Passos, Eduardo. Quando o grupo é afirmação de um paradoxo
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Passos, E. Quando o grupo é afirmação de um paradoxo. In: Barros, RB. Grupo: a afirmação de um simulacro. Porto Alegre: ...
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Quando o grupo é afirmação de um paradoxo
Final inalme ment ntee temos emos pu publ blic icaado este este text textoo que que, no entan ntanto to,, já foi foi
expr expres essa sava vam m ali uma uma alia liança nça e uma uma amiz mizade ade - marc marcaa dess dessee grup grupoo
muitas muitas vezes vezes citado citado,, desde desde sua primei primeira ra aprese apresenta ntação ção na defesa defesa de
das quartas-feiras de que ouvíamos falar em seus encontros
tese tese de do dout utor oraado no Núcle úcleoo de Subj Subjeetivi tivida dade de da PUC/ PUC/S SP, em
animados. Sim, havia um grupo, o que conferia ao trabalho de
1994 1994.. Tendo endo per permane maneci cido do por por tanto anto temp tempoo em uma uma circu ircula laçã çãoo
pesquisa uma consistência especial, uma carne viva, que tanto mais
rest restri rita ta,, mas mas não não meno menoss efic eficie ient nte, e, o text textoo ganh ganhoo a form formaa de livr livro, o,
pulsava quanto mais dinâmico se fazia o coletivo. Uma consistência
podendo, agora, atingir esse leitor desconhecido, cumprindo,
que que se tra transfe nsferria para para o texto exto que que tomo tomouu a expe experriênc iência ia do colet oletiv ivoo
assim (então), sua mais completa vocação.
em análise.
Eu já o havia lido desde então, quando, me lembro, me
Cont Contud udo, o, não não foi foi só no trâ trânsit nsitoo do Rio Rio (onde onde Regi Regina na semp semprre
surp surpre reen ende deu, u, sobr sobret etudo udo po porr sua mane maneir iraa de faze fazerr apar aparec ecer er um obje objeto to
moro morou) u) para para São São Paul Pauloo que que o text textoo ganh ganhou ou forç força. a. Talv Talvez ez seja seja melh melhor or
de estu estudo do nest nestaa zona zona limi limite te entr entree a clín clínic icaa e a polí políti tica ca.. Na verd verdad ade, e,
diz dizer que que a escol scolha ha do tema ema do grup grupoo foi foi a mane maneir iraa de respo espond nder er à
mais mais do qu quee um ob obje jeto to de estu estudo do,, era era a afir afirma maçção de uma uma apost postaa e
[pág.11]
de um investimento que não se poderia se poderia realizar só.
clín clínic icaa e da polí políti tica ca,, resi resist stin indo do ao cent centri ripe peti tism smoo que que insi insist stee em nos nos
expe experi riên ênci ciaa de ser ser forç forçad adaa a esta estarr no limi limite te dos dos domí domíni nios os da
Foi a primeira tese de doutorado defendida dida no Núcleo sob a
conv convoc ocar ar a uma uma iden identi tida dade de espe especi cial alis ista ta.. Daí, Daí, entã então, o, uma uma esco escolh lhaa
orie orient ntaç ação ão de Sue Suely Roln Rolnik ik.. As dua duas, orie orient ntad ador oraa e orie orient ntan anda da,,
crít crític ica: a: crít crític icoo-cl clín ínic ica, a, crít crític icoo-po polí líti tica ca,, faze fazend ndoo da rebe rebeld ldia ia aos aos
especialismos uma maneira de pensar que, por definição, é imediatamente uma forma de intervir sobre intervir sobre a realidade.
Como Como quis quis Guat Guatta tari ri,, do grup grupoo-as assu suje jeit itad adoo ao grup grupoo suje sujeit itoo a passagem não se faz por entre dois conjuntos de elementos, dois
Eis, Eis, po port rtan anto to,, qu quee a insp inspir iraç ação ão inst instit ituc ucio iona nali list staa se fez fez pres presen ente te::
agr agrupam upameentos ntos de indi indiví vídu duos os,, mas mas por por entr entree dua duas posi posiçções, ões, duas duas
não conhecemos para transformar, mas transformamos para
atit atitud udes es.. Por Por um lado, lado, o etho ethoss de subm submis issã são, o, que que cara caract cter eriz izaa o grup grupoo
conh conhec ecer er a real realid idad ade. e. E o grup grupoo se ofer oferec ece, e, ao mesm mesmoo temp tempo, o, como como
quan quando do seu seu funci uncion onaament mentoo é hete heterrônom ônomo, o, esta estand ndoo subm submeetido tido a
disp dispos osit itiv ivoo de inte interv rven ençã çãoo (pro (produ duçã çãoo de tran transf sfor orma maçã çãoo e prod produç ução ão
regras externas, o que faz da posição subjetiva uma forma de
de conh conhec ecim imen ento to)) e como como desi design gnaç ação ão do próp própri rioo plan planoo que que se quer quer
assu assuje jeit itam amen ento to.. Por Por outr outroo lado lado,, há a assu assunç nção ão do grup grupoo à posi posiçã çãoo da
acessa acessarr (nas (nas interv intervenç enções ões)) e conhec conhecer: er: plano plano do inconsc inconscien iente, te, social social
fala fala irru irrupt ptiv iva, a, em uma uma ação ação tran transg sgre ress ssor oraa dos dos sign signif ific ican ante tess soci sociai aiss
e subjetivo, plano subjetivo, plano coletivo.
domina dominante ntess e das regras regras de assuje assujeita itamen mento. to. O grupogrupo-suj sujeit eitoo opera opera de
Desd Desdee a Psic Psicot oter erap apia ia Inst Instit ituc ucio iona nal, l, na Fran França ça dos anos anos 60, com com
maneir maneiraa autônom autônoma, a, criand criandoo suas suas própri próprias as regras regras.. Gua Guatta ttari ri é parcei parceiro ro
sua sua def definiç iniçãão da dir direção eção do trab trabal alho ho analí nalíti tico co,, o grup grupoo está stá post postoo
ness nessee perc percur urso so e ness nessaa dire direçã ção, o, propo propond ndoo uma uma "pol "polít ític icaa de intr intrus usão ão""
como como o disp dispos osit itiv ivoo po porr exce excelê lênc ncia ia de inte interv rven ençã ção. o. É daí daí que que o livr livroo
e uma uma mili militâ tânc ncia ia do "cor "corte te subj subjet etiv ivo" o" que que atua atua no pres presen ente te e que que se
parte, acompanhando um percurso que não culmina na socioanálise,
propaga como gérmen potencial, como força de reverberação em um
pois vai se abrindo para experimentações que o próprio texto de
novo legado do [pag. 12] plano do inconscien inconsciente te1.
Regina faz avançar. 1
Cf. Introdu Introdução ção à Psicoterap Psicoterapia ia Instituci Institucional onal em Psicanális Psicanálise e e transvers transversalida alidade: de: ensaios de análise institucional. Aparecida: Ideias e Letras, 2004 [1974].
O que se afirma qu quaando a aposta é no coletivo? Trata-se da
Entretanto, para irmos adiante, se quisermos, de fato, dar
cons constr truç ução ão de uma clín clínic icaa atra atrave vess ssad adaa pela pela polí políti tica ca ou, ou, mais mais do que que
visi visibi bili lida dade de a esta esta iman imanên ênci ciaa entr entree clín clínic icaa e polí políti tica ca,, é nece necess ssár ário io
isso isso,, uma uma clín clínic icaa de tal tal modo modo indi indiss ssoc ociá iáve vell da polí políti tica ca que que não não seri seriaa
que perguntemos quais práticas a clínica tem posto em
mais mais possív possível el pensápensá-las las como como campos campos discip disciplin linare aress separa separados dos,, o que
func funcio iona name ment nto, o, quai quaiss efei efeito toss polí políti tico coss a clín clínic icaa tem tem prod produz uzid idoo e,
apar aparec ecee como como a dire direçã çãoo da tran transd sdis isci cipl plin inar arid idad adee no text texto. o. Ness Nessee
principalmente, qual vida ela tem implementado. É no bojo do
sentido, o trabalho analítico não se restringe nem à ação dos
movimento institucionalista que o grupo se anuncia como
especialistas psi nem, sequer, aos fatores psi (os fantasmas
disp dispos osit itiv ivoo funda fundame ment ntal al para para que se incl inclua ua a dime dimens nsão ão anal analít ític icaa na
indivi individua duais, is, os comple complexos xos famili familiare ares, s, os sintom sintomas as psicop psicopato atológ lógico icos). s).
luta polí olítica, assim como a política na análise. O grupo upo opera,
Toda Toda anál anális isee é anál anális isee inst instit ituc ucio iona nall e toda toda clín clínic icaa é ação ação polí políti tica ca,,
portanto, na fronteira entre a clínica e a política. a política.
porque argüi os pontos de insurreição na história, os pontos de
Sabe Sabemo moss que que front ronteeira ira é uma uma que questã stão de polí políti ticca, de jogo ogo de
inflexão dos dis discursos na composição de certas práticas. Toda
forç forças as,, de criv crivoo sele seleto tor, r, de regr regraa de pass passag agem em do que que pode pode e do que que
análi nálise se,, toda toda clíni línicca, é po polí líti tica ca,, porq porque ue prob proble lema mati tizza os luga lugarres
não não pode pode entr entrar ar no jogo jogo.. No limi limite te entr entree a clín clínic icaa e a polí políti tica ca,, somo somoss
instit instituíd uídos, os, as dicoto dicotomia miass natura naturaliz lizado adoras ras,, porque porque pergunt perguntaa sobre sobre os
forçados a sair do caso da clínica para pensar a clínica como um
modos de constituição das instituições.
caso ou, o que vem vem a dar no mesmo, pensarmos qual política tal clín clínic icaa prod produz uz.. Se há uma uma polí políti tica ca da prop propri ried edad ade, e, dos dos dire direit itos os da
pessoa e dos grupos instituídos, há também uma micropolítica [pág.
comb combat atee às dico dicoto tomi mias as entr entree o infr infraa e o supe supere rest stru rutu tura ral, l, post postoo que que o
qu quee enco encont ntra ramo moss ao esga esgarç rçar ar ou debr debrea earr as prop propri ried edad ades es de si e
desejo desejo é parte parte da infrainfra-est estrut rutura ura (infra (infraest estrut rutura ura), ), também também produz produzind indoo
do mund mundo, o, reve revela land ndoo seu seu teci tecido do conj conjun unti tivo vo ou, ou, melh melhor or aind ainda, a, seu seu
real realid idad ade. e. A revo revolu luçã çãoo soci social al é a revo revolu luçã çãoo do dese desejo jo.. Trat Trataa-se se de
tece tecer. r. A ação ação clín clínic icoo-po polí líti tica ca é defi defini nida da aqui aqui como como essa essa argüi argüiçã çãoo das das
fazer fazer atrave atravessa ssarr (trans (transver versal saliza izar) r) os níveis níveis molar molar e molecu molecular lar,, micro micro
propriedades ou como essa ação na micropolítica: ação de uma
e macropolítico. Realidade social e realdiade desejante se
política micro, não porque pequena, mas política menor; menor, não
dist distin ingu guem em,, mas mas não não se sepa separa ram m de tal tal mane maneir iraa que que não não poss possam amos os
porque menos importante, mas relativa aos movimentos políticos
pensar a mudança das formas de organização do socius sem
mino minori ritá tári rios os qu quee esca escapa pam m das das máqu máquin inas as sobr sobrec ecod odif ific icad ador oras as e das das
pensarmos na alteração dos modos de subjetivação. O problema da
medi medida dass-pa padr drão ão.. Micro icropo polí líttica ica dos/ dos/no noss grup grupos os por porque que era era uma uma
clínica se situa nesse limite instável vel entr ntre a produç dução social e a
política relativa aos processos de criação de si e do mundo; a um só
produção desejante, o que nos obriga a colocar em questão a
tempo política tempo política de subjetivação e política de organização do socius.
dico dicoto tomi miaa entr entree o indi indivi vidu dual al e o cole coleti tivo vo.. Daí Daí a impo import rtân ânci ciaa dess dessaa
13]
Na perspectiva deste livro, há que se fomentar grupos que se ofer ofereç eçam am como como supor suporte te de expr expres essã sãoo de virt virtua uali lida dade dess exis existe tenc ncia iais is -
definição
do
grupo
como
realidade
intermediária:
"grupo-intermediário".
suporte não tanto para o que existe, mas para o que é gérmen
Nesse lugar do limite - estranho lugar em que se está nem bem
potencial para outras existências. A clínica se constrói, aí, como
aqui aqui nem nem bem bem ali, li, nem nem dent dentro ro nem nem for fora ("Tô "Tô Fórum órum"" diss dissem emos os em
Porto Alegre, em 2001) - o grupo permite a comunicação dos
lógi lógica ca é outr outra. a. Em meio meio ao plan planoo das das forç forças as não não mais mais enco encont ntra ramo moss
dísp díspaares, res, do qu quee é forma orma e do que que é for força, ça, do que que é prod produt utoo (soci social al
unidades, mas devires; não há corr orrespondências de relações,
ou subj subjeetivo tivo)) e do qu quee é proc proceesso sso de prod produç uçãão (pr (produç oduçãão de si e do
imitações ões ou bus busca de nov novas (ou velhas has) identidades. O grupo
mundo), do que é estado de coisa (forma instituida ou
ente entend ndid idoo como como devi devirr se ofer oferec ecee como como opor oportu tuni nida dade de para para a extr extraç ação ão
estrutura subjetiva) e do que é movimento (movimento de
de partículas das formas já constituídas, apontando para a
inst instit ituc ucio iona nali liza zaçã çãoo ou movi movime ment ntoo dese deseja jant nte) e).. Habi Habita tando ndo essa essa zona zona
emergência de outras formas.
[ pá pá g. g. 1 4] 4]
do ines inespe pecí cífi fico co,, o grup grupoo está está em um nãonão-lu luga garr (u-tpous) permitindo permitindo
Leremo Leremoss neste neste livro livro a afirma afirmação ção de um "devir "devir-gr -grupo" upo" entend entendido ido
que, que, com com ele, ele, afir afirme memo moss no noss ssas as utop utopia iass ativ ativas as.. Eis Eis a afir afirma maçã çãoo de
como como "exp "exper eriê iênc ncia ia de comp compos osiç ição ão com com outr outros os modo modoss de afec afecçã ção, o,
um simulacro.
outr outros os modo modoss de exis existe tenc ncia iali liza zaçã ção" o".. O cole coleti tivo vo torn tornaa-se se,, assi assim, m, um
Não mais caberia, então, falar de "o grupo", a não ser quando quiséssemos
nos
remeter
ao
grupo-representação
ou
modo modo de func funcio iona name ment ntoo no qua quall se pod podee apre apreen ende derr a acel aceler eraç ação ão das das
ao
partículas que compõem dada realidade, "de tal forma que do
grup grupoo-id ideentid ntidad adee, plan planoo mola molarr que que obed obedeece à lógi lógicca do terc tercei eirro
conj conjun unto to assi assim m comp compos osto to saia saiam m part partíc ícul ulas as que que entr entrem em em rela relaçã çãoo
excl excluí uído do (ou (ou o indi indiví vídu duoo ou a soci socied edad ade, e, ou o indi indiví vídu duoo ou o grup grupoo
(...) ...) com zonas onas ainda inda não não conhe onheci cida das" s".. Estar star em grup grupoo é como como se
etc). Se tomarmos o grupo como realidade molecular ou
lanç lançar ar (lan (lança çarr-se se)) em uma uma linh linhaa-de de-f -fug ugaa para para além além dos dos dual dualis ismo mos, s,
micr microp opol olít ític ica, a, como como plan planoo de forç forças as semp sempre re long longee do equi equilí líbr brio io,, a
para além das estratificações, das medidas-padrão, para além. Nessa
exper xperiê iênc ncia ia de devi devirr, o grup grupoo deix deixaa de ser ser ape apenas nas um conj onjunt unto de
agenciamento ntos mais flexíveis por onde devir vires pode odem passar.
pessoas reunidas a partir das representações internas que cada um
Semp Sempre re subm submet etid idoo a essa essass duas duas form formas as de maqu maquin inaç ação ão,, o grup grupoo se
cons constr trói ói sobr sobree o ou outr tro. o. Tamp Tampou ouco co é o todo todo maio maiorr do que que a soma soma das das
apre aprese sent ntaa como como real realid idad adee comp comple lexa xa e para parado doxa xal, l, já que que comp compor orta ta
suas suas part partes es;; bem bem o espa espaçã çãoo para para o comp compar arti tilh lham amen ento to de fant fantas asma mass
fechamento e abertura, forma e força, unidade e processualidade. e processualidade.
grupais. Devir-grupo é experimentar o para além do grupo
A dimensão paradoxal do grupo não deve, entretanto, ser
ide identit ntitáário, rio, con onec ecta tand ndoo os flux fluxos os inf informe ormess que que se atrav traveessam ssam na
conf confun undi dida da com com qual qualqu quer er form formaa de rela relati tivi vism smoo ou de tent tentat ativ ivaa de
zona zona das virtua virtualid lidade adess existe existenci nciais ais.. [pág.15] Devir-grup Devir-grupoo é conectarconectar-se se
conc concil ilia iaçã ção. o. A afir afirma maçã çãoo da natu nature reza za comp comple lexa xa da real realid idad adee grup grupal al
com com part partíc ícul ulas as das das inst instit itui uiçõ ções es,, não não com com as form formas as inst instit ituí uída das, s, mas mas
não não pode pode nos nos isen isenta tarr de um enga engaja jame ment ntoo ativ ativoo no qual qual esco escolh lhem emos os
com as forç orças inst instiituin tuinte tes. s. Devir evir--grup grupoo é lanç lançaar-se r-se em um plan planoo
essa ou aquela dimensão que, apesar de não se separarem, se
heterogenético: "Devir-grupo e não ser-do-grupo".
dist distin ingu guem em.. Em últi última ma inst instân ânci cia, a, pode podemo moss dize dizerr que o para parado doxo xo se
O grup grupo, o, no sent sentid idoo dado dado nest nestee text texto, o, não não poss possui ui uma uma natu nature reza za,,
dá como omo a dist distin inçção sem sem sepa separa raçã çãoo entr entree o pla plano de prod produç uçãão e as
não é uma natureza, ele é efeito de modos de operar fluxos:
form formas as prod produz uzid idas as:: grup grupoo como como proc proces esso so de cole coleti tivi viza zaçã çãoo e como como
cort cortan ando do-o -oss seja seja com com máqu máquin inas as sobr sobrec ecod odif ific icad ador oras as - aque aquela lass que que
form formaa grup grupal al inst instit ituí uída da.. Essa Essa comp comple lexi xida dade de prim primei eira ra se proj projet etaa em
remetem o grupo ao indivíduo ou à sociedade, grupo-todo,
outr outras as form formas as que que ampl amplia iam m a espe espess ssur uraa para parado doxa xall do grup grupo, o, não não nos
grupo-uno - seja com máquinas mutantes, que produzem
impe impedi dindo ndo,, no enta entant nto, o, de orie orient ntar ar nossa nossass apos aposta tass clín clínic icoo-pol polít ític icas as,,
já que há sempre uma dimensão da realidade em questão que é
No grupo podemos acessar tanto sua dimensão de produto
expr expres essã sãoo dire direta ta do plan planoo de prod produç ução ão,, isto isto é, que que se ofer oferec ecee como como
soci social al e subj subjet etiv ivoo quan quantto o seu seu plan planoo de prod produç ução ão.. Esse sse últi último mo é o
via via para para cria criaçã çãoo ou pon ponto to de bifu bifurc rcaç ação ão por por onde onde a real realid idad adee pod podee se
plano maquínico em que o produzir se faz por agenciamentos ou
desv desvia iarr. E não não é esse sse o sent sentid idoo clinâ linâmi mico co que que que queremo remoss atr atribui ibuirr à
encontros
clínica?
mass-midiáticos,
entre
elementos
heterogêneos
(familiares,
esté estéti tico cos, s, urba urbano noss etc. etc.). ). O movi movime ment ntoo de prod produç ução ão
O grup grupo, o, ness nessee sent sentid ido, o, se apre aprese sent ntaa como como uma uma rede rede quen quente te que que
do/n do/noo grup grupoo se cone conect ctaa com com outr outras as máqu máquin inas as em func funcio iona name ment nto, o,
porta, do processo de produção, seu produzir-se contínuo.
evid eviden enci cian ando do essa essa inse insepa para rabi bili lida dade de entr entree prod produç ução ão indi indivi vidu dual al e
Possib Possibili ilidad dadee de mundos mundos outros outros,, de outras outras saídas saídas e nov novos os proble problemas mas..
social. Por isso o grupo é essa figura utópica, sem lugar
Mas tamb tambéém sabe sabemo moss qu quee, quan quando do o prod produt utoo se desc descon onec ecta ta dest destee
determinado, permitindo-nos pensar permitindo-nos pensar o contemporâneo.
plano de produção, se descola do produzir-se; o efeito é do
No contemporâneo, privilegiadamente, a máquina capitalista é
esfria esfriamen mento, to, do incapa incapacit citarar-se se para para a difere diferenci nciaçã açãoo própri própriaa do plano. plano.
que que ganha ganha dime dimensõ nsões es de impé impéri rio. o. Seu Seu func funcio iona name ment ntoo se cara caract cter eriz izaa
Aqui Aqui são são a rede redess fria frias, s, rede redess-re repr prod oduç ução ão,, que que se põem põem a func funcio iona nar; r;
por uma forma muito especial de voracidade, de poder de anexação,
perigo, portanto. Perigo de congelar-se em uma, de serializar-se e de
de omninclusão. Essa máquina quer tudo submeter ao seu
assujeitar-se.
func funcio iona name ment ntoo equa equali liza zado dor, r, homo homoge gene neiz izad ador or,, seri serial aliz izan ante te,, a tal tal
[pág. [pág. 16]
ponto que já não lhe basta ter confiscado os corpos através das
inst instit itui uiçõ ções es de conf confin inam amen ento to.. Não Não lhe lhe bast bastaa agir agir prod produt utiv ivam amen ente te
No grupo, seu plano de produção se encontra com outras
sobr sobree maté matéri rias as form formad adas as (a cria crianç nça, a, o louc louco, o, o oper operár ário io)) e funç funçõe õess
máqui máquina nass que que apro aprove veit itam am dele dele essa essa sua sua potên potênci ciaa de bifu bifurc rcaç ação ão ou de
fina finali liza zada dass (ens (ensin inar ar,, trat tratar ar,, trei treina nar) r).. Não Não lhe lhe bast bastaa disc discip ipli lina narr os
hete hetero rogê gêne nese se.. Deve Deve-s -see a isso isso o inte intere ress ssee do capi capita tali lism smoo nos nos grup grupos os e
corpos em uma ortopedia remodeladora de formas. Agora, a
em seus movimentos coletivos (o que Foucault designou de
omnimáquina do capitalismo quer exercer seu domínio sobre a
"biopolítica das espécies"): ali se pode apreender a vida em
maté matéri riaa info inforrme, me, sobr sobree as funç funçõe õess nãonão-fi fina nali lizzada adas, sobr sobree a vida vida
movi movime ment nto. o. Eis Eis entã entãoo que, que, em sua sua máxi máxima ma sofi sofist stic icaç ação ão e viol violên ênci cia, a,
ainda não formada, sobre o puro viver. Trata-se de uma
o capitalismo age sempre em dois sentidos: individualizando e
omni omnimá máqu quin inaa do biop biopod oder er,, como como prop propôs ôs Fouc Foucau ault lt.. Esta Esta máqu máquin ina, a,
grup grupal aliz izan ando do.. Tal Tal como como a figu figura ra bifo bifont ntee de Janu Janus, s, ele ele olha olha para para os
segu seguin indo do o dese desejo jo do inco income mens nsur uráv ável el,, quer quer cont contro rola larr o maqu maquin inar ar da
dois lados ao mesmo tempo.
vida vida,, que cont contro rola larr o próp própri rioo plan planoo de prod produç ução ão.. Não Não lhe lhe inte intere ress ssam am
Em sua sua vers versão ão neol neolib iber eral al,, o capi capita tali lism smoo pret preten ende de uma uma form formaa de
tão somente as formas, mas os processos de formação. Nesse
cont contro role le por modu modula laçã çãoo da exis existê tênc ncia ia e dos dos modo modoss de produ produçã ção. o. Há
sent sentid ido, o, a máqu máquin inaa capi capita tali list staa se apre aprese sent ntaa como como uma uma axio axiomá máqu quin inaa
aqui aqui uma uma inte intere ress ssan ante te sint sinton onia ia entr entree a form formaa como como o capi capita tali lism smoo se
que age antes dos códigos, aquém das regras
que
amplia e o próprio modo como ele produz existências. O
caract caracteri erizam zam as difere diferente ntess instit instituiç uições ões.. A axiomá axiomáqui quina na é o resul resultad tadoo
Capi Capita tali lism smoo se faz faz como como Capi Capita tali lism smoo Mund Mundia iall Inte Integr grad adoo (CMI (CMI), ), na
da tentativa de controle capitalístico da vida.
medid dida em que realiza uma anexação contínua do que que lhe seria
[pág.
17]
exte exteri rior or.. Trat Trataa-se se de um po pode derr de omni omninc nclu lusã são, o, pois pois tamb também ém oper operaa
sent sentid ido, o, desc descri riti tivo vo e func funcio iona nal, l, isto isto é, ele ele apre aprese sent ntaa a form formaa [pág [pág 18] do
nos nos seus seus próp própri rios os limi limite tes, s, não não resp respei eita tand ndoo as barr barrei eira rass e os muro muross
perigo e aponta para linhas de resistência. Como se dão as
(com (comoo no caso caso das das inst instit itui uiçõ ções es,, ou na situ situaç ação ão exem exempl plar ar do muro muro de
resi resist stên ênci cias as no cont contem empo porâ râne neo? o? Como Como a expe experi riên ênci ciaa do/n do/noo grup grupoo
Berlim), modulando suas próprias suas próprias regras, seus próprios valores.
nos orienta em nossas lutas cotidianas?
O efeito de po podder de omni omninc ncllusão é caracterizado por por uma
As formas formas de resist resistênc ência ia emerge emergem, m, agora, agora, como como desloc deslocame amento ntoss
exis existê tênc ncia ia forç forçad adaa a se modu modula larr cont contin inua uame ment ntee em uma uma form formaç ação ão
na rede mundial, fazendo ressaltar o que nela há de tendência
permanente, tal como podemos verificar na situação paradigmática
hete hetero roge gené néti tica ca.. Há um para parado doxo xo inte intern rnoo à axio axiomá máti tica ca do capi capita tall que que
da empr empres esaa cont contem empo porâ râne nea, a, que que intr introd oduz uz a riva rivali lida dade de nos nos grup grupos os
se reverte em forma de contra-ataque. O paradoxo é este: o
como como moti motiva vaçã çãoo para para prod produç ução ão prem premia iada da pelo pelo salá salári rioo dife difere renc ncia iado do..
programa de equalização do socius atra atravé véss de uma uma rede rede glob global al não não
Com Com a qu queb ebrra da isono sonomi miaa no camp campoo do tra trabalh balhoo e pela pela prom promoç oçãão
cons conseg egue ue se real realiz izar ar de form formaa únic única, a, unív unívoc oca, a, unifi unifica cada da.. Em outr outras as
de sist sistem emas as de dife difere renc ncia iaçã çãoo do trab trabal alha hado dorr pelo pelo seu seu méri mérito to,, pela pela
palavras: o programa de homogeneização do socius não não cons conseg egue ue se
sua pro produtividade, gera-se uma situação de controle ole cont ontínuo
realiz realizar ar sem uma hetero heterogen geneid eidade ade,, uma diverg divergênc ência ia intern interna; a; assim, assim, a
correlata a essa formação contínua.
resis esistê tênc nciia polí políti ticca em um mund mundoo domi domina nado do pelo pelo biop biopod oder er é a de
Cont Contud udo, o, para para o impé impéri rioo é prec precis isoo pens pensar ar um cont contra ra-i -imp mpér ério io em
reor reorga gani niza zarr e a de reor reorie ient ntar ar as rede redess de mundi mundial aliz izaç ação ão,, apost apostan ando do
estr estran anha ha e cons constr tran ange gedo dora ra sint sinton onia ia.. O trab trabal alho ho de Regi Regina na é, nest nestee
na dive diverg rgêência ncia entr entree elas las e, com com isso isso,, apost postan ando do em novo novoss fins ins (o
Fóru Fórum m Soci Social al Mund Mundia iall é essa essa vers versão ão quen quente te que Davo Davoss real realiz izaa como como rede fria). O tema tema do cont contra ra-i -imp mpér ério io nos nos impõ impõee uma uma refl reflex exão ão que que se situ situaa mais mais do qu quee nu nunc ncaa nest nestee limi limite te ou zona zona de indi indisc scer erni nibi bili lida dade de entr entree a clín clínic icaa e po polí líti tica ca.. Trat Trataa-se se,, po port rtan anto to,, de toma tomarr o grup grupoo como como pont pontoo de incidência e função de resistênci ncia às form ormas de dominação. Mantem ntemoo-no noss no para parado doxo xo.. O livr livroo Grupo: a afirmação de um simu simula lacr cro, o, de Regi Regina na Bene Benevi vide des, s, nos nos colo coloca ca ness nessee estr estran anho ho luga lugarr um lugar que é uma aposta, uma aposta que é uma afirmação. Afirmemos o paradoxo. Eduardo Passos
Texto originalmente publicado como Apresentação do li vro Grupo: Grupo: a afirmação de um simulacro, de Regina Benevides de Barros.
Passos, E. Quando o grupo é afirmação de um paradoxo. In: Barros, RB. Grupo: a afirmação de um simulacro. Porto Alegre: Sulina/Editora da UFRGS,
2007, p. 11- 19.
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