Noel-Rosa-3
April 18, 2017 | Author: Julia Bezerra | Category: N/A
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Produzido por
Almir Chediak
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Lumiar Editora
Songbook
Volume 1
Noe! Rosa
Volume 2
Noel: um gênio modernista Almir Chediak O eterno jovem Sérgio Cabral Entrevista: Lindaura Rosa
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MÚSICAS
Noel: um gênio modernista Almir Chediak O nome da rosa Mathilda Kóvak Entrevista: Dorival Caymmi
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MÚSICAS
A.b.surdo Ao meu amigo Edgar Arranjei um fraseado
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Adeus A-e-i-o-u A melhor do planeta Araruta Até amanhã Cidade mulher Com mulher não quero mais nada Cor de cinza Dama do cabaré De babado Espera mais um ano Estátua da paciência Eu vou pra Vila Festa no céu João Ninguém Malandro medroso Meu barracão Minha viola Mulata fuzarqueira Não digas Nunca, jamais O maior castigo que eu te dou O orvalho vem caindo Para me livrar do mal Pastorinhas Pela décima vez Pra esquecer Provei Quantos beijos! Que baixo! Quem dá mais? Retiro da saudade Seja breve Seu Jacinto Só pode ser você Triste cuíca Último desejo Vai haver barulho no chatô Vitória Você é um colosso
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Songbook Noel Rosa em disco Discografia
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lCUS saud açoes C or diai Dona Emília Estamos esperando Estrela da manhã Felicidade Fita amarela
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Mas como, outra vez? Mentir ; Na Babia Não faz, amor
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~~~e~q~ea~~~!~u"::::::::::::: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Onde está a honestidade? O Para atender a pedido O Pela primeira vez O Por causa da hora O Positivismo O Primeiro amor O Quando o samba acabou O Quem não dança O Que se dane O ~;'o~:o:~~~~a·· ..:
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Século do progresso Silêncio de um minuto -:TA .
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Vai pra casa depressa Vejo amanhecer Você vai se quiser
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Songbook Noel Rosa em disco Discografia
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Songbook
Volume 3 6
Noel: um gênio modernista Almir Chediak A lira independente Muni: Sodré Entrevistas: Tom Jobim........ João de Barro
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MÚSICAS Amor de parceria Ando cismado A razão dá-se a quem tem Boa viagem Cabrocha do Rocha Capricho de rapaz solteiro Cem mil réis Conversa de botequim Dona Araci E preciso discutir Esquina da vida .. Eu sei sofrer Feitiço da Vila '? Feitio de oração c................................................ Filosofia :............................ Fui louco Mais um samba popular
23 26 29 32 35 37 44 40 47 50 53 56 59 65 62 68 71
NoeJ Rosa
Mão no remo Meu sofrer Mulato bamba Não resta a menor dúvida O que é que você fazia? O 'x' do problema Palpite infeliz Picilone Pierrô apaixonado Pra que mentir? Prato fundo Prazer em conhecê-Io Quem não quer sou eu Quem ri melhor Rir Samba da boa vontade
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~~op~~~~l~~:~as.::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::.::::::::::::::: Tarzan (o filho do alfaiate) .. Tipo zero Você, por exemplo Você só mente Voltaste Songbook Noel Rosa em disco Discografia
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1991 • Os copyrights das composições musicais inseridas neste álbum estão indicados no final de cada música.
o Diagramaçâc Tonico Fernandes
e produção
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Revisão de texto: Tereza Cardoso
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o Arle-linal: Mussuline Alves
Editor responsável: Almir Chediak Coordenação editorial: Sonia Regina Cardoso
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Projeto gráfico: Fernando Pena e Almir Chediak
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Capa: Bruno Li berati
grá1ica:
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Participaram da produção deste Songbook : Leticia Dobbin. Fátima Pereira dos Santos. Marília Mattos Cunha, Jacob Lopes e Lou Nogueira
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Composição gráfica dos acordes letras com cifras: Multiformas
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Confecção e revisão de partituras: Adamo Prince, Fred Martins, Guilherme Mayah, Horondino Reis. Lúcio Duval e Ricardo Gilly
Composição gráfica das partituras. Didado Azamouja e Edu Mello e Souza
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Fotocomposição: Central Editora Gráfica LIda.
Supervisão lan Guest
musical:
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• Reprodução das foi os utilizadas: Adyr, Beti Niemeyer, Márcio RM. Ronaldo, Manhães, Campanella Neto e Brígida
• Direitos de edicão para o Brasil: Lumiar Editora. R. Elvira Machado, CEPo 22280. Rio de Janeiro Tel.: (021) 541-4045 e 295-8041
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feitura deste songbook foi bem mais trabalhosa do que eu esperava. A começar pela definição do repertório, que a princípio seria de 80 canções, escolhidas por mim, com a ajuda do pesquisador Jairo Severiano e do jornalista Sérgio Cabra!. Com o passar do tempo, e à medida que ia me aprofundando no estudo da obra de oel, mais vontade tinha de acrescentar músicas ao repertório original, um desejo que foi ficando incontrolável: de 80 canções passou para 92, depois 102, 114 e acabou com 120 músicas. distribuídas em três volumes, com 40 canções cada. As mú icas foram escritas a partir das gravações originais, sendo que boa parte cantada pelo próprio Noel ou por seus principais intérpretes, como Araci de Almeida, Francisco Alves, Almirante, Marília Batista, Mário Reis, Sílvio Caldas e Orlando Silva. Quase todas essas gravações me foram cedidas pelo pesquisador Jairo Severiano, um material riquíssimo que me poupou muito trabalho.
Na notação das músicas para este songbook, foram mantidas a melodia. o ritmo e as harmonias originais. Tais harmonias são genialmente bem feitas. ricas na condução dos baixos e na utilização dos acordes invertidos e diminutos. Possuem tamanha criatividade que muitas parecem d finitivas , como por exemplo Conversa de botequim ou Cem milréis, harmonizadas por Vadico e tão bem acabadas que fica difícil criar uma nova harrnonização com resultado semelhante. Outro aspecto que marca este songbook é o fato de as músicas estarem representadas graficamente de forma diferente dos demais. A começar pela inclusão de textos que comentam cada música, escritos por Sérgio Cabral, que dão ao leitor informações precisas obre cada canção. Outra inovação é a colocação da letra abaixo das notas. Isto se fez necessário porque nas canções em que uma parte da música é repetida com letra diferente, oel tende a mudar o
iii1lôl ritmo ou mesmo a melodia. São pequenas modificações, mas que de alguma maneira teriam de ser anotadas, caso contrário o leitor não tocaria exatamente como Noel compôs. Algumas canções são repetidas com novas harmonizações criadas por importantes compositores e intérpretes da nossa música. Mostrando, as im, um Noel revisitado - quase 60 anos depois de sua morte - numa releitura que vai de Tom Jobirn a Eduardo Dusek. Noel foi o primeiro compositor modernista da música brasileira e continua sendo, hoje, tão moderno quanto muitos dos nossos compositores contemporâneos. Agradeço à dona IJka, viúva de Almirante, que me cedeu um material de pesquisa importantíssimo. passado ao Almirante por dona Marta, mãe de Noel, após sua morte, consistindo de fotos, recort s de jornais. letras de canções manuscritas por oel,
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slides. a bengal inha ganha aos nove anos de idade e
o tinteiro em forma de automóvel. Agradeço, também, à Lindaura, viúva de Noel. Ao seu editor original, o maestro Estevão Mangione, por autorizar a publicação das cançõe . Ao jornalista Sérgio Cabral, pela ajuda na escolha do repertório, na edição dos texto . na pesquisa de fotos e di cografia. Enfim, agradeço a todos que colaboraram direta ou indiretamente para que este songbook se tornasse realidade.
Almir Chediak
Songbook o Noel Rosa
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ara quem admite a hipótese da reencarnação, esta outra seria bastante provável: Chico Buarque é Noel Rosa redivivo. Há quem a isso objete, entretanto. Estes dirão que a singularidade de Noel é de tal ordem que se torna necessário 'reencontrá-lo' em outros compositores contemporâneos para que, dos termos da comparação, alguma luz se faça sobre a dinâmica criativa do "poeta da Vila". Com Chico Buarque, há de fato muita coisa em comum. Para começar, raros são os brasileiros que não terão ouvido falar de Chico ou de Noel. Raro também é o pesquisador ou crítico de música popular deixar de arriscar associações entre um e outro. Subjaz a essas referências um lirismo todo especial. Lírico, sabe-se, é o texto em que o 'eu' - a manifestação de uma subjetividade - exprime estados de alma, faz cantar a sensibilidade. O afetivo e o íntimo aliam-se para desobjetivar o mundo, quer dizer, torná-I o menos definido, mais fluido, mais permeável à ambivalência do sujeito humano. No lírico, é a alma que promove a fusão do sujeito com o objeto do passado com o futuro. 'Recordação' já foi apontada como palavra-chave do lirismo, no sentido radical de devolver as coisas ao coração, abolindo as diferenças entre o mundo interno e externo.
Com Noel define-se a cor brasileira da vida na cidade Na letra e música de Chico Buarque, em sua canção, o 'eu' lírico afirma-se, não pela mera expressão sentimentalista de uma alma individual, mas pela identificação com um espaço social, onde a existência se reorganiza pela poesia - o samba, para ele. Samba é aí a metáfora de saída da angústia gerada por um socius e um quotidiano sem plenitude existencial. Neste movimento criativo, há seriedade crítica, elaboração lingüística e busca de uma tensão poética, que conferem uma certa intransitividade ao texto de Chico, mas ao mesmo tempo o colocam no lugar próprio aos líricos da boa estirpe modernista. Com 'intransitivo' queremos designar um 'falar sobre' o mundo: a moça triste na janela, o sabiá, o operário que cai na
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contramão atrapalhando o tráfego são construções de uma subjetividade e não vivências ou con-vivências externas. este processo, são interlocutores de Chico tanto o homem comum quanto a própria poesia enquanto projeto de reflexão sobre o mundo. oel Rosa, ao contrário, é bastante 'transitivo', ou seja, fala a partir de uma vivência num certo quotidiano (não fala 'sobre'), fala o mundo, como o trabalhador quando se refere à operação de trabalho. Por outro lado, sua veia lírica é formalmente mais romântica do que moderna, no sentido de que o espaço externo (a cidade, com suas dores e alegrias) achase objetivamente estruturada, e o poetacompositor pode sentir-se à vontade para assumir os significados correntes. Nesses significados é que transparece o cunho modernista de Noel- as indicações quanto à especificidade brasileira da vida na cidade. De fato, a composição noelina expressa de modo marcante aspectos da ligação entre a atmosfera afetiva da integração de grupos sociais diversificados no espaço da cidade e o senti-
mento lírico. Ela ajuda a fazer trânsito do ethos negro para a classe média, acolhendo desta maneira a ideologia do populismo nacionalista, ascendente em sua época, a da Primeira República. Vale a pena lembrar que Noel Rosa nasceu pouco mais de uma década depois da proclamação da República no Brasil. Tratou-se de ato do Exército, não do povo. Este assistiu a tudo 'bestializado' (na expressão de Aristides Lobo), acreditando que se tratava de uma parada militar. Nas décadas seguintes, sob a égide do lema positivista 'ordem e progresso' e de uma Constituição liberal, mas controlado de fato por oligarquias estaduais, o regime republicano mostrou a sua face excludente. Facilitavam-se os negócios das empresas nacionais e estrangeiras, dificultavam-se as condições de vida e de trabalho. Em suma, o povo ficava de fora, 'bestializado'. As canções de Noel não fazem referência direta à ordem político-econômica vigente, a não ser quando incorporam, a título de significados correntes, em geral com filigranas irônicas, moti-
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Noel Rosa Arouivo Almirante
Reprodução de manuscriro de Noel com o que ele chamou de "Revista radiofônica".
em dois atos. escrita em 1935. intitulada Ladrão de galinha.
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o Noe!
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vos temáticos da época. Tome-se Positiv i smo como exemplo. A doutrina comtiana é aí posta à distância desde o verso inicial"A verdade, meu amor, mora num poço" - até aquele que manda o "coração que não vibra" transformar "mais outra libra em dívida flutuante". Na lírica noelina, a ideologia patrona do Exército e da República só tem mesmo lugar como mote gozador.
Noel pontificava entre os boêmios e seresteiros da Vila Quanto mais se ouvem as canções de Noel, mais evidente se torna que o compositor da Vila não apostava em nada do status-quo; que ele tinha plena consciência da distância do povo com relação à ordem oficial das coisas. Isto transparece numa lírica vazada entre o irônico e o divertido, capaz de fazer compreender que mesmo a pretensa autoridade, o pequeno representante do poder é tão desabrigado quanto o cidadão comum: "Meu cortinado é o vasto céu anil/E o despertador é o guarda civil/Que o salário ainda não viu!" (O orvalho vem caindo). Mas o tom pode às vezes mudar para o corrosivo, como no caso do horário de verão: "Com o adiantamento de uma hora/Como vou pagar agora/Tudo o que comprei a prazo/Se ando com um mês de atraso?/Eu que sempre dormi durante o dia/Ganhei mais uma hora pra descan 0/ Agradeço ao avanço/De uma hora no ponteiro/Viva o dia brasileiro!" (Por causa da hora). O que realmente mobilizava o compositor era a cidade enquanto comunidade, metaforizada no bairro, com destaque para Vila Isabel. Este bairro é o espaço externo de articulação do sentido lírico atribuído por Noel às relações humanas, à festa, ao samba. É um espaço cultural, de resistência, uma 'cidade independente', como ele define em Palpite infeliz. A que se resistia? Ao atordoamento inicial das inovações, mas também ao domínio colonial interno. Assim, frente às duas principais oligarquias da República, podia-se cantar: "São Paulo dá café/Minas dá leite/E a Vila Isabel dá samba" (Feitiço da Vila). Em última análise, a resistência visava mesmo tudo aquilo que ameaçava a Cidade de perda da urbanidade tradicional: a transformação de seu centro por reformas modernizadoras, mas autoritárias; a dispersão da comunidade dos bairros por pressão das migrações internas; a 10
coerção no interior das fábricas e empresas, onde os empregados podiam ser demitidos verbalmente, sem qualquer tipo de indenização. A 'recordação' lírica incide sobre essa Cidade-Bairro evanescente. Por isso, Noel reage, lírico-romanticamente, ao açodamento de algumas das transformações trazidas pela modernização. O cinema falado e o rádio poderiam estar começando a funcionar, já no final dos anos 20, como fatores de unidade nacional (na medida em que a Nação acabava se reconhecendo nas catarses comuns); mas o compositor enxergava as inovações do ponto de vista do bairro, da cidade comunitária, onde "o samba não tem tradução no idioma francês" (Não tem tradução). Ao lado do samba, Vila Isabel era o eixo semiótico das narrativas líricas minicrônicas, em muitos casos - sobre o modo de existência brasileiro-carioca. Não era, porém, simples produto imaginativo do compositor, nem mero campo de referências lingüísticas para formas puras, destituídas de um significado vivenciável, como pode acontecer numa elaboração poética. A Vila era um espaço concreto, histórico, de trabalho, festa e boemia. A rua 28 de Setembro, sua principal artéria, era
um lugar repleto de bares animados e de passeios noturnos significativos. No Carnaval, ali havia batalhas de confete e desfiles de escolas de samba. Aos domingos, entre as seis e oito horas da noite, passeavam habitualmente as filhas de famílias, moças 'presas', de braços dados umas com as outras. Tarde da noite, os bares e as calçadas acolhiam os boêmios, os seresteiros, dentre os quais pontificava Noel Rosa. Noel freqüentava os redutos boêmios do centro da cidade, como o famoso Café Nice, mas estava sempre presente nos lugares marcantes da Vila. Na rua Maxwell, perto da fábrica de tecidos Confiança, ficava o colégio de sua mãe, dona Marta. Nesse ambiente de classe média, conheceu Lindaura, que tinha apenas treze anos de idade quando se casou com Noel. Já na rua Souza Francoonde ficava o bar O Ponto Cem Réis - e na Praça Sete, o compositor tocava com freqüência violão. O "poeta da Vila" não falava, portanto sobre a festa: ele fazia e incentivava 'fuzarcas' (nesse sentido, teve continuadores em personagens típicos do bairro). Movia-o tanto a 'força da alegria - "O mundo é um samba que eu danço" quanto a forte inclinação para o sexo
Songbook o Noel Rosa
Flagrante de Noel nas noites do Rio. Na Praça da Candelária, juntamente
oposto, regulada por destino: "De ti, gosto mais que outra qualquer /Não vou por gosto /0 destino é quem quer ... " (Até amanhã).
Ainda em vida, ele foi chamado de 'filósofo do samba'. a verdade, reivindicava a 'fi Ia afia' (entendida pelo senso comum) como uma atitude para a convivência com O regime de exclusão do povo e com o liberalismo político que não passava de uma paródia da democracia representativa: "Mas a filosofia/Hoje me auxilia/A viver indiferente/Assim ... " (Filosofia)
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A realidade
atravessada pela força lírica dos pequenos fatos
Será mais apropriado, entretanto, vêIa como um cronista - com pensamento próprio - do Rio e seus bairros. Estes ainda mantinham uma singularidade cultural não sufocada pela homogeneidade urbana, de modo que as características de um lugar podiam ser vistas como irrepetíveis em outro: "Você pode crer/ Palmeira do mangue/Não nasce na areia/ De Copacabana" (O 'x' do problema).
com Custódio Mesquita. William Fais ai e uma "baiana".
Ou então podiam dar saudade: "Não há quem tenha/Mais saudade lá da Penha/ Do que eu - juro que não ... " (Meu barracão). Quanto à cidade como um todo, era sentida como "notável, inimitável. maior e mais bela que outra qualquer", algo a que "ninguém resiste", porque era "Cidade do amor, cidade mulher" (Cidade mulher).
Cronista, sim, que fazia a realidade social ser atravessada pela força lírica dos pequenos acontecimentos. Muitas vezes, eram situações instantâneas, simples flagrantes do quotidiano que instauravam o lirismo da narrativa: "Seu garçom, faça o favor/De me trazer depressa/ Uma boa média/Que não seja requentada ... " (Conversa de botequim). Noutras, o assunto socialmente delicado podia ser abordado graças a uma verve incomparável: "As morenas do lugar/Vivem a se lamentar/Por saber que ele não quer/ Se apaixonar por mulher. .. " (Mulato bamba).
No alto de tudo isso, reinava o samba, entidade ao mesmo tempo mitica e realhistórica para Noel. Sabe-se que no século dezenove ainda se falava no Rio de uma figura mística entronizada pelos negros com o nome de 'Sinhá Samba'. Mesmo que a ela não fizesse referência-
afinal, já se havia entrado no 'século do progresso' -, Noel parecia cuÍtuá-la na prática, na medida em que fazia do samba um modo de compreensão e redimensionamento da existência. Ele sabia que "batuque é um privilégio", que "sambar é chorar de alegria/É sorrir de nostalgia" e que o samba, por "nascer no coração" podia ser cantado como se o compositor estivesse rezando (Feitio de oração). Noel Rosa é contemporâneo, moderno, atual. Seria difícil revê-Ia por 'reencarnação', porque ele é absolutamente singular. Mas nessa linha hipotética, pode-se pensar (por que não?), à maneira dos cultos negros, em 'santo baixado'. O poeta da Vila pertence, hoje, à estirpe dos ance trais da vida poética da cidade e, como os ancestrais nos cultos cariocas, é muito bem capaz de 'baixar' em certos momentos do transe de inspiração dos sambistas nacionais. Assim, Noel está em Chico, Caetano, Gil, João Nogueira, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, Cartola e tantos outros poetas do povo e da Nação. N oel Rosa é raiz e fonte de brasilidade.
Muniz Sodré
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Songbook
Entrevista
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Noel Rosa
ITom Jobim
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ma das facetas menos focalizadas de Antonio Carlos Jobim é o seu conhecimento da música popular brasileira. Poucos compositores dominam tanto a obra de Pixinguinha, Emesto Nazareth, Ary Barroso, Garoto, Custódio Me quita, e outros, quanto es e autor de uma obra que fez dele o mais famoso nome da música popular brasileira em todo o mundo. Um dos seus passatempos prediletos é proporcionar aos amigos que o visitam um desfile de músicas, por exemplo, de Nélson Cavaquinho, ao piano. Aqui, ele fala de um dos seus compositores prediletos, Noel Rosa. E fala com a autoridade de quem conhece a obra noelesca em todos os seus aspectos, inclusive abordando, pela primeira vez, algumas características musicais próprias do grande compositor.
A música, uma arte crônica O acorde, wnapintura ALMIR CHEDIAK - Qual é a sua opinião sobre Noel Rosa? TOM JOBIM - É um gênio. Uma pessoa extraordinária para a época. O que ele já sabia, para o seu tempo, era uma coisa extraordinária. ALMIR - E tudo isso em tão pouco tempo de vida. TOM - É verdade. Um homem que morreu com 26 anos de idade, deixando uma obra tão extensa. ALMIR - Foram 230 produções. E cada letra maravilhosa! TOM - E, muitas vezes, as melodias também são incríveis. As melodias do Vadico também são ótimas. Noel é um cara formidável, um cara que marcou a minha vida, determinou minha paixão pela música brasileira. Quando vejo você tocando, com essas inversões, me lembro do Noel e do Chico. ALMIR - O Chico talvez seja o compositor que mais se aproxima de Noel. TOM - Pelo estilo. Um cara que fala das coisas que existem mesmo. Ele fala do botequim, da Maria, da cachaça, do povo. Uma coisa muito brasileira, muito autêntica. Com que roupa?, por exemplo: essas inversões no violão, a sétima no baixo, depois a terça no baixo, 14
sétima no baixo, resolvendo pra terça no baixo ... e vai por aí. Um negócio muito bom. ALMIR - Você vê que, naquela época, não se trabalhava com dissonâncias, como se trabalhou, principalmente, a partir de suas músicas, das músicas de JohnnyAlfetc. Mas eles faziam umas harmonias muito bonitas. Tinham uma coerência. TOM - Era uma música mais horizontal. Hoje em dia, é mai vertical. O Bach é mais horizontal, o Debussy é mais vertical. Quer dizer: o Bach não está preocupado com o acorde; está preocupado com o passado, presente e futuro. Stravinsky, muitas vezes, está mais preocupado com a verticalidade, com o aqui-agora. A música, como diz Stravinsky, é uma arte crônica. Para
você ter uma melôdia, tem que ter passado, presente e futuro. Agora, para tocar um acorde, é instantâneo. É como uma pintura. Para compor uma canção, precisa de tempo, você tem que ter cronicidade. É por isso que muitas vezes o plim-plim da televisão não resolve o problema musical, porque você faz tchá - e isso ainda não é música. É o tal negócio. Como dizia Stravinsky, o piar dos pássaros ainda não é música, porque a música precisa de uma cronicidade. Você anda no tempo e, conforme o tempo vai passando ... É o que acontece com Bach, Chopin, com Brahms. Depoi , vêm as coisas mais verticais. Evidentemente que Debussy tem também passado, presente e futuro, mas ele também tem esse lado vertical, que não preocupava Bach, nem preocupava
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Entrevista
o Noel
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I João de Barro Arquivo
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Almirante
arlos Alberto Ferreira Braga (2903-1907), carioca e filho de industrial, pensava em estudar Arquitetura. Mas o talento e as circunstâncias o levaram para a música popular brasileira e ele resolveu adotar o nome de João de Barro. Pelos amigos, porém, foi sempre chamado de Braguinha (pela família, de Carlinhos). Um recordista de nomes, sem dúvida. E não só de nomes. É o compositor há mais tempo em atividade, o autor que mais contribuiu para a música carnavalesca e, provavelmente, o que mais teve músicas gravadas em disco. Conheceu Noel Rosa na juventude, em Vila Isabel, e foi seu companheiro no Bando de Tangarás, um conjunto de grande sucesso, de 1929 a 1933. Além de compositor e cantor, Braguinha exerceu várias outras atividades artísticas, como a de roteirista de cinema, dublador e diretor artístico de gravadora, atividade, por sinal, que o ajudou a lançar inúmeros nomes importantes da nossa música. ALMIR CHEDIAK - Braguinha, você é o último remanescente do Bando de Tangarás. Você era o cantor do conjunto? JOAO DE BARRO - Não, não, eu só cantarolava. Não sou cantor, nem nunca fui cantor. Tocava um violão no grupo, ainda assim, muito mal. ALMIR - E como você conheceu Noel Rosa?
Andávamos por aí, cantando e fazendo serenatas JOÃO DE BARRO - Conheci o NoeJ em Vila Isabel. Eu morava na Rua Souza Franco, dentro da fábrica de tecidos, da qual meu pai foi diretor. Já o Noel morava na Rua Teodoro da Silva. A mãe dele, Dona Marta, era professora das crianças do bairro e deu aulas para minhas duas irmãs. Acabei conhecendo Noel, em Vila Isabel mesmo, e tivemos uma grande amizade. Fizemos algumas músicas juntos, de parceria, e uma delas - Pastorinhas - é um grande sucesso e está aí até hoje. ALMIR - Como era a vida de vocês? Saíam pelos bares, bebendo e cantando, quem era mais boêmio entre vocês? JOÃO DE BARRO-Q Noel era muito
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Noel em 1931.
mais boêmio do que eu, mas freqüentamos os bares juntos, sim, principalmente, em Vila Isabel. ALMIR-Aí, vocês criaram o Bando de Tangarás ... JOÃO DE BARRO - ... muita gente diz Bando dos Tangarás, mas está errado. O certo é mesmo como você falou: Bando de Tangarás. Não é dos, é de. Éramos eu, o Noel, o Almirante, o Alvinho e o Henrique Brito. Almirante era o cantor do grupo e o responsável pelo ritmo. Tocava pandeiro muito bem. Henrique Brito era um violonista maravilhoso. Dos melhores que conheci em toda a minha vida. Uma pena que ele tenha morri do muito cedo. Noel também tocava violão e eu arranhava. Andávamos por aí, cantando, fazendo serenatas, nos apresentando nos clubes e
nas festas. A partir de 1929, gravamos vários discos. ALMIR - E o Noel, como ele era? JOÃO DE BARRO - Acontece que o Noel era muito boêmio e não dava importância para dinheiro. Tudo o que
Às vezes, Noel empenhava o violão recebia gastava logo. Quando estava muito necessitado, empenhava o próprio violão. Aí, apelava pra mim, pegando o meu violão emprestado, durante vários dias. Quando conseguia 'desempenhar' o violão, devolvia o meu e a vida continuava. A gente se gostava muito. ALMIR - O Bando de Tangarás era um grueo profissional? JOAO DE BARRO - Não, éramos
Songbook o Noel Rosa
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Songbook o Noel Rosa
o Bando de Tangarás está todinho nesta foto que. tarnbcm. registra alguns agregados ao grupo. Estavam todos no estúdio da Parlophon. em 1930 e aparecem Sérgio Brito. Oanie! Sirnões. Abelardo Braga. Nocl Rosa. I.upcrcc Miranda. Almirante. Manuel Lino c João de Barro. amaclores. Fazíamos aquelas apresentações nos clubes. mas sem ganhar nada, nenhum tostão. Cantávamos também em casas de família, nos dias de festa. Tanto que o primeiro convite que a gente recebeu para fazer shows profissionais no cinema, só o Almirante e o Noel Rosa é que foram. Naquela época, os cinemas apresentavam shows , antes de exibir os filmes em cartaz Almirante e I oe: aceitavam o profissionalisrno, mas eu, não. Éramos profissionais no disco. isso sim. Gravávamos e ganhávamos das gravadoras. ALMIR - Era um Rio de Janeiro diferente. O Rio dos bondes. JOÃO DE BARRO - O bonde foi um fator de aglutinação muito importante. sabia? Os artistas daqueie tempo. 20
principalmente o. compositores. se reuniam justamente no Café Nice. que ficava ali perto de onde era a Galeria Cruzeiro - hoje, edifício Avenida Central - ponto final de várias linhas de bonde. O pessoal chegava de bonde e Ia para o Café I ice, para conversar, quase sempre, sobre música.
As canções
de Noel estão aí até hoje, são imortais ALMIR - Com 84 anos, você conheceu muitas tases da vida do Rio de Janeiro. Qual o seu segredo para continuar firme. compondo, produzindo. vivendo? JOÃO DE BARRO- O segredo de viver
muito e conservar a vicia é o seguinte: se encontrares uma peclra em teu caminho, e ela for pequenininha. chuta. Se for grande, senta nela e descansa. Eu, por exemplo, estou sentado na pedra. vencia a banda passar. ião quero que nada me aborreça. ALMIR - E casado com a mesma mulher. JOÃO DE BARRO - Há 54 anos. Somos ainda namorados. ALMIR- voltando ao Noel. como que vocé se sente sabendo que as músicas dele estão por aí até hoje? JOÃO DE BARRO - Ele não e tá entre nós para fazer a propaganda das músicas. No entanto, elas chegaram até aqui. São imortai . Noel Rosa morreu muito jovem, o que é uma pena, pois poderia ter feito ainda mais. j
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Capa da partitura de Eu vau para Vila, com alguns dos personagens
mais c-arac[erÍsticos da obra de Noei Rosa
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o Noe! Rosa
Amor de parceria NOELROSA Embora lançada com pretensões de compor o suplemento da Victor do carnaval de 1936,Amor de parceria não tinha nada para ser cantado no carnaval. O próprio rótulo do disco original classifica-o como um "samba-choro" e NoeZ Rosa, em entrevista à publicação Voz do Rádio, revelou que pretendia entregar a música à dupla Ioel e Gaúcho, especialista na interpretação do chamado samba-choro. Foi uma das músicas compostas por Noel durante a sua estada em Belo Horizonte, entre dezembro de 1934 e maio de 1935. Primeira gravação lançada em setembro de 1935,por Araci de Almeida, em discos Victor. (Esta, e as demais notas, são de Sérgio Cabral)
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G7/B
G7/D
E7
E/D
A7/C#
Dm/F
D7
B7/D#
B7
Em
;mllllllll III IIIIIIII Introdução: F F#o )/G GYD
A7 Dm G7 GYB
Saiba primeiro que fulana
c
C7 F F#o YG A7 Dm GYB C I
DnyF C / E7 o/D AyC# A7 é minha amiga E comigo ela não briga Com ciúme de você Você provoca
F#o )/G A7 D7 G7 C / GYD GYB C briga entre rivais Para depois ver nos jornais Seu nome e seu clichê Há muito tempo minha amiga me avisava DnyF F#o)/G / E7 o/D AyC# A7 Que ela sempre conversava Com você no seu jardim E começou a nossa parceria G7 C ela foi por mim
/
GYD
Você pensou
GYB C fomos enga--nadas que
/
A7 Eu
D7 fui por ela e
o/D AyC# A7 E7 Marcando encontro em horas alter-nadas E
Dm/F / BYD# AyC# A7 B7 Em D7 A7 G7 C Dentro daquela escrita Eu e ela não tivemos prejuízo na socie-dade nós fizemos a sua vontade GYD
você
GYB
se atrasava
/
Quando
Dm/F F#O AyC# A7 o/D E7 C I uma hora Eu fingia não saber A razão dessa demora E muita vez você perdeu a
YG A7 D7 G7 C / GYn GYB C / E7 fala Quando estava sem tostão E eu pedia bala Nós aturamos os seus modos irritantes Mas filamos bons jantares o/D AYC#A7 Dm/F F#o YG A7 Você não sai do nosso pensamento Vo-cê Nos melhores restaurantes
D7 G7 C / foi negócio e foi divertimento
23
Songbook o Noel Rosa AMOR DE PARCERIA
C/G
F
Dm
A7
c
G7/B
Dm
A7
C/G
C C7
G7
;"' Sai - ba
GW
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pri-
C
~
mei - ro tem - po cê se ra - mos
que fu - Ia mi - nba_a - mi a - tra - sa os seus mo
E7
-
na_é ga va dos
mi - nba_a me_a - vi mei - a ir - ri
A7/q
EID
-
bri - ga sa - va ber ta - res
Com Com A Nos
11C/G
ci vo ra me
-
ú - me de no seu des - sa lbo - res res -
cê zão
A7
vo - cê jar - dim de - mo tau - rantes
D7
-
24
de- pois ver nos jor - nais es - ta - va sem tos - tão
E co Que_e-Ia Eu fio Mas fi
ra
-
mi - go_e sem - pre - gi a Ia - mos
-
Ia con não bons
-
não ver sa jao
bri- ga_en- Ire vo - cê pro - vo - ca co - me - çou E a nos - sa par E mui - ta vez vo - cê per-deu_a Vo - cê não sai do nos - so pen -
Seu no - me_e seu cli E eu pe - di - a
-
~.
~
G7
-
F#o
DmIF
~~ Pa - ra Quan-do
ga va ra tes
A7
1
~~
mi sa bo tan
C
m chê bala!
y
J Há Nós
vais ri Ia meu -
li ce fa sa
;;J mui a
-
to tu -
Songbook o Noel Rosa
sou que
fo - mos en - ga
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J
Mar - can - do_en - con - tro_em
A7Iq
J.
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nós
E
fi
ze - mos
-
B7
B71D#
que - Ia_es - cri - ta
bo - ras
Eu
a
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Ia não
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DmIF
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j
das
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ti - ve- mos pre - ju
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f - zo
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G7
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Copyright by MANGIONE, FILHOS E CIA LIDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/1 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados. 0
25
Songbook
o Noel Rosa
Ando cismado NOEL ROSA E ISMAEL SILVA Era um dos sambas preferidos por Ismael Silva (1905-1978), parceiro de Noel. É também um dos poucos sambas em que a dupla Noel Rosa-Ismael Silva conseguiu libertar-se da obrigação de incluir o nome do cantor Francisco Alves como um dos autores da música, com base num acordo feito desde 1928, quando Ismael vendeu ao cantor, por cem mil réis, o samba Me faz carinhos. O acordo foi feito, inicialmente, com os sambas de Ismael e Nilton Bastos e, depois, com a obra da dupla Ismael-Noel. Primeira gravação lançada em outubro de 1932, por Francisco Alves, em discos Odeon.
G#m
D#m
C#m/G#
F#7/A#
D#m/A#
G#7/B#
G#7
C#m
B
E
G#7/D#
F#7
I ~II I I I C#7
A#7/E#
D#7/A#
G#m / / / D#m D#ny A# G#~B#
/ / Mulher,
G#~D# você
/ G#7
26
F# agora
/ B / / / / quê Mulher,
/ / / D#m / / / E / / / eu ando cisma--do Que me enganei
/ C#m / F#7 / G#7 / / / C#7 / F#7 / B / / Se algum dia não ficar mais a seu lado Não precisa perguntar por quê
/ F# C#7 realidade se é
A#~E# Deixo
F#/E
G#7 C#m C#m/ G# F#~ A# F#7 B / /
/ C#7 /F#7 perguntar por
G#m / C#7 / F# A#~E# A mentira é fatal Creio
/ espero
C#/E#
/ / / D#m / / / E / / / G#~D# / G#7 / C#m / F#7 / eu ando cisma--do Que me enganei com você Se algum dia não ficar mais a
G#7 / / seu lado Não precisa
/
D#m/C#
A#~E# Ver
A#~E# Sua
D#m/ C# G#~B# / C#7 / F# D#m que não é por mal Que a mulher nos faz descrer
D#m grande
D#ny C# G#~B# falsi dade
D#m D#m/ C# G#~B# você a qualquer hora
D#m D#m/ C# G#~B# .compa--nhia sua
Sem
/ C#7 explicar
/ C#7 / F# você sofrer Eu hei de ver
/ Dando
por
C#7 a outro
/
que
F# razão
G#m / Eu
/ F# / / / G#m / o coração Quan-do
C#7 chegar
Fo/E F#7
B Mulher
D#~ A#
/ / / G#m Mas
/ / /
Co/E#
com
C#7 cismado / F# esse dia
/ /
eu
/
ando
Songbook o Noel Rosa
D#m / / / E
cisma-do /
/
C#7 / F#7 / B
/
G#'YD# / G#7
me enganei com você
precisa perguntar / G#7
/
/ /
Que
por
C#m
quê
/
Se algum dia
/ / /
F#7
/
/ /
Mulher, /
/
C#m
/
G#7
/
/
/
F#7
não ficar
D#m / / / E
eu ando cisma--do
Que
/
G#7
/
mais a seu lado Não /
/ /
G#'YD#
me enganei. com você
C#7 / F#7 / B
não ficar mais a seu lado Não precisa perguntar
G~m
/
Se algum dia
por
/ /
quê
D~m
~
FP/A~
B
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~
~*_ê*ê ~~
voz
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G~7
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B
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B
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Que_a mu Dan - do_a
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fa - tal ro_a - go - ra
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des - crer ra - ção
27
Songbook
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Se
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BYD# E7 / / / A7 / deixar meu amor me Eu
ninguém D queixar
/ A7
A
/ / / B7
/
D / / razão dá-se a quem tem
Vou
/
/
'YA B7 E7 A7 D /
A7 / D
D / / / B7 / / não posso me queixar Vou
/ / / /
Se
/
/
E7 / / / sofrendo sem dizer nada a
BYD# E7 / / / A7 / deixar meu amor me Eu
/
/ / E7 / / / A7 / / / D / / / sofrendo sem dizer nada a ninguém A razão clã-se a quem tem
A7 D / / / / / / E7 / / não posso suportar "Se meu amor me deixar" Se de saudade eu chorar "Eu
/
/
/
não posso me B7
/
Sei que
B7 / / / / não posso me queixar" Abandonado
D E7 A7 / / / / / / / sem vintém "Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém" Quem muito nu, chora também "A
/
/
/
razão dá-se a quem
(B7) / / / E7 / / / A7 / / / D / / / tem" Eu vou chorar só em me lembrar "Se meu amor me deixar" Dei sempre golpe de azar "Eu não posso me B7 / / queixar" Pra parecer que
/ VIVO
E7 / / / A7 / / / D / bem "Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém" A esconder que amo alguém "A
/ / D7 / G / F#7 / Bm / Gm6 GmrBb razão dá-se a quem tem"
'YA B7 E7
A7 D / A7 / D
29
Songbook o Noel Rosa A RAZÃO DÁ-SE A QUEM TEM
Gm6/B~
Gm6
DIA
E7
B7
A7
A7
D
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D
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Se
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a- mar
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A7
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xar
Eu
não
pos - so me
quei - xar
E7
B7
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Fim
Vou
so - fren
-
do sem
di - zer
A7
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-
D
B7
nin - guém
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A
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ra -
-
~§~~:I:"1 zão dá- se_a quem
tem
E7
tar brar
A7
( Se ( Se
meu a meu a -
mor mor
me me
dei xar) dei - xar )
D
Se Dei
de sau sem-pre
da gol -
de eu pe de
cho - rar a - zar
B7
( Eu ( Eu
30
so su - por só em lem
Sei que não pos Eu vou cho - rar
não não
poso pos -
so me so me
quei - xar ) quei - xar)
A
Pra
ban- do - na
pa- re - cer
do sem que vi
viu - tem vo bem
Songbook
o Noel
Rosa
A7
E7
( Vou ( Vou
so - fren - do so - fren - do
sem sem
D
di di
-
zer zer
na na
-
da a da:::a
nin nin -
guém ) guém )
Quem A
mui - to es - COll
- .
~ Ao~ e Fim
~~~ riu, der
cho - ra tam - bém que a-mo_al - guém
(A (A
Copyright Rua Ramalho
Ortigão,
ra ra
- zão dá- se_a quem - zão dá- se_a quem
by MANGIONE,
FILHOS
tem) tem)
E CIA LIDA.
38/10 andar > Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.
31
Songbook
o Noe!
Rosa
Boa viagem NOEL ROSA E ISMAEL SILVA Embora a letra deste samba pareça dirigida a um ex-amor, João Máximo e Carlos Didier revelam, em seu livro Noel Rosa, unia biografia, que, na verdade, Noel e Ismael Silva estavam se referindo a Francisco Alves, que tratava os dois compositores como empregados e ainda aparecia como autor dos sambas que eles faziam. João e Didier lembram até que, na mesma época, Noel compôs uma versão satírica do foxtrote TeU me tonight, que dizia: "Neste tempo medonho/Canto, tnstonho/Ao microfone este prelúdio/O ouvinte risonho/Nem por um sonho/Sabe o que me traz ao estúdio/A ti que és irmão/Do tal Pão Duro/Meu recibo vai assombrar/De revôlver na mão/Eu vim aqui. .. cobrar". A letra de Noel recebeu o título de "Paga-me esta noite" e o Pão Duro s6 poderia ser Francisco Alves, que gravara a versão de Orestes Barbosa para a mesma música, com o título de Diga-me esta noite. Primeira gravação lançada em janeiro de 1935, por Aurora Miranda, em discos Odeon.
C
A7
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C/G
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Frn/AIJ
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IIIEII I I 11I1 IIII I I Introdução: C / / / A7 / / / Dm / F F#o YG C
A7 / D7 / Se não mandei você embora
I/'A Fm/Ab YG bem Então, passe
/
C
a coragem
/ / / /
/
A7 Dm G7
G7 / / / / Enfim foi porque Me faltou a
/
C coragem
/ / / /
A7 D7 G7 C A7 D7 G7 C A7 / / D7 viagem! Boa Se não mandei você embora /
A7
Mas se você
var
dar
/
I/'A Fm/Ab YGA7 Dm / o fora Então, passe bem
Dm Dm G7 C / / A7 / / chama Tem princípio, meio e fim Se você já não me ama
/
/ Dm / / A7 Mas se você vai dar o fora /
G7 / / / / Enfim foi porque Me faltou
D7 G7 C / / A7 Boa viagem! O amor é como a
I/'A C~E G7 YBb / / / Para que frngir assim? Não mandei você embora
Fm/Ab G7 A7 D7 G7 C A7 / D7 / YG / A7 / / C / benevolente Para que você agora Quer sair ocultamente Se não mandei você Porque sou
/
/
/ / / / / A7 / Dm / I/' A Fny Ab Y G A7 D7 / / / G7 / / / C Enfim foi porque Me faltou a coragem Mas se você vai dar o fora Então, passe bem embora Dm A7 D7 G7 C C / G7 / / / A7 / / Dm viagem! Seu desejo não me assombra Ofereço o meu auxílio Passe bem, vá pela sombra Boa
/
G7 Acabou-se o
I/'A / Fm/Ab C~E YG D7 G7 YBb / / / / / / A7 vou esquecer Desta vez juntou-se a fome Com a vontade nosso idílio Seu amor e o seu nome Eu também
/
/
C
de comer! 32
Songbook o Noel Rosa C
A7
Dm
F
F#o
intro
[~i1~
Se
não
man
por - que
Me
A7
fal - tou
Dm
cê
vai dar
o
fo-
a
co - ra -
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En
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pas
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G7
pio, ço_o
-
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ra
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C/G A 7
bem
se
a -
fim o_e au - xi -
mei meu
G7
lio
de
Bo
-
ClBb
-
a
vi
-
a-
Dm
co - mo_a não me_as
cha- som -
A7
vo Se Pas - se
vo-
G7
D7
A7
mor é se- jo
se
Mas
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Seu
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G7
fim
-
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Dm
cê já bem, vá
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Pa - ra A - ca-
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C7/E
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fin - gir se_o nos
-
as - sim? so_i - di - lio
Não Seu
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vo - cê e o
em - bo seu no
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Por - que tam Eu
33
Songbook o Noel Rosa
FmlA~
sou
bém
be - ne
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vo - len que - eer
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G7
A7
Itv~ª.*~~ -o - cul - ta - men de de eo - mer
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C/G
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vo - cê a - go jun - tou - se_a fo
que vez
Pa - ra Des - ta
ra me
Quer sa - ir Com_a von - ta -
G7
-
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casa 2 e Fim
Fim
Copyright by MANGIONE, FILHOS E ClA L1DA. Rua Rarnalho Ortigão, 38/1 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados. 0
34
Songbook o Noel Rosa
Cabrocha do Rocha NOEL ROSA E SÍLVIO CALDAS Este samba permaneceu tão desconhecido que nem Almirante o relacionou na "Musicografia e Discografia de Noel Rosa", publicada no seu livro No tempo de Noel Rosa. A existência da música foi revelada por Sílvio Caldas, lia gravação de um disco em que contava histórias da música popular brasileira e cantava as músicas que iriam ilustrá-Ias. Acompanhado do regional de Canhoto, Sílvio contou com a presença de um pequeno público no estúdio, conferindo ao disco um clima de gravação ao vivo. Primeira gravação lançado em setembro de 1973, com Sílvio Caldas, em discos CBS.
1IlIIlVIIIII A
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A/C#
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Que dá muita bolacha 0#:°
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F#7
Bm
Sei que ela joga no bicho Que dança maxixe
uma cabrocha que mora
joga no bicho Que dança maxixe Que dá muita bolacha além disso é coxo
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F#YA#
no Rocha e não O
A7
Bm / D
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D
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Sei que ela Om7
(E o Noel?) Tem um filho macho Com cara de tacho E CO
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F#7
de capacho Qualquer dia eu racho Esse
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A
carneiro mo-cho
35
Songbook o Noel Rosa CABROCHA
DO RCX:HA
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mui - ta
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chojes-se
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car - nei-ro mo
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Copyright by MANGIO E, FILHOS E ClA LTDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/1° andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.
36
ca
-
pa
-
Songbook o Noel Rosa
Capricho de rapaz solteiro NOELROSA Quando Noel Rosa fez este samba, ainda não havia o famigerado Departamento de Imprensa e Propaganda - o DIP do Estado Novo --; que passou a pressionar os compositores populares, a fim de que não exaltassem mais a malandragem em suas músicas, mas o trabalho. A pressão foi tão forte que Wilson Baptista, o compositor que polemizou com Noel Rosa porque este achara que o colega exagerou na apologia ao malandro, acabou fazendo um samba em que começava-com a afirmação de que "quem trabalha é que tem razão". Em Capricho de rapaz solteiro, Noel radicaliza na incompatibilidade entre a malandragem e o trabalho. Primeira gravação lançada em maio de 1933, por Mário Reis, em discos Odeon.
111 I I I I WI IIII VI VlllIl 111I I II I A7/C#
Dm
B7/D#
Em
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I n t ro d uçao:
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A7 Dm Dm I Nunca mais esta mulher
I
F#o F I De fome não se morre
Dm mulher F#o morre
I
I I
I
Em
I
I
I
I
II
I
F F#o YG mais esta mulher
Dm / G7 C mulher Me vê trabalhando!
I
I Dm sustentando
A7 D7 G7 C6
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Am G#o Ser malandro
I
I
I
GYDI
AyC#
I
GYD o la--do
/
G7 que quer
o la--do
I G7 IC De rapaz solteiro
I G7 I C I I De rapaz solteiro A mulher
A7 D7 Pois malandro
/ AyC# Nunca mais
I
Leva a vida para
D7 I é um capricho
I I AyC# Leva a vida para
I D7 é um capricho
II
I F F#O YG Se o mar é mais profundo
C/ / G
Quem vive sambando
Quem vive sambando
I I / Y G G#o Am Neste Rio de Janeiro Ser malandro
/ Dm ao escafandro
I
Quem vive sambando
I F F#o YG Não há malandro casado
"Nunca
F F#o
G7 C Me vê trabalhando!
/ / / Y G G#o Am Neste Rio de Janeiro Ser malandro
I Dm vou gritando:
I
YG Neste Rio de Janeiro
G7 C Me vê trabalhando!
A7 I Dm perde e nos atrasa
F#o morre
B7/ / D#
Dm A7 I Nunca mais esta
I
G7 que quer
I
I
F
De fome não se
/
é um achado
GmrBb Que
nos
G7 C I / I / GmrBb A7 não se casa Com a bossa que eu tiver Orgu--lhoso
I Dm / G7 I C6 esta mulher Me vê trabalhando!"
I I Ay C# GYD Leva a vida para o la--do
I
G7 que quer
I D7 I G7 I C I I / é um capricho De rapaz solteiro Antes de descer A7 D7 G7 C Que as idéias do malandro
/ / Vou, enquanto
/
I
Nunca
I
Dm A7 mais esta
F I De fome não se
/ GmrBb A7 ao fundo Pergun-tei /
eu puder,
GmrBb Meu
A7 capricho
I F F#o Y G I Ay C# / Dm / G7 / C6 Nunca mais esta mulher Nunca mais esta mulher Me vê trabalhando! 37
Songbook o Noel Rosa CAPRICHO DE RAPAZ SOLTEIRO
intro
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B 7/D~
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I~i~_~
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F
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C/G
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~ Nun - ca
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A 7/q
lhan
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G7/D
~ Quem
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Nes - te
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Ja
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ma-
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De
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tei
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Nun - ca
-
Songbook
o Noel
Rosa
c
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I*~ nos vou es sus -
a- tra grí-tan ca-fan ten-tan -
sa
Com
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Vou,
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é um sa que_eu des - cer to eu
a ti ao pu
F~O
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F
Dm
A7
perde_e lho- so tei ao pri-cho
lher -bos de quan
sa Não há do "Nun-ca dro Se o do Nun-ca
ma-lan-dro mais es - ta mar é mais mais es - ta
Nun - ca
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ca - sa mulher ... pro- fun mu-lher
es-ta
Gm6IBb
cha ver
do
fim
do
der, C/G
do
A7
J
Que Or Per Meu
nos gu gun ca
Pois ma
Me
I
G7
D7
do Que_as i
mu - lher
J
-
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casal e Fim
Fim do!
Nun - ca
Copyright by MANGIONE, FILHOS E eIA LIDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/10 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.
39
Songbook
o Noel
Rosa
Conversa de botequim VADICO E NOEL ROSA Uma das músicas de Noel Rosa com maior número de gravações, é tida como uma das obras-primas do compositor. Realmente, a boemia carioca poucas vezes foi contemplada com uma crônica tão exata. Curioso, na letra de Noel, é a referência ao futebol, um tema que, aparentemente, jamais empolgou o compositor. Tanto que nenhum dos pesquisadores de sua biografia conseguiu descobrir qual era o seu clube do coração. Provavelmente, ele não tinha qualquer preferência. Certa vez, respondendo a um repórter, revelou que torcia pelo time em que atuava Fausto, o clássico center-half que jogou no Vasco e no Flamengo e que morreria jovem, tuberculoso. Primeira gravação lançada em setembro de 1935, por Noel Rosa, em discos Odeon.
I I I 11I1I 1 I
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C/G
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D7
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C/BD
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A7/C#
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Dm
F7/C
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P/ED
Bb/D
BD7
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mm
I11IIIII Introdução:
F
C Seu garçom
o/F com muito
7"E cuidado
A7 D7 foi o resultado
A7 despesa
/
in
A7
~Ev
G7 C7
7"Bv
o/F De me trazer
AyC# Que não
~A
Av 7"G
7"E depressa
Am / à beça, Um guardanapo D7 estou disposto
AyC# uma
DYF#
Uma
BIyD E um cigarro
/ caneta,
A7 D7 G7 C
Dm7 G7 C7 boa média que não seja requentada
G7 / E um copo d'água bem gelada Fecha
7"Bb G7 C7 ~A A ficar exposto ao sol Vá perguntar
Ayc# você ficar
G7 C do futebol
D7 / G7 Vá pedir ao seu patrão
Dm me dar palitos
40
7"G
DYF# faça o favor
EYG# com manteiga
~A quente
Qual
nYF#
limpando
/ um tinteiro,
Bv7 pra espantar
Dm a mesa
/ um envelope
~ /
mosquitos
m
Vá dizer
Fyc
7"Bb Um pão
/
a porta
DYF# da direita
Ab ao seu freguês
Bv Não me levanto
/ m
Que
do lado
/ nem pago a
C7 7"Bv ~ A e um cartão Não se esqueça
ao charuteiro
7"G
/
me empreste
Ay C# de
umas
Songbook o Noel Rosa
CYE DYF# Y'E F AyC# o/F C7 Dm7 / revistas, um isqueiro e um cinzeiro Seu garçom, faça o favor De me trazer depressa uma boa média que '/'A Y'Bb EYG# Am DYF# G7 C7 / / Um pão quente com manteiga E um copo d'água à beça, Um guardanapo não seja requentada G7 / DYF# o/F Y'E Ay C# D7 G7 C7 Y'Bb bem gelada Fecha a porta da direita com muito cuidado Que não estou disposto A ficar exposto ao sol
'/'A
Vá perguntar
AyC# Dm FyC Ab Y' G A7 :D7 . G7 C Y'Bb '/'A Telefone ao menos uma vez ao seu freguês do lado Qual foi o resultado do futebol
Bb / A7 / D7 / G7 / / Para Três Quatro Quatro Três Três Três E ordene ao seu Osório Que me mande um guarda-chuva Aqui pro '/'Eb B~D / C7 Y'Bb '/' A Ay C# Dm Bb7 A7 / nosso escritório Seu garçom me empresta algum dinheiro Que eu deixei bicheiro, o meu com o D7 / G7 / C7 C'Y'E F / D'Y'F# Vá dizer ao seu gerente Que pendure esta despesa No cabide ali em frente Seu garçom faça o favor De me Y'Bb '/'A EYG# Am o/F Y'E AyC# Dm7 G7 C7 trazer depressa uma boa média que não seja requentada Um pão quente com manteiga à beça, Um
/
guardanapo
DYF#
/ G7 / nYF# o/F Y'E Ay C# E um copo d'água bem gelada Fecha a porta da direita com muito cuidado Que não
D7 G7 C7 Y'Bb '/'A Ab Y'G A7 D7 G7 C estou disposto A ficar exposto ao sol Vá perguntar ao seu freguês do lado Qual foi o resultado do futebol
41
Songbook o Noel Rosa CONVERSA
DE BOTEQUIM
D71F#
F intro
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D7
G7
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D7
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D71F#
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Fe- cha_a por- ta
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42
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c
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o Noel
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me - sa vez
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D7
lim - pan - do_a - nos u - ma
nem pa - go_a qua - tro três
des três
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Vá E
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G7
C7
um car - tão cri - t6
U - ma ca - ne - ta, um tin rio Que me man- de_um guar - da
pa - trão O - s6
seu seu
c IB~
FIA
rio
Não Seu
tei-ro,_um en - ve - 10 - pe chu-va_A-qui pro .nos - so
-
I~
se_es - que gar - çom
de ça meem : pres-
-
me ta_al-
dar gum
li - tos nhei - ro
pa di
es-
F/Eb
Dm
A 7/q
e
E
um
Que
eu
cidei-
~
~ B~ID
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A7
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tar mos o bi
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ru - tei ge - ren
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Que me_em pres- te_u- mas Que pen - du- re_es- sa
re des -
vis-tas, um is-quei-ro_e um pe- sa No ca- bi- de_a- li
:~
cin - zei- ro Seu gar-çom, fa-ça_o fafren- te em
Copyright by MANGIONE, FILHOS E ClA LIDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/1° andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.
43
Songbook
o
Noel Rosa
Cem mil réis VADICO E NOEL ROSA Conta Almirante, em seu livro No tempo de Noel Rosa: "No tempo de Rádio Transmissora, em 1936, Casé tomou-se vítima de pitorescas astúcias de Noel Rosa. Casé baixou determinação para que todos os artistas, em cada domingo, apresentassem novos números, em vez de reprisarem seu repertório. Não conseguindo seguir à risca a exigência, Noel pôs em prática um processo ardiloso que teve ótimo resultado durante algumas semanas. Em cada domingo, Noel anunciava uma "primeira audição", sempre de nome sugestivo, assim: ''Você me pediu", "Soirée e tamborim", "Barato pra cachorro", "Gato do morro", "Não é tão caro assim" e por aí afora. Prosseguiria na sua esperta manobra, se -Casé não estranhasse certas semelhanças melódicas e poéticas nos números de Noel e descobrisse, por fim, que todos aqueles títulos referiam-se a uma única música, feita de parceria com Vadico, o samba
Cem milréis, Primeira gravação lançada em abril de 1936, por Noel Rosa e Marília Batista, em discos Odeon.
Fie
Bb
C7
F7
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Dm
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Introdução: C~E
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Eb7/Bb
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D~A / G7
Não é
/
Dy A Gm
/
/
/ 'Y C/ D7 / Gm D~ A Gm / C7 / / um "soirée" E um tamborim O organdi anda barato
/ /
Não é
F F Dm / / C7 / / A7 / tão caro assim Você me pediu cem mil réis Pra
D7 / Gm D~A Gm C7 / / / / / E um tamborim O organdi anda barato pra cachorro
F / tão caro assim
Gm C7 F / metro de organdi (Você ... / Gm tamborim
/
E um gato lá no morro
D~A Gm C7 F / "Soi--rée" pra sociedade
44
F
/ F / C7 /
pra cachorro
/
D7
C7/E
f
F / A7 / Dm / BbmrDb Você me pediu cem mil réis Pra comprar
mOrro
G7
D7/A
/
,---,
E7 Eb7 D7 / Gm / / Não cus-ta nada Preencher formalidade
r-----t
/
/
/
/
E um gato lá no
BbmYDb / 'YC Tamborim pra batucada
BbmrDb E7 Eb7 D7 / / / Gm / Sou bem sen-sato Seu pedido eu atendi Já tenho a
'YC D~A / pele do gato Falta o
BbmrDb F Dm ! C7/ / A7 / Você ... ) Você me pediu cem mil réis Pra comprar
D7 / 'YC / um "soirée" E um
/ C7 / / / / / / / / O organdi anda barato pra cachorro E um gato lá no morro
/
/ /
Não é
F
/
tão caro assim
Songbook o Noel Rosa
C7 /
/
BbmyOv Om / F / A7 / Você me pediu cem mil réis Pra comprar
/
/
/
barato pra cachorro
/
Gm tamborim Mas
/
/
Bvmyov ninguém faz
/
/
E um gato lá no morro
/
07 / Gm O~A Gm C7 / / Eum tamborim O organdi anda
/ 'YC/ um "soirée"
F / tão caro assun
/ /
Não é
r--------l
/
E7 Ev7 07 / / num dia faz um Sei que v~ê
0~AGm7 C7 F / 'YC um "soirée" Com meio metro de cetim
/ / Gm / Bvmyov baile se destaca, Mas não quero
/ /
,----,
E7 Ev7 07 De "so---i--rée"
/ 'YC O~A Gm C7 F mais você Porque não sei vestir casaca
~Í~~·_ E7/B
FIe
intro B~
e71E
G7
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45
Songbook o Noel Rosa
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Fim
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Copyright by MANGIONE, FILHOS E ClA LIDA. 38/1° andar - Gr. 17 a 19·- Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.
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Songbook o Noel Rosa
Dona Araci NOELROSA Marcha gravada por Almirante para o carnaval de 1931 e que fez muito sucesso nos desfiles dos blocos de rua de Vila Isabel. Compreende-se tanto êxito: o autor e o cantor eram moradores do bairro, assim como um dos personagens citados numa das quadrinhas escritas por Noel Rosa: "Corno vai o seu Malhado? /Seu marido em certidão". Malhado era o motorista de praça Serafim Vieira da Cunha, que fazia ponto na Praça da Bandeira, mas não saía das rodas de serestas de Vila Isabel. Era um dos três motoristas de táxi que, de tanto servi-lo, viraram amigos do compositor. Os outros eram Valuche e Alegria, todos boêmios e admiradores da obra de Noel. Primeira gravação lançada em janeiro de 1931, por Almirante, em discos Parlophon.
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II1III I 1.1 I I 1I1 I G7/B
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I
I
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I
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I
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I A7 I Quero saber: Como
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Am/ C E'/'B Am Se a
I
C Dona Aracy!
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I I I
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I A7 I 07 I G Quero saber: Como anda ISSO por aí?
E7 I Am E'/'B namora no porão?
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C")/Eb I 0/0 desconfiado está
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C I Dona Aracy!
E,/,G#
vai a sua filha
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0/0 Ern7 07 A7 I I I G I estrilha não (Se a senhora não estrilha) Quero uma apresentação
Como anda
I
A7 07 I I G Quero saber: Como anda isso por ato'?
I
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E7 I Am EYB marido em certidão
A7 07 G I I desconfiado) Que é lesado pelo irmão?
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A7 07 I I G saber: Como anda isso por aí'!
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E7/G#
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I
I
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E7 bonitas,
Cm/Eb senhora
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47
Songbook o Noel Rosa
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Como
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48
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/ o/D de pinóias
/
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/ Cm/Ev
o/D Aracy!
E~G#
Co/Ev
/
Não
o/D Aracy!
/
/ E7
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D7 G / E cuspia em meu chapéu?
D7 / G anda isso por aI.'?
/
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/
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Dona
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Como
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Am/ C E~B
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/
Dona Cm/Eb
C Aracy!
/
Dona
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o/n Aracy!
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G por aí?
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/
o/D Aracy!
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/
/
Quero
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C Aracy!
/
Renato
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/ Em7 (Que pisava
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Quero
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G no prego
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/ o/D em meu sapato
pisava
/ Cm/Ev
D7 / dez tostões
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A7 saber:
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/ Am E~B que troféu
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/
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/ A7 de pinóias)
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Songbook
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intro
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da_es se pas pi
A7
eon - fi não es de pi meu sa
a trinó pa -
ma na bo mal
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- tá des - eon - fi nho - ra não es - sa - vam de pi - sa - va_em meu sa
-
-
ri - do_em mo - ra ni - tas, va - do,
- a - tri -
nó
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D7
do) lha) ias) to)
Que_é le Que - ro_u Da - vam cus E
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cer - ti no poreu não que tro-
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CrnIE~
Se_a Não Que
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dão rão? ne-go féu
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E7/G#
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pe - lo_ir sa - do ma_a - pre - sen - ta dez tos - tões no pi - a_em meu cha
(ln - da_es ( Se_a se (Não pas ( Que pi G
-
mão? ção pre-go péu?
Copyright by MANGIONE, FILHOS E CIA LIDA Rua Ramalho Ortigão, 38/1° andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados,
49
o Noel
Songbook
Rosa
"'
E preciso discutir NOELROSA Samba que Noel Rosa compôs especialmente para a dupla Francisco Alves e Mário Reis, dando inicio a uma relação com o primeiro que rendeu várias outras gravações e um automóvel que Noel adquiriu e pagou com os sambas que ia compondo. Essa música revela, mais uma vez que, além de compositor, Noel Rosa tinha uma grande vocação para textos de espetáculos, o que seria confirmado em suas atividades no rádio. Se houvesse, 110 Brasil, uma tradição de teatro musical (além das revistas, evidentemente), ele e Lamartine Babo poderiam ter sido dois grandes autores desse tipo de espetáculo. A primeira gravação foi lançada em 1932, por Francisco Alves e Mário Reis, em discos Odeon.
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I CO I ver a decisão
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I
"Já perdi
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I
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tempo
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87 IYG# E7 I que ela vinha" Mas fui eu quem
comigo
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Songbook o Noel Rosa
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cu - tir
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A mil - lher
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cia
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Mas
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Copyright Rua Ramalho
52
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Ortigão,
by MANGIONE,
FILHOS
E ClA LTDA.
38/10 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos
reservados.
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Songbook o Noel Rosa
Esquina da vida NOEL ROSA E FRANCISCO
MA ITOSO
o parceiro de Noel, Francisco Mattoso, era um pianista que atuava em rádio (interpretava Emesto Nazareth, Eduardo Souto e outros, e acompanhava os intérpretes) e que também fez carreira de compositor, criando letra e/ou música. Alguns dos seus parceiros, como Nonô e José Maria de Abreu, eram pianistas como ele. Morreu em 1940, aos 28 anos de idade, sem ter visto a gravação da sua música de maior sucesso, Eu sonhei que tu estavas tão linda, em parceria com Lamartine Babo, gravada por Francisco Alves em setembro de 1941. Além de Esquina da vida, Mattoso e Noel fizeram também o samba Vai pra casa depressa (conhecido ainda com o nome de Cara ou coroa). A primeira gravação foi lançada em 1933, por Mário Reis, em discos Colúmbia. B7
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Introdução:
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A7 o valor
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G7 C E implorando YG da vida
G7 De quem
G7 C pra milionário
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G7(#5)
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E Dm E C É
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G7 C Faço o confronto
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YE Fm I é por is-so que ela
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Om I O meu perdão
Om Que o homem
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A7 vida
I
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07 G7 C Para eu dizer que não
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I Bb7 e ao amor
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53
Songbook o Noel Rosa ESQUINA DA VIDA
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Songbook o Noel Rosa
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55
Songbook o Noel Rosa
Eu sei sofrer NOELROSA Samba que começou a ser feito em Friburgo, para onde Noel Rosa viajara na tentativa de recuperar-se da tuberculose. Sua letra é uma das raras oportunidades em que Noel permitiu que a doença refletisse em sua obra musical. Não se entregava, porém, como revelava um dos seus versos: "Mesmo assim, não cansei de viver". Quando circulou o boato da sua morte (graças a uma falsa notícia transmitida pela Rádio Cruzeiro do Sul), Eu sei sofrer foi um dos sambas que Noel cantou para o repórter da revista Carioca, que fora em sua casa para fazer aquela que seria a última entrevista. Primeira gravação lançada em junho de 1937, por Araci de Almeida; em discos Victor.
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Bb7
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Introdução:
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/ / /
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Bb:YD Bb7 Eb / ~~Db
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Eb / / E~G Bb:YF / Bb7 / Eb / viver E na dor eu encontro prazer 56
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Bb7
BbrnrDb
Bb/D
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/
mais que eu, não nasceu
Bb
l!ll1J I I 11III Bb/Ab
E~G Gbo Gbo / / / Frn / Bb7 / Quem é que já sofreu mais do que eu? Quem é que já me viu
Eb
F/Eb
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F7 Bb7 A~C sem reclamar
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/ / Quem sofreu
E~ G Bb:YF / Bb7 / Mesmo assim não cansei de
C7 / Y'Bb C:YG Fm Saber sofrer é uma ar--te
/ E pondo a
o Noel
Songbook
modéstia de par-te / B\:J7 /
Quem /
F7/C
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/
/
Bb7 / / E\:J / / E~G que nun-ca sofreu Sem Frn
/
/
/
/
/ /
Quem sofreu mais que eu, não nasceu
amada e engana--da
Frn
mais do que eu?
B\:J:YF /
sentir, ~A
/
Com certeza B\:J7/
muitos prantos /
Senti quando fui despreza--da
F:yC
Ninguém
F7
B\:J7
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B\:J7
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Songbook
Noel Rosa
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Ortigão,
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pos - so di - zer guém pá-de - ceu
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38/1" andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.
Quem
Songbook o Noel Rosa
Feitiço da Vila VADICO E NOEL ROSA Noel Rosa dedicou esta música - uma das mais conhecidas de todo o seu repertório - a Leia Casatle, uma jovem de Vila Isabel que fora eleita Rainha da Primavera, em 1934, e muito badalada na imprensa, onde sua foto ilustrou várias reportagens e páginas de revistas. Numa entrevista ao periódico A Voz do Rádio, sobre a temporada passada em Belo Horizonte, para onde viajou em busca de ar puro para os seus pulmões, Noel confessou: "Enterneci-me vivamente quando pressenti que o samba Feitiço da Vila calara fundo no espírito daquela gente boa. Difundiram-no, popularizam-no e, numa mostra de curiosidade bem feminina, as moças queriam conhecer as razões que lhe inspiraram o título. Traduzi-o por 'Feitiço de minha pátria', pois, como já disse Cícero, 'a pátria é onde se está bem', e nunca me senti melhor do que no recanto calmo e bonançoso de Vila Isabel. " Primeira gravação lançada em dezembro de 1934, por João Petra de Barros, em discos Odeon.
Em
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B7
E7
A7
D
Bb7
Bm
Gm6
D7
C#7
F7
A7jC#
111111111 ImeI I I I I "I G
F#7
Introdução:
o
/
Quem
Em / E#o / F#m
/ B7 / E7 / A7 / D Bb7 A7 /
/ / G/ / / Nem sequer vacila Ao abraçar
/ / F#7/ nasce lá na Vila
F#7 / / / G / A7 / o sam-ba Que faz dançar
/ E7/ e faz a lua
A7 / / F#7 D / / / / / / Lá em Vila Isabel nascer mais cedo
G / A7 São Paulo
/ D / dá café Minas
Gm6 / / vela e sem vintém A7 E7/ feitiço decente G Sol,
/
A7
/
A7 / pelo amor
/ Quem
/ G é bacharel
/
/ / F#7 / / / Não tem medo de bam-ba
Bm / E7 / A7 / D / / / A7· / / / / / / dá leite E a Vi-Ia Isabel . dá samba A Vila tem Um feitiço sem farofa Sem
D / D7 / G / Que nos faz bem Tendo
que prende
/
D / Bm os galhos Do arvoredo
A~C# a gen--te
F#7 / nome de
/ D / / F#7/ / O sol na Vila é tris-te
E7 D Bm / / de Deus Não venha agora que as morenas
/
/
Bm prmcesa
/
Samba
C#7 / Transformou
/ O
G / / / / não assiste Porque a gente
A7 / vão lo--go
/ A7 F#7 / / / G G/ / D / / / Paixão tenho que aniqui-la dizer: Modéstia Mas não me tudo que faço
/
D / í embora Eu Bm à parte,
/
Bm princesa
/ C#7 Transformou
/
F#m F7 E7 / A7 o samba Num feiti-ço decente
/ que prende
A~C# a gen--te
F7 Num
F#7 / / implo--ra:
/ /
F#7/ / sei por onde pas-so
E7 / / meus senhores,
A7 / D /D7/G D / / / A7 / / / / / / / Gm6 / Que nos faz bem Vila! A Vila tem Um feitiço sem farofa Sem vela e sem vintém F#7 de
F#m samba
A7 eu sou
Tendo
/
/
Sei
/
da
/ nome
/
59
Songbook o Noel Rosa FEITIÇO DA VILA
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A7
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a - bra Ao Não tem me Por - que a Pai - xão não
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faz dan - çar Pau - 10 dá pe - lo_a- mor te - nho que
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ga fé Deus zer:
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mais ce dá sam go_ero - bo da Vi
cer bel )0
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ba ba ra: Ia
saro bam pIo qui
Do_ar - vo nas dá ve - nha_a dés - tia_à
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- do_e - te - ra - te,
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Songbook o Noel Rosa
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61
Songbook
o Noel
Rosa
Filosofia NOELROSA Era um dos sambas preferidos por Mário Reis, que o lançou e o regravou, muitos anos depois. Foi cantado por Orlando Silva durante o programa feito pela Rádio Nacional, em homenagem a Noel, quatro dias depois da sua morte. Mas o grande êxito deste samba foi obtido por Chico Buarque de Holanda, num LP gravado em 1974, com o titulo de Sinal fechado. Foi um disco em que Chico interpretou músicas de outros autores, porque a censura do regime militar da época vetava todas as suas produções. Primeira gravação lançada em 1933, por Mário Reis, em discos Colúmbia.
I I I I I
Gm
m~
Introdução:
Gm / A7 / Dm / / / Em7(bS)
Dm / A7 mundo O
/
Dm / me condena
/
Se eu vou morrer / Gm indiferente
/
/
aSSIm
A7 / Não me incomodo / Dm neste mundo
/
/ /
A7 E ninguém
/
/ A7 / Dm
Dm tem pena
/
/
de sede Ou se vou morrer
/ / /
/ A7 / Nesta prontidão /
/
/
Em7(b5)
/
/ / Dm / A7 / cultiva hipocrisia
/
sempre
/
A7 / / mal do meu nome
Dm / Bb7 A7 Dm de fome Mas
/ /
A7 Dm a filosofia
Dm Em7(bS) / / / sem fim Vou fingindo que sou fICO (Bb7)
Que você me diga
/ / Mas não compra
/
A7
/ D7 alegria
/
/
Que a sociedade
/ / / Gm
/ Dm vagabundo
D7
Bb7
Bb7 A7
Falando
/ / / A7 / / Vivo escravo do meu samba Muito embora
/ / Que tem dinheiro
62
Dm
A7
/
/ /
/
/
/
/ / /
/
Hoje
A7 / Pra ninguém / D7
é minha Inimiga
/
Dei-xando
D7 / / / me auxilia A viver
/
/ Sendo
/ /
Dm de mIm
zombar
/ / / Gm
/
/
Pois cantando
/ / / / A7 / Quanto a você Da aristocracia
/ / / Dm Há de viver eternamente
/ /
de saber
/ escrava
/ dessa
(Bb7)
A7 gente
A7
/ Que
Songbook o Noel Rosa
A7
Gm intro
Em7(~5)
Dm
$1 r Dm
A7
B~7 A 7
Dm
-
*
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o A7
Dm
E nin - guém
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Dm
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- de
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-
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do meu
Ou
Dm
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se
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fi - 10
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mor- rer
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Ho - je
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D7
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me_au
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xi
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A
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A7
~ Nes-ta
pron
Em7(~5)
Vou fiu
de
Mas
as - sim
te
no - me
Dm
Dm
so
na
mor - rer
Dm
de
-
A7
na
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con
ti - dão
sem
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A7
Pra
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-
guém
zom- bar
de
miin
63
Songbook o Noel Rosa
Dm
A7
mo
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de
Não
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Dm
Gm
ga
ean
Pois
tan
do
nes
-
te
mun
-
do
Dm
A7
Fim era
vo
do
meu
ba Mui - to_em
sam
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va - ga - bun
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A7
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Copyright by MANGIO E, FILHOS E ClA LTDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/1° andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.
64
a
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Dm
Há
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a
ei
Songbook o Noel Rosa
Feitio de oração NOEL ROSA E VADICO Antes da gravação de um disco de Francisco Alves, O pianista Vadico (que iria acompanhar o cantor) executou uma melodia de sua autoria que encantou o diretor artístico da Odeon, Eduardo Sou to, também compositor e pianista. Até aquele momento =fins de 1932 - Vadico (Oswaldo Gogliano, paulistano do Braz) já havia incluído um samba chamado Deixei de ser otário no filme Acabaram-se os otários, de Luiz de Barros; já havia vencido um concurso de música popular em Poços de Caldas e já conseguira gravar três músicas de sua autoria. Mas foi aquela melodia que o consagrou como compositor, pois Eduardo Souto apresentou-o a Noel Rosa, para que providenciasse uma letra para ela. Foi assim que nasceu Feitio de oração. Primeira gravação lançada em agosto de 1933, por Francisco Alves e Castro Barbosa, em discos Odeon.
11I I IIIII I I I IIIIIIIII I I F
C/G
G7(#5)
C#O
C7
Dm
I
c I
Quem a-cha C7 I desta saudade YE Minha morena
I
I
I
I
07
I I C#o I Dm vive se perden-do
I
F#o
YEI
C
mandar
I
I
YG
A7
I
G7
I
C
I
Ebo Orn7 pra cantar
E
I
G7
I
G7(#5)
I
Em I C7 é chorar de alegria YE Minha morena
C I Batu-que
I
B7/0#
Bb7 A7 E com harmonia
I C#o I Dm é um privilé--gio I
F
I
II
I
Frn
I
I
Por
I
I 1SS0
Dm agora
I
G7 I C com satisfação
G7 do
I
I
G7 C I Lá na Penha vou mandar
YE Da dor
II
I
Em tão cruel
B:YD# I Que é meu samba
D7 I I I FmYAb Ninguém aprende samba no colé G7
I I
I
I I Dm Esta triste melodi-a
I
C
I/
É sorrir de nostalgia Dentro da melo-di-a
Ebo Drn7 pra cantar
E
I
07 I I I FrnYAb Por isso agora eu vou me defenden
G7 I C com satisfação
Em
Bb7
F I Frn G7 I C I I Que por infelicidade Meu pobre peito invade
Em feitio de oração Sambar
I
C/E
Dm7
IDIIIII
c
G7
Fm6/Ab
Fm
Introdução: F
D7
A7
Bb7 A7 E com harmonia
I Dm Por isso agora I
I
I
G7 gio
I I I
G7 I Lá na Penha vou
I I Dm Esta triste melodi-a
I I
I
Que é
65
Songbook
meu samba
G7 de
/
YE E quem
YG
/ / / F / FW /
I~,ª~ G7(#S)
%
voz
Em C7 / suportar uma paixão
/
-
F Sentirá
D7 / / / Não vem do morro Nem lá da
Fm / / que o samba· então Nasce
e
Orn
G7 / C no co-ra-ção
07
'í~ Quem
a - cha tu - que sam - ba
me ba lá
de no da
-
fen co ci
e7
vi é na
-
ve se um pri re - a
-
den lé da
-
per - den vi - lé li - da
a
Que E
por in sor - rir Sen - ti - rá
do gio âe
Por isNin - guém Não vem
Da Sam E
dor bar quem
-
fe - li - ci - da de nos - tal - gi que_o sam - ba_en- tao
tão é su -
Lá
na
Pe-nha
cru - el cho - rar por - tar
de a
Meu po Den-tro Nas-ce
bre da no
e
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o Noel Rosa
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Songbook o Noel Rosa
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Copyright by IRMÃOS VITALE S/A IND. E COM. Rua Direita, 115 - Centro - São Paulo - Brasil. Todos os direitos reservados.
67
Songbook o Noel Rosa
Fui louco NOEL ROSA E ALCEBÍADES BARCELLOS Este samba nunca foi gravado com o nome de Noel Rosa, mas há testemunhas de que ele é o parceiro de Bide (Alcebíades Barcellos). Almirante relacionou Fui louco na discografia e musicografia de Noel. João Máximo e Carlos Didier também colheram depoimentos de pessoas que asseguraram ser o samba de Bide e Noel. De qualquer maneira, trata-se de uma das muitas parcerias do compositor com os sambistas ligados às escolas de samba. Bide, grande compositor e excelente ritmista, foi um dos fundadores do bloco Deixa Falar, identificado como a primeira escola de samba. Segundo depoimento dele mesmo e de outros sambistas, foi inventor do surdo como instrumento de percussão do samba. Primeira gravação lançada em abril de 1933, por Mário Reis, em discos Victor.
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/ / / C / / B7 Bb7 A7 / / / Dm7 / / / G7 / / / C Meu sentimento é profun-do Ter perdido a mocidade na orgia Maior desgosto do mundo!
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C COC / E7 / / / / / F#o / / Am / / Am/G G7 / / / / / / / / / Fui lou-co Resolvi tomar juí--zo A ida-de vem chegando e é preci--so Se eu cho--ro
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C / / B7 Bb7 A7 / C / Dm7 / / / G7 / / / / Meu sentimento é profun-do Ter perdido a mocidade na orgia Maior desgosto do mundo!
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G7 C / ingrato e cruel
Am / F#o / YG / D7/ G7 / C E da orgia então Já pedi minha de-mis-são
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/ E7 / / / / / / / Am / A ida-de vem chegando e é preci--so
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/ F#o / YG / E da orgia então Já
E7 / / Eu já desempenhei
Am7 / o meu papel
C COC G7 / / / / / / / Fui lou-co Resolvi tomar juí--zo ;-----o
Am/ G F#O / / / / / / / C / / B7 Bb7 A7 Se eu cho--ro Meu sentimento é profun-do
/ / I Dm7 / / / G7 / l/C Ter perdido a mocidade na orgia Maior desgosto do mundo! 68
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Songbook o Noel Rosa
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Songbook o Noel Rosa
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Copyright by IRMÃOS VITALE S/A IND. E COM. Rua Direita, 115 - Centro - São Paulo - Brasil. Todos os direitos reservados. Copyright by MANGIONE, FILHOS E CIA LTDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/10 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.
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Songbook o Noel Rosa
Mais um samba popular VADICO E NOEL ROSA Um dos mais belos sambas da dupla Noel Rosa-Vadico e que, estranham ente, permaneceu inédito durante vários anos, mesmo depois da morte de Noel. Trata-se de uma letra tão bem elaborada que seria difícil destacar um ou outro verso, embora nenhuma antologia possa desprezar a quadrinha "Eu bem sei que tu condenas/O estilo popular/Sendo as notas sete apenas/Mais eu não posso inventar". Noel cantou várias vezes Mais um samba popular, em apresentações públicas, como curiosidade, pelo fato de Vadico, autor da melodia, tê-Ia mostrado ao parceiro já com a primeira parte da letra pronta. Sabiamente, Noel recusou-a. Dizia a letra de Vadico: "Eu fiz um samba pra te dar/Feio ou bonito, faça força pra gostar/Se não gostares/Eu só posso te dizer/Meu benzinho, me perdoe/Que melhor não sei fazer". Primeira gravação lançado em 1954, por Ana Cristina e conjunto de Luiz Bittencourt, em discos Sinter.
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samba
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/ A7 / D7 de musicar
/ F popular
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/
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Cm7 / Por motivos bem
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F D7 Gm7 F C7 / Fiz o coro após os versos E a introdução eu fIz no fIm (No botequim
C7 um poema / F aceitar
Bb / / estilo popular
/
Jogar FO
Bb / Cheio de rimas,
F7
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F / pra te dar
C7 um poema
F / F7 / / pra te dar Cheio
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Bb de rimas,
/
Bb7 que acabei
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/
F sete apenas
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Bb Escrevi meu
r--o
/
D7 Gm
do Seu Joaquim)
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/ F popular
D7 Gm7 Mais notas não posso
F7 diversos
/
C7 F inventar
Cm7 / F7 Eu bem sei que tu condenas
(Pra
/ te agradar,
/ O
r-o
D7 Gm pra te
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/ agradar)
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71
Songbook o Noel Rosa MAIS UM SAMBA POPULAR
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Eu fiz no fim so in - ven - tar
Copyri~ht by MANGIONE,
(No bo - te- quim (Pra te,a- gra - dar,
do seu Joa-quim) pra te_a- gra - dar)
FILHOS E ClA LTDA.
Rua Ramalho Ortigão, 38/10 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.
72
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Songbook o Noel Rosa
Mão DO remo NOEL ROSA E ARY BARROSO Melodia de AI}' Barroso, letra de Noel Rosa para a revista teatral Mar de rosas, de Gastão Penalva e Velho Sobrino, que estreou no Teatro Recreio, no dia 24 de julho de 1931, com Margarida Max no papel principal. O samba era interpretado por Sílvio Caldas que também cantava Cordiais saudações, de maneira teatral: sentado numa mesa, fingindo escrever a carta que Noel transformara em samba. Mão no remotinha, inicialmente, o nome de Iça a vela. Primeira gravação lançada em novembro de 1931, por Sílvio Caldas. em discos Vietor.
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Nem há nada
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Nesta vida, nesta vida Cada qual
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tem um barco que navega E o azar
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Mas se os ventos sopram 73
Songbook o Noel Rosa
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contra Ou se vem a tempestade Nunca
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Ab
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mais o barco encontra O
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Bb7 Eb
porto da felici-dade
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/
/
Mete a vela! Mete a
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/ Eb / C7 / Fm7 Cy G Fny Ab / Abm / / / Ab / Eb / Ab Quando for a hora vela! De ir mar afora Em busca da sor-te Aproveitando
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/
/ Bbm~Db
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BbYD
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Te-rás pra sem--pre
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Rua Ramalho
Ortigão,
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38/r
75
Songbook o Noel Rosa
Meu sofrer HENRIQUE
BRITO E NOEL ROSA
o parceiro
de Noel, em Meu sofrer, o violonista Henrique Brito, era seu companheiro no Bando de Tangarás. Instrnmentista excepcional, saiu do Rio Grande do Norte, ainda menino, porque o governador do Estado considerou que, com o seu talento, deveria estudar música no Rio de Janeiro. Na então capital da República, deslumbrou os seus amigos do Colégio Batista, onde estudava, particularmente um colega chamado Car/os Alberto F erreira Braga, que, mais tarde, se tomaria famoso com o pseudônimo de João de Barro. Henrique, Braguinha e outros alunos do Colégio Batista formaram o conjunto Flor do Tempo que se transformaria em Bando de Tangarás. Henrique Brito integrou uma orquestra que tocou nas Olimpíadas de 1932, em Los Angeles e, poucos anos depois morreu de septicemia. A canção Meu sofrer é também conhecida pelo nome de Queixumes. Primeira gravação lançada em dezembro de 1930, por Gastão Formenti, em discos Parlophon.
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Bm/D
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I
I
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I Em I I B7 O teu olhar traz alegri--a
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I
G7
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C
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I
Bm
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I I I
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Songbook o Noel Rosa
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77
o
Songbook
Noel Rosa
Não resta a menor dúvida HERVÊ CORDOVIL E NOEL ROSA Letra que Noel escreveu para uma melodia já pronta, de Hervê Cordovil, a fim de ser cantada pelo Bando da Lua no filme Alô Alô Carnaval, de Ademar Gonzaga e Wa/lace Downey, lançado com grande . êxito em 1936, antes do carnaval. João de Barro e Alberto Ribeiro, os roteiristas do filme, pouco tiveram que jazer, pois o que interessava mesmo em Alô Alô Carnaval eram os números musicais. No vendaval que se abateu sobre a história do cinema brasileiro, com o desaparecimento de todas as cópias de filmes importantes, escapou Alô Alô Carnaval, como um documento da época. Trata-se do único trabalho em que é possível ver, cantando, vários nomes importantes da música popular brasileira. Primeira gravação lançada em janeiro de 1936, pelo Bando daLua; em discos Victor.
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C7 Você
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I
I
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07 I I Eu Irei então
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II
I
I
I
I
I
por sua causa já não pago a
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I I I ~A
07 Pra me dar
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tostão
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F7 E7 Eb7
I
07 Pe--Io
até meu último tostão
seu
I I I I I F Ii é uma pequena que não resta a menor dúvida I I
I I I I
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I I I
07 G7 C7 F Pra me dar seu co-ra-ção
I I II
Oh, dívida!
Eb7
I I II
Oh, dúvida!
I
Se
II
C7
I
I
I
I
só esperando
I
I II
acaso você não quiser
I I II
Oh, dúvida!
I I
07(DIJ) Estou
Gm I Bbm Trocar meu coração
I I I I I F I é uma pequena que não resta a menor dúvida
não pago a minha dívida
78
II
I I I I I F I por sua causa já não pago a minha dívida
por num aquilo que puder
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I
possuir seu coração
Fazer
C7 Você
I
FIA
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I I I I I Gm I só esperando que você me leve o último
F I C7 I F Irei até lamber sa-bão
I I I Gm I que você me leve o último I
I
C7 Pa--ra
Bbm
F7
I I
07(DIJ) Estou
Oh, dívida!
G7 C7 F seu co--ra-ção
I I
G7
I I I I I F I é uma pequena que não resta a menor dúvida
I F I minha dívida
amor
Gm
D7(b9)
F
C7 E eu
I
F I C7 Por outro coração
I I
I I I I I Gm I só esperando que você me leve o último
I
I
I
por sua causa já
I I
Bbm tostão
I II
Songbook o Noel Rosa C7
Vo -
cê
dú - vi - da
res - ta_a me- nor
é_u- ma pe - que- na que não
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C7
dú - vi - dai
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por su - a
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cau- sa já não
pa- go_a mi- nha
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Gm
dí - vi - da!
Es -
tou
só es - pe -
-*,FIA
B~m
D7
G7
Pra me dar seu
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co - ra
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Da- rei Fa- zer
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úl - ti - mo tos qui - 10 que pu F
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que vo - cê
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úl - ti - mo
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C7
ção
Pa Se F
a - té meu por mim a Gm
ran - do
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ra pos - su - ir seu co - ra a - ca - so vo - cê não qui E7
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Ao 2 vezes e Fim
Se - rei a - vi - a - dor Tro - car meu co- ra - ção
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Por
a - té Iam - ber sa - bão ou- tro co - ra - ção qual- quer
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Songbook o Noel Rosa
Mulato bamba NOELROSA Noel Rosa compôs este samba - um clássico de nossa música popular - quando excursionava ao Sul do país, em companhia de Francisco Alves, Mário Reis, Nonô e Pery Cunha. Mário Reis interessou-se logo pela música e colocou-se à disposição para gravá-Ia, assim que o grupo retomasse ao Rio de Janeiro. João Máximo e Carlos Didier, examinando o personagem criado pelo compositor, estranharam (no livro Noel Rosa, uma biografia) que o "mulato bamba" fosse malandro, forte e corajoso e, no entanto, não quisesse apaixonar-se por mulher. Para João e Didier, essa malandro é muito parecido com Madame Satã, o famoso homossexual da Lapa que era capaz de enfrentar (e vencer) quem se aventurasse a brigar com ele, malandro ou policial. Primeira gravação lançada em 1931, por Mário Reis, em discos Odeon.
Gm
Eb
Ab/C
Fm
Bbm6/Db
Eb6
B
Ebm6/Gb
Eb/G
Bb7/F
II1I1III Arn7(bS)
Cm
F7
Db7
Abm6
Introdução: Eb / Gm /
Eb / / B Este mulato forte É do Salgueiro Cm / E desde pirralho
/ /
B / Eb samba é novidade
/
Eb/Db
/
/
C/Bb
Eb7
F7/A
/
80
/
Abm/B
A7 D7 Gm Gm / Bb(#5) / / baralho Nunca VIU trabalho
Am7(bS)
Vive à custa do
/
/
/
Ab
C7
Ele sempre foi o bamba
F7 Bb7 / Eb A~C Eb D7 Db7 C7 / / apaixonar mulher ele não quer por que Se a se lamentar Por sa-ber
/
Ab
Eb/Bb
Ebmo/Gb Bb?/F Bb7 B~Ab / / Eb6 / E~G / Passear no tintureiro Era o seu esporte Já nasceu com
/ / Eb7 Quer no morro ou na cidade
,-------,
Bb(#S)
G7
Bb/Ab
Bbmo/Db C7 Fm / / / Abmo/B Bb7 Eb A~ C Eb /
/
G7 sorte
D7
A7
Bb7
Abm6/B
Eb / E quando tira
Frn / Abrn6 As morenas do lugar
/
Vivem
Eb / Frn / Bb7 / Eb mulato É O de fato'
Songbook o Noel Rosa
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