Os Sentidos Da Saúde e Da Doença

December 5, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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© 20 2013 13 do doss au auto tore ress

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To do do s o s di re re itit os os de dessta ediçã o reservad ervado os FUND FU NDA AçAO

OSWALDO

CRUZ

SUMÁR MÁRIIO

à

EDI DITO TOR RA

C ap ap a, a, p ro roj et et o g rá rá fi fi co co e e di di to to r aç aç ão ão  a rJo rJo ta ta Ri Rioo s

Apresen Aprese ntação

Revisão  lI lIgg lls llsta ta

7

Portto  va Por  vali liee

1. Sent ntiidos da Saúde 2. Tra ran nsformaç õe ões Cat ataalogaç logação ão na fo font ntee

3. Pr Preve even nção

Insstitu In tituto to de Com Comuni unicaçã cação o e Inf Inform ormaçã ação o Cien Científ tífiica e Te Tecn cnol oló ógic gicaa em Sa Saúd údee/Fi Fio ocru cruzz

no Sécul culo o

Biblio Bibli otec tecaa de Sa Saúd údee Públic Públicaa C99 998 8s

Czere eressnia nia,, Din Dinaa Os sentido entidoss da saúd aúdee e da doen ençça. / Di na na Czere eressnia nia,, Elvira

11

dos Conce it itos

de Doe oen nças

 xx

de Saúde e de d e Doe oen nça

e Promo romoçção

29

da Sa Saúd údee

 

4. O Disc iscu urso do Risco

77

5. Teorias de Doença

91

Maria Mar ia God Godiinho de Se Seiixas Mac Maciiel e Rafa Rafaeel Ant Antoni onio o Mal Malagó agón n Ovi Ovied edo o. Rio Ri o de Jan Janeeiro ro:: Edit dito ora Fiocru cruzz, 2013. 119 11 9 p. Co Coleç leção ão Tema mass em Saúd údee ISB : 978978-85 85-75 -7541 41--43 433-0 3-0 1. Pr Pro oces cesso so Sa Saúd údee-Do Doen ença ça.. 2. Promo Promoção ção da Saúde - hi hisstória. 3. Prevenç Prev enção ão de Doe Doença nçass. 4. Medici cina na Pr Preeventi entiv va. 5. Ri Rissco. 6. Mei Meios os de Comun Co munic icaação de Ma Mass ssaa. I. Mac aciiel, Elvir iraa Mari riaa Go Godinh dinho o de Seixas xas..

Para Fin inaalizar

109

Referê eferên nci ciaas

113

lI. Oviedo, Rafae aell An Anttoni nio o Mal Malaagón. III III.. Tít Títul ulo. o. CDD - 22 22..ed ed.. - 61 613 3 2013 EDITORA

FIOCRUZ

Av. Bra Brassil il,, 4036 - Térre rreo o - sala 112 - Manguinh nguinhos os 21040-361 - Ri Rio o de Ja Jan neir iro o - RJ Telss.: 21 Tel 21   3882 3882--9039 / 3882-9041 Telefax lefax::

21   3882 21 3882--9006

e-rn ernai ail: l: ed edit ito ora ra@ @fi fioc ocru ruz. z.br br http:// http ://w www. ww.fi fio ocru cruz. z.br br

uges gesttões

de Leitur ituras as

117

interrogam

perspectivas

sobre aspectos orgânico

essenciais

ainda arraigadas como

causalidade,

e simbólico, individual id ida de de

lo finaliza expondo primei prim eiro ro ca capí pítu tulo lo.. nas reflexões

no campo

da saúde

dissociação

SEN T I O S

entre

S Ú E

biológi ca ca etc. Es Esse se ca capí pítu tu--

o tema do valor biológico, introduzido já no como esse assunto e st stá at ua ua li lizado

nottáv áveel É no

de vários autores da biologia e ne~ociência

conos dic dicio ion nários

temporâneas.. temporâneas

xmônimos

da língua por ortu tug guesa,

de saúde, os term rmos os

u-ln lnccionado

a caract racter eríísticas

enc nco ontram-se,

como

forç rçaa e vigor gor.. O tema da sa saúd údee é

quee se vi qu v inculam

ao bem-est m-estaar,

mass ma

efin iniidas de modo ci cieent ntíífic fico. o. Não há uma descr scriição  llI   não são def do qu quee se sejja sa saúd údee passível de se serr ge gen nerali liza zad da 11111

modelo, isto é, podemos

 iud iud   

cientificament ntificamentee

dize di zerr qu quee não há um conceito

fund undaament ntaado.

Se perguntá untásse ssemo moss

pessoas o qu quee signifi ificca te terr saú saúd de, obt bteería íam mo s cad da uma delas, depend ndeend ndo o IIe ca pos ostur turas as

dI ex exiist stêênci nciaa.

 

e

dass condiç da ndiçõe õess

concr ncreetas

Assim im,, so som mos leva evad dos a ad admitir que o lu luga garr qu quee

u-rn rnaati tizzad ado, o,

nus nu stant ntes es

deix eixaa de lado o qu quee não é conhe nheccim imeent nto o

umaa vez qu um quee leva em consid ideeração

ou l im imi tes tes orgâ gânic nicos os

p l ia es esttatí tísstica

 11 I

pro pr odu duzi zid dos

na determ rmiinaç nação ão

quaal se atribui um estatut qu tatuto o

Illllph ph  r Boorse

 

respos osttas di difere ferent ntes es

de se seu us va vallores, expect ctaativas

de saúd aúdee é in inse separ parááve vell

unee .it un ito o científic científico o  

 

a vári rias as

s.rud .rudee ocup cupaa na his isttóri riaa de cada um é dif difeerent ntee porqu rquee as pcri riêência nciass são sin ingu gullares. A tenta ntati tiv va de definir saúd saúdee como

 1

 

de

diaant di ntee da vid ida. a.

  ) co conceit nceito o

 

e aplic plicaada como

197 19 77)

,I um umaa definiç finição ão

é um dos aut uto ores cie ientífic ntíficaa

pela ciênc nciia básic icaa

do es esttado

semelhant lhantee de saúde

soment ntee

de norm rmaalid lidaade,

ao de sa saúd úde. e. Chri hrissquee defend qu ndeem

ser

fund undaamenta tad da

no

PC   PC

S IV

I 1 li I

h  im imeent nto o médic dico o e bi bio ológ ógic ico, o, no ente tend ndiimento

dos limites [

do exercício de uma função orgânica

ou fisiológica, e em parâ-

metrros es met esta tatí tíst stic icos os.. As perspectivas

 

da semiologia médica (a presença ou ausência

de sin inaais e sintomas) sin si nais e sintomas permitem-nos Georges

e a perspectiva

presentes

da clínica (a integração

em uma síndrome

dos

Canguilhem

(1995), o médico

teria sido o autor da concepção

francês

René Lériche

de acordo com a qual o concei-

se me medi diaant ntee es estu tudo doss e de desc scri riçõ ções es cl clííni nica cas. s. Reconhecer econhecer--se-ia saudável todo indivíduo encontram em silêncio .

as si sintomático,

está presente

como campo de aplicação de conhecimentos mentados

nas ciências biológicas quaant qu ntit itat atiivo vos, s,

ampla que é a da saúde como potência cia.. Embora cia

tal concepção

sejaa inc sej incomp ompaatível saúde, mesmo

dade. Compreender

o conceito

suscita uma trans fo formação Po de demos devessem,, devessem

para lidar com a existênna atenção à

de saúde e doença

(Czeresnia,

não devem ser pensados ou dinâmica. Pergunte

de

a qual-

à situação concreta de qualquer mental poderia ser experi-

como uma existência sem angústias e desafios? A ideia

lJ ma vida saudável não pode excluir tensões, I

.nvolve um constante

Ir

.I,IIII S im impostas  

dinamismo

pelo meio produzem

Ill rcebid as as , ou desencadeiam

1 . 1

quee de qu desc scon on--



uma vez que

nas relações lações.. As ne nece cessi ssi-oscilações

sofrimentos

que, ou passam

em diferentes

.s,Na s,Nass di dive vers rsas as et etaapa pass da vi vida da,, as mo modi difi fica caçõ ções es

()

p ro ro -

nece ne cess ssár áriias

preservação da integridade do ser se expressam muitas na forma de desafios vitais. As várias dimensões dos desa-

11,1 11 ,1  I   S

I

~llIIe s e apresentam ~ll ()

correspondem

vivente e as circuns tâ tâncias .

aos modos

Os recurs os os

a saúde não são os mesmos

ItI .ra rado do pa pato tollógico

  1\

elaborou

de interação

neces sá sários

em quaisquer

I:  o que é saudável em um determinado

 

( ,\n \ng guilh uilheem

2003).

de doença ou enfer-

u h ra di dive vers rsid idad ades es e si sing ngul ular ariida dade des, s, um umaa esp spééci ciee de tip ipo o ide deal al ?

1III1llll 1III1 ll  r

das práticas.

Mundial da

.11 I) .rn rn-e -est star ar so soci ciaal po pode deri riaa se serr um pr proj ojeeto no norm rmat ativ ivo o

de saúde com ess a amplitude

nesse caso, s er er integrados

forma cris ta talizada, mas proces su sual

nuntaado nunt

1995).

o ideal de uma vida livre de

I hu humano. mano. Por exemplo, o bem-estar

 

da

um estado de complet eto o be bemm-eest staar

niulade , é criticável por expressar

111 111 1

no sentido de adequação

pela Organização

II ico me men ntal e social e não apenas ausência

tais como a vitalidade e a felici-

imaginar que aspectos políticos, artís ti ticos e filos óf óficos

Os estados

 2 ]

umaa di um dime mens nsãão ma mais is

se afirma que a saúde está relacionada

do humano,

.llId llIdee (OMS), em 1946, como

e técnicas funda-

de saúde não exclua as demais, nem

a outras expressões

da saúde (Canguilhem,

defi efin nição de saúde proposta

da área da saúde

com elas, não é a que predomina quando

se

a partir da normalidade

desc de scon onsi side dera ra-s -see

fazem parte da vida. E recu cup perar-se

.11 1111  nça é um umaa das possibilidades

e médicas. Ao circunscrever

saúde à ausência de doença, concebida de pa parâ râme mettro ross

como

aquele cujos órgãos

na constituição

rhso rh solut luto o; as pertu erturrbações

,.1 ,. 1.  ácul áculos, o que não corres po ponde

to de sa saúd údee se seri riaa um umaa esp spééci ciee de ne nega gattiv ivo o da do doen ençça, conformando-

re-

eh  r um umaa res esp posta negativa. Não há saúde perfeita ou bem-es ta tar

ou patologia)

falar da saúde como ausência de doença. Segundo

Tal concepção

 111  r pessoa se ela já esteve doente e será muito improvável

para

situações

momento

da

pode ser

em outro. uma das mais consideráveis

reflexões

  .L lI I  

saúd sa údee e do doeenç nça, a, por meio das quais ainda hoje é possível

 1   1

ntar ideias fundamentais

M

sobre o tema. Saúde, afirma C an an[ 13

guilh gui lheem basea aseand ndo o-se e à cria riattivi ivid dade,

com co mo

dizz res di esp pei eitto à potênci nciaa

ao passo qu quee a doe oen nça está re rellacio ion nada

ção e à imp impo otênci nciaa riorm rio rmeente,

em Kurt Goldstei stein n, dia iant ntee de um mund mundo o

à limita-

no qu quaal alguém, ant ntee-

sent ntiia-se à vonta tad de. A doe oen nça é comp mpree reend ndiida,

sent se ntiimento

de vida contraria iad da :

então,

dia ian nte de certo obstác stácu u-

lo se seri riaa pr prec ecis iso o lançar mão da invenção de novos modos de estar no mun mundo do..

.ntre os fenômenos

 I

pr se sentar

I

I

que explica; é um modelo

a rea li lidade sem levar e m c on onta suas singularidades.

.xe xem mplo, doenças não ocorrem

II

que busca

da mesma maneira em todas

I pcss oas e apresentam diferentes sentidos para cada uma delas las.. ( ), critérios de definição e classificação dessas doenças não con-

mplaam mpl

I

todas

as singulares

possibilidades

de expressão

do

ajudam a esclarecer

essa

  I  u-cimento.

Ao conceber

saúde como capacidade

para se adaptar ao meio, Cangui guilh lheem

( )s termos

de criar novas normas

reconh nheece

o caráter relativo

da saúde e da do doen ença ça.. Um ser criativo pode ser saud udáve ávell mesmo diante de uma evidência que, em outro ser, const stiitu tuiiria uma doença. Essa relativi ivid dade está vincu cullada à difere iferen nça entre conceito científ entífiico e experi riêência vivi vid da, sobr bree a qual di disscorr rreeremos

a se s eguir.

em inglês

li un unçç ão,  llness se re refe fere re

dise se

à sensação de estar doente, e

é relativo ao sofrimento

II IlO

ro ao diagnóstico;

, , I UI

I  I

e

dise se

cito de doença na condição de objeto de conhecimento.

I  I H

I

illne illn ess

  ólt10S

éo Um

da pessoa que se percebe doente,

um à i nt ntuiçã o, o, outro a cri té térios obj et etivos

no sa sabe berr in inst stit itu uíd ído o

(Cze (C zere resn snia ia  

Soares, 2008 .

( )u, ndo alguém sente um mal-estar, busca conferir a ele um S A ÚD E E

E

D OEN ÇA

D IF E R E N Ç A

EN TRE

E X P E R IÊ N C IA

I

IlIdlCado e um sentido. O sentido dado à doença - a vivência

C O N C E IT O

, dl be benefícios,

Os sentidos da saúde e da doença na vida de cada pessoa são relativos a uma experiência, serr in se inte teir iram amen ente te

expr ex pres esso soss pela linguagem agem..

perda da habilidade

Quaand Qu ndo o

é uma diminu nuiição

ou capa capaccida idad de

A experiê eriên ncia

alguém ado-

de disposição,

não se presta

pelas pessoas e a e la labora raççã o

sentar

a

a definições

conc ei eitual,

-

linguistica guistica..

de palav avrras

as caracte acterrís ístticas

de um objeto

ou uma ideia. Um concei eito to ci cien entí tífi ficco é um u ma definiç ição ão ob obje jeti tiva vada da,, umaa ge um gene nera rallização. 14 ]

Ele expressa as iden denttidades

e não as difere eren n-

de obten-

ao modo próprio em que se dá e

e isto faz dela um acon-

( un unccnto singular. sentidos

da saúde e da doença

são, ainda, configurados

, I

ti  históri istóricca e culturalmente.

I

ItItilil rarquias, juízos de valor, conhecimentos I1

é uma forma de definição, um umaa manei eirra de ap a pre-

por meio

dessa pessoa, a sua história, ao momento

 

precisas,

por exemplo - diz respeito

modo co com mo a doença se manifesta,

1

para realizar determin minadas adas

existe uma lacu acun na entr ntree o que é vivido - ou experim imeenta tad do

O conceito

 I

uma história singu ngullar, e não podem

ece, o que está em questão atividades.

ou como um fracasso, ou como um mecanismo

1 .1

por um lado vimos que os sentidos

dl

11 1111 1111

hl

e atitudes com-

ilhudos ilh udos em um grupo. I

 

Eles não estão isentos de cren-

11111 111 11

nat atu ureza individual, ind Idades são constituídas Ida o. Podemos,

portanto,

conferidos

à doença

singular, por outro lado, as em um contexto cultural, social dizer que nascer e viver em uma [ 15

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