O Quadrante de Pasteur

March 1, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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POLÍTIC

CIENTIFICA  E  TE C N O L ó G I C A  

O  Quadrante   e 

Livro  traduzido   pela  Unicamp   revê  pacto  entre   comunidade   científica  e  governo  

Pasteur  

 ZIQUE 

CLAUDIA

N  H  Pesquisa   básica   inspirada   u s o :  pelo   P a s t e u r 





N  T 



acto entre a  ciência   e  o  governo firmado  ao inal da Segunda  Guerra Mundial fundado na idéi da  dicotomia entre pes-   quisa básica  e  pesquisa aplicada caducou. Um  novo modelo de  relacionamento entre ciência   e  tecnologia deve  se r  concebido para restabele-  ce r  o  diálogo entre as  comunidades  científicas   e  políticas. Esse  novo modelo deveria reservar  um papel criticamente mportante para pesquisa básica  inspirada  pelo uso que conju-  gu e  as  promessas da investigação científica  e  as   necessidades  da sociedade.  só s  intrigantes  Essas  três  propostas  por si  sós formam  formam  o  eixo principal do livro  O   quadran-   te  de Pasteur   a  ciência  básica  e   a inovação  tec-  

 

 

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  ABRIL  D E  2005   PES Q U I S A FAPESP  11 0  

 

   

 

 

 

editado em 1996   pela  The Brooking Institution Press  e  recém-  lançado pela  Editora Unicamp como parte da   coleção  Clássicos  da  Inovação. O  grande mérito  do livro,  no entanto, está  na incursão olímpica  de  Stokes  pela  história da  ciência,  pela história   intelectual e  pelas  classificações da s  atividades  de  pesquisa,  desde a   Antigüidade clássica,  para  entender a  relação  entre ciênci e  tecnologia.  Para  Stokes, a  dicotomia entre ciência  bási-  ca aplicada consolidou-se no pós-guerra,  quando,  nos Estados Unidos, buscava-se uma  forma de  manter o  apoio federal à  ciência  bá-  sica  em tempo de  pa z  e , ao  mesmo tempo, res-  tringir o  controle do governo  sobre  a  realização   da pesquisa. Essa  estratégia inspirou  o  docu-  mento Science he  endeless   frontier elaborado  por  Vannevar Bush em 1945,  a  pedido do presi- 

nológica

 

d e  Donald E.  Stokes,

 

 

 

   

 

dente Franklin Roosevelt, que propunha  a  criação  da National Research  Founda-  tion (NRF). Essa  concepção  organiza-  cional, aliás,  também serviu  de  modelo  para a FAPESR criada em 960. Bush  defendia autonomia organizacional   da N R F em elação ao governo com  dois  argumentos básicos:   o  de  que a  pesquisa básica   não deve estar igada fins práticos e  de que e la   é precursora do esen-  volvimento tecnológico.  A  idéi de criação de   uma gência utônoma  foi fo i  vetada pelo então pre-  sidente Harry Truman,  mas a  visão paradigmáti-  ca  e  linear da relação entre  pesquisa básica e nova-  çã o  propugnada  por Bush  triunfou  e  fo foii  endossada pela National Science  Foun-  dation (NSF),  criada  cinco  anos depois.  Durante décadas, o modelo linear,  com algumas variantes, fo i  um referen- 

 

 

 

 

 

   

 

   

 

 

     

 

     

       

 

 

quadrante inferior esquerdo. 

 

 

  

  

 

ções  do físico  Niels  Bohr sobre a  estru-  tura  tura  do átomo  ocupa o  quadrante su-  perior esquerdo; a  pesquisa aplicada v i-  sando ao  desenvolvimento tecnológico   como a  do sistema de  iluminação elé-   trica de Thomas Edison  se  insere no 

 

 a  pesquisa e  desenvolvimento.  cial Mas, para  na avaliação  de  Stokes, a  promes-  sa  de retorno tecnológico dos investi-  mentos em pesquisa pura não tem mais  força suficiente  para abrir os  cofres  fe -  derais, e  o  pacto entre ciência e  gover-  no deve  se r  revisto.   Stokes  propõe uma nova classifica-   çã o  da s  atividades  de  pesquisa e  inova-  ção,  inserindo as  atividades de  pesquisa  entre duas coordenadas: a  primeira  que  dimensiona o  avanço do conhecimen-  to e  a  segunda, a  sua aplicação. Pro-  jetada num gráfico, a  pesquisa básica  sem nenhuma aplicação imediata  que 

o  quadrante superior di-  reito êm ugar  s  pes- 

   

 

quisas que podem con-  tribuir para o  avanço do  conhecimento uali-  pesquidade inerente da    sa  básica  ao  mesmo tempo que têm  grandes perspectivas  de  aplicações práti-  cas.  A s investigações de  Pasteur na área  de microbiologia  que fizeram avan-  çar o conhecimento e  beneficiaram os  

 

produtores  de  álcool  de  beterraba  sã o  se u  exemplo mais notório. É  nessa  são reo-    gião de confluência dos preceitos da s   pesquisas  básica e aplicada   o  Quadran-  te de Pasteur  que Stokes nscreve a   pesquisa básica  inspirada pelo  uso que,   por colocar em movimento o  conheci-  mento e  atender às  demandas  sociais,  

   

 

   

   

 

 

 

 

pode se r  a  base  do novo pacto entre as   comunidades científicas  e  políticas.   Stokes  reserva o  quadrante inferior  esquerdo para a  pesquisa que é  impul-  sionada pela curiosidade do investiga-  dor sobre f tos que e le  qualifica como  particulares ,  como o  fazem,  por exem-   plo, o s  observadores de  aves.   Para Stokes, a  saída para o  impasse  a  que chegou a  relação entre ciênci e   governo fortalecimento  n  no o  está  da  pesquisa pura  nos     científicos que    campos levam em conta as  necessidades da so -   ciedade,  como é o caso, por exemplo,  das investigações  sobre o  ambiente.   O apoio pesquisa nspirada por  objetivos sociais não desvia  a  atenção  nem os  recursos públicos  da pesquisa  pura, ressalva  Stokes. A o  contrário: for-   talece  a   causa dos investimentos  pú-  blicos,   já  que aumenta a  capacidade  des-   sa  área de  investigação  como um todo.  Demanda, no entanto,  um esforço  or  institucionalizado o overno, meio da construção de agendas de  pes-  

    

 

 

 

  

 

quisa financiadas por por   agências  que con-  sideram as  necessidades  da nação.  Uma parcela dos investimentos da  FAPESP  pode se r  interpretada à  luz da  classificação de Stokes, no Quadrante  de  Pasteur,  como é  o  caso,  por exemp-  lo, lo ,  dos Programas  Genoma e  Biota.   O  modelo de  Stokes  tem como re -  ferência  a  política cien-   tífica  e  tecnológica nor-  te-americana. M as pode muito em ervir e  inspiração para países  que entam raçar um  caminho sustentável  na 

 

 

   

   

   

   

 na s  investiga-  

direção da inovação.

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Tecnologia  e   desenvolvimento  

Mais   d o is  títulos  da  coleção   Clássicos   da  Inovação  

 

   

organizadores Linsu K im  e  Richard  R.  Nelson  reúnem de z  ensaios e  qua- 

da Editora Unicamp, ançou, neste  ano, outros ois ivros de nálise  do esenvolvimento ecnológico.  No Trajetórias  da  inovação   a mu- 

dança  ecnológica no s  Estados Uni-  

processo nventivo, que aproximou  a  inovação da pesquisa organizada,  e ontribuição e lgumas mu-  danças tecnológicas  como o  motor  a combustão nterna, por exemplo  para o  crescimento econômico. 

tro comentários de  autores que ana-   lisam  o  progresso de países asiáticos  tecnologicamente atrasados. O li-  vro apresenta ainda um quadro com- 

 América no século  XX David     Nathan osenberg  nstitucionalização do  analisam

Em Tecnologia aprendizado  e  ino  vação    as experiências da s cono-  mias de  industrialização recente os  

parativo entre s economias de n-  dustrialização ecente do leste da  Ásia  e  da América Latina. 

 

 

 

   

   

 

   

 

 

 

do s da C .  Mowery

 

 

 

 

 

 

 

       

 

tem se u  melhor exemplo

A  coleção Clássicos da Inovação, 

 

  

   

 

 

 

   

   

  

 

 

    

        

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