o Tempo Na Narrativa Benedito Nunes

November 30, 2018 | Author: rubensfauno | Category: N/A
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O TEMPO NA NARRATIVA BENEDITO NUNES

1.O

que nem sempre é óbvio

Intróito musical p.5 O tempo na poética p.6 O tempo na teoria dos gêneros p.8 Um certo Laocoonte p.9 O espaço e o tempo nas artes p. 11 Lessing, Propp & Cia p.12

Do tempo real ao tempo imaginário Por conseguinte, o que é o tempo? p.16 Tempo físico e tempo psicológico p.18 Tempo cronológico e tempo histórico p.20 Tempo linguístico e tempos verbais p.22 Pluralidade do tempo p.23 O tempo da obra literária p.24

Os tempos da narrativa Uma dupla temporalidade p. 27  Andamento e voz p.28  As variações do tempo p.30  Anacronias p.31 O ³feitiço hermético´ p. 33 Figuras de duração p. 34 Frequência p. 36

 A CAUSA SECRETA MACHADO DE ASSIS  A conduta aparentemente humanitária de Fortunato, prestimoso no socorro a feridos, a pessoas vitimadas por  sofrimento físico, e zeloso na aplicação de cautérios, como dirigente de uma casa de saúde , onde também se entrega a experimentos de vivissecção que atormentam sua jovem esposa, Maria Luísa, é um enigma para o médico Garcia, que por ela se apaixonou, até o dia em que surpreende Fortunato torturando um rato de maneira imperturbável. Depois Maria Luísa morre de doença grave, e Fortunato surpreende Garcia beijando o cadáver .

O DISCURSO NARRATIVO COMEÇA IMEDIATAMENTE APÓS O MOMENTO CULMINANTE DO ENREDO ± O EPISÓDIO DA TORTURAQUANDO OS PERSONAGENS, CONSTRANGIDOS DIANTE DO QUE  ACONTECERA, SE REÚNEM ANTES DO JANTAR. ³NA HISTÓRIA, ESSE EPISÓDIO DE DURAÇÃO ESPECIFICADA (CINCO MINUTOS), OCORRE MUITO TEMPO DEPOIS. ³NO DISCURSO, ELE É O PRIMEIRO, COMO CENA QUE SE QUER LENTA ± UMA ESPÉCIE DE PRÓLOGO, REMISSIVO E IGUALMENTE  ANTECIPATÓRIO.´

REMISSIVO, PORQUE AO QUE SE SUCEDERA ANTES, E ANTECIPATÓRIO PORQUEO NARRADOR ANUNCIA O QUE VAI SER CONTADO.

NESSA PARTE INICIAL O TEMPO DO DISCURSO PRIMA SOBRE O TEMPO DA HISTÓRIA; A ORDEM NÃO É CRONOLÓGICA. OS DOIS TEMPOS SEGUIRÃO PARALELOS DEPOIS DESSA SINGULAR INVERSÃO. O EPISÓDIO ANTECIPADO, NO PONTO DA NARRATIVA EM QUE SE INSERE CRONOLOGICAMENTE, SERÁ MENCIONADO EM VEZ DE CONTADO, MANTENDO-SE A VISÃO CÊNICA, PRESENTIFICANTE, DO INÍCIO.

O TRECHO INICIAL DIFERE DOS RESTANTES TANTO PELO  ANDAMENTO ± VAGAROSO COMO  ADÁGIO DE UMA SONATA ± QUANTO PELO ³SENSO DO PRESENTE´: É UM AGORA EM RELAÇÃO AO QUE JÁ FOI NARRADO , UM AGORA QUE A VOZ DO NARRADOR SE SITUA FACE A FACE COM OS PERSONAGENS.

³O primeiro dado que podemos extrair  desse conto é que a voz acusa a locução temporal do ato de narrar, mas não como uma terceira temporalidade da narrativa e sim uma ancoragem no presente da narração, do ato de narrar que o texto se origina.´ p.30

³O outro dado é relativo ao andamento, que marca a intersecção analógica do texto narrativo, do discurso, com a música. (...) a analogia ocorre no plano do discurso.´ p. 30

Ó tempos! Ó verbos! Intemporalidade da ficção? p.38  A resposta de Weinrich p.39 Narrativa histórica e narrativa ficcional p. 41

O quase passado p.43  Acronias p.44 Leitura, espetáculo e cinema p.46

 A desenvoltura temporal do romance Tempo e forma romanesca p 48  A simultaneidade p.50 Fintas de Sterne p.53 Machado dribla p.55 Romances de fluxo p.56 Bergson: duração interior (l a durée) p.57 

 A tematização do tempo Fenomelogia: Husserl e Heidegger p.59  A busca proustiana do tempo p.61 O presente intemporal p.63  A sintonia no monólogo interior p.64 Tempo e mito p.66 Jogando com o tempo p.69

Tempo ficcional Voltando ao começo p.73 Significação do tempo p.73 Função do tempo na leitura p. 75 Conclusão o privilégio da narrativa p.76

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