Noel-Rosa-3

April 18, 2017 | Author: Julia Bezerra | Category: N/A
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Produzido por

Almir Chediak

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Lumiar Editora

Songbook

Volume 1

Noe! Rosa

Volume 2

Noel: um gênio modernista Almir Chediak O eterno jovem Sérgio Cabral Entrevista: Lindaura Rosa

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MÚSICAS

Noel: um gênio modernista Almir Chediak O nome da rosa Mathilda Kóvak Entrevista: Dorival Caymmi

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MÚSICAS

A.b.surdo Ao meu amigo Edgar Arranjei um fraseado

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Adeus A-e-i-o-u A melhor do planeta Araruta Até amanhã Cidade mulher Com mulher não quero mais nada Cor de cinza Dama do cabaré De babado Espera mais um ano Estátua da paciência Eu vou pra Vila Festa no céu João Ninguém Malandro medroso Meu barracão Minha viola Mulata fuzarqueira Não digas Nunca, jamais O maior castigo que eu te dou O orvalho vem caindo Para me livrar do mal Pastorinhas Pela décima vez Pra esquecer Provei Quantos beijos! Que baixo! Quem dá mais? Retiro da saudade Seja breve Seu Jacinto Só pode ser você Triste cuíca Último desejo Vai haver barulho no chatô Vitória Você é um colosso

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Songbook Noel Rosa em disco Discografia

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lCUS saud açoes C or diai Dona Emília Estamos esperando Estrela da manhã Felicidade Fita amarela

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Mas como, outra vez? Mentir ; Na Babia Não faz, amor

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~~~e~q~ea~~~!~u"::::::::::::: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Onde está a honestidade? O Para atender a pedido O Pela primeira vez O Por causa da hora O Positivismo O Primeiro amor O Quando o samba acabou O Quem não dança O Que se dane O ~;'o~:o:~~~~a·· ..:

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Século do progresso Silêncio de um minuto -:TA .

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Vai pra casa depressa Vejo amanhecer Você vai se quiser

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Songbook Noel Rosa em disco Discografia

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Songbook

Volume 3 6

Noel: um gênio modernista Almir Chediak A lira independente Muni: Sodré Entrevistas: Tom Jobim........ João de Barro

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MÚSICAS Amor de parceria Ando cismado A razão dá-se a quem tem Boa viagem Cabrocha do Rocha Capricho de rapaz solteiro Cem mil réis Conversa de botequim Dona Araci E preciso discutir Esquina da vida .. Eu sei sofrer Feitiço da Vila '? Feitio de oração c................................................ Filosofia :............................ Fui louco Mais um samba popular

23 26 29 32 35 37 44 40 47 50 53 56 59 65 62 68 71

NoeJ Rosa

Mão no remo Meu sofrer Mulato bamba Não resta a menor dúvida O que é que você fazia? O 'x' do problema Palpite infeliz Picilone Pierrô apaixonado Pra que mentir? Prato fundo Prazer em conhecê-Io Quem não quer sou eu Quem ri melhor Rir Samba da boa vontade

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~~op~~~~l~~:~as.::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::.::::::::::::::: Tarzan (o filho do alfaiate) .. Tipo zero Você, por exemplo Você só mente Voltaste Songbook Noel Rosa em disco Discografia

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1991 • Os copyrights das composições musicais inseridas neste álbum estão indicados no final de cada música.

o Diagramaçâc Tonico Fernandes

e produção

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Revisão de texto: Tereza Cardoso

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o Arle-linal: Mussuline Alves

Editor responsável: Almir Chediak Coordenação editorial: Sonia Regina Cardoso

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Projeto gráfico: Fernando Pena e Almir Chediak

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Capa: Bruno Li berati

grá1ica:

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Participaram da produção deste Songbook : Leticia Dobbin. Fátima Pereira dos Santos. Marília Mattos Cunha, Jacob Lopes e Lou Nogueira

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Composição gráfica dos acordes letras com cifras: Multiformas

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Confecção e revisão de partituras: Adamo Prince, Fred Martins, Guilherme Mayah, Horondino Reis. Lúcio Duval e Ricardo Gilly

Composição gráfica das partituras. Didado Azamouja e Edu Mello e Souza

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Fotocomposição: Central Editora Gráfica LIda.

Supervisão lan Guest

musical:

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• Reprodução das foi os utilizadas: Adyr, Beti Niemeyer, Márcio RM. Ronaldo, Manhães, Campanella Neto e Brígida

• Direitos de edicão para o Brasil: Lumiar Editora. R. Elvira Machado, CEPo 22280. Rio de Janeiro Tel.: (021) 541-4045 e 295-8041

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feitura deste songbook foi bem mais trabalhosa do que eu esperava. A começar pela definição do repertório, que a princípio seria de 80 canções, escolhidas por mim, com a ajuda do pesquisador Jairo Severiano e do jornalista Sérgio Cabra!. Com o passar do tempo, e à medida que ia me aprofundando no estudo da obra de oel, mais vontade tinha de acrescentar músicas ao repertório original, um desejo que foi ficando incontrolável: de 80 canções passou para 92, depois 102, 114 e acabou com 120 músicas. distribuídas em três volumes, com 40 canções cada. As mú icas foram escritas a partir das gravações originais, sendo que boa parte cantada pelo próprio Noel ou por seus principais intérpretes, como Araci de Almeida, Francisco Alves, Almirante, Marília Batista, Mário Reis, Sílvio Caldas e Orlando Silva. Quase todas essas gravações me foram cedidas pelo pesquisador Jairo Severiano, um material riquíssimo que me poupou muito trabalho.

Na notação das músicas para este songbook, foram mantidas a melodia. o ritmo e as harmonias originais. Tais harmonias são genialmente bem feitas. ricas na condução dos baixos e na utilização dos acordes invertidos e diminutos. Possuem tamanha criatividade que muitas parecem d finitivas , como por exemplo Conversa de botequim ou Cem milréis, harmonizadas por Vadico e tão bem acabadas que fica difícil criar uma nova harrnonização com resultado semelhante. Outro aspecto que marca este songbook é o fato de as músicas estarem representadas graficamente de forma diferente dos demais. A começar pela inclusão de textos que comentam cada música, escritos por Sérgio Cabral, que dão ao leitor informações precisas obre cada canção. Outra inovação é a colocação da letra abaixo das notas. Isto se fez necessário porque nas canções em que uma parte da música é repetida com letra diferente, oel tende a mudar o

iii1lôl ritmo ou mesmo a melodia. São pequenas modificações, mas que de alguma maneira teriam de ser anotadas, caso contrário o leitor não tocaria exatamente como Noel compôs. Algumas canções são repetidas com novas harmonizações criadas por importantes compositores e intérpretes da nossa música. Mostrando, as im, um Noel revisitado - quase 60 anos depois de sua morte - numa releitura que vai de Tom Jobirn a Eduardo Dusek. Noel foi o primeiro compositor modernista da música brasileira e continua sendo, hoje, tão moderno quanto muitos dos nossos compositores contemporâneos. Agradeço à dona IJka, viúva de Almirante, que me cedeu um material de pesquisa importantíssimo. passado ao Almirante por dona Marta, mãe de Noel, após sua morte, consistindo de fotos, recort s de jornais. letras de canções manuscritas por oel,

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slides. a bengal inha ganha aos nove anos de idade e

o tinteiro em forma de automóvel. Agradeço, também, à Lindaura, viúva de Noel. Ao seu editor original, o maestro Estevão Mangione, por autorizar a publicação das cançõe . Ao jornalista Sérgio Cabral, pela ajuda na escolha do repertório, na edição dos texto . na pesquisa de fotos e di cografia. Enfim, agradeço a todos que colaboraram direta ou indiretamente para que este songbook se tornasse realidade.

Almir Chediak

Songbook o Noel Rosa

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ara quem admite a hipótese da reencarnação, esta outra seria bastante provável: Chico Buarque é Noel Rosa redivivo. Há quem a isso objete, entretanto. Estes dirão que a singularidade de Noel é de tal ordem que se torna necessário 'reencontrá-lo' em outros compositores contemporâneos para que, dos termos da comparação, alguma luz se faça sobre a dinâmica criativa do "poeta da Vila". Com Chico Buarque, há de fato muita coisa em comum. Para começar, raros são os brasileiros que não terão ouvido falar de Chico ou de Noel. Raro também é o pesquisador ou crítico de música popular deixar de arriscar associações entre um e outro. Subjaz a essas referências um lirismo todo especial. Lírico, sabe-se, é o texto em que o 'eu' - a manifestação de uma subjetividade - exprime estados de alma, faz cantar a sensibilidade. O afetivo e o íntimo aliam-se para desobjetivar o mundo, quer dizer, torná-I o menos definido, mais fluido, mais permeável à ambivalência do sujeito humano. No lírico, é a alma que promove a fusão do sujeito com o objeto do passado com o futuro. 'Recordação' já foi apontada como palavra-chave do lirismo, no sentido radical de devolver as coisas ao coração, abolindo as diferenças entre o mundo interno e externo.

Com Noel define-se a cor brasileira da vida na cidade Na letra e música de Chico Buarque, em sua canção, o 'eu' lírico afirma-se, não pela mera expressão sentimentalista de uma alma individual, mas pela identificação com um espaço social, onde a existência se reorganiza pela poesia - o samba, para ele. Samba é aí a metáfora de saída da angústia gerada por um socius e um quotidiano sem plenitude existencial. Neste movimento criativo, há seriedade crítica, elaboração lingüística e busca de uma tensão poética, que conferem uma certa intransitividade ao texto de Chico, mas ao mesmo tempo o colocam no lugar próprio aos líricos da boa estirpe modernista. Com 'intransitivo' queremos designar um 'falar sobre' o mundo: a moça triste na janela, o sabiá, o operário que cai na

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contramão atrapalhando o tráfego são construções de uma subjetividade e não vivências ou con-vivências externas. este processo, são interlocutores de Chico tanto o homem comum quanto a própria poesia enquanto projeto de reflexão sobre o mundo. oel Rosa, ao contrário, é bastante 'transitivo', ou seja, fala a partir de uma vivência num certo quotidiano (não fala 'sobre'), fala o mundo, como o trabalhador quando se refere à operação de trabalho. Por outro lado, sua veia lírica é formalmente mais romântica do que moderna, no sentido de que o espaço externo (a cidade, com suas dores e alegrias) achase objetivamente estruturada, e o poetacompositor pode sentir-se à vontade para assumir os significados correntes. Nesses significados é que transparece o cunho modernista de Noel- as indicações quanto à especificidade brasileira da vida na cidade. De fato, a composição noelina expressa de modo marcante aspectos da ligação entre a atmosfera afetiva da integração de grupos sociais diversificados no espaço da cidade e o senti-

mento lírico. Ela ajuda a fazer trânsito do ethos negro para a classe média, acolhendo desta maneira a ideologia do populismo nacionalista, ascendente em sua época, a da Primeira República. Vale a pena lembrar que Noel Rosa nasceu pouco mais de uma década depois da proclamação da República no Brasil. Tratou-se de ato do Exército, não do povo. Este assistiu a tudo 'bestializado' (na expressão de Aristides Lobo), acreditando que se tratava de uma parada militar. Nas décadas seguintes, sob a égide do lema positivista 'ordem e progresso' e de uma Constituição liberal, mas controlado de fato por oligarquias estaduais, o regime republicano mostrou a sua face excludente. Facilitavam-se os negócios das empresas nacionais e estrangeiras, dificultavam-se as condições de vida e de trabalho. Em suma, o povo ficava de fora, 'bestializado'. As canções de Noel não fazem referência direta à ordem político-econômica vigente, a não ser quando incorporam, a título de significados correntes, em geral com filigranas irônicas, moti-

Songbook

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Noel Rosa Arouivo Almirante

Reprodução de manuscriro de Noel com o que ele chamou de "Revista radiofônica".

em dois atos. escrita em 1935. intitulada Ladrão de galinha.

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Songbook

o Noe!

Rosa Arquivo

Almirante

vos temáticos da época. Tome-se Positiv i smo como exemplo. A doutrina comtiana é aí posta à distância desde o verso inicial"A verdade, meu amor, mora num poço" - até aquele que manda o "coração que não vibra" transformar "mais outra libra em dívida flutuante". Na lírica noelina, a ideologia patrona do Exército e da República só tem mesmo lugar como mote gozador.

Noel pontificava entre os boêmios e seresteiros da Vila Quanto mais se ouvem as canções de Noel, mais evidente se torna que o compositor da Vila não apostava em nada do status-quo; que ele tinha plena consciência da distância do povo com relação à ordem oficial das coisas. Isto transparece numa lírica vazada entre o irônico e o divertido, capaz de fazer compreender que mesmo a pretensa autoridade, o pequeno representante do poder é tão desabrigado quanto o cidadão comum: "Meu cortinado é o vasto céu anil/E o despertador é o guarda civil/Que o salário ainda não viu!" (O orvalho vem caindo). Mas o tom pode às vezes mudar para o corrosivo, como no caso do horário de verão: "Com o adiantamento de uma hora/Como vou pagar agora/Tudo o que comprei a prazo/Se ando com um mês de atraso?/Eu que sempre dormi durante o dia/Ganhei mais uma hora pra descan 0/ Agradeço ao avanço/De uma hora no ponteiro/Viva o dia brasileiro!" (Por causa da hora). O que realmente mobilizava o compositor era a cidade enquanto comunidade, metaforizada no bairro, com destaque para Vila Isabel. Este bairro é o espaço externo de articulação do sentido lírico atribuído por Noel às relações humanas, à festa, ao samba. É um espaço cultural, de resistência, uma 'cidade independente', como ele define em Palpite infeliz. A que se resistia? Ao atordoamento inicial das inovações, mas também ao domínio colonial interno. Assim, frente às duas principais oligarquias da República, podia-se cantar: "São Paulo dá café/Minas dá leite/E a Vila Isabel dá samba" (Feitiço da Vila). Em última análise, a resistência visava mesmo tudo aquilo que ameaçava a Cidade de perda da urbanidade tradicional: a transformação de seu centro por reformas modernizadoras, mas autoritárias; a dispersão da comunidade dos bairros por pressão das migrações internas; a 10

coerção no interior das fábricas e empresas, onde os empregados podiam ser demitidos verbalmente, sem qualquer tipo de indenização. A 'recordação' lírica incide sobre essa Cidade-Bairro evanescente. Por isso, Noel reage, lírico-romanticamente, ao açodamento de algumas das transformações trazidas pela modernização. O cinema falado e o rádio poderiam estar começando a funcionar, já no final dos anos 20, como fatores de unidade nacional (na medida em que a Nação acabava se reconhecendo nas catarses comuns); mas o compositor enxergava as inovações do ponto de vista do bairro, da cidade comunitária, onde "o samba não tem tradução no idioma francês" (Não tem tradução). Ao lado do samba, Vila Isabel era o eixo semiótico das narrativas líricas minicrônicas, em muitos casos - sobre o modo de existência brasileiro-carioca. Não era, porém, simples produto imaginativo do compositor, nem mero campo de referências lingüísticas para formas puras, destituídas de um significado vivenciável, como pode acontecer numa elaboração poética. A Vila era um espaço concreto, histórico, de trabalho, festa e boemia. A rua 28 de Setembro, sua principal artéria, era

um lugar repleto de bares animados e de passeios noturnos significativos. No Carnaval, ali havia batalhas de confete e desfiles de escolas de samba. Aos domingos, entre as seis e oito horas da noite, passeavam habitualmente as filhas de famílias, moças 'presas', de braços dados umas com as outras. Tarde da noite, os bares e as calçadas acolhiam os boêmios, os seresteiros, dentre os quais pontificava Noel Rosa. Noel freqüentava os redutos boêmios do centro da cidade, como o famoso Café Nice, mas estava sempre presente nos lugares marcantes da Vila. Na rua Maxwell, perto da fábrica de tecidos Confiança, ficava o colégio de sua mãe, dona Marta. Nesse ambiente de classe média, conheceu Lindaura, que tinha apenas treze anos de idade quando se casou com Noel. Já na rua Souza Francoonde ficava o bar O Ponto Cem Réis - e na Praça Sete, o compositor tocava com freqüência violão. O "poeta da Vila" não falava, portanto sobre a festa: ele fazia e incentivava 'fuzarcas' (nesse sentido, teve continuadores em personagens típicos do bairro). Movia-o tanto a 'força da alegria - "O mundo é um samba que eu danço" quanto a forte inclinação para o sexo

Songbook o Noel Rosa

Flagrante de Noel nas noites do Rio. Na Praça da Candelária, juntamente

oposto, regulada por destino: "De ti, gosto mais que outra qualquer /Não vou por gosto /0 destino é quem quer ... " (Até amanhã).

Ainda em vida, ele foi chamado de 'filósofo do samba'. a verdade, reivindicava a 'fi Ia afia' (entendida pelo senso comum) como uma atitude para a convivência com O regime de exclusão do povo e com o liberalismo político que não passava de uma paródia da democracia representativa: "Mas a filosofia/Hoje me auxilia/A viver indiferente/Assim ... " (Filosofia)

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A realidade

atravessada pela força lírica dos pequenos fatos

Será mais apropriado, entretanto, vêIa como um cronista - com pensamento próprio - do Rio e seus bairros. Estes ainda mantinham uma singularidade cultural não sufocada pela homogeneidade urbana, de modo que as características de um lugar podiam ser vistas como irrepetíveis em outro: "Você pode crer/ Palmeira do mangue/Não nasce na areia/ De Copacabana" (O 'x' do problema).

com Custódio Mesquita. William Fais ai e uma "baiana".

Ou então podiam dar saudade: "Não há quem tenha/Mais saudade lá da Penha/ Do que eu - juro que não ... " (Meu barracão). Quanto à cidade como um todo, era sentida como "notável, inimitável. maior e mais bela que outra qualquer", algo a que "ninguém resiste", porque era "Cidade do amor, cidade mulher" (Cidade mulher).

Cronista, sim, que fazia a realidade social ser atravessada pela força lírica dos pequenos acontecimentos. Muitas vezes, eram situações instantâneas, simples flagrantes do quotidiano que instauravam o lirismo da narrativa: "Seu garçom, faça o favor/De me trazer depressa/ Uma boa média/Que não seja requentada ... " (Conversa de botequim). Noutras, o assunto socialmente delicado podia ser abordado graças a uma verve incomparável: "As morenas do lugar/Vivem a se lamentar/Por saber que ele não quer/ Se apaixonar por mulher. .. " (Mulato bamba).

No alto de tudo isso, reinava o samba, entidade ao mesmo tempo mitica e realhistórica para Noel. Sabe-se que no século dezenove ainda se falava no Rio de uma figura mística entronizada pelos negros com o nome de 'Sinhá Samba'. Mesmo que a ela não fizesse referência-

afinal, já se havia entrado no 'século do progresso' -, Noel parecia cuÍtuá-la na prática, na medida em que fazia do samba um modo de compreensão e redimensionamento da existência. Ele sabia que "batuque é um privilégio", que "sambar é chorar de alegria/É sorrir de nostalgia" e que o samba, por "nascer no coração" podia ser cantado como se o compositor estivesse rezando (Feitio de oração). Noel Rosa é contemporâneo, moderno, atual. Seria difícil revê-Ia por 'reencarnação', porque ele é absolutamente singular. Mas nessa linha hipotética, pode-se pensar (por que não?), à maneira dos cultos negros, em 'santo baixado'. O poeta da Vila pertence, hoje, à estirpe dos ance trais da vida poética da cidade e, como os ancestrais nos cultos cariocas, é muito bem capaz de 'baixar' em certos momentos do transe de inspiração dos sambistas nacionais. Assim, Noel está em Chico, Caetano, Gil, João Nogueira, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, Cartola e tantos outros poetas do povo e da Nação. N oel Rosa é raiz e fonte de brasilidade.

Muniz Sodré

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Songbook

Entrevista

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Noel Rosa

ITom Jobim

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ma das facetas menos focalizadas de Antonio Carlos Jobim é o seu conhecimento da música popular brasileira. Poucos compositores dominam tanto a obra de Pixinguinha, Emesto Nazareth, Ary Barroso, Garoto, Custódio Me quita, e outros, quanto es e autor de uma obra que fez dele o mais famoso nome da música popular brasileira em todo o mundo. Um dos seus passatempos prediletos é proporcionar aos amigos que o visitam um desfile de músicas, por exemplo, de Nélson Cavaquinho, ao piano. Aqui, ele fala de um dos seus compositores prediletos, Noel Rosa. E fala com a autoridade de quem conhece a obra noelesca em todos os seus aspectos, inclusive abordando, pela primeira vez, algumas características musicais próprias do grande compositor.

A música, uma arte crônica O acorde, wnapintura ALMIR CHEDIAK - Qual é a sua opinião sobre Noel Rosa? TOM JOBIM - É um gênio. Uma pessoa extraordinária para a época. O que ele já sabia, para o seu tempo, era uma coisa extraordinária. ALMIR - E tudo isso em tão pouco tempo de vida. TOM - É verdade. Um homem que morreu com 26 anos de idade, deixando uma obra tão extensa. ALMIR - Foram 230 produções. E cada letra maravilhosa! TOM - E, muitas vezes, as melodias também são incríveis. As melodias do Vadico também são ótimas. Noel é um cara formidável, um cara que marcou a minha vida, determinou minha paixão pela música brasileira. Quando vejo você tocando, com essas inversões, me lembro do Noel e do Chico. ALMIR - O Chico talvez seja o compositor que mais se aproxima de Noel. TOM - Pelo estilo. Um cara que fala das coisas que existem mesmo. Ele fala do botequim, da Maria, da cachaça, do povo. Uma coisa muito brasileira, muito autêntica. Com que roupa?, por exemplo: essas inversões no violão, a sétima no baixo, depois a terça no baixo, 14

sétima no baixo, resolvendo pra terça no baixo ... e vai por aí. Um negócio muito bom. ALMIR - Você vê que, naquela época, não se trabalhava com dissonâncias, como se trabalhou, principalmente, a partir de suas músicas, das músicas de JohnnyAlfetc. Mas eles faziam umas harmonias muito bonitas. Tinham uma coerência. TOM - Era uma música mais horizontal. Hoje em dia, é mai vertical. O Bach é mais horizontal, o Debussy é mais vertical. Quer dizer: o Bach não está preocupado com o acorde; está preocupado com o passado, presente e futuro. Stravinsky, muitas vezes, está mais preocupado com a verticalidade, com o aqui-agora. A música, como diz Stravinsky, é uma arte crônica. Para

você ter uma melôdia, tem que ter passado, presente e futuro. Agora, para tocar um acorde, é instantâneo. É como uma pintura. Para compor uma canção, precisa de tempo, você tem que ter cronicidade. É por isso que muitas vezes o plim-plim da televisão não resolve o problema musical, porque você faz tchá - e isso ainda não é música. É o tal negócio. Como dizia Stravinsky, o piar dos pássaros ainda não é música, porque a música precisa de uma cronicidade. Você anda no tempo e, conforme o tempo vai passando ... É o que acontece com Bach, Chopin, com Brahms. Depoi , vêm as coisas mais verticais. Evidentemente que Debussy tem também passado, presente e futuro, mas ele também tem esse lado vertical, que não preocupava Bach, nem preocupava

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Entrevista

o Noel

Rosa

I João de Barro Arquivo

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Almirante

arlos Alberto Ferreira Braga (2903-1907), carioca e filho de industrial, pensava em estudar Arquitetura. Mas o talento e as circunstâncias o levaram para a música popular brasileira e ele resolveu adotar o nome de João de Barro. Pelos amigos, porém, foi sempre chamado de Braguinha (pela família, de Carlinhos). Um recordista de nomes, sem dúvida. E não só de nomes. É o compositor há mais tempo em atividade, o autor que mais contribuiu para a música carnavalesca e, provavelmente, o que mais teve músicas gravadas em disco. Conheceu Noel Rosa na juventude, em Vila Isabel, e foi seu companheiro no Bando de Tangarás, um conjunto de grande sucesso, de 1929 a 1933. Além de compositor e cantor, Braguinha exerceu várias outras atividades artísticas, como a de roteirista de cinema, dublador e diretor artístico de gravadora, atividade, por sinal, que o ajudou a lançar inúmeros nomes importantes da nossa música. ALMIR CHEDIAK - Braguinha, você é o último remanescente do Bando de Tangarás. Você era o cantor do conjunto? JOAO DE BARRO - Não, não, eu só cantarolava. Não sou cantor, nem nunca fui cantor. Tocava um violão no grupo, ainda assim, muito mal. ALMIR - E como você conheceu Noel Rosa?

Andávamos por aí, cantando e fazendo serenatas JOÃO DE BARRO - Conheci o NoeJ em Vila Isabel. Eu morava na Rua Souza Franco, dentro da fábrica de tecidos, da qual meu pai foi diretor. Já o Noel morava na Rua Teodoro da Silva. A mãe dele, Dona Marta, era professora das crianças do bairro e deu aulas para minhas duas irmãs. Acabei conhecendo Noel, em Vila Isabel mesmo, e tivemos uma grande amizade. Fizemos algumas músicas juntos, de parceria, e uma delas - Pastorinhas - é um grande sucesso e está aí até hoje. ALMIR - Como era a vida de vocês? Saíam pelos bares, bebendo e cantando, quem era mais boêmio entre vocês? JOÃO DE BARRO-Q Noel era muito

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Noel em 1931.

mais boêmio do que eu, mas freqüentamos os bares juntos, sim, principalmente, em Vila Isabel. ALMIR-Aí, vocês criaram o Bando de Tangarás ... JOÃO DE BARRO - ... muita gente diz Bando dos Tangarás, mas está errado. O certo é mesmo como você falou: Bando de Tangarás. Não é dos, é de. Éramos eu, o Noel, o Almirante, o Alvinho e o Henrique Brito. Almirante era o cantor do grupo e o responsável pelo ritmo. Tocava pandeiro muito bem. Henrique Brito era um violonista maravilhoso. Dos melhores que conheci em toda a minha vida. Uma pena que ele tenha morri do muito cedo. Noel também tocava violão e eu arranhava. Andávamos por aí, cantando, fazendo serenatas, nos apresentando nos clubes e

nas festas. A partir de 1929, gravamos vários discos. ALMIR - E o Noel, como ele era? JOÃO DE BARRO - Acontece que o Noel era muito boêmio e não dava importância para dinheiro. Tudo o que

Às vezes, Noel empenhava o violão recebia gastava logo. Quando estava muito necessitado, empenhava o próprio violão. Aí, apelava pra mim, pegando o meu violão emprestado, durante vários dias. Quando conseguia 'desempenhar' o violão, devolvia o meu e a vida continuava. A gente se gostava muito. ALMIR - O Bando de Tangarás era um grueo profissional? JOAO DE BARRO - Não, éramos

Songbook o Noel Rosa

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Songbook o Noel Rosa

o Bando de Tangarás está todinho nesta foto que. tarnbcm. registra alguns agregados ao grupo. Estavam todos no estúdio da Parlophon. em 1930 e aparecem Sérgio Brito. Oanie! Sirnões. Abelardo Braga. Nocl Rosa. I.upcrcc Miranda. Almirante. Manuel Lino c João de Barro. amaclores. Fazíamos aquelas apresentações nos clubes. mas sem ganhar nada, nenhum tostão. Cantávamos também em casas de família, nos dias de festa. Tanto que o primeiro convite que a gente recebeu para fazer shows profissionais no cinema, só o Almirante e o Noel Rosa é que foram. Naquela época, os cinemas apresentavam shows , antes de exibir os filmes em cartaz Almirante e I oe: aceitavam o profissionalisrno, mas eu, não. Éramos profissionais no disco. isso sim. Gravávamos e ganhávamos das gravadoras. ALMIR - Era um Rio de Janeiro diferente. O Rio dos bondes. JOÃO DE BARRO - O bonde foi um fator de aglutinação muito importante. sabia? Os artistas daqueie tempo. 20

principalmente o. compositores. se reuniam justamente no Café Nice. que ficava ali perto de onde era a Galeria Cruzeiro - hoje, edifício Avenida Central - ponto final de várias linhas de bonde. O pessoal chegava de bonde e Ia para o Café I ice, para conversar, quase sempre, sobre música.

As canções

de Noel estão aí até hoje, são imortais ALMIR - Com 84 anos, você conheceu muitas tases da vida do Rio de Janeiro. Qual o seu segredo para continuar firme. compondo, produzindo. vivendo? JOÃO DE BARRO- O segredo de viver

muito e conservar a vicia é o seguinte: se encontrares uma peclra em teu caminho, e ela for pequenininha. chuta. Se for grande, senta nela e descansa. Eu, por exemplo, estou sentado na pedra. vencia a banda passar. ião quero que nada me aborreça. ALMIR - E casado com a mesma mulher. JOÃO DE BARRO - Há 54 anos. Somos ainda namorados. ALMIR- voltando ao Noel. como que vocé se sente sabendo que as músicas dele estão por aí até hoje? JOÃO DE BARRO - Ele não e tá entre nós para fazer a propaganda das músicas. No entanto, elas chegaram até aqui. São imortai . Noel Rosa morreu muito jovem, o que é uma pena, pois poderia ter feito ainda mais. j

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ioel Rosa Arquivo AI~ante

Capa da partitura de Eu vau para Vila, com alguns dos personagens

mais c-arac[erÍsticos da obra de Noei Rosa

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o Noe! Rosa

Amor de parceria NOELROSA Embora lançada com pretensões de compor o suplemento da Victor do carnaval de 1936,Amor de parceria não tinha nada para ser cantado no carnaval. O próprio rótulo do disco original classifica-o como um "samba-choro" e NoeZ Rosa, em entrevista à publicação Voz do Rádio, revelou que pretendia entregar a música à dupla Ioel e Gaúcho, especialista na interpretação do chamado samba-choro. Foi uma das músicas compostas por Noel durante a sua estada em Belo Horizonte, entre dezembro de 1934 e maio de 1935. Primeira gravação lançada em setembro de 1935,por Araci de Almeida, em discos Victor. (Esta, e as demais notas, são de Sérgio Cabral)

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Dm

G7

C

C7

G7/B

G7/D

E7

E/D

A7/C#

Dm/F

D7

B7/D#

B7

Em

;mllllllll III IIIIIIII Introdução: F F#o )/G GYD

A7 Dm G7 GYB

Saiba primeiro que fulana

c

C7 F F#o YG A7 Dm GYB C I

DnyF C / E7 o/D AyC# A7 é minha amiga E comigo ela não briga Com ciúme de você Você provoca

F#o )/G A7 D7 G7 C / GYD GYB C briga entre rivais Para depois ver nos jornais Seu nome e seu clichê Há muito tempo minha amiga me avisava DnyF F#o)/G / E7 o/D AyC# A7 Que ela sempre conversava Com você no seu jardim E começou a nossa parceria G7 C ela foi por mim

/

GYD

Você pensou

GYB C fomos enga--nadas que

/

A7 Eu

D7 fui por ela e

o/D AyC# A7 E7 Marcando encontro em horas alter-nadas E

Dm/F / BYD# AyC# A7 B7 Em D7 A7 G7 C Dentro daquela escrita Eu e ela não tivemos prejuízo na socie-dade nós fizemos a sua vontade GYD

você

GYB

se atrasava

/

Quando

Dm/F F#O AyC# A7 o/D E7 C I uma hora Eu fingia não saber A razão dessa demora E muita vez você perdeu a

YG A7 D7 G7 C / GYn GYB C / E7 fala Quando estava sem tostão E eu pedia bala Nós aturamos os seus modos irritantes Mas filamos bons jantares o/D AYC#A7 Dm/F F#o YG A7 Você não sai do nosso pensamento Vo-cê Nos melhores restaurantes

D7 G7 C / foi negócio e foi divertimento

23

Songbook o Noel Rosa AMOR DE PARCERIA

C/G

F

Dm

A7

c

G7/B

Dm

A7

C/G

C C7

G7

;"' Sai - ba

GW

~/B

pri-

C

~

mei - ro tem - po cê se ra - mos

que fu - Ia mi - nba_a - mi a - tra - sa os seus mo

E7

-

na_é ga va dos

mi - nba_a me_a - vi mei - a ir - ri

A7/q

EID

-

bri - ga sa - va ber ta - res

Com Com A Nos

11C/G

ci vo ra me

-

ú - me de no seu des - sa lbo - res res -

cê zão

A7

vo - cê jar - dim de - mo tau - rantes

D7

-

24

de- pois ver nos jor - nais es - ta - va sem tos - tão

E co Que_e-Ia Eu fio Mas fi

ra

-

mi - go_e sem - pre - gi a Ia - mos

-

Ia con não bons

-

não ver sa jao

bri- ga_en- Ire vo - cê pro - vo - ca co - me - çou E a nos - sa par E mui - ta vez vo - cê per-deu_a Vo - cê não sai do nos - so pen -

Seu no - me_e seu cli E eu pe - di - a

-

~.

~

G7

-

F#o

DmIF

~~ Pa - ra Quan-do

ga va ra tes

A7

1

~~

mi sa bo tan

C

m chê bala!

y

J Há Nós

vais ri Ia meu -

li ce fa sa

;;J mui a

-

to tu -

Songbook o Noel Rosa

sou que

fo - mos en - ga

na

J

Mar - can - do_en - con - tro_em

A7Iq

J.

~ ~

nós

E

fi

ze - mos

-

B7

B71D#

que - Ia_es - cri - ta

bo - ras

Eu

a

su - a

Em

e

e

von

ta

de

A7

Ia não

aI - ter -

na-

DmIF

A7

j

das

EID

E7

das

A7

A7IC#

~.

c

G7/B

G7/D

ti - ve- mos pre - ju

D7

-

f - zo

j

~ Den - tro

da -

G7

na

so - ci - e

~9~

da -

c

I*~J J. de

j

J

J

Quao

do

WEJ vo

Ao

%

e Fim

-

Copyright by MANGIONE, FILHOS E CIA LIDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/1 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados. 0

25

Songbook

o Noel Rosa

Ando cismado NOEL ROSA E ISMAEL SILVA Era um dos sambas preferidos por Ismael Silva (1905-1978), parceiro de Noel. É também um dos poucos sambas em que a dupla Noel Rosa-Ismael Silva conseguiu libertar-se da obrigação de incluir o nome do cantor Francisco Alves como um dos autores da música, com base num acordo feito desde 1928, quando Ismael vendeu ao cantor, por cem mil réis, o samba Me faz carinhos. O acordo foi feito, inicialmente, com os sambas de Ismael e Nilton Bastos e, depois, com a obra da dupla Ismael-Noel. Primeira gravação lançada em outubro de 1932, por Francisco Alves, em discos Odeon.

G#m

D#m

C#m/G#

F#7/A#

D#m/A#

G#7/B#

G#7

C#m

B

E

G#7/D#

F#7

I ~II I I I C#7

A#7/E#

D#7/A#

G#m / / / D#m D#ny A# G#~B#

/ / Mulher,

G#~D# você

/ G#7

26

F# agora

/ B / / / / quê Mulher,

/ / / D#m / / / E / / / eu ando cisma--do Que me enganei

/ C#m / F#7 / G#7 / / / C#7 / F#7 / B / / Se algum dia não ficar mais a seu lado Não precisa perguntar por quê

/ F# C#7 realidade se é

A#~E# Deixo

F#/E

G#7 C#m C#m/ G# F#~ A# F#7 B / /

/ C#7 /F#7 perguntar por

G#m / C#7 / F# A#~E# A mentira é fatal Creio

/ espero

C#/E#

/ / / D#m / / / E / / / G#~D# / G#7 / C#m / F#7 / eu ando cisma--do Que me enganei com você Se algum dia não ficar mais a

G#7 / / seu lado Não precisa

/

D#m/C#

A#~E# Ver

A#~E# Sua

D#m/ C# G#~B# / C#7 / F# D#m que não é por mal Que a mulher nos faz descrer

D#m grande

D#ny C# G#~B# falsi dade

D#m D#m/ C# G#~B# você a qualquer hora

D#m D#m/ C# G#~B# .compa--nhia sua

Sem

/ C#7 explicar

/ C#7 / F# você sofrer Eu hei de ver

/ Dando

por

C#7 a outro

/

que

F# razão

G#m / Eu

/ F# / / / G#m / o coração Quan-do

C#7 chegar

Fo/E F#7

B Mulher

D#~ A#

/ / / G#m Mas

/ / /

Co/E#

com

C#7 cismado / F# esse dia

/ /

eu

/

ando

Songbook o Noel Rosa

D#m / / / E

cisma-do /

/

C#7 / F#7 / B

/

G#'YD# / G#7

me enganei com você

precisa perguntar / G#7

/

/ /

Que

por

C#m

quê

/

Se algum dia

/ / /

F#7

/

/ /

Mulher, /

/

C#m

/

G#7

/

/

/

F#7

não ficar

D#m / / / E

eu ando cisma--do

Que

/

G#7

/

mais a seu lado Não /

/ /

G#'YD#

me enganei. com você

C#7 / F#7 / B

não ficar mais a seu lado Não precisa perguntar

G~m

/

Se algum dia

por

/ /

quê

D~m

~

FP/A~

B

FP

~

~*_ê*ê ~~

voz

.c

Mu

-

lher,

m me_en

Que

- ga- nei com

vo -

.

eu an- do eis - ma

do

qm

G~7

GplD~

~

D~m

'"

--

E

B

m

y ~"



Se

ai

-

gum

di

a

não

fi -

B

car

mais

a

seu

J' -* 11

B

y

Mu-

que cê

não a

Ia

D~7/A~

do

Não pre

sa per - gun - tar

eis

-

ra

-

quê

por

F~

JEj3 men

mal ho

-

Cp

A Eu

por quer

- ci

G~m

fif"

-

Fim

é qual

-

A#71E#

~

g~

ti ma

-

ra é d03s-pe

Que_a mu Dan - do_a

-

lher ou

fa - tal ro_a - go - ra

Crei Ver

-

o vo

-

des - crer ra - ção

27

Songbook

q7

G#m

F#

Mas Quan

-

se do

re gar

é

che

de a

-

a es

li se

-

da di

-

de a

fal com

si

da nhi

pa

[;'

~

1j

Cj!/E#

J J~#~

Fj!/E F#7 Ao~

1

*



Se

/ /

BYD# E7 / / / A7 / deixar meu amor me Eu

ninguém D queixar

/ A7

A

/ / / B7

/

D / / razão dá-se a quem tem

Vou

/

/

'YA B7 E7 A7 D /

A7 / D

D / / / B7 / / não posso me queixar Vou

/ / / /

Se

/

/

E7 / / / sofrendo sem dizer nada a

BYD# E7 / / / A7 / deixar meu amor me Eu

/

/ / E7 / / / A7 / / / D / / / sofrendo sem dizer nada a ninguém A razão clã-se a quem tem

A7 D / / / / / / E7 / / não posso suportar "Se meu amor me deixar" Se de saudade eu chorar "Eu

/

/

/

não posso me B7

/

Sei que

B7 / / / / não posso me queixar" Abandonado

D E7 A7 / / / / / / / sem vintém "Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém" Quem muito nu, chora também "A

/

/

/

razão dá-se a quem

(B7) / / / E7 / / / A7 / / / D / / / tem" Eu vou chorar só em me lembrar "Se meu amor me deixar" Dei sempre golpe de azar "Eu não posso me B7 / / queixar" Pra parecer que

/ VIVO

E7 / / / A7 / / / D / bem "Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém" A esconder que amo alguém "A

/ / D7 / G / F#7 / Bm / Gm6 GmrBb razão dá-se a quem tem"

'YA B7 E7

A7 D / A7 / D

29

Songbook o Noel Rosa A RAZÃO DÁ-SE A QUEM TEM

Gm6/B~

Gm6

DIA

E7

B7

A7

A7

D

~~ -

D

~

D

B71D~

•• z

:'f~

Se

meu

a- mar

me

dei

E7

D

A7

-

xar

Eu

não

pos - so me

quei - xar

E7

B7

~ê~

Fim

Vou

so - fren

-

do sem

di - zer

A7

tina

-

D

B7

nin - guém

da a

A

t

ra -

-

~§~~:I:"1 zão dá- se_a quem

tem

E7

tar brar

A7

( Se ( Se

meu a meu a -

mor mor

me me

dei xar) dei - xar )

D

Se Dei

de sau sem-pre

da gol -

de eu pe de

cho - rar a - zar

B7

( Eu ( Eu

30

so su - por só em lem

Sei que não pos Eu vou cho - rar

não não

poso pos -

so me so me

quei - xar ) quei - xar)

A

Pra

ban- do - na

pa- re - cer

do sem que vi

viu - tem vo bem

Songbook

o Noel

Rosa

A7

E7

( Vou ( Vou

so - fren - do so - fren - do

sem sem

D

di di

-

zer zer

na na

-

da a da:::a

nin nin -

guém ) guém )

Quem A

mui - to es - COll

- .

~ Ao~ e Fim

~~~ riu, der

cho - ra tam - bém que a-mo_al - guém

(A (A

Copyright Rua Ramalho

Ortigão,

ra ra

- zão dá- se_a quem - zão dá- se_a quem

by MANGIONE,

FILHOS

tem) tem)

E CIA LIDA.

38/10 andar > Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

31

Songbook

o Noe!

Rosa

Boa viagem NOEL ROSA E ISMAEL SILVA Embora a letra deste samba pareça dirigida a um ex-amor, João Máximo e Carlos Didier revelam, em seu livro Noel Rosa, unia biografia, que, na verdade, Noel e Ismael Silva estavam se referindo a Francisco Alves, que tratava os dois compositores como empregados e ainda aparecia como autor dos sambas que eles faziam. João e Didier lembram até que, na mesma época, Noel compôs uma versão satírica do foxtrote TeU me tonight, que dizia: "Neste tempo medonho/Canto, tnstonho/Ao microfone este prelúdio/O ouvinte risonho/Nem por um sonho/Sabe o que me traz ao estúdio/A ti que és irmão/Do tal Pão Duro/Meu recibo vai assombrar/De revôlver na mão/Eu vim aqui. .. cobrar". A letra de Noel recebeu o título de "Paga-me esta noite" e o Pão Duro s6 poderia ser Francisco Alves, que gravara a versão de Orestes Barbosa para a mesma música, com o título de Diga-me esta noite. Primeira gravação lançada em janeiro de 1935, por Aurora Miranda, em discos Odeon.

C

A7

Drn

F

Ffl'°

C/G

G7

D7

F/A

Frn/AIJ

C/BIJ

C7/E

IIIEII I I 11I1 IIII I I Introdução: C / / / A7 / / / Dm / F F#o YG C

A7 / D7 / Se não mandei você embora

I/'A Fm/Ab YG bem Então, passe

/

C

a coragem

/ / / /

/

A7 Dm G7

G7 / / / / Enfim foi porque Me faltou a

/

C coragem

/ / / /

A7 D7 G7 C A7 D7 G7 C A7 / / D7 viagem! Boa Se não mandei você embora /

A7

Mas se você

var

dar

/

I/'A Fm/Ab YGA7 Dm / o fora Então, passe bem

Dm Dm G7 C / / A7 / / chama Tem princípio, meio e fim Se você já não me ama

/

/ Dm / / A7 Mas se você vai dar o fora /

G7 / / / / Enfim foi porque Me faltou

D7 G7 C / / A7 Boa viagem! O amor é como a

I/'A C~E G7 YBb / / / Para que frngir assim? Não mandei você embora

Fm/Ab G7 A7 D7 G7 C A7 / D7 / YG / A7 / / C / benevolente Para que você agora Quer sair ocultamente Se não mandei você Porque sou

/

/

/ / / / / A7 / Dm / I/' A Fny Ab Y G A7 D7 / / / G7 / / / C Enfim foi porque Me faltou a coragem Mas se você vai dar o fora Então, passe bem embora Dm A7 D7 G7 C C / G7 / / / A7 / / Dm viagem! Seu desejo não me assombra Ofereço o meu auxílio Passe bem, vá pela sombra Boa

/

G7 Acabou-se o

I/'A / Fm/Ab C~E YG D7 G7 YBb / / / / / / A7 vou esquecer Desta vez juntou-se a fome Com a vontade nosso idílio Seu amor e o seu nome Eu também

/

/

C

de comer! 32

Songbook o Noel Rosa C

A7

Dm

F

F#o

intro

[~i1~

Se

não

man

por - que

Me

A7

fal - tou

Dm



vai dar

o

fo-

a

co - ra -

ra

En

- tão

pas

o

c

G7

pio, ço_o

-

-

ra

En -

C/G A 7

bem

se

a -

fim o_e au - xi -

mei meu

G7

lio

de

Bo

-

ClBb

-

a

vi

-

a-

Dm

co - mo_a não me_as

cha- som -

A7

vo Se Pas - se

vo-

G7

D7

A7

mor é se- jo

se

Mas

FmlAb

FIA

Seu

-

em- bo

gem

c

cí re

vo- cê

*~-~OO).

I~ ~~. foi

dei

c

G7

fim

-

.

~

.

.ma bra

Tem prinO - fe-

Dm

cê já bem, vá

não pe

me Ia

a som

ma bra

Pa - ra A - ca-

FIA

C7/E

.~

que bou

-

fin - gir se_o nos

-

as - sim? so_i - di - lio

Não Seu

man a

dei mor

vo - cê e o

em - bo seu no

ra me

Por - que tam Eu

33

Songbook o Noel Rosa

FmlA~

sou

bém

be - ne

vou

es

vo - len que - eer

te _

c

G7

A7

Itv~ª.*~~ -o - cul - ta - men de de eo - mer

te?

D7

A7

C/G

D7

vo - cê a - go jun - tou - se_a fo

que vez

Pa - ra Des - ta

ra me

Quer sa - ir Com_a von - ta -

G7

-

Ao~

~

casa 2 e Fim

Fim

Copyright by MANGIONE, FILHOS E ClA L1DA. Rua Rarnalho Ortigão, 38/1 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados. 0

34

Songbook o Noel Rosa

Cabrocha do Rocha NOEL ROSA E SÍLVIO CALDAS Este samba permaneceu tão desconhecido que nem Almirante o relacionou na "Musicografia e Discografia de Noel Rosa", publicada no seu livro No tempo de Noel Rosa. A existência da música foi revelada por Sílvio Caldas, lia gravação de um disco em que contava histórias da música popular brasileira e cantava as músicas que iriam ilustrá-Ias. Acompanhado do regional de Canhoto, Sílvio contou com a presença de um pequeno público no estúdio, conferindo ao disco um clima de gravação ao vivo. Primeira gravação lançado em setembro de 1973, com Sílvio Caldas, em discos CBS.

1IlIIlVIIIII A

E7/G#

A/C#

E7

F#7

F#7/A#

F

Bm

Bb7

O

A7

0#°

Om7

A/E

co

Bm7

B7

11111111111 A

/

Eu tenho

/

EYG#

uma cabrocha que mora ~

E7

,.--,

A

F Bb7 E7

Que dá muita bolacha 0#:°

o/E

o/C#

/

A

Eu tenho

F#7

F#YA#

no Rocha e não

Bm

/

E7

A

/

0/ C# /

F"Y A#

Ele

F#7

me faz

Bm7

0#°

EYG#

/

o/E

F#7

Bm

Sei que ela joga no bicho Que dança maxixe

uma cabrocha que mora

joga no bicho Que dança maxixe Que dá muita bolacha além disso é coxo

Bm / O

relaxa

o/C#

F#YA#

no Rocha e não O

A7

Bm / D

relaxa

D

/

Sei que ela Om7

(E o Noel?) Tem um filho macho Com cara de tacho E CO

0/ C#

F#7

de capacho Qualquer dia eu racho Esse

~7

A

carneiro mo-cho

35

Songbook o Noel Rosa CABROCHA

DO RCX:HA

A

Eu

te

-

nbo

u

.,.Bm

D

xa

Sei

E7/G#

A

que_e-Ia

-

ma

ca

-bro - cba

D#o

mo - ra

AlE

jo - ga no bi

-cha

cba

que

Ro

cha

e

Bm

F#7

cbo Que

Tem

no

dan - ça

um fi - lho

ma- xi

-

não

re - la-

E7

xe Que

ma



bo - Ia -

mui - ta

cbo Com ca - ra

de

ta-

Dm7

E

xo

Bm7

CO

B7

ra

chojes-se

le

E7

car - nei-ro mo

me

faz

de

A

-

cbo

Copyright by MANGIO E, FILHOS E ClA LTDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/1° andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

36

ca

-

pa

-

Songbook o Noel Rosa

Capricho de rapaz solteiro NOELROSA Quando Noel Rosa fez este samba, ainda não havia o famigerado Departamento de Imprensa e Propaganda - o DIP do Estado Novo --; que passou a pressionar os compositores populares, a fim de que não exaltassem mais a malandragem em suas músicas, mas o trabalho. A pressão foi tão forte que Wilson Baptista, o compositor que polemizou com Noel Rosa porque este achara que o colega exagerou na apologia ao malandro, acabou fazendo um samba em que começava-com a afirmação de que "quem trabalha é que tem razão". Em Capricho de rapaz solteiro, Noel radicaliza na incompatibilidade entre a malandragem e o trabalho. Primeira gravação lançada em maio de 1933, por Mário Reis, em discos Odeon.

111 I I I I WI IIII VI VlllIl 111I I II I A7/C#

Dm

B7/D#

Em

F

F#o

C/G

A7

D7

G7

C6

C

G7/D

G#o

Am

Gm6/Bb

I n t ro d uçao:

I

A7/ / C#

Dm

A7 Dm Dm I Nunca mais esta mulher

I

F#o F I De fome não se morre

Dm mulher F#o morre

I

I I

I

Em

I

I

I

I

II

I

F F#o YG mais esta mulher

Dm / G7 C mulher Me vê trabalhando!

I

I Dm sustentando

A7 D7 G7 C6

Ii

Am G#o Ser malandro

I

I

I

GYDI

AyC#

I

GYD o la--do

/

G7 que quer

o la--do

I G7 IC De rapaz solteiro

I G7 I C I I De rapaz solteiro A mulher

A7 D7 Pois malandro

/ AyC# Nunca mais

I

Leva a vida para

D7 I é um capricho

I I AyC# Leva a vida para

I D7 é um capricho

II

I F F#O YG Se o mar é mais profundo

C/ / G

Quem vive sambando

Quem vive sambando

I I / Y G G#o Am Neste Rio de Janeiro Ser malandro

/ Dm ao escafandro

I

Quem vive sambando

I F F#o YG Não há malandro casado

"Nunca

F F#o

G7 C Me vê trabalhando!

/ / / Y G G#o Am Neste Rio de Janeiro Ser malandro

I Dm vou gritando:

I

YG Neste Rio de Janeiro

G7 C Me vê trabalhando!

A7 I Dm perde e nos atrasa

F#o morre

B7/ / D#

Dm A7 I Nunca mais esta

I

G7 que quer

I

I

F

De fome não se

/

é um achado

GmrBb Que

nos

G7 C I / I / GmrBb A7 não se casa Com a bossa que eu tiver Orgu--lhoso

I Dm / G7 I C6 esta mulher Me vê trabalhando!"

I I Ay C# GYD Leva a vida para o la--do

I

G7 que quer

I D7 I G7 I C I I / é um capricho De rapaz solteiro Antes de descer A7 D7 G7 C Que as idéias do malandro

/ / Vou, enquanto

/

I

Nunca

I

Dm A7 mais esta

F I De fome não se

/ GmrBb A7 ao fundo Pergun-tei /

eu puder,

GmrBb Meu

A7 capricho

I F F#o Y G I Ay C# / Dm / G7 / C6 Nunca mais esta mulher Nunca mais esta mulher Me vê trabalhando! 37

Songbook o Noel Rosa CAPRICHO DE RAPAZ SOLTEIRO

intro

A7Iq

Dm

B 7/D~

Em

I~i~_~

m

F~o

F

~

C/G

J@

~.

Dm

~ mais

es - ta

mu

J

lher

-

ve

i:t3.

~

~ Nun - ca



tra

J~. -

ba

A 7/q

lhan

J do!

-

G7/D

~ Quem

G7

sam - ban

ffl

do que

quer

De

F#O

. me

não

se

mor

re

Am

38

*

~

~~"1

.~§

lan

voz

C

C

F

fo

@

Me

rFê'_ vi

C6

G7

G7

W

~

D7

~

A7

Dm

A7

Nes - te

Ri - o

D7

ca

-

pri

de

Ja

-

nei

ro

Ser

ma-

G7

cho

De

ra

-

paz

sol

-

tei

ro

Nun - ca

-

Songbook

o Noel

Rosa

c

c

A

mu-

An - tes

I*~ nos vou es sus -

a- tra grí-tan ca-fan ten-tan -

sa

Com

a

dro

Vou,

en-

é um sa que_eu des - cer to eu

a ti ao pu

F~O

11

F

Dm

A7

perde_e lho- so tei ao pri-cho

lher -bos de quan

sa Não há do "Nun-ca dro Se o do Nun-ca

ma-lan-dro mais es - ta mar é mais mais es - ta

Nun - ca

mais

ca - sa mulher ... pro- fun mu-lher

es-ta

Gm6IBb

cha ver

do

fim

do

der, C/G

do

A7

J

Que Or Per Meu

nos gu gun ca

Pois ma

Me

I

G7

D7

do Que_as i

mu - lher

J

-

dro não

se

- déi

as do

ma - lan-



tra -

- lan

ba

-

ca-

lhan-

C6

~r

~AO~

casal e Fim

Fim do!

Nun - ca

Copyright by MANGIONE, FILHOS E eIA LIDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/10 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

39

Songbook

o Noel

Rosa

Conversa de botequim VADICO E NOEL ROSA Uma das músicas de Noel Rosa com maior número de gravações, é tida como uma das obras-primas do compositor. Realmente, a boemia carioca poucas vezes foi contemplada com uma crônica tão exata. Curioso, na letra de Noel, é a referência ao futebol, um tema que, aparentemente, jamais empolgou o compositor. Tanto que nenhum dos pesquisadores de sua biografia conseguiu descobrir qual era o seu clube do coração. Provavelmente, ele não tinha qualquer preferência. Certa vez, respondendo a um repórter, revelou que torcia pelo time em que atuava Fausto, o clássico center-half que jogou no Vasco e no Flamengo e que morreria jovem, tuberculoso. Primeira gravação lançada em setembro de 1935, por Noel Rosa, em discos Odeon.

I I I 11I1I 1 I

F

D7/P#

C/G

A7

D7

G7

C7

C/BD

F/A

AD

c

G/P

C/E

A7/C#

Dm7

E7/G#

Am

Dm

F7/C

BD

P/ED

Bb/D

BD7

C7/E

mm

I11IIIII Introdução:

F

C Seu garçom

o/F com muito

7"E cuidado

A7 D7 foi o resultado

A7 despesa

/

in

A7

~Ev

G7 C7

7"Bv

o/F De me trazer

AyC# Que não

~A

Av 7"G

7"E depressa

Am / à beça, Um guardanapo D7 estou disposto

AyC# uma

DYF#

Uma

BIyD E um cigarro

/ caneta,

A7 D7 G7 C

Dm7 G7 C7 boa média que não seja requentada

G7 / E um copo d'água bem gelada Fecha

7"Bb G7 C7 ~A A ficar exposto ao sol Vá perguntar

Ayc# você ficar

G7 C do futebol

D7 / G7 Vá pedir ao seu patrão

Dm me dar palitos

40

7"G

DYF# faça o favor

EYG# com manteiga

~A quente

Qual

nYF#

limpando

/ um tinteiro,

Bv7 pra espantar

Dm a mesa

/ um envelope

~ /

mosquitos

m

Vá dizer

Fyc

7"Bb Um pão

/

a porta

DYF# da direita

Ab ao seu freguês

Bv Não me levanto

/ m

Que

do lado

/ nem pago a

C7 7"Bv ~ A e um cartão Não se esqueça

ao charuteiro

7"G

/

me empreste

Ay C# de

umas

Songbook o Noel Rosa

CYE DYF# Y'E F AyC# o/F C7 Dm7 / revistas, um isqueiro e um cinzeiro Seu garçom, faça o favor De me trazer depressa uma boa média que '/'A Y'Bb EYG# Am DYF# G7 C7 / / Um pão quente com manteiga E um copo d'água à beça, Um guardanapo não seja requentada G7 / DYF# o/F Y'E Ay C# D7 G7 C7 Y'Bb bem gelada Fecha a porta da direita com muito cuidado Que não estou disposto A ficar exposto ao sol

'/'A

Vá perguntar

AyC# Dm FyC Ab Y' G A7 :D7 . G7 C Y'Bb '/'A Telefone ao menos uma vez ao seu freguês do lado Qual foi o resultado do futebol

Bb / A7 / D7 / G7 / / Para Três Quatro Quatro Três Três Três E ordene ao seu Osório Que me mande um guarda-chuva Aqui pro '/'Eb B~D / C7 Y'Bb '/' A Ay C# Dm Bb7 A7 / nosso escritório Seu garçom me empresta algum dinheiro Que eu deixei bicheiro, o meu com o D7 / G7 / C7 C'Y'E F / D'Y'F# Vá dizer ao seu gerente Que pendure esta despesa No cabide ali em frente Seu garçom faça o favor De me Y'Bb '/'A EYG# Am o/F Y'E AyC# Dm7 G7 C7 trazer depressa uma boa média que não seja requentada Um pão quente com manteiga à beça, Um

/

guardanapo

DYF#

/ G7 / nYF# o/F Y'E Ay C# E um copo d'água bem gelada Fecha a porta da direita com muito cuidado Que não

D7 G7 C7 Y'Bb '/'A Ab Y'G A7 D7 G7 C estou disposto A ficar exposto ao sol Vá perguntar ao seu freguês do lado Qual foi o resultado do futebol

41

Songbook o Noel Rosa CONVERSA

DE BOTEQUIM

D71F#

F intro

C/G

A7

D7

G7

A7

D7

G7

IU~i~'1_ C7

c

C/G

FIA

C IB~

A 7/q

CIE

V

~oz Seu

~~": gar _ çom.

fa _ çao

ID'

"' _

zer de

_

U - ma

sa

pres

c IBI,

C7

G7

Dm7

fa 1.') vor :

bo - a

E7/G#

FIA

1~~~1~*3 mé - dia

que

não

se - ja

quen - ta - da

re

Um

D71F#

Am

quen - te

pão bem

~

com

man - tei- ga_à

G7

be -

~

~~j~ll_ ça_Um

guar - da -

E_um co - po

GIF

D71F#

rei - ta

na- po

com

mui - to

-

da

ge

-

A 7/q

CIE

cui

d'á - gua bem

Que

do

não

Ia - da

Fe- cha_a por- ta

dis

-

pos - to

A

fi - car

42



per - gun

- tar

ao

seu

fre - guês

do

Ia

ex

-

pos -

o

re - sul -

A7

C/G

sol

di-

G7

D7

es - tou

da

do

Qual

foi

Songbook

c

G7

D7

c IB~

~ê~j~~~ªjm do

ta - do

Dm

o Noel

FIA

A 7/C#

*~I

boi

fu - te

Rosa

Se Te

vo le

-

car me

-

B~

F7/C

me - sa vez

Não me Pa - ra

le

A7

van - to qua - tro

três

D7

lim - pan - do_a - nos u - ma

nem pa - go_a qua - tro três

des três

pe três

Vá E

sa

peor-

G7

C7

um car - tão cri - t6

U - ma ca - ne - ta, um tin rio Que me man- de_um guar - da

pa - trão O - s6

seu seu

c IB~

FIA

rio

Não Seu

tei-ro,_um en - ve - 10 - pe chu-va_A-qui pro .nos - so

-

I~

se_es - que gar - çom

de ça meem : pres-

-

me ta_al-

dar gum

li - tos nhei - ro

pa di

es-

F/Eb

Dm

A 7/q

e

E

um

Que

eu

cidei-

~

~ B~ID

gar xei

D7

A7

-

ro

o

pra_es - pan meu com

-

tar mos o bi

G7

qui chei

C7

tos ro

C 7/E

Vá Vá

di di

- zer - zer

F

ao ao

cha seu

ru - tei ge - ren

t

~~ ro te

Que me_em pres- te_u- mas Que pen - du- re_es- sa

re des -

vis-tas, um is-quei-ro_e um pe- sa No ca- bi- de_a- li

:~

cin - zei- ro Seu gar-çom, fa-ça_o fafren- te em

Copyright by MANGIONE, FILHOS E ClA LIDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/1° andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

43

Songbook

o

Noel Rosa

Cem mil réis VADICO E NOEL ROSA Conta Almirante, em seu livro No tempo de Noel Rosa: "No tempo de Rádio Transmissora, em 1936, Casé tomou-se vítima de pitorescas astúcias de Noel Rosa. Casé baixou determinação para que todos os artistas, em cada domingo, apresentassem novos números, em vez de reprisarem seu repertório. Não conseguindo seguir à risca a exigência, Noel pôs em prática um processo ardiloso que teve ótimo resultado durante algumas semanas. Em cada domingo, Noel anunciava uma "primeira audição", sempre de nome sugestivo, assim: ''Você me pediu", "Soirée e tamborim", "Barato pra cachorro", "Gato do morro", "Não é tão caro assim" e por aí afora. Prosseguiria na sua esperta manobra, se -Casé não estranhasse certas semelhanças melódicas e poéticas nos números de Noel e descobrisse, por fim, que todos aqueles títulos referiam-se a uma única música, feita de parceria com Vadico, o samba

Cem milréis, Primeira gravação lançada em abril de 1936, por Noel Rosa e Marília Batista, em discos Odeon.

Fie

Bb

C7

F7

A7

Dm



Introdução: C~E

Bb / /

I

'YC

Eb7/Bb

E7/B

Bbmõ/Db

/

/

BbmrDb comprar

/

/

E~B

Eb~Bb

/

/ 'YC/

um "soirée"

/ /

E7

Gm

D~A / G7 / C'YE / F / F7 / Bb / / /

Eb7

'YC /

D~A / G7

Não é

/

Dy A Gm

/

/

/ 'Y C/ D7 / Gm D~ A Gm / C7 / / um "soirée" E um tamborim O organdi anda barato

/ /

Não é

F F Dm / / C7 / / A7 / tão caro assim Você me pediu cem mil réis Pra

D7 / Gm D~A Gm C7 / / / / / E um tamborim O organdi anda barato pra cachorro

F / tão caro assim

Gm C7 F / metro de organdi (Você ... / Gm tamborim

/

E um gato lá no morro

D~A Gm C7 F / "Soi--rée" pra sociedade

44

F

/ F / C7 /

pra cachorro

/

D7

C7/E

f

F / A7 / Dm / BbmrDb Você me pediu cem mil réis Pra comprar

mOrro

G7

D7/A

/

,---,

E7 Eb7 D7 / Gm / / Não cus-ta nada Preencher formalidade

r-----t

/

/

/

/

E um gato lá no

BbmYDb / 'YC Tamborim pra batucada

BbmrDb E7 Eb7 D7 / / / Gm / Sou bem sen-sato Seu pedido eu atendi Já tenho a

'YC D~A / pele do gato Falta o

BbmrDb F Dm ! C7/ / A7 / Você ... ) Você me pediu cem mil réis Pra comprar

D7 / 'YC / um "soirée" E um

/ C7 / / / / / / / / O organdi anda barato pra cachorro E um gato lá no morro

/

/ /

Não é

F

/

tão caro assim

Songbook o Noel Rosa

C7 /

/

BbmyOv Om / F / A7 / Você me pediu cem mil réis Pra comprar

/

/

/

barato pra cachorro

/

Gm tamborim Mas

/

/

Bvmyov ninguém faz

/

/

E um gato lá no morro

/

07 / Gm O~A Gm C7 / / Eum tamborim O organdi anda

/ 'YC/ um "soirée"

F / tão caro assun

/ /

Não é

r--------l

/

E7 Ev7 07 / / num dia faz um Sei que v~ê

0~AGm7 C7 F / 'YC um "soirée" Com meio metro de cetim

/ / Gm / Bvmyov baile se destaca, Mas não quero

/ /

,----,

E7 Ev7 07 De "so---i--rée"

/ 'YC O~A Gm C7 F mais você Porque não sei vestir casaca

~Í~~·_ E7/B

FIe

intro B~

e71E

G7

/

Você num

j

~. ~

F

D7IA

Bb

F7

cr FB

bf

m

~

D7/A

FIe

Vo -

A7

f$§~. cê

vr

me

pe

~~~~_~§%

-diu

réis

mil

cem

D7

FIe

l

Pra

Gm

&f~.

~~~~~I~j

E

tam

um

Bbm6IDb

Dm

bo

rim

D7IA

com

- prar

i - rée"

"so

um

Gm

~~~. o

or

~ -

gan

45

Songbook o Noel Rosa

-

C7

di

an - da

ba

ro

-

ra - to

Não

é

pra

chor - ro

ca

tão

ca -

to

ga

Vo-

ro_as - sim

no

Não

cus

Sei

que

mor -

ta vo

na -

~~~~~~~~. da

Pre

num

di

-

en

cher

a

faz

!-~

faz um

ba

tu i

E7

Sou bem De

sen - sa i - rée"

"50

F

r

~

da

"So - i

rée" pra

50

cie

-

da

com

me - io

me - tro

de

ce

-

tim

de

Gm

D7

E~7

bo -

guém

Mas nin

~

ca rée"

-

Tam

de

rim

Gm

D7tA

~.

"so

F

tam

te

da

li bo

for - ma um

F

rim pra

r:~tE

~1

B~m61D~

Seu

to vo

.

pe

cê num

-

di



- ta

ca

di

ten -

bai

des

j

te - nho Mas

~~~Iª~~ a pe que-ro

-

le mais

do

ga

-

vo - cê

to Por

-

fal- ta_o

me- tro

que não

sei ves - tir

de_or - gan - di ca - sa

-

ca

~~.

Fim

Rua RamalhoOrtigão,

46



Gm

D7

~



Copyright by MANGIONE, FILHOS E ClA LIDA. 38/1° andar - Gr. 17 a 19·- Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

não

Songbook o Noel Rosa

Dona Araci NOELROSA Marcha gravada por Almirante para o carnaval de 1931 e que fez muito sucesso nos desfiles dos blocos de rua de Vila Isabel. Compreende-se tanto êxito: o autor e o cantor eram moradores do bairro, assim como um dos personagens citados numa das quadrinhas escritas por Noel Rosa: "Corno vai o seu Malhado? /Seu marido em certidão". Malhado era o motorista de praça Serafim Vieira da Cunha, que fazia ponto na Praça da Bandeira, mas não saía das rodas de serestas de Vila Isabel. Era um dos três motoristas de táxi que, de tanto servi-lo, viraram amigos do compositor. Os outros eram Valuche e Alegria, todos boêmios e admiradores da obra de Noel. Primeira gravação lançada em janeiro de 1931, por Almirante, em discos Parlophon.

C

Cm/Eb

G/D

E7

A7

D7

II1III I 1.1 I I 1I1 I G7/B

G

Introdução: C G'/'B

I

I

C")/Eb

I

I

C

% I

Crn/Eb

Dona Aracy!

I

Crn/Eb

I

/I I

I

0/0 Aracy!

Dona E'/'G#

Seu

I

I A7 I

07

I

0/0 Dona Aracy!

I

E7

E7

I

I

E7

07 ISSO

I G por aí?

I I I I I

Co-mo

I

I

G'/'B

I

I

I I I

G'/'B

I

I C Dona Aracy!

G

I

E7/B

G'/'B

I

I

I

I

CnyEb

I

A7 07 I I G Quero saber: Como anda ISSO por ato'? 07

I G por aí?

I I I

I I

Co-mo

I I

I I I

E7

I

C I Dona Aracy!

I

I

I I

vão as suas jóias?

GYB

I

I

07

G'/'B

I

E7

I

G

I

C I Dona Aracy!

I

I

vai seu Malhado? Ern7 I (lnda está

I A7 I Quero saber: Como

I

Am/ C E'/'B Am Se a

I

C Dona Aracy!

CnyEb

I I I

A7

I A7 I 07 I G Quero saber: Como anda ISSO por aí?

E7 I Am E'/'B namora no porão?

G'/'B

I

Co-rno

0/01

I

Dona Aracy! Que

% I E7 I

Dona Aracy!

% I

I

CnyEb

I

I

C")/Eb I 0/0 desconfiado está

I

ln-da

C I Dona Aracy!

E,/,G#

vai a sua filha

ISSO

Crn/Eb

EYB Am

0/0 Ern7 07 A7 I I I G I estrilha não (Se a senhora não estrilha) Quero uma apresentação

Como anda

I

A7 07 I I G Quero saber: Como anda isso por ato'?

I

/ E7

C

Em7

Am/C

I

Am/C

E7 I Am EYB marido em certidão

A7 07 G I I desconfiado) Que é lesado pelo irmão?

Am

A7 07 I I G saber: Como anda isso por aí'!

Quero

I

anda

-

E7/G#

I

CnyEb

0/0 I Dona Aracy!

EYG# Tão

I

I

I

0/0 Dona Aracy!

I A7 Quero saber:

E7

E7 bonitas,

Cm/Eb senhora

Am eu não nego

I

47

Songbook o Noel Rosa

E~B

Am/C

E~B

Am

G~B

/

Dona

I

C Aracy!

Co/Ev

/

Dona

/ / /

A7 em meu sapato)

/

Como

G / / aí?

48

passavam

/ o/D de pinóias

/

/ E7

Dona

/ Que

/

/ Cm/Ev

o/D Aracy!

E~G#

Co/Ev

/

Não

o/D Aracy!

/

/ E7

Quero

E7 .malvado,

D7 G / E cuspia em meu chapéu?

D7 / G anda isso por aI.'?

/

G~B

/

/

Dona

C Aracy!

/

Como

D7 ISSO

Am/ C E~B

/

por

Am

/

Dona Cm/Eb

C Aracy!

/

Dona

anda G aí?

o/n Aracy!

/

G por aí?

ISSO

/

/ / /

Que

Cm/Ev

/

/

o/D Aracy!

Dona / E7

/

/

Quero

A7 saber:

/

Dona

foi

/

feito

/ E7

/

/

C Aracy!

/

Renato

do

/ Em7 (Que pisava

/

Quero

Como

/

G no prego

G~B

/ o/D em meu sapato

pisava

/ Cm/Ev

D7 / dez tostões

/

Davam

D7

/ Que

G~B

/

/

A7 saber:

anda

Como

/ Am E~B que troféu

/

/

Quero

A7 saber:

/ A7 de pinóias)

Em7 / (Não passavam

A7 saber:

D7 / anda isso por

Songbook

c

CmIE~

intro

;~ crnlEb

GID

o Noel

Rosa

A7.

E7

-

D7

G7/B

G

_ª:1~p~~ GID

E7

A7

D7

G

c

G7/B voz

~ ~

Do

GID

crnlEb

Do - na_A- ra -

-

Co - mo Co - mo Co - mo Que foi

ci!

E7/B

vai vai vão fei -

AmlC

Que - ro sa - ber: Co- mo_an- da

o seu Ma a su - a as su - as to do Re

E7/B

tá nho sa sa -

lha-do? fi - lha jó- ias? na - to .

is - so por

a

In

-

da_es se pas pi

A7

eon - fi não es de pi meu sa

a trinó pa -

ma na bo mal

ci!

í?

- tá des - eon - fi nho - ra não es - sa - vam de pi - sa - va_em meu sa

-

-

ri - do_em mo - ra ni - tas, va - do,

- a - tri -



- pa

do lha ias to

D7

do) lha) ias) to)

Que_é le Que - ro_u Da - vam cus E

-í?

cer - ti no poreu não que tro-

GID

CrnIE~

Se_a Não Que

des ra vam va_em

-

E7

Seu Que Tão Que

Am

dão rão? ne-go féu

Em7

na_A- ra

;7

E7/G#

Am

c

pe - lo_ir sa - do ma_a - pre - sen - ta dez tos - tões no pi - a_em meu cha

(ln - da_es ( Se_a se (Não pas ( Que pi G

-

mão? ção pre-go péu?

Copyright by MANGIONE, FILHOS E CIA LIDA Rua Ramalho Ortigão, 38/1° andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados,

49

o Noel

Songbook

Rosa

"'

E preciso discutir NOELROSA Samba que Noel Rosa compôs especialmente para a dupla Francisco Alves e Mário Reis, dando inicio a uma relação com o primeiro que rendeu várias outras gravações e um automóvel que Noel adquiriu e pagou com os sambas que ia compondo. Essa música revela, mais uma vez que, além de compositor, Noel Rosa tinha uma grande vocação para textos de espetáculos, o que seria confirmado em suas atividades no rádio. Se houvesse, 110 Brasil, uma tradição de teatro musical (além das revistas, evidentemente), ele e Lamartine Babo poderiam ter sido dois grandes autores desse tipo de espetáculo. A primeira gravação foi lançada em 1932, por Francisco Alves e Mário Reis, em discos Odeon.

F7

F#o

C/G

A7

G7

Om

C

C/Bb

F7/A

11111111 1 11I

C/E

Ebo

G7/0

CO

B7

E/G#

E7

0#°

Am

1IIIIllIIII I

G7 C I de uma mulher

I

I

G7

I I C que) É I

pancada

I

I /

I

porque

I

G7 A mulher

I

I

I

discutir"

I

I

"A questão

I

C não traz letreiro

I

I I

é complicada"

I

Quero

87 IYG# E7 / I I capaz de vio-lência" Mas não VaI quebrar A7 Dm / fama de atrevido"

50

I

I

Quem

I

I

I

I

"Foi

I D#o segurou fui eu

Mas não quero

I

I

I

YG Que neste samba

Mas não

I

I

é complicada"

I

I YE "Da discussão

lCO

ver a decisão

I

discussão

Quero

A7 Dm I "A conversa já meti" A

I

Dm I Que esta briga é por causa

A7 Dm I I agora me meto Para cantar

I

quero

I

I

I

I CO I ver a decisão

I C

Am / o disco "Quanto

Ebo SaI a

I

"Já perdi

I

tempo

I

I

G7 mulher

A7 Dm a paciência"

Dm / foi perdido"

G7 C G7 / / / C se atreve, quer brigar "(E podes crer que) É

I

/

C

sal a

I

I

"A mulher

Am viu primeiro

I

I

I

"Ela

I "(E

G7 crer

podes

G7 I I C Eu por ela me arrisco

"Sou

/

tempo

/

preciso discutir. .. "

Mas,

D#o pra

I

é

I

/

I

tem

I

Perdi

/

I

I C não escolheu

GY'D / G7 razão"

Ebo

YE discussão

"Da

87 IYG# E7 I que ela vinha" Mas fui eu quem

comigo

discussão

I

I I

discutir"

"A questão

I

I Dm vi" Mas quem I

I

I

preciso

às vezes, sai pancada

I

preciso

I

C É

A7 YG I avisar por um modo qualquer

F#o I eu aviso, também

"E

Reis:)

I I I

C em dueto

Mas,

I

minha

(Mário

I

A7 Dm que ser minha"

FY'A

I

YBb

G7 Alves

com Francisco GY'D razão"

F#o I desse samba Quero,

F7 I Alves:) Na introdução

(Francisco

às vezes, sal

YE ganhar

I

I

"Ganhar

Songbook o Noel Rosa

F7

C/G

- tro - du= ção

sar

- ba

de um mo - do

~~_~* Dm

A7

~~1

que

eu

es - ta

a - vi - so

é

por cau

tam - bém

Dm

Pa - ra

ean

c

G7

bri- ga

A7

to

des- se sam

tar com Fran- eis - eo

-

sa

de_u

-

ma

Que nes - te

ClBb

"1~.

sam

j! E

mu - Iber

a - go - ra

ba

me

me-

c

G7

AI

qual- quer

ves em

du - e

to

51

Songbook o Noel Rosa

e

pre

- ci

so

dis

elE

-

cu - tir

G7/D

sai

são

a

ra

-

Mas

não

ro

que

dis

zão

Mas,

é com - pli - ca

- da

às

ve

zes, sai

Que- ro

ver

e

a de - ci - são

A mil - lher

nha

A

mu-Ther

cia

Eu

por

e

nha

Mas

fui

cia

Mas

não vai

Dm

eu

tem

que ser

ml -

a

pa - ci

ên -

- di

87

Ia

não

traz

le .: trei

ro

Foi co

- mi

Ia

me

ar - ris

co

Sou ca

- paz

E7

E/G#

A ques-

A7

e

e

G7

da

pan - ca

Já per

Dm

dis - cus-

G7

c

tão

Da

- cus - são

de

VI -

o - lên-

vi

Am

viu

quem que

-

brar

Dm

pri - mei

o

dis

elE

ro

E - laj

mi-nha

por

co

Quan-to

tem-po

foi

- qlle

vi

per - di-

Dm

A7

I@~~~ê Mas do

quem

Per - di

se - gu - rou tem-po

pra

tre

ga

não

es

ve quer

co - lheu

-

nhar

con - ver

sa



fa

ma

de _a

Ga-nhar

me - ti -

tre - vi

G7

E po- des

crer

que

é

bri - gar

Copyright Rua Ramalho

52

A

eu

e

G7

lher

fui

Ortigão,

by MANGIONE,

FILHOS

E ClA LTDA.

38/10 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos

reservados.

do

-~.

A

mu-

Quem

se_ a-

~

Songbook o Noel Rosa

Esquina da vida NOEL ROSA E FRANCISCO

MA ITOSO

o parceiro de Noel, Francisco Mattoso, era um pianista que atuava em rádio (interpretava Emesto Nazareth, Eduardo Souto e outros, e acompanhava os intérpretes) e que também fez carreira de compositor, criando letra e/ou música. Alguns dos seus parceiros, como Nonô e José Maria de Abreu, eram pianistas como ele. Morreu em 1940, aos 28 anos de idade, sem ter visto a gravação da sua música de maior sucesso, Eu sonhei que tu estavas tão linda, em parceria com Lamartine Babo, gravada por Francisco Alves em setembro de 1941. Além de Esquina da vida, Mattoso e Noel fizeram também o samba Vai pra casa depressa (conhecido ainda com o nome de Cara ou coroa). A primeira gravação foi lançada em 1933, por Mário Reis, em discos Colúmbia. B7

F#7

F

Em

Fm

C7

flllllll I IIIII I INI I C/G

A7

D7

C/Bb

Dm

Introdução:

cI

É

I Ii

na esquina

I I

A7 pronto A7 valor

F

I

Zomba

Que

G7 I Estenden-do

I

F7M/A/ E Fm por is-so

I

F#7

I

I Dm E o otário

I

Om o homem

I

sempre

I

D7

FmYAp na esqui--na

I

C a mão

I

B7 Em

A7 da vida

Dm I gen-te,

da

G7

C7

F7M/A

I

Fm

I

I

I

YG

D7 nasceu

G7 dá à mulher G7 cheia

I de

B177

e ao amor

I I

I

I

I

I A7 Já desiludida

I

Observo

YE Y G A7 que ela Em qualquer situação

A7 o valor

I Zomba

I

I

A7

G7(#5)

I I

G7 C E implorando YG da vida

G7 De quem

G7 C pra milionário

C razão

G7(#5)

C/E

Bb7

Fm6/Ab

I

Dm

I

Ab7

A7 07 G7 C Ap7 G7 G7(#5)

Que assisto à descida

Que

C

I

C subiu

I

07

F7M/AI

YBp

E Dm E C É

I /

G7 C Faço o confronto

I

FmYAb na esqui---na

YE Fm I é por is-so que ela

I na

II

esquina

Om I O meu perdão

Om Que o homem

Dm I da gen-te, sempre

I

da

I

A7 vida

I

I

I

Entre

/

o malandro

I

YG da vida

Observo

o

YG em qualquer

A7 situação

I

Que

/

espero

07 G7 C Para eu dizer que não

G7 dá à mulher

/

I Bb7 e ao amor

I

A7

ver

I

Dm você

I I

YBp

I

Dm E

I

é

G7 / C / / cheia de razão

53

Songbook o Noel Rosa ESQUINA DA VIDA

F

intro

Fm

I~

A7

C/G

F"

A~7

C

*

G 7(#5)

A7

C



voz

1j

-

I~

~ É É

es es

na na

sis -

to à ro ver

-

des - ei vo - eê

~

qui

na na

vi vi

da da

G7

da

j@

y

- qui

Dm

Que_as Que_es -

da da

D7

C

G7

eon pio

De quem su - biu Es-ten - den - do_a mão

-

fronran-

A7

C

to do

En

-

tre

o Já

ma- lan de - si

-

dro pron lu - di

D7

Dm

rio

eeu eu

pra di

- qui

-

na

da

vi

ná não

o-táper - dão

C

j@-11

mi - lio zer que

da_O

o meu

C

CIB~

* *

rio

I

·r

I

E

A7

~ es

E O

C/G

Fm6/A~

na

~

to da

~

Que nas Pa - ra

FIA

-

G7

1 ~.

54

G7

D7

~

G7

pe

C7

Em

B7

-

~

~

b - ser- vo_o

va

1 -

lor

8 Que

o

Songbook o Noel Rosa

G7

Dm

I~

V

~. bo-mem

~. mu

Fm

is

lber

e

CIE

que

so

e

de

ao

C/G

a -

mor

E

é

te,

sem - pre

por

A7

Ia_Em qual- quer si - tua - ção

c

G7

chei - a

-

Dm

*

~

dá3

A7

B~7

Zom-ba

da

gen

G 7(#5)

ra - zão

Copyrightby MANGIONE, FILHOS E elA LIDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/10 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

55

Songbook o Noel Rosa

Eu sei sofrer NOELROSA Samba que começou a ser feito em Friburgo, para onde Noel Rosa viajara na tentativa de recuperar-se da tuberculose. Sua letra é uma das raras oportunidades em que Noel permitiu que a doença refletisse em sua obra musical. Não se entregava, porém, como revelava um dos seus versos: "Mesmo assim, não cansei de viver". Quando circulou o boato da sua morte (graças a uma falsa notícia transmitida pela Rádio Cruzeiro do Sul), Eu sei sofrer foi um dos sambas que Noel cantou para o repórter da revista Carioca, que fora em sua casa para fazer aquela que seria a última entrevista. Primeira gravação lançada em junho de 1937, por Araci de Almeida; em discos Victor.

AO

Ab

Bb7

Bb7/D

Eb

II BO

F7/C

Introdução:

Ab / / AO E~Bb

Eb/Db

Fm

GbO

Eb/G

C7/G

Eb/Bb

F7.

C7/E

Fm/C

Gm/D

Eb7/Bb

EO

F7/A

Ab/C

/ C:YG C:YE F7 ~Eb

C7

Bbm6/Dt:>

Bb7/F

Eb / / EO B~F / Sofrer foi o prazer que Deus me deu

/

/

/

/ / /

B~D

Bb:YD Bb7 Eb / ~~Db

/ / / Bb:YD Com certeza Deus já me es

Eb / / E~G Bb:YF / Bb7 / Eb / viver E na dor eu encontro prazer 56

BO F:Yc / Eu sei sofrer

Go/D

Bb7

BbrnrDb

Bb/D

Bb/F

/

mais que eu, não nasceu

Bb

l!ll1J I I 11III Bb/Ab

E~G Gbo Gbo / / / Frn / Bb7 / Quem é que já sofreu mais do que eu? Quem é que já me viu

Eb

F/Eb

F:YA

C/Bb

Eb:YBb

B~ Ab

E~ G / chorar?

F7 Bb7 A~C sem reclamar

Eb

queceu

/

I

Ab / / AO E~Bb

Bb7

E~Bb

/

/ / Quem sofreu

E~ G Bb:YF / Bb7 / Mesmo assim não cansei de

C7 / Y'Bb C:YG Fm Saber sofrer é uma ar--te

/ E pondo a

o Noel

Songbook

modéstia de par-te / B\:J7 /

Quem /

F7/C

F:YA /

/ /

B~D

/

BO

é que já me

/

B\:J:YD

Eb /

B\:J7

/

E\:J / /

es--queceu

Grn/D

E~ G

C7 /

YBb

Já fui

A~ C

mais do

Bb:YD

sofrer E~G

/

B\:J:YF /

C:YG

B\:J7

/

E~G

G\:J°

Quem é que já sofreu E~B\:J

E\:J

/

chorar?

Quanta gen--te

B\:JrnYD\:J

verteu

B~A\:J

VIU

B\:J:YD B\:J7 E\:J

A~C

que sei

F7 Bb7 A~C sem reclamar

F:YA

Eu sei sofrer Deus já me

dizer

/

F:yC /

B\:J7

F7

Eu pos--so

Rosa

/

/

B~F

EO

Sofrer foi o prazer que Deus me deu /

/

/

/

/

/

Bb7 / / E\:J / / E~G que nun-ca sofreu Sem Frn

/

/

/

/

/ /

Quem sofreu mais que eu, não nasceu

amada e engana--da

Frn

mais do que eu?

B\:J:YF /

sentir, ~A

/

Com certeza B\:J7/

muitos prantos /

Senti quando fui despreza--da

F:yC

Ninguém

F7

B\:J7

padeceu

B\:J7

que eu

C7/G

C 7/E

F7

11

F IE~

B~71D

-

E~

2

E~ ,

GrnID

FmlC voz

I

..

'

...•..

"'"11

Quem

Fm

~ é

que já

@j~. ~.~§~~y~J§ so

-

freu

Mais

do

que eu?

Quem

E~/G

é

que já me viu

cho - rar?

So - frer

foi o pra - zer

57

o

Songbook

Noel Rosa

BO

~~~!f~~

-

Eu sei

que Deus me deu

F7/A~

F7/C

so

-

~

frer

sem

F7

re - ela - mar

~~I~j·~.~~ Quem

~ª}

so - freu

mais que

eu,

não

nas - ceu

'f~~~~_~~ Com

cer

-

te

za

que

Deus

- ceu

E~

~~}Y-~~~i§ Mes Quan

-

mo_as ta

-

sim gen

não te

can que

- sei

de ca

nun

vi so-

ver freu

E~

$@ª,

'f~~~1 E Sem

G mID

~~~ na sen

-

dor tir,

eu en mui - tos

C7

B~rn61D~

~1

~~~ con pran

C IB~

tro tos

C7/G

pra ver

-

zer teu

Frn

Yê.~ so - frer a - ma

Sa - ber Já fui

F7/A

dés fui

-

tia de par des - pre - za

-

é da

F7/C

te da

Eu Nin -

e

u- ma ar en- ga - na

te da

E pon - do_a Sen - ti quan

58

Ortigão,

mo do

F7

pos - so di - zer guém pá-de - ceu

que sei mais do

so - frer que eu

Copyright by MANGIONE, FILHOS E CIA LIDA. Rua Ramalho

-

38/1" andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

Quem

Songbook o Noel Rosa

Feitiço da Vila VADICO E NOEL ROSA Noel Rosa dedicou esta música - uma das mais conhecidas de todo o seu repertório - a Leia Casatle, uma jovem de Vila Isabel que fora eleita Rainha da Primavera, em 1934, e muito badalada na imprensa, onde sua foto ilustrou várias reportagens e páginas de revistas. Numa entrevista ao periódico A Voz do Rádio, sobre a temporada passada em Belo Horizonte, para onde viajou em busca de ar puro para os seus pulmões, Noel confessou: "Enterneci-me vivamente quando pressenti que o samba Feitiço da Vila calara fundo no espírito daquela gente boa. Difundiram-no, popularizam-no e, numa mostra de curiosidade bem feminina, as moças queriam conhecer as razões que lhe inspiraram o título. Traduzi-o por 'Feitiço de minha pátria', pois, como já disse Cícero, 'a pátria é onde se está bem', e nunca me senti melhor do que no recanto calmo e bonançoso de Vila Isabel. " Primeira gravação lançada em dezembro de 1934, por João Petra de Barros, em discos Odeon.

Em

F#m

B7

E7

A7

D

Bb7

Bm

Gm6

D7

C#7

F7

A7jC#

111111111 ImeI I I I I "I G

F#7

Introdução:

o

/

Quem

Em / E#o / F#m

/ B7 / E7 / A7 / D Bb7 A7 /

/ / G/ / / Nem sequer vacila Ao abraçar

/ / F#7/ nasce lá na Vila

F#7 / / / G / A7 / o sam-ba Que faz dançar

/ E7/ e faz a lua

A7 / / F#7 D / / / / / / Lá em Vila Isabel nascer mais cedo

G / A7 São Paulo

/ D / dá café Minas

Gm6 / / vela e sem vintém A7 E7/ feitiço decente G Sol,

/

A7

/

A7 / pelo amor

/ Quem

/ G é bacharel

/

/ / F#7 / / / Não tem medo de bam-ba

Bm / E7 / A7 / D / / / A7· / / / / / / dá leite E a Vi-Ia Isabel . dá samba A Vila tem Um feitiço sem farofa Sem

D / D7 / G / Que nos faz bem Tendo

que prende

/

D / Bm os galhos Do arvoredo

A~C# a gen--te

F#7 / nome de

/ D / / F#7/ / O sol na Vila é tris-te

E7 D Bm / / de Deus Não venha agora que as morenas

/

/

Bm prmcesa

/

Samba

C#7 / Transformou

/ O

G / / / / não assiste Porque a gente

A7 / vão lo--go

/ A7 F#7 / / / G G/ / D / / / Paixão tenho que aniqui-la dizer: Modéstia Mas não me tudo que faço

/

D / í embora Eu Bm à parte,

/

Bm princesa

/ C#7 Transformou

/

F#m F7 E7 / A7 o samba Num feiti-ço decente

/ que prende

A~C# a gen--te

F7 Num

F#7 / / implo--ra:

/ /

F#7/ / sei por onde pas-so

E7 / / meus senhores,

A7 / D /D7/G D / / / A7 / / / / / / / Gm6 / Que nos faz bem Vila! A Vila tem Um feitiço sem farofa Sem vela e sem vintém F#7 de

F#m samba

A7 eu sou

Tendo

/

/

Sei

/

da

/ nome

/

59

Songbook o Noel Rosa FEITIÇO DA VILA

D

A7

D

nas em sol sei

Quem

ce Vi da por

lá la_1 Vi on

Vi beI tris pas

-

Ia te so

G

Nem Quem Sam Sei

se- quer é ba ba não lu - do

-

va cha as que

A7

G

ci

Ia

rei sis fa

te ço

a - bra Ao Não tem me Por - que a Pai - xão não

D

faz dan - çar Pau - 10 dá pe - lo_a- mor te - nho que

os

ga fé Deus zer:

ca

de di

-

mais ce dá sam go_ero - bo da Vi

cer bel )0

sou

ba ba ra: Ia

saro bam pIo qui

Do_ar - vo nas dá ve - nha_a dés - tia_à

lhos Mi Não Mo

re lei go par

Que São Sol. Mas

E7

Bm

*

do ba

ra

5~2

- do_e - te - ra - te,

faz e que_as meus

a a

mo se

-

-

lu Vi rc

a

Ia-I -

nas sa -

res,

Ilas

vão eu

um fei - li - ço

sem

!lho

TO

-

fa

A

Eu

Ia!

Sem ve - la_e

y



Gm6

60

çar o do de gen - te_im me_a - ni -

A7

~ª fa -

-

sem

vin - tém

Vi- Ia

tem

D

A7

Que nos

faz bem

D7

Ten-

Songbook o Noel Rosa

Bm

G

-

no-me

do

de

prin- ce

A7

F7

sa

Trans - for - mau

o

sam

- ba

E7

Num fei

ti - ço

de-

A 7/C# Ao

%

cen

-

te que pren- de_a

gen

te

o

Copyright by MANOIONE, FILHOS E CIA LTDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/1° andar - 01'.17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

61

Songbook

o Noel

Rosa

Filosofia NOELROSA Era um dos sambas preferidos por Mário Reis, que o lançou e o regravou, muitos anos depois. Foi cantado por Orlando Silva durante o programa feito pela Rádio Nacional, em homenagem a Noel, quatro dias depois da sua morte. Mas o grande êxito deste samba foi obtido por Chico Buarque de Holanda, num LP gravado em 1974, com o titulo de Sinal fechado. Foi um disco em que Chico interpretou músicas de outros autores, porque a censura do regime militar da época vetava todas as suas produções. Primeira gravação lançada em 1933, por Mário Reis, em discos Colúmbia.

I I I I I

Gm

m~

Introdução:

Gm / A7 / Dm / / / Em7(bS)

Dm / A7 mundo O

/

Dm / me condena

/

Se eu vou morrer / Gm indiferente

/

/

aSSIm

A7 / Não me incomodo / Dm neste mundo

/

/ /

A7 E ninguém

/

/ A7 / Dm

Dm tem pena

/

/

de sede Ou se vou morrer

/ / /

/ A7 / Nesta prontidão /

/

/

Em7(b5)

/

/ / Dm / A7 / cultiva hipocrisia

/

sempre

/

A7 / / mal do meu nome

Dm / Bb7 A7 Dm de fome Mas

/ /

A7 Dm a filosofia

Dm Em7(bS) / / / sem fim Vou fingindo que sou fICO (Bb7)

Que você me diga

/ / Mas não compra

/

A7

/ D7 alegria

/

/

Que a sociedade

/ / / Gm

/ Dm vagabundo

D7

Bb7

Bb7 A7

Falando

/ / / A7 / / Vivo escravo do meu samba Muito embora

/ / Que tem dinheiro

62

Dm

A7

/

/ /

/

/

/

/ / /

/

Hoje

A7 / Pra ninguém / D7

é minha Inimiga

/

Dei-xando

D7 / / / me auxilia A viver

/

/ Sendo

/ /

Dm de mIm

zombar

/ / / Gm

/

/

Pois cantando

/ / / / A7 / Quanto a você Da aristocracia

/ / / Dm Há de viver eternamente

/ /

de saber

/ escrava

/ dessa

(Bb7)

A7 gente

A7

/ Que

Songbook o Noel Rosa

A7

Gm intro

Em7(~5)

Dm

$1 r Dm

A7

B~7 A 7

Dm

-

*

~

o A7

Dm

E nin - guém

mun

-

do me

Dm

tem

Dei

Dm

A7

pe

xan

- de

Fa

sa

de

-

-

lan

do sem

-

pre

mal

ber

do meu

Ou

Dm

a

se

vou

A7

fi - 10

-

mor- rer

de

*

a

fi

Gm

"{ ver

in - di

-

fe

-

ren

fo

me

Dm

Ho - je

m*

- gin

-

do que

sou

ri

co

se -

D7

m

~

me_au

-

xi

li

a

A

vi-

A7

~ Nes-ta

pron

Em7(~5)

Vou fiu

de

Mas

as - sim

te

no - me

Dm

Dm

so

na

mor - rer

Dm

de

-

A7

na

do

con

ti - dão

sem

fim

A7

Pra

nin

-

guém

zom- bar

de

miin

63

Songbook o Noel Rosa

Dm

A7

mo

do

eie - da

de

Não

A7

Que vo



di -

me

A7

ga

so

D7

mi

é

-

nha

mi -

ni

Dm

Gm

ga

ean

Pois

tan

do

nes

-

te

mun

-

do

Dm

A7

Fim era

vo

do

meu

ba Mui - to_em

sam

- bc -ra

va - ga - bun

do

A7

A7

to



era

A7

D7



Que

di -

tem

nhei

ro

Mas

não

com - pra

a

le

Gm

de

A7

-

vo des

-

sa

-

gen-

vi -

ver

e - ter

na

men

te

Dm

A7

a

Copyright by MANGIO E, FILHOS E ClA LTDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/1° andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

64

a

gri

Dm



era

a

ei

Songbook o Noel Rosa

Feitio de oração NOEL ROSA E VADICO Antes da gravação de um disco de Francisco Alves, O pianista Vadico (que iria acompanhar o cantor) executou uma melodia de sua autoria que encantou o diretor artístico da Odeon, Eduardo Sou to, também compositor e pianista. Até aquele momento =fins de 1932 - Vadico (Oswaldo Gogliano, paulistano do Braz) já havia incluído um samba chamado Deixei de ser otário no filme Acabaram-se os otários, de Luiz de Barros; já havia vencido um concurso de música popular em Poços de Caldas e já conseguira gravar três músicas de sua autoria. Mas foi aquela melodia que o consagrou como compositor, pois Eduardo Souto apresentou-o a Noel Rosa, para que providenciasse uma letra para ela. Foi assim que nasceu Feitio de oração. Primeira gravação lançada em agosto de 1933, por Francisco Alves e Castro Barbosa, em discos Odeon.

11I I IIIII I I I IIIIIIIII I I F

C/G

G7(#5)

C#O

C7

Dm

I

c I

Quem a-cha C7 I desta saudade YE Minha morena

I

I

I

I

07

I I C#o I Dm vive se perden-do

I

F#o

YEI

C

mandar

I

I

YG

A7

I

G7

I

C

I

Ebo Orn7 pra cantar

E

I

G7

I

G7(#5)

I

Em I C7 é chorar de alegria YE Minha morena

C I Batu-que

I

B7/0#

Bb7 A7 E com harmonia

I C#o I Dm é um privilé--gio I

F

I

II

I

Frn

I

I

Por

I

I 1SS0

Dm agora

I

G7 I C com satisfação

G7 do

I

I

G7 C I Lá na Penha vou mandar

YE Da dor

II

I

Em tão cruel

B:YD# I Que é meu samba

D7 I I I FmYAb Ninguém aprende samba no colé G7

I I

I

I I Dm Esta triste melodi-a

I

C

I/

É sorrir de nostalgia Dentro da melo-di-a

Ebo Drn7 pra cantar

E

I

07 I I I FrnYAb Por isso agora eu vou me defenden

G7 I C com satisfação

Em

Bb7

F I Frn G7 I C I I Que por infelicidade Meu pobre peito invade

Em feitio de oração Sambar

I

C/E

Dm7

IDIIIII

c

G7

Fm6/Ab

Fm

Introdução: F

D7

A7

Bb7 A7 E com harmonia

I Dm Por isso agora I

I

I

G7 gio

I I I

G7 I Lá na Penha vou

I I Dm Esta triste melodi-a

I I

I

Que é

65

Songbook

meu samba

G7 de

/

YE E quem

YG

/ / / F / FW /

I~,ª~ G7(#S)

%

voz

Em C7 / suportar uma paixão

/

-

F Sentirá

D7 / / / Não vem do morro Nem lá da

Fm / / que o samba· então Nasce

e

Orn

G7 / C no co-ra-ção

07

'í~ Quem

a - cha tu - que sam - ba

me ba lá

de no da

-

fen co ci

e7

vi é na

-

ve se um pri re - a

-

den lé da

-

per - den vi - lé li - da

a

Que E

por in sor - rir Sen - ti - rá

do gio âe

Por isNin - guém Não vem

Da Sam E

dor bar quem

-

fe - li - ci - da de nos - tal - gi que_o sam - ba_en- tao

tão é su -



na

Pe-nha

cru - el cho - rar por - tar

de a

Meu po Den-tro Nas-ce

bre da no

e

pei - to_in - va me - 10 - di co - ra - ção

e

vou

des - ta sau - dade a - le - gripai - xão u - ma

G7

G7

ra

go - ra eu pren de mor - ro

Em

elE

Frn

Orn

Por is - so_a - go

do gio âe

G7

F

de

66

/

/

/ A7! D7 / G7 / C / / /

Frn6/A~

vou sam nem

/ / C#o / Dm na realida--de

E C / / G7 / / / sam-ba O feitio de oração Em

B~ml= /

FmYAb / cida

o Noel Rosa

man - dar

de a

E~o

elE

Mi-nhamo

- re-na

pra

can

-

tar

Songbook o Noel Rosa

Dm7

c

G7

com

sa- tis

-

fa -

c

ção

E

I~_· Dm

a

tris- te me - 10- di

~

é

com har

-

mo

-

a

ni

Es

-

ta

B71D#

meu sam

ba

em

fei - tio

de

o

ra

-

ção

G7

E

D7

Que

A7

G7

ij

C

~

*

-

~

Copyright by IRMÃOS VITALE S/A IND. E COM. Rua Direita, 115 - Centro - São Paulo - Brasil. Todos os direitos reservados.

67

Songbook o Noel Rosa

Fui louco NOEL ROSA E ALCEBÍADES BARCELLOS Este samba nunca foi gravado com o nome de Noel Rosa, mas há testemunhas de que ele é o parceiro de Bide (Alcebíades Barcellos). Almirante relacionou Fui louco na discografia e musicografia de Noel. João Máximo e Carlos Didier também colheram depoimentos de pessoas que asseguraram ser o samba de Bide e Noel. De qualquer maneira, trata-se de uma das muitas parcerias do compositor com os sambistas ligados às escolas de samba. Bide, grande compositor e excelente ritmista, foi um dos fundadores do bloco Deixa Falar, identificado como a primeira escola de samba. Segundo depoimento dele mesmo e de outros sambistas, foi inventor do surdo como instrumento de percussão do samba. Primeira gravação lançada em abril de 1933, por Mário Reis, em discos Victor.

F

~

~

m

~

m

C

~

111111111 IIII1IIII E7

Am/G

Introdução: F / FW /

/ /

B7

Bb7

A7

Dm7

Dm

Am7

C7/G

Y G / Am / D7 / G7 / C /

G7 / / / / / / / C COC / E7 / / / / / / / Am / / Am/ G F#o / / Fui lou-co Resolvi tomar juí--zo A ida-de vem chegando e é preci--so Se eu cho--ro

,..-----,

/ /

/ / / C / / B7 Bb7 A7 / / / Dm7 / / / G7 / / / C Meu sentimento é profun-do Ter perdido a mocidade na orgia Maior desgosto do mundo!

/ /

C COC / E7 / / / / / F#o / / Am / / Am/G G7 / / / / / / / / / Fui lou-co Resolvi tomar juí--zo A ida-de vem chegando e é preci--so Se eu cho--ro

/ /

C / / B7 Bb7 A7 / C / Dm7 / / / G7 / / / / Meu sentimento é profun-do Ter perdido a mocidade na orgia Maior desgosto do mundo!

I

r----o

/

/

/

/

Dm / Neste mundo

/

G7 C / ingrato e cruel

Am D7/ G7 / C / pedi minha de-mis-são / CY'G / F

/ /

/ I /

E7 / / Eu já desempenhei

Dm / Neste mundo

/

O

Am7 / meu papel .

G7 C / ingrato e cruel

Am / F#o / YG / D7/ G7 / C E da orgia então Já pedi minha de-mis-são

/

/ E7 / / / / / / / Am / A ida-de vem chegando e é preci--so

I

/ / /

/ F#o / YG / E da orgia então Já

E7 / / Eu já desempenhei

Am7 / o meu papel

C COC G7 / / / / / / / Fui lou-co Resolvi tomar juí--zo ;-----o

Am/ G F#O / / / / / / / C / / B7 Bb7 A7 Se eu cho--ro Meu sentimento é profun-do

/ / I Dm7 / / / G7 / l/C Ter perdido a mocidade na orgia Maior desgosto do mundo! 68

/ / /

/ CY'G / F

I

/

Songbook o Noel Rosa

Am

C/G

Fui

lou

c

zo

Am

1*

J do

-

Am

A

i - da

A mlG

c

Meu

ro

A7

I

Ter per - di-do_a

-

do! Fim

mo - ci - da

r

pro

to_é

fun

c

G7

*

I

-

~

de

na ar

êd *

- gi - a

I

*

1

*

Fui

----

lou-

*

~

Mai -#or

Dm

2

I

c

G7

men -

.

*

mun

sen- ti -

Dm7

~. des- gos - to do

é pre - ci

gan - do_e

F#o

B7 Bb7

*

vem cbe -

de

c

1*

to- mar ju

vi

E7

cbo

C

Re- sol -

co

c

G7

D7

J Nes

1

~. -

te mun

-

m in -

do

Am7

E7

y~~§ gra -

to e cru - el

Eu



de-sem-pé

- nhei

o meupa

- pel

69

Songbook o Noel Rosa

F

C7/G

I~~~-~~.

~ E da or - gi - a

G7

I~ J. mis

Am

C/G

eu

tão

D7

~~*§ Já

pe - di

mi-nha

de'--''

C

j§ *

são

:~f

%

Ao e Fim

1~ Fui

lou-

Copyright by IRMÃOS VITALE S/A IND. E COM. Rua Direita, 115 - Centro - São Paulo - Brasil. Todos os direitos reservados. Copyright by MANGIONE, FILHOS E CIA LTDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/10 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

70

Songbook o Noel Rosa

Mais um samba popular VADICO E NOEL ROSA Um dos mais belos sambas da dupla Noel Rosa-Vadico e que, estranham ente, permaneceu inédito durante vários anos, mesmo depois da morte de Noel. Trata-se de uma letra tão bem elaborada que seria difícil destacar um ou outro verso, embora nenhuma antologia possa desprezar a quadrinha "Eu bem sei que tu condenas/O estilo popular/Sendo as notas sete apenas/Mais eu não posso inventar". Noel cantou várias vezes Mais um samba popular, em apresentações públicas, como curiosidade, pelo fato de Vadico, autor da melodia, tê-Ia mostrado ao parceiro já com a primeira parte da letra pronta. Sabiamente, Noel recusou-a. Dizia a letra de Vadico: "Eu fiz um samba pra te dar/Feio ou bonito, faça força pra gostar/Se não gostares/Eu só posso te dizer/Meu benzinho, me perdoe/Que melhor não sei fazer". Primeira gravação lançado em 1954, por Ana Cristina e conjunto de Luiz Bittencourt, em discos Sinter.

./"

F

C7

F7

BI>

BI>7

A7

D7

Gm7

E7

em7

fi"

Gm

1111111

11111"'lEl F Fiz

/

/

F aceitar

/

samba

assim

C7 F Fiz

/

,.-,

quiseres

/

Eu tenho

/

Gm7 no lixo

/

/

Bb7 que acabei

C7 Mais um samba

/ A7 / D7 de musicar

/ F popular

/

/

Gm7 / E7 Se por capri-cho Não quiseres

Cm7 / Por motivos bem

/

F D7 Gm7 F C7 / Fiz o coro após os versos E a introdução eu fIz no fIm (No botequim

C7 um poema / F aceitar

Bb / / estilo popular

/

Jogar FO

Bb / Cheio de rimas,

F7

D7

que

/

/

/

F / pra te dar

C7 um poema

F / F7 / / pra te dar Cheio

Eu tenho

/

D7

que

/ jogar

r

/ Mas sendo

as notas

Bb de rimas,

/

Bb7 que acabei

Gm7 / C7 no lixo Mais um samba

/

F sete apenas

/

Bb Escrevi meu

r--o

/

D7 Gm

do Seu Joaquim)

Gm7 / E7 / A7 / D7 / de musicar Se por capri-cho Não

/ F popular

D7 Gm7 Mais notas não posso

F7 diversos

/

C7 F inventar

Cm7 / F7 Eu bem sei que tu condenas

(Pra

/ te agradar,

/ O

r-o

D7 Gm pra te

r-J

/ agradar)

C7 F

71

Songbook o Noel Rosa MAIS UM SAMBA POPULAR

F

um

Fiz

po

-e - ma pra

de mu

-

Se por

jo- gar

no

li

ri

di-ver con- de

-

D7

-

Mais um

sam

- ba po - pu - lar

Por Eu

sos Es - cre - vi meu sam - baas-sim nas O es - ti - 10 po - pu - lar

Fiz o Mas sen- do_as

Gm7

C7

f D7

F

co-ro_a no - tas

-

pós os verse - te_a - pe-

r

C7

Gm

~ 1# sos] E_a in - tro - du- ção nas! Mais no - tas não pos

mobem

FO

Eu fiz no fim so in - ven - tar

Copyri~ht by MANGIONE,

(No bo - te- quim (Pra te,a- gra - dar,

do seu Joa-quim) pra te_a- gra - dar)

FILHOS E ClA LTDA.

Rua Ramalho Ortigão, 38/10 andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

72

a- cei - tar

F

C7

xo

mas,

qui - se - res

Não

i f

~

de

F7

ti - vos bem sei que tu

F

o

E7

ca - pri - cbo

Gm7

Eu te- nho que

-

Gm7

D7

Cm7

Cbei

te dar

si - car

F

F7

D7

A7

bei

F

C7

f~ Fiz

Songbook o Noel Rosa

Mão DO remo NOEL ROSA E ARY BARROSO Melodia de AI}' Barroso, letra de Noel Rosa para a revista teatral Mar de rosas, de Gastão Penalva e Velho Sobrino, que estreou no Teatro Recreio, no dia 24 de julho de 1931, com Margarida Max no papel principal. O samba era interpretado por Sílvio Caldas que também cantava Cordiais saudações, de maneira teatral: sentado numa mesa, fingindo escrever a carta que Noel transformara em samba. Mão no remotinha, inicialmente, o nome de Iça a vela. Primeira gravação lançada em novembro de 1931, por Sílvio Caldas. em discos Vietor.

EbjBb

D7/A

AI>

Abm

Bbrn/Db

C7/G

A1> /

E~R1>

GbO

F7

Bb7/F

Bbm6/Db

Fm/Ab

Fm7

D1>y A1> C7/G C7 Fm / R1>7 /

Fm

C7

Eb/G

C7/E

Dy A /

C7/G

Eb

EI>7

BI>7

Introdução:

Db7/Ab

E1>7 /

/ / A1> /

Dy A /

E~R1>

D1>y A1>

C7 Fm / Rb7 /

Eb

/

/

/

Rb7

/

R1>7

R1>YF

mais fatal

R1>7 E a

E1>

Nunca

mais o barco encontra

/

E1>

Pra levar vantagem

C7 Frn

/

G1>° R1>YF R1>7 na-tural

E1>

/

CYE

F7

C7

R1>7 E1>

/

No mar desta vi-da

/

/

R1>7

com ardor Nesta vida, nesta vida

R1>YF R1>7

Nem há nada

R1>YF R1>7

mais fatal

E

/

Gbo

RbYF

Rb7

é na-tural

/

R1>YF

Nem há nada

/

/

/

Frn

/

/ A1>

/

/

/

/ / E~ G B1>YF Pois se queres ser fe--liz

/

Cada qual

R1>YF R1>7 a J usti----ça

/

E1>

/

E1>

Com toda a coragem

Mão no remo! Mão no remo!

Frn7 Cy G Foy A1>/ Abm /

E~G

Mas se os ventos sopram contra Ou se vem a tempestade

porto da felici-dade

/ E1>

/

E1> / R1>m/D1> /

O

/ C7

R1>YD R1>7

Tens de remar

/

tem um barco que navega E o azar

ça é ce-ga

AbAbrn / A1>

A1>

R1>YF R1>7 Justi

Eb

/

/

Nesta vida, nesta vida Cada qual

/

o/

/ R1>rn

E1> /

/

E~G

tem um barco que navega E o azar

E1> / é ce-ga

R1>m/Ó1>

/

D1>

no a-mor

C7

é

/

Mas se os ventos sopram 73

Songbook o Noel Rosa

/

/

Fm

/

AbAbm

/

contra Ou se vem a tempestade Nunca

Eb

Ab

Eb

CYE

mais o barco encontra O

F7

Bb7 Eb

porto da felici-dade

/

/

/

Mete a vela! Mete a

/

/ Eb / C7 / Fm7 Cy G Fny Ab / Abm / / / Ab / Eb / Ab Quando for a hora vela! De ir mar afora Em busca da sor-te Aproveitando

a

BbYF

Cy G

Eb maré

C7

Fm

/

/ Bbm~Db

C7 Fm /

a fa-vor

BbYD

BbYD

Bb7

Te-rás pra sem--pre

Bb7 Eb7

/ / /

Ab /

Eb / / /

DYA /

Ab /

E~Bb

E~ G

DbYAb

valor

D'YA /

E~Bb

Db'YAb

C'YG C7 Fm /

Bb'YD Bb7

Bb7 Eb /

~Ab

D7/A

EblBb Db7/Ab

~-~.. Ií~

tP-= ~

_-_% Nes

-

ta

C7/G C7

Fm

vi-

da

Ca

g. bar - co

que na

ve

-

-

ga

~

E_o

da

Gbo

Eb/G

~

-

zar

é

na

qual

tem um

Bb7/F

m

~ a

11 Eb7

B~7

vi- da, nes- ta

Eb

Bb7

tu

Bb7

~

ral

Nem



Nun

- ca

Eb

na

-

da mais

fa

-

tal

ce

C7

ven

74

-

ga

Fm

-

tos

so

-

pram

con

tra

Ou

se

vem

Fm

a tem

- pes - ta

de

Eb

Songbook o

C7/E

E~

mais

o bar - co_en - con

oel Rosa

Ira

O

B~7

F7

por

to

da

fe - li - ci

da

-

-

de Mão no Me- te.-:a

re- mo! Mão no ve - Ia! Me-te_a

re ve -

mo! Ia!

Com Quan

C7

to - da co - ra do for a ho

C7/G

Frn7

gem ra

Pra De

FmlA~

mar des- ta bus - ca da

No Em

vi sor

da te

_~~ê.~ B~rn61D~C7

E~/G B~71F

que - res ser vei - tan - do_a

fe ma

liz no ré a

I

~

a- mor fa- vor

*

~ Pois

se

A - pro -



Frn

Tens de re Te - rás pra

ta fo -

A~rn

~

gem ra

le- var van ir mar a

- mar sem

com pre

ar - dor va - lor

-

~

Ao~

~~1~

e • Nes

ta

vi - da

Nes - ta

C7/G C7

Rua Ramalho

Ortigão,

Copyright by MANGIONE, FILHOS E CIA LTDA. andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

38/r

75

Songbook o Noel Rosa

Meu sofrer HENRIQUE

BRITO E NOEL ROSA

o parceiro

de Noel, em Meu sofrer, o violonista Henrique Brito, era seu companheiro no Bando de Tangarás. Instrnmentista excepcional, saiu do Rio Grande do Norte, ainda menino, porque o governador do Estado considerou que, com o seu talento, deveria estudar música no Rio de Janeiro. Na então capital da República, deslumbrou os seus amigos do Colégio Batista, onde estudava, particularmente um colega chamado Car/os Alberto F erreira Braga, que, mais tarde, se tomaria famoso com o pseudônimo de João de Barro. Henrique, Braguinha e outros alunos do Colégio Batista formaram o conjunto Flor do Tempo que se transformaria em Bando de Tangarás. Henrique Brito integrou uma orquestra que tocou nas Olimpíadas de 1932, em Los Angeles e, poucos anos depois morreu de septicemia. A canção Meu sofrer é também conhecida pelo nome de Queixumes. Primeira gravação lançada em dezembro de 1930, por Gastão Formenti, em discos Parlophon.

Em

Bm/D

c

F#7

Bm

G7

F#/E

B7

Em/G

Em6/G

G#O

C#7

F#7/C#

A7

D

Am6/C

I I 1 11 1 I I 11

Introdução:

Em

I

Bm

Sem estes Em I F#VC# abro--lhos F~E até Bm olhar

E"YG I

Bm/D

I

I

I

Bm/D penar

F#7

I I I

I

EmYG

76

I

I I

I

Bm

Em

I I I I

F#7

Bm I Que-ro

I I I

I F#7 De u-ma

F#7 amor

I I I

I I

I

Bm

I I B"YD

I

I

. C#7

Bm a mim

sempre

I

te ver

IBm I I I Amyc

paixão?

I I I

não viveri-a

I

I

I

Bm

Os meus

I

I I I I

I Em I I B7 O teu olhar traz alegri--a

C I F#7 Vida não há

F#7

I

I I

C Ciúmes

I

Bm sem dor

I

Por

que

I I

A7

I I I

Ii

ferinos

I

F#7

um trovador

dos meus queixumes

F#7 bem. junto

C#7

G#o

Eu hoje sou

I

I I B"YD

ele então

I I Bm seria um sofredor

Eu/não

olhos

do nosso

B7

I

Vou te dizer

I Sem

F#7

I I

Nasceram

D I I I Em

amargar

I

I

G7

co--ração

I

C

tão lindos

I

Bm

I I I

G#o

teus

I

de assim

I I I

I I I

11

E gosto

F#7 eu tenho

I

te esquivas

I

Mas também

I

do teu

I

aSSlID,

I

traz o

Songbook o Noel Rosa

Sem es- tes teus

Bm

Bm / Cp

lin - dos

tão

Em

bro

0-

Fp/q

-

lbos

so- fre -

Eu Dão se - ria um

dor

Os meus

Bm

G7

lbos

fe - ri- DOS a-

Nas-ce-ram

nos-se a-

do

Fjj/E

BmID

B7

mor

um

sou

tio - va - dor

BmID

Em

Vou

c

Eu bo - je

te

di - zer

Bm

os

Bm

meus

Bm

quei - xu - mes:

Ci-

Cp

/

~~-~ ú - mes

eu

~ te - nho do teu

o -

lhar

EmlG

Bm

mim

Por

Am6/C

O teu

que

te_es - qui - vas,

B7

0-

lhar

traz

as - sim,

co

a- le - gri - a

Mas tam - bém

traz

ra - ção

o

VI -

ve -

Fl. -

a

ViI

Bm

De

u - ma

pai-

xão?

Em

Sem

a - mar - gor

e-Ieeo-

tão

Bm

~~~Dã·o

te ver bem jUD- to_a

Em6/G

D

c

BmID

-

Bm

A7

Em

sem- pre

Que - ro

- _ da

Dao

~bá·

sem

?l

. dor

Copyright by MANGIONE, FILHOS E eIA LIDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/1° andar - Gr. 17 a 19 - Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

77

o

Songbook

Noel Rosa

Não resta a menor dúvida HERVÊ CORDOVIL E NOEL ROSA Letra que Noel escreveu para uma melodia já pronta, de Hervê Cordovil, a fim de ser cantada pelo Bando da Lua no filme Alô Alô Carnaval, de Ademar Gonzaga e Wa/lace Downey, lançado com grande . êxito em 1936, antes do carnaval. João de Barro e Alberto Ribeiro, os roteiristas do filme, pouco tiveram que jazer, pois o que interessava mesmo em Alô Alô Carnaval eram os números musicais. No vendaval que se abateu sobre a história do cinema brasileiro, com o desaparecimento de todas as cópias de filmes importantes, escapou Alô Alô Carnaval, como um documento da época. Trata-se do único trabalho em que é possível ver, cantando, vários nomes importantes da música popular brasileira. Primeira gravação lançada em janeiro de 1936, pelo Bando daLua; em discos Victor.

C7

D7

C7 Você

I I

II

I

I I II

I I I

Gm I Bbm Serei aviador

I I I I

C7 E eu

Oh, dúvida!

I

I I

I

F

I

I I

Bbm

I I I ~A

I

F7 E7 Eb7

tostão

I

I F qualquer

I II

I

I

F

III

~ A 07 G7 C7 F Pra me dar seu co--ra--ção

Ii

C7 E eu

I Ii I II

I

Darei

C7 Você

F

II

I

I

I I

07 I I Eu Irei então

07(DIJ) Estou

II

I

I

I

I

I

por sua causa já não pago a

I I

I I I ~A

07 Pra me dar

Bbm

tostão

I

F7 E7 Eb7

I

07 Pe--Io

até meu último tostão

seu

I I I I I F Ii é uma pequena que não resta a menor dúvida I I

I I I I

Oh, dívida!

I I I

07 G7 C7 F Pra me dar seu co-ra-ção

I I II

Oh, dívida!

Eb7

I I II

Oh, dúvida!

I

Se

II

C7

I

I

I

I

só esperando

I

I II

acaso você não quiser

I I II

Oh, dúvida!

I I

07(DIJ) Estou

Gm I Bbm Trocar meu coração

I I I I I F I é uma pequena que não resta a menor dúvida

não pago a minha dívida

78

II

I I I I I F I por sua causa já não pago a minha dívida

por num aquilo que puder

I I

I

possuir seu coração

Fazer

C7 Você

I

FIA

E7

I I I I I Gm I só esperando que você me leve o último

F I C7 I F Irei até lamber sa-bão

I I I Gm I que você me leve o último I

I

C7 Pa--ra

Bbm

F7

I I

07(DIJ) Estou

Oh, dívida!

G7 C7 F seu co--ra-ção

I I

G7

I I I I I F I é uma pequena que não resta a menor dúvida

I F I minha dívida

amor

Gm

D7(b9)

F

C7 E eu

I

F I C7 Por outro coração

I I

I I I I I Gm I só esperando que você me leve o último

I

I

I

por sua causa já

I I

Bbm tostão

I II

Songbook o Noel Rosa C7

Vo -



dú - vi - da

res - ta_a me- nor

é_u- ma pe - que- na que não

F

C7

dú - vi - dai

E

Oh,

por su - a

eu

cau- sa já não

pa- go_a mi- nha

dí- vi-da

Oh,

Gm

dí - vi - da!

Es -

tou

só es - pe -

-*,FIA

B~m

D7

G7

Pra me dar seu

tão

C7

co - ra

F

Da- rei Fa- zer

-

mor tão

úl - ti - mo tos qui - 10 que pu F

B~m

que vo - cê

F

me

le- ve_o

úl - ti - mo

tos -

C7

ção

Pa Se F

a - té meu por mim a Gm

ran - do

F7

ra pos - su - ir seu co - ra a - ca - so vo - cê não qui E7

D7

tão der C7

ção ser

Pe Eu

10 seu ai - rei en-

F

%

Ao 2 vezes e Fim

Se - rei a - vi - a - dor Tro - car meu co- ra - ção

I - rei

Por

a - té Iam - ber sa - bão ou- tro co - ra - ção qual- quer

Vo-

Copyright by MANGIONE, FILHOS E elA LIDA. Rua Ramalho Ortigão, 38/10 andar - Gr. 17 a 19 -' Rio de Janeiro - Brasil. Todos os direitos reservados.

79

Songbook o Noel Rosa

Mulato bamba NOELROSA Noel Rosa compôs este samba - um clássico de nossa música popular - quando excursionava ao Sul do país, em companhia de Francisco Alves, Mário Reis, Nonô e Pery Cunha. Mário Reis interessou-se logo pela música e colocou-se à disposição para gravá-Ia, assim que o grupo retomasse ao Rio de Janeiro. João Máximo e Carlos Didier, examinando o personagem criado pelo compositor, estranharam (no livro Noel Rosa, uma biografia) que o "mulato bamba" fosse malandro, forte e corajoso e, no entanto, não quisesse apaixonar-se por mulher. Para João e Didier, essa malandro é muito parecido com Madame Satã, o famoso homossexual da Lapa que era capaz de enfrentar (e vencer) quem se aventurasse a brigar com ele, malandro ou policial. Primeira gravação lançada em 1931, por Mário Reis, em discos Odeon.

Gm

Eb

Ab/C

Fm

Bbm6/Db

Eb6

B

Ebm6/Gb

Eb/G

Bb7/F

II1I1III Arn7(bS)

Cm

F7

Db7

Abm6

Introdução: Eb / Gm /

Eb / / B Este mulato forte É do Salgueiro Cm / E desde pirralho

/ /

B / Eb samba é novidade

/

Eb/Db

/

/

C/Bb

Eb7

F7/A

/

80

/

Abm/B

A7 D7 Gm Gm / Bb(#5) / / baralho Nunca VIU trabalho

Am7(bS)

Vive à custa do

/

/

/

Ab

C7

Ele sempre foi o bamba

F7 Bb7 / Eb A~C Eb D7 Db7 C7 / / apaixonar mulher ele não quer por que Se a se lamentar Por sa-ber

/

Ab

Eb/Bb

Ebmo/Gb Bb?/F Bb7 B~Ab / / Eb6 / E~G / Passear no tintureiro Era o seu esporte Já nasceu com

/ / Eb7 Quer no morro ou na cidade

,-------,

Bb(#S)

G7

Bb/Ab

Bbmo/Db C7 Fm / / / Abmo/B Bb7 Eb A~ C Eb /

/

G7 sorte

D7

A7

Bb7

Abm6/B

Eb / E quando tira

Frn / Abrn6 As morenas do lugar

/

Vivem

Eb / Frn / Bb7 / Eb mulato É O de fato'

Songbook o Noel Rosa

E!YDlJ

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