Padrão do Gosto D

October 10, 2017 | Author: Giovana Bambini | Category: David Hume, Morality, Aesthetics, Beauty, Experience
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Padrão do Gosto D. Hume Nos ensaios literários, a posição de Hume é semelhante à moral, visto que a fonte do gosto encontra-se no sentimento de prazer ou dor que um determinado evento pode causar a um observador, proporcionando-lhe paixões calmas ou violentas. Assim, para Hume, o refinamento do gosto ou o senso de beleza ou fealdade, numa obra de arte e literária, também é uma paixão do tipo calma, que não causa qualquer tipo de agitação na mente do observador e do agente, conduzindo-os ao deleite da obra contemplada. Pode-se apontar que a marca geral dos ensaios está na contínua tentativa de Hume em manter firme seu propósito de introduzir nos assuntos morais o método experimental de raciocínio e de tornar a filosofia inserida profundamente no cotidiano humano, o que impediria, em sua visão, que qualquer reflexão mais meditabunda ou ceticismo radical e extremo viesse a predominar. A possibilidade da universalidade do gosto foi questionada por David Hume, filósofo escocês, em seu texto Do Padrão do Gosto, segundo ele, gosto se discute. Para compreender como Hume chega a essa conclusão é necessário entender como ele explica a origem do conhecimento. Segundo esse filósofo, o conhecimento não se origina pura e simplesmente na mente humana. Não nascemos sabendo. Adquirimos o saber na experiência. A partir da experiência é que colhemos nossas impressões sobre a realidade que, guardadas na memória e ligadas, associadas pela imaginação, construímos as idéias, como se fossem cópias alteradas da realidade. O conhecimento advém dos fatos experiências a partir das impressões e das idéias que associamos em nossa mente – por isso essa teoria é chamada de empirismo lógico. Nesse sentido é que Hume se coloca contra qualquer idéia arbitrariamente imposta sem um consenso a partir da experiência. Por isso, não concorda que sejam possíveis normas morais absolutas, metafísicas, fundamentadas puramente na razão. Apenas uma concordância entre os cidadãos sobre as qualidades morais, baseadas na utilidade e no prazer que proporcionam, é que garante a validade das regras. E ele também leva esse julgamento aos juízos de gosto. Nos juízos de gosto Hume aponta também para a idéia de consenso. E ele demonstra as dificuldades de se chegar a essa idéia comum e a precariedade em concluir alguma idéia definitiva e absoluta sobre o belo. Ele constata a grande variedade e diferença de gostos e opiniões, mesmo entre indivíduos da mesma cultura e que tenham tido a mesma educação. Nos juízos de gosto Hume aponta também para a idéia de consenso. E ele demonstra as dificuldades de se chegar a essa idéia comum e a precariedade em concluir alguma idéia definitiva e absoluta sobre o belo. Ele constata a grande variedade e diferença de gostos e opiniões, mesmo entre indivíduos da mesma cultura e que tenham tido a mesma educação.

O filósofo chama a atenção para que não sejam julgados os gostos estranhos, como sendo bárbaros.Bárbaro, pode ser também o nosso julgamento diante daquele que é diferente. Não se pode cair na tentação de considerar belo apenas as preferências de determinadas pessoas ou culturas, ou seja, essa busca de uma padronização do gosto não pode significar a mutilação do direito de discordar e da liberdade de escolha. A Estética E O Padrão Do Gosto Em David Hume: Regras da arte: para Hume existem algumas regras fundamentais para definir o que é arte; ela é um padrão estabelecido socialmente levando em consideração a beleza a, a delicadeza, o gosto e a estética. Delicadeza: Para Hume é um sentimento, uma rara capacidade que precisa ser lapidada com constante e estremo ardor. A delicadeza é uma capacidade sutil de perceber as mudanças das afecções estéticas. Preconceito e prejuízo: Toda afirmação a priori nada diz do objeto e a beleza em si não se encontra no objeto é um sentimento subjetivo; assim o que em um determinado pais é uma virtude em outro pode ser um vicio. O padrão de gosto e o juízo sobre a arte: O gosto é muito variado e por isso influi diretamente na definição dos juízos. Assim, a beleza física pode determinar o padrão em um local em outro pode ser visto como um problema. O padrão do gosto face a formação do juízo acerca da beleza: A beleza, a delicadeza e o gosto estético estão no subjetivo do sujeito e não no objeto. Para HUME: “mesmo os homens de parcos conhecimentos são capazes de notar as diferenças de gosto dentro do estreito circulo de suas relações, inclusive entre pessoas que foram educadas sob o mesmo governo e quem desde de cedo foram inculcados os mesmos preconceitos” Deste modo, há diferentes concepções de gosto que implicam em diferentes entendimentos acerca do juízo sobre o belo. Nesta perspectiva existe uma contradição entre esses gostos na historia. Se olharmos a realidade mais de perto a realidade histórica se mostrar ainda mais controversa e desafiadora. Segundo o autor “aqueles para quem a moral depende mais do sentimento do que da razão tendem a englobar a ética na primeira observação, sustentando que em todas as questões respeitantes à conduta e aos costumes as diferenças entre os homens são maiores na realidade do que à primeira vista podem parecer” Contudo, universalizar tal preceito implica em desconsiderar a diversa quantidade de gostos existente: Assim, é natural que procuremos encontrar um padrão de gosto, uma regra capaz de conciliar as diversas opiniões dos homens, pelo menos uma decisão reconhecida, aprovando uma opinião e condenando outra.

Porem, esta busca nos parece um tanto difícil dada à multiplicidade de gostos existentes. Existe uma Filosofia que distingue sentimento de julgamento e por isso impede de alcançar intento em nossa tarefa. ”O sentimento está sempre certo – porque o sentimento não tem outro referente senão ele mesmo, e sempre real, quando alguém tem consciência dele” (HUME, 1973:316). Por isso, um sentimento somente pode ocorrer quando da conformidade entre ele à realidade. Portanto, não existe beleza em objeto a beleza é subjetiva. Os indivíduos percebem a beleza de modo distinto, por isso ” beleza não é uma qualidade das próprias coisas, existe apenas no espírito que as contempla, e cada espírito percebe uma beleza diferente” (HUME, 1973: 316). Por conseguinte tentar estabelecer uma beleza real ou uma deformidade real é infrutífero na mesma proporção de determinar uma doçura real ou um amargor real. Segundo Hume o fundamento da composição artística é a experiência, portanto não pode ser dado a priori e nem confundida com uma conclusão abstrata do entendimento. Mas, embora todas as regras gerais da arte assentem unicamente na experiência e na observação dos sentimentos comuns da natureza humana, não devemos supor que, em todos os casos, os homens sintam de maneira conforme a essas regras. Estas emoções mais sutis do espírito são de natureza delicada e frágil, precisam do concurso de grande numero de circunstancias favoráveis para fazê-las funcionar de maneira fácil e exata, segundo seus princípios gerais e estabelecidos (HUME, 1973: 317). Desta forma, toda definição de beleza depende da delicadeza de espírito e do contexto existente, bem como momento e lugar adequado. Por isso, é indispensável “uma perfeita serenidade de espírito, concentração de pensamento, a devida atenção ao objeto: se faltar qualquer dessas circunstancias, nosso experimento será falacioso e seremos incapazes de avaliar a católica e universal beleza” (HUME, 1973: 317). Isto é, a dificuldade para relacionar sentimento e forma, portanto a delicadeza, que é a sensibilidade às emoções mais sutis com o sentido da arte. Ou seja, Hume diz que existe um educação e apuração da sensibilidade Estética. Desta feita nem todas as pessoas são aptas para julgar uma obra de arte. Existem aqueles que julgam com base no exercício, comparação e amplos conhecimentos, além da boa vontade e sem preconceitos. A opinião desses é o padrão para o juízo do gosto e a beleza.

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