MFS - Análise Dos Prolegômenos de Kant
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7 Análise dos “Prolegômenos a toda metafísica futura que possa apresentar-se como ciência” Mário Ferreira dos Santos
Exig Exigee esta esta obra obra de Ka Kant nt,, que que pass passar arem emos os daqu daquii po porr dian diante te a cham chamáá-la la de Prolegômenos, uma análise especial. Contudo, por amor à síntese, s analisaremos as passagens principais, que interessam ao exame da Crítica e que possam o!erecer elementos para uma crítica ao m"todo crítico do !amoso pensador pensado r de Koenisberg. # !inalidade dessa obra consiste em examinar, se " possí$el, a %eta!ísica como ci&ncia. Considera Kant que os ataques de 'ume à %eta!ísica (e !oram ao conceito de meta!ísica que ele concebia), constituíram o marco de uma *ornada decisi$a. +espertaramno de um sonho meta!ísico e lhe deu uma no$a tomada de consci&ncia. # %eta!ísica no se !unda na experi&ncia, e o ob*eto está al"m da experi&ncia. #ssim nem a experi&ncia externa, !onte da !ísica propriamente dita, nem a experi&ncia interna, base constituti$a da psicologia empírica, no lhe !ornecero !undamento. Ela ", pois, conhecimento a priori do entendimento puro e da rao pura/. (Prolegômenos, pág.01). Essas so as !ontes !on tes do conhecimento meta!ísico. Prossegue !aendo a distin2o entre os *uíos analíticos e os *uíos sint"ticos. 3s primeiros !undam-se no princípio de contradi2o. %as os segundo *á exigem outro princípio. Entre os *uíos sint"ticos, temos os a posteriori, cu*a origem " empírica, e os a priori, cu*a origem está no entendimento puro e na rao r ao pura. Conclui ele que todos os *uíos empíricos so sint"ticos e que os *uíos matemáticos so sint"ticos tamb"m. 4odos os *uíos meta!ísicos propriamente ditos so sint"ticos. +istingue ele os *uíos que pertencem à %eta!ísica dos *uíos propriamente ditos meta!ísicos. Entre os primeiros há muitos analíticos, que so apenas meios para alcan2ar *uíos meta!ísicos, que constituem o !im exclusi$o da ci&ncia e que so sempre sint"ticos. Pois, se conceitos decorrem da meta!ísica, o de subst5ncia, por exemplo, os *uíos que decorrem de sua análise decorrem necessariamente da %eta!ísica, assim6 a subst5ncia " o que existe como su*eito, etc., por interm interm"di "dioo de muitos muitos desses desses *uíos *uíos analíti analíticos, cos, buscamo buscamoss aproxim aproximar ar a de!ini2 de!ini2o o dos conceitos. %as como a análise de um puro conceito de entendimento (como a %eta!ísica o
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encerra) no se pode !aer de outro modo que qualquer outro conceito, mesmo empírico, no pertencente à %eta!ísica (por exemplo, o ar " um !luido elástico, cu*a elasticidade no " suprimida pelo !rio em nenhum grau conhecido), o conceito " certamente propriamente meta!ísico, no, por"m, o *uío analítico8 esta ci&ncia conser$a, com e!eito, alguma coisa de particular e tamb"m o seu caráter prprio, na produ2o pr odu2o dos conhecimentos con hecimentos a priori, que q ue se de$e de$em m dist distin ingu guir ir do que que t&m t&m de comu comum m com com todo todoss os ou outr tros os conh conhec ecim imen ento toss do entendimento8 assim a proposi2o6 tudo o que " subst5ncia, nas coisas, " constante/, " uma proposi2o sint"tica e propriamente meta!ísica (op. cit., pág. 91). 91) . :e pre$iam pre$iamente ente se reuniu, reuniu, seguindo seguindo certos certos princí princípio pios, s, os conceit conceitos os a priori priori que constituem a mat"ria e os instrumentos da meta!ísica, a análise desses conceitos tem ento um grande $alor8 tamb"m poder-se-ia expor como uma parte especial (uma esp"cie de philophia de!initi$a), contendo apenas ap enas proposi2;es pr oposi2;es analíticas pro$indas da meta!ísica, com excluso excluso de todas as proposi2;es proposi2;es sint"ticas, sint"ticas, que constituem a prpria %eta!ísica. %eta!ísica. +e !ato, essas essas análi análises ses s o!ere o!erecem cem uma uma util utilid idad adee con consi side derá$ rá$el el na %eta %eta!í !ísi sica ca,, que querr die dier, r, relati relati$am $ament entee às proposi proposi2;es 2;es sint"t sint"tica icass que de$e !ornece !ornecerr a resolu2 resolu2o o pr"$ia pr"$ia desses desses conceitos/(op. cit. pág. 97). Coment Comentando ando suas prpria prpriass pala$ra pala$ras, s, con conclu cluii Kant que a %eta!í %eta!ísic sicaa dedica-s dedica-see propriamente às proposi2;es sint"ticas a priori e que estas constituem seu !im/ (ltimos, mas sim para os *uíos sint"ticos a priori, ou se*a aqueles em que há um acrescentamento ao su*eito pelo predicado, no contido naquele, mas que " achado sem a experi&ncia, !ora da experi&ncia. 3ra, qual a $alide de tais *uíos< Em suma, o que dará a $alide que de$eriam ter tais *uíos< Estas perguntas constituem a mola principal de toda pesquisa ?antiana nesta obra, completada de modo mais pleno em Crítica da @ao Pura.
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Comentando o trabalho de 'ume (op. cit. pág. 9A) escre$e Kant6 Pois, como " possí$el, diia esse homem perspica, que, quando me " dado um conceito, possa ultrapassá-lo e ligar-lhe um outro conceito que no está nele contido totalmente, tal como se lhe pertencesse pertencesse necessariamente< necessariamente< : a experi&ncia experi&ncia nos pode !ornecer tais rela2;es (" o que ele concluía dessa di!iculdade que tinha por uma impossibilidade), e toda essa pretendida necessidade ou, o que " o mesmo, todo este conhecimento a priori tomado por ela, nada mais " que o longo hábito que se tem de encontrar alguma coisa $erdadeira e de considerála a seguir como ob*eti$a a necessidade sub*eti$a/. Ba $erdade, era para 'ume di!ícil conceber tais correlacionamentos de conceitos. 4odo o que combate uma posi2o !ilos!ica sempre so!re alguma in!lu&ncia da posi2o combati combatida. da. 'ume 'ume queria queria combate combaterr a meta!ís meta!ísica ica racional racionalist ista, a, que, realm realmente ente,, !oi um momento de de!luxo da !iloso!ia ocidental. %as, ao combat&-la, colocou-se na posi2o !alsa de que o !iloso!ar s poder-se-ia dar dentro dos quadros do racionalismo, e seguindo as suas normas e dire2;es. @acionalisticamente, de$ido ao abstractismo exagerado, os conceitos so estanques e o la2o que os une no " !acilmente compreendido. :e o racionalismo seguisse a linha platônica genuína, tomando em considera2o os logoi analogantes poderia ter descoberto que há entre todos os conceitos correlacionamentos prximos ou remotos, e que todas as esquem esquemat ati ia2 a2;es ;es,, que que nossa nossa rao rao possa possa real reali iar ar,, qu quan ando do bem bem !unda !undada das, s, lgi lgica ca e ontologicam ontologicamente, ente, so analogicame analogicamente nte insepará$eis insepará$eis de outras e $irtualment $irtualmentee contidas contidas umas em outras, cu*a considera2o e presen2a no !iloso!ar constitui o que chamamos de !iloso!ar concr con cret eto. o. +a +amo moss exem exempl plos os desse desse !ilo !iloso! so!ar ar em no nossa ssa ilo iloso! so!ia ia Co Conc ncret reta/ a/,, ond ondee se patenteiam os nexos de liga2o analgica, o que q ue impede se tome to me um conceito em sua total abstra2o, porque a abstra2o !ormal, como a considera$am os escolásticos, no realia uma separa2o absoluta, mas apenas uma separa2o real-!ormal. undado nas opini;es de 'ume, Kant termina por concluir6 Como conseq=&ncia, todos os meta!ísicos esto, solenemente e con!orme prescre$e a lei, suspensos de suas !un2;es at" que tenham resol$ido de maneira satis!atria esta questo6 Como so possí$eis conhecimentos sint"ticos a priori< 3ra, os conhecimento conhecimentoss sint"ticos sint"ticos a priori so to possí$eis possí$eis como os analíticos, analíticos, como $eremos mais adiante, pois estes so possí$eis quando !undados naqueles.
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D deste modo claramente colocada a sua posi2o em !ace da %eta!ísica. Esta está suspensa, enquanto no resol$er esse problema. Por acaso Kant o resol$e< 4amb"m no o !a, e a!irma que ningu"m pode !a&-lo, porque a armadilha ?antiana, como $eremos, está armada à espera de qualquer um. Contudo, o problema *á !ora solucionado com s"culos de anteced&ncia. Essa pro$a agora nos cabe e " o que !aremos oportunamente, ao criticar a sua !amosa Crítica da @ao Pura. ... Crítica da Crítica da a!"o Pura # Crítica $ posi%"o de &ant
# >nica oposi2o seria que ainda pode restar ao que empreendemos nesta obra, " a que se !unda no criticismo ?antiano. Como, para muitos, Kant desterrou de uma $e para sempre a $ meta!ísica/, como goosamente a!irma alguns dedicados ao estudo da !iloso!ia, pois mostrou, de modo de!initi$o/ a impossibilidade de *uíos sint"ticos a priori, os >nicos que podem caber à %eta!ísica, *á que os sint"ticos a posteriori so dados pela experi&ncia, *ulgamos de nosso de$er reproduir aqui algumas páginas do que escre$emos em nosso #s 4r&s Críticas de Kant/, onde examinamos a sua doutrina e *usti!icamos a nossa. Pedimos ao leitor que nos perdoe a longa transcri2o, mas como " imprescindí$el !undamentar a nossa posi2o, *ulgamos acertado esta pro$id&ncia. ... D nos Prolegômenos que Kant procura responder a pergunta de como a %eta!ísica " possí$el como ci&ncia. Ba Crítica da @ao Pura, prossegue examinando o tema para concluir que a !iloso!ia s será possí$el quando possa estabelecer-se !undada em *uíos sint"ticos a priori, o que nega ele tenha sido !eito at" o momento pelos meta!ísicos. Kant " inega$elmente um produto !inal do #u!?laerung, do s"culo das lues, do luminismo, da lustra2o, s"culo que mereceu tantos nomes pomposos atra$"s dos tempos. @ealmente, há um progresso no saber experimental e cientí!ico do homem. Fuanto ao saber !ilos!ico, por"m, !e-se um hiato perigoso e terrí$el entre a !iloso!ia do passado e as no$as experi&ncias !ilos!icas das quais Kant " um per!eito representante. 3 luminismo que !oi uma ascenso no campo cientí!ico, terminou por tornar-se no campo !ilos!ico um período de tre$as do conhecimento. Bo era *usto que esse hiato se 7
Escrito no manuscrito6 Entram aqui os originais que !oram apensos à 9 a.edi2o da iloso!ia Concreta.
prolongasse, como se prolongou at" nossos dias, a ponto de ser mani!esta e palmar a ignor5ncia de muitos !ilso!os da obra dos medie$alistas e at" dos gregos. %esmo que no hou$esse elementos a nossa !a$or, estaríamos certos que Kant nunca leu nenhuma das grandes obras dos medie$alistas, como por exemplo 4omás de #quino, +uns :cot, :o Hoa$entura e :uare. Bem tampouco leu, seno por alto, a obra de #ristteles e de Plato, porque, talentoso como era, no poderia, de modo algum, enunciar sobre a %eta!ísica, as a!irmati$as que encontramos em seus trabalhos, to comuns e !req=entes em seu s"culo, quando essa disciplina caíra no des!a$or dos intelectuais de ento, que *ulga$am que a obra de autores menores e os exageros de alguns meta!ísicos de!icientes constituíssem o ápice da %eta!ísica. Ba "poca de Kant, proclamar-se meta!ísico era atrair sobre si o riso de todos os $oltairianos de ento. Kant era um homem tímido e tremeria dos p"s à cabe2a se o chamassem de meta!ísico. 4udo en$idou para estar no seu s"culo, procurando tornar impossí$el a %eta!ísica. E o !e com uma habilidade sat5nica. :ua obra " uma armadilha bem urdida. Caindo nela, ningu"m se sal$a. Cerca aparentemente por todos os lados as possí$eis saídas em !a$or de tese contrária. Isando de uma so!ística extraordinária, e de argumentos aparentemente slidos, consegue enlear os despre$enidos em suas malhas. +epois da sua obra s poderia $ir o materialismo $ulgar, o !iccionalismo, o empíriocriticismo, o positi$ismo, o relati$ismo !ilos!ico, o agnosticismo, o materialismo histrico, o cepticismo moderno, o niilismo de toda esp"cie, o desesperismo de nossos dias, etc. Kant !oi menos construti$o na !iloso!ia que destruti$o. Bo " de admirar que todos aqueles que procuram destruir o trabalho !ilos!ico de s"culos, busquem por todos os meios, di!undir sua obra sem acompanhá-la da necessária crítica. :abem muitos que o ?antismo " um meio caminho aberto ao desespero e à destrui2o da !iloso!ia. Bo ", pois, de admirar que receba os a!agos de alguns pro!essores de !iloso!ia e sua propaga2o se*a to estimulada, sobretudo pelos que t&m interesses outros, muitas $ees incon!essá$eis. Je*amos algumas passagens da obra citada6 # %eta!ísica, como disposi2o natural da rao, " real, mas tomadas em si unicamente (como o demonstrou a solu2o analítica da terceira questo capital) dial"tica e enganadora. Fuerer, por conseq=&ncia, extrair dela princípios, e seguir, utiliando-os, " uma apar&ncia natural, e na $erdade, !alsa. Ela nunca poderá produir ci&ncia, mas somente uma
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$ arte dial"tica, onde uma escola poderá ter melhor &xito que outra, sem que nenhuma possa obter uma apro$a2o legítima e durá$el/. (Prolegômenos, pág.7A) .../Laranto que ningu"m, aps ter meditado e compreendido os princípios da crítica, nem que se*a nestes Prolegômenos no $oltará nunca mais a essa !alsa ci&ncia antiga e so!ística.../ (pág. 7M). %as a meta!ísica que o :r. Kant conhecia era a de :pinoa, Nol!, Oeibnit, Clar?e, Beton, %endelssohn, etc. Bo conhecia os escolásticos. Conhecia Nol!, e basta$a. Bo era ele consagrado como o mais pro!undo e completo conhecedor da escolásticado). 3s *uíos da !iloso!ia concreta !undam-se em teses dial"ticas, que possuem em si mesmas uma condi2o !ormal e lgica $erdadeira e tamb"m material, real-real, portanto. Kant em sua Crítica da @ao Pura no s empreende a re!uta2o, outra $e do argumento ontolgico, como abandona, ou pelo menos silencia o seu argumento dos possí$eis, do qual no trata mais nem para de!end&-lo nem para negá-lo, embora o negue implicitamente, em !ace dos no$os postulados que o!erece. Fuando o estudou, colocou-o entre as pro$as a priori, bem como reconheceu que a sua !ormula2o no " puramente analítica, o que " o oposto do argumento ontolgico.
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3 tema !undamental da Crítica da @ao Pura ", como nos mostra %ar"chal, sem d>$ida, o $alor da meta!ísica. %as o exame desse tema exige o de dois pontos principais6 a rela2o exata do !enômeno e do inteligí$el no conhecimento ob*eti$o e as condi2;es de possibilidade do ob*eto no pensamento. (eses principais de &ant
#s teses principais de Kant na Crítica da @ao Pura so as seguintes6 7)Bosso conhecimento no tem sua origem exclusi$amente nos sentidos. @epele o sensualismo em seus excessos, embora reconhe2a que nossos conhecimentos come2am com as nossas experi&ncias8 no todos, por"m. Bossos conhecimentos sensí$eis so compostos das impress;es percepti$as e das id"ias que nossa !aculdade de conhecer produ. Essas id"ias pro$&m da nossa capacidade de conhecer, e tem elas um caráter absoluto e uni$ersal. Bossas percep2;es so apenas singulares. # uni$ersalidade no poderia pro$ir delas. 0)Bossa experi&ncia s " possí$el pelo conhecimento que temos a priori das $erdades necessárias. 4r&s so as no2;es a priori6 as intui2;es pura, os conceitos puros ou categricos e as id"ias absolutas. #s intui2;es puras so as representa2;es do espa2o e do tempo construídas pelo espírito, sem as quais no há experi&ncia nenhuma possí$el. :o tamb"m chamadas de !ormas da sensibilidade. Enquanto a mat"ria que lhes " submetida pode $ariar ilimitadamente, essas !ormas so imutá$eis. #s rela2;es entre as percep2;es so os conceitos ou categorias, cu*a !un2o consiste em ordenar di$ersas representa2;es e !aer delas uma representa2o comum. Como a experi&ncia se aplica a ob*etos singulares, e esses conceitos se aplicam ao ob*eto em geral, no podem 4er sua origem na experi&ncia. Fualquer ob*eto perseguido s pode ser $isualiado sobre quatro aspectos6 qualidade, quantidade, rela2o, modalidade. # $arian2a dos ob*etos, dados pela sensa2o, no modi!ica a imutabilidade dessa !orma. 4em o homem tamb"m id"ias absolutas, como a alma imaterial e a do ser per!eito. 3s conceitos so a condi2o de todo o pensamento, mas as id"ias absolutas so a condi2o de todos os conceitos. 4odo conceito expressa uma rela2o8 toda a rela2o está insepara$elmente unido à id"ia de uma causa primeira. :em a id"ia da unidade absoluta "
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impossí$el o conceito de quantidade8 sem a id"ia de per!ei2o " impossí$el o conceito de qualidade. 3 conceito de modalidade implica a s"rie dos seres possí$eis, e exige a realidade de um ser necessário. #s id"ias absolutas so tamb"m chamadas de id"ias transcendentais8 por isso di Kant que todo e qualquer *uío, e at" toda e qualquer percep2o, sup;e a id"ia de in!inito, a id"ia de +eus. 9) 3s *uíos, que a rao constri, no so necessariamente $erdadeiros, e podem no corresponder à realidade das coisas. Entra aqui o exame do *uío. 3s *uíos analíticos no podem ser negados sem contradi2o. %as s há progresso no conhecimento quando se constri *uíos sint"ticos, e , sobretudo, *uíos sint"ticos a priori. 3 *uío sint"tico a posteriori tem a sua pro$a na experi&ncia. Kant a!irma que os *uíos sint"ticos a priori s so possí$eis por uma intui2o do tempo e do espa2o. Ele redu nossos *uíos sobre a casualidade à expresso de uma rela2o de tempo. # no2o de causa se identi!ica com a sucesso, tese de 'ume, que ele, apesar de combat&-lo, termina por aceitar. 4odo o *uío sint"tico sobre os ob*etos que esto !ora do espa2o e do tempo so, para Kant, a!irma2;es ilegítimas. #ssim os conceitos de subst5ncia, de causa, s so legítimas quando aplicados aos ob*etos da experi&ncia. E ser$em apenas para tornar a experi&ncia possí$el. Joltando à primeira tese, no se conclua que Kant se*a um sensualista, porque a experi&ncia no " apenas a que nos dá os sentidos. G)Bo percebemos os ob*etos tais como so, mas como nos aparecem. Como os ob*etos so em si mesmos a coisa em si, " o n>meno (noumenon)8 como ob*eto de nosso conhecimento, como nos aparece, " o !enômeno. 3 tempo e o espa2o no existem, e ns s percebemos os seres materiais no espa2o e no tempo, e como estes no existem, so eles meras apar&ncias. +este modo, a sua naturea nos " inacessí$el. Kant conclui que o que conhecemos " nada. E o que ", " o que no conhecemos. )'á uma id"ia da rao indubitá$el6 a id"ia do Hem. 3 Hem no pode ser uma simples !orma do meu pensamento, porque ele me comanda, " superior a mim, imp;e-me uma lei. Portanto, tem uma exist&ncia !ora de mim8 no " uma simples abstra2o. Ela atua, porque uma abstra2o no poderia atuar, no poderia ser causa de nada. # realidade do bem sup;e a realidade de um bem absoluto. Bo há, contudo, uma acord5ncia per!eita entre a $irtude e a !elicidade neste mundo. Portanto, de$e ha$er num outro mundo. +e$e, portanto, existir um ser in!initamente *usto e in!initamente poderoso para remunerar cada um
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segundo o seu m"rito. Bo posso crer na lei moral sem acreditar em +eus e sem esperar a imortalidade/. Estas teses morais de Kant so desen$ol$idas na Crítica da @ao Prática, que será ob*eto de nosso exame. Crítica da “Crítica da a!"o Pura”
Passamos agora a analisar as id"ias de Kant, expostas nesta obra !undamental, e a assinalar o seu $erdadeiro intuito, o alcance das suas conclus;es e mostrar, a!inal, a improced&ncia de muitas das suas id"ias. Bo podemos saber como as coisas so, mas apenas sabemos como ns as pensamos. Esta " uma tese !undamental de Kant, que redu, deste modo, a !iloso!ia à lgica e tamb"m a nega2o pura e simples da rao, terminando, no em re!ormar a %eta!ísica, mas em suprimi-la. Kant " uma !igura do !im do #u!?laerung. Bota$a ele que a Ogica, desde #ristteles, permanecia !irme em sua serena imobilidade, que as matemáticas puras conseguiram a adeso total dos espíritos, a !ísica terica encontra$a em Beton uma estabilidade, e as ci&ncias experimentais o!ereciam dados seguros. : a %eta!ísica permanecia entregue aos caprichos das id"ias mais díspares. Preocupou-se Kant pela seguran2a que o!ereciam as outras disciplinas e pela instabilidade $eri!icada na %eta!ísica. :e no " possí$el pôr de acordo os que trabalham no mesmo mister..., pode-se estar persuadido que um tal estudo está longe de estar no caminho certo de uma $erdadeira ci&ncia/. Bo exame dos *uíos, estabelece Kant, em primeiro lugar, os *uíos analíticos, os quais so simples e !acilmente compreensí$eis por todos. @epousam eles sobre os princípios de identidade ou de contradi2o. Eles apenas desassociam, pormenoriam, expressam uma no2o dada. 3 predicado *á está contido implicitamente no conte>do do conceito do su*eito. Por si s eles no enriquecem o nosso conhecimento. Fuando diemos todo corpo " extenso/, enunciamos um *uío analítico, pois ser extenso *á está contido no conceito de corpo. 4emos, ento, um *uío meramente declarati$o, explicati$o, no, por"m, de modo algum, extensi$o/, no sentido clássico dos escolásticos. 4ais *uíos so !undados de !ato e de direito no princípio de identidade. 'á outros *uíos, por"m, em que o predicado está totalmente !ora do conceito do su*eito, e por mais que analisemos no encontraremos neste o predicado, nem explicita nem implicitamente. Esses *uíos realmente enriquecem o conhecimento. :o os *uíos sint"ticos, porque o predicado " ad*udicado ao su*eito, !ormando com ele uma síntese.
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Como se poderia a!irmar de um su*eito # um predicado H, que no está implicado na prpria id"ia do su*eito< Bo *uío todos os corpos so pesados/ no podemos extrair o conceito de peso do conceito de corpo. D possí$el que no ha*a nenhum corpo que no tenha mesmo peso. %as o corpo " um ob*eto de tr&s dimens;es, e como poderia, desse conceito, tirar o de peso< Este conceito " a*untado ao de corpo. 4emos, pois, um *uío sint"tico. %as, como há *uíos sint"ticos, cu*o acrescentamento " dado pela experi&ncia, há aqueles em que a síntese no " realiada totalmente a posteriori, como " o caso dos primeiros, que " de ordem empírica, mas de outra ordem, antecedendo a experi&ncia, a priori. 4emos, assim, *uíos sint"ticos a posteriori e *uíos sint"ticos a priori. +e$e-se compreender que a prioridade " lgica e no uma anterioridade psicolgica. Bada impede, portanto, que a experi&ncia se*a, psicologicamente, antecedente ao nosso saber sobre o que conhecemos a priori, como o n>mero e as leis do n>mero. :o esses *uíos possí$eis e necessários à !ísica pura, às matemáticas e à meta!ísica. 3ra, na Est"tica 4ranscendental, di Kant que tais *uíos s so possí$eis pelas intui2;es do tempo e do espa2o, e a seguir a!irma que no " legítimo o *uío sint"tico a priori que no se !unde numa intui2o, e exempli!ica com o argumento ontolgico da exist&ncia de +eus. Kant a!irma que tais *uíos s so legítimos (possí$eis) quando !undados numa intui2o e sem ela no t&m $alor. D !lagrante a contradi2o de Kant. Je*amos6 como so possí$eis os *uíos sint"ticos a priori< Ele responde6 pelas intui2;es, o espa2o e o tempo. Besse caso, no se estendem al"m dos sentidos. Portanto, no tem $alor seno quando relati$os às coisas que pertencem à experi&ncia. Consequentemente6 so sem $alor. 3s *uíos sint"ticos a priori, sem a intui2o, no tem $alor. %as, com a intui2o, assim apenas *uíos sint"ticos a posteriori. %as s pode ser sem $alor um *uío possí$el, um *uío pensado, pois s no pensado pode ha$er erro.
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# intui2o no " necessária à !orma2o de tais *uíos, porque na $erdade ns os construímos sobre ob*etos transcendentais e independentes do tempo e do espa2o. # a!irma2o de uma causa primeira de todas as coisas escapa à intui2o, e no corresponde a nenhuma intui2o. 3ra, que tal *uío " possí$el, " e$idente porque podemos !ormula-lo. @esta, portanto, saber da sua legitimidade, ou se*a se tem um ob*eto real. Kant o nega, porque no se !undam numa intui2o do tempo e do espa2o. Bo so as intui2;es do tempo e do espa2o para Kant puramente sub*eti$as. E como poderiam elas o!erecer ob*eti$idade a um *uío< E como a sua aus&ncia poderia negar ob*eti$idade ao mesmo< # contradi2o " indiscutí$el. # intui2o pura, que Kant considera representar um grande papel nos *uíos sint"ticos a priori, termina por no representar nenhum papel importante6 a)no " necessária à possibilidade de tais *uíos8 b)no lhes dá nenhum caráter de legitimidade, pois a intui2o " !ruto apenas da imagina2o. @esta-nos saber como so possí$eis os *uíos sint"ticos a priori, e qual a sua legitimidade. Kant responde pela nega2o. Fue !aemos *uíos sint"ticos a priori " inegá$el, e se so eles ilegítimos, " ilegítimo, portanto toda a nossa ci&ncia, todo nosso saber. # experi&ncia, como a entende Kant, em sentido to restrito, s nos dá sensa2;es, no a realidade. +á-nos os e!eitos e no as causas. Kant di que tais *uíos so legítimos quando necessários à experi&ncia. %as como sab&-lo se a origem deles " du$idosa< +o mesmo modo que se conclui pela legitimidade !undada na experi&ncia, poder-se-ia concluir que a experi&ncia no " legítima, porque ela se apoia sobre *uíos de $alor contestado. Kant caiu no cepticismo e dele no se liberta por mais es!or2os que !a2a. Como pode assegurar que a experi&ncia " bastante para legitimar o *uío sint"tico a priori< # aplica2o destes à experi&ncia dá-lhes $alor, mas por que< Porque os que se aplicam à experi&ncia $alem mais que os que no se aplicam a ela, como os que ele chama de transcendentais< :e s so $álidas as a!irma2;es da rao (*uíos sint"ticos a priori), quando !undados na experi&ncia, porque no se exige o mesmo para os analíticos< 3 princípio de identidade
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no " to $álido à naturea da rao como o de causalidade e outros axiomas que surgem no so !iloso!ar< +i-nos ele que, no *uío analítico, a contradi2o no " $álida, mas pode ser $álida no *uío sint"tico. %as quem pode negar que a contradi2o de um *uío sint"tico a priori implica uma absurdidade< :e no se aceita o contraditrio por que se $ai aceitar o absurdo< Je*amos este *uío da !iloso!ia concreta6 todo ser que no tem uma rao de ser em si mesmo " um ser dependente. Contradi2o6 todo ser que no tem uma rao de ser em si mesmo no " um ser dependente. 4al ser, ento, no penderia de outro, mas de si mesmo. :e pende de si mesmo tem sua rao de ser em si mesmo. 3 segundo *uío " absurdo e !also. E que demonstra isso< Im exame simples nos mostra a $alide incontestá$el de nosso m"todo6 num *uío analítico, a!irma-se apenas a identidade de uma concep2o sub*eti$a consigo mesma, e, num sint"tico, uma rela2o entre dois termos. 3 *uío analítico tem um $alor puramente lgico, enquanto o *uío sint"tico pretende possuir um $alor ob*eti$o meta!ísico, " o que a!irma Kant. %as aqui está o erro de Kant. 3s *uíos analíticos no so puras a!irma2;es lgicas. 4odos eles pressup;em uma a!irma2o meta!ísica, um *uío sint"tico a priori. :e esse *uío no " expresso, ", no entanto, subentendido. @ealmente todo *uío analítico pressup;e o princípio de contradi2o, está certo. %as o princípio de contradi2o pressup;e outros, antecedentemente, como o mostramos em iloso!ia Concreta. Fuando digo que um ser " possí$el, acrescento ao ser a conting&ncia. Eis aí um *uío sint"tico a priori. Fuando digo que certamente um ser existe, acrescento-lhe a realidade do pleno exercício de seu ser. Eis outro *uío sint"tico a priori. Fuando digo que um ser " o que ele ", tanto !alo de seres no pleno exercício de si mesmos, como meramente possí$eis. 'á aí duas a!irma2;es que so *uíos sint"ticos a priori (que há seres no pleno exercício de si mesmos e há seres possí$eis). # possibilidade ou a exist&ncia no esto inclusas no conceito de ser. J&-se que o princípio de contradi2o inclui, assim, dois *uíos sint"ticos a priori6 esses que acima citamos. E tamb"m quando diemos que uma coisa " ela mesma, diemos que ela o " no mesmo tempo e sob o mesmo
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aspecto. Portanto, a a!irma2o do tempo e das rela2;es possí$eis *á esto inclusas no princípio de contradi2o. E mais ainda6 esse princípio tem de ser considerado eterno (imutá$el), e tamb"m necessário. E a!irmar a eternidade e a necessidade " construir *uíos sint"ticos a priori. Kant a!irmou que so $álidos os *uíos analíticos, e pôs em d>$ida a legitimidade dos sint"ticos. %as esse so insepará$eis daqueles. # pergunta de Kant " a seguinte6 como so possí$eis, como so legítimos os *uíos sint"ticos a priori< # resposta que se lhes dá " esta6 com a mesma legitimidade dos *uíos analíticos, porque estes pressup;es *uíos sint"ticos a priori. ... Examinemos o *uío6 todo ser contingente tem uma causa. Fue se entende por ser contingente< 3 ser que pode ser e pode no ser, aquele que no em si mesmo suas ra;es de ser, aquele cu*a no exist&ncia no implica contradi2;es, e que s pode existir como conseq=&ncia de outro. :e se enunciar o princípio de causalidade da seguinte maneira6 4odo contingente (ou se*a todo ser cu*a exist&ncia " condicionada de !ora) tem uma causa (ou se*a, está submetido a uma condi2o exterior), o *uío " tautolgico, e seria assim meramente analítico. Kant diia6/ Fuando uma coisa " admitida como contingente " uma proposi2o analítica dier que tem uma causa/. @ealmente " assim. %ar"chal responde6 %as que uso !aer de uma proposi2o analítica desse g&nero< Benhum8 pois como poderei saber, de um ob*eto qualquer, se sua exist&ncia está condicionada de !ora/< 6# experi&ncia de um ob*eto me mostrará sua causa empírica, os antecedentes que o determinam no tempo. %as se se trata de uma causa meta!ísica, terei de considerar o ob*eto empírico em si mesmo, e nunca a pura análise !ará sair, do conceito desse ob*eto, a nota metempírica de conting&ncia/ ou de depend&ncia causal/. Contudo, considerando tal ou tal ob*eto, posso ao menos conceber/ que no tenha existido. :ua exist&ncia no " necessária. Ela " contingente. Esse raciocínio parecerá sem d>$ida um pouco rápido. +e poder eu conceber a noexist&ncia de um ob*eto, no se segue, de maneira alguma, obser$a Kant, que essa noexist&ncia se*a possí$el na ordem real. # aparente possibilidade lgica no permite concluir imediatamente a possibilidade !ísica6 eu concebo/ no se tradu analiticamente por isto
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"/, nem tampouco eu no concebo/ no se tradu analiticamente por isto no "/. %as, prosseguir-se-á, este ob*eto/ muda8 pode, pois, ser e no ser/, eu o $eri!ico. :em d>$ida, $eri!ica-se neste ob*eto uma sucesso de modalidades6 mas $eri!ica-se imediatamente a desapari2o ou a altera2o de seu princípio substancial$ida, a terceira (a que citamos acima) tomada da possibilidade de *uíos extensi$os a priori sobre as rela2;es de tempo6 tais *uíos, segundo cr& Kant, no podem ser obtidos da experi&ncia, pois esta no os pode dar nem estritamente gerais, nem apoditicamente certosU/ @espondemos6 um *uío, que s consigna !atos experimentais, no pode obter nunca a estrita uni$ersalidade mesmo comparando conceitos abstraídos da experi&ncia. #qui aparece com toda clarea o suposto !undamental indemonstrado da crítica ?antiana, que "6 a id"ia de que todo o dado, que " puramente sensorial, " Umat"ria bruta/, sem nenhuma !orma8 mas demonstramos que se dá uma compreenso do essencial no dado (um intelligibile in sensibili/), portanto, que se podem abstrair conceitos essenciais que, 9
3s mesmos argumentos so aplicados por Kant para examinar o espa2o.
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comparados entre si, podem dar a conhecer rela2;es essenciais necessárias de $alor uni$ersal absoluto/. (op. cit. pág. 7M9) Considera-se o tempo em si, como em ser em si, " !also. Bo lhe corresponde nenhuma realidade, " certo. Bisto esto de acordo Pitágoras, Plato, #ristteles, e os escolásticos. #penas os racionalistas conceberam o tempo como um ser em si, subsistente, real, independentes das coisas que cont"m. %as a sucesso " dada intuiti$amente, como $emos numa melodia, pois se os sons !ossem dados simultaneamente a melodia deixaria de ser. 'á, portanto, um !undamento real do tempo, que *á está na dispositio rei. D o que nos cumpre examinar oportunamente quando estudemos a doutrina sobre o tempo e o espa2o na !iloso!ia concreta. Como o demonstramos em 4ratado de Esquematologia/, e o temos examinado em nossos li$ros, o tempo e o espa2o, que para Kant so !ormas a priori da sensibilidade, so esquematia2;es intelectualiadas da sucesso e da simultaneidade, que so as condi2;es !undamentais de toda sensa2o. Kant considera que o $alor de ob*eti$idade " dado por essas !ormas puras da sensibilidade. 3ra, !undados ainda no prprio pensamento de Kant, poderíamos argumentar do seguinte modo6 4empo " o esquema intelectualiado da sucesso, das coisas sucessi$as, o campo das coisas sucessi$as8 Espa2o " o esquema intelectualiado, ou o campo das coisas que se do simultaneamente. #s id"ias puras, que constituem o ob*eto da %eta!ísica, no simult5neas, tota simul, porque a correla2o, a implic5ncia dos conte>dos ontolgicos " simult5nea e no sucessi$a. :e a simultaneidade " o !undamento do espa2o e a sucesso o !undamento do tempo, o que dá ob*eti$idade ao espa2o " a simultaneidade, e o que dá ob*eti$idade ao tempo " a sucesso. Beste caso, as id"ias puras teriam ainda na prpria concep2o de Kant um !undamento ob*eti$o, como o t&m a %atemática e a ísica Pura. :eria uma conseq=&ncia ine$itá$el do pensamento ?antiano le$ado com rigor. Poder-se-ia dier que *á esta$a incluso nas premissas de Kant essa conseq=&ncia, que ele no deduiu, porque se deixou empolgar exageradamente pelas circunst5ncias histricas do seu tempo, que era contrário à %eta!ísica e o termo meta!ísico ha$ia se tornado pe*orati$o, e at" in*urioso. 3bser$em-se as in>meras
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$ees que Kant procura um humorismo sarcástico para re!erir-se à meta!ísica, e busque-se na histria da sua $ida a mani!esta2o inconteste de seu $erdadeiro terror p5nico que o chamassem meta!ísico, o que aliás uma $e lhe endere2aram, e que o !aia tremer desde a rai dos cabelos às unhas dos p"s. Essa !obia, de !undo puramente psicolgico e histrico, pode-nos per!eitamente explicar porque no le$ou ele a$ante a sua análise a ponto de reconhecer que ha$ia um $alor de ob*eti$idade, mesmo dentro da sua maneira de !iloso!ar e da sua posi2o, para as id"ias puras. Pelo mesmo argumento que nega a ob*eti$idade do tempo e do espa2o, Kant nega a ob*eti$idade das categorias que so no2;es a priori do entendimento. D a priori que admitimos causas, porque seriam reais se as conhec&ssemos a posteriori. # tese ?antiana "6 nada de ob*eti$o, nada de real pode ser conhecido a no ser pela experi&ncia. %as a tese no " pro$ada. # experi&ncia " singular e s nos re$ela o contingente. Beste caso s se poderia a!irmar que " real o contingente. 3 necessário " apenas sub*eti$o. : as leis do nosso espírito so necessárias. Besse caso, no se pode a!irmar nada como necessário. %as se nada há ou hou$e de necessário, como " que algo pode existir< :e o mundo " contingente e no " necessário no te$e sua rao de ser em si mesmo e, portanto, hou$e um momento em que no existia. E como poderia ter $indo a existir a no ser que lhe !osse dado o ser por outro, que no ele, necessariamente necessário. # necessidade " apenas uma categoria para Kant, uma !orma do nosso entendimento. 4odas as categorias ?antianas so da mesma esp"cie. #ssim o so a realidade, a possibilidade, a modalidade, a rela2o, a comunidade, a indi$idualidade, etc. Contudo, Kant as usa de modo ob*eti$o. E no esque2amos que a experi&ncia ?antiana apenas capta os ob*etos como !enômenos e nunca como n>menos, apenas como nos aparecem, nunca como so em si mesmos. 3s n>menos no so ob*etos da experi&ncia. Portanto, se realidade " uma categoria, como pode Kant a!irmar a realidade dos n>menos< Ele desconhece a naturea deles, mas no nega a sua exist&ncia. Bo a!irma$a ele contra Her?eleZ a realidade do mundo, no do !enomenal, mas do numenal< Bo !aia ele uma aplica2o transcendental da categoria da realidade<
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E como poderia !a&-lo se a!irmou que as categorias eram apenas aplicá$eis ao mundo dos !enômenos< D $erdade que Kant di que as categorias t&m ou no t&m $erdade ob*eti$a, dependendo dos casos. Fuando aplicadas aos ob*etos da experi&ncia so legítimas, do contrário, noY 4udo quanto " !inito tem uma causa. D uma tese concreta, para a qual Kant responderia6 se " um arte!ato, como um relgio sim8 se " o mundo, no o sabe. E por que< Porque o relgio está no tempo e no espa2o8 mas o mundo escapa ao campo da experi&ncia quanto à sua origem. Por isso nada se pode a!irmar. Beste caso, as categorias so $erdadeiras ou !alsas por accidente. # experi&ncia precisa considerá-las $erdadeiras, nada mais. # ob*eti$idade dos princípios " dada pela sub*eti$idade. Bo entanto, podemos pensar em tudo quanto quisermos, imaginar at" absurdos, no podemos, por"m, derruir a preciso dos axiomas. :e o nosso pensamento " contingente, como se regula por normas necessárias< :e tudo " criado pelo homem, ento, antes do homem as $erdades matemáticas eram !alsas, porque elas se re!erem a uma categoria, a de quantidade. #ntes do homem 0 $ees 0 porque seria G< D a $erdade que depende do espírito humano ou será o espírito que depende da $erdade< # intencionalidade do pensamento " uma $erdade conquistada desde a escolástica, pois pensar " pensar sobre alguma coisa, pois pensar em nada " nada pensar. :e o $alor de nossos pensamentos " dado pelo ob*eto, pelo conte>do dos mesmos, e tais conte>dos no so reais, no se re!erem a coisas reais, nosso pensamento " irreal, !iccional totalmente, como chegam a a!irmar alguns ?antiano que le$aram at" às >ltimas conseq=&ncias do pensamento do mestre. Ima id"ia !alsa ", contudo, !ormada de elementos $erdadeiros. D o exemplo clássico da montanha de ouro. %ontanha e ouro so reais, no, por"m, a con*un2o montanha !eita de ouro. # !alsidade está na associa2o das id"ias. 4omada separadamente cada id"ia " $erdadeira. # !alsidade surge da no adequa2o das id"ias (adaequatio intellectu et re). Fue pensa, ento, nossa rao< Pensa a si mesma, suas prprias leis. E como poderia ela, cu*as leis so contingentes, pensar no necessário, no eterno<
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# a!irma2o e a nega2o so categorias. E como poderia pensar o nosso espírito sem a!irmar ou negar< E como ha$er pensar sem tais aptid;es< ... 'á um termo m"dio entre o entendimento e a sensibilidade, por interm"dio do qual uma no2o intelectual pode ser aplicada a um dado sensí$el. D o que Kant chama esquema. 3 esquema " um procedimento geral da imagina2o, por meio do qual !aemos representa2;es no tempo. 3 esquema da subst5ncia " a representa2o da perman&ncia no tempo. 3 esquema da causalidade " a sucesso da di$ersidade segundo uma regra. 3 esquema da necessidade " a representa2o da exist&ncia em todo o tempo. # subst5ncia, a causalidade e a necessidade so assim conhecidas em rela2o ao tempo. Em suma, sem a id"ia de tempo seriam impossí$eis. Ima subst5ncia imutá$el escapa à sucesso. Ba permanente " a unidade do ser na di$ersidade do !enômeno e uma subst5ncia imutá$el no caberia em sua de!ini2o. # de!ini2o de causa " a de lei. Con!undir causa com lei no " no$idade na !iloso!ia, e 'ume *á caíra nesse erro, como nele caiu, depois, a escola positi$ista. # causa, em ato, " simult5nea com o e!eito, pois algo " causa quando produ o e!eito. E o e!eito no dura enquanto no duram suas causas, ou outras que o sustentam. :em suas causas, o e!eito desapareceria, deixaria de ser. 'ume *amais se debru2ou no estudo que os grandes !ilso!os do passado ha$iam !eito sobre a causa. Pre!eriu considerá-la segundo as caricaturas de certos expositores da !iloso!ia alheia que mais !alsi!icam do que reproduem ou interpretam o $erdadeiro pensamento que pretendem expor. Benhum e!eito mant"m-se sem suas causas, seno todas, pelo menos aqueles que o sustentam. :e atiro uma pedra, a !or2a do meu bra2o " a causa da pro*e2o no espa2o, mas se ela diminui em sua $elocidade, se ela cai, " a resist&ncia de outros seres que diminuem o ímpeto e " a atra2o, a gra$idade e a in"rcia que a !aem cair. %odelo um pouco de barro e dou-lhe a !orma de uma estátua. # subst5ncia primeira (mat"ria), a !orma que tem, e a minha a2o !or*am causas da estátua. Ela permanece como tal, depois de minha a2o, mas sustentada por aquelas causas, sem as quais ela no permanece. # causa " do que algo depende realmente, sem o qual algo contingente no ". Portanto, a sucesso no "
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necessária para surgir o conceito de causa e e!eito. oi 'ume que *ulgou assim, de modo a concluir que causa " o antecedente, e e!eito o conseq=ente. %as a anteced&ncia " mais ontolgica e lgica do que cronolgica. E o que no se pode nem se de$e esquecer no conceito de causa no " a anteced&ncia, mas a depend&ncia real. 4amb"m a necessidade no se pode conceber apenas como a exist&ncia em todo o tempo. #s $erdade matemáticas so necessárias, mas independem do tempo. E ao :er :upremo, que esquema de tempo se lhe poderia aplicar< Bo se quer a!irmar que Kant este*a totalmente errado, no está, por"m, totalmente certo. 3 esquema de !or2a (cu*a experi&ncia externa " contada atra$"s dos e!eitos) " semiintelectual e semi-sensí$el. 4udo quanto atua sobre os sentidos " uma !or2a. # causa " uma !or2a em ato. # teoria dos esquemas de Kant " $álida na matemática, pois o n>mero pode de certo modo ser considerado o esquema da quantidade. Fuanto aos *uíos din5micos, a sua teoria no procede, porque a no2o de !or2a " o esquema de todos os *uíos din5micos. ... Fuatro so os princípios a priori do entendimento para Kant, segundo as quatro categorias. #os *uíos matemáticos correspondem os axiomas da intui2o. #os *uíos din5micos correspondem as antecipa2;es da percep2o, as analogias da experi&ncia e os postulados do pensamento empírico. Fue todos os !enômenos so quantidades extensi$as " o !undamento dos axiomas da intui2o. %as para os *uíos din5micos o esquema " de !or2a. 3 princípio !undamental das antecipa2;es da percep2o "6 toda sensa2o " uma quantidade intensi$a. # intensidade " o grau de !or2a que atua sobre ns. Com o esquema de !or2a, como o prop;e +esdouite, as analogias da experi&ncia tornam-se inteligí$eis. Je*amos como Kant as !ormula6 7)# subst5ncia " permanente em todas as $icissitudes !enomenais. D a !or2a que permanece id&ntica sob a $aria2o das mani!esta2;es !enomenais. 0)4odas as muta2;es sucedem segundo a liga2o de causa e e!eito. Essa liga2o " a a2o de uma !or2a.
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9)4odas as subst5ncias esto numa a2o recíproca enquanto podem ser percebidas no mesmo tempo. Bo implica a a2o recíproca um sistema de !or2as< 3s postulados do pensamento empírico so6 7)3 que " adequado às condi2;es !ormais da experi&ncia " possí$el (ou se*a, o que se concebe no tempo e no espa2o). %as alguma coisa pode existir !ora do tempo e do espa2o, sem se adequar, portanto, nem às condi2;es materiais nem às !ormais da experi&ncia. 3 :er :upremo existe !ora de tais condi2;es. 0)3 que " adequado às condi2;es materiais da exist&ncia " real. %as tal postulado re!ere-se apenas aos !enômenos e no aos seres em geral. 9)3 que cu*a conexo com o real " determinado segundo as leis da experi&ncia " necessário. 4al postulado determina a necessidade dos !enômenos. %as no " Kant que a!irma que os !enômenos no so necessários< #!irma Kant que quando percebemos um ob*eto no o percebemos tal qual ", mas tal qual no ". Como algo que há na causa no está no e!eito " impossí$el compreender que o e!eito tenha em si ou que no tenha a causa. Kant a!irma que no percebe o ob*eto tal qual ", mas tal qual o percebo em mim mesmo. Contudo ele apresenta ra;es6 7)alta-nos um crit"rio geral da $erdade. # lgica s nos dá a conexo das leis do espírito e no das coisas. Bo " ela capa de determinar em que condi2;es as leis do espírito esto con!ormes com as das coisas. 0)3s ob*etos nos aparecem no espa2o. 3ra, este no existe. :urgem como subst5ncias, causas, etc. 4ais so apenas categorias aplicá$eis aos !enômenos e no aos n>menos. 9)Bo há uma adequa2o entre os *uíos a priori que podemos construir e as leis da naturea. Bossas id"ias so necessárias e as leis da naturea so contingentes. G)3 n>meno " o desconhecido. D uma id"ia negati$a. #ponta o limite onde termina a nossa sensibilidade.
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# primeira rao " totalmente c"ptica, e destri at" as conclus;es que a Crítica alcan2a. D ademais tamb"m uma a!irma2o dogmática, pois a!irma como ob*eti$amente $erdadeiro que s temos uma $erdade sub*eti$a. Ba segunda rao, espa2o e tempo se identi!icam. 3ra, os n>menos so as causas das coisas, dos !enômenos, pois so a realidade que nos escapa. Bo se contradi claramente< Bo está aplicando essas categorias ao que no " !enômeno. Ba quarta rao, no há d>$ida que as !ormas do nosso pensamento so necessárias, e que os ob*etos conhecidos so contingentes. %as há rela2;es necessárias entre os ob*etos contingentes. Podem nossos conceitos no dier totum et totaliter o que " o ob*eto. 4al *á o a!irma$am os escolásticos, pois no nos cabe um conhecimento exausti$o das coisas. :e no podemos captar tudo das coisas, o que captamos pode ser adequado à coisa. Kant comete o $elho erro de que *á ha$ia sido re!utado com s"culos de anteced&ncia8 porque no podemos saber tudo das coisas no sabemos nada. Em Kant " reduido todo conhecimento ao su*eito pensante. Oogo de$eria pelo menos ser claro esse su*eito. :e Kant !oi c"ptico quanto ao resto ainda o " mais no re!erente ao su*eito. # consci&ncia " apenas um modo de sensibilidade, e apenas nos dá a conhecer as modi!ica2;es do eu, sem nada nos indicar de sua naturea. Bo se sabe se " simples, se " composto, se " subst5ncia, se " !or2a, se " causa, se " e!eito. D apenas o $eículo de nossas id"ias, de nossos pensamentos. #!irma, como $imos, que " um paralogismo a!irmar que " uma subst5ncia. #!irma que percebemos nossas modi!ica2;es, mas no temos consci&ncia de ns mesmos. E como podemos saber que so nossas< 3 eu, di Kant, " uma !aculdade sint"tica. %as essa !aculdade sentimo-la como nossa, e no como algo impessoal, algo qualquer. :entimos como nosso pensamento. Bo concluímos que há o eu porque pensamos. 3 eu nos " dado imediatamente, diretamente. ... #a)antinomia
4ese6 Fuanto ao tempo e ao espa2o o mundo te$e um come2ar (um limite). #ntítese6 Fuanto ao tempo e ao espa2o o mundo " in!inito.
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# *usti!ica2o da antítese " a seguinte6 se o mundo te$e um come2o, hou$e um tempo $aio, no qual no existia nada que pudesse determinar alguma coisa a existir. 4al argumento teria $alide se no se admitir a exist&ncia do 6:er :upremo. %as Kant considera a exist&ncia do :er :upremo problemática, embora no se*a contraditria para a rao especulati$a. 3ra, o :er :upremo atua !ora do tempo, que nada mais " que a sucesso dos !enômenos reais ou possí$eis. #dmitir um tempo $aio antes do come2o do mundo consiste apenas em admitir que o mundo !oi possí$el antes de ser real e no aí nenhuma contradi2o. Kant nega tanto a tese como a antítese. Bega o no ter ha$ido um come2o, porque ento teria passado um n>mero in!inito de estados sucessi$os. 3ra, o in!inito num"rico " absurdo. :e te$e um come2o, teria ha$ido um tempo $aio, o que considera um absurdo. # concluso que tira desta antinomia " que ambas t&m a mesma !or2a, e so ambas indemonstrá$eis e meta!isicamente " $álida tanto uma como a outra. Considera, ademais, que so contraditrias, o que le$aria a concluir que os contraditrios poderiam ser ambos !alsos, o que " oposto ao que examina e estabelece a Ogica. @eproduamos esta passagem, que lemos nos Prolegômenos.../ (pág. 70G). Fuando !alo de ob*etos no tempo e no espa2o, no !alo de coisas em si, pois as ignoro totalmente, mas somente coisas !enomenais, quer dier, da experi&ncia, como de um modo particular de conhecimento das coisas adequadas apenas ao homem. 3 que eu concebo no espa2o ou no tempo, no posso dier que existe em si, !ora do meu pensamento, no espa2o e no tempo8 pois, ento, eu contradiria a mim mesmo porque o espa2o e o tempo e os !enômenos que eles encerram no nada de existente em si e !ora de minhas representa2;es, mas unicamente modos de representa2o, e que " mani!estamente contraditrio dier que um simples modo de representa2o existe tamb"m !ora de nossa representa2o. Portanto, os ob*etos dos sentidos no existem seno na experi&ncia8 mas atribuir-lhes independentemente desta ou anteriormente a ela uma exist&ncia prpria subsistente por si mesma, " como se se imaginasse que a experi&ncia existe sem a experi&ncia, ou antes da experi&ncia/. @eduem-se, assim, os ob*etos sensí$eis, que constituem a experi&ncia, a meras representa2;es. E a!irma categoricamente que s existem na experi&ncia, como conclui no !inal do trecho citado. a2amos um exame da tese e da antítese, nesta antinomia. Comecemos pela tese.
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# primeira interroga2o que logo nos surge " o que entenderá Kant por mundo. 4emse considerado mundo, neste sentido, como a soma de todos os !enômenos e a totalidade de sua síntese. Contudo, Kant o considera de modo especial. 3 mundo " para ele uma id"ia, e no se limita a expressar a soma de tudo quanto cont"m. 3 mundo pode ser concebido como um modo de ser das coisas, enquanto totais. 3 mundo ", assim, de certo modo, transcendente. # tese a!irma que esse mundo te$e um come2o, portanto que hou$e um noser deste mundo antes, ou que antes de come2ar no era, pois o que come2a a ser come2a a ser no precípuo instante que come2a a ser. 'á, assim, um limite no mundo6 o come2o. 3ra, as coisas que constituem o mundo so coisas que come2am, pois constituindo ele um dado da experi&ncia, e como no temos experi&ncia do in!inito, mas apenas do !inito, o mundo da nossa experi&ncia " composto de !enômenos e, portanto, de !initos. # concluso ?antiana de !initude " a de limita2o quantitati$a, no a concep2o por ns exposta em nossa iloso!ia Concreta que " a de depend&ncia real, que " a >nica maneira de $isualiar concretamente a !initude. :e consideramos o conceito de !initude como o concebe Kant, o mundo será !atal e necessariamente composto apenas de coisas !initas, porque se em sua composi2o entrasse um ser in!inito este seria limitado, pelo modo de conceber a limita2o por Kant, pelos seres !initos. Consequentemente, decorre da prpria maneira de $isualiar, que o mundo tem de ser necessariamente !inito6 ou se*a, composto de coisas limitadas. D uma totalidade !ísica (no sentido etimolgico do termo phZsis, como naturea, como o con*unto do que nasce, do que come2a a ser). %as Kant quer a!irmar que essa tese no pode ser enunciada como algo sobre o qual tenhamos absoluta certea, ou se*a como algo $erdadeiro em si mesmo. Ento poderíamos perguntar6 ou o mundo te$e um come2o ou no, pois uma terceira possibilidade no cabe aqui. :e no te$e come2o, seria composto de coisas !initas que sempre existiram, como o a!irma, por exemplo, a concep2o atomística adin5mica, *á por ns de$idamente re!utada em iloso!ia Concreta. Kant precisa ainda mais6 esse come2o se re!ere quanto ao tempo e ao espa2o. :e tomamos o mundo como uma totalidade, temos de considerá-lo sob dois aspectos6 como parte e como todo8 ou se*a, em sua compon&ncia parcial, e em sua compon&ncia total. Em sua compon&ncia parcial, as coisas, que comp;em o mundo, t&m um come2o ou no8 ou se*am, as coisas (!initas) come2aram a ser no todo. Poder-se-ia conceber ainda em sua
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compon&ncia total o mundo como no tendo tido um come2o no tempo, mas sim suas partes, que surgem e desaparecem, mantendo-se a totalidade sempre uma totalidade constante de elementos que surgem e desaparecem. +este modo, poder-se-ia colocar resta tese6 o mundo, como totalidade, no te$e um come2o no tempo e no espa2o, embora aos elementos componentes parciais tenham tido come2o. Poder-se-ia a!irmar, ento, a abaternalidade do mundo como totalidade ao lado da temporalidade das partes componentes. Tá examinamos a tese da abternalidade do mundo e as suas possibilidades, como a exp;e com tanta pro!undidade e !irmea 4omás de #quino. Ba tese ?antiana " negada a abeternalidade do mundo6 este, como totalidade, te$e um come2o. %as 4er um come2o no tempo e no espa2o " algo que merece outro exame, pois seria a!irmar uma preced&ncia ontolgica destes quanto àquele, como se o tempo e o espa2o antecedessem ao mundo. Como poderia dar-se essa anteced&ncia e de que esp"cie seria ela< :e o tempo e o espa2o, es$aiadas das coisas temporais e espaciais, so um mero nada, um $aio absoluto, teríamos para a!irmar a tese que tais $aios ha$iam precedido as coisas componentes do mundo. %as esse $aio " absurdo8 consequentemente, a tese " absurda. D a concluso que se teria de chegar, e " a concluso a que chega Kant. 4empo e espa2o, tomados em si mesmos, no so reais. Contudo, na escolástica, a tese " que tempo e espa2o so parcialmente reais e parcialmente ideais, como $eremos pela solu2o aristot"lica que Kant desconhecia ou silencia$a. Bo há tempo e espa2o independentemente das coisas tempo-espaciais. Bo há um antes deles em rela2o às coisas. Fuando as coisas tempo espaciais come2aram a ser, come2aram a ser o tempo e o espa2o, cu*a realidade !unda-se na realidade de tais coisas. 4empo e espa2o, abstraídos por ns e hipostasiados pelo racionalismo, le$ou à constru2o de dois monstros ontolgicos. Kant *ulgou que essa era a >nica maneira de pensar da !iloso!ia. Bo entanto, #ristteles e os escolásticos *á ha$iam demonstrado que no era assim. # tese de Kant ", portanto, incompleta, e no representa a >nica maneira t"tica de a!irmar o come2o do mundo, sal$o se enunciada do seguinte modo6 3 tempo e o espa2o come2am quando come2a o mundo (das coisas !initas). Beste sentido a tese " rigorosamente $erdadeiro, porque o que comp;e o mundo so coisas que come2am. Fue a!irma a antítese6 quanto ao tempo e ao espa2o o mundo " in!inito. n!inito " o ser que no depende de outro para ser, o ser cu*a exist&ncia no " dependente realmente de outro. Kant no considera assim, mas no sentido racionalista de o
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que no tem limites extensi$os nem intensi$os, ou se*a o quantitati$amente in!inito, que seria uma maneira acidental de ser. # antítese " absolutamente !alsa, e no necessitaria muito es!or2o para que Kant concluísse pela !alsidade numa compara2o com a tese. :ua absurdidade ressalta imediatamente, e sua possibilidade " absolutamente descartada. #!irmar que ambas t&m a mesma $alide " indesculpá$el. # antítese " absurda. Bo ", por"m, a tese. Essa antinomia perde sua rao de ser, pois o que se exige numa antinomia " igualdade de $alide dos nomoi, que se op;em (anti), o que aqui no se dá. 3 tempo in!inito seria para Kant um sempre ha$er do instante de ser do ser !inito, um in!inito de tempo a parte ante e um in!inito de tempo a parte post. Im in!inito espacial seria uma extenso $aia em todas as dire2;es, um nada absoluto que se estende, o que " absurdo, um $aio que teria um onde sem !im, contido, portanto, em outro, que tamb"m " nada, contendo nada, ou contendo um n>mero quantitati$o in!inito de coisas !initas. 3ra, tais a!irmati$as *á ti$era re!uta2;es de!initi$as, inclusi$e matemáticas. E por que se toma tal conceito de tempo e de espa2o< #pliquemos aqui um pouco de criticismo. +esde o momento que nossa mente concebe o in!inito em sentido quantitati$o, os monstros ontolgicos de um tempo quantitati$amente in!inito e de um espa2o quantitati$amente in!inito so conseq=&ncias ine$itá$eis. %as se se conceber o in!inito da >nica maneira ontolgica so de conceb&-lo como o !iemos em iloso!ia Concreta, a tese de Kant como a antítese re$elam-se como modos incipientes e !rágeis de postular !ilos!ico. Kant nega, " $erdade, a tese e a antítese. %as onde erra " em a!irmar a igual $alide ou in$alide de ambas, e ao *ulgar que so as duas >nicas maneiras de postular sobre o tempo e o espa2o. +este modo, o que pretendia com esta antinomia cai por terra. Elas nada $alem para de!ender a sua posi2o. *a) antinomia
4ese6 4udo, no mundo, " constituído pelo simples. #ntítese6 Bada " simples, mas tudo " composto. +e!esa da tese6 se no !or simples o elemento componente (os elementos componentes), o corpo seria composto de um n>mero in!inito de elementos, o que " absurdo.
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%as seres simples no poderiam constituir uma extenso, a!irma Kant em !a$or da antítese. Esquece Kant que extenso no " apenas o >nico modo de ser das coisas. +amos a seguir uma análise do simples e do composto, segundo a dial"tica concreta, que ser$e para mostrar a maneira !rágil de colocar esta antinomia pelo !amoso !ilso!o de Koenigeberg. ... Examinemos estas duas teses da iloso!ia ConcretaG +a) antinomia
4ese6 'á no mundo causas por liberdade. #ntítese6 Bo há liberdade8 tudo " naturea. Ima s"rie in!inita de causas segundas " absurdo. +e$e ha$er uma causa primeira necessariamente li$re. 'á liberdade no mundo dos !enômenos, que " a liberdade humana. Ima liberdade !ora da naturea, !ora do tempo, " a do :er :upremo, cu*os e!eitos se do no tempo, porque so !initos. Por isso podem ser produidos no tempo e!eitos determinados por uma causa li$re. Kant conclui, contudo, que ambas proposi2;es so de igual $alide e podem ambas ser !alsas. # tese a!irma que há liberdade nas causas do mundo, ou se*a nas causas dos !atos (!enom&nicos), o que nega a antítese. # tese a!irmaria que nem tudo quanto acontece decorre por uma necessidade inelutá$el. # id"ia de liberdade implica a conting&ncia do que acontece, porque o contigente " o que pode suceder ou no, sem que implique qualquer contradi2o. Ima causa li$re " uma causa capa de escolher um e!eito, o qual " contingente, portanto. #!irmar a liberdade no " negar a necessidade. %as " preciso distinguir6 há uma necessidade hipot"tica, a re$elada pela coisa que acontece que, se acontece, tem uma causa de seu e$ento. %as essa necessidade no implica que o !ato acontecido no possa 4er sido escolhido entre outros possí$eis. Fuando, pela $ontade, o ser humano escolhe entre !aer isto ou no !aer, se !a ou no !a, em nenhum modo in$erte a ordem csmica, porque tanto !aer ou no !aer so contingentes e possí$eis. 3 conceito G
Entra a tese #to e Pot&ncia so di!eren2as >ltimas do ser !inito (#nota2o no manuscrito)
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!also de liberdade, que constri o racionalismo, pode le$ar à !ácil nega2o, de$ido a necessidade hipot"tica que deixa !ora do conceito, e que no " concretamente considerada com aquela. # tese ?antiana, portanto, pode parecer de impossí$el demonstra2o por nossos meios se colocada dentro daquela concep2o, no, por"m, se se considerar a liberdade, no no sentido de uma espontaneidade absoluta sem causas. Consequentemente, considerada assim, a tese " $erdadeira e a antítese !alsa. #!irmar que, na naturea, no há nenhuma liberdade, no $erdadeiro sentido que se pode tomar este termo quanto aos seres !initos, " !also, porque a!irmaria uma !"rrea necessidade, e negaria totalmente a conting&ncia. +este modo, a antinomia ?antiana ainda " uma !alsa antinomia, e " resultado de uma má coloca2o do problema. ,a)antinomia
4ese6 Ba s"rie das causas do mundo há um ser necessário. #ntítese6 Bessa s"rie, nada " necessário,, mas tudo " contingente. :e tudo " contingente, de$e ha$er um necessário, !onte dos seres contingentes. 4al !onte no pode ser do mundo porque neste tudo " contingente, nem !ora deste, porque, ento, no poderia atuar neste. # tese " segura, mas a antítese " !rágil. Porque um ser superior, necessário, !onte de todos os outros no pode atuar !ora do mundo< Por que o in!inito no poderia atuar sobre o !inito< Im poder ao qual nada !alta no pode agir sobre nada< Fual o !undamento da antítese< Esta antinomia tamb"m " !rágil. ... #s quatro antinomias de Kant so e$identes quanto às teses, mas !alsas quanto às antíteses. # antinomia " apenas aparente. Em $e de demonstrarem a impossibilidade da %eta!ísica, elas do pro$as cabais a !a$or desta. Ba $erdade, a obra de Kant malogra em seus intuitos. Pode ela in!luir em mentes despre$enidas, mas a inten2o que o domina$a de mostrar de uma $e por todas a impossibilidade da %eta!ísica, corrobora com no$os elementos a !a$or desta. [Bo entanto, há muitos que *ulgam que ele alcan2ou as suas metas. ... E de!eito principal e !undamental do !iloso!ar de Kant " o $ício inerente ao racionalismo, $ício que ele herdou, usu!ruiu e empregou em toda sua crítica. Consiste ele
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no seguinte6 o que " apenas distinto, o em que apenas cabe uma distin2o, Kant estabelece uma separa2o, um a!astamento, uma diácrise, caindo, assim, em todos os erros diacríticos da rao, que salientamos em nossa iloso!ia da 6Crise, que " uma análise da crítica, que consiste na ati$idade de abrir a crise por meio de diácrises, e estabelecer a síntese por meio de síncrises. D natural que Kant, depois de ha$er separado, tenha di!iculdade e a!irma at" a impossibilidade da síntese dos elementos que ele separou abstratamente. Je*amos alguns pontos6 quando ele medita sobre a $erdade do ob*eto pensado, Kant descobre o pensamento e seu ob*eto como duas entidades real-realmente distintos, como se elas no se implicassem mutuamente. Procura o nexo de liga2o nos *uíos sint"ticos a priori, mas o que primeiramente !a " desdobrar o *uío em seus elementos, esquecendo que a separa2o lgica surge da linguagem e no da id"ia. +epois " di!ícil compreender como " possí$el ligá-los. Esquece que o nexo de liga2o se dá na naturea e no na linguagem, pois o conceitoVsu*eito e o conceito- predicado, se gramaticalmente so isolados, e no enunciado $erbal so ligados pela cpula, na realidade esto unidos, e !ormam uma totalidade coerente e !ormalmente uma. 3utro aspecto " *ulgar que há duas $erdades6 uma que " a nossa, e outra que " absoluta. Esquece que a $erdade lgica, a $erdade material, a $erdade ontolgica, a $erdade concreta so distintas, mas separá-las " excesso de abstratismo. Por outro excesso abstratista, Kant separa o !enômeno do n>mero, a percep2o separada do pensamento, como se !osse possí$el perceber sem pensar. #s modi!ica2;es do eu, ele as separa do eu, como se pudessem existir independentemente do eu, chegando à concluso que da consci&ncia do meu pensamento no posso concluir a minha exist&ncia. :epara o atributo da subst5ncia, a per!ei2o e o :er Per!eito, etc. Kant realia, assim, o mais per!eito !iccionalismo abstratista que o racionalismo $icioso poderia construir. Procura, depois, uma síntese na intui2o ou na experi&ncia, e alcan2a apenas a uma síncrise, com todos os de!eitos do pensamento sincrítico $iciado, desde início, pela diácrise abstratista. # !iloso!ia de Kant termina trans!ormando-se numa grande armadilha, na qual quem no está de$idamente preparado no consegue achar uma saída, porque lhe !oram !echadas
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todas as saídas. Essa admirá$el constru2o, que no oculta um certo satanismo, terminou por conseguir uma presa inega$elmente notá$el e !amosa, cu*o $alor " inegá$el, que !oi Kant, prisioneiro da prpria armadilha que criou. ... Kant Ka nt a!ir a!irma ma que s admi admiti tiri riaa !unda !undame ment ntoo da meta meta!í !ísi sica ca se !osse !osse demon demonst stra rado do apoditicamente um *uío sint"tico a priori. Fual a pro$a apodítica que exige< # que " dada pela experi&ncia. Beste caso, a experi&ncia pro$aria a $alide do *uío sint"tico a priori. %as a experi&ncia depende, em sua $alide, das !ormas puras da sensibilidade, cu*a !or2a " sub*eti$a e no ob*eti$a. Portanto, a experi&ncia no pode dar $alide, porque no a tem su!iciente. Concluso6 a >nica pro$a que admite no " pro$a su!iciente, do que decorre, ine$ita$elmente, que um *uío sint"tico a priori no pode ser demonstrado apoditicamente, seguindo a linha de Kant. D notá$el essa posi2o. Ele desa!ia que se pro$e pela $ia que ele a!irma que no pro$a8 desa!ia que se encontre um ob*eto num lugar determinado onde ele no está, porque *á o tirou de lá. +esse modo, o desa!io de Kant " uma misti!ica2o. 4al$e o termo se*a um pouco !orte mas, !rancamente, no conhecemos outro que melhor expresse o que ele re$ela em seu desa!io. ... 4odo o sistema de Kant depende da solu2o que se d& aos *uíos sint"ticos a priori. # a!irmati$a da sua prioridade, implica6 a)que no t&m sua origem apenas na experi&ncia8 b)que sua origem está apenas na mente. Este " o dilema colocado por Kant. %as, se no tem sua origem apenas nos sentidos, no se pode ainda a!irmar que tenha sua origem apenas na mente. Para que tal a!irmati$a !osse $álida, teria Kant de pro$ar que no há um meio termo entre a experi&ncia isolada e a ment mentee toma tomada da tamb tamb"m "m isol isolad adam amen ente te.. Co Cont ntud udo, o, pela pela solu solu2 2oo aris aristo tot" t"li lica ca,, há um conhecimento que parcialmente procede da experi&ncia e parcialmente da mente. :obre essa solu2o silencia Kant.
Kant silencia a solu2o aristot"lica. 3u a conhecia ou no. :e a conhecia, no de$eria ter perdido a oportunidade de re!utá-la. :e no a conhecia como se depreende de certas a!irma2;es que !a em suas obras, no " perdoá$el essa ignor5ncia num !ilso!o de seu porte.
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#s cate catego gori rias as so so para para ele ele $ai $aias as,, sem sem ob ob*e *eto to.. # intu intui2 i2o o da sens sensib ibil ilid idad adee (#nschauung), por apenas captar os !enômenos e no a coisa em si, " cega, nada conhece da coisa. #s intui2;es sensí$eis so, portanto, nada, porque no representam nada de real em si mesmo. Como, portanto, *usti!icar-se a síntese entre su*eito e predicado< Bega, na Crítica da @ao Pura, que os princípios sint"ticos a priori... possam ser aplicados às coisas em si, mas apenas aos !enômenos (op. cit. pág. 0S). Como o princípio de causalidade " um princípio sint"tico a priori, este no pode ser aplicado ao n>meno, mas apenas ao !enômeno. Bo entanto, em outra passagem da mesma obra )pág.0MA) ) pág.0MA) di6 3 entendimento limita a sensibilidade... e ad$erte-se que no se pretende aplicá-lo às coisas em si, mas somente como ob*eto transcendental, que " a causa do !enômeno, e por si no " !enômeno/. 3ra, esta passagem contradi diretamente a anterior. 3utra contradi2o de Kant está em a!irmar que nada conhecemos do n>meno. Contudo, Contudo, para explicar a heterogeneid heterogeneidade ade qualitati$ qualitati$aa dos !enômenos, a qual resulta da coopera2o dos n>menos e das minhas !aculdades/ (exempli!ica com a heterogeneidade das cores, dos sons, etc.) sup;e que há alguma heterogeneidade qualitati$a nos prprios n>menos, o que " a!irmar que no so totalmente incognoscí$eis. #dmite, por sua $e, sua exist&ncia. 3ra, admitir a exist&ncia " a!irmar que no so totalmente desconhecidos. ... #s coisas reais da nossa experi&ncia esto a nos a!irmar que no t&m em si mesmas sua rao de ser. Bo " possí$el (pois no há !undamento algum para ns, e ", ainda, !undame !undamental ntalmen mente te !also) !also) a!irma a!irmarr que alguma alguma coisa coisa !inita !inita do mundo, mundo, que nos cerca, cerca, independe de qualquer, e exista aqui e agora sem depender do que quer que se*a. #inda mais, no podemos admitir, admitir, por !alta total de !undamento, que qualquer ser !inito se d&em em absoluta solido, totalmente desligados dos outros, com absolutuidade (ab solutum) solto de tudo e mais, a!irmando a si mesmo. :abemos que perpassa por todas as coisas8 ou melhor, que há entre todas as coisas, que constituem o mundo da nossa experi&ncia, uma lei, um logos, que as analoga umas às outras, que " o mesmo em muitas, e um logos que " o mesmo em todas. 'á, assim, um nexo, que conexiona, que coordena todas as coisas, um nexo geral, totaliante, que as une numa ronda de $erdadeiro amor/ na !rase po"tica de Loethe. Ima $iso atomística de entidades completamente soltas umas das outras tamb"m
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no poderia deixar de reconhecer que há entre tantas mônadas isoladas algo que as conexiona, algo em comum que as conexiona que dá lugar ao surgimento do que " o cosmos, a ordem. # realidade " nexo que re>ne, coordena as coisas reais. 3ra, tais nexos coordenadores, coordenados por sua $e num nexo uni$ersaliante, so algo. Portanto, t&m um sentido, um ser e, como tais uma ess&ncia, uma !orma. 'á, assim, um logos do logos, uma ratio ratio que os distin distingue gue uns de outros. outros. E essas essas !ormas, !ormas, a que os gregos gregos chama$am chama$am tamb"m de ideai, id"ias, t&m um nexo, que se chama idealidade. #ssim, na realidade ( que " o nexo das coisas reais), há uma idealidade (que " o nexo das coisas ideais, os logoi). 'á, pois, uma idealidade na realidade. E como esses logoi t&m uma sist&ncia, cu*a pre!ixa2o pode-se estabelecer como in-sist&ncia, per-sist&ncia, no podemos, por"m, a!irmar que tenham ex-sist&ncia6 ou se*a, que se d&em !ora de suas causas como seres subsistentes em si mesmos. Como todo ser " ser na propor2o que tem uma sist&ncia, e como tal tem uma realidade, há, portanto, um nexo de realidade na idealidade, como há um nexo de idealidade na realidade. Por essas ra;es, $&-se que à propor2o que captamos os logoi, perscrutados perscrutados por ns na experi&ncia que temos das coisas, experi&ncia no s no sentido restrito de Kant, mas tamb"m no sentido amplo como " comumente considerada, podemos a!irmar, sem temor de erro e com plena adeso de nossa mente, que so eles reais desde que correspondam ao nexo da realidade, como deste nexo podemos captar o nexo de idealidade. :e nossos conceitos conceitos no possuem conte>dos conte>dos su!iciente su!icientess para corresponderem exausti$ament exausti$amentee ao que se dá na real realiidade dade,, eles eles por" por"m m, corr corres espo pond ndem em,, int intenci encion onal alm ment ente, ao qu quee " !undamentalmente nas coisas. Kant, pela in!lu&ncia do abstratismo racionalista de sua "poca, pelos exageros do idealismo e da meta!ísica racionalista que conhecia, cu*os de!eitos so imensos e cu*a !raquea " inegá$el, no podia compreender essa conexo, e nega$a ob*eti$idade ao que a nossa mente eideticamente constri com seguran2a, du$idando da $alide de nossos *uíos quanto a uma correspond&ncia à realidade !ora de ns. oi ele, por sua $e, uma $ítima desse abstratismo, mesmo quando o combatia, porque no se libertou da sua in!lu&ncia e o seu criticismo no !oi capa de alcan2ar a posi2o concreta que s ho*e o pensamento humano está apto a obter. ...
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@epetimos que se de$e considerar Kant dentro de sua "poca, sob a in!lu&ncia da meta!ísica racionalista e ento e ante a decad&ncia da escolástica, que era e$idente. Bessa !ase do processo !ilos!ico, inega$elmente, poder-se-ia a!irmar sem receio que a !iloso!ia no conhecia progresso e que o pensamento humano ha$ia, em suas especula2;es, caído numa esp"cie de impasse, do qual no podia li$rar-se. # crítica de 'ume tinha !or2osamente de exercer grande in!lu&ncia num espírito de escol como o de Kant, que, embora in!luído por ele, teria mais dia menos dia de se libertar do !amoso pensador ingl&s, sem deixar, contudo, de pagar o tributo de$ido aos que nos libertam de uma posi2o ou nos concedem uma autonomia que antes no des!rutá$amos permitindo-nos in$adir no$os terrenos inesperados. 4entando combater as id"ias de seu libertador, Kant re$ela sempre a pro!unda in!lu&ncia que o pensamento de 'ume exerceu sobre ele, do qual *amais se libertou totalmente. Bega$a ele, e com certo !undamento ( desde que nos coloquemos na posi2o que *ulga que o modo racionalista de !iloso!ar " o >nico que se emprega na iloso!ia) que possa ha$er progresso na Ci&ncia se esta se !undar apenas em *uíos analíticos. Beste o predicado nada acrescenta de no$o, mas apenas aponta o que *á está contido no conte>do esquemático do conceito-su*eito, como exempli!ica com o *uío6 o corpo " extenso, ou # " necessariamente #. Tá demonstramos que há excesso na a!irmati$a ?antiana, porque a análise como temos mostrado, permite clareamentos, e tamb"m alcan2ar apo!5nticamente (por ilumina2o), aspectos que idealmente se conexionam, o que !a$orece a concre2o sob bases seguras, bem como exigir, para a plenitude de sua compreenso, outros aspectos ideais, que !a$orecem a solide do que " examinado, como se $& em nossas análises, mas quando se notasse compro$a2;es, dadas pelo nexo da realidade, su!icientes para dar ob*eti$idade aos *uíos construídos, bem como permitir a constru2o de *uíos sint"ticos a priori apodíticos $irtualmente contidos no conceito em exame. 4amb"m, para ele, no poderia ha$er progresso se a ci&ncia se !undasse apenas em *uíos sint"ticos a posteriori, porque, nestes, o tr5nsito ao predicado do que no está contido no su*eito " dependente sub*eti$amente da experi&ncia contingente, cu*os exemplos so a pedra esquenta/, o sol ilumina/, # " contingentemente H/. : pode ha$er progresso quando somos capaes de realiar *uíos sint"ticos a priori, nos quais, independentemente
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da experi&ncia, o tr5nsito se realia ao predicado que de nenhum modo está contido no su*eito, como o sol esquenta a pedra/, em suma6 # " necessariamente H/. Fue so legítimos tais *uíos sint"ticos a priori na %atemática e na ísica aceita-o Kant porque ambas se !undam nas !ormas puras da sensibilidade6 o espa2o e o tempo. %as a sua legitimidade na %eta!ísica no tem tais !undamentos, porque os ob*etos meta!ísicos transcendem a toda experi&ncia possí$el, no sentido restrito que Kant dá ao termo experi&ncia.A #s suas conclus;es, neste ponto, !undam-se nos seguintes postulados de sua doutrina6 a)s por meio dos sentidos temos contato com a realidade externa8 b)o que imediatamente conhecemos " um ob*eto interno (!enômeno), em oposi2o à coisa em si (n>meno)8 c)há uma distin2o entre o intelecto (entendimento V Jerstand) com a sensibilidade (#nschauung), porque aquele tem um papel ati$o na constitui2o do ob*eto inteligí$el8 d)a experi&ncia s nos dá o que " contingente e no o que de$e ser (sollen). Concluso6 o que " dado pela nossa mente como um, está$el e necessário, " dado a priori8 ou se*a, antecedentemente à experi&ncia. (4al no quer dier que Kant no soubesse que, psicologicamente, o conceito ou a id"ia de tempo e de espa2o no ti$essem origem num longo processo da nossa mente. #!irma$a apenas a sua aprioridade em sentido lgico. Este ponto, por"m, no " aceito por todos, e há di$ersas ra;es contrárias a esta tese. Contudo, nas notas que !iemos à tradu2o da Crítica da @ao Pura chamamos a aten2o para as passagens que $&m em !a$or de uma ou outra posi2o). # sensibilidade " mani!estamente passi$a em rela2o à coisa em si, e as sensa2;es so !ormadas pelas !ormas puras da sensibilidade, o tempo e o espa2o, como $imos. +esse modo, as intui2;es sensí$eis podem !undamentar *uíos sint"ticos a posteriori, mas, por si ss, no so su!icientes para !undar *uíos sint"ticos a priori, porque o ob*eto de tais *uíos " uni$ersal e necessário, o que " apenas inteligí$el e no sensí$el. Essa inteligibilidade " !undada sobre !ormas a priori do intelecto às quais Kant chama de categorias. A
Fuanto ao problema das ci&ncias, Kant soluciona da seguinte maneira6 # matemática " possí$el e pode construir *uíos sint"ticos a priori , apoditicamente $álidos, porque a intui2o do espa2o e do tempo " a priori, sobre os quais se !undamentam aqueles *uíos, como $imos. # ísica " possí$el porque !undada sobre as categorias da qualidade e da rela2o, que so din5micos, pode impor leis está$eis e necessárias à naturea sensí$el. # %eta!ísica, ao contrário, no " possí$el como ci&ncia ob*eti$as, porque teria de !undar-se em *uíos sint"ticos a priori, e estes, no se !undando no !enômeno, teriam de !undar-se no n>meno, que " intelectual e sensi$elmente incognoscí$el. Portanto, a %eta!ísica no tem !undamentos ob*eti$os. J&-se que Kant tinha uma $iso muito restrita do que " %eta!ísica.
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Kant a!irma portanto6 a)a dubitalidade dos !atos8 b)a realidade da lei moral8 c)a realidade das ci&ncias (da matemática e da !ísica pura)8 d)a dubitabilidade (incertea) da meta!ísica (tendo para ele, como ob*eto, o noexperimentá$el, o hiper!ísico). ... A duitailidade dos uni.ersais
# maior parte dos problemas propostos por Kant *á esta$am resol$idos com s"culos de anteced&ncia. Para os que desconheciam as solu2;es *á dadas, a sua obra poderia soar como algo no$o, inesperado e in"dito. Colocou ele sobre a mesa o problema dos uni$ersais, perguntando como poder-se-ia dar conceitos e *uíos uni$ersais $álidos, quando a experi&ncia " concreta e singular. 3ra, tal pergunta era a constantemente usada pelos ad$ersários do realismo na longa pol&mica medie$alista dos uni$ersais. Contudo, cabe dier que Kant colocou o problema sob no$os aspectos. %as a $alide dessa a!irmati$a depende apenas de que se apontem, com e$id&ncia, os aspectos no$os. :e estes so apenas simples re$enants/ do passado, a a!irmati$a perderia a sua proced&ncia. # tese ?antiana de dubitabilidade dos uni$ersais !oi respondida por #ristteles e pelos escolásticos, atra$"s dos s"culos, pela teoria da abstra2o, cu*as demonstra2;es sintetiamos a seguir. # !alsidade no se dá em si mesma, mas no *uío. # !alsidade, contudo, admite, de certo modo, graus. 3 $erdadeiro princípio >ltimo uni$ersal e necessário da certea natural " a e$id&ncia mani!estada do ob*eto na mente8 ou se*a, a e$id&ncia ob*eti$o-sub*eti$a. # e$id&ncia intrínseca " sempre necessária. Estas teses *á !oram de$idamente demonstradas em nossos li$ros. inalmente6 a cogni2o ob*eti$o-meta!ísica " possí$el por abstra2o !ormal, o que torna a %eta!ísica possí$el como ci&ncia. # exist&ncia e o $alor ob*eti$o da abstra2o !ora demonstradas $igorosamente e de modo apodítico pelos escolásticos. Pro$ada essa tese, a %eta!ísica, como ci&ncia, será possí$el e a tese ?antiana ruirá !ragorosamente.
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'á, contudo, certas di!iculdades. Partindo-se da posi2o empirista, todo conhecimento tem sua origem ou o seu início nos sentidos. 3ra, tal tese " acarinhada pela escolástica, sobretudo pelos tomistas e pelos que seguem a linha aristot"lica. E esse problema se *usti!ica, porque a %eta!ísica dedica-se tamb"m ao estudo de entidades que escapam aos meios cognosciti$os de origem meramente sensí$el, *á que +eus, para exempli!icar, no pode ser um ob*eto sensí$el nem experimentá$el do modo como Kant entende experi&ncia. :e +eus !osse um ob*eto dessa experi&ncia no seria +eus, e demonstrar a sua exist&ncia como um !enômeno, ou se*a, como um ob*eto da intui2o sensí$el no seria demonstrar +eus mas uma entidade meramente sensí$el. Pedir, pois, para +eus tal esp"cie de pro$a " exigir o impossí$el, porque como ser espiritual, apro$a experimental " simplesmente absurda. #bsurda era, por exemplo, o argumento apo!ático (negati$o) daquele cirurgio !ranc&s que, para pro$ar a inexist&ncia da alma, diia no ha$e-la *amais encontrado na ponta do seu bisturi, como se a alma !osse um ser extenso, material, que um bisturi pudesse tocar, cortar. # %eta!ísica, como a de!inia #ristteles, " a ci&ncia que especula sobre o ente enquanto ente, e o que decorre dele. # %eta!ísica, portanto, pode ser geral (a 3ntologia), quando examina o ser precisi$amente imaterial, e " especial quando especula sobre um ser positi$amente imaterial, como +eus (4eologia). # %eta!ísica ", para a escolástica, a ci&ncia que pertence ao terceiro grau de abstra2o. # abstra2o pode dar-se sobre aspectos da mat"ria que no podem ser concebidos como independentes desta, como a abstra2o que se !a da cor de um p&ssego. D a abstra2o do primeiro grau. +a mat"ria, pode-se, ainda, abstrair a quantidade (n>mero, !igura) abstraída ainda da sua exist&ncia, como a linha, o ponto, etc. D a abstra2o de segundo grau. Pode-se ainda abstrair totalmente da mat"ria o ser, o existir, a lei, a !orma, etc.). 4ais seres podem ser concebidos sem mat"ria, e considerá-los como sendo independentemente de toda mat"ria. Essa abstra2o " a que se chama meta!ísica, ou a de terceiro grau. #ssim, de Too, abstraio homem, de homem posso abstrair a id"ia animal, e desta, $i$ente e, desta, ente. +e homem, posso ainda construir uma abstra2o humanidade. Concretamente, temos6 ente, humanidade, $i$ente, animal, homem, Too.
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3ra, tais abstra2;es transcendem a experi&ncia e so, por isso, chamadas de meta!ísicas, no sentido que sempre se deu ao termo meta!ísica. #nte elas !oram tomadas as seguintes posi2;es6 3s materialistas a!irmaram que !ora da mat"ria nada há. 3ra, tais ob*etos da %eta!ísica, por sem imateriais, nada so ou so apenas nada. Kant nega realidade ao ob*eto da %eta!ísica (entes imateriais). 3 >nico ob*eto real para ele " o !enômeno sensí$el, o qual, por sua $e, por !undamentar-se apenas sub*eti$amente " sem !undamento real. +este modo, os ob*etos meta!ísicos so puro $ácuo, inanidade, iluso. Para os positi$istas, o ob*eto meta!ísico " incognoscí$el. : podemos conhecer como certos os !enômenos sensí$eis, e o que os transcende so enigmas insol>$eis. :o ad$ersários, portanto, da %eta!ísica os que negam uma realidade ob*eti$a aos ob*etos meta!ísicos. Fuanto aos que *ulgam que " ela apenas a constru2o !alaciosa de !ic2;es para explicar os !atos ou para explicar o que se desconhece, no " a tal que dese*amos de!ender neste nosso trabalho. Para se demonstrar a $alide da %eta!ísica como ci&ncia, cabe pro$ar, portanto, o seguinte6 a)que os ob*etos meta!ísicos so $erdadeiramente ob*eti$os8 b)que os ob*etos meta!ísicos transcendem à experi&ncia possí$el. # pro$a de que os ob*etos meta!ísicos so $erdadeiramente ob*eti$os dependerá da pro$a de ob*eti$idade dos conceitos uni$ersais. # ob*eti$idade de um uni$ersal consiste em ser independente tanto do su*eito cognoscente como da ati$idade cognosciti$a, ter seu $alor in re, ser com !undamento in re, um !undamento extra mentis (!ora da mente humana), que " o seu $alor ob*eti$o. :ub*eti$amente ou !ormalmente, o conceito " o ato mental que acidentalmente modi!ica o su*eito e que " termo da opera2o cognosciti$a. Em !ace do $alor ob*eti$o dos conceitos uni$ersais, as posi2;es que negam a sua $alide so as seguintes6 Bominalistas rígidas, que negam se d& em ns a representa2o uni$ersal, quer de ordem sensí$el (imagem), quer de ordem supra-sensí$el (a id"ia). Begam a ob*eti$idade total dos uni$ersais, os conceitos so meros !latus $oces. 4ais !oram os so!istas, os epic>rios e os esticos da antig=idade e @oscellinus, na dade %"dia, etc.
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Bominalistas mitigados6 a!irmam estes que se do representa2;es de algum modo uni$ersais, mas reduem-se apenas a imagens, e muito pouco a id"ias. 4emos entre estes os empiristas, os positi$istas, os sensualistas, e entre eles, 'ume, Her?eleZ, :tuart %ill, Hergson, Nundt, '\!!ding, 4aine, @ibot, etc. Conceptualistas. +entro da heterogeneidade das posi2;es, podemos salientar os antirealistas meta!ísicos, os idealistas, os agnosticistas meta!ísicos e, especialmente, Kant, que " ob*eto de nosso exame. 3 conceptualismo " uma doutrina sub*eti$ista. #dmite que o conceito " uni$ersalmente $álido, mas nega qualquer elemento sua sist&ncia este*a !ora da mente humana. D o uni$ersal uma constru2o sub*eti$a, por"m $álida, mas cu*a sist&ncia está apenas na mente (como Kant), ou como 3c?am, que a!irma que os conceitos so sinais, mas naturais, so meramente arbitrários. 3s conceitos aparecem para ns como imutá$eis, mas !ora de +eus nada há imutá$el8 conseq=ente, os conceitos no se do ob*eti$amente. Contudo, a imutabilidade dos conceitos, tomados !ormalmente, " inegá$el, porque dois sempre !oi e sempre será dois. Kant " um conceptualista moderno, pois a!irma categoricamente que os conceitos t&m sua sist&ncia total na mente humana, de onde pro$&m. Fuanto a outros conceptualistas modernos, suas id"ias se con!undem com as dos nominalistas. +emonstrada a improced&ncia das posi2;es nominalistas e conceptualistas, automaticamente mostramos a improced&ncia da posi2o !undamental de Kant. 4eremos de demonstrar o seguinte6 a)que os uni$ersais correspondem a representa2;es intencionais (conceitos ou id"ias)8 b)cu*a sist&ncia no " meramente sub*eti$a, mas sim que possuem um $alor com sist&ncia ob*eti$as, algo que está !ora do su*eito cogitante e !ora da ati$idade cogitante. 3 uni$ersal sub*eti$amente tomado " sempre singular. Jamos deixar de lado os exemplos que !ora usados pelos !ilso!os medie$alistas, e $amos considerar apenas um bem moderno, bem da nossa experi&ncia, que nos o!erecerá todos os elementos principais de pro$a à tese que por ora de!endemos, a do realismo moderado, que consiste em a!irmar que há uma sist&ncia ob*eti$a, !ora da mente cogitante, para os uni$ersais.
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Im engenheiro re>ne um grupo de t"cnicos para realiarem um pro*eto de constru2o de um autom$el de determinado tipo, tipo ]. 3 exemplo " pouco curial na !iloso!ia, mas sua !amiliaridade !a$orecerá de modo pleno a consecu2o do !im que pretendemos alcan2ar. Esbo2a-se o pro*eto. #pro$ado, !aem-se os cálculos de constru2o, escolhe-se o material a ser empregado. Equipes especiais estudam os pormenores da !abrica2o das pe2as di$ersas, que de$ero obedecer à !orma estatuída no pro*eto. nicia-se, a!inal, a constru2o e o acabamento, e milhares de autos tipo ] acham-se prontos, iguais uns aos outros, para seguirem para o mercado de autom$eis.S Podemos distinguir em tudo isso o seguinte6 7)a id"ia primeira de auto tipo ] elaborada pelo seu criador8 0)o esbo2o !igurati$o do mesmo8 9)o esbo2o que esquematia a proporcionalidade das partes componentes do mesmo8 G)a mat"ria escolhida para as di$ersas partes8 )a modela2o da mesma, segundo os esquemas tra2ados8 ou se*a, de modo a cada parte corresponder !uncionalmente ao interesse da totalidade8 A)a integra2o total, !inal, que realia o acabamento. Estamos agora em !ace dos milhares de autos tipo ]. Cada um " uma singularidade, uma totalidade singular. # mat"ria, que comp;e cada um, " numericamente outra que a de outro qualquer. Contudo, há entre eles algo que t&m em comum6 a mesma !orma, a mesma !uncionalidade, a mesma proporcionalidade das partes segundo anormal da totalidade. 3s termos $erbais auto tipo ] so apenas um !latus $ocis< Pala$ras $aias sem qualquer re!er&ncia a um conte>do conceitual, como o querem nominalistas rígidos< Bo apontam as pala$ras auto tipo ] alguma coisa outra (aliquid aliud) do que e que " representado na mente< D apenas uma imagem sensiti$a< S
3 exemplo, que demos, " concreto, e o apro$eitamos da experi&ncia do homem moderno. :erá para muitos, acostumados à linguagem abstrata da !iloso!ia, um tanto rude, grosseiro. Contudo, *usti!icamos a sua escolha pelas ra;es seguintes6a)o re!erido exemplo " de !ácil !undamento na experimenta2o humana8 b)possui todos os requisitos em !a$or da tese que de!endemos8 c)!acilita a melhor compreenso por parte de um espírito menos a$eado à linguagem abstrata da !iloso!ia8 d)cont"m toda a $alide dese*ada8 e)embora grosseiro, dadas as condi2;es que o!erece e a !inalidade que nos orienta, está *usti!icado8 !)ademais, a pre!er&ncia aos conceitos abstratos decorre do hábito !ilos!ico de usar conceitos de máxima abstra2o, o que pro$oca em muitos, certas di!iculdades, o que *usti!ica o exemplo escolhido, pela intuiti$idade que o!erece.
D apenas a combina2o de imagens dos di$ersos auto tipo ] singulares que se acham aí< Bo tem o auto tipo ] uma sist&ncia !ora da nossa mente, em cada um dos autos singulares< 4odas essas perguntas recebem respostas !áceis. E em de!esa das respostas, podemos argumentar da seguinte maneira6 a)no " o auto tipo ] uma imagem singular porque pode representar muitos autos, #., H. C. +... # imagem s pode representar a singularidade, a deste auto tipo ] aqui, o terceiro a contar da direita8 b)no " uma composi2o de imagens singulares (combinatio ou compositium imaginum, porque tal composi2o seria algo !lutuante e indeterminado. 3ra, o que se dá na mente " algo !ixo e determinado. D distinta, pois, a imagem de um atuo tipo ] de a id"ia de um ato tipo ]. Ima combina2o no representaria propriamente o que representamos exatissimamente pela id"ia, que representa algo. #ssim, tanto o nominalismo rígido como o nominalismo mitigado esto re!utados. c)no sendo uma imagem singular, nem uma combina2o de imagens, " um conceito uni$ersal, pois no signi!ica apenas um auto tipo ] singular, mas muitos, todos os auto tipo ], que so tal segundo a mesma rao(secundum eamdem rationis), tanto #, H, C, +, etc. Como seria possí$el a ci&ncia sem tais conceitos< d)3 conceito auto tipo ] " predicado uni$ocamente por identidade de muitos singulares. 3ra, o que se predica uni$ocamente de muitos no " um simples nome, no " apenas um conceito sub*eti$o8 ou se*a, de sist&ncia meramente sub*eti$o, porque auto tipo ] no " algo que " auto tipo ], apenas na mente, porque em cada um, singularmente, há o que nele o torna tal e que se repete em cada um. Bem " apenas uma cole2o de singularidades. 3 que !a que este se*a auto tipo ] e aquele tamb"m, e tamb"m aquele outro, e todos, " algo real em cada, " algo que tem sist&ncia ob*eti$a em cada um. Este autom$el " um auto tipo ], este outro tamb"m ", e aquele, e aqueleoutro... Bo " um conceito sub*eti$o porque este auto tipo ] no " a minha id"ia sub*eti$a de auto tipo ]. 'á algo que tem naturea real, que tem uma sist&ncia neste, naquele e naquele outro, e o que há em cada um deles " o elemento ontolgico, que corresponde ao conceito
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uni$ersal. 'á, em cada um, e em todos, portanto, uma lei, um logos de proporcionalidade intrínseca, que os !a serem auto tipo ]. 3 conceptualismo de Kant " insu!iciente, portanto, porque a!irma que o conceito uni$ersal tem sua sist&ncia apenas na mente, o que a prpria experi&ncia destri. 3 conceito uni$ersal, que " um em ns, aponta intencionalmente (intentionaliter) ao que há !undamentaliler, !undamentalmente na coisa. isicamente e in re, o que há na coisa " um, mas, !ormalmente (como lei, logos, de proporcionalidade intrínseca), está em muitos. # di!iculdade, que se poderia propor aqui, " apenas a seguinte6 3 exemplo apontado re!ere-se a um conceito concreto, como o so o de 'omem, %esa, Co, Pedra, aos quais correspondem um sub*ectum que os represente. # argumenta2o pode !a$orecer a posi2o da Ci&ncia, porque esta trabalha com os chamados conceitos concretos. %as, a %eta!ísica trabalha com conceitos, que so produtos de abstra2;es de terceiro grau. E sem que pro$emos a ob*eti$idade destes, a tese ?antiana será, pelo menos, parcialmente $erdadeira, no tocante a este ponto. a2amos, pois, a resposta à pergunta e o!ere2amos uma solu2o à di!iculdade. Pro$ado, como !icou, que há no conceito aliquid aliud, algo outro que a mera sub*eti$idade, e que esta, intencionalmente, aponta para algo que se dá !undamentalmente na coisa, pro$amos que há um $alor ob*eti$o, uma sist&ncia extra mentis, que tal sist&ncia independe da prpria concep2o (conceito). Podem, portanto, ser eles aplicados a coisas outras, as quais desconhecemos, como $eremos. /alide! da Metafísica 0eral 12ntologia3
# !orma, que há nas coisas, como $imos no exemplo que citamos, no " uma imagem (sub*eti$a) no " um ob*eto mera e simplesmente da experi&ncia, pois ultrapassa de certo modo a esta. 3ra, tal demonstra, de!initi$amente, que a cogni2o ob*eti$o-meta!ísica " possí$el. Para que a %eta!ísica se*a possí$el, temos q^de mostrar a $alide ob*eti$a, a sist&ncia extra mentis, o !undamento sistencial dos conceitos uni$ersais e dos *uíos uni$ersais. +os conceitos, a pro$a *á apresentamos. @esta, agora, mostrar a dos *uíos uni$ersais. 3s *uíos meta!ísicos surgem das compara2;es realiadas entre os conceitos abstratos.
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3s conceitos abstratos de primeiro grau, como $imos, so os que se realiam atra$"s de uma abstra2o total. Estes, por"m, no transcendem a experi&ncia possí$el. Por essa abstra2o, alcan2amos os chamados conceitos concretos, como homem triangular, etc. Estes conceitos se re!erem a algo que tem uma mat"ria, um sub*ectum material, e que, portanto, no transcendem à experi&ncia, embora no se*am imagens experimentais, mas re!erem-se a coisas experimentá$eis. Embora tais conceitos, tomados em si, se*a imateriais, porque, do contrário, se singulariariam num singular e no poderiam repetir-se em muitos, no transcendem a experi&ncia. Bo so, pois, transcendentais. Contudo, há conceitos que transcendem a experi&ncia, como os conceitos de humanidade, sapi&ncia, triangularidade, eternidade, causalidade, etc., os quais no t&m um sub*ectum material que os represente. Para alcan2á-los, " necessário no a abstra2o total, mas uma abstra2o !ormal. Bo se re!erem eles a nenhum grau de materialidade. Poder-se-ia ob*etar que so tais abstra2;es puras !ic2;es, mas a ob*e2o seria improcedente, porque no podemos recusar-lhes uma sist&ncia, como $eremos ainda. #o compararmos tais !ormas entre si, podemos predicar alguma !orma, dier que um ou outro predicado lhes con$"m. #ssim, podemos considerar o ser enquanto ser, enquanto !orma pura, excluindo absolutamente o no-ser. 4ais *uíos transcendem a toda experi&ncia. 4ais ob*etos, precisi$amente meta!ísicos, t&m uma sist&ncia, o que demonstra que a cogni2o meta!ísica, atra$"s de abstra2;es !ormais, " possí$el. Cabe-nos pro$ar a ob*eti$idade de tais abstra2;es, a sist&ncia de tais abstra2;es. 4omemos o conceito conting&ncia. Este implica o ter causa/,. 4odo ser que tem causa " contingente e a experi&ncia o compro$a. 4omemos o exemplo de um conceito que aponta a uma per!ei2o pura como o de sapi&ncia. :api&ncia " apenas sapi&ncia, sem mescla de qualquer outra coisa que no se*a sapi&ncia. # sapi&ncia " in!initamente sapi&ncia, per!eitissimamente sapi&ncia. Contudo, nos homens, obser$am-se graus de sapi&ncia (mais ou menos). Como se poderia obser$ar esse mais ou menos de sapi&ncia de que os homens participam, se sapi&ncia !osse um mero nada< 'á, pois, uma sapi&ncia máxima, sistante, no aqui ou ali, mas da qual participam
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todos os que t&m sapi&ncia e que no so sapi&ncia. 4ais per!ei2;es no so de nenhum ser !inito, assim como Too, que " homem, no " humanidade, mas tem humanidade, ou se*a, participa dela. Este tri5ngulo " triangular, no por"m, a triangularidade, apenas a tem. Essas per!ei2;es so do ha$er e no do ser das coisas !initas ou melhor, seu ser participa dessa per!ei2o. /alide! da Metafísica 4special
# sist&ncia ob*eti$a dos uni$ersais, que transcendem à experi&ncia possí$el, está demonstrada. @esta pro$ar a sist&ncia ob*eti$a de certos uni$ersais, que constituem o ob*eto da meta!ísica especial. 3 :er :upremo " um desses conceitos. Bs somos capaes de construir, por abstra2o !ormal, conceitos uni$ersais que t&m sist&ncia ob*eti$a !ora de ns, como *á $imos. E entre esses, o das per!ei2;es simples. #ssim, da mutabilidade e da conting&ncia dos seres !initos, que no t&m em si mesmos sua rao de ser, alcan2amos a conting&ncia do mundo, do cosmos, que " a totalidade coordenada dos seres !initos, dos que no t&m em si sua rao de ser. 4ais entes t&m uma causa. :e todos os entes !ossem causados no ha$eria a origem da prpria causa. 3u teriam em si mesmos a sua causa (e existiriam antes de existir, o que " absurdo) ou a receberiam de outros, que, causados por outros, teriam !atalmente, necessariamente, de ter uma causa primeira8 caso contrário, cairíamos ou no círculo $icioso ou na nega2o da prpria causa, porque cada um daria o ser a outro sem o 4er, pois recebendo um :er de outro, um há de ser o primeiro. 'á de ha$er, portanto, um per!eito existente, cu*a certea e apoditicidade " o !undamento esquemático de todas as pro$as da exist&ncia de um :er :upremo, primeiro, !onte e origem de todos os outros. Bosso conhecimento das coisas " dependente de nossa naturea. :abemos que nosso conhecimento " adequado à nossa naturea. Conhecemos, proporcionadamente à nossa capacidade cognosciti$a. 3 principal $alor da concep2o ?antiana está em a!irmar que nosso conhecimento " proporcionado à nossa esquemática. Bosso conhecimento no " exausti$o, mas, embora total, " apenas relati$o aos esquemas que podemos acomodar para a assimila2o que lhes será proporcionada. Contudo, sabemos quais os nossos limites. #lcan2ar o limite *á " ultrapassá-lo, porque ao sabermos at" onde podemos conhecer, sabemos que algo outro (aliquid aliud) há al"m de nosso conhecimento, que no " um puro nada. :ua ob*eti$idade "
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e$idente. E " e$idente, ainda, que ns podemos construir conceitos que se re!erem às per!ei2;es puras, das quais participam os seres da nossa experi&ncia. 4ais conceitos re!erem-se ao que escapa à nossa experi&ncia, mas so $álidos porque os limites desta a!irmati$a apontam a sist&ncia ob*eti$a dos mesmos. +o que há de imper!eito nas coisas podemos ascender, por abstra2;es, às per!ei2;es, sem que delas tenhamos uma intui2o sensí$el, mas apenas podemos alcan2á-las atra$"s de opera2;es do nosso entendimento. 4ais conceitos so tamb"m atribuí$eis às coisas da nossa experi&ncia, no, por"m, uní$oca nem equi$ocadamente, mas analogicamente. :e se desse a uni$ocidade, o :er :upremo e as coisas seriam o mesmo, e cairíamos no antropormo!ismo, ou no panteísmo. :e se desse a equi$ocidade, o :er :upremo permaneceria desconhecido totalmente e cairíamos no agnosticismo. Portanto, s resta a cogni2o analgica. ... 7)Im dos pressupostos !alsos da doutrina ?antiana está em considerar que, por no conhecermos exausti$amente os !atos reais, nada conhecemos deles. 3ra, sabemos pela experi&ncia que por desconhecermos o que !ica al"m do nosso conhecimento, o que conhecemos de uma coisa no " !also por ser incompleto. Bs mesmos nos conhecemos à propor2o que os anos sucedem e sucedem as nossas experi&ncias. 4al no quer dier que tudo quanto conhecemos de ns, porque no conhecemos exausti$amente a ns mesmos, se*a, por isso, !also. 0)3utro pressuposto !also de Kant consiste na distin2o que !a dos *uíos sint"ticos a priori e dos *uíos analíticos. Bo há apenas as duas condi2;es6 a)ou o predicado *á está contido no su*eito, ou b)o predicado, de nenhum modo, está contido no su*eito. 'á uma terceira condi2o que Kant esqueceu6 c)o predicado pode estar contido $irtualmente no su*eito. Essa $irtualidade no p" apenas a que pertence à iman&ncia conceitural do su*eito, mas a que está correlacionada no mesmo e tamb"m aos *uíos quando compro$ados, como $emos pela dial"tica concreta. D precisamente esta terceira condi2o que " o !undamento
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dessa dial"tica, e permite compreender a ilumina2o apo!5ntica, que pode surgir pela análise dial"tica, como a entendemos e realiamos. # doutrina ?antiana, por no ter considerado esse ponto, " irremedia$elmente !alsa e re!utada in limine. Consideramos esta condi2o a mais importante. 9)3 terceiro pressuposto !also de Kant consiste em considerar que a experi&ncia se dá apenas com os !atos meramente contingentes, ou nos !atos meramente contingentes, porque aqui tamb"m dá-se uma terceira hiptese no considerada pelo !ilso!o de Koenigsberg6 a da experi&ncia sobre entes no meramente contingentes. ... 25e%6es 7antianas e respostas correspondentes
+amos algumas das !amosas ob*e2;es apresentadas por Kant e pelos ?antianos à %eta!ísica, acompanhadas das respecti$as respostas. 7)D lícito du$idar metodicamente da possibilidade de uma ci&ncia na qual no há nenhum consenso uni$ersal. 3ra, a %eta!ísica re$ela no ha$er nela nenhum consenso uni$ersal, em !ace da $ariedade de opini;es, muitas $ees contrárias que nela se re$elam. Consequentemente, " lícito du$idar da possibilidade da %eta!ísica. @esposta6 # maior seria $álida se o consenso exigido no se desse quanto ao seu ob*eto nem quanto aos seus primeiros princípios. 3ra, tal no se dá quanto à %eta!ísica. Pode no ha$er consenso uni$ersal quanto a todos, no, por"m, quanto a alguns princípios e conclus;es !undamentais. 0)Ba %eta!ísica so demonstradas proposi2;es que so simultaneamente contraditrias e antinômicas. @esposta6 Fue possuam as proposi2;es contraditrias e antinômicas a mesma solide absolutamente no " $erdade. @ealmente algumas aparentam maior soma de e$id&ncia. #s antinomias ?antianas so arti!iciosamente construídas e apenas de $alide aparente. Entre duas contraditrias, uma " necessariamente !alsa, e nunca ambas e$identemente $erdadeiras. 9)#s incoer&ncias assinaladas no sistema ?antiano podem ser corrigidas. Consequentemente, tais incoer&ncias no podem re!utar esse sistema.
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@esposta6 #s incoer&ncias acidentais podem ser corrigidas, mas que as substanciais e !undamentais possa ser corrigidas s o sero contra a sua doutrina, impedindo ineluta$elmente de conser$á-la como $erdadeira. 8ustifica%"o dos princípios
:egundo a posi2o clássica da !iloso!ia aristot"lica-escolástica, quando no se disp;e de uma e$id&ncia imediata do ser, resta-nos a esperan2a de nos ser$irmos de uma e$id&ncia mediata, que " o raciocínio. 3ra, o raciocínio exige, na lgica aristot"lica pelo menos uma premissa geral, pois no " possí$el de duas particulares concluir $alidamente o $elho a!orismo Bil sequitur geminis ex particularibus umquam/ " uma das regras !undamentais do silogismo. Como os *uíos de consci&ncia so sempre *uíos sobre !atos particulares, no podem eles ser$ir de premissas gerais. mp;em-se, portanto, para uma boa concluso, premissas gerais, e a pergunta que logo surge " a de como " possí$el alcan2á-las, *á que todo *uío de consci&ncia " particular, e a experi&ncia " sempre particular. :em chegar-se a este ponto, e *usti!icá-lo, compreende-se que " um problema obter e !undamentar princípios uni$ersais. :abemos que a indu2o pressup;e tamb"m um *uío geral como princípio !undamental, sem o qual, !undando-se apenas no particular, no poderá extrair uma regra geral, seno pro$á$el. Para se dar, portanto, um progresso no conhecimento " mister que se d&em proposi2;es gerais imediatamente inteligí$eis, as quais os escolásticos chama$am princípios/. D mister, portanto, saber o que nos poderá dar ou !ornecer *uíos imediatos. Para responder a esta pergunta, argumentam do seguinte modo 3s escolásticos de todos os tempos6 há um princípio, que " chamado o primeiro princípio, o de contradi2o, que se pode !ormular pelo enunciado aristot"lico6 D impossí$el que o mesmo con$enha e no con$enha ao mesmo, ao mesmo tempo, e sob o mesmo aspecto/. Bo se entende por mesmo/ o mesmo predicado lgico, que no pode ser a!irmado e negado ao mesmo tempo do mesmo su*eito lgico, mas como a mesma propriedade ou determina2o real, que no pode con$ir e no con$ir ao mesmo tempo ao mesmo ob*eto real. 3 princípio de contradi2o aristot"lico " antes de ser lgico um princípio ontolgico8 ou se*a, no " apenas um princípio de pensar lgico. :abemos que, pela lgica aristot"lica, dois *uíos contraditrios no podem ser ambos $erdadeiros, porque no pode o mesmo ob*eto, ao
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mesmo tempo, ser e no ser. Contudo, " preciso no esquecer que esse princípio compreende duas limita2;es que so6 ao mesmo tempo/ e sob o mesmo aspecto/, porque em distinto tempo, e em distinto aspecto, o mesmo pode ser e pode no ser. #ssim o n>mero 011 " grande e no grande. Lrande quando se compara a 71 e no grande se " comparado a .111. Kant opunha-se ao emprego da expresso ao mesmo tempo/, porque limita$a o princípio às rela2;es temporais. @espondem os escolásticos modernos que essa anota2o " improcedente, porque o princípio de contradi2o tamb"m se estende ao temporal, pois sem essa expresso seria $álido apenas para o eterno e intemporal, como surge na enuncia2o de Parm&nides. 3utros escolásticos modernos substituem o enunciado aristot"lico pelo seguinte6 o que ", enquanto ", no pode no ser/, pois a expresso enquanto "/ compreende no tempo em que "/. Contudo, o princípio de contradi2o te$e seus ob*etores que apresentaram ra;es !rágeis, quase sempre pro$enientes do desconhecimento claro do seu enunciado, e por no terem de$idamente compreendido o seu alcance. Ba $erdade, nenhuma ob*e2o s"ria !oi apresentada em qualquer tempo, a no ser contra a !rmula de Parm&nides, que di6 o ente ", e " impossí$el que no se*a/, que le$a a postular a absoluta necessidade do ser, e a a!irmar a imutabilidade, a in$ariabilidade e a unicidade do ente o que desemboca !atalmente no panteísmo/. :tuart %ill considera o princípio de contradi2o como uma das generalia2;es mais primiti$as e b$ias, !undadas na experi&ncia/, reduindo-a a uma necessidade psicolgica que nos obriga a generaliar certos !atos/. P;em em d>$ida alguns autores modernos o $alor ontolgico desse princípio. D $erdade que muitos argumentam com o de$ir, seguindo a linha de 'eráclito, mas esse argumento pode $aler para o enunciado de Parm&nides, no para o de #ristteles. 3 conceito de ser e o de no-ser so incompatí$eis, pois um exclui, logicamente, o outro. Contudo, de$e-se notar que o conceito de no/ " intuiti$o e claro, e indica a recusa, a proclama2o da aus&ncia. Considerando-se assim, o ser poder-se-ia dar ao lado do noser, porque este indica apenas a !alta de ser. Bo se de!ine o no-ser como incompatí$el ao ser, pois pode-se admitir a !alta de um ente sem nega2o do ser, como a a!irma2o de ser
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no implica a nega2o do ser, a !alta de um ser. +e$e-se compreender que o princípio de contradi2o re!ere-se mais ao ente, que, propriamente, ao conceito de ser. :e aqueles se excluem, tamb"m se exclui a a!irma2o de ente e, simultaneamente, do no-ente, pois no se pode predicar ambos à mesma coisa e ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto, porque o ente, enquanto ente, " ente e no-ente. 3 conceito do ser " originalmente um conceito positi$o e seu enunciado no di oposi2o ao no-ser, nem este de de!ine pela incompatibilidade ao ser, pois originariamente s di !alta de ser. :er e no-ser so contingentes. Bo se pode dier todo ente no pode no ser, mas sim que, enquanto ", no pode no-ser, segundo o enunciado de #ristteles. +este modo, a oposi2o entre um ente e o no-ser no " necessariamente uma oposi2o contraditria !ormal, mas " cogitá$el e possí$el, e a >nica oposi2o que, na linguagem escolástica, " a contraditria material, a que se dá entre o sub*ectum habens !ormam e a !orma oposta. Contradi2o ha$eria entre os *uíos Im ser há/ e nenhum ser há/, entre os *uíos !undamentais da iloso!ia Concreta #lguma coisa há/ e nenhuma coisa há/, no, por"m, entre alguma coisa há/ e alguma coisa no há/, pois so particulares e ambas podem ser $erdadeiras. Cabe aqui uma ressal$a6 o *uío particular alguma coisa no há/ " tomado particularmente8 se tomado uni$ersalmente, no sentido de dier no há alguma coisa/, como querendo dier coisa nenhuma há/, deixaria de ser particular para ser um uni$ersal negati$o, e neste caso seria contraditrio ao alguma coisa há/. #legam alguns escolásticos que o princípio de contradi2o $ale porque +eus o quer, pois se quisesse o contrário poderia ele so!rer restri2;es. Beste caso, no teria ele o $alor ontolgico necessário que se lhe dá, e que, na $erdade, tem. Bs, por"m, consideramos o princípio de contradi2o, como o !iemos em iloso!ia Concreta pela rela2o opositi$a de pri$a2o e posse. # a!irma2o indica a posse, e a nega2o a pri$a2o. Fuando se atribui um predicado ao ser, atribui-se a presen2a do mesmo8 quando se nega, recusa-se a presen2a, a!irma-se a pri$a2o do mesmo no mesmo. 3ra, colocado o princípio de contradi2o deste modo, de a contradi2o !osse ontologicamente possí$el, a!irmar-se-ia o nada absoluto, porque a!irmar a pri$a2o " a!irmar absolutamente a no presen2a de qualquer predicado, o nada absoluto. Portanto, a >nica restri2o que alguns escolásticos !ieram de que o princípio de contradi2o limitaria a onipot&ncia di$ina, " improcedente, porque o nada
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absolutamente no limita de modo algum, e no poder +eus criar um nada absolutamente no " de!ici&ncia de qualquer esp"cie. # incompatibilidade há entre a q=ididade de ente e a de no-ser. :e essa q=ididade se realiou alguma $e, no se pode admitir que no se realiou8 se em alguma parte um ente existe realmente, no se pode admitir que no exista ao mesmo tempo. 3ra, a experi&ncia nos mostra que algo existe, e a pro$a de modo imediato. Consequentemente, o princípio de contradi2o tem absoluto $alide ontolgica.M ...
9uadro cominado das formas puras do 5uí!o e das categorias: segundo &ant
Fuantidade dos *uíos
T. Ini$ersais T. particulares T. singulares Fualidade dos *uíos T. a!irmati$os T. negati$os T. inde!inidos @ela2o expressa por *uíos T. categricos T. hipot"ticos T. dis*unti$os J %odalidade dos *uíos
T. problemáticos T. assertricos T. apodíticos
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(categoria6 Inidade) (categoria6 Pluralidade) (categoria6 4otalidade) (categoria6 @ealidade) (categoria6 Bega2o) (categoria6 Oimita2o) (categoria correlati$a6 subst5ncia e acidente (categoria correlati$a6 causa e e!eito) (categoria correlati$a6 @eciprocidade) (categoria positi$a e negati$a6 Possibilidade e mpossibilidade) (categoria positi$a e negati$a6 Exist&ncia e Bo-Exist&ncia) (categoria positi$a e negati$a6 Becessidade, Conting&ncia)
3 princípio de contradi2o imp;e-se por aclaramento da análise e das implic5ncias que pro$ocam o *uío alguma coisa há/, e a $alide desse princípio " encontrada atra$"s dessa mesma análise. Bo parte dele a iloso!ia Concreta para pro$ar as suas teses !undamentais, mas surge ele por decorr&ncia ine$itá$el do que " apoditicamente demonstrado.
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D importante salientar desde início a distin2o clara que !aiam os escolásticos entre ratio (raciocínio), intellectum (entendimento) e intellectus principiorum. :omos capaes de obter princípios imediatamente inteligí$eis e de $alor geral ao compararmos entre si as ess&ncias, que nos so dadas pelos conceitos abstratos. Bossa intelig&ncia abstrai da experi&ncia as ess&ncias, mas as rela2;es necessárias, que se do entre elas pela experi&ncia, ns no a percebemos pelos sentidos, mas por um ato de entendimento, que " essencialmente distinto da experi&ncia. Bo " o resultado de um discurso, mas uma simples e imediata intelig&ncia da rela2o essencial. Chama$am de escolásticos essa intelig&ncia, que tamb"m re!eria-se a rao enquanto " capa dela, de intellectus principiorum/, que corresponde ao nous de #ristteles. Como pode dar-se um progresso no conhecimento do ser< @espondem os escolásticos que, para ha$er um progresso al"m da experi&ncia imediata, " mister aplicar um princípio geral aos casos particulares, exigindo-se, ainda, que o conte>do total do conceito do su*eito, em suma, do princípio, $eri!ique-se no particular dado pela experi&ncia. Exempli!icam os escolásticos da seguinte maneira6 dada uma !igura geom"trica, dese*ando aplicá-la ao princípio geral6 a soma dos 5ngulos de um tri5ngulo " igual à soma de dois 5ngulos retos/, " preciso $eri!icar que esta !igura " um tri5ngulo, segundo o que " entendido no princípio. +este modo, se o conceito do su*eito, no princípio geral, cont"m mais do o que cognoscí$el por percep2o no ente dado, no pode aplicar-se este princípio a tal ente. Em suma, se a percep2o (que " intelectri$o-sensiti$a) de um ente o!erece-nos menor conhecimento do que o que está contido no conceito do su*eito do princípio geral, este princípio no pode ser aplicado a tal ente8 assim, a uma !igura apenas de dois lados, !ormando um 5ngulo reto, no se poderia aplicar o princípio do tri5ngulo, chamando-a de tri5ngulo. Je*amos agora outro caso. 4emos um princípio geral, cu*o conceito de su*eito se dá na realidade, mas cu*o predicado no indica nada mais do que um elemento ou $ários elementos contidos no conceito do su*eito. Exempli!ica-se com o seguinte princípio6 todo
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paralelogramo " um quadrilátero/. Este princípio " de suma e$id&ncia, mas in>til para o progresso do conhecimento. Pela percep2o, $eri!icar-se-ia que a !igura " um paralelogramo8 porque perceb&-la como tal " perceb&-la como quadrilátero, *á que quadrilátero " um elemento do paralelogramo. Beste caso, a aplica2o do princípio geral à !igura dada no permite nenhum conhecimento que transcenda a percep2o, e, deste modo, no se obt"m nenhum progresso no conhecimento. Para ha$er progresso " necessário que o predicado do princípio geral acrescente ao su*eito algo que no está contido neste. E o que " acrescentado tem de ser um outro predicado, que no " mani!estado pela percep2o no particular dado pela experi&ncia8 ou se*a, o que se acrescenta ao conceito do su*eito no se !unda nesta experi&ncia. Como " possí$el tal opera2o< +iem alguns que tal se obt"m por meio de uma análise do conte>do do conceito do su*eito. Entende-se por análise, a opera2o que consiste em reduir-se em suas partes, em seus elementos, o conte>do total do conceito do su*eito. Beste caso, a análise s pode dar o que *á está incluído nele. # análise no nos pode dar, portanto, o progresso dese*ado no conhecimento, necessitamos princípios que realmente acrescentem ao su*eito predicados independentemente da experi&ncia, o que implicaria um ultrapassar da experi&ncia. Esta análise *á ha$ia sido !eita pelos escolásticos, Kant a retomou, colocando como principal interroga2o do seu sistema a seguinte pergunta6 como so possí$eis os *uíos sint"ticos a priori< Tá examinamos a di$iso dos *uíos !eita por Kant. %as o importante está nos *uíos sint"ticos a priori, nos quais a adi2o do predicado se dá independentemente da experi&ncia. Estes *uíos so o tema !undamental da crítica ?antiana, como $imos. #t" aqui nada coloca$a ele em oposi2o ao que os escolásticos *á ha$iam !eito. %as, onde a di$erg&ncia surge, está precisamente em a!irmar ele que a unio necessária do su*eito e do predicado " concebida como independente da experi&ncia, e mais ainda, que os mesmos conceitos no pro$&m da experi&ncia, nem podem ser compro$ados como reais no su*eito, no ente. +este modo, Kant sub*eti$a todo a priori/. 3s escolásticos chama$am de *uío explicati$o, o *uío em que o predicado *á está contido no conceito do su*eito, e de *uío extensi$o aquele em que o predicado acrescenta uma no$a propriedade ao conceito do su*eito. #s express;es
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a priori e a posteriori !oram de uso comum. Beste caso, poder-se-ia dier que o *uío, no qual
o
predicado acrescenta
ao
su*eito
uma
propriedade
ou
determina2o
independentemente da experi&ncia " um *uío extensi$o a priori. 3s neo-escolásticos repeliram por muito tempo a di$iso dos *uíos proposta por Kant pelas seguintes ra;es6 todos os *uíos contidos por compara2o de conceitos so analíticos e estes so os a priori/8 todo os *uíos sint"ticos so princípios experimentais, so a posteriori/8 neste caso no há *uíos sint"ticos a priori/. 4omando-se a posi2o racionalista a doutrina de Kant " inaceitá$el porque ela aceita que há princípios *á contidos no conceito do su*eito. Bo entanto a escolástica per!eitamente distinguia os *uíos explicati$os de os *uíos extensi$os a priori embora no usasse as express;es *uíos analíticos e *uíos sint"ticos. #dmitiam os escolástico o que " e$idenciado pela nossa experi&ncia intelectual que a mera compara2o dos termos su*eito e predicado permite captar um inditium per se notum, que re$ela a !orma do intellectus principiorum o que aliás re$elamos de modo prático nas análises e nas concre2;es que realia a iloso!ia Concreta ao comparar *uíos entre sei e conceitos entre si. 3 princípio de contradi2o " um exemplo do *uío extensi$o a priori. Contudo o princípio de contradi2o no tra, por si s, progresso ao conhecimento, mas, sim, o princípio de causalidade. Pondo de lado as $árias maneiras de conceb&-lo, ns sabemos que o princípio de causalidade a!irma a depend&ncia real entre todo ser contingente e a ati$idade de uma causa, do qual ele depende. 3ra, este princípio $ai al"m da experi&ncia. E " mister que se !unde ele numa intelig&ncia a priori para que tenha $alide. #qui " onde as di$erg&ncias surgem na !iloso!ia, e tamb"m no campo da problemática deste tema. #ristteles enunciou o princípio de causalidade, !undado no mo$imento(?ínesis), no qual $eri!ica$a que toda muta2o de um ente requer uma causa. Bo concebia #ristteles a $aria2o total de um ente ao ser causado, mas apenas parcial8 por isso, no alcan2ou com clarea o conceito de cria2o. # !iloso!ia crist estende a necessidade da causa a todo ser contingente, at" o seu >ltimo substractum. :anto #gostinho chama$a6 a !orma in$ariá$el, pela qual existe todo o $ariá$el/. # expresso escolástica omne quod !it habet causam/, ou se*a, tudo o que " !eito tem causa, " a expresso do princípio de causalidade. Beste enunciado, a a!irma2o de que algo " !eito, " concomitantemente a de ser !eito por outro8
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portanto, a prpria análise permite compreender claramente a causalidade. Contudo a!irmar que todo ser contingente " !eito, *á merece outro exame. +i-se que " contingente o ser que no " necessário8 isto ", o ser que pode ser e pode no ser, aquele que no tem em si sua plena rao de ser. 3 conceito de contingente no inclui, racionalisticamente considerado, o de ser causado. D um proprium deste conceito ser causado. Beste caso, estamos num *uío extensi$o a priori. 3s racionalistas relaciona$am o conceito de causa com o !undamento lgico e :pinoa chega$a a igualar causa com rao. Em suas análises chega$a a concluir no s que todo e!eito tem necessariamente uma causa, mas que toda causa " uma causa que opera necessariamente6 ex data causa determinata necessario sequitur e!!ectus/. undado nesta a!irmati$a, a meta!ísica racionalista seria puramente a priori. Oeibnit admitia este princípio de :pinoa, contudo no considera$a como simplesmente equi$alente rao e causa. Para ele ser causado " um caso particular de ter rao. # necessidade de uma causa, deduia ele de um princípio de rao su!iciente mais geral !ormulado por ele pela primeira $e, que pode ser enunciado deste modo6 nenhum !ato pode ser $erdadeiro e existente, nenhuma a!irma2o legítima, sem que se d& uma rao su!iciente de por que " desta maneira e no de outra. Oeibnit considera$a este princípio um *uío puramente explicati$o, um *uío analítico no sentido de Kant. Este posteriormente opôs-se a esta concep2o, aps conhecer as críticas que o empirismo !ormulou, especialmente por 'ume. 'ume enuncia$a, deste modo, o princípio de causalidade6 o que come2a a existir tem que 4er uma rao de sua exist&ncia. #!irma$a que esta proposi2o no " analítica, porque na representa2o do e!eito no está contida a de causa. 'ume no admitia a possibilidade de um *uío extensi$o a priori. # proposi2o, portanto, tinha de !undar-se na experi&ncia. %as como ele repele toda experi&ncia, logicamente no se podia admitir que se *usti!icasse a necessidade de uma causa. Para ele " apenas uma explica2o psicolgica, que nos " con$eniente. Bs estamos inclinados a $er um !enômeno depois de outro8 daí chegamos à id"ia de causa e e!eito. Kant concorda com 'ume, que a proposi2o no " analítica, mas repele a interpreta2o psicolgica. Por outro lado, a!irma que apenas no pode !undar-se na experi&ncia, pois há uma terceira possibilidade que " o *uío sint"tico a priori. Para que tal *uío se d&, " mister que os conceitos que os !ormam se*a independentes da experi&ncia, se*a categorias e " mister, ainda, que se d& uma unio desses
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conceitos a priori com a intui2o a priori do tempo con!orme a lei do su*eito transcendental, pois os conceitos apenas nos pedem dar *uíos analíticos. 3 princípio de causalidade apenas di o seguinte6 que todo !enômeno sup;e outro do qual ele segue necessariamente. Como Kant distingue !enômeno de n>meno, a causalidade s se aplica aos primeiros, sal$ando assim a liberdade quanto aos outros, ou se*a no " aplicado às coisas em si. Bo se poderia aplicar tal princípio ao que Kant chama as coisas em si< Examine-se o conceito de conting&ncia. Contingente " o ser cu*a ess&ncia " indi!erente para ser ou no ser, ou o que pode ser e tamb"m pode no ser ( quos potest esse et non esse). 3 que caracteria um ser contingente " o come2ar a ser ou o deixar de ser. Im ser contingente come2a a ser (incipit esse) no precípuo momento que come2a a ser. : se pode chamar de contingente a um ente dessa esp"cie. 3ra, se um ente come2a a ser, ele no " su!iciente para ser em si mesmo, pois, do contrário, existiria antes de existir. E mesmo que $iesse do nada, ento o nada teria poder de realiá-lo, e do nada dependeria para ser, o que tornaria o nada sua causa, ou ento, $eio de si mesmo, o que le$aria ao absurdo que acima apontamos. Im ser contingente no tem em si su!iciente poder de ser e exige a a2o de uma causa para, uma causa que o !a2a, ex-!acere, e-!iciente. E essa causa e!iciente " algo que, por sua ati$idade, determina algo a existir. 3 enunciado no há e!eito sem causa " tautolgico e a maneira concreta de enunciar a causalidade " a que !iemos acima. #demais a lei de causalidade no se aplica apenas aos seres materiais, ob*eto da nossa intui2o sensí$el, mas a todos os entes contingentes, se*am de que esp"cie !or. # lei de causalidade material que a!irma que na naturea (material) todo processo está uni$ocamente determinado, de maneira que a mesma causa produ sempre necessariamente o mesmo e!eito/ " um enunciado parcial e regional do princípio de causalidade. Kant parece sempre re!erir-se a esse enunciado quando se re!ere ao princípio de causalidade. 3 contingente no pode existir por si mesmo, pelos moti$os *á expostos. Consequentemente um ser que adquira a exist&ncia (seu pleno exercício de ser), no pode adquiri-la de si mesmo. Bo existe um ser contingente por si mesmo, de modo algum. E se no pode chegar a existir por si mesmo, necessita de in!luxo, de outro para existir, cu*a depend&ncia " real e necessária, sem a qual no pode existir. Portanto, o ser contingente s pode existir porque " causado.
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%as, qual " a e$id&ncia do princípio de causalidade6 uma rela2o analítica ou uma sint"tica< D um *uío explicati$o ou extensi$o< #!irmar que um ser contingente no pode existir em $irtude de sua ess&ncia " um *uío explicati$o (analítico, para Kant)8 mas dier-se que a determina2o de sua exist&ncia s " possí$el por uma a2o, " um *uío extensi$o (sint"tico, para Kant). E *usti!ica-se isso por que no conceito determinar-à-exist&ncia no se contem nada do modo e maneira como tal sucede. 3 *uío6 o que no existe por si tem que existir por outro/ " extensi$o. Examinamos agora o princípio de rao su!iciente, cu*o enunciado " o seguinte6 tudo o que " (ou todo ob*eto) tem uma rao su!iciente. Fue se entende por rao< Entende-se aquilo pelo (por o) qual/ o ob*eto subsiste. E por aqui aponta ao que " por si mesmo ou por outro. Bo primeiro caso, temos uma rela2o lgica da propriedade (o proprium) ao conceito essencial, como quando diemos que um tri5ngulo tem por si mesmo a soma de seus 5ngulos igual a de dois 5ngulos retos. Bo segundo caso, o por indica a rela2o real de depend&ncia (causa). Portanto, o que no " por si mesmo contingente, " por outro. E como demonstrar o princípio de causalidade, se, como di #ristteles, na #nalítica, um princípio " precisamente o que no cabe demonstra2o por outro, pois, do contrário no seria um princípio< Contudo, pode-se !aer por mostra2o, como o pro$amos em iloso!ia Concreta/. :e no podemos do conceito contingente alcan2ar o ser causado, no se pode demonstrar que o ser contingente e no ser causado/ " o mesmo que ser contingente e nos ser contingente/. Beste caso, o princípio de contradi2o auxiliaria a demonstra2o dese*ada. 4ais demonstra2;es pro$ariam que alcan2amos a *uíos extensi$os a priori imediatamente inteligí$eis. Comentando os argumentos de 4omás de #quino, escre$e +e Jries (op. cit., pág. 77G)6 3 modo como !a a redu2o do princípio de contradi2o demonstra que no a entende como puramente analítica. #nalise-se, por exemplo, a demonstra2o reduti$a/, que ele emprega ao expor sua primeira demonstra2o da exist&ncia de +eus pelo princípio6 o que se mo$e, " mo$ido por outro/. Jer-se-á que, nesta demonstra2o, se sup;e que somente pode ser reduido algo de pot&ncia a ato por uma causa eu se acha no ato(de potentia non potest aliquid reduci inactum, nisi per aliquid ens in actu ). Esta proposi2o ", sem d>$ida, um *uío extensi$o. 4em-se, portanto, de concordar com :uare que toda
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demonstra2o reduti$a, al"m de depender do mesmo princípio de contradi2o, depende de outro princípio, ou concedido ou inteligí$el por si, e, em concreto, sempre que se quer pro$ar um *uío extensi$o depende-se de outro *uío extensi$o ou concedido ou imediatamente inteligí$el. 3 raciocínio (a ratio dos escolásticos) no pode substituir a intelig&ncia imediata (o intelectus)/. #legam ainda alguns que a intui2o das ess&ncias/ tem le$ado a muitos erros. @ealmente, tal " procedente. %as esses erros so causa da má aplica2o dos conhecimentos lgicos e dial"ticos, o que no re!uta de modo algum o emprego desse m"todo, pois, quando realiado com seguran2a, e$itam-se os erros e abusos comuns de !ilso!os menores. 3 que se re$elou de todo esse exame " o seguinte6 ser contingente no implica o ser causado, em seu conceito. Contudo, a a!irma2o da conting&ncia le$a necessariamente, por análise, a considerar que o ser contingente no dá su!iciente rao à sua exist&ncia, pois no pode $ir a ser por si mesmo, mas por outro, o que, comparando os *uíos, aclara de!initi$a e necessariamente a necessidade de ser causado por outro, e a u^enunciar o princípio de causalidade com absoluta seguran2a. Bs, por"m, na iloso!ia Concreta seguimos outros caminhos, os quais demonstraram de modo patente que se pode chegar ao princípio de causalidade com a su!iciente apoditicidade dese*ada. 4udo isso demonstra de modo cabal que " possí$el *uíos sint"ticos a priori na %eta!ísica, o que *usti!ica essa disciplina de modo de!initi$o, e responde aos erros de Kant, que so compreensí$eis dada a sua !orma2o !ilos!ica e o desconhecimento que tinha do que de mais ele$ado *á ha$ia sido realiado na !iloso!ia medie$alista. E demonstra tamb"m a $alide dos *uíos $irtuais, que Kant nem de le$e suspeitou. 3 que, entretanto, no se pode negar de positi$o na obra de Kant " o grande papel que desempenhou para o progresso dos estudos gnosiolgicos. nega$elmente, com ele, a preocupa2o sobre o $alor e a $alide de nossos conhecimentos passou a ser tema dos mais $ariados estudos. Bo que os resultados melhor obtidos e mais seguros $iessem modi!icar essencialmente o que *á ha$ia conquistado as especula2;es realiadas pelos grande !ilso!os do passado. 4al, na $erdade, no se deu. #o contrário6 as pesquisas, que se seguiram, quando robustecidas pela boa análise e pela melhor especula2o, $ieram em abono do que ha$ia sido realiado. Contudo, há um contingente imenso de no$as
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contribui2;es, que no podem ser menospreadas, e de$em, ao contrário, receber a $aloria2o que realmente merecem. 3s estudos esquematolgicos que preparam essa no$a disciplina que chamamos Esquematologia, e que ser$iram de base para realiarmos nosso 4ratado de Esquematologia/ deram, sem d>$ida, a Kant um grande impulso. 3 exame da estrutura de nossa mente, em suas !un2;es principais, desde a sensibilidade, a a!eti$idade at" à intelectualidade le$a-nos a dedicarmo-nos ao exame dos esquemas, desde os mais elementares e !undamentais do sensrio-motri at" os esquemas eid"tico-no"ticos que a intelectualidade constri. 4odo conhecer, desde o sensí$el at" o mais intelectualiado, processa-se atra$"s de uma adapta2o da esquemática dada pre$iamente, que se acomoda aos !atos ou às id"ias para realiar as assimila2;es proporcionadas em parte à esquemática *á existente e à capacidade assimiladora do ser cognoscente. +este modo, todo conhecimento, se*a de que esp"cie !or, " sempre estruturado segundo esquemas pr"$ios que modelam os conhecimentos posteriores. Ima sensa2o bruta primiti$a, in!orme, s podemos conceb&-la na crian2a em seus primeiros momentos, quando a esquemática que preside à adapta2o psicolgica " constituída apenas dos primeiros esquemas do sensrio-motri de origem hereditária. Contudo, mesmo aí, ante as pesquisas *á realiadas pelos mais conspícuos estudiosos, como Piaget, para citar o mais importante de nossos dias, mostram-nos que há, pelo menos, certas leis, certas ordena2;es que presidem a toda intui2o sensí$el e que a sensa2o bruta no de$e ser considerada como algo totalmente in!orme, porque *á re$ela certa unidade, di!erencia2o, etc., ou se*a, um selecionar de aspectos que obedecem no s a normas de interesse do conhecimento, como tamb"m so modeladas pela estrutura dos prprios esquemas acomodados, que s permitem uma assimila2o proporcionado a eles, o que nos demonstra que o !ato sensí$el, de qualquer !orma, " sempre proporcionado à gama da esquemática acomodada. +esse modo, no há uma sensa2o bruta, in!orme, amor!a totalmente, mas *á modelada de algum modo pela esquemática acomodada. Bo chegamos ainda muito longe nos estudos esquematolgicos. #o contrário, estamos dando os primeiros passos e muito temos ainda a percorrer. Bo " de admirar, portanto, que ainda possam surgir $árias re$ira$oltas, retornos inesperados, a$an2os que no podero ser con!irmados, $acila2;es que inquietaro os obser$adores. 4udo isso se dá e
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ainda se dará. %as, o que há de certo " que *á conseguimos alguma coisa. E se parece pouco a muitos, podemos contudo estar satis!eitos em $eri!icar que nos prometem muito mais, muito mais do que esperá$amos, o que *á su!iciente para nos encher de grande satis!a2o.Q ... # leitura da obra de Kant nos mostra que desconhecia ele a longa elabora2o da teoria do conceito construídas pelos medie$alistas. Caiu nos mesmos erros *á re!utados, como $imos ao tratar dos uni$ersais. %as, cabe ainda aqui algumas obser$a2;es no tocante a passagem de sua obra, que merecem ser esclarecidas e de$idamente respondidas. #s doe categorias a!irma Kant que de modo algum podem ser descobertas nas sensa2;es. Considerando-as naturalmente como sub*eti$amente subsistentes, a sua a!irma2o nada di de no$o, porque *amais nenhum grande !ilso!o a!irmou que ti$"ssemos a sensa2o da quantidade ou da qualidade ou da rela2o ou da modalidade, tomadas como seres sub*eti$amente existentes ou dados com sub*eti$idade. Como no so dados pelas sensa2;es, so, para Kant, ento, conceitos puros. 3 dilema " sempre o mesmo6 o que no " apenas dado pela experi&ncia " dado apenas pela mente. # possibilidade de uma terceira posi2o no a encontra Kant. 4odos sabem que, na Ogica, o dilema quando mal construído " !onte e origem de muitas !alácias. # solu2o aristot"lica, que Kant silencio ou desconhece, *á dera a resposta ao dilema, mostrando que o conhecimento pode 4er sua origem parcialmente nos sentidos, e parcialmente na mente, sendo o resultado !inal uma síntese dos dois. Concluir Kant que as categorias so conceitos puros do entendimento, no procedentes da experi&ncia, " decorr&ncia do $ício abstratista do raciocinar racionalístico, que ele tanto combateu, mas que terminou por adquiri usando-o habitualmente. 'á um !amoso exemplo que usam os ?antianos para mostrar a presen2a das categorias6 +uas libras (quantidade) de oxig&nio (subst5ncia) gasoso (qualidade) e uma libra (quantidade) de hidrog&nio (subst5ncia gasoso (qualidade) produem sempre em con*unto (modalidade6 necessidade, reciprocidade) tr&s libras (quantidade) de água (subst5ncia) líquida (qualidade). Q
Em nosso 4ratado de Esquematologia/ examinamos as conquistas *á obtidas e o!erecemos algumas contribui2;es nossas, bem como análises esquematolgicas que !a$orecem melhor compreenso das id"ias de Kant e promo$em no$as sugest;es.
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%as, por si ss as categorias no so su!icientes para determinar as leis !undamentais da experi&ncia. Embora se lhes acrescente a intui2o " mister ainda acrescentar-se-lhes uma terceira !onte que " a representa2o, que une a intui2o com o entendimento. :o conceitos empíricos os que se re!erem a coisas de nossa experi&ncia, e que t&m representantes sub*eti$amente subsistentes, como a casa, co, ár$ore, etc. :o conceitos puros as categorias. Consequentemente para o ?antismo há esquemas empíricos e esquemas puros, con!orme correspondem àqueles. 3s esquemas puros so criados pela representa2o quando $incula a categoria com o tempo, que " !orma da intui2o. #ssim, da substancialidade como conceito puro, constri nossa mente o esquema de substancia, como imagem de algo que de$e subsistir no tempo. +a causalidade, !orma o esquema de causa, como o de algo que no tempo produ outra coisa, segundo determinada regra, etc. : há, pois, experi&ncia humana quando trabalham *untas as tr&s !ontes do pensamento terico6 a sensibilidade, o entendimento e a representa2o que os une. +o !uncionar con*unto dessas tr&s !ontes, surgem. ento6 a sensibilidade das !ormas puras da intui2o, as categorias puras (pelo entendimento) e, pela representa2o, seus esquemas. # con!lu&ncia desse operar produ os princípios !undamentais do conhecimento terico. D possí$el a experi&ncia, segundo o princípio básico ?antiano, gra2as à representa2o de que todos os dados esto necessariamente $inculados entre si. +este princípio surgem as tr&s analogias da experi&ncia/, sobre os quais se baseia toda ci&ncia da naturea6 7)por mais que mudem os !enômenos a subst5ncia subsiste e sua quantidade na naturea no aumenta nem diminui8 0)todas as modi!ica2;es se produem segundo a lei de causa e e!eito8 9)todas as subst5ncias, enquanto podem ser percebidas simultaneamente no espa2o, atuam umas sobre as outras. 4odos esses *uíos esto constituídos de conceitos que no re$elam nenhum rastro da intui2o sensí$el, a!irmam os ?antianos. @epetimos que um dos pontos !undamentais dos erros de Kant consiste no desconhecimento da teoria da g&nese do conceito. 3s nossos esquemas, cu*o estudo
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!aemos em 4ratado de Esquematologia/ so din5micos e genuinamente histricos8 portanto, susceptí$eis das in!lu&ncias da prpria historicidade. +esse modo, o conceito $aria segundo os ciclos culturais, as eras e, em suma, atra$"s das constantes muta2;es que so!re o homem. 3 que a !iloso!ia concreta dese*a " alcan2ar os conte>dos mais completos e seguros dos conceitos. 4odo conceito está ei$ado de !acticidade. Ba Esquematologia, na g&nese do conceito, sabemos que a sua !orma2o atra$essa !ases das mais complexas, desde o anteconceito, do esquema !áctico singular que " aplicado de modo geral e tende a uni$ersaliar-se, como se $& na crian2a, at" atingir os conte>dos noemáticos mais gerais, abstratos, mais puros at" à conquista do conte>do eid"tico puro que " o ápice que dese*a realiar a !iloso!ia concreta. Im conceito empírico, como casa, ár$ore, etc., " prenhe de !acticidade e seu esquema está saturado das imagens con!usas dos di$ersos indi$íduos conhecidos. #lcan2ar-se a de!ini2o lgica, o conte>do eid"tico-no"tico8 ou se*a, o eidos, que nosso nous pode construir, " atingir, ento, a uni$ersalidade. Esse conte>do atra$essa graus de puri!ica2o eid"tica e de a!astamento constante de !acticidade, at" alcan2ar o meramente eid"tico, o que " possí$el de um modo muito mais e!eti$o quanto aos conceitos abstratos da que quanto aos conceitos empíricos. nega$elmente, a mente humana trabalha com os dados da intui2o sensí$el e com essa realia a ascese eid"tica, de que temos !alado, que se processa atra$"s de uma ati$idade no"tica que consiste no abstrair crescentemente os conte>dos eid"ticos at" à !orma2o eid"tica pura do conceito, como o demonstrou 4omás de #quino e o compro$a a teoria da abstra2o total, na Lnosiologia. 'á, sem d>$ida, leis da nossa mente que atuam nessa opera2o. Essas leis ns *á as estudamos no 4ratado de Esquematologia/, sem a ordena2o das quais seria impossí$el a !orma2o de conceitos. Como se poderia compreender a ati$idade humana abstratista no bom e genuíno sentido do termo, sem a di!erencia2o, sem a unidade, sem a simultaneidade, sem a sucessi$idade, sem a correlati$idade, que so !undamentais no existir e que atuam na mente como modeladoras do conhecimento< @ealmente, há !ormas da sensibilidade e, tamb"m, do entendimento, mas essas !ormas so propriamente leis modeladoras da ati$idade cognosciti$a desde seus primrdios at" suas mais altas !un2;es, como o demonstramos no 4ratado de Esquematologia/. Certamente, há bastante
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positi$idade no pensamento ?antiano, mas esquece-se Kant de considerar a his*toriciQdade dos esquemas e sua atua2o, tamb"m histrica na !orma2o dos conte>dos noemáticos at" alcan2ar aos conte>dos puramente eid"ticos que " o ápice do conhecimento humano, enquanto tal. Podemos exempli!icar at" com a prpria esquemática de Kant, analisando os conceitos que prop;e. 4ome-se para exame o conceito de subst5ncia e $e*a-se como $aria o seu conte>do esquemático6 7)Etimologicamente, signi!ica o que está debaixo, sub, ou o que permanece sob os !enômenos. 0)Propriamente " o que subsiste, ou o que tem subsist&ncia prpria, o que tem o ser em si mesmo e no em outro, o que o distingue dos acidentes, que no t&m o ser em si mesmos, mas em outros (inesse). 4al subsist&ncia da subst5ncia no nega que seu ser se de$a a uma causa e!iciente. 9)# subst5ncia " a portadora de acidentes. E uma substancia, como tal, " uma subst5ncia !inita8 portanto, sua perman&ncia no quer dier que se*a absoluta e sobretudo imutá$el. G)# distin2o aristot"lica de subst5ncia primeira (mat"ria da coisa, o de que a coisa " !eita) e subst5ncia segunda (a !orma, o pelo qual a coisa " o que ela ") permite que a segunda se*a predicada da primeira e constitui o seu predicado propriamente dito. 3ra, Kant restringe o conceito de subst5ncia ao tempo. Fuanto admitir que a sua quantidade, na naturea, no aumenta nem diminui " um acrescentamento seu no da !iloso!ia clássica, medie$alista, que *amais deu à subst5ncia !inita essa absolutuidade. :e o princípio de conser$a2o da mat"ria, da energia, etc., !oram to caros à ci&ncia moderna, no o !oram para a !iloso!ia que no encontra$a ra;es su!icientes para a!irmar tais absolutuidades. 3 conceito ?antiano de subst5ncia tem um conte>do noemático histrico, prprio do racionalismo. :e se procura o conte>do eid"tico, teríamos de dier o seguinte6 Ba obser$a2o dos !enômenos, percebe o homem que as $aria2;es obser$adas so $aria2;es de algo que perdura e que " sustentáculo de tais $aria2;es. Im ser tem uma !orma e suas $aria2;es e modi!ica2;es so toleradas dentro dessa !orma, do contrário o ser deixa de ser o que ", corrompe-se. 3 espetáculo do de$ir nos mostra que algo de$"m, ou
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se*a, que algo permanece por entre as modi!ica2;es. Estas so acidentais, " algo que acontece a alguma coisa que perdura. :ubst5ncia ", assim, a estrutura !ormalmente constituída que perdura atra$"s de suas modi!ica2;es acidentais. Essa perdurabilidade, contudo, no " absoluta ou, pelo menos, no se pode a!irmar como absoluta. 3 prprio Kant no pode deixar de considerar que caracteria o homem " essa capacidade de construir conceitos nos quais, di ele, no se encontram os rastros da sensa2o. Bem a quantidade, nem a qualidade, nem a rela2o, nem a modalidade so ob*etos de intui2;es sensí$eis. :o ob*etos da intui2o sensí$el os seres corpreos. # quantidade " abstrata, e no " corporeidade. 3s seres corpreos t&m quantidade, no so, por"m, quantidade. 'á uma distin2o entre o ser e o ha$er (no sentido de 4er). #ssim Too " homem e tem humanidade8 ele no " humanidade, mas dela participa, ou se*a há, nele, tamb"m, o logos da humanidade, sem ser humanidade. #s coisas sensí$eis re$elam o que t&m e o que so, mas re$elam-no à nossa mente. Bo há quantidade em si, nem a qualidade, nem a rela2o, nem a modalidade. Tamais a!irmaram outra coisa os grandes !ilso!os do passado. 4amb"m no a!irmaram que !ossem apenasmente !ormas puras da nossa mente, mas estruturas noetico-eid"ticas, que t&m !undamento nas coisas sensí$eis, que esta$am con!usas nas coisas sensí$eis, que a intelig&ncia pode captar e distinguir. :e a experi&ncia !osse apenas a sensa2o bruta, seria incompleta, e tal experi&ncia pode t&-la o animal e a crian2a em seus primeiros dias. # mente humana realia por"m um trabalho de ascese, de distin2o, de esquematia2o no"tico-eid"tica das sensa2;es. # quantidade " aquela propriedade que separa o ser corpreo dos outros. D por meio dela que um corpo pode di$idir-se em partes indi$iduais, independentes da naturea do todo. mplica a extenso, a tenso que se ex-tende, que tende para !ora de si mesma como a qualidade " a in-tenso, a tenso que tende para si mesma. :e a extenso brota da criatura corprea no se identi!ica com ela, como o queria +escartes8 " apenas uma propriedade da sua ess&ncia. Bo há intui2o sensí$el da quantidade, tomada isoladamente, mas há intui2o sensí$el dela tomada con!usamente nos seres corpreos. D a mente que a abstrai do componente sensí$el, como abstrai a qualidade, a rela2o e a modalidade. Bo so, pois, puras !ormas do entendimento sem qualquer !undamento real !ora do entendimento. :e o entendimento constri os conceitos eid"tico-no"ticos dessas categorias no os !a impondo-
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os às coisas corpreas, mas extraindo dessas, mentalmente, o que nela s está concretamente. Este ponto " o mais importante de considerar. 4ais categorias no sero meras !ic2;es, mas entes de rao com !undamento nas coisas (cum !undamento in re). Como esquemas eid"tico-no"ticos no pro$&m das intui2;es sensí$eis, *á estruturados como tais. Bossa mente os estrutura, !undada na prpria experi&ncia8 ou se*a, so parcialmente empíricos e parcialmente abstratos. E por que " possí$el construir uma lei como a da conser$a2o da subst5ncia< Ela " possí$el desde o momento que a mente humana constri o conceito de regularidade das leis uni$ersais. Essa lei " a priori, a!irmará um ?antiano, pois como poderíamos garantir que os !atos sucedero sempre obedientes a certas normas in$ariantes, partindo apenas da experi&ncia< D esta d>$ida que pro$oca a indu2o. Como pela obser$a2o dos !atos particulares poderemos alcan2ar a uma lei geral< # aceita2o da regularidade dos !atos, ou a obedi&ncia à lei " um imperati$o, " imprescindí$el para que a indu2o possa ser $álida e no permanecer apenas no campo da probabilidade. 3ra, a mente humana no " apenas captadora, armaenadora e coordenadora das imagens percebidas. Ela " capa de abstrair o que ultrapassa a singularidade, a particularidade dos !atos. E tal " possí$el desde o momento que " ela capa de !ormar conceitos (uni$ersais)8 antes, no. # discusso deste ponto cabe pois, à discusso da $alide da indu2o, o que *á !oi !eito e de modo de!initi$o na iloso!ia. # mente humana " capa de construir esquemas abstratos do que no está totalmente constituído da intui2o sensí$el, do que no " apenas material e corpreo. Essa capacidade imaterialiadora implica uma ati$idade imaterial, porque a mat"ria no " capa de abstra2;es, e so!re sempre determina2;es singulares registrando os !atos singularmente e no uni$ersalmente. Essa capacidade de nossa mente, da mente racional, inteligente, " algo que se op;e !undamentalmente à ati$idade meramente material, singulariadora por excel&ncia. %as note-se que percebemos a repeti2o de !atos, a repeti2o dos mesmos aspectos, das mesmas condi2;es que do como resultado as mesmas decorr&ncias8 ou se*a, da disposi2o das mesmas condi2;es decorrem as mesmas conseq=&ncias. 'á, assim, uma regularidade, a presen2a de normas que captamos da nossa experi&ncia. 3s milharais do sempre milho, as macieiras sempre ma2s. 'á uma legalidade nos !atos da nossa experi&ncia. Poderíamos
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*untar aqui exemplos sem !im da presen2a dessa legalidade, da subordina2o dos !atos a normas gerais. 3 *uío6 há uma legalidade nos !atos da naturea, em que dadas as mesmas condi2;es decorrem as mesmas conseq=&ncias, " algo que a experi&ncia a*uda mostrar. 3ra, a !orma2o dos uni$ersais re$elam a presen2a constante dos mesmos elementos estruturais. # id"ia de lei " uma id"ia per!eitamente !undamentada na experi&ncia. #ceitá-la como uni$ersal pode ser considerado como uma postula2o nossa que, posteriormente, pode ser demonstrada num estágio mais alto do conhecimento humano. %as, de qualquer !orma, está !undada na prpria experi&ncia. :ua prioridade nas no$as obser$a2;es " uma conseq=&ncia do prprio proceder da nossa intelig&ncia em que as conquistas obtidas presidem, depois, às no$as experi&ncias e atuam, posteriormente, como elementos dados aprioristicamente. D $erdade que Kant sabia que as !ormas puras do entendimento eram psicologicamente construídas atra$"s de uma g&nese psíquica do homem, mas que passa$am, posteriormente, a atuar aprioristicamente na coordena2o das no$as intui2;es sensí$eis. Pois o mesmo se dá com a concep2o de legalidade. 3 racionalismo-empirista dos tomistas, que seguem assim a linha aristot"lica, !unda$a-se na racionalia2o da prpria experi&ncia, com o alcan2ar de estágios cada $e mais complexos que presidiam às no$as experi&ncias. 3 papel do nosso intelecto em sua ati$idade no"tica consiste em extrair os uni$ersais dos !atos singulares da experi&ncia, da $i$&ncia sensí$el, imprimindo em si mesmos os esquemas (species), que atuariam, posteriormente, como alimentos a priori acomodados para no$as assimila2;es no"ticas. 3 princípio de causalidade no " uma imposi2o do espírito humano à experi&ncia. D o que pro$amos na parte em que *usti!icamos os princípios !undamentais da !iloso!ia clássica. # intelig&ncia humana no " algo abissalmente separado do restante do existir. 3 homem no " um estrangeiro no mundo csmico, como o ?antismo parece querer !aer compreender, sem *usti!icar de modo algum essa concep2o. 3 abismo no ser no se *usti!ica. Bem tampouco se *usti!ica a pretensa re$olu2o que Kant pensa ter operado na !iloso!ia que ele iguala à re$olu2o copernicana. +i-se que at" Cop"rnico era cren2a geral que a terra permanecia im$el no centro do mundo e que os planetas e as estrelas gira$am à sua $olta. Ba $erdade essa era a maneira comum de considerar-se a astronomia. +iemos comum, porque 4omás de #quino, antes de Cop"rnico, como ainda antes os pitagricos, sabiam que a terra era um planeta, uma es!era
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que gira$a em torno do :ol. 4omás de #quino repetidas $ees a!irmou isso em seus extraordinários trabalhos. Contudo, " $erdade, que a opinio comum era essa. Está$amos aí no terreno que 4omás de #quino chama$a de opiná$el. E exempli!ica$a com as estrelas que certamente eram muito maiores que a 4erra, mas que, por !alta de meios de compro$a2o e!icaes, poderia permitir opini;es contrárias, no um saber cientí!ico. Kant atribuí à sua obra uma $erdadeira re$olu2o copernicana na !iloso!ia. #t" ele, diia, considera$a-se a naturea como im$el e que o entendimento gira$a em torno dela e re!letia as suas leis. Por isso a rao no compreendia porque so necessárias as leis. Pensando-se de modo in$erso tudo se modi!ica. Bo " a rao que gira em torno da experi&ncia e re!lete suas leis, mas sim a experi&ncia que gira em redor da rao e suas leis re!letem nossa prpria naturea, que " um produto da nossa rao. Portanto, " para ns necessário o que a nossa mente cria como necessário. #s leis da naturea so cria2;es de nossos processos cognosciti$os e nossas sensa2;es nada mais so que respostas de nossa mente às impress;es exteriores. Beste caso que podemos conhecer das coisas exteriores seno o que pensamos conhecer< Como so as coisas em si/ nada podemos saber e, consequentemente, todas as respostas da meta!ísica perdem sua $alide, e a coisa em si permanecerá para sempre sendo uma incgnita para ns. E que podemos dier da coisa em si< :e diemos que existe, no esque2amos que exist&ncia/ " apenas uma categoria, que " uma unidade ou uma multiplicidade, que " regida pela causalidade ou no, que " necessária ou contingente, tudo isso so categorias e nada mais. :abemos apenas que há o outro lado da experi&ncia, algo que nos " desconhecido, no, por"m, totalmente desconhecido para o prprio Kant, que aqui se contradi, porque sabe que o outro lado há e que " incognoscí$el por ns. Esse ser que escapa à nossa experi&ncia, no " ob*eto, portanto, da experi&ncia e pode ser apenas pensado pelo nosso espírito, nous, por isso " um n>meno. E " do n>meno que se ocupa a %eta!ísica. ... 'á uma apoditicidade lgica, uma apoditicidade ontolgica e uma apoditicidade ôntica. # primeira demonstra-se pelo rigor da necessidade lgica, como o *uío +eus existe/ " apoditicamente lgico porque, na id"ia de +eus, está incluso, necessariamente, a sua
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exist&ncia, pois " necedí$el, logicamente, a exist&ncia de +eus. Entretanto, ontologicamente, essa exist&ncia no tem apoditicidade, porque da meramente lgica no se conclui a ontolgica imediatamente. Consequentemente, para alcan2ar a apoditicidade ontolgica de tal *uío imp;e-se uma demonstra2o apodítica. # a!irma2o da exist&ncia tem de ser realiada atra$"s da apoditicidade ontolgica da exist&ncia8 ou se*a, que a sua exist&ncia " necessária, " necedí$el, que a sua inexist&ncia se*a impossí$el, incedí$el tamb"m ou ento, pela apoditicidade ôntica. +este modo, note-se a apoditicidade da exist&ncia implica uma necessidade dupla6 a)necessidade da exist&ncia8 b)necessidade da recusa da no-exist&ncia. 4emos, aqui, a di!eren2a entre a necessidade absoluta e a necessidade hipot"tica. 3 ser, cu*a exist&ncia " absolutamente necessária, " o ser ao qual no se pode negar nenhuma das duas necessidades6 a necessidade de ser e a impossibilidade absoluta de noser. 3ra, o conceito lgico de +eus implica, logicamente, um ser que necessariamente existe, cu*a no exist&ncia " absolutamente impossí$el6 ou se*a, recusa-se necessariamente a sua no exist&ncia. +o contrário, +eus no seria +eus, mas um outro ser qualquer ao qual no se poderia predicar a di$indade suprema. Bo entanto, essa apoditicidade lgica no " ainda ontolgica (e muito menos ôntica, pois a pro$a da onticidade, da exist&ncia singular da +i$indade, no decorre na necessidade lgica do seu conceito). Im ser !inito qualquer que existe (mesmo que !osse ele !iccional, como poderia a!irmar um criticista le$ado à máxima abstra2o da !iloso!ia de Kant), no teria em si mesmo a sua rao de ser, porque seria uma !ic2o minha, tua, $ossa. 4al ser, necessariamente, exige outro, ou, ento, ele mesmo seria sua rao de ser, e necessariamente existiria. Im ser contingente, por"m, " aquele ao qual a :egunda necessidade pode ser negada, pois a !ic2o que construo, se existe, existe necessariamente, mas poderia no existir. #ssim, o e!eito de uma causa, se existe, existe necessariamente a causa de sua exist&ncia, *á que ser contingente " no ser necessário e " aquele cu*a no exist&ncia no implica contradi2o, como o cair ou no este ob*eto que tenho nas mos. :abemos que as possibilidades das coisas contingentes podem ser contraditrias, pois o que pode existir e pode no existir " potencialmente contraditrio8 mas, se existe exclui, automaticamente, a no exist&ncia. #ssim este ob*eto pode ser
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lan2ado ou no ao cho, posso segurá-lo nas mos ou deixá-lo cair, sem que tais possibilidades que so contraditrias impliquem contradi2o em sentido ontolgico, porque, como ser contingente, pode-lhe acontecer isto ou no acontecer isto. %as se esse ob*eto " lan2ado ao cho há necessariamente causas que o le$am a cair e no a suster-se. Essa necessidade que se dá ao ato " chamada necessidade hipot"tica. 3 ser absolutamente necessário " aquele cu*a no exist&ncia " impossí$el. # queda deste ob*eto seria absolutamente necessária se ela !osse necessária por uma rao ontolgica, o que ela no tem. 3 :er :upremo (+eus para as religi;es) tem de ser absolutamente necessário, e " impossí$el e absurdo admitir-se a sua no exist&ncia. Ba iloso!ia Concreta, alguma coisa há/ " um *uío necessário por postula2o, e que tem apoditicidade ôntica porque " absolutamente improcedente a!irmarmos que nenhuma coisa há/, porque a prpria enuncia2o deste *uío nega absolutamente $alide ao mesmo. %as como chegarmos à necessidade ontolgica de que alguma coisa necessariamente há, ou se*a, que necessariamente há alguma coisa< Bo poderia dar-se o nada absoluto< Em $e de *ulgarmos, de pensarmos, de discutirmos, de in$estigarmos, nos substituiria um imenso $aio, um nada absoluto. Tá mostramos que em ns tudo se rebela a essa possibilidade. D uma a!irmati$a psicolgica, a!eti$a em ns, da impossibilidade do nada absoluto, da substitui2o possí$el do ser pelo nihilum, pelo nada absoluto. D ele impossí$el antes, e " ele impossí$el depois. Contudo poderia 4er sido possí$el que nada existisse< :urge ento a $elha pergunta que 'eidegger reno$ou6 Por que antes o ser que o nada< Por que " pre!erido antes o ser que o nada< Por que no há a substitui2o< :eria possí$el a substitui2o do nada pelo ser e em $e de ha$er alguma coisa, no ha$er absolutamente coisa alguma< +emostramos em iloso!ia Concreta/ que essa pergunta re$ela um pseudo problema. 4al pergunta no tem $alide ontolgica, mas apenas uma $alide psicolgica em !ace da decep2o moderna to exacerbada pelo niilismo ati$o-negati$o de nossa "poca. @esta-nos examinar agora se o *uío alguma coisa há/ tem ambas necessidades. Ima *á demonstramos apoditicamente. @esta-nos a outra6 o nada poderia substituir o ser< #lguma coisa há tem a necessidade ôntica, porque " impossí$el que no ha*a coisa alguma. # prpria postula2o desse *uío a!irma que alguma coisa há. 3ra, o que tem a necessidade ontolgica tem, pelo menos, uma necessidade hipot"tica. %as esta ainda no "
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su!iciente. 3 que procuramos " a necessidade ontolgica de alguma coisa há. 'a$endo alguma coisa, ou alguma coisa come2ou a ser, depois de precedida pelo nada absoluto (nihilum), ou sempre hou$e alguma coisa. 3ra, demonstrou-se apoditicamente que o nada absoluto no pode ter antecedido a alguma coisa, bem como !oi demonstrado eu sempre hou$e alguma coisa. Consequentemente, o ha$er de alguma coisa tem uma necessidade ontolgica e no hipot"tica. :eria hipot"tica se !osse apenas um possí$el e, neste caso, seria um possí$el do nada absoluto (nihilum), o que " absurdo, como $imos. Portanto, s resta que sempre hou$e alguma coisa necessariamente. Esse ha$er tem, portanto, a necessidade ontolgica. Porque há alguma coisa, o ha$er do ser " ontologicamente necessário. +este modo, encontramos a apoditicidade da necessidade ontolgica de alguma coisa há. # conseq=&ncia que se obt"m " a seguinte6 'á necessariamente alguma coisa e necessariamente " impossí$el no ha$er alguma coisa. 3ra, tal *uío possui a apoditicidade que dese*a$a Kant e pode ele !undar ob*eti$amente a %eta!ísica. Benhuma crítica, nenhuma ob*e2o, nem a do cepticismo rígido poderia destrui-lo. E " sobre ele que se !undamenta toda a análise dial"tica concreta de nossa !iloso!ia. ... D o *uío alguma coisa há/ um *uío analítico ou um *uío sint"tico a priori< #nte o ?antismo a pergunta " *usti!icada e exige resposta cuidadosa. Está contido ou no ao conceito de alguma coisa o ha$er< Oogicamente, no8 mas ontologicamente sim. E por que esta distin2o e aparente contradi2o< D !ácil explicar. #lguma coisa (aliquid), como o mostramos, " um conceito que expressa outro que e que se distingue. #o dier-se alguma coisa no se di que há, porque ha$er " dar-se, " positi$ar-se, " a!irmar-se. Fuando se di alguma coisa há/ a!irma-se que posiciona-se, positi$a-se alguma coisa (outro que) e signi!ica dier que se recusa o no ha$er, recusa-se o nenhuma coisa há, seu contraditrio.
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Por sua $e, o conceito de ha$er implica alguma coisa, porque o ha$er de nada no " ha$er. :e o ha$er se dá, alguma coisa se dá. +ier-se alguma coisa há/ " dier-se dá-se o ha$er de alguma coisa. 3 ha$er " atribuído ao alguma coisa. %as alguma coisa, ontologicamente, há, porque como poderia positi$ar-se alguma sem ha$er< 3ntologicamente, o alguma coisa implica o ha$er, como $imos, embora logicamente no. Bo há contradi2o aqui porque a Ogica dedica-se ao exame dos conceitos em sua esquematia2o, e a 3ntologia examina os conceitos em sua possibilidade de ser. Eis porque a simples demonstra2o lgica no implica a demonstra2o ontolgica. # apoditicidade do *uío alguma coisa há/ " ontolgica e ôntica, porque a sua postula2o " necessária de qualquer modo, pois seria $álido mesmo q eu pus"ssemos em d>$ida seu $alor, porque du$idar " pro$ar que alguma coisa há. # mera discusso de sua $alide " su!iciente para dar-lhe a $alide ôntica apodítica, " demonstrar apoditicamente a sua $alide. @esta-nos saber se tal *uío " um *uío sint"tico a priori. Bossa experi&ncia, mesmo no sentido ?antiano, no nos pro$a que alguma coisa há. :e somos capaes de especular sobre o que " passí$el de uma experimenta2o possí$el no pro$a que alguma coisa há< 3 *uío alguma coisa há re$ela-se a ns de modo exigente e positi$o. Bo " um *uío analítico, " sint"tico sem d>$ida e compro$a-se pela mais comum experi&ncia, como o exigiu Kant. %as note-se " $álida aposterioristicamente e aprioristicamente. D um *uío sint"tico a posteriori quando a experi&ncia o re$ela, e " a priori porque dispensa at" a prpria experi&ncia ?antiana, porque dispensa a ns mesmos, a nossa experi&ncia, pois poderíamos no ser, sem que alguma coisa há deixasse de ser $erdadeiro apoditicamente. Fueremos com isso, apenas, dar mais uma demonstra2o de que " possí$el a %eta!ísica, at" dentro da prpria posi2o de Kant.71 ...
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# doutrina de Kant " !alsa em seus !undamentos, em si mesma e em sua !inalidade. Em seus !undamentos, quanto à teoria cartesiana da percep2o externa e da maneira como concebe os *uíos sint"ticos a priori8 em si mesma, porque no demonstra de$idamente sua a!irmati$a sobre as !ormas puras da sensibilidade e, sobretudo, a submisso total da intui2o às mesmas e, em seu termo, porque condu, atra$"s do agnosticismo, ao cepticismo mais absoluto, o que " !iloso!icamente um erro rotundo.
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+i-se que um *uío " apodítico quando ele a!irma um nexo de necessidade, quando o predicado, que " a!irmado ou recusado ao su*eito, a este cabe ou no necessariamente. 3 *uío apodítico redu-se à !ormula6 : " necessariamente P ou necessariamente : no " P, ou necessariamente : " no-P ou : no " necessariamente P. Exemplo6 7)3 corpo " necessariamente extenso. 0)3 corpo necessariamente no " espiritual. 9)Becessariamente corpo " no-espiritual. G)3 corpo no " necessariamente espiritual. 3 primeiro *uío " um *uío analítico propriamente dito, porque dier-se corpo " dier extenso, pois ser extenso " da ess&ncia do corpo. 3ra, o que " da ess&ncia de alguma coisa " imprescindí$el nessa coisa, pois sem o qual no " o que ". 3ra, o *uío genuinamente analítico " um *uío apodítico, porque a necessidade indica o que " no-cedí$el, o que no pode deixar de ser, que tem de ser, para ser o que ". # demonstra2o apodítica " aquela cu*a concluso decorre necessariamente das premissas dadas, e " em si mesma necessária. # simples análise permite construir uma seq=&ncia de *uíos analíticos correlacionados e tamb"m sint"ticos a priori, contidos $irtualmente naquele e todos com a de$ida apoditicidade. Para ilustrar a nossa tese, exempli!iquemos com o termo +ireito e construamos *uíos analíticos e outros, partindo do exame conceitual com as correla2;es que tem, segundo a nossa dial"tica. ... 4omemos, por exemplo, o conceito +ireito. #o analisá-lo, $emos que indica o rectum, o que " reto, segue retamente, o que corresponde normalmente à con$eni&ncia da naturea de uma coisa, pois " reto no s o proceder, o atuar, mas tamb"m o so!rer do que " de$ido a alguma coisa. 3ra, de$er $em de de e habeo, ter de, o que se tem de realiar ou proceder ou so!rer. 3 conceito de direito em sua purea encerra, portanto, esse conte>do6 " direito o que " de$ido à con$eni&ncia da naturea de uma coisa. +i-se que con$"m, o que $em com, de acordo a alguma coisa. @etitude, pois, " a característica do que realia esse de$er para com a coisa. +esde logo ressalta que o conte>do eid"tico de direito exige o
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conte>do do de$er pois o direito " o que " de$ido, etc. :o, pois, conceitos correlati$os. 3nde há direito há de$er. Consequentemente, perguntar-se-ia se onde há de$er corresponde-lhe ou no um direito< :e se tem de realiar alguma " que alguma coisa " de$ida a alto. Portanto o de$er implica o direito, o que compro$a a per!eita reciprocidade entre direito e de$er. 3 que de$e está ligado pois o outro, ante outro (ob), daí o termo obrigado (obligatio) ser correlato ao de direito. 3 direito, portanto, implica obriga2o, e esta aquele. 4oda coisa tem uma naturea, ou se*a o con*unto de seu plethos que nasce, que surge. # naturea de uma coisa " assim o con*unto do ser como essente e como existente, e no apenas a sua !orma, mas tamb"m o de que " !eito, a sua mat"ria. +ar o que " de$ido a alguma coisa, ou se*a, respeitar o seu direito " o que constitui *usti2a. Tusti2a, pois, s pode ser o reconhecimento e o cumprimento do que " de$ido à naturea de uma coisa. E como a naturea de uma coisa " din5mica e cinemática, pois ela alcan2a di$ersos estados, direito ", em suma, tudo quanto " de$ido à con$eni&ncia da naturea de uma coisa considerada dinamicamente. D *usto, portanto, respeitar o direito e a *usti2a está numa adequa2o per!eita com o direito. Como a id"ia de dar o que " de$ido implica um atuar contingente, pois no se poderia !alar em direito se o que " de$ido se desse necessariamente, compreende-se que pode ha$er !rustra2;es de direito, ou se*a des$ios, a!astamentos. # máxima que di o que se de$e dar, que expressa em suma o reconhecimento do direito, " uma norma, uma lei. # lei s pode, pois, ser a expresso do direito e da obriga2o. E a conting&ncia do cumprimento dessa norma ou lei exige como conseq=&ncia uma prescri2o que ordene o cumprimento e como este pode ser !rustrado " decorrente do mesmo conceito que ha*a uma pena ao que no cumpre o que " de$ido, que !rustre o direito. Consequentemente, " lícito o que está contido no 5mbito da lei o ilícito o que a ela se op;e ou o!ende. #quele a quem cabe um direito " um portador de direito, " em suma o su*eito do direito e o conte>do do que lhe " de$ido " o ob*eto do direito. Portanto, su*eito do direito " o portador do direito, o titular do direito. %as, se considerarmos dentro da pentadial"tica o su*eito do direito, teremos de considerá-lo como6 Inidade 4otalidade :"rie
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:istema Ini$erso :e considerarmos a naturea de uma coisa dinamicamente, sabemos que o indi$íduo, portador do direito, !a parte de uma totalidade, a qual se estrutura numa s"rie e esta num sistema que, por sua $e, se estrutura num uni$erso. #ssim se consideramos o homem como portador do direito e porque " ele uma pessoa, será uma pessoa do direito. :egundo a sua naturea há o que lhe " de$ido. %as, !a parte ele de uma totalidade (a !amília, por exemplo). 3ra sabemos que os componentes de uma totalidade esto de certo modo subordinados a esta. #ssim como o indi$íduo tem direitos, tamb"m os tem a totalidade à qual pertence. Portanto o que " de$ido à totalidade com *usti2a no pode ser pre*udicado pelos direitos do indi$íduo. D mister, pois, que se compreenda com *usti2a o que " de$ido ao indi$íduo como elemento componente de uma totalidade. E *usti2a s pode ha$er quando os direitos de ambos so respeitados e no so!rem restri2;es seno aquelas que no o!endam !undamentalmente o direito das partes. 'á, assim, direitos correspondentes, como se $& em rela2o à s"rie, ao con*unto social de que !aem parte as totalidades, e estas, ao sistema social a que pertencem. Consequentemente, as restri2;es de direito sero *ustas enquanto respeitarem a *usti2a das partes. Poderia ha$er coliso entre tais direitos< Poderia, e neste caso a *usti2a de$e pre!erir o $alor *usto mais alto, o que compro$a que o direito implica uma axiologia do direito. +i-se que " *urídico o que se re!ere à lei, consequentemente há uma axiologia *urídica, cu*o crit"rio de hierarquia tem de obedecer ao crit"rio que dado pelo que " de$ido à con$eni&ncia da naturea de uma coisa dinamicamente considerada. Consequentemente, pode-se ainda concluir que há um ob*eto material do direito que so as regras, costumes, expressas nas leis e um ob*eto !ormal moti$o que " a legalidade, tendendo a alcan2ar o ob*eto !ormal terminati$o que " a *usti2a. 4ais ob*etos compro$am que o +ireito no " como disciplina "tica apenas uma arte, mas uma ci&ncia, porque cont"m o que " !undamental a uma ci&ncia, os tr&s ob*etos indispensá$eis. +aí se pode, da análise que !iemos do termo direito, deduir uma s"rie de teses6 a)+ireito " o que " de$ido à con$eni&ncia da naturea de uma coisa tomada dinamicamente. b)'á retido quando há cumprimento do direito.
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c)# todo direito corresponde necessariamente obriga2o. d)D lícito tudo quanto se inclui no 5mbito do direito. e)'á *usti2a quando se cumpre ou se reconhece o direito. !)'á ilicitude toda a $e que se o!ende o direito. g):o *ustas as restri2;es de direito quando correspondem à naturea do criador do direito considerado ante suas obriga2;es às totalidades de que !a parte. h)# lei " a expresso prescriti$a do direito. i)# toda lei de$e corresponder uma san2o. :endo o direito de$ido à naturea da coisa, pode-se, portanto, !alar de um direito natural. +ireito natural " tal direito. Poder-se-ia !alar em aquisi2o de direito< #dquirir $em de ad e quaero, ou quaeso, $erbo antigo, que signi!ica obter, encontrar no caminho, topar no sentido clássico. #dquirir um direito seria obte-lo. E como se obteria um direito< Im ser portador de direitos alcan2a determinados estágios nos quais há modi!ica2;es din5micas na sua naturea, como, para exempli!icarmos, o homem que " pai, por ser tal, tem no$os direitos e no$as obriga2;es. +i-se que !oram adquiridas. %as note-se que atingido o estágio de sua naturea esta *á tem seus direitos. :endo o direito o que " de$ido, do modo que $imos, no há propriamente aquisi2o, mas apenas reconhecimento do direito. Beste caso, a lei pode reconhecer o direito. Ento, no se pode !alar propriamente em aquisi2o de direitos, mas em reconhecimento de direitos de$idos ao estágio alcan2ado. Fuem, pelo estudo, alcan2a determinado posto adquire direitos< Propriamente no. Fuem atinge a certo grau, alcan2a a um aspecto din5mico da sua naturea que tem seus direitos. 3 pelo qual se luta ento " pelo reconhecimento do direito. Jamos a um exemplo6 quando as mulheres no tinham o direito de $oto luta$am por adquiri-lo ou por reconhecerem o direito que lhes cabia de escolher tamb"m os representantes do po$o< Beste caso no há aquisi2o de direitos e no há pela simples rao de que sendo o direito o que " de$ido à con$eni&ncia da naturea de uma coisa dinamicamente considerada, no " algo que se adquire, mas algo que *á se tem, cu*o reconhecimento " direito do direito. Portanto *)3 reconhecimento do direito " um direito que cabe ao direito. Consequentemente ?)Bo há aquisi2;es de direito tomados tais termos em sentido puro.
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%as uma comunidade pode estabelecer ordens *urídicas. Essas ordens constituem o direito posto, colocado, estabelecido, o direito positi$o, enquanto o direito de$ido à naturea da coisa " o direito natural. Portanto, l)3 direito positi$o " *usto quando adequado ao direito natural. 3 que " de$ido a algu"m, em seu direito, " um bem. Portanto6 m)o bem *urídico " a obriga2o ou obriga2;es de$idas ao direito de um portador do direito. Porque o direito pode ser !rustrado, exige ele uma coer2o moral ou !ísica para que se*a respeitado, bem como para que as obriga2;es se*am cumpridas. n)3 caráter coati$o do direito decorre da naturea das obriga2;es. Fue pretende a coa2o seno assegurar o cumprimento do direito. # coa2o, portanto, no !a parte da ess&ncia do direito nem " sua subst5ncia, mas apenas algo acidental, aposto ao direito para assegurar seus !ins. Portanto, o)# coa2o no " da ess&ncia do direito, sendo-lhe, portanto, acidental. 3 uso da coa2o tendo a !inalidade de !aer respeitar e assegurar o cumprimento do direito, ", portanto, de certo modo, *usta. %as para que nela ha*a *usti2a " mister que nunca o!enda o direito em suas di$ersas maneiras de mani!estar-se. # quem cabe o uso, portanto, da coa2o, e at" da pena, combinada aos que desrespeitam o direito< :e a sua aplica2o exige *usti2a, de$e caber a quem mais *ustamente poderá ministrá-lo, aplicá-lo. Como os homens $i$em em sociedade a aplica2o da coa2o e da san2o s será *usta dentro daqueles termos. :aber quem está apto a aplicá-lo cabe ao estudioso do direito. p)# coa2o do direito e a pena de$em caber àqueles que mais *ustamente podem aplicá-lo. :endo o direito o que " de$ido, como $imos, o $erdadeiro legislador no " um criador arbitrário de leis, mas um descobridor das leis. #s leis no so, portanto, ob*eto de cria2o humana, mas de descobrimento. Portanto q)3 $erdadeiro legislador " o descobridor das leis *ustas. :endo *usto o que " de$ido ao bem de alguma coisa (sua con$eni&ncia natural), dese*ar a *usti2a " amar o bem do portador do direito. Portanto, r)Bo há oposi2o entre a *usti2a e o amor e a $erdadeira *usti2a " amor. E mais6
Q1
s)Tusto " aquele que conhece o seu de$er e o cumpre. %as como a aplica2o da *usti2a permite des$ios e erros, podem ser eles sanados. Portanto, t)D de$er do *usto sanar os erros da aplica2o da *usti2a. %as como a aplica2o da *usti2a pode ser atribuída a um organismo social e pode este des$iar-se do cumprimento do seu de$er e nem sempre, pelos meios normais, " possí$el e$itar o des$io da *usti2a, " do direito dos *ustos lutarem pela restaura2o da *usti2a. Portanto, u)Cabe aos in*usti2ados ou os conscientes da in*usti2a restaurarem por meios *ustos, relati$amente às circunst5ncias, o imp"rio da *usti2a. Por isso, para o bom cumprimento da *usti2a de$e ha$er recursos aos in*usti2ados ou que se *ulgam tal, a organismos que possam restaurar a *usti2a o!endida. $)D de *usti2a ha$er recursos normais para restaurar os erros perpetrados na aplica2o das leis. Contudo, como a *usti2a " !rustrá$el e as leis, como prescri2;es do direito positi$o podem ser o!ensi$as aos direitos e, portanto, à *usti2a, de$e caber recursos à sua anula2o. x)D de *usti2a ha$er recursos à anula2o das leis positi$as que o!endam o que " de direito e de *usti2a. Contudo, como a ministra2o do poder de legislar pode caber a um organismo que, abusando do seu poder, pode prescre$er leis in*ustas, de$e ha$er recursos tamb"m para tais meios, como $imos. %as, pode o que legisla apossar-se de tal poder que impe2a tais recursos. D de *usti2a, neste caso, usar da $iol&ncia para romper este estado de in*usti2a< :im, se no hou$er outro recurso para restaurá-la. Portanto, Z)D *usto recorrer à $iol&ncia quando a restaura2o da *usti2a torna-se impossí$el pelos meios normais *urídicos do direito positi$o $igente. Fue compro$a toda esta análise seno que " possí$el ter-se um crit"rio seguro de *usti2a, desde que se considere o portador do direito segundo os di$ersos aspectos que pode tomar, segundo os graus pentadial"ticos que estudamos. +ecorrem do que examinamos que )Bingu"m pode com *usti2a opor-se à aplica2o da lei *usta. E !inalmente, para a boa ordem social, imp;e-se6 )4odos de$em cumprir a lei *usta e " de$er de todos conhec&-la.
Q7
3 que nos le$a a no admitir a ignor5ncia da lei, que no pode ser alegada. +emos aqui um exemplo de como " possí$el, atra$"s da análise de um termo como direito alcan2ar a 0S *uíos
apoditicamente demonstrá$eis. Bo so apenas *uíos
analíticos, pois muitos so sint"ticos a priori. E como !oi possí$el alcan2á-los< :implesmente porque a análise no se realia apenas pelo que " atual no conte>do conceitual do su*eito, mas tamb"m no que " $irtual e nele está contido, no s em si mesmo, mas, tamb"m, nos seus relacionamentos. 4udo isso $em compro$ar, atra$"s da nossa dial"tica, que o criticismo ?antiano " improcedente quando dese*a a!irmar a aride da análise dial"tica bem conduida e demonstrar, de modo de!initi$o, que há ainda muito campo para as in$estiga2;es !ilos!icas. E que constituem esses *uíos seno o campo da prpria iloso!ia do +ireito< Esta está, portanto, per!eitamente *usti!icada, apensar dos argumentos do :r. Kant.77 ... Fundamento do 5uí!o
Fuando Kant pergunta, seguindo as pegadas de 'ume, como " possí$el *untar um conceito a outro conceito para !ormar um *uío, repete apenas a mesma pergunta que *á ha$iam !eito so!istas gregos na luta contra :crates e Plato. Como " possí$el, em suma, o *uío de qualquer esp"cie< 3ra, os que se colocam do 5ngulo do racionalismo consideram o *uío aquela opera2o do espírito pelo qual se comp;e ou se di$ide, *unta-se ou nega-se a presen2a de um predicado a um su*eito. @ealmente essa " a maneira lgica de conceber o *uío e essa disciplina classicamente estuda as tr&s opera2;es do *uío6 o conceito, o *uío e o raciocínio. Contudo, psicologicamente, no " assim, Bo " aps a constru2o do conceito que o ser humano !ormula um *uío. 3 *uío acompanha o homem desde as suas mais elementares apreens;es como se pode $eri!icar na crian2a. #demais as coisas que so de nossa experi&ncia *á esto prenhes de *uíos possí$eis (intelligibiles in sensibile), inteligí$eis no sensí$el que a intelig&ncia, posteriormente, distingue e enuncia logicamente. Em Psicologia/ e em 4ratado de Esquematologia/ estudamos a !orma2o dos *uíos e o seu enunciado lgico, como tamb"m $erbal, que tanto !oi $aloriado pelos racionalistas. Como estes se prendem !undamentalmente às opera2;es lgicas, " natural que, tomando o 77
Bo esgotamos aqui tudo quanto a análise, segundo a nossa dial"tica, pode estabelecer sobre o +ireito. 4al$e um dia possamos desen$ol$&-la e realiar, ento, uma iloso!ia Concreta do +ireito, que penetraria ainda em aspectos especí!icos dessa disciplina, que " das mais importantes do conhecimento humano.
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conceito em seu conte>do noemático, consideram-no em suas estruturas esquemática, da qual se ausenta a estrutura de outros conceitos $ários. #tribuir um predicado a um su*eito " considerar inerente a este outro conceito. Como " possí$el tal coisa em !ace da separa2o abissal que o racionalismo $iciosamente interp;e entre ambos< # !orma2o do *uío trans!ormar-se assim num problema para o racionalista. %as, na $erdade, " um pseudo-problema, ou, ento, um problema apenas dentro do campo do racionalismo. # opera2o *udicatria " posterior no homem. :eno $e*amos6 pomo-nos a olhar este campo, e nossos olhos captam ár$ores, arbustos, pássaros que cortam os ares, um c"u aul com algumas nu$ens brancas esparsas. 3 pássaro-que-$oa, a ár$ore-mais-distanteda-outra, os cambiantes-de-$erde-so $ários so totalidades captadas pelo nosso sistema intuiti$o-intelectual, totalidades que intencionalmente podem ser analisadas8 ou se*a, atra$"s da intencionalidade conceitual podemos descre$e-la analiticamente. # coordena2o dos conceitos que usamos, desde que a!irmem ou neguem alguma coisa (um conceito) a outra coisa (outro conceito), constitui, psicologicamente, o *uío que tem o seu enunciado lgico pelo m"todo que a Ogica examina e estuda. :e ao re!erir-me a esta ár$ore digo6 Esta ár$ore " $erde, expresso, com sinais $erbais, o conte>do no"tico-eid"tico que, intencionalmente, diri*o ao !ato tomado como um todo que meu sentido ptico capta. E a opera2o *udicatria consiste em estabelecer a conexo de conte>dos conceituais !ormando um *uío que " enunciado com sinais $erbais. Bem os sinais $erbais so tudo no *uío, nem tampouco o " o conte>do no"tico-eid"tico dos conceitos, se no considerarmos tamb"m a opera2o *udicatria da mente humana. 'á na !iloso!ia moderna um termo que merece especial exame, " a pala$ra alem :ach$erhalt, que signi!ica a representa2o pura que precede ao *uío, que aponta a síntese característica do su*eito e do predicado compostos ou no na coisa eu o *uío a!irmará ou negará (recusará). Pro$indo de Hrentano, encontramos esse termo usado entre os !ilso!os modernos que so!reram in!lu&ncia do !amoso pensador alemo. :egundo aquele !ilso!o o *uío no constitui uma composi2o de id"ias. # composi2o precede ao *uío (" tomada representati$a antes como um todo), e pertence à classe das representa2;es puras. D o que aliás nos demonstra a Psicologia. 3 *uío " uma opera2o prpria do espírito que di!ere
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totalmente da representa2o. Este, a!inal, a!irma a correspond&ncia que há do conte>do da representa2o com a realidade. :ach$erhalt ", pois, o conte>do dessa representa2o, que tem um nexo, uma rela2o, uma ordem, tanto na coisa como tamb"m na representa2o. Essa maneira de considerar de Hrentano *á encontrá$amos em 4omás de #quino e com maior precisa2o at", no conceito de dispositio rei, que a!irma$a *á se dar nas coisas sensí$eis a composi2o dos conceitos do su*eito e do predicado, precedentemente ao *uío. Este " o resultado de uma opera2o que realia um retorno crítico sobre a representa2o composta. 3 :ach$erhalt " a!irmado ou negado pelo *uío. 3 *uío $erdadeiro " o que enuncia que a dispositio rei se dá in esse e in $eritate na coisa. Kant desconhecia esse modo de conceber o *uío e *ulga$a que a !iloso!ia clássica apenas se !unda$a na maneira racionalista de considerá-lo. Partindo do racionalismo a posi2o de Kant " conseq=ente e teria, !atalmente, de considerar que as categorias nada mais eram que id"ias puras do entendimento e o conceito apenas constru2;es nossas que, intencionalmente apenas, se re!erem aos conte>dos dos !enômenos, ou se*a, das imagens que !ormamos das coisas. 3 criticismo ?antiano " um !ilho esp>rio do racionalismo. 3 tema do *uío e a doutrina concreta da sua !orma2o so por ns examinadas em 4ratado de Esquematologia/. ... As pro.as da e;istência de
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