Maurice Merleau Ponty (1) (1).pdf
Short Description
Download Maurice Merleau Ponty (1) (1).pdf...
Description
Maurice Merleau-Pon Merleau-Ponty ty Fenomenologia da Perceção
Maurice Merleau-Pon Merleau-Ponty ty Nasceu em 1908 em França em Rochefort sur Mer Ponty descreve a sua infância como incomparáv i ncomparável. el. Foi um de três filhos, de um artilheiro que morreu em 1913. Sempre com a sua irmã e irmão, foi criado apenas pela mãe Entrou na École Normale Superieure para p ara estudar filosofia em 1926. E foi aí que conheceu Sartre e Simone de Beauvoir B eauvoir.. Sartre descrevia assim a sua relação com Ponty: “Nós conhecíamo-nos conhecíamo-nos um ao outro sem sermos amigos.” amigos .”--
Graduação em filosofia em 1930. Investigou durante um desses anos a questão da percepção.
Influências: Descartes, Kant, Henri Bergson, Léon Brunschvicg. Hegel e a Fenomenologia Husserl e Heidegger. Heidegger.
Ponty renovou a sua ‘aproximação’ com Sartre em 1941.
As palavras-chave eram: fenomenologia e existência La Structure du Comportement Phenomenologie de la Perception Fundou a revista Les Temps Modernes em 1945 Sens et Non-Sens de 1948 e
Merleau-Ponty morreu de repente com um ataque de coração a 3 de Maio de 1961. Tinha apenas 53 anos, e estava a escrever o Visív Visível el e o Invisível.
Maurice Merleau-Pon Merleau-Ponty ty Fenomenologia da Perceção
Ocupar-se de psicologia é necessariamente encontrar, abaixo do pensamento objectivo que se move entre as coisas inteiramente inteiramente prontas, prontas, uma primeira abertura às coisas sem a qual não haveria conhecimento conhecimento objectivo.
O psicólogo não pode deixar de se redescobrir enquanto experiência, quer dizer enquanto presença sem distância ao passado, ao mundo, ao corpo e ao outro, no momento mesmo em que ele queira perceber-se como objecto entre os objectos.
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
• ATITUDE NATURAL, CIENTÍFICA e FENOMENOLÓGICA • LEBENSWELT – MUNDO VIVIDO • VIVIDO: CORPO / CONSCIÊNCIA / MUNDO • CORRELATO, COMÉRCIO, QUIASMA, ENTRECRUZAMENTO • INTENCIONALIDADE EM ACTO E A OPERANTE • CORPO CONSCIENTE OU CONSCIÊNCIA CORPÓREA • CORPO PRÓPRIO VIVIDO e CORPO FÍSICO OBJETIVO • APROPRIAÇÃO, ACESSO. A TEMATIZAÇÃO DO ATEMÁTICO • EMERGÊNCIA / EXPRESSÃO / EXPRESSÁO AUTÊNTICA
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
O que é a fenomenologia? Pode parecer estranho que ainda seja preciso colocar esta questão meio século depois dos primeiros trabalhos de Husserl. No entanto, ela está longe de estar resolvida.
A fenomenologia é o estudo das essências, e todos os problemas, segundo ela, se resumem a definir essências: a essência da percepção, a essência da consciência, por exemplo. Mas a fenomenologia é também uma filosofia que repõe as essências na existência e que considera que não se pode compreender o homem e o mundo senão a partir da sua
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
É uma filosofia transcendental que coloca em suspenso, para compreendê-las, as afirmações da atitude natural, mas é também uma filosofia para a qual o mundo está sempre “ali”, antes da reflexão, como uma presença inalienável, e cujo esforço todo consiste em reencontrar este contacto ingénuo com o mundo para lhe dar enfim um estatuto filosófico. É a ambição de uma filosofia que seja uma “ciência exacta”, mas é também um relato do espaço, do tempo e do mundo “vividos”. É a tentativa de uma descrição directa da nossa experiência tal como ela é, e sem nenhuma consideração pela sua génese psicológica e pelas explicações causais que o cientista, o historiador ou o sociólogo possam fornecer ou dar...
Maurice Merleau-Pon Merleau-Ponty ty Fenomenologia da Perceção
Ela está a caminho desde há muito tempo, os seus discípulos encontram-na encontra m-na em todas as partes, em Hegel e em Kierkegaard seguramente, mas também em Marx, em Nietzsche, em Freud. Um comentário filológico dos tex textos tos não daria nenhum n enhum resultado: só encontramos nos textos aquilo que nós colocamos ali, e se alguma história exigiu a nossa interpretação, é exactamente a história da filosofia. É em nós mesmos que encontramos encontramos a unidade da fenomenologia e o seu verdadeiro sentido.
A fenomenologia fenomenologia só é acessível ac essível a um método fenomenológico.
Maurice Merleau-Pon Merleau-Ponty ty Fenomenologia da Perceção
Trata-se de descrever e não de explicar ou de analisar. Essa primeira ordem que Husserl dava à fenomenologia iniciante iniciante de ser una “psicologia descritiva” ou de voltar “às coisas mesmas”, é antes de tudo a desaprovação da ciência. Eu não sou o resultado ou o entrecruzamento entrecruzamento das múltiplas causalidades que determinam o meu corpo ou o meu “psiquismo”, não posso pensar-me pensar -me como uma parte do mundo, como um simples objecto da psicologia e da sociologia, nem encerrar sobre mim o universo da ciência.
Maurice Merleau-Pon Merleau-Ponty ty Fenomenologia da Perceção
Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo que cientificamente, cientificamente, eu o sei a partir de uma visão minha ou de uma experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada. Todo o universo da ciência é construído sobre o mundo vivido e se queremos pensar na mesma ciência com rigor, apreciar exactamente o seu sentido e o seu alcance, precisamos despertar primeiramen primeiramente te antes de tudo essa experiência do mundo da qual a ciência ciênc ia é a expressão expr essão segunda.
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
A ciência não tem e não terá jamais o mesmo sentido de ser que o mundo percebido, pela simples razão de que ela é uma explicação ou uma determinação do mesmo. Eu não sou um “ser vivo” ou sequer um “homem” ou mesmo “uma consciência”, com todos os caracteres que a zoologia, a anatomia social ou a psicologia indutiva reconhecem a estes produtos da natureza ou da história
– eu sou a fonte absoluta do sentido –
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
… a minha experiência existência não provem dos meus antecedentes, do meu ambiente físico e social, ela caminha em direcção a eles e sustentaos, pois sou eu quem faz ser para mim (e, portanto, ser no único sentido que a palavra pode ter para mim) …. As perspectivas científicas segundo as quais sou um momento do mundo, são sempre ingénuas e hipócritas, porque elas subentendem, sem a mencionar, essa outra perspectiva, a da consciência, pela qual antes de tudo se dispõe um mundo em torno de mim e começa a existir para mim.
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Voltar às coisas mesmas, é voltar a este mundo anterior ao conhecimento e do qual o conhecimento fala sempre, e frente ao qual toda a determinação científica é abstracta, significativa e dependente, como a geografia em relação à paisagem – primeiro nós aprendemos o que é uma floresta, uma pradaria ou um rio.
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
O mundo está aí antes de qualquer análise que eu possa fazer dele Eu comecei a reflectir, a minha reflexão é reflexão sobre algo o irreflectido, ela não pode ignorar-se a si mesma como acontecimento, logo ela aparece como uma verdadeira criação, como uma mudança de estrutura da consciência e cabe-lhe reconhecer, para aquém das suas próprias operações o mundo que é dado ao sujeito porque o sujeito é dado a si mesmo.
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
A atenção tem um sentido eficiente sobre as ideias que faz aparecer, é sempre diferente a cada momento e isto no que respeita a sua estrutura, aspeto e amplitude. Nunca é improdutiva ou inócua, porque é sempre em “todas as partes interessada.”
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
A percepção não é uma ciência do mundo, não é nem sequer um acto, uma tomada de posição deliberada; ela é o fundo sobre o qual todos os actos se destacam e ela é pressuposta por eles.
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
O real deve ser descrito, e não construído o constituído
… é um tecido sólido, ele não espera os nossos juízos para anexar a si os fenómenos mais aberrantes, nem para rejeitar as nossas imaginações mais verosímeis
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
O mundo não é um objeto do qual possuo a lei da sua constituição por intermédio do meu eu; ele é o meio natural o campo de todos os meus pensamentos e de todas as minhas percepções explícitas.
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção Parte II Aula 16 de Fevereiro
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Eu descolo da minha experiência e passo à ideia A nossa percepção chega a objectos, e o objecto, uma vez constituído, aparece como a razão de todas as experiências que dele tivemos ou que poderíamos ter.
Por exemplo vejo a casa vizinha sob um certo ângulo, ela seria vista de uma outra maneira da margem .... ... a casa, ela mesma, é, ... a geometral de todas as perspectivas possíveis, como dizia Leibniz, ... ela é a casa vista de lugar nenhum ...
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
...a casa ela mesma não é a casa vista de lugar algum, mas a casa vista de todos os lugares.
...
olhar um objecto é vir
habitá-lo e dali apreender todas as coisas segundo as faces que elas voltam para ele.
Só falo: • do meu corpo em ideia, • do universo em ideia, • da ideia de espaço e • da ideia de tempo
Tempo
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
...Assim a síntese dos horizontes é apenas uma síntese presuntiva. “Presumível, pressuposta” ... ela só opera com certeza e com precisão na circunvizinhança imediata do objeto... Aquilo que para mim é passado ou futuro está presente no mundo. O mundo objetivo é excessivamente pleno para que nele haja tempo.
Nós temos o tempo por inteiro e estamos presentes a nós mesmos porque estamos presentes no mundo É no meu “campo de presença” no sentido amplo – neste momento em que ... retomo contacto com o tempo, que
Tempo
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
... cada momento do tempo se dá por testemunha todos os outros ... O presente ainda conserva nas suas mãos o passado imediato ... ... o tempo escoado é inteiramente retomado e apreendido no presente. O mesmo acontece com o futuro iminente que terá, ele também, o seu horizonte de iminência.
Mas mais uma vez, o meu olhar humano só põe uma face do objeto, mesmo se, por meio dos horizontes, ele visa todas as outras.
Tempo
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
O sujeito, que não pode ser uma série de acontecimentos psíquicos, não pode todavia ser eterno. Resta que ele seja temporal, não por algum acaso da constituição humana, mas em virtude de uma necessidade interior. Somos convidados a fazer-nos do tempo e do sujeito uma conceção tal que eles se comuniquem do interior. Diz-se que o tempo passa ou se escoa. Fala-se do curso do tempo. A água que vejo passar preparou-se, há alguns dias, …
Tempo
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Para mim mesmo eu não estou no instante atual, estou também na manhã deste dia ou na noite que virá, e o meu presente, se se quiser é este instante, mas também é este dia, este ano, a minha vida por inteiro.
PRESENTE
PASSADO
FUTURO
Arqueologia Determinismo (Psicanalítico)
Teleologia Transcendência (Existencial)
Fenomenologia Campo de Presença
Maurice Merleau-Ponty Tempo natural Tempo Histórico
Fenomenologia da Perceção
Eu estou lançado numa natureza e a natureza não aparece só fora de mim, nos objetos sem história, ela é visível no centro da subjetividade. As decisões teórico e práticas da vida pessoal podem bem apreender, à distância, o meu passado e o meu provir, dar ao meu passado, com todos os seu acasos, um sentido definido, fazendo-o acompanhar de um certo provir do qual se dirá, depois, que ele era a preparação, podem introduzir na minha a historicidade na minha vida: esta ordem tem sempre qualquer coisa de factício
Maurice Merleau-Ponty Tempo natural Tempo Histórico
Fenomenologia da Perceção
Os meus poderes sobre o passado e sobre o futuro são escorregadios, a posse do meu tempo por mim é sempre adiada até o momento em que me compreenderei inteiramente, e este momento não pode chegar, pois ele ainda seria um momento, circundado por um horizonte de porvir, e que por sua vez precisaria de desenvolvimentos para ser compreendido. Portanto, minha vida voluntária e racional sabe-se misturada a uma outra potência que a impede de realizar-se e lhe dá sempre o ar de um esboço.
Maurice Merleau-Ponty Tempo natural Tempo Histórico
Fenomenologia da Perceção
A transcendência dos momentos do tempo fundam e comprometem simultaneamente a racionalidade da minha história ... ...o que eu compreendo não se conjuga nunca exatamente com a minha vida e enfim, eu nunca sou um comigo mesmo Esta vida anónima (intrauterina) não é senão o limite da dispersão temporal que ameaça sempre o presente histórico.
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
CORPO CONSCIENTE OU CONSCIÊNCIA CORPÓREA CORPO PRÓPRIO VIVIDO e CORPO FÍSICO OBJETIVO
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
“O primeiro ato
filosófico seria então retornar ao mundo vivido aquém do mundo objetivo,
Corpo
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
O corpo é o veículo do ser no mundo O meu corpo próprio ... é o hábito primordial, aquele que condiciona todos os outros e pelo qual eles se compreendem. ... para que a minha janela me imponha um ponto de vista sobre a igreja , primeiramente é preciso que o meu corpo me imponha um sobre o mundo, e a primeira necessidade pode ser simplesmente física só porque a segunda é metafísica
O meu corpo é o pivô do mundo
Corpo
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
“A vontade de ter um corpo saudável ou a recusa do corpo doente não são formuladas por eles mesmos, a experiência do braço amputado como presente ou a do braço doente como ausente não são da ordem do "eu penso que....” O meu corpo é AQUILO POR QUE EXISTEM OBJECTOS. Ele não é nem tangível nem visível, na medida em que
É AQUILO QUE VÊ E AQUILO QUE TOCA
Corpo
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
No caso do membro fantasma “A recusa da deficiência é apenas o avesso de nossa inerência a um mundo, a negação implícita daquilo que se opõe ao movimento natural que nos lança nas nossas tarefas, nas nossas preocupações, na nossa situação, nos nossos horizontes familiares.
Todo o recalcamento é a passagem da existência em primeira pessoa a um tipo de escolástica dessa existência.
Corpo
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Tenho consciência de meu corpo através do mundo … … O nosso corpo comporta como que duas camadas distintas, a do corpo habitual e a do corpo atual.
Em torno de nossa existência pessoal aparece uma margem de existência i l
Corpo
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
A afonia não representa apenas uma recusa de falar, a anorexia uma recusa de viver, elas são essa recusa do outro ou essa recusa do futuro arrancadas da natureza transitiva dos "fenômenos interiores", generalizadas, consumadas, tornadas situação de fato. O papel do corpo é assegurar essa metamorfose. O corpo transforma as ideias em coisas, minha mímica do sono em sono efetivo. Se o corpo pode simbolizar a existência, é porque a realiza e porque é a sua atualidade.
Corpo
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Para o doente não acontece mais nada, nada adquire sentido e forma em sua vida — ou, mais exatamente, ocorrem apenas "agora" sempre semelhantes, a vida reflui sobre si mesma e a história dissolve-se no tempo natural. Mesmo normal, mesmo envolvido em situações inter-humanas, o sujeito, enquanto tem um corpo, conserva a cada instante o poder de esquivar-se disso.
Corpo
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
No próprio instante em que vivo no mundo, em que me dedico aos meus projetos, às minhas ocupações, aos meus amigos, às minhas recordações, posso fechar os olhos, estirar-me, escutar meu sangue que pulsa nos meus ouvidos, fundir-me a um prazer ou a uma dor, encerrar-me nesta vida anónima que subtende minha vida pessoal. Enquanto possui "órgãos dos sentidos", a existência corporal nunca repousa em si mesma, ela é sempre trabalhada por um nada ativo, continuamente ela me faz a proposta de viver, e o tempo natural, a cada instante que advém, desenha sem cessar a forma vazia do verdadeiro acontecimento.
Eu
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
“Porque sou levado na existência pessoal por um tempo que não constituo, todas as minhas perceções perfilam-se sobre um fundo de natureza. “
“Sinto-me dedicado a um fluxo de vida inesgotável do qual não posso pensar nem o começo nem o fim”, Um “tempo natural permanece no centro da minha história”
Eu
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
O meu passado permanece e reflete-se no meu presente e este no meu futuro, de uma forma que a ciência procura interpretar Do mesmo modo, o meu presente pressupõe algo sobre o meu futuro, mas este último só será inteiramente compreendido no provir e o primeiro só explicado completamente aí. “..Eu sou um ser ... que de uma vez por todas foi dado a si mesmo como algo a compreender, mas que nunca se une a si mesmo.”...
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Procurar refletir sobre a aparição e a revelação do mundo e de outrem e do mundo do outrem.
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
” O sistema eu-outro-mundo é tomado como objeto de análise e trata-se agora de despertar os pensamentos que são constitutivos do outro, de mim mesmo enquanto sujeito individual e do mundo enquanto polo da minha perceção.”
“O ‘qualquer coisa’ percetivo está sempre no meio de outra coisa, ele faz sempre parte de um "campo“ “Há ali uma visão indeterminada, uma visão de não sei o quê, e, se passamos ao limite, aquilo que está
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Mais significativo ainda, o que percebo do outro inclui “lacunas.” e há um campo “pré objetivo que precisamos explorar em nós mesmos se queremos compreender o sentir.” “É a este preço que existe para nós as coisas e os “outros”, não por uma ilusão, mas por um ato violento que é a própria perceção. “
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
A evidência de outrem é possível porque eu não sou transparente para mim próprio e porque a minha subjetividade arrasta atrás dela o seu corpo.
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
A minha compreensão é sempre a minha compreensão de outrem, que se experimenta a si mesmo, como o meu passado se experimentou a si próprio, como as outras culturas se experimentaram, de uma forma que nunca me é dada a conhecer no presente, mas simplesmente deduzida, re-efetuada, reconstruída, como um significado marcado pela minha subjetividade, a minha intencionalidade e a minha forma própria de abertura ao mundo.
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Ser uma consciência ou, antes, ser uma experiência, é comunicar interiormente com o mundo, com o corpo e com os outros, ser com eles em vez de estar ao lado deles.
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
“Um bebé de quinze meses que abre a boca se por brincadeira ponho um dos seus dedos entre os meus dentes e faço alusão de o morder. A dentada tem imediatamente para ele “uma significação intersubjetiva. ”,
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Há uma “relação interna.”, (FP. P.405) aos outros, uma “inerência da minha consciência ao seu corpo”, (FP. P.403),
e “Cada um emite uma atmosfera de humanidade.
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
“eu não tenho, rigorosamente, nenhum terreno comum com outrem, a posição de outrem com o seu mundo e a posição de mim mesmo com o meu mundo constituem uma alternativa.” “Existe ali um ser a dois, … as nossas perspetivas escorregam uma na outra” “É a partir do fundo de sua subjetividade que cada um projeta este mundo "único".
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
“… cada um dos outros existe para mim a título de estilo ou de meio de coexistência irrecusável”
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
O mundo fenomenológico não é puro, já que implica a intersecção das minhas experiências com as do outro, pela sobreposição de umas sobre as outras; é, pois, inseparável da subjetividade e da intersubjetividade ... as duas mãos nunca são ao mesmo tempo tocadas ou tocantes uma em relação à outra … alternam-se em função de “ tocante “ e de “tocada”.
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Na experiência do diálogo, constitui-se entre mim e outrem um terreno comum, o meu pensamento e o do outro fazem um tecido, os meus propósitos (conceitos e ditos) e os do meu interlocutor ... inserem-se numa operação comum da qual nenhum de nós é o criador. Quando os nossos olhares se cruzam, quando o diálogo entre nós se estabelece, as minhas intenções já não são só as “minhas intenções”, a minha subjectividade deixou de ser a “minha subjectividade” e as minhas ideias, projectos ou opiniões pertencem a um “terreno comum entre outrem e mim”
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Por isso existe uma retomada do pensamento do outro através da fala, uma reflexão no outro, um poder de pensar segundo o outro que enriquece nossos pensamentos próprios. No diálogo presente, eu sou libertado de mim mesmo ... a objeção que me é feita pelo interlocutor arranca-me pensamentos que eu não sabia que possuía, de modo que se eu lhe empresto pensamentos, ele faz-me pensar de seguida.
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Eu experimento o meu corpo como potência de certas condutas
Tal como o meu passado, as culturas anteriores à minha cultura, os objectos naturais quando os reflicto, o tempo natural que me escapa, o meu futuro que não alcanço de momento e a minha morte inacessível no actual, também o mundo social me transcende, e outrem assume uma presença ambígua que me permite revelá-lo.
A fala
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
“Existe uma retomada do pensamento do outro através da fala, uma reflexão no outro, um poder de pensar segundo o outro que enriquece os nossos pensamentos próprios”, (FP. P.208).
A fala
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
O sujeito é um “sujeito falante”, Há uma “fala originária”, (FP. Nota P.208) ou “fala autêntica”, (FP. Nota P.207), da criança que exprime uma palavra que acabou de entender, as do criativo e as falas do escritor. uma fala segunda ou uma fala de falas, ”uma expressão secundária”, (FP. Nota P.207)
“Uma fala falante e uma fala falada.” (FP. Nota P.229)
A fala
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
“A fala é um ser de razão” o pensamento “tende para a expressão como para o seu acabamento” Há “um pensamento na fala
”
e “a palavra traz o sentido
”
Dispomos de um “mundo linguístico” ou de “um certo campo de ação , verbal. ”
Escolhemos as palavras como …
O gesto
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
O gesto tem um significado que se “confunde com a estrutura do mundo que o gesto desenha e que eu retomo por minha conta, ele expõe-se no próprio gesto” “Tudo se passa como se a intenção do outro habitasse meu corpo ou como se minhas intenções habitassem o seu.” “O pretenso silêncio é sussurrante de falas, esta vida interior é uma linguagem interior ”
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
... cada um dos outros existe para mim a título de estilo ou de meio de coexistência irrecusável, e a minha vida tem uma atmosfera social assim como tem um sabor mortal. O mundo fenomenológico não é puro, já que implica a intersecção das minhas experiências com as do outro, pela sobreposição de umas sobre as outras; é, pois, inseparável da subjectividade e da intersubjectividade SOU SITUADO E COMPROMETIDO NUM MUNDO FÍSICO E SOCIAL
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Quando volto a mim a partir do dogmatismo do senso comum ou do dogmatismo da ciência, encontro não um foco de verdade intrínseca, mas um sujeito consagrado ao mundo.
outrem
Maurice Merleau-Ponty Fenomenologia da Perceção
Mas se, sob o sujeito nós reencontramos o tempo, e se ao paradoxo do tempo correlacionamos os do corpo, do mundo, da coisa e de outrem, compreendemos que para além nada há a compreender.
View more...
Comments