Modulo 6

July 2, 2018 | Author: Ebio Ninjutsu | Category: Caliber, Ammunition, Gun, Projectiles, Rifle
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Módulo 6  – Rastreamento de Armas

Apresentação do módulo

 A maioria dos crimes crimes contra a vida vida e de out o utros ros crimes violentos, em nosso país, ocorre com o emprego de uma uma arma de fogo. Conh Co nhecer ecer as rotas, as formas, formas, os mecanismos que propiciaram o emprego dessa arma de fogo em um crime  q ue é o tráf t ráfico ico de arma. específico permite permite inv i nvestigar estigar um crime “ sem rosto”  qu Na Rede EAD há um cu c urso especí espec ífico qu q ue trata tra ta sobre as Ações para o Control C ontrole e de Armas de Fogo1. Contudo, nesse módulo você estudará informações sistematizadas que facilitarão a identificação de uma arma, a sua busca em banco banco de dados, quando quando necessário, necessário, o rastreamento e a investigação policial. Objetivos Objetivos do Módulo

 Ao final final do estudo desse mód módu ulo, você se se rá capaz de: Identificar os elementos contidos no Registro de Armas de Fogo; Compreender o processo de gravação de maneira geral, em especial os números de série das armas, as marcas de prova, logomarcas e as gravações gravações das bases de mun m unições; ições; Contribuir para as ações de rastreamento de armas e munições, bem como para a investigação policial. Estrutura do Módulo

 Aula  Aula 1- Identificação Direta: aspectos práticos  Aula  Aula 2 – Nú  N úmero de Séries das Armas de Fogo 1

O conteúdo p rogramático rogramático do curso es tá dividido dividido em 6 módulos: módulos: “a rmas de fogo hoje”; “estoques e controle de armas no Brasil”; “apreensão e identifi identificação cação de armas armas ilegais”; ilegais”; “des vio, contrabando e vitimização vitimização d e armas”; “us o de armas armas de fogo : prós e co ntras”; e, “estatuto, recadastramento, recadastramento, des armamento armamento e dest ruição ruição de armas” armas”

 Aula  Aula 3 – Outros Sinais Identificadores  Aula  Aula 4 – Rastreamento de Munição

Aula 1  –  Identificação Direta 1: aspectos práticos 1.1. O que é Identificação?

Não importa a função que você desempenhe, de forma mais ou menos corriqueira, boa parte dos policiais terá que descrever alguma arma de fogo em relatórios, ocorrências ou qualquer outra forma de registro, com o objetivo de identificar, de forma inequívoca, esta arma. Nessa descrição deve contar as suas características e detalhes particulares para evitar qualquer confusão com outra semelhante. Considerando que o objetivo da aula é identificar, é importante saber que significa identidade. Se ndo assim, identidade é:  A qualidade de cada ser, ou coisa, de se manifestar manifestar como algo único e distinto, por características que lhe são próprias e exclusivas, impedindo a sua confusão confusão com ou o utros.  A identificação   é o ato, ou o conjunto de atos praticados, com vista a estabelecer a identidade. Qualquer identificação pode se processar de forma direta, ou seja, quando diante do próprio objeto, ser ou coisa em geral, através do exame do conjunto dos elementos que lhe são próprios e exclusivos, estabelece-se estabelece-se a sua ident i dentidade. idade. Você já estudou os principais aspectos relacionados às características de classificação das armas de fogo. Essas informações são as que você utilizará

 Aula  Aula 3 – Outros Sinais Identificadores  Aula  Aula 4 – Rastreamento de Munição

Aula 1  –  Identificação Direta 1: aspectos práticos 1.1. O que é Identificação?

Não importa a função que você desempenhe, de forma mais ou menos corriqueira, boa parte dos policiais terá que descrever alguma arma de fogo em relatórios, ocorrências ou qualquer outra forma de registro, com o objetivo de identificar, de forma inequívoca, esta arma. Nessa descrição deve contar as suas características e detalhes particulares para evitar qualquer confusão com outra semelhante. Considerando que o objetivo da aula é identificar, é importante saber que significa identidade. Se ndo assim, identidade é:  A qualidade de cada ser, ou coisa, de se manifestar manifestar como algo único e distinto, por características que lhe são próprias e exclusivas, impedindo a sua confusão confusão com ou o utros.  A identificação   é o ato, ou o conjunto de atos praticados, com vista a estabelecer a identidade. Qualquer identificação pode se processar de forma direta, ou seja, quando diante do próprio objeto, ser ou coisa em geral, através do exame do conjunto dos elementos que lhe são próprios e exclusivos, estabelece-se estabelece-se a sua ident i dentidade. idade. Você já estudou os principais aspectos relacionados às características de classificação das armas de fogo. Essas informações são as que você utilizará

nesse curso e no seu dia a dia. A sistematização desses conhecimentos criará condições condições para que esteja atento a simples detalhes e isto i sto fa fa rá toda diferença. di ferença. Mas o que é sistematizar? Sistematizar é o processo que envolve a utilização uma metodologia única, evitando que cada pessoa utilize as informações de a sua maneira. A sistematização sistematização impede e nganos ga nos quando se precisa dessas informações. Uma Uma mesma metodologia possibilita: O rastreamento das armas de fogo desde a sua produção, até o momento momento do ex e xa me;  A criação de banco banco de dados confiáveis confiáveis e a realização de consu consultas ltas a esse banco;  A formulação de politicas públicas baseadas em dados mais reais. 1.2. Registro Registro de Armas de Fogo

Para se rastrear uma arma de fogo, as convenções entre países, estabeleceram estabeleceram algu alg umas inf i nfo o rmações básicas, como: Fabricante/ Importador/ Tipo/ Modelo/ Calibre/ Capacidade de Cartuchos/ Tamanho do cano/ Acabamento/ Número de Série/País de Origem.  A legislação brasileira estabelece por meio da Portaria no 07, de 28 de abril de 2006, do Departamento Logístico do Exército Brasileiro do Ministério da Defesa, a obrigatoriedade obrigatoriedade de inscrições como transcrito a seguir: “Art. 5 ° As armas fabricadas no país deverão apresentar as seguintes marcações: I - nome ou marca do fabricante;

II - nome ou sigla do País; III - calibre; IV - número de série impresso na armação, no cano e na culatra, quando móvel; e V - o ano de fabricação quando não estiver incluído no sistema de

numeração serial.” 

Os aspectos legais auxiliam a ordenar as informações e representam um método a ser seguido. Você deve buscar, sempre que possível, ordenar as informações partindo das características gerais para as características específicas e por fim para as características individuais. Outra possibilidade é adotar, quando possível, os dados e a ordem seguida nos registros de arma de fogo, pois esses registros são para as armas o que a identidade civil é para uma pessoa e, consequentemente, a maior fonte de informações sobre elas.

Todas as informações sobre armas de fogo devem estar contidas no Sistema

Nacional

de

Armas  –

SINARM e desta forma o maior banco de dados sobre este assunto.

1.2.1 Descrição com Base nos Elementos do Registro de Armas de Fogo

Espécie

 A primeira informação é a espécie. Revolver, pistola, espingarda, carabina são espécies de armas de fogo. Nas aulas anteriores você estudou as informações necessárias para proceder a classificação de espécie. Marca

Outra informação fundamental refere-se a marca do fabricante. A grande maioria das armas de fogo brasileiras são ou foram produzidas pelas Forjas Taurus S.A., Amadeo Rossi S.A., IMBEL - Indústria de Material Bélico do Brasil, CBC  – Companhia Brasileira de Cartuchos ou E.R. Amantino & Cia Ltda produtora das espingardas Boito, Era etc. Embora esses sejam os principais, pode-se encontrar armas da Industria Nacional de Armas (INA), Castelo, Beretta, Chapina, Uru entre outras, sem falar nas centenas de produtores de armas de origem estrangeiras. NOTA

 A gravação de informações que permitem a identificação direta como: a marca do fabricante, logomarca, número de série, calibre nominal, modelo e arsenais de prova onde foram testadas, geralmente, podem ser encontradas na armação, ferrolho, cano ou caixa de mecanismo. Modelo, Calibre e Número de Série

Modelo, calibre e número de série

 As informações do modelo,

calibre e

número de série,  quando disponíveis, são

dados que permitem a individualização dessa arma. O número de série nas armas de fogo apresenta a sequência cronológica da ordem de produção das armas de fogo,

Figura 65  –  Número de série de uma pistola Taurus Fonte: arquivo pessoal d o conteudista

e, também, pode demonstrar a data de produção (mês e ano), calibre, modelo entre outras informações. Como exemplo veja a FIG. 65. Nela observa-se o número de série de uma Pistola Taurus, modelo 101: a primeira letra identifica o calibre .40 S&W representado pela letra S, a segunda letra T significa o ano de produção (ano

2000) e a letra J significa que o mês de produção foi

outubro.

Capacidade de Tiros

 A quantidade de munições que uma arma comporta e o seu sistema de municiamento são informações essenciais que devem ser descritas. Isso significa informar sobre: a

capacidade

tiros 

de

que

comporta os carregadores unifilar ou

bifilar

das

pistolas,

submetralhadoras ou fuzis; a

quantidade

de

câmaras

do

tambor de um revólver; a capacidade do tubo carregador das carabinas e espingardas de repetição, ou mesmo nos casos das armas de tiro unitário;

Figura 66  –  Capacidade de tiro de um carregador de pistola marca Taurus. Fonte: arquivo pessoal do conteudista

ou ainda, quando a arma apresentar um compartimento de munições como parte integrante da arma.  A FIG. 66 mostra um carregador bifilar de uma pistola da marca Taurus. Nele observa-se, sobre o último orifício, o número 11, representando a capacidade original deste carregador.

Mas, não só a capacidade de munição que deve ser descrita. Deve-se descrever todo o sistema de municiamento, como por exemplo, “municiamento  por tambor reversível com cinco câmaras de municiamento” ou “municiamento

 por carregador do tipo caixa, bifilar com capacidade de onze cartuchos.”  NOTA:

No caso do registro de arma apresentado anteriormente, o carregador também é dotado de prolongador que permite a introdução de mais dois cartuchos no carregador, além do limite do fabricante, passando a comportar não mais onze cartuchos e sim treze cartuchos. Sistema de Funcionamento

Deverá ser descrito o sistema de func ionam ento 2da arma, ou seja, se a arma é de tiro unitário, de repetição, semiautomática, automática e, ainda, como se processa esse funcionamento 3. Acabamento

Outro subitem necessário na descrição de uma arma é o acabamento . O acabamento é um tratamento superficial que é dado na estrutura de uma arma. De forma simples, o acabamento consiste no processo de aplicação de compostos químicos, geralmente por banhos, no intuito de proteger a arma de 2 3

 Acessar o arquivo (Anexo) “Para Recordar 1” .  Acessar o arquivo (Anexo) “Para Recordar 2” .

intempéries, ação abrasiva ou oxidação, além de proporcionar melhor apresentação. Um dos principais acabamentos é o niquelado que é um tratamento no qual se aplica uma fina camada de níquel, por meio de banho eletrolítico. Processos semelhantes formam o acabamento oxidado, cromado, fosfatizado ou entintado. Armas confeccionadas em aço inoxidável não apresentam acabamento, todas as peças da arma são confeccionadas nessa espécie de aço que apresenta boa resistência a corrosão e ferrugem.  A arma ao lado teve o acabamento superficial suprimido.

Quantidade de Canos

 A quantidade de cano s   de uma arma, principalmente,

nas

espingardas,

garruchas, é uma informação essencial, e não só a quantidade de canos , mas a disposição deles, ou seja, como os canos se apresentam: paralelos ou sobrepostos. O importante lembrar que no caso de armas mistas, com um cano de alma lisa e outro com cano de alma raiada, detalhar essas características é fundamental. Comprimento do Cano

Os dados necessários sobre o cano vão além da quantidade, também são essenciais o c o m p r i m e n t o d o c an o  , ele diferencia de carabina ou fuzil, pode determinar se uma determinada espingarda é de uso restrito ou permitido, além

de ser um fator que determina a velocidade máxima do projétil disparado por aquela arma. Tipo de Alma

O próximo passo é defi nir o t i p o d e a l m a   deste cano, se raiada ou alma lisa. Quantidade de raias

No caso das almas raiadas é fundamental também relatar a quantidade de raias. Só para relembrar Raias, de acordo com o R105, são: “sulcos feitos na

 parte interna (alma) dos canos ou tubos das armas de fogo, geralm ente de forma helicoidal, que tem a finalidade de propiciar o movimento de rotação dos  projéteis, ou granada, que lhes garante estabilidade na trajetória;” .

Não é uma tarefa muito fácil, para alguns, contar o número de raias de um cano, no entanto, com um pouco de experiência, usando um sistema de iluminação que pode ser uma lanterna, ou a luz solar, fica mais fácil definir os ressaltos e as raias ou cavados, e uma vez definida as raias, contar. Sentido das Raias

Mas não acaba por aí, é necessário definir o s e n t i d o d e g i ro    dessas raias, ou seja se giram para direita ou, dextrogira , ou seja, giram no sentido horário ou se giram para esquerda ou, sinistrogira, o giro das raias acontece no sentido anti-horário. A grande maioria das armas apresenta o sentido de giro para a direita, caso das armas da Taurus, Smith & Wesson, Rossi, etc. O sentido de giro à esquerda é usado pela Colt, entre outros fabricantes. Na prática, o giro do projétil tem fator primordial no alcance máximo, no alcance com precisão, na estabilidade do projétil e em outras características balísticas, mas o sentido de giro não faz diferença alguma para os aspectos balísticos acima, sua

importância se dá somente para a identificação direta e indireta das armas de fogo. Extensão da câmara

Nas armas de alma lisa é importante definir

a

ex ten são

da

câm ara

( c o m p r i m e n t o )   e C h o q u e   (choke) 4 que é um estreitamento da alma do cano,

 junto de sua boca, com a finalidade de produzir melhor agrupamento dos chumbos, visando a obtenção de maior alcance e precisão do tiro. País de Produção

Outro subitem refere-se ao País de pro du ção . É importante lembrar que muitos produtores possuem fábricas em diversos países e, quando possível, definir o país onde foi produzida certa arma ajuda a rastreá-la. 1.2.2 Outras Informações Importantes para a Descrição das Armas

Embora a descrição realizada a partir das informações contidas no registro de armas auxilie a sistematização da descrição, outras informações devem ser relatadas em casos específicos, como por exemplo, nos casos de armas de alumínio, titânio, zamack ou outras ligas, onde essa informação passa a ser essencial, pois a grande maioria das armas de fogo é constituída em aço (liga de ferro e carbono), por isso, geralmente, não são descritas.

4

 Acessar o arquivo (Anexo) “Para Recordar 3” .

O mesmo procedimento é adotado com as armas que apresentam, por exemplo, ferrolho e cano em aço e, armação em polímeros ou alumínio, como é o caso das pistolas Glock e Taurus. A grande maioria das armas é de retrocarga, então somente se a arma for de antecarga deve-se mencionar. O mesmo acontece com dispositivos do sistema de inflamação, ainda sendo muito comum o uso de espoletas extrínsecas. Outra informação importante refere-se aos sistemas de s egu ran ça , ou seja, se a arma apresenta alguma tecla externa para acionar o sistema de segurança. A maioria das pistolas possuem estas teclas. Travas de segurança automáticas, como as que estão presentes na tecla do gatilho das Pistolas Glock, na empunhadura da submetralhadora MT12, na empunhadura das pistolas Colt, modelo 1911 ou similares, também devem ser descritas. Não é necessário desmontar uma arma para descrever o seu sistema de segurança como, por exemplo, o caso dos revólveres, basta descrever o externo. Da mesma forma é usual relatar sobre a percussão se direta ou indireta; sobre as placas da coronha, se são confeccionadas de madeira ou material sintético, lisas ou recartilhadas, chapa da soleira, coronha, telha, tudo mais.

Outro fator fundamental, na identificação direta das armas de fogo são os acessórios. Nas

armas

modernas

é

muito

comum

encontrar a utilização de quebra-chamas; lanternas, miras especiais, desde miras óticas a miras a laser de diversos tipos; “funis”, gatilhos, supressores de

ruído e compensadores de recuo, quer por câmaras ou compensadores do tipo mag-na-port, como o da fotografia acima, entre outros. 1.2.3. Exemplos de Descrição de Armas de Fogo

Veja, a seguir, alguns exemplos de descrição de armas de fogo: a)Pistola marca Taurus, modelo PT 24/7 PRO, calibre .40 S&W, número de série Sxx xxxxx, semi-automática, com sistema de operação do tipo blow back, de dupla ação, armação inteiriça em material sintético de cor preta (da qual faz parte a empunhadura), ferrolho e cano oxidados, percussão direita, municiamento realizado por meio de carregador do tipo bifilar, cano e câmara medindo cento e oito milímetros de comprimento, de alma raiada (6D), sistema de segurança acionado por alavanca localizada na lateral esquerda

 posterior da armação. Apresenta o brasão das “Armas Nacionais” gravado na lateral esquerda mediana do ferrolho.

b)Pistola marca Glock, modelo 23, calibre .40 S&W, número de série xxx  xxx, sem i-automática, sistema de operação do tipo “blow back”, de ação simples, armação em polímero, cano e ferrolho em aço com acabamento oxidado, percussão direta, municiamento através de carregador bifilar, com capacidade nominal para doze cartuchos, dotada cano e câmara com cento e quinze milímetros (115 mm) de comprimento, de alma raiada (6D), sistema de segurança acionado  por alavanca localizada no gatilho. c) Revólver marca TAURUS, calibre .38 SPECIAL, modelo ULTRA-LITE, número de série adulterado, lendo-se na lateral anterior direita da armação os dígitos xxxxx, acabamento de tonalidade acinzentada (fosco), armação em alumínio, tambor e alma do cano em aço,  percussão indireta, cabo revestido por capa de material sintético de cor

preta,

tambor

reversível

dotado

de

sete

câmaras

de

municiamento, cano medindo cinquenta e dois milímetros de comprimento, de alma raiada (5D).

d)Submetralhadora identificada por suas características como sendo da marca Beretta, modelo 972, calibre 9mm Luger (9 x19 mm), número de série xxxxx, com acabamento na cor preta (com desgastes), semi-automática/automática através de seletor do tipo botão, situado na parte superior (região à frente da empunhadura posterior), funcionamento através do sistema de operação do tipo blow back  e ferrolho aberto, dotada de coronha metálica retrátil, municiamento realizado por meio de carregador bifilar, do tipo caixa, cano e câmara medindo duzentos milímetros de comprimento, de alma raiada (6D), com duas travas de segurança, sendo uma localizada na parte frontal da empunhadura posterior, acionada através de tecla (trava automática), e a outra através de botão (trava manual), localizado na região acima da referida empunhadura. Apresenta

gravados em sua lateral esquerda a inscrição “EXÉRCITO BRASILEIRO” e o brasão das Armas Nacionais. e)Espingarda de fabricação artesanal, de antecarga e tiro unitário, coronha e telha em madeira inteiriça, soleira em material sintético de cor  preta, percussão extrínseca desenvolvida através de cão de puxar e travar à retaguarda no prolongamento do gatilho, o qual incide sobre o ouvido, cano e câmara medindo setecentos e oitenta mi límetros de comprimento, doze milímetros de diâmetro interno (medido na boca do cano), de alma lisa, com um compartimento na parte inferior da coronha dotado de tampa metálica basculante (contendo oito espoletas metálicas, do tipo extrínseca), portando vareta de recarga alojada na região inferior do cano e parte interna da telha, com um segmento de cordão de tonalidade esverdeada amarrado a guisa de bandoleira. Apresenta fixado na região inferior do cano um dispositivo de mira a laser.

f) Espingarda marca BOITO, modelo PUMP, calibre 12, número de série  xxxxx, de repetição, acabamento misto (caixa do mecanismo niquelada, cano e tubo carregador oxidados, com desgastes),

 percussão indireta, empunhadura do tipo pistol grip em material sintético de cor preta, telha em madeira, alimentação por meio do sistema pump action (bomba), municiamento através de tubo carregador, cano de alma lisa medindo juntamente com a câmara quinhentos e trinta milímetros de comprimento, com dezoito milímetros e quatro décimos de milímetro de diâmetro interno (medido na boca do cano), sistema de segurança acionado por tecla deslizante localizada na parte súpero-posterior da caixa do mecanismo. Repare que o Perito que promoveu a descrição por não

encontrar a gravação do choque, utilizou-se da medida da boca do cano, com a qual pode-se caso seja necessário, inferir sobre o choque g) Fuzil marca HK, modelo 33, apresentando os caracteres xxxxxx gravados na lateral esquerda do alojamento do carregador, calibre 5,56 x 45mm (.223 Remington),

acabamento entintado de preto,

semi-automático/automático através de seletor do tipo alavanca (trava de segurança com acionamento através da alavanca de  posição de tiro), percussão indireta, sistema de operação a gás, alça de mira regulável, massa de mira fixa do tipo aparelho fechado, coronha retrátil, empunhadura em material sintético rígido de cor  preta, chapa de soleira em material emborrachado de cor preta, dotado de bandoleira, municiamento por carregador tipo bifilar, cano dotado de quebra-chama medindo, juntamente com a câmara, quatrocentos e oitenta milímetros de comprimento

(420mm) de

comprimento, de alma raiada (6D).

Aula 2 - Número de Série das Armas de Fogo

Nessa aula você terá acesso a mais informações sobre o número de série das armas de fogo, no entanto, o enfoque não será sobre a posição e a profundidade em que estão gravados, nem o método de gravação e conformação dos dígitos, muito menos quais são os reagentes adequados para

regenerar uma numeração suprimida. As informações a seguir o auxiliarão a entender as codificações nele contidas e saber interpretá-las. 2.1 Número de Série

O número de série é o principal elemento, é a chave para identificar o comprador e o movimento da arma em termos de rastreamento. O número de série nas armas de fogo pode não traduzir apenas a seq uência cronológica da ordem de produção daquele modelo de arma de fogo. Em muitos tipos pode demonstrar também a data de produção (mês e ano), calibre, modelo entre outras informações. O número de série pode ser constituído por dígitos formados apenas por algarismos, ou por dígitos compostos de algarismos e letras.

NOTA

Cada indústria adota o seu critério de composição do número de série. A forma, o processo de gravação e o tamanho dos dígitos que formam os números de série podem mudar com o passar dos anos dentro de uma mesma fábrica e de uma fábrica para outra.

 Atenção especial deve se ter com o país de produção, pois podem existir armas com o mesmo número de série. Veja um exemplo: Exemplo:  Os fuzis do modelo “ AK 47”  são produzidos em dezenas de países

como Afeganistão, China, Rússia, Egito, Líbano, Marrocos, Síria, Hungria, Congo etc. Tendo sido produzido mais de 50 milhões de exemplares desta arma, então é de se esperar que possam existir fuzis modelo “ AK 47”, calibre 7,62 x 39, com o mesmo número de série.

2.2. Gravação do Número de Série

Como você estudou anteriormente, devido a importância do rastreamento das armas de fogo, a legislação brasileira instituiu por meio da Portaria n o 07, de 28 de abril de 2006, do Departamento Logístico do Exército Brasileiro/Ministério da Defesa, gerando a obrigatoriedade de inscrições, conforme descrito a seguir: “Art. 5 ° As armas fabricadas no país deverão apresentar as seguintes marcações: IV - número de série impresso na armação, no cano e na culatra,

quando

móvel; e V

-

o

fabricação

ano

de

quando

não estiver incluído no

sistema

de

numeração serial.”   Algumas indústrias, antes dessa determinação, já apresentavam esses dados gravados em suas armas. Veja algumas a seguir: 2.2.1 Taurus

Nos revólveres Taurus, o número de série inicialmente era composto apenas por algarismos, indicando apenas a ordem cronológica de produção. A partir do mês de maio de 1981, foi introduzido o número de série alfanumérico, incorporando na numeração de série, de forma codificada, a data de produção da arma através de duas letras gravadas no início da numeração de série. O critério de correspondência das letras com o ano (1.ª letra e 1.º dígito da numeração) e mês (2.ª letra e 2.º dígito da numeração) de fabricação é o apresentado na tabela a seguir:

A B C D E F G H I J K L

1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992

M N O P Q R S T U V W X

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

A B C D E F G H I J K L

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

 A sequência acima, representativa do ano, termina no a no de 2006 com a letra “Z”. Iniciando novamente com a gravação da letra A para as armas produzidas no ano de 2007 e continuando de forma sequencial, até o ano de 2032 quando será gravada a letra  Z.  A mudança significativa ocorre na codificação representativa do mês de produção. No período compreendido entre os anos de 2007 a 2009, a letra representativa do mês de janeiro foi a letra M e assim de forma sequencial até a letra Y para o mês de dezembro, como apresentado na tabela a seguir: M

Janeiro

N

Fevereiro

O

Março

P

Abril

R

Maio

S

Junho

T

Julho

U

Agosto

V

Setembro

W

Outubro

X

Novembro

Y

Dezembro

Nas gravações das letras representativas do mês para o período de 2010 à 2032, nova mudança foi adotada. Da mesma forma que a letra Q não tinha sido utilizada pra não gerar enganos de interpretação com a letra O, deixou de ser utilizada a letra V pela possibilidade de erros de interpretação com a letra U, como mostrado na tabela abaixo: M

Janeiro

N

Fevereiro

O

Março

P

 Abril

R

Maio

S

Junho

T

Julho

U

 Agosto

W

Setembro

X

Outubro

 Y

Novembro

Z

Dezembro

Outra observação importante é que esta indústria adotou o sistema alfanumérico, composto de duas letras e cinco números  para os revólveres com armação pequena, a exemplo dos revólveres Taurus, calibre .38”Special,

com tambores de cinco câmaras (modelo 85) e seis algarismos  para os de armação média e grande (revolveres Taurus com tambores de seis, sete ou mais câmaras).  A Forjas Taurus S.A, após ter adquirido a patente dos revólveres Rossi, em  junho de 1998, passou a fabricar revólveres marca Rossi, tendo adotado nestes revólveres toda a codificação do número de série igual aos dos revólveres com a marca Taurus, isto é, As mesmas letras de prefixo e duas letras e cinco algarismos para os revólveres de 5 tiros (tambor com cinco câmaras) e duas letras e seis algarismos para os revólveres de 6 tiros (tambor com seis câmaras). Nas Carabinas e também nas submetralhadoras Taurus/Famae, calibre “.40 S.&W”, produzidas a partir de 2001, a codificação do número de série é a mesma utilizada nos revólveres, no tocante as letras que são utilizadas como prefixo sendo utilizados também cinco dígitos numéricos para ordem cronológica de produção. O mesmo critério de prefixo é o utilizado para as carabinas de calibre .22 LR ou .22 Magnum da Taurus, sendo utilizado apenas quatro algarismo para a ordem cronológica de produção. Nas pistolas Taurus foi introduzido o número de série alfanumérico, a partir do mês de outubro de 1987, composto por três letras e cinco algarismos. Para as pistolas a primeira letra indica o calibre da pistola, e as outras duas indicam o

ano e mês de fabricação seguindo a mesma correspondência das letras usadas nos revólveres. As letras que indicam calibre são as apresentadas a seguir: A

Calibre nominal .22 L.R.

B

Calibre nomianl .400 Corbon

C

Calibre nominal .41 AE

D

Calibre

nominal

6,35mm Browning F

K

Calibre nominal 7,65mm J

Calibre nominal .357

Browning

SIG

Calibre nominal.380 ACP

L

Calibre nominal.38 Super Auto

N

Calibre nominal .45 ACP

S

Calibre nominal .40 S&W

T

Calibre nominal 9mm Luger

2.2.2. Beretta

Codificação extremamente semelhante é utilizada pela Indústria Beretta. Nessa Indústria as letras que compõem o prefixo indicam o país de produção, geralmente, são utilizadas duas letras para compor o prefixo, seguidos de números que fornecem a ordem cronológica de produção para aquele modelo e calibre e por fim uma letra como sufixo que indica o calibre da arma, como segue na tabela abaixo: T

Calibre nominal .22 Short.

U

Calibre nominal .22 L.R.

V

W

2.2.3 Rossi

Calibre nominal 6,35mm  Y

Calibre nomianl.380

Browning

 ACP

Calibre nominal 7,65mm Z

Calibre nominal 9mm

Browning

Luger

 A indústria Rossi foi a primeira das fábricas de armas nacionais a introduzir as numerações de série alfanumérica, todavia com significado diferente do utilizado pela indústria Taurus. Nas gravações da Rossi as letras basicamente referem-se ao modelo. Nas armas mais antigas o número de série era apenas numérico, mas a partir de junho de 1974, foi introduzido o número de série alfanumérico, composto por uma ou duas letras e cinco ou seis algarismos. Cada letra que antecede os algarismos corresponde a um modelo de arma. Em  janeiro de 1990 iniciou, de forma progressiva, o uso de d uas letras no início do número de série. Recebem a(s) mesma(s) letra(s) os revólveres que têm o mesmo acabamento, calibre e tamanho de armação. Por exemplo, todo revólver em aço inoxidável, calibre “.38 Special”, e com armação pequena, tem gravada a letra W como primeiro dígito de seu número de série antecedendo os seis algarismos que compõem o resto da numeração. No caso de revólveres de em aço inoxidável, calibre “ .38 Special” e com armação grande, a letra gravada é J como seu primeiro dígito. Para determinar a data de produção nos

revólveres

Rossi

pode-se

verificar no lado esquerdo da região inferior da empunhadura, sob a placa de revestimento, uma gravação, através da qual é possível identificar o mês e ano de fabricação. A gravação

relativa

ao

mês

de

fabricação é em algarismos romanos e a relativa ao ano de fabricação é representada por dois algarismos arábicos que correspondem aos dois dígitos finais do ano. Por exemplo, o revólver, da fotografia acima, que apresenta a gravação V.85 , foi fabricado no mês de maio do ano de 1985. Em dezembro de 1995, o mês de fabricação passou a ser marcado com algarismos arábi cos.  As letras que antecedem os algarismos, no número de sé rie dos revólveres da marca Rossi, indicativas do calibre, acabamento e modelo, bem como das

espingardas Rossi indicativas do modelo, bem como dos rifles e carabinas podem ser encontrados em literatura própria ou junto com a Industria. A data de produção das espingardas está gravada de forma codificada em seu cano. 2.2.4 CBC

 As armas da CBC, a partir do ano de 2001, apresentaram o seu número de série composto de três letras como prefixo, sendo que a primeira delas é representativa do modelo, como a letra A para espingarda “Pump action calibre 12”, a letra E para os rifles de repetição “calibre.22 modelos 7022! e a letra F para as espingardas “modelo 199 ”. Importante observar que como a utilização da letra representando o modelo é anterior a 2001, mesmo armas que não são mais produzidas irão apresentar gravações de letras codificando o modelo. A segunda letra e segundo dígito na numeração de série é si nal representativo do ano, sendo utilizada a letra A para o ano de 2001, B para 2002, C para 2003 e assim por diante, não sendo utilizado a letra K. Da mesma forma que outros fabricantes, a terceira letra e terceiro dígito codifica o mês de produção, começando com a letra A para o mês de janeiro, B para fevereiro e assim por diante até a letra L para o mês de dezembro. Os demais dígitos eram seis dígitos numéricos e a partir de 2009 sete algarismos. 2.2.5 Boito, Era, Gaucha da industria E. R. Amantino & Cia Ltda

 As armas da marca Boito, Era, Gaucha da industria E. R. Amantino & Cia Ltda, utiliza depois da gravação dos algarismos representativos da produção sequencial dois algarismos, separado por traço de ligação que significam os dois últimos algarismos do ano de produção, a exemplo de 02 para 2002, 03 para 2003 e assim por diante. Este processo teve início no ano de 2000 e, pelo menos no número de série, a princípio, não existe nenhum dígito correspondente ao mês de prod ução. 2.2.6 IMBEL

No caso da IMBEL (Indústria de Material Bélico do Brasil) o número de série é composto por uma série de letras como prefixos que identificam o calibre, tipo, data de produção cujas letras indicam o ano e mês de fabricação. Neste número de série a primeira letra indica o tipo de arma e calibre conforme codificação do produtor, a segunda letra o modelo e tipo de aço, enquanto a terceira e quarta letra indicam a data de produção Para a terceira letra a gravação A corresponde ao ano de 1986 e assim sucessivamente (embora, com exceção da “carabina .22 L.R.”, modelo MD1, a gravação teve seu início em 1992 e começou com a letra G), e a quarto dígito é usado para codificar o mês. Para decodificar o mês, a letra A corresponde ao mês de janeiro, B ao mês de fevereiro e em sequência até a letra M para o mês de dezembro, não sendo utilizado a letra K. Esta indústria a partir do ano de 2010 iniciou um processo de gravação para o ano por dezenas a exemplo de 1P = 2010, 1Q = 2011, 1R = 2012 até 1Y para 2019 e 2P para 2020, quando começa uma nova dezena, e assim por diante. Importante salientar que existe um grande número de exceções, de letras que são usadas como sufíxos e prefixos de datas comemorativas e outras séries especiais que não estão aq ui co ntempladas. NOTA

Os dados das indústrias são importantes na identifiação e podem ser obtidos  junto ao fabricante de forma rápida.

Aula 3  –  Outros Sinais Identificadores

Na identificação direta de armas de fogo muitas vezes você se deparará com marcas e inscrições, principalmente, em armas mais antigas. Normalmente

essas marcas são apostas por arsenais que adotaram esses modelos após uma série de ensaios que garantiam a sua funcionalidade e segurança. A importância dessas marcas nos dias de hoje é que elas permitem rastrear o país de origem e muitas vezes a data de produção, além de permitir contar a história daquele modelo. Tais marcas, quando presentes, são de fundamental importância para a análise e para definir se uma arma é ou não obsoleta. Os sinais identificadores referem-se as variações no decorrer dos anos das logomarcas de um fabricante. Essas variações podem determinar um período em que a arma foi produzida e, muitas vezes, asseverar sobre a originalidade ou não de uma arma de fogo. 3.1. Marcas de Prova

 As marcas de prova, quando presentes servem para indicar o país de origem da arma e foram gravações comumentes encontradas em armas provenientes de países europeus como a França, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Checoslováquia, etc. No entanto, em alguns modelos de armas, encontram-se gravações de marcas de prova de duas ou mais nações diferentes. Isto acontecia quando uma arma era produzida num país, logo portava as marcas de prova do seu país, mas ao mesmo tempo, também era adotada como arma de uso militar de outro país, o qual imprimia sua marca de teste. Nestes casos a arma acabava por ostentar duas ou mais marcas de prova.

Na

fotografia ao lado este

revóver Colt, de ação simples, modelo 1850/1 ostenta a marca de prova da Definitive Black Power Prof da Hungria,

representada pelo símbolo com as letras PN.

 As marcas de prova eram estampadas em varias partes de sua estrutura, quer durante a sua produção ou após a ela. Com tais marcas pretendia-se demonstrar aos usuários que a arma era segura, desde que se empregasse as munições que lhe eram indicadas. A ideia era atestar que aquele modelo de arma havia passado por rigorosos testes e se tratava de uma arma segura para uso. Nos tempos atuais, essa ideia pode parecer desnecessária, mas os arsenais começaram a imprimir suas marcas de testes antes do século XV, quando as armas apresentavam sérios problemas em termos de projetos, dimensionamento e segurança, em face da pressão gerada quando do disparo. Basicamente, havia três tipos de prova, sendo que, na mais importante delas, se realizava uma série de disparos, com cartuchos que geravam pressões de 30 a 50 % superiores que a pressão prevista para disparos com aquele calibre. Literatura especializada e sites apresentam as logomarcas e símbolos destas marcas de prova, por arsenais ou cidades como pode ser visto na figura a seguir que apresenta as marcas de prova de origem espanhola.

Fonte: Handbook of Firearms and Ballistics; de Brian J. Heard, 2ª ed, Wiley Black Oxford; U. K. 2008.

Para o policial e mais especificamente para o perito criminal, as marcas de prova fornecem informações sobre a idade da arma, sobre a sua história e principalmente sobre o país de origem. Estes aspectos são importantes quando se pretende caracterizar uma arma como obsoleta, ou seja, entre outros fatores, com mais de cem anos. Importante observar, que muitas réplicas reproduzem, ainda hoje, exemplares de armas antigas e obsoletas (cópias) só que dimensionadas e adaptadas as pressões das munições atuais e aptas para efetuarem disparos, como algumas réplicas do revólver Colt, de ação simples, modelo 1873. 3.2. Logomarcas

Os logotipos ou logomarcas impressos na estrutura da arma podem constituirse na única forma de identificação do fabricante, principalmente no caso de armas mais antigas e, como já comentado é um dos elementos essenciais para o rastreamento de uma arma de fogo. Um mesmo fabricante pode apresentar diferentes logomarcas no decorrer do tempo. Este fato constitui-se

numa referência de intervalo de tempo em que uma respectiva arma foi produzida. O símbolo do cavalo empinando com uma lança quebrada por entre as patas dianteiras é a logomarca característica da Industria Colt desde a sua criação, sendo este símbolo muito conhecido por todos aqueles que militam com armas de fogo, fotografia ao lado. O local da gravação desta logomarca variou com o tempo, tendo sido gravado do lado esquerdo e do lado direito da armação dos revólveres. Essa localização diferente da logomarca serve de referência sobre a idade de uma arma. Outra indústria de armas que utiliza figuras simbólicas em sua logomarca é a indústria Taurus. A indústria Taurus teve diversas logomarcas ao longo de sua existência, sempre com a figura simbólica de um touro. Essa variação da logomarca pode denotar uma referência da idade da arma.  Apenas como ilustração, a fotografia ao lado mostra uma das logomarcas adotadas pela Taurus, que foi utilizada no período compreendido entre 1949 a 1973. Esta logo esta gravada em superfície circular- de liga metálica e afixada as placas sintéticas de revestimento da coronha. Essa gravação é bem distinta da logomarca ostentada pelos produtos da empresa no período compreendido no período de 1981 a 1986, que pode ser vista na foto ao lado. Muitas das indústrias de armas tiveram as

logomarcas constituídas a partir das letras iniciais do nome da empresa, as quais se apresentavam sobrepostas como a logomarca da indústria Orbea Hermanos de origem espanhola, onde a letra H e a letra O estilizadas apresentavam-se como que entrelaçadas. Caso semelhante é o da famosa indústria Smith & Wesson onde as letras apresentam-se sobrepostas e entrelaçadas e na foto abaixo gravada na caixa de mecanismo, do lado esquerdo. Outras indústrias apresentavam suas letras separadas, como no caso da INA, cuja letras constituíam-se na abreviação de Industria Nacional de Armas, como demonstra as fotos a seguir:

Diversos livros e sites tratam do assunto das logomarcas de armas de fogo, suas variações com o tempo, a sua localização nos diversos modelos e período de produção, de forma que a análise dessas gravações pode esclarecer duvidas sobre a originalidade de uma arma, sobre a idade dessa arma, se ela pode ser considerada obsoleta ou não, entre outras informações. Muitas industrias usam nomes ou pelo menos parte dele na sua identificação e logomarca caso da Beretta, Rossi, etc. Um cuidado a ser tomado são as datas de registros que não significam a idade da arma, que podem estar gravados en logotipos como a logomarca da pistola de bolso ( “derringer”) empresa Sharps, cuja a data de

25 de janeiro de 1859, refere-se a data de registro desse modelo. Fato semelhante são as armas registradas com a marca do fabricante “Trade Mark” sendo que da tradução do Inglês obtemos justamente a frase marca registrada.

Aula 4 - Rastreamento de munição

 A presença de estojos de cartuchos em locais de crime é fato comum e, muitas vezes, esses estojos de cartuchos deflagrados podem determinar a data de sua produção e sua origem, dessa forma, passam a ser indícios fundamentais que apontam para uma linha de investigação. Normalmente, são vestígios desprezados, pois poucos são aqueles que buscam interpretar as inscrições de base, na maioria das vezes por desconhecimento. Nessa aula você estudará algumas dessas gravações, o seu significado e o grande potencial de informações que representam. 4.1.Inscrições Base

Na identificação de estojos de cartuchos ou de cartuchos intactos pode-se determinar o fabricante, o calibre, ano de produção por meio das inscrições gravadas pelos fabricantes nas bases dos estojos. Existem no mercado registro de mais de 800 tipos de cartuchos militares e ao redor de 400 tipos de cartuchos comerciais de praticamente todos os países do mundo, o que faz com que as inscrições de base sejam gravadas em diversas línguas. As inscrições de base são compostas por nomes, letras, números, calibres, logotipos, emblemas, símbolos e suas combinações, que geralmente estão cunhadas ao redor da base do cartucho no caso de cartuchos de fogo central ou em seu centro, quando este for de percussão lateral.

Conforme o fabricante e da utilização da munição, costuma-se gravar de um a cinco elementos de informações distintas. No entanto, poucos são os fabricantes que costumam gravar os lotes de produção que é uma das informações mais importantes para rastreá-la, como é o caso da INDUMIL colombiana. Esses itens de informação, apresentam-se dispostos na base dos cartuchos, como no mostrador de um relógio analógico, dessa forma, ao s descrever que a identificação do fabricante está disposta as seis horas e o calibre as 12 horas está se informando que a sigla ou logomarca do fabricante está localizada na parte inferior da base do estojo de cartucho, enquanto o calibre na parte s uperior .

O cartucho, ao lado, é de “calibre .44  – 40”, também conhecido como “ .44 Winchester”,

produzido

pela

Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) e a letra "V" gravada

na

espoleta tem por função diferenciar esta

munição

de

munições

de

recarga, garantindo ser uma munição original de fábrica. No caso dos cartuchos de calibres “.357 Magnum”, “.454 Casul” e “.500 S&W” a letra

gravada em sua espoleta é a letra “C”, conforme informativo Número 43

da CBC.

Geralmente as munições comerciais comumente encontradas apresentam apenas a identificação do fabricante, geralmente por meio de sigla ou o emblema e raramente através do seu nome, e a identificação do calibre do

cartucho. A identificação do calibre do cartucho permite o emprego correto do cartucho na arma que lhe é própria, uma vez que cartuchos que podem ser intercambiados ou de cartuchos de maior potência, como os cartuchos de calibre .38 SPL+P+, quando empregados em armas para as quais este cartucho não é próprio, pode acarretar incidentes ou mesmo acidentes de tiro pela explosão da arma, ou parte dela e ainda, facilita sua comercialização. Na fotografia ao lado, o cartucho comercial foi produzido pela CCI ou seja Cascade Cartridge CO. cuja a origem é dos EUA. As letras N e R significam “No

Reloadable” que pode ser traduzido como Não Recarregável do calibre .38 SPL com maior pressão por isso a sigla + P. Esse cartucho utilizava espoletas do tipo Berdan em estojos de alumínio, por isso a sua recarga pode ser extremamente danosa. É importante observar que embora as letras N e R apareçam uma em cada metade da base referem-se a uma única informação.  Apenas como curiosidade a fotografia acima é de um cartucho original da CCI e foi usada para comparar com outro explodido, fruto de recarga de munição, que acarretou um acidente de tiro e terminou por lesionar outros policiais na linha de tiro, pelo desconhecimento do significado das letras NR.  Alguns fabricantes de munições comerciais além da identificação do fabricante e do calibre da munição, gravavam ainda o ano de fabricação e em alguns casos mês e ano

de

fabricação,

como

pode

ser

observado na fotografia abaixo. O cartucho da Arms Corporation of the Philippines, Manila, de calibre .38 SPL apresenta a

inscrição 97 referente ao ano de produção deste cartucho, ou seja, 1997. É possível encontrar ainda, cartuchos que apresentem gravado o mês de produção seguido do ano, a exemplo de 912 referindo-se ao mês de setembro de 1912 ou em uma posição o número 3 referindo-se ao mês de março e em outra posição o ano a exemplo de 47.

Na munição destinada ao uso militar, por questão de segurança, a identificação do fabricante, pode estar totalmente oculta; pode se apresentar codificada ou estar estampada de forma clara. Informação comum neste tipo de cartucho são as inscrições de base mostrando o ano de fabricação (ou o mês e o ano), de forma que que possa existir um controle que evite o uso de munições vencidas, podendo ou não apresentar gravações referentes a identificação do calibre do cartucho. Na fotografia ao lado o cartucho é de calibre 9 x 19 mm ou o 9 mm luger, produzido pela Companhia Brasileira de Cartuchos, no ano de 2002. Note que a seta

aponta

para

uma

das

três

deformações existentes na base do estojo, que tem por função manter a espoleta fixa no bolão que lhe é próprio (espoleta crimpada). Este procedimento evita que em disparos realizados em sistema automático (rajada), a espoleta se prenda ao percutor e trave a arma. No caso específico de não portar identificação do calibre, e o estojo for encontrado na cena de um crime, o calibre pode ser determinado pelas características da forma do estojo, do seu comprimento e da medida interna da boca do estojo, tomadas com paquímetro ou micrometros.

NOTA

Diversos manuais e sites apresentam a disposição e o significado dos elementos de identificação dos cartuchos do mundo inteiro e, essas informações podem ser muito úteis na solução de crimes, permitindo restringir hipóteses, como pode ser visto na figura ao lado. Fonte: Handbook of Firearms and Ballistics; de Brian J. Heard, 2ª ed, W iley Black Oxford; U. K. 2008.

Porém, em se tratando de rastreabilidade de munições um dos maiores avanços em nosso país, foram recepcionados pela Lei N o   10.286 de 22 de Dezembro de 2003 que estabelece nos parágrafos 1 e 2 do seu artigo 23 o que está abaixo transcrito § 1o  Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras informações definidas pelo regulamento desta Lei. § 2 o Para os órgãos referidos no art. 6 o, somente serão expedidas autorizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulam ento desta Lei .

Os órgãos tratados no artigo são todas as policias, forças armadas, guarda municipal, ABIN, enfim todos os agentes e agências de segurança. Dessa forma, é de se esperar que a maioria

dos

cartuchos

de

maior

potencial energético, quer para armas de porte ou de armas portáteis, estejam

sobre controle e seja restrita a possibilidade destes cartuchos serem utilizados pelo crime organizado. No entanto, quando utilizados, que seja rastreada a sua origem e procedida de forma rápida a investigação desse crime. Esses dados ajudam a elucidar os crimes contra a vida. Nas fotografias acima e ao lado, as informações sobre o lote e sobre o comprador estão codificadas pelos sinais gráficos AAB42 ou SZZ 85, e podem ser obtidas junto ao fabricante. Finalizando...

 A identificação é o ato, ou o conjunto de atos praticados, com vista a estabelecer a identidade.  A legislação brasileira estabelece, de acordo com seu Artº 5 º. por meio da Portaria no 07, de 28 de abril de 2006, do Departamento Logístico do Exército Brasileiro do Ministério da Defesa, determina a obrigatoriedade de inscrições dos elementos de identificação. Todas as informações sobre armas de fogo devem estar contidas no Sistema Nacional de Armas  – SINARM e desta forma o maior banco de dados sobre este assunto. O número de série é o principal elemento, é a chave para identificar o comprador e o movimento da arma em termos de rastreamento. Cada indústria adota o seu critério de composição do número de série. A forma, o processo de gravação e o tamanho dos dígitos que formam os números de série podem mudar com o passar dos anos dentro de uma mesma fábrica e de uma fábrica para outra.  As marcas de prova, quando presentes servem para indicar o país de origem da arma e foram gravações comumentes encontradas em armas provenientes de países europeus como a França, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Checoslováquia, etc. Os logotipos ou logomarcas impressos na estrutura da arma podem constituir-se na única forma de identificação do fabricante.

Na identificação de estojos de cartuchos ou de cartuchos intactos podese determinar o fabricante, o calibre, ano de produção por meio das inscrições gravadas pelos fabricantes nas bases dos estojos.

Exercícios

1) São mais eficientes para a função do raiamento a) ( ) Os sulcos helicoidais com sentido de giro a esquerda  b) (

) Os sulcos helicoidais com sentido de giro a direita

c) (

) Os sulcos não helicoidais

d) ( ) nenhuma das anteriores 2) Considerando o número de série original de arma da Taurus TUK23759, podemos afirmar que: a) ( ) Trata-se de arma de uso restrito  b) ( ) Trata-se de pistola de calibre .40 S&W c) (

) Consiste em arma de dotação única e exclusiva das forças Armadas, pois

trata-se de calibre restrito da OTAN. d) ( )Trata-se de arma de uso permitido 3) Assinale falso ou verdadeiro para as afirmativas abaixo a) ( ) Nos dias atuais poucas são as industrias que informam o ano de fabricação de suas armas  b) ( ) A industria Taurus adota o número de série composto de duas letras e cinco números para os revólveres com armação pequena c) ( ) Nas submetralhadoras Taurus/Famae, calibre .40 S.&W, a codificação do número de série é a mesma utilizada nos revólveres. d) (

) Para as pistolas da Taurus a primeira letra do número de série indica o

calibre da pistola 4) Assinale a única afirmativa falsa dentre as afirmativas abaixo: a) (

) Na identificação de estojos de cartuchos ou de cartuchos intactos pode-se

chegar a determinar o fabricante, o calibre, ano de produção por meio das inscrições gravadas pelos fabricantes nas bases dos estojos.

 b) (

) A letra "V" gravada nas espo letas dos cartuchos Companhia Brasileira de

Cartuchos (CBC) tem por função garantir que este cartucho é uma munição original de fábrica. c) (

) A letra “C” gravada nas espoletas da CBC significa tratar -se de espoletas

destinadas a recarga de munições. d) (

) Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas

em embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa, visando  possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente 5) Assinale a única afirmativa falsa dentre as afirmativas abaixo: a) (

) Os logotipos ou logomarcas impressos na estruturas da armas podem

constituir-se na única forma de identificação do fabricante, principalmente no caso de armas mais antigas  b) (

) Os logotipos ou logomarcas impressos na estruturas da armas podem

constituir-se na única forma de identificação do fabricante, principalmente no caso de armas mais antigas c) ( ) Um fabricante apresenta a mesma logomarca no decorrer do tempo. d) (

) Localizações diferentes da gravação da logomarca na estrutura da arma

serve de referência sobre a idade dessa arma. 6) A utilização de seis algarismos como sufixo dos revólveres Taurus, precedida de duas letras como sufixo permite afirmar que: a) (

) Que trata-se de um revólver produzido depois de 1980 e que o tambor é

dotado de seis ou mais câmaras  b) (

) Foi produzida depois de 2007. Pois é fruto da mudança que ocorreu no

ano de 2007, quando o número de algarismos representativos da sequência númerica passou de cinco para seis dígitos. c) (

) Que trata-se de um revólver produzido em aço carbono e não em aço

inoxidável, cuja produção é menor. d) ( ) A adição de um algarismo a mais no número de série foi implementada para indicar o calibre da arma 7) Para rastrearmos uma arma de fogo, qual do conjunto de informações básicas, não consiste em informação importante. a) ( ) A presença de compensador de recuo

 b) ( ) A capacidade de cartuchos que a arma comporta c) ( ) A identificação do importador. d) ( ) O tamanho do cano 8) A gravação relativa ao mês de fabricação em algarismos romanos e a relativa ao ano de fabricação representada por dois algarismos arábicos que correspondem aos dois dígitos finais do ano, que era adotada pela indústria Rossi a) (

) Estaria em desacordo com a legislação brasileira por não estar contida no

número de série  b) (

) É a mesma adotada pela Industria E. R. Amantino & Cia Ltda, produtores

das espingardas Boito, Era entre outras. c) (

) Eram gravadas no lado esquerdo da região inferior da empunhadura, sob a

 placa de revestimento. d) ( ) Eram gravadas na região inferior do ca no da arma 9) Assinale a afirmativa falsa a) (

) Por convenção costumamos descrever e são gravados os itens de

informação na base dos cartuchos, como se estivessem dispostos no mostrador de um relógio analógico.  b) (

) Muitas das industrias de armas adotaram logomarcas constituidas a partir

das letras iniciais do nome da empresa dispostas de forma entrelaçadas. c) (

) A obrigação de gravação da identificação do lote e do adquirente no culote

dos cartuchos destina-se a todos os cartuchos produzidos no território nacional. d) (

) Nos disparos em ação si mpl es é necessário engatilhar o cão, puxando-o

 para trás, antes do acionamento da tecla do gatilho 10) Considerando o número de série FKJA 332476 aposto na armação de uma pistola Taurus Calibre .380 ACP, podemos afirmar que: a) ( ) A númeração de série apresenta indícios de não ser original de fábrica pois apresenta seis números como sufixo.  b) ( ) A númeração de série apresenta indícios de não ser original de fábrica pois apresenta quatro letras como prefixo

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