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July 17, 2020 | Author: Anonymous | Category: N/A
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UFCD 6572
HIGIENE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SECTOR DA SAÚDE
Índice
Introdução ................................................................................................................ 3 Âmbito do manual................................................................................................... 3 Objetivos ............................................................................................................... 3 Carga horária ......................................................................................................... 4 1.Definições associadas à segurança, higiene e saúde no trabalho ................................. 5 1.1.Conceitos de trabalho, de saúde, de perigo, de risco, de acidente, incidente, doença profissional, doença relacionada com o trabalho, condições de trabalho, prevenção, proteção, avaliação de riscos, controlo de riscos ........................................................ 5 1.2.Legislação de enquadramento da matéria no sector da saúde ............................... 8 1.3.Conceitos e terminologia ................................................................................... 11 1.4.Princípios gerais de prevenção ........................................................................... 12 2.Tipologia de riscos profissionais ............................................................................... 14 2.1.Locais e postos de trabalho ............................................................................... 14 2.2.Equipamentos de trabalho................................................................................. 16 2.3.Contacto com produtos químicos e tóxicos ......................................................... 17 2.4.Transporte de cargas ........................................................................................ 18 2.5.Contacto com fontes elétricas ............................................................................ 19 2.6.Incêndio, inundação e explosão ......................................................................... 20 2.7.Contacto com radiações .................................................................................... 21 3.Medidas de prevenção, proteção e tipos de atuação no âmbito SHST.......................... 23 3.1.Sinalização de segurança no local de trabalho..................................................... 23 3.2.Equipamentos de proteção individual e coletiva .................................................. 31 3.3.Rotulagem e armazenagem de substâncias perigosas. ......................................... 35 3.4.Plano de emergência ........................................................................................ 39 3.4.1.Situações de catástrofe (ex: incêndios, inundações, tremores de terra…) ........ 40
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3.4.2.Plano de evacuação .................................................................................... 42 4.Ergonomia ............................................................................................................. 45 4.1.Conceito e objetivos ......................................................................................... 45 4.2.Requisitos mínimos de segurança e saúde na movimentação manual de cargas ..... 46 4.3.Factores ambientais inibidores do bem-estar no trabalho ..................................... 48 4.3.1.Ruído ........................................................................................................ 48 4.3.2.Vibrações .................................................................................................. 49 4.3.3.Ambiente térmico ....................................................................................... 49 4.3.4.Qualidade do ar ......................................................................................... 50 4.3.5.Sistema de iluminação ................................................................................ 51 5.Principais doenças profissionais ............................................................................... 53 5.1.Definição legal e sua classificação ...................................................................... 53 5.2.Causas dos acidentes e das doenças profissionais ............................................... 54 5.3.Estatísticas e impactos socioeconómicos............................................................. 56 6.Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde ....................................................................................... 60 6.1.Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão direta ................................................................................................... 60 6.2.Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode executar sozinho/a................................................................................................. 62 Bibliografia ............................................................................................................... 65
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Introdução Âmbito do manual O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta duração nº 6572 – Higiene, segurança e saúde no trabalho no setor da saúde, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.
Objetivos
Identificar os conceitos básicos de segurança, higiene e saúde no trabalho.
Identificar a legislação de enquadramento no âmbito da segurança, higiene e saúde no trabalho e sua aplicação no setor da saúde.
Identificar os fatores de risco profissional e princípios gerais de prevenção associados ao serviço e função desempenhada.
Identificar o conceito de ergonomia.
Identificar os fatores inibidores de bem-estar associados ao ambiente de trabalho.
Identificar os requisitos mínimos de segurança e saúde a seguir na movimentação de cargas.
Identificar as principais doenças profissionais: tipologia e causas.
Explicar que as tarefas que se integram no seu âmbito de intervenção terão de ser sempre executadas com orientação e supervisão de um profissional de saúde.
Identificar as tarefas que têm de ser executadas sob supervisão direta do profissional de saúde e aquelas que podem ser executadas sozinho.
Aplicar as medidas de prevenção, proteção e tipos de atuação no âmbito da higiene e segurança no trabalho.
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Aplicar normas e procedimentos a adotar perante uma situação de emergência no trabalho.
Explicar a importância de se atualizar e adaptar a novos produtos, materiais, equipamentos e tecnologias no âmbito das suas atividades.
Explicar a importância de manter autocontrolo em situações críticas e de limite.
Explicar o impacte das suas ações na interação e bem-estar de terceiros.
Explicar a importância da sua atividade para o trabalho de equipa multidisciplinar.
Explicar a importância de cumprir as normas de segurança, higiene e saúde no trabalho.
Explicar a importância de agir de acordo com normas e/ou procedimentos definidos no âmbito das suas atividades.
Explicar a importância de prever e antecipar riscos.
Explicar a importância de demonstrar segurança durante a execução das suas tarefas.
Explicar a importância da concentração na execução das suas tarefas.
Explicar a importância de desenvolver uma capacidade de alerta que permita sinalizar situações ou contextos que exijam intervenção.
Cargahorária
50 horas
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1.Definições associadas à segurança, higiene e saúde no trabalho
1.1.Conceitos de trabalho, de saúde, de perigo, de risco, de acidente, incidente, doença profissional, doença relacionada com o trabalho, condições de trabalho, prevenção, proteção, avaliação de riscos, controlo de riscos Saúde no Trabalho
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Abordagem que integra, além da vigilância médica, o controlo dos elementos físicos, sociais e mentais que possam afetar a saúde dos trabalhadores, representando uma considerável evolução face às metodologias tradicionais da medicina do trabalho. Perigo Propriedade intrínseca de um componente do trabalho potencialmente causador de dano para o trabalhador ou para o ambiente ou local de trabalho ou uma combinação destes. Acidente Acidente de trabalho o sinistro é entendido como acontecimento súbito e imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique no local e no tempo de trabalho. A expressão "durante o tempo de trabalho " é entendida como no "decorrer da atividade profissional ou durante o período em serviço”. Incidente Acontecimento ocasional e imprevisto que pode provocar danos à propriedade, equipamentos, produtos, meio ambiente, bem como perdas à produção, sem, contudo, determinar lesões para a saúde. Dano Considera-se dano a lesão corporal, perturbação funcional ou doença que determine redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte do trabalhador resultante direta ou indiretamente de acidente de trabalho. Doenças profissionais e doenças relacionadas com o trabalho A Doença profissional é aquela que resulta diretamente das condições de trabalho, consta da Lista de Doenças Profissionais (Decreto Regulamentar n.º 6/2001, de 5 de Maio) e causa incapacidade para o exercício da profissão ou morte.
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A Lei também considera que a lesão corporal, a perturbação funcional ou a doença não incluídas na lista serão indemnizáveis, desde que se provem serem consequência, necessária e direta, da atividade exercida e não representem normal.
Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na sequência do exercício do trabalho em si.
Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais em que o trabalho é realizado. Ambas são consideradas como acidentes do trabalho, quando delas decorrer a incapacidade para o trabalho.
Risco O Risco é a possibilidade de um trabalhador sofrer um determinado dano provocado pelo trabalho. Combinação da probabilidade de ocorrência do dano e da sua gravidade. Risco = Probabilidade de ocorrência de um dano x Gravidade do dano
Prevenção Conjunto de políticas e programas públicos, bem como disposições ou medidas tomadas ou previstas no licenciamento e em todas as fases de atividade da empresa, do estabelecimento ou do serviço, que visem eliminar ou diminuir os riscos profissionais a que estão potencialmente expostos os trabalhadores.
Proteção Conjunto de meios e técnicas para controlar os riscos mediante:
A adaptação de sistemas de segurança (dispositivos e resguardos);
Equipamentos de proteção individual;
Normas de segurança e sinalização de riscos;
Disciplina e incentivos.
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Avaliação de riscos A avaliação de riscos constitui a base de uma gestão eficaz da segurança e da saúde e é fundamental para reduzir os acidentes de trabalho e as doenças profissionais. Se for bem realizada, esta avaliação pode melhorar a segurança e a saúde, bem como, de um modo geral, o desempenho das empresas. Controlo de riscos Na prevenção e no controlo dos riscos, importa ter em conta os seguintes princípios gerais de prevenção:
Evitar os riscos;
Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
Combater os riscos na origem;
Conferir às medidas de proteçãocoletiva prioridade em relação às medidas de proteção individual (por exemplo, controlar a exposição a vapores através de ventilação do local em vez de recorrer a máscaras respiratórias);
Adaptar-se ao progresso técnico e às mudanças na informação;
Procurar melhorar o nível de proteção.
1.2.Legislação de enquadramento da matéria no sector da saúde O n.º 1 do Artigo 59.º da Constituição da República Portuguesa prevê que: 1. Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, têm direito:
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a) À retribuição do trabalho, segundo a quantidade, natureza e qualidade, observando-se o princípio de que para trabalho igual salário igual, de forma a garantir uma existência condigna; b) A organização do trabalho em condições socialmente dignificantes, de forma a facultar a realização pessoal e a permitir a conciliação da atividade profissional coma vida familiar, c) A prestação do trabalho em condições de higiene, segurança e saúde; d) Ao repouso e aos lazeres, a um limite máximo da jornada de trabalho, ao descanso semanal e a férias periódicas pagas; e) À assistência material, quando involuntariamente se encontrem em situação. De desemprego; f) A assistência e justa reparação, quando vítimas de acidente de trabalho ou de doença profissional. A Lei-Quadro de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho faz impender sobre as entidades empregadoras a obrigatoriedade de organizarem os serviços de Segurança e Saúde no Trabalho. A Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2012 define como eixo fundamental do desenvolvimento das políticas neste domínio a promoção da segurança e saúde nos locais de trabalho, como pressuposto de uma melhoria efetiva das condições de trabalho. Para tanto, importa que os empregadores adotem políticas de promoção da segurança e saúde no trabalho que permitam assegurar a saúde e a integridade física dos seus trabalhadores, respeitando os princípios de prevenção de riscos profissionais. Aos empregadores compete, em termos de obrigações gerais, a aplicação de medidas que visam:
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Assegurar condições de segurança e saúde no trabalho, de acordo com os princípios gerais de prevenção, nomeadamente em aspetos relacionados com a planificação da prevenção num sistema coerente que tenha em conta a componente técnica, a organização do trabalho, as relações sociais e os fatores materiais inerentes ao trabalho;
Assegurar a vigilância adequada da saúde dos trabalhadores em função dos riscos a que se encontram expostos no local de trabalho.
A Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro define, no seu artigo n.º 15.º, as obrigações gerais do empregador, em matéria de segurança e saúde no trabalho. O empregador deve, nomeadamente, assegurar ao trabalhador condições de segurança e saúde em todos os aspetos do seu trabalho. O empregador deve, para tal, organizar os serviços adequados, internos ou externos à empresa, estabelecimento ou serviço, mobilizando os meios necessários, nomeadamente nos domínios das atividades de prevenção, da formação e da informação, bem como o equipamento de proteção que se torne necessário utilizar. Os artigos n.ºs 73.º a 110.º, da Lei n.º 102/2009 obrigam as entidades empregadoras a organizar, na empresa ou estabelecimento, as atividades de segurança e saúde no trabalho, as quais constituem, ao nível da empresa, um elemento determinante na prevenção de riscos profissionais e de promoção e vigilância da saúde dos trabalhadores. Aos serviços de segurança e saúde no trabalho cabe:
Assegurar as condições de trabalho que salvaguardem a segurança e a saúde física e mental dos trabalhadores;
Desenvolver as condições técnicas que assegurem a aplicação das medidas de prevenção que possibilitem o exercício da atividade profissional em condições de
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segurança e de saúde para o trabalhador, tendo em conta os princípios de prevenção de riscos profissionais;
Informar e formar os trabalhadores no domínio da segurança e saúde no trabalho;
Informar e consultar os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho ou, na sua falta, os próprios trabalhadores.
A LEI N.º 98/2009 de 4 de Setembro, regulamenta o regime de reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação e reintegração profissionais, nos termos do artigo 284.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro.
1.3.Conceitos e terminologia Ambiente e segurança no local de trabalho A higiene e a segurança são duas atividades que estão intimamente relacionadas com o objetivo de garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma Empresa. A segurança do trabalho propõe-se combater, também dum ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas. As causas dos acidentes de trabalho podem existir no ambiente de trabalho, entendendose por ambiente de trabalho um todo que rodeia o trabalhador e no qual se integram, também, as características individuais do próprio trabalhador. Higiene e saúde no local de trabalho
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Segundo a O.M.S. - Organização Mundial de Saúde, a verificação de condições de Higiene e Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença e enfermidade ". A higiene do trabalho propõe-se combater, dum ponto de vista não médico, as doenças profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente do trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho que podem afetar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador). A saúde no trabalho envolve um Conjunto de metodologias de vigilância médica cujo objetivo é o equilíbrio biopsicossociológico dos trabalhadores através do controlo dos elementos físicos e mentais que possam afetar a saúde.
1.4.Princípios gerais de prevenção A avaliação dos riscos e a gestão eficaz da saúde e da segurança são fatores primordiais na prevenção e na redução da exposição do pessoal do sector da saúde aos riscos relacionados com o trabalho. Isto inclui a: existência de um sistema de gestão da saúde e da segurança; política de prevenção e avaliação dos riscos; formação; consultar os trabalhadores; serviços de prevenção dotados de recursos adequados; a integração da SST noutros processos de gestão, tais como aquisições e concursos. De forma especial:
Os riscos são avaliados tendo em conta todos os perigos presentes e identificando as pessoas que poderão ser prejudicadas e de que forma, bem como mediante uma tomada de medidas adequadas à prevenção dos riscos, tendo como objetivo principal a prevenção na fonte.
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A consulta dos trabalhadores e o envolvimento ativo dos seus representantes, por exemplo através de comissões de segurança, são elementos importantes de uma boa gestão.
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2.Tipologia de riscos profissionais
2.1.Locais e postos de trabalho O contexto hospitalar constitui um enorme desafio para a Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho (SHST), pelas suas características particulares e pela heterogeneidade das situações de trabalho e dos recursos humanos. De um modo geral, os hospitais têm sido concebidos quase exclusivamente em função dos doentes e são dotados de sistemas tecnológicos e organizacionais muito próprios, proporcionando aos seus profissionais, condições de trabalho exigentes, e algumas vezes precárias, piores do que as verificadas na grande maioria dos restantes sectores da atividade.
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Alguns profissionais destas instituições exercem a sua atividade, não raras vezes, sem a garantia das regras de segurança definidas para a sua profissão verificando-se que, a circunstância de o hospital ter como objetivo, “cuidar/tratar o ser humano, em situação de doença e sofrimento”, tem direcionado a sua conceção e a alocação de recursos para a satisfação das necessidades dos utentes, sem a consideração devida quanto às condições de trabalho dos seus profissionais.
Os profissionais nem sempre encaram os riscos com a seriedade com que deveriam, mas isso pode dever-se ao facto do risco ocupacional ser ou estar: • Oculto, por ignorância, por falta de conhecimento ou de informação. Neste caso o trabalhador nem suspeita da sua existência. A irresponsabilidade, incompetência e o lucro a qualquer preço contribuem para que muitos dos riscos ocupacionais continuem escondidos; • Latente, nesta modalidade, o risco só se manifesta e causa danos em condições de stress. O trabalhador sabe que está “ a correr riscos”, mas as condições de trabalho assim o forçam a isso; • Real, conhecido de todos, mas sem possibilidade de controlo, quer por inexistência de soluções para tal, quer pelos altos custos exigidos, ou ainda por falta de vontade política. Certo é que os hospitais são organizações complexas e por isso com múltiplos potenciais riscos. Assim sendo, o trabalho em ambiente hospitalar contribui não só para a ocorrência de acidentes de trabalho, como também para desencadear frequentes situações de stress, de fadiga física e mental, não fossem os seus colaboradores confrontados com situações emocionalmente intensas, tais como a vida, doença/sofrimento e morte.
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Verifica-se, assim, que o hospital é um local de trabalho com uma multiplicidade de fatores de risco e onde, tradicionalmente, estão criadas condições de desvalorização e, por vezes, de agravamento dos mesmos. O moderno conceito de gestão introduzindo as perspetivas da qualidade e do ambiente, e a legislação vigente, que torna a prevenção dos riscos profissionais um dever do empregador, contribuíram sem dúvida, para uma mudança de atitude relativamente aos riscos hospitalares. É exemplo o desenvolvimento da ergonomia hospitalar, que tem vindo a acontecer nos últimos anos, objetivando adaptar o trabalho à capacidade humana, e não o inverso.
2.2.Equipamentos de trabalho Os principais fatores de risco, bem como os problemas do sector da saúde com eles relacionados, encontram-se bem documentados. Entre eles contam-se os seguintes:
Esforços músculo-esqueléticos – posturas de trabalho incorretas, cargas pesadas.
Agentes biológicos – micro-organismos, vírus, por ex. HIV e hepatite B, sangue contaminado.
Agentes químicos – nomeadamente desinfetantes, gases anestésicos e antibióticos. Podem ser nocivos para a pele, ou para o sistema respiratório; podem ser carcinogénicos.
Riscos radiológicos.
Turnos variáveis, ritmo de trabalho e trabalho noturno.
Violência por parte dos membros do público.
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Outros fatores que contribuem para o stress – situações traumáticas, bem como fatores relacionados com a organização do trabalho e o relacionamento com os colegas.
Acidentes de trabalho – quedas, cortes, lesões com agulhas, choques elétricos, etc.
2.3.Contacto com produtos químicos e tóxicos Os riscos de natureza química resultam da manipulação e inalação de substâncias químicas. Os fatores de risco de natureza química são o mais extenso subgrupo de agentes causais de doença profissional, e, as dermatoses profissionais, pela sua frequência, constituem uma situação com grande importância em patologia e clínica do trabalho. Nos hospitais utilizam-se diversas substâncias químicas que podem ter como consequência uma simples irritação e/ou sensibilização alérgica, mas também efeitos mutagénicos, teratogénicos e/ou cancerígenos: O eczema alérgico de origem profissional é mais frequente entre os profissionais de laboratório, enfermeiros, auxiliares de ação médica, entre outros, devido ao contacto repetido com produtos químicos, medicamentos, anestésicos e antissépticos, bem como a frequente lavagem das mãos. Alguns dos fatores de risco químico, referenciados a nível internacional, devem-se ao uso prolongado de luvas de látex, ao manuseio de detergentes e solventes, à manipulação de drogas antineoplásicas e antibióticos de última geração, à inalação de gases anestésicos, à exposição aos vapores de formaldeído e glutaraldeído e aos vapores dos gases esterilizantes, entre outros.
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Todos os dias os profissionais de saúde lidam com um grande número de agentes tóxicos, cujo contacto pode trazer diversas consequências pela sua inalação, digestão ou absorção através da pele. Os efeitos podem ocorrer através de reações dermatológicas, tonturas, cefaleias e dificuldade respiratória, podendo mais tarde provocar doenças como asma e eczemas. Todavia, nem sempre a exposição resulta em efeitos prejudiciais à saúde, na medida em que dependem de fatores tais como: tipo e concentração do agente químico, frequência e duração da exposição, práticas e hábitos de trabalho e suscetibilidade individual. Para prevenir riscos químicos de índole profissional é essencial conhecer a concentração a que se está exposto e compará-la com os valores limite de exposição do contaminante. Os mais utilizados são os denominados TLV (ThresholdLimitValues) publicados anualmente pela American Conference of Governamental Industrial Hygienist (ACGIH), valores que dizem respeito às concentrações às quais a maior parte dos trabalhadores pode estar exposta, dia após dia, sem efeitos adversos. Em Portugal, estes valores constam da NP 1796:2007.
2.4.Transporte de cargas Nos hospitais assiste-se a uma constante reformulação dos espaços físicos, com o objetivo de implementar novos serviços e de responder às exigências determinadas pelos avanços técnico-científicos, mas de modo inverso, pouca preocupação existe em melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde e, em particular, dos enfermeiros, no que respeita à adequação da planta física e da organização do trabalho, bem como dos equipamentos em uso.
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Em contexto hospitalar existe uma necessidade efetiva de movimentação manual de cargas, seja estática ou animada. Estes movimentos caracterizam-se por levantar, puxar/empurrar objetos pesados, trabalhar em posição estática e executar movimentos repetitivos, tudo isto num quadro de exigência atendendo aos vários graus de dependência, quando a “carga” diz respeito a doentes aos quais está associada a natureza do cuidar. As principais consequências da movimentação inadequada da carga são as lesões músculo-esqueléticas que, atendendo à sua natureza, têm, habitualmente, um início insidioso, sendo por isso frequentemente desvalorizado. Um aspeto agravante e peculiar associado a estas atividades reside nas características intrínsecas à carga movimentada, nomeadamente a imprevisibilidade quanto à movimentação da mesma. Convém, contudo salientar que, para além das atividades de movimentação e transferência de doentes e das características de risco já enunciadas, a atividade dos profissionais de enfermagem engloba também a movimentação de objetos inanimados, como sejam camas, macas, carros de urgência, monitores e outros. De um modo geral, as tarefas de movimentação de doentes, associadas às condições de realização e às características individuais dos profissionais de saúde, condicionam a adoção de posturas penosas, com duração e frequência elevadas, e a movimentação de cargas, com a realização de força de forma frequente, aspetos que se identificam como fatores de risco de lesões músculo-esqueléticas, em particular da coluna vertebral, cintura escapular e membros superiores.
2.5.Contacto com fontes elétricas
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No meio hospitalar existem numerosos equipamentos elétricos, e um sem número de líquidos e gazes inflamáveis que podem provocar incêndio e explosão. Por vezes as saídas de emergência estão obstruídas, os extintores são raros e muitos encontram-se fora de prazo. Tais circunstâncias aliadas às características peculiares do trabalho em meio hospitalar constituemfatores de agravamento do risco de acidente elétrico ou risco de incêndio a que estão expostos todos os trabalhadores, mas principalmente os responsáveis pelas tarefas de instalação e manutenção.
2.6.Incêndio, inundação e explosão O ambiente hospitalar é um local onde situações de incêndio podem ser de difícil solução. Não sendo feito um estudo adequado das medidas preventivas necessárias, as consequências do incêndio em uma instituição hospitalar poderá ser desastrosa. A instituição deve ter uma estrutura interna que assegure as atividades de primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuação de trabalhadores em situações de perigo grave e iminente, designando os trabalhadores responsáveis por essas atividades. A instituição deve promover a formação, em número suficiente, os trabalhadores responsáveis pela aplicação das medidas de primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuação de trabalhadores, bem como facultar-lhes material adequado, tendo em conta a dimensão da empresa e os riscos existentes.
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Igualmente,o empregador deve dispor de um plano de ação, em cuja elaboração e execução devem participar as entidades competentes, com as medidas adequadas a aplicar em situação de acidente, incidente ou de emergência resultante da presença no local de trabalho de agentes químicos, físicos e biológicos suscetíveis de implicar riscos para o património genético e ambiental. Esse plano de ação deve incluir a realização periódica de exercícios de segurança e a disponibilização dos meios adequados de primeiros socorros. Em caso de acidente, incidente ou de emergência devem ser adotadas imediatamente as medidas adequadas, informar os trabalhadores envolvidos e só permitir a presença na área afetada de trabalhadores indispensáveis à execução das reparações ou outras operações estritamente necessárias.
2.7.Contacto com radiações A exposição a radiações ionizantes é um dos problemas de maior acuidade para os profissionais
de
saúde.
Em
Portugal
existem
cerca
de
11.000
trabalhadores
profissionalmente expostos às radiações ionizantes, sendo a larga maioria pertencente ao sector da saúde. São um dos riscos melhor conhecidos, e frente ao qual se têm adotado importantes medidas preventivas, as quais fazem com que quase só os profissionais das radiações corram riscos, sendo hoje em dia, maiores em consultórios e pequenas clínicas privadas onde não se adotaram medidas de segurança, assim como pela utilização das radiações fora do serviço de radiologia, por exemplo, no bloco operatório, ortopedia e pediatria.
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As radiações ionizantes surgem associadas em particular à utilização de radiação para efeito de diagnóstico (imagiologia, meios de contraste radioativos), procedimentos cirúrgicos (intensificadores de imagem) e terapêuticos. Nas condições normais de trabalho, os níveis de exposição às radiações ionizantes são baixos, pelo que a ocorrência de efeitos determinísticos é de excluir. O risco a considerar é o da ocorrência de efeitos estocásticos (probabilísticos) e mais particularmente o da ocorrência de um cancro. É do conhecimento geral que a exposição às radiações ionizantes tem efeito cumulativo e nocivo para o sistema hematopoiético, sistema reprodutor, pele e outros tecidos. A prevenção dos riscos associados às mesmas, passa fundamentalmente pela definição e identificação das áreas de trabalho de acordo com o risco de exposição e, redução do tempo de exposição. Por outro lado, as radiações não ionizantes, às quais pode existir exposição hospitalar, são: radiação ultravioleta, raios laser, campos magnéticos e radiofrequências. Embora teoricamente, possam produzir efeitos sobre a saúde, na prática o risco é insignificante.
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3.Medidas de prevenção, proteção e tipos de atuação no âmbito SHST
3.1.Sinalização de segurança no local de trabalho A sinalização de segurança destina-se a identificar:
Situações perigosas;
Percursos seguros de evacuação;
Equipamentos de intervenção;
Dispositivos manuais de acionamento do alarme;
Dispositivos de comando de sistemas de segurança.
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Esta sinalização apenas se destina a assinalar os aspetos referidos e não constitui um meio de eliminar os perigos, aspeto que deve ser garantido por outras medidas de segurança. A sinalização de segurança é concretizada através de sinais com formas, cores e, muitas vezes, pictogramas adequados à informação a transmitir, possuindo as dimensões e uma localização que permita a sua visibilidade. Os sinais podem constituir uma sinalização ativa, se forem luminosos, ou uma sinalização passiva, se não forem. Por vezes, estes sinais podem ser complementados por sinais acústicos e comunicação verbal ou gestual. Estes aspetos, em termos de SCIE, não são considerados propriamente como meios de sinalização, mas sim como meios de alarme. No quadro seguinte apresenta-se o significado das cores utilizadas na sinalização de segurança e alguns exemplos:
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No quadro seguinte apresentam-se o significado da forma dos sinais de segurança e cores normalmente associadas:
Na figura seguinte ilustra-se o uso de pictogramas com significados específicos associados a sinais de segurança:
Sinalização dos caminhos de evacuação Todos os caminhos de evacuação devem possuir meios de sinalização que garantam a orientação das pessoas até atingirem um local seguro no exterior. Essa sinalização deve ser luminosa, normalmente através de blocos autónomos que devem possuir uma
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intensidade de 60 lm, complementada por meios de sinalização passiva onde for necessário. A sinalização de saídas deve ser baseada em blocos autónomos permanentes, com a mesma intensidade luminosa de 60 lm e, preferencialmente, ser localizados sobre as portas de saída. A maior parte da sinalização de circulação deve basear-se nos mesmos blocos autónomos permanentes, embora em alguns casos se admitam sinais não ativos com esta finalidade, desde que a iluminação ambiente garanta a sua visibilidade. A sinalização de balizagem, com o intuito de avisar para os perigos de choque contra obstáculos, de queda ou outros, é maioritariamente não ativa, sendo usual recorrer a sinais e fitas balizadoras fosforescentes, refletoras ou fotoluminescentes. Esta sinalização deve ter as cores amarela e negra alternadas, ou vermelha e branca alternadas. Na figura seguinte mostra-se os diversos tipos de sinalização de caminhos de evacuação.
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SINALIZAÇÃO DE SISTEMAS E EQUIPAMENTOS DE INTERVENÇÃO Os meios de combate a incêndios e respetivos sinais devem ser de cor vermelha. A sinalização desses equipamentos é essencial sobre o local onde se encontram, em especial quando estejam ocultos, e também nas vias de acesso a esse local. Estes sinais normalmente possuem textos a cor branca. É recomendável marcar, a vermelho, no pavimento, uma superfície associada a estes equipamentos para garantir uma área suficiente de acesso e manobra e para facilitar a sua localização. Na figura seguinte apresenta-se a sinalização de equipamentos de intervenção.
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Sinalização de perigos Os perigos mais diretamente relacionados com SCIE também devem ser sinalizados adequadamente, destacando-se os:
Perigos elétricos;
Obstáculos nos caminhos de evacuação;
Matérias perigosas.
Na figura seguinte exemplifica-se uma sinalização de perigo (perigo elétrico):
Simbologia Os elementos referidos nas plantas de emergência são representados através de símbolos gráficos, constantes da Norma Portuguesa NP 4386, e deverão ser coloridos da seguinte forma:
Azul – informações ao observador;
Verde – indicação das vias de evacuação;
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Amarelo – advertências e perigo;
Vermelho – equipamentos de combate a incêndios e dispositivos de alarme;
Preto – plantas de arquitetura do edifício.
A cor de fundo da planta deve permitir uma leitura adequada. No quadro seguinte apresentam-se os símbolos a utilizar nas plantas de emergência:
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3.2.Equipamentos de proteção individual e coletiva Proteçãocoletiva As medidas de proteçãocoletiva, através dos equipamentos de proteçãocoletiva (EPC), devem ter prioridade, conforme determina a legislação, uma vez que beneficiam todos os trabalhadores, indistintamente. Os EPCs devem ser mantidos nas condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que apresentarem qualquer deficiência. Vejamos alguns exemplos de aplicação de EPCs:
Sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes do local de trabalho;
Enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do ruído excessivo;
Comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo, durante o ciclo de uma máquina;
Cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a esforços, caso venham a se desprender.
Proteção individual Quando não for possível adotar medidas de segurança de ordem geral, para garantir a proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os equipamentos de proteção individual, conhecidos pela sigla EPI. São considerados equipamentos de proteção individual todos os dispositivos de uso pessoal destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador.
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Os EPIs não evitam os acidentes, como acontece de forma eficaz com a proteçãocoletiva. Apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes. A lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho, mediante certificados de aprovação (CA). As empresas devem fornecer os EPIs gratuitamente aos trabalhadores que deles necessitarem. A lei estabelece também que é obrigação dos empregados usar os equipamentos de proteção individual onde houver risco, assim como os demais meios destinados a sua segurança. Sinalização do Uso Obrigatório de Equipamento de Proteção Individual
Obrigatório
usar Obrigatório
óculos de proteção
Obrigatório
capacete de proteção
usar Obrigatório
máscara de proteção
calçado de proteção
usar Obrigatório
usar
protetor de ouvidos
usar Obrigatório
usar
luvas de proteção
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Obrigatório roupa de proteção
usar Obrigatório
usar Obrigatório
viseira de proteção
usar
proteção
individual contra quedas
Existem EPIs para proteção de praticamente todas as partes do corpo. Veja alguns exemplos: CABEÇA
E
CRÂNIO
Capacete
de
segurança
impactos,
perfurações,
contra
ação
dos
agentes meteorológicos etc.
OLHOS
Óculos contra impactos, que evita a cegueira
total
ou
parcial
e
a
conjuntivite.
É utilizado em trabalhos onde existe o risco de impacto de estilhaços e limalhas.
33
VIAS
RESPIRATÓRIAS
Protetor respiratório, que previne problemas pulmonares e das vias respiratórias, e deve ser utilizado em ambientes
com
poeiras,
gases,
vapores ou fumos nocivos. FACE
Máscara de solda, que protege contra impactos de partículas, respingos de produtos
químicos,
(infravermelha
e
radiação
ultravioleta)
e
ofuscamento.
OUVIDOS
Auriculares, que previnem a surdez, o cansaço,
a
irritação
e
outros
problemas psicológicos.
Deve
ser
usada
sempre
que
o
ambiente apresentar níveis de ruído superiores aos aceitáveis, de acordo com a norma regulamentadora. MÃOS E BRAÇOS
Luvas, que evitam problemas de pele, choque elétrico, queimaduras, cortes e raspões e devem ser usadas em trabalhos com solda elétrica, produtos cortantes,
químicos, ásperos,
materiais pesados
quentes.
34
e
PERNAS E PÉS
Botas de borracha, que proporcionam isolamento
contra
eletricidade
e
humidade.
Devem ser utilizadas em ambientes húmidos e em trabalhos que exigem contacto com produtos químicos.
TRONCO
Aventais de couro, que protegem de impactos,
gotas
químicos,
de
choque
produtos elétrico,
queimaduras e cortes.
Devem ser usados em trabalhos de soldagem
elétrica,
oxiacetilénica,
corte a quente.
3.3.Rotulagem e armazenagem de substâncias perigosas. Através de uma correta manipulação dos produtos potencialmente perigosos, pretende-se minimizar os riscos associados à exposição a essas substâncias. São enunciadas algumas regras gerais relativas ao manuseamento de substâncias químicas, nomeadamente:
Minimizar a exposição a substâncias químicas em geral;
Usar o equipamento de proteção individual adequado ao trabalho a desenvolver. Este deverá incluir sempre, bata, luvas e óculos de proteção;
35
Não usar cabelos compridos soltos, pois podem estar na origem de situações de risco, retirar pulseiras e anéis dado que as substâncias perigosas e outros materiais podem alojar-se nestes objetos e causarem lesões na pele;
Ler com atenção as instruções antes de iniciar qualquer trabalho;
Conferir o rótulo do recipiente ou a FDS antes de utilizar uma substância química, no sentido de verificar quais são as suas propriedades de risco;
Nunca usar produtos de recipientes que não tenham rótulos legíveis. Esta regra também se aplica a outros tipos de embalagens, que devem estar sempre rotuladas;
Quando se verter um líquido de um recipiente para outro, fazê-lo pelo lado oposto ao do rótulo para evitar a deterioração deste pelo líquido;
Não misturar substâncias químicas ao acaso, pois podem ocorrer reações incompatíveis, que se poderão traduzir em reações violentas ou explosivas;
Não colocar num recipiente qualquer substância química que dele tenha sido retirado. Seguindo esta regra, evita-se o risco de trocas e de reações químicas incompatíveis;
Depois de retirar uma substância química de um recipiente, voltar a fechá-lo, imediatamente;
Não tocar, cheirar ou provar qualquer substância química;
Não fumar, comer, beber ou guardar alimentos em locais que não sejam próprios para esse efeito, especialmente em áreas onde se localizem substâncias químicas;
Usar sistemas de aviso sempre que possam ocorrer situações de risco graves, como sejam as exposições a radiações ionizantes, laser, materiais inflamáveis, muito tóxicos ou outras situações especiais;
A fim de evitar contaminações, não deverá usar o equipamento de proteção fora do local de trabalho;
Lavar-se bem antes de abandonar o local de trabalho. Evitar o uso de solventes para limpar a pele. Estes desengorduram a pele produzindo inflamações ou
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irritações. Em muitas situações a lavagem com solventes facilita a absorção cutânea dos produtos químicos.
Rotulagem Os diversos países adptaram o método da simbologia expressa em paineis, placas e etiquetas de identificação de matérias perigosas. Etiquetas de perigo A utilização destas etiquetas servem para classificar as mercadorias perigosas contendo as seguintes finalidades:
Serem reconhecidas à distância;
Identificar a natureza do perigo
Ser facilmente reconhecida face aos simbolos.
Principais simbolos:
Bomba: perigo de explosão;
Chama: perigo de incêndio;
Caveira: perigo de envenenamento;
Trifólio: perigo de radioatividade;
Os liquidos gotejando dos tubos de ensaio sobre uma mão e uma placa de metal: perigo de corrosão.
Outros símbolos complementares utilizados são:
Uma chama sobre um circulo: comburentes/oxidantes;
Uma garrafa: gases comprimidos não inflamáveis;
Três meias luas sobre um circulo: substâncias infecciosas;
Uma cruz sobre uma espiga de trigo: substância nociva que deve colocar-se à distância dos alimentos;
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Sete franjas verticais: substâncias perigosas diversas
Rotulagem de embalagens Os rotulos das embalagens têm como função identificar os riscos relativos à utilização dos produtos bem como as medidas de prevenção a ter na sua utilização. Todas as embalagens devem possuir rótulo, com as seguintes informações:
Indicar o perigo que a substância apresenta e os simbolos de perigo;
Indicações sobre o frabricante;
Número CEE;
Estas informações deverão ser coerentes com a substância;
Tem de estar de acordo com o idioma do pais em questão;
Nome da substância de acordo com uma lista internacional.
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Exemplo:
Exemplo: Simbolos utilizados no rótulo das embalagens
3.4.Plano de emergência
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3.4.1.Situações de catástrofe (ex: incêndios, inundações, tremores de terra…) Grande parte das atividades do Serviço de Segurança consiste na intervenção em caso de emergência. Esta atividade implica uma capacidade de planeamento e organização bem sistematizados, de modo a prever e estruturar a intervenção humana numa situação de emergência O Plano de Emergência Interno (PEI) é o documento que contém a estrutura da organização de segurança, os procedimentos a seguir e as responsabilidades dos diversos intervenientes nas ações de intervenção e de apoio em situações de emergência. Deve ser elaborado com base nos cenários previsíveis de incêndios ou outras situações de emergência na entidade. Embora exista a necessidade de cada entidade ter um PEI específico, existem aspetos comuns na sua estruturação, como:
Corpo genérico contendo os riscos de incêndio da entidade, os traços gerais da organização
de
segurança,
as
medidas
de
ordem
geral
adotadas,
os
procedimentos de alarme e as medidas de evacuação a adotar por qualquer pessoa;
Organização de segurança contemplando as várias equipas, respetivas missões e responsabilidades, a concretizar nas fases de alarme, alerta, evacuação, 1ª intervenção e apoio à intervenção dos bombeiros;
Procedimentos a seguir por cada equipa na concretização da sua missão;
Anexos de plantas e esquemas de emergência.
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O PEI tem como objetivos sistematizar a evacuação enquadrada dos ocupantes e limitar a propagação e as consequências do incêndio, recorrendo a meios próprios, devendo ser constituído por:
Organização em caso de emergência;
Indicação das entidades internas e externas a contactar em situação de emergência;
Plano de atuação; Plano de evacuação;
Anexo com instruções de segurança;
Anexo com plantas de emergência
No Posto de Segurança deve estar disponível um exemplar atualizado, sujeito a verificação durante as inspeções regulares e extraordinária. Na figura exemplificam-se as fases do desenvolvimento de uma situação de emergência
41
3.4.2.Plano de evacuação A evacuação rápida e segura dos ocupantes de um edifício é prioritária sobre quaisquer ações de combate a incêndios. Para garantir essa evacuação numa situação de emergência, deve prever-se, no PEI, uma equipa com essa missão, devidamente enquadrada na organização estabelecida. Dele deve constar também a missão da equipa de evacuação e quais as responsabilidades específicas de cada elemento. É essencial saber como se deve proceder em caso de evacuação.
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A Zona de Segurança deve ser indicada de forma clara e estabelecida em local que não interfira com as operações de socorro e onde as pessoas possam estar em segurança. Nessa zona deve ser definido um Ponto de Encontro, para onde se devem encaminhar as pessoas após terem sido evacuados os espaços do edifício. Podem definir-se vários Pontos de Encontro em edifícios com maior dimensão ou com efetivo elevado. Esses pontos devem conter o esquema de controlo das pessoas que já evacuaram os espaços em risco, de modo a confirmar a evacuação total dos espaços e garantir que ninguém regressa ao edifício sinistrado até que seja dado como seguro pelas entidades competentes. Quando a entidade possui espaços abertos ao público com efetivo superior a 500 pessoas, ou sempre que existam problemas particulares de evacuação, nomeadamente se existirem ocupantes com limitações na capacidade de perceção do alarme ou de mobilidade, deve ser elaborado um Plano de Evacuação. O plano de evacuação deve contemplar instruções e procedimentos de modo a garantir a evacuação ordenada, total ou parcial:
Encaminhamento rápido e seguro dos ocupantes desses espaços para o exterior ou para uma zona segura, mediante referenciação de vias de evacuação, zonas de refúgio e pontos de encontro;
Garantir o auxílio a pessoas com capacidades limitadas ou em dificuldade;
Confirmação da evacuação total dos espaços e garantia que ninguém a eles regressa.
Imediatamente após a confirmação da necessidade de evacuação, as equipas de evacuação devem:
Orientar as pessoas para as saídas, através das vias de evacuação;
Apoiar a evacuação de menores e incapacitados;
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Evitar a ocorrência de situações de pânico;
Comprovar a evacuação completa das áreas em risco para uma Zona de Segurança;
Controlar as pessoas evacuadas no Ponto de Encontro.
A constituição dos elementos desta equipa é muito variável, dependendo da arquitetura dos edifícios, da distribuição do efetivo e das características dos respetivos ocupantes. Nos locais que recebem público, naturalmente, deve ser dada ainda mais atenção à problemática da evacuação. De forma indicativa, apontam-se alguns critérios orientadores do número de elementos da equipa de evacuação:
1 elemento para cada 20 a 25 ocupantes, adultos e fisicamente capazes, em estabelecimentos que recebem público;
2 a 3 elementos para cada 100 ocupantes, em locais que não recebam público e em que os ocupantes sejam fisicamente capazes. Segurança contra Incêndio em Hospitais
Os elementos da equipa de evacuação devem ser selecionados entre os funcionários da entidade que possuam as seguintes características:
Boas condições físicas e psíquicas;
Não trabalhem em postos chaves que tenham de operar mesmo em situações de emergência;
Estarem distribuídos uniformemente por todos os espaços e por todos os turnos de laboração.
44
4.Ergonomia
4.1.Conceito e objetivos Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu ambiente de trabalho. Segundo um conceito Ergonómico, a execução de tarefas deve ser feita com o mínimo de consumo energético de modo a sobrar "atenção" para o controlo das tarefas e dos produtos, assim como para a proteção do próprio trabalhador. Os agentes ergonómicos presentes nos ambientes de trabalho estão relacionados com:
Exigência de esforço físico intenso,
Levantamento e transporte manual de pesos,
Postura inadequada no exercício das atividades,
Exigênciasrigorosas de produtividade,
Períodos de trabalho prolongadas ou em turnos,
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Atividadesmonótonasourepetitivas
Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias, curáveis em estágios
iniciais,
mas
complicadas
quando
não
tratadas
a
tempo,
chamadas
genericamente de lesões por esforços repetitivos. As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos atingidos. A análise e intervenção ergonómica traduz-se em:
Melhorescondições de trabalho
Menores riscos de incidente e acidente
Menorescustoshumanos
Formação com o objetivo de prevenir
Maiorprodutividade
Otimizar o sistema homem / máquina.
4.2.Requisitos
mínimos
de
segurança
e
saúde
na
movimentação manual de cargas A Movimentação Manual de Cargas pode ser definida como qualquer operação de movimentação
ou
deslocamento
voluntário
de
cargas,
incluindo
as
operações
fundamentais de elevação, transporte e descarga. A ocorrência de acidentes neste tipo de movimentações é consequência de movimentos incorretos ou esforços físicos exagerados, de grandes distâncias de elevação, do
46
abaixamento e transporte, bem como de períodos insuficientes de repouso, especialmente quando se tratam de cargas volumosas. A Movimentação Manual de Cargas pesadas implica o desenvolvimento de esforço muscular. Esse esforço traduz-se numa compressão dos vasos sanguíneos e do tecido muscular, originando uma diminuição do fluxo sanguíneo e, consequentemente, uma diminuição do fornecimento de oxigénio e de açúcar. Todo este quadro conduz à fadiga. A fadiga pode provocar uma redução da eficiência do trabalho, que, em casos extremos, leva à ocorrência de acidentes de trabalho. De forma a minimizar os riscos e, consequentemente, as lesões, nas atividades de transporte de cargas, existem várias medidas de prevenção que se deverão tomar:
A redução das cargas (os valores-limite da carga variam consoante idade, sexo, duração da tarefa, frequência do movimento de elevação e transporte e capacidade física do trabalhador);
A correta escolha do pessoal que desempenha essas atividades;
A formação sobre técnicas corretas de movimentação de cargas;
A utilização de Equipamentos de Proteção Individual adequado (vestuário, luvas e calçado);
A utilização de meios mecânicos auxiliares (carros de mão, rolos, patins, ventosas, pinças ou garras, ou ímans);
A readequação do espaço de trabalho.
Em termos mais específicos, no levantamento de cargas do solo, o trabalhador deve seguir as seguintes regras de prevenção:
Posicionar-se o mais perto possível da carga, em posição estável.
Afastar os pés com o objetivo de equilibrar a distribuição do peso;
Agarrar a carga firmemente, sempre que possível com a mão completa;
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Fletir os joelhos mantendo as costas direitas, de forma a evitar um esforço incorreto da coluna, prevenindo o aparecimento de lesões e/ou doenças;
Elevar a carga sem puxões bruscos, mediante a extensão das pernas;
Manter os braços e a carga o mais próximo possível do corpo.
4.3.Factores ambientais inibidores do bem-estar no trabalho 4.3.1.Ruído O ruído é um fator que, a elevados níveis, pode conduzir a perdas de audição, mas que, em
níveis
menos
elevados,
provoca
o
denominado
“efeito
intrusivo”
sendo
comprovadamente percursor de situações de “distress” que associadas a outros fatores, influencia negativamente a execução de tarefas que exigem concentração e a tomada de decisões, com repercussões graves, quer para os trabalhadores quer para os doentes. O ruído constitui uma causa de incómodo para o trabalho, um obstáculo às comunicações verbais e sonoras, podendo provocar fadiga geral. A lesividade do ruído não depende exclusivamente das suas próprias características (intensidade e cadência), mas também do lugar de exposição e dos fatores pessoais do sujeito exposto. Exemplos de ruídos de menor intensidade que se tornam incómodos, decorrem dos alarmes sonoros presentes nos equipamentos de monitorização, bem como o ruído resultante quer do desenvolvimento normal das atividades terapêuticas, quer o que resulta das visitas, que também contribui para um ambiente não terapêutico, muitas vezes descurado nas diversas instituições hospitalares.
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A insonorização do hospital, reparação rápida das avarias, uso de calçado de sola macia, diminuição do som nos alarmes e telefones, isolamento dos “doentes ruidosos” e limitação das conversas entre o pessoal e doentes com dificuldades de audição, são algumas das medidas propostas para diminuir o ruído ambiente nos hospitais.
4.3.2.Vibrações Um dos fatores de risco de natureza física, felizmente pouco frequente a nível das instituições hospitalares, são as vibrações. Os seus efeitos prejudiciais para além de atingirem os funcionários do hospital, os doentes e as estruturas da edificação, atingem também determinado tipo de equipamento sensível, impedindo o seu adequado funcionamento. A nível dos doentes, as lesões provocadas pelas vibrações podem facilmente ser percebidas, basta para isso pensar em determinadas técnicas de terapia como o ultrassom terapêutico e a litotripsia.
4.3.3.Ambiente térmico Os profissionais de saúde enfrentam também problemas a nível da temperatura, uma vez que os edifícios tendem a estar muito quentes, para benefício dos doentes, expondo assim os profissionais a frequentes alterações térmicas quando se deslocam entre áreas diferentes do hospital. No tempo quente os profissionais vivem momentos de desconforto dentro das suas fardas incómodas, e, no tempo frio, as fardas não são igualmente adequadas e, o aquecimento nem sempre se encontra a temperaturas suficientes.
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O problema colocado pelos ambientes térmicos é o da homeotermia (manutenção da temperatura interna do corpo), a qual garante um funcionamento ótimo das principais funções do organismo e em particular do sistema nervoso central. De facto, à medida que o nível de stress térmico se eleva acima da zona de conforto, aparecem estados sucessivos de mal-estar psicológico que vão desde a sensação puramente subjetiva de estar incomodado, a uma redução apreciável do rendimento de tarefas que exigem destreza manual. A manutenção de um ambiente térmico neutro, exige o controlo de quatro fatores (principais) que intervêm nas trocas de calor efetuadas entre o homem e o ambiente em que está inserido, sendo eles: a temperatura, a humidade, a velocidade do ar e o calor radiante. As unidades de saúde devem por isso, ser dotadas de equipamentos de climatização que garantam adequadas condições de conforto e de higiene.
4.3.4.Qualidade do ar A ventilação inadequada é outro problema que se verifica nos serviços de saúde. Os sistemas de ventilação são, muitas vezes, ineficazes e as janelas não se podem abrir. Uma ventilação adequada deveria renovar o ar na totalidade e distribuir ar fresco por todo o edifício, com uma temperatura e humidade controladas. A ausência de humidificadores do ar contribui para que as mucosas sequem, sendo também responsável por problemas respiratórios. Por outro lado, nem sempre há uma verificação periódica da água dos sistemas de ventilação e dos filtros do ar condicionado, o que pode trazer graves danos à saúde.
50
Um estudo realizado no final de 2005, em 19 hospitais de Norte a Sul de Portugal, revelou que as medidas para o controlo das infeções hospitalares no que respeita à qualidade do ar não eram suficientes. Nesse estudo, em mais de metade dos hospitais foram encontradas amostras de ar em que o número de bactérias ultrapassava o valor máximo indicado pela OMS para ambientes saudáveis: 500 ufc/m³ (unidades formadoras de colónias por metro cúbico). Em alguns casos, os valores detetados rondavam os 900 ufc/m³, quase o dobro do valor preconizado por aquela organização. O facto de se verificarem valores acima do limite indicado em hospitais situados em áreas geográficas díspares, revela que não se trata de um problema localizado. Nesse estudo, refere-se, igualmente, que os fungos e as leveduras podem causar problemas de saúde, sobretudo ao nível respiratório e da pele, tendo-se constatado que o valor de 300 ufc/m³, indicado pela OMS, tinha sido ultrapassado em quatro hospitais.
4.3.5.Sistema de iluminação Outro fator de risco de natureza física é a iluminação. Uma iluminação adequada é, pois, uma condição imprescindível para obter não só o conforto do posto de trabalho mas também o rendimento laboral e, está intimamente ligada à regulação dos estados de alerta e descanso do ser humano. Facilmente se compreende que para se desenvolver uma boa prestação de cuidados de saúde, e para a segurança dos profissionais e dos doentes, em qualquer serviço em que se prestem cuidados de saúde, é necessária a existência de boas condições de iluminação, até porque cerca de 80% dos estímulos sensoriais são de natureza ótica.
51
Se a iluminação for deficiente pode não só conduzir a erros e baixa eficiência, como também pode originar quedas e outros incidentes, e até cefaleias e cansaço visual. Por outro lado, a luz excessiva também é prejudicial, conduzindo essencialmente ao encandeamento. A iluminação é importante em todas as situações de trabalho, na medida em que, sendo a maioria das tarefas realizadas essencialmente sob controlo visual, o trabalhador tem absoluta necessidade de ver bem a zona de trabalho e os objetos a manipular e de ter a perceção da profundidade do campo e do contraste visual. Para além da iluminação correta do ambiente de trabalho, deve ser valorizada a identificação de contrastes excessivos no campo visual, bem como as fontes de encandeamento direto ou refletido.
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5.Principais doenças profissionais
5.1.Definição legal e sua classificação Acidentes de trabalho É acidente de trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza direta ou indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte. Um acidente de trabalho não é um acontecimento fortuito, cuja responsabilidade se possa imputar a um acaso, a uma “fatalidade”. Um acidente de trabalho tem sempre origem em uma ou mais causas.
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Devemos no entanto distinguir entre:
Incidente - Acontecimento não intencional que em circunstâncias ligeiramente diferentes poderia provocar danos corporais, danos materiais ou perdas de produção.
Acidente - Acontecimento não intencional que provoca danos corporais, danos materiais ou perdas de produção.
Sempre que um dano corporal necessitar de cuidados médicos ou de enfermagem é um acidente, mesmo que o acidentado, por razões diversas, não tenha procurado esses cuidados.
5.2.Causas dos acidentes e das doenças profissionais As causas dos acidentes de trabalho devem ser investigadas. Elas devem ser corretamente identificadas e prontamente eliminadas ou minimizadas de forma a evitar a ocorrência de novos acidentes de trabalho. Fator humano A causa pessoal está relacionada com o conjunto de conhecimentos e habilidades que cada um possui para desempenhar uma tarefa num dado momento.
Existem diversas características no indivíduo que o tornam mais ou menos propenso para o acidente:
Sexo;
Idade;
Características genéticas;
Maior ou menor aptidão para o trabalho que realiza;
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Ignorância dos riscos, dos perigos inerentes ao trabalho;
Determinados tipos de personalidade e de inteligência;
Demasiada segurança em si próprio;
Estado de saúde;
Maior ou menor experiência;
Maior ou menor tendência para a fadiga;
Falta de proteção individual eficaz – acha que não é necessário;
Maior ou menor motivação para o trabalho;
Outros.
Fator material A causa mecânica diz respeito às falhas materiais existentes no ambiente de trabalho, como por exemplo:
Materiais defeituosos
Equipamentos em más condições
Ambiente físicos ou químico não adequado
Localização imprópria das máquinas
Roupa e calçado não apropriados
Instalações elétricas impróprias ou com defeito
Fator organizacional Os fatores organizacionais relacionam-se com a estrutura e organização do trabalho da própria entidade, como sendo por exemplo:
Conflito de metas (pressões que possam ser exercidas para atingir uma determinada meta, sem considerar os potenciais conflitos)
Má distribuição de horários e tarefas.
Fator ambiental
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As causas dos acidentes de trabalho podem existir no ambiente de trabalho, entendendose por ambiente de trabalho um todo que rodeia o trabalhador e no qual se integram, também, as características individuais do próprio trabalhador.
Exemplos:
Ambientes de trabalho pouco saudáveis
Iluminação pouco adequada
Elevado nível de ruído
Ventilação não adequada
Stress térmico.
5.3.Estatísticas e impactos socioeconómicos A nível internacional Todos os anos na União Europeia cerca de 5 milhões de pessoas são vítimas de acidentes de trabalho que ocasionam ausências superiores a 3 dias, num total de aproximadamente 146 milhões de dias de trabalho perdidos:
Ocorre 1 acidente de trabalho em cada 5 segundos, na EU;
Morre 1 trabalhador a cada 2 horas, vítima de acidente de trabalho, na EU;
Dois terços das 30 000 substâncias químicas mais utilizadas na EU, não foram submetidas a testes toxicológicos completos e sistemáticos;
Um quinto dos trabalhadores da UE - 32 milhões de pessoas – estão expostos a agentes cancerígenos;
56
Estes riscos são agravados por uma informação e cumprimento inadequados das normas de segurança. Um estudo, determinou que apenas 12% das empresas conheciam os seus deveres legais. Além disso, um estudo separado revelou que 20% das Fichas de Dados de Segurança fornecidas pelos fabricantes de substâncias perigosas continham erros. Apenas as substâncias químicas notificadas desde 1981 são obrigatoriamente submetidas a esses testes, embora a EU esteja a desenvolver uma estratégia para a avaliação sistemática das chamadas substâncias químicas existentes. Em todo o mundo ocorrem por ano cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho e são registadas mais de 160 milhões de doenças profissionais. Algumas consequências desses acidentes são permanentes e afetam a capacidade de trabalho das vítimas e a sua vida extralaboral. Os acidentes de trabalho ocorrem em todas as indústrias e incluem escorregões, tropeções, quedas de pessoas ou de objetos, objetos cortantes e quentes, e acidentes que envolvem veículos e máquinas. Em Portugal Dados relativos a 2011 No decurso de 2011 a ACT a ACT realizou 161 inquéritos de acidentes de trabalho mortais, sendo que 149 desses inquéritos foram relativos a acidentes ocorridos em 2011, enquanto 12 inquéritos foram referentes a acidentes ocorridos em 2010 mas comunicados à ACT apenas em 2011. Salienta-se, ainda, que em 2011 a metodologia utilizada na realização dos inquéritos de acidente de trabalho foi alterada, tendo os inquéritos sido alargados aos acidentes de viagem, de transporte ou de circulação e aos acidentes in itinere.
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Nos anos anteriores apenas foram realizados inquéritos aos acidentes mortais ocorridos nas instalações do empregador. No quadro seguinte apresenta-se o número de inquéritos realizados no ano de 2011 a acidentes de trabalho mortais, por tipo de acidente. Quanto à dimensão das empresas onde ocorreram acidentes de trabalho mortais, verificase que 29,2% da totalidade desses acidentes ocorreu em micro empresas. Em termos de género, dos inquéritos realizados em 2011, 57 dos sinistrados eram do sexo feminino e 1568 do sexo masculino.
No sector da saúde Aproximadamente 10% dos trabalhadores da União Europeia desempenham a sua atividade profissional no sector da saúde e da proteção social, trabalhando uma proporção significativa nos hospitais. Este facto faz da saúde um dos maiores sectores de emprego na Europa, abrangendo um vasto leque de atividades. Aproximadamente 77% dos trabalhadores são do sexo feminino. Segundo dados europeus, a taxa de acidentes de trabalho no sector da saúde é 34% superior à média comunitária. Além disso, o sector da saúde apresenta uma elevada taxa de incidência de distúrbios músculo-esqueléticos relacionados com o trabalho, apenas precedido do sector da construção.
Para além dos acidentes de trabalho devido a picadas com agulhas, a lesões dorsolombares, aos salpicos de fluidos orgânicos ou de produtos químicos, e à manipulação de fármacos, existem outros que são inerentes ao próprio trabalho hospitalar. Como o trabalho por turnos rotativos, os quais tem um efeito nocivo, que nalguns casos é imediato e noutros é tardio manifestando-se quer a nível físico, quer a nível psicológico,
58
contribuído indiretamente para o acidente de trabalho ou para o desenvolvimento de uma doença profissional.
59
6.Tarefas
que
em
relação
a
esta
temática
se
encontram no âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde
6.1.Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão direta Nos contextos de saúde, o supervisor do técnico/a de saúde é um enfermeiro que pode ter as competências de consultor, conselheiro, orientador, que estabelece e desenvolve relações de ajuda em vários campos de intervenção e que:
Disponibiliza os seus conhecimentos e saberes avaliando as necessidades de formação e de suporte emocional para melhorar cuidados seus e dos seus pares;
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Promove e coopera em processos sistematizados de mudança e de atendimento do doente;
Dá visibilidade e incentivo às boas práticas;
Promove a autorreflexão perante as situações que se deparam nos vários contextos de trabalho;
Desenvolve processos de reflexão-ação sobre o seu próprio papel como supervisor e também como prestador de cuidados de enfermagem.
De acordo com o respetivo perfil profissional, cabem ao técnico/a de saúde as seguintes tarefas que, sob orientação de um enfermeiro, tem de executar sob sua supervisão direta:
Assegurar a recolha, transporte, triagem e acondicionamento de roupa da unidade do utente, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
Efetuar a limpeza e higienização das instalações/ superfícies da unidade do utente, e de outros espaços específicos, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
Efetuar a lavagem e desinfeção de material hoteleiro, material clínico e material de apoio clínico em local próprio, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
Assegurar o armazenamento e conservação adequada de material hoteleiro, material de apoio clínico e clínico de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
Efetuar a lavagem (manual e mecânica) e desinfeção química, em local apropriado, de equipamentos do serviço, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
Recolher, lavar e acondicionar os materiais e equipamentos utilizados na lavagem e desinfeção, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos, para posterior recolha de serviço interna ou externa;
Assegurar a recolha, triagem, transporte e acondicionamento de resíduos hospitalares, garantindo o manuseamento e transporte adequado dos mesmos de acordo com procedimentos definidos.
61
6.2.Tarefas
que,
sob
orientação
e
supervisão
de
um
profissional de saúde, pode executar sozinho/a Sendo a unidade de saúde um local onde o risco de ocorrência de infeções cruzadas ser bastante grande, é de extrema importância que sejam cumpridas algumas regras relativamente a este aspeto:
Não utilizar pulseiras, anéis ou objetos de adorno nas mãos
Lavar sempre as mãos no início de cada turno, antes e depois de ir comer, antes e depois de ir à casa de banho
Lavar sempre as mãos ou desinfetá-las com solução alcoólica, quando transita de doente para doente
O uso de luvas não invalida a lavagem das mãos O fardamento próprio da unidade não deve ser utilizado quando se desloca ao exterior
É fundamental a utilização de material de proteção universal (luvas, máscara, batas), devendo usá-lo de forma correta e adequada a cada caso
É proibido o uso de telemóveis na unidade
O frequente contacto com equipamento médico, algum dele elétrico, nomeadamente, monitores cardíacos, ventiladores, seringas infusoras, bombas perfusoras, camas elétricas, sistemas de oxigénio e ar respirável entre outros, obriga à tomada de algumas precauções como sejam:
Ter cuidado em não mexer nos botões do equipamento, pois poderá provocar alterações no tratamento que está marcado ao doente
62
Aquando da limpeza do referido equipamento, cuidado em não desligar nenhum deles da corrente elétrica
Por a cama ser elétrica, deverá haver cuidado em não estar em contacto com a mesma e com os pés sobre água, assim como não deixar o comando elétrico da cama cair dentro de superfícies molhadas
Não manipular a fonte de oxigénio com as mãos engorduradas ou com substâncias que sejam explosivas
Ter em atenção a possível ocorrência de curto-circuito, pelo que deverá estar alerta para sinais de fogo/fumo
Quando circular perto do equipamento, ter atenção para não deslocá-lo bruscamente
Se sentir algum cheiro a “ queimado “, não desvalorizar, mas pelo contrário informar imediatamente o enfermeiro responsável para que possa ser esclarecida a situação ou tomadas as atitudes mais adequadas
A copa é o local onde poderá tomar refeições ligeiras, sendo proibida a confeção de Alimentos. A limpeza e desinfeção de equipamentos é fundamental para a sua boa manutenção do estado de higiene bem como permite manter de forma mais eficaz a sua operacionalidade e longevidade. O equipamento que genericamente se encontra abrangido neste ponto, é o seguinte:
Cama e unidade do doente com todos os seus componentes
Utensílios e materiais diversos como jarros, baldes, pentes, escovas, tala para colocação de cateter arterial, mangas de pressão, etc.
Material que não vai à esterilização mas que carece de desinfeção após a sua limpeza com água corrente e detergente, para retirar restos de matéria orgânica, secreções, etc.;
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Mesas de trabalho
Carros de higiene e de pensos
Cadeiras e cadeirões de napa
Bancada central e telefone
Todos os funcionários deverão ter uma atenção redobrada para o facto de existir um perigo associado ao ato de se desligarem quaisquer tipos de equipamentos elétricos da corrente elétrica. Deverão ser tomados todos os cuidado para que tais situações não ocorram, tanto intencional como acidentalmente, pois poderão colocar em risco a vida dos doentes.
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Bibliografia
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