Oya Guelede- Oriki Dos Orixas

April 20, 2017 | Author: Gennaro Timeo | Category: N/A
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Conceitos de vida e morte no ritual do axexê Tradição e tendências recentes dos ritos funerários no candomblé

Reginaldo Prandi Prof. Titular de Sociologia da Universidade de São Paulo

Nas mais diferentes culturas, a concepção religiosa da morte está contida na própria concepção da vida e ambas não se separam. Os iorubás e outros grupos africanos que formaram a base cultural das religiões afrobrasileiras acreditam que a vida e a morte alternam-se em ciclos, de tal modo que o morto volta ao mundo dos vivos, reencarnando-se num novo membro da própria família. São muitos os nomes iorubás que exprimem exatamente esse retorno, como Babatundê, que quer dizer "O-pai-estáde-volta".Para os iorubás, existe um mundo em que vivem os homens em contato com a natureza, o nosso mundo dos vivos, que eles chamam de aiê, e um mundo sobrenatural, onde estão os orixás, outras divindades e espíritos, e para onde vão os que morrem, mundo que eles chamam de orum. Quando alguém morre no aiê, seu espírito, ou uma parte dele, vai para o orum, de onde pode retornar ao aiê nascendo de novo. Todos os homens, mulheres e crianças vão para um mesmo lugar, não existindo a idéia de punição ou prêmio após a morte e, por conseguinte, inexistindo as noções de céu, inferno e purgatório nos moldes da tradição ocidental-cristã. Não há julgamento após a morte e os espíritos retornam à vida no aiê tão logo possam, pois o ideal é o mundo dos vivos, o bom é viver. Os espíritos dos mortos ilustres (reis, heróis, grandes sacerdotes, fundadores de cidades e de linhagens) são cultuados e se manifestam nos festivais de egungum no corpo de sacerdotes mascarados, quando então transitam entre os humanos, julgando suas faltas e resolvendo as contendas e pendências de interesse da comunidade.O papel do ancestral egungum no controle da moralidade do grupo e na manutenção do equilíbrio social através da solução de pendências e disputas pessoais, infelizmente, não se reproduziu no Brasil. Embora o culto ao egungum tenha sido reconstituído na Bahia em uns poucos terreiros especializados, o candomblé de egungum da Ilha de Itaparica (Braga, 1992), mais tarde também presente na cidade de Salvador e em São Paulo, está muito distante da prática diária dos candomblés de orixás e praticamente divorciados da vida na sociedade profana, perdendo completamente as funções sociais africanas originais, de tal modo que a religião africana no

Brasil, disseminada pelos terreiros de orixás, acabou por se constituir numa religião estritamente ritual, uma religião a-ética, uma vez que seus componentes institucionais de orientação valorativa e controle do comportamento em face de uma moralidade coletiva exercitada nos festivais dos antepassados egunguns ausentaram-se completamente da vida cotidiana dos seguidores da religião dos orixás.O ideal iorubá do renascimento é as vezes tão extremamente exagerado, que alguns espíritos nascem e em seguida morrem somente pelo prazer de rapidamente poder nascer de novo. São os chamados abicus (literalmente, nascido para morrer), que explicam na cultura iorubá tradicional as elevadas taxas de mortalidade infantil. Em geral, um abicu renasce seguidamente do útero da mesma mãe. Quando uma criança é identificada como sendo um abicu, muitos são os ritos ministrados para impedir sua morte prematura. Assim como a sociedade Egungum cultua os antepassados masculinos do grupo (Babayemi, 1980), outra sociedade de mascarados, a sociedade Gueledé, celebra a mães ancestrais, às quais cabe também zelar pela saúde e vida das crianças, inclusive os abicus (Lawal, 1996). Os festivais Gueledé não sobreviveram no Brasil (segundo o Professor Agenor Miranda Rocha, em conseqüência de disputas, no começo do século, entre lideranças do candomblé da Casa Branca do Engenho Velho, que provocaram a cisão do grupo e fundação do Axé Opô Afonjá por Mãe Aninha Obá Bií). Também não sobreviveu integralmente a idéia de abicu e o termo passou a designar, em muitos candomblés, as pessoas que são consideradas como tendo nascido já iniciadas para o orixá a que pertencem, não devendo, assim, ser raspadas, como devem ser os demais que se iniciam na religião. A maneira fragmentária como a religião africana foi se reconstituindo no Brasil implicou, claramente, em acentuadas mudanças nos conceitos de vida e morte, mudanças que vão afetar o sentido de certas práticas rituais, especialmente quando sofrem a concorrência de ritos católicos e de concepções ensinada pela Igreja.A tradição cristã ensina que o ser humano é composto de corpo material e espírito indivisível, a alma. Na concepção iorubá, existe também a idéia do corpo material, que eles chamam de ara, o qual com a morte decompõe-se e é reintegrado à natureza, mas, em contrapartida, a parte espiritual é formada de várias unidades reunidas, cada uma com existência própria. As unidades principais da parte espiritual são 1) o sopro vital ou emi, 2) a personalidade-destino ou ori, 3) identidade sobrenatural ou identidade de origem que liga a pessoa à natureza, ou seja, o orixá pessoal e 4) o espírito propriamente dito ou egum. Cada parte destas precisa ser integrada no todo que forma a pessoa durante a vida, tendo cada uma delas um destino diferente após a morte. O emi, sopro vital que vem de Olorum e que está representado pela respiração, abandona na hora da morte o corpo material, fabricado por Oxalá, sendo reincorporado à massa coletiva que contém o princípio genérico e inesgotável da vida, força vital cósmica do deus-primordial Olodumare-Olorum. O emi nunca se perde e é constantemente reutilizado. O ori, que nós chamamos de

cabeça e que contém a individualidade e o destino, desaparece com a morte, pois é único e pessoal, de modo que ninguém herda o destino de outro. Cada vida será diferente, mesmo com a reencarnação. O orixá individual, que define a origem mítica de cada pessoa, suas potencialidades e tabus, origem que não é a mesma para todos, como ocorre na tradição judaico-cristã (segundo a qual todos vêm de um único e mesmo deus-pai), retorna com a morte ao orixá geral, do qual é uma parte infinitésima. Finalmente, o egum, que é a própria memória do vivo em sua passagem pelo aiê, que representa a plena identidade e a ligação social, biográfica e concreta com a comunidade, vai para o orum, podendo daí retornar, renascendo no seio da própria família biológica. Quando se trata de alguém ilustre, os vivos podem cultuar sua memória, que pode ser invocada através de um altar ou assentamento preparado para o egum, o espírito do morto, como se faz com os orixás e outras entidades espirituais. Sacrifícios votivos são oferecidos ao egum que integra a linhagem dos ancestrais da família ou da comunidade mais ampla. Representam as raízes daquele grupo e são a base da identidade coletiva.Na África tradicional, dias depois do nascimento da criança iorubá, realiza-se a cerimônia de dar o nome, denominada ekomojadê, quando o babalaô consulta o oráculo para desvendar a origem da criança. É quando se sabe, por exemplo, se se trata de um ente querido renascido. Os nomes iorubás sempre designam a origem mítica da pessoa, que pode referir-se ao seu orixá pessoal, geralmente o orixá da família, determinado patrilinearmente, ou à condição em que se deu o nascimento, tipo de gestação e parto, sua posição na seqüência dos irmãos, quando se trata, por exemplo daquele que nasce depois de gêmeos, a própria condição de abicu e assim por diante. A partir do momento do nome, desencadeia-se uma sucessão de ritos de passagem associados não só aos papéis sociais, como a entrada na idade adulta e o casamento, mas também à própria construção da pessoa, que se dá através da integração, em diferentes momentos da vida, dos múltiplos componentes do espírito. Com a morte, estes ritos são refeitos, agora com a intenção de liberar essas unidades espiritiais, de modo que cada uma deles chegue ao destino certo, restituindo-se, assim, o equilíbrio rompido com a morte.No Brasil, nas comunidades de candomblé e demais denominações religiosas afro-brasileiras que seguem mais de perto a tradição herdada da África, a morte de um iniciado implica a realização de ritos funerários. O rito fúnebre é denominado axexê na nação queto, tambor de choro nas nações mina-jeje e mina-nagô, sirrum na nação jeje-mahim e no batuque, ntambi ou mukundu na nação angola, tendo como principais fins os seguintes:desfazer o assentamento do ori, que é fixado e cultuado na cerimônia do bori, cerimônia que precede o culto do próprio orixá pessoal;desfazer os vínculos com o orixá pessoal para o qual aquele homem ou mulher foi iniciado, o que significa também desfazer os vínculos com toda a comunidade do terreiro, incluindo os ascendentes (mãe e pai-de-santo), os descendentes (filhosde-santo) e parentes-de-santo colaterais; despachar o egum do morto,

para que ele deixe o aiê e vá para o orum. Como cada iniciado passa por ritos e etapas iniciáticas ao longo de toda a vida, os ritos funerários serão tão mais complexos quanto mais tempo de iniciação o morto tiver, ou seja, quanto mais vínculos com o aiê tiverem que ser cortado (Santos, 1976).Mesmo o vínculo com o orixá, divindade que faz parte do orum, representa uma ligação com o aiê, pois o assentamento do orixá é material e existe no aiê, como representação de sua existência no orum, ou mundo paralelo. Mesmo um abiã, o postulante que está começando sua vida no terreiro e que já fez o seu bori, tem laços a cortar, pois seu assento de ori precisa ser despachado, evidentemente numa cerimônia mais simples. Em resumo, podemos dizer que a seqüência iniciática por que passa um membro do candomblé, xangô, batuque ou tambor de mina (bori, feitura de orixá, obrigações de um, três e cinco anos, decá no sétimo ano, obrigações subseqüentes a cada sete anos) representa aprofundamento e ampliação de laços religiosos, quando novas responsabilidades e prerrogativas vão se acumulando: com a mãe ou pai-de-santo, com a comunidade do terreiro, com filhos-de-santo, com o conjunto mais amplo do povo-de-santo etc. Com a morte, tais vínculos devem ser desfeitos, liberando o espírito, o egum, das obrigações para com o mundo do aiê, inclusive a religião. O rito funerário é, pois, o desfazer de laços e compromissos e a liberação das partes espirituais que constituem a pessoa. Não é de se admirar que, simbolizando a própria ruptura que tal cerimônia representa, os objetos sagrados do morto são desfeitos, desagregados, quebrados, partidos e despachados.O termo axexê, que designa os ritos funerários do candomblé de nação queto e outras variantes de origem iorubá e fomiorubá, ou jeje-nagô, como são mais conhecidas, é provavelmente uma corruptela da palavra iorubá àjèjé. Em terras iorubás, por ocasião da morte de um caçador, era costume matar-se um antílope ou outra caça de quatro pés como etapa do rito fúnebre. Uma parte do animal era comida pelos parentes e amigos do morto, reunidos em festa em homenagem ao defunto, enquanto a outra parte era levada ao mato e oferecida ao espírito do falecido caçador. Juntamente com a carne do animal, depositavam-se na mata os instrumentos de caça do morto. A este ebó dava-se o nome de àjèjé (Abraham, 1962: 38). O axexê que se realiza no candomblé brasileiro pode ser pensado como um grande ebó, com a oferenda, entre outras coisas, de carne sacrificial ao espírito do morto, e no qual se juntam seus objetos rituais.Sendo o candomblé uma religião de transe, várias divindades participam ativamente do rito funerário, especialmente os orixás associados à morte e aos mortos, ocupando Oiá ou Iansã lugar de destaque. Iansã é considerada o orixá encarregado de levar os mortos para o orum, atribuindo-se a ela o patronato do axexê, conforme mito narrado por Mãe Stella Odé Kaiodé, ialorixá do Axé Opô Afonjá, que resume bem a idéia do axexê como cerimônia de homenagem ao morto. Assim diz o mito:

Vivia em terras de Queto um caçador chamado Odulecê. Era o líder de todos os caçadores. Ele tomou por sua filha uma menina nascida em Irá, que por seus modos espertos e ligeiros foi conhecida por Oiá. Oiá tornou-se logo a predileta do velho caçador, conquistando um lugar de destaque entre aquele povo. Mas um dia a morte levou Odulecê, deixando Oiá muito triste. A jovem pensou numa forma de homenagear o seu pai adotivo. Reuniu todos os instrumentos de caça de Odulecê e enrolou-os num pano. Também preparou todas as iguarias que ele tanto gostava de saborear. Dançou e cantou por sete dias, espalhando por toda parte, com seu vento, o seu canto, fazendo com que se reunissem no local todos os caçadores da terra. Na sétima noite, acompanhada dos caçadores, Oiá embrenhou-se mata adentro e depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de Odulecê. Nesse instante, o pássaro "agbé" partiu num vôo sagrado. Olorum, que tudo via, emocionou-se com o gesto de Oiá-Iansã e deu-lhe o poder de ser a guia dos mortos em sua viagem para o Orum. Transformou Odulecê em orixá e Oiá na mãe dos espaços sagrados. A partir de então, todo aquele que morre tem seu espírito levado ao Orum por Oiá. Antes porém deve ser homenageado por seus entes queridos, numa festa com comidas, canto e dança. Nascia, assim, o ritual do axexê. (Santos, 1993: 91).Também participam do axexê os orixás Nanã, Euá, Omulu, Oxumarê, Ogum e eventualmente Obá, não se incluindo, contudo, nesta lista Xangô, que dizem ter pavor de egum, conforme narram outros mitos.A seqüência do axexê começa imediatamente após a morte, quando o cadáver é manuseado pelos sacerdotes para se retirar da cabeça a marca simbólica da presença do orixá, implantada no alto do crânio raspado durante a feitura, através do oxo, cone preparado com obi mascado e outros ingredientes e fixado no coro cabeludo sobre incisões rituais. O cabelo nesta região da cabeça é retirado e o crânio lavado com amassi (preparado de folhas) e água. Esta lavagem da cabeça inverte simbolicamente o primeiro rito iniciático, quando as contas e a cabeça do novo devoto são igualmente lavadas pela mãe-de-santo. O líquido da lavagem é o primeiro elemento que fará parte do grande despacho do morto.Depois do enterro, tem início a organização do axexê propriamente dito. Ele varia de terreiro para terreiro e de nação para nação. É mais elaborado quando se trata de altos dignatários e depende das posses materiais da família do morto. Genericamente conserva os procedimentos básicos de inversão da iniciação, havendo sempre:música, canto e dança; transe, com a presença pelo menos de Iansã incorporada; sacrifício e oferendas variadas ao egum e orixás ligados ritualmente ao morto, sendo sempre e preliminarmente propiciado Exu, que levará o carrego, evidentemente, e os antepassados cultuados pelo grupo; destruição dos objetos rituais do falecido (assentamentos, colares, roupas, adereços etc.), podendo parte permanecer com algum membro do grupo como herança; despacho dos objetos sagrados "desfeitos" juntamente com as oferendas e objetos usados no decorrer da cerimônia, como os instrumentos musicais próprios para a ocasião, esteiras etc. Quando, no final, o despacho é

levado para longe do terreiro, tudo juntado num grande balaio, nenhum objeto religioso de propriedade do morto resta no templo. Ele não faz mais parte daquela casa e só futuramente poderá ser incorporado ao patrimônio dos ancestrais ilustres, se for o caso, podendo então ser assentado e cultuado. Por ora, o egum está livre para partir. Igualmente, o orixá ou orixás pessoais do falecido já não dispõem de assentos (ibáorixá) no terreiro, tendo portanto seus vínculos desfeitos. O ori, que pereceu junto com seu dono, também não mais existe fixado num ibá-ori (assentamento). Se algum objeto ou assento foi dado a alguém, ele tem novo dono, para quem é transferida a responsabilidade do zelo religioso. Nada mais é do morto. Nada mais há que o prenda ao terreiro.Durante o axexê, acredita-se que o morto pode expressar suas últimas vontades e para isso o sacerdote que preside o ritual faz uso constante do jogo de búzios. Assim, antes de cada um dos objetos religiosos que lhe pertenceram em vida ser desfeito, rasgado ou quebrado, o oficiante pergunta no jogo se tal peça deve ficar para alguém de seu círculo íntimo. Não é de bom-tom, contudo, deixar de despachar pelo menos grande parte dos objetos. Quando se trata de fundador de terreiro ou outra pessoa de reconhecidos méritos sacerdotais, é costume deixar os assentos de seus orixás principais para o terreiro, os quais passam a ser zelados por toda a comunidade. Não raro, assentos de orixás de mãe e pais de grande prestígio costumam ser disputados por filhos com grande estardalhaço, havendo mesmo relatos de roubos e até de disputas a faca e bala.O axexê é realizado no terreiro em dois espaços: num recinto reservado, preferencialmente uma cabana especialmente construída com galhos e folhas, e no barracão. Na cabana, em que poucos entram, são colocados os objetos do morto, onde são desfeitos, aí se realizando os sacrifícios para os orixás e para o egum. No barracão são celebradas as danças, aí permanecendo os membros do terreiro, os parentes e amigos do finado.O morto é representado no barracão por uma cabaça vazia, que vai recebendo moedas depositadas pelos presentes, no momento em que cada um dança para o egum. Todos devem dançar para o egum, como homenagem pessoal. Apesar dos cânticos e danças, o clima da celebração é propositalmente constrito e triste. Os atabaques são substituídos por um pote de cerâmica, do qual se produz um som abafado com uso de leques de palha batidos na boca, e por duas grandes cabaças emborcadas em alquidares com água e tocadas com as varetas aguidavis. Os presentes usam tiras da folha do dendezeiro, mariô, atadas no pulso, como proteção contra eventual aproximação dos eguns. Todo esse material, ao final, comporá o carrego do morto. No barracão também é servido o repasto preparado com as carnes do sacrifício, reservando-se aos ancestrais, orixás e egum as partes que contêm axé.No quarto reservado, o morto é representado por recipientes de barro ou cerâmica virgens, os quais futuramente podem ser usados para assentar o espírito do falecido juntamente com os demais antepassados ilustres daquela comunidade religiosa, ou despachados.Por influência do catolicismo, que costuma repetir a missa fúnebre em intervalos

regulares, em muitos terreiros o rito do axexê é repetido depois de um mês, um ano e a cada sete anos, especialmente quando se trata do falecimento do babalorixá ou ialorixá. Mas a maioria dos iniciados, entretanto, acaba não recebendo sequer um dia de axexê. Isto ocorre por falta de interesse da família carnal do morto, muito freqüentemente não participante do candomblé, por dificuldades financeiras, já que é alto o custo da celebração, ou por incapacidade do pessoal do terreiro para oficiar a cerimônia. Na melhor das hipóteses, os otás, pedras sagradas dos assentamentos, são despachadas com um pouco de canjica, reaproveitando-se todos os demais objetos sagrados.Hoje, com a grande e rápida expansão do candomblé, o axexê parece estar em franca desvantagem com relação às demais cerimônias. Sobretudo em São Paulo, onde o candomblé não completou sequer cinqüenta anos, poucos terreiros dispõem de sacerdotes e sacerdotisas capazes de cantar e conduzir o rito fúnebre, obrigando a comunidade, em caso de morte, a se valer dos serviços religiosos de pessoa estranha ao terreiro, que costuma cobrar e cobrar muito caro pelo serviço. Vários adeptos do candomblé, que se profissionalizam como sacerdotes remunerados, especializam-se em axexê. São então chamados para a cerimônia quando um terreiro necessita de seus préstimos. Isto, evidentemente, encarece muito a cerimônia, o que acaba por inviabilizá-la na maioria dos casos. Mesmo quando morre um sacerdote dirigente de terreiro, há grande dificuldade para a realização dos ritos funerários, sobretudo naquelas situações em que a morte do chefe leva ao fechamento da casa, provocada tanto por disputas sucessórias, como por apropriação da herança material do terreiro pela família civil do falecido. Vale lembrar que se pode contar nos dedos os terreiros que, por todo o Brasil, sobreviveram a seus fundadores. Em geral, a família do finado não tem qualquer interesse em realizar o axexê e nem está disposta a gastar dinheiro com isso. Por outro lado, pouquíssimos pais e mães-de-santo, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, se dispõe a realizar qualquer tipo de cerimônia sem o pagamento por parte do interessado, mesmo quando o interessado é membro de seu próprio terreiro. Muitos pais e mães-de-santo mantêm terreiros especialmente como meio de vida, de modo que as regras do mercado suplantam em importância e sentido as motivações da vida comunitária.Ao que parece, o empenho das comunidades de culto na realização dos ritos funerários, na maioria dos casos, é muito reduzido quando comparado com o interesse, esforço e empenho despendidos nos atos de iniciação e feitura, como se, com a morte, pouca coisa mais importasse. Cria-se assim uma situação em que a preocupação em completar o ciclo iniciático vai perdendo importância, alterando-se profundamente, em termos litúrgicos e filosóficos, a concepção da morte e, por conseguinte, a própria concepção da vida. Os conceitos originais africanos de vida e morte vão se apagando e o candomblé vai cada vez mais adotando idéias mais próximas do catolicismo, do kardecismo e da umbanda, criando-se, provavelmente, uma nova religião, que hoje já se esparrama pela cidades brasileiras a

partir de São Paulo e Rio de Janeiro, e que muitos chamam, até pejorativamente, de umbandomblé, em que os eguns, que são na concepção ioruba ancestrais particulares de uma específica comunidade, vão perdendo suas características africanas para se transformar em entidades genéricas, não ligadas a nenhuma comunidade de culto em particular, que baixam nos terreiros para "trabalhar", assumindo a justificativa da caridade, ideal e prática cristã-kardecistas que aos poucos vão suplantando os modelos africanos de ancestralidade e seus ideais de culto à origem e valorização das linhagens. Esta nova maneira de pensar a morte e vida por grande parte dos adeptos do candomblé, sobretudo os de adesão mais recente, constitui forte razão para a crescente perda de interesse na realização do axexê para todos os iniciados. Com isso, certamente, ganham terreno as concepções e ideais da umbanda e perdem as do candomblé. Isto é o contrário do movimento de africanização, e já há muito se constituiu num processo oposto, o da umbandização do candomblé. Sem axexê, a feitura de orixá não faz sentido, pelo menos nos termos das tradições africanas que deram origem à religião dos orixás no Brasil. O ciclo simplesmente não se fecha e repetição mítica, tão fundamental no conceito de vida segundo o pensamento africano, não pode se realizar.

Jogo de búzios JOGO DE BÚZIOS

"O jogo de búzios tem por finalidade identificar nosso Orixá (Ori=Cabeça (física e astral) + Ixá=guardião); ou seja , problemas de plano astral, espiritual, material e suas soluções". O jogo de búzios é uma leitura divinatória e esotérica por excelência, utilizado como consulta, quer seja; para identificar nosso orixá (ori= cabeça + ixá=guardião), que é a mesma figura do anjo de guarda; a situação material, astral e espiritual, principalmente com relação a problemas e dificuldades.

Portanto de uma forma definitiva - ninguém "fala" ao nosso ouvido, nem Exú e tampouco Oxum, os quais tem forte influência sobre o jogo, mas não desta forma, se assim fosse, não seria necessário jogá-los. A leitura esotérica divinatória está diretamente ligada à Òrúnmìlà, cujos babalorixás, são seus porta-vozes, outras lendas africanas, mostram a ligação do jogo de búzios com Exú, Oxum e Oxalá. No capítulo destinado à Ifá e Odù, consta essa estreita relação entre Exú e Ifá. O jogo de búzios é exclusivo dos candomblecistas praticantes e reconhecidamente iniciados, fora isso É FARSA, É MENTIRA, É ENGODO. Os búzios são jogados em número de dezesseis, que correspondem aos dezesseis odús principais, quer sejam: okaran (exú), ejioko (ogum, ibeji), etaogunda (obaluayiê, ogun), iorosun (yemanjá, oya), oxê (oxum), obara (Oxossi, logunedé e xangô), odí omolu oxosse e oxalá), egionile (oxaguian), ossá (oyá, yewa e yemanjá), ofum (oxalufan), owarim (oyá, oguy e exu), egilexebora (xangô, oba, iroko), egioligibam (nanã), iká (ossain e oxumare), obeogundá (ogun, ewá e obá) e alafia (orixalá, isto é, todos os outros Orixás funfun). Duas formas são as mais utilizadas, sobre a urupema (peneira (totalmente aboolido em ketou)), ou sobre erindilogun (fio de contas), que em alguns casos, nele constam os dezesseis orixás cultuados atualmente no Brasil; igualmente constam desta parafernália: uma otá, uma vela branca, um adjá (espécie de sineta) usado para saudar os orixás, abrir o jogo e convocar o eledá do consulente para que permita uma boa leitura; água; indispensável os fios de Oxalá e Oxum; um côco de ifá; moedas; favas; obi; orobô; um imã; uma fava (semente) especial que represente no jogo o eledá consultado, aforante a isso um preparo do babalorixá, e os orôs (rezas) necessários. Para uma boa leitura de búzios, três situações são fundamentais: 1) Conhecimento e aprendizado. 2) Autorização, através de ritual próprio, o qual é ministrado por sacerdote responsável, tendo o iniciado passado por completo, com seriedade e merecimento, seu período de iniciação, que são no mínimo 7 anos. 3) Seriedade do consultor e do consulente. Esses são pré-requisitos básicos para uma leitura honesta e imparcial. Muito importante, quem "responde" no jogo de búzios é o orixá do consulente, ele é quem determina a formação dos búzios para serem analisados, é uma espécie de permissão, do orixá, para que a situação do seu filho seja exposta.

A forma de jogo mais usual, é a da leitura por odú, feita pela quantidade de búzios "abertos" ou "fechados", em que o babalorixá, deverá efetuar várias jogadas para uma leitura mais completa, em alguns jogos, cada queda corresponde a um único odú-orixá. O porque e para que se consultam os búzios ? Pelo mesmo princípio que se vai ao médico, só vai quem está doente ou para uma avaliação de rotina, da mesma forma, que só toma remédio quem está doente, só se deve fazer algo, se houver alguma necessidade. O futuro - é grande questão dos consulentes, no jogo de búzios, podese fazer "perguntas", cujas respostas não são detalhadas, mas de uma maneira geral é sim ou não, provável e se não fosse assim não haveria babalorixá pobre neste mundo, o futuro a Deus pertence, esta é uma frase sábia que alguém com muita propriedade disse um dia. O futuro depende muito dos nossos atos presentes, o exercício do nosso livre arbítrio é constante, nada está definitivamente marcado ou decidido, a partir do instante que exercemos nossa vontade, podemos modificar a todo instante nosso futuro; exemplos simples: se alguém fica doente e acha que é o destino, vai morrer, mas, se procurar um médico, vai se curar; o futuro foi alterado; assim alguém que perca seu emprego, se ficar em casa, vai passar fome, se sair e procurar um emprego, terá grande chance de conseguir e novamente alterar seu futuro; e assim com tudo na vida; uma grande questão é que muitas pessoas acham que seu orixá, anjo da guarda ou Deus, tem que saber de tudo, das suas necessidades, dos seus problemas e simplesmente resolvê-los, antes assim fosse, porém, mais uma vez é necessário que o nosso livre arbítrio e o nosso querer, tem que ser constante em nosso dia a dia. Não podemos esperar que as pessoas "adivinhem" ou saibam o que estamos querendo ou precisando, se não falarmos, se não nos comunicarmos, é evidente que se tem uma forma de fazê-lo, sempre podemos dizer o que pensamos e precisamos, mas de uma forma correta, não agressiva, coerente. Sempre temos duas chances em cada situação que nos apresenta, o de sim e o de não, se tentarmos, porém se não tentarmos, só resta o não. O jogo de búzios, costumo dizer que é uma ciência exata, sabe-se ou não, não cabe meio termo, quem sabe, talvez, ou a leitura é a expressão de uma realidade presente ou não, a forma de checar se um jogo está correto, começa pela identificação do orixá, a cada orixá corresponde um estereotipo de caráter e personalidade ao seu "filho", que ao lhe relatar não pode errar ou fugir das suas principais características, que o babalorixá checa com o consulente, se tudo corresponde, as demais situações do jogo também estarão corretas. Porém se observe, que um leitor de jogo de búzios necessariamente tem que conhecer sobre as características que os orixás imprimem aos seus "filhos" características estas, que em alguns casos para o mesmo orixá, tem variantes, pela sua qualidade apresentada, ou ainda, difere determinadas características, se o "filho" for do sexo masculino ou feminino, há que se reconhecer uma situação

um pouco complexa, e não poderia ser de outra forma, com todas essas variantes é um jogo prostituído, isto é, usado de forma inescrupulosa, leviana, por pessoas totalmente estranhas ao processo, pelos ignorantes que se julgam conhecê-lo. Com relação ainda à esta situação, é muito comum alguns iniciados ou até mesmo sacerdotes, que não se preocuparam muito com o aperfeiçoamento, estudo mais detalhado, prática exaustiva, incorrem num erro, de conhecer uma pessoa de determinado orixá, e classificar suas características como definitivas para aquele orixá, e sempre que ver alguém com aquelas características, achar que aquela pessoa, também será daquele orixá, generalizando para sempre todos estes casos e situações; o erro: esta pessoa que conheceram, pode estar com o orixá errado, pois quem lhe atribuiu este orixá, não era competente, este é um fato muitíssimo comum. É uma forma de leitura divinatória, que não massifica, isto é, uma situação vale para muitos, como no caso do horóscopo, mas usada de forma individual, como exemplo, o caso de gêmeos, dois ou mais, nascem no mesmo dia, e no entanto, caráter e personalidade em muitos casos, totalmente diversos.

As Características dos 16 Odùs do Jogo de Búzios. 1 - OKANRAN . Fecundação: Olorun fez o homem, que era a sua imagem, chamado ISELE, que vivia só e pediu-lhe uma companheira. Olorun, então, chamou Esu para ajudar, no que fosse possível, a ISELE. Esú, porém, não aceitou as determinações e desobedeceu, insubordinadamente as ordens de Olorun, este, então, ordenou a Esú que viesse para a terra. Por sua vez Esú saiu provocando revoltas. Da desobediência e insubordinação foi parido OKARAN. Sexo: Feminino Elemento: Ar/Fogo Cor: Roxo. Vermelho, Preto, Branco, Azul Índigo Metal: Ferro Regência Corpórea: Língua, garganta, voz(ele é líder através da voz) e respiração ofegante Doenças: Equizemas, dermatoses, furúnculos, problemas odontológicos (infecções) Ewo: Bagre, couve, pegar em caixão com cadáver, sapatos furados e abóboras Símbolo gráfico: Perfil de 2 rostos Síntese:"Com a desgraça dos infelizes se constrói o império dos poderosos". "Quem tudo quer tudo perde" 2 - EJI-OKO Fecundação: Eji-oko foi fecundado através da união dos Odu Ose e Ejionile Sexo: Feminino Elemento: Ar/Terra Cor: Vermelho e Preto (em todas as nuances)

Metal: Ferro e Prata Regência Corpórea: Pênis, testículos, duração de ereção, estômago(ulcera) Doenças: Gastrite, estomatite, impotência sexual, inchaço, doença venérea. todas as doenças estomacais. Ewo: Cor roxa, miúdos de porco e boi, pimenta de qualquer espécie, ficar perto de pessoas doentes, carne de porco Símbolo gráfico: Útero com feto ou um búzio Síntese: "Em boca calada não entra mosca" 3 - ETA-OGUNDA Fecundação: Através do peixe, pano branco e areia de praia, Sexo: Masculino Elemento: Fogo Cor: Branco, Azul e Preto (todas as nuances) Metal: Ferro Regência Corpórea: Pênis, testículos, estômago e braços Doenças: Gastrite, ulcera, azia, gastrite, pulmão (infecção), faringite, amidalite, sinusite, inflamações ósseas,escoriações (por acidente), fratura dos membros superiores e inferiores. Ewo: galinha d'angola(comer) arma de fogo(próxima), porta de botequim, aguidar(no colo), carregar coisas na cabeça, parque de diversões (para alguns omo) Símbolo gráfico: Mão direita, empunhando um punhal, do qual descem gotas de sangue. Síntese: "Todos os galos que hoje cantam, ainda ontem eram ovos" 4 - IOROSUN Fecundação: Olorun chamou, mais uma ISELE e o mandou raspar osun(pó) e colocar num brejo. Da fecundação de Irosun nasceu Nanã, representada por 7 braços(Nanã Ibain).

Sexo: Feminino Elemento: Fogo Cor: Vermelho (em todas as nuances) Metal: Cobre e Prata Regência Corpórea: olhos, artérias(sistema circulatório), vesícula, parte dos intestinos, costas. Doenças: pele, equizemas, anemia, leucemia, fraturas superiores (aproximadamente até os 36 anos). Ewo: pé na lama ou poça d'água, água de lavagem de estabelecimento, sentar, imediatamente após outra pessoa levantar do lugar, romã, usar roupas que já foram usadas por outra pessoa. Símbolo gráfico: forma espiralada Síntese: "Aquele que fala irrefletidamente assemelha-se ao caçador que dispara sem apontar" 5 - OSE Fecundação: A fecundação de Ose foi através de cinco espelhos, redondos, um pedaço de pano branco, um pedaço de pano amarelo, na beira de um rio. Sexo: Masculino Elemento: Terra/Água Cor: amarelo e branco são as principais. O preto, roxo e o cinza não se usa para nada, em relação a este Odu, porém usa-se as demais cores. Metal: Ouro e latão amarelo Regência Corpórea: ossos, articulações e cartilagens Doenças: glaucoma, catarata, astigmatismo, artrite, reumatismo, osteoporose, acidente(deixando marcas na face), problemas dentários, fluxo menstrual excessivo ou escasso, problemas no baixo ventre, problemas no parto, pode gerar mongolóide, gula (trazendo intoxicação) Ewo: quebrar osso, putrefação, charcos, lodaçais, pântano, objetos de marfim, caveira de animais sacrificados, chifre de veado, galinha

d'angola(para algumas pessoas) troca-se por galo, sal grosso(para algumas pessoas). Símbolo gráfico: Uma lua crescente ou um osso com tutano Síntese: "Nem tudo que reluz é ouro" "Quem espera por sapatos de defuntos, a vida toda andará descalço" 6 - OBARA Fecundação: Foi gerado de um bloco de ouro. Suas arestas representam a riqueza. Obará fez a fecundação com Eji-Lasebora. De Obará veio Ajé e de Lasebora veio Araiun, que não toma a cabeça de ninguém, porém gerou 12 qualidades de Sango e todos os Orisas. Sexo: Masculino Elemento: Ar/Água Cor: Salmon e Azul (em todas as tonalidades) Metal: Ouro, Ouro branco e platina Regência Corpórea: rins e aparelho urinário Doenças: infecção urinária, parto, dores fortes, de cabeça, circulação sanguínea. depressão, testículos. Ewo: emprestar dinheiro, roupa usada por outrem, contato com miséria, dar esmola, jogo de carteado, gente bêbada Símbolo gráfico: Uma corda, vertical, de 6 metros de comprimento, com 6 nós Síntese: " Quem come e guarda, tem mesa duas vezes" "Da mentira nasce a verdade" "a natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca, para nos advertir que se impões mais ouvir do que falar" 7 - ODI Fecundação: Água, farofa, níquel e prata fecundaram Odi, este enamorou-se por Eta-Ogunda e nasceu Iemonja e Osoguyan. Odi pariu Osumare e Eta-Ogunda gerou Yemonja e Anibein e destes nasceram Ogun Torininan e Agbalaju (Ogunja)

Sexo: Feminino Elemento: Terra Cor: Preto e todo quadriculado que tenha o fundo preto Metal: Estanho Regência Corpórea: nádegas, pele Doenças: Todas de pele, Aids, nas nádegas, câncer de pele Ewo: dar e vestir roupas usadas para e de outra pessoa, roupas remendadas, travesseiro usado por outra pessoa,tecidos berrantes Símbolo gráfico: Nádegas Síntese: " Quanto maior o coqueiro, maior o tombo" " A alma não tem segredos que a conduta não revele" (Esse é lindo) 8 - EJI-ONILE Fecundação: Isele levou ao alto de uma montanha, um quadrúpede e o ofereceu em holocausto, surgindo então Eji-Onile que gerou Kinaman. Sexo: Masculino Elemento: Água Cor: Branco Metal: Chumbo Regência Corpórea: sistema respiratório, coluna vertebral, artéria (sem o sangue) Doenças: Cólicas (gerais) Ewo: carne seca, maxixe, taioba, inhame Símbolo gráfico: Um círculo vazio Síntese: " O afobado come cru e passa mal" " Quem quer tudo o que vê, não vê o que quer" 9 - OSA

Fecundação: Foi fecundado através da união da papoula vermelha com pano vermelho. Este Odu gerou Oya. Sexo: Feminino Elemento: Terra Cor: Vermelho, branco e azul Metal: Prata e Cobre Regência Corpórea: todos os órgãos, principalmente as vísceras, olhos, as fossas nasais, os lábios, as coxas, as pernas e os pés, genitália feminina Doenças: paralisia, estrabismo, alguns tipos de câncer Ewo: visitar ou estar com mulher grávida, velhos Símbolo gráfico: Lua minguante com um rosto saindo dela Síntese: "Quem espera sempre alcança" 10 - OFUN Fecundação: Olorun ordenou a Isele que raspasse efun e misturasse com o orvalho e a neblina, fecundando dessa forma Ofun. Ofun gerou Osala e Oduduwa Sexo: Feminino Elemento: Fogo Cor: Branco Metal: Chumbo e estanho Regência Corpórea: pernas, joelho, barriga, umbigo Doenças: inchaço nas pernas, pulmonares, sangue grosso, sudorese, esclerose, artrose, colesterol alto, diabetes mielites Ewo: pano preto, vermelho, azeite de dendê, carvão. galo (qualquer cor) Símbolo gráfico: Quadrúpede todo branco ou um casal de anciãos Síntese: " Faça o que digo, mas não faça o que eu faço"

11- OWONRIN Fecundação: Foi fecundado através do pano preto, vermelho, branco, água, mel e cachaça, numa encruzilhada de quatro pontas. Sexo: Feminino Elemento: Fogo Cor: todas as cores sempre em número de seis Metal: Ferro e cobre Regência Corpórea: mãos, pés, articulações Doenças: cólicas menstruais, leucemia, envenenamento (causando morte) Ewo: roupa em tecido xadrez, peixe "vermelho", escada de madeira (subir), coco, peixe "corvina" Símbolo gráfico: Três triângulos superpostos Síntese: " Devagar se vai ao longe" 12 - EJI-LASEBORA Fecundação: Sua fecundação deu-se através de raios e trovões Sexo: Masculino Elemento: Ar e fogo Cor: Cobre, Grená, Dourado e Branco Metal: Cobre Regência Corpórea: rins Doenças: renais, hipertensão, alcoolismo, dores de cabeça forte, problemas mentais, provocados por pancada na cabeça Ewo: cor vermelha (para alguns), louça quebrada, pepino, molho de pimenta, batata inglesa (pegar), gema de ovo(para alguns), magnólia (flor) Símbolo gráfico: Uma fogueira, com 12 dormentes ou 12 quiabos, formando uma coroa

Síntese: " Quem come o mel sozinho, faz doer seu estômago" 13 - EJI-OLOGBON Fecundação: Sua fecundação se deu com a união de água de mangue, terra e barro. Sexo: Feminino Elemento: Terra e Água Cor: Preto Metal: Ferro (em pó) Regência Corpórea: ossos (juntas), cartilagens, unhas, cabelos. Doenças: dores, generalizadas, pelo corpo, artrite, artrose, reumatismo, dores na coluna. Ewo: lixo, por muito tempo, em casa, lama de mangue, assobios, cemitério Símbolo gráfico: Um círculo negro Síntese: " Chifres em cabeça de burro" 14 - IKA-ORI Fecundação: Este Odu foi fecundado pela serpente encantada - OKÁ- , para destruir Isele Sexo: Masculino Elemento: Terra e Água Cor: Todas as cores, preferência pelo preto, vermelho e azul Metal: Cobre, ferro e latão misturados Regência Corpórea: Vértebras(movimentos, olhos, atua também sobre os seguintes casos: cirurgia geral, gravidez, provocando aborto Doenças: buco-faciais, glaucoma, catarata, gengiva, coluna, nevralgias Ewo: mata escura, gato dentro de casa, cachorro, cabra Símbolo gráfico: Uma serpente

Síntese: " Em terra de sapo, de cócoras com ele" 15- OGBE-OGUNDA Fecundação: Sua fecundação deu-se através da união de akasa brancos e amarelos, próximo a uma jazida de ferro. Aí, então, foi gerado o primeiro Ogun. Sexo: Feminino Elemento: Terra (negra ou avermelhada) Cor: Terracota, vermelho caboclo e marrom avermelhado Metal: Prata e Ferro Regência Corpórea: pernas, olhos, tórax, lábios e orelha Doenças: Glaucoma, catarata, vitiligo, estrabismo, qualquer doença torácica Ewo: animal de pelo escuro (em casa), faca para sacrifício (usar), pássaros engaiolados Símbolo gráfico: Uma hiena Síntese: " Devagar e sempre" 16 -ALÁFIA Fecundação: Sua fecundação deu-se pela união do algodão, Efum, níquel e estanho Sexo: Feminino Elemento: Terra e Ar Cor: Branca, principalmente e também azul e vermelho Metal: Marfim (embora não seja metal é o principal representante), chumbo e estanho Regência Corpórea: Todo corpo humano Doenças: toda e qualquer doença Ewo: Não há, porque convive com tudo que existe na vida

Símbolo gráfico: Um círculo, vazio, representando o mundo espiritual, dentro deste um quadrado que representa o mundo material.

Oriki ORÌSÁS

Iba Esù Odara Esu Odara, inclino-me.

A Ba Ni Wa Oran Ba O Ri Da Ele procura briga com alguém e encontra o que fazer.

O San Sokoto Penpe Ti Nse Onibode Olorun Ele veste uma calça pequena para ser guardião na porta de Deus.

Oba Ni Ile Ketu Rei da terra de Ketu.

Alakesi Emeren Aji E Aji E M(u) Ògùn Aquele a quem se convida e que, tão logo acorda, toma um remédio.

A Lun ( se) Wa Se Ibini

Ele reforma Benin.

Laguna Jo Igbo Bi Orò Laguna queima o mato como oro.

Esù Foli Fò O Fi Ókò Fo Oju Anan Re Esu arrebenta facilmente os olhos de seus sogros com uma pedra.

L A Nyan Hamana Ele caminha movendo-se com altivez.

Ika Kò Boro Boro O malfeitor não morre depressa.

Kò Là Kò Rà O Ba Ona Oja Ile Su Ele faz com que no mercado nada se compre e nada se venda.

Agbo L Ara A Yaba Má Pa ( Mo) Abemu Agbo faz com que a mulher do rei não cubra a nudez de seu corpo.

O Se Firi Oko Ero Oja Ele se torna rapidamente o senhor daqueles que passam pelo mercado.

Bara Fi Imu Fon Awon Sebi Okò L O Si Quando Bara assoa o nariz, todo mundo acredita que o trem vai partir.

Ero Palemo Wara Wara Os passageiros preparam-se rapidamente.

Osinmoleba O próximo a Deus

Olomi Nile Fi Eje

Aquele que tem água em casa, mas prefere banho com sangue

Olaso Ni Le Aquele que tem roupa em casa

Fi Imo Bora Mas prefere se cobrir de mariwô

La Ka Ayê Poderoso do mundo

Moju Re Eu o saúdo

Ma Je Ki Nri Ija Que eu não depare com sua ira

Iba Ògún Eu saúdo Ogun

Iba Re Olomi Ni Le Fi Eje Eu o saúdo, aquele que tem água em casa,mas prefere banho de sangue

Feje We. Eje Ta Sile. Ki Ilero Que o sangue caia no chão para que haja paz e tranqüilidade

Ase Axé

Òsoosì. Oxosse !

Awo Òde Ìjà Pìtìpà. Ó orixá da luta,

Omo Ìyá Ògún Oníré. irmão de Ògún Onírè.

Òsoosì Gbà Mí O. Oxosse, me proteja !

Òrìsà A Dínà Má Yà. Orixá que tendo bloqueado o caminho, não o desimpede.

Ode Tí Nje Orí Eran. Caçador que come a cabeça dos animais.

Eléwà Òsòòsò. Orixá que come ewa osooso.

Òrìsà Tí Ngbélé Imò, Orixá que vive tanto em casa de barro

Gbe Ilé Ewé. como em casa de folhas.

A Bi Àwò Lóló. Que possui a pele fresca.

Òsoosì Kì Nwo Igbó, Oxosse não entra na mata

Kí Igbo Má Aì Tìtì. sem que ela se agite.

Ofà Ni Mógàfí Ìbon, Ofà é a arma poderosa que o pai usa em lugar de espingarda.

O Ta Ofà Sí Iná, Ele atirou a sua flecha contra o fogo,

Iná Kú Pirá.

o fogo se apagou de imediato.

O Tá Ofà Sí Oòrùn, Atirou sua flecha contra o sol,

Oòrùn Rè Wèsè. O sol se pos.

Ogbàgbà Tí Ngba Omo Rè. Ó salvador, que salva seus filhos !

Oní Màríwò Pákó. Ó senhor do màrìwó pákó !

Ode Bàbá Ò. Meu pai caçador

O Dé Ojú Ogun, chegou na guerra,

O Fi Ofà Kan Soso Pa Igba Ènìyàn. matou duzentas pessoas com uma única flecha.

O Dé Nú Igbó, Chegou dentro da mata,

O Fi Ofà Kan Soso Pa Igba Eranko. usou uma única flecha para matar duzentos animais selvagens.

A Wo Eran Pa Sí Ojúbo Ògún Lákayé, Arrasta um animal vivo até que ele morra e o entrega no ojubo de Ogum.

Má Wo Mí Pa O. Não me arraste até a morte.

Má Sì Fi Ofà Owo Re Dá Mi Lóró. Não atire sofrimentos em minha vida, com seu Ofà.

Odè Ò, Odè Ò, Odè Ò, Ó Odè! Ó Odè! Ó Odè!

Òsoosì Ni Nbá Odè Inú Igbo Jà, Dentro da mata, é Oxosse que luta ao lado do caçador

Wípé Kí Ó De Igbó Re. para que ele possa caçar direito.

Òsoosì Oloró Tí Nbá Oba Ségun, Oxosse, o poderoso, que vence a guerra para o rei.

O Bá Ajé Jà, Lutou com a feiticeira

O Ségun. e venceu.

Òsoosì O ! Ó Oxosse,

Má Bà Mi Jà O. não brigue comigo.

Ogùn Ni O Bá Mi Se O. Vence as guerras para mim

Bí O Bá Nbò Láti Oko. Quando voltar da mata,

Kí O Ká Ilá Fún Mi Wá. Colhe quiabos para mim.

Kí O Re Ìréré Ìdí Rè. e, ao colhê-los, tire seus talos.

Má Gbàgbé Mi O, Não se esqueça de mim.

Ode Ò, Bàbá Omo Kí Ngbàgbé Omo. Ó Odè, um pai não se esquece do filho.

Agbénigi, Òrómodìe Abidi Sonso Aquele que vive na arvore e que tem um rabo pontudo como um pinto

Esinsin Abedo Kinnikinni Aquele que tem o fígado transparente como o da mosca

Kòògo Egbòrò Irin Aquele que é forte quanto uma barra de ferro

Aképè Nìgbá Ò Ràn Kó Sunwòn Aquele que é invocado quando as coisas não estão bem

Tíoto Tin, Ó Gbà Aso Òkùnrùn Ta Gìègìè O esbelto que, quando recebe a roupa da doença, se move como se fosse cair

Elésè Kan Jù Elésè Méjì Lo O que tem só uma perna e mais poderoso do que tem duas

Aro Abi-oho LièlièO Fraco que possui um pênis fraco

Ewé Gbogbo Kíki Oògùn Todas as folhas tem viscosidade que se tornam remédio

Àgbénigi, Èsìsì Kosùn Agbénigi, o Deus que usa palha

Agogo Nla Se Erpe Agbára O grande sino de ferro que soa poderosamente

O Gbà Wón Lá Tán, Wón Dúpé Téniténi A quem as pessoas agradecem sem reservas depois que ele humilha as doenças

Àrònì Já Si Kòtò Di Oògùn Máyà

Àròni que pula no poço com amuletos no peito

Elésè Kan Ti Ó Lé Elésè Méji Sáre. O homem de uma perna que incita o de duas para correr.

Orìsà Jìngbìnì Orixá forte

Abàtà, Arú Bí Ewè Ajó Abatá que floresce exuberante como as folhas da árvore ajó

Orisá Tí Nmú Omo Mú Ìyá Orixá que pune a mãe juntamente com o filho

Bí Obaluayê Bá Mú Won Tún Depois que Obaluaê acabar de castigá-los

O Tún Lè Sáré Lo Bábá Ainda poderá castigar o pai

Orìsà Bí Àjé Orixá semelhante a uma feiticeira

Obaluayê mo Ilé Osó, Ó Mo Ilé Àjé Obaluaê conhece tanto a casa do feiticeiro como a da bruxa

O Gbá Osó L’Ójú, Desafiou o feiticeiro

Osó Kún Fínrínfínrín E este correu desesperado

O Pa Àjé Ku Ìkan Soso

Matou todas as bruxas permitindo que apenas uma vivesse

Orìsà Jìngbìnì Orixá forte

Obaluayê A Mú Ni Toùn Toùn Obaluaê, que faz as pessoas perderem a voz

Obaluayê SSí Odù Re Hàn Obaluaê, abra seu odu para mim

Kí Ndi Olówó Para que eu seja uma pessoa próspera

Kí Ndi Olomo Para que eu seja uma pessoa fértil.

Osumare A Gbe Orun Li Apa Ira Osumare permanece no Céu que ele atravessa com o braço

Ile Libi Jin Ojo<o:p></o:p> Ele faz a chuva cair na terra.

O Pon Iyun Pon Nana Ele busca os corais, ele busca as contas nana

O Fi Oro Kan Idawo Luku Wo Com uma palavra ele examina Luku

O Se Li Oju Oba Ne

Ele faz isso perante seu rei

Oluwo Li Awa Rese Mesi Eko Ajaya Chefe a quem adoramos

Baba Nwa Li Ode Ki Awa Gba Ki O pai vem ao pátio para que cresçamos e tenhamos vida

A Pupo Bi Orun Ele é vasto como o céu

Olobi Awa Je Kan Yo Senhor do Obi, basta a gente comer um deles para ficar satisfeito

O De Igbo Kùn Bi Ojo Ele chega à floresta e faz barulho como se fosse a chuva

Okó Ijoku Igbo Elu Ko Li Égùn Esposo de Ijo, a mata de anil não tem espinhos

Okó Ijoku Dudu Oju E A Fi Wo Ran Esposo de Ijoku, que observa as coisas com seus olhos negro.

Okiti Kata, Ekùn A Pa Eran Má Ni Yan Okiti Katala leopardo que mata um animal e o come sem assá-lo.

Olu Gbongbo Ko Sun Ebi Eje Dono de uma bengala, não dorme e tem sede de sangue.

Gosungosun On Wo Ewu Salpicado com Osun, seu traje parece coberto de sangue

KO Pá Eni Ko Je Oka Odun Ele só poderá comer massa no dia da festa, se tiver matado algúem.

A Ni Esin O Ni Kange Ele tem o cavalo, ele tem o quizo.

Odo Bara Otolu Rio

Omi a Dake Je Pa Eni Água adormecida que mata alguém sem preveni-lo

Omo Opara Ogan Ndanu Filho de Opara

Sese Iba O Orixá, respeito

Iba Iye Ni Mo Mo Je Ni Ko Je Ti Aruní Louvo a vida e não a cabeça

Emi Wa Foribale Fun Sese Venho prosternar-me diante do Orixá.

Oluidu Pe O papa Presto homenagem aos ancestrais.

Ele Adie Ko Tuka Aquele que tem frango, não depena vivo

Yeye Mi Ni Bariba Li Akoko Minha mãe estava primeiramente em Bariba

Emi Ako Ni Ala Mo Le Gbe Agada Eu o primeiro a poder usar a espada.

Emi A Wa Kiyà Onile Ki Ile Venho saudar o dono da terra para que ele me proteja.

Oyà A To Iwo Efòn Gbé. Ela é grande o bastante para carrega o chifre do búfalo.

Oyà Olókò Àra. Oyà, que possui um marido poderoso.

Obìnrin Ogun, Mulher guerreira.

Obìnrin Ode. Mulher caçadora.

Oya Òrírì Arójú Bá Oko Kú. Oyà, a charmosa, que dispõe de coragem para morrer com seu marido.

Iru Èniyàn Wo Ni Oyà Yí N Se, Se? Que tipo de pessoa é Oyà?

Ibi Oya Wà, Ló Gbiná. O local onde Oyà está, pega fogo

Obìnrin Wóò Bi Eni Fó Igbá. Mulher que se quebra ao meio como se fosse uma cabaça

Oyà tí awon òtá rí, Oyà foi vista por seus inimigos

Tí Won Torí Rè Da Igbá Nù Sì Igbó. E eles, assustados, fugiram atirando as bagagens no mato

Héèpà Héè, Oya ò! Eeepa He! Oh, Oyà!

Erù Re Nikan Ni Mo Nbà O. És a única pessoa que temo

Aféfé Ikú. Vendaval da Morte

Obìnrin Ogun, Ti Ná Ibon Rè Ní À Ki Kún A mulher guerreira que carrega sua arma de fogo

Oyà ò, Oyà Tótó Hun! Oh, Oyà, à Oyà respeito e submissão!

Oyà, A P’Agbá, P’Àwo Mó Ni Kíákíá, Ela arruma suas coisas sem demora

Kíákíá, Wéré Wéré L’ Oyà Nse Ti È Rapidamente Oyà faz suas coisas

A Rìn Dengbere Bíi Fúlàní. Ela vagueia com elegância, como se fosse uma nômade fulani

O Titi Tí Nfi Gbogbo Ará Rìn Bí Esin Quando anda, sua vitalidade é como a do cavalo que trota

Héèpà, Oya Olómo Mesan, Ibá Re Ò! Eeepa Oya, que tem nove filhos, eu te saúdo!

Obà, Obà, Obà. Obá, Obá, Obá.

Ojòwú Òrìsà, Orixá ciumento,

Eketà Aya Sàngó. terceira esposa de Xangô.

O Torí Owú, Ela, que por ciumes,

O Kolà Sí Gbogbo Ara. fez incisões em todo corpo.

Olókìkí Oko. Que fala muito de seu marido,

A Rìn Lógànjó Pèlú Àwon Ayé. que anda nas madrugadas com as ayé.

Obà Anísùru, Ají Jewure. Obá paciente, que come cabrito logo pela manhã.

Obà Kò B'óko Dé Kòso, Obá não foi com o marido a Koso,

O Dúró, Ó Bá Òsun Rojó Obe. ficou para discutir com Oxum sobre comida.

Obà Fiyì Fún Apá Oko Rè. Obá valoriza os braços do marido,

Oní Ó Wun Òun Ju Gbogbo Ará Yókù diz que é a parte de seu corpo que ela prefere.

Obà Tó Mo Ohùn Tó Dára. Obá sabe o que é bom.

Òsun Òpàrà Yèyé Òpàrà ! Yèyé Opàrà ! Obìnrin Bí Okùnrin Ní Òsun Oxum é uma mulher com força masculina.

A Jí Sèrí Bí Ègà. Sua voz é afinada como o canto do ega.

Yèyé Olomi Tútú.<o:p></o:p> Graciosa mãe, senhora das águas frescas.

Opàrà Òjò Bíri Kalee. Opàrà, que ao dançar rodopia como o vento, sem que possamos vê-la.

Agbà Obìnrin Tí Gbogbo Ayé N'pe Sìn. Senhora plena de sabedoria, que todos veneramos juntos.

Ó Bá Sònpònná Jé Pétékí. Que como pétékí com Xapanã.

O Bá Alágbára Ranyanga Dìde. Que enfrenta pessoas poderosas e com sabedoria as acalma.

Òsun Iponda Oliri Pa Koko Eni Pon Poderosa, não empurre o povo de Iponda.

O Ri Onise Oba Ayi Kase Ela recebe o mensageiro do rei sem respeitá-lo

O Je Dandan Oloran Ela aceita as palavras do queixoso

O Fi Aja Wà Inu Eke Wò Com sua sineta ela fura o ventre mentiroso.

Omo Olu Igbo Soki Redà Omo Ni

Não se pode carregar debaixo do braço o filho da mata de Iponda.

Òsun Ijumu Osun Ijumu Olodó Ide Osun Ijumu, dona de um pilão de cobre.

OIya Ijumu Alaiye Ma Gun Odó Poro Osun Ijumum não monta com vivacidade no pilão

Efon Tere Mò Gun Àiyé POsun pode surgir subitamente no mundo.

Eyín Fe Ki Efon Ki O Na Mi Vocês querem que Osun me castigues.

Eyín Fe O Fi Owo Ye Ko Mi Mò Deixem a criança rodear meu corpo com sua mãos

Owo Omo Ye Ki Dun Eni A mão da criança é suave

Efon A Ke Ki Dun Enia Osun é suave.

Efon Li O Ni Igbo Obi Osun é a dona da floresta de Obi.

Iwo Li O Ni Igbo Atare A floresta de pimenta pertence a você

Baba Nwa Li Ode Ki Awa Gba Ki O pai vem ao pátio para que cresçamos e tenhamos vida

Ganagana Bi Ninu Elomi Ninu Um orgulhoso fica infeliz se um outro esteja contente

A Se Okùn Soro Èsinsin É difícil fazer uma corda com as folhas espinhosas da urtiga

Tima Li Ehin Yeye Re Montado de cavalinho sobre as costas de sua mãe

Okansoso Gudugu Ele é sozinho, ele é muito bonito

Oda Di Ohùn Até a voz dele é agradável

O Ko Ele Pé Li Aiya Não se coloca as mãos sobre o seu peito

Ala Aiya Rere Fi Owó Kan Ele tem um peito que atrai as mãos das pessoas

Ajoji De Órun Idi Agban O estrangeiro vai dormir sobre o coqueiro

Ajongolo Okunrin Homem esbelto

Apari O Kilo Òkò Tímotímo O careca presta atenção à pedra atirada certeiramente

O Ri Gbá Té Sùn Li Egan Ele acha duzentas esteiras para dormir na floresta

O Tó Bi Won Ti Ji Re Re

Acordá-lo bem é o suficiente

A Ri Gbamu Ojiji Nós somente o vemos e o abraçamos como se ele fosse uma sombra

Okansoso Orunmila A Wa Kan Mà Dahun Somente em Orunmila nós tocamos, mas ele não responde

O Je Oruko Bi Soponna / Ele tem um nome como Soponna /

Soro pe on Soponna e nià hun É difícil alguém mau chamar-se Soponna

Odulugbese Gun Ogi Órun Devedor que faz pouco caso

Odolugbese Arin Here Here Devedor que anda rebolando displicentemente

Olori Buruku O Fi Ori Já Igi Odiolodi Ele é um louco que quebra a cerca com a cabeça

O Fi Igbegbe Lù Igi Ijebu Ele bate com seu papo numa árvore Ijebu

O Fi Igbegbe Lú Gbegbe Meje Ele quebrou sete papos com o seu papo

Orogun Olu Gbegbe O Fun Oya Li O A segunda mulher diz ao papo para usar um pente (para desinchar o papo)

Odelesirin Ni Ki O Wá On Sila Kerepa Um louco que diz que o procurem lá fora na encruzilhada

Agbopa Sùn Kakaka Aquele que tem orquite ( inflamação dos testículos) e dorme profundamente

Oda Bi Odundun Ele é fresco como a folha de odundun

Jojo Bi Agbo Altivo como o carneiro

Elewa Ejela Pessoa amável anteontem

O Gbewo Li Ogun O Da Ara Nu Bi Ole Ele carrega um talismã que ele espalha sobre o seu corpo como um preguiçoso

O Gbewo Li Ogun O Kan Omo Aje Niku Ele carrega um talismã e briga com o filho do feiticeiro dando socos

A li Bilibi Ilebe Ele veste boas roupas

O Ti Igi Soro Soro O Fibu Oju Adiju Com um pedaço de madeira muito pontudo ele fere o olho de um outro

Koro Bi Eni Ló O Gba Ehin Oko Mà Se Ole Rápido como aquele que passa atrás de um campo sem agir como um ladrão

O Já Ile Onile bó ti re lehin Ele destrói a casa de um outro e com o material cobre a sua

A Li Oju Tiri Tiri Ele tem olhos muito aguçados

O Rí Saka Aje O Dì Lebe Ele acha uma pena de coruja e a prende em sua roupa

O Je Owú Baludi Ele é ciumento e anda "rebolando" displicentemente

O Kó Koriko Llehin Ele recolhe as ervas atrás

O Kó Araman Lehin Ele recolhe as ervas atrás

O Se Hupa Hupa Li Ode Olode Lo

Ele anda "rebolando" desengonçado para ir ao pátio interior de um outro

Òjo Pá Gbodogi Ró Woro Woro A chuva bate na folha de cobrir telhados e faz ruído

O Pà Oruru Si Ile Odikeji Ele mata o malfeitor na casa de um outro

O Kó Ara Si Ile Ibi Ati Nyimusi Ele recolhe o corpo na casa e empina o nariz

Ole Yo Li Ero O preguiçoso está satisfeito entre os passantes

O Dara De Eyin Oju Ele é belo até nos olhos

Okunrin Sembeluju Homem muito belo

Ogbe Gururu Si Obè Olori Ele coloca um grande pedaço de carne no molho do chefe

A Mò Ona Oko Ko Nló Ele conhece o caminho do campo e não vai lá

A Mo Ona Runsun Rdenreden Ele conhece o caminho runsun redenreden

O Duro Ti Olobi Kò Rà Je Ele está ao lado do dono dos obi e não os compra para comer

Rere Gbe Adie Ti On Ti Iye O gavião pega o frango com as penas

O Bá Enia Jà O Rerin Sún Ele briga com qualquer um e ri estranhamente

O Se Adibo O Rin Ngoro Yo Ele tem o hábito de andar como a um bêbado que bebeu

Ogola Okun Kò Ka Olugege Li Òrùn Sessenta contas não podem rodear o pescoço de um papudo

Olugege Jeun Si Okurú Ofun O papudo come no inchaço de sua garganta

O Já Gebe Si Orún Eni Li Oni Ele quebra o papo do pescoço daquele que o possui

O dahun agan li ohun kankan Ele dá rapidamente crianças às mulheres estéreis

O Kun Nukuwa Ninu Rere Ele guarda seus talismãs numa pequena cabaça

Ale Rese Owuro Rese / A noite coisa sagrada, de manhã coisa sagrada /

Ere Meji Be Rese Duas vezes assim coisa sagrada

Koro Bi Eni Lo Rápido como alguém que parte

Arieri Ewo Ala A proibição do pássaro branco é o pano branco

Ala Opa Fari Ele mexe os braços fantasiosamente

Oko Ahotomi Marido de Ahotomi

Oko Fegbejoloro Marido de Fegbejoloro

Oko Onikunoro Marido de Onikunoro

Oko Adapatila Marido de Adapatila

Soso Li Owuro O Ji Gini Mu Òrún Bem desperto, ele acorda de manhã já com o arco e flecha no pescoço

Rederede Fe O Ja Kùnle Ki Agbo Como um louco ele se debate para colocar os joelhos no chão, como o carneiro

Oko Ameri Èru Jeje Oko Ameri Marido de Ameri que dá mêdo

Ekùn O Bi Awo Fini Leopardo de pele bonita

Ogbon Iyanu Li Ara Eni Iya Ti Nje Ele expulsa a infelicidade do corpo de alguém que tem infelicidade

O Wi Be Se Be Orgulhoso que possui um corpo muito belo

Sakoto Abi Ara Finià Assim ele diz e assim ele faz

Sángiri-làgiri, Que racha e lasca paredes

Olàgiri-kàkààkà-kí Igba Edun Bò Ele deixou a parede bem rachada e pôs ali duzentas pedras de raio

O Jajú Mó Ni Kó Tó Pa Ni Je Ele olha assustadoramente para as pessoas antes de castigá-las

Ó Ké Kàrà, Ké Kòró Ele fala com todo o corpo

S’ Olórò Dí Jínjìnnì Ele faz com que a pessoa poderosa fique com medo

Eléyinjú Iná Seus olhos são vermelhos como brasas

Abá Won Jà Mà Jèbi Aquele que briga com as pessoas sem ser condenado porque nunca briga injustamente

Iwo Ní Mo Sá Di O É em ti que busco meu refúgio.

Sango Ona Mogba Bi E Tu Bá Wó Ile Se um antílope entrar na casa

Jejene Ni Mú Ewure A cabra sentirá medo.

Bi Sango Bá Wó Ile Se Sango entra na casa

Jejene Ni Mú Osa Gbogbo Todos os Orisa sentirão medo.

OFÒ FÚN ÒRÌSÁNLÁ

fonética > ófó fum orixá um lá

ÒRÌSÀ OKO, ÒRÌSÀ MI.

fonética > orixá ôcô, orixá mi

ÒRÌSÀ OKO, MEU ÒRÌSÀ.

ÈMI KÒMO ÈLÓMÍRÒN ÀFI ÒRÌSÁNLÁ.

fonética > êmi cómó elómiran afi orixá um lá

EU NÃO SOU FILHO DE OUTRO, EXCETO DE ÒRÌSÁNLÁ

BÀBÁ MI MO PÈ E

fonética > babá mi mô pué ê

MEU PAI EU VOS CHAMO !

MO PÈ E ÈRÒ ILÈ !

fonética > mô pué ê éró ilé

CHAMO PARA PROPICIAR A TERRA !

MO PÈ E ÈRÒ ILÉ !

fonética > mô pué ê éró ilê

CHAMO PARA PROPICIAR ESTA CASA !

KI ILÈ AYÉ Ó NÍ LÈGBÁRA

fonética > qui ilé aiê ô ni lebara

QUE O MUNDO TENHA TERRA FORTE.

KI ILÈ AYÉ NÍ DÁRA TÚTÙ.

fonética > qui ilé aiê ni dara tutu

QUE O MUNDO SEJA BOM E AGRADÁVEL.

KI ILÈ AYÉ NÍ DÁRA Ó SÙN ÒWÓ.

fonética > qui ilé aiê ni dara ô sum ouo

QUE O MUNDO SEJA BOM DURANTE O SONO DAS PESSOAS.

BÀBÁ MI, BÀBÁ ÒRÌSÀ, WON GBOGBO NI MO PÈ !

fonética > babá mi, babá orixá, uón bobô ni mô pué

MEU PAI, PAI ÒRÌSÀ, A TODOS EU CHAMO !

MO PÈ ÈRÒ ILÈ KI A

fonética > mô pué éró ilé qui a

CHAMO PARA PROPICIAR A TERRA, PARA QUE NÓS

MÁÀ BÉ ABÉ NI BÉRÍ

fonética > maa bue abue ni bueri

JAMAIS MORRAMOS EXECUTADOS SOBRE ELA.

OLÚ ÀTÉLESÉ, A GBÉNÒN DÍDÙN LÀ.

fonética > ôlu atéléssé, a buenam didum

SENHOR DA SOLA DOS PÉS, GUIE-NOS AOS BENEFÍCIOS DA RIQUEZA.

KI ORÓGBÓ DÍDÙN LÀ.

fonética > qui ôrôbuô didum lá

QUE O ORÓGBÓ SEJA RIQUEZA.

KI OBÌ DÍDÙN MI

fonética > qui ôbi didum mi

QUE O OBÌ SEJA RIQUESA PARA MIM.

A GBÈ BÀBÁ MI ÒRÌSÀ

fonética > a buê babá mi orixá

ME ABENÇÕE PAI ÒRÌSÀ.

MO PÈ E !

fonética > mô pué ê

EU TE CHAMO!

KI E WÁ BÀÁWA TU ILÈ AYÉ.

fonética > qui e uá baauá tu ilé aiê

QUE VENHA CONOSCO PARA SEMEAR A TERRA.

WÁ SÉ, KI ILÈ AYÉ

fonética > uá xê, qui ilé aiê

VENHA FAZER COM QUE TODO O MUNDO

WÀ LÈ DÁRA OKO, MI ÒRÌSÀ

fonética > uá lê dara ôcô, mi orixá

SAIBA COMO FAZER PRÓSPERAS AS FAZENDAS, MEU ÒRÌSÀ

ÒRÌSÁNLÁ, SÉ YO MO PÈ

fonética > orixá um lá xê iô mo pué

GRANDE ÒRÌSÀ, QUE FAÇA BROTAR E CRESCER

KI Ó WÀ SÉ RERE FÚN MI

fonética > qui ô uá xê rere fum mi

COISAS BOAS PARA MIM

FÚN ÌWÀ MI.

fonética > fum iuá mi

E PARA MINHA EXISTÊNCIA.

À SE, À SE, À SE !

fonética > a xé, a xé, a xé

ASSIM SEJA !

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