Notícias Da Violência Urbana

June 6, 2019 | Author: Rodson Juarez | Category: Journalism, Rio De Janeiro, Newspapers, Geography, City
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Apresentação realizada ao bacharelado em Segurança Pública e Social da UFF...

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Notícias da Violência Urbana: um estudo antropológico hierarquização das das notícias"; "A SILVA, Edilson Márcio A. "Critérios de seleção e hierarquização construção da violência urbana como problema público: o jornal como ator  político" e "Considerações finais". In.: Notícias da Violência Urbana: um estudo antropológico. Niterói: EDUFF, 2010

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Notícias da Violência Urbana: um estudo antropológico Critérios de seleção e hierarquização das notícias •

 A construção da violência urbana como  problema público: o jornal como ator político; e •

Considerações finais



CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO DAS NOTÍCIAS Do levantamento à apuração das notícias



Da escolha do lead à redação final das reportagens



Na Local são desenvolvidas inúmeras atividades e rotinas profissionais. •

Reuniões de pauta da editoria (temas de potencial noticiabilidade) •

Avaliação da relevância no lugar do jornal em que devem ser publicados. •

Espaço mais nobre e valorizado: primeira página; ou o “abre” de cada categoria •

Hierarquias internas A escolha das prioridades



As relações sócio-profissionais na Local



O caso do “barulho Lagoa” X “crescimento da violência”



O “editor quis” direciona os destaques



“Isso não é notícia” deprecia a matéria (interesse do editor)



O sistema hierárquico vigente na Local não só influencia



Chega a direcionar o processo de produção das notícias



Aparente estrutura horizontalizada e polifônica



Figura do editor “todo-poderoso” (como no passado)



“Ele manda e eu faço”; “O editor manda na Local”



“Reco” – recomendação com pesos diferentes?



Campo jornalístico como campo de poder (Bourdieu)



Situação sócio-espacial da notícia •

“Palavrinhas mágicas: Jardim Botânico”

Importância da localidade na qual o fato noticoso ocorre



Análise (hegemônica) conforme o público leitor



“O leitor do jornal, a maior parte é Zona Sul (...) tem mais visibilidade” •

“voltado para classes A e B, que vivem na Zona Sul” (produtora)



Seleção e hierarquização das notícias pelo critério geográfico (relevância) •

Clientes preferenciais: “Zona Sul vende notícias, vende jornal (...) essa é a verdade” •

A lógica localista está naturalizada



Situação sócio-espacial da notícia Zona Sul e Barra da Tijuca recebem tratamento privilegiado (notícias) •

“interesse das ‘pessoas em geral’, mas direcionam localmente”



Identificação da “geografia dominante”



Dona Alzira: a leitora ideal (mulher de classe média que mora na Tijuca) •

Escolha de um interlocutor médio



Público leitor em relação dialética com o jornal (sofre e produz efeitos) •

Coberturas de segurança pública •

Multiplicidade de orientações na produção da notícia



Visões diferentes (parcialmente resolvidas pela hierarquia)



Migração do termo “reportagem policial”



Surge a “cobertura de segurança pública”



Processo de democratização (mancha nas reportagens policias)



“nome mais pomposo” (produtor)



“questão de governo... ‘Segurança Pública’ dá voto” (protege o cidadão)



Ascensão da cobertura moderna não substitui a anterior (complementa)



Mais que comentar fatos criminosos (ponto de partida - factual)



Sistematizam um conjunto de informações (essa nova modalidade)



Cria-se um diferencial entre os jornais que ficam somente no factual



Diálogos com as políticas de Segurança Pública

A CONSTRUÇÃO DA ‘VIOLÊNCIA URBANA’ COMO PROBLEMA PÚBLICO: O JORNAL COMO ATOR POLÍTICO Rio de Janeiro como cidade violenta (representação)



Representação com diversos discursos sociais



Noticiários como mecanismo de construção simbólica (cotidiano)



Maior espaço conferido à Segurança Pública no RJ do que em outras capitais •

Interesse diferenciado da grande mídia nos problemas cariocas



Outras cidades de grande e médio porte apresentam problemas semelhantes •

Rio como “utopia urbana” (Misse)



Criação de estereótipos + Percepção e difusão radicalizadas



“O jornal não exacerba da violência” (podutor)



As ruas do Rio como o lugar da “descidadanização” (O’Donnel)



Ampliado pela retratação dos jornais

Dois pesos, duas medidas: representações da ‘violência urbana’ na imprensa do RJ e de SP Rio mais focado na noticia de crime do que São Paulo (por exemplo)



Percepção de uma diferença geográfica



Centralidade e periferia (na visão do produtor)



Noticia o que “aparece mais” (mais no Rio)



Em São Paulo não se tem favelas no zona mais rica da cidade



Geografia de SP e violência: periferia (grupos sociais específicos)



No Rio, difusão social e geográfica (maior vulnerabilidade geral)



Fenômenos diferentes, cuidados diferentes (entrevistados)



“Você tem que mostrar a realidade, para resolver isso” (produtor)



Aumento de crimes de sequestro em SP, mas sem noticiarem



Há um posicionamento político mais claro no Rio que em SP



Há uma maior cobrança do desempenho das autoridades



Jornalismo e protagonismo social Cenário excepcionalmente violento



A função social dos jornalistas: (tentar) “publicar a verdade”



“Triste do país que precisa de uma imprensa pra fazer o papel dos outros” (produtor) •

Máximas: “interesse público” e “compromisso com a verdade”



Quando as instituições não funcionam, a imprensa denuncia



Admissão de uma função mais abrangente do que informar



Protagonismo diante de demandas sociais (interesse público)



Alguns órgãos só funcionam quando a “imprensa vai em cima” (produtor) •

Fazer X Não fazer: seria publicado



“Interesse público” ou interesse do público (leitor)? •

Capacidade da grande imprensa de agendar políticas públicas



Reconhecimento do Público leitor e de agentes do Estado



“Nós geramos as informações de interesse público” (entrevistados)

Jornal e jornalista: autoridade específica para participar da discussão dos problemas sociais •



E mais: acaba definindo as prioridades



“o jornal reflete muito o que seus leitores pensam” (produtora)



Mais que circular informações: processo produtor de significações



Defensores do “público”?

“A gente não está aqui pra fazer a vontade da classe média” (entrevistado) •



Imprensa como portadora do discurso legítimo (discurso “autorizado”)



Autoriza a reivindicação de causas de interesse geral da nação

CONSIDERAÇÕES FINAIS Substituição das “reportagens policiais” pela “cobertura de segurança pública” Relevância da “violência” e reflexões sobre “qual violência” A “violência” deixa de ser tratada como algo episódico ou segmentado A penetração social do jornal acaba pautando outros jornais, com outras penetrações Construção de um discurso único (capital simbólico, hierarquizante) Legitimação (generalização) de temáticas pontuais: interesse público? Sistema de valores que referencia ações de um grupo de jornalistas “Violência urbana” como um “problema público” (percepção construída) Afinal, “a vida coletiva é feita de representações” (Durkheim) •

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CONSIDERAÇÕES FINAIS A construção e um “inimigo público difuso” (jornais, polícia, bandidos, justiça) •

Demanda por uma resposta institucional



A relevância da “violência urbana” varia com a sua difusão



“o leitor lê o que a gente quer que ele leia!” (produtor da Local )



Difusão de uma visão da realidade (re) cria a realidade



“só pela função de informar, você já tá desempenhando um papel político, você já tá formando opinião. Formou opinião, você já tá desempenhando um papel político” (produtor). •

Notícias da Violência Urbana: um estudo antropológico SILVA, Edilson Márcio A.

OBRIGADO! Jonas Quintanilha Rodson Juarez

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