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FOLSCHEID, Dominique. Definição do exercício. In: Metodologia filosófica. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p.157-169.
A dissertação filosófica constitui uma experiência difícil sendo que parece inacessível seu sucesso.
Constitui de um exercício filosófico, sendo considerado como melhor lugar para se exercitar o pensamento.
Dissertar em filosofia tem a ver com o próprio ato de filosofar.
Dissertações filosóficas fracassam devido à fuga do padrão comum contido nos exercícios escolares, não havendo resposta, mas respostas constituídas não por perfeição absoluta, contudo por aproximações.
Apresenta todas as características exteriores, entretanto torna-se concebível em razão de suas regras.
A dissertação é um objeto definido pela redação, sua função é delimitada pela avaliação e pela correção permitindo um confrontamento.
O autor do exercício é o sujeito de um discurso filosófico supostamente sensato e inteligível. É solicitado a um sujeito dotado de razão.
Essencialmente feita para ser corrigida onde o estudante tem direito a uma nota que o torna mais bem preparado.
Desse modo a dissertação constitui de condições elementares da compreensão do exercício, utilizando-se de suas regras e razões.
O exercício parece pertencer a um gênero misto, com complexidade singular. A dissertação pedagógica não é um simples exercício pedagógico, sendo forma resultante de determinado conteúdo.
A dissertação não é uma questão de tecnicismo, nem de pensamento puro, mas de regras que se aplicam com diferentes finalidades.
Para dissertar bem é preciso pensar e escrever da melhor maneira possível, remediando seus defeitos.
A dissertação filosófica inclui o domínio da língua filosófica, sendo este constituído de dificuldades no plano da língua e do pensamento. É preciso dominar a língua e condicioná-la ao pensamento buscando esse ideal da mais perfeita unidade entre o pensamento e a língua.
Deve-se então lembrar que a dissertação filosófica é um escrito com o objetivo de expor as condições de inteligibilidade e de compreensão de determinado problema filosófico.
FOLSCHEID, Dominique. A preparação de uma dissertação. In: Metodologia filosófica. 3ª ed.
São Paulo: Martins Fontes, 2006, p.171-212.
A dissertação é um exercício de pensamento que deve permitir o desenvolvimento de análises e raciocínios baseados nas referências a autores
Se pede uma exposição escrita com base em um tema, sendo essa organizada de modo rigoroso e racional sustentado por um movimento único de pensamento em torno de um problema filosófico.
O tema da dissertação filosófica é um objeto de estudo proposto a reflexão, esta deve ser “fiel” seguindo as existências e injunções de seu enunciado, que por sua
vez determina aquilo sobre o que se ira refletir.
Deve-se analisar e compreender o tema.
Para tal ato são determinados conselhos práticos tais como: lançar-se ao rascunho, colocar-se na atitude adequada em relação ao mesmo considerando apenas o tema proposto como um todo considerando cada palavra evitando transformações ao tema.
O tema dissertativo pode adquirir quatro formas gerais diferentes, partindo do tema mais simples, com uma única noção, indo até a citação onde deve-se explicar, comentar e fazer críticas.
Deve-se identificar a noção analisando-a e opondo-a a seus contrários, elaborando definições permitindo a abordagem de um sentido objetivo.
O objetivo real de uma definição trata-se de mostrar o que se aprende com a análise descrevendo a lógica.
O trabalho não é de todo analítico, havendo então necessidade de noções intermediarias que serão descobertas de acordo com a atenção e a experiência do discurso filosófico.
À medida que os sentidos de noção forem prestando seus serviços necessita-se de uma triagem para coletar todos os seus sentidos.
Essa analise deve efetuar o trabalho de determinação conceitual que se comporta em dois momentos: a diferenciação dos sentidos e seus cruzamentos.
A diferenciação ao se apresentar no tema perturba a compreensão, já no momento do cruzamento expõe a diversidade dos sentidos, independentes uns dos outros.
A filosofia não se contenta apenas com o manejo das abstrações, para isso a exposição de exemplos é necessária. Todavia deve-se tomar precauções, este deve manter virtudes reais mostrando assim seu poder explicativo.
Não há filosofia sem interrogação, portanto há necessidade das perguntas. É preciso utilizar perguntas simples e diretas sendo necessário responder a tais perguntas.
No entanto é necessário evitar o acumulo de perguntas e a referência direta a um autor particular, procurando então expor e explicar a necessidade da pergunta que deve vir naturalmente daquilo que a precede.
A dissertação necessita de clara exposição do problema filosófico onde sua boa identificação é essencial.
O problema deve estar em conformidade com os termos do tema, assim não se deve confundir o tema ou reter-se a apenas um de seus elementos.
A má compreensão desse tema gera um falso problema, que não possui relação alguma com problemas filosóficos, levando assim a um desvio argumentativo.
Uma dissertação deve expor o problema filosófico ocupando a função da introdução e da conclusão, mas também dos momentos cruciais do desenvolvimento.
O trabalho de problematização deve remontar as condições de inteligibilidade do problema filosófico, explicando a origem e a razão interna do problema fornecendo seus dados.
A formulação do problema filosófico deve formular o paradoxo que o próprio tema pode apresentar trabalhando com a contradição.
O exercício da dissertação deve evitar a identificação com um autor, necessitase tomar sua defesa reconhecendo a razão em ato da sua filosofia, não abusando do direito de citação zelando pela organização do discurso demonstrativo.
As referencias pretendem produzir outra coisa que não filosofia. Sendo por parte literária e por parte filosófica. São inclassificáveis pois situam-se na fronteira entre o estilo e um pensamento.
Nas referencias filosóficas apresentam-se os filósofos patenteados que deverão possuir especificação e justificativa de acordo com sua contribuição na dissertação.
O autor da dissertação adotará o principio de igualdade de direito entre os autores filosóficos, defendendo a ideia de democracia das ideias que sejam realmente filosóficas.
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