MARTINS, José de Souza. Expropriação e Violência A Questão Política No Campo. São Paulo Hucitec
April 6, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
Short Description
Download MARTINS, José de Souza. Expropriação e Violência A Questão Política No Campo. São Paulo Hucitec...
Description
:
m m
m --
4 ■&-n'-;v y Y ^^ a à > )• .-tJ ' ^7£ fer‘y^ ‘y-'^
;^st;; ;;|. ■/;;’X::;-".A '-• • ■_ ■_ I ■^
/ 11 A Q C ?
$ t ÊÊV' é k í' t â f e m é
/i
rl 1
A questão pol í ti ca no cam po, em nosso país, é hoje a questão da propriedade da ter terra; do c o n flito entre a pro pried ad e capitalista e os regimes alternativos de propriednde que nascem da sua crise. Na cidade, á luta principal dos tra ba lhad ore s é -contra ã e x p l o r a ç ã o capitalista; mas, no campo, a principal luta dos lavradores é contra a e x p r o p r i a ç ã o c o n d u z i d a p e l o m e s m o c a p it i t a l. l. O a dversário dversári o é o m esm o, m as o enfrenta m en tò é distinto . #r r
-ã ■9 ■Q
HUCITEC Sebo Literário Literário Sorocaba
Coleção ciências sociais - Expropriação e violência
4%
Martins, José de Souza
R$ 5,00 Sociologia
é*
**
1n n m
? q 7 7 r ^ q h
\ a j \ a j
v a j
in o
rn m
- .. .
J^v. ‘
£
’..r rv
EXPROPRIAÇAQ & VIOLÊNCIA
'.V’’ ' *
j
(a questão política no campo) Il l I
ajãa»^'
—
Coleção Ciências Sociais Série Linha de Frente direção de José de Souza Martins
DO MESMO AUTOR
Conde Matarazzo — o Empresário e a Empresa (Estudo de Sociologia do Desenvolvimento), 2.a edição, 2.a reimpressão, Hucitec, São Paulo, 1976. A Imigra Imi graçã ção o e a Crise do do Brasil Agrári Agr ário, o, Livraria Pioneira Editora, São Paulo, 1973. Capitalismo e Tradicionalismo (Estudos s sobre obre as as conco ntradições da sociedade agrária no Brasil), Livraria Pion Pi onei eira ra Edit Editora ora,, São Paulo, 1975. A gricu gr icultu lture re and Industry Indus try in B razil ra zil:: Two Stud Studies ies,, Wor klng Papers n.° 27, Centre of Latin American Stu díes, University of Cambridge, Cambridge, 1977. Xohre o Modo Capitalista de Pensar, Pensar, 2.a edição, Hucitec, ti ti&o &o Paul aulo, 1980. o Cativeiro Cative iro da Terra, Terra, Livraria Editora Ciências Humanas, São Paulo, 1979. Introdução Crítica à Sociologia Rural, Rural, Hucitec, São Paulo (no prelo). (Km colaboração com Marialice Mencarini Foracchi) Sociologia e Sociedade (Leituras de Introdução à Sociologia), 5.a reimpressão, LTC — Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., Rio de Janeiro, 1980.
i
EXPROPRIAÇÃO E VIOLÊNCIA A questão po polí líti tica ca no c camp ampo o
i
JOSÉ DE SOUZA MARTINS (Universidade de São Paulo)
EXPROPRIA Ç Ã O E VIOL ÊN C IA A questão política no campo
EDITORA HUCITEC São Paulo, 1980
íO) Direitos autorais de José de Souza Martins. Direitos
m
m
>
aprofundamento da apropriação comunitária da terra. Isso representa uma distância política concreta e representa também uma experiência concreta diferente. Agora, de qualquer modo, a Igreja documenta aquilo que está acontecendo. De fato, a população do campo, nestes últimos 2 ou 3 anos, tende cada vez mais a abrir mão de^qualquer possibilidade_de legitimar.o direito dq pr pro o p rie ried d ade: ad e: as rec recent entes es invasõe invasõess de terra ter ra e os últimos acontecimentos vão nessa direção. Faz-se necessário esclarecer, que quando nós aqui na cidade pensamos no direito de proprie dade, pensamos muito em termos conceituais, isto é, conceito de direito de propriedade, concei to de possibilidade de ação política, tudo é con ceituai. Para a população^ do campo a coisa não é nada conceituai,'a coisa, e prática. O caboclo do sertão não fala, ou fala muito pouco, mas ele luta, ele organiza, ele invade. A fala dele é prá tica Agora mesmo na Fazenda Xavantina, os fazendeiros diziam do cacique: “ ele é u m débil 27
*
mental, não dá nem para conversar com ele”. Porque ele não é de conversa, ele não é conceituçü. No entanto, entanto , ele orga or gam m zou zo u a m mva vasa sao o da fazenda e invadiu. Essa luta pratica fez com que o I^rí iflente da República, correndo, baixasse um dec reto estabelec estabelecendo endo -u -um m a reserva dos X a vante.s. .s. o homem da roça nã não o fa f a la c com omoj ojoá oás; s; e ele le é um homem do trab trabalh alho^ o^ el ele e fala com as mãos i e é isso q que ue prec precisamo isamoss ent entend ender. er.
Existe na realidade uma especificidade dos trabalhadores rurais?
>
*\ V
Acho que descobrir isso é uma tarefa política. especificidade dade dos peq pequeueY : Aprende j a entender a especifici \ !*’ nos ag agíí j i uitores do Rio Ri o Gran Gr ande de,, dp Su Sul, l, dos d os po pos s seiros cio Maranhão, do índio Xavante, do Tapií4 rapé, étc.
A^jíchlici A^jíchl xa^cpisa^ sa^ que línguas precisa precisamos mos perce perceber berumé que essasicixa^cpi pesspas-falam diferentes; Xavante fala Xavante, ele pensa em Xavante; um posseiro do Maranhão pensa em português arcaico, uma língua completamente diferente da nossa. O essencial não é o fato de falarem uma língua diferente da nossa. Essas diferentes línguas são línguas de classes diferentes. Nós lemos a pretensão da universaUdade, que vem da noss no ssa a p pos osiç ição ão dè c l ^ e ih ihéd édia ia,' ,' que a gente é tudo C Tiãppé^náda ao mesmo tempo. Enquanto isso, essas pessoas vivem situações muito espeeíncas^ Parece-me extremamente importante en tender essa linguagem e acho que uma das tare ias políticas é essa. Ê interessante que aqui na (ddade (dda de a gent gente e ttem em m uit uita a pressa: ag agor ora a sse e fa fala la em abertura e a gente acha que estão abrindo tudo, mas não é assim. Antes da abertura a luta Já existia e com ou sem abertura a luta vai con tinuar. Então precisamos conhecer essa situação
28
I
de fato e as lingua ling uagen genss socia sociais is e políticas que estão envolvidas. Como você vê os meios de comunicação nesse quadro?
N as áreas áre as de ^posseir posseiros os,, de índ índios, ios, a p e s a r do rádio ter' chegaHolá, usa uma linguagem muito distante, uma linguagem muito, fjantástica par$.
essa população.IKssa população não consome, a população do sertão quando compra, compra reméd rem édios ios,, a única únic a coisa coisa que pod pode com p r ar, porque vive núín^grau extremo de. misérinT no que se refere refe re às mercadorias. A exclu exclusão são tão absoluta que toda a fala do rádio não tem sen tido, épima coisa fantástica, como para nós^seria fantásticàTlimã fantásticàTlim ã Ü a n ç a indíg indígen ena. a. Acho q u e os me meios ios de doperária, e comunicação com unicação de de m assa ating atingem a is a classe á população .urbana eem os m assala riados do campo, máíTa má íTa penetração penetração deles les a i n d a é relativa."Tía' relativa."Tía' momentos em que es essa lin g u a g e m produz exatamente o efeito contrário do espera do pelo comunicador. Ela é interpretada ao con trár tr ário. io. É um a linguagem pod podero erosa, sa, ma mas l i m it a - » ^d a ^ E n tre o r á dm que diz um a coisa e o g r ile il e iro ir o , ou j agun ag unço çoq q ue, ue , vai 1á e mata, mata, quei queima ma a ass ca s a s e /m ássa ás sacr cra apéSqUisà as a s pessoas, pessoas, este estestou e sim éfazendo o gest gesto o encontrei; que qu e f a l a .J Numa qÜé expectativa em relação relação ao general general Figu Fi gueir eired edo. o. \ “Quan “Q uando do o Figueiredo Figue iredo entrar, entrar, vai vai voltar voltar a lei v da terra, nós vamos poder voltar, os fazendeiros“ vão ter que nos empregar”. A gente fica espan tado, de onde é que vem isso? Mas esse endeusamento da figura do presiden te, não é só com o Figueiredo. O presidente é .
um a figu fig u raha,,mític míque tica. a. Mui tom are repesqu cen cenquis tem tem ente te oeste u m a amiga am iga minha min 'fazia 'fazMuito ia um u pes isa aen no do Pãraná, mexendo na papelada do Incra, en29
controu uma carta dirigida ao presidente Getú- lio Vargas escrita em pleno ano de 1973, como se ele ainda fosse vivo e presidente. Eu mesmo tenho encontrado cartas destes nossos dias diri gidas a “ “Su Sua a Ma Mage gest stad ade” e” , o presidente G Gei eise selL lL O poder é uma réálidáde muito abstrata, mas não
aqüll aqü llO O'n 'nq qtre tre~ éstã-sé p pen ensan sando do que seja. N ã o é~ é~a a propaganda em cima do Figueiredo que reflete lá, é uma esperança naquele alguém “messiâni co”, que vai fazer, vai resolver, se não resolve, nao é porque o Figueiredo seja ruim, daqui a 50 anos vai ter gente falando no Figueiredo, sem saber que ele morreu. " N a verdade é porque ex exis iste te e essa ssa esperança, e é uma esperança política que o estado capitali-_ za. Acontece que o Figueiredo não é ninguém sem a máquina do Estado, ou seja sem os fun cionários, todos os funcionários, do ponto de vista dessae população, estão desacreditados. A figura do presidente é realçada e fica o descré dito dit o do funcionário. O tra traba balh lhad ador or qu quer er.. a terra, vai ao Incra e pede a terra, mas, a sua situação não se resolve. Então escreve para o presidente, para resolver o problema, estava sendo expulso, massacrado e a carta no final aparece na agên-*- cia do Incra de Conceição do Araguaia, aparece; exataméhte exatam éhte n â e s c a la . qu quee- ele que queria ria evitar evitar,, p or orque que j á não deu ce cert rto o ant antes, es, já estava de des sajcrediíada, Então não adianta mandar lá para ó . L home homena^e na^em^ m^ Bras Brasília ília se ela apar aparece ece “na mãò desses vagabundos”, como dizem, então não dá. A própria burocracia conspira contra a visão absoluta e mítica do poder.
O que você está entendendo sobre a expansão da fronteira agrícola e que consequências têm nas lutas lutas pela pela ter ter r a? ^ 30
Eu tenho trabalhado muito sobre o problema da expansão da fronteira agrícola e discordo dos economistas que dizem que a fronteira está es gotada. Se você tomar o cordão de conflitos
como referência, que está muito ao sul do rio Amazonas, existe toda uma faixa a ser ocupada, mesmo que está lá aoesgotada. norte tenha outratomar frente pe cuária. Não Se você como referência a história da expansão agropecuária nq Brasil nos últimos 1 0 0 anos, vai ver que sempre houve deslocamento progressivo da fron teira econômica e foi um deslocamento confli- tual, o que não quer dizer que tivesse esgotado. Este deslocamento é relativo e o que está acon- tedihdü ...jê..q .que ue parte ^da p o p u l a ç ^ está está sen sendo do para essa imensa extensão de fazénterra eempurrada abre um imenso terreno pára ó grande deíro7~0“acTframento dos cojnflitQs ultimamente nao é um fato de ordem econômica, é um fato de ordem política. Nos últimos anos, a rapidez/ da expulsão foi tão grande que numa mesma geração há pessoas que foram expulsas umas dez í vezes dá terra e resolveram hão sair mais. Quan-j | do se tra tratav tava a de um de desloc slocamen amento to mais len lento, to, I como erá Ká 2 0 anos atrás, o posseiro fazia sua l ro r o c m h a ^ h f à o ffl^^ dele que sofria nova exp expul ul são. Isto diluia o impacto da violência do capital sobre o lavrador. Hoje não, e com qualquer pessoa que você converse, até crianças, vai ouvir que está cansada, que não dá mais. Aí eles resol vem resis resistir. tir. “E “Eu u vou p pa a r a „.onde? Se eu sa sair ir daqui,, vo daqui vou u morre morrerr d O õm õme”. e”. E sã são o e exata xatament mente e estes grupos que^estao resistindo. Õ nível de expropriação foi tão longe que aca- hpu pr prò ò du duzfnd zfndo o ^um,. faio faio,, polít político ico que é a resis tência. A política dgLÍncentivos aguça o interesse d a T ^ a n d e emp empresa resa p pe elar- terr terra. a. Se a con condiç dição ão p a r a f eòehêF o in ince cent ntivo ivo è^ocu è^ocupar par a terra, então 31
estjLihuito perto^dp marginal. Em outras áreas, o^bóia-friaí por exenipío, trabalha às vezes» com o 'pequeno produtor durante a safra, e pelo menos nesse momento, eles têm interesses anta gônicos. O problema me parece muito mais de
mediação. Quando se criar pensou um „política sindicato. - ún únic ico, o, pensou-se pensouse em u mem a força „política. Hoje vale a pena pensar criticamente sobre isso, ou seja, se de fato se criou uma força política ou se enfraqueceu o movimento político em relação à luta do trabalhador do campo, pelo menos do ponto de vista do assalariado. Essa-mediação é clara e funciona bem no nível da CONTAG. Mas, é muito problemática no trabalho de base, no sindicato local. sei se i ses, e sejunt re sando olvdo e os ostodo problema lemas so eli eno limina minando ndo áv às Não medi mediaçõ ações, jures ntan toprob do mund m undo mesmo lut a do índi luta índio? o? Evidentemente nã não o -coloc -colocando ando o posseiro e o índio na mesma frente de luta local ou no mesma sindicato local. Ó posseiro, inclusive, frequentemente é inimi go do índio, e isto não quer dizer que ambos não sejam oprimidos, que não sejam atingidos pela violência do capital. A mediação deve ser políti ca, não social. XJ m si XJm s i n d i c a t o s er i a a s olu ol u ç ã o p a r a os t r a ba l h a dores assalariados?
h ' ! . A princípio, do ponto de vista das dificulda des concretas das lutas e das reivindicações dos trabalhadores, acho que é uma questão a ser pensada. Claro que o trabalhador deve ser ouvi do, mas acho que no caso dos bóias-frias. o cami- nhp A sindic sindicato ato e não a coo cooper perati ativa. va. E ntre nt reta tan n to* parece-me que o sindicato como está proposto não está bem, inclusive apresentando dificulda-
1
des. Coma um bói bóia-fr a-fria ia pod pode e ser, ass assis isti tido do po porr um sindicato, se ele mora em São José do Rio Preto"eTrabalha em Alfenas, e amanhã está em Goiás? Além disso, nosso sindicato iunciona na ba§e de que o trabalhador o procure. O sindicato precisaria acompanhar o trabalhador. Estou pen sando nu num m sindicato “que te tenh nha* a* outro tipo de presença. O que você acha da reformulação partidária
em relação ao trabalhador do campo? Toda essa movimentação que está aí aconte cendo, no sentido de formar grupos político-par tidários não tem nada a ver com o que ocorre no campo. Ela responde a questões muito par ticularizadas, muito localizadas e que são funda mentalmente ideológicas. Há três grupos que fal^ fa l^m m jd jda a ..ne nece cess ssid idad ade e de p a rt rtid idos os vind vindos os de Jbaix ixo o para cima. Mas, você não vê esse de baixo para cima, não dá prá ver em nenhum desses grupos. Estou falando muito francamente. O queTxá_ó um esf esfor orço ço de criar um partido qu que e respond responda a às , ansiedades que venham de baixo. Mas partidos que venham a ser organizados a partir de bases estruturadas, não há. Porque não há bases es truturadas. — A luta do ca camp mpo^ o^é é um a lu ta muito div divers ersif ifi i cada, cad a, vocé tem çpmo^ exe exempl mplo o o vale do Pi Pind ndar aré é , no Maranhão, onde existe um conjunto de lutas em tomo da maior grilagem que há no Brasil. EntFé iiih grupo outro há distância até dez quilômetros e osê grupos estão muitodefechados, na sua pfõprjaJuta. Não progrediram ainda, em termo ter mos s de um a formulação mais am pla que os levasse a se trãhsfõTmárem em bases para um
*
partidq__político que tentasse se aglutinar a partir de baixo. Eu notei que, nas diferentes 35
prgpoül>as de..programas que têm sido feitas, não há'nada que seja significativo no campo. Então eu não vejo como é que está vindo de baixo. Parece que vem de cima e muito mal, no que diz respeito ao campo. Não estou discutindo o que se refere à classe operária, pois existe uma forte tendência do movimento político brasileiro de ser urbano e não rural, quando foi rural foi de fazendeiro e não de trabalhador. Ê até hojemão se encontro encontrou u o caminho p ar ara a chegar chega r lá; " Na Sen^ana dos Direitos Humanos, organizada em fins de 1979 em São Paulo, com o pessoal da pgriferia, se pediu aos participantes que disses
sem o que queriam discutir. Eles propuseram, em primeiro lugar^ que se discutisse a questão da propriedade da terra. Essa era á proposta 'dbs~~ operários da cidade dé São Paulo, da periferia. Não é pessoal de partido, dos sindicatos, mas o pessoal solto da periferia. Ele ainda quer uma explicação para o fato de que foi expulso da terra. Por isso, esses novos partidos estão muito dis tantes de encampar^Wpõstaã que o pessoal tem no campo e, até, na cidade. Do jeito que vão indo, pelo menos em relação à população do campo, não vão dizer muita coisa. Olhando o programa do PTB, por exemplo, há referências muito vagas à reforma agrária, exatamente co mo sempre se pensou reforma agrária, não avan çou nada. O partido que faz uma proposta con sistente em relação ao campo e congruente com sua perspectiva de classe é cpPÆL Faz uma pro posta muito na linha do Estatuto da Terra, de
acab ar com acabar com o minifúndio. minifúndio. A reform reforma. a. agrá ag rária ria é aumentar a produtividade nono - campo cam porr essa essa é a proposta burguesa. Ele foi o único que perdeu tempo e dedicou um espaço enorme a isso. Nos outros eu ainda não vi uma proposta clara. Eu ..
36
sinto que hauyej.im sinto hau yej.ima a omiss omissão ão e q que ue.h .há. á... u m a t en- dência clara de que os partidos representarão os trabalhadores urbanos, ou então há uma inse gurança, áúvida, um desconhecimento do que fazer uma no campo. O desconhecimento se supe ra através de estudos, mas esses partidos estão muito baseados na cidade e provavelmente mais uma vez, muito na classe média. Esse é um pro blema sério, porque mais uma vez a população do,, cam do campo_ po_ fica desamp desa mpara arada. da. É evidente que os partidos políticos não vão nascer no campo, a política é feita na cidade, mas os fatos nos
mostram que propostas os partidospopulares, que estão ou nascendo na cidade com querendo
desenvolver propostas populares, não consegui ram amadurecer uma boa preocupação em rela ção ãT isto isto,, não nã o sinto sin toni niza zara ram m be bem m o q que ue está acontecendo com esta diversidade de situações no campo. Por isso tanto faz PT ou PMDB, na medida em que esses partidos não estão se preo cupando com a realidade das populações do campo. Apesar disso, eu não acho que essa po pulação seja insensível a apelos partidários.
!
37
II — Ref Reforma orma agrária: ve verr e compreender (*) Esta terra é desmedida E devia sê comum, Devia sê repartida Um taco pra cada um, Mode morá sossegado. Eu Quejáa tenho baxa, omaginado sertão e a serra, Devia sê coisa nossa; Quem não trabaia na roça, Que diabo é que qué com terra? (Patativa do Assaré, Cante lá que eu canto cá)
tema A reforma poTíticõr~Nãs~poucas agrária ameaça propostas renascer de progracomo mas para possíveis novos partidos políticos, há sempre lugar para um pequeno item, mera lembrança, de que é preciso fazer a reforma agrária. Nos meio meioss acadêm acadê m icos cos rec recome omeçam çam tím tímida idass
referências ao assunto. Embora a maioria das pessoas hoje não saiba exatamente o que é uma reforma agrária, sempre que se toca no assunto, ninguém ousa dizer nada em contrário. Ê alarmante que, em meio a um claro desconhecimento do assunto, as pessoas não se sintam encorajadas (*) Publicado em O São Paulo , 14 a 20 20 de set sete embr mbro de 1979 1979,, p. 3. 38
a fazer perguntas, levantar questões, poi mm dúvida esta ou aquela proposta. P ar arec ece e-m -me e tas: just ju sto nec necess ário orefo fa zrma. er a. dcvm ul«u* ^h.i«y *= duas p ergun perg untas : oOou .que éessári uma refaz form Q ue m od odal alid idad ade e de “re refo forr m a a g r á r i a deve m « ««.. ver-se nas bandeiras de luta política deste nití mento na sociedade brasileira? Õs que têm alguma familiaridade com o n::min to costumam arg argum umen entar tar pela refo reform rma a agí .irln tendo em conta os defeitos da nossa cstrut.in h agrária, ou seja, a má distribuição da terra no Brasil: muita gente teín põüca terra para l.ndm lhar e pouca gente tem o controle de mullii terra, nem sempre utilizada para o bem público Esse fato é verdadeiro e tende a agravar-se cm nosso País. Por isso seria necessária uma refor m a a g rá rári ria a no Brasil. O ce cens nso o agr agrope opecu cuário ário ti m b a lh a d o rq u e p já.ja já .jaã ã o -. poss possui ui os instr instruni unie e 11tc)| k m at atêl êlFí aiss dcapitalista. e ltr lt ratalista. b a lbo lb o ,„pNesse a r a tr tra a bso, a,lhaa rpr , ojuie pc pc> >iedu« ;íS íSU UÍdõ Íd:õ^B agor ag ora aFíai pelo capi ca caso proju du«: capita cap italis lista ta é u rna rna. das da s - var varian iante tess da_ da_pro projj jr 11 uIu«te privada, qu que e dela' se distingue „porque „porq ue é pm priedade que tem por função assegurar ao ca pitai o direito de explor exp lorar ar o tr trab abalh alho o ; é fundi® mêntaímente instrumento de exploração. Pof prr opr op r i eda ed a d e eapi eap i isso não podemos confundir a p taltefã c ofet_ a ■p.ro .r opr i edade dade f a m i l i a r , ainda q u dade. dade. diante dem iante deosuma um a verdadeira invasão invasão Am se a- ^ f ^'zônia, quede chamados pigneiros nãodararo comportam, ante os primeiros ocupantes, como a u têntic tênticos os invasores invasores — devastando, expulsando, ^/violando direitos e princípios. É bem clara a ori- ; - gem ge m rçg rç g ion io n a l e social desses desses invasores. Eles Ele s vêm do ;Sjh7^l30 ''shd ''shdest este e é estão "procedendo a u m a verdadeira sülizãçao do norte» São de preferên cia paulistas. Por isso hoje na Amazônia o próprio povo pov o batiz ba tiza a como como “pau “p aulis lista ta”. ”. aquele que vem de fora, com muito dinheiro no bolso, comprador de terras. “Paulista” e “tubarão” são. ali palavrás sinônimas. Os dados revelam que há poucos anos os paulistas paulis tas já eram eram proprietários pro prietários de 3,3% 3,3% dá I áre área a cadas ca dastra trada da pelo pelo Incr In cra a no Acre e em R ondô on dô nia; 7,9% do Amazonas; 15,3% do Pará; 3,1% do Maranhão; 37,1% do Mato Grosso; 9,6% de Goiás. No conjunto do país, excluindo São Paulo, eram proprietários de 2,3 vezes a área controla da pelos residentes em São Paulo dentro do seu próprio Estado E stado í 1). Além de paulistas predom p redomi i nantemente, procedem sobretudo de uma classe, social soc ial espec específi ífica ca — são capjL$ jL$alJs lJstg£, são m emb em bros ro s da classe_dominante, são empresários.. N a ÃmazóniáFn Ãm azóniáFnão ão "est "está á oc ocorre orrendo ndo um a nova forma de dcifpação do território, mas, isto sim, uma o u t r a forma de ocupação, que vem de. “fora”, dos centros econômica è politicamente hegemônicos da sociedade brasileira. Por estar* estar*•
(1) A. di S (1) Sab abba batlo tlo,, A computação re reve vela la os donos da terra”, in Dados e Idéias, Idéias, n.° 2, 1976, pp. pp. 67-71, apud Ange An gella A. K Kag agey eyam ama a Je Jo José sé F. G G-raz -razian iano o da Si Silv lva, a, “A • propósi propósito to da expansão da agri agricul cultur tura a pa pauli ulista” sta” , Bole- tim Paulista de Geografia, Geografia, n.° 56, março de 1979, p. 33y
r fundamentada nessa hegemonia de classe, por isso mesmo amplamente sustentada pêlõTSstadcx- é que tal ocupação se presume melhor, correta. dominante, É desse ponto que de nãovista, se pode ideológico, falar em capitalista distorçõese na execução dos planos de desenvolvimento da
Amazônia. í-^ Essas p rimei rim eiras ras ih ihdi dicã cãrç rçõ õêg destinam-s destin am-se e a mos mo s Í Â V' O tra tr a r que não somen somente te háT~ háT~dl dlst stin inta tass form fo rmas as s e ocupação do mesmo espaço amazônico, mas também tamb ém h á movimentos disti distinto ntos^ s^ de deslocapop ulacion ionais, ais, de deslocamentos deslocam entos econô- r f ! ! i . ^mentos populac t ; • micos. Nu Num m primei primeirg^ rg^moméh moméhto to pode podemo moss dize dizerr que o problema ama^nico è constituído pela exacerbação exace rbação è, ate mesmo, mesmo, p pela ela modificação, modi ficação, de. | u ni velho pa padr drão ão br brasileiro .de ocupação te t e rr it o rial. ~ Em mais de uma ocasião tive oportunidade de w , .mostrar que a idé idéia ia de zona pign pi gneir eiran anitil itiliza izada da para caracterizar o processo de ocupação do >nosso so territór território io é a m b ígu íg u a e insa in satisfa tisfatóri tória. a. A rr r>nos ; .v ' rigo ri gorr nós n não ão temos autêntic autê nticas as zzop opas as pionei pio neiras ras nem temos, senão como contrafação, os pioneiros que lhes correspondem. Essa é uma noção que teve um sentido muito forte na conhecida “mar c h a _ p a r a o _ _ p e ^ ”.x..rup_j^ulo..rup_j^ulo--^IXr -^IXr nos Esta Estadõ dõss Unidos da América. Chegou mesmo a constituir ali o fundamento ideológico de uma teoria da história americana e do caráter nacional ameri cano. Isso porque os pioneiros eram homens livres que ocupavam as terras igualmente livres
livres que ocupavam as terras igualmente livres dó oeste. No nosso cqsp^rasileiro^^as coisas se
dera de ram m tradicionalmente^Jivres e se se dão de modo m uito ui to distint o. Nqem eram os" distinto. homens u e /t ocuparam as novas terras nem as terras eram/ li liyr yres es.. ~ f Até a extinção do regime de sesmarias, em 1822, a concessão rre e al .era o meio mei o reco re con n heci he cida da-70
mente legítimo de-ocupação d0 terr rriitó tóri riu u » » ?- gime de sesmarias era raçialmente seleliv«» «■■im» ____ ____ ____ __ templando os homens de condição e cfl __ il litíUf lití Uf limpo, mais d.o_que senhores de terras, senhori de escravos .Ca se sesm sm aria ar iaVi Vião ão tinha tin ha os ul i ümh ümh da p rop ro p rie riedade dade fu f u n d iári iá ria a de hoje hoj e em nosso p píí%í§ A efetiv efetiva a ocupação da terra, c com om tra tr a b alho nm.^ t i t u la ~õ requ re quisi isito to d a a p r o p ri ria a ç ã o , r e ver ve rt m p
regime de propriedade em nosso país, que 6 o q ü e ^ e irp ir p vigênc vig ência ia ate hoje, em embo bora ra as condiç iço oe.* sociai soc iais s e históricas históricas tenham, tenham , m udad ud ado o muito desd desd(( ^ê ^êntã ntão. o. Ao contrário adoLei _quede ^ s ^Terras j i ê u n ainstijaiilLJlQ s zonas pio pio neiras americanas, Brasil q _ _c c a t iveiro d a terr terra a — aqui aq ui as tei^ras n ão e ra ram m e nã nãp p _.s.ãa, livre liv resr..mas sr..mas cati ca tiv v as as.. AQLe AQ Lei_ i_ 601 estabeleceu em termos absolutos que a terra nao ---------------- a (2) Ruy Cirn Cirne e Lima, Pequena História Territorial do Brasil: Sesmarias e Terras Devolutas, 2.a edição, Livraria Sulina Editora, Porto Alegre, 1954. 71
r * €0 € 0 O
G* f* r* f s
• r
'V£À- ^
3ÜJvh^O>
%^O
1
%
rj r* ri
M
sj
J s g o a obtida por oiitr oiitro o meio que que não fosse fosse o daff daff f CQçipra. Extinguia, assim, completamente, a via-* biüdade da posse_liberada no interregno de 1822 a 1850. Concrctamente, a implantação da legislação territorial representou uma vitória dos .grandes fazendeiros, j á que essa não era a única catego ria jsoc jsocia iall a preocupar-se com a questão questão fund fu ndiiá riat De^putro ládò, havia os que advogavam um, regime de terras liyres_que desse lugar,jip Brasil, ao aparecimento de uma classe média cie campo- nese ne sess livres que quebrasse a estru es trutu tura ra ~s o c i a l ...es crav cr avis ista ta'' e descaracterizasse des caracterizasse os os fazendeiros fazend eiros como senhores de escravos e terras, pára fazê-los fun- damèhtalmente burgueses e empresários. A fór- ^nulá consagrada na lei tinha, porém, o seu sen tido naquela circunstância histórica. No mesmo ano de 1850 cessava o tráfico negreiro da África p ara ar a ó ~Brasil7 ~B rasil7X X escravidão escravidão e o tinhalho tinh alho escravo escravo estavam comprometidos comprometidos A própria pró pria L ei de Terras Terra s critérios p a ra o estabelecimento, reg re gesu lar define de correntes migratórias de trabalhadores
j á
I
*V:
ri r# h ii *.
n
trangêiros livres que, com o correr do tempo, substituissem os escravos. Se, porém, as_Jterrasí do pajs fossem livres, o estabelecimento de cor rentes migratórias de homens igualmente livres levaria, necessariamente, a que esses homens su »^estabelecessem como colonos nos territórios ain- *uMda não ocupados pelas grandes fazendas. Aa mesmo as fazendas ficariam possibilidade de eXTmnsãn Vc->,idas, Vc>, — sem tempo, , _ __ __ p __ _ _H_ p __ rP.nnsirSrf _despqvoa__ x ' ^(^de.Piao ^(^de.Piao de obra. Po P o r isso isso,, a piasse pias se aom a omllíã llíãnte nte)) ins 1 activei daTtefFa, còmoforma tituiu no Brasil o cgliveiro de subjugar trabalho dós ^ __ _____ _ _ _ o __________ ___ __ ___ qu e __________ ) iossem atraídos para o pais, como de fato o seriam às centenas de milhares até as prhnei- \) \)\\ ras ra s déca dé cada dass do n osso osso séçuloT séçuloTlNI lNIcrp crproc rocess esso o de subs su bs tituição do trabalHo escravo, a nova forma de O. y 72
propried ad e - ,da_ terra de propriedad dese sempen mpenhou hou um papel fupdam fupd am en ental tal co com mo instrumen instrumento. to. d e -p r ese eserva rvação ção da ordem social e política baseada na economia coloniais n a dependência exter externa na e nos interes ses dos grandes latdfrmdíarios., Õ homem que quizesse tornar-se__px^priêtário-de-feerra-teria que comprá-la. com prá-la. Se Send ndo, o, im imig igra ran n te pob pobre, re, com como o fo foii o ;casò“dãTmensa maioria, teria que trabalhar pre- tviamente para o grande fazendeiro (3). Nas-áreas em que não estava instalada a ca racterística economia colonial, como naquelas em que se constituiram as grandes fazendas de açúcar e, principalmente de café, comò foi o cago dó Nordeste e do Sudeste, otfríão havia progra mas de colonização oficial, como ocorreu princi-1 zô zônia nia.. a e expro xpropriaç priação ão continua contin ua existindo sem £p que_ exista a co con n trap tr apar artid tidssL_da, d em eman and d a de mão m ão de ^p ^pbr bra a na mesma^ proporção prop orção.. N u m estud estudo o reare a-\ \ ' v Uizado no Núcle Núcleo o de Altos Estudos Amazônicos, j (*p ; Ida Un Universid iversidade ade Fed F edera erall do P ará, ar á, os autore autoress es es timam que para cada 788 ha das novas fazendas Àçr de pecu pe cuária ária da área ár ea da Sud S udam am ocorr ocorre e a criação de um único emprego. A mesma área comporta, via de regra, posseiros. de 15 a 30Sefamílias de lavradores, normalmente adotarmos um núme76
ro m mais ais limitado, que é o piádiilo-xio piádiilo-xio J n c ra , de 1 0 0 ha para cada família, esse terreno poderia dar trabalho a cetca de 8 fajnílias. Com a im
plantação da nova fazen plantação fazenda, da, d e 7 a 2 29 9 família famílias s ficarão sem terra (s). O mesmo processo de concentração da grapde prop riedade proprieda de npera, aind a inda a que de formas forma s distin tas, tanto nas regiões antigas do país como nas novas. Neste momento, o resultado em ambas afeta preferencialmente a região amazônica, como se poderá ver. O quadro da situação fundiária do paísjê, hoje, alarmante alarm ante.. M ais _d a metad metade e do dos s estabelecime estabelecimentos ntos rurais tem menos de 1 0 ha e disnõe de menos de três _p _pox ox„c „cen ento to d a té rra rr atem ; menos men os dedeum1 . 0p0or cento cento dos estabelecimentos mais 0 h a e dispõe de quase metade da terra. Convém notar, que nem todos esses estabelecimentos estão cons tituídos em jfcerras_práprias, mas também tam bém em terras arrendadas e_pcupadas. Não há apenas pulverização dos estabelecimentos, de um lado,, e concentração, do outro. Há também transforráa- ções çõe s nas r e laç la çõesões- -de-jpropr -de- jpropriedade. iedade. En Entr tre e 197(L e 1975-diminuiu o número de estabelecimentos or ganizados em terras próprias, em terras .arrenda das, e em terras alugadas em regime de parce ria. Aumentou a área disponível unicamente para os proprietários. Isso quer dizer que está havendp_nãocomente concentração da proprieda de,, mas tam de t ambém bém concentr conc entração ação da d a explo exp lora raç ção^jC jCQ Qn- cretamente diminuem as oportunidades dg tra ballho au ba autônomo mediante a lu g u e l- " li è r r á s .
(5) Jean Jean Hébette ej Rosa É. É. Azevedo Mari Marin, n, “Co Colon loniização espontânea, política agrária e grupos sociais”, in José Marcelino Monteiro da Costa (ed.), Amazônia: desenvolvimento e ocupação, IPEA/INPES, Rio de Jaj néiro, 1979, pp. 141 141192. 192. nn
e a área dos_ealabelecimentQS__de_posseirps, que chegam hoje no país a cerca de um nailhão-^de famílias. ,, 8 1 %. dos estabelecimentos rurais E m 19,50 ,50 , pertenciam a proprietários da terra, enquanto que somente somente 19 % pertenciam pertencia m a não n ão-pr -prop oprie rietá tá
rios (arrendatários, parceiros autônomos e pos seiros) seir os).. Em 19.75^ a situ situação ação j á estava muito mu ito m o dificada: os proprietários__tinham__62,% dos esta belecimentos e os não^propriêtarios—38%. En quanto que em 195Q_a proporção de proprietários para não-proprietários era de 4,2:1, em 1975 a proporção era de 1,6:1. Mais grave ainda a situação no que se refere aos pequenos agricultor çespJHavia um proprietário para 1,3 não-proprie- tários, em 197ív_ ív_ qu quan anto to aos estabele esta belecim cimento entos s com co m men menos os de y ha. ha. Não Nã o era melhor a situaçã situação o dos estabelecimentos com menos de 2 0 ha h a — a proporção era de um proprietário para um não- -proprietário. Esse dado mostra claramente que,\j ao lado da concentração fun fu n diár di ária ia e da çqncentração tra ção,, ,, da^-expl da^-exploraç oração ão agrn ag rnpe pem m ária ár ia ,„.o„ ,„.o„paí país s vive ura acelerado prQcessa.de-,deterioração do regime da propriedade privada. Cada vez mais ela tem méhõs sentido para um número crescente de
lavradores. Hoje da nãometade tem, a dos rigor,pequenos nenhum agri sen tido para mais cultores. Esses dados nos indicam que há um.j 2onfláto- muita-sérionna-interior-^a^ngime de propriedade priyada. Por isso, há distinções que precisam ser operacionalmente feit feitas as.. D im in u ij ijp p j q úm er o., de_. propriedades e aumenta1 a terra que lhes lhes_ _ p e r tence. Ao mesmo tempo, aumenta a concentra- ção da exploração agropecuária. Dõ mesmo modo, diminuem as oportunidades de trabalho nas grandes fazenda fazendas. s. U m a parte dos dos proprietá proprietá rios privados está engulindo a outra. Na verdade, .
78
i as grandes fazendas, que tem absorvido a maior! parte do créditajoiral subvencionado e da a mún tência técnica igualmente subvencionada, qut I são pr op oprr i ed a d es c a pi t a l i s t a s , representam hq]« uma ameaça müitcTconcreta para a outra fòrnm de propriedade privada que e a p op r i eda edntração a d e j ao miliar^ No R o d e io cl clás ássí sícg cg)) essa ess pr a r opr concentraçã conce tendia a proletarizàr o lavrador, de modo a obri íH fugá-lo a procurar trabalho^ junto ao. ao. proprietário | qüé o expr xpropr opriar ara a. No no nosso cas^, de de dimi diminu nuiç ição ão | Y cr cres esce cente nte de emprego nb campa._ cam pa._a^Q a^Qiiccntra iiccntra(.ão (.ão ópera óp era de modo diferén diferénteT teT Ao invés invés de pro p rodu duzir zir a proíetarização do lavrador, produz a sua exçlu [são do regime de propriedade, levando-o a conti nu ar ente lavrador lavra dor au autô tôno nom m osem os jxr prie ieda dade de, sp jcialmente jcialm n à condição deem posjxrjo sejopr iro iro v.T .TE E ss sse e , éespp ujn ujpn jdos mò mòfívõ fívõs^ s^ pelos quais~ is~ ã pós pósss e deve ser vista prr op oprr i ed eda a d e. como Ç|como a negação da p como u m à lS ã s contradições ú Y p ro p rie d ad e.p riv ad a, co in oia manifestaçao subversiva do direito à terra que • pfoa foascE~Tte ~Tten ntro tro do próprio próprio yentr yentre e da propriedad propr iedade e v; ^ ^ca cap pit a lista. O Estatuto da Terra^que supostamente surgiu i j ^ipar ^ip ara a definir, caracteriza cara cterizarr e soluci solucionar onar os defpitos da estrutura fundiária em nosso país, estabe> leeeu lee eu qu atrn atrn tipos tipos de -estabelecimen -estabelecimentos tos rru u r a is : minifúndio, empresa, latifúndio^por exploração e latifúndio por dimensão. O minifúndiqjé cla ramente definido como indesejávêEé problemá tico, sujeito a remembramento mediante a pres são da tributação; a túnpresa ruraf^é a categoria definida como ideql quanto a dimensão e explo ração; òv^atifúndiojpor exploração e o latifúndio por extensá&ptqmbém são indesejáveis, mas não condenados à fragpientação já que, através da pressão tributária, poderão transformar-se em empresas. Pode-se dizer que o Estatuto da Terra não é distributivista, mas concénf^fciomstaj
C i
«ü
m >
Up
*m
79
£
r
k / 1
Nesse sentido, ele não representa de fato um instru ins trum m en ento— to—p p a ra —solu so lucio ciona narr os efeitos— efeitos—sociais V 1 prob problem lemát átic icos os da,conce da,co ncentraç ntração ão fu fund nd iária iár ia e da \j conccn conccntração_da tração_da exploração agrop agr opecu ecuária ária apon apo n tados acima. Do mesmo modo, o Estatuto somen- ) pbp prevê a desapropriação para efeito de reforma ' ag rária rá ria em caso casos s de Tênsad sdc sdcía íall ou p ara ar a p fêfê - ^vén ^v énir ir tengô tengôes es soci sociai ais. s. A rigor, portanto! p ortanto! o E Esta sta r P : tuto nãa e)um instrumento de reforma agrária, o mesmo no sentido reformista e limitado de ins V ção d a terra, pa r a alc alcan ança çarr o próprio pró prio direito d ireito de ívqpropriedade que já está sendo alcançado de fato efeitos os destrutivos da concentração concentra ção fu n - , h ' pelos efeit ky diária. A rigor, o J|statut J|statuto>abre o>abre uma um a única ún ica possibili possibili dade para correçaò~~cía estrutura fundiária bra- p-p siléira e atenuar os efeitos concentracionistas do reg ime ~dê_^prõpriedade._Essà pos possibilid sibilidade ade qjsPT jj jj^ o s s q regime sêj> esta estaria ria na ocupação ocup ação das áreas pioneiras, das áreas as nov novas, as, sobre sobretudo tudo através atrav és dos dos p roje ro jetos tos de de m - £0 áre pcolonizacãn que poderiam absorver os exceden- tes-populacionais do campo. V w “ / A verdade, verdade, porém, é que na_prátic na_prática-e a-essa. ssa. única ún ica j alternativa foi posta de lado. A política_dfí.incen- | Xút X útiv ivos os fiscais concedid concedidos os às emp empre resas sas,, p a r a , que qu e se estabelecessem na Amazônia ou para que desen volvesse volv essem m proje projetos tos,, de florest fl orestamento amento ( ou reflo- restamento) serviu para intensificar até brutal- m e n fa a te tend ndên êncla cla xon cen centr trac aciion onis ista ta da p rop rie dade da terra, levando não só à ocupação rápida e em em grande grand e esc escala ala das á área reas s n ovas, m asjtam asjt am bé bém m
l
expulsão de índios e posseiros. No meu modo vde vd e ve verT^T rT^Tnum numa a certa medida^ m edida^ a política po lítica de in-_ centivos fiscais na região amazônica revogou na.
t
i
prática, apenas dois anos depois de promulgado, o Estatuto da Terra Os próprios dados oficiais são muito expres sivos a esse respeito. Se considerarmos o saldo líquido de terras novas incorporadas aos estabe leci le cime ment ntos os j u r a i s np conjunto_do conjunto_do país país,, verifica verifica remos que não só as . á r e a s . pioneiras pion eiras não nã o estão ~ — sendo preferentemente ocupadas de modo absorver as populações expulsas de outras re giões, como estão sendo ocupadas segundo utn padrão de concentração muito mais agudo do que o dá média do país. Das terras novas incor poradas durante á década de 50, 84,6% foram para os estabelecimentos com menos dp 1 0 0 h a e somente p a ra os estabelecimentos estabelecimento s com mais de ÍOÍL.dia. Das que foram incorporadas durante os anos sessenta, 35^% foram para bs estabelecimentos com menos de J jOO h a e 64,7 % foram para os estabelecimentos com mais de 1 0 0 ha. Fmalméhte^ das terras incorporadas durante J i sd- os prim pr imei eiro ross cinco anos áãT áãT dé déca cada da de 70, ap a p e n a s OC OCX
0,Z% foram os estabelecimentos compmenos de lQ O lQ J i a para enquanto enquant o que 99,8 99,8% % foram for am a rã bs estabelecimentos com mais~ de 1 0 0 ha, invertejn- do-se completamente a situação. Nesse mesmo período, as terras disponíveis para estabeleci mentos com menos de 50 ha diminuiram em 3,1%. A tepdência concentracionista é bem nítida e drástica como saído da incorporação de novas
terras no são indi cativos deconjunto"dõ~pãls."Esses que mesmo quando se dados constitui uma pequena propriedade nas áreas pioneiras, o seu efeito é compiçtamente anulado por uma con-_ centraçãp maior ainda e m outras regiões. P o r t a n t o , a dout do utffcin a „da. ocup oc upaç ação ão,. ,.dos espaços espa ços vazios produz concretamente, pelo caminho que está sendo seguido, o esvaziamento dos espaços 81
ocupado*. Na pressuposição dos tecnocratas não entrou o dado prévio sobre a já existente- ocupa- ção da A m az azôn ônia, ia, por índios eoposseiro posse iros s e muit muito o menos entrou em cogitação povoamento, da, regiãojgue se daria em consequência das próprias medidas .de política econômica concentracionista aplicadas no conjunto do país, expulsando la- vradores em direção às terras amazônicas, força d o s ^ disput disputá-l á-las as com com as as gr grandes andes empresas empresas quef recebem incentivos fiscais do governo. Cóm issp,í o posseir posseirp) p) se defr d efron onta ta com um processo reité- rãti^o^de expulsão, que passa a òonstituir upn upn dado de importância para entendermos a sq.a ção. 3. Tensões sociais na Amazônia As crescentes tensões sociais na Amazônia^ estã es tão o direta diretamente mente relacionadas cõr cõrri a n aturezã dos movimentos-populacionais produzidos pela estrutura fundiária brasileira. Pode-se distinguir no país três grãndê^ correntes migratórias, duas dasZauais orientadas para a região amazônica. CUma^delas é a já antiga e conhecida corrente quê leva trabalhadores do Nordeste para o Sub ^ a rt ic u la rm e h tê para São São l^aulü; l^aulü; “Ri Rio o e Paraná Para ná , mrocedentes sobretudo do Rio Grande do Norte, \ 0 ^ í d a Paraíba, Paraíba, de Perna m bu buc co, de Alagoa Alagoas, s, de S Ser er--
gip gipe e e da Bahi Ba hia. a. QDo Nor Nordest deste) e) pa parti rticu cula larm rm ente en te i i */ do Cear Ce ará, á, do Piauí Pia uí e do M a ra n h ão sai sai um. outro ^Jjf ^J jflu luxq xq^ ^ mig migratór ratório io em direç direção ão ao No Norte rte e ao Ce Cenn- 'Vt// ^r ^rò^ ey. oU m que Jbasiçam Jba siçamente ente qcorrente u e r ente dizer diz ermigr Ama zóo - nò^Qe ia Qest Legal Lestey gal. a io ioji jitr tra a )grande corr migrat atór ria, mais rec recent ente, e, ^âTqu ^âT que e se dirige diri ge do Rip Grim Gr imde de 1 °do Sul e do Paraná para o Mato Grosso e Rpn4 dônia ,-y X
82
A prim^iraidelas é fortemente constituída pm
migrantes urbanos. Ainda quemas de foram origemsennu!. nao migraram de úma só vez, dç: locando paulatinamente do campo para o peqiir no núcleo urbano, para a cidade maior, até ela* garemTãs regiõ regiõesr esrmais mais u rb rba a niza nizadas das.. A seguiu í- 1 aquela que 'dõ'Nordesrtè se dirige para a Amazó nia Oriental, procede principalmentc do campo, de regiões em que há grande proporção de pe quenos estabelecimentos com pequena propojr
Ii i
I *
*
çãq lecxffientòs de terrasgrandes e, àõ mesmo com muita tempo, terra/ poucos Á terceira estabc «* é região car caract acteri erizad zada a por um uma a propo r ã o sig igni ni ficativa de pequenos estabelecimentos agrícolas dispondo de pqucãlafea. de terra. Evidentemente « há muitos detalhes que poderiam ser menciona dos tanto no que se refere aos fluxos migratórios quanto no que se refere às estruturas fundiárias regionais. Estou me atendo, porém, às tendências ■ mais fortes da situação, às linhas fundamentais da relação entre migrações e estrutura fundiá ria-. ^ Vou me concentrar principalmente nas duf 3-8 3-8 correntg^s_nngratóri^s diretamente_J^acionàaâs .. ..
coin ãTAm az azôn ônia,— ia,— a qu que e dq i rd rde e st stè è -s -se e dirige paxã~ã Amazônia" Oriental e a que~doTsul }se diri- ^Tmãzônia Ocidental. há uma clara saturação das pos- daTagricúlturàTTãmiliar, coirTa pouca terra dispohívèYpãfà á pequena lavoura, tomada por_ po r_ uma um a alta proporção do dos— s—estabeleci estabelecimentos mentos ruraísj ruraí sjd d ã reg regiião,^ No ca caso sodo do^ ^ ba bam m í) 71 71 % do doss est esta a belecimentos dispõe de 3% da terra do Estado, enquanto poucd mais de meio por cento dos esta belecimentos tem 42% da terra. Semelhante^é a situação no ^í ^íara aranh nhaò aòb b Do (C (Ce e a rá rá)) e do do^pT ^pTaui auij) j) o grande fluxo migratório é para o Maranhao e do M aran aranhão hão pa para ra Goiás e d de e Goiás) paraTo paraTo Ma Mato to R2.
á
A
A
A A
â i
5, ^Maranhão) dcCçear^), de Goiás e do rrosso S D cl ^Maranhão) fl u x q s e d irige lf or orte teme ment nte e tam- ía£a .Grosso o flu m ao Pará. Essa corrente migratória do Nor- dfesjte dirige-se diretamente para o que é hoje^ l ^ ^ c ^ n ^ d a s áreas áre as mais mais te tensas, do país.,_a regiã região o do ' J QAjragüãá-Tocan QAjragüãá-Tocantins.. tins.. Justamen Just amente te nela, no Sul Su l do » d ^ £ | f a e no no nort rte e do do Mato Gro Gross sso, o, es está con conce cent ntrá rá-- 1 t d á a m aior aior part parte e das grand grandes es fazen fazendas das d e g a d p (; c g f h ^ ü tu tuíd ída a s ^ o m ^ o s ince incentiv ntivos os fiscaJLs adm ad m inis in is-- tijados pela cia Sudam) (Superintendência do Desen volvimento Amazônia). Há nessa região mais de 50 mil famílias de posseiros, sem contar pelo menos 17 tribos indígenas que somam cerca de 1 0 mlLpessoas. N a segundã ~cõfrê rên n t^ a que vai do do'' spl ^ a ra a Amazômá Ocidental, principalmente ã Rondo- nfa e~~MatcT Grosso, as características são um póuco pó uco diferen dife rendes desrTa rTainh inhe^ e^ concentra concentração ção
fundiáriãrá^grande, ao me^nüTempo~ém liâ 0 nentãçãQ_jios fortè~Tfã estabelecimentos qíle rurais, ainda que não tão acentuada como no Nordeste.
Ao mesmo tempo, as áreas de atração caracteri zam-se pelo desenvolvimento de projetos de colo nização oficial, como em Rondônia, ou particular, como no Mato Grossõ7~NênHsernpreHiS_niigrantes são prop pr oprie rietá tári rios os,, lilntre lilnt re os que ~pYõc¥dim ~pYõc¥dim dõ Paraná e se dirigem a Rondônia, muitos há que erãm erã m meeiro^ meeiro^ ,..ar ,..arrend rendatário atárioss é posse posseiro iros, s, _ex p u l- sos~da terra„p.ela concentração da_propriedade e da exploração, pela mecanização, e quechegarir a Rondônia com o pouco que lhes resta embalando em~~dois ôü três sacos. Geralmente não são colo nos^ selecionados pelo Incra, ínã^traBalhadores que sem alternativas, ja migrados uma primeira vez do Nordeste parã o páraná. vão para a Àma- zônia_jentar a sorte. Embora não se tenha esta tísticas oficiais ê, às vezes, se fale em 2 0 .0Q0 lavradores à espera de assentamento naquele QA
território, o certo é que quem percorre as linhas abertas ap longo da rodovia Cuiabá-Porto Velho pode descobrir que, enquanto a extensão das linhas linha s que que"" sefvení os colo colonos nos dq In Incf cfJT JTem em ~ em média uns l O km , a s sua ua se sequê quênci ncia, a, abe aberta rta pelos posseiros, tem mais de 40 km. Isso pode ser indi cativo de de~ ~ que ãT p olít olítica ica de assen assentame tamento nto de colonos espontâneos em Rondônia está sendo derrotada nolfia-a-dia pela concentração fundia- ria^dõ Paraná, pela urgência da situação dos pósseirosê São conhecid conhecidos os os problemas criados recentemente pela invasão do território suruí por posseiros dojrul que hão tiveram sua situa ção re^ótvtda pelo^pcra. Parece-me que a filo sofia empresarial e elitista do Incra está sendo
questionada ria prática pela falência da política oficial de depq pqlon loniza ização ção ê m no nosso sso "p "paí aís. s. í~ A verda verdade de é q que ue q In Inçr çrá á é herclei hercleiro-das ro-das i n s t i tu tuiçõ es as da epol políti ca Jj Jjun undi diár ária cr criad iadas as ucom aradi T Ldiek- deições Terr Terras é é,, ítica portanto, h eia rd rdeiro eiro, , de m a ttra ^ção em aberto conflito com os problemas atupii dó^país. Tradmionalmente, a política de colóKi- zaçaq este estev ve no Bra Brasil sil su subo bordi rdin nãd ãdãT ãT à p õl õllti ltic c ãl ãldç dç imigração, o que concretamente queria dijzeê I política política de Jdr Jdrrna rnaçãc çãcL. L.da da -f or ç a d e tr tra a b a lh lho o des esti ti-\ -\ n a d a ja s grandes fazenda fazendas, s,_ _ sub subvencionada vencionada pelo Est§dn^O~ã?põIo principal do Estado destinava:sê“ a fo fortalecer e e x p a n d i empresa. Daí a hi his s t ó r ia de fracassos de grande numero de núcleos colo niais em"várias regiões. A criação e atendimêTítrr dos núcleos coloniais sempre esteve subordinada a uma política que atendia prioritariamente os interesses dos grahdes fazendeiros, que eram os donos dono s do p pod odep ep;; íf ífpj pje e W situação n ã o está m u ito modificada. A política de colonização continua como subordinadáf dê uma política fundiária que atende prioritãriãmehfe os interesses das^gran- des de s empresas c capitalis apitalistas, tas, sobret sobretudo udo do sul) je
íude íu dest ste) e) A (^nniz (^n nizaçã açãià ià nãj nãj^ ^ J L considera considerada da em ndSsdpaís uma necessidade social que devesse atender, urgente -e-prioritariamente -e-priorita riamente os cham cha m ados excedentes demográficos que vão sendo desloca dos da_terra pela expansão das grandes fazendas e empresas. Por isso mesmo, o ritmo de prolife^ raqãcPdas g ra ran n des des fazendas fazen das subsi subsidia diada das., s., pelo pelo.. Es- tado_.de diversos modqs^ é sensivelmente mais rá pido do que o ritmo de assentamento de lavra_do- res sem terra. A violação do princípio da destinação social da tei^a e flagrante flagra nte no f ortale ortaleciment cimento, o, d a . polít política ica de.. colonização de lonização particu pa rticular lar em detn detnme mento nto da d a po-
lítica^fÊL_coIoni^açãe~efieiaL Nesse caso, o aten dimento dime nto da_pxes da_pxessão_ são_ demográfica, sob sobre re a ter terra ra fica subordinado ao interesse privado e à lucrar t i v id a d e d a em px^s px^sa^cap a^capitallata itallata.. .. de_ .c .col olon oniz izaç ação ão.. .. P a r a ,â A m az azôn ôniia! estão estão se deslocando, po porta rtann- to, contingente contingentess popula pop ulaci ciona onais is ^ õ sã lo loja jad d q s por
uma estruturaagravada fundiáriapor concentracionista e ex- propriátorTa, uma política goyêrnaniental de franca opção pela grande empresa
^pelãjpropriedade capitalista da terra. AfAma^ zôniaTe ~HÕfe Vüma üm a das .re .regiõ giões es m a is is'ten 'tensas sas^ ^ do pais exatamentejporque nela estão sê acufhulãn- " do tensogsTgerãdas e m . outr outras as área ár eas, s, ao mesmo tempo em què què a "reprodução delib de libera erada da e exa exacercer- bada ba da da estrutura fu fun n d ian ia n a cõnc cõncen entr trac acii on onis istà tà,, que qu e exp expüIsajS üIsajSvrad vradores ores e 'Trabalhadores ru rurai rais, s, fazAt deia^uma'região dé desespero.Até é .1974) .1974) os co conf nflitos litos pela' ..terr ..terra a ocorriam/ principaTmenteLpm outras regiões do país. Entre tant ta nto, o, j á em 1915~è~T97^> 60% dos confl conflit itos os pe pela la jteíra jteí ra ocorrera ocor reram m n a A m a z ô n ia, ia , sendo que 76 T5 % (2ji /Jpos con conflitos flitos gra g rave veg g, os que qu e ti tive vera ram m m orto or toss e h f r v feridos, nela se deram. Não_só cresce.najregiãc D numero de conflitos pela terra, mas nela.nrescê nais rapidamente ainda o número de conflitos graves. Dos conflitos graves pefa terra, ocorridos vuo
no país em 1976, 82% se deram na Amazônia. D o mesmo modo, 90 dos mortos mort os nesses con- frontos correspondem à-região amazônica nesk: ano. É Clara a relação Pntrp n mr.rnmpnf.n ocupação empresarial da Amazônia e o cresci mento dos conflitos. Em 1971/72 somente 8°^> dos conflitos graves ocorreram naquela região, correspondendo-lhes 6 % do total tota l das vítimas vítima s
(mortos e feridos). Esses dados correspondem, segundo estimativa dos pesquisadores, a uns 8 % dos conflitos efetivamente ocorridos e regis trados pelos órgãos sindicais dos trabalhadores rurais ( 6). ' Somente no ano passado* foram cadastrados 128 conflitos pela~tèffã no Maranhão, envolven do, em vários casos, mais de mil pessoas. No cò- meço do mesmo ano, em Conceição do Araguaia, rv ]/no sul dp Pará, Pa rá, haviam ha viam sid si d o 'a rrolados 4 3 cohflícoh flítosg em juit juitip ip os co confl nflitos itos ch egav eg avam am a J ?5; em dezembro dezemb ro já" somavam soma vam 78. É n a sul do Pagã Pa gã,, em/ /particular, que as tensões são muito fortes, poi5 os lavradores já cansãdõsTde migrar r£si> * jApacific jApacificame amente nte à expulsão expulsão,, n â q u a l se empenhar empenharia! ia! -i^ríuíuma estranha combinação, oficiais de justiça, 1 ^ soldados soldados e jagu ja gunç nços os dos próprios faze fazend ndei eiro ros! s!.. Y| Não é raro, segundo fiquei sabendo por informáj-
ção próprios posseiros, sentencas_de_des|e pejodos sejam executadas porque oficiaÍs_íie-pistiça 1 ____________ _ (6) Vera Lúcia G. da Silva e José Gomes da Silvíí, ‘ Con Confl flito itos s de Ter Terra ras s n no o Brasil — 1971” , in Reforma Agrária. ano TT Agrária. TT, n. n.°° 4, a abr briil de 1972, pp. 210; Vera Lúcia G. da Silva Rodrigues e José Gomes da Silva, “Conf Conflit litos os de terras no Brasil: um uma a introdução ao estudo tud o empíri empírico co da vi viol olên ênci cia a no cam campo po — pe perío ríodo do 1971 a 1974” 1974”,, in Reforma Agrária, Agrária, ano V, n.°s 34, março/ abri ab rill 1 19 975, pp. 21 217 7; Yer era a L. G. da Si Silv lva a Rod Rodri rigu gues es e Jo J osé Gom omes es da Si Silv lva, a, “ Con Conflit flitos os de te terr rras as no Bra Brasil: sil: uma introdução ao estudo empírico da violência no campo ca mpo — pe perí ríod odo o 1971/76”, in Reforma Agrária, Agrária, ano VII, n.° 1, janeiro/fevereiro de 1977, pp. 324. on
/s oldados /sol dados tra trans nspor portados tados e alimentados ...pela pr ■[ p n ã l f ãzenda qu eH es esp p eia^QS- 1 a vr ador ad ores es^ ^ O quadro das tensões na Amazônig), inclui
ainda um outro personagem, tãffibém'migrante. Estou me referindo acf peã peão/) o/) Espe Especialmen cialmente te na na'' fase de derrubada das inatas, de preparação do
tefrênõ paràpelos o plantiõ ^d^capim, trabalhadores são levados “gatos/Bõ Nordeste, de Goiás, até de São_Paulo, para traBalfíar nas fazendas. Já se _fa falo lou u mu muito ito sobre as condições last lastimá imávei veiss de.. vid de vida a e de trab tra b al alh h o de dess sses es tra trabal balhad hadore ores“ s“, muitos dos quais morrem desassistidos e anôni mos atacados peía malária e outras doenças, ■ , i.t longe de suãs famílias. Nem mes mesmo mo um a cora- w A / j osa demon demonstra stração ção de insati insatisfaç sfação ão do doss pe peõe õess do Pfõjeto Pfõ jeto Jari diante do general M ediei ediei.. qua quando ndo 'pjv^f\tonadas v lá este tev ve^a pgarantir ro rodu duzi ziu u in inves vestig tigaçõ ações es e m ed edid idas as desmínimõs direito/ ãos peõesj, A Embora as fazendas sejam muitas vezes subven- cionadas coih dinheiro público, não há sobre ela£ p a fiscalização r ião ros rosa a ane-saJ:azLnecessá ane-saJ:azLnecessária ria p ar ara a defender os trabalhadores. Não é raro ouvir-se voze vo zess ino inocen centan tando do ~os empresário empresários, s, sob o a arr g u mento to^, ^, de que os ab abus usos os são come cometid tidos os -.pelos /gatos//, ”
A /+ano lastimável de 1980, )quase que emcem nosso anospaís, apósneste a promulgamesmo V mção da Lei Áurea, trabalhadores sejam comprá- fjií fjií ; I dq dqs_ s_ e ve vend ndid idos os como se fo fosse ssem m es escr crav avos os p a r a id / se serem rem col coloca ocados dos a serviço d de e gr gran ande dess empre empresas sas 1 t >n acionai ac ionaiss e mu multin ltinacio acionais nais,, ,, cujos em empr preen eendi di aV mentos j ã o aliment alimentados ados ,,em trê trêss qu quart artas as p a rt rte es/ V /pôr dinheiro que pertence..Jêgitimamente a todo Vfv, o povo brasileiro. Abusos são cometidos por ação ti V , * e omissão ãté ãté"" mesmo de auto autorida ridades des-- públiõ públiõaã. aã. \ Jy\}>No Mátb Grosso, empavoados do norte do Esta$ do, n a região do (Âr (Ârag agua uaia ia?, ?, tr trab abal alh h ad ador ores es são \ y comprados e ven vendid didos'c os'com omo o escrav escravos os até por in88
19•• «■ú 19
terferência policial. Existe ali, segundo muitos depo de poim imen ento toss qu quee- ou ouvi vi,, o h hábito ábito irreg irregular ular __ de de cobrar carceragem. do^preso^ como se este pagas- se hospedagem a um hotel. Quando o preso-Jièp dispõe de recursos^só pode ser libertado por urrj terceiro que int interf erfira ira.. M u it ita a s veze vezess _. _.je jessse ter ceiro é o “gato” que, por ter pago a carceragem, adquire o suposto direito de reter o peão consigo e de leva-lo para a mata pelo tempo._que_julgar neces ne cessár sário io aò p pag agam am ent ento o da des despes pesaa- feita. feita. H á lugares em que Ós donos de bolicho pagam a cair- ceragem dos presos para vendê-los depois, como peões do trecho, aos empreiteiros das fazendas. I São correntes históri his tórias as d de e assa assassin ssinato atoss de joe jo eões que tê têht htãm ãm a lü g ã r a u e s a r de ^vi vigi giad ados os ~p ~ppr~ ji jiáOThcos. pois são consid considerado eradoss la ladrões drões do sèu patrão. Ainda no ano passado tive oportunidade ae^õuvir narrativas de peões que trabalham na região do Xingu, num lugáí significativamente conhec con hecido ido cõr cõrhc hcff São Jo José sé do B Ba a n g -Ba -B a n g , a rres es peito do uso do tronco para castigar trabalhado res que ná mata cometiam infrações ou tinham baixo rendimento no trabalho. Denúncias solire essas questões já foram abundantemente feiras .
aqui mesmo na Câmara na CPI_ da Terra. Autoridades temdos..Deputados, sido regularmente in- íormadás pelos órgãos sindicais sobre esses as suntos, sun tos, sejam os conflitos "'d 'de' e' terra, ter ra, seja a sit s itua ua ção dos jpeõêsT~Seria umTTrabalho patriótico e um serviço aos trabalhadores deste país apro fundar a investigação sobre essas questões. Esta Comissão tem autoridade para solicitar ao Supe rintendente da Polícia Federal, ao presidente do
Incra, ao ao Ministro doS NTrabalho, ao aria Ministro do Exército, chefe ^do I e à Sec Secret retar ia do C Con on selho de Segurança Nacional que lhe apresentem os documentos e informações que possuem a res peito desse assunto, bem como esclareçam qu£ 89
medidas podem ser tomadas, no que se refere à atuaçã^ atua çã^do^ do^Go Gover vernoJ noJ edo_L edo_Le^i e^isi siât âtÍYo ÍYo^em. ^em..p .par ar.t .tii- culaf, para por fim aos abusos crescentes 4 contra os "d "dir irei eito toss fund fundam amenta entais is d ag uel ueles es tra traba balha lhado dores res.. 4.
Conclusões e sugestões
Ç> go gove vern rnõ õ tem def definid inido o nos úl últim timos os dois meses, medidas que no seu entender deverão re solver os problemas dos_posseiros. Não estou me referindo aos vários decretos declarando deter minadas áreas de utilidade pública, em regiões de tensão social, para efeito de desapropriação A ^^regularização fundiária. Refiro-me.jparticular- (> mente, aos .„ .„gr grup upos os exec execut utivo ivoss , com como o , 0 GETAT (Grupo Exeçutivo__4as Terras do Araguaia-To- cantin can tins). s). Na. Na . prát prátic ica) a),, a criação de dess sses es grupo gr uposs de intervenção federar o reconhecimen to público, públ ico, por pa part rte econstituem .. .... do Gnv Gnvernp, ernp, da com complet pleta a falência falê ncia do sistema inst instituc itucion ional al n na a „so „solução lução,, do' problema fundiário despais. Concretamente sig nifica que ãs instituições administrativas e judi-j ■ciarias não tem à menor condição p ara ar a enqú enqúaa- i jdrs jd rstr tr.. e so solu lucio ciona narr a gr grav ave e e cre crescente scente qu ques estã tão o \ I social da terra. As funções e compromissos dessas j instituiçõ ições es est estão ão baseadas nu num m a concep concepção ção do' ( institu que deveria ser a realidade social completamente distinta do que efetivamente é. De fato, os_CTÚpds^ executivos são órgãos de emergência e de inter venção militar, como^se.estivéssemos núfna situa- çao de guerra. É um recurso para evitár que áT questão efetiva e básica do regime de proprie dade seja colocada em debate, juntamente com os compromissos do_governo, de modo que o Lcj gislativo pudesse fazer agora, como fez em 1850. a refõrm r efõrmulaçã ulação o do dire direit ito o de pro proprie priedade, dade, da teira te ira em no noss sso o pa país, ís, ajusta ajustando-o ndo-o a realid realidade ade destes tempos e aos interesses dos trabalhadores do campo.
É sumamente estranho que da área do GETA/r tenha sido excluído o norte do Mato Grosso, onde há um grande número de litígios pendei) tess e de po te poss ssei eiro ross e íín ndi dios os vi vive vend ndo o h u m a si Um Ume e i
View more...
Comments