O CÍRCULO MÁGICO
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O CÍRCULO MÁGICO “Quem quer colher rosas deve suportar os espinhos." Provérbio Chinês Autor: José Laércio do Egito Em quase todas as tradições mágicas, traçar o círculo é uma das primeiras tarefas que se deve aprender. Traçar o círculo precede qualquer ritual mágico, consiste em um meio de estabelecer uma ponte entre o mundo físico e o mundo dos deuses, entre o visível e o invisível, de facilitar a conexão com outros planos. Tem por objetivo manter a energia coesa evitando que forças espúrias perturbem de alguma forma o ritual e os participantes. O Círculo também é o melhor meio de preservar e conter a energia criada durante um ritual, por isso é imprescindível em qualquer prática ritualística. Ele pode ser estabelecido em qualquer lugar, em especial onde algum ritual, ou celebração vai ser realizada, em reuniões de pessoas, ou mesmo individualmente; no exterior ou no interior da casa, em especial em torno no quarto de dormir, em volta da cama. Importante que à noite seja feito em torno da cama do casal (evita a ação dos sugadores de energia), e do leito das crianças.
Toda a área que for escolhida para algum procedimento mágico deve ser limpo, consagrado, e delimitado, neste caso pela efetivação de um círculo mágico, que compreende o primeiro passo para uma cerimônia mágica. O Círculo mágico tem 2 funções básicas: 1. Proteção contra influências hostis, distrações externas, e das influências psíquicas. 2.
Contenção e fortalecimento as energias “criadas” e invocadas no
ritual. O círculo mágico – círculo de poder – tem a função não deixar que energias contrárias perturbem, ou causem algum problema no decorrer de um ritual. Ele define o espaço do ritual; o perímetro do círculo que marca a delimitação onde a atenção é focalizada. A função protetora do círculo é criar um espaço sagrado para os participantes especialmente os que estejam com algum distúrbio energético. O círculo mágico está posicionado entre os mundos da realidade concreta e o mundo dos Deuses. Dentro dele o Bruxo fica além de tempo, limite, e espaço. Uma das finalidades do circulo mágico – também chamado de círculo de poder – visa fortalecer, intensificar a ação das energias, assim como reter modelos energéticos criados e invocados no ritual, e ainda mais, defender os presentes de influências hostis. O círculo mágico posiciona os integrantes entre o mundo da realidade concerta e o mundo mágico, mundo dos deuses. É um meio de defesa contra entidades tenebrosas, habitantes dos palácios da impureza, seres sugadores (vampiros energéticos), pois quando é traçado e fechado não pode ser rompido e nem transposto por nenhuma não física. O emprego do circulo mágico não se restringe a ambientes ritualísticos, podem ser de grande utilidade em muitos lugares, por exemplo, em torno do quarto de dormir, ou do leito, toda noite antes, como meio de proteção astral, e em qualquer lugar de meditação, concentração, etc. Com ele evita-se influencias negativas de seres espúrios. Pode ser feito ao redor da cama e mesmo ao redor do quarto, Nos rituais mágicos precisamos do “circulo de poder” para garantir nossa proteção durante nossos rituais, pois, quando ele feito, nada pode os atacar, além do mais, nada sai e nada entra nele. O circulo mágico pela forma circular não tem começo e nem fim; deve ser visualizado no momento de sua abertura, como uma espécie de bolha que penetra no solo e vai até o alto, acima da cabeça. A energia ficará contida dentro dele cuja presença poderá ser facilmente constatada. Conforme o grau de sensibilidade pessoal, pode ser vista uma cetra coloração, algo tremeluzindo, ou mesmo certa temperatura dentro dele. Sempre é dentro do circulo que devem ser procedidas às cerimônias ritualísticas, por ser um lugar sagrado e defendido energeticamente. O Iniciado tem como sua melhor arma o Círculo mágico, que em todo momento ele vive construindo, pela sua imensa utilidade não apenas em rituais, mas em vários momentos. Quando a pessoa se sente ameaçada, a sua primeira iniciativa deve ser a de construir um circulo e se posicionar dentro dele (neste caso por razões óbvias deve ser elaborado mentalmente). A razão é pela impraticidade de ser laborado fisicamente em muitos lugares e algumas vezes sucessivamente se a ameaça estiver se deslocando. O “mago” constrói mentalmente e se visualiza deslocando-se conjuntamente com o circulo. Quando se viaja é sempre bom construir um circulo mágico envolvendo o veiculo, isso pode evitar muitos imprevistos e se acontecer às pessoas já estão devidamente sob a proteção contra seres indesejáveis. Também de grande significação é construí-lo em volta de uma pessoa muito doente, pois isso afasta os “vampiros energéticos”. Também quando vai ser efetuada uma cirurgia, ou
qualquer procedimento que envolva sangue. Há dele em torno do leito de morte, por ser um momento em que a pessoa está quase totalmente indefesa contra ataques energéticos promovido por sugadores de energia. Assim que o óbito é constatado a primeira iniciativa deve ser elaborar o circulo mágico, se ele ainda não houver sido feito. Assim se evita a invasão de “sugadores de energia” que tentam sugar para si a energia vital emanada. O não iniciado se entrega a lamentações, vezes ao desespero, e muitas manifestações histéricas. Mas o Iniciado não age assim porque ele sabe que não tais exteriorizações sentimentais não defendem contra vampiros energéticos, e nem trazem a vida de volta, portanto para nada serve, a não ser para descarregar a tensão retida. Assim sendo, em vez de lamentações histéricas, é muito mais efetivo por em execução alguns procedimentos mágicos, entres eles a constituição de um circulo mágico protetor. Na ritualística cristã, os momentos finais da pessoa, e até o seu sepultamente usam-se velas (elemento fogo), mas o mago sabiamente com discreção faz uso não apenas do elemento fogo, mas discretamente também dos demais. Para isso ele pode usar uma vasilha com água, para o elemento água. Se por algum motivo for inconveniente a presença de um recipiente com água, esta pode se fazer presente numa gota em uma pétala de flor, numa esponja, ou algo assim. O ar pode ser assinalado com a fumaça de um incenso (incenso por ele mesmo já encerra o elementos fogo e a fumaça – ar – além da vibração positiva que ele pode imprimir ao ambiente). Se houver indagações do porquê do incenso diga que é para perfumar o ambiente na eventualidade da exalação de algum odor desagradável. Na verdade isso é verdade, porque a par do ladgo vibratório ele perfuma o ambiente. Para o elemento terra é fácil no ambiente se colocar uma pedra sob algum pretexto, ou mesmo colocar um pequeno cristal discretamente em torno da cabeça. Um minúsculo cristal passa totalmente despercebido.
CRIAÇÃO DE UM CÍRCULO MÁGICO “O Pior não é cometer um erro, é tentar justificá-lo." Autor: José Laércio do Egito O círculo deve ser o primeiro passo para dar início uma sessão não somente a ritualística, mas também de meditações importantes. Normalmente ele é traçado pelo mago ou sacerdotisa. No processo de elaboração de um círculo mágico o primeiro passo consiste em limpar fisicamente o local. Não há uma fórmula fixa para a abertura de um círculo mágico, ele pode variar de pessoa para pessoa , de objetivo para objetivo. A forma de fazer o círculo é muito simples, porém para que seja realmente efetivo é importantíssimo visualizá-lo
como uma esfera de luz real envolvendo os presentes. Visualiza-lo com o maior número de detalhes. Se estiver sendo usado o processo mental a pessoa deve manter intensa concentração mental, até visualizá-lo sendo construído da forma mais concreta possível. Quando riscado no chão pode ser usado para isso o bastão mágico e o sentido é anti-horário, mas em algumas cerimônias pode ser o inverso. Durante a constituição do círculo é bem importante que os elementais da natureza sejam invocados, e especialmente pedida a proteção de Deus e da Deusa. Os elementais podem ser convidados verbalmente ou por instrumentos de poder mágico, especialmente tambores, limpar com vibrações elevadas, e trazer força positiva. Existem diversas maneiras de traçar um Círculo Mágico – círculo de Poder. Ele ao ser feito deve haver uma eficiente mentalização ligado à energia positiva, imagens de paz, de tranqüilidade, entendimento, iluminação, união, paz, amor, etc.) O traçado do círculo deve começar pelo Este, ou pelo Norte, e seguir no sentido dos ponteiros do relógio, até chegar ao ponto do inicio. Se o circulo for pequeno pode ser traçado com um bastão, ou, com um punhal ou com uma espada ritualística; ou mesmo com a mão direita disposta em figa.
Os pontos cardeais de um circulo mágico, assim como de qualquer cerimonial, pode obedecer aos clássicos pontos geodésicos, mas quando isso não é possível, então eles podem ser escolhidos livremente, pela razão de que ele se constitui um mundo à parte e como tal pode ter seus próprios pontos, mas se houver correspondência com os da terra é bem melhor. Quando é preciso o circulo ser grande, então ele pode ser feito pela pessoa caminhando e marcando o chão de alguma forma. Para isso pode ser usado fogo (velas) acesas, brasas; cinza, também por outros elementos como, giz, carvão e uma variedade grande de substâncias, segundo a natureza do ritual. Em suma, os materiais usados na demarcação são inumeráveis. O mago sente qual o melhor para demarcar um circulo mágico diante de uma determinada finalidade ritualística. Quando o circulo é marcado mentalmente ele pode ser visualizado sendo feito com um determinado material. Na verdade, o circulo
traçado mentalmente algumas vezes oferece vantagens, desde que mentalmente se pode fazer uso de qualquer material ou formas de energia. Assim podem ser usados elementos não disponíveis na prática ou naquele momento, por exemplo, pode ser a luz (branca ou colorida), energia sob as mais diversas formas, em suma elementos impossíveis de ser fisicamente acessíveis. Por exemplo, a prática mostra que o ideal seria um circulo com uma determinada erva que não se pode dispor no momento, então se pode visualizar o circulo sendo feito com ela. Um círculo feito fisicamente pode ser visualmente complementado mentalmente. Assim, apos o circulo ser traçado ele pode mentalmente ser complementado com flores, cores, com luz, etc. É viável introduzir sons em geral e muito especialmente músicas adequadas. Em atendimento a diversos fatores, entre eles o espaço disponível, o círculo pode ser feito por visualização pelo mago, e também os participantes procuram ver o mais objetivamente possível o circulo sendo formado. Conforme o tipo de cerimônia dentro do circulo podem ser situados, objetiva ou mentalmente, altares, nichos, símbolos, e em especial assinalados os pontos cardeais. Objetivamente para assinalar os pontos podem ser usados símbolos específicos, fogo, água, terra, ar, gravados fisicamente ou apenas mentalmente. Para assinalar os pontos cardeais pode ser usado o próprio elemento, ou o símbolo correspondente. Por exemplo, uma vela para o fogo, uma jarra com água, para a água; uma pena, ou uma folha, para o ar; areia ou uma pedra, ou equivalente, para terra (bem bom é um cristal). Os materiais mais recomendados para a elaboração física de um circulo mágico comum são: folhas de arruda, de alecrim, de lavanda, cravo da Índia, café moído, pimenta do reino, erva mate, ou qualquer outro elemento considerado purificador. Como nem sempre é possível fisicamente se construir o circulo, mesmo assim ele pode ser feito mentalmente, por visualização, quando então se deve visualizar um círculo sendo riscado, desenhado, decorado, com qualquer material, tais como flores, imagens mentais de fogo, de luz colorida – a cor depende muito do tipo de ritual –,etc. O importante é que haja uma delimitação – a mais circular possível –, mas quando isso não puder ser feito por contingência do espaço, então, pode ser irregular, até mesmo chegando a ser mais aproximado de um quadrado ou retângulo. O fundamental é que ele seja fechado. Em algumas doutrinas o traçado do circulo já faz parte da dinâmica do próprio ritual, como, por exemplo, a forma de circulação dos presentes, do dirigente, etc. A construção de um círculo mágico envolve a limpeza ambiental cuidadosa. LIMPEZA DO CÍRCULO MÁGICO. Antes de ser traçado o circulo o local deve estar fisicamente limpo, isso quer dizer, eliminar coisas supérfluas, objetos sem importância, sujidades, etc. Podemos dizer que há necessidade de dois tipos de limpeza, um consiste em limpar fisicamente – limpeza física o ambiente no tocante a objetos, poeira, alimentos, e outros resíduos físicos. Também de insetos, animais[1] e coisas
assim. Há grupos radicais que não permitem móveis, cadeiras, roupas, adornos pessoais, jóias, em suma, tudo o que não seja elementos da natureza (matéria – terra –, fogo, água e ar. Não endossamos essa forma de agir, porque vestimentas, adornos, jóias, são feitos de algum metal, ou outros materiais que são elemento terra. No Passado alguns rituais, especialmente ligados ao útero, eram praticados com as pessoas despidas, mas isso tem a ver com a circulação da energia, e não com a roupa propriamente, ou seja, com o elemento. É óbvio se admitir que essa prática seja preferível que pode acarretar muitos problemas. Numa avaliação em termos de custo beneficio, chega-se a conclusão de que é preferível usar uma veste, como uma túnica solta que permita o contacto com a terra. O outro tipo de limpeza diz respeito à limpeza energética que deve ser procedida depois que o círculo for estabelecido e visa erradicar elementos imateriais. A limpeza energética é menos importante quando o circulo se situar em ambiente externo, do que em ambiente interno, pois externamente a própria terra e os demais elementos já fazem esse trabalho. A limpeza energética pode ser feita através de vocalizações, de sons, de mantras; de incensos e “perfumes de limpeza”.[2] Limpeza pelos elementos: Limpeza pelo fogo: Tochas, ou velas, conduzidas dentro do círculo, ou simplesmente nele posicionadas. Limpeza pela água: Caminhar aspergindo gotas de água na área do círculo, ou posicioná-la no recipiente adequadamente. Limpeza pelo Ar: Usar um incensário. Incensar o ambiente. Limpeza pela Terra: Aspergir no ambiente um pouco de areia consagrada à Lua e ao Sol O passo a seguir compreende a visualização de um campo de luz dentro do círculo e pessoalmente usamos alguns momentos em que uma música adequada é tocada. Muitas vezes a pessoa ignora a natureza do que vai ser realizado em um cerimonial, mas é bastante que s veja como o círculo mágico é estabelecido para se ter idéia de que lado é o processo. Evite participar de uma cerimônia mística em que não haja o circulo mágico, no tocando aos ritos, material, etc. É fundamental que qualquer cerimonial haja um círculo mágico, físico ou mental. Evite participar de um ritual que não haja um circulo mágico. Em caso de absoluta necessidade de participar então a pessoa mentalmente deve traçar círculo e se posicionar dentro dele. A área onde vai ser efetivado um ritual deve ter tamanho adequado, se possível suficientemente amplo. Ele pode ser apenas para uma ou mais pessoas, e em muitos casos mais pode existir mais de um círculo. Isso acontece quando certos rituais envolvem polaridades opostas; quando houver o processo envolver energia masculina e feminina, por exemplo pode ser preciso um círculo masculino e outro feminino. Num ritual feminino, se por alguma razão houver a participação do masculino devem existir dois, mas quando não se tratar de um ritual em que não conte seja direcionado especificamente ao masculino ou ao feminino, então deve ser apenas um círculo.
Quando a construção do círculo é concluído então deve ser procedida a sua Consagração, que consiste em invocar Deus, a Grande Mãe, os elementais assim como os gênios dos 4 elementos, verbal ou mentalmente. É importante que seja procedido uma mentalização. A pessoa que estiver dentro do circulo mágico não deve sair dele sem pedir licença ao dirigente,para não romper o círculo, eliminado assim a função protetora do espaço sagrado. Ao pedir a licença o dirigente concede e cuida de recompor o círculo de imediato para restabelecer a função protetora, e assim não permitir que energias contrárias entrem para perturbar, ou causar algum problema no decorrer do ritual. O circulo mágico é rompido quando é transposto por uma pessoa, ou mesmo por um animal. Por isso o círculo só tem valor se ele for fechado. Se a pessoa tiver certa experiência ela pode sair naturalmente, mas nesse caso deve saber abrir uma porta na “parede” energética. Para isso basta mentalizar uma porta de saída na barreira de energia, e na media que vai saindo ir lacrando através de um processo de visualização. A pessoa deve ver a porta sendo fechada imediatamente atrás. O mesmo procedimento para a reentrada. Depois de construído o círculo, se pessoa conhecer algum elemental protetor – aliado – pode invocá-lo, de preferência fazer isso em voz alta pedindo que reforce o círculo. Pedir a Deus ou à Deusa Luz e compreensão e amparo. Muito significativo como meio de proteção em qualquer procedimento mágico, ou mesmo quando se sentir a presença, ou a ameaça de alguma força negativa, é a “Conjuração de Belilin”. A conjuração de Belilin é uma conjuração poderosa que se faz antes de se dar inicio a praticas esotéricas, para afastar coisas negativas e limpar o , ou qualquer lugar ou momento em que se esteja exposto. Cântico do Belilin: Pronunciar lentamente ou cantar livremente, três vezes. Belilin, Belilin, Belilin Ânfora da salvação Quisera estar junto a Ti O materialismo não tem força junto a mim. Essa conjuração é, na verdade, um cântico mântrico, sendo assim ele deve ser vocalizado lentamente (pode ser cantado no ritmo que achar melhor) ou até mesmo mentalmente. Nada impede que, no caso de não haver determinadas pessoas perto, a conjuração ser feita verbalmente. Ela pode ser complementada: Pai meu, Deus meu, eu te suplico com todo o meu coração e com toda a minha alma que ordenes ao meu intercessor elemental para que ele trace o círculo mágico de proteção ao redor do meu corpo, de minha casa...) . Deve-se visualizar o elemental criando o círculo de proteção. É importante colocar a mão esquerda sobre o plexo solar enquanto estiver fazendo a conjuração, para evitar que a entidade que estiver sendo conjurada contra-ataque, roubando energia pelo plexo solar. Médiuns e pessoas que lidam com entidade astrais devem fazer a conjuração, entidades que estão se manifestando para verificar a natureza de quem está se manifestando realmente, pois existem muitos demônios disfarçados.
O derradeiro passo de um ritual deve compreender a sua dissolução. Fisicamente o material deve ser retirado naturalmente, e o local varrido. Mentalmente é feito também a mentalização, ver a energia se dissipando, os elementais dissolvendo a parede de energia. Agradeça a Deus, agradeça à Grande Mãe, e aos elementais e gênios que auxiliaram no cerimonial.
A CULPA FEMININA NA CRIAÇÃO “Jesus disse-lhes: E se lhes disserem de onde vieram, digam-lhes: Viemos da luz, do lugar onde a luz surgiu por si." Evangelho de Tomé Autor: José Laércio do Egito Nosso propósito básico nessa palestra é mostrar que a mulher foi execrada há milênios pelos manipuladores das Escrituras Sagradas. Queremos mostrar que existe um protagonista, um vilão, que embora oculto aos olhos das pessoas, mesmo assim, ele deixa laços em todos os tempos e lugares visando, se não impedir, pelo menos, dificultar o desenvolvimento espiritual da humanidade. Um dos meios foi desvirtuar a Trindade através da eliminação da polaridade feminina. Queremos revelar que não foi a mulher quem deu chance à entrada do mal no contexto da criação, pois na verdade ela não tem culpa alguma. Mas, como consciência manifesta, aquela força negativa tende a ocultar a sua própria natureza e por isso é que em todos os momentos da história humana ela sempre está procurando apagar os caminhos que possam levar a pessoa ao conhecimento da verdade, ou seja, à “gnosis” e assim torná-la conhecida e devidamente colocada no lugar de origem do mal. Pela “gnosis” (gnosis = conhecimento) a pessoa toma ciência dos meios de atuação daquela força, da maneira de ser dela, e assim, pelo conhecimento a respeito dela, da sua natureza, tornar mais fácil a pessoa evitar os seus laços tentadores. Um dos meios usados pela força negativa para esconder o processo da criação foi apagar a existência de um Poder Superior transcendente ao Universo, visando trazer o Cosmo para um nível em que ela pudesse se situar como deus e ao mesmo tempo esconder a verdade. Um dos seus propósitos foi tirar da Trindade a polaridade feminina, pois isto equivale a esconder o lugar onde aquela força negativa estivera no processo da creação, e para isso dificultar o entendimento sobre a existência de uma polaridade dentro da Trindade. Por isso aquela força procurou apagar o lado feminino[1] da criação. Apagando este lado da criação, havendo somente o lado masculino, e aquela força sendo da polaridade feminina, torna-se mais disfarçável, mais oculta a sua responsabilidade. Neste Ciclo de Civilização no planeta Terra, onde primeiro se fez sentir essa manobra de ocultamento do lado feminino foi na religião hebraica através de Jeová. Em todas as “manifestações” de Jeová aos patriarcas em nenhum momento foi dada ênfase à mulher, nenhuma profetisa, ou matriarca, é mencionada, contrastando isso com todas as grandes religiões de todas as épocas.
Os hebreus retiraram o lado feminino da criação. Mesmo havendo eles vivido no Egito por muito tempo, e consequentemente havendo tido contacto direto com todas as religiões egípcias que tinham em suas trindades o lado feminino, mesmo assim a religião hebraica não incorporou a Deidade Feminina. Todas as cosmogonias, todas as doutrinas que não são oriundas do Velho Testamento admitem a Deidade Feminina, tanto as religiões nativas e primitivas quanto as mais metafisicamente elevadas. Pela força de um arquétipo feminino, já nos primeiros séculos, os cristãos começaram a endeusar Maria Santíssima. Essa tendência tornou-se tão intensa que ocasionou quase uma insurreição popular durante o Concilio de Éfeso, ocasião em que o tema “Maria Mãe Santíssima” estava sendo debatido. Na realidade aquele movimento nada mais era do que uma tendência à reabilitação da “Deusa Mãe” através de Maria, o lado feminino da Trindade, pois que na Trindade de Atanásio Pai e Filho eram masculino e o Espírito Santo neutro. O Dogma da Imaculada Conceição, de certa forma, foi criado como uma forma encontrada pelo Cristianismo Ortodoxo para acalmar os ânimos dos cristãos que exigiam uma Divindade Feminina. Posteriormente esse panteão foi enriquecido com grande número de “santas”, contrastando com o Cristianismo ortodoxo primitiva que não mencionava qualquer mulher no lugar de Santa. Até mesmo algumas escolas gnósticas cometeram esse mesmo engano. Vejamos em síntese o que aconteceu no seio do gnosticismo. Nos primeiros anos do Cristianismo mesmo alguns apóstolos ofereceram resistência em aceitar o apostolado feminino. Documentos encontrados em Nag Hamadi mostram que houve forte reação contra Maria Madalena, ao ponto de André e o próprio Pedro tentarem desacreditá-la quando ela afirmou estar recebendo ensinamentos diretamente de Jesus. No Evangelho de Tomé consta: Simão Pedro disse aos discípulos - “Que Maria se afaste de nós, pois as mulheres não são dignas da Vida”. No período antecedente ao I Concílio de Éfeso a maioria dos cristãos já tinha Maria como uma “Deusa”, possivelmente uma conseqüência da força do arquétipo feminino no contexto da criação. O dogma da Imaculada Conceição, que não é exclusivo da igreja católicoromana, teve o propósito de evitar a crítica de ser considerada uma religião unipolar, machista, por não ter uma representação da polaridade feminina em seu panteão. Uma deidade feminina como era aceito pela totalidade das grandes religiões de todas as épocas e que atendia a um forte ímpeto da natureza humana. Na realidade não existe uma mulher assim como um homens na Trindade e sim potencialidades polarizadas. As religiões em cujo panteão em que é mencionado o nome de uma virgem esta não é nenhuma mulher, é uma pura abstração, o Nóumeno. ••. Vemos com esta palestra a razão pela qual a mulher é colocada num plano de inferioridade na maioria das religiões ocidentais têm como base o Judaísmo exotérico. A força negativa sendo de polaridade negativa e responsável pela penetração do mal no contexto da criação do mundo, como forma de camuflar-se induziu a
que fosse retirado o lado feminino da criação. A partir do Concilio de Éfeso a Igreja colocou Maria como “Mãe de Deus”, porém novamente ela foi retirada quando houve o cisma na Igreja Católica originando-se as religiões protestantes. Naquele trabalho de camuflagem, feito por inspiração através dos séculos, excluindo o lado feminino na Trindade, nas religiões oriundas do Cristianismo Ortodoxo e mesmo do Judaísmo anteriormente, a culpa pela “desobediência” foi atribuída à Eva e não a um dos componentes da Tríade Superior como na realidade correu. A responsável pela “queda” do ser humano atribuída injustamente à Eva deu margem a um desvio doutrinário, especialmente de conduta dos cristãos o que levou Pelágio a efetivar protestos e contestações o que acabou ocasionando os Sínodos de Jerusalém e de Lydda e o Concilio de Cartago no ano 416 em que Pelágio foi condenado por heresia. Mesmo depois daquele concílio o reflexo da questão ainda se fez intenso no Concilio Plenário de toda a África ocasionado no ano 418.
RITUAIS DA FERTILIDADE “O maior de todos os inimigos do homem é ele próprio." Autor: José Laércio do Egito Página: [1] [2]
Nesta palestra vamos orientar sobre ritual que permite o alinhamento da mulher com a Terra e com a Lua. Aconselhamos cada mulher adaptar o ritual às suas condições ambientais, etc., pois o fundamental é a mentalização. O importante é o estabelecimento e um intercâmbio de energia telúrica com a energia do organismo feminino. Permite uma acentuada captação de energia sutil, de fazê-la fluir, de acumulá-la e direcioná-la. O alcance dos resultados práticos desse ritual é muito grande, ampliando acentuadamente o nível de energia sutil ligada ao útero, há como resultado a imensa fortificação do órgão. Isso possibilita maior saúde ginecológica; o útero tonificado não dá lugar para o desenvolvimento de mioma, câncer; esterilidade. Assim há eliminação de cólicas menstruais, normalização do fluxo, em suma, equilíbrio de todas as funções inerentes ao órgão. O útero amplia a sua capacidade energética em termos de energia sutil e assim
se torna um grande reservatório de energia que, então, pode ser usada para diversos fins, tais como cura de algum distúrbio da própria pessoa, ou à distância. Qualquer operação mágica necessita de muita energia sutil e nesse caso a mulher conta com um magnífico depósito de energia, o que a torna bem apta para o exercício da “feitiçaria”. O homem não conta com tanta facilidade, por isso são as mulheres que se tornam “bruxas” exitosas com muito mais facilidade do que o homem. RITUAL DA FERTILIDADE: Na verdade esse ritual não é apenas destinado à fertilidade e sim a tudo o que necessite de energia sutil. É a melhor forma de dispor de energia para um universo de processos de magia. Não se pode usar o mundo mágico sem que se disponha de energia, e esse rito favorece precisamente isso. Procure sempre se concentrar e visualizar o seu útero, mesmo fora do ritual. Isso é muito importante para a mulher. Independentemente de ritual aprenda, sempre que estiver em repouso direcione o seu pensamento para o organismo, procurando sentir o corpo, e em especial os seus órgãos genitais. O Ritual da Fertilidade basicamente compreende o contacto entre a mulher a Terra, ou com a Lua. O mais é condicionamento mental. Procedimento: Em um lugar qualquer tranqüilo – melhor ao ar livre – sente-se em posição relaxada, no chão, ou em uma pedra. Se estiver sentada, de preferência fique sem roupa íntima para haver contacto máximo possível de sua região genital com a Mãe Terra. Se isso não for possível naquele momento, não tem problema, apenas à absorção será menor, influenciada pela roupa, mas mesmo assim a energia flui. Também, se no momento não puder ficar deitada – segunda fase – então faça só a primeira etapa. Essa parte é muito interessante porque a mulher pode praticá-la discretamente, até mesmo com outras pessoas por perto, sem que elas percebam algo. Recomenda-se que o ritual seja feito em três etapas, a primeira sentada, e a segunda deitada de costas e a terceira deitada de bruços, com o ventre em contacto com a terra. Nota: Pode ser feita em qualquer lugar[1], mesmo numa praia, num jardim, etc. Sempre haverá proveito, mesmo num cinema, numa reunião, pode ser feito. É importante a ser discreta. Pode ser ensinada a uma amiga, mas veja bem a quem estiver ensinando. Não fale de outros poderes, fale apenas da importância como meio de manter a saúde.
Inicialmente respire fundo, sentindo como se uma onda de energia envolvesse todo o seu corpo. Tente enviar essa energia para os seus órgãos. A seguir se detenha na região genital, em especial no útero. Concentre-se nele até começar a senti-lo. Com o desenvolvimento começará a sentir a presença do órgão; com o desenvolvimento começará a ter sensação de peso, de formigamento, especialmente de calor, podendo, dependendo do grau se sensibilidade pessoal, ver o órgão, e em muitos casos como se ele fosse um facho de fogo. Visualize o útero até poder senti-lo. No princípio a mulher não sente algo, mas com a continuação começará a registrar a presença do órgão[2].
Nota: Normalmente a pessoa não sente a presença de um órgão a não ser quando ele está com algum problema. A mulher sente o útero somente em momentos de distúrbios, de cólicas, ou coisas assim.
Concentrando-se no útero, devagar vai se desenvolver a capacidade de senti-lo. Não é isso o que acontece durante a gestação? A mulher que nunca antes havia sentido o útero vem a senti-lo. Ela através do útero acaricia o filho que vem nascer. Nesse procedimento ela não sente somente o filho, sente também o útero. Alisá-o com carinho como se aquele volume fosse o próprio o filho, mas, por certo, o órgão também “se sente acariciado”. Relaxe alguns momentos por dia, concentre-se no útero, visualize-o, sinta-o. Com pouco tempo de prática, começará a senti-lo e o que é bem mais interessante, sem que perceba, num belo dia, começará a sentir estar havendo um diálogo entre seu intelecto e órgão. Pode ser feito apenas essa primeira fase, mas o maior proveito ocorre nas duas fases seguintes. Nota: Veja o quanto a maioria das mulheres estéries sofre por não poderem conceber, por terem um útero hipo-desenvolvido, incapacitado, e mesmo por outras razões ser estéril. O que elas fariam se recebessem de presente um útero fértil, capaz de conceber. Que amor não dedicariam a ele. Então por que repudiá-lo depois dele haver atendido ao seu ideal de ser mãe? “Oh ingrata mulher!” - Disse um mestre: “por que cospes do prato que serviu para conter o teu alimento”! “Por que repudiar o teu útero se ele um dia primeiro que tu foi quem lhe serviu para abrigo!”
No Antigo Egito, no processo de embalsamamento, o útero merecia um lugar especial. Já foi encontrado útero em jarros de embalsamamento separados. Podemos pensar que isso era pelo respeito. Pela Tradição Hermética sabemos que no Templo de Hathor (Deusa Feminina) eram efetivadas cerimônias especiais em homenagem ao útero. A segunda fase do ritual consiste na mulher se deitar de bruços – com o ventre para cima e visualizar o útero até sentir sua presença de alguma forma. Então transmitir para ele emanações de paz, de amor, e em especial de reconhecimento. Estabeleça o seu próprio ritual, o ponto básico é a visualização. Deixe sua imaginação funcionar, faça como se vc. estivesse preparando uma recepção para um ente querido. Pode ser tudo em nível mental, ou mesmo material. Siga os seus impulsos naturais. Ao iniciar um ritual, algumas pessoas começam o círculo pelo leste, outras preferem a maneira Celta e começam pelo norte. Na Tradição Celta, o norte é sagrado, pois é pelo norte que o guerreiro entra no círculo do conhecimento, e foi pelo norte da terra que os celtas vieram para a Europa. Uma forma de traçar o círculo é dizer: PELO PODER DA DEUSA E DO DEUS, PELOS GUARDIÕES DOS QUATRO QUADRANTES, EU TRAÇO ESTE CÍRCULO SAGRADO. DESTE ESPAÇO NENHUM MAL SAIRÁ, E NELE NENHUM MAL PODERÁ ENTRAR[3]. Pode-se parar em cada quadrante e convidar os Elementais[4] para entrarem no círculo. Antes de o ritual ser iniciado, o lugar em que é traçado o círculo deve ser varrido com a vassoura para eliminar qualquer negatividade. Mesmo assim, deve-se evitar realizar qualquer ritual em locais negativos. Na maioria das vezes, o círculo é traçado no sentido horário durante os iSabbats e no sentido anti-
horário para os Feitiços, em especial nos trabalhos para banir energias negativas. Dentro do círculo deve haver um símbolo em cada quadrante representando os quatro elementos: água, sal ou qualquer objeto marinho para a água a oeste; uma vela para o fogo; uma pena para o vento; um cristal para a terra. Nota: As mulheres de conhecimento procuram discretamente ter um objeto que ela haja consagrado ao útero[5], mantido em casa, ou no Saquinho de Poder – útero ritualístico. Mesmo um cristal grande pode ser posto na casa, não é preciso que outras pessoas o saibam, nem mesmo o esposo (Se ele souber não tem importância, desde que aquilo não seja motivo de deboche. A pessoa pode ter muitos objetos mágicos consigo, em seu lar, em seu ambiente de trabalho, em seu veículo. O importante é que possam passar como um objeto qualquer, sem chamar muito a atenção, e se alguém indagar responda que se trata de simples decoração. Isso enganará o leigo, mas o iniciado que nem perguntará por que, ele já sabe, ele pode “ler” a energia.).
Ter certos objetos de poder é um procedimento importante porque estabelece uma ligação física com o órgão, sempre que a pessoa o vê o objeto se liga ao órgão, funciona como se fosse uma fotografia de uma pessoa que ao vê-la agente se lembra dela. Um cristal de quartzo é bom, nesse caso ele pode ser grande. Mas, o mais importante é a pessoa ter uma pedra vermelha, uma turmalina, por exemplo, (cor do sangue, representação da fertilidade feminina). A pedra pode ser turmalina, rubi, granada, ou outra qualquer desde que seja de cor vermelha. Ela pode ser usada como um pingente, um anel, ou um outro adorno pessoal qualquer. Também pode ser uma flor vermelha, uma rosa, ou mesmo um hibiscos[6]. Use esse adorno como um objeto de poder pessoal, mentalize, visualize o objeto cheio de energia e estabelecendo um fluxo entre vc. e ele. Depois da primeira fase, se já não houver feito faça-o, um circulo mágico[7], acenda um incenso recomendado, e em seguida deite-se de costas dentro dele. Se estiver em um lugar reservado pode ficar despida[8], ou pelo menos com as costas descobertas em contacto com a terra para que haja maior interação com ela. Coloque o seu objeto de poder sobre o ventre, na altura do útero. Relaxe e espere até sentir a energia fluindo do objeto. De inicio sentirá somente o peso, depois sentirá um formigamento, ou um calor, depois a sensação de que algo está fluindo. Em seguida visualize a terra sobre a qual está deitada de onde se origina um fluxo de energia ligando-se ao útero, estabelecendo-se um elo entre o útero, o objeto e a Terra. Dê início um dialogo com a Mãe Terra, sinta-se sua filha, fonte do poder feminino. Dialogue como se ela fosse uma pessoa. Não é preciso que você acredite que ela é um ser vivo – Gaia –como nós, mas mesmo sem acreditar o fluxo energético se fará sentir. Mantenha um diálogo como se estivesse sendo estabelecido entre vc. e sua mãe. Depois visualize um triângulo de força entre seu útero, a Terra e o objeto de poder. Dependo do grau de sensitividade da pessoa isso poder se tornar muito nítido, chegando mesmo a assumir certa concretitude. Faça tudo bem lentamente, não precisa ter pressa, é necessário um bom tempo entre cada passo do processo.[9] Isso pode se apresentar como muito real, com algum tempo de treinamento acabará por sentir o fluxo de energia sendo irradiado da terra e acumulando-se no útero. Assim vc. fortificará o órgão, o alimentará.
Posso dizer que com esse ritual com o tempo desenvolverá uma ligação muito forte entre você como todo orgânico e a parte, o útero. Com certeza chegará a ama-lo tanto quanto ama aos filhos. Pode fazer o mesmo ritual direcionado à Lua, para isso faça o ritual em noite de Lua, se visualize recebendo a sua emanação; é bom que os raios do luar atinjam o seu ventre diretamente (sem roupa). No campo da “magia” muito pode ser feito nesse sentido. Não descreveremos o que pode ser efetivado por essa via. Trata-se de um nível em que duas polaridades podem ser ativadas e não queremos compartilhar com atos que podem ser negativos para alguma pessoa. Habitue-se a conversar com o útero, torne-o seu grande confidente e amigo, pois, na verdade, foi ele o seu maior amigo na gestação de seus filhos. Pense no que significaria para vc. perde-lo durante a gestação. Se houvesse esse diálogo por certo muitos abortamentos seriam evitados. Sempre que possível repita esse ritual. Com o tempo vc. sentirá que pode através dele canalizar força para outras partes do organismo, para os seus familiares, amigos, e mesmo para a concretização de negócios das mais distintas formas. Usar a energia uterina para curar outros órgãos doentes. Após no mínimo meia hora, deite-se em decúbito ventral, de barriga para baixo mantendo o ventre pousado sobre a terra (ou rocha). Nessa posição continue a visualizar o fluxo anda com mais intensidade. Nesse momento, se sentir-se bem energizada, então distribua a enérgica para todos os seus órgãos, especialmente o cérebro e o coração. Assim vc. vivifica todo o organismo. A seguir pode direcionar pela visualização a energia para outras pessoas e para a consecução de determinados fins. As mulheres nativas, assim como acontecia no Antigo Egito só engravidam quando querem sem que para isso tenham que ingerir medicamentos. Nas nativas, assim como acontecia no Egito, a gravidez ocorre em comum acordo entre a mulher e o seu útero; só assim ocorre gestação. Todo esse poder foi perdido pela mulher dita civilizada. Para usar essa forma de controle da gestação somente é efetivo quando a mulher já está familiarizada com o útero. Não funciona no primeiro momento, é preciso que o diálogo através do tempo haja sido bem estabelecido e, portanto, não sujeito à dúvidas. Por isso essa forma de agir é muito importante e bem mais efetiva quando começa a ser praticada a partir da adolescência, porque a mulher pode dispor de tempo suficiente para que um diálogo claro possa se estabelecer; isso pode levar alguns anos. Um útero que dialoga com a mulher jamais lhe gesta filhos deficientes, a não ser que seja um carma muito marcante[10]. Na verdade um carma pode condicionar um filho com disfunções, mas não há obrigatoriedade de ser exatamente um determinado útero. Nesse caso, um útero com disfunção pode servir para atender à
necessidade cármica de um espírito. A mulher pode geneticamente ser dotada de um útero deficiente, mas isso pode ser o carma dela. Nesse caso o ritual evidentemente não corrige o problema. Mas, como nem tudo o que acontece é carma, podemos dizer que a maioria dos abortos e distúrbios são decorrente de inadequação entre a mulher e seu organismo. Concentrando e tomando como veiculo a energia do útero a mulher mais facilmente se torna médiuns, intermediarias entre mundos distintos, vidência, curandeiras, etc. Conclua o ritual com um agradecimento às forças da Natureza, e à Mãe Terra, ou à Lua. Levante-se, e desfaça o círculo mágico. Nota: Um dos meios de captação e ordenação da energia uterina é a TRANSEGRIDADE atualmente divulgada pelos “herdeiros” de Dom Juan, especialmente Taisha Abelar, Florinda DonnerGrau e Carol Tigs. São exercícios físicos de tonificarão do organismo, em especial um grupo direcionado exatamente para o útero. A prática dos exercícios conduzem a resultados espetaculares. (Livro: PASSES MÁGICOS – Editora Nova Era). Os passes mágicos podem ser práticos antes ou depois do ritual descritos.
Notas:
[1] - O maior proveito é em contacto com a Terra, mas pode ser feita em qualquer momento e em qualquer lugar. O resultado é menor, mas mesmo assim compensa. Quando estiver numa reunião administrativa, entediante e cansativa, uma daquelas que a pessoa tem que estar presente, mas desejando estar bem distante. então aproveite, desligue se do assunto e faça seu ritual, e terá dois lucros, um referente a conscientização do órgão e o outro de se livrar do tédio.
[2] - Em estado ampliado de percepção é muito mais fácil se sentir o órgão e direcionar energia para ele. As pessoas que fazem uso da Hoasca quando estiver sentindo a energia direcione-a para os órgãos genitais; ou para qualquer outro órgão. Em uma “burracheira” quando a força chega, em vez da mulher ficar choramingando, o melhor é ela conduzir a força, direciona-la para algo. Muita energia é perdida inutilmente por falta de conhecimento.
[3] - A associação dos elementos com os quadrantes não é um modelo fixo, apenas um padrão. As conexões com os quadrantes varia muito de lugar para lugar, de tradição para tradição. Existe a associação "padrão" Norte-Terra, Sul-Fogo, Oeste-Água e Leste-Ar porque para os europeus:
. o Norte é a terra escura, misteriosa, de onde "vinham os deuses” . o Sul é de onde vem o calor, pois é onde fica a linha do Equador para eles . o Oeste tem o oceano (água) . o Leste traz os ventos do continente
Foi assim que eles fizeram essas relações. Nada impede que cada pessoa, tradição ou conveniência modifique isso de acordo com o lugar em que estão. Por exemplo, no Brasil faria mais sentido, seguindo as mesmas associações acima, o Fogo ao Norte, a Terra ao Sul, a Água a Leste e o Ar a Oeste. O que importa é manter as oposições: Terra/Fogo e Água/Ar.
[4] - Dizemos elementais, seres da Mãe natureza, e não elementares (linhagem de seres indesejáveis para o convívio humano).
[5] - Vide o Tema 0.62 – RITUAL DE CONSAGRAÇÃO.
[6] - As mulheres do Arquipélago Havaiano usam colocar um hibiscos, ou outra flor de tonalidade vermelha no cabelo, especialmente do lado esquerdo. Embora ela ignorem, julguem que se trata apenas de uma decoração, mas na verdade isso tem origem no rito da fertilidade. Notas: [7] - Lembre-se de que sob nenhuma circunstancia use um cerimonial ligado à menstruação, ao sangue, ou ao útero, sem que se ponha dentro d e um círculo mágico. Fisicamente ele pode ser feito com pedras, pedacinhos de madeira, flores, ou mesmo um risco na terra, ou quando não for possível, faça-o mentalmente. Sempre que uma pessoa se sentir ameaçada por forças espúrias, o primeiro passo é traçar o círculo mágico e se colocar dentro dele, nesse caso o círculo e traçado mentalmente. [8] - Vale dizer porque a vestimenta não é recomendado. Porque muitas vezes são tecidos de origem animal, e o sacrifico dele fica impregnado no tecido. Também porque todo substancia orgânica tende a reter energia, assim uma veste pode servir de filtro. A tradição conserva isso, mas antes não existiam tecidos de material sintético, assim é diferente, mas por segurança e bom, se possível, não usa-los pois pode haver um outro mecanismo que atue como filtro. [9] - Muitas magas fazem rituais físicos em que usam velas vermelhas para representar o sangue; uma pedra vermelha, flores vermelhas. Vinho, ou suco de uva, groselha, ou similar para ser ingerido durante o ato ritualístico. Incenso de artemísia ou canela. [10] - Um biólogo dirá: Isso resulta do código genético, da combinação de gens. Em parte isso é verdade, mas também que ser levado em conta que necessariamente uma combinação gênica deve ocorrer. Conforme o estimulo uma carta genética pode proporcionar distintos tipos de fecundação. Há um exemplo muito claro, tartarugas quando botam ovos na praia, dependendo da localização com maior ou menor índice de calor solar, podem eclodir machos ou fêmeas. Um mesmo ovo, com um mesmo padrão genético, pode gerar macho ou fêmea
A MÍSTICA DA MENSTRUAÇÃO “Hoje relegada ao banheiro, a menstruação já ocupou um lugar de destaque na vida das comunidades matriarcais." Autor: José Laércio do Egito
As mulheres tendem a ver a menstruação como algo desagradável, até mesmo imundo. Considerando-se o lado eliminativo, o mênstruo em si até pode ser visto assim, mas não propriamente a menstruação; ela é altamente desejável por ser o principal meio de limpeza do organismo. O lixo de uma casa pode ser imundo, mas não se pode considerar com tal o processo de limpeza. Por isso é preciso que a mulher compreenda o sentido oculto da menstruação. De inicio, ela tem que eliminar muitos preconceitos, deve afastar os pensamentos negativos em torno da menstruação e vê-la como uma coisa boa, desejável, e até mesmo uma benção por lhe conferir superioridade em relação ao homem, e não um processo sujo, nojento, desagradável. No sentido da reprodução ela é o meio de preparação, a limpeza do “templo” de onde surgira vida manifesta, um processo imprescindível para que a vida continue. Mesmo que o dejeto possa ser desagradável, sujo, imundo, afinal trata-se de “lixo”, despejo de dejetos. O mesmo não se pode dizer da menstruação, ela refletem um processo que deve ser sagrado por condicionar vida biológica. Após a menstruação o poder psíquico da mulher amplia muito, especialmente quando é feito algum ritual visando esse incremento. Após a menstruação o organismo está limpo de muitos expurgos energéticos, assim ele está apto para receber muitos registros. Muitos objetivos visados podem ser trabalhados logo no período pós-mentrual, quando o organismo está mais limpo, mais apto a receber registros. Nunca maldiga, portanto, o momento em que estiver menstruada, nunca mais reclame, pois dizem as bruxas: ao fazer isso se perde uma quantidade enorme de poder. Faça da menstruação um tempo de celebração como mulher. Isso criou um grande número de rituais. Nas culturas nativas a menstruação era reconhecida como um “Momento de Poder”, aquilo que hoje chega a ser amaldiçoado por muitas mulheres, então era abençoada. Hoje é grande o número de mulheres que sofrem de TPM – Tensão pré-menstrual. Sempre que a pessoa amaldiçoa uma determinada parte do corpo ou função natural ela não pode esperar outra coisa senão desequilíbrio. Nas culturas em que a menstruação era sagrada, e mesmo aceita como algo natural, não existia TPM. Em muitas culturas havia os Ritos de Passagem, aqueles que marcavam as mudanças biológicas inerentes à idade, entre eles o que marca a passagem da criança à puberdade. E um momento sagrado porque a menina se transforma em mulher. Naquelas culturas era muito importante fazer a menina entender que havia se tornado mulher, o significado dessa mudança e passar a conhecer os deveres que desde então terá de cumprir, e também problemas inerentes à fecundação em período de vida impróprio. Naqueles rituais nativos era mostrado haver chegado um momento muito importante, havia uma mudança bem significativa, ela já poderia gerar filhos,
como a Mãe Terra gera um imenso manancial de coisas. Em decorrência da Menstruação obedecer às fases lunares e ocorrer nela sangramento, e mais ainda diante do poder que a menstruação confere à mulher então isso contribuiu muito para que o sangue fosse relacionado com a Lua. Para os nativos americanos é dito que a mulher menstruada “está de Lua”. Segundo muitas sociedades são reconhecidas que é no período menstrual que a mulher atinge o seu mais elevado poder espiritual, É o período mais apropriado para o descanso e recolhimento, e para acumular sabedoria. Em todas as sociedades primitivas, em todas as culturas xamânicas determinados momentos da vida de seus membros são assinaladas por cerimônias especiais, conhecidas como ritos de iniciação, e quando relacionados com a idade eram chamados de ritos de passagem. Essas cerimônias, mais do que representarem uma transição particular para o indivíduo, representava igualmente a sua progressiva aceitação e participação na sociedade na qual estava inserido tendo, portanto, tanto cunho individual quando coletivo. Geralmente, a primeira dessas cerimônias era praticada dentro do próprio ambiente familiar, logo em seguida ao nascimento. Nesse rito, o recém-nascido era apresentado aos seus antecedentes diretos, e reconhecido como sendo parte da linhagem ancestral, quando recebia um nome, previamente escolhido. Alguns anos mais tarde, ao atingir a puberdade, o jovem passava por outra cerimônia especial. Para as mulheres, isso se dava geralmente no momento da primeira menstruação, indicando que, entrando no período de vida fértil ela estava apta para o casamento. Para os rapazes, essa cerimônia geralmente se dava no momento em que ele abatia sua primeira caça. Os Ritos de Passagem são muito importantes nas tradições antigas, e ainda preservados entre os nativos de muitos paises. Dos 13 aos 14 anos, o menino deixa de ser criança e vira homem, especialmente por ser nessa idade que ele abate sua primeira caça junto com os adultos. Nessa fase é assinalada por um ritual para o novo guerreiro. A importância energética da menstruação já era conhecida no Antigo Egito e consta de um papiro datando de 1500 a.C. Também muitos registros existem na história antiga da Grécia, e Índia. Foi Aristóteles quem afirmou ser a menstruação um sinal de inferioridade feminina diante do masculino; o inverso do que diziam as culturas americanas primitivas que acreditavam que as mulheres nesse período estão em estado especial de poder e por isso eram dispensadas de qualquer atividade. Muitos deixavam a deixava afastada de muitas atividades por se tratar de um período de limpeza, quando estava eliminando energia espúria, exercendo um importantíssimo papel não somente em sua saúde quando nos demais. O homem não menstrua, portanto ele não dispõe da porta de eliminação menstrual que a mulher tem. Por não menstruar, o homem geralmente está “intoxicado” pela energia espúria retida, a qual ele descarrega na mulher durante o coito. Ele atua como injetor, descarregando nela espúria que ela posteriormente eliminara na menstruação. Diretamente ele pode eliminar energia, porém de uma forma menos efetiva que aquelas que ocorrem na menstruação; trata-se da masturbação; para isso tem que haver certo controle pessoal. No orgasmo muita energia é despendida, e parte dela é negativa. Assim a
mulher que desconhece isso pode absorver “energia negativa”. A menstruação não deve ser vista como a via Aristóteles; mas sim como o fazem muitas tradições que têm rica simbologia em torno da menstruação, que apontavam para a mística da menstruação que girava em torno desse fenômeno energético-biológico, o que ressalta a valorização da mulher e não a sua inferioridade.
Recolhimento Sagrado Feminino “O ciclo feminino é como a teia da vida e seu sangue está para seu corpo assim como a água está para a Terra." Autora: Tatiana Menkaiká[1] Observando os ciclos de nosso corpo, entramos em sintonia com o corpo maior e organismo vivo e pulsante que é a Mãe Terra. Nós, mulheres, carregamos em nosso corpo todas as Luas, todos os ciclos, o poder do renascimento e da morte. Aprendemos com nossas ancestrais que temos nosso tempo de contemplação interior quando, como a Lua Nova, nos recolhemos em busca de nossos sonhos e sentimentos mais profundos. As emoções, o corpo, a natureza são alterados conforme a Lua. Nas tradições antigas, o Tempo da Lua era o momento em que a mulher não estava apta a conceber, era um período de descanço, onde se recolhiam de seus afazeres cotidianos para poderem se renovar. "É o tempo sagrado da mulher", o período menstrual, conforme nos conta Jamie Sams, "durante o qual ela é honrada como sendo a Mãe da Energia Criativa". O ciclo feminino é como a teia da vida e seu sangue está para seu corpo assim como a água está para a Terra. A mulher, através dos tempos, é o símbolo da abundância, fertilidade e nutrição. Ela é a tecelã, é a sonhadora. Nas tradições nativas norte-americanas há as "Tendas Negras", ou "Tendas da Lua", momento em que as mulheres da tribo recolhem-se em seu período menstrual. É o momento do recolhimento sagrado de comtemplação onde honram os dons recebidos, compartem visões, sonhos, sentimentos, conectamse com suas ancestrais e sábias da tribo. São elas que sonham por toda a tribo, devido ao poder visionário despertado nesse período. O negro é a cor relacionada à mulher na Roda da Cura. Também são recebidas nas tendas as meninas em seu primeiro ciclo menstrual para que conheçam o significado de ser mulher. Esse recolhimento não é observado somente entre as nativas norteamericanas, mas também entre várias outras culturas. Diversos ritos de passagem marcam a vida de meninas nativas no seu primeiro ciclo menstrual. Entre os Juruna, quando a Lua Nova aponta no céu, é momento de as meninas se recolherem para suas casas. As meninas kanamari, do Amazonas, também ficam reclusas enquanto dura seu primeiro sangramento, sendo alimentadas somente pela mãe. Assim ocorrem com as meninas tukúna que nesse período de reclusão aprendem os afazeres e a essência do que é ser
uma mulher adulta. Observa-se, em alguns casos, como parte do rito, cortar o cabelo e pintar o corpo de negro. São ritos de honra à mulher, e não o afastamento das mesmas pela impureza, como foi mal-interpretado por muitas outras culturas, principalmente a nossa ocidental extremamente influenciada pelos valores cristãos. Nossos corpos mudam nesse período, fluem nossas emoções e estamos mais abertas a compartilhar com outras mulheres, como uma conexão fraternal. Ao observarmos nossos ciclos em relação à Lua , veremos que a maioria das mulheres que não adotam métodos artificiais de contracepção e que fluem integradas ao ciclo lunar, têm seu Tempo de Lua durante a Lua Nova. É importante observarmos como fluímos com a energia da Lua e seus ciclos, e em que período do ciclo lunar menstruamos. A menstruação é um chamado do nosso corpo ao recolhimento, assim como a Lua Nova é um período de introspecção, propício ao retiro e à reflexão. A Lua Cheia proporciona expansão e, se nossos corpos estão em sintonia com as energias naturais, é o período em que estaremos férteis. Quantas mulheres atualmente deixaram de observar os ciclos do próprio corpo? Quantas deixaram de conectar-se com as forças da natureza, deixaram de lado a riqueza desse período de introspecção, recolhimento e contemplação de si mesmas? No nosso Tempo de Lua sonhamos mais, estamos mais abertas à sabedoria que carregamos de nossas ancestrais. Aproveite esse período para conhecer e explorar seu interior, agradecendo os dons e habilidades que possui. Compartilhe com outras mulheres esses momentos sagrados de respeito e fraternidade. Ouse sonhar e exercer seu lado visionária. Note que ao estar em conexão com todas as mulheres e com a própria Mãe Terra, muitos sintomas tidos como incômodos vão desaparecendo. Muitos destes sintomas são a rejeição desse período. Com a competição resultante dos valores da sociedade moderna, muitas de nós esqueceram de ouvir a si mesmas, de sentir a necessidade de seus próprios corpos e corações. Para finalizar, segue um trecho sobre a Tenda da Lua, de Jamie Sams, falandonos sobre a importância desse ciclo de religação com a Terra e a Lua: "O verdadeiro sentido dessa conexão ficou perdido em nosso mundo moderno. Na minha opinião, muitos dos problemas que as mulheres enfrentam, relacionados aos órgãos sexuais, poderiam ser aliviados se elas voltassem a respeitar a necessidade de retiro e de religação com a sua verdadeira Mãe e Avó, que vêm a ser respectivamente a Terra e a Lua. As mulheres honram o seu Caminho Sagrado quando se dão conta do conhecimento intuitivo inerente a sua natureza receptiva. Ao confiar nos ciclos dos seus corpos e permitir que as sensações venham à tona dentro deles, as mulheres vêm sendo videntes e oráculos de suas tribos há séculos. As mulheres precisam aprender a amar, compreender, e, desta forma, curar umas às outras. Cada uma delas pode penetrar no silêncio do próprio coração para que lhe seja revelada a beleza do recolhimento e da receptividade". Publicado na Revista Viva Melhor, especial sobre Xamanismo.
O RETORNO DA DEUSA “Em seus ensinamentos Jesus anuncia a igualdade fundamental entre o homem e a mulher, postura revolucionária para a época." Autora: Neide Miele[1]
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Feminino e Masculino são componentes do Ser, sejam eles hormônios ou valores. Este Ser integral, no entanto, vagarosamente, foi sendo dividido pela sociedade patriarcal, que o reduziu apenas aos valores determinados culturalmente a um e a outro sexo. Desta forma, poder, força, ordem, dever, competitividade, razão, lógica, abstração, que são valores genuinamente masculinos, ficaram restritos ao homem. Os valores femininos tais como, emoção, sensibilidade, intuição, perdão, cooperação, sensualidade, fertilidade, cuidado em relação ao outro, que são valores atribuídos ao sexo feminino, ficaram restritos à mulher. A partir desta verdadeira “cirurgia cultural”, o feminino passou a ser indistintamente sinônimo de mulher, assim como masculino de homem. Em ambos os casos o Ser ficou restrito apenas a uma parte dos seus atributos. Esta destinação cultural dos atributos humanos só recentemente começou a ser desmistificada. Quem de nós não conhece inúmeros exemplos de mulheres extremamente competitivas, que não hesitam em usar sua força e seu poder para atingir seus objetivos, mesmo que a custa da destruição do outro, ou da outra? Da mesma forma que, quem de nós não poderia citar inúmeros exemplos de homens intuitivos, sensíveis, que pautam suas vidas pelo profundo sentimento de cooperação e pelo cuidado em relação ao outro? Também não é difícil compreender que os valores femininos e masculinos inerentes ao Ser não se referem às opções sexuais de cada um. Para ser sensível, o homem não precisa renunciar à sua masculinidade, tampouco a mulher, para fazer uso da lógica, da razão e da abstração, não precisa deixar de ser feminina. Hoje estamos descobrindo que os valores inerentes ao feminino e ao masculino guardam uma relação muito mais profunda com a postura ética de cada um, com sua visão de mundo e com seu crescimento interior do que com o sexo, preferências sexuais, ou mesmo com os gêneros. Nos mais variados mitos da criação os povos se referenciam ao masculino como sendo Ouranos, o Céu, e ao feminino como sendo Gaia, a Terra, de cuja união tudo se originou. Masculino e feminino, portanto, fazem parte do transcendente. O papel civilizatório do mito cristão Nas sociedades pagãs, intuição ou bravura não era prerrogativa de um ou de outro sexo. Deusas e deuses amavam, guerreavam, se emocionavam, caçavam... A separação de atributos por sexo ainda não havia sido operada. Esta separação, e a conseqüente valorização de uns em detrimento dos demais começa a se tornar cada vez mais evidente à medida que a sociedade
patriarcal evolui. Para a consolidação da exclusividade masculina, o patriarcado teve que esmagar seu principal inimigo, o feminino. Mais do que a mulher, o feminino é que metia medo aos homens. Era esse lado sensível, intuitivo, curador e místico, que as mulheres possuem e alguns homens também, que precisava ser esmagado para que a Era da Razão se impusesse plenamente. Patriarcado e cristianismo se uniram na construção uma sociedade baseada nos valores masculinos. A Deusa, a Mãe-Natureza, o princípio feminino, a mulher, foram submetidas ao princípio masculino: razão, competição, poder. Talvez a Igreja cristã tenha sido a instituição mais eficaz na tarefa de forjar o mito do homem, enquanto o único ser criado à imagem e semelhança de Deus, tendo recebido Dele o poder de dominar a natureza e toda a criação. Para a hierarquia da Igreja Católica essa imagem, fruto do Velho Testamento, foi muito mais forte do que a própria mensagem do Cristo, que nunca pregou a superioridade masculina. Em seus ensinamentos Jesus anuncia a igualdade fundamental entre o homem e a mulher, postura revolucionária para a época. Contrariando os costumes do seu tempo, Jesus, de bom grado, cerca-se de mulheres em suas atividades públicas, conversa com elas, trata-as como pessoas, sobretudo quando são desprezadas pelos costumes da época, ou apedrejadas pelos “túmulos caiados”. Apesar de esta ser a mensagem do Mestre, até mesmo os apóstolos tiveram dificuldades em assimilar seus ensinamentos e superar os preconceitos ditados pela sociedade patriarcal. Para a estrutura hierárquica da Igreja, a igualdade preconizada pelo Cristo cedeu diante dos obstáculos nascidos do contexto cultural no qual o cristianismo se difundiu. Depois de muitos conclaves, a Igreja começou a venerar a Mãe de Deus, a Virgem Maria, instituindo-a como modelo para o sexo feminino, porém, continuou vendo a mulher como causa de todos os pecados do mundo e fonte de perdição. Tudo começou com o medo Jean Delumeau[2] nos diz que os pesadelos mais íntimos da civilização ocidental neste último milênio foram: o mar, os mortos, as trevas, a fome, a peste, a bruxaria, o apocalipse e, sobretudo, o demônio. Analisando este conjunto, poderíamos reduzi-lo a um único medo: o da mulher, visto que culturalmente ela está relacionada com cada um deles. O mar: O desbravamento do mar, para a conquista de novos continentes pressupunha o enfrentamento das sereias. “Monstros do mar, com cabeça e tronco de mulher, e o resto do corpo igual ao de um peixe, elas seduziam os navegadores pela beleza de seu rosto e pela melodia do seu canto para, em seguida, arrastá-los para o fundo do mar e devorá-los. Ulisses teve que amarrar-se ao mastro de seu navio para não ceder à sedução do seu chamado. Elas representam os perigos da navegação marítima e a própria morte.”[3] Os mortos: Georges Duby[4] salienta que entre as mulheres e os falecidos parece existirem relações privilegiadas. “Assim como o corpo dos recémnascidos, o corpo dos defuntos pertence à mulher". Sua tarefa é lavá-lo, adorná-lo, ungi-lo, assim como Maria Madalena e suas companheiras preparavam-se para fazê-lo na manhã de Páscoa. (...) o temeroso, o misterioso, o inquietante, o incontestável poder das mulheres se deve principalmente a que, assim como a terra fértil, a vida sai de suas entranhas. E quando a vida se extingue, retorna para elas como para a terra acolhedora.
Estas são as duas funções da feminilidade: materna e funerária. As trevas: As trevas são também à noite, a obscuridade, o pecado, a queda, a perda do paraíso, o inferno, a falta de domínio sobre a sexualidade. As trevas são os domínios de Lilith, que foi banida do Paraíso por não aceitar se submeter a Adão, transformando-se num demônio feminino noturno de longos cabelos, que ataca homens e mulheres na escuridão da noite. Assim está escrito no Zohar: “É justo e adequado que as duas luzes governem; a luz maior de dia e a luz menor de noite. Desse modo, o domínio do dia pertence ao macho e o domínio da noite à fêmea”. Para Bárbara B. Koltuv[5] “as forças da sexualidade, do nascimento, da vida e da morte, do mágico ciclo da vida eram originalmente governadas pela Deusa. Com o advento do patriarcado, o poder de vida e morte tornou-se uma prerrogativa de um Deus masculino, ao mesmo tempo em que a sexualidade e a magia da criação eram separadas da procriação e da maternidade.” Esta separação salta aos olhos se analisarmos a Idade Média, período em que o culto à Virgem Maria e a construção das catedrais ocorreu concomitantemente com a criação do Tribunal do Santo Ofício, ou a chamada "Santa Inquisição", responsável pelo extermínio massivo de mulheres sob acusação de bruxaria. Para a Igreja Católica, Mãe e Mulher são opostos que se excluem. A fome: A mulher, assim como a Mãe-Natureza, é a eterna doadora de alimento. Portanto, poderia parecer contraditório relacionar o medo da fome à mulher, contudo, depois que a maternidade foi separada da sexualidade, mãe e mulher passaram a ser seres dicotômicos, permanentemente em oposição. Depois que Adão e Eva foram expulsos do paraíso, o homem passou a ser responsabilizado pelo provimento da família através do trabalho, e a mulher recebeu a sina de parir com dor o fruto de sua sexualidade e causa de sua culpa. Como o trabalho é penoso e necessita de coerção para ser realizado esta se dá através da repressão ao prazer. Trabalho e prazer se situam em campos opostos; os homens que não se privam do prazer não trabalham, daí decorre a fome, cuja culpa é imputada, em última instância, à mulher. A peste: O ódio à mulher foi crescendo na mesma proporção que o poder patriarcal. Na Idade Média as mulheres eram acusadas de pactuarem com o demônio e responsabilizadas por sua capacidade de, em nome do diabo, exercer qualquer tipo de malefício humano e sobre-humano, inclusive a produção de tempestades ou a propagação de pestes. O medo provocado pela mulher e a conseqüente repressão às bruxas medievais são importantes para se compreender as conexões entre a destruição da religiosidade pagã, o estabelecimento do modelo patriarcal e a imposição do cristianismo. As bruxas: Ao escrever a introdução brasileira ao Malleus Maleficarum, Carlos Byington[6] afirma que na Inquisição o ódio à mulher misturou-se à atração mórbida por ela, devido à sexualidade culturalmente reprimida. “Isso fez com que a tortura para se obter confissões de bruxarias incluísse procedimentos sexualmente perversos que incluíam voyeurismo e sadismo. As mulheres eram despidas e seus cabelos e pêlos eram raspados à procura de objetos enfeitiçados e escondidos em suas partes íntimas. As torturas praticadas são difíceis de imaginar, mas o texto dá idéia de terem sido terríveis, sobretudo porque o processo recomendado pelo Malleus é um delírio francamente paranóide orientado para se obter confissões, e não para verificar a culpabilidade.” O demônio: Antes do século XI o diabo era abstrato e teológico. Sua existência era um problema apenas para os doutores da Igreja e para os
estudiosos da teologia. Mas, pouco a pouco, ele foi ganhando espaço e se tornando cada vez mais concreto, saltando das pinturas que recobrem as paredes e os vitrais das igrejas até a total possessão dos corpos humanos, sobretudo das mulheres, que passaram a ser sua própria encarnação. Acendendo as fogueiras Para Jean Delumeau, as raízes do medo que a mulher provoca no homem são mais numerosas e complexas do que pensara Freud, que o reduzia apenas ao temor da castração. Desde os tempos mais remotos a mulher esteve ligada aos segredos do parto, da cura, da fabricação de “mezinhas” (de onde se origina o termo “medicina”). Mas a mulher também conhecia os segredos dos venenos, das poções e dos filtros que enfeitiçavam e matavam... Ela era senhora da vida e da morte. Os homens temiam-na e procuraram lutar contra esse saber-poder. O temor agiganta as sensações de medo. Os homens medievais, temendo a sabedoria feminina e recalcando em si qualquer atributo que os confundissem com o sexo oposto, partem para uma caçada às mulheres como jamais foi vista em nenhuma outra civilização. A fogueira foi o modo encontrado por eles para, atacando, se defenderem. É através da luta sangrenta entre estes dois poderes, o masculino e o feminino, que podemos explicar a caça às bruxas ocorrida entre os séculos XIV e XVIII. Como nos diz Delumeau, "se o medo da mulher não é uma invenção cristã, não resta dúvida que o cristianismo agitou este espantalho até o limiar do século XX". Para compreender as razões para o surgimento da Inquisição e o extermínio de mais de cem mil mulheres queimadas vivas é preciso focar a atenção nas disputas políticas entre clero e nobreza. Até o final do século VI não havia na Europa um governo realmente unitário, existia apenas um conglomerado de reinos, sendo o desenvolvimento político e econômico de ordem fundamentalmente local. A única instituição européia com caráter universal era a Igreja. Esta, imiscuindo-se cada vez mais nas querelas políticas, caiu nas mãos da nobreza romana. O papa Leão IX (1049-1054) empreendeu uma grande reforma separando a Igreja Romana da Igreja do Oriente. A partir de 1095 tiveram início as Cruzadas, que eram expedições militares realizadas pelos cristãos para recuperar o território de peregrinação conhecido como Terra Santa, que estava sob o controle dos muçulmanos. Neste período, os papas envolveram-se numa disputa pelo poder temporal com os imperadores; de um lado o poder eclesiástico de Roma, de outro o Sacro Império Romano-Germânico. O descontentamento era geral, tanto por parte dos nobres, que se recusavam a submeter-se à elite eclesiástica (este movimento ficou conhecido como a Questão das Investiduras), quanto por parte do povo, subjugado pelos impostos papais. Começou então uma onda crescente de críticas à Igreja por causa da cobiça, da imoralidade e arrogância de sua cúpula. As críticas mais contumazes partiam dos Albigenses e dos Cátaros, que passaram a ser perseguidos sob a acusação de heresia. Enriquecida pelos crescentes impostos extraídos do povo, bem como pelas doações “oferecidas” pelos nobres, a Igreja lançou-se numa onda febril de construções de catedrais[7] nas grandes cidades européias nos três primeiros séculos deste milênio. Em torno destas catedrais funcionavam escolas sob a denominação de
Studiun. No final do século XII algumas escolas começaram a ganhar tal prestígio que passaram a se chamar Studiun gerale, pois os alunos ali formados poderiam lecionar em qualquer lugar da Europa. O termo Universidade foi finalmente adotado no século XIII para designar estas comunidades de mestres e alunos, criadas e reconhecidas através de bula papal.
O predomínio da razão O século XIII foi o mais profícuo na criação das universidades européias. A maioria delas datam desse período. Em sua origem, as universidades se destinavam ao estudo da teologia, porém, rapidamente elas se tornaram seculares, expandindo seus cursos para outras ciências tais como direito e medicina. O primeiro curso de medicina que se tem notícia é o de Salerno, na Itália, criado no século XI, quando Constantino, o Africano, começou a dar aulas de medicina e cuja fama se espalhou por toda a Europa. O segundo curso mais famoso da Europa foi o de Montpellier, na França, autorizado pelo papa Nicolau IV em 1289. O século XIII é emblemático no que se refere ao conflito entre o desenvolvimento do conhecimento e a instituição dos mecanismos de repressão, tortura e condenação à morte. Ele ficou conhecido como “O século das Universidades”; mas foi igualmente neste século que se deu a criação do Tribunal do Santo Ofício, em 1231, no papado de Gregório IX. Será que é apenas uma “coincidência” a criação de um tribunal especializado em julgar crimes de feitiçaria, magia, bruxaria e heresia no mesmo momento em que foram criados os cursos de medicina e de direito? Desde a mais remota antiguidade, a cura sempre foi exercida pelas mulheres. No momento dos bebês virem ao mundo eles sempre foram aparados pelas mãos de uma outra mulher. Como foi que se deu o rompimento desta tradição? Como foi que o homem, presença "nom grata" num ambiente de parto foi posteriormente aceito como parteiro? Será que pode ser considerada somente mais uma “coincidência” a obrigatoriedade da clausura para as mulheres, instituída por Bonifácio VII no século XIII através da bula que tem o sugestivo nome de Periculoso?[8] Manter as mulheres confinadas atrás das grades dos conventos não foi tarefa fácil, pois as determinações da bula de Bonifácio tiveram que ser posteriormente reafirmadas pelo Concílio de Trento, no século XVI, pela bula Circa Pastoralis, uma vez que a Periculoso não havia conseguido totalmente seu objetivo. Foram dois movimentos sincronizados: A criação das universidades, das quais apenas os homens tinham acesso, e a perseguição à mulher. As mulheres foram enclausuradas, perseguidas, torturadas e queimadas vivas, no mesmo momento em que se criavam os primeiros cursos de medicina dos quais elas estavam excluídas. Neles se ensinavam as coisas que, por tradição, eram de domínio feminino. Estes dados são fundamentais para se compreender as origens da perseguição à mulher e ao feminino. O alvo da perseguição promovida na Idade Média não foi simplesmente a mulher, mas os valores femininos, incompatíveis com a proposta de uma sociedade calcada na razão e no individualismo.
Os arquétipos da Grande Mãe e do Pai A partir dos trabalhos de Carl Gustav Jung os atributos “masculino e do feminino” passaram por uma resignificação. Na verdade, com os conceitos de Anima-Animus Jung restabeleceu a plenitude do Ser em relação aos valores que a cultura incorporou como pertencendo a um ou outro sexo. Indo mais longe que Freud, seu mestre, amigo e finalmente antagonista, Jung afirma que ânima é a contraparte feminina da personalidade masculina e que ânimus é a contraparte masculina da personalidade feminina. Esta concepção promoveu duas grandes revoluções: de um lado, provocou o “descolamento” entre o ser e seu atributo, ou seja, “mulher” e “feminino” não são sinônimos, assim como “homem” e “masculino” também não o são. De outro lado, promoveu no ser humano a necessidade do auto-conhecimento através da busca do oposto dentro de si mesmo. As mulheres foram fortalecidas em sua luta contra a dominação masculina e compreenderam muito melhor o lado “masculino” dentro de si mesmas. Contudo, os homens, de início atônitos, muito timidamente passaram a buscar o lado “feminino” dentro de si. Este lado negado, escondido, ou nem mesmo suspeitado sempre existiu dentro de si mesmos, entretanto nunca pode emergir para a consciência. Para Jung, os arquétipos da Grande Mãe e do Pai são os dois arquétipos básicos da psique. O arquétipo da Mãe é regido pelo princípio do prazer, da sensualidade e da fertilidade, profundamente relacionados com a natureza e seus ciclos. O arquétipo do Pai é regido pelo princípio da ordem, do dever, da força, do desafio das tarefas, portanto, relacionados com a Lei. Os arquétipos da Alteridade propiciam a diferenciação entre o encontro igualitário do EU com o OUTRO dentro do todo, respeitando suas diferenças. Estes são os arquétipos de toda relação humana polarizada, pois nela a relação Eu-Outro necessita de liberdade de expressão e de igualdade de direitos dentro da qual se vivenciam as diferenças.
As reviravoltas que o mundo dá Iniciada nos redemoinhos do Renascimento e ampliada pelo ambiente racionalista do mundo civilizado, a era moderna determinou o fim do pensamento mágico, considerado incompatível com o espírito científico. Max Weber caracterizou muito bem este processo de transição, chamando-o de “desencantamento do mundo”. O mundo desencantado é aquele que perdeu a confiança no poder sobrenatural. Esse poder sobrenatural é da ordem do feminino, mesmo que esteja nas mãos de um pajé, feiticeiro, xamã ou pai de santo. A sociedade patriarcal demorou alguns milênios para completar a operação de “separação” por sexo e posterior “colagem” dos valores correspondentes a cada um. O produto final é bastante conhecido: mesmo que não o desejasse, o homem foi transformado no “machão” e a mulher na “loira burra”. No mundo patriarcal, para ser homem com “H”, foi preciso abdicar da sensibilidade. Para ser mulher, foi preciso abrir mão da capacidade de raciocinar. Felizmente o mundo dá muitas voltas. Às portas do segundo milênio da era cristã, homens e mulheres, cada vez em maior número, se recusam a interpretar o velho
script produzido pelo patriarcado. Os homens estão descobrindo que lhes custou muito caro a atitude arrogante em relação à Mãe-Natureza e extensiva à mulher. Dolorosamente, é verdade, os homens estão compreendendo que esta demonstração de poder e de pretensa superioridade só lhe trouxe desvantagens. Pelo seu lado, as mulheres estão conseguindo denunciar o esquema de opressão machista ao qual estavam submetidas. As mulheres foram as responsáveis pelo início desta revolução sem armas, muito mais eficaz na mudança comportamental de homens e mulheres do que outras grandes revoluções. Há que se perguntar: Todos os homens? Todas as mulheres? Evidentemente que não! As mudanças constatadas surgem apenas como prenúncios, como os primeiros raios de luz do amanhecer, antes do despontar do Sol na linha do horizonte. O Apocalipse A idéia de final dos tempos através de uma hecatombe universal persegue a humanidade desde o primeiro século da era cristã, quando João Evangelista escreveu o Apocalipse, último livro do Novo Testamento. No capítulo 6, de sua visão apocalíptica do propósito de Deus, João descreve quatro cavalos montados, cujos ginetes simbolizam a guerra (o do cavalo vermelho), o conflito civil (o do cavalo branco, que, segundo algumas interpretações, viria montado pelo próprio Cristo), a fome (o do cavalo negro) e a morte, ou a peste (o do cavalo amarelo). O Apocalipse foi escrito para preparar os cristãos para a última intervenção de Deus nos assuntos terrenos. Depois dele, recomeçaria uma nova era no mundo, a chamada Era de Ouro. Contudo, antes do seu advento, os males e terrores da ordem mundial se agravariam ao extremo. Efetivamente, tendo chegado ao vigésimo primeiro século da era cristã, a humanidade não tem muito do que se orgulhar, mesmo levando-se em conta todos os avanços produzidos pelo saber científico. A espera de um cataclismo universal tem sido registrada por todos os povos, de todas as religiões, desde a antiguidade até nossos dias. Para a maioria o Apocalipse significa a destruição total do planeta e da humanidade, para outros, a destruição é a condição necessária para a renovação.
Um novo tempo As profundas mudanças que estamos presenciando na sociedade contemporânea, dizem os esoteristas, é apenas a ponta do iceberg das imensas transformações provocadas pela proximidade da Era de Aquarius, na qual a humanidade entrará num novo ciclo de prosperidade, de paz, de justiça e de espiritualidade. Se o termo “Nova Era”, ou New Age, é relativamente novo, a concepção milenarista da qual ele provém é muito antiga. No livro Mil anos de Felicidade Jean Delumeau diz que, “diversamente do que se afirma, o milenarismo não se refere ao passado, mas ao período imediatamente anterior ao Juízo Final, que se dará com o retorno do Cristo e a instauração do seu reino, verdadeiro paraíso reencontrado, no qual os povos viveriam em perfeita comunidade, livres da dor e do mal, partilhando bens e prescindindo de leis, do
Estado e da própria Igreja. Essa crença nasce do Apocalipse de João e de Passagens do Antigo Testamento, como a profecia de Daniel, sobre os cinco impérios que precederiam o reino do Messias. Embora combatida por Santo Agostinho e marginalizada pela tradição oficial da Igreja, essa expectativa de restauração de um Paraíso Perdido atua profundamente em toda a história do Ocidente cristão e é especialmente forte no destino dos povos ibéricos e protestantes que colonizaram a América, que é a terra de todas as promessas.” As promessas de uma Era de Ouro podem ser retomadas na mais antiga tradição oriental. Os livros sagrados do Hinduismo afirmam que já houve outras Eras de Ouro, seguidas da existência de sucessivas Era de Prata, Era de Bonze e Era de Ferro. Segundo eles, atualmente estamos vivendo na Era de Ferro, também chamada de Kali Yuga, que é o final de um ciclo e condição necessária para a passagem do planeta Terra e da humanidade para uma dimensão mais evoluída. Jean Delumeau reconstitui cuidadosamente a gênese do milenarismo, partindo de seus ideólogos, passando pelas ações revolucionárias das modernas utopias políticas, para chegar às concepções esotéricas atualmente denominadas de Nova Era. Esse autor define assim a Era de Aquarius: “Essa era paradisíaca de 2160 anos, tempo que levará o Sol para percorrer a parte do zodíaco denominada de signo de aquarius”. A Nova Era se define como um “novo paradigma”, isto é, uma nova maneira de ver as coisas e de conceber nossa relação com o universo. Postula que um espírito universal está na origem de todas as coisas e no centro de todo ser humano. Contesta os ídolos da modernidade, a ditadura da razão e da técnica. Crê no advento próximo de um mundo renovado em que cada ser humano se reconhecerá como um fragmento da consciência cósmica. Deus está em cada um de nós, donde a necessidade da “viagem interior”[9]. Para Sri Sathya Sai Baba, místico que atualmente vive na Índia, todas as religiões convergem para uma unidade transcendente, assim como todos os povos convergem para uma humanidade planetária. Ele afirma que: “Só há uma religião, a religião do amor. Só há uma casta, a casta da humanidade. Só há uma linguagem, a linguagem do coração. Só há um Deus, e Ele é Onipresente". Na concepção esotérica, este ciclo de 25.000 anos que agora se finda foi marcado pelos valores patriarcais e pelo sacrifício[10]. Ambos cederão lugar a uma nova Era de Ouro da humanidade, onde a solidariedade prevalecerá sobre a competição, onde não haverá massacres, genocídios, exploração ou qualquer forma de sujeição. Será um mundo onde a tecnologia e a ciência estarão subordinadas à ética, onde a política estará orientada pelo respeito à coisa pública, onde o espiritual estará liberto dos dogmas inventados pelos homens, que servem apenas aos seus espúrios interesses. Enganam-se, porém, aqueles que acham que estas idéias partem apenas dos grupos esotéricos. Muitos cientistas incluíram-nas em suas teses e eles não são poucos.
O retorno da Deusa As últimas décadas do século XX, final de mais um milênio, trouxeram para a mulher um doce sabor de conquista. Não que os problemas que ela tem enfrentado
desde o fundo das eras tenham sido resolvidos. Claro que não! No entanto, a contemporaneidade está forjando uma nova mulher, e certamente um novo homem. Tudo ainda está muito confuso, o velho modelo ainda não foi completamente quebrado, nem o novo despontou em sua plenitude. Mas as experimentações continuam... Apesar do caos aparente, o balanço do último milênio indica um saldo positivo. A mulher madura passou a controlar melhor seu corpo, sua sexualidade, sua liberdade de escolha, porém as adolescentes ainda estão perdidas com a nova liberdade. A conquista do espaço no mercado de trabalho trouxe independência financeira, mas aumentou o sentimento de culpa das mães em relação à sua menor presença na educação dos filhos e este é um problema ainda não devidamente enfrentado e menos ainda resolvido. Um passo positivo em busca do equilíbrio foi a superação da veemência inicial do feminismo, que focava o homem como o principal inimigo da mulher. Ela descobriu que sua luta é muito maior que a simples libertação da mulher, que sua verdadeira luta pressupõe a construção de um novo homem, de uma nova mulher e de uma outra relação entre os seres humanos, calcada em alicerces mais saudáveis que a posse e a dominação de um sobre o outro. A mulher descobriu que a sociedade patriarcal exacerbou os valores masculinos da competição e da sobrevivência do mais forte ao estender a dominação que exercia sobre o feminino para os homens mais fracos e para os países mais pobres. Assim, ela descobriu que o maior inimigo não é o homem, mas os valores patriarcais. Ao sair à luta as mulheres provocaram uma reviravolta nas certezas masculinas. Estas certezas começaram a ser reavaliadas e redimensionadas. Os homens começam a questionar se era realmente vantajoso o lugar que lhes foi atribuído pela sociedade patriarcal. Há indícios que estamos vivendo uma transição radical de crepúsculo do patriarcado. Está surgindo uma nova consciência planetária com fortes preocupações ecológicas. O feminismo nos tornou conscientes dos valores patriarcais e dos seus efeitos repressivos e perversos sobre o feminino, mais do que simplesmente sobre a mulher. Com sua orientação para o poder e para a subjugação, com ênfase na dominação e na hierarquização, o patriarcado é visto cada vez mais intensamente como algo destrutivo, tanto para os seres humanos quanto para o planeta. O poder masculino de reger o mundo e de dominar a natureza chegou ao ápice em nossa civilização. Diante do atual estágio de devastação não é mais possível separar nossas concepções de “progresso” com as ações destrutivas do planeta. Progresso, em nossa civilização, significa a capacidade de consumir, onde o TER é muito mais importante do que SER. No entanto, é crescente o número de pessoas que já não se dispõe mais a compartilhar esses valores. A Nova Era se caracteriza pela predominância do feminino, assim como na Era de Peixes predominou o masculino. Na evolução zodiacal a Era da Deusa foi substituída pela Era do Deus único, monoteísta, que agora cede novamente seu lugar à Deusa. O monoteísmo representa tipicamente um deus que pode existir sozinho, apartado de sua criação. Essa concepção de divindade criou no homem um profundo sentimento de superioridade, que permitiu e justificou sua arrogância e
conseqüente dominação em relação à mulher, à Natureza e aos demais homens considerados “mais fracos”. A imagem da Deusa, por outro lado, representa a unificação do Uno-Muitos em termos de integração e mútua consubstanciação do Uno-manifesto-nos-Muitos e os Muitos habitando no seio do Uno. Com o renascimento da imagem da Deusa está sendo criado um novo sistema de valores que, certamente, redimensionará as relações entre homens e mulheres, entre a religião e a filosofia, entre a vida social e os sistemas político e econômico. Atualmente, as concepções de “desenvolvimento” e de “progresso”, seja de uma pessoa ou de um país, estão diretamente relacionadas com os bens materiais que possui e, no caso dos países, com a capacidade da sua produção industrial. No entanto, muitos são os autores que começam a redimensionar a noção de desenvolvimento, deixando o pólo da produção e (má) distribuição de bens materiais, para considerar o desenvolvimento e convivência dos seres humanos como os melhores indicadores. Utopia? Talvez. Contudo é necessário optar, pois o tempo dos espectadores está rapidamente chegando ao fim.
O Estigma da Menstruação “Muitas mulheres vêem o sangue menstrual com as marcas que o patriarcado lhe colocou..." Autor: José Laércio do Egito Não faz muito tempo que a menstruação deixou de ser considerada sagrada; ela não só perdeu esse lugar como passou a ser considerada algo negativo, incômodo, imundo, e indesejável. Essa mudança começou a se efetivar desde que o machismo se tornou dominante. O poder feminino estava ligado à menstruação nas sociedades primitivas e os Patriarcas machistas, inspirados por Jeová, sabendo do poder que a menstruação pode conferir, procuraram uma forma de evitar que as mulheres usassem esse poder, para torná-la meros objetos de reprodução e prazer. Para isso, a maneira mais simples que eles encontraram foi desacreditar, ridicularizar qualquer ritual inerente à menstruação, evitando que deixassem de ser feitas muitas formas de reconciliação da polaridade feminina com a natureza. Para a consecução desse objetivo, todo ritual inerente à menstruação foi sendo taxado de tolice, e ensinado que a menstruação não tinha função alguma a não ser a de substituição do endométrio uterino. Não havia nela nenhuma fonte de poder, e isso foi tão ardilmente preparado que a menstruação passou a ser uma condição indesejável. Assim a mulher se desinteressou de fazer criar certos símbolos, certos objetos de poder, praticar rituais simples, mas de grande eficiência no sentido de elevar a sua auto-
estima; os rituais, que no passado eram comuns, praticamente deixaram de ser realizados na sociedade atual. Para reforçar o intento machista, foi dito que o mênstruo era algo sujo, imundo e sem valor! Na verdade o mênstruo é impuro apenas energeticamente; na verdade ele não é impuro, mas é pode assim ser considerado por ser o veículo que leva para fora os resíduos energéticos indesejáveis. Como diz o velho ditado: “Não existe água impura, mas sim impureza na água”. Do mesmo modo é o mênstruo, ele não é impuro por sua própria natureza, mas sim pelo fator energético que conduz, por veicular elementos energéticos que precisam ser descartados. O machismo conseguiu um formidável tento na sua pretensão de anular a mulher, ao conseguir que ela renegasse totalmente o que de mais precioso existe em sua natureza, repudiar uma colossal fonte de energia capaz de conceder-lhe supremacia. O que é interessante, o ardil foi tao bem preparado que hoje é a própria mulher quem mais repudia a menstruação. A dissintonia que foi estabelecida entre a mulher e a menstruação acarretou um desequilíbrio energético muito grande em seu organismo; sem o poder de sua natureza, a mulher ficou muito indefesa em ralação ao homem e daí a condição de subalternidade e de baixa estima em que hoje se encontra. Levantando-se contra a condição de submissão surgiu o movimento feminista. Isso é algo muito importante, mas sem qualquer valor prático desde que os meios utilizados por ele não garantem nenhum poder pessoal. Não é conquistando certos direitos na sociedade que a mulher conquistará os seus direitos, ela pode até conseguir direitos civis, mas não é isso que dita a pretensa superioridade masculina, mas sim o poder energético. As leis civis de direitos da mulher estão sendo conseguidos, mas daí para o poder real há grande distância. Os princípios pregados pelas “feministas” jamais levarão à libertação da mulher. Nenhum luta civil, ou social fará com que o machismo seja derrotado. A mulher pode conseguir direitos, mas isso nada vale se ela não reconquistar o poder feminino. Não são as leis civis que vão dar-lhe um padrão de autoconfiança; Ela pode ocupar cargos elevados na sociedade, mas sempre dependerá do homem, isso somente porque inconscientemente ela sabe que não tem poder real. Diante disso o fundamental é a mulher resgatar o seu poder real. Basicamente ela tem muito mais poder do que o homem; é ela a geradora da vida humana, tem em si a maior parte do poder de crear vida biológica. O Poder Divino se manifesta através as Mãe Natureza, aquele poder gerador, que tudo constrói, modela e governa. Em nível de energia o poder dela é bem superior ao do homem. De igual para igual a mulher tem poder acentuadamente superior ao do homem. Se isso não acontece é porque ela perdeu esse poder, ou melhor, o deixou adormecido levados pelos ardis do machismo. Mesmo que ela ignore, ainda assim há como recupera-lo. Mesmo que o homem não saiba disso, ele age como dominador não por ter mais energia do que a mulher, mas, sim, porque foi preparado pela sociedade para dominar, e a mulher para ser denominada. A mulher reclama dessa condição, protesta, mas submete-se, isso por desconhecer o potencial que tem dentro de si. Para que ela possa ocupar o seu lugar de direito é necessário que volte a fazer sentir o poder de sua natureza e isso fundamentalmente é algo da própria feminina. É preciso promover um resgate energético. Se as “feministas” soubessem disso não estariam fazendo
protestos, discursos e coisas assim; elas gastariam o tempo em reativar o poder adormecido. Nenhum protesto em praça pública, nenhum desfile de rua, nenhum discurso em assembléias legislativas e Senado promoverá a supremacia da feminilidade. A elevação do feminismo até um nível de equilíbrio com o machismo é fundamental que aconteça, mas isso só será possível mediante o incremento do poder feminino. O pior é que a mulher continua entrando no jogo do machismo, acreditando que o útero não tem outro valor a não ser gerar filhos, que a menstruação é uma coisa dispensável, que pode ser abolida, por isso se submetendo a mutilações prejudiciais, debilitantes do seu grande poder energético pessoal. São as mulheres as primeiras imporem isso a elas mesmas. Defendem a unhas e dentes a histerectomia, a supressão medicamentosa da menstruação, etc. Ignoram que tudo isso pode seria sanado se estabelecessem a harmonia rompida com suas condições femininas. Isso pode ser feito facilmente, o difícil é convencer a mulher da pratica de certos exercícios. É muito difícil convencer a mulher de que existe esse poder roubado, e que é possível o resgate. Acontece assim porque muitos conceitos estão tão enraizados na formação feminina que ela mesma acha impossível elimina-los. A civilização atual chegou a um ponto tao crítico que é preciso trazer de volta à mulher o seu poder, pois que só ela tem possibilidade de salvar determinados valores esquecidos, ou negligenciado pelo domínio machista. É preciso livrar a mulher do estigma da inferioridade. Ao homem isso é importante porque só há estabilidade através do equilíbrio dos opostos. Uma sociedade machista, em longo prazo, é inviável, do mesmo modo que uma feminista. O equilíbrio está no meio, portanto os extremos têm que ser evitados. Assim só pode haver harmonia com o machismo manter o seu poder paralelamente ao poder da mulher. A união de um par de pessoas não visa apenas à reprodução, há muito mais que isso. A VOH fiel aos ensinamentos do Antigo Egito tem como um dos objetivos, contribuir para o resgate do feminino. No Antigo Egito a mulher era tratada de igual para igual, e muitos conhecimentos eram dados nos templos dedicados à Deusa Hathor. Somente com a união equilibrada é que a humanidade pode viver em melhores condições, e combinando esforço poder se libertar do domínio de inúmeras forças espúrias.
Sou herdeira das Deusas, Rainhas e Sacerdotisas do passado e as represento hoje aqui trazendo a magia e a força da Grande Mãe à Terra. Nos momentos difíceis da minha vida, nos momentos em que me faltar sabedoria, acredito e tenho a ajuda das minhas antepassadas. Que no momento que eu olhar o céu noturno eu saiba que tenho a mesma força das mulheres e homens que reinaram antes de mim e o fizeram guiados pela Sabedoria da Grande Deusa. Que eu como sacerdotisa da Grande Mãe jamais esqueça o meu caminho e quando isto me ocorrer que sempre e sempre eu me religue ao poder da Terra Mãe e a força do Senhor da Natureza. Que eu não tenha medo de olhar o mundo como minhas antepassadas que
reinavam sem medo em suas comunidades, países e reinos. Que eu seja sempre a sacerdotisa que acende a fogueira e conhece todos os caminhos do Grande Rito. Que eu seja a bruxa e a feiticeira, a senhora que conhece os segredos da terra e da magia, que eu seja a Senhora da Vida, senhora do meu próprio destino e rainha de mim mesma exercendo minha própria soberania.Que eu jamais me permita subjugar ou controlar um ser para igualmente jamais ser subjugada e controlada. Que eu sempre me lembre que todos os alimentos com que me nutro, as frutas, as ervas, as sementes e os vegetais, o leite e o pão, os animais que lavram a terra e os seres que voam provem do Útero da Mãe e como tal sejam sempre louvados e abençoados para que a colheita da minha vida, da minha alma seja sempre farta. Que não haja em mim medo da morte e da mortalha e que eu saiba que sempre e sempre ressurgirei para uma nova vida, até que eu tenha toda a sabedoria e possa me deixar levar, minha alma pelas mares do fluxo da Grande Mãe. Que eu jamais tema a mim mesma, e minha face escura de senhora das mortalhas, ceifadora, rainha do caos, amante e feiticeira pois todos as Faces são Uma e nisto esta a sabedoria. Que eu jamais tema a velhice e o tempo em que o sangue sagrado cessa de ser deitado a Terra, pois após a Jovem e a Mãe, sou a Grande Sábia, a Velha Anciã, a sacerdotisa de tempos passados e nisso se conserva toda a minha juventude e sabedoria. Por isso sou maga, sacerdotisa e feiticeira. “As mulheres honram o seu Caminho Sagrado quando se dão conta do conhecimento intuitivo inerente à sua natureza receptiva. As mulheres precisam aprender a amar, compreender, e, desta forma, curar. Cada uma delas pode penetrar no silêncio do próprio coração para que lhe seja revelada a beleza do recolhimento e da receptividade". Ao longo do tempo, os seres humanos distanciam-se, cada vez mais, da sua essência, e do sagrado que permeia a nossa existência. Os nossos antepassados viviam em contacto directo com a natureza, reverenciando os seus ciclos, através das mudanças de estação, e em profunda gratidão por tudo o que a Grande Mãe lhes ofertava. Como essa ligação era profunda, as pessoas, apesar das dificuldades de sobrevivência, eram felizes, sentindo-se preenchidas, uma vez que conseguiam ouvir a sua voz interior, que lhes dava orientações e aconselhamentos acerca do que fazer em determinadas situações, das decisões a serem tomadas e, assim, conseguiam manter os seus ânimos apaziguados. As mulheres, principalmente, honravam a sua natureza, o seu ritmo biológico e o grande poder que detinham pelo facto de serem geradoras de vida. O ventre, simbolizado pelo grande caldeirão, representava um templo sagrado, de onde a vida era emanada. Os homens, reverenciavam a mulher por esse grande poder. Para os povos antigos, a menstruação era um dom dado às mulheres pelas Deusas para que elas pudessem criar e perpetuar a própria vida. A sincronicidade do ciclo lunar e menstrual reflectia o vínculo entre a mulher e a divindade, pois ela guardava o mistério da vida no seu corpo e tinha o poder de tornar real o potencial da criação. Nas sociedades matrifocais, as sacerdotisas ofereciam o seu sangue menstrual à Deusa e faziam as suas profecias durante os estados de extrema sensibilidade psíquica que a menstruação lhes dava. Milénios de supremacia e domínio patriarcal despojaram as mulheres do seu poder inato e negaram-lhe até mesmo o seu valor como criadoras e nutridoras da própria vida. No passado eram realizados rituais de renovação e purificação nas Cabanas ou Tendas Lunares, onde as mulheres se isolavam para recuperarem as suas energias e abrir os seus canais psíquicos para o intercâmbio com o mundo espiritual. Após esse período, elas, por estarem com a sensibilidade e intuição mais aguçadas, tinham revelações sobre curas. Infelizmente, a vida da mulher moderna levou-a à perda do contacto e sintonia com o seu corpo e com a energia da Lua. Tal distanciamento gerou problemas em relação ao ciclo menstrual, tais como TPM, cólicas, ciclo desordenado, entre outros, ocasionados pela não-aceitação da sua natureza. Hoje em dia, existem muitos métodos para que a mulher deixe de menstruar e se livre definitivamente desse “incómodo”. Para restabelecer essa sincronicidade natural, a mulher deve reconectar-se à Lua, observando a relação entre as fases lunares e o seu ciclo menstrual. Compreendendo o ciclo da Lua e a relação com o seu ritmo biológico, a mulher contemporânea poderá "cooperar" com o seu corpo, fluindo com os ciclos naturais, curando os seus desequilíbrios e fortalecendo a sua psique, como o explica Mirella Faur, no Anuário da Grande Mãe. Felizmente, existem vários grupos no mundo que trabalham para que o resgate do Sagrado Feminino seja feito, que permitem que a mulher resgate o seu poder pessoal e com isso possa desempenhar de forma mais saudável o seu papel de mãe, esposa, mulher e profissional, tornando-as mais felizes e realizadas.
Simbologia das Deusas Mágicas Ao longo dos séculos, a imagem mítica do 'feminino' evoluiu muito. Primeiro foram as deusas paleolíticas, depois Isthar na Mesopotâmia, Ísis no Egipto e as deusas do mundo clássico... sem nunca ocupar o seu posto original. O mito da deusa perdeu-se e a divindade masculina foi destronando o seu papel. Agora que os modelos do masculino e do feminino confundem-se, torna-se necessário conhecer profundamente qual a natureza da antiga deusa-mãe. As Deusas Mágicas descobrem o nosso autêntico 'eu' e, o que é mais importante, o trabalho interior a realizar para alcançar a felicidade. Desde os tempos mais remotos da humanidade que o papel das Deusas esteve sempre relacionado com a força feminina que interveio na criação do Céu e da Terra. Segundo a cultura, a religião ou a raça, umas falam de virgens, outras da união do yin e do yang (sendo o yin a parte feminina da criação), do eterno feminino divino, da grande 'mãe', de Gaia, da criadora... Nestes tempos de ruptura de modelos e de respeito pela voz das mulheres, a deusa levantou-se do silêncio imposto por certas culturas e religiões e deu lugar a estudos não só de índole espiritual, como também de outras ciências. Isto permitiu descobrir que aquilo em que se acreditava como mito é ao mesmo tempo uma parte muito real do nosso mundo quotidiano. Este sagrado feminino representado pela deusa convida-nos a tentar alcançar um mundo mais rico e equilibrado. A força espiritual que advém do eterno feminino divino, honrado para todo o sempre, permite-nos aproveitar, durante o ano, não só a sua protecção, como também a sua sabedoria quotidiana para fazer do dia-a-dia uma experiência de motivação e estímulo. Isthar, rege Janeiro
Recebemos um novo ano e com ele a esperança de transformação, produtividade e fecundidade. Isthar, senhora da vida, dá-nos as boas-vindas e inspira-nos a sonhar, a planear, a colocar metas, deixando para trás o que cremos estar a impedir o nosso avanço pelo novo ano. Em Janeiro, a deusa manifesta-se com duas caras, que olham para o passado e para o futuro ao mesmo tempo. Representa-se com a lua fria, chamada a lua da renovação da terra. Na Antiguidade semeava-se o trigo nesta época como promessa de abundância e fertilidade para o ano. As suas recomendações: • A pedra de Isthar é a pérola. Use uma joia com uma pérola durante este mês para estimular a actividade em todos os aspectos da sua vida. • Há uma prece que se pode repetir todas as semanas: "Purifico-me de pensamentos negativos, liberto-me dos velhos laços do passado, louvo e solto o passado. Atraio a saúde, a prosperidade e a harmonia. Perdoo-me e perdoo todos os que me rodeiam. Que o meu espírito entre numa nova vida, como a seiva penetra na árvore". • Devemos aproveitar as propriedades curativas que esta deusa tem para as articulações e para a pele, preparando curas de prevenção para algumas doenças (especialmente de pernas e pés). • Podemos misturar óleo de amêndoas e folhas de bétula maceradas, deixando esta mistura num lugar escuro durante três dias. Deve ser usada diariamente, logo depois do duche, massajando a zonas doridas ou os pés e as pernas • Também é boa ideia usar, este mês, um Diário ('diário de Isthar') e escrever nele os nossos propósitos e objectivos para o ano. Podemos forrá-lo com um tecido de cor branca (a cor do mês). A sua mensagem: iniciar, conceber, originar, criar. Brígida (ou Candelária) rege Fevereiro
O nome deste mês deriva da palavra latina februare, que significa purificar, por isso, a deusa Brígida, também conhecida por Belisana ou Brigit, preside a este mês na qualidade de deusa do fogo. A tradição de purificar através do fogo fez com que este seja também o mês das candeias. É o momento em que a terra desperta, mesmo que ainda coberta pelos gelos invernais. A Primavera aproxima-se e convida-nos a viver as emoções, a semear a esperança e a renovação. As suas recomendações: • O dia dois de Fevereiro é perfeito para preparar o 'kildare' ou o 'caldeirão mágico': Arranje um recipiente que suporte o calor, de preferência redondo (que se assemelhe à forma do útero) e ferva sementes de funcho e folhas de hortelã-pimenta. O líquido obtido deve ser servido numa reunião de amigos, como um chá para purificação do corpo. Também pode fazer uma fogueira e sentar-se à volta dela, dando graças à
terra-mãe por tudo o que se tem. Escreva três desejos em papéis coloridos (individualmente) e atire-os para a fogueira para que ardam, atraindo assim a realização dos mesmos. • Durante este mês deveríamos usar com frequência a cor vermelha e ametistas. Estas pedras são igualmente boas para o local de trabalho ou para o quarto de dormir. • Em noites de lua nova pode organizar jantares à luz de velas vermelhas e com pratos à base de pato. • Também pode fazer purificações com fogo em casa, utilizando folhas de louro seco, e repetindo em cada divisão a seguinte prece: "Que este fogo afaste de minha casa tudo o que seja contra a harmonia, a prosperidade e o amor. Que reine a paz para os meus amigos e familiares e para mim também". A sua mensagem: purificar, transformar, renascer e limpar a vida através do fogo, de modo a equilibrá-la. Afrodite rege Março
Este mês deve o seu nome a Marte, deus da guerra. A sua relação com Afrodite (deusa do amor e da transformação e a primeira a mulher que nasceu do oceano da Criação) centra-se na sua força para desencadear paixões arrebatadoras, cujo limite está entre o amor e a guerra. As suas recomendações: • Há que aproveitar este mês para nos transformarmos e nos libertar-mos das feridas emocionais. Podemos ajudar-nos com a seguinte prece: "Senhora do amor, traz a mim a paz e a esperança que brinda ao amor. Afasta da minha alma tudo o que for contra a felicidade e a alegria; para que possa ser amado e amar sem medos". • Este mês, o vermelho continua como a cor de eleição e devem usar-se pérolas e jóias de prata. • Na lua nova organize um jantar com velas brancas e prateadas, rosas vermelhas e pratos à base de leite e carne branca. A sua mensagem: ame plenamente com liberdade e alegria.
Demetér rege Abril
É a deusa grega da agricultura ("deusa mãe" ou "mãe da cevada") que nutre a terra verde e jovem e representa o ciclo da vida e da morte. É a protectora do casamento e preside ao mês de Abril, pois simboliza a porta da vida numa altura em que a Primavera renasce com todo o seu esplendor. Demetér ensinou à humanidade as artes da agricultura: semear, arar, apanhar, etc. Agora, convida-nos a recolher os frutos do que semeámos nos meses anteriores. As suas recomendações: • Devemos preparar um saquinho de tecido verde no qual introduzimos um pouco de mirto. Depois há que dá-lo ao nosso par numa noite de lua cheia, rezando pelo amor e pela harmonia eterna na relação. • Não será de mais associar-se a um movimento feminino ou trabalhar num grupo para apoiar uma causa. • Usar a cor verde, diamantes ou pedras de cristal transparente e queimar muito incenso de salgueiro ou sândalo. A sua mensagem: germinar, florescer, prosperar.
Maya rege Maio
Do grego maia (mãe), assim se chama a deusa sânscrita da ilusão e filha de Atlas (mãe de Hermes). Deusa da Primavera, dadora de vida e destruidora de todo o mal, convida-nos a enfrentar o futuro com optimismo, a levar a cabo novos projectos (inclusive ter um filho). As suas recomendações: • Invoca a mãe divina desde o primeiro dia do mês, dizendo assim: "Mãe divina, que escutas as nossas preces, saudável é a terra, traz a paz a teu ventre, santificada seja a tua divina presença, renova as tuas bençãos por mais um ano, para que possamos reunir as riquezas da vida e conservá-las em tua honra". • Utilize a cor branca e acenda uma fogueira e velas amarelas em sua honra. • Use esmeraldas. Semeie rosas no seu jardim ou varanda ou decore a sua casa ou escritório com flores amarelas. A sua mensagem: não se case em Maio Juno ou Hera rege Junho
Esta deusa romana, que dava o nome ao quarto mês do antigo calendário romano, é a protectora da mulher, da maternidade, dos casamentos e dos nascimentos. Por isso, Juno convida-nos durante este mês a comprometer-nos no que diz respeito ao amor e, inclusive, ao casamento. Além disso, no dia 24 celebra-se o solstício de Verão, que é uma festa para os amantes, para adivinhar o futuro, para acender fogueiras nas quais se deve queimar o velho e começar uma nova vida. As suas recomendações: • Escreva numa folha, com tinta vermelha, três desejos e três nomes de pessoas a quem queira perdoar. Unte-a com mel e queime a folha no fogo na noite de lua nova ao mesmo tempo que repete: "Invoco a grande mãe para que os meus desejos se tornem realidade e para perdoar, construir e receber. Obrigada". • Use cor roxa ou violeta para se purificar. • Prepare cuidadosamente uma pedra de quartzo rosa para sua protecção pessoal • Decore a sua casa e o local de trabalho com lírios A sua mensagem: unir, dirigir e governar Amaterasu rege Julho É a deusa do sol no xintoísmo e na antiga e mítica família real japonesa. O seu nome completo é Amaterasu Ymikani, que significa deusa gloriosa que brilha no céu. E é desde aí que nos convida, este mês, a tirar partido da alegria de viver, da amizade, da família, da diversão, do amor... Segundo as leis japonesas, Amaterasu estava triste por causa da falta de sensibilidade dos humanos e fechou-se na sua caverna. Então, a Terra escureceu e aconteceram muitos desastres. Os deuses, preocupados, celebraram uma festa muito alegre à entrada da caverna e assim que a deusa apareceu a sua imagem reflectiu-se num espelho, renascendo o Sol e a Terra. As suas recomendações: • Podemos fazer um amuleto sob a protecção desta deusa para atrair a prosperidade material e a abundância à nossa vida. Fazemo-lo, introduzindo folhas de freixo e doze moedas douradas num saco feito de tecido ou papel amarelo. Deve ser usado durante todo o mês guardado num local escuro até que se cumpra o desejo de prosperidade material. • Deve usar-se a cor amarela. • Amaterasu convida-nos a usar jóias douradas ou amarelas e figuras ou desenhos alusivos ao Sol. • Se plantarmos uma árvore num local público por onde transitem muitas crianças, contaremos com a boa protecção desta deusa. A sua mensagem: ainda que tudo à nossa volta nos pareça escuro, no final o Sol acaba por aparecer e iluminar a nossa vida. Isis rege Agosto
Há crenças que atribuem o nome do mês de Agosto ao imperador Octávio Augusto, mas muitos vêem a sua origem na palavra latina augur, augurar ou profetizar. Diz-se que durante este mês nasceu no Egipto a deusa negra Ísis, que se especializou em astrologia para profetizar o futuro dos seus filhos. Ísis representa as colheitas e a apanha. É o modelo de mãe e, como tal, da fertilidade, esposa exemplar e arquétipo do amor. Recomendações da deusa: • Devemos ter gestos de gratidão para com a terra, por exemplo, colocar recipientes cheios de frutas da estação na sua mesa, oferecer frutos secos aos seus amigos, etc. • Convém oferecer pão e vinho numa noite de quarto crescente. • Também é bom usar vestuário de cor sépia, em honra da terra, bem como decorar com girassóis os locais mais utilizados da casa. • Usar pedras de quartzo verde, para se proteger. A sua mensagem: paciência, sabedoria e meditação. Yemaya rege Setembro
É a deusa africana que simboliza o princípio da criação, quando a água se cruza com o fogo para dar origem à vida. Simboliza a 'grande mãe nutridora' do céu e da terra. Setembro adopta o seu nome da constelação da Virgem e faz-se representar pela virgem como princípio da criação. As suas recomendações: • Quando a lua estiver em quarto crescente convide os seus amigos para uma noite de festa, oferecendo à deusa frutos do mar, vinho e os seus ganhos (crescimento pessoal, força, obstáculos superados). Ofereça também poemas à grande mãe, ou símbolos, que se possam intercambiar entre todos os participantes da festa. • Use e abuse da cor azul. • Considere a possibilidade de apoiar mulheres que sofram de algum tipo de violência. • Use adornos com a pedra lápis-lazúli. A sua mensagem: agradecer, oferendar.
Circe rege Outubro
Rainha da magia, é a deusa feiticeira que embruxou Odisseia (Ulisses), no relato de Homero. Representa a capacidade inata das mulheres para manusear os elementos e com eles dar a volta às circunstâncias dolorosas, mediante uma oração, um rogo, um pedido de perdão ou um sorriso. Outubro é o mês de Halloween, é o mês das forças ocultas e das bruxas, uma celebração que faz lembrar a natureza feminina dadora de vida a partir do útero (magia pura). As suas recomendações: • Passe uma vista de olhos pelos armários e dê a roupa que já não utiliza há anos. • Inscreva-se num curso criativo (literatura, pintura...). • Use a cor de laranja. • No dia 31 faça o seu próprio ritual para despertar a intuição, acendendo velas brancas e oferecendo à deusa mel e pão doce. • Prepare refeições à base de cevada e de pato. A sua mensagem: limpar e perdoar. Hécate rege Novembro
Deusa antiga, conhecida como a parteira celestial, é a deusa que através da sua sabedoria e experiência governa e transforma os caminhos da vida. As suas recomendações: • Como é um mês de purificação e de protecção espiritual, podemos fazer um ritual, acendendo incenso de rosas e repetindo: "Sou a filha predilecta da deusa, ela me outorga inspiração e protecção. A ela foram concedidos os dons divinos da feminilidade que hoje me são concedidos. Sou poderosa, humilde, e servidora do céu e da terra" • Na noite de lua cheia podemos oferecer crisântemos e velas amarelas para que os nossos antepassados mortos alcancem a paz eterna.
• Devemos dar uso às cores do mês - branco e negro - e às pedras de ónix. A sua mensagem: venere os seus antepassados e imite as suas boas acções. Vesta rege Dezembro
Protectora do fogo de Roma, fecha o ano desintegrando, com o seu poder sagrado, a dor e a escassez, e preparando tudo para o amanhecer de um novo ano, com a promessa de crescimento, prosperidade e transformação. As suas recomendações: • Acenda muitas velas e potencie a alegria. Repita esta prece de agradecimento à deusa pelas suas ofertas ao longo do ano: "Deusa do céu e da terra que com o teu ventre sagrado criaste a lua e o sol, que activaste a humidade através dos mares e dos rios, que trouxeste esperança através do amor, abençoa o passado ano e dá-nos força e esperança para receber o novo com o desejo de poder gozar das bênçãos do teu coração". • Na noite de lua nova, convide os seus amigos a partilhar consigo pão, vinho e uvas. Cada um deve escrever sete desejos num papel e queimá-lo no fogo. • É conveniente utilizar as cores do mês: o vermelho e o verde. • A pedra mais adequada é o rubi.
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