Observação Como Técnica de Coleta de Dados

 

OBSERVAÇÃO COMO TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

- Elemento fundamental para a pesquisa, desempenhando papel imprescindível; - Na fase de coleta de dados: torna-se mais evidente; - Chegando a ser considerada como método de investigação; - Definição: o uso dos sentidos com vistas a adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano; - Pode ser utilizada como procedimento científico à medida que:

* serve a um objetivo formulado de pesquisa; * é sistematicamente planejada; * é submetida à verificação verifi cação e controles de validade e precisão;

- Principal vantagem (em relação a outras técnicas): fatos são percebidos diretamente, sem intermediação. A subjetividade, portanto, tende a ser reduzida; - Principal inconveniente: a presença do observador pode provocar alterações no comportamento dos observados, destruindo a espontaneidade deles e produzindo resultados pouco confiáveis, uma vez que as pessoas, de modo geral, ao se sentirem observadas, tendem a ocultar seu comportamento; - Esse tipo de reação deve ser levado em conta no processo de investigação, por isso deve-se adotar modalidades diversas, em função dos meios utilizados e do grau de participação do pesquisador; - Segundo esses meios utilizados, a observação pode ser estruturada ou não estruturada; - Segundos o grau de participação do observador, pode ser participante ou não participante; - Como a observação participante tende a adotar formas não estruturadas, pode-se adotar a seguinte classificação:

* observação simples; * observação participante; * observação sistemática;

1  – OBSERVAÇÃO SIMPLES - O pesquisador permanece alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, observando de maneira espontânea os fatos que ocorrem;

 

- Torna-se mais um espectador que um ator; - Pode ser chamado de observação-reportagem, pela similaridade com as técnicas empregadas pelos jornalistas; - Vai além da simples constatação dos fatos, exigindo um mínimo de controle na obtenção dos dados; - A coleta de dados por observação é seguida de um processo de análise e interpretação, conferindo a sistematização e o controle requeridos dos procedimentos científicos;

VANTAGENS:

* Possibilita a obtenção de elementos para a definição de problemas de pesquisas; * Favorece a construção de hipóteses do problema pesquisado; * Facilita a obtenção de dados sem produzir querelas ou suspeitas nos membros das comunidades,, grupos ou instituições que estão sendo estudadas; comunidades

LIMITAÇÕES:

* É canalizada pelos gostos e afeições do pesquisador. Muitas vezes sua atenção é desviada para o lado pitoresco, exótico ou raro do fenômeno; * O registro das observações depende, frequentemente, frequentemente, da memória do investigador; * Dá ampla margem à interpretação subjetiva ou parcial do fenômeno estudado;

- Útil quando é dirigida ao conhecimento de fatos ou situações que tenham caráter público, ou que pelo menos não se situem estreitamente no âmbito das condutas privadas; - É apropriada para o estudo das condutas mais manifestas das pessoas na vida social: hábitos de compra, de vestuário, de conveniência social, de frequência a lugares públicos, etc; - É mais adequada aos estudos qualitativos, sobretudo àqueles de caráter exploratório; - O primeiro problema a ser enfrentado pelo pesquisador refere-se ao que deve ser observado: há itens que costumam ser considerados pelos pesquisadores: * Os sujeitos . Quem são os participantes? Quantos são? A que sexo pertencem? Quais as suas idades? Como se vestem? Que adornos utilizam? O que os movimentos de seu corpo expressam? * O c en ár io . Onde as pessoas se situam? Quais as características desse local? Com que sistema social pode ser identificado?

 

* O c o m p o r t a m e n t o s o c i a l.l. O que realmente ocorre em termos sociais? Como as pessoas se relacionam? De que modo o fazer? Que linguagem utilizam? - Um dos maiores problemas na observação refere-se à sua interpretação, ou seja, ao significado que deve ser atribuído ao que está sendo observado: é necessário que o pesquisador esteja dotado de conhecimentos prévios acerca da cultura do grupo que pretende observar. - O registro se faz mediante diários ou cadernos de notas, sendo o momento mais adeaquado para o registro é o da própria ocorrência do fenômeno; - Nem sempre é possível fazê-lo no ato, por isso o pesquisador deve ser dotado de boa memória ou que se tome uso de gravadores, câmaras fotográficas, filmadoras, etc, mas há situações que a utilização destes instrumentos é contraindicada, podendo comprometer de forma definitiva o processo de observação;

2  – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE

- Consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada, onde o observador assume, pelo menos até certo ponto, o papel de um membro do grupo; - DEFINICAÇÃO: A técnica pela qual se chega ao conhecimento da vida de um grupo a partir  do interior dele mesmo; - Introduzida na pesquisa social pelos antropólogos no estudo das chamadas “sociedades primitivas”.

- Assume duas formas distintas: * Natural, quando o observador pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga; * Artificial, quando o observador se integra com o objetivo de realizar uma investigação; - Artificial apresenta maiores problemas: * Vai revelar o fato de ser um pesquisador ou se tentará a integração pelo disfarce. E caso não revelada, se a sua atividade disfarçadas podem prejudicar algum membro do grupo ou o próprio resultado da pesquisa;

VANTAGENS * Facilita o rápido acesso a dados sobre situações habituais em que os membros das comunidades se encontram envolvidos; * Possibilita o acesso a dados que a comunidade ou grupo considera de domínio privado;

 

* Possibilita captar as palavras de esclarecimento que acompanham o comportamento dos observados;

DESVANTAGENS * Restrições determinadas pela assunção de papéis pelo pesquisador. Em uma comunidade rigidamente estratificada, poderá encontrar dificuldades ao tentar penetrar em outros estratos, além de poder despertar desconfiança, limitando a qualidade das informações obtidas; * Nas menos estratificas, o problema é menor.

3  – OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA - Utilizada em pesquisas que têm como objetivo a descrição precisa dos fenômenos ou o teste de hipóteses; - O pesquisador sabe quais os aspectos da comunidade ou grupo que são significativos para alcançar os objetivos pretendidos; - Ocorrendo em situação de campo ou de laboratório, podendo esta última chegar a certos níveis de controle que permitem defini-la como procedimento quase experimental; - Há um plano de observação previamente elaborado. Isso implica estabelecer, antecipadamente, as categorias necessárias à análise da situação; - É conveniente a realização de estudos exploratórios ou especialmente dirigidos à construção de instrumentos para registro de dados; VER ESTUDO DE BALES. - O registro é feito mediante a utilização de folhas de papel com a lista de categorias a serem consideradas, e os espaços em que devem ser marcadas gravações de som e de imagem; - Torna-se necessário definir as categorias significativas para o registro do comportamento, bem como decidir acerca das unidades de tempo e estabelecer critérios para o registro das ações; - A relação entre o observado e o observador é bastante crítica. Neste caso, ele não consegue esconder que está de fato fazendo uma pesquisa, tornando-se necessário convencer os observados que o comportamento dos observadores não representa qualquer ameaça ao grupo.