Noções Gerais Sobre a Pele e Sua Integridade

May 23, 2018 | Author: Liliana Grade | Category: Skin, Inflammation, Earth & Life Sciences, Biology, Medical Specialties
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Programa: Programa Operacional do Potencial Humano Eixo Prioritário: 2 – Adaptabilidade e Aprendizagem ao Longo da Vida Tipologia de Intervenção: 2.3- Formações Modulares Certificadas Entidade Beneficiária: Fundação São Barnabé Entidade Formadora:  SOPROFOR – Sociedade Promotora de Formação, Lda. UFCD: 6569 – Noções gerais sobre a pele e sua integridade Área de Formação: 729 - saúde Carga Horária: 25h Código Referencial de Formação: 729281  – Técnico/a Auxiliar Auxiliar de Saúde Nível de Formação: 4

Noções Gerais sobre a Pele e sua Integridade

Formadora: Liliana Grade

A Pele

A Pele

A Pele PELE epiderme derme GLÂNDULAS sudoríparas sebáceas mamárias PÊLOS UNHAS

A Pele •Órgão externo que reveste e delimita o organismo, protegendo-o

através das inúmeras funções de relação com o exterior •Maior órgão do corpo (2 m2 no adulto) •15% do peso corporal

A Pele FUNÇÕES: Barreira física  Termorregulação  Funções imunitárias  Funções metabólicas  Órgão dos sentidos  Protecção da desidratação 

A Pele HISTOLOGIA DA PELE: •Epiderme •Derme •Hipoderme

A Pele CAMADAS DA PELE: EPIDERME

A Pele CAMADAS DA PELE: DERME

A Pele CAMADAS DA PELE: HIPODERME

A Pele Células da Pele

Queratinócitos

Melanócitos

Langerhans

Merkel

A Pele Células de Merkel: Localizadas na camada mais profunda da epiderme da pele glabra  Importante papel sensorial - mecanorreceptores  Cerca de 3% do conjunto de células da pele  Fazem parte do sistema neuro-endócrino (APUD). 

A Pele Melanócitos: •Ficam junto à membrana basal e emitem prolongamentos que lhes permitem

depositar a melanina dentro das células da camada basal e espinhosa •Melanina – pigmento castanho escuro •Protecção contra a radiação ultravioleta

A Pele COR DA PELE: •Influenciada por muitos factores: quantidade de melanina e caroteno,

quantidade de capilares e cor do sangue que os percorre •Varia entre os indivíduos e de acordo com a parte do corpo •Nº de melanócitos é igual em pessoas de pele clara ou morena; o que

determina esta diferença na cor da pele relaciona-se a quantidade de melanina produzida e sua distribuição na epiderme •Factor genético é imperativo, mas pode-se estimular a produção de

melanina pela pele através dos raios solares.

A Pele COR DA PELE: •Albinismo é a incapacidade hereditária de um individuo em

produzir melanina (pele, pêlos, olhos) • A melanina tende a formar-se em manchas – as sardas. •Na exposição repetida ao sol aumenta o número e a intensidade da melanina. •O excesso leva a cancro de pele que envolve as células basais e escamosas •O pigmento caroteno é encontrado no estrato córneo e nas áreas

gordurosas da derme

A Pele Células de Langerhans: 



 



Arredondadas, citoplasma claro, encontradas na periferia do estrato espinhoso. Semelhantes aos melanócitos, porém são mais constantes (os melanócitos estão sujeitos a diferenças regionais) Derivam da medula óssea Possuem receptores na superfície para as respostas imunológicas semelhantes aos que caracterizam as superfícies dos macrófagos. Facilitam ou colaboram com os linfócitos T nas respostas de rejeição a enxertos e são facilmente lesados pela radiação UV

A Pele - Anexos PÊLOS: •Finos bastões de queratina •Origem no folículo piloso •Músculo erector e glândula sebácea na base •Isolamento, protecção, recepção sensorial

A Pele - Anexos GLÂNDULAS SUDORÍPARAS: •Glândulas epiteliais dispersas na pele •Écrinas – respondem ao aumento da temperatura corporal (suor) •Aapócrinas – tornam-se activas na puberdade (odor corporal) •Podem responder à dor, medo, emoções •Glândulas sudoríparas modificadas: •Ceruminosas – cera no ouvido •Mamárias – leite

A Pele - Anexos GLÂNDULAS SEBÁCEAS: Glândulas holócrinas associadas aos folículos pilosos  Sebo  –  mistura de material gorduroso e restos celulares  Sebo mantém a pele e os pêlos macios e impermeáveis  Acne – excesso de secreção de sebo 

A Pele - Anexos UNHAS: Protecção  Estabilidade  Manipulação de objectos  Origem no leito ungueal  Lunula é a zona de crescimento mais activo  Células epiteliais dividem-se e tornam-se queratinizadas  Em toda a vida a unha pode crescer 42 metros 

A Pele  Alterações Dermatológicas decorrentes do envelhecimento

“ Envelhecemos como Vivemos ” Dra Dolores Gonzalez Fabra

A Pele  Alterações Dermatológicas decorrentes do envelhecimento

Escolhemos diariamente como queremos envelhecer ! Escolhemos se queremos : - Abusar do sol ou NÃO - Fumar ou NÃO - Ser sedentário ou NÃO - Alimentos gordurosos ou NÃO - Abusar de bebidas alcoólicas ou NÃO - Previnir ou ter controle de doenças sistémicas como diabetes , hipotiroidismo , etc...

A Pele  Alterações Dermatológicas decorrentes do envelhecimento

Envelhecimento da Pele é igual : Envelhecimento cronológico + fotoenvelhecimento + envelhecimento devido á diminuição hormonal + envelhecimento por doenças não controladas + envelhecimento por maus hábitos.

A Pele  Alterações Dermatológicas decorrentes do envelhecimento

Portanto as alterações do envelhecimento são decorrentes das: I.

Alterações gerais do Envelhecimento do organismo

II. Alterações Dermatológicas do Envelhecimento

A Pele  Alterações Dermatológicas decorrentes do envelhecimento

I.

Alterações gerais do Envelhecimento do organismo Na pele senil ocorrem dois componentes distintos que alteram sua aparência e textura:

Envelhecimento Intrínseco Fotoenvelhecimento

A Pele  Alterações Dermatológicas decorrentes do envelhecimento

II. As alterações dermatológicas do Envelhecimento são decorrentes principalmente de : 1. Fatores hormonais (diminuição dos níveis de estrógeno e progesterona) 2. Fatores genéticos (envelhecimento cronológico- devido à idade) 3. Fatores ambientais (sol – fotoenvelhecimento) 4. Hábitos da paciente (fumo, abuso do álcool ,atividade física, alimentação) 5. Condições Gerais dos outros órgãos ( hepatite, aterosclerose) 6. Doenças cutâneas ou sistêmicos associados (Diabetes , ou hipotiroidismo , Melanoma , carcinoma espinocelular , carcinoma basocelular).

Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea Higiene e Hidratação da Pele Cuidados a ter no tratamento da pele envelhecida    Usar cosméticos contendo extractos de plantas contendo inibidores de radicais livres.  Empregar cosméticos com proteínas vegetais e com extractos ricos em isoflavonas (moléculas com acção estrogénica).  Usar cosméticos contendo extractos vegetais com teores elevados + em ácidos gordos essenciais capazes de restaurarem a barreira epidérmica.  Empregar cosméticos contendo extractos cujos constituintes sejam estimulantes celulares e que activem a microcirculação.  Usar cosméticos com protectores solares, de preferência naturais.

Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea Vestuário     

Roupa inapropriada (ex: apertada);  Lençóis enrugados;  Fricção de sapatos contra a pele; Deve-se ter em atenção:   Exposição prolongada à humidade (sudação frequente, urina ou fezes).

Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea Alimentação e Hidratação 







As Proteínas são fundamentais para a regeneração tecidular e estimulam a função imunitária. A Arginina aumenta a irrigação na área da ferida e facilita a regeneração do tecido. As vitaminas, principalmente a Vitamina C, ajudam na anulação dos radicais livres obtendo-se uma melhor síntese de colagénos. O Zinco facilita a mitose, com consequente aceleração do processo cicatricial.

Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea Mobilidade e alternância de decúbitos

Técnicas de posicionamento dos doentes:  







Evitar arrastar o doente – levantar! Distribuir o peso do doente no colchão, evitando zonas de pressão. Colocar o doente em posições “naturais”. (respeitando o alinhamento corporal). Não elevar a parte superior da cama mais que 30-35º quando o doente estiver em posição lateral, de modo a evitar pressão de deslizamento. O tempo que um doente pode permanecer em qualquer posição, depende dos meios e materiais usados, posição e estado geral.

Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea Manutenção de um ambiente seguro    

Evitar barreiras arquitectónicas Realizar adaptações técnicas Dispor de espaços físicos específicos Manter o nível sensorial

Ferida Aguda Vs Ferida Crónica Ferida Aguda

Tempo Ferida Cronica

Ferida Aguda Vs Ferida Crónica FERIDA AGUDA

FERIDA CRÓNICA

Disrupção da integridade da pele e tecidos

O processo normal da cicatrização está

subjacentes que progride segundo um processo

alterado num ou mais pontos das fases de

de cicatrização

cicatrização

(Bates Jensen & Wethe 1998)

(Price & Enoch 2004)

São classificadas de acordo com o tipo de lesão,

São classificadas de acordo com a patologia de

exemplo: cirúrgica, traumática

base, exemplo: úlceras venosas, úlceras de pressão

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO Ferida Aguda Hemostase

Inflamação

Proliferação Migração

Hemostase    o     ã    ç    a     l    e     d    o    m    e     R

Ferida não Cicratizante

Proliferação Migração Remodelação

I    n  f    l     a  m  a   ç   ã    o 

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO A cicatrização é um processo sequencial de fases sobrepostas em cascata que conduzem à reparação dos tecidos lesados.

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO A cicatrização é um processo sequencial de fases sobrepostas em cascata que conduzem à reparação dos tecidos lesados.

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO “O processo de cicatrização está

 poderosamente programado e é muito difícil de obstruir, mas tem os seus inimigos.”  Majno G, Joris I. 2004

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO Cicatrização da úlcera aguda

Cicatrização da úlcera “crónica” Tipo de células envolvidas

Plaquetas

Hemostase

Plaquetas Macrofagos Neutrofilos

Inflamação

Macrofagos Linfocitos Fibroblastos Células epiteliais

Proliferação

Remodelação

Fibroblastos

Horas

Dias

Semanas

Dias Semanas

Anos

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO Cicatrização da úlcera aguda

Cicatrização da úlcera “crónica” Tipo de células envolvidas

Plaquetas

Hemostase Estímulo inflamatório persistente

Inflamação

Plaquetas Macrofagos Neutrofilos Macrofagos Linfocitos Fibroblastos Células epiteliais

Proliferação

Remodelação

Fibroblastos

Horas

Dias

Semanas

Dias Semanas

Anos

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO Cicatrização da úlcera “crónica” Tipo de células envolvidas

Plaquetas

Hemostase

Plaquetas Macrofagos Neutrofilos

Inflamação

Macrofagos Linfocitos Fibroblastos Células epiteliais

Proliferação

Fibroblastos

Remodelação Dias Semanas

Anos

Cicatrização Estímulo inflamatório persistente •Trauma • Isquemia • Infecção

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO A ferida “crónica” fixar-se num persistente estado de inflamação crónica, causado por elevados níveis de citocinas pró-inflamatórias e diminuição da actividade dos factores de crescimento: • Aumento dos neutrófilos • Elevada produção de citocinas pró -inflamatórias • Os macrófagos chegam tarde, fagocitose é prejudicada • Liberação de proteases, causam destruição da MEC

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO Características das feridas na fase inflamatória • • •

Vermelhidão, dor, calor e inchaço  Dura cerca de 4 a 5 dias Inicia o processo de cicatrização pela estabilização da ferida através da atividade das plaquetas que páram a hemorragia e desencadeiam a resposta imune.

PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO OXIGÉNIO • Os fibroblastos são sensíveis ao oxigénio • PO2 expressão de proteínas da matriz e < resposta aos factores de crescimento Fibroblastos envelhecem precocemente 



1.células dividem-se futilmente e capacidade proliferativa 2.microambiente da ferida conduz à senescência

CICATRIZAÇÃO ANORMAL – FERIDAS CRÓNICAS LESÃO TECIDULAR Radicais livres  Proteases  Edema  Isquémia  Diminuição do aporte nutrientes 

CICATRIZAÇÃO ANORMAL – FERIDAS CRÓNICAS LEITO DA FERIDA FIBRÓTICO, COM TECIDOS NECROSADOS 

Importância do desbridamento; enxertos de pele !!!

FACTORES QUE PERTURBAM A CICATRIZAÇÃO SISTÉMICOS •Idade •Nutrição •Vit. C e A; zinco, ferro •Trauma •Doenças metabólicas •Diabetes mellitus •Patologia da tiróide •Imunossupressão •Doenças do tecido conjuntivo •Tabaco •Medicação •Corticóides, doxorrubicina…

LOCAIS •Lesão mecânica •Infecção •Edema •Isquémia/necrose •Agentes tópicos •Radiação ionizante •Diminuição tensão de O2 •Corpos estranhos

FACTORES QUE PERTURBAM A CICATRIZAÇÃO IDADE Cicatrização mais difícil nos idosos  Alterações quantitativas e qualitativas do colagénio  Perturbação da angiogénese  Diminuição dos níveis de múltiplos factores de crescimento  Perturbação da actividade inicial dos macrófagos  Maior actividade das metaloproteases  Menor resposta à hipóxia 

FACTORES QUE PERTURBAM A CICATRIZAÇÃO HIPÓXIA 

 



O2 é essencial para os processo de inflamação, angiogénese, epitelização e deposição matricial Deposição de colagénio é directamente proporcional à PO2 Anemia, em contexto de normovolémia, só afecta significativamente a síntese de colagénio se Ht
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