Oyá Ìgbàlè
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Oyá Ìgbàlè – O Mito Março 7, 2012 por Fernando D'Osogiyan
Eèpàrìpàà! Odò ìyá Esse post sobre Oyá serve também para desmistificar de vez a palavra Ìgbàlè e dar valor a essência da liturgia de Oyá e seus caminhos, dandodandolhe a verdadeira conotação e entendimento litúrgico. Para um melhor entendimento e compreensão deste caminho de Oya, julgo necessário necessário obter obter o devido conhecim conhecimento ento da palavra palavra Ìgbàlè. A palavra Ìgbàlè significa – pequena mata, lugar sagrado; tem a conotação de “A Floresta Sagrada dos Egúngun” ou “O Bosque Sagrado dos Ancestrais”. O mito relata que: “..Em épocas muito remotas, havia na cidade do Oyo um fazendeiro “..Em chamado Alapini, que tinha três filhos chamados Ojéwuni, Ojésamni e Ojérinlo. Um dia Alapini foi viajar e deixou recomendações aos filhos para que colhessem os inhames e os armazenassem, mas que não comessem um tipo especial de inhame chamado ihobia, pois ele deixava as pessoas com uma terrível sede. Seus filhos ignoraram o aviso e o comeram em demasia. Depois, beberam muita água e, um a um, acabaram todos morrendo. Quando Alapini retornou, encontrou a desgraça em sua casa. Desesperado,, correu ao Babalawo, que consultou o oráculo de Ifá. O Desesperado sacerdote indicou que, após o l7º dia fosse ao ribeirão do bosque e executasse o ritual que foi prescrito no jogo. Ele deveria escolher um galho da árvore sagrada sagrada atori e fazer um “bastão de invocação” do qual deveria ser denominado de isan. Na margem do ribeirão, deveria bater com o bastão na terra e chamar pelos nomes dos seus filhos, que na terceira vez eles apareceriam. Mas ele também não poderia esquecer-se de antes fazer certos sacrifícios e oferendas. Assim ele o fez; seus filhos apareceram. Mas eles tinham rostos e corpos estranhos; era então preciso cobri-los para que as pessoas pudessem vêlos sem se assustarem. Pediu que seus filhos ficassem na floresta e voltou à cidade. Contou o fato ao povo, e as pessoas fizeram roupas para ele vestir seus filhos. Deste dia em diante ele poderia ver e mostrar seus filhos as outras pessoas; as belas roupas que eles ganharam escondiam perfeitamente
suas condições de mortos. Alapini e seus filhos fizeram um pacto: em um buraco feito na terra pelo seu pai, deveriam ser “acomodados” os fundamentos do culto e denominado de ojúbo – Altar, no mesmo local do primeiro encontro, ou seja, no Igbó Ìgbàlè, ali seriam feitas as oferendas e os sacrifícios e onde as roupas deveriam permanecer guardadas, para que eles as vestissem quando o pai os chamasse através do ritual do bastão. Seguindo o pacto e as instruções do Babalawo, de que sempre que os filhos morressem fosse realizado o ritual após o l7º dia, pais e filhos para sempre se encontraram. “E, para os filhos que ainda não tiverem roupas, é só pedir às pessoas que elas as farão com imenso prazer…”. Assim sendo, poderia interpretar Oya Ìgbàlè como “A Senhora da Floresta Sagrada dos Ancestrais”. Se um dos atributos de Oya em sua pura essência é o “Espírito do Vento”, neste caminho ela é denominada de “O Vento da Morte, A Regente do Vento Invisível dos Egúngun” Oya Ìgbàlè é a divindade que Olódúmarè outorgou o direito de controlar os espíritos dos seres humanos quando desencarnados. Ela tem que assegurar que nosso espírito, de uma forma ou de outra, não seja prejudicado nesta “transição” tão delicada. Esta transição esta subdividida em 9 etapas:
Leito de morte, velório, caminho do cemitério, porta do cemitério, caminho da sepultura, sepultura, ritos fúnebres, despacho do carrego e o caminho para o além; e caso este espírito tenha que regressar ao mundo dos vivos, para solucionarmos alguma pendência, novamente deverá ser acompanhado por Oya Ìgbàlè.
Há tradicionalistas modernos quem diga que o conhecido Déjà Vu a esta divindade pertence. Oduleke foi o primeiro caçador a receber os ritos do Asese, celebrado por Oya Ìgbàlè. Até então este rito era somente destinados aos caçadores, para somente depois ser designado a todos os iniciados e consagrados ao Culto do Òrìsà e Egún. Uma de suas principais características, esta em sua lealdade para com seus seguidores. Quando Oya Ìgbàlè acompanha seus seguidores em uma batalha, invoca seu poderoso exército de Egúngun liderado por um dos mais temíveis Ancestrais – Baba Ajimuda. Os mitos relatam que nesta batalha Oya Ìgbàlè cobre o rosto com uma mascara para ocultar a
face da destruição. Na diáspora, esta mascara foi substituída pela pintura de efun do qual cobre por completo o rosto de Oya Ìgbàlè e que ninguém deve dirigir o olhar diretamente a ela, mesmo que esta cerimônia seja realizada no escuro. No Novo Mundo Oya Ìgbàlè passa a morar no Ile Awo – A casa do Segredo, mas especificamente no Ile Sanyin ou popularmente conhecido com Lesanyin quando cultuada no Culto de Lese Egún e no Ile Ibo Aku quando cultuada em Lese Òrìsà. Suas representações materiais e seus atributos diferem de um lugar para outro, porém seu maior segredo se mantém em igualdade em ambos os cultos. Entre tantos outros os que mais diferenciam seus assentamentos, é a presença de uma ossada retirada do corpo de um animal, do qual deverá ser prepara e consagrada para determinadas funções. Sabemos que o osso representa a morte, a representação de um ser que em outrora vivera. Oya é evocada para Proteção contra ataques de perversos ou Iku-Egun, atrair Amores, fertilidade na esterilidade, saúde das trompas, vendas de todos os tipos, Melhorias no comércio, movimento de comercio, atrair clientes, tomar iniciativa, Faxina espiritual, varrer os espíritos perversos. YANLE – banquete de Oya Ewure , Etu , Adiyé , Aparo, Adaba, Agbado cozido e pilado, Egbo cozido e pilado, Akara, Ipanu (Caramelos com gengibre), Ekò pupa, Ekuru pupa, Ibakan , Olele, Obi abata com Osun, Orogbo com Osun, Epo em quantidade, Oyin, etc. Tabu: Agutan (carneiro), a fumaça, o Adin, a todos os Egusi (abobora, melão, melancia, cabaças). Oyà sempre dá uma parte do sacrifico para Sango e Egungun, mas quando houver sacrifício. (Por Babá Guido – Okitalande) Qualidades do Orixá Oyá / Iansã Setembro 11, 2008 por Manuela
Um dos rituais mais belos do Candomblé é quando Oyá Kará, com seu tacho de cobre repleto de f ogo, vem dançar o rítmo egó. Ritualmente akará representa o fogo que Oyá engole, mas é de fato o bolinho de akará que Oyá distribui aos seus, de cor avermelhada como brasa no ajerê depois de rodar na
cabeça de Oyá por todo barracão. Quando feito para vender no camércio, chama-se akarajé (akará + ajé) ou seja akará de comer e assim se popularizou a palavra Akarajé Oyá também ergue a sua saia e pisa no fogo ao lado de Xangô, Oyá também troca fogo com Ogun realizando uma das mais belas danças do candomblé. Oyá convida todos para guerrear e vão chegando Ogun, Opará, Iyágunté, Obá, Xangô e por último chega Oxaguiã, é a paz no meio da guerra, para apaziguar o coração de Oyá. O número 9 é sagrada a Iansã, nove também são as qualidades de Iansã e 4 são as Oyás de culto Igbalé. Senhora dos ventos, dos tufões, das nunvens de chumbo, tempestades, das águas agitadas pelo vento, águas do seu rio Níger, onde é cultuada. A morte e seus mistérios não asustam Oyá, Senhora dos Eguns, mãe dos eguns, rainha dos eguns, Oyá gueré a unló, só mesmo mãe Iansã. Qualidades: Oyà Petu – Ligada a Xangô e até confunde-se com ele, Oyá dos raios. Oyà Onira – Rainha da cidade de Ira, a doce guerreira ligada as águas de Oxun,veste rosa.. Oyà Bagan – Oyá com fundamento com Oxossi, Egun,Exú,Ogun guerreira dos ventos os estreitos das matas. Oyá Senó ou Sinsirá- Oyá raríssima, ligada Yemanjá e Airá Oyà Topè – mora no tempo ligada a Oxun e Exú (alguns axés a tem como uma Igbalé) Oyà Ijibé ou Ijibí- veste branco ligada a Oxalá ao vento frio Oyà Kará- veste vermelho, ligada a Xangô, ao fogo, aquela que carrega o ajerê fervendo na cabeça. Oyà Leié- .o vento dos pássaros, veste estampado, ligada a Ewá Oyà Biniká - A senhora do vento quente, ligada a Oxumare e Omolu.
Oyá Olokere Olokuerê – ligada a Ogun, Odé, guerreira e caçadora. Oyás de culto Igbalé : Oyà Egunita – Igbalé, aqui vive com os mortos/eguns/veste branco e mariwo, ligada a Oxala, Nanã, e ao vento
do bambuzal Oyà Funan-Igabalé, a que encaminha os mortos/eguns/veste branco e mariwo, ligada a Oxalá, Nanã e ao centro
do bambuzal Oyà Padá - Igbale, a que ilumina o caminho aos mortos/eguns/veste branco,mariwo ligada a Oxalá, Omolú e
Nanã, ao bambuzal Oyá Tanan ou Furé -Igbalé, a que recebe no portal os mortos/eguns/veste branco e mariwo, ligada a Oxalá e
Nanã ao bambuzal. Teremos ainda vários outros nomes de Oyá que se confundem ou são os mesmos, títulos, epípetos, e qualidades diversas, entre elas: Oyá Olodé, Tonin’bé, Fakarebó, Adagambará, Filiabá, Iyá Popo, Iyá Kodun, Iyá Abomì, Logunere, Agangbele, Petu, Arira, Doluo, Bamila, Kedimolu.
Yá ns àn , a mu lh er Búf al o. Setembro 4, 2012 por Fernando D'Osogiyan
Um Lindo Itan sobre Yánsàn, a Mulher Búfalo. Um dos insígnias mais representativos de Yánsàn são os chifres de búfalo, é comum vermos Oya dançando com esses chifres à tira colo (Oya Ni O To Iwo Efon Gbe – “Oya é a única que pode agarrar os chifres do Búfalo”). Eles também são usados para “evocar” a grande Deusa dos ventos, conforme ilustra-nos a história a seguir: “Lutar e levantar o pó como o búfalo” foi quem jogou Ifá para o caçador. Eles disseram que ele deveria fazer um sacrifício para se casar. O Caçador sacrificou dois galos, duas galinhas, cerveja de milho, búzios e pães de inhame. O Caçador fez o sacrifício. Um dia este Caçador foi para o campo, quando subiu para a sua plataforma de vigia, viu um Búfalo, mas quando tentou virar a sua arma para ele, o Búfalo transformou-se numa bela virgem vermelha (Oya – Yánsàn). Quando ela acabou de tirar o disfarce, o Caçador viu-a escondê-lo atrás de uma árvore. No entanto, Oya não observou que o Caçador a tinha visto. Quando a mulher Búfalo foi embora, este Caçador deixou a sua vigia, e pegou o disfarce de Oya, colocando-o em sua bolsa, seguindo-a até o mercado. Quando chegaram lá, este aproximou-se dela, cumprimentou-a e disse a ela que tinha vindo ao mercado em busca dela. Este Búfalo que tinha se transformado em mulher respondeu: “alguma coisa de errado?” O Caçador respondeu que queria se casar com ela. A mulher Búfalo disse que não ia se casar com ninguém. Na terceira vez que o Caçador se aproximou com estas palavras, ela perguntou se ele tinha visto alguma coisa por trás dela. O Caçador respondeu que sim. A mulher Búfalo disse: “o que você viu por trás de mim”? Então o Caçador disse que ela deveria ir com ele para que ele pudesse dizer o que tinha visto por trás dela. Quando saíram do mercado, o Caçador botou a mão no saco e retirou o disfarce mostrando para ela. Quando ela viu o disfarce, disse que ele deveria ter pena dela e que ela se casaria com ele. A mulher Búfalo voltou ao mercado, reuniu as mercadorias e saiu com o Caçador, mas enquanto estavam na estrada, ela disse que ele não deveria comentar nada daquilo com ninguém; e o Caçador afirmou que não diria nada. Assim, ela se tornou sua esposa e eles viveram juntos na casa dele.
Esta mulher começou a ter filhos, mas a esposa com quem o Caçador se casara primeiro, começou a importuná-lo, perguntando onde ele tinha encontrado a segunda esposa, pois ele não comentara o assunto. O Caçador disse que ela era filha das mulheres que vieram ao campo para comprar carne com ele. A resposta não satisfez a primeira esposa e ela começou a indagar se ela tinha vindo desta ou daquela cidade. O Caçador respondeu que era de uma cidade diferente, mas ainda assim isto não satisfez à mulher. E ela começou a fazer perguntas. Enquanto perguntava, a mulher Búfalo teve o seu primeiro filho, e o segundo filho. A primeira esposa foi ao filho mais velho do Caçador e discutiu o assunto com ele. O filho mais velho pegou o pai e deu-lhe muito vinho de palma para beber. Quando o caçador bebeu, seu filho perguntou: “onde encontrou a sua esposa?” Ele respondeu que ela era um Búfalo, que ele a tinha visto retirando o disfarce no campo, e que ele tinha pego o disfarce e ido ao mercado com ela, que tinha mostrado a ela o disfarce e que daquele dia em diante, ela tinha sido sua esposa. Quando o filho mais velho do Caçador chegou em casa, contou isto para sua mãe. Depois de um tempo, o Caçador se aprontou e foi para o campo, mas no segundo dia após a sua partida, sua primeira esposa pegou um pedaço de madeira e atirou-o ao chão para parti-lo (é um tabu jogar a madeira contra o chão desta maneira na casa de um caçador). A mulher Búfalo perguntou se o marido delas não a teria avisado que ela não deveria quebrar a madeira desta forma na casa dele. Então a primeira respondeu com desdém: “cuide de sua vida e vá embora! você é um ser humano e um animal, o seu disfarce esta escondido no telhado.” Quando a mulher Búfalo ouviu isto, respondeu: “ha!” e ficou quieta. Aprontou-se e foi procurar no telhado. Quando chegou lá, encontrou o disfarce onde o Caçador o tinha escondido e o trouxe, mas ele estava muito ressecado, então, ela juntou um pouco de água e colocou o disfarce dentro. Depois foi até a esposa mais velha, deu-lhe uma cabeçada e a matou. Feito isso, ela tirou um dos seus dois chifres e foi até o campo. Quando o Caçador a viu chegando, soube que um pedaço de madeira tinha sido quebrada em sua casa. Quando ela quis dar uma marrada no marido, ele disse que ela não deveria fazer aquilo com ele. Então, ela perguntou ao Caçador, como a primeira esposa tinha sabido sobre o mistério dela. O Caçador contou como o filho mais velho o levara e lhe dera muito vinho de palma para beber, até ele não saber mais o que falava. Então ela disse: “Está bem.” Disse que não o mataria, mas que ele fosse para casa e que sempre que os filhos dela quisessem realizar seu festival anual, ele deveria sacrificar com eles para o chifre que ela tirara e tinha deixado em casa como uma lembrança. Daquele tempo em diante, seus filhos continuaram a sacrificar para os chifres desta maneira, são o que chamamos e cumprimentamos como os “filhos do Búfalo” até hoje. No Terreiro de Òsùmàrè, até hoje é entoada uma cantiga que alude a passagem supra narrada, na qual Yánsàn sobe no telhado em busca da sua roupa, que havia sido escondida pelo seu marido. Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoando todos!!! Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó Texto: Casa do Òsùmàrè
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