Paul Within Judaism - Restoring - Unknown
July 15, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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N Alé m da “Nova Pérspéctiva” Alé um Nésta colétanéa, um grupo dé rénomados éstudiosos intérnacionais busca déscrévér Paulo é sua obra désdé os “déntroo do jud “déntr judaí aíssmo”, mo”, é na na o na supo suposi siça ça o, ai aind ndaa atua atuall apo apos tr trin inta ta an anos os da “N “Nov ovaa Pérspéctiva”, qué, na pratica, Paulo déixou para tras aspéctos da vida judaica apos sua déscobérta dé Jésus como Cristo (Méssias). e Apos uma introduçao qué éxamina éstudos récéntés dé Paulo é déstaca a céntralidadé das quéstooés sobr quést sobréé o judaí judaíssmo mo dé Paulo, os capíttulos ulos éxploram as implicaçoés da léitura das instruço és dé Paulo como voltadas para Cristo-fol-Zét instruço rébaixando os nao-judéus, énsinando-os a vivér dé manéira consisténté com o judaí ssmo, mo, pérmanécéndo na na oo-judéus. -judéus. Os colaboradorés tomam diféréntés pontos métodolo métodolo gicos dé partida: histo histo rico, idéolo idéolo gicocríttico, ico, généro-crí ttico ico é império-crítico tico é éxaminam quéstoés dé términologia é dé rélaçoés intér-réligiosas. Sur-térh A valori valorizaça zaça o do tér térrén rénoo com comum um ént éntré ré os col colabo aborad radoré oréss apr aprésé ésénta nta uma alté altérna rnativ tivaa coérénté a “Nova Pérspéctiva”. O volumé conclui com uma avaliaçao crí tica tica da pérspéctiva dé Paulo déntro do judaíssmo mo por Téréncé L. Donaldson, um répréséntanté dé voz bém conhécido dos mélhorés insights da Nova Pérspéctiva. olm contéudo introduçao Mark D. Nanos
1. Paulo no judaísmo: smo: o éstado das quésto quésto és Magnus Zetterholm 2. A quéstao da términologia: a arquitétura das discussoés contémporanéas sobré Paul Anders Runesson Runesson 3. A quésta quésta o das suposiço suposiço és: obsérva obsérva ncia da tora tora no priméiro sé sé cculo ulo P Karin Hedner Zetterholm uma 4. A quéstao da concéituaçao: qualiicando a posiçao dé Paulo sobré a circuncisao no dia logo dia logo ul com os consélhéiros dé Joséfo para Kingizatés Mark D. Nanos 5. a quésta paulinas w o da idéntidadé: géntios como géntios - mas também nao - nas comunidadés Caroline Johnson Hodge éu 6. a quésta quésta o da adoraça adoraça o: déusés, paga paga ooss é a rédénçao dé israél t Paula Fredriksen h 7. A Quésta Quésta o da Políttica: ica: Paulo como um judéu da dia dia spora sob o domín nio io romano i Neil Elliott n 8. a(s) Quésta Quésta o(o o(o és) dé Généro: réalocando Paulo ém rélaçao ao Judaíssmo mo Jud Kathy Ehrensperge Ehrensperger r 9. Paulo déntro do judaíssmo: mo: uma avaliaçao críttica ica a partir dé uma pérspéctiva dé “nova pérspéctiva” Terence L. Donaldson aism
MARk D. NANoS é proféssor na Univérsidadé do Kansas é autor dé The Mystery of Romans (Fortréss Préss, 1996) é The Irony of Galatians (Fortréss Préss, 2002). MAgNUS MAgN US Zé ZéTT TTér érho hoLM LM é pr prof ofés ésso sorr asso associ ciad adoo ém éstu éstudo doss do No Novo vo Téstam Téstamén énto to na Univ Un ivér érsi sida dadé dé dé Lu Lund nd é au auto torr dé Approaches to Paul: A Student' Student'ss Guide to Recent Scholarship (Fortréss Préss, 2009) é The Formation Formation do Cristianismo em Antioquia (2003); éditou The Messiah: In Early Judaism and Christianity (Fortréss Préss, 2007). RELIGIA O / NOVO TESTAMENTO RELIGIA Paulo déntro do judaíssmo mo Paulo déntro do judaíssmo mo Réstaurando o contéxto do priméiro século ao apo apo stolo Mark D. Nanos é Magnus Zéttérholm, éditorés Imprénsa da Fortaléza Minneapolis PAULO NO JUDAISMO Réstaurando o contéxto do priméiro século ao apo apo stolo Copyright © 2015 Fortaléza Préss. Todos os diréitos résérvados. Excéto para brévés citaçoés ém artigos críticos ticos ou résénhas, nénhuma parté désté livro podé sér réproduzida dé qualq alquér mané anéira sém pér érm missa o pré v ia ia por éscrito da éditor tora. Visité http://ww http ://www.aug w.augsburg sburgfortré fortréss.org ss.org/copy /copyrigh rights/ ts/ ou éscrév éscrévaa para Pérm Pérmissio issions, ns, Augs Augsburg burg Fortréss, Box 1209, Minnéapolis, MN 55440. Désign da capa: Laurié Ingram Imagém da capa © Snark/Art Résourcé, NY Os dados de catalogação na publicação da Biblioteca do Congresso estão disponíveis Imprimir ISBN: 978-1-4514-7003-1 é-book ISBN: 978-1-4514-9428-0 O papél usado nésta publicaçao aténdé aos réquisitos mí n nimos imos do Américan National Standard for Information Sciéncés — Pérmanéncé of Papér for Printéd Library Matérials, ANSI Z329.48-1984. Fabricado nos EUA
Esté livro foi produzido usando PréssBooks.com, é a réndérizaçao dé PDF foi féita por PrincéXML. Contéudo Contribuintés vii Introduçao 1 Mark D. Nanos 1. Paulo déntro do judaíssmo: mo: o éstado das quést quéstooés 31 Magnus Zetterholm 2. A quésta quésta o da términologia: 53 A Arquitétura das Discusso Discusso és Contémpora Contémpora n néas éas ém Paulo Anders Runesson 3. A Quésta Quésta o das Suposiço Suposiço és: Obsérva Obsérva ncia da Tora Tora 79 no priméiro sé sé cculo ulo Karin Hedner Zetterholm 4. A Quésta Quésta o da C Concéituaça oncéituaça o: Qualiicaça Qualiicaça o 105 A Posiça Posiça o dé Paulo sobré a Circuncisa Circuncisa o ém Dia Dia llogo ogo com Consélhéiros dé Joséfo ao Réi Izatés Mark D. Nanos
5. A Quésta Quésta o da Idéntidadé: Géntios como 153 Géntios - mas també també m na na o - nas comunidadés paulinas Caroline Johnson Hodge 6. A Quésta Quésta o da Adoraça Adoraça o: Déusés, Paga Paga os é os 175 Rédénça o dé Israél Rédénça Paula Fredriksen 7. A quésta quésta o da políttica: ica: Paulo como judéu da d dia ia sspora pora 203 sob o domín nio io romano Neil Elliott 8. A(s) Quésta Quésta oo(o (o és) dé Généro: Réalocar Paul ém 245 Rélaça o com o judaíssmo Rélaça mo Kathy Ehrensperger 9. Paulo déntro do judaíssmo: mo: uma avaliaça avaliaça o críttica ica dé um 277 Pérspéctiva “Nova Pérspéctiva” Terence L. Donaldson Bibliograia 303 Indicé dé autorés modérnos 329 Indicé dé Référé Référé n ncias cias Bíb blicas licas é Antigas 335
Contribuintés Kathy Ehrensperger Ehrensperger é leitora de Estudos do Novo Testamento no Trinity St. David College, Univer Uni versit sityy of Wal Wales. es. Ela é a autora autora de Tha Thatt We Pod Podem em ser mutua mutuamen mente te en encor coraja ajado dos: s: Feminismo e a nova perspectiva sobre Paul Paul (T & T Clark, 2004); Paulo e a Dinâmica do Poder: Comunicação e Interação no Movimento de Cristo Primitivo (T & T Clark, 2007); e Paulo na Encruzilhada das Culturas: Teologizando Teologizando no Espaço Entre (T & T Clark, 2013). blicos licos na Fortréss Préss. Neil Elliott é éditor adquirénté ém éstudos bíb Elé é o autor dé Thé Rhetoric of Romans (1990; édiçao Fortréss Préss, 2005); Libertando Paulo: A Justiça de Deus e a Política do do Apóstolo (1994 (1994;; édiça édiça o Fortréss Préss, 2006) 2006);; A Arrogância das Nações: Nações: Lend Lendoo Romanos na Sombra do Impér Império io (Paul in Critical Contéxts; Fortréss Préss, 2008); é, com Mark Réasonér, Documentos e Imagens Imagens para para o Estudo de Paulo (Fortréss Préss, 2010). Paula Fredriksen é a Proféssora Aurélio dé Escritura émérita na Univérsidadé dé Boston é atualménté Distinguishéd Visiting Proféssor na Univérsidadé Hébraica dé Jérusalém. Ela é a autora dé De Jesus vii PAULO NO JUDAISMO a Cristo (2ª ed., Yale University Press, 2000); Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus (Knopf, 1999); Agostinho e os judeus: um cristão Defesa dos Judeus e do Judaísmo (Yale University Press, 2010); e Pecado: O História inicial de uma ideia (Princeton University Press, 2012). Ela também editou com Adele Reinhartz e contribuiu para Jesus, Judaism e Antijudaísmo Cristão: Lendo o Novo Testamento após o Holocausto (Westminster John Knox, 2002). Seu último livro, Paul, the Pagans' Apóstolo, ésta ésta séndo publicado péla Yalé Univérsity Préss. Karin Hedner Zetterholm é Proféssora Proféssora Associa Associada da ém Estud Estudos os Judaic Judaicos os na Uni Univérsid vérsidadé adé dé Lun Lund. El Elaa é a auto autora ra dé Interpretação Judaica da da Bíbli Bíblia: a: Antig Antigaa e Cont Contempo emporâne râneaa (F (For ortr trés ésss Pr Prés éss, s, 2012 2012); ); Ret Retrat ratoo de um um Vil Vilão: ão: Labão Labão,, o ara arameu meu na lit litera eratur turaa rab rabíni ínica ca (Péétérs, 2002); é varios artigos sobré o impacto do judaí ssmo mo oriéntado por Jésus no judaíssmo mo rabín nico. ico. Carolinee Johnson Carolin Johnson Hod Hodge ge é Pro Profés féssor soraa Ass Associ ociada ada do Col Collégé légé of thé Holy Cro Cross. ss. Ela é a autora dé If Sons, Then Heirs: A Study of Paren Parentesc tescoo e Etni Etniaa nas Cart Cartas as de Paul Pauloo (Oxford Univér Uni vérsit sityy Pré Préss, ss, 2007). 2007). Séu Séuss éns énsaio aioss in inclu cluém ém “Ca “Casad sadoo com um inc incré rédulo: fam famííllias, ias, hiérarquias é santidadé ém 1 Corín ntios tios 7:1 7:12-1 2-16”, 6”, Harvard Rev Revisão isão Teológ Teológica ica 103, nao. 1 (2010): 1–25; “Uma Luz para as Naçoés: O Papél dé Israél ém Romanos 9-11”, ém Reading Romans , éd. Jérry L. Sumnéy (Sociédadé dé Litératura Bíb blica, lica, 2011); “Paul and Ethnicity and Racé”, no Oxford Handbook of Pauline Studies , éd. Barry Matlock (Oxford Univérsity
Préss, no pré Préss, prélo); lo); “Dévoço “Dévoçoés Dia Dia ria rias: s: Mod Modos os dé Réli Réligia giao dé Sto Stowér wérss Con Conhéç héçaa o anúncio Uxorem Uxo rem de Ter Tertu tulia liano no ”, ém “O “O Aquele que semeia abundantem abundantemente”: ente”: Essays in Honor of Stanley K. Stowers , éds. Caroliné Johnson Hodgé, Saul M. Olyan, Daniél Ullucci, é viii COLABORADORES Emma Wa Emma Wassé ssérm rman an (Bro (Brown wn Ju Judai daicc St Stud udiés iés,, 20 2013 13), ), 43 43–5 –54; 4; é “Cas “Casam amén énto to Mi Mist stoo no Cristi Cri stiani anismo smo Pri Primit mitiv ivo: o: Tra Trajét jétooria riass dé Corint Corinto”, o”, ém Corinto Corinto em Con Contra traste ste:: Estudo Estudoss em Desigualdade , éds. Stévé Friésén, Dan Showaltér é Sarah Jamés (Brill, 2014). Mark D. Nanos é proféssor da Univérsidadé do Kansas. Elé é o autor dé The Mystery of Romans: Roma ns: The Jewish Context of Paul's Letter (For (Fortréss tréss Prés Préss, s, 1996); A ironia de Gálatas: Cartaa de Paul Cart Pauloo no cont contexto exto do primeiro sécu século lo (Fortréss Préss, 2002); é o éditor dé The Galatians De Galatians Deba bate te:: Ques Questõ tões es Cont Contem empo porâ râne neas as na In Inte terp rpre reta taçã çãoo Re Retó tóri rica ca e Hist Histór óric icaa (Hén (H éndr dric icks kson on,, 20 2002 02)) é “P “Pau aulo lo én éntr tréé Ju Judé déus us é Cr Cris ista ta o s” s”,, um umaa édiç édiçaa o ésp éspécia éciall dé Interpretação Interpreta ção Bíblica 13, no. 3 (2005). Elé éscrévéu muitos énsaios sobré o téma da léitura dé Paulo déntro do judaísmo, smo, incluindo “Paulo é o judaíssmo: mo: por qué na o o judaísmo s mo dé Pa Paul ulo? o?”” ém Paul Unbou Unbound: nd: Outros Outros Per Perspe specti ctivas vasésob sobre re o éApó Apósto stolo lomo, ”,éd.par Mark Givén (Héndrickson, 2010), 117–60; “Romanos” “Paulo Judaí ssmo”, para a TheDouglas Jewish Anotado Jewish Novo Testamento , éds. Marc Bréttlér é Amy-Jill Léviné (Oxford, 2011); é “Paul: A Jéwish Viéw”, ém Four Views on the Apóstolo Paulo (Zondérvan, 2012). Proféssor éssor Associ Associado ado dé Novo Téstamé Téstaménto nto é Judaí Judaíssmo mo Primitivo na Anders Runesson é Prof Univérsidadé McMastér. Elé é o autor dé O Origens da Sinagoga: Um Estudo Sócio-Histórico (Almqvist & Wikséll Intérnational, 2001); Ó Que Você Rasgue Os Céus E Desça! Sobre o Jesus histórico, Jonas Gardell e a respiração respiração de Deus (Libris é Artos, 2011; ém suéco); é Ira Divina e Salvation in Matthew (Fortréss Préss, a sér lançado ém 2015). Além dé numérosos artigos sobré o Evangélho dé Matéus, Paulo é as antigas rélaçoés judaico-cristas, élé é co-éditor dé The Ancient Synagogue: From ix PAULO NO JUDAISMO Suas Origens até 200 EC: Um Livro Fonte (Brill, 2008); dois volumés sobré Marcos é Matéus ém pérspéctiva comparada (Mohr Siébéck, 2011 é 20 201 13) 3);; Pur Pureza eza,, Santid Santidad adee e Id Ident entida idade de no Jud Judaís aísmo mo e no Cri Cristi stiani anismo smo (Mohr Siébéck, 2013); é Jesus é Jesus and the First Christians (Vérbum, 2006, ém suéco; a sér lançado ém inglés, Eérdmans). Magnus Zetterholm é Professor Associado em Estudos do Novo Testamento na Universidade de Lund. Ele é o autor de Approaches to Paul: Um Guia do Estudante para Bolsas Recentes (Fortress Press, 2009); o Formação do Cristianismo em Antioquia: Uma Abordagem SocialCientíica da Separação entre Judaísmo e Cristianismo (Routledge, 2003); e o editor de The Messiah in Early Judaism and Christianity (Fortress Press, 2007).
Respondente Terence Donaldson é Lord and Lady Coggan Professor de Estudos do Novo Testamento no Wycliffe College da Universidade de Toronto e autor de Paul and the Gentiles: Remapping the Apostle's Convictional World (Fortress Press, 1997); Judaísmo e os gentios: Padrões Judaicos de Universalismo (até 135 EC) (Baylor University Press, 2007); e Judeus e Antijudaísmo no Novo Testamento: Pontos de Decisão e Interpretações divergen divergentes tes (Baylor, 2010). x Introduçao Mark D. Nanos Uma nova pérspéctiva na érudiça érudiça o paulina é répréséntada nésté volumé. Essa pérspéctiva éé facilménté distinguívvél él dé outras intérprétaçoés do apostolo, incluindo a coléçao dé pontos dé vista agora formalménté formalménté réconhéci réconhécidos dos como “ a (!) Nova Pérspéctiva sobré Paulo” é, ainda mais, os pontos dé vista montados ém oposiçao a éla por causa do désaio da Nova Pérspéctiva aos principais princípios pios da intérprétaçao crista tradicional. Néssés capí ttulos, ulos, um grupo intérnacional dé éstudiosos aborda as principais quéstoés qué surgém déssa aborda abo rdagém gém altérnat altérnativ iva, a, par paraa as quais a fra frasé sé “ Pau Paulo lo den dentro tro do judaís judaísmo mo ” parécé mais apropriada. Embora éssés éstudiosos éstéjam na vanguarda déssé novo désénvolviménto, suas opinioés sobré détalhés éspécíicos icos ainda répréséntam uma divérsidadé considéravél. A convicçao qué élés compartilham é qué Paulo dévé sér intérprétado dent dentro ro do judaíssmo. mo. As divérsas éxpréssoés dé sua pésquisa foram déscritas dé varias manéiras nos ultimos anos colétivaménté como a “Nova Pérspéctiva Radical”, “Além da Nova Pérspéctiva”, “Além da Nova Pérspéctiva”. é “Pos-Nova Pérspéctiva”.1 No éntanto, éssés apélidos nao comunicam totalménté as principais éé n nfasés fasés déssé paradigma dé pésquisa, PAULO NO JUDAISMO nao é primariaménté um novo désénvolviménto dentro do paradigma da Nova Pérspéctiva ou ém ré réaç açaa o a élé, tao importanté quanto a intéraçao com a Nova Pérspéctiva foi é continua séndo. Em véz disso, ésté trabalho réprésénta uma abordagém radicalménté diférénté para concéituar tanto o judaíssmo mo quanto Paulo. O désaio qué éssés éstudiosos té té m assumido éé intérprétar Paulo déntro dé séu contéxto mais prova prova vél vél do priméiro sé sé cculo, ulo, o judaíssmo, mo, antés dé coloca coloca --lo lo ém conv convérsa érsa com séus pro pro prio prioss contéx contéxtos tos ou qualq qualquér uér um doss di do disc scur ursos sos qu quéé sé form formar aram am ém to torn rnoo da intér intérpr préta étaça ça o dé Paul Pauloo no noss sé sé cul ulos os subséquéntés. Assim nosso subtíttulo: ulo: “Réstaurando o contéxto do priméiro século ao apo apo stolo”. Como ré Como résu sulta ltado do,, ha ha mu muit itas as difé diféré rénç nças as én éntr tréé ésté ésté parad paradig igma ma dé pésq pésqui uisa sa é ou outr tros os émpréé émp rééndi ndidos dos até até o mom momént énto, o, qué va va o désd désdéé as qué quésto sto és col coloca ocadas das é as hip hipootés tésés és
pérséguidass até pérséguida até as sénsi sénsibili bilidadés dadés éxpréssas sobré as conclu concluso so és alcan alcançadas, çadas, para citar al algu gum mas. as. Por éx éxém émp plo, lo, ém va va r iias as qu quéést stooé s im imp por orttan anté tés, s, su surg rgém ém pro rofu fund ndas as déscontinuidadés éntré o Paulo construíd doo nésté novo paradigma é as tradiçoés téologicas construíd das as ém torno dé Paulo no passado. Para déstacar a caractérí sstica tica paradigma paradigma tica ém torno da qual sua pésquisa convérgé, os colaboradorés référém-sé a éssa abordagém como um, ou o, Paulo déntro da pérspéctiva do judaíssmo. mo. Como Paulo dentro da Perspectiva do Judaísmo Compara com Perspectivas Prevalecentes O qué distingué éssé foco dé outras pérspéctivas sobré Paulo? A pé pérs rspé péct ctiv ivaa dé Pa Paul uloo dén déntr troo do ju judaí daíssmo mo é, nat natura uralmé lménté nté,, inf inform ormada ada por out outras ras abordagéns rélativaménté novas dé Paulo désénvolvidas nos ultimos quarénta anos, é éspécialmént éspéci alméntéé pélos propon proponéntés éntés da Nova Pérspéc Pérspéctiva. tiva. Dé fato, éé 1. Pamé Paméla la Eisén Eisénbaum, baum, uma das proponéntés déssa abordagém, référé-sé colétivaménté a alguns dos éstudiosos aq aqui ui ré répr prés ésén énta tado doss como como “os “os radi radicai cais” s” para para disti disting ngui ui-l -los os do doss éstu éstudi dios osos os da No Nova va Pérspéctiva: “Paulo,, Po “Paulo Polé lémicas é o Pro Problé bléma ma com o Essé Essénci nciali alismo smo”, ”, Inte Interpret rpretação ação Bíblica Bíblica 13, nº. 3 (2 (200 005) 5):: 22 2244-38 38,, ésp. ésp. 23 2322-33 33.. Ma Magn gnus us Zét Zétté térh rhol olm m tr traça aça as prim priméi éira rass li linh nhas as dés déssé sé désénvolviménto sob o subtíttulo ulo “Alé “Além da Nova Pér Pérspé spécti ctiva” va” ém Approaches to Paul: A Student's Guide to Recent Bolsa de estudos (Minnéapolis: Fortréss Préss, 2009), 127–63. 2 INTRODUÇAO grato a muit muitos os insights dé éstudi éstudiosos osos associad associados os a éssa pérspéc pérspéctiva, tiva, dé Kris Kristér tér Sténdahl a EP Sand Sandér érss a Jamé Jaméss DG Dunn Dunn é outr outros os,, ma mass tamb tambéém a s pérs pérspé péct ctiv ivas as daqu daquél élés és qu quéé ésboçaram éléméntos déla, como Géorgé Foot Mooré, Hans Joachim Schoéps, WD Daviés é Pinchas Lapidé, para citar alguns dos mais inluéntés. També m sé inspira profundaménté nos éstudiosos résponsa També résponsa véis pélos chamados Trajétooria “So Trajét “Sondé ndérwé rwég”, g”, qué dét détéct éctaa nas cartas dé Pau Paulo lo a cré crénça nça dé uma “manéi “manéira ra éspécial” para os nao-judéus sérém incluíd dos os na salvaçao por méio dé Cristo, ao lado da aliança historica do Sinai com Israél. Essa visao, iniciada por Lloyd Gaston, John G. Gagér é Stanléy K. Stowérs, é déféndida por alguns, mas nao por todos os aqui répréséntados. A pérspéctiva dé Paulo déntro do judaísmo smo também é, naturalménté, dévédora dé muitos insights désénvolvidos ao longo dos séculos déntro dé pérspéctivas tradicionais sobré Pa Paul ulo, o, o No Novo vo Té Tést stam amén énto to é as orig origén énss do cris cristi tian anis ismo mo é, al aléém diss disso, o, a pésq pésqui uisa sass rélacionadas ao éstudo do grégo é do romano. como mundos é cosmoviso cosmoviso és judaicas.
Por mais obvio qué possa parécér, as pérspéctivas tradicionais é prédominantés, como a Nova Pérspéctiva é, ainda mais, as réaçoés dé oriéntaçao tradicionalista a éla, nao indicam uma consciéncia signiicativa dé quao diféréntés tériam sido as provavéis préocupaçoés dé Paulo é dé séu publico. daquélés projétados nélé, é nélés, por intérprétés postériorés éngajados ém suas proprias varias controvérsias téologicas. Mésmo quando a distancia é réconhécid récon hécidaa ém prin princí cíp pio, io, na pr praatica as cont contro rové vé r si sias as do témp témpoo dé Pa Paul uloo té té m sido sido fréquéntéménté ém sobré térmosa ana logosdé a conlitos Como résultado, o discurso paulino déscritas (ou discurso téologia Paulo ou postériorés. “paulinismo”) foi désénvolvido por pais da igréja como Agostinho é por outros qué élé téria rotulado dé “hérégés”; por Aquino é os Escolasticos, é pélos Réformadorés igualménté; por éxisténcialistas modérnos é pr propo oponén néntés tés do po po s-m s-modé odérni rnismo smo;; é pél pélos os déf déféns énsoré oréss da Nov Novaa Pér Pérspé spécti ctiva va é séu séuss oponéntés tradicionalistas, dé manéira qué tornam Paulo é séus 3 PAULO NO JUDAISMO téologia util para ins dé débatés postériorés, mas sao anacronicos, fazéndo pouco séntido do homém é suas préocupaçoés do priméiro século. Por mais importantés qué séjam éssas tradiçoés intérprétativas subséquéntés (tanto qué qualquér intérprétaçao dé Paulo dévé énvolvé-las para sér rélévanté), élas répréséntam construções dé Paulo nao ménos do qué as pr prop opos osta tass réu réuni nida dass aqui aqui sob sob a ru rubr bric icaa dé Pa Paul uloo dén déntr troo do judaí judaíssmo. mo. Limi Limita tarr a intérprétaça o do judaísmo intérprétaça smo ou dé Paulo no quadro déssés discursos anacronicos réstringiria désnécéssariaménté as possibilidadés dé détérminar o qué Paulo podé tér quérido dizér, é isso répréséntaria algo diférénté da pra pra tica tica da historiograia. Os colaboradorés, é claro, nao sé propoém a sér iséntos dé condicionaméntos culturais ou éxposiçao a disciplina, ou da inluéncia dé sénsibilidadés contémporanéas é intérprétaçoés antériorés. Elés éstao mais comprométidos com a ciéncia da historiograia do qué com o dévér dé fazér com qué Paulo sé éncaixé no qué élés déséjam qué élé diga, ou no qué sé énténdé éntén dé qué élé ténha dito a sérvi sérviço ço das va va rias posiço posiço és téolo téolo gicas qué prévalécé prévalécéram. ram. Ao buscar comprééndér, até mésmo dar voz a uma igura historica, é préciso éstar aténto as ténso és qué surgém do pro ténso pro prio condicionaménto. Dévé-sé fazér a pésquisa com humildadé, pé pérm rman anéc écén éndo ab érto to a siço no nova vass oudésc déscob obér érta s,aos mésm smo o romi qu qué é ssos élas él na ofé ajna usté m a s pr prédi édisp spos osiç iço odo és és,, abér pr prés éssu supo posi ço és mé mésm smo otas, aosmé comp co mpro miss osas déna fé sé ou ajus na otém -f -fé é do pésquisador. Sabér mantér a si mésmo é séus intéréssés distintos dé séu sujéito historico é uma arté é uma pratica dé humildadé. Inclui o désaio dé ouvir as crítticas icas com a ménté abérta é éstar abérto a admitir qué os pontos dé vista précisam sér ajustados – ou até mésmo déscartados sé éstivérém érrados. O trab trabal alho ho réa réali lizad zadoo né nést stéé volu volumé mé qu quést éstio iona na as ab abor ordag dagén énss tr trad adic icio iona nais is é aind aindaa prédominantés dé Paulo como fundador é principal proponénté dé um novo é distinto moviménto réligioso, o “Cristianismo”. Até hojé, mésmo quando os éstudiosos admitiram qué déscrévér os dias dé Paulo usando 4 INTRODUÇAO
éssé térmo é anacronico, muitas vézés, porém, pérsistiram ém usar uma términologia qué corréspondé a convicçao dé qué élé ja éra participanté dé uma réalidadé réligiosa distinta, comoo dév com dévéri ériaa sér noméad noméada. a. Elé é fré fréqué quénté ntémén ménté té dés déscri crito to sim simplé plésmén sménté té com comoo um “cristao”, assim como suas “igréjas”; élé é um “missionario”. E o qué élé ésta éngajado dévé sér car caracté actériz rizado ado com comoo um nov novoo mov movimén iménto to réligi réligioso oso po porqu rquéé é con constr struí uíd doo sobré a convicça conv icça o dé qué ha ha algo fundamén fundaméntalmén talménté, té, ésséncialmé ésséncialménté nté “érrado” com é déntr déntroo do judaí ssmo. mo. Alé Alé m disso, o quéachou ha ha déérrado érrado com com o “paganismo”, judaí judaíssmo mo é géralménté comparado com qué sé énténdé qué Paulo no éntanto, isso també m éo chamado. Esté Paulo – muitas vézés idéntiicado, mésmo na érudiçao historico-crí ttica, ica, como “ São Paulo” – éé concéituado como aquélé qué “antigaménté” praticava o judaíssmo, mo, quando éra um fariséu conhécido como “Saulo”. Em sua nova “missa oo”” (“crista “missa (“crista ””), ), poré poré m m,, élé ééstava stava plantando (“crista (“crista o”) “igréjas” qué nao éram ailiadas é até mésmo ém conlito abérto com as sinagogas judaicas é com o judaísmo smo como um modo dé vida amplaménté déscrito. Elé sé opos ao valor da idéntidadé judaica, bém como ao comportaménto déinido péla Tora quando praticado por outros séguidorés dé Jésus. Essé padrao é évidénté na manéira como os éstudiosos mais fréquéntém fréq uéntéménté énté aborda abordam m o to to pico ém térmos dé “Paul “Pauloo e o Judaíssmo”, mo”, com o Judaíssmo mo formando o “fundo” ou “contéxto” para construir Paulo é sua obra apos sua mudança dé convicçoés sobré o si sign gni iic icado ado dé Jé Jésu sus. s. Gé Géra ralm lmén énté té,, no qu quéé diz diz résp réspéi éito to a intér intérpr prét étaç açaa o dé Pa Paul ulo, o, o cristianismo, séja qual for o nomé, é o judaí ssmo, mo, séja como for déscrito, répréséntam altérn alt érnati ativas vas bin binaarrias ias é, por portan tanto, to, dois dois “si “sistém stémas” as” dif diférén éréntés tés a sér sérém ém com compar parado adoss é contrastados. Como varios dos capíttulos ulos désté volumé déixam claro, as razoés dos colaboradorés para désaiar a construçao da Nova Pérspéctiva dé Paulo sao muito diféréntés daquélas qué podém sér éxpréssas por um grupo dé éstudiosos paulinos qué déféndém uma construçao tradicional é géralménté protéstanté dé Paulo. Sé sé podé dizér qué éstés sé opoém a Nova Pérspéctiva por sér muito nova para séus 5 PAULO NO JUDAISMO posiçoés téologicas tradicionais a sérém adotadas, os colaboradorés désté volumé sé opoém a éla por nao sér suicienteme suicientemente nte nova . E, na opiniao délés, ainda muito apégado as posiçoés téologicas tradicionais, incluindo as pérguntas féitas, os cursos séguidos para réspondé résp ondé-las é a consi consisté sté n ncia cia dé suas réspostas com as viso viso és fund fundaménta améntais is atrib atribuí uíd das as a Paulo ém varias téologias cristas tradicionais, principalménté a manéira como qué a idéntidadé judaica é o judaísmo smo sao rétratados. Em outras palavras, alguns sé opoém a Nova Pérspéctiva porqué éla mina a visa visa o tradicional dé qué o qué Paulo achou érrado com o Judaísmo smo éra sua justiça pélas obras é légalismo. Elés arguméntam qué a visao tradicional oférécé uma crítica tica précisa do judaísmo, smo, é da da sén séntid tidoo a rét rétooric ricaa dé opo oposiç siçaa o dé Pau Paulo lo privilégiando, por éxémplo, graça é fé (“cristas”) é éspiritualidadé (intérior) ém contrasté di diré réto to com com a ét étni niaa é obra obrass (“ju (“juda daic icas as”) ”).. é ritu rituai aiss (éxt (éxtér érn nos). os). Po Porr ou outr troo la lado do,, os
colaboradorés désté volumé ém géral compartilham (é sao, ém muitos aspéctos, produtos) da proposiça proposiça o da Nova Pérspéctiva dé qué o Judaíssmo mo foi caractérizado por “nomismo da alian “nomismo aliança”, ça”, qué réconh réconhécé écé o papél inic inicial ial da graça divi divina na é da fé fé para inic iniciar iar o rélacionaménto, mas também pércébé uma conséquénté résponsabilidadé dé sé comportar dé acordo com os térmos do acordo irmado pélos participantés. A réjéiçao da Néw Pérspéctivé da caractérizaça caractérizaça o crista crista tradicional do judaíssmo mo como “ justiça das obras”. Os colaboradorés nao réssoam, no éntanto, com varios outros éléméntos céntrais da Nova Pérspéctiva. Elés nao concordam com o précéito dé qué Paulo éncontrou algo érrado com é no proprio judaísmo, smo, algo éssénc ésséncialmé ialménté nté diférénté do “cris “cristiani tianismo” smo” dé Paulo (por mais rotulado qué séja). Elés réjéitam a proposta dé qué o qué Paulo achou érrado com o judaísmo smo foi séu compromisso com a idéntidadé étnica (divérsaménté déscrito como 2. Esta é, naturalménté, uma manéira crista é amplaménté protéstanté dé énquadrar o caso é priorizar o qué é valorizado positivaménté vérsus négativaménté, vérsus a manéira qué O judaíssmo mo séria éxplicado sé apréséntado ém sé séus us pro pro prios térmos. 6 INTRODUÇAO “étnocéntrismo”, “cracha “cracha s dé idéntidadé”, “particularismo”, “nacionalismo”, é assim por dianté). Porqué a Nova Pérspéctiva coméça com a mésma convicçao profunda éncontrada na intérprét inté rprétaça aça o crista crista tradi tradicion cional al – qué Paul Pauloo teve qué tér énc éncont ontrad radoo algo érrado com o judaísmo smo para éscrévér o qué élé énténdé tér éscrito – éla passou a substituir os “érrados” tradicionalménté supostos. da justiça das obras é do légalismo, qué supostaménté dao origém ao pécado inélutavél da arrogancia pélo ménos désdé Agostinho, com o suposto pécado do particularismo étnico, déscrito é noméado dé varias manéiras. Nas prémissas da Novaa Pér Nov Pérspé spécti ctiva, va, éssé “ér “érrad rado” o” é ass assumi umido do como como o péc pécado ado néc nécéss éssaario énv énvolv olvido ido ém célébrar é guardar os limités da idéntidadé é do comportaménto judaico, como sé alégar sér sépara séparado do par paraa Déu Déuss fos fossé sé in inéré érénté ntémén ménté té arr arroga oganté nté,, équ équiv ivoca ocado do é évi évidé déncia dé intoléra ncia. E intoléra E a éssé pécado ésséncialménté judaico qué a Nova Pérspéctiva diz qué Paulo sé opo opo s. O qué qué é at atri ribu buííd doo ao ju judaí daísmo smo como como “ér “érra rado do”” néss néssaa ab abor ordag dagém ém sé ba basé séia ia ém um umaa nécéssidadé lo lo gica qué na na o éé apénas historicaménté quéstiona quéstiona vvél, él, mas també també m baséada ém uma prémissa qué réprésénta um duplo padrao. Isto é, nao faz séntido a objéçao dé Paulo, éxcéto sé Paulo éstivér sé opondo ao judaísmo smo pér sé. Por qué? Porqué, para sérém consisténtés, os proponéntés da Nova Pérspéctiva tériam qué admitir qué Paulo éncontrou algo inéréntéménté érrado com a propria ésséncia da idéntidadé do grupo. Mas como isso podéria sér mantido logicaménté, uma véz qué Paulo éstava énvolvido na criaçao dé um grupo alégava sérdéséparado por é para aum déusésém distinça o dé todosréunidos os outros( grupos?qué O évangélho Paulo é proclamado s naço a im dé criar grupos
ekklēsiai ) qué consistém ém péssoas dé Israél é 3. Essé probléma logico surgé mésmo sé, como os intérprétés aqui airmam sér o caso, éssé grupo foi énténdido como um subgrupo déntro do judaíssmo mo . 7 PAULO NO JUDAISMO péssoas dé outras naçoés ( ethnē ) qué sa sa o séparadas por é para Déus por méio da fé fé ém/dé Cristo? Mas sé Paulo é apénas contra a idéntidadé dé grupo quando as médidas judaicas médidas judaicas dé idéntidadé sao valorizadas positivaménté, nao contra réivindicaçoés dé idéntidadé dé grupo pér sé ou quando médidas “ cristãs ” dé idéntidadé sao valorizadas positivaménté, isso apénas réforça as tradicionais caricaturas négativas, mutatis mutandis, as quais os inté intérprétés prétés da Nova Nova Pér Pérspé spécti ctiva va ai airma rmam m obj objétar étar,, é qué par parécém écém acr acrédi éditar tar qué sua suass abordagéns supéraram. A Nova Pérspécti Pérspéctiva va també també m pérp pérpétua étua a justa justaposi posiça ça o bina bina rria ia crist cristaa tradi tradiciona cionall dé “fé “fé ” (signi (si gniic icand andoo fé fé ém Déu Déuss é Cristo Cristo)) vér vérsus sus “ob “obras ras”” ou aço aço és, séj séjam am élas dés déscri critas tas com comoo “boas” “bo as” obras obras ém térmos térmos mais gér gérais ais ou ém térmos térmos dé com compor portam tamént éntoo jud judaic aicoo mai maiss éspéciicaménté. Umaa das manéi Um manéiras ras pélas quais éss éssaa jus justap taposi osiça ça o vém aa ton tona, a, com a qua quall muitos muitos dos colaboradorés désté volumé discordam, é a traduçao é intérprétaçao contí n nuas uas da Nova Pérspéctiva do grégo pistis grégo pistis como “fé”, como ém “crénça” ém uma airmaçao proposicional. Os colaboradorés téndém a énténdér pistis énténdér pistis ém térmos dé “idélidadé”, como ém “con “coniança” iança” é “léalda “léaldadé” dé” ou “ir “irméza”. méza”. A u ltima compr compréénsa éénsa o dé pistis dé pistis implicaria nécéssariaménté incluir quéstoés dé iliaçao é obédiéncia, isto é, dé comportamento. Como conséqué n conséqué ncia, cia, éssés colaboradorés susténtam qué o évangélho dé Paulo, qué insistia qué os na na o-judéus na na o réalizassém a convérsa convérsa o prosé prosé llita, ita, na na o criou um apo apo stolo “livré da léi”. O Paulo dentro da Perspectiva do Judaísmo Ségué-sé qué, na visao déssés colaboradorés, pélo ménos ém aspéctos signiicativos, as construçoés prédominantés do apostolo nao coméçaram a partir das hipotésés historicas mais prova prova véis; na na o foram abordados a partir das sénsibilidadés sé nsibilidadés mais historiogra historiogra icaménté fundaméntadas; élés nao foram désénvolvidos ém torno das éscolhas historicaménté mais prova vvéis; prova éis; assim élés na na o chégaram aa s concluso concluso és mais convincéntés 8 INTRODUÇAO para lér Paulo ém séu contéxto do priméiro sé sé cculo. ulo. Os colaboradorés ésta ésta o émpénhados ém propor é procurar réspondér a pérguntas pré -cristas é cértaménté pr préé-agos agostin tinian ianas/ as/pr protés otéstan tantés tés sob sobré ré as pr préoc éocupa upaço ço és dé Pau Paulo lo é dé séu pu pu bli blico co é contémpora n contémpora néos, éos, séjam amigos ou inimigos.
Elés, no éntanto, procuram construir um rétrato historico dé Paulo a partir do qual possam éngajar as quéstoés dé hojé, incluindo aquélas qué surgém ao colocar o Paulo historico ém dia logo dia logo com os outros Paulos qué viéram dépois délé. Qual éé o foco das abordagéns éxploradas néssés ca capí píttulos? ulos? Acima dé tudo, além do compromisso com a busca dé comprééndér o Paulo historico ja méncionado, déixando cair as ichas téologicas ondé podém, sé quisérém, a pésquisa é émprééndida com o préssuposto dé qué a éscrita é a construçao da comunidadé do apostolo Paulo ocorréram den dentro tro de inal do Judaíssmo mo do Ségundo Témplo, den dentro tro do qual élé pérmanécéu um répréséntanté apos sua mudança dé convicçao sobré Jésus sér o Méssias (Cristo). Isso também signiica qué as “assémbléias” qué élé fundou é para as quais éscrévéu as cartas qué ainda fornécém a basé principal para ésta pésquisa (incluindo a cart cartaa a Ro Roma ma,, ém émbo bora ra um umaa comu comuni nida dadé dé qu quéé él éléé na na o énco éncont ntro rou) u),, tamb tambéém éstav éstavam am désénvolvéndo suas ( sub)cultura baséada ém suas convicçoés sobré o signiicado dé Jésus para na na oo-judéus, -judéus, bém como para judéus dentro do judaíssmo. mo. E claro qué o judaíssmo mo – isto éé , o(s) modo(s) dé vida judaico(s) também éra uma éxpréssao da cultura gréco-romana qué incluía uma grandé divérsidadé, principalménté na diaspora ondé Paulo éra ativo. Essés éstudiosos partém do préssuposto dé qué o judaí smo, smo, como um désénvolviménto cultural multifacétado é dinamico, ocorréu déntro dé outras culturas dinamicas multifacétadas no mundo hélénísstico tico é, por portan tanto, to, qué ha ha mui muito to mais mais int intéra éraça çao é com combin binaça açao dé idé idéias ias é compor com portam tamént éntos os cul cultur turais ais do qué dis distin tinça çao cat catégo égo ric ricaa ou soc social ial.. sép sépara araça ça o, com comoo os éstudiosos tradicionalménté supunham. Elés quérém évitar pérpétuar os habitos usuais dé érudiçao qué implicitaménté, quando na na o éxplicitaménté, répréséntam Paulo como éngajado ém criar 9. PAULO NO JUDAISMO uma cultura intéiraménté intéiraménté nova é difér diférénté, énté, novas comunida comunidadés dés é até até uma nova rélig réligia ia o; o; alé m disso, qué élé éstava fazéndo isso éspéciicaménté ém conlito com o judaí ssmo. alé mo. Embora éss Embora éssés és colabo colaborad radoré oréss tén ténham ham ché chégad gadoo a éss éssas as sén sénsib sibili ilidad dadés és é alt altérn érnati ativas vas intérprétativas dé forma rélativaménté indépéndénté umas das outras, é assim véjam as quéstoés é as éxponham dé manéiras divérsas é as vézés conlitantés, élés compartilham um intéréssé é préocupaçao, ém contrasté com os padroés prédominantés na érudiçao paulina, para énténdér Paulo como répréséntanté do judaí ssmo, mo, é réimaginar o qué isso signiicaria para as comunidadés qué élé fundou é procurou, por méio dé suas cartas, moldar. Embora ném todos os colaboradorés éxpréssém o assunto déssa manéira, podé-sé classiicar séu ésforço, é o dos outros apostolos é répréséntantés dé Jésus como Méssias, como uma nova “séita” ou “coalizao” judaica ou “moviménto dé réforma”. Elé éstava moldando, é élés éstavam séndo moldados ém subgrupos do judaíssmo, mo, isto é, déntro dé um modo dé vida cultural désénvolvido por é para judéus, émbora muitos, sé nao a maioria, daquélés qué sé juntavam a éssés subgrupos fossém é pérmanécéssém nao-judéus. Sua préocupaçao ém falar sobré as ténsoés sociais qué isso criou lévou a éscrita das cartas qué ainda procuramos intérprétar hojé.
Os participantés éstao préocupados com a términologia é a classiicaçao, é varios énsaios abordam éssé assunto dirétaménté. No éntanto, ésté projéto é rélativaménté novo, é muitas das préocupaçoés nésté moménto, comoo o léitor com léitor ira ira tés téstém témunh unhar, ar, tén téndém dém a gir girar ar ém tor torno no dé réc réconc oncéit éituar uar a man manéir éiraa dé pénsar sobré Paulo é suas comunidadés déntro do judaíssmo mo é, assim, propor paradigmas é vocabula rios altérnativos ao invé vocabula invé s dé do qué présumir qué o acordo ja ja foi alcançado. O procésso dé élaboraçao dé um novo paradigma énvolvé muito ésforço para évitar simplésménté réconigurar as formas familiarés. Em suma, o léitor éncon éncontrara trara aqui a form formaça aça o dé novas hipo hipo tésés é éxpér éxpérimént iméntaça aça o com va va rias considéraço considéraço és métodolo métodolo gicas é términolo términolo gicas para avaliar a proposiça proposiça o a 10 INTRODUÇAO léia Paulo dentro do ju judaí daísmo, ém véz da manéir éira como élé foi lido désdé ésdé o dé désé sénv nvol olvi vimé mént ntoo do pa paul ulin inis ismo mo dént déntro ro do cris cristi tian anis ismo mo , qu quan ando do éssé éssé mo movi vimén ménto to inicialménté judaico sé transformou ém um qué sé déinia principalménté como como diferente é superior ao judaíssmo. mo. O volume O nucléo désté volumé é a idéia dé désénvolvé-lo foram inspirados por uma séssao intitulada “Paul and Judaism” na Sociéty of Biblical Litératuré ém 2010, ondé vérsoés antériorés dé varios déssés énsaios foram apréséntadas como papérs, é varios outros foram for am apr aprésé ésénta ntados dos na sés sésso so és anuais anuais subséq subséquén uéntés tés déss déssaa con consul sulta. ta. Alg Alguns uns for foram am désénvolvidos para ésté volumé para abordar quéstoés éspécí icas icas qué sao importantés paraa pés par pésqui quisar sar sob sobré ré Pau Paulo lo dé qua qualqu lquér ér pérspé pérspécti ctiva, va, por éxé éxémp mplo, lo, par paraa abo aborda rdarr as préocupaço és dina préocupaço dina micas décorréntés da crí tica tica políttica ica é dé généro. Os capítulos tulos sé concéntram ém diféréntés quéstoés dé pésquisa. Como é bém sabido, as rés réspo posta stass produto com mai maior or tipo pro probab dadéuntas dé sér sérém ém incluindo obt obtida idasdo s pél péla a pés pésqui quisa sa o sa sa o, ém mui muitos tos aspéctos, aspéc tos, dos tipos sbabili déilidadé pérg pérguntas féitas, incluin como élas sa sa énqu énquadradas adradas ou carrégadas carrég adas é cont contrasta rastadas, das, ou na na o, com outra outrass altérn altérnativ ativas. as. Esté procésso ésta ésta ém parté ligadoo a como as quésto ligad quésto és coloc colocadas adas sséra éra o présu présumivél mivélménté ménté réspon réspondidas, didas, bém como aos mé todos mé todos émprégados ém sua busca. No intéréssé da colégialidadé é do débaté produtivo no campo dos éstudos paulinos, Térréncé Térré ncé Donaldson acéitou graciosamén graciosaménté té o conv convité ité para oférécér uma avali avaliaça aça o críttica ica da da(s (s)) pé pérs rspé pécti ctiva va(s (s)) in intr trod oduz uzid ida( a(s) s) no noss én énsai saios os do doss cola colabo bora rado dorés rés.. As Aspé péct ctos os da intérprétaçao dé Donaldson dé Paul sé énquadram na éstrutura da Néw Pérspéctivé on Paul, é as vézés suas prémissas parécém diféréntés daquélas dos éditorés ou dé alguns dos colabo col aborad radoré orés. s. Com Comoo sér séria ia dé ésp éspéra érar, r, élé na na o ésta ésta int intéir éiramé aménté nté con convén véncid cidoo pél pélos os argum arg umént éntos os apr aprésé ésénta ntados dos nés néssés sés éns énsaio aios. s. Sér Séraa int intéré éréssa ssanté nté vér com comoo os rév réviso isorés rés é pésquisadorés qué éntram na 11ª
PAULO NO JUDAISMO discussao dé varias pérspéctivas réspondém aos arguméntos apréséntados, é sua crí ttica ica délés. Os Contribuintés No énsaio dé abértura, Magnus Zéttérholm aprésénta o éstado das quéstoés a sérém féitas a pésquisa qué busca éxplorar a intérprétaçao dé Paulo como um judéu do priméiro século é répréséntanté do judaíssmo. mo. Elé éxplica a diférénça éntré partir dé quéstoés téologicas cristas tradicionais é normativas é dépois prosséguir déntro é ém diréçao aos objétivos a qué sérvém é buscar fazér pésquisas dé acordo com os padro padro és ciéntíicos icos da historiograia, o qué podé produzir résultados bastanté diféréntés do qué sé supoé - até contrariar nossas éx éxpé péct ctat ativ ivas as in inic icia iais is - qu quéé pr prov ovav avélm élmén énté té fora foram m ba baséa séada dass ém cons constr truç uçoo és cr cris ista ta s normativas dé Paulo. A quéstao nao é déscartar os intéréssés do priméiro, mas ésclarécér a nécéss néc éssida idadé dé dé éng éngajam ajamént éntoo transc transcult ultura urall da voz his histo to ric ricaa dé Paulo Paulo,, qué é a tar taréfa éfa réalizada pélos colaboradorés aqui. Zéttérholm traça a historia da récépçao do Paulo antijudaico construí d daa ao longo dos sé culos a partir téologicas crista normativas. Estés m normalménté acéntuado a distadé nciapérspéctivas éntré o cristianismo (dos intésrprétés) é o judaí ssmo moté(do outro) com o qual tém sido désfavoravélménté comparado por méio da intérprétaçao da voz dé Paulo. Elé também discuté os paradigmas académicos qué foram avançados duranté os ultimos dois sé sé cculos. ulos. Em séguida, Zéttérholm Zéttérholm déscré déscrévé vé as mudanças récéntés qué éstab éstabélécér élécéram am as basés para ésté volumé, a Nova Pérspéctiva é varias outras abordagéns qué dérivaram dé séus insights basicos. Elé também discuté algumas das razoés pélas quais alguns éstudiosos, como os incluídos dos nésté volumé, considéram os résultados até agora inadéquados para a taréfa dé construir Paulo déntro dé séu pro pro prio contéxto prova prova vél do priméiro século. 12 INTRODUÇAO Dépois dé éxpor varios témas qué surgém da léitura dé Paulo déntro do judaí smo qué o diférénciam dos paradigmas intérprétativos antériorés, Zéttérholm éxplica qué a idéia dé “cristianismo” para Paulo, é qué foi concébida como uma “tércéira raça” composta por péssoa pés soass qué sa sa o ném judéus judéus ném na nao-jud -judéus éus,, sa sa o ana anacro cro nic nicos os é qua quasé sé cér cértam tamént éntéé énganados. éngan ados. Alé Alé m disso disso,, sé algué algué m postu postula la qué Paulo ainda obsérv obsérvava ava a Tora Tora , assim como Zéttérholm é varios colaboradorés, éntao a idéia dé qué Paulo a réjéitou como obsoléta ou antité anti tética aos objétivos dos judéus séguidorés séguidorés dé Crist Cristoo é ilo ilo gica. Zéttérholm Zéttérholm éxplica éxplica qué Paulo na na o éra contra a obsérv obsérvaan ncia cia da Tora Tora pélos judéus, inclu incluindo indo élé mésm mésmo; o; ém véz disso, élé foi inléxivélménté contra a obsérvancia da Tora por nao-judéus qué sé tornaram séguidorés dé Jésus. O réconhéciménto déssa distinça é céntral para compartilhou a taréfa ém ma os, mas é éncobérto na maioria das construço és dé Paulooaté hojé. Paulo éssa
objéça o aa Tora objéça Tora para na na oo-judéus -judéus com alguns outros judéus é grupos judaicos; éra uma forma dé os judéus protégérém a Tora, ém véz dé uma éxpréssao dé résisténcia a sua oriéntaçao. No éntanto, uma véz qué ésté judéu A “facçao” atraiu muitos nao-judéus, qué naturalménté éstariam dépois praticando as normas norm as judaicas judaicas da vida comuna comunal,l, mésmo qué na na o sob a Tora Tora técni técnicamén caménté té como na na ojudéus, isso lévou a varias visoés conlitantés sobré a posiçao é o comportaménto éspérado déssés nao-judéus. -Judéus dé déntro do moviménto é dé fora délé, como atéstam as cartas dé Paulo. Quando as cartas dé Paulo sao abordadas aténdéndo a éssé tipo dé dinamica, torna-sé évidénté qué nao sé podé lér dirétaménté dé Paulo para o cristianismo postérior, mésmo para o paulinismo postérior, qué foram fénoménos “géntios” qué nao ocorréram déntro do judaíssmo. mo. Dévé-sé, portanto, éngajar-sé ém um ésforço transcultural qué coméça com a obsérvaçao dé qué Paulo éstava éscrévéndo suas cartas déntro do judaí judaísmo, smo, nao do cristianismo, mésmo qué nao séja assim qué suas cartas foram lidas désdé pélo ménos mé nos algum ponto do ségundo século. . 13 PAULO NO JUDAISMO Andérs Runésson éxamina a quésta quésta o da términologia para construço construço és dé Paulo, bém como do judaíssmo. mo. Elé sé concéntra ém dois térmos, “Cristianismo” é séus cognatos, é “igréja”, émbora as implicaçoés dé suas considéraçoés métodologicas é corrélatas para abordar informaçoés historicas sé ésténdam a muitos outros térmos é topicos. Runésson réconhécé qué a manéira como éssés tí ttulos ulos foram usados sérviu aos intéréssés cristaos postériorés, mas obsérva qué élés sao inadéquados para a taréfa histo histo rica dé intérprétar a pérspéctiva dé Paulo ém séu contéxto judaico grécoromano do priméiro século. Para éxplicar isso, élé traça como funciona o procésso dé léitura transcultural. A léitura déssés téxtos énvolvé a nécéssidadé dé traduzir as coisas aparéntéménté novas éncontradas éncon tradas ém térmos ja ja famil familiarés iarés a no no s mésmo mésmoss é, assim, corré-sé o risco dé pérd pérdér ér o sé sént ntid idoo qu quéé élas élas ti tinh nham am para para o ou outr tro. o. Po Port rtan anto to,, o hist histor oria iado dorr dév dévéé proc procur urar ar tant tantoo désfamiliarizar quanto déscolonizar sua propria pérspéctiva intérprétativa, tanto quanto for capaz dé fazé-lo, mésmo qué isso nunca séja complétaménté possívvél. él. Mudar nosso vocabula rio éé um éléménto importanté nésté émprééndiménto. vocabula E amplaménté réconhécido qué as priméiras apariço apariço és dé cristãos são postériorés a Paulo é qué élé nunca sé référé a si mésmo ou a qualquér outra péssoa por ésté térmo ou séus cognatos. cogna tos. Alé Além do ésforço para évitar évitar o uso anacro anacro nico déssa términol términologia ogia ao discu discutir tir os pontosassim dé vista Paulo, Runésson nossa discutécapacidadé como, mésmo sé qualiicado usado, ainda inibédésigniicativaménté dé concéituar a visaquando o dé mundo dé
Paulo como algo inéréntéménté diférénté do désénvolviménto postérior do cristianismo como uma réligiao." Aquélés a quém procuramos énténdér izéram pérguntas diféréntés é éspéravam réspostas diféréntés do qué os cristaos postériorés (é também os judéus postériorés). Além disso, o térmo cristão tém é ainda funciona ém uma rélaçao binaria com os térmos judéu, judéu é judaí smo, smo, bém como com a Tora, o qué inibé a capacidadé dé considérar o qué signiica falar dé Paulo como judéu ou como judéu ou 14. INTRODUÇAO déntro do judaíssmo mo ou obsérvando a Tora a parté déssa manéira contrastiva dé concéituar as possibilidadés. Em séguida, Runésson éxplica como o térmo ekklēsia , do qual a traduçao “igréja” dérivou, também passou a répréséntar algo qué é, por déiniçao, distinguí vvél él dé “sinagoga”. No éntanto, éntan to, sabémos qué éssa términol términologia ogia ja ja éra usada na Séptuagin Séptuaginta ta antés do témpo dé Paulo, é ainda éra usada dé forma intércambiavél para sé référir a assémbléias ou réunioés dé grégos, romanos é outros, incluindo judéus. Runésson mostra como os tradutorés do Novo Téstaménto désénvolvéram uma convénçao dé sé référir apénas as assémbléias qué séguém a Cristo como “igréjas” é os judéus qué nao séguém a Cristo como “sinagogas”. Os casos dé Galatas 1:22 é 1 Téssalonicénsés 2:14 dé démo mons nstr trar ar qu quéé ekkl ekklēs ēsia ia éra um térmo qué, sé nao também qualiicado como séndo éspéciicaménté séguidor dé Cristo, séria naturalménté énténdido como répréséntando réunio és dé sinagogas dé judéus qué na réunio na o sé supunha sérém ailiados a séguidorés dé Cristo: a ekklēsia ainda na na o éra o qué “igréja” passou a réprés “igréja” répréséntar éntar.. Assi Assim, m, é anacr anacroonico é inu inu til para éntén énténdér dér Paulo ém séu pro prio contéxto usar a traduça pro traduça o “igréja” ao lér é discutir Paulo é suas “assémblé “assémblé iias” as” judaicas. Karin Hédnér Zéttérholm discuté a importanté quéstao das suposiçoés ao sé éngajar na invé invésti stiga gaça ça o hi hist stoori rica ca.. El Elaa apli aplica ca éssa éssa pr préo éocu cupa paça ça o ao to to pico pico da intér intérpr prét étaça aça o da obsérva n obsérva ncia cia da Tora Tora no priméiro sé sé culo culo é, portanto, para discutir Paulo ém térmos da Tora Tora . Séu énsaio fornécé ésclaréciméntos importantés rélévantés para qualquér discussao sobré o rélacionaménto dé Paulo nao apénas com a obsérvancia da Tora, mas com a idéntidadé judaica é com o judaíssmo mo dé forma mais ampla: éssés térmos sé référém nao a concéitos éstaticos, mas a concéitos dinamicos. Cada um é altaménté matizado; assim também dévé sé sérr di disc scus usso so é s po post stér ério ioré réss sobr sobréé élés élés.. El Elaa qu qués ésti tion onaa as supo suposi siço ço é s dé mu muit itos os pronunci pron unciaménto améntoss dé pont pontos os dé vist vistaa dé Paulo sobré a Tora Tora é o judaí judaíssmo, mo, éxplorando o éspéctro dé signiicado duranté o témpo dé Paulo, bém como dépois é duranté o nosso pro prio témpo. Ela simpliica é compléxiica os 15 pro
PAULO NO JUDAISMO ré réali alida dadés dés dé déss ssés és té téma mass é as form formas as como como élés élés sa sa o discu discuti tido doss po porr mé méio io dé téxt téxtos os invéstigativos é por méio dé éxémplos contémpora contémpora néos ana ana logos. A inté intérp rpré réta taça ça o da To Tora ra é a ob obsé sérv rvaan ci ciaa da hala halaka kah h sa sa o gové govérn rnad adas as po porr va va r ia iass considéraçoés morais baséadas na convicçao dé qué Déus é moral. No éntanto, déinir a morali mor alidad dadéé dé Déu Déuss nat natura uralmé lménté nté énv énvolv olvéé int intérp érprét rétaça açao, ass assim im com comoo déi déinir nir com comoo obsérvar a Tora. Cada uma délas é pércébida é pondérada dé forma variada por diféréntés judéu judéuss é gr grup upos os ju juda daic icos os,, o qué qué in incl clui ui difér diférén énté téss déc décis isoo és toma tomada dass ém difér diférén énté téss moméntos, lugarés é situaçoés, é assim por dianté. Ha uma diférénça éntré tomar décisoés intérprétativas sobré como mélhor obsérvar a Tora é tomar décisoés para ignorar a Tora ou halakah éspécíica, ica, é também éntré como um ou séu grupo pércébé as décisoés dé séu pro prio grupo judaico é aquélas tomadas por outros judéus é grupos judaicos. pro Além disso, ha a quéstao dé nao cumprir intéiraménté, sémpré, as décisoés intérprétativas a s qua quais is uma pés péssoa soa ou gru grupo po sub subscré scrévé vé intégr intégralm almént énté, é, par paraa as qua quais is a Tor Toraa tam també bém préscrévé soluço soluço és. Hédnér quésto és qué surgém para déinir éssés assuntos ém um contéxtoZéttérholm do priméirodésénvolvé sé cculo sé ulo poras méio da discussa o das instruço instruço és rélacionadas aa comida dé íd dolos olos qué Paulo émitiu ém 1 Coríntios ntios 8 a 10. Ela obsérva qué o tipo dé décisao qué Paulo faz ali – quando sé dirigé a nao-judéus qué participam dé assémbléias judaicas ém um ambiénté dé dia dia sspora pora ém um ambiénté social qué énvolvia pra pra ticas cultuais gréco-romanas – sao ém muitos aspéctos sémélhantés aos tipos dé débatés rabí n nicos icos é décisoés sobré idolatria qué surgém no tratado da Mishna Abodah Abodah Zarah . Enfatizando a diférénça éntré as inténçoés do adépto é as pércépçoés dé suas inténçoés por outros qué provavélménté téstémunharao as açoés, éla traça o raciocí n nio io déntro dos arguméntos dé Paulo ao lado dos argum arg umént éntos os dé va va rio rioss out outros ros jud judéus éus,, in inclu cluind indoo éxé éxémp mplos los contém contémpor poraanéo néos. s. Com Comoo os rabinos ao discutir o qué constitui idolatria para nao-judéus, qué inclui avaliaçao dos éléméntos sociais éspécíicos icos énvolvidos, éla énténdé qué Paulo ésta désénvolvéndo halakic 16 INTRODUÇAO praticas para nao-judéus séguidorés dé Cristo no mundo social nao-judaico dé Corinto. Mésmo qué as conclusoés dé Paulo possam, ém qualquér caso, sér diféréntés das dos rabi rabino noss po post stér ério ioré rés, s, como como él élés és,, élé élé na na o ésta ésta désc déscar arta tan ndo o pa papé péll da To Tora ra , ma mass intérprétando a oriéntaçao dé Déus, com a principal diférénça séndo qué os téxtos qué témos mostram Paulo fazéndo isso para instruir na na o-judéus. Mark Nan Mark Nanos os sé com compr promé omété té a rés réspon pondér dér a qué quésta stao dé com comoo sé dév dévéé con concéi céitua tuarr Pau Paulo lo déntro do judaísmo smo no topico da circuncisao é, portanto, nos topicos do judaí ssmo mo é da obsérvancia da Tora dé manéira mais géral. Elé éxamina a oposiçao dé Paulo a circuncisao ém convérsa com um éxémplo dé Joséfo, qué aprésénta uma historia énvolvéndo varios consélhéiros judéus do réi Izatés. Essés judéus nao concordam sé éssé réi nao judéu dé um
povo na na o judéu judéu,, qué ésta ésta intér intéréssado éssado ém prati praticar car costumés judaicos judaicos é até até ém sé torn tornar ar judéu judéu,, dév dévéé ou na na o sér ci circ rcun unci cida dado do.. Na Nano noss ob obsér sérva va qu quéé os po pont ntos os dé vi vist staa dés déssé séss consélhéiros foram baséados no qué cada um arguméntou qué séria o curso mais iél para Izatés. Nénhum dos consélhéiros concédéu ao outro o idéal dé idélidadé, é cada um baséou sua posiçao nos aspéctos éspécíicos icos do caso dé Izatés ém quéstao. Elés nao procuraram aplica apl icarr éss éssas as posiç posiçooés a tod todos os os na nao-jud -judéus éus,, mui muito to mén ménos os a qua qualqu lquér ér jud judéu. éu. As Assim sim també m, propo é Nanos, os dirigiu arguméntos Paulo ém varias ocartas aos nao-judéus séguidorés dé Cristo qué élé foramdé baséados ém suas sua avaliaça do qué répréséntaria o curso iél éspécíico ico para élés, ém véz dé princíp pios ios gérais qué élé aplicaria a todos. naojudéus pér sé ou a quaisquér judéus. Da mésma forma, aquélés a quém Paulo sé opoé na Gala ccia Gala ia - por procurar inluénciar éssés na na oo-judéus -judéus para vir a sér prosélitos por caminho do complétando circuncisao - quasé cértaménté tériam baséado suas proprias posiçoés sobré o qué élés ac acré rédi dita tava vam m sé sérr o cu curs rsoo mai mais i iél él.. Ségu Séguéé-sé sé qué qué né ném m Pa Paul uloo né ném m séus séus op opon onén énté téss provavélménté tériam cédido o idéal dé idélidadé ao outro. 17 PAULO NO JUDAISMO Ao analisar as posiçoés tomadas por judéus é grupos judaicos sobré a circuncisao é témas rélacionados, como no caso dé Izatés, os éstudiosos costumam distinguir casos énvolvéndo a “convérsao dé nao-judéus ém judéus” da “adoçao dé comportaménto judaico por nao judéus”. -judéus”, é para distinguir ambos da “circuncisao é comportaménto dos judéus”. Nanos propoé qué, sé a mésma disciplina fossé aplicada ao concéituar Paulo, muitas das níttidas idas distinçoés éntré as razoés osténsivas dé Paulo para sé opor a circuncisao é outros “judéus” o comportaménto por parté dos nao-judéus séria intérprétado dé manéira muito diférénté do qué tém sido, tanto tradicionalménté quanto na Nova Pérspéctiva sobré Paulo. Além do téma éspécíico ico da fé é da idélidadé utilizado por Joséfo é Paulo, Nanos chama a aténçao para para os cont contéx éxto toss ém qué ergo ergonn é ergōn rgōn (plur (plural al possés posséssivo) sivo) surgém ém rélaça rélaça o a fé fé (plénitudé), traçando uma nova proposta dé como énténdér A frasé dé Paulo, ergōn nomou
(géralméntéé tradu (géralmént traduzida zida como “obras da léi”). Essés movi moviménto méntoss abrém uma nova manéira dé énquadrar todo o topico “fé vérsus obras”. Nanos conclui qué a oposiçao dé Paulo ao ergōn nomou éra apénas para os ritos énvolvidos na convérsao do prosélito (circuncisao é “atos/obras”) nao para as normas comportaméntais judaicas para judéus ou mésmo para nao-judéus dé forma mais ampla. Paulo nao éra contra boas obras ou obras judaicas ou marcad mar cadoré oréss dé idé idénti ntidad dadéé —p —par araa jude judeus us ; élé éra contra a imposiçao da convérsao a idéntidadé tnica (os trabalhos/ritos convérsao mémbros prosélito)dapara naojudéus, umaévéz quéjudaica élés ja éram (dé acordo comdé o évangélho) famíéssés lia lia dé Déus como na na o-ju o-judéus, déus, por méio dé Jésus Cristo. Cristo. Elés ja ja prati praticavam cavam as boas obras déntro do judaíssmo mo como na na oo-judéus, -judéus, émbora na na o o éspécíico ico “obras/ritos” dé circuncisao qué os tornariam judéus, téstémunhando assim a chégada da éspérada éra da réconciliaçao das naçoés ao lado dé Israél, dé acordo com o énténdiménto dé Paulo sobré o qué Nanos déscrévé como a proposta évangé évangé llica ica “cronomé “cronomé ttrica” rica” dé Paulo. 18 INTRODUÇAO Em conclusa o, Nanos aprésénta vadiscursivos rias dirétrizés gicas, os bém éléméntos términolo gicos é outros éléméntos quémétodolo dévém ajudar intécomo rprétés a évitar confundir éssés assuntos ao discutir Paulo, bém como outros autorés judéus, nao ménos os rabinos, daqui para frénté. Caro Caroli liné né John Johnso son n Ho Hodg dgéé cons consid idér éraa a qués quésta ta o da idén idénti tida dadé dé,, é éspé éspéci cii ica camén ménté té da idéntidadé dos na na oo-judéus -judéus déntro das assémblé assémblé iias as dé Paul. Ela coméça notando qué Paulo régularménté sé dirigé ao séu publico nao-judéu (qué é o pu bli pu blicoco-alv alvoo dé tod todas as as sua suass ins instru truço ço és) com comoo et ethn hnēē (mémbros das naçoés [além dé Israél]), mas também os distingué dé nao séguidorés dé Cristo qué nao séguém a Cristo. Judéus qué adoram outros déusés. No éntanto, ém um caso intéréssanté qué Johnson Hodgé éxplora, Paulo sé référé ao séu publico como nao mais ethnē : “Vocés sabém qué quando vocés éram géntios [ ethnē ], vocé vocés foram désvi désviados, ados, lévados a íd dolos olos mudos” (1 Corín ntios tios 12:2). ). Ao mésmo témpo, Paulo nunca os chama “cristaos” ou os idéntiica como judéus ou israélitas. Articular os éléméntos déssé énigma dé idéntiicaçao é buscar énténdér o qué é signiicado pélo rotulo ethnē para Paulo – é o qué na na o éé – éé o cérné désté énsaio. Johnson Hodgé évita o uso dé “géntios” para traduzir ethnē por va va rrias ias razo razo és é dé acordo com as préféréncias dé varios outros colaboradorés. A manéira como a idéntidadé é a étnicidadé tém sido tipicaménté concéituadas é parté do probléma qué éla procura matizar para énténdér como Paul Pauloo ésta ésta résolv résolvéndo éndo como récon réconigur igurar ar séu rélaci rélacionamén onaménto to com Déus é Israél como judéus ném ethnē nas formas comuménté concéituadas no judaíssmo mo , ou por Paulo antériorménté.
Elés sa sa o um tipo diférénté dé ethnē ; élés tém idéntidadés mu mu ltiplas qué na na o sa sa o totalménté ixa ixas, s, é a am ambi bigu guid idad adéé qu quéé isso isso cria cria é um aspéc aspécto to dé como como Pa Paul ul ésta ésta él élab abor oran ando do a construça o dé sua idéntidadé. Sua réto construça réto rica ésta ésta préscrévéndo um comportaménto para élés qué ésta ésta ligado aa sua ilosoia téolo téolo gica. PAULO NO JUDAISMO compréénsa o dé como a histo compréénsa histo ria da rédénça rédénça o dé Israél é da dass naço naço és ésta ésta sé désénrolando. Apos uma discussao das quéstoés gérais, Johnson Hodgé éxamina como a idéia da “santa séménté” sémén té” funcion funcionaa ém Esdras éé Jubileus Jubileus , é como Paulo usa um argum arguménto énto sémélha sémélhanté nté ém Galatas 3 para apoiar a inclusao déssés nao-judéus ém Cristo como aquélé dé éstar na “séménté dé Abraao” sém sé tornar judéus. Com éssa analogia ém maos, éla éxamina como Paulo sé baséia nos discursos dé puréza judaica para éxplicar como, ém 1 Corí n ntios tios 6, éssés na na o-judéus sé tornaram mémbros santos do corpo dé Cristo, ao lado dé judéus como Paulo. Idéntiicar éssés ethnē como ém Cristo é ém si uma manéira judaica dé énténdér quém élés sa sa o , mas mas qué qué na na o élim élimin inaa a dist distin inça ça o én éntr tréé sua sua idén idénti tii ica caça ça o con contí tín nua ua co como mo nao-judéus/nao-israélitas: “Elés éstao inséridos na séménté dé Abraao como géntios é pérmanécém géntios, dé éspé éspécial, dé ;santiicados péloPau batismo”. Essa idéntidadé idént idadé é ttnica nica híb brida ridauma énv énvolv olvééciénov novas as ambig ambdépois iguid uidadés adés; As cartas cartas dé Paulo lo for fornéc nécém ém évidéncias das manéiras pélas quais élé éstava téntando résolvér éssas quéstoés a partir do judaíssmo. mo. Paula Frédriksén éxamina a quéstao da adoraçao, ém particular, a adoraçao dé déusés por aquélés qué nao sao judéus é como isso contrasta com a adoraçao do Déus dé Israél para a qual Paulo trouxé nao-judéus, é como isso sé baséia ém sua compréénsao dé a réstauraçao dé Israél téndo coméçado. Ela pédé ao léitor qué rélita sobré o qué signiicou para os naojudéus, cujo mundo é visoés dé mundo éram povoados por déusés qué éstavam énvolvidos ém todas as facétas da vida péssoal, familiar é cívica, vica, éntrarém ém adoraçao déntro da cosm cosmov ovis isaao ju judai daica ca dé sé ségu guir ir a Cr Cris isto to dé Pa Paul ulo. o. comu comuni nida dadés dés.. Os cont contra rasté stéss éram éram surpréénd surp rééndéntés, éntés, é a insi insisté sté n ncia cia dé Paulo ém qué élés désisti désistissém ssém das pra pra ticas comuns dé culto a éssés déusés, ao contrario do qué sé éspérava dé nao-judéus qué éram hospédés dé outros grupos judaicos da dia dia sspora, pora, gérou gravés conséqué conséqué n ncias. cias. Ela pérgunta por qué Paul abordaria suas résponsabilidadés déssa manéira. 20 INTRODUÇAO As réspostas sao varias. Frédriksén ésboça por qué sé référir a élés como “pagaos” ém véz dé “géntios” éé u til: manté manté m salién saliénté té a idént idéntidadé idadé étnica é rélig réligiosa iosa combina combinada da dé suas visoés dé mundo ém térmos dé famíllia, ia, cidadé é impé impé rrio; io; “déusés antigos corria corriam m ém séu sangué”. Duranté géraço és, spora, osra, judéus déscobriram como négociar sua judéus jud éus nas cidadé cidadés s da dia dia spo o qué qué, , po porr déiniç déiniça ao, énv énvolv olvia ia viv vivér ér idéntidadé “ de dent ntro ro décomo uma
instituiça o réligiosa paga instituiça paga ”. Elés também énténdiam, como as Escrituras também rétratavam o mundo dos israélitas, qué énquanto élés adoravam séu Déus como o maior dos déusés, cada povo tinha séus déusés para adorar. Vivér éntré nao-judéus, portanto, éxigia négociar éssa compléxidadé. Ha Ha alguma évidé évidé n ncia cia dé na na oo-judéus -judéus “convértidos”, mas éra mais comum qué nao-judéus éxpréssassém varios nívéis véis dé réspéito pélas comunidadés judaicas é séu déus énquanto pérmanéciam “paga “paga oos”. s”. E désté uu ltim ltimoo grup grupoo qué Paulo prov provavélmén avélménté té éncon éncontrou trou os intér intéréssado éssadoss na ménsagém qué élé proclamou. Mas élé insistiu qué mésmo qué élés nao sé torném judéus, élés dévém déixarr dé particip déixa participar ar do culto aos déusés dos na na oo-judéus, -judéus, o qué suscitou uma forté réaça réaça o tanto dé judéus quanto dé nao-judéus, pois nao éra assim qué éssés assuntos haviam ocorrido. négociado no passado. Por qué Paulo féz ésté curso? Paulo trabalhou com a convicçao dé qué as éxpéctativas apocalíp pticas ticas dé um témpo ém qué aquélés das naçoés adorariam o Déus dé Israél como séu proprio Déus ao lado dé Israél haviam chégado. As crisés atuais dé qué a diférénça éntré éssa convicçao dé sua chégada é dé sua consumaçao inal séria brévé, é assim o éstréssé criado por éssé désvio dos arranjos sociais normais nao duraria muito, mas éra nécéssario no moménto. Sérviu como o “intérruptor dé viagém” pélo qual Déus acabaria por réstaurar as naçoés, assim como Isra Israél él,, as assi sim m como como as Escr Escrit itur uras as ha havi viam am pré prédi dito to,, qu quéé agor agoraa fo foii décod décodi iic icad adaa pélo péloss séguidorés dé Jésus Cristo. Essés “paga “paga os” récéb récébéram éram o Espírrito; ito; élés nao podiam mais adorar outros déusés. Téndo sido “justiicado péla fé fé ”, ”, Frédriksén 21 PAULO NO JUDAISMO ar argu gumé mént ntaa qu quéé éssé ésséss na na o-j -jud udéu éuss ésta éstava vam, m, dé ac acor ordo do com com Pa Paul ulo, o, sob sob no nové vé do doss Dé Dézz Mandaméntos: élés dévériam adérir “irméménté” ao cumpriménto dé todas as obrigaçoés morais, mas nao ao ritual judaico da obsérvancia do sabado, uma véz qué nao sé tornaram judéus jud éus,, mas na na o obs obstan tanté, té, tor tornar naramam-sé sé “ju “justo stos”. s”. Ass Assim, im, éla sug sugéré éré qu quéé tra traduz duzamo amoss dikaiosynē ek pisteōs dé forma a signiicar “comportaménto corréto dé acordo a cordo com a Léi por causa do irmé apégo ao évangélho”. é vangélho”. Néil Elliott aborda a quéstao da políttica, ica, do qué signiica discutir Paulo como um judéu da diaspora sob o domín nio io rom romano ano.. Elé éxp éxplic licaa uma sé sérié dé im impli plicaço caço és po polí lítticas icas qué décorrém da léitura dé Paulo déntro do judaíssmo. mo. Elé émprééndé éssa taréfa ém convérsa com uma variédadé dé abordagéns contémporanéas qué procuram lér Paulo é séu cénario dé man manéi éira ra di difé féré rén nté té,, ma mas, s, no én énta tant nto, o, pérp pérpét étua uar, r, ém véz véz dé désa désai iar ar,, fo form rmas as profundaménté arraigadas dé concéituar a téologia é a pratica dé Paulo ém ní tido tido contrasté com o judaíssmo, mo, qué ainda é (mal) rétratado como infériorés. El Elli liot ottt éx éxam amin inaa os ar argu gumén ménto toss ré répr prés ésén énta tati tivo voss da No Nova va Pé Pérs rspé péct ctiv ivaa sobr sobréé Pa Paul ul,, concéntrando-sé ém um énsaio marcanté dé Jorg Fréy, dépois avalia quéstoés sémélhantés na léitura sociociéntíica ica dé Brucé J. Malina é John J. Pilch. Essés diféréntés éstudiosos (as vézés) négam éxplicitaménté qué Paulo déixou o judaíssmo; mo; no éntanto, Elliott mostra como
suas décisoés intérprétativas continuam a minar tais airmaçoés. Isso naturalménté ségué método mét odolog logica icamén ménté té qua quando ndo Pau Paulo lo é abo aborda rdado do princ principa ipalmén lménté té por méi méioo das léitur léituras as cristianizadas récébidas délé, é nao da suposiçao muito diférénté dé qué as préocupaçoés dé Paulo provavélménté surgiram déntro dé séu contéxto judaico do priméiro século. El Elli liot ottt ob obsér sérva va um umaa dés désco coné néxa xa o én éntr tréé as im impl plic icaç açoo és lo lo gica gicass dé no novo voss insi insigh ghts ts é abordagéns a Paulo é ao judaí ssmo mo é o péso dos compromissos habituais com as conclusoés tradicionais é pra pra tticas icas discursivas. Lévar a sério o contéxto judaico dé Paulo é suas comunidadés no priméiro século signiica lutar com o qué signiicava vivér déntro dé 22 INTRODUÇAO o Império Romano como judéus, ou no caso dos nao-judéus a quém Paulo éscrévé, o qué signiicava para élés sé juntarém a um moviménto judaico céntrado ém réivindicaçoés méssianicas dé um judéu cruciicado por Roma. Ao intéragir com o trabalho dé John MG Barclay, Barcl ay, Elliott ésclarécé como o judaí judaísmo smo podé sér déinido dé forma muito diférénté do qué tém sido, é assim também podé Paul. O qué signiicaria lévar a sério qué sér judéu nao é ém si alg algoo di difé féré rént ntéé dé sé sérr gr grég égoo ou sér roma romano no?? Po Podém démos os énté énténd ndér ér idén idénti tida dadé déss sobrépostas é cruzadas, incluindo as compléxas négociaçoés nécéssarias para vivér sob o Impé rio Impé rio Romano, como parté intégranté dé sér judéu? Kathy Ehrénspérgér discuté a(s) quéstao(oés) dé généro, do qué signiica buscar récolocar Paulo ém rélaçao ao judaíssmo. mo. Ela obsérva quao poucas pésquisas foram conduzidas até hojé sobré a quéstao da posiçao dé Paulo sobré quéstoés crítticas icas dé généro déntro do judaísmo smo dé séu témpo, ou como um répréséntanté délé. Entao, a “régra” déclarada ém 1 Corín ntios tios 14: 14:3333-36, 36, qué tra tradic dicion ionalm almént éntéé tém sid sidoo ént énténd éndida ida par paraa indic indicar ar qué Pau Paulo lo pr procu ocurou rou man mantér tér as mu mulhér lhérés és dé pap papééis is ati ativos vos ém assé assémb mblé léias qué ost osténs énsiva ivamén ménté té coméçaram ém térmos mais igualitarios ém contrasté com as praticas judaicas, séria mais provavélménté indicam qué éssés nao-judéus nao éstavam préparados para as réstriçoés a participaçao das mulhérés qué éram praticadas ém séus contéxtos nao-judéus nativos. Elés ainda nao sabiam como as novas oportunidadés dé participaça dasévidé mulhérés agora oférécidas por éssésnégociar s ubgrupos subgrupos judaicos. Dépois dé éxaminar algumaso das évidé n ncias cias da participaçao das mulhérés nas réunioés da sinagoga da época, Ehrénspérgér démonstra como como a or orié iént ntaç açaao dé Pa Paul uloo para para a ré réal aliz izaç açaa o dé or oraç açoo és é prof proféci écias as im impl plic icaa séu énvolviménto ativo néssas atividadés, émbora com cértas réstriçoés para garantir a ordém dé manéiras qué aparéntéménté sé conformavam as régras prédominantés. tradiçoés. Assim, émbora Paulo fossé um homém dé séu témpo, época ém qué nao sé podé négar arranjos hiéra hiéra rrquicos quicos baséados no gé gé néro, néro, foram as normas ménos hiéra hiéra rrquicas quicas 23 PAULO NO JUDAISMO opérantés déntro dé grupos judaicos qué criaram as novas oportunidadés dé participaçao, é na nao o contr contraarrio. io. Ela apon aponta ta va va rias manéira manéirass dé consi considérar dérar como as instr instruço uço és dé Paulo podém sé alinhar com as distinçoés dé outros grupos judaicos contémporanéos no qué diz réspéito aa léitura é instruça instruça o das Escrituras, vérsus atividadés como oraçao é profécia.
Ehrénspérgér também discuté as quéstoés mais gérais dé univérsalizaçao fréquéntéménté atribuídas das a Paulo, nésté caso com énfasé no probléma dé négar logicaménté as diférénças dé gé gé n ér éroo a sé sérv rviç içoo do ma mant ntra ra dé “u “um m no novo vo homém homém”, ”, para paralél lélam amén énté té a néga négaça ça o da idéntidadé judaica na suposta univérsalizaçao dé todos como “cristaos”, um cénario ém qué todos sao, por déiniçao, univérsalizados ao status dé nao-judéus. Ela ségué com uma léitura dé Paulo présérvando a particularidadé, a incorporaçao da diférénça étnica é dé gé gé néro ént éntré ré os qué partic participa s déss déssas ekklēs ekk lēsia ia jud judaic aica a ém Cristo, qué a évidé ncia sugéré foiipanté o ntés caso éntréasoutras ekklēsia judaica dé Déussémélhanté do SégundoaoTémplo qué na na o compartilhar suas convicço convicço és sobré o signiicado dé Jésus. O Réquérido Térréncé Donaldson oférécé uma avaliaçao críttica ica dos énsaios como um défénsor da Nova Pérspéctiva, dé fato, como alguém qué avançou ém varias trajétorias dé pésquisa déntro déla. Avaliar criticaménté pérspéctivas qué sao, ém alguns aspéctos importantés, diféréntés das pro pro prias na na o éé uma taréfa fa fa cil, é é préciso muito trabalho para fazé-lo bém. Donaldson é um éspécialista nisso, é os éditorés éstao muito gratos por élé tér coméçado a réspondér aa s va va rias posiço posiço és apréséntadas nésté volumé dé manéira tao construtiva é u til. Donaldson traça as quéstoés qué motivaram sua propria pésquisa é as soluçoés qué élé oférécéu, o qué é muito uu til para 24 INTRODUÇAO comprééndér algumas das principais linhas da Nova Pérspéctiva, bém como ondé surgé alguma divérsidadé éntré séus proponéntés. Em séguida, élé traça algumas das principais linhas dos arguméntos dos colaboradorés. Em muitos pontos importantés, Donaldson airma a sénsibilidadé é os arguméntos dos colaboradorés, incluindo a idéia dé lér Paulo déntro do judaí ssmo mo é a nécéssidadé dé éncontrar uma nova términologia para éxplicar o qué éstava acontécéndo nas comunidadés dé Paulo. Quando Donaldson sé volta para a avaliaçao crí ttica ica das contribuiçoés, élé déstaca dois pontos principais. Estés mérécém brévé apréséntaça apréséntaça o aqui. Priméiro, Donaldson Priméiro, Donaldson obsérv obsérvaa qué muitos dos colaborado colaboradorés rés éxpli éxplicam cam o éntén énténdimén diménto to dé Paulo sobré a inclusa inclusa o dé na na oo-judéus -judéus ém térmos dé judéus. éxpéctativas da “téologia da réstauraçao”. Elé acha ésta léitura atraénté, mas inalménté inadéquada, porqué élé énténdé qué Paulo acrédita qué a réstauraçao dé Israél séguira apénas a inclusao da ethnē, ao invés dé précédé-la (como é géralménté indicado nos téxtos dos qua quais is a téo téolog logia ia da réstaur réstauraça açao é pré prédic dicada ada). ). Don Donald aldson son apé apéla la as tra tradiço diço és qué és éspé péra ram m qu quéé a pé péré régr grin inaç açaao das das na naço ço és a Jéru Jérusa salé lé m apoi apoiéé séu po pont ntoo dé vist vista. a. Su Suaa obsérvaçao da uma précisao valiosa a ésta parté do débaté; os léitorés podém julgar até qué ponto qualiicar osnaarguméntos dé um ou outro colaboradorém désté volumé. A maioria dosdévé colaboradorés o constroi séus apélos éspéciicaménté torno déssas
tr tradi adiço ço és dé peregrinação , mas as ménciona éntré os muitos cénarios éscatologicos diféréntés prévistos nas Escrituras, incluindo a antécipaçao do julgaménto daquélés das naço és é a réconciliaça naço réconciliaça o géral dé toda a humanidadé. Elés énfatizam, no ééntanto, ntanto, qué Paulo, comoo alg com alguns uns rabin rabinos os po postér stérior iorés, és, opt optou ou po porr sé con concén céntra trarr ém uma das éxp éxpéct éctati ativas vas ta tamb mbéém pr prén énun unci ciad adas as nas nas Escr Escrit itur uras as;; ou séja, séja, qu quéé as péss péssoa oass das das naço naço és tamb tambéém éxpérimén éxpér iméntaria tariam m a réconc réconciliaç iliaçaao é isso éstava dé algum algumaa form formaa ligad ligadoo a réstau réstauraça raça o dé Israél.4 4. Por éxémplo, Atos 15:12-21 apéla éxplicitaménté a Amos 9:11-12 para éxplicar a inclusao das naçoés ém térmos da réstauraçao dé Israél para ésclarécér o énigma dé uma résposta dividida dé 25 PAULO NO JUDAISMO Além disso, ao contrario dé Donaldson, muitos dos colaboradorés, aqui ou ém publicaçoés antéri ant érioré orés, s, ént énténd éndéra éram m qu quéé Pau Paulo lo sus sustén téntav tavaa qué a rés réstau tauraç raçaao dé Isr Israél aél réa réalmé lménté nté comé coméçou çou pr prim iméi éiro ro,, qu quéé élé élé é ou outr tros os isra israéli élita tass qu quéé acr acrédi édita tam m qu quéé Jésu Jésuss é o Mé Méss ssia iass réprésénta répr éséntam m éssa résposta inicial positiv positiva, a, é qué éssa réspo résposta sta positiva é ta ta o impo importan rtanté té para Paulo quanto a négativa dé outros, répréséntando uma résposta dividida dé Israél ém gé géra ral.l. Ou sé séja ja,, ja ja déf défén éndé dém m um umaa abor abordag dagém ém do téma téma qu quéé Do Dona nald ldso son n propo propo é como como altérnativa a éxplorar. Néssa visao, o procésso dé réstauraçao dé Israél, bém como a réconciliaçao das naçoés, coméçou, mas ainda nao foi concluíd do, o, é o procésso dé léva-lo a séus éstagios inais é o proposito da missao dé Paulo as naçoés. imprévisto nos fragméntos da téologia da réstauraçao qué sao facilménté idéntiicados nas éscrituras é ém outras litératuras sobrévivéntés, razao péla qual Paulo chama sua éxplicaçao ém Romanos 11 – qué éé baséad baséadaa ém um apélo a cois coisas as ja ja déclar déclaradas adas nas Escritu Escrituras ras – a révélaç révélaçaa o dé um “ mistério." Outra quéstao qué surgé sob a priméira crí ttica ica dé Donaldson é a quésta quésta o da obsérva obsérva n ncia cia da Tora por nao-judéus, para a qual élé énténdé Israél nésté ponto, é além disso, arguméntar qué éssés nao-judéus nao dévériam sé tornar prosélitos, mas sé tornarém nao-judéus justos déntro do judaíssmo. mo. adorando ao lado dos israélitas; cf. E um. 45:22; 49:6; Zé. 2:11. Paula Frédriksén aborda o réarranjo dé Paulo da séquéncia dé événtos évént os qué trazém a réstauraça réstauraça o dé Israé Israéll é a salvaça salvaça o das naço naço és como résultado dé: a) préssao éxércida sobré o cénario éspérado por causa do aparénté atraso do im, é b) o déclín nio io Judéus atraíd dos os para adérir ao movi moviménto ménto dé Jésus (“Judaí (“Judaíssmo, mo, a Circuncisao dos Géntios, é Espérança Apocalíp ptica,” Journal tica,” Journal of Theological Studies 42, nº 2 [1991]: 558–64, aqui 532–64; na p. 564 éla cita EP Sandérs a obsérvar: “A carta dé Paulo [a Roma] révisa a histo ria bíblica histo blica é 'réorganiza a séqu séqu é ncia ncia éscatolo éscatolo gica para qué éla éstéja dé acordo com os fatos.'”). 5. Por éxémplo, éxémplo, Mark D. Nanos, The Mystery of Romans: The Jewish Context of Paul's Letter (Minnéapolis: Fortréss Préss, 1996), 239-88; Nanos, “Romanos 11 é Rélaçoés Cristas é Judaicas: Opço Opço és Exégé Exégé tticas icas para Révisitar a Traduça Traduça o é Intérprétaça Intérprétaça o désté Téxto Céntral”,
Criswell Theological Review 9, nao. 2 (2012): 3–21, é os énsaios éxégéticos détalhados aos quais éssé énsaio sé référé. Elés éxplicam o cénario dé forma diférénté dé Donaldson, é também oférécém altérnativas dé traduçao como “atrasar” é “pérdér o ritmo” qué mélhor sé éncaixam na métafora (do qué “dérrota” é “réjéiçao”), qué gira ém torno dé uma lacuna qué sé abré éntré os israélitas (com alguns na frénté é outros tropéçando, mas nao caindo, mas qué também acabarao por términar o curso); é néssa brécha qué alguns nao-judéus ésta o éntrando, assim ao lado é dépois dé alguns israélitas, mas antés dé outros. ésta 26 INTRODUÇAO Paulo a objétar, é isso lhé parécé minar a idéia dé Paulo imaginando o qué élé éstava fazéndo déntro do judaíssmo. mo. Essa objéçao coméça a partir dé um conjunto paradigmatico diférénté dé prémissas, prémissas qué surgém das intérprétaçoés tradicionais é da Nova Pérspéctiva dos arguméntos dé Paulo – mas não das prémissas intérprétativas a partir das quais va va rrios ios dos colab colaborado oradorés rés qué abordam éssé to to pico trabalha trabalham. m. Essés colaborad colaboradorés orés falam sobré éssé assunto ém séus énsaios é ém trabalhos publicados antériorménté, arguméntan argum éntando do qué Paulo na na o se opoé a obsérvancia da Tora ou a pratica do judaí ssmo mo ém géral, inclusivé para nao-judéus, é qué élé até promové a pratica do judaíssmo mo é da Tora pénsaménto é comportaménto oriéntados para todos os séguidorés dé Cristo. O qué Paulo objéta, néssas léituras, é séguir a Cristo n judéus tornando-se judeus , isto é, complétar o rito dé convérsao étnica qué é signiicado péla circuncisao nos arguméntos dé Paulo. Portanto, élés na na o ésta ésta o técnicamé técnicaménté nté “sob a Tora Tora ” como os judéus ( hipo nomon, Rm 6:14-15), mas éstaao sé jun ést juntan tando do a gru grupo poss jud judaic aicos os com judé judéus us como Pau Paulo, lo, qué es estã tãoo sob sob a To Tora ra (a “Oriéntaçao” dé Déus para Israél), é apréndéndo assim a vivér dé acordo com as normas ba basé séad adas as na To Tora ra , a i im m dé én énté ténd ndér ér como como vivé vivérr iél iél a justi justiça ça éspé éspéra rada da dé toda toda a humanidadé (“sob a graça . . . éscravos. . . da obédiéncia para a justiça” [ hypo charin . . . douloi. . . hypakoēs eis dikaiosynēn, Rom. 6:16). Diférénciar a transformaçao da idéntidadé dé nao-judéus ém judéus, a qual Paulo sé opoé, das dirétrizés comportaméntais opérantés déntro das comunidadés judaicas, qué Paulo déféndé, como duas coisas muito diféréntés, é importanté para muitos dos colaboradorés aqui répréséntados. Essa distinçao géralménté na na o foi obsérvada pélos intérprétés da Nova Pérspéctiva mais do qué pélos tradicionalistas, lévando a énténdiméntos muito diféréntés sobré o qué Paulo objéta é as razoés para élé fazé --lo. fazé lo. Essa disti distinça nça o é impo important rtantéé a sér considéra considérada da para pérmiti pérmitirr a léitura léitura dé Paul Pauloo “déntro” do judaísmo. smo. 27 PAULO NO JUDAISMO A ségunda grandé objéça o nas dé Donaldson éé para os va vacomo, rrios ios colabor colaboradorés adorés qué vé vé éém m a nova idéntidadé dos naoobjéça -judéus comunidadés dé Paulo dé cérta forma, répréséntando
uma anomalia. Isto é, por um lado élés éstao séndo féitos ilhos dé Abraao, além dé sé tornarém israélitas através da convénçao da convérsao prosélita; mas, por outro lado, élés nao pérmanécém simplésménté como téméntés a Déus, convidados, mas nao mémbros do povo dé Déus. Varios colaboradorés éxplicam éssé assunto dé manéiras diféréntés, mas Donaldson nao ésta convéncido dé qué nénhuma délas abordé adéquadaménté a manéira como Paulo déféndé a inclusa inclusa o déssés na na oo-judéus -judéus como a “séménté dé Abraa Abraa oo”. ”. Os arguméntos dé Paul sao dé fato compléxos aqui, como Donaldson admité a réspéito dé sua propria abordagém préférida para as quéstoés, mas sua objéçao gira ém torno dé mantér um contrasté éntré duas altérnativas mutuaménté éxclusivas qué, na visao dé alguns dos colaboradorés, nao sao dé fato incompatívvéis éis é qué Paulo parécé combinar. Essés na na oo-judéus -judéus répréséntam a bé bé n nça ça o dé todas as naço naço és prométidas a Abraa Abraa o (Gl 3:8; cf. 3:1-4:7), qué Donaldson sugéré qué séria o curso logico para Paulo tér arguméntado, mas élé nao vér évidéncias dé qué Paulo féz isso. Alguns répréséntantés dé Paulo déntro do paradigma do judaíssmo mo podém arguméntar, éntrétanto, qué Paulo féz éssé arguménto ém Ga Ga latas 3 (por citaça citaça o no v. 8) é, diféréntéménté, ém Romanos 3 a 4. Paulo também arguméntou na diréçao da altérnativa apontada por Donaldson, qué os naojudéu judéuss éram éram sé sémé mént ntéé por por ésta éstaré rém m ém Cr Cris isto to,, qu quéé é “a sémé sémént nté” é” dé Ab Abraa raa o qu quéé fo foii prométida, tornando-os assim ilhos dé Abraa Abraa o (Gl 3: 16; novaménté, cf. Gl 3:1—4:7, 28). Podé-séé dis Podé-s discor cordar dar dé qualqu qualquér ér aspéct aspéctoo do arg argumé uménto nto dé Pau Paulo, lo, é cla claro, ro, mas va va rrios ios colaboradorés do paradigma dé Paulo déntro do judaíssmo mo susténtam qué ambos sao parté dé séu pénsaménto. As réléxo réléxo és inais dé Donaldson giram ém torno da compléxidadé dé déinir o qué signiica discutir “déntro do judaíssmo”, mo”, bém como "Paulo." As quésto quésto és pérspicazés qué élé lévanta nao parécém aos éditorés para 28 INTRODUÇAO répréséntam altérnativas binarias tanto quanto varias vérténtés é énfasés no judaí ssmo mo ou no pénsaménto dé Paulo. Construindo ém torno das réléxoés inais dé Donaldson, é util réconhécér qué: 1) o judaíssmo mo nos dias dé Paulo éra tanto uma réalidadé concéitual quanto social; portanto, 2) os intérprétés dévém invéstigar os aspéctos concéituais é sociais dé Paulo é suas (é outras comunidadés séguidoras dé Cristo), éspécialménté ém rélaçao ao judaísmo smo assim énténdido; 3) os historiadorés dévém sé préocupar com as pérspéctivas dé cada uma déssas partés intéréssadas; é, inalménté, 4) os pésquisadorés dévém sémpré sé préocupar ém comprééndér Paulo ém convérsa com os désénvolviméntos historicos éntao é dé dépo pois is,, incl inclus usiv ivéé com com a tr traj ajét étoori riaa qu quéé véio véio a sér conh conhéc écid idaa como como Pa Paul ulin inis ismo mo (ou (ou Cristianismo Paulino). Os éditorés éstao muito gratos por Térry Donaldson lévantar éssas quéstoés éspécí icas icas é por séu énvo énvolvimé lviménto nto mais ampl amplo o com sua a pésqui pésquisa sabém-vinda, réalizada aqui. Espéramosum quéintéréssé o léitor réconhéça qué os colaboradorés achém críttica ica démonstrando
compartilhado ém énténdér Paulo ém séus proprios térmos é, ao mésmo témpo, fazé-lo ém convérsa com os varios Paulo(s) qué aparécéram ao longo dé os anos, éspécialménté os qué prévalécém ém nosso proprio témpo. Elés agora convidam vocé a sé juntar a élés na forma rélativaménté nova dé lér Paulo: dentro do judaíssmo. mo. 29 1 Paulo déntro do judaíssmo: mo: o éstado do Pérguntas Magnus Zéttérholm Introdução Posso nao éstar inclinado a concordar com o falécido Christophér Hitchéns dé qué a ré réli ligi giaao énvé énvéné néna na tudo ,1 ma mass no caso caso do doss éstu éstudo doss paul paulin inos os,, po podédé-sé sé,, no énta éntant nto, o, facilménté arguméntar qué éssa disciplina dé pésquisa foi dé fato afétada négativaménté péla téologia normativa crista crista . O éstudo do Novo Téstaménto ém géral é, é sémpré foi, um assunto prédominantéménté cristao. Os cristãos éstudam o Novo Téstaménto, muitas vézés ém départaméntos téolo téolo gicos dé séminarios é univérsidadés. Dé fato, muitas sériés dé coméntarios académicos sao para 1. Chr Christ istoph ophér ér Hit Hitchén chéns, s, God is not Grea Great: t: Ho How w Rel Religi igion on Poi Poison sonss Every Everythi thing ng (Londrés: Atlantic Books, 2008). 31 PAULO NO JUDAISMO Cristãos : O Coméntario do Novo Téstaménto Grégo Intérnacional airma éspéciicaménté no préfacio qué “o objétivo suprémo désta sérié é sérvir aquélés qué éstao éngajados no ministério da Palavra dé Déus é, assim, gloriicar o nomé dé Déus”. Da mésma forma, no préfacio éditorial do Word Biblical Comméntary, airma-sé qué todos os colaboradorés sao “évangélicos”, énténdidos “ém séu séntido positivo é historico dé compromisso com as Escrituras como révélaça révélaça o divina é com o vérdadéiro podér do évangélho crista crista oo.. .” Além disso, nao é incomum déscobrir qué o ateísmo metodológico , uma suposiça suposiça o bastanté natural na maioria das pésquisas ciéntíicas,2 icas,2 é désai désaiado ado por éstudi éstudiosos osos qué défén déféndém dém o qué dévé sér énténdido como uma téoria té oria altérnativa da cié cié n ncia, cia, ondé événtos sobrénaturais sao possívéis véis é ondé déusés é anjos intérvém nos assuntos humanos. Por éxémplo, ém séu éxcélén éxc élénté té tra tratam tamént éntoo da rés réssur surréi réiça ça o dé Jésu Jésus, s, aprésé aprésénta ntado do com comoo uma con contri tribui buiça çao acadé m acadé mica, ica, NT Wrigh Wrightt air airma ma na introduça introduça o qué arguméntar arguméntaraa “qué a mélho mélhorr éxpli éxplicaça caçao histórica histó rica é aquela aquela que inev inevitave itavelmen lmente te levanta todos os tipo tiposs de quésto quésto és teológicas ”. : o sépulcro éstava réalménté vazio, é Jésus réalménté foi visto vivo, porqué élé réalménté
réssuscitou dos mortos.”3 A convicçao téologica impulsiona um coméntario éxprésso como sé fossé apénas uma réléxao historica. Do ponto dé vista métodologico, as pérspéctivas idéolo idé olo gic gicas as cri crista sta s qué con contin tinuam uam a car caracté actériz rizar ar mui muito to do tra trabal balho ho ost osténsi énsivam vamént éntéé histo rico féito nos ééstudos histo studos do Novo Téstaménto sa sa o probléma probléma tticas. icas. Essa éstréita conéxao éntré os éstudos do Novo Téstaménto ém géral é a téologia crista norm normativa éé çou élau mésma, é claro claro, , néira o résul résultado désénv désénvolvim olviméntos éntos histo ricos. s. ém A éxégés éxégésé bíblic b licaativa a comé coméço como como um uma a ma manéi ra détado as dé pé péss ssoa oass éntén én téndé déré rém m histo é éxpl éx rico plic icar arém o qu quéé pércébiam como révélaçao divina, 2. Vér Pétér L. Bérgér, The Sacred Canopy: Elements of a Sociological Theory of Religion (Gardén City, NJ: Doubléday, 1969), 100 . 3. NT Wright, A Ressurreição do Filho de Deus: Origens Cristãs e a Questão de Deus: Volume 3 (Minneapolis: (Minneapol is: Fortress Press, 2003), 10. 32 PAULO NO JUDAISMO: O ESTADO DAS QUESTO QUESTO ES ou como o Mekilta coloca: “quando todos élés [os israélitas] éstavam dianté do monté Sinai para récébér a Tora, élés intérprétaram palavra divinanovas assiméxprésso qué a ouviram”. mésmo objétivo dé intérprétar a palavra dé Déus,amas éncontrou és, por éxémplo, nas famosas éscolas dé intérprétaça intérprétaça o dé Aléxandria é Antioquia. forma “ciéntíica” ica” dé éxégésé bíb blica lica ém conéxa conéxa o com a formaça formaça o do ca ca non.6 Lévaria, no éntanto, ao Iluminismo antés dé qualquér téntativa réal dé lér o téxto bí b blico lico a partir dé outros pontos dé partida qué na na o os téolo téolo gicos. Em térmos dé radicalismo, é difí ccil il imaginar qualquér éstudioso bíb blico lico modérno criando réaçoés mais fortés do publico do qué, por éxémplo, Hérman Samuél Réimarus (1694-1768), David Friédrich Strauss (180874), ou mésmo os répréséntantés do No éntanto, apésar da ambiçao dé désconstruir é criticar as inluéncias da téologia normativa, a érudiçao do Novo Téstaménto duranté o século XIX ém dianté foi ironicaménté fortéménté inluénciada por uma das narrativas méstras mais inluéntés da cultura ocidéntal – a dicotomia téologica éntré Judaíssmo mo é Cristianismo. Esté téma tém détérminado o résultado dé varios subcampos importantés déntro dos éstudos do Novo Téstaménto, como o Jésus historico, o Paulo historico, a ascénsa o do cristianismo é a séparaçao éntré judaíssmo ascénsa mo é cristianismo. Em basés ciéntíicas, icas, o impacto na téologia crista crista norm normativa ativa 4. Mek . Bahodésh 9 (trad. Lautérbach). 5. Vér, por éxémplo, Anthony C. Thisélton, Hermeneutics: An Introduction (Grand Rapids: Eérdmans, 2009), 104–14. 6. Para uma visao géral, véja Einar Thomassén, “Somé Notés on thé Dévélopmént of Chrris Ch isti tian an Idé déas as abou aboutt a Ca Cano non n”, ém Ca Cano nonn an andd Ca Cano noni nici city ty , éd. éd. Eina Einarr Th Thom omass assén én (Copénhagué: Muséum Tusculanum Préss, 2010), 9–28.
7. Vi Viso so és gé géra rais is ém Will Willia iam m Ba Bair ird, d, Hi Histo story ry of New Testame Testament nt Re Resea search rch (Minnéapolis: Fortréss Préss, 1992), 1:170-74, 246-58, 269-78. 33 PAULO NO JUDAISMO obviaménté nao dévé guiar a historiograia, incluindo trataméntos historico-crítticos icos dos réstos litérarios é matériais bíb blicos licos é rélac rélacionad ionados. os. Os intér intéréssés éssés téolo téolo gicos crista crista os éxigém réstriço réstriço és transculturais. Soménté nas ultimas décadas a détérminaçao do émprééndiménto téologico do qué é historico foi profundaménté désaiada a partir dé novas pérspéctivas déclaradaménté baséadas na ciéncia. A chamada Tércéira Busca do Jésus historico é um éxémplo ondé a oposiçao éntré Jésus é o Judaíssmo mo foi substituíd daa por uma visao historicaménté mais pr prova ova vvél él ondé Jésu Jésuss é col coloca ocado do dent dentro ro do Judaíssmo mo é énténdido como répréséntando o Judaíssmo. mo. O mésmo ésta acontécéndo agora com Paulo, mas ém séu caso a résisténcia da téologia normativa parécé mais forté. Na Na o ssmo émo difí difíéccil ilqué énténdér porqué . Astituiu idéias binarsmo ias dé qué o por cristianismo o judaí a graçaocrista crista subs substitui u o légali légalismo judaico, éxémplo, substituiu parécém sér aspéctos éssénciais da maioria das téologias cristas. No éntanto, como no caso dé Jésus, os défénsorés da chamada Pérspéctiva Radical sobré Paulo - o qué aqui préférimos chamar dé Paulo déntro das pérspéctivas do judaísmo smo - acréditam é compartilham a suposiçao dé qué as pérspéctivas tradicionais sobré a rélaçao éntré judaí ssmo mo é cristianismo sao incorrétas é précisam préci sam sér substi substituí tuídos dos por uma visa visa o histo historicam ricaménté énté mais préci précisa. sa. E a téolog téologia ia cris crista ta qué dévé sé ajustar, pélo ménos aprénd apréndér ér a lér suas pro pro pria priass orig origéns éns transcult transculturalmén uralménté té quando démonstrado sér nécéssario ém basés ciéntí icas icas indépéndéntés. Estou bastanté conianté dé qué o cristianismo sobrévivéra a um Paulo complétaménté judéu, assim como évidéntéménté sobrévivéu a um Jésus complétaménté judéu. As réligioés téndém a sé adaptar. A séguir, téntaréi éxplicar éxplicar por qué acrédito qué a dicot dicotomia omia éntré Paulo é o judaíssmo mo séja incorréta é por qué a maioria dos éstudos do Novo Téstaménto foi inluénciado por éla.8 Também téntaréi 8. Para uma apréséntaçao mais compléta, vér Magnus Zéttérholm , Abordagens a Paulo: Um Estudante Estudante Guia para bolsas recentes (Minnéapolis: Fortréss Préss, 2009). 34 PAULO NO JUDAISMO: O ESTADO DAS QUESTO QUESTO ES mostram como a intérp mostram intérprétaça rétaça o dé Paulo é comp complétamén létaménté té dépén dépéndénté dénté da pérsp pérspéctiv éctivaa abrang abr angént éntéé do ést éstudi udioso oso ind indivi ividua dual.l. Sé altéra altérarmo rmoss a pér pérspé spécti ctiva, va, o rés résult ultado ado mud mudaa dr dras asti tica camé mént nté. é. Sé no noss ssoo ob objé jéti tivo vo é acér acérta tarr Paul Paulo, o, é im impo port rtan anté té apli aplica carr o rigo rigorr
historiograico, incluindo a autoconsciéncia dé nossos proprios intéréssés intérprétativos, qué dévémos éstar dispostos a subordinar a résultados qué podémos na na o préférir. O intéréssé téologico na voz dé Paulo dévé sér conduzido com réspéito péla naturéza transcultural da disciplina histo histo rica éxigida para séus inté inté rrprétés prétés postériorés. O desenvolvimento de um Paulo antijudaico O antijudaíssmo mo como récurso idéolo idéolo gico A propaganda antijudaica coméçou prontaménté no cristianismo primitivo. primitivo. No éntanto, a infamé déclaraçao dé Paulo ém 1 Téssalonicénsés 2:14-15 sobré os judéus, “qué mataram tanto o Sénhor Jésus como os profétas, é nos éxpulsaram; élés désagradam a Déus é sé opoém a todos”,9 é provavélménté mélhor visto como um réléxo dé disputas intrajudaicas déntro dé um contéxto altaménté réto réto rico.10 Mas a partir do iníccio io do ségundo século, éncontramos déclaraçoés duraménté crítticas icas dé séguidorés não-judeus dé Jésus qué parécém indicar qué alguma forma dé divisao baséada na étnia Eméscrévéu séu caminho o martí rio ém Roma por dé 115,déIna cio, ao bispo dé ocorréu. Antioquia, variaspara cartas parario comunidadés dé volta séguidorés Jésus quém procurou convéncér dé suas idéntidadés comunais cristas ém oposiçao as judaicas, alértando-os para tomar cuidado com a inlué inlu én ncia cia contín nua ua do judaíssmo. mo. . Em sua Carta aos Magnésios (8:1), Inacio éxorta a comunidadé “a nao sé déixar énganar por éstranhos 9. As citaço és bíblicas citaço blicas sa sa o da nrsv. 10. Sobré “antijudaíssmo” mo” no Novo Téstam Téstaménto énto ém géral géral,, vér Téréncé L. Donaldson Donaldson,, Judeus and Anti-Judaism in the New Testament: Decision Points and Divergent Interpretations (Waco, TX: Baylor Univérsity Préss, 2010). 35 PAULO NO JUDAISMO doutrinas ou mitos antiquados, pois sao inutéis. Pois sé continuarmos a vivér dé acordo com o judaísmo, smo, admitimos qué nao récébémos a graça.”11 Em 10:3, élé airma qué é “totalménté absurdo [ atopon estin ] para proféssar Jésus Cristo é praticar o judaíssmo.” mo.” Os térmos négativos é binarios ém torno dos quais Inacio trabalhou suas préscriçoés provavélménté traém como as fron frontéiras téiras comunai comunaiss émérgéntés émérgéntés pérmanéc pérmanécéram éram mais dé cinqu cinquénta énta anos dépoi dépoiss qué as cartas dé Paulo foram éscritas. Um pouco mais tardé, por volta dé 160, outro bispo, Mélito dé Sardés, aparéntéménté invéntou o déicídio, dio, a idéia dé qué “os judéus” colétivaménté éram résponsavéis por éxécutar na na o apénas Jésus, mas o pro pro prio Déus ( Peri Peri Paxá 96):
Aquélé qué péndurou a térra ésta ésta péndurado; aquélé qué ixou os céus foi ixado; aquélé qué préndéu o univérso foi amarrado a uma a rvoré; rvoré; o Sobérano foi insultado; o Déus foi assassinado; o Réi dé Israél foi morto por uma ma ma o diréita israélita.12 Essa propaganda propaganda antij antijudaic udaicaa crista crista désénv désénvolvéu olvéu-sé -sé ém um éxtén éxténso so gé gé n néro éro litéra litéra rio, a chamada tradiçao dos adversos Iudaeos13 . .14 Duranté as priméiras décadas, os adéptos nao-judéus do moviménto dé Jésus provavélménté éram vistos como parté da comunidadé judaica 11. Michaél W. Holmés, The Apostolic Fathers: Greek Texts and English Translations , 3ª éd. (Grand Rapids: Bakér Académic, 2007). 12. Mélito dé Sardés, On Pascha and Fragment: Texts and Translations (Oxford: Claréndon, 1979). 13. Para uma col coléça éçao, véj véjaa A. Lukyn Lukyn Willi Williams ams,, Adversus Judaeos: A Bird's-Eye View of Christian Apologiae até o Renascimen Christian Renascimento to (Cambridgé: Cambridgé Univérsity Préss, 2012 [1935]). 14. Magnus Zetterholm, A Formação do Cristianismo em Antioquia: Uma Abordagem SocialCientíica para o Separação entre Judaísmo e Cristianismo (Londres: Routledge, 2003). 36 PAULO NO JUDAISMO: O ESTADO DAS QUESTO QUESTO ES é éram dé fato considérados judéus por forastéiros. Isso tém a vér com o sistéma polí tticoicoréligioso nas cidadés-éstados gréco-romanas. Es Espé péra rava va-s -séé qu quéé to todo doss os habi habitan tantés tés dé um umaa cida cidadé dé éxp éxpré réss ssas assém sém léal léalda dadé dé a ( s) réligiao(oés) da cidadé. Os judéus éstavam iséntos disso por méio dé décrétos émitidos localménté,15 é parécém tér éncontrado outras manéiras dé éxpréssar léaldadé a cidadé é a Roma qué na na o désaiavam as sénsibilidadés judaicas ém rélaçao a “idolatria”. Uma véz qué todos os judéus déntro do moviménto dé Jésus primitivo parécém tér concordado conco rdado qué os na na o-judéus o-judéus dévériam sé abstér do qué dé uma pérsp pérspéctiva éctiva judaic judaicaa éra considérado “idolatria”,17 isso évidéntéménté déixou os adéptos na na o-judéus do moviménto ém um umaa si situ tuaça aça o bast bastan anté té vu vuln lnéra éra v él, éspé éspéci cial almé mént ntéé ém Pa Paul ulo, o, um umaa véz véz qu quéé élé élé ar argu gumé mént ntav avaa qu qué, é, ém émbo bora ra os na na o-j -jud udéu éuss dévé dévéss ssém ém sé conv convér érté térr ao judaí judaíssmo, mo, élés élés dévériam pérmanécér nao-judéus.18 A éstratégia mais razoavél para éssés nao-judéus séria ingir sér judéus ém rélaça rélaça o aa s autoridadés cívvicas. icas.
No éntanto, apos a Guérra Judaica ém 70 dC, séntiméntos négativos ém rélaçao aos judéus (n (naao ma mais is cu cuid idad ados osam amén énté té dist distin ingu guid idos os do doss ju judéu déuss da Ju Judé dé i a qu quéé sé rév révol olta tara ram) m) pérméaram a sociédadé romana ém varios ní vvéis. éis. Néssa situaça situaça o, é razoa razoa vél supor qué alguns na na o-judéus o-judéus qué éram séguidorés dé Jésus désénvolvéram outra éstratégia – sépararsé do moviménto judaico dé Jésus. Tal émprééndiménto énvolvéu varias diiculdadés. Por um lado lado,, Ro Roma ma dés désco con nia iava va bast bastan anté té do doss no novo voss ch cham amado adoss coll colleg egia ia , ou ass associ ociaço aço és volunt vol untaarrias, ias,Jews, a for forma maCivic no norma rmal l dé 15. Mikaé Mikaéll Tél Téllbé lbé,, Paul Between Synagogue and State: Christians, and Authority in 15. Tessalonicenses, Tessalonicen ses, Romanos e Filipenses (Estocolmo: Almqvist & Wikséll, 2001), 37-59. 16. Phili Philipp A. Harl Harland, and, Assoc Associaçõ iações, es, Sinagogas Sinagogas e Cong Congrega regações ções:: Reiv Reivindic indicando ando um Luga Lugarr na Antiga Sociedade Sociedade Med Mediterrânea iterrânea (Minne (Minneapolis: apolis: Fortress Press, 2003), 21 215–28. 5–28. 17. Véja, por éxémplo, Atos 15:19-20; 1 Cor. 6:9, 10:14. Parécé, no éntanto, tér coéxistido varias idéias sobré como isso dévé sér alcançado; véja Magnus Zéttérholm, “'Will thé Réal Géntilé-Christian Pléasé Stand Up!': Torah and thé Crisis of Idéntity Formation,” ém The Makingg of Christ Makin Christianit ianity: y: Con Conli litos tos,, Con Contat tatos os e Con Constr struç uções ões:: Ens Ensaio aioss em Hon Honra ra de Bengt Bengt Holm Ho lmbe berg rg , éd. Magnus Zéttérholm é Samuél Byrskog (Winona Laké, IN: Eisénbrauns, 2012), 373-93. 18. 1 Cor Cor.. 7:1 7:17-2 7-24, 4, mas cf. Atos 15:1 15:1,, 5. Véja tam també bém J. Brian Tuckér, Tuckér, 'Remain in Your Calling': Paul and a Contin Continua uação ção das Ident Identida idades des Sociais Sociais em 1 Cor Corínt íntios ios (Eugé (Eugéné, né, OR: Pickwick, 2011). 37 PAULO NO JUDAISMO organizaça o dé cultos, sociédadés funéra organizaça funéra rias ou clubés sociais. Nas d déécadas cadas apo apo s a guérra, é pouco provavél qué um collegium énvolvéndo o judaíssmo mo fossé apro aprovado. vado. Por outro lado, os rom romano anoss adm admira iravam vam as tra tradiço diço és ant antiga igas, s, sus sustén téntan tando do a van vantag tagém ém dé pra pratic ticar ar o judaísmo. smo. A parté émérgénté nao-judaica do moviménto dé Jésus aprovéitou ao maximo as circunstancias combinando as antigas tradiçoés do judaí ssmo mo com uma vigorosa négaçao dos judéus. Com éféito, o cristianismo primitivo émérgiu como uma forma dé judaíssmo mo déspojado dos judéus, é o antijudaíssmo mo tornou-sé um importanté récurso idéologico para os séguidorés nao-judéus dé Jésus ém séu ésforço para sé tornar uma réligiao légalménté réconhécida. Agora, Agor a, is isso so lév lévar aria ia alg algum um tém témpo po.. Somén Soménté té com com o déc décré réto to dé 31 311, 1, qu quéé lég légal aliz izou ou o cristianismo, a igréja alcançou éssés objétivos. No ént éntant anto, o, até até ént éntaao, a pro pro pri priaa pr propa opagan ganda da da Igr Igréja éja con contra tra os jud judéus éus é o jud judaí aíssmo, mo, originalménté motivada por circunstancias políticas cias políticas , havia criado um problema teológico . Comoagora séria havia possívvél él éxplicar o fatodos dé judéus o judaíssmo mo ainda considérando qué a graça dé Déus sido transférida para o novoéxistir é “vérdadéiro Israél”?19
Dé Agostinho a Lutéro Duranté a Antiguidadé Tardia é a Idadé Média, éssé probléma téologico éncontraria varias soluço és, ém parté dépéndéndo das mudanças ttéolo soluço éolo gicas. Enquanto o probléma dé Paulo parécé tér sido como incluir as naçoés na salvaçao inal ou como as catégorias “judéu” é “na “na o-judéu” sériam résgatados dé séus réspéctivos constrangiméntos, o intéréssé muda para a salvaçao do indivíduo. duo. Uma parté importanté déssé désénvolviménto foi a chamada controvérsia pélagiana. O mongé Pélagio, qué aparécéu ém Roma por volta dé 380, arguméntou qué os humanos dévériam sér capazés dé fazér o qué Déus éspérava délés désdé 19. Um concéito introduzido no século II dC por Justino; vér Pétér Richardson, Israel no no Igreja Apostólica (Londrés: Cambridgé Univérsity Préss, 1969), 9-14. 38 PAULO NO JUDAISMO: O ESTADO DAS QUESTO QUESTO ES él élés és fora foram m éq équi uip pados ad osum com coDéus m livr livré é ar arbí bíttrio rio; ; també caso caso cont co ra r io,qualquér élés élés na na oforma po podé déri riam am sér sér résponsabilizados por justo. Péla gio mntra négou dé pécado original qué corrompéu tanto a alma humana qué éra impossí vvél él para alguém éscolhér fazér o qué Déus ordénou. Contra isso, Agostinho airmava o contrario: os humanos nao podém dé forma alguma agradar a Déus, Dé us, ném mésmo éscolhér quérér agradar a Déus, é sa sa o, o, précisaménté por causa dé sua naturéza corrompida, incapazés dé fazér o qué Déus éxigé. A salvaçao humana é, ém todos os séntidos, résultado da graça dé Déus. O probléma do livréarbíttrio, rio, a éxténsao da graça dé Déus, as condiçoés da salvaçao humana é a prédéstinaçao (umaa con (um conséqu séquééncia do arg argumé uménto nto dé Agost Agostinh inho) o) dom domin inari ariam am o déb débaté até téo téolo lo gico gico por muitos sé sé cculos. ulos. Quanto aos judéus, Agostinho désénvolvéu uma abordagém um tanto diférénté dé séus prédécéssorés. Usando um vérsículo culo do Salmo 59:11 (“Nao os maté, ou méu povo podé ésquécér; faça-os cambaléar pélo séu podér é dérrubé-os, o Sénhor, nosso éscudo”), Agostinho arguméntou qué os judéus ainda éram éscolhidos por Déus, mas dispérsos pélo mundo, ondé agora sérviam como téstémunhas étérnas da vérdadé das réivindicaçoés cristas; élés dévém, portanto, sér déixados ém paz.20 Essa “doutrina do téstémunho judaico” podé tér ajudado a salvar vidas judaicas, mas também déu uma nova raza raza o téolo téolo gica para désprézar os judéus é o judaíssmo. mo. Duranté a Réforma, Duranté Réforma, a ja ja gran grandé dé dista dista n ncia cia éntré o judaíssmo mo é o cristianismo auméntaria ainda mais é éncontraria novas basés téolo téolo gicas sobré as quais construir. Enquanto a igréja igré ja adotou uma forma modiicada dé agostinianismo, ségundo a qual a graça dé Déus é os ésforços humanos intéragiam na salvaçao, Martinho Lutéro rétornou a doutrina original da justiicaça o dé Lutéro, nomais éntanto, désénvolvéu rias rélaçoés dialéEnquanto ticas qué résultariam émAgostinho. um contrasté ainda níttido ido éntré judaíva ssmo mo é cristianismo.
“évangélho” é “léi” intéragém para trazér uma péssoa a Cristo, “fé” é “obras” dévém sér séparadas sépar adas 20. Paula Frédriksé Frédriksén, n, Augustine and the Jews: A Christian Defense of Jews and Judaism (Néw Havén, CT: Yalé Imprénsa Univérsita Univérsita ria, 2010). 39 PAULO NO JUDAISMO quando sé trata dé justiicaçao. Para Lutéro, as “obras” sao sémpré conséquéncia da “fé” é a rélaçao oposta, ou séja, acréditar sér possívél vél agradar a Déus por méio dé boas açoés réprésénta o pior pécado dé todos: a justiça pro pro pria. Assim, a manéira normal dé um judéu éxpréssar sua rélaçao com o Déus dé Israél péla idélidadé répréséntada péla obsérvancia da Tora, podé, da pérspéctiva dé Lutéro, apénas lévar lév ar a condén condénaça aça o. A vis visaao dé Lut Lutéro éro sobré os jud judéus éus é o jud judaí aíssmo mo é bas bastan tanté té bém abordada ém séu panléto Sobre os judeus e suas mentiras. 21 Aqui élé sugéré, éntré outras coisas, qué as sinagogas é as éscolas judaicas séjam quéimadas, os rabinos séjam proibidos dé énsinar é qué os éscritos judaicos séjam coniscados. Ao énfatizar qué “a doutrina da justiicaçao péla fé” nao apénas constituía uma uma inte interpret rpretação ação teol teológic ógicaa dé Paulo, mas a corréta compréénsa compréénsa o do Paulo histórico , a intérprétaçao dé Lutéro dé Paulo sé éstabélécéu como um fato histo histo rico indiscutívvél. él. A formaça formaça o dé um paradigma académico Durant Dura ntéé o sé sé culo XI XIX, X, a idéi idéiaa dé um umaa dist distin inça ça o éntr éntréé juda judaííssmo mo é cr cris isti tian anis ismo mo fo foii téologicaménté bém éstabélécida. Essa dicotomia acabaria por désénvolvér uma éspécié dé légitimidad légiti midadéé ciéntí ciéntíica, ica, pré prédom domina inanté ntémén ménté té déntro déntro dos ést éstudo udoss além alémaaés.22 Um dos mémbros mais importantés da chamada Escola dé Tubingén, Férdinand C. Baur, baséou-sé na proposiçao idéalista dé Géorg Wilhélm Friédrich Hégél dé qué o “Espírrito ito Absoluto” maniféstou-sé na historia através dé um procésso dialético ém qué sémpré éncontra 21. Martinho Lutéro, Von den Jüden und iren Lügen (Wittémbérg: Hans Lufft, 1543). 22. Sobre os estudos alemães sobre judeus e judaísmo, ver Anders Gerdmar, Roots of Theological Anti-Semitism: German Biblical Interpretation and the Jews, from Herder and Semler to Kittel and Bultmann (Leiden: Brill, 2009). 40 PAULO NO JUDAISMO: O ESTADO DAS QUESTO QUESTO ES oposiçoés. Baur aplicou a téoria dé Hégél a historia da igréja primitiva é éncontrou duas formas opostas dé cristianismo: judaica é géntia.23 Além disso, ém 1880, Férdinand Wébér publicou um éstudo qué funcionaria como o trabalho padrao para qualquér péssoa qué quiséssé sabér algo sobré o judaí ssmo mo antig antigo. o. mas éé difí difíccil il évit évitar ar a im impré préssa ssao dé qué élé foi fort fortémé éménté nté inl inluén uéncia ciado do pél péloo zeitgeist
te teoló ológic gicoo do péríoodo. do. Wébér déscobriu qué o Déus dos judéus éstava distanté é qué o judaíssmo mo ér éraa um umaa ré réli ligi giaao lég légali alist staa na qual qual os judéu judéuss piéd piédos osos os sé ésfo ésforç rçav avam am para para conquistar sua justiça por méio da obsérva obsérva n ncia cia dé mandaméntos obsolétos. A ré réco cons nstr truç uçaao dé Wé Wébé bérr do an anti tigo go ju judaí daísmo smo fo foii tr tran ansm smit itid idaa a no nova vass gér géraç açoo és dé éstudiosos. Assim, nas apréséntaçoés dé Wilhélm Boussét é Emil Schurér sobré o judaí ssmo mo antigo, basicaménté réitéradaa aidéia visaodo dé ní Wébér.25 Por méio dé éssés ééncontramos outros éstudiosos pérpétuaram ttido ido con contra trasté sté ént éntré ré séus judaí judaíalunos, ssmo mo é cristianismo é a inférioridadé do judaíssmo mo no século XX. Em méados do século XX, éncontramos um paradigma académico totalménté compatí vvél él com a comp compréénsa réénsa o téolo téolo gica crista crista négat négativa iva tradi tradiciona cionall da naturé naturéza za do judaíssmo mo é sua infér infério iori rida dadé dé ém ré réla laça ça o ao cris cristi tian anis ismo mo.. Essé Essé désé désénv nvolv olvim imén énto to fo foii na natu tura ralm lmén énté té aliméntado por mudanças gérais na sociédadé: duranté o século XIX, o antissémitismo cristao fundiu-sé com o antissémitismo sécular, ciéntiicaménté légitimado, baséado ém idéias raciais-biologicas. Em conéxao com as ambiçoés nacionalistas na época do 23. Véja, por éxémplo, Férdinand C. Baur, “Dié Christuspartéi in dér korinthischén Géméindé, dér Gégénsatz dés pétrinischén und paulinischén Christénthums in dér altéstén Kirché, dér Apostél Pétrus in Rom,” Tübingen Zeitschrift für Theologie 4 (1831): 61-206. 24. Ferdinand Weber, System der altsynagog altsynagogalen alen palästinische palästinischenn Theologie aus Targum, Midrasch und Talmud (Leipzig: Dörfling & Franke, 1880). 25. Wilhelm Bousset, Die Religion des Judentum Judentumss im neutestamentlichen neutestamentlichen Zeitalter (Berlim: Reuther & Reichard, 1903); Emil Schürer, Geschichte des jüdischen Volkes im Zeitalter Jesu Christi (Leipzig: Hinrichs, 1866-1890). 41 PAULO NO JUDAISMO uniicaçao dos éstados alémaés na década dé 1870, os judéus éuropéus tornaram-sé cada véz mais marginalizados é éram pércébidos como um corpo éstranho. A imagém dos judéus é do judaísmo smo transmitida ao longo dos séculos foi agora désénvolvida déntro dé contéxtos idéolo gicos qué ésséncialménté sé opunham aos judéus é ao judaíssmo idéolo mo na cultura ocidéntal. Mudança dé paradigma Nao podé havér duvida dé qué éssa sí n ntésé tésé dé téologia é érudiçao sobré a rélaçao dé Paulo com o judaíssmo mo cria um Paulo logico. Assumindo qué o judaíssmo mo antigo réalménté éra uma ré réli ligi giaao léga légali list sta, a, sém qu qual alqu quér ér ch chan ancé cé para para os indi indiví víd duos uos éxp éxpéri érimén méntar tarém ém gra graça, ça, misé mi séri rico co rd rdia ia ou am amor or,, ségu séguéé-sé sé qu quéé qu qual alqu quér ér pé péss ssoa oa décé décént nté, é, incl inclui uind ndoo Pa Paul ulo, o, naturalménté lutaria contra tal idéologia é, portanto, atribuiria um valor négativo a a Tora Tora .
Existém, é claro, alguns téxtos qué parécém apoiar tal intérprétaçao. Dé acordo com a nrsv, Paulo airma qué “nénh “nénhum um sér human humanoo séra séra justi justiicado icado dianté délé por obras préscrita préscritass péla léi, pois péla léi vém o pléno conhéciménto do pécado” (Rm 3:20); ésté “Cristo é o im da léi” (Rm 10:4); qué “todos os qué coniam nas obras da léi éstao débaixo dé maldiçao” (Gl 3:10). Traduzido déssa manéira, Paulo parécé sé opor ao modo dé vida judaico baséado na Tora Tora ..26 26 E clar claroo qu quéé é tota totalm lmén énté té po poss ssíívél v él qu quéé a in inté térp rpré rétaç taçaa o téo téolo lo gica gica dé Pa Paul uloo qu quéé sé désénvolvéu ao longo dos séculos réprésénté uma réconstruçao précisa do mundo dé pénsaménto histo histo rico dé Paulo. No éntanto, sé a suposiça suposiça o fundaméntal nésta réconstruça réconstruça o - o caratér vil do antigo judaísmo smo - sé mostrar érrada, o qué acontécéria éntao com as réconstruç récon struçooés dé Paulo baséadas néssa supos suposiça iça o? o? Como résultado da publ publicaça icaça o dé Paul and 26 por EP San Sandérs dérs.. Cad Cadaa uma déssas tra traduç duçoo és rép réprés résént éntaa ésc éscolh olhas as qué for foram am désai dés aiadas adas dé manéir manéiras as qué sugér sugérém, ém, ém véz disso disso,, qué Paulo na na o ést éstaa sé opo opond ndoo ou dégradando o papél da Tora Tora para guiar a vida dos judéus, mas a nécéssidadé dé circuncisa circuncisa o para nao-judéus séguidorés dé Cristo; véja a contribuiçao dé Nanos nésté volumé, “A Quéstao da Concéituaçao: Qualiicando a Posiçao dé Paulo sobré a Circuncisao ém Dialogo com os Asséssorés dé Joséfo ao Réi Izatés”. 42 PAULO NO JUDAISMO: O ESTADO DAS QUESTO QUESTO ES O ju juda daís ísmo mo pa pale lest stin inoo ém 197 1977,2 7,27 7 com combi binad nadoo com os désa désaio ioss col coloca ocados dos por Kri Kristér stér Sténdahl ém varios énsaios,28 os éstudiosos paulinos coméçaram a quéstionar muitas vérdadés consagradas pélo témpo a réspéito dé Paulo (é dé Jésus). Sandérs féz o qué Wébér havia féito, mas nao tantos dépois délé29 — élé réléu os téxtos judaicos para vér sé conséguia éncontrar um padrao réligioso, comum a todos os téxtos dé 200 aC a 200 dC. O qué élé déscobriu élé rotulou dé “nomismo da aliança”, com o qué élé quis dizér qué éxisté uma rélaça o éntré a téologia da aliança é a Tora . Em contrasté com a visa o prédominanté do judaísmo smo do priméiro século, Sandérs déscobriu qué o judéu piédoso nao obsérva a Tora para ganhar sua justiça, mas para conirmar sua disposição . . permanecer permanecer em um relacioname relacionamento nto de alia aliança nça com o Deu Deuss de Israel . Alé Alé m disso disso,, a Tora Tora évid évidéntém éntéménté énté présumé qué na na o séra séra obsérvada pérféitaménté, uma véz qué inclui um sistéma para éxpiar o pécado: Déus és Déus ésco colh lhéu éu Is Isra raél él é Isra Israél él ac acéi éito tou u a éléiç éléiçaa o. Em séu séu papé papéll com comoo Réi Réi,, Dé Déus us déu mandaméntos a Israél qué élés dévém obédécér da mélhor manéira possívvél. él. A obédiéncia é récompénsada é a désobédiéncia punida. Em caso dé désobédié désobédié n ncia, cia, no éntanto, o homém récorré a méios dé éxpiaça éxpiaça o divinaménté ordénados, ém todos os quais o arrépéndiménto éé éxigido. Enquanto élé mantivér séu déséjo dé pérmanécér na aliança, élé tém participaçao nas proméssas da aliança dé Déus, incluindo a vida no mundo vindouro. A inténçao é o
ésforço para sér obédiéntés constituém a condição para permanecer no no aliança , mas na nao a ganham.30 27. Edward P. Sanders, Paul and Palestinian Judaism: A Comparison of Patterns of Religion (Filadélia: Fortress Press, 1977). 28. Co 28. Colé léta tado do ém Kr Kris isté térr Stén Sténda dahl hl,, Pa Paul ul Am Amon ongg Je Jews ws an andd Ge Gent ntil iles es,, an andd Ot Othe herr Es Essa says ys (Philadélphia: Fortréss Préss, 1976). 29. Dé fato, idéias sémélhantés foram éxpréssas antés sém causar grandé impacto; vér, por éxémplo, éxémp lo, Claudé G. Montéio Montéioré, ré, Judaism Judaism and St Paul: Two Essays (Londrés: Goshén, 1914); Jorgé F. Mooré, “Christian Writérs on Judaism,” Harvard Theological Review 14 (1921): 197-254. 30. Sandérs, judaísmo Sandérs, judaísmo palestino palestino , 180. 43 PAULO NO JUDAISMO Além disso, Sandérs déscobriu, novaménté ém contrasté com a visao padrao, qué o antigo judaísmo smo comprééndia pérdao, amor, crénça ém um Déus péssoal qué éra ativo na historia do povo judéu é salvaça salvaça o déntro dé um contéxto dé aliança. Essa révisao do judaíssmo mo antigo mudou as régras do jogo dé forma bastanté signiicativa para os éstudiosos do Novo Téstaménto. Agora parécia évidénté qué os éstudos antériorés sobré Paulo sé baséavam, nao ém uma déscriçao adéquada do antigo judaísmo, smo, mas ém uma caricatura crista. Em sua propria intérprétaçao dé Paulo, Sandérs chégou a conclusao dé qué Paulo réprésénta outro tipo dé réligiao do qué a éncontrada ém quasé todos os téxtos judaicos do péríoodo, do, ou séja, séu sistéma na na o éra caractérizado pélo nomismo pactual . Para Paulo, justiicaçã Paulo, justiicaçãoo signiicava “sér salvo por Cristo”, énquanto ém todos os outros téxtos a palavra sé référia a alguém qué obsérvava a Tora. No éntanto, dé acordo com Sa Sand ndér érs, s, Pau aulo lo na na o én énco cont ntro rou u na nada da dé ér érra rado do com com a To Tora ra ; ém véz véz diss disso, o, Dé Déus us ap apar arén énté témén ménté té ésco éscolh lhéu éu salv salvar ar o mu mund ndoo at atra ravé vé s dé Cr Cris isto to é na na o atra atravé vé s da To Tora ra . Résumindo: o problema com o judaísmo é que não é Cristianismo . Dé pérspéctivas novas a radicais sobré Paulo Na o totalm Na totalménté énté convénci convéncido do péla léitur léituraa dé Paul dé Sandér Sandérs, s, mas acéitand acéitandoo sua críttica ica aos éstudos protéstantés, Jamés DG Dunn publicou um artigo muito inluénté ém 1983 qué da dari riaa no nomé mé a um umaa abor abordag dagém ém ac acadé adé mica ica comp complét létam amén énté té no nova va – a ch cham amad adaa No Nova va Pérspéctiva sobré Paulo. Sandérs, Dunn acréditava qué a “réligiao” dé Paulo podéria muito bém sér caractérizada pélo nomismo pactual. Partindo dé Galatas 2:16 (“uma péssoa é justiicad justi icadaa na na o pélas obras da léi, mas péla fé fé ém Jésus Cristo”), Dunn arguménta arguménta qué a
érudiçaao ant érudiç antéri érior or 31. Jamés DG Du Dunn, nn, “Thé Néw Pérsp Pérspécti éctivé vé on Paul,” Bulletin of the Biblioteca John Rylands 65 (1983): 95-122. 44 PAULO NO JUDAISMO: O ESTADO DAS QUESTO QUESTO ES (incluindoo Sandér (incluind Sandérs) s) havia lido o téxto para dizér qué ningué ningué m é just justiica iicado do pela pela lei. Dunn, no éntanto, énténdé qué “as obras da léi” sé référém a marcadorés dé idéntidadé judaica. E cl claro aro qué Paul Pauloo na na o ti tinh nhaa na nada da cont contra ra a To Tora ra como como tal tal - o qu quéé élé élé sé op opun unha ha,, Du Dunn nn argum arg umént énta, a, éra éra judeu judeu . particularismo , a idéia dé qué a aliança judaica éra apénas para judéus. o “obras da léi”, na visao dé Dunn, référé-sé a aspéctos qué criam uma barréira éntré judéus é na na o-judéus: o-judéus: régul régulamént améntos os alimén aliméntarés, tarés, circu circuncisa ncisa o, o, régul régulamént améntos os rélati rélativos vos a puréz purézaa é assim por dianté. A cténtativa dé éstudos Dunn dépaulinos harmonizar réconstruça o dé éSandérs do judaí ssmo mo do priméiro sé ulo com os abriuapara intérprétaço s ainda mais radicais. Inspirados, por éxémplo, por Kristér Sténdahl, Lloyd Gaston é John J. Gagér, os éstudiosos coméçaram a brincar com a idéia dé colocar Paulo complétaménté déntro do judaíssmo. mo. Gaston fornécéu uma péça importanté do québra-cabéça ao sugérir qué Paulo sé dirigia éxclusivaménté a nao-judéus é, portanto, nunca discutia como os judéus dévériam sé rélacionar com a Tora. trazér a morté para aquélés fora dé uma rélaçao dé aliança com o Déus dé Israél. Duranté a década dé 1990, foram publicados varios éstudos qué abordaram Paulo a partir dé pérspéctivas diféréntés, mas qué nao éram éxataménté as mésmas visoés déféndidas por aquélés associados a Nova Pérspéctiva sobré Paulo. Em 1990, Pétér Tomson éxaminou a ligaça ligaça o éntré a halakah rabí nica nica é a manéira dé arguméntar dé Paulo ( Paul and the Jewish Law ), Stanlé Stanléyy Sto Stowér wérss pub public licou ou séu A Rereading Rereading of Romans ém 1994, é Mark Nanos publicou séu Mystery of Romans ém 1996, séguido por um éstudo ém Ga Ga latas ém 2001 ( The Irony Iro ny of Gal Galat atian ianss ).3 ).33 3 Exé Exémpl mplos os mai maiss récé récénté ntéss 32. Lloy Lloyd d Gas Gaston ton,, Paul and the Torah (Vancouvér: Univérsity of British Columbia Préss, 1987). 33. Mark D. Nanos, The Mystery of Romans: The Jewish Context of Paul's Letter (Minneapolis: (Minneapolis: Fortress Press, 1996); Nanos, The Irony of Galatians: Pauls' Letter in First Century Context (Philadelphia: Fortress Press, 2001); Stanley K. Stowers, Uma Releitura de Romanos: Justiça, Judeus e 45 PAULO NO JUDAISMO dos éstudos qué téntam colocar Paulo irméménté déntro do judaíssmo mo sao o éstudo dé Willia Wil liam mEisénbaum Cam Campbé pbéll, ll, Paul Paull Was Pau andNot theaCre Creati ation on of(2009); Chr Christ istian ian Identit Idenvolumés tityy (2006); a monograia dé Paméla Christian os dois dé Brian Tuckér sobré
Paulo ém 1 Corín ntios tios (2010 é 2011) ( Você pertence a Cristo é permanece em em seu chamado ); monograia dé David Rudolph sobré 1 Coríntios ntios 9 ém 2011 ( Um judeu para os jude judeus us ); é Paul at the Crossroads of Cultures (2013) , dé Kathy Ehrénspérgér.34 Essés, é varios outros éstudos, constituém altérnativas coniavéis é vérdadéiros désaios as pérspéctivas tradicionais, qué todas, dé uma forma ou dé outra, supoém uma ruptura fundaméntal éntré Paulo é o judaíssmo. mo. Consid Con sidéran érando do a his histo to ria do désé désénvo nvolvi lvimén ménto to téolo téolo gic gicoo dén déntro tro da igr igréja éja cri crista sta é sua inluéncia na érudiçao, ou dito dé outra forma, a fusao da téologia normativa é da érudiçao paulina, pauli na, a pérsp pérspéctiv éctivaa tradi tradiciona cionall sobré Paulo é ménos convi convincénté ncénté.. A busca pélo Paul Pauloo historico nao podé sé limitar a éncontrar um Paulo qué faça séntido téologico para a igréja atual, mas um qué faça séntido no contéxto do priméiro século, antés dé Agostinho é Lutéro éntrarém ém céna. Como historiado doré rés, s, précisamos buscar a vér vérdadé histo r ic ica sobré Paulo, indépéndéntéménté das conséquéncias para a téologia crista. Para mim, o ponto dé partida método mét odolo lo gic gicoo nat natura urall sér séria ia ass assumi umirr um Pau Paulo lo ir irmémé méménté nté énr énraiz aizado ado no judaí judaíssmo mo – “circuncidado no oitavo dia, mémbro do povo dé Israél, da tribo dé Bénjamim, hébréu nascido dé hébréus” (Fp 3.3). :5). Gentiles (Néw Havén, CT: Yalé Univérsity Préss, 1994); Pétér J. Tomson, Paul e os judeus judeus Lei: Halakha nas Cartas do Apóstolo aos Gentios (Assén: van Gorcum, 1990). 34. William S. Campbell, Paul and the Creation of Christian Identity (Londres: T & T Clark, 2006); Pamela Eisenbaum, Paul Was Not a Christian: The Original Message of a Misunderstood Apostle (Nova York: HarperOne, 2009); Tucker, permaneça em seu chamado ; David J. Rudolph, Um Judeu para o Judeus: Contornos Judaicos da Flexibilidade Paulina em 1 Coríntios 9:19-23 (Tübingen: Mohr Siebeck, 2011); J. Brian Tucker, Você pertence a Cristo: Paulo e a formação da identidade social em 1 Coríntios 1–4 (Eu Coríntios (Eugene gene,, OR: Pick Pickwick, wick, 2010); Kat Kathy hy Ehre Ehrenspe nsperger rger,, Paul na encr encruzil uzilhada hada de Cultures: Theologizing in the Space-Betwee Space-Betweenn (Londres: Bloomsbury, 2013). 46 PAULO NO JUDAISMO: O ESTADO DAS QUESTO QUESTO ES Que diferença faz? Vou éncérrar ésta brévé visao géral da ascénsao é quéda do Paulo antijudaico, indicando algumas aréas ém qué uma pérspéctiva dé Paulo déntro do judaí ssmo mo sobré Paulo faz uma diférénça considéra considéra vvél él para nossas réconstruço réconstruço és histo histo ricas. Crista ooss como uma Tércéira Raça? Crista Tradicionalménté, tém-sé muitas vézés assumido qué as péssoas nos priméiros
“igréja”, indépéndéntéménté da étnia, fundiu-sé ém uma tércéira éntidadé.35 Ex-judéus é éx-géntios constituíaam m assim uma tércéira raça – “os cristaos”. Uma parté fundaméntal dé tal construça construça o éé a idéia dé qué Paulo sé opo opo s ao judaíssmo. mo. Tornando-sé “Cristao” énvolvia assim uma transformaçao radical dé idéntidadé, o qué signiicava, por éxémplo, qué os judéus déixaram dé sé déinir déntro do judaíssmo mo ou ém térmos dé obsérva ncia daCristo Tora. éOsum “crista os” éram todos caractérizados uma téologia comum oriéntada para comportaménto réligioso comum. Ospor “éx-judéus” déixaram dé obsérvar a Tora é pararam dé comér comida judaica é obsérvar os régulaméntos dé puréza. Esté moviménto cristao ortodoxo (no vérdadéiro séntido da palavra) foi améaçado por indivíd duos uos ou grupos héréticos qué ainda, érronéaménté, éstavam ligados ao judaíssmo. mo. Essés judéus “judaizantés” (judéus-cristaos) foram résponsavéis pélos maiorés conlitos déntro da igréja crista. Elés foram, no éntanto, dérrotados é, événtualménté, o évangélho paulino, pauli no, livré da léi, ganhou o dia. Désta form forma, a, éncon éncontramos tramos uma continui continuidadé dadé níttida, ida, sé na na o dé Jésu Jésuss (qué (qué qu quas aséé to todo doss ré réco conh nhéc écém ém como como vérd vérdad adéi éira ramé mént ntéé judé judéu) u),, ma mass déinitivaménté dé Paulo, para a atual igréja crista. Essa pérspéctiva motiva o uso dé désignaço és como “crista désignaço “crista oo”, ”, “cristianismo”, 35. Vé 35. Vér, r, po porr éx éxém émpl plo, o, EP Sand Sandérs érs,, Pa Paul ul,, th thee Law, Law, an andd the the Je Jewi wish sh Pe Peop ople le (Minnéapolis: Fortréss Fort réss Préss, 1983) 1983),, 171-7 171-79; 9; Héikk Héikkii Ra Ra isa isa nén, The Rise of Christian Beliefs: The Thought World of Early Christians (Minnéapolis: Fortréss Préss, 2010), 259–64. 47 PAULO NO JUDAISMO é “igréja”, émbora a évidéncia dé qué o moviménto dé Jésus sé idéntiicou como “cristaos” séja tardia é limitada.36 Sé, no éntanto, assumirmos um Paulo dentro do judaíssmo, mo, mésmo um Paulo obsérvador da Tora, como isso aféta a réconstruçao historica do désénvolviménto do moviménto dé Jésus primitivo? A priméira coisa qué témos a fazér é rélétir sobré as crítticas icas osténsivas da Tora Tora , qué sao uma caractérísstica tica saliénté ém varias cartas dé Paulo, éspécialménté Galatas é Romanos. Sé o autor déssas cartas éra um judéu obsérvanté da Tora, ainda acréditando sér iél ao judaíssmo, mo, suas instr instruço uço és sobr sobréé a obsérv obsérvaan ncia cia da Tora Tora na na o podém tér sido univérs univérsais, ais, ou séja, nao podém tér sido dirigidas aos discí p pulos ulos judéus dé Jésus. todas as cartas auténticas dé Paulo parécém sé dirigir a nao-judéus podém nos dar uma chavé hérménéutica. E possívél vél qué Paulo apénas sé opuséssé opuséssé a na na oo-judéus -judéus qué obsérvassém a Tora Tora ou a na na oojudéus sé tornando judéus é, portanto, sob a Tora nos mésmos térmos qué os judéus? Como arguméntéi ém outro lugar, é bastanté évidénté qué havia varias idéias judaicas sobré a rélaçao éntré nao-judéus é a Tora. Alguns parécém tér saudado a participaçao dé naojudéus ém assuntos judaicos, como a obsérvancia da Tora Tora .
Outros achara Outros acharam m tal idéia répu répugnan gnanté. té. Ha Ha tamb tambéém ampl amplaa évidé évidé n ncia cia indican indicando do qué muit muitos os na na o-judéus o-judéus foram atraíd dos os pé pélo lo ju judaí daísmo smo é im imit itar aram am um ésti éstilo lo dé vi vida da judai judaico co,3 ,38 8 provavélménté como résultado da intéraçao com judéus qué acréditavam qué também os na na o-judéus sé bénéiciariam da obsérva obsérva ncia da Tora Tora .39 36. Atos 11:26, 26:28; 1 animal dé éstimaça éstimaça o. 4:16. 37. Mark D. Nanos, “Paul and Judaism: Why Not Paul's Judaism?” ém Paul Unbound: Outros Perspectivas sobre o Apóstolo , éd. Mark Douglas Givén (Péabody, MA: Héndrickson, 2010), 117–60; 117– 60; Nanos, “Rélaça “Rélaça o dé Paulo com a Tora Tora a luz dé sua éstraté éstraté ggia ia 'tornar 'tornar-sé -sé tudo para todos' (1 Corín ntios tios 9:19–23)”, ém Paulo e o judaísmo: correntes cruzadas na exegese paulina e o Estudo das Relações Judaico-Cristãs , éd. Didiér Polléféyt é Réimund Biéringér (Londrés: T & T Clark, 2012), 106-40. 38. Véja Michélé Murray, Playing a Jewish Game: Gentile Christian Judaizing in the First and Second Séculos CE (Watérloo, Ont: Wilfréd Lauriér Univérsity Préss, 2004), 11–27. 48 PAULO NO JUDAISMO: O ESTADO DAS QUESTO QUESTO ES Uma véz qué éé prova provavvél él qué a maioria dos adépto adéptoss na na oo-judéus -judéus do movim moviménto énto dé Jésus fossém récrutados ém sinagogas ondé judéus é nao-judéus sé socializavam, é ondé naojudéus foram éncorajados a adotar alguns traços culturais judaicos, Paulo éncontrou naojudéuss qué podériam sér cons judéu considérad idéradoo como parcial parcialménté ménté obsérvad obsérvador or da Tora Tora . E possí possívvél él qué ésté séj séjaa o cér cérné né do pro problé bléma, ma, uma véz qué ha ha évi évidé déncias cias,, réc réconh onhéci écidam damént éntéé do tércéiro século, mostrando qué ném todos os judéus éram positivos para nao-judéus énvolvéndo-sé na obsérva obsérva ncia da Tora Tora .40 Paulo podé muito bém tér sido positivo para na na ojudéus. Judéus voltando-sé para o Déus dé Israél atravé atravé s dé Jésus-o-Méssias, mas sé opondo ao énvolviménto na na o-judéu o-judéu na Tora Tora . Tal cénario podéria muito bém éxplicar a críttica ica dé Paul Pauloo a Tora Tora (conf (conformé ormé dirigida dirigida aos nao-judéus qué obsérvavam a Tora), déixando éspaço para os séguidorés judéus dé Jésus qué obsérvavam a Tora, incluindo o pro pro prio Paulo. A partir dé tal pérspéctiva, a idéia dé um moviménto uniicado com um comportaménto réligioso comum dévé sér quéstionada. Sé um Paulo dé comportaménto judéu déféndia a obsérvancia contín nua ua da Tora Tora para os discíp pulos ulos judéus dé Jésus, énquanto dissuadia os nao-judéus dé sé énvolvérém nos assuntos da Tora, dévémos pérmitir uma situaçao social muito mais compléxa, como, por éxémplo, nao-judéus séndo éspérados conformar-sé as convénço és aliméntarés judaicas (sém sé tornar formalménté “sob” convénço Tora ), uma véz qué élés éstavam sé judaicos guiavam o comportaménto do juntando grupo. a grupos ondé os costumés aliméntarés
Além disso, assumindo um Paulo judéu, obsérvador da Tora, énfatiza o caratér judaico do moviménto, éntao o moviménto dé Jésus primitivo é, dé fato, mélhor déscrito como uma facça fac çao ju judai daica, ca, com comoo os far fariséu iséuss ou a com comuni unidadé dadé dé Qum Qumran ran (qué nin ningué guém airma airma répréséntar algo alé alé m do judaíssmo). mo). O qué hojé conhécémos como 39. Marc Hirshman, “Univérsalismo Rabín nico ico no Ségun Ségundo do é Tér Tércéi céiro ro Sé Séculos ulos”, ”, Harvard Theological Review 93 (2000): 101–15. 40. m. Avot 3:14; Sipre a Déutérono Déutérono mio § 345. 49 PAULO NO JUDAISMO O “cristianismo” ainda nao éxistia. A idéntidadé réligiosa normal déntro désté moviménto éra uma idéntidadé judaica, é as péssoas déntro désté moviménto acréditavam qué pélo ménos alguns nao-judéus também tériam um lugar no mundo vindouro (como ém algumas outras formas contémporanéas dé judaíssmo). mo). Acrédito irméménté qué diféréntés idéias sobré a naturéza do rélacionaménto éntré Israél é as naçoés foram a fonté dominanté dé conlitos. Uma véz qué todos osJésus judéus déntro do moviménto continuaram a vivér como judéus, émbora réconhécéndo como o Méssias, os conlitos rélétidos nas cartas dé Paulo na na o éram sobré a obsérva obsérva n ncia cia judaica da Tora Tora pélos judéus. O probléma qué ésté jovém moviménto tévé qué supérar foi como incorporar nao-judéus, nao apénas para éncontrar manéiras dé socializar com ségurança com nao-judéus, mas como incluir nao-judéus no povo éscatologico dé Déus.41 Paulo évidéntéménté acréditava qué nao-judéus Os judéus dévériam pérmanécér nao-judéus, é qué élés nao dévériam obsérvar a Tora, o qué possivélménté signiicava qué élés nao dévériam baséar sua rélaçao com o Déus dé Israél na Tora, mas ém Jésus-o-Méssias. Como é évidénté ém Atos 15:1, 5, outros grupos ou indivíduos duos acréditavam acréditavam qué os na na o-ju o-judéus déus tinham qué sé tornar judéus para sérém salvos: Entao algumas péssoas déscéram da Judéia é éstavam énsinando aos irmaos: “A ménos qué vocés séjam circuncid vocé circuncidados ados ségundo o costum costuméé dé Moisé Moisé ss,, vocé vocé s na na o podém sér salvos. . . . Mas alguns alguns crénté créntéss qué pér pértén téncia ciam m a séi séita ta dos far farisé iséus us sé lév lévant antara aram m é dis dissér séram: am: “E “E nécéssa rio qué élés séjam circuncidados é ordénados a guardar a léi dé Moisé nécéssa Moisé s”. s”. Al Algu guns ns és éstu tudi dios osos os ac acréd rédit itam am qu quéé éssa éssa ér éraa a po posi siça ça o da comu comuni nida dadé dé dé Ma Matéu téus. s.42 42 Arguméntéi ém outro lugar qué a Didache talvéz 41. Mark D. Nanos, “Paul and thé Jéwish Tradition: Thé Idéology of thé Shéma”, ém Celebrando Celebrando Paulo. Festschrift em homenagem a Jerome Murphy-O'Connor, OP, e Joseph A. Fitzmyer, SJ , éd. Pétér Spitalér (Washington, DC: Catholic Biblical Association of América, 2012), 62–80. 42. Véja, por éxémplo, J. Andréw Ovérman, Matthew's Gospel and Formative Judaism: The Social World of a Com Comun unida idade de Mateus Mateus (Minnéapolis: Fortréss Préss, 1990); Anthony J.
Saldarin Saldar ini,i, Mateus Mateus Comun Comunidad idadee Crist Cristã-Ju ã-Judaic daicaa (Chicago: Chicago Univérsity Préss, 1994); David C. Sim, Os 50 PAULO NO JUDAISMO: O ESTADO DAS QUESTO QUESTO ES prévé uma posi prévé posiça ça o intér intérmédia média rria: ia: os na na o-ju o-judéus déus dévém pérm pérmanécér anécér na na oo-judéus, -judéus, mas obsérvar tanto quanto possívvél él a Tor Toraa. Séj Séjaa com comoo for for,, o qué ica évid évidént éntéé é qu quéé nés néssa sa pérspéctiva, a pérspéctiva dé Paulo déntro do judaíssmo, mo, éncontramos um moviménto no procésso dé déiniçao dé sua rélaçao éscatologica com as naçoés, para as quais élas dévériam sér uma luz. O moviménto inicial dé Jésus foi dividido é varias vozés coéxistiram. E bastanté natural é muito prova prova vvél él qué o procésso dé d é autodéiniça autodéiniça o ténha sido complicado é ténha lévado a duros conlitos. Curiosaménté, do ponto dé vista désté Paulo, o surgiménto do fénoméno qué chamamos dé “cristianismo” dévé sér réconsidérado signiicativaménté. A continuidadé éntré a réligiao dé Paulo é a igréja crista simplésménté nao é tao clara como muitas vézés sé supoé. O qué événtualménté sé tornou a igréja crista diféré ém varios aspéctos importantés da réligiao dé Paulo. Enquanto Paulo acréditava qué élé répréséntava a pérféiçao do judaísmo do judaísmo , a igréja rapidaménté sé tornou um moviménto réligioso oposto aa pra pra tica tica do judaíssmo. mo. Da mésma forma, énquanto a idéntidadé judaica éra normal no iní ccio io do moviménto dé Jésus, a igréja achava qué a idéntidadé judaica éra incompatí vvél él com sér crista o, é o cristianismo logo sé tornou uma réligia réligia o antijudaica désprovida dé judéus. Es Essé séss po pouc ucos os éx éxém émpl plos os mo most stra ram m qu quéé assu assumi mirr Pa Paul uloo dén déntr troo do juda judaííssmo mo mu muda da drasticaménté as condiçoés basicas para nossas réconstruçoés historicas. Isso auménta a compléxidadé é nos obriga a pénsar dé manéiras novas é inovadoras. Isso léva a novos résultados bastanté intéréssantés ém uma disciplina qué ha muito tém sido dominada por umaa pé um pérs rspé péct ctiv ivaa fu fund ndam amén énta tall – a op opos osiç içaa o én éntr tréé Paul Pauloo é o ju juda daííssmo. mo. A pa part rtir ir dé considéraçoés historicas é métodologicas, éssa pérspéctiva radical sobré Paulo – Paulo déntro do judaíssmo mo – précisa muito dé um éxamé mais aprofundado. Evangelho de Mateus e judaísmo cristão: a história e o cenário social do Mateus Comunidade (Edimburgo: T & T Clark, 1998). 51 2 A Quésta Quésta o da Términologia: A Arquitétura Contémpora Contémpora n néa éa Discusso és sobré Paulo Discusso Andérs Runésson
Ao longo da uu ltima dé dé ccada, ada, mais é mais ééstudiosos studiosos do Novo Téstaménto té té m apontado para a nécéssidadé dé répénsar a términologia qué usamos ém nossas analisés, bém como ém nosso énsino. Varios térmos foram solicitados a sé aposéntar, como Paula Frédriksén éxpréssou,1 é déixam éspaço para novas palavras é éxpréssoés qué podém nos ajudar a comprééndér mélhor 1. Paula Frédriksén, “Aposéntadoria obrigato obrigato ria: idéias no éstudo das origéns cristas cujo témpo Comé to Go”, Studies in Religion 35 (2006): 231–46. O poténcial da para énganar osn éstudiosos para tirar concluso anacro nicasRéal ou érrootérminologia érr néas néas ja ja foi falha apo aponta ntado do por Mo Morto rton Smi Smith, th, “Términ “Tér minolo ologic gical al Boo Booby byésTra Traps ps and Probléms in Sécond Témplé Judaéo-Christian Studiés”, ém Studies in the Cult of Yahweh , éd. Shayé JD Cohén (Nova York: Brill, 1996), 1:95-103. Véja também a discussao ém Andérs Runésson, “Particularistic Judaism and 53 PAULO NO JUDAISMO o qué éstava acontécéndo no mundo méditérra méditérra néo do priméiro sé sé cculo, ulo, uma época é cultura muito distantés distantés da nossa nossa.. A quésta quésta o térmi términolo nolo gica éé um problémaprobléma-chavé chavé para os éstudo éstudoss historicos ém géral, mas récébé um nívvél él adicional dé urgéncia quando lidamos com téxtos qué tém autoridadé réligiosa para as péssoas hojé. A polí ttica ica dé traduçao tém, néssé séntido, récébido maior aténçao ém éstudos récéntés, como no livro Faithful Renderings dé 2006 , dé Naomi Seidman . , uma forma particular dé traduçao, como téntamos déscrévér os fénoomén fén ménos os usu usualm almént énté, é, é na min minha ha opi opinia niao dé for forma ma pro problé bléma ma tica, tica, réf référi éridos dos com comoo “judaico-cristianismo”. Gostaria dé contribuir para ésta discussao no qué sé référé a Paulo, concéntrando-mé ém dois térmos usados nas traduçoés inglésas do Novo Téstaménto é na analisé historica dé téxtos incluíd dos os nésta coléçao dé documéntos antigos: “cristaos” (incluindo “cristianismo”) é "igréja." "igréj a." Essés Essés térmos térmos ést éstaao, por sua véz, rél rélaci aciona onados dos a for forma ma com comoo usa usamos mos out outras ras palavr pal avras, as, com comoo “ju “judéus déus”, ”, “ju “judaí daíssmo” mo” é “si “sina nago goga ga”. ”. Séra Séra ar argu gumé mént ntad adoo Cr Cris isti tian anis ismo mo Univérsali Univ érsalista? sta? Algu Algumas mas obsér obsérvaço vaço és crítticas icas sob sobré ré tér térmi minol nologi ogiaa é téo téolog logia” ia”,, Journal of Cristianismo greco-romano e judaísmo 1 (2000): 120-44. 2. Naom Naomii Séid Séidma man, n, Fait Faithful hful Rend Renderin erings: gs: Jewish-C Jewish-Christ hristian ian Diffe Differenc rencee and the Polit Politics ics of Transl Tra nslati ation on (Ch (Chica icago: go: Univé Univérsi rsity ty of Chi Chicag cagoo Pré Préss, ss, 200 2006). 6). Cf. as con contri tribui buiço ço és par paraa a discussao ém Scott S. Elliott é Roland Boér, éds., Ideology, Culture, and Translation (Atlanta: Sociéty of Biblical Litératuré, 2012). 3. Matt Jac Jacks ksonon-McC McCabé, abé, éd., Cristianismo Judaico Reconsiderado: Repensando Textos e Grupos Antigos (Minnéapolis: Fortréss Préss, 2007). Nésté volumé, obsérvé éspécialménté as contribuiçoés dé Jérry Sumnéy (“Paulo é os judéus créntés ém Cristo a quém élé sé opoé”) é John Marshall (“Joao judéu [cristao?] Apocalipsé”). Véja também Néil Elliott, The Arrogance of the Nations: Reading Reading Romanos na Sombra do Império (Minnéapolis: Fortréss Préss, 2008), 15–16; Andérs Runésson,
“Invéntando a idéntidadé crista: Paulo, Inacio é Téodosio I”, ém Explorando os primeiros cristãos Iden cristãos Identi tida dade de , éd. éd. Bén Béngt gt Ho Holm lmbé bérg rg (Tu (Tubing bingén én:: Mo Mohr hr Siéb Siébéc éck, k, 20 2008 08), ), 59 59-9 -92, 2, éspécialménté 62-74. Cf. a cat catégo égoriz rizaça açao dé tip tipos os rél réligi igioso ososs ém An Andér dérss Run Runéss ésson, on, “Ré “Réthi thinki nking ng Ear Early ly JéwishJéwishChristian Rélations: Matthéan Community History as Pharisaic Intragroup Conlict”, Journal Conlict”, Journal of Biblical Literatura 127, n. 1 (2008): 95–132, aqui 105. Sobré as origéns, historia é uso do térmo “Crista o Judéu” é “Cristianismo Judéu”, véja a pésquisa informativa dé Matti Myllykoski, “Crista “'Judéus cristaos' é 'cristaos judéus': as origéns judaicas do cristianismo na litératura inglésa, dé Elizabéth I ao Nazaréno dé Toland ” , ém A ém A redescoberta do cristianismo judaico: From Toland to Baur , éd F. Stanléy Jonés (Atlanta: Sociéty of Biblical Litératuré, 2012), 3– 41. 54 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA qué “cr “crist istaaos” os”,, “cr “crist istian ianism ismo” o” é “ig “igréj réja” a” sa sao tér térmos mos pol politi iticamé caménté nté pod podéro érosos sos qué sa sao inadéquados, anacronicos é énganosos quando lémos Paulo, sérvindo as nécéssidadés contémporanéas na formaçao dé idéntidadés réligiosas ém véz dé nos ajudar a déscrévér judéus é gréco-romanos sociédadé no priméiro século. Algumas palavras sobré a naturéza da términologia é possívéis véis armadilhas para traduzir fénoménos historicos sao nécéssarias antés dé abordarmos os problémas éspécíicos icos rélacionados a éssés térmos. Traduzindo a História: Colonizando o Passado ou Libertando os Mortos? As péssoas sé énvolvém ém pésquisas historicas por varias razoés, algumas das quais podém sér comparadas ao déséjo dé um viajanté dé éncontrar é apréndér sobré coisas désconhécidas. Historiadorés é viajantés té té m algo mais ém comum com toda a humanidadé, poré po ré m, o qu quéé pr prob oblém lémat atiz izaa a no noça ça o dé qu quéé a désc déscob obér érta ta dé al algo go vérd vérdadé adéir iram amén énté té désconhécido éé possívél. vél. Cada véz qué novas culturas sao éncontradas, incluindo paisagéns historicas pérdidas, o qué antés éra désconhécido é imédiataménté, com o auxíllio io instintivo das éxpériéncias antériorés é da socializaçao do obsérvador, acomodado déntro dé uma visa o dé mundo prééxisténté alhéia aos fé visa féno no ménos obsérvados. Com as déscobértas, como com todos os tipos dé éxpériéncias, um procésso dé “traduçao” instantanéo é incéssanté sé instala ém nossos cérébros assim qué éncontramos o romancé, vi visan sando do tra transf nsform ormaa-lo ém alg algoo fam famili iliar, ar, alg algoo com o qua quall pos possam samos os no noss rélac rélacion ionar ar é comprééndér. Esté é, dé fato, um importanté procésso psicologico , uma condiçao qué torna possívvél él qué os sé séré rés s hu huma mano noss éfu func ncio ioném ném, , dand da o sén sénti tido doa ao mu mund ndoocaménté ao no noss o réd rédor . Ma Mas s éssé éssé mécanismo mécan ismo hérmén hérméné u utico tico éspon ésponta tando néo, émbor émbora psic psicologi ologicamént é sso nécés nécéssa saor. rrio, io, també també m
signiicaa qué é imp signiic impossí ossívél, vél, éstritaménté falando, para alguém éxpériméntar algo como vérdad vér dadéir éiramé aménté nté novo , um umaa véz véz qu quéé a “alt “altéri érida dadé dé”” é inst instan anta tané néam amén énté té ab abso sorv rvid ida, a, incor incorpor porada ada é mod modii iicada cada pél péloo fam famili iliar, ar, mésmo mésmo com comoo um “éstran “éstrangéi géiro” ro”.. obj objéto éto." ." Novas déscobértas, 55 PAULO NO JUDAISMO nova compréénsao, sao, portanto, é dévém sér inéscapavélménté, o résultado dé nossos esforços conscientes para separar o que encontramos de de o famil familiar iar que conh conhecem ecemos os . Novos insights sao, portanto, dépéndéntés dé nossa vontadé dé nos désfamiliarizar com os fénoménos qué procuramos énténdér; ém nossa récusa ém déixar nossa méntalidadé é concéitos familiarés, ja ém uso, controlarém é catégorizarém o qué éncontramos. convidar o uso do método nas humanidadés é nas ciéncias sociais ém géral; o método ém si nao é, porém, uma soluçao garantida para o probléma dé nossa capacidadé limitada dé ir além dé no s mé no mésm smos os,, po pois is sua sua pr proopr pria ia cons constr truç uçaao ta tamb mbéém ésta ésta énré énréda dada da no noss mo moldé ldéss das das contémporanéidadés culturalménté détérminadas qué nos cércam.5 A pércépçao humana é égocéntrica é étnocéntrica é, por implicaçao, portanto, dé naturéza colonial, uma véz qué no no s, como céntro, “violéntaménté” éstruturam é da da o forma aa périféria, ao qué na na o somos no no s. Construím mos os o “outr “outro” o” a nossa pro pro pria imagém ou dist distorcémo orcémoss féno féno ménos éncontr éncontrados ados usando fraquézas pércébidas ém nossa propria cultura como blocos dé construçao ém um procésso dé “altéraçao”. Tais praticas coloniais éstao ém constanté trabalho na érudiçao bíb blica lica histo histo ricorico-crí críttica ica tan tanto 4. Cf. A disc discus ussa sa o dé Jam Jamés DG Dun unn n sob sobré no noss ssaa “coniguraçao padrao” como intérprétamos o mundo ao nosso rédor é os téxtos bí b blicos: licos: Uma Nova Perspectiva em Jesus: Qual é a Busca pelo Jesus Histórico Perdeu (Grand Rapids: Bakér Bak ér Ac Académ adémic, ic, 200 2005), 5), 8080-82. 82. Dun Dunn n éscrév éscrévé: é: “Um “Umaa con coni igur guraça açao pad padra rao, ént éntaao, as préféré préf éré n ncias cias prédéi prédéinidas nidas dé um computado computador, r, é uma imagém u til dé uma méntalidad méntalidadéé éstabélécida, um viés inconsciénté ou Téndénz, uma résposta réléxa instintiva. A quésta quésta o é qué altérar coniguraça o padra , mudar uma habitual pérspéctiva réquér um aésforço consciénté é osusténtado ouatitudé répétido, caso ou contra rio, sém instintiva, pércébér, voltamos aa coniguraça coniguraça o padra padra oo,, aa s nossas prédisposiço prédisposiço és na na o éxaminadas” (82). 5. Sobré o método como parté daquilo qué précisa sér désémbaraçado, véja o capí ttulo ulo trés, “Théé Thé “Th Théoré orétic tical al Loc Locati ation on of Po Postc stcolo olonia niall Stu Studiés diés”, ”, ém An Anna na Run Runéss ésson, on, Exegesis in the Making: Postcolonialism and Estudos do Novo Testamento (Léidén: Brill, 2011), ésp. 36-39. Vér também Todd Pénnér é Caroliné Vandér Stichélé, “Ré-Assémbling Jésus: Ré-Thinking thé Ethics of Gospél Studiés”, é Hans Léandér, “Mark and Matthéw aftér Edward Said”, ambo am boss és éstu tudo doss publ public icado adoss ém Ma Mark rk an andd Ma Matt tthe hew w , éds. éds. Ev Evéé-Ma Mari riéé Bé Béck ckér ér é An Andér dérss Runésson (Tu (Tu bingén: Mohr Siébéck, 2013), 2:311–34 é 289–309, réspéctivaménté. 56 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA
como ém outras disciplinas historicas. Précisamos nos consciéntizar déssés mécanismos hérménéuticos qué muitas vézés passam déspércébidos é résistir a élés sé buscarmos a compréénsao do historico, cuja altéridadé radical é dé outra forma néutralizada. Esté é um procésso ao longo da vida. Précisamos Préci samos ouvir antés dé falar, falar, é a éscuta radic radical al léva a désfam désfamiliar iliarizaça izaça oo,, o iníccio io da pésquisa historcom ica; ouvindo vozés o saono ém uma linguagém qué nao é nossa, ém um mundo um céntro qué qué nao na somos nonossas, s. Réconstruir é traduzir a historia inévitavélménté coméça é términa com a linguagém.6 Quando nos désfamiliarizamos com téxtos é outros artéfatos, nos éngajamos ém um procésso dé déscolonizaçao do passado, libértando os mortos da éscravidao dé nossas idéntidadés polítticas icas contémporanéas. A historia, a réconstruçao das vozés silénciadas é dos mundos élas habitado, sémpré énvolvé, Portanto, Ambas décisoés métodologicas é éticas. Uma das éscolhas fundaméntais qué o historiador dévé fazér a éssé réspéito diz réspéito a términologia aplicada a médida qué a taréfa analí ttica ica é réalizada, pois as palavras qué usamos téndém té ndém a controlar a manéira como pénsamos.7 Mudando a arquitetura da conversa A linguagém linguagém é, ém muitos aspéctos, compara compara vél vél aa arqui arquitétur tétura. a. Por méio dé éstru éstruturas turas éxtérnas é visívvéis éis qué sao vivénciadas é compartilhadas por outros, éntramos ém édifí cios cios qué inluénciam nossa impréssa impréssa o da réalidadé. No éspaço arquitétonicaménté construíd do, o, a pércépça pércé pça o é récon réconigu igurada, rada, nossa visa visa o “révi “révisionad sionada”, a”, é tudo o qué é focal focalizado izado déntro déssé éspaço é visto é “agora” é o unico éspaço qué podémos, por déiniçao, habitar. A réconstruçao dé procéssos historicos énvolvé, como qualquér traduçao, duas linguagéns: a antiga é a modérna. Assim como os dois nao dévém sér confundidos no procésso analí ttico ico sé buscarmos aquilo qué nao somos nos, a traduçao résultanté é, por déiniçao, sémpré uma aproximaçao, uma véz qué o signiicado éé désénvolvido no contéxto. 7. Sobré ésté désaio, cf. Smith, “Términological Booby Traps”, 95, qué obsérva qué ha ha uma
“préconcéi “précon céito to a fav favor or dé qua qualqu lquér ér tér términ minolo ologia gia éstabé éstabéléc lécida ida;; dés désdé dé a inf infaan ncia cia fom fomos os tréinados tréin ados para acréditar qué o qué nos foi énsin énsinado ado é cérto. Alé Além disso disso,, éssa crénça é convéniénté.” 57 PAULO NO JUDAISMO comprééndi comp rééndida da a part partir ir da pais paisagém agém ém qué éntramos é qué nos énvolvé. Ha Ha éspaç éspaçoo para uma variédadé dé intérprétaçoés déntro do éspaço criado pélas éstruturas éxtérnas, ém grandé parté dépéndéndo dé nossas éxpériéncias antés dé éntrar no éspaço. No éntanto, as éstruturas ainda éstabélécém os pontos dé partida para qualquér discussao é fornécém os limités déntro dos quais as concluso concluso és podém sér tiradas.8 Térmos Térm os é conc concéi éito toss ac acad adéémic icos os,, todo todoss os qu quai aiss sa sa o po port rtad ador orés és dé vi viso so és é idéi idéias as éspécíicas, icas, funcionam da mésma manéira. Elés constroém o “éspaço” déntro do qual nos concéntramos ém quéstoés é topicos éspécí icos icos ém nossas convérsas. Os édifícios cios términolo términolo gicos sa sa o construíd dos os léntaménté ao longo do témpo é nao sa o facilménté Idéiasporqué académmuitos icas agora insusténta véis dé époocas antériorés inluénciam os démolidos. discursos atuais, dé no s ainda ocupamos éspaço criado pélas parédés, arcos é tétos términologicos qué déixaram para tras. Précisamos, portanto, réconsidérar é discutir na na o apénas as concluso concluso és qué tiramos, mas também a “arquitétura” déntro do qual os formulamos. Como a résposta a qualquér pérgunta ja ésta, até cérto ponto, déntro da pérgunta féita – a pérgunta forma a “sala” na qual téntamos t éntamos éncontrar a résposta – as concluso concluso és qué damos a luz para sé tornarém déscéndéntés da linguagém qué usamos. A términologia ésta répléta dé signiicados qué muitas vézés passam déspércébidos no procésso analí ttico, ico, mas qué éla controla dé déntro para fora. Répénsar a forma dé falar podé, portanto, résultar na déscobérta dé novas paisagéns. Os térmos qué discutirémos sao dois parés dé palavras qué sao dé fundaméntal importancia para nosso campo, pois détérminam muito dé como as pérguntas sao féitas é quais conclusoés sao tiradas. Essés térmos sao, como obsérvado acima, “crista “crista oo”/”cristianismo” ”/”cristianismo” (é “judéus”/”judaíssmo”) mo”) por um lado, é “igréja” (é “sinagoga”) por outro, é coméçarémos nossa discussao com o priméiro. 8. Cf. Runésson, “Invéntando a Idéntidadé Crista Crista ”, 62–63. 58 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA “Cristaos”/”Cristianismo”
Quando falamos sobré érudiça Quando érudiça o do Novo Téstamé Téstaménto nto ém géral é Paulo ém particula particular, r, tém sido a convénçao dizér qué alguém ésta éstudando (os priméiros) “Cristianismo” é/ou (os priméiros) prim éiros) “Crista “Crista oos”. s”. Já em em neste ponto, enquadramos a forma e, portanto, o resultado provável da da disc discus ussã sãoo , té ténd ndoo ésta éstabé bélé léci cido do um umaa li liga gaça ça o irm irméé éntr éntré, é, po porr um la lado do,, o fénoméno modérno do cristianismo convéncional (nao-judaico) é, por outro, o qué éstava acontécéndo nos témpos do Novo Téstaménto é nas cartas dé Paulo. Alguns éstudiosos qué séntém a ténsao criada por éssa linguagém modiicariam tal términologia é sugérém qué falémos dé “judéus-cristaos” ém véz dé apénas “cristaos”, mas tal moviménto hérménéutico na na o nos tira do paradigma modérno, pois na na o na na o abordar o probléma ém sua raiz.9 Dévémos nos pérguntar sé os priméiros séguidorés dé Jésus tériam réconhécido a si mésmos como pérténcéntés ao térmo “cristianismo”, a palavra companhéira dé “cristaos”. Como é bém sabido, o térmo christianismos nao ocorré no Novo Téstaménto;10 Paulo nao oférécé nénhuma évidé évidé n ncia cia dé qué ja ja tivéssé ouvido falar délé. “Cristianismo.”11 Christianos ocorré apénas trés vézés, das quais duas sao éncontradas ém Atos (11:26; (11:26; 26:28 26:28)) é uma ém 1 Pédr Pédroo (4:16 (4:16), ), ambos téxtos postérior postériorés és a Paulo Paulo.. déscré déscrévé vé outros 9. Para discussao do térmo “judéu cristao” é séus problémas inéréntés, vér os éstudos listados no n. 3 acima. 10. Ao contra contra rio dé Ioudaismos (Gal. 1:13, 14). 11. A pri priméi méira ra ocorré ocorréncia do térmo chris christian tianismos ismos éncontra-sé nas cartas dé Inacio dé Antioquia, datadas do iníccio io do século II, séja duranté o réinado dé Trajano ou dé Adriano: Magn Ma gn . 10:1-3 10:1-3;; Rom . 3:3; 3:3; Phld . 6:1. Véj Véjaa Wil Willia liam m R. Schoé Schoédél dél,, Inácio de Antioquia: Um Comentário sobre as Cartas Cartas de Inácio de Antioquia (Philadélphia: Fortréss Préss, 1985), 126. Cf. Aléxéi S. Khamin, “Ignatius of Antioch: Pérforming Authority in thé Early church,” PhD Diss., Dréw Univérsity, 2007: “Sua éxécuçao [Inacio] vividaménté imaginada conigura-sé como uma éspécié dé combaté dé gladiadorés qué réssoa com os témas da morté nobré, sacrifíccio io é ascénsao divina. Ina Ina cio ténta construir uma nova idéntidadé solida, Christianismos , ém oposiçao a Ioudaismos . No éntanto, os 'judaizantés' invadir o mund invadir mundoo dé Ina Ina ccio, io, borrar as frontéir frontéiras as é obli oblitérar térar a dico dicotomia tomia Chris Christian tianismos ismos / Ioudaismos .” 59 PAULO NO JUDAISMO como christianoi.13 Isso signiica qué, sé préférirmos usar a términologia émica ao discutir o qué acontécéu ém torno dé Paulo é séus contémpora contémpora néos, “Crista é “Cristianismo” éstao fora dé quéstao; éssés térmos nao répréséntam como éssas péssoaso”déiniram no qué éstavam énvolvidas.
Sé, éntao, dé uma pérspéctiva émica, éssés térmos nao podém sér usados, nossa unica opça o método opça métodolo lo gica réstanté é uma pérsp pérspéctiv éctivaa térmi términolo nolo gica ética, sé aind aindaa quér quérémos émos usar “crista “crista oo”” é “cristianismo” quando discutimos Paulo é suas cartas. Para décidir a favor ou contra uma abordagém ética, no ént éntant anto, o, pré précis cisamo amoss ré rélét létir ir sobré sobré o fat fatoo obs obsérv érvado ado aci acima, ma, qué a tra traduça duçao (histoatuais rica) sémpré énvolvé duas lín nguas guas é qué, portanto, dévémos priméiro considérar os usos da palavra “Cristianismo” “Cristiani smo” para vér sé é adéqu adéquado ado para nosso nossoss propo propo sitos sitos,, sé corré corréspon spondé dé ao qué acréditamos sér uma réconstruça réconstruça o histo histo rica razoa razoa vél dé Paulo. O qué é qué habita hojé o térmo “cristianismo” qué o faz sé comportar dé détérminadas manéiras ém nossos discursos? Qué éféitos o térmo tém quando falamos – o qué élé faz? Qué opostos éla invoca? Uma véz qué tais padroés discursivos dé éféitos é opostos ténham sido mapéados, mapéados, na na o antés antés,, podém podémos os pérgunta pérguntarr sé o qué ésta ésta “déntr “déntro” o” do térmo hojé podé sér considérado transférívvél él para discursos antigos é, mais éspéciicaménté, para as cartas dé Paulo. A maio maiori riaa das das pé péss ssoa oas, s, éstu éstudi dios osos os paul paulin inos os é ou outr tros os,, conc concor orda dari riaa qu quéé a pala palavr vraa “cristianismo” nos usos convéncionais sé référé a péssoas qué pérténcém a uma “réligiao” éspécíica ica,, qu quéé colo coloca ca Jé Jésu suss no cé cént ntro ro dé suas suas cr crén énça çass é ritu rituai ais. s. Al Aléém diss disso, o, ha ha , présumivélménté, um amplo acordo sobré o fato dé qué “judaí ssmo” mo” é “judéu” pérténcém éntré os féno féno ménos qué podém sér référidos para déinir o qué o cristianismo não é . 12. Atos 11:26: “Assim foi qué duranté um ano intéiro élés sé réuniram com a ekklēsia é énsinaram muitas péssoas, é foi ém Antioquia qué os discíp pulos ulos foram chamados péla priméi pri méira ra véz dé ' cristãos '”; 26:28: “Agri “Agripa pa dissé a Paulo Paulo:: 'Vocé 'Vocé ésta ésta mé pérsuadin pérsuadindo do ta ta o rapidaménté a mé tornar um christianon ?'”; 1 animal dé éstimaçao. 4:16: “No éntanto, sé algum dé vocés sofré como crist cristão ão , nao considéré isso uma vérgonha, mas gloriiqué a Déus porqué vocé vocé léva éssé nomé”. 13. Cf. Pamela Eisenbaum, Paulo não era cristão: a mensagem original de um incompreendido Apóstolo (São Francisco: Francisco: Harpe HarperOne, rOne, 2009). 60 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA Ja com éssés dois coméntarios éncontramos grandés problémas com rélaçao a adéquaçao dé “cristianismo” como um térmo déscritivo ético aplicado aos séguidorés dé Jésus do priméiro sé sé cculo. ulo. Priméiro, o féno féno méno modérno da “réligia “réligia o”, qué o térmo
O “cristianismo” carréga déntro dé si, é traz para todos os discursos para os quais é convidado, nao éxistia como tal na antiguidadé, como foi démonstrado por Stévé Mason é outross . ésta outro ésta acont acontécénd écéndoo nas cartas dé Paulo, Paulo, impo impomos mos ilégitima ilégitimaménté ménté nossos ha ha b bitos itos discursivos modérnos ao mundo antigo é fazémos com qué élé sé comporté como sé compartilhassé as préocupaçoés ocidéntais do século XXI no qué sé référé ao divino. Criamos Criam os o “outr “outro” o” a nossa pro pro pria imagém é assim forçam forçamos, os, a manéi manéira ra colonial, outros aspéctos rélacionados dos téxtos a fazérém faz érém séntido modérno, na na o antigo. Em ségun ségundo do lugar, lugar, como obsérvado obsérvado,, a aplic aplicaça aça o désté térmo a corré corréspond spondéén ncia cia paulina també m déséncadéia uma réaça també réaça o ém cadéia no qué diz réspéito ao nosso énténdiménto do outro fénoménos, qué no no s fréquéntéménté instintivaménté – pénsé para déinir o qué o “Cristianismo” é ou nao. O térmo-chavé a éssé réspéi rés péito to é “ju “judaí daísmo”. smo”. Assim Assim,, alé alé m do uso anacro anacro nic nicoo dé “ré “rélig ligia iao”, nos nossos sos ha ha b bitos itos contémpora n contémpora néos éos impo impo ém aos antigos a idéia modérna (é a pra pra xis qué sé ségué com a idéia) dé “cristianismo” como na na o séndo “judaíssmo”, mo”, é “judaíssmo” mo” como nao sendo “Cristianismo” . A “réligiao”, como énténdémos o térmo hojé, nao podé sér abstraíd da, a, mas éra parté intégrant intég rantéé dé pélo ménos séis catégoria catégoriass dé vida na antig antiguidadé: uidadé: éthnos, culto (nacion (nacional), al), ilosoia, tradiço tradiço és familiarés/culto domé domé sstico, tico, associaço associaço és volunta volunta rrias ias ( collegia / thiasoi ) , é astrologia é magia. Vér també também Phili Philip p F. Eslér, Conlict and Identity in Romans: The Social Setting of Paul's Let ettters (M (Minn innéap éapoli olis: s: For Fortrés trésss Pré Préss, ss, 200 2003), 3), 73: éxp éxpéri ériéén ncia cia tin tinha ha um sta status tus mui muito to diférénté.” Para discussoés contémporanéas mais amplas sobré o térmo “réligiao”, vér, por éxémplo, Jonathan Z. Smith, “Réligion, Réligions, Réligious”, ém Critical Terms for Religious Studies , éd. Mark C. Taylor (Chicago: Univérsity of Chicago Préss, 1998), 269–84; Russéll T. McCutchéon, “A Catégoria 'Réligiao' ém Publicaçoés Récéntés: Uma Pésquisa Crí tica tica”, ”, Nu Numen men 42 (1995): 284–309; Sam Gil, "O Estudo Académico da Réligiao", Jornal ", Jornal da Academia Americana de Religião 62 (1994): (1994): 965-75. 61 PAULO NO JUDAISMO
“Cristao”, é résta apénas discutir é débatér os détalhés intérprétativos qué sé aplicam déntro déssé concéito réligioso géral, para déscobrir qué tipo dé “crista “crista o” élé éra. Dévé-sé énfatizar qué éssa “conclusao” géral, véstida como ponto dé partida, como quéstao dé pésquisa, éé réaliz réalizada ada antés mésmo dé qualq qualquér uér forma dé trab trabalho alho analíttico ico tér sido émprééndido. Nossa tér Nossa térmi minol nologi ogiaa ést éstaa prénhé prénhé da con conclu clusa sa o, qué qué,, no dévi dévido do tém témpo, po, é ént éntrég régué ué sém grandé gra ndéss surpré surprésas. sas. Mas ass assim im com comoo no cas casoo dos prés préssup supost ostos os ana anacro cro nicos nicos sob sobré ré a “réligiao” como contéudo das préocupaçoés dé Paulo, o téxto colonizado sé récusa a coopér coo pérar ar plénam plénamént énté, é, é as ténso ténso és, que os próprios termos “cristianismo” e “cristãos” cria criara ram m , na na o sa sa o ré réso solv lvid idas as,, déi déixa xand ndoo muit muitos os éstu éstudi dios osos os com com um agud agudoo sén sénso so dé inquiétaçao. Vamos dar mais um passo ém nossa discussao é considérar o séguinté. Sé, por causa do arguménto, présumirmos – contra a évidéncia – qué Paulo dé fato conhécia o térmo christianos , como o autor dé Atos é 1 Pédro féz no inal do priméiro século, isso signiicaria qué dévéríaamos mos traduzir o grégo cristãos com o inglé inglé s “crista “crista oo”? ”? Ou séja, podémos assumir continuidadé ém nossa traduça traduça o simplésménté porqué a palavra inglésa éé dérivada do térmo grégo histo histo rico? Obviaménté, o priméiro ponto méncionado acima sobré como a idéia modérna “réligiao” habita os térmos inglésés “cristianismo” é “Cristao” militaria contra tal traduçao – pois ainda é uma traduçao mésmo qué a palavra séja a mésma ém ambas as lín nguas guas – uma véz qué nos lévaria a pénsar sobré Paulo dé manéiras qué Paulo nunca faria, apésar dé séu uso hipotético do térmo grégo . Déixé-mé ilustrar ésté ponto com um éxémplo dé 1 Corín ntios tios 14:23: 15. Conformé obsérvado acima no n. 11, a priméira téntativa dé distinguir “cristianismo” dé “judaíssmo”, mo”, como sé fossém duas éntidadés mutuaménté éxclusivas, éncontra-sé nas cartas do sé sé culo culo II dé Ina Ina ccio io dé Antioquia. 62 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA Sé, portanto, toda a ekklēsia sé réunir é todos falarém ém lín nguas, guas, é idiotas ( idiōtai ) ou incré d incré dulos ulos éntrarém, élés na na o dira dira o qué vocé ésta louco? A quéstao é por por qué é tao claro é obvio para nos qué o grégo idiōtai não dévé sér traduzido com o inglés “idiotas”. O nrsv tém “outsidér” é kjv tém “unléarning”. A traduçao suéca dé 1981, para dar um éxémplo dé uma lín ngua gua minorita minorita ria,
“nao iniciado”.16 Claro, é porqué sabémos qué a forma a forma ísica dé uma palavra, as létras qué comp compooém um umaa pala palavr vra, a, na na o ga gara rant ntém ém um si sign gni iic icad adoo ixo ixo ao longo do témpo é ém diféréntés culturas é ambiéntés sociais. Ou séja, sabémos qué uma palavra é como um vaso qué no - inconsciéntéménté - nos énchémos dé nuancés, atitudés é méntalidadés pérténcéntés ao stémpo é contéxto ém qué vivémos. O signiicado nao dépéndé da forma do “vaso”, mas dos sons, séntiméntos é habitos discursiv discu rsivos os qué as péssoas déspéjam nélé aa médida médida qué é féito para désémpén désémpénhar har suas funço fun ço és ém dif diféré érénté ntéss cul cultur turas. as. ém pri priméi méiro ro lug lugar, ar, por qué um indiv indivííd duo uo judéu dé oriéntaça o apocalíptica oriéntaça ptica do priméiro século, como Jésus, chégou a tér bilhoés dé séguidorés ao longo da histo histo ria é ao rédor do mundo hojé. As palavras éscritas, ou “vasos”, usadas para transmitir a ménsagém parécém funcionar como élos qué nos conéctam com o passado. Isso cria uma sénsaçao dé continuidadé historica éntré nosso témpo é o témpo dé 16. A palavra suéca é “oinvigda”. (Enquanto Bibel 2000 , a traduçao oicial suéca da Bí b blia, lia, inanciada pélo Estado, foi lançada no ano 2000, a traduçao do Novo Téstaménto dé 1981 foi mantida intacta quando a nova traduçao da Bíb blia lia hébraica foi adicionada.) Para dar outro éxémplo dé uma lí n ngua gua falada por mais péssoas do qué o suéco, a traduçao suaíllii (Unitéd Biblé Sociétiés, Union Vérsion, 1952) diz “watu wajinga”, qué podé sér traduzido para o inglés como “péssoas ignorantés”. No Swahili modérno, no éntanto, éssa éxpréssao podé sér pércébida como péjorativa, como alguns apontaram, obsérvando qué “watu ambao hawaéléwi” séria uma traduça traduça o mélhor. Agradéço a Victor Limbana péla discussao désté assunto. 17. Cf. a críttica ica agora classica do Theologische Wörterbuch zum Neuen Testament (TWNT = Dicionári Dicion árioo Teoló Teológic gicoo do Nov Novoo Tes Testa tamen mento to [TDN [TDNT] T])) po porr Jamé Jaméss Ba Barr rr ( The Semantics of Biblical Language [Oxford: Oxford Univérsity Préss, 1961], advértindo contra a étimologia, bém como os périgos da transféréncia ilégítima tima dé totalidadé. 63 PAULO NO JUDAISMO os pri priméi méiros ros ség séguid uidoré oréss dé Jésus, Jésus, énquan énquanto to a mén ménsag sagém ém ém si é tra transc nscult ultura uralmén lménté té inculturad incu lturadaa ém sociédadés ém todo o mund mundo. o. As palav palavras ras é, mais éspéci éspéciicamé icaménté, nté, cértos térmos-chavé como “cristao” assumém um papél dé éstabilizadorés historicos no procésso dé construça construça o idéntita idéntita rria ia nas comunidadés contémpora contémpora néas. O prob probléma, léma, poré poré m m,, é qué, émbora sé pénsé qué éssas palav palavras ras transpo transportam rtam a ménsag ménsagém ém antiga para na réalidadé somos nos qué énchémos “vasos” dé signiicado, dé modo quéo onosso luxotémpo, dé signiicado vai mais fréquéntéménté dé noos s para o téxto historico é
nao do téxto para nos. Para aquélés qué abordam o téxto a partir dé uma pérspéctiva dé fé, isso podé nao parécér um probléma hérménéutico ésmagador, uma véz qué, no qué diz réspéi rés péito to a léitur léituraa dé téx téxtos tos dé aut autori oridadé dadé rél réligi igiosa osa,, a rév révélaç élaçaa o div divin inaa na nao pod podéé sér pénsada pénsa da como situada ném no téxto ném com séus léitorés, mas no éspaç éspaçoo intér intérprét prétativo ativo qué sé concrétiza como résultado da troca dé séntido éntré léitor é téxto.18 procéssos dé troca dévém, é ntanto, éntanto, déixar o historiador préocupado, poisanti suago, taréfa éTais préénchér préén chér éssas palav palavras ras comnoum signii signiicado cado qué, no contéxto, faça séntido antigo, na na o modérno. A importa importa ncia da éscolha da términologia utilizada na ana ana lisé histo histo rica na na o podé, a ésté réspéito, sér éxagérada. Em tal situaça situaça oo,, uma véz qué muitas vézés é difíccil il éncontrar términologia qué impoé um mínimo nimo dé controlé sobré o procésso analí ttico, ico, é importanté qué térmos altérnativos altérnativos séjam ao ménos téstados para pérmitir a poss possibili ibilidadé dadé dé novo novoss insights créscérém a partir dé 18. Dévé-sé notar, no éntanto, qué désdé o Iluminismo, é comoo com com comoo rés résult ultado ado da réf réform ormaa no sé século XVI qué éxi éxigia gia um “ré “rétor torno no aa s fon fontés tés”” ( ad fontes ), as léituras historicas dé téxtos bíb blicos licos muitas vézés passaram a sér énténdidas como réligiosaménté autorizadas. Hojé, também nos documéntos oiciais da Igréja Catolica, as compréénsoés historicas das quéstoés téologicas sao éxplicitaménté réconhécidas como dé fundaméntal importancia é, como conséquéncia, os métodos éxégéticos é historicocrítticos icos for foram am san sancio cionad nados os péla Igr Igréja éja com comoo fér férram ramént éntas as com as qua quais is as vérd vérdadé adéss téolo gicas é, por implica téolo implicaça ça o, o, a révéla révélaça ça o divi divina na podé sér récup récupérada. érada. Véja a discu discussa ssa o ém Andérs Runésson, “Julgando a AA rvoré Téolo Téolo gica por Séus Frutos: O Uso dos Evangélhos dé Marcos é Matéus nos Documéntos Oiciais da Igréja sobré Rélaçoés Judaico-Cristas”, ém Marcos e e Mateus , 2:189-228. 64 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA réconstruço és dé diféréntés paisagéns histo réconstruço histo ricas. Sé, éntao, os térmos Cons Co nsid idér éraa-sé sé qu quéé “c “cri rist staao” é “c “cri risti stian anis ismo mo”” no noss dés désvi viam am do cam camin inho ho é conv convid idam am a réconstruçoés historicas anacronicas é, portanto, dévém sér évitados, com o qué dévémos substituí--los? los? O ponto dé partida mais natural para uma réléxa r éléxa o términolo términolo gica rénovada sobré quém éra Paulo é como élé sé idéntiicava séria falar nao dé “Paulo, o cristao”, mas dé “Paulo, o judéu”; dé Paulo como alguém qué praticou “judaíssmo”, mo”, na na o “cristianismo”. “Judéu” sobré “judéu,”20 Ioudaios é mélhor traduzido como “judéu.”21 Ao contrario do qué sé tornou o cristianismo dominanté na Antiguidadé Tardia, o Judaí ssmo mo nunca réjéitou a antiga conéxao éntré um povo, sua térra, léis é déus(s).22 Embora os cristaos ténham, ao longo dos témpos, téntado rédéinir o judaíssmo mo como uma “réligiao”, uma imagém négativa dé si mésmos, os judéus tradicionais nunca acéitaram éssa rééscrita dé sua idéntidadé é
continuaram a énténdér séu éthnos como éntrélaçado com a léi judaica, o térra é o Déus dé Israél.23 Por um lado, o désénvolviménto dé sénvolviménto do qué véio a sér “Cristianismo”, 19. Véja, por éxémplo, a discussao ém John Gagér, “Paul, thé Apostlé of Judaism”, ém Jesus, ém Jesus, Judaism, e Ant Judaism, Antiju ijuda daísm ísmoo Cri Cristã stãoo , éds. Paula Frédriksén é Adélé Réinhartz (Louisvillé: Wéstminstér John Knox, 2002), 56–76; Mark D. Nanos, The Irony of Galatians: Paul's Letter in First-Ce First-Centu ntury ry Context (Minnéapolis: Fortréss Préss, 2002), pp. 7–8; on Nanos, “Paul and Judaism: Why Not Paul's Judaism?” ém Paul Unbound: Other Perspectives the Apostle , éd. Markk Dou Mar Dougla glass Giv Givén én (Péabo (Péabody, dy, MA MA:: Hén Héndri dricks ckson, on, 201 2010), 0), 117 117–60 –60;; Ell Elliot iott, t, Arrogance of Nations , 15-16. Véja também Paula Frédriksén, “Judaizing thé Nations: Thé Ritual Démands of Paul's Gospél,” Novo Testamento Testamento Estudos 56 (2010): 232–52. 20. As 20. Assi sim, m, po porr éx éxém émpl plo, o, Eslé Eslérr , Conlict and Identity , 62-74; Mason, “Judéus, Judéus, Judaizantés, Judaíssmo,” mo,” 457-512. 21. Ténho arguméntado a favor désta traduçao com cérta éxténsao ém “Invénting Christian Idéntity”, 64-70. Véja também Daniél R. Schwartz, “'Judéu' ou 'Judéu'? Como dévémos traduzir Ioudaios ém Joséfo?” Joséfo?” ém Identidade Judaica no Mundo Greco-Romano = Jüdische Identität in der grie griechis chishrömi hrömischen schen Welt , éds. Jorg Fréy, Daniél R. Schwartz é Stéphanié Gripéntrog (Léidén: Brill, 2007), 3–27; Nanos, “Por qué nao o judaíssmo mo dé Paulo?” 117-18, n. 2. 22. Assim també també m Mason, “Judéus, Judéus, Judaizantés, Judaí ssmo,” mo,” 480-88. 23. EE vérda vérdadé, dé, poré poré m m,, qué algum algumas as formas dé judaíssmo mo réformista, originarias do século XIX, rédéiniram éssa rélaçao é coméçaram a sé auto-idéntiicar mais ao longo das linhas do qué na Europa crista crista éram, na éé p poca, oca, os énténdiméntos dominantés dé “ réligia réligia o." 65 PAULO NO JUDAISMO pénsado como algo aa parté do “judaísmo”, pénsado smo”, réalménté coméçou a tomar forma apénas no sé sé cul uloo II II,, até até on ondé dé o ma maté téri rial al dé orig origém ém po podé dé no noss dizér dizér,, é isso isso cr cria ia um umaa ru rupt ptur uraa na continuidadé éntré no s é Paulo, tanto no qué diz réspéito ao térmo quanto ao séu si sign gni iic icado ado.. cont contén énté té.. Por Por ou outr troo lado lado,, a ma maio iori riaa do doss fén fénoomé méno noss qu quéé ch cham amam amos os dé “judaíssmo” mo”,, ém to toda da a su suaa divér divérsi sida dadé dé é désé désénv nvol olvi vimén ménto to,, ma mant ntiv ivér éram am os tr traç aços os caractérístic s ticos os ba ba s ic icos os dé sua sua ét étni niaa désd désdéé an anté téss do témp témpoo dé Pa Paul ulo. o. Essa Essass du duas as cons consid idér éraço aço és, ba basé séad adas as ta tant ntoo ém com comoo as pala palavr vras as ém disc discus ussa sa o éram éram usad usadas as na antiguidadé é como sao usadas hojé, éstabélécé, ém térmos gérais, qué falar dé Paulo como um judéu praticanté dé uma forma dé judaíssmo mo éé um ponto dé partida historicaménté mais plausí vvél éln para intérprétan prétando suas cartas do qué as impr imprésso ésso és qué sa sa o comu comunicad nicadas as pélo uso contí nuo uo déintér “crista “crista o” édo “cristianismo”.
Isso na na o signiica, éé claro, qué dévémos énténdér “judéu” ém térmos ésséncialistas como a-historicaménté référindo-sé a caractérí ssticas ticas éspécíicas icas complé com plétam tamént éntéé in intoc tocada adass pél péloo tém témpo po é pél pélaa cul cultur tura. a. Com Comoo Dan Daniél iél Lan Langto gton n apo aponto ntou, u, précisamos distinguir “éntré caractéríssticas ticas ésséncialistas é a-historicas do judaíssmo mo é caractéríssticas ticas his histo to ric ricaa é cul cultur turalm almént éntéé détérm détérmina inadas das do qué con consti stitui tui o jud judaí aíssmo”. mo”. précisa concéntrar “uma sociédadé énténdé é réprésénta judéus ém qualquérsétémpo é lugar, ém a imcomo dé réconstruir o signiicado do judaí ssmo mo no pro proos prio ambiénté cultural do sujéito”. usos dé “judéu” é “judaíssmo”, mo”, téntar chéga téntar chégarr a uma comp compréén réénsa sa o dé que que tip tipoo dé judaíssmo mo Paulo éstava préocupado é téntou délinéar ém suas cartas, do qué falar 24. Daniél R. Langton, The Apostle Paul in the Jewish Imagination Imagination:: A Study in Modern Modern Rela Relações ções juda judaico-c ico-cristã ristãss (Cambridgé: Cambridgé Univérsity Préss, 2010), 12. Langton lida com o pérí oodo do modérno, mas suas réléxo réléxo és sobré como déinir “judaíssmo” mo” (pp. 9-12) sao utéis para considérar também quando discutimos o antigo péríoodo. do. 25. Ibid., 12. 66 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA do qué élé éstava fazéndo usando térmos qué élé nunca aplicou a si mésmo ou a outros. dévéria tomar isso como uma indicaçao dé qué, naquélé témpo é na cultura ém qué vivia, a missao dé Paulo éra uma missao dé uma forma éspécíica ica dé judaíssmo, mo, qué incluía a incorporaça o dé na incorporaça na o-judéus qua nao-judéus.27 Para aténdér a éssés dois crité crité rrios, ios, tanto uma pérténça pérténça géral déntro dos féno féno ménos mais amplos amp los déscri déscritos tos com comoo “ju “judaí daísmo” smo” qu quan anto to uma uma a ail ilia iaça ça o a um umaa fo form rmaa éspé éspécí cíica ica dé judaíssmo, mo, Mark Nanos é éu sugérimos “Judaíssmo mo Ap Apos osto to li lico co”” como como um tér térmo mo désc déscri riti tivo vo apli aplica ca vél vél ao mo movi vimé mént ntoo dé Jésu Jésuss primitivo, inclusivé com réspéito a Paulo é suas comunidadés. Acrédito qué Paulo ésta proclamando o qué um déus éspécíico, ico, o Déus dé Israél, féz ém térmos dé séu Méssias, Jésus, é como o signiicado déssa nova situaça o sé aplica a judéus é na o-judéus. A continuida conti nuidadé dé éntré éntré Déus é o povo dé Déus éé forté fortéménté ménté énfati énfatizada zada ém Roman Romanos os 9–11. Alé m disso Alé disso,, a céntr céntralidadé alidadé dé Jérusa Jérusalé lé m para Paulo éé mostr mostrada ada ém va va rrias ias passagén passagénss (Rm 15:18-19, 25-27, 31; 1Co 16:3; Gl 2:1-2). Em rélaçao a Tora, alguns éstudiosos arguméntam qué, para Paulo, a léi judaica éra valida apénas para judéus, nao para nao-judéus qué sé juntavam ao moviménto (cf. J. Brian Tuckér, You Belong to Christ: Paul and the Formation of Social Identidade em 1 Coríntios 1–4 (Eugéné, OR: Pickwick, 2010); Andérs Runésson, “A Réggra dé Pa Ré Paul uloo ém Tod Todas as as Ek Ekkl klēs ēsia iaii (1 Co Corr 7: 7:17 17-2 -24) 4)”, ”, ém Intr Introduç odução ão ao Juda Judaísmo ísmo Messiânico: Seu Contexto Eclesial e e Fundamentos Bíblicos , éds. David Rudolph é Joél Willits (Grand Rapids: Zondérvan, 2013), 214–23. Outros éstudiosos intérprétam Paulo como réjéitando a léi como invalida também para os judéus (para uma historia dé intérprétaçao,
véja Magnus Zéttérholm, Zéttérholm, Approaches Approaches to Paul: A Student's Guide to Recent Bolsa de estudos [Minnéapolis: Fortréss Préss, 2009]). Mas, assim como poucos arguméntariam qué os judéuss réfor judéu réformista mistass na na o sa sa o judéus porqu porquéé rénég rénégociar ociaram, am, por éxémp éxémplo, lo, a conéx conéxaa o éntré o judaíssmo mo é a tér térra, ra, isso di diici icilmén lménté té é raz razaao su suici iciént éntéé par paraa ént énténd éndér ér Pau Paulo, lo, ém séu contéxto, conté xto, como algué algué m qué sé idént idéntiic iicaa como algo diférénté dé um judéu. , proc proclaman lamando do uma forma éspécíica ica dé judaíssmo. mo. Para uma discussao mais aprofundada, énfatizando qué Paulo é séus déstinatarios praticavam o judaíssmo, mo, véja Mark D. Nanos, “Paul and Judaism”; Nanos, “Paul and thé Jéwish Tradition: Thé Idéology of thé Shéma”, ém Celebrando Celebrando Paulo. Festschrift em homenagem a Jerome Murphy-O'Connor, OP, e Joseph A. Fitzmyer, SJ , éd. Pétér Spitalér (Washington, DC: Catholic Biblical Association of América, Am érica, 2012), 62–80. 27. Véja, éspécial éspécialménté ménté,, Frédr Frédriksén iksén,, “Judai “Judaizing zing thé Natio Nations”. ns”. E E també també m assim qué Atos rétrata Paulo, tanto dé uma pérspéctiva dé fora (18:14-16) quanto dé alguém dé déntro (13:14 (13 :14-42 -42;; 21: 21:1717-26; 26; 23: 23:6; 6; 26: 26:4-7 4-7). ). Par Paraa vérs vérsooés po postér stérior iorés és dé for formas mas dé jud judaí aísmo smo céntradas ém Jésus é como élas inluénciaram o judaí ssmo mo rabín nico ico précisaménté porqué éram énténdidas como formas dé judaíssmo mo pélos judéus, véja Karin Hédnér Zéttérholm, “Altérnativé Visions of Judaism and Théir Impact on thé Formation of Rabbinic Judaism”, Journal do Movimento de Jesus em seu Cenário Jud Judaico aico 1, n. 1 (2014), www.jjmjs.org. 28. Cf. Runésson, “Invéntando a Idéntidadé Crista Crista ”, ”, 72–74. 67 PAULO NO JUDAISMO como o judaíssmo mo farisaico, o judaíssmo mo éssénio, o judaíssmo mo saducéu é, mais tardé, o judaíssmo mo rabín nico. ico. O térmo visa éncapsular todas as formas dé judaí ssmo mo qué incluém Jésus como igura céntral ém séu univérso simbolico, como chavé para a intérprétaçao do qué signiicou para élés adérir ao judaíssmo.29 mo.29 Indépéndéntéménté dé uma términologia basica qué idéntiica Paulo como um judéu praticanté do judaíqué ssmo mohésitam sér acéita sémo valor résérvas ou na o por todos os éstudiosos, aquélés éstudiosos sobré dé uma mudança términolo gica aindamésmo podém éstar intéréssados no qué podé résultar ém térmos dé conclusoés historicas dé tal uma modiicaça o das pérspéctivas basicas. modiicaça O qué acontécéria, por éxémplo, sé traduzí ssém ssémos os chris christian tianoi oi ém Atos 11:26; 26:28 é 1 Pédro 4:16 com “méssianicos”, é énténdémos o térmo da mésma manéira sociocultural qué énténdémos Farisaioi ? O qué mudaria é o qué pérmanécéria igual — é por qué qué ? Rééstruturar nosso édifício cio térmi términolo nolo gico comparti compartilhado lhado,, sém du du vida, mudara mudara a manéi manéira ra como pércébémos o qué ésta ésta déntro do “édifíccio”. io”. Gostaria Gostar ia dé ilust ilustrar rar o pont pontoo désté énsai énsaioo com mais um éxémp éxémplo, lo, a sabér sabér,, o uso dé “igré “igréja” ja” como traduçao dé ekklēsia , uma véz qué tal traduçao anda dé maos dadas com o uso dé “crista oo”” é “crista
O “c “cri rist stia iani nism smo” o” é ém gr gran andé dé mé médi dida da dét détér érmi mina na como como énté énténd ndém émos os as réa réali lida dadé déss socioinstitucionais no priméiro século. "Igréja" Como sé sabé, o térmo ekklēsia (“assémbléia”30) é usado tanto ém téxtos judaicos como gréco-romanos référindo-sé cértos oambiéntés institucionais ou ajuntaméntos péssoas. Na Séptuaginta (lxx), ekklēsiaatraduz hébraico qāhāl , qué o nrsv quasé sémprédé traduz 29. Como Hédnér Zéttérholm, “Visoés altérnativas do judaíssmo”, mo”, aponta, alguns dos téxtos postériorés déscrévém variantés do judaíssmo mo céntrado ém Jésus qué incluíaam m nao - Judéus sém éxigir circuncisao para os homéns, mas ainda insistiam qué todos, mésmo éssés naojudéus, guardassém a léi judaica. 30. Traduzido ém aléma aléma o como “Volksvérsammlung”. 68 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA como “assémblé “assémblé iia” a” ou, ém alguns casos, principalménté nos Salmos, como “congrégaçao”. No priméiro século, no éntanto, ekklēsia também podéria sér usado como uma désignaçao para o qué chamaríamos amos dé instituiçoés sinagogas . Ao olharmos para as traduço traduço és inglésas do Nov Novoo Tés Téstam tamént éntoo é, mai maiss ésp éspéci éciic icamén aménté, té, do 31 dé Pau Paulo. lo. Qā Qāhā hāll é tradu traduzido zido na lxx usando tanto ekklēsia quanto synagōgē . Enquanto o lxx também usa synagōgē ao traduzir o térmo rélacionado 'ēdâ , nunca usa ekklēsia para 'ēdâ . nrsv géralménté traduz lxx lxx oc ocor orré ré n ci cias as dé ekkl ekklēs ēsia ia com com “assé “assémb mblé lé i a” (Jth (Jth.;.; 1 Ma Macc cc.) .),, ma mass ém Sira Sirach ch am ambo boss “assémbléia” é “congrégaçao” sao usados (os ultimos séis vézés). (Sir. 26:5 é um caso éspécial, référindosé ao “réunia o dé uma multida “réunia multida o” [nrsv].) 32. Tais référé référé n ncias cias podém sér tanto a sinagogas pu pu blicas quanto, ménos fréquéntéménté, a associaçoés judaicas sémi-publicas. Para ésté ultimo, vér, por éxémplo, Philo, Spec. 1.324325 25;; De Deus us 11 111 1; Vir. Vir. 108 (téxto é coméntario ém Andérs Runésson, Donald D. Bindér é Birgér Olsson, éds., The Ancient Sinagoga From its Origins to 200 CE: A Source Book (Léidén: Brill, 2008), nos. 201-203. Quanto as réunioés publicas na sinagoga désignadas ekklēsia , véja Joséfo, qué fréquéntéménté fréquéntéménté usa ésté térmo (por éxémplo, éxémplo, AJ AJ 16.62; 19.332; BJ 1.550, 654; 4.159, 162, 255; 7.412; Vita 267-268). Sirach também aplica o térmo fréquéntéménté as assémbléias publicas da térra (por éxémplo, 15:5; 21:17; 23:24; 31:11; 33:19; 38:32-33; 39:9-10; 44: 15). Cf. também LAB 11.8 ( ecclesia ; para téxto é coméntarios, véja Runésson, ét al, éds., Ancient éds.,como Ancient Synagogue nº 64); 1 Mac. 14:18; 6:16; 14:6.nos Sobré a édéiniça o dé sinagoga instituiça o pub,lica, ou assémblé ia, comJdt. suas origéns porto s da cidadé
da Idadé do Férro, vér Léé I. Léviné, The Ancient Synagogue: The First Thousand Years , 2ª éd. (Néw Havén, CT: Yalé Univérsity Préss, 2005), 21–44; Donald D. Bindér, Into the Temple Courts: The Place of the the Sin Sinago agoga gass no Per Períod íodoo do Se Segun gundo do Tem Templo plo (Atlanta: Sociéty of Biblical Litératuré, 1999), 204–26; Andérs Runésson, As Runésson, As Origens da Sinagoga: Um Estudo Sócio-Histórico (Estocolmo: Almqvist & Wik Wikséll, séll, 2001), 237-400 . (Ja (Jatipo os dé Targum énténdiam énténdia a chamada inst instituiça ituiça o“sinagoga” réuni réunida da na porta da cidadé como séndo237-400. o mésmo instituiça o pubmlica noport proaprio témpo do autor; vér Tg. Neb. Amo Amo s 5.12. 5.12.)) Sobré a déini déiniça ça o da sinag sinagoga oga como associ associaça aça o sémi-publica, vér Runésson, Origins , 169–235; Pétér Richardson, Construindo Judeus em em o Oriente Romano (Waco (Waco,, TX: Baylor Univ Univérsity érsity Préss, 2004), 207-21. 207-21. Como a térmi términolog nologia ia qué désignava éssés dois tipos dé instituiçao, a publica é a sémi-publica, nao éra ixa néssa época, ambos os tipos éram, indistintaménté, chamados pélos mésmos només, ao todo dézéss déz éssété été térmo térmoss gré grégos gos (dos quai quaiss um éra ekklē ekklēsia sia ). , cinco térmos hébraicos é trés térmos latinos (com alguma sobréposiçao; véja o índicé ndicé dé térmos da sinagoga ém ASSB ém ASSB , pa pa gi gina na 32 328) 8).. ASSB na na o tr trat ataa dé toda todass as oc ocor orré ré n ci cias as dé ek ekkl klēs ēsia ia como um térmo dé sinagoga, é os éstudos acima méncionados dé Léviné, Bindér é Runésson também faltam a éssé réspéito. Para uma discussao compléta do uso désté térmo ém téxtos é inscriçoés gréco-romanas é judaicas, incluindo o Novo Téstaménto, véja Ralph Kornér, “Antés “An tés da 'Ig 'Igréj réja': a': Imp Implic licaço aço és Po Polí lítticas, icas, Etn Etno-R o-Réli éligio giosas sas é Téo Téolo lo gic gicas as da Dés Désign ignaça aça o Coléti Col étiva va dé Ség Séguid uidoré oréss dé Cri Cristo sto Pauli Paulino noss como como Ekk Ekklēs lēsiai iai ”, Dissértaçao dé Doutorado, Univérsidadé McMastér, 2014. Para um trataménto éspécíico ico do uso dé ekklē ekklēsia sia por Jose Josefo fo como um térmo da sinagoga, véja Andréw Krausé, “Rétorica, Espacialidadé é Sinagogas do Priméiro Século: A Déscriçao é Uso Narrativo dé Inst Instit itui uiço ço és Ju Judai daica cass na nass Ob Obra rass dé Flav Flaviu iuss José Joséph phus us”” Diss Dissér értaç taçaa o dé do dout utor orad ado, o, Univérsidadé McMastér, a sér déféndida ém 2015. A éntrada classica dé KL Schmidt, “ἐκκλησία,” no Dicionário Teológico de de o Novo Testamento 3:501-36, précisa sér révisado a luz dé pésquisas mais récéntés. 69 PAULO NO JUDAISMO cartas, as coisas mudam drasticaménté. Dé répénté, éncontramos “igréja” introduzido como o équivalénté inglé inglé s dé ekklēsia . Por qué ésta nova palavra, “igréja”, podémos pérguntar, para rotular as assémbléias dos séguidorés dé Jésus, quando Pau aulo lo,, ém sé séu u con conté téxxto to,, na o ésc scol olhé héu u um novo térm térmoo pa para ra as réun réunio io é s dé séus séus déstinata déstin ata rios, rios, mas usou um qué ja ja éra usado por outros judéus, bém como por grégos é romanos?
Réspondéndo a éssa pérgunta, précisamos rédirécionar os holofotés por um moménto para o térmo sy syna naggōg ōgēē , um umaa palav alavra ra qu quéé na nr nrsv sv é ma mais is fr fréq équé uént ntém émén énté té,, ma mass na na o consisténtéménté, traduzida como “sinagoga”. nrsv usa “sinagoga” apénas énquanto synagōgē sé référir a instituiçoés qué os éstudiosos pénsam como não sén séndo do dirig dirigida idass por ségui séguidor dorés és dé Jés Jésus. us. E E som somént éntéé na méd médid idaa ém qué os tradutorés modérnos pércébém quééncontramos a instituiçao aém quésta o pérténcé Paulo ao “outro”, “outro” idéntiicado como judéu, qué traduça traduça o “sinagoga”. nuncacom usa oa palavra synagōgē , mas como ekklēsia como um térmo foi aplicado também as instituiçoés dé sinagogas judaicas néssa época, é instrutivo comparar como os tradutorés trabalham com synagōgē ém rélaçao a ekklēsia. Lér Paulo no contéxto dé Tiago é Matéus révéla como os térmos ekklēsia é synagōgē sao usados nas traduçoés inglésas do Novo Téstaménto, ém particular a nrsv, para criar a impréssa o dé dois contéxtos institucionais distintos é dé oposiça impréssa oposiça o: o: “igréja” é “sinag “igréja” “sinagoga”. oga”. Essa sépara séparaça ça o insti institucion tucional al é const construí ruíd daa a partir dé outra linha diviso ria anacro diviso anacro nica éntré “crista “crista os” os” é “judéus”, como sé s é fossém duas grupos “réligiosos” ja nésta época, como discutido acima. A hérménéutica da séparaçao da NRSV NRS V pod podéé sér trazid trazidaa a luz atr atravé avés dé um pro procéss céssoo dé com compar paraça açao bas bastan tanté té dir diréto éto.. Ekklēsia ocorré 114 vézés no Novo Téstaménto. O nrsv traduz todos, éxcéto cinco, com "igréja"; as cinco éxcéçoés sao éncontradas ém Atos é Hébréus. Em Atos, como o contéxto déixa claro, ekklēsia podé sé référir tanto a Gréco-70 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA Assémblé Assémb léias rom romana anass ou aju ajunta ntamén méntos tos isr israéli aélitas tas na Bíb blia lia héb hébrai raica. ca.33 33 Em Héb Hébréu réus, s, éncontramos uma référéncia a uma assémbléia publica no Salmo 22, bém como a uma futura assémblé assémblé iiaa dos salvos na Jérusalém céléstial.34 Agora, ém térmos dé traduçao dé uma lí n ngua gua é cultura para outra lí n ngua gua é cultura, a quésta o crucial é ésta: Quando Paulo usa ekklēsia , é isso é féito quarénta é quatro vézés nas quésta cartass indi carta indiscutí scutívvéis,3 éis,35 5 dév dévémo émoss sup supor or qué as péssoa péssoass pén pénsar saram am nis nisso so ins instit tituiç uiçaa o da mésma forma qué fazémos hojé quando ouvimos a palavra “igréja”? “igré ja”? Sé assi assim m for for,, isso isso jus justi tiica icaria ria traduzir traduzir ekkl ekklēs ēsia ia como “igréja”. No éntanto, émbora tal corrélaçao éntré os séguidorés dé Jésus no mundo méditérranéo do priméiro século é os cr cris ista ta os dé lí lín ngua gua in ingl glés ésaa no sé sé c u ulo lo XX XXII ésté éstéja ja im impl plíícita c ita na NR NRSV SV,, éssa éssa déci décisa sa o intérprétativa éé historicaménté quéstiona quéstiona vvél él por va va rias razo razo és. O Oxford English Dictionary déiné “igréja” como um “édifício cio para o culto cristao publico, ésp. da dénominaçao réconhécida pélo Estado (cf. capéla, oratorio); culto cristao publico ”. Outros incluém uma ou organizaça dé todossigniicados os crista crista oos”, s”,listados uma “sociédadé crista crista“comunidadé organizada particular”, umao” (crista), o “corpo
“congrégaçao dé cristaos organizados localménté ém uma sociédadé dé culto réligioso” é assim por dianté.36 Essas déiniçoés corréspondém aos usos mais comuns da palavra “igréja” hojé. Quando ouvimos “igréja”, associamos o térmo a uma instituiça instituiça o religiosa cristã não-judaica . Mas naotém foi isso qué Paulo é séus contémpora néos ouviram quandocontinuidadé 33. Atos 7:38;éntré 19:32,a 39. kjv “igréja” ém 7:38, mas nao ém 19:32, 39, indicando assémbléia dé Israél no désérto, lidérada por Moisés, é as instituiçoés do Novo Téstaménto nas quais Cristo -séguidorés réunidos. 34. Héb. 2:12; 12:23. kjv tém t ém “igréja” ém ambas as passagéns; o priméiro énfatiza “crista “crista o” o” continuidadé com os Salmos, ésté com a futura assémbléia dos salvos. 35. O térmo ocorré ém todas as cartas indiscutívvéis éis (Romanos, 1 Corín ntios, tios, 2 Corín ntios, tios, Ga latas, Filipén Ga Filipénsés, sés, 1 Téssal Téssalonicé onicénsés nsés é Filém Filémom). om). Nas cartas disput disputadas adas ekk ekklēs lēsia ia ocorré dé dézo zoit itoo vé vézé zéss (é (ém m Ef Eféé sios, ios, Co Colo loss ssén énsé sés, s, 2 Té Téss ssal alon onic icén énsé séss é 1 Timo Timo téo) téo).. Ek Ekkl klēs ēsia ia é éncontrada com mais fréqué fréqué n ncia cia ém 1 Corín ntios, tios, ondé ocorré vinté é duas vézés. 36. Lésléy Brown, éd., The New Shorter Oxford English Dictionary on Historical Principles (Oxfor (Ox ford: d: Cla Clarén réndon don,, 199 1993), 3), 1:3 1:399. 99. Outros Outros uso usoss ésp éspéci éciali alizad zados os dé “ig “igréj réja” a” nas cié ciéncias sociais, por éxémplo, té té m séus pro pro prios problémas é na na o précisam nos détér aqui. 71 PAULO NO JUDAISMO ekklēsia foi usada. Para élés, ekklēsia podéria sér uma référéncia a uma instituiçao gréga ou romana dé tipo démocratico, uma instituiçao publica judaica ou uma associaçao voluntaria judaica. ); Nénhum do élés no no s éstamos éxclusivaménté "réligioso" organizaçoés.38
Podémos éstar razoavélménté cértos dé qué, quando Paulo usou o térmo ekklēsia , élé o féz com um énténdiménto judaico do térmo ém ménté, assim, até cérto ponto, séparando-o dos usos gréco-romanos. Isso nao signiica qué o térmo nao répércutiu no régistro políttico ico associ ass ociado ado a s con conig igura uraço ço és in insti stituc tucion ionais ais gréc gréco-r o-roma omanas nas.. O pon ponto to qué é imp import ortant antéé réssaltar aqui, porém, é qué o uso da palavra ekklēsia no priméiro sé sé cculo ulo déséncadéou uma compréénsao do fénoméno para Paulo é os mémbros dé suas assémbléias qué éstava éntrélaçada com uma idéntidadé judaica (institucional), qué, por sua véz, , sé éxpréssou déntro dé um padra padra o mais amplo dé cultura institucional gréco-romana. A A luz déssé antigo contéxto términologico é sociopolíttico, ico, ica bastanté claro qué a traduçao inglésa “igréja” é inadéquada é énganosa, uma véz qué évoca nao apénas um cénario réligioso (modérno) nao-cívvico ico é na nao-pol -polííttico, ico, mas mas,, mai maiss im impor portan tanté, té, imp impoo é nos ant antigo igoss uma idén idéntid tidadé adé institucional na na o-judaica o-judaica séparada para aquélés qué airmavam qué Jésus éra o Méssias. Como ek ekkl klēs ēsia ia foi usa usado do par paraa dif diférén éréntés tés tip tipos os dé ins instit tituiç uiçoo és, més mésmo mo dén déntro tro dé um ambién amb iénté té jud judaic aico, o, é raz razoa oa vél sup supor or qué as pés péssoa soass a s véz vézés és tin tinham ham qué ésp éspéci éciic icar ar a référéncia éxata da palavra, éspécialménté sé um judéu éstava convérsando com naojudéus na diaspora com séus divérsos méios culturais é polítticos. icos. Esta é provavélménté a razao péla qual Paulo ém duas ocasioés parécé acréscéntar o qué dé outra forma – tinha 37. Vér n. 32 acima. 38. Como obsérvado acima ao discutir os térmos “cristianismo” é “judaísmo”, smo”, “réligiao” como o fénoméno é déinido hojé nao éxistia na antiguidadé. Vér a litératura référida no n. 14. 72 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA ekklēsia ésta ésta obviaménté sé référindo a um ambiénté institucional “crista “crista o” (uma “igréja”) – séjaa inf séj inform ormaça açao réd rédund undant anté. é. Em 1 Tés Téssalo saloni nicén cénsés sés é Ga Ga lat latas, as, rés réspéc péctiv tivamén aménté, té, Pau Paulo lo éscrévé o séguinté: Pois vocé cé s , irma o s é irma s , tornaram am--sé imitad adoorés rés das ekklēsiōn [ist [istoo é , assémbléias/sinagogas] dé Déus em Cristo Jesus qué ésta ésta o na Judéia, pois vocés sofréram as mésmas coisas dé séus pro pro prios compatriotas como élés sofréram dos judéus39 (1 Téss. 2). :14). Eu ainda éra désconhécido dé vista das ekklēsiais [assém [assémblé blé ias/sinag ias/sinagogas] ogas] da Judé Judé ia ia que estão em Cristo (Gl 1:22). Em outras palavras, uma véz qué ekklēsia ém ambiéntés judaicos foi usado para désignar instituiçoés sinagogas além daquélas dirigidas por créntés ém Cristo, Paulo éspéciica para séuss dést séu déstin inata ata rio rioss na nao-jud -judéus éus qué qué o qué élé ést éstaa sé réf référi érindo ndo sa sa o as ass assémb émblé léias, ou sinagogas, daquélés qué, como os déstinata déstinata rios, foram
"ém Cristo." Longé dé dénotar instituiçoés nao-judaicas, o uso dé ekklēsia por Paulo indica qué, como “apo “apo stolo das naço naço és”, élé ésta convidando nao-judéus a participar dé ambiéntés institucionais judaicos éspécíicos, icos, ondé podém compartilhar com judéus a éxpériéncia dé vivér com o Méssias réssuscitado. , dé vivér “ém Cristo”. Tal abordagém ém térmo térmoss dé pért pérténcim énciménto énto instituciona institucionall combi combina na bém com o qué Paulo tém a odizér ém térmos téolo-los gicos o lugar séguidorés na -judéus dé para Jésusna rélaça aos judéus. substituí -los ousobré suas institu instituiço içodos és, como sé vivé vivér r o“ém Cristo” naém ojudéus jud éus éxi éxigis gissé sé uma vid vidaa iso isolada lada das sin sinago agogas gas.. A NRS NRSV, V, no ént éntant anto, o, sub substi stitui tui éss éssaa abordagém institucional é téologica do priméiro século é impoé, dé manéira colonial, sua pro pria visa pro visa o dé mundo téolo téolo gica do século XX qué na na o apénas sé baséia, mas també també m – na médida ém qué a traduçao 39. Sobré a traduçao dé Ioudaioi como “judéu” nésté vérsícculo, ulo, véja Runésson, “Invénting Christian Idéntity”, 70 n. 32. 40. Cf. ROM. 11:17-18; 1 Cor. 7:17-24; Garota. 3:28. 73 PAULO NO JUDAISMO é usa usado do ém ambién ambiéntés tés cri crista staos nor normat mativo ivoss – pro procla clama ma a sépa séparaç raçaao ént éntré ré “ju “judéus déus”” é “cristaos”. Olhando além dé Paulo, arguméntéi ém outro lugar qué ekklēsia ém Matéus (16:18; 18:17) na o dévéria sér traduzido como “igréja”, como a NRS diz,41 mas sim “sinagoga” ou “assém “as sémblé blé ia”; ia”; o qué vém vémos os ém Mat Matéus éus é o nas nascim cimént éntoo dé uma sinag sinagoga oga dé ass associ ociaça aça o méssianica judaica ém véz dé uma “ igreja crista crista ” . Néssas passagéns, o viés téo-historico da NRSV éntra ém foco. Uma véz qué os éstudiosos por tras da nrsv concordaram com o princíp pio io hérménéutico dé nao traduzir como “sinagoga” qualquér instituiçao historica dirigida por séguidorés dé Jésus, lémos ém Tiago 2:2: “sé uma péssoa com anéis dé ouro é roupas inas vém ém sua assembléia .” “Assémbléia” é éscolhida aqui apésar do fato dé qué oémgrégo synagōgē nrsv sémpré,Essa séméstraté éxcéçagoia , traduz ésta palavra comoénta “sinagoga” outras partés édousado NovoéTéstaménto. intérprétativa pérmité o qué a nrsv traduza a ekklēsia dé Tiago 5:14 com “igréja”: “Algum éntré vocés ésta doénté? Elés dévém dév ém chamar chamar os anc ancia ia os da igreja é fazér com qué orém por élés.” Esta traduçao évita éfétivaménté a sobréposiça sobréposiça o términolo términolo gica é a conéxa conéxa o éntré as instituiço instituiço és dos séguidorés dé Jésus é outros judéus. 41. Nrsv na na o apénas traduz ekklēsia néssés vérsícculos ulos com “igréja”, mas também acréscénta a palavra “igréja” para duas passagéns, Matt. 18:15, 21, ondé a palavra ekklēsia nao ocorré no téxto grégo. Néssas passagéns, “igréja” substitui o grégo adelphos (“irmao”) ém um moviménto para usar uma linguagém inclusiva dé généro. Tal moviménto é, por si so, élogiado por motivos historicos é hérménéuticos, uma véz qué o inglés com inclusao dé généro rélété a
réalidadé por tra s do grégo (ou séja, as régras listadas foram féitas para homéns é mulhérés). No éntanto, o uso dé “ igréja” éscondé outro aspécto da réalidadé por tras do téxto, a sabér, o caratér judaico da ekklēsia de Mateus , é, portanto, dévéria tér sido évitado. 42. Véja, porGaliléé?” éxémplo,Correntes Andérs Runésson, “Béhind thé 37, Gospél Matthéw: Radical in Post-War em Teologia e Missão n. 6 of (2010): 460–71, aquiPhariséés 462–64. Para a rélaçao éntré as instituiçoés judaicas, véja o graico ém Runésson, “Ré-Thinking Early Jéwish-Christian Rélations: Matthéan Community History as Pharisaic Intragroup Conlict,” Revista de Literatura Bíblica 127, na na oo.. 1 (2008): 95-132, aqui 116. 74 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA A políttica ica dé sépara séparaça çao ént éntré ré “judéus “judéus”” é “cr “crist istaaos” qué a NRS NRSV V da da éxp éxprés réssa sa o na na o é provocada pélasqué fontés, os térmos sinagoga sé sobrépo sobrépoém émoutras éntré traduço aquélés és. qué séguiram Jésus é aquélés nao oondé izéram, ném sémpré éspélhados traduço Enquanto a vérsa vérsa o gréga modérna do Novo Téstaménto dé 1989 substitui syna synagōgē gōgē por “ syn synaxi axiss ” ém Tiago 2:2,43 é assim também évita o judaíssmo mo da palavra “sinagoga”, é a traduçao aléma dé Lutéro, qué tém “Vérsammlung”, faz o mésmo,44 a traduçao suéca dé 1981 tém “sinagoga”. ” (“synagoga”),45 assim como a traduçao suaíli li dé 1952 (“sinagogi”).46 As Sociédadés Bí b blicas licas Unidas' A traduça traduça o dé Ivrit dé 1976 traduz “ bet haknesseth ”, isto é, “sinagoga” “sina goga”,, ém Tiago 2:2. Curiosam Curiosaménté, énté, a traduça traduça o Ivrit dé ekk ekklēs lēsia ia ém Tiago Tiago 5:14 éé “ hakehila ”, qué no hébraico modérno sé référé a uma assémbléia ou congrégaçao judaica, é nao knesiah , qué signiica Assim, das traduçoés méncionadas, apénas a suéca (1981), a suaí llii (1952) é a ivrit (1976) éscolhém términologia qué sugéré éxplicitaménté a séus léitorés qué Tiago provavélménté éstava sé dirigindo a assémbléias judaicas dé séguidorés dé Jésus. .48 Na o ésta Na ésta claro claro,, a luz do éxpos éxposto, to, qué préci précisamos samos dé uma nova manéi manéira ra dé falar sobré os fénoménos institucionais qué éncontramos ém 43. A Sociédadé Bí b blica lica Gréga (o téxto antigo com a traduçao gréga dé hojé). Synaxis , qué é a mésma palavra ém inglés, référé-sé a “uma réunia réunia o para adoraça adoraça o, ésp. para a Eucaristia” (Brown, Oxford Dicionário de Inglês , ad loc.). 44. Die Bibel, oder die ganze Heilige Schrift des Alten und Neuen Testaments nach der Übersetzung Mart Übersetzung Martin in Luth Luthers ers (Wurttémbérgisché Bibélanstalt Stuttgart, 1970). No éntanto,
ekklēsia ém Tiago 5:14 é traduzido Gemeinde (“comunidadé” ou “congrégaçao”), nao Kirche (“igréja”) (“igr éja”) 45. Bibél 200 2000. 0. Ekk Ekklē lēsia sia ém Tiago 5:14 é traduzido församling traduzido församling (“comunidadé”, “congrégaça oo”” ). “congrégaça 46. Biblia (Union Vérsion; Unitéd Biblé Sociétiés, 1952). A traduçao dé ekklēsia ém Tiago 5:14 é , no éntanto, kanisa , “igréja”. 47. Réubén Alcalay, The Complete Hebrew-English Dictionary , 3 vols. (Tél Aviv: Massada, 1990), ad loc. 48. Entré as traduçoés ém inglés, podé sér intéréssanté notar, éspécialménté considérando séu método dé traduçao, qué The Bible in Basic English (BBE), produzido sob a lidérança do éstudioso da Bíblia blia hébraica Samuél H. Hooké ém coopéraçao com a Cambridgé Univérsity Préss é o Ortho Orthologic logical al Instituté Instituté,, nos aprésénta aprésénta uma éxcéça éxcéça o, o, pois traduz syna synagōgē gōgē como “sinagoga” ém Tiago 2:2. 75 PAULO NO JUDAISMO nossas invéstigaçoés sobré os séguidorés dé Jésus é outros judéus sé procurarmos évitar a pérda dé probabilidadé historica ém nossas traduçoés? Assim como Atos 26:11 airma qué Paulo pérséguiu péssoas qué acréditavam qué Jésus éra o Méssias dentro das sinagogas, para éscritorés do priméiro século como Paul ekklēsia nao sé référiam a corpos dé péssoas éxtérnos éxtérn os a sinag sinagoga, oga, mas a sinag sinagogas, ogas, pu pu blic blicas as ou sémi-p sémi-pu ublica blicas, s, ou para assémblé assémblé iias as messiânicas , independentemente dé sé réunirém no mésmo éspaço institucional dé outros judéus ou ém suas proprias sinagogas dé associação . , judia ou gréco-romana, pois nossos habitos discursivos contémporanéos proíb bém ém intérprétaçoés historicas altérnativas; no sé sé culo culo XXI, uma “igréja” na na o podé, por déiniça déiniça o, éxistir déntro dé uma “sinagoga”. Conclu Conc lusã são: o: So Sobr bree carr carreg egar ar o próp própri rio o fa fard rdo o he herm rmen enêu êuti tico co O uso dos térmos “cristao”/“cristianismo” é “igréja” nos éstudos paulinos nos induz ao érro dé criar o passado aa nossa pro pro pria imagém é impédé as invéstigaço invéstigaço és histo histo ricas dé irém além daquilo qué somos “nos”. ” Précisamos déscolonizar o passado é libértar os mortos do jugo dé um fardo hérménéutico qué cabé a nos carrégar, nao a élés. No inal, a médida qué ouvimos é nos désfamiliarizamos com a cultura do Novo Téstaménto, nossa sénsaçao dé éstar ém um lugar qué é 49. Para os crént créntés és paulinos ém Crist Cristoo como subgru subgrupos pos déntro das sinag sinagogas ogas também consistindo dé judéus qué nao pérténciam a o moviménto dé Jésus, véja Mark D. Nan Na nos os,, The Mystery of Romans: The Jewish Jewish Cont Contex exto to da Cart Cartaa de Paul Pauloo (Minnéapolis: Fortré For tréss ss Préss, Préss, 199 1996); 6); Nan Nanos, os, “A “A s Igr Igréja éjass dén déntro tro das Sin Sinago agogas gas dé Rom Roma”, a”, ém Reading Paul's Letter to the Romans , éd. Jérry L. Sumnéy (Atlanta: Sociédadé dé Litératura Bíb blica, lica, 2012), 11–28; Nanos, Ironia de Gálatas . Quanto aos Evangélhos, a puniçao nas sinagogas
também é uma indicaçao irréfutavél dé qué os séguidorés dé Jésus intéragiam com outros judéuss ém ambi judéu ambiéntés éntés compart compartilhad ilhados os dé sinag sinagogas. ogas. Apénas o Evang Evangélho élho dé Matéu Matéuss inclu incluii évidéncias adicionais sugérindo a criaçao dé uma sinagoga dé associaçao séparada (uma ekklēs ekk lēsia ia ) dirigida por judéus méssianicos, provavélménté éx-fariséus, qué izéram suas proprias régras é puniram a désobédiéncia; véja Matéus. 18:15-18. Para uma discussao sobr sobréé Ma Matéu téuss a éssé éssé ré résp spéi éito to,, véja véja Runé Runéss sson on,, “Ré “Réth thin inki king ng Ea Earl rlyy Jéw Jéwis ish– h–Ch Chri risti stian an Rélations”. 76 A QUESTAO DA TERMINOLOGIA na na o o nosso é um probléma do século XXI, na na o do priméiro século, a sér résolvido. Para isso, précisamos désaiar, como sugéri aqui, a idéologia dé idéntidadés, réligioés é instituiçoés distintas, qué vém a tona quando a NRSV usa os térmos “igréja” é “sinagoga”, bém como quando falamos dé “crista “crista os” é “judéus” no Novo Téstaménto. Esséé désai Ess désaioo sé aplica aplica a tra traduç duçaao dé todo todo o Nov Novoo Tés Téstam tamént énto, o, mas é ésp éspéci écialm almént éntéé problématico quando lémos Paulo. Simplésménté ouvindo léituras sémanais dé traduçoés da Bíb blia lia,, gé géraç raçooés dé fréq fréqué uént ntado adoré réss dé ig igré réja jass é cr cria ianç nças as da ésco éscola la dom domin inic ical al intérnalizam a políttica ica dé idéntidadé réligiosa modérna, como sé pérténcéssé ao priméiro século. Entao, sé um prégador historicaménté informado déscrévéssé um cénario diférénté é historicaménté mais sintonizado ao éxplicar o téxto, um cénario no qual éncontramos idénti idé ntidadé dadéss é insti institui tuiço ço és sob sobrép répost ostas, as, tal cén cénaarrio io é imé imédia diatam tamént éntéé ént énténd éndido ido pél pélaa congrégaça o como ém ténsa congrégaça ténsa o com , ou mésmo contrariado péla pro pro pria Bíb blia! lia! Como o inglés é a lín ngua gua dé pésquisa para a maioria dos éstudiosos no mundo dé hojé, tal idéologia dé séparaçao é idéntidadés incompatívvéis, éis, qué sé origina nas traduçoés é nao nos pro prio pro prioss téxtos antigos, é facilménté facilménté incorpo incorporada rada ém artig artigos os acadé académicos é mono monograi graias. as. Inconsciéntéménté, a linguagém qué usamos quando fazémos nossas pérguntas, uma linguagém qué foia “déscobrir” moldada péla quasé nos obriga ummanéira “crista o”como apréndémos a falar énquanto créscémos, “crista Paulo. Mas buscando dar voz a péssoas é mundos silénciados pélo témpo é péla polí ttica, ica, a taréfa do historiador é ir além – nao réforçar – as idéntidadés réligiosas contémporanéas, séjam élas cristas ou judias. A términologia usada pélas proprias fontés nos convida a énténdér Paulo como praticanté é proclamador dé uma forma minoritaria dé judaísmo judaí smo qué éxistia no priméiro século. Tal convité, éntrétanto, nao é o im do projéto dé pésquisa; é o séu pro pro prio coméço. 77 3 A Quésta Quésta o das Suposiço Suposiço és: Tora
Obsérva ncia no priméiro sé Obsérva sé cculo ulo Karin Hédnér Zéttérholm Grandé parté do débaté sobré sé Paulo éra um répréséntanté do judaíssmo mo do priméiro século céntrou-sé na quéstao dé sua rélaçao com a “léi” judaica, isto é, a Tora. Embora a maioria dos proponéntés daintrí visan oséco tradicional présuma qué,é apo sua “convérsa o”,aPaulo nao atribuiu mais um valor nséco a idéntidadé judaica naosconsidérou mais Tora como obrigatoria, os adéptos do Paulo déntro da pérspéctiva do judaí ssmo mo géralménté susténtam qué Paulo pérmanécéu um obsérvador da Tora. Judéu ao longo dé sua vida.1 Ambas as posiçoés corrém o risco dé assumir 1. Para um lévantaménto das diféréntés posi po siço ço é s, vé vérr Ma Magn gnus us Zé Zétt ttér érho holm lm,, Approaches to Paul: A Student's Student's Gu Guid idee to Paul Paul (Minné (Mi nnéapo apolis lis:: For Fortré tréss ss Pré Préss, ss, 200 2009), 9), 69– 69–90 90 (a Visa Visao Tra Tradic dicion ional) al),, 127 127–16 –163 3 (a Nov Novaa Pérspéctiva Radical). 79 PAULO NO JUDAISMO qué a obsérv obsérvaan ncia cia da Tora Tora é um féno féno méno bastan bastanté té ésta ésta tico é na na o prob probléma léma tico, tico, é, alé alé m disso, qué nosso conhéci disso, conhécimént méntoo da halak halakah ah no pri priméiro méiro sé século nos pérmité détérmin détérminar ar sé Paulo éra ou na na o obsérvador da Tora Tora é, ém caso airmativo, ém qué grau. No éntanto, para énténdér a rélaçao dé Paulo com a léi judaica, précisamos nos libértar da noça o comu noça comum m (acadé (acadé m mica) ica) da obsérv obsérvaancia da Tora Tora como um féno féno méno simplé simpléss é claro é abordar a quéstao dé uma manéira mais sutil. Para obtér uma mélhor compréénsao do qué a obs obsérv érvaanci nciaa da Tor Toraa na réalid réalidadé adé imp implic lica, a, acr acrédi édito to qué uma dis discus cussa sa o dé alg alguma umass suposiçoés é condiçoés gérais rélacionadas a obsérvancia da Tora, bém como éxémplos do judaíssmo mo contémpor contémporaanéo, séra séra u til. Estarémos énta énta o ém mélho mélhorr posi posiça ça o para éxplorar o qué signiicava sér um judéu obsérvanté da Tora no priméiro século, é as implicaçoés qué isso tém para énténdér a rélaçao dé Paulo tanto com a idéntidadé judaica quanto com os padro és dé comportaménto no qué sé référé a Tora padro Tora . O que signiica ser observador da Torá? Déixé-mé coméçar airm Déixé-mé airmando ando o o bvio bvio:: a obsérv obsérvaan ncia cia da Tora Tora sign signiica iica coisas difér diféréntés éntés para diféréntés grupos é péssoas é, portanto, péssoas diféréntés déiném uma violaçao da obsérva n obsérva ncia cia da Tora Tora dé manéira diférénté. Isso éé auto-é auto-évidén vidénté, té, mas mésmo assim muitas vézés na na o é lévado suic suiciéntém iéntéménté énté ém conta quando sé discuté a rélaçao dé Paulo com a Tora. Estudiosos fréquéntéménté falam sobré “infringir a léi judaica” como sé fossé algo absoluto como passar um sinal vérmélho, mas a léi judaica géralménté nao é tao clara, é a avaliaçao sé um détérminado ato é uma violaça o da halakah dépéndé da pérspéctiva dé o grupo é o indivíd violaça duo uo qué faz a réclamaçao. Por éxémplo, quando um amigo méu israélénsé, qué sé déiné como
“ortodoxo libéral”, janta ém nossa casa, qué tém uma cozinha nao-koshér, é comé ém nossos pratos nao-koshér, isso séria considérado uma violaçao da halakah do ponto dé vista éstritaménté ortodoxo. Mas 80 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES méu amigo nao concordaria qué élépérmité ésta infringindo léi judaica coméndo casa.é Elé arguméntaria qué a léi judaica um cérto agrau dé intéraça o comém nanossa o-judéus, qué obsérvar a léi judaica também énvolvé nao oféndér séus anitrioés nao-judéus por nao comér ém sua casa, ou fazé-los tér problémas éxtras, éxigindo qué élés comprar pratos dé papél. Elé assumé, naturalménté, qué na na o sérviríaamos mos comida proibida péla léi judaica. Outro amigo, qué pérténcé ao moviménto consérvador, cérta véz nos convidou para o jantarr dé Shab janta Shabat at ém sua casa é, quan quando do a noité acabo acabou, u, élé pégo pégou u o téléfo téléfoné né é chamo chamou u um taxi para nos. Isso séria considérado uma violaçao da léi judaica dé acordo com os padroés ortodoxos, mas dé acordo com a intérprétaça intérprétaça o da halakah dé nosso anitria anitria oo,, na na o éra. A séu vér,, élé na vér nao ést éstava ava “in “infri fringi ngindo ndo a léi” léi”,, mas int intérp érprét rétand ando-a o-a,, ou mélh mélhor, or, apl aplica icando ndo a intérprétaça o da dénominaça intérprétaça dénominaça o a qué pérténcé. Uma véz qué a léi judaica é o résultado dé uma intérprétaçao colétiva contínua contí nua é éxténsao dé in inju junç nçooés é pr prin incí cíp pios ios ésta éstabé bélé léci cido doss na Bí Bíb blia lia hébr hébrai aica ca,, désa désaco cord rdos os sobr sobréé su suaa compréénsao corréta éstao fadados a sé désénvolvér. Muitos mandaméntos bí b blicos, licos, como abstér-sé dé trabalhar no sabado (Ex 20:8-11; 31:13-17; 35:1-3), sao dé naturéza bastanté géral. Elés carécém das préscriçoés détalhadas nécéssarias para coloca-los ém pratica, nécéssitando a élaboraça élaboraça o dé déiniço déiniço és é instruço instruço és mais précisas. No caso da obsérva obsérva n ncia cia do sabado, os rabinos tivéram qué décidir quais atividadés éspécíicas icas éstao implíccitas itas na palavra “trabalho” ( m. Shabb. 7:2). A litératura dé Qumran é o Novo Téstaménto fornécém ampla évidéncia dé qué nao havia consénso sobré ésta quéstao ou ém outras aréas da léi judaica no priméiro século.2 A comunidadé dé Qumran discordava dos fariséus 2. Adéla Yarbro Collins, Mark: A Commentary (Minnéapolis : Fortréss Préss, 2007), 200–205; E. P. Sandérs, Lifé of Jésus,” in Christianity and Rabbinic Judaism: A Parallel History dé of Their Origens“Thé e Desenvolvimento Inicial , éd. Hérshél Shanks (Washington, DC: Sociédadé Arquéologia Bíb blica, lica, 1992), 41-83, ésp. 70-73. E E évidénté a partir do Novo Téstaménto, por éxémplo, qué os 81 PAULO NO JUDAISMO ém qué as atividadés éram proibidas no sabado, é nao sé podé présumir qué as péssoas comuns ténham adérido éstritaménté a qualquér um déssés sistémas halakicos. Muitos séculos dépois, os caraíttas as désénvolvériam sua propria halakah sabatica ém oposiçao ao judaíssmo mo rabín nico. ico. E évidén évidénté té a par partir tir da lité litérat ratura ura rab rabíín nica ica qué as décisoés halakicas événtualménté tomadas foram précédidas por débatés é désacordos dé longa data. Embora os judéus contémporanéos qué éstao comprométidos ém obsérvar a léi judaica todos tod os concor concordém dém qué a int intérp érprét rétaça açao da Mis Mishna hna é obr obriga igato to ria ria,, as div divérg érgééncias ain ainda da
abundam aa médida qué a técnologia sé désénvolvé é surgém novas quésto quésto és na na o abordadas éspéciicaménté péla Bíb blia lia ou péla Mishna Mishna . Uma déssas quésto quésto és éé o uso dé élétricidadé no sa sa b ado ado,, gér géral almé mént ntéé pr proi oibi bido do pé pélo loss ju judé déus us or orto todo doxo xos, s, ma mass pérm pérmit itid idoo po porr mu muit itos os pértén pér téncén céntés tés ao mov movimén iménto to con consérv sérvado ador. r. Inu Inu méros méros éxé éxémpl mplos os adi adicio cionai naiss pod podém ém sér éncontrados na aa rréa éa dé ética médica.3 Em outros casos, circunstancias altéradas é sénsibilidadés morais ém évoluçao lévaram a novo no voss én énté ténd ndim imén énto toss dé décr décrét étos os é pr proi oibi biço ço és bí bíb blic licos os.. Po Porr éxém éxémpl plo, o, os ra rabi bino noss éncontraram uma compréénsa compréénsa o litéral dé “olho por olho” (Ex 21:23-25; Lv 24:17-21; Dt 19:18-21) é o décréto para éxécutar um ilho rébéldé (Dt 21:18-21) irréconciliavél com sua compréénsao do comportaménto moral. Assim, élés réintérprétaram “olho por olho” para signiicar compénsaça compénsaça o monéta monéta ria,4 é tornou inopéranté a léi do ilho rébéldé pélo costumé farisaico dé lavar as maos antés dé uma réféiça réféiça o na na o éra compartilhada por todos (Marcos 7:2; Mat. 15:2). 3. Véja Elliot N. Dorff, “A Méthodology for Jéwish Médical Ethics”, ém Contemporary Jewish Ethics e Moralidade: Um Leitor , éds. Elliot N. Dorff é Louis E. Néwman (Nova York: Oxford Ethics Univér Uni vérsit sityy Pré Préss, ss, 199 1995), 5), 161 161-76 -76;; Dav David id H. Ellé Ellénso nson, n, “Ho “How w to Draw Draw Gui Guidan dancé cé fr from om a Hérit Hér itagé: agé: Jéwis Jéwish h Ap Appro proach achés és to Mor Mortal tal Choicé Choicés”, s”, ém Cont Contempor emporary ary Jewi Jewish sh Ethi Ethics cs and Morali Mor ality ty , 129–39; Louis E. Néwman, “Woodchppérs and Réspirators: Thé Problém of Inté Intérp rpré rétat tatio ion n in Cont Contém émpo pora rary ry Jéwi Jéwish sh Et Ethi hics cs”, ”, ém Con Conte tempo mporar raryy Je Jewis wishh Et Ethic hicss and Morality , 140-60. 4. Mec. R. Ishmaél Nézikin 8 (trad. Lautérbach 3:62-69); m. B. Qam. 2:6, 8:1-3; b. B. Qam. 83b-84a. 82 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES introduzindo tantos pré pré -réquisitos -réquisitos impossívvéis éis qué nunca podéria sér aplicado na pra pra tica.5 Uma das razoés pélas quais os rabinos acharam éssés décrétos problématicos é qué élés os viam como uma violaçao dos principais princípios pios morais é téologicos da Tora, como o ch cham amado ado para para “ama “amarr o pr prooxi ximo mo como como a si més mésmo mo”” (Lv (Lv 19 19:1 :18) 8),, “jus “justi tiça ça , a justi justiça ça pérséguiras” (Déutéronomio 16:20), é caractérizaçoés dé Déus como bom, compassivo, gracioso é pérdoador: “Déus é bom para todos, é suas miséricordias sé ésténdém a todas as suas criaturas” (Sl 145: 9), é “um Déus miséricordioso é miséricordioso, tardio ém irar-sé é grandé gran dé ém béni bénignida gnidadé dé é idélidadé, idélidadé, ésténdén ésténdéndo do a béni bénignida gnidadé dé até até a milé milé ssima ima géraça géraça o, pérdoando a iniquidadé, a transgréssao é o pécado” (Ex 34:6-7). Além disso, a rétaliaçao é a éxécuça o dé ilhos rébéldés paréciam éntrar ém conlito com o pro éxécuça pro prio objétivo é propo propo sito da léi judaica, qué para os rabinos éra criar um mundo idéal é uma sociédadé moral.6
Assim, a léi judaica é mais do qué apénas préscriçoés ou proibiçoés détalhadas rélativas a situaçoés éspécíicas. icas. As léis détalhadas sao baséadas nos princípios pios éé tticos icos da Tora Tora é na pércépçao judaica dé Déus, é éssas duas partés da léi judaica – séu corpo é alma, por assim dizér – éstao intimaménté conéctadas dé modo qué as léis éspécí icas icas traduzém valorés morais ém modos concrétos dé comportaménto.7 A fundaça fundaça o dé 5. b. Sanh . 71a. 6. Elliot N. Dorff, For the Love of God and People: A Philosophy of Jewish Law (Filadélia: Jéwish Publication Sociéty, 2007), 222–26. 7. Para a rélaça o íntima ntima éntré princíp pios ios gérais é léis éspécíicas, icas, vér Haim N. Bialik, Hala Ha lach chah ah an andd Agga Aggada dahh , tra trad. d. Léo Léon n Si Simon mon (Lo (Lond ndrés: rés: Dép Départ artamé aménto nto dé Edu Educaç caçaa o da Fédéraçao Sionista da Gra-Brétanha é Irlanda, 1944) qué os compara a dois lados da mésma més ma moéda moéda,, ou gélo é a ggua. ua. Elé éscr éscrévé évé:: “ Hal Halach acháá [isto é, léis éspécíicas] icas] usa uma carran car ranca, ca, Aggada [isto é, conhéciménto, princíp pios ios gér gérais ais]] um sorris sorriso. o. Um Umaa é péd pédant anté, é, sévéra, sévér a, inlé inléxí xívvél él — toda toda ju just stiç iça; a; o ou outr troo é comp complac lacén énté té,, léni lénién énté té,, ma maléa léa v él — todo todo miséricordioso. . . O priméiro ésta préocupado com a casca, com o corpo, com as açoés; o outro com o miolo, com a alma, com inténçoés” (9). Vér também Abraham J. Héschél, God in Search of Man: A Philosophy of Judaism (Nova York: Farrar, Straus & Giroux, 1989), 336-37. Héschél lida ascha rélaço és inéfa dolhés homém com outros hom omén énss éscrévé: é com com “Agada o mu mun ndo. do.com Ha Hala lach a li lida da comvéis dé déta talh és,, comcom cada caDéus, da ma man nda damé mén nto séparadaménté; agada com toda a vida, com a totalidadé da vida réligiosa. Halacha lida com a léi; agada com o signiicado da léi” (336). 83 PAULO NO JUDAISMO A léi judaica judaica é a cré crénça nça ém um Déus mor moral; al; assim assim,, a léi éé intér intérpré prétad tadaa é mol moldad dadaa por considéraço és morais.8 considéraço Sé uma léi éspécíica ica viola os princípios pios morais da Tora, podé sér nécéssario, ém cértas circunsta n circunsta ncias, cias, suspéndér éssa léi éspécíica ica para présérvar é salvaguardar a Tora Tora . Os rabinos tinham um térmo para isso, a sabér, “agir para o Sénhor” (baséado ém uma compréénsao midrashica do Salmo 119:126), com o qual élés quériam dizér qué, ém cértas situaçoés, agir no intéréssé dé Déus podé éxigir a dissoluçao dé um léi. Uma variaçao do mésmo téma aparécé no Talmudé Babilonico ém uma déclaraçao atribuíd daa a Résh Lakish: “A “A s vézés, a aboliçao da Tora é sséu éu fundaménto” ( b. Menah . 99b).9 A idéia idéia dé qué a sus suspén pénsa sao da Tora Tora no sénti séntido do dé uma léi par partic ticula ularr pod podéé sér sérvir vir para présérvar a Tora no séntido da léi judaica como um todo chama a aténçao para a confusao poténcial causada pélo fato dé a palavra Torá tér va va rios rios signi signiicad icados os diféré diféréntés. ntés. Embo Embora ra possa sér usada no séntido dé léis particularés, a palavra torá signiica um concéito mais amplo é matizado qué ém hébraico sé référé a “instruça “instruça o”.
“ apréndizagém” ou “oriéntaça “oriéntaça o”. o”. As porço porço és légais da Tora Tora incluém muitos tipos diféréntés dé léis, désdé normas éticas até léis sobré puréza, bém como costumés ligados a idéntidadé judaica. Novamé Nova mént nté, é, um éx éxém émpl ploo do ju judaí daísmo smo con contém témpor poraanéo pod podéé sér sérvi virr par paraa ilu ilustr strar ar os diféréntés séntidos da palavra Tora: Um judéu réformista réconhécéria prontaménté qué élé “viola a léi” no séntido dé nao obsérvar a halakah, ja qué élé nao considéra a léi judaica tradicional como obrigatorio, mas a péssoa nao diria qué “québra a Tora”. Pélo contrario, él éléé air airma mari riaa qu quéé os pr prin incí cíp pios ios é t ic icos os da To Tora ra , nos qu quai aiss o juda judaííssmo mo réf réform ormist istaa tradic tra dicion ionalm almént éntéé sé con concén céntra tra,, é a par parté té mai maiss imp import ortant antéé da rév révéla élaça çao div divina ina (T (Tora ora ). ). Assim, élé 8. Dorff, Love of God , 211-243. 9. Eliézér Bérkovits, Not in Heaven: The Nature and Function of Halakhah (Nova York: Ktav, 1983), 64-70. 84 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES airmaria qué sua vérsao do judaíssmo mo é sua intérprétaçao do qué signiica sér judéu é mais iél a inténçao divina por tras da Tora do qué a préocupaçao dé um judéu ortodoxo com os détalhés da halakah. A léi jud judaic aicaa é sim simplé plésmé sménté nté um sis sistém témaa mui muito to mais mais com compléx pléxoo é lé léxí xívvél él do qué podé parécé par écérr a pri priméi méira ra vis vista. ta. Séu désé désénv nvolv olvimé iménto nto é mol moldado dado por sua suass par partés tés int intérn érnas as – princíp pios ios morais, téologia, historia, éscatologia – bém como pélo qué ésta acontécéndo no ambiénté ém qué funciona.10 Léis éspécíicas icas tomam forma ém um procésso dialético éntré téxtos judaicos tradicionais (a Bíb blia lia é sua intérprétaça intérprétaça o rabín nica), ica), por um lado, é fatorés na na o téxtuais, como a réalidadé social, incluindo désénvolviméntos ém ciéncia é técnologia, por outro. Entré os fatorés téxtuais, saComo o considérados os princíhala p pios ios gérais quantoéé n osfasés mandaméntos ou proibiço proibiço és éxplí ccitos. itos.sa diféréntéstanto autoridadés hala q quias uias colocam nfasés diféréntés ém diféréntés fatorés, fator és, dando prio prioridadé ridadé a algun algunss sobré outros, suas déciso d éciso és ém casos éspéc éspécííicos icos sérao diféréntés, émbora todos éstéjam comprométidos com a léi judaica é considérém a halaca obrigatoria. Um débaté récénté sobré rélaçoés éntré péssoas do mésmo séxo déntro do moviménto consér con sérvad vador or é déciso déciso és sub subséq séquén uéntés tés sob sobré ré o qué é hal halaki akicamé caménté nté pér pérmit mitido ido po podém dém ilustrar ilust rar éssa dina dina m mica. ica. Para alguns rabinos rabinos consér consérvador vadorés, és, a déscob déscobérta érta mé mé d dica ica dé qué a oriéntaçao séxual é inata é qué as téntativas dé muda-la nao funcionam (fator nao téxtual) signiicava qué a visao tradicional dé qué atos homosséxuais constituíaam m uma rébéliao délibérada contra a léi judaica nao podia mais sér susténtada. Como résultado, mantér a proibiçao da tradiçao dé qualquér forma dé rélaçoés homosséxuais foi visto como uma violaçao da ordém da Tora dé nao oprimir os outros é como minar a visao dé Déus como
moral é compa compassivo ssivo;; élé subvértéu os numérosos apélos apélos da Tora Tora para cuidar dé outra outrass péssoas. 10. Dorff, Amor Dorff, Amor de Deus Deus , 225. 85 PAULO NO JUDAISMO Motivados pélo dano psicologico qué a postura tradicional impunha aos homosséxuais é suas famíllias, ias, éssés rabinos éscrévéram um résponsum révogando as éxténsoés rabín nicas icas da proibiça proibiça o bíb blica lica (Lv 18:22; 20:13), pérmitindo qué lésbicas praticassém séxo é homéns a sé énvolvérém ém formas dé éxpréssao séxual com éxcéçao do séxo anal.11 Os opositorés désta décis décisaao argum arguméntar éntaram am qué as consi considéraço déraço és morai moraiss contém contémpora pora néas baséa baséadas das ém porço és na porço na o légais da Tora Tora na na o podér podériam iam supérar uma proi proibiça biça o bíb blica lica éxplíccita ita é sua intérprétaçao por géraçoés dé autoridadés halaquias. Por isso, émitiram uma décisao qué manté m a tradic manté tradiciona ionall proibiça proibiça o das rélaço rélaço és homos homosséxuais séxuais.12 .12 As duas posiço posiço és tomad tomadas as sobré ésta quéstao rélétém diféréntés énfasés sobré os multiplos fatorés énvolvidos no procésso dé criaçao dé léis éspécíicas, icas, um priorizando a proibiçao éxplíccita ita é o outro a proibiçao géral princíp pios ios por tras das léis individuais. Ambos foram formulados por rabinos qué éstao totalménté comprométidos ém obsérvar a Tora. Nésté caso particular, éntrétanto, élés discordam sobré como as instruçoés é inténçoés dé Déus dévém sér traduzidas ém régras éspécíicas icas,, ist istoo é, com comoo a léi jud judaic aicaa é mél mélhor hor salvaguar salvaguardad dada. a. moviménto podé aa s vézés também produzir d déciso éciso és diféréntés. As autoridadés halakicas também divérgém sobré o papél é o signiicado atribuí d dos os a fatorés nao téxtuais na formaçao das léis. Embora éxistam inuméras éxcéçoés, os rabinos ortodoxos ém géral sao mais 11. Elliot N. Dorff, Daniél S. Névins é Avraham I. Réisnér, “Homosséxuality, Human Dignity, & Halakhah: A Combinéd Résponsum for thé Committéé on Jéwish Law and Standards”, 2006, ém http://www.rabbinicalassémbly.org/sités/défault/i http://www.rabb inicalassémbly.org/sités/défault/ilés/public/halakhah/téshuvot/ lés/public/halakhah/téshuvot/ 20052010/ dorff_névins_réisnér_dignity.pdf. Numa résponsum qué é também um énsaio géral sobré as diféréntés abordagéns do diréito, Gordon Tuckér discuté a intér-rélaçao éntré o diréito (halakah) é a narrativa (aggadah) no procésso décisorio do moviménto consérvador; Tuckér, “Arguméntos Halakhic é Métahalakhic Concérning Judaism and Homoséxuality,” 2006, ém http://www.rabbinicalassémbly.org/sités/défault/i http://www.rabb inicalassémbly.org/sités/défault/ilés/public/halakhah/téshuvot/ lés/public/halakhah/téshuvot/ 20052010/ tuckér_homosséxuality.pdf .
12. Joél Roth, “Homosséxuality http://www.rabbinicalassémbly.org/sités/
Révisitéd”,
2006,
ém
défault/ilés/public/halakhah/téshuvot/20052010/roth_révisitéd.pdf.. défault/ilés/public/halakhah/téshuvot/20052010/roth_révisitéd.pdf 13. Para um résumo do débaté, vér Dorff, Love of God , 232-43. 86 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES céntrado no téxto é ménos inclinado a déixar qué as sénsibilidadés morais modérnas é a réalidadé social inluénciém suas décisoés halakicas. No caso das rélaçoés éntré péssoas do mésmo séxo, por éxémplo, isso léva lé va a uma postura consérvadora, mas na na o nécéssariaménté ém outras aa rréas. éas. Na auséncia dé proibiço proibiço és éxplícitas, citas, a céntralidadé no téxto podé résultar ém um umaa po post stur uraa ma mais is pr prog ogrés réssi sist staa do qu quéé a das das dén dénom omin inaç açoo és, és, qu quéé atri atribu buém ém um signiicado maior as considéraçoés morais, como é évidénté nas décisoés halaquias déntro do judaíssmo mo ortodoxo ém quésto quésto és dé ética médica.14 Assim como uma léi éspécíica ica podé éstar ém ténsao com um princípio pio moral ou téologico, léis individuais individuais podém aa s vézés éntr éntrar ar ém conli conlito to umas com as outra outras, s, éxigi éxigindo ndo qué séja dadaa pri dad priori oridadé dadé a uma léi sob sobré ré a outra. outra. Sér um judéu obsér obsérvad vador or da To Tora ra réq réquér uér um constanté ato dé équilíb brio, rio, dando prioridadé a algumas léis sobré outras ém détérminada situaçao. Os détalhés désté ato dé équilíb brio rio sao négociados individualménté, émbora as diféréntés dénominaçoés déinam um padrao géral. Uma péssoa énvolvida ém tal ato dé équilíb brio, rio, qué déixa dé lado uma léi para dar pri prioridad oridadéé a outra léi ou princíp pio io géral ém uma détérminada détérminada situa situaça ça o, o, natur naturalmént alméntéé na na o ésta ésta viol violando ando a léi judaica ou négan négando do séu compromis comp romisso so com éla: éla ésta ésta intér intérprétan prétando do é aplic aplicandoando-o. o. Vivér ém um ambi ambiénté énté na na ojudai judaico co ou na na o-ob -obsé sérv rvado adorr to torn rnaa éssé ésséss at atos os dé équi équilí líb brio rio aind aindaa ma mais is comp compléx léxos os.. Dénominaço Dénom inaço és é indi indiví víd duos uos nég négoci ociam am éss éssas as situaç situaçoo és dé man manéir éiras as dif diféré érénté ntés, s, o qué signiic sign iicaa qué os judéu judéuss ortod ortodoxos oxos podém alégar qué algum algumas as déciso déciso és hala hala quias émitidas émitidas por rabinos ésta o fora dosavaliaça limitésoda halakah quéconjunto élés éstaodéinfringindo léi, ém outrasconsérvadorés palavras – mas ésta é uma baséada ém– um prioridadésa ortodoxas qué nao podém sér simplésménté adotadas acriticaménté por um obsérvador éxtérno ou éstudioso. 14. Véja, por éxémplo, a posiçao assumida sobré a clonagém: Elliot N. Dorff, Matters of Life an andd Death: Death: Um Umaa Abor Aborda dage gem m Juda Judaic icaa à Ét Étic icaa Mé Médi dica ca Mo Mode dern rnaa (Phi (Philadélp ladélphia: hia: Jéwish Publication Sociéty, 1998), 313-24. 87 PAULO NO JUDAISMO O objétivo dé tudo isso éé ilust ilustrar rar qué éstabélécér é aplicar aplicar a halak halakah ah sa sa o procéssos ao mésmo témpo compléxos é multifacétados, nos quais sao lévados ém conta multiplos
fatorés, inclusivé a réalidadé social contémporanéa. Um compromisso comum com a léi judai judaica ca po podé dé,, no én énta tant nto, o, lév lévar ar a déci déciso so és mu muit itoo difé diféré rént ntés és.. Assi Assim, m, déc décid idir ir sé um détérminado ato constitui ou na na o “infringir a léi” na na o é ta ta o simplés. A avaliaça avaliaça o dépéndé do grupo ao qual o indivíduo duo pérténcé, da intérprétaçao péssoal dos détalhés da halakah do indivíd duo uo ou grupo ém quéstao, bém como da situaçao particular. O qué é para um grupo ou indivíd duo uo uma violaç violaçaao da hal halaka akah h é par paraa out outro ro uma intérp intérprét rétaça açao légí légíttima ima qué é nécéssa ria para présérvar a léi judaica! nécéssa Embora o éscopo da léi judaica fossé muito mais limitado no priméiro século do qué véio a sér na tradiçao rabín nica ica subséqu subséquénté, énté, na na o ha ha raza raza o para pénsar qué o sistém sistémaa halak halakic ic funcionassé dé uma manéira inéréntéménté diférénté. Exémplos da litératura rabí n nica ica mostram qué os rabinos éstavam énvolvidos ém um procésso dialético dé éstréitar algumas léis é éxpandir éxpandir outras, qué é sémélh sémélhanté anté ao proc procésso ésso no qual os rabi rabinos nos contémpora contémpora néos ainda sé énvolvém. A léi podé tér tido visoés muito diféréntés sobré como traduzir o objétivo é a missao da léi judaica ém régulaméntos praticos é, como os judéus obsérvantés modérnos na diaspora, élés tériam qué équilibrar constantéménté séu compromisso com a léi judaica com os costumés é a réalidadé do dia-a-dia. vida ém séu ambiénté na na o-judaico. o-judaico. Naturalménté, uma péssoa comprométida léi judaica podé, as vézés, déixar dé obsérvar um mandaménto éspécí ico ico ou violarcom umaa proibiça o sém qualquér boa raza o, mas isso signiica qué éssa péssoa, por déiniça déiniça oo,, na na o é obsérvadora da Tora Tora ? Quando méncionéi isso, 15. Dorff, Love of God , 222–32. 88 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES artigo sobré Paulo é a obsérvancia da Tora é a alégaçao comum dé qué Paulo “violou a léi” para um amigo méu judéu, élé dissé simplésménté: “Ah, como a maioria dos judéus, éntao.” Elé ésta cérto, é claro, sé nos concéntrarmos na obsé ob sérv rvaan cciia dédéixa ca cada dadé m an anda damé mén ntomandaménto ao lon longo éspécí da vida viico da. Noviola én énta tan nto, toproibiça , al algu guéém qu quéé ocasionalménté cumprir um ico. ou uma o podé, no éntanto, éntanto, sér um obsérvador obsérvador da Tora Tora no séntido dé qué élé ou éla ésta ésta comp comprométi rométido do com a léi judaica é tém a inténçao dé cumpri-la. Ao mésmo témpo, arrépéndiménto é réstituiçao éstao incluíd dos os na Tora é dévém sér lévados ém considéraçao ao déinir o qué constitui “Obsérva ncia da Tora “Obsérva Tora .” .” Os éstudiosos paulinos téndém a pérdér éssé ponto, aplicando uma compréénsao ríggida ida é légali lég alista sta do qué signi signiic icaa obs obsérv érvar ar a léi jud judaic aica. a. Sé a obs obsérv érvaanci nciaa pér pérféi féita ta da Tor Toraa é éspéra ésp érada da dos ju judéus déus (o qué énv énvolv olvéé uma sé sé rrié ié dé sup suposi osiço ço és int intérp érprét rétati ativas vas), ), ént éntaao qualquér um qué nao aténda a éssas éxpéctativas séria considérado “violador da léi”. A tradiçao judaica, no éntanto, réconhécé éxplicitaménté o fato dé qué ninguém guardara
todos os détalhés da léi o témpo todo! Esté éléménto importanté parécé sér géralménté négligénciado quando os crista crista ooss discutém ésté to to pico. Assim também é o fato dé qué a tradiçao judaica apéla ao pérdao é a graça dé Déus para résolvér ésté énigma. Quando um judéu réligioso coloca séu xalé dé oraçao, com as franjas simbol sim boliza izando ndo os 613 mand mandamén améntos tos,, élé ora: “Qué ést éstéja éja dian dianté té dé vocé vocé . . . com comoo sé éu tivéssé cumprido o mandaménto do tzitzit ém todos os séus détalhés, implicaçoés é inténçoés, bém como os séiscéntos é trézé mandaméntos qué délé dépéndém.”16 Elé sabé qué na na o conséguiu fazér isso, mas pédé Déus para contar a élé como se élé tivéssé. “Obédécér a toda a Léi” é uma frasé qué réconhécidaménté aparécé tanto nas cartas dé Paulo quanto na litératura rabín nica ica.. Em Ga Ga lata atass 5: 5:3, 3, Pa Paul uloo éscr éscrév évéé 16 16.. The Complete Artscroll Sidur. Sidur. Traduça Traduça o é coménta coménta rrio io dé Nosson Schérman (Brooklyn: Mésorah, 1988), 2. 89 PAULO NO JUDAISMO aos géntios adéptos do moviménto dé Jésus: “Uma véz mais, téstiico a todo homém qué sé déixa déi xa circun circuncid cidar ar qué ésta ésta obr obriga igado do a obé obédéc décér ér a tod todaa a léi” léi”.. Os ést éstudi udioso ososs pau paulin linos os géralménté géralm énté énténdér énténdéram am qué isso indica qué Paulo ésta ésta pédi pédindo ndo a obri obrigaça gaça o dé obsér obsérvar var cada mandaménto. Mas a advérténcia surgé no contéxto dé sua téntativa dé dissuadir os géntios oriéntados por Jésus dé émprééndér uma transformaçao dé idéntidadé sé nao tivérém sido dévidaménté avisados das conséqué conséqué n ncias: cias: apo apo s a circuncisa circuncisa o, um na na o-judéu sé torna judéu; dépois disso, élé dévé sé comprometer a guardar toda a parté da Tora qué os judéus sa sa o ordénados a obsérvar. Em fontés rabín nicas, icas, a frasé référé-sé référé-sé a totali totalidadé dadé do corp corpoo dé léi rabín nica, ica, ou séja, a Tora Escrita é a Tora Oral. a obsérvancia dé cada mandaménto, mas no éscopo ou corpo dé léis ao qual a tradiçao rabín nica ica ésta ésta compr comprométi ométida. da. Por éxémp éxémplo, lo, ém b. Abod. Zar. 2b, Déus sé gaba dé qué Israél “guardou toda a Tora”, qué sé répété trés vézés. A ménos qué assumamos qué Déus ésta méntindo, ésta déclaraça déclaraça o dévé sér énténdida como sé référindo a um compromisso géral com a léi pélo povo dé Israél, ém véz do cumpriménto dé cada mandaménto por cada israélita.18 17. Por éxémplo, m. Qidd . 4:14: “Abraa “Abraa oo,, nosso pai, obsérvou toda a Tora Tora .” .” Lev. Rab . 2:10 é b. Yoma fazém déclaraçoés muito sémélhantés. A réclamaçao ém b. Yoma 28b qué Abraa Abraa o “obsérvou toda a Tora” é claraménté apologético é é éxplicitaménté dito qué signiica qué Abraao obsérvou tanto a Tora Escrita quanto a Oral (da forma plural “toratai” no vérsícculo ulo citado, Gén. 26:5). Cf. Gen. Rab . 49:2, 64:4 é 95:3, ségundo os quais Abraa Abraa o conhécia a léi rabín nica. ica.
18. Cf. Tiago 2:10: “Pois quém guarda toda a léi, mas falha ém um ponto, sé tornou ré résp spon onsa sa v él por tu tudo do isso isso”. ”. Aq Aqui ui a é n ffas aséé ésta ésta na im impo port rtaan ci ciaa dé gu guar arda darr cada cada mandaménto, mas a frasé “guardar toda a léi” obviaménté nao signiica isso, mas parécé sé référir a um compromisso com a Tora Tora . 90 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES Observância da Torá no primeiro século Alé m dos fato Alé fatorés rés gérai géraiss rélati rélativos vos a obsér obsérva va n ncia cia da Tora Tora déscri déscritos tos acima, uma discussa discussa o sobré a rélaçao dé Paulo com a Tora é ainda mais complicada pélo fato dé qué sabémos muito pouco sobré a obsérvancia halaquia no priméiro século. Os varios grupos com séus diféréntés difér éntés sistém sistémas as halakicos – farisé fariséus, us, saducéus é a comu comunidadé nidadé dé Qumr Qumran an – a parté parté,, havia também as péssoas comuns qué provavélménté nao pérténciam a nénhum grupo ém particular. Assim, nao podémos assumir qué éxistiu uma halakah éstabélécida comuménté acéita, é nao parécé tér havido uma pratica uniformé mésmo déntro dé cada um dos sistémas halakicos. Por éxémplo, os dois famosos sabios do priméiro século, Hillél é Shammai é séus réspéctivos círculos rculos dé discí discíp pulos, ulos, ambos parécé parécém m tér sido associad associados os ao moviménto farisaico, mas fontés rabínicas nicas régistram inu inu méras disputas légais éntré élés.19 Mésmo Més mo o mov movimén iménto to rab rabíín nico ico ém séu séuss ésta ésta g ios inic inicia iais is na na o ésta éstava va ém po posi siça ça o dé éstabélécér uma halakah comuménté acéita;20 portanto, a litératura rabí n nica ica ésta ésta répléta dé diféréntés opinio opinio és dé rabinos. Por todas as razoés énuméradas acima, é porqué nao sabémos como éra a halakah do priméiro século, éxcéto qué éra divérsa, nao podémos détérminar facilménté quais atos constituíaam m uma violaça violaça o déla. Por éxémplo, a pérmissao dé Paulo ém 1 Corí n ntios tios 10:25 para comér comida comprada no mércado ém Corinto é comér o qué for sérvido quando convidado a jantar com “um incré ulo” (10:27) réalménté prova qué élé na mais a como léi judaica? vinculativa, comodos éstudiosos comuménté airmam,21 ouoéconsidérava mélhor énténdida uma expressão do sé sé c ulo ulo I 19 19.. m. Ber Ber . 8:1-8, por éxémplo, lista suas diféréntés opinioés a réspéito das bénçaos rélacionadas as réféiçoés. Dizém também qué élés tivéram atitudés diféréntés ém rélaçao aos nao-judéus, com Hillél séndo mais acolhédor é abérto aos géntios do qué Shammai ( b. Shabb . 31a). 20. Cathériné Hézsér, “Fragméntaçao Social, Pluralidadé dé Opiniao é Nao obsérvancia da Halacha: Rabinos é Comunidadé na Paléstina Romana Tardia”, Jewish Tardia”, Jewish Studies Quarterly 1 (1993): 234–51. 91 PAULO NO JUDAISMO
Halakah da diaspora judaica para géntios oriéntados por Jésus, como outros sugériram mais récéntéménté? Discutiréi brévéménté 1 Coríntios ntios 8-10 abaixo, uma passagém géralménté considérada crucial para énténdér a rélaçao dé Paulo com a léi judaica, élaborando os arguméntos dé Pétér Tomson Tomson é Magnus Magnus Zéttérholm dé qué o racio raciocí cín nio io dé Paulo ém 1 Corí n ntios tios 8-10 faz séntido como um arguménto halaquico é qué ésta passagém é mais bém énténdida como um éxémplo dé halakah judaica do priméiro século para géntios oriéntados por Jésus do qué uma violaça violaça o da léi judaica. aos éstudioso éstudiososs do Novo Téstaménto. Téstaménto. Lévan Lévando do ém cont contaa a situaçao da diaspora dos géntios oriéntados por Jésus qué éxigia équilibrar o compromisso com o Déus dé Israél com séus compromissos é a vida cotidiana ém uma sociédadé pérméada pélo culto aos déusés gréco-romanos, os arguméntos dé Paulo fazém séntido dentro do quadro da léi judaica, é quando comparado aos débatés rabí n nicos icos postériorés é a législaçao sobré idolatria, conformé éstabélécido no tratado Avodah tratado Avodah Zarah da Mishna, as sémélhanças sa sa o impréssionantés. A quéstao principal ém 1 Corín ntios tios 8-10 é como sé rélacionar com a comida, qué ém uma sociédadé “paga “paga ” podé tér sido préviaménté sacriicada aos déusés gréco-romanos, caso ém qué séria proibida a judéus é géntios créntés ém Jésus por causa dé sua rélaçao com a idolatria. Embora Paulo nao considérassé qué os géntios adéptos dé Jésus fossém obrigados a todas as léis qué sé aplicavam aos judéus, o énvolviménto na idolatria dévéria sér 21. Por éxémplo, Jéromé Murphy-O'Connor, “Fréédom or thé Ghétto (1 Cor VIII:1-13 , X:23–XI:1)”, Ré Révu vuee Bi Bibl bliqu iquee 85 (19 (1978) 78):: 541 541–74 –74,, réi réimp mprés résso so ém J. Mur Murphy phy-O' -O'Con Connor nor,, Keys to First Corinthians: Revi Corinthians: Revisita sitando ndo as Princ Principai ipaiss Quest Questões ões (Oxford: Oxford Univérsity Préss, 2009); Charlés K. Barrét, “Things Sacriicéd to Idols”, ém Essays on Paul (Londrés: SPCK, 1982), 4059. 22. Pétér J. Tomson, Paul and the Jewish Law: Halakha in the Letters of the Apostle to the Gentiles (Assén: van Gorcum, 1990), 187–220; Magnus Zéttérholm, “Puréza é Raiva: Géntios é Idolatria ém Antioquia,” Jornal Antioquia,” Jornal Interdisciplinar Interdisciplinar de Pesquisa sobre Religião 1 (2005): 3–24, ésp.. 10ésp 10-16. 16. Na Na o ést éstou ou pré prétén téndén déndo do um tra tratam tamént éntoo éxa éxaust ustivo ivo dés déssa sa pas passag sagém ém mui muito to discutida é apénas citaréi um numéro limitado dé éstudiosos para démonstrar méu ponto dé vista. 92 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES évitados a todo custo, uma véz qué atos idolatras podériam sér vistos como minando a crénça no Déus dé Israél como o unico Déus. ém um ambiénté nao-judaico; ou séja, como vivér ém uma sociédadé paga é nao sé énvolvér ém idolatria. Esta quéstao dévé tér sido ai aind ndaa mais mais ur urgén génté té para para os gé gént ntio ioss crén crénté téss ém Jés Jésus us (éx(éx- “pag “pagaaos”) qu quéé ésta éstava vam m acostumados a participar plénaménté da vida publica das cidadés gréco-romanas, é qué
provavélménté tinham paréntés é amigos ainda dévotados aos déusés gréco-romanos com quém a intéraça intéraça o contín nua ua éra nécéssa nécéssa rria ia é déséja déséja vvél.24 él.24 Aliméntos comprados no mércado dé Corinto ou oférécidos na casa dé um amigo pagao podém tér sido énvolvidos ém sacrifíccios ios a déusés gréco-romanos, é a quéstao é como os géntios da comunidadé dé Jésus dévém sé rélacionar com éssés aliméntos cuja origém é histo ria na histo na o sao conhécido. O qué élés dévém dé vém fazér néssa situaça situaça o incérta: pérguntar sobré a procédéncia da comida ou abstér-sé dé comér complétaménté? Paulo réspondé qué élés podém comér o qué for véndido no mércado sém fazér pérguntas, pois “a térra t érra é a sua plénitudé sao do Sénhor” (1 Cor. 10:26), uma déclaraçao muitas vézés énténdida pélos éstudiosos como signiicando qué Paulo pérmité o consumo dé aliméntos sacriicados a déusés pagaos é, portanto, como évidé n évidé ncia cia dé qué élé na na o atribui mais signiicado aa léi judaica.25 23. Cf. Atos 15:20, ondé Tiago déclara qué os séguidorés géntios dé Jésus dévém abstér-sé “das coisas contaminadas pélos íd dolos olos é da fornicaça fornicaça oo,, é dé tudo o qué foi éstrangulado é do sangué”. é Didache 6:3: “Pois, sé pudér pudérdés dés suportar todo o jugo do Sénhor, séréis pérféitos; pérféitos; mas sé na na o pud pudér, ér, faça o ma ma ximo ximo qué pudér. pudér. E qua quant ntoo a com comida ida,, sup suporté orté o qué pudér pudér.. Mas éspécialménté abstér-sé dé aliméntos sacriicados a íd dolos; olos; pois ésté é um ministério para déusés mortos”. 24. Sobré a situaçao social dos géntios qué sé juntaram a comunidadé dé Jésus é tivéram qué sé ajustar a abstér-sé da “idolatria”, vér Zéttérholm, “Purity and Angér”, 11-13. 25. Por éxémplo, John C. Brunt, “Réjéitado, “R éjéitado, Ignorado ou Incomprééndido? Thé Faté of Paul's Approach to thé Problém of Food Offéréd to Idols in Early Christianity”, New Testament Studies 31 (1985): 113-24. 93 PAULO NO JUDAISMO No éntanto, téndo ém vista o fato dé qué Paulo no contéxto imédiato (10:1-22) éxorta a comunidadé a mantér-sé longé da idolatria é éspéciicaménté a abstér-sé dé participar dé réféiçoés dé culto no contéxto do témplo (1 Corí n ntios tios 8:4-13). ), parécé improvavél qué sua pérmissao para comprar comida no mércado signiiqué qué élé éstéja abolindo a proibiçao dé comér comida sacriicada sacriicada a íd dolos, olos, éspécialménté dévido ao acordo ésmagador sobré a proibiça o dé comida dé íd proibiça dolo olo déntro da igréja primitiva.26 No capítulo tulo 8, Paulo parécé éstar réspondéndo a uma quéstao éspécíica ica lévantada por alguns géntios oriéntados pormundo Jésus réalménté qué parécém quéstionar a proibiçao dé aliméntos oférécidos aos íd dolos: olos: íd dolo olo no éxisté;'
é qu quéé 'na 'nao ha ha Dé Déus us séna séna o um um'” '” (1 Corí Corín ntios tios 8:4). Essés géntios oriéntados por Jésus parécém arguméntar nas séguintés linhas: Apréndémos (dé Paulo é ém conjunto com outross judéu outro judéus) s) qué ha ha apén apénas as um Déus. Assi Assim, m, as divi divindadés ndadés gréco-r gréco-roman omanas as sa sa o méros íd dolos olos sém pod podér. ér. Sab Sabénd éndoo dis disso, so, réal réalmén ménté té na na o imp import ortaa sé com comémo émoss os alimén aliméntos tos oférécidos oféréc idos a élés, na na o é ? (E isso tornaria tornaria nossas vidas muito mais ffaaccéis!) éis!) Para isso, Paulo réspondé qué élés éstao cértos ém téoria, mas como todos na comunidadé dé Jésus ainda na na o ésta ésta o convéncidos dé qué éssés déusés na na o té té m podér réal, isso importa : Na o éé todo mundo, no éntanto, qué tém Na t ém éssé conhéciménto. Como alguns até agora a gora éstavam tao acostumados com os íd dolos, olos, élés ainda pénsam na comida qué comém como comida oférécida a um íd dolo; olo; é sua inténça inténça o ( sineidēsis ), séndo fraca, é contaminada. . . Mas tomé cuidado para qué éssa sua libérdadé nao sé torné uma pédra dé tropéço para os fracos. Pois sé outros virém vocé, qué possui conhéciménto, coméndo no témplo dé um í dolo, dolo, nao podériam élés, uma véz qué sua inténçao é fraca, sér éncorajados a ponto dé comér 26. Tom omsson on,, Paul and the Jewish Law , 17 1777-86 86.. Clé Clémé mént ntéé dé Al Aléxa éxand ndri riaa é Té Tért rtul ulia iano no énténdéram a décisao dé Paulo ém 1 Corí n ntios tios 10:25 como signiicando qué tudo o qué fossé fos sé com compra prado do no mércad mércadoo po podéri dériaa sér comid comidoo , ex exce ceto to comida para íd dolos, olos, énquanto Crisostomo, Ambrosiastér, Novaciano é Agostinho énténdéram qué, na visao dé Paulo, comida com idaicado déo pr prové ovénié niénciacomo na na o alimén ésp éspéci éciic icada pér pérmi mitid o sém quésti stiona onamén ménto, to,, ning masuésé éspéci éspéciicad por outros aliménto to ada consagrado conséagrado, , tido é proi proibido bido.qué . Notavé Notavélménté lménté, ningué m énténdéu qué Paulo pérmitia o consumo dé comida dé íd dolos. olos. 94 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES comida sacriicada aos íd dolos? olos? Entao, pélo séu conhéciménto, aquélés créntés fracos por quém Cristo morréu sa sa o déstruíd dos. os. (1 Cor. 8:7-11) A palavra gréga syneidēsis é crucial aqui. Embora géralménté traduzido como “consciéncia”, o térmo grégo podé signiicar tanto “inténça “inténça oo”, ”, “conscié n “conscié ncia” cia” é “consciéncia”. Tomson arguménta pérsuasivaménté qué “inténça “intén ça o” ou “co “consc nscié iéncia” tra traduz duz mél mélhor hor o sig signi niica icado do dé syn syneid eidēs ēsis is como usado por Paulo. A razao péla qual é comuménté traduzida como “consciéncia” podé sér dévido ao fato dé qué o équiv équivalénté alénté latin latino, o, conscientia , adquiriu um signiicado prédominantéménté moral, déslocando o foco da inténçao dé idolatria dos “fracos” para a consciéncia do crénté ém Jésus géralménté. Notavélménté, o Crisostomo dé lí n ngua gua gréga énténdéu as palavras dé Paulo como signiicando “inténçao”. Quando Pau Quando Paulo lo ést éstaa fal faland andoo sob sobré ré a int inténç énçaao ou con consci sciéén ncia cia dos fra fracos cos aqu aqui,i, élé ést éstaa présumivélménté sé référindo a éx-paga éx-paga os qué récéntéménté sé juntaram aa comunidadé dé Jésus, mas ainda atribuém a réalidadé a divindadés pagas. abandonaram séu passado, nao éstao convéncidos dé qué os déusés qué costumavam adorar sao méros í d dolos olos impoténtés. Para tal péssoa, cuja inténçao nao é totalménté dirigida ao Déus dé Israél, comér aliméntos
sacriica sacri icados dos aos déus déusés és gré grécoco-rom romano anoss sér séraa um ato dé ido idolat latria ria é, po porta rtanto nto,, lév lévara ara a déstruiçao. Portanto, a considéraçao por aquélés adéptos dé Jésus ém cujas méntés as divindadés pagas ainda tém alguma réalidadé é podér, tém précédéncia sobré o princí p pio io téolo gico 27. Toms téolo Tomson, on, Paul and the Jewish Law , 195-96, 210-16. Tomson (p. 210) aponta qué a in intér térpré prétaç taçaao mor moral al dad dadaa a pas passag sagém ém por Agostin Agostinho, ho, qué na nao con conhéc hécia ia gré grégo, go, provavélménté inluénciou léituras postériorés. 28. Mark D. Nanos, “A idéntidadé politéí ssta ta dos 'fracos' é a éstratégia dé Paulo para 'ganhalos': uma nova léitura dé 1 Corín ntios tios 8:1-11:1 8:1-11:1”, ”, ém Pau Paulo: lo: jude judeu, u, gre grego go e Rom Romano ano , éd. Stanléy E. Portér (Léidén: Brill, 2008), 179-210, no éntanto, arguménta qué “os fracos” sa sa o paga paga ooss por quém Paulo acrédita qué Jésus também morréu é a quém élé éspéra qué um dia sé volté para élé. Considérando o fato dé qué provavélménté havia varios nívvéis éis dé compromisso éntré os éx-pagaos qué récéntéménté sé juntaram a comunidadé dé Jésus, a distinçao éntré algunss délés é aquél algun aquélés és qué pérmanécé pérmanécéram ram compromé comprométidos tidos com os déusés gréco-r gréco-romano omanoss provavélménté éra ménos clara do qué téndémos a pénsar. 95 PAULO NO JUDAISMO qué o Déus dé Israél é o u u nico Déus é todos os outros déusés méros íd dolos olos sém podér.29 O arguménto dé Paulo aqui tém sémélhança com a idéia rabínica dé mar mar'it 'it'ai 'ainn ,30 o princíp pio io ségundo o qual sé dévé abstér-sé dé atos qué sao pérmitidos, mas inapropriados, porqué podém lévar um judéu ménos instruído do a tirar conclusoés falsas é léva-lo a fazér algo qué nao é pérmitido. Um éxémplo dé um contéxto modérno podé ilustrar isso: comér um chééséburgér végétariano obviaménté nao é probléma do ponto dé vista da léi judaica, mas um judéu réligi réligioso oso dévé évita évitarr fazé fazé --lo lo ém pu pu blico porq porqué ué outro judéu qué o vé vé é na na o pércébé qué o hamburgér é végétariano podé pénsar qué chééséburgérs sao pérmitidos é assim violar a halakah coméndo um chééséburgér féito dé d é carné. O signiicado atribuíd doo a cértos atos por outras péssoas também é uma préocupaçao na litératura rabín nica ica primitiva. Assim, nao sé dévé curvar-sé ém diréçao a um témplo pagao para para colét colétar ar um umaa moéd moédaa do ch chaao ou bébé bébérr dé um umaa fo font ntéé po porq rqué ué paré parécé cé qu quéé ésta ésta sé curvando dianté dé um íd dolo. olo. Em véz disso, dévé-sé virar as costas para o témplo para sé curvar cur var,, mas sé na nao for visto visto,, pod podé-s é-séé faz fazéé-lo da man manéir éiraa nor normal mal ( t. 'Abod. 'Abod. Za Zarr . 6:4-6). Embora o proprio témplo pagao nao ténha um signiicado éspécial para o judéu é sua inténçao nao séja a idolatria, o ato é, no éntanto, proibido dévido ao signiicado qué outras péssoas podém atribuir a élé.31 Assim, ém téoria, éssés géntios adéptos dé Jésus sao 29. Tomson , Paulo e a Lei Judaica , 193-198. 193-198. Os judéu judéuss conco concordari rdariam, am, é claro claro,, qué na na o ha ha réalidadé nos ídolos, dolos, mas o arguménto parécé surgir da situaçao dos géntios adéptos dé Jésus qué podém tér pénsado qué éssa logica podéria pérmitir qué élés continuassém a participar do culto paga paga o do témplo. Os judéus qué éstavam acostumados a vivér dé acordo com a léi judaica présumivélménté na na o tinham tais nécéssidadés.
30. Por éxémplo, y. éxémplo, y. Demai 6:2. 31. Tomson, Paul and the Jewish Law , 162-163. Da mésma forma, é détérminado qué ém cértas circunstancias éxcépcionais um judéu podé visitar téatros é éstadios romanos, émbora fossém considérados locais dé idolatria é dérramaménto dé sangué, mas sé élé “chamar a aténça aténça o”, o”, é proibido ( t. 'Abod. Zar . 2: 5-7). Da mésma forma, um judéu nao podé alugar uma casa dé banho a um géntio, “uma véz qué é référido pélo séu [o judéu] nomé”, porqué o géntio podé aquécé aquécé --lo lo no sa sa b bado ado é, assim, as péssoas podém acréditar qué o propriéta propriéta rio judéu ésta ésta profanando o sa sa b bado ado ( m. 'Avod. Zar. 1:9). 96 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES corréto supor qué nao importa sé élés comém aliméntos sacriicados aos déusés grécoromanos, ja qué éssés déusés nao tém éxisténcia réal, mas na pratica élés sao proibidos dé comér éssés aliméntos por causa do impacto préjudicial qué isso podé tér sobré outras péssoas. 32 Dé fato, o arguménto dé qué, uma véz qué nao ha réalidadé para os íd dolos, olos, nao importa sé alguém comé aliméntos sacriicados a élés parécé intéiraménté téorico é nao tém rélaça rélaça o com a halakah. Como éntao conciliar éssa proibiçao com a pérmissao dé Paulo para comér aliméntos véndidos no mércado ou oférécidos na casa dé um amigo paga paga oo?? Coma o qué for véndido no mércado dé carnés sém lévantar qualquér quéstao sobré a inténçao [para a idolatria] porqué “a térra é a sua plénitudé sao do Sénhor”. Sé um incrédulo o convidar para uma réféiçao é vocé ésta disposto a ir, coma o qué for colocado dianté dé vocé sém lévantar qualquér quéstao com basé na inténçao [para a idolatria]. Mas sé alguém lhé dissér: “Esté é um aliménto santiicado”, éntao nao coma, por considéraçao a quém o informou é por uma inténçao – quéro dizér a inténçao do outro, nao a sua propria (1 Cor. 10:25-28).33 A comida oférécida no témplo dé um í d dolo olo (8:10) é conhécida por sér sacriicada a í d dolos olos é, portanto, proibida, énquanto a comida comprada no mércado ou sérvida na casa dé um amigo paga paga o é dé naturéza nao éspéciicada. A ménos qué éxplicitaménté anunciado para sér consagrado a í d dolos, olos, Paulo nao considéra tal comida dé origém nao éspéciicada como comida dé í d dolo. olo. Nao é préciso présumir qué a comida véndida no mércado foi sacriicada a íd dolos, olos, é talvéz, como sugéré Tomson, a comida com ida vén véndid a no mér mércad cado o par para a na na o-a o-ador da rél réligi igiaao pélo gré grécoco-rom romana ana,, ou com como mémbros dadida comunidadé dé Jésus, possa atédorado téradorés sidorés déssacralizada. véndédor, 32.o
Nanos, “Idéntidadé Politéíssta” ta” 189–202, arguménta qué Paulo ésta préocupado nao apénas com o impacto préjudicial sobré os mémbros da comunidadé dé Jésus, mas também com o éféito qué isso podé tér sobré os pagaos. Como os rabinos, Paulo éstava ansioso para évitar qualquér comportaménto qué pudéssé sér visto pélos ido ido latras é criar a impréssa impréssa o dé qué a adoraça o ao déus dé Israél havia simplésménté sido acréscéntada ao pantéa adoraça pantéa o. 33. Minha traduça traduça o é informada péla intérprétaça intérprétaça o gréga é dé Tomson. 97 PAULO NO JUDAISMO simplésménté simplésmén té silén silénciosa ciosaménté ménté consi considérado dérado prof profanado. anado. Altérn Altérnativam ativaménté, énté, como algun algunss rabinos postériorés, élé considérou o ato dé véndér para désconéctar objétos dé um cont contéx éxto to dé cu cult ltoo ( m. 'Abod. 'Abod. Zar Zar.. 4:4-5 4:4-5).34 ).34 Tamb Tambéém é possí possívvél él qué Paulo raciociné na mésma linha qué os rabinos féz mais tardé, atribuindo signiicado ao contéxto cultual: comér no témplo dé um íd dolo olo é claraménté um ato cultual, énquanto a comida do mércado carécé dé um contéxto cultual imédiato.35 A comida sérvida na casa dé um amigo paga o també m podé sér comida sém fazér pérguntas, a ménos qué ém tal réféiçao alguém anuncié: “Esté é um aliménto santiicado”. Entao a comida nao é mais nao éspéciicada, é por sua éscolha dé palavras – “santiicado” ( hierothytos ) ao invés dé “oférécido aos íd dolos” olos” ( eidōlothytos ) qué um judéu ou um géntio oriéntado por Jésus téria usado – a péssoa mostra séu compromisso com éssés déusés. Néssé caso, a comida réprésénta idolatria é, portanto, é proibida, ségundo Paulo. Isso é um pouco pou co sém sémélh élhant antéé ao rac racioc iocíín nio io rabí rabín nico ico ao fazé fazérr né négo go cios cios com com gént géntio ios. s. Bé Béns ns dé détérm dét érmina inada da in inténç ténçaao, qué po porr qua qualid lidadé adé ou con condiç diçaao évi évidén déntém témént éntéé sé dés déstin tinam am a idolatria, sao proibidos, mas sé nao éspéciicados, sao pérmitidos é podém sér véndidos “sém “sé m ans ansiéd iédadé” adé”,, é na na o ha ha néc nécéssi éssidadé dadé dé ind indagar agar sob sobré ré sua i inal nalida idadé. dé. Enq Enquan uanto to as inténçoés idolatras nao forém éxplicitaménté déclaradas, élas nao répréséntam idolatria, mas sé o pagao éspéciicar sua inténçao dé usar os béns para ins idolatras, é proibido até mésmo véndér aa gua gua é sal para élé ( t. 'Abod. Zar . 1:21).36 34. Tomson, Paul and the Jewish Law , 218-219. Nanos, “Polythéist Idéntity”, 202, aponta qué a instruça instruça o dé Paulo implica qué o mércado tém disponívvél él para compra aliméntos na na o rélacionados a ídolos; dolos; caso contrario, tudo ali séria conhécido como aliménto para íd dolos olos é, portanto, por déiniça déiniça o, proibido. Uma déclaraça déclaraça o atribuíd daa a R. Akiva no m. Abod. Zar . 2:3, “A carné trazida para um local dé adoraçao dé íd dolos olos éé pérmi pérmitida tida [para sé béné bénéiciar iciar]; ]; o qué é rétir rétirado ado é proi proibido bido,, pois éé como os sacrifíccios ios do doss mo mort rtos os”, ”, po podé dé in indi dica carr qu quéé a carn carnéé ab abati atida da na na o éra éra a priori considérada consagrada a ídolos dolos é, portanto, éssa carné nao consagrada podé tér sido véndida no mércado. 35. Zéttérholm, “Puréza é Raiva”, 15.
36. Tomson, Paul and the Jewish Law , 203-20. 98 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES Como éxémplo antérior, parécé éstar dizéndo qué é a oriéntaçao réligiosa dé uma péssoano (inténça (inténça o para Déus Paulo ou para “ídolos”) dolos”) qué détérmina sé o aliménto dévé ou nao sér considérado uma oférta dé ídolos, dolos, o qué détérmina sé o géntio crénté ém Jésus podé comé-lo ou nao. O podér da idolatria, ségundo éssa forma dé raciocín nio, io, nao ésta na comida, mas na atitudé é inténçao daquélés qué sao dévotos dos déusés gréco-romanos. Assim, manténdo a proibiçao dé aliméntos sacriicados a íd dolos, olos, Paulo parécé éstar émpénhado ém déinir d éinir as circunsta circunsta ncias ncias ém qué os al alim imén énto toss ém um umaa soci sociéda édadé dé paga paga dévé dévém m sér sér cons consid idér érad ados os “ali “alimén ménto toss dé íd dolos”, olos”, réstringi réstr ingindo ndo a catégo catégoria ria a situa situaço ço és énvol énvolvéndo véndo péssoas com apégo inténci inténcional onal a Gré Gré ccia. ia. At Ativ ivid idadé adéss dé cu culto lto roma romano no.. Somén Soménté té né néssé sséss caso casoss a comi comida da dév dévéé sér sér cons consid idér érad adaa consagrada a íd dolos olos é, portanto, proibida.37 Longé dé déclarar a léi judaica nula é sém éféito, Paulo ésta émpénhado ém estabelecer uma halakah sobré comida dé ídolos dolos par paraa gén géntio tioss ori oriént éntado adoss por Jésus Jésus,, ou ensinar-lhes uma halakah judaica corín ntia tia local éxisténté. A luz dos paral paralélos élos rabín nicos, icos, nao é inconcébívvél él qué élé éxtraia dé uma halakah judaica local sobré aliméntos comprados no mércado dé Corinto. Dé qualquér forma, élé ésta lévando ém conta a situaçao particular é o diléma dos géntios oriéntados por Jésus ao éscrévér sua résposta aa quésta quésta o éspécíica ica qué élés lévantaram. Como indicado acima, a inténçao ou atitudé como fator halakic décisivo na déiniçao da idolatria ésta présénté também nas fontés rabín nicas, icas, é éra uma forma dé lidar com a vida cotidi cot idiana ana ém uma soc sociéd iédadé adé pag pagaa ond ondéé os ésp éspaço açoss pu pu bli blicos cos éra éram m préénc préénchid hidos os com imagéns déusés é impéradorés gréco-romanos, associados déusés é iténs oférécidosdéaos déusés. A convivéncia com os géntioslugarés éra acéita como uma fato da vida; o probléma éra détérminar os moméntos précisos é lidar com élés ou suas possés 37. Brucé N. Fisk, “Eating Méat Offéréd to Idols: Corinthian Béhavior and Pauliné Résponsé in 1 Corinthians 8–10 (A Résponsé to Gordon Féé)”, Trini Trinity ty Jour Journal nal 10 (1989): 49-70, ésp. 60; Tomson, Paulo e a Lei Judaica ; Zéttérholm, “Puréza é Raiva”, 13–15. 99 PAULO NO JUDAISMO qué implicava associaçao com idolatria. No inal, os rabinos éstabélécéram uma déiniçao dé réligiosidadé paga qué consistia éxclusivaménté ém atividadés dé culto, incluindo a fala. Por éxémplo, émbora fossé éstritaménté proibido fazér qualquér coisa qué pudéssé ajudar um paga o a réalizar um ato dé adoraça o dé íd dolos, olos, o bénéfíccio io podé sér dérivado dé
négocios com ídolos dolos qué sé supoé nao térém sido adorados, ou qué foram abandonados, lévéménté désigurados ou ém uma opinia opinia o, véndido por um paga paga o ( m. 'Abod. Zar . 4:4-6). Essé foco nos aspéctos rituais da réligiao gréco-romana tornou pérmissívvél él tudoo qué na tud nao ést éstivé ivéssé ssé dir diréta étamén ménté té associ associado ado ao cul culto to é po possi ssibil bilito itou u qué os jud judéus éus vi vivés véssém sém é fun funcio cionas nassém sém nas cid cidadés adés da dia dia spo spora ra é até até més mésmo mo par partic ticip ipassé assém m da vida vida pu blic pu blicaa até cérto pont ponto. o. Assim, muitos dos débatés no tratado Avodah Zarah da Mishna conc concén éntr tram am-s -séé ém déi déini nirr qu quai aiss at atos os ou comp compor ortam tamén énto toss do doss paga paga os dév dévém ém sér sér considérados parté dé séu culto.38 Claraménté, os rabinos nao pércébiam o podér da idolatria na comida, nas coisas ou nas açoés ém si, mas na forma como os pagaos os tratavam. Foi féita uma distinçao éntré o rélacionaménto humano com os géntios, qué dévéria sér promovido (déntro dé cértos limi limité tés) s) “por cau causa sa da paz” ( t. 'Abod 'Abod.. Zar. 1:3), é séu culto idolatra, qué dévéria sér évitado.39 A litératura rabínica nica fornécé um éxémplo dé um caso duvidoso sémélhanté dé idolatria ondé a inténçao do adorador pagao é décisiva ém rélaçao aos objétos éncontrados ao lado do qué ados Mishna chama dé Markolis,(uma répréséntaça o daOs divindadé romana Mércu rio, o patrono viajantés é mércadorés m. ' Abod. Zar. 4:1-2). transéuntés jogavam pédras ou dépositavam dépositavam alim aliméntos éntos ém frént fréntéé a ésta ésta ttua ua para éxpré éxpréssar ssar sua dévoça dévoça o. o. A quésta quésta o subjacénté a ésta mishnah é como sé podé sabér sé os objétos 38. Tomson, Paul and the Jewish Law , 158-63; Séth Schwartz, “Gamaliél no Banho dé Afrodité: Judaí ssmo mo Paléstino é Cultur Cul turaa Urban Urbanaa nos Sé Séculos Tércéi Tércéiro ro é Qua Quarto rto”, ”, no Talmud Yerushalmi e cultura grecoromana , éd. Pétér Scha Scha fér (Tu (Tu bingén: Mohr Siébéck, 1998), 203-17, ésp. 206-11. 39. Tomson, Paul and the Jewish Law , 163. 100 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES éncontrados ém suas proximidadés sao déstinados ao íd dolo olo ou nao. Sé forém, o judéu podé nao tirar provéito délés, mas sé nao, as pédras podém sér usadas é a comida podé sér véndid vén didaa a um génti géntio. o. A Mi Mishn shnaa ai airma rma qué sé duas duas péd pédras ras sa sa o énc éncont ontrad radas as ao lad ladoo da divindadé, podé-sé présumir qué élas éstao la por acidénté é, portanto, podém sér usadas pélos judéus, mas trés séguidas parécém signiicar inténçao é, portanto, nao podém. Assim, a inténçao é o signiicado dado aos objétos pélo pagao détérmina sé os objétos sao ou nao considérados associados aa idolatria.40 Outro éxémplo da inténçao como fator décisivo na halakah rabí n nica ica é a famosa historia dé Rabban Gamliél, qué nao viu probléma ém visitar uma casa dé banho com uma éstatua dé Afrodité, Afro dité, référin référindo-sé do-sé aa régra régra:: “So “So o qué élés [os paga pagaos] trata tratam m como uma divindadé é proibido, mas o qué élés na na o tratam como uma divindadé é pérmitido” ( m.
Abod. Zar. 3:4). Rabban Gamliél arguménta qué, uma véz qué os pagaos nao tratam a éstatua dé Afrodité na casa dé banhos como um déus, éla podé sér considérada como méra décoraçao. aspéctos cultuais, mas ainda réligiosos, da sociédadé paga, possibilitando-lhés vivér é funcionar ém um ambiénté pérméado dé idolatria.42 Os paralélos rabín nicos icos sao instrutivos porqué ilustram qué o raciocín nio io dé Paulo sé éncaixa pérféitaménté no contéxto judaico da halakah como sé désénvolvéu éntré os rabinos, incluindo como lidar com o désaio dé évitar a idolatria ém uma sociédadé pérméada pélo culto aos déusés gréco-romanos. Longé dé “infringir a léi”, Paulo parécé éstar éngajado no procésso dé aplica aplica -la, déinindo quais atos ém quais 40. Ibid., 208-10. 41. Ibid., 159-60, 213-14; Schwartz, “Gamaliél no Banho dé Afrodité”, 213–17. 42. A législaçao rabín nica ica as vézés parécé um tanto branda. Por éxémplo, R. Yohanan é rélatado para tér pérmitido aos judéus dé Bostra uma fonté cujas aguas foram usadas no culto local dé Afrodité Afrodité ( y. Sheviit 8:11/38b-c), Schwartz, "Gamaliél no Banho dé Afrodité," 216. 101 PAULO NO JUDAISMO circunstancias constituém idolatria é qué nao, dé uma manéira bastanté sémélhanté aos débatés rabín nicos icos no tratado tratado Avodah Avodah Zarah Zarah da Mishna Mishna . Ao éstabélécér um éstado dé diréito para os géntios oriéntados por Jésus, Paulo sé émpénhou no équilíb brio rio énvolvido ao éstabélécér a halakah, lévando ém considéraçao a proibiçao bíblica blica da idolatria é suas intérprétaçoés prédominantés, bém como a situaçao social dos géntios oriéntados por Jésus ém um sociédadé paga, incluindo sua nécéssidadé dé int intéra éragir gir com ado adorad radorés orés dé déu déusés sés gré grécoco-rom romano anos, s, as con condiç diçoo és ésp éspécí écíicas icas da comuni com unidadé dadé ém Cor Corin into, to, inc inclui luindo ndo os va va rrios ios gr graus aus dé com compr promé ométim timént éntoo ént éntré ré séus séus mémbros géntios. Govérnar éssa inténça é o considérada fator crucial qué détérmina a comida ém uma détérminada situaçao dévé ou naoo sér consagrada a ísé d dolos, olos, élé podé muito bém répréséntar uma téndéncia halakic déntro do judaíssmo mo do priméiro século qué foi mais tardé aprééndida é désénvolvida pélos rabinos. Em uma nota inal inal,, pod podé-s é-séé acr acrésc éscént éntar ar qué a léi judai judaica ca é lé léxí xívvél; él; intérprétaçoés é décisoés diférém éntré os diféréntés grupos é déntro do mésmo grupo, é mudam com o témpo. As fontés rabín nicas icas sao muito mais brandas ém rélaçao as rélaçoés com os géntios do qué, por éxémplo, os téxtos dé Qumran ou Jubileus, ou Jubileus, qué pédém uma séparaçao clara ém rélaça o aos géntios: rélaça Séparé-sé dos géntios, é nao coma com élés, é nao faça coisas como as délés. E nao sé torném associados délés, porqué suas açoés sao contaminadas é todos os séus caminhos sao contaminados, désprézívéis véis é abomi abomina na vvéis. éis. Elés abatém séus sacri sacrifí fícios cios aos mortos é aos démo démo nios élés sé curvam; é élés comém ém tu tu mulos. E todas as suas aço aço és sa sa o inu inu téis é
va va s. (( Jub. Jub. 22:16-17) Sé ainda existissem simpatizantés do Jubiléu no témpo da Mishna, élés pr prova ovavél vélmén ménté té tér tériam iam con consid sidéra érado do as déciso déciso és mais mais bra branda ndass dos rab rabin inos os com comoo uma violaçao da léi judaica. Dé fato, sé os rabinos nao tivéssém déinido a léi judaica como a conhécémos, uma comparaça comparaça o com os 102 A QUESTA QUESTA O DAS SUPOSIÇO SUPOSIÇO ES a éstrita proibiçao bíb blica lica da idolatria podé tér lévado os éstudiosos também a décidir qué os rabinos éstavam “violando a léi”. Nao témos méios dé sabér sé outros judéus considéravam Paulo indulgénté ou éstrito, mas a luz da naturéza compléxa da obsérvancia da Tora ém géral é da législaçao rabí n nica ica sobré idolatria ém particular, nada ém séu raciocí n nio io parécé indicar qué élé havia abandonado a léi judaica. Lévar a réalidadé social ém considéraçao ao éstabélécér um éstado dé diréito na na o éé um compromisso da léi judaica – é uma parté intrínséca nséca do procésso halaquico. Como éspéro tér ilustrado usando éxémplos dos procéssos dé tomada dé décisao déntro do judaísmo smo contémporanéo, diféréntés autoridadés halaquias négociam o équilí b brio rio éntré os varios fatorés énvolvidos no procésso dé manéira diférénté, mas ém graus variados, todos lévam ém conta a réalidadé os précédéntés déntro da léi judaica juntaménté com os princíp pios iossocial géraisjuntaménté téolo téolo gicos écom éé tticos. icos. 103 4 A Quésta Quésta o da Concéituaçao: Qualiicando a posiça posiça o dé Paulo sobré a circuncisa circuncisa o ém Dia Dia llogo ogo com os Asséssorés dé Joséfo para Réi Izatés Mark D. Nanos Judéus praticantés do judaíssmo mo no priméiro século obsérvavam o rito da circuncisao,1 por isso podé parécér natural o suiciénté concluir qué os arguméntos dé Paulo dépréciam,2 quando quan do na na o sé opo opo ém a circu circuncisa ncisa oo1. 1. Uma vérs vérsaao désté énsaio foi apréséntad apréséntadaa no “RéRéading Paul as um autor judéu do Ségundo Témplo”, Réuniao dé Nangéroni do Séminario Enoqué, Roma, 23 a 27 dé d é junho dé 2014. 2. Em um dos poucos coméntarios qué podériam sugérir qué alguns judéus podém nao tér praticado a circuncisao, o alégorista judéu Filo sé opoé aquélés qué podém propor qué a pratica litéral podé sér anulada porqué a circuncisao signiica éxtirpar paixoés é déstroi opinio pra opinio és í mpias m pias ( Migração suadéus objéça o sérvé para provar avado; régra.por O conhéciménto désta pra ttica ica judaica éntr éntréé89-91 os na na); oo-judéus -ju é ampl amplaménté aménté compro comprovado; éxémp éxémplo, lo, do priméiro é iníccio io do ségundo cént. cé: 105
PAULO NO JUDAISMO minar a propria idéia dé qué Paulo dévéria sér intérprétado como um répréséntanté do judaíssmo.3 mo.3 Mas a pos posiça içao dé Pau Paulo lo é mui muito to mai maiss mat matiza izada da do qué as léitur léituras as das quais dépéndém dépén dém as concl concluso uso és da tradi tradiça ça o intér intérpréta prétativa; tiva; assim també també m é a pra pra tica do rito déntro do judaísmo. smo. Arguméntaréi qué quando as déclaraçoés dé Paulo sobré a circuncisao sa sao qua quali liica icadas das con contéxt téxtual ualmén ménté té é éxamin éxaminada adass ao lad ladoo dé déc déclar laraço aço és igu igualm almént éntéé qualiicadas féitas por outros judéus, élas révélam um judéu qué sé opos a circuncisao dé um grupo particular dé nao-judéus por razoés muito éspécíicas, icas, razo razo és qué logic logicamént améntéé implicam qué élé dé forma alguma banalizou ou sé opos ao valor pactual da circuncisao paraa os jud par judéus éus qué éxpré éxpréssa ssavam vam fé fé ém (ou mélhor mélhor ain ainda, da, id idéli élidadé dadé a) Jésu Jésuss Cri Cristo sto,, incluindo élé mésmo. Outra manéira dé colocar isso é qué Paulo sé opos aos nao-judéus séguidorés dé Cristo sé tornarém judéus (ou séja, “convértér” a idéntidadé étnica judaica), mas élé nao sé opos, é ém véz disso promovéu, élés praticando o judaí ssmo, mo, (ou séja, “convérténdo” ém um modo dé vida judaico), ao lado dé judéus qué o izéram , como élé. Quando judéus a circuncisa o, a ménos qué sé séus déclaré éspéciicaménté contra rio,osélés éstaodiscutém sé référindo aos pais judéus qué dédicam ilhos dé oito dias a umo rito dé passagém qué apélava para uma aliança iniciada por Déus. Néssa aliança, Abraao é séus déscéndéntés através dé Isaqué é Jaco/Israél (os israélitas) foram ordénados a praticar prati car iélménté ésté rito para sémpré (Gn 17:9-14; 17:9-14; Lv 12:3).4 Os téxtos judaico judaicoss quasé sémpré tratam da circuncisao dé judéus; élés raraménté Horacé, sáb . 1.9.68-70; Pétronio, sáb . 102,14; Joséfo, Ag. Joséfo, Ag. Ap. 2.137; Epictéto, Discursos. 2.9.19-21; Juvé 2.9.19-21; Juvénal, nal, sáb . 14,96-106 (para nao-judéus como parté dé uma progréssao dé adoçao dé praticas judaicas); Tacito, Hist. 5.5.1-2 (para nao-judéus qué sé tornam judéus); Suétonio, Domiciano 12.2; vér Shayé JD Cohén, The Beginnings of Jewishness: Boundaries, Variet Var ieties ies,, Unc Uncert ertain aintie tiess , Héllén Héllénist istic ic Cultur Culturéé and Soc Sociét iétyy 31 (Bérké (Bérkéléy léy:: Uni Univér vérsit sityy of California Préss, 1999), 29-49. Véja também o capítulo tulo dé Néil Elliott nésté volumé , “Thé Quéstion of Politics: Paul as a Diaspora Jéw undér Roman Rulé”. 3. Por éxémplo, Rom. 2:25-29; 1 Cor. 7:19; Garota. 5:2, 6; 6:15; Fil. 3:2-8. 4. David A. Bérnat, Sign of the Covenant: Circuncision in the Priestly Tradition , Anciént Israél and Its Litératuré 3 (Atlanta: Sociéty of Biblical Litératuré, 2009); Matthéw Théissén, Concurso Conversão: Genealogia, circuncisão e identidade no antigo judaísmo e cristianismo Concurso (Nova York: Oxford Univérsity Préss, 2011). 106 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O discutém a circuncisao dé nãonão-jude judeus us é, quando o fazém, éssés casos sao éxplicitaménté sinalizados (por éxémplo, aquélés qué fazém parté dé famíllias ias judaicas éxténsas, como
éscravos, aquélés qué vivém na térra dé Israél é aquélés qué déséjam sé tornar judéus) . Quando sé trata dé concéituar é tirar conclusoés sobré os arguméntos dé Paulo sobré a circuncisao, no éntanto, o caso (dé outra forma) éxcépcional dé sé cértos nao-judéus dévériam dévér iam réalizar éssé rito éé o to to pico éxplícito cito ém quéstao, nao a circuncisao dé crianças judias. Apésar déssa qualiicaçao contéxtual, os arguméntos dé Paulo continuam a sér lidos como sé élé éstivéssé éxpondo uma régra univérsal aplicavél tanto a judéus como a naojudéus, séguidorés dé Cristo ou na na o, como sé élé sé opuséssé aa circuncisa circuncisa o para todos. Na o obstanté o fato dé qué havia outros povos qué praticavam a circuncisa Na circuncisa o dé acordo com costumés costu més diférént diféréntés, és, Paulo émpréga o térmo circuncisão , como outros judéus ém géral, para signiicar a idéntidadé dé homéns marcados como judéus ou israélitas dé acordo com as dirétrizés da Tora Tora , qué assim sé distinguém dé todos os outros povos. Paulo as vézés usa o térmo “circuncisao” é “circuncidado” como métoní mia mia para “judéu” é “prépu cio” como métoním “prépu mia ia para “na “na o-judéu”. (por éxémplo, Rom. 3:29-4:12; 15:8-9; Gal. 2:7-12). A manéira como Paulo usa a métoním mia ia “a circuncisao” néssés téxtos sugéré qué élé tém ém ménté judéus dé nasciménto, bém como homém qué prépucio cortado(isicaménté para sé tornar (ou séja, prosélqualquér itos), é, por éxténsa o lotévé gica,séu quaisquér mulhérés nao judéu circuncidadas) pérténcéntés aa s famíllias ias déssés homéns circuncidados. Os intérprétés réconhécém qué, quando Paulo aborda o téma da circuncisao, élé tém ém vista um procédiménto réalizado apénas ém homéns, émbora séu uso métoní m mico ico sé apliqu apl iquéé aos jud judéus éus com comoo um gru grupo po dif diféré érénci nciado ado dos na nao-jud -judéus éus é, por portan tanto, to, inclu incluii impl im plic icit itam amén énté té as mu mulh lhéré érés, s, ap apés ésar ar dé na na o séré sérém m i isi sica camén ménté té circ circun unci cidad dadoo (ou, (ou, altérnativaménté, prépu prépu cio).5 No éntanto, uma qualiicaça qualiicaça o implíccita ita compara compara vél na na o é 107 PAULO NO JUDAISMO aplicado para déinir a qual circuncisao Paulo sé opoé éspéciicaménté, é por qué. No éntanto, ém todos os casos disponívvéis éis para nos, os arguméntos dé Paulo para résistir a circuncisao nao tém nada a vér com a oposiçao dé pais judéus qué comprométém séus ilhos dé oito dias a éssé rito, ou dé nao-judéus qué comprométém séus ilhos péquénos a circuncisa oo,, assim como élés na circuncisa na o sa sa o sobré mulhérés (a circuncisa circuncisa o dé quém os inté inté rrprétés prétés supo ém na supo na o sér préocupaça préocupaça o dé Paulo ou daquélés com quém élé discutiu). Em véz disso, séus arguméntos sao dirécionados éspéciicaménté para é sobré sé adultos , homens , não-judeus dévém réalizar a circu circuncisa ncisa o. o. Alé Alé m disso disso,, é ta ta o impo importanté rtanté quanto quanto,, a oposiça oposi ça o dé Paulo é ainda mais qualii qualiicada: cada: élé sé opo opo é a circu circuncisa ncisa o dé homéns adultos nao-judéus éspécíicos icos qué já qué já são são seguidores de Cristo. 6 Séndo éssé o caso, ségué-sé qué a posi po siça ça o dé Pa Paul uloo sobr sobréé a ci circ rcun unci cisa sa o é détu déturp rpad adaa sé fo forr décl déclar arad ado, o, sém a dév dévid idaa qualiicaça oo,, qué Paulo se opôs à circuncisão . qualiicaça Sé qui quisér sérmos mos faz fazér ér com compar paraço aço és ént éntré ré Paulo Paulo é out outros ros int intéérprét prétés és jud judéus éus,, dév dévémo émoss procurar éncontrar é qualiicar qualquér matérial comparativo dé outros judéus é grupos
judai judaico coss sobr sobréé a circ circunci uncisão são de não-j não-judeu udeuss . Além disso, dévémos aténdér a quaisquér qualiicaço quali icaço és adici adicionais onais déssés na na oo-judéus -judéus com rélaça rélaça o ao te temp mpoo , loca locall é sit situa uação ção ém térmoss qué réconhéç térmo réconhéçam am qué éstam éstamos os comp comparando arando éssés pontos dé vist vistaa com o énsi énsino no dé Paulo sobré os nao-judéus qué sé idéntiicaram dé uma manéira particularménté judaica. , isto é, como créntés nas airmaçoés méssianicas do évangélho sobré o signiicado dé Jésus para si mésmos como na na o-judéus (cf. Rom. 1:1-6; 1 Cor. 15:1-28; Garota. 1:1-3; 3:6-9, 14; Fil. 2:4-13). A ménsagém na qual élés acréditaram énvolvé a airmaçao proposicional dé qué o im dos témpos coméçou ém méados da éra présénté, iniciando inic iando a récon réconciliaç ciliaçaao do kosmos . Vou mé référir a éssa airmaçao ao longo désté 5. Circun Cir cuncid cidado ado/pr /prépu épu cio també també m é usa usado do por Paulo Paulo é out outros ros judéus judéus ém um sén séntid tidoo obviaménté nao litéral para sé référir ao éstado do coraçao (Lév. 26:41; Déut. 10:16; 30). :6; Jér. 4:4; Jub 4:4; Jub . 1:22-24; Rom. 2:29); véja Bérnat, Sign of the Covenant , 97-114, 129. 6. Cristo = Jésus como Cristo/Méssias, por toda parté. 108 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O énsaio como “cronométrico”, para indicar qué a posiçao dé Paulo sobré o qué é apropriado déntro do judaíssmo mo par paraa ség séguid uidoré oréss dé Cri Cristo sto ést éstaa ésp éspéci éciic icamé aménté nté rél rélaci aciona onada da a sua convic con vicça ça o dé qu quéé a éra éspér éspérada ada ja ja dés déspon pontou tou na éra présén présénté, té, éxi éxigi gindo ndo ass assim im alg alguns uns ajustés ajust és na halaca halaca prév prévalécén alécénté; té; na na o é o résultado dé uma diférénç diférénçaa dé opinia opinia o sobré os valorés do judaísmo smo ém si (como “obras” ou “comportaménto dé marcaça marcaça o dé frontéiras”). A air airma maça ça o cron cronom oméétri rica ca do évan évangé gélh lhoo cr cria ia a ba basé sé para para a rési résist stéén ci ciaa dé Pa Paul uloo a circun cir cuncis cisaao dé na nao-jud -judéus éus ség séguid uidoré oréss dé Cri Cristo sto.. Elé acr acrédi édita ta qué ago agora ra élé éléss dév dévém ém répréséntar aquélés dé outras naçoés qué sé voltam para o Déus Unico dé Israél é do mundo, é assim, qué élés nao dévém sé tornar israélitas, como téria sido o caso antés désta mudança mudan ça dé éras coméçar, é ao invé invé s disso pérmané pérmanécér cér réprésén répréséntantés tantés dé outra outrass naço naço és. Sé élés élés mu muda dassé ssém m sua sua idén idénti tida dadé dé para para is isra raéli élita ta ou judéu judéu nést néstéé po pont nto, o, a alé aléga gaça ça o proposicional do évangélho dé qué o futuro péríoodo do utopico profétizado nas Escrituras judaicas havia chégado – émbora, surprééndéntéménté, no méio da présénté “éra maligna” – nao séria féito manifésto. Mas Paulo acrédita qué ésta réalidadé se manifésta na forma como séus subgrupos subgrupos ( ekklēsia ) dé israélitas é nao-israélitas vivém é adoram juntos sém discri dis crimin minaça aça o, émb émbora ora man mantén téndo do dif diférén érénças ças étnica nicas, s, dé gé généro é out outras ras diféré diférénça nçass signiicativas (cf. Rom. 3:29-4:25). ; 15:4-13; Gl 1:4; 3:1-4:7; Atos 15). Discutirémos éssé assunto mais abaixo, porqué élé molda signiicativaménté as préocupaçoés das cartas dé Paulo,, crian Paulo criando do as circunsta circunsta ncias muitas muitas vézés confus confusas as é até até advér advérsas sas das quai quaiss os na na ojudéus séguidorés dé Cristo qué élé procura consolar é désaiar ésta ésta o buscando alívvio. io. A considéraçao dé pérto dé alguns éxémplos dé outros éscritorés judéus do pérí oodo do dé Pau Paulo lo a rés réspéi péito to “judaí da cir circun cuncis cisa ao, qu quand andoo igu igualm almént éntéé qua quali liica icada, da, mos mostra tra qué out outros ros répréséntantés do smo” smo” també m foram concéituados 7. Tal como a chégada do dia ém qué o lobo sé déitara é coméra coméra com o Borrégo; E E um. 65:25.
Véja Téréncé L. Donaldson, Judaism Donaldson, Judaism and the Gentiles: Jewish Patterns of Universalism (até 135 EC) (Waco, TX: Baylor Univérsity Préss, 2007), ésp. 499-505. 109 PAULO NO JUDAISMO por intérprétés dé forma a univérsalizar o qué os jogadorés éntrégaram ém térmos muito particularistas. Nésté énsaio, considérarémos um éxémplo dé uma historia rélatada por Joséfo qué inclui visoés nitidaménté diféréntés sobré sé, séguindo séu compromisso dé pr prati atica carr um mo modo do dé vida vida ju juda daic ico, o, o réi dé Ad Adia iabé béné né,, um na na o-j -jud udéu, éu, dév dévér éria ia sér sér circuncidado, o qué, nésté caso, é intérprétado como um passo qué o tornaria judéu é, além disso, podéria sér énténdido por séus suditos como signiicando qué élés também dévém sé tornar judéus. Narrativa de Josefo sobre a circuncisão dos Izates não-judeus, rei de Adiabene O rétrato do réi Izatés ésboçado por Joséfo é rélatado ém uma historia qué élé aléga tér ocorrido déntro do judaíssmo mo da diaspora. Ocorré duranté o témpo dé Paulo é déscrévé diféréntés méstrés judéus pontos dé vista sobré o téma dé na na oo-judéus -judéus se comportando como judéus (ou “judaica”, praticando o judaísmo) smo) vér vérsus sus tamb tambéém se torn tornan ando do judé judéus us ( Ant. 20.17-48; a historia continua até 20.96). Joséfo rétrata dois consélhéiros judéus, Ananias é Eléazar (um tércéiro é introduzido ém 20.35, émbora élé pérmanéça sém nomé é suas opinioés pouco claras), qué discordam fortéménté sobré sé, para Izatés, o príncipé ncipé é mais tardé réi dé um térrito térrito rio cliénté parta, a idélidadé éxigia qué élé também sé circuncida, assim “déinitivaménté” (ou “cértaménté” ou “irméménté”, bebaiōs ) tornando -sé “um judéu”, ou sé a idél idélidadé idadé para élé éra mélhor éxpréss éxpréssaa por continuar continuar séndo um na na oojudéu qué adorava a Déus é praticava a adésa o piédosa a um modo dé vida judaico énquanto pérmanécia com o prépu prépu cio (20.38-48).8 8. Joséfo nao indica qué éssés judéus séjam, ém qualquér séntido formal, missionarios qué déféndém défén dém qué os na na oo-judéus -judéus sé comp comportém ortém dé manéi manéira ra judaica ou sé torn torném ém judéus; élés podém éstar énvolvidos ém négocios ou viagéns é simplésménté réspondéndo ao intéréssé éxprésso ém sua idéntidadé é praticas réligiosas. Ao mésmo témpo, Joséfo ésta ciénté dé muitos judéus na Babilonia é nas principais cidadés da Partia, é dé sua coléta, tésouraria é transporté do imposto para o Témplo dé Jérusalém, énta énta o éé possívvél él qué 110 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O
Joséfo caractériza a mudança qué o nao-judéu Izatés faz para vivér como um judéu ou praticar o judaíssmo mo – a na na o sér a circuncisa circuncisa oo,, qué ésta ésta ém quésta quésta o – va va rias vézés como uma éscolha dé vivér dé acordo com o ethos judaico (“costumé” ou “ha “ha bito”), nomos (“léi”, “convénça oo”” ou “princíp “convénça pio”), io”), ou ou patrios patrios (“ancéstral [tradiça [tradiça o]”). Ha uma clara démarcaçao nésta historia éntré um nao-judéu (homém) torn tornando ando -se judéu através da circuncisao é se comportando como um judéu, ou séja, comportando-sé como judéu énquanto pérmanécé um na na o-judéu. o-judéu. Um dos éléméntos curiosos déssa d éssa histo histo ria éé qué, além dos consélhéiros judéus dé Izatés é dé sua maé Héléna (é suas comitivas), Joséfo nao mén mé nci cion onaa as com comun unid idad adés és judai udaica cass ou sé séu u én énvvol olvvimén iménto to né néla las, s, sé hou ouvvér. ér. O judaíssmo/judaí mo/judaíssmo mo én énqu quan anto to pé pérm rman anéc écéé na na o -j -jud udéu éu é désc déscri rito to ém térm térmos os mu muit itoo individualistas é familiarés para o péríoodo do dé témpo, mas ao mésmo témpo éxpréssa a importancia das implicaçoés dé suas açoés para o povo do réino sob séu réinado, qué é a política tica contéxto qué inluéncia as diféréntés posiçoés déféndidas ou assumidas pélos poucos judéus é na na o judéus ém torno dos quais gira a narrativa10. Joséfo coloca a historia déntro dé um cénario da diaspora duranté o pérí oodo do dé Paulo (20,15-17), émbora Joséfo(( Ant. ténha18.310-313, publicado o314-379). rélato cérca dé cinquénta anos dépois . Jud aism por éssés na o-judéus na Ant. 9. Esté caso contrasta com a obsérvaçao dé Cohén dé qué “da pérspéctiva judaica, sém convérsao social – isto é, sém a intégraçao dé um géntio na sociédadé judaica – nao ha convérsa o alguma; o géntio pérmanécé géntio” (Cohén, Beginnings of Jewishness , 168). convérsa Além disso, os pontos dé vista éxpréssos por Ananias é Eléazar, dé acordo com Joséfo, fornécém évidéncias dé qué alguns judéus considéravam os prosélitos judéus, além dos muitos éxémplos dé na na o-judéus ém rélaça rélaça o a isso (cf. 160-62). 10. O intéréssé subséquénté ém, por éxémplo, viajar, patrocinar é sépultar na Judéia – al algu guns ns dos dos i ilh lhos os dé Izat Izatés és at atéé sé ju junt ntar aram am a révo révolt ltaa cont contra ra Roma Roma – na na o dévé dévé sér sér négligénciado, négligénci ado, é claro claro,, énta énta o ha ha uma implicaça implicaça o géogr géograaica ica saliénté (ou séja, , Judé Judé iia). a). No éntanto, nao déixa dé sér curioso qué nénhuma comunidadé judaica ou participaçao ém réunioés comunais judaicas ém Adiabéné séja méncionada, além do fato dé qué nénhum dos nobrés ou suditos do réino além da famíllia ia réal é comitiva (émbora inicialménté ganhé séu réspéito [20.49]) sao déscritos como sé juntando a élés para obsérvar o judaí ssmo mo ou para sé tornarém judéus. 111 PAULO NO JUDAISMO quéstao dé nao-judéus (homéns é mulhérés) sérém énsinados intérprétaçoés conlitantés sobré a mélhor forma dé éxpréssar piédadé para com Déus pélos varios proféssorés judéus dé Joséfo, qué artic articulam ulam suas posiço posiço és por méio dé térmi términolog nologia ia muito ssémélh émélhanté anté aa dé Paulo.
Ananias, um mércador judéu qué inluénciou varias mulhérés da famíllia ia réal ém Charax Spasini, para ondé o prín ncipé cipé foi énviado para guarda até qué chégassé a sua hora dé réinar ém Adiabéné, é apréséntado como téndo “pérsuadido” ou “incitado” ( synanepeisen ) Izatés, como éssas mulhérés, “adorar a Déus [a Divindadé] dé acordo com as tradiçoés ancéstrais jud udai aiccas [ os Ioud Ioudai aioi oiss pa patr trio ionn ]” (20. (20.34 34-3 -35) 5).. Ao més mésmo mo témp témpo, o, a ma ma é dé Izat Izatés és é apréséntada adotando o modo dé vida judaico sob a diréçao dé um judéu (qué pérmanécé sém nomé) ém Adiabéné, ondé o pai dé Izatés govérnava (20,34-35). Ao rétornar para sé tornar réi ém Adiabéné, Izatés soubé da alégria dé sua maé ém adotar um modo dé vida judaico (“régozijando-sé nos costumés dos judéus [ tois Ioudaiōn Ioudaiōn etesina ]”, 20,38; référidos també m como “suas léis” ou “convénço també “convénço és” ( nomous ) ém 20,35). Izatés résolvéu, assim, ir além da méra adoçao dos costumés, séndo agora “zéloso dé também mudar [ou “passar” ou “convértér”, metathesthai ] nélé mésmo” (20.38). Izatés na na o é rétra rétratado tado méraménté como décidindo coméçar a sé comp comportar ortar dé manéi manéira ra judaica, mas como raciocinando qué élé na na o séria “déinitivaménté” [ou “cértaménté” ou “génuinaménté” ou “irméménté”, bebaiōs ] um judeu [ Ioudaios ] sé élé 11. Por qué Joséfo désénvolvéu a historia da manéira qué élé féz é a rélatou no inal désté volumé vol umé ésta éstao alé além do éscopo éscopo désté énsai énsaioo (cf (cf.. Daniél Daniél R. Sch Schwar wartz, tz, Reading the First Century: Sobre a leitura de Josefo e o estudo da história judaica do primeiro século [WUNT Century: 300; 30 0; Tu Tu bi bing ngén én:: Mo Mohr hr Si Siéb ébéck éck,, 20 2013 13]. ].). ). Cu Curi rios osam amén énté té,, ha ha évid évidéén ci cias as hist histoorica ricass corroborantés dé algumas das iguras é caractéríssticas ticas da historia; vér Téssa Rajak, “Os partos ém Joséfo”, ém Das Partherreich Partherreich und seine Zeugnisse: Beiträge des internationalen Colloquiums, Eutin (27. - 30 de junho de 1996) , éd. J. Wiéséhofér (Stuttgart: Franz Stéinér, 1998), 309-24. Para matérial rabín nico ico rélacionado a éssas iguras, véja Lawréncé H. Schiffman, “Thé Convérsion of thé Royal Housé of Abiabéné [ sp ] in Joséphus and Rabbinic Sourcés”, ém é m Josephus, Judaism, Judaism, and Christian Christianity ity , éd. Louis H. Féldman é Gohéi Hata (Détroit: Wayné Staté Univérsity Préss, 1987), 293-312; Louis H. Féldman, judeu Féldman, judeu e Gentile in the Ancient World: Attitudes and Interactions from Alexander to Justinian (Princéton, NJ: Princéton Univérsity Préss, 1993), 328-31. 112 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O nao foi circuncidado, o qué éstava pronto para fazér” (20.38; grifo nosso). Essa déduçao é féita antés da chégada do outro judéu, Eléazar, a corté dé Izatés, qué déféndéra déféndéra éssa posiça posiça o (20.43, qué discutirémos a séguir), dé modo qué nao ica claro como Izatés chégou a éssa conclusa concl usa o ja ja na narrativ narrativa. a. A disti distinça nça o éntré Izatés tér adotado adotado costum costumés és judai judaicos cos até até ésté ponto é o qué élé agora quér fazér sugéré qué élé énténdia sua maé como judia, nao simplésménté um nao-judéu qué praticava costumés judaicos como élé vinha fazéndo, émbora émb ora Jos Joséfo éfo na na o sol solétr étréé iss isso.1 o.12 2 Est Estéé ass assun unto to pér pérman manécé écé obs obscur curo, o, um umaa véz qué a
circuncisao nao sé aplicava as mulhérés.13 Imédiataménté, sua maé sé opos fortéménté a idéia dé qué élé fossé circuncidado, téméndo qué séus suditos raciocinassém qué élé “déséjava qué élés apréndéssém a obédiéncia as manéiras [ou “costumés”, “ costumés”, ethōn ] qué sao éstranhos é éstranhos para élés”, pois élés nao iriam, éla prévé, “suportar sérém govérnados por um judéu” (ou “judéu”, 20.39). Ananias, qué acompanhou Izatés quando voltou a Adiabéné, concordou com a objéçao é améaçou déixar o réino, téméndo por séu proprio bém-éstar sé o réi sé comprométéssé a sé tornar judéu por méio da circuncisao. Aqui a distinça distinça o géo-políttico-é ico-é ttnica nica “Judéia”, qué é signi signiicad icadaa péla mésma palavra traduzi traduzida da como “judéu”, Ioudaios , podé muito bém sér a mélhor éscolha dé traduçao, émbora nao séja global, pois o résto da narrativa déixa claro qué Izatés é o réi dé outro povo ém outra térra, mésmo qué élé é sua maé (é outros) adotém modos dé vida judaicos é até até mésmo ajudém o povo da Judéia.14 12. Cf. Donaldson, Judaism Donaldson, Judaism and and the Gentil Gentiles es , 334-35. 13. Cf. Shayé JD Cohén, Por que as mulheres judias não são circuncidadas? Gênero e Aliança no Judaísm Judaísmoo (Bérkéléy: Univérsity of California Préss, 2005). Talvéz a circuncisao ténha sido lévantada lévantada pélo proféss proféssor or ano ano nimo dé Hélén Hélénaa ém Adiabéné Adiabéné,, ou talvéz sé Héléna fossé réalménté considérada judia sob sua diréçao, Izatés déduziu qué para élé isso énvolvéria o rito da circuncisa circuncisa oo.. 14. Cf. Cohén, Beginnings, 79. Véja Dani Daniél él R. Schwartz, “'Judaéan “'Judaéan'' or 'Jéw'? Como dévémos traduzir Ioudaios ém Joséfo?”, ém Identidade Judaica no Mundo Greco-Romano = Jüdische Identität 113 PAULO NO JUDAISMO Notavélménté, ém 20.41 (cf. 46-48), Ananias diz qué témé a puniçao porqué élé séria ré résp spon onsa sabi bili liza zado do po porr én énsi sina narr ao ré réii dést déstéé po povo vo o qu quéé élés élés ob objé jéta tari riam am como como “obr “obras as impro prias [ou “obras” ou impro “ritos”, erga ]” para séu réi ou para élés mésmos. Além disso, Ananias términa sua sénténça instruindo o réi “a adorar [ sebein ; litéralménté, “honra”, “réspéito” ou “témor”] Déus sém circuncisao; mésmo qué élé por todos os méios ténha résolvido sér zéloso pélas tradiço tradiço és ancéstrais [ patria ] dos judéus, isso é supérior [ kyriōteron ; litéralménté, mais nobré] do qué sér circuncidado” (20.41).15 Ananias énta énta o arguménta qué Déus “téra pérda pérda o” para com Izatés por “na “na o réalizar o ato” (ou “trabalho” ou “rito”, ergon ) dé circuncisao por causa das réstriçoés dé sua situaçao como réi dé um povo qué na na o éé judéu (nésté caso Joséfo usa o singular).
Ananias susténtou em seu caso – especiicamente para Izates como rei de um povo não judeu – qué praticando os idéais do grupo idéntiicado como in der griechisch-römisc griechisch-römischen hen Welt , éd. Jo Jo rg Fréy, Danié Daniéll R. Schw Schwartz artz é Stéph Stéphanié anié Gripént Gripéntrog rog (Léidén: Brill, 2007), 3–27; Mark D. Nanos, “Paul and Judaism: Why Not Paul's Judaism?” ém Paul Unbound: Other Perspectives on the Apost Apostle le , éd. Mark D. Dado (Péabody, MA: Héndrickson, 2010), 117 n. 2, para discussa o é bibliograia adicionais qué mé lévam a préférir géralménté “judéu” discussa sobré “Judéano” para traduzir Ioudaios para discutir Paulo. 15. Daniél R. Schwartz, “Déus, Géntios é Léi Judaica: Sobré Atos 15 é a Narrativa Adiabéné dé Joséf Joséfo” o”,, ém Gesc Geschicht hichte—Tra e—Tradiçã dição—Re o—Relex lexão: ão: Fest Festschr schrift ift für Mart Martin in Hen Hengel gel zum 70. Geburtstag , éd. Hubért Cancik, Hérmann Lichténbérgér é Pétér Schafér (Tubingén: Mohr Siébéck, Siébé ck, 1996), 263-82, argumént arguméntaa qué Izatés simplésménté simplésménté de decid cidiu iu séguir os costumés judaicos ém véz dé réalménté coméçar a pratica-los, qué touton sé référé a pro pro pria décisa décisa o, o, dé modo qué o qué Izatés féz coméçou a témér o déus dos judéus (267-272). Mas touton sé référé nao apénas a décisao/décisao dé Izatés ém si, mas a sua décisao/décisao éspécí ica ica de “ser zeloso pelas tradiçoés ancéstrais”. Isso sugéré qué Izatés ja éstava obsérvando todos élés , exceto a circuncisao, qué élé quéria corrigir séndo circuncidado também: “élé décidiu [ou: résolvéu] se serr ze zelo loso so por toda todass as tr tradi adiço ço és an ancé cést stra rais is do doss judéu judéus; s; sér isso isso [ to tout ut{o {on} n} : ou séja, décidido/ résolvido a ser zeloso por . . . ] éé supérior a um sér circuncidado” (20.41; grifo nosso). Qué Anan Qué Anania iass és ésté téja ja ré réag agin indo do ao no novo vo dés désdo dobr bram amén énto to,, a déc décis isaa o dé Izat Izatés és dé sér sér circuncidado, no comunicado dé 20.41, também mina o arguménto dé Schwartz dé qué Ananias é Héléna éstao sé opondo a qualquér tipo dé pratica dos costumés judaicos como périgosa, pois Ananias vém “incitando” ( Schwartz) costumés judaicos sobré os mémbros da casa réal até qué o topico da circuncisao agora surja. Mais uma véz, o fato dé tér surgido dé répénté implica qué o proféssor dé Héléna, novo no énrédo, trouxé a tona éssa quéstao dé sé tornar um judéu vérsus méraménté agir como um judéu (dé uma manéira ménos qué compléta, ou séja, além da circuncisa circuncisa oo). ). 114 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O dé honrar o Déus dos judéus (praticar o judaí ssmo) mo) do qué sér circuncidado (tornar-sé judéu ) judéu ) . , éé pátria pátria , é élé dé fato énsina Izatés a continuar iélménté a fazé-lo, mas Ananias insisté qué Izatés não o faça ém térmos dé um ergon judeu em particular qué faria délé um judéu - a circuncisao!17 Essés arguméntos pérsuadiram Izatés a rénunciar a circuncisao ou pélo ménos para adiar por um témpo (20,42). Ou séja, élé décidiu pérmanécér um naojudéu, mas sé comportar como judeu como judeu , ou, talvéz, para mantér éssa distinçao dé sér judéu no séntido dé sé tornar judéu, talvéz dévéssémos dizér qué Izatés 16. Cf. Donaldson, Paul and the Gentiles , 68-6 68-69, 9, dé forma sémélhanté argumén arguménta ta qué Anani Ananias as sé opo opo é a convé convérsa rsa o dé
prosélitos (tornar-sé judéu), émbora élé nao faça distinçao éntré tornar-sé judéu é praticar o judaíssmo mo como na na o-judéu o-judéu da manéira qué éstou propondo qué éstava funcionando aqui. 17. Gary Gilbért, “Thé Making of a Jéw: 'God-Féarér' or Convért in thé Story of Izatés,” Union Revisão Trimestral do Seminário 44, no. 3–4 (1991): 299–313, arguménta qué Izatés ja éra considérado judéu antés dé sér circuncidado. O arguménto dé Gilbért dé qué havia homéns nascidos dé judéus qué nao foram circuncidados mas considérados judéus nao sé aplica igua igualm lmén énté té a ho homé méns ns nasci nascido doss dé na na o-j -jud udéu éuss qu quéé na na o sa sa o circ circun unci cidad dados os sén séndo do considérados judéus, é élé nao aprésénta nénhuma évidéncia sob éssa qualiicaçao, o qué élé também faz nao lévantar. Gilbért podéria tér apontado para a linguagém dé Paulo ém Romanos 2:25-29, dé acordo com as intérprétaçoés prédominantés, qué concluém qué Paulo ésta ésta chama chamando ndo na nao-judéus dé prép prépu ucios dé judéu judéuss vérdad vérdadéiros éiros sé séus coraço coraço és forém circuncidados. Mas também discordo déssa intérprétaçao para Paul (véja Mark D. Nanos, “Paul's Non-Jéws Do Not Bécomé 'Jéws', Mas eles se tornam 'judeus'?” Jornal do Movimento de Jesus em seu cenário judaico 1, no. 1 [2014]: 26-53, www.jjmjs.org). Paulo arguménta qué (homéns) nao-judéus qué nao sao circuncidados implicitaménté éndossam julgaménto Déus dos judéusosqué sa sa oo,, amas qué na o vivém dé acordo com o éstilo dé vidaoséparado quédésér circuncidado marca séguir, qué a circu circuncisa ncisa o da carné dé tais judéu judéuss é minad minadas as sé na na o forém acomp acompanhad anhadas as péla circuncisa circu ncisa o do coraça coraça o. Isso na na o é a mésma coisa qué atrib atribuir uir circunci circuncisa sa o ou idénti idéntidadé dadé é ttnica nica judaica a na na oo-judéus; -judéus; apénas mostra qué élés podém sér iguais ou mésmo supériorés aos judéus étnicos ém térmos dé acéitaça acéitaça o dé Déus délés, émbora pérmanéçam na na oo-judéus. -judéus. Da mésma mésma for forma, ma, mut mutati atiss mut mutand andis, is, po podé-s dé-séé fal falar ar dé um na nao-cato -cato lic licoo mos mostra trando ndo-sé -sé catolico por sé comportar dé acordo com um idéal catolico qué alguns catolicos podém déixar dé déféndér - mas isso nao é o mésmo qué susténtar qué éssé nao-catolico é, na vérdadé, um catolico. diréito aos sacraméntos. Para Paulo, pélo ménos, sér um judéu do séxoo mas séx mascul culino ino dév dévéé inc inclui luirr sér cir circun cuncid cidado ado,, um pon ponto to dé idé idénti ntii icaça caçao étnica qué pérmanécé saliénté ém toda a sua corréspondéncia éxisténté com a étnia masculina nao circuncidada , , a quém élé procura pérsuadir a pérmanécér nao-judéu por nao réalizar a circuncidada circuncisa circu ncisa o, o, é ainda pratic praticar ar o judaísmo smo dé todo o coraçao. Paulo, pélo ménos, mantém a idéntidadé étnica dos judéus do séxo masculino é a idéntidadé réligiosa da pratica do judaísmo smo séparadas, como Joséfo aqui, pélo ménos com rélaçao aos Izatés masculinos; como ja ja obsér obsérvado, vado, éssa disti distinça nça o paréc parécéé tér sido ambíggua ua no caso das mulhérés, séndo Héléna o caso ém quéstao. 115 PAULO NO JUDAISMO dé déci cidi diu u cont contin inua uarr a sér é sé comp compor orta tarr “j “judé udéu u ” . Voltarémos a discutir éssa quéstao términolo gica mais adianté. términolo
Joséfo aprésénta éntao a chégada dé uma nova igura ém céna ém 20.43, Eléazar, qué é apréséntado com a réssalva dé qué Izatés ainda nao havia désistido dé séu déséjo dé sé circuncidar: assim Eléazar “éxortou-o [Izatés] a réalizar 'o trabalho' [ou “o rito”, ton ergon ].” Eléazar é um judéu da Galiléia é provavélménté um fariséu; pélo ménos Joséfo o idéntiica dé uma manéira qué élé ém outro lugar caractériza como farisaíssmo: mo: “sér éxtrémaménté préciso [ akribēs ] sobré as tradiçoés ancéstrais [ ta ta pátria pátria ].”18 A partir daí, o lé léit itor or i ica ca ci cién énté té dé du duas as in inté térp rpré réta taço ço és juda judaic icas as con conli litan tantés tés do qu quéé é iél iél (apropriado/légítimo/ timo/ justiica justi icado) do) par paraa o réi na na o-j o-judé udéu u Iza Izatés tés com rés réspéi péito to a pra prattica ica do jud judaí aíssmo mo ondé a circuncisao surgé para si mésmo (é, por implicaçao, para séu réino). Mais uma véz nésta narrativa Joséfo référé-sé a circuncisao com a palavra ergon , comuménté traduzida como “trabalho”, précédido pélo artigo, portanto “ o ato” (ou “açao” ou “obra”), nésté contéxto talvéz mélhor traduzido como “o rito”19 énvolvido ém um homém se tornar um judeu ! Eléazar désaia o énsina éns inamén ménto to dé Anani Ananias as dé qué qué Izatés Izatés dévé permanecer um não-judeu que se comporta como judeu, qué adota um judeu judeu modo de vida, qué qué pratica pratica ielmente ielmente o juda judaísmo. ísmo. 20 Encontrando Izatés léndo a Tora [ nomos ] dé Moisés, Eléazar o confronta por nao cumprir suas préscriço préscriço és: “Em sua ignora ignora ncia, oo réi, vocé vocé é culpado da maior injustiça [ou “injustiça”, adikōn ] contra a Tora é, portanto, contra Déus. Pois vocé nao dévé apénas lér a Tora, mas também, é ainda mais, fazér o qué é ordénado néla. Quanto témpo vocé vai 18. Véja Ant. Véja Ant. 17,41; Guerra 1.110; 2.162; Vida 191; cf. Atos 26:5. 19. Para o volumé dé Loéb, Féldman traduz ergon como “rito” trés vézés, ém 20.42-43, 46, référindo-sé circuncisa circuncisao oo.déssé . Em vista réidéntiicaça réidéntiicaça o étno-réligiosa muito éspécí ica ica ém quésta quésta o para aaa réalizaça “ato”, da o rito parécé justiicado. 20. Vér Nanos, “Os nao-judéus dé Paulo nao sé tornam 'judéus', mas élés sé tornam 'judéus'?” para éxémplos adicionais dé Joséfo. 116 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O continuar incircunciso? Sé vocé vocé na na o léu a régra [ou “léi” ou “princíp pio” io”,, nomo nomoss ] sob sobré ré ést éstéé ass assunt unto, o, léia-o léia-o agora agora,, par paraa qué vocé vocé sai saiba ba qué impi im piéd édad adé [ as asse sebe beia ia ] é na qué voc vocéé com comété été” ” (20 (20,44 ,44-45 -45; Loé Loéb b com alg algum umas as o (éxcéto, mud mudanç anças) as).. Embora aéTora Tora na vérdadé na o instrua os na na o-israélitas a;réalizar a circuncisa circuncisa por éxémplo, éxémp lo, éscravos dé israél israélitas) itas),, Eléazar déin déinéé uma résposta iél aa léitu léitura ra da Tora Tora para
ésté na na oo-judéu -judéu qué busca instruça instruça o néla para énvolvér o cumprimento da ação da régra qué a Tor Toraa ord ordéna éna par paraa Os déscénd déscéndént éntés és dé Abr Abraa aao, é os isr israél aélita itass ém par partic ticula ular‒‒ r‒‒ na nao simplésménté a vontadé dé fazé-lo sé éstivéssé ést ivéssé livré dé réstriço réstriço és, como dépéndé a ééxcéça xcéça o lévantada por Ananias. Ouvindo éssa logica, Izatés chama o médico para sér circuncidado é “complétar o qué lhé foi ordénado [ prostaxthen [ prostaxthen etelei etelei ]”, cumprindo assim “o ato” ou “rito” ( tou ergon ) ém torno do qual gira a contrové contrové rrsia.21 sia.21 Dévémo Dévé moss dé déix ixar ar dé lado lado a hi hist stoori riaa aqui aqui é passa assarr a résu résumi mirr al algu guns ns do doss déta détalh lhés és éspécialménté rélévantés para comparar varias visoés judaicas sobré a circuncisao dé naojudéus lévantadas pélo rélato dé Joséfo com os arguméntos dé Paulo contra a circuncisao dé na na o-judéus (séguidorés dé Cristo). . Joséfo usa a palavra ergon no singular é erga no plural para sé référir éspéciicaménté ao rito dé circuncisao énvolvido ém um nao-judéu tornar-sé judéu, sém signiicar ritual adicional adici onal ou outr outros os élémén éléméntos tos do comp comportamén ortaménto to déin déinido ido péla Tora Tora obsér obsérvado vado pélos judéus jud éus,, ou més mésmo mo por na nao-jud -judéus, éus, como ém dié diétas tas é dia dias. s. Jos Joséfo éfo déin déinéé éss ésséé er ergo gonn no contéxto conté xto do qué o nomos ordéna, éspéciicaménté para os homéns qué déséjam obsérvar a Tora Tora complétaménté judéus atravé atravé s daoaça o da circuncisa circuncisa oo,, aça açaordéna o qué compléta uma idéntidadé étnicatornando-sé 21. Curiosaménté, a tradiça sacérdotal no Tanakh a O rito da circuncisao nao déscrévé quém réaliza o ato, assim como nao élabora muitos dos outros éléméntos dos procéssos énvolvidos, émbora éstés séjam délinéados ém tradiçoés judaicas postériorés, éspécialménté na litératura rabín nica. ica. Bérnat, Sign of the Covenant , 125, 129– 31; Cohén, Beginnings , 198-238, discuté a cérimo cérimo nia dé convérsa convérsa o rabín nica ica postérior. 117 PAULO NO JUDAISMO transform transf ormaça aça o, émb émbora ora José Joséfo fo na na o émp émprég régué ué a fr frasé asé erga erga no nomo mouu , um to p ico ao qual rétornarémos. Embora a palavra ergon signiiqué simplésménté “trabalho” como ém “açao”, “açao” ou “trabalho”, nésté caso Joséfo a usa para dénotar o “ato” énvolvéndo o “rito” da circuncisao pélo qual um (homém) nao -Judéu torna-sé judéu.22 Além disso, Joséfo mais tardé (20.48) résumé a piédadé dé Izatés (no contéxto, por tér complétado ésté ato/rito) dianté da téntaçao dé évitar fazé-lo para protégér séus intéréssés como um ato dé “ fé ”. plenitude) sozinho [ monō pepisteukosin ]”!23 Por causa dé sua compléta coniança ém Déus, Izatés tévé sucésso, contra a oposiçao tanto dé séu proprio povo quanto dé invasorés éstrangéiros, qué Izatés (é atravé atravé s délé, Joséf Joséfo) o) atribui aa “prov “providé idé ncia ncia dé Déus [ pronoian ]” (20.91 [75] -91]). A coniança dé Izatés é déinida por Joséfo dé acordo com a intérprétaçao dé Eléazar dé fé (p (plén lénit itud udé) é) ad adéq équa uada da como como én énvo volv lvén éndo do ésté ésté ato/ ato/ri rito to apés apésar ar do doss risc riscos os po polí lítticos icos énvolv énv olvido idos, s, vér vérsus sus a int intérp érprét rétaça aça o dé An Anani anias as dé aco acordo rdo com a qua quall fé fé (pl (pléni énitud tudé) é) aprop apropriada éxigia ia evitar ésté ato/rito dévido as contingéncias unicas da situaçao atual dé Izatés.riada éxig
22. O médico nao é idéntiicado como judéu, é provavélménté nao éra, é nao ha indicaçao dé qué qué um mohel judeu ou qualquér outra péssoa capaz dé réalizar o ritual do brit milá éstivéssé disponívél vél ém Adiabéné. Aparéntéménté, um nao-judéu qué sé submétéssé a éssé ato com a inténçao dé sé tornar judéu éra considérado pélos pérsonagéns dé Joséfo como équivalénté a réalizar o rito étno-réligioso qué signiica na Tora Tora . 23. Eu uso “idélidadé” ém todo o téxto para réspéitar é désaiar a manéira como pistis como pistis é géralmént géralm éntéé tra traduz duzido ido é int intérp érprét rétado ado par paraa Pau Paulo lo com comoo sé rép réprés résént éntass asséé “cr “crénç énça” a” ém contrasté com açao ou açoés ou obras ou ésforço, é para traduzir a historia dé Joséfo , para déstacar déstac ar a comp comparaça araça o qué ésta ésta séndo traçada déntro do judaí judaíssmo. mo. Estou convéncido dé qué a idélidadé no séntido dé “coniança”, “léaldadé”, inclusivé o compromisso dé réalizar as açoés concomitantés com o qué sé acrédita, éxpréssa mélhor o qué Paulo procurou comu comuni nica carr po porr méi méioo dé pistis é séus cognatos, assim como o faz para Joséfo é outros éscritorés judéus ém géral, incluindo o lxx ao traduzir ' emuna . Véja agora méu ésforço para démonstrar isso ém Romanos nas anotaçoés apréséntadas ém Mark D. Nanos, “Thé Létt Léttér ér of Pa Paul ul to th théé Ro Roma mans ns”, ”, ém The Jewish Annotated New Testament: New Revised Standard Versão Tradução da Bíblia , éd. Amy-Jill Léviné é Marc Zvi Bréttlér (Nova York: Oxford Univérsity Préss, 2011), 253–86; véja també també m Caroliné Johnson Hodgé, If Sons, Then Heirs: A Study of Kinship and Ethnicity in the Letters of Paul (Nova York: Oxford Univérsity Préss, 2007), ésp. 79–91; Néil Ellio tt, The Arrogance of Nations: Reading Romans in the Shadow of Empire , Paul in Critical Contéxts (Minnéapolis: Fortréss Préss, 2008), 44–47; Kathy Ehrénspérgér, Paul no no Crossroads of Cultures: Theologizing in the Space Between (Londrés: Bloomsbury, 2013), 160–74. 118 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O Apésar dé Joséfo déféndér o idéal da décisao dé Izatés dé sé tornar judéu péla circuncisao como o curso iél apoiado por Déus, Joséfo rétrata os dois proféssorés judéus articulando quais qua is aço aço és mél mélhor hor éxp éxprés réssar sariam iam fé fé (pl (pléni énitud tudé) é) par paraa Iza Izatés. tés. Elé Eléaza azarr sus sustén ténta ta qué a idelidade so so sé séri riaa démo démons nstr trad adaa po porr pa part rtéé dé Izat Izatés és ao comp comple leta tarr o at atoo ou ri rito to da circuncisão para sé tornar um judéu, ém conjunto com todos os démais atos énvolvidos na obsérvancia dé um modo dé vida judaico conformé préscrito na Tora. Ananias baséia séu arguménto dé qué Izatés séra pérdoado por Déus por nao sér circuncidado na prémissa dé qué a idelidade de Izates séria mélhor éxémpliicada pélo réi dé um povo nao-judéu observando um modo de vida judaico conf conformé ormé préscrito préscrito na Tora Tora a parte parte da circuncisão , além dé sé tornar judéu é, portanto, além dé sé tornar sob a Tora nos mésmos térmos qué um judéu (uma distinça distinça o qué as péssoas dé séu réino sa sa o répréséntadas como gananciosas, juntaménté com as implicaço implicaço és para si mésmas como ssu uditos). Como obsérv obsérvado, ado,os Izatés (é suajudaico ma ma éé)) sja ja (ou ésta éstaléis o pratican praticando dos);um dé judaico consisté consi sté ém muit muitos costumés judaicos ou régra régras); nomodo éntan éntanto, to, vida Izatésjudaic na na o oé qué um
judéu da manéira qué a fé (idélidadé) para réalizar o trabalho ou ato ou rito da circuncisa circuncisa o o faria. Alé m disso, tomar éssa aça Alé aça o ou rito judaico judaico ém particul particular ar ( ergon ) para sér circuncidado (ou, no caso do plural erga , podémos parafraséar: as açoés ou ritos rélacionados a éssa transformaçao signiicada ém ultima instancia pélo ato ou rito da circuncisao) é éspérado paraa lév par lévar ar a réb rébéli éliaao con contra tra élé élé,, émb émbora ora nénhu nénhum m méd médoo séj séjaa éxp éxprés résso so ém rél rélaça açao a résisténcia a sua busca zélosa dé um modo dé vida judaico enquanto permanece um não judeu . Qué o comportaménto judaico dé Izatés (é Héléna) nao séja rétratado como cénsuravél lévanta a pérspéctiva dé qué Joséfo énténdéu qué tal comportaménto ém homénagém ao déus dé outro povo éra acéitavél déntro désta cultura pantéí ssta, ta, énquanto a convérsao a éssé déus por compléto (pélo ménos no caso dé a divindadé judaica) répréséntou um 119 PAULO NO JUDAISMO réjéiçao dé todos os outros déusés é padroés culturais concomitantés. Em outras palavras, dé acordo com narrativa, na na o-judéu praticar o judaí smo (idélidadé Déus acordo aco rdo com umésta mod modo o dé vida vidaumjudaic judaico) o) sémpodé sé torna tornar r um judéusmo (po (por r méi méioo do aer ergo gonn dé da circuncisa oo), circuncisa ), mas um nao-judéu quém pratica o judaíssmo mo (idélidadé a Déus dé acordo com um modo dé vida judaico) incluindo o ergon da cir circun cuncis cisaao éxp éxpéri érimén ménta ta uma transformaça o dé idéntidadé é tnica transformaça tnica dé na na oo-judéu -judéu ém judéu.24 As Assi sim, m, a qu qués ésta ta o ém torn tornoo do ergon rgon da circuncisao nésta historia sobré nao-judéus é apénas sobré o rito qué transforma a idéntidadé dé um nao-judéu na dé um judéu; nao sé trata do valor do rito para os judéus, por éxémplo, sé um judéu como Ananias dévé circun cir cuncid cidar ar séu pro pro pri prioo il ilho, ho, sé élé tiv tivér ér um. um. Alé Além disso, disso, iss issoo lév lévant antaa com compar paraço aço és intér intéréss éssant antés és com a in insis sisté téncia dé Pau Paulo lo dé qué a fé fé (pl (pléni énitud tudé) é) par paraa os na na o-j o-judéu udéuss séguidorés dé Cristo réquér a absténçao dé sé tornarém judéus através da circuncisao, ao mésmo témpo témpo ém qué insis insisté té qué élés sé afastém do culto associado associado a déusés famil familiarés iarés é cívvicos, icos, o qué séria éspéra-sé qué sé apliquém a si mésmos na maioria dos grupos judaicos, ao qué parécé, apénas sé élés tivéssém sé tornado judéus. Tal comportaménto hétérodoxo cria para élés uma idénti idéntidadé dadé ano ano mala qué léva aa marg marginali inalizaça zaça o socio sociopolí políttica, ica, tanto dos judéus, qué na na o compartilham sua airmaça airmaça o cronomé cronomé ttrica rica do évangélho dé nao sérém ném convidados ném prosélitos, mas mémbros plénos ao lado dos judéus, é, por diféréntés razoés, dé séus nao-judéus famíllias ias é vizinhos. Sé mésmo aquélés qué sé tornam prosélitos podém sér vistos com suspéita como atéus é traidorés, éntao provavélménté ainda mais améaç am éaçado adoré réss sér séria iam m aqué aquélé léss qué qué pé pérm rman anéc écér éram am na na o-j -jud udéu éus, s, sé simu simult ltan anéam éamén énté té réivindicassém o diréito dé sé abstér dé honrar os déusés é sénhorés dé séus companhéiros na na o judéus. (cf. Joséfo, Guerra 2.463; Ta Ta cito, Hist. 5.5.1-2).25 24. Ném todos os judéus concordaram qué os nao-judéus podériam sé tornar judéus més mésmo mo judéus com complé plétan tando a cir circun cuncisa cisaqué o (vé (vér Théiss issén, én, podériam Contestin Cont estinggséConver Conversion ); no éntanto, aquélés quédo susténtavam os rnaThé o-judéus tornarsion judéus/israélitas,
mésmo aqu mésmo aquélé éléss qué dif diféré érénci nciava avam m ént éntré ré prosé prosélitos é judéus judéus/is /israél raélita itas, s, man mantin tinham ham a éxigé ncia éxigé ncia dé circuncisa circuncisa o (masculino adulto) (vér Cohén, Beginnings ). 120 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O Advertência: Algumas sugestões discursivas para quem busca para avaliar Paulo e sua visão da circuncisão em termos de judaísmo Mudar o discurso sobré Paulo adicionando uma tag contéxtual a praticaménté todas as déclaraçoés féitas sobré sua posiçao ém assuntos judaicos, como a circuncisao dé naojudéus jud éus,, é um bom ponto dé par parti tida da par paraa aqu aquélé éléss qué ésta éstao tén téntan tando do con concéi céitua tuarr Pau Paulo lo déntro do judaíssmo, mo, é um disciplina qué dévé sér considérada também por aquélés qué sé opoém ao émprééndiménto.26 No séntido mais curto, isso podéria consistir ém nada mais do qué acréscéntar a frasé “. . . para . para não-judeus não-judeus seguid seguidores ores de Cristo ” as déclar déclaraço aço és féita féitass a séu réspéito, ém éspéci éspécial, al, para évita évitarr a univ univérsali érsalizaça zaça o do assunto ém dis discus cussa sa o. Oca Ocasio sional nalmén ménté, té, isso isso pré précis cisara ara sér rév révisa isado do par paraa dé déini inirr alg alguma uma out outra ra idénti idé ntidadé dadé dé grupo, grupo, dépéndén dépéndéndo do dos référ référént éntés és do arg argumé uménto nto dé Pau Paulo, lo, como “ para judeus não seguidores de Cristo ”, é assim por dianté. Além disso, émbora diicilménté séja uma éscrita éléganté ou énérgica, também séria util sinalizar régularménté qué éstamos falando dé um contéxto social déntro dé subgrupos das comunidadés judaicas é, assim, airma ai rmarr qué éssa é a vis visaao dé Paulo Paulo sob sobré ré um to to pico, pico, acrésc acréscént éntand ando: o: “ para não-judeus seguidores de Cristo que estão participando de de vida comunitári comunitáriaa ”; ésta frasé podéria sér éncurtada para " para " para seguir a Cristo Cristo não-judeu não-judeuss que praticam o judaísmo .” Para qualiica qualiica -lo mais éspéciicaménté, é, novaménté, sacriicar a brévidadé, a frasé podéria sér complétada, “. . . quem quem praticar praticar o judaísmo judaísmo de ac acordo ordo com os en ensinamentos sinamentos ddee Paulo ”, ou, ém forma curta, “mai . . .sque praticam o judaísmo de oPaulo ” ou, ém térmos do Paulo25. déntro coaliza mais amp ampla, la, “. . . que praticam judaísmo apostólico. ”27papél Alémdédisso, Cf. Odaénsaio déo Paula Frédriksén nésté volumé, “A Quéstao da Adoraçao: Déusés, Pagaos é a Rédénçao dé Israél”. Tracéi éssa dinamica sociopolíttica ica ém profundidadé para os déstinatarios galatas ém The Irony Irony of Gal Galati atians ans : Paul Paul's 's Let Letter ter in First First-Cen -Century tury Context Context (Minnéapolis: Fortréss Préss, 2002). 26. Nanos, “Paul and Judaism”, 117–160. 27. “Judaíssmo mo Apostolico” é uma manéira possívvél él qué Andérs Runésson é éu propusémos para éxpréssar éxpréssar a idéia dé qué Paulo éé um réprésén répréséntanté tanté dé um movi moviménto ménto ou coaliza coaliza o maior déntro do judaíssmo mo qué 121 PAULO NO JUDAISMO
E imp import ortant antéé art articu icular lar con contin tinuam uamént éntéé qué a pos posiça içao dé Pau Paulo lo sob sobré ré éss éssés és assu assunto ntoss é baséada na airmaçao cronométrica do évangélho dé qué o im dos témpos, qué muitos qué praticam o judaíssmo mo aguardam aguardam,, chégou, é qué esta é a raza raza o para as mudan mudanças ças dé polí políttica ica ém rélaçao a éssés nao-judéus; daí, por éxémp éxémplo, lo, éscrévér éscrévér,, “ para não-judeus seguidores de Cristo que praticam o judaísmo de acordo com a reivindicação cronométrica do evangelho Cristo proclamado por por Paulo e out outros ros líderes apo apostólicos stólicos dest destee judaísmo. ”28 Praticar éssa disciplina dé éspéciicidadé para as déclaraçoés dé Paulo, é mutatis mutandis, para avaliar a déclaraçao dé qualquér outra péssoa com a qual procuramos comparar ou contrastar Paulo, révélara révélara as basés quéstiona quéstiona véis para muitas das caractéríssticas ticas sobré as quais os rétratos onipréséntés dé Paulo como um apostata ou um igura anomala ém térmos dé judaíssmo mo dépéndém. Podé pélo ménos ajudar aquélés qué déséjam considérar a concéituaçao dé Paulo déntro do judaísmo smo para évitar réinscrévér inadvértidaménté o rétrato paradigmatico dé um Paulo qué, por déiniçao, dévé éncontrar falhas é distanciar-sé do judaíssmo mo (séja osténsivaménté por idéias ou motivos érrados, justiça pélas obras, étnocéntrismo, é assim por dianté, como os inté inté rrprétés prétés tradicionais é da Nova Pérspéctiva sobré Paulo izéram é continuam a fazér). Com éssés para para métro métross ba ba sicos para concéitu concéituar ar é discu discutir tir Paulo é o judaí judaíssmo mo no topico da circuncisao agora éstabélécidos, éstamos préparados pélo ménos para considérar a opçao dé lér Paulo déntro do judaí smo. smo. acrédita acrédi ta qué Jésus é o Més Méssia sias, s, um sub subgru grupo po jud judéu éu cuj cujos os líd dérés érés sao conhécidos como “apo stolos “apo stolos”, ”, mésmo qué haja ténso ténso és ou conlitos, conlitos, até até mésmo facço facço és sé désénv désénvolvén olvéndo do éntré éssés subgrupos. 28. Para uma abordagém dé Paulo como répréséntanté ém véz dé rival da lidérança apostolica dé Jérusalém como géralménté rétratada, véja Mark D. Nanos, “Intruding 'Spiés' and 'Pséudo- bréthrén': Thé Jéwish Intra-Group Politics of Paul's Jérusalém Mééting ( Gal 2:1-10)”, ém Paul and His Opponents , éd. Stanléy E. Portér (Boston: Brill, 2005), 59–97. 29. Consulté o Apé Apé n ndicé. dicé. 122 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O Retratando a visão de Paulo sobre a circuncisão (de seguir a Cristo Não-Judeus) dentro do Contexto das Visões Judaicas Relacionadas na narrativa de Josefo Cértaménté dé intéréssé para comparaçoés com os pontos dé vista dé Paulo sobré a ci circ rcun unci cisa sa o é o uso uso dé erga rga é ergo ergonn po porr Jo Jose sefo fo para signiicar o rito da convérsao do prosélito masculino péla açao éspécíica ica da circuncisao. Embora os consélhéiros dé Izatés
nao usém a palavra pistis palavra pistis ém contrasté diréto com ergon , como discutido, ambos déféndém séu caso com basé no fato dé a açao ou rito répréséntar mélhor a idélidadé para élé. Ananias déféndé a manuténçao dé uma distinçao éntré idélidadé para o nao-judéu Izatés, qué sé éxpréssa adéquadaménté voltando-sé para Déus é praticando modos dé vida judaicos ( nomoi , ethoi , patria ), é tornando-sé judéu por méio do ergon da circuncisa circuncisa o, qué séria, ém sua opiniao, inadéquado é éxpréssaria inidélidadé nésté caso. Em contrasté, Eléazar arguménta qué para éxpréssar adéquadaménté a idélidadé Izatés também dévé sé tornar um judéu através do ergon da circuncisao, qué é uma açao éspécial (ou obra ou ato ou ri rito to)) qu quéé té tém m a vér vér com com a id idén énti tii ica caça ça o como como um judéu judéu qu quéé é disti disting nguí uívvél él do compromisso dé praticar Modos dé vida judaicos énquanto pérmanécé um nao-judéu. E importan impo rtanté té réssa réssaltar ltar qué Joséf Joséfoo éxpli éxplicitamé citaménté nté conécta pisteuō (o ato dé fé [id [idélidadé] élidadé])) com a décisao dé réalizar a circuncisao mais tardé na historia (20.48), quando élé atribui a présérvaçao dé Izatés por Déus a sua decisão de ser circuncidad circuncidadoo como o “fruto da piédadé [ eusebeias ]” ém diréça diréça o a Déus por ““ idelidade/c idelidade/coniança oniança some somente nte [ monō pepisteukosin ].” Embora o contrasté éntré éssés dois consélhéiros é Paulo ém rélaçao ao qué signiica fé (idélidadé) soménté para nao-judéus séja impréssionanté, as sémélhanças signiicativas nao dévém sér négligénciadas. Joséfo nao atribui a protéçao dé Déus a Izatés ao fato dé élé tér réalizado o(s) “rito(s)” da circuncisa circuncisa o ém si, mas sim aa coniança em Deus qué signiica complétar ésté “rito” (ou éssés “ritos”), indépéndéntéménté do poténcial améaça ao séu bém-éstar qué o ato (ou “atos”) é (ou éé ) prova prova vél PAULO NO JUDAISMO provocar. Essé raciocín nio io é paralélo ao arguménto dé Paulo sobré a circuncisao dé Abraao como um “sinal” dé sua idélidadé (baséado ém Gn. 17:11); no éntanto, Abraao para Paulo ilustra por qué a fé (idélidadé) para os nao-judéus qué séguém a Cristo é démonstrada por élés não sérém circuncidados (Romanos 3:27— 4:25; Gal. 3:1—4:7; passim). Paulo insisté qué éssés nao-judéus répréséntam os ilhos prométidos a Abraao das outras naçoés antés qué élé fossé circuncidado, é assim élés dévém pérmanécér na na oo-judéus, -judéus, isto éé , na na o dévém sé tornar mémbros dé Israél.30 Joséfo éxpréssa a aprovaçao da abordagém dé Eléazar, ém qué a fé a fé (idelidade (idelidade)) por si só énvolvé énvol vé a circu circuncisa ncisa o como a aça aça o décisi décisiva va para os na nao-judéus Izatés, mésmo corréndo o ri risc scoo dé ré rébé béli liaao dé sé séu u po povo vo.. Em cont contra rasté sté,, Pa Paul uloo déf défén éndé dé somente a fé (idelidade) éxclusiva da circuncisao como a açao décisiva para os nao-judéus séguidorés dé Cristo a quém élé sé dirigiu, mésmo qué isso ténha custado a marginalizaça marginalizaça o. o. Isso rés Isso résult ultou ou da réi réivin vindic dicaça açao cro cronom noméétrica bas baséad éadaa no éva évangé ngélho lho dé tér dir diréit éitoo a participaça o pléna nas maiorés comunidadés judaicas como mais do qué méros convidados participaça qué adotaram cértas normas comportaméntais judaicas; assim, por éxémplo, élés na na o iriam mais participar do culto familiar é cí vvico ico ao voltar para casa das réunioés judaicas, ao contra rio contra rio do qué normalménté sé éspéraria daquélés qué éram méros convidados.
No éntanto, é improvavél qué a maioria dos judéus ou nao-judéus acéitariam qué tais naojudéus éstivéssém ém posiçao dé réivindicar isénçao da obsérvancia normal do culto naojudaico nos mésmos térmos aos quais os judéus podériam apélar.31 Paulo os lémbra qué élé também sofréram marginalidadé ém séu nomé para proclamar éssa “vérdadé do évangélho”. Para cada posiçao, émbora manténdo a opiniao oposta sobré sé a circuncisao éra apropria apropriada da para para os na na o-j o-judé udéus us ém vista, vista, a idelidade é éxpr éxpréssa éssa dé cértas manéira manéirass considéradas apropriadas/justiicadas/légíttimas, imas, 30. Cf Cf.. Joh Johnso nson n Hod Hodgé, gé, Se Filhos, Então Herdeiros , 93-107. 31. Joséfo, Ant Joséfo, Ant . 12.138-153; 14.185-267; 16,27-65, 160-178; 19.278-291, 299-316; Guerra 2.195-203; Nanos, Ironia de Gálatas, 257-71. 124 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O é na na o ém outros, dépénd dépéndéndo éndo da perspectiva do intérprete sobré o qué réprésénta o rumo mais iél para a péssoa ou grupo ém vista. Su Sugi giro ro qu quéé Pa Paul uloo ta tamb mbéém qu quér ér dizér dizér com com fé fé ( (id idél élid idad adé) é) alé alé m da circ circun unci cisa sa o na na o simplésménté crér ém contrasté com agir, éspécialménté nao ém contrasté com atos dé justiça, pois é précisaménté para tal comportaménto qué o évangélho os chama para sérém éscravizados (cf. ROM. 6; 13; Garota. 5). Paulo na na o éstava procurando bifurcar fé fé é aça aça o/ o/ açoés ao déféndér qué a idélidadé (idélidadé) para os nao-judéus séguidorés dé Cristo signiicava nao sé circuncidar, assim como Ananias ou Eléazar dé Joséfo nao éstavam fazéndo tal bifurcaçao quando altérnativaménté éxortaram os nao-judéus Izatés a évitar ou réalizar a circuncisa circuncisa o como o curso apropriado dé fé fé (plénitudé). A obra (ou “aça “aça oo”” ou “ato” ou “rito”, singular plural) émavista ém todasréquér éssas articulaço és dé fé(idéntidadé plénitudé) para gira éspéciicaménté émoutorno dé sé fé(plénitudé) transformaça o dé tornar-sé judéus/israélitas ou nao; nao gira ém torno dé sé os costumés judaicos, como a obsérvaçao dé diétas é dias baséados na Tora, dévém sér réalizados (supoé-sé qué élés ja ténham sido iniciados por éssés nao-judéus). O contrasté qué Paulo faz , assim como os pérson pér sonagé agéns ns dé Jos Joséfo éfo,, é ém térmos térmos do qué mélho mélhorr rép réprés résént éntaa a id idéli élidad dadéé par paraa os jogadorés ém rélaçao a circuncisao. Além das açoés énvolvidas no procésso dé convérsao étnica, nao ésta séndo féito o contrasté éntré a fé é as obras ém géral (como séria dé sé éspérar dé acordo com os térmos dé uma léitura protéstanté tradicional), ou éntré a fé é o chamado comportaménto dé démarcaçao dé frontéiras. pér sé (como séria dé éspérar dé acordo com o énténdiménto prédominanté da Nova Pérspéctiva). Em quésta quésta o para Paulo ésta ésta éspéciic éspéciicaménté aménté a éscolh éscolhaa dé pérmanéc pérmanécér ér com o prépu prépu cio – uma métoním mia ia para nao-judéus qué os déiné ém térmos dé nao térém réalizado éssé rito
dé acordo com os térmos judaicos é, portanto, como répréséntantés dé outras naçoés além dé Israél – sobré a altérnativa 125. PAULO NO JUDAISMO ém ofé oférta rta par paraa sé tor tornar narém ém jud judéus éus,, isto isto é, cir circun cuncid cidado ados, s, o qué é néc nécéss éssaario para sé tornarém mémbros dé Israél. Em contrasté com o arguménto dé Eléazar, qué gira ém torno do qué é apropriado agora para aquélé qué é um réi dé nao-judéus, Paulo arguménta qué tal transformaça transformaça o dé idént idéntidadé idadé na na o é apro apropriad priadaa para élés apo apo s a réssur réssurréiça réiça o dé Jésus Jésus.. Por qué qué ? Porqué o ént Porqué énténd éndimé iménto nto dé Pau Paulo lo sob sobré ré o qué é apr apropr opriad iadoo ago agora ra é bas baséad éadoo ém uma intérprét inté rprétaça aça o cronomé cronomé ttrica rica do Shéma Shéma (qué o Déus dé Israél éé o unico Déus dé todas as naço és “agora”). Paulo aplic naço aplicaa a lo lo gica do Shéma Shéma (“Ouv (“Ouvé, é, oo Israél Israél,, o Sénhor é nosso Déus, o Sénhor é um [ou: o Sénhor soménté]”) éxplicitaménté ém Romanos 3:29-4:25 para fazér o caso cronométrico do évangélho qué os nao-judéus dévém pérmanécér nao-judéus com a ch chég égad adaa da ér éraa éspé éspéra rada da.3 .32 2 El Eléé pa part rtéé da pr prém émis issa sa dé qu quéé Dé Déus us ja ja é é aind aindaa é inquéstionavélménté o Déus dos judéus, da qual arguménta qué quando os “prépucios” agora sé voltam parao Déus atravéspérmanécér idélidadé a répréséntantés Cristo, Déus assim torna naço també dos prépu cios, énta élés dévém dasséoutras ésmé onaDéus o sé circuncidar, ou séja, na na o sé tornarém judéus/ israélitas. Dé acordo com as réivindicaçoés proposicionais do évangélho para élés como nao-judéus, Paulo éxigé qué élés pérmanéçam répréséntantés dé outras naçoés qué agora pé pért rtén éncé cém m ao Dé Déus us qu quéé faz faz o qu quéé é cé cért rtoo é, por orta tant nto, o, co como mo aq aqué uélé léss qu quéé ésta ésta o comprométidos ém fazér o qué é cérto. Elés assim démonstram a chégada do dia éspérado quando todas as naçoés sé submétériam ao réino dé Déus ao lado dé Israél, quando o Déus U nico dé Israél séra saudado como o u u nico Déus por répréséntantés dé todas as naço naço és.33 O arguménto réquér a déduçao logica do corolario 32. Véja Mark D. Nanos, “Paul and thé Jéwis Jéw ish h Tr Trad adit itio ion: n: Th Théé Idéol Idéolog ogyy of th théé She hem ma ”, éém m Celebrando Celebrando Paul Paulo. o. Fest Festschri schrift ft em homenagem a Jerome Murphy-O'Connor, OP, e Joseph A. Fitzmyer, SJ , Sérié dé Monograia Triméstral Bíb blica lica Catolica 48, éd. Pétér Spitalér (Washington, DC: Associaçao Bíb blica lica Cato lica da Amé Cato Amé rica, rica, 2012 2012), ), 62–8 62–80; 0; Nano Nanos, s, O Mistério dos Romanos: O Contexto Judaico da Carta de Paulo (Minnéapolis: Fortréss Préss, 1996) , 1996) , 179-92. 33. Na Idadé Média, Rashi (ém Déut. 6:4) fala similarménté do éléménto futurista do résto das naço naço és també també m sé voltando para o Déus U U nico implíccito ito na atual conissao dé Israél do Shéma: “O Sén Sénhor hor qué é nos nosso so Déu Déuss ago agora, ra, mas na na o (ai (ainda nda)) o Déu Déuss das (outr (outras) as) naço naço és, ésta ésta déstinado a sér 126 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O qué os circuncidados qué sé voltam para Cristo dévém pérmanécér judéus, portanto, pérmanécéndo sob a aliança da Tora Tora féita com a naça naça o dos israélitas.
Nos arguméntos arguméntos dé Paulo Paulo,, a idéli idélidadé dadé a Déus éé éxpré éxpréssa ssa por na na o-ju o-judéus déus qué ségué séguém ma Cr Criisto sto qu quan ando do élés élés ésco éscolh lhém ém déix déixar ar a ador adoraç açaa o do doss déus déusés és dé suas suas na naço ço é s é o compor com portam tamént éntoo concom concomita itanté nté para para os pro pro pri prios os idé idéais ais dé jus justiç tiçaa qué inc incumb umbém ém aos israélitas, conformé articulado na Tora dé Israél. (além dé sé tornarém mémbros dé Israél através da circuncisao), mésmo qué éssés nao-judéus nao éstéjam técnicaménté “sob” a Tora , ja Tora ja qué élés na na o sé torn tornam am israélitas. israélitas. Por qué qué? Porqu Porquéé éssés sa sa o os idéais dé justiça para toda a humanidadé, émbora culturalménté construí d dos os para Israél como o povo dé Déus ém um rélacionaménto dé aliança éspécial pélo qual Déus podé iluminar toda a humanidadé.34 O raciocín nio io dé Ananias é Eléazar é baséado ém valorés sémélhantés, émbora chéguém a conclu con cluso so és opo oposta stass sob sobré ré sé Iza Izatés tés na na o dév dévéé ou dév dévéé réa réaliz lizar ar o er ergo gonn da circuncisao. Eléazarr claramén Eléaza claraménté té apéla aa idelidade no séntido dé léaldadé ao mandaménto qué Izatés ésta léndo na Tora ésta Tora / Péntatéuco. Joséfo déféndé éssa intérprétaçao péla manéira como sé référé a idélidadé dé Izatés ém sér circuncidado ém résposta a Eléazar. E, conformé discutido, 20.48 Joséfo qué éxplica a oidélidadé dé Déuscomo ém pr présér ésérvar var Izatés quando quandém o élé é ata atacad cadoo éxplica mai maiss tar tardé, dé, isso car caracté actériz rizand ando éss éssaa idelidade coniança somente em Deus . Ananias é o unico Sénhor, como é dito: 'Pois éntao daréi aos povos uma lín ngua gua pura, para qué todos invoquém o nomé do Sénhor, para sérvi-lo com um conséntiménto' (Sf 3:9). E (da mésma forma) é dito: 'E o Sénhor séra réi sobré toda a térra; naquél naq uéléé dia o Sén Sénhor hor séra séra Um é Séu nomé Um' (Zc 14: 14:9)” 9)” (tra (trad. d. dé Nor Norman man Lamm Lamm,, The Shema: Spirituality and Law in in Judaísmo como Exempliicado no Shema, a Passagem Mais Importante da Torá [Filadé [Filadé llia: ia: Sociédadé dé Publicaça Publicaça o Judaica, 2000], 31). 34. Por éxémplo, o arguménto dé Paulo ém 1 Corí n ntios tios 8-10 dé qué os nao-judéus qué séguém a Cristo nao dévém comér comida conhécida como comida para íd dolos, olos, fornécé um éxémplo éxémp lo u u til dé como élé os abord abordaa como nao éstando técnicam técnicaménté énté sob a Tora Tora é ainda obédécéndo as normas da Tora, incluindo o énsino do éxémplo dé Israél; véja Mark D. Nanos, “Thé Polythéist Idéntity of thé 'Wéak', and Paul's Stratégy to 'Gain' Thém: A Néw Réading of 1 Coríntios ntios 8:1—11:1,” in Paul: Jew, Greek, and Romano , éd. Stanléy E. Portér, Pauliné Studiés 5 (Boston: Brill, 2008), 179–210. 127 PAULO NO JUDAISMO arguménto també arguménto també m na na o gira ém torno dé bifu bifurcar rcar fé fé (plén (plénitudé) itudé) dé aça aça o (ou aço aço és ou obra ob ras) s).. Sa Sa o do doiis lados ados da mé mésm smaa moéda oéda,, ma mass a idél idéliidadé dadé par araa Izaté zatéss ést éstar aria ia comp compro romé méti tida da,, sé ségu gun ndo sua sua ma ma é é An Anan ania ias, s, sé élé élé adot adotas assé sé o er ergo gonn pa part rtic icul ular ar da ci circ rcun unci cisa sa o. Altér Altérna nati tiva vamé mént nté, é, dé ac acor ordo do com com Elé Eléaza azar, r, a i idé déli lida dadé dé a To Tora ra séri sériaa comp comprométi rométida Izatés na naé), o réali réalizassé zassé ergon . Nénh Nénhum um casos énvolv énvolvé éaruma négaça négaça oo do pap papél él dadafé fésé (pl (pléni énitud tudé), émb émbora ora ocada con consélh sélhéir éiro o dos pos possa sa rép réprés résént éntar o con consélh sélho contrario do proféssor rival (sobré a circuncisao, nésté caso) para falhar précisaménté ém
déféndér a fé (plénitudé), assim como os arguméntos dé Paulo contra o consélho contrario implícito cito dé séus rivais (por éxémplo, éspécialménté sobré éssés nao-judéus séguidorés dé Cristo réalizando a circuncisa circuncisa o). No éntanto, dévémos éxplicar o fato dé qué Ananias apéla éxplicitaménté aa conveniência é nao ao princíp pio io para para dissu dissuad adir ir Izaté Izatéss dé sé to torn rnar ar judé judéu u po porr sér circ circun unci cida dado do.. Elé arguménta qué, porqué Izatés é o réi dé um povo qué nao é judéu, élé dévé sér cautéloso para qué séus suditos nao réjéitém éssa transformaçao dé idéntidadé para élé por causa dé suas implicaçoés para si mésmos. A prémissa implí cita cita do arguménto dé Ananias, no éntant ént anto, o, con contin tinua ua sén séndo do um apélo aa idelidade . Ananias arguménta, como méncionado acima, qué como réi dé um povo qué nao é judéu, élé dévé “adorar a Déus sém circuncisao; mésm mé smoo qu quéé élé élé po porr to todo doss os méio méioss fez décid décidaa ser zelos zelosoo pélas tradiçoés ancéstrais dos judéus, sér isso é mais nobré dé alguém [ém sua posiçao] do qué sér circuncidado” (20.41; gr grif ifoo no noss sso) o).. Em ou outr tras as pala palavr vras as,, pr prat atic icar ar os va valo lorés rés do gr grup upoo idén idénti tii ica cado do como como circuncid circu ncidado ado é uma forma mais mais iel iel (mais adéquada, mais apropriada, mais justiicada) dé honr ho nrar ar o Déu Déuss do doss ju judéu déuss para Izates Izates co como mo um rei rei do qué sér circuncidado (tornar-sé judéu) séria em seu seu caso . Sé tradu traduzirmo zirmoss kyrioteron como “mais nobré” ou “mais réal” ém véz dé “supérior”, présérvamos o possívvél él trocadilho qué Joséfo (via Ananias) podé éstar fazéndo por ésta éscolha dé advérbio: para Izatés como “sénhor” ou “réi” 128 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O dé um povo qué nao é judéu, o mandaménto da circuncisao nao é apropriado. Dé acordo com Ananias, no éntan éntanto, to, Izatés éé justi justiicado icado por sua idélidadé (soménté! (soménté!)) circuncid circuncidado ado (ou séja, um judéu), o qué implicaria (inapropriadaménté) qué o povo sobré o qual élé réina sé circuncidassé (ou séja, judéus) também. O qué Ananias énsinaria a outros naojudéus qué procuram sér “complétaménté” iél ao sé tornar judéu através da circuncisao pérmanécé désconhécido, mas,, com mas comoo sua obj objéça éça o a Iza Izatés tés fazé fazé-lo é cir circun cunsta stanci ncial, al, pod podé-s é-séé infér inférir ir qué qué,, dad dadoo um conjun con junto to dif diféré érénté nté dé circun circunsta sta nci ncias, as, élé pod podéé con concor cordar dar com Eléazar Eléazar qué o “at “ato” o” é justiicado. O arguménto arguménto dé Paulo na na o apéla aa conveniência dé manéira sémélhanté sémélhanté a dé Ananias. No éntanto, muitos dos intérprétés dé Paulo atribuém éssé motivo a Paulo, sugérindo, por éxémplo, qué acréscéntar a circuncisao a crénça no évangélho téria inibido o crésciménto déssé moviménto, tanto porqué éxigia um passo doloroso qué muitos homéns nao dariam, quanto porqué tal a açao éra vista como mutilaçao, violando assim as sénsibilidadés grécoromanas, bém como résultando ém limitaço limitaço és sociais a partir dé énta énta o, inclusivé a éxclusa éxclusa o das oportunidadés é éains da paideia . Simplésménté nao sérviria a élité ou qualquér péssoaéducacionais com aspiraço s dé da paideia élité. Paulo, no éntanto, nunca faz tal para arguménto quando insisté qué os na na o-judéus qué sé voltaram para Déus Dé us por méio dé Cristo nao dévém
sér circuncidados. Muito pélo contrario, élé insisté qué aquélés na Galacia résistém a qual qu alqu quér ér té tént ntaça aça o dé sé to torn rnar arém ém ci circ rcun unci cidad dados os,, mé mésm smoo qu quéé paré paréça ça a élés élés qu quéé a circuncisao séria réalménté o caminho mais convéniénté, é a abordagém rétorica dé Paulo para élés sugéré qué isso réprésénta um passo qué élés “quérém ” para tomar (4:21; passim). Em résposta, Paulo apéla ao princíp pio, io, nao a convéniéncia. Elé déiné o princí p pio io como fé fé (plénitudé) dé acordo com o qué é apropriado 129 PAULO NO JUDAISMO para élés como nao-judéus, o qué podé sér diférénté dé manéiras éspécíicas icas do qué a fé (plénitudé) podé consistir para aquélés qué sa sa o judéus. Paulo arguménta qué o qué é iél para aquélés do résto das naço naço és prométidas a Abraa Abraa o é o qué éé ié iéll par paraa sua linh linhaa déscénd déscéndént éntéé na na o sa sa o os mésmo mésmoss no qué diz résp réspéit éitoo aos erga nomou , isto éé , as obras (ou atos, atos, ritos) dé a convénça convénça o ou léi da circuncisa circuncisa o. Para Abraao é sua linha déscéndénté étno-historica, a circuncisao é um sinal dé idélidadé, mas na na o para os do résto d das as naço naço és prométidas a Abraa Abraa o. o. Paulo arguménta qué a idélidadé é diférénté para judéus é nao judéus por causa da vinda dé Jésus Cristo. O princíp pio io ao qual Paulo apéla para déféndér éssé caso é tanto téologico quanto éscatolo éscatolo gico. Como vimos, élé apéla ao Shéma é a airmaçao cronométrica do évangélho dé qué chégou o témpo ém qué as naçoés adorarao a Déus ao lado dé Israél. Em outras palavras, o Déus Criador ésténdéu a mao para transformar aquélés das naçoés dé séus déusés nacionais para o unico Déus, o Déus dé Israél, como o unico Déus dé todas as naçoés também (véja éspécialménté Rom. 3:29-31 ). Para élés sé comprométérém a sé tornar judéus, mémbros dé Israél, ésvaziaria éssa préténsao dé séntido, pois na época atual ja havia uma manéira dé os nao-judéus sé réconciliarém com Déus, tornando-sé mémbros do povo judéu através da convérsao prosélita. Assim, diz Paulo, a circuncisao nao podé mais sér réalizada por éssés créntés ém Cristo, porqué éntao o signiicado dé Cristo para as naçoés como o anuncio do dia éspérado séria préjudicado. Nada téria mudado. Aquélés das naçoés tériam qué sé juntar a Israél para sé tornarém mémbros do povo dé Déus, o qué subvértéria a airmaça airmaça o cronomé cronomé ttrica rica do évangélho dé qué élés répréséntam os ilhos do réstanté das naçoés prométidas a Abraao como uma bénçao (o arguménto ém Rm 3‒). 4 é Gal. 3‒5). 130 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O Um ponto adicional a sér féito aqui diz réspéito ré spéito ao discurso da tradiça tradiça o intérprétativa sobré o outro contra quém Paulo polémiza, por éxémplo, ém Galatas. Os intérprétés dévém considérar a probabilidadé dé qué, sé for dada uma voz, aquélés a quém Paulo sé opoé
apélando a fé apélando fé (plén (plénitudé itudé)) alé alé m da circu circuncisa ncisa o argu arguméntar méntariam iam qué sua posiçao também é ba basé séad adaa na fé fé (id (idél élid idadé adé), ), ém émbo bora ra éx éxpr préss éssaa po porr méi méioo dé um umaa ésco éscolh lhaa ou conj conjun unto to diférénté. dé éscolhas (como a circuncisao), ém véz dé éntrégar o valor da fé (plénitudé) a Paulo. Elés podém polémicaménté réjéitar a posiçao dé Paulo como répréséntando a inidelidade ém térmos binarios sémélhantés. Em outras palavras, o apélo ao papél da fé (plenitu (ple nitude) de) dévé sér postulado nao apénas para a posiçao dé Paulo, mas também como central para para o ensino ensino daque daqueles les cujas cujas pos posiçõ ições es seus seus ar argum gumen entos tos se opo opo ém.35 Ha Ha pouca poucass razoés para supor qué outros grupos judaicos nao déféndériam o valor da idélidadé, mésmo susténtando qué éla sé manifésta ém açoés diféréntés das qué Paulo associa com fé (plénitudé) para Seguidor de Cristo Cristo não-judeus ém vista das reivindicaçõ reivindicações es cronométricas do ev evan ange gelh lho. o. Ta Tant ntoo Pa Paul uloo qu quan anto to séu séuss advé advérs rsaari rios os,, sé répr réprés ésén énta tassé ssém m o juda judaííssmo, mo, susténtariam qué sua sua interpretação da Torá é a mais iel no assunto em questão! 36 Distinguindo quatro categorias ao comparar Paulo a Outros Autores do Segundo Templo Como résultado dé nossa qualiicaçao das quésto quésto és qué surgém na narrativa dé Joséfo é nos coménta rios dé Paulo sobré a circuncisa coménta circuncisa o, éxistém (pélo ménos) quatro catégorias distintas qué dévém sér cuidadosaménté considéradas quando buscamos concéituar é comunicar as posiçoés dé Paulo sobré a circuncisao é a obsérvancia da Tora, ou comparar as posiçoés dé Paulo aa q quélas uélas mantidas déntro do judaíssmo mo por outros judéus é grupos judaicos. 35. Véja Nanos, The Irony of Galatians , 203–283. 36. As implic implicaço aço és déssa déssa pér pércép cépça ça o dé qua quao équ équivo ivocad cadoo é ana anacro cro nico nico é o con contra trasté sté tr tradi adici cion onal al do qué é éssé éssénc ncia iall para para o cr cris isti tian anis ismo mo (fé (fé ) vérs vérsus us o judaí judaíssmo mo (ob (obras ras)) diicilménté podém sér éxagéradas! 131 PAULO NO JUDAISMO 1) A circuncisão de não-judeus é um tópico especial; idelidade é o implícito implícito motivação, argumentando a favor ou contra. Ném Joséfo ném as fontés sécundarias qué discutém ésta histo ria sugérém qué a résisté histo résisté n ncia cia dé Anan Ananias ias a circu circuncisa ncisa o do na na o-ju o-judéu déu Izatés implic implicaa qué Ananias éé , portanto, contra a circuncisa circuncisa o ém si, dé modo qué Ananias na na o circuncidaria séu pro pro pri prioo i ilho lho,, sé élé tivéssé tivéssé um. Dis Discut cutir ir a circ circunci uncisão são de não-j não-judeu udeuss por judéus ou grupos judaicos, inclusivé por méio dé términologia como ergon (“trabalho” ou “ato”, “açao” ou “rito”) ou erga (plural) não deve sér logicaménté confundido com sua provavél visao implíccita ita da circuncisão para os judeus . Quando os judéus tém séus ilhos circuncidados no oitavo dia, nao é uma quéstao dé débaté (géralménté, assumindo saudé é oportunidadé, para judéus qué valorizam a pratica da Tora, dé qualquér manéira), pois éxpréssa a idélidadé dos pais ém obsérvar os mandaméntos da Tora Tora para qué élés ja ja sa sa o considérados judéus.
Sémélhanté considéraçao dévé sér dada aos arguméntos dé Paulo sobré a circuncisao, qué nas cartas disponívéis véis para nos sao sémpré dirécionadas para é sobré a quéstao da circuncisa o para na circuncisa na oo-judéus -judéus é, mais éspéciicaménté, para na na oo-judéus -judéus qué ja ja sé tornaram séguidorés dé Cristo. Quando élé faz déclaraçoés gérais sobré o papél da circuncisao, como “a circuncisao nao é nada é o prépucio nao é nada, mas a obsérvancia dos mandaméntos dé Déus” (1 Corín ntios tios 7:19), muitos o énténdém como désvalorizando o papél da circuncisao para todos. , judéus é nao-judéus. Mas isso énvolvé um moviménto intérprétativo qué privilegia a identidad identidadee do prepúcio por deinição , pois nao podé havér para os homéns (alé m dos éunucos) algo como pélé circuncidada ou prépu (alé prépu cio; ambos os éstados constituém “algo” qué déiné os homéns como judéus ou nao no contéxto das préocupaçoés rétoricas dé Paulo. A air airma maça ça o tamb tambéém ig igno nora ra a mé méta tadé dé fé fémi mini nina na da po popu pula laça ça o , qu quéé na na o po poss ssui ui a caractérísstica tica físsica ica caractérizada aqui nésta formulaçao binaria da humanidadé. Além disso, na na o léva ém conta os 132 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O apon aponté té v.ra19osqué, éms,u ltima ana anavolv llisé, isé, import importa é rcun “obsé “obsérvar rvar mandaménto méntos s dé Déus Dé us”.3 ”.37 7noPa Para ju judéu déus, isso isso én énvo lvéé oa qué ali alian ança ça daa circ ci unci cisa sa o; os no manda énta éntant nto, o, é ma mais is importanté, dé acordo com Paulo (é contrario a Eléazar), ésté mandaménto nao sé ésténdé aos mémbros do résto das naçoés com as quais Abraao dévé sér abénçoado. Para naojudéus, judéu s, na na o é um mandaménto (ném é géralm géralménté énté réconhéc réconhécido ido como um mandaménto mandaménto,, osténsivaménté Eleazar ), a ménos qué os na na o-judéus o-judéus ém quésta quésta o séjam éscravos da fam famíília lia é déscéndéntés dé Abraa Abraa o, o, ou qué procuram sé tornar judéus/israélitas. Paulo ésta, assim, jogando com a idéia concéitual dé qué o valor dé status associado a idéntidadé circuncidada ou prépu prépu cio “déntro do judaísmo” smo” na época atual, nao é mais guiar a valorizaçao hiérarquica dé status déntro do judaíssmo mo das réuni réu niooés dé sub subgru grupos pos ( ekk ekklēs lēsiai iai ) dos séguidorés dé Cristo. Elés tinham idéntidadés étnicas diféréntés quando sé voltaram para Cristo, é o énsino dé Paulo éxigé qué isso continué assim. No éntanto, a discriminaçao dé status usual associada a tais diférénças – qué déntro do judaíssmo mo naturalménté (dé acordo com a dinamica basica da idéntiicaçao social soc ial)) fav favoréc orécéu éu a idé idénti ntidad dadéé cir circun cuncid cidada, ada, énq énquan uanto to a idé idénti ntidad dadéé do pré prépu pu cio foi naturalménté (dé acordo com a mésma dinamica basica) favorécida no mundo grécoromano mais amplo do qual os nao-judéus aos quais Paulo sé dirigiu tinham vindo38—nao dévériam mais obtér éntré si, pois élés éram agora “um” ém Cristo (Gl 3:27-29). A conclusao tradicional dé qué Paulo vé a circuncisao como uma quéstao dé indiférénça para todos, sé nao também como préjudicial é obsoléta, uma conclusao muitas vézés éxpréssa por répréséntantés da Nova Pérspéctiva sobré Paulo também (como discutido abaixo), falha ém mantér ém foco o 37. Cf. J. Brian Tuckér, “Permaneça em seu chamado”: Paulo e a continuação das identidades sociais em 1 Corinthians (Eugéné, OR: Pickwick, 2011).
38. Cf. Mich Michael ael A. Hog Hoggg e Domi Dominic nic Abrams, Soci Social al Identi Identiicati ications: ons: A Socia Sociall Psych Psycholog ologyy of Relações Intergrupais e Processos de Grupo (Londres: Routledge, 1988). 133 PAULO NO JUDAISMO situaçao rétorica para éssés tipos dé déclaraçoés.39 Quando sé réconhécé qué Paulo éscrévé para nao-judéus qué éstao sofréndo uma crisé dé idéntidadé déntro do contéxto judaico dos grupos aos quais élés viéram, ém qué a idéntidadé judaica é privilégiada por déiniçao, éntao é ségué-sé qué élé dévé éxplicar por qué élés nao podém sé tornar judéus. Como vimos, élé faz isso por méio dé um apélo ao Shéma é séu papél cronométrico como répréséntanté dos iéis das naçoés do présénté, dé acordo com as normas do século vindouro qué amanhécéu ém Cristo. Ao mésmo témpo, élé dévé convéncé-los a tér cértéza dé qué éssas réivindicaçoés dé idéntidadé sao justiicadas é légí ttimas imas dianté dé Déus, ou séja, qué répréséntam intérprétaçoés iéis das Escrituras dianté da résisténcia daquélés qué nao compartilham as convicçoés cronométricas dé séus grupos sobré Cristo é a chégada da éra éspérada. Elé também procura garantir qué éssés nao-judéus créntés ém Cristo a vivér graciosaménté, dé acordo com a bondadé dé Déus qué élés mésmosapréndam célébram tér récébido (o ponto dé Rom. 9 a 11 é, possivélménté, Gal. 6:16), ém véz dé sé résséntir dé outros qué nao os acéitam “como sao”, ou coméçam a julga-los é sé comportam dé forma indiférénté ou mésmo déstrutiva.40 Déclaraço Déclar aço és qué qué parécé parécém m nég négar ar o val valor or da cir circun cuncisa cisao fun funcio cionam nam dé man manéir éiraa mui muito to diférénté quando vistas sob éssa luz comparativa é so so cio-réto cio-réto rica. Elés sao projétados para bénéiciar nao-judéus qué sofrém marginalidadé décorrénté dé sua partic participa ipaça çao com comoo na nao-jud -judéus éus ém sub subgru grupo poss judaicos recém-criados. Précisaménté porq po rqué ué o év évan angé gélh lhoo os im impé pédé dé dé supé supéra rarr su suas as idén idénti tida dadés dés ma marg rgin inai aiss dén déntr troo das das comuni com unidadé dadéss jud judaic aicas as por méi méioo da soluça soluçao pr prédo édomin minant antéé par paraa déi déini nirr qué quém m sa sao os mémb mé mbro ross do 39. 39. Nina Nina Li Livés véséy éy,, Cir Circu cunci ncisio sionn as a Ma Malle lleabl ablee Sym Symbol bol , Wissénschaftliché Untérsuchungén zum Néuén Téstamént 2.295 (Tubingén: Mohr Siébéck, 2010 ), 123-54, of ofér éréc écéé uma uma br brév évéé visa visa o gé géra rall das das mané manéir iras as péla pélass qu quai aiss a vi visa sa o dé Pa Paul uloo sobr sobréé a circuncisa o foi intérprétada ao longo dos séculos. circuncisa 40. Cf. Mark D. Nanos, “Romanos 11 é Rélaçoés Cristas é Judaicas: Opçoés Exégéticas para Révisitar a Traduçao é Intérprétaçao désté Téxto Céntral”, Crisw Criswell ell Theol Theologic ogical al Revi Review ew 9, no. 2 (2012): 3–21. 134 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O
justos na présénté éra, qué inclui aquélés qué sé convértém prosélitos como mémbros ao lado dé judéus natos, Paulo dévé minimizar as vantagéns obvias da idéntidadé para os jud udéu éuss é, ao mésm ésmo té tém mpo, éx éxp pli lica carr por qué él élés és na o dé dévvém rétor étorn nar ao séu séu comportaménto antérior como nao - Judéus, ambos éxcluíd dos os pélo évangélho ao qual réspondéram. Elés dévém agora apréndér a vivér ém sua idéntidadé “ém Cristo”, ou mélh mé lhor or,, “n “noo Mé Méss ssia ias”, s”, isto isto é , dént déntro ro do ju judaí daísmo smo com comoo na na o-jud o-judéus éus rép réprés résént éntand andoo a éspérada réstauraça réstauraça o da humanidadé ao u nico Déus atravé atravé s do Salvador. Os pr pronu onunci nciamé aménto ntoss dé Pau Paulo lo na nao rép réprés résént éntam am a réj réjéiç éiçaa o uni univér vérsal sal ou abs absolu oluta ta da circuncisao para judéus, incluindo judéus séguidorés dé Cristo, como o proprio Paulo, mais do qué o arguménto dé Ananias contra a circuncisao para Izatés sugéré qué élé éra contra judéuss térém séus ilhos circunci judéu circuncidados dados dé acord acordoo com a Tora Tora , ou mésmo contra isso para na na o-judéus qué quérém sé tornar judéus (éxcéto Izatés!). 2) 2) A A prática do comportamento comportamento judaico judaico por não-judeu não-judeuss não é o mesmo tóp tópico ico como se os não judeus devem ou não realizar a circuncisão (prosélito (prosélito conversão). Essa distinçao catégorica tém sid sidoo amp amplam lamént éntéé nég néglig ligénc énciad iadaa nos ést éstudo udoss pau paulin linos os por porqué qué a transformação da identidade envolvida na na tor tornar nar-se -se um judeu judeu qué ésta ésta ém qué quésta stao qua quando ndo sé dis discut cutéé a circ circun unci cisã sãoo de nã nãoo-ju jude deus us té tém m si sido do conf confun undi dido do com com a disc discus ussa sa o de nã nãoo-ju jude deus us se comportando de acordo com com às prescrições do judaísmo (isto é, Tora, costumés é tradiçoés ancéstrais). Assim, éncontramos discussoés dé Galatas como éxpréssando a oposiçao dé Paulo aa Léi ou a Tora Tora , quando o qué élé éxpli éxplicitam citaménté énté argumén arguménta ta contra é a circuncisa circuncisa o para nao-judéus séguidorés dé Cristo; éstés sao instruí d dos os dé outra forma, por éxémplo, qué “a fé (plénitudé) opéra através do amor” (5:6), é vivér dé acordo com a Tora = amor (5:14), ém véz dé compétir pélo diréito dé sér idéntiicado como circuncidado (o contéxto para a éscolha para a qual Paulo os chama nésté capí ttulo ulo é a carta ém géral). A circuncisao dé na na o-judéus éé muito diférénté 135 PAULO NO JUDAISMO quéstao do qué a busca da justiça da justiça por nao-judéus ém térmos mais gérais, por éxémplo, quando nao-judéus sé associam a judéus é comunidadés judaicas como convidados (como téméntés a Déus ou géntios justos), ou no caso dos déstinatarios dé Paulo, quando éstés os nao-judéus airmam sér mémbros plénos do povo dé Déus além dé sé tornarém judéus (como na na o-judéus séguidorés dé Cristo). Como vimos na narrativa dé Izatés, Joséfo déscrévé um modo dé vivér dé acordo com os costumés dos judéus, qué um nao-judéu também podé praticar, mas diféréncia isso da transformaçao étnica péla qual um nao-judéu masculino sé torna judéu por méio da circuncisao . O caso trata éspéciicaménté da diférénça éntré duas opçoés: 1) a pratica cultural do judaísmo smo por na na o-judéus (o qué podéríamos amos chamar dé “convértidos” as praticas dos judéus désénvolvidas ém honra dé séu Déus, as vézés chamados chama dos dé “témén “téméntés tés a Déus”) Déus”);; é 2) a décisa décisa o dé na na oo-judéus -judéus dé sé tornarém judéu judéuss por méio dé (h méio (hom omén éns) s) ré réal aliz izar arém ém a ci circ rcun unci cisa sa o (ou (ou séj séja, a, o qu quéé po podér dérííaamos mos ch cham amar ar dé
convértid conv értidos os étnic tnicos, os, prosé prosélitos litos ), qué dépoi dépoiss prati praticariam cariam o judaí judaísmo smo como judéus (éx
nao-judéus) . Essa historia révéla qué as iguras da narrativa dé Joséfo réconhécém a diférénça éntré adotar (algumas ou muitas) praticas culturais dé um grupo étnico é tornarsé mémbro déssé grupo étnico, o qué Joséfo déscrévé como a diférénça éntré décidir “honrar a Déus [a Divindadé] dé acordo com a tradiçao ancéstral judaica” énquanto pérmanécé um naojudéu ou décidé “sér complétaménté um judéu” ( Ant. ( Ant. 20.34 comparado a 20.38). Sugiro qué Paulo éstava lidando com o mésmo tipo dé distinçao para éssés nao-judéus ém séus arguméntos sobré fé fé (idélidadé) vérsus émprééndér erga nomou (mais abaixo). A idéntidadé particular discutida na historia dé Joséfo é nas cartas dé Paulo podé sér chamada dé “judaíssmo”, mo”, o modo dé vida baséado nas tradiçoés judaicas, é a idéntidadé é ttnica nica “judéu “judéus” s” é signiic signiicada ada péla palav palavra ra Iou Ioudai daioi oi nés nésté té con contéx téxto. to. O judaísm judaísmoo dénota as crénças é o comportaménto qué é “judéu”, qué éxpréssa “judaíssmo”, mo”, qué sao déscriço déscriço és 136 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O qué podé sér aplicado ao comportaménto dé nao-judéus qué vivém da mésma forma qué os judéus Emidéntiicadas outras palavras, aplicaçavivém.41 aplicaça o a péssoas como éssés sao rotulos déscritivos qué nao sé limitam a “Judéus”, séja porqué alguém nascéu dé pais idéntiicados étnicaménté como judéus (o qué continua a sé aplicar mésmo a q quélés uélés qué na na o sé comportam mais “judaicaménté” dé acordo com as opinioés dé outros judéus ou mésmo délés mésmos), é indépéndéntéménté dé tér nascido ou vivéu na Judéia. Essa idéntidadé étnica podé sé ésténdér (dé acordo com alguns judéus) também a uma péssoa qué émprééndéu os procéssos énvolvidos ém sé tornar mémbr mém broo do pov povoo cha chamad madoo “ju “judéus déus”, ”, com comoo é atr atrib ibuí uíd doo a complétar o ato ou rito dé circuncisao pélos judéus nésta historia. (é, portanto, Joséfo), qué é, pélo ménos mais tardé, référido como convérsa convérsa o prosé prosé llita, ita, é por Paulo como “judaizanté” (Gl 2:14). Com éssa distinçao ém ménté, podémos réconhécér qué um nao-judéu podé praticar o judaísmo smo é um judéu podé optar por nao fazé-lo; um nao-judéu podé sé comportar dé manéira mais judaica ou mais judia do qué um judéu, éxpréssando assim mais judaísmo, judaí smo, mas a distinçao éntré sér judéu ou nao-judéu - pélo ménos para os homéns - pérmanécé saliénté. Adotar o comportaménto judaico na na o faz do na na o-judéu um judéu, ném a falta dé tal comportaménto faz do judéu um nao-judéu. Podéríaamos mos dizér qué ha uma diférénça éntré sér judéu é sér judéu , judéu , ou talvéz mélhor dizér qué sé ésta ésta sé référindo référindo a algo qué podé sér aplica apl icado do a na nao-jud -judéus éus,, sér judeu . Podé sér util usar létras minusculas ao aplicar éssés adjétivos é advé advé rrbios bios a na na o-judéus: assim, ““ judeu judeu ” “j “ju udé déu u ” é “ judeu ”, para qué o léitor nao suponha qué éssés nao-judéus éstao séndo déscritos como sé també també m tivéssém sé tornado “judéus”, como sé fossém mémbros “ povo judeu povo ”, masdas apénas como o-judéus 41. Cf., Paula Frédriksén Frédr iksén, , “Judai “Judaizando zando asdoNaço Naço és: judeu As Déman Démandas Rituais do na Evangé Evangélho lho qué dé Paulo” Paulo”, Nova Estudos do Testamento 56 (2010): 232–52.
42. Mark D. Nanos, "O qué éstava ém jogo no 'Comér com os géntios' dé Pédro ém Antio An tioqui quia?" a?",, ém The The Galatians Debate: Contemporary Issues in Rhetorical and Historical Interpretation , éd, Mark D. Nanos (Péabody, MA: Héndrickson, 2002), 306-12. 137 PAULO NO JUDAISMO sé comportar como sé éspéra qué os judéus sé comportém, pélo ménos dé algumas manéiras é ém alguns moméntos. Aténdér a éssas dinamicas concéituais é déscritivas ao discutir os téxtos dé Paulo torna possívvél él coméçar a falar da judaicidadé dos nao-judéus dé Paulo. Elés répréséntam naojudéus praticando o judaísmo smo é sé comportando judaicaménté déntro dos subgrupos judéus dé Paulo. Israél é Salvador do résto das naçoés também. Tudo isso é éxplicitaménté baséado na visao dé mundo das Escrituras dé Israél é nas tradiçoés é normas judaicas désénvolvidas no contéxto da vida sob Roma, qué sao éléméntos da pérspéctiva judaica na qual Paulo incultura aquélés qué élé traz a idélidadé a Jésus como Cristo. a diférénciaçao é tradicionalménté ésquécida quando sé discuté Paulo; Acrédito qué isso séja ém grandé parté résultado da forma como erga nomou foi déinido ém séus arguméntos. Paulo usou a fra Paulo frasé sé erga nomou ém Romanos é Galatas ém contrasté com pistis com pistis , qué tém sido énténdido tradicionalménté para signiicar um contrasté éntré comportaménto é crénça. Mas parécé-mé qué foi projétado éspéciicaménté para discutir o qué a idelidade a idelidade én énvo volv lvia ia para os não-judeus não-judeus que que já se vo volt ltar aram am pa para ra De Deus us po porr me meio io de Je Jesu suss Cr Cris isto to:: éspéciicaménté, qué eles também não devem se tornar judeus. Signiicava apénas o trabalho (ou ato ou ato ou rito) da circuncisão , incluindo quaisquér outros trabalhos (ou atos ou atos ou ritos) énvolvidos no procésso dé convérsao dé idéntidadé para sé tornar um judéu. Mas não signiicava as obras comportaméntais (ou atos ou atos ou ritos) énvolvidas ém um judé judéu u ou não-jud não-judeu eu sé comportando judaicaménté pér sé, como obsérvar os sabados é outros fériados judaicos désignados, ou diéta 43. Cf. Nanos, “Os nao-judéus dé Paulo nao sé tornam 'judéus', mas élés sé tornam 'judéus'?” 44. Cf. Ehr Ehréns énspér pérgér gér,, Pau Paull na encru encruzil zilhad hadaa das cu cultu lturas ras ; Néil Elliott, “Thé Quéstion of Politics: Paul as a Diaspora Jéw undér Roman Rulé” Rulé ” nésté volumé). 138 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O mandaméntos, étc. Um nao-judéu no caminho para sé tornar um judéu séria inculturado na vida comunal judaica consistindo dé tais obsérvancias, assim como os nao-judéus a quém Paulo éscrévéu, mas a frasé dé Paulo nao incluía éssés assuntos: apénas sé référia ao rito(s) énvolvidos ém sé tornarém judéus.
As déin déiniço iço és tradic tradicion ionais ais da fra frasé sé erga rga nomo nomouu , bém como as da Nova Pérspéctiva, confundém a oposiçao dé Paulo a éssés nao-judéus qué réalizam a circuncisao com a oposiça o aa obsérva oposiça obsérva ncia da Tora Tora . Essé continua séndo o caso quando éstudiosos da Nova Pérspéctiva, como Jamés Dunn, éstipulam qué Paulo tém ém vista éspéciicaménté aquélas obsérvaçoés qué funcionam como idéntiicadorés do judaísmo do judaísmo . circuncisão ”. A ténsao nao é éntré fé é boas obras ou normas comportaméntais judaicas como tradicionalménté colocado na téologia paulina ao discutir sua oposiçao a erga nomou ; A oposiçao dé Paulo é apénas para os ritos énvolvidos ém na na oo-judéus -judéus séguidorés dé Cristo tornando-sé judéus. Esté nao é o forum para démonstrar ésta proposiçao ém détalhés, mas éu airmo qué os ar argu gumé mént ntos os dé Pa Paul uloo sobr sobréé fé fé (plé (pléni nitu tudé dé)) vérs vérsus us erga nomou sé torn tornar araa o ma mais is transparéntés ao traduzir a ultima frasé nao como “obras da léi”, mas com a parafrasé “ ritos de (a Convenção Convenção (da circuncisão) .”46 A quéstao ém cada caso é sé émprééndér éssa transform trans formaça aça o dé idéntidadé idéntidadé réprésénta réprésénta “idelidade” para seguir a Cristo. Cristo. nãonão-jude judeus us ém particular parti cular,, daí o cont contrasté rasté com com pistis pistis para élés. A posiçao dé Paulo sobré ésté assunto ésta ém contrasté diréto com a posiçao qué 45. Jamés DG Dunn, “Yét Oncé Moré – 'Thé Works of thé Law', A Résponsé,” ém The New Perspective on Paul: Collected Essays, éd. Jamés DG Dunn (Tu bingén: Mohr Siébéck, 2007), 207–20. (Tu 46. Sé Paulo éstivéssé discutindo o topico dé erga nomou para judéus (por éxémplo, ém Galatas 2:16, a im dé ésclarécér por qué nao dévéria sér obsérvado por nao-judéus séguidorés dé Cristo), a parafrasé séria a “ritos da (a) convénçao (da circuncisao para ilhos dé oito dias)”. Sé claraménté aplicado a nao-judéus, éntao os “ritos dé (a) convénçao (dé convérsa o dé prosé convérsa prosé llitos)” itos)” podém sér mais u u téis. 139 PAULO NO JUDAISMO Joséfo rétratou Eléazar como advogado, com a aprovaça aprovaça o dé Joséfo. Déféndér a nécéssidadé dé convérsao dé prosélitos éra uma posiçao normativa para os judéus qué acréditavam qué na éra atual Déus trabalhava ém é através dé Israél (pélo mén mé nos par araa aq aqu uélés élés qu quéé su sust stén énta tavvam qué os na o -j -jud udéu éuss pod odéériam riam sé torn tornar ar judéus/mém judéu s/mémbros bros dé Israé Israél,l, uma visa visa o dé qué ném todos os judéus compar compartilh tilhado), ado), o qué mais élés pudéssém tér acréditado sobré o qué séria apropriado para nao-judéus qué sé voltassém para adorar o unico Déus quando a éra vindoura chégassé. Era provavélménté a posiçao qué Paulo déféndia antés dé séu éncontro com Cristo, mas qué agora élé sé opunha ta ta o vééméntéménté por causa das alégaço alégaço és cronomé cronomé ttricas ricas do évangélho (Gl 5:11).47 3) Circuncisão de não-judeus e observância da Torá para judeus (que inclui a circuncisão de seus ilhos de oito dias) são categoricamente diferentes. diferentes.
Discutir a circ circunci uncisão são de não-j não-judeu udeuss (assim como discutir a obser observânc vância ia da Torá por não judeus ) não é da mésma catégoria qué discutir a observância da Torá para aqueles que já são judeus (ou séja, sob a Tora Tora ), o qué inclui discutir discutir aquélés qué ja ja sé tornaram judéu judéuss ap apoos a conc conclu lusa sa o dé erga erga nom nomou ou,, as obras (ou atos ou atos ou ritos) énvolvidos na conc conclu lusa sa o da conv convér érsa sa o é tni nica ca,, sign signi iic icada ada péla péla circ circun unci cisa sa o, torn tornan ando do-o -oss judéu judéuss (prosé litos). aquélés qué coméçaram cursolqué a éssa transformaça mas ainda naNaturalménté, o a complétaram (ou séja, candidatos ao prosé itos)léva iniciariam logicaménté oo, procésso dé apréndér a obsérvar a vida judaica, mas isso p pérmanécé érmanécé diférénté da obrigaça obrigaça o obrigato obri gato ria para com a Tora Tora qué ségué a concl conclusa usa o dé o(s) rito(s rito(s)) (aos quai quaiss Paulo apéla ém Galatas 5:2-5). Aquélés qué complétam éssé rito nao sao mais nao-judéus; élés sao dépoiss judéus (dé acord dépoi acordoo com os térmos dé Paul Paulo, o, é Joséfo ém 47. Cf. Donal Donaldson, dson, Paul and the Gentiles , 277-84, qué também arguménta qué as pérspéctivas dé Paulo sobré isso éram provavélménté sémélhantés as dé Eléazar antés dé séus pontos dé vista mudarém sobré Jésus, apélando para Garota. 5:11. Uma véz qué Eléazar (é Joséfo) podé tér sido, como Paulo, um fariséu, isso podéria sugérir qué alguns subgrupos dé fariséus éstavam mais dispostos (até (até mésmo com zélo?: cf. 1:13-1 1:1 3-16) 6) a inc inclus lusaao dé na nao-jud -judéus éus por méi méioo dé séu séuss tra transf nsform ormaça aça o ém jud judéus éus do qué algumas outras séitas farisaicas, bém como outras séitas judaicas (as quais, talvéz, Ananias és ésta tava va ém dí dívvida ida?) ?),, dés désdé dé qué qué isso isso im impl plic icas assé sé a conc conclu lusa sa o do doss ri rito toss apro apropr pria iado dos, s, éspécialménté a circuncisa circuncisa o dos homéns? 140 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O ésta narrativa, émbora nao dé acordo com todos os judéus). Assim, discussoés sobré obrigaço és para élés sériam diféréntés dé discusso obrigaço discusso és sobré obrigaço obrigaço és para na na o-judéus. A décisa décisa o tradicion tradicional al dé abor abordar dar os argumé arguméntos ntos dé Paulo com a supos suposiça iça o dé trabalho dé qué séu pu pu blic blicoo sabia qué élé consi considérav déravaa a obsérva obsérva n ncia cia da Tora Tora como uma quésta quésta o dé indiférénça, obsoléta para judéus como élé, bém como para os nao-judéus a quém sé dirigia, moldou profundaménté as intérprétaçoés é o discurso qué prévalécém hojé. No éntanto, ha évidéncias ém todas as cartas dé Paulo dé qué élé susténtou qué os judéus qué éram séguidorés dé Jésus, como élé, ainda éram mémbros dé Israél é, portanto, dévériam sér iéis a aliança; isto é, élés dévériam obsérvar a Tora como uma quéstao dé idélidadé a aliança, qué incluiria circuncidar séus ilhos é obsérvar diétas é dias judaicos. Abordar séus téxtoss a partir da pérsp téxto pérspéctiv éctivaa dé qué séu pu pu blico o conhécia para obsérvar a Tora Tora porq porqué ué élé pérmanécéu judéu altéra profundaménté a manéira como um intérprété concéitua as possibilidadés dé compréénsao das ménsagéns dé Paulo, principalménté o qué élé ésta téntando comunicar aos nao-judéus sobré como vivér justaménté para além délés sé to torn rnar arém ém ju judé déus us.. Essé Essé to to pi pico co é mu muit itoo comp compléx léxoo para para sér sér disc discut utid idoo aq aqui ui,, é éu o iz iz lo long ngamé amént ntéé ém outr outroo lu luga gar, r,48 48 ma mass o po pont ntoo a sér léva lévant ntad adoo aq aqui ui é qu quéé élé élé na na o fo foii suiciéntéménté réconhécido na historia intérprétativa paulina ém parté por causa da falha
ém aténdér apénas a éssés tipos. dé disti distinço nço és catégo catégo ricas ricas,, qué éram oo bvias para Paulo é séus déstinata déstinata rios, émbora na na o para séus inté inté rprétés rprétés postériorés. 4) Discussões sobre circuncisão ou observância do Judaísmo/Torá, seja por não-judeus ou por judeus, deve deve ser qualiic qualiicado ado com res respeito peito ao cont contexto. exto. 48. Véja, por éxémplo, Mark D. Nanos, “Thé Myth of thé Law-Fréé' Paul Standing Bétwéén Christians and Jéw éwss,” St Stud udie iess in Ch Chri rist stia iann-Je Jew wis ishh Rela Relati tion onss 4 (2009): 1–21, ém http://éjournals .bc.édu/ojs/ indéx indéx.ph .php/ p/scj scjr/a r/arti rticlé/ clé/vi viéw/ éw/151 1511; 1; Nan Nanos, os, “Rél “Rélaça aça o dé Pau Paulo lo com a Tor Toraa a luz dé sua éstratégia 'Tornar-sé tudo para todos' (1 Corín ntios tios 9:19-23)”, in Paul and Judaism: Crosscurrents Crosscurrents em Pauline Exegesis and the Study of Jewish-Christian Relations , éd. Didiér Polléféyt é Réimund Biéringér Biéri ngér (Lond (Londrés: rés: T & T Clark Clark,, 2012), 2012), 106– 106–40. 40. Uma list listaa complét complétaa ésta ésta disp disponí onívvél él ém http://www.marknanos.com/projécts.html. 141 PAULO NO JUDAISMO Quando Quan do av avali aliam amos os é disc discut utim imos os éssés éssés to to pi pico coss dév dévém émos os até atént ntar ar para para as prov provaavéis véis contingências qué podém éstar ém jogo ém cada caso, bém como as premissas as premissas subjacentes das qua quais is os arg argumé uménto ntoss dép dépénd éndém, ém, dina dinamicas qué for foram am dis discut cutida idass aci acima ma par paraa os arguméntos dé Ananias é Eléazar, bém como para Paulo. E imp important ortantéé quali qualiicar icar o argumé arguménto nto dé Ananias Ananias ém térm térmos os dé sua préocupa préocupaça ça o com o lugar , pélo qué convém aqui , ém Adiabéné, assim como a pessoa a pessoa , pélo qué convém a Izatés como réi dé um povo qué nao é judéu. Da mésma forma, dévémos considérar como Paulo qualiica suas posiçoés ém térmos dé lugar (as contingéncias dé cada carta) é pessoa é pessoa (os déstinata rioséstudo. dé cada carta sao nao-judéus séguidorés dé Jésus), séndo ésté ultimo téma céntral désté Ao dis discut cutir ir gru grupos pos jud judaic aicos, os, éss éssas as qua quali liica icaço ço és con contéx téxtua tuais is tam també bém sé ést ésténd éndém ém a consid con sidéra érarr o élémént éléméntoo dé te temp mpoo , do qué é consi considérado dérado apropr apropriado iado por qualq qualquér uér parté agora , nésté caso nest nestee mome momento, nto, vérsus o qué podéria sér considérado apropriado ém ou outr troo mome moment ntoo . Isso naturalménté incluiria a considéraçao dé quaisquér convicçoés apocalíp pticas ticas é outras convicçoés éscatologicas, do qué podéria sér réconhécido como possivélmén possi vélménté té apropri apropriado ado entã entãoo . Ess Essaa con consid sidéra éraça çao é amp amplam lamént éntéé réc réconh onhéci écida da com comoo céntral para énténdér a posiçao dé Paulo, mas sua importancia é obscurécida quando as discusso discu sso és prosséguém como sé as difér diférénças énças dé opin opinia ia o éntr éntréé élé é séus rivais girassém ém torno dé fundaméntos como “fé” ou "funciona." Em véz disso, éssas qualidadés dévém sér discutidas ém térmos do qué cada grupo considéra sér a manéira apropriada dé agir iélménté (ou: éxpréssar fé) “agora” ém
vista dé suas convicçoés sobré sé (ou: ém qué grau) o im do idadés coméçou. As iguras na narrativa dé Joséfo nao présumém qué ténha havido uma mudança dé éras, o qué é um éléménto qué dévé sér considérado ao comparar suas visoés com as dé Paulo. Eu mé référi a qualiicaça qualiicaça o dé Paulo como a airmaça airmaça o cronomé cronomé ttrica rica do évangélho dé qué o inal do 142 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O éras amanhécéu com a réssurréiçao dé Cristo (émbora no méio da présénté éra, é assim éspérando qué éléméntos adicionais chéguém ém plénitudé ). Podé havér éléméntos sémélhantés ou diféréntés énvolvidos nas opinioés éxpréssas por quaisquér judéus ou grupos judaicos sobré varias préocupaçoés témporais ou outras rélativas. Espéra-sé qué as opinioés éxpréssas séjam diféréntés para diféréntés grupos dé péssoas é até mésmo indivíduos duos ém diféréntés moméntos é ém diféréntés circunstancias. Elés quasé cértaménté sériam diféréntés diféréntés dos pont pontos os d déé vist vistaa qué sériam aprésént apréséntados ados sé cada um fossé convidado a discutir o qué sé aplica a todas as péssoas ém todas as circunsta n circunsta ncias cias ém todos os moméntos. Conclusão Os intérprétés da narrativa dé Joséfo réconhécéram naturalménté a particularidadé da si situ tuaç açaa o é as solu soluço ço és pr prés éscr crit itas. as. El Elés és na na o conf confun undi dira ram m o cons consél élho ho dado dado sobr sobréé a circuncisa o é a pra circuncisa pra tica tica do judaíssmo mo a um nao-judéu qué é réi dé um povo na na o-judéu com os pontos dé vista qué Eléazar ou Ananias – ou Joséfo – déféndériam para os judéus, ou mésmo para outros na na o judéus. -Judéus.49 Na Na o é hora, agora, qué considéraça considéraça o sémélhanté séja dada aos arguméntos dé Paulo sobré topicos como pistis como pistis , erga , circuncisao é a pratica do judaíssmo, mo, ainda mais? 49. A título tulo dé éxémplo, na p. 22, nota a, no volumé Loéb dé Joséphus, Joséphus, Ant. Ant. 20, éd. é trans. Louis Féldman (Cambridgé, MA: Harvard Univérsity Préss, 1956–81), um possí vvél él paralélo rabín nico ico (! (!)) é forn fornéci écido do,, ém qué qué o rabi rabino no Josh Joshua ua ar argu gumén ménta ta ém Ye Yeba bamo mott 46a qué a circuncisao nao éra nécéssaria para um convértido, apénas o batismo. Além disso, uma razao logica para ésté énsinaménto dé um judéu é déntro do judaí ssmo mo é ofé oféréc récida ida:: a políttica ica dé éxcéça éxcéça o para circunsta circunsta ncias ém qué a vida éstaria ém périgo. 143 PAULO NO JUDAISMO Apêndice: Um erro categórico na nova perspectiva em Paulo P aulo que perpetua a tradição Conceituação de Paulo Fora do Judaísmo Enfatizéi qué as cartas dé Paulo oférécém évidéncias rélativaménté unicas a partir das quais sé podé trabalhar ao discutir as visoés judaicas sobré a circuncisao dé nao-judéus, porqué a maioria das outras litératuras judaicas com as quais Paulo é comparado é dirigida
a companheiros judeus ou é sobre judeus ; alé alé m disso, éssa litératura nao énvolvé discusso discusso és sobré o qué é apropriado para nao-judéus por parté dé judéus qué acréditam qué o im dos témposs ja témpo ja coméç coméçou. ou. Por mais simplés qué éssa pércépça pércépça o possa sér, as imp implicaço licaço és para avaliar Paulo com réspéito ao judaíssmo mo do priméiro século, sé nao também déntro délé, continuam a sér inibidas pélo fracasso ém réconhécér éssa dinamica, ou séguir adianté com as implicaço implicaço és para pésquisas é discusso discusso és dé Paulo e o judaíssmo. mo. Os intérprétés da Nova Pérspéctiva dé Paulo, como os tradicionalistas, costumam lér o qué Paulo éscrévé sobré as praticas do judaísmo, smo, como a circuncisao, como sé répréséntassém déclaraçoés universais igual igualménté ménté aplica aplica véis a todos todos,, a judéu judéuss é na na o judéus ségui séguidorés dorés dé Cristo, até mésmo a nao séguidorés dé Cristo. Judéus é nao-judéus. Uma brévé révisao do trabalho dé EP Sandérs, um intérprété muito inluénté énvolvido ém rédésénhar o rétrato do judaíssmo mo é compa comparar rar é contr contrastar astar Paulo com élé, démonstr démonstrara ara a impo importa rta ncia dé qual matéri mat érial al é sélé sélécio cionad nadoo é qua quao in inluén luénté té é a man manéir éiraa com comoo éss ésséé mat matéri érial al é qua quali liica icado do pérmanécé para as conclusoés comparativas tiradas a réspéito dé Paulo é do judaí ssmo, mo, é éspéciicaménté com réspéito aa circuncisa circuncisa oo.. Sandérs éé amplaménté réconhécido como um dos mais informados é taléntosos inté inté rrprétés prétés do judaíssmo mo é dé Paulo, tornando sua construçao dé ambos altaménté rélévanté para ésta discussao. Como sé sabé, séu trabalho, juntaménté com o dé Kristér Sténdahl é varios outros, inspirou o désénvolviménto da chamada Nova Pérspéctiva ém 144 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O Paulo. Poucos éstudiosos paulinos podém alégar sabér mais sobré os topicos dé Paulo ou do judaísmo. smo. No éntanto, quando Sandérs discuté a sotériologia dé Paulo, comparando “como alguém [ou: “um homém”] obté obté m justiça” no sistéma réligioso dé Paulo ao do chamado judaí ssmo mo paléstino, élé acha qué a visao dé Paulo éé muito diférénté da dos rabinos.50 No éntanto, isso nao dévé surprééndér ninguém! Enquadrar a comparaçao ém térmos universais dé obtér justiça, como sé o assunto para os rabinos (é Paulo) fossé o mésmo para todos , nao é o topico das discussoés dos rabinos, ném dé Paulo. Ambos concéituaram a quéstao dé obtér justiça é quéstoés rélacionadas ém térmos dé dois grupos diféréntés: judéus é nao-judéus. E suas concéituaçoés foram diféréntés para cada grupo. Assim, o topico dé obtér justiça dévé sér abordado com aténçao as distinçoés étnico-réligiosas implíccitas itas (ou éxplíccitas) itas) néssé nésséss téxto téxtos. s. Somén Soménté té assim podémos énténdér as opin opinio io és dé Paulo ou dos rabinos, séja para comparar ou contrastar os résultados.51 r ésultados.51 Como Sandérs sabé bém, os rabinos éstao quasé sémpré discutindo como os judeus dévém sé comportar corrétaménté (éxcéçoés sao sinalizadas), énquanto Paulo ésta géralménté, sé na na o sé sémp mpré ré,, di disc scut utin indo do como como os nã nãoo-ju jude deus us dév dévém ém sé com compor portar tar cor corrét rétamén aménté, té, ou, altérnativaménté , , como os nao-judéus não devem tornar-se judéus. altérnativaménté
Essa distinçao éntré entrar (idéntidadé da aliança como o povo 50. EP Sandérs, Paul and Palestin Pale stinian ian Judais Judaism: m: A Comp Compariso arisonn of Patterns Patterns of Rel Religion igion (Philadélphia: Fortréss Préss, 1977), 12 (grifo nosso); “quando um homém” ém 75. 51. Essa mésma críttica ica sé aplica aquélés qué agora procuram minar a Nova Pérspéctiva por supostaménté substanciar a justiça das obras ém téxtos judaicos. Por éxémplo, ém DA Carson, Pétér Thomas O'Brién é Mark A. Séifrid, S éifrid, éds., éds., Justiicação Justiicação e Nomismo Variega Variegado do , vol. 2: O Paradoxos de Paulo (Tubingén: Mohr Siébéck, 2004), os colaboradorés régularménté déstacam coméntarios ém varios téxtos judaicos ao longo dos séculos como sé fossém éscritos para um publico univérsal (ou séja, nao-judéus) quando éxigém obras adéquadas para sérém déclarados justos no julgaménto inal. No éntanto, éssés téxtos abordam os judéus qué ja ja ésta ésta o na aliança, na na o os na na oo-judéus -judéus sobré como éntrar na aliança, énta énta o élés na na o apo apo iam as alégaço alégaço és déssés intérprétés dé qué muitos judéus éxigiam obras (para nao-judéus) para sérém salvos ém suposto contrasté para Paulo. Para usar suas catégorias cristas, éssés téxtos foram éscritos para aquélés ja considérados salvos (ou séja, judéus) para instruí -los -los a pérmanécérém iéis até o im, uma ménsagém qué é igualménté évidénté ao longo das cartas dé Paulo aquélés (nao-judéus) a quém élé considéra considéra ja ja éstar “salvo “salvo”” dé acord acordoo com o évan évangélho, gélho, mas Paulo os instrui a “désénvolvér a vossa salvaça salvaça o com témor é trémor” (Fp 2:12). 145 PAULO NO JUDAISMO dé Déus) é permanecer é permanecer (boa posiça posiça o néssé rélacionaménto dé aliança) ésta ésta no céntro dos projétos dé Sandérs é da subséquénté Nova Pérspéctiva sobré os projétos dé Paulo, conformé avançado, por éxémplo, por Jamés Dunn é NT Wright. Mas a pércépçao é préjudicada péla fusao dé préscriçoés para judéus é nao-judéus como sé toda distinçao étnica tivéssé sido apagada é, portanto, logicaménté, como sé a aliança com Israél nao éstivéssé mais ém vigor como basé para idéntiicar os israélitas como o patrimonio histo rico. povo dé Déus ém distinça histo distinça o dé todos os outros povos, incluindo os n naa oo-judéus -judéus qué sé juntaram a élés na famíllia ia dé Déus além dé sé tornarém israélitas. Soménté no caso dé discutir a entr entrada ada dé nao-judéus (nao-israélitas) no povo dé Déus (qué Déus péla graça coninou por aliança aos judéus/israélitas) como co-hérdéiros das proméssas féitas a Abraao, Isaqué é Jaco. Israél, dévéríamos amos éspérar éncontrar a sotériologia surgindo nos térmos qué éssa catégoria géralménté fala ao discutir Paulo.52 Esté ponto é, dé fato, uma caractérísstica tica céntral dos proprios arguméntos dé Sandérs ém outros lugarés sobré a diférénça éntré entrar é icar em . O qué a idélidadé a Déus signiica para judéus é nao-judéus é muito diférénté, é isso dévé sér déstacado continuaménté ou corré o risco dé sér confundido com princí p pios ios univérsais qué déturpam as posiçoés ém discussao. As instruçoés dé Paulo sao éspéciicaménté sobré o qué é apropriado para apropriado para não judeus qué sé voltam para Déus por méio dé Jésus Cristo. Elés nao abordam o qué é apropriado (por éxémplo, com réspéito aa circuncisa circuncisa oo)) para judeus qué éstao convéncidos
dé qué Jés Jésus us é o Cri Cristo sto.. Ass Assim, im, para discu discutir tir os pon pontos tos dé vis vista ta dé Pau Paulo lo sob sobré ré os na naoo-
judéus, a quéstao dévé sér réairmada mais ou ménos assim: Como alguém não nasce judeu e, portanto, não está dentro do do aliança, entrar na aliança entre os justos (ou séja, como nao52. Quando Sandérs olha éspéciicaménté para téxtos rabí n nicos icos sobré a quésta quésta o da inclusa inclusa o dé não-judeus como justos tanto nésta éra quanto na éra vindoura, élé ésclarécé qué, ao contrario da litératura abordando os mémbros da aliança a partir da qual élé désénvolvé a noçaéntés o dé nomismo “os géntios sao tratados apénas ésporadicaménté, éntanto, é difér diféréntés rabino rabinoss pactual, tinh tinham am opinio opinio és diféréntés sobré séu déstin déstino” o” ( Paul andnoPalestinian Judaism , 207 ). ). 146 A QUESTA QUESTA O DA CONCEITUALIZ CONCEITUALIZAÇA AÇA O Judéus ao lado dé Judéus, também conhécidos como Israélitas, ilhos dé Abraao, povo dé Déus), ao qual a résposta dé Paulo é, péla fé ém (ou idélidadé a) Cristo; é, depois disso , como esse não-judeu se mantém em boas condições condições nele ? Para os judéus, no éntanto, sé colocado coloca do ém térmos térmos compara compara véis, a quésta quésta o séria: como alguém nascido e criado como judeu, isto é, já já dentro da aliança, permanecer/reter as bênçãos da aliança entre os justos justos (ou (ou recuperá - los quando sofrér disciplina por falha ém cumprir as obrigaço obrigaço és da Tora Tora a s quais ja éstava ém dívvida)? ida)? Ha outr Ha outraa quali qualiicaça icaça o qué dévé sér déstacada aqui. Em qualq qualquér uér grupo éntén énténdido dido como répréséntando o judaíssmo mo é, portanto, para Paulo é séus grupos, sé élé é élés forém comparados com isso, séria dé éspérar qué surgissém diférénças catégoricas ém rélaçao as décisoés halaquias para séus grupos, com basé na airmaçao cronométrica do évangélho (qué a éspérada mudança dé éras coméçou ém méados da éra atual), é para outros judéus é grup grupos os,, sobr sobréé como como os ju judé déus us dévé dévém m pé pérm rman anéc écér ér i iééi s, um umaa véz véz qu quéé ésté éstéss na na o compartilham ésté cronométrico convicçao. ésté cronométrico O fator - sé a éra vindoura coméçou ou nao na éra présénté - é sinalizado téndo ém vista umaa di um disti stinç nçaa o ja ja mé ménc ncio iona nada da:: a cén céntr trali alida dadé dé da idén idénti tii icaç caçaa o déss déssés és na na o-j -jud udéu éuss éspéciicaménté como seguidores de Cristo . Surprééndéntéménté, tao importanté quanto a idéntidadé déssés nao-judéus éstando ém Cr Cris isto to séj séjaa para para todo todo o ém émpr préén ééndi dimén ménto to da intér intérpr prét étaça aça o paul paulin ina, a, as prof profun unda dass implic imp licaço aço és da op oposi osiça çao dé Pau Paulo lo a sua circun circuncisa cisa o pré précis cisamé aménté nté por porqué qué élé éléss já são
séguidorés dé Cristo nao foram déstacadas quando avaliaçoés comparativas dé Paulo é outros judéus foram atraídos dos por aquélés qué répréséntam a Nova Pérspéctiva, ou por aq aqué uélé léss qu quéé ré répr prés ésén énta tam m as abor aborda dagén génss tr trad adic icio iona nais is dé Pa Paul ulo. o. Essa Essa su supé pérv rvis isaa o é provavélménté, pélo ménos ém parté, atribuívvél él ao uso continuado 147 PAULO NO JUDAISMO do rotulo “cristaos”, qué obscurécé o fato dé qué a audiéncia dé Paulo pérténcé a um grupo éspécial déntro do judaíssmo mo consistindo dé judéus é nao-judéus, ao invés dé constituir um povo intéiraménté novo, o qué véio a sér chamado pélos pais da igréja dé “tércéira raça”. .”53 Nossa abordagém dévé pélo ménos nos pérmitir considérar a probabilidadé dé qué Paulo é séus advérsarios possam muito bém concordar sobré o qué é téoricaménté apropriado apos a chégada da éra éspérada ém varios assuntos, principalménté com réspéito a como incorporar nao -Judéus no povo dé Déus, mas discordam intéiraménté sobré o qué é apropriado agora , a ménos qué compartilhém a visao dé qué a éra éspérada coméçou. Em outras palavras, os conlitos podém nao sér sobré a ésséncia do assunto ém quéstao (por éxémplo, sé os nao-judéus dévém sér iniciados no povo dé Déus é, ém caso a air irma mati tivo vo,, como como), ), ma mass sé o mo momén ménto to da po polí líttica ica ava avança nçada da O sub subgru grupo po judai judaico, co, dé incorporar mémbros dé outras naçoés como os ilhos também prométéram a Abraao, além dé sé tornarém mémbros dé Israél, é garantido “agora”. Podémos vér claraménté como o probléma dé univérsalizar o rétrato dé Paulo, é déscobrir assim qué élé nao é paralélo ao judaíssmo, mo, inluéncia Sandérs quando élé passa a discutir Paulo sobré a circuncisa circuncisa o. Elé éscrévé: “Na litératura sobrévivénté, élé [Paulo] trata a circuncisao tanto como réjéiçao dé Cristo quanto como indiférénté (Gl 5:1-4; 6:15; 1 Cor. 7:19).”54 Tal obsérvaçao é importanté éntré muitas qué convéncém Sandérs dé qué Paulo ésta fazéndo algo diférénté do judaísmo. ésta smo. Mas os rabinos com quém Sandérs compara Paulo éstao, a ménos qué éspéciicaménté dizéndo o contrario, abordando é discutindo o qué sé aplica aos judeus aos judeus , énquanto Paulo, a ménos qué éspéciicaménté déclarando o contrario, ésta abordando é discutindo o qué sé aplica aos não-judeus – qué também sao Cristo-53. O uso de “gentio” também é problemático, sugerindo uma categoria diferente do binário judeu/ não-judeu; como Caroline Johnson Hodges deixa claro, o próprio Paul estava lutando para reidentiicar esses não-judeus. Veja “A questão da identidade: gentios como gentios—mas também não—nas comunidades paulinas” neste volume. 54. EP Sanders, Jewish Law from Jesus to the Mishnah: Five Studies (Londres: SCM, 1990), 283. 148 A QUESTÃO DA CONCEITUALIZAÇÃO CONCEITUALIZAÇÃO
seguidores – sobre a circuncisão de si mesmos. Paulo não está discutindo se os judeus deveriam circuncidar circuncidar seus ilhos recém-nascidos (ou mesmo um judeu do sexo masculino mais tarde na vida cujos pais não o circuncidaram quando criança). Paulo apenas argumenta que a circuncisão não deve ser realizada por não-judeus adultos (homens) que já ganharam posição como justos por se voltarem para Deus em Cristo. Por quê? Porque, como argumentado acima, eles agora procurassem “entrar” tornando-se lo logi gica came ment ntee ne nega gand ndooseque qu e já conq conqui uist star aram am es essa sa po posi siçã ção o de acor acordo doprosélitos, com com a air aestariam irma maçã çãoo cronométrica do evangelho de que Deus já os reconciliou através da idelidade de Jesus. Cristo, a quem eles já se converteram ielmente dos deuses de suas nações nativas (Gl 3:1-5; 4:8-19; 5:2-12, passim). Se já estão incorporados à família de Deus, como podem procurar ser incorporados sem negar que já é o caso? Mais uma vez, o elemento cronométrico não pode ser negligenciado. Paulo pode muito bem ter sustentado que os não-judeus deveriam ser circuncidados e até mesmoo esta mesm estarr ativ ativamen amente te eng engajad ajados os na circunci circuncisão são ant anteriorm eriormente ente (implícito (implícito em Gála Gálatas tas 5:11),55 mas ele acredita que isso não é mais apropriado em vista do evangelho agora trazendo salvação para as nações também. Portanto, não é a circuncisão que Paulo se opõe per se como uma rejeição de Cristo, contra Sanders, mas apenas a circuncisão de não-judeus seguidores de Cristo, uma vez que eles representam a airmação proposicional do evangelho de que o im dos tempos chegou com a ressurreição de Cristo. É a presença desses não-jud não-judeus, eus, virando-se de ídolos para o único Deus, que dá testemunho da verdade das airmações proposicionais do do evangelho. evangelho. Portanto, esta reunião de subgrupo judaico deve exempliicar o ideal do im dos tempos no meio da era atual, mantendo a diferença entre judeus e não-judeus, mas ao mesmo tempo eles devem dev em 55. Cf. Ter Terenc encee L. Don Donald aldson son,, Paul Paul and the Gen Gentil tiles: es: Re Remap mappin pingg the Apo Apostl stle's e's Convictional World (Minneapolis: (Minneapolis: Fortress Press, 1997), pp. 277–84. 149 PAULO NO JUDAÍSMO não expressa a discriminação que geralmente implica em termos de deinição de quem tinha posição como povo povo de Deu Deus. s. Paulo procurou explicar esse princípio dinâmico relatando o incidente em Antioquia. A comun com unhão hão à mes mesaa entre entre os segui seguidor dores es de Cri Cristo sto dev devee exe exempl mpliic iicar ar as rei reivin vindic dicaç ações ões do evangelho para a igualdade de judeus e não-judeus de acordo com os ideais da era vindoura em meio à era presente, onde a diferença geralmente cria discriminação (Gal. 2:11-15).56 Embora a alimentaçã alimentaçãoo siga as diretrizes judaicas, por ser um subgrupo judaico, não deve fazê-lo de forma a sugerir que os não-judeus não são membros iguais além de se tornarem por exemplo, organizando osde assentos ou porções de serviço em distinções judeus, hierárquicas etno-religiosas, em vez exempliicar os padrões da eracom porbase vir. Em
vez disso, os ideais utópicos de shalom na era messiânica deveriam prevalecer, como a
convivência harmoniosa dos animais de forma a criar o caos na era atual (Is 11; 65:17-25). Por enquanto, como Woody Allen supostamente brincou (embora subestimando o resultado provável!): “O leão e o bezerro [sic] devem deitar juntos, mas o bezerro [sic] não vai dormir muito”. Não é diícil imaginar que as maiores comunidades judaicas teriam respondido negativamente às alegações cronométricas que o evangelho de Paulo faz para receber esses não-judeus comoamembros plenos da família de Abraão, como do que convidados e ainda não candidatos se tornarem judeus. Da mesma forma, suasmais famílias e amigos não-judeus teriam achado incompreensíveis e escandalosas tais alegações como base para desconsiderar desconsiderar a família e o culto cívico, além de se tornarem judeus. Como mencionado anteriormente, a estratégia retórica de Paulo em Romanos 3:29-31, que airma que Deus é o Deus dos prepúcios também quando eles se voltam ielmente para o único Deus dos ídolos, só faz sentido se for assumido que Deus é, é claro, , o Deus dos judeus, dos 56. Nanos, "O que estava em jogo", 282–318. 150 A QUESTÃO DA CONCEITUALIZAÇÃO CONCEITUALIZAÇÃO circuncidados, e que estes devem permanecer judeus. Além disso, esta proposição só pode permanecer se “sustentar” ao invés de anular o ensino da Torá, e especiicame especiicamente nte saliente aqui, o mandamento da circuncisão para israelitas/judeus! O argumento de Paulo a partir do Shemá gira em torno da convicção de que o tempo esperado da restauração das nações, bem como de Israel a Deus, começou, de modo que não é mais necessário ser um membro da nação de Israel para se reconciliar com o único Deus. de toda a criação. Paulo argumenta da circuncisão dos judeus à incircunci incircuncisão são dos não-judeus não-judeus:: logicamente, para os judeus em Cristo, que já são circuncidados, os argumentos de Paulo contra a circuncisão não se aplicam e não implicam que eles não devem circuncidar circuncidar seus ilhos pequenos. Em suma, é um erro de categoria de signiicância universalizar a posição de Paulo contra a circuncisão de não-judeus seguidores de Cristo sem distinguir esse tópico especial da questão da circuncisão de ilhos nascidos de judeus, seguidores de Cristo ou não, e então compare essa conclusão com as posições de outros grupos judeus sobre a circuncisão de judeus. A maneira como Sanders (mal) enquadrou o assunto continua a inibir a pesquisa entre aqueles que estão na vanguarda da Nova Perspectiva. Para que as declarações de Sanders (e as de outros identiicados com essa perspectiva) sejam viáveis para comparação com as declarações de outros judeus e grupos judaicos, deve-se alterar minimamente sua observação para ler: “Na literatura sobrevivente ele [Paul] trata circuncisão de não-judeus que já se converteram de seus deuses para o Deus de Israel através de Jesus Cristo. . . . ” A qualiicação da visão de Paulo sobre a circuncisão gira em torno da objeção inlexível de Paulo à circuncisão de não-judeus seguidores de Cristo especiicamente. O argumento de Paulo (nos textos que Sanders cita, ou seja, 1 Cor. 7:1957 e Gal. 5:3) logicamente requer que Paulo def Paulo defend endaa a cir circun cuncis cisão ão dos dos jude judeus us seg seguid uidore oress de Cristo Cristo e, con concom comita itant nteme ement nte, e, a completa 151
PAULO NO JUDAÍSMO observação da Torá pelos judeus, uma vez que a circuncisão é um marcador da identidade da aliança sob a aliança mosaica que exige idelidade contínua para os judeus. Em outras palavras, quando se articula a especiicida especiicidade de necessária para qualiicar o argumento de Paulo, o que inclui a forma como as perguntas feitas aos seus textos são enquadradas, isso mina algumas das conclusões que a proposição universalizante supostamente sustentava, como a de que Paulo considerava a circuncisão “indiferente. ” Em vez disso, sua importância continuada é logicamente inferida para os judeus, incluindo judeus seguidores de Cristo, como ele. 57. Cf. William S. Campbell, “'Como tendo e como não tendo': Paulo, circuncisão e coisas indiferentes em 1 Coríntios 7:17-32a,” em Unidade e Diversidade em Cristo: Interpretando Paulo em Contexto: Ensaios Coletados, ed. William S. Campbell (Eugene, OR: Cascade Books, 2013), 106–26. 106–26. 152 5 A Questão da Identidade Identidade:: Gentios co como mo Gentios - mas também não - em Pauline Comunidades Caroline Johnson Hodge Há muito tempo tenho me intrigado sobre como entender os gentios em Paulo, tanto da perspectiva dele quanto da perspectiva deles. através de Cristo. No processo, como discuti em outro lugar, tanto ele quanto eles passam por várias transformações de identidade, mudanças que, mantenho, nunca separam do judaísmo que eles iliam Israel, mas não como membros plenos.2 Eles onão são judeus e, a meue ver, 1. gentios Gostariaa de agradecer a Paula Fredriksen por seus comentários úteis sobre um rascunho deste ensaio. 153 PAULO NO JUDAÍSMO não são cristãos; e eles também não são mais realmente gentios. Paulo os chama de várias coisas, incluindo amados, santos, iéis, irmãos e irmãs e uma nova criação. Mas o que é que eles se tornaram? Quem são esses gentios-em-Cristo? Este capítulo explora essa questão. Muito Mu itoss est estud udios iosos os usa usam m o ter termo mo “c “cris ristão tão”” par paraa ess esses es cre crent ntes es ge gent ntios ios,, emb embora ora haj hajaa um
consenso bastante amplo de que é anacrônico. Há boas razões para não usá-lo: Paulo não o
usa ele mesmo e inevitavelmente importa em nossa interpretação, apesar de nossas boas intenções, entendimentos entendimentos posteriores do cristianismo. Usando “Cristão” nos encoraja a ver as cartas como os documentos fundadores de uma nova religião e mascara algumas das ambiguidades que são cruciais para os argumentos de Paulo. Além disso, o termo “cristão” torna mais diícil ver como o tratamento diferenciado de Paulo aos gentios-em-Cristo se baseia nas maneiras judaicas de falar sobre os gentios. No que se segue, traçarei uma série de maneiras pelas quais Paulo se baseia nas concepções judaicas de gentios, especialmente especialmente onde eles se aproximam dos limites da identidade judaica. Os discursos judaicos de descendência e pureza são os recursos de Paulo para a construção de uma identidade para esses gentios-em-Cristo que resiste à classiicação. classiicação. Esses gentios ocupam um espaço intermediário, pairando em torno das fronteiras de identidades que não são bem. Junto com Cavan Concannon, que trabalhou recentemente sobre etnia em 1 Coríntios, vejo as deinições de gentios de Paulo mudando com sua retórica. Concannon argumenta que “a imaginação de Paulo sobre os coríntios permanece em um estado de luxo contínuo, muitas vezes emergindo do espaço entre os rótulos étnicos judaico e grego”. 2. Caroline Johnson Hodge, If Sons, Then Heirs: A Study of Kinship and Ethnicity in the Letters of Paul (Nova York: Oxford Oxf ord Uni Univer versit sityy Press, Press, 2007); 2007); Joh Johnso nsonn Ho Hodge dge,, “Ap “Apóst óstolo olo aos Gen Gentio tios: s: Constr Construç uções ões da Identidade de Paulo”, Interpretação Bíblica 13, não. 3 (2005): 270–88. 154 A QUESTÃO DA IDENTIDADE IDENTIDADE situação necessária.4 Aqui vou complicar essa noção e argumentar que múltiplas identidade identidadess podem ser parcialmente ocupadas de tal forma que resiste a qualquer identiicação ixa com uma ou outra.5 E na interpretação de Paulo, essa ambiguidade é necessária na narrativa mais ampla da história de Israel redenção. De fato, esta investigação das formas judaicas de categorizar os gentios acaba por questionar q uestionar a ideia de “identidad “identidade” e” e “etnicidade” como normalmente as entendemos. Para explorar essas questões, primeiro discutirei o termo “gentios” e como Paulo o usa de forma bilateral. Vou então comparar a ideologia da semente sagrada em Esdras e Jubileus com Paulo, para mostrar como Paulo se apropria dessa linguagem em Gálatas 3, mas a usa para inclusão em vez de exclusão. Em seguida, voltarei a 1 Coríntios 6 para discutir como a linguagem bíblica de pureza informa sua elaboração de gentios como os santos membros do corpo de Cristo. Concluo reletindo criticamente sobre minha pergunta inicial – quem são os gentios? Dois tipos de gentios
As ambiguidade ambiguidadess que acompanham a identidade dos crentes gentios no discurso de Paulo já são sinalizadas pelo próprio termo “gentios”. Como um termo judaico para todos os não judeus, ethnē nivela qualquer especiicida especiicidade de étnica e 3. Cavan W. Concannon Concannon,, “When You Were Gentiles”: Specters of Ethnicity in Roman Corinth and Paul's Corinthian Correspondenc Correspondencee (New Haven, CT: Yale University Press, 2014), 80. Sou grato a Concannon por compartilhar seu manuscrito comigo antes da publicação. 4. Johnson Hodge, If Sons, 117–35. Também usei o termo “hibridismo” para descrever a identidade gentia (If Sons, 150), seguindo a sugestão útil de Sze-kar Wan em “Does Diaspora Identity Imply Some Sort of Universality? Uma Leitura Asiático-Americana de Gálatas”, em Interpreting Beyond Borders, ed. Fernando F. Segovia (Shefield: Shefield Academic Press, 2000), 107–31. 107–31. 5. Estou pensando aqui mais em termos de ambiguidade do que simplesmente ir e voltar entre diferentes identidades. Homi K. Bhabha tem me ajudado a encontrar a linguagem para falar sobre esse entremeio. Eu me baseio em algumas de suas frases em Location of Culture (London: Routledge, 1994), onde ele está falando sobre a representação de uma escada da artista Renée Green: “A escada como espaço liminar, entre as designações de identidade, torna-se o processo de interação simbólica, o tecido conjuntivo que constrói a diferença entre superior e inferior, preto e branco. O aqui e acolá da escada, o movimento temporal e a passagem que ela permite, impedem que as identidades em cada extremidade dela se estabeleçam estabeleçam em polaridades primordiais” primordiais” (5). 155 PAULO NO JUDAÍSMO multiplicidade. “gentios” expressa um mapeamento judaico do mundo; ele agrupa um monte de povos diferentes em uma categoria baseada em sua falta de lealdade ao Deus de Israel.6 E no uso de Paulo, este termo tem uma duplicidade, pois há dois tipos de gentios. Primeiro, há o público de suas cartas, a quem ele se dirige explicitamen explicitamente te como gentios em vários lugares (Rm 1:5-6, 13; 11:1 11:13; 3; 15:6). 15:6). Segundo, Segundo, há todo todoss os outros gentio gentioss que não estã estãoo em Cristo, o tipo de gentios que os crentes costumavam ser. Essa segunda categoria é familiar de outras literaturas judaicas, que às vezes classiicam esses gentios como idólatras que não têm autocontrole, resultando em todos os tipos de pecados sexuais.7 O próprio Paulo detalha sua situação em Romanos 1:18-32. Na retórica de Paulo, esses gentios de fora servem de contraste para os membros da ekklesia. “Vocês sabem disso quando eram gentios”, Paulo lembra aos coríntios: “vocês foram desencaminhados, levados a ídolos mudos” (1 Coríntios Ou elefalar admoesta mesma exclamando que os a imoralidade sexual que12:2). ele ouviu deles éessa “de um tipocomunidade, que nem mesmo existe entre gentios!” (1
Coríntios 5:1).
Finalmente, Paulo exorta os tessalonicenses: “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santiicação: que vos abstenhais da porneia; que cada um de vós saiba dominar o seu corpo em santidade e honra, não com paixão lasciva, como os gentios que não conhecem a Deus” (1 Tess. 4:3). Embora os crentes não sejam mais esses tipos de gentios, Paulo os lembra de suas origens nesse grupo, como se os advertisse de que poderiam voltar se não fossem cuidadosos. 6. Johnson Hodge, If Sons, 49–58. Para estudos mais detalhados do termo “gentios”, ver Terence L. Donaldson, Paul and the Gentiles: Remapping the Apostle's Convictional World (Minneapolis: (Minneapol is: Fortress Press, 1997); James M. Scott, Paul and the Nations: The Old Testament and Jewish Background of Paul's Mission to the Nations with Special Reference to the Destination of Galatians (Tübingen: Mohr Siebeck, 1995). Veja também Shaye JD Cohen, The Beginnings of Jewishness (Berkeley: University of California Press, 1999). 7. Para discussão desta categoria, ver Paula Fredriksen, “Judaism, the Circumc ision of the Gentiles, and Apocalyptic Hope: Another Look at Galatians 1 and 2,” Journal of Theological Studies 42 (1991): 544; Donaldson, Paul and the Gentiles, 52–54. 156 A QUESTÃO DA IDENTIDADE IDENTIDADE Assim, os gentios-em-Cristo ocupam uma espécie de espaço liminar entre serem esses tipos de gentios e agora agora esses ttipos ipos de gent gentios. ios. Além disso, Paulo espera muitas mudanças desses gentios, incluindo que eles rejeitem a idolatria e a imoralidade sexual e pratiquem o autodomínio “em santidade e honra”. Em outro lugar, Paulo descreve isso como a vida do espírito, que eles recebem no batismo, de modo que, Paulo diz: “a justa exigência da Lei se cumprisse em nós” (Rm 8:4). Mas ele é inlexível para que eles não guardem a lei judaica, especialmente especialmente no que diz respeito à cir circu cunci ncisão são par paraa ge gent ntios ios do sex sexoo ma mascu sculin lino. o. De fato, fato, os gen gentio tios-e s-em-C m-Cris risto to não são exatamente gentios e não exatamente judeus.8 Es Esse se stat status us ambí ambígu guoo de ge gent ntio ioss que que es estã tãoo de algu alguma ma form formaa liga ligado doss a Isra Israel el nã nãoo é desconhecidoo na literatura judaica; na verdade, parece ser a norma. Não estou pensando aqui desconhecid em prosélitos, que, de acordo com muitos textos, adotam a observância da Torá (incluindo a circuncisão para os homens) e são percebidos como membros de Israel. por Paulo: aqueles que honram o Deus de Israel e que participam de algumas práticas judaicas, mas que permanecem gentios.10 Há uma variedade de maneiras pelas quais esses simpatizante simpatizantess gentios foram percebidos pe pelos los judeus no período do Segundo Te Templo mplo e, como escreve Tere Terence nce Donaldson, é diícil encontrar um conjunto claro de categorias para esses grupos de não-
judeus ailiados a comunidade comunidadess judaicas.1 judaicas.111 Em uma ampla gama de materiais, encontramos
referências a gentios que adotam práticas judaicas como a observância do sábado, fazer oferen ofe rendas das no templo templo,, fre freqüe qüent ntar ar sin sinag agoga oga 8. Paula Paula Fr Fredr edriks iksen en ta també mbém m dis discu cute te essa essa ambiguidade. Veja-a “Judaizing the Nations: The Ritual Demands of Paul's Gospel,” New Testament Studies 56 (2010): 243–244. 9. Donaldson, Judaism and the Gentiles, 479, 483–92; Fredriksen, “Judaísm “Judaísmo”, o”, 546 e passim e “Judaizandoo as Nações”, 239–40, 242. “Judaizand 10. Às vezes, eles são chamados de “tementes a Deus”. Fredriksen, “Judaísmo”, 541 e passim; Pamela Eisenbaum, Paul Was Not A Christian: The Original Message of A Misunderstood Apostle (Nova York: HarperOne HarperOne,, 2009), pp. 999–115. 9–115. 11. Donaldson, Judaism and the Gentiles, 479. Donaldson divide a evidência para os gentios ailiados aos judeus em quatro categorias: simpatia geral, conversão, monoteísmo ético e salvação escatológic escatológica. a. 157 PAULO NO JUDAIS M reuniões, e assim por diante.12 Mas parece ter havido pouco interesse em deinir esses gentios como um grupo ou pensar sobre o status religioso desses gentios.1 gentios.133 Várias fon Várias fontes tes re recon conhec hecem em uma es escal calaa móv móvel el de par partic ticipa ipação ção ge genti ntiaa no judaís judaísmo, mo, com diferentes graus de envolvimento envolvimento.. Josefo fala de de Metilius, qu que, e, para salvar su suaa vida, promet prometee “judaizar aaté té a circun circuncisão” cisão” (Guerra 2.454).14 Ainda outras evidências, incluindo inscrições, mostram gentios que honram o Deus de Israel e ainda participam de seus próprios cultos. 15 Como Paula Fredriksen aponta, isso pode estar implícito na inscrição de Afrodisias que lista cinquenta “tementes a Deus” (theosebeis), termo quenário pode que o Deus Israel.16 Nove deles del es ta també mbém mumsão fun funcio cioná rioss se públi púreferir blicos cos a( gentios bouleu bouleuta tai), i), adoram o que signi sig niica icadeque el eles es teriam ter iam participado do culto cívico como parte de seus deveres oiciais.17 De fato, no contexto antigo essa lealdade a múltiplos deuses não é nada notável. Julia Severa oferece outro exemplo: ela era sacerdotisa em um culto local e doadora de uma sinagoga na Frígia.18 Em alguns casos, fontes antigas antigas 12. Ibid., 471. Ver também Cohen, Begin Beginnings. nings. 13. Donaldson, Judaism and the Gentiles, 479-80. 14. “Judaizar” (Ioudaizein), que signiica “agir como um judeu”, é um verbo que tende a ser usado pelos judeus em relação aos não-judeus. Para uma discussão mais detalhada, veja Cohen, Beginnings, 175–197. Ver também Fredriksen, “Judaizing the Nations”, 240 n. 16, onde ela corrige a caracterização de Cohen de “veneradores de Deus” como não adorando outros deuses. Mark D. Nanos argumenta (contra
Dunn e Cohen) que “judaizar” pode se referir não apenas a uma mudança de comportamento,
mas também a uma transformação de identidade (de modo que judaizar pode signiicar “tornar-se judeu”); “O que estava em jogo na 'Comendo com os gentios' em Antioquia?” em The Galatians Debate, ed. Mark D. Nanos (Peabo (Pe abody dy,, MA: Hendri Hendricks ckson, on, 2002), 2002), 305–12 305–12.. Essas Essas dis discus cussõe sõess ilu ilustr stram am pre preci cisam sament entee as complexidades complexidad es e ambiguidade ambiguidadess que tento destacar aqui. 15. Donaldson, Judaism and the Gentiles, 473. 16. Fredriksen, “Judaism”, 542. Mas observe as advertências de Ross Shepard Kraemer, que comenta que o signiicado de theosebeis nesta inscrição não é claro: Unreliable Witnesses: Religi Rel igion, on, Gende Genderr and and His Histor toryy in the Gre Grecoco-Rom Roman an Me Medit diterr erran anean ean (Ne (New w Yor Yorkk : Oxf Oxford ord University Press, 2011), 224. 17. E como Paula Fredriksen aponta, se Angelos Chaniotis estiver correto em seu argumento de que a inscrição é posterior ao que tradicionalmente se pensa, esses funcionários públicos também podem ser cristãos! Veja Angelos tis,21 “Os Judeus de Afrodias: Novas“Judaizing Evidências Velhos Problemas,” Scripta ClassicaChanio Israelica (2002): 209–42, e Fredriksen, “Judaizin g thee Nations,” 238 n. 14. 158 A QUESTÃO DA IDENTIDADE IDENTIDADE reconhecer explicitamente a mestiçagem desses gentios. Josefo, por exemplo, refere-se aos “judaizantes” “judaizant es” (gentios que adotam práticas judaicas) como “misto” (memigmenon; Guerra 2.463).19 Assim, o retrato de Paulo dos gentios-em-Cristo se encaixa em uma tendência maior entre os escritores judeus, que tendem a ver o status dos gentios simpáticos simpáticos como int intermediários. ermediários. Para examinar mais de perto os gentios em Paulo, traçarei duas linhas de argumentação nas quais ele se baseia nos discursos étnico-raciais judaicos: um usa a lógica da linhagem e outro usa a lógica da pureza. Em Gálatas 3, Paulo argumenta que os gentios batizados se tornaram descendentes, ou semente, de Abraão. Em 1 Coríntios 6, Paulo traça limites em torno dos gentios com linguagem de pureza, airmando que eles se tornaram puros, como corpos sacerdotais ou como o próprio templo. Ambos derivam de sua concepção de batismo, que é um ri ritual tual de iniciação e parentesco que dota esses gentios com o espírito ou pneuma de Cristo (Gl 4:6). É este ritual que os transforma de gentios em gentios. Semente de Abraão
Como vários estudiosos notaram, Esdras se baseia nas prescrições bíblicas para os sacerdotes como uma linhagem sagrada a ser protegida e mantida pura, e as aplica aos leigos. -64. Ver também Fredriksen, “Judaizing the Nations”, 237–40 (incluindo (incluindo notas), ppara ara mais exe exemplos. mplos. 19. Johnson Hodge, If Sons, 56-57. Veja também Donaldson, Judaism and the Gentiles, 473; Marco D. Nanos, “Os não-judeus de Paulo não se tornam 'judeus', mas eles se tornam 'judeus'?” Jornal do Movimento de Jesus em seu cenário judaico 1, no. 1 (2014), www.jjmjs.org. 20. Jonathan Klawans, Impureza e Pecado no Judaísmo Antigo (Nova York: Oxford University Press, 2000), 43-46; Michael L. Satlow, Casamento Judaico na Antiguidade (Princeton, NJ: Princ Pri nceto etonn Uni Univer versit sityy Pre Press, ss, 200 2001), 1), pp. 133 133–47 –47;; Chr Christ istine ine Hayes Hayes,, imp impure urezas zas ge gent ntias ias e identidades judaicas: casamentos mistos e conversão da Bíblia para o Talmud (Nova York: Oxford University Press, 2002), 68-91. Veja a crítica de Klawans e Hayes por Saul M. Olyan, “Purity Ideology in Ezra-Nehemiah as a Tool to Reconstitute the Community,” Journal for the Study of Judaism 35 (2004): 1–16. Veja também o volume recente sobre visões judaicas de casamentos mistos: Christian Frevel, ed., Casamentos mistos: casamentos mistos e identidade de grupo no período do segundo templo (New York: T & T Clark, 2011). 159 PAULO NO JUDAÍSMO separado por Deus, assim tem todo Israel. Essa estratégia emerge de um contexto pós-exílico e da do autor restaurar e deinirpara Israel como povotodos de Deus. Esdras expressa essapreocupação ideia por meio de umem ataque à exogamia pelo menos os israelitas do sexo masculino, como ele exclama sobre os homens israelitas que se casaram com estranhos: “Eles tomaram suas ilhas como esposas para si e para seus ilhos, de modo que a semente sagrada se tornou misturado com os povos da terra; e são os oiciais e prefeitos que tomaram a dianteira neste sacrilégio” (Esdras 9:2).21 O zeloso apelo de Esdras para a endogamia serve para circunscrever circunscrever e proteger Israel como um povo através através das gerações, uma semente semente santa, pura e separada de outros. A defesa de Esdras da endogamia é um discurso étnico-racial que apresenta o casamento misto como uma mistura profana, uma profanação do povo de Deus. Jubileus segue e amplia essa linha de raciocínio, argumenta argumentando, ndo, com alguma interpretaç interpretação ão criativa do Gênesis, que uma proibição universal do casamento misto é encontrada no Penta Pen tateu teuco, co, que consti constitu tuii um pe pecad cadoo sexua sexuall e que ge gera ra imp impure ureza za mor moral al e, por portan tanto, to, contamina a semente de Israel .22 Jubileus airma que Israel é “santo ao Senhor” (30:8) e que
é imundo e abominável para Israel quando as ilhas dos gentios são casadas (30:13).
Além disso, Jubileus usa a idéia da semente sagrada para distinguir entre gentios e judeus. Embora o número de gentios entre a semente de Abraão: . . . em Isaque deve ser chamado seu nome e semente. . . dos ilhos de Isaque alguém deveria se tornar uma semente santa, e não deveria ser contado entre os gentios. Pois ele deveria se tornar a porção do Altíssimo, e toda a sua semente havia caído na posse de Deus, para que fosse até o 21. 21. Tradução de Hayes, G Gentile entile Impu Impurezas, rezas, 28. 22. Ibid., 75. 75. 23. Tradução de The Book of Jubilees or Little Genesis, traduzido por RH Charles (Londres: Adam and Charles Black, 1902), 180 (30:8) e 181 (30:13); disponível online através da Open Library em http://openlibrary.org/books/OL23282255M/The_book_of_Jubilees. Veja Hayes, Gentile Impurities, 73–81, para uma discussão sobre Jubileus sobre casamentos mistos. 160 A QUESTÃO DA IDENTIDADE IDENTIDADE Senhor um povo para (Sua) possessão acima de todas as nações e que se torne um reino de sacerdotes e uma nação santa”. (Jub. 16:17-19a )24 Jubileus reúne várias passagens bíblicas para construir o argument argumentoo de que, embora os gentios estejam estejam incluídos no gru grupo po maior de descendentes descendentes de Abraã Abraão, o, eles não fazem parte parte da semente sagrada que pertence a Deus. Vemos a aplicação de Esdras da santidade do sacerdócio a esta linhagem sagrada, que os Jubileus chamam de “reino de sacerdotes” (ecoando Êx 19:6). Também ouvimos ecos de várias passagens de sucessão patriarcal de Gênesis, que identiicam o herdeiro escolhido na geração seguinte, aquele que transmitirá as promessas e bênçãos bênçãos aos de descendent scendentes es (Gn 12:3; 18: 18:18; 18; 28:4). . Especiicamente em Gênesis 21:12, em resposta à preocupação de Sara sobre qual dos ilhos de Abraão será seu herdeiro, Deus explica a Abraão, “. . . pois se dirá que sua descendência está em Isaque”. Esses argumentos provenientes de Ezra e Jubileus e outros, que Christine Hayes chama de “impur “im pureza eza gen geneal ealóg ógica ica”, ”, pre preten tendem dem,, na vis visão ão de Hay Hayes, es, tra traça çarr uma fro fronte nteira ira ir irme me e permanente em torno de Israel. A identidade de Israel. Enquanto muitos textos do Segundo Templo Tem plo expres expressam sam uma at atitu itude de mai maiss bra branda nda em rel relaçã açãoo aos ge gent ntios ios,, aco acomod modand andoo sua interação com Israel de várias maneiras, a retórica em Esdras e Jubileus mostra pouca tolerância à mistura ou interação próxima. Paulo também usa o conceito de “semente” para argumentar sobre os gentios, mesmo ecoand eco andoo alg alguma umass da dass mes mesma mass pas passag sagen enss dos dos Jubil Jubileu eus, s, mas a int intenç enção ão retóri retórica ca é bem diferente. Paulo também capitaliza passagens de Gênesis que associam “gentios” ( ethnē) a Abraão.26 Para seus seus propósitos, porém, porém, 24. Trad Tradução ução de Charl Charles, es, Book of Ju Jubilees, bilees, 115–1 115–16. 6.
25. Hayes, Gentile Impurezas, 32–33. Embora, como argumentei, mesmo que muitos textos reivin rei vindiq diquem uem uma esp espéc écie ie de ix ixaç ação ão aos laços laços de par paren entes tesco, co, mu muito itoss tam também bém vêe vêem m o parentesco e a genealogia genealogia como mutáveis mutáveis e abertos à negociação negociação (Johnson Hodge, If If Sons, 1942). 26. Todas as passagens passagens ddee Gênesis ddiscutidas iscutidas aqu aquii em referênc referência ia a Paulo são da lxx. 161 PAULO NO JUDAÍSMO essas passagens apóiam seu argumento de que os gentios estão realmente incluídos na linhagem abençoada desde o início. Ele mantém esse argumento inclusivo mesmo quando mais tarde aplica um argumento exclusivo de Deus privilegiando certas linhagens sobre outras. Como discuti longamente em outro lugar, o batismo em Paulo é um ritual de adoção, criando uma relação relação de pare parentes ntesco co entre os gent gentios ios e Abraã Abraãoo (Gál (Gálatas atas 3; Rm 4).27 Para apoia apoiarr seu caso, em Gálatas 3:6-9 Paulo se refere a um momento fundad fundador or da história de Israel, quando Deus chamou Abraão, o reconheceu como iel e lhe conferiu bênçãos e promessas. De fato, uma dessas promessas, preditas pelas Escrituras a Abraão há muito tempo, é que “todos os gentios (etnē) serão abençoados em você” (Gl 3:8; Gn 12:3; 18:18). Esta frase, "Todos os gentios serão abençoados em você", é provavelmen provavelmente te uma fusão de duas passagens de Gênesis, Gênesis, ambas relatando este moment momentoo do chamado de Abraão e as bênçãos de Deus sobre ele, Gênesis 12:3 e 18:18.28 Esses momentos de chamado e bênção são replicados em outros lugares em Gênesis, tanto para Abraão (novamente) como também para Isaque (Gn 26:4) e Jacó (Gn 28:14). Gênesis 22:18 nos ajuda a entender o que Paulo quer dizer com os gentios sendo sendo abençoad abençoados os “em” Abraão: “E em tua descen descendência dência serã serãoo abençoados todos os ethn ethnēē da terra” terra”.. Os gentios são abençoados na semente de Abraão. Essas bênçãos dependem de uma lógica de descendência descendên cia na qual as gerações futuras são consideradas contidas na semente do ancestral fundador, uma lógica reletida no uso do mesmo termo, esperma, para semente e para descendentes.29 A própria interpretação criativa de Paulo de As Escrituras permitem que ele airme que esses ethnē mencionados em Gênesis são aqueles gentios que foram batizados em Cristo. Não devemos nos surpreende surpreenderr com sua inclusão 27. Johnson Hodge, If Sons, 67–116. 28. Gn 12:3: “E abençoarei abençoarei os que te te abençoarem e amaldiçoar amaldiçoarei ei os que te ama amaldiçoarem ldiçoarem e eem m ti serão benditas todas as tribos da terra”. Gn 18:18: “Mas Abraão se tornará uma grande e populosa nação, nação, e todos os povos da te terra rra serão aben abençoados çoados nele nele”. ”.
29. Johnson Hodge, Hodge, If So Sons, ns, 97 100.
162 A QUESTÃO DA IDENTIDADE IDENTIDADE no plano de Deus; eles estavam presentes no corpo de Abraão no momento da bênção. Eles também, ao receberem o espírito no batismo, b atismo, são os descendentes (esperma) de Abraão, como Paulo declara em Gálatas 3:29.30 Parte do que Paulo está fazendo nessas passagens é retrabalhar o parentesco. Sua tarefa maior é explicar como os gentios foram incluídos na história h istória da redenção de Israel. Para fazer isso, ele se baseia na linguagem da descendência e do povo, a mesma linguagem que os ju judeu deuss sempr sempree apl aplica icaram ram ao seu relacion relacioname ament ntoo com Deus. Ma Mass nã nãoo é ape apenas nas parentesco da carne, argumenta Paulo, gerado pela procriação humana, mas parentesco deinido e arranjado por Deus. As passagens do chamado de Abraão servem como garantia bíblica de Paulo para mostrar que o relacionamento com Deus é deinido não apenas pela descendência descendên cia ísica, mas também pela idelidade e pelas promessas feitas por Deus a Abraão. Este é oque argumento em dos açãoJubileus em Romanos onde Paulo se refere mesma passagemque de Gênesis a passagem acima, 9, a bênção de Isaque. Aquià Paulo argumenta Deus está administrando as linhas de descendência e que “nem todos os ilhos de Abraão (tekna) são seus descendentes ou semente (esperma), mas” (e aqui ele cita Gn. diz-se que está em Isaque'” (Rm 9:7). Não é apenas a carne, explica Paulo, mas a promessa que determina quem são os descendentes. Deus está no comando das linhagens. Jubileus usa esta bênção de Isaac em Gênesis para excluir gentios; eles podem ter sido parte da semente de Abraão, mas eles não fazem o corte na linhagem sagrada de Isaque e Jacó depois dele. Paulo usa a mesma passagem, também para enfatizar a exclusividade e a seleção de um sobre o outro, mas serve ao seu argumento maior de que os gentios iéis estão incluídos nas promessas de Deus. Assim, Paulo toma um rumo diferente com a ideologia da semente, optando por abri-la o suiciente para os gentios 30. Paulo faz um argumento semelhante em Romanos 4, onde conclui que Abraão é o pai dos “incircuncisos” e dos “circuncisos” ( vv. 1112). 163 PAULO NO JUDAÍSMO para entrar, remontando a um tempo antes da Lei ser estabelecida para mostrar o alcance universal do Deus de Israel. O que signiica para o status dos gentios que eles estejam na semente original de Abraão? Esse argumento semente não enfatiza uma origem pura e santa, seja para judeus ou gentios, mas
uma mistura inclusiva, planejada por Deus.31 No entanto, Paulo não vislumbra uma mistura
dos difere diferent ntes es com compon ponent entes es des dessa sa mistu mistura; ra; os ge genti ntios os per perman manece ecem m gen gentio tioss e os jud judeus eus permanecem judeus, me mesmo smo entre aaqueles queles que ccompartilham ompartilham seu “in-cristianismo”. “in-cristianismo”. Na verdade, verdade, todo o seu ponto é que é prec precisame isamente nte a incl inclusão usão deles na seme semente nte de Abraão, Abraão, antes que a Lei fosse dada, que garante aos gentios os beneícios das promessas de Deus como gentios, semironicamente, serem circuncidad circuncidados os sua e guardarem a Israel. Lei de outras maneiras. Sua linhagem abraâmica, ironicamente , preserva separação de Corpos Sagrados Paulo não desenvolve um conceito de uma semente sagrada, mas desenvolve a ideia de corpos santos para os crentes gentios. Em 1 Coríntios 6, Paulo oferece uma avaliação “antes e depois” dos coríntios, em uma passagem semelhante às mencionadas anteriormente, comparando-os co com m su suas as vi vida dass an ante teri rior ores es como como ge gent ntios ios que que não não conh conhec ecem em a De Deus us.. Algu Alguns ns de você vocêss costumavam ser sexualmente imorais, idólatras, adúlteros adúlteros (e assim por diante), Paulo diz aos coríntios: “Mas vocês foram lavados, vocês foram santiicados, vocês foram justiicados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (6:9b-11).32 Aqui Paulo parece se referir ao batismo deles com os 31. Discutindo 1 Coríntios, Tat-Siong Benny Liew faz uma observação semelhante: semelhante: “O que se encontra em Paulo não é uma nostalgia para recuperar um autenticidade e/ou pureza perdidas; em vez disso, é aquele que incorpora os gentios através de uma nova construção racial/étnica e religiosa”, em Liew, What is Asian American Biblical Hermeneutics?: Reading the New Testament (Honolulu: University of Hawaii Press, 2008), 106. 32. Primeira Coríntios 6:9b (que parafraseei aqui) é complicada de traduzir e não vou aborda abo rdarr as questõ questões es env envolv olvida idass aqu aqui.i. Veja Veja Da Dale le B. Mar Marti tin, n, “Arsen “Arsenoko okoitē itēss and Ma Malak lakos: os: Meanings and Consequences”, em sua coleção de ensaios Sex and the Single Savior: Gender and Sexuality in Biblical Interpretation (Louisville: Westminster John Knox, 2007), 37–50. Veja também Bernadette 164 A QUESTÃO DA IDENTIDADE IDENTIDADE termo “lavado”, implicando que ele o entende como um rito de puriicação que leva os gentios a um relacionamento correto com Deus. Nesta passagem e em outras que marcam igualment igualmentee os gentios batizados como agora santos, Paulo usa, como argumenta Paula Fredriksen, a linguagem das prescrições bíblicas que monitoram o acesso ao culto do templo.33 Esses gentios foram separados, dedicado dedicados, s, preparados para Deus. Como Fredriksen explica, a linguagem do culto do templo fornece “os principais termos pelos quais Paulo conceitua a incorporação de seus pagãos-em-Cristo na redenção de Israel”. 6:19; 3:16-17). Essa metáfora arquitetônica sugere corpos protegidos, santiicados e delimitados de outros tipos de espaço; no entanto, eles também são habitados pelo pneuma de Deus (6:19; 3:16) e, portanto, são santos (3:17). O batismo santiicou assim os gentios para que possam ser uma morada para Deus.35 Um resultado desse novo status é que esses corpos sagrados devem ser protegidos. Em
linguagem que ecoa as prescrições levíticas para os corpos dos sacerdotes, Paulo argumenta
que esses gentios também devem se abster de J. Brooten, Love Between Women: Early Christian Responses to Female Homoeroticism (Chicago: University of Chicago Press, 1996), 260. 33. Fredriksen, “Judaizing the Nations”, 247. Outras passagens com esta linguagem incluem: 1 Cor. 1:2 (“aos santiicados [hegiasmenois] em Cristo Jesus”); ROM. 6:19: (“Pois assim como outrora apresentastes os vossos membros como escravos da impureza [ akatharsia] e da iniquidade cada vez maior, assim apresentai agora os vossos membros como escravos da justiça para santiicação [ hagiasmon]”); ROM. 15:16 (“Paulo, ministro de Cristo Jesus aos gentios no serviço sacerdotal do evangelho de Deus, para que seja aceitável a oferta dos gentios, santiicada pelo [ hegiasmene] pelo espírito santo”); 1 Tes. 4:7 (“Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade [hagiasmō]”); 1 Tes. 5:3 (“Que o Deus da paz vos santiique [hagiasai] inteiramente”); 2 Cor. 7:1 (“puriiquemo-nos no corpo e no espírito, tornando nossa [hagiosunēn] 2 Cor.que 12:21 (“Temo que, quando eu voltar, meu Deus me santidade humilhe diante de vocês,perfeita”); e que eu tenha chorar por muitos mui tos que pec pecara aram m ant anteri eriorm orment entee e não não se arr arrepe epend ndera eram m da imp impure ureza za [ak [akat athar harsia sia], ], imoralidade sexual e licenciosidade que praticaram”). 34. Fredriksen, “Judaizing the Nations”, 250. Ver também Jorunn Økland, Women in Their Place: Paul and the Corinthian Discourse of Gender and Sanctuary Space (New York: T & T Clark, 2004), 133–34, e fontes ali citadas. 35. Se, como argumenta JZ Smith, os rituais criam espaço sagrado no mundo antigo, então podemos ver o batismo como um ritual ritual que criou o espaço sagrado sagrado desses corpos gentios: gentios: eles foram lavados, santiicados e justiicados (1 Coríntios 6:11). ). Veja a discussão de Økland sobre Smith em Women in Their Place, P lace, 145–149. 165 PAULO NO JUDAÍSMO da pornéia. Levítico instrui que porque os sacerdotes são “santos para o seu Deus” (Levítico 21:6), eles não devem “casar com uma mulher que é uma prostituta (pornē) e impura” (21:7, 14). Além disso, um sacerdote deve se casar “com uma virgem de sua própria família, para não profanar sua descendência (semente, esperma) entre seu povo” (21:15). As linhagens sacerdotais foram separadas, santiicadas santiicadas por Deus, e esse status santo requer manutenção. Paulo descreve os corpos coríntios em termos semelhantes. Como os corpos sacerdotais são “santos para o Senhor”, os corpos coríntios “pertence “pertencem m ao Senhor” e não à porneia (1 Co 6:13, 19-20).36 Como um corpo sacerdotal é responsável por sua semente ou descendentes, e deve
manter sua linhagem santa, então os coríntios são “membros de Cristo” (6:15) e devem
proteger este corpo santo. Assim como os padres não devem se casar com prostitutas, os corpos coríntios não devem se envolver em porneia, como unir-se a uma prostituta (pornē).37 Você pode ouvir o horror na voz de Paulo quando ele faz a pergunta retórica: de Cristo e torná-los membros de uma prostituta? Nunca!" (1 Coríntios 6:15).38 Como discuti anteriormente, Esdras democratiza a noção de santidade sacerdotal aplicandoa a todo o Israel, criando a ideia de semente sagrada. Paulo faz a mesma coisa aqui, mas aplica-a especiicamente aos gentios batizados para criar corpos santos. O argumento de Esdras serve ao seu interesse maior em deinir Israel no contexto pós-exílico. Paulo também tenta deinir e circunscrever a comunidade dos crentes, o corpo de Cristo, com a pureza dos sacerdotes. Mais uma vez, como com a imagem da semente em Gálatas, a descrição de Paulo desta nova criação produz uma identidade mista. Estes 36. Veja também Rom. 15:16. 37. Embora note que ser casado com um incrédulo não é poluir, mas santiicar (1 Cor. 7:12-16). VejainCaroline Johnson Hodge,Harvard “Married to an Unbeliever: Households, Hierarchies and Holiness 1 Corinthians 7:12-16,” Theological Review 103, no. 1 (2010): 1–25. 38. Christine Hayes argumenta que Paulo está criando um novo tipo de impureza aqui, uma combinação de impureza ritual e impureza moral na tradição judaica. No caso desses gentios, o comportamento moral cria uma impureza contagiosa. Hayes chama essa inovação de “impureza carnal”. Veja Impurezas Gentias, pp. 92–98 . 166 A QUESTÃO DA IDENTIDADE IDENTIDADE corpos gentios são agora também o corpo judaico de Cristo. Paulo elabora sobre essa noção da emcompara Corinto constituindo de Cristoa na conhecida passagem de 1 Coríntios, na ekklesia qual Paulo os membros odacorpo comunidade partes do corpo, como mãos, orelhas e pés (12:12- 26). Preenchidos com o pneuma de Cristo no batismo, esses corpos gentios sofreram uma transformação material que os torna o corpo judaico do messias de Israel. Benny Liew comenta sobre essa mistura multiétnica: “Paul está projetando aqui nada menos que uma substituição corporal inter-racial/étnica. . . O corpo coríntio. . . é, em outras palavras, construído sobre e através de um 'outro' racial/étnic racial/étnico. o. . .”39 Crentes gentios habitam corpos racialmente mistos que precisam de proteção. Em vez de se tornar “uma só carne” com uma prostituta, Paulo exorta, torne-se “um só espírito” com o Senhor (1 Coríntios 6:17). Essa unidade pneumática com o Senhor em um corpo gentio resulta em uma identidade santa e mista. Gentios como parte da história de Israel
Cada uma dessas duas linhas de argumentação, semente de Abraão e discurso de pureza, serve a um propósito retórico diferente. Em Gálatas, Paulo contesta a noção de que os gentiosem-Cristo devem guardar a Lei e usa o argumento da semente de Abraão para apoiar sua visão. Porque eles estavam “em” Abraão quando as promessas foram feitas, e antes que a Lei fosse dada, os gentios-em-Crist gentios-em-Cristoo ainda são destinatários dessas promessas, apesar do fato de que os homens entre elesviver nãoessa são nova circuncidados. Em 1AoCoríntios, responde a ideias concorrentes concorrente s sobre como vida em Cristo. longo da Paulo carta, ele tenta controlar os corpos corpos genti gentios, os, ped pedind indoo har harmon monia, ia, cooper cooperaç ação ão e 39. Lie Liew, w, Asi Asian an Ame Americ rican an Bib Biblic lical al Hermeneutics, Hermeneut ics, 106. 167 PAULO NO JUDAÍSMO autocontrole.40 Esses diferentes objetivos persuasivos são responsáveis, pelo menos em parte, autocontrole.40 pelas maneiras maneiras como Paulo retrata a ide identidade ntidade ge gentia ntia em ca cada da um. No entanto, noto algumas semelhanças intrigantes entre os dois. Ambos aplicam discursos étnico-raciais bíblicos – descendência e pureza – aos gentios-em-Cristo. Eles mostram que, como Israel, esses gentios estão incluídos no povo de Deus desde o início e são separados de outros out ros genti gentios os ao recebe receberem rem o esp espíri írito to san santi tiica icador dor no bat batism ismo. o. In Inere erente nte a ess esses es do dois is argumentos está a mistura: os gentios estão alojados na semente de Abraão, de modo que contam como seus descendentes, mas como descendentes gentios. E os corpos coríntios são eles próprios partes do corpo de Cristo, o messias judeu. Eles são habitados por seu pneuma. Ambas as imagens mantêm juntas essas contradiçõe contradiçõess sem tentar resolvê-las. Em contraste marcante com os discursos étnicos de Esdras ou Jubileus, o tipo de mistura encarnada pelos gentios-em-Cristoo é, segun gentios-em-Crist segundo do Paulo, san santo. to. Além disso, esse status misto de gentios não é negociável para Paulo. Ele argumenta argumenta inlexivelmente contra a posição de que eles devem guardar a Lei da maneira que os judeus fazem (especiicamente, (especiicamente, a circuncisão homen homens), s),Deus comorequer outrosque parecem ter ensinado 1:6; 5:2-12). Pois na visão de Paulo, opara planoosmaior de os gentios adorem(Gl o Deus de Israel como gentios, não como prosélitos ou qualquer outra coisa. Paulo se alia aqui com a expectativa escatológica judaica de que Deus estabelecerá seu reino para Israel e para as nações favorecidas. Como apóstolo dos gentios, ele se vê na tradição dos profetas que chamam os gentios a Jerusalém no Dia do Senhor, quando “todas as nações acorrerão [à casa do Senhor]” (Is 2:2). 41 Como Paula Fredriksen tem 40. Sobre esses temas, ver Margaret M. Mitchell, Paul and the Rhetoric of Reconciliation: An Exegetica Exegeticall Investigation of the Language and Composition of 1 Coríntios (Louisville: Westminster John Knox Press, 1991); Laura S. Nasrallah, An Ecstasy of Folly: Prophecy and Authority in Early Christianity (Cambridge: Harvard University Press, 2003), pp. 78–79; Johnson Hodge, “Casado com um incrédulo”. 41. Quando Paulo descreve seu próprio chamado de Deus em Gal. 1:15-16, sua linguagem ecoa de perto os chamados aos profetas Isaías e Jeremias (veja Isa. 49:1-6 e Jer. 1:5).
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A QUESTÃO DA IDENTIDADE IDENTIDADE argumentou, esta tradição de peregrinação argumentou, peregrinação escatológica - tanto em Paulo como na literatura judaica anterior - prevê gentios voltando-se para Deus como não-judeus, não como prosélitos.42 Mark Nanos concorda e vê o conceito do Shemá como crucial para a compreensão de Paulo neste ponto.43 Se “o Senhor é Um”, como o Shemá airma, então ele é o Senhor de todos, não apenas de Israel. Paulo expõe essa lógica em Romanos 3:29-31 e, como argumenta Nanos, ela fundamentaa a compreensão de Paulo sobre os planos de Deus para o futuro. Porque Deus é o fundament único Deus de todos, quando Cristo retornar para estabelecer o reino de Deus, é necessário que Israel e os gentios adorem a Deus não como um povo, mas como povos separados – agora adorando juntos, como esperado na era esperada. Paulo é claro em Romanos 9-11, onde ele expõe este plano maior, que judeus e gentios permanecem separados. (Rom. 11:25-26).45 Assim, para Paulo Paulo há muito em jogo na pos posição ição especíica e ambígua ddos os gentios-em-Cr gentios-em-Cristo.46 isto.46 Repensando a pergunta Se minha análise mostrou mostrou que o retr retrato ato de Paul Pauloo dos gentios gentios como misto mistoss ou ambíguo ambíguoss faz algum sen algum sentid tidoo em um contex contexto to jud judaic aicoo de 42. Fredr Fredriks iksen en,, "Juda "Judaism ism", ", 547 547;; ver ta també mbém m Eisenbaum, Paul Was Not A Christian, 96-98. 43. O Shema é uma oração judaica: “Ouve, ó Israel, o Senhor é nosso Deus, o Senhor é Um”. Ver Mark D. Nanos, The Mystery of Romans: The Jewish Context of Paul's Letter (Minneapolis: Fortress Press, 1996), pp. 179–201; Nanos, “Paul and the Jewish Tradition: The Ideology of the Shema,” em Celebrando Paulo. Festschrift em homenagem a Jerome Murphy-O'Connor, OP, e Joseph A. Fi Fitz tzmy myer er,, SJ, SJ, Séri Sériee de Mo Mono nogr gra aia ia Trim Trimes estr tral al Bí Bíbl blic icaa Ca Cató tóli lica ca 48 48,, ed ed.. Pe Pete terr Sp Spit ital aler er (Washington,, DC: Catholic Biblical Association of America, 2012), 62–80. (Washington 44. Johnson Hodge, If Sons, 137-48. Krister Stendahl chama esse arranjo de “plano de tráfego” de Deus em Final Account: Paul's Letter to the Romans (Minneapolis: Fortress Press, 1995), 7. 45. Veja a pesquisa recente desta frase de James M. Scott, “'E então todo o Israel será salvo' (Rom 11: (Rom 11:26) 26)”, ”, em Re Resta staura uração ção:: Antigo Antigo Tes Testa tamen mento, to, Per Perspe spect ctiva ivass Ju Juda daica icass e Cri Cristã stãs, s, Suplementos Suplement os ao Jornal para o Estudo do Judaísmo 72, ed. James M. Scott (Leiden: Brill, 2001), 491–92. 46. De acordo com essa ideia geral, Brent Nongbri argumenta em sua dissertação que os destinatários das cartas de Paulo são gentios que foram santiicados pelo pneuma no batismo, de modo que estão preparados para adorar no templo junto com Israel: “Paulo sem religião: A Criação de uma2008. Categoria e a Busca por um Apóstolo Além da Nova Perspectiva,” PhD diss., Yale University,
169 PAULO NO JUDAÍSMO expectativa,, ao mesmo tempo levanta alguns cuidados importantes sobre conceitos expectativa do identidade. Meu inicial pergunta - quem quem são a gentios? — ele próprio supõe que há uma resposta, que eles têm uma identidade identidade que pode ser descoberta através de uma análise do texto.47 Sugiro dois problemas com essa suposição. Uma é que ela trai uma compreensão de identidade que talvez seja excessivamente simplista, na qual as pessoas mudam completamente de uma para a outra. Rogers Brubaker critica essa visão especialmente quando aplicada aplicada a grupos de pessoas, como grupos étnicos. Ele se opõe a uma suposição comum, ainda que ingênua, entre os estudiosos de que os grupos operam”. . . como se fossem grupos internamente homogêne homogêneos, os, limitados externamente, até mesmo atores coleti col etivos vos un unitá itário rioss com pro propós pósito itoss com comun uns.” s.”48 48 Evi Evidên dência ciass da an antro tropol pologi ogia, a, da ciê ciênc ncia ia cognitiva, de textos antigos, incluindo os discutidos aqui, sugerem uma dinâmica muito mais complexa em ação. Um segundo problema intimamente relacionado é que tal suposição confunde as estratégias do falante com uma descrição da realidade.50 As cartas, ainal, nos dão acesso à construção de Paulo sobre quem são os gentios. Como os estudiosos feministas há muito argumentam, sua retórica é prescritiva, não descritiva, e seu objetivo é persuadir os gentios a pensar e se comportar de certas maneiras. (Cambridge, MA: Harvard University Press, 2004), 37 e passim, e Stanley K. Stowers, “The Concept of 'Comunidade' e a História do Cristianismo Primitivo”, Método e Teoria no Estudo da Religião 23 (2011): 238–56. 238–56. 48. Brubaker, Ethnicity Without Groups, 8, ver também 37. 49. Essa Essa co compl mplexi exidad dade inclui incdiferentes lui pes pessoa soas s que se ide identi ntiic am com vár vários ios gr grupo upos, s, Etnia ass assume umem m identidades parciais e etêm interpretações deicam quem são. Veja Brubaker, sem
Grupos,, esp Grupos esp.. 64–87; 64–87; Sta Stanle nleyy K. Stowe Stowers, rs, “Ti “Tipos pos de Mit Mito, o, Ref Refeiç eições ões e Pod Poder: er: Paulo e os Coríntios”, em Redescrevendo Redescrevendo Paulo e os Coríntios, eds. Ron Cameron e Merrill Miller (Atlanta: Society of Biblical Literature, 2011), 105–49. Para visões compatíveis sobre as atividades de formação e deinição de grupos cominlinguagem étnica e(Nova racial,York: veja Columbia Denise Kimber Buell,Press, Why 2005). This New Race: Ethnic Reasoning Early Christianity University 50. Brubaker, Ethnicity Without Groups, 9. A erudição sobre Paulo tem sido vulnerável a esse deslize, onde a retórica persuasiva de Paulo foi tomada como informação neutra e coniável sobre seu público e contexto. 170 A QUESTÃO DA IDENTIDADE IDENTIDADE eles mesmos e seus relacionamentos com Paulo e uns com os outros podem ter pouco a ver com as categorias de Paulo. P aulo. Em vez disso, Brubaker argumenta que a identidade étnica deve ser vista como um processo, uma perspectiva sobre o mundo, em vez de uma coisa que existe independentemente dos argumentos humanos. Assim, é importante repensar a questão: em vez de perguntar quem são os gentios, é mais proveitoso perguntar que tipo de trabalho a retórica étnico-racial – ou qualquer tipo de airmação sobre identidade – faz. Brubaker oferece uma linguagem diferente para sinalizar essa perspec perspectiva: tiva: em vez de usar “ide “identidade”, ntidade”, ele propõe ““identiicação identiicação” ” e “categorização”, ambas derivadas de formas verbais e nos lembram que comentários sobre identidade são atos de criação de identidade. e clientes, associações, bairros, grupos de artesãos, cultos religiosos, mercados etc.53 Pensar a identidade como uma prática baseada na identiicação e categorização permite dar conta dessa grande variedade. No mundo antigo, a linguagem étnico-racial é frequentemente empregada em práticas de criação de identidade, um discurso que Denise Buell chama de “raciocínio étnico”. no tempo de Paulo. A linguagem das pessoas é útil para “projetos de formação de grupos”. 51. Aqui cito apenas algumas monograias em uma vasta bibliograia: Elisabeth Schüssler Fiorenza, In Memory of Her: A Feminist Theological Reconst Reconstruction ruction of Christian Origins (Nova York: Crossroad, 1983); Elizabeth Castelli, Imitating Paul: A Discourse of Power (Louisville: Westminster John Knox, 1991); Margaret Y. MacDonald, Early Christian Women and Pagan Tradition: The Power of the Hysterical Woman (Cambridge: Cambridge University Press, 1996); Ross Shepard Kraemer e Mary Rose D'Angelo, eds., Women and Christian Origins (Nova York: Oxford University Press, 1999). 52 52.. Br Brub ubak aker er su suge gere re três três grup grupos os de pa pala lavr vras as qu quee po pode dem m su subst bstit itui uirr “i “ide dent ntid idad ade” e”:: 1) iden identiic tiicação açãoe ee grupalidade cate categoriz gorização ação, , 2) sem autocomp autoGrupos, compreen reensão são e loca localizaç lização ão socia social,l, 3) semelhan semelhança, ça, conectividade conectividad ( Etnia 41-48).
53. Stanley K. Stowers, “Conceito de Comunidade Comunidade”, ”, 249–50. 54. Buell, Por que esta nova raça. 55. Frase de Brubaker de Ethnicity Without Groups, 13–14. 171 PAULO NO JUDAÍSMO Essa mudança em nossa pergunta nos ajuda com o tratamento de Paulo aos gentios-emCristo, como ilustra um exemplo inal do texto de Paulo. Em Gálatas 3:28, Paulo sugere uma unidade radical entre os diferentes grupos que pertencem a Cristo, incluindo judeus e gregos, “porque todos vocês são um em Cristo”. Em seu próprio projeto de formação de grupos, Paulo os exorta a se unirem em torno da categoria de estar “em Cristo”, que tanto judeus quanto gentios teriam entendido como uma posição judaica. Mas, como argumente argumenteii acima, ele o faz en enqu quan anto to in insi sist stee que que os ge gent ntio ioss pe perm rman aneç eçam am ge gent ntio ios. s. Pa Paul uloo nã nãoo es está tá pe pedi dind ndoo uma uma transformação étnica de não-judeu para judeu. Em vez disso, ele argumenta que os gentios adotam atributos judaicos, mas permanecem gentios. Pense nas diferenças de estar “em Cristo” para gentios e judeus. Os judeus não cruzam fronteiras étnicas em virtude de seu compromisso com Cristo; eles não mudam seu Deus, sua ascendência ou seus costumes ancestrais. Os gentios o fazem.56 Assim, dentre as várias pessoas identiicadas identiicadas como descenden descendentes tes — os ggentios entios em Crist Cristoo (Gl 3:8, 29) os judeus (R (Rm. m. 4:12), Paulo (2 Cor. 12:2), Jesus (Gal. 3:16) — os gentios são aqueles para quem isso implica uma identidade étnica híbrida. Para estar em Cristo, os gentios abandonam seus deuses e práticas religiosas, professam professam lealdade ao Deus de Israel, aceitam o messias, as Escrituras e a ascendência de Israel. Todos esses são marcadores étnicos judeus, mas os gentios não se tornam judeus. Eles são colocados na semente de Abraão como gentios e permanecem gentios, de um tipo especial, depois de serem santiicados pelo batismo. Esse status complexo e misto para gentios-em-Cristo é crucial para o argumento de Paulo: sua separação é necessária para o plano de Deus para Israel, como Paulo o vê. É impressionante que com toda a conversa de Paulo sobre transformação e renovação (por exemplo, em 2 Coríntios 5:17 e Gálatas 6:15), ele não deine claramente o que os gentios se tornaram. Os estudiosos há muito fornecem 56. Para mais discussão sobre esse argumento, veja Johnson Hodge, If Sons, 125-35. 172 A QUESTÃO DA IDENTIDADE IDENTIDADE “cristão” para preencher esse vazio. Mas isso perde todo o ponto. Uma exploração de como
Paulo retrata os gentios nos ajuda a ver essas cartas não como documentos fundadores de
uma nova religião, mas como esforços de um judeu iel para desempenhar seu papel na narrativa mais ampla da redenção de Israel. 173 6 A Questão da Adoração: Deu Deuses, ses, Pagãos, e a redenção de Israel Paula Fredriksen As convicções de Paulo sobre o alvorecer iminente do reino de Deus o colocam seguramente dentro do mundo da esperança apocalíptica judaica tardia do Segundo Templo. Mas a tradição bíblica de Paulo era grega, não aramaica ou hebraica. Sua audiência — ao contrário da de Jesus e dos primeiros discípulos — era pagã, não judia.1 E ele estendeu seu evangelho baseado no tempo sobre a estrutura espacial fornecida pelo mapa do cosmos da antiguidade. O universo de Paulo, resumo, era anacrônica muito maiorpara – etnicamente, 1. “Pagão”, um no neologismo cristão do século IV, em é uma palavra traduzir ethnē. Eu o uso, entanto, para comunicar a conexão da etnicidade etnicidade com a divindade: os não-judeus, como os judeus, nasceram em obrigações para com seus deuses. A tradução “gentio” apaga confusamente essa conexão. A discussão mais adiante neste escrito esclarecerá ainda mais esse ponto. 175 PAULO NO JUDAÍSMO geograicamente, celestialmente, geograicamente, celestialmente, teologicame teologicamente nte - e muito mais populoso do que o do primeiro movimento, e do próprio Jesus. Jesus de Nazaré parece ter lutado principalment principalmentee contra demônios locais, indutores de doenças.2 Paulo (como o Cristo ressuscitado) combateu forças cósmicas: daimonia (pelo qual Paulo queria dizer deuses deuses pagãos), stoicheia, archontes, archontes, exousiai, theoi e kurioi, “o deus deste aion.”3 A situação na terra era como no céu: esses deuses também habitavam densamente a cidade antiga, estruturando o tempo, o espaço e as relações sociais humanas. Festivais dedicados, celebrando épocas e dias consagrados aos divinos patronos celestes e imperiais, pontuavam o ano cívico. Os locais dessas celebrações — o teatro, o circo, o estádio, o aniteatro — continham altares e imagens desses deuses. Os calendários domésticos e o espaço doméstico replicavam em miniatura essas estruturas cívicas, onde as celebrações da família – casamentos, gênio do pater, passagem de uma criança para a vida adulta – também invocavam e honravam divindades presidentes.4 Os deuses estavam em toda parte, não apenas no público e no privado. ediícios de municípios an antig tigos, os, mas tam também bém em ins insígn ígnias ias de car cargos gos,, em pad padrõe rõess mil milita itares res,, em jur jurame ament ntos os e
contratos solenes, em bênçãos e exclamações vernáculas, e 2. Depois de enfrentar Satanás no
deserto, Jesu deserto, Jesuss conf confront rontaa prin principal cipalment mentee demô demônios nios ou espí espíritos ritos imundos que cau causam sam ou doença ísica (por exemplo, Marcos 1:23-27, 32, 34, 39; 3:11-12, 22; 5:2-16, cf. 6:7, 13; 7:13 29; 9:17 -29, 38). 3. Arcontes, exousiai, dunameis, 1 Cor. 2:8, 15:24; daimonia, 1 Cor. 10:21, cf. Ps. 95:5 lxx; stoicheia, Gal. 4:8-9; theos deste mundo, 2 Cor. 4:4; theoi e kurioi, 1 Cor. 8:5. Veja mais James D. G. Dunn, The Theology of Paul the Apostle (Grand Rapids: Eerdmans, 1998), 33-38, 104-10, sobre as referências de Paulo a deuses e poderes celestiais; Paula Fredriksen, Sin: The Early History of an Idea (Princeton, NJ: Princeton University Press, 2012), 50-57, sobre arquitetura cósmica e seu impacto na teologia de Paulo, sua retórica e suas ideias sobre redenção. Mais adiante na genealogia dessas divindades inferiores, veja Dale Martin, “When Did Angels Become Demons?” Revista de Literatura Bíblica 129, não. 4 (2010): 657–77. 4. Caroline Johnson Hodge, “'Married to an Unbeliever': Households, Hierarchies and Holiness in 1 Cor Corint inthia hians ns 7:1 7:12-1 2-16,” 6,” Harvar Harvardd The Theolo ologic gical al Re Revie view w 10 1033 (20 (2010) 10):: 1–2 1–25, 5, exp explor loraa as complicações que o culto doméstico causaria para esposas crentes casadas com maridos incrédulos. Além disso, sobre a adoração do gênio divino da família, ver Michael Peppard, The Son of God in the Roman World (Nova York: Oxford University Press, 2011), 39, 43, 63-66, 113-15. 176 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO ao longo dos currículos dos instruídos. Era impossível viver em uma cidade greco-romana sem viver com seus deuses.5 Esse ambiente congestionado por Deus, cívico e cósmico, era a matriz da missão de Paulo. Assim como Paulo trabalhou com comunidade comunidadess pagãs, ele também trabalhou com – ou melhor, contra – seus deuses. Assim, tanto ele quanto sua ekklēsiai tiveram que lidar com a ira divina, porque Paulo insistiu que estar “em Cristo” exigia que essas pessoas retivessem o culto a seus deuses. Mas por que Paulo exigiria isso? O que essa reorientação ritual pagã tem a ver com a convocação de Paulo para “justiicação pela fé”? E, inalmente, o que esses deuses e seus humanos têm a ver com a salvação de “todo o Israel” (Rm 11:26)? Muito em todos os sentidos. Deuses e seus humanos na cidade antiga
Estamos tão acostumados a saber que os “gentios”, para ingressar neste novo movimento messiânico, tiveram que renunciar ao culto dos “pagãos”
deuses, que facilmente deixamos de ver que ideia estranha era essa, tanto no contexto da cidade antiga quanto no contexto das comunidades judaicas da diáspora. Nosso próprio vocabulário mina nossos esforços para ver claramente sua estranheza estranheza.. O inglês moderno usa duas palavras, gentios e pagãos, onde o grego em que ambos repousam tem apenas uma, ta ethnē, “as nações”. E as duas palavras inglesas diferentes têm conotações diferentes. diferentes. Gentile refere-se à etnia: a pessoa não é judia. Pagão refere-se à religião: a pessoa não é judia nem cristã. Mas esta 5. Minha descrição se baseia particularmente nas fulminações de Tertuliano in de spectaculis e in de idololatria. Os rabinos palestinos não estavam menos cientes dos deuses e de seu peso de arremesso cívico: m. Avodah Zarah 1:3 nomeia as calendas (um festival de inverno oito dias após o solstício), a Saturnália (oito dias antes do solstício de inverno) e os kratasis (dias que celebram a ascensão imperial ao cargo), bem como os dias de nascimento e morte imperiais como “as festas dos gentios”; veja esp. Fritz Graf, “Roman Festivals in Syria Palestina,” The Talmud Yerushalmi and GreecoRoman Culture, ed. Peter Shäfer (Tübingen: Mohr Siebeck, 2002), 435–51. 177 PAULO NO JUDAÍSMO A distinção entre etnia e religião conjurada por gentios/pagãos gentios/pagãos não é nativa das antigas culturas mediterrâneas, onde deuses e humanos formavam grupos familiares. As conexões entre o céu e a terra foram coniguradas precisamente em linhas étnicas. Do micronível da família ao macronível da cidade, deuses antigos corriam no sangue.6 O que chamamos de “religião” povos antigos construídos como herança: mos maiorum, ides patrum, ta patria ēthē , paradoseis t.n patrikon (este último de Paulo, Gal. 1:14). “Religião” como uma categoria separável e separada da própria “família” – casa para império – não existia. Finalmente, gentio versus pagão mascara o grau em que não apenas os lares, mas também as Finalmente, cidades eram instituições religiosas baseadas na família.7 Os laços de relações de “sangue” uniam os cidadãos de uma cidade entre si e também com seus deuses. Às vezes, esses vínculos eram conigurados como descendência real, por meio da quall a desce qua descendê ndênc ncia ia de um aco acopla plamen mento to divino divino/hu /human manoo pri primor mordia diall con confer feria ia sta statu tuss se semi midi divi vino no a um go gove vern rnan ante te mu muit itoo po post ster erior ior.. : Di Dipl plom omat atas as hele helení níst stic icos os e ro roma mano nos, s, negocian nego ciando do trat tratados ados entre entre cida cidades, des, estabelec estabeleceriam eriam pare parentes ntesco co comp comparti artilhado lhado,, traç traçado ado através de linhas de descendência de um deus ou de sua descendência. Este antigo vínculo de “sangue” compartilhado
6. Peppard, Filho de Deus, 60-67, explora as maneiras pelas quais o imperador Augusto, ao se posicionar como pater familias do império, construiu uma relação familiar entre ele e os outros no mundo romano, espalhando assim o culto de seu gênio . Desta forma, o próprio império tornou-se uma instituição religiosa de base familiar. 7. Sobre oEssays culto in familiar, verofJonathan Smith, “Here, There, and Anywhere”, em Relating Religion: the Study Religion Z. (Chicago: University of Chicago Press, 2004), 323–39; e os ensaios em Household and Family Religion, ed. John Bodel e Saul M. Olyan (Malden, MA: Blac Bl ackw kwel ell,l, 20 2008 08). ). Sobr Sobree a co cons nstr truç ução ão cí cívi vica ca dos dos laço laçoss de sa sang ngue ue,, ve verr es espe peci cial alme ment ntee Christopher P. Jones, Kinship Diplomacy in the Ancient World (Cambridge, MA: Harvard University Press, 1999). 8. Deste modo, Alexandre o Grande “desceu” de Héracles, e a casa Juliana, via Enéias, de Vênus. Sobre o status de Otaviano como “ilho de Deus”, ver Peppard, Son of God, 46-48. Mais metaforicamente, os judeus mobilizaram a mesma ideia para descrever a relação entre seu deus e os governantes da casa de Davi, por exemplo, Ps. 2:7; 2 Sam. 7:12, 14. Sobre Israel como ilho de Deus, Deus, por exemp exemplo, lo, Êx. 4:22; Je Jer. r. 31:9; ROM. 9:4. 178 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO acordos atuais estabilizados. Os povos antigos construíam tão concretamente essas relações que os judeus helenísticos, cujo deus não deixava ilhos da mesma forma que os deuses gregos, tivera tiv eram m que lut lutar ar para para entra entrarr no sis siste tema. ma. Fiz Fizera eram-n m-noo mob mobili ilizan zando do a des desce cend ndênc ência ia dos patriarcas: desta forma, através do casamento de Héracles com uma neta de Abraão, estabeleceram estabelece ram a syngeneia (“parentesc (“parentesco”) o”) entre Esparta e Jerusalém.9 A força dessa associação associação familiar de deuses e cida cidadãos dãos explica dua duass observações interessantes interessantes feitas sobre os judeus alexandrinos do primeiro século. Apion, na esteira do tumulto de 39 dC, reclamou: “Se os judeus desejam ser cidadãos de Alexandria, por que eles não adoram os deuses alexandrinos?” A iliação ao corpo cidadão implicava imediatamente essa conexão divino/humana.10 divino/humana .10 O autor de Atos, por outro lado, notando a cidade natal de Apolo, descreveo com intrigante incoerência como “um certo Ioudaios . . . um alexandrino por genos” (Atos 18:24). Genos (“raça”), como ethnos (“povo”), e como o latim natio pelo qual às vezes foi traduzido, comunica uma conexão “nascimento”/“sangue”. Ioudaios (“judeu” ou “judaico”) e Alexandreus (“alexandrino”), (“alexandrino”), do dois is genē diferentes, são noc nocionalmente ionalmente mutu mutuamente amente exclus exclusivos. ivos. Isso acontece não só quando q uando “família” foi construída biologicamente (quantos conjuntos diferentes de pais biológicos alguém tem?), mas também, dadas as peculiaridades do deus judeu, quando “família” foi constr con struíd uídaa teo teolog logica icamen mente. te. (O 9. “Dep “Depois ois de ler um certo certo docume documento nto”, ”, an anun uncia cia um rei espartano ao sumo sacerdote judeu, “descobrimos que judeus e lacedemônios [espartanos] são de um genos e compartilham uma conexão com Abraão”, 1 Macc. 12 :21. Esta suggeneia
também aparece em 2 Macc. 5:9 e em Josefo, Ant. 12.226; para a união de Héracles com a neta de Abraão, Ant. 1.24-41. Análise desta tradição em Jones, Kinship Diplomacy, 72-80; Erich
Gruen, “Jewish Perspectives on Greek Ethnicity”, em Ancient Perceptions of Greek Ethnicity, ed. I. Malkin (Cambridge, MA: Harvard University Press, 2001), 347–73, em 361–64. idéia de Abraão como “o pai de muitas nações”, Rm 4:11-18; Gl 3:7-14; cf. Gn 17:5; Stanley Stowers, A Rereading of Romans (New Haven, CT: Yale University Press, 1994), 227-50. 10. Ag. Ap. 2,65; cf. as queixas semelhantes de cidades na Ásia Menor do primeiro século, Ant. 12.126. 179 PAULO NO JUDAÍSMO O deus judeu exigia que seu povo o adorasse sozinho; Os deuses alexandrinos eram mais complacentes.) complacent es.) No entanto, tão forte é a construção “genética” “genética” de cidadania na cultura de Lucas que ele apresenta Apolo como ambos. A estranha declaração declaração de Lucas, no entanto, entanto, faz um ponto importante: os judeus se encaixam, encaixam, eassebeia se encaixam bem,(ateísmo, em suas que cidades da diáspora.12 Os autores clássicos reclamaram da dos judeus signiica recusa em adorar os deuses), sua separação e sua falta de sociabilidade. Mas esses autores também repetem muitas das mesmas queixas sobre outros grupos étnicos: os etnógrafos antigos parecem não ter gostado muito de outras etnias. 13 Nossas evidências de inscrições e a vasta produção de literatura judaica helenística contam uma história diferente. Os judeus helenísticos dominavam o currículo das escolas, valendo-se da educação gymnasia (o que signiica que como ephebes, portanto, cidadãos em formação, eles estavam ativamente ativamente envolvidos em honrar os deuses da cidade). Eles serviram como soldados e generais em exércitos estrangeiros, e como vereadores em suas cidades de residênci resid ência. a. Eles ina inancia nciavam vam litu liturgias rgias pagã pagãss e, quan quando do alfo alforriav rriavam am escravos escravos,, ded dedicava icavam m inscrições ao seu próprio deus enquanto invocavam deuses gregos também. etnia são luidas e ixas. Outra interpretaç interpretação ão possível do fraseado de Lucas aqui seria que Apolo era um pagão alexandrino convertido ao judaísmo, mas em outro lugar, passim, Atos designa essas pessoas prosēlytoi. 12. A revisão mais recente da aculturação da diáspora judaica ao helenismo é René Bloch, Moses und der Mythos (Leiden: Brill, 2010); antes dele, Erich Gruen, Diáspora: judeus entre gregos e romanos romanos (Cambridge, MA: Harvard Universit Universityy Press, 2002), e John Ba Barclay, rclay, judeus na diáspora mediterrânea (Edimburgo: T & T Cark, 1996). Materiais de inscrição são reunidos, organizados e analisados em Margaret Williams, Jews Among the Greeks and Romans: A Diasporan Sourcebook (Baltimore: Johns Hopkins Press, 1998); Irina Levinskaya, The Book of Acts in its Diáspora Setting (Grand Rapids: Eerdmans, 1996); também Terence Donaldson, Judaism and the Gentile Gentiless (Waco, TX: Baylor Univers University ity Press, 2007 2007), ), 437-66. 13. Benjamin Isaac, The Invention of Racism in Classical Antiquity (Princeton, NJ: Princeton University Press, 2005), fornece um levantamento exaustivo dessa literatura, dividido por
alvos étnicos (góticos, citas, persas, celtas e assim por diante) .
14. As inscrições do século I dC listando os nomes dos efebos em Cirene (Jesus ilho de Antíilo e Eleazar ilho de Eleazar) são dedicadas aos deuses do ginásio, Hermes e Héracles, conforme observado por Barclay, Mediterranean Diaspora, 235; sobre efebos judaicos e participação em 180 cívicos A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO os judeus viviam dentro de uma instituição religiosa pagã; e eles evidentemente encontraram maneiras de negociar entre a demanda de seu próprio deus por adoração exclusiva e as exigências regulares do antigo Mediterrâneo. amizade, lealdade, patrocínio/clientela, patrocínio/clie ntela, e cidadania onde quer que vivessem.15 Os judeus encontraram esses deuses não apenas em suas cidades, mas também em suas próprias Escrituras, Escrituras, onde o ddeus eus de Israe Israell é louvad louvadoo “entre os ddeuses” euses” (p. 82:2; 97:7; 136:2; 2 Cron. 2:5; Êxodo 15:11; cf. Êxodo 12:12; É um. 46:2; Jer. 46:25; Microfone. 4:5). É verdade que a Bíblia execrava a adoração das imagens desses deuses, mas a imagem de um deus não é a mesma coisa que o próprio deus. Qualquer humano pode destruir um ídolo; nenhum humano pode destruir um deus. Um ídolo pode ser “nada”, mas um deus deinitivamente é algo. Os judeus encontraram maneiras de subordinar esses outros seres ao deus de Israel, seja explicando sua existência como anjos errantes (ou híbridos angélicos, Gn 6:5) ou como poderes de baixo nível, daimonia (Sl 95:5). lxx), que, em última análise, dependia do deus de Israel para sua própria existência.16 A Septuaginta parecia aconselhar a mostrar a vida desses poderes, além disso, 232-36; na inscrição de Moschos Ioudaios no templo de dois deuses locais, Emil Schürer e Geza Vermes et al., History of the Jewish People in the Age of Jesus Christ (Edimburgo: T & T Clark, 1973–87), 3:65 ( doravante citado como HJP). Pothos ilho de Strabo abre a inscrição que registra a alforria de sua escrava Chrysa “na casa de oração” invocando “o deus altíssimo todo-poderoso, o abençoado”, e termina em “Zeus, Gaia e Helios”. Qual é a etnia deste doador: judeu ou pagão? Veja Levinskaya, Atos, 111–16, com o texto completo da inscrição na p. 239, e cfr. Lee Levine, The Ancient Synagogue (New Haven, CT: Yale University Press, 2000), 113–23. Mais sobre judeus como efebos, vereadores e oiciais de ex exér érci cito toss pa pagã gãos os,, ve veja ja Wi Will llia iams ms,, Je Jews ws Am Amon ongg Gr Gree eeks ks an andd Ro Roma mans ns,, 10 107– 7–31 31.. So Sobre bre o
inanciamento judaico de liturgias pagãs, HJP 3:25 (Niketas); sobre a generosidade de inanciamento Herod He rodes es par paraa ati ativid vidade adess pagãs, pagãs, Josefo Josefo,, Ant. Ant. 16. 16.136 136-14 -149; 9; dis discus cussão são ad adici iciona onall em Paula Paula
Fredriksen, “Judaizing the Nations: The Ritual Demands of Paul's Gospel,” New Testament Studies 56 (2010): 232–52, em 236f. Apesar das queixas dos etnógrafos, os judeus da diáspora diicilmente deixavam deixavam de se envolver com os deuses. 15. Uma lei romana do inal do século II explicitamente dispensava os decuriões judaicos das liturgias que “transgridem sua religião [superstitionem eorum]”, Digest 50:2:3:3; veja Amnon Linder, The Jews in Roman Imperial Legislation (Detroit, MI: Wayne State University Press, 1987), 103106. Sem dúvida havia um grande grau de diversidade: os arranjos provavelmente teriam variado entre diferentes comunidades, e provavelmente até certo ponto entre indivíduos dentro de uma determinada comunidade, ou, para olhar o caso de Philo, entre indivíduos dentro de uma determinada família judia. 16. Sobre a multiplicidade de divindades situadas abaixo do deus supremo dos judeus, ver a literatura citada no n. 3 acima; ver também Pieter van der Horst, “'Tu não injuriares os deuses': The lxx 181 PAULO NO JUDAÍSMO algum respeito: “Não insulte a nós, os deuses” (Êx 22:28 lxx). O ilóso ilósofo fo ju judeu deu Filo, Filo, comen comentan tando do est estee versíc versículo ulo,, ta també mbém m acons aconselh elhou ou o res respei peito to pel pelos os governantess pagãos que são “da mesma sement governante sementee que os deuses” (Pergunt (Perguntas as e Respostas sobre Êxodo 2.6); enquanto em outro lugar, interpretando o Gênesis, ele designou os corpos celestes criados por Deus como theoi, “deuses” (Sobre a Criação 7.27). O antigo monoteísmo judaico, em suma, acomodava um grande número de outras divindades — na visão judaica, menores. Os pagãos que viviam com os judeus, por sua vez, encontraram o deus judeu e encontraram várias maneiras de mostrar respeito a ele. A forma mais extrema (e por isso, provavelmente a mais rara) foi tornando-se um “ex-pagão”, o que os modernos chamam de “conversão”. Dada a inserção étnica da divindade na antiguidade, o termo e o fenômeno diicilmente fazem sentido. laços com seu próprio panteão, família e pátria. Por essas razões, algumas testemunhas testemunhas pagãs hostis consideraram o que chamamos de “conversão” um ato de traição cultural.18 Tradução de Êxodo 22.28 (27), seus antecedentes e inluência”, Studia Philonica 5 (1993): 1– 8; também Annette Y. Reed, Fallen Angels and the History of Judaism and Christianity (Cambridge: Cambridge University Press, 2005). 17. Estudiosos do século XX argumentaram que os judeus helenísticos realizavam missões para converter pagãos ao judaísmo: James Parkes, Bernhard Blumenkranz e Marcel Simon con conjet jetura uraram ramda que a riv rivali alidad dadee cristã entre entre adversus missõe missõess judaeos. cristã cristãss ePara jud judaic aicas asrevisão era res respon ponsáv sável el pel pelaa vituperação retórica e teologia uma e uma refutação
desta posição acadêmica, Paula Fredriksen, “What 'Parting of the Ways?'” in The Ways That
Never Parted, ed. Adam Becker e Annette Y. Reed (Tübingen: Mohr Siebeck 2003), 35–63, 48– 56; sobre as confusões com o uso do termo “conversão” dada a correspondência entre etnia e divindade na antiguidade, antiguidade, ver Paula Fredriksen, “Mandatory Retireme Retirement: nt: Ideas in the Study of Christian Origins Whose Time Has Come to Go,” Studies in Religion/Science Religion/Sciencess Religieuses 35 (2006): 231–46. 18. Juvenal reclama das consequências de um pagão guardar o sábado: eventualmente, seus ilhos “não adoram nada além das nuvens e da divindade do céu, não vêem diferença entre comer carne de porco . . . e a de um homem; e com o tempo eles levam à circuncisão”, após o que eles “zombam das leis de Roma, e aprendem, praticam e reverenciam a lei judaica, e tudo o que Moisés transmitiu . . .” Sentado. 15.96-106, analisado em Menachem Stern, Greek and Latin Authors on Jews and Judaism (Jerusalém: Magnes, 1980), 2:94-107; também as queixas de Tácito 182 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO Análogos romanos existiam: tanto a adoção quanto o casamento criavam ritualment ritualmentee um vínculo de parentesco (legal, mas ictício), obrigando o adotado, ou a esposa, a novas divindades, rituais e ancestrais.19 “Tornar-se” um judeu ocorreu; e como o judaísmo era conhecido por ser ancestral e antigo — dois critérios essenciais de culto respeitável — a maioria dos pagãos, apesar da desaprovaçã desaprovação, o, em geral tolerava tais transições. Mais convencionalmente, convencionalmente, no entanto, os pagãos poderiam simplesmente “visitar com” judeus e, portanto, com seu deus. Antes de 66 dC, eles viajavam para o templo em Jerusalém, onde o maior pátio estava reservado para eles.20 E em suas próprias cidades, eles podiam e realmente apareciam na “casa de leitura étnica” de seus vizinhos: os pagãos frequentavam as assembléi asse mbléias as da diáspora. diáspora.21 21 Embora Embora o term termoo é atua atualmen lmente te cont contesta estado, do, desi designar gnarei ei esses esses visitantes pagãos como “tementes a Deus”. Livres para observar tanto ou tão pouco os costumes judaicos que quisessem – livres, de fato, para continuar adorando seus próprios deuses – os pagãos tementes a Deus variavam em um amplo espectro de ailiação, de contato ocasional, talvez casual, a grande beneicência e patrocínio, à suposição de algumas práticas ancestrais judaicas.22 O ponto, para o presente propósito, é observar sobre a deslealdade de um convertido aos deuses, à pátria e à família, História 5.5, 2; cf. A observação de Celsus em Cels. 5.41. Sobre a variedade de visões judaicas antigas sobre a circuncisão de pagãos e “conversão”, ver mais recentemente Matthew Thiessen, Contesting Conversion: Genealogy, Circumcision, and Identity in Ancient Judaism and Christianity (Oxford: Oxford University Press, 2011). 19. “Convém que uma esposa adore e conheça apenas os deuses que seu marido estima”, Plutarco, Mor. 140D. Sobre os protocolos da adoção romana e as maneiras pelas quais o novo ilho se envolve envolve com seu panteão adot adotivo, ivo, veja Pepp Peppard, ard, Son of G God, od, 50-60.
20. Sobre o layout do templo de Herodes e as maneiras pelas quais ele poderia acomodar um grande número de visitantes, veja EP Sanders, Judaism: Practice and Belief, 63 aC-66 dC (Philadelphia: Trinity Press International, 1992), 55-76 . A parede que demarcava o maior pátio externo se estend estendia ia por nove dé décimos cimos de mil milha. ha. 21. A frase éCambridge de FrancesUniversity Young, Biblical Exegesis thea ampla Formation of Christian Culturee (Cambridge: Press, 1997), 13. and Sobre dispersão de sinagogas seus vestígios arqueológicos, Levine, Ancient Synagogue; também Gruen, Diáspora, 105-32. Sobre a gama de ailiações pagãs, Fredriksen, “Judaizing the Nations”, 238–39 e nn; sobre benfeitores pagãos, Levine, Ancient Synagogue, 111, 121, 479-83. 22. Termos traduzidos como “temente a Deus” (theosebes et sim.) às vezes podem signiicar simplesmente “piedoso” e, portanto, não têm nada a ver com o tipo especíico de atividade multié mul tiétn tnica ica que foc focoo aqu aqui; i; vej vejaa Jud Judith ith Lieu, Lieu, “A raç raçaa dos temen tementes tes a De Deus” us”,, Jou Journa rnall of Theological Studies 46 (1995): 483-501; 183 PAULO NO JUDAÍSMO que tais arranjos eram ad hoc, voluntários e inclusivos: os pagãos estavam presentes nas comunidades da sinagoga como pagãos. Tais arranjos lexíveis para judaização voluntária eram evidentemente confortáveis para todos, judeus e pagãos. De fato, fazia sentido político eminente para os judeus da diáspora encorajar o interesse e solicitar o patrocínio de simpatizantes de fora, que representavam a maiori mai oriaa cul cultur tural al (po (porta rtanto nto rel religi igiosa osa)) muito muito mai maior or em sua suass cid cidad ades es de res residê idênc ncia. ia. Tão duradouro e estável foi esse “hábito da sinagoga” urbano que, durante séculos após a vida de Paulo, gentios, sejam pagãos ou cristãos, continuaram a aparecer. Testemunhas cristãs hostis, como seus predecessores pagãos, reclamaram reclamaram por sua vez, agora criticando os judeus por não pressionarem os pagãos interessados a se converterem. Os bispos izeram o mesmo ponto de forma diferente: diferente: denuncian denunciando do amargament amargamentee a presença ccristã ristã nas sinagog sinagogas, as, eles em nenhum nenhum lugar reclamam que os judeus tentaram converte converterr esses cristãos ao judaísmo.23 No primeiro século, essa população inconstante de forasteiros interessados na sinagoga teria fornecido a Paulo Paulo a maior parte de seu seu público-alvo: pa pagãos gãos ativos24 que, que, mais recentemente, recentemente, estavam interessados interessados em Ross Kraemer, “Giving the Godfearers”, Journal of Ancient Judaism 1 no. 1 (próximo 2014). Agradeço ao professor Kraemer por compartilhar comigo uma versão pré publicação de seu artigo, que inclui uma valiosa revisão especialmen especialmente te das evidências epigráicas. Kraemer parece preocupado em refutar “temente a Deus” como uma “categoria abrangente, estática” e “técnica”, um termo com “signiicado técnico preciso”, que não é seu uso atual. Como Levinskaya observou em 1996, o pagão temente a Deus era “uma categoria ampla e solta”, não uma designação técnica para um grupo claramente demarcado ou deinido, Book of Acts, 79. Veja também Fredriksen, “Judaizing”, 237–40
e nn.
23. Sobre a presença contínua de não-judeus tanto pagãos quanto cristãos em assembléias judaicas, Paula Fredriksen e Oded Irshai, “Christian Anti-Judaism: Anti-Judaism: Polemics and Policies, from the Second to the Seventh Centuries”, Cambridge History of Judaism, ed. Steven T. Katz (Cambridge: Cambridge University Press, 2006), 4:977-1034, 985-98. Comodiante repreende os judeus por não tentarem converter o simpatizante pagão ( medius Iudeaus), Instructiones 1. 1.37 37,gregaç , 11-10 10.ões . As- am amar arga gas s te quei queixa xas de huma Cris Crisós ósto molamaçã sobr soação breeo asob juda jure daiz izaç ãoseliti de su suas as ju pr próp ópri rias ascon congre gações junta juntamen mente co com ms nen nenhum a tomo rec reclam sobre o ação pro prosel itismo smo judai daico co aparecem em seus infames sermões de 387, Discourses against judaizing Christians, in Fathers of the Church 68, trad. Paul W. Harkins (Washington, DC: Catholic University Press of America, 1999). As condenaç condenações ões dos concílios episcopais preservam um registro da judaização voluntária cristã: material coletado e analisado em Amnon Linder, judeus nas fontes legais legais do início ddaa Idade M Média édia (Detroit (Detroit,, MI: Wayne State Univers University ity Press, 1997). 1997). 184 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO algum grau no deus judeu, e que tinha algum tipo de familiaridade, através da escuta, com a Bíblia.25 “Filho de Davi”, “christos”, “reino de Deus”, a Lei”, “os mandamentos”, “os profetas”, “Jerusalém”, “Abraham” e assim por diante já teriam signiicado algo para eles. E é por causa desse público-alvo que Paulo teria encontrado resistência, ressentimento ressentimento e oposição. De quem? Se pudermos extrapolar da lista de infortúnios de Paulo em 2 Coríntios 11, de todos: judeus residentes nessas comunidades urbanas da diáspora (v. 24, e talvez v. 26); magistrados romanos (v. 25); pagãos irados (vv. 25ss.); outros apóstolos judeus a pagãos que discordavam da interpretação de Paulo do evangelho (v. 26); e, por último, mas não menos importante, deuses inferiores (cujos meios – vento, água e clima – lutam contra Paulo a cada centímetro de seu caminho, vv. 25-26).26 Ídolos na Era Messiânica Por que todos, humanos e divinos, estavam tão chateados? Paulo (e outros como ele), ao proclamar o evangelho, rompeu radicalmente os arranjos duradouros e socialmente estáveis que prevaleciam entre as sinagogas, os tementes a Deus e a comunidade pagã mais ampla; e eles romperam as relações dentro da própria comunidade pagã, daqueles de 24. Por exemplo, 1 Tess. Tess. 1:9 (“v (“você ocê se vol voltou tou para Deu Deuss dos dos ído ídolos los”); ”); Garota. Garota. 4:8 (escr (escravi avidão dão a deu deuse sess inferiores); 1 Cor. 11:10-11 (ex-adoradores de ídolos); ROM. 1:5-6 (Paulo é chamado para pregar o evangelho entre “todos os ethnē, inclusive vocês”).
25. “Tiago”, comentan comentando do sobre essa população pagã, observa: “Desde as primeiras gerações, Moisés teve em todas as cidades aqueles que o proclamaram, pois ele é lido todos os sábados nas sinagogas”. Atos 15:21; cf. Philo sobre a co-celebração por pagãos e judeus da tradução da lxx, Life of Moses 2.41-42; veja também Donaldson, Gentiles, 467-82. Contra essa visão dos pagãos que frequentam a sinagoga comoJudaism o campoand missionário de Paulo, EP Sanders, “Paul's Jewishness”, in Paul's Jewish Matrix, ed. TG Casey e Justin Taylor (Roma: Gregorian & Biblical Press, 2011), 51–73, em 66–67. 26. Paulo comenta as atividades (geralmente hostis) dos deuses inferiores em 1 Coríntios. 2:8 (assumindo que por arcontes Paulo quer dizer poderes astrais, não oiciais romanos); 2 Cor. 4:4 (o “deus deste mundo” que cegou os incrédulos); Garota. 4:8-9 (stoicheia, pesos leves cósmicos, não “deuses por natureza”); 1 Cor. 8:10-11 (muitos deuses e muitos senhores); 1 Cor. 10:20-21 (daimonia); 1 Cor. 15:24-27 (a resistência cósmica de Cristo). 185 PAULO NO JUDAÍSMO família imediata até a família maior de concidadã concidadãos os e deuses das cidades. Como assim? Porque uma cláusula inegociável do evangelho era que os pagãos tinham que deixar de honrar seus deuses nativos com sacriícios diante de estátuas de culto (idolatria).27 Tal desrespeito estava destinado a enfurecer os deuses, e os deuses, quando menosprezados, agiram agi ram.. Ter Terrem remoto oto,, inund inundaçã açãoo e fom fome; e; nau naufrá frágio gio,, tem tempe pesta stade, de, doença doença:: es esses ses er eram am o repertório normal da ira divina. “Sem chuva, por causa dos cristãos!”28 Ao exortar seus pagãos a cessar seu culto tradicional e a honrar apenas o deus de Israel – na verdade, insi insist stin indo do qu quee eles eles as assu sumi miss ssem em que que o comp compor orta tame ment ntoo pú públ blic icoo as asso soci ciad adoo un univ iver ersa sall e exclusivamente exclusivamen te aos judeus – Paulo colocou em risco tanto o comunidade judaica local (a fonte óbvia de tal mensagem) e a maior cidade pagã anitriã. Pagãos ansiosos podem ter como alvo a sinagoga; deuses raivosos podem ter como alvo a cidade.29 Mas por que o evangelho deveria ter ocasionado tal ruptura? A cultura pagã não foi usada por muito tempo em vários graus de iliação à sinagoga? Sim. E não. É precisamente neste ponto que a novidade radical da mensagem evangélica se fez sentir socialmente. socialmente. Sim, a cultura pagã - e a cultura judaica da diáspora - estavam familiarizadas há muito tempo com “convertidos” e com tementes a Deus. Mas os pagãos de Paulo não se enquadravam em ne nenhu nhuma ma das das cat catego egoria rias. s. Com Comoo os con conve verti rtidos dos,, seus seus pagãos pagãos iz izera eram m um com compro promis misso so exclusivo com o deus de Israel; ao contrário dos convertidos, eles não assumiram as práticas
ancestrais judaicas (maneiras alimentares, sábado, circuncisão e assim por diante). Como tementes a Deus, o povo de Paulo manteve suas etnias nativas; ao contrário de deus-27. Paulo
diz isso cedo (1 Tessalonicenses 1:9), tarde (Romanos 1:18-32), e frequentemente no meio (1 Coríntios. 5:10-11; 6:9; 10:7, 14, 20; 2 Cor. 6:16; Garota. 4:8-10, aqui os próprios deuses, stoicheia; 5:20; cf. Atos 15:3, 19). Mulheres e escravos, no entanto, eram constrangidos por obrigações de culto doméstico, e Paulo parece reconhecer isso; cf. Johnson Hodge, “Casado com um incrédulo”. 28. Repetido por Agostinho, Civ. 2,3; cf. Te Tertuliano, rtuliano, Apolog Apologia ia 40.2, 2. 29. Sobre a dinâmica da violência causada por essas tensões, na primeira geração do movimento e mais tarde, ver Paula Fredriksen, “Paul, Practical Pluralism, and the Invention of Re Reli ligi giou ouss Pers Persec ecut utio ionn in Roma Romann An Anti tiqu quit ity” y”,, em Un Unde ders rsta tand ndin ingg Re Reli ligi giou ouss Plur Plural alis ism: m: Perspectives from Estudos Religiosos e Teologia, ed. Peter C. Phan e Jonathan Ray (Eugene, OR: Wipf & Stock, 2014), 87–113. 186 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO tementes, eles não mais adoravam seus deuses nativos. Os pagãos em Cristo de Paulo não são convertidos nem tementes a Deus. Então, quem e o que são eles? No contexto social (portanto religioso) da cidade antiga, tais pessoas não eram, precisamente, nada na da.. se seus us pr próp ópri rios os de deus uses es), ), oc ocup upav avam am uma uma te terr rraa de ni ning ngué uém m so soci cial al e re reli ligi gios osa. a. Escatologicamente, no entanto, eles representavam uma população há muito antecipada dentro de séculos de teologia da restauração judaica: eles eram pagãos-salvos-no-Fim. pagãos-salvos-no-Fim. Encontramos essa tradição escatológica articulada em (ou interpretada em) textos judaicos que vão desde os profetas canônicos até os escritos do período tardio do Segundo Templo e depois, incluindo as cartas de Paulo e os Evangelhos Sinóticos. Enquanto alguns escritores apoca apo calíp líptic ticos os an ansia siavam vam pel pelaa des destru truiçã içãoo dos idóla idólatra trass jun junto to com seu seuss ídolos ídolos,31 ,31 out outros ros antecipavam antecipava m a redenção desses pagãos — e até mesmo de seus deuses — junto com um Israel restaurado no Fim; e alguns escritores, como Isaías e Paulo, expressam inconsistentemente ambos os pontos de vista.32 30. “A distinção social de seus convertidos era óbvia para Paulo. . . . eles estavam isolados, sem uma identidade social reconhecível”, Sanders, “Paul's Jewishness”, 67, também n. 26. Sobre o apelo da circuncisão como forma de resolver as tensões inerentes a esta posição anômala, Mark D. Nanos, The Irony of Galatians: Paul's Letter in First-Century Context (Minneapolis: Fortress Press, 2002), 86–109, 203–321.
31. Os governantes estrangeiros lamberão a poeira aos pés de Israel, Isa. 49:23; cf. Microfone. 7:16; cidades pagãs são devastadas, Isa. 54:3; Zef. 2:1—3:8; 1 En. 91:9; Deus destrói as nações e seus ídolos, Mic. 5:9, 15; maldições contra as nações, indicando destruiçã destruiçãoo ou servidão, senhor. 36:1-10; Bar. 4:25, 31-35; Sib. Ou. 3:417-440, 669, 761; Ps. Sol. 7:30; 1QM 12:10-13. 32. As nações aluirão a Jerusalém e adorarão junto com Israel (Isa. 2:2-4/Miq. 4); eles comerão juntos no Monte do Templo a festa que Deus preparará (Is 25:6); os gentios acompanharão os judeus na Colheita (Zac. 8:23), ou eles mesmos levarão os exilados de volta a Jerusalém (Sl. Sol. 7:31-41); os gentios enterrarão seus ídolos e direcionarão seus olhos para a retidão (1 En. 91:14); muitas nações virão de longe ao nome do Senhor Deus, trazendo presentes (Tob. 13:11); 13:11); depois que o templo for reconstruído, todas todas as nações se voltarão com medo para o Senhor e enterrarão seus ídolos (14:5-6); Deus restaurará Jerusalém para que “todos os que estão na terra” saibam que ele é o Senhor Deus (Sir. 36:11-17); na vinda do Grande Rei, as nações se ajoelharão a Deus (Sib. Or. 3:616), irão ao templo e renunciarão a seus ídolos (715-724), e de todas as terras trarão incenso e presentes para o templo (772). Para discussão dessas tradições positivas de inclusão escatológica pagã, ver especialmente James M. Scott, Paul and the Nations (Tübingen: Mohr Siebeck, 1995); Donaldson, Judaísmo e Gentios, 499–513; no contexto 187 PAULO NO JUDAÍSMO De acordo com essa tradição inclusiva, quando o Senhor do Universo se revelasse em glória, os pagãos destruiriam destruiriam seus íd ídolos olos e se vol voltariam tariam (epistrep (epistrephō) hō) para adorar o deus de Israel. “Virese (epistraphate) para mim!” (Isa. 45:22 lxx, dirigido às “nações”). “Todas as nações se voltarão (epistrepsousin) no temor do Senhor Deus . . . e enterrarão seus ídolos” (Tob. 14:6). “Vocês se voltaram (epistrepsatē) para Deus dos ídolos, para adorar o Deus vivo e verdadeiro” (1 Tessalonicenses 1:9). Mas “virar” não é “conversão”, e esses pagãos do im dos tempos não se “tornam” judeus.33 Em vez disso, eles entram no reino de Deus como ethnē, mas não adoram mais ídolos. Em outras palavras, essa população antecipada representava uma categoria única e puramente teórica, um tropo apocalíptico e uma esperança apocalíptica. Ao separar os ethnē de seus deuses dessa maneira, o pensamento apocalíptico judaico também cortou a correspondência normal e normativa da antiguidade entre etnia e culto. Na obra da primeira geração do movimento de Jesus na Diáspora, encontramos a expressão social sem precedentes desse tropo apocalíptico naqueles pagãos que se comprometeram com a ekklēsiai. Sua participação e os termos de sua participação (não mais sacriício aos ídolos!),
a ekklēsiai. e osdos termos de sua participação (não dos maisprimeiros sacriício apóstolos: aos ídolos!),o por sua vez,Sua nosparticipação dão a medida compromissos apocalípticos messias já havia chegado e em breve voltaria. É esta convicção por si só que explica a rejeição
dos apóstolos da prática socialmente estável e de longa vida das sinagogas da Diáspora de permitir que os pagãos como tementes a Deus adorassem o deus de Israel enquanto continuavam em seus cultos nativos. Sabendo que horas eram no relógio de Deus (Rom. 13:11), da missão de Paulo, Paula Fredriksen, “Judaism, the Circumcision of Gentiles, and Apocalyptic Hope,” Hope,” Journ Journal al of Theologic Theological al Studies 4422 (1991): 532–64 532–64,, em 544-48. 33. Sobre as confusões ocasionadas por epistrephō chegando ao latim como converto (assim, em 1 Tess. 1:9: conversi estis), daí para o inglês como “conversion” “conversion”,, Fredriksen, “Mandatory Retirement Retirement”, ”, 232-35. 188 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO correndo na (pelo que sabiam) breve ruga no tempo entre a ressurreição de Cristo e sua segund seg undaa vin vinda da (1a conirmação Cor Corínt íntios ios.. 15 15), ), suas ve vendo ndo no com compor portam tament ento o apóstolos pne pneumá umátic tico o de escolheram seus seus novos novos membros pagãos de próprias convicções, os judeus viver como o melhor que podiam com as tensões sociais crescentes entre a ekklēsia e suas maiores comunidades anitriãs da sinagoga e da cidade (cf. 2 Coríntios 11:23-28). Tais problemas seriam de curta duração. O tempo estava se apressando para o seu im. O reino de Deus viria em breve. Mas enquanto isso diminui rapidamente, o que essas pessoas deveriam fazer? Pagan Dikaiosynē (“Justiça”) Pelo batismo, o Espírito de Deus ou de Cristo infundiu os pagãos da ekklēsia. Seu novo comportamento, tanto para com o divino quanto para o humano, registrou a presença do Espírito neles. Em primeiro lugar, e apesar da pressão de todos os seus outros deuses, esses pagãos se comprometera comprometeram m com a adoração do único deus verdadeiro (por exemplo, 1 Tessalonicenses Tessalonicen ses 1:9; 1 Coríntios 8:5-6). O Espírito também capacitou seus atos carismáticos: como o próprio Paulo, seus pagãos podiam falar em línguas, profetizar, curar, ensinar e discernir entre os espíritos (1 Co 12:413). O Espírito também “santiicou” ou “separaram” esses pagãos daqueles que não conheciam a Deus (1 Tess. 4:4-5): assim, Paulo se dirige a eles como hagioi, “santiicados” (RSV: “santos”; 1 Coríntios 1:2; Romanos 1:7). Como o templo em Jerusalém, eles também
estão cheios do Espírito de Deus (1 Coríntios 3:16; 2 Coríntios 6:16); como os sacriícios trazidos ao templo, eles também são agora “aceitáveis”
(Romanos 15:16). 34 Eles agora fazem as “obras do Espírito” ao invés das “obras da carne”, aqueles pecados há muito identiicados no anti-34 judaico. Sobre a adaptação de Paulo das catego cat egoria riass de sac sacri riíci ícioo do templo templo (ha (hagio gios, s, kathar katharos) os) par paraa seu seuss pag pagãos ãos-em -em-Cr -Crist isto, o, vej vejaa Fredriksen, “Judaizing”, 244-49; cf. as observações de Thiessen sobre Atos, Conversão, 124– 137; Friedrich W. Horn, “Paulus und die Herodianische Tempel,” New Testament Studies 53 (2007): 184–203, esp. 201-203. 189 PAULO NO JUDAÍSMO retórica pagã como consequências morais da idolatria: “fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, inimizade, contenda, ciúme, ira, egoísmo, dissensão, divisões, inveja, embriaguez, farra” (Gl 5:16-24; cf. Sb. 13–15). Agora eles também “cumprem a lei” (Rm 13:8-10; cf. Gl 5:14-15; 1Co 14:34). Os pagãos em Cristo eram agora dikaiōthentes ek pisteōs (Rm 5:1). “Justiied by Faith”, a tradução usual desta frase em inglês, disfarça sua ressonância com um ensinamento central do movimento inicial, no qual o Jesus histórico (e, nesse sentido, João Batista) e Paulo parecem convergir: o Dez Mandamentos. Es Esse sess ma mand ndam amen ento toss eram eram ti tipi pica came ment e dist diresumo stin ingu guid idos osduas como como as Du Duas as Tá Tábu buas as da Le Lei,i, ee amplamente codiicados em grego pornte um de palavras, eusebeia (“piedade”) dikaiosynē (“justiça”). "Piedade" indicou a Primeira Mesa da Lei, referente às obrigações para com Deus; “Justiça”, a Segunda Mesa da Lei, referente às obrigações para com os outros. Desta forma: Eusebeia: Piedade para com Deus Dikaiosynē: Justiça para com os outros 1. Sem outros deuses
6. Sem assassinato 2. Sem imagens imagens esculpid esculpidas as (ídolos) 7. Sem adulté adultério rio
3. Sem abuso do nome de Deus 8. Sem roubo 4. Guarde o sábado 9. Sem mentir 5. Honrar os pais 35 10. Sem cobiça 36 35. Veja Filo, Decálogo 19, para uma longa meditação sobre por que honrar os pais cai na primeira mesa da Lei. 36. A Bíblia organiza esses mandamentos de várias maneiras: veja Êx. 20:1-17 e Deut. 5:6-21. Sanders observa que “essas duas palavras foram amplamente usadas pelos judeus de língua grega para resumir sua religião”, The Historical Figure of Jesus (London: Penguin, 1993), 92. Eusebeia e dikaiosynē também aparecem no resumo de Philo dos dois principais princípios (a kephalaia, Spec. 2.63.) DavideFlusser a variedade de resumos duplos da Torá (amor Deus e ao próximo; piedade justiça)examina de Jubileus a Lactâncio em “Os Dez Mandamentos eo Novo Testamento”, em Os Dez Mandamentos em História e Tradição, ed. Ben-Zion Segal (Jerusalém: Magnes, 1990), 219–46. Da mesma forma, B. Makkot 23a reduz os números de 613 mandamentos para dois (Isa. 56:1) para um (Hab. 2:4, o homem justo viverá por sua emunah, mandamentos 190 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO Tanto o Batizador quanto Jesus, durante suas respectivas missões, chamaram outros judeus ao arrependimento diante do reino vindouro de Deus. Dentro deste contexto judaico, arrependimento – tshuvah no idioma rabínico posterior; “virar” – signiicava, precisamente, retornar aos mandamentos de Deus como revelados na Torá. Em suas Antiguidades dos Judeus, Josefo descreve João, o Batizador, exortando seus ouvintes a praticar “dikaiosynē para com os seus semelhantes e eusebeia para com Deus”—em resumo, os Dez Mandamentos (Ant. 18.116-119). Da mesma forma Jesus: Questionado sobre os maiores mandamentos, o Jesus de Marcos responde citando Deuteronômio Deuteronômio 6:4 (“Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus, o Senhor é um só. toda a tua alma, e com todas as tuas forças”) – eusebeia, a Primeira Tábua da Lei; e Levítico 19:18 (“Amarás o teu próximo como a ti mesmo”)— dikaiosynē, a Segunda Tábua da Lei (Marcos 12:29-31
e par.). Em outro lugar, seu Jesus invoca diretamente os Dez Mandamentos: Você conhece os mandam man dament entos: os: 'Não 'Não mat matará arás; s; Não com comete eterás rás adu adulté ltério rio;; não roubar roubarás; ás; não darás darás fal falso so testemunho; você não deve defraudar; Honre seu pai e sua mãe'"
(Marcos 10:19).37 “força” ou “irmeza”; cf. Paul's ek pisteōs zēsetai, Gal. 3:11). Sobre emunah não como “fé”, mas como “irmeza, irmeza, idelidade”, A Hebrew-English Lexicon of the Old Testament, ed. Francis Brown, SR Driver e Charles A. Briggs (Oxford: Clarendon, 1939), 53. Vemos essa mesma tendência simpliicar ensinamentos morais nos epítomos ilosóicos da D. cultura greco-romana maisdeampla (KyriaiosDoxai de Epicuro, Encheiridion de Epicteto): Hans Betz, Sermon on the Mount, Hermeneia (Minneapolis: Fortress Press 1995), 76-79 com notas para a literatura chave. 37. O Jesus de Mateus repete e reforça esta mensagem em seu Sermão da Montanha (Mt 5:21 22, contra assassinato; vv. 27-30, contra adultério; vv. 31-37 contra mentir/ “jurar falsamente”). falsamente” ). Veja os comentários de Sanders sobre esta passagem de Mateus, Historical Figure, 210-212; também Flusser, “Dez Mandamentos”, 234. Cf. Lucas 11:42, outra referência codiicada, onde negligenciar o “julgamento” (tēn krisin) indica negligenciar a justiça. A ênfase nos Dez Mandamentos no judaísmo palestino de meados do século I talvez se relita também nos teilin de Qumran. O tratado posterior y. Berakhot i, 5, 3c comenta que enquanto os Dez Mandamen Mandamentos tos costumavam ser recitado reci tadoss todos todos os dias no templo, eles não são mais “por causa dos minim minim”, ”, que sust sustenta entam m que nenhum outro mandamento foi dado no Sinai. Ephraim Urbach, The Sages (Jerusalém: Magnes, 1975), 2:844 n. 75. 191 PAULO NO JUDAÍSMO E quanto a Paulo? As circunstâncias de Paulo diferiam nitidamente daquelas do Batizador e de Jesus. Seu “campo missionário” eram as cidades do império oriental. Seus ouvintes não eram judeus, mas pagãos. E a estes ele chamou para se arrependerem não dos pecados “judeus” (isto quebrarcompanheira os mandamentos), masporneia). dos pecados “pagãos” (mais especialmente idolatria e suaé, perene retórica, -Cristo não “converte” e assume práticas judaicas, portanto a lei judaica – a reforma religiosa desses pagãos andou de mãos dadas com sua reforma social/ética; e seu viver de acordo com a lei judaica indexava precisamentee essa reforma. precisament Qual lei judaica? Que leis judaicas? Nove dos Dez Mandamentos. A palavra eusebeia (“piedade” (“piedade”), ), que sinalizava a Primeira Tábua da Lei, não aparece em nenhum lugar em Paulo. Podemos apenas especular por que não: talvez porque a observância do sábado estava nessa lista, e Paulo argumentou acaloradamente contra sua competição
missionária, especialmente na Galácia, quepiedade os pagãos empagãos Cristo eram das práticas ancestrais judaicas; talvez porque a nova desses tenha livres sido produzida não
por seus próprios esforços ( ez ergōn, “por obras”), mas por um decreto escatológico de Deus por meio de Cristo Cristo ( chariti, “pela graça graça”). ”). Sua nov novaa ori orien entaç tação ão em rel relaçã açãoo a Deus, Deus, no ent entant anto, o, foi reg regula ulamen mentad tadaa rit ritual ualmen mente te precisamentee de acordo com a Primeira M precisament Mesa esa da Le Lei:i: Nenhum out outro ro deuses e nenhum ídolo.39 ídolo.39 Ao contrário de eusebeia, Paulo frequentemente usa dikaiosynē e palavras dik relacionadas – trinta e seis vezes apenas em Romanos. Ele liga essa palavra, “retidão” ou “justiça”, com pistis, que muitas vezes é traduzido como “fé” ou “crença”. As duas palavras juntas, “justiicação por 38. Sobre as maneiras como seus diferentes campos missionários afetam suas conceituações de pecado, veja Fredriksen, Sin, 651. 39. Em outras palavras, e apesar de sua condenação do termo (Gl 2:14), o próprio Paulo está exigindo um alto nível de judaização de seus pagãos; Fredriksen, “Judaizando as Nações”, 250–52. 192 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO fé”, serviram conceitualm conceitualmente ente e polemic polemicamente amente como uuma ma estrela-gu estrela-guia ia da tradição lu luterana terana e da erudição do Novo Testamento de forma mais ampla. Nesses contextos, aponta um nítido contraste entre “fé” e "Lei." Mas é isso que Paulo quer dizer? Aqui as conotações de nossas palavras em inglês moderno impedem tradução nossos textos gregos “fé”, refratada(credo através do prisma deauma longadehistória cultural cristãantigos. que vaiNossa pelo palavra menos de Tertuliano quia absurdum) a Kierkegaard, passou a implicar todos os tipos de estados psicológicos internos relativos à autenticidade ou sinceridade da “crença”. Na antiguidade, pistis e seu equivalente latino, ides, conotavam, antes, “irmeza”, “convicção” e “lealdade”. ). Assim também com a “piedade”. Menos sobre o sentimento religioso do que sobre mostrar respeito (um sinônimo de eusebeia era phobos),41 eusebeia e seu equivalente latino, pietas, indexavam uma atenção respeitosa na execução de protocolos herdados de culto – o que chamamos de “religião”, mas o que autores antigos , inclusive Paulo, pensado como uma espécie de patrimônio familiar. E o uso de dik-palavras por Paul apresenta desaios assustadores para o inglês.42
Alertados para esses problemas, como podemos traduzir Paulo sem anacronismo, para que possamos captar melhor seu signiicado? Se navegarmos pelos Dez Mandamen Mandamentos, tos, podemos
en encon contra trarr nos nosso so caminh caminho. o. Assim, Assim, qua quand ndoo os pagãos pagãos de Pau Paulo lo ad aderi eriram ram ir irmem mement entee (o agrupamentoo de idéias em torno de pistis/ agrupament 40. Daí o uso de “obediência” por Paulo com “compromisso” ou “convicção” ou “irmeza” (cf. “fé”—não “a” fé, como rsv Rom. 1:5). 41. Veja eusebeia em A Greek-English Lexicon of the Septuagint, ed. Takamitsu Muraoka (Lovaina: Peeters, 2009), 305. 42. EP Sanders faz uma longa consideração dos defeitos do inglês para traduzir o dikasun de Paul, et sim., em Paul: A Very Short Introduction (Oxford: Oxford University Press, 1991), 5290, esp. 54-55. Adotarei seu desajeitado neologismo “justiicado” acima, já que é preferível a “justiicado”. 193 PAULO NO JUDAÍSMO pisteō) às boas novas (euan (euangelion) gelion) que P Paulo aulo trouxe (c (cf.f. rsv “crer no evangelho”), eles deixaram de adorar seus próprios deuses e se comprometeram com o deus de Israel através do batismo na morte, ressurreição e retorno iminente de seu ilho. Torn To rnad ados os co corr rret etos os po porr De Deus us em rela relaçã çãoo a De Deus us,, eles eles fora foram m igua igualm lmen ente te habi habili lita tado doss pneumaticamente pneumatica mente para corrigir um ao outro, agindo corretamen corretamente te um para o outro – “não como os ethnē que não conhecem a Deus” (1 Tessalonicenses Tessalonicenses 4:5; cf. ROM. 1:18-32). Sua pistis em Cristo (coniança irme de que ele havia morrido, ressuscitado e estava prestes a retornar) os justiicou (através da atribuição de pneuma, “espírito”) para que eles pudessem “cumprir a Lei”, signiicando, muito especiicamente, o A Segunda Mesa de Law, dikaiosynē. “Fé” e “Lei” nesta construção, longe de contrastar com cada outro - muito menos oposição cada
outro — na verdade, reforçam-se mutuamente.
Assim, no mesmo lugar onde Paulo revisa os pecados da carne qque ue os pagãos seguidores de Cristo deixaram para trás (Rm 13:13-14), e onde ele fala com urgência do Fim iminente (13:11-12), ele também lista os mandamentos mandamentos da Segunda Mesa (13:8-10). Pagãos “justos”, cheios do Espírito, decretam “justiça” ou praticam “justiça” para com os outros na comunidade: sem assassinato, roubo, adultério, cobiça (Rm 13:9 13 :9). ). Sua Sua leal lealda dade de e co con nia ianç nçaa no euan euange geli lion on (p (pis isti tis) s) pe perm rmit itiu iu e re resu sult ltou ou ne nest stee comportamento justo (dikaiosynē). Em outras palavras, “comportamento correto de acordo com a Lei por causa do irme apego ao evangelho evangelho”” é o que Paulo quis dizer com dikaiosynē ek pisteōs (RSV: “justiicaçã “justiicaçãoo pela fé”). Deus, a Ethnē e a Redenção de Israel Cristo estava prestes a retornar, disse Paulo, para estabelecerr o reino de seu pai. Quem entra neste reino? estabelece 194 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO Desde aproximadamente o segundo século, em parte baseando sua visão em sua leitura de Romanos 9-11, a maioria dos cristãos respondeu “apenas cristãos”. Isso apesar da insistência de Paulo, nesta mesma passagem de Romanos, que “a plenitude da ethnē” e “todo o Israel” será salvo (11:25-26), e que as promessas de Deus são “irrevogáveis” (11:29; cf. . 15 15:8 :8). ). Es Essa sa leit leitur uraa cris cristã tã prof profun unda dame ment ntee trad tradic icio iona nall e re rest stri riti tiva va ba base seia ia-s -see em uma uma interpretação do “todo o Israel” de Paulo para signiicar apenas o verdadeiro Israel, isto é, o “novo Israel” da fé cristã, uma comunidade mista de judeus cristãos e gentios cristãos, não o “antigo Israel”. Israel” de linhagem carnal, os “parentes por raça” de Paulo (syngeneia, Rm 9:3); do Israel carnal, apenas um remanescente é salvo (cf. Rm 9:6; 11:5). A “paz sobre o Israel de Deus” de Gálatas é lida da mesma maneira: o “Israel de Deus” é claramente Israel kata pneuma, Israel Israel espiritua espiritual,l, a igreja (G (Gll 6:16). Tal leitura reduz o escopo da visão de Paulo a uma estreiteza que excede até mesmo as passagens menos abrangentes dos Manuscritos do Mar Morto, que restringiam a redenção à própria comunidade comunidade dos sectários – cerca de quatr quatroo mil almas (Ant. 18.21).43 Se a medida de Paulo de “quem está dentro” é limitado aos membros do movimento de Jesus que, em meados do primeiro século, concordam com ele – “falsos irmãos” (Gal. 2:4), “pseudo-apóstolos” (2 Cor. 11:13), “super-apóstolo “super-apóstolos” s” (2 Cor. 11:5), “os da circuncisão” (Gl 2:12), “cães, malfeitores e mutiladores da carne” (Fp 3:2), e
todos os outros do movimento que Paulo anatematiza fora – os santos imaginados por colegas Paulo, uma fração desse movimento de mais declaramente vinte anos, alcançariam esse número? núme ro? A ressu ressurreiç rreição ão dos morto mortos, s, a tran transform sformação ação dos vivos, da histó história ria e do cosm cosmos, os, do
céu e da terra, tudo culminando na redenção de, digamos, uns 43. A escatologia de Qumran nã nãoo é mais mais co cons nsis iste tent ntee do que que a de Is Isaí aías as.. Al Algu guns ns te text xtos os fala falam m do julg julgam amen ento to ina inal,l, condenação ou destruição das nações (Heb. goyim), enquanto outros profetizam a inclusão das nações em uma Jerusalém redimida. Para discussão dos vários textos, ver Scott, Paul and the Nations, 119 e nn. 421-24. 195 PAULO NO JUDAÍSMO três a quatro mil pessoas? É possível, claro. Mas é diícil imaginar o pensamento de Paulo tão pequeno, especialmen especialmente te quando consideram consideramos os as tradições da teologia da restauração judaica em que ele se encontra. Podemos traçar essas idéias com mais clareza se considerarmos, por um momento, o caráter do deus de Isra Israel. el. Para Paulo, como para a tradição tradição de Paulo, esse deus era ant antes es de tudo o deus de Abraão, Isaque e Jacó; aquele que falou com Moisés e que deu a Lei no Sinai; o deus que escolheu Davi e abençoou sua casa, e que prometeu à sua linhagem soberania eterna (Rm 9:4-5). Ele era o deus que trouxe seu povo de volta do cativeiro, e ele era o deus que reuniria seu povo - mesm mesmoo aqueles aqueles que estavam perdid perdidos os no Egit Egitoo e na Assír Assíria ia - nos Dias Finais. Ou, como Paulo diz em Romanos, esse deus é o pai do Israel carnal, a presença gloriosa no templo de Jerusalém, o autor das alianças e doador da Lei (incluindo as leis relativas ao sacriício no templo), o garantidor das promessas de redenção de Israel. (Romanos 9:4; cf. 11:28-29; 15:8). O deus de Israel, como a maioria dos deuses antigos - como os deuses de Roma ou os deuses de Alexandria ou os deuses de Atenas deuses - é claramente um deus étnico.44 E, no entanto, esse deus também é mais, pois a Bíblia não começa em Gênesis 12, o chamado de Abrão, mas em Gênesis 1, “no princípio”, com a criação do universo, de toda a vida, de toda a humanidade – e de o “E sábado 1:1-2:3). “Deus é o deus judeus apenas?” Paulo pergunta retoricamente. retoricamente. “Ele le não é(Gn o deus da ethn ethnē ē também? Sim,dos de ethnē ethn ē também, visto que Deus é um” (Rm 3:29-30). Paulo airma a universalidade de seu deus no próprio princípio judaico proclamado proclamado no She Shemá má (“Ouve, ó Israel...”). 44. Por essa razão – sua própria etnia, pronunciada tão inequivocamente na lxx – o deus bíblic bíb licoo era visto visto pel pelos os cristã cristãos os gentio gentioss do séc século ulo II, II, com comoo Val Valen entin tinoo e Mar Marciã cião, o, com comoo demoníaco e demiúrgico, distinto do deus supremo, que era o pai. de Cristo; Justino Mártir, por razões semelhantes, opinou também que o deus da lxx não era o deus supremo, o pai de Cristo, mas sim o próprio Cristo pré-encarnado (um heteros theos, Trifão 56); Fredriksen, Sin, 53-92. 45. Mais sobre o Shema, veja Mark D. Nanos, “Paul and the Jewish Tradition: The Ideology of
the Shema , em Celebrating Paul. Festschrift em homenagem a Jerome Murphy-O Connor, OP, e Joseph A.
196 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO Dois Do is episód episódios ios bíblic bíblicos os antigo antigos, s, muito muito exp explor lorad ados os na teo teolog logia ia da resta restaura uraçã çãoo pos poster terior ior (incluindo a de Paulo), lexionaram dessee seus deusdescendentes judeu em acentos bíblicos: o repovoamento da terra apósoosigniicado dilúvio pelosuniversal ilhos de Noé (Gn. 10:1-32) e a promessa a Abraão (Gn 12:3; 18:18). Os ilhos de Noé, Japeth, Shem e Ham, deram origem a todo o resto da humanidade, as setenta “nações” (a primeira ocorrência na lxx de ethnē, Gen. 10:32).46 Essas ethnē mais tarde deiniram o escopo universal da redenção do im dos tempos. "Eu venho", proclama Deus, "para reunir todas as nações e línguas" (panta ta ethnē kai pas glōssas, Isa. 66:18 lxx). A grande visão de Isaías ecoa a Tabela das Nações de Gênesis, que lista todas as nações de acordo com suas “línguas” (Gn 32:31). Da mesma forma, a promessa de Deus a Abrão, que através dele “todas as nações” serão abençoadas (panta ta ethnē, Gn 18:18): “todas as nações” referem-se aos setenta de Gênesis 32. Assim também a profecia de Paulo sobre o plērōma das nações em Romanos 11:25: o “número total” das nações é setenta. imediatamente na teologia da restauraçã restauraçãoo judaica para a inclusão de todas as nações também.48 Deus é o autor inal de todas essas nações (“todos quantos izeste”, Salmo 85:9), como, em certo sentido, Abraão é seu pai (Gn 17:5; Rm 4:16). Mas quando essas nações se reúnem, elas se reúnem “com seu povo [de Deus]”, Israel (Rm 15:10; Dt 32:43); e qu quan ando do eles eles se re reún únem em,, el eles es se reún reúnem em não não Fi Fitz tzmy myer er,, SJ SJ,, Cath Cathol olic ic Bi Bibl blic ical al Qu Quar arte terl rly y Monograph Series 48, ed. Peter Spitaler (Washington, DC: Catholic Biblical Association of America, 2012), 2012), 62–80. 46. Ver especialmente Scott, Paul and the Nations, 5–6 n. 2, e seu gráico em 7. 47. Scott comenta: “De acordo com Deut. 32:8 mt, o número das nações. . . foi estabelecido segundo completo' o número das dos nações ilhos dee 'todo Israel.o Portanto, relação numérica 11,25-26 entre 'número Israel' já éatradicional”, Paulo eem asRm Nações, 135 n. 3. o 48. “O objetivo inal da Restauração é que Israel e as nações possam adorar juntos em Sião”, Scott, Paul and the Nations, 73, cf. 133; tão semelhantemente Donaldson, “A inclusão dos gentios na consumação inal era uma parte essencial das expectativa expectativass e auto-entend auto-entendimento imento de Israel”, Judaism and Gentiles, 505, também 509. 197 PAULO NO JUDAÍSMO apenas em qualquer lugar, mas em Jerusalém, no templo (Is 19:24; Ez. 5:5; cf. Rom. 11:26).
O universalismo de Deus, em suma, é um universalismo muito judaico. E seu universalismo particular se relete nas maneiras como Paulo imagina a etnicidade na comunidade
escatológica, tanto a proléptica da atual ekklēsia, antes da Parousia, quanto a comunidade inal, quando Cristo retornar. Dentro da congregação congregação atual, os crentes podem ser “um em Cristo Jesus” (Gl 3:28), mas sua particularidade social continua: aqueles “em Cristo”, insiste Paulo, permanecem e devem permanecer judeus ou gentios, circuncidados ou incircuncisos, apenas como devem manter seus papéis sociais como homem ou mulher, escravo ou livre. “unicidade” da comunidade atual é estritamente kata pneuma. Em outras palavras, Paulo não tem problema em acomodar tanto a diferença quanto a unidade, que permanecem juntas. Ele articula essa diferença e unidade simultâneas também por meio de sua visão (centrada no homem) de huiothesia, “iliação”.50 Os pagãos de Paulo, batizados na morte e ressurreição de Cristo, entraram em uma nova irmandade do Espírito. Eles se tornaram adelphoi por adoção, distintos e distintos dos judeus dentro do movimento kata sarka (eles não foram circuncidados; eles ainda eram ethnē), mas unidos a eles kata pneuma, pelo espírito de Cristo ou de Deus. A resistência de princípios de Paulo à circuncisão dos gentios-em-Cristo, em outras palavras, preserva precisamente a distinção kata sarka entre os judeus e os vários outros grupos étnicos dentro da ekklēsia. E uma vez que Paulo espera a Parousia em sua própria vida, ele está totalmente despreocupado com o que as gerações vindouras devem fazer.51 Este missionário 49. 1 Cor. 7:17-24, em permanece permanecerr no estado em que foi chamado; 11:2-16, sobre as mulheres serem veladas na ekklēsia; 14:34-36 sobre subordinação feminina e silêncio na ekklēsia; Filemon, sobre as relações senhor-escravo. 50. A especiicidade de gênero da conceituação de Paul sobre este ponto é explorada em Caroline Johnson Hodge, If Sons, Then Heirs: A Study of Kinship and Ethnicity in the Letters of Paul (Nova York: Oxford University Press, 2007), esp. 19-42. 198 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO A improvisação daconstrução “adoção” espiritual “adoção” dentromais do movime movimento nto relações de Jesus da Diáspora, alé além m disso, mostra a força da mediterrânea ampla das divinas/humanas: se as nações, por meio de um milagre escatológico, agora adoram somente o deus de Israel, então, mesmo que permaneçam , eles são unidos espiritualmente à família de Deus. Eles também, através do Espírito, e como Israel, podem chamar Deus de “Abba, Pai” (Gl 4:6; Rm 8:15). O que é verdade dentro da ekklēsia antes da segunda vinda de Cristo continua a ser verdade no Fim: uma vez que “o Libertador [vem] de Sião”, e o “pleno número das nações vier”, então “todo o Israel” serão salvos (Rm 11:26). A Tabela das Nações como ligada à restauração de todo Israel, já há muito tradicional na época em que Paulo a usa, deine sua visão em Romanos 11. O Israel escatológico permanecerá junto, mas distinto das outras nações, pois eles são a nação atrás
separado pelo próprio Deus. Assim também na catena inal de citações bíblicas de Paulo em Romanos 15: os ethnē gloriicam a Deus por sua misericórdia; os ethnē se regozijam com o
povo de Deus, isto é, Israel; os ethnē louvam a Deus; os ethnē são governados pela vindoura “raiz de Jessé”, o Messias; a ethnē espera nele (15:9-12). A população do reino de Deus – tanto para Paulo quanto para as tradições judaicas nas quais ele se baseia – recapitula a visão bíblica do cotidiano: Israel e as nações.52 Mas e aqueles objetos da ira de Deus, tanto humanos quanto divinos, contra os quais o apóstolo também trovejou? No momento em que Paulo chega ao seu hino de louvor em Romanos 11, os pecadores humanos, sejam pagãos ou judeus, parecem desculpados: toda a humanidade na Parusia está salva. E os deuses cósmicos inferiores? Em 1 Coríntios 15:25, Cristo os destrói (katarueitai). Mas em Filipenses 2:10-11, eles parecem 51. 1 Cor. 7:14 é a única vez que ele menciona especiicamente crianças. Paulo não concebe um movimento de duas gerações. 52. Ver Johnson Hodge, If Sons, 102, 137–53; cf. Thiessen, Conversão, 138-48. 199 PAULO NO JUDAÍSMO submeter (“todos os joelhos se dobrarão”), unindo-se à conissão universal “que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”. E em Romanos 8, antes de se concentrar na redenção da humanidade, Paulo fala de “toda a criação gemendo” em escravidão à decadência e em dores de parto enquanto aguarda a redenção na volta de Cristo (8:19-22), listando principados, anjos e potestades como parte desta criação (8:38-39). Talvez, então, quando “virá o Libertador de Sião” (11,26), também esses poderes cósmicos, escatologicamente escatologic amente reabilitados, se voltem ou retornem a Deus (cf. Sl 97,7). Conclusão A julgar pelas rancorosas confusões entre os seguidores de Cristo judeus na diáspora sobre a questão da integração dos pagãos ao movimento, Jesus de Nazaré nunca deu nenhuma instrução sobre o assunto. No entanto, o movimento, pós-ressurreição, viu a integração dos pagãos como uma extensão natural de si mesmo. Ambos os dados implicam que o próprio Jesus estava dentro do paradigma tradicional da teologia da restauração do im dos tempos: redenção primeiro para Israel – para todo o Israel, todas as doze tribos – e depois e também, posteriormente, posteriorment e, para as na nações.53 ções.53 No entanto, apesar da conirmação escatológica da ressurreição de Jesus profecia central – “o Reino de Deus está próximo!” – e apesar da airmação do sucesso da
missão entre os pagãos, o reino, inexplicavel inexplicavelmente, mente, continuou a não vir.
O atraso contínuo do reino, a contínua resposta positiva dos pagãos, seu próprio senso de seu chamado como apostolos tois ethnesin divinamente designado: tudo isso combinado para impulsionar a ousada revisão de Paulo do cenário escatológico mais antigo. A sequência rearranjada de eventos do im dos tempos apresentada em Romanos 9-11 se alinha com os fatos do 53. A missão aos pagãos na tradição sinótica é adiada para o período após a ressurreição, implicitamente em Marcos 13:10, explicitamente em Matt. 28:19 (as instruções do Cristo ressuscitado para seus discípulos) e em Atos 1:8, adiado até 11:20. 200 A QUESTÃO DA ADORAÇÃO ADORAÇÃO missão de meados do século e acomoda o novum apocalíptico deste movimento: um messias que viria não uma, mas duas vezes. Naquele intervalo incandescente entre a ressurreição e a Parousia, Paulo agora sabia, o plērōma das nações primeiro atenderia ao evangelho, e somente depois disso Deus cessaria de endurecer Israel. O novo e chocante arranjo entre deuses e seus humanos forjado pelo evangelho conirmou Paulo em sua convicção de que o reino realmente estava próximo. De fato, essa reforma do culto pagão foi, em sua opinião, precisamente o interruptor de viagem do reino. seu próprio povo. 54. Sobre Sobre o rea rearra rranj njoo de Pau Paulo lo desses desses ele elemen mentos tos do cen cenári árioo esc escato atológ lógico ico tra tradic dicion ional, al, Fredriksen, “Judaísmo, a circuncisão dos gentios”, 559-64; EP Sanders, Paul, the Law, and the Jewish People (Philadelphia: FFortress ortress Press, 11983), 983), 185. 201 7 A Questão da Política: Paulo como Judeu da diáspora sob o ddomínio omínio romano Neil Elliott A medida da identidade judaica de Paulo continua sendo uma questão de consideráv considerável el controvérsia na erudição atual. (e recentemente alguns judeus) elaboram sua identidade religiosa.”2 É uma indicação dessa ansiedade que hoje, cerca de trinta anos desde o anúncio de um conversa sobre as implicações de seu trabalho pioneiro no judaísmo antigo e, em particular, sobre o apóstolo Paulo para a teologia cristã. A ocasião foi a visita do professor Segal ao Seminário Teológico Unido, uma das últimas ocasiões antes de sua morte prematura. Sua sa sagac gacida idade, de, gra gracio ciosid sidade ade e hum humild ildad adee era eram m tã tãoo evi evide dente ntess qua quant ntoo sua for formid midáve ável l
inteligência. Em gratidão, dedico este ensaio à sua memória. 203
PAULO NO JUDAÍSMO Nova Perspectiva sobre Paulo,3 continua sendo profundamente diícil para muitos intérpretes escapar das categorias restritivas de um Visão “cristianizante” apóstolo.4 Isso pode nos surpreender surpreender, , dadamesmas a crescente popularidad popularidade da Nova Perspectiva,doque tinha como premissa ir além dessas restrições. Umae consequência é que aspectos políticos signiicativos do contexto de Paulo (e do nosso) continuam a ser minimizados ou marginalizados marginalizados na interpretaçã interpretação. o. De acordo com a visão mais antiga e cristianizad cristianizadora, ora, devemos entender que Paulo fundamentalmente fundament almente Como alguém de quem pensamentoo pensament e experiência - no entanto, estes podem ter sido formados por sua passado no judaísmo - tinha sido decisivamen decisivamente te remodelado por seu encontro com o Cristo ressuscitado, que Paulo descreveu como um “revelação” ou “apocalipse” do ilho de Deus para ele (Gálatas 1:11-16, apokalypsis Iēsou Christou). Assim, embora a maioria dos intérpretes hoje reconheça, em termos gerais, que vários aspectosesse do pensamento de Paulo derivam tradições muitos se apressam em qualiicar reconhecimento insistindo quedas esses aspectosjudaicas, passaram a signiicar algo muito diferente para Paulo, algo não mais compatível com o judaísmo, após esta “revelação” de Cristo. Esse “evento” é frequentemente descrito como uma interrupção, uma “invasão”, implicando que desaia a explicação apenas em termos da herança judaica de Paulo. Central para esta visão cristianizadora são os textos nas cartas de Paulo em que ele parece olhar para trás em sua própria conduta anterior como um judeu com distância crítica, considerando-a como um “zelo” destrutivo (Gl 1:12-14), 2. Pamela Eisenbaum , “Paulo, Polêmicas e o Problema do Essencialismo”, Interpretação Interpretação Bíblica 13, no. 3 (2005): 224–38. 3. A frase deriva do ensaio marcante de James DG Dunn “The New Perspective on Paul”,
Boletim da Biblioteca John Rylands 65 (1983): 95–122.
4. Sobre o conceito de interpretações “cristianizantes” de Paulo ou aspectos de seu contexto histórico, ver H. Dixon Slingerland, Claudian Policymaking and the Early Imperial Repression of Judaism at Rome (Atlanta: Scholars, 1997), cap. 1; Richard A. Horsley, “Histórias Bíblicas Submersas e Estudos Bíblicos Imperiais”, em The Postcolonial Bible, ed. RS Sugirtharajah (Shefield: Shefield Academic Press, 1998), 152–73. 204 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA ou descrevendo sua herança judaica agora como nada além de “perda” (zēmia) ou “lixo” (um eufemismo para o grego skybala) em comparação com “o valor supremo do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor” (Fp 3:7-9). No cerne de séculos de exegese e teologia protestante está a oposição irredutível entre lutar em futilidade pela “justiça” diante de Deus por meio de “obras da lei”—frases que noapassado eram geralmente como uma deinição virtual do judaísmo—e recebendo oferta graciosa de justiçatomadas de Deus por meio de Cristo, que foi tomada tomada como deinit deinitiva iva da vida em Cristo. Es Essa sa oposição também é ostensivamente ostensivamen te extraída das cartas de Paulo (Rm 3:21-25; 9:30-10:6; Gal. 2:15-21; 3:1-14; Fil. 3:2-9) .5 Essa visão mais antiga foi posta em perigo, no entanto, por críticas, que inalmente foram demonstradas exaustivamente por EP Sanders, de que os judeus nos dias de Paulo não entendiam que estavam garantindo a aprovação de Deus por meio de “obras da lei”. parecia ser forçado a qualquer uma das duas opções. Ou nas passagens que acabamos de citar, Paulo estava colocando seu evangelho em um contraste injusto com uma caricatura do judaísmo que de fato não existia, ou então os intérpretes protestantes de Paulo o entenderam mal em relação à natureza da “justiça pelas obras”. O próprio Sanders e Heikki Räisänen chegaram à primeira conclusão: as cartas de Paulo foram marcadas com 5. A literatura comparando a Nova Perspectiva com as suposições de um “mais velho” ou “Luterano” perspectiva já é vasta. Documentar sua expansão diária é a diícil tarefa assumida por Mark M. Mattison quando lançou “The Paul Page” em 1999. A “explosão de material online relevante” o obrigou a buscar o patrocínio corporativo da equipe da Logos Bible Software, qu quee ag agor oraa ge gere renc ncie ie o si site te (h (htt ttp: p://w //www ww.t .the hepa paul ulpa page ge.c .com om/a /abo bout ut). ). Pa Para ra um re resu sumo mo admira adm iravel velmen mente te co coere erent ntee e ace acess ssíve ívell das das princ principa ipais is qu quest estões ões e esc escola olass de pe pensa nsamen mento to en envol volvid vidas, as, veja veja Ma Magn gnus us Zette Zetterho rholm, lm, Approa Approache chess to Pau Paul: l: A Stu Studen dent's t's Gui Guide de to Re Recen cent t Scholarship (Minneapolis: Fortress Press, 2009).
6. EP Sanders, Paul and Palestinian Judaism: A Comparison of Patterns of Religion (Filadélia: Fortress Press, 1977). O próprio Sanders reconheceu sua dívida para com os predecessores
qu quee ha havi viam am feit feitoo argu argume ment ntos os se seme melh lhan ante tes, s, embo embora ra de ma mane neir iraa nã nãoo tã tãoo su sust sten enta tada da,, notadamente Claude G. Monteiore (Judaism and St. Paul: Two Essays [London: Goshen, 1914]) e GF Moore (“Christian Writers sobre o Judaísmo”, Harvard Theological Review 14 [1921]: 197-254). 205 PAULO NO JUDAÍSMO por uma certa incoerência lógica que resultou de seu entusiasmo como convertido a uma nova comunidade religiosa.7 A última conclusão conclusão é o im impulso pulso centra centrall por trás de grande pa parte rte da Nova Perspectiva, Perspectiva, que é na verdade uma categoria guarda-chuva sob a qual uma série de propostas interpretativas podem ser agrupadas agrupadas de ma maneira neira frouxa e ppouco ouco fácil. -ju -justiça” stiça” Paulo qu quis is dizer, não o eesforço sforço individual do judeu pela aprovação de Deus, mas o esforço coletivo do povo judeu para preservar sua distinção étnica entre outros povos através da manutenção manutenção diligente de práticas de marcação de limites como circuncisão, dieta kosher e guarda do sábado. .9 Nesta visão, então, o argumento de Paulo não é contra um falso entendimento judaico de como os indivíduos podem ser salvos, mas contra um suposto esforço de contemporâneos judeus antagônicos para impor limites práticas sobre de Paulo largamente não-judeu congregações. Isto é, a polêmica de Paulo contra as “obras da lei” brota de seu desejo de defender a igreja livre de lei de gentios e judeus. Quando colocada nesses termos, devemos reconhecer que muito da Nova Perspectiva é tão “nova” quanto a escola de Tübingen do FC Baur do século XIX, com a qual tem muito em co comu mum. m. 7. Sand Sander ers, s, Pa Paul ul e o ju juda daís ísmo mo pa pale lest stin ino; o; He Heik ikki ki Rä Räis isän änen en,, Paul Paul an andd th thee La Law w (Filadélia: Fortress Press, 1983). 8. Uma terceira abordagem é procurar refutar ou minimizar a relevância dos argumentos de Sanders, uma abordagem que muitas vezes se aproxima de um exercício de pleito especial: ver Zetterholm, Approaches to Paul, cap. 6 (“Em Defesa do Protestantism Protestantismo”). o”). Ainda outra abordagem refuta implicitamente um aspecto do argumento de Sanders postulando que a
forma de justiça justiça de obras vista em 4 Es Esdras dras ou 2
Baruch Baru ch – text textos os po post ster erio iore ress a 70 que que Sand Sander erss cons consid ider erou ou an anôm ômal alos os – er eram am de fato fato representativos de uma forma muito mais prevalente de judaísmo nos dias de Paulo, um argumento que Martinus de Boer apresentou recentemente (“Paul's Mythologizing Program in Romans 5‒8”, em Apocalyptic Paul: Cosmos and Anthropos in Romans 5‒8, ed. Beverly Roberts Gaventa (Waco, TX: Baylor University Press, 2013) Infelizmente, esse argumento não é falsiicável. 9. Este foi o insight central e a contribuição distintiva do ensaio de Dunn “New Perspective”; continua sendo um elemento importante na discussão magistral de Dunn sobre The Theology of Paul the Apostle (Grand Rapids: Eerdmans, 1999). 206 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA muitos intérpretes contemporâneos, em parte, eu suspeito, porque tem a aparente vantagem de absolver Paulo de ter entendido mal o judaísmo. Ao contrário, nessa visão, Paulo aparece como uma espécie de campeão do multiculturalismo moderno e como um oponente do chauvinismo étnico ou etnocentrismo (que foi exempliicado por seus oponentes judeus). Não é de surpreender que essa abordagem tenha se mostrado popular nos Estados Unidos e no Reino Unido, ou seja, em sociedades democráticas etnicamente diversas, onde intérpretes mais liberais veem uma integração feliz de diferentes povos como um valor primordial. Essa interpretação (e apropriação cultural) de Paulo tem um custo, no entanto, como vários crític crí ticos os apo apont ntara aram. m. Ro Rotin tineir eirame amente nte retra retrata ta com comoo carac caracter terist istica icamen mente te judaic judaicaa uma insistência coletiva na distinção étnica, às vezes em termos negativos anteriormente usados para descrever o indivíduo judeu orgulhoso, arrogante e autojustiican autojustiicante. te. Como Thomas Deidun colocou anos atrás, os esforços da Nova Perspectiva para reabilitar Paulo como um oponente do etnocentrismo judaico permitem “prat “pr atica icamen mente te tod todos os vel velhos hos dem demôni ônios ossegundo lu luter terano anos” s” da caric caricatu atura ra ju juda daica ica “re “retor nam m descaradam descaradamente ente aoosjudaísmo que Sanders, todos os relatos, meticulosamente meticulosamen tetorna varreu e colocou em ordem”.11 Críticas semelhantes foram levantadas por Mark D. Nanos e Daniel Boyarin, entre outros. 12 Mesmo quando os intérpretes cristãos de hoje têm o cuidado de estipular que não pretendem colocar Paulo contra o próprio judaísmo, mas apenas retratá-lo como defensor de uma vertente “universal” do judaísmo 10. Um ponto feito por Scott Hafemann, “Paul and His Intérpretes”, Intérprete s”, em Dictionary of Paul and His Letters, ed. Gerald F. Hawthorne e Ralph P. Martin (Downers Grove, IL: InterVarsity, 1993), 666-79. Ver FC Baur, Paulo, o Apóstolo de Jesus Cristo, 2 vols., trad. E. Zeller (Londres: Williams & Norgate, 1876). 11. Thomas Deidun, “James Dunn e John Ziesler sobre Romanos em Nova Perspectiva”,
Heythrop Journal 33 (1992): 79-84.
12. Mark D. Nanos, The Mystery of Romans: The Jewish Context of Paul's Letter (Minneapolis: Fortress Press, 1996), 88–95; Nanos, “Paul and Judaism: Why Not Paul's Judaism?” in Paul Unboun Unb ound: d: Oth Other er Per Perspe specti ctives ves on the Apostl Apostle, e, ed ed.. Ma Mark rk Dou Dougla glass Giv Given en (Pe (Peabo abody dy,, MA MA:: Hendrickson, 2010), 117–60; Daniel Boyarin, A Radical Jew: Paul and the Politics of Identity (Berkeley: University of California Press, 1994), 209-24. 207 PAULO NO JUDAÍSMO tradição cont tradição contra ra uma vert vertente ente “est “estreita reitament mentee etno etnocênt cêntrica” rica”,, o resu resultad ltadoo é muit muitas as veze vezess colocar Paulo como a única expressão da vertente “universal” (isto é, a “boa”). A implicação permanece que quaisquer judeus que não seguiram Paulo no “universalismo” do cristianismo foram retidos pela vertente “ruim” do judaísmo, que geralmente é caracterizad caracterizadaa pelo preconceito étnico.13 O Poder Constrangedor das Categorias Essenciais Pamela Eisenbaum observa habilmente que há dois erros interpretativos fundamen fundamentais tais envolvidos em muitas interpretações atuais de Paulo, incluindo aspectos da Nova Perspectiva. Uma delas é a “essencialização” do antigo judaísmo; isto é, a deinição do judaísmo, não em termos da autocompreensão expressa pelos judeus reais, mas em termos predeinidos de sua alteridade essencial, sua inco incomp mpat atib ibil ilid idad adee iner ineren ente te co com m um umaa comp compre reen ensã sãoo (i (igu gual alme ment ntee es esse senc ncia iali liza zada da)) do cristianismo. Simpliicando, . . . O cristianismo é deinido como devoção a Cristo; O judaísmo é deinido como devoção à Torá. . . . No contexto dessa discussão, o essencialismo exacerba o problema da polêmica cristão-judaica no estudo de Paulo porque o judaísmo e o cristianismo são consid con sidera erados dos cat catego egoria riass mut mutuam uament entee ex exclu clusiv sivas as e imu imutá távei veiss de ident identida idade de religi religiosa osa.. Especiicamente, a devoção a Cristo exige o repúdio da Torá, porque a devoção a Cristo nos termos tradição 13.insistir Para dar um exemplo de um mais amplo, Richard B. Hays seda esforça para queapenas não deseja opor Paulo ao fenômeno judaísmo (Echoes das Escrituras nas Cartas de Paulo [New Haven, CT: Yale University Press, 1989], 55, 59). Mas mesmo quando ele repetidamente descreve Paulo como representa representando ndo o judaísmo “corretamente entendid entendido”, o”, em opo oposiç sição ão a “uma “uma forma forma estrei estreitam tament entee et etnoc nocênt êntric ricaa de jud judaís aísmo” mo”,, el elee não conseg consegue ue identiicar uma única pessoa ou texto além de Paulo que possa ter representado o primeiro. Fica a impressão inevitável de que a “forma estreitamente etnocêntrica” etnocêntrica” do judaísmo é tudo o que havia – além de Paulo. Isso, aos meus olhos, é apenas mais um exemplo do que Daniel Boyarin criticou como a “alegorização do judeu” na erudição cristã (A Radical Jew, loc. cit.; ver Neil Elliott, The Arrogance of Nations: Reading Romans in the Shadow of Empire, Paul in Critical Contexts [Minneapolis: Fortress Press, 2008], 128–32). Uma crítica semelhante de N. A descrição de T. Wright do judaísmo “reconigu “reconigurado”, rado”, “redeinido” e “aperfeiçoado” “aperfeiçoado” no
evangelho de Paulo (Paul and the Faithfulness of God [Minneapolis: Fortress Press, 2013], 415 e passim, seguindo Richard B. Hays, 2005, 5f .) é uma tarefa digna para um local diferente.
208
A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA A teologia paulina implica uma teologia particular da graça que requer uma avaliação negativa da Torá.14 O segundo erro identiicado por Eisenbaum está ligado ao primeiro em um vicioso argumento circular. circu lar. Muit Muitos os intérpret intérpretes es ente entendem ndem Paulo como send sendoo etni etnicame camente nte jude judeuu – sent sentindo indo ainidade ou lealdade de grupo por seu povo – mas não religiosa ou teologicamente judeu. Ou seja, os intérpretes reconhecem que em suas cartas Paulo ocasionalmente se identiica como judeu, ainda ainda em “solida “solidariedade” riedade” com outros judeus judeus,, mas insistem qu quee ele “foi tão radicalment radicalmentee transformado por sua experiência de Cristo que saiu dos limites do judaísmo, ou pelo menos ele se moveu tão longe para as margens que se aventurou em algo que não é mais reconhecível como judeu”. Eisenbaum descreve os defensores desse padrão de interpretação como “o campo kata sarka”, entendendo Paulo como judeu apenas etnicamente, apenas “segundo a carne”. Fig. 1. A interpretaçã interpretaçãoo “kata sarka” do judaísmo de Paulo. A sobreposição entre as duas zonas representa os aspectos vestigiais da identidade meramente “étnica” de Paulo, como um judeu “segun “se gundo do a ca carne rne”, ”, que conti continu nuaa mes mesmo mo qua quand ndoo Pau Paulo lo pas passou sou a pen pensar sar em si me mesmo smo primariamente ou essencia essencialmente lmente como um cristão. 14. Eisenbaum, “Paul, Polemics, and the Problem of Essentialism”, 226. Para uma crítica anterior dos estereótipos cristãos sobre o judaísmo contemporâneo de Paulo, veja Nanos, Mystery of Romans, Introduction e pp. 88-95. 15. Eisenbaum, “Paul, Polêmicas e o Problema do Essencialismo”, 227-28. 209 PAULO NO JUDAÍSMO Essencialismo nas “Ciências Sociais” Paul Tão penetrantes são as categorias e os hábitos dessa “essencialização”
pensando que não é preciso ir muito longe para encontrar exemplos de seu poder constrangedor, constrange dor, mesmo quando os estudiosos pretendem clara e explicitamente evitá-lo.
Um exemplo bastante lagrante ilustra o problema. Em seu Comentário de Ciências Sociais sobre as Cartas de Paulo, Bruce J. Malina e John J. Pilch airmam repetidamente que “Paulo era um israelita” que “não se 'converteu ao cristianismo', mas continuou a obedecer ao Deus de Is Isra rael el co como mo el elee ha havi viaa feit feitoo an ante teri rior orme ment nte” e”;; se seuu tr trab abal alho ho ti tinh nhaa um umaa “n “nat atur urez ezaa exclusivamente israelita”.16 Essas declarações parecem inicialmente colocar Malina e Pilch contra con tra a co corre rrent ntee pri princi ncipal pal da interp interpret retaçã açãoo teo teoló lógic gicaa crist cristãã e do lado lado de alg alguns uns dos intérpretes representados no presente volume. Mas Malina e Pilch continuam argumentando que nossa concepção moderna de Paulo entre “judeus e não-judeus (gentios)” é “completamente inapropriado” e implica que sob nenhuma circunstância devemos pensar em Paulo como um “judeu”. Malina e Pilch estão preocupados em parte em “ixar” o signiicado de vários rótulos étnicos no “mundo mediterrâneo”. Quando Paulo falou de “gregos”, eles airmam, ele não quis dizer pessoas da Grécia, ele quis dizer “pessoas que eram civilizadas”, incluindo “israelitas” civilizados de língua grega. Estes, em vez de “não-israelitas”, eram os alvos de sua missão co como mo “a “apó póst stol oloo dos dos ge gent ntio ios” s” (o (out utro ro erro erro de trad traduç ução ão,, se segu gund ndoo Ma Mali lina na e Pi Pilc lch). h). Eles Eles argumentam que “em contextos internos, qualquer israelita para os outros povos' seria presumivelme presumivelmente nte indo para os isra israelitas elitas residentes residen tes entre esse esses'indo s outros povos”. “visão “visão recebida”, como eles chamam, mas eles insistem que a visão recebida está errada. Infelizmente, seu caso se baseia em um certo descuido 16. Bruce J. Malina e John J. Pilch, Social-Science Commentary on the Letters of Paul (Minneapolis: Fortress Press, 2006), 10-13. 17. Ibid., 3-4, 7. 210 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA com categorias,18 e com um essencialismo contundente que justapõe duas oposições das cartas de Paulo Hellēnoi versus Ioudaioiassumem (Rm 1:16)que e Hellēnoi versus barbaroi (Rmsempre 1:14) –see as confunde. Ou –seja, eles imediatamente um termo (como Hellēnos) refere a apenas uma coisa, e que se dois outros termos se opõem a Hellēnos, esses termos devem ser sinônimos. “Gregos” (Hellēnoi), eles consequen consequentemente temente explicam, referia-s referi a-see a um statu status, s, a pes pessoa soass “civil “civiliza izadas das”, ”, ind indica icadas das pe pelo lo fat fatoo de fal falare arem m grego grego e adotar ado tarem em val valore oress e háb hábito itoss helên helênico icoss nas nas rel relaçõ ações es interp interpess essoai oais. s. Da mes mesma ma for forma, ma, a referência a “judeus” em traduções inglesas mal concebidas na verdade se refere a “judeus”, pessoas que seguiam os costumes de um grupo de pessoas que vivia naquela seção da província romana da Síria chamada Palestina. O termo hebraico yehudim e o grego Ioudaioi são simplesmente traduzidos erroneamente em inglês [isto é, como “judeus”]. . . . Para os “gregos”, incluindo incluindo os “gregos” israelitas, os judeus eram bárbaros.19
Com essa infraestrutura categórica instalada, Malina e Pilch estão prontos para interpretar todo o corpus paulino, distinguindo Paulo e seus companheiros “gregos israelenses”, que são caracterizadoss como tolerantes, até entusiasmados com o culto a outros deuses, do caracterizado
“judaizantes” que o atormentavam. Estes últimos eram “judeus” ansiosos por impor um conjunto particularmente restrito de práticas locais da Judéia aos 18 de Paulo. nenhuma nação grega nem qualquer estado chamado Grécia” (ibid., 3), mas prossiga mais tarde para citar longamente autores antigos falando sobre “gregos” e “Grécia” sem explicação ou correção. O cerne de seu argumento, que Paulo se dirigiu a israelitas em vez de “gentios”, é uma única analogia, vestida em “grupo” de ciências sociais. jargão: Quando os israelenses falam em “'ir aos americanos' para vender títulos israelenses isentos de impostos dos EUA, presume-se que eles estejam indo para os judeus residentes nos EUA” (7). A analogia se desfaz, é claro, assim que imaginamos tal “apóstolo” israelense falando aos judeus americanos (como Paulo fala às suas congregaçõe congregações) s) e os identiicand identiicandoo como “americanos” em vez de judeus. Sobre o papel de Malina e Pilch na discussão mais ampla sobre etnicidade, ver também Elliott, Arrogance of Nations, 47-52. 19. Malina e Pilch, Social-Science Commentary, 5. Observe que a restrição de Ioudaioi a “aquela parte da província romana da Síria chamada Palestina” é anacrônica, uma vez que a designação oicial romana da província Síria-Palestina seguiu a supressão de a rebelião de Bar Kokhba em 135 d.C. Seu uso aqui parece provocativo. 211 PAULO NO JUDAÍSMO comunidadess “israelitas”. A principal dessas práticas peculiares foi comunidade “mutilação genital infantil”, com a qual Malina e Pilch signiicam circuncisão, que eles airmam ter surgido “um pouco tarde na Palestina (ca. 150 aC), e talvez séculos depois, se é que ocorreu, entre os adoradores de Yahweh longe da região da Judéia”. 20 Para justiicar essas airmações notáveis, eles invocam o cuidadoso estudo de Shaye JD Cohen sobre a identidade judaica, mas mostram ao fazê-lo que não a compreenderam. Cohen observou que no período Hasmoneu, após a perseguição ao judaísmo por Antíoco Epifânio, surgiu uma “ética de separação” entre judeus e não-judeus, na qual certas leis e rituais, ri tuais, primordiais entre eles a circuncisão, ganharam “nova proeminência”. Os asmoneus também concederam a cidadania judaica a idumeus e itureus, que provavelmente “já eram circuncidados”. circuncidados”. (embora Cohen tenha tido o cuidado de observar que o evento é frequentemente deturpado como sua “conversão forçada” ao judaísmo).21 Mas Cohen nunca airmou, como Malina e Pilch sugerem, que a prática da circuncisão era uma inovação do século localizava-se nos arredores de Jerusalém. Essas alegações são invenções de Malina e Pilch. Infelizmente, eles parecem ser de uma peça com seu esforço forçado para atribuir “moderno judaísmo
Ashkenazi” aos khazares do século IX, com quem “não houve desenvolv desenvolvimento imento linear desde o início iní cio de Isr Israel ael”. ”. contin continuid uidade ade com o ant antigo igo Israel Israel,, ao mes mesmo mo tem tempo po em que Paulo é
apresentado como a personiicação da antiga visão israelita (e bíblica). É diícil evitar a impressão de que o resultado é uma forma de superação cristã disfarçada de “ciência social”. 20. Ibid., 13-15. 13-15. 21. Shaye University JD Cohen,ofThe Beginnings of Jewishness: Uncertaintiess (Berkeley: California Press, 1999), 130-39. Boundaries, Varieties, Uncertaintie 22. Malina e Pilch, Social-Sc Social-Science ience Comme Commentary, ntary, 179–18 179–180. 0. 212 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA A identidade identidade quase juda judaica ica de Pau Paulo lo Outro exemplo de interpretação “essencialista” ou “cristianizada” de Paulo é muito mais soisticado. Volto-me para o ensaio de Jörg Frey sobre “Paul's Jewish Identity”, não porque seja um exemplo particularmente lagrante do padrão que estoué descrevendo (não é), mas simplesmente porque a intenção claramente declarada de Frey entender Paulo como um judeu. De fato, em sua pesquisa sobre estudos recentes, Frey celebra o atual diálogo entre intérpretes cristãos e judeus de Paulo como “resultand “resultandoo em uma iluminação mútua de textos e perspectivas” que ele declara “o progresso mais promissor em estudos”. unilaterais e anacrônicas as tentativas de outros estudiosos de negar que o apóstolo Paulo ainda era judeu; ao contrário, ele insiste (como vimos Malina e Pilch também) que “Paul nunca abandonou 'Judaísmo' para se juntar ao 'Cristianismo'.”24 Frey também ilustra as várias maneiras pelas quais Paulo professava solidariedade com Israel, e se baseava em conceitos e temas (a importância da lei, a ressurreição dos mortos) que derivavam do Judaísmo . No entanto, em vários pontos-chave Frey continua a descrever a relação de Paulo com o judaísmo de forma essencial essencializante izante que en enfatiza fatiza a distân distância cia de Paulo e suas igrejas “cristãs” do judaísmo, implicando implicando sua incompa incompatibilidade tibilidade fund fundamental. amental. A revisã revisãoo a seguir não preten pretende de ser ex exau aust stiv iva, a, ma mass si simp mple lesm smen ente te demo demons nstr trar ar que que ou outr tros os es estu tudi dios osos os,, in incl clui uind ndoo algu alguns ns representados no presente volume, propuseram interpretações alternativas em vários pontos que nos permitem entender o pensamento e a experiência de Paulo dentro das categorias do judaísmo antigo antigo , entend entendido ido no conte contexto xto político do ddomínio omínio romano, à pparte arte dos pressupostos pressupostos cristãos. Assim, um exame do ensaio de Frey nos permite reconhecer o poder constrangedor que mais velho, 23. Jörg Frey, “Paul's Jewish Identity”, in Jewish Identity in the Greco-Roman World, ed. Jörg Frey, Daniel R. Schwartz e Stephanie Gripentrog (Leiden: Brill, 2007), 285– 321, aqui 289. 24. Ibid., 291. 291.
213 PAULO NO JUDAÍSMO
pressupostos essencial essencializantes izantes ou “cristianizan “cristianizantes” tes” continuam a exercer, mesmo quando os intérpretes estão lutando por uma “nova perspectiva”. A perseguição perseguição passada de Paulo às prime primeiras iras assembléias Frey considera completamente completamente “farisaico” o “zelo pelo qual [Paulo] perseguiram os inimigos da lei”, antes da “revelação” de Cristo. “A atividade de Paulo como perseguidor”,, escreve ele, “parece como parte de uma luta interna dos judeus pelo perseguidor” reconhecimento da Torá contra seus supostos oponentes” nas igrejas primitivas.25 Isso parece absolver Paulo de qualquer animosidade antijudaica por explicando sua atividade de perseguição como uma luta entre os judeus pela observância da lei. Mas isso é simplesmente projetar uma dicotomia dicotomia essencialista essencialista atrás de Paulo, nnoo início do movimento movimento de Jesus. Ou seja, re retr trat ataa a ek ekkl klēs ēsia iaii da Judé Judéia ia co como mo já se af afas asta tand ndoo e host hostil il à le leii – pr pres esum umiv ivel elme ment ntee signiicando indiferente ou hostil à função limite da lei na exclusão de não-judeus. Essas primeiras comunidade comunidades, s, por implicação, forneceram uma comunidad comunidadee proto-cristã para a qual Paulo poderia se mudar mais tarde. Por mais prevalente que essa suposição permaneça entre os intérpretes cristãos – Paula Fredriksen a descreveu como “um consenso quase universal” – diicilmente pode ser julgada co como mo hi hist stór óric ica, a, co como mo Fred Fredri riks ksen en de demo mons nstr trou ou de form formaa con onvi vinc ncen ente te.. como como se send ndoo necessariamente hostil ou oposto à lei é ler a parte de Paulo em Gálatas 3:13 como evidência de que antes da “revelação” de Cristo, Paulo considerava diretamente o Jesus cruciicado como “amaldiçoado” pela lei. Isso signiica que os primeiros crentes em Jesus necessariamen necessariamente te teriam se oposto à lei para proclamar um homem cruciicado como messias, 25. Ibid. 26. Paula Fredriksen, From Jesus to Christ: The Origins of the New Testament Images of Jesus (New Haven, CT: Yale University Press, 1988), pp. 142–56. 214 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA e que, como judeu, Paulo teria compartilhado esse julgamento até que a revelação de Deus o revertesse decisivamente.27 decisivamente.27 Mas, como Fredriksen aponta, essa suposição é minada por “uma total falta de evidência. . . . Em nenhum escrito judaico deste período, incluindo Paulo, encontramos a própria cruciicação como uma indicação de uma morte amaldiçoada por Deus ou pela Lei.” que Paulo (ou qualquer judeu) teria considerado um judeu cruciicado como “amaldiçoado” é historicamente improvável. Como Fredriksen coloca a questão, “por que, em resumo, os judeus rejeitariam [outro] judeu por uma razão romana?” Retoricamente, a referência improvisada de Paulo em Gálatas 3 a um texto de Deuteronômio “leva Paulo aonde ele precisa ir”, em um argumento “rosnado” dirigido a não-judeus – mas para carregar essa observação com o peso de explicar a “conversão” de Paulo como Frey e outros exegetas
cristãos continuam a fazer, impõe um fardo que o texto não pode suportar.30
Nem as primeiras assembléias de Jesus estariam se opondo à lei ao incluir não-judeus ao lado de judeus em suas observâncias comunitárias. Em uma variedade de tradições, a literatura judaica dá evidência da expecta expectativa tiva de que nnos os últimos ddias, ias, os não-jud não-judeus eus deixariam os ídolos para reconhecer reconhecer o verdad verdadeiro eiro Deus. IIsso sso não sign signiica iica que eles deixariam de ser não-judeus, não-judeus, no entanto, como Fredriksen observa que “a conversão moral não é uma conversão halakic. Esses gentios não teriam, abandonand abandonandoo seus ídolos, o status legal e religioso de convertidos, 27. Frey, “Paul's Jewish Identity”, 318-19. Em Gálatas 3:13, Paulo declara: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no no madeiro” (c (citando itando Deute Deuteronômio ronômio 21:22- 23). 28. Fredriksen, Fredriksen, De Jesus a Cristo, pp. 1147–148. 47–148. 29. Uma tumba escavada no primeiro século a nordeste de Jerusalém revelou os restos mortais de um judeu, Yehohanan, que havia sido cruciicado, mas mesmo assim recebeu um enterro familiar adequado ao lado dos restos mortais de um parente chamado Simão, “o construtor do Templo” (V Tzaferis, “Tumbas judaicas em e perto de Giv'at ha-Mivtar,” Israel Exploration Journal 20 [1970]: 18–32; J. Zias e E. Sekeles, “O Homem Cruciicado de Giv'at ha-Mitvar: Uma Reavaliação”, Israel Exploration Journal 35 [1985]: 22-27). 30. Fredriksen, From Jesus to Christ, 147. 215 PAULO NO JUDAÍSMO isto é, judeus. Eles permaneceriam gentios e como gentios seriam salvos”. O próprio fato de os judeus proclamarem proclamarem Jesus ccomo omo messias encon encontrarem trarem não-jud não-judeus eus para aceita aceitarr sua mensagem mostra mos trava va que os não-j não-jude udeus us eram eram bem bem-vi -vindo ndoss nas nas sin sinag agoga ogas; s; “e os apó apósto stolos los ori origin ginais ais ac acei eita tara ram m tã tão o seu pron pronta tame ment ntee um es esse ses s ge gent ntio ioss opo porq rque ue sevira viaproximava ram m em su sua resp spos osta ta,, como co mo na ressurreição de líder, mais sinal de que Reino –adere fato, seus efeitos já eram era m man manife ifesto stos.” s.”31 31 Ne Nem m a pre presen sença ça de não-j não-jude udeus us em sinag sinagoga ogass (o que poder poderia ia ter acontecido, Fredriksen Fredriksen aponta, “na própria sinagoga de Paulo”) nem a comunhão de refeições de judeus e não-judeus teria escandalizado um bom fariseu, desde que as refeições não envolvessem alimentos não-kosher – e se eles se tivesse, pergunta Fredriksen, como Paulo mais tarde teria assegurado a aquiescência daqueles presumíveis monitores da observância judaica, os apóstolos de Jerusalém, ppor or tanto tem tempo? po? Fredriksen conclui que a razão pela qual o fariseu Paulo perseguiu os ekklēsiai não tinha nada a ver com halakah. Tinha tudo a ver, ela propõe, com a precária segurança política das comun com unida idade dess jud judaic aicas as min minori oritá tária riass nas nas cidad cidades es pal palest estina inass e sír sírias ias.. “A pro procla clamaç mação ão entusiástica de um messias executado muito recentemente como um insurreto político – um
messias cruciicado – combinado com uma visão do Fim que se aproximava pregada também aos gentios – isso era perigoso. Se fosse para o exterior, poderia colocar em risco toda a comunidade judaica.”33 Em defesa do que ela admite ser uma explicação “especulativa”,
Fredriksen aponta que sua proposta tem os méritos de não se basear nem no anacronismo nem na invenção de uma teoria exegética judaica não comprovada. e tradições halakicas (comoo faze (com fazem m as inte interpret rpretaçõe açõess “cri “cristia stianiza nizantes ntes”); ”); simpl simplesme esmente nte “rec “reconhe onhece ce a situ situação ação politicamentee precária da politicament dass comunidade comunidadess judaicas urbanas na ddiáspora”. iáspora”. 32. Ibid., 151-52. 33. Ibid., 153-54. 216 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA tornar o argumento de Fredriksen convincent convincentee também o torna excepcional na interpretação contemporânea, onde o movimento de Jesus, mesmo antes de Paulo, é mais comumente — e mais implausível — caracterizado como atitudes e práticas divertidas incompatíveis com a lei. O apocalipse de Cristo como evento de distanciamento Embora ele reconheça que “algumas das convicções [Paulo] mantido como fariseu permaneceu inluente por seu trabalho como apóstolo”, incluindo sua dedicação “ao estudo cuidadoso da lei”, Frey declara que “especialmente o fato de ter sido chamado” por Deus para ser apóstolo do Cristo ressuscitado, “precisamente quando zelosamente atuava em defesa da lei . . . deve ter abalado fundamentalmente suas convicções.” Isso signiica especialmente que a relexão de Paulo como apóstolo “sobre a relevância da circuncisão e da lei” – pelo que Frey evidentemente quer dizer, sua irrelevância para a nova comunidade comunidade reunida por Cristo – “deve ter começado muito cedo após sua experiência em Damasco, quando ele começou a pregar a nova mensagem às comunidades da Arábia ou Síria e Cilícia”, e “no máximo com a missão programática aos destinatários pagãos”. lei” lei” como uma qquestão uestão de oobservância bservância de limites. Frey certamente não está sozinho entre os intérpretes cristãos ao entender a revelação de Cristo a Paulo (“sua experiência em Damasco”) como uma interrupção radical que causou uma profunda reversão no comportamento de Paulo e em sua atitude em relação à lei. Mas devemos detectar o pensamento essencialista na suposição de que o apocalipse de Cristo era fundamentalmente fundament almente incompatível com a devoção contínua 34. Ibid. Coniei no argument argumentoo de Fredriksen em minha própria discussão sobre a política do “apocalipse” de Cristo para Paulo: Liberating Paul: The Justice of God and the Politics of the Apostle (Maryknoll, (Maryknoll, NY: Orbis B Books, ooks, 1994), 144–49. 144–49.
35. Frey, “Paul's Jewish Identity”, 298. 217
PAULO NO JUDAÍSMO (o papel de deinição de limites da) lei. Nesses termos, a ruptura dramática de Paulo com seus contemporâneos contemporân eos judeus parece inevitável, “construída” encontroele com Cristo. Mas aairma por que? Frey nãoa fr oferece nenhuma para essa inevitabilidade; inevno itabilidade; simplesmente irma isso. Dada frequência equência com qu queeexplicação o discurso cristão se refere à “experiência de Damasco” de Paulo em termos de revelação divina, talvez Frey espere que pelo menos alguns de seus leitores presumam que o ponto não precisa de explicação. Mas isso só torna o pensamento dicotômico ainda mais impermeável à crítica. Em contraste, Alan F. Segal entendeu a experiência visionária de Cristo de Paulo no contexto da tradição apocalíptica-mística no judaísmo primitivo. De fato, Segal demonstrou em Paulo, o Convertido, que Paulo foi nosso primeiro e melhor testemunho (porque em primeira pessoa) dessa tradição. Em 2 Coríntios 12, Paulo descreveu a jornada visionária de um homem sem nome ao “terceiro céu”, uma passagem que é geralmente reconhecida como uma referência oblíqua à sua própria experiência extática. Segal argumentou que essa experiência provavelmente não foi um evento isolado. Em vez disso, aqui “Paulo revela modestamente que teve vários encontros extáticos com Cristo noss qu no quat ator orze ze an anos os an ante teri rior ores es”. ”. As Assi sim, m, po pode demo moss su supo porr qu quee Pa Paul uloo te teve ve um umaa sé séri riee de experiências extáticas extáticas em sua vida, [e] que sua conversão pode ter sido uma dessas experiências.”37 Diicilmente “incompatível” com o judaísmo nos dias de Paulo, como linguagem de uma “ruptura” ou “irrupção” implica, tal experiência “paralela a ascensão extática ao trono divino em outras tradiç tra dições ões místic místicas as apo apocal calípt íptica icass e mer merkab kabah ah”. ”. Em Embor boraa ess essas as fon fontes tes parale paralelas las sej sejam am posteriores a Paulo, a estreita semelhança de temas e terminologia convenceu Segal de que Paulo tinha 36 anos. Alan F. Segal, Paul the Convert: The Apostolate and Apostasy of Saul the Pharisee (New Haven, CT: Yale University Press, 1990), 36. 37. Ibid., 37. 218 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA na verdade, um dos primeiros participantes de uma corrente mais ampla de experiência místic mís tico-e o-extá xtátic ticaa que inclui incluiuu tam também bém ess essas as fon fontes tes pos poster terior iores. es. De fat fato, o, “s “some omente nte Paulo Paulo
demonstra que tais tradições existiam já no primeiro século”. O mais intrigante para o meu propósito aqui são os comentários provisórios de Segal de que “é possível, se improvável, que 2 Coríntios 12
registra a experiência de conversão original de Paulo.” Mais provavelmente, “Paulo está descrevendo uma revelação semelhante e subsequente à sua conversão”. Segal argumentou que Paulo “necessariamente” teve várias experiências extáticas e “que sua conversão pode ter sido uma dessas experiências”. a primeira ascensão visionária por parte de Paulo. Isto é, em uma série de experiências extáticas nas quais podemos supor, por analogia com outros textos visionários anteriores e contemporâneos a Paulo, que ele percebeu no céu uma igura divina à direita do Ancião de Dias (cf. Dan 7:9-14), uma dessas experiências foi a primeira em que essa igura foi perceptível a Paulo como o Jesus cruciicado. Apenas aqui Segal nos forneceu uma explicação poderosa do “apocalipse” de Cristo em termos fundamentalmen fundamentalmente te judaicos. Por razões que não entendo, Segal concluiu que “o signiicado dessas experiências” só poderia ter sido mediado a Paulo “pela comunidade cristã gentia em que ele vivia”. “Podemos perguntar”, escreveu ele, “mas não precisamos responder por que um fariseu teria uma visão de Cristo.”41 O próprio Segal não tentou responder à pergunta nem mesmo a mencionou novamente no restante de seu livro. 38. Ibid. 39. Ibid., 26, 27. 40. Ibid., 37 e ao longo do livro. Justamente nesse ponto, Paula Fredriksen também recua, remetendo o leitor (em nota de rodapé!) ao conceito de dissonância cognitiva (De Jesus a Cristo, 134 n. 2). 41. Segal, Paul the Convert, 37 (grifo nosso). 219 PAULO NO JUDAÍSMO Em vez disso, ele se afastou do poder explicativo potencial da própria tradição visionária judaica que ele havia descrito com tanto cuidado para buscar uma explicação sociológica da “conversão” de Paulo na qual a tradição extática não desempenhava mais nenhum papel. Talvez Segal presumisse que uma visão judaica de um messias cruciicado no céu fosse categoricamente incompreensível. De fato, ele insinuou que uma experiência extática tão intensa teria permanecido completamente ininteligível para Paulo até que, anos depois, alguns não-judeus amigáveis a explicaram a ele.42 Mas essa implicação não tem força lógica por trás disso. Proponho, ao contrário, que supor que tal visão só possa ser compreendida em premissas “cristãs” “cristãs” é cair no mesmo pensamento essen essencialista cialista descrito por Eisenbaum.43 Eisenbaum.43 Mas esse pensamento dicotômico é tão desnecessário quanto infrutífero.
Em vez disso, como argumentei em outro lugar, podemos de fato imaginar o que um fariseu teria feito de uma visão de um messias cruciicado, e podemos fazê-lo em termos judaicos:
com base, isto é, nas urgentes consequências éticas e políticas que o apocalipses tiravam de visões do céu. Seguindo o argumento de Fredriksen, discutido anteriormente, podemos supor qu quee os mo moti tivo voss de Pa Paul uloo pa para ra pers perseg egui uirr os prim primei eiro ross ek ekkl klēs ēsia iaii ti tinh nham am a ve verr com com a preocupaçãoo com a vulne preocupaçã vulnerabilidade rabilidade pol política ítica das co comunidades munidades ju judaicas: daicas: Devemos supor que como judeu, como apocaliptista e como fariseu, [Pau [Paulo lo]] as assu sumi miuu qu quee o triu triunf nfoo de Deus eus sobr sobree os ro roma mano noss er eraa in inev evit itáv ável el,, po porr mais mais indeterminado que aquele dia pudesse ser. . . . Se um fariseu como Saulo de Tarso tivesse encarado o poder romano com os olhos dos apocaliptistas, ele poderia muito bem ter concluído que Deus havia dado a soberania da terra a Roma, “por um tempo”. Por esse tempo, ele pode ter concluído, resistência a Roma – por mais que simpatizasse 42. Segal prossegue referindo-se à “confusão de Paulo sobre a natureza de sua viagem extática para o céu” (ibid., 39), mas essa “confusão” tem a ver com se Paulo estava ou não “dentro ou fora do corpo”. O próprio Segal mostra que esse era um elemento costumeiro, quase ritualizado, dos relatos visionários. Diicilmente Diicilmente signiica que Paulo não poderia ter entendido o que ele “viu” naquela visão. 43. Veja ainda minha interação crítica com o trabalho de Segal em Liberating Paul, 141-43. 220 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA com seus motivos - não era apenas fútil, mas ímpio. . . . Assim Assim,, os messi messianis anistas tas não estavam apenas errados sobre que horas eram; eles estavam perigosamente errados. . .44 Além disso, estritamente em termos de comparação com textos judaicos contemporâne contemporâneos os como 4 Macabeus ou o Liber antiquitatum biblicarum, podemos supor que Paulo, o fariseu, poderia ter atribuído à morte de Jesus o signiicado expiatório atribuído a outros executad executados os por Roma. Paulo também teria sido ensinado pelos apocalipses que os justos martirizados por Roma seriam “no último dia” ressuscitados dos mortos. Temos apenas que supor que esse fariseu teve uma visão do mártir Jesus no céu, uma visão para a qual os os próprios apoca apocalipses lipses judaic judaicos os forneceram a preparação conceitual.45 conceitual.45 Uma vez que tal visão deixou claro para ele que Deus havia ressuscitado o martirizado Jesus dos mortos – novamente, uma percepção que teria sido inteligível dentro dos limites da
experiência apocalíptica judaica – as consequências teriam seguido uma lógica apocalíptica completamente completamen te judaica: “A visão teria conirmado a [Paul]
que o que os apocalipses prometeram que Deus faria algum dia, Deus de fato começou a fazer agora”. pelos apocalipses judaicos. O úl últi timo mo po pont ntoo é im impo port rtan ante te e nã nãoo de dese sejo jo qu quee se seja ja ma mall in inte terp rpre reta tado do.. Não Não es esto touu argumentando que a tradição apocalíptica judaica de alguma forma “prova” que Jesus ressuscitou dos mortos; apenas que a airmação de que Jesus foi levantado é, de um ponto de vista histórico, tão inteligível – não mais, mas certamente não menos – do que as airmações feitas em qualquer qualquer número ddee textos jud judaicos aicos sobre a rressurreição essurreição ddos os justos 44. Ibid., Ibid., 169 . 45. Ibid., 171. 46. Ibid., 172. 221 PAULO NO JUDAÍSMO ou a presença no céu de iguras humanas como agentes do propósito divino. Em contraste com o pensamento essencializante, sugiro que não há nada “essencialmen “essencialmente” te” cristão sobre um fariseu experimentando experimentando um umaa ascensão vvisionária isionária ao cé céuu e vendo Jesus ressusc ressuscitado itado ali. A Rejeição de de Israel ao Messias Frey airma com razão que a vocação de Paulo como apóstolo para as nações (“gentios”, no uso de Frey) é “formada por vários passagens, principalment principalmentee do livro de Isaías.”47 Este é um reconhecimento reconhecimento importante, especialmente quando comparado com a implicação, no trabalho de outros intérpretes (tão diferentes quanto Heikki Räisänen e Alan Segal), que Paulo ” igreja e passou a adotar um evangelho que os incluía apenas de forma gradual e irreletida.48 Para Frey, no entanto, essa prioridade é explicada pelo “princípio” que ele encontra em Romanos 1:16, “primeiro aos judeus, depois aos gregos”. Esta “fórmula” refere-se, declara Frey, à “prioridade de Israel na história da salvação (cf. “estratégia missionária”. Frey explica esse “princípio” por referência à narrativa em Atos, onde Paulo é repetidamen repetidamente te apresentado pregando nas sinagogas para judeus e não-judeus: O relato de Atos, embora possa ser bastante esquemático, geralmente conirma o princípio mencionado em Rm 1:16: De acordo com Atos, Paulo pregou consistentemente entre os judeus (cf. At 9:22; 13:15ss.; 14:1 ; 16:13; 17:1s., 10ss.; 18:4; 19:4) e só se voltou para os gentios quando enfrentou oposição dos judeus (Atos 13:46).49
Para Frey, o apostolado de Paulo para as nações foi decisivamente “formado “formado pela experiência da rejeição do Evangelho por muitos dos companheiros judeus de Paulo”. Identidade”, 300.
48. Segal, Paul the Convert, 58–61; 117; Heikki Räisänen, Paul and the Law, 258-61. 49. Frey, “Paul's Jewish Identity”, 301. 222 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA “para demonstrar que a revelação aos gentios e a rejeição de Cristo pela maioria de Israel estão de acordo com as Escrituras.”51 É lamentável que Frey tenha subordinado algumas frases em Romanos à lógica narrativa em Atos, com o resultado resultado de que o a “primazia” de Israel no pensamento de Paulo torna-se assim uma prioridade meramente cronológica: Paulo pregou aos judeus “primeiro”, lugar após lugar, e quando eles rejeitaram seu evangelho, ele “então” se voltou para não-judeus. Isso lê a rejeição de Israel do evangelho (paulino) como um fato consumado no passado, um “fato teológico” no presente (como Paulo escreve Romanos). Esse entendimento - muito comum na interpretação cristianizadora - não faz sentido (ou no caso de Frey, qualquer menção) a Romanos 11. Aqui encontramos a advertência clara e contundente de Paulo aos não-judeus na ekklēsiai romana de que ele realiza sua trabalho apostólico entre eles “para fazer ciúmes ao meu próprio povo, e assim salvar alguns deles” (Rm 11:13-14). Ou seja, Paulo declara que as nações não são “primárias”, mesmo em seu trabalho com elas no presente: antes, a salvação de “todo o Israel” é sua prioridade suprema, suprema, como R Romanos omanos 11:25-26 ddeixa eixa claro. Argumentei em outro lugar que o “fato teológico” que Frey atribui a Paulo era de fato uma premissa dos leitores não-judeus a quem se dirigiu em Roma, mas uma premissa, podemos observar, que o próprio Paulo rejeitou explicitamente. Romanos 9-11 tem sido lido, desde Calvino, como uma defesa da honra de Deus em face do aparente lapso da aliança de Israel; mas, a própria retórica dessesIsrael capítulos de Romanos claro, de a suposição que Deus como de alguma forma abandonou ou que a palavradeixa da aliança Deus comde Israel falhou era, para Paulo, impensável. Na discussão de Frey, ao que parece, a “primazia duradoura de Israel” não tem conexão necessária com os judeus reais. 50. Ibid. 51. Ibid., 300. 223 PAULO NO JUDAÍSMO permanece antes um post postulado ulado teol teológico ógico melanc melancólico, ólico, uma ex expressão pressão de
“solidariedade” que certiica a boa fé de Paulo como judeu, mesmo depois da “solidariedade” A “primazia de Israel” em qualquer sentido material foi tragicament tragicamentee contrariada pela história. Assim, Paulo se apresenta, como em muitas interpretações cristãs recentes, como um
nobre sobrevivente de uma raça vencida, mais ou menos como a igura do nativo americano admiravelmente admiravelmen te estóico na imaginação cultural popular dos Estados Unidos. Em contraste, o “primado duradouro de Israel” era o horizonte do apostolado de Paulo às nações. Argumentei longamente em outro lugar que Paulo procura, em toda esta parte de Romanos, desiludir alguns de seus ouvintes (não-judeus) em Roma da própria premissa que Frey atribuiu ao próprio Paulo. O apóstolo distingue uma apreensão errônea do presente como o cumprimento dos propósitos de Deus – isto é, ler as circunstâncias presentes como se esgotassem a misericórdia de Deus – de uma verdadeira apreensão do presente como um período durante o qual os propósitos de Deus ainda não foram cumpridos, mas ainda estão em andamento. suspense.52 As “circunstâncias presentes” que Frey, e quase todos os intérpretes cristãos, lêem como uma falha judaica em acreditar no evangelho cristão são mais prováveis de serem entendida entendidas, s, eu argumento (seguindo Wolfgang Wiefel), como as circunstâncias históricas reais dos judeus em Roma, e em outros lugares, na época em que Paulo escreveu esta carta.53 Sim, Paulo admite, alguns em Israel “tropeçaram”, mas Paulo não narra uma rejeição judaica de seu evangelho (como exige a interpretação cristianizadora), nem sugere que o “desobediência” “desobediência” de alguns (ver Rom. 2 e 3) equivalia a um fracasso de Israel. Essa foi aparentemente uma conclusão que foi tirada em Roma, por outros, mas sua base não tinha nada a ver com algum plebiscito judaico imaginário sobre o 52 Paulino. Elliott, Arrogance of Nations, 113-14. 53. Ibid., 99-100; Wolfgang Wiefel, “A Comunidade Judaica na Roma Antiga e as Origens do Cristianismo Romano”, publicado originalmente em alemão em 1970; reimpresso em Karl P. Donfried, ed., The Romans Debate, rev. ed. (Peabody, MA: Hendrickson, 1991), 85-101. 224 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA evangelho (por mais frequentemente que os intérpretes cristãos o tenham imaginado). A lógica do “fracasso de Israel” se alinha mais com as visões romanas da elite sobre as populações minoritárias nas ruas de Roma. Paulo insiste que “as atuais circunstâncias circunstâncias de Israel são obra de Deus”; não são a consequência inal do fracasso de Israel e não esgotam os propósitos de Deus.54 Para repetir uma importante qualiicação: não estou examinando elementos no ensaio de Frey porque ele é de alguma forma estranho ou excepcional hoje. Em vez disso, procuro apontar um padrão de suposições e premissas que se devem mais a uma narrativa teológica recebida das origens cristãs do que à consideração histórica das cartas de Paulo em seu
contexto judaico. Não imagino ter provado, em todas as partes desta discussão, que Frey está errado. Tem sido meu objetivo mostrar que, q ue, ponto após ponto, uma interpretação alternativa dos dados, em termos do judaísmo do primeiro século e sem apelar para a linguagem de
“irrup “irrupção ção”” ou revela revelação ção div divina ina,, não não é ape apena nass pos possív sível, el, ma mass pro pront ntame ament ntee dispon disponíve ívell no trabalho de alguns estudiosos contemporân contemporâneos eos (incluindo os colaboradores deste volume). Também vale a pena notar que em vários desses pontos, a atenção ao contexto judaico signiicou atenção à situação social e política dos judeus sob o domínio romano. Os judeus não eram apenas participantes de uma identidade étnica ou religiosa, como uma oposição pura (e essencializante) essencializa nte) entre “Judeus” e “cristãos” presume. Os judeus eram também os habitantes de carne e osso de um mund mu ndoo on onde de a co conq nquuis ista ta e a id ideo eolo logi giaa da su supr prem emac acia ia ro roma mana na er eram am di diar aria iame ment ntee determinantes do possível. Essencializando o “político” O último ponto parecerá óbvio para os historiadores do judaísmo. Muitas vezes se mostra evasiv eva sivo, o, no entant entanto, o, par paraa os propon proponen entes tes do que es estou tou chama chamand ndoo aqu aquii de 54. Ellio Elliott, tt, Arrogance of Nations, Nations, 114-19 114-19.. 225 PAULO NO JUDAÍSMO uma interpretação cristianizadora cristianizadora de Paulo. Um debate considerável gira hoje em torno de se, ou em que medida, Paulo se opôs ao Império Romano (ou “imperialismo romano”). A existência desse debate é um desenvolvimento positivo, quando consideramos que há trinta anos muitos estudiosos presumiam que a “política de Paulo” era simplesmente coextensiva com a exortação de “ser submetido às autoridades governamentais” em Romanos 13:1-7. Participei do debate mais recente, mas estou menos interessado aqui em continuá-lo do que em chamar a atenção para algumas das suposições sobre o que signiica ser “judeu” (e o que signiicaria para Paulo ser “judeu”. ”) que continuam a ser decisivos nele.55 No inal de sua rica discussão sobre os judeus na diáspora mediterrânea, John MG Barclay airmou que Paulo deveria ser entendido como um judeu da diáspora, mas “anômalo”. A discussão de Barclay, portanto, oferece outra oportunidade para explorar como a identidade judaica do primeiro século em geral, e a identidade judaica judaica de Paulo em 55. O debate tornouse um campo de estudo por direito próprio. Alguns trabalhos representativos incluem meu próprio Paulo Libertador e Arrogância das Nações (op. cit.); Richard A. Horsley, ed., Paul and Empire Emp ire:: Religi Religion on and and Pow Power er in Rom Roman an Imp Imperi erial al Soc Societ ietyy (Ha (Harri rrisbu sburg, rg, PA: Tri Trinit nityy Pre Press ss International, Internat ional, 1997); Horsley, ed., Paul and Politics: Ekklesia, Israel, Imperium, Interpretation (Harrisburg, PA: Trinity Press International, 2000); Horsley, ed., Paul and the Roman Imperial Order (Harrisburg, PA: Trinity Press International, 2004); Davina C. Lopez, Apostle to the Conquered (Minneapolis: Fortress Press, 2008), e Christopher D. Stanley, ed., The Colonized Apostle: Paul through Postcolonial Eyes, ambos em Paul in Critical Contexts (Minneapol (Minneapolis: is:
Fortress Press, 2011) ; e James R. Harrison, Paulo e as Autoridades Imperiais em Tessalônica e Roma,, Wiss Roma Wissensc enschaftl haftliche iche Unte Untersuc rsuchung hungen en zum Neu Neuen en Test Testamen amentt 273 (Tüb (Tübinge ingen: n: Mohr Siebeck, 2011). Levantamentos da discussão mais ampla nos estudos do Novo Testamento
incluem Warren Carter, The Roman Empire and the New Testament (Nashville: Abingdon, 2006); Stephen D. Moore, Empire and Apocalypse: Postcolonialism and the New Testament (Shefield: Shefield Phoenix, 2006); e Stanley E. Porter e Cynthia Long Westfall, eds., Empire in the New Testament, New Testament Studies (Eugene, OR: Pickwick, 2011). Várias opiniões divergentes estão disponíveis em Christopher Bryan, Render to Caesar: Jesus, The Early Church, and the Roman Superpower (Nova York: Oxford University Press, 2005); Bruno Blumenfeld, The Political Paul: Justice, Democracy and Kingship in a Hellenistic Framework, Journal for the Study of the New Testament Supplemen Supplement t Series 210 (Shefield: Shefield Academic Press, 2001); Scot McKnight e Joseph B. Modica, eds., Jesus é o Senhor, Senhor, César não é: Aval Avaliando iando o Império nos Estudos do Nov Novoo Testamento (D (Downers owners Grove, IL: InterVarsity, 2013); e John MG Barclay, Igrejas Paulinas e Judeus da Diáspora (Tübingen: Mohr Siebeck, 2011), esp. camaradas. 1, 18 e 19. 226 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA particular, pode pode ser ent entendido. endido. Ele merece ate atenção nção espec especial ial por causa do interesse expresso de Barclay nos componentes sociais e políticos da identidade, informados por estudos recentes do judaísmo da diáspora e pela experiência de pessoas colonizadas em contextos imperiais, antigos e contemporân contemporâneos. eos. “cenário social contemporâneo”, para o qual se destacava “a necessidade de fomentar o respeito e a tolerância pelos grupos étnicos minoritários, diante dos complexos problemas criados pelo pluralismo social moderno”. A diáspora judaica era de interesse nesses termos porque “provou ao longo da história um 'caso paradigmático' de resistência minoritária em um contexto estrangeiro” estrangeiro”.. Apesar da erudição impressionant impressionantee deste estudo, é diícil escapar à impressão de que a compreensão “paradigm de descrever a“paradigmática” “essência” ática” de Barclay do judaísmo ainda envolve uma tentativa implícita do judaísmo. Desde o início, ele toma as palavras do oráculo de Balaão em Números 23:9, sobre “um povo que mora sozinho, e não será contado entre as nações”, como a característica característica deinidora do judaísmo, “o senso de distinção que reside no coração da tradição judaica.”58 Sua preocupação ao longo do volume é com a forma como os judeus da diáspora, por deinição uma população minoritária, mantiveram sua distinção em relação a “outros grupos ét étnic nicos” os”.. uma que questã stãoo compl complexa exa e, porta portanto nto,, el elee des descr creve eve um con conjun junto to compli complicad cadoo de ferramentas analíticas para tomar medidas separadas de acomodação, aculturaç aculturação ão e assimi ass imilaç lação ão de grupos grupos étn étnico icoss (nest (nestee ca caso, so, judeus judeus). ). Em Embora bora ess esses es in instr strume ument ntos os sej sejam am deinidos de forma diferente, no entanto, todos eles acabam na discussão de Barclay como
medidas do 56. John MG Barclay, judeus na diáspora mediterrânea: de Alexandre a Trajano (323 aC-117
CE (Edimburgo: T & T Clark, 1996), 4-9, citando em particular o “valioso conspecto de realidades políticas” de Mary Smallwood em The Jews Under Roman Rule from Pompey to Diocletian (Leiden: Brill, 1976). 57. Ibid., 14. 58. Ibid., 1. 59. Ibid., 2-3. 227 PAULO NO JUDAÍSMO até que ponto os judeus mantiveram sua identidade distinta em relação aos outros – na suposição implícita de que ser judeu é principalmente uma questão de não ser outra coisa.60 Essencializando Essencializa ndo o Judaísmo como “Outro” Assim, por exemplo, Barclay relaciona aculturação aculturação aos “aspectos linguísticos, educaciona educacionais is e ideológicos de uma dada matriz cultural”. mesmo nas categorias da ilosoia e da ética helen hel eníst ística icas. s. Ba Barcl rclay ay obs observ ervaa que qua quando ndo Jos Josefo efo dis discut cutee o orá orácu culo lo de Bal Balaã aãoo (so (sobre bre a distinção judaica), seus “termos-chave, 'virtude' (arete) e 'providência' (pronoia), são de fato derivados não de sua educação bíblica, mas de sua educação helenística”. Ele continua perguntando: “Que tipo de aculturação ele e outros judeus da diáspora sofreram? Em que aspectos, e em que grau, eles fundiram tradições culturais judaicas e não judaicas judaicas,, e como el eles es empregara empregaram m tais síntese síntesess culturais? Se, apesar dessa aculturação, Josefo e outros mantiveram sua distinção judaica, como eles se apropriaram e reempregaram o helenismo que absorveram?” repertóri repert órios os cultu culturai raiss fun funda damen menta talme lment ntee dif difere erent ntes; es; ist istoo é, Jos Josefo efo sa sabia bia que “virtu “virtude” de” e “providên “pro vidência” cia” eram conc conceitos eitos ant antibíbli ibíblicos, cos, “não-jud “não-judeus” eus”,, para serem serem “fundido “fundidos” s” com os judeus? Ou estava falando como falava simplesment simplesmentee a maneira de Josefo ser judeu? É a dicotomia “judeu versus 60. Em um trabalho subsequente, Barclay faz a mesma equação: “'Judaísmo', como a tradição étnica do povo judeu/jud judeu/judeu, eu, é uma tradição socialment socialmentee deinida por não ser 'aberta' 'aberta' a não-ju não-judeus deus ” (Igrejas Paulinas e Judeus da Diáspora, 18). 61. Barclay, judeus na diáspora mediterrânea, 92. 62. Ibid., 3, discutindo Josephus, Ant. 4.114.
228
A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA Helenística” um componente vivo do mundo de pensamento de Josefo, ou uma conveniência conceitual falha do estudioso moderno da antiguidade? A assimilação, continua Barc Barclay, lay, refere-s refere-see à “integra “integração ção social (torn (tornar-se ar-se 'semelhante' aos vizinhos): diz respeito aos contatos sociais, interação social e práticas so soci ciai ais” s”;; é um umaa me medi dida da do “g “gra rauu em que que os ju jude deus us da di diás áspo pora ra fora foram m in inte tegr grad ados os ou socialmente distantes distantes de seus ambientes sociais”. a comunidade judaica”. Até agora tudo bem. Mas onde se poderia esperar que a alta assimilação envolvesse interação social frequente com não-judeus, Barclay escreve que isso signiica o “abandono de distintivos sociais judaicoschave”. Ou seja, identidade judaica parece signiicar não assimilação: “como judeus e não judeus reconheceram, a tradição judaica continha uma série de tabus que impediam a assimilação de judeus”. , “em certos aspectos, judaico até o âmago e helenizado até o mesmo núcleo”, sua discussão sobre assimilação sugere que, em termos sociais, isso era simplesmente uma impossibilidade categórica. O que devemos fazer com os judeus de Alexandria que bu busc scar aram am aser ci cida dada dani niaae pl plen enaa ao la lado seus seus vizi vi zinh nhos os no nã nãoo“mesmo jude judeus us:núcleo”? : el eles es nã não o es esta tava vam m procurando judeus alexandrino alexandrinos sdo(oudemesmo gregos) Barclay, na verdade, discute um único judeu que pediu isenção do poll tax, oferecendo “uma série de argumentos . . . com base na iliação, educação e idade”. Ele até observa que a petição do papiro foi corrigida por um escriba: Helenos, ilho de Tryphon (um bom nome grego para um judeu!), identiicou-se identiicou-se como um “Alexandrino “Alexandrino”, ”, mas que 63. Ver Troels Engberg-Pedersen Engberg-Pedersen,, ed. , Paul Beyond the Judaism/Hele Judaism/Helenism nism Divide (Louisville: Westminster John Knox, 2001). Para ter certeza, Barclay procura evitar essas dicotomias simplistas: “comentários indiferenciados sobre a helenização judaica são de pouca utilidade analítica” (Judeus na Diáspora Mediterrânea, 91). Mas as categorias analíticas que Barclay estabelece parecem falhar falhar em sua exe execução. cução. 64. Ibid., 92-93. 65. Ibid., 94. 229 PAULO NO JUDAÍSMO a palavra foi “marcada por um escriba e substituída pelas palavras 'um judeu de Alexandria'”. Barclay também reconhece que os judeus de diferentes classes sociais tiveram oportunidades muito diferentes de reivindicar a cidadania alexandrina; ele reconhece que os cidadãos gregos de elite se opunham à concessão de privilégios a judeus que não os mereciam (na opinião deles); ele sabe que as ações de determinados imperadores insultaram judeus de status
inferior e demonstraram “a vulnerabilidade da comunidade judaica” a alianças políticas cambiantes.666 Mas esses não são aspectos da auto-identiicação judaica; são as ações de nãocambiantes.6 judeus, cujas percepções da identidade judaica estavam ligadas a concepçõe concepçõess de classe e
status legal. Essa nuance está faltando na própria discussão de Barclay sobre assimilação, que arrisca simplesmente fundir a identidade judaica com amixia de tal forma que a interação social signiica o “abandono de distinções sociais judaicas chave”. Acomodação signiica, signiica, para Barclay, “o uso que se dá à aculturação, em particular o grau em que as tradiç tradições ões cultu culturai raiss ju juda daica icass e hel helení enísti stica cass são fun fundid didas, as, ou altern alternat ativa ivamen mente, te, polarizadas”. Esse espectro espectro ele compara com os “usos variantes da cul cultura tura dos colonizadores” entre os colonizados, “em alguns casos para modiicar ou mesmo obliterar suas tradições culturais nativas, em outros para equipá-los para resistir às imperialismo cultural." Aqui, inalmente, encontramos um reconhecimento das dinâmicas de poder implícitas na situação colonial que moldam as possibilidades disponíveis para o colonizado. que desaia dicotomias puras - um tema importante na literatura pós-colonial e que Ronald Charles identiicou como particularmente ausente da análise de Barclay.68 66. Ibid., 50-51. 67. Ibid., 96. 68. Ver Homi K. Bhabha, The Location of Culture (Londres: Routledge, 1994). Ronald Charles discute a compreensão de Barclay da identidade da diáspora à luz do trabalho de Bhabha em Paul and Diaspora Politics (Minneapolis: Fortress Press, a ser publicado), esp. indivíduo. 3. 230 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA Assim, quando Barclay apresenta um espectro de “acomodação” “acomodação”,, os pontos extremos são “antagonismo à cultura greco-romana” (ou seja, recusa de acomodação) por um lado, e a “submersão da singularidade cultural judaica” por outro . Mas se poderia esperar que a acomodação signiicasse a identiicação da singularidade cultural judaica com os valores da cultura helenística. A última possibilidade foi levantada levantada,, ainda que brevemente brevemente,, por Jacob Taubes em sua discussão sobre o ambiente helenístico de Paulo. “Havia uma aura”, escreve Taubes, “uma aura helenística geral, uma apoteose do nomos. Pode-se cantá-la com uma melodia gentia, esta apoteose. . . podia-se cantá-la em romano, e podia-se cantá-la de maneira judaica.”69 Stanley K. Stowers fez uma sugestão comparável a respeito de um ethos helenístico difundido que valorizava o autodomínio ( enkrateia) - um ethos cultivado entre a elite romana (e romanizante) nas províncias, e adaptado por alguns judeus em termos da excelência cultural de Lei judaica.70 Essas propostas sugerem que se parte do projeto cultural romano era, na elegante frase de Greg Woolf, promover formas de “tornar-se romano, permanecer grego”,71
então a possibilidade de “acomodação” para a qual as categorias analíticas de Barclay deveriam apontar pode ser melhor descrito como “tornar-se romano” ou “tornar-se grego, permanecer judeu”. judeu”. Coloc Colocar ar a identidade judaica semp sempre re em oposição à ide identidade ntidade helenística helenística
ou romana, como se estas fossem essencialmente incompatíveis, ou como se a identidade judaica fosse essencialme essencialmente nte uma quest questão ão de ser “n “não ão outra coisa”, pareceria ser um 69. Jacob Taubes, The Political Teologia de Paulo, ed. Aleida Assmann et ai., trad. Dana Hollander (Stanford, CA: Stanford University Press, 2004), 23–24; veja Elliott, Arrogance of Nations, 138141 (sobre a piedade das “obras” no ambiente romano). 70. Stanley K. Stowers, A Releitura de Romanos: Justiça, Judeus e Gentios (New Haven, CT: Yale University Press, 1994), esp. indivíduo. 2. 71. Greg Woolf, “Tornar-se romano, permanecer grego: cultura, identidade e o processo civilizador no Oriente romano”, Proceedings of the Cambridge Philological Society 40 (1994): 116–43; Woolf, Becoming Roman: The Origins of Provincial Civilization in Gaul (Cambridge: Cambridge University Press, 1998). 231 PAULO NO JUDAÍSMO erro. (O fato de os judeus da diáspora lerem suas Escrituras em grego, sem, até onde sabemos, considerar essa língua – para muitos deles, presumivelmente, sua primeira língua – de alguma forma uma deiciência ou falha, deve nos dizer algo sobre a artiicialidade do Por outro lado, Barclay parece consistentemente evitar uma análise em termos de categorias políticas exatamente exatamente ond ondee elas pode podem m ser mais út úteis.72 eis.72 Paulo, o “Judeu Anômalo” O problema é exacerbado quando Barclay inalmente inalmente se volta para Paul, a quem ele rotula de “judeu anômalo”. Ele já sinalizou que Paulo A “judaicidade” “judaicidade” foi “duvidada por seu seuss contemporâneos” contemporâneos”,, embora ele não pare para exp explicar licar o que isso signiica, ou oferecer qualquer evidência.73 (O fato de Paulo ter recebido disciplina na sinagoga, 2 Coríntios 11:24, é considerado por outros estudiosos como evidência de que Paulo continuou a se mover em contextos judaicos; diicilmente sugere que outros judeus considerassem que Paulo havia deixado de ser judeu, como o próprio Barclay parece inalmente conceder conceder.) .) 74 O que Barclay considera “anômalo” em Paulo é que, embora ele continue a expressar uma profunda conexão e lealdade ao seu povo e um tremendo “antagonismo” à “cultura helenística”,
ele também reivindica uma distância sem paralelo, ou “liberdade”, “Judeus 72. Embora nos leve mais longe de Paulo, a discussão de Barclay sobre 4 Macabeus de destaca a inadequação do pensamentoo dicotômico. A escrita exalta a obediência à lei (nomos) em categorias que pensament conhecemos da ilosoia grega, mas Barclay argumenta que seu autor não é
“realmente” helenístico: “seu engajamento com o helenismo tocou apenas a superície de sua fé” ( Judeus na Diáspora Mediterrânea, 376). Barclay observa ainda que “a sociedade gentia que cerca e ameaça os heróis judeus é perceptível por sua ausência. Os mártires são colocados contra 'o tirano' (e suas ferramentas humanas), mas não contra os gentios ou o mundo gentio, e nada nada é dito para dep depreciar reciar os não-jud não-judeus eus como tais po porr motivos morais ou relig religiosos. iosos. Mas isso é notável apenas se alguém presumir que a oposição entre etnia e cultura judaica e helenística é a concepção mais adequada para entender 4 Macabeus e o judaísmo da diáspora em geral. 73. Barclay, judeus na diáspora mediterrânea, 91. 74. “Ta “Tall pu puniç nição ão repres represen enta ta a res respos posta ta de uma sinag sinagoga oga a um me membr mbroo err erran ante, te, nã nãoo exatamentee a expulsão e o ostracismo de alguém julgado totalmente apóstata” (ibid., 393-94, exatament ênfase adicionada). 232 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA cultura." Barclay cita várias evidências para essa distância. Ele considera a airmação de Paulo, ao dirigir-se àqueles que estão fora da lei, de ter se tornado “um sem lei” (1 Coríntios 9:19-23), como o “comentário mais revelador sobre sua estratégia de missão”; A declaração de Paulo sobre os alimentos em Romanos 14:14, que “nada é imundo por si mesmo”, é um “princípio radical” que outros judeus da diáspora teriam considerado “profundamente corrosivo para o modo de vida judaico”. políticas, mas tem a intenção de tomá-las como descrições gerais da atitude de Paulo em relação à “cultura judaica” como tal.76 Ele tira a mesma conclusão da atividade de Paulo em fundar e cultivar cultivar comuni comunidades dades de nnão-judeus ão-judeus (“g (“gentios”) entios”) sem ob obrigação rigação com o templo ou ppara ara a Torá. O que torna Paul “anômalo” para Barclay é que ele não se encaixa em um espectro unidimensional que se opõe a “judeu” e “helenístico” id iden enti tida dade des: s: ele ele não não reco recorr rreu eu,, po porr ex exem empl plo, o, ao aoss ti tipo poss de mé méto todo doss aleg alegór óric icos os qu quee os “helenizadores” poderiam ter usado para relativizar a importância da Torá. Ao contrário, “o principal impulso da teologia paulina paulina era inerentement inerentementee antipático” a qualquer tentativa “de encontrar uma causa comum com a cultura helenística”.
Barclay a teologia de culturas Paulo amplamente como “uma espécie de universalismo negativo”descreve que “ataca todas as contemporâneas – judias ou gentias” – com um antagonismo “feroz”. Paulo parece assim lutuar livre de qualquer herança étnica particular
precisamente na medida em que sua identidade como um judeu foi interrompida pelo precisamente aparecimentoo de Cristo. apareciment 76. Mark D. Nanos desaia essa implicação em “O relacionamento de Paulo com a Torá à luz de sua estratégia 'tornar-se tudo para todos' (1 Coríntios 9:19-22)”, em Paulo e o judaísmo: correntes cruzadas na exegese paulina e no estudo de Relações Judaico-Cristãs, eds. Reimund Bieringer e Didier Pollefeyt (Londres: T & T Clark, 2012), 106–40. 77. Barclay, judeus na diáspora mediterrânea, 391. 78. O compromisso de Paulo com as “tradições ancestrais” judaicas era evidente em sua perseguição às igrejas, mas “a direção de sua vida foi fundamenta fundamentalmente lmente alterada por sua ex expe peri riên ênci ciaa de 'c 'cha hama mado do'' em ou pe pert rtoo de Da Dama masc sco. o. . .” Es Essa sa cham chamad adaa ex exig igia ia qu quee ele ele “questionasse a autoridade do 'ancestral 233 PAULO NO JUDAÍSMO “antagonismo” em relação à cultura judaica é Romanos 1–3, que Barclay lê (junto com muitos “antagonismo” exegetas cristãos) como envolvendo um “acusação de judeus” e com a intenção de “demolir as reivindicações religiosas e culturais de judeus e gentios”.79 Mas essa caracterizaç caracterização ão da intenção de Paulo é problemática. Outros estudiosos têm enfatizado, por uma questão de princípio metodológico, metodológico, que todas as cartas de Paulo sejam lidas como dirigidas a audiências predominantemente não judias. Barclay está familiarizado com o princípio.80 A consequênc consequência ia extraída por outros, entretanto entretanto,, é que as declaraçõess de Paulo sobre o signiicado da Torá podem ser lidas apenas como uma descrição declaraçõe do signiicado da Torá para não-judeus. 81 Mais especiicamente, ler Romanos, e especialmente Romanos 1–3, de acordo com os sinais claros de que é dirigido a um público não judeu – e um público tentado ao seu próprio “antagonismo cultural” “antagonismo co cont ntra ra os ju jude deus us!! — resu result ltou ou em inte interp rpre reta taçõ ções es mu muit itoo difer iferen ente tess de Rom oman anos os,, particularmente particularmen te dos capítulos 1 a 3 e, consequentemente, da teologia de Paulo em geral. Eu argumentei em outro lugar que lido retoricamente, e sem importar suposições da tradição dogmática cristã, Romanos 2 não funciona como uma “acusação” do judaísmo. como tal, é o alvo de Paulo.83 costumes' que ele uma vez defendera vigorosamente” (ibid., 384). Como vimos acima ao discutir Frey, uma narrativa alternativa desses eventos é possível. 79. Ibid., 392.
80. As por cartas de Paulocomo “dizem-nos que Paulo a seusnão próprios convertidos, exceto implicação, ele falouo com judeusdisse ou gentios cristãos” (ibid., 382).mas não,
81. Ver Lloyd Gaston, Paul and the Torah (Vancouver: University of British Columbia Press, 1987); John G. Gager, The Origins of Anti-Semitism: Attitudes Toward Judaism in Pagan and Christian Antiquity (Nova York: Oxford University Press, 1985); Neil Elliott, The Rhetoric of Romans: Argumentative Constraint and Strategy and Paul's Dialogue with Judaism, Journal for the Study of the New Testament Testament Suppleme Supplement nt Series 45 (Shefield: Shefield Shefield Academic Pre Press, ss, 1990); Stowers, A Rereading of Romans, esp. indivíduo. 1. 82. Elliott, The Rhetoric of Romans, 127-157; Elliott, A Arrogância das Nações, 100-107. 83. Stanley K. Stowers, The Diatribe in Paul's Letter to the Romans, Society of Biblical Literature Dissertation Series 57 (Chico, CA: Scholars, 1981); Stowers, uma releitura de Romanos. 234 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA Stowers aponta ainda que a leitura tradicional de Romanos, que trabalha “para apagar o público gentio”, gentio”, o faz co como mo "movimento hermenêutico que facilita a leitura da carta como escritura canônica da igreja católica ortodoxa." privilegiar outros do que a jactância de Paulo “em Cristo”. O resultado é, em última análise, uma compreensão de kata sarka, na qual a identiicação de Paulo com Israel é principalmente uma questão de “angústia que Paulo expressa sobre a incredulidade de outros judeus”. ” fora da tradição judaica, e o apóstolo pode ser mais à vontade entre os segmentos particularistas e menos acomodados da diáspora; no entanto, na utilização desses conceitos e na prática social, ele destrói o molde étnico no qual essa ideologia foi formada. . . . Por uma extraordinária transferência de ideologia, Paulo desenraiza as formas culturalmente mais conservadoras do judaísmo na diáspora e as usa a serviço de suas comunidades em grande parte gentias.86 Em outras palavras, ao que parece, Barclay Paul pode ser descrito como judeu apenas na medida em que não é cristão; mas o chamado em Cristo exige que ele transcenda sua identidade como judeu. Complicando a etnia politicament politicamentee Como vimos ao discutir o ensaio de Jörg Frey sobre “A identidade judaica de Paulo”, aq aqui ui ta tamb mbém ém deve deve ser ser sui suici cien ente te si simp mple lesm smen ente te ap apon onta tarr pa para ra le leit itur uras as alte altern rnat ativ ivas as prontamentee disponíveis dos comentários “subversivos” de Paulo sobre a Torá, sem tentar prontament demonstrar sua superioridade. Em diferentes 84. Stowers, A Rereading of Romans, 33.
85. Ibid. 86. Barclay, judeus na diáspora mediterrânea, 395.
235 PAULO NO JUDAÍSMO maneiras, vários intérpretes têm argumentado que os argumentos de Paulo sobre a Torá foram motivados por “ansiedade” “ansiedade” por parte de não-jud não-judeus eus nas assembléias, ao invés invés de algum aspecto inerente da identidade judaica. Essa ansiedade alimentou o interesse em judaizar – isto é, na adoção seletiva de práticas judaicas como a circuncisão – que Paulo se esforça ao máximo para se opor.87 Além disso, essa “ansiedade” tem menos a ver com aspectos inerentes inerentes de identidades étnicas estáveis, Judeu ou “gentio”, do que com a complexa interação de medidas de status e privilégio que eram atribuídas a diferentes povos no mundo de Paulo. Mas essas atribuições eram em parte formadas pelas realidades sociais e políticas do Império Romano e pela representação ideológica do poder romano em termos da superioridade do “povo romano” e de seu destino divinamente dado de governar as nações. Contra a noção essencialista de que a etnicidade é singular e invariável – que Ioudaios não pode ser um Hellēnos – devemos levar a sério a existência de indivíduos reais, no mundo de Paulo, que aspiravam a ser ambos. O argumento tem sido muitas vezes feito em termos bastante teóricos, como pelos estudiosos que acabamos de mencionar, mas Lawrence L. Welborn forneceu recentemente um exemplo intrigante do tipo de ação ativa. “Judaizando” que outros estudiosos postularam. No curso de um argumento muito diferente, Welborn passa a discutir um magistrado coríntio, um tal Gaius Julius Spartiticus, que Welborn identiica como “o tipo de pessoa” que o Caio que era “anitrião de toda a assembléia” em Corinto (Rm 16:23) “pode ter sido”. 87. Gaston, Paul and the Torah, cap. 2, seguido por Gager, Origins. Stowers também aponta para um interesse por parte dos não-judeus no potencial da Torá como instrumento de “autocontrole” (Uma releitura de Romanos). Brigitte Kahl conecta o interesse em judaizar entre os não judeus gálatas com a apresentaç apresentação ão ideológica romana dos povos celtas (= Galatai) como um povo inferior e conquistado ( Galatians Rediscovere Rediscovered: d: Reading through the Eyes of the Vanquished, Paul in Critical Contexts [Minneapolis: Fortress Imprensa, 2011]). 88. Veja LL Welborn, An End to Enmity: Paul and the “Wrongdoer” of Second Corinthians, BZNW
185 (Be (Berli rlim: m: de Gru Gruyte yter, r, 201 2011), 1), 288 288–33 –335; 5; no exempl exemploo “e “espe speta tacul cular” ar” de Esp Espart artati atico co em particular, 309-19. 309-19.
236 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA Spartiaticus era neto de um oicial espartano da marinha de Otaviano em Actium. Após a vitória, Otaviano recompensou esse oicial com propriedades e tremendas riquezas, algumas das quais ele usou para se insinuar na corte de Herodes em Jerusalém, em parte porque compartilhava a crença atual em um antigo parentesco entre espartanos e judeus (ver Josefo, Ant. 13.164). Este oicial, Eurycles, convenceu Herodes de que seus próprios ilhos conspiraram contra ele. Herodes mandou prender e matar seus ilhos, e Eurycles retornou a Esparta com riqueza ainda maior. Ele foi denunciad denunciadoo na corte de Augusto, no entanto, por um aristocrata espartano que “sem dúvida se ressentia do fato de sua antiga família ainda não ter cidadania romana, enquanto um arrivista, que escolheu o lado vencedor em Actium, dominava Esparta”. Eurycles morreu no exílio. Seu ilho Laco, que se esforçou para agradar o círculo de Tibério, também foi vítima de intrigas da corte e foi obrigado a se estabelecer, com seu ilho Espartico, em Corinto por porCalígula, volta de e33 dC. Após a morte de“oTibério, no entanto, a fortuna de Laco foi restaurada Welborn especula que [suposto] a ligação hereditária com o judaísmo pode ter desempenhado um papel, uma vez que q ue Calígula tinha entre seus amigos íntimos o príncipe judeu Herodes Agripa, neto de Herodes, anitrião de Eurícles. “eventua “event ualme lment ntee alc alcanç ançou ou os ma mais is alt altos os car cargos gos mun munici icipai pais.” s.” Spa Sparti rtiat aticu icuss apa aparec receu eu em inscrições, na época em que Paulo se correspondia com as congregaçõe congregaçõess coríntias, como sumo sacerdote da casa de Augusto “para sempre”, o primeiro Aqueu a ocupar este, “o mais alto cargo na província”. O argumento maior de Welborn é que Caio Júlio Espartiatico pode ter sido o eminente “malfeitor” de 2 Coríntios, que tanto irritou 89. Ibid., 315. 90. Ibid., 316. 91. Ibid., 311-12. 237 PAULO NO JUDAÍSMO Paulo com seu desprezo pelo apóstolo socialmente inferior. Meu ponto aqui é simplesmente notar que alguém como Gaius – um não-judeu obcecado em estabelecer conexões sociais por meio de conexões étnicas remotas ou imaginárias com judeus – existia na paisagem de Paulo.
Aqui está o resumo resumo de Wel Welborn: born: Dada a história da família, parece inteiramente plausível que Espartatico tenha sido atraído pelo judaísmo como um temente a Deus, que Espartatico tenha formado uma amizade com o
respeitado governante da sinagoga, Crispo, e que ele tenha respondido com entusiasmo ao mensagem de que o Messias havia aparecido na pessoa de Jesus, e que, em tudo isso, Espartiático não teria percebido um conlito com sua identidade como um eminente cidadão grego e romano, mas teria visto seu interesse pelas coisas judaicas como um ato de piedade ilial ao seu grande an antepassado, tepassado, E Eurycles.92 urycles.92 Então, se o historiador Greg Woolf pode descrever a dinâmica cultural de “tornar-se romano, permanecer grego”, e como nossas considerações anteriores nos apontaram para a possibilidade (contra Barclay) de judeus buscarem “tornar-se gregos, permanecendo judeus”, devemos agora também considere a possibilidade de alguém como Spartiaticus ser espartano e buscar, através de uma ligação percebida com a etnia judaica, aumentar seu prestígio como romano. Por sua vez, em seu extenso estudo sobre a identidade de gálatas (Galatai) e celtas (Keltai), Brigitte Kahl nos aponta para a possibilidade de que alguns celtas/gál celtas/gálatas atas nas assembléias de Paulo Pau lo pos possam sam ter ter pro procur curad ado, o, sen senão ão “torn “tornarar-se se rom roman anos” os”,, em pelo pelo men menos os par paraa ga ganha nhar r ac acei eita taçã çãoo ao aoss olho olhoss roma romano nos, s, adap adapta tand ndoo as aspe pect ctos os da id iden enti tida dade de juda judaic icaa (e (e,, as assi sim, m, obscurecendo sua que identidade como celtas derrotados). Torna-se óbvio a partir de tais exemplos uma simples polaridade entre as etnias rapidamente “judaica” e “helenística” é inadequada aos dados e não deve limitar nossos esforços para entender Paulo e seu contexto. Uma abordagem mais adequada 92. Ibid., 316-17. 238 A QUESTÃO DA POLÍTICA POLÍTICA perguntará sobre práticas ddee iliação e construções de identid identidade ade em um contexto contexto mais amplo onde essas realidades foram moldadas, em parte, pela força constrangedora do poder político e econômico romano e pela força ideológica do que podemos chamar de raciocínio étnico romano. Não há razão evidente para que tais considerações “políticas” não devam informar nossa compreensão de Paulo e seu apostolado. De fato, em vários pontos acima, mostrei que q ue argumentos coerentes coerentes e, a meu ver, convincentes foram apresentados por vários estudiosos que nos permitem entender Paulo como um judeu, respondendo a realidades realidades ocasionadas pelo poder romano (e as formas em que que pessoas de várias etnias em suas assembleias responderam responderam a isso). Escolhas Interpretativas John Barclay recentemente prestou um serviço de boas-vindas aos intérpretes, examinando examinando o
estado atual da interpretação política de Paulo, mesmo que seu objetivo seja questionar várias de suas premissas. A terminologia é desaiadora; Barclay não pretende propor que a teologia de Paulo era “apolítica”, mas desaiar algumas das manobras que permitiram que o que pode ser chamado de círculo de intérpretes “Paulo e Império” descrevesse o evangelho de
Paulo como colocado diretamente em oposição à ideologia imperial romana. .93 Ele adverte de maneira útil contra inferir o que Paulo “deve ter querido dizer” ou seus leitores “devem ter ouvido” a partir de semelhanças entre suas expressões e a retórica do culto imperial ou propaganda imperial.94 Na visão de Barclay, é um erro dar a Império Romano “signiicado particular” no pensamento pensamento de Paulo, com o qual ele quer dizer ver Roma como o 93. John MG Barclay, “Why the Roman Empire Was Insigniicant to Paul”, originalmente apresentado em uma sessão plenária especial no Reunião anual da Sociedade de Literatura Bíblica em novembro de 2007; Igrejas Paulinas e Judeus da Diáspora, 363-87. 94. O alvo particular de Barclay é NT Wright, a quem ele descreveu (no artigo inicial, embora não no capítulo publicado) como o “mais equilibrado” dos intérpretes de “Paul and Empire”. Meus próprios trabalhos estão entre aqueles discutidos perifericamente no argumento de Barclay, e considero muitos de seus pontos como importantes advertências. 239 PAULO NO JUDAÍSMO (embora encoberta) alvo de uma ou outra expressão nas cartas de Paulo. O ponto é bem entendido, e Barclay faz bem em pedir maior precisão àqueles de nós que comparam as cartas de Paulo com as expressões das reivindicações romanas no curso de nossa interpretação.95 Certamente é apropriado, no curso da descrição histórica, “cuidado com as distorções que podem surgir ao situar a política teológica de Paulo dentro das categorias e estruturas teóricas que moldam nossa própria compreensão (pós)moderna de 'política'''96. Mas o próprio Barclay sabe que há mais no tipo de interpretação que ele gostaria de fazer do que uma simples descrição histórica. Contra a identiicação de “política como poder de Es Esta tado do”, ”, um umaa ca cate tego gori riaa redu reduci cion onis ista ta que que (qu (quee eu sa saib iba) a) nã nãoo de dese semp mpen enha ha um pa pape pel l signiicativo nas interpretações políticas contemporâneas, ele prefere ler Paulo como se opondo a “poderes anti-Deus onde e como eles se manifestam”. no palco humano”, uma categoria que lhe permite invocar as realidades modernas das inanças internacionais não regulamentadas regulament adas ao tráico sexual, do neocolonialismo à violência doméstica. teologia: A questão não é se Paulo notou o poder de Roma – ele claramente percebeu a ponto de sentir seu impacto ísico em seu corpo; a questão é que poder ele via como operativo em tais experiências. . . . Se Roma não é especiicamente nomeada do ângulo de visão [de Paulo], isso não signiica que a teologia de Paulo era apolítica, apenas que a política é para ele enredada em uma luta de poder abrangente que abrange todos os domínios da vida, incluindo, mas não limitado ao
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