Morfologia Dos Fundos Oceanicos

May 21, 2018 | Author: André Simas | Category: Seabed, Sea, Oceanography, Hydrography, Earth Sciences
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Morfologia dos fundos oceânicos Os oceanos cobrem cerca de dois terços da superfície terrestre (cerca de 70%). O estudo dos oceanos, cujo fundo se encontra a milhares de metros de profundidade, implica sofisticadas tecnologias e custos muito elevados. O verdadeiro desenvolvimento da oceanografia apenas se deu após o final da II Guerra Mundial. Com o desenvolvimento dos métodos acústicos (introdução da sonar) foi possível, nos anos 50, medir profundidades da ordem dos 10 000 m nos oceanos de todo o mundo. A partir destas medições, traçou-se um perfil do fundo oceânico, onde são representadas as variações de profundidade ao longo de todo o fundo oceânico.

Plataforma continental – zona ligeiramente inclinada inclinada

profundidade), que ainda faz parte do continente.

(e vai até aos 200-300m de

Talude continental – zona de declive acentuado que faz a transição entre a crosta

continental e oceânica (vai dos 200 aos 2000 m de profundidade).

Planície abissal – superfície profunda (abaixo dos 2000 m de profunidade), mais ou

menos plana, dos fundos oceânicos.

Dorsal médio-oceânica – cadeia montanhosa com milhares de km de comprimento

situada na zona mediana dos oceanos. Na parte central apresenta um profundo vale – rifte – por onde ascende magma que origina novo fundo oceânico. É ainda atravessada por várias fracturas transversais. Fossa oceânica – zona muito profunda (uma depressão) onde ocorre destruição do fundo oceânico mais antigo pelo que se designa de zona de subdução (corresponde a um limite convergente).

A área total dos mares e oceanos perfaz cerca de 70% da superfície do globo terrestre. A morfologia do fundo oceânico é irregular e o seu conhecimento mais pormenorizado deve-se a inúmeras sondagens realizadas desde 1920. Segundo o critério mais antigo, as regiões oceânicas eram subdivididas de acordo com a profundidade, sem ter em conta a sua topografia. A partir de 1920 começaram a utilizar-se sondas electroacústicas para a investigação submarina. Estas sondas (sonares) utilizam ondas ultrassónicas que se reflectem no fundo do mar e permitem registar a chegada da onda reflectida. Registando o tempo que as ondas demoram a atingir o fundo do mar é possível calcular as profundidades oceânicas. Além dos sonares, podem ser utilizados sismógrafos e magnetómetros. A informação obtida pelos diversos aparelhos permite organizar mapas e cartas mostrando a topografia dos fundos oceânicos, com detalhe idêntico ao que se consegue nos mapas topográficos dos continentes. Os fundos oceânicos podem considerar-se divididos em quatro zonas com características claramente definidas: 1. A plataforma continental , que é como que um prolongamento do continente para baixo do oceano. A profundidade máxima varia entre os 150 e os 500 metros, com declives em geral pouco acentuados. Esta plataforma representa cerca de 9% do total dos fundos oceânicos e pode considerar-se como zona de transição entre os continentes e o mar. Os sedimentos que nela se encontram procedem dos rios e das costas. Nela observam-se fenómenos de erosão terrestre, o que faz supor que em épocas geológicas passadas estiveram total ou parcialmente emersas. Uma vez que a luz solar atinge os fundos, esta zona tem uma fauna e uma flora abundantes e características. Enquanto algumas plataformas continentais - por exemplo, as que rodeiam o oceano Atlântico - mergulham por vários quilómetros e não têm grandes declives, outras, como as que rodeiam o oceano Pacífico, são muito mais estreitas e apresentam desníveis acentuados. 2. O talude continental está na sequência da plataforma continental. É uma zona, como o seu nome indica, em que o declive se acentua rapidamente até atingir uma profundidade de cerca de 1000 metros. O limite entre o talude continental e a plataforma continental é a margem geológica dos continentes. Esta zona representa cerca de 7% do fundo oceânico. É aqui que se encontram vales submarinos apertados ("canhões") de origem não inteiramente conheci da. São semelhantes aos vales fluviais dos continentes, mas com profundidades muito superiores. 3. Os fundos oceânicos , ou seja, todas as áreas oceânicas, com uma profundidade que pode atingir os 6000 metros. Ocupam cerca de 83% do total dos oceanos. Nelas se encontram sedimentos argilosos e margosos. Nesta zona encontram-se as formas topográficas mais significativas dos oceanos, principalmente as dorsais e os maciços submarinos. A dorsal mais importante é a Atlântica, que se estende de norte a sul numa zona central do oceano Atlântico, com forma de S aberto interrompida próximo do equador por uma fossa transversal. Estas dorsais, semelhantes às cordilheiras continentais, elevam-se a milhares de metros acima dos fundos oceânicos, formando relevos que algumas vezes ultrapassam a superfície do mar, originando ilhas. 4. As fossas marinhas , que, como o seu nome indica, são grandes depressões estreitas e profundas, de paredes escarpadas, e com uma profundidade que pode atingir os 11 000 metros. Geralmente a profundidade das fossas varia entre os 3000 e os 5000 metros. As fossas marinhas raramente se encontram na zona central dos oceanos. Geralmente encontram-se nos bordos dos oceanos, junto a arcos ou cadeias de ilhas vulcânicas. A fossa mais profunda explorada até hoje é a do Mindanau, nas Ilhas Marianas, com uma profundidade superior a 11 000 metros.

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