Milagres Da Ciência Secreta
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kahuna...
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MAX FREEDOM LONG O MILAGRE DA CIÊNCIA SECRETA
Outros livros de Max Freedom Long
CIÊNCIA SECRETA EM AÇÃO (no prelo) (Secret Science at Word)
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TÍTULO DO ORIGINAL, INGLÊS “SECRET SCIENCE BEHIND MIRACLES”
COPYRIGHT 1961 DE MAX FREEDOM LONG
CAPA DE ENG. HENRY R. DOUX
REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL SOMENTE COM PERMISSÃO POR ESCRITO DO EDITOR
DIREITOS PARA A LÍNGUA PORTUGUESA ADQUIRIDOS PELO:
GRUPO EDITORIAL MONISMO LTDA.
PÇA. 22 DE JANEIRO, 531, (CALXA POSTAL 69) SÃO VICENTE — EST. SAO PAULO — BRASIL
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Índice
CAPITULO I .............................................................................................................................. 9 CAPITULO II ........................................................................................................................... 34 CAPITULO III ......................................................................................................................... 65 CAPITULO IV ......................................................................................................................... 86 CAPITULO V ........................................................................................................................ 104 CAPITULO VI ....................................................................................................................... 123 CAPITULO VII ...................................................................................................................... 132 CAPITULO VIII .................................................................................................................... 145 CAPITULO IX ....................................................................................................................... 163 CAPITULO X ........................................................................................................................ 172 CAPITULO XI ....................................................................................................................... 188 CAPITULO XII ...................................................................................................................... 199 CAPITULO XIII .................................................................................................................... 220 CAPITULO XIV .................................................................................................................... 238 CAPITULO XV...................................................................................................................... 253 CAPÍTULO XVI .................................................................................................................... 262 CAPITULO XVII ................................................................................................................... 288 CAPITULO XVIII.................................................................................................................. 304 CAPITULO XIX .................................................................................................................... 322 CAPITULO XXI .................................................................................................................... 342 CAPITULO XXII ................................................................................................................... 350 APÊNDICE ............................................................................................................................ 377
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PREFÁCIO
A literatura mundial possui já muitos livros que falam sobre assuntos espirituais, metafísicos e parapsicológicos, porém até hoje ainda não foi publicado um livro que apresentasse os mistérios ocultos de maneira tão plausível, que não pudesse ser atacado pelos argumentos da ciência moderna. O tremendo trabalho do autor, Sr. Max Freedom Long, que escreveu este volume "Milagres da Ciência Secreta", foi reconhecido por todos os especialistas do assunto. Seu tratado é considerado como uma verdadeira bíblia da antiga Sabedoria. A importância dos assuntos apresentados pelo autor não está somente no fato de que ele explicou os credos da religião kahuna, mas, principalmente, porque as suas informações têm aplicação prática no que diz respeito aos antigos Mistérios. A religião kahuna é uma ciência oculta mais velha que todos os segredos da antiga Babilônia e do antigo Egito. A base dos credos dos antigos kahunas era a preponderância do pensamento humano sobre a matéria. Os "segredos" das escolas antigas de filosofia passaram por uma série de deturpações. Primeiro os sacerdotes usaram-nos para fins próprios, pessoais, depois caíram no campo da magia negra. O princípio dos credos dos kahunas consistia em "não fazer mal a ninguém". Protegida por este grande preceito moral, a antiga religião foi de um certo modo preservada até os nossos tempos sem se desviar na direção do mal. Na ciência dos kahunas inclue-se o conhecimento profundo das leis da natureza e da psicologia humana. Em termos deste conhecimento temos explicado todos os fenômenos da parapsicologia moderna, que constituem grandes enigmas para nossos cientistas modernos. O Sr. Max Freedom Long, escrevendo este volume, deu uma explicação perfeita de todos os fenômenos da mediunidade e da metafísica, e também como funcionam as leis da natureza em relação ao homem. Neste livro o autor apresenta
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os métodos que se podem aplicar à vida prática do homem moderno, chegando até ao ponto da possibilidade de mudança do seu próprio destino. O conhecimento deste assunto inspirou ao Sr. Max Freedom Long a organização de uma associação na América do Norte com o objetivo de aplicar os métodos dos kahunas. A associação se chamou "Huna Research Association" e os sócios desta organização existem em quase todos os países do mundo. Seus associados, aplicando as informações incluídas neste volume estão fazendo um trabalho prático com surpreendentes resultados. Outra organização que está trabalhando com finalidade semelhante àquela é o Núcleo Ubaldiano de Metafísica, organizado no Brasil, com o objetivo de divulgação das obras do Prof. Pietro Ubaldi. Durante as reuniões semanais dos seus associados realizam-se trabalhos práticos para o desenvolvimento da sensibilidade extra-sensorial, da intuição e das forças do pensamento. A finalidade deste trabalho prático é preparar os sócios desta organização para praticar o bem em favor da humanidade. Graças aos esforços do Núcleo Ubaldiano de Metafísica, temos a possibilidade de apresentar hoje ao público brasileiro este magnífico trabalho que é um grande passo para compreender que as ciências ocultas não são nem mistérios, nem ritos de alguma magia negra, mas sim o estudo e o conhecimento das leis da natureza que serão a nova base da ciência do Terceiro Milênio.
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CAPITULO I
A descoberta que pode modificar o mundo
Estranhas histórias dos kahunas (guardiães do segredo). Historia da magia polinésia. Chegada do homem branco. Fracasso da magia do homem branco e proibição Da magia dos kahunas. Cristianismo versus huna. Dr. William Tufts Brigham, conservador do “Bishop Museum”. 40 anos de pesquisas por Dr. Brigham e seus resultados. Três princípios básicos para compreender Huna. A chave do segredo. Unihipili e uhane, subconsciente e consciente. Experiências de William Reginald Stewart na África. As doze tribos da áfrica ligadas aos polinésios através dos seus ritos.
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CAPITULO I
Esta narrativa reporta fatos inerentes a um antigo e secreto sistema de prática de magia, o qual, se pudermos conhecer, como conseguiram os mágicos nativos da Polinésia e da África do Norte, poderá modificar o mundo... desde que a bomba atômica não torne impossíveis todas as demais modificações. Quando rapaz ainda jovem, fui Batista. Frequentei a Igreja Católica com um amigo de infância, muitas vezes. Mais tarde, estudei Ciência Cristã rapidamente, dei uma olhadela na Teosofia e terminei fazendo um exame de todas as religiões, cujas literaturas estivessem ao meu dispor. Com esta bagagem de conhecimentos, tendo conseguido graduar-me em Psicologia, cheguei ao Havaí em 1917, e aceitei um emprego para lecionar, porque assim ficaria perto do vulcão Kileauea, que estava em atividade naquele tempo e eu me propunha visitá-lo tantas vezes quantas fossem possíveis. Depois de uma viagem de três dias num pequeno vapor, fora de Honolulu, finalmente, cheguei à minha escola. Compunha-se esta de três salas e ficava num vale solitário, entre uma plantação de açúcar e um enorme sítio, onde trabalhavam havaianos, mas que era propriedade de um homem branco, o qual vivera a maior parte de sua vida em Havaí. Os dois professores sob a minha direção eram havaianos e, assim, era natural que em breve começasse, a saber, mais e mais acerca dos seus amigos havaianos. Desde logo comecei a ouvir discretas referências aos mágicos nativos, os "kahunas", ou "donos do Segredo". Minha curiosidade foi aumentando e passei a querer saber mais. Para minha surpresa, verifiquei que as perguntas não eram recebidas de bom grado. Atrás da vida nativa parecia existir ma região de segredo e atividades privadas, que não eram disponíveis para um estrangeiro curioso. Ademais, aprendi que os "kahunas" haviam
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sido postos fora da lei desde quando os missionários cristãos se tornaram os legisladores das Ilhas; por isso todas as atividades dos "Kahunas" e seus clientes eram estritamente ocultas, pelo menos quanto aos homens brancos. As recusas só serviram para estimular meu apetite por este esquisito manjar com sabor de superstição negra, condimentado, porém, e constantemente, para queimar a língua, com o que parecia ser, conforme diziam testemunhas oculares, mesmo impossível, ou absurdo. Os fantasmas passeavam escandalosamente e não eram apenas fantasmas restritos aos havaianos já mortos. Os deuses inferiores também passeavam e supunha-se que Pele, deusa dos vulcões, visitasse repetidas vezes os nativos, tanto de dia como de noite, disfarçada numa velha exótica, nunca vista naquelas paragens, sempre a pedir tabaco, o que lhe era dado, sem qualquer relutância. Havia, então, os casos de cura através do uso da magia, as mortes mágicas de pessoas culpadas que feriram seus companheiros, e, o mais estranho para mim, o uso da magia para investigar o futuro dos indivíduos, modificando-o para melhor, caso não fosse o desejado. Esta última prática possuía um nome havaiano, contudo, foi descrita para mim como "Faça Bom Negócio". Formara-me, eu, numa escola austera, e, portanto, estava inclinado a olhar com suspeita toda e qualquer coisa que se parecesse com superstição. Esta minha atitude foi reforçada quando recebi, da Biblioteca de Honolulu, o empréstimo de vários livros que diziam o que havia para ser dito sobre os "kahunas". Isto havia sido quase inteiramente escrito pelos missionários que chegaram ao Havaí, menos de um século antes e os "kahunas" nada mais eram que um bando de maus elementos que se valiam das superstições dos nativos. Antes da chegada dos missionários, em 1820, havia grandes plataformas de pedra, ao longo das oito ilhas, com ídolos grotescos de madeira e altares de pedra, onde até sacrifícios humanos eram levados a efeito. Havia ídolos peculiares a cada tempo e a cada localidade. Muitas vezes os chefes tinham seus ídolos próprios e pessoais, como o famoso
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conquistador de todas as Ilhas, Kamehameha I, tinha o seu detestável deus da guerra, de olhos parados e dentes de tubarão. Perto da minha escola, num distrito onde fui mais tarde Iecionar, todos os anos os sacerdotes se punham em procissão, carregando os deuses em viagem de férias pelo campo e arrecadando tributos. Uma das notáveis atrações da adoração do ídolo era o surpreendente conjunto de tabus imposto pelos "kahunas". Quase nada podia ser feito sem o levantamento do tabu e a permissão dos padres. Como as decisões tomadas pelos padres eram sustentada pelos chefes, o povo levava uma vida difícil. De fato, tais foram às imposições desses padres que, no ano anterior ao da chegada dos missionários, o "kahuna" chefe, por nome Hewahewa, pediu à velha rainha e ao jovem príncipe reinante permissão para destruir os ídolos, quebrar os tabus até o último, e proibir os kahunas de suas práticas. A permissão foi concedida e todos os kahunas de boa vontade juntaram-se para queimar os deuses que eles sempre conheceram e que eram apenas madeira e plumas. Os livros ofereceram-me leitura fascinante. O sumo sacerdote Hewahewa, fora, evidentemente, um homem genial. Ele havia possuído forças psíquicas e havia sido capaz de prever o futuro, ao ponto de aconselhar Kamehameha I sabiamente, através de uma campanha que durou anos, terminando com a conquista de todos os outros chefes e a unidade das Ilhas sob uma só lei. Hewahewa foi um excelente exemplo do tipo dos havaianos da classe elevada que possuíam a habilidade de absorver idéias novas e de reagir contra elas. Esta classe surpreendeu o mundo saindo da saia de palha para os vestuários dos povos civilizados, em menos de uma geração. Parece que Hewahewa passou cerca de cinco anos fazendo sua transição pessoal de pensamento e de costumes nativos para aqueles dos homens brancos da época. Todavia, ele cometeu um grave erro no processo.
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Quando o conservador Kamehameha I morreu, Hewahewa se pôs a trabalhar na previsão do futuro e o que ele viu, intrigou-o sobremaneira. Viu brancos chegando ao Havaí com suas esposas, com a intenção de falar aos havaianos sobre o seu Deus. Viu um local em certa praia, numa das oito ilhas, onde eles aportariam para encontrar a realeza. Para o sumo sacerdote, isto era da maior importância. Evidentemente, procedeu a um inquérito junto aos marinheiros brancos então nas ilhas, tendo sido informado de que os padres brancos adoravam a Jesus, o qual os havia ensinado a fazer milagres, até mesmo ressuscitar os mortos e que, Ele mesmo, Jesus, havia ressuscitado ao terceiro dia. Sem dúvida, a história foi adequadamente tecida e adornada para benefícios dos havaianos. Convencido de que os brancos possuíam meios superiores, armas, navios e máquinas, Hewahewa tomou por certo de que eles eram donos de uma fórmula de magia superior. Ciente do contágio que havia atingido as premissas do kahunaismo nas Ilhas, ele, prontamente, decidiu limpar o caminho para a chegada dos kahunas brancos. Imediatamente, entrou em ação. Os templos estavam todos em ruínas quando, num dia de Outubro de 1820, no mesmo local e na mesma praia que Hewatewa vaticinara aos amigos e à família real, os missionários da Nova Inglaterra aportaram. Hewahewa foi ao encontro dos missionários brancos na praia, recitou-lhes uma bela oração de boas vindas, em rima, que havia composto em honra deles. Na oração, mencionou uma boa parte da magia nativa, — em termos velados — para mostrar que ele era um mago de insignificantes forças, sempre desejando as boas vindas aos novos padres, bem como aos seus "deuses dos mais elevados graus". As visitas oficiais à realeza terminaram e os missionários foram designados para as várias Ilhas, com permissão para começar os seus serviços, sendo Hewahewa eleito para seguir com o grupo de Honolulu. Contudo, ele já se havia visto em má situação, porque, conforme logo se tornou público, os kahunas brancos
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não possuíam magia alguma. Eram tão desvalidos quanto os deuses que haviam sido queimados. Os cegos, os doentes e os aleijados haviam sido trazidos perante eles, e foram levados de volta, ainda cegos, ainda doentes, ainda aleijados. Algo estava errado. Os kahunas eram capazes de fazer muito mais, com ídolos ou sem ídolos. Fez-se
notório
que
os
kahunas
brancos
precisavam
de
templos.
Esperançosamente, Hewahewa e seus homens se dispuseram ao trabalho, para ajudar a construir um templo. Foi um belo e enorme templo, obra de cantaria, que demorou muito para ser construído. Porém, quando, por fim, a obra foi terminada, ofertada e dedicada, os missionários ainda não podiam curar, ainda nada podiam dizer quanto à ressurreição dos mortos como era esperado. Hewahewa alimentara os missionários e se mostrara infinitamente amigo. Seu nome aparecia frequentemente em cartas e jornais. Porém, logo depois que a Igreja de Waiohinu foi fechada, seu nome desapareceu dos relatórios dos missionários. Ele fora instado para converter-se e juntar-se à Igreja. Recusou e apenas podemos supor que tenha voltado à sua magia, emitindo ordens aos seus companheiros Alguns anos mais tarde, com a Cristandade cantando seus hinos, lendo e escrevendo, sendo aceita pelos chefes, em sua rápida marcha para a civilização, os missionários, puseram os kahunas fora da lei. E eles permaneceram fora da lei, mas, como nenhum oficial da polícia havaiana ou magistrado, em juízo perfeito, se atreveria a mandar para a prisão um kahuna conhecido como possuidor de forças genuínas, o uso da magia continuou jocosamente, nas costas dos brancos, por assim dizer. Entrementes, escolas foram fundadas e os havaianos evoluíram da selvageria para a civilização com incrível rapidez, indo à Igreja aos domingos, cantando e rezando tão alto quanto o próximo, e, às segundas-feiras, indo ao diácono, o qual poderia ser um kahuna, em dias de semana, para serem curados ou para modificarem o seu futuro, caso se achassem numa corrente de má sorte.
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Nos distritos isolados, os kahunas praticavam suas artes mágicas abertamente. No vulcão, muitos deles continuavam a fazer suas oferendas rituais a Pele, e trabalhavam, como guias de turistas, deixando-os pasmados, inúmeras vezes, com uma certa façanha de magia, da qual me ocuparei detalhadamente, muito em breve. Para continuar minha história, li os livros, concluí com os seus autores que os kahunas nada possuíam de magia e acomodei-me totalmente satisfeito com a resolução de que todo e qualquer conto murmurado aos meus ouvidos seria mero produto de imaginação. Na semana seguinte fui apresentado a um jovem havaiano que havia estado na escola e que havia pensado em mostrar seus conhecimentos superiores, desafiando a superstição nativa de que ninguém poderia entrar na ruína de um determinado templo para profaná-lo. Sua demonstração tomou um rumo inesperado e ele se deu conta de que não mais podia fazer uso das pernas, pois perdera o controle sobre elas. Amigos carregaram-no para casa, depois que ele, sozinho, se ter arrastado para fora das ruínas. Então, quando falhou o médico local, um kahuna foi procurado, tendo este último restabelecido o tal jovem. Não acreditei na história, mas, ainda assim, eu não possuía meios de conhecer o que eu queria. Indaguei de alguns brancos mais velhos da vizinhança o que eles pensavam dos kahunas, e eles, invariavelmente, me aconselhavam a manter o meu nariz longe de seus afazeres. Perguntei aos havaianos de certa cultura e não recebi resposta. Estes, simplesmente, não falavam. Riam de minhas perguntas ou tratavam de ignorá-las. Este estado de coisas prevaleceu durante todo aquele ano, bem como no seguinte e no seguinte. Mudava-me para uma nova escola, cada ano que passava, de todas as vezes encontrando-me a mim próprio em cantos isolados, onde a vida nativa corria intensa e oculta. No terceiro ano, encontrava-me numa pequena, mas
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buliçosa comunidade de plantação de café, com seus sitiantes e pescadores nativos, pelos morros e ao longo das praias. Bem depressa fiquei sabendo que a agradável senhora, apesar de idosa, com quem eu contratara refeições num pequeno hotel de segunda classe, exercia o cargo de Ministro e pregava todos os domingos para a maior congregação de havaianos naquelas paragens. Soube ainda que ela não tinha nenhuma ligação com as Igrejas da Missão ou outra qualquer, ordenara-se a si própria e era irascível sobre o assunto. No devido tempo, descobri que ela era filha de um homem que se havia aventurado a experimentar suas orações e fé cristã contra a magia de um kahuna local que o havia ameaçado de lançar a oração da morte sobre a sua congregação de havaianos, um por um, para mostrar que suas crenças eram mais práticas e genuínas do que as superstições dos Cristãos. Vi até o diário daquele solene e sério, porém mal orientado cavalheiro. Nesse diário, estavam relatadas por ele, as mortes dos membros de sua tribo, um por um, seguidas da brusca deserção dos remanescentes. Naquele ponto, as páginas do diário permaneceram em branco por muitos dias, porém, a filha contoume como o desesperado missionário se pôs a campo, aprendeu o uso da magia empregada na oração da morte, e, secretamente, fez a oração da morte para o kahuna ameaçador. O kahuna não esperava a reviravolta e não havia tomado precauções contra possível ataque. Morreu em três dias. Os sobreviventes da tribo voltaram depressa para a Igreja... e o diário resumiu as anotações felizes do retorno. Mas o missionário nunca mais foi o mesmo. Assistiu ao próximo conclave do corpo missionário em Honolulu e, ao que parece, disse ou fez coisas que não foram registradas em lugar algum. Talvez ele tenha apenas respondido acusações escandalizadas. De qualquer maneira, ele era da Igreja e nunca mais assistiu a um conclave. Os havaianos, contudo, entenderam. Uma princesa deu-lhe uma nesga de terra de meia milha de largura desde as vagas do mar até às montanhas. Na praia desta terra, onde o Capitão Cook aportou e foi
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morto mais ou menos cinqüenta anos antes, estavam localizadas as ruínas de um dos melhores templos nativos do lugar... aquele mesmo de onde os deuses eram trazidos todos os anos em procissão, pela estrada que ainda hoje é chamada "O Caminho dos Deuses". Mais para longe da praia, porém, no mesmo terreno, ficava a pequena Igreja de pedra coral que os nativos haviam construído com suas próprias mãos e na qual a agradável senhora presidira como Ministro, sessenta anos mais tarde. No começo do meu quarto ano nas Ilhas, mudei-me para Honolulu e depois que me instalei, reservei um certo tempo para fazer uma visita ao Museu do Bispo, uma famosa instituição fundada pela Realeza Havaiana e destinada a sustentar uma escola para crianças de sangue havaiano. A finalidade da minha visita era tentar localizar alguém que pudesse dar-me respostas autorizadas para as perguntas que me atormentavam há tanto tempo sobre os kahunas. Meu arroubo de curiosidade havia aumentado tanto que já se tornava desconfortável e, então, plantei dentro de mim o inabalável desejo de obter qualquer coisa sobre o assunto, de um jeito ou de outro, definitiva e decididamente. Eu ouvira que o curador do Museu passara a maior parte dos seus anos desenterrando coisas havaianas e tinha esperança de que ele estivesse em condições de dizer-me a verdade, fria e cientificamente, de uma forma aceitável. À entrada, encontrei uma atraente mulher havaiana, Sra. Webb, a qual ouviu as minhas afirmações cheias de franqueza, a razão da minha visita, estudou-me por um momento e disse: "É melhor que o Sr. suba e fale com o Dr. Brigham.
Ele está
no escritório, no andar superior". O Dr. Brigham saiu da sua escrivaninha, onde parecia estar estudando algum material de botânica, através de um vidro, para me observar com seus amigáveis olhos azuis. Ele era um grande cientista, uma autoridade em seu campo favorito, reconhecido e respeitado no Museu Britânico, pela perfeição dos seus estudos e relatos impressos sobre a matéria estudada. Já estava com oitenta e dois anos de
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idade, era enorme, calvo e barbado. Seu peso equivalia ao tamanho da incrível massa variada de conhecimento científico que possuía... e parecia um Papai Noel. (Ver Quem é Quem na América — 1922/1923, sob o título William Tufts Brigham). Aceitei a cadeira que ele me ofereceu, apresentei-me e deslizei para as perguntas que me haviam trazido ali. Ouviu-me atentamente, perguntou-me sobre as coisas que eu havia ouvido, os lugares onde eu havia morado e as pessoas que eu conhecera. Às minhas perguntas sobre os kahunas, ele opôs as suas para descobrir quais as conclusões a que eu havia chegado. Expliquei que estava inteiramente convencido de que tudo era superstição, sugestão ou veneno, porém, admiti que precisava de alguém que pudesse falar com a autoridade da informação fidedigna, para ajudar-me a aquietar a irritante duvidazinha que pairava no fundo da minha mente. Algum tempo passou. O Dr. Brigham quase me aborreceu com as suas perguntas. Ele parecia esquecer o propósito da minha visita e perdeu-se a si próprio na exploração do meu preparo. Quis saber onde eu havia estudado, o que eu havia lido, e o que eu pensava sobre uma dúzia de assuntos que nada tinham a ver com a questão formulada por mim. Eu estava começando a ficar impaciente quando ele, de repente, fixou-me com um olhar tão severo que eu até me assustei. — Posso confiar em você para respeitar minhas confidências? — perguntou. — Tenho um certo renome científico que desejo preservar; — sorriu subitamente e adiantou — mesmo pela vaidade da minha idade avançada. Assegurei a ele que tudo quanto me dissesse não iria além do que então esperava. Pensou por um momento e depois disse vagarosamente: — Há quarenta anos eu estudo os kahunas procurando encontrar uma resposta para a pergunta que você acaba de fazer. Os kahunas, de fato, usam o que você chamou de magia. Eles, de fato, curam. Também matam. Podem prever o futuro e mudam-no para os seus clientes. Muitos deles eram impostores, mas alguns
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eram honestos. Alguns deles até usavam esta magia para o "passeio sobre o fogo", através das torrentes de lavas, apenas suficientemente resfriadas para que aguentassem o peso de um homem. — Interrompeu-se de súbito como se temesse haver dito muito. Tombando para trás na sua cadeira giratória, o Dr. Brigham me observou um tanto deprimido, com os olhos semi-cerrados. Não tenho certeza, mas acredito que murmurei "obrigado". Tentei um pouco levantar-me da cadeira e afundei-me novamente. Devo tê-lo fixado por um tempo bastante longo para um idiota. Meu problema não era haver vento em minhas velas. Estava pasmado. Ele havia abalado as escoras postas debaixo do mundo que edificara por um período de três anos. Confiantemente, eu havia esperado uma negativa oficial para os Kahunas e havia dito a mim mesmo que, algum dia, eu ainda iria lavar as minhas mãos das suas superstições, de uma vez por todas. Agora, estava eu de volta, perdido na lama, não apenas atolado até os tornozelos como antes, porém, muito mais, afundando até a ponta do nariz, cheio de curiosidade atrás do mistério. Talvez eu tenha emitido sons desarticulados; não estou certo, mas, finalmente, consegui achar a minha língua. — "Passeio sobre o fogo"? — perguntei titubeante. — Sobre a lava quente? Nunca ouvi tal coisa... — engoli em seco algumas vezes e depois consegui indagar: — Como é que eles fazem isso? Os olhos do Dr. Brigham pularam bem abertos, depois se apertaram, enquanto suas vastas sobrancelhas saltavam rumo à cabeça calva. Sua barba branca começou a mover-se num tique nervoso, e, súbito, ele tombou-se para trás na sua cadeira e soltou uma gargalhada que sacudiu as paredes. Riu até que as lágrimas rolaram-lhe pelas faces rosadas.
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— Desculpe-me. — Ele sussurrou finalmente, colocando a mão apaziguadora sobre o meu joelho, enquanto desanuviava o olhar. — O motivo da sua pergunta me atingir de maneira tão engraçada é o fato de eu estar tentando respondê-la a mim próprio, há quarenta anos, sem resultado. Com isso, quebrou-se o gelo. Apesar de ter a sensação de algo vazio e frustrado dentro de mim, como se tivesse jogado de volta bem no meio do problema, do qual eu pensava haver me livrado, passamos a conversar. O velho cientista tinha sido também professor. Ele possuía a prenda da simplicidade e das diretrizes, mesmo discutindo os mais complicados assuntos. Não me dei conta até que se passaram semanas, que, naquele momento, ele me havia posto as mãos em cima, reclamando-me como de Sua propriedade, como Elias procurando ajeitar o manto Sobre os meus ombros, antes de iniciar sua partida. Disse-me mais tarde, que ele havia procurado um jovem a fim de treiná-lo na aproximação científica, a quem pudesse confiar o conhecimento adquirido nesse esquisito campo — o novo e inexplorado campo da magia. Muitas vezes, em alguma noite quente, quando percebia que eu estava para perder a coragem diante da impossibilidade de aprender o segredo da magia, ele dizia: — Eu mal comecei. Só porque eu nunca saberei a resposta, não é razão para que você também não a saiba. Pense apenas no que aconteceu durante o meu tempo. A ciência da Psicologia nasceu! Conhecemos o subconsciente! Olhe para os novos fenômenos que estão sendo observados e reportados todos os meses, pelas Sociedades de Pesquisa Psíquica. Mantenha-se eternamente atento a eles. Nada diga quando você tenha encontrado uma solução ou quando alguma nova descoberta em psicologia o ajude a compreender porque os kahunas observam seus vários ritos, e o que vai pelas suas mentes quando eles os observam. Outras vezes, haveria de abrir seu coração para mim. Era uma grande alma, ainda que simples. Ele possuía uma ansiedade quase infantil para conhecer o segredo dos kahunas e estava ficando muito velho. O tempo parecia querer findar-
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se antes que o sucesso viesse. Os kahunas falharam em conseguir que seus filhos e filhas fossem treinados e aprendessem o conhecimento antigo que lhes havia sido transmitido sob promessa de segredo inviolável, somente de pai para filho. Os que podiam curar ou "passear sobre o fogo" haviam desaparecido desde o ano de 1900 — muitos deles velhos e queridos amigos. Ele fora deixado quase sozinho num campo em que pouco havia para observar. Ademais, ele estava um tanto perplexo. Parecia tão absurdo pensar que ele havia sido capaz de apreciar o trabalho dos kahunas, havia se tornado amigo havia "passeado sobre o fogo" debaixo da proteção deles. — e ainda não havia conseguido o mais leve indício de como eles exerciam a sua magia, com exceção do caso da oração da morte, a qual, como explicou, não era verdadeiramente magia, mas um adiantado fenômeno de espiritualismo. Algumas vezes, sentávamo-nos no escuro, com o defumador contra mosquitos queimando e então ele revia vários pontos, para se certificar de que eu me lembrava de tudo. Em muitas ocasiões, ele dizia ao finalizar: — Fui capaz de provar que nenhuma das explicações populares da magia dos kahunas é de fonte digna de crédito. Não é sugestão ou qualquer outra coisa já conhecida em Psicologia. Usam algo que ainda temos que descobrir e isto é de inestimável importância. Simplesmente, devemos encontrar essa alguma coisa. Revolucionará o mundo se a pudermos encontrar. Mudará inteiramente o conceito da ciência. Trará ordem para o conflito das crenças religiosas. Vigie sempre três coisas no estudo desta magia. Deve haver alguma forma de consciência por detrás, dirigindo os processos de magia. O controle do calor no "Passeio sobre o fogo", por exemplo. Deve também existir alguma força exercendo esse, controle, isto se quisermos apenas reconhecê-lo. E, finalmente, deve existir alguma forma de substância, visível ou invisível, através da qual a força possa agir. Vigie sempre isto, e o que você puder encontrar dirigi-lo-á depois.
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E, assim, gradativamente, apanhei o material que ele havia colecionado neste estranho campo novo. Tornei-me perfeitamente familiar a todas as negações, todas as especulações e todas as verificações.
Comecei o lento trabalho de tentar achar
kahunas remanescentes e fazer o que eu pudesse para aprender o Segredo deles. Ao ouvir a história do que algum kahuna havia feito, minha pergunta invariável seria: — "Quem lhe contou isso"? Começaria a regressão e, por vezes, seria mesmo capaz de achar a pessoa que havia sido o protagonista da história, conseguindo desta os menores detalhes do que havia sido feito. A maior dificuldade estava em conseguir uma apresentação ao kahuna que exercera a magia. Geralmente, isto era totalmente impossível. Os kahunas haviam aprendido, pelos golpes da adversidade, a evitar os brancos e nenhum havaiano se atreveria a trazer amigos brancos até eles, sem prévia permissão — e esta quase nunca era fornecida. Quatro anos depois que encontrei o Dr. Brigham, ele morreu, deixando-me com um peso no coração e com a receosa certeza de que eu talvez fosse o único homem branco no mundo que sabia o suficiente para continuar as investigações da magia nativa que estava desaparecendo tão rapidamente. E, se eu falhasse, o mundo poderia perder para sempre um sistema prático, que seria de infinito valor para a humanidade, se pudesse ser recuperado. Com o Dr. Brigham, eu havia estado vigilante na esperança de alguma nova descoberta em Psicologia ou no campo da Ciência Psíquica, e, desanimadoras como eram as notícias, fora forçado a admitir que ambas as ciências apresentavam sinais de estagnação. Com mais de uma centena de reconhecidos cientistas, ocupados por um período de mais de meio século em Pesquisas Psíquicas, nem uma única teoria havia sido elaborada, que pudesse explicar mesmo coisas simples como telepatia ou sugestão, já para não falar em ectoplasma, incorporações e materializações. Mais anos se passaram. Cessou o progresso e, em 1931, admiti a derrota. Foi então que deixei as Ilhas.
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Na Califórnia, continuei a esperar ansiosamente por alguma nova descoberta psicológica que pudesse, outra vez, levantar o problema. Nenhuma apareceu. Então, em 1935, inesperadamente, acordei no meio da noite com uma idéia que me conduziu diretamente a uma solução que talvez contivesse a resposta. Se o Dr. Brigham fosse vivo, com certeza, ter-se-ia juntado a mim, embaraçado e num acesso de rubor. Nós ambos havíamos passado por cima de uma solução tão simples e tão óbvia que poderia escapar continuamente sem ser notada. A idéia que me ocorreu naquela noite foi a de que os kahunas deviam possuir nomes para os elementos de sua magia. Sem os tais nomes, eles não poderiam ter passado seus conhecimentos de geração a geração. Como a língua que falavam era a havaiana, as palavras devem ter aparecido naquele idioma. Os missionários haviam começado a compilar um dicionário havaiano-inglês desde 1820 — o qual ainda estava em uso — e, como certamente, não haviam aprendido o suficiente acerca da magia nativa, para traduzir corretamente quaisquer nomes usados para descrevê-la, tornava-se óbvio que as traduções tentadas estariam falhas ou inteiramente erradas. O idioma havaiano consiste de palavras formadas de radicais curtos. Uma tradução dos radicais daria, em geral, o significado original da palavra. Lia!... eu encontraria as palavras usadas pelos kahunas nas orações e cantos registrados e delas faria nova tradução, usando os radicais. Na manhã seguinte, lembrei-me do fato de que, em Havaí, todos concordavam que os kahunas haviam ensinado que o homem possui dois espíritos ou almas. Ninguém prestara atenção ou valor a esta crença que se apresentava errônea. Como poderia um homem possuir duas almas? Que absurdo! Que negra superstição! Assim, eu pesquisei as duas palavras que representavam os nomes das duas almas. Conforme suspeitava, estavam ambas ali no meu velho dicionário, que saíra do prelo em 1865, alguns anos, depois da descoberta do Mesmerismo,
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durante os primeiros dias da Pesquisa Psicológica, e umas boas duas décadas antes do nascimento da nossa infantil ciência da Psicologia. O dicionário dizia:
“U-ni-hi-pi-li: Os ossos do braço e da perna de uma pessoa. Unihipili, era o nome de uma classe de deuses chamados akuanoho; Aumakua, era outro. Eram os espíritos de uma pessoa morta.
“U-ha-ne: A alma, o espírito de uma pessoa. O fantasma ou espírito de uma pessoa morta. Nota: Os havaianos supunham que os homens possuíam duas almas cada um; uma que morria com o corpo, a outra que vivia, visível ou invisível, como pudesse ser, porém, com a pessoa morta não tinha maior ligação do que a sombra dessa mesma pessoa. Estes fantasmas podiam falar, chorar, reclamar, etc. Existiam os que eram tidos como especialistas em amarrar ou agarrar estes fantasmas”.
Aparentemente, os ansiosos missionários haviam consultados os havaianos para se certificarem dos significados destas duas palavras e haviam obtido informações discrepantes, fazendo o possível para coordená-las e incluí-las nas traduções. A importância do "unihipili” era que parecia estar ligado com os braços e as pernas definitivamente e, "além disso, era um espírito". O "Uhane", era também um espírito, porém, era um fantasma que podia falar, mesmo sendo pouco mais de uma sombra ligada com a pessoa "morta". Como a primeira palavra era mais comprida e possuía maior número de radicais, comecei a trabalhar nela, a fim de conseguir uma tradução deles. Havia sete raízes na palavra, contando acréscimos de letras, e algumas destas raízes tinham até dez significados. Minha tarefa era proceder a uma seleção dos
Na pronúncia das palavras havaianas, o som das vogais é o mesmo usado em Latim.
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significados, para ver se poderia encontrar algum que se aplicasse à magia usada pelos kahunas. Cá estava o palheiro diante de mim e tudo o que eu precisava fazer era achar a minha agulha. Parecia um tanto promissor. Lembrei-me da recomendação do Dr. Brigham para vigiar sempre a consciência envolvida no "passeio sobre o fogo" e outras artes mágicas, a força usada para produzir os resultados e a substância psíquica, visível, ou invisível, através da qual a tal força agiria. Sim, eu tentaria achar três agulhas. (Eventualmente, eu as encontrei... as primeiras duas antes do fim do ano e, a última, seis anos mais tarde). O
que
encontrei
imediatamente,
quase
antes
do
almoço,
foi
o
"Subconsciente", porém, não como nós o conhecemos. O subconsciente dos mágicos era duas vezes maior do que o normal e três vezes mais natural. Estava tão surpreso com a descoberta que resolvi contar até dez. Era incrível que os kahunas pudessem ter conhecido o subconsciente, porém, a evidência era inegável. Aqui está como os radicais descreviam os espíritos denominados pelas palavras "unihipili" e "uhane": Ambos são espíritos (u), e este radical significa causar sofrimento mental; assim, os dois espíritos podiam causar aborrecimentos. Todavia, o radical "nane" em "uhane" significa falar; assim, o espírito denominado por esta palavra podia falar. Como somente seres humanos podem conversar, este espírito devia ser também humano. Isto faz surgir a questão quanto à natureza do outro espírito. Pode ser causa de sofrimento mental e isto também podem os animais. Pode não ser um homem que possa falar, mas, pelo menos, é um espírito animal-semelhante que pode provocar má sorte. O "Uhane" chorava e conversava de modo fraco. O dicionário dizia que era considerado como nada mais sendo do que uma sombra ligada à pessoa morta. Evidentemente, era um espírito fraco e não muito substancial "falador".
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"Unihiipili", soletrando-se alternadamente "uhinipili", fornece mais radicais para traduzir. Combinados, conseguimos: Um espírito que pode causar aflição mental, porém, pode não ter aptidão para falar (u); é alguma coisa que cobre uma outra coisa a mais, escondendo-a; ou é esta última oculta por uma capa ou véu (uhi); é um espírito que acompanha outro, anexo a este ultimo; é adesivo e, assim sendo, cola-se ou adere ao mesmo. Anexa-se a si próprio a outro e age como seu servidor (pili); é um espírito que trabalha secreta, silenciosa e cuidadosamente, contudo não pratica certas coisas porque tem receio de ofender aos deuses (nihi); é um espírito que pode projetar-se de alguma coisa, levantar-se dessa alguma coisa e pode também tirar algo de algum lugar, como uma moeda de um bolso. Deseja certas coisas com a maior ansiedade. É teimoso e sem vontade própria, disposto a recusar fazer o que lhe for mandado. Toca, impregna ou se mistura completamente com algo mais. Está ligado com o vagaroso pingar de um líquido aquoso ou com a secreção e exudação do líquido alimentar, com o "líquido do seio" ou leite materno; (u — nos seus vários significados). (Nota: Mais tarde, eu aprenderia que "água" era o símbolo da força eletro vital humana, e, assim, achei uma agulha. Os dois espíritos conscientes do homem são dois terços de outra agulha. Mas o terceiro é apenas sugerido de maneira superficial, no significado das palavras "adesivo" ou "aderir"). Em suma, a idéia do consciente e do subconsciente dos kahunas parece ser, a julgar pelo sentido das palavras-raízes dos nomes dados a eles, um par de espíritos perfeitamente integrados num corpo, que é controlado pelo subconsciente e usado para cobrir e esconder a ambos! O espírito consciente é mais humano e possuía a habilidade de conversar. O torturante subconsciente verte lágrimas, goteja líquido aquoso e, por outro lado, transmite a força vital do corpo. Exerce o seu trabalho com cuidado secreto e silencioso, porém, é teimoso e disposto a recusar obediência. Nega-se a praticar algo, quando teme os deuses (retém um complexo ou fixação de idéias) e interpenetra ou toca o espírito consciente para dar a impressão de serem um só. (O uso na magia do elemento adesivo como um
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símbolo, e a habilidade de projetar-se ou tirar algo de algum lugar será esclarecido mais tarde). Dada a certeza de que os kahunas haviam conhecido, por milhares de anos, toda a psicologia que nós só chegamos a aprender nos últimos poucos anos, certifiquei-me de que a habilidade de desempenhar façanhas de magia procedia do conhecimento de importantes fatores psicológicos, ainda não descobertos por nós. Logo começou a aparecer que, ao dar nome aos elementos de psicologia e ao colocar nas suas palavras de origem os significados simbólicos para apontar os elementos relativos, os kahunas dos tempos áuricos, haviam feito um trabalho soberbo. O único grande bloco movediço era o fato de que as palavras símbolos permaneciam para elementos cuja natureza eu não podia imaginar. Pesquisando febrilmente os significados destes símbolos, voltei aos relatórios dos Fenômenos Psíquicos e, à medida que revia cada tipo de fenômeno, esforçavame para localizar os símbolos correspondentes nas origens dos termos usados pelos kahunas. Após alguns meses, tornou-se patente que eu havia chegado ao máximo possível, na primeira tarefa de adaptar a mais completa psicologia com os ritos exteriores da magia kahuna. Cheguei à conclusão de que o que eu havia encontrado era por demais valioso para ocultá-lo do mundo e, imediatamente, escrevi um relatório sobre as minhas descobertas e o conhecimento dos kahunas em geral. (Recuperando a Magia Antiga, publicado pela Rider & Co, London, 1936). A publicação inglesa trouxe-me muitas cartas. Eu havia colocado meu endereço no verso do relatório e havia pedido a todo e qualquer leitor que pudesse oferecer informações pertinentes ao estudo em causa, que me escrevesse. Quase nenhuma informação de real valia chegou, apesar de centenas de cartas conterem material especulativo e suposições.
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Então, mais de um ano depois da publicação daquele livro, lá apareceu uma carta de um jornalista inglês aposentado. Seu nome era William Reginald Stewart e o que ele tinha a dizer era muito importante. Ele estava muitíssimo interessado no meu relato por ter verificado que eu descrevia a mesma magia que ele, nos seus dias de juventude, havia encontrado em uso por uma certa tribo da Berbéria, nas Montanhas Atlas, ao Norte da África. Também, para sua maior surpresa, observou que as palavras havaianas usadas pelos kahunas, eram as mesmas, com exceção de diferenças de dialeto, que aquelas usadas para descrever a magia na África. Após ler o meu livro, ele havia feito uma busca nas suas notas amarelecidas pelo tempo e comparou as palavras que, conforme lhe haviam informado, pertenciam a uma linguagem de magia secreta. A palavra Havaiana "kahuna" aparecia como "quahuna" entre os Berberes e o termo havaiano para uma mulher kahuna, foi modificado de "kauna wahini" para "quahini". A palavra usada para um deus era aproximadamente a mesma nos dois idiomas: — "akua" e "atua" — assim como o eram um certo número de outras palavras que confrontamos. Como as tribos Berberes, falavam um idioma em nada relacionado com os dialetos da Polinésia, a descoberta da similaridade de magia e de língua usada para descrevê-la, ofereceu provas definitivas de que os dois povos, ou provinham da mesma origem ou haviam estado em contato nos tempos antigos. Stewart ouvira contar histórias desta tribo de Berberes e seus mágicos, enquanto explorava indícios de petróleo para uma companhia holandesa e correspondia com o Monitor de Ciência Cristã, como livre colaborador e autoridade no Norte da África. Entrando em férias, contratou os serviços de um guia e partiu à procura da tribo. Aconteceu que, de fato, ele encontrou a tal tribo, bem como "o mágico" que, no caso, era uma mulher. À força de muita persuasão, ele conseguiu fazer-se adotar como filho consangüíneo, a fim de obter os direitos de ser treinado na magia secreta. A mágica, cujo nome era Lucchi, tinha uma filha com a idade de
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dezessete anos, a qual estava justamente começando a receber treinamento e, assim, foi permitido a Stewart tomar parte no mesmo. O treinamento começou com as explicações sobre a história das tribos legendárias, durante as quais foi ensinado que doze das tribos que possuíam kahunas viveram certa vez, no Deserto do Saara, quando este ainda era uma terra fértil e verde, cortada de rios. Os rios secaram e as tribos mudaram-se para o Vale do Nilo. Uma vez lá, usaram sua magia para ajudar a cortar, carregar e colocar as pedras na construção da Grande Pirâmide. Naquele tempo, eles eram os legisladores no Egito e embriagaram todos os outros povos com a sua magia. A história continuou com a declaração de como foi previsto que um período de escuridão intelectual era chegado para o mundo e que o Segredo da sua magia corria o perigo de perder-se. A fim de preservá-lo, as doze tribos decidiram sair em busca de terras isoladas, as quais se dirigiram para preservar o "Segredo" (Huna), até que o tempo se incumbisse de preparar a sua volta ao mundo. Onze dessas tribos, depois de fazerem uma exploração psíquica e descobrirem as Ilhas do Pacífico desabitadas, locomoveram-se, através de um canal, para o Mar Vermelho; daqui, ao longo da costa d'África ou pela Índia, atingiram o Pacífico. Após muitos anos perderam-se os da décima segunda tribo. Esta, por alguma razão não esclarecida, decidira ir para o Norte e acampar nos fortes da Montanha Atlas. Haviam vivido lá por séculos, sempre preservando o "Segredo" e usando a sua magia, porém, como os tempos modernos chegaram, os kahunas haviam morrido todos, até que apenas um sobrevivia. Este último estava sendo representado pela Mestra Lucchi. Stewart achou que a tribo Berbere era hospitaleira, esmerada, muito inteligente, e possuidora de uma bela e velha Cultura. Falavam uma língua conglomerada, peculiar às tribos Berberes, contudo, quando chegou a hora de transmitir o antigo conhecimento de magia, outro idioma teve de ser empregado,
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porque somente neste poderiam ser encontradas as palavras apropriadas para dar nome aos elementos que, no homem, tornavam a magia possível. O jovem inglês estava já impedido pelas dificuldades da linguagem, tendo de adaptar o seu francês com aquele usado por alguns dos Berberes, tendo de se aprofundar Infinitamente, a fim de chegar a uma compreensão exata do que as palavras da chamada linguagem "Secreta" viriam a significar. Pouco a pouco, ele aprendeu as bases filosóficas da magia. A Professora fizera muitas demonstrações de sua magia curadora, bem como no controle de pássaros, animais ferozes, serpentes e até de temperatura atmosférica. Tudo corria verdadeiramente muito bem, a parte teórica havia chegado ao fim, sendo que a parte prática iniciar-se-ia em seguida. Então, numa tarde confusa, dois grupos invasores no vale abaixo do acampamento dos Berberes começaram a guerrear-se entre si. Uma bala atingiu Lucchi no coração e ela morreu quase instantaneamente. Sem professora e com a filha de Lucchi sabendo nada mais do que ele próprio, Stewart deu por encerrado o seu treinamento de maneira brusca. Apanhou suas anotações, despediu-se dos seus irmãos e irmãs, voltando às suas velhas ocupações. Trinta anos mais tarde, leu o meu relato e reconheceu as palavras havaianas mencionadas por mim, como sendo as mesmas que ele havia preservado durante tanto tempo em suas notas — exceção feita às mutações de dialeto. Isto ligou os kahunas havaianos com a África do Norte e possivelmente com o Egito. As lendas havaianas continham a história falada do povo. Nestas, é contado que os havaianos, certa vez, moraram numa pátria distante. Viram, através de vistas psíquicas, a terra do Havaí e partiram à sua procura. Sua viagem começou no "Mar Vermelho de Kane", o que leva a crer tenham eles vindo do Egito, pelo Mar Vermelho, assim chamado em nossos dias, em pelo menos três idiomas. A história oferece poucos detalhes da jornada daquele ponto em diante, a não ser para narrar como prosseguiram de terra para terra, em grandes canoas duplas. Quando as oito
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ilhas do Havaí foram encontradas desabitadas pelas turmas de reconhecimento, estas voltaram às ilhas mais próximas do Oeste, a fim de levarem consigo o restante da tribo que lá permanecera para descanso. Árvores, plantas e animais foram transportados em viagens subseqüentes, à medida que a tribo se ia instalando no Havaí. As viagens às ilhas do exterior cessaram por longo tempo e a isolação completa reinou. Então, quando o sangue real se esgotou, uma viagem foi empreendida às outras ilhas, a fim de trazer de volta um príncipe de sangue azul. Este trouxe consigo as suas favoritas e um kahuna. Este kahuna, se pudermos dar crédito à história, introduziu no Havaí uma forma contaminada de kahuanismos, o qual continha magia de pequena monta, e ordenou adoração aos ídolos, bem como a construção de templos. Esta contaminação permaneceu, com os seus ídolos e templos, apesar de haver kahunas conhecedores dos processos práticos de magia, os quais continuaram seu trabalho e preservaram seu "Segredo" numa forma quase genuína. As tentativas dos estudiosos da matéria para delinear as origens havaianas, através dos costumes e da linguagem não foram muito bem sucedidas. Existem onze tribos de Polinésios, todas falando dialetos de um mesmo idioma, porém, algumas possuem palavras, costumes e crenças de fácil identificação como sendo de origem Indiana. Por outro lado, palavras polinésias podem ser encontradas dispersas desde o Pacífico até o Oriente Próximo. Madagáscar também as possui, indicando haver estado em contato com um povo que falasse a língua Polinésia. Até no Japão, podem ser encontradas palavras e idéias Polinésias. Na Índia, pode ser observado um certo número de idéias ligadas com a magia kahuna, bastante modificadas e sem uso prático no momento, porém, ainda apontando para a mesma e geral diretriz. Com o inestimável auxílio prestado por Stewart e fazendo inteiro uso do que ele havia aprendido no Norte da África, estava eu apto a continuar a pesquisa. Pouco a pouco o "Segredo" foi reconstruído, pois, seus símbolos e práticas foram
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adaptadas às observações dos atos exteriores ou ritos dos kahunas, feitas pelo Dr. Brigham e, em menor grau, por mim próprio. Contudo, teria sido totalmente impossível assimilar os significados das palavras e dos ritos, não tivesse a moderna Psicologia e a Pesquisa Psíquica feito já certas descobertas básicas, sobre as quais repousassem maciças estruturas. As religiões também desempenharam papel de incalculável valor, porque, através delas, eu encontrei os remanescentes revolvidos da filosofia Huna original. Estes remanescentes, fora de forma como estavam, deram uma indicação de onde ir buscar os próximos informes, além de ajudarem a verificar outros materiais incertos à medida que eles surgiam. Logo depois da publicação do meu livro, passei a corresponder com um padre da Igreja de Inglaterra, o qual me havia escrito imediatamente após a leitura da obra e que estava procedendo a estudos psicológicos sobre a cura mental e espiritual. Seu interesse acerca do conhecimento dos kahunas aumentou e pouco tempo depois do meu contato com Stewart, o clérigo e um grupo de seus associados decidiram fazer experiências com a magia de cura dos kahunas.
Isto eles fizeram,
depois de muita troca de correspondência. Foram especialmente bem sucedidos em casos de obsessão. A família de um doente que fora curado, fizera uma oferta para financiar maiores experiências, e, assim, o clérigo e três de seu grupo empreenderam uma viagem à Califórnia, a fim de passar algum tempo comigo, discutindo sobre as melhores maneiras de prosseguir. Quando me deixaram, todos os planos estavam completos, até uma planta do edifício que deveria ser construído. Todavia, ao voltarem para a Inglaterra, estourou a segunda guerra mundial e os planos foram abandonados. Ao terminar a guerra, os fundos já não estavam mais disponíveis e o grupo curador dispersou-se. Tais experiências, conforme executadas, provaram que a reconstrução do sistema Huna está suficientemente completa para ser praticada pelas mãos de indivíduos possuidores de certas faculdades naturais e em condições de poderem
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dedicar o tempo necessário para aprender a usar o tal sistema. Constante e continuada prática, sob orientação apropriada, parece ser a principal condição. No Havaí, existe pouca ou nenhuma literatura digna de crédito a respeito dos kahunas. O pouco que existe, disponível em livros, artigos e panfletos, negligência completamente os mecanismos básicos que eu relatarei. Cada autor contradiz os outros e o confuso problema nunca se esclarece. Os meus próprios estudos, bem como os do Dr. Brigham são quase desconhecidos nas Ilhas e os exemplares do meu primeiro livro são conservados cuidadosamente trancados na Biblioteca de Honolulu, sendo tirados apenas quando requisitados por alguém que saiba que eles estão lá. Devido a concepções errôneas e ainda por causa do real perigo que se prestava antigamente a "oração da morte", a atitude geral dos residentes é um dos fatores que encorajam a negação da magia kahuna, ou, a não ser isto, a velha política de não se mexer com o que está quieto. Com estas observações introdutórias, continuarei agora a minha tarefa de aprender o sistema Huna, em todos os seus detalhes e com as provas disponíveis quanto à sua exatidão, como sendo um conjunto prático de fatos científicos.
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Capitulo II
Passeio sobre o fogo como introdução à magia
Huna é um sistema aplicável a magia A aplicabilidade do huna independe dos credos religiosos. Prova que a magia é um fato. Caso 1: Dr. Brigham passeia através da lava candente. Caso 2: Magico teatral usa a magia verdadeira. Caso 3: Dr. John H. Hill, prof. de história bíblica De U.S.C., descreve o passeio no fogo. Caso 4: O passeio no fogo em Burma. Caso 5: O passeio no fogo dos Igororots. Caso 6: A magia japonesa do fogo cura artrites. Imunidades ao fogo através da magia.
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CAPITULO II Existem duas considerações que fazem com que o sistema psíquico religioso do "Segredo" (Huna) se torne bastante importante e o situam à parte dos sistemas modernos, tanto de religião como de psicologia. Primeiramente e acima de tudo, ELE DA RESULTADO. Deu resultado para os kahunas e deverá dá-lo também para nós. Em segundo lugar, e de menor importância, é o fato de que ele oferece resultados sejam quais forem às crenças religiosas dos homens. O mais belo exemplo de espetáculo de magia, que funciona perfeitamente nas mãos de todos e quaisquer religiosos ou ainda nas mãos de pagãos e selvagens, é o PASSEIO SOBRE O FOGO, o qual tem sido praticado durante séculos e que continua a ser praticado ainda hoje em muitas partes do mundo. O passeio sobre o fogo possui também um outro particular que o recomenda. Trata-se de pés humanos sobre carvão em brasa ou sobre outro qualquer material queimando, como, por exemplo, pedra, ou mesmo pura labareda. Nenhum mistério existe quanto aos pés ou quanto às substâncias em chamas. Submetidos ao mais acurado exame não se verificam sensações dolorosas, e ficam excluídas quaisquer estratagemas ou fraudes. Em adição aos pés e ao calor, há um terceiro elemento que não pode ser visto, testado ou examinado, mas real e isento de truques. Este terceiro elemento é o que eu chamo de "MAGIA", na falta de melhor palavra que lhe sirva de nome. Este terceiro elemento encontra-se efetivamente presente quando os pés tocam o calor e as queimaduras não aparecem. Durante pelo menos dois séculos, tem-se guerreado firmemente toda e qualquer superstição. O crescimento das ciências dependia da habilidade dos cientistas em lutar contra superstições, assim como contra os tabus e os dogmas religiosos. Hoje, todavia, a negação científica dos fenômenos psíquicos e
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psicológicos tornou-se um tabu dogmático da própria ciência. Nossas escolas, bem como nossa imprensa, têm envidado esforços dos maiores para desacreditarem tudo o que não sabem explicar, sob a facílima declaração da "Negra Superstição". Por causa desta atitude, a maior parte das pessoas têm sido levadas a crer que toda a magia, e, especialmente, certos espetáculos como o "passeio sobre o fogo", são fraudes do princípio ao fim. Se desejar que esta minha narrativa mereça uma oportunidade de aceitação, deverei provar que a magia é um fato. E o provarei. Ao leitor, entretanto, que de antemão decidiu que tal prova não poderá ser dada, direi apenas o seguinte: Leia este livro de qualquer modo. Ele oferece material novo e interessante para pensar, além de ser um entretenimento, quando mais não possa ser. E, quando a leitor terminar de lê-lo, procure, se possível, dar melhores respostas dos que os kahunas deram a tão excitantes perguntas. Em meu relato, mencionarei o maior número de provas evidentes, sob títulos correspondentes a cada caso, com notas preliminares de introdução e um comentário na parte final. Para o primeiro caso, escolhi uma das investigações e observações feitas pelo Dr. Brigham.
Caso N.º 1
Notas Preliminares:
A explicação comum para o “passeio sobre o fogo" é que os pés são tão calosos que não podem ser queimados, ou, ainda, que eles estão enrijecidos por alúmen ou qualquer outro produto químico. Também se costuma dizer que o carvão ou a rocha quente são cobertos com uma camada de cinzas que não estão suficientemente quentes para queimar etc. Harry Price, ao tentar explicar "o passeio
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sobre o fogo" de Kuda Bux (Um muçulmano da Caxemira) perante o Conselho de Investigação Psíquica, da Universidade de Londres, em 1936, escreveu:
"É quase desnecessário frisar que, andando rapidamente, o pé inteiro não é posto em contato com o solo e, retirado no mesmo instante, evita que alguma parte da pele toque as substâncias incandescentes por mais de meio segundo".
No caso a ser apresentado, notar-se-á que nenhuma destas explicações é adequada. Relatarei conforme o registro de minhas anotações, logo após ouvir a narrativa do Dr. Brigham pela primeira vez. Para dar-lhe maior evidência, procurarei reproduzir as palavras e expressões do Dr. Brigham:
O Caso:
"Quando a erupção começou" — diz o Dr. Brigham — "eu estava em Kona do Sul, Napupu. Esperei alguns dias, e quando vi que continuava firmemente, mandei uma mensagem aos meus três amigos kahunas, os quais haviam prometido deixarme "passear sobre o fogo" sob sua proteção, pedindo-lhes que me encontrassem em Napupu, a fim de podermos ir até à torrente e tentar passear sobre a lava”. “Demorou uma semana até que eles chegassem, pois precisavam vir de kauaí, viajando em canoa. E mesmo quando chegaram, não pudemos começar imediatamente. Para eles, o importante era a nossa reunião, e não aquele assunto tão simples como um pequeno passeio sobre o fogo. Nada era tão
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importante quanto conseguir um porco e fazer uma grande "luau" (festa nativa)”. “E foi mesmo uma grande "luau". Metade de Kona se convidou a si própria. Quando a festa terminou, tive de esperar mais um dia, até que um dos kahunas ficasse suficientemente sóbrio para poder viajar”. “Era já noite quando partimos, depois de haver esperado uma tarde inteira, a fim de nos livrarmos de todos aqueles que, tendo ouvido falar do que se tratava, queriam ir também. Tê-losia levado a todos, se não fosse a minha incerteza quanto ao fato de que eu andaria mesmo sobre a lava quente, quando a ocasião chegasse. Havia visto estes três kahunas correrem descalços sobre pequenas torrentes de lava, em Kileauea e a lembrança do calor em nada me encorajava”. “Na ida, a minha caminhada foi árdua, pois subimos o declive e enveredamos através de torrentes de lava já solidificada, rumo às florestas superiores. Os kahunas usavam sandálias, mas, mesmo assim, no rescaldo de lavas antigas, as partículas pontiagudas e ainda quentes feriam seus pés. Tínhamos sempre de esperar até que um ou outro procurasse um lugar para sentar e remover do pé qualquer pequenina brasa”. “Entre as árvores e os arbustos estava tudo escuro como piche. Caíamos nos buracos ou por cima de raízes. Desistimos após certo tempo e deitamo-nos num túnel de lava solidificada, durante o resto da noite. Na manhã seguinte, comemos um pouco de nossas ervilhas e peixe seco e depois saímos em busca de mais água. Isto nos tomou algum tempo, pois não
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existem nascente ou cursos d'água naquelas paragens e nós tínhamos de andar à cata de poças d’água pluvial, nas cavidades das rochas”. “Até o meio dia, prosseguimos subindo, sob um céu cinzento, com o cheiro de fumaça de enxofre ficando cada vez mais forte. Aí então, mais ervilha e mais peixe. Cerca de três horas da tarde, chegamos à fonte da torrente”. “A vista era grandiosa. A cratera quebrara-se justamente no lado da montanha, acima da floresta e a lava jorrava de várias aberturas, elevando-se num surdo estrondo, até duzentos pés de altura, para depois cair e escavar uma grande piscina borbulhante”. “A Piscina drenava-se na parte mais baixa, formando a torrente. Uma hora antes do pôr do sol, descemos seguindo o fluxo da lava, em busca de um local onde pudéssemos realizar a nossa experiência”. “Como de costume, a torrente havia seguido atalhos ao Invés de vales e havia construído paredes laterais com a própria escória. Estas paredes mediam até mil jardas de largura e a lava quente corria entre elas, num canal lavrado na rocha”. “Escalamos aquelas paredes por diversas vezes e atravessamo-las, a fim de dar uma vista d'olhos por sobre a lava. A superfície de escória estava já suficientemente resfriada para que pudéssemos andar por sobre ela, porém, aqui e acolá podíamos ver através das fendas do solo a ignescência vermelha das. substâncias em combustão na sub-crosta. Tínhamos sempre de evacuar os lugares onde chamas
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descoradas surgissem como jorros de gás, em meio da luz vermelha que se filtrava através da fumaça”. “Descendo para a floresta, sem encontrar um lugar onde a torrente fosse bloqueada e o curso represado ainda que periodicamente, acomodamo-nos outra vez para a noite entrante. Na manhã seguinte prosseguimos e, dentro de poucas horas, encontramos o que procurávamos. O fluxo atravessava uma faixa de terreno mais nivelada, talvez com a largura de meia milha. Aqui, as paredes anexas corriam em terraços planos, com degraus abruptos de um nível para outro. Novamente, uma enorme massa disforme de escória flutuante, impediria o fluxo onde o escoamento começasse, fazendo com que a lava retrocedesse, espalhando-se depois como numa grande piscina. Em breve, a obstrução seria forçada e a lava drenada, deixando para trás uma bela e plana superfície sobre a qual poderíamos andar, quando estivesse suficientemente endurecida”. “Estacionando ao lado do maior de três fluxos, vimo-lo encher e esvaziar a sua piscina. O calor era intenso, naturalmente, mesmo em cima da parede de escória. Bem abaixo de nós, a lava vermelha corria como água, com a única diferença de que a água não poderia ficar tão quente e que a lava nunca produzia som algum, mesmo quando se movia numa velocidade de vinte milhas por hora, descendo uma escarpa. Esse silêncio sempre chama a minha atenção, quando eu vejo uma torrente de lava. Enquanto a água tem de fazer o seu curso sobre leitos pedregosos e projeções ásperas, a lava queima e
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destrói tudo, construindo para si um canal tão liso quanto à parte interna de uma peça de cerâmica”. “Como nós queríamos voltar para a costa naquele mesmo dia, os kahunas não perderam tempo. Eles haviam trazido folhas de "ti", e estavam todos prontos para entrar em ação tão logo a lava aguentasse nosso peso. (As folhas da planta chamada "ti" são universalmente usadas pelos praticantes do passeio sobre o fogo, onde quer que se encontrem, por toda a Polinésia. Possuem de trinta e cinco a sessenta centímetros de comprimento e são consideravelmente estreitas, com bordas cortantes como a erva-serra. Crescem numa espécie de tufo, no topo de uma haste, assemelhando-se a uma vassoura, tanto em tamanho quanto em forma)”. “Quando as pedras por nós atiradas à superfície da lava, nos mostravam que a mesma já estava bastante endurecida para suportar nosso peso, os kahunas se levantaram e desceram pela parede abaixo. Era muito pior do que um forno, quando atingimos o fundo. A lava estava enegrecendo na superfície, mas, em toda extensão, corriam descolorações produzidas pelo calor, que apareciam e desapareciam, assim como acontece durante o resfriamento do ferro, antes que o ferreiro proceda à submersão na cuba de têmpera. Deveras desejei não ser tão curioso. O mais leve pensamento de correr por sobre aquele inferno liso, até o outro lado, fez-me tremer... e lembrar-me de que eu havia visto todos os três kahunas locomoverem-se por sobre a lava quente, em Kileauea”. “Os kahunas tiraram suas sandálias e envolveram os pés em folhas de "ti", amarrando cerca de três folhas em cada pé.
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Sentei-me e comecei a amarrar folhas de "ti" por fora das minhas enormes botinas com as solas fixadas a prego. Eu não estava disposto a correr risco algum. Porém, deste modo eu nada faria, pois, deveria tirar as minhas botas e os meus dois pares de meias. A deusa Pele não concordava em salvar botinas do fogo e seria até um insulto se eu as usasse”. “Aguardei acaloradamente... e eu digo acaloradamente porque nós todos estávamos quase assados. Eu sabia que não era Pele que tornava possível a magia do fogo, e, assim, envidei meus melhores esforços para descobrir o quê ou quem era. Como de costume, sorriram de maneira enigmática e disseram que, naturalmente, o kahuna "branco" deveria saber o truque de conseguir "mana" força de qualquer natureza, conhecida dos kahunas, procedente do ar ou da água, usada nos trabalhos dos kahunas, e que nós estávamos perdendo tempo conversando a respeito de coisas que um kahuna nunca põe em palavras, o segredo passando de pai para filho somente”. “O resultado foi que eu me sentei resolutamente e recusei tirar as minhas botas. Em minha mente, eu imaginava que os havaianos podiam passear sobre a lava quente com pés descalços, mas calosos, eu poderia fazê-lo com as minhas solas de couro pesado para proteger-me. Lembrem-se de que isto aconteceu numa época em que eu ainda participava da idéia de haver alguma explicação física para o assunto”. “Os kahunas resolveram considerar as minhas botas como uma anedota. Se quisesse ofertá-las em sacrifício aos deuses, então, a idéia não seria má. Sorriram o tal sorriso
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amarelo entre eles e me deixaram amarrando as minhas folhas, enquanto começavam o cantochão”. “Os cânticos eram em havaiano arcaico e eu não pude compreendê-los. Era a costumeira "conversa com os deuses", passada palavra por palavra, desde incontáveis gerações. Tudo o que eu pude aprender foi que consistia de pequenas e simples menções à história legendária, intercaladas de exaltações de algum deus ou deuses”. “Quase fiquei assado vivo antes que os kahunas terminassem o cantochão, apesar de não ter durado mais que alguns poucos minutos. Súbito, o momento chegara. Um dos kahunas bateu na superfície flamejante da lava, com um maço de folhas de "ti", oferecendo-me a honra de atravessar em primeiro lugar. No mesmo instante, lembrei-me das minhas boas maneiras; eu estava inteiramente de acordo com o provérbio que diz: "Primeiro os mais velhos".” “A questão foi resolvida de uma vez por todas, com a decisão de que o kahuna mais idoso deveria ir primeiro, eu em segundo lugar e os outros lado a lado. Sem a menor hesitação, o mais velho do nosso grupo percorreu aquela superfície assustadoramente quente. Eu o observava boquiaberto e quando ele completava a travessia, uma distância de cerca de cento e cinqüenta pés, alguém me deu um empurrão, o que resultou na minha escolha de cair com o rosto sobre a lava ou começar a correr”. “Eu ainda não sei que espécie de loucura tomou conta de mim, porém, corri. O calor era inacreditável. Prendi minha respiração e o meu cérebro parecia parar de funcionar. Eu era
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jovem nessa época e podia facilmente correr minhas cem jardas. Se eu corri! Voei! Teria batido todos os recordes, porém, com os meus primeiros passos, as solas da minha bota começaram a queimar. Elas se enrolavam e encolhiam apertando os meus pés como uma tarraxa. As costuras se abriram e eu me vi com uma sola perdida e a outra batendo atrás de mim, presa a uma tira de couro unida ao salto”. “Esta sola batendo quase causou a minha morte. Embaraçou-me repetidas vezes e diminuiu a minha marcha. Finalmente, depois do que pareceram minutos, mas não deveriam ter sido mais do que poucos segundos, eu pulei para lugar seguro. Olhei para os meus pés e vi minhas meias queimando nas bordas enroladas do couro de cima das minhas botinas. Dei umas palmadas no fogo encoberto do tecido de algodão e, ao levantar dos olhos, dei com os três kahunas revoluteando numa só gargalhada, enquanto apontavam para o salto e sola do pé esquerdo das minhas botas, que jazia queimado e fumegante sobre a lava, em chispa”. “Eu também ri. Nunca me senti tão aliviado em minha vida, pois eu me encontrava salvo e não havia nem sequer uma bolha nos meus pés... nem mesmo onde eu havia batido o fogo das meias”. “Desta experiência, pouco mais há que eu possa narrar. Eu tive a sensação de imenso calor no meu rosto e no meu corpo, porém, quase nenhuma sensibilidade nos meus pés. Quando eu toquei a sola dos pés com as mãos, senti que estavam quentes, contudo, esta sensação eu a tive através das minhas mãos, porque os pés não acusavam tal sensibilidade.
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Nenhum dos kahunas apresentava uma simples bolha, apesar das folhas de "ti", amarradas aos pés, terem sido queimadas logo no início.” “Minha viagem de volta à costa foi um pesadelo. Ao tentar empreendê-la calçando umas sandálias feitas de improviso, de madeira verde aparada, fiquei mais impressionado do que no meu passeio sobre o fogo."
Comentário:
Eis aí a história do Dr. Brigham. Agora, sem dúvida, o prezado leitor estará interessado em saber como este cientista tentou descobrir o motivo de haver conseguido fazer o que fez. — "É magia"... — ele assegurou. "É uma parte da magia exercida pelos kahunas e por outros povos primitivos. Levei anos para chegar a essa compreensão, porém, esta é a minha decisão final, depois de longo estudo e observação." — Mas... — perguntei — o Sr. não tentou explicar o acontecido de outra maneira? O doutor sorriu. — Experimentei, certamente. Não foi trabalho fácil, para mim, chegar a acreditar na possibilidade da magia. Mesmo depois de estar bem certo, ainda sentia uma dúvidazinha bem dentro de mim, a respeito das minhas próprias conclusões. Apesar de haver tomado parte no meu passeio sobre o fogo, voltei à teoria de que a lava, uma vez resfriada, poderia formar uma superfície porosa e isolante. Por duas vezes, fiz experimentações com essa teoria, em Kileauea, quando havia pequenas torrentes. Em determinado caso, esperei mesmo até que a lava se resfriasse até ficar completamente preta, e, então, toquei-a com a ponta dos dedos. Todavia, apesar de a lava estar muito mais fria do que aquela sobre a qual eu andei, queimei bastante os meus dedos e eu havia tocado bem de leve na superfície.
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— E da outra vez? — perguntei. Ele meneou a cabeça e esboçou um sorriso culpado. — Eu deveria aprender depois desta coleção de bolhas, mas, velhas idéias são difíceis de demover. Eu sabia que havia andado sobre a lava quente, mas, ainda assim, não era sempre que acreditava na possibilidade de ter feito tal coisa. Quando, pela segunda vez, eu me deixei entusiasmar acerca da teoria da superfície isolante, retirei um pouco de lava quente sobre um pedaço de madeira, assim como alguém tira um pouco de melado numa colher de pau. E eu teria de queimar um dedo novamente, antes de ficar satisfeito. Não, nada de errado existe. Os kahunas usam magia no seu passeio sobre o fogo, bem como em muitas outras coisas. Há um conjunto de leis naturais para o mundo físico e outro para um outro mundo. E, experimente crer nisto, se você puder: As leis do outro lado são bem mais fortes, pois, elas podem ser usadas para neutralizar e reverter às leis do lado de cá. Neste caso, temos um controle mágico do calor, de tal natureza que não protegeu o couro pesado das botas do Dr. Brigham, mas protegeu os seus pés. Não existia qualquer solução química para proteger os pés dos que andavam sobre o fogo. Não existia nenhuma camada de cinzas sobre a lava, que pudesse isolá-la. A lava era tão quente que, mesmo correndo, num contato momentâneo das botinas com a lava, o couro queimara-se até se reduzir a crispas. O calor era muito mais do que suficiente para queimar os pés, em circunstâncias comuns.
Caso Nº 2
Um prestidigitador que usava magia pura.
Notas Preliminares:
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Surpreendente como parece, a magia real é, às vezes, usada no palco, ao invés dos supostos truques mecânicos, os quais, nós universalmente acreditamos serem usados. Neste caso, temos um homem que viaja acompanhando um parque de diversões, nada dizendo a respeito da magia usada por ele, a não ser para os que tenham inclinações e capacidade de aceitar uma declaração de fatos verídicos. Este cavalheiro e sua esposa ofereceram espetáculos de magia em Honolulu e, mais tarde, tiveram a bondade de tentar explicar a sua arte para mim, contando como haviam aprendido. Por agora, estamos interessados somente naquilo que eles fizeram e não em como fizeram. A chamada "magia do fogo", geralmente apreciada no palco, nos circos e nos parques de diversões, é uma pobre imitação daquela que passarei a descrever dentro em breve. Consiste, principalmente, de façanhas tais como segurar um cigarro aceso sobre a língua, introduzindo-o na boca, de maneira a evitar que o morrão toque a pele, ou encher a boca de gasolina, soprando os vapores à distância e acendendoos, sendo que isto se torna possível porque os vapores só queimam quando bem afastados dos lábios e depois de misturar-se com o ar.
O caso:
O mago do fogo de quem passarei a falar apresentou o espetáculo num pequeno recinto em forma de concha. Uma barreira separava-o da assistência, numa distância de três a seis pés. Seu aparelhamento consistia numa mesa de pinho, sobre a qual estavam uns poucos objetos que ele usava. A única parte de seu desempenho, na qual a verdadeira magia não era praticada, era quando seu pequenino cão saltava graciosamente através de um pequeno aro embebido em
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óleo e em chamas. Tudo era feito numa sequência rigorosa e os espectadores animaram-se para experimentar o calor de cada objeto, antes que o mesmo fosse posto em contato com a carne do mago. Todos os movimentos eram executados vagarosamente, sem a menor tentativa de truque ou fraude. As seguintes artes foram praticadas pelo mago em cada um dos dois espetáculos que eu testemunhei —: 1) Ele ferveu um copo d'água e bebeu-a rapidamente, enquanto ela ainda estava borbulhando e expelindo vapor. 2) Pedaços de madeira de pinho mole, da grossura de um dedo, eram levados às chamas de um fogareiro a gás, até que ficassem como carvão em brasa numa das pontas. Ele tomou seis destes pedaços de maneira, mordeu as extremidades acesas e mastigou-as. 3) Levou barras de ferro ao fogo até adquirirem cor vermelha brilhante no centro e então passou a língua pela superfície repetidas vezes, fazendo com que da sua língua nua, surgisse vapor de fritura.
4) Ele acendeu um maçarico de solda
comum; regulou a chama num cone cortante verde-azul; usou a chama para cortar barras de ferro várias vezes; entregou as barras e o maçarico à assistência para exame. Sem ajustar o maçarico de forma alguma, e, parecendo não ter proteção ou método para extinguir o fogo temporariamente, ele introduziu a chama em sua boca inúmeras vezes. Sua boca permaneceu aberta ao máximo e a chama podia ser vista a brincar desde o bico ejetor do maçarico até quando atingia seus lábios. 5) Ele aqueceu uma barra de ferro até que a mesma ficasse em brasa, segurou-a com as mãos nuas e trabalhou com ela, de uma maneira que qualquer outra pessoa haveria de ficar severamente queimada. Ele apanhou uma barra de ferro chata, ainda mais pesada e aqueceu-a até ficar vermelha no centro. Tomou entre os dentes a parte em brasa e, segurando as extremidades da barra com as mãos, dobrou-a para cima e para baixo duas vezes.
Comentário:
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O dobrar da barra presa entre os dentes do executante, fez com que eu os examinasse com bastante cuidado. Eram dentes fortes e não postiços. Este fato interessou-me grandemente, pois o ferro em brasa permanecera em contato direto com
os
dentes
superiores
e
inferiores
da
frente,
por
um
período
de
aproximadamente dez segundos. Apesar de ser este um dos "truques" do seu repertório, executado diversas vezes numa só noite, o esmalte dos dentes não estava partido, nem estes apresentavam qualquer danificação. Antes da repetição do espetáculo, um dentista uniu-se a mim. Ele afirmou que o contato com tal calor mataria os nervos e destruiria os dentes em circunstâncias comuns, bem como produziria uma dor intolerável, enquanto os nervos estivessem vivos. O resultado seria uma ulceração e os dentes teriam de ser extraídos. Raspamos as bordas dos dentes com um canivete, exatamente antes do segundo espetáculo, isto para nos assegurarmos de que nenhuma substância invisível, mesmo fina e transparente, estaria sendo aplicada. Questões sobre qualquer solução isolante do calor pareceram ainda mais improváveis, pois, a própria boca já era úmida. Outrossim, os bordos dos dentes dificilmente reteriam tal revestimento.
Caso Nº 3
Um Professor de História Bíblica Relata:
Notas Preliminares:
Em 21 de Fevereiro de 1935, assisti a uma conferência na Biblioteca Pública de Los Angeles. O orador era o Dr. John G. Hill, Professor de História Bíblica da Universidade do Sul da Califórnia. O assunto era "Passeio sobre o Fogo". Ele passara quatro estações nos Mares do Sul e ilustrou sua conferência com projeção
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de cenas que ele havia filmado. Narrou a sua viagem de Taiti para uma Ilha da vizinhança e depois catorze milhas por terra para apreciar um espetáculo de "Passeio sobre o fogo". Uma grande vala fora escavada, preenchida com toras de madeira e pedras, com o fogo ardendo entre elas por muitas horas, até que as pedras ficassem vermelhas
como
brasa. As invocações a "Nahine (mulher) dos
Céus" foram recitadas e então os executantes marcharam em redor da vala e fizeram sete travessias para frente e para trás. As folhas de "ti" foram usadas na cerimônia para "tirar o pó" das rochas. O Dr. Hill exibiu muitos filmes, focalizando os pés e a rocha quente, bem como cenas do grupo andando em fila indiana sobre as pedras. Ele mostrou um nativo que havia sido forçado a andar sobre a rocha quente como num severo teste para provar culpabilidade ou inocência de uma determinada falta. Como ele ficou horrivelmente queimado, os nativos decidiram ser ele culpado, a despeito das suas insistentes negações, e, assim, não mereceu a proteção da "Nahine dos Céus". Quando a cerimônia terminou, o Dr. Hill e seus companheiros brancos examinaram o calor da rocha, obtendo os resultados que aqui vão relatados: Período de tempo, durante o qual foi possível manter a mão a uma distância de um metro da rocha: onze segundos. Tempo necessário para que um feixe de ramos verdes e molhados começassem a arder depois de atirados sobre as pedras: treze minutos. Enquanto o teste de calor continuava, o chefe da magia convidava seus visitantes para empreenderem a travessia sobre o fogo sob sua proteção. Um dos brancos juntou-se aos nativos que estavam aderindo. E ele andou sobre a rocha quente. O Dr. Hill afirmou que as pedras estavam quase em brasa, naquele momento. Os sapatos do cavalheiro não foram queimados de forma alguma, nem foram os seus pés, porém, ainda que paradoxal, o calor intenso queimou o seu rosto de tal maneira que, dias mais tarde, a pele começou a descascar.
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No final da conferência, uni-me a um grupo selecionado, para ouvir o Dr. Hill responder às questões apresentadas. Pediram-lhe alguma possível explicação para o caso. Respondeu que estava totalmente incapacitado de dar qualquer explicação. Ele apenas podia supor que deveria haver alguma forma superior de atividade mental usada... alguma forma que pudesse evitar que o calor queimasse. Mostrouse também positivo em recusar aceitar sua própria suposição como um fato. As dúvidas de costume foram suscitadas, como por exemplo, quanto ao uso de alguma "solução oculta". Isto, o Dr. Hill reputou impossível, pela simples razão de que os sapatos do homem branco não haviam recebido tratamento algum e, com certeza, ficariam destruídos pelo calor, em circunstâncias comuns. Num esforço para elucidar o mistério, o Dr. Hill narrou um outro "passeio sobre o fogo" presenciado por ele, porém, não fotografado. Aqui um jovem branco, tido como "bastante místico", declarou que, se a magia dos negros os protegia, o seu Deus também o protegeria. Ao argumentar com o mago encarregado, este respondeu em tom amigável, porém entre risos, que, então, iniciasse à travessia sem receio. Sem dar ouvidos aos protestos dos ouvidos aos protestos dos outros turistas, o jovem rapaz tirou os sapatos e as meias. Aproximou-se do local com expressão firme... tentando, evidentemente, concentrar na sua tarefa e manter constante a sua fé. Ele acompanhou o mago e estava continuando perfeitamente quando uma briga de cães começou bem ao lado da vala. Por um momento, ele relanceou o olhar para aquela direção. Subitamente, levantou o pé, mas, o seu rosto readquiriu a firmeza anterior e continuou a travessia. O pé erguido foi visto mais tarde com uma enorme bolha na sola. O Dr. Hill responsabilizou-se pela veracidade destes dados, todavia, não quis fazer comentário algum sobre sua possível significação.
Comentário:
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Para os que não tenham tido oportunidade de ver os filmes noticiosos a respeito de "Passeio sobre o fogo", mostrados em 1934, fornecerei as seguintes fontes de informação escrita e fotografada: O livro "A Colônia de Fiji", editado por A.A. Wright e publicado pelo Governo de Fiji, contém diversas e ótimas ilustrações de passeio sobre o fogo. Como comentário sobre a influência da atitude científica, no que concerne a quaisquer publicações oficiais, encontramos, neste livro, apenas um único parágrafo, para descrever a melhor atração turista de Fiji. Este parágrafo oferece uma pobre afirmação dos fatos, nada mais. Outro livro mais facilmente encontrado nas bibliotecas é o "Seatracks of the Speejacks". Em meio ao enredo escrito por Jeanne Gowen, poderão ser encontradas fotografias e descrições completas dos magos do fogo e seus trabalhos. No livro de Herbert MacQuarrie, "Dias em Taiti" (George H. Doran Co., 1920), um capítulo inteiro é dedicado ao relato do passeio sobre o fogo e são ali mostradas cinco fotografias dos executantes, a multidão e a vala, bem como do espetáculo em si.
Caso Nº 4
O Passeio Sobre o Fogo, como ritual religioso em Burma
Notas Preliminares:
No Havaí, durante grande parte da minha estada nas Ilhas, eu vivi de uma loja de arte e "kodak", que eu possuía em Honolulu. Entre os meus clientes, no ano de 1929, havia um inglês que viajara ao redor do mundo. Ele carregava consigo uma
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câmara cinematográfica de 16 mm e estava sempre ansioso para filmar qualquer coisa fora do comum. Já o conhecia de alguns dias quando, certa manhã, ele se aproximou de mim perguntando se, no Havaí, nada existia que fosse considerado fora de rotina e que ele pudesse filmar. Evidentemente, eu sabia de muitas coisas fora de rotina, contudo, era impossível dizer-lhe aonde ir para conseguir fotografias de um kahuna desempenhando a sua tarefa de magia. No curso da nossa conversa, ele mencionou o fato de haver oferecido propina aos sacerdotes de um certo templo em Burma, para se poder esconder numa das sacadas e filmar o famoso e misterioso passeio sobre o fogo dos devotos da deusa "Agni". Solicitei que me contasse a história e me desse oportunidade de ver as cenas filmadas. Imediatamente, ele foi ao hotel onde estava hospedado e trouxe os filmes. Transmitirei, agora em detalhes, o que vi e o que me foi narrado naquele dia, na minha pequena sala de projeção. O caso: — Você vê — disse meu amigo, com todo o esfuziante entusiasmo de quem está para admirar a maravilha das maravilhas. — Não somente relato as coisa como também gosto de filmá-las. É uma boa coisa que eu faço. Agora, veja este filme que vou mostrar. Se não tivesse o filme, eu próprio pensaria não ter visto esses espetáculos! O que vi é impossível! É contrário à natureza! Qualquer um dirá a você que isso não acontece. Até contarei a você que... e eu vi com os meus próprios olhos ainda há três meses. — Ele fez uma pausa para esperar que eu alinhasse o projetor. E me esforcei para mostrar surpresa e mistificação adequadas. — Bem, — continuou em tom solene — ligue o aparelho. Veja se pode acreditar no que a câmara apanhou. Puxei duas cadeiras e liguei o comutador. Na tela armada no fundo da sala de projeção, as sombras com expressão de vida começaram a tomar forma, iluminando-se e movendo-se.
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— Aquilo, — explicou o meu novo amigo — é a parada. Teve lugar antes do ritual no paço do templo. Ali vai um grupo de candidatos que têm sido treinados durante anos para a iniciação do culto da deusa Agni. Estranhos mendigos aqueles negros. Veja as expressões esquisitas dos seus rostos. À medida que marcham, todos eles parecem estar com o pensamento firme em alguma coisa. Jamais demonstraram notar a multidão que afluíra, louca de entusiasmo, apenas para admirá-los. Parece que as esperanças de todos consistem em conseguir aprontar-se para um dia chegar a andar por sobre o fogo... Grande honra! Empreenda a travessia uma só vez e você estará acomodado para o resto da vida. É que, então, você passará a ser tido na conta de sacerdote ou semi-deus. Todos os sacerdotes do templo tiveram de andar através do fogo, para conseguir seus empregos. — Como é que eles fazem isso? — perguntei eu, enquanto apreciava a longa parada a se mover com todo o seu aparato oriental. — Você teria imenso prazer em saber! E eu não o teria? — O que você acha? — pressionei de minha parte. — Como poderia saber? Tentei arrancá-los dos sacerdotes, mas eles me tapearam, eu acho. Disseram que a religião deles era a única verdadeira e que o passeio sobre o fogo provava isso. Disseram também que nenhuma outra fé religiosa possibilitava aos devotos andarem por sobre o fogo. O que eles queriam que eu acreditasse era que o deus deles guardava os pés dos puros e dos sagrados para que não se queimassem. Os que ainda não eram suficiente e completamente puros sairiam queimados. — Súbito, ele apontou para a tela. — Vê esse sujeito? Ele é o tal que eu consegui afastar um pouco para conversar, mais ou menos ao tempo em que a parada estava marchando por toda a cidade. Bela escolha. Realmente bastante esportivo, e era esperto, também. — O que você quer dizer com isso? — aventurei. — Não era como a maior parte dos outros mendigos... sempre desconfiados e odiando caras brancas. E, com o adjetivo "esperto", eu quero dizer que ele teve o
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grau de astúcia necessária para fazer de conta que acreditava em mim, quando lhe disse que gostaria de estudar a sua religião para ingressar nela. A princípio, pensei que ele fosse desatar a rir na minha cara, mas, fiz com que o dinheiro tilintasse no meu bolso e ele passou a ouvir-me seriamente. — Talvez ele tenha mesmo tomado a sério o seu caso... — ponderei, ainda observando a parada que continuava a passar na tela. — Não era tolo... não, aquele. Ouviu o tilintar do dinheiro, e quando eu lhe disse que ingressaria na religião e que pagaria bem se tivesse permissão de ver o passeio sobre o fogo com os meus próprios olhos, ele aceitou a minha intenção. Insisti em oferecer um bom donativo para a sua igreja ali mesmo. Ele me agradeceu e mandou que o encontrasse daí a pouco, numa porta lateral do templo. Logicamente nada disse a respeito de trazer comigo a minha pequena câmara de filmar. A cena da tela mudou subitamente e a parte interna do paço do templo apareceu. Era um vasto recinto circundado por altas paredes. Pouco abaixo de nós e num dos lados, estava uma enorme pilha de carvão vegetal, que ardia irradiando intenso calor. Tinha, talvez, cinquenta pés de comprimento por cinco de altura. Homens, munidos de ancinhos, começavam a espalhar a fogueira, formando uma estreita e longa plataforma de brasas, conforme eu próprio via. — Foi aí... — gritou o meu amigo inglês. — Encontrei o meu sacerdote e entrei com a minha câmara sem que ele soubesse. Ele me levou a uma sacada e me escondeu atrás de algumas cortinas de bambu. Dei mais alguns donativos para a igreja e ele foi embora. Em um minuto, eu arranjei, na cortina, uma pequena abertura para a lente e outra para o visor. Minha câmara estava carregada e pronta e, então, tratei de pôr mãos à obra imediatamente. — Filmei a cena inicial e final de espalhamento e remoção das brasas... — continuou ele, quando a cena mudou. — Vê? Agora eles já terminaram o serviço e estão alisando a cama. Cerca de seis polegadas de profundidade. O carvão havia
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estado a queimar durante dez horas, disse-me o tal sacerdote. Quente como o Inferno! Estava tão quente, mesmo lá atrás da cortina de bambu que eu quase não podia suportar. E veja como os espalhadores têm de trabalhar com os rostos afastados e como eles têm de virar os corpos de lado para lado, constantemente, para não ficarem tostados. Calor selvagem! — E agora, observe aquele portal, nesta cena. Comecei a filmar quando ouvi barulho do lado de fora. Eu sabia que a procissão estava para chegar. Ali estão eles! Sacerdotes à frente e candidatos a seguir. Todos os candidatos são homens, pois as mulheres são pecaminosas demais para chegar a ficar purificadas. Muitos dos homens já são idosos. Quarenta e três, eu contei, E veja seus rostos... parece que caminham para o chá da tarde, imbuídos que estão das suas mais polidas maneiras. Aqueles sujeitos grandalhões de uniforme são os guardas "sikh". São encontrados em todas as possessões inglesas. Não pertencem ao templo; porém, as autoridades mandam-nos acompanhar os ritos, para manter a ordem. Você os verá exercendo o cargo daqui há pouco. Conforme observei, a procissão penetrou no paço. Os candidatos agruparamse num canto da plataforma de brasas faiscantes. Atrás deles, uma pequena multidão de homens, mulheres e crianças, todos em grande entusiasmo. Os Sikhs moveram-se vagarosamente através do povo, cassetete em punho. Os sacerdotes circundaram o fogo e foram ao encontro de um outro grupo de seis que vieram do templo e estavam tomando seu lugar no lado oposto do braseiro. Nas mãos de cada um dos seis, estava um azorrague com inúmeros relhos. Entre eles e o fogo havia uma faixa divisória cheia d'água, sulcada no próprio pavimento, porém, não muito profunda. Media, aproximadamente, seis pés de largura, quatro polegadas de profundidade e dez pés de comprimento, estendendo-se por todo o lado da plataforma flamejante. — Para que são os chicotes? — perguntei. — São para manter os executantes fora da água?
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— Você verá em breve... — apressou-se a responder. — Parece que quando eles saem do fogo e pisam na água, os sacerdotes têm de bater-lhes, para que, embora por um segundo, deixem de pensar na queimadura dos pés. Indaguei ao sacerdote, contudo, não entendi o que ele tentou explicar-me... era qualquer coisa de velhos costumes ou tradições. — Nem o açoite os fere... nem o fogo os queima... não é? — inquiri. — Os açoites, sim. Deixam as costas cortadas, muitas vezes. Mas, não tire os olhos da tela. Vê? Todos estão orando agora... fazendo uma porção de encenações engraçadas e tolas. Estão orando à deusa Agni para proteger os puros e queimar os impuros. Deram-me arrepios... A câmara voltou à projeção da cena do grupo silencioso dos candidatos. Não tomavam parte nas orações, simplesmente esperavam. Como vestuário, usavam apenas tangas. Então, um velho corcunda ergueu a mão como se estivesse a cumprimentar alguém entre a multidão na retaguarda. Voltou-se e andou vagarosamente até a passagem que dançava e flamejava ante ele. Cruzando as mãos e levantando o rosto como num apelo ao Céu, caminhou calmamente para o braseiro. Eu prendi a respiração. Com passo firme e seguro, ele avançou através do fogo, rumo à extremidade oposta, onde os sacerdotes o esperavam. Mal podia respirar diante do que via. Seus pés deixavam marcas negras que diminuíam lentamente, desaparecendo logo depois. Sempre em frente ele caminhava, nunca mudando as passadas. As ondas de calor que o envolviam, tornavam-no um tanto místico e irreal, fazendo com que ele parecesse mais uma aparição do que um homem. À medida que observava cheio de pasmo, meu assombro tisnava-se de dúvida. O que estava vendo, era uma impossibilidade. Porém, o término daquela medonha caminhada chegou, finalmente. Saindo da plataforma incandescente, o velho pisou dentro d'água e, no mesmo instante, dois sacerdotes seguraram-no pelos braços. Os cruéis açoites fustigaram por três vezes aquelas costas negras e nuas, deixando-as cortadas. O velho torcia-se de dor. Dois
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outros sacerdotes conduziram-no às pressas para fora, sentando-o num banco junto à parede. Examinaram seus pés, acenaram com a cabeça e, rapidamente, voltaram aos seus lugares. A câmara rodou e focalizou outro candidato, no momento que ele pisava sobre as brasas. Era um homem de meia idade e magro. Seu rosto estava voltado para os sacerdotes à espera, as mãos fechadas balançavam ao longo do corpo. Com longas e rápidas passadas ele deu início ao seu teste. O passo apressou-se ainda mais. Sua cabeça tombou para trás, erguendo a face de maneira a desviá-la do calor. Na metade do caminho, ele passou a andar mais e mais depressa. Súbito, as passadas degeneraram num trote ligeiro. O trote aumentou em velocidade, transformando-se numa verdadeira corrida, e, quando o candidato chegou ao fim da superfície chamejante, saltou freneticamente dentro d'água. Nem bem saltara já os látegos brandiam. E os açoites caíam sibilando, forçando o executante a manter-se dobrado, conforme se atirara nos braços fortes dos dois sacerdotes. A câmara focalizou o candidato seguinte. — Aquele segundo homem estava queimado? — hesitei. — Não. Apenas três saíram queimados de todo o grupo; — foi a abstrata resposta. — Olhe para este! — ordenou o meu amigo. Um velho, muito fraco e muito encurvado, havia entrado no fogo. Suas mãos estavam estendidas para o Alto, como implorando auxílio. Depois dos primeiros passos, ele começou a vacilar. Continuou hesitante, saltou no ar, afocinhou de maneira selvagem e caiu de uma vez. No mesmo instante, assistentes munidos de longos ganchos à guisa de dragas, postaram-se à beira do braseiro. Trabalharam freneticamente rolando o corpo fumegante para fora. Dragaram-no perfeito, mas, com brasas aderindo à carne queimada. Uma jarra d'água foi derramada sobre o corpo ainda em forma. Levantaram-no depois, carregando-o prontamente. — Estava morto antes que o tirassem; — disse uma voz grave à altura do meu cotovelo.
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E eu comentei sorrateiramente, tendo esquecido de meu amigo, por um momento: — E não pararam... continuam sempre... Um sinal conectivo passou pelo projetor e a câmara começou a mostrar um homem sendo castigado. De repente, apanhou um outro candidato no lado oposto. Este acabara de entrar no fogo e, em seus braços trazia um menino. O garoto tinha pouco mais de seis anos e vestia uma tanga somente. Suspirei horrorizado. Porque uma criança haveria de ser posta em perigo? O que aconteceria se aquele homem tão alto e tão magro caísse? Mais uma vez, prendi a respiração. E o homem parecia não querer correr. Estaria louco?
— Ele o conseguirá; — meu amigo deu-me coragem. Afundei novamente na minha cadeira. E o homem prosseguia sempre e sempre, deliberadamente. O menino, por vezes, aparecia vagamente, outras, de maneira mais clara, pois o clarão do fogo aumentava
e
diminuía,
de acordo com as correntes de ar.
Uma das mãozinhas descansava calma e confiantemente no ombro nu do homem. A criança não aparentava sinais de medo ou receio. Nunca se apressando ou descuidando, o homem chegou ao fim com passadas firmes. Pisou na água. Um só açoite caiu sobre suas costas. E ele ergueu o menino bem alto para que não fosse atingido pelo chicote. O seu gesto deixou transparecer algo semelhante a um grande amor, sublimado pelo triunfo. A câmara acompanhou-o até que ele pusesse a criança de pé e a encaminhasse para longe do fogo, junto à parede. Súbito, a película começou a mudar de cena para cena rapidamente. Os homens corriam ou andavam uns poucos passos sobre o fogo e desapareciam. — Acabava-se o meu filme; — explicou uma voz junto ao meu ouvido. — Apenas focalizei as cenas mais importantes. Mas, agora, olhe... apanhei mais um dos que se queimaram. Ali vai ele! Do lado de fora, gritando, dentro d'água. Não adianta bater-lhe. O sacerdote disse que ele não voltará a andar. Agora, observe isto... vê aquele Sikh? Está vendo o que aconteceu? O povo enlouqueceu, num
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frenesi de fanatismo religioso e querem todos experimentar andar sobre o fogo. Vê aqueles Sikhs com os cassetetes? O que seria se eles não estivessem lá para conter a multidão? O povaréu se arrastaria para o fogo! Ouviu-se o "click” do filme dentro do projetor e na tela, brincaram o branco e o preto. A película chegara ao fim. — Como se sente? — perguntou o inglês, curioso. — Um tanto transtornado; — respondi sinceramente. — E eu não estava! — exclamou. — Vi isso com meus próprios olhos! Por um pouco, eu teria entrado para o templo. Isso convence. Durante uma semana, lutei para esquecer. É como ter visto um fantasma ou coisa que o valha. Você não pode concatenar as idéias. Você fica tonto. Não pode voltar ao equilíbrio antigo. Perguntase a si próprio, se não se está completamente errado... não pode superar a idéia de que exista, nisso tudo, qualquer coisa mais do que um simples truque. — Então você realmente acredita que é um truque? — perguntei. Seguiu-se um longo momento de hesitação. — Quê mais pode ser?... Mas, como poderiam os pedintes usar qualquer coisa mais nos pés, que não se gastasse ou saísse depois de desfilarem descalços durante meio dia?... E como somente alguns se queimaram, se todos usavam a mesma proteção nos pés? — Talvez eles saibam melhor do que nós, o que está atrás de tudo isso; — sugeri. O meu amigo acenou com a cabeça vagarosamente. — Quase entrei para o templo... só para descobri-lo...
Comentário:
Neste caso, parece que os sacerdotes não usaram magia em nome dos executantes, porém, deixaram que eles usassem suas próprias forças tanto quanto
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podiam. Tornou-se evidente que alguns não eram ainda bons magos, afora qualquer significação religiosa do problema. Como consideraremos, eventualmente, um ponto muito importante com referência à natureza da "purificação" dos pecados, na sua relação com a habilidade de desempenhar a magia do fogo, eu apresentarei agora um breve caso a respeito dos descendentes dos chefes caçadores Igorotas.
Caso Nº 5
Os descendentes provam que seus chefes caçadores ancestrais, praticavam o passeio sobre o fogo com segurança.
Notas Preliminares:
Nas Filipinas, os Igorotas praticam o passeio sobre o fogo, desde séculos. Eles também sempre foram chefes--caçadores. Uma emboscada ao inimigo para decepar-lhe a cabeça não é ação que os devotos de Burma considerem como ajuda à "purificação", porém, os Igorotas parecem não estar a par disto. Aqui, vemos os descendentes do pequeno povo de pele negra avermelhada, usando a magia do fogo com o mesmo sucesso dos seus ancestrais. Meu amigo, o Sr. George Dromgold, os viu trabalhar e a descrição das suas façanhas oferece-nos a cena costumeira da rocha quente, ramos verdes nas mãos e pés nus pisando em pedras intensamente quentes, sem resultantes queimaduras.
Comentário:
Este caso é principalmente importante para mostrar que os chefes-caçadores praticaram o passeio sobre o fogo e a arte foi transmitida até os Igorotas de hoje.
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Também relevante, embora em segundo lugar, é o fato de que a magia pode ser praticada em países civilizados, longe da planta favorita chamada "ti", que é tão vastamente usada em cerimônias desta natureza por toda a Polinésia.
Caso Nº 6
Um curador Japonês usa a Magia do Fogo.
Notas Preliminares:
Nos casos passados tivemos as duas melhores formas conhecidas de magia do fogo. Para uma terceira, deveremos observar uma forma menos propalada, porém, mais prática: a magia do fogo para curar certos tipos de moléstia.
O caso:
Em 1928-1929, chegou a Honolulu um japonês curador. Ele anunciou suas forças e começou a prática de curar. A sua especialidade era o tratamento da artrite. Ele aquecia as pedras a tal ponto que, em circunstâncias comuns, elas queimariam a carne. Pelo uso da magia — de conformidade com o que mais tarde admitiu em Juízo — as pedras poderiam ser acamadas em redor de uma juntura afetada e a doença curada. Havia inúmeros casos tratados por ele com sucesso, notadamente o caso de um ricaço americano, o qual não podia andar desde vários meses, por causa do artritismo nos joelhos. Após o tratamento com as pedras quentes, aplicado pelo curador japonês, recuperou o completo uso dos joelhos.
Comentário:
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Este caso é importante para os nossos estudos e provas, porque os respectivos autos são preservados como documentos forenses. Depois de haver praticado a magia, durante algum tempo, em Honolulu, o japonês foi detido por instigação dos médicos. Foi processado por estar praticando medicina ilegalmente, todavia, como nunca receitara medicamento algum, a alegação contra ele foi a de ser kahuna. O tribunal que o julgou não estava interessado em evidenciar-se ser o tratamento eficiente, quando o dos médicos locais não era. Em sua defesa, o japonês alegou que estava praticando magia e não medicina. A magia não é admitida em nenhum foro civilizado. Ele admitiu que havia usado pedras quentes na cura. Isto foi o bastante. Foi multado e preso como kahuna. Mais tarde, foi deportado. Se houvesse qualquer fraude por parte do japonês curador, não seria mais razoável que ele as admitisse do que preferir ser preso por tempo mais longo, só porque insistiu em afirmar que usara magia verdadeira? Logicamente, para negar a sua magia, seria necessário que o curador mostrasse como os truques eram feitos e isto era qualquer coisa impossível, uma vez que os truques não existiam.
Sumário:
Sob a classificação de "imunidade contra o fogo através da magia", deve ser mencionados, outra vez, os inconcludentes testes do passeio sobre o fogo, levados a efeito um pouco antes da Segunda Guerra Mundial, pelo Sr. Harry Price e seus
A lei do Havaí, concernente à cura através do uso da magia, prevê: “Secção 1034 — Sortilégios — Penalidade: Qual quer pessoa que tentar a cura de outra pela prática de sortilégios, feitiçaria, (ananna, hupiopio, huunauna ou humanamana — termos que descrevem a prática dos kahunas havaianos) ou outros métodos supersticiosos ou fraudulentos, sofrerá, uma vez provada a sua prática, uma multa nunca menor do que cem dólares ou prisão que não exceda seis meses de trabalhos forçados”. Existe ainda uma outra parte da lei que classifica o kahuna como charlatão, imputando-lhe a pretensão de querer passar por legítimo kahuna, recebendo dinheiro por causa de afirmar que possui forças mágicas, ou, simplesmente, por admitir ser um kahuna. Para estes, a multa vai até mil dólares e um ano de prisão.
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associados, em Londres. Nos primeiros relatos impressos sobre os testes feitos com Kuda Bux, pode-se ver que os homens brancos ficaram severamente queimados, quando tentaram, por três vezes, uma pequena imitação do espetáculo oferecido pelo hindu. Mais tarde, quando o grupo Price fez experiências com outro hindu, que se dizia um mágico do fogo, cujas façanhas, aliás, não eram tão fora do comum, puderam as mesmas ser repetidas com segurança, pelo menos por um dos brancos presentes. Price, cautelosamente, refutou suas afirmações a respeito do teste de Kuda Bux, dado o fracasso ulterior de Hassan. Outra fonte excelente de dados sobre a imunidade contra o fogo, pode ser encontrada nos anais das Pesquisas Psíquicas. Nestes casos, dúzias dos quais têm sido estudados e relatados, supunha se que a imunidade contra o fogo era obtida através da intercessão de "espíritos". O famoso médium D. D. Home, costumava, às vezes, tirar brasas vivas das lareiras segurá-las com as mãos nuas, soprando-as até mostrarem um calor quase branco. Embrulhava as brasas em lenços de fino linho, sem chamuscá-los. Mantinha a sua cabeça coberta por espessa cabeleira, entre as chamas da lareira, sem queimar um só cabelo. Aproximava flores frescas das labaredas, sem deixá-las murchar. Um livro sobre a sua vida e experiências, escrito recentemente, narra alguns destes e outros assuntos de magia. A imunidade contra o fogo, obtida através de uma oração junto a um ser sobre-humano ou através da intercessão de um "espírito humano desencarnado", presumivelmente ao dizer tal oração, não deixa de ser o resultado de uma ação supranormal — é magia. Todas as ações supranormais devem ser consideradas como magia, sejam elas casos de cura instantânea ou mesmo produção de fenômenos psíquicos, tais como, telepatia, previsão, ela, incluindo até o uso da "oração da morte".
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CAPITULO III
A incrível força usada na magia, de onde ela provém, bem como algumas das suas aplicações.
O rito Huna é uma psicologia aplicada. Todas as religiões estão impregnadas de magia. A mente humana e suas limitações. Níveis acima e abaixo da consciência. Aumakua: a super mente ou anjo guardião. Aumakua dos dois sexos a quem se faz prece? Natureza básica da magia. Mana: força vital ou eletricidade-magnetismo. Caso 7: os três invisíveis atrás da magia: consciência, força, matéria invisível. Casos de fenômenos psíquicos. A força usada para mover os objetos. Motricidade e suas origens. Dr. Nandor Fodor. Objetos carregados de força vital. Magnetismo. Barão Ferson — D. D. Home — Dr. Hereward Carrington. Acúmulo de força vital. A força vital em terapêutica — passes magnéticos. Mésmer e o magnetismo animal. A força vital no hipnotismo.
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CAPITULO III Antes de iniciar a explicação de como o passeio sobre o fogo e outras artes mágicas são executadas, através do uso de três elementos invisíveis, os quais ainda são quase desconhecidos na psicologia moderna, algumas particularidades acerca das crenças religiosas dos kahunas devem ser narradas. O Segredo, ou corpo de informação transmitido de algum mágico para outro, foi o que denominamos psicologia aplicada, em quase toda a sua totalidade. O elemento religião foi diminuto, principalmente se aceitarmos as definições técnicas de religião no melhor e mais moderno sentido. O Dr. Paul Tillich, Professor de Teologia Filosófica, na "Union Theological Seminary", escreve: "A magia é uma forma especial de inter-relação entre forças finitas; a religião é a relação humana com a força e o valor infinitos... A magia é o exercício das forças imanentes e a religião é a subjeção com a força transcendental". Todas as religiões misturam-se com magia. A oração é magia. Tudo o que fazemos para obter benefícios para nós próprios nesta vida ou na próxima é parte da magia. Magia é obter alguma coisa de fontes supra-normais. Religião é Adoração a Um Ser Supremo; é aceitação de tudo quanto Ele nos dá, seja agradável ou desagradável. Enquanto os kahunas recebiam da fonte comum de tais lendas — O Vale do Nilo e terras vizinhas — as histórias de Adão e Eva, da Criação, do Dilúvio etc., enquanto traziam essas lendas para a Polinésia, eles não partilhavam do conceito de um Deus pessoal e patriarcal. Os kahunas ensinaram que a mente humana não está capacitada a entender uma forma de consciência superior que não seja semelhante à sua própria; por isso, todos os esforços humanos para imaginar as características de um Deus máximo e
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supremo seriam perda de tempo. Eles acreditavam que deveria haver uma Suprema Fonte Criadora, não obstante, suas orações não eram para Essa Fonte. Tome-se uma flor, por exemplo. Ela pode ter apenas uma vaga idéia, se é que tem de uma vaca que por ali passa a pastar. E a tal vaca poderá ter uma idéia muito superficial da natureza que a cerca e dos motivos da existência do vaqueiro. E o vaqueiro, quando acreditar que existe um Supremo Ser, Criador do Universo, somente poderá imaginá-lo como um outro homem. Embora não possa pintar Esse Grande Homem, a não ser nos mais vagos termos, ele O teme, ora a Ele na esperança de receber favores, tenta oferecer-Lhe propinas com sacrifícios ou austeridades sacrificiais, procura obedecer aos comandos que imagina haverem sido impostos pelo Homem Supremo, e, finalmente, adora-O. De modo idêntico, o mundo invisível dos espíritos ou seres espirituais, é para nós, mais do que o nosso próprio mundo é para um peixe do mar. O peixe dificilmente estará a par de um mundo acima do seu reinado de água. Sem embargo, ao subirmos na escala de inteligência, nós, do reino da terra e do ar, podemos reconhecer e compreender os peixes nas profundidades submersas, mesmo quando permanecemos incapazes de partilhar daquelas profundezas, como um local adaptável à nossa vida. Os kahunas, supondo que havia níveis sobre níveis de consciências acima da do homem, como existem níveis abaixo dele, dedicaram pouca atenção a outro nível que não fosse aquele imediatamente acima do nosso próprio. Neste nível, existia o que nós poderíamos chamar de super-consciência da mente. Deram-lhe diversos nomes, um dos quais, o favorito, era "Aumakua". Significa: "Espírito mais velho, paternal, digno de total confiança". Sendo "paternal" o "Aumakua" era considerado como um espírito composto de dois elementos formando um par: masculino e feminino. Todas as orações e ritos eram ofertados a este duplo espírito. Todavia, por causa de ser considerado como uma grande parte de nós mesmos, assim como é o consciente ou o subconsciente para o modo moderno de pensar, o Espírito Paternal
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não era simplesmente adorado — era, sim, AMADO. Nenhum sacrifício era feito por ele. Nenhuma propina lhe era ofertada. Não emitia ordens para os mais abaixo. A relação que havia entre ambos era a de amor e confiança mútuos — a relação que existe entre pais e filhos. Muito logicamente, os kahunas ensinavam que se fossem necessárias orações a Seres Mais Elevados, o Espírito Paternal saberia quando elas eram precisas e como fazê-las, intercedendo sempre que não fôssemos capazes de fazer qualquer coisa sozinhos, porque a nossa mente ainda pertence a um nível inferior de habilidade. Devido a esta atitude sensata, os kahunas permaneceram simples e livres dos
dogmas
estabelecidos
pelos
homens
até
um
grau
verdadeiramente
surpreendente. Eles iam diretamente ao assunto. E podiam se dar ao luxo de assim proceder, pois possuíam um sistema que, de fato, DAVA RESULTADOS. Um sistema prático e simples deixa pouco espaço para rodeios e especulações dogmáticas. O sistema pelo qual a magia era praticada não deixou claros a serem preenchidos quanto à natureza filosófica para os kahunas. Eles não tinham, portanto, nem salvadores, nem salvação, nem inferno, nem céu, e nenhuma religião revelada com livros nos quais houvessem sido escritos palavras como: "Assim falou... Deus..." Na verdade, nem possuíam livros. Sua linguagem nunca foi escrita até os tempos modernos. Embora pouquíssimos de nós tenhamos o desejo de passear sobre o fogo, este ritual antigo é de grande importância, porque é uma demonstração clara de que existe uma força mágica, a qual poderá ser posta em ação, se soubermos os métodos adequados. Quase todos nós oramos para receber bênçãos das mais variadas espécies. O conhecimento do Segredo oferece resultados definitivos e imediatos muito superiores aos que conseguimos. Não podemos orar pedindo a imunidade contra o
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fogo e obtê-la. Será necessário dizer mais sobre o valor que representa para nós o estudo do conhecimento antigo? O Dr. Brigham, lembrar-se-ão os leitores, havia analisado a natureza básica da magia, antes de entendê-la Ele me havia dito para observar que (1) uma forma de consciência usava (2) alguma força, e (3) manipulava essa força através de alguma espécie invisível de matéria física. O "Aumakua" ou super-consciência é a consciência responsável pela imunidade contra o fogo. A força que ele usa neste trabalho é chamada de "mana" pelos kahunas, e, entre nós é conhecida como força vital. É de natureza elétrica e apresenta fortes qualidades magnéticas. A substância invisível, através da qual a força vital age, é chamada de "aka" ou "Corpo essencial sombreado". Como nós já sabemos que existe a tal coisa denominada força vital, começarei a minha apresentação do "Huna" (Segredo), frisando alguns dos pontos que nós já conhecemos quanto ao uso e natureza desta força, e depois prosseguirei mencionando outros que os kahunas conhecem e explicam melhor. Como poderá ser visto, as explicações dos kahunas também cobrem grande parte do que não tem sido explicado no campo da Pesquisa Psíquica. Os três elementos, "consciência", "força" e "matéria invisível", dão-nos as três fitas métricas, com as quais poderemos medir toda a magia. Observemos como eles se aplicam sempre cada vez mais à magia, à medida que ela se desdobra aos nossos olhos.
Caso Nº 7
Misto Os Três Elementos Invisíveis da Magia.
Notas Preliminares:
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A fim de apresentar um quadro detalhado e claro do material em discussão, citarei os mais bem conhecidos tipos de fenômenos psíquicos, a começar pela tiptologia. Quando colocamos nossas mãos sobre a mesa e tamborilamos os dedos, praticamos um ato semelhante ao do cão que abana a cauda. Contudo, quando colocamos nossas mãos sobre a mesa e algum ser invisível é quem bate ou quando a própria mesa é levitada, erguida no ar, com todas as nossas mãos sobre ela, então é como se a cauda abanasse o cão. Outrossim, quando a mesa ou quaisquer outros objetos, movimentam-se dos seus lugares, sem que qualquer mão humana se aproxime, até a despretensiosa analogia falha por completo, e nós nos pomos, cara a cara, com uma outra das duas formas de consciência envolvida na magia. A primeira destas duas formas de consciência é o "fantasma" comum. Se provoca ruídos e bate com as coisas ao redor, de maneira desconexa e infantil, trata-se daquilo que os alemães chamam de "poltergeist" ou fantasma barulhento. Porém, se o movimento é de modo a indicar a presença de um fantasma racional e adulto, dá-se o nome de fenômeno psíquico. A segunda forma de consciência é aquela do tipo de ser super-consciente. Seu trabalho é caracterizado pela transformação de um objeto numa forma invisível, antes de movê-lo... e, às vezes, movimenta-o através de muitas milhas. Este tipo de movimento será discutido mais tarde. No momento, trataremos principalmente da "FORÇA" usada para causar tal movimento.
Os Casos:
A maior parte dos caso que citarei em meu relato, a menos que seja especificamente afirmado serem eles provenientes de outras fontes, serão retirados da Enciclopédia de Ciência Psíquica, um livro monumental e autorizado do Dr. Nandor Fodor, o qual, juntamente com o seu grupo, compilou e estudou todos os
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relatórios disponíveis, bem como as narrações de fenômenos psíquicos, durante os cem anos anteriores a 1933. A sua apreciação de opiniões e hipóteses foi sensata e sábia em ambos os casos. Nenhuma fonte melhor e mais compreensível será encontrada em qualquer biblioteca deste ramo de ciência.
(A)
Um pesquisador famoso, Gambier Bolton, no seu livro, "Força Psíquica", escreve:
"Durante uma qualquer refeição em companhia da Sra. Elgie Corner (Florence Cook, médium famosa e muito estudada), na residência de uma determinada pessoa, e, enquanto ela, a Sra. Elgie Corner, estava ocupada a comer e a beber, — sendo que ambas as mãos estiveram invisíveis durante todo o tempo — a pesada mesa do jantar começou primeiro a tremer, fazendo com que todos os copos balançassem e com que os pratos, facas, colheres e garfos se pusessem em movimento. Depois, passou a mesa a girar e a oscilar de lado para lado, em algumas ocasiões indo ao exagero de inclinar-se sobre uma extremidade ou sobre um lado. Durante todo o tempo, ouviam-se pancadas e batidas em vários pontos da sala. Em suma, tomar uma refeição com a Sra. Corner num restaurante público, é um problema um tanto sério".
(B)
Os Casos:
O Sr. William Crookes, nas suas "Pesquisas", escreve :
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"As ocasiões em que corpos pesados, tais como mesas, cadeiras, sofás, etc., têm-se movido, sem que o médium os tenha tocado, Já são bastante numerosas. Farei breve menção às mais concludentes. A minha própria cadeira foi parcialmente girada, enquanto meus pés estavam suspensos do solo. Por todos quantos estavam presentes, uma cadeira foi vista moverse vagarosamente desde um canto distante do aposento até à mesa.
Em outra
oportunidade,
uma
cadeira
de
braços
movimentou-se em direção ao local onde estávamos sentados e voltou vagarosamente para onde estivera (numa distância de aproximadamente um metro linear), a pedido meu. Em três noites
sucessivas,
uma
pequena
mesa
atravessou
vagarosamente a sala, em condições especiais previstas por mim, para responder a quaisquer objeções que pudessem surgir para evidência.
C) César Lombroso, o grande psiquiatra e criminalista italiano, descreveu em "La Stampa", de Turim, as suas observações numa adega, onde, na ausência de qualquer pessoa viva, as garrafas de vinho eram frequentemente quebradas. Escreveu ele então.
"Fui à adega, primeiro em completa escuridão e ouvi o barulho de vidro quebrado e garrafas rolaram até meus pés. As garrafas estavam arrumadas em seis divisões, uma acima da outra. No meio estava uma mesa rústica, sobre a qual eu colocara seis velas acesas, supondo que os fenômenos dos espíritos cessassem à claridade da luz. Porém, ao contrário, eu vi três garrafas vazias, de pé no chão, rolarem como se tivessem
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sido puxadas por um dedo, indo quebrar-se junto à mesa. Para evitar qualquer fraude, examinei cuidadosamente à luz de uma vela, todas as garrafas cheias que estavam nas prateleiras, certificando-me de que não havia nenhum cordel ou barbante que pudesse explicar os seus movimentos. Depois de alguns minutos, duas, depois quatro, então duas outras garrafas na segunda e terceira prateleiras largaram-se e caíram no chão, não de repente, mas como se estivessem sendo carregadas por alguém; após sua descida e não queda propriamente dita, seis delas foram quebradas sobre o assoalho já ensopado de vinho; apenas duas permaneceram intactas. No momento em que eu deixava a adega, ouvi que mais uma se quebrava”.
Comentário:
Os comentários sobre os casos acima, bem como todos os casos que serão citados mais tarde, dividir-se-ão em três partes. Primeiramente, devemos considerar o que é conhecido no mundo moderno, com relação a tais casos. Em segundo lugar, consideraremos o que o conhecimento dos kahunas possa adicionar à informação. Em terceiro, teremos de pesar toda a evidência, da melhor maneira que pudermos (no período anterior aos trabalhos experimentais exaustivos), tecer as nossas conjecturas — fazer as nossas especulações. Enquanto nenhum esforço será feito para dividir o comentário nestas três partes, o prezado leitor haverá de recordar que existem estes três métodos de bastante importância para nos aproximar dos problemas fascinantes com que nos deparamos. Como nada existe que possa ser aprendido por aqueles que ainda teimam em negar todos os fenômenos relacionados nesta investigação, também nada existe
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que possamos obter deles, e, por conseguinte, não perderemos tempo em argumentar, a menos que apareça alguma objeção de valor, a qual deverá ser anotada, pelo que possa significar. As explicações modernas da tiptologia e do movimento dos objetos por entidades invisíveis não melhoraram a concepção clássica de que os espíritos dos mortos ou espíritos desencarnados são responsáveis por todos os fenômenos. Todos os esforços têm sido envidados para explicar estas ocorrências misteriosas, sem cair novamente na hipótese dos espíritos. Estes esforços serão considerados pela razão de que eles representam a alternativa que aceitaríamos, se rejeitássemos a idéia dos espíritos. O Dr. Nandor Fodor, na sua Enciclopédia de Ciência Psíquica, escreve: "A exteriorização de motricidade foi postulada no caso de Eusapia Paladino (médium notável), por Morselli, Flournoy, Geley e Garrington". Esta "motricidade" é tida como uma combinação de eletricidade e força vital ou energia nervosa. É afirmado que esta força, seja ela qual for, pode deixar o corpo e penetrar nos objetos que se movimentam. (Isto representa a primeira unidade das fitas métricas dos kahunas, aquela força ou poder usado. A segunda unidade é a inteligência que usa a força para mover os objetos e a terceira é a substância invisível usada como a mão que permite a ação da força sobre os objetos). A inteligência causadora do movimento dos vários objetos é tida como possuidora da habilidade de permitir que esta motricidade ou força deixe o corpo de uma pessoa viva para ir provocar dito movimento. Também se crê que a inteligência tenha a habilidade de extrair a substância invisível (às vezes ligeiramente visível e tangível), do corpo de uma pessoa viva dotada de faculdades mediúnicas (ou mesmo espectadores), construindo, desta substância, a mão ou membro, através do qual a força será posta em ação. Esta substância chama-se ectoplasma. Uma explicação diferente poderá ser encontrada no axioma que diz ser a inteligência o subconsciente do médium vivo e o que, em certas condições misteriosas, faz com
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que a motricidade deixe o corpo juntamente com a substância ectoplásmica, provocando, dest’arte, o movimento dos objetos. causador da
Diz-se que o subconsciente é o
atividade por motivo de que, se fosse o consciente, o médium,
naturalmente, estaria a par da atividade, podendo controlá-la. Na vasta literatura que tomou vulto em redor dos fenômenos psíquicos e do espiritualismo, durante o século passado, postulados esparsos poderão ser encontrados cobrindo a possível parte que o magnetismo tomaria na ação da motricidade sobre os objetos. Esta é a mais interessante e promissora linha de raciocínio e por causa do inexplorado território que ainda envolve, recomenda-se ao leitor como um ótimo ponto para começar a trabalhar com vistas no auxílio que pode oferecer para prosseguir nas investigações gerais sobre magia. Supomos que a gravidade é parente do magnetismo e que o magnetismo pode ser encontrado onde exista uma corrente de natureza elétrica. Haveria algo de atração e repulsão imiscuído no movimento das mesas e dos outros objetos. Os kahunas reconheciam a natureza magnética, bem como a oposta — a repulsiva — da força vital ou motricidade, mas, infelizmente, eles não deixaram explanação detalhada do assunto. Eles conheciam a força como uma coisa que tinha a ver com todos os processos do pensamento e da atividade do corpo. Era a essência da vida, propriamente dita. O símbolo dos kahunas para esta força era a água. A água corre e assim faz a força vital. A água preenche lacunas, e assim a força vital. A água pode vazar ou se perder, tal como a força vital. O Dr. Brigham passou tempo considerável estudando a prática dos antigos kahunas. Uma havia de segurar bastões de madeira pesada nas mãos e, por um esforço da mente, fazer com que a eletricidade do corpo, penetrasse o objeto, de maneira a carregá-lo, tornando-o ainda mais pesado. Antigamente, grandes bastões eram usados na guerra, sendo que os kahunas permaneciam na retaguarda carregando-os e atirando-os a um dos inimigos. Ao tocar nesses bastões, até o mais forte dos guerreiros ficava inconsciente. O Dr.
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Brigham teve oportunidade de fazer experiências com a força dos objetos em questão e verificou que era capaz de produzir um choque elétrico sui-gêneris, o qual adormecia a parte do corpo que com os mesmos tivesse contato, provocando vertigens. Lembremo-nos de que os indígenas americanos possuíam conhecimentos e práticas similares. (Eles também sabiam fazer prestidigitações com o fogo e alguns ainda sabem atualmente). Um recente relato, que faz parte dos arquivos do governo, narra como um curandeiro exibiu a sua força mágica, tocando o peito de um homem forte e valente, com o dedo indicador, atirando-o ao solo, sem sentidos. Embora a questão de um elemento de sugestão hipnótica não deva ser posta de lado, parece que existe uma força de choque muitíssimo definida, a ser encontrada nas acumulações excessivas de força vital. O trabalho da mente e da vontade pode causar tais acumulações, tanto num bastão como num dedo indicador, conforme ficou mencionado, parece muito importante. W. R. Stewart, durante o seu treino preliminar, sob o kahuna Berbere, foi informado de que a força vital poderia ser armazenada em madeira, pedra, água, até mesmo num corpo humano, bem como, também, no corpo invisível de um "fantasma". Esta força poderia ser despendida subitamente e, dest’arte, provocar o movimento dos objetos ainda que pesados. Uma demonstração da natureza magnética da força e de uma inteligência ou espírito de um ser sub-humano ou extra-humano foi feita por Lucchi em benefício de Stewart, numa noite. Foi na encosta de um morro, onde uma grande pedra era coberta por alçapões de madeira, semelhantes a portas de adegas. Estes alçapões estavam abertos e os componentes do grupo desceram os degraus rasgados no solo.
A rocha projetava-se do fundo da caverna. Com uma tocha, uma galinha foi
morta e o seu sangue derramado sobre a pedra. Uma invocação foi feita ao espírito que se supunha residir na rocha, por algumas vezes. A galinha foi então largada no chão, frente à pedra, porém, dentro em pouco, ergueu-se no ar, prensada contra a rocha. Daí a pouco, Stewart que se havia aproximado e inclinado a sua tocha para
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ver melhor, sentiu um poderoso empurrão magnético que quase o atirou também contra a rocha. Foi então agarrado e puxado com algum esforço por Lucchi, a qual, imediatamente, insistiu que abandonassem o local. Stewart nunca conseguiu aprender qual fora a inteligência invocada ou para que tais invocações eram usadas no decurso da prática diária da magia. Supôs que o espírito cuja presença foi notada na rocha era um "espírito da natureza" e que o mesmo possuía algo a respeito do solo, pastagens, temperatura atmosférica — tudo muito importante para os Berberes e seus rebanhos. Era sua opinião particular que este espírito e suas forças eram incompatíveis com o homem e que, provavelmente, tornava-se perigoso a qualquer um, a não ser para um kahuna experimentado. Lucchi fora solene ao afirmar que todo e qualquer contato com esses espíritos deveria seguir um ritual cuidadosamente observado e que, qualquer modificação no ritual, poderia causar aborrecimentos. Stewart modificara o curso natural do rito, aproximando-se da rocha fora de tempo. Havia sido informado de que deveria permanecer atrás, até que toda a força vital da ave fosse absorvida pelo espírito — sendo que este último disto necessitava para usar na concessão dos pedidos feitos durante a invocação, depois do que, o corpo da galinha sacrificada cairia. Stewart relembrou das inúmeras histórias dos gênios ou demônios da natureza, comuns no folclore árabe. Se alguns tipos de movimentos de objetos por forças invisíveis poderiam ser provados como dependendo grandemente do impulso ou atração da força eletrovital, nós deveríamos ter feito uma descoberta de primeira magnitude. A conclusão poderia ser de dois aspectos, a saber: (1) que a força pudesse empurrar ou puxar objetos cá e acolá, sem orientação de nenhum espírito, subconsciente vivo ou outra inteligência; (2) que a força podia agir sem a substância ou invisível servindo de mão, ou mesmo sem substância ectoplasmática invisível para usar, porém, com determinada matéria etérica, talvez da qual, mover-se-ia em forma de ondas. (A teoria dos éteres ainda sofre controvérsias. Hoje, a Ciência nos dá o éter para
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preencher espaços vazios e interpenetrar espaços ocupados; amanhã, tira-o da nossa teoria.) Os magnetos atraem para si os objetos de ferro e, por sua vez, são atraídos para junto dos objetos. Se um imã fosse colocado sobre uma ripa dentro de um reservatório de água, e um prego colocado sobre uma segunda ripa bem próximo, a atração magnética faria com que ambas as ripas convergissem uma para a outra. Em outras palavras, uma ripa não permaneceria imóvel, enquanto a outra estava sendo puxada. O magnetismo animal ou força vital é surpreendente, pois provoca a atração do prego, sem, todavia, causar um fenômeno do mesmo grau no magneto, por assim dizer. O Sr. Arthur Spray, um sapateiro residente nas imediações de Londres, bastante conhecido de um amigo meu, é um poderoso hipnotizador. No seu livro, "O misterioso sapateiro", ele narra um fenômeno dos mais intrigantes e inteiramente inexplicáveis, com o qual tem deparado frequentemente na sua prática de curandeiro hipnotizador. Ele demonstrou este fenômeno perante um grupo de correspondentes de jornais, durante notável reunião. Escolhendo um jovem rapaz, tido como bom elemento, fez com que o mesmo se estirasse sobre o assoalho, mergulhando-o num profundo sono hipnótico, durante o qual, seu corpo tornou-se rígido. Então, colocouse aos pés do jovem prostrado, ordenando-lhe que abrisse os olhos.
Quando os
olhos se abriram e se voltaram para ele, começou então a acenar com sua mão direita. Vagarosamente, a cabeça e os ombros do rapaz levantaram-se, permanecendo os calcanhares sobre o assoalho. Polegada por polegada, o corpo rígido ergueu-se até que se manteve suspenso num ângulo reto. a mais de um metro acima do tapete. Foi ele ali mantido por alguns segundos, quando o aceno da mão tornou-se contrário e o corpo desceu vagarosamente para o assoalho.
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Durante esta experiência, Spray não sentiu nenhuma atração do seu corpo ou de sua mão. O jovem que servira como elemento da demonstração, pesava setenta quilos e Spray nem sequer despendeu energias para levantar cinquenta gramas. Esta experiência tem sido repetida por outros hipnotizadores, e, assim sendo, podemos aceitar como evidente a natureza unilateral da atração magnética humana. (O que parece resultar de cargas acumuladas de força vital — cargas estas armazenadas através de alguma ação física posta em movimento pelo comando da vontade). O Barão Eugênio Ferson demonstrou esta atração magnética unilateral, alguns anos atrás, perante grande grupo de aprendizes, em Honolulu. Acreditava ele, que, usando o comando mental, poderia retirar da atmosfera uma força elétrica. Não há dúvidas de que ele retirava força de alguma fonte. Seus alunos prontamente aprenderam a especialização do processo. Sob suas instruções, um determinado aluno desenvolveria um comando mental para si próprio, causando acumulação de uma sobrecarga de força. Quando estava satisfeito com a carga atraída (provavelmente gerada no próprio corpo, pela oxidação dos alimentos), o estudante sobrecarregado colocaria suas mãos sobre os ombros de um aluno descarregado, retirando-as
vagarosamente.
Se
a
sobrecarga
fosse
suficiente,
o
aluno
descarregado seria puxado fortemente pelas mãos do companheiro, à medida que este as fosse removendo.
Contudo, não havia sensação de atração nas mãos do
aluno sobrecarregado. Vi, uma vez, o Barão Ferson demonstrar a peculiaridade desta forma de magnetismo, colocando sua mão sobre uma leve cadeira de fechar, disposta numa fila de outras iguais, desarmadas e arrumadas contra a parede. Ele usou a própria vontade para que o magnetismo deixasse o seu corpo e penetrasse na cadeira. Chamou então uma jovem sensitiva e pediu a ela que caminhasse ao longo da fila de cadeiras. Ela assim procedeu e quando chegou à cadeira magnetizada, foi quase violentamente puxada para baixo, sobre a mesma. A jovem pesava, pelo menos, dez
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vezes mais que o peso da cadeira e qualquer um esperaria, naturalmente, que a cadeira se erguesse e se imprensasse contra o seu corpo. Porém, o que aconteceu foi justamente o contrário. A regra parece ser de que o objeto — seja qual for o seu peso ou tamanho — que possua carga mais pesada de força vital magnética, atrai para si o objeto menos carregado, não sentindo atração correspondente como reação em si próprio. Esta força magnética age num espaço de vários pés e através de obstáculos tais como paredes de cimento. O Barão Ferson, depois de sobrecarregar-se a si próprio, tomou lugar ao lado de uma barreira de cimento de dez polegadas, permanecendo seus alunos numa passagem em forma de arco, de onde, ambos os lados da parede podiam ser vistos. No lado oposto de tal parede, uma jovem (tida como a maior sensitiva da classe, quanto à atração magnética), foi colocada com as costas distantes mais ou menos um metro da parede, com um homem em cada lado, a fim de segurá-la pelos braços, impedindo que fosse puxada com muita violência contra a parede, devido à força magnética exercida pelo Barão Ferson. Ferson ergueu os braços e estendeu-os na direção da moça que ficara do outro lado da barreira. No mesmo instante, a jovem foi tão poderosamente atraída que os homens tiveram de usar seus músculos para evitar que ela chegasse a tocar a parede. Ferson, por sua vez, manteve-se com os calcanhares unidos, bem levantados, e, nem sentiu atração alguma, nem mostrou a menor inclinação na direção da moça. A questão de que a sugestão poderia entrar em tais demonstrações foi discutida pelos membros da classe e, para fazer experiências com a atração magnética sem implicar na sugestão, o efeito de atrair foi provado por dois de nós sobre dois pequenos terriers. Os cães não são tidos como sugestionáveis. Procedemos ao exercício prescrito de acumular força extra e então colocamos nossas mãos carregadas sobre a anca do animal que permanecia diante de nós, com a cabeça em posição reta, em direção oposta. Tanto o dono do cachorro como eu fomos bem sucedidos nas nossas experimentações, pois o animal foi puxado
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para trás algumas polegadas, apesar do seu esgadanhar no tapete, para opor resistência. Nós, por nossa vez, nada sentimos em nossas mãos ou em nossos corpos.
O Dr. Rhine, da Universidade de Duke, famoso como pioneiro em Percepções Extra Sensoriais, publicou evidências excelentes pretendendo provar que a mente pode exercer influência sobre a matéria, sem o contato físico. Em uma das suas experiências, u'a máquina é usada para rolar dados. Tão logo os lances são feitos, o experimentador usa a própria vontade para que os dados se mostrem em determinadas faces. Um efeito muito definido foi notado como resultado do uso da vontade. Quanto mais se considera a estranha ação da mente, a par do que parece ser indubitavelmente força vital, tanto mais facilmente se pode crer nas várias fases da magia. Não obstante os nossos avanços científicos dignos de orgulho, devemos admitir que ainda estamos em negra ignorância no que concerne aos segredos da mente humana, das forças vitais e das substâncias invisíveis. Desde longos séculos têm surgido contos legendários do vôo humano através do ar. Supunha-se que as bruxas viajavam magicamente para os seus encontros. Os deuses gregos voavam pelo ar, por vontade própria. Tem-se acreditado que os adeptos religiosos da Índia e do Tibet sobrepujam a força da gravidade e voam nos ares para lugares distantes, num piscar d'olhos, ou, ainda, desaparecem numa terra para reaparecer na outra. O folclore da Polinésia acha-se repleto de contos de viagem desta natureza. Nas modernas Pesquisas Psíquicas, são numerosos os casos nos quais os homens são erguidos com seus corpos no ar. O famoso médium D. D. Home, pairou em posição horizontal, fora da janela de uma sala e voltou para casa por outra janela aberta em peça contígua... isto, no terceiro andar de um edifício.
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Se a mente tem um certo controle sobre a matéria, é provável que tal controle seja exercido de alguma forma, dirigindo a ação da força vital e, através da mesma, a ação do magnetismo ou mesmo da gravidade. Um certo número de experiências têm sido feito, nas quais a respiração e a vontade foram usadas em conjunto para afetar a gravidade. O Dr. Hereward Carrington, deão de todos quantos pesquisaram o psiquismo, no seu livro "A História da Ciência Psíquica", narra as suas experimentações com o jogo do levante, nas quais quatro pessoas se propuseram a erguer um barril com os dedos. Todas as quatro pessoas aspiravam profundamente, diversas vezes, prenderam então a respiração e trataram de desempenhar as suas tarefas, obtendo pleno êxito. A pessoa erguida no ar sente-se mais leve do que de costume. Quando esta experiência era feita em balanços de plataformas, o peso normal combinado das cinco pessoas e uma cadeira era de 713 libras. No momento de levantar, as balanças registravam uma perda de peso de cinquenta a sessenta libras respectivamente, em vários testes. O Barão Schrenck Nötzing registrou um caso no qual um rapaz praticou o controle da respiração e era capaz de levantar-se a si próprio livremente do solo por vinte e sete vezes. O outro lado deste quadro é mais obscuro, porém, inúmeros relatórios mencionam que certos indivíduos têm sido capazes, pelo uso da vontade, bem como do controle da respiração, de aumentar o seu peso consideravelmente. Em Havaí (bem como no Tibet, de acordo com um livro relativamente recente), era usada uma combinação de volição-respiração, para conseguir ajuda mágica em corridas longas. Havia mensageiros especialmente treinados, os quais, por vezes, realizavam corridas de seleção. Ao transportar mensagens para os altos chefes, suas velocidades e capacidades ultrapassavam longe às dos homens sem aptidão para usar esta forma de magia.
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Outro ângulo deste problema de força vital: o seu estranho motor, bem como as fases do magnetismo, aguarda exploração. Trata-se do poder de curar. Desde tempos imemoriais, existe a prática da imposição das mãos para curar doenças. Sempre ficou patente que algumas pessoas possuíam maior poder de cura do que outras. Supunha-se que os reis possuíssem este poder, como direito natural. Na religião, a oração acompanha a imposição das mãos. Na prática dos kahunas entre os Berberes, W. R. Stewart descreve casos de alívio imediato de dores, quando sua mestre impunha as mãos sobre os doentes. Disse-lhes ela que sua força de magia era tão forte, que deixava seu corpo e penetrava no doente, através do simples processo do toque das mãos. Nos casos mais sérios, disse ela que faria a oração do ritual e levaria tempo para restabelecer o paciente com limpezas psíquicas e rituais. No Havaí, a transferência de força vital de um kahuna para o paciente, ou para os espíritos dos mortos para fins especiais, era comum. O Barão Ferson mencionou, nas suas classes de Honolulu, um efeito peculiar que ele havia notado frequentemente quando colocava suas mãos sobre outra pessoa para cura ou quaisquer outras razões. Parecia haver um retorno de força negativa... e este fluxo de retorno negativo transportava consigo substâncias tais como álcool e nicotina. Ferson disse haver acumulado um excesso de carga de força (o que ele dominava "Força Vital Universal”) e, então, colocando suas mãos sobre os ombros de um homem intoxicado pelo álcool, obteve o surpreendente resultado de que ele próprio ficara intoxicado até certo ponto, enquanto o bêbado tornava-se quase inteiramente sóbrio, dentro de poucos instantes. Os médiuns em sessões espíritas têm relatado essa forte transferência de nicotina de fumantes inveterados no círculo (mãos dadas para causar o fluxo), até que eles mesmos, médiuns, sofriam todos os sintomas do envenenamento pela nicotina. Uma vez retirados os fumantes do círculo, os sintomas deixam de aparecer nos remanescentes.
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Tenho observado curandeiros naturais imporem as mãos sobre os doentes, sugerindo, ao mesmo tempo, que eles estão retirando os venenos e enfermidades, com as batidas de suas mãos e sacodem mesmo as mãos (fazendo gestos como se estivessem espirrando água das pontas dos dedos). Quase todos os curandeiros estão convencidos de que, na verdade, eles retiram substâncias invisíveis dos pacientes. A maior parte deles após terminar o seu tratamento, lavam suas mãos e braços em água limpa, sugerindo estarem limpando a si próprios de quaisquer substâncias invisíveis prejudiciais retiradas do paciente. Ainda de acordo com os meus estudos e observações, deste método de cura, convenci-me de que quase todas as pessoas saudáveis podem auxiliar os doentes, impondo suas mãos sobre eles, usando o comando da vontade no sentido de que esta força penetre o paciente e o fortaleça. O uso da vontade, se acompanhado pela palavra falada, forma a sugestão, a qual pode ser de grande efeito. Mésmer, que descobriu o mesmerismo há mais de um século, não estava a par da potência que é a sugestão, quanto à transformação do que ele chamou de "magnetismo animal". Contudo, ele praticou a acumulação de sobrecarga de força vital (enquanto segurava um ímã do qual pensava extrair força), até que ele se tornou altamente proficiente... isto, se é que devemos acreditar no que se diz ter sido ele capaz de fazer com as cargas de força. Ele demonstrou poderes de cura, tão bem que ficou famoso. Primeiramente, ele impunha suas mãos sobre o paciente diretamente. Mais tarde, quando o número de pacientes aumentou para tratamento individual, ele praticou o esforço volitivo de transferir sua força para banheiras de água, das quais emergiam hastes de ferro. Uma vez carregadas às banheiras de água, os pacientes se aproximavam e agarravam as tais hastes. A descrição do efeito sobre os doentes não deixava dúvidas de que o mesmerismo é uma força construtiva. Os doentes reagiam diferentemente. Alguns não reagiam e, então, nestes Mésmer tocava com as mãos, geralmente obtendo a reação. Havia muita
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cura e muita histeria, tais como as que podem ser causadas por uma leve sugestão, hipnótica. A súbita transferência de força vital, ao atirar os bastões deve ser conservada na memória, nesta sequência de idéias, bem como a súbita e tremenda descarga demonstrada quando o curandeiro índio-americano tocou o peito do bravo cidadão, com o dedo indicador, fazendo com que ele caísse inconsciente. Hipnotizadores, após o advento do mesmerismo, acharam que o hipnotismo podia ser praticado por sugestão, ou mesmo obrigando o paciente a fixar um ponto de luz intensa. Clamaram dizendo que nenhum magnetismo era necessário e que nada era transferido para o paciente. Esta parece ser uma idéia errônea. O simples fato de que uma reação hipnótica é esperada do paciente é, de per si, uma sugestão. O fato de que o hipnotizador permanece por perto pode implicar numa transmissão de quantidade suficiente de força vital, para fazer com que a sugestão se efetue. Mais tarde, veremos a explicação dos kahunas de como a força vital pode ser transmitida entre pessoas, sem contato físico propriamente dito (ou entre os vivos e os espíritos dos mortos). No momento, é apenas necessário chamarmos a atenção para o fato de que existe tal intercâmbio e que o que aprendemos de Phineas Quimby, como "Tratamento à distância", é uma realidade patente, graças à habilidade de enviar de longe, tanto a força vital como a sugestão de cura.
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CAPITULO IV
As duas almas do homem e as provas de que existem duas ao invés de uma.
A concepção cristã de um espírito no homem. Conceito huna de dois espíritos, consciência e subconsciência, existentes no corpo, chamados unihipdli e uhane. Funções e capacidades de unihipili e uhane Caso 8: Força vital na prece kahuna dos mortos relacionada aos dois espíritos do homem. Casos que mostram que o medo não toma parte na prece dos mortos. A força vital (mana) tem três energias.
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CAPITULO IV
Um dos fatos mais intrigantes e que denota radical diferença no sistema de psicologia usado pelos kahunas deve ser introduzido neste ponto da narração, a fim de podermos continuar com a apresentação de um assunto tão vasto e importante, como o da força- vital e do acompanhante magnetismo. O Dr. Brigham conseguiu aprender mais sobre os métodos de magia usados na "oração da morte", no Havaí, do que acerca de outras práticas dos kahunas. Dentro em breve, apresentarei um caso de sua experiência, todavia, deveremos passar antes por algumas notas gerais. Os kahunas possuíam um certo número de crenças que não eram consideradas como segredo. Por exemplo, eles dividiam com o povo o conhecimento de que o homem possuía duas almas ou espíritos, ao invés de um só. Os primeiros missionários acharam que este conceito era o mais ridículo e idiota possível, digno apenas de pagãos e selvagens. Para eles, a criatura humana possuía unicamente uma alma e sua obrigação era salvá-la sempre que houvesse possibilidade. Como chegaram ao Havaí em 1820 e o subconsciente foi descoberto por Freud, quase meio século depois, eles não podem ser condenados por zombarem das crenças kahunas. Os kahunas foram além da psicologia moderna (exceção feita a alguns dos mais avançados pensadores, entre os quais William McDougall, mentor do Dr. Rhine, um pioneiro da matéria). Os kahunas sabiam que o subconsciente, tal qual o chamamos, era um espírito e o consciente outro. Ambos entravam em duelo dentro do corpo, cada qual desempenhando o seu papel na tarefa geral de viver e pensar. (Alma ou espírito, ser ou psique, são sinônimos). Cada um dos nossos dois espíritos possui as suas próprias habilidades mentais. O subconsciente (unihipili) possui memória, porém, apenas uma elementar
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força de raciocínio, tal qual um cão ou cavalo pode ter. Por outro lado, o consciente (uhane) não se pode lembrar de um pensamento, tão logo tenha o mesmo saído do seu centro de atenção. Assim, tem de depender do subconsciente para trazer à lembrança qualquer pensamento que se faça necessário como memória. Algumas vezes o subconsciente não consegue encontrar a memória exata quando desejada e então acontece que requer algum tempo para fazer a pesquisa. Nós todos já passamos pela experiência de não conseguir recordar um nome, e, mais tarde, eis que, de súbito, o nome nos ocorre. O consciente possui duas forças que são bastante suas. Uma é a força de usar a vontade de espécie hipnótica, (mais potente do que a vontade elementar do ser subconsciente). A segunda força é a de poder usar a forma conhecida mais elevada de raciocínio, a indutiva, a qual dá superioridade ao homem no reinado animal. O subconsciente aceita e reage à sugestão hipnótica (ou tratamento de Mésmer). O consciente não pode ser hipnotizado. Sob a influência da sugestão, o subconsciente, sendo ilógico em alto grau, aceitará e reagirá à mais absurda sugestão. Nas apresentações teatrais, baseadas em demonstrações hipnóticas, poder-se-á fazer com que certas pessoas acreditem nos fatos mais absurdos sobre elas mesmas, e, assim, divertirem os espectadores. (Infelizmente).
Caso Nº 8
Dados sobre o uso da força vital na "Oração da Morte" dos kahunas, conforme relato, acreditando que o homem possui dois espíritos, o subconsciente e o consciente.
Notas Preliminares:
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Durante os anos em que estive no Havaí, a peça "A Ave do Paraíso", fazia propaganda do Havaí, com o seu vulcão e com os seus kahunas usando a sua "oração da morte", por todo o mundo civilizado. Raramente chegava um turista a Honolulu que não tivesse visto a peça e aprendido o uso fúnebre da magia pelos sacerdotes nativos. Uma das perguntas mais frequentemente feitas pelos visitantes era sobre a veracidade da "oração da morte". De maneira geral, alguém lhes havia dito que nada significavam, os tais contos da morte através da magia. A verdade, contudo, era que, durante um período de alguns anos, tendo eu verificado os arquivos do "Quen's Hospital", de Honolulu, através de médicos que o freqüentavam, tomei conhecimento de que, nenhum ano passava sem que uma ou mais vítimas morressem devido a esta forma potente de magia, apesar de todo o socorro que o hospital podia oferecer. E os médicos mais velhos reconheciam os sintomas já familiares, ano após ano. Havia várias espécies de kahunas no Havaí, antes que deixassem, quase por completo, o conhecimento ancestral. Alguns nada mais eram do que médiuns espiritualistas. Alguns eram profetas. Outros trabalhavam para controlar o vento e o tempo. Outros, ainda, eram capazes de desempenhar qualquer arte de magia, fosse esta uma cura ou simples controle de elementos. Entre os especialistas, havia kahunas que possuíam variedades de magia, podendo, também, usar a chamada "oração da morte" (Anana). A habilidade de usar a "oração da morte" baseava-se num mecanismo tão estranho e, para nós, tão fantástico e inacreditável, que dilata a imaginação a fim de absorvê-lo, antes que consigamos entender os detalhes do conhecimento kahuna. Conforme expliquei, os kahunas acreditavam que o homem possuía dois espíritos, sendo que o inferior ou subconsciente era ilógico e sujeito à influência da sugestão hipnótica.
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Para tornar-se capaz de usar a oração da morte o kahuna tinha de herdar de outro kahuna, um ou mais fantasmas subconscientes. (Ou, ainda poderia localizar fantasmas ou espíritos subconscientes, caso possuísse suficiente capacidade psíquica, usando depois a sugestão hipnótica para capturar e escravizar tais espíritos). Nos primórdios do Havaí, prisioneiros de guerra, bem como outros quaisquer infelizes, recebiam o que se chamava tratamento pela sugestão hipnótica para, numa forma de grande potência, fazer com que o seu espírito subconsciente, depois da morte, se separasse da mente espiritual consciente e permanecesse como fantasma, a fim de guardar as
clausuras
de
pedra
sagrada dos templos
nativos do kahunaismo decadente. É provável que alguns destes infelizes tiveram ordens de servir os kahunas na oração da morte, mesmo depois de executados. De qualquer maneira, os kahunas ora mencionados possuíam um ou mais desses fantasmas
subconscientes e escravizados. (Geralmente possuíam três).
Quando uma pessoa deveria receber a oração da morte, por uma de muitas razões, o kahuna chamava os seus espíritos escravizados e dava-lhes ordens idênticas às do Mesmerismo, para que absorvessem o "mana" dos alimentos e bebidas colocados no chão, porém, arranjados e circundados por objetos cerimoniais, tais como pequenas pedras brancas ou pedaços de madeira. Este "mana" era força vital, tal qual nós discutimos nos capítulos anteriores. Indubitavelmente, fora transferida do corpo do kahuna para o alimento, bebidas e objetos cerimoniais, os quais eram chamados de "apa" ou "proibidos". Pensava-se que quando a força vital fosse retirada do alimento e da bebida, algumas outras substâncias também eram retiradas, especialmente, o álcool do gin, o qual passou a ser "papa" até os últimos dias. (Lembrem-se da experiência do Barão Ferson, transferindo para si próprio a intoxicação do indivíduo alcoolizado). Os espíritos também recebiam instruções definitivas ao que se esperava que fizessem com a força vital. Deveriam apanhar como que o odor pessoal através de
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u'a mecha de cabelos ou fragmentos de vestuário usado pela suposta vítima e segui-la pelo faro, assim como faz um cão à procura do dono pelas pegadas que este deixou no solo. Tão logo encontrassem a vítima deveriam esperar uma oportunidade até que pudessem penetrar em seu corpo. Isto eles eram capazes de fazer por causa da sobrecarga de força vital que lhes fora doada por seu mestre e que deveria ser usada como choque paralizador. A ordem que os espíritos deveriam obedecer foi registrada num dos casos.
Assim era:
"Ó Lono, Ouve minha voz. Este é o plano: Corre, pára... e entra; Entra e entrava; Entrava e endireita."
As palavras "entrava" e "endireita" tinham outro sentido que não a definição tal qual é em nosso idioma. O processo era um, qual seja o de penetrar no corpo da suposta vítima ou anexar-se ao mesmo. Uma vez feito isto, a força vital da vítima era retirada pelos espíritos intrusos e armazenada em seus fantasmas. (Destes corpos fantasmas, teremos muito que falar em devido tempo). Como as forças da vítima eram retiradas pelos pés, uma espécie de insensibilidade advinha aos mesmos, a qual progredia gradativamente num período de três dias até os joelhos, quadris e, finalmente, o plexo solar e coração, vindo então à vítima a falecer. Quando a morte era consumada, os espíritos retiravam o máximo de força vital e voltavam para os seus mestres. Se a vítima fosse salva por um outro kahuna os espíritos voltavam para o seu chefe, porém, hipnotizados e com ordem de atacar o mandante. Neste caso, poderiam de fato atacar e então os resultados eram fatais. Com o propósito de evitar tal perigo, o ritual de magia era seguido á risca, quando o kahuna enviava os seus espíritos (kala). Ou, ainda, como acontecia na maior parte
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dos casos, a pessoa que contratara o kahuna para enviar a oração da morte a outro, e que afirmava merecer a vítima tão drástica punição, era nomeada como responsável, e a única a ser atacada, caso a vítima fosse salva por outro kahuna e os espíritos mandados de volta, antes da tarefa cumprida. Na eventualidade da volta de u'a missão bem sucedida, o kahuna dava ordens para que os espíritos se divertissem com a força vital retirada do culpado. E este divertimento quase sempre tomava a forma do que poderíamos chamar de atividades de fantasma. Moveriam ou atirariam objetos. Produziriam ruídos e criariam uma confusão de certas proporções. O Dr. Brigham, numa ocasião, ouviu grande barulho na cabana de um kahuna durante a noite, e, mais tarde, soube que os espíritos se divertiam desta maneira. Nenhuma das explicações correntes da oração da morte, ou seja o uso de algum veneno ou "pavor supersticioso" eram verdadeiras. Quase nunca a vítima sabia que estava sendo assassinada pela magia. Para que esta afirmação fique ilustrada, permito-me narrar dois casos, onde o chamado "pavor supersticioso" não poderia ter lugar.
Os Casos:
(A) Um jovem irlandês veio para Honolulu com o primeiro dos modernos carros de praça. Era rude e destemido. Como todo bom Irlandês, tinha os cabelos vermelhos e, de medo, nada tinha. Antes, porém, estivera na cidade e havia conseguido que uma bela moça havaiana se apaixonasse por ele, rompendo o noivado com um rapaz havaiano. A avó da moça fez o que pôde para dissolver este novo compromisso, observando que o irlandês não estava com boas intenções. Chegou até a fazer ameaças veladamente de que o Céu haveria de puni-lo, caso ele não deixasse a moça.
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Como era de se esperar, o jovem irlandês, não tinha medo do Céu. Estava convicto da sua atitude científica e, provavelmente, acostumado a ameaças fúteis de mães e avós mal-humoradas, Era certo que tais ameaças não produziam o menor efeito em sua pessoa. Um dia, seus pés adormeceram. Todavia o tal adormecimento progrediu, paralisando-o cada vez mais. No período de um dia ele passou pelas mãos de dois médicos e foi internado no hospital. Todos os esforços foram envidados para descobrir a causa da moléstia, porém, a causa não foi encontrada e o tratamento não pôde ser ministrado. Dentro de cinquenta horas, a paralisia havia chegado à cintura. Quando diversos médicos tomaram interesse pelo caso, inclusive um meu amigo, sobrevieram os acenos de cabeça e a grave suspeita. Foi chamado um velho médico que exercera sua profissão durante longos anos nas Ilhas. Este médico reconheceu imediatamente os sintomas da oração da morte. Ficou a sós com o paciente e em breve ouvia o caso da moça. Entrando em maior interrogatório, levou à memória do rapaz as ameaças da avó da moça, o que o irlandês considerava tolice e de nenhuma importância para o diagnóstico da sua estranha doença. Nada dizendo, o sábio doutor procurou visitar a citada vovó. Mais tarde, transmitiu-nos, por alto, a conversa que mantivera com ela. — Sei que a Sra. não é kahuna e que nada tem a ver com este caso, vovó — disse o doutor. — Contudo, apenas como amigo, a Sra. talvez pudesse dizer-me o que se deve fazer para salvar o rapaz... não pode? — Bem... — respondeu a vovó. — Nada sei sobre o assunto e também não sou kahuna. conforme o Sr. sabe. Porém, creio eu que se o rapaz prometer tomar o próximo navio para a América e nunca mais aqui voltar, nem mesmo escrever, poderia ser salvo. — Eu garanto que ele fará exatamente isso; — afirmou o médico. — Muito bem; — retrucou a vovó, de maneira imperturbável.
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A situação teve de ser explicada e re-explicada ao teimoso e incrédulo irlandês, porém, quando a idéia lhe atingiu o raciocínio, ficou aterrorizado e passou a concordar com tudo, fossem quais fossem os termos apresentados. Isto ocorreu no início de uma tarde. Na mesma noite ele já se mantinha de pé e capaz de embarcar num navio japonês para o continente.
(B) Apresentarei o próximo caso tal qual o transcrevi para minhas notas, depois daquela noite em que estive com o Dr. Brigham. Usarei mesmo das suas palavras, sempre que possível.
"— Fui a Napupu, na Ilha Grande, — disse o Dr. Brigham — logo após a construção do Museu. Desejava galgar a Mauna Loa, para colecionar plantas indígenas. Supunha-se que fosse uma viagem de três dias, com guias nativos e um comboio de bagagens. Em Napupu, passei cinco dias arrebanhando homens e animais, porém, finalmente, parti com quatro havaianos e oito mulas. O tempo estava bom, e afora as dificuldades costumeiras daquela época, quando não existiam caminhos, tudo foi bem. Chegando às terras estéreis, para além das florestas chuvosas, e já atingindo a cratera do Mauna Loa, um dos meus rapazes adoeceu. Era um jovem forte e ativo de vinte anos. Deixei-o para trás com um homem para cuidar dele e lá fui eu para o vértice, pensando que fosse a demasiada altitude que lhe fizera mal, e, que em breve ele estaria recuperado. Passamos o dia na cratera e voltamos para o campo baixio onde estava o nosso doente, nas primeiras horas da noite. Ele estava estendido sobre um lençol, fraco demais para poder levantar. Resolvi movê-lo para um nível ainda mais baixo na manhã seguinte, e já me sentava para a minha ceia quando um dos homens mais idosos veio a mim.
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— Esse rapaz está muito doente; — disse ele. Finalmente, depois de muito titubear, deixou escapar que os havaianos haviam descoberto que aquele rapaz havia recebido a oração da morte. Custava-me a crer, contudo, acheguei-me ao rapaz e pus-me a perguntar. — Você acha que está sendo vítima da oração da morte? — perguntei. — Não... Não... — mostrou-se amedrontado dentro da sua pouca vida. Em seguida, perguntei-lhe se possuía inimigos que desejassem eliminá-lo. Não podia pensar em ninguém e estava por demais ansioso para ouvir de mim que, de fato, era a altitude que o molestava. Procedi a outro e mais completo exame, nada encontrando de significativo, a não ser a lenta paralisia dos membros inferiores e a ameaça do colapso geral. Todos estes sintomas são da oração da morte. Por fim, deixei-me convencer de que o velho tinha razão e que algum kahuna estava em serviço. Quando admiti esta hipótese, todos os outros homens ficaram apavorados, pois, sabiam que todos poderiam ser mortos. Voltei para a minha refeição e pus-me a pensar de novo. Entretanto, um dos homens se pôs a interrogar o rapaz. Após alguns momentos, obteve informações interessantes. A casa do rapaz ficava para além, na direção do vento do Havaí, numa aldeia afastada, apertada num vale estreito que corria para o mar. Não havia muito que os brancos "haoles" apareceram na aldeia e o kahuna chefe tudo fazia para manter o seu povo isolado, vivendo à sua moda. Entre as inúmeras ordens que emitiu, uma foi que nunca deveriam negociar com os "haoles" (brancos), com a pena de receberem a oração da morte. O rapaz havia deixado a aldeia natal e indo morar em Kona, fazia vários meses. E esqueceu por completo a tal ordem do kahuna. Até a minha chegada a Napupu, o rapaz vivera com seus amigos havaianos e, por conseguinte, não entrara em contato com branco algum. Quando soube que eu estava à procura de empregados que me ajudassem na minha viagem à
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montanha, uniu-se a mim, sem pensar uma segunda vez. Não lhe ocorrera que a ordem do kahuna ainda permanecia de pé, mesmo fora da aldeia. Conforme eu ouvia estas coisas, fui ficando cada vez mais nervoso. O meu temperamento daqueles tempos não era muito diferente do de hoje, sempre que procuram atacar pessoas da minha amizade. Sentei-me desorientado, desejando ardentemente agarrar o tal kahuna, mesmo porque, pensava eu, se o rapaz morresse, eu teria de levá-lo de volta e paralisar todo o meu trabalho. Enquanto eu tratava de raciocinar, o mais velho dos meus empregados, o mesmo que se fazia representante dos demais, achegou-se a mim e lançou a mais natural sugestão. Delicadamente chamou a minha atenção para o fato de que os havaianos me conheciam como grande kahuna, até mesmo "um passeador sobre o fogo". Para ele, era muito simples o meu dever. Era só ajustar o caso, mandando de volta a oração da morte para o kahuna e, assim, salvar o rapaz. Os homens mantiveram-se na expectativa. E eu podia ver em seus olhos a confiança que depositavam em mim. Eu mandaria de volta a oração da morte e tudo voltaria ao normal. Sentia-me encurralado. Era a minha vez. A situação era um tanto desconfortável. Se eu recuasse, era óbvia a minha demonstração de medo. Já não era o mesmo sujeito forte que pretendia ser. Agora... eu sempre possuí uma boa dose de orgulho e o que poderia parecer errado aos brancos, ali não era. Assim, lá decidi eu então usar as minhas mãos para mandar de volta a oração da morte. Isto é talvez a coisa mais fácil que um kahuna amador possa fazer. A minha tarefa de mandar embora os espíritos já estava iniciada. Restava agora concatenar as idéias e exercer toda a minha vontade para que os espíritos fossem de volta para o kahuna. Achei que isto seria tremendamente fácil, pois o rapaz nada cometera de grave. Eu estava muito longe das folhas de "ti", as quais se costumavam sacudir por sobre a vítima, como parte da cerimônia, para ajudar a dirigir os espíritos, porém, eu
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nunca acreditara que isto fosse extremamente necessário. Além disso, eu estava com raiva e impaciente. Levantei-me e disse aos homens: "Vocês todos acreditam que eu sou um kahuna poderoso?" Eles concordaram entusiasticamente. "Então observem", resmunguei. Com isso, aproximei-me do rapaz e pus-me a trabalhar. O truque todo está em argumentar de tal maneira que os espíritos pensem que o seu chefe kahuna seja um demônio, pois que chegou a mandá-los matar um pobre inocente. Eu sabia que se pudesse ganhar a sua atenção para mim e tocarlhes a sua emoção, a ponto de criar um estado de revolta, eu seria bem sucedido. Evidentemente, eu teria de jogar com a alternativa de ter o tal kahuna (kla-ed) protegido a si próprio. Contudo, isto não era provável, pois ele nem iria pensar que eu iria mandar-lhe de volta a oração da morte. Duvidava mesmo que tivesse ouvido falar de mim naquela Ilha. Inclinei-me ligeiramente sobre o rapaz e tratei de argumentar com os espíritos. Eu procurei ser mais hábil e macio do que um político branco. Louvei-lhes o merecimento e a inteligência. Pouco a pouco fui dizendo quão triste era vê-los escravizados a um kahuna, ao invés de serem libertados para o Céu maravilhoso que os esperava. Expliquei-lhes como o chefe kahuna os havia capturado e amarrado. Disse-lhes quão puro, inocente e bom era o rapaz, ao passo que o kahuna era tão vil. Ainda hoje considero esse argumento uma obra de arte. Os havaianos quase choraram enquanto eu descrevia a triste situação dos espíritos. Finalmente, eu resolvi que os espíritos fossem vingar-se do chefe kahuna. Já me aprontava para dizer aos espíritos que fossem fazer uma visita ao kahuna, dando-lhe uma lição dez vezes maior do que aquela que ele pretendera dar ao rapaz. Naqueles tempos eu sabia berrar com todos os pulmões, quando queria. E ainda sei! (O velho jogou a cabeça para trás e deu um berro que estremeceu a casa). Bem, eu dei as ordens de comando nesse tom. Gritei tanto que amedrontei os animais de carga. Os homens pularam para trás e o rapaz gemeu como uma criança.
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Para mim, o esforço foi extremo tanto mentalmente como emocional e fisicamente. Coloquei todas as partículas da minha vontade na concentração daquela ordem aos espíritos. Ao repetir pela terceira vez, sentei-me todo trêmulo ao lado do rapaz. Não deixei que a minha mente se afastasse do projeto em mãos. Não deixei divagar o meu pensamento da vontade determinada para que os espíritos cumprissem minhas ordens. O sol se pôs e as estrelas apareceram. O rapaz esperava em silêncio. A uma boa distância os homens me observavam na expectativa, refletindo em seus rostos um medo horrível do invisível. Algumas vezes o ar acima de nós parecia revolver-se como se impelido por forças extraterrenas em conflito. À hora mais longa da história chegara ao fim, quando, repentinamente, senti uma sensação fora do comum. Foi como se a tensão do ar desaparecesse. Respirei profundamente. Alguns minutos mais tarde, o rapaz murmurou: "Wawe... maikai" (Pernas... bem). Quase gritei com o meu triunfo, quando me pus a fazer massagens nos músculos retorcidos do rapaz, que pareciam reagir como se tivessem estado congelados e agora voltavam à temperatura normal. Pouco a pouco a circulação passou a funcionar e os dedos dos pés começaram a mover-se. Os homens formaram
uma
pequena
multidão
à
minha
volta,
oferecendo-me
tímidas
congratulações. Era o clímax na minha carreira de kahuna. Dentro de uma hora, o rapaz estava de pé, comendo o seu "poi". Todavia, este não é o fim da história. Eu sentia uma agradável convicção de haver feito qualquer coisa boa. Por outro lado, desejava saber o que havia acontecido com o kahuna. Resolvi encurtar minha jornada paira poder fazer uma visita à aldeia do rapaz. Afinal de contas, a coleta pretendida havia sido pequena mesmo.
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Cobrimos a distância rapidamente nos poucos dias que ficamos no cimo da montanha. Acampamos por uma noite nas adjacências do Lago Mauna Kea, e exploramos a cratera do Mauna Loa. Durante a noite o frio era quase insuportável e durante o dia o calor abrasava tudo. No devido tempo, passamos para as terras abaixo, na direção do norte das montanhas. Aqui, a obtenção da água era mais fácil, mas o terreno era muito acidentado e a floresta mais densa. Chegamos finalmente ao oceano e tomamos um atalho que nos levou por entre os arbustos acima e abaixo, através dos vales e das ravinas, sempre seguindo o mar. Num dia, já bem tarde, chegamos a uma clareira num belo vale. Vimos uma senhora já idosa e uma moça trabalhando num quintal. Deram uma olhadela para o rapaz que me acompanhava e depois para mim, desatando a correr e a gritar à nossa frente. Seguimo-las e em breve demos com uma pequena povoação de casas de sapé. Não se via uma só pessoa. Senti-me do lado de fora de uma enorme cabana, onde o kahuna chefe havia vivido e esperei até que o rapaz fosse ver se encontrava alguém. Ouvi-o gritar e depois tudo silenciou por alguns minutos. Logo a seguir voltou com as novidades. Na noite em que eu mandara de volta a oração da morte para o kahuna, ele estava a dormir. Acordou com um grito e apressou-se a ir buscar folhas de "ti", pondo-se a abanar-se para espantar os espíritos. Entre monossílabos contou ao povo o que acontecia. Não se protegera como devia e o kahuna branco levavalhe uma pequena vantagem. Dentro em pouco caia por terra urrando e espumando. Pela manhã, esta morto. E o povo estava certo de que eu viera para castigar a aldeia toda. Disse então ao rapaz que fosse avisá-los de que eu já me considerava vingado e se eles se comportassem eu os trataria como amigos. Esperamos um pouco até que o chefe voltasse com a sua tribo. Ele não se mostrava satisfeito e a maior parte das mulheres estava morrendo de medo.
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Entretanto, tratei logo de reafirmar o recado dado e, dentro em pouco, éramos todos bons amigos. Na verdade, eles pareciam me considerar uma grande alma. Ninguém estava ressentido de eu haver matado o kahuna — o que, para eles, era muito natural. A alimária estava cansada e, portanto, decidimos aceitar o convite para ficar como hóspedes e sermos homenageados. Ofereceram-nos uma grande festa (Luao), a qual, tomando em consideração a pobreza da aldeia, não foi tão má. Não possuíam porcos para o banquete mas o cão estava tão saboroso quanto a nossa boa vontade. Na realidade, não me sentia muito bem, servindo-me do pobre cãozinho, mas como um kahuna dos bons, eu não tinha o direito de hesitar. Fizémo-nos irmãos de salgue. Uma coisa, entretanto, que eu nunca pude compreender foi esta: O velho kahuna fora informado de que eu havia empregado o rapaz, por meios psíquicos, porém, não conseguira descobrir que eu me tornara kahuna e que podia lhe mandar de volta a oração da morte. A única maneira pela qual eu posso entender o caso é que, talvez, ele tenha se recolhido ao anoitecer e adormecido em seguida. Um outro ponto que parece ser certo é que o kahuna parecia ser de uma classe bastante poderosa. Somente os bem desenvolvidos no assunto são capazes de ver à distância. Apenas, por que ele não conseguiu prever o futuro, não posso dizer, a não ser que ele não tenha tido capacidade para isso.
Comentário:
Existe ainda um outro método kahuna para; causar a morte pela magia, o qual é conhecido como "kuni" ou queima. Ao que parece, não foi muito usado antigamente, mas, pelo que me foi dito, consiste num ritual de queima de cabelo ou qualquer outro pertence do corpo da vítima, atirando as cinzas ao mar. Ainda não possuo dados e informações dignos de confiança sobre este assunto e apenas
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quero aqui mencionar o fato, pois, talvez mais tarde surja algo de importância e esta minha observação nossa servir para futuros investigadores. A morte de uma pessoa pelos métodos de magia era vista pelos kahunas como se dependesse de sentir-se a vítima num estado de consciência profundamente culpada, o que, naturalmente, era produto de males causados a outrem. Esta sensação de culpa (complexo) fazia com que o ataque dos "unihipili" ou espíritos subconscientes tivesse sucesso. Sem esta sensação de culpa, o subconsciente da vítima defendê-la-ia vitoriosamente contra o ataque dos espíritos. Através dos séculos, tem sobrevivido uma forma de magia praticada (ou experimentada), a qual consiste em preparar uma boneca ou imagem da pretensa vítima, espetando um alfinete por dia nessa imagem. A idéia, contudo parece ser de estabelecer certa relação entre a vítima e a imagem, sendo que a reação esperada seria morte depois de um certo período de tempo. Se bem que esta prática seja de pouca potência, não deve ser posta de lado, tratando-se de estudos de psicologia. Muito temos pela frente, neste campo ainda tão inexplorado. Devemos considerar todas as fontes de informação, para que não deixemos de lado nada que nos impossibilite compreender coisas tão importantes e sublimes, como seja, a cura instantânea. A força vital ou "mana" dos kahunas possui três intensidades. Se é de natureza elétrica, conforme as experiências modernas têm demonstrado, podemos, com segurança, afirmar que as três intensidades do mana conhecido dos kahunas equivale a três voltagens. As palavras kahunas usadas para as três voltagens eram "mana", para a voltagem mais baixa, aplicada pelo espírito subconsciente e "mana-mana" para a voltagem mais alta, aplicada pelo espírito consciente, como "vontade", ou força hipnótica. Havia ainda uma voltagem mais elevada, conhecida como "mana-loa" ou "força mais poderosa", e esta, entendia-se que somente podia ser aplicada por um espírito super-consciente, associado com dois outros de grau inferior, a fim de que
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pudesse ser completa a trindade humana.
Têm sido feito estudos dos mais modernos sobre a eletricidade vital, encostando fios à pele do corpo e do couro cabeludo de uma pessoa, para, com instrumentos sensibilíssimos, medir as descargas elétricas carregadas pelos fios. Os arquivos da Revista "Life" possuem um número de 18 de outubro de 1937, mostrando algumas fotografias de testes com estatísticas e gráficos. Duas voltagens de eletricidade foram encontradas: uma voltagem mais baixa nos tecidos do corpo físico e outra mais elevada no cérebro. Foi descoberto então que todo o ato de pensar envolve atividade elétrica da voltagem mais elevada da força vital. Os kahunas associavam todos os processos do pensamento com o "mana". A palavra "mana-o" significa "pensar", sendo que o "o" era acrescentado para mostrar que o pensamento é um processo que aplica o "mana". Pelo que aqui ficou dito, depreende-se que os kahunas ancestrais nada mais eram do que bons psicólogos. Conheciam o subconsciente e o consciente como dois espíritos e sabiam também da existência das duas intensidades da força elétrica vital, as quais, hoje chamamos de "ondas físicas" e "ondas mentais". Além disto, os kahunas também conheciam um espírito super-consciente e a voltagem da força vital usada pelo mesmo, sendo que esta última voltagem, era a mais elevada. Apesar destes dois últimos elementos não serem ainda conhecidos pela ciência moderna, tudo leva a crer que serão em breve descobertos. Nesta nossa investigação existem muitas provas para serem consideradas que apontam para a impecabilidade da psicologia kahuna. (Devemos sempre nos lembrar de que o sistema de psicologia dos kahunas, embora não seja completo e exato nos detalhes de menor importância, tornava possíveis fenômenos como "o passeio sobre o fogo". Era um sistema eficientíssimo e nós não podemos cruzar os braços até que encontremos outro de igual eficiência).
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A força vital ou o magnetismo gerado nos tecidos do corpo físico pela presença da força vital exerce estranhos efeitos sobre várias coisas. Na França, foram feitas experiências com um médium famoso, mostrando que tanto a carne como o peixe não deterioravam quando tratados por processo "magnetizador". Laranjas e outras frutas, assim como vegetais, quando tratados pelo mesmo processo, não apodreciam, mas secavam. Ainda outras experiências demonstram que a força vital pode ser armazenada por algum tempo em substâncias várias, quais sejam, madeira, papel ou pano. A água recebe e armazena as cargas de força vital. O mesmo, entretanto, não se dá com o vidro.
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CAPITULO V
O sistema kahuna e as três "almas" ou espírito do homem. Cada um com sua própria voltagem de força vital. Afinidades unidas e separadas.
Importância do conceito do terceiro espírito do homem (aumakua). Na religião, deus trino; em huna, homem trino. Tipos de espíritos de acordo com o credo kahuna. Caso 9: Personalidade múltipla. Caso 10: A mãe do general Lee. Caso 11: Duas moças no mesmo corpo. Esquizofrenia e insanidade. Separação do consciente e subconsciente.
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CAPITULO V Para voltar ao campo das medidas do antigo sistema chamado Secreto, devemos considerar a primeira unidade, que é a FORÇA. A segunda unidade a ser medida é a CONSCIÊNCIA que dirige a força. (Posteriormente citaremos a terceira unidade que é a SUBSTÂNCIA, através da qual a CONSCIÊNCIA extrai a FORÇA). Se os kahunas estiverem certos em sua idéia de que a consciência humana é composta, neste plano, de dois espíritos separados, com um terceiro espírito ou super-consciência, que age como um anjo da guarda, encontraremos neste conceito uma adição ao conhecimento psicológico que será de suma importância, embora de difícil apreciação. Este conceito levar-nos-á a reconsiderar nossas teorias religiosas a respeito da alma humana. Se os kahunas têm razão estabelecendo que temos em nós um espírito inferior, de pouco desenvolvimento, somente um grau acima dos animais irracionais, assim como um espírito mais desenvolvido que está há muito tempo fora do reino dos animais, nossas idéias de salvação deverão ser também remodeladas. Duas salvações serão requeridas, uma para cada alma porque estão em diferentes planos de desenvolvimento. A concepção religiosa do karma e reencarnação deverá ser também modificada, da mesma maneira e pela mesma razão — devendo considerar-se dois espíritos desiguais, mesmo deixando de lado seu ajuste à superconsciência, que é a mais velha e a mais desenvolvida das três almas do homem (a aumakua ou "espírito paternal"). Sobre este último e mais complexo sistema de psicologia, vemo-nos a uma luz mais clara, todavia trocamos a simplicidade dos seres. Na religião, estamos acostumados a considerar Deus como trino, mas aparentemente perdemos de vista o homem como um similar tríplice. Esta complicação começa a aclarar-se e a tornar-se de mais fácil aceitação se tivermos sempre em mente que o inferior ou espírito animal em nós, o unihipili,
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enquanto, para o homem, é capaz de todas as recordações, possui uma força inferior de razão. A mente espiritual consciente ou whane não podendo recordar por si mesma, pode usar toda sua potência de razão indutiva. Às evidentes informações sobre "a oração da morte" acrescentamos outras provas encontradas. Enquanto as Pesquisas Psíquicas modernas identificam o espírito dos mortos somente sob a classificação de "espíritos produtores de fenômenos" e "espíritos" comuns, com referência às atividades do espírito como um todo, de nosso lado notamos, muito claramente, que deve haver espíritos de diversas jerarquias, cada grau com sua própria voltagem de força vital e suas próprias habilidades mentais (ou falta de certas habilidades). De outro lado, os kahunas classificaram há muito tempo os diversos tipos de espírito. Como isto é quase uma novidade para nós do Ocidente, e esta classificação é de grande interesse e de suma relevância, permitam-me enumerar os diversos espíritos fantasmas que qualquer pessoa pode encontrar numa sala de sessão. Espécies de fantasmas ou espíritos classificados de acordo com a sabedoria Kahuna 1) O espírito normal e comum da pessoa morta. Este espírito é elaborado pelo subconsciente e consciente durante a vida. Ele pensa e mantém lembranças como qualquer vivente comum e usa das mesmas forças. 2) O espírito subconsciente do homem, afastado de sua companhia consciente por algum acidente ou doença, antes ou depois da morte. Este espírito lembra perfeitamente, mas é ilógico, possuindo somente uma razão dedutiva animal. É igual a uma criança e muitas vezes brincalhão, "produtor de fenômenos" ou fantasma barulhento. Gosta de frequentar as sessões e fazer as mesas saltarem, experimenta responder perguntas e frequentemente dá tais
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respostas a fim de parecer mentiroso ou ruim; gosta de imitar parentes mortos de alguma pessoa. 3) A mente consciente do homem afastada de sua companhia subconsciente antes ou depois da morte física. Este espírito não guarda recordações e assim sendo é uma alma desamparada (fantasma), vagando sem destino, algumas
vezes
fazendo
notada
sua
presença,
outras
vezes
vista
psiquicamente, mas agindo como verdadeiramente é, uma "alma perdida". E nessa condição permanece até, eventualmente, ser redimida ou emparelhada outra vez com o espírito subconsciente que pode fornecer-lhe a bagagem das recordações, muitas vezes com a memória de uma vida precedente, com a qual o espírito consciente salvado ou whane não tinha nenhum contato. 4) Espíritos da ordem subconsciente, incluindo o que podemos chamar de "espíritos da natureza ou almas agrupadas" de acordo com a terminologia Teosófica. Somente vagas informações são guardadas por esta classe de espíritos; no entanto, é de se concluir que eles frequentemente tomam parte nas atividades dos dois espíritos inferiores, o unihipili e whane, ajudando-os, muitas vezes, na execução de feitos de natureza espetacular.
Somente após a re-descoberta do sistema kahuna de psicologia é que tivemos uma plausível e satisfatória explicação do fenômeno de duplas e múltiplas personalidades (ou de obsessões ou tipos de insanidade por personalidades divididas). Torna-se, desse modo, excitante notar como o velho sistema se adapta ao que conhecemos destes casos. Permitam-me apresentar algumas informações típicas.
Caso Nº 9
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Personalidade Múltipla
*
Notas Preliminares:
Livros consultados: Outline of Abnormal Psychology, de William McDougall (Scrioner's,
1926);
Encyclopaedia
Britannica
(13ª
Edição),
Artigo
sobre
Personalidade Múltipla. A palavra "personalidade" como é usada aqui não é muito bem definida pela Psicologia. Jung, que seguiu Freud nas suas investigações dos complexos, leva-nos de volta à sua origem Latina: persona, a máscara usada pelos atores quando mudam de um para outro caráter numa peça. Isto descreve a mudança nos casos de personalidade múltipla. É a individualidade, ou as particularidades que distinguem um ente humano de outro. Descrevendo as mudanças de personalidade num corpo, pouca distinção é feita entre o subconsciente e o consciente — sendo estes considerados pela maioria dos investigadores como partes integrantes da personalidade. Todavia, Jung, lidera no seu trabalho o caminho para a distinção entre anima (Latim = vida ou alma, e corrompido em Francês para animal) para o subconsciente, e persona para o consciente. A descrição correta do fenômeno a investigaremos agora e achamos que deveríamos dizer "anima múltipla e persona" em lugar de "personalidade múltipla". Há três pontos que devemos considerar nos seguintes casos: (1) O aparecimento e o desaparecimento seja só da consciência ou da subconsciência, com correspondentes mudanças de personalidade; (2) O aparecimento e o desaparecimento de ambas as unidades combinadas;
(3) As memórias
retidas
pelas personalidades, conforme vêm e vão. Se a teoria kahuna fôr correta — isto é que somente a subconsciência possui lembranças — então, observando-se a memória poderíamos dizer qual a unidade que sai ou permanece.
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O "Webster's International Dictionary" fala deste fenômeno como uma condição anormal da "mente". De meu lado, prefiro defini-la como uma condição anormal do corpo, no qual a mente vem e vai de preferência às várias mentes envolvidas. Cada mente observada é encontrada perfeitamente normal, enquanto está senhora do corpo — a menos que haja uma perda de memória ocasionada por uma saída do corpo ou adormecimentos, casos que podem ser considerados como anormalidades. Os termos usados para descrever os elementos de consciência são: Uma personalidade separada do controle do corpo e do cérebro é conhecida como "desassociada"; a personalidade original de um corpo é a "primária" e se estas vêm a ser substituídas, são "secundárias"; a personalidade em controle temporário do corpo e cérebro é chamada de "dominante", enquanto que aquelas que já apareceram e se afastaram, ou aquelas que não hajam ainda aparecido,
são
tidas como "latentes". Em casos de "personalidades alternadas", duas personalidades somente são envolvidas no caso. Se houver uma "amnésia recíproca" nenhuma das personalidades lembra os atos executados pela outra enquanto se encontrava de posse do corpo. Se não houve amnésia recíproca, uma ou ambas podem ser capazes de lembrar ou saber o que foi feito pelo corpo durante sua ausência. Sob a influência da hipnose, uma ou mais destas personalidades podem ser trazidas de seu estado latente e são capazes de responder as questões formuladas pelo operador. As respostas podem não ser muito lógicas, como seria de esperar, mas podem esclarecer situações nunca relembradas, como somente o pode fazer a mente subconsciente se tais memórias tiverem sido armazenadas. Este fenômeno não é novo. Desde tempos remotos o homem tem mudado de personalidade ou se tornado "possesso". Isto geralmente refere-se a condições de insanidade, mas nem sempre. Nossa atenção agora se dirige para casos em que não são observadas personalidades insanas.
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O Caso:
Condensarei alguns casos típicos debatidos por McDougall, baseados nos livros já mencionados. O Rev. W. S. Plumer descreveu o seguinte caso no Harper’s Magazine em 1860: Mary Reynolds, moça normal de dezoito anos, ficou sujeita a ataques durante um ano. Certo dia, enquanto lia num campo, ficou inconsciente, acordando cega e surda. Este estado passou em três meses. Certa manhã ela não pode ser acordada. Algumas horas mais tarde acordou por si mesma — mas como uma criança recémnascida. Não obstante, ela podia repetir algumas poucas palavras. Aprendendo com uma grande rapidez, o "bebê" começou a crescer mentalmente e a usar o cérebro adulto. Em poucas semanas a personalidade primária voltou e a segunda desapareceu. Esta alternação continuou por anos; a personalidade do "bebê" progredindo no processo. Nenhuma das duas personalidades, quando dominante, tinha algum conhecimento ou lembrança do que a outra fazia quando de posse do corpo e do cérebro. O Professor Janet descreve outro caso em que uma das personalidades conhecia as memórias da outra: Félida começou a mudar de personalidade na idade de 13 anos. Era uma criança histérica, mas a segunda personalidade era muito diferente. A segunda personalidade podia recordar todos os pensamentos da primeira, mas esta nada sabia da segunda. O mais famoso estudo do Dr. Morton Prince foi o "Caso Beauchamp". Aos dezoito anos uma jovem senhora começou a mudar de personalidade. Esta mudança continuou por anos, cinco personalidades foram identificadas e em todas elas — cada uma considerava-se uma individualidade separada, e as mútuas lembranças provocaram um verdadeiro emaranhamento. A infância da menina, B, foi marcada por pressões emocionais e nervosismos. Adulta, tornou-se enfermeira, recebendo um choque emocional num caso de amor.
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De repente todas as suas peculiaridades começaram a ser "exageradas" e ela se tornou ultra-religiosa. As lembranças conservavam-se intactas, mas existiam mudanças distintas em suas características. Esta transformação durou mais ou menos seis anos, durante os quais uma outra personalidade chamada "Sally" apareceu, apresentando-se somente quando B dormia. Durante a noite esta Sally falava por este corpo, dando passeios sonambúlicos. No final do período de seis anos, outro choque emocional provocou a personalidade denominada B4, que se tornou dominante. Esta B4 podia lembrar todos os acontecimentos da vida da original B, mas não aqueles da vida de B1. Nos anos seguintes B1 e B4 se alternavam, com recíproca amnésia. Ambas lembravam todos os atos da B, mas nada sabiam do que era feito por uma ou outra. B1 era doentia e suave. B4 era mais saudável e muito mais agressiva. Ambas eram muito emotivas. O Dr. Prince aplicou o hipnotismo em sua paciente, e sob esta influência outra personalidade foi descoberta, falando livremente. Todavia, esta interessante personalidade embaraçava o investigador. Ele estava inclinado a pensar que esta era a B original, em sua condição normal e aperfeiçoada. Ela assemelhava-se em alguns casos com ambas B1 e B4, parecendo ser uma amálgama delas e de si própria. Ela foi descrita como "Pessoa de temperamento constante, franca e livre ao dirigir a palavra — personalidade natural e simples em suas maneiras de pensar e agir". Ela possuía todas as recordações. B, B1 e B4 continuavam a alternar-se — B agora comandava as lembranças de B1 e B4. Durante este tempo B1 e B4 pareciam às vezes partilhar das "características emocionais" de cada uma — permuta que era levada para trás e para frente. Após alguns anos a original B tornou-se dominante, forte e normal. Sally era interessante. Ela podia surgir por hipnose e ser questionada, apesar de também se alternar com uma das outras personalidades, transformando muitas vezes o processo iniciado pela investigação hipnótica. Ela considerava-se uma
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personalidade separada e distinta, lembrando todos os atos praticados durante a noite. Ela contou ter estudado o que as outras personalidades (exceto B4) estavam fazendo, lendo seus pensamentos quando os achava interessantes. Quando elas liam um livro que lhes desagradava, ela parava a leitura dos pensamentos e divertiase com seus próprios pensamentos. Ela detestava a B1, forçando-a a ter visões alucinantes e a efetuar alguns movimentos autômatos. Algumas vezes tomava controle da voz da B1; outras vezes obrigava-a a praticar coisas que desagradavam a mesma — tais como dizer mentiras. Quando Sally estava de posse do corpo era incapaz de abrir os olhos. Uma das ações autônomas forçadas por ela nas outras era destas esfregarem os olhos. Desta maneira ela podia eventualmente ter seus próprios olhos abertos, sendo assim capaz de ver e dominar todo o organismo. Seu primeiro sucesso neste campo foi quando, num momento de descanso sonolento, era dominante a B1. Depois disso Sally era capaz à sua vontade de remover B1 no normal. Nestas ocasiões B1 retornava sem nenhuma lembrança do que Sally tinha feito com o corpo. Num esforço de vontade Sally "paralisava" a B1, que, apesar de parecer dominante, era forçada a obedecer ordens como se estivesse hipnotizada, o que resultava numa Sally praticando brincadeiras contra a B1. Desfazer o tricô era sua brincadeira favorita. A B1 e a B4 não tinham conhecimento de Sally ou de seus períodos de domínio. Sally não podia ler os pensamentos da B4, como também não podia forçar nenhum automatismo na mesma; ela dizia que isto era porque B4 tinha ouvido falar nela e lutava contra qualquer controle. Em algumas ocasiões, quando Sally estava dominante e não podia ter os olhos abertos, sua pele, tecidos internos e "percepção muscular" assemelhavam-se em todos os pontos aos de um corpo adormecido.
Comentário:
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O Dr. Prince assegura que todas as personalidades usando um corpo são partes "desunidas" de uma real personalidade. Seu método de tratamento consistia em fundir duas ou mais personalidades para obter uma terceira dominante. Nisto ele era bem sucedido, como nenhum outro médico. O Professor McDougall, em seu estudo (nosso livro fonte) esclarece que cada personalidade é uma "mônada" separada ou entidade em si mesma. Nenhum dos psicologistas é propenso a admitir que estas personalidades possam vir e ir num corpo e que a subconsciência possa ser usada por uma ou mais personalidades ou mudar no corpo. Meus próprios estudos e informações a respeito de personalidade múltiplas resultaram na aceitação do sistema psicológico kahuna como a melhor explicação dessas complicadas variações. Em alguns casos já reportados, uma personalidade infantil chega a tornar-se dominante; em outras uma personalidade adulta vem e traz com ela uma completa mudança na saúde — muitas vezes paralisando um membro — assim como uma recordação definida de uma vida passada em outro corpo. Como os psicologistas e os kahunas discordam, vejamos quais as provas que podem achar a respeito de poder uma "personalidade" deixar um corpo e voltar para o mesmo.
Caso Nº 10
Teria o consciente e o subconsciente da mãe do General Lee deixado o corpo e voltado?
Notas Preliminares:
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Este caso foi publicado no Hollywood Citizen em 14 de Dezembro de 1934, na seção diária Strange As It May Seem. Tomei-o como autenticado pelo organizador da seção. De qualquer maneira existem muitos outros casos que são perfeitamente autenticados.
O Caso:
Quatorze meses antes do famoso soldado confederado, General Robert E. Lee, nascer, sua mãe aparentou ter morrido. O médico atestou ter seu coração parado de bater, ter ficado rígida e fria. Pensando que ela estivesse morta, os serviços funerários foram executados e seu corpo colocado na tumba da família. Felizmente, naquele tempo, os corpos não eram embalsamados. Uma semana mais tarde o guarda do cemitério, indo retirar as flores do túmulo, ficou surpreendido ao ouvir um gemido vindo de dentro do túmulo. Rapidamente abriu o caixão, encontrando a Sra. Lee — novamente de volta ao seu corpo, viva. Aparentemente ela tinha falecido, mas voltara, pois não havia sido sufocada. Recobrou-se e viveu para dar a luz ao filho que mais tarde viria a ser tão famoso.
Comentário:
Neste e em outros casos similares temos a prova da cessação de todas as atividades do consciente no corpo. As do subconsciente também cessam. Com referência de decomposição do corpo somos forçados a concluir que continuou uma leve conexão — talvez pelo cordão ectoplasmático — entre o corpo e a subconsciência, ligação que deve ter sido removida parcialmente dando causa à aparência de morte do corpo.
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A respeito desta conexão é bom recordar os yoga da Índia. Estes homenssantos usam uma forma de auto sugestão para arrojar seus corpos num estado de morte aparente, enquanto a consciência viaja por longos períodos de tempo e o subconsciente adormece. Nos dois casos anteriores examinamos justamente as informações que nos poderão valer mais tarde; mas nos dois próximos fixaremos a informação que me demonstrou a significação de todas — apontando-me o segredo dos kahunas.
Caso Nº 11
O aparecimento da mais estranha personalidade
Notas Preliminares:
Um dos mais novos membros da Sociedade de Pesquisas Psíquicas e que tem tomado parte em inúmeras investigações, residia em Honolulu quando eu lá estava. Era o Dr. Leapsley, homem de brilhante cultura e tão merecedor de confiança quanto sábio. Efetuou ele diversas viagens fora de Honolulu, para esta e outras investigações. Muitas vezes conferenciava com um grupo de amigos para dar-lhes os últimos resultados de seus trabalhos. Transmito este caso conforme as notas tomadas em uma dessas conferências.
O Caso:
O Dr. Leapsley (Doutor em Filosofia e Biologista), em companhia de dois médicos, foi chamado para uma consulta sobre um caso de personalidade múltipla. O caso a ser observado e tratado era de uma jovem de vinte e oito anos, filha de um proeminente advogado da Califórnia. Desde a idade de quatro anos, esta jovem
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apresentava personalidades alternadas regularmente cada quatro anos. Somente duas personalidades estavam envolvidas e existia entre uma e outra amnésia completa. A mudança das personalidades que se dava com uma certa regularidade, acontecia durante um sono profundo. A personalidade secundária, quando apareceu a primeira vez, apresentou-se como uma criança, mas passou a aprender rapidamente e logo igualou-se ao desenvolvimento mental da personalidade primária. Através dos anos, durante os seus tempos de domínio, cada uma das duas personalidades foi continuando em seu crescimento mental e educativo, sendo cada uma capaz de aprender com surpreendente rapidez tudo que a outra tinha aprendido antes. Nenhuma das duas tinha a menor idéia das experiências da outra. Após a volta ao corpo nenhuma das personalidades podia relembrar o que tinha sido feito ou onde tinha sido feito ou onde tinha estado quando se ausentava. Havia sempre surpresa e um desnorteamento momentâneo na hora da volta a um corpo quatro anos mais velho e estranhamente vestido. A personalidade primária era quieta, estudiosa, gostava de costurar, era acanhada e retraída. A personalidade secundária era agressiva, descarada, dada a ralhar. Seus gostos e recreações eram diferentes. Uma das transformações teve lugar uma tarde enquanto a mãe lia para sua filha de doze anos de idade. Elas estavam na sala de estar e a personalidade primária, a quem chamaremos de Srta. Primeira era então dominante. A criança escutava quieta e feliz a leitura quando, de repente, adormeceu. Foi à menor Srta. Segunda quem acordou no corpo um momento depois. Quatro anos se passaram. A Srta. Segunda, agora com dezesseis anos, estava na mesma sala com a mãe. Esta última estava lendo um outro livro, só que desta vez não era em voz alta, porque a Srta. Segunda não se importava com livros.
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Adormeceu, como já tinha acontecido, na mesma grande poltrona, na qual estivera sentada quatro anos antes e, da mesma forma, numa tarde ensolarada. Subitamente os olhos se abriram e a Srta. Primeira olhou surpresa "Porque você parou de ler, Mamãe?" perguntou ela. Ignorava que quatro anos se houvessem passado, pensando ter caído no sono e que a leitura tivesse parado naquele momento. Quando lhe foi dito o que tinha ocorrido ela compreendeu, por relembrar experiências similares. Ela pôde também ver que seu corpo era maior e que usava um vestido muito colorido para agradar o seu gosto acomodado. Assim, cada quatro anos, as jovens ocupavam lugar no corpo. Na idade de vinte e oito anos, ou perto dela, cada jovem tinha vivido no mesmo corpo cerca de quatorze anos. Em cada mudança, o guarda-roupa tinha de ser renovado para servir à personalidade que reassumia o corpo. Divertimentos eram instantaneamente mudados, assim como a alimentação, os hábitos e os "hobbies". Por fim, os pais decidiram apelar para alguém a fim de ver se não havia uma maneira de ser a personalidade secundária forçada a deixar o corpo para a primária. No entanto, encontravam-se os pais muito perturbados porque amavam ambas as personalidades, como se tivessem duas filhas diferentes, como realmente a jovem havia se tornado para eles. Os investigadores explicaram à jovem que eles iam hipnotizá-la e se empenhariam em provocar a fusão de ambas às personalidades para o ressurgimento em uma, ou fazer com que a Srta. Segunda deixasse o corpo inteiramente para a Srta. Primeira, nele presente na ocasião, mas que temia a aproximação do tempo habitual para a mudança. Avidamente ela submeteu-se ao tratamento. Sob hipnose, ocorreu o usual. Ambas as personalidades apareceram em turnos e puderam ser questionadas. Cada qual demonstrava completa memória de seu próprio período de vida no corpo, e cada uma disse que sabia tudo sobre as atividades da outra — não por compartilharem essa experiência, mas "lendo" o que
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estava na memória da outra. Elas não tinham certeza se ficavam no corpo ou não, quando em estado latente e demonstravam a usual falta de força raciocinadora. Quando foi dito ao Subconsciente da Srta. Segunda que ela deveria sair e deixar o corpo, a resposta foi vaga e insatisfatória. A ordem parecia ter sido aceita, mas os doutores estavam convencidos de que nada resultaria da mesma. Tão convencidos estavam eles que deram também a habitual sugestão hipnótica com a finalidade de forçar a fusão das duas personalidades. (Nota: Como é só o subconsciente que pode ser hipnotizado e agir sob as sugestões dadas, a fusão deve dar-se entre duas entidades subconscientes. Tal fusão daria à consciência dominante uma dupla série de memórias e assim haveria uma fusão completa do par de personalidades. Seria totalmente impossível — se os kahunas estão certos em suas postulações — que duas entidades de consciência pudessem fundir-se sem ficarem instantaneamente cientes de sua dualidade.) Após o primeiro tratamento, verificou-se que nenhuma fusão se dera. Os tratamentos foram executados diariamente até que o habitual tempo de mudança chegou. Era de se esperar que, estando a Srta. Primeira ciente do fato de que eles desejavam sua permanência no corpo e se fundisse consciente e subconsciente com a Srta. Segunda, algo seria obtido. Todavia, quando a mudança ocorreu, a Srta. Primeira não estava fundida com a Srta. Segunda. O hipnotismo foi novamente aplicado, após a recém-chegada ter ficado ciente do que estava sendo feito. Novamente os subconscientes foram questionados. A Srta. Primeira lembrava as instruções recebidas para experimentar a fusão com a Srta. Segunda, mas disse ser incapaz de fazer algo para isso. Quando lhe perguntaram onde estava, ela somente respondeu, "Aqui". A sugestão foi novamente experimentada, numa tentativa de obrigar a Srta. Segunda a deixar o corpo. Então algo estarrecedor aconteceu. O corpo ficou como morto. Nenhuma resposta, de nenhum dos subconscientes, pôde ser obtida. Os
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médicos e os pais ficaram muito alarmados. Era seu desejo verem-se livres da segunda personalidade, mas agora parecia que havendo conseguido desalojá-la não podiam trazer de volta a Srta. Primeira. Enquanto as sugestões estavam laboriosamente sendo continuadas deu-se uma mais assustadora ocorrência. Os lábios se abriram e uma personalidade inteiramente desconhecida falou-lhes, com tal sabedoria e autoridade que os confundiu. Esta nova personalidade falava com uma voz ressonante que era de inegável qualidade masculina. Era uma voz gentil, mas muito firme de um homem idoso. O grupo à volta da jovem escutava com espanto. Imediatamente compreenderam os doutores que estavam escutando uma outra personalidade dirigindo-se a eles e concluíram que esta nova personalidade não pensava do mesmo modo que eles. Apresentava-se não só logicamente, mas super-logicamente. Parecia conhecer perfeitamente, nos seus menores detalhes o que havia anteriormente acontecido e o que estava sendo tentado. Não fazia perguntas, mas começou imediatamente a fazer declarações uma após outra a respeito das jovens e de suas vidas. Cada exposição era muito precisa e cobria o terreno com o qual os pais e os doutores estavam familiarizados. Tão logo a nova personalidade resumiu os fatos, ficou silenciosa. Os doutores perguntavam-se quem poderia ser o locutor. A resposta foi outra declaração dizendo que era uma personalidade que tinha as jovens e o corpo sob seus cuidados e guarda. Em resposta a outras perguntas, mais fatos foram declarados — sempre sem os argumentos que uma mente consciente pode usar, e sempre sem explicar as razões do caso. Foi dito ao grupo que as jovens estavam usando um só corpo pelas determinações da vida. Os doutores então apresentaram os seus melhores argumentos. Eles explicaram a maneira pela qual a mudança de personalidade estava arruinando a vida da jovem. Ela não podia casar e levar uma vida normal. A isto a nova personalidade respondeu com declarações, cuja lógica era unicamente aparente,
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sempre sem argumento ou raciocínio. Declaração seguia declaração, cada um dando propósitos definidos de vida — os vários propósitos de crescimento e experiência. Os cultos doutores estavam desamparados. Cada declaração era tão profunda e perfeitamente razoável que não podiam achar um argumento lógico para retrucar. Encontravam-se como crianças ante a sabedoria antiga. O tipo de pensamento com o qual estavam se defrontando não era humano. Os doutores teriam sido capazes de produzir argumentos em favor das declarações dadas, iguais a verdades eternas, mas não podiam apresentar argumentos contra elas. Num curto espaço de tempo ficaram em silêncio. A personalidade que se havia apresentado os deixava desamparados. Em desespero, um dos doutores gritou que se não fosse permitido à Srta. Primeira ficar de posse do corpo eles a conservariam indefinidamente hipnotizada. A resposta foi que ninguém podia fazer coisa alguma que pudesse prejudicar o corpo. Ainda uma outra assertiva foi dada — uma final que encerrava para sempre a entrevista. A declaração foi simples e concreta: "Se vocês interferirem no meu trabalho, removerei as moças e lhes deixarei o cadáver". Seguiu-se um longo silêncio. Nenhuma pessoa do grupo duvidou um momento sequer de que a velha e sábia personalidade cumpriria o prometido. Havia convicção de verdade e uma força serena em cada palavra. Afinal, alguém se aventurou a fazer uma nova pergunta... mas, nenhuma resposta veio. Algum tempo mais se passou. Foi então sugerido livrar o corpo do estado hipnótico. A Srta. Segunda abriu os olhos e sorriu. Doutores e pais desistiram. Eles tinham se confrontado com Deus e compreenderam a futilidade de seus esforços.
Comentário:
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Na personalidade do homem idoso, encontramos algo que está diferenciado seja do subconsciente como do consciente. Essa diferenciação correspondente ao designado pelos kahunas como super-consciente ou espírito "paternal", como também na própria maneira de pensar. A super-consciência, de acordo com minhas conclusões, usa uma forma de pensamento mais elevado do que a memória ou razão, apesar de capaz de lembranças e raciocínios. A única palavra para descrever esse processo de pensamento é "realização" — processo de conhecer coisas sem que seja através do labor da lembrança e da lógica aplicada ao que deve ser relembrado e ao que é observado. O espírito super-consciente, assunto ao qual voltaremos, usa uma voltagem superior de força vital. É evidente que possui também uma forma superior de mentalidade. De acordo com a erudição dos kahunas, esta forma de mentalidade torna possível à super-consciência tomar contato ou ver aquela parte do futuro que estiver cristalizada. A melhor prova da teoria kahuna dos três seres e de suas diferentes formas de mentalidade é encontrada nos casos de múltipla personalidade em confronto com os de insanidade obcecante ou esquizofrênica. Nos primeiros casos o paciente conserva-se são porque ele ou ela é obcecado ou controlado por um fantasma normal intruso que tem seu próprio subconsciente e consciente, e que pode, desta maneira, lembrar-se e usar a razão. Somente a personalidade (consciência própria) pode mudar, ou somente as memórias podem mudar (subconsciente próprio), ou ambos podem mudar — mas assim mesmo existe sanidade porque o consciente raciocinador está sempre no controle do corpo, indiferente às mudanças. No segundo caso, a insanidade resulta das mudanças porque o próprio consciente é removido e um novo não toma posse do corpo. Isto deixa o subconsciente residente em sobrecarga, com a perda da razão; deixa o corpo vivo, mas em uma condição de insanidade. Ou, um subconsciente invasor pode obcecar ou tomar conta do corpo,
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após hajam sido expulsos os dois seres residentes. Casos de insanidade são comuns quando um estranho subconsciente obceca o corpo. Sabemos ser ele estranho porque traz consigo uma série de memórias e convicções, mesmo quando ilógicas. O insano que acreditar ser Napoleão é deste tipo, raramente perigoso, é muitas vezes capaz de se lembrar dia após dia, mas nunca capaz de usar um tipo característico de razão da própria consciência. Adiante consideraremos a obsessão em conexão com o estudo dos métodos de cura Huna. No momento o importante é entender-se que os kahunas acreditavam existir três espíritos ou almas separados e independentes compondo o homem, e ficamos sabendo serem SEPARADOS E INDEPENDENTES PORQUE PODEM SER SEPARADOS POR ACIDENTE OU INTENCIONALMENTE. É de importância um pouco menor o conhecimento de que só o subconsciente pode recordar-se, e que somente o consciente pode raciocinar, enquanto que a super-consciência tem uma mais alta forma de mentalidade que lhe dá um exato conhecimento do passado, do presente e de parte do futuro que tenha sido determinada com antecedência.
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CAPITULO VI
Medindo o terceiro elemento em magia. Substancia invisível através da qual a consciência age por meio de força.
Os três corpos astrais invisíveis do homem. O termo havaiano “kino, aka”: corpo astral (também halo). Conceito grego e egípcio. A “luz verdadeira”, segredo da psicologia huna, especialmente referente ao superconsciente. Interpretação indiana da energia prânica. Fluxo de força vital através de fios. Pensamentos têm corpos ou formas astrais. Materialização de pensamentos. Telepatia.
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CAPITULO VI Como já expliquei, o sistema kahuna nos dá três unidades ou medidas de magia; primeiro, o consciente em trabalho, em qualquer operação executada; segundo, a força usada; terceiro, a substância invisível através da qual a força opera — tipo de energia elétrica por onde é conduzida e trazida para atuar. Vimos os três espíritos ou seres que compõem o homem, tendo cada um sua própria e peculiar força mental e usando sua própria voltagem de força vital. Se a isto acrescentamos TRÊS ASTRAIS INVISÍVEIS — ETÉRICOS — corpos FANTASMAS, o quadro estará levemente completo — ao menos, como sou capaz de vê-lo agora. Na Teosofia, conforme emprestado dos religiosos da Índia, encontramos uma forte semelhança com a idéia kahuna dos três corpos, feitos de substâncias invisíveis e que servem cada um dos três espíritos do homem como um corpo fantasmagórico ou veículo, presumivelmente, mesmo antes do nascimento do corpo físico e após sua morte. Usei os termos astral e etérico emprestados da Teosofia, pela falta de melhores palavras. A palavra havaiana é kino (corpo) e aka (sombreado). Cada um dos três espíritos tem um corpo sombreado, mas o do espírito consciente é mais fino e sutil do que o do subconsciente. O do superconsciente é o mais fino e sutil dos três. A palavra aka significa, também, extensão luminosa fora do corpo, ou auréola de luz em volta da lua ou sol, ou o círculo de luz que se estende da lua ou do sol antes que se eleve no horizonte. Os corpos sombreados do espírito consciente e subconsciente fundem-se com o corpo físico vivente (eles podem vir e ir) interpenetrando-o. O corpo sombreado do subconsciente interpenetra o corpo inteiro, sendo uma espécie de molde de cada minúscula célula e tecido. O corpo sombreado do espírito consciente centraliza-se em volta da testa e é apresentado nas pinturas dos santos medievais
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como uma fina auréola em volta da cabeça. (Ou, talvez, possa ser o corpo sombreado do super-consciente do santo ao qual estava subordinado). Nos primitivos escritos da religião grega vemos, de acordo com James Morgam Pryse, na introdução de seu livro Restored New Testament, a crença em dois corpos invisíveis: um corpo de luz, um corpo de sombra, assim como o físico. Nos Upanishads da Índia encontramos dois corpos invisíveis, o "casual" e o "sutil" (kãrana sharira e sükshma sharira), como também o físico. Em livros após livros, lemos as conclusões de homens sábios que procuram a verdade através da religião e da psicologia. Eles transcreveram em palavras o que Thornton Wilder chamou de "vastas, vagas intimações" da religião. Nestas intimações, alguém pode, quando já está familiarizado com o sistema kahuna, começar a captar algo, mesmo que ainda incompleto, de fatos substanciais. Permitam-me assinalar aqui um parágrafo do trabalho de Pryse: "Semi-latente dentro desta semente pneumática (da aura) é o paracleto, a luz do Logos, que gera energia, podendo ser descrito como vida, eletricidade consciente, de voltagem incrível e dificilmente comparável à forma conhecida de eletricidade, pelos físicos... O corpo solar, assim chamado porque em seu aspecto visível é por si mesmo luminoso como o sol, tem uma radiosidade dourada. Este corpo solar é atomizado, substância não molecular... O psíquico, ou corpo lunar, por intermédio do qual a Mente atua no mundo físico, é molecular em sua estrutura, mas longe de ser uma substância mais fina do que aquelas dos elementos que compõem a forma física, organismo ao qual é correspondente, tendo os órgãos da visão, audição etc. Em sua aparência ele tem uma luminosidade prateada, tisnada de delicado violeta; sua aura é de pálido azul, com um intercalamento de todas as cores prismáticas, tornando-o iridescente." No Egito, como era de se esperar após conhecermos o Berber kahuna, a legendária história da estada destes no Nilo, encontraremos ali definidos traços deste sistema kahuna.
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E. V. Straiton, escreveu no Glossário do II Vol. de seu livro The Celestial Ship of the North (descrevendo as crenças do antigo Egito):
"O homem abrangia muitas entidades, cada uma funcionando em vidas separadas no túmulo com a múmia. Pensavam consistir o homem de Sahy, Ka, Ba, Khoo, Sekhem e Ren. Diziam que Ka vinha para o corpo, ao qual pertencia, no nascimento, ali vivendo até a morte. Era a projeção etérea da imagem divina ou duplo do Ser Eterno, imagem do Ego Espiritual, o segundo eu glorificado à semelhança do mortal eu superior, o gênio, descrito como o ser nascido com o mortal para esta vida. Eram perfeitamente semelhantes, quer seja como criança, homem ou mulher. O Ka pode separar-se e unir-se ao corpo à sua vontade, e, quando de sua união ou vinda para o corpo, diz: "Seja permitido à minha Alma Eterna ver meu corpo." Existe uma câmara especial (no túmulo) para ka... Ba, a Alma-Coração (era a) mais refinada e etérea em substância. Ba podia entrar no céu à vontade. Podia revisitar o corpo no túmulo e reanimá-lo e como outras entidades decairia se não fosse bem alimentado; assim sendo, alimento
era-lhe
suprido,
seja pelo homem ou por deuses. Ba podia transportar-se... Khoo era a Centelha do Fogo Divino, a Faísca Luminosa, residindo seja no céu como no corpo físico. Era a Alma Espírito translúcida que subia ao céu... Khaibit (ou) Sombra era tratada como parte da economia humana. Levava uma existência independente, podendo ser separada do corpo e visitando-o quando desejasse. Supunham que estivesse sempre perto ou com a alma... Sekhem (ou) "Força Vital" geralmente mencionada com Khoo e a Alma. Tinha também sua existência no céu. Ren (era) o nome e presumia-se existir no céu... Todas elas eram indissoluvelmente unidas, apesar de nos primitivos tempos dizerem que eram partes da natureza mortal do homem, separadas e independentes... Osíris (ou) reunindo as partes espirituais do homem. O Osíris do homem ligado a bem-aventurança espiritual após as cerimônias dos mortos. Estas partes espirituais quando juntadas assemelhavam-se perfeitamente a
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ele... O falecido era chamado Osíris e assim continuou a ser chamado até o período Romano." Nestes remanescentes fragmentários do velho sistema kahuna, poder-se-á tirar indicações da tradição dos três espíritos do homem, as três voltagens do mana ou força vital e dos três akas ou corpos sombreados. As visões psíquicas dos videntes e médiuns, todas, apontam o fato do eu super-consciente, em seu corpo sutil, ser carregado de indescritível alta voltagem de força vital, apresentando-se fortemente iluminado, como se fora uma luz branca. Na ciência kahuna, a "VERDADEIRA LUZ" era a psicologia Secreta e especialmente na parte relacionada com o super-consciente, que era chamado Luz. Era denominado, também, de Caminho ou Senda. Na Cristandade podemos ver, igualmente, numerosos remanescentes do Secreto. Os rituais do batismo com o uso da água, a confissão, o exorcismo, o ritual de perdão dos pecados, todos eles têm o seu profundo e significante fac-símile nas magias kahunas. Isto seria natural e aproximadamente correto se colocássemos a tradição dos kahunas no Egito, antes da época de Moysés. As bases das primitivas religiões, da Cristandade, originaramse no Egito ou perto dele. Como nenhuma outra fonte de rituais da Igreja Romana ou ramificação da Igreja grega tenha sido descoberta, com possível exceção da própria Missa, é significante dizermos aqui, encontrarem-se kahunas nas partes mais remotas do Havaí que conhecem as histórias da Bíblia com referência ao Velho Testamento, mas que nada sabem a respeito do Novo Testamento, fazendo um uso diário dos rituais e cerimônias da Igreja primitiva em suas magias de cura. É provável que os kahunas em sua emigração para o Havaí, vindos do Egito, tenham transmitido aos sacerdotes da Índia algumas de suas crenças básicas. Mas é evidente que na Índia uma base similar de doutrina tivesse já sido incrementada e que com o enxerto das crenças kahunas àquelas nativas da Índia, resultasse na grande contaminação dessas idéias.
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Tomemos, por exemplo, a idéia de FORÇA, como é representada na ciência indiana pelos pranas ou energias prânicas. Enquanto os kahunas reconhecem somente três voltagens de mana (note-se a similaridade das duas palavras para força), os Hindus dividiram e mais uma vez dividiram, dando uma força especial ou energia prânica a cada ação da mente e do corpo. Esta tendência de analisar tudo em muitas partes finas resultou na existência de quarenta e nove pranas em alguns sistemas da Índia. Todas as modalidades de pensamento e percepção são igualmente divididas para "sete vezes sete", dando-nos o dhãtus e dharmas como uma parte do esquema. A prova de qualquer pudim é feita sempre comendo-o. Apesar de mais complicado e mais elaborado este sistema evoluiu na Índia, conservando-se o seu sistema psico-religioso muito menos prático do que aquele praticado pelos kahunas. Além disso, as doutrinas do karma e da reencarnação, como estabelecidas na Índia, em sua aplicação para o homem como se ele tivesse um único espírito, opunham-se ao uso das magias de cura, como também a muitas outras atividades normais, cultivando outrossim o sistema opressivo de castas. Não necessitamos discutir rigorosamente os elementos dos sistemas de qualquer religião, mas, como modernos Psicologistas, devemos nos esforçar no estudo das questões dos velhos sistemas psicológicos quando haja relação com as recentes descobertas. Quando pela primeira vez me defrontei com o significado de "viscosidade" como parte da raiz (pili) de unihipili, palavra kahuna para o espírito subconsciente, nada pude deduzir da mesma. Mas, quando já tinha associado o corpo sombreado ou aka com o espírito subconsciente e tinha considerado as diversas aplicações das raízes aka, descobri que o "visco" era o corpo sombreado. Ele adere a qualquer coisa com as quais entramos em contato ou vemos (estou inclinado a acreditar que até as coisas com que entramos em contato, escutando). É como quando, tocando um papel mata-moscas com um dedo, ao retirá-lo, um longo e fino fio de substância
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adesiva é dele arrancado. À primeira vista, absurdo quanto o possa parecer, este é, no entanto, o exato caminho encontrado pelos kahunas para a descoberta do corpo sombreado do subconsciente elaborado. A idéia do fio ou cordão do aka está estreitamente ligada ao fluir do mana ou força vital. A raiz ka significa corda, como também a vinha, cujos ramos espraiam-se. O vinho é o símbolo do mana, assim como o é a água. O cordão astral é descrito na literatura Teosófica como uma corda de matéria invisível que liga o espírito, em um de seus finos corpos, ao corpo físico quando o espírito o deixa por ocasião do sono ou numa condição de transe. Os Psicologistas modernos não têm a menor idéia de como um corpo sombreado é ligado às coisas, uma vez tocadas, por milhares e milhares de finíssimos fios invisíveis, mas aqui e ali nos boletins de Pesquisas Psíquicas, gravados e escritos por médiuns, encontramos provas evidentes da existência desses fios ou cordões. Eles podem ser vistos e sentidos psiquicamente. Quando fortemente carregados de força vital, tornam-se suficientemente sólidos para serem percebidos pelos dedos. Antes de continuar a demonstração da parte desempenhada na magia pelos fios invisíveis, permitam-me mencionar a crença kahuna de que todas as coisas, sejam elas, homens, animais, flores, cadeiras ou PENSAMENTOS, tem corpos sombreados, e estes subsistem mesmo após a destruição de sua forma física. A esta altura, tornamo-nos particularmente interessados na teoria de terem os pensamentos
corpos
sombreados,
substanciais
e
resistentes,
apesar
de
microscópicos e invisíveis, como o são também os fios sombreados. Quando realizamos pensamentos, acreditam os kahunas, fabricamos formas de pensamentos. Como a maioria dos pensamentos vêm em sequência e em relação a outros, o corpo sombreado do pensamento ou a "forma de pensamento” ou a "forma de pensamento" (reconhecido pelos Teosofistas) forma um agrupamento. Estes agrupamentos são comparados pelos kahunas a cachos de uva (símbolo do grupamento de pensamentos em seus corpos sombreados).
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Um dos mais comuns hábitos de magia é aquele de enviar mensagens telepáticas. Amigos íntimos, parentes, marido e mulher, frequentemente descobrem poder receber impressões telepáticas uns dos outros. Como anteriormente mencionamos, o Dr. Rhine da Duke University tem efetuado esplêndidos serviços, estudando a telepatia em pesquisas de laboratório. Realmente, tão bem tem a telepatia sido demonstrada, que pouco se pode negar de suas possibilidades. Nestes últimos anos, mensagens telepáticas foram enviadas diariamente por um explorador antártico e gravadas por um seu amigo em Nova York. As mensagens eram recebidas com precisão, de uma distância de cerca da metade do globo. É sobejamente conhecido que a teoria de rádio-mental, mensagens transmitidas de mente para mente, não pode ser mantida. Assim como o rádio, que depende de uma descarga elétrica para transmitir uma mensagem e como a força de tal descarga varia inversamente ao quadro da distância, uma mensagem telepática remetida de um ponto equivalente à metade do globo terrestre deveria necessariamente ser muito mais fraca do que aquela transmitida de um para outro lado da rua. Os estudos experimentais têm provado que a distância não provoca nenhuma apreciável diferença na força ou clareza das mensagens. Como isto cancela todas as modernas teorias aventadas na esperança de explicar o mecanismo da telepatia, devemos voltar às explanações kahunas. É uma explanação simples e lógica. Resume-se somente na explicação de que os fios ou substâncias do corpo sombreado, ligando amigos que enviem mensagens telepáticas um ao outro, são condutores perfeitos de força vital elétrica. Na física sabemos não existir nenhum condutor perfeito de eletricidade. Todos os metais oferecem resistência à passagem da corrente e quanto mais longa a distância a percorrer, mais fraca ela se torna. Quanto mais alta a voltagem da corrente, menor queda parece haver.
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Ultimamente, por intermédio de experiências com "ondas corpóreas" e "ondas mentais" viemos a saber que a força vital é elétrica em sua natureza, carregando, em seu escoamento ou saltos em pequenas cargas infinitesimais, ao longo de nossos nervos e de uma célula para outra, o nosso corpo. A voltagem foi medida pelos Drs. Gerald da Universidade de Chicago e é da estimativa de um milésimo de volts, ou menos, nos intercâmbios das células cerebrais, mas a ação das cargas é de "um milhão de volts na potência da corrente". Os kahunas não somente acreditam que a força vital passa sem impedimento pelos cordões aka, como também que o escoamento da corrente pode ser dirigida numa direção e trazido de volta em formas de pensamento agrupadas a fim de completarem mensagens ou impressões. Como o espírito subconsciente tem o controle de todos os cordões da substância do corpo sombreado, todas as formas de pensamento após sua criação no curso da "ação de pensar" e de todos os escoamentos do baixo mana ou "corpo elétrico", não podem enviar ou receber mensagens telepáticas à sua vontade. Devemos dar ao sub-consciente uma ordem mental de efetuar a transmissão e de recebê-las por nós, então relaxar e esperar o início do trabalho. Podemos dizer quais as mensagens a transmitir, mas devemos esperar a recepção de mensagens para depois empurrá-las ao centro da consciência a fim de que possamos ficar a par delas — o processo é similar ao usado no despertamento de memórias — até que alguma sensação acompanhante, de recepção da mensagem, seja estabelecida. Pouco a pouco graças ao conhecimento recuperado dos kahunas, podemos ver tomar uma forma a explanação sobre a telepatia. Esta explanação poderia significar pouco ou nada para nós, se não estivéssemos adiantados nas modernas ciências ao ponto de sermos capazes de entender a antiga sabedoria e o mecanismo por ela descrita.
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CAPITULO VII
Psicometria, leitura da bola de cristal visões do passado, do futuro etc., explicadas pela antiga sabedoria dos kahunas.
Caso 12: Psicometria e uso da leitura da bola de cristal Dez elementos do homem na psicometria kahuna. Termos simplificados dos 10 elementos. Termos correspondentes em idioma havaiano.
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CAPITULO VII Telepatia é o envio de mensagens (como formas de pensamento) através das cordas conectoras da substância invisível do corpo sombreado que ligam uma pessoa a outra. As mensagens são transmitidas pelo subconsciente e por ele recebidas, para serem, no devido tempo, conhecidas pelo consciente. Psicometria, bem como seu fenômeno conexo, depende do mesmo mecanismo, excetuando-se que o cordão sombreado ou fio não liga duas pessoas similares. Um psicometrista usualmente senta-se quietamente e toca uma carta, um anel ou qualquer outro objeto, por intermédio do qual deseja receber informações psíquicas, tais como as adquiridas pelo mesmo no passado, ou os dizeres da carta, a natureza e o ambiente do escritor. O fato ao qual quero dar ênfase é que alguém praticando esta forma de magia alcança o cordão sombreado ligado ao objeto, seguindo-o até o seu fim e lá encontrando as coisas e pessoas anteriormente a ele associadas. Ou se o objeto é uma pedra, parte de um meteorito, o cordão o levará somente até a fonte desta pedra — o meteorito.
Caso Nº 12 (Incorporado)
Psicometria, Leitura da Bola de Cristal e Fenômenos Relacionados
Notas Preliminares: Nenhuma.
Os Casos:
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(A) Um pedaço de lava foi psicometrado pela Sra. Crídge e a impressão recebida do vulcão foi tão real e aterradora que ela foi presa de uma sensação de terror que durou mais de uma hora.
(B) A Sra. Denton psicometrou o fragmento de um dente de mastodonte, descrevendo as sensações recebidas: "Eu me sinto como um perfeito monstro, com pernas pesadas, cabeça repugnante e um corpo muito grande. Desço para beber num riacho. Consigo falar com dificuldade, meu queixo é muito pesado. Sinto-me como se fosse um quadrúpede. Que barulho vem através da mata! Sinto-me impulsionada a responder. Minhas orelhas são grandes e rijas e posso senti-las batendo em meu rosto quando movo a cabeça. Existem alguns mais velhos do que eu... Eles são marrom escuro, como se tivessem sido completamente curtidos. Há um velho companheiro, com grandes presas; este se apresenta muito enrijecido. Vejo diversos mais novos; de fato há uma manada completa."
Nota: Ossowiecki, um dos maiores psicometristas de nossos tempos, dá uma excelente descrição de suas sensações durante a prática desta forma de magia:
"Começo por interromper todo raciocínio, utilizando toda minha força interior na percepção de sensações espirituais. Afirmo que esta condição me é trazida por minha inamovível fé na unidade espiritual da humanidade. Encontro-me então num estado novo e especial, no qual vejo e escuto fora do tempo e do espaço... Quando estou lendo uma carta fechada, procurando um objeto perdido, ou psicometrando, as sensações são aproximadamente as mesmas. Aparento estar perdendo energia; minha temperatura se torna febril e o coração bate com irregularidade. Tive confirmação desta suposição porque tão
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logo termino o raciocínio, algo como eletricidade verte das minhas extremidades, por alguns segundos. Esta sensação é breve e em seguida a lucidez toma posse de mim, quadros se apresentam, quase sempre do passado. Vejo a pessoa que escreveu a carta e sei o que escreveu. Vejo o objeto no momento de sua perda, com os detalhes do acontecimento ou sinto-o novamente em minhas mãos, conhecendo sua história. A visão é esfumaçada e é necessária grande tensão. Um considerável esforço é requerido a fim de se perceber os detalhes e as condições das cenas apresentadas. Algumas vezes, o estado de lucidez se completa em poucos minutos e em outras leva horas de espera. Isto depende grandemente daquilo que nos circunda; ceticismo, incredulidade, atenção e muitas vezes uma forte concentração sobre a minha pessoa é capaz de rapidamente paralisar o sucesso de uma leitura ou de uma sensação."
Há várias fases na psicometria. Alguns realizam seus melhores trabalhos quando hipnotizados diante de vários objetos colocados em suas mãos para serem psicometrados. Alguns vêm um passado distante, percebendo velhos ambientes de um objeto. Outros seguem psiquicamente um falecido no "outro lado" vendo sua condição presente e suas ações como espíritos desencarnados. Outros ainda, e estes casos são raros, vêm eventos futuros, que se associarão ao objeto que têm em mãos. Em quase um século de Pesquisas Psíquicas e de esforços para explicar como a psicometria se aperfeiçoou, diversas teorias têm sido apresentadas. O Dr. Pagenstecher ofereceu a seguinte:
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"Os objetos associados que praticamente testemunharam certos eventos do passado, atuando como uma escavadeira de túnel, automaticamente iniciam em nosso cérebro as vibrações específicas correspondentes a tais acontecimentos; além disso, as vibrações de nosso cérebro, uma vez colocadas no diapasão com certas partes do Cérebro Cósmico, já de posse dos mesmos eventos, põem em campo vibrações simpáticas entre o cérebro humano e o Cérebro Cósmico, criando o quadro conjeturado que reproduz o acontecimento em questão."
Sir Arthur Conan Doyle ofereceu a explicação de que todos os eventos e circunstâncias imprimem-se de alguma forma invisível e permanece no éter imutável. Este éter impresso, supunha ele, era lido numa visão psíquica pelo psicometrista, quando sua atenção era centralizada numa parte do éter ligada ao objeto seguro nas mãos. Os Teosofistas, construindo sobre as idéias encontradas na Índia, propõem (vide o trabalho de Blavatsky) a teoria de que existe um Mundo-Alma ou Akasa, em cuja memória são gravados todos os acontecimentos. A Psicometria, sob esta teoria, torna-se definitivamente mais mecânica. Alguém segura um objeto em suas mãos para efetuar uma ligação psíquica com a parte da memória do Mundo-Alma que tenha relação com o passado do objeto. Numa aparência de telepatia psíquica, ou — melhor ainda — leitura mental, o psicometrista "lê os Arquivos Akásicos". Outro ângulo do problema da psicometria é encontrar-se visões, de natureza psicométrica, na vizinhança de lugares onde ocorreram antigas batalhas ou outros acontecimentos menos excitantes. Estas visões ocorreram a um certo número de pessoas reunidas num mesmo cenário e todas concordando com aquilo que viam, apesar de ter geralmente alguém que nada vê. O Dr. Nandor Fodor dá alguns
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exemplos que foram colecionados e que são largamente aceitos como verdade. O caso relatado a seguir é um deles.
(C) "A Batalha de Edge Hill"... foi travada em 22 de Outubro de 1624. Dois meses mais tarde alguns pastores e pessoas do vilarejo presenciaram uma reapresentação da batalha com todos os sons das armas, o relinchar dos cavalos e os gemidos dos feridos. A visão durou algumas horas e foi testemunhada por pessoas idôneas que repetiram a narrativa vários dias consecutivos até que o rumor chegou aos ouvidos de Charles I. Uma comissão foi enviada para investigação e essas pessoas não somente transmitiram terem tido a visão, em duas ocasiões, como também afirmaram haver reconhecido amigos tombados, no meio
dos
lutadores, entre outros Sir Edmund Varney." O Dr. Fodor chama a atenção para casos comprovados de Premonição Psicométrica em experiências efetuadas em tempos atuais pelo Conde Buerger Moerner e descritas num periódico psicológico alemão de 1931:
(D) "Atravessando um pequeno jardim e olhando para a janela ao aproximar-se da casa... o Conde ficou horrorizado ao ver o corpo de uma velha senhora pendurado numa viga do teto... mas, uma vez atravessado o pórtico ficou paralisado de espanto ao encontrar a mulher levantando-se assustada de sua cadeira, perguntando surpreendida a razão de sua intrusão... Alguns dias mais tarde... decidiu, mais uma vez, visitar a cabana, curioso por saber se por alguma peculiaridade da janela não teria ele sido vítima de uma ilusão de ótica. Perto da cabana... como antes, o mesmo terrível quadro apresentou-se aos seus olhos. Desta vez, entretanto... entrou para comprovar
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que o que estava vendo não era visão. O corpo da velha estava realmente pendurado na viga. Tinha esta cometido suicídio."
A leitura da bola de cristal é semelhante à psicometria, diferenciando-se por não existir qualquer objeto nas mãos, mas apenas a captação do pensamento da pessoa que olha para o cristal na expectativa de ver, em sua profundeza, uma visão. Esta forma de psicometria, ainda não foi reconhecida, não deve ser desprezada num estudo.
Comentário:
Para salientar a importância desta particular prática de magia, para incluirmos todas, devemos citar os sonhos, nos quais o futuro é visto. Nestas circunstâncias não temos um pensamento sequer para ser apreendido pela mente (como na leitura da bola de cristal) a fim de formar o gérmen da ação psicométrica. Nos sonhos premonitórios os mesmos elementos entram em ação, como nos exemplos acima dados. (1) Evidência de uma impressão sobre um médium intangível, capaz de recordar as sensações de acontecimentos. (2) Evidência de alguma forma de consciência ou inteligência que dirige este processo recordativo. (2A) Evidência — nos casos de registros de acontecimentos por uma médium antes destes ocorrerem — que esta Inteligência tem a aparência de mentalização superior à nossa, quando lhe permitam ver o futuro, nada dizendo sobre o passado ou fatos que estão
sendo
realizados naquele
momento
em
lugares distantes. (3)
Evidência de alguma sorte de mecanismo pelo qual, o psicometrista, o que lê a bola de cristal, ou o que tem sonhos premonitórios, se colocam em contato com as substâncias recordativas postuladas, lê uma memória postulada ou a pré-memória na mente da Inteligência postulada. (4) Evidência de que esta conexão é de natureza telepática, ou é relacionada com a clarividência e a leitura da mente. (5)
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Evidência — porque o psicometrista não pode dirigir as visões, mas deve aguardar até que estas cheguem à sua consciência — pois o subconsciente é aquele que executa o trabalho misterioso de contato telepático e não a consciência. Com a finalidade de reunir os esparsos e aparentemente não relacionados fenômenos em foco, dou a seguir, em rápida ordem, os diversos pontos que podem parecer deslocados neste Capítulo. De qualquer forma, o leitor terá agora um quadro geral da antiga magia dos kahunas e se puder ter em mente a existência de três séries de três coisas, mais o corpo físico, conforme enumerarei abaixo para facilidade de recapitulação, o quadro se tornará mais claro a medida que os diversos fenômenos relacionados com a psicometria forem verificados e examinados em detalhe.
Os dez elementos na magia ou psicologia kahuna
I. Os três espíritos que compõem o homem (vivo ou morto).
A. O subconsciente. Recordações, mas com raciocínio deficiente. Cria todas as emoções.
B. O consciente. Não pode recordar-se, mas tem completa força raciocinadora.
C. O super-consciente. Forma mental, por intermédio da qual o processo de "realização" é conhecido. Conhece o passado, o presente e o futuro já cristalizado ou definitivamente planejado, criado ou projetado neste plano.
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II. As três voltagens de força vital (mana) usadas pelos três espíritos do homem.
A. As irradiações do corpo, ou a baixa voltagem de força vital elétrica, usada pelo subconsciente e podendo escoar pelos cordões de substância do corpo sombreado (aka. Similar ao "cordão astral"). Pode carregar com ela substâncias químicas quando é transmitida de pessoa a pessoa. Pode tomar a forma de magnetismo e ser armazenada em madeira ou outras substâncias porosas. Uma grande descarga desta baixa voltagem de força vital dirigida pela "vontade" pode produzir um efeito paralisante ou mesmérico resultando em inconsciência, sono e no estado cataléptico ou rígido.
B. As ondas do cérebro, ou força vital superior à anteriormente descrita, usada em nós pela mente espírito consciente, em todos os pensamentos e atividades "desejosas". Usada como vontade, pode ser mesmérica ou força hipnótica, desde que formas pensantes sejam introduzidas na mente do subjetivo. Não pode locomover-se para o cordão de substâncias sombreado, como o faz a baixa voltagem. (Ou, ao menos assim parece agir).
C. A alta voltagem de força vital (ainda não descoberta pela ciência), que conforme o pensamento dos kahunas, deve ser usada pelo superconsciente em seus vários propósitos, em todas as circunstâncias, é de tal voltagem elétrica que poderia desintegrar o átomo.
III. A substância sombreada, (invisível, elétrica ou astral) que compõe os corpos nos quais residem os três espíritos que formam o homem. Os
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dois "eu" inferiores, inter-fundidos entre si e com o corpo, durante a vida, conservam-se interfundidos após a morte física, a menos que separados por alguma infeliz circunstância.
A. O corpo sombreado do subconsciente. É o mais denso dos três. Ele é de tal natureza que se fixa em qualquer coisa que tocamos (ou que talvez vemos ou ouvimos), e quando removidos do contato, desenha uma longa e invisível corda, partindo de si mesmo até a coisa tocada, numa forma de união semi-permanente. (Não temos conhecimento da permanência deste cordão, mas parece sobreviver muito mais tempo da substância física). Os kahunas presumiam que todas as coisas possuíam um corpo sombreado, sejam elas cristais, plantas, animais, artigos fabricados, homens ou deuses e até pensamentos (sendo o último citado muito importante para o sistema de magia e suas práticas). Esta substância é condutora ideal de corrente ou força elétrica vital, podendo ser usada como lugar de armazenagem. Quando fortemente carregada de baixa voltagem de força torna-se rígida e suficientemente firme para ser usada como "mão" ou instrumento para mover ou afetar objetos físicos — como batidas na mesa etc.
B. O corpo sombreado da mente espírito consciente do homem; é menos denso que o do subconsciente. Parece não ser fixável ou capaz de ligar-se por cordões. Pode e não pode ser um condutor de baixa voltagem de força vital, mas indubitavelmente é um condutor de voltagem média —- sua voltagem característica, usada em sua forma de metalização e "vontade". Forma o corpo fantasma, no qual o espírito habita após a morte.
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C. O corpo sombreado do espírito super-consciente do homem. O superconsciente supõe-se residir todo o tempo, neste invisível e levíssimo corpo, mas estando algumas vezes em contato direto com o corpo físico, nele penetrando. Por analogia, é suposto ter características similares aos corpos sombreados dos dois espíritos inferiores.
O uso de termos a nós familiares, através da moderna Psicologia é difícil, e uma série de termos simples serão dados, de acordo com a terminologia kahuna. Transmitimos a seguir esses termos (para conveniência de referência enumeramos os dez elementos aproximativos da lista acima).
Termos simplificados para os dez elementos do Antigo Sistema Psicológico
I. Espírito inferior ou eu inferior: o subconsciente. Espírito separado.
II. Mana inferior ou baixa voltagem de força vital. Usada pelo espírito inferior.
III. Aka inferior, ou corpo sombreado inferior (astral inferior ou duplo etérico) do eu inferior.
IV. Espírito médio ou "eu": a mente consciente, espírito ou entidade. É um espírito separado e não uma parte permanente do eu inferior.
V. Médio mana ou média voltagem de força vital. Usado somente pelo espírito médio.
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VI. O médio aka, ou médio corpo sombreado habitado pelo espírito médio.
VII. O Eu Superior ou Espírito: o super-consciente. O "Eu" ou espírito separado, ligado à distância com os "eu" médios e inferiores, atuando como um "sobreeu" ou espírito guarda paternal.
VIII. O Aka superior, ou corpo sombreado do Eu Superior, no qual vive.
IX. O Mana Superior, ou alta voltagem de força vital, usada pelo Eu Superior ou Espírito Superior.
X. O corpo: físico que é penetrado pelos espíritos médio e inferior, ou eu em seus corpos aka, e por eles usado durante a vida. O Eu Superior é ligado ao corpo físico, na maioria, pelos cordões aka emitidos pelo eu inferior em seu corpo sombreado.
Classificamos a seguir, para a competente comprovação, os termos correspondentes em Havaiano:
I. Eu inferior: unihipili.
II. Força vital inferior: mana.
III. Corpo sombreado inferior: kino aka.
IV. Espírito médio ou eu: unhane.
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V. Média voltagem de força vital: mana-mana (símbolo que significa "espalhar como a vinha"). (Duplicando a raiz indica, algumas vezes, aumento de força).
VI. Médio corpo sombreado: kino aka (nenhuma diferença no termo).
VII. O Eu Superior, ou Espírito: Aumakua (que significa mais velho, paternal, perfeito e espírito verdadeiro). Existem, também, numerosos outros nomes para indicar o Eu Superior, em suas várias atividades, e é óbvio que os kahunas dispensavam a maior atenção a este assunto.
VIII. Alta voltagem de força vital: manaloa (que significa "fortíssima" ou a maior força). O Eu Superior era simbolizado pelo sol e sua força pela luz.
IX. Corpo sombreado superior: kino aka, com nenhuma diferenciação dos termos aplicados aos dois espíritos inferiores, entretanto, parece ter havido termos simbólicos para indicá-lo. O pensamento kahuna Bérber simbolizava-o como a lua.
X. O corpo físico: kino.
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CAPITULO VIII
Leitura do pensamento, clarividência, visão, previsão, leitura da bola de cristal, e todos os fenômenos psicométricos, correlatos, explicados dentro dos dez elementos do antigo sistema huna.
Leitura do pensamento. A subconsciência ativa o fio “aka” que conduz uma pequena parte dos órgãos sensoriais, observa o sujeito, duplica os pensamentos, envia-os de volta no fluxo da força vital do ledor do pensamento. Caso 14. Telepatia. O “radio coco”. Os nativos usam a telepatia na áfrica. Os experimentos do Dr. Rhine. Caso 15. A leitura da bola de cristal e sua significação.
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CAPITULO VIII Caso Nº 13
Leitura da Mente Notas Preliminares:
Se alguém sentar-se num recinto silencioso, onde outras pessoas estejam reunidas, como por exemplo num salão de estudo, e experimentar ler o pensamento dos outros, tem (1) de alguma maneira que procurar contato com essa mente, muitas vezes a uma distância de muitos metros, e (2) feito o contato, ter meios para ver ou sentir os pensamentos trazendo-os para si mesmo. A Psicologia moderna e a Ciência Psíquica não oferecem qualquer explanação destes dois mecanismos. A idéia da difusão mental tem sido desacreditada pelo fato da distância não trazer nenhuma diferença nas comunicações telepáticas, como o é verificado nas transmissões radiofônicas. A idéia da "vibração" mental, que foi tirada da teoria do som vibrando no ar, não nos tem proporcionado nenhuma ajuda prática. A idéia de que espíritos desencarnados podem tomar pensamentos de outras pessoas, trazendo-os para nós, é igualmente impraticável. Isto deixa-nos com a única explicação cabível das condições precisas para isso — aquelas de Huna.
O Caso:
Certa vez empreendi testar a possibilidade de ler o pensamento alheio. Escolhi um salão de estudo para meu laboratório. Meu método era fixar os olhos na nuca de um estudante, silenciar meus próprios pensamentos e esperar por impressões. Pratiquei isto, em intervalos de dez minutos, por vários dias antes de começar a obter resultados.
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Momentos havia em que um pensamento ou impressão inundava minha mente como se me lembrasse de alguma coisa. Sabendo que aquelas memórias não tinham nada que ver com o meu próprio passado, as aceitava como vindas da mente que estava tentando ler. A poucos de meus amigos íntimos ousei contar minhas atividades, a fim de poder perguntar-lhes se tinha obtido captação correta. Na sua maioria, o que conseguia captar, eram coisas supérfluas — sem o mínimo desígnio devido, talvez, a não estar essa mente consciente completamente ativa. Recebi impressões de um novo vestido que estava sendo planejado; da vontade de ir esquiar; do tímido amor de um jovem por uma moça. Cedo cansei meus amigos, ou melhor, tornei-os cautelosos de meu olhar e assim, ficaram sem finalidade minhas experiências. Concentrei então minha atenção em um jovem que me pareceu dado a sonhar de olhos abertos. Primeiramente, li em seus pensamentos o quadro de um estranho pequeno quarto, mal iluminado e fechado — mas desejável, apesar de seus toscos móveis e catres. Mais tarde tive a impressão de um pequeno velho chinês com dentes proeminentes, mas quase sem queixo. Parecia falar com o jovem a respeito de algo que não pude conhecer claramente. Obtive depois o nome do chinês, que era "Esquilo". Isto divertiu-me e me fez pensar que eu mesmo tinha fornecido esse nome descritivo por causa dos dentes e do queixo. Finalmente, compreendi que aquele jovem continuava desejoso de algo que já havia obtido e provado, naquele quarto com o homem chamado "Esquilo". Tendo acumulado informações suficientes e um quadro claro do que era predominante na mente do jovem em mira, cheguei-me um dia ao seu lado, apresentei-me e comecei a interrogá-lo. Nada obtive, a não ser intrépidas e zangadas narrativas. Meu próximo passo nesta longa experiência deu-se relacionado com esta pessoa, o quarto e o chinês, mas a princípio não compreendi essa relação.
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Transferindo a minha leitura a outro jovem, fiquei surpreendido, um dia, lendo em seus pensamentos a mesma ansiedade, o mesmo quadro do quarto e do chinês. Entretanto, li mais medo do que desejo. O medo estava em luta com o desejo pelo "profundo sabor" peculiar, que já tinha sentido como se fosse em meu próprio corpo. O que me surpreendeu mais foi à repetição do nome "Esquilo", ligado ao mesmo chinês. Aproximei-me do segundo estudante e conversei com ele. Disse-lhe ter a impressão de que ele estava temeroso de algo e perguntei-lhe o que poderia ser. Ele empalideceu e disse-me que eu estava certo em algum sentido. Em seguida contei-lhe a respeito do quarto e do chinês. Ele começou a tremer e perguntou quem o tinha "delatado". Assegurei-lhe não ter nenhuma informação direta. Expliquei-lhe meu teste de leitura mental, dizendo-lhe como tinha encontrado similaridade entre seus pensamentos e aqueles do jovem que parecia ser seu amigo. Ele refletiu um momento sobre o que lhe contava e — apesar de ainda pálido e tremulo — então, riu nervosamente e negou tudo, inclusive estar temeroso. Pediu-me também que cuidasse de meus próprios negócios. Foi somente após alguns meses que cheguei ao fundo da questão, vindo a saber que minha leitura mental, da qual estava certo haver realmente conseguido algo, estava correta. Um grupo de jovens, por curiosidade, começou a fumar ópio. O chinês, cujos quartos estavam habituados a frequentar, era realmente chamado "Esquilo", tendo eu visto sua face com correção. Este grupo de fumantes de ópio, tinha um a um contraído o vício. Os dois jovens, cuja mente tinha lido com tanto sucesso no salão de estudos, faziam parte do grupo. O primeiro não estava temeroso; encontrava-se somente ansioso por "fumar". O segundo não estava somente desejoso, mas também com medo de ter contraído o vício e não poder largá-lo.
Comentário:
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No caso acima relatado vemos que o subconsciente ou eu inferior é o que deve, ao nosso comando, empreender a leitura de pensamentos alheios. A prova disto é que o eu consciente ou médio espírito não pode ler mentes por si mesmo, qualquer que seja o seu esforço. Deve-se permitir a passagem do desejo ao eu inferior, relaxar mentalmente, e assumindo uma atitude de expectativa, esperar para ver o que o subconsciente é capaz de fazer, após receber a ordem de executar a experiência. A maioria das pessoas tem natural habilidade de aprender a usar as simples ações psíquicas da consciência. Mas, quanto à leitura ou captação do pensamento requer-se prática. Alguns aprendem com mais rapidez que outros, e, ainda, há os que têm naturalmente esta habilidade. A mesma coisa se aplica no aprendizado da transmissão de sugestões hipnóticas, telepáticas, leitura da bola de cristal e premonições (em menor proporção, pois é verdade que todas as atividades premonitórias relativas ao futuro devem ser tomadas do Eu Superior, se estas já estiverem, no momento, cristalizadas e em caminho de tornarem-se um fato. O futuro não cristalizado não pode ser visto, de acordo com o sistema Huna). A fim de entrar em contato com a pessoa cuja mente se deseja ler (conforme a teoria Huna) o eu subconsciente deve primeiramente enviar o cordão aka, ou estofo do corpo sombreado, ligando a si mesmo com o subconsciente da pessoa atuando como subjetiva. (Isto deve ser feito na telepatia, na hipnose, no tratamento ausente e na oração — no último caso a ligação é com o Eu Superior. Toda oração é telepática.) O subconsciente tem a estranha habilidade de projetar uma parcela do seu corpo sombreado, da mesma maneira que a ameba projeta uma parte de seu corpo para formar uma mão com a qual arranha uma partícula de comida. O vocabulário kahuna nos dá diversas palavras para usar na descrição deste ato. Primeiro a "mão" é formada e estendida para a pessoa, com a qual desejamos entrar em contato. Segundo, tocando-se a pessoa, é necessário "perfurar" e penetrar no corpo
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sombreado do subjetivo, como uma lança perfuraria um denso corpo físico. Deve ser lembrado que, de acordo com a teoria Huna, o subjetivo, se inteirado do esforço de toque e perfuração de seu corpo invisível pode geralmente forçar o seu subconsciente a repelir tal
aproximação. Isto poderia ser feito por um esforço de
"vontade" do eu médio, ou mente consciente. (Da mesma maneira as sugestões hipnóticas podem ser repelidas.) O terceiro passo, tão logo o contato tenha sido feito com uma pessoa que não ofereça resistência, é a conexão das duas individualidades pelo cordão do estofo Sombreado. Através dele vai a corrente do mana inferior ou baixa voltagem de força vital. Ligado desta maneira por uma corrente elétrica invisível, o subconsciente do leitor-mental projeta uma pequena parte de seus órgãos sensoriais ao ponto mais distante do cordão e observa quais são os pensamentos da mente subjetiva; duplicando estes pensamentos, como formas de pensamento ou pensamentos em seus corpos sombreados individuais, reenvia-os de volta à fonte de força vital, e daí para o centro de consciência — onde os pensamentos são apresentados ao médio eu (maneira igual pela qual as lembranças são apresentadas pelo eu inferior quando desejadas), tornando-se assim conhecidas da mente do leitor, que é neste caso o médio eu. O parágrafo acima contém informações de inestimável valor. Foram necessários anos para elucidar os significa dos das palavras empregadas pelos kahunas e entender, por fim, o que elas realmente representam. Para tornar claro este mecanismo, deve êle ser revisto em alguns detalhes. O primeiro e mais importante ponto a entender é que o eu inferior tem em seu corpo sombreado duplicatas de cada célula e tecidos do corpo físico, duplicando assim todos os órgãos sensoriais. Se assim não fosse, os espíritos que se comunicam conosco, através de médiuns, teriam de manifestar-se como surdos, mudos e cegos — o que seria contrário aos fatos.
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Prova de que os órgãos sensoriais encontram-se duplicados no corpo sombreado inferior foi estabelecida por várias experiências feitas com pessoas que ensinam seu eu inferior a alcançar a projeção de seu corpo sombreado, percebendo coisas sem depender dos olhos, ouvidos, tato físico etc. Kuda Bux, o passeador sobre o fogo, de quem falamos anteriormente, era capaz de projetar o sentido da visão para a pele de suas costas, lendo (estando seus olhos físicos cuidadosamente cobertos) cabeçalhos de jornais colocados contra suas costas nuas. Observei certa vez um cego caminhar em uma loja e vagarosamente determinar seu caminho por um labirinto de balcões e estantes diversas, dependendo unicamente de sua habilidade treinada para projetar seus órgãos sensoriais do duplo corpo sombreado para localizar os obstáculos. Os homens cegos pela guerra têm sido recentemente ensinados a perceberem os obstáculos em seu caminho, sendo o trabalho baseado no suposto aperfeiçoamento auditivo. Um pequeno estalo é usado, produzindo um fraco eco, que o cego aprende a escutar e num segundo julgar qual a distância entre si e a parede, a porta ou o objeto. Quando a neve está caindo, tem sido observado que a habilidade de medir a distância dos objetos é nula. Os flocos de neve, durante a sua queda, não repercutem suficientemente o som, mas se a projeção do estofo de um corpo sombreado é enviado, esta poderá entrar em contato com os flocos de neve e comunicá-los, em seu lugar, aos objetos mais distantes. Naturalmente deverá haver uma habilidade distinta da parte de um subconsciente bem treinado para captar os sons do eco de objetos distantes e assim medir a distância, mas neste caso, o ouvido físico poderia dificilmente parecer um órgão suficientemente sensitivo por si mesmo — requerendo como principal ajuda uma explicação projetiva. Os médiuns em sessões Espíritas têm frequentemente passado pela experiência de abandonar seus corpos físicos por um período de tempo e sob certas circunstâncias (que examinaremos mais tarde). Durante estes momentos (sempre quando o corpo físico está em profundo transe ou condição de insensibilidade) os
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médiuns sentem muito mais aguçados os seus sentidos do que no momento em que são usados pelos densos órgãos físicos. Acham, também, que podem pensar muito mais rapidamente e mais claramente do físico, em seus corpos sombreados. Se uma pessoa deixa seu corpo por longos períodos, indo a lugares distantes, diz-se que está efetuando uma "viagem astral". Muito se tem escrito para provar ser possível esta forma de viagem. Em tais viagens, lugares distantes e pessoas têm sido vistas corretamente. A diferença entre as leituras da mente e as viagens astrais está no "quantum" o corpo sombreado inferior pode ser projetado. Se somente uma pequena parte é projetada, o centro da consciência permanece no corpo físico, que contém o volume do corpo sombreado inferior. Mas se a totalidade do corpo sombreado inferior é projetada, deixando somente uma espessa corda de substância sombreada para ligação com o corpo físico (corda astral), o centro da consciência necessariamente movimenta-se, começando a atuar no lugar visitado à distância. Isto traz a foco a questão de sermos capazes de recordar o que foi visto, após a volta de uma viagem astral. Huna explica como a memória trabalha — e nós, apesar de modernos, não temos outra explicação a oferecer. A memória é o pensamento que foi preservado e de alguma forma impresso numa partícula microscópica da substância do corpo sombreado. Criar um pensamento parece ser possível a todos os três espíritos do homem, assim como aos animais e também às formas de vida as mais inferiores. Todo pensamento é produzido por meio de determinada voltagem de força vital. A cada pensamento criado é dado seu corpo sombreado que é ligado por uma corda da mesma substância (ou talvez por contato direto) a pensamentos que vieram antes ou virão após (está, por conseguinte explicada a associação de idéias em termos da Psicologia moderna).
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Quando um pensamento é formado e impresso em sua partícula da substância do corpo sombreado, é tomado pelo eu inferior e armazenado naquela parte do corpo sombreado inferior que usualmente interpenetra as secções do cérebro, que sabemos serem relacionadas ao ato de recordar. Em nossa condição normal e desperta, estas formas de pensamentos estão nos tecidos do cérebro e quando o médio eu deseja uma memória, tal como o nome de um amigo, o eu inferior encontra-o no lugar onde está armazenado nos associados cérebro-corposombreado/cérebro-órgão-duplicado
e
apresenta-o
ao
médio
eu
para
ser
interpretado. As memórias são evocadas em forma de corrente, sendo apresentadas com as lembranças associadas à recordação que se deseja. Por exemplo, quando lembramos o nome de uma pessoa conhecida fortuitamente, lembramos igualmente como são suas feições, o som de sua voz e o lugar em que costumamos vê-la. A memória pode desenvolver-se pela atenção cuidadosa dessas idéias associadas ou formas de pensamentos. Lembramos que os kahunas falavam dessa associação ou formas de pensamentos como "cachos" — cachos como de cerejas ou uvas. Um cacho de uvas ilustra perfeitamente o mecanismo em que cada uva é ligada a um talo, o talo ao cabo central, este à vinha, a vinha à raiz, a raiz ao solo e através dele a todas as outras coisas enraizadas na terra. Tem sido bem demonstrado pelas experiências com as ondas do corpo e do cérebro o fato de que a força vital é usada no processo de pensar. Estas ondas, não são como as de projeção do rádio — ponto muito importante para nós — mas relacionam-se muito de perto com o corpo. Gráficos feitos do movimento de diminutas descargas de ondas elétricas através dos nervos e outros tecidos do corpo demonstram que um gráfico diferente é marcado no mapa quando alguém está adormecido. Isto indica que o eu inferior utiliza uma voltagem diferente de força vital em seus pensamentos durante o sono e os sonhos. O gráfico traçado o mais irregularmente é obtido pelo pensamento combinado de ambos, o inferior e médio
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eu, durante as horas de vigília. Nos períodos de inconsciência a agulha da máquina gravadora mostra, sobretudo, nenhuma ação elétrica, permitindo aplainarem-se completamente as linhas gráficas. Nos ataques epiléticos as linhas gráficas correm muito alto antes do clímax e aplainam-se a zero após a típica "queda", quando sobrevêm a inconsciência (presumivelmente quando o inferior e médio eu deixa temporariamente o corpo físico.) (Permitam-me aqui sugerir, para o benefício dos estudiosos destes assuntos, que a epilepsia é o resultado de habituais ataques de espíritos inferiores desencarnados que são capazes de sobrepujar o eu inferior residente da individualidade atribulada, absorvendo a força vital de seu corpo pelo espaço de poucos minutos, apesar da luta para obstar tal roubo. É evidente que a força vital é retirada, como pode ser comprovado pela perda final de consciência, e a lenta recuperação da mesma, e o esforço nos períodos seguintes. A força vital é retirada dos alimentos que consumimos e deve ser ensinado que, após o roubo de força vital pelo eu inferior ou ainda que por um espírito sub-humano, o açúcar no sangue é gradualmente oxidado para criar mais força vital. É possível que o inferior e médio eu residente sejam forçados a sair do corpo, enquanto o roubo é praticado, e que possam somente retornar após algum tempo, sendo guiados na volta por um cordão de ligação ou uma série de fortes fios de substância do corpo sombreado prendendo-os ao denso corpo físico. Para enrijecer a resistência do paciente nos períodos de ataque, tendo usado a hipnose com relevante sucesso, em casos por mim estudados e observados. O problema é estritamente ligado aos casos de personalidades múltiplas nas mudanças de "eu" e a casos de obsessão por espíritos da qual resulta insanidade; casos esses em que, aplicando-se os métodos de choque insulínico, o espírito invasor sente-se muitas vezes inconfortável no corpo roubado, e, por isso retira-se, permitindo ao proprietário o direito de voltar ao seu corpo).
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O mecanismo de projeção de uma parte ou da totalidade do corpo sombreado (inferior ou combinado com o médio em viagens astrais consciente) é algo que será objeto de próximo estudo. No presente estágio de investigação, às quais faço referência, não pode ser dito como alguém é capaz de projetar o cordão da substância do corpo sombreado através de um quarto, ou a sua totalidade através de meio continente. A melhor suposição parece ser de que a natureza magnética do estofo do corpo sombreado, quando carregado de força vital e agindo sob a ação da consciência, resulta no uso de atração ou repulsa como força motora. Por analogia, podemos considerar a ação de alguém estendendo a "mão" — exemplo dado pelos kahunas. Mas, quando o mecanismo é compreendido em seu todo, o magnetismo pode atuar em grande parte, especialmente quando é necessário explicar-se a violenta atração desempenhada no movimento do viajante astral para voltar ao seu corpo quando este se encontra perturbado. Na leitura da mente, como na telepatia, as formas de pensamento de uma pessoa não lhe podem ser tiradas por outra. É evidente que numa transmissão telepática são criadas formas duplicadas pelo próprio ato de sentir os pensamentos apresentados na mente do objetivo ou da pessoa operante. É também evidente que, cada vez que recorremos à memória criamos uma duplicata no processo de reconsiderar o particular memorizado. Assim como um poema é aprendido pela repetição de suas linhas, um pensamento repetido reduplica a sua memorização em palavras e linhas — até que todas as formas associadas e agrupamentos sejam fortes, permanentes, facilmente encontrados e trazidos ao foco da consciência pelo eu inferior. (Lembrem que o médio eu não pode recordar. Ele pode armazenar as formas de pensamento em seu corpo sombreado, se por ocasião da morte é separado de seu sócio, o eu inferior, é incapaz de lembrar quem é ou quem foi. É realmente um fantasma afligido por sua condirão à parte.) Após a morte, somos capazes de usar as lembranças armazenadas pelo eu inferior em seu corpo inferior sombreado. Elas não morrem com a decomposição dos
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tecidos do cérebro na morte do corpo físico. Os anais das Pesquisas Psíquicas estão repletos de casos de pessoas mortas que retornaram para comunicar-se com os viventes através de médiuns e a real prova da sobrevivência após a morte física é baseada nas provas da lembrança de casos ocorridos na vida física.
Caso Nº 14
Telepatia ou transferência de pensamento
Notas Preliminares:
A Telepatia, como a leitura da mente, é uma simples aplicação de forças psíquicas que não envolve o espírito de uma pessoa morta, nem a cooperação da Super-consciência ou Eu Superior. É surpreendente como uma pequena prática pode desenvolver, na maioria das pessoas, uma habilidade telepática. Estudos detalhados e relatórios sobre experiência telepáticas podem ser encontrados em qualquer boa biblioteca. Elucidativos são os livros de Eileen Garrett, Upton Sinclair e Dunninger, para o estudioso da leitura mental que se encontre na fase de enviar impressões telepáticas aos que queiram captar sua transmissão. (Parece haver evidente conflito quanto ao sucesso de experiências pelo rádio. Se provadas com sucesso, isto significaria, se aplicarmos a teoria Huna, que usando a voz humana, mesmo quando transformada em ondas de rádio, pode, ainda, por intermédio do cordão da substância do corpo sombreado ligar o difusor a seus ouvintes. Isto pareceria um inacreditável mecanismo, mas existem outros igualmente inacreditáveis que têm sido razoavelmente verificados. De nenhuma maneira, devemos menosprezar as probabilidades de provar as práticas da antiga magia.
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No Taiti, existe, há muitos anos, um famoso uso da telepatia. Ele é chamado o "rádio coco", enviando sistematicamente notícias pela telepatia, por toda a ilha principal, começando no porto de Papeete. Quando notícias importantes aparecem no porto, as mensagens são enviadas telepaticamente aos nativos residentes nos vários vilarejos da ilha, formados na sua maioria por mulheres de idade avançada. Em várias ocasiões, fatos foram escritos, informações foram dadas e nas quais constavam os nomes e descrições de turistas, antecipadamente à sua volta pela ilha. Esses turistas eram aguardados em qualquer lugar que chegassem. Em distantes lugares da África, novas decisões da política têm sido recebidas horas e muitas vezes dias antes da nota oficial chegar; os nativos, agindo como receptores telepáticos ou como viajantes astrais, travam conhecimento com antecipação de notícias importantes para suas vidas. Mais do que qualquer outro homem, o Dr. Rhine, da Duke University, tem trabalhado para tornar a telepatia cientificamente aceitável e as percepções extrasensoriais uma parte reconhecida da Psicologia.
O Caso:
Em reuniões semanais realizadas em 1946, repetindo com amigos as experiências do Dr. Rhine, descobri que diversos indivíduos possuem habilidades telepáticas incipientes. Estas se desensolveram em poucos meses de práticas semanais. Uma tarde, usando as cartas imaginadas pelo Dr. Rhine, possuindo cada uma um símbolo, sentei-me no fim de uma comprida sala e, na outra extremidade, à minha frente, estava uma senhora de grande aptidão para atuar como receptora de minhas mensagens telepáticas. Embaralhei as cartas, virando-as então uma a uma, olhando-as fixamente com o propósito de enviar uma impressão telepática do símbolo à receptora.
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Nove cartas foram viradas e o símbolo de cada uma imediatamente nomeado. Como este foi o mais perfeito número de pontos alcançados num grupo, aqueles que formavam a assistência ficaram tão excitados que começaram a proferir exclamações, perplexos após a nona chamada consecutiva correta. A décima carta foi indicada erradamente. Mas a prova dos nove é conclusiva para os nossos propósitos. Especialmente, quando se olham tal prova telepática, o nosso interesse aumenta mais pelo fato de como ela se produz do que pelo fator de que é feito.
Comentário:
O mecanismo da comunicação telepática é o mesmo empregado na leitura mental, excetuando-se que ambas as partes estão conscientes do esforço de remeter pensamentos um para o outro.
Vimos aqui novamente o consentimento, o
estado receptivo e a necessidade do cordão de ligação da substância do corpo sombreado, através do qual impressões ou formas de pensamentos viajam, numa corrente de baixa voltagem de força vital. Nada será dito neste capítulo acerca das mensagens telepáticas nas quais previsões futuras têm sido sentidas pelo receptor, que as tomam como impressões de acontecimentos atuais.
Isto virá mais tarde.
Caso Nº 15
Leitura da Bola de Cristal e sua significação
Notas Preliminares:
A leitura da bola de cristal é uma antiga prática de magia. Os kahunas colocavam frequentemente bolas redondas pretas em cabaças cheias de água,
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agitando-a fortemente ao redor da pedra a fim de fazerem a sua superfície arredondada brilhar; olhavam então para a mesma e imediatamente conseguiam ver imagens visuais características. Nada existe no cristal que o torne especial para uso de leituras. Qualquer superfície arredondada e brilhante servirá a este propósito, seja mesmo, um recipiente redondo com água. Têm sido vistas imagens em poças de tinta derramadas sobre pires, ou às vezes em paredes simplesmente estucadas de branco. As imagens vistas no cristal por um investigador expectante e descansadas são, evidentemente, mais imagens sonhadas do que imagens atuais que possam ser fotografadas ou que possam ser vistas por muitas pessoas ao mesmo tempo. Nos casos em que muitas pessoas afirmam terem visto a mesma imagem no cristal, estes se tornariam similares às visões em grupo nos locais onde se travou alguma batalha, ou em lugares onde acontecimentos relevantes do passado tenham sido observados, num processo visual de reatamento. A imagem sonhada, porem, real, é somente vista por uma individualidade, que é a atuante na leitura da bola de cristal. As imagens visualizadas movimentamse, como em sonho, muitas vezes acompanhadas de impressões sonoras. O desejo de ver a ocorrência passada, lugar ou pessoa, atua de maneira a dar a qualidade psicométrica ao leitor da bola de cristal, proporcionando à projeção da substância do corpo sombreado entrando em contato com alguém ou com um objeto à distância. Usualmente a projeção segue por um antigo cordão que liga o leitor com a coisa a ser vista. Enquanto este mecanismo não for completado, a aparência da imagem no cristal é idêntica à impressão produzida em sonho pelo seu subconsciente; após isto estende suas percepções sensoriais, como os leitores mentais ou telepáticos, fazendo observações sobre objetos ou cenas distantes, trazendo de volta formas de pensamentos ou de impressões e reconstruindo no centro do cristal a imagem sonhada.
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O Caso:
Há alguns anos atrás, em Lovelock, Nevada, efetuei uma série de experiências com uma amiga que, de acordo com minhas instruções, desenvolveu em poucas semanas uma grande habilidade na leitura da bola de cristal. O cristal para a leitura, neste, era um magnífico vidro, no formato de peso de papel. Era colocado sobre uma toalha preta e olhado em concentração, desejando ver determinados lugares ou pessoas. Os melhores resultados eram obtidos quando outro objeto que tivesse tido contato com a pessoa que desejava ver. Muitos de seus e meus amigos foram, desta maneira, vistos no cristal e, escrevendo a eles perguntando se tinham ou não estado em determinados lugares para saber se as visões tinham
sido corretas,
pudemos comprovar os seus
resultados. Estes foram surpreendentemente precisos. Um de meus amigos foi visto aproximando-se do túnel de uma mina com uma câmara e tripé. Sentou-se a ler um pequeno livro preto até que os mineiros começaram a sair da mina, quando então ele os fotografou, indo-se embora. Foi um bom exemplo de uma cena com pessoas e séries de ações, todas vistas corretamente a uma distância de cerca de quinhentas milhas. Esta ocorrência teve lugar ao mesmo tempo em que foi vista no cristal. (Algumas vezes os acontecimentos foram vistos antes ou após ocorrerem.) Após deixar Lovelock, recebia diariamente cartas de minha amiga informando-me o que tinha eu sido visto fazendo cada manhã, um pouco antes da hora por nós estipulada. Lugares e pessoas por mim vistos eram precisamente descritos. Uma peculiaridade foi observada: Quando entrei numa mina a visão no cristal pareceu incapaz de me seguir, mas permaneceu estacionária na superfície e no equipamento superior do poço da mina. Mais tarde a imagem feneceu.
Comentário:
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Existem casos comprovados em que espíritos de entes falecidos tomaram parte na criação e exibição de imagens visuais, associadas com a leitura da bola de cristal. O mais interessante relato (vide Fodor) deste assunto foi dado diante da Dialectical Society pelo Sr. F. Fusedale. Seus filhos conseguiram a leitura da bola de cristal com um enfeite prateado da árvore de Natal, descobrindo por acidente que podiam ver quadros nela. As crianças eram capazes de sentir a presença de espíritos amigáveis, que produziam imagens. As cenas desenrolavam-se em terras distantes e conforme relatado pelos mesmos, em paisagens do mundo dos espíritos. Os pais igualmente conseguiram ver as imagens. Porém, esta bola quebrou-se, mas o espírito complacente continuou a exibição dos quadros na parede estucada de branco. Os pais ficaram muito impressionados pelas cenas árticas, nas quais pessoas e cachorros movimentavam-se como em vida, tendo inclusive um navio preso no gelo.
Mensagens escritas têm sido vistas no cristal.
A relação entre a leitura da bola de cristal e as viagens astrais existe nos casos em que lugares distantes são vistos no cristal e pela vontade do operador as cenas são então exploradas, como no caso de movimentação de um cômodo para outro observando o que e quais as pessoas que se encontram nos vários quartos de uma grande casa. O sonho característico é visto na natureza da imagem, que é tal a dar a impressão de observar-se uma cena atual num plano aproximado ou de estar-se no nevoeiro delas. Um sugestivo ângulo é o de achar-se em determinadas circunstâncias, nas quais o operador imagina uma cena ou acontecimento e sendo ela então construída em imagem visual, continua a desdobrar-se. Neste sentido, um autor é capaz de imaginar uma cena aberta de um livro a escrever e quando a imagem desenvolve-se no cristal, senta-se e observa os caracteres de sua novela
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efetuarem passo a passo as ações dos capítulos não escritos e não projetados. Há poucos anos atrás, em Hollywood, um de meus amigos, que se encontrava entre os mais bem pagos escritores da época, contou-me qual a sua habilidade em obter uma tão grande soma de enredos para filmes; era somente o resultado de ter a destreza de iniciar uma história, olhando então para uma parede aguardava as imagens projetarem-se e moverem-se em toda sua extensão, dando o filme completo. Ele o observaria até o fim, escrevendo após em forma de novela o que tinha visto. Uma grande distinção, no entanto, deve ser delineada entre as três espécies de imagens vistas no cristal ou numa parede branca. (1) A imagem ou cena, igual ao sonho, de lugares distantes (ou acontecimentos futuros); (2) a imagem visual produzida por espíritos e que pode ser vista por diversas pessoas ao mesmo tempo (indicando uma imagem mais substancial que a subjetiva ou imagem sonho), (3) e a imagem pura, igual ao sonho, produzida primeiramente como imaginação (mas com a criação de formas de pensamento que podem ser usadas mais tarde, produzindo uma imagem no cristal), mas que não têm relação com lugares atuais, acontecimentos distantes ou ocorrências futuras que se produzirão nos arredores antecipadamente vistos. A natureza da substância, por intermédio da qual a imagem foi criada, nos casos em que é ela vista por diversas pessoas ao mesmo tempo, é incerta. É provável que esta substância seja similar àquela que produz as formas de pensamento,
ou
seja,
a
substância
do
corpo
sombreado.
consideraremos esta substância em sua relação com o ectoplasma.)
(Mais
tarde
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CAPITULO IX
A significação da visão do futuro nos fenômenos psicométricos e nos sonhos.
O problema da livre vontade. Explanação dos kahunas e da premonição. A premonição provem da superconsciência e vai da subconsciência à consciência. Previsão do futuro. Sonhos como portas abertas a premonição.
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CAPITULO IX Ser capaz de ver um acontecimento futuro é talvez mais surpreendente do que passear sobre o fogo. Por um esforço de imaginação, alguém pode tentar explicar a existência da imunidade ao fogo, mas qualquer que seja esse esforço não consegue uma resposta acerca da visão do futuro. É tudo tão claro como o dia. Um acontecimento futuro ainda não se tornou de conhecimento público e, portanto, é inteiramente impossível vê-lo ou saber em seus exatos detalhes quais ocorrências sucederão. Mas, o impossível e inacreditável acontece. Em sonhos ou visões, atualmente, vemos fatos antes deles ocorrerem. Sentimos as ocorrências futuras e chamamos esta percepção "premonição". Existe uma terceira "impossibilidade" que se coloca a par da imunidade ao fogo e da previsão, provando haver uma grande ignorância das forças atuantes neste nosso mundo. Esta terceira impossibilidade é a cura instantânea — assunto que será considerado mais tarde, em virtude de sua grande importância. Encarada como secundária, mas a mais desejável prática da sabedoria Huna, ou seja a visão do futuro, devemos considerar ainda, a parte da prática de magia capaz de mudar o futuro a fim de obter-se melhores acontecimentos, no lugar daqueles que foram previstos e achados indesejáveis. Esta arte de magia engloba uma grande parte dos trabalhos kahunas porque controla tanto o corpo como as riquezas — as complicações sociais e econômicas. Por isso é da maior importância recobrar a sabedoria Huna, adicionando-a ao nosso desvalorizado arquivo do conhecimento humano. Talvez de maior importância ainda, é aprendermos os antigos métodos de apelação à cura instantânea e, recebendo ajuda do Eu Superior, os de mudar e reconstruir o futuro cheio de tropeços para consegui-lo em ordem, planejado e feliz. Podemos citar, como algo importante, que a cura instantânea, ou a lenta cura psicológica, praticadas pelos kahunas, estão diretamente relacionadas com a
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mudança do futuro. Se um paciente se encontra muito doente e sara de repente, isto marca uma mudança no curso ordinário do futuro que, eventualmente, resultaria numa morte. Fora de nossa habitual explicação que "Deus conhece e mostra o futuro" em sonhos, previsões, premonições ou clarividência, seja qual for o nome que dermos a isto, nós, modernos, não temos nenhum esclarecimento a oferecer, por mais franco que seja. Todavia, temos acumulado informações consideráveis para esses vislumbre das ocorrências futuras e estas podem ser usadas na comprovação contra as teorias Huna — que são as únicas detalhadas e com explicações lógicas até hoje conhecidas pela humanidade. Existem diversos itens da crença ou descrença popular que necessitam ser discutidos brevemente, antes de continuarmos. O primeiro destes é parcela da maioria das religiões e raízes das questões, para as quais, somente os kahunas, podem responder de maneira conclusiva.
O problema da livre vontade e da premonição
A guerra tem sempre provocado a fúria entre aqueles que ensinaram que o homem tem a livre vontade de fazer aquilo que lhe agrada. Ensinam as religiões, entretanto, que Deus conhece tudo (se perfeitamente compreendido e assim avaliado como o Criador) aquilo que cada um de nós fará no futuro. Não teríamos, assim, livre arbítrio; cada um de nossos atos já foi decidido com antecipação por um Ser Supremo e por conseguinte, predestinado, imutável e inevitável. A ciência, em luta com o problema, ensina que tudo aquilo que acontece é puramente acidental e que a livre vontade é a resposta, dissimulando, entretanto, o fato que aborrece os religiosos, de que o futuro pode e, muitas vezes, é visto. Os registros, vazios e sem compromisso, das Sociedades de Pesquisas Psíquicas relatam as várias ocasiões em que os eventos foram vistos com
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antecipação e vieram a ser desprezados somente porque não podiam ser descritos como algo concreto por aqueles que deveriam ser prevenidos.
Para minha própria
experiência, tal fato aconteceu. Certa noite, numa sessão espiritualista, foi-me dito, por um médio em transe, que eu estava sujeito a ter um sério acidente de auto, num futuro próximo. Eu retruquei, perguntando se meu amigo Bob, sentado ao meu lado, teria também um acidente. Após uma pausa, a resposta veio "Não". Pedi, por isso, a esse meu amigo que me acompanhasse nos próximos dias, ajudando me na situação em potencial de acidente. Três dias mais tarde, estávamos viajando em Honolulu, quando, numa intersecção movimentada, um chofer alcoolizado dirigiu seu caminhão, a alta velocidade, detrás de um carro, vindo diretamente sobre o meu. Acontece que naquele momento minha atenção estava voltada para um outro carro que atravessava à minha frente, no lado oposto. Bob, no entretanto, viu o caminhão correndo em nossa direção, pegou o volante girando-o e ao mesmo tempo gritando para me advertir. O resultado foi que a parcial volta feita pelo meu carro permitiu ao chofer do caminhão de entrar num mínimo espaço à minha frente amassando o chassis em vez de causar um desastre em cheio no lado do carro onde eu me assentava. Este incidente é de uma evidência típica, mostrando que o futuro que poderia ocorrer normalmente pode ser antevisto e, sendo ele inevitável, no entanto, pode ser prevenido a fim de que se tome os passos necessários para evitá-lo ou diminuir lhe os efeitos. O fato principal de poder ver-se os acontecimentos futuros é confirmado pelo grande número de provas (minha própria experiência sendo somente uma em centenas) demonstrando que, avisados com antecipação, podemos mover os passos necessários para mudar ou fugir dos mesmos. Um pequeno momento de reflexão mostrará quão valioso poderia ser para a humanidade a extensão da faculdade de premonição.
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As condições do mundo, em geral, podem ser vistas com antecipação e os indivíduos podem aproveitar tais avisos. Possuo um amigo que viu em sonho a ruína financeira de 1929, vendeu todas as suas ações e inverteu seu capital em títulos governamentais. Nessa ocasião, avisou diversos de seus conhecidos, mas estes avisos foram desprezados e alguns deles se arruinaram. Os avisos foram dados três meses antes da queda, quando tudo parecia cor de rosa. A EXPLICAÇÃO KAHUNA DO PROBLEMA DA LIVRE VONTADE VERSO PREDESTINAÇÃO é que o Aumakua ou Super-consciente "par paternal" de cada um de nós tem uma forma de mentalização, ou força mental, diferente da nossa. É mais elevada do que a força que caracteriza o eu inferior ou a força da razão indutiva que caracteriza o médio eu. É justamente capaz de ver as partes do futuro já cristalizadas ou "estabelecidas". Muito do futuro está ainda em fluido, ou não cristalizado, num estado incompleto, razão pela qual não pode ser visto. Os grandes eventos mundiais parecem ser cristalizados com bastante antecedência. Da mesma maneira são estabelecidos os acontecimentos relevantes da vida de uma pessoa — tais como casamento, acidentes e morte. Há uma filosofia distinta nas crenças kahunas referentes ao elemento da livre vontade possuído pelo eu inferior e médio, que vivem juntos no corpo humano, formando o homem. O Eu Superior, que é ligado ao corpo pelo cordão do aka (kino mea) ou invisível "estofo do corpo sombreado" (e através desta ligação mantém contato) é submetido a alguma compulsão a fim de permitir aos "eu" inferiores de exercitar a livre vontade e aprender por experiência própria, A MENOS que desejem e solicitem guia e ajuda do Eu Superior, casos em que o Aumakua toma a posição de governo nos negócios do homem. Somente os acontecimentos há longo tempo planejado na vida de um homem é que parecem escapar à livre vontade, mas, mesmo assim, se passos apropriados são dados para mudar estas ocorrências, é possível modificá-las até certo grau.
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Parece haver duas espécies de livre vontade, uma para o eu inferior, em seu estado de animal mais evoluído e, por conseguinte, sob a orientação de algum Eu Superior que preside ao crescimento físico e às operações ligadas ao próprio corpo. Por causa desta supervisão direta o corpo resigna-se a definir-se conforme moldes estabelecidos que a mente consciente ou médio eu, tendo uma outra livre vontade mais completa, tem o privilégio de ditar as atividades externas do corpo, não obstante não intervenha nas suas funções vitais internas. Poder-se-ia dizer que o homem tem dois Eu Superiores: um para o eu inferior e sua orientação, e um para o médio eu. A idéia Teosófica de "agrupamento d'alma" concorda de perto com o Eu Superior guiando o homem animal, assim como com a idéia de que a menor das criaturas é também guiada e informada através do "instinto" por um Eu Superior que as guarda em grupos. Como não podemos penetrar o plano de consciência acima do nosso, o dos Eus Superiores, não nos é possível estabelecer nesta relação o estado real. Todavia, observamos os atos e condições das coisas viventes em nosso plano, traçando nossas conclusões. Isto assegura também nossas observações quando inferiores. Estes planos e desejos (e infelizmente nossos vemos algumas Consciências usando forças estranhas, através de formas misteriosas de matéria invisível, produzindo materiais do espiritismo, e assim por diante. Os kahunas acreditavam igualmente que TODA PREMONIÇÃO VEM DO EU SUPERIOR ATRAVÉS DO EU INFERIOR ou subconsciente. Isto concorda com o fato de sabermos que não podemos, por qualquer esforço de vontade, conseguir ver o futuro ou sonhar sobre ele. Os hipnotizados, quando lhes é dada a ordem de olhar o futuro, raramente obedecem, levando-nos a concluir que o subconsciente (que é o sugestionável) não tem a habilidade de ver o futuro. Se nem o eu inferior nem o médio eu podem ver o futuro à sua vontade, como um resultado de sua natural aptidão, devemos desviar nossa atenção para outra fonte de previsão — o Superconsciente ou similares Seres Elevados.
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A prova de que os kahunas estavam certos, dizendo que toda premonição deve vir através do eu inferior, repousa no fato de que recebemos visões, sonhos ou outras formas de conhecimento relacionados com o futuro, por intermédio do subconsciente quando este se encontra relaxado — quando é deixado só pelo médio eu. O estado de maior relaxamento para o eu inferior, período em que está mais completamente livre de toda dominação do médio eu, é durante o sono. Por esta razão, é natural que sonhos premonitórios sejam as fontes mais comuns de conhecimento das ocorrências futuras. Na leitura da bola de cristal há uma relaxação similar, mas em menor grau. O médio eu favorece no estado de vigília, observando o que é sentido pelo eu inferior através das imagens centralizadas no cristal. Na telepatia o eu inferior é igualmente o agente em atividade para todo o trabalho, e, deve-lhe ser permitido deslizar o controle comum do médio eu, relaxando no sentido de projetar seus "dedos" da substância invisível sombreada e assim entrar em contato com a pessoa de quem uma impressão telepática ou leitura da mente deva ser recebida. A verificação da crença kahuna de que o eu inferior é o que realiza todas as ações psíquicas vem do fato indiscutível que nosso melhor eu conhecedor, o médio eu ou mente consciente, não pode, em nenhuma circunstância, usar a sua vontade para produzir um ato psíquico. Podemos somente dar uma ordem ao eu inferior e deixá-lo ir para que, numa condição de relaxamento, possa este efetuar o trabalho, exercitando suas habilidades psíquicas, e apresentar no centro de consciência mútua a informação obtida. Recebendo uma informação relativa ao presente, o eu inferior pode projetarse lendo mentes ou colher impressões telepáticas a ele dirigidas por outro ou, contrariamente, agir de sua própria iniciativa, mas quando se trata do futuro já cristalizado, que poderá, desta maneira, tornar-se visível. De conformidade com os kahunas, A CRIAÇÃO DO FUTURO, depende de perto dos planos e desejos dos "eu" inferiores. Estes planos e desejos (e
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infelizmente nossos temores) são fabricados em formas de pensamento (compostos também do estofo do corpo sombreado) e são aplicados pelo Eu Superior em algum processo automático semelhante ao de construção individual do futuro. Nosso conhecimento de como este mecanismo trabalha, pertencendo ao plano próximo de consciência mais elevado é incerto, mas os kahunas falavam das formas de pensamento como "sementes" que eram tomadas por Aamakua e semeadas como produtoras de futuros acontecimentos ou condições. Os kahunas consideravam de grande importância para o indivíduo aplicar a frequentes intervalos, uma parcela de coisas ocorrem ilogicamente e como por acidente. É o ser termos o que desejava fazer ou o que desejava que lhe acontecesse. É típico serem os homens inclinados a deixar o seu eu inferior tomar a direção, o que é muito perigoso, porque este vive sob o domínio do mundo animal, onde as coisas ocorrem ilògicamente e como por acidente. É o serviço e o dever do médio eu, como guia do eu inferior, usar sua força de razão indutiva e sua vontade (controlar o eu inferior) na criação de planos na tarefa de viver e ver quais os esforços apropriados para fazê-lo trabalhar de acordo com o planejado. A pessoa comum, especialmente se emotiva (indicação de que o eu inferior está muito atuante), muda seus planos com muita frequência, modificando igualmente de desejos. O resultado é a criação de uma mistura contraditória de formas de pensamento e planos, desejos e temores, dos quais o Eu Superior, à força, faz uma mescla para acontecimentos futuros insatisfatórios e inconcludentes. Uma grande parte da magia kahuna, praticada antigamente, tinha por desígnio ver, com antecipação, qual o futuro cristalizado para um cliente, procurando então modificá-lo para torná-lo mais desejável. (Posteriormente retornaremos de maneira mais completa aos métodos usados pelos kahunas e à natureza das dificuldades a serem superadas). Os sonhos são a porta aberta à premonição. As pesquisas têm revelado o fato de que em nossos sonhos nos é permitido ver o futuro, quase que
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noturnamente, mas que não nos lembramos desses sonhos, permanecendo desprevenidos diante do que virá a acontecer excetuado um vago pressentimento nas profundezas do eu inferior. Pouco é conhecido a respeito dos sonhos, apesar de existir muita conjetura e confusão de pensamento acerca das condições do sonho. Uma coisa, no entanto, salienta-se claramente no peculiar dom que tem o eu inferior de confundir as coisas sensoriadas nos sonhos com acontecimentos familiares, ligando frequentemente uma idéia a outra por um processo de associação, produzindo no final um SÍMBOLO. A prática da psicanálise é largamente baseada no estudo desses símbolos, conforme se apresentam na recordação dos sonhos ou nos pensamentos que vêm à mente do fora do corpo físico, ou então num estado conhecido como "projeção astral", ou quando deixavam o seu corpo para ser usado por um espírito durante um estado de transe. Após estas explicações e comentários será possível um melhor entendimento dos casos materiais expostos no próximo capítulo. Deve ser sempre presente que esta é uma parte muito importante da magia; que necessita de entendimento nos seus mínimos detalhes para tornar-se prática em nossas mãos, assim como o foi na dos kahunas.
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CAPITULO X
Maneira fácil de sonhar com o futuro.
Caso 16. “An experiment with time”, de J. W Dunn. Caso 17. Presciência no sonho comum. Caso 18. Visão do futuro através da leitura da bola de cristal. Caso 19. Informação premonitória por intermédio dos espíritos dos mortos. Doutrina dos kahunas: não é nociva a ninguém.
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CAPITULO X Caso Nº 16
Aprendendo a sonhar sobre o futuro
Notas Preliminares:
J. W. Dunne, em seu popular livro, "An Experiment with Time", descreve um método simples e fácil, com o qual aprendeu a sonhar sobre o futuro. O método é baseado no fato de quase todos sonharmos acerca de ocorrências futuras, apesar de não conservarmos a lembrança dos sonhos após despertarmos. Um lápis e papel deve ser levado para a cama pela pessoa que faz a experiência, ordenando a si mesma de descrever seus sonhos tão logo acorde durante a noite, podendo assim fixar a relembrança. (A maioria das pessoas sonham desde o momento em que adormecem até acordarem, apesar de raramente lembrarem um sonho sequer, de onde concluem que poucas vezes sonham.) O Sr. Dunne guarda registros de sonhos, escritos à noite, podendo por isso verificar ter sonhado alguns eventos de sua vida quinze anos dos mesmos ocorrerem. Um destes acontecimentos era bastante importante para ter sido cristalizado com antecipação. Foi o sonho de um vôo sobre uma pastagem, em um tosco avião dos primórdios da aviação. Ele reduziu também à sinopse os resultados obtidos por seus amigos, concluindo que quase a totalidade das pessoas podem usar este método com sucesso. Pode ser notado que ele se defrontou com a dificuldade enorme de decidir o que seja passado, presente e futuro. Como Ouspensky em sua obra "Tertium Organum" o Sr. Dunne adere à idéia de um "espaço de tempo complexo", uma espécie de quarta dimensão.
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Eu li "An Experiment with Time" num domingo à tarde em Honolulu em 1926. Aquela noite tomei de um lápis e papel e levei-os para a cama comigo, determinado a descrever todos os meus sonhos em ordem, de maneira a poder comprovar aqueles relatos, com relação ao futuro. Foi uma noite sem descanso, acordando pela manhã com diversos sonhos e um desenho mal feito em meu bloco de papel. Minhas anotações foram as seguintes: (omito todos os sonhos que
não se
tornaram realidade.) "Um homem, desconhecido, grande, gordo, veio a mim, pedindo-me se poderia ajudá-lo em uma invenção — tratava-se de um aparelho ótico... Estava sobre minha mesa. Tinha diante de mim uma pequeníssima parte da máquina, de cerca de 2 pés e seis polegadas por quatro polegadas. Um cordão elétrico branco e preto movendo-se na parte traseira do aparelho. Parecia-se com uma tampa esmaltada preta. Em um dos lados desta tampa, ou cobertura, havia um quadrado de cerca de quatro polegadas. No alto da tampa encontrava-se uma ampulheta parafusada em aço azul... Achava-me numa cozinha com grades e o homem gordo lá. Vi também outro estranho, alto, magro, louro, com mais ou menos quarenta anos. Uma pequena mulher Havaiana. Peguei num papel sensível de uma caixa colocando-o na abertura da máquina. O homem magro moveu o comutador e uma luz brilhou. Retirei o papel e desdobrei-o em três pequenas fotografias brancas. A imagem desenvolvida era uma escala, com um ponteiro indicando um grande número. Olhei para os homens. Rimos. Eu disse então: ‘Bem, trabalha’." Isto foi num Domingo à noite. Na seguinte quarta-feira à tarde os sonhos começaram a tornar-se realidade. O homem gordo, que eu tinha visto nos meus sonhos, veio à minha loja. Desejava ele ajuda para projetar um raio de luz para adquirir uma imagem em escala de gravidade sobre uma tela de vidro e numa fita de registrador fotográfico ao mesmo tempo. A essência do mecanismo em escala foime descrito. Ela concordava exatamente com a "tampa" que eu tinha visto em meu sonho. Concordei em ajudá-lo.
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A parte seguinte do meu sonho estava errada. A cobertura nunca foi trazida a mim, nunca a tendo em minha frente sobre a mesa. Não a vi senão após ter trabalhado no mecanismo, que foi construído em uma oficina mecânica e aí completado. Eu o vi mais tarde, na cozinha com grades de meu sonho. O homem louro, alto, de meu sonho era o mecânico em trabalho, e era dele a cozinha. A pequena mulher havaiana também estava lá. Era sua esposa. A máquina foi utilizada para pesar glicose de açúcar em refinarias. Quando o problema foi resolvido e o mecânico executou modificações na máquina, sob a minha direção, fui pela última vez à cozinha com grades para testar com papel sensível. Como tinha ocorrido, adquiri somente num dia anterior as pequenas lâminas fotográficas; elas eram de procedência japonesa e de um tipo e material que nunca tinha visto. Os resultados do teste foram exatamente como os sonhados, excetuando que fomos todos exclamando e rindo, "Bem, trabalha!", porque, naquela altura, já havia contado a todos os meus sonhos e exibido minhas notas. Neste mesmo período tive outros sonhos sobre ocorrências futuras, mas em nenhum deles tive aquela sequência com pessoas, mecanismos e lugares completamente desconhecidos e fora do alcance de minha imaginação.
Comentário:
Durante algum tempo, em meu próprio interesse, senti-me interessado, mas logo cansei-me das experiências. Fiz então o erro de queixar-me, para mim mesmo, quando adormecido, esforçando-me para escrever um sonho. A luz, quando acendida para poder escrever, feria-me a vista, e, por isso, o meu fraco eu formou a idéia de que toda essa canseira era indesejável. Isto formou uma resistência pela qual me pareceram recusados os quadros de ocorrências futuras.
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Por isso, aconselho energicamente aos que queiram repetir a experiência de terem uma luz fraca que não fira seus olhos quando acendida. Acima de tudo, digam ao seu eu adormecido, quão prazeroso é acordar e escrever sonhos. Naturalmente, se alguém tiver um gravador e podendo apertar um botão descrever o sonho, isto formará o equipamento ideal. Também, se minha experiência puder servir de conselho, em um mês uma pessoa poderá adquirir a possibilidade de distinguir quando um sonho pertence ao futuro e deve ser gravado ou quando se trata de um sonho comum, com pouca ou nenhuma significação. No campo dos sonhos são oferecidas grandes possibilidades para experiências de outros tipos. Parece não haver melhor oportunidade do que esta para aprofundar-se no próprio eu, o que não se poderia fazer durante o sono normal. E para esta forma de sugestão não é necessária a força hipnótica que associamos às sugestões hipnóticas. A palavra falada é suficiente. Ela pode ser transmitida pela máquina na qual o registro é cuidadosamente preparado. O disco ou a fita podem rodar durante a noite comandada por um relógio, repetir-se e parar. Pode ser usado um alto-falante embaixo do travesseiro. De qualquer maneira as palavras devem ser transmitidas em baixo volume, e em poucas noites deixarão de incomodar, não acordando a pessoa. O nosso eu, que permanece sensível aos sons durante o sono. Escutará as sugestões formuladas e automaticamente formará pensamentos correspondentes. Estes pensamentos fixam-se na parte profunda do nosso eu e ali permanecem indestrutíveis pelos processos usuais de racionalização aos
quais
estariam sujeitos durante os momentos de vigília. Racionalizar pelo médio eu é o processo de unir palavras e pensamentos de sugestões contraditórias numa corrente de formas de pensamentos, mesmo achando que a sugestão não é trabalhável. Por este motivo, uma pessoa usando as sugestões gravadas durante o sono fará com que assegure a si mesma que as coisas lidas como sugestões pela máquina são
aceitáveis, então o próprio eu
corresponderá e fará delas idéias trabalháveis. Esta atitude do médio eu, que é de
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confiante expectativa, deixa ao eu inferior a liberdade de aceitar sugestões feitas a noite e de reagir a elas mais e mais pela continuidade das repetições noturnas. Geralmente somos regulados pelas nossas inibições e hábitos. Desde nossa infância nossos fracassos são construídos em complexos de nossas inabilidades. Sofremos do medo de complexos. Tememos as pessoas, ou talvez Deus. A lista é comprida. Muitas doenças são resultados de fixações. Por esta razão as sugestões gravadas transmitidas durante o sono necessitam um especial preparo e podem representar uma extraordinária parte na alta magia quando força o eu inferior a libertar nossas orações telepáticas a cura instantânea. Poder-se-ia mencionar que pacientes hipnotizados têm algumas vezes transmitido premonições de ocorrências e é somente por acidente que tais previsões sucedem. Não poderia ser pela imposição do operador hipnótico, que novamente oferece provas de que o subconsciente — que corresponde às sugestões — não tem habilidade para ver o futuro, mas deverá ser capaz de focalizar um quadro do futuro por uma força mental superior — os kahunas dizem que por intermédio de Aumakua ou Alto Eu. Para os desejosos de examinarem o registro de suas habilidades premonitórias, poucas vezes demonstradas nos motivos hipnóticos, aconselhamos o livro de Richet, "Thirty Years of Psychic Research".
Caso Nº 17
Conhecimento antecipado de sonhos comuns
Notas Preliminares:
Os sonhos que podem predizer o futuro são de diversas qualidades. Um dos mais comuns é aquele no qual se sonha com um símbolo e, quando acordados,
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desvendamos o mesmo e predizemos de uma maneira geral a natureza do evento. Por exemplo, um senhor de minhas relações sonhava de vez em quando com um belo touro vermelho. Isto significava para ele um acontecimento feliz a vir e raramente um acontecimento dessa natureza não acompanhava tal sonho. Outra espécie de sonhos mistura símbolos com eventos do passado e do futuro. Muitas vezes essa mistura transforma os incidentes apresentados nos sonho. Certa vez sonhei com uma vitrine cheia de macacos saltadores que sacudiam canetas-tinteiro e com elas escreviam longas marcas em rolos de papel em movimento. Mais tarde reconheci esta vitrine de meus sonhos quando vi um macaco de brinquedo dançando numa mesa giratória. Na vitrina oposta encontrava-se uma pequena máquina em movimento e na qual um papel girava sob uma caneta tinteiro, percorrendo milhas de linhas para demonstrar a grande capacidade da tinta. O sonho que alcança somente o acontecimento futuro, mostrando-o claramente e sem confusão, pode também transferir-se de um ponto no tempo, à frente de outros. Este tipo de sonho é o mais merecedor de estudo e cultivo. Durante minha infância, meu pai teve muitos de tais sonhos. À mesa do almoço, ele nos contava os sonhos, pedindo-nos de guardá-los e ajudá-lo posteriormente a comprovar a exatidão dos mesmos; ele os reconhecia como pertencentes ao futuro por uma profunda sensibilidade interior.
O Caso:
Certa vez meu pai sonhou com um vale que, naquela ocasião, era atravessado pelos rebanhos a caminho das pastagens de Wyoming. Esta época adiantou-se e viu ele, no mesmo vale, ser construída uma estrada de ferro. Outro salto para a frente e uma cidade ocupava o vale ao lado da estrada de ferro. No lado oposto estava aberta e funcionando uma mina de carvão. Atrás da cidade elevavase uma torre de petróleo. Num último passo dentro do tempo, mostrava o mesmo
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vale, mas com tudo desaparecido, exceto os trilhos da estrada de ferro e os alicerces das casas desmontadas. Este sonho, de uma simples noite, cobriu um período de cerca de dez anos. Mais tarde, papai reconheceu o vale vendo por ali passar a nova estrada de ferro, depois a cidade, Spring Valley, Wyo., crescer, o abrir-se da mina de carvão, o poço de petróleo ser perfurado próximo à cidade e mais tarde ser fechado. Dentro de pouco tempo a mina revelou-se perigosa ao trabalho devido aos gases e a Union Pacific, companhia proprietária de tudo, removeu todas as estruturas, deixando o vale como tinha sido visto no sonho. (Eu, pessoalmente, vi o vale passar por estas várias mudanças.)
Comentário:
Na época em que meu pai teve tal sonho, a veia de carvão de Spring Valley não tinha ainda sido descoberta. Foi somente após terem instalado a estrada de ferro que a mesma foi descoberta e aberta. Pode ser afirmado aqui, com toda autoridade, que neste sonho não houve leitura da mente de outra pessoa. Foi uma demonstração detalhada, direta e clara de sequências, das quais nenhum ser vivo poderia ter conhecimento na ocasião. Somos forçados a concluir: (1) que algum ser ou forma de inteligência consciente tivesse tido a capacidade de antecipar o futuro daquela vale, e, assim sendo, demonstrá-lo numa forma de força mental superior àquela do consciente ou do subconsciente. (Isto comprova a idéia kahuna do Eu Superior.) Ou, (2) a alternativa de concluir que o subconsciente tem a habilidade de ver o futuro, mas isto resulta falso por sua incapacidade de ver o futuro quando sob o comando hipnótico.
Caso Nº 18
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Vendo o futuro através da leitura da Bola de Cristal
Notas Preliminares:
A leitura do cristal produz uma condição de relaxamento no qual o eu inferior tem possibilidade de entrar em estado similar ao do sono, com a diferença de que o médio eu é capaz de permanecer junto e observar as imagens apresentadas em forma de sonho no cristal.
O Caso:
(A) Já mencionei a senhora que vivia em Lovelock, Nevada, e que aprendeu a arte de ter "alucinações", como se dizia antigamente. Ela não era somente capaz de encontrar meus amigos à distância e ver o que estavam fazendo, assim como de transmitir pedidos para visões de futuros acontecimentos, os quais frequentemente observava em seu cristal. Duas sessões foram devotadas na tentativa de ver qual o futuro planejado para mim. Naquele tempo viajava de cidade em cidade tirando fotografias, devendo ir a lugares nunca antes visitados. Na realidade, não tinha ainda decidido quais seriam esses lugares. Durante essas audiências ela viveu, em detalhes, partes completas de meu futuro, cada uma cobrindo um período de cerca de uma semana. Olhando em seu cristal, viu um quadro começar a cristalizar-se em cores e movimentos. Descrevia-os conforme davam-se as mudanças de cena para cena. Primeiramente, foi uma pequena cidade de ruas muito limpos cortada por uma linha de estrada de ferro. Havia uma estação, vendo-me saindo de um trem com malas e câmaras. O quadro mudou e estava eu agora entrando num moderno hotel de tijolos. A seguir estava eu de pé à frente de um chalé conversando com uma jovem de cabelos vermelhos, vestida de branco, segurando em seus braços um bebê,
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também de cabelos vermelhos. A cena seguinte apresentava um acampamento de índios, não longe do hotel, que realizavam uma espécie de reunião. Eu tirava fotografias do campo. Estas premonições foram comprovadas corretas, em todos seus detalhes, em menos de um mês. Tomei um trem para Mason, Nevada, e quando de minha chegada reconheci a cidade e o hotel, conforme tinham sido descritos. Durante minha estadia, encontrei a jovem vestida de branco e com cabelos vermelhos, fotografando seu bebe de cabelos avermelhados. Dois dias após minha chegada, os índios começaram a chegar na cidade para o conclave anual das tribos da região de Carson Sink. Esses índios acamparam próximo ao hotel, tirando eu muitas fotografias do acampamento. (B) A segunda cidade que visitei após sair de Mason, foi Yerrington, Nevada. Ela era exatamente como vista no cristal. Deixei a estrada de ferro numa plataforma, viajando algumas milhas para encontrar a cidade descrita, isto é, construída ao longo de uma velha estrada principal, com quase nenhuma rua transversal. Procurei por uma casa de cômodos que ostentasse o cartaz "Casa de Cômodos Globo", com a pintura já suja de um globo, logo surgindo a mesma aos meus olhos. Sabia eu que era aquele o lugar onde deveria ficar, e após descer da condução e tocar a campainha olhava esperançoso de ver se seria verdade ou não de que uma mulher de "cabelos pretos e levemente vesga" apareceria. Realmente assim ocorreu e depois de alguns entendimentos tornou-se ela uma boa amiga, ajudando-me a arranjar negócios e emprestando-me alguns livros valiosos sobre ocultismo.
Comentário:
Entre a leitura do cristal e o sonho comum a vantagem do primeiro é evidente. No primeiro decide-se o que é desejado no caminho da premonição enquanto que, no último, tem-se que tomar o que puder ser interceptado por causalidade.
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Um ângulo interessante é ser visto no mecanismo através do qual o futuro é visto. Enquanto em algumas sessões nenhuma visão do futuro aparece em resposta às nossas perguntas, existem outras em que previsões são feitas sem serem solicitadas. As perguntas são formuladas em voz alta, sem sabermos a quem são dirigidas, e é surpreendente não ouvirmos nenhuma resposta. Ver o futuro é contrário às nossas atuais crenças científicas, como o é o passeio sobre o fogo e a cura instantânea. A ciência não tem nenhuma explicação a oferecer e parece paralisada nestes pontos; mas os kahunas mostram o caminho a seguir aos de mente aberta à investigações das evidências que têm sido acumuladas.
Caso Nº 19
Informações premonitórias através do espírito dos mortos
Notas Preliminares:
De acordo com os kahunas, todo contato com o espírito dos mortos — assim como com o Eu Superior — é feito pelo eu inferior. Isto se aplica em particular aos espíritos em seu estado de invisibilidade, no qual devem ser vistos ou sentidos, pelo que chamados de habilidade "psíquica" que não é nada mais nem menos do que a capacidade de relaxar e permitir ao eu inferior de ver e relatar qualquer coisa dos sonhos comuns, ou seja "visões" do passado, do presente e do futuro. É razoável acreditar-se que, ao morrermos, sendo somente "espíritos", possuímos unicamente as forças mentais que possuíamos em vida. O ato de morrer não transforma o eu inferior numa Super-consciência, com a habilidade de olhar o futuro. Todavia, temos a mesma capacidade de entrar em contato com o Eu Superior, solicitando visões do futuro e se formos capazes de fazer nossa presença
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percebida pelo eu inferior de um ser vivente, poderemos, por seu intermédio, transmitir as informações obtidas do outro lado. Em alternativa, existe um sistema pelo qual alguém relaxa-se, permitindo ao espírito da pessoa morta ocupar o corpo e falar pelos seus lábios. Este não é um método incomum; ele é usado pelos "médiuns" e é altamente aprovado pelo Espiritismo. É estudado pelas Pesquisas Psíquicas e condenado pela Igreja e pelas Ciências reacionárias. Neste estado de transe, quando os espíritos estão falando através do médium, são eles capazes, em certos casos, como se fosse por acidente, de predizer corretamente o futuro. Não podem isso fazer à sua vontade, o que tende a provar que o Eu Superior deve dar estas informações aos espíritos dos mortos, tanto quanto ao eu inferior dos vivos. Os arquivos das Pesquisas Psíquicas estão repletos de casos em que os espíritos anteciparam corretamente fatos futuros e ocasiões em que tentaram fazer o mesmo falhando lamentavelmente. As falhas têm sido tão frequentes que motivaram as maiores atenções dos Espiritistas. Nas sessões espíritas, como nas Associações Ouiji e de mecanismos similares, o eu inferior da pessoa morta, quando por algum acidente durante a morte tiver sido separado de seu médio eu, gosta de comunicar-se com os vivos. Estando incapacitado de usar de boa força raciocinadora (indutiva) experimenta responder qualquer questão apresentada, geralmente adivinhando (ou lendo a mente) na mente dos assistentes aquilo que eles esperam ouvir como resposta. Desta maneira aparente, mentiras sem fim têm sido ditas pelos espíritos e o Espiritismo adquire um mau renome. Quando aprendermos a distinguir a diferença entre estes visitantes isolados de eu inferior e a regulamentação de um espírito normal, possuidor de ambos o médio e inferior eu, não seremos enganados com tanta frequência.
O Caso:
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(A) Quando ainda garoto, num almoço, minha mãe relatou à família ter acordado durante a noite e ter visto sua irmã May, que morava em São Francisco. (Nós morávamos em Wyoming). Apareceu ela como numa névoa e disse ter morrido e que desejava que seus dois filhos fossem criados por minha mãe. No dia seguinte chegou um telegrama transmitindo a morte repentina de May. As duas crianças foram como pedido pela aparição, trazidas para nossa família para serem criados. (B) Por intermédio de conhecidíssima médium australiana, a Sra. Foster Turner, um espírito falou numa sessão em fevereiro de 1914 dizendo ser Sir Arthur Conan Doyle. Deu a seguinte informação premonitória que mais tarde ficou provado ser correta. "Neste momento, apesar de não existir à vista qualquer murmúrio sobre uma grande guerra Européia, quero avisá-los de que antes de findar este ano de 1914, a Europa será inundada em sangue. A Grã Bretanha, nossa querida nação, será arrastada a mais terrível guerra, jamais vista pelo mundo. A Alemanha será nossa maior antagonista e arrastará outras nações em sua esteira. A Áustria provocará sua própria ruína. Reis e reinados cairão. Milhões de vidas preciosas serão trucidadas, mas a Inglaterra triunfará finalmente e emergirá vitoriosa."
Esta sessão foi realizada num salão e a previsão escutada por cerca de mil pessoas que compunham a assistência.
Comentário:
Sabendo que o futuro pode ser visto com antecipação, não é necessário empregar-se imaginação para alcançar a idéia kahuna do Eu Superior, com força
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mental elevada, que nos capacita de ver à frente. Mas, não podemos tão facilmente imaginar esta habilidade em trabalho, e isto é muito mais difícil, quando passa de uma predição geral, tais como as que podemos fazer por adivinhação baseando-se nas condições atuais, para finalmente produzir uma predição detalhada. Se o Eu Superior empregasse o tipo de razão que nós, "médius eu" usamos, poderia ele somente adivinhar, e como tal dar pequenos detalhes; mas existe uma outra magnificente forma superior de raciocínio trazido para atuar, ou, como acreditam os kahunas, o acontecimento ou condição futura é uma realidade atual, não obstante estar formada num corpo invisível sombreado (aka ou mea), substância similar àquela que compõe as formas de pensamento. Se
os
"Eu
Superiores",
trabalhando
em
UNIÃO
OU
UNIDADES
completamente fora dos limites da nossa compreensão, tomam as diretrizes, pensamentos e desejos do mundo do médio e inferior eu da humanidade, e colhendo todos produzem o futuro, então a forma é visível no plano de consciência do Eu Superior e todos seus detalhes são cristalizados reaparecendo idênticos à forma principal determinada. Estas condições nos trazem a evidência de que o Eu Superior tem a força de mentalização tão superior à nossa que dificilmente poderemos concebê-la, para não falarmos
da
impossibilidade
de
entendermos
como
ela
trabalha.
Temos
conhecimento de tão pouco e devemos especular tanto, todavia, tudo o que necessitamos saber para fazer uso prático de nosso semi-conhecimento é a parte que devemos empregar para receber a ajuda do Eu Superior a fim de moldar nosso futuro para a saúde, o sucesso, e uma melhor maneira de viver e trabalhar. Acreditavam os kahunas que os grandes acontecimentos do futuro eram antecipadamente estabelecidos, podendo ser vistos muito tempo antes. As ocorrências de uma nação ou as mundiais poderiam ser vistas centenas ou talvez milhares de anos antes. O futuro de um indivíduo, em virtude do diminuto período de vida humana, podia ser visto somente meses ou anos antes.
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Os kahunas demonstravam constantemente suas habilidades de ver com antecipação o futuro de um indivíduo. Disto podemos concluir que o futuro do mundo e das nações pode também ser antecipado e mudado por um esforço em concordância, isto quando fôssemos suficientemente iluminados. Se a voracidade não dirigisse o mundo, hoje, quando consideramos o possível uso da bomba atômica como arma, poderíamos ser capazes de empregar tal concordância em ações a fim de mudar o que aparece aos nossos olhos — até aos nossos olhos cegos — um inevitável desastre. Infelizmente, a maioria da espécie humana é movida mais pela voracidade, pelos instintos animais do eu inferior, com seus ódios e temores complexados e inconscientes, do que pela lógica tranquila do médio eu. Poucos realmente escutam as insinuações do Eu Superior, onde a regra do Amor e Trabalho é manejada firmemente. Pode ser dito que nosso eu consciente dirige o mundo, mas é dominado pelo eu inferior que é ainda um animal cheio de desejo, selvagem e irracional. Como médio eu foi-nos dada uma livre vontade, e até que a experiência cumulativa do mundo nos possa ensinar as lições suficientes de que necessitamos, continuaremos a usar tão mal aquela dádiva da livre vontade, seja como indivíduos seja como nações. Os kahunas ensinaram haver uma condição ideal à qual o indivíduo deve aspirar. É a condição em que a ajuda e guia do Eu Superior é solicitada, recebida e em seguida atuante. A única diretriz de vida, que deve ser obedecida, é a de nunca fazermos algo que possa ferir outro. Para aqueles que são mais adiantados esta regra inclui o trabalho por amor. O amor pode unir os homens tornando-os capazes de realizar grandes trabalhos em benefício de todos. Ódio e o temor podem unir os homens somente para a guerra e a destruição. No período em que os kahunas ocupavam situação de destaque na Polinésia, ensinavam ao povo viver sem ferir uns aos outros. Aqueles que propositadamente
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feriam outros eram considerados passíveis de morte, e eram frequentemente punidos com a oração da morte. Assim desenvolveu-se na Polinésia o povo considerado no mundo inteiro como o mais amigável. Todos os primitivos exploradores maravilhavam-se com isto, relatando-o sem exceção, em seus escritos. Foi à maior aproximação da Era do Ouro, registrada pela história, durante um momento no tempo.
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CAPITULO XI
A cura instantânea através do eu superior. As provas e os métodos.
O santuário de Lourdes. Caso 20. Um kahuna cura instantaneamente ossos fraturados. A ação do superconsciente, alta voltagem da força vital, tecidos do corpo físico e corpo astral. Complexo ou fixação de idéias (coisa devoradora interna). Superconsciente impressionado por coisas tangíveis. Caso 21. Prova através de materializações e transportes.
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CAPITULO XI No Santuário Cristão de Lourdes, médicos têm examinado aqueles que ali foram esperançosos de ser curados. Durante mais de cinquenta anos registros têm sido feitos daqueles que foram curados, reportando detalhes das doenças, o tempo levado para a cura e as condições após as mesmas. Existem duas espécies de curas miraculosas. A primeira é tão rápida que pode ser chamada de cura instantânea. Em questão de segundos, ou, no máximo, minutos, a doença, partes deformadas, ou tecidos do corpo, mudam para normais e saudáveis. No que se refere à segunda espécie de cura, o processo de reposição de tecidos anormais pode levar alguns dias. Parece que tudo depende da maior ou menor aceleração de trabalho do processo normal de cura. Para os que ali vão com a finalidade de rezar pelos outros mais do que para si mesmos, parece haver mais aptidão a receber a cura do que para aqueles que rezam somente por si próprios. A maioria das doenças, comuns aos homens, foram curadas desta maneira. O câncer desapareceu, ossos deformados endireitaram-se, visão e audição foram devolvidas; felizmente a lista é longa.
Caso Nº 20
Um Kahuna cura instantaneamente um osso quebrado
Notas Preliminares:
A religião explica o milagre dizendo que Deus, um Santo, ou outro Ser Superhumano, realiza o milagre da cura imediata, mas para os casos de passeio sobre o
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fogo e visões futuras (e suas modificações) somente os kahunas têm oferecido explicações detalhadas de como são realizados. Nossa única esperança de aprender a obter milagres, realizados pelos Seres Superiores, em qualquer lugar, como ocorrências diárias repousam no estudo acurado e no entendimento das crenças e práticas kahunas. Poderá ser objetado que rezadores cristãos e curadores mentais obtiveram algumas vezes curas miraculosas, seja do corpo como da fortuna. Felizmente, isto é verdade, mas não as obtêm com plena certeza. Existem milhares de falhas para uma demonstração de sucesso. No entanto, embora os kahunas, também, nem sempre parecem vitoriosos em receber a ajuda do Eu Superior quando o invocam, a cotação de seus sucessos é tão alta que dificilmente poderemos fazer uma comparação equitativa. O Dr. Brigham foi muito feliz em ter podido estudar numerosos casos de curas instantâneas, executadas pelos kahunas, mas o caso mais simples a chamar minha atenção foi o seguinte.
O Caso:
Meu amigo íntimo e sincero J.A.K. Combs, de Honolulu, estudioso da sabedoria kahuna, dando-me incalculável ajuda, era casado com uma nativa que tinha por avó uma das mais poderosas kahunas da Ilha. Esta amava Combs, contando-lhe muitas coisas a respeito de seu conhecimento secreto, sua força e suas práticas. Na ocasião em questão, Combs era o anfitrião de uma festa em sua casa na praia. Muitos de seus convidados já tinham chegado quando um carro dirigiu-se para a beira da praia, saindo dele diversos havaianos. Entre eles estava um homem ligeiramente intoxicado de bebida, vacilando em seus passos vindo do carro para a praia, quando caiu. Nesta queda ouviu-se o som característico de ossos quebrando-se.
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Feito um exame, evidenciou-se dupla fratura da perna esquerda, um pouco acima do tornozelo. O final do osso pressionava visivelmente contra a pele, para fora. Combs, que escutou o som familiar de ossos quebrando-se, tendo já passado pelo mesmo, verificou a seriedade do acidente e propôs ser o homem transferido imediatamente a Honolulu para o competente tratamento, mas a velha kahuna chegou ao local, tomando conta do caso. Ajoelhou-se ao lado do homem ferido, puxando a perna e o pé para em seguida fazer pressão no local onde apareciam as pontas dos ossos empurrando a pele; começou então uma oração para cura, cantada à meia voz. Em pouco espaço de tempo ficou ela silenciosa. Os que se encontravam ao redor observando tensamente nada puderam ver até que suas mãos movimentaram-se rapidamente sobre a perna, tirando-as a seguir, dizendo num murmúrio em havaiano, "A cura está terminada. Levante-se. Você pode andar." O ferido, que já se encontrava sóbrio, surpreendentemente levantou-se sobre seus pés, deu um passo e depois outro. A cura era completa e perfeita. A perna não mostrava indício algum de fratura.
Comentário: A explicação kahuna para a cura instantânea é aquela que envolve (1) o Eu Superior numa forma de mentalização elevada e com a habilidade de efetuar o trabalho. (2) A alta voltagem de força vital ou mana, natural de todos os Eu Superiores é usada em todos os trabalhos miraculosos. E, (3) a carne, ossos e sangue (tecnicamente conhecidos como os três "tecidos" corporais) do membro acidentado (tomando-se o caso acima como exemplo) e o aka ou corpo sombreado do paciente, particularmente na parte que é uma duplicata do mesmo pedaço da perna que foi quebrada. Conforme a crença kahuna, o corpo sombreado do eu inferior é um molde de cada célula do corpo, como também de sua forma em geral. Para curar o osso quebrado o Eu Superior dissolveu o osso, e outros tecidos machucados, em
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ectoplasma, isto usualmente efetuado no invisível, mas nem sempre. Como o molde do corpo sombreado é de substância invisível (etérica) não pode ser quebrado ou machucado. Assim, com o molde da perna normal, ali à mão, o material ectoplásmico das partes dissolvidas são resolidificadas no molde, resultando na cura instantânea e o membro restaurado à sua primitiva condição. Esta explicação aplica-se igualmente a todas as curas nas quais prevalecem condições anormais de deformação ou moléstias. Se existe um câncer, ele é transformado em substância ectoplásmica e então mudado para tecidos normais preenchendo o molde daquela parte do corpo como era antes do desenvolvimento canceroso. Apesar de a explicação kahuna ser simples e descrita em termos generalizados, devemos observar existir em certas condições que devem ser seguidas estritamente, se elas existirem, antes de ser encetada a cura. Não deve existir nenhuma dúvida complexa de pecado ou culpa que não tenha sido esclarecida. O que tem sido chamado de "fé" é uma condição de libertação de todo complexo embaraçoso. O COMPLEXO ou FIXAÇÃO de IDÉIAS foi referido por um kahuna como a "coisa devoradora interna". É a crença ou convicção gravada pelo eu inferior. Pode ser uma crença correta ou não. Uma vez fixada ou alojada na memória do eu inferior é difícil de ser encontrada e muito mais difícil de remover. Os modernos psicologistas, afortunadamente, têm explorado o subconsciente encontrando o complexo, o que torna desnecessário irmos a grandes distâncias para provar que os kahunas estavam certos acreditando que tais coisas existiam e causavam distúrbios. Uma coisa, todavia, existe que a moderna psicologia ainda não aprendeu, mas da qual conheciam os kahunas o proveito; é o fato de que todo esforço de remover um complexo será muito melhor sucedido se incluírem uma combinação
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lógica apeladora ao eu consciente do paciente, sugestões suaves e o uso de estímulos físicos para acompanhar o fornecimento de sugestões. O eu inferior está tão acostumado de ter o médio eu imaginando coisas que a toda e qualquer idéia assemelhando-se a imaginações é dada a mínima atenção. O eu inferior é muito mais impressionável pelo REAL E TANGÍVEL. Por exemplo, a água usada nas cerimônias religiosas para "lavar os pecados" é algo tangível e, por conseguinte impressiona o Eu Inferior. Os kahunas usam a água em cerimoniais, lavando o paciente enquanto vão dando sugestões faladas de que todos os pecados estão sendo retirados. Em cerca de dez mil anos, têm eles usado muitos outros estimulantes físicos. Difícil é dar uma prova de que o osso quebrado, no caso acima citado, foi dissolvido em substância etérica invisível ou ectoplasma para em seguida ser transformado em osso sólido, no molde não quebrado do corpo sombreado, porque nada foi visto pelo observador. Por esta razão é necessário chamar a atenção para as descobertas Espiritualistas e das Pesquisas Psíquicas, porque nelas encontramos o visível, tecidos corporais tangíveis e outras substâncias desaparecendo no nada e reaparecendo, nos processos chamados "desmaterialização". Pouca necessidade há de se comentar as verificações dessas descobertas. Tantos são os casos comprovados por investigadores treinados que não é mais possível negar a realidade do fenômeno alcançado nesta parte do estudo das crenças kahunas.
Caso Nº 21
Provas através das materializações e transportes
Notas Preliminares:
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Em virtude da inabilidade da ciência em explicar os fenômenos do Espiritualismo, tornou-se costumeiro à imprensa e às escolas ignorá-los. Por esta razão, a pessoa mediana pouco ou nada sabe de tais fenômenos. Tomemos o caso das materializações. Existem volumes com registros detalhados de ocasião nas quais objetos têm aparecido e desaparecido de uma maneira inexplicada ou não aceita pelas leis da física. Na Universidade Stanford foram compilados numerosos casos relativos a objetos produzidos no vácuo por espíritos que compareceram às sessões da famosa médium de materialização Bailey. Entretanto, estes fatos surpreendentes têm sido grandemente escondidos ao público. O transporte por materialização de algo resulta da dissolução para a forma invisível, em determinado lugar, sendo carregado para um outro desejado e lá solidificado em seu estado natural. Os espíritos dos mortos são geralmente associados ao processo. Como objeção, tem sido dito que o espírito de uma pessoa morta não poderia fazer as coisas que um ser vivo não o pudesse também. Esta objeção é bastante lógica, podendo lançar confusão nas atuais teorias incorretas das Pesquisas Psíquicas, mas não nas teorias kahunas. Eles salientavam a crença de que os espíritos dos mortos; como também os espíritos dos vivos, no corpo físico, obtêm algumas vezes, contato com o Eu Superior, usando a alta voltagem de força vital para desmaterializar e mais tarde materializar as substâncias contidas no molde do corpo sombreado do objeto transportável. Acreditam os kahunas que todas as coisas possuíam um corpo sombreado. Sabemos que, quando a voltagem de uma corrente ou descarga elétrica é suficientemente alta nas máquinas de trituração-atômica, vários elementos são transmutados, transformando-se em outros elementos. Sabendo disso, podemos concordar que o mana ou força eletro vital no homem, quando sobe à mais alta
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voltagem, pode ser usada para fazer passar a matéria visível à forma invisível e novamente ao visível. Fazendo tais mudanças — assim nos é dito pela Ciência — seria produzido um grande calor e frio. Mas, como o Eu Superior é apto a controlar as mudanças de temperatura no passeio pelo fogo, não haveria dificuldade de exercer um controle similar efetuando o transporte de objetos. Seres vivos têm sido frequentemente tomados como objetos transportáveis dessa forma, variando desde os pequeníssimos insetos até pássaros, peixes, animais e homens. Objetos aquecidos já foram transportados, permanecendo quentes após sua chegada.
Os casos:
(A) Ernesto Bozzano, um dos mais famosos dirigentes de Pesquisas Psíquicas, registrou um caso de materialização que bem ilustrará o assunto em foco.
"Em março de 1904, numa sessão na casa do Cavalheiro Peretti, cujo médium era um de nossos amigos íntimos, dotado de remarcável mediunidade física e com quem materializações podiam ser obtidas a comando, pedi ao espírito comunicante de trazer-me o peso de papel de pirites que se encontrava em minha escrivaninha a uma milha de distância. O espírito respondeu (por intermédio do médium em transe) que a sua força estava quase esgotada, mas que de qualquer forma faria à tentativa. Logo após o médium suster seus estremecimentos espasmódicos que significavam a chegada de um transporte, não ouvimos nenhum som produzido pela queda de um objeto na mesa ou no soalho.
Solicitamos
uma
explicação
do
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espírito-operador
que
nos
informou
que
apesar
de
ter
desintegrado uma parte do objeto desejado e de tê-lo trazido à sala, não tinha tido a força suficiente para reintegrá-lo. Ele acrescentou, "Luz, a luz". Assim o fizemos e encontramos, para nossa grande surpresa, que a mesa, as roupas e cabelos dos assistentes, assim como os móveis e tapetes, estavam cobertos de uma fina camada de brilhante e impalpável pirite.
Quando
voltei para casa, após a sessão, encontrei o pequeno bloco de pirite sobre a minha escrivaninha, faltando no mesmo um grande pedaço, cerca de um terço do total, que tinha sido escavado."
(B) A Sra. Guppy, médium possuidora de grande fortuna e importância, nos primórdios do Espiritismo, efetuou uma sessão para Henry W. Longfellow, com seus amigos na Itália. Nesta sessão um bloco de gelo, de cerca de um pé quadrado, foi trazido, caindo com estrondo na mesa. Na segunda sessão, enquanto o famoso poeta segurava as mãos da médium, muitas laranjas foram transportadas. Em uma outra sessão um espírito falou através da médium, perguntando quais eram as coisas desejadas, sendo solicitadas e transportados os seguintes: uma banana, duas laranjas, um cacho de uvas brancas, um cacho de uvas pretas, um punhado de avelãs, três nozes, meia dúzia de damascos, uma fatia de torta de maçã confeitada, uma cebola, um pêssego, algumas almôndegas, três figos, duas maçãs, quatro bagos de uva bem grandes, uma batata e diversos outros objetos. Em uma outra sessão realizada houve também o transporte de bules de chá fumegantes e chiantes frigideiras com ovos fritos. A Sra. Guppy, ela mesma, foi em certa ocasião transportada de sua casa para a de uns seus amigos. A distância era de mais ou menos uma milha e a Sra. Guppy bastante corpulenta.
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(C) Em 1926 no British College of Psychic Science a médium Sra Barkel viu a "sombra" de um ramo de violetas perto de um globo elétrico acima de sua cabeça. Aquela mesma tarde, na mesma sala, na sessão com o médium transportador, Heinrich Melzer, uma quantidade de violetas caiu do vácuo sobre a mesa. (D) Uma das mais famosas médiuns do século passado era Mme. d'Esperance. Um espírito chamado "Yolande" frequentemente materializava-se em suas sessões. Era uma linda jovem árabe que produzia transportes à boa luz, de maneira a permitir aos observadores verem no processo, tudo aquilo que pudesse ser visto. Em 28 de junho de 1890, transportou ela um raro lírio dourado, medindo mais de sete pés desde a raiz até o seu cimo e com onze flores perfeitíssimas. Quase ao fim da sessão experimentou ela desmaterializar a planta para levá-la de volta, mas suas forças já estavam fracas àquela hora, falhando portanto a tentativa. Pediu-nos, então, conservar a planta num recinto fechado até que pudesse novamente fazer a tentativa. Nos disse ter sido a planta emprestada, devendo ser devolvida. As nove e quinze do dia 5 de julho a planta foi retirada do quarto às escuras
e
colocada
no
centro
formado
pelos
assistentes.
Quase
que
instantaneamente desapareceu. Um outro espírito, não Yolande, explicou que a planta, em sua forma invisível tinha sido trazida para a sala, na primeira sessão realizada, uma hora antes de ser solidificada e de tornar-se visível.
Comentário:
Nos casos acima se pode ver a potência ou a força similar àquelas sugeridas pelos kahunas. Indubitavelmente os espíritos têm acesso a Seres capazes de usar esta força produtora de transportes, e, como os vivos não podem produzir transportes, é de se concluir que os mortos devem receber ajuda de algum Ser Superior. O corpo sombreado dos objetos transportados tem sido visto algumas vezes, em película. Em alguns casos a nuvem delgada de reunião do material é
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vista, sugerindo que em sua condição de desintegração a substância do transportado pode ser ligeiramente visível e com certeza, expandida grandemente. Nenhum dano é sofrido pelas plantas, insetos, animais ou pessoas quando são usados em transportes, mesmo quando trazidos de grande distância e passando através de portas seladas para a sala de sessão. Tudo, entretanto, parece insignificante, quando comparado com o emprego do mesmo processo para curar um osso quebrado. Apesar dos kahunas não serem capazes de nos dar uma explicação detalhada de como o Eu Superior usa a alta voltagem de força vital para controlar a temperatura ou desmaterializar e re-materializar o transporte, estão eles seguros de que esta força foi usada e que sempre é fornecida pelos vivos. Eles também têm certeza de que o corpo sombreado é, sempre, uma parte importante no processo. As pessoas que têm sido usadas nos transportes reportam as suas sensações como as de um curto período de inconsciência ou similar, no qual os sentidos e as faculdades mentais parecem adquirir um sentido agudo e rápido ao mais alto grau. Todavia, nada dizem das sensações físicas experimentadas durante o curso desta mudança. Esta evidência imposta na verificação da teoria Huna de que em nosso corpo sombreado inferior existe uma duplicata de todos os órgãos e tecidos e de que este funciona perfeitamente quando nos encontramos temporariamente
fora
do
corpo,
permanentemente após a morte.
como
nos
casos
de
transportes,
ou
198
CAPITULO XII
Ressussitando os mortos temporária e permanentemente.
Caso 22. Um kahuna ressuscita um morto em presença do Dr. Brigham. Caso 23 Ressuscitando um morto temporariamente. Materialização completa. Materialização coletiva no Havaí. O bispo se materializa 400 anos depois de sua morte. Yolanda. Materializações de animais. Materialização parcial dos vivos. Alteração de tamanho na materialização. Roupas materializadas.
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CAPITULO XII Os mortos podem ser reerguidos. Existem duas espécies de "reerguimento"; uma de completa restauração para a vida no corpo físico e a outra de materialização temporária de um corpo físico para ser usado pelo espírito de algum desencarnado. Em ambos os casos encontramos provas corretas das antigas crenças kahunas. Nas literaturas religiosas do Cristianismo, e em outras, encontramos relatos de seres reerguidos permanentemente da morte. Os kahunas eram capazes, sob certas condições, de demonstrar tais fatos e também de explicá-los de maneira compreensível. O levantamento temporário de um corpo vivo, para o uso do espírito de uma pessoa morta era comum na Polinésia e como a "Materialização" foi estudado e muitas vezes verificado nas Pesquisas Psíquicas.
Caso Nº 22
Perante o Dr. Brigham, um Kahuna reergue um corpo
Notas Preliminares:
Num clima quente como o do Havaí, em pequeno espaço de tempo o corpo de urna pessoa morta começa a decompor-se. Existe, no entanto, uma condição de profundo transe ou coma tão semelhante à morte, que incorre no grave perigo de ser confundido, sobrevindo em tais condições o perigo da pessoa ser enterrada viva. Crêem os kahunas que a decomposição não pode iniciar-se senão após o corpo sombreado do eu inferior ter-se retirado inteiramente do corpo. Os dois espíritos inferiores do homem podem estar fora do corpo físico em seus corpos sombreados, viajando a grandes distâncias, como nas "viagens astrais", mas sempre ligados pelo
200
cordão ("a corda prateada" da Teosofia) de substância sombreada que une o corpo físico ao corpo inferior sombreado. Somente quando se rompe este cordão é que a decomposição tem início. Após ser seccionado o cordão de conexão, é que iniciar-se-ia o ato do Eu Superior de restaurar os tecidos que já tivessem começado a decompor-se, fazendo o possível para devolver à vida aquele que tivesse falecido. De outro lado, se o cordão permanece intacto, como é comum nos casos em que a morte sobrevêm sem injúria para os tecidos, como nos afogados, a vida pode ser devolvida ao corpo se esta for possível aos espíritos. O corpo sombreado do eu inferior, como já foi explicado, é o lugar ideal para o armazenamento de força vital e quando os espíritos deixam o corpo físico, a maior parte desta força vital é retirada com o corpo sombreado. Quando o denso corpo físico é deixado para trás, após a retirada dos elementos conscientes e de sua força vital, o resultado é inconsciência e inação. Estudos feitos, com instrumentos registradores, em pacientes atacados de epilepsia demonstram que após o característico "grito" e queda não existe nos mesmos nenhuma ação, seja a das ondas corporais ou cerebrais. A indicação é de que os dois eu do paciente, em seus corpos sombreados, foram temporariamente retirados do corpo, ou, como possibilidade alternada, permaneceram no corpo mas roubados nas mínimas parcelas de sua força vital por um espírito de tipo obsecante. Após um período de tempo, necessário para o reabastecimento de força vital, a consciência volta ao corpo.
O Caso:
Durante uma de suas viagens pela mata à procura de plantas raras indígenas do Havaí, o Dr. Brigham refugiou-se em uma vila costeira devido a uma grande tempestade. Na tempestade um nativo de cerca de dezesseis anos afogou-se.
201
Todos os esforços para fazê-lo reviver falharam e um kahuna que residia a alguma distância foi então chamado. Cerca de oito horas após o acidente, o kahuna, um velho homem, chegou, começando a trabalhar. Pouco antes da chegada do kahuna o Dr. Brigham examinou o corpo do rapaz que estava frio, começando já a enrijecer-se no rigor mortis. O kahuna sentou-se perto do corpo e fez uso de suas forças psíquicas para saber o que tinha acontecido aos dois espíritos do rapaz. Neste trabalho, mais tarde por ele explicado, obteve a ajuda de diversos espíritos amigos. (O cordão do corpo sombreado deveria estar ainda ligando o corpo inferior ou talvez, provavelmente, estirado ao ponto de rompimento.) Os eu do rapaz foram encontrados vagando num estado de confusão e trazidos de volta para o corpo com a ordem de lá permanecerem, fazendo o maior esforço possível para reentrar nele. O corpo foi aquecido, enquanto o kahuna aplicava suas mãos sobre ele, transmitindo-lhe sua própria força vital. Ele usou também de sugestões verbais para provocar a volta ao corpo, aplicando estimulantes físicos como batidas e massagens, como se os espíritos ali retornassem pelas pontas de seus grandes dedos e estivesse sendo espremido para dentro do corpo pelas pernas acima. O kahuna invocou igualmente "a deus" (Eu Superior) pedindo sua ajuda. Uma hora depois anunciou que os espíritos do rapaz estavam entrando no corpo. Gradualmente o corpo começou a aquecer-se. O coração começou de novo a bater e o rapaz abriu os olhos. A recuperação foi tão rápida que em pouco tempo estava ele reclamando alimentos. Muito impressionado pela demonstração de magia, o Dr. Brigham fez diversas perguntas ao kahuna, aprendendo muito pouco da questão, a não ser que o "deus", cuja ajuda tinha sido obtida era dos Amakas ou espíritos paternais que, certamente, sem qualquer dúvida, já vivera num corpo sobre a terra.
202
O Dr. Brigham manteve contato com esse rapaz havaiano por muitos anos não constatando nenhum efeito posterior ao fato de sua morte por afogamento.
Comentário:
A ajuda dos espíritos que já viveram num corpo físico, homem ou mulher, não é coisa nova. Os anais do Espiritualismo e das Pesquisas Psíquicas estão repletos de fatos relatando curas bem sucedidas através da intervenção do espírito de pessoa "morta". Os mais vitoriosos espíritos curadores falam muitas vezes de seu trabalho como tendo sido executado por orações dirigidas aos espíritos elevados ou ao convencional conceito de Deus. Os espíritos, encarnados e desencarnados, não têm possibilidade de entrar em contato com o plano de consciência dos Seres Superiores, seja um simples passo acima, podendo somente especular acerca de suas formas de mentalização que os possibilita usar as forças misteriosas para a magia da cura. Muitos espíritos têm apresentado suas idéias acerca dos mecanismos para a conclusão de uma cura, mas, mesmo quando declaram ter um conhecimento exato do assunto, suas idéias não estão concordes. Como os vivos, eles se entretém, cada um desenvolvendo suas explicações pessoais e rejeitando todas as outras. Em face das aberrantes contradições encontradas nas explicações dadas pelos espíritos dos mortos, voltamos novamente às antigas elucidações dos kahunas, porque são elas correias em todos os seus detalhes, tanto quanto somos capazes de comprovar pelos nossos conhecimentos limitados, e o que é mais importante, oferecem RESULTADO como base para uma aplicação prática.
Caso Nº 23
Reerguimento temporário de um morto. Materialização Completa
203
Notas Preliminares:
Nas Pesquisas Psíquicas nada tem sido tão fascinante, tão inacreditável, tão violentamente negado (embora futilmente), tão inexplicável ou tão profundamente significante, como a "materialização completa" ou o temporário reerguimento de um morto. No reerguimento de um morto, como no processo aplicado aos espíritos daqueles que há muito desencarnaram, há a mesma necessidade dos vários elementos imprescindíveis a um ser vivente normal. O inferior e o médio espírito de uma individualidade desencarnada comparecem a uma sessão espírita. Eles fornecem os elementos de consciência. Eles vivem nos corpos sombreados, inferior e médio, correspondentemente ligados, e trazendo-os com eles fornecem um molde do corpo físico, com que estiveram no plano terreno. O Eu Superior, entretanto, necessita d© primitivo corpo físico e, naturalmente, de sua grande carga de força vital. Para preencher esta carência de força vital e de matéria física são elas extraídas do círculo dos assistentes vivos. A matéria física é transformada em uma tênue forma ectoplásmica e a seguir solidificada no molde do espírito inferior do corpo sombreado. Disto resulta a "materialização completa" de um ser vivente atual, respirando, aquecido, e num corpo físico completamente normal com os dois espíritos residentes nele. Tais corpos têm sido, muitas vezes, objeto de minuciosas inspeções médicas. Todavia não são eles permanentes. Em um minuto e, raras vezes, até numa hora, o material ectoplásmico volta aos vivos e a forma sólida esvanece. É
concebível
que
tal
corpo
materializado
pudesse
permanecer
permanentemente se a substância física emprestada não tivesse que ser devolvida. A Segunda Vinda de Jesus poderia ter sido realizada onde alguns devotos estivessem desejosos de sair de seus próprios corpos para a vida daquele que tinha
204
partido, dando-lhe dessa maneira, de seus corpos, o material para ser usado no preenchimento do molde do corpo sombreado do grande Mestre. Há alguns anos atrás, em uma das ilhas do Pacífico, houve um completo tumulto causado por um grupo de nativos polinésios que em sessões secretas, realizadas à noite, conseguiam a presença de um chefe já falecido, pelo processo de materialização. Este chefe, que tinha morrido leproso, era muito sábio e muito amado. Conquanto possa parecer absurdo, ele materializava-se, permanecendo no corpo por longos períodos, o que não é comum no Ocidente. Temendo as autoridades que os nativos pudessem iniciar uma rebelião por causa desse chefe, proibiram as sessões sob o pretexto de que estas materializações poderiam alastrar a lepra.
Os Casos:
(A) Os Kahunas e as materializações em conjunto no Havaí
No Havaí, onde os kahunas são os mais poderosos operadores de fenômenos psíquicos, as materializações em conjunto têm sido descritos desde antigas eras. Geralmente um chefe nativo com cerca de dez a cinquenta de seus seguidores (todos eles mortos) materializam-se à noite, marchando pela região. Muitas vezes eles materializam tambores e tochas. Algumas vezes permanecem invisíveis, mas o som de seus pés marchando, suas vozes e tambores podem ser claramente ouvidos. Estas procissões de fantasmas são muito conhecidas no Havaí; foram muitas vezes verificadas e outras tantas descritas em livros e artigos a respeito das Ilhas. O Dr. John Tanner, que durante algum tempo estudou no Havaí os kahunas, contou-me estar certa noite na praia Waikiki quando escutou a marcha dos fantasmas em procissão para o centro de Honolulu. Imaginou estarem eles seguindo
205
a rota descrita pelos velhos havaianos — ou seja, aquela de Waikiki aos túmulos reais perto da velha Igreja Missionária no centro da cidade. Tomando seu carro, dirigiu-se para a velha igreja e esperou. Num surpreendente espaço de tempo os mesmos sons de pés marchando tornaram-se audíveis, como também suaves sons de canto e de baixa conversação. Os sons pareceram ser tragados pelo túmulo do rei nativo, há muito tempo morto, no cemitério. O Dr. Tanner nada viu. O Dr. Brigham fêz muitos relatos originais sobre marchas visíveis, vistas por ele, à luz de tochas e ao clarão da lua. Os havaianos concordam que marchas de completa materialização em conjunto, com maças de guerra e lanças, são perigosos para qualquer pessoa que nelas intervenha. Se tal procissão é vista aproximandose,
os
sensatos
nativos
afastam-se
de
seu
caminho,
ou
escondem-se,
permanecendo muito quietos enquanto observam o seu passar. Foram feitos diversos registros de homens mortos por tais procissões. Um havaiano de minhas relações reinvidica ter-se defrontado com um pequeno grupo marchando, todo armado e com manta de penas. Um dos lutadores correu para ele com uma lança, mas imediatamente ele gritou ser um parente vivo e amigo. Foi-lhe dado tempo para dizer seu nome e de recitar os nomes de seus ancestrais. Era, de qualquer maneira, inevitável que, mencionando algumas gerações anteriores, viria a chegar aos parentes de qualquer um dos primitivos cidadãos daquele grupo — e assim ele fez. Foi ele perdoado por esta intrusão acidental dentro das linhas de marcha e reenviado ao seu caminho. Apesar de ser evidente que muita ficção tem sido acrescida aos fatos corriqueiramente aceitos a respeito das procissões de fantasmas do Havaí, não tenho dúvida de que os fatos básicos são verdadeiros. Os contos regionais e legendários da Polinésia estão repletos de casos de materializações simples e conjuntas. Os "deuses" ajudam os espíritos dos mortos a materializarem-se e é relatado que a força vital e substância para o ectoplasma são emprestados dos vivos enquanto dormem, ou, em raras ocasiões, tiradas dos animais e plantas vivas.
206
(B) Um Bispo materializasse após quatrocentos anos de sua morte
O médium sul-americano, de origem italiana, Cario Mirabelli, forneceu excelentes exemplos para quase todos os tipos de fenômenos psíquicos. O Dr. Fodor escreve:
"Os fenômenos de materialização de Mirabelli eram aterradores. As imagens não eram somente completas, como eram também fotografadas e examinadas por médicos, algumas vezes durante quinze minutos, constatando estes que os constituídos estrutura
como
novos seres
anatômica
humanos,
perfeita. Após
tinham
completarem-se
uma os
exames, a imagem começava a dissolver-se a começar dos pés para cima, ficando o busto e braços flutuando no espaço. Um dos médicos exclamou: "Mas isto é demais" e correu na direção
da metade
do corpo
seguinte deu um grito penetrante
agarrando-o. caindo
No momento
inconsciente no
chão. Voltando a si, recordava-se somente de, ao ter agarrado o fantasma, estarem
seus dedos segurando
uma espécie de
esponja ou massa de substância flácida, quando recebeu um choque, perdendo a consciência. Em plena luz do dia, durante trinta e seis minutos, a materialização da pequena filha do Dr. Souza, que tinha morrido de gripe, foi visível a todos os assistentes. Ela apareceu com as roupas com que tinha sido enterrada.
Seu pulso foi testado.
Pai e filha foram
fotografados; então o fantasma levantou-se por si, ficando a flutuar no espaço...".
207
"Em outra sessão Mirabelli anunciou ter visto o corpo do Bispo Dr. José de Camargo Barros, que perdeu vida num naufrágio. Um perfume doce de rosas penetrou na sala. O médium caiu em transe. Uma fina névoa foi Vista no círculo de assistentes. A névoa, brilhante como o ouro, abriu-se e o bispo materializou-se, com toda sua roupagem e insígnias do cargo. Anunciou-se por seu próprio nome. O Dr. Souza adiantou-se em sua direção, apalpando seu corpo, tocando testando a
seus dentes,
saliva, escutando as batidas de seu coração,
investigando o trabalho de seus intestinos, unhas e olhos, não encontrando nada em falta. As pessoas da assistência convenceram-se, então, da realidade da aparição. O
Bispo
curvou-se sorridente para Mirabelli, olhando-o silenciosamente para em seguida desmaterializar-se vagarosamente." sexta
sessão,
desaparecendo
Mirabelli porém
foi
amarrado
e
"Na lacrado,
da sala; foi encontrado em outro
cômodo ainda em transe. Todos os lacres nas portas e janelas foram constatados em ordem, assim como os lacres sobre o próprio Mirabelli." "Certa vez, entre catorze pesquisadores, seus braços desmaterializaram-se. Na fotografia somente uma leve sombra é vista."
(C) Yolande e suas materializações
Mme. Elizabeth d'Esperance, a famosa médium, apresentava, entre outros espíritos materializados em suas sessões, uma jovem árabe de quinze anos, chamada Yolande. Esta jovem aparecia envolta em neve, demorando-se alguns
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minutos para complementar a materialização. Em boa luz, costumava conversar com os vivos, fazendo objetos aparecerem e desaparecerem na sala. Produzia ela numerosos transportes, como também plantas crescendo em vasos cheios de água e areia, podendo uma planta crescer em poucos minutos. Esta médium foi descoberta
pelo
investigador
Alexander
N.
Aksakof.
Em
certa
ocasião,
desmaterializou a metade de seu corpo, enquanto materializações visíveis de espíritos estavam sendo efetuadas na sala de sessão. A parte superior do corpo da médium parecia estar suspensa no ar. Ela não estava em transe e assustou-se ao descobrir o seu estado chamando a atenção dos presentes para a situação. As outras pessoas asseguraram não haver nada de extraordinário na repentina falha das roupas da médium abaixo da cintura. Dez anos depois, Aksakof publicou as importantes opiniões, a que, anos de estudo e observações, o tinham levado: a opinião de que, pelo menos, em alguns casos, "o corpo do médium fica inteiramente absorvido pela produção de aparições...".
(D) Materializações de animais
O conceito kahuna de que todas as coisas possuem corpos sombreados, que são moldes, em todas suas microscópicas partes, de sua forma e medida natural, aplica-se tanto aos animais como ao homem. (Também insetos e objetos inertes, tais como rochas.) Gambier Bortol passou por uma peculiar experiência. No Zoológico, protegeu e assistiu a uma foca ferida, que veio a falecer. Dez dias após sua morte, numa sessão com a Sra. Graddock e com um certo número de homens de ciência presentes, uma foca, parecendo ser aquela conhecida de Bolton — materializou-se e atravessou a sala batendo suas abas, ficando ao seu lado vários minutos. Aos espíritos oficiantes na sessão foi perguntado como se explicava aquilo. A resposta foi: "Suas ações (aquela de animais em sessões onde se materializam) são
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independentes de nossa vontade. Enquanto estamos preocupados de conduzir nossas experiências com entidades humanas, desejosas de se materializarem, os animais entram de maneira por nós desconhecida e nada podemos fazer para evitálo; obtêm de alguma parte matéria suficiente para a formação de corpos temporários; vêm quando bem entendem, vagando pela sala conforme lhes agrada e desaparecem quando lhes convém, nunca antes, e não temos forças para proibir isto, pois a afeição existente entre eles e seus donos é muito forte, como por exemplo esta que tivemos oportunidade de observar." O Dr. Fodor chama a atenção para a contradição existente entre a observação feita pelo espírito acima, pelo fato de, nas materializações de animais, nas sessões de Kluski, invariavelmente comparecer uma aparição humana agindo como guarda dos animais. Os guardas e animais muitas vezes movimentavam-se ao mesmo tempo, mas, embora esses guardas permanecessem quase sempre quietos eram vistos claramente. Houve, no entanto, nessa sessão, um animal que materializou-se sem guarda. Tratava-se de um macaco da raça Pithecanthropus, conforme informado pelos pesquisadores. Tinha ele o pêlo áspero e eriçado, farejando como um cão d'água, travesso, evidentemente de baixo grau de inteligência, mas gentil e pronto a obedecer. Seu grande vigor causava medo aos poucos assistentes aos quais apareceu. Ele levantava homens pesadíssimos e sentando-se em uma de suas cadeiras, ficava muito mais alto do que os outros. Carregou uma pesada caixa de livros pela sala, fazendo o mesmo com um grande sofá. Produzia somente sons estalados, coçando-se frequentemente. Cachorros, gatos, papagaios, morcegos, doninhas e muitos outros bichos de estimação voltaram para visitar seus primitivos donos em sessões. Pelos de um animalzinho foram deixados no laço ao qual sua perna foi amarrada durante a aparição (o laço foi rasgado por quatro polegadas). Estes pelos foram colocados numa caixa hermética à luz e à umidade e eram inspecionados diariamente. Após alguns
dias
os
pelos
diminuíram,
vindo
a
desaparecer
inteiramente.
A
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desmaterialização desses pêlos foi muito mais vagarosa do que a do pequeno animal.
(E) Materializações parciais dos vivos
Diversas vezes têm sido comunicados fatos nos quais os viventes apareceram em sessões parcialmente materializados. Horace Leaf viu a cabeça, ombros e um braço de um parente vivo, residente a uma distância de quatrocentas milhas. Durante alguns minutos foi entabulada uma conversação de assunto conhecido somente pelos dois. Alfred Vout Peters, numa sessão com Cecil Husk, viu a materialização (aparentemente quase completa) de um amigo vivo que, como mais tarde foi esclarecido, estava dormindo em sua casa na ocasião. Em sua Encyclopaedia of Psychic Science o Dr. Nandor Fodor escreve um longo artigo sobre a materialização, fazendo comentários que lembram fortemente as antigas teorias kahunas (desconhecidas do Dr. Fodor no tempo em que o escreveu). "Realmente alguém é tentado a especular se seria possível reconstruir, através do processo de desmaterialização e materialização, um organismo vivo, alterando suas linhas. Talvez, em algumas das curas miraculosas, nas quais partes orgânicas do corpo tenham sido restauradas, encontraremos, no futuro, uma explicação para as linhas desta incógnita."
(F) Mudanças em materialização de medidas normais
Muitos registros têm incluído a aparição de formas materializadas que eram maiores ou menores do que se supõem tenham sido as pessoas quando vivas. Isto é similar ao fenômeno do aumento dos médiuns vivos que, em sessões, pareceram crescer cerca de dois pés. (Os kahunas acreditavam que um corpo sombreado de um objeto poderia ser aumentado ou diminuído.)
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Mme. Bisson estudou a figura de uma mulher nua que não tinha mais que oito polegadas de altura e que repetidamente materializava-se com diferentes penteados, dançando e praticando ginástica. Algumas vezes permanecia na mão de Mme. Bisson, mas geralmente não mão da médium Eva. Nas sessões de Mme. Ignath pequenas cabeças do tamanho de nozes, e muito belas, materializavam-se em copos de pensamento materializado. Materializações parciais tais como cabeças e mãos têm sido vistas muitas vezes somente numa fração de sua medida normal.
(G) Roupas materializadas
Muitos poucos dos espíritos temporariamente têm vindo sem roupas. Harry Price, um dos mais cuidadosos e céticos pesquisadores do S.P.R., em um recente livro, descreve materializações periódicas de uma menina desvestida — em sessões realizadas no escuro — carregada por sua mãe e alguns amigos, uma das quais era uma ótima médium. Nestas sessões Price encontrou o pequeno corpo nu aquecido, sólido e de peso normal em suas mãos. Esta criança falou umas poucas palavras respondendo a uma pergunta. O soalho da sala tinha sido pulverizado com pó branco, todas as comunicações lacradas e tomadas às precauções contra a fraude. Nenhuma marca de pés cruzou o soalho pulverizado e nenhum selo foi violado, satisfazendo a Price, e comprovado a genuinidade da materialização. De outro lado, os espíritos vestem-se de materiais pendentes de uma espécie de vapor nevoento acinzentado, fabricando peças tão sólidas que têm sido cortadas por pesquisadores para estudá-las após a desmaterialização do espírito e das vestimentas. Uma peculiaridade do tecido materializado é que sempre é mais leve e fino do que ordinariamente poderia ser o original. Sylvan J. Muldoon, famoso por suas práticas e reportagens de viagens astrais, escreveu certa vez ter visto uma roupa formar-se ao redor de seu corpo
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astral, ao deixar seu corpo físico a poucos passos. A roupa era idêntica àquela usada pelo corpo que se encontrava deitado inativo sobre a cama. Nas sessões de materializações, não somente os corpos dos médiuns desmaterializam-se parcial ou completamente, como também suas roupas esvanecem por algum tempo — outras vezes são elas deixadas para trás. Usualmente a roupa materializada numa sessão permanece branca, mesmo quando a roupa esvanecida do médium for de cor preta. Nas sessões de Miss Florence Cook, o espírito de Katie King frequentemente materializava-se, permitindo muitas vezes o exame de sua roupagem fantasmagórica que foi estudada por Sir. William Crookes.
Algumas vezes ela cortava uma dúzia de pedaços da barra de sua saia,
entregando-os aos assistentes para
serem examinados. Os buracos na saia
fechavam-se imediatamente conforme os assistentes observavam. A maioria destes desvaneciam-se
quando
permaneciam inalterados;
o
fantasma
desmaterializava,
em tais casos buracos
similares
mas
uns
poucos
eram encontrados
na saia da médium após o final da sessão, como a demonstrar que o material de sua saia tivesse sido emprestado para fins de materialização, e não sendo devolvidos, quando os pedaços tornavam-se permanentes. Deve-se notar que a fabricação da roupa fantasmagórica não era igual àquela da saia na qual buracos tinham sido feitos. Por isto se vê que é possível transformar a matéria pelo processo de desmaterialização e materialização, mudando uma coisa em outra, tornando assim permanente a parte mudada — maneira pela qual deve processar-se a cura instantânea, se a teoria kahuna é correta. Katie King disse que ao tornar permanente pedaços de fazenda era forçada a tirar para sempre uma parte da vitalidade dos médiuns (comprovante da teoria kahuna de que toda operação de materialização envolve o uso de força vital dos vivos) e por conseguinte enfraquecendo-os. Este material quando apresentado a fabricantes de tecidos para uma comparação, provou não ser igual a nenhum outro
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no mercado. Os fabricantes expressaram a opinião de que deveria tratar-se de manufatura chinesa. Um pedaço do vestido do espírito de Yolande foi rasgado e tornado permanente numa sessão de Mme. d'Esperance em Christiania. Um buraco similar, parte rasgado — parte cortado, aparecia mais tarde na saia da médium. O pedaço retirado da saia do espírito era muitas vezes maior, mais exatamente do mesmo formato. O tecido era branco e muito mais leve em sua tessitura, sendo tão fino quanto à gaze, mas composto definidamente de fios como na tecelagem. Alguns panos materializados foram constatados não serem trabalhos de tecelagem. Pareciam-se com folhas membranosas de material ligeiramente idêntico à borracha, muitas vezes repletos de buracos que o tornavam parecido com a renda. Na sessão de George Spriggs, em Cardif, foi cortado e deixado um pedaço de rica e brilhante seda vermelha do cinto de um espírito materializado. Rapidamente desbotou-se, mas por ocasião de uma outra sessão, ao chamarem a atenção do mesmo espírito sobre o fato, imediatamente a sua
cor foi restaurada de uma
maneira inexplicável. De espíritos materializados foram cortadas mechas de cabelo e deixadas como recordações permanentemente ou para lentamente esvanecerem. Geralmente esses cabelos eram mais finos e macios do que o cabelo do médium, por intermédio de quem a aparição era capaz de materializar-se.
(H) Materialização de "Pequeninos Seres"
De tempos em tempos, na maioria das vezes na presença de crianças, fadas e outros "pequeninos seres" materializam-se visivelmente e, muitas vezes, em formas tangíveis. Por volta do ano de 1915, duas meninas, na Inglaterra, usaram a máquina fotográfica de seu pai para tirar fotos de fadas e gnomos. As fotografias foram
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publicadas, criando verdadeiro tumulto. Uma melhor câmara foi providenciada e mais fotografias foram obtidas. A acusação dos descrentes de que os negativos poderiam ser uma "fraude" nunca foi provado. No Havaí acreditam nos gnomos ou menehunes, que se assemelhavam as boas fadas de outros países, e materializam-se em períodos determinados. Durante minha estadia em Honolulu os jornais estiveram repletos de artigos e comentários sobre a descoberta feita por crianças, no pátio de sua escola, de um desses pequeninos seres, seguindo-o excitadamente até que este assustou-se fugindo deles, mergulhando embaixo dos alicerces de uma casa, a poucos passos do solo. Pareceu ter ele se dissolvido no ar sob o prédio. A professora, ouvindo os gritos das crianças, veio verificar o que estava acontecendo. Todos contaram a mesma história, descrevendo o pequeno ser da mesma maneira. Os havaianos acreditavam que os menehunes eram seres que viviam nas construções feitas de pedra para guardar um braço de mar raso e que servia também como viveiro artificial de peixes. No folclore nativo são mencionados uma grande variedade de tais "seres pequeninos". Depois de termos chegado até este ponto de estudo, parecia um erro não mencionarmos a possibilidade de materialização de elfos, fadas e gnomos, apesar de serem pobremente verificadas as evidências de sua realidade.
Comentário:
Muitas coisas devem ser especialmente observadas nos casos acima mencionados. O choque que tornou inconsciente o médico quando agarrou a aparição em uma das sessões de Mirabelli, indica que fatores elétricos são abrangidos na materialização. Muitos pesquisadores têm estudado a evidência da força elétrica vital ou psíquica em ação durante a materialização, achando-a realíssima, não obstante não ser completamente entendida sua função. Os espíritos
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dos mortos dão opiniões contraditórias, seja para a natureza como para o uso da força, dizendo alguns ser traçada do cérebro do médium ou assistentes, outros dizendo vir de seus corpos e já outros dizem que é uma força presente na atmosfera, bastando recolhê-la. Modernos estudos, feitos por médicos, provam que, ao ser exaurida de uma pessoa sua vitalidade elétrica, "corpo elétrico", ou "mente elétrica", ou ambos, o resultado é a inconsciência. Isto concorda com as crenças kahunas de que toda consciência funciona somente quando está à disposição certa quantidade de força vital, na voltagem requerida. (Lembrem-se que eles crêem que o eu inferior retira a força vital dos alimentos que comemos, força que o médio eu toma fazendo-a subir de voltagem para ser usada no "querer", e de maneira singular o Eu Superior transforma essa força na mais alta voltagem — condição na qual torna-se idêntica à voltagem de "desintegração do átomo" conhecida da ciência.) Em sessões, a vitalidade de médiuns e assistentes têm sido muitas vezes esgotada em materializações. O famoso médium D. D. Home, era algumas vezes deixado quase inconsciente no chão após tais sessões. O pesquisador, F. W. H. Meyers encontrava-se tão exaurido após as sessões que ia para a cama por dois dias. Frequentemente, médiuns são obrigados a tomar longos períodos de descanso entre sessões. Os kahunas, em suas práticas de curas, se precavem do perigo de roubos, praticados pelos mortos, de força vital dos vivos. Apesar dos médicos não reconhecerem atualmente tais possibilidades, é evidente, à luz do longo estudo da ciência kahuna, que muitas doenças são diretamente causadas pelo roubo de força vital. Todavia, os médicos sabem que quando a força vital cai abaixo do equivalente individual, o controle da mente consciente sobre o subconsciente é grandemente enfraquecido, causando impressões imaginativas no subconsciente sem serem subjetivadas no processo usual de julgamento pela razão, ocasionando complexos ou fixações desarrazoados.
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Temos visto que impressões por choques são perigosos quando alguém está muito fatigado, ou no caso de sua vitalidade estar baixa por motivo de tensão ou doença; e que se, por alguma razão, o fornecimento normal de força vital continua a cair por algum tempo, advém o estado depressivo, e — em estágios mais adiantados — resulta em insanidade. Os médicos não fazem menção à continuação da história comum, mas, uma vez iniciada a insanidade pronunciada, o paciente parece não mais sofrer grandemente da falta de força vital. Muitas vezes apresenta-se uma violenta reação física — indicando terem os kahunas razão ao pensar que os espíritos dos mortos, muitas vezes, obcecam os vivos, começando por roubar a força vital e terminando por empurrar para fora o par de espíritos residentes, tomando conta do corpo para si próprios. (Isto completa por si mesmo a explicação do ritual de reerguimento da morte). Os médicos franzem os sobrolhos à idéia, mas quando administram o choque insulínico ou choque elétrico para curar um insano, estão senão fazendo, nem mais, nem menos, o que os doutores de tempos primitivos faziam, tornando tão dolorosa a permanência do espírito obsecante no corpo do paciente insano, que o invasor o deixava livre, permitindo ao seu dono de voltar. A passagem de entidades através da matéria em materializações é demonstrada em transportes quando, muitas vezes, corpos de grandes animais e homens são desmaterializados e trazidos através de portas fechadas e seladas a fim de se materializarem em salas de sessão. Isto indica que a substância em estado físico desmaterializada é suficientemente fina para passar através da madeira e de outras substâncias menos densas. (O vidro parece ser muito denso para permitir tal passagem de matérias finas ou moldes de corpos sombreados.) Não é necessário ao espírito da pessoa morta materializar-se em forma densa com a finalidade de carregar força vital com ele. Também as substâncias físicas desmaterializadas necessitam ser solidificadas ao estado visível para serem usadas
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como mão invisível na movimentação de objetos sólidos, abastecendo de força vital suficiente a substância ectoplásmica invisível usada pelo espírito. Veio a cair sob a minha observação um caso ilustrando este ponto. Um jovem deveria chegar por avião para jantar com sua namorada e a mãe desta. O avião espatifou-se na aterrizagem sendo este morto. Poucos minutos mais tarde, a campainha soou na casa que ele tencionava visitar. A namorada atendeu à porta, mas não encontrou ninguém lá. A campainha soou três vezes, juntando-se agora a mãe com a jovem, experimentando saber o que causava aqueles toques. Alguns meses mais tarde, numa sessão, o jovem, comunicando-se por intermédio de uma médium, disse que ele não estava ciente da sua morte e tinha ido à casa onde era esperado. Tendo tocado a campainha três vezes, ficou grandemente surpreendido e agitado ao descobrir que não era visto ou reconhecido pelos seus amigos. Após o terceiro toque falhou a sua capacidade de apertar novamente o botão (a força vital evidentemente esgotou-se) concluindo então que algo havia de muito errado. Todas as evidências, acumuladas pelo estudo de centenas de casos de aparições e fenômenos produzidos por espíritos, indicam que os kahunas tinham razão acreditando que os espíritos dos mortos podem armazenar grandes quantidades de força vital no corpo sombreado do eu inferior. Em caso de morte repentina, naquele momento o corpo sombreado é carregado de força vital, parecendo permanecer carregado e pronto a tocar campainhas e fazer outros tipos de trabalho até esgotar esta carga. Os espíritos produtores de fenômenos são geralmente um eu inferior seccionado de seu médio eu após a morte e dado a travessuras infantis; rouba a força vital dos vivos, usando-a para movimentar objetos sólidos ou para produzir barulhos. O corpo sombreado parece ser uma excelente bateria acumuladora de força vital e, quando carregada, pode tornar-se suficientemente sólida para ser usada na movimentação de objetos materiais. Uma pequena quantidade de material ectoplásmico, do mais fino grau e invisível, é
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suficiente para consolidar o corpo sombreado. Estudos posteriores poderão elucidar melhor se isto é ou não verdade. Nos casos de materializações de animais em sessões, pode-se somente concluir que os Eu Superiores estão presentes e trabalhando. Se os espíritos dos mortos discordam tão largamente acerca das modalidades como a materialização é efetuada, assim fazendo mostram-nos quão ignorantes são da parte desempenhada pelos Eu Superiores, dirigindo nosso raciocínio para o fato de não terem os animais inteligência suficiente para provocar uma materialização por si próprios. Uma coisa a mais devemos ter em mente. As matérias presumidamente vivas e de natureza carnal, usadas na formação de ectoplasma e com as quais se materializam os dos médiuns e assistentes. Devem ser encontradas em outras regiões pelos "Eu" Superiores e emprestadas para um uso temporário. Realmente, têm sido muitas vezes observadas materializações sem nenhum material visível ser retirado seja do médium ou dos assistentes, apesar do dispêndio de força vital ser muito natural para o círculo. Nos cerimoniais de magia negra é provável que a força vital de animais sacrificados ou talvez humanos, fosse usada pelos espíritos, mas é de se concluir que os Eu Superiores nunca usariam a força vital ou materiais corporais de vítimas sacrificadas. O nome kahuna para o Eu Superior era "Eu Paternal Inteiramente Fidedigno" parecendo não haver nenhuma questão a contrapor a sua aversão à crueldade. Ao findar este capítulo, termino o trabalho de apresentação dos elementos básicos das teorias de Huna, junto com algumas provas extraídas das comparações com os animais, pássaros e insetos, não se pode afirmar provenham descobertas das Ciências Psíquicas e Psicológicas, e também em menor extensão, com as de várias crenças religiosas.
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CAPITULO XIII Os segredos vivificantes do Lomilomi e da imposição das mãos.
Caso 24. “Lomilomi”. Os três passos necessários para curar a força vital obedecem a ordem da consciência. A ação da consciência sobre a força vital para produzir matéria. Sugestão e força vital nas curas. Sugestão e passes magnéticos. Os estímulos físicos. Tratamento à distância. Lomilomi e o campo médico.
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CAPITULO XIII Com a explicação dos elementos básicos do antigo Segredo ou HUNA, iniciaremos agora a aplicação prática desses elementos. Neste capítulo quero expor os métodos de simples cura, usados pelos kahunas, apontando os caminhos pelos quais podemos aproveitar grandemente de seu conhecimento e experiência. De acordo com as lendas semi-históricas dos mares do Sul, no Havaí e em toda a Polinésia, em tempos verdadeiramente primordiais, os curandeiros faziam muitas vezes uso de manipulações físicas, como ajuda ao que podemos chamar de "cura mental". Esta manipulação era chamada lomilomi e era uma combinação de massagens, banhos e profundas manipulações cada ação acompanhada por pensamentos para ajudar a cura e minorar as dores. Se nós, povos modernos, combinássemos as massagens suecas, os variados banhos, a quiroprática, a osteopatia, o uso da sugestão e as antigas práticas religiosas de "imposição da mãos" (para curar), nos aproximaríamos do escopo do lomilomi como o praticaria um sábio kahuna.
Caso Nº 24
Lomilomi
Notas Preliminares:
O Dr. Brigham despendeu uma tarde inteira, dando-me detalhes do lomilomi observado por ele no distrito de Hilo.
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O paciente era um homem de cerca de quarenta anos que voltava de uma longa viagem a pé para ver o transbordamento de lava do grande Vulcão Kileuea. Ele tinha chegado em casa cansado, sentindo-se doente, com dores em várias juntas. Ele parecia especialmente atacado do que chamamos lumbago. O kahuna que o tratou era uma mulher. Ela não reivindicava nenhuma força superior de cura, mas tinha na comunidade a reputação que poderíamos classificar de enfermeira.
O Caso:
Quando o Dr. Brigham teve notícia do tratamento e chegou ao lugar onde se dava o caso, os primeiros passos já tinham sido dados. O homem tinha sido lavado completamente com uma esponja embebida num chá quente feito da cocção de diversas ervas e folhas em água, à qual tinha sido acrescida uma pitada de sal, não refinado, tipo fabricado pela evaporação da água do mar. Após o banho foi secado e colocado ao sol quente, vestindo somente algo para lhe cobrir os rins. Durante o banho, a mulher tinha recitado uma forma de cantochão dizendo que toda doença estava sendo lavada e toda dor aliviada. Com variações de palavras, ela descrevia os benefícios trazidos por suas mãos curadoras e contato de pedras redondas que retirou do fogo, lavou e com elas faziam massagem nos músculos enrijecidos e nas juntas doloridas. O uso das pedras era seguido de suas mãos; o pequeno fogo conservado para que ela pudesse várias vezes aquecê-las antes de fazer massagem profundamente nos locais afetados. Quando as dores do paciente ficaram bem aliviadas, tornou-se ela muito mais vigorosa em suas massagens, torcendo e pressionando as juntas, começando por estalar as juntas dos dedos e terminando por estalar todas as possíveis untas do pescoço e espinha, especialmente onde existia maior intensidade de dor ou
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sensibilidade. O lumbago parecia ter-se concentrado numa área de dor no final da espinha e o tratamento naquele local foi primeiramente muito gentil com prolongado aquecimento, para finalmente uma massagem pesadíssima ser praticada com ambas as mãos. Como última parte do tratamento, a mulher colocou suas mãos sobre as mãos do homem dizendo-lhe para descansar a fim de permitir que as forças curadoras corressem de suas mãos para as dele e, assim, torná-lo bom e livre de dores. Isto levou muitos minutos, após o que o paciente foi coberto e mandado dormitar um pouco. Seu rosto estava protegido contra o sol e sua esposa sentou-se ao seu lado tocando as moscas com um leque feito de folhas verdes. Mais tarde, naquele mesmo dia, quando o Dr. Brigham inquiriu qual o resultado do tratamento o homem respondeu não ter mais dores, sentindo-se muito bem, exceto um pouco de sensibilidade na pele de suas costas, onde o tratamento tinha sido mais severo.
Comentário:
À primeira vista o tratamento acima parece muito simples, porém, quando o consideramos à luz da sabedoria Huna, pesando cada passo nos termos do que tem sido descoberto nestes últimos anos, começam a tornar-se grandemente significativos e sugestivos os métodos ainda não aprendidos pelos curadores ocidentais, empregando-os separadamente, para não falarmos da combinação deles em um tratamento.
1º. Passo. O uso dos banhos termais é familiar a todas as raças. A decocção de ervas dos havaianos era frequentemente feita de folhas da planta ti que achavam ter a força de retirar qualquer baixo espírito apegado ao eu inferior e que poderia estar procurando roubar força vital do paciente. (Sobre este
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assunto me alongarei mais tarde). Águas minerais que saem das fontes naturalmente aquecidas para banhos, incluindo banhos de lama, são conhecidas como aliviadoras de muitos tipos de doenças. O banho turco ou banho a vapor é um substituto e, entre os índios Navaos e outras tribos indígenas, é praticado o banho prolongado a vapor, com um meio de purificação antes de certas cerimônias rituais. Há séculos, a aplicação de aquecimento, seja por meio de pedras ou outros mecanismos, tem sido usado por curadores. Os médicos modernos aplicam o calor de vários modos, eletricidade profunda, superficial, luzes, etc. Se é necessário uma manipulação de juntas, o calor é aplicado para relaxar a tensão dos músculos e permitir uma massagem mais fácil.
2º. Passo. A manipulação de juntas, massagens profundas para ativar a circulação fazem parte da antiga prática do lomilomi. Apesar dos nativos que praticavam as massagens profundas, após o aquecimento e relaxamento dos músculos, não tivessem um claro entendimento de
que certas juntas
pudessem ser ligeiramente desviadas pressionando sobre os nervos (como é demonstrado por osteopatas e quiropatas, e como também é negado com dogmática violência por médicos rigorosamente
restritos — por não terem
o mínimo treino da matéria e desprezarem adquirir alguma —) faziam um excelente trabalho
ao
praticarem ajustamentos.
Se uma junta for capaz
disto fazer, eles pressionam, puxam ou torcem até a mesma "estalar".
Se
o deslocamento não tiver sido de grande extensão, a maioria das juntas, quando assim manipuladas, voltam ao seu próprio lugar. Devemos relembrar que o lomilomi incluía o uso básico de relaxamento, seguido da manipulação de juntas para seu ajustamento, massagens profundas e o friccionaismo era seguido
de um
período
de
repouso — já por si mento para ativar a
circulação e aliviar o paciente. Tudo uma excelente idéia.
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3º. Passo. Este é o passo que nós modernos ainda temos que aprender a dar. É o uso de força vital na cura. O ponto aproximativo por nós alcançado é a aplicação de correntes elétricas de vários tipos, usando diversos aparelhos. Há uma nova escola para médicos, resistência pela quiroplastia, ensinando que cada órgão do corpo tem uma carga elétrica peculiar a si próprio. Uma máquina é usada para testar a voltagem de cada órgão e quando algum é encontrado abaixo da média de sua carga típica, é receitado o tratamento afim, carregando o órgão afetado diretamente pela máquina. Apesar de estar, esta forma de diagnóstico e tratamento, ainda muito aquém da aceitação geral (possivelmente por estar em muitos casos misturada com uma certa soma de embotada ignorância ou fraude), a idéia pode ser considerada como a nossa mais afinitiva aproximação à teoria kahuna sobre a força vital e sua participação na vida e na consciência. 4º. É aprovado pelos círculos médicos que a força eletro-vital do corpo deva ser de uma certa capacidade para manter a saúde. Como mencionado nos problemas básicos das três voltagens de força vital (o mana, o manamana e o mana loa) as ondas do corpo e do cérebro têm sido medidas com sucesso e muitos progressos foram feitos nos estudos de sua significação na saúde e nas moléstias do corpo e da mente Nas práticas kahunas de cura, o conhecimento da força vital e as suaves sugestões hipnóticas caminham de mãos dadas. No Ocidente tivemos um bom início, descobrindo o mesmerismo, recobrando assim a antiga prática Huna de transmitir ao paciente força vital pelo toque das mãos enquanto se administra sugestões de cura. Mésmer, que demonstrou a força da sugestão, há mais de um século, acreditava estar curando quando transferia ao paciente um pouco de seu próprio "magnetismo animal" e que esta força efetuava a cura. Ele tocava seus pacientes após um esforço mental de se abastecer segurando magnetos.
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O que Mésmer e seus seguidores faziam era transferir força vital como um agente curador, unindo-a (sem conhecimento próprio) ao uso de potente sugestão. Este ponto é de grande importância para todos os estudantes de curas e para todos aqueles que desejam adquirir maior conhecimento. O Dr. Braid, que surgiu muito depois de Mésmer, descobriu que sugestões hipnóticas podiam ser dadas e surtir efeito sem um contato físico entre o paciente e o operador. Anunciou ele sua descoberta dando ao mundo o conhecimento das sugestões hipnóticas, mas não deu a devida importância ao fato de que a força vital poderia transbordar de uma pessoa para outra, com efeitos benéficos de cura. Nossos médicos, aqueles que usam a sugestão para a cura e como um coadjuvante da psicanálise na drenagem das fixações, estão ainda perdendo uma definitiva e muito importante parte em sua arte de curar. Algumas pessoas têm o dom natural de colocar suas mãos sobre outra que se encontra fraca ou doente, proporcionando um fluxo de força vital proveniente de seus próprios corpos, transmitindo assim fortalecimento ao paciente. Esta é a forma mais simples de tratamento com força vital repartida.
Melhores resultados são
obtidos por um tipo levemente mais avançado de curadores de ordem religiosa. Estes curadores "impõem suas mãos" suplicando a Deus de efetuar a cura.
Se
entrarem em contacto com o Eu Superior que é o atuante, são observadas as curas as mais miraculosas; no entretanto o melhor que se pode esperar é que o desejo de curar, atuando como sugestão hipnótica, é capaz de produzir a entrada de força vital do curador no corpo do paciente, levando consigo
a sugestão de saúde.
Observem bem a dualidade de atividade aqui demonstrada. A força vital — eletricidade do corpo ou mana inferior (voltagem peculiar ao eu inferior e ao corpo físico, e não ao médio eu, a vontade ou mente) — tem uma característica surpreendente e que é ainda desconhecida dos pesquisadores modernos.
Esta
característica é QUE CORRESPONDE ÀS ORDENS E DIRETRIZES, DA
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CONSCIÊNCIA DOS SERES QUE DELA TÊM CONHECIMENTO, quase como se ela própria fosse consciente. Estes fatos serão descritos largamente nos textos de futuros livros. Os kahunas consentiram em nos transmitir vagamente e de forma confusa a informação de que o universo foi criado pela AÇÃO DA CONSCIÊNCIA ATUANDO SOB A FORÇA DE CRIAR A MATÉRIA. (Eu creio que é correta esta assertiva, mas é possível existir muito mais em seus detalhes explanatórios e que entenderemos somente após termos feito maiores progressos na Física.) A Ciência nos diz que toda matéria é feita de determinada forma elétrica de força, ou energia, que é posta em movimento com certas relações a outras unidades de força em movimento, e que — aparentemente por causa do balanceamento entre os pólos positivos e negativos em qualquer combinação dada — temos os vários tipos de matéria. Huna nos diz que o que provoca esta força elétrica na fixação de movimento é a CONSCIÊNCIA. O Eu Superior pode usar suas consciências na produção de força vital a fim de tornar-se alta voltagem e operar mudanças de temperatura e de matéria — como nos passeios sobre o Togo e a cura instantânea. Acima dos níveis do Eu Superior 6 de supor-se haver ainda mais altos planos de consciência que estão completamente fora do alcance da concepção humana, mas que podem criar um mundo em sua escala. (Se uma oração nos é necessária, rezamos ao Eu Superior pedindo-lhe por seu turno, rezar a estes Seres ainda mais elevados.) (Comprove-se pela prática Cristã de orar a Deus através da mediação de seu Filho, Jesus.) Devemos assinalar que, apesar do eu inferior de uni homem não poder usar as formas menores de consciência para produzir sua força vital, capaz de operar mudanças na matéria como o faz o Eu Superior, seu controlo de força vital corpórea é de qualquer forma remarcavel.
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O Barão Ferson fez demonstrações da capacidade do homem em treinar para abastecer-se de uma sobrecarga de força. À luz da sabedoria kahuna concluímos que isto é força vital. Quando uma sobrecarga é acumulada e usa-se a vontade para dirigi-la, um escoamento pode ser enviado pelas mãos para o corpo de um paciente. A parte importante a ser aprendida dos kahunas é o fato de que quando a força vital escoa, de uma para outra pessoa, pode carregar consigo várias substâncias, particularmente formas de pensamento ou pensamentos incorporados em seus finos corpos sombreados. Este segredo dos kahunas lança uma nova luz na sugestão — auto-sugestão, como também na hipnose. A arte da sugestão consiste na transferência a alguém de seu mana inferior ou força vital e com este escoamento as formas de pensamento da sugestão — sejam elas de saúde ou de ações que devam ser tomadas pelo receptor. Ao transmitir uma sugestão o contato pode ser feito colocando as mãos sobre o paciente. Depois disto, se a paciente já tiver sido tocado uma vez, um cordão do material do corpo sombreado liga o curador ao paciente e quando uma "firme" ordem é dada ao eu inferior do curador para alcançar, através do cordão o paciente, apesar de distante, o contato pode ser feito e força vital sugestões de formas de pensamentos serem enviadas, como se fosse uma mensagem telegráfica. Este é o "tratamento à distância" ou tratamento por meio telepático. Esta forma de tratamento requer treino e prática. Ainda um ulterior segredo de GRANDE IMPORTÂNCIA deve ser tomado dos kahunas. No Ocidente nos esforçamos por tornar nossas sugestões tão potentes e hipnóticas o quanto podemos para usá-las na cura. Os kahunas usam somente sugestões brandas, se as podemos chamar assim. Mas, se um estímulo físico era usado para acompanhar a sugestão suave, eles sabiam que seu efeito era aumentado a um grau extraordinário. O estímulo físico é o ato ou algo material — coisa real e tangível que impressiona o eu inferior do paciente. Tomemos o exemplo
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clássico do médico que dá aos seus pacientes pílulas de farinha dizendo-lhe que estas curarão sua doença. Estas pílulas de farinha são algo físico que faz o cliente acreditar que o remédio foi dado. A cura sugestiva do médico pode ser dificilmente hipnótica em sua potência, mas quando reforçada pelo condutor físico — o estímulo físico — seja as pílulas de farinha ou de outro componente inerte (placebos), a sugestão de cura age com efeito mágico. O "tratamento à distância", que deve repousar na comunicação telepática de força vital e formas de pensamento com sugestão de cura, é muito menos potente que a sugestão dada pelo contato direto e, isto, porque falta o estímulo físico que acompanha esse tratamento. O praticante ou curador que coloca suas mãos sobre seu paciente e que dá uma sugestão de cura, usa um estímulo físico somente no ato de tocar o paciente. Sua presença ante o paciente é um estímulo que torna a sugestão em efeito. Mas, se algo é diretamente associado na mente do paciente com a finalidade de cura, seja um remédio, mesmo que este seja inútil por si mesmo, o efeito é muito mais surpreendente. O eu inferior, como já vimos, é ilógico. Ele depende largamente de duas maneiras de adquirir conhecimento. (1) Aprendendo alguma coisa por intermédio dos cinco sentidos. Se o eu inferior vê uma flor, toca-a, cheira-a, prova uma de suas pétalas e ouve o zumbido de uma abelha ao seu redor, impressiona-se sobremodo sobre aquela flor — tão fortemente que não poderá ser convencido de não tê-la visto daquela maneira. (2) Aprendendo do médio eu, que poderá acrescentar, no caso da flor, a informação de que esta é propriedade do vizinho para lá da cerca e que não deve ser colhida. O eu inferior confia na evidência de seus sentidos, muito mais do que em qualquer outra coisa. Ele sempre reluta em aceitar as informações oferecidas pelo médio eu, pela simples razão de ter aprendido que esta forma de informação nem sempre é correta. Por exemplo, na infância o médio eu pode decidir ser um grande divertimento rolar uma colina abaixo dentro de um barril, mesmo que o eu inferior
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esteja amedrontado pela idéia. A experiência pode transformar-se em algo muito doloroso e do lado do eu inferior as deduções resultantes podem ser de que o médio eu não é muito digno de confiança em suas conclusões. Muitas doenças são causadas por idéias fixas, presas pelo eu inferior. Estas fixações são usualmente ilógicas, mas são obstinadamente mantidas. É dito que três quartos de nossas doenças são provenientes de tais fixações mentais. Apesar desta ser uma estimativa exagerada, a importância das fixações mentais de moléstias, acidentais ou atrapalhações não devem ser ignoradas. Se acrescentarmos o fato, aprendido dos kahunas, de que o futuro de cada um de nós é construído por nosso Eu Superior de nossas esperanças, temores, planos e pensamentos de nossa vida diária, podemos dizer que todas as situações e condições podem ser traçadas originalmente na mente.
(A estas "origens" os kahunas acrescentam os ataques
efetuados pelos espíritos produtores de fenômenos ou por espíritos normais de desencarnados compostos de eu inferior e médio, vivendo em corpos sombreados combinando
igualmente o inferior e
o médio. Tais ataques são muito mais
frequentes do que é suposto). Devemos ter sempre em mente a chance de podermos retirar uma sugestão que poderá resultar em doença ou acidente, mesmo que a pessoa ou circunstancia provocadora da sugestão possa dizer-se de não ter a intenção de causar dano. A circunstância doadora de sugestão de doença pode ser encontrada na leitura de qualquer artigo de experimentos psicanalíticos. Um caso típico quase sempre envolve uma pessoa que se tornou muito fraca de força vital, motivada por cansaço ou doença, então a fixação de algo chocante apossa-se de seu ser. (Isto quando o médio eu está enfraquecido e é incapaz de dar ao eu inferior uma explicação lógica de estímulo físico sob a forma de alguma coisa que impressione). O choque pode ser causado à visão súbita de um aleijado, de um ferido, de uma pessoa muito doente ou mutilada ou de alguém que venha a ser machucado. À pessoa esgotada o choque pode vir igualmente de um pensamento repentino e que
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se torna ilogicamente "fixado" no eu inferior. Uma jovem, cansada após um baile, viu um homem sem parte de seu rosto, roído por moléstia, associado à face mutilada com a sua, ilògicamente, mas desastrosamente. Convenceu-se de que sua própria face estava doente e não podia ser tranquilizada. Passou de médico a médico até que um psicanalista conseguiu chegar ao fundo do problema trazendo o incidente à luz onde pôde ser racionalizado e "dragado". Em um outro caso, um jovem, muito doente, escorregou num cano de feno. Após este fato, sentia-se ilogicamente aterrado à vista de um cano não podendo fazer uso de nenhum deles. A Psicanálise esclareceu a causa do transtorno curando-o. O eu inferior está acostumado a ter, durante o dia inteiro, o eu médio IMAGINANDO coisas. A maior parte de nossos pensamentos morosos são acerca de coisas não reais e solidamente presentes. Por este motivo, o eu inferior quando sugestionado para a cura de uma moléstia, é inclinado a considerar esta declaração como outra imaginação, estando plenamente convencido de sua doença e que nada tem sido feito para curá-lo. Por conseguinte recusa aceitar e reagir às formas de pensamento com esta finalidade, implantadas por meio da audição quando o curador fala dando sugestões de cura. O mesmo se dá quando tentamos orar cheios de fé e experimentamos dizer a nós mesmos que "recebemos" aquilo para o qual rezamos. É o mesmo quando tentamos "segurar um pensamento" de que temos uma nova casa ou um corpo são. O eu inferior não coopera. Procede ele como um garoto malcriado, escarnecendo e metendo o dedo no nariz apesar de todos nossos esforços. ELE NÃO ARMAZENA COISAS QUE NÃO PODE VERIFICAR COM OS SENTIDOS de alguma forma. Se o curador ao dar uma sugestão de cura, ao mesmo tempo administrar uma dose medicinal com a sugestão, então esta curará e se o paciente conservar-se mentalmente relaxado não transmitindo ao seu inferior que o remédio não é bom, POR CAUSA DESTE ESTÍMULO FÍSICO, na forma atual, o remédio tangível será aceito e poderá agir. Em outras palavras, o eu inferior que não tiver sarado de uma
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moléstia, como deveria ocorrer ordinariamente, é incitado ao trabalho levando consigo a condição de saúde sugerida pelo curador e pela dosagem medicinal. Se alguém ora por uma casa, usa a fé declarando já a ter recebido, agradecendo o presente, ele poderá obter resultados somente se usar um estímulo físico para impressionar o seu eu inferior de que a casa realmente foi-lhe concedida e está a caminho. Uma senhora de minhas relações, que rezava para ter casas e atualmente as tem, tinha de alguma maneira descoberto este segredo, da necessidade de necessidade de um estímulo físico. Contou-me ela que orava, pegando em seguida uma taboa e um prego que colocava à sua frente proclamando que eles eram o começo da casa que lhe estava sendo dada em resposta à sua oração. Isto funcionou, vagarosamente, mas com afirmativa para ela. Acumulou ela casas até dar-lhe a possibilidade de viver de aluguéis. Se uma sugestão é dada no momento em que a força vital é transferida através das mãos do curador, e a massagem e manipulações atuam como o estímulo físico, a combinação é a mais perfeita. O lominlomi, ao seu melhor, inclui todos os três importantes elementos. Em adição, remédios devem ser administrados, como ervas, banhos e poções. Os kahunas, de classe especializada, são técnicos no uso de ervas medicinais nativas. Estes são realmente os segredos das Dádivas de Vida. A força vital é vida. Sem ela a consciência, na forma do eu inferior e médio, não poderia funcionar. Sem ela o corpo físico morre. Restaure a força vital e implante a sugestão na mente do eu inferior de que a força é para ser usada na cura do corpo. Use um estímulo físico para provocar a aceitação desta sugestão. Faça isto quando impuser suas mãos ou no tratamento à distância por intermédio da conexão do cordão da matéria do corpo sombreado. Isto é magia. É magia inferior quando orarmos ao Eu Superior e a cura instantânea é Alta Magia.
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Conheci um homem que se encontrava acamado com dores constantes pelo endurecimento do fígado. Um médico que tinha tropeçado com o segredo da imposição das mãos e praticado esta forma de cura, combinada com a sugestão, iniciou o tratamento do homem doente. Disse-lhe que não poderia restaurar-lhe o fígado, mas que podia tirar-lhe as dores com sugestão e ajustamentos na espinha. Efetuou ligeiros ajustamentos e assim "impôs suas mãos" sobre o paciente. Transmitiu sugestão quando desejava enviar força curativa e real para o doente. Após o segundo tratamento a dor deixou o homem e este abandonou o leito. Depois passou a receber um tratamento semanal e viveu sem desconforto por mais três meses, vindo a morrer subitamente e de maneira fácil. Vi o mesmo médico tratar de uma enfermeira com cinquenta anos de idade e que tinha sido enviada pelo médico chefe do hospital em que trabalhava para viver. Os médicos do hospital nada puderam fazer por ela, dando-lhe poucos meses de vida. Ninguém sabia qual era o problema. Tinha ela crescentemente perdido a vitalidade e não podia andar. Podia falar esporadicamente umas poucas palavras, sempre com ataques histéricos e, algumas vezes, convulsivos. Este sábio médico empreendeu seu tratamento, fazendo ligeiros ajustamentos na espinha enquanto administrava sugestões de retorno de saúde e vigor. Após seis semanas de tratamento a mulher estava num estado de saúde perfeita, o qual não gozava há anos. Ela andava livremente e com a cabeça erguida; seu passo possuía elasticidade e havia brilho em seus olhos. No entanto, este médico nada sabia sobre os kahunas; ele tinha inconscientemente aprendido a usar duas simples formas de tratamento, nenhuma das quais é mágica ou grandemente efetivas por si mesmo, mas quando juntadas são a essência das Dádivas de Vida lomilomi. A prática de sugestões hipnóticas na cura física e condições complexas são no presente incerta e difamada. Os médicos não estudam o uso das sugestões exceto em raros casos. Somente os psicanalistas e os psiquiatras voltam-se para a sugestão e obtêm fracos resultados em virtude de saberem o mágico segredo de
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usar o estímulo físico e o conhecimento de transferirem de si próprios um derramamento de força vital a fim de reguarnecer o paciente. A força vital é igual ao bocado da viúva — cresce à medida que é dado. Conheço um homem que tem praticado a cura pela imposição das mãos e desejando que sua força entre e cure seus pacientes. Ele chama os espíritos de seus parentes falecidos para ajudar no processamento e algumas de suas curas têm sido notáveis. Perguntei-lhe se sentia ou não exaurido dando força curadora. Respondeu-me que, ao contrário, se ele não a usasse na cura, tornar-se-ia infeliz, tendo que praticar violentos exercícios físicos. A força vital é retirada da alimentação que ingerimos. Em um dia de dádiva, qualquer pessoa poderia iniciar uma caminhada e ir duas vezes mais longe do que pudesse ser capaz. A comida diária de cada um de nós, supriria força vital suficiente para uma maior atividade física e mental. Os fisiologistas nos dizem que os alimentos se transformam em açúcar no sangue que é queimado quando iniciamos um exercício que necessita de força vital. Quando não usamos todo o suprimento de açúcar no sangue, dado pelos alimentos do dia, Este é jogado fora pelo fígado como desperdício. Por um esforço de vontade qualquer um de nós pode incitar o eu inferior a criar um excesso de suprimento de força vital.
A maioria das pessoas pode
aprender a fazer isto em doze lições de doze minutos cada. Quando estamos de posse em nosso corpo de força vital, o transbordamento inicia-se. O escoamento de força vital torna-se quase humano e inteligente em sua correspondência à ordem desejosa do médio eu. Ela irá às partes doentes no corpo do paciente, fortalecendo-as. Carregará consigo as formas de pensamento sugestivas, quando estas são dadas silenciosamente. Ela fará melhor o seu trabalho se a sugestão for dada em voz alta e o eu inferior do paciente capacitado de entender o que está sendo "desejado". A sugestão vocal será mais poderosa se for
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feita com a ajuda de um estímulo físico, seja este massagem, aquecimento, banhos com fluidos curadores, ou pela dosagem de qualquer remédio. Agora que aprendemos dos kahunas que a sugestão é somente a transferência de força vital de uma pessoa para outra, e o acompanhamento nessa transferência de formas de pensamento às quais o receptor relaxado reage, podemos verificar quão tolos são nossos temores da hipnose. O medo da hipnose e de qualquer forma de sugestão tem sido quase uma fobia para nós desde que o mesmerismo foi descoberto. Não podíamos entendê-lo e por isso o temíamos. Por não ter sido a sugestão completamente descrita e advogada na cura Bíblica, a Igreja admoestava contra seu uso e tem combatido toda pesquisa psíquica. (E tem, por séculos, prevenido contra todo o progresso médico e científico. A Religião torna-se sempre mais rapidamente cristalizada e resistente a todo novo tratamento que possa motivar uma mudança em suas crenças ou práticas). Tenho sido hipnotizado tantas vezes quanto tenho hipnotizado outras pessoas em meus trabalhos experimentais, e não tenho sofrido qualquer influência maléfica nestas práticas. Tenho observado o uso da hipnose e sugestões por mais de trinta anos. Tenho conversado continuamente com operadores e seus subordinados, não encontrando a mínima coisa que possa demonstrar ser pernicioso o seu uso. Cada um de nós está constantemente usando a auto-sugestão. Se eu "desejo" levantar de minha cadeira e caminhar até o próximo quarto, é a simples questão de dar ao eu inferior uma forma pensante da ação. Ele tem sido acostumado a reagir a tais formas de pensamento, quando apresentada pelo médio eu, e sua reação é automática. Provoca o corpo a levantar-se e a andar para o quarto próximo. A auto-sugestão é menos efetiva do que deveria ser em sua aplicação geral nas almas robustas que adivinharam o seu valor. A dificuldade decorre da falta de um estímulo físico paralelo. Para as doenças físicas a sugestão surte um melhor
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efeito quando dada ao mesmo tem que um remédio tendo-se o cuidado de que este remédio não seja um já experimentado antes de reconhecido como inoperante pelo eu inferior. A necessidade de um estímulo físico que foi lembrado compreende, também, o uso de afirmações vocais. Alguém fala em voz alta, afirmando que é saudável, rico ou sábio; o som de sua voz é um estímulo físico, e se usado muitas vezes com o "desejo" (vindo do médio eu) de aceitá-lo, provoca efeitos sugestivos definitivos. Desde o desenvolvimento de instrumentos gravadores de som, sugestões têm sido dadas experimentalmente, por meio deles, durante o sono. O disco ou fita são colocados para tocar suavemente há uma hora determinada, durante a noite, e a pessoa recebendo a sugestão vai para a cama aceitando aquela sugestão mecânica. Um relaxamento completo só é obtido durante o sono profundo, e como a lógica mente consciente está adormecida, não contradiz a sugestão ouvida pelo subconsciente ou eu inferior, e é absorvida como foi tencionado. Nos próximos anos veremos trabalhos surpreendentes neste campo na reconstrução da personalidade e da saúde, como também no estímulo de aptidões latentes, habilidades e gênios. Nestes últimos anos, os pesquisadores têm feito muitas experiências a fim de encontrarem qual a extensão de supressão de nossas habilidades e talentos por aceitarmos auto-sugestões ou sugestões sem significação de nossos amigos, como seja "você pode fazer isso". Quantos de nós sabemos se é ou não capaz de pintar, escrever, ensinar, inventar, promover ou organizar? Alguns professores nos advertem que estamos sendo hipnotizados pela frase "Você pode fazer isso", sugestão que nos tolhe e cerca, indicando-nos como podemos sair do transe e libertarmo-nos novamente. Os resultados obtidos da parte dos estudantes não indicam grande sucesso, mas a idéia básica aproxima-se levemente de parte da verdade. Quando for encontrado um melhor método de livramento próprio das fixações do "você pode fazer isso", os resultados serão bem melhores e, em número crescente.
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No ínterim, para nós que ainda não cristalizamos nossas crenças e que ainda podemos aceitar novas verdades, é tempo de iniciar o trabalho experimental para ver se os métodos que tantos benefícios levaram aos kahunas o serão igualmente para nós. Penso que a maioria de um grupo de médico recém-formados, indiferentes às escolas de onde vieram, poderiam ser ensinados na prática dos métodos potenciais de magia no lomilomi, num curso que abrangesse, digamos, sessenta dias. A habilidade de acumular e transferir força vital seriam logo adquiridos, e uma vez aprendidos esta arte — a necessidade em aprender a hipnose profunda seria inteiramente desnecessária. A maior parte de nós, homem ou mulher, pode aprender a usar sugestões claras. Uma hora de escola prática por dia, tornaria o médico mediano em um operador abalizado, no período de sessenta dias. O restante do tempo de aula seria aproveitado no aprendizado da nova psicologia que estamos recobrando dos kahunas. Desse grupo de médicos assim treinados, alguns poderiam aprender a usar os métodos kahunas de cura instantânea.
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CAPITULO XIV
Espantosamente novas e diferentes as idéias dos kahunas, referentes à natureza dos complexos e suas curas.
Complexos comuns ao consciente e subconsciente. Complexos e emoções. Complexos do pecado; castigo exigido pelo superconsciente. Caso 25. Os kahunas tratam doenças causadas pelos complexos duplos e simples. Interpretação dos complexos.
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CAPITULO XIV A parte em que médicos e psicologistas falharam claramente, é talvez o espantoso fato de que o subconsciente do eu inferior não é o único aflito com fixação de idéias — o complexo. Freud, Jung, Adler — todos eles — fixaram sua atenção no subconsciente, não percebendo que o eu consciente tinha fixações perigosas, similares e iguais. A aterradora verdade é que a maioria das pessoas tem CRENÇAS CONSCIENTES OU OPINIÕES QUE SÃO TÃO COMPLETAMENTE FIXAS COMO O SÃO AQUELAS DO SEU INFERIOR. Tomemos por exemplo algum fato que possa tornar-se instantaneamente familiar. Uma pessoa que esteja completamente convencida de suas idéias políticas. Ele atravessou todos os apelos de senso comum e lógica em sua fanática crença que seu partido político é o certo e que todos os outros são errados. Ele não escutará nenhum argumento contra suas convicções. Qualquer esforço em apontar as partes em que sua crença é errada será recebida com raiva e alto ressentimento. Um exemplo similar pode ser visto nas multidões que aceitaram uma religião e que fecham completamente suas mentes contra qualquer possível mudança em suas opiniões. Novos fatos, novas descobertas, ou novas circunstâncias não fazem a menor impressão nestes indivíduos. Desenvolveram eles opiniões ou crenças complexadas que são partilhadas por ambos — o eu inferior e médio. Transmitimos aqui outro segredo da sabedoria kahuna: se você deseja saber se uma pessoa tem uma crença complexada e que esta é compartilhada pelo eu inferior, observe se as suas emoções reagem a qualquer sugestão de que a sua crença é menos correta. Se você diz a um Republicano "Penso que os Republicanos estão praticando um erro acerca da legislação das últimas semanas" e encontrar uma reação
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emocional, em lugar de uma quieta consideração razoável, você pode continuar a dar sua opinião, mas há um complexo atrás das crenças políticas do homem. Critique a religião de um homem e observe da mesma maneira a natureza de sua reação. O eu inferior é o único responsável pelas reações emocionais. O médio eu reage unicamente com lógica e argumentos a menos que esteja enredado ao eu inferior com opiniões complexadas, casos para os quais a razão falha, como chamas emocionais, no início de funcionamento. Os complexos políticos de um homem, felizmente, raras vezes reagem em sua saúde, ao passo que suas fixações religiosas frequentemente causam-lhe doenças e infelicidades. Os kahunas conheciam esta parte relegada em grande proporção pelos psicanalistas. É o fato de ter um homem "pecado" e se os seus eu inferior e médio concordarem com a idéia, o eu inferior poderá fixar um castigo a ser dado pelo pecado. Se este for o caso, o eu inferior poderá agir acerca deste castigo, por intermédio de uma doença ou acidente. Este ponto poderá ser ilustrado no caso observado por um psicanalista sobre um jovem educado por uma tia que lhe deu a mais restrita instrução religiosa. Ao terminar o curso superior, sentiu a necessidade de iniciar o curso para pastor, mas desistiu da idéia, indo empregar-se numa fábrica de móveis. Na fábrica as tintas e o verniz fizeram-no adoecer. Foi ele enviado para o departamento de trabalhos de madeira e os sarrafos deram-lhe asma. Arranjou outro emprego e depois outro. Em cada um deles ficava doente por qualquer coisa ligada ao emprego. Teve a sorte de cair nas mãos de um médico que reconheceu os sintomas e as indicações de um profundo complexo. Seu complexo originário tinha sido formado quando desistiu de devotar sua vida no serviço religioso, como pastor. O eu inferior dividiu com o médio eu um profundo sentido de culpa pela recusa de dar sua vida ao serviço de Deus. Como era doloroso pensar em sua recusa o jovem refugava toda lembrança disso, mas esta permanecia no eu inferior como parte da fixação de culpa. Em virtude de
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ter sido ensinado que todo pecado é punido por Deus, seu eu inferior esperava e temia castigos. Todavia, o médio eu recusava pensar acerca do pecado, negando-se a ser pastor, o eu inferior fazia o que é conhecido como "transformador" ou alterador das exteriorizações do complexo. Escondia seu desagrado em ver o jovem tornar-se pastor atrás de uma contrariedade que se transformara em doença para qualquer outra ocupação. O médico após as habituais perguntas e período observatório desentranhou a causa da inquietação, mas apesar de ser capaz de apontar a fonte da fixação para assim a racionalizar e drenar encontrou um novo obstáculo. Quando o jovem foi forçado a rememorar sua recusa em entrar para o seminário, continuava convencido de ser culpado perante Deus de grande pecado de omissão. O médico experimentou argumentar com ele e deparou-se com uma parede lisa. O paciente continuava surdo a toda razão. Tornou-se zangado, insistindo em acusar-se. No final foi aconselhado a entrar no seminário para recuperar a saúde. Assim fazendo suas moléstias desapareceram. Neste caso o complexo não foi removido. Não podia ser removido de maneira comum, porque era mantido igualmente pelo eu inferior e médio. A razão não assimilava a transmissão de uma simples idéia. A única solução era deixá-lo agir de maneira a obedecer os preceitos da dupla fixação. Em seus relatórios, o médico demonstrava sua falha em reconhecer o complexo como uma parte da mente consciente do paciente. Escreveu:
"...apesar da fixação ter por fim vindo à tona e submetida ao processo habitual de racionalização, tornou-se evidente que não tinha sido removida. Fazendo uma visita à fábrica de móveis onde o primeiro sintoma tinha se revelado, o cheiro de tinta e os sarrafos cada um por sua vez, fizeram-no novamente adoecer. A
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recuperação foi obtida somente após a fixação ser aceita como imutável e a sua entrada para a escola de ministros."
A necessidade urgente de um melhor entendimento do complexo simples e duplo e os caminhos para combatê-los pode ser realizada quando considerarmos o horrível fato de que numa família, um em cada seio, é passível de um tratamento neste setor. Infelizmente os métodos de tratamento atualmente em uso são em muito inferiores àqueles primitivamente usados pelos kahunas. O método mais efetivo é a "análise profunda", mas isto leva meses e cofres de dinheiro. Se uma revisão superficial do caso é feita e uma pequena parcela de tratamento por sugestão não traz a cura, o paciente tem a alarmante chance de juntar-se às multidões que povoam os hospitais de insanos. Um complexo de natureza simples ou dupla, dividido por ambos os eu, se não lhe concedem permissão de seguir seu caminho, cria uma "casa dividida contra si próprio" que certamente cairá em insanidade, ou invalidez crônica. O Dr. Edward S. Combs, famoso por sua "clínica de almas", disse, há alguns anos, estar seguro de serem os conflitos mentais causados por fixações; as principais causas da constante nebulosa da "energia nervosa", que continuando terminam em desastre. Explicou que se o fornecimento habitual de energia nervosa ou força vital cai ligeiramente abaixo do normal, o indivíduo começa a sentir uma falta de vivacidade espiritual e jovialidade. Isto se transforma num sentimento depressivo. Posterior depleção resulta em melancolia, surgindo todos os sintomas progressivos pela continuidade do escoamento: estado profundo de depressão, histeria, temores, colapsos nervosos, manias e psicose. A sombria orla da insanidade é tocada. Se alguém continua a afundar mais, a exaustão traz a irremediável insanidade, na qual a razão é perdida e a memória desaparece. Nesta condição o paciente permanece inerte precisando ser alimentado artificialmente.
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Devemos acrescentar que durante a depleção gradativa, existe sempre o perigo de que um espírito produtor de fenômenos (espírito com um eu inferior que tenha sido separado de seu médio eu) possa remover os eu originais do corpo doente e obcecá-lo. Neste caso há um retorno de energia física, mas, com o eu inferior demitido, as memórias se vão, e com a saída do médio eu original, toda a razão falta. Com a morte violenta, tão frequente nas duas Grandes Guerras, é inevitável existirem, além dos limites, muito mais destes fantasmas de eu inferior do tipo produtor de fenômenos, aguardando uma oportunidade para apoderar-se de um corpo e obcecá-lo. Continuamente lemos artigos chamando a atenção para o alarmante crescimento de insanos. Pela atual média de crescimento, alguns estimam que teremos em poucos anos tantos insanos que não haverá pessoas sãs em número suficiente para alimentar e cuidar deles. Em defesa própria, devemos aprender quais os métodos usados, com sucesso, pelos kahunas no combate de complexos em suas formas simples e dupla, e tratar as infortunadas vítimas de obsessão. No momento, tomemos a primeira parte do problema.
Caso Nº 25
Doenças causadas por complexos duplos e simples, tratadas pelos Kahunas
Notas Preliminares:
Por ser a moderna psicologia tão nova e tão pouco adiantada, nela encontrei pouquíssima ajuda quando procurei entender a significação das coisas praticadas pelos kahunas no tratamento de pacientes dos quais era necessário remover complexos. Os seus sucessos provaram-me terem eles métodos superiores, mas
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apesar de fazer um estudo acurado do assunto, fui incapaz de aprender que ações mentais eles usavam ou qual a força empregada, por tratar-se de operações invisíveis e silenciosas. Somente da parte externa e ritual do tratamento é que me foi dado tirar conclusões. Muito mais tarde é que fui capaz de perceber o que realmente tinha acontecido.
Os Casos:
(A)
Em 1926, havia, no Havaí, um motorista de carro de aluguel, simpático, forte e atraente. Tinha sido ele educado por seu pai, religioso extremado, casando também com uma mulher muito religiosa. Frequentava a igreja fielmente. Poucos anos após seu casamento apaixonou-se violentamente por outra mulher, permanecendo todavia devotado à esposa. Sua consciência afligia-o e sentia-se muito oprimido pelo senso de culpa por ter pecado. Sua esposa descobriu a infidelidade, mas depois de uma cena tempestuosa perdoou-lhe sob promessa de não repetir a ofensa. Entretanto, antes de ter decorrido um ano, novamente pendeu para o outro lado. Desta vez não foi descoberto, mas o seu senso de culpa foi maior que antes. Aconteceu de, nessa ocasião, ficar resfriado. O resfriado tomou os sintomas de gripe e apesar dos excelentes cuidados médicos e alimentícios, não conseguia recuperar a saúde. Ao contrário, gradualmente ficava cada vez mais fraco. Perdeu o interesse em tudo que o cercava, recusando alimentos, e virando sua face resolutamente para a parede.
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Sua esposa, após ouvir o veredicto médico que ele não viveria mais do que um dia ou dois, chamou um dos poucos remanescentes kahuna que ainda trabalhavam, naquela época, em Honolulu. O velho kahuna escutou atenciosamente o relato da mulher sobre os dizeres dos médicos brancos. Fez umas poucas perguntas, começando então o tratamento. Desvestiu o homem doente e começou a esfregá-lo vagarosamente. De tempo em tempo parava e esfregava lentamente suas mãos, aplicando-as em seguida nas costas do homem, busto e cabeça, sempre falando em voz baixa como derramando vigor no paciente para torná-lo forte. Após certo tempo começou a questioná-lo se teria feito qualquer coisa que pudesse ter ferido alguém — teria sido um pecado. Primeiramente encontrou uma obstinada recusa como resposta, mas finalmente o pecado foi confessado. Após a confissão o paciente pediu para ser deixado só e morrer em paz. O kahuna gentilmente acedeu. Chamou a esposa, que tinha sido enviada a preparar um chá quente das folhas nativas de ti, dizendo-lhe muito simplesmente que seu marido ia morrer porque tinha pecado contra ela e não podia encará-la. A mulher enraiveceu-se por um momento, mas encarando o perigo de morte de seu marido, concordou em perdoá-lo uma vez mais. Beijou-o e chorou sobre ele, indo depois novamente para a cozinha. O kahuna, seguindo um antigo ritual, tirou do pacote, por ele trazido, quatro pequenas pedras brancas, colocando uma delas em cada canto da cama, ordenando de atuarem como paredes, conservando afastado qualquer espírito que pudesse tentar interferir com o tratamento. A seguir, com água do mar e um feixe
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de folhas verdes, aspergiu o cômodo enquanto ordenava a todo espírito indesejável de abandonar o lugar. A esposa trouxe numa cabaça a decocção de folhas de ti fervida em água salgada e que tinha sido diluída em água fria. Tomando o feixe de folhas de ti, parecendo uma espada, o kahuna aproximou-se dizendo-lhe que tendo sua esposa, contra quem tinha pecado, o perdoado, suas faltas podiam, agora, serem lavadas com a água da cabaça. Descrevendo cuidadosamente a maneira com que os pecados estavam sendo lavados e dissolvidos na água, ele aspergia o corpo do paciente, esfregando-o vigorosamente com as folhas, deixando, porém um pouco de água na tigela. Declarou então que todos os pecados tinham sido lavados e se concentravam na água restante na cabaça. Pediu à mulher para levantar a cabeça do paciente a fim de que, por seus próprios olhos, visse a água que carregava os pecados ser despejada na terra fora da porta para ali permanecer para sempre. O paciente foi cuidadosamente secado e massageado, dizendo-lhe que as forças lhe voltariam rapidamente; que em breve estaria faminto, que comeria e então dormiria. Depois ao acordar, foi-lhe prometido que, iria sentir-se bem, no caminho da plena recuperação. As forças do homem realmente voltavam, comeu e dormiu profundamente. Quando acordou, horas depois sentou-se pedindo por mais comida. Trouxe-lhe a esposa uma espessa sopa e estava sentado conversando felicíssimo com ela quando o médico branco voltou. Era ele um velho conhecedor das Ilhas. Após um cuidadoso exame, virou-se para a mulher havaiana e perguntou, "Você pediu a assistência de outro tipo de médico?" Ela aquiesceu, e ele saiu espantado sacudindo sua cabeça.
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(B)
Uma jovem branca, recentemente casada com um oficial da Marinha, foi minha vizinha parte dos anos por mim passados em Honolulu. Antes de seu casamento era uma rígida Metodista, olhando a dança e a bebida como graves pecados. Seu marido apresentou-a em um círculo no qual a dança e a bebida eram a ordem do dia. Entre risadas foi ela constrangida a juntar-se à brincadeira e gradualmente jogou fora sua relutância e começou a aprender a dançar, tomando também um coquetel. Já tinha começado a dar alguns passos de dança, quando, por ocasião de uma reunião em casa de amigos, tropeçou num tapete torcendo o tornozelo. A torcedura foi superficial e ela continuou a dançar. No dia seguinte o tornozelo continuava ligeiramente torcido, não melhorando como era de se esperar, piorando numa semana. Foi a um médico que a examinou tirando também uma chapa de Raio X, não
encontrando
nada
que
pudesse
explicar
a
falta
de
recuperação. Em pouco espaço de tempo podia andar dificilmente. Surgiu, então, uma estranha e profunda ferida abaixo da junta do tornozelo. O médico chamou um especialista por parecer o caso muito esquisito. Todos os tratamentos falharam. Foi então que esta jovem me procurou, perguntando qual a minha opinião e se os kahunas — dos quais já tinha me ouvido falar — poderiam ajudá-la. Aconselhei-a a experimentar um e ela assim fez. Este kahuna era jovem e mais sábio a respeito das coisas do mundo e talvez menos conhecedor do que os velhos sábios o poderiam ser. Ele imediatamente suspeitou de um complexo — ou, como diziam eles "alguma coisa roendo por dentro". Perguntou quais os pecados que ela vinha cometendo e ela falou-lhe sobre as
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danças e as bebidas, lhe dizendo que suas aflições sobre as antigas idéias religiosas. Iniciou os trabalhos explicando, com grande paciência, os pontos de vista kahuna com referência à toda sorte de pecados. Os kahunas tinham uma maneira simples de dizer o que era ou não pecado. Alguém perguntará a si mesmo se qualquer ato praticado injuriou outra pessoa ou seus sentimentos. Se não tiver de maneira nenhuma ferido a ninguém, este ato não pode ser pecado. Ele apresentou-lhe a lógica da crença kahuna, de que Deus era tão superior e todo-poderoso que não podia ser ferido por qualquer ato de um ser humano. Pouco a pouco, convenceu-a de que seu dançar e beber de um coquetel não eram realmente pecados. Feito isto, desempenhou o ritual de perdão dos pecados, aspergindo seus braços nus e a face com água salgada e declarando que todas suas culpas, de qualquer sorte, tinham sido perdoadas e lavadas. Em seguida, massageou cuidadosamente o tornozelo ferido, dizendo-lhe várias vezes que a cura estava agora se iniciando. Envolveu o tornozelo em um cataplasma de ervas nativas, aconselhando-a a repetir frequentemente a si mesma, em voz alta: "Eu não posso pecar contra Deus. Eu sou muito insignificante. Eu fui perdoada de todos os meus pecados. Eu não feri ninguém. Meu tornozelo está melhorando rapidamente." Em pouco tempo o sucesso do tratamento kahuna começou a aparecer. A ferida supurante fechou e mal aparecia a cicatriz. O tornozelo readquiriu seu completo vigor e flexibilidade. Não compreendo o fato de sua moléstia ter sido causada por uma atitude mental, que tinha se modificado pela mudança de sua maneira de pensar sobre a dança e a bebida, a jovem deixou de
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obedecer às ordens do kahuna de continuar afirmando "Não ofendo, não peco." Novamente dançou e bebeu moderadamente. Como os hábitos do pensamento são facilmente restabelecidos, como por exemplo o vício de fumar ou o uso do álcool em excesso, os dois eu da jovem, gradualmente, voltaram às velhas crenças. Começou novamente atormentar-se de medo de que o kahuna pudesse estar errado e as instruções religiosas de sua infância certas. Uma manhã, para seu assombro, verificou que a ferida estava reaberta. Voltando ao kahuna, pediu-lhe para curá-la de novo; mas após questioná-la ele recusou, explicando que quando um velho hábito de pensamento "um roedor interno" tenha acordado, após remoção, é quase impossível retirá-lo uma segunda vez. No final, o tornozelo foi operado por médicos, tirado um pedaço de osso e é de se supor que, depois de sofrer dores suficientes, convenceu o seu eu inferior de já se ter emendado de seus pecados. Desistiu de danças e coquetéis, e a ferida não mais voltou.
Comentário:
Nos dois casos acima, o fator importante a ser observado e lembrado é que o médio eu pode compartilhar de um complexo com o eu inferior. No caso "A" o havaiano tinha pecado, sendo infiel à sua esposa. Nenhuma forma de absolvição poderia convencê-lo de não ter pecado. Para convencer seu médio eu raciocinador de que tinha sido perdoado, sua esposa deveria realmente perdoá-lo. Tinha ele que vê-la e escutá-la falar as palavras de perdão; estas, atuando como estímulos físicos poderiam, como de fato o fizeram, imprimir no eu
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inferior a aceitação da doença como punição do pecado. Apesar deste caso não se coadunar com o complexo profundamente enraizado e escondido, demonstra muito bem a causa comum de doença baseada nas fortes crenças fixas e que têm sua origem em fatos presentes e que são divididas por ambos, o inferior e o médio eu. Os kahunas ensinaram que nada é pecado, desde que não fira alguém. Esta é uma verdade que deverá, indefinidamente ser gritada dos ma:'s altos telhados, se desejamos escapar dos maléficos efeitos ensinados de que é pecado quebrar qualquer dogmático tabu das várias religiões. Não existe maneira de sabermos o número de milhares de casos de moléstias, insanidades e revezes causados por complexadas crenças religiosas desenvolvidas na infância, tais como a jovem do caso "B" acreditando que dançar e beber era pecado. O incitamento sexual é uma das mais prolíficas fontes de idéias complexadas de pecado que devemos conter, pois desde a nossa infância somos ensinados à modéstia, fomos envergonhados ou punidos por qualquer exibição de interesse sexual. A instituição religiosa implanta a idéia de que toda excitação sexual é pecado e, por conseguinte, as crianças nascem de um pecado. Os kahunas eram lógicos em sua maneira de encarar o sexo. Se o ato sexual não feria a outra pessoa, não era ele considerado pecado. Em nenhum caso tais atos eram pecados contra os Seres Superiores. Pecados eram somente os atos que feriam outras pessoas. O Dr. Emmanuel Freud, descobridor no Ocidente do subconsciente ou eu inferior, achou que tratando de uma doença pela sugestão, o subconsciente não aceitaria em muitos casos tais sugestões. Sua pesquisa para provar isto, trouxe luz ao complexo de idéias que podem ser seguras pelo eu inferior. Assim foi descoberto que o eu inferior é aquele que aceita sugestões, rejeita as que são contrárias às suas crenças morais fixas ou crenças complexadas em alguma condição imaginária.
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Mais tarde foi descoberto que o eu inferior, se contradito no ato concordante com a crença complexada, "transferiria" aquele complexo ou o mudaria de maneira a parecer ter pouca ligação com o primeiro e importante complexo. Há o caso do menino que desenvolveu o complexo de desgosto de ir a igreja. Ele deve ter sido forçado de ir a igreja quando estava doente, fraco ou talvez indisposto. (Ele pode ter sido punido por não desejar ir à igreja, dando-lhe assim um choque complexado.) O menino amava seus pais e quando estes lhe explicaram porque deveria ele ir à igreja para o culto, pedindo-lhe de ser um bom menino e de fazer o que lhe diziam, tentava obedecer. Experimentava amar a igreja, como lhe havia sido ensinado, e parecia razoavelmente convencido de que era seu dever religioso comparecer aos cultos. No entanto, o eu inferior que se tinha tornado complexado pelo desagrado de comparecer à igreja, revelou a astúcia animal, tão bem conhecida dos psicologistas e dos velhos kahunas. Transferiu sua determinação fixa de não ir à igreja para uma maior aversão ao cheiro de incenso. Ao ato de cheirar incenso, o menino invariavelmente ficava doente e devia ser retirado da igreja. A situação então tornou-se singular, pois o menino tinha desejo suficiente de ir à igreja, mas não podia. O eu inferior tinha o seu próprio caminho. Nos complexos produzidos na restrição sexual, o eu inferior pode, muitas vezes, transferir as exteriorizações do complexo. O resultado de tal ação é que durante os longos estudos psicanalíticos dos sonhos do paciente, as associações de pensamentos podem falhar na elucidação do complexo original para que possa ser discutido e submetido a "racionalização" — por conseguinte "dragado" ou submetido a "racionalização" — por conseguinte "dragado" ou submetido a controle do médio eu como o são os pensamentos normais e idéias. Freud decidiu que todo complexo era baseado nas frustrações sexuais. Mais tarde os psicologistas modificaram a severidade desta decisão, mas ainda existe uma escola de psicologistas que seguem Freud e apresentam seus argumentos para apoiar esta exposição.
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Em vista do eu inferior complexado recusar em aceitar a sugestão de remover os sintomas inquietantes causados pelo complexo, o valor curativo da sugestão é grandemente diminuído. No caso "B" o eu inferior da jovem deve ter recusado a sugestão curadora após o complexo ter sido restaurado na segunda erupção do tornozelo ferido. Os eu inferiores recusam aceitar toda e qualquer sugestão que seja contrária às suas crenças morais e subjetivas. Da mesma maneira, um hipnotizador não pode forçar a pessoa em transe a efetuar atos que ele considere imorais. Em virtude do eu inferior criar para nós todas as emoções, é possível, em muitas ocasiões, descobrir-se a presença de um complexo ou fixação observando-se uma reação emocional quando tal complexo é estimulado. Estamos acostumados ao espetáculo de alguma pessoa "penetrando numa ira cega" sobre qualquer ocorrência trivial. Pode ser uma única palavra. Estas pequenas coisas que provocam explosões emocionais são por assim dizer o "gatilho". Tão pronto o gatilho seja acionado, toda a força de qualquer raiva primitiva é ligada à circunstância criadora do complexo e que a primeira oportunidade liberta. De outro lado, existem bons complexos e seus gatilhos. Alguém pode ter muitos complexos desenvolvidos em conexão com suas ocupações diárias. Por exemplo, ao soar o despertador, mesmo contra nossa vontade, acordamos e seguimos nossas ações habituais de levantar. Uma das maneiras pela qual o eu inferior força seus desejos sobre o médio eu é através do engolfamento, por intermédio de uma grande onda emotiva — na qual é usualmente preso e sobrepujado. Ondas de ódio ou de desejo, ou de desagrado, são bem conhecidas, como o são aquelas da saudade do lar e de desejo. Entre todas as emoções o amor é o estudo mais interessante. Parece ser aquele em que o médio eu pode partilhar o mais proximamente. À básica atração física, podemos acrescentar os elementos de amor paterno ou filiar e a estes juntamos a aprovação lógica e a admiração do médio eu. A mistura emocional resultante é a que dirige as energias em todos os planos da consciência.
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CAPITULO XV
O método secreto kahuna para o tratamento dos complexos.
Implantação de vigorosas formas de pensamento no subconsciente. A aceitação da forma de pensamento pelo subconsciente determina a sua efetivação O segredo de remover um complexo. Grande carga de força vital Caso 26. Reação física a sugestão. A cura das doenças contagiosas e do câncer.
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CAPITULO XV Os modernos psicanalistas ainda não encontraram um método efetivo e simples para trazer à luz um complexo para ser racionalizado e dragado, existindo, no entanto, um método que poderia ser aprendido da sabedoria kahuna. A importância de tal método não pode ser avaliada com justiça, porque, se o pudermos usar, a arte de curar caminhará a passos largos, tomando um maior incremento, desde a descoberta das sugestões. Este método, à primeira vista, é de natureza violenta. Nada poderá parecer mais estranho aos homens civilizados do que o uso do violento choque insulínico praticado nos modernos asilos aos pacientes insanos. Por ser este método secreto tão novo e tão radicalmente diferente, será ele passível de explicação, dada passo a passo. Pedimos relembrar que os kahunas acreditavam serem os pensamentos pequeninas coisas invisíveis — formas de pensamentos — e que eram muito reais e substanciais. A forma de pensamento (aka) é elaborada, quando pensamos. Cada pensamento é feito dentro de uma forma permanente de pensamento. Formas de pensamento
vêm
em
cachos
de
pensamentos
associados,
assim
como
acorrentando todos os pensamentos similares à uma idéia ou pensamento vindo anteriormente ou após. Recordem, igualmente, o fato de que cachos de formas de pensamentos fluem em correntes de força vital, que por sua vez escorrem pelos finos cordões do corpo sombreado ligando duas pessoas, como nas comunicações telepáticas. Ao dar uma sugestão existe um fluir de força vital do operador para o paciente por intermédio das mãos colocadas sobre ele e através dos cordões da substância sombreada que liga os dois após o contato físico, ou seja, pelo estabelecimento de contato pela visão, como também pelo som da voz. (Também, em viagens no corpo
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sombreado, durante o sono, ou por intermédio de contato feito com a assistência dos espíritos desencarnados.) SUGESTÃO
É
A
IMPLANTAÇÃO
DE
VIGOROSAS
FORMAS
DE
PENSAMENTO NO EU INFERIOR DO PACIENTE. A potência da força vital acompanhando a implantação da forma de pensamento atua como parte de sua efetividade, mas não em tão grande escala como é geralmente suposto pelos psicologistas. Tenho visto hipnotistas esforçarem-se por transmitirem sua "vontade" numa sugestão a fim de torná-la efetiva, seus olhos queimando, suas faces tornando-se vermelhas e a perspiração surgindo em suas testas, e assim mesmo nenhum resultado é obtido. A "vontade" ou a voltagem de força vital do médio eu não é o agente hipnótico. Ela somente dirige seu próprio eu inferior a implantar a forma de pensamento da sugestão no corpo sombreado do eu inferior do paciente. A efetivação da sugestão depende da aceitação da forma de pensamento pelo eu inferior do paciente. Como já explicado, a aceitação da forma de pensamento de uma sugestão é em grande parte apressada pelo uso de estímulos físicos — alguma coisa fisicamente real que possa ser sensoriada pelo eu inferior do paciente e que possa fazê-lo acreditar que algo verdadeiro está oculto na sugestão. Daremos agora o segredo vital de manejar com os complexos. Não há necessidade de pesquisar-se o complexo original de um paciente como é feito nas profundas análises psicanalistas. Não é necessário estudar os sonhos pelos símbolos e insinuações. O complexo original pode ser tratado pela sugestão, não importando ter se transformado de uma para outra forma e em seguida para outra. O SEGREDO ESTÁ EM FAZER O EU SUPERIOR DO PACIENTE ACEITAR A SUGESTÃO CONTRÁRIA AO SEU COMPLEXO OU CRENÇA. Isto é feito por um uso quase violento de baixa voltagem de força vital. Relembremos os kahunas que acumulavam baixa voltagem de força vital e que, por um esforço de vontade, transferiam-na para uma vara — e a maneira quase
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humana pela qual esta força obedecia as instruções de levar a vara a golpear o inimigo até a insensibilidade ou paralisando-o ao contato, quando a vara era atirada. Relembremos a medicina dos índios americanos que acumulavam esta força (que chamavam orenda e por outros nomes) descarregando-a no corpo de seus bravos, ao simples toque de um dedo, tornando-os inconscientes. Recordem o caso do Dr. Brigham e a oração da morte dirigida a um de seus rapazes, quando de sua expedição nas montanhas do Havaí para colher plantas indígenas. A oração da morte era uma questão de carregar espíritos de eu inferiores com grandes cargas de baixo mana, enviando-os então ao contato com a vítima para descarregar sobre ele essa força. A força do choque findaria a resistência do eu inferior da vítima, particularmente se esta tivesse abrigado em si um pensamento ou complexo culposo e forçado o mesmo a aceitar a forma de pensamento de morte enviado pelo kahuna.
Os espíritos de eu inferiores, então, anexar-se-iam à vítima e
retirariam sua força vital, armazenando-a em seus corpos sombreados, preparandose para levá-la consigo após a morte da vítima pela exaustão de força vital. (A sugestão de morte impede o eu inferior da vítima de produzir força vital suficiente para manter a vida. A maioria das doenças que, em seu curso normal, não são curadas, agravam-se quando por alguma razão o suprimento usual de força não é feito.) O SEGREDO DE FORÇAR O EU INFERIOR DE UM PACIENTE EM ACEITAR UMA FORMA DE PENSAMENTO SUGESTIVO, REPOUSA NO USO DE UM CHOQUE SUBJUGADOR DE GRANDE CARCA DE FÔRÇA VITAL — ESTA CARGA ACOMPANHANDO A OFERTA DA SUGESTÃO. Certa tarde, o Dr. Brigham deu-me em detalhes um caso de cura kahuna que o tinha embaraçado largamente e que, a seu turno, embaraçou-me, até que vim a entender os métodos acima descritos. Um kahuna tratou de um paciente nativo que apresentava uma série de sintomas que o proibiam de atravessar a praia até sua canoa, para sua ronda diária
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de pesca. Apareceu, primeiramente, uma paralisia na perna esquerda quando tentou atravessar a praia. Isto foi tratado e quando já aparentava uma completa cura, surgiram tonturas vertiginosas o se aproximar da praia e a seguir completa cegueira que durava até que o paciente deixasse a praia para voltar à sua casa. O tratamento final não foi visto pelo Dr. Brigham, mas lhe foi descrito depois de um longo período; consistiu num uso impressivo de estímulos físicos acompanhados de sugestões numa forma de assertivas repetidas, de que o tratamento estava removendo todas as coisas que o proibiam de atravessar a praia e ir pescar como lhe era habitual. O estímulo físico tomou a forma de uma grande tina de madeira, cheia de água salobra. O kahuna, na presença do paciente, trabalhou por longo tempo na água a fim de torná-la potente e pronta a curar. Agitou-a violentamente com folhas de ti, juntando raspas de raiz de gengibre amarela, colocando as mãos espalmadas repetidamente sobre ela. Quando ficou satisfeito com os seus preparativos, chamou o paciente e instruiu-o de sentar-se em frente da tina e segurando a respiração introduziu-se seu rosto dentro da água bebendo-a quanto lhe fosse possível. Ao paciente foi dito que a água que nele entrasse conduziria para fora todas as coisas que estivessem causando mal e que nunca mais voltariam. O paciente executou as instruções e começou a beber; o kahuna colocou suas mãos em seus braços, ordenando à doença que abandonasse o corpo. O paciente bebeu rapidamente durante algum tempo, depois vergou e sucumbiu sobre a tina, como se estivesse subjugado. Foi levemente levantado pelo kahuna que limpou seu rosto, mas deixado naquela posição inconfortável por muitos minutos, enquanto o curador repetia que a doença tinha desaparecido e não voltaria jamais. O homem recobrou-se de seu estado de transe e lhe foi ordenado pelo kahuna que atravessasse a praia. Descobriu que podia assim fazer sem que os misteriosos sintomas voltassem. Foi-lhe dito então para não mais pensar nesses
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revezes — precaução habitualmente tomada pelos kahunas a fim de prevenirem a volta do complexo — e o trabalho estava findo.
Os sintomas não mais voltaram.
Revendo o caso, muito tempo depois do Dr. Brigham tê-lo descrito, à luz dos conhecimentos adquiridos do segredo kahuna, adquiri a certeza inegável de que o kahuna tinha transferido à água da tina uma carga espantosa de baixo mana ou força vital. Usou ele literalmente esta força para quebrar a resistência do eu inferior do paciente, fazendo-o aceitar suas formas de pensamento de remoção de toda doença que o proibiam de atravessar a praia para viajar em sua canoa. (Alguém poderá recordar neste fato as práticas de Mésmer carregando um tonel de água, do qual retirava um bastão de ferro, para tocar com eles seus pacientes, transferindolhes força vital que ele chamava de "magnetismo animal".) Deve-se notar que o complexo original não foi localizado ou dragado pelo seu reconhecimento e racionalização. O COMPLEXO FOI SUBSTITUÍDO POR OUTRO COMPLEXO IDÊNTICO À FORMA DE PENSAMENTO IMPLANTADA PELO TRATAMENTO CHOQUE-SUGESTÃO. A forma de pensamento sugestivo era, naturalmente, um agrupamento de diversas formas de pensamento relacionadas. A sugestão incluiria argumentos racionais para demonstrar não existir uma razão válida de não poder atravessar a praia e efetuar a pesca.
Caso Nº 26
Reação física dirigida pela sugestão
Notas Preliminares:
Apesar de desconhecermos os limites de capacidade do eu inferior de atuar no corpo, com a finalidade de curá-lo, os conhecimentos acumulados evidenciam ser muito grande sua potência.
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O Caso:
Quando morava em Honolulu, um jovem branco, veio visitar-me a fim de vender-me um espaço para publicidade semanal em seu jornal. Estava esse jovem interessado pelos havaianos e muitas vezes convidou-me a comparecer em seus jantares dançantes, ao ar livre. Um dia chegou ele à minha casa muito aborrecido. Em um de seus jantares tinha conhecido uma mulher havaiana que admirou muito sua pele fina, como a de uma criança. Perguntou-lhe ansiosamente se não achava um grande aborrecimento ter que se barbear diariamente, dizendo-lhe solenemente que poderia, se ele quisesse, fazer com que sua barba parasse de crescer, vendo-se assim livre desse ato tedioso. Disse-lhe, também, que muitos havaianos tinham se libertado da necessidade de barbear-se. De uma maneira tolerante, esse jovem fingiu aceitar alegremente sua oferta, estando, no entanto, certo de que isto era uma superstição nativa sem nenhuma consequência. Levando-o para o lado, a mulher bateu em sua face direita com os dedos durante alguns minutos, dizendo que a barba pararia de crescer e que ele estaria livre da necessidade de barbear-se. Esqueceu ele o incidente quando, cerca de duas semanas mais tarde, apercebeu-se que existia um lugar em seu rosto, do tamanho de uma moeda, no qual nenhuma barba crescia. Para seu espanto, dia após dia, este ponto aumentava. Quando estava do tamanho de um dólar, lembrou-se de ter-me ouvido falar sobre os kahunas e veio correndo à minha presença pedindo meu conselho. Ele tinha um rosto de moça e percebeu que sem a sombra de uma barba teria, desastrosamente, aparência feminina. Aconselhei-o a procurar entre os seus amigos havaianos pela mulher que lhe tinha causado a dificuldade e, quando a encontrasse, lhe pedisse de reverter a sugestão. Encontrou alguma dificuldade em localizar a mulher, mas quando
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eventualmente isto se deu ela, com alguma relutância, bateu em seu rosto dando a sugestão (sugestão fora de qualquer dúvida) de que a barba voltaria ao ponto descoberto. Mas uma semana se passou e a barba começou novamente a crescer naquele círculo. Onde eu tinha visto uma pele lisa, podia agora ver a negra barba reaparecer. Em pouco tempo a barba voltou ao seu normal.
Comentário:
Tal
controle
é
de
grande
interesse
quando
demonstra
quão
surpreendentemente pode o eu inferior reagir a uma sugestão causando modificações no funcionamento corporal. A sugestão pode obter resultados para qualquer controle funcional, com a possível exceção de corpos estranhos invasores que normalmente estão fora de alcance controlador do eu inferior. A maior parte dos germes causadores de moléstias podem ser, no devido tempo, trazidos ao controle do eu inferior. Os kahunas acreditavam que moléstias contagiosas eram iguais a acidentes quando aconteciam em sequência. Se uma pessoa tivesse sofrido uma injúria acidental ou contraído uma moléstia contagiosa o eu inferior poderia se dispor ao trabalho de curar a parte machucada ou combater a doença. Se não fosse afligido por um complexo, enfraquecido de alguma maneira, ou em idade avançada, a chance em recuperar-se era boa. Apesar de nada mais do que o acima exposto ter sido aprendido da atitude kahuna com referência ao câncer ou doenças similares, que parece ser a invasão de células estranhas no corpo, é provável que o eu inferior da pessoa atacada dessas moléstias, tenha permitido uma tal invasão por causa de um complexo que não é capaz de expulsar, por seus próprios esforços, os tecidos intrusos, mesmo após remover este complexo. Para a sua cura deve haver um método controlador atrás da consciência das células invasoras, quaisquer que possam ser estas consciências.
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Todavia, a cura instantânea pode ser efetuada positivamente através do Eu Superior. A importância do método kahuna de lidar com complexos poderá ser melhor compreendida, sabendo-se nos Estados Unidos, temos cerca de quatrocentos psiquiatras e centenas de milhares de pacientes necessitando de sua ajuda. Temos muito poucos psicanalistas treinados, e somente um punhado deles aprenderam a usar a sugestão para ajudar a exumação dos complexos. Nenhum deles conhece o método de choque com cargas de força vital para forçar o paciente a aceitar a sugestão substitutiva do complexo. Dentre os jovens capacitados fisicamente para o serviço militar na II Grande Guerra Mundial, vinte entre cem não estavam possibilitados de servir, em virtude de suas condições psiconeuróticas necessitando de tratamento. O médico comum pouco ou nada sabe do tratamento requerido nestes casos, nem utilizará o seu tempo em aprender a usar a sugestão. Os hipnotizadores profissionais não são autorizados a auxiliar as associações médicas e a praticarem, a seu próprio risco, onde uma cura é objetivada.
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CAPITULO XVI
Como os kahunas combatiam as coisas horrendas das trevas.
Os primitivos e a ação das trevas; os ocultistas e a magia negra; os curadores e o magnetismo animal malicioso. A compreensão de huna da vida do além. Importância para os encarnados em conhecer as condições da outra vida. Caso 27. Ataques dos espíritos. Obsessão pelo subconsciente, pelo consciente e pelo consciente-subconsciente. Métodos de choque. Métodos de tratamento dos kahunas.
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CAPÍTULO XVI Existem coisas horrendas que pertencem ao reino das trevas e que somos impotentes de combater, por termo-nos tornado civilizados a tal ponto de desconhecer que elas Lá estão. Os médicos nada sabem delas. Os Padres e os Pastores fazem tal confusão de idéias a respeito do diabo, que seus conselhos são inaproveitáveis. O espiritualismo sabe somente o suficiente para se atemorizar e advertir os intrometidos de serem cautelosos. Todos os povos primitivos sabem alguma coisa sobre elas, mas seus métodos, para enfrentar as ameaças das coisas das trevas são de valor precário. Os ocultistas modernos têm adivinhado num completo encadeamento de coisas
más,
escrevendo
gravemente
sobre
magia
"negra",
sortilégios
e
encantamentos. Desenham seus círculos mágicos e ali refugiam-se para escapar das forças negras, mas não estão seguros de que tais forças estejam presentes. Voltam à Idade Média, revivendo o uso de talismãs e feitiços. Incensam o ar e invocam a proteção de Deus, através de Seus setenta e dois nomes supostos. Os praticantes religiosos da cura mental reconhecem estas forças como "magnetismo animal maligno", pouco entendendo de sua natureza, mas travando frequentes guerras contra elas quando suspeitam de suas atividades. Entre os presentes de inestimáveis valores, entregues ao mundo pelos kahunas, é o claro e compreensível conhecimento das forças negras e dos meios de combatê-las. Durante anos estudei toda informação útil referindo-se às coisas das trevas. Meu conhecimento é ainda incompleto. Não pude penetrar o Huna ou o "Segredo" dos kahunas de ir aos mais inferiores planos das coisas malignas, nem às mais altas. Acredito, entretanto, ter descoberto os fatos essenciais para uma vida normal neste plano e no próximo, após a morte. (É de vital importância ganharmos um justo entendimento das coisas neste plano, porque quando morremos, ao cruzarmos o
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depois da vida nos corpos sombreados, as coisas que cremos aqui tornam-se fixações podendo acompanhar-nos lá.) O mundo dos espíritos é em muito parecido ao nosso sólido mundo, por assim dizer, com suas selvas e animais selvagens. Se neste mundo um homem se internasse em terras selvagens e encontrasse leões, tigres e gorilas teriam que defender-se. A mesma coisa se aplica do outro lado, no mundo das coisas desencarnadas vivendo em seus corpos sombreados. Para nós, afortunadamente, o contato com o mundo sombreado é mínimo. Uma vez ou outra, somente, é que coisas más, em atividade perigosa, conseguem transpor a barreira vinda até nós para pôr em perigo nossas vidas ou nossa sanidade mental. Creio estar com a razão ao dizer que, quando qualquer ser sensível morre, tomando uma nova vida, em seu corpo sombreado, no mundo invisível, fabrica o seu próprio nível ou gravita para ele através de seu pensamento. Se ele pensa no ambiente familiar como sendo a terra, fabrica, por conseguinte tal ambiente. — Os kahunas dizem que esta fabricação é efetuada tirando eles qualquer coisa desejada do estofo sombreado dos sonhos. seres reais e genuínos.
Por estes sonhos, cenas e lugares, movem-se
Assim, um homem, quando morre, entra num mundo
forjado nos cenários dos sonhos, compartilhando-o com seus amigos e parentes e acrescentando seus próprios retoques.
Os animais das selvas entram num sonho
de selva. Os selvagens vão para lugares idênticos àqueles que deixaram, lá encontrando amigos e inimigos. Raras vezes os espíritos dos mortos, quando em contato com os vivos, transmitem terem ido para um lugar diferente ao ambiente aos quais estavam acostumados. Encontram-se, geralmente, vestidos de igual maneira como aqui e moram em casas similares; os espíritos de certa tribo Esquimó informaram viver em idêntica zona de gelo e neve como o faziam deste lado.
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Os mortos que esperavam chegar a um céu cristão, relataram terem encontrado um. Aqueles que imaginavam cenários do purgatório encontram-nos. Só o inferno parece não estar muito povoado, talvez porque ninguém espera realmente ser julgado com muita severidade. Uma velha antropologista prometeu-me, antes de sua morte, apresentar-me informes sobre o que encontrasse do outro lado. Após sua morte, ela assim o fez, através de uma médium, identificando-se, para minha inteira satisfação, ao mencionar coisas que gostava de fazer, de vestir e de falar quando aqui vivia. Informou-me ter encontrado amigos, cidades americanas e cenários. Após acostumar-se à sua nova condição, começou a procurar as várias tribos selvagens e semi-selvagens, entre as quais tinha vivido e estudado aqui. Descobriu que estas tribos tinham gravitado para junto de amigos, residindo nas mesmas habitações e nos mesmos cenários que as cercavam. Seus amigos a reconheceram e tiveram felizes reuniões. Entre estas tribos havia certos caçadores de cabeças das montanhas de Formosa — amigos de anos atrás — ainda imaginando poderem caçar cabeças quando excursionassem para isso, apesar de terem negligenciado a arte por um longo tempo. A antropologista tentou dizer-lhes que estavam mortos e que não poderiam mais caçar cabeças. Experimentou dizer-lhes outras coisas, mas a sua capacidade de captação de novas idéias6 provou estarem eles debilitados, isto é muito mais fracos do que no tempo em que viviam no plano de vida física. O fato de possuirmos no outro lado pequena quantidade de força vital, comparada com aquela que temos durante o estágio em corpos físicos, parece fazer diferença entre a rapidez de aprender e a preguiçosa inabilidade em adaptar idéias não familiares. Todo pensamento requer o uso de força vital. As memórias podem ser reproduzidas e "lembradas" com quase nenhuma força vital, mas formar um novo pensamento é difícil, principalmente para a mente não desenvolvida.
Os
mortos tendem em apegarem-se às coisas acreditadas, esperadas ou temidas, enquanto estavam vivos. Aqueles que aqui vivem e que tentaram ensinar novas
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coisas aos que vivem do outro lado poderão atestar a dificuldade desse aprendizado. Por esta razão parece da maior importância armazenarmos nossas mentes, seja com conhecimentos advindos dos kahunas como de modernas pesquisas psicológicas e psíquicas, adquirindo o sentido verdadeiramente correto das coisas antes de nos irmos. Tenho por diversas vezes solicitado a espíritos amigos de procurarem espíritos de kahunas adiantados e estes sempre falham totalmente. Enquanto vivos, os kahunas possuíam o verdadeiro conhecimento, tendo por isto uma habilidade superior de progredir nos planos os mais superiores do mundo das sombras. Eles não se emaranham nas cenas de sonho e nas repetições de atos similares àqueles conhecidos deste lado. Existe um progredir definido para aqueles que conhecem as condições após a vida, para aquilo que são e quem são, capacitando-os de escaparem de serem novamente presos e mandados de volta. A meta não é a reencarnação. Somente poucos voltam a habitar outros corpos, como o acreditam os adeptos da reencarnação. Os eu inferiores voltam, assim como os médios eu dos indivíduos nascidos neste plano físico, mas os médios eu, ao menos daqueles pertencentes a um povo razoavelmente civilizado, caminham eventualmente para um plano próximo, mais elevado. Aqueles que conhecem este segredo dispendem pouco tempo no "veraneio". Eles obedecem ao incitamento de evolver e caminhar para frente. Os não iniciados, todavia, permanecem por um longo período nos arredores dos sonhos, voltando frequentemente ao contato do mundo e aos entes queridos que aqui ficaram. De vez em quando é que ocasionam algum distúrbio. Os causadores de confusão são os eu inferiores que se separaram de seus médios eu após a morte. São eles os espíritos produtores de fenômenos ou fantasmas barulhentos que frequentam as casas, molestando muitas vezes os vivos. Esses não possuem a qualidade do raciocínio, por terem perdido contacto com seus médios eu, sendo os espíritos obsessores dos vivos, tornando-os insanos. (Existem
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muitas espécies de insanos. Alguns são gentis, dóceis e apáticos, permanecendo nos asilos sentados todo o dia, nada fazendo. Existem, também os selvagens e perigosos. Entre estas classificações encontram-se aqueles que parecem crianças, ansiosos por agradar, propensos a brincadeiras, logros e provocando desordens.) Existem também espíritos de eu inferior que permanecem junto aos viventes por sua escolha, muitos deles aprendendo a tocar os corpos sombreados dos vivos e a roubar sua força vital. Se conseguem roubar força vital suficiente, podem solidificar seus corpos sombreados (mesmo sem torná-los visíveis para nós) o bastante para capacitá-los na movimentação de objetos sólidos. Em vista de poderem usar em uma única ação, a carga de força vital, produzem façanhas de extraordinária força. Harry Price, do National Laboratory of Psychical Research, estudou por três semanas uma jovem romena, Eleonore Zugan, que era visitada por um espírito desta espécie. Ele era a fonte de muito distúrbio, movimentando objetos pelo quarto, quando a jovem nele estava, marcando sua pele de nódoas peculiares e espetando dolorosamente alfinetes e agulhas em sua carne. Uma jovem viúva em Ohio foi assombrada por um espírito produtor de fenômenos, que foi estudado por professores da escola de medicina por ela frequentada. Uma de suas façanhas de força era arrancar os ganchos de um forte corrimão, gancho por gancho conforme a jovem subia as escadas. Ele jogava e esmagava os objetos de uma maneira maliciosamente destrutiva. Quando as pessoas estão adormecidas, as cobertas da cama têm sido sacudidas frequentemente, parecendo ser esta uma travessura favorita.
Água tem
sido trazida e despejada sobre pessoas e muitas vezes foram estudados casos nos quais fogo tem sido ateado na cama, nas roupas ou nos quartos — geralmente de adolescentes com natureza mediúnica — dos quais a força vital é facilmente tirada. Em muitas poucas ocasiões os espíritos produtores de fenômenos têm sido úteis nos seus atos, tais como colocar uma mesa e lavar a louça, durante a noite. Estes
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eu inferiores podem ser ligeiramente inofensivos e assim o parecem ser na sua maioria.
De outro lado são eles os repulsivos seres das trevas que perseguem os
vivos oprimindo-os; roubando sua força vital, muitas vezes ao ponto da mais completa exaustão e morte misteriosa, ou aprisionando seus corpos tornando-os obcecadamente insanos. Milhares de seres viventes são silenciosa e invisivelmente visitados desta maneira, por eu inferiores que aparecem como personalidades secundárias ou múltiplas. Não são partes "desagregadas" dos eu residentes do corpo, como é crença popular hodierna de nossos psicologistas. São elas, em seu próprio direito, individuais. Não são somente os eu inferiores, separados de seus médios eu, que se agarram aos vivos como "personalidades" estranhas, mas também médios eu separados de seus eu inferiores assim o fazem em uma menor escala e, uma vez ou outra, um espírito fantasma normal composto de ambos, inferior e médio eu, é culpado de fazer sua residência no corpo sombreado de uma vítima vivente. Não é sem razão terem os vivos um instintivo pavor de fantasmas. Eles têm sempre uma boa razão de ficarem temerosos. Coisas apavorantes são constantemente praticadas contra os vivos, com nenhum meio para reconhecer os invisíveis que estão tirando suas forças e, muitas vezes para o pior, implantando formas de pensamento como sugestão em seu eu inferior, causando no final um procedimento delirante, crimes, falsidades e algumas vezes atos extremamente maldosos e vis. A tradição de vampiros é uma das mais antigas. À noite, dizem, levantam-se os mortos de suas tumbas e atacam aqueles que estão adormecidos, fazendo tênues buracos em suas gargantas, sugando seu sangue e deixando-os exangues e fracos após despertarem. Através dos séculos, algumas vezes ocorreram casos em que pessoas caíram numa condição de transe, parecida com a morte, e foram, depois, tiradas de
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seus túmulos sem estarem em decomposição e com o sangue ainda fluindo. Supunha-se que essas pessoas eram conservadas vivas em seus túmulos, pelo roubo misterioso de sangue dos vivos. Nos livros antigos há contos terríveis, descrevendo como os mortos e enterrados eram vistos e reconhecidos, quando apareciam para roubar sangue. Se é que existiam, poderiam aparecer como fantasmas materializados e o que poderiam roubar era somente força vital. Apesar de não existir nenhuma prova de serem corretos esses contos, mencionam eles com alarmante frequência o reconhecimento de fantasmas vampiros, por meio de sonhos ou visões. O lapso de tempo entre o enterro e o desenterro tem se dado numa questão de muitos dias, e quando o corpo é retirado em perfeito estado, à única conclusão é que a vida foi preservada de alguma maneira. Nos tempos antigos o sangue era tido como o fluido portador de vida. O sangue encontrado nos túmulos poderia ser imaginativo, ou causado por ferimentos do indivíduo que, voltando a si, tivesse procurado libertar-se. Estas coisas podem ter ocorrido, mas existe a chance de que individualidades em transe, familiarizados com os contos vampirescos se tenham encontrado presas nos seus túmulos e esforçando-se por manter a vida, sugando o sangue dos vivos. O mais que poderiam obter seria a força vital, e se pudessem obter, nem que fosse um pequeno suprimento cada noite, seriam capazes de preservar a escassa vida no corpo em transe por um período considerável. Na Idade Média um estilete era enterrado atravessando o coração até o solo da tumba de todo suspeito de ter possibilidades vampirescas. Havia, igualmente, outras precauções, sejam feitiços, encantamentos e ritos religiosos. A cremação dos mortos era considerada a única garantia de não molestarem mais os vivos. Existe um único traço definido que pode ser partilhado com a crença kahuna: é que existem seres de forças más que nunca se encarnaram em corpos humanos, assim como há as forças boas, similares, num plano mais elevado — os Seres de
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Luz. Nada é conhecido atualmente sobre estes tipos e, mesmo que existam seus propósitos primários, não seriam de natureza a poder afetar os seres humanos. Resta um último perigo a ser considerado. É o perigo de um ataque proposital de uma pessoa normal, pertencendo já ao outro lado, e que deseja vir punir um ser vivente por alguma injúria feita a um ente amado aqui existente. O castigo poderá ser também uma vingança por injúrias feitas durante a vida daquele que já se foi com o coração repleto de ódio. A sugestão tem, em nossas vidas, uma atuação muito maior do que é suspeitada. Nós tomamos e damos cada dia, sugestões em associação com nossos familiares e amigos, especialmente quando há um estímulo físico acompanhante. O exemplo - o da mãe ansiosa que chama seu filho e diz, "Você não me parece bem. Está doendo em algum lugar?" e em seguida põe as mãos em suas faces, podendo implantar neste ato a sugestão de doença. A dupla normal de um espírito desencarnado, o eu inferior mais o médio, pode também usar a sugestão, especialmente se puder arranjar força vital dos seres vivos, e muitas vezes a forma de pensamentos usada como sugestão é tomada da pessoa viva. Há muito tempo atrás, no Havaí, ao explicar isto para mim, um kahuna insistiu no perigo de pensar e falar qualquer pensamento que pudesse ser usado como sugestão por um fantasma normal. (Um fantasma normal é chamado kino wailua ou corpo de duas águas; a água é o símbolo kahuna da força vital. Se um fantasma tivesse dois tipos de força vital, seria então composto de inferior e médio eu, vivendo em seus corpos sombreados inter-fundidos). Fui advertido de nunca dizer, mesmo em brincadeira "Ele merecia um tiro” ou "Espero que ele se estrangule" a fim de que esses pensamentos não fossem tomados como uma sugestão potente por algum espírito inimigo. No Havaí não eram só os kahunas que conheciam esta possibilidade. Os leigos também o sabiam e faziam uso desse conhecimento quando injuriados e
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incapazes de obter uma reparação daquele que lhe tinha causado dano. O injuriado praticava então um apelo mental ou telepático ao espírito de um parente querido que já estivesse morto, fazendo o que chamavam de "queixume" — um ensaio detalhado de tudo que lhe tinham feito. Apresentarei dois exemplos desta prática.
Caso Nº 27
Ataques dos mortos aos vivos
Notas Preliminares:
Como já expliquei ao relatar a oração da morte, o eu inferior de uma pessoa geralmente protege-se contra espíritos saqueadores. Habitualmente, o eu inferior tem uma maior carga de força vital do que o espírito atacante (a menos que este tenha sido sobrecarregado por um kahuna) e por esta razão repele o espírito menos carregado. É o eu inferior, em cada um de nós, que possui o que chamamos de sensibilidade psíquica, e é o que percebe a presença dos espíritos, dos quais o médio eu é completamente ignorante. Se, por alguma circunstância, tivermos um profundo sentido de culpa por algum pecado real ou imaginário, ou no caso de ter esta culpa se tornado um complexo, somos atacados por um espírito inclinado a nos "punir", implantando uma forma de pensamento de doença punidora, acidente ou condição, e o nosso eu inferior pode humildemente aceitar a sugestão porque se encontra convicto de merecer tal castigo. Este assunto de complexo culposo, especialmente quando tivermos ferido a outrem, sem nenhuma restituição para conseguir perdão e quando o médio eu fica inteirado de sua culpa no delito, é o ponto vulnerável na armadura. Para os kahunas
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este tem sido o segredo e a coisa de maior importância de conhecer-se, mas isto é francamente vislumbrado e inteiramente mal compreendido pelos religiosos de todo mundo. Os Teosofistas, emprestando largamente- suas idéias da Índia, reconhecem o perigo representado pelos seres invisíveis e falam da ruptura da concha astral de maneira que os espíritos possam evadir-se para atacar. A idéia de rompimento do corpo astral ou sombreado, não explica como os médiuns podem trabalhar com os espíritos durante anos e não ficarem obcecados. A idéia falha também na inclusão da parte tomada pela força vital assim como pelo complexo.
Os Casos:
(A)
Em Honolulu estudei o caso de um ataque de espírito que envolvia o irmão de uma amiga chinesa/havaiana. O rapaz tinha por namorada uma linda jovem havaiana e, apesar de ainda não a ter pedido em casamento, era certo de que tão logo seus negócios estivessem em boas condições ele se casaria. Quando estabeleceu um negócio de sal, seu pai reclamou o costumeiro direito chinês de selecionar uma noiva para seu filho. O filho amava e respeitava seu pai e, apesar de embaraçado por seu compromisso, concordou em terminar o namoro com a jovem havaiana dando tempo para ser efetuada a escolha paterna. Ele sabia que a jovem havaiana ficaria profundamente ferida quando ele
tivesse
que
terminar
o
compromisso
e
estava
tão
sobrecarregado do sentido de culpa e vergonha, que não teve coragem de ir à sua presença explicando o que tinha acontecido. Indubitavelmente fomentou um complexo de culpa que se localizou
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no seu eu inferior e foi compartilhado pelo médio eu, na sua convicção de ter agido mal para com a moça. A jovem ficou durante algum tempo com o coração partido, mas depois, terrivelmente zangada pelo tratamento que lhe foi dado sem uma única palavra para explicá-lo. Seguindo a tradição de seu povo começou o "queixume", chamando o espírito de uma avó querida para vingar o mal que lhe tinham feito. Em breve o jovem foi atacado por uma estranha moléstia, desmaiando a horas inesperadas e sem nenhum sintoma preventivo. Desmaiou caindo no fogo, queimando-se sob dores atrozes. Certa vez desmaiou quando dirigia seu carro em direção às salinas provocando uma trombada, escapando por um triz de ser seriamente ferido. Desmaiou sobre sua cama, enquanto fumava, pondo fogo na mesma, queimando-se novamente. Três médicos foram consultados, mas nenhum conseguiu diagnosticar a causa dos desmaios. Logo, em seu primeiro desmaio, sua mãe, havaiana, aconselhou-o a de ir a um kahuna, mas o rapaz era muito moderno e na escola tinham-lhe ensinado que os kahunas eram nada mais que impostores supersticiosos. Por fim, quando todos os tratamentos falharam, fez o que sua mãe tinha sugerido. O kahuna, de idade bem avançada, sentou-se silencioso com os olhos fechados, após escutar sua história. Assim permaneceu durante algum tempo e ao levantar sua cabeça anunciou ter sentido o espírito de uma velha havaiana perto do rapaz e que por ela soube que o jovem era culpado de um dos piores pecados — aquele de ferir alguém que o amava e que nele confiava. O espírito da avó tinha se esforçado ao máximo para vingar a injúria.
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O rapaz espantou-se e, admitindo sua culpa, perguntou o que deveria fazer. O kahuna então explicou-lhe a antiga lei dos havaianos de que ninguém feriria outra, seja corporalmente, seja roubando-lhe mercadorias ou mesmo através de seus sentimentos. Estes eram os únicos pecados e para eles não havia senão um remédio. O culpado deveria procurar reparar e conseguir o perdão da pessoa injuriada. Ao sair, o rapaz dirigiu-se diretamente à casa da jovem. Foi recebido com raiva e desdém, mas obstinadamente persistiu em seu esforço de fazê-la compreender sua posição no caso. Desdenhosamente ela recusou em fazer as pazes. No outro dia ele voltou com presentes e mais desculpas, no dia seguinte e no próximo. Por fim as súplicas quebraram a resistência da jovem fazendo reaparecer sua simpatia. Ela perdoou-o e concordou em ir com ele até o velho kahuna para manifestar seu perdão. O kahuna parecia esperá-los. Louvou-a por sua bondade, chamando o espírito da avó para observar que o errado já tinha sido endireitado e o perdão obtido. Agradeceu o espírito por ter agido tão bem no intuito de forcejar o cumprimento da justiça e pediu-lhe de cessar os ataques. Quando ela concordou com seu pedido, pegou um molho de folhas de ti e água do mar, borrifando o jovem e o ar onde o espírito estava, pronunciando as palavras do kala ou perdão com força sugestiva. A seguir dispensou a jovem e o espírito, voltando-se para o rapaz explicou-lhe que o kala (para trazer de volta a "luz"), ou seja limpeza para ele, era um assunto mais difícil. Porque tinha sido culpado e porque seu senso de culpa tinha tornado possível ao espírito de colocar pensamentos de desmaios
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em sua mente quando lhe aprouvesse, o castigo poderia continuar pelo próprio eu inferior (unihipili) do rapaz, a menos que este ficasse bem limpo. Para a limpeza ou cerimônia do perdão deveria usar um ritual efetivo e mui potente — um que não falhasse na cura dos desmaios, para que estes nunca mais voltassem. Trouxe um ovo, seguro por ambas as mãos e rezando um pouco ordenou a cura e a força do perdão de entrarem no ovo. Quando o trabalho de preencher o ovo com força vital terminou, colocou o rapaz em pé à sua frente e ordenou-lhe de segurar a respiração o maior tempo que lhe fosse possível. Quando não lhe fosse mais possível segurar a respiração deveria estender a mão. Em sua mão seria colocada uma xícara na qual o kahuna quebraria o ovo cru, enquanto sua respiração estivesse sendo sustida. Sem soltar a respiração o jovem deveria engolir o ovo. Neste momento as palavras de perdão seriam proclamadas e reforçadas pelo ovo e a força nele contida efetuariam a completa cura e limpeza. As instruções foram seguidas ao pé da letra. O kahuna transmitiu a sugestão de perdão, expulsão de culpa e desmaios. Após o jovem ter engolido o ovo e reiniciado a respiração normal, o kahuna continuou com as sugestões, esfregando rapidamente o seu estômago. O kahuna anunciou o completo sucesso da cura, advertindo o paciente de esquecer completamente o caso, tão logo lhe fosse possível, aceitando benignamente sua paga pelo trabalho.
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Investiguei este caso comprovando todos os detalhes do tratamento. Mantiveme igualmente em contato com meu jovem amigo por muitos anos após o fato. Nunca mais voltaram aqueles desmaios.
(B)
Um outro caso por mim estudado de perto envolvia um jovem casal de havaianos e filhos de havaianos. O marido, filho único, tinha prometido que seu primeiro filho se fosse menina, teria o mesmo nome de sua mãe. Mais tarde, quando nasceu uma menina, tinha ele esquecido sua promessa ou talvez preferido negligenciá-la porque sua esposa já tinha iniciado a chamar a criança por um nome de sua escolha. A avó da criança ficou muito desapontada e como seu filho e nora ficassem muito ocupados em seus próprios afazeres, vindo vê-la somente de tempo em tempo, começou gradualmente a ressentir-se. Como a negligência continuasse, começou a queixarse aos seus parentes mortos, pedindo que seu filho e nora fossem forçados a findar sua desatenção. Como mais tarde foi explicado pelo kahuna que manejou a contenda, o jovem casal não desconhecia terem ferido os sentimentos da mãe. Eles estavam somente muito ocupados e não se sentiam culpados. Os espíritos que tentavam atacá-los, e, assim fazendo, puni-los a fim de trazê-los à razão, eram impotentes pela falta apresentada de senso de culpa. Entretanto, encontraram na criança parte vulnerável e cada dia retiravam um pouco de sua força vital. Ela enfraquecia, tornando-se dia a dia mais doente e não correspondendo a nenhum tratamento médico. A criança, ainda não tendo dois anos completos, foi levada para
o
Hospital
de
Crianças
em
Honolulu.
Aumentando
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constantemente sua fraqueza, os pais foram avisados de que a morte era iminente. Grandemente alarmados e desesperados, os jovens pais retiraram a criança do hospital levando-a à casa de três velhos havaianos, todos kahunas, acostumados a trabalhar em conjunto, mas possuindo cada um habilidades específicas. Dos três, duas eram mulheres e um homem, sendo este último o mais psíquico e chamado o makaula ou "visão". Nenhum tempo foi perdido. O velho trouxe uma cabaça primitiva que lhe servia de bola de cristal, na qual colocou um pouco de água e uma pedra preta redondo e polida. A água era continuamente sacudida sobre a pedra a fim de dar reflexos em sua superfície e produzir imagens psíquicas ao velho homem para diagnosticar a causa da moléstia. As duas velha trouxeram uma decocção quente de folhas de ti começando a banhar a criança uma de cada vez colocando suas mãos sobre ela e cantando uma oração de restauração. (Tais cantos são realmente muito antigos e quase sempre muito belos no seu fraseado rimado na língua nativa.) Antes de sair do hospital, a criança tinha sofrido uma convulsão e choramingado fracamente. Agora tinha se aquietado e dormia. O velho terminou seu trabalho, levantando-se tesamente do escuro canto onde tinha estado olhando a cabaça no estilo tradicional. Anunciou ter "acabado" em todas as direções (referência aos cordões de substância aka percorrendo aqui e acolá no paciente, em todas as direções, para encontrar aqueles que poderiam estar associados a ele. Estes cordões eram também referidos como "linhas de pescar"). Tinha ele visto alguns espíritos muito zangados e uma velha mulher ainda na carne que ele tomou
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como avó da criança. Fez algumas perguntas para confirmar o que tinha visto, dando sua decisão de que a avó tinha sido magoada e se queixado resultando em ser a criança a atacada. O jovem marido estava seguro de haver um engano, pois sua mãe nunca seria capaz de fazer uma coisa tão má, mas foi empurrado casa afora com ordens impacientes de ir buscar sua mãe a qualquer custo. Correu até lá e, para sua consternação, descobriu que o kahuna tinha razão. Ela insultou-o e somente aquietou-se quando ele lhe contou que a criança é que tinha sido castigada e não ele ou sua esposa. Arrependida até as lágrimas — pois não tinha sido seu desejo ferir a criança — apressou-se em acompanhar seu filho até a casa dos kahunas. O velho, já tendo colocado de lado o cristal, questionou a avó, inteirando-se da injúria feita e seu queixume. Censurou-a francamente, censurando muito mais o jovem casal, chamando então os espíritos para perguntar-lhes o que eles achavam que deveria ser feito aos pais para emendá-los. Foi unanimemente concordado que a criança deveria ter o nome de sua avó e que esta não deveria mais ser negligenciada. Entre lágrimas e risadas havaianas o perdão foi solicitado e concedido. O velho aspergiu superficialmente cada um deles, inclusive os espíritos, mas não o bebê adormecido, proferiu palavras de limpeza, e admoestou-os que o incidente não deveria ser relembrado — mas, se lembrado fortuitamente, uma oração deveria ser imediatamente feita para perdoar qualquer resto de culpa "escondida" e que pudesse causar transtorno.
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A criança teve uma recuperação quase milagrosa e logo tornou-se rechonchuda e forte, permanecendo bem, assim como seus pais, até a época em que deixei as ilhas e os perdi de vista.
Comentário:
Nestes dois casos podem ser vistos: o uso da sugestão e o estímulo físico. Dificilmente poderá ser melhor demonstrado do que o segurar a respiração engolindo o ovo cru carregado de força vital e acompanhado de sugestão para remover o complexo, efetuando a cura. No caso da criança, ainda sem dois anos de idade, a sugestão não poderia ser um principal fator, assim, a réplica muitas vezes encontrada nas ilhas, de que toda magia kahuna era resultado de sugestão, não tem fundamento. O caso da moléstia na criança pode ilustrar a natureza grave do perigo do ataque de espíritos. Para nos resguardar e pôr a salvo as crianças, todas as precauções devem ser tomadas para não se ofender as sentimentos de outros e se possível evitar de assim fazer. Se algo imperativo deve ser feito ou dito que possa ferir outra pessoa, é igualmente imperativo que as razões para a palavra e ato possa ser completamente explicada e todos os raciocínios dados antecipadamente. Frequentemente é preferível continuar-se sofrendo que ferir os sentimentos alheios, principalmente daqueles que não são capazes de raciocinar com clareza. Os havaianos do passado, criados nas velhas tradições, observavam grandemente a lei de não magoar a ninguém, fugindo do caminho que os pudesse levar ao ciúme ou a inveja. Com esta finalidade compartilhavam suas mercadorias da maneira a mais pródiga. O resultado era uma comunidade notável por sua bondade e hospitalidade.
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O TRATAMENTO DOS INSANOS abrange dois campos principais. Primeiro o dos obcecados e segundo o dos insanos cujos tecidos cerebrais foram prejudicados por doenças ou anormalidades. Se o cérebro não for normal ao nascer, o espírito inferior pode funcionar na criança, mas não a consciência ou o espírito médio O eu inferior não pode aprender, exceto como um animal aprende. É mesmo incapaz de usar os raciocínios dedutivos do eu inferior, permanecendo assim idiota. Os kahunas acreditavam que a localização da "mente" do eu inferior era no corpo sombreado deste, e que esta "mente" estava em contato com uma "mente" similar pertencente ao médio eu e localizada no corpo sombreado deste. Estas duas mentes mantêm-se em contato quando os dois espíritos do homem deixam o corpo durante o sono ou em condição de transe. Após a morte os dois eu, em seus dois corpos sombreados inter-fundidos, deixam o corpo físico. As memórias terrenas, crenças, complexos e idéias são armazenados no corpo sombreado do eu inferior e por isso levados depois da morte. Normalmente, os dois eu usam o corpo e seus órgãos, os corpos sombreados introduzem-se e fundem-se com todas as partes orgânicas, incluindo o cérebro, os centros nervosos e os nervos. Se alguma das centrais do cérebro ou tecidos nervosos estão falhando ou começando a adoecer, os eu não podem funcionar através deles. Isto é particularmente certo nos casos em que os tecidos do cérebro, usados pelo médio eu tenham sofrido dano por doença ou acidente. O médio eu encontrando-se
incapaz
de
funcionar
através
das
partes
que
lhe
são
correspondentes no corpo, torna-se um desterrado, abandonando-o para devanear em outras escalas. O eu inferior, no entanto, pode ser capaz de continuar a viver nas partes não afetadas do corpo. Os hospitais estão cheios de doentes desta classificação. O médio eu é facilmente dirigido para fora do corpo através de injúria temporária ou permanente nos seus centros nervosos. As toxinas usadas nas dores de dente ou para qualquer
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outra moléstia pode ocasionar a saída do médio eu, mas o eu inferior é capaz de continuar funcionando quase que habitualmente. Com os dentes arrancados ou as doenças tratadas, o médio eu, como de costume, reassume sua residência no corpo e a saúde retorna. O eu inferior e médio podem ser desalojados do corpo por alguma condição anormal ou acidente podendo um espírito obsessor tomar conta dele. Em alternativa este espírito inferior obsessor pode adquirir a posse do corpo somente em intervalos, casos em que o paciente é passível de sofrer de "personalidade discordante". Na insanidade obsecante o paciente pode ser considerado uma vítima de completa ou recíproca amnésia, isto se a obsessão for produzida por um espírito normal, combinando em si os eu inferior e médio. Quando tal espírito expulsa o legítimo dono do corpo, tomando posse do mesmo, traz consigo (armazenado em seu corpo inferior sombreado) as memórias de vida num outro corpo, como também seu médio eu próprio e suas forças raciocinadoras características. Estes casos não são de insanidade típica porque a dupla de espíritos obsessões é completamente normal e sã. O famoso caso de Anselm Bourne constitui um bom exemplo. Este homem mudava de repente de personalidade e de memórias. Deixava sua casa para ir à casa da qual recordava-se, assim como pensava ser o fiel de um armazém e seu nome Albert John Brown; geralmente ia até Norristown, Pa. e abria uma pequena loja. Em pouco tempo os eu originais manobravam para obter o corpo de volta e o homem acordava encontrando-se em ambientes estranhos dos quais nada sabia. Voltava então à sua casa em Providence, R. I. Lá foi ele tratado por dois famosos psicologistas que o hipnotizavam. Sob a hipnose eram capazes de ter a presença do espírito obsessor falando por intermédio do corpo e dando em detalhes todas as coisas feitas com o mesmo quando estava em seu poder.
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Os espíritos que escolhem sua permanência junto a um ser vivente sempre lhe roubam um pouco de força vital, se não lhes for possível apoderarem-se de todo o corpo. Estes espíritos podem sempre serem chamados para entrar no corpo, falando por intermédio dele, sob transe hipnótico. Tem sido pensado que tais espíritos são partes destacadas da personalidade original. Quando, através de repetido uso de sugestão hipnótica, a personalidade obsecante curva-se e é obrigada a obedecer ordens como: "Ligue-se à personalidade principal", disso resulta as mais extraordinárias situações, diferentes em cada paciente. O resultado principal é que o espírito obsessor, se for uma baixa entidade e não uma combinação de eu inferior e médio invasor, pode ser trazido ao controle do médio eu residente. Isto resulta gradualmente em ter a pessoa memórias de ambos os eu inferiores. Em um dos casos tratados pelo Dr. Prince, havia uma jovem que era periodicamente obsediada por um espírito invasor e incapaz de recordar-se do que tinha feito nesses períodos sendo por esta razão decidido que sua personalidade deveria ser reunida. Quando existe obsessão somente do médio eu há uma mudança de temperamento, agrados e desagrados, mas não de recordações. Podemos observar no caso da paciente do Dr. Azam, Felida X, uma jovem que no seu normal era doentia, estúpida e preguiçosa. Quando se encontrava sob o controle da "personalidade" invasora (sem dúvida um médio eu) era alegre, inteligente, enérgica e saudável. As mudanças obsessoras tinham lugar, no começo, cada cinco ou seis dias, para a seguir começar o espírito invasor a tomar conta do corpo por períodos mais longos e no final permanecer nele continuamente. Como a mudança tornava melhor a jovem, em todos os sentidos, foi esta bem recebida por seus pais. Dr. Fodor ao referir-se a este caso, é cuidadoso em apontar o fato importante de que neste exemplo, "a memória no estado secundário era contínua". Isto nos mostra que o eu inferior da jovem permanecia constantemente no corpo, mudando somente o médio eu.
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O TRATAMENTO MODERNO dos insanos centraliza-se na tarefa de restaurar as condições normais de saúde, se a insanidade foi trazida por moléstias ou doenças. Na sempre crescente porcentagem de insanos obcecado, classificados por médicos como sofredores de certo tipo de "personalidade dividida", ou esquizofrenia, a obsessão é provocada por um eu inferior enquanto o médio eu residente é umas vezes posto para fora do corpo e em outras incapaz de controlar o invasor eu inferior. A característica destes casos é a perda da memória normal, mostrando que o original eu inferior foi removido. Existe uma outra característica que aponta diretamente o envolvimento do eu inferior, qual seja a tendência, sob a forma de insanidade, de viver em sonho ou num mundo imaginário, dando pouca ou nenhuma atenção às circunstâncias físicas. As pessoas amadas não são reconhecidas, exceto nos momentos chamados de períodos de "lucidez" quando o espírito obsessor parte temporariamente e o espírito normal volta. O tratamento por sugestão hipnótica tem sido, há muito tempo, olhado como inoperante. O insano não dará nenhuma atenção rejeitando toda e qualquer sugestão hipnótica. Isto é natural porque o eu inferior ou espírito obcecante tem suas próprias convicções de crenças e desejos, e as sugestões contrárias a elas são logicamente rejeitadas. O tratamento mais vitorioso, até agora descoberto, para retirar o espírito ou espíritos obsessores, tem sido o choque insulínico ou elétrico. Se a dor produzida pelo método de choque é suficientemente forte o espírito obsessor sairá, pois — como não é lógico — sendo incapaz de entender o tratamento concluirá que o corpo é um lugar de constantes dores, no qual não convirá residir. Ao findar a dor, os espíritos originais do paciente podem voltar. O MÉTODO KAHUNA DE TRATAMENTO dos insanos obcecados fazia uso da aplicação de choque para desalojar as baixas entidades. O choque era produzido pela acumulação de grande quantidade de força vital no corpo do curador e sua
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transferência para o corpo do paciente insano com a ordem determinante de que o invasor se encontraria indefeso e seria atirado fora do corpo roubado. Os kahunas usavam frequentemente suas forças psíquicas na percepção da presença dos espíritos normais do paciente, incitando-os a permanecer perto a fim de tomar conta do corpo tão logo o invasor fosse posto para fora. A ajuda daquele que partia era também geralmente solicitada e obtida. Uma pessoa boa e anormal, entre os seres já desencarnados, pode absorver grande carga de força vital dos vivos, fortificando grandemente sua vontade e seus corpos sombreados, podendo controlar o espírito obsessor, uma vez tenha sido posto fora do corpo. Sob controle, é muitas vezes manejado para ligar-se a um médio eu que tenha perdido seu eu inferior acompanhante, possivelmente o médio eu com o qual primitivamente compartilhou um reunião de um eu inferior a um médio eu desta maneira é corpo antes de serem separados por alguma ocorrência (A um ato de boa finalidade porque remove o perigo de posteriores atividades obsessoras da parte de um ilógico e incontrolado eu inferior). O método kahuna, no qual a força vital é usada como agente produtor de choque, tem a vantagem de forçar o eu inferior obsecante a aceitar uma forma de pensamento como sugestão. A forma de pensamento aqui citada é aquela que foi retirada do corpo obsecado. Entretanto, por causa dos complexos e fixações conexas, do próprio eu inferior obsecante, a sugestão, embora potente nem sempre era aceita e atuante. Não obstante ser a teoria de que uma carga de choque suficientemente forte deveria produzir efeito, no entanto, a sugestão pode se esfacelar e transformar-se em forma de pensamento contrária, de que o espírito obsessor se apropria. Apesar de não termos ainda abordado em detalhes os métodos de cura que envolvem a ajuda do Eu Superior, devemos lembrar aqui que nenhuma doença humana pode estar fora da força de cura do Eu Superior. O Eu Superior é especialmente capaz de manejar eu inferiores obcecantes. O fato tem sido parte
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integrante do conhecimento religioso do mundo inteiro, por muitos séculos. Quando influências diabólicas eram sentidas ou suspeitadas, os cristãos persignavam-se orando ao Pai, por intermédio de Jesus. Na índia o ritual tomava a forma de salmodiar o sagrado "Om" e, em outras partes do mundo, rituais similares aparecem para apelar aos Seres Superiores. Ainda quando perigos imaginários apresentavamse aterrorizando milhares de pessoas, as práticas básicas universalmente postas em uso consistiam no chamar em auxílio, mediante um estímulo físico em forma de ritual, o Eu superior, desenhando a cruz, ou salmodiando, segurando uma cruz ou amuleto etc., provocando, no fundo, o eu inferior do suplicante a levar uma oração ao seu Eu Superior. A maioria dos eu inferiores, contra quem medidas protetoras devem ser tomadas, tem fixações de medo dos Seres Superiores; estes pavores são carregados de memórias de suas vidas no físico. Se estes eu inferiores forem de um cristão, homem ou mulher, eles teriam logicamente acreditado em Deus e Jesus e, quando confrontados com suas negras ações, uma oração e uma cruz os fariam fugir em pânico. Um homem, que tenho orgulho de mencionar entre meus amigos, o Bispo James de Londres, usava o ritual cristão de exorcismo, por toda a Europa, para retirar os seres repulsivos de casas e palácios assombrados. Alguns desses seres horrendos parecem ser os eu inferiores de homens selvagens e que viveram no físico há milhares de anos atrás. (Hoje, podemos encontrar tais tradições nos mais antigos e populosos países onde por muitos anos existiram a vida humana e as civilizações.) Há não muitos anos, em cartas vindas da Inglaterra, recebi a história de um espírito apegado a um menino no Sul daquele País. Naquela época, o rapazinho achou na praia um couro lavrado de tipo peculiar e como era suficientemente psíquico para ver o corpo sombreado de um velho anão selvagem, divertiu-se brincando com ele e tentando conversar através de gestos. Depois de algum tempo o espírito tornou-se enfadonho em seus constantes pedidos
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de atenção, aparecendo a qualquer hora ou lugar e experimentando atrair a atenção, constantemente tocando o menino com suas mãos fantasmagóricas. O menino tinha um amigo que também via o pequeno velho, em suas rotas roupas de pele. A este amigo foi dado de presente o couro e o espírito com ele. Logo, foi o segundo menino que tornou-se obcecado pelo espírito, tornando-se os períodos obcecantes cada vez maiores, todas as vezes que vinham. Os médicos falharam no entendimento do problema, mas um clérigo da Igreja da Inglaterra de uma psicologia excepcional e com um conhecimento muito mais do que superficial da sabedoria kahuna, estudou o caso e resolveu expulsar o velho espírito. O exorcismo da igreja foi somente de ajuda temporária. Em vista disso solicitou a ajuda de alguns amigos psíquicos e as impressões recebidas eram de que se acrescentasse aos rituais de exorcismo da Igreja o fator determinante de sua vontade para forçar o espírito de entrar numa garrafa (usando contra o espírito tudo aquilo que conhecia para sua própria proteção a fim de repelir qualquer tentativa de obcecação) e a seguir jogá-la, junto com o couro, de volta ao mar, o caso estaria encerrado de vez. O clérigo praticou um ritual completo da igreja para purificar os ambientes circunvizinhos, o lugar onde ficaria e sua pessoa; chamou o espírito, ordenando que deixasse o couro e se aproximasse. O velho espírito apareceu de maneira especial como uma esteira de pálido vapor, destilando no soalho, juntamente aos pés do clérigo — que sentiu ao tocá-lo uma sensação de arrepio provocada por qualquer animal rastejante. Imediatamente iniciou as sugestões hipnóticas para forçar o espírito de ir para dentro da garrafa que segurava. Os arrepios correram ao longo de suas pernas cessando a seguir. A médium que se encontrava presente disse poder ver o espírito obedecendo todas as ordens e finalmente desaparecendo na garrafa. A garrafa foi arrolhada e jogada com o couro no mar. O tratamento foi efetivo e nenhum dos meninos tornou a ser molestado. Mais tarde foi anunciado
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psiquicamente que o velho selvagem estava de algum modo preso ao couro lavrado e que era através deste que podia entrar em contacto e obcecar os meninos. É altamente provável que certos objetos entesourados durante a vida tornemse centros de fixações de seus donos após a morte. (Já me foram relatados diversos desses casos). É também muito provável que, quando tais objetos são tocados pelos vivos, sejam fortificados com sua força vital os antigos cordões do estofo do corpo sombreado o objeto ao seu primitivo dono e atraindo-os para os vivos. É evidente que tocando o couro lavrado os meninos praticaram este contacto com o selvagem, sendo-lhe possível retirar força vital deles. Fortalecido por esta força vital e atraído ao plano dos vivos, é possível que tentasse roubar um corpo. Estes casos acentuam a evidência que determina o fato de serem os eu inferiores, do outro lado da vida, presos por longos períodos aos seus pensamentos fixos, carregados por eles após sua morte física. Se eles forem separados de seu lógico médio eu, não podem usar o raciocínio para o conhecimento lógico de sua condição em progresso. Permanecem "realmente atados a terra", não entendendo a significação de mudança provocada pela morte do corpo, e ansiosos por voltarem a um corpo vivo para continuar a viver a espécie de vida por eles conhecida. Nós como seres civilizados, nos defrontamos com outro perigo, pois os insanos são alimentados e cuidados e não é com frequência que são tratados pela insulina ou outros métodos de choque. Isto é um convite aberto aos procrastinados e horríveis seres de voltarem do passado para obcecar os vivos. Nos tempos antigos era costume enterrarem vivos os "loucos", quando violentos, ou abandonados para morrerem de fome, após serem expulsos das comunidades dos sãos. Este tratamento era desumano, mas não era pelo menos um convite a felizes obsessões em corpos que são alimentados e cuidados, conforme o fazemos atualmente. Naturalmente, não voltaremos à crueldade, mas alcançaremos um melhor entendimento das forças com as quais temos que lidar, e aprenderemos métodos mais adequados de tratamento de insanos.
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CAPITULO XVII
O segredo dentro do segredo.
O homem como individualidade trina. O símbolo do triângulo. A “queda”. Remanescência dos kahunas no cristianismo. Reencarnação e carma. Somente o consciente pode pecar. Dogmas, oferendas, rituais; a salvação na religião. Huna é ciência, não religião. Conhecimento assimilável. Praticabilidade do huna.
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CAPITULO XVII
O Segredo dentro do grande Segredo era o fato de existir um terceiro eu ligado ao homem e seus dois eu inferiores. A natureza deste Eu Superior (Aumakua) e as maneiras de obter sua ajuda pertencem ao mais sagrado Segredo. Neste ponto os kahunas eram grandemente adiantados em suas pesquisas. Sabiam não poder realizar mais do que adivinhação sobre o fato ou a natureza dos Seres mais elevados na escola da consciência do que os Eu Superiores. Suas adivinhações eram tradicionais. Adivinhavam que os Altos Seres seriam similares aos inferiores já conhecidos no homem. Reforçavam a antiga máxima, "Assim como é em cima, é em baixo." Deve-lhes pertencer este axioma, pois nenhum outro psíquico-religionista parece ter tido um conhecimento definido e detalhado dos três espíritos separados e independentes que compõem o homem. Os kahunas conheciam o homem como um ser tríplice — um composto de três espíritos — e assim, imaginavam que os deuses e mesmo os seres os mais elevados e o SER SUPREMO teriam natureza tríplice. Esta idéia deve ser originária dos kahunas, ou talvez não, mas ela se espalha por todo o mundo, aparecendo no Cristianismo, no Brahmanismo e supõe-se que também na crença do Grande Espírito dos índios americanos. Onde quer o símbolo do triângulo apareça, é certo dizer-se que o segredo da natureza tripla do homem e possivelmente dos deuses foi incorporado na religião dos povos. A bem da verdade, o significado real dos três lados do triângulo representando os três eu do homem, pode ter-se perdido ou mal entendido, mas o símbolo é guardado e reverenciado. No Egito as pirâmides apresentam ao mundo quatro faces de forma triangular. Na América Central o triângulo é conhecido e usado na religião.
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Outra crença antiga e espalhada aos quatro ventos, comum aos kahunas e aos posteriores religiosos, era que havia uma incursão na matéria de algo da CONSCIÊNCIA DOS SERES SUPERIORES, levando-se em conta a criação do mundo, as mais baixas formas de vida e o suscitamento das várias versões da "QUEDA" que encontramos em várias religiões. Como um resultado lógico da crença numa "queda", parte daí que toda criatura inferior, encabeçada pelo homem, está na escala do caminho de volta: vagarosamente de regresso ao Deus Fundamental. As religiões estão repletas das complexidades das descidas e das subidas, mas por causa de suas limitações, o homem, no nível do médio eu, não pode senão especular. Os caminhos para o Eu Superior são, em grande parte, insondáveis e os caminhos para os ainda mais altos seres são totalmente impenetráveis. As várias escrituras que vêm supondo a criação da humanidade, por revelação divina, mostram, nas coisas reveladas, as invenções da mente do médio eu. Duas revelações escritas não concordam entre si. A ÚNICA COISA QUE É SEGURAMENTE CERTA É QUE EXISTE UM EU SUPERIOR que pode ser acessível para obter-se ajuda nos problemas da vida quotidiana. Em quase todas as religiões podemos encontrar alguma das crenças kahunas, mesmo se alteradas até a inutilidade e dilatadas aos extremos os mais fantásticos. Os kahunas sabiam que, pelo menos uma vez, o espírito do homem volta a nascer no corpo físico. O eu inferior volta a nascer, como médio eu em outro corpo humano. Alguns espíritos podem voltar a nascer novamente muitas vezes em corpos físicos, mas a idéia de encarnações incessantes do homem como um simples espírito em inumeráveis corpos é um exemplo da dilatação de uma idéia original a extremos absurdos. No Cristianismo, nos ensinamentos Judaicos, Maometanos e dos índios americanos a idéia de reencarnação é encontrada somente em vagas citações. Nas últimas religiões por "revelação" baseadas na nova Bíblia Oahspe, nenhuma doutrina de reencarnação é encontrada.
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O mesmo pode ser dito acerca da doutrina do Karma que se tornou a pedra base dos religiosos da índia. A idéia original parece ser que, ao ferirmos alguém, nos expomos a um ataque de espíritos, ou formamos um complexo de culpa e, por causa dele, somos afastados do direto contato com nossos Eu Superiores, resultando em várias dificuldades. A idéia hindu do Karma resulta muito mais na dilatação da concepção simples e original, do que na idéia de reencarnação. Com alguma lógica é ensinado que a "Lei do Karma" começa a funcionar num nível de consciência um grau abaixo do Deus-não-manifestado. Todos os seres abaixo deste Supremo tinham de ser governados pela Lei. Para completar a lógica desta absurda adivinhação das condições de inimagináveis graus de consciência, os "Senhores do Karma" foram inventados para executar a mais sutil justiça. Estes deveriam ter ajudantes infindáveis para observar cada sentimento dos seres nos céus inferiores e na terra para gravar suas boas e más ações. Estas gravações deveriam ser escritas e a escrita requereria um livro que foi inventado na forma de invisível akosha onde eram transcritos todos os atos até o último toque dos tempos. Os Senhores do Karma, como poderá ser claramente visto, não puniam os maus na mesma encarnação em que a maldade tivesse sido praticada. Os maldosos quase sempre florescem como o verde loureiro. Esta greta no esquema era coberta pela idéia de que o castigo seria aplicado numa encarnação posterior. A mesma idéia de tal ideal, de uma absolutamente balanceada forma de justiça pode ser encontrada no Velho Testamento, mas nenhuma alusão é feita sobre a reencarnação para redimir as falhas do florescente homem mau. A punição no inferno era completa e efetiva e formava um excelente contraste com a idéia de céu para os bons após a morte. No Cristianismo podemos encontrar muitas coisas que não vêm diretamente do ensinamento de Jesus e sua origem é desconhecida. A idéia dos Senhores do
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Karma é substituída por São Pedro, guardião dos portões do Céu e pelo Livro da Vida do qual, de modo indefinido, os anjos guardam os atos de cada vida. Entre todas as grandes religiões, o Cristianismo é a que mais se aproxima da original sabedoria kahuna. Nos rituais da Igreja Romana — a origem desses rituais é completamente desconhecida — encontramos as duplicatas dos rituais kahunas usados na cura. Os kahunas requeriam a confissão e usavam a água, carregada de força vital, como o estímulo físico para acompanhar a palavra falada na sugestão do "perdão" de um paciente ou a quebra de um complexo após corrigir-se um mal feito a outros. Na Igreja Romana, após a confissão, a água benta é usada no ritual de perdão com as palavras de absolvição, mas a parte atuada por ambos, complexo e sugestão, há muito tempo foi esquecida. A penitência dada por ordem do padre, antes do rito de absolvição ou perdão é, todavia, em toda linha, um velho ritual como um ótimo estímulo físico, mesmo que os pecados a serem perdoados não consistam em maldades praticadas contra outros, O método kahuna de exorcismo a obcecados ou a espíritos fantasmas é ainda visto nos rituais de exorcismo da Igreja. A crença kahuna do Eu Superior ou Aumakua é preservada no Cristianismo. Jesus, de acordo com os fatos narrados no Novo Testamento, rezava a seu Pai no Céu, quando desejava a ajuda divina para realizar milagres. Isto é, o que os kahunas faziam, rezando somente de uma maneira mais repleta de ritualismos por causa dos vários elementos envolventes. Ao instruir seus discípulos Jesus dizia que eles deveriam também rezar ao Pai Divino, mas insistia que esta oração deveria ser feita em seu nome. Isto seria lógico se Jesus se considerasse como um Eu Superior. De qualquer maneira não fará a mínima diferença a forma usada na oração ao Eu Superior para obter ajuda de cura. O passeio sobre o fogo é efetuado com a ajuda do Eu Superior e esta ajuda é obtida por homens de surpreendente variedades religiosas — nenhum dos quais é cristão — por mais estranho que pareça.
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Na Índia, o Bhagavad Gita faz alusão aos três espíritos do homem, mas o Eu Superior dos kahunas é confundido com o "espírito do Supremo" que pertence a uma escala completamente diferente (Observem pela tradução: "Aqueles que comigo permanecem, me conhecem por Adhi-bhúta, Adhidaivata e Adhiyakna e podem conhecer-me na hora da morte."). Por isto é considerado dever de toda pessoa de sofrer e assim viver sob o jogo de um mau karma e nenhuma oração é feita pela maioria dos hindus para obter ajuda dos Altos Seres para a solução dos problemas diários da vida. No Cristianismo existe o curioso mecanismo, quase único, na vigarial reparação dos pecados. Esta doutrina é obscura em sua origem, mas assemelha-se de perto à crença kahuna, pois admite o perdão dos pecados ao invés de sofrer a pesada e duradoura carga do karma até o seu último ponto. De acordo com a fé Cristã, Jesus é quem completou a reparação dos pecados do mundo, morrendo na cruz. Estes pecados do mundo incluem os pecados dos recém-nascidos que "nasceram no pecado" — no melhor dos casos um estranho dogma. Os Cristãos não são necessariamente obrigados a fazer restituições ou reparações de bondade. De fato eles não o poderiam fazer, no caso de tomarem o nome de Deus em vão, porque suas palavras não poderiam ser-lhes devolvidas. Logicamente, após a morte, deveriam sofrer no inferno para reparar seus males, mas de conformidade com o plano Cristão de salvação, podem arrepender-se e obter de um padre o perdão, ou, melhor ainda, apelando diretamente a Deus em nome do grande expiador, Jesus. Os kahunas repetimos uma vez mais, sabendo que os Alto Seres não podem ser injuriados pelos seres viventes, estão certos de que não poderiam pecar contra eles, reconhecendo em tais ditos pecados o uso profano. Uma das coisas consideradas pecado é ferir um outro ser humano. Para reparar tais injúrias, a reparação deve ser feita àquele que foi ferido. De nenhuma outra maneira pode o mau convencer-se de ter balanceado sua conta e não ser mais culpado daquele pecado. Se não ficar convencido de não ser mais culpado, as fixações de culpa,
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aprisionadas pelo eu inferior, não podem ser removidas pelo ritual de limpeza, ou kala, perdão ou restauração da Luz simbólica. Na questão do perdão dos pecados no cristianismo e na remoção do complexo de culpa no sistema kahuna, há um ponto de grande significação que não deve ser esquecido: é o fato de que os Cristãos acreditam que seus pecados são contra Deus e, também, contra o homem e que devem obter o perdão de Deus, mesmo quando não o tenham daquele que injuriaram. Na prática kahuna o Eu Superior não é procurado para o pedido de perdão.
Parece que tal concessão é
feita ao pecador quando procura reparar-se e conseguir o perdão daquele que ofendeu. Em sua lógica, isto é espantoso para o Cristão comum, a quem nunca ocorreu ser o único lugar para obter o perdão daquela individualidade contra quem pecou. Sob o sistema kahuna, o racional é visto na exigência dos judeus e kármicos para o exato e completo pagamento dos pecados, sem a possibilidade de fuga através do arrependimento ou reparação vigarial. Todavia, o sistema kahuna é conservado na medida exata do pecado cometido e não se expande na medida exata do pecado cometido e não se expande para incluir deuses cuja existência e natureza são coisas que somente podemos adivinhar. Um dia será reconhecido que o sistema Huna era definido, detalhado, lógico e certo em todos os pontos. Era simples e satisfatório porque era completo em seu conhecimento do complexo e do eu inferior que o abriga. Outro ângulo de reparação do pecado é observar-se a parte desempenhada pelo próprio pecado, frustrando o contato normal entre o eu inferior e o Eu Superior de alguém culpado. Desde que os kahunas afirmam que nada pode de nenhuma maneira, injuriar o Eu Superior e que este nada tem que ver com a interrupção na linha de contato entre si mesmo e o eu inferior, é de deduzir que este, por causa de seu senso de culpa, que divide com o médio eu, sente-se envergonhado e é como uma criança mal comportada que evita a presença dos pais por causa de sua culpa e vergonha.
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É de se supor que o eu inferior não tem senso do que seja certo ou errado em si mesmo, sendo ainda um eu animal. Adquire toda e qualquer idéia do médio eu, cuja força raciocinadora torna isso possível por distinguir o certo do errado. Em vista do eu inferior ser ensinado a aceitar cegamente a decisão do médio eu como certa ou errada, toda e qualquer ação tende a desenvolver as fixações de culpa de uma maneira quase surpreendente. Uma vez estabelecida pelo médio eu, ser uma ação certa ou errada, esta decisão dada como uma forma de pensamento ao eu inferior para arquivar, o processo de fixação é quase que automático. Isto porque o eu inferior esteve presente e sentiu a sólida ação física que magoou aquele que foi injuriado. Este é o estímulo físico de um gênero sólido, tangível e quando observado pelo eu inferior tem imediatamente o efeito do sentido de culpa fixado, tornando-o num complexo de grande gravidade. Para dragar este complexo é necessário convencer o médio eu de que reparações foram feitas antes, neste caso pode haver esperança do eu inferior expulsar suas crenças fixas. Se um cristão ou outros religiosos crêem poder pecar contra Deus, ao praticar atos inofensivos, mas que acreditam serem pecados, tais como não assistir missas ou fazer uso de profanações, a fixação não é muito importante porque não foi acompanhada de um estímulo físico direto. Em tais casos um método vago e geral de fazer reparações é encontrado em abstinências e outras modalidades de negação do pecado. Como tais coisas são excelentes estímulos físicos, trabalham realmente bem na limpeza das menores fixações de culpa causadas pela quebra das ordens dogmáticas da religião. É por uma razão muito boa e prática que o jejum e orações têm continuado durante anos como os rituais mais usados para alcançar o perdão dos pecados. Os pecados de omissão são aqueles geralmente tratados pela abstinência e outros poderosos, mas indiretos estímulos físicos usados pelos kahunas. Ser menos bondoso, esquecer-se de deveres, ou cair de algum modo num caminho que conduza à perda da dignidade, tende a formar o complexo culposo. Muitas vezes estes complexos culposos se apresentam sem o nosso conhecimento.
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O eu inferior é a "consciência", desde que tenha recebido do médio eu um treinamento sobre o que é certo ou errado. Este treino é geralmente recebido na infância por instigação de pais cautelosos. Palmadas muito colaboram para fixar o que é certo ou errado no eu inferior antes da idade de seis anos. Quando alguém é afligido por
uma consciência, isto cria uma reação emocional e não lógica.
Naturalmente pode tratar-se de ambos, se o médio eu concorda ser errado o que está sendo feito.
Este fato vital é bem ilustrado pela moralidade peculiar dos
selvagens caçadores de cabeças; eles considerariam um grande pecado tirar a cabeça de um amigo, mas um ato de grande virtude tirá-la de um inimigo. Consciência NÃO é uma dádiva instintiva de Deus ou algo semelhante, é simplesmente a reação emocional natural do eu inferior, a quem foi ensinado certas coisas serem certas ou erradas. Somente o médio eu pode pecar. Os animais na selva comem uns aos outros sem pecar. O eu inferior é um animal e mesmo associado ao médio eu ainda assim é incapaz de pecar. Como foi explicado anteriormente, o contato entre o Eu Superior e o homem inferior é ao longo do cordão invisível da substância do corpo sombreado, proveniente do corpo sombreado do eu inferior. Se o eu inferior estiver convencido de que o homem é culpado de certo ato errado, sente-se envergonhado e recusa-se entrar em contato com o Eu Superior por via regular telepática através do cordão de ligamento. Assim sendo, orações não são encaminhadas ao Eu Superior. Sua ajuda não é solicitada — e sob a lei de que ao homem, na maioria das vezes, não é permitido ser um agente livre nenhuma direção ou ajuda é dada. O resultado é que o homem desatina-se, confundindo-se. Os kahunas referem-se a isto como "BLOQUEAMENTO DO CAMINHO". A "senda", o "caminho" e a "luz" são as palavras que simbolizam as ligações entre o eu inferior e o Eu Superior. As palavras kahunas la e ala sintetizam estas três. Idêntico emprego destas palavras como
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símbolos é encontrado na índia e no Cristianismo, mas com significados menos diretos e definidos. Por ser confuso experimentar, ao mesmo tempo, considerar os ensinamentos de diversas religiões e compará-las com a sabedoria kahuna, é melhor comparar as crenças kahunas às atividades básicas encontradas nas religiões subjacentes. A primeira coisa a examinar é a necessidade básica humana de voltar-se para um "deus"; para receber ajuda, ou apaziguá-lo quando o sentir zangado por enviar a humanidade pragas e catástrofes. Um contato com deus deve ser feito e uma oração falada ou um pedido de atenção entabulado, como "Oh, escute nossa oração". Como as orações não são escutadas ou não se lhes dá nenhuma atenção, o suplicante recorre a diversas formas de rezar. Os índios americanos do sudoeste elaboram desenhos na areia para simbolizar a coisa desejada na oração. Os judeus e cristãos jejuam como um auxílio à oração. Existiam rituais de limpeza que se supunha tornariam o homem imaculado para se apresentar em oração perante deus. O processo de limpeza foi sempre, na maioria das religiões, um ritual elaborado. O desenvolvimento dos dogmas ensina que um homem culpado, ou pecador, não podia tornar suas orações ouvidas a menos que primeiramente fosse "perdoado" e ritualmente limpo. Visto que as orações dos bons dificilmente obtinham melhores respostas do que as praticadas pelos maus, houve a procura de pecados que pudessem ter sido praticados pelos bons. Assim, os pecados de omissão e o "pecado original" foram inventados. OFERTAS eram feitas no processo para obter o perdão de toda forma de pecado, e com a finalidade geral de agradar aos deuses e assim fazendo receber seus favores. Estas ofertas eram comuns no despertar da história, frutas, flores, alimentos, animais sacrificados e muitas vezes até sacrifícios humanos eram feitos. Altares eram erigidos, assim como lugares de sacrifício e sacerdotes eram eleitos para oficiar seja nas ofertas como nas orações.
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Quando os deuses eram apaziguados e os dilúvios e pragas ou dificuldades individuais terminados, havia ofertas de agradecimento, mas estas representavam uma pequena parte no esquema geral. Por ocasião da morte, e a partida (quase universalmente reconhecida) da alma ou almas do homem do corpo, orações e sacrifícios eram feitos pelos vivos para a felicidade e o conforto daquele que partia para o "outro mundo". Os maus deveriam ir para o inferno ou, em sua média, iriam para um lugar temporário de punição. O ritual da oração no leito da morte era geralmente executado por um sacerdote, em lugares separados, entre si, a léguas de distância, seja nas Igrejas Cristãs do Ocidente como no seguro e recôndito Tibet. No desenvolvimento das religiões sempre aparece a doutrina de "povo escolhido". Os judeus eram tal povo. Os convertidos ao Cristianismo começaram a se proclamar escolhidos, porque aceitaram a Jesus como o ponto focal de suas crenças religiosas, dependendo do batismo, confirmação e outros vários ritos similares, a sua inclinação nas fileiras dos escolhidos com a finalidade de alcançar a "salvação". Nas religiões, todas as "salvações" eram ou são mais ou menos iguais. Toda necessidade de ser "salvo" surgiu da crença dogmática de que o homem de um ou de vários modos, no seu estado normal, é falho. Deveria "nascer em pecado" ou estaria sujeito a pertencer a uma tribo que não pertencesse ao povo "escolhido". Na Índia, onde não há nenhuma reparação vigarial e a resultante salvação por meio da crença num "salvador", os caminhos da salvação são longos e difíceis. Conduzem a centenas de escarnações enquanto o karma está sendo resgatado. Quase todas as religiões desenvolveram-se até o aparecimento das crenças dogmáticas e da necessidade especial ou lugar apropriado para orar a Deus. Do altar e santuário cresceu a igreja e o templo. O propósito primário da religião era apaziguar os deuses ou receber uma resposta às orações feitas, mas havia também o conceito idealista, frequentemente presente, em que práticas que louvam e
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veneram os deuses eram necessárias. Os primitivos dançavam com a finalidade de entreter a Deus. Alimentavam a Deus queimando ofertas e efetuando sacrifícios sangrentos — o sangue é, há muito, considerado como a fonte provável de onde Deus retiraria seu sustento (na cristandade o "sangue do Cordeiro" era necessário para apaziguar a Deus e fazer com que Ele permitisse a reparação vigarial dos pecados do mundo etc.). Os
dogmas
multiplicaram-se
e
o
sacerdócio
floresceu
conforme
o
envelhecimento de cada religião. Na eterna procura dos meios de obter, de um deus, resposta a uma oração, as mais ilógicas e surpreendentes práticas desenvolveram-se. Flagelações, castrações, aversão a toda relação sexual normal, circuncisão para impedir a masturbação — a lista é longa. Na Índia as austeridades praticadas eram e são espantosas. O ensinamento Cristão "vendam tudo, repartam entre os pobres, então sigam-me" nunca produziu um grande efeito na ação individual, exceto quando alguém se torna freira ou frade, mas, na Índia, os mendigos e aqueles que usam roupagens amarelas são tidos, mesmo fora dos mosteiros, como membros das ordens monásticas. Aqui e ali pode-se ver os dogmas religiosos combinados com ritos de purificação que tocam os reinos da alta magia. No Ceilão o rito da purificação depende da habilidade do indivíduo em passar o árduo teste de caminhar sobre o fogo (Descrevi este ritual, como foi visto pelo inglês em Burma, cujos filmes assisti. Alguns dos candidatos caminhavam sobre o fogo vitoriosamente, enquanto outros falhavam fatalmente ou dolorosamente.). A Ciência Psicológica e a Ciência Psíquica não são partes da religião. A religião tem de reverenciar deuses, temê-los e louvá-los. Ao solicitarmos favores dos deuses através de orações e rituais auxiliares entramos no campo da magia, que não é pura religião. A "Religião", citando novamente a elucidação do Professor Paul Tillich da Columbia University, "é a relação de algo fundamental, incondicional, transcendente. A atitude religiosa é a consciência de dependência, rendição,
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aceitação... Magia é o exercício da força imanente; religião é a sujeição às forças transcendentes... E mesmo assim, a distinção é permanentemente comprometida dos dois lados. Primeiro, há a necessidade de o transcendente manifestar-se concretamente e, em seguida, tornarem-se, para a imaginação religiosa, força mágica. Segundo, há o desejo natural do homem de ganhar força acima da divina, tornando-a então objeto de práticas mágicas." A Huna pode ser chamada de ciência, em vez de religião, porque nada tem em si de religião (como definido pelos Professores de Teologia Filosófica). O Eu Superior não é um deus. É o terceiro espírito, ou parte de um homem. Não é mais divino do que o eu inferior ou médio. É simplesmente um passo mais adiantado em força mental e habilidades criativas. É mais velho, sábio e paternal em suas atitudes. Ele é falho também, sob o ponto de vista psicológico, como o são o eu inferior e médio (subconsciente e consciente). Ao apresentar estes comentários sobre Huna, prefiro denominá-los de sistema psico-religioso pelo simples fato de incluir muito daquilo que se tem considerado como parte de religião. Entretanto, considero Huna uma ciência, no mais estrito sentido da palavra. Os kahunas nada sabiam sobre deuses — Seres mais elevados, talvez ao Eu Superior. Eles não tinham meio de conhecer tais Seres pelos sentidos. Admitiam abertamente que era provável existirem tais Seres, mas eram honestos ao dizer estarem convencidos de que nunca a mente humana seria capaz de fazer mais, senão imaginá-los, ou inventá-los, em termos inferiores. Em outras palavras, a base primordial das mais antigas religiões para apaziguar os deuses ou receber favores deles (religião mais magia- é substituído na Huna pela pura operação mágica de orar ao Eu Superior com o propósito de ser contemplado com favores no sentido de curar ou de melhorar as nossas circunstâncias, através da mudança de um futuro previsto). Por intermédio do Eu Superior um apelo era feito pelos kahunas aos espíritos capacitados de controlar o vento e o tempo, como também controladores das baixas
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formas de vida (Ajustes feitos deste modo obstavam, nas águas havaianas, ataques de tubarões contra seres humanos — a não ser que isto seja uma jactância dos antigos kahunas. Em todo caso, a mesma raça de tubarões, que atacam homens em outros lugares, é inofensiva nas águas havaianas.). Em vez de alimentarem os deuses com sangue ou ofertas queimadas, os kahunas entendiam do segredo que se situava atrás de todo sacrifício exterior. O Eu Superior, a fim de produzir resultados no plano físico, deveria retirar do corpo do homem terreno suficiente força vital ou mana para utilizar no trabalho. O costume de construir templos, ou santuários, para ajudar o contato com deuses, não era praticado pelos genuínos kahunas, apesar de terem os espúrios kahunas, dos últimos tempos, construído templos de pedra, oferecendo sacrifícios num vão para obterem resultados de magia. Os verdadeiros kahunas não necessitavam de templos ou santuários. Sabiam como enviar, à sua vontade, mensagens telepáticas ao Eu Superior, sem se importarem com o lugar ou condição.
Não usavam altares simbólicos, incenso ou
outro mecanismo qualquer. (Estas coisas eram reservadas como estímulo físico para impressionar o eu inferior quando uma sugestão era dada com vários propósitos). Os vários ritos usados nas religiões para assegurar, na morte, uma forma de sobrevivência em espírito e uma porção de felicidade, eram desconhecidos dos kahunas.
Não tinham lugar em sua ciência, de fato importante, para dogmas que
objetivassem a "salvação". Seus ensinamentos eram simples e todos deveriam saber que o espírito do homem sobrevive à morte e que as memórias e complexos da vida física são carregados na vida espiritual, aconselhando aos indivíduos de se tornarem livres dos complexos culposos antes de morrer. (Isto deve ter principiado nos tempos primordiais, nas práticas não kahunas, aspirando preparar o homem para uma vida melhor após a morte física.) Os kahunas acreditavam que, após a morte, havia uma continuação de crescimento e progresso; o eu inferior reencarnado, no devido tempo como médio eu
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e o médio eu eventualmente elevando-se à categoria dos Eu Superiores, tendo que primeiramente aprender a observar as mais inferiores formas de vida, para no final tornar-se um "espírito paternal totalmente fidedigno" ou Eu Superior de um inferior e médio eu encarnado no físico. Não é muito o que se conhece acerca do processo de crescimento e progresso; muito pouco tem sido ensinado a respeito, excetuando a parte de doutrinas especulativas do Huna. A graduação, para assim falarmos, do eu inferior ao nível do médio eu é efetuada após a morte, durante um período de inatividade, semelhante a um longo sono. Recorda-nos esta transformação o verme que se torna uma crisálida, inativa durante algum tempo, para depois surgir como borboleta. A mais importante preparação para a morte deve ser desempenhada pelo indivíduo. Deve este reduzir ao mínimo os seus complexos culposos e livrar-se das crenças religiosas dogmáticas que o embaraçarão depois de tornar-se um espírito. Não é necessário despender mais do que poucos meses no plano espiritual antes de continuar o progresso de ascensão, desde que se conheçam os fios condutores, como o sabiam os kahunas. Conhecer o Huna é conhecer os fios da meada. A única coisa que podemos levar conosco, por ocasião da morte, é o conhecimento e deveria ser o primeiro dever de cada um de nós acumular o correto "entendimento para levar consigo", adquirindo-o por meio de um estudo cuidadoso das religiões psíquicas e o descarte das crenças que não podem ser substanciadas. Deveríamos ter sempre em mente que duas religiões inspiradas ou reveladas não concordam entre si e que os ensinamentos dados através dos médiuns, por espíritos, demonstram um similar desacordo. Pode ser que exista uma religião revelada e correta e um correto ensinamento de um espírito ou um grupo de espíritos, ou quem sabe, uma parcela de verdade em todas as fontes de informação. No momento, temos à nossa frente somente um critério básico e prático, pelo qual podemos pesar tal matéria, que é Huna. Digo isto, porque Huna produz um resultado. Tornou praticável o passeio sobre o fogo. Tornou praticável também a
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cura instantânea por intermédio da ajuda do Eu Superior. Tornou praticável o sistema de conseguir-se a ajuda do Eu Superior mudando as circunstâncias futuras do individuo.
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CAPITULO XVIII
O segredo que tornava possível aos kahunas efetuarem o milagre da cura instantânea.
Descobertas de Mesmer e Freud. “Phineas Quimby” e “Cristian Science”. Nova ideologia. Teosofia. Mormonismo.
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“OAHSPE”. A influência huna na fé. Caso 28. A cura instantânea sem a interferência de padre ou huna. O homem do elevador. Se alguém não pode dominar seus complexos, deve submeter-se a eles.
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CAPITULO XVIII Em termos religiosos, a cura instantânea é um milagre ante a qual permanecemos temerosos, não entendendo como tal cura foi efetuada, qual o meio ou condições que a determinaram. Podemos unicamente dizer: "Deus o fez." A maioria dos milagres são tidos como a resposta a uma oração. Para orar-se efetivamente, é necessário estar "puro", que, de outra forma, a oração não receberá resposta. Todavia aqueles que consideramos os mais puros e santos, geralmente não conseguem melhores respostas às suas orações do que os profanos. Esta causalidade tem, por muitos anos, amofinado teólogos e leigos. É evidente que algo é omisso na filosofia, mas ninguém pode esclarecer o que seja. Mesmo orar aos santos, para que estes peçam a Deus por nós, e todas as práticas Cristãs de endereçar orações a Deus em nome de Jesus, não obtiveram melhores resultados. A primeira fresta de luz nesse velho problema veio com a descoberta do mesmerismo. À primeira vista isto poderá parecer muito esquisito, mas não tão estranho, se lembrarmos que os caminhos religiosos tendem a cristalizar dogmas inflexíveis, refutando qualquer leve esforço em mudar rituais, crenças ou teorias. O Mesmerismo era uma espécie de agência curadora, mas logo após sua descoberta, os seguidores de Mésmer eram impelidos por seus vários insucessos a adotar outras medidas de tratamento para transferir somente força vital. Na Europa e na Ásia começaram a efetuar experiências. O Dr. Freud, finalmente, descobriu o segredo do subconsciente e a natureza da sugestão, apesar de estar ele longe do entendimento, qual o possuíam os kahunas no outro lado do mundo, de que o eu inferior era um espírito separado e independente e que a sugestão era a implantação de uma forma de pensamento no eu inferior com os motivos de torná-la aceita e atuante.
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Surpreendente o quanto possa parecer, o fato de ter Freud chegado tão perto da redescoberta da antiga sabedoria psicológica, é muito mais surpreendente descobrir-se que, alguns anos antes, um relojoeiro americano, chamado Phineas Parkhurst Quimby, inclinado ao uso mesmérico para curar, descobriu o Eu Superior dos kahunas e a alta voltagem de força vital. Tivessem esses dois homens vivido numa mesma cidade e tivessem seus estudos se entrelaçado, teriam eles reconstruído as bases da cura milagrosa. Mas, eles trabalharam separados, e suas descobertas permaneceram perto da meta sem alcançá-la. A história de Freud é profundamente conhecida, mas a de Quimby permaneceu quase ignorada. A história autêntica deste último pode ser encontrada no livro de Horatio W. Dresser "The Quimby Manuscripts". Nos meados de 1840, Quimby aprendeu o mesmerismo, na Nova Inglaterra, de um viajante francês. Exibiu-se aqui e ali, fazendo curas ao mesmo tempo. O seu subordinado favorito era um jovem, de nome Lucius Burkman. Este rapaz, sob a influência mesmérica anunciava que podia ver a causa das doenças dos pacientes, prescrevendo então um remédio, geralmente medicinal. Os resultados eram incertos, esperando-se pelo melhor. Apesar disto, com a prática Lucius aperfeiçoou-se, ou o mesmerismo aperfeiçoou-se, ou talvez ambos. A qualquer hora o jovem tinha crescentes momentos de estranha lucidez. De há muito possuía o dom de ver as coisas a alguma distância, mas agora conseguia ter lampejos do futuro. Um dia, mesmerizado, falou a Quimby, "Posso ver os teus rins. Eles estão definhando-se, mas se você vier aqui deixando-me colocar as mãos sobre eles, posso curá-los." Quimby vinha a algum tempo sofrendo dos rins. Desejoso de experimentar o tratamento permitiu que Lucius colocasse as mãos sobre seus rins. Após alguns minutos as mãos foram retiradas e o rapaz declarou a cura completa, e como mais tarde pode Quimby verificar, tinha sido realmente realizada. Todas as dores e sintomas tinham desaparecido.
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Esta cura instantânea, em si mesmo, muito impressionou Quimby. Convenceu-se que Lucius tinha alcançado alguma fonte de cura invisível e desconhecida e argumentava que, se seu subordinado a podia tocar, ele também seria capaz. Iniciou as experimentações, demonstrando uma persistência tenaz e o toque realmente de um gênio. Pelos registros de seus trabalhos parece que com grande dispêndio de tempo e esforços, aprendeu a entrar em contato com a Coisa encontrada por Lucius, tomando-a para curar quantas vezes fosse sua vontade. Sentia-se incapaz de descrever o que era esta Coisa, mas sentia sua presença nos momentos de contato. A presença efetuava curas quase miraculosas, imprimindo nele a plena incorporação da sabedoria. Não conhecendo nenhum nome aplicável a isto, e sentindo ser muito pessoal e achegada a ele, mas longe de ser Deus, começou a clamá-la simplesmente "a Sabedoria". O seu método de entrar em contato com a Sabedoria era baseado numa prece silenciosa. Era um método aprendido após muita prática. Quando o contato se completava, era acompanhado por uma percepção de grande vigor ou força que era usada na cura. Isto ele veio a chamar de "a Força". Pouco a pouco Quimby aprendeu a trabalhar melhor com a Sabedoria e a Força. Aprendeu que podia sentar ao lado de um paciente e silenciosamente perguntar à Sabedoria como diagnosticar o caso e efetuar a cura. Era-lhe dado a saber, por algum processo interior, qual o curso a seguir para a efetivação da cura. Algumas vezes a cura estendia-se a um período de vários dias, sabendo ele como o paciente ia sentir-se dia após dia. O paciente poderia piorar pela manhã, mas estaria completamente curado um dia depois. Frequentemente percebia na transmissão a mensagem que o paciente não podia curar-se e sempre perguntava a si mesmo o que poderia ser aquilo que ficava além da força da Sabedoria. Pesquisava sua própria mente para encontrar as possíveis razões e decidiu que as sugestões mesméricas possivelmente tinham sido dadas inadvertidamente por médicos ao diagnosticarem as doenças dos pacientes que mais tarde vinham à sua procura.
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Num esforço de comprovar sua suspeita da influência sugestiva ensinou aos seus pacientes que a moléstia, ela mesma, tinha sido provocada por sugestão dos médicos. Apesar de ser esta prédica altamente ilógica, parecia apresentar bons resultados, motivo pelo qual foi continuada. (Com este processo, parece ter antecipado a tendência que apareceu, somente agora, após a II Grande Guerra — tendência que consiste em provocar no paciente um complexo fictício ou artificial, fazendo-o acreditar ser a fonte de suas doenças. Este complexo é então dragado, resultando frequentemente em curas.) Ainda não satisfeito, o inveterado pesquisador enveredou por vias em que pudesse usar as crenças religiosas, profundamente enraizadas no paciente, para ajudar a operação da cura. Observando que a lógica não era reclamada pela maioria de seus pacientes, propôs-lhes uma doutrina em que Deus, sendo perfeito, não poderia em Sua criação, dar origem a coisas imperfeitas. Por isto, toda doença, atrapalhações e imperfeições deviam ser criações da mente humana, e por conseguinte irreais, imaginárias e mutáveis. A seguir, ensinava que uma vez pudesse chegar a este conhecimento e crer nesta grande verdade, sua cura seria obrigada a prosseguir. Aos pacientes era ordenado negassem a realidade de suas moléstias
e
eram
ajudados
nas
negações
por
sugestões
mesméricas
(Surpreendentemente, este era o real ângulo de ataque às crenças fixadas no inferior e médio eu. Conseguiu rodear a culpa comum ou "pecados" complexados, mesmo quando não completamente cientes de sua natureza, incluindo todos os pecados e culpas do paciente com outras maldades e coisas imaginárias criadas pela mente humana. Quando todas as coisas imperfeitas eram negadas, durante o tratamento, as culpas complexadas se incluíam automaticamente, tornando inativas as forças causadoras da doença.). O termo "telepatia" não tinha ainda sido forjado, mas o fenômeno era conhecido como "conexão". Quimby descobriu que após ter entrado em contato com um paciente podia segui-lo, e, por este meio, alcançá-lo com as sugestões
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mesméricas. Descobriu, também, que podia por essa via enviar sugestões curadoras, obter informações no progresso da cura, fornecendo mesmo um canal por onde a Sabedoria usaria sua Força para curar. Esta forma de cura êle cognominou de "tratamento à distância". Crescendo sua prática, Qumby escreveu suas explanações sobre a perfeição de Deus e a irrealidade de todas as imperfeições. Continuou elaborando essas explanações de tempos em tempos, tirando várias cópias que emprestava aos seus pacientes para estudo e leitura continuada até que viessem a aceitar a doutrina. Uma de suas pacientes foi a Sra. Patterson (mais tarde Eddy). Ela foi curada, mas suas aflições nervosas achavam um meio de retornarem e o tratamento devia ser reiniciado. Tornou-se assim muito familiarizada com os métodos de Quimby e as explanações escritas de suas doutrinas. Quimby faleceu em 1865 e as aflições nervo-espinhais da Sra. Patterson voltaram, mas sem o curador a quem ela costumara a recorrer. Nos seus esforços de usar o sistema para curar-se, saiu-se vitoriosa, e, é de se notar, que sem os benefícios das sugestões mesméricas. Vendo que o sistema produzia resultados usando somente as doutrinas de Quimby da irrealidade das coisas más como base, elaborou doutrinas, para ensinar outras pessoas a curar, organizando um novo culto que ela chamou de "Christian Science". À doutrina original de Quimby, acrescentou a idéia de "magnetismo animal malicioso", o qual, por falta de um conhecimento, então inexistente, do complexo, era forçado a arcar com numerosas dificuldades curativas que continuavam inexplicáveis. (Sob este título, vinham também todas as dificuldades causadas por ataques de espíritos nos vivos, mesmo quando não reconhecidos como tais.) O ensinamento de Quimby, que toda moléstia era o resultado de um mau pensamento humano, era parcialmente correto. Entretanto a sua negação da existência da matéria física era a mais despropositada, mas dificilmente podia ser evitada, pois era a primeira premissa para pôr em funcionamento o sistema de cura,
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devotado a um completo conhecimento dos complexos e aos métodos de lidar com estes. A "Christian Science" permaneceu ilógica neste terreno, por força, mas o seu conceito pode facilmente ser alcançado, eis que pelas leituras e instruções consecutivas, o eu inferior é forçado a aceitar a crença de toda irrealidade física. É um sistema que funciona suficientemente bem, nas mãos dos praticantes que aprenderam a entrar em contato com a Sabedoria e a Força, atraindo muitos seguidores. Infelizmente, por ser incompleto, suas falhas são tão notáveis quanto os seus sucessos. Para tornar-se um praticante integrado é necessário desenvolver a maior fixação possível de crença na doutrina. Isto tudo é possível, mas torna impossível aceitar novas idéias, ou tomá-las em consideração, e mesmo, provavelmente aos praticantes da "Christian Science" torna-se dificílimo aceitar a mais simples sugestão para seguir um sistema mais aperfeiçoado, como seja o dos kahunas, com o que conseguiriam uma maior aproximação da alta magia, até hoje não alcançada no Ocidente. Muitos aprenderam a entrar em contato com o Eu Superior, nomeando-o, talvez, de outra maneira. Muitos aprenderam a formar uma correta forma de oração e a "fixar o pensamento", através de uma fé pura. Com um melhor entendimento poderiam fornecer ao Eu Superior força vital para materializações futuras de saúde nos pacientes ou para melhorar condições financeiras. O tratamento à distância tem ensinado as exteriorizações das comunicações telepáticas com os pacientes, assim como tem capacitado enviar formas de pensamento curadoras. Tivessem, também, aprendido a retirar as culpas e seus relativos complexos usando rituais e estímulos físicos, acompanhados de formas de pensamento projetadas e uma apropriada carga de força vital como sugestão, os seus sucessos seriam enormemente elevados. Como toque final, deveriam estudar os métodos de conter ataques de espíritos e obsessões.
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Outro culto foi instituído como um resultado direto das descobertas e ensinamentos de Quimby foi o "New Thought". Este grupo organizado livremente tinha várias ramificações e dirigentes. No seu começo a doutrina ilógica da irrealidade da matéria não foi aceita e a atenção foi centralizada na idéia emprestada da Índia e desenvolvida largamente pelo Juiz Troward. A idéia era que se alguém fixa o pensamento naquilo desejado, empenha-se numa forma de influência sugestiva sobre a "Subconsciência Universal" que é forçada a materializar as coisas ou condições representadas nas formas de pensamento. As "Afirmações" ou declarações realmente positivas do "aqui e agora" da condição desejada tornou-se popular. Poucos praticantes progrediram e era geralmente o caso de "cada um por si". Os resultados eram surpreendentemente bons, considerando o pequeno segmento de magia utilizado. A Teosofia, que já tinha emprestado largamente a fixação de pensamento e as teorias da forma de pensamento da Índia, através de Mme. Blavatsky emprestou, também, as doutrinas do karma e da reencarnação, resultando em poucas tentativas de obter modificações seja na saúde como na fortuna. É certo que os pensamentos das modernas religiões tendem para a assimilação das descobertas da Psicologia, mas se inclinam sempre para a cristalização, insuficientemente morais, conservando-se, assim, no limiar dessas descobertas. Nada endurece tão rápido as artérias, como o faz uma religião tão logo um livro tenha sido escrito e estabelecidos seus dogmas. Entre as religiões reveladas do último século encontramos o Mormonismo e Oahspe. O Mormonismo não contém nada de superior, em linhas de magia, ao encontrado no Cristianismo. De outro lado o Oahspe é uma espécie de suplício de Tântulo com suas iniciações na magia secreta e mecanismos ocultos acerca do que transparece ser a história de todos os homens e de todos os deuses — sob a proteção de um Deus Supremo — desde os tempos da Criação. De muitas maneiras os ensinamentos da Bíblia Oahspe concordam com a antiga Huna e por serem
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intrincados e ainda não completamente compreendidos, contendo em suas linhas um pensamento psicológico e científico, até agora não cristalizou seus dogmas. É possível que os membros deste grupo estejam ainda ocupados com experiências teóricas e práticas, no que já foi comprovado nas crenças Huna. Se as profecias contidas na Bíblia Oahspe forem cumpridas, é certo que o homem aprenderá novamente a cooperar com os Seres Superiores nas curas e nos outros propósitos, assim como a receber instruções que o guiarão nos casos pessoais, nacionais e de importância mundial. A sabedoria Huna derrama grande luz no magno assunto, objeto de tantos debates, que é a FÉ. Cristãos e outros religiosos têm infindavelmente especulado acerca da natureza da fé. Tem sido ensinado que a fé é necessária se desejarmos resposta a uma oração. Mesmo a mais ínfima partícula de fé seria o suficiente. Na superfície do assunto a fé é uma crença completa. Todavia, agora aprendemos dos kahunas que a crença proveniente do médio eu não é suficiente. Sozinha ela não é fé. Somente quando o eu inferior também acredita é que a FÉ é genuína e operante. Esta é simplesmente uma maneira diferente de se dizer que o eu inferior recusa-se a obedecer porque tem uma fixação ou mesmo uma crença levemente complexada (teimosamente retida) e que é contrária àquela segura, no momento, pelo médio eu. Por exemplo, se eu, o médio eu, estou convencido que a telepatia é uma possibilidade e empreender a ensinar o eu inferior a remeter e receber mensagens telepáticas ou formas de pensamento poderei vencer, unicamente, se este não tiver sido, anteriormente, em minha vida, ensinado que a telepatia é uma ficção supersticiosa. É muito difícil ao indivíduo descobrir se tem ou não uma crença fixada em seu eu inferior. Como somos ignorantes de tais fixações, naturalmente concluímos não ter nenhuma. Os testes de melhor aplicação consistem em fazer a observação dos resultados obtidos após um período de fiel prática diária. Se não houver resultados, procure-se o complexo.
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Nos exercícios de habilidades telepáticas, seja na comunicação com o Eu Superior, com outra pessoa ou com um espírito desencarnado, existe um ponto característico de muita ajuda, no fato de que o escoamento de força vital causa uma sensação de zunido latejante. Este zunido é de grande auxilio para determinar se o eu inferior obedeceu ou não a nossa ordem, efetuando o contato para nós. Quando é sensoriada uma presença fantasmagórica, muitas pessoas são familiarizadas com o zunido ou o "levantamento dos cabelos". Quando um visitante espetral nos toca com seu corpo sombreado, é de supor-se que nos tira um pouco de força vital, e que este movimento de força vital força o zumbido. Muitas vezes, ao começar uma conversa com amigos sobre espíritos desencarnados, senti imediatamente um zumbido, como se pensando em amigos mortos tivesse chamado seus espíritos de volta para mim. Durante o sono, o Eu Superior entra em contato conosco à sua própria conveniência, usando, de acordo com o pensamento kahuna, o cordão de ligação do material do corpo sombreado. Nossos pensamentos do dia, com nossos planos, esperanças, temores, amores e ódios são então examinados, levados (talvez como formas de pensamento em duplicatas — não sabemos o mecanismo exato em uso) ao mesmo tempo que a força vital é retirada. Esta força vital é elevada às mais altas voltagens e usada pelo Eu Superior na construção do corpo sombreado que se materializará como parte de nosso futuro. Tais formas de pensamento eram mencionadas pelos kahunas como "sementes" e simbolizadas como sementes vitalizadas pelo Eu Superior e germinadas em ocorrências futuras (Vide apêndice para estas palavras.) Este contato feito durante o sono pode ser reconhecido por um formigamento na região do plexo solar e torna-se frequente no momento em que se adormece, ou mesmo antes, se estamos relaxados. O Eu Superior não nos tira unicamente força vital, mas nos devolve também uma força compensadora. Pouco é conhecido desta compensação de força exceto que é vital para nossa saúde e bem estar. Muitas
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vezes deitei-me à tarde para dormitar um pouco e senti o formigamento conforme caía em madorna. Imediatamente após esta sensação, sentia-me repousado, renovado e pronto a levantar-me e continuar o trabalho diário. Se o nosso eu inferior tem um complexo culposo ou vergonha de algo, repelindo durante o sono a aproximação do Eu Superior, nos defrontamos com a desgraça. Nós nos tornamos "almas perdidas" sem o benefício de um guia superior. Perdemos nossa vitalidade, tornando-nos doentes. Como diriam os kahunas, nosso "caminho" está bloqueado ao Eu Superior. Felizmente para nós o Eu Superior pareço capaz, em tempo oportuno, de forçar um contato — a maioria de nós abre a porta à ajuda quando doentes ou em perigo — e retornamos ao normal. Se, entretanto, o complexo é muito forte, a doença resultante, ou acidente, pode terminar com a morte.
O "caminho" deve ser conservado aberto.
Caso Nº 28
A cura instantânea sem a ajuda de sacerdote ou kahuna
Notas Preliminares:
Dos numerosos casos de Cura Instantânea selecionei o seguinte porque ilustra o escoamento de força vital e a natureza das relações que devem ser mantidas com o Eu Superior. É também importante como caso porque os indivíduos nele envolvidos eram de nenhuma crença religiosa em particular.
O Caso:
No ano de 1920, mais ou menos, um grande hotel foi construído em Honolulu. Um homem foi enviado do Continente, para ali instalar os elevadores. Travei
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relações com o mesmo, verificando que possuía poderes fora do comum. Estes me foram demonstrados de várias maneiras. Uma das demonstrações concordava com a crença kahuna que um homem pode alongar seus sentidos através do cordão de conexão da substância do corpo sombreado e encontrar aquele que está no fim dele, tendo então oportunidade de estudá-lo. Tão pronto tivesse entrado em contato com o homem e, de acordo com Huna, feito uma conexão permanente, por intermédio do fio ou cordão invisível, seria possível ao eu inferior treinado deste homem encontrar-me, onde quer que eu estivesse e saber o que eu estava fazendo ou pensando no momento. (Explico isto nos termos da sabedoria kahuna, apesar de naquele tempo ter ainda que redescobrir o mecanismo dos cordões aka). Para um dos testes, arranjei-me para estar várias noites numa velha casa, onde possuía um quarto escuro para revelação de fotografias. Não devera acender as luzes ou tornar minha presença conhecida. O homem, de seu lado, deveria visitar a casa toda à tarde, após o jantar, e usar suas habilidades psíquicas para dizer se eu estava ou não Lá. O teste foi feito várias vezes, dando resultado. Ele vinha até a porta, ficando ali parado silenciosamente por um momento. Se sentisse que eu estava dentro bateria, de outra forma iria embora. Experimentei uma vez enganá-lo não respondendo à sua batida, mas ele recusou-se ir embora, batendo repetidamente e chamado, "Abra, Long, sei que você está aí e está tentando enganar-me; venha e abra a porta." Dou a seguir a história deste homem; No começo de sua vida atravessou uma série de revezes como engenheiro instalador de uma grande companhia construtora de elevadores. Os homens que trabalhavam sob suas ordens eram constantemente acidentados, apesar de todos os seus cuidados. Por fim a companhia de elevadores despediu-o. Naquele tempo, tinha uma filha inválida de cerca de vinte anos e que tinha ficado presa ao leito vários meses. Sua esposa havia falecido alguns anos antes e sua filha tomava conta da casa. Quando perdeu o emprego, tudo andava tão
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mal que não conseguiu arranjar outro emprego. Para piorar sua situação perdeu a saúde; uma doença após outra enviavam-no ao médico, levando-o por fim a permanecer a maior parte do tempo no leito. Desesperado, experimentou a "Chrístian Science", lendo fielmente o trabalho de seu fundador e tentando por todos os meios seguir as ordens dadas. Não obtendo resultado, voltou-se para o "New Thought", "Unity" e outros movimentos religiosos, tendo assim farta literatura de cura. Falindo todas as suas tentativas, tornando-se praticamente um inválido preso ao leito, e completamente desesperado concluiu que todos os ensinamentos religiosos eram imperfeitos, mas que deveria haver uma inteligência superior à qual o homem poderia apelar se conseguisse fazer este apelo ouvido. Com isto em mente dedicou seu tempo e energia, dia após dia, empenhando-se em alcançar a inteligência superior. Um dia, inesperadamente, sentiu ter por fim entrado em contato com alguma coisa. Sentiu um choque elétrico que era agudo e rápido, diferente de tudo o que havia experimentado antes. Imediatamente gritou por socorro, implorando àquela "Coisa", por ele sentida, de restaurar-lhe a saúde.
Gritou que precisava ajuda a
qualquer custo e que ia deixar a cama para demonstrar sua fé naquele esforço. Pouco a pouco conseguiu levantar da cama, sobre seus pés, rezando continuamente. Deu um passo titubeante e a seguir outro. Para sua alegria percebeu tornar-se milagrosamente mais forte. Suas orações mudaram em agradecimento e em questão de minutos estava completamente curado e com as forças revigoradas. Triunfante e emocionado por sua descoberta, foi para o quarto de sua filha contando-lhe o sucedido. Aconselhou-a experimentar pôr-se em contato com a nova "Coisa". Por si mesmo, tentou entrar em contato novamente, mas sentiu-se incapaz de realizá-lo. Muitos dias se passaram. Retomou o curso de sua vida onde a tinha deixado, tentando, quase que de hora em hora, repetir os processos mentais que o tinham possibilitado entrar em contato com a "Coisa". Breve, novamente, com grande
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precipitação o mesmo choque elétrico; o contato estava feito. Apressadamente começou a orar freneticamente para que a "Coisa" curasse sua filha. Correu ao seu quarto, ainda orando, segurou-a pelas mãos procurando levantá-la, "Use sua fé! Levante-se e mostre que você pode fazê-lo." A jovem correspondeu, orando fervorosamente, empenhando-se ao máximo para deixar a cama. Como já tinha ocorrido em seu caso, o necessário vigor foi fornecido. Ela levantou-se, deu um passo e depois outro. O milagre da cura instantânea tinha-a alcançado como havia vindo até ele. Formulando seus agradecimentos, ela aprontou-se, entrando numa nova vida de saúde. Poucos dias mais tarde, novamente conseguiu o contato elétrico. Já estava esperando por isso e com uma oração aprendida de cor para formular. Imediatamente recitou-a. Pediu para ter o seu primitivo emprego de volta, na companhia de elevadores. Confiante que sua oração seria atendida foi diretamente ao escritório da companhia e ao homem que o tinha despedido meses antes. Não dando nenhuma explicação disse simplesmente "Estou pronto a trabalhar novamente. Onde é que vocês necessitam de mim?" O homem atrás da escrivaninha olhou-o intensamente por um momento e tomando um maço de papéis que lhe entregou, nomeou a cidade em que deveria efetuar a instalação. Este foi o começo de uma inacreditável carreira. Aprendeu, por prática, a entrar em contato com a "Coisa" quase que à sua vontade, não deixando passar uma manhã ou uma tarde sem essa realização. Aprendeu a pedir que lhe mostrasse qualquer perigo que pudesse ocorrer no dia de trabalho e era possuído de um forte senso de emergência se esta estivesse para surgir. Uma vez recebido tal aviso fazia o contato no emprego pedindo ser guiado. Nada surgia em palavras, mas sentia a urgência de agir de certa forma. Sentia a presença do perigo crescendo até tornar-se contínua e, caminhando nos diversos setores, a sensação se intensificava até localizar-se em algum lugar particularmente. Colocava-se então ali, chamando seu empregado de confiança ou
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outros para ficarem com ele, ficando todos de sobreaviso para prevenir qualquer acidente. Acidente após acidente foram percebidos a tempo de serem impedidos. Pedi a esse homem que me permitisse ter todos os detalhes no caso de surgir um perigo a ser localizado, durante o tempo em que ficasse na instalação em Honolulu. Ele me prometeu e em menos de uma semana veio ver-me dizendo ter recebido um aviso preliminar. No dia seguinte, conforme me relatou mais tarde, a percepção do perigo era maior. Localizou o lugar perigoso na parte alta de trabalho do elevador, no telhado do novo hotel. Lá, com seu capataz e um outro operário, que já estavam familiarizados com esses avisos, esperou. Nesse Ínterim, todos os trabalhadores já tinham sido avisados de dispensarem um cuidado extra no serviço. Entrou de novo em contato e o sinal de perigo foi tão perceptível que ele podia "quase cheirá-lo". Um trabalhador filipino aproximou-se do topo do túnel com um carrinho de mão, carregado com uma bobina de inflexível e pesado cabo de aço. A plataforma do elevador estava em seu lugar e o homem ergueu a grade, voltando-se para empurrar sua carga para a plataforma. Naquele instante, quando o carrinho de mão tocou a plataforma do elevador, alguém em baixo sem tocar a campainha de aviso, puxou a corda de controle e o elevador começou a descer. O carrinho inclinou-se, atirando a bobina contra uma parte da estrutura do poço; quebrando-se a bobina o cabo desenrolou açoitando os lados como uma grande cobra e desferindo golpes nas costas do trabalhador. Teria ele sido arremessado dentro do poço do elevador com carrinho e tudo, mas os três observadores já se tinham posto em ação, agarrando-o com sua carga e trazendo-o de volta à segurança. Tive a oportunidade de comprovar esta narrativa, obtendo a mesma história de todos os envolvidos. Este homem, durante vários anos, recebeu da companhia prêmios consideráveis porque nenhum homem feria-se nos serviços por ele supervisionados. A ele foram dados os mais difíceis e perigosos empreendimentos, mas ele nunca falhou. Sua saúde e a de sua filha permaneceram excelentes.
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Comentário:
Neste caso temos um exemplo de cura instantânea de moléstias físicas e também de atrapalhações financeiras — a cura do corpo e da situação monetária. A parte desempenhada pela força vital é simples de se ver, assim como a necessidade de longo tempo de treino para o eu inferior entrar em contato com o Eu Superior. Muito mais importante, se tal coisa é possível, é o fato provado neste caso que o contato diário e a assistência horária pode ser obtida do Eu Superior SE FÔR SOLICITADA. A teoria kahuna é que nos é dado um livre arbítrio e que o Eu Superior não interferirá com os nossos atos, não importe como possamos confundir nossas vidas (exceto para predeterminar certos eventos vitais da vida) A MENOS QUE FORMULEMOS UM PEDIDO PARA VIR EM NOSSA AJUDA. Pedir é "abrir a porta". A crença kahuna é de que o Eu Superior comove-se conosco, como os pais para com a criança travessa e aspira ajudar-nos e guiar-nos, mas é obrigado a não intrometer-se em nossos assuntos até que façamos a deslumbrante descoberta de que existe um Ser Superior, e que existe um meio de obter-se sua ajuda para viver. Não sabemos quais as leis que restringem o Eu Superior de guiar cada um de nossos
atos,
mas
podemos
julgar
por
aquilo
que
acontece,
chegando
invariavelmente à conclusão que deve haver alguma lei ou restrição no plano do Eu Superior. A história deste homem, que encontrou aquilo que chamava de "Alguma Coisa", e cujo contato produzia um estremecimento elétrico que ele nomeava "obtenção de zumbido", não estaria completa se eu deixasse de narrar um incidente que demonstrou plenamente a parte representada por um complexo, bloqueando o caminho de acesso entre seu eu inferior e o Eu Superior. Quando se encontrava em Honolulu, encarregado da instalação de elevadores, esse engenheiro começou a interessar-se por fotografias, comprando
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uma câmara e recebendo minhas instruções para seu uso e de um australiano encarregado de telhar o edifício em construção. O australiano possuía uma coleção de maravilhosos estudos em nu artístico, mostrou-a ao engenheiro, oferecendo-lhe uma delas. A oferta foi aceita e uma das mais modestas foi selecionada. Esta fotografia representada um belo trabalho, de luz, pose e tonalidade e foi colocada no quarto de vestir do hotel onde se hospedava o engenheiro. Colocou-a lá numa tarde e na manhã seguinte sentiu-se confuso ao perceber que não conseguia efetuar o contato habitual com a "Coisa". Durante todo o dia preocupou-se com a estranha falha, isolando-se no prédio para experimentar repetidamente entrar em contato, mas sem sucesso. Aquela tarde, ao voltar ao seu quarto, após um jantar apressado, seus olhos caíram por acaso sobre a fotografia. Aproximou-se dela interrogativamente, tomando-a nas mãos para melhor exame. Não era uma coisa que pudesse considerar malévola. Era uma fotografia de arte e uma prova de beleza. No entretanto, uma profunda suspeita cresceu em sua mente; a fotografia tinha algo que ver com aquela embaraçosa falha. Agindo imediatamente devolveu-a ao australiano, explicando ser o motivo de sua inquietação. Uma hora mais tarde conseguiu efetuar o contato. Pediu que lhe fosse dito se a fotografia consistia um pecado.
Não
recebeu a menor impressão como resposta. Contando-me este inexplicável caso, salientou nunca saber o que era considerado ou não pecado pela "Coisa". Ele mascava fumo e blasfemava frequentemente. Considerava-se um "pecador como a maioria dos homens decentes", mas a experiência tinha-lhe ensinado que pequeninas coisas, as mais inesperadas e inexplicáveis proibiam-no de efetuar o contato. É evidente que neste caso havia um antigo complexo, provavelmente de suas primeiras instruções sobre as éticas sexuais, ou modéstia, que permaneceram em seu eu inferior. O nu artístico seria bem recebido numa exposição de arte, mas servia para subir à tona o complexo mesmo quando não ocorresse ao médio eu de
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haver alguma coisa na fotografia que merecesse crítica. O eu inferior reagiu ao complexo, sentindo que o homem era culpado e devia envergonhar-se. Falando figuradamente, escondeu o rosto como um menino pequeno recusando-se a aventurar-se na presença de seus pais com medo de levar uma repreensão. Com a figura fora do caminho a "via" de contato estava novamente aberta. Notem que a fotografia era algo físico. Ela era impressionável. Podia ser vista e tocada. Era um ESTÍMULO FÍSICO, fazendo ressurgir um velho complexo como centenas de outras fotografias imaginativas poderiam fazê-lo. A devolução da fotografia ao australiano foi um estímulo físico suficiente para fazer o complexo voltar à sua concha ficando novamente fora de caminho. Deve-se insistir sempre e sempre que SE ALGUÉM NAO PODE LIVRAR-SE DE COMPLEXOS COMO ESTES, DEVE SUBMETER-SE A ELES. O engenheiro em foco teve de renunciar à sua bela fotografia. A jovem que dançando e bebendo produzia uma chapa em seu tornozelo não podia livrar-se de suas crenças complexadas de que dançar e coquetéis eram pecados. Ela teria sido sábia se tivesse entendido e renunciado a dança e a bebida, antes que fosse necessária a drástica operação, porque seu complexo era de uma natureza perigosamente fácil de voltar.
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CAPITULO XIX
A magia na reconstrução do futuro (curas para os males financeiros e sociais).
Solução de problemas financeiros e sociais. Caso 29. A experiência pessoal do autor. Explanação: livre arbítrio para agir por si só ou com a ajuda de outrem. O futuro pode ser modificado.
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CAPITULO XIX A Alta Magia da cura Instantânea é efetuada com a ajuda do Eu Superior. Isto é também aplicável nas modificações com relação aos bens financeiros e circunstanciais. Ambas as partes usam os mesmos mecanismos básicos. Na Bíblia lemos a história de Jacob que viu em sonhos uma escada que se elevava da terra ao céu e anjos que nela subiam e desciam. O Senhor estava no seu alto e falou a Jacob. Encontramos muitos relatos iguais na religião e por eles podemos traçar um quadro comparativo das crenças Huna. Em Huna, a escala é o cordão que liga o estofo do corpo sombreado do eu inferior ao Eu Superior, que é o único "Senhor" com o qual podemos entrar em contato diretamente para conhecer algo a respeito. O Senhor falou a Jacob. O Eu Superior envia suas místicas mensagens. Os anjos subiam e desciam talvez como mensageiros. As FORMAS DE PENSAMENTO das orações sobem e descem no cordão como numa escada, movimentando o curso da força vital. O Senhor prometeu a Jacob que ele prosperaria. O Eu Superior permanece pronto a ajudar-nos da mesma forma — desde que aprendamos a fazer nossa parte.
Caso Nº 29
Notas Preliminares:
Desejo tornar conhecido este mecanismo de Alta Magia de modo tão simples quanto possível, por ser de vital importância. A maioria das vidas estão emaranhadas e conseguir remover estes embaraços seria tudo para nós.
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Selecionando este caso, de minha experiência pessoal, posso assegurar, dando minha palavra, que todo particular é descrito inteira e corretamente. Posso chamar como testemunho os resultados obtidos em minha própria vida — e que continuo a ter. Contrariamente ao meu procedimento habitual, interromperei a cada passo para assinalar a razão das coisas feitas, em lugar de esperar o final para fazer o comentário.
O Caso:
No ano de 1932, em Honolulu, possuía eu uma loja de aparelhos fotográficos que se encontrava em situação difícil pela depressão e falta do comércio turístico. Ameaçado de perder tudo, fui a um kahuna pedir ajuda. O kahuna era uma mulher havaiana com cerca de cinquenta anos. Já a conhecia desde algum tempo e, quando lhe disse que estava atrapalhado, iniciou ela imediatamente um trabalho para ver o que poderia ser feito para endireitar meus negócios. Fomos para uma pequena sala de jantar e sentamo-nos à mesa. Enquanto ela fumava, contei-lhe minhas dificuldades. Via-me obrigado, pela necessidade, a vender meu negócio, estoque e instalações ou defrontar-me com a falência. A única pessoa em Honolulu que podia comprar minha loja, com vantagem, era meu concorrente. Possuía ele uma grande e antiga loja fotográfica. Tinha já experimentado três vezes convencê-lo da compra a um preço irrisório, mas não consegui interessá-lo. Paguei a um corretor uma soma considerável para efetuar a venda, mas ele também falhou. Parecia que deveria perder tudo. Meu contrato tinha poucas semanas para vencer e renová-lo por um período de cinco anos, pagando o aluguel adiantadamente, estava fora da possibilidade.
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Quando já tinha dado todos os pormenores e respondido umas poucas questões, a curadora pediu-me de pensar firmemente durante algum tempo e a seguir dizer-lhe exatamente aquilo que eu desejava que ocorresse. Pensei em tudo novamente, dizendo-lhe que desejava vender meu negócio, estoque e instalações, ao meu concorrente por oito mil dólares, o que seria um bom ajuste mesmo naqueles tempos maus. Desejava ajudar meu concorrente a fundir sua própria loja com a minha e, após isto, queria voltar para a Costa e escrever. Fui completamente definitivo. A curadora fez me mais perguntas. "E se tudo acontece conforme você descreveu, está seguro de não mudar seus planos?" Explicou que eu deveria rever os pianos para não surgirem possíveis contingências, medindo cada passo e considerar seus prováveis resultados. Deveria considerar os mínimos detalhes e imaginar como cada coisa se efetuaria podendo reatar-se alguma outra parte do plano. A idéia era o preparar a "Oração" ao Eu Superior. A forma de pensamento da oração devia ser genuína, sem dúvidas e incertezas. Devia apresentar-se clara, incisiva e definitiva. Qualquer ângulo esquecido no assunto poderia surgir mais tarde para contrariar o andamento do plano. A curadora disse-me que, por experiência própria sabia que a maioria das pessoas enviam ao Eu Superior uma contínua mistura de desejos em conflito, planos, temores e esperanças. A cada dia e hora modificam seus pensamentos acerca do que desejam fazer, tornar-se ou ver acontecer. Como o Eu Superior fabrica o futuro para nós, baseado em nossos pensamentos, com os quais entra em contato durante o sono, nosso futuro torna-se confuso e cheio de contrariedades, com acidentes de boa e má sorte. Somente a pessoa que decide o que deseja e a ela se apega obstinadamente, trabalhando sempre naquela direção, pode apresentar ao Eu Superior a apropriada forma de pensamento, da qual será construído o futuro desejado, planejado e trabalhado.
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Após uma hora de discussão a curadora ficou satisfeita. Anunciou que o próximo passo era entrar em contato com o Eu Superior e perguntar-lhe se o plano poderia ser ou não materializado. Em vez de usar a leitura da bola de cristal, feita na lisa pedra preta, esborrifada com a água retirada da cabaça, trouxe um copo de vidro cheio de água, ajuntou a metade de uma colher de chá de raiz de gengibre para turvá-la e atuar como estímulo físico no afastamento de influências espirituais do tipo produtor de fenômenos que pudessem estar presentes. A raspagem foi feita com um dedal em um pedaço de raiz fresca de gengibre colhida naquela tarde no jardim. Estava anoitecendo. A curadora pediu-me, então, um dólar de prata, como parte preliminar de seu pagamento. Isto representava o estímulo físico ao seu eu inferior como recompensa pelo trabalho — pois isto aparentava ser uma ótima coisa para ele. O dólar foi colocado em baixo do copo. A seguir ela protegeu seus olhos contra a luz, sentandose por algum tempo a olhar a superfície da água turva. Logo, começou a ver imagens e a receber mensagens como se possuísse uma voz interna. Ficava naquele estado de transe por um momento e, após, se levantava contando-me o que tinha visto ou para fazer-me novas perguntas. Isto continuou cerca de sete ou oito minutos. As visões apresentadas eram todas simbólicas e se os símbolos fossem bons, aprendidos por experiência, poderia dar uma resposta favorável ao meu plano. Falou ter visto uma porta se abrindo e mais tarde, um molho de trigo. Perguntou-me se estas coisas representavam alguma coisa para mim e se tinha pensado nelas — desejando assegurar-se de não estar vendo estas coisas provenientes de minha mente em lugar de vindas do Eu Superior, via eu inferior. Quando satisfeita, ao saber que a resposta era favorável disse, "O deus fala que a sua oração pode ser atendida. A porta está aberta. Seu caminho não está
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completamente bloqueado, mesmo que a porta não esteja inteiramente aberta. Perguntarei agora o que devemos fazer de nosso lado para o trabalho." Concentrou-se novamente sobre a água, entrando no estado em que poderia ver com os sentidos psíquicos. Principiou por ver o meu concorrente, um bom amigo de longa data. Descreveu-me sua aparência, procurando ver pelas respostas se a estava vendo acuradamente ou não. Viu o seu escritório, na parte traseira da loja, comprovando isto comigo. Viu, igualmente, o homem contratado por mim para efetuar a venda e que tinha falhado. Quando este exame psíquico acabou já era bem tarde. "Feriu você a alguém?" perguntou-me a curadora. "Porque a porta não está inteiramente aberta e porque o seu caminho está um pouco bloqueado?" Não conseguia lembrar de nenhuma injúria feita a alguém e assim lhe respondi. "Você pensa que seria ludibriado se vendesse sua loja por oito mil dólares?" foi à próxima pergunta. Assegurei-lhe que consideraria a transação bem razoável. "Então deve tratar-se de pequenas idéias de pecado que você guarda por causa de sua Escola Dominical ou práticas religiosas", determinou ela. "A maior parte das pessoas, especialmente se são boas religiosas, têm coisas como esta. Para livrar-se desse sentimento de culpa e iluminar o seu caminho até Deus você deve jejuar até uma hora durante três dias, e enquanto jejua não deve fumar. Após três dias dê um presente a alguém necessitado ou faça alguma caridade. Este presente deverá ser de um valor relativamente grande e que o prejudique um pouco — algo acima de seus recursos. Isto será sentido profundamente por você como já ter feito o suficiente para contrabalançar seus pecadinhos. Depois de ter feito estas coisas, volte novamente." A curadora estava prescrevendo um excelente estímulo físico para impressionar meu eu inferior de estar emendando-se dos atos praticados e por ele
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acreditados como pecados. Eu não possuía nenhum meio para descobrir quais eram os meus pequenos complexos culposos, mas isto não faria diferença. Cumpri as ordens dadas durante três dias, achando-as suficientemente difíceis; por isso o meu eu inferior deveria ter-se impressionado, porque eu tinha sido abençoado com um bom apetite e, naquele tempo, gostava de fumar. Minha caridade foi feita ao Exército da Salvação, por representar à minha mente uma ótima organização caridosa. Chegando a tarde, sentei-me novamente com a curadora na mesa redonda. Usou ela o mesmo mecanismo do copo e após alguns minutos viu a porta, só que desta vez, estava completamente aberta. Anunciando que o meu caminho estava livre, empurrou o copo reabrindo a questão de meus planos. Tinha eu feito alguma mudança nos meus planos? Continuava eu seguro de desejar que acontecesse tudo conforme tinha projetado? Ao ser-lhe assegurado serem meus planos claros e imutáveis, aprontou-se em fazer a oração para mim ao Eu Superior. Quando um kahuna ora ao seu Eu Superior, pedindo ajuda para um cliente, a oração automaticamente vai ao Eu Superior deste. Isto envolve a crença que todos os Eu Superiores pertencem a um encadeamento, de uma maneira dificilmente entendida por nós. Eles são "muitos em um" e "um em muitos". Eles são Unidos na Separação. Eles têm organização mais aperfeiçoada do que as abelhas numa colméia. Eles aprenderam a trabalhar em união, mas cada um tem seus trabalhos individuais. Não podemos alcançar o seu completo significado, mas, pelos resultados obtidos do contato com os Eu Superiores, isto parece ser a mais aproximada explicação a que podemos chegar acerca do assunto. Para fazer a oração o curador levanta-se e anda vagarosamente de um lado para outro, respirando pesadamente. Após alguns minutos parou junto à mesa, dizendo baixinho que agora faria o oração a Deus por mim, então — olhando um
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ponto distante — começou a falar em havaiano, lentamente e com grande força. Pronunciou a oração uma vez, repetiu-a, repetindo-a novamente. Esta oração, da mais completa força sugestiva reunida, era formulada três vezes e oferecida palavra por palavra, idéia por idéia a mais aproximada possível para provocar o eu inferior de levar ao Eu Superior a forma de pensamento que estava sendo firme e cuidadosamente repetida na oração. O Eu Superior foi alcançado pelo eu inferior após o comando direto do médio eu da curadora, não usando o copo nesta hora porque nenhuma resposta era esperada ou solicitada. Depois de rezar três vezes a kahuna reassumiu seu assento, acendendo um cigarro. Fumou e descansou após seu esforço. Ela tinha acumulado força vital extra e apresentado à oração em forma de pensamento num escoamento de força vital. Em seguida o copo foi trazido de volta para ver qual a mensagem que deveria ser dada pelo Eu Superior, e suas instruções. Na superfície da água apareceu (a ela) uma cena na qual eu praticava diversas coisas. Eram as determinações que o Eu Superior tinha produzido em meu futuro. O antigo futuro havia-se destruído e um novo tinha sido construído para mim. O antigo futuro deveria inegavelmente conter todos os maus negócios que pareciam inevitáveis e que eu temia angustiado. Este teria sido provavelmente o meu futuro se não tivesse recebido a ajuda do Eu Superior na mudança do infortúnio para um bom futuro desejado. Não sabemos quais os métodos aplicados pelo Eu Superior para fabricar o futuro para o eu inferior e médio, sobre os quais atua como "guardião ou espírito paternal". Podemos somente imaginar que os pensamentos formulados em formas de pensamento são usados na configuração do futuro. Ao menos, as formas de pensamento transmitem ao Eu Superior o que esperamos, tememos, desejamos ou planejamos.
Parece que nossos futuros são tirados destas formas de pensamento
com toda precaução para não se intrometerem em nosso LIVRE ARBÍTRIO. Deve-
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nos ser concedido o exercício do livre arbítrio, mas, se solicitamos ajuda, esta não nos será dada se o livre arbítrio não for cancelado. Não podemos explicar o porque, mas podemos entender a razão destas condições. Por causa de nossas limitações mentais, não podemos conceber um futuro feito de material invisível e já contendo todos os acontecimentos e condições que se materializarão de minuto a minuto, hora à hora, dia a dia, sempre tão adiante como o delineamento invisível do futuro "cristalizado". Talvez o futuro seja fabricado da mesma maneira que os corpos sombreados do eu inferior e médio como também as formas de pensamento. Talvez as formas de pensamento sejam lançadas para crescerem em acontecimentos. Os kahunas não o sabiam.
Nós não o sabemos.
No entanto, como já sabemos que o futuro é fabricado de algum modo e que pode ser visto com antecipação, tão logo tenha sido feito, e que PODE SER MUDADO, isto é tudo o que precisamos saber. A curadora viu o novo futuro no copo de água, descrevendo para mim o que deveria fazer e o por que. Ela parecia receber as idéias do porque das coisas de uma forma psíquica ligada à visão psíquica. Os métodos utilizados pelo Eu Superior, respondendo por símbolos não foram usados agora. Ela diria "deus me comunica que" — "deus mostra-me que". Ela viu-me ir ao meu concorrente com um papel na mão. Disse-me que no papel eu tinha escrito minha proposição de venda, preço e todos os detalhes. Disseme que Deus tinha-lhe dito que este homem era do tipo que gostava de ver tudo escrito num papel e que de outra maneira diria "Não" por força do hábito. "Escreva tudo" instruiu-me "e na próxima terça feira as duas e quinze vá vê-lo. Ele estará em seu escritório, sentado em sua poltrona sem fazer nada. Coloque o papel em sua mesa e diga ‘Dê uma olhada nesses números, sim? Voltarei dentro de dez minutos’ Ele terá acabado de ler o papel e dirá que vai comprar o seu negócio."
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Para mim isto era inacreditavelmente explícito e detalhado. Pergunte-lhe como o sabia e ela respondeu-me ter assim visto o meu futuro e que Deus tinha-a feito entender que a proposta deveria ser escrita. Maravilhei-me com suas instruções e prometi obedecer ao pé da letra. As duas e quinze da terça-feira seguinte fui à loja de meu concorrente com minha proposta, cuidadosamente datilografada. Encontrei-o, como tinha sido previsto, preguiçosamente sentado à sua escrivaninha. Coloquei o papel à sua frente e pedi-lhe para o examinar, dizendo que estaria de volta em dez minutos. Após dez minutos voltei e ele estava me aguardando. "Eu comprarei o negócio" disse ele. "Vou te dar um cheque de cem dólares para assegurar a transação e você pode sacar a nota de venda." Assim, com a ajuda da curadora e do Eu Superior o negócio foi efetuado. O preço estipulado na oração me foi pago. Permaneci ainda algum tempo para ajudar a fusão de meu negócio com o de meu amigo concorrente. Com a transação completa, voltei à kahuna, pagando-lhe o máximo por ela permitido, o que foi muito pouco, considerando o grande serviço que ela me tinha prestado. Algum tempo mais tarde, quando estava para terminar os meus negócios e partir para a Califórnia, a curadora quis novamente comprovar meu futuro na parte por mim planejada e que incluía o desejo de escrever. Fez uma nova oração perguntando se me seria permitido escrever, inspecionando o futuro, via o eu inferior, com a ajuda do Eu Superior, para ver quais seriam as instruções a me serem dadas. Como já tinha feito no caso da venda, ela agora o fazia para a composição. "Você escreverá oito livros" disse-me ela após um longo olhar à sua improvisada bola de cristal. "Isto é o máximo mostrado por Deus". "Oito livros" assinalou ela. "Mas você deverá ser bastante paciente. Levará um longo tempo entre o primeiro livro até o oitavo. Muitas coisas acontecerão e que não serão fáceis;
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todavia os últimos quatro livros serão mais fáceis que os primeiros, vindo com mais segurança." Aquele vislumbre de futuro visto pela curadora para mim foi feito em 1932. Agora, 1947, meus quatro primeiros livros são águas levadas para o mar.
Comentário Adicional:
O sistema do "Segredo" psico-religioso (Huna) é o primeiro, o último e acima de tudo, um sistema LABORÁVEL. Não faz simulações de entendimento ou explicações das coisas que devemos fazer a um Deus Fundamental, que a nossa inferior habilidade mental não permite entender. Este é o senso comum e praticável. É a verdadeira aproximação científica. Dá-nos um sistema livre de dogmas e do impraticável.
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CAPITULO XX
O Eu Superior e a cura na ciência psíquica.
Diagnose psíquica. Aparições de espíritos que causam curas miraculosas. Curas nos lugares santos. Ectoplasma. O superconsciente pode curar quando se pede para outros.
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CAPITULO XX
Muitas curas têm sido efetuadas por espíritos desencarnados. Muitos foram médicos na vida física e com a ajuda de médiuns, têm diagnosticado e prescrito, como o faziam em vida. Espíritos há que se apossando do corpo de médiuns têm curado, impondo suas mãos. O que podemos deduzir de muitos relatos é a evidência do uso da baixa voltagem de força vital, mesmo quando sua natureza não é bem entendida. Os adeptos do mesmerismo têm dado passes nas partes atacadas no corpo de pacientes com o propósito de curar. Os espíritos têm feito outro tanto. As curas efetuadas são muitas vezes extraordinárias. Os kahunas, contudo, parecem ser os únicos que conheciam as três voltagens de força vital e que esta podia ser transferida pelas mãos do curador ao paciente, carregando consigo formas de pensamento de cura para implantar a força vital e fazê-la iniciar o trabalho de restauração desejada. É de conhecimento geral que as crianças com menos de cinco anos de idade não correspondem imediatamente à sugestão ou à hipnose. Apesar disto, correspondem ao tratamento no qual um escoamento de força vital é feito em seu corpo enquanto o curador cria as formas de pensamento de cura. Liebault, ao tentar provar que a sugestão não era responsável por todas as curas de prática mesmérica, impunha suas mãos em muitas crianças, efetuando curas. Muitas das crianças tinham menos de três anos. Tempos mais tarde Ochorowitz teve similar sucesso, curando crianças com menos de dois anos. Animais também foram curados desta forma. Plantas foram assim estimuladas para sobrepujar as da mesma espécie. Todas as evidências indicam que os kahunas estavam certos em sua crença que a força vital do curador era um agente potente, seja de vivente ou tenha morrido e se tornado espírito.
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Os espíritos dos desencarnados têm demonstrado grande poder psíquico na diagnose de doenças dos vivos. Um meu amigo tinha um filho que revelou, quando estava no colégio, uma doença desconhecida. Os médicos tinham falhado na descoberta de sua causa e mãe e filho resolveram, como último recurso, frequentar a sessão do famoso médium de nome Cayse (Vide o livro "There is a River".). O médium era usado pelo espírito de um médico responsável por muitas curas surpreendentes. Fez um exame psíquico do jovem, dizendo que a moléstia era causada por secções fraturadas da coluna vertebral, continuando por dizer que a injúria tinha ocorrido num acidente de canoa. O paciente tinha esquecido o acidente, mas recordou-se imediatamente do ocorrido dizendo que na ocasião tinha sentido fortes dores. O espírito do médico disse que uma operação seria necessária para reparar a vértebra quebrada, só que o único médico, nos Estados Unidos, capaz de efetuar a operação viajara para a Europa, mas que estaria em breve de volta à sua casa em Boston. O nome desse médico foi dado, mas não o seu endereço. Após a sessão, mãe e filho procuraram por um médico desconhecido tirando uma chapa de Raio X da espinha e esta apontou os lugares fraturados. Como o espírito do médico tinha sido correto, até aí, em suas prescrições, uma chamada interurbana foi feita de Nova York para Boston e realmente foi encontrado um médico com aquele nome, acabado de chegar do exterior e que era especializado na cirurgia de fraturas espinais. Ele foi solicitado para operar e os resultados dessa operação trouxeram ao rapaz a sua saúde normal. Frequentemente os espíritos praticam a cura à distância, de natureza peculiaríssima. Quando ao médium, através do qual trabalham, é dado um punhado de cabelo de um paciente que se encontra distante (ou qualquer outra coisa anteriormente em contato com o mesmo) uma brilhante demonstração de psicometria
é
muitas
vezes
apresentada.
As
doenças
do
paciente
são
diagnosticadas e remédios indicados, e às vezes um tratamento mental ou "espiritual" é encetado a distância.
Vemos novamente, aqui, os cordões do estofo
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do corpo sombreado sendo usados como os meios de contato entre coisas e pessoas a distância, também como um meio de obter informações e da mesma maneira para reenviar forças curadoras e formas de pensamento. Em todas as práticas curativas precedentes os espíritos desencarnados, e as dos vivos, trabalhem da mesma forma desde que estes últimos sejam suficientemente psíquicos para fazer um diagnóstico apropriado. Os espíritos desencarnados podem também acumular força vital suficiente para curar. Num outro ponto existe também uma conclusão paralela. Nós oramos aos Seres Superiores, o mesmo fazendo os espíritos dos mortos. Muitos médiuns, controlados por espíritos curadores, têm sido vistos orando para a cura. Os espíritos falam indefinidamente do Eu Superior, chamando-o por todos os nomes, de acordo com as suas crenças religiosas durante a vida. E, em algo parecidos com os kahunas, muito poucos espíritos têm um entendimento aprofundado, capacitando-os de apelar e obter a ajuda do Eu Superior para curar os vivos. (A cura instantânea é, por conseguinte, muito rara, talvez porque poucos dos espíritos estão familiarizados com a técnica a ser empregada e, também, porque o paciente não está libertado de seus complexos culposos e desta forma preparado para aceitar tal cura. De outro lado, os espíritos utilizam-se da ajuda do Eu Superior na produção dos fenômenos físicos tais como transportes, materializações, elaboração de ectoplasma, e assim por diante.) Os espíritos têm aparecido muitas vezes aos vivos em visões, corno o fez "Nossa Senhora" a Bernadette Soubirous na gruta perto de Lourdes e, de alguma forma, foram instrumentos causadores de milagres surpreendentes. Algumas vezes não há visão de nenhum espírito, mas a presença do agente espiritual curador tem sido descoberta de uma maneira ou de outra. Os registros da Igreja Romana estão repletos de exemplos de curas nos túmulos de mulheres e homens que levaram uma vida santa. Um conclave de vinte e dois arcebispos e bispos assim escreveu ao Papa Clemente XI: "Temos testemunho que diante do
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túmulo do Padre John Francis Regis, os cegos vêem, os aleijados andam, os surdos ouvem, os mudos falam." Em 1731, e por mais de vinte e cinco anos que se seguiram, havia um agente curador invisível em trabalho, não identificado, na tumba do Abade Paris, um Jansenista. Muitos casos foram estudados e entre eles um famoso, o de uma mulher, Mlle. Coirin, que foi miraculosamente curada de câncer que já tinha lhe destruído o seio esquerdo. Os médicos tinham desistido de alimentar qualquer esperança para ela. O seio restaurou-se em sua forma original, mesmo o mamilo, e nenhuma cicatriz permaneceu. O caso foi testificado, na época, por diversos médicos que o testemunharam perante notários; mesmo o médico real, Sr. Gaulard, investigou-o, ficando satisfeito com a autenticidade da cura milagrosa, transmitindo essa opinião ao rei. Há alguns anos atrás, no Havaí, duas grandes pedras de formato esquisito, supostamente ligadas em séculos anteriores aos rituais kahunas, foram vistas em sonho por um havaiano. Mais tarde ele encontrou essas pedras e mandou conduzilas a um lugar ao lado de um moderno-cemitério, onde ficaram para sempre. Pouco depois circulava a notícia de que tocando-se as pedras, um agente curador se produzia. Pessoas vinham de todas as partes do Havaí para visitá-las, rezar em frente a elas, fazendo ofertas de flores, alimentos, dinheiro, seja lá o que fosse ditado por suas íntimas crenças. Alguns casos verídicos de cura foram observados. As autoridades tiveram alguma dificuldade no controle das multidões que chegavam, quando, de repente, a força curadora pareceu esvanecer-se. A única coisa que podemos pensar no caso é a chegada e saída nesses lugares de seres invisíveis responsáveis pelas curas. O Eu Superior poderia possivelmente empreender o trabalho de curar à sua própria conveniência, mas a teoria kahuna é de que o eu inferior e médio devem fazer o pedido antes do Eu Superior se intrometer nos negócios dos eu inferiores, sejam eles ainda vivos ou espíritos sobreviventes à morte física. Se dermos crédito às narrativas de santos, ou aparições em espírito de
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pessoas santificadas, nos centros curadores, podemos concluir que estes aprenderam a orar pela ajuda do Eu Superior para a cura das poucas pessoas dispersas que estão livres de seus complexos culposos e que podem assim aceitar a ministração de cura. Se, de outro lado, os santuários e relíquias sagradas agem como estímulo físico, ajudando o suplicante a efetuar uma oração utilizável para a cura, esta será a maior resposta ao mistério das curas miraculosas. O Eu Superior de qualquer pessoa que venha a orar por uma cura, é obrigatoriamente aquele que entra em ação. (Os kahunas consideravam o Eu Superior individual a própria fonte de cura. Os Espíritos de um plano acima do Eu Superior eram considerados como tendo mais coisas pessoais para fazer do que curar terrenos. Na sua lista de Eu Superiores, os kahunas não reconheciam nenhum santo.) A questão do fornecimento de força vital necessária ao Eu Superior para curar em santuários pode ser facilmente respondida. Se um espírito produtor de fenômenos pode, para suas atividades barulhentas, tirar força vital dos vivos, podese garantir que o Eu Superior pode também retirar essa força. O quadro real de uma cura num santuário deveria ser parecida com o que damos a seguir: um ou mais espíritos desencarnados (cada um deles possuindo seu eu inferior e médio, para torná-los normais), são escolhidos para ficar no santuário e efetuar tudo que fosse possível para curar aqueles que ali a fossem solicitar. Estes espíritos normais deverão ter aprendido a chamar por seus Eu Superiores e obter a cura instantânea, ou em poucas horas, ou talvez no prazo máximo de três dias (como registrado em Lourdes). Muitos vêm rezar, fazendo o que pode ser considerado um "círculo" de valor similar àquele acumulado nas sessões espiritistas. Os espíritos normais são carregados de força vital fornecida pelos vivos e assim também o são os Eu Superiores. Quando alguém está livre de fixações culposas e tem fé, é capaz de fazer um bom quadro em forma de pensamento da condição desejada (curando), sendo também capaz de efetuar contatos telepáticos com os
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espíritos normais e/ou (1) através deles com o Eu Superior, ou (2) sem esta ajuda, diretamente com seu Eu Superior, resultando a cura milagrosa. O ectoplasma, conforme é conhecido nas salas de sessão e de acordo com o que temos visto é substância do corpo transformada em forma invisível através do uso de alta voltagem de força vital pelo Eu Superior. Na cura instantânea, as substâncias físicas do osso quebrado, do seio canceroso, dos olhos cegos, da espinha torta e estruturas similares são, de acordo com Huna, dissolvidas em forma ectoplasmática e solidificadas em substâncias sadias após preencherem a parte do corpo sombreado do paciente que corresponde à parte afetada. Deve ser relembrado que o corpo sombreado é um molde de cada célula, de todos os tecidos, incluindo o sangue e outros fluidos do corpo. Este corpo sombreado pertencendo ao eu inferior não pode sofrer fraturas ou estar sujeito a doenças ou machucaduras. Teoricamente, uma perna que tivesse sido amputada, mesmo que há muitos anos, poderia ser restaurada se lá houvesse uma fonte para retirar-se ectoplasma que não fosse necessário devolver-se. Se o corpo sombreado do eu inferior pudesse ser injuriado, o céu estaria repleto de aleijados em vez de espíritos restaurados e felizes, que morreram para descobrir terem deixado para trás todas suas anormalidades físicas. Existe uma outra peculiaridade acerca da cura que ainda está sujeita a discussões. Tem sido apontada por médicos que estudaram aqueles que foram curados em Lourdes, que muitas vezes foram rezar pela cura de outros e receberam a graça de serem eles mesmos curados. A escritora Mary Austin tinha câncer, tendo-se lhe dado cerca de um ano de vida. Decidiu ela ir para Roma, passando aquele ano a estudar os documentos relativos aos primeiros dias do Cristianismo. Ficou tão absorvida em seus estudos, que esqueceu o câncer. Um dia, de conformidade com que ela mesma escreve, chegou à repentina conclusão que o câncer tinha ido embora. Não tinha orado pela cura, mas com a sua mente concentrada em coisas da religião, a cura tinha vindo por si só.
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Esta fase peculiar da cura indica que, uma vez aberta à porta por intermédio de uma oração solicitando algo ao Eu Superior de maneira que possa intervir nos negócios do eu inferior e médio de uma pessoa, ele pode também agir por vontade própria trazendo a cura mesmo que esta não tenha sido pedida diretamente. Esta possibilidade entraria em conta para qualquer ajuda que nos é dada, mesmo quando não é explicitamente procurada. Quase todos nós podemos lembrar de circunstâncias em que escapamos no último momento de desastre iminente e em que parecemos protegidos por um anjo da guarda, ou Eu Superior. A cooperação e contato, sempre achegado e constante entre o par de eu inferiores e seu Eu Superior está bem demonstrada no estranho culto religioso do Japão, cujos; adeptos caminham e rolam com as costas nuas sobre vidros quebrados cortando-se mas tendo seus cortes instantâneos curados sem uma única cicatriz à pronunciação de uma palavra do mestre de cerimônia. Conversei com uma mulher que tinha sido membro de tal grupo, apesar de ser uma loira americana. Ela tinha gradualmente aprendido a entrar em contato com o Ser responsável pela cura e, mais tarde, a obter sua ajuda na conservação de seus pés livres de cortes ou ferimentos em sua representação, ao subir uma escada cujos degraus eram formados por lâminas de espada. Apesar de a sugestão poder ser usada como auto-sugestão impedindo uma pequena ferida de sangrar, a cura instantânea para cortes consideráveis produzidos por vidro quebrado, requereria a ação imediata do Eu Superior. Infelizmente, quando um grupo missionário deste culto japonês veio à América para nos converter (para eles nós éramos pagãos) seus trabalhos foram classificados como mágica teatral ou truques circenses. Após umas poucas demonstrações, desistiram, lavando suas mãos sobre nós, voltando ao Japão. O mais estranho disso tudo é considerar-mos a ansiedade de muitos em aprender a verdade sobre Deus e a religião. Neste caso havia uma chance de estudar ambos sob um novo ângulo, mas estamos tão cristalizados em nossas crenças, que nos
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absorvem como um todo, que desprezamos todas as oportunidades admiráveis que se apresentam.
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CAPITULO XXI
Como os kahunas controlavam pela magia os ventos, o tempo e os tubarões.
Noviciado do superconsciente como guardião do reino inferior. Caso 30. Controle dos ventos. Caso 31. Dominando os tubarões e tartarugas. O treinamento kahuna das crianças. Introdução entre kahunas e superconsciente para dirigir as formas inferiores da vida.
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CAPITULO XXI Histórias legendárias do Havaí contam como os ancestrais havaianos viajaram de sua terra originária em grandes canoas duplas e que foram dirigidas pelos mares por força de magia. Foi esta mesma magia que permitiu ao seu líder, Havai Loa, de ver a metade do caminho em volta do globo e encontrar o grupo de ilhas que viria a ser seu novo lar. Com a mesma magia, ventos e vagas foram controladas para que as frágeis embarcações da esquadra emigratória não se perdessem. Uma outra forma de magia ainda é usada no controle dos tubarões e outros espécimes do mar. Este trabalho era baseado na teoria de que, quando o médio eu graduava-se, tornando-se um Eu Superior, isso lhe servia de aprendizado para atuar como guardião (ou como chamado da Teosofia "espírito da natureza") das partes maciças da criação inferior. Estes espíritos são a base da consciência superior, e podem ser vistos trabalhando em cristais, plantas, insetos, pássaros, peixes e animais. São a fonte do conhecimento instintivo que possibilita à abelha construir seus favos de mel e ao pássaro seu intrincado ninho. Como todos os Eu Superiores estão ao alcance de nossa mão, um apelo de controle de tempo pode ser feito por intermédio do nosso próprio Eu Superior, que, supostamente, o passa ao Eu Superior incumbido do tempo naquela vizinhança. Existe, no entanto, um sistema de introdução direta aos espíritos controladores do tempo. Um kahuna que conhecesse um desses espíritos e, assim sendo, possuísse um cordão sombreado ligando-o, para ser usado no envio de uma oração, podia introduzir um noviço kahuna, ajudando-o a estabelecer também uma linha de conexão através de um cordão sombreado.
Caso Nº 30
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Um homem branco aprende a controlar os ventos
Notas Preliminares:
No seguinte caso será observado que o controle do tempo pode ser exercido sem o uso de estimulantes físicos, como os do ritual da serpente e outras danças para obter chuva dos índios do Sudoeste.
O Caso:
Há algum tempo, N. S. Emerson foi, por muitos anos, inspetor no Havaí. Seu trabalho levava-o a locais isolados onde ainda trabalhavam kahunas, tendo ele conseguido a amizade de mais de um curador. Um kahuna, que era adepto da alta magia de controle do tempo, começou e ensinar ao Sr. Emerson esta arte. Ele "apresentou-o" muitas vezes ao "deus" invisível (Aumakua) que controlava o tempo, ensinando-o a recitar uma oração ritual para provocar aumento ou atenuação dos ventos. Os kahunas lhe demonstraram repetidamente as manobras desta magia, dando-lhe, portanto, fé nela. Sob sua direção recitou a oração e observou a resposta tomar forma. No final era capaz de pensar em "deus", recitar a oração e obter os mesmos resultados que o seu professor. A oração é simples, corporificando definidos quadros mentais, ou formas de pensamento da condição desejada. Ela é repetida em voz alta, formando um estímulo físico para provocar o eu inferior a entrar em contato, conduzindo o pedido telepático da oração. A oração chama os "Ventos do Hilo", pede aos pequenos ventos de voltarem para as cabaças do vento, e aos grandes ventos de se livrarem para soprar, ou, em sentido contrário, para soprar, ou, em sentido contrário, para que os grandes ventos voltem para as suas cabaças, e os pequenos sejam soltos
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para soprar. Nada, na oração, indica a natureza de sua força ou o mecanismo de sua magia. Não é muito o que é dito, mas sim o que se corporifica no eu inferior é que conta na magia. O Sr. Emerson manteve o seu contato com o Eu Superior desse plano pelo resto de sua vida. Frequentemente seus amigos solicitavam sua ajuda para aquietar o tempo, quando desejavam viajar de navio entre as ilhas. No anual dia dos papagaios na "Kamahameha School" para meninos, invariavelmente ele era convidado a fazer a oração para os grandes ventos serem soltos das cabaças de vento (logicamente simbólicas) a fim de que os grandes papagaios pudessem subir. Conversei com diversas pessoas que tinham presenciado o princípio de uma grande brisa, dez minutos após ser feita a oração, mas eu nunca fui suficientemente afortunado de assistir pessoalmente. Se alguma vez ele falhou aos meninos e seus papagaios, nunca tive notícia dessa falha.
Comentário:
Produzir chuva não era usual nas atividades dos kahunas que trabalhavam no controle do tempo, isto porque o Havaí era abençoado por muitas chuvas nos locais habitados. Apesar de ser difícil imaginar nuvens e chuva serem manufaturadas do nada pelos Eu Superiores, em resposta a orações rituais, pode-se no entretanto imaginar um controle pelo qual as nuvens possam ser trazidas para esvaziar-se no local desejado.
Caso Nº 31
Controle de tubarões e tartarugas
Notas Preliminares:
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Enquanto residi nas Ilhas havaianas nunca ouvi um simples caso de tubarões que tivesse atacado e comido uma pessoa viva, apesar do corpo dos que se afogavam serem comidos. Supunha-se que os tubarões tinham seus Eu Superiores de cada grupo nas ilhas do Pacífico, e que estes tinham a capacidade de tomar a forma de tubarão à sua vontade. Muitas histórias são contadas de íntimas relações estabelecidas entre seres humanos e tubarões. Famílias eram muitas vezes intimamente associadas com variadas criaturas, fazendo patos de magia com seus Eu Superiores e Guardiães. Isto fez nascer uma forma de totemismo no qual certos ritos eram observados e o animal totem não era comido por aquela família. As crianças e os Eu Superiores, que guardam as criaturas inferiores, parecem ter uma grande afinidade. As criaturas inferiores, parecem ter uma grande afinidade. As crianças geralmente demonstram uma capacidade psíquica natural e o vêem os "pequenos seres". No Havaí persiste fortemente a crença que os espíritos dos bebês humanos, sob determinadas circunstâncias, renascem no corpo de tubarões observando assim a relação totem entre os tubarões e as famílias de tubarões com espíritos humanos. (Falando do conhecimento das crianças — da mesma maneira que a dos primitivos — acerca do Eu Superior, lembro-me da história de Mary Austin, relatada em sua autobiografia "Earth's Horizons". Pequena ainda veio a conhecer o superconsciente que chamada de "Eu Mary", em contraste a si mesmo que era somente “Mary”. Ela podia obter ajuda deste espírito para as menores coisas, como seja atravessar uma pinguela sobre um riacho, o que não poderia fazer sozinha. Mais tarde descobriu que os índios Piutes conheciam o mesmo Eu Superior, chamando-o de Wakanda ou "O Amigo da Alma do Homem". Toda a sua vida, quando em dificuldade, orou para esta "Eu Mary", e raramente deixou de conseguir ajuda.)
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Em Samoa, mais ou menos em 1934, havia um ritual em que as crianças repetiam simples cantos com a finalidade de entrar em contato com os Eu Superiores no controle de tubarões e tartarugas daquela região.
O Caso:
No "Geographic News Bulletin" número 10 de Dezembro de 1934 (National Geographic Society) o Sr. George H. Hutchinson descreve ter testemunhado o ritual denominado "Chamando o Tubarão e a Tartaruga", da vila Vai Togi em Samoa. Os nativos adultos e crianças, misturavam-se para a cerimônia e a seguir as crianças eram deixadas sós num ponto saliente acima do mar. Lá eles recitavam uma velha lenda que narrava como um príncipe e uma princesa tinham se transformado em tubarão e tartaruga respectivamente. Conforme cantavam eles acenavam. Em cerca de cinco minutos um pequeno tubarão, de cinco pés de comprimento, apareceu na clara água entre as ondas que se quebravam, nadou em volta, a plena vista, durante um minuto, e em seguida partiu. Da mesma maneira, apareceu logo uma tartaruga, ali permanecendo por um breve período, nadando de volta para as águas profundas.
Comentário:
Começa cedo, o treino dos jovens que se tornarão kahunas. Quando chegam aos nove ou dez anos esse treino é intensificado. Pode bem ser que tal treinamento ajude o eu inferior das crianças em facilitar e tornar mais automático o contato com o Eu Superior ou Aumaka. Talvez, nós modernos, começaremos um dia tais treinos, também na infância. No Cristianismo existe uma alusão a este procedimento nas palavras de Jesus: "Deixai vir os meninos a mim e não os impeçais."
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De grande significação é o fato de serem os kahunas "apresentados" aos Eu Superiores no controle do tempo e da natureza, com o propósito de estabelecer a ligação do cordão da substância do corpo sombreado entre estes Eu Superiores e os estudantes kahunas. Isto parece ser mesmo um antigo mecanismo que se espalhou por várias religiões, como, por exemplo, sacrifica-se na ordenação de um novo padre. A ordenação é feita por intermédio de um padre já ordenado (ou apresentado) e uma vez o elo seja estabelecido entre o novo padre e o Ser Superior, está ele apto a iniciar seu ministério. Na Índia, ainda é executado um rito para o estabelecimento desta forma de introdução ou cordão de conexão. O professor atua para motivar o contato, mesmo desconhecendo seu mecanismo, sentindo-se o aluno, de repente, capacitado de alcançar o Eu Superior, tornando-se "Iluminado". Este ritual inclui usualmente um contato físico entre professor e aluno, algumas vezes uma palmada ou mesmo um pontapé, e que representam no ato a ligação do cordão de contato através do corpo sombreado do professor e aquele de seu Eu Superior. Apesar destes assuntos não estarem ainda completamente entendidos, a necessidade do cordão de conexão destaca-se claramente em todas as circunstâncias. Vários caminhos são praticáveis na remoção de complexos bloqueadores, abrindo a senda para as comunicações telepáticas. No devido tempo, quando viemos a experimentar em grande escala o aprendizado e repetir os trabalhos dos kahunas, poderemos encontrar um caminho para sermos "apresentados" aos Eu Superiores que presidem às mais baixas formas de vida, entre os quais se encontram o desenvolvimento de parasitas que tanto afligem o homem. Entre estes "Eu" poderemos encontrar os causadores de câncer e tumores, forçando-os a desaparecer. Os germens poderão ser manejados da mesma maneira. Recentemente, ouvi contar acerca de uma pessoa que falava alto às formigas que rodeavam sua casa, prometendo-lhes que poderiam ficar no jardim
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sem serem molestadas se elas se conservassem fora da casa. O pacto tornou-se efetivo, e está sendo cumprido até hoje, ao escrever este livro.
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CAPITULO XXII
A magia do milagre e seu uso prático.
Informações para aqueles que trabalham sozinhos. Trabalho em grupo. Organização central para os relatórios. O efeito de huna sobre a estrutura social do mundo.
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CAPITULO XXII
Está quase terminada a primeira etapa de investigação do antigo sistema Huna. Pouco mais poderá ser dado para aumentar nosso conhecimento a respeito e comprovar as conclusões já alcançadas, até que as notícias dessas nossas investigações
se
espalhem
atraindo
novo
interesse,
através
de
grupos
experimentais. Individualmente pode-se começar a trabalhar, desenvolvendo a habilidade de acumular altas cargas de baixa voltagem de força vital, transferindo-as em formas de pensamento de cura àqueles que possam ser curados. Quase todos nós podemos aprender o uso da magia inferior. Para uma pessoa aprender a usar a Alta Magia, deve estar livre de complexos e isto é difícil poder fazer por si mesmo. Esta dificuldade poderá ser superada por um grupo de trabalho, uma pessoa assistindo a outra, para abrir o caminho de contato com o Eu Superior. Naturalmente, alguém poderá confinar seus próprios pecados ou complexos culposos e experimentar o contato. Em alternativa, poderá usar o método que pode tornar-se um caminho aberto para tudo, ou seja, desde que se tenha tomado uma decisão para aquilo que se deseja, formulará uma oração, repetida frequentemente, com a ordem ao eu inferior de transmiti-lo junto com o mana inferior ao Eu Superior, quando se efetuar o contato direto durante o sono. É um método lento, mas certamente melhor do que a cega oração, oferecida sem compreensão de seu mecanismo ou do Eu Superior. Hoje em dia, infelizmente, não existem mais kahunas para nos treinar para as curas. Deveremos desenvolver nossos próprios curadores, mas isto requererá organizações, estudos e a seleção daqueles naturalmente favorecidos que se revelem no trabalho experimental. Dependerá de nós mesmos se o resultado for
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obtido rápida ou demoradamente. Não se poderá esperar indefinidamente por curadores a serem treinados, havendo tão grande número de necessitados. Para o amor e a caridade urge a rapidez. Todavia, para os que precisam e tem esperança, ofereço aqui, ao findar meu relatório da Ciência Huna, estas sugestões: Se alguém aspira, por uma prática diária, aprender a entrar em contato com o Eu Superior, há muitas coisas que serão de grande ajuda. A primeira é fazer a leitura diária de escritos onde estejam transcritos todos os desejos do necessitado e suas completas possibilidades de sucesso. Não devemos esquecer que somos criaturas de hábitos mentais maciços. Adquirimos o hábito de pensar certas coisas de determinadas maneiras e é necessário muito esforço para evitar desistir das práticas ao findar a primeira semana. Leiam todos os dias os casos de meu relatório se desejarem guardar o incentivo original de praticar o polimento e ir adiante. Os Cientistas Cristãos entendem isto melhor do que qualquer outro grupo conhecido. A pessoa que deseja a cura de seu corpo ou de sua prosperidade deve efetuar diariamente uma leitura dos escritos que farão a filosofia aparecer à mente de forma clara e impressionável. O eu inferior ficará impressionado pela página impressa. Este é um ESTÍMULO FÍSICO e, se o médio eu acredita que os ensinamentos escritos estão correios ou mesmo aproveitáveis, apesar de ilógicos, o eu inferior gradualmente aderirá a essa linha, aceitando as idéias. De outro lado, se não lermos frequentemente o material, o eu inferior o esquecerá. Ele ô colocará entre os incitamentos preguiçosos a fim de não fazer coisas extenuantes. Leia. Releia. Leia, leia e leia. Isto o ajudará a formar um novo hábito de pensamento. Os hábitos de pensamento, entretanto, não são todos maus ou obstrutivos.
Se um bom Cristão desenvolveu hábitos de
mentalização, feitos com fé e confiança no conceito cristão de Deus, isto o provê de uma ponte pela qual as práticas de cura podem passar rapidamente. suas crenças as crenças habituais de seus pacientes.
Quimby atou
Eles acreditavam que Deus
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não podia ser nada mais, senão bom. Possuíam a crença complexada, recebida na infância, que Deus era perfeito, que Ele era bom e que Ele era Todo Poderoso. Construindo sobre estes hábitos de fé fixos e complexados, localizados no eu inferior e partilhados com o médio eu, Quimby achou fácil provocar no paciente a crença em sua teoria de que a doença e toda condição má, não podia existir porque não vinha de Deus, que era a perfeição. Nossas crenças complexadas podem ser uma ajuda como, também, um empecilho. É, todavia, necessário nos reunirmos mentalmente a intervalos, fazendo um exame crítico e íntimo das nossas crenças mais pertinazes. Devemos permanecer constantemente na grande verdade Huna que é para nós o epítome da libertação — a verdade que é a de não podermos pecar contra os Altos Seres e que não existe nenhum outro pecado senão aquele de ferir outro ser humano. NÃO INJURIAR, NÃO PECAR!
Grite isso do telhado, cada hora durante um ano, se for
necessário. A todo custo GANHE A SALVAÇÃO LIBERTANDO-SE DOS FALSOS DOGMAS DO PECADO. Ou, se você falhar nisto, satisfaça o seu eu inferior complexado e cesse de fazer as coisas que ele teimosa e cegamente insiste em considerar pecado. De qualquer maneira LEIA. A literatura Huna é ainda escassa, mas qualquer pessoa pode ler "Unity's Daily Word" ou publicações similares, com suas lições e afirmações a serem repetidas dia a dia. Alguém que conheça a sabedoria secreta dos kahunas poderá transformá-la em termos de Huna. Deus torna-se o Eu Superior — porque é o mais alto que poderemos jamais alcançar — e podemos estar certos de que qualquer contato com Seres ainda mais elevados será feito para nós pelo Eu Superior. Os kahunas não hesitavam em usar o que fosse que lhes viesse às mãos desde que favorecesse os seus trabalhos. Davam boas vindas aos médicos e gostavam das igrejas. Para eles, Huna era algo vivo e crescente. Deram as boas vindas aos primeiros missionários, esperançosos que estes lhes trouxessem novos e
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adiantados conhecimentos e um método melhor de cura. Iguais aos Polinésios demonstraram a mais surpreendente boa vontade. Eram seguidos de coisas novas e boas, se provassem serem práticas. Huna não é cristalizada, estabelecida e morta. É um sistema vivo e prático que aprisiona fortemente o que foi provado enquanto procura avidamente inspecionar tudo que é novo e prometedor. Mas, aqueles que aspiram beneficiar por meio das antigas descobertas que compõem o coração do Secreto, deverão estar também prontos e dispostos a mudar. Leia este relatório mais e mais, se quiser quebrar os velhos hábitos de crença e tirar proveito das novas. Às suas primeiras leituras você conseguirá captar a sua fulguração. Uma semana mais tarde você tentará relembrar o que leu e encontrará os assuntos meio confusos em sua memória. Isto porque as novas idéias chocaramse com as velhas, por você mantidas durante anos. Se você reler o relatório o fulgor voltará, ficando mais tempo. Se você não o fizer, a confusão crescerá e dentro de um mês você se esquecerá de ter alguma vez recebido o clarão. O eu inferior é o guardião de todas as nossas memórias e hábitos de pensamento e crença. Ele armazena todas nossas memórias e pensamentos em seu corpo sombreado inferior, presidindo sobre eles teimosa e ilògicamente. Levará tempo lendo e relendo, para trazer a foco e ali manter o conhecimento — pronto a entrar em contato com o Eu Superior. Ainda que o trabalho experimental levado a efeito por indivíduos seja de grande importância e mesmo que a maior possa descobrir ter insuspeitados talentos no uso da magia inferior e alta, será tão só, através de grupos de pioneiros de recuperação do sistema psico-religioso Huna que se alcançarão melhores progressos. Por exemplo, aqueles que começam a experimentar a baixa magia, usando o método do Barão Ferson, ou alguma variação dele para reconstruir um incremento de força vital em seus organismos, necessitarão de outros para utilizar esta forma.
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A força vital atrairá como magneto se você colocar as mãos sobre os ombros de alguém que estiver menos carregado, retirando-os vagarosamente. Esta força deixará uma pessoa para entrar em outra carregando pensamentos de cura, e a transferência de força por si mesma corresponderá, mais efetivamente, ao pensamento curador. Um indivíduo que tiver estudado meu relatório cuidadosamente será capaz de planejar seus próprios passos, determinando quais as práticas diárias. Como a oração é baseada na capacidade telepática (exceto durante o natural contato com o Eu Superior durante o sono) esta pratica é importante. Mas neste trabalho um sócio é absolutamente necessário e num grupo testes poderão ser feitos para determinar qual a pessoa que melhor trabalha em conjunto. Uma pessoa pode concentrar-se num símbolo, num quadro, numa palavra, etc. e as outras do grupo permanecerão receptivas esperando para ver se recebem impressões de natureza telepática do primeiro. Um grupo formado regularmente, oferece um estímulo de interesse e a possibilidade de compartilhar as descobertas efetuadas por um deles. Organização e trabalho em conjunto, com projetos definidos e reuniões determinadas, sob a direção de um líder, é muito melhor que o trabalho desorganizado. Conforme se adiantarem as experiências e os indivíduos de talento natural comecem a obter resultados em curas com a magia inferior ou com a alta magia, com imunidade ao fogo, transformação do futuro etc. seria conveniente ter uma organização central através da qual as novas descobertas pudessem ser esclarecidas
de
grupo
a
grupo
e
informações
referentes
aos
novos
desenvolvimentos curadores fossem dados àqueles que o desejassem. Boletins que fornecessem os resultados das experiências individuais e em grupos estariam à disposição e instruções especiais seriam publicadas, à medida que fossem surgindo necessidades específicas.
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A indicação de estarmos entrando num novo período de progresso na civilização mundial é vista na redescoberta do segredo Huna, campo aberto de conhecimento ao alcance de todos. O culto secreto cria o sacerdócio e o sacerdócio cria privilégios especiais e geralmente termina em imposição, sendo vítimas os leigos. Apesar de surgirem os que possuam talentos inatos que os capacitará de usar os métodos kahunas, tornando-se curadores, não haverá mais a secreta e misteriosa cegueira acerca dos métodos empregados. O leigo poderá talvez, não aspirar a tornar-se um curador do corpo e de bens materiais, mas poderá ler sua literatura e conhecer os princípios do novo sistema psico-religioso. Este sistema, apesar de baseado em antigos fundamentos, indubitavelmente se desenvolverá rapidamente quando modernas descobertas e métodos de laboratório forem trazidos em uso. Atualmente, por exemplo, podemos medir e gravar no papel os impulsos eletro-vitais que se movimentam através do cérebro em uma velocidade mínima de cerca de dez por segundo (marca verificada pelo Prof. George L. Keezer da Cornell com um eletroencefalográfico), e em pouco tempo poderemos saber mais, acerca do mana dos kahunas, do que eles nunca o souberam. Esta é a máquina do tempo e é com segurança que podemos predizer nossa recuperação desses dons, usando o Huna, aliando as máquinas em várias circunstâncias, no constante aperfeiçoamento das antigas práticas. O efeito do conhecimento geral de Huna na estrutura social mundial será fascinante observar. Em virtude de não termos tido um conhecimento psico-religioso suficientemente detalhado e utilizável, é que não vemos os meios de unificar nestes objetivos. Com Huna agindo como um agente catalítico e criterioso, o caos de idéias nestes campos será submetido à ordem. A maior parte de nossas moléstias sociais tem ocorrido porque, enquanto tivemos conhecimento de tudo o mais, a perdida ciência Psicológica (com uma mínima partícula religiosa) não foi recuperada após a Era Negra como o foram os conhecimentos de matemática, física e astronomia.
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Estes recuperadores tornaram possível a construção rápida da máquina civilizadora, mas deixaram um vácuo doloroso onde deveria existir um mais profundo conhecimento do homem e de suas partes dementais e potenciais, de suas associações à vida física e à vida de após a morte física.
Sem a ciência psico-
religioso, temos vivido de certa forma, como animais tagarelando acerca de altos ideais e de humanitarismo, mas incapazes de fazer algo a respeito porque não podemos entender a nós mesmos.
Não sabemos o que fomos, porque estamos
aqui, ou para onde vamos. Em outras palavras, este departamento da vida tem sido, e ainda é desorganizado e confuso. Ferimos uns aos outros e unidos em grupos e nações fabricamos a guerra a outros grupos e nações — espetáculo maravilhoso para seres inteligentes em nosso estágio de desenvolvimento. Se pudermos estabelecer uma base neste campo de conhecimento, estaremos no caminho da sua aplicação para o melhoramento da humanidade, da mesma forma que aplicamos aquilo que sabemos na agricultura e na criação de animais. Libertamo-nos da cega resistência dogmática das religiões arcaicas, estaremos aptos a dar passos sensíveis e práticos para frente substituindo o crescimento desorganizado decorrente da animalidade do eu inferior, substituindo-o pelo médio eu ajudado pelo Eu Superior.
É como se à nossa civilização tivessem
concedido de crescer sob uma forma selvagem, criando florestas emaranhadas e produzindo selvas, campos estrangulados por ervas daninhas e com o sempre presente perigo do fogo destruindo tudo. O "crescimento selvagem" pode ser substituído por campos e florestas planejadas e ordenadas e, para melhor elucidar, com extintores de fogo protegendo as seções cultivadas daquelas ainda conservadas selvagens. Existirão sempre indivíduos turrões, para quem as novas idéias, contrárias às suas crenças fixadas e dogmáticas, agirão como a bandeira vermelha sobre o touro, causando protestos furiosos, mas em compensação é certo que o homem e a mulher comum, graças ao sistema da escola pública, são capazes de se aproximar
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de uma nova idéia com uma mente razoavelmente aberta. Estes, que formam a grande maioria, devem somente organizar-se e começar a trabalhar em conjunto para trazer de volta a perdida ciência que é necessária para completar e aperfeiçoar a civilização que sabemos, há muito tempo, ser misteriosamente deficiente. Isto, nós organizaremos, preparando um futuro que será talvez privilegiado. Em todos os outros pontos temos sido rapidamente progressivos. As calamidades da II Grande Guerra nos tornaram mais ansiosos de encontrar um caminho para o melhoramento, alguma resposta para as chocantes falhas no manejamento dos negócios humanos. Desorganizados, permanecemos como produtores de selvas. Organizados, podemos movimentar o mundo para a ordem, contato que cada indivíduo realize a sua pequena parte. A união é força, prosperidade e segurança. Os Seres Superiores dirigindo as formigas e as abelhas o demonstram. As rudes desuniões e o individualismo, como são demonstrados pelos animais de rapina que comem os outros animais e estão em constante perigo de serem comidos, representam o estágio de crescimento no qual as árduas lições da vida devem ensinar, sob o domínio do Livre Arbítrio. A partir desse estágio vem aquele que nos esquecemos durante longo tempo; o estágio em que o homem volta ao esforço unido e cooperativo, ainda de posse do livre arbítrio, mas usando-o na sua exata relação para com seus irmãos e o livre arbítrio destes. E, acima de tudo, a exata relação para os Eu Superiores, de onde nos vem ajuda e orientação. Chegamos por fim à curva da estrada, e o panorama que se nos apresenta à frente, mesmo que se nos afigure, como agora, enevoado através do véu do tempo, parece ser verdadeiramente brilhante.
FIM
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SÍMBOLOS DIAGRAMATICOS DO SISTEMA HUNA
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Ilustração 1: Simbolizaçao diagramática dos corpos sombreados do homem A. E B. Os corpos sombreados do Eu Superior, composto de um par ligado, no qual habita a consciência masculina e feminina dos Espíritos Paternais do homem.
C. De acordo com a crença Huna. todos os Eu Superiores estão continuamente ligados a todos os outros Eu Superiores de maneira misteriosa, mas mesmo assim permanecem separados e individuais. Em vista do homem não poder entender os mistérios de seu Eu Superior essa crença é aceitável.
D. Esta linha pontilhada representa o cordão ou fio de conexão da substância do corpo sombreado estendendo-se do eu inferior até o Eu
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Superior. Ao longo deste cordão pode transitar força vital carregando em seu escoamento as formas de pensamento de orações (para cima) e as formas de pensamentos corporificando visões do futuro ou mensagens do Eu Superior tais como inspirações etc. (para baixo). Este cordão é um “Caminho” simbólico ligando os eu inferiores aos Eu Superiores, chamados simbolicamente a “Luz”. Se uma culpa ou outro complexo impede a comunicação ao longo do cordão dizendo que o “Caminho” está “bloqueado”.
E. O corpo sombreado do médio eu (mente consciente) inter-fundido com o eu inferior (subconsciente), simbolizado por uma auréola em volta da cabeça, porque esta é o centro da consciência do médio eu.
F. A linha pontilhada mostra diagramàticamente que o eu inferior e médio constantemente enviam para trás e para frente, aos centros da consciência, formas (de pensamento) criadas por todo pensamento, recordações e impressões sensoriais. O ponto atual de intercâmbio está provavelmente localizado na parte mais baixa do cérebro.
G. A linha pontilhada que circunda a figura do homem representa o corpo sombreado do eu inferior. Ele é aproximadamente da mesma medida do corpo físico, interpenetrando-o, duplicando em sua substância invisível cada tecido do corpo humano.
H. O corpo físico, usado em vida como residência dos dois eu inferiores do homem em seus corpos sombreados.
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I. O pontilhado oval indica o campo magnético causado pela presença no corpo e os corpos sombreados das forças eletro-vitais. O campo, como já o sabemos, se estende muito mais distante do corpo, mas enfraquece progressivamente conforme se alonga exteriormente.
J. Existem numerosos cordões invisíveis da substância do corpo sombreado estendendo-se entre o homem e as pessoas ou coisas com as quais entrou em contato. Tal cordão foi desenhado ligando o homem a uma outra pessoa (K). Passando entre o homem (H) e o segundo homem (K) o cordão atravessa matérias densas que podem obstruir o caminho ou tentar o corte do cordão. Um bloco de madeira (J) é atravessado pelo cordão como se não estivesse lá. Ao longo de cordões desta espécie (L) é que passam formas de pensamento e força vital quando mensagens telepáticas são enviadas ou recebidas ou quando é realizada a leitura mental. O mesmo mecanismo é usado na psicometria.
Ilustração 2: Criação das formas de pensamento, de acordo com a idéia Huna
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A. Uma árvore é vista e sua imagem revelada na retina.
B. A imagem é levada para o cérebro.
C. A imagem entra na parte do cérebro onde se torna “racionalizada”.
D. A imagem racionalizada torna-se uma forma de pensamento e é arquivada, em associação com memórias e formas de pensamento similares. O local atual de arquivamento é no corpo sombreado do cérebro, que é feito de substância delgada e permanente.
E. A árvore quando vista é reproduzida em baixa voltagem, de força vital, transformando-se em forma de pensamento.
F. A forma de pensamento da árvore é produzida pelo médio eu que chama todas as memórias reservadas pelo eu inferior, comparando a nova forma de pensamento da árvore com outras similares já armazenadas. O médio eu trabalha com a mediana voltagem de força vital, simbolizada por urra linha dupla em ziguezague (iluminando, na antiga simbologia), considerando que a baixa voltagem de força vital é um simples ziguezague. Falando em termos modernos, a forma de pensamento
passa
através
da
tela
de
racionalização
e
é
“racionalizada”.
G. A forma de pensamento é devolvida à guarda do eu inferior que a amarra com os cordões sombreados (mecanismo “associação”) às formas de outras árvores, já comparadas pelo médio eu. É também ligada a formas de pensamento de tempo, lugar etc.
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H. O último passo é colocar a forma de pensamento em seu lugar apropriado no arquivo de memórias. A última figura é aqui representada como gaveta, mas os kahunas a simbolizavam como um saco, completamente escuro por dentro a fim de que o médio eu nada pudesse ver. Se o médio eu solicitasse uma lembrança, o eu inferior responderia enfiando uma mão figurativa dentro do saco e, puxando os cordões associados com as formas de pensamento (da árvore, no caso figurado), retirando eventualmente a forma de pensamento desejada. Se a forma de pensamento não estiver amarrada às outras formas de pensamento não poderá ser “relembrada”; mais tarde, após longo período de busca, o eu inferior poderá encontrá-la e apresentá-la ao centro de consciência do médio eu.
I. A formação de um complexo pode ser ilustrada por uma caveira, aqui vista e transformada em forma de pensamento pela ação da baixa voltagem de força vital do eu inferior.
J. Por causa do choque visual, o médio eu não peneira e não racionaliza a forma de pensamento criada pela impressão sensorial da caveira (ou qualquer outra coisa chocante), sendo esta forma de pensamento carregada e arquivada com memórias não relacionadas.
K. As formas de pensamento não relacionadas com as quais a forma de pensamento da caveira é arquivada e amarrada, atua perigosamente nas ações forçadas pela presença do complexo. Por exemplo, se a imagem da caveira é ligada a idéia de médicos, a vítima poderá demonstrar um pavor ilógico da morte em presença de qualquer médico.
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L. A forma de pensamento da caveira perde-se no “escuro saco” e a vítima não pode “recordar-se” dela para uma racionalização posterior.
Ilustração 3: Os mecanismos da telepatia e da oração telepática A. O corpo físico.
B. O corpo sombreado, ligeiramente afastado do corpo físico (como na viagem astral etc.) mas ligado ao corpo físico por um largo cordão de material do corpo sombreado.
C. Um cacho de uva representando, na simbologia Huna, o amontoado de formas de pensamento corporificando todas memórias. Estas são armazenadas pelo eu inferior em seu corpo sombreado (não no cérebro físico) e são levadas por este quando sobrevêm a morte física.
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D. Esta simples linha ondeada representa a baixa voltagem de força vital usada pelo eu
inferior (e
fabricada
por este no corpo). O corpo
sombreado é uma bateria ideal carregada de força vital e os cordões de matéria sombreada estendendo-se em todas as direções (unindo o indivíduo com todas as pessoas uma vez tocadas) são condutores perfeitos para a baixa voltagem de força vital.
E. O espesso cordão de material do corpo sombreado, ligando o corpo sombreado com o corpo físico quando o eu inferior (geralmente acompanhado pelo médio eu em seu corpo sombreado) deixa o corpo físico durante o sono, em transe ou viagem astral. A linha em ziguezague representa o escoamento de força vital ao longo do cordão.
F. Este círculo pontilhado indica o corpo sombreado do médio eu. Ele não tem a forma do corpo físico e é mais fino do que o corpo sombreado do eu inferior.
G. A pessoa distante com quem o experimento telepático (leitura mental) vai ser efetuado, ou para quem uma forma de pensamento curador e força vital estão sendo transferida numa cura à distância.
H. O fio ou cordão da substância do corpo sombreado que liga o homem com a pessoa distante (como explicado em G.) Ao longo do cordão correm a baixa voltagem de força vital e as formas de pensamento, ambas movimentando-se, indo e vindo do experimentador. Os pequenos círculos representam os pensamentos como formas de pensamento, mas estas deveriam ser naturalmente em cachos para
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formar as idéias completas ou as impressões combinadas pela extensão das faculdades sensoriais ao longo do cordão para ver, ouvir, cheirar, sentir, etc. Os kahunas simbolizavam esta extensão dos órgãos sensoriais, ao longo do cordão, como “atingindo um dedo” ou “um ouvido” etc. Os órgãos sensoriais são duplicados no corpo sombreado, assim, o eu inferior, quando fora do corpo físico, seja nas viagens astrais ou após a morte, continua a ver, a ouvir, a sentir etc.
I. A baixa voltagem de força vital trazendo em ação o cordão sombreado ligando o eu inferior com o Eu Superior. Esta baixa voltagem de força caminha ao longo do cordão, carregando as formas de pensamento de uma oração ao Eu Superior. Ela fornece também ao Eu Superior a força a ser usada na resposta instantânea, ou miraculosa, às orações para cura.
J. As três linhas onduladas simbolizam o escoamento de força vital do Eu Superior para o inferior. Esta é a voltagem atômica esmagadora que pode
produzir
mudanças
instantâneas
nos
tecidos
do
corpo
ocasionando a cura instantânea, ou produzindo o “fenômeno físico” da Pesquisa Psíquica.
K. O símbolo do Eu Superior. É ligado ao eu inferior pelo cordão da substância do corpo sombreado.
L. Ao longo do cordão sombreado de ligação, movimentam-se as formas de pensamento e impressões sensoriais, sejam estas últimas recebidas por uma projeção dos órgãos sombreados sensoriais, como os olhos, ou lembranças já gravadas como formas de pensamento.
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Todas as visões do futuro vêm do Eu Superior como impressões sensoriais ou formas de pensamento enviadas ao longo do cordão pelo Eu Superior ao eu inferior. Ou, o eu inferior pode estender uma porção de olhos do corpo sombreado à região do Eu Superior e “ver” as formas de pensamento do futuro, ainda não materializadas, mas que já foram construídas.
M. A linha dupla ondulada representa a média voltagem de força vital usada pelo médio eu como “vontade” e nas reflexões.
Ilustração 4: Ilustrações demonstrativas do mecanismo da cura instantânea
A. Imagem de um osso quebrado.
B. Uma oração foi feita, no estilo Huno, para o Eu Superior efetuar a cura instantânea do osso quebrado. O Eu Superior faz uso de sua alta voltagem (voltagem atômica esmagadora) para mudar a densa
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substância das partes quebradas do osso à forma fina, invisível ou “etérica”.
C. Esta é a apresentação do corpo sombreado do osso quebrado, não pode ser quebrado. Ele permanece ileso e é uma perfeita duplicata de cada célula, cada nervo, todos os tecidos, todo osso. Já dentro deste molde sombreado que o Eu Superior derrama a substância transparente para a re-solidificar, efetuando.
D. A cura instantânea e um osso perfeitamente restaurado. O mesmo mecanismo é apresentado por Huna para explicar a cura instantânea de qualquer defeito ou deformação no corpo. Este trabalho envolve o controle de temperatura como ilustrado em E. e F.
E. O desenho demonstra o uso simbólico da alta voltagem de força pelo Eu Superior controlando o calor das chamas (ou outras formas de calor) impedindo queimarem-se os pés nas cerimônias de passeio sobre o fogo, levadas a efeito somente para demonstrar a existência dos Eu Superiores e que eles podem responder a orações, tornando de fato possível a imunidade ao fogo.
F. O controle de temperatura pelo Eu Superior abrange o frio como o calor.
Nas
Pesquisas
Psíquicas
muitas
materializações
foram
observadas de objetos aquecidos e de blocos de gelo (bem como com seres viventes etc.).
G. Representa o Eu Superior respondendo numa sessão, ao pedido do eu inferior e médio. O pedido foi de efetuar a materialização de um peixe
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vivo. O Eu Superior inicia o trabalho usando a baixa voltagem de força vital fornecida pelos assistentes de uma sessão, fazendo-a alcançar a frequência de voltagem do átomo esmagador, e —
H. o peixe vivo é transformado em forma invisível.
I. O peixe vivo teve a sua substância densa modificada para uma forma etérica (ou ectoplasma invisível), como indicado pelo círculo pontilhado do peixe que indica seu corpo sombreado, que permanece imutável, mas que está já se movimentando com a etérica substância para a sala de sessão.
J. A substância etérica do peixe é trazida de volta do etérico ao sólido e colocada no corpo sombreado. A força vital do peixe, sua temperatura e todas as coisas pertencentes ao organismo vivo foram também transportadas e recolocadas em suas formas originais pelo Eu Superior ao produzir o transporte.
Nota:
Os espíritos desencarnados são geralmente os responsáveis pela ajuda do Eu Superior na produção de transportes. Todavia, Huna, sugere que os vivos podem também fazer o mesmo pedido e obter os mesmos resultados. Evidências acumuladas mostram que o eu inferior sozinho, como um espírito desencarnado do tipo produtor de fenômenos, é também capaz de fazer a solicitação ao Eu Superior e produzir o fenômeno do transporte como atirar pedras, acender fogo, derramar água etc.
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Ilustração 5: Símbolos Huna e suas significações A. A cruz como um antigo símbolo do eu inferior, subconsciente ou o espírito do homem. A linha central representa o corpo físico. A linha transversal representa (1) o eu inferior, (2) o corpo sombreado do eu inferior e (3) a baixa voltagem de força vital.
B. A cruz com as três barras transversais era um símbolo muito usado no antigo Egito, tornando-se mais tarde a “Cruz Papal” da Igreja Romana. As três barras representam os três eu do homem, os três corpos sombreados usados pelos três eu e as três voltagens de força vital usada pelos três eu. A linha ponteada mostra a formação do triângulo como símbolo da mesma coisa, mas deixando livre o topo central da
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cruz que significa o estado após a morte quando o corpo físico já se foi.
C. A cruz com duas barras representa o eu inferior e médio do homem, também seus corpos sombreados e as duas voltagens de força vital (“Cruz Cardinalícia” da Igreja Romana, assim como a cruz simples é a “Cruz dos Padres”). (A Igreja Católica Grega usa o desenho da cruz após a letra K.)
D. A vinha ascendente sobre uma cruz (uma barra) simboliza a subida da baixa voltagem de força vital do eu inferior em direção ao Eu Superior, aqui demonstrado como uma dualidade combinada em linha pontilhada acima da cruz. A folha é para identificar a vinha como vinha e não como serpente, porque esta última não é um símbolo de força vital, pois não pode esparramar os três galhos que simbolizam as três voltagens de força vital. O cacho de uva, ou amoras, na vinha ascendente representa o amontoado de formas de pensamento de uma oração, sendo carregado figuradamente ao Eu Superior pela força vital ou vinha.
E. A força vital, também simbolizada como água. Três ondas são usadas aqui para indicar a alta voltagem de força vital usada pelo Eu Superior.
F. A média voltagem de força vital usada pelo médio eu ou consciente.
G. A baixa voltagem de força vital usada pelo eu inferior, abastecendo o médio e Eu Superior que aumentam a sua voltagem, para a poderem usar.
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H. Gravura representando um simples pensamento sob a forma de prego.
I. Três formas de pensamento associadas sob a apresentação de uma prancha e dois pregos.
J. Uma grande e complicada associação de formas de pensamento que representa uma casa. E um complicado “grupo” como este que é representado como o cacho de uva da figura D.
K. Três cruzes nos finais de cada barra da cruz, fornece o símbolo representativo dos três eu, os três corpos sombreados, as três voltagens de força vital e o corpo físico representando, no conjunto, o homem vivo.
L. O triângulo possui significação similar à cruz precedente se considerarmos cada lado representando as três partes do homem, seja os três eu para um lado, os três corpos sombreados de outro e por último as três forças vitais. Dentro do triângulo a figura de um homem indicando o corpo físico, que é durante a vida física a base dos outros nove elementos.
M. Simbologia muito antiga representando o Pai, a Mãe e o filho. Em Huna deve-se perceber a idéia de que o Eu Superior é um par paternal unido, mas separado; a criança é o homem inferior composto de eu inferior e médio.
373
Ilustração 6: O Eu Superior e o grupo alma. Antigos símbolos relacionados com a crença Huna. A. Acima das três figuras humanas aparece o símbolo do Eu Superior, um para cada homem. Mas acima destes aparece um único símbolo para o Eu Superior do qual parte uma linha pontilhada na direção de cada homem. Este último Eu Superior representa a doutrina provável de Huna designando o “grupo alma” ou Eu Superior a quem pertence o cuidado e direção dos progressos corpóreos de um grupo de pessoas relacionadas. Este Eu Superior estabelece a regra de crescimento e dirige de maneira secreta todos os processos corpóreos que, manifestamente, é muito complicado para o eu inferior entender e dirigir.
374
B. O Eu Superior designado a cada pessoa (ou talvez um par masculino e feminino) o indicado pelo símbolo de “infinito” sobre cada homem individualmente. O Eu Superior pode efetuar modificações imediatas no corpo do homem, sob solicitação apropriada, e é capaz de influenciar o Eu Superior dos menos desenvolvidos agindo como o “grupo alma”.
C. Acredita-se que todos os animais, pássaros, insetos, peixes etc. têm o seu Eu Superior ou “grupo alma” guiando-os, do mesmo modo que o corpo físico e eu inferior têm igual guia. A linha pontilhada se estendendo dos símbolos dos Eu Superiores pluralidade, o fato
de
cada um
(C) indica, por sua
inspecionar
um
número
de
criaturas.
D. O Eu Superior atuando como “grupo alma” (como materializado por Stewart, professora na África, ao usar sua força Huna sobre o Eu Superior dos pássaros locais, fazendo-os se juntarem em um grande bando de variadas espécies sobre um morro — tornando visível uma indefinível cabeça de pássaro sobre um nebuloso corpo humano pairando no ar.) foi aqui desenhado tendo uma parte humana e a cabeça de animal, como demonstrado em D, conforme a imagem tirada da parede de um antigo templo Egípcio (o deus templário Hathor). As duas penas acima do globo sobre a cabeça do homem águia, sugerem a representação da dualidade dos Eu Superiores, de acordo com a doutrina secreta da simbologia esotérica.
E. A simbologia do antigo Egito fornece uma excelente idéia para representar uma oração em seu vôo para o Eu Superior. É indicada no
375
globo alado. As duas serpentes podem representar o positivo e o negativo no fluir da básica força vital ou a voltagem de força vital inferior e média,
ambas
envolvidas no
envio
de
uma
oração
sob forma de pensamento.
F. A Esfinge pode ser um símbolo relacionado com o de homem-águia (D), mas invertido, tendo a cabeça humana e
o
corpo
de
um
animal.
G. Um desenho egípcio no qual duas serpentes aparecem em conexão com o símbolo de rebentos de flores e peque nos globos colocados acima, exprimindo a idéia tríplice, talvez apontando a antiga crença Huna em três corpos sombreados e três forças vitais. A base ondulada deste desenho é uma forte reminiscência do símbolo ondulado Huna para a força vital.
H. Este antigo símbolo apresenta o pensamento alado com o símbolo da força humana na união dos sexos. Por causa da perda da clarividência e do conhecimento laborável das três voltagens de força vital humana, os sacerdotes de diversas religiões antigas imaginavam que a força criativa usada na procriação tinha algo que ver de básico com a efetividade da oração aos “deuses”. Isto parece não ser uma suposição correta para os kahunas, se o homem ou a mulher, trabalharem em suas magias indiferentes à força vital usada no sexo. Todavia, existia a crença Huna de que o Eu Superior de um homem era composto de um par macho e fêmea.
376
I. O símbolo familiar do báculo alado e suas duas serpentes cingindo-o, muitas vezes incorpora o globo alado como uma parte de sua simbologia. Se o símbolo do Eu Superior estivesse colocado sobre o báculo, como foi feito no desenho, o símbolo estaria completo, no ponto de vista Huna. E interessante notar-se não haver cobras na Polinésia e que as mesmas não eram usadas como símbolo de força vital pelos kahunas em suas descrições verbais do mecanismo de seu sistema psico-religioso de magia. É de se presumir que eles nunca usaram o símbolo da serpente ou tenham-se perdido após deixarem a região
do
Egito,
vivendo
por
alguns
séculos
na
Polinésia.
Provavelmente o uso da serpente veio de uma fonte não Huna, porque os kahunas não possuíam vocabulário para “serpente”, tendo, no entanto, uma palavra para determinar os animais da família do crocodilo.
377
APÊNDICE
William Reginald Stewart, que esteve no Norte da África guardando uma tribo Bérber, encontrou lá a mesma sabedoria secreta de magia possuída pelos havaianos, tendo-lhe dito um professor nativo que uma linguagem especial era necessária para conversar acerca dos elementos da Ciência Secreta. Apesar de ser verdade que tal linguagem é muito cômoda para esta finalidade, podemos forjar palavras ou associar palavras comuns em qualquer língua para nos aproximarmos delas e das palavras símbolos usadas pelos kahunas. Naturalmente, há um século atrás, muitas palavras ainda não existiam nas línguas modernas, como: força vital, subconsciente, consciente e superconsciente. Se hoje fôssemos confrontados pela necessidade de preparar uma lista de termos descritivos dos vários elementos da psicologia Huna, indubitavelmente, teríamos que recorrer aos símbolos para cobrir as significações mais generalizadas, assim como o fizeram os antigos descobridores da Huna. É de supor-se que estes pesquisadores usaram de forças psíquicas de observação para chegar às suas conclusões. Descobriram eles, por exemplo, que a força eletro-vital do corpo humano escoava-se, da mesma maneira que a água. Ela seguia um cordão da substância do corpo sombreado como a eletricidade segue num fio ou como a água percorre um cano. Como a água, ela também corria, numa formação conjunta, das mãos dos curadores para os pacientes. Como a vinha, por si mesma, dividia-se em seu fluir, vindo do eu inferior para o médio eu e o Eu Superior. Como a vinha, que aguenta os cachos de uva, subindo e dividindo sua força vital, carrega formas de pensamento reunidas do eu inferior, para cima, ao médio eu ou ao Eu Superior... A palavra havaiana para água é wai, que é tão curta quanto à palavra mana para a força vital usada pelo eu inferior. Mana-mana significa os ramos estendendose no movimento para cima ou para os lados como a vinha crescendo. Ela simboliza
378
a força vital quando aumenta de voltagem e é usada pelo médio eu. Mana loa traduz a mais potente força vital e representa a alta voltagem de força usada pelo Eu Superior. Empregando o breve wai os kahunas indicavam a força vital em geral, talvez de uma maneira específica. A palavra mana para a força vital é tirada das raízes ma e na combinadas. Ma significa entrelaçar como a vinha ao se tornar árvore. A raiz na tem um significado não inteiramente claro nesta conexão, talvez formativo ou uni "ing" da língua inglesa (vide ana) mas para as finalidades destes estudos é suficiente identificarmos a palavra mana como símbolo da vinha. Cada um dos três eu do homem tem seu corpo invisível. Estes são denominados
simplesmente
pelos
kahunas
como
corpos
sombreados,
menosprezando o fato que havia três espíritos no homem e por conseguinte três espécies destes corpos invisíveis. Aka significa sombreado e kino significa corpo, enquanto lau quer dizer desenvolvimento ou, quatrocentos outros significados mais, assim, na palavra kino-aka-lau, temos o termo aplicado para um fantasma ou espírito, a simples palavra descrevendo o fantasma como um possuidor de diversos corpos sombreados e por esta razão um fantasma normal com três seres. Outras palavras para fantasma são: wai-lua, traduzindo duas águas, ou um fantasma normal com duas voltagens de força vital, e a concessão dos habituais dois eu e os corpos sombreados; (Era costumeiro deixar-se ao Eu Superior a construção destes termos, pois não era acreditado estivesse associado, num sentido físico com os dois eu inferiores e não fosse visível à vista psíquica) kino-wai-lua, traduz fantasma de duas águas (voltagens de força vital); aka-lau traduz-se para sombreados (corpos) — muitos. As explicações seguintes darão a idéia de como as palavras eram construídas através do uso de raízes e palavras símbolos, bem definidas. Muitas palavras usadas pelos kahunas para descrever os elementos de Huna eram formadas por raízes ligadas, dando à palavra o significado geral, enquanto as
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raízes davam outros significados, descrevendo a natureza da coisa nomeada no sentido ampliado do termo. A palavra aka para sombreado é um bom exemplo. De sua raiz tiramos uma excelente descrição da maneira pela qual o corpo sombreado do eu inferior fixa-se em tudo que toca, retirando ao sair somente um cordão aderente da substância de seu corpo sombreado, estendendo-a a uma distância infindável, permanecendo como um cordão de ligação permanente, de contato ou comunicação. Este cordão não é carregado de força vital e, por esta razão, não é ativado normalmente. Mas uma vez tal cordão tenha ligado uma pessoa a um objeto, ou duas pessoas entre si podem, em qualquer tempo, ser ativado, pelo fluir de força vital, e pela projeção de uma pequena partícula do corpo sombreado, tornando-se maior e mais forte nos momentos de contato. (Devemos recordar que os órgãos sensoriais podem ser projetados em parte com a substância sombreada, podendo enviar e receber estas impressões, formas de pensamento de recordações, outras impressões que possam fluir indo e vindo, como em telepatia, leitura mental, ou como em oração ao Eu Superior). A raiz ka em aka também significa uma vinha cujos ramos correm e dividem-se, unindo o significado da palavra diretamente à idéia do mana que escorre ao longo do conjunto de substância sombreada ou cordão. Ka significa também a radiação, como a dos raios solares, simbolizando a radiação em todas as direções de numerosos cordões que ligam cada indivíduo com pessoas e coisas por ele tocadas. Um significado alternado é o movimento de um lugar para outro, apontando o movimento de força vital e formas de pensamento ao longo do cordão aka. (A raiz similar ka-a significa um cordão ou fio, também um ramo da vinha.) A raiz ka repetida, formando ka-ka significa um cacho de uva, e é o símbolo do amontoado de formas de pensamento que compõem uma oração de acordo com sua movimentação de força vital ao longo do cordão sombreado, vinda do eu inferior para o Eu Superior. A palavra para "pensar" é mana-o (podendo ser dividida em suas raízes para man-ao ou ma-não). Do estudo dos significados que são derivados das formações
380
da raiz, deve-se ver que os kahunas acreditavam que todo pensamento envolvia o uso de mana ou força vital, que se dividia, em recíprocos escoamentos, entre o inferior, médio e Superior Eu, mas, primariamente, entre o inferior e o médio. A raiz componente "o" mantém o significado de carregar alguma coisa, neste caso, formas de pensamento num escoamento de força vital. Significa também alcançar e penetrar alguma coisa, como o corpo sombreado de uma outra pessoa para quem mensagens telepáticas são enviadas, ou do Eu superior, para quem formas de pensamento de oração são projetadas. Como símbolo, "o" significa penetrar numa abertura escura, aperceber-se, encontrar alguma coisa e puxá-la para fora. Este é o caminho kahuna de simbolizar a maneira pela qual o médio eu força o eu inferior a encontrar algo nas formas de pensamento armazenadas na memória e apresentá-lo ao médio eu. Todo pensamento è efetuado pela memorização de fatos. Sem recordações há pouca ou nenhuma habilidade pensante, estando perdidos os materiais de racionalização. Ainda, um outro significado para esta importante mas pequena raiz, é o pedido da coisa desejada, seja.para a memória, ou ao fazer uma oração. A raiz nao tem um significado similar, particularmente aquele que simboliza o alcance de um receptáculo escuro para encontrar e tirar algo para fora. A raiz na é geralmente usada para substituir a rais ana, que designa bolinhas de substância, sendo este o símbolo das formas de pensamento que são fabricadas da substância do corpo sombreado pela ação da força vital; assim sendo o ato de pensar (m-anao) inclui o trabalho de manufaturação permanente das formas de pensamento que podem ser arquivadas como memórias, ou duplicatas e remetidas ao longo do cordão sombreado na telepatia ou em oração. Por causa de sua importância para Huna, a força vital recebeu muita atenção dos seus descobridores na formulação de palavras definitivas. Mana significa também vigor, força, inteligência, dividindo ou espalhando-se e, com o causativo hoo, (com hoo-mana ou produzir mana,) para reverenciar ou venerar. Esta última palavra hoo-mana ou ho-mana tem, na realidade, pequena conexão seja com
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referência e veneração, estas duas coisas um tanto estranha aos kahunas. O significado de o em hoo era provavelmente um dos secretos, e ho exprime transferir ou carregar, apontando o carregamento de formas de pensamento no escoar de força vital. Aho, incluindo a mesma raiz, significa o fio, corda ou linha, idêntico à palavra aka. Outro significado de aho era paciência, sugerindo que trabalhando com o mecanismo da oração era necessária muita paciência da parte da pessoa que rezava, dependendo do eu inferior conseguir enviá-la ao longo do cordão sombreado para o Eu Superior. A tarefa mais complicada, confrontando os artífices das palavras originais de Huna, deve ter sido aquela de unir as raízes para descrever em uma curta palavra as várias coisas que compõem o eu inferior e as diversas coisas por ele feitas. O resultado de seus primeiros trabalhos tem vindo para nós em duas palavras permutáveis, unihipili e uhinipili. Destas duas palavras, que significam o eu inferior ou subconsciente, vem um extraordinário número de descrições diretas do eu em questão, e também a indicação dos elementos e características não completamente definidas. Muitas das raízes envolvidas têm cerca de uma dúzia de significados. Somente aqueles que são importantes neste estudo é que serão considerados.
U: esta raiz é uma abreviação de au, como encontrada na palavra indicativa para o Eu Superior, Au-ma-kua. Significa o "eu", espírito ou entidade, ou seja como uma unidade separada e independente da consciência, e não como uma parte de outra consciência. A raiz u começa também a palavra para o médio eu, uhane (que possui três raízes). Os significados de u (e estes aplicáveis particularmente ao eu inferior) são (1) projetar, indicativo da projeção dos cordões do corpo sombreado e o fluir de força vital através deles; (2) impregnar, tingir ou misturar com alguma outra coisa, relatando assim a história do eu inferior e médio, misturando-se com o corpo físico e seus corpos sombreados; (3) gotejar, chuviscar ou pingar vagarosamente água, significando este símbolo à manufatura de força vital ou mana pelo eu inferior
382
e seu uso lento no viver, e de fornecimento, nos momentos de oração, ao médio e Eu Superior. Nihi: Esta raiz significa estar magro e fraco, parecendo quase partido. Corporifica a descrição simbólica dos cordões sombreados quando não estão repletos de força vital ou ativos — quando não são praticamente nada. Hi: Temos aqui o símbolo do fluir de força vital. Esta raiz significa escorrer, como a água. Duplicada, formando hi-hi, o seu significado se transforma em vinha e aponta diretamente aos outros significados abrangidos pelos símbolos: a vinha e a água. Uhi: Esta raiz dupla tem o significado de véu, pele ou outras coisas que cubram. Simboliza a cobertura dos eu inferiores por ambos, corpo físico e corpos sombreados. Após a morte os corpos sombreados do eu inferior e médio permanecem interfundidos e agem como coberturas para guardar os "eu" ou entidades conscientes, a inferior e a média, mas nunca a Superior. 390 Hini: Igual a Nihi esta raiz combinada dá o significado de magro e fraco como um cordão não usado da substância do corpo sombreado.
Tem também um
significado secundário que é o falar fracamente, ou seja as vozes que são supostas de possuírem os fantasmas.
(Ambas as raízes, especialmente nihi dão a ideia de
silencioso, cuidadoso e de ação secreta, assim como o restringir da prática de certas ações com medo de descontentar aqueles que são revestidos de autoridade.
Isto
indica o caminho tomado pelo eu inferior em suas atividades, sem as trazer ao conhecimento do médio eu.
Determina também a maneira pela qual um complexo
obriga o eu inferior a restringir certas ações.) Pi: Esta raiz tem diversos significados,
mas
o
mais importante,
de
conformidade com o conceito kahuna do eu inferior, é o da água caindo gota a gota, simbolizando a força vital no símbolo da água, e, as gotas, que são pequenas e redondas e quase invisíveis na chava, as formas de pensamento carregadas no fluir do mana.
A chuva tem sido usada como um símbolo nas orações, combinando
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esse duplo significado; um posterior significado foi incluído que é o da volta das formas de pensamento vitalizadas pelo Eu Superior — isto tomando a forma de resposta às orações. Pili: Esta raiz tem o significado de fixar-se a uma coisa, assim como o corpo sombreado do eu inferior fixa-se a tudo aquilo que toca.
Após o toque, os cordões
da substância sombreada são retirados da mesma maneira quando alguém toca o bálsamo pegajoso do papel mata-moscas. Significa também a ligação de uma pessoa à outra, sejam empregados, companheiros ou associados íntimos.
Este é
um bastante definido e direto ajuste de relações do eu inferior e médio. A palavra para o médio eu é uhane, e da abreviação da palavra e pequena descrição da matéria contida em suas vê-se que os antigos kahunas não acreditavam que o médio eu tivesse muita habilidade inata, isto é, maior do que a razão indutiva. Era o hóspede na casa corpórea, o professor, o guia e o patrão. A raiz u tem o significado de eu, já descrito; ha é um cano ou canal para água e indica as possibilidades do médio eu para tomar e transportar a força vital fabricada pelo eu inferior; ni significa falar ou murmurar. É de se notar que a capacidade de falar é peculiar aos seres humanos e os situa à parte do resto do reino animal. A idéia de "falar" é encontrada nas palavras usadas para nomear o eu inferior e médio. Au-ma-kua é um dos três termos para o Eu Superior, o outro sendo, akuanoho ou "o deus que habita com o 'homem", e akua-ulu "o deus que inspira os homens", igual ao profeta que vê o futuro e o descreve.
Em au-ma-kua, au; o eu,
também um período de tempo, um fluir de água, uma ação mental, e uma condição na qual alguém é completamente comprometido em um certo curso de ação ou em um curso de conduta. Ma é entrelaçar, como a vinha. Kua é o ponto mais alto da terra, com uma montanha, dando no símbolo do Eu Superior como o altíssimo ou o mais evoluído, acima do eu inferior e médio.
As raízes combinadas makua dão o
significado de pai, temos assim na palavra, completa Aumakua o "mais velho, inteiramente confiável, paternal eu". A palavra akua foi traduzida para "deus" mas
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tem um significado mais aproximado de alto sêr, supondo-se, portanto, um sêr, um grau acima na escala evolucionária do que o chamaríamos o Akua Aumakua.
Em
Aumaka a palavra raiz akua permanece clara. (Au-m-akua, formação que poderia dar a palavra aum ou om usadas nas religiões orientais.
É de se imaginar que em
suas viagens próximo ao Egito, dirigindo-se aos mares do sul, os kahunas tivessem deixado para trás algumas de suas idéias Huna ao tocarem diversos países no caminho. A raiz la faz parte de diversas palavras usadas como símbolos. Ela significa o sol ou luz. Ela é o símbolo da condição normal quando o homem é livre de complexos culposos e o seu eu inferior mantém um contato apropriado com o Eu Superior, entregando-lhe as orações bem como a força vital a ser usada na transformação em "sementes" ou formas de pensamento de oração "crescendo", tornando-se condição realizada. A espiritualidade (para usar a palavra no sentido ocidental) é simbolizada pela luz. La-a é ser consagrado e santo. A-la é um caminho, e simboliza o caminho normal de conexão ao longo do cordão sombreado que liga ao Eu Superior. Ka-la é a purificação cerimoniosa para remover as fixações culposas que "bloqueiam o caminho". Ka é irradiar ou o alcançar entre dois pontos, e la e Luz, assim esta purificação é um processo que envolve o alcançar a fonte da Luz simbólica, o Eu Superior. La-la significa espalhar-se ou dividir, apontando a vinha e a sua geral simbologia de força vital e indicando a relação da força vital e o cordão sombreado de conexão dirigindo-se para o Eu Superior. Hoo-lala, na qual a primeira raiz é a causativa, significa fazer ou estabelecer as fundações de um trabalho — sugerindo que uma oração com divisões de força vital lança um fundamento para a resposta de uma oração. Ho-ano é traduzida por "reverenciar no mais alto grau", e o seu significado foi dado à palavra quando traduziu-se a Bíblia para o havaiano, há mais de um século. Das raízes da palavra vem o significado completamente diferente da idéia Cristã de "reverência". O significado derivado é, de no, transferir de um lugar para outro, e de
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ano, sementes. Transferir sementes simboliza enviar formas de pensamento de oração ao longo do cordão sombreado do Eu Superior. Ano significa também "imediatamente", que ligando o processo de oração com o imediato produz a cura instantânea. Hoo-la significa curar. Em suas raízes traduz, "fazer a luz" e este produzir de luz ou restaurar a relação normal com o Eu Superior, simboliza o elemento básico na cura. Duas palavras similares são usadas "na oração para algo desejado" que são wai-ha e wai-pa. Em ambas se vê a palavra para água, wai, simbolizando a força vital. Na primeira palavra a raiz ha significa o tubo ou o canal através do qual a água escorre, mostrando que a oração é um processo no qual a força vital escoa para o Eu Superior e a raiz a-ha expandida dá o sentido de cordão ou fio. Na raiz pa, conforme usada na segunda palavra, encontramos o significado de "dividir" que simboliza a divisão ou o espalhar de força vital entre o eu inferior e o Eu Superior. Existem muitas e muitas palavras empregadas na linguagem dos kahunas que contêm significados diretos ou raízes simbólicas. Alguém poderá seguramente concluir que tal inter-relacionamento de significados não poderia ser acidental. Mas a utilização atual segue os moldes estabelecidos pelos primeiros Missionários chegados ao Havaí, e que não conheciam nada de Psicologia e não eram iniciados em Huna. Por esta razão é muito natural que os estudantes modernos da língua havaiana levantem objeções ao sistema de enraizar as traduções usadas nestes estudo. Todavia, até que tais estudantes possam mostrar porque centenas de palavras similares não puderam ser traduzidas de acordo com o significado de suas raízes pelos Missionários e por Lorrin Andrews ao fazer o seu dicionário em 1865, parece muito mais segura usar a tradução das raízes, tanto quanto é seu significado médio e geral. Sem as traduções das raízes é impossível ver-se a menor razão para certos significados dados às palavras. Por exemplo, damos a palavra para "profeta" ka-ula. Esta palavra significa corda, cordão ou fio. Tais significados parecem
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extremamente absurdos para a idéia secundária de "profeta", mas se alguém tem conhecimento da crença kahuna que os profetas adquirem informações relativas ao futuro do Eu Superior por meio do cordão sombreado de conexão o entendimento torna-se claro. A raiz ka tem o significado intimo de alcançar de um lugar a outro como o cordão sombreado. A raiz kau significa colocar alguma coisa num lugar alto} seja a forma de pensamento de uma oração pedindo visões do futuro, no corpo sombreado do Eu Superior. A raiz la completa o quadro, simbolizando o conhecimento iluminado que vem somente do Eu Superior. Os vários passos do processo de cura Huna podem ser traçados dos termos usados pelos kahunas. Estes termos, quando traduzidos através de seus significados de raiz, adicionando o sentido figurado por intermédio de símbolos fornece um discernimento da teoria bem como a prática de curar e seus rituais relacionados. Para curar uma pessoa de doenças físicas ou mentais, ou efetuar a mudança de seu futuro para melhor, o passo preliminar é o ka-la ou seja a purificação dos pecados e outras fixações que bloqueiam o caminho de livre contato com o Eu Superior do paciente. Injúrias feitas a outros devem findar e antigas mágoas devem desaparecer. Os ataques de espíritos que procuram vingar aquele que foi injuriado devem acabar, isto, naturalmente, quando houver algum. O ritual purificador ka-la reabre o caminho de conexão com o Eu Superior. Com o "caminho" simbólico aberto à sua condição normal, a oração para a condição desejada deve ser feita. Este é (passo que envolve três elementos ou ações. (1) Uma sobrecarga de força vital deve ser recolhida pelo kahuna oficiante. (2) A oração deve ser completamente estabelecida em todos os seus detalhes e rezada três vezes, provocando assim a formação de um forte agrupamento de formas de pensamento a ser enviada ao Eu Superior e (3) o Eu Superior deve ser
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alcançado e a oração enviada no fluir de força vital ao longo do cordão sombreado de conexão. Ação Nº 1 é hoo-mana ou "fabricar mana". A tradução no dicionário para esta palavra é "venerar" que não é nada daquilo que a raiz sugere. Ação Nº 2 é hoo-anoano. O dicionário dá a esta palavra o significado de "solenizar a mente para "venerar". A tradução das raízes nos dá diversos significados muito mais importantes e iluminados: (A) Fabricar sementes, o que simboliza a formação do cacho, forma de pensamento da oração. (B) Formar uma imagem, semelhança ou forma, exatamente a forma de pensamentos da oração realizada — uma imagem mental da coisa desejada. (C) Efetuar uma mudança ou transformação de alguma coisa, neste caso uma mudança da condição presente não desejada para a condição desejada e pela qual oramos. (D) Praticar algo novo, aquela que seria de seu intento ao orar para uma nova condição, em lugar de modificar uma condição já presente. Ação Nº 3 era descrita nos finais habituais das orações dos kahunas quando diziam, "Amama ua noa" — "Lele wale akua la". A tradução destas duas frases é dada por Thrum como "A oração começa a voar" — "Deixe a chuva derramar suas bênçãos".
Todavia as
raízes nos contam uma outra história, mostrando que Thrum inverteu a sequência das frases. Amama significa dar aos deuses; ua é chuva, símbolo da força vital ou forma de pensamento (pequeninas gotas de água simbólica da forma de pensamento, e é a coisa dada; noa significa terminar o ritual de oração e traduz-se por "desprender", neste caso com o sentido de deixar a força vital e a forma de pensamento passar do eu inferior para o Eu Superior. Na segunda frase, ele significa iniciar um vôo para o além e simboliza o movimento da oração para o Eu Superior. Wale tem um estranho significado
não podendo ser traduzido.
Isto
quer dizer agir ou fazer alguma coisa sem limitações, pouco importando os meios usados. Significa
também existir num estado não
iluminado
pelo tempo ou pelo
espaço; abreviando, descreve perfeitamente o fato de que os eu inferiores não podem entender os caminhos pelos quais o Eu Superior trabalha para produzir
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resposta às nossas orações. Akua-la diz para quem a oração foi enviada, o Eu Superior, em seu reino de Luz simbólica. O significado secundário desta frase deve ser procurado nas palavras combinadas dando lelewale), que possui o significado geral de pedir pelo "derramamento", volta, descida das formas de pensamento do Eu Superior para atuar como um presságio se a oração será ou não concedida. Quando uma oração é feita, a fé é requerida no Cristianismo, assim procuramos a palavra correspondente para vermos o que os kahunas pensavam a respeito dela. A palavra relativa era pau-lele que significa "parar o vôo para cima" e indica a condição de confiança na qual toda oração acaba. A condição de ser curado é chamada hoo-la o que significa um contato normal com a Luz ou Eu Superior restabelecido.
Uma variação da palavra é hoo-
ola, significando "produzir vida". Em o-la a raiz mostra que a vida depende da ação simbólica (o) de tocar o Eu Superior (la). Os kahunas não reconheciam nenhuma Salvação e nenhum Salvador, como são encontrados em muitas religiões.
Para
eles a salvação era uma condição normal na qual um intercâmbio regular era mantido com o Eu Superior de cada pessoa, seja na vida física ou após a morte, continuando a viver nos corpos sombreados no meio das imagens semelhantes ao sonho dos ambientes familiares. Se uma oração fosse feita para um suprimento de bens da terra, este era chamado pelos kahunas de la-ko que de suas raízes significa "possuir Luz". Acreditava-se que o Eu Superior podia prover todas as necessidades para a vida e o bem estar dos eu inferiores, desde que um contato normal fosse mantido em condição propícia.
É evidente que muitas palavras e frases usadas pelos kahunas estão atualmente perdidas. Elas não aparecem nos dicionários dos dialetos polinésios e não há mais kahunas que conheçam completamente o antigo segredo... Nenhuma
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palavra foi encontrada para descrever o passeio sobre o fogo, para darmos como exemplo, apesar da demonstração cerimonial do poder da oração ao Eu Superior fazer parte dos povos havaianos há menos de um século.
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Notas sobre um mágico de palco que usava genuína magia do fogo O mágico de palco, que usava genuína magia em suas apresentações, veio à minha presença perguntando-me se eu o entenderia no caso de me contar a verdade acerca de seu treino e sua apresentação. Nascido na Índia, de pais brancos, ficou órfão num isolado distrito daquele país. Nativos passeadores sobre o fogo o adotaram e começaram a ensinar lhe sua arte, quando era ainda muito criança. Ele sentava-se todos os dias, durante algum tempo, diante de uma pequena lamparina tentando sentir deus atrás das chamas. Os mais velhos, frequentemente, demonstravam-lhe sua habilidade em rezar ao deus das chamas, recebendo imunidade ao fogo. Eles estendiam suas mãos sobre as chamas sem se ferirem e debaixo dessa proteção o menino também as colocava. Pouco a pouco ele começou a ficar consciente de algo ligado às chamas, mas invisível e intangível. No devido tempo tornou-se capaz de pedir imunidade ao fogo e de obtê-la. Ele não passou por nenhum ritual ou processo de purificação, observando somente a regra de não fazer nada que pudesse ferir os outros ou torná-lo envergonhado. Em sua vida adulta, continuou a observar estas regras e, ao iniciar suas apresentações com o fogo, ele não mais necessitava orar.
Ao entrar em contato com as chamas ou calor ele
sentia que automaticamente de seu íntimo nascia a oração, recebendo a proteção natural. Sua esposa tinha aprendido de religiosos japoneses, a subir uma escada feita de lâminas de espadas. (Anteriormente, foram mencionados no texto de meu relatório estes mágicos que rolam sobre vidro quebrado e cujos cortes fecham-se instantaneamente a uma palavra formulada pelo chefe de cerimônia.) Nestas duas práticas podemos verificar a "apresentação"
aos Seres Superiores em seus
primeiros treinamentos, o mesmo que acontece aos estudantes kahunas ao aprenderem o controle do tempo.
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A ORAÇÃO DA MORTE (vide nota no final do Capítulo IV).
Esta é chamada ana-
ana no Havaí mas a palavra é aplicada a qualquer forma de adivinhação ou feitiçaria. A palavra significa também "tremer de grande cansaço" indicando o fato de que a morte é ocasionada pela perda de força vital.
A raiz ana significa estar
"saciado por comida" mostrando que os espíritos, atacando, retiram os condutores de força vital da vítima, ficando eles satisfeitos e provocando a sua morte. A palavra completa significa também algo ocorrendo "nas pequenas bolas", que é o símbolo típico Huna para as formas de pensamento, e que, na oração da morte são atribuídas aos espíritos atacantes que, implantando no centro da consciência do eu inferior da vítima, forçam-no, como numa sugestão super-hipnótica, a deixar que se agarrem a seu corpo sombreada e daí retiram toda força vital.
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Composto e impresso nas oficinas da EDITORA OBELISCO LIMITADA Rua Anhanguera, 66 - Telefone: 51-3095 Caixa Postal, 1821 — São Paulo
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