Parasitologia Completo
August 30, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Maria Eduarda Cabral Cabral Apostila com base nas anotações realizadas em sala de aula e com os slides. O presente conteúdo não é de minha autoria.
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PARASITOLOGIA INTRODUÇÃO O termo biologia foi empregado pela primeira vez em 1801, pelo naturalista francês LAMARCK (1744-1829), significando vida e estudo ou tratado. Considerando sua etimologia, pode-se definir vivos. como uma ciência que estuda os seres vivos. O ser vivo é um conjunto de matéria formado de uma mistura complexa de compostos químicos, que estão em permanente troca com o ambiente. Sendo assim, fica difícil de imaginar um ser vivo completamente sozinho no mundo, porque de certa forma, todos nós vivemos em relação uns como os outros.
O primeiro nome refere-se ao gênero e deve ter inicial com letra maiúscula. Ex.: Ascaris O segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com inicial minúscula. Ex.: lumbricoides Os dois juntos formam o nome da espécie. Ex. Ascaris lumbricoides Caso o nome seja composto por três palavras, quer dizer que a subespécie está inserida. Ex.: Hymenolepis nana fraterna Caso o subgênero seja retratado, este deve estar escrito em parênteses, entre o nome genérico e o nome específico. Ex.: Damalinia (Bovicola) bovis Os nomes científicos devem ter grafia diferenciada. Se digitalizados, devem apresentar o formato itálico, se manuscrito, devem ter um único traço embaixo do nome.
parasitas desenvolveram habilidades diversas se hospedar eOsroubar alimentos de suas vítimas, chegando aospara organismos de seus hospedeiros pela ingestão, sozinhos penetrando orifícios, or ifícios, pele ou por alguma lesão, por alimentos (carnes, vegetais ou água) ou através do aleitamento e útero materno. ORIGEM DO PARASITISMO a caso, mas não há Acredita-se que o parasitismo aconteceu por acaso nada de concreto que prove tal suposição. No início era uma associação não prejudicial realizada por duas espécies diferentes, porém com o passar do tempo, uma delas passou a viver às custas da outra. A dependência foi tanta que o metabolismo de uma espécie estava completamente vinculado a outra, ou seja, para desenvolvimento e reprodução, o parasito necessitava do parasitado.
Existem algumas curiosas adaptações parasitárias, que nos auxiliam para conhecermos a biologia da espécie do parasita, por exemplo: O protozoário Toxoplasma gondii só consegue fazer reprodução sexuada no interior das células do intestino dos felídeos (gatos, leões, onças, etc.); Os nematoides Ascaris lumbricoides, normalmente entram no organismo de seus hospedeiros via oral, quando os ovos infectantes dessa espécie são ingeridos, mas não tem habilidade para penetrar pela superfície corporal de seus hospedeiros; Os trematoides da espécie Fasciola hepática parasitam o fígado, não sendo encontrado em outras regiões do organismo em sua fase adulta. Admite-se que os ectoparasitas devem ter tido uma evolução anterior as dos endoparasitos, pela adaptação em vida livre ser mais simples. Atrofia e desaparecimento de órgãos em parasitos durante
TIPOS DE PARASITOS 1 – EM EM RELAÇÃO AO TIPO DE HOSPEDEIRO Definitivo (HD): é o hospedeiro que alberga o parasito em seu
a escala evolutiva é um grande indício da comprovação da origem do parasitismo. SISTEMÁTICA Pelo fato da gente existir em um mundo enriquecido por diferentes espécies, com características físicas, morfológicas e biológicas tão peculiares, é que os pesquisadores resolveram categorizá-los, construindo a SISTEMÁTICA . O termo Sistemática origina-se de sistema e foi empregado pela primeira vez por Lineu (1707-1778) em sua obra SystemaNaturae. O botânico Candolle (1813) usa o termo Taxionomia (gr.taxis, ordem; nomos, lei). A sistemática tem como objetivo identificar, denominar e classificar todos os seres vivos. Por isto, é importante, antes de começarmos a estudar os conceitos de parasitologia e as espécies em questão, saber como devemos referenciá-los. A maneira correta de escrevê-los foi determinada pelas Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica. A nomenclatura utilizada para as espécies de seres vivos é universal e segue as Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica. O sistema de nomenclatura de espécie é binominal, isto é, composto por dois nomes escritos em latim, ou latinizados.
estágio adulto e onde alcança sua maturidade sexual. Ex.: homem para Taeniasolium Intermediário (HI): é o hospedeiro que alberga o parasito em seu estágio larval. O parasito não alcança sua maturidade sexual nesse hospedeiro. Ex.: suíno para a Taeniasolium Vetor: termo usado para artrópodes, moluscos ou outro qualquer veículo que transmite o parasito entre dois hospedeiros. São essenciais para a sobrevivência do parasito. Vetores Mecânicos: transportadores. Não há desenvolvimento do parasito. Ex.: ácaro Macrocheles usa um besouro para se transportar Vetores Biológicos: ocorre desenvolvimento do parasito. Ex.: a mosca do berne ovipõe na mosca de estábulo e muda de ovo à larva Reservatório: seres responsáveis pela sobrevivência do
parasito. parasito dificilmente causa dodoença hospedeiro.OEx.: a capivara é um reservatório T.evansinesse . Portador: é o indivíduo infectado que não apresenta sinais, mas que pode transmitir a doença a outro hospedeiro. Ex.: bovino para Taeniasaginata. Paratênico ou de transporte: é o ser vivo que serve de refúgio temporário para o parasito e atua como hospedeiro de transporte. É aquele que alberga o parasito. Entra no ciclo por
acidente. Ex.: ratos no ciclo de Toxocara canis ingerem ovos no ambiente e albergam as larvas em seus tecidos. Se o rato for ingerido por um cão (HD de T. canis) este adquire o parasito que se desenvolve desenvolve no seu interior. 2 – EM EM RELAÇÃO A MAIOR OU MENOR EXIGÊNCIA AO PARASITISMO Obrigatório: são organismos que não conseguem sobreviver em vida livre. Precisa de um hospedeiro. Ex.: berne, gasterófilos, Toxoplasma Facultativo: são aqueles que possuem fase de vida livre. E quando entra em contato com hospedeiro, começa sua vida de parasita. Conhecido como fase de vida livre e fase parasitária de um organismo. Ex.: moscas são atraídas pelo exsudato das lesões nas quais fazem a postura de ovos ou de larvas. As larvas nutrem-se do tecido necrosado, não atacando o tecido vivo. Embora não considerados parasitos, causam uma ação irritativa. Acidental: entra em contato com hospedeiro por acidente, mas não evolui nele. São espontaneamente eliminadas pelas fezes porque o ambiente não é propício para sua vida. Ex.: larvas saprozóicas de moscas (bichos das frutas), quando ingeridas acidentalmente com alimentos pelo homem ou animais são espontaneamente eliminadas vivas com as fezes, podendo causar leves perturbações gastrintestinais. 3 – EM EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE HOSPEDEIROS Monoxeno ou Direto: é o parasito que necessita de apenas um hospedeiro para completar o seu ciclo de vida. Pode ser parasito tanto na fase larval como na fase adulta. Ex.: berne Ascaris, etc. (larva da Dermatobia), Haemonchus, Ascaris, Heteroxeno ou Indireto: é o parasito que necessita de mais de um hospedeiro para completar o seu ciclo de vida. O parasito utiliza um hospedeiro para sua fase larval e outro para a sua fase adulta. Ex.: Babesiabigemina, Fasciola hepática,Dioctophymarenale, etc. 4 – EM EM RELAÇÃO AO TEMPO DE PERMANÊNCIA NO H OS P E DE I RO Temporário: uma ou mais formas evolutivas do parasito procuram o hospedeiro somente para se se alimentar. Ex.: pulgas e mosquitos Permanente: permanece no hospedeiro durante todas as fases da sua vida. Ex.: Babesia, cestódeos, trematódeos e nematódeos.
fase de sua vida alimenta-se no Periódico: hospedeiro. em Ex.:apenas pulga uma (adulto).
5 – EM EM RELAÇÃO AO PERÍODO DE PARASITISMO Período Pré-patente (PPP): ocorre do momento da infecção até a maturidade sexual, quando inicia a eliminação de ovos, cistos, oocistos ou larvas. Corresponde ao período de incubação da doença no animal Período Patente (PP): ocorre da fase adulta até o fim da vida dos parasitos ou fim da infecção. É o período em que os parasitos são facilmente facilmente diagnosticados através dos seus seus ovos, cistos, oocistos e larvas. Termina quando as fases citadas não são mais encontradas. Período Subpatente (PSP): é aquele que não é possível revelar a presença do parasito através de seus ovos, cistos ou outro estado do seu ciclo evolutivo.
perturbações neurológicas, ex. Coenuruscerebralis) e traumatismo. Ação espoliadora: é ocasionada por parasitos que se nutrem de líquidos e nutrientes do hospedeiro. Ex.: Haemonchus. Ação inflamatória/Irritante: ocorre pela penetração ativa de larvas na pele (Ex.: Strongyloidespapillosus) ou pela presença constante de parasitos nos órgãos dos hospedeiros (ex.:Toxocara) Ação de transmissão: hospedeiros transmitem agente patogênicos. Ex.: carrapato transmitindo transmitindo Babesia. 7 – EM EM RELAÇÃO A ADAPTAÇÃO DOS PARASITOS MORFOLÓGICAS
Armadura bucal dos sugador e lambedor insetos: pode ser mastigador, picador, Locomotor: nas pulgas há desenvolvimento muscular, saltam até um metro de altura Aparelho digestivo: existem espécies com aparelho digestivo atrofiado, onde a alimentação se dá por osmose, outros hipertrofiados, para melhor absorção alimentar Aparelho reprodutor: quanto mais intenso o parasitismo mais desenvolvido é o aparelho reprodutor.
ECTOPARASITAS – CLASSE CLASSE INSECTA FILO ARTHROPODA Contém mais de 80% de todas as espécies animais conhecidas e é constituído de invertebrados, caracterizado pelo exoesqueleto quitinoso rígido, corpo segmentado e membros articulados. As classes mais importantes são Insecta e Arachnida, com características gerais. INSECTA: possuem três pares de pernas, cabeça, tórax e abdome distintos e podem ter um único par de antenas; ARACHNIDA: os adultos possuem quatro pares de pernas, o corpo divide-se em cefalotórax e abdome e não existem antenas. CLASSE INSECTA Os insetos possuem cabeça, tórax e abdome e ainda, asas e patas que ficam inseridas no segmento abdominal. Possuem vários componentes e, frequentemente, são encontrados novos, descritos e catalogados. Há uma grande variedade de insetos, a maioria não é parasita, além de existirem insetos com funções benéficas ao meio ambiente, como exemplo as abelhas, responsáveis pelos processos de polinização. MORFOLOGIA EXTERNA Cabeça, tórax e abdome; Três pares de pernas (hexápodes); Adultos, geralmente apresentam um ou dois pares de asas; Respiração traqueal; Orifício genital situado na extremidade posterior do abdômen; Corpo com simetria bilateral; Par de antenas divididas em escapo (parte articulada da cabeça), pedicelo e flagelo (um a dez segmentos); Olhos compostos (omátides), são formados por centenas de omatídeos que tornam a visão dos insetos bastante ampla; Aparelho bucal é constituído por um par de mandíbulas, um par de maxilas, um labro dorsal, um lábio ventral e uma hipofaringe; Na extremidade da probóscida p robóscida existe um par de labelas, que variam de tamanho com o tipo de aparelho bucal (mastigador: mandíbulas desenvolvidas ou picador:protórax, estiletes mesototórax perfurantes); e Tórax dividido em três segmentos: metatórax; Cada par de patas é inserido em um segmento torácico; A pata é dividida em coxa, trocanter, fêmur, tíbia e tarsos.
6 – EM EM RELAÇÃO A AÇÃO DO PARASITO SOBRE O HOSPEDEIRO Ação mecânica: é a que, sem lesar diretamente o órgão, se manifesta por obstrução (formação de bolos de vermes no intestino e obstrui, ex. Toxocara), compressão (conforme o verme vai crescendo, vai comprimindo o cérebro, causando
MORFOLOGIA INTERNA
Músculos: apresentam-se em feixes individuais de fibras estriadas que se inserem na parte interna dos metâmeros ou em apófises denominadas de apódemas; Celoma: o celoma, que é a cavidade geral, é constituído de líquido, hemolinfa (hemocele); Tubo digestivo: completo. Boca para mastigação ou sucção. Tubo digestivo composto de intestino anterior, quitinizado, abertura oral, faringe, esôfago, papo e proventrículo, intestino médio, estômago (digestão dos alimentos), intestino posterior e ânus terminal; Circulação: aberta (lacunar) nos grupos inferiores. A hemolinfa (líquido sanguíneo) é transparente. Nos artrópodes superiores existe um órgão propulsor – o o coração; Respiração: pode ser cutânea (ácaros), branquial (artrópodes
em relação ao tipo de sangue a ser ingerido e são capazes de povoar diferentes tipos de habitat Família Tungidae (Gênero Tunga, Rhynchopsyllus e Hectopsylla); Tunga penetrans – são vulgarmente conhecidos como bicho-de-pé. Preferem o homem homem e o suíno, mas há relatos em bovinos, caninos, felinos, tatus e roedores. Penetram na pele, deixando apenas a extremidade posterior do corpo para fora do hospedeiro. Causam uma coceira intensa no local da lesão; Rhynchopsylluspulex – são parasitas obrigatórios de morcegos. Causam uma reação inflamatória ao se inserir na pele. Não há informações sobre transmissão de doenças ou infestação dessa pulga em humanos.
aquáticos). Nos terrestres, os órgãos divertículos internos quitinosos, sempre respiratórios cheios de ar, são as traquéias; Excreção: realizada através dos tubos de Malpighi, em número de dois ou mais, existentes na hemocele e que abrem na junção do intestino médio como o posterior; Sistema nervoso: formado por um complexo ganglionar cerebroide ou supra-esofagiano, anterior à boca e por um complexo ganglionar infraesofagiano, posterior à boca; Sistema sensorial: os órgãos do sentido são formados por células ectodérmicas sensitivas, recobertas por quitinas ou acompanhadas de pelos ou cerdas. Possuem olfato, tato, audição, gosto e visão, cada um com sua particularidade; Reprodução: sexuada. Os sexos são separados (dioicos). Fecundação interna.
PULGAS ORDEM: SIPHONAPTERA
Possuem um tipo de sifão que serve para sugar o sangue do hospedeiro (hematófago); Não possuem asas; asas; Pernas longas, principalmente as posteriores, adaptadas para o salto; Machos menores que fêmeas e com a parte do corpo posterior p osterior elevada; Fêmeas com a parte posterior do corpo arredondada. Já foram descritas mais de 15 famílias e mais de 3.000 espécies de pulgas. Das oito famílias de pulgas existentes no Brasil, apenas 3 apresentam importância médica ou veterinária (em negrito com os gêneros):
PIOLHOS
ORDEM: PHTHIRAPTERA
.
Parasitos de aves e mamíferos; Podem ser classificados em piolhos mastigadores (malófagos) ou sugadores (hematófagos); Ovos são chamados de lêndeas e são presos por uma substância cimentante aos pelos, cabelos ou penas;
Ceratophyllidae Ctenophthalmidae Ischnopsyllidae Stephanocircidae Leptopsyllidae Pulicidae – gêneros gêneros Pulex, Xenopsylla, Ctenocephalides Tungidae – gêneros gêneros Tunga, Rhynchopsyllus e Hectopsylla Rhopalopsyllidae – gêneros gêneros Polygenis Família Pulicidae(Gêneros Pulex, Xenopsylla, Ctenocephalides) Pulexirritans – pulga pulga típica da espécie humana, tem cor marrom-clara e é relativamente grande em relação a outras pulgas que podem atingir o homem. Já foram relatadas em várias espécies animais (canídeos, felinos, aves e roedores); Xenopsyllacheops – tem tem como hospedeiros principais os
A maneira de mais desugador diferenciar umtamanho piolho mastigador umfácil piolho é pelo da cabeça. Os piolhos mastigadores possuem a cabeça mais larga que o tórax. Os piolhos sugadores possuem a cabeça mais estreita que o tórax. São divididos em quatro subordens: I. Amblycera: piolhos mastigadores com antenas escondidas; II. Ischnocera: piolhos mastigadores com antenas livres; III. Anoplura: piolhos sugadores; Os piolhos da subordem Anoplura são aqueles que se alimentam ali mentam de sague dos seus hospedeiros. Seguem seu trajeto preferencial de parasitismo no homem: cabeça, corpo e região púbica. São parasitos associados às condições de pobreza pela falta de higiene
roedores, mas gostam de sangue humano também. Como são bem adaptados ao parasitismo em pessoas e roedores, transmitem a bactéria do tipo Yersinia pestes, causadora da peste bulbônica (peste negra);Ctenocephalides canis e Ctenocephalidesfelis – é é a pulga mais comum em todo o mundo, encontrada em cães e gatos. São menos exigentes
evida grande hematófagos, com ciclo de de 45aglomeração dias. Os ovosdedepessoas. piolhosSão ou lêndeas são aderidos a pelos ou cabelos e eclodem num período de 6 a 9 dias. Os piolhos da subordem Amblycera, do gênero Menopon tem como hospedeiros as aves, com preferência pelas penas de peito, ao longo das hastes. Já do gênero Menacanthus tem como preferência região de cloaca, algumas espécies preferem região da
cabeça. Ainda desta subordem, a família Boopidae tem como hospedeiro o cão. Os piolhos da subordem Ischnocera, do gênero Trichodectes tem como hospedeiro o cão. O gênero Bovicola tem como hospedeiro ruminantes e equinos e gênero Felicola tem como hospedeiro felinos. O gênero Goniodes tem como hospedeiros aves e gênero Lipeurus, as galinhas. Os piolhos hematófagos podem causar prurido e erupções na pele através das picadas e ocasionar problemas por invasores secundários. Não se desenvolve em animais, sendo um problema restrito a humanos. Porém, os piolhos mastigadores provocam em animais coceira, má aparência, queda de peso e produtividade. Os piolhos mastigadores de animais não causam lesões no homem.
Nesta subordem, há há seis subfamílias: Bruchomyinae, Horaiellinae, Horaiellinae, Sycoracinae, Trichomyinae e Psychodinae, que são espécies não picadoras, porém a subfamília Phlebotominae são picadoras e sugadoras de sangue, espoliam sangue e também inoculam saliva no local da picada, podendo causar reações alérgicas ou transmitir agente infecciosos. Os flebotomíneos são mosquitos transmissores de protozoários, bactérias e vírus. A leishmaniose leishmaniose (estudaremos mais adiante) é uma doença de importância zoonótica transmitida pelos flebótomos, com destaque para a Lutzomyialongipalpis, conhecido popularmente por mosquitos palha, birigui, asa dura, asa branca e tatuquira. Transmitem também muitos vírus, como a febre papatase, conhecida na Europa e o vírus da estomatite vesicular, doença séria em bovinos, cavalos e suínos.
MOSCAS, MUTUCA, MOSQUITOS
ORDEM: DIPTERA.
INSETOS “BARBEIROS”
E PERCEVEJOS
Caracterizam-se por um único par de asas membranosas e um par de halteres; Algumas são importantes como ectoparasitas, enquanto outras as larvas parasitam os tecidos do hospedeiro; Importantes vetores de doenças. A ordem Diptera é uma das ordens mais numerosas em relação a famílias e espécies, possuindo parasitas e vetores de doenças.
Pode seremconvenientemente dividida três subordens: I. Cyclorrhapha (moscas) II. Brachycera (mutucas) III.
Nematocera (mosquitos)
Subordem Brachycera São muscídeos grandes, com antenas grossas, constituídas de três segmentos. As fêmeas nutrem-se de sangue utilizando as peças bucais cortantes e sugadoras e os ovos são postos p ostos em vegetação suspensa sobre a lama ou água rasa. As fêmeas são transmissoras de patógenos, sua picada é dolorosa, servindo como porta de entrada para infecções bacterianas secundárias e miíases. Transmite várias doenças de forma mecânica (picada), como anaplasmose, anemia infecciosa equina, estomatite vesicular, encefalite, leucose bovina, peste suína e tripanossomíase em equinos, bovinos, suínos e cães. Também são transportadores de microrganismos.
Subordem Nematocera Família Ceratopogonidae, os dípteros são muito pequenos, conhecidos como “mosquitos- pólvora”. pólvora”. As fêmeas se alimentam de homem e animais e podem transmitir e helmintos. vírus, protozoários Os dípteros da família Psychodidae são conhecidos como “mosquitos- palha”, palha”, porém em algumas regiões do mundo, mundo, o termo “mosquito- palha” palha” inclui alguns mosquitos pólvora e borrachudos, assim uma denominação mais adequada seria a de flebotomíneos.
ORDEM: HEMIPTERA; Família Reduviidae e à subfamília Triatominae. São hospedeiros intermediários, transmissores dos protozoários parasitas do gênero Trypanosoma Trypanosoma cruzi. São insetos que variam de tamanho (poucos milímetros até 10 cm de comprimento) e são achatados dorso ventralmente. Podem ser hematófagos ou fitófagos (alimentam de seiva vegetal). Os nomes populares para esses insetos transmissores da doença de Chagas são: chupança, bicudo, chupão e bicho barbeiro. São espécies adaptadas a regiões de domicílio, gostando de viver em fendas e frestas próximas aos seus hospedeiros. Picam e sugam sangue de pessoas e animais, principalmente durante à noite. noite . Apenas algumas espécies transmitem o Trypanosoma cruzi, pois para serem transmissoras devem ter capacidade de domicialização, eliminar grande quantidade de formas metacíclicas de T. cruzi, formar grandes colônias de insetos e defecar rapidamente após se alimentarem.
HEMIPTERA. ORDEM: Gênero: Cimex. Percevejos parasitas, denominados de “percevejos de cama”; São espécies hematófagas. Estas espécies são encontradas em locais próximos a
hospedeiros durante o dia, em cabeceiras de cama, estrados, dobras de colchões e cobertas. São parasitas associados em regiões com poucas condições sanitárias, pelas manchas marrons ou negras das fezes em roupas de cama, pijamas e paredes. A picada por estas espécies causa irritação e incomoda homens e animais. Podem provocar anemia. Já foram isolados desses insetos vários micro-organismos, como bactérias, rickéttsias, protozoários e vírus, mas não há relato de transmissão natural destes agentes para homens e animais.
PARASITOLOGIA ECTOPARASITAS ECTOPARASITAS - CLASSE ARACHNIDA
maculosa) e sua picada é dolorosa com ferimentos de cura prolongadas (Monteiro, 2016). 1.2 – RIPICEPHALUSSANGUINEUS
CLASSE ARACHNIDA Nesta aula falaremos sobre os carrapatos e ácaros causadores de sarnas de importância na medicina veterinária. Também fazem parte desta classe aranhas e escorpiões. Acredito que já tenha ouvido falar deles! Bom, relembrando o que foi falado na aula 2, a classe Arachnida são representados por adultos que possuem quatro pares de pernas, o corpo divide-se em cefalotórax, abdome e não contém antenas. 1 – CARRAPATOS Os carrapatos são parasitas hematófagos e transmitem doenças infecciosas para humanos e animais, causam irritação no local da picada, provocando processos inflamatórios, toxicoses e paralisias através da saliva que injetam. Alguns hospedeiros apresentam reações de hipersensibilidade e lesam a pele, abrindo caminhos para infecções bacterianas secundárias. São seres muito resistentes à ausência, suportando jejuns prolongados prol ongados à espera de hospedeiros para se alimentarem (Rocha, 2013). A família Ixodidae Ixodidae é é conhecida como carrapato duro, por causa da presença de um rígido escudo quitinoso que cobre toda a superfície dorsal do macho adulto, e na fêmea adulta, na larva e na ninfa, ele se estende apenas por uma pequena área, permitindo a dilatação do abdome após a alimentação. A família Argasidae Argasidae é é conhecida como carrapato mole, ou seja, não possuem o escudo rígido (Urquhart et al , 1996). FAMÍLIA IXODIDADE Dentre as espécies de maior importância para a medicina veterinária, vamos destacar alguns e conhecer a sua morfologia: 1.1 – AMBLYOMA CAJENNENSE
Os nomes vulgares para esta espécie são: carrapatos estrela, carrapatos do cavalo, carrapatos pólvora e micuins. As fêmeas (letra A na imagem) e os machos (letra B na imagem) se alimentam alim entam de sangue durante toda a vida e embora prefiram o sangue de equinos, se alimentam de qualquer hospedeiro. Sobem e descem em vários hospedeiros durante a vida, por isto são grandes transmissores de doenças (Rocha, 2013). As características morfológicas do gênero Amblyoma são o gnatossoma mais longo do que largo e presença de olhos no escudo. Geralmente com escudo ornamentado. Festões presentes, placas adanais ausentes no macho e presença de estigmas em forma de vírgula ou triângulo. Existem cerca de 33 espécies de Amblyoma no Brasil, os mais comuns são Amblyoma cajennense, A. tigrinum, A. ovale e A. aureolatum . Podem transmitir agente patogênicos como Borrelia (agente da doença de Lyme) e Rickettsia rickettsi (agente causador da febre
São carrapatos que parasitam cães, na maioria das vezes, porém já foram encontrados casos na espécie humana. Popularmente conhecido como carrapato vermelho ou carrapato marrom do cão. Causam uma irritação no local da penetração, além de transmitirem doenças (Rocha, 2013). Esta espécie possui um estigma em forma de vírgula bastante acentuado no macho e pouco acentuado na fêmea, olhos e festões presentes. Além de um escudo sem ornamentação (Monteiro, 2016). Grandes infestações podem causar anemia. Atacam qualquer região do corpo, porém é mais frequente nos membros anteriores e nas orelhas. Considerado como o principal vetor da babesiose canina, além de transmitir vírus e bactérias e atacar o homem, causando dermatites (Monteiro, 2016). 1.3 – RIPICEPHALUS(BOOPHILUS) MICROPLUS
Após sequenciamento genético, o gênero Boophilus passou a ser subgênero de Ripicephalus, por isto esta espécie de carrapato começou a ser chamado de Ripicephalus (Boophilus) microplus (Monteiro, 2016). Este carrapato é mais adaptado aos bovinos, mas em épocas de grandes infestações podem ser encontrados em ovinos, caprinos, veados, cavalo e no homem. Alimentam-se de sangue, podendo transmitir doenças e também causam irritações e alergias. Apresentam como características morfológicas (Monteiro, 2016): Base do gnatossoma hexagonal com rostro e palpos curtos, achatados, rugosos lateral e dorsalmente; Escudo sem ornamentação. Olhos presentes
Festões ausentes Estigmas arredondados ou ovais Machos com dois pares de placas adanais desenvolvidas e geralmente prolongamento caudal
Na medicina veterinária é importante conhecermos sua morfológica para diferenciarmos de outras espécies, e ainda a lesão causada pela picada do carrapato provoca irritação local e perda de sangue que favorece a formação de miíases no local. Além disto, a pele irritada serve como via de acesso para infecções secundárias. Cada fêmea suga em toda a sua vida 1,5mL de sangue, o que provoca no hospedeiro anemia e queda na produtividade. Há um esforço do animal para compensar danos causados pelo carrapato, o que representa um desvio de energia
placa dorsal, cujo formato é importante para diagnóstico. Os ovos são escuros e isolados (Monteiro, 2016). Agente transmissor da Borrelia (doença de Lyme), são hematófagos e provocam grande irritação no hospedeiro (Monteiro, 2016). 1.6 – OTOBIUS
que seria convertida para a produção (Monteiro, 2016). 1.4 – ARGAS
São carrapatos com tegumento granuloso no estágio adulto, com olhos ausentes, nas ninfas o tegumento é estriado e possui vários vár ios espinhos e possui hipostômio bem desenvolvido na ninfa e vestigial nos adultos. A espécie mais comum é Otobius megnini (Monteiro, (Monteiro, 2016). Os hospedeiros são equinos, ruminantes, suínos, caninos e homem. Vivem nas orelhas dos hospedeiros quando nos estágios Espécie mais conhecida é Argas miniatus ou conhecido como carrapato da galinha. Suas características morfológicas incluem a face dorsal separada da ventral por um bordo lateral l ateral nítido, corpo achatado dorso ventralmente, aparelho bucal na face ventral. A maioria das espécies parasita aves como galinhas, perus, pombos e aves silvestres. Muito comum em galinheiros. Sua ação espoliadora faz com que as aves tenham anemia e mortalidade, principalmente as mais jovens. A alimentação do carrapato produz lesões em pele e as aves se irritam muito com as picadas, bicando a pele e diminuindo a produção. Há desenvolvimento problemático e ainda transmite doenças como a borreliose. 1.5 – ORNITHODOROS
larvais e ninfais. Os adultos não são parasitas. Por isto, o homem e os animais podem sofrer grave irritação no canal auditivo. Os animais de produção perdem peso, ficam irritados, movimentando a cabeça constantemente. Podem ser vetores de doenças como a Q-febre e tularemia (Monteiro, 2016). ÁCAROS PRODUTORES DE SARNAS Da ordem Sarcoptiformes ou Astigmata, as sarnas são problemas muito comuns na medicina veterinária. Vários agentes causam estas moléstias e é de grande importância o conhecimento de todas elas para um melhor tratamento e prevenção. FAMÍLIA SARCOPTIDAE: ESCAVADORES Esta família de parasito é conhecida como escavadores por escavarem a pele (intradérmicas) nas quais penetram na pele do hospedeiro provocando espessamento de pele. Suas características principais são de corpo globoso; rostro curto e largo; patas curtas e grossas; patas posteriores encaixadas total ou parcialmente no idiossoma (corpo do ácaro), machos sem ventosas copuladoras adanais. São conhecidos dois gêneros: Sarcoptes e Notoedres (Monteiro, 2016).
São carrapatos parasitas de uma ampla gama de hospedeiros, como aves, répteis, mamíferos e o homem. Alimentam-se durante a noite e são encontrados em ocos de troncos de árvores, cavernas, ninhos, tocas, abrigos de animais silvestres e também em currais. Sua picada é muito dolorosa, e estão relacionados a transmissão de agentes infecciosos como Borrelia brasilienses e Rickettsia rickettsi (Rocha, 2013). Suas características morfológicas apresentam sem limitação das faces dorsal e ventral, formato do corpo suboval com margens arredondadas, hipostômio bem desenvolvido, as larvas possuem
NOTOEDRES CATI (A – FÊMEA – FÊMEA / B – MACHO) – MACHO)
São ácaros que acometem equinos, bovinos, ovinos, caprinos e coelhos. Possuem corpo ovoide, tamanho de 0,5 a 0,8 mm, patas longas e grossas, fêmeas e machos com ventosas nas patas. Os sintomas em bovinos e eqüinos incluem coceira intensa na cernelha, na base da cauda e pescoço. Ferimentos de pele podem aparecer na medida em que o ácaro se espalha. Em carneiros e ovelhas ocorre perda de qualidade do couro e da lã. Irritação grave, os animais costumam se coçar e morder (Monteiro, 2016). 2.2 OTODECTES
A sarna causada por Sarcoptes scabiei também também é conhecida como escabiose e é contagiosa por transmissão de contato direto. Animais como suínos, cães, equinos e bovinos são atacados por ácaros desta espécie, porém cada tipo de hospedeiro possui uma linhagem correspondente do seu parasita, não sendo comum comu m uns se adaptarem bem aos outros (Rocha, 2013). Uma das características principais desta parasitose é o prurido que aparece à noite, quando um hospedeiro vai dormir. Nas lesões cutâneas iniciais observam-se áreas eritematosas, pápulas foliculares e vesículas. Em todos os animais atingidos a coceira é bastante grave e as lesões costumam aparecer inicialmente na cabeça, podendo atingirdetodo Com o avançar da 2016). parasitose, há espessamento pele oe corpo. perda de pelo (Monteiro, A sarna causada pelo Notoedres cati é é conhecida como a sarna da cabeça do gato. É uma dermatose pruriginosa e formadora de crostas nos gatos. O ácaro pode infestar cães e causar lesões transitórias nos seres humanos em contato com os animais infestados. É muito contagiosa e transmitida por contato direto. As lesões nos gatos são normalmente em cabeça e orelhas, porém pode se estender para outras partes do corpo. Caracterizada por intensa coceira e formação de crostas que podem extravasar sangue (Monteiro, 2016).
Este gênero é responsável pela sarna auricular de cães e gatos. A espécie Otodectes cynotisacomete cães, gatos,raposas, furões e outros carnívoros silvestres. Este ácaro tem o tamanho de 0,3 a 0,5 mm, com ventosas e pedicelos curtos e simples, sem segmentação, corpo ovoide, os machos possuem tubérculos abdominais. A irritação se dá no conduto auditivo, alimentandose de fluidos tissulares na profundidade do canal auditivo para o tímpano. Da porção média do conduto Em auditivo para o intensas, tímpano podem aparecer crostas e hemorragias. parasitoses o animal pode apresentar sinais de distúrbios nervosos, se movendo em círculos ou sacudindo a cabeça. O fato dos animais coçarem muito a orelha pode levar a hematomas (Monteiro, 2016). 2.3 CHORIOPTES
FAMÍLIA PSOROPTIDAE: ÁCAROS NÃO ESCAVADORES Os ácaros não escavadores são ácaros superficiais, produzem formação de crostas espessas. Possuem corpo ovoide, face dorsal sem espinhos, rostro longo e cônico, machos com ventosas (copuladoras) adanais. Patas longas e espessas; o quarto par de patas nos machos é menor que o terceiro. Os gêneros que fazem parte desta família são os Psoroptes, Otodectes e Chorioptes.
2. 1 P SO R O P TE S
Este ácaro é observado na sarna das partes baixas dos ruminantes. Acomete equinos também. Possuem tamanho de 0,3 a 0,6 mm. Ataca pés e patas subindo para face interna da coxa, região escrotal dos machos e da mama nas fêmeas. As regiões parasitadas são recobertas por crostas e produzem prurido intenso.
PROTOZOÁRIOS FLAGELADOS ORDEM TRICHOMONADIDA As informações das espécies serão dividias por cada ordem que cada parasito foi classificado. No geral, todas estas ordens fazem parte dos protozoários flagelados, que são organismos unicelulares eucariontes que possuem um ou mais flagelos, que são estruturas complexas de locomoção (Monteiro, 2016). Caracterizada pela presença de quatro a seis flagelos anteriores
FAMÍLIA TRICHOMONADIDAE – GÊNERO TRITRICHOMONAS
Sintomatologia clínica ocorre após oito dias de infecção, as aves tornam-se apáticas, com as penas arrepiadas e as fezes de coloração amarelo-enxofre. Se não forem tratadas, morrem em uma ou duas semanas (Urquhart, et al .,., 1996). FAMÍLIA HEXAMITIDAE – GÊNERO GIARDIA
Caracterizados por apresentarem três flagelos anteriores e pelta ausente. Os hospedeiros são bovinos e doença é conhecida como TRICOMONOSE. A espécie de importância veterinária que acomete os animais é Tritrichomonas foetus. Sua localização é no prepúcio dos machos e vagina das fêmeas (Fortes, 2004).
Possuem a forma trofozoíta, apresentando simetria bilateral e seis a oito flagelos. Os hospedeiros são cães, gatos, caprinos, bovinos e homem. Sua localização é intestino delgado (Monteiro, 2016).
Estes protozoários não dependem de oxigênio para sobreviver (anaeróbicos), possuem núcleo bem organizado (eucarióticos).
Este gênero apresenda um corpo piriforme, com extremidade anterior arredondada e a posterior afilada. Superfície dorsal
Possuem corpo piriforme, com um único núcleo, com axóstilo que sai da parte aguda posterior do corpo. Tem de três a cinco flagelos localizados anteriormente e uma membrana ondulante com um flagelo que facilita a sua movimentação (Rocha, 2013).
convexa. Superfície ventral apresentando anteriormente um disco redondo, com um corte na parte inferior, que exerce função de ventosa. É através do disco que a Giardia se fixa à superfície das células intestinais. Possuem dois núcleos anteriores (veja a figura acima), dois axóstilos paralelos e medianos, oito flagelos sendo dois anteriores, dois medianos, dois ventrais e dois posteriores (Fortes, 2004)
A transmissão se dá através do coito, por isto com a inseminação artificial ela tem sido controlada. Pode levar ao aborto precoce, repetição de cio, vaginite, endometrite, piometra, infertilidade e consequentemente redução de produção (Monteiro, 2016). FAMÍLIA MONOCERCOMONADIDA – GÊNERO HISTOMONAS
Giardia duodenalis também conhecida como Giardia intestinalis e Giardia lamblia, é um dos principais protozoários
que causam diarréia nos animais e no homem. Conhecida como giardíase, os animais são vermifugados sempre pensando na prevenção desta doença (Rocha, 2013). Existem várias vár ias espécies de Giardia, como a G.lamblia (homem), G.canis (cão), G.duodenalis (coelho), G.bov is (bovinos), G.cati (gato), (gato), G.caprae (caprinos) e G.equi (equinos). (equinos). ORDEM KINETOPLASTIDA FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE – GÊNERO TRYPANOSOMA
É um protozoário que acomete perus e galinhas, podendo aparecer em codornas, perdizes e faisões. A espécie é Histomonas meleagridis, que possui um hospedeiro intermediário no seu ciclo evolutivo, denominado de Heterakis gallinarum, um parasita nematóide que apresenta no seu interior as Histomonas (Monteiro, 2016). Possui uma estrutura pleomórfica, variando de acordo com sua localização e estágio evolutivo. É amebóide, arredondado ou alongado. Núcleo único, circular e piriforme. Mitocôndria ausente. Com um único flagelo fino, partindo do corpo parabasal próximo ao núcleo. Pelta, axóstilo e corpo parabasal em forma de “V” presentes. Sua localização é em cecos e fígado e aves são
acometidas através da ingestão de um grande número de trofozoítos (Fortes, 2004).
Os tripanossomas são divididos em seção Stercoraria (Trypanosoma cruzi ), ), cuja transmissão é contaminativa, e seção Salivaria (Trypanosoma vivax , Tripanosoma evansi ee Tripanosoma equiperdum), com transmissão inoculativa, mecânica ou direta (Monteiro, 2016). Trypanosoma cruzi tem bastante importância do ponto de vista clínico, pois causa a “Doença de Chagas” através da inoculação do
O Trypanosoma cruzi causa sintomas clínicos cl ínicos mais graves em humanos, em animais podem afetar também, porém são tidos mais como reservatórios, principalmente os animais silvestres. O Trypanosoma evansi são mais relatados em períodos de chuvas, pois as moscas hematófgas se proliferam e carream a doença. Nos bovinos ponde gerar resposta imune reduzida, hemorragias e anemias. O Trypanosoma equiperdum causa em equinos uma
parasita na pele de humanos e animais por insetos hemípteros hematófagos, conhecidos popularmente como barbeiros, bichoda-parede, bicudo, chupão, chupança (Rocha, 2013).
excessiva na mucos genital e edema. Em casoso graves pode ocorrer aborto (Monteiro, 2016).
Tripanosomatidae de aspecto foliáceo. Flagelo na margem da membrana ondulante. Núcleo único. Durante seu ciclo evolutivo pode apresentar formas estruturalmente distintas, denominadas
FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE – GÊNERO LEISHMANIA
doença venérea chamada “durina” na qual ocorre secreção
estádios. Modernamente, os estádios tem a seguinte terminologia (Fortes, 2004): amastigota: corpo arredondado, sem flagelo livre; pró-mastigota: corpo alongado, com flagelo na extremidade anterior; opistomatisgota: o flagelo é próximo e posterior ao núcleo e sai livremente, sem membrana ondulante; epimastigota: o cinetossomo é próximo e anterior ao núcleo e o flagelo sai livremente, não havendo membrana ondulante; tripomastigota: o cinetossomo está na extremidade posterior e o flagelo desloca-se para a extremidade oposta, a anterior, na borda da membrana ondulante.
Segundo Rey (apud Monteiro, 2016), o gênero Leishmania é inserido em complexos fenotípicos agrupados em dois subgêneros: Viannia (complexo Leishmania braziliensis) e Leishmania (complexos Leishmania mexicana e Leishmania donovani )).. Algumas espécies são encontradas no Brasil: Leishmania (Viannia) braziliensis: com ampla distribuição – leishmaniose cutânea acompanhada de lesão nasofaringiana destrutiva e desfigurante.
A transmissão do estádio infectante de um hospedeiro vertebrado a outro pode ser por meio inoculativo ou contaminativo, durante a alimentação de vetores invertebrados, pode ser por transferência mecânica por vetores ou por transmissão durante o coito (Fortes, 2004). As espécies existentes de Trypanosoma podem ser visualizadas na figura abaixo:
L. (Viannia) guyanensis: ulceração simples ou múltipla, não ataca a mucosa. (Leishmania) amazonensis: complexo mexicana – L. raramente atinge o homem, quando acontece, produz lesões cutâneas únicas ou em pequeno número. É encontrada em pequenos roedeores silvestres. L. (Leishmania) chagasi ou L. (L.) infantum – complexo Donovani: Leishmaniose visceral.
Este gênero de protozoário pode se apresentar de duas formas: promastigota e amastigota (figura abaixo). A protomastigota caracteriza-se por ter um corpo alongado, com as duas extremidades afiladas, sendo a anterior mais larga, um núcleo e um cinetoplasto anterior, do qual parte o axonema e seguindo-se o flagelo. A promastigota é encontrada no intestino do hospedeiro invertebrado (intermediário). A forma amastigota é encontrada nas células do hospedeiro vertebrado (definitivo) e tem aspecto ovalado ou esférico, com núcleo e cinetoplasto do qual parte o anoxema, mas sem flagelo (Fortes, 2004).
Assim como no gênero Trypanosoma, a Leishmania tem em seu ciclo evolutivo um hospedeiro intermediário e outro definitivo. O hospedeiro intermediário são invertebrados, mosquitos Phlebotomus ou Lutzomia (termo mais atual), que ingere as formas amastigotas e transmitem para o hospedeiro definitivo (animais ou homem) através do regurgitamento em ocasião da picada (Fortes, 2004). De importância zoonótica, ou seja, a transmissão é feita entre animas e homens, hoje vemos bastante campanha de prevenção, já que para animais não há tratamento satisfatório, com eliminação do parasito. As regiões Este protozoário pode causar a Leishmaniose visceral e Leismaniose cutânea. Vou apresentar os dois através da tabela abaixo:
Podem perceber na imagem que a diferença é bem pequena entre as duas espécies se vista em microscópico ótico. Porém, os tempos modernos de taxinomia nos evidenciam as diferenças atráves de obervações moleculares. Esta diferença é importante principalmente para prevenção da doença, já que o tratamento da Leismaniose é complicado em animais e muitas vezes o fato de ficarem assintomáticos por anos, representa perigo para a população e continuação da doença nas regiões existentes.
PARASITOLOGIA
a) Gênero Eimeria
COCCIDEO - FILO APICOMPLEXA O filo Apicomplexa (Levine, 1970) tem como características parasitos intracelulares obrigatórios que se caracterizam por possuir na extremidade afilada do “zoíto” o complexo apical e ausência de cílios (imagem 1). Este complexo é composto por um conjunto de estruturas visíveis apenas em microscopia eletrônica e que são responsáveis pela penetração na célula do hospedeiro. Sua presença caracteriza então as formas infectantes dos protozoários, que nos coccídios são: esporozoíto, merozoíto, taquizoíto e bradizoíto.
Este gênero pode acometer animais domésticos (aves, bovinos, ovinos, caprinos, suínos, equinos e coelhos), sendo as espécies, específicas por hospedeiro. Como exemplo tem-se E. tenella, E. necatris, E. zuernii, maxima,E.E. bovis, mitis E. e E. acervulina,, que que acomete acomete galinhas; E. alabamensis bovinos; E. leuckarti , que acomete equinos, dentre outros.
Como característica principal, os oocistos do gênero Eimeria, quando chegam ao ambiente junto com as fezes (não esporulados), possuem o esporonte, cuja localização é central. Após a esporulação, apresentam quatro esporocistos, cada um com dois esporozoítos. O ciclo evolutivo divide-se em cinco fases: esporulação, infecção, esquizogonia, gametogonia e formação de oocisto. Na figura a seguir você consegue ver um esquema do ciclo evolutivo.
A classe Sporozoa também pode ser conhecida como Sporozoasida ou Coccidea (termo mais atual).
CLASSE COCCIDEA OU SPOROZOASIDA
Arredondados ou ameboides Conóide, quando presente, com a forma de um cone truncado Pseudópodes, quando presentes, usados para nutrição e não para locomoção Flagelos presentes somente em microgametas de alguns a lguns grupos Locomoção por flexão e deslizamento Reprodução assexuada e sexuada Oocistos com esporozoítos infectantes originários de
esporogonia Monoxenos ou heteroxenos
ORDEM EUCOCCIDIORIDA FAMÍLIA EIMERIIDAE
A infecção é multiespecífica, como descrito anteriormente, sendo os animais jovens mais sensíveis. A patogenia patog enia depende da espécie de Eimeria, do número de oocistos ingeridos, da idade do hospedeiro, da presença e gravidade de outras doenças, da eficácia do coccidiostático e do estado nutricional do animal. Os coccídios destroem as células intestinais, causando diarreia sanguinolenta, acarretando perda de peso e predisposição à infecção secundária. Mortalidade pode chegar a 100% em aves e os animais assintomáticos podem ser contaminantes em potencial. b) Isospora
Para este gênero, a espécie Isospora belli é um parasita que necessita apenas de um hospedeiro para completar o seu ciclo (monoxeno), e todo o ciclo evolutivo ocorre nas células epiteliais do intestino delgado. Os esporozoítas livres invadem as células epiteliais, onde se desenvolvem por meio das fases assexuada e sexuada.
quatro esporozoítos, sem apresentar esporocistos. Os microgametas são desprovidos de flagelos. A doença se caracteriza por anorexia e diarreia.
a) Subfamília Toxoplasmatinae – Gênero Gênero Toxoplasma
O ciclo evolutivo das espécies de Isospora difere do ciclo das espécies de Eimeria em três aspectos:
O oocisto esporulado contém dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos Os estágios extra-intestinais que ocorrem no baço, no fígado e nos linfonodos dos suínos, por exemplo, podem reinvadir a mucosa intestinal e causar sintomatologia clínica Os roedores podem por ingestão de oocistosede atuar cães e gatos, infectar-se com estágios assexuados como reservatórios
As espécies de Isospora, que também são conhecidos como Cystoisospora, que mais acometem os animais são: I.suis (suínos), C.canis e C.ohioensis (cães), C.felis e C.rivolta ( gatos). Acometem mais filhotes, e adquirem a infecção pelo contato com as fezes da mãe ou de outros animais parasitados. Como os filhotes ainda não tem seu sistema imunológico completamente formado, desenvolvem rapidamente a infecção e em animais adultos é praticamente assintomático, a menos que apresentem a doença após estresse ou outra doença imunossupressora. É uma doença muito importante na medicina veterinária, porque apresentam patogenicidade variável e podem causar diarreia em filhotes e diminuição no desenvolvimento, porém a infecção é auto limitante, ou seja, que pode ser cessada sem tratamento, porém o hospedeiro continua eliminando no ambiente a doença. FAMÍLIA CRYPTOSPORIDIIDAE
a) Gênero Cryptosporidium
O gênero Toxoplasma tem somente uma espécie, T. gondii , um coccídeo intestinal presente em felinos domésticos. O ciclo evolutivo inclui uma fase sistêmica facultativa, que é uma causa importante de aborto em ovinos e pode gerar uma zoonose. As infecções humanas são particularmente graves se ocorreram durante a gravidez, levando o feto a ter alterações graves na visão ou até problemas no sistema nervoso central. Conhecida como toxoplasmose, esta doença traz como vilão o gato, porque é principal transmissor da doença. O ser humano é contaminado se ingere oocistos presentes nas fezes do animal, que esporulam e contaminam o ambiente e acabam presentes em verduras e legumes. A estrutura do T.gondii é um isosporóide que apresenta três t rês estágios principais durante seu ciclo evolutivo: oocisto, taquizoíto taquizoít o e bradizoíto. a) Oocisto
Em 1907 Tyzzer registrou um coccídeo nas células das glândulas gástricas do camundongo, designando-o de Cryptosporidium muris e, mais tarde, em 1911 constatou nas células do intestino delgado também de camundongo, um coccídeo menor, que chamou de Cryptosporidium parvum. Outras espécies já foram constatadas em diferentes animais e homem, e os pesquisadores verificaram com pesquisas a diminuta especificidade parasitária em relação aos hospedeiros, assim todas as espécies são consideradas com sinonímia de C.muris e C.parvum. Sendo assim, a identificação de algumas espécies é necessária a partir da caracterização morfológica, biológica e genética. Assim sendo algumas espécies são descritas C.parvum (mamíferos com vários genótipos), C. muris como: (mamíferos com vários genótipos), C. meleagridis (aves), C.baileyi (aves), C.felis (gatos), C. canis (cães), C.nasorum (peixes), C. serpentis (répteis). Como características morfológicas, os oocistos têm formato subesférico e são muito pequenos. Quando esporulados, contem
A evolução do zigoto origina o estádio de oocisto, caracterizando por apresentar a película composta de duas membranas e possuir, quando maduro, dois esporocistos, cada um contendo quatro esporozoítos. Oocistos não esporulados (imaturos) são subesféricos a esféricos. Oocistos esporulados (maduros) são subesféricos e elípticos.
b) Taquizoítos
Os taquizoítos tem forma de meia lua e núcleo central. A extremidade anterior é pontiaguda e posterior arredondanda. Apresentam complexo apical. c) Bradizoítos e Cistos
Na figura acima podemos observar o vetor da babesiose, que é o carrapato. Já conhecemos em aulas anteriores e sabemos que o seu controle é fundamental para impedirmos a disseminação desta doença. O gênero Babesia compreende protozoários parasitos de hemácias de diferentes animais, domésticos, silvestres e o homem. Este parasito foi reconhecido como o primeiro protozoário a ser transmitido por um artrópode, que possibilitou estudos posteriores em animais e seres humanos. São transmitidos por carrapatos, nos quais o protozoário passa por via transovariana, ou seja, através do ovo, de uma geração de carrapatos à geração seguinte. A doença, babesiose, é particularmente grave em animais que não tiveram contato prévio com o protozoário introduzidos em áreas endêmicas e constitui um considerável entrave ao desenvolvimento de criação animal em muitas partes do mundo.
Os bradizoítos são semelhantes aos taquizoítos, diferindo por apresentarem núcleo próximo à extremidade posterior e serem de multiplicação lenta. Biologicamente, os bradizoítos são menos susceptíveis à destruição por enzimas proteolíticas do que os taquizoítos. Os cistos são encontrados nas vísceras, no cérebro, músculos esqueléticos e cardíaco. Nos casos crônicos, é encontrado um maior número de cistos e o hospedeiro adquire imunidade.
Levando em consideração o tamanho do protozoário dentro das hemácias, as babésias são divididas em pequenas (menores que 3µm) ou grande babésias (maiores que 3µm).
Para a medicina veterinária, é importante sabermos que a toxoplasmose é assintomática e ocorrem poucos casos clínicos em animais. No hospedeiro intermediário podem ser observados na fase aguda da infecção febre, anorexia, prostração, adenopatias, fortes dores musculares, secreção ocular bilateral, distúrbios pulmonares e abortamento (mais ovinos e humanos). CONSIDERAÇÕES FINAIS Os coccídeos são protozoários de grande importância na medicina veterinária, devem ser identificados e impedidos de serem transmitidos. Como vimos, os distúrbios intestinais são os fatores principais de ocorrência destes parasitos e eles podem ser de grande importância zoonótica. A toxoplasmose é uma doença comum nas pessoas grávidas, pois pode ocasionar danos irreversíveis ao feto. Por isto o controle com a eliminação das fezes do gato e a preocupação da água que usamos para lavar legumes e verduras deve ser um dos sinais de prevenção mais importante.
PIROPLASMASIDA A E RICKÉTTSIAS PIROPLASMASID A erliquiose é uma doença emergente, de grande importância
para o médico veterinário, pois acomete de forma grave os cães e a saúde pública. Este texto traz informações relevantes como as causas da doença, sinais clínicos, diagnósticos e profilaxia. PIROPLASMASIDA
CLASSE PIROPLASMASIDA CLASSE PIROPLASMASIDA ORDEM PIROPLASMORIDA ORDEM PIROPLASMORIDA FAMÍLIA BABESIDAE FAMÍLIA BABESIDAE GÊNERO BABESIA GÊNERO BABESIA
Observamos diferentes espécies de Babesia de bovinos em eritrócitos, Babesiabigemina, B.bovis e B.divergens. O exame de lâminas com esfregaços sanguíneos corados mostra os organismos dentro de eritrócitos, quase sempre isoladamente ou em pares, frequentemente dispostos num ângulo característico, com as extremidades estreitas opostas. São tipicamente piriformes, mas podem ser redondos, alongados ou em forma de charuto, como podemos observar na figura:
No hospedeiro vertebrado (homem ou animais) os parasitos penetram nos eritrócitos e se transformam em trofozoítos. A multiplicação é por divisão binária ou esquizogonia, e após a multiplicação apresentam tipicamente um formato piriforme piriforme,, por isto são conhecidas como piroplasmas. Ainda, há espécies que acomete cães, Babesia canis, que são caracterizadas como grandes babesias, medindo de 3 a 5 µm, podem apresentar formas piriformes, redondas, ovais, alongadas ou ameboides. O carrapato transmissor da doença é Rhipicephalussanguineus. Tabela 1. Espécies de Babesia que podem acometer diferentes animais domésticos (Fortes, 2004)
FILO PROTEOBACTERIAS CLASSE DAS ALPHAPROTEOBACTERIAS ORDEM RICKETTSIALES Família Rickettsiaceae Subfamília Rickettsiae Gênero Rickettsia, CoxiellaeOrientia Subfamília Ehrlichiae Gênero EhrlichiaeNeoRickettsia Família Anaplasmatacea Gênero Anaplasma O gênero Rickettsia foi dividido em dois grupos: Grupo Tifo (GT) composto por R. prowazekiieR.typhi , associados à pulgas e piolhos vetores e o Grupo da Febre Maculosa (GFM) que inclui mais de 20 espécies associadas ao carrapato, exceto a R.akari que está associada aos ácaros e a R.felis associada às pulgas. Tabela 2. Distribuição mundial das rickéttsias patogênicas e respectivo nome vulgar da doença que causam (Monteiro, 2016)
A babesiose causa um grande prejuízo à criação nacional, seja pelas perdas associadas à queda da produção de leite, diminuição do crescimento e morte dos animais, seja pelo custo do controle e tratamento das babesioses e seus vetores. E também aos animais domésticos, que pode causar uma anemia grave. grave. ORDEM RICKETTSIALES RICKETTSIALES Os organismos pertencentes a esta ordem foram inicialmente considerados como sendo protozoários, mas são um grupo separado de bactérias, por apresentarem aspectos comuns entre elas. Então, aluno, em alguns livros de parasitologia talvez você não a encontre. encontre.
Família Rickettsiaceae Subfamília Ehrlichiae Gênero Ehrlichia
Ehrlichia em célula granulocítica Os membros deste gênero são encontrados nos leucócitos sanguíneos como inclusões intracitoplasmáticas e produzem caracteristicamente uma breve doença febril associada a leucopenia. As espécies mais importantes são E. phagocytophila phagocytophila, a causa da febre transmitida por carrapato em ovinos e bovinos. São bactérias com parasitismo intracelular obrigatório, e devido ao parasitismo obrigatório, são incluídos em parasitologia veterinária. Possuem estruturas semelhantes a bactérias Gramnegativas, extremamente pequenas (0,3 x 1,5µm), formando cocobacilos, corados com Giemsa e fracamente corados por Gram. Podem estar agrupados em pares, em cadeias ou isoladamente.
No Brasil foram encontradas as espécies E.canis, responsável pela erliquiosemonocítica canina; Anaplasmaphagocitophila, responsável pela erliquiose granulocítica equina, NeoRickettsiaristicii, responsável pela rickettsiose monocítica equina e A.bovis, causadora da febre petequial bovina. Considerada uma doença endêmica
principalmente nas áreas urbanas, onde existe o carrapato vetor Rhipicephalussanguineus . Hospedeiros vertebrados: vertebrados: canídeos, gatos (raro), equinos, ruminantes, espécies silvestres e homem. Hospedeiros invertebrados: carrapatos invertebrados: carrapatos - Rhipicephalussanguineus , Dermacentorvariabilis, Ixodesscapula ris e Amblyomaspp ). Como característica morfológica, este gênero é uma bactéria gram-negativa, intracelulares obrigatórias dos leucócitos ou trombócitos. Pode apresentar a forma de mórulas, com grânulos corados em azul escuro no Giemsa; estruturas amorfas, de vários tamanhos e granulares. Os corpúsculos elementares são circundados por dupla membrana, enquanto as mórulas são estruturas intracitoplasmáticas, ovoides ou alongadas, limitadas por membrana trilaminar que envolve numerosos corpúsculos elementares. A importância veterinária da febre do carrapato é altíssima. Embora a doença seja transitória, em animais novos pode causar óbito, em animais adultos também por infecções secundárias, então a profilaxia contra o carrapato e o tratamento dos animais doentes é imprescindível.
Família Anaplasmatacea Gênero Anaplasma
Estes organismos, encontrados nos eritrócitos de bovinos, causam anaplasmose, uma doença caracterizada por febre, anemia e icterícia. A infecção é transmitida por carrapatos ou mecanicamente por insetos picadores ou mesmo por seringas hipodérmicas ou instrumentos cirúrgicos contaminados. Hospedeiros vertebrados: Ruminantes vertebrados: Ruminantes Hospedeiros invertebrados: carrapatos invertebrados: carrapatos e moscas Em esfregaços de sangue corados com Giemsa, os microorganismos são vistos como pequenos corpúsculos de inclusão arredondados ou ovalados, medindo 0,3 a 1µm, de cor vermelho escuro, parasitando marginalmente ou perifericamente as hemácias. Frequentemente há apenas um micro-organismo parasitando uma hemácia na margem exterior, porém não é constante. Anaplasma produz uma reação febril aguda acompanhada por
grave anemia hemolítica que podem destruir 70% dos eritrócitos sanguíneos em uma semana após o período de incubação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Espero que tenha ficado claro que mesmo a Rickettsiasendo considerada de forma morfológica como uma bactéria, ela é um parasita intracelular obrigatório, por isto permanece nas informações de parasitologia veterinária. Babesia, Erlichia e Anaplasma são parasitas de grande
importância veterinária, pois são os maiores causadores de perda econômica em propriedades. Nos animais de estimação causam febre com possibilidade de óbito, por isto o conhecimento do aspecto do parasita e suas causas clinicas são fundamentais para que possamos impedir transmissões tra nsmissões entre os animais e também para o ser humano.
PARASITOLOGIA
PLATYHELMITHIES IES HELMINTOS – FILO PLATYHELMITH O filo platyhelminthes contém duas classes de vermes achatados parasitas, conhecidos como TREMATODA E CESTODA OU CESTOIDEA. CLASSE TREMATODA CLASSE
TREMATODA -
divide-se em duas subclasses
principais: a) a) Monogenea Monogenea – ciclo evolutivo direto (parasitas externos de peixes).
Como hospedeiros intermediários tem os moluscos aquáticos – Lymnaea columela, L.cubensis e L.viatrix (figura (figura abaixo).
b) b) Digenea – requer um hospedeiro intermediário (encontrados exclusivamente em vertebrados)
A espécie Fasciola hepática possui como características morfológicas o corpo sendo foliáceo, onde apresenta uma projeção cônica anterior ou cone cefálico. Tegumento coberto de espinhos e acetábulo próximo da ventosa oral. Ovos amarelados. Mede até 30 mm de comprimento (Monteiro, 2016).
Dentro da classe Trematoda, vamos somente trabalhar com os parasitas da subclasse DIGENEA. Como estrutura geral da subclasse Digenea, o adulto possui duas ventosas para fixação. A ventosa oral na extremidade anterior circunda a boca, e a ventral fica na superfície. A parte corpórea é um tegumento absorvente e frequentemente coberto de espinhos (URQUHART et al., 1996). O sistema digestivo é simples, com abertura oral desembocando na faringe, no esôfago e num par de cecos intestinais ramificados, ra mificados, que terminam cegamente. O alimento, que normalmente é sangue ou fragmentos tissulares, é ingerido e levado aos cecos, onde é digerido e absorvido. O metabolismo é anaeróbico. O sistema excretor é constituído de uma grande quantidade de células ativas ciliadas, que impulsionam os produtos metabólicos inúteis ao longo de um sistema de túbulos que abre para o exterior. O sistema nervoso é simples. Os trematódeos digenéticos são hermafroditas, podendo ocorrer tanto fertilização cruzada como autofertilização. (URQUHART et al., 1996). ORDEM E CHINOSTOMATIFORMES CHINOSTOMATIFORMES FAMÍLIA FASCIOLIDAE
Gênero Fasciola A
espécie Fasciola
hepática (figura
abaixo)
possui
como
hospedeiros definitivos os ovinos, bovinos,Acidentalmente bubalinos, caprinos, suínos e outros animais, inclusive silvestres. Acid entalmente pode parasitar o homem. Possui como nome nome vulgar “Baratinha do fígado” e “saguaipé” (Monteir o, 2016; Fortes, 2004).
Sua localização é normalmente nos canais biliares quando adulto, nos vasos sanguíneos, pulmões, baço, tecido muscular dos hospedeiros definitivos de forma errática. Estádios larvais podem ser encontrados nos sacos pulmonares e hepatopâncreas dos hospedeiros intermediários (Fortes, 2004). Os animais se infectam após ingerirem pasto contaminado com metacercárias, fase após cercaria (ciclo de evolução do parasita na figura abaixo). O quadro clínico depende da fasciolose, sendo aguda ou crônica. Na fase mais comum de se observar é edema submandibular, também conhecido como “papeira” ou “papo”. O
combate ao molusco é a melhor forma de se evitar contaminações.
ORDEM STRIGEIFORMES FAMÍLIA SCHISTOSOMATIDAE GÊNERO SCHISTOSOMA A espécie Schistosoma mansoni (figura (figura abaixo) tem como hospedeiros definitivos, homens e bovinos, embora tenha sido encontrado em vários hospedeiros silvestres, principalmente roedores (Monteiro, 2016).
O miracídio é uma das formas evolutivas que apresenta vida livre. Possui formato oval, revestido por numerosos cílios e apresenta estruturas especializadas e responsáveis pelo processo de adesão e penetração no molusco. Assim que o miracídio penetra no molusco sofre modificações, como perda das estruturas de adesão e penetração, além da alteração do epitélio e perda de cílios para, posteriormente, dar origem a um “saco” de células germinativas, chamadas de
esporocistos.
Como hospedeiros intermediários, moluscos aquáticos dos gêneros Biomphalaria (figura abaixo) e eventualmente em espécies de Helisoma e Lymnaea (Monteiro, 2016).
A espécie Schistosoma mansoni possui como características morfológicas: alongados e dioicos. Ventosas pouco desenvolvidas. Cecos intestinais reunidos posteriormente para formarem um tubo que se prolonga até aencistam extremidade posterior. Cercáriaspela do tipo furcocercária que não e penetram ativamente pele do hospedeiro. Parasitos do sistema porta de mamíferos e aves (Monteiro, 2016). Os ovos de Schistosoma mansoni são facilmente identificáveis pela presença dupla e espículo posterolateral. Apresentam a região anterior mais fina e alongada, enquanto a região posterior é mais volumosa. O ovo, quando lançado pela fêmea, está na sua forma imatura, e após uma semana, desenvolve o miracídio.
A cercaria é considerada uma das formas evolutivas de vida livre. Formada por corpo cercariano e cauda. Apresenta estruturas de adesão e penetração que facilitam facili tam o processo de infecção no hospedeiro definitivo. A causa é bifurcada e tem importante papel no processo de locomoção parasitária no ambiente externo (Rocha, 2013).
Após a penetração da cercaria no hospedeiro definitivo, ela perde a cauda e sofre alterações morfológicas que permitem sua adaptação e sobrevivência ao novo meio (Rocha, 2013). O conhecimento da esquistossomose na medicina veterinária é devido algumas espécies servirem como hospedeiro e aumentar o nível de transmissão. O tratamento de fontes de água natural é importante, pois é um meio de infeção para homens e animais e para os moluscos (HI) (Monteiro, 2016). CLASSE CESTODA OU CESTOIDEA A classe Cestoda ou Cestoidea que também faz parte do filo platyhelminthes, difere da Trematoda pelo corpo achatado sem canal digestivo. O corpo é segmentado, sendo cada segmento contendo, às vezes, dois conjuntos de órgãos reprodutores masculinos e femininos. Compreende duas subclasses (Monteiro, 2016; Urquhart, et al., 1996): a) Cestodaria: composta por helmintos parasitos de anelídeos e peixes primitivos, sem muita importância para a medicina veterinária. b) Eucestoda: são conhecidos genericamente como tênias ou cestódeos e se caracterizam por serem segmentados e achatados dorsoventralmente com poucas ou centenas de proglótides. Na medicina veterinária, a subclasse Eucestoda tem maior importância e as duas ordens mais estudadas são a Cyclophyllidea
e Pseudophyllidea. Como características gerais destas ordens, a
forma adulta habita o intestino delgado de mamíferos e aves. A forma larval ou metacestódeo localiza-se em diversos tecidos, músculos lisos, estriados, tecido subcutâneo e órgãos como fígado, pulmão, baço e sistema nervoso de mamíferos, aves, peixes e na cavidade geral dos artrópodes (Monteiro, 2016). O cestoide adulto é constituído de cabeça ou escólex com órgão de fixação, pescoço curto não segmentado e uma cadeia de segmentos. A cadeia é conhecida como estróbilo estróbilo e cada segmento com proglote proglote (Urquhart, (Urquhart, et al., 1996).
Diferenças no escólex de tênias. A Taenia solium é conhecida como tênia do porco e Taenia saginata como tênia do boi. Local habitual de parasitismo é intestino delgado (na fase adulta), tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral ou ocular (fase larval). Estas espécies são responsáveis pela teníase, caracterizada pelos vermes adultos no intestino delgado. O aparecimento da larva ou cisticerco da Taenia solium nos tecidos é conhecida como cisticercose, uma enfermidade somática (Rocha, 2013).
Os órgãos de fixação são quatro ventosas nos lados do escólex e podem conter ganchos. O escólex em geral apresenta anteriormente um cone projetável móvel ou rostelo em algumas espécies. Os proglotes desenvolvem-se continuamente da região do colo e se tornam sexualmente maduros na porção final do estróbilo. Cada proglote é hermafrodita, com um ou dois conjuntos de órgãos reprodutores, também podem ocorrer autofertilização ou fertilização cruzada entre as proglotes. O proglote “grávido” está preenchido por ovos e este segmento
saem intactos dos estróbilos e são eliminados com as fezes. Os ovos possuem uma camada espessa, escura, fácil de serem observadas (figura abaixo) (Urquhart, et al., 1996).
O homem participa como hospedeiro definitivo quando apresenta o parasita adulto no intestino, porém água e alimentos podem ser contaminadas por ovos de T.solium e a ingestão delas lleva eva a cisticercose. Hospedeiros intermediários são os suínos ( T.solium) e bovinos (T.saginata). A transmissão ocorre por ingestão de carne crua ou malcozida destes animais infectados (Rocha, 2013). CLASSE CESTODA OU CESTOIDEA GÊNERO DIPYLIDIUM A
espécie representativa deste gênero é a Dipylidium caninum,que ocorre principalmente pela ingestão acidental de Pulex irritans, Ctenocephalides canis, C. felis (pulgas) e Trichodectes canis (piolhos mastigadores) (Monteiro, 2016). A morfologia deste parasito, como observada na figura acima, é representada por um escólex de rostro protrátil armado de várias coroas de acúleos com aspecto de espinho de roseira. Há cerca de 300 testículos em cada proglótide. As cápsulas ovígeras com até 30 ovos embrionados. Proglótides “grávidas” em forma de
semente de pepino ou grão de arroz. arroz.
Ovo de Tenia. FAMÍLIA TAENIIDAE As espécies que fazem parte deste gênero são: Taenia solium, Taenia saginata, Taenia hydatigena, Taenia pisiformis, Taenia ovis. Taeniidae com escólex geralmente armado, com estróbilo formado por numerosas proglótides (Monteiro, 2016; Fortes, 2004). Taenia solium: escólex globoso, estróbilo com 700 a 1000 proglótides, papilas genitais visíveis e dispostas alternadamente nas proglótides. Mede de 2 a 8m de comprimento por 5 a 8mm de largura. Taenia saginata: escolex cuboide, estróbilo cresce de 9 a 12 proglótides diariamente com 1200 a 2000 proglótides que contém até 80000 ovos. Tem de 2 a 12m de comprimento por 5 a 7mm de largura.
possamos evitar possíveis doenças parasitárias nos animais!
Os hospedeiros definitivos são cães e felinos e acidentalmente homens. A localização do parasita é com adultos no intestino delgado de carnívoros. Estádio larval (cisticercóides) na cavidade geral dos hospedeiros intermediários (pulgas e piolhos mastigadores) (Fortes, 2004; Urquhart, et al., 1996). De grande importância em medicina veterinária e saúde pública, pois acomete animais jovens e crianças, geralmente de forma assintomática. Podem ocorrer cólicas e diarreia. A melhor forma é de tratamento é a prevenção. Porque eliminar o verme adulto não termina com a transmissão. Eliminar os ectoparasitas deve fazer parte esquema de controle. Nosso grande foco nos helmintos é a prevenção pr evenção e controle dos hospedeiros intermediários, que são os principais carreadores desta classe de parasitos.
HELMINTOS - FILO NEMATELMINTOS Olá aluno (a)! Estamos finalizando a nossa disciplina de Parasitologia! Para isto é necessário que conheçamos a Classe Nematoda, pertencente ao filo Nemathlemintos, para que
de plantas e muitos vivem livres no solo, na água doce, salobra ou
Preparados? Vamos lá!
marinha (Fortes, 2004). A maioria dos nematoides chega até o hospedeiro pela ingestão da larva L3 dentro do ovo ou livre. Alguns gêneros de parasitas podem penetrar ativamente a pele íntegra do hospedeiro e outros out ros necessitam de artrópodes hematófagos para a sua dispersão. 1 – MORFOLOGIA EXTERNA EXTERNA
Os nematoides são vermes cilíndricos, que possuem boca, cavidade corporal e ânus. A maioria vive em liberdade na natureza e alguns são parasitos de plantas e animais. As espécies parasitas de animais são comumente filariformes e variam em tamanho, sendo encontradas espécies de um milímetro e outras de até 8 metros. A maioria dos gêneros possui dimorfirsmo sexual, é ovípara e sua forma de infecção é pela ingestão de L3. Como conceitos básicos os nematelmintos apresentam: Metazoários triploblásticos pseudocelomados (espaço do corpo compreendido entre o endo e mesoderma), de corpo cilíndrico, mais ou menos afilado nas duas extremidades; Revestimento cuticular Segmentação limitada à cutícula Desprovidos de apêndices (cerdas, pelos ou escamas) Tubo digestivo completo Pseudoceloma limitado por revestimento músculo-cutâneo e encerrando o líquido pseudocelomático onde flutuam os
órgãos dos aparelhos e reprodutor, ligados à parede do corpo por algumasdigestivo fibras conjuntivas Dióicos – sexos separados Monóxenos – a grande maioria No quadro abaixo é apresentado um sistema de classificação dos nematoides de importância veterinária. Esta representação baseia-se nas dez superfamílias em que ocorrem nematoides parasitas, que se dividem em grupos com bolsa copuladora ou sem bolsa copuladora (Urquhart, et al .,., 1996). Quadro 1. Nematoides parasitas de importância veterinária: classificação simplificada:
Na morfologia externa dos nematelmintos, observamos que as espécies podem ser encontradas por diferentes formas: cilíndrica, subcilíndrica, capilar, fusiforme ou esférica. As regiões do corpo são divididas em três: anterior (boca até poro excretor), média (do poro excretor até o ânus ou cloaca) e a posterior, também conhecida como região caudal (do ânus ou cloaca até final). A cor do corpo dos nematoides é esbranquiçada ou amarelada, portanto, espécies quando vivas, podem se apresentar vermelhas, devido à alimentação exclusiva à base de sangue (Fortes, 2004). A dimensão varia conforme a espécie e vai desde aquelas com menos de um milímetro de comprimento, como os Strongyloides, até as que atingem 100 cm de comprimento, como a Dioctophyma renale (Fortes, 2004). 2 – MORFOLOGIA INTERNA Morfologia interna de nematelmintos.
Os nematoides podem ser encontrados em diferentes meios. Muitos são parasitas dos homens e animais, outros são parasitos
A figura ao lado representa a morfologia interna dos
4 – BIOLOGIA GERAL DOS NEMATOIDES
nematelmintos. Na sua maioria, os órgãos internos são filamentosos e ficam suspensos na cavidade corpórea cheia de líquido. O sistema digestivo é tubular. A boca de muitos nematoides é um simples orifício, que pode ser rodeado por dois ou três lábios, indo diretamente ao esôfago. Em outros parasitas, como nos estrongilídeos, é grande e se abre numa cápsula bucal, que pode conter dentes; estes parasitas, ao se alimentar, removem um tampão de mucosa para a cápsula bucal, onde é digerido pela ação de enzimas secretadas para a cápsula pelas glândulas adjacentes, também podem secretar anticoagulante, e pequenos vasos, rompidos na digestão do pedaço de mucosa, podem continuar a sangrar por alguns minutos depois do verme ter se movido para outro lugar (Urquhart, et al., 1996). O sistema excretor é muito primitivo, constituído de um canal em cada cordão lateral unindo-se no poro excretor na região esofágica. Os sistemas reprodutores consistem em tubos filamentosos. Os órgãos femininos compreendem o ovário, oviduto e útero, que podem ser pares, terminando numa curta vagina comum que se abre na vulva. Os órgãos masculinos são constituídos de um único testículo contínuo e um canal deferente terminando num ducto ejaculador na cloaca (Urquhart, et al., 1996). 3 – TIPOS DE OVOS
A maioria dos parasitos desenvolve seus primeiros estádios larvais (L1, L2) no interior do bolo fecal, alimentando-se de microorganismos e matéria orgânica. Os nematoides parasitas de animais, para prosseguirem seu desenvolvimento, necessitam, na fase de L3, encontrar um hospedeiro. Essa larva (L3) é muito ativa nas horas mais frescas do dia, subindo nas pastagens em movimentos de serpente, desde que haja temperatura e umidade favoráveis (precisa de uma fina película de água sobre a planta para conseguir subir). Se as condições climáticas não estão adequadas, as larvas permanecem escondidas na bainha das folhas ou subsolo. São muito sensíveis ao calor do sol. O parasitismo das L3 quase sempre é feito por via oral, porém algumas larvas podem penetrar ativamente na pele. – ALGUNSNA EXEMPLOS 5 DE NEMATELMINTOS IMPORTÂNCIA MEDICINA VETERINÁRIA
DE
5.1 GÊNERO TRICHURIS A espécie Trichuris vulpis faz parte do gênero Trichuris, família Trichuridae e ordem Enoplida. Como hospedeiros definitivos têm os cães e raposas. Acometem mais animais jovens e eliminam diariamente uma grande quantidade de ovos. Só com intenso parasitismo que causam sinais clínicos, com aparecimento de prolapso de reto. A principal prevenção são as instalações serem arejadas e secas e uso de antiparasitários. Os ovos de nematelmintos podem ser redondos, ovais, em forma de bastão, subglobulares, ter os lados diferentes, a superfície pode ser lisa, rugosa com perfurações, podem possuir filamento (Monteiro, 2016). Tipos de ovos mais comuns: Simples: casca lisa sem protuberâncias Operculados: com uma protuberância em uma das extremidades Bioperculados: com duas protuberâncias, uma em cada extremidade Larvado: com uma larva no interior
A casca pode apresentar três camadas (Monteiro, 2016): Membrana lipídica: responsável pela impermeabilidade do ovo. É a parte mais interna Membrana quitinosa: responsável pela rigidez do ovo. Membrana proteica: só aparece em alguns helmintos e esses ficam mais resistentes às condições ambientais (como os ascarídeos). Deixa o ovo mais espesso e viscoso. É secretado pelo útero da fêmea.
5.2 GÊNERO HAEMONCHUS A
espécie Haemonchus
contortus,
faz
parte
da família
Trichostrongylidae, ordem Strongylida. Os hospedeiros são pequenos ruminantes (ovinos e caprinos) e em bovinos é encontrada a espécie H.placei. A localização é no abomaso, por isto é bem conhecida como gastrite parasitária de ruminantes. Ocorre mais em animais jovens e causa anemia.
5.3 GÊNERO HABRONEMA E DRASCHIA
Conhecida como ferida de verão, a espécie Habronema muscae tem como hospedeiro definitivo os equinos, e as moscas da espécie Musca domestica como hospedeiros intermediários. intermediári os. A localização é no estômago e causam feridas difíceis de serem cicatrizadas. Habronema majus também tem como hospedeiro definitivo os equinos, e as moscas mo scas da espécie Stomoxys calcitrans que são responsáveis pela inoculação do parasita. A espécie Draschia megastoma que tem como hospedeiro definitivo os equinos, e as moscas da espécie Musca domestica como hospedeiros intermediários, causa principalmente problemas no estômago, pois as larvas criam nódulos ao serem ingeridas. A diferença é que nos casos de Habronema, a mosca inocula o parasita na ferida e ele produz estas feridas, pode ainda aparecer no pulmão e nos olhos. Os casos de Draschia são acometidos com equinos com problemas estomacais, pois as moscas são deglutidas de forma não intencional e acaba que estes parasitas são liberados no estômago. O controle de moscas e antiparasitários são a melhor forma de prevenção.
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