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May 1, 2019 | Author: Gonzalo Gutierrez Garbiero | Category: Anthropology, Franz Boas, Sociedade, Sociology, Ciência
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Padrões de Cultura de Ruth Benedict...

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Resenha Critica sobre a Obra: "Padrões de Cultura", de Ruth Benedict. Resenha Critica sobre a obra: “Padrões de Cultura”, de Ruth Benedict, nos capítulos (I, II, III, VII) 1.

Dados Bibliográficos:

BENEDICT, Ruth. Padrões de Cultura. Tradução: Alberto Candeias. Lisboa: livros do Br asil, 2000. 2. Apresentando o autor da Obra: Ruth Benedict, nasceu na cidade de Nova York, no dia 06 de junho de 1887. Teve seus primeiros estudos no Vassar College, chegando a concluir em 1909. Ingressou na Universidade de Columbia em 1919, tendo como uma de suas colegas a também antropóloga Margaret Mead. Em 1923 torna-se membro da mesma Universidade. Foi aluna e orientanda do pai da Antropologia americana Franz Boas, chegando a o nível de PhD. Faleceu em 17 de novembro de 1948 em Nova York. 3. Perspectiva Teórica: Ruth Benedict está associada a escola americana de antropologia ,seguindo uma linha de pesquisa baseada na escola “cultura e personalidade” e no relativismo cultural. Assim o que a autora procura analisar em sua obra “Padrões de Cultura”, é como as

distintas culturas foram determinantes para o regulamento r egulamento da personalidade dos indivíduos que estão inseridos nela. O que deve essencialmente ser entendido, é o papel que o costume desempenha sobre a vida dos indivíduos que estão inseridos e compõe uma determinada cultura. Neste sent ido cabe verdadeiramente conhecer como este “problema social” [1] [1],, definido por Benedict como tal, sobre costume, desempenha na conduta e formação do individuo, e se torna um problema sem validade se não puder ser compreendido em sua totalidade. Para tanto o método proposto pela autora, é o de agrupar o material que se torna significativo para o estudo, e registrar todos os possíveis caminhos que eles podem percorrer e suas variantes, tendo como objeto analítico as sociedades primitivas, que como afirma Ruth Benedict, são importantes, porque ajudam e fornecem respostas especificas de tipos culturais locais em oposição as mais gerais da humanidade, e também avaliar o papel do comportamento cultural. Tomando o todo como necessário para se compreender as diversidades culturais. 2.

Sintese da Obra:

I Capitulo: A Ciência do Costume.

No primeiro capitulo Ruth Benedict, esta tratando sobre o papel e atuação da ciência, em especial da antropologia, quando se trata de estudar os fenômenos sociais e culturais da sociedade, fixando é claro a atenção para, como ela própria argumenta, de estudar sociedades, cuidadosamente, que não fazem parte do contexto da sua própria sociedade. Segundo a autora, cabe ao antropólogo enquanto tal, evitar qualquer favorecimento de uma parte, de um fato em oposição a outro, ou seja, o pesquisador deve primordialmente não fazer e não dá tratamento preferencial a um fato a ser estudado. Como o próprio enunciado destaca, o costume dos antropólogos foi sempre considerar os estudos sobre comunidades primitivas e tantos outros estudos, como um fato propriamente inferior, partindo também, é claro, de uma ideia de excepcionalidade do homem ocidental sobre os outros indivíduos que ocupam seu lugar no mundo, como se as civilizações ocidentais fossem, e assumiram esse ponto de vista por um longo período, de modelos padrões de desenvolvimento cultural, tornando assim as outras [2].. culturas como inferiores e sem importância fundamental para a cultura do “homem branco” branco”[2] Outro ponto em destaque no primeiro capitulo é a argumentação argumentação para tentar desconstruir a confusão que sempre sempre se acostumou a fazer sobre distinção entre a perpetuação biológica e os processos moldados pelo costume. Para Ruth Benedict, historicamente sempre se optou por diferenciar os padrões culturais através das transmissões biológicas perpetuadas nas mais variadas culturas, assim ela justifica que o homem é obrigado a obedecer a qualquer estrutura biológica para regrar seu comportamento, então a cultura não é uma estrutura social transmitida biologicamente. “O colario que daqui deriva em política moderna é que não há

qualquer fundamento no argumento de que podemos confiar as nossas conquistas espirituais e culturais a quaisquer plasmas germinais especiais hereditários”. (BENEDICT,  2000 p.27)

No final do primeiro capitulo a autora pontua abertamente uma critica aos antropólogos anteriores a sua geração, por eles partirem de uma analise pautada na evolução das culturas diferentes, desde as primeiras formas até o seu ultimo grau de desenvolvimento. II Capitulo: A Diversidade de Culturas.

O argumento principal deste capitulo, é mostrar e tratar as culturas pondo em ênfase o seu caráter distintivo, de seus padrões perceptíveis nas mais distintas sociedades, onde Ruth Benedict, pontua que esse caráter diverso é marcado pela escolha de certos elementos, segmentos que são considerados fundamentais para a delimitação da sociedade. Para marcar esta argumentação, a autora propõe seis pontos de analise que fornecem exemplos claros de sociedades primitivas que se utilizam de alguns fatores para se diferenciar das outras: adolescência e puberdade; o fator da guerra; costumes relacionados ao casamento; as feições culturais; os espíritos guardiões e visões; o casamento e a igreja. Cada ponto é abordado levando em conta os processos fixados como essenciais na interação do grupo. No fato dos rituais de puberdade é preciso entender tal processo, como um fato social em que certos, os rituais de puberdade nos homens em culturas, como na Austrália é dado mais atenção do que do rito de passagem nas mulheres. Já na África Central, este ritual de passagem é mais acentuado do que o dos homens. Sobre a guerra, a autora faz distinção entre culturas que se utilizam da guerra e outras que se quer nunca ouviram falar dela. A guerra também é outro fato social. A guerra é guerra não porque ela produz um estado de tensão entre culturas, ou entre tribos, mas pelo seu caráter e sua importância dada a ela. Os outros pontos como o casamento, as feições culturais, os espíritos guardiões e visões, casamento e igreja, seguem padrões que são exclusivamente tratados como particulares de cada cultura, não importando, no entanto o grau de diferenciação de uma para outra. III Capitulo: Integração de Culturas.

No terceiro capitulo, o ponto central de analise, é pautado na discussão sobre os padrões que normatizam e mantem as culturas diversas através dos padrões de comportamento, produzidos e reproduzidos pelos indivíduos. A diversidade do costume para Ruth Benedict, não pode ser algo que se deva limitar sua compreensão, posto que tais sistemas não se esgotem com as analises já produzidas. O que interessa verdadeiramente é uma investigação que priorize o conjunto da cultura em sua totalidade e amplitude e não os componentes particulares que os torna única, assim, se passar a compreender desse ponto de vista, sob o prisma da integração desses elementos, o estudo terá atingido seu fim único. Então o trabalho do antropólogo não pode ser apenas o de entender os processos separadamente um dos outros, mais sim eu seu processo articulado, indo no sentindo oposto do que faziam os antropólogos de gabinete, que não se preocuparam em entender: “Segundo o que hoje se pensa, o que é primordial é es tudar a cultura viva, conhecer os seus hábitos de pensamento e as funções das suas instituições, e tal conhecimento não pode resultar de dissecções post-mortem e de posteriores reconstituições”. ( BENEDICT, 2000, p. 63) A autora mais uma vez sustenta que tal analise somente pode ser feita, se forem dirigidas tais pesquisas, com os povos e culturas primitivas, pois tais culturas produzem fatos culturais mais simples de serem esclarecidos, em oposição aos fatos culturais da cultura Europeia Ocidental. Assim ela justifica: As configurações culturais são tão coercivas e tão significantes nestas como nas mais elevadas e mais complexas sociedades que temos conhecimento. Mas o material é nestas demasiadamente inextricável e esta demasiadamente próximo da nossa vista para podermos trabalhar com êxito. ( BENEDICT, 2000, p. 69)

VII Capitulo: A Natureza da Sociedade.

O terceiro capitulo, pontua as diversidades das diferenças entre culturas, onde a principal argumentação é que, são diferentes porque se orientam em direções opostas, possuem objetivos diferentes, normas e condutas que são seguidas de acordo com o que se considera importante. “O trabalhador de campo deve ser estritamente objetivo. Tem de relatar todo o comportamento de

tese”. (BENEDICT, 2000, p.253) Ou seja cabendo ao pesquisador tentar entender positivamente os fatos observados e assim como

os vê, traduzi-los para o seu estudo de maneira que não haja uma transformação do que se viu, levando em consideração é claro o conjunto em sua totalidade, o que tornará o trabalho muito mais fácil de ser aceito.

5. Avaliação Critica da Obra : Padrões de Cultura de Ruth Benedict é uma obra que mantem seu lugar de destaque dentro da antropologia social, por ter sido um estudo que inaugurou, de certa forma, um novo método de analise sobre cultura, influenciada pelo seu professor e orientador Franz Boas. Ao pontuar que se deveria deixar de lado todo o processo de construção de analise através do método comparativo e evolucionista, de entender as sociedades primitivas, Ruth Benedict enfatiza que estes antropólogos tornavam sempre a entender os aspectos da cultura através de uma sequencia evolutiva para explicar as mais variadas diferenciações, quando na verdade, segundo ela, o que torna as culturas particulares, e diferentes uma das outras, é o como são feitas as escolhas de certos segmentos nas instituições culturais pelo grupo. O que Ruth Benedict tenta argumentar é que os indivíduos são regrados, dentro de uma determinada cultura, pelas normas e costumes, sem as quais não teria sentido viver, o homem não poderia funcionar sem que estivesse sendo conduzido pelas formas tradicionais que se fazem presentes em sua sociedade. Neste ponto cabe uma intervenção, pelo que se entende o que a autora tá propondo e verificando, é que a personalidade do individuo ela é formada pelas normas e valores que são transmitidos pelos padrões culturais, cujo individuo não tem outro caminho a seguir, há não ser este que já se faz presente antes mesmo do seu nascimento, o individuo não é dotado de vontades próprias, como ela coloca nessa passagem: “Ninguém pode participar completamente em qualquer cultura se não tiver sido criado dentro de suas formas e vivido de acordo com elas; mas todos podem conceder que outras culturas têm, para os seus participantes, o mesmo significado que se reconhece na sua própria. (BENEDICT, 2000, p.49). Outro ponto que merece ser analisado é o fato, de tratar a cultura e suas implicações como um fato social total, em várias passagens do livro, a autora, coloca que é mais interessante para a pesquisa antropológica, e muito mais eficaz, analisar a cultura através do seu conjunto, de sua totalidade, se torna muito mais convincente. “O todo determina as suas partes, e não só a sua relação, mas também a sua verdadeira natureza”. (BENEDICT, 2000, p.65), como também demonstra em outra passagem, essa defesa insistente em uma analise mais total dos fatos. “As representações do todo são, assim, para o estudioso muito mais convincentes”. (BENEDICT, 2000, p. 253)

O que é passivo de critica esta justamente, na implicação de na antropologia querer estudar e analisar todo e qualquer fato social em sua totalidade, o que não se tem na atualidade não mais tentado fazer, o que é interessante para os antropólogos e de certa forma também, para os cientistas sociais, é tentar entender e explicar o nosso objeto de analise através de uma visão micro e que possa dar conta de fazer entender e chegar o mais próximo possível da realidade investigada. Desse ponto de vista, ao contrario do que se propõe Ruth Benedict, o pesquisador esta correndo mais risco de cair em contradição, do que estudando as partes que compõe o todo, é claro sempre pautado e respaldado pelo contexto em que o objeto esta inserido. No mais a obra fornece uma um argumento teórico que deve ser dado seu devido valor, pois permitiu romper com a forma evolucionista de compreender as culturas. É uma obra que deve ser lida, entendida e amplamente discutida sim no curso obrigatório de antropologia, pelo seu caráter inovador e provocante de perceber e ver o campo da cultura.

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