Modulo Metodologia Do Trabalho Científico
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Metodologia do trabalho científico 1º Semestre - 1º Tema 1º Período “Em educação, nenhuma oportunidade deve ser perdida, tanto para aprender, quanto para ensinar, como para sentir”. Apresentação da disciplina Querido Estudante!
A humanidade tem passado por mudanças significativas a partir das últimas décadas, precisamente nesse período que vem sendo chamado de globalização. Desde o advento da imprensa, que pode ser considerado o grande marco distintivo da cultura moderna, quando o conhecimento produzido e acumulado pela humanidade começou a ser socializado, não assistimos a tantas mudanças em termos de disseminação do conhecimento. Frente às sucessivas mudanças que vem ocorrendo no mundo, evidenciamos a necessidade do homem estar preparado para as demandas sociais, o mercado de trabalho, o conhecimento pluricultural, as novas tecnologias da informação etc. Por isso, investir no estudo e na pesquisa, enfim, na construção do conhecimento, no desenvolvimento do espírito científico e do pensamento crítico crítico e reflexivo é o mais seguro seguro método para alcançarmos alcançarmos o progresso progresso da ciência e da humanidade.
Nossa disciplina é o eixo norteador que lhe dará subsídios para a sistematização dos conhecimentos adquiridos em todas as outras disciplinas ao longo do curso, viabilizando a instrumentalização de normas e procedimentos acadêmicos e científicos importantes e necessários para a sua vida profissional. Vamos iniciar agora a disciplina “Metodologia do Trabalho Científico”. Ela está dividida em 2 blocos e 4 temas. temas. Portanto, nossa postura diante do curso, dos textos, das atividades e dos conteúdos que serão trabalhados ao longo de todo o processo é que nos oportunizará absorver os conhecimentos necessários para a compreensão das constantes mudanças que estamos vivendo nos últimos tempos. Desejo discernimento, iniciativa e realizações. Profª Ana Paula Amorim Amorim Edição revisada revisada e ampliada por: por: Profª. Naurelice Maia (tema 01), Profª. Leila Leila Cruz (tema 02), Profª. Rita Cristiane Gusmão(tema Gusmão(tema 03) e Profª. Profª. Patrícia Sena (tema (tema 04).
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Metodologia do trabalho científico 1º Semestre - 1º Tema 1º Período “Em educação, nenhuma oportunidade deve ser perdida, tanto para aprender, quanto para ensinar, como para sentir”. Apresentação da disciplina Querido Estudante!
A humanidade tem passado por mudanças significativas a partir das últimas décadas, precisamente nesse período que vem sendo chamado de globalização. Desde o advento da imprensa, que pode ser considerado o grande marco distintivo da cultura moderna, quando o conhecimento produzido e acumulado pela humanidade começou a ser socializado, não assistimos a tantas mudanças em termos de disseminação do conhecimento. Frente às sucessivas mudanças que vem ocorrendo no mundo, evidenciamos a necessidade do homem estar preparado para as demandas sociais, o mercado de trabalho, o conhecimento pluricultural, as novas tecnologias da informação etc. Por isso, investir no estudo e na pesquisa, enfim, na construção do conhecimento, no desenvolvimento do espírito científico e do pensamento crítico crítico e reflexivo é o mais seguro seguro método para alcançarmos alcançarmos o progresso progresso da ciência e da humanidade.
Nossa disciplina é o eixo norteador que lhe dará subsídios para a sistematização dos conhecimentos adquiridos em todas as outras disciplinas ao longo do curso, viabilizando a instrumentalização de normas e procedimentos acadêmicos e científicos importantes e necessários para a sua vida profissional. Vamos iniciar agora a disciplina “Metodologia do Trabalho Científico”. Ela está dividida em 2 blocos e 4 temas. temas. Portanto, nossa postura diante do curso, dos textos, das atividades e dos conteúdos que serão trabalhados ao longo de todo o processo é que nos oportunizará absorver os conhecimentos necessários para a compreensão das constantes mudanças que estamos vivendo nos últimos tempos. Desejo discernimento, iniciativa e realizações. Profª Ana Paula Amorim Amorim Edição revisada revisada e ampliada por: por: Profª. Naurelice Maia (tema 01), Profª. Leila Leila Cruz (tema 02), Profª. Rita Cristiane Gusmão(tema Gusmão(tema 03) e Profª. Profª. Patrícia Sena (tema (tema 04).
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Bloco Temático 01 O conhecimento humano e a ciência O nosso primeiro bloco temático versa sobre “O conhecimento humano e a ciência”. Nesta oportunidade, são contempladas questões tais como: a formação humana, o conhecimento (significação, principais elementos, tipos, registro e sistematização), a relação entre metodologia e universidade, estudo, aprendizagem e leitura. l eitura. Conversaremos também acerca da ciência, suas concepções e características, buscando fazer um panorama de sua natureza/estrutura e dimensão. Trataremos ainda da metodologia científica enquanto recurso e instrumento para a ciência da educação. Dentre as contribuições proporcionadas pelos conteúdos propostos neste bloco temático consta a formação contínua do estudante na qualidade de sujeito ativo e transformador que percebe seu entorno de modo reflexivo, crítico e criativo e se constitui enquanto produtor de conhecimento e saberes.
O ser humano, a sociedade e o conhecimento Nesse conteúdo oferecemos subsídios à discussão em torno do CONHECIMENTO, como ele acontece e quais os seus principais tipos com as respectivas características. Esse conteúdo é muito importante pelo fato f ato de o estudante do Ensino Superior estar lidando com ele durante os conteúdos propostos pelas diversas disciplinas ao longo do curso. Aumentando, cada vez mais, o conjunto de conhecimentos e saberes que conferem ao aluno a qualidade de estudante, de sujeito ativo e transformador, comprometido a CONHECER, buscar o conhecimento e organizá-lo sistematicamente, construindo seu próprio ser. Então vamos juntos nessa caminhada com determinação e disposição constante para a aprendizagem!!!
Ser Humano , Conhecimento e Saber O que significa “Ser Humano”? O Ser Humano nasce já pessoa ou torna-se pessoa? Como cada um de nós percebe a significação do humano mediante o contexto que vivencia e as escolhas que faz? Que tal postar em nosso fórum, tópico “Ser Humano, Conhecimento e Saber”, possíveis respostas e comentários para os questionamentos acima? Estamos aguardando sua participação!
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Esses e outros questionamentos remetem ao vasto campo de discussão que hoje se estabelece sobre a formação humana. Conforme o educador francês contemporâneo, Charlot (2000), nascer significa ver-se submetido à obrigação de aprender. Aprender para construir-se em triplo processo de hominização (tornar-se homem), de singularização (tornar-se um exemplar único de homem), de socialização (tornar-se membro de uma comunidade, partilhando seus valores e ocupando um lugar nela).
Nesse triplo processo o ser humano vai construído seu próprio ser, se estabelecendo na qualidade de sujeito transformador, de ser da e para a relação... Para as diversas relações com o saber.
O conceito de relação com o saber A relação com o saber é uma forma da relação com o mundo: é essa a proposição básica. Voltemos ao ponto de partida: a condição antropológica, fundamento de toda e qualquer elaboração teórica sobre a relação com o saber. "Por um lado", a criança enquanto indivíduo humano inacabado; "do outro", um mundo pré-existente e já estruturado. Mas, precisamente, não se deve situá-las assim, frente a frente, pois isso impedirá que se pense sua relação. A criança não é um objeto incompleto situado em um "ambiente" (um conjunto de outros objetos em torno dela). Situar o problema em termos de ambiente é precipitar-se em inextricáveis dificuldades, pois, assim, é-se obrigado a raciocinar em termos de influências do ambiente sobre a criança. Mas "a influência" não influencia senão quem se deixa influenciar por essa influência... Um evento, um lugar, uma pessoa produzem efeitos sobre tal indivíduo sem por isso surtir obrigatoriamente um efeito sobre outro indivíduo, que apresenta no entanto as mesmas características objetivas. Em outras palavras, um é "influenciado" e o outro, não. Para entender isso, deve-se procurar a relação que existe entre cada um desses indivíduos e esse evento, esse lugar, etc. Isso quer dizer que, na verdade, a "influência" é uma relação e, não, uma ação exercida pelo ambiente sobre o indivíduo [...]. A relação com o saber é relação de um sujeito com o mundo, com ele mesmo e com os outros. É relação com o mundo como conjunto de significados, mas, também, como espaço de atividades, e se inscreve no tempo. Precisemos esses três pontos. O mundo é dado ao homem somente através do que ele percebe, imagina, pensa desse mundo, através do que ele deseja, do que ele sente: o mundo se oferece a ele como conjunto de significados, partilhados com outros homens. O homem só tem um mundo porque tem acesso ao universo dos significados, ao "simbólico"; e nesse universo simbólico é que se estabelecem as relações entre o sujeito e os outros, entre o sujeito e ele mesmo. Assim, a relação com o saber, forma de relação com o mundo, é uma relação com sistemas simbólicos, notadamente, com a linguagem. Nem por isso devemos esquecer que o sujeito e o mundo não se confundem. O homem tem um corpo, é dinamismo, energia a ser despendida e reconstituída; o mundo tem uma materialidade, ele preexiste, e permanecerá, independentemente do sujeito. Apropriar-se do mundo é também apoderar-se materialmente dele, moldá-lo, transformá-lo. O mundo não é apenas conjunto de significados, é, também, horizonte de atividades. Assim, a relação com o saber implica uma 3
atividade do sujeito. E exatamente para marcar essa "exterioridade" do mundo e do sujeito é que eu falo em "relação" com o saber, de preferência a "ligação" com o saber: o termo "relação" indica melhor que o sujeito se relaciona com algo que lhe é externo (Mosconi, in Beillerot, Blanchard-Laville, Mosconi et al., 1996). Por fim, a relação com o saber é relação com o tempo. A apropriação do mundo, a construção de si mesmo, a inscrição em uma rede de relações com os outros - "o aprender" - requerem tempo e jamais acabam. Esse tempo é o de uma história: a da espécie humana, que transmite um patrimônio a cada geração; a do sujeito; a da linhagem que engendrou o sujeito e que ele engendrará. Esse tempo não é homogêneo, é ritmado por "momentos" significativos, por ocasiões, por rupturas; é o tempo da aventura humana, da espécie, do indivíduo. Esse tempo, por fim, se desenvolve em três dimensões, que se interpenetram e se supõem uma à outra: o presente, o passado, o futuro. São essas as dimensões constitutivas do conceito de relação com o saber. Analisar a relação com o saber é estudar o sujeito confrontado à obrigação de aprender, em um mundo que ele partilha com outros: a relação com o saber é relação com o mundo, relação consigo mesmo, relação com os outros. Analisar a relação com o saber é analisar uma relação simbólica, ativa e temporal. Essa análise concerne à relação com o saber que um sujeito singular inscreve num espaço social. CHARLOT, Bernard. A relação com o saber: conceitos e definições. Disponível em: < http://pedagogia.incubadora.fapesp.br/portal > Acesso em: 14 nov. 2006.
Desta forma, a construção/autoconstrução humana ocorre de modo processual e contínuo, na infinita teia das inter-relações, contribuindo à construção social da realidade. A compreensão de uma sociedade só é possível quando seu estudo se dá de modo abrangente, envolvendo aspectos diversos, e muitas vezes entrelaçados, como religiosidade, relação com a morte, cotidiano, organização, entre outros Você já se indagou sobre todo este conhecimento e informações que nos deparamos em nosso dia-a-dia?
Como você pensa que esse conhecimento é produzido? Para você existem tipos diferenciados de conhecimento? Quem produz esses conhecimentos? Você produz conhecimento? Como? E então para você...
Como ocorre o conhecimento? Qual o papel e importância do ato de pesquisar e de estudar neste processo de aquisição e produção de conhecimento?
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Pois é... Estas e muitas outras indagações serão discutidas ao longo dos nossos estudos e teremos o prazer de manter diálogos investigativos em nosso fórum de discussão para, cada vez mais, conhecermos essas questões.
O Ato de conhecer O século XXI se apresenta como a Era do Conhecimento. Nos meios políticos, econômicos, acadêmicos, por toda a parte houve-se dizer que o conhecimento é a moeda corrente e a informação é matéria prima que constrói o conhecimento. Mas que informações, que conhecimento? Conhecimento racional construído pelos setores intelectualizados da sociedade que considera os fora da Universidade como seres de segunda categoria? Conhecimento afetivo, perceptivo, construído a partir da subjetividade individual entrelaçado nas inter-relações pessoais? Desde cedo, os mestres nos falam da necessidade de aprender a conhecer o mundo e posteriormente da necessidade de autoconhecimento. Agora que você já visualizou a animação ”Caçador de Mim” e esteve diante dos questionamentos propostos em torno do autoconhecer e de suas implicações na qualidade de movimento educativo, importa pensar sobre a nossa intencionalidade perante o processo de construção dos saberes, importa pensar as finalidades do educar...
Nessa perspectiva, qual seria um dos maiores objetivos do ato de conhecer? Comumente, as pessoas entram na engrenagem do conhecimento do mundo sem colocar em pauta o que significa conhecer. Todavia, à medida que nos defrontamos, na relação com o mundo, com os vários campos e formas de conhecimento. Entramos num emaranhado de conceitos. Então percebemos que quase não tematizamos questões básicas como:
Quem conhece? Como Conhece? Para que conhece? O conhecimento verdadeiro é o conhecimento objetivo? E o conhecimento subjetivo é falso? • • • •
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Hoje recebemos passivamente, através das instituições escolares, um modelo de conhecimento imposto pela ideologia do sistema tecnocrata. É o modelo, muitas vezes deturpado, do conhecimento científico.
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Esse modelo tem a sua razão de ser, expressa um modo de conhecer e dominar racionalmente a realidade, mas não deveria ser a única abordagem. E mais ainda, esse modelo se acha comprometido muitas vezes com os interesses e discursos ideológicos de dominação social. O estudo desses problemas nos remete à constatação de controvertidas respostas a exigir uma análise esclarecedora do sentido do conhecimento. Então, finalmente, o que é conhecimento? Partindo da etimologia da palavra, o termo conhecimento vem do latim cognoscere, que significa conhecer pelos sentido.
É o pensamento que resulta da relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido.
Modos de Conhecer O conhecimento também pode ser definido como a manifestação da consciência-de-conhecer. Em outras palavras, ele existe quando o indivíduo consegue explicar um “dado” vivido. Portanto, o conhecimento e/ou o ato de conhecer existe como forma de solução de problemas próprios e comuns à vida. No dia-a-dia, o ato de conhecer se manifesta tão natural que nem nos damos conta da sua complexidade. Visto que existem múltiplas interpretações a respeito do real, diversos são os modos de significar o conhecimento. Só o exame nos possibilita compreender o que está sendo passado de obscuro e de ideológico no meio cultural, e recebido por nós, na maioria das vezes sem nenhuma crítica. Uma síntese de como ocorre o conhecimento no homem.
Então... O conhecimento é o atributo geral que tem os seres vivos de reagir ativamente ao mundo circundante, na medida de sua organização biológica e no sentido de sua sobrevivência. O homem, utilizando de suas capacidades, procura conhecer o mundo que o rodeia, o conhecimento, a informação, enfim, a prática de vida resulta em conhecimentos.
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À primeira vista pode até parecer complicado, Entender o conhecimento é entender a nossa realidade.
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Vamos pensar em respostas possíveis para as questões abaixo? Essas reflexões convidam outras questões? Quais?
Na produção do conhecimento, qual é o ponto de partida? O sujeito? O objeto? A relação entre entre sujeito sujeito e objeto?
E, no cotidiano escolar, qual o ponto de partida para produção dos saberes? De que modo a experiência e o envolvimento se constituem como elementos indispensáveis à produção dos saberes? Você sabia que a “incerteza” é favorável ao conhecimento e, especialmente, à construção da nossa práxis enquanto educadores educadores e educadoras? educadoras? Sua participação é fundamental! f undamental! Estamos aguardando! Então, para compreendermos de fato esse assunto vamos lançar o olhar sobre a Teoria do Conhecimento.
A Teoria do Conhecimento A Teoria do Conhecimento é uma explicação ou interpretação filosófica do conhecimento humano. É também denominada de filosofia da ciência, e tem seus fundamentos estabelecidos de acordo com cada perspectiva de interpretação. A Teoria do Conhecimento tem os seus fundamentos estabelecidos de acordo com cada perspectiva de interpretação, constituindo assim diferentes correntes do conhecimento como: o dogmatismo, o ceticismo, o criticismo, o idealismo, o realismo, etc. No conhecimento encontram-se frente f rente a frente a consciência e o objeto, o sujeito e o objeto. O conhecimento apresenta-se como uma relação entre estes dois elementos, que nela permeiam eternamente separados um do outro. O dualismo sujeito e objeto pertence à essência do conhecimento. A relação entre os dois elementos é ao mesmo tempo uma correlação. O sujeito só é sujeito para um objeto e o objeto para um sujeito. Ambos só são o que são enquanto o são para o outro. Mas esta correlação não é reversível. Ser sujeito é algo completamente distinto de ser objeto. A função do sujeito consiste em apreender o objeto, a do objeto em ser apreendido pelo sujeito.
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Os homens são os únicos seres que possuem razão, capacidade de relacionar, e ir além da realidade imediata. O conhecimento é uma forma de estar no mundo, e o processo do conhecimento mostra aos homens que eles jamais são alguma coisa pronta na medida em que estão sempre nascendo de novo, quando têm a coragem de se mostrar abertos diante da realidade. A capacidade dos homens pode:
FAZER CONHECIMENTO
USAR CONHECIMENTO
POSICIONAR-SE DIANTE DO CONHECIMENTO
ESTAR CRIATIVAMENTE NO NO MUNDO
ESTAR SIMPLESMENTE NO NO MUNDO
ESTAR CRITICAMENTE NO NO MUNDO
usa alguma coisa que já está estar aberto para reavaliar a própria pronta, acabada, definitiva, capacidade no trabalho do conforme determinado conhecer conhecimento considerado como suficiente
implica colocar a relação do fazer e do usar de maneira dialética
TIPOS DE CONHECIMENTO Conhecimento Popular Denominado de popular ou senso comum, resulta do modo espontâneo e corrente de conhecer. É o conhecimento do dia-a-dia e se obtém pela experiência cotidiana. É o modo comum, espontâneo ou pré-crítico da maioria das pessoas conhecer; vem da tradição ou do ouvir-dizer dentro da sociedade [...]. Cada um ao longo de sua vida vai acumulando experiências, interiorizando tradições, reforçando-as com novos comportamentos e armazenando, assim, conhecimentos. conhecimentos. Surge fragmentariamente, sem método ou sistema conforme as ocasiões da vida aparecem; tal conhecimento não é procurado por si, mas acontecimentos da vida familiar, profissional, religiosa e social colocam a pessoa ao par de informações[...]. Este conhecimento atinge o fato, o fenômeno sem se preocupar com leis mais gerais que o explique, por isso gera certezas intuitivas e pré-criticas. CAMARGO, Marculino. Filosofia do Conhecimento e Ensino-Aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 48-49
Algumas características desse tipo de conhecimento: a) Sensitivo: É a característica que se dá segundo a faculdade do sujeito cognoscente em sentir aquilo que lhe é meramente agradável ou desagradável. [...] Nessa característica, o homem em seu processo de conhecimento não consegue discernir o essencial do acidental, apreendendo apenas aspectos externos dos objetos e dos fatos [..]. b) Superficial: Retém-se, nesse caso, aquilo que é aparente, sem ater-se à análise de antecedentes e conseqüentes que provocam a ocorrência do fenômeno. Exemplificando, toma-se consciência de que os corpos caem até o solo ou sobre um outro objeto apoiado na terra. No dia-a-dia, o homem pode contentar-se com essa observação, achando ser isso tão comum e tão simples que não procura uma explicação para o fato, não constata por
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conseqüência o que Isaac Newton demonstrou: que a matéria em uma relação equacional e que a força de atração entre os corpos é denominada gravidade. c) Subjetivo: Há, nesse caso, uma concepção individual e particular das coisas que estão dispostas no cosmo. Trata-se de um conhecimento direto com o mundo objetivo imediato, em que se projeta o eu individual com a sua competência espontânea e sensitiva. d) Destituído de método (assistemático): Não possui definições metodológicas que permitem a ordenação intencional e generalizada de fases que viabilizem a construção de um modelo inteligível, simples, preciso e verificável do mundo em que se vive. Consequentemente, Consequentemente, o saber é dispersivo e assistemático. e) Impregnado de projeções psicológicas : Trata-se de um conhecimento impregnado de
ilusões e paixões. Tal é o caso das superstições. BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de Metodologia Científica: um guia para a iniciação científica. 2ª ed. São Paulo: Paerson, 2006. p.33
CONHECIMENTO CIENTÍFICO É o conjunto organizado de conhecimentos sobre um determinado objeto, em especial obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Caracterizando-se pela capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de justificar, de induzir ou aplicar leis, de predizer com segurança segurança eventos futuros. Ele explica os os fenômenos e não só os apreende. apreende. O conhecimento científico é factual [...], denotando coisas que existem no espaço e no tempo. O conhecimento científico é verificável ou demonstrável; ele se baseia num método de observação, formulação de hipótese e demonstração; com este processe atinge as causas da realidade, formulando leis gerais comprovadamente. comprovadamente. O conhecimento científico é analítico enquanto disseca ou dissocia aspectos do fenômeno, decompondo o todo para perceber as interconexões a fim de remontar ou sintetizar novamente. O conhecimento científico é metódico e sistemático, rigoroso e crítico, acumulativo e falível: a ciência se constrói, faz e refaz caminhos. CAMARGO, Marculino. Filosofia do Conhecimento e Ensino-Aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 47-48
CONHECIMENTO FILOSÓFICO Em sentido etimológico, Filosofia significa devotamento à sabedoria / amigo da sabedoria, isto é, interesse em acertar nos julgamentos sobre a verdade e a falsidade, sobre o bem e sobre o mal. Veja de que modo Marilena Chauí nos convida ao entendimento da atitude e da reflexão filosófica e da atitude crítica.
A atitude filosófica Imaginemos, agora, alguém que tomasse uma decisão muito estranha e começasse a fazer perguntas inesperadas. Em vez de "que horas são?" ou "que dia é hoje?", perguntasse: O que é o
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tempo? Em vez de dizer "está sonhando" ou "ficou maluca", quisesse saber: O que é o sonho? A loucura? A razão? Se essa pessoa fosse substituindo sucessivamente suas perguntas, suas afirmações por outras: “Onde há fumaça, há fogo”, ou “não saia na chuva para não ficar resfriado”, por: O que é causa? O que é efeito? ; “seja objetivo”, ou “eles são muito subjetivos”, por: O que é a objetividade? O que é a subjetividade? ; “Esta casa é mais bonita do que a outra”, por: O que é “mais”? O que é “menos”? O que é o belo?
Em vez de gritar “mentiroso!”, questionasse: O que é a verdade? O que é o falso? O que é o erro? O que é a mentira? Quando existe verdade e por quê? Quando existe ilusão e por quê? Se, em vez de falar na subjetividade dos namorados, inquirisse: O que é o amor? O que é o desejo? O que são os sentimentos?
Se, em lugar de discorrer tranqüilamente sobre “maior” e “menor” ou “claro” e “escuro”, resolvesse investigar: O que é a quantidade? O que é a qualidade? E se, em vez de afirmar que gosta de alguém porque possui as mesmas idéias, os mesmos gostos, as mesmas preferências e os mesmos valores, preferisse analisar: O que é um valor? O que é um valor moral? O que é um valor artístico? O que é a moral? O que é a vontade? O que é a liberdade?
Alguém que tomasse essa decisão, estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo, teria passado a indagar o que são as crenças e os sentimentos que alimentam, silenciosamente, nossa existência. Ao tomar essa distância, estaria interrogando a si mesmo, desejando conhecer por que cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. Esse alguém estaria começando a adotar o que chamamos de atitude filosófica. Assim, uma primeira resposta à pergunta “O que é Filosofia?” poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido. Perguntaram, certa vez, a um filósofo: “Para que Filosofia?”. E ele respondeu: “Para não darmos nossa aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações”. CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Disponível em: . Acesso em: 09 nov. 2006
A atitude crítica A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às idéias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa”, ao estabelecido. A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e uma interrogação sobre como
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tudo isso é assim e não de outra maneira. O que é? Por que é? Como é? Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica. A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica e pensamento crítico. A Filosofia começa dizendo não às crenças e aos preconceitos do senso comum e, portanto, começa dizendo que não sabemos o que imaginávamos saber; por isso, o patrono da Filosofia, o grego Sócrates, afirmava que a primeira e fundamental verdade filosófica é dizer: “Sei que nada sei”. Para o discípulo de Sócrates, o filósofo grego Platão, a Filosofia começa com a admiração; já o discípulo de Platão, o filósofo Aristóteles, acreditava que a Filosofia começa com o espanto. Admiração e espanto significam: tomamos distância do nosso mundo costumeiro, através de nosso pensamento, olhando-o como se nunca o tivéssemos visto antes, como se não tivéssemos tido família, amigos, professores, livros e outros meios de comunicação que nos tivessem dito o que o mundo é; como se estivéssemos acabando de nascer para o mundo e para nós mesmos e precisássemos perguntar o que é, por que é e como é o mundo, e precisássemos perguntar também o que somos, por que somos e como somos. CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Disponível em: Pfilosofia.pop.com.br. Acesso em: 09 nov. 2006
A reflexão filosófica Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo. A reflexão filosófica é radical porque é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento. Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também seres que agem no mundo, que se relacionam com os outros seres humanos, com os animais, as plantas, as coisas, os fatos e acontecimentos, e exprimimos essas relações tanto por meio da linguagem quanto por meio de gestos e ações. A reflexão filosófica também se volta para essas relações que mantemos com a realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que realizamos nessas relações. A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou questões:
1. Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? Isto é, quais os motivos, as razões e as causas para pensarmos o que pensamos, dizermos o que dizemos, fazermos o que fazemos? 2. O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos? 3. Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, qual é a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos?
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Essas três questões podem ser resumidas em: O que é pensar, falar e agir? E elas pressupõem a seguinte pergunta: Nossas crenças cotidianas são ou não um saber verdadeiro, um conhecimento? Como vimos, a atitude filosófica inicia-se indagando: O que é? Como é? Por que é?, dirigindo-se ao mundo que nos rodeia e aos seres humanos que nele vivem e com ele se relacionam. São perguntas sobre a essência, a significação ou a estrutura e a origem de todas as coisas. Já a reflexão filosófica indaga: Por quê?, O quê?, Para quê?, dirigindo-se ao pensamento, aos seres humanos no ato da reflexão. São perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir. CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Disponível em: . Acesso em: 09 nov. 2006
O quadro a seguir apresenta reflexões sobre a experiência que, conforme Platão e Aristóteles, proporcionam ao ser humano o empenho do pensar filosoficamente. Essa experiência corresponde ao thauma, perplexidade...
Admiração e Desbanalização Platão e Aristóteles deram à filosofia uma de suas melhores definições. Eles viram a filosofia como um discurso admirado e/ou espantado com o mundo. É difícil abandonar a idéia, que vem dos clássicos gregos, de que um discurso que fala sobre o mundo e que responde questões do tipo “o que é um raio?”, “como acontece um raio?”, é um discurso curioso – como discurso da ciência –, mas que não denota alguém tão admirado e/ou tão espantado quanto aquele que pergunta “o que é o que é ?” – uma pergunta do discurso filosófico. As perguntas da filosofia mostram uma atitude de máxima admiração, pois demonstram inquietude com aquilo que até então era o mais banal. Se alguém pergunta “o que é o que é ?”, este alguém está criando a desbanalização de algo superbanal, que é a condição de ser , o que até então não havia preocupado ninguém. Nós, por exemplo, estamos cotidianamente preocupados em saber coisas que não sabíamos. Agora, perguntar pelo ser das coisas que queremos saber o que são, nos parece meio fora de propósito – por que teríamos de perguntar pelo que é tão banal? Ora, o que a filosofia faz, na acepção tradicional que vem de Platão e Aristóteles, é justamente isto: ela põe certas perguntas que nos obrigam a olhar o banal como não mais banal. A filosofia, então, é o vocabulário com o qual desbanalizamos o banal. Tudo com o qual estamos acostumados fica sob suspeita, sob o crivo de uma sentença indignada – e, assim, deixamos de nos ver acostumados com as coisas às quais, até então, estávamos acostumados! GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. Que é Filosofia? Disponível 03_07_leia_tam_bem/leia_tambem_16.htm> . Acesso em: 09 nov. 2006
em:
. Acesso em: 7 Nov. 2006.
O Método Científico Na tentativa de compreender a realidade, a ciência necessita de critérios precisos que sejam capazes de perceber criticamente os preconceitos, as ilusões dos sentidos, as superstições. Mas o que é o método científico? Podemos dizer que é um conjunto de critérios definidos pela comunidade científica, destinado à busca de explicações e à construção de conhecimento. É por isso que todos que querem estudar e fazer ciência precisam conhecer os métodos específicos da investigação científica: eles representam o percurso a ser seguido nessa viagem rumo à construção do saber!
Fases da Pesquisa Científica Veremos agora com detalhes quais são as fases que constituem o método de investigação científica. - Escolha do Tema: tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar. O trabalho de definir adequadamente um tema pode, inclusive, perdurar por toda a pesquisa. Nesse caso, deverá ser freqüentemente revisto.
- Levantamento de Dados: Para obtenção de dados podem ser utilizados três procedimentos: pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e contatos diretos. A pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema. Esta fase inclui a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e a pesquisa de campo, realizada por meio de contatos diretos com as fontes. Aqui serão coletados os dados e informações necessários à pesquisa.
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O que é um dado? “O termo revela-se um pouco enganador. Contrariamente ao que poderia fazer crer a definição do Dicionário Aurélio transcrita, [elemento ou quantidade conhecida que serve de base à resolução de um problema], ele designa, na verdade, algo que não é dado, que não é evidente, mas que é preciso ir procurar com o auxílio de técnicas e de instrumentos, busca que demanda esforços e precauções. Para os pesquisadores, os dados são esclarecimentos, informações sobre uma situação, um fenômeno, um acontecimento. A verificação da hipótese apóia-se sobre tais informações; nesse sentido, os dados constituem um dos ingredientes que fundamentam a pesquisa, a matéria de base que permite construir a demonstração”. (Laville; Dionne, 1999, p. 132) O levantamento de dados pode ser feito de duas maneiras:
1. Pesquisa bibliográfica: busca o reconhecimento da área de pesquisa na qual está incluído o tema selecionado. Desenvolve-se a partir da busca de todo material já elaborado que trate do mesmo tema, especialmente de livros, artigos científicos e textos. A pesquisa bibliográfica é prérequisito para pesquisas em qualquer área, pois ela contribui para que o pesquisador construa um domínio sobre o tema, a partir do conhecimento de todo, senão de grande parte, de tudo o que já foi escrito acerca do seu tema de investigação. 2. Pesquisa documental: Embora pareça com a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental se diferencia pela natureza das fontes pesquisadas. Enquanto a pesquisa bibliográfica se caracteriza pela busca de fontes secundárias, isto é, de documentos científicos produzidos por autores como resultado de seus estudos, a pesquisa documental investiga as fontes primárias, isto é, documentos que foram produzidos no momento em que os fatos / fenômenos se desenrolaram. As fontes primárias são materiais que ainda não foram utilizados como objeto de análise ou documentos que já receberam tratamento analítico, mas que podem ser usadas em novas investigações, conferindo-lhes uma abordagem distinta. - Formulação do Problema: Problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução. Definir um problema significa especificá-lo em detalhes precisos e exatos. Na formulação de um problema deve haver clareza, concisão e objetividade. - Definição dos Termos: O objetivo principal da definição dos termos é torná-los claros, compreensivos e objetivos e adequados. É importante definir todos os termos que possam dar margem a interpretações errôneas. O uso de termos apropriados, de definições corretas, contribui para a melhor compreensão da realidade observada. - Indicação de Variáveis: Ao se colocar o problema e a hipótese, deve ser feita também a indicação das variáveis dependentes e independentes. Elas devem ser definidas com clareza e objetividade e de forma operacional. - Delimitação da Pesquisa: Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a investigação. A pesquisa pode ser limitada em relação ao assunto – selecionando um tópico, a fim de impedir que se torne ou muito extenso ou muito complexo; a extensão – porque nem sempre se pode abranger todo o âmbito onde o fato se desenrola.
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- Seleção dos Métodos e Técnicas: Os métodos e as técnicas a serem empregados na pesquisa científica podem ser selecionados desde a proposição do problema, da formulação das hipóteses e da delimitação do universo ou da amostra. - Organização do Instrumental de Pesquisa: A elaboração ou organização dos instrumentos de investigação não é fácil, necessita de tempo, mas é uma etapa importante no planejamento da pesquisa. Em geral, as obras sobre pesquisa científica oferecem esboços práticos que servem de orientação na montagem dos formulários, questionários, roteiros de entrevistas, escalas de opinião ou de atitudes e outros aspectos, além de dar indicações sobre o tempo e o material necessários à realização de uma pesquisa. Saiba Mais “Entendendo o mundo como uma partida de futebol” Vamos nos permitir alguma liberdade criativa e imaginar que um alienígena recém chegado à Terra, interessado em conhecer nossos costumes, decide ir ao Maracanã assistir a uma partida de futebol. Certamente no início da partida o ET ficaria bastante confuso, vendo todas aquelas pessoas correndo atrás de uma bola, e muito intrigado ao ver como alguns jogadores ficam tão sensíveis quando ela se aproxima demais daquelas redes localizadas nas extremidades do campo. Mas ao longo da partida, percebendo que alguns lances se repetem e têm sempre o mesmo desfecho (por exemplo, a partida é sempre interrompida quando a bola sai dos limites traçados no campo), ele provavelmente formularia algumas hipóteses sobre o jogo: “será que o objetivo é enviar a bola o mais distante possível?”, ele talvez pensasse após assistir um infeliz chute de fora da área; “ou talvez o objetivo seja matar o humanóide que carrega a bola”, pensaria ao ver um zagueiro aplicando uma tesoura na altura do pescoço de um outro jogador. É quase certo que após algum tempo observando a partida e depois de vários palpites errados, o visitante extraterrestre fosse capaz de compreender a maior parte das regras do nosso futebol. Pois nós somos como este alienígena. Estamos imersos no grande “jogo” da natureza tentando entender suas “regras”: será que tudo o que sobe desce? Por que as coisas têm cor? Será que a posição que os corpos celestes ocupavam no instante de nosso nascimento pode afetar nossa personalidade? Em outras palavras, ou melhor, nas palavras do físico Richard Feynmann, “Entender a natureza é como aprender a jogar xadrez somente assistindo a partida”. Porém ainda que nossa metáfora seja didática, ela não é completa. Pois nela o ET assiste passivamente ao desenrolar dos lances na partida e propõe hipóteses que somente tem como verificar esperando que se repitam. Nós por outro lado, não somos meros expectadores da natureza mas participamos dela; podemos interagir com ela realizando experimentos”. REIS, Widson Porto. “Método Científico”. 30 de Março de 2003. 10p (artigo não publicado).
Os métodos empregados, portanto, variam entre as ciências em função, principalmente, da natureza do objeto de estudo. Mas nem sempre foi assim. No início do século XX, os cientistas sociais começaram a questionar se o método de investigação utilizado pelas ciências naturais e físicas deveria continuar sendo aplicado no 73
entendimento de fenômenos sociais. Até então, os métodos de investigação eram orientados pela perspectiva positivista que supunha: que os fatos humanos são, como os da natureza, fatos que começam a ser observados tais quais, sem idéias preconcebidas; fatos que, em seguida, devem ser submetidos à experimentação, para que se possa determinar sua ou suas causas; depois, tomando uma medida precisa das modificações causadas pela experimentação, daí tirar explicações tão gerais quanto possível. Esse procedimento é realizado com a esperança de determinar, no campo do humano, as leis naturais que o regem. (Laville ; Dionne, 1999, p. 31)
A produção científica do século XIX entendia a construção da ciência a partir da abordagem positivista, acreditando que ela poderia ser aplicada com sucesso a todos os objetos de conhecimento, fossem naturais ou sociais / humanos. No entanto, a percepção de que se tratava de objetos de naturezas diferenciadas, com graus de complexidade distintos não tardou a acontecer. Os cientistas sociais buscaram uma metodologia diferente para as ciências humanas, considerando a dinâmica das relações e dos fenômenos que envolvem o comportamento dos seres humanos, o que impossibilita o estabelecimento de leis gerais, comumente aplicadas nos estudos da física ou da biologia. Com base nessas especificidades, houve uma valorização da abordagem metodológica pautada na hermenêutica, que busca conhecer a partir da interpretação dos significados de um texto, que pode ser entendido como a própria realidade. Desta forma, a prioridade das ciências sociais deveria se voltar para a compreensão dos significados das ações dos sujeitos e dos significados que eles atribuem às suas próprias ações. Para isso, é necessário colocar essas ações dentro de um contexto de relações, considerar que a natureza humana é diferente, pois o ser humano é sujeito, possui valores, opiniões e capacidade de agir de maneira autônoma, o que faz suas ações serem imprevisíveis e impossíveis de se encaixarem em leis gerais que sirvam para compreendê-las. O debate acerca da metodologia mais adequada para os diversos objetos de pesquisa, fossem eles de natureza física ou social, permaneceu ativo até a década de 1980 e, ainda hoje se reflete nas discussões sobre objetividade/subjetividade os nos debates sobre pesquisa qualitativa/pesquisa quantitativa. Sobre isso, veremos mais adiante. Importa saber que as ciências em geral se distanciaram da perspectiva positivista e construíram uma orientação que representa o seu principal método de construção de conhecimento: o método hipotético-dedutivo. Ao definir um objeto de investigação, o pesquisador precisa delimitar e estabelecer uma questão que lhe inquieta, isto é, o problema que ele deseja solucionar. Ao perceber este problema, o pesquisador levanta possíveis respostas ou explicações lógicas capazes de fornecer uma solução para o questionamento inicial: as hipóteses. Caberá ao pesquisador testar as suas hipóteses e conservar aquela que ele pensa ser mais adequada para a compreensão do problema. Quando considerar a explicação obtida por meio da hipótese é satisfatória e válida, o pesquisador já pode divulgá-la para a comunidade científica. Para tanto, dirá quais são as delimitações do problema, como as percebeu, por que sua hipótese é legítima e o procedimento de verificação empregado justificado. Desse modo, cada um poderá julgar os saberes produzidos e sua credibilidade. Essa operação de objetivação, como a concentração em um problema, está hoje no centro do método científico. (Laville ; Dionne, 1999, p. 46. Grifos dos autores).
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Em linhas gerais, esboça-se um caminho que se caracteriza pela definição de um problema, levantamento de hipótese(s), verificação da(s) hipótese(s) e conclusão. Confira o quadro a seguir:
(Laville ; Dionne, 1999)
Técnicas de Pesquisa Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos. As técnicas de pesquisa podem ser categorizadas em três grandes grupos: documentação indireta; documentação direta e observação direta intensiva, a seguir delineadas.
- Documentação Indireta: Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas. É a fase da pesquisa realizada com intuito de recolher informações prévias sobre o campo de interesse. Esse levantamento de dados, primeiro passo de qualquer pesquisa científica, é feito de duas maneiras: pesquisa documental (ou de fontes primárias) e pesquisa bibliográfica (ou de fontes secundárias). 1. Pesquisa documental: a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre. 2. Pesquisa bibliográfica: A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, monografias, teses etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações 75
em fita magnética e audiovisuais: filme e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto. Esses documentos permitem ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações.
- Documentação Direta: A documentação direta constitui-se, em geral, no levantamento de dados no próprio lecal onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podem ser obtidos de duas maneiras: através da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratório. 1. Pesquisa de campo: Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. 2. Pesquisa de laboratório: A pesquisa de laboratório é um procedimento de investigação mais difícil, porém mais exato. Ela descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas. Exige instrumental específico, preciso, e ambientes adequados. •
Níveis de Pesquisa
Outro modo de delinear os diferentes tipos de pesquisa é considerar o nível de progresso decorrente da pesquisa, assim como do uso de conhecimentos já a disposição, da utilização dos mesmos, e da constituição desse conhecimento inovador.
- Pesquisas Exploratórias: Têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, com vistas na formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os tipos [e níveis] de pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento. Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de amostragem e técnicas quantitativas de coleta de dados não são costumeiramente aplicados nestas pesquisas. São desenvolvidas, tais pesquisas, com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. - Pesquisas Descritivas: Têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Dentre as pesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde, etc. Pesquisas que se propõem estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de habitação de seus habitantes, etc. Algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação. Neste caso, tem-se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa. - Pesquisas Explicativas: Têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica o porquê das coisas. Por isso mesmo é o 76
tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. Pode-se dizer que o conhecimento científico está assentado nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Isto não significa, porém, que as pesquisas exploratórias e descritivas tenham menos valor, porque quase sempre constituem etapa prévia indispensável para que se possam obter explicações científicas. Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado. As pesquisas explicativas nas ciências naturais valem-se quase que exclusivamente do método experimental. Nas ciências sociais, em virtude das dificuldades já comentadas, recorre-se a outros métodos, sobretudo ao observacional. Nem sempre se torna possível a realização de pesquisas rigidamente explicativas em ciências sociais, mas em algumas áreas, sobretudo da Psicologia, as pesquisas revestem-se de elevado grau de controle, chegando mesmo a ser designadas “quase-experimentais”. - Pesquisa Bibliográfica: A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. - Pesquisa Documental: A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. O desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmos passos da pesquisa bibliográfica, cabendo considerar que, enquanto na pesquisa bibliográfica as fontes são constituídas sobretudo por material impresso localizado nas bibliotecas, na pesquisa documental, as fontes são muito mais diversificadas e dispersas. Há, de um lado, os documentos “de primeira mão”, que não receberam nenhum tratamento analítico, e os “de segunda mão”, que de alguma maneira já foram analisados. - Pesquisa Experimental: De modo geral, o experimento representa o melhor exemplo de pesquisa científica. Essencialmente, a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. - Estudo de Caso: O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o sem amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados. A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos, para a construção de hipóteses ou reformulação do problema. Também se aplica com pertinência nas situações em que o objeto de estudo já é suficientemente conhecido a ponto de ser enquadrado em determinado tipo ideal. Por exemplo, se as informações disponíveis fossem suficientes para afirmar que existem três tipos diferentes de comunidades de base e houvesse interesse em classificar uma comunidade específica em algum desses tipos, então o estudo de caso seria o delineamento mais adequado. 77
- Pesquisa-Ação: A pesquisa-ação tem sido objeto de bastante controvérsia, em virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação por parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema, a pesquisa-ação tende a ser vista em certos meios como desprovida da objetividade que deve caracterizar os procedimentos científicos. A despeito, porém, destas críticas, vem sendo reconhecida como muito útil, sobretudo por pesquisadores identificados por ideologias “reformistas” e “participativas”. - Pesquisa Participante: A pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. Há autores que empregam as duas expressões como sinônimas. Todavia, a pesquisa-ação, geralmente supõe uma forma de ação planejada, de caráter social, educacional, técnico ou outro. A pesquisa participante, por sua vez, envolve a distinção entre ciência popular e ciência dominante. Esta última tende a ser vista como uma atividade que privilegia a manutenção do sistema vigente e a primeira como o próprio conhecimento derivado do senso comum, que permitiu ao homem criar, trabalhar e interpretar a realidade sobretudo a partir dos recursos que a natureza lhe oferece.
Tipos de pesquisa - Pesquisa Quantitativa Adequada quando se deseja conhecer a extensão (estatisticamente falando) do objeto de estudo, do ponto de vista do público pesquisado. Aplica-se nos casos em que se busca identificar o grau de conhecimento, as opiniões, impressões, seus hábitos, comportamentos, seja em relação a um produto, sua comunicação, serviço ou instituição. Ou seja, o método quantitativo oferece informações de natureza mais objetiva e aparente. Seus resultados podem refletir as ocorrências do mercado como um todo ou de seus segmentos, de acordo com a amostra com a qual se trabalha. O instrumento de coleta de dados mais utilizado é o questionário, que pode conter questões fechadas (alternativas pré-definidas) e/ou abertas (sem alternativas e com resposta livre). Na pesquisa quantitativa, a fim de comprovar as hipóteses, os recursos de estatística nos dirá se os resultados obtidos são significativos ou mero fruto do acaso. A Pesquisa Quantitativa é baseada em rígidos critérios estatísticos, que servem de parâmetro para definição do universo a ser abordado pela pesquisa. Como o nome já diz, o método quantitativo é útil para o dimensionamento de mercados, levantamento de preferências por produtos e serviços de parcelas da população, opiniões sobre temas políticos, econômicos, sociais, dentre outros aspectos. Os passos para o desenvolvimento e aplicação do método quantitativo tem início com a definição dos objetivos que o cliente pretende alcançar. Em seguida faz-se o levantamento amostral do universo, ou seja, o número de entrevistas a serem realizadas; elaboração aplicação de pré-teste para validação do questionário e, posteriormente, a pesquisa em campo; apuração, cruzamento e tabulação dos dados; e, por fim, elaboração de relatórios para análise estratégica.
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- Pesquisa Qualitativa A pesquisa qualitativa é uma designação que abriga correntes de pesquisa muito diferentes. Em síntese, essas correntes se fundamentam em alguns pressupostos contrários ao modelo experimental e adotam métodos e técnicas de pesquisa diferentes dos estudos experimentais. Os cientistas que partilham da abordagem qualitativa em pesquisa se opõem, em geral, ao pressuposto experimental que defende um padrão único de pesquisa para todas as ciências, calcado no modelo de estudo das ciências da natureza. Estes cientistas se recusam a admitir que as ciências humanas e sociais devam-se conduzir pelo paradigma das ciências da natureza e devam legitimar seus conhecimentos por processos quantificáveis que venham a se transformar, por técnicas de mensuração, em leis e explicações gerais. Um segundo marco que separa a pesquisa qualitativa dos estudos experimentais está na forma como apreende e legítima os conhecimentos. A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. O conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um significado. O objeto não é um dado inerte e neutro; está possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações. Algumas pesquisas qualitativas não descartam a coleta de dados quantitativos, principalmente na etapa exploratória de campo ou nas etapas em que estes dados podem mostrar uma relação mais extensa entre fenômenos particulares. A pesquisa qualitativa privilegia algumas técnicas que coadjuvam a descoberta de fenômenos latentes, tais como a observação participante, pesquisa-ação e pesquisa-intervenção, história ou relatos de vida, análise de conteúdo, entrevista não diretiva, estudo de caso, etc., que reúnem um corpus qualitativo de informações que, segundo Habermas, se baseia na racionalidade comunicacional. Observando a vida cotidiana em seu contexto ecológico, ouvindo as narrativas, lembranças e biografias, e analisando documentos, obtém-se um volume qualitativo de dados originais e relevantes, não filtrados por conceitos operacionais, nem por índices quantitativos. A pesquisa qualitativa pressupõe que a utilização dessas técnicas não deve construir um modelo único e exclusivo. A pesquisa é uma criação que mobiliza a acuidade inventiva do pesquisador, sua habilidade artesanal e sua perspicácia para elaborar a metodologia adequada ao campo de pesquisa, aos problemas que ele enfrenta com as pessoas que participam da investigação. O pesquisador deverá, porém, expor e validar os meios e técnicas adotadas, demonstrando a cientificidade dos dados colhidos e dos conhecimentos produzidos.
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QUADRO COMPARATIVO DOS TIPOS DE PESQUISA PESQUISA QUALITATIVA PESQUISA QUANTITATIVA Questões abertas e exploratórias Predomínio de questões fechadas Amostra pequena Amostra grande Análise estatística, a partir de informações rigorosas e Análise subjetiva e interpretativa científicas Pesquisa exploratória Pesquisa descritiva ou casual Resultado da linha de conduta (opiniões, atitudes e Resultados quantificáveis condensados em tabelas expectativas) e gráficos Caráter subjetivo Caráter objetivo Interpretação Mensuração Múltiplas realidades Uma realidade Sistema Organicista Sistema Mecanicista Raciocínio dialético Raciocínio lógico e dedutivo e indutivo Utiliza a comunicação Utiliza instrumentos específicos (ex.: questionário) e a observação (ex.: entrevista) Trabalha com particularidades Trabalha com generalizações
Saiba Mais “Quantitativo versus qualitativo O desmoronamento da perspectiva positivista não se deu sem debates entre seus defensores e adversários. Esses debates continuam ainda hoje. Pode-se verificá-lo principalmente na oposição entre pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa A pesquisa de espírito positivista aprecia números. Pretende tomar a medida exata dos fenômenos humanos e do que os explica. É, para ela, uma das principais chaves da objetividade e da validade dos saberes construídos. Conseqüentemente, deve escolher com precisão o que será medido e apenas conservar o que é mensurável de modo preciso. Para os adversários desse método, trata-se de truncar o real, afastando numerosos aspectos essenciais à compreensão. Os adversários propõem respeitar mais o real. Quando se trata do real humano, afirmam, tentemos conhecer as motivações, as representações, consideremos os valores, mesmo se dificilmente quantificáveis; deixemos falar o real a seu modo e o escutemos. Os defensores da quantificação apenas das características objetivamente mensuráveis respondem, então, que esse encontro incontrolado de subjetividades que se adicionam só pode conduzir ao saber “mole”, de pouca validade. Esquecem, desse modo, que para construir suas quantificações, tiveram que afastar inúmeros fatores e aplicar inúmeras convenções estatísticas que, do real estudado, correse o risco de não ter restado grande substância. Mas é verdade que o que resta é assegurado por um procedimento muito rigoroso, testado e preciso. E alguns gostam de afirmar que são as exigências estritas desse rigor que afastam os pesquisadores qualitativos (o que infelizmente 80
parece, às vezes, correto, sobretudo em vista do saber matemático e do estatístico necessário!). Na realidade, esse debate, ainda que muito presente, parece freqüentemente inútil e até falso. Inútil, porque os pesquisadores aprenderam, há muito tempo, a conjugar suas abordagens conforme as necessidades. Vê-se agora pesquisadores de abordagem positivista deixar de lado seus aparelhos de quantificação de entrevistas, de observações clínicas, etc., e inversamente, vêse pesquisadores adversários da perspectiva positivista que não procedem de outro modo quando é possível tratar numericamente alguns de seus dados para melhor garantir a sua generalização. Inútil, sobretudo, porque realmente é querer se situar frente a uma altura estéril. A partir do meomento em que a pesquisa centra-se em um problema específico, é em virtude desse problema específico que o pesquisador escolherá o procedimento quantitativo, qualitativo, ou uma mistura de ambos. O essencial permanecerá: que a escolha da abordagem esteja a serviço do objeto de pesquisa, e não o contrário, com o objetivo de daí tirar, o melhor possível, os saberes desejados. Nesse sentido, centralizar a pesquisa em um problema convida a conciliar abordagens preocupadas com a complexidade do real, sem perder o contato com os aportes anteriores”. (Laville ; Dionne, 1999, p. 43) •
Projeto de Pesquisa Científica
Em uma pesquisa, nada se faz ao acaso. Desde a escolha do tema, fixação dos objetivos, determinação da metodologia, coleta dos dados, sua análise e interpretação para a elaboração do relatório final, tudo é previsto no projeto de pesquisa. Este, portanto, deve responder às clássicas questões: o quê? porquê? para quê e para quem? onde? como, com quê, quanto e quando? quem? com quanto? Entretanto, antes de redigir um projeto de pesquisa, alguns passos devem ser dados. Em primeiro lugar, exigem-se estudos preliminares que permitirão verificar o estado da questão que se pretende desenvolver sob o aspecto teórico e de outros estudos e pesquisas já elaborados. Tal esforço não será desperdiçado, pois qualquer tema de pesquisa necessita de adequada integração na teoria existente e a análise do material já disponível será incluída no projeto sob o título de “revisão da bibliografia”. A seguir, elabora-se um anteprojeto de pesquisa, cuja finalidade é a integração dos diferentes elementos em quadros teóricos e aspectos metodológicos adequados, permitindo também ampliar e especificar os quesitos do projeto, a “definição dos termos”. Finalmente, prepara-se o projeto definitivo, mais detalhado e apresentando rigor e precisão metodológicos. •
Estrutura do Projeto de Pesquisa
CAPA: Constituída pelos seguintes elementos: a) entidade; b) título (e subtítulo, se houver) - denominação do projeto. SUMÁRIO: Relacionar nos itens e subitens que compõe o projeto, com o respectivo número da página, onde o mesmo pode ser encontrado. 81
APRESENTAÇÃO: Composto por dois elementos chaves, Quem apresenta, que deverá efetuar um breve histórico e experiências desenvolvidas e realizadas pela Organização e pela Coordenação responsável, e O que apresenta, que também se composto por um breve histórico da atividade em questão e O que espera com tal apresentação. OBJETO: Composto pela caracterização do O que é a atividade ou trabalho científico de maneira sucinta, óbvia e lúcida. FINALIDADE: Composto pelo termo Para que é tal trabalho científico, descritos no seu contexto geral e específico. a) Objetivo Geral: b) Objetivos Específicos: JUSTIFICATIVA/FUNDAMENTOS: Versa acerca do O por quê da existência da atividade proposta, evidenciando ainda os fundamentos, quer teóricos, quer práticos que o sustenta. MÉTODO: Versa acerca de como será realizado a atividade, o modo, a maneira. RECURSOS: Busca atender as indagações acerca de Com quem, com quanto e com que será realizado, desdobrando-se nos seguintes elementos: a) Humanos b) Financeiros c) Técnicos (Conhecimento teórico/prático científico) d) Materiais - De consumo - De uso permanente BIBLIOGRAFIA: Relacionar as fontes consultadas, indicadas e/ou existentes afeita ao assunto desenvolvido no projeto em questão. ANEXOS: Relacionar e inserir os formulários citados no corpo do projeto e que serão utilizados no desenvolvimento das atividades propostas pelo mesmo. CAPA DE FUNDO: Contento a identificação e o contato do autor/realizador. Saiba mais http://www.cbj.g12.br/~bibcal/bca_manual.html
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Relatório de Pesquisa e Monografia Ao iniciar a redação do relatório de um projeto de pesquisa, o pesquisador deve sentir-se gratificado por ter conseguido chegar ao término de um processo, que na maioria das vezes foi trabalhoso, cheio de dificuldades. Significa o ápice de um trabalho realizado, podendo representar o surgimento de novos projetos de pesquisa, a partir de questionamentos não concluídos ou da descoberta de aspectos relevantes no estudo da problemática. A preocupação do relator será a de poder deixar registrado todo o caminho percorrido durante a pesquisa, especificando os elementos que possam ser importantes para a análise posterior do estudo realizado. •
Estrutura do Relatório de Pesquisa
No relatório de pesquisa, fazendo uso da metodologia, dá-se a sua divisão nas seguintes partes:
a) INTRODUÇÃO: Na introdução considerada como introdutória ao corpo geral do relatório, o pesquisador descreverá, em termos gerais, os objetivos e a finalidade do estudo realizado. É uma justificativa que o autor tratará da relevância do tema-problema trabalhado, tentando motivar o interesses do leitor. Aqui é necessário clarear a definição do assunto e a delimitação do tema, situando-o no espaço e no tempo; é o significado do problema. Segue-se ainda a apresentação da hipótese formulada e que se há de demonstrar. O suporte teórico utilizado para o estudo poderá agora ser enfocado, tanto para clarear as definições operacionais consideradas, bem como a inter-relação da fundamentação teórica com o material empírico coletado, quando o trabalho possui está fase.
b) APRESENTAÇÃO: Poucas diferenças há entre a apresentação do projeto e a do relatório. Pode também conter elementos de natureza opcional, a exemplo de Dedicatória, Agradecimentos e Epígrafe (citação, seguida da autoria, relacionada à matéria tratada no trabalho). c) SINOPSE: Consiste numa breve síntese, de no máximo 15 a 20 linhas, acerca do conteúdo do relatório, realizado pelo autor do trabalho, não devendo ser confundido com uma relação de partes ou capítulos, nem com a enumeração das conclusões. Quando realizado por uma outra pessoa, recebe o nome de resumo. Denomina-se de abstract a síntese do trabalho, redigido na língua inglesa, visando a divulgação da pesquisa de modo abrangente, não deve ser confundido com uma tradução da sinopse, ainda que seja comum, pois a construção do enunciado deve ser efetuado na língua inglesa. d) SUMÁRIO: Relação das partes, capítulos, itens e subitens do trabalho, com a respectiva indicação do número de páginas iniciais. e) INTRODUÇÃO: A introdução, enquanto parte inicial do texto, na qual se expõe o assunto como um todo. Inclui informações sobre a natureza e a importância do trabalho, relação com outros estudos sobre o mesmo assunto, razões que levaram à realização do trabalho, suas limitações e, principalmente, seus objetivos. Devem constar também as partes principais que compõem o trabalho. Abrange ainda, três itens do relatório: objetivo, justificativa e objeto, incorporando as modificações realizadas depois de aplicada a pesquisa-piloto.
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f) DESENVOLVIMENTO: O desenvolvimento de um relatório, também denominado corpo, é a parte mais extensa. Nesta fase deve-se apresentar muito claramente a metodologia usada e todo o traçado e caminho do estudo envolvendo variáveis e componentes. Estes elementos são de especial importância pois a partir da análise dos mesmos é que se pode julgar a validade científica do estudo. O corpo ou desenvolvimento de um relatório de pesquisa tem por objetivo fornecer a análise dos componentes mais importantes de um tema-problema. O desenvolvimento de um relatório de pesquisa deve sofrer um processo metodológico divisório. O corpo do trabalho distribui-se em partes, as partes em capítulos, os capítulos em secções ou subtítulos, os subtítulos em parágrafos, os parágrafos em frases ou orações.
g) CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES: Em um relatório de pesquisa é imprescindível que se institua um item especial para as conclusões. Nas conclusões e recomendações os resultados considerados valiosos e finais para a compreensão e exame da problemática estudada serão aqui apresentados. Como fechamento do trabalho, a conclusão é expressa em termos de síntese dos elementos relevantes analisados no trabalho. A conclusão define o ponto de vista do autor, por isto mesmo expressa as suas características pessoais acerca do assunto tratado – é a sua ideologia. h) BIBLIOGRAFIA: Inclui todas as obras já apresentadas no projeto, acrescidas das que foram sendo sucessivamente utilizadas durante a execução da pesquisa e a redação do relatório, de modo ordenado, organizado por autor, em ordem alfabética. i) APÊNDICES: Apresentando tabelas, quadros, gráficos e outras ilustrações que não figuram no texto; assim como o(s) instrumento(s) de pesquisa, o apêndice é composto de material trabalhado pelo próprio pesquisador. Deve ter ordenação própria e, no sumário, constar apenas o título genérico “Apêndices”. j) ANEXOS: Constituídos de elementos esclarecedores de outra autoria, devem ser limitados, incluindo apenas o estritamente necessário à compreensão de partes do relatório. Deve ter ordenação própria e, no sumário, constar apenas o título genérico “Anexos”. - Monografia Trata-se de um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas também em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina. Tem como base a escolha de uma unidade ou elemento social, sob duas circunstâncias:
1) ser suficientemente representativo de um todo cujas características de análise; 2) ser capaz de reunir os elementos constitutivos de um sistema social ou de refletir as incidências e fenômenos de caráter autenticamente coletivo. Localiza-se na origem histórica da monografia aquilo que até hoje caracteriza essencialmente esse tipo de trabalho científico: a especificação, ou seja, a redução da abordagem a um só assunto, a um só problema. Mantém-se assim o sentido etimológico: monos (um só) e graphein (escrever: dissertação a respeito de um assunto único).
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•
Estrutura da monografia
Os trabalhos científicos, em geral, apresentam a mesma estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão. Pode haver diferenças quanto ao material, ao enfoque dado, a utilização desse ou daquele método, dessa ou daquela técnica, mas não em relação à forma ou à estrutura.
a) Introdução - formulação clara e simples do tema da investigação; é a apresentação sintética da questão, importância da metodologia e rápida referência a trabalhos anteriores, realizados sobre o mesmo assunto; b) Desenvolvimento - fundamentação lógica do trabalho de pesquisa, cuja finalidade é expor e demonstrar. No desenvolvimento, podem-se levar em consideração três fases ou estágio: explicação, discussão e demonstração. • Explicação. Explicar é apresentar o sentido de uma noção, é analisar e compreender, procurando suprimir o ambíguo ou obscuro. • Discussão é o exame, a argumentação e a explicação da pesquisa, ou seja, explica, discute, fundamenta e enuncia as proposições. • Demonstração é a dedução lógica do trabalho; implica o exercício do raciocínio. Demonstra que as proposições, para atingirem o objetivo formal do trabalho e não se afastarem do tema.
c) Conclusão - é a fase final do trabalho de pesquisa, mas não somente um fim. Como a introdução e o desenvolvimento, possui uma estrutura própria. A conclusão consiste no resumo completo, mas sintetizado, da argumentação dos dados e dos exemplos constantes das duas primeiras partes do trabalho. Da conclusão devem constar a relação existente entre as diferentes partes da argumentação e a união das idéias e, ainda, conter o fecho da introdução ou síntese de toda reflexão. - Elementos da Monografia A
praxe
é
apresentar
a
monografia
com
os
seguintes
elementos:
1. Elementos Pré-textuais a) capa, deverá conter apenas os dados indispensáveis à identificação do trabalho: título em destaque na parte superior, o nome do autor em destaque; especificação do trabalho (dissertação, monografia etc.); dados referentes ao curso; dados referente a instituição acadêmica, com a respectiva localização; data; b) dorso com o título e nome do autor; c) contracapa, geralmente sem gravação ou impressão, às vezes utilizada para apresentar um resumo da obra; d) após a capa, uma a duas folhas em branco; e) uma página que repete a capa;
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f) a página de rosto que contém: na parte superior, o nome completo do autor, sem abreviaturas, com seus títulos ou cargos logo abaixo; o título real do trabalho com subtítulos, se houver; indicação de prefácio ou prólogo ou apresentação com o nome do apresentador (quando não houver apresentador, esse item não deve aparecer); nome da instituição; cidade, ano; g) página de dedicatória, se houver; h) epígrafe, ou página destinada a um pensamento, frase, dístico, se o autor achar conveniente; i) sumário completo (de todos os capítulos e suas seções) ou sumário (enumeração das partes principais) com a indicação das páginas iniciais dos capítulos ou partes destacadas; j) listas de tabelas e/ou quadros, ilustrações, abreviaturas, siglas, símbolos, etc.; k) prefácio, caso haja; l) apresentação, caso haja. 2. Elementos Textuais a) introdução; b) desenvolvimento com a seqüência dos capítulos destinados ao corpo do trabalho; c) capítulo(s) das conclusões. 3. Elementos Pós-textuais a) anexos, elementos que se acrescentam para demonstração, exemplificação ou comprovação do texto, ordenados de acordo com o desenvolvimento; b) adendos, dados que se acrescentam para complementação do trabalho; c) notas, fruto de observações ou aditamentos do texto; d) apêndices, elementos que se anexam para complementação do trabalho; e) bibliografia ou referência bibliográfica em ordem alfabética dos sobrenomes dos autores; f) índice de assuntos, nomes de pessoas, nomes geográficos, acontecimentos, etc., em ordem alfabética, com indicação de sua localização no texto; g) glossário, caso se julgue importante; h) uma ou duas páginas em branco antes da contracapa.
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VAMOS PRATICAR? Para que possamos por em prática alguns dos conhecimentos adquiridos nesse tema que você acaba de estudar, sugiro a atividade seguinte: 1. Escolha três temas que lhe interessem dentro da área científica da sua licenciatura ou da área de Educação. Delimite-os utilizando uma frase ou palavras-chave. 2. Para observar se os temas que você escolheu são relevantes ou se são de interesse da comunidade científica, faça uma pesquisa bibliográfica buscando artigos, livros virtuais e textos na internet que estejam relacionados aos temas que você escolheu. Você pode começar pesquisando em sites como: www.google.com.br ou www.scielo.br, iniciando a busca a partir das palavras-chave que você elaborou no item 1 deste exercício.
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3. Procure também livros, textos e artigos em revistas especializadas. 4. Construa um diário de pesquisa no qual você deve anotar todas as etapas da sua investigação separando-as por data: Para cada dia de pesquisa, descreva os passos que você realizou, anotando as idéias que surgiram, as impressões obtidas com as leituras, refletindo sobre a atividade que você está realizando. 5. Depois disso, converse com seus colegas sobre os temas que lhe interessam e veja se eles também acham interessantes. Tenho certeza que será uma troca de conhecimentos bastante rica! Quem sabe dessa atividade não surge um bom projeto de pesquisa? Vamos lá! Mãos à obra!
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