Monografia Daniel Tembe

February 25, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Daniel Paulo Tembe

O Contributo Pedagógico da Música no Ensino de Geografia: Caso da 9ª Classe

Licenciatura em Ensino de Geografia com Habilitações em História

Universidade Pedagógica Gaza 2016

 

ii Daniel Paulo Tembe

O Contributo Pedagógico da Música no Ensino de Geografia: Caso da 9ª Classe

Monografia Científica a ser apresentada ao Departamento de Geografia, Delegação de Gaza, para a obtenção do grau académico de Licenciatura em Ensino de Geografia. Supervisora: Msc. Maria Verónica Francisco Mapatse Co-supervisor: dr. Américo Mahumane

Universidade Pedagógica Gaza 2016

 

 

Índice Indice de Tabelas …………………………………………………………… …………………………………………………………………………...….iv ……………...….iv 

Lista de Siglas e Abreviaturas ..................................................................................................... v Declaração ..................................................... ........................................................................................................... ............................................................................. ....................... vi Dedicatória ................................................................................................................................ vii Agradecimentos............................................. ................................................................................................... ........................................................................... ..................... viii Resumo……….…………………………………………… Resumo……….……………… ………………………………………………………… ………………………………….vii …….vii 

Epigrafe ....................................................................................................................................... x 0.0 Introdução............................................................................................................................ 11 1.0 CAPÍTULO 1.0  CAPÍTULO I: I: CONTEXTUALIZAÇÃO  CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJECTO DO ESTUDO .......................... 12 1.1 Delimitação do objecto do estudo ............................................... ....................................................................................... ........................................ 13 1.2 Problematização .................................................................................................................. 13 1.3 Hipóteses ............................................................................................................................. 14 1.4 Justificativa.......................................................................................................................... 14 1.5 Objectivos............................................................................................................................ 16 1.6 Metodologia de pesquisa ..................................................................................................... 16 2.0 CAPITULO 2.0  CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA ................................................................. ..................................................... ............ 18 2.1 Os Recursos didácticos didáctico s específicos para o ensino de geografia .......................................... 19 2.1.1 Enquadramento da música no conjunto de recursos didácticos. ...................................... 23 2.2 A música como recurso didáctico para o ensino de geografia ............................................ 24 2.2.1 Práticas musicais nas n as aulas de Geograf Geografia ia ......................................................................... ................................................... ...................... 29 2.3 Procedimento da utilização da música na sala de aula de geogr geografia. afia. .................................. 31 2.3.1 Principais actividades de aprendizagem através da música ............................................. 34 2.3.2 Impacto da música no Processo de ensino-aprendizagem de geografia........................... 36 2.3.3 Enquadramento da música como recurso do ensino no PCESG ...................................... 40 2.3.4   2.3.4

Actividades co-curriculares .............................................................................................. 41

3.0 CAPITULO III: SUBSÍDIOS PARA UTILIZAÇÃO DA MÚSICA NA SALA D

 

 

E AULA DE GEOGRAFIA ...................................................... ...................................................................................................... ................................................ 45 3.1 O papel da música no ensino de geografia e a sua aplicação nas aulas de geografia ......... 45 3.2 Subsídios da leccionação das aulas, na 9ª classe usando a música. .................................... 47 3.3 Proposta da planificação de aula no contexto da utilização da música como recurso  recurso  didáctico. ................................................................................................................................... 51 3.4 As perspectivas da utilização da música no ens ensino ino de geografia em Mo Moçambique çambique ............ 52 4.0 Conclusão ............................................................................................................................ 57 5.0 Revisão bibliográfica........................................................................................................... 58

 

iv

Índice de tabelas Tabela 1: A percentagem  percentagem dos conteúdos que o ser ser humano têm capacidade de reter e ou aprender……...…………20  Tabela 1: da classificação dos recursos de ensino na óptica de Pilett:……….............................................................24  

 

v

Lista de Siglas DTS –   –  Doenças  Doenças de Transmissão Sexual ESG –   –  Ensino  Ensino Secundário Geral INDE –   –  Instituto  Instituto Nacional do Desenvolvimento da Educação MINEDH  –  –  Ministério  Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano MP3  –   MPG layer 3, um formato de compressão de áudio digital que minimiza perda de qualidade em musicas ou outros arquivos produzidos no dispositivo próprio.

OTEO´s –   –  Orientações  Orientações e Tarefas Escolares Obrigatórias PCESG –   –  Plano  Plano Curricular do Ensino Secundário Geral PEA –   –  Processo  Processo de Ensino e Aprendizagem PPG –   –  Práticas  Práticas Pedagógica de Geografia TICs –   –  Tecnologias  Tecnologias de Informação e Comunicação TV –   –  Televisão  Televisão  –  Universidade  Universidade Pedagógica UP – 

 

vi

Declaração Declaro que esta pesquisa é resultado da minha investigação pessoal e de orientações da minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro ainda, que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para a obtenção de qualquer grau académico.

Xai-Xai, Outubro de 2016 ........................................................... Daniel Paulo Tembe

 

vii

Dedicatória

Dedico este trabalho às minhas irmãs, meus tios.

 

viii

Agradecimentos Agradeço em primeiro lugar a Deus que me protegeu durante a minha formação e a UP, por me ter concedido a formação. E vai o meu agradecimento à todos os meus docentes desde o primeiro ano (2012) até ao quarto ano (2015), pela gentileza que tiveram de me conduzir num bom caminho condignamente; Aos meus supervisores em particular Mcs. Maria Verónica Francisco Mapatse, e co-supervisor dr. Américo Mahumane por terem aceitado a orientação desta investigação. E pelo incentivo, orientações e sugestões, fundamentais para a realização deste estudo, o meu sincero agradecimento. Por ter proporcionado um enriquecimento pessoal decisivo na construção do  pensamento deste estudo, o meu sincero agradecimento. ag radecimento. Agradeço toda minha família Tembe, Macaringue, que me acolheram durante os quatro anos de formação; Ao meu amigo Adelino Nhampule, que me encorajou e mostrou me o caminho da academia durante a minha formação, o meu obrigado. Aos meus amigos do curso (Victor, Orlando Bandamela, Admira, Èlcia Paunde, Alda...) e em  particular ao grupo (Arestides, Dércio, Fátima e Osvaldo); que conviveram comigo e partilharam os momentos de alegria, felicidade e aflição. Vai também o meu agradecimento à todos aqueles que directa ou indirectamente e moral ou materialmente contribuíram para o sucesso da minha formação e do presente trabalho.

Muito obrigado

 

ix

Resumo Este trabalho têm como objectivo contribuir com a música como recurso didáctico importante no  processo de ensino-aprendizagem em particular de geografia, no sentido de incentivar os  professores na sua utilização, e estimular a atenção dos alunos de modo a deixá-los motivados durante as aulas de geografia partindo da interpretação das melodias das músicas que abordam conteúdos geográficos, desse modo cabe ao professor a escolha da letra e a devida adequação ao conteúdo a abordar-se. Neste âmbito, foi feita a recolha e discussão de dados através das revisões  bibliográficas e do documentais cumentais das quais nos permitiram discutir termos básicos do tema. Através Atrav és das mesmas foi possível compreender o que está sendo feito, e o que devia ser feito nas aulas de geografia. A pesquisa contempla ainda noções de música como recurso didáctico de geografia, neste contexto o enquadramento da música no plano curricular, algumas práticas musicais; os  procedimentos da utilização da música na sala de aula; principais actividades de aprendizagem através da música; os impactos e as perspectivas da utilização da música no ensino de geografia em Moçambique. Os resultados da pesquisa indicam que há necessidade de implementação da música no conjunto dos recursos didácticos para a sua utilização nas aulas, pois a sua utilização concede bons resultados nos alunos.

Palavras - chave: Música, recursos didácticos, ensino de geografia, aprendizagem.

 

x

Epigrafe

 A música é linguagem da arte.  arte. SILVA (2014:12)

 

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0.0 Introdução Esta monografia debruça-se sobre o Contributo Pedagógico da Música no Ensino de Geografia, cujo objectivo fundamental é de munir ou equipar os professores da cadeira pela ferramenta tida como pertinente no âmbito da motivação porque é, sem dúvidas, a chave indispensável para a melhor compreensão dos conteúdos. E, como é sabido, a música é efectivamente, um rico instrumento que pode fazer a diferença nas instituições de ensino, pois ela desperta o indivíduo  para um mundo prazer prazeroso oso e satisfatório par paraa a mente e para o corpo que facilita a aprendizagem e também, a socialização do mesmo. Incutir nos professores de geografia, o espírito de usar a música nas suas aulas como um elemento incontornável para obter resultados satisfatórios e abandonar completamente a ideia de olhá-la sempre como poluidora no meio ambiente. É importante sublinhar que, o presente trabalho obedece a seguinte estrutura:  

Capitulo I, da contextualização onde apresentamos o tema, os objectivos pretendidos e as metodologias usados para o alcance dos objectivos pré-estabelecidos.

 

Capitulo II, da revisão da literatura, onde, naturalmente, discutimos os conceitos gerais que facilitam a compreensão do tema em estudo, neste contexto, temos: os recursos didácticos específicos de geografia; a música como recurso didáctico em ensino de geografia; o procedimento da utilização da música na sala de aula, pois o nosso maior desafio é integrar a música como um recurso didáctico no PEA.

 

Capitulo III e último que contempla: contribuição da música como recurso didáctico no ensino de geografia, o seu papel e a sua aplicação nas aulas de geografia. Porem, trazemos de igual modo, alguns subsídios da leccionação das aulas de geografia em  particular da primeira unidade (população), da 9ª classe, na qual propomos um plano de aula no contexto da utilização da música como recurso didáctico. E, finalmente, a conclusão acompanhada pelas referencias bibliográficas.

Em fim, sublinhar que, para a produção do presente trabalho recorremos a pesquisa bibliográfica e documental respectivamente.

 

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CAPÍTULO I

CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJECTO DO ESTUDO

 

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1.0 Contextualização do objecto do estudo  Neste capítulo, pretende-se fazer a contextualização do estudo sobre a música como recurso didáctico cujo objectivo fundamental é enquadrá-la no âmbito do processo do ensino e aprendizagem de geografia.

1.1 Delimitação do objecto do estudo O objecto do estudo do presente trabalho é a Música no ensino de geografia, cujo tema é o “contributo pedagógico da música no ensino de geografia no período de 2012-2015”. A escolha

da 9ª classe é pelo facto de ser a segunda classe no primeiro ciclo de ensino secundário geral (ESG), onde o aluno já tem noção dos conteúdos de geografia da 8ª classe, não só, pelo facto de esta apresentar maior parte dos conteúdos pertencentes á geografia económica ou humana, os quais coincidem com as actividades sociais da comunidade. O objecto do estudo enquadra - se no contexto da área das metodologias em ensino de geografia, mais particularmente como recurso didáctico, uma das linhas de pesquisa do curso de Licenciatura em Ensino de Geografia da Universidade Pedagógica (UP).

1.2 Problematização

Durante a assistência de aulas de geografia da 9ª classe, no âmbito das práticas pedagógicas, verificou-se que na maioria das aulas o professor apresentava-se sem recursos didácticos que  podiam facilitar a compreensão dos conteúdos pelos alunos, excepto algumas aulas, que os alunos foram recomendados para irem complementar no mapa, porém, estes mapas, ainda  precisam da dissipação do professor para melhor compreensão dos conteúdos. Isto coloca em causa o facto de a cadeira de geografia apresentar menor disponibilidade dos recursos didácticos, comparativamente com outras disciplinas, sublinhando apenas o mapa que é usado para aproximar o aluno a realidade. Mas, em volta disso, verificou-se que os alunos em maior parte deles portavam telefones na sala de aulas e gostavam de escutar as músicas, visto que em alguns momentos eles deixavam telefones tocar em plena aula, e o professor sempre mandava sair, assim, perdendo uma parte da aula. Entretanto, isso despertou-nos muita atenção em perceber que a música podia participar como recurso didáctico no ensino de geografia. Contudo, no sentido de sobrelevar o aproveitamento pedagógico por parte dos alunos, pretendemos trazer a

 

14 música para estimular o aluno, de forma a sentir-se motivado durante as aulas de geografia. Em vez de escutar a música como divertimento, passando a escutá-la como área de conhecimento. É visto que os alunos já usam em TICs, mas com uma inclinação específica, que é a participação musical, na dança em maior escala e não no ensino. Logo o uso correcto da música pode dar  bons resultados na sala s ala de aulas, ajudando tanto na concentração do aluno assim como na criação do lazer antes, durante e depois da realização de alguma actividade escolar. Perante este cenário surge o seguinte problema de pesquisa:    Até

que ponto a música contribui para estimular atenção dos alunos nnoo processo de ensino e

aprendizagem de geografia. geografia.

1.3 Hipóteses Cada indivíduo, ou uma comunidade no seu conjunto, gosta de música, a qual possui carácter racional, subjectivo e emocional, que certamente poderá auxiliar no PEA. E Sendo assim, surge a seguinte provável resposta ao problema de pesquisa sobre o contributo da música no ensino de Geografia.  

É provável que a falta do uso da música como recurso didáctico contribua para o fraco empenho dos alunos;

 

É provável que o uso da música como recurso didáctico estimule a atenção na aprendizagem dos alunos.

1.4 Justificativa Os programas de ensino de Geografia comportam um conjunto de conteúdos, que pode necessitar de uma sistematização durante a sua planificação e leccionação nas aulas para facilitar a compreensão dos mesmos por parte dos alunos. A escolha do tema, primeiro é pelo facto de ter constatado durante as assistências das aulas, no âmbito das Práticas Pedagógica em Geografia (PPG), pois os alunos portavam telefones, tablets entre outros aparelhos sonoros na sala de aula, então nesse cenário lembrei-me de que o meu  professor de inglês do ESG costumava mandar-nos trazer letras da música inglesa a nossa

 

15 escolha para apresentar na sala no sentido de desenvolver capacidades da leitura e de saber escrever, por isso suscitou a necessidade de integrar a música como recurso didáctico no ensino de geografia, com vista a motivar ou estimular atenção do aluno e tornar perfeito o seu empenho. Aliado também a ideia de PILETT ao afirmar que, “deve ser tarefa do professor procurar entender o seu aluno”, então sem desviar o gosto do aluno, neste caso, a tarefa do professor não é a de transmitir conhecimentos para serem memorizados, mas de estimular e incentivar o aluno a fazer experiências que o levem a aprender. Segundo: sendo um formando da UP e tendo passado por muitas didácticas de geografia, mais do que isso, sendo músico e gostando da careira, isso realmente permite uma análise profunda deste meio didáctico no ensino de geografia. Terceiro: o facto de tratar-se de um tema previamente já planificado no programa curricular. Portanto, esta pesquisa surge da necessidade e preocupação de contribuir com a música no ensino de Geografia, cujo objectivo, é basicamente incentivar aos professores na sua utilização. Da mesma maneira que o professor de geografia aborda os conteúdos usando os mapas, será  possível abordar os m mesmos esmos usando a música para p ara ffacilitar acilitar a compreensão, criando o gosto pela matéria. Portanto, ao ensinar usando a música na escola, não pretendemos necessariamente ensinar a tocar um instrumento específico, mas sim, apresentá-lo como área do conhecimento e usar conteúdos que ajudem na formação do educando. Não obstante envolvendo professores e alunos respectivamente, visando buscar melhores soluções na leccionação das aulas de geografia, pela  participação, cooperação, socialização, e assim, destruíndo as barreiras que atrasam a democratização curricular do ensino. Desta forma, vai perceber-se que a música quando bem trabalhada, desenvolve o raciocínio, criatividade, aptidões e outros dons, por isso, deve aproveitar-se esta tão rica actividade educacional dentro das salas de aula.

 

16

1.5 Objectivos  Neste subcapítulo são apresentados os objectivos obje ctivos que norteiam a pesquisa, onde destacamos: Objectivo Geral  

Contribuir com a Música como recurso didáctico para elevar o processo de ensino-

aprendizagem de geografia. Objectivos Específicos  

Identificar os principais recursos didácticos usados no ensino de geografia;

 

Explicar a contribuição pedagógica da música no PEA de Geografia na 9ª classe;

 

Caracterizar o procedimento da utilização da música como recurso didáctico na sala de aula.

1.6 Metodologia de pesquisa Segundo Aragão et all (2010:17)  “A metodologia metodologia é  é parte fundamental para o desenvolvimento do trabalho académico e visa esclarecer os caminhos que foram percorridos para se chegar aos objectivos propostos”. Para a elaboração deste trabalho de pesquisa e o cumprimento dos objectivos, foram usados vários métodos: Quanto a forma de abordagem qualitativa  onde segundo Silva, (2001:20) “O ambiente natural é a fonte directa É uma pesquisa uma  pesquisa qualitativa onde  para colecta de dados e o pesquisador pes quisador é o instrumento-chave. É descritiva desc ritiva”. Este método permitiu a recolha e a análise dos dados indutivamente. Isto é, é,   quantificadas. 

as informações obtidas não foram

 Método de abordagem abordagem:: indutivo  –   “sendo indução um processo mental por intermédio do qual,  partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas”. (PRODANOV & FREITAS, 2013: 28), sendo

assim, a pesquisa partiu de constatações particulares e inferiu-se para uma verdade geral. a)   Qu Quanto anto a ao op prr oce ocedi dime mento nto té técni cnico co pa parr a reco recolh lha ad de ed dad ados os

Como o estudo é qualitativo, a pesquisa teve como método de procedimento a   bibliografia e documental. Foram utilizados como procedimentos técnicos:

 

17  __ Pesquisa bibliográfica bibliográfica como:  como: consistiu na fundamentação dos aspectos com mais substâncias relacionadas com os propósitos do tema proposto em pesquisa através de obras literárias que abordam sobre conteúdos relacionados com o tema em estudo, incluindo artigos, teses, dissertações e electronicamente como: a internet. Os critérios de selecção dos artigos foram, por conseguinte, referentes aos temas relacionados à música, a importância da música e o ensino,  principais recursos didácticos específicos em geografia, suas classificações. classificações . Por isso recorreu-se as obras principais como: Silva, 2014; Correia (2009); Ferreira, E. 2010; Ferreira, M. 2012; Moreira, 2014; Ferreira 2007. Nas metodologias: Aragão et all 2010 e Lakartos 2009.  __ Pesquisa documental, usada para analisar o programa do ensino da 9ª classe, particularmente, no que diz respeito aos objectivos, as competências, para estudar o plano curricular do ensino secundário geral, observar os recursos didácticos recomendados para classe. Assim como, alguns conceitos da música, ou outros artigos que sustentam o tema, os quais foram encontrados nas revistas, jornais e outros artigos. E assim pode-se recorrer a INDE/MINED 2010, INDE/MINED (2007). b)   Mé  Méttodo do pr oce ced di mento nto para aná nálise lise e i nt nte er pre rettação ção dos dados

 __ Método  __  Método Comparativo  Comparativo –   –  é  é usado tanto para comparações de grupos no presente, no passado ou entre os existentes e os do passado, quando entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento. lakatos (2009). Este método foi usado para fazer comparação da música como recurso auditivo auditivo no  no ensino em relação aos recursos visuais visuais usados  usados nas aulas de geografia. Estas metodologias permitiram construir o capítulo I, que aborda sobre a contextualização do objecto do estudo, e ajudaram na construção do capítulo II que versa sobre a revisão da literatura que veremos a seguir.

 

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CAPITULO II REVISÃO DA LITERATURA

 

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2.0 Revisão da literatura  Neste capítulo pretendemos faz fazer er a revisão da literatura sobre os recursos recu rsos didácticos específicos, (2.1); a música como recurso didáctico (2.2) para além de fazer uma abordagem profunda assentada no procedimento da utilização dela, a música (2.3), tudo no que toca ao ensino de geografia na sala de aula.

2.1 Os Recursos didácticos específicos para o ensino de geografia  Neste subcapítulo pretende-se identificar os recursos didácticos específicos para ensino de geografia, e trazer a sua classificação, como há-de debruçar-se sobre o Enquadramento da música no conjunto de recursos didácticos (2.1.1). Como apresenta INDE/MINED (2010), a “Geografia é por excelência uma disciplina que  permite a ligação entre teoria e a prática, tendo como objecto de estudo a superfície terrestre onde ocorrem vários fenómenos físico-naturais e humanos”. Entretanto, na abordagem dos temas apresentados no programa de Geografia, recomendam-se a utilização sistemática de mapas, atlas, globo e outros materiais didácticos, didácticos, de modo a que todos os aspectos estudados sejam localizados. Recomenda-se também, o contacto permanente com os docentes de outras disciplinas e a promoção da prática da interdisciplinaridade interdisciplinaridade..  Nessa ordem de ideias, para que haja educação é pertinente que se observe uma convergência entre o ensino e aprendizagem e uma estratégia metodológica como facilitador do processo. Daí que Karling, citado por FEREIRA (2007:16), define ensinar da seguinte maneira: Ensinar  é procurar descobrir interesses, gostos, necessidades e problemas do aluno; escolher conteúdo, técnicas e estratégias; prover materiais adequados e criar ambiente favorável para o estudo. Então, defendendo a definição deste conceito, este autor diz que ensinar en sinar é: Criar condições favoráveis para a aprendizagem do aluno (psicológicas, didácticas e materiais); Seleccionar experiências, propor actividades, mostrar as pistas, o caminho e os meios que o aluno poderá usar  para alcançar os objectivos preestabelecidos; Facilitar e não forçar a aprendizagem; aprendizagem; Estimular e orientar a aprendizagem.

 Neste sentido, o professor deve ser mediador do processo ensino-aprendizagem do aluno, utilizando tecnologias e estratégias inovadoras adequadas para que o ensino tenha a sua eficácia e a razão de ser. Ainda na visão do mesmo autor acima referenciado define aprender como: Desenvolver melhor essa capacidade com mais facilidade ou seja: é adquirir novas experiências; compreender as coisas que se vêem, ouvem, sentem e fazem. Quem aprende deve saber reflectir

 

20 sobre o assunto; deve ser capaz de explicar a outras pessoas o que aprendeu; saber usar o que aprendeu na vida prática; ser capaz de solucionar os problemas relacionados com o que estudou; transferir o aprendido para outras situações; ser capaz de generalizar; adquirir novas experiências e tirar proveito daquilo que viu e observou. ob servou. (FERREIRA, 2007:17) 

A partir destas duas definições feitas por autores referenciados, percebe-se que o ensino não deve ser separado da aprendizagem. Isto significa que, se há ensino deve haver aprendizagem. Neste sentido, em relação ao ensino-aprendizagem ensino-aprendizagem Ferreira  Ferreira (2007:19) diz que  que “é o conjunto de acções em que se articulam as actividades de transmissão e de aquisição de informações e de conhecimentos.   A conhecimentos. A eficácia do ensino-aprendizagem é medida pela quantidade e qualidade dos conhecimentos transmitidos e adquiridos”. Neste caso, ser professor não pode limitar-se apenas em transmitir o saber, é também, facilitar e orientar a aprendizagem, despertando o interesse e apoiar os alunos na interacção entre os problemas, os conhecimentos e as experiências. Para Fiscarelli, (2008) citado por BRANDÃO & MELLO (s/d:6) define Recursos

Didácticos -  como o conjunto de materiais que, são utilizados para fins pedagógicos, e que  buscam uma melhor mediação de conhecimento de conteúdos com os alunos, podendo ser todo tipo de objecto material (giz, livro didáctico, maquete, globo terrestre, entre outros) ou imaterial (tonalidade da voz e expressões corporais); os recursos didácticos modernos são formados por componentes electrónicos e computacionais. Piletti, (2004:151), embora usando a “expressão recursos de ensino”, considera-os como sendo: “Componentes do ambiente de aprendizagem que dão origem à estimulação para o aluno. Esses

componentes podem ser o professor, os alunos, os mapas, os objectos físicos, as fotografias, as  fitas gravadas, as gravuras os filmes, computadores, etc.” 

A Classificação dos recursos de ensino segundo PILETT Recursos visuais –  projecções,  projecções, cartazes, gravuras.

Recursos auditivos –   –  rádio, gravações. Recursos audiovisuais –  cinema,  cinema, televisão. Tabela 1: da classificação dos recursos de ensino na óptica de Pilett:

 Professor e alunos (colegas alunos (colegas de outras classe);

Humanos

 Pessoal escolar  (director  (director e outros profissionais); Comunidade (pais, profissionais, autoridades, etc).

 

21 Do ambiente

Materiais

 Natural (água, pedra, folha etc);  Escolar  (quadro,  (quadro, giz, cartazes, etc);

Da comunidade

Bibliotecas, industrias, lojas, repartições públicas, etc.

Fonte: Autor, 2016

 Na opinião de Karling (1991: 245), os recursos de ensino são recursos humanos e materiais que o professor utiliza para auxiliar e facilitar a aprendizagem. São também chamados de recursos didácticos, meios auxiliares, meios didácticos, materiais didácticos, recursos audiovisuais, multimeios ou material institucional . Prefere-se, porém, “recursos de ensino”, por ser mais abrangente. Entretanto, vistas e analisadas todas as definições sobre o conceito de “Meio ou Recurso de Ensino”, constatou-se haver um uniformitarismo no que diz respeito ao ponto fulcral,

 pois os autores são apologistas em afirmar tratar-se de material pedagógico que tem como finalidade facilitar o professor a atingir os objectivos traçados; havendo um aditivo por parte de outros que focalizam a utilização de recursos digitais, sendo o computador e a informática Ainda segundo Karling (1991), classifica os recursos didácticos em:  

Recursos visuais;

   Recursos

auditivos;

 

Recursos audiovisuais;

 

Recursos múltiplos.

Desta forma, os meios de ensino são os recursos materiais portadores de informação que, utilizados por professores e alunos no processo de ensino-aprendizagem, sob determinadas condições previamente traçada, facilitam a comunicação docente e o aprendizado, seja pela apresentação ou representação de aspectos da realidade concernentes ao currículo, seja pela mediação de sistemas simbólicos que permitiriam uma relação crítico-activa dos alunos com o meio físico e o espaço sócio cultural. Por fim, um ensino de qualidade onde os alunos possam ver, ouvir e relacionar com o que já sabem e com a realidade. Hoje mais do que nunca os alunos já não querem aceitar aquele professor que vai e começa a ditar matéria. O aluno pode escrever o que o professor está a ditar mas muitas vezes não compreende qual é a mensagem que o professor quer passar porque a matéria não desperta curiosidade. Pensamos que seria bom que os professores utilizassem utilizassem para as suas aulas, para além dos manuais escolares, quadro e giz, um recurso diferente. Ferreira (2007)

 

22 Portanto, o professor pode optar por uma música que deve conter a essência dos conteúdos da matéria ou disciplina que pretende leccionar. Para outros autores como Santos (2009), citados por Ferreira, (2012:30) colocam a seguinte argumentação: “ Entende-se que a música associada a imagens é considerada um recurso didáctico valioso, sendo um potencial que pode reduzir o suposto medo de aprender, devido às metodologias didácticas indiferentes às capacidades dos educandos”. Ele associa a música a imagens fotográficas para que os alunos compreendam melhor os conceitos geográficos e as aulas se tornam mais agradáveis, trazendo, por conseguinte a consciencialização quanto aos problemas ambientais e a valorização da canção popular. “ A história de um país, de um povo, cultura, lutas, guerras e conquistas também podem ser trabalhadas pelas imagens e pelo som”. Ainda na mesma perspectiva, estes autores acrescentam que: Além das fotografias, mapas, gráficos e vídeos, a música na ciência geográfica pode ser abordada com sucesso para os temas em relação ao espaço; hidrografia; relevo; clima; conflitos mundiais; transportes, etc. A utilização da música pode trocar uma palestra na sala de aula por uma manifestação em ambiente público, substituindo uma exposição teórica por músicas que alertam e transmitem mensagens, mensagens, incentivando o indivíduo a pensar e agir. (FERREIRA, 2012:32)

Actualmente, encontramos o outro factor importante que são as novas tecnologias que tecnologias que devem ser aproveitadas para fins didácticos, pois são uns recursos que dispomos na actualidade. As escolas  podem fazer uso disso de manei maneira ra metodológica fazendo com que o aluno des desperte perte interesse em usá-las a seu favor, de maneira individual ou colectiva. Em algumas escolas já possuem salas de informática com uma disciplina chamada TICs, o que é positivo. As pesquisas mostram que pela evolução dos recursos através dos tempos, Silva & Pessoa (2009: 7) consideram a aplicação dos recursos em quatro gerações: a) Primeira geração: explicação no quadro, mapas.  b) Segunda geração: manuais, livros, textos impressos. c) Terceira geração: gravações, fotografias, filmes, fixos, rádio, televisão. d) Quarta geração: laboratórios linguísticos, instrução programada, emprego de computadores. Essa classificação exemplifica claramente, como os recursos foram utilizados ao longo dos tempos. Nesta situação, inicialmente, houve a utilização da máquina no processo de educação; seguidamente, a máquina sendo utilizada na reprodução de textos como substituição da nota e do

 

23 ouvido; na terceira geração observamos a utilização de aparelhos mais complexos que  proporcionam experiências mais concretas; e na quarta geração a comunicação já é estabelecida es tabelecida entre o homem e a máquina. O estudo sobre a classificação dos recursos evidencia a variedade de opções que os educadores  podem utilizar em sua prática docente. Por isso pode-se considerar, que os recursos didácticos  para vários autores são meios para obter um ensino mais efectivo, e com fins educacionais ou como veículos de comunicação; foi necessário que o professor utilizasse uma metodologia adequada que contemplasse a diversidade de recursos.

2.1.1 Enquadramento da música no conjunto de recursos didácticos. Quanto ao enquadramento do tema em estudo, em todos os recursos classificados por diferentes autores, enquadra-se nos recursos auditivos e quanto a evolução dos recursos com o tempo na classificação feita por Silva e Pessoa (2009), enquadra-se na terceira geração  que é das gravações, fotografias, filmes, fixos, rádio, televisão. Entretanto, hoje estamos num mundo dominado pela música, e o educador precisa usá-la para despertar o interesse do aluno. De acordo com Moreira (2014:46), fala do início do século XX, que aparecem os métodos activos de Decroly, Montessori, Dalton e Pakhurst, formando a nova escola. Onde diz que “esses  pensadores trataram a música como um dos principais recursos didácticos para o sistema educacional, reconhecendo o ritmo como um elemento activo da música, favorecendo as actividades de expressão e criação”. Portanto, quando falamos na natureza do conhecimento de música, estamos antes de tudo, pressupondo a existência de um conhecimento proveniente da experiência musical, isto porque a educação pela música proporciona uma educação profunda e total, onde esta incluso a motivação, elaboração conjunta, entre outros. Ainda no âmbito do enquadramento Silva & Pessoa (2009:16)  apresentam a caracterização dos recursos auditivos da seguinte forma:

Elementos ou Códigos Auditivos Códigos digitais orais: “a linguagem oral, específica da espécie humana; é o meio mais directo e comum, pois apresenta dimensões mais vastas que a escrita, uma vez que ela pode ser enriquecida com gestos, expressões fisionómicas, ênfase até mesmo em pausas silenciosas”. 

Códigos Analógicos:  “Compreendem as formas não-verbais de comunicação, como a música e os efeitos sonoros, no que se referem ao seu aspecto auditivo. A música é uma forma sonora

 

24 bastante comum. Apresenta forte dose de persuasão emocional, podendo ser usada para criar uma atmosfera favorável ou associada a certos objectos, fatos ou situações ”.

Veículos ou materiais: “ Incluímos nesta coluna o rádio, os discos e a fita magnética que transportam os elementos ou códigos auditivos ”.  Depois da caracterização feita anteriormente, o mesmo autor e Pilett (2004:156) chegaram a afirmar que numa pesquisa realizada nos Estados Unidos, foi demonstrado que nós: ser humano têm capacidade capacidade de reter e ou aprender. Tabela 1: A percentagem  percentagem dos conteúdos que o ser

Aprendemos

Retemos

1% Através do gosto

10% Do que lemos

1,5% Através do tacto

30% Do que vemos

3,5% Através do olfacto

50% Do que escutamos

11% Através da audição

70% Do que ouvimos e logo discutimos

83% Através da visão

90% Do que ouvimos e logo realizamos

Fonte: dados fornecidos por Pillet, 2004

Entretanto, a utilização da música no processo de ensino e aprendizagem, vai se enquadrar em maior escala no penúltimo item identificado por 11% através da audição e 70% do que consegue reter, mas também enquadra-se na última fase que é da visão com 83%. Dai que há necessidade de se fazer um casamento entre as duas fases. Onde o aluno partirá da audição, onde vai escutar (as melodias das músicas) e logo discutir, depois ver e realizar, participando assim na melhoria da qualidade do PEA em geografia.

2.2 A música como recurso didáctico para o ensino de geografia  Neste subcapítulo, vamos apresentar a música como recurso ddidáctico idáctico para o ensino de geografia geogr afia (2.2), assim como as suas práticas musicais nas aulas de Geografia (2.2.1). O professor para facilitar, acelerar e intensificar a aprendizagem e ou criar um ambiente favorável para aprendizagem na sala de aula e tornar as suas aulas mais prazerosas, deve abraçar a utilização dos recursos didácticos  didácticos  que a disciplina recomenda. Porém, o professor não deve ficar agarrado nesses recursos didácticos pré-estabelecido no programa. Por esta razão, o  professor de Geografia reconhecendo seu papel de mediador no processo de ensino e

 

25 aprendizagem, deve procurar meios que promovam tal processo de modo eficiente, sendo os recursos didácticos um caminho a ser considerado. De acordo com Ferreira (2012:18), Dentro da interdisciplinaridade, como é recomendado nos  programas de ensino, podemos reconhecer a importância das diferentes disciplinas dentro de cada especificidade. A música é uma dessas disciplinas que mesmo não sendo do currículo da geografia pode ser utilizada como recurso na aula de geografia, por conter implicitamente os conceitos geográficos. “ A presença desses conceitos geográficos nas letras das músicas abre  possibilidades para o exercício da interdisciplinaridade, pois pode abranger conteúdos relacionados com o lugar, natureza, espaço e até mesmo comportamentos relativos a sociedades ou culturas diferentes”. Assim, o professor poderá usar a parte textual da música para relacionar com a ciência geográfica e usar como complemento na sua aula, quebrando a rotina e despertar no aluno a capacidade de argumentação e crítica, esse aluno não se comportará como um sujeito  passivo, mas activo dentro do processo de d e ensino/aprendizagem. Os Projectos que visam à interdisciplinaridade são de suma importância, pois despertam nos alunos a criatividade e possibilidade de colocar lado a lado os conhecimentos artísticos do quotidiano e os conhecimentos adquiridos na escola despertando a reflexão dos mesmos em relação aos aspectos geográficos do espaço urbano onde eles vivem e desenvolvem suas relações, o que a geografia cultural leva em consideração para uma análise em relação aos comportamentos humanos em sociedade. Como foi afirmado por (FERREIRA 2012:18). A  música  possui vários significados no quotidiano das pessoas e se for utilizada de forma adequada pode ser um agente facilitador em diversas situações que envolvam o raciocínio e a aprendizagem. SOARES (2003) afirma que, vários músicos como (Mozart, Beethoveen, Jean Guillou, etc), Num sentido geral definem a Música  como sendo a combinação de ritmo, harmonia e melodia, de maneira agradável ao ouvido. Segundo Nobre (2008:2), define a

Música: como sendo  “a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente, com ordem, equilíbrio e proporção, dentro do tempo. É a arte de manifestar os diversos afectos de nossa alma mediante o som”. Para Romanelli (2009), citado por Silva (2014:12) a música [...] “é uma linguagem comum a todos os seres humanos e assume diversos papéis na sociedade, como  função de prazer estético, expressão musical, diversão, socialização e comunicação”. Na escola,

 

26 [...] “a música é linguagem da arte, [...] é uma possibilidade de estratégia de ensino, ou seja,

uma ferramenta para auxiliar a aprendizagem de outras disciplinas ”. Dessa forma não se deve usa-la separadamente, e sim de forma contextualizada com o conteúdo estudado. Mas para Silva (2014:40) define música  como sendo um instrumento que trás consigo muitos temas transversais, que cabe ao professor saber escolher junto com os alunos, as que tragam em suas letras temas a ser trabalhados em sala de aulas e que faça relação com o conteúdo estudado. Mais ainda segundo o mesmo autor, música é uma ferramenta pedagógica que resgata a subjectividade e a afectividade dentro da sala de aulas, e a mesma abre novas possibilidades no  processo de ensino aprendizagem. apren dizagem. A partir destas definições feitas chegamos a perceber que a utilização da música na sala de aula desenvolve a capacidade de participação, de socialização, de raciocínio, de criatividade, entre outras aptidões que pode vir a destruir as barreiras que enfraquecem o empenho do educando durante as aulas. Segundo Gardner (1996), citado por MOREIRA (2014) admite que a inteligência musical está relacionada à capacidade de organizar sons de maneira criativa e da discriminação dos elementos constituintes da música. A música é composta basicamente por: Som: Vibrações sonoras regulares de corpos elásticos que se repetem com a mesma velocidade como as do  pêndulo de um relógio. Sendo que as vibrações irregulares, são denominadas ruídos. O que se chama de melodia melodia é  é a sucessão rítmica e bem ordenada de sons, já a harmonia harmonia é  é a combinação simultânea e harmoniosa de sons, enquanto o ritmo ritmo   é a combinação dos valores no discurso musical, regulados pela maior ou menor duração. A melodia melodia estimula  estimula a afectividade, a ordem ou a estrutura musical (na harmonia ou na forma musical) contribui activamente para a afirmação, ou para a restauração da ordem mental do homem. Aliando a visão dos autores acima referenciados, e partindo do pressuposto de que ensinar   éé  procurar descobrir interesses, gostos, necessidades e problemas do aluno; escolher conteúdo, técnicas e estratégias; prover materiais adequados e criar ambiente favorável para o estudo, e aprender   sendo, o desenvolvimento melhor dessas capacidades e com mais facilidade ou seja, adquirir novas experiências; compreender as coisas que se vêem, ouvem, sentem e fazem.

 

27 A música como afirma Silva (2014), vai contribuir como estratégia ou técnica que deverá ser usada pelo professor nas suas aulas para estimular atenção dos aluno e criar gosto pela disciplina, visto que o mundo actual coloca nos sobre meio de tecnologia e com facilidade de acesso, isso  porque, a informação ou o conteúdo pode ser encontrado em qualquer lugar, que pode ser: nas revistas, nos jornais, nos livros, nas fitas sonoras no vídeo, nos computadores, nas bibliotecas, etc. Ainda chega ao aluno através das conversas com os pais (mais velhos), com os colegas, com os vizinhos, pela rádio e pela TV.  Neste sentido a escola tem por função desenvolver o gosto pelo estudo e ajudar o aluno a organizar e aproveitar esses conteúdos e não passá-los ou simplesmente transmití-los. Então assim estaria a concorrer para uma aprendizagem significativa, significativa, que é: Aquela aprendizagem em que o aluno tem gosto de estudar, que ele compreende e que provoca alguma reacção nele. Aquela aprendizagem em que o aluno liga as experiências anteriores com as ideias em que está aprendendo. A aprendizagem que parte de pressuposto que o aluno já possui alguns pré requisitos para aprender. Segundo como afirma Ferreira (2007).

Segundo Karling, citado FERREIRA (2007:18) A grande vantagem da aprendizagem  significativa é  significativa  é aquela feita por via de descoberta. É nesta, que o aluno mostra que quer aprender, ele precisa aprender e passa a gostar de aprender. Ainda segundo este autor, na aprendizagem por descoberta é o próprio aluno quem elabora o seu conhecimento. Passa a ter um conhecimento elaborado, estruturado pela compreensão, pelo significativa provoca alguma reacção raciocínio, e não conhecimento mecânico. A aprendizagem significativa provoca no aluno, pois tem importância para ele. Pode provocar euforia, curiosidades, preocupação, ansiedade e levá-lo a fazer muitas experiências. Segundo Silva (2014), “o uso da música como r ecur curso so d dii dácti cti co utilizado pelo professor nas aulas de Geografia justifica se pela necessidade dos conteúdos ministrados serem contextualizados e relacionados à vivência dos alunos, valorizando seus conhecimentos prévios,  pois se partirmos da hhipótese ipótese de que a melhor forma de motivação está presente no qquotidiano uotidiano de nossos alunos, um exemplo disto é a utilização da música como instrumento de ensino e aprendizagem”. Assim, a música é um excelente recurso pedagógico para enriquecer a aula já que ela pode proporcionar a capacidade de sensibilizar e despertar um maior interesse dos educandos.

 

28 Ainda o mesmo autor afirma que, “Com certeza a música pode ser utilizada de forma lúdica e interactiva, e em diversos géneros musicais. musicais.  Portanto, cabe ao pprofessor rofessor saber desenvolver sua  prática pedagógica actividades que leve o aluno a ter um bom desempenho em sala de aula,  principalmente nas aulas de geografia ”. Aliar essa facilidade de assimilação encontrada nos mais diversos géneros musicais às  propostas metodológicas e curriculares da Geografia pode gerar bons resultados. Pois a música é algo atractivo e fascinante e despertará a atenção e o interesse do aluno. Com a música, é  possível ainda despertar e desenvolver nos alunos sensibilidades mais aguçadas na obs observação ervação de questões próprias à disciplina alvo, Ferreira (2010). Com isso percebe-se a importância da utilização da música junto à disciplina de Geografia. Dai que, Vlach et all, (2005:73), Citado por FUINI et all (2013:207) afirmam que a música, com suas letras e ritmos, aparece como uma das  possíveis linguagens que podem ser utilizadas para propiciar a aprendizagem significativa e crítica de conceitos geográficos, mobilizando mais seguro, devido a orientação prévia do  professor, o aluno expõe suas s uas impressões de forma oral. Actualmente, contamos com a disponibilidade de recursos electrónicos por parte dos jovens como os aparelhos de MP3 e outros até mais modernos, o que facilita para que eles possam utilizar a música como recurso didáctico e ao mesmo tempo uma forma de entretenimento e lazer, já que temos na educação actual a liberdade para fazermos o uso da interdisciplinaridade e o uso desses recursos. Como foi afirmado por (FERREIRA, 2012:26). A geografia do passado não nos dava essa liberdade, pois era utilizada pelo estado  principalmente para fins de interesse geopolítico e isso restringia o conhecimento, a capacidade crítica do aluno e do professor. Na actualidade com a abertura na política educacional, é possível a busca por recursos e conhecimentos novos, dando a liberdade à relação entre a geografia com qualquer campo da ciência. Conforme Santos e Brumes (2008) citado por FERREIRA, (2012) “a ideia é mostrar que ao explorar um recurso como a música que apresenta texto, som e contexto,  pode-se fazer a articulação com os conceitos de lugar, região, território e uma enormidade de conteúdos geográficos”.  O uso de novas metodologias no ensino é uma forma de despertar interesse do aluno pelas aulas e que neste caso em estudo é a geografia. É possível promover a

 

29 interacção na sala de aula com os alunos e até mesmo diminuir a distância entre o professor e eles. De acordo com Dhome (2009: 57), citado por FERREIRA (2012) afirma que: (...) o uso da música como um meio de expressão, como um elemento que propicia momentos lúdicos, proporciona o desenvolvimento individual e o convívio em grupo. (...) Não resta dúvida que este contacto é uma forma de despertar e poderá ser um instrumento para identificar o gosto  pela música, incentivando o seu estudo e aprimoramento, aprimoramento, mas também é verdade que este uso da arte musical leva a experiências outras, como a sociabilização, desinibição, criatividade, descoberta e formação da auto-estima (...). (FERREIRA, 2012:27). 

 Na perspectiva de Pereira, (2012) afirmam que, […]  “a educação da geografia através da música proporciona a vivência da linguagem musical como um dos meios de representação do  saber construído pela interacção intelectual e afectiva do homem com o meio ambiente, pois a interacção natureza-sociedade faz parte do quotidiano de todos os seres humanos do planeta”. De acordo com este autor, a música pode ser um complemento auxiliar das actividades desenvolvidas para a interacção com os alunos nos trabalhos de ensinar em aprender geografia. O professor não precisa conhecer nem compartilhar as preferências dos géneros musicais de seus alunos, mas pode propor que eles façam um levantamento das músicas que tratam do tema em estudo.

2.2.1 Práticas musicais nas aulas de Geografia Percebe-se que houve uma grande transformação no contexto social na actualidade e em decorrência disso o papel do educador também mudou. Desse modo é preciso mudar o perfil do  professor de Geografia, buscando bu scando assim uma formação de cidadão crítico e construtor. co nstrutor. Segundo Silva (2014:43),

A introdução de novas técnicas didáctico-pedagógicas é fundamental para que ocorra uma mudança na prática de ensino, superando o método do ensino “bancário”, ensino esse ressaltado

 por FREIRE (1994), no qual o professor apenas repassa os conteúdos e os alunos apenas reproduzem o que lhes foi repassado, sendo a educação caracterizada como um instrumento de opressão (humilhação).

Dessa forma, verifica se a necessidade da utilização de letras de músicas na complementação metodológica dos conteúdos abordados nas aulas de Geografia, partindo das series iniciais até o ensino médio onde a música passa a ser um instrumento alternativo na prática de ensinoaprendizagem. Para isso, o educador deve procurar adequar-se às novas mudanças no processo

 

30 de ensino-aprendizagem e às inovações tecnológicas, de modo a tornar suas aulas mais dinâmicas e propiciar uma maior interacção entre o alunado. Portanto, é fundamental à renovação do ensino de geografia, através de novas práticas  pedagógicas que possibilitem aos alunos interesse pelas aulas. De acordo com Pinheiro et al (2004: 104): citado por SILVA (2014:42) Para romper esse estigma, alguns professores buscam várias maneiras de renovar e inovar o ensino. Nas transformações por que passa a escola, com vista à reformulação dos métodos educacionais, os materiais didácticos são de fundamental importância no trabalho do professor. Eles constituem se em instrumentos que possibilitam possibilitam planejar boas situações didácticas, busc buscando ando  promover a ampliação dos conhecimentos dos alunos, permitindo-lhes desenvolver conceitos,  problematizar  problematiz ar questões e articular conteúdos. Para isso, o professor deverá criar situações concretas de aprendizagem.

Para Silva (2014), É importante lembrar que essas práticas não podem ser priorizadas apenas  pela metodologia de aprendizagem. Pois a mesma deve ser vista como forma de possibilitar a comunicação e a informação que compõem as alternativas didácticas. Os professores precisam utilizar dos meios que lhe são oferecidos para enriquecer suas aulas e estimular seus alunos, de modo a tornar o processo de ensino-aprendizagem, interactivo e eficaz. Nesse contexto faz-se referencia a música, onde a mesma pode ser utilizada na problematização do quotidiano e na formação do cidadão de forma mais lúdica e interactiva. Muitos autores como Fernandes (1993), Oliveira et al, (2002) citado por SILVA (2014) analisam a música e a imagem no ensino de Geografia baseado em três  paradigmas curriculares curriculares,, que  possibilitam a compreensão dos fundamentos teóricos que norteiam a reflexão a cerca da comunicação verbal e visual, participação e reflexão. O autor deixa explicita em sua obra a  preocupação da selecção do material audiovisual a ser trabalhado em sala de aula, lembrando a importância do conteúdo das músicas escolhidas e a relação com o quotidiano dos alunos. Os  paradigmas que o autor se refere refer e são:

Técnico-linear - suas principais características são: a presença marcante do livro didáctico, orientação pedagógica a partir do planejamento presente no próprio livro, o tipo de avaliação,  baseado na utilização de questionários com o controle con trole central do professor;

 

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Circular consensual - suas principais características são: o professor leva em conta as características e necessidades dos alunos e os recursos presentes na escola, a avaliação metodológica e selecção de conteúdos pautam-se nas condições de existência dos alunos. Ou seja, baseia-se na experiência de vida dos alunos, o professor apenas auxilia o processo, mas não interfere na realidade;

Dinâmico dialógico –  dialógico –  Suas principais características: o professor tem clareza de que a escola é o espaço privilegiado para o debate e construção de conhecimentos, a pesquisa é uma atitude constante neste paradigma, a problematização dos conteúdos são sistematizados ou relacionados a realidade local. Os conteúdos, metodologias e avaliações, são entendidos como processos e  planejados de forma que o todo e as partes pa rtes estejam em constante relação. Diante disso, a prática pedagógica com viés sócio construtivista considera o estudante como sujeito do processo de construção do conhecimento. Portanto, nesse processo existe uma relação activa dos sujeitos com o meio externo (objectos de estudo), de maneira que, os conteúdos escolares, que são os objectos, despertem nos sujeitos o interesse, a curiosidade e o desejo de desvendar. Esta visão é completada pela percepção da Bréscia (2003) citado por SILVA (2014) ao defender que ao utilizar a música desenvolve-se o processo de construção do conhecimento, que desperta e desenvolve não somente o gosto musical, como ainda favorece o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, da socialização e afectividade, também contribuindo para uma efectiva consciência corporal e de movimentação.

2.3 Procedimento da utilização da música na sala de aula de geografia.  Neste item aparece como o mais longo, vamos trazer tr azer a explicação da utilização u tilização da música na sala de aula de geografia, no que diz respeito: As principais actividades de aprendizagem através da música (2.3.1); O impacto da música no processo de ensino e aprendizagem de geografia (2.3.2); e o enquadramento da música como recurso de ensino no plano curricular do ESG (2.3.3)

 

32 Segundo Ferreira, (2012:19) “ A música e a geografia podem ser inter-relacionadas através da interdisciplinaridade. Ela pode proporcionar ou facilitar, no ser humano, o desenvolvimento do campo auditivo através da melodia , o campo comunicativo pela expressão de ideias, o raciocínio, contextualização, percepção, concentração, criatividade e aproximação da realidade de cada educando”. Ela é um produto cultural e histórico-geográfico, pois através da mesma

 podemos compreender compreende r os conc conceitos eitos contidos na geografia tais como: natureza, urbano, rural, etc. A modernidade nos obriga a usar novas metodologias para que através delas compreendamos a realidade. Temos a música como uma opção metodológica, pois através dela, num papel interdisciplinar podemos entender a geografia e com isso inserir o aluno nesse processo de construção do saber. Como um instrumento de massificação de ideias e de difusão de valores, a música faz com que o indivíduo desenvolva a capacidade para entender o seu quotidiano através da contextualização, análise e expressão de ideias vindas ocasionarem até mudança de atitudes. Esse recurso sendo associado à didáctica poderá servir de motivação para os alunos na aula de geografia, sendo ele visual, auditivo, textual, ou outro, somando a uma disciplina totalmente diferente que é a geografia, conforme afirma DE Paula, (2004) citado por FERREIRA, (2012:19). A mesma autora afirma que no meio social, a educação é a ferramenta de difusão da cultura onde são observados alguns aspectos importantes como: “o modo de vida dos grupos de alguns grupos que por meio de manifestações ”, exprimem as suas características e uma dessas manifestações é pela música, que por sua vez é muito forte e significativa. O professor na sala de aula pode se valer da inter-relação música/geografia trazendo aos alunos, que na maioria das vezes são de classes sociais diferentes, a compreensão dos conceitos geográficos. Em conformidade com Ferreira, (2012:20), ao afirmar que na aula de geografia, é possível que o professor faça associação com alguns aspectos musicais, pois como já citamos, através da interdisciplinaridade faz-se a inter-relação de dois assuntos sendo cada um de uma determinada disciplina. Podemos utilizar a apreciação de músicas, de forma crítica e não apenas como forma de laser ou entretenimento; a contextualização da música, considerando-a como um produto cultural dentro da historicidade geográfica; a composição e interpretação de músicas que tenham o conteúdo relacionado com os conceitos geográficos. É dai que, a autora chega a afirmar que a música pode trazer ao indivíduo a percepção de um determinado lugar, mesmo não estando

 

33 fisicamente lá, isto é, através de uma condição psicológica podemos vivenciar determinada situação ou paisagem. Felizmente, podemos constatar que em algumas colecções didácticas de geografia, já se valoriza a linguagem musical como um suporte para o educador, o que pode favorecer o aprendizado do aluno tendo em vista a relação que a música tem com a geografia e vice-versa. De acordo com Santos e Brumes (2008), citado por FERREIRA, (2012) a música na sala de aula invoca outros aspectos que fogem às práticas pedagógicas tradicionais, tais como o lúdico, a alegria e o prazer, verificando por fim, que o uso da música nas aulas de geografia pode trazer ao aluno uma postura mais crítica, que culmina com a formação plena do cidadão.

 

34

2.3.1 Principais actividades de aprendizagem através da música Segundo Moreira (2014:44), A música, como qualquer outra arte, acompanha historicamente o desenvolvimento da humanidade. Antes mesmo do descobrimento do fogo, o ser humano já se comunicava por meio de sinais e sons rítmicos. Bréscia (2003), citado por MOREIRA (2014) afirma que a música está presente em quase todas as manifestações sociais e pessoais do indivíduo desde os tempos mais antigos. Contudo, com o decorrer do tempo e com a modificação no espaço geográfico o homem tornou-se civilizado descobrindo a linguagem e a escrita, mas, apesar disso, a música faz parte de seu contexto histórico na modernidade e na contemporaneidade. Assim como qualquer outro vestígio histórico, a música não pode ser utilizado como “prova” de uma verdade absoluta. Como linguagem, ela tem sido considerada

uma fonte para o conhecimento académico, tal qual historiadores como CONTIER (1985) e TINHORÃO (1998) apontam. Essa linguagem transforma-se em recurso didáctico na medida em que é chamada para responder perguntas adequadas aos objectivos propostos, um deles mais centralmente que é o de promover o desenvolvimento dos conteúdos programáticos a partir do  processo de transformação de conceitos espontâneos em conceitos científicos. Para Soares (2008) citado por Moreira (2014) diz que a “utilização da música como recurso didáctico foi uma constante (...) considerávamos inovadora a análise de letras de música, e satisfatória a utilização do método ‘ ouvir  e

interpretar’”. Tais considerações nos permitem

acreditar que a música pode facilitar a compreensão do aluno, pois estabelece empatia entre autor/compositor e o mesmo. A empatia é um conceito que ocorre quando todos os sujeitos  –   compositores e alunos  –   se identificam com o contexto histórico, passando a pensar historicamente, ou seja, se colocando no lugar do outro. Segundo a mesma autora afirma que: A empatia está associada à simpatia, à projecção de sentimentos ou, mesmo, à identificação com outros personagens (...). Se empatia for entendida como uma disposição para ter em conta os  pontos de vista de grupos que, de um modo diferente de nós, acreditaram, acreditaram, valorizaram e sentiram determinados processos ou eventos, então, podê-la-emos também enquadrar, como alguns  pretendem, nas nas actividades cognitivas. cognitivas. (MOREIRA, 2014)

Assim, é possível levantar a hipótese de que o aluno, nas situações em que a música é utilizada como recurso didáctico, se identifica com o assunto, podendo transformar seus conceitos espontâneos em conceitos científicos. Assim, a música no contexto da educação vem ao longo de

 

35 sua história, atendendo a vários propósitos, como formação de hábitos, atitudes e comportamentos: lavar as mãos antes do lanche, escovar os dentes, dentes, a memorização de conteúdos, números, letras etc., traduzidos em canções. Para Bréscia (2003) citado por MOREIRA (2014) “[...] o aprendizado de música, além de  favorecer o desenvolvimento afectivo da criança, amplia a actividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivíduo ”. A mesma autora moreira (2014:49) afirma que, é necessário que os professores se reconheçam como sujeitos mediadores de cultura dentro do processo educativo e que levem em conta a importância do aprendizado das artes no desenvolvimento e formação das crianças como indivíduos  produtores e reprodutores r eprodutores de cultura. Só assim poderão procurar e reconhecer que a música é um instrumento facilitador do processo de ensino-aprendizagem e, portanto deve ser possibilitado e incentivado o seu uso em sala de aula. Enquanto Ducorneau (1984), citado por mesma autora, diz que o primeiro passo para que a criança aprenda a escutar bem consiste em permitir que ela faça experiências sonoras com as qualidades do som como o timbre (qualidade do som que permite reconhecer sua origem), a altura (propriedade que permite o som ser mais grave ou mais agudo) e a intensidade (associada àquilo que nós comummente chamamos de volume). A diferença entre um som forte e um som fraco), depois disso, estará em posição de escuta.  Não se pode deixar de ressaltar aqui a diferença entre “escutar ” e “ouvir ” uma música. Segundo Jeandot (1997), “ para ouvir  , necessitamos de um aparelho apar elho auditivo, em funcionamento, capaz de captar impressões de sons e ruídos. Já a

 envolve interesse, motivação atenção. escuta  É uma atitude mais activa que ouvir, pois seleccionamos, no mundo sonoro, aquilo que nos interessa. A escuta  envolve também a acção de entender e compreender, ou seja, possibilita tomar consciência daquilo que se captou através dos ouvidos ”. Assim, Snyders (1992) citado  por MOREIRA (2014) comenta que a função mais evidente da escola é preparar os jovens para o futuro, para a vida adulta e suas responsabilidades. Mas ela pode parecer aos alunos como um remédio amargo que eles precisam engolir para assegurar, num futuro bastante indeterminado, uma felicidade bastante incerta. A música pode contribuir para tornar esse ambiente mais alegre e favorável à aprendizagem, afinal “propiciar uma alegria que seja vivida no presente   é a

 

36 dimensão essencial da pedagogia, e é preciso que os esforços dos alunos sejam estimulados, compensados e recompensados por uma alegria que possa ser vivida no momento presente”.

Moreira (2014:46) afirma que, as actividades musicais realizadas na escola não visam à formação de músicos, mas, contacto, vivência e compreensão da linguagem musical. Por isso,  propiciar a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser. E de acordo com Gainza (1988) citado por mesma autora, as actividades musicais na escola podem ter objectivos profiláticos, nos seguintes aspectos: Físico: oferecendo actividades capazes de promover o alívio de tensões convenientes à instabilidade emocional e fadiga; Psíquico: promovendo processos de expressão, comunicação e descarga emocional através do estímulo musical e sonoro; Mental:  proporcionando situações que possam contribuir para estimular e desenvolver o sentido da ordem, harmonia, organização e compreensão. Dai que muitos autores chegam a destacar a música como sendo o elemento facilitador para a compreensão e aprendizagem do ser humano.

2.3.2 Impacto da música no Processo de ensino-aprendizagem de geografia Hoje em dia os meios de comunicação chegam a nossa casa com uma enorme facilidade, causando grande impacto tanto no nosso dia-a-dia quanto na nossa vida escolar. Isso é natural,  pois vivemos em mundo globalizado, e quando associamos o ensino a essas novas Tecnologias o ensino de geografia torna as aulas muito mais proveitosas, proporcionando uma aproximação entre o assunto abordado e a realidade dos alunos, resultando num aprendizado satisfatório. E por isso que é importante se trabalhar a música em sala de aula, pois a mesma vai servir de elo entre professor/aluno e conteúdo. Segundo Correia citado por FERREIRA (2012:30), a acção da música na mente humana “está ligada directamente ao tálamo, e é nesta área do cérebro, que é accionado o córtex, responsável pelas manifestações de intelecto, pensamento e raciocínio do indivíduo”. As acções

do indivíduo são manifestadas através de atitudes ligadas ao racional e emocional sendo que nenhuma se dissocia da outra, pois as duas partes se inter-relacionam e se completam através das acções, como foi citado anteriormente. Através da emoção e a razão o ser humano evidencia um

 

37 factor muito importante também que é a “cultura”, sendo que ela é manifestada pelas acções humanas como afirma correia (2009). Segundo ele “nota-se que o ser humano tem na emoção e na razão seus principais condutos às suas apreensões e manifestações: cognitivas, espirituais, objectivas, subjectivas, estéticas, morais, políticas e outras ”.  (CORREIA 2009). Quanto ao “espaço” que é a categoria principal da geografia, o seu objecto de estudo, é percebido tanto pelo

aspecto racional como emocional, ocorrendo principalmente através das manifestações culturais onde podemos incluir a música fazendo parte dessa manifestação sendo um factor relevante. De acordo com Correia (2009:66), O ensino de geografia por meio da música, favorece maneiras de representar o saber elaborado  pela ligação racional e emocional dos indivíduos e dos grupos humanos ao meio ambiente, oferecendo interacção natureza-sociedade em seu quotidiano.

Enquanto para Moreira (2014:55) A música é reconhecida como um recurso didáctico na medida em que é chamada para responder perguntas adequadas aos objectivos propostos, um deles é o de  promover o desenvolvimento dos conteúdos progr programáticos amáticos a partir do proc processo esso de transformação de conceitos espontâneos em conceitos científicos. A principal vantagem que se verifica quando se utiliza a música no ensino de uma determinada disciplina é a abertura. Poderíamos dizer assim, que seria um segundo caminho comunicativo não verbal, pois a música desperta e desenvolve nos alunos sensibilidades mais aguçadas na observação de questões próprias da disciplina alvo. O mesmo autor afirma que: “O educador poderá trabalhar a música na comunicação, expressão, facilitando a aprendizagem,

tornando o ensino mais agradável, facilitando a fixação dos assuntos de uma forma agradável (...) trabalhar a música nas áreas da educação: na comunicação, expressão, facilitará a aprendizagem de forma mais agradável.” (MOREIRA, 2014:56),

 Na obra de Freire (1997:25), citado por MOREIRA (2014:50) “não há docência sem discência,  pois quem forma se forma e reforma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. Dessa forma entende-se que o aluno precisa do professor e o professor precisa do

aluno, pois o aprendizado não depende só do aluno. Utilizando a música de maneira sensata  pode-se oferecer um conhecimento con hecimento ao educando através do ensino lúdico na n a linguagem musical. De acordo com Moreira et all (2014:43), A aprendizagem, juntamente com a música, pode ter uma influência na formação dos indivíduos que é apenas secundada pelo amor dos pais.

 

38 Assim, o uso da música na aprendizagem, também valoriza o trabalho em equipa, pois, para que uma orquestra tenha sucesso, todos os seus elementos têm que trabalhar em conjunto harmoniosamente com um único objectivo, o desempenho, e têm que se comprometer a aprender a música, participar em ensaios, e praticar música em conjunto. Por isso, sua importância também em sala de aula. É por isso que Silva (2014: 14) afirma que “é preciso haver uma interacção entre professor e aluno no processo de ensino-aprendizagem e o uso da música em Geografia”, e também a perspectiva de Hoss (1977) citado por mesma autora: ao afirmar que “[...] requer colaboração da inteligência,  do raciocínio, da vontade, da memória, mais a contribuição de cada indivíduo ao processo educativo” .  Através da proposta musical, é possível

desenvolver actividades escolares diferenciadas que expresse e influencie o ensinoaprendizagem. A análise das letras de canções populares que tratam de temas científicos quando utilizada em sala de aula como um recurso didáctico não parece ser um factor limitante para auxiliar no  processo ensino-aprendizagem, ao contrário, é uma estratégia que motiva os jovens e que pode ser utilizado de forma interdisciplinar, como foi abordado por Massarani (2006) citado por SILVA, (2014). Isso é notável, pois se sabe que a música permite ao aluno uma maior concentração e interesse, dentre outras atribuições, pois as aulas tradicionais como o quadro e giz distanciam o educando da sala de aula. Segundo Pinheiro et all, 2004:104) citado por SILVA, (2014:16) Uma das vantagens de se utilizar a música na Geografia se afirma na pluralidade de assuntos abordados por esta ciência. Violência, guerras, conflitos raciais, fome, falta de infra-estrutura nas cidades, belezas naturais, como também degradação ao meio ambiente, fazem parte dos temas abordados por muitos compositores [...].

Ainda o mesmo autor em suas colocações afirma que: A educação da Geografia através da música proporciona a vivência da linguagem musical como um dos meios de representação do saber construído pela interacção intelectual e afectiva do homem com o meio ambiente, pois a interacção natureza sociedade faz parte do quotidiano de todos os seres humanos do planeta. Sendo assim, cabe ao professor procurar trabalhar letras de músicas que estejam relacionadas com a temática estudada, e buscando sempre uma correlação com a temática proposta e o quotidiano dos alunos.

 

39

A linguagem musical é considerada uma fonte para transformar o acto de aprender em  prazer, alegria e motivação tanto par paraa o professor quanto para o aluno. aluno . Daí que Silva ((2014:17) 2014:17) ressalta a importância do uso da música como uma ferramenta didáctica na prática pedagógica e suas contribuições no processo de ensino aprendizagem e como um elemento que propicia momentos lúdicos de motivação e prazer entre professores e alunos. Aliando também ao  pensamento da Vilaça (2006), ao afirmar que, os seres humanos são musicais por natureza, amam cantar e ouvir canções. Sendo assim, a música pode ser utilizada para motivar as pessoas em quase todas as áreas de estudo. A educação por meio do lúdico facilita a aprendizagem do aluno. Enquanto se escuta a música o aluno pode recriar conceitos quotidianos, compreendendo a realidade, contribuindo assim para um bom desenvolvimento de sua identidade e autonomia. Acerca da necessidade de inserir a música nas aulas de geografia, Menezes et al. (2007:9) citado  por SILVA (2014:24), salienta que: “O que se propõe não é o abandono da literatura ou do estudo dos textos clássicos, mas apenas a construção de uma ponte entre aluno e professor, dando ao estudante instrumentos para a realização da leitura como necessidade e prazer da vida”. Dessa forma fará com que o aluno tenha mais interesse pelas aulas, pois, as crianças são

atraídas pela música com mais facilidade do que com textos nos livros didácticos. Segundo Silva (2014:14), quando se trabalha com a música em sala de aula é importante observar se a mesma está inserida em um contexto social voltado para a realidade do aluno e mostrando através desse recurso uma forma diferenciada e prazerosa de estudar geografia. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (2006) citado por SILVA (2014) são necessários para reforçar a herança estética e artística dos alunos de acordo com seu meio ambiente, e desenvolvam competências em múltiplos sistemas de percepção, avaliação e prática da arte. Essa arte também pode ser expressa nas músicas através de suas melodias. A utilização da música como recurso didáctico tem como finalidade aproximar os alunos da realidade e dos temas que serão exibidos pelo professor, em relação a isso ressalta Kaercher (1998:19) citado por SILVA (2014:40) esclarecendo que, O Objectivo aqui não é simplesmente trabalhar com música em sala de aula. É chamar a atenção que as músicas ouvidas quotidianamente por nós e nossos alunos trazem a questão social/espacial social/espacial em suas letras e que podemos começar alguns assuntos novos co com m esse “chamariz”. Desperta mais a atenção do que iniciarmos nossa fala, ainda que bem -

 

40 intencionada e de cunho progressista, com aulas expositivas abstractas e distantes do mundo do aluno [...] o Ob jectivo não é (só) tornar a aula mais “legal” [...] mas sim, a  partir das letras, questionar o que o aluno já sabe a fim de superar visões de mundo conformistas,, conservadoras ou ligadas somente ao senso comum. conformistas

2.3.3 Enquadramento da música como recurso do ensino no PCESG Segundo INDE/MINED (2007:90) O novo currículo do ESG assenta numa concepção de aprendizagens inovadoras, baseadas em metodologias activas, centradas no aluno. Para o efeito, requer-se um professor habilitado a orientar processos de ensino-aprendizagem individual e grupal através de metodologias de trabalho independente, de natureza construtivista que suscitem uma interacção dinâmica entre professor aluno, aluno-aluno e aluno- comunidade, desenvolvendo neles a competência de "aprender a aprender". Assim sendo, a partir da percepção da SILVA (2014:40) na definição da música  como sendo um instrumento que trás consigo muitos temas transversais, no quarto capítulo (inovações no ESG), do plano curricular do ensino secundário geral, aborda alguns temas transversais, onde engloba a música e dança, cinema, escultur a, a, literatura, fotografias, etc…,   como actividades co-curriculares a serem seguidas para leccionação desses temas transversais. INDE/MINED (2007:34), identificou os seguintes temas transversais, seleccionados pela sua  pertinência e abrangência e a sua integração no currículo visando desenvolver um conjunto de competências que permitem ao aluno reflectir, problematizar, intervir e transformar a realidade. Cultura de paz, direitos humanos e democracia; a citar:    

Género e equidade; Saúde reprodutiva (ITS, HIV/SIDA);

 

Saúde e Nutrição;

   Prevenção

e combate ao álcool, tabaco e outras drogas;

   Ambiente

e uso sustentável dos recursos naturais; natura is;

   Desastres

naturais (cheia, seca, ciclone, sismo). sismo ).

 

Segurança rodoviária;

   Preservação    Identidade

do património cultural;

cultural e moçambicanidade.

 

41 A abordagem destes temas, pressupõe um trabalho de planificação conjunta entre os professores na sala de aula e nas actividades co-curriculares. O tratamento dos temas acima referidos mobiliza toda a comunidade escolar, instituições ou organizações ligadas aos temas acima indicados e a comunidade em geral a comprometer-se colectivamente na formação dos jovens. A leccionação destes temas exige ainda que se faça uma reflexão conjunta dos conteúdos a serem leccionados em cada um dos temas e as respectivas estratégias. Estas deverão privilegiar a discussão, a possibilidade de confrontar, argumentar e propor mudanças. INDE/MINED (2010), afirma que o estudo dos conteúdos referentes a cada um dos temas não se esgota no ambiente de sala de aula, devendo ser extensivo a outros espaços menos formais tais como os círculos de interesse, encontros juvenis, clubes, entre outros agrupamentos.

Actividades co-curriculares Segundo INDE/MINED (2007:35) Estas actividades deverão ser desenvolvidas fora do tempo lectivo, isto é, no período oposto às aulas ou aos sábados, devendo, para o efeito, ser parte integrante do programa da escola. Os círculos de interesse são um complemento prático do  processo de ensino-aprendizagem onde os alunos desenvolvem uma actividade de acordo com co m a sua preferência ou vocação, estabelecendo uma ligação entre as disciplinas e as actividades das comunidades. Os planos curriculares afirmam que, o documento sobre Orientações e Tarefas Escolares Obrigatórias (OTEO´s) estabelece um conjunto de círculos de interesse e actividades a desenvolver, no domínio da preservação do património cultural, nomeadamente:  fotografia e cinema, Artesanato, Artes Plásticas, Literatura, Escultura, Música e Dança. As OTEO´s referem-se ainda à possibilidade de se organizar círculos de interesse nos domínios de filatelia, culinária; costura e bordados, colecção de minerais e de conchas e jogos diversos (ciclismo, atletismo, futebol, etc). etc).   Assim, os alunos deverão ser encorajados a aderir aos círculos de interesse, a desenhar os seus projectos que, uma vez concluídos, a Direcção Pedagógica de cada escola deverá submetê-los à comunidade escolar e ao conselho de escola, para a discussão e análise da sua pertinência. Destes projectos deverão ser escolhidos aqueles que pela sua importância, relevância, coerência e exequibilidade possam ser úteis para a comunidade escolar. Tal como se recomenda nas OTEO´s os círculos de interesse deverão ser orientados pelos  professores, podendo ser considerada a possibilidade de envolver os alunos como monitores, convidar pintores, escultores, músicos e outros artistas.

 

42

Relacionando a visão do INDE/MINED (2007:90) nos planos curriculares onde afirma que, Cabe ao professor considerar os pressupostos de aprendizagem: as competências anteriores do aluno; a motivação; a criação de hábitos de trabalho; a cooperação interactiva; um processo de ensino-aprendizagem activo e dirigido a objectivos; a resolução individual e colectiva de  problemas; uma aprendizagem situacional ou contextualizada, tendo em conta a diversidade ambiental e cultural dos alunos. Assim, Convergem com a definição da música segundo Silva (2014) ao dar responsabilidade ao professor em saber escolher junto com os alunos músicas que tragam em suas letras temas a ser trabalhados em sala e que faça relação com o conteúdo estudado. Assim chegamos a perceber que a música na visão dos planos curriculares é apresentada como uma das estratégias de ensino-aprendizagem centrado no aluno, onde o  processo de Ensino/Aprendizagem é organizado tendo em consideração que q ue o aluno é um sujeito activo e capaz de construir da sua própria aprendizagem. Neste sentido, os alunos deverão ter a oportunidade de adquirir e experimentar um conjunto de ferramentas que os permita desenvolver a sua própria visão do mundo e aplicar o que aprendem em situações da vida, previstas e imprevistas. Segundo INDE/MINED (2007), Os alunos não são uma massa homogénea, cada aluno é visto como único, apresentando ritmos e estilos de aprendizagem variados. Assim, as estratégias de ensino/aprendizagem a serem adoptadas deverão ser diversificadas e ajustadas às necessidades reais dos aprendentes. Uma ajuda a juda especial aos alunos é necessária para que eles possam, por um lado, desenvolver métodos de estudo adequados ao seu estilo de aprendizagem e, por outro, trabalhar em pares e em grupos. O  professor, como co mo mediador, deve criar oportunidades para que os alunos possam desenvolver as competências definidas.

Portanto, o trabalho em grupo é visto como uma das estratégias eficazes nos métodos de ensino centrados no aluno, pois contribui, entre outras, para o desenvolvimento de habilidades sociais e aumenta os níveis de compreensão e auto-confiança pois os alunos planificam e fazem a gestão das tarefas entre si. As estratégias de ensino-aprendizagem incluem ainda a preparação dos alunos e professores na  busca metódica de informação, nas bibliotecas e com recurso às novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Segundo como foi afirmado por INDE/MINED (2007).

 

43 A seguir pretendemos apresentar III capítulo sobre a contribuição com a música nas aulas de geografia, para incentivar os professores na sua utilização nas aulas no sentido de estimular os alunos e tornando as aulas motivadas, esquecendo a aulas expositivas que já não trazem uma aprendizagem significativa nos nossos dias.

 

44

CAPITULO III SUBSÍDIOS PARA UTILIZAҪÃO DA MÚSICA NA SALA DE AULA DE GEOGRAFIA

 

45

3.0 Subsídio para utilização da música na sala de aula de geografia  Neste capítulo pretendemos abordar o papel da música e a sua aplicação nas aulas de geografia (3.1); não só, vamos apresentar alguns subsídios da leccionação das aulas de geografia, da  primeira unidade (população), nos conteúdos como  Movimentos migratório: Migrações; Tipos de migração; Causas e consequências das migrações, na 9ª classe  usando a música (3.2) e para tal passaremos apresentar a proposta da planificação de aula no contexto da utilização da música como recurso didáctico (3.3). e por fim vamos trazer as perspectivas da utilização da música no ensino de geografia em Moçambique (3.4) Moçambique (3.4)  

3.1 O papel da música no ensino de geografia e a sua aplicação Como já havíamos referenciado anteriormente que o processo de ensinar   envolve muitos aspectos como procurar descobrir interesses, gostos, necessidades e problemas do aluno; escolher conteúdo, técnicas e estratégias; prover materiais adequados e criar ambiente favorável  para o estudo, e aprender   sendo o desenvolvimento melhor dessas capacidades e com mais facilidade. Portanto, esta pesquisa pretende contribuir com a música como estratégia ou técnica que deverá ser usada pelo professor nas suas aulas para estimular atenção dos alunos no sentido de valorizar a música como recurso didáctico ou estratégia do ensino, visto que a sua aplicação  pode dar bons resultados e criar gosto pela disciplina e assim sobrelevar ou melhorar empenho escolar por parte do aluno, tendo em conta que, o mundo actual coloca nos sobre meio de tecnologia e com fácil acesso, uma vez, a informação ou o conteúdo encontrar-se em qualquer lugar, podendo ser: nas revistas, nos jornais, nos livros, nas fitas sonoras no vídeo, nas  bibliotecas, entre outros. outros . Ainda pode chegar ao aluno através das conversas conversa s com os colegas, pela rádio e pela mídia. Neste sentido a escola tem por função desenvolver o gosto pelo estudo e ajudar o aluno a organizar, aproveitar esses conteúdos e não passá-los ou simplesmente transmiti-los. Tendo em conta que música segundo Silva (2014) é um instrumento que trás consigo muitos temas transversais, e que deve ser tarefa do professor saber escolher junto com os alunos músicas que tragam em suas letras temas a ser trabalhados em sala e que faça relação com o conteúdo estudado. Ao usar a música na sala de aula, estaríamos perante uma aprendizagem significativa, significativa, na qual será aquela aprendizagem em que o aluno tem gosto de estudar, liga as experiências anteriores com as ideias em que está aprendendo. Partindo de pressuposto de que o aluno já

 

46  possui alguns pré requisitos para aprender. Conforme, relatam os psicólogos, ao afirmar que o aluno aprende muito quando pensa que está a brincar. Para isso partimos do exemplo do programa da 9ª classe, na primeira unidade temática, que é a  População.. Nesta classe, no sentido de cumprir com objectivos desta unidade temática, segundo  População INDE/MINED (2010) aluno deve ser capaz de saber:   Analisar o movimento natural e as migrações da população ;  

Debater as causas e consequências das migrações (locais de saída e de chegada);

 

Comparar ao longo do tempo o crescimento da população mundial;

 

Apresentar hipóteses de solução dos problemas demográficos da actualidade; e outros.

Segundo INDE/MINED (2010:20) aponta algumas sugestões metodológicas para o cumprimento destes objectivo, nomeadamente:  

O professor pode partir do exemplo do próprio movimento pendular que o aluno realiza,

 para identificar outros e definir o conceito de migração.   Sendo Moçambique um país propenso a desastres naturais como (ciclones, cheias e sismos, e outros) é importante abordar a necessidade de reduzir os riscos que possam afectar o crescimento da população.   Temáticas relacionadas com DTS’s e HIV/SIDA devem ser enfatizadas, mostrando que

este mal é um dos responsáveis pelas elevadas taxas de mortalidade na actualidade.  

Abordando a problemática da gravidez precoce, os alunos, sob orientação do professor, debaterão sobre as consequências da mesma (interrupção dos estudos, futuro sombrio, entre outras) e poderão propor medidas preventivas contribuindo para desenvolver nos alunos atitudes positivas e responsáveis. Entre outras sugestões.

Portanto, para além destas sugestões recomendadas no programa do ensino, para o cumprimento destes objectivos o professor pode recorrer ao uso da música como estratégia metodológica do ensino, na sala de aula, como já vimos no PCESG já é recomendada o uso da música nos temas como DTS’s e HIV/SIDA nas actividades co-curriculares na quarta unidade, para mostrar que

este mal é um dos responsáveis pelas elevadas taxas de mortalidade na actualidade e também, os desastres naturais (cheia, seca, ciclone, sismo), são temas transversais já recomendados cuja sua leccionacão só pode lograr ressoltados esperados se o professor usar a musica como recurso

 

47 didactico. Entretanto, o professor deve saber escolher junto com os alunos músicas que tragam em suas letras, tema a ser trabalhado em sala e que faça relação com o conteúdo estudado.

3.2 Subsídios da leccionação das aulas na primeira unidade (População), na 9ª classe usando a música. Os Professores de Geografia enfrentam um grande desafio: encontrar uma didáctica capaz de atrair os alunos, pois a nova configuração do mundo actual, com o mundo da tecnologia da informação, por exemplo, passou a ocupar um lugar especial na vida dos alunos e com isso deixando o tradicional método de ensino tão desinteressante.  Neste contexto, a música pode actuar em sala de aula substituindo uma exposição  teórica  por músicas que alertam e transmitem mensagens, instigando o ser social a pensar e agir. Em virtude disso, trazemos como proposta metodológica, as músicas de Luiz Gonzaga; Isac Mathusse (músico moçambicano) entre outros, que relatam vários temas geográficos, permitindo ao professor buscar e construir o conhecimento partindo das reflexões sobre o tema da música, associando às temáticas geográficas da região, auxiliando os alunos a desenvolver a cognição. Há exemplo disso, pode-se citar a seguinte música de Luiz Gonzaga, e de Isac Mathusse, onde as mesmas enfocam temas que podem ser trabalhados nas aulas de Geografia através de algumas actividades. São exemplos:

Pobreza por Pobreza1 (Luiz Gonzaga)  Meu sertão vai se acabando/ Nessa vida que o devora/Pelas trilhas só se vê gente boa indo embora/ Mas a estrada não terá o meu pé pra castigar/ Meu agreste vai secando/ E com ele vou secar/ Pra que me largar no mundo se nem sei se vou chegar/ A virar em cruz de estrada/ Prefiro ser cruz por cá/ Ao menos o chão que é meu/ Meu corpo vai adubar/ Ao menos o chão que é meu Meu corpo vai adubar/ Se doente sem remédio, remediado está/ Nascido e criado aqui/ Sei o espinho aonde dá/ Pobreza por pobreza/ Sou pobre em qualquer lugar/ A fome é a mesma fome que vem me desesperar/ E a mão é sempre a mesma que vive a me explorar  (2x)/ Se doente sem remédio, remediado está/ Nascido e criado aqui/ Sei o espinho onde dá/ Pobreza por  pobreza/ Sou pobre em qualquer lugar.  _______________________________ ______  _____________________________________ 1  Letra disponível no Site:  Site: http://www.sombom.com.br/luizgonzaga/ http://www.sombom.com.br/luizgonzaga/musica/Pobreza musica/Pobreza por Pobreza. htm Acesso em 28/03/2016

 

48

a)  Metodologia O Objectivo desta actividade é trabalhar o fenómeno da migração nordestina, portanto, o aluno será orientado a:

1. Identificar possíveis elementos que fazem com que a população sertaneja busque outras cidades para obtenção de uma melhor qualidade de vida e de trabalho; (relacionar com a vida real em Moçambique). 2. Discutir, de forma crítica e reflexiva, quais os reais factores que contribuem para a  pobreza da população sertaneja, colocando no cerne das discussões discuss ões os elementos climáticos, bem como os factores políticos e económicos; (relacionar com a vida concreta em Moçambique).  Moçambique).   3. Pesquisar na localidade onde o aluno reside, famílias que tenham parentes que migraram  para outras regiões, registando os motivos pelos quais estes deixaram a cidade natal e qual o destino que tomaram. Posteriormente, em um mapa, poderá ser criada uma rota com os  principais destinos da população que migrou. Por fim, ainda pode ser feita uma pesquisa com os migrantes retornados, investigando os motivos que os trouxeram de volta para a sua cidade natal; 4. Em seguida, sugere-se um estudo comparativo relacionando os dados da pesquisa com observações realizadas in loco, como forma de discutir a organização do espaço geográfico investigado através dos elementos que compõe este espaço; 5. Reflectir com a turma o que o compositor quis transmitir através destas estrofes: “Nascido e criado aqui/ Sei o espinho aonde dá/ Pobreza por pobreza/ Sou pobre em qualquer lugar”; 

6. Discutir como as condições climáticas sempre foram utilizadas para justificar as condições de  pobreza no país, perguntando aos alunos o que eles pensam a respeito. Podendo ser solicitada uma produção textual, como forma de verificar o entendimento do aluno nas discussões desenvolvidas.  Em seguida temos a música do artista moçambicano Isac Mathusse, residente na cidade cidade de Xai-Xai, província de Gaza, onde ele aborda questões ligadas a um processo de migração  da

População, referindo-se à saída ou entrada de indivíduos num determinado lugar, a procura de melhores condições de vida. Esta música, embora feita em língua local “ changana ”, pode ajudar

na difusão de conceito de migração, e também pode ajudar o aluno a identificar as causas que i

 

49 Influenciam estas migrações, quer sejam económicas, sociais, politicas e ou culturais. Bem como também identificar as respectivas consequências que possam ter lugar na região de chegada.

Isack Mathusse vol: 2 (vassate vamiva ahimukene kaia2)   Nicarele hikutsama douropene/ nilaku muka kaia mina (2x) nilaku muka kaia minou/ka mina (2x) ni karele hikuhanha hiswakuxava mina/douropene (2x)  pheia loumo hinkwaswo vou xava, hinkwaswo vou xava x ava tihounhe tou xaviwa, a mate moxaviwa, a uswa lou xaviwa, matsau moxaviwa, matapa moxaviwa, amatsimbo moxaviwa, amatapa moxaviwa, amatsimbo moxaviwa, ancaka uxaviwa, ambowa vouxavissa, a gouxa vou xavissa, va xavissa ni mandande mihoumbo yamina. Asiko ninga pfumala makhala mazuza, niyouhethela ni youna ya ndhala. Amakala amafikanga ka alissane tahethela ningaganga mwena/vassanwena(2x), nilako muka kaia minou, nilako muka kaia ka mina Wena mamane wa chilele, he mamane waxilele, hewene mamane wavatsonguane, mamane wavana vamina, ringuissa kuguela vamakueno vawena, udhela nwapoiombo, midhela nwatovele, vassate vamina ahimukene kaia, ahimukene kaiau, ahimukene kaia, chirindzene Akaia ucanhe imamba, kambi loumo voxavissa vazama utomi Akaia a kuebhe youphuza switxoda loumo voxavissa vazama utomi, vassate vamina ahimukene kaia kahina Mungaza sé mussungula swahava vassate vamina, Titombi ta mina ahimukene kaia, mungaza se murandza vagaigai Titombi ta mina ahimukene kaia, mungaza muniwokela masida vassate vamina A tiko lako hanya he swakuxava, le tani nguenissela makombo la kaia nwena we A tiko lako hanya he swakugueva, le tani koukela madzolonga kanta Xir louko upfumala a mil ya makala, utotithova ka gaigai Ingani louko upfumala mil ya munho, utatithova kagaigai, Ingani louko upfumala mil ya munho, utatithova kagaigai,  __________________________________  _______________________________ ___ 2

  Música disponível em: CD Isack Mathusse, Vol: 02, “Xibembero” faixa 04. All rights of the producers and the

owner of the work reproduced reversed; coping; public performance brodoasilng and directly or indirectly of the recording is prohibited.

 

50 Ingani louko upfumala mil ya munho, utatithova kagaigai, Ingani, louko upfumala inguinheto ya mate utatithova kagaigai, Vassate vamina ahimukeni kaia ka hina.

b)  Subsídio para explorar esta música na aula de geografia migratórios, concretamente as A música pode ser usada no tema que diz respeito aos movimentos migratórios, migrações, tipos, causas e consequências dos mesmos que estão inclusos na primeira unidade (População) a qual faz parte dos conteúdos programados na 9ª classe.

c)  Como explorar a música? Esta música pode ajudar a fazer a difusão do próprio conceito da migração onde o autor fala de saída da cidade para o campo a procura de melhores condições de vida. Alegando que a vida na cidade é difícil. Ao mesmo tempo estará a identificar o tipo de migração: se é Interna ou internacional; se são Temporárias ou definitivas [… nikarhalile hikutsama doropene…( ahimukene kaia, chirindzene)…]. Embora, o autor referencie a saída da cidade para o campo. A música vai ajudar perceber as causas que condicionam esta migração, sendo causas económicas: venda de produtos alimentícios na cidade enquanto no campo não se vende [“ tihonhe touxaviwa,

amati muxaviwa”…], o uso de combustível como carvão vegetal na cidade, diferente do campo,

causas socio-culturais: focalizando certas bebidas tradicionais que se vende na cidade e no campo não [“ucanhe [“ucanhe akaia imamba, kuve loumo vo xavissa vazama utomi” ]. Saudades dos

momentos culturais da terra natal. E também as causas políticas: guerras, conflitos. [“atiko láko hanha hiswakuxava linta ni nguenissela makhombo la kaia nwena we”. ..], para além de destacar

algumas consequências resultantes das migrações nas cidades como por exemplo: prostituição, doenças sexuais, criminalidades, entre outras. [ …“mungaza sé murhandza magai gai”… “mungaza muni kokela masida nwena we”…] we” …] 

d)  Metodologia: A composição da música foi feita em língua local, ai surge a tarefa do professor facilitar a sua interpretação, o grande objectivo nesta música é identificar os elementos que justificam o  processo da migração num determinado lugar.   O aluno deve “escutar interpretar””, para depois: escutar”” e “interpretar

 

51 1. Identificar possíveis elementos que fazem com que a população migre do campo para cidade e vice-versa.  vice-versa.  2. Discutir, de forma crítica e reflexiva, quais os reais causas que contribuem para estas migrações bem como as causas políticas e económicas; 3. Pesquisar na localidade onde o aluno reside, famílias que tenham parentes que migraram  para outras regiões, registando os motivos pelos quais estes deixaram a cidade natal e qual o destino que tomaram. Posteriormente, em um mapa, poderá ser criada uma rota com os  principais destinos da população que migrou. E, no que concerne a ambas partes, isto é, professor aluno, sugerimos um estudo comparativo relacionando os dados da pesquisa com observações realizadas in loco, como forma de discutir a organização do espaço geográfico investigado através dos elementos que compõe este espaço e finalmente, uma reflexão com a turma no que concerne ao que compositor quis transmitir através deste verso: “ pheia loumo hinkwaswo vou xava, hinkwaswo hinkwas wo vou xava”.

e)  Algumas sugestões de etapas a seguir, para utilizar a música na sala de aula:  

Conseguir um aparelho portátil (para ser fácil de transportar e utilizar);

 

Utilizar CD, pendrive ou fita cassete com a música previamente selecionada;

 

Criar expositores com a letra da música (cartazes, retroprojetor ou datashow);

 

Providenciar fotocópias da letra da música para entregar aos alunos;

 

Elaborar um questionário abordando os vários temas citados na música;

 

Reescrever a música em outro tipo de texto ou representação representa ção ou ainda, construir uma dramatização da música escolhida  —   uma boa maneira de verificar se o conteúdo foi bem compreendido pelo aluno.

3.3 Proposta da planificação de aula no contexto da utilização da música como recurso   didáctico. 

 

52

Plano de aula  Escola Secundaria : ………………………………………………………………..   Data: ..../……………/…… 

Disciplina: Geografia

Classe: 9ª N de alunos : __

Tipo de aula: Sistematização

Duração: 45 ----------------------------------------Nº de lição: __  

Nome do docente: Daniel Tembe Unidade temática: População. Tema: Movimentos migratórios:  

Migrações;

 

Tipos de migração;

 

Causas e consequências das migrações.

Objectivos específicos Cognitivo: Conhecer o conceito, os tipos e as consequências das migrações. Psicomotor: Explicar as causas e consequências das migrações. Afectivo: Reconhecer a importância do estudo dos movimentos migratórios no contexto de geografia 9ª classe. Método: Elaboração Conjunta/Expositivo/ Trabalho Independente/ Estudo dirigido/Psicogenético. Material didáctico: Imagem do quadro, Música, Um aparelho sonoro portátil. T

Funções didácticas

Conteúdos

Actividades Professor Aluno

Método e técnica

Meio de ensino

10` Introdução e Controle de presenças e Controla Motivação

verificação da saúde da

 presenças;

turma

Verifica

as

atenção

ao Elaboração

a

do

Estudo

quadro,

anterior;

dirigido;

Música,

Expõe as dificuldades

Expositiva.

pré- Faz revisão da aula dos

alunos;

encontradas

 preparação para

Imagem

conjunta;

controle de presenças;

disposição Estimulação e

Presta

aprendizagem através

Orienta

alunos

a

leituras

da revisão e

reflectir

sobre

a

complementares;

nas

OBS

 

53 consolidação da aula

aprendizagem

Reflecte

anterior;

anterior;

duvidas

Apresentação da

Faz levantamento e  pelos colegas;

música que aborda

orienta as discussões

Contribui na busca de

assunto que será

sobre

dificuldades

soluções das dúvidas

tratado, como prérequisitos para o inicio

encontradas na aula anterior;

dos colegas; Escuta a música e

da aula;

Apresenta a música

interpreta

aos alunos, e orienta

melodia.  

sobre

as

colocadas

a

sua

a interpretação da sua melodia. 

20`

Mediação e

Migrações;

Orienta o tema novo

Regista o novo tema;

Elaboração

assimilação

Tipos de migração;

“A População”. 

Contribui na

conjunta;

Causas e consequências

Orienta

das migrações 

identificação

a construção dos dos

elementos básicos  patentes na música; música;

Imagem do

Psicogenético;

quadro;

conceitos básicos na

Método

Livro do

aula; Distingue os conceitos;

Montessori

aluno; Música

Elaboração

Imagem

conjunta;

do

de

Medeia a construção Explica os movimentos dos conceitos através

migratórios partindo

da interpretação da

dos exemplos locais;

melodia da música;

Discute assuntos a

Orienta debate sobre  partir da interpretação interpretação os

movimentos

da melodia;

migratórios

Presta atenção as

atendendo as causas

considerações do

e consequências  professor em relação a  baseando na aula;  interpretação

da

melodia da música seleccionada.

10`

Domínio e Consolidação 

Toma

notas

sobre

Resumo da aula:

Orienta resumo da

População;

aula com base no aspectos essências da

Migrações;

quadro mural;

aula;

Tipos de migrações;

Sistematiza as ideias

Resolve as actividades grupo

Causas e consequências

dos alunos;

orientadas

Trabalho em quadro; pelo Fichas

Livro do aluno;

 

54 das migrações; 

uma  professor.

Orienta

actividade sobre as

exemplos concretos. 

Método

de

Montessori 

 principais causas e consequências

Música 

Dando didácticas

das

migrações no mundo, em Moçambique e no local onde reside o

aluno

em

 particular; 

5`

Controlo e

Correcção da

Orienta a correcção

Corrige a actividade;

avaliação 

actividade;

da actividade;

Reflecte

Discussão sistémica

Intermedeia

sobre o tema tratado e

sobre a actividade de

Presta

considerações finais;

acordo com visões

considerações finais do (conferencia)

dos grupos;

formador;

Orientação de uma actividade independente. 

debate

sobre

as

E. Conjunta

Imagem

(seminário)

do

respostas da actividade; atenção

às

quadro; Expositivo;

Livro do aluno; 

Propõe Regista a actividade considerações finais  para casa.  da aula; Orienta

uma

actividade independente 

Quadro Mural Migrações são a mobilidade espacial da população; Causas das migrações:  



 

Politicas; Religiosos;

 

Económicas;

 

Sociais.







Tipos de migrações:  

Internas (quotidianas, temporárias e definitivas);

 

Internacionais (emigração e imigração).





Consequências: Área de partida: Redução actividade económica, taxa de natalidade, envelhecimento da região/pais, desemprego, população activa, abandono dos terrenos agrícolas e declínio da agricultura

Área de chegada: aumento da pop. Activa, densidade populacional, da mão-de-obra, da taxa de natalidade, difusão de referências culturais (língua, gastronomia, festas, musicas), revejunescimento revejunescimento da região/pais, conflitos étnicos e racismo, bairros de latas e clandestinos.

 

55

3.4 As perspectivas da utilização da música no ensino de geografia em Moçambique A música Moçambicana é uma das mais importantes manifestações da cultura moçambicana. A música tradicional tem características bantos e influência árabe principalmente na zona norte e, como tal, é normalmente criada para acompanhar cerimónias sociais, principalmente na forma de dança. A música comercial tem raízes na música tradicional, mas muitas vezes usando ritmos e tecnologias importadas de outras culturas. Um dos tipos de música comercial mais conhecidos é a marrabenta, originária do sul do país, que não é apenas música e dança, mas tem frequentemente uma letra com grande conteúdo social. Moçambique está diante da disponibilidade de recursos tecnológicos atractivos e de fácil acesso, tem sido cada vez menos atractivo debruçar-se sobre numerosas páginas de textos didácticos, ou mesmo ouvir professores com apresentações desinteressantes e desvinculadas sobre o que se ouve e se vê fora da escola. Isso resulta no desinteresse dos alunos, pois se tornam meros espectadores, sem nenhuma participação crítica e desvinculada da realidade quotidiana. A plenitude da expressão musical pode despertar a sensibilidade do aluno, prender sua atenção e estimular a vontade de aprender. A expressão musical pode representar para o educador um instrumento de mudança viável para o aprendizado, daí a importância de incluir a música nas aulas de geografia. Ainda Silva (2014) afirma que, Com a utilização da música o professor pode enriquecer a sua  prática pedagógica, atento ao tema musical à matéria leccionada e fazer um planeamento que  permita ao aluno desenvolver análise e interpretação da letra. Antes de o professor apresentar a música aos alunos, deve-se ter consciência do tema a ser trabalhado e do conhecimento prévio dos alunos, para que possa usar instrumentos do planeamento destinados a cumprir o processo do ensino-aprendizagem no âmbito da Geografia. silva (2014:22), afirma que a maioria das escolas ainda trabalha com métodos tradicionais verbais e reprodutores e professores desmotivados e incapacitados para a profissão, pois repetem as mesmas aulas durante décadas e chamam isso de experiência,, a música é uma forma de tornar as aulas mais motivadoras, bem como, para experiência contribuir no processo de ensino aprendizagem dos alunos. As músicas escolhidas para compor as temáticas dos trabalhos devem ter algo em comum e os alunos devem estabelecer relações aprofundadas a partir da mensagem transmitida pela música obtida especialmente, pela sensibilidade do ouvir . O professor deve trazer para as aulas de

 

56 geografia dando sentido aos ensinamentos, actualizando seus métodos, oferecendo para a escola uma aula mais viva, como orientam os Parâmetros Curriculares Nacionais. Oliveira et al (2005:74) citado por SILVA (2014:23) afirmam que: Quando a proposta de utilização de música é apresentada aos alunos, a tendência que se observa é a de serem tomados pela curiosidade e ansiedade. A receptividade é quase sempre satisfatória. Tal iniciativa facilita muito na concentração e absorção das ideias explicitadas pela obra musical, complementando o uso do livro didáctico.

As letras de música devem apresentar noções e conceitos básicos de geografia assim como a capacidade de mexer com as nossas emoções, fugindo da rotina em que o livro didáctico e a aula expositiva predominam apresentando a música como um instrumento que tornará mais interessante para os educandos. Segundo Ferreira (2007:9), citado por SILVA (2014: 24) “muitas vezes, é mais eficaz  perpetuar um pensamento transmitindo-o verbalmente pelo canto que pela escrita no papel ”. ”. Isso é verdade, pois a música faz com que o aluno tenha mais facilidade de assimilar o conteúdo estudado. Desta forma, a música nas aulas de geografia deve ser explorada como um dos recursos que pode ser utilizado para facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Os materiais didácticos auxiliam os professores na construção de conhecimentos bem como no aumento da participação dos alunos na sala, deixando para trás aquela visão de “ aula sem  graça” onde o professor se dispunha do método de ensino tradicional, voltado para um ensino enciclopédico ou livresco.

 

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4.0 Conclusão Depois de um estudo profundo, apresentamos as conclusões a respeito da música no ensino de Geografia, ressaltando o seu contributo no âmbito pedagógico. A principal expectativa ao término desta monografia é de perceber ate que ponto a música pode contribuir como recurso didactico no ensino de geografia. Portanto, neste estudo chegamos a perceber que os principais recursos didácticos usados no ensino de geografia são: recursos visuais; auditivos; audiovisuais; e múltiplos. Destes recursos fizemos um estudo, sobre o enquadramento da música no ensino de geografia, no qual chegou-se a conclusão de que a música enquadra-se com maior escala nos recursos auditivos e em menor escala nos recursos audiovisuais. Quanto a sua abordagem no contexto pedagógico, constatamos que a música não é aplicada com muita frequência pelos professores na orientação didactica dos conteúdos da geografia tal como se recomendam nos planos curriculares do ensino secundário geral desta disciplina.  No cômputo geral, a música bem selecionada e enquadrada no contexto da temática da aula têm um contributo muito significativo para motivação dos alunos na sala de aula, bem como do melhoramento da compreensão dos conteúdos através da relação que se estabelece entre a matéria e a mensagem vinculada na música. Realmente, a música tem um contributo extremamente importante, não só pela motivação mas também ela concorre para ajudar o aluno no ensino por problematização e no processo da descoberta da origem dos fenómenos geográficos.  No entanto, a aplicação da música como recurso didático exige muita criatividade e domínio dos d os conteúdos por parte dos docentes de modo que possa a manter disciplina na sala e evitar que os vizinhos sejam perturbados pelo som da música.

 

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5.0 Revisão bibliográfica ARAGÃO, at all. Manual all.  Manual para elaboração do trabalho do curso curso.. CEA  –  Centro   Centro de Economia e Administração. s/ed. PUC-Campinas. 2010. Disponível no site: www.puc-campinas.edu.br Acessado no dia 28 de 11 de 2015 BRANDÃO, Inêz de Deus Neiva & MELLO, Márcia Cristina de Oliveira.  Principais recursos didáticos analisados no ensino de geografia do Brasil. s/e.  s/e.  Universidade Estadual Paulista  –   Campus

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