O Painel Do Grau Do Aprendiz

November 29, 2018 | Author: Wagner Cruz da Cruz | Category: Masonic Lodge, Freemasonry, Science, Philosophical Science
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A.'.R.'.L.'.S.'. Luz do Universo 2804 - Or.'. Or.'. Guarulhos Dissertação O Painel do Grau de Aprendiz Ir.'. Alexandre Leite de Paula INTRODUÇÃO O Painel, como é chamado no Rito Escocês Antigo e Aceito, é um quadro onde estão figurados os principais símbolos do grau. Embora o Painel sintetize os mistérios do grau e indique os símbolos que devem ser estudados pelos iniciados, a bem da verdade, não se tem dado a devida importância ao estudo do Painel. Primitivamente os símbolos que caracterizavam as reuniões maçônicas nos canteiros de obras eram desenhados no chão. Em geral, eram representados pelas ferramentas dos Maçons Operativos, as colunas e o pórtico do templo do rei Salomão. Posteriormente, quando os maçons passaram a se reunir em locais fechados, especialmente em tavernas, a prática de se desenhar no chão foi gradativamente sendo substituída – em razão dos desenhos em alguns casos não se apagarem com facilidade após o término da sessão ou por danificarem o assoalho dos estabelecimentos.  Nossos antepassados antepassados utilizavam utilizavam um um tecido, semelhan semelhante te a pequenos pequenos tapetes, que após o términ términoo da sessão eram eram enrolados e ficavam sob a égide de um dos membros. Essa alteração caracterizou uma importante evolução, pois além dos  painéis de tecido serem serem mais práticos, práticos, os símbolos símbolos ficavam menos expostos expostos às às vistas profanas, profanas, podiam podiam ser confeccion confeccionados ados com mais capricho e dentro de princípios estéticos mais bem elaborados. Assim, alguns Irmãos puderam extravasar seus dotes artísticos, os Painéis foram se sofisticando e se tornando peças não só de prática ritual, mas também de apurada beleza, ao menos em relação aos antigos desenhos feitos toscamente no chão. O conjunto de painéis (Tábua de Delinear ou Traçar) mais famoso é o de John Harris, desenhista arquitetônico e  pintor de mini miniaturas aturas inglês, inici iniciado ado na Ordem Maçônica Maçônica no ano de 1818, na na Emulation Emulation Lodge of of Improvement. Improvement. Esses Esses  painéis foram foram desenhados desenhados no ano ano de 1.823, cinco cinco anos após após a sua iniciação, iniciação, para para a sua loja, loja, que funcionava funcionava no Craft Craft (Ritual (Ritual de Emulação). Depois de publicados, passaram a ser copiados a partir do ano de 1.846. Tais Painéis são adotados ainda nos dias atuais nos graus simbólicos pelas Potências Maçônicas do nosso país, em diferentes Ritos, inclusive no Rito Escocês Antigo e Aceito, invariavelmente sem as adaptações necessárias às peculiaridades de cada Rito.  Na França, país país berço do Rito Escocês Escocês Antigo Antigo e Aceito, os painéis painéis do Irmão John Harris não são utilizados utilizados pelo Rito. As Lojas Francesas adotam Painéis próprios para o Rito Escocês Antigo e Aceito, painéis esses que foram igualmente implantados pelo Grande Oriente do Brasil, a partir da grande reformulação realizada em 1.981 com a colaboração da Oficina Chefe do Rito, que culminou com o Dec. nº 50/81. Tal afirmação poderá chocar alguns Irmãos acostumados a verem esses painéis exibidos em seus rituais do Rito Escocês Antigo e Aceito, mas o fato é que efetivamente os painéis do Irmão John Harris foram desenhados, e com muita competência, para o Craft. Já para o Rito Escocês Antigo e Aceito, eles se mostram inadequados. Hoje em dia, esses Painéis foram substituídos por novos, cujo autor é o Ir.'. Esmond Jefferies, que as desenhou (adaptou e acrescentou algumas figuras) em meados de 1851. Grande Oriente do Brasil, Grandes Lojas e Grandes Orientes Estaduais (antigos Independentes). São usados no Brasil dois painéis para o Grau de aprendiz do Rito Escocês Antigo e Aceito: - O Painel elaborado pelo Irmão John Harris em 1.823 exclusivamente para o Craft (Ritual de Emulação); e - O Painel do Rito Escocês Antigo e Aceito adotado pelas Lojas Francesas.

RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO Esse Painel deveria ser utilizado por todas as Lojas Simbólicas do Brasil, independentemente de Potências Maçônicas, tais como: Grande Oriente do Brasil, Grandes Lojas Brasileiras e Grandes Orientes Estaduais (antigos Grandes Orientes Independentes, em algumas unidades da federação).

OS SÍMBOLOS CONTIDOS NO PAINEL 01) – Sol; 02) – Lua; 03) – Pedra Bruta; 04) – Maço e Cinzel; 05) – A Corda de Sete Nós; 09) – O Prumo;

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10) – O Nível; 11) – O Esquadro e o Compasso; 12) – As Romãs; 13) – As Colunas; 14) – As Vinte e Sete Estrelas; 15) – O Delta Luminoso no Pórtico; 16) – Os Degraus; 17) – A Porta do Pórtico; 18) – As Colunas Menores; 19) – Pedra Polida; 20) – A Prancheta.

DEFINIÇÕES JÓIAS MÓVEIS São símbolos que merecem tal denominação em virtude de seu alto e precioso conteúdo simbólico na Maçonaria, acrescido do fato de serem insígnias dos principais cargos de direção de uma loja maçônica, ou seja, Venerável Mestre, 1º Vigilante e 2º Vigilante – Cargos esses eletivos e transmissíveis periodicamente, quando da posse das sucessivas administrações. As jóias móveis são três: esquadro(Venerável Mestre), Nível(1º Vigilante) e Prumo(2º Vigilante).

I - O Esquadro: O Esquadro como jóia do Venerável Mestre, indica que ele deve ser o Maçom mais reto e mais justo da loja, servindo como paradigma para todos os obreiros. O Esquadro figura em todos os graus da Maçonaria, como um dos emblemas mais eloqüentes do simbolismo maçônico, é o símbolo da retidão e da moralidade e também da igualdade e do direito, pois que conjuga, por sua forma, o  Nível e o Prumo. As Jóias Móveis nesse Painel, não estão explicitamente apresentadas como tal. Formado pela reunião da horizontal e da vertical, simboliza, ainda, o equilíbrio resultante da união do ativo e do passivo, que são as duas polaridades universais, uma de movimento e outra de inércia ou repouso. Enquanto que a linha horizontal do Esquadro representa a trajetória a ser percorrida na terra, o determinismo, o destino, a vertical indica o caminho para cima, dirigindo-se ao cosmo, ao Grande Arquiteto do Universo. É por meio do esquadro que o iniciado comprova ou retifica a forma hexaédrica, a forma perfeita, que o Maçom procura obter.

II - O Nível: O Nível é a jóia distintiva do 1º Vigilante, que deve zelar para que, em loja, todos sejam nivelados, todos tenham igual tratamento, não se reconhecendo as distinções existentes no mundo profano. O Nível é o símbolo da igualdade, da igualdade fraterna, com que todos os Maçons se reconhecem.

III - O Prumo: O Prumo ou perpendicular é o instrumento formado por uma peça de metal suspensa por um fio, utilizado para aferir se um objeto qualquer está na vertical. Assim é a jóia do 2º Vigilante que deve usá-lo para verificar qualquer inclinação, qualquer saída do Prumo, que  possa ocorrer no aprendizado do iniciado, corrigindo-a a tempo. O Prumo é o símbolo da pesquisa em profundidade do conhecimento e da verdade. Simboliza também o equilíbrio, a prudência e a retidão, de justiça, de procedimentos e de consciência, evitando qualquer desvio oblíquo. Lembra aos iniciados que todos os seus atos e pensamentos devem ser justos e medidos para o levantamento de um templo moral justo e perfeito. AS JÓIAS FIXAS São símbolos assim denominados em razão de seu grande e valioso sentido simbólico na Maçonaria, acrescido do fato de não serem móveis ou transmissíveis, se achando sempre expostas e presentes na loja, para refletir a divina natureza e atuando como código moral aberto à compreensão de todos os maçons. As jóias fixas são: a Prancheta, a Pedra Polida e a Pedra Bruta, representando respectivamente o Mestre, o Companheiro e o Aprendiz.

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IV - A Prancheta: Tal como a Pedra Bruta é uma representação do Aprendiz e a Pedra Polida representa o Companheiro, a Prancheta simboliza o Mestre. A Prancheta serve para o Mestre traçar os planos e projetos das obras. É com ela que os Mestres trabalham para guiar os aprendizes e os companheiros no trabalho por ela iniciado, revelando-lhes o significado dos símbolos essenciais figurados no Painel e delineando o 8. As Jóias Fixas, também, não estão bem explicitadas nesse painel. caminho que eles devem seguir para o aperfeiçoamento, a fim de progredirem nos trabalhos da Arte Real. V - A Pedra Polida: A Pedra Polida representa o Companheiro. É o material perfeitamente trabalhado, de linhas e ângulos retos. Simboliza o homem desbastado e polido de suas asperezas, educado e instruído, pronto para ocupar seu lugar na construção de um mundo melhor.

VI - A Pedra Bruta: A Pedra Bruta simboliza o Aprendiz, que nela trabalha marcando-a e desbastando-a, até que seja julgada polida pelo Venerável Mestre. Ela representa o homem na sua infância ou estado primitivo, sem instrução, áspero e despolido, com as paixões dominando a razão e o que nesse estado se conserva até que, pela instrução maçônica, pelo estudo adquira instrução superior. OS PARAMENTOS São símbolos cuja presença no templo é absolutamente imprescindível à realização de uma sessão litúrgica. Os paramentos são as Três Grandes Luzes Emblemáticas da Maçonaria: o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso. OS ORNARMENTOS São símbolos que decoram ou ornamentam o templo e que não estão classificados nem como jóias nem como  paramentos.  No Rito Escocês Antigo e Aceito é a corda de 81 nós que está representada no Painel do 1º grau por uma corda de 7 nós. OUTROS SÍMBOLOS INSERIDOS NO PAINEL DO 1º GRAU VII - O Compasso: O compasso, que genericamente simboliza a justiça e está associado a idéias de totalidade, de limites infinitos e de  perfeição, é um instrumento para o uso dos Mestres. VIII - O Sol, a Lua e as Estrelas: Estão presentes no Painel e decoram o templo porque este simboliza o universo e aqueles astros iluminam a abóbada celeste, o infinito, ao qual o iniciado pretende chegar. O Sol, e a Lua representam o antagonismo da natureza – dia e noite, afirmação e negação, o claro e o escuro – que, contraditoriamente, gera o equilíbrio, pela conciliação dos contrários.  Nesse Painel, apenas são mostrados o Esquadro e o Compasso. O Livro da Lei não está em evidência. As diversas estrelas distribuídas irregularmente no Painel do 1º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito simboliza a universalidade da Maçonaria e lembra que os Maçons, espalhados por todos os continentes, devem, como construtores sociais, distribuir a luz de seus conhecimentos àqueles que ainda estão cegos e privados do conhecimento da verdade. IX - O Maço: O Maço simboliza a vontade que existe em todos os maçons e que precisa ser canalizada eficientemente para que não resulte em esforço inútil. O Maço é um instrumento contundente semelhante ao martelo, embora geralmente mais pesado e desprovido de unhas, utilizado para quebrar ou desbastar. Diferentemente do Malhete, que é um Maço em tamanho menor e de uso privativo ao Venerável Mestre e dos Vigilantes por simbolizar a autoridade, o Maço é um instrumento de trabalho do Aprendiz. O Maço é a energia, a contundência, a força e a decisão que se fazem necessárias para que o Aprendiz persevere em seu trabalho, não esmorecendo ao primeiro revés. Quando utilizado de forma desordenada, o Maço pode se transformar em uma poderosa ferramenta de destruição, porém, seu uso disciplinado o faz um instrumento indispensável. X – Cinzel: O Cinzel simboliza a inteligência que o Maçom deve empreender para desbastar a pedra bruta, é um instrumento utilizado para trabalhos que exijam apuro e precisão, formado por uma haste de metal em que um de seus lados é perfurocortante e o outro apresenta uma cabeça chata, própria para receber o impacto de uma ferramenta contundente. Como o Maço, o Cinzel é um instrumento do Aprendiz, que com eles trabalha na pedra bruta, símbolo da  personalidade tosca e inculta, é o instrumento que recebe o impacto do Maço, dirigindo a força daquele de forma útil. Como canalizador da vontade representada pelo Maço, o Cinzel simboliza o discernimento, a inteligência, que dirige a força da vontade. Tal como o Maço(a vontade), o Cinzel(a inteligência), por si só não garante um trabalho eficiente.

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A associação do Maço com o Cinzel nos indica que a vontade e a inteligência, a força e o talento, a ciência e a arte, a força física e a força intelectual, quando aplicadas em doses certas, permitem que a Pedra Bruta se transforme em Pedra Polida. XI - As Três Janelas: Elas estão figuradas no Painel do 1º Grau simbolizando o caminho aparente do Sol. A do Oriente traz a doçura da aurora, suave e agradável, convidando o obreiro para o trabalho; pela do Sul ou meio dia, passa um calor mais intenso, que induz à recreação; pela do Ocidente entram os últimos lampejos de luz, do Sol poente, sempre mais fraca e que incita ao repouso. Por essa razão, os três principais dirigentes de uma loja maçônica sentam-se nesses pontos: O Venerável Mestre no Oriente para abrir a loja; o 2º Vigilante no Sul para melhor observar o sol em seu meridiano e chamar os obreiro para o trabalho e mandá-los a recreação; o 1º Vigilante no Ocidente, para fechar a loja, pagar os obreiros e despedi-los contentes e satisfeitos.

XII - Os 3(três) Degraus: Os três degraus antes do pórtico, representam a idade do aprendiz, correspondente ao tempo que os maçons operativos necessitavam para serem elevados ao grau de companheiro. Somente após vencer os três degraus, isto é, o tempo de permanência no 1º Grau, é que o Aprendiz atingia o pórtico e entrava na obra que se estava construindo. XIII - O Pórtico e o Delta: Após os três degraus, há um pórtico tendo como verga um frontão triangular dentro do qual se vê um delta. O pórtico representa a entrada do templo de Salomão, símbolo da obra maçônica. Tal como Salomão edificou um templo para adorar a Deus, os Maçons também se dedicam, como construtores sociais, na construção de uma sociedade humana ideal, tornada perfeita pelo aperfeiçoamento moral e intelectual. O pórtico é assim o umbral da luz, a porta de entrada para se atingir a perfeição e o conhecimento da verdade. Ao adentrar no templo, que representa o universo, o aprendiz tornasse apto, pelo estudo, pelo trabalho, pela prática da filantropia, enfim, por uma formação moral e intelectual livre, a tornar-se um verdadeiro Maçom. O delta é a quarta letra do alfabeto grego, representado como um triângulo eqüilátero, figura considerada perfeita  por ter seus ângulos e lados iguais, é um dos símbolos mais importantes e antigos utilizados para representar a trindade divina. XIV - As Colunas B e J e as Romãs: Flanqueando o pórtico, vê-se duas colunas de ordem coríntia encimadas, cada uma delas, por três romãs entreabertas. No fuste da coluna da esquerda está gravada a letra “B” e no da direita a letra “J”. As colunas “B” e “J”, estão  presentes em todos os templos maçônicos e sua posição varia conforme o Rito. Nos Ritos Escocês, no Craft Inglês, Schröder, a Coluna “B” fica à esquerda e a “J” à direita. Nos Ritos Francês ou Moderno, Adonhiramita e Brasileiro as posições são invertidas. A romã é o fruto da romãzeira(Punica granatum), arvoreta ou arbusto da família das punicáceas. Desde a antiguidade é cultivada nos países quentes do sul da Ásia. As romãs semi-abertas nos capitéis das colunas, divididas internamente por compartimentos cheios de considerável número de sementes, sistematicamente dispostas e intimamente unidas, lembram a fraternidade que deve haver entre todos os homens e, sobretudo entre os maçons. As romãs representam, portanto, a família maçônica universal, cujos membros estão ligados harmonicamente pelo espírito de ordem e fraternidade, estas simbolizam também a harmonia social, pois só com as sementes juntas umas às outras é que o fruto toma a sua verdadeira forma. XV - A Corda de Sete Nós: Uma corda com 7 nós ou laços emoldura o Painel do Rito Escocês Antigo e Aceito e representa a corda de 81 Nós, símbolo este relacionado como ornamento da Loja de Aprendiz em lugar da Estrela Flamejante, nos rituais do Grande Oriente do Brasil. XVI – A Orla Denteada: É uma figura formada de triângulos alternadamente pretos e brancos, nos quais aqueles apontam para dentro e estes últimos, apontam para fora. Simboliza a atração(união dos irmãos) universal, através da fraternidade.

BIBLIOGRAFIA  

Site Brasil Maçom; REAA.

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