender como esse processo ocorre precisamos fazer uma revisão sobre como ocorre à regeneração celular.

6 REGENERAÇÃO CELULAR

O processo de regeneração celular no caso de  peelings  proporciona a restauração integral dos tecidos, ou seja, se não houver intercorrências, há a reposição tissular "original". A pele retorna da mesma maneira que era antes, sem cicatrizes, apenas com aspecto renovado.  A agressão que o  peeling   físico ou químico gera na pele provoca uma resposta inflamatória aguda que se manifesta por edema e formação de exsudato seroso, rico em leucócitos, que cessa em menos de 24 horas. As células epidérmicas, das margens da área tratada e das invaginações epidérmicas dos folículos pilosos e glândulas sudoríparas e sebáceas começam a proliferar e migrar para a região, ocluindo rapidamente sua superfície ( FIGURA 32) (SANTOS, 2011).

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FIGURA 32 – REGENERAÇÃO TECIDUAL

FONTE: BUONA VITA. Fatores de Crescimento. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2011.

O processo de cicatrização compõe-se por três estágios interdependentes e simultâneos, que são descritos em fases:   Inflamatória;



  Fibroplasia;



  Maturação.



6.1 FASE INFLAMATÓRIA

Logo após a agressão, as células se contraem (vasoconstrição) por 5 a 10 minutos, para propiciar o fechamento dos vasos lesados. Em seguida, as células endoteliais retraem-se e perdem suas conexões, aumentando a permeabilidade vascular e permitindo a passagem dos elementos sanguíneos para a ferida; plasma, eritrócitos e leucócitos. Essa vasodilatação forma um exsudato (edema), traduzido  AN02FREV001/REV 4.0

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clinicamente por tumor, calor, rubor e dor, cuja intensidade correlaciona-se com o tipo e grau de agressão (SANTOS, 2011). Em conjunto com todas estas alterações (resposta vascular), existe uma resposta celular: os neutrófilos são responsáveis pela digestão de bactérias e tecidos desvitalizados e os monócitos transformam-se em macrófagos e auxiliam na fagocitose de bactérias e restos celulares (SANTOS, 2011).  Após o trauma, são liberados mediadores celulares que estimulam a síntese de substâncias, que desenvolvem a inflamação (histamina, serotonina, bradicinina, prostaglandinas). O fator de crescimento é liberado pelas células epidérmicas e plaquetas (SANTOS, 2011).

6.2 FASE DE FIBROPLASIA Nesta fase ocorre a reparação do tecido conjuntivo e epitelial. Na reparação do tecido conjuntivo ocorre a formação do tecido de granulação, com proliferação endotelial e fibroblastos. O fibroblasto surge por volta do segundo e terceiro dia após o trauma e o fibrinogênio do exsudato inflamatório transforma-se em fibrina, formando uma rede, onde os fibroblastos depositam-se e passam a multiplicar-se e a secretar os componentes proteicos do tecido cicatricial (SANTOS, 2011).  Ao mesmo tempo, ocorre intensa proliferação vascular. Este tecido formado por fibroblastos, substâncias produzidas por eles e vasos sanguíneos é denominado tecido de granulação, clinicamente apresentando-se com aspecto granuloso e avermelhado. O miofibroblasto é uma célula que está presente no tecido de granulação e confere capacidade contrátil, reduzindo a área cruenta e facilitando a epitelização (SANTOS, 2011).  A atividade mitótica do fibroblasto termina por volta do 15º dia, quando eles passam a secretar as proteínas presentes no tecido de granulação, produzindo componentes da substância fundamental e colágeno. A formação do epitélio é outro fenômeno que ocorre na fase de fibroplasia. Esta epitelização faz-se pelo aumento de tamanho, da divisão e da migração das células da camada basal da epiderme por sobre a área de reparação do tecido conjuntivo subjacente (SANTOS, 2011).

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6.3 FASE DE MATURAÇÃO Nesta fase ocorrem dois eventos importantes: deposição, agrupamento e remodelação do colágeno e regressão endotelial. A remodelação do colágeno iniciase na formação do tecido de granulação e mantém-se por meses após a reepitelização. As colagenases e outras proteases produzidas por macrófagos e células epidérmicas dão direção correta às fibras colágenas difusas. Há diminuição de todos os elementos celulares, inclusive fibroblastos, bem como dos elementos do tecido conjuntivo. A regressão endotelial ocorre por meio da diminuição progressiva de vasos neoformados, clinicamente a cicatriz se torna menos espessa, passando de uma coloração rosada para esbranquiçada (SANTOS, 2011).

Você Entendeu? O processo de regeneração celular após os  peelings se dá em três estágios interdependentes e simultâneos, que são descritos em fases: inflamatória (fase inicial em que ocorre aumento da circulação local e edema), fibroplasia (fase intermediária em que ocorre proliferação das células endoteliais) e maturação (fase de reparo final em que surge uma nova pele, regenerada).  Aqui concluímos o primeiro módulo do nosso curso de peelings faciais. Neste módulo fizemos uma revisão sobre as estruturas do sistema tegumentar, sobre as quais iremos atuar com os  peelings  físicos e químicos. Estudamos as principais características dos tecidos epitelial e conjuntivo. Vimos que o sistema tegumentar é um conjunto de estruturas que recobre o organismo humano e é formado por pele (epiderme/derme), hipoderme e anexos cutâneos. Revisamos também a anatomia básica da face (ossos, músculos, irrigação, enervação, linfáticos). Finalizando o módulo, estudamos sobre o  processo de regeneração celular que ocorre em peles submetidas aos  peelings químicos ou físicos.

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