O Bebê de Désirée

December 8, 2018 | Author: Alan Santiago | Category: Love, Science, Philosophical Science, Religion And Belief
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Tradução de Alan Santiago do conto de Kate Chopin...

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O bebê de Désirée (Kate Chopin) Como o dia estava agradável, Madame Valmondé se dirigiu ao L!bri para ver Désirée e o bebê" #la riu ao pensar em Désirée $om um bebê" !inda ontem a pr%pria Désirée era pou$o maior do &ue um bebe'inho ao $avalgar pelas veredas de Valmondé, Monsieur a en$ontrou deitada, dormindo,  sombra do grande pilar de pedras" ! pe&uena a$ordou nos bra*os dele e $ome*ou a $horar por +papá era o mais &ue podia -a'er ou di'er" !lguns pensaram &ue devia ter se desgarrado até lá por vontade pr%pria uma ve' &ue .á estava na idade de enga en gati tinh nhar ar"" /rev /reval ale$ e$eu eu,, a-in a-inal al,, a $ren $ren*a *a de &ue &ue havi havia a sido sido larg largad ada a propositalmente por uma trupe de te0anos, $u.a $arruagem de lona $ru'ou, ao -im do dia, o embar$adouro &ue Coton Ma1s mantinha logo abai0o da planta planta*2o *2o"" 3em demora demora,, Madame Madame Vamon Vamondé dé abando abandonou nou toda toda e &ual&u &ual&uer er $on. $on.e$ e$tu tura ra e0 e0$e $eto to um uma, a, a de &ue &ue Dési Désiré rée e hav havia sido sido en envi viad ada a pe pela la benevolente /rovidên$ia para se tornar a -ilha de sua a-ei*2o, visto &ue n2o tinha tinha -ilhos -ilhos de $arne" $arne" /ois /ois &ue a me menin nina a $res$ $res$eu eu em bele'a bele'a e do*ura do*ura,, deli$ade'a e sin$eridade 4 a idolatria de Valmondé" 52o era de se admirar &ue, de'oito anos depois, num dia em &ue estava re$ostada no mesmo pilar de pedras em $u.a sombra -ora a$hada dormindo, tenha !rmand !ubign6 passado a $avalo, avistado7a lá e $a8do de amores por ela era assim &ue todos os !ubign6 se apai0onavam, $omo se atingidos por um tiro de pistola" O in$r8vel era &ue ele n2o tivesse se enamorado antes, &uando o pai -e' &ue ele a $onhe$esse ao lhe tra'er de /aris, aos oito anos, ap%s a morte da m2e" ! pai02o &ue surgiu na&uele dia, ao vê7la na estrada, o arrastou -eito uma avalan$he ou -eito um rastilho de p%lvora, ou -eito &ual&uer outra $oisa &ue arrase impetuosamente todos os obstá$ulos" Monsi onsieu eurr Valmo almond ndé é -e'7 -e'7se se pra pragmát gmáti$ i$o o e &uis &uis logo logo tudo tudo be bem m ponderado9 isto é, as obs$uras origens da garota" !rmand olhou no -undo dos olhos dela e -e' &ue n2o se in$omodou" Lembraram7lhe de &ue ela n2o tinha nome de -am8lia" Mas de &ue importava um nome se podia dar7lhe um dos mais antigos e altivos altivos de Louisiana: Louisiana: #le en$omendou en$omendou um corbeille de /aris, $onteve7se $om toda a pa$iên$ia &ue p;de até sua $hegada, e, ent2o, os dois se $asaram" Madame Valmondé n2o en$ontrava Désirée e o bebê havia &uatro semanas" !o $hegar em L!bri, arrepiou7se  mera vista do lugar, $omo sempre a$onte$ia" Ve.a estas perninhas, mam2e, e as m2os e as unhas 4 unhas de verdade" ?andrine teve de $ortá7las esta manh2" 52o é mesmo, ?andrine:  ! mulher $urvou o turbante na $abe*a ma.estosamente9 +Mais si, Madame"   +# o .eito de $horar, $ontinuou Désirée, +é ensurde$edor" !rmand o ouviu outro dia  dist@n$ia da $houpana de La Alan$he"  Madame Valmondé n2o tirou os olhos da $rian*a ergueu7a e andou $om ela até a .anela mais iluminada e0aminou o bebê  miBde e, ent2o, perspi$a', mirou ?andrine, &ue tinha o rosto virado para -itar o $ampo"  +3im, a $rian*a $res$eu, mudou, disse Madame Valmondé, devagar, en&uanto tra'ia o menino de volta ao $olo da m2e" +O &ue di' !rmand:  O rosto de Désirée se en$heu de um brilho &ue era a mais pura -eli$idade"  +Oh, !rmand é o pai mais orgulhoso de toda a nossa par%&uia, $reio eu, sobretudo por&ue é um garoto, &ue levará o nome, embora ele diga &ue n2o, &ue também amaria uma menina de modo igual" Mas eu sei &ue n2o é verdade" 3ei &ue ele di' para me agradar" #, mam2e, a$res$entou, pu0ando o torso de Madame Valmondé para -alar num suspiro9 +#le n2o puniu mais nenhum deles 4 nem um Bni$o deles 4 desde &ue o bebê nas$eu" !té 5égrillon, &ue -ingiu ter &ueimado as pernas para es$amotear trabalho e des$ansar ele riu, apenas, e disse &ue 5égrillon era um grande velha$o" Oh, mam2e, estou t2o -eli' até me assusta"  O &ue dissera Désirée era verdade" O $asamento e o posterior nas$imento do bebê amainaram a nature'a bastante imperiosa e e0igente de !rmand !ubign6" /or amá7lo desesperadamente, isso -e' a meiga Désirée t2o -eli'" uando ele -ran'ia o $enho, ela tremia, mas o amava &uando ele sorria, ela n2o rogava bên*2o maior de Deus" #ntretanto, o rosto turvo e belo de !rmand ainda n2o havia se des-igurado por -ran'idos desde o dia em &ue se apai0onara por ela" uando o bebê .á estava $om uns três meses, Désirée a$ordou $om a $onvi$*2o de &ue algo no ar amea*ava sua pa' $oisa, a prin$8pio, muito sutil de $aptar" #ra somente um desassossego, um ar de mistério entre os negros, umas visitas inesperadas de vi'inhos distantes &ue di-i$ilmente poderiam ser responsáveis por apare$er ali" !té &ue houve uma estranha e terr8vel mudan*a na $onduta do marido, sobre a &ual ela n2o ousava pedir e0pli$a*2o" uando ele lhe -alava, era $om os olhos distantes, dos &uais pare$ia ter se e0tinto a velha lu' do amor" !usentava7se de $asa e, ao regressar, evitava sem $onstrangimentos a presen*a dela e do -ilho" O pr%prio esp8rito do Diabo pare$ia ter subitamente tomado $onta no tratamento $om os es$ravos" Désirée era in-eli' o bastante para morrer" 5uma tarde &uente, sentava7se na sala, vestida num pegnoir, e brin$ava indi-erente $om as tran*as do longo e sedoso $abelo $astanho, &ue lhe $a8a sobre os ombros" O bebê, seminu, ressonava sobre a $ama de

mogno, &ue era assim -eito um trono suntuoso $om seu meio7dossel todo a$etinado" m dos mulatinhos de La Alan$he, também seminu, abanava o menino vagarosamente $om um le&ue de penas de pav2o" Os olhos de Désirée se -i0aram tristes, ausentes, no bebê, en&uanto es-or*ava7se por penetrar na névoa amea*adora &ue sentia se apro0imar" Olhava inBmeras ve'es do -ilho para o menino &ue o abanava, de pé, ao lado" +!h>, -oi um grito &ue, ainda n2o podendo $onter, n2o teve a $ons$iên$ia de &ue o havia arti$ulado" , gritou, desesperadamente" +! $rian*a, respondeu ele, leve, +n2o é bran$a isso &uer di'er &ue tu n2o és bran$a"  ! breve ideia de toda a&uela a$usa*2o a enervou a ponto de $riar uma $oragem in$omum para negá7la" +Mentira" 52o é verdade" #u sou bran$a> Olhe meus $abelos, s2o $astanhos e meus olhos s2o a$in'entados, !rmand, vo$ê sabe &ue s2o $in'a" Minha pele é alva, di'ia, agarrando o pulso dele" +Olhe para minhas m2os mais bran$as do &ue as suas, !rmand, riu histeri$amente" +
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