Manual Do Pastor Pentecostal Cpad

May 28, 2016 | Author: Talita Keren | Category: N/A
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Pa st o r P en teco sta l Teologia e Práticas Pastorais

Reedição do livro 0 Pastor Pentecostal

R a y m o n d C a r l s o n - T h o m a s E . T r a s k - L o r e n T r ip l e t t D i c k E a s t m a n - T o m m y B a r x e t t - C h a r l e s T . C r a b t r e e - J o h n B u e n o - Z e n a s J . B i c k e t - N a n c ie C a r m ic h a e l

MANUAL

Pa s t o r P en tecostal Teologia e Práticas Pastorais

R aymond C arlson -T homas E .T rask - L o r e n T riplett - D ick E astman -T om m y B arnett C harles T. C rabtree - J o h n B ueno - Z enas J. B icket - N ancie C armichael

Reedição do livro 0 Pastor Pentecostal

0 CP/4D

José dos Reis E-Books Digital

Todos os direitos reservados. Copyright © 1999 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina. Título do original em inglês: The Pentecostal Pastor Primeira edição em inglês: 1997 Tradução: Luis Aron de Macedo Capa: Flamir Ambrósio

CDD: 253 - O Pastor: Vida, Deveres, Responsabilidade, Qualificações ISBN: 85-263-0195-0 Para maiores informações sobre livros, revistas, periódicos e os últimos lançamentos da CPAD, visite nosso site: http://www.cpad.com.br As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição de 1995, da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário.

Casa Publicadora das Assembléias de Deus Caixa Postal 331 20001-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil 3a edição/2005

Sumário Prefácio / 7 Lista de Colaboradores / 9 Unidade 1 : Prioridades na Vida do Pastor Introdução: Prioridades na Vida do Pastor /1 7 Thomas E. Trask Grupos de Prestação de Contas para Pastores /1 9 D avid Argue O Pastor e Sua Vida Devocional / 28 Leslie E. Welk A Vida Conjugal do Pastor / 35 Raym ond T. Brock O Relacionamento com Seu Predecessor / 45 G. Raymond Carlson Construindo Relacionamentos na Igreja e na Comunidade / 50 Richard B. Foth Primeiras Coisas ao Assum ir uma Nova Igreja / 57 Charles E. Hackett Trabalhando com Pessoas de Todo Tipo / 61 Hal Donaldson O Pastor, Seu Gabinete e Seu Horário / 67 William F. Leach O Gabinete de Estudos do Pastor / 74 Bill Wilson Pregação Expositiva / 80 George O. Wood De Volta à Palavra em Nossa Pregação / 98 Thomas E. Trask e Wayde I. Goodall Unidade 2 : A Vida Pessoal do Pastor Introdução: A Vida Pessoal do Pastor /1 0 9 James K. Bridges O Caráter do Servo dó Senhor /1 1 3 Zenas J. Bicket As Inigualáveis Lutas dos Pastores de Hoje /1 2 3 Dennis A. Davis A Esposa do Pastor /1 3 3 Nancie Carmichael Lidando com as Dificuldades Financeiras na Família / 143 G. Raym ond Carlson M antendo-se Saudável no Ministério /1 4 9 Richard D. Dobbins Dominando o Estresse e Evitando o Esgotamento /1 6 9 Wayde I. Goodall A Pessoa, as Possessões, os Hábitos, o Humor e o Lazer do Pastor / Robert J. Strand Educação Permanente para Atender Necessidades Variáveis / 189 Del Tarr Ética Sexual no M inistério /1 9 8 Wayde I. Goodall Quando o Pastor Precisa de Ajuda Profissional / 203 Richard D. Dobbins

O PASTOR PENTECOSTAL O Pastor como Pastor de Ovelhas / 216 Wayne Kraiss Unidade 3: Preparando-se para o flvivam ento Introdução: Avivamento E... / 229 Charles T. Crabtree Implantando M issão e Visão nos Outros / 235 Tommy B a m etl Sete Passos para um Avivamento Pentecostal / 243 D avidA . Womack Desenvolvendo um M inistério de Oração na Igreja Local / 253 Dick Eastman Avivamento através de Oração e Jejum / 264 Robert W. Rodgers Alcançando e Discipulando Povos de Outras Etnias / 268 Jesse M iranda Estabelecendo um a Nova Congregação / 276 Charles E. Hackett e D avid J. Moore Atos: O Plano para o Estabelecimento de Igrejas / 281 Scott Hagan Evangelizando um a Comunidade / 285 Randy Hurst M obilizando os Crentes para o Evangelismo / 294 Dale Lane Treinando e Comissionando Presbíteros e Diáconos / 299 Richard L. Dresselhaus O Dom de Evangelista: Perspectiva de um Pastor / 310 Glen D. Cole O Dom de Evangelista: Perspectiva de um Evangelista / 315 Jimmy Davis Sinais e M aravilhas / 323 Gordon L. Anderson A Prioridade do Avivamento / 331 Charles T. Crabtree Unidade 4 : Prestação de Contas Eficaz Introdução: Prestação de Contas à Denominação / 341 Charles Kelly A Prioridade da Prestação de Contas / 346 G atyA . Kellner Um Plano de Longo Alcance para a Igreja / 351 Glen D. Cole Trabalhando com Corpos M inisteriais / 358 T. Ray Racheis Dirigindo Reuniões M inisteriais e Assembléias Deliberativas / 368 Fulton W. Buntain Prestação de Contas Bíblica na Igreja / 374 Bob Schmidgall Conhecendo e Usando o Sistema Legal / 381 Richard R. H ammar Questões Legais Básicas / 384 Richard R. Hammar Conhecendo e Usando a M ídia / 392 Jejfrey Brawner Lidando com M udanças / 398 M ichael D. Comer . Priorizando o Uso das Instalações da Igreja / 408 * Danny R. Thomas » ■; . T

M anejando as Finanças da Igreja / 416 Paul D. Goodman Supervisionando o Program a de Construção / 421 M ark Burgund Lidando com os Conflitos / 427 Alm on Bartholomew Resolvendo Crises / 432 Robert H. Spence Formando uma Equipe M inisterial Qualificada e Dedicada / 438 Dan Betzer O Uso Eficaz das Descrições de Cargo / 447 E. Allen Ratta Orientando o Programa de Educação Cristã / 455 J. M elvyn Ming O M inistério com Crianças / 463 D ick Gruber Aperfeiçoando Crentes de Banco para a Obra do M inistério / 469 John M. Palmer Unidade 5: M inistério ao Corpo de Crentes Introdução: Prioridades do M inistério ao Corpo de Crentes / 483 Everett Stenhouse Relacionamentos com Outras / 486 D onArgue De Volta ao Básico em M issões / 490 Loren Triplett Trabalhando com Pastores Auxiliares: Ponto de Vista de um Pastor- presidente / 496 M. Wayne Benson Trabalhando com Pastores-presidentes: Ponto de Vista de um Pastor Auxiliar / 504 Robert W. Klingenberg Planejando o Crescimento da Igreja / 510 J. Don George Crescendo de uma Igreja Pioneira para uma Igreja com Múltiplos Ministérios / 517 Dan Secrist Cultos Especiais / 528 JerryA. Strandquist Gerando Boa Vontade na Comunidade para com a Igreja e o Pastor / 537 Zenas J. Bicket Relacionando-se com os Líderes da Comunidade / 548 Warren D. Bullock Mudando de Pastorado / 554 Ron M cM anus - que É Aconselhamento Bíblico? / 562 '•'‘■'cryde I. Goodall A: inselham ento Pessoal no Poder do Espírito / 569 D onald Lichi M antendo a Visão por Toda a V id a/ 575 John Bueno Unidade 6: Adoração Ungida peio Espírito Introdução: A Prioridade do M inistério de Deus / 583 Thomas E. Trask Dando Lugar aos Distintivos Pentecostais / 586 James K. Bridges Antes de Subir ao Púlpito: A Preparação do Sermão / 594 H. M aurice Lednicky A Chamada ao A ltar e o Compromisso Congregacional / 599 D avid Cawston

O PASTOR PENTECOSTAL Obtendo Variedade no Ministério de Púlpito / 607 H. Robert Rhoden Planejando o Culto de Adoração em Comum Acordo com o Espírito / 614 D avid Lim O Lugar M úsica na Adoração Congregacional / 622 Paul Ferrin Dirigindo Reuniões de Oração que Chegam ao Trono / 628 James D. Marocco Conservando a Sã Doutrina e a M anifestação do Espírito / 633 Jerry M cCamey A Pregação Pentecostal / 638 Ernest J. Moen Fazendo Anúncios nos Cultos / 650 Rob Carlson Notas de Fim / 657

Prefácio Q uan d o a Ig reja nasceu, no D ia de P entecostes, D eus com eçou a cham ar "p asto res” p a ra ap ascen tar os reb an h o s de fiéis que se lev an tariam ao redor do m u n d o . O s p a sto re s d ev em ser re sp o n sá v e is p elo cuidado, d ireção e e n sin a m e n to s q u e u m a c o n g re g a ç ão receb e. E les são dons p a ra a ig reja (E f 4.11), líderes necessários q u e devem ter vidas exem plares. Seu cham ado ao m in isté rio é de p ro c e d ê n c ia d iv in a (A t 20 .2 8 ); seu e x em p lo é Jesus C risto , e o p o d e r p a ra fa z e rem esta in crív el o b ra vem do E sp írito Santo. Ju lg o q u e os p a sto re s tê m de ser p e n te co sta is p a ra que ap ascen tem ig rejas tam b ém p en te c o sta is. E ssa é o rd e m de D eus. V isto que vivem os n u m d os tem p o s m ais co m p licad o s e p len o s de avan ço s tec n o ló g ico s que e ste m u n d o ja m a is v iu , é cru cial q u e os líd eres da Ig reja do S en h o r sejam n ão só ch eio s m as tam b ém g u iad o s p e lo E sp írito S anto. A s p esso as são co m p lex as; suas d ificu ld ad es e p ro b lem as, tam bém . S o m en te D eu s pode c a p a c ita r-n o s a e n te n d ê -la s e a ju d á -la s . A m e d id a q u e os p a s to re s e m p e n h a m -se em a u x ilia r os q u e se a c h a m n as garras do alco o lism o , das d r o g a s , d o d iv ó r c io e d e o u tr a s in c o n tá v e is tr a g é d ia s , p r e c is a m u rg e n te m e n te de p o d e r e d isc e rn im e n to do E sp írito p a ra m inistrar. Os m éto d o s p a ra se a lc a n ç ar as p esso as m u d am ; entretan to , n o ssa m en sag em n ão p o d e m udar. A m e n sa g e m p en teco stal, os dons do E sp írito S anto e a p re g a ç ã o d o E v a n g e lh o c o m sin a is e m a ra v ilh a s são a b s o lu ta m e n te im p o rta n te s p a ra o sécu lo X X I. C o m o p asto res, p re c isa m o s tã o -so m e n te do p o d er do E sp írito S anto p a ra g u iar-n o s e m q u a lq u e r esfo rço q u e v ise lib e rta r e dar d ire çã o às p essoas. H á duas razões p a ra isso. A prim eira é que, nesta altura da história, as p esso a s e n fre n ta m n e c e ssid a d e s críticas. A s v ic issitu d es nos lares e os m ales d a socied ad e são talvez m aiores do que os de qu alquer outra geração. P aralelo a isso e stá a n ecessid ad e de a Ig reja P entecostal satisfazer as atuais d em an d as e e x ig ên cias sem , to d av ia, c o m p ro m ete r a m en sa g em q u e lhe c o n fio u o Senhor. E sta m o s env o lv id o s n as urg ên cias sociais, m as n o ssa m e n sag em não deve to rn ar-se u m ev angelho social. E sta geração não pode d ilu ir a m e n sa g e m q u e nos fo i en treg u e. Se a ig reja p ô r em risc o suas características p entecostais, frustrará o p ro p ó sito pelo qual D eus a levantou. Q u an d o a E sc ritu ra diz: “A s co isas q u e o olho não viu, e o ou v id o não o uviu, e n ão su b iram ao co ração do h o m e m são as que D eus p rep aro u p a ra os que o a m a m ” (1 C o 2.9), D eus e stá falan d o co m a igreja. P recisam o s b u sc a r a D e u s p a ra sab er o q u e E le te m reserv ad o p a ra nós e p a ra os nossos m in is té rio s . A c re d ito q u e n ã o te m o s c o m e ç a d o s e q u e r a a rra n h a r a su p erfície d esse desafio . N ão devem os n os d escuidar, p en sa n d o q u e só p o rq u e so m o s p e n te c o sta is j á tem o s ex p e rim en ta d o tudo o que D eu s tem . M u itas co isas te m E le p a ra nós, as q u ais irem os d esco b rin d o à m e d id a que p o r f ia r m o s p o r a n d a r n o E s p ír ito . É m in h a o r a ç ã o q u e v o c ê s e ja co n tin u am en te cheio c o m o E sp írito S anto, e ex p erim en te tudo o que D eus lh e tem reserv ad o .

O PASTOR PENTECOSTAL E ste liv ro fo i e sc rito p o r p asto res, reito res e líd eres p en te co sta is. O m in isté rio d esses au to res d ar-n o s-ão novos e sc larecim en to s so bre o p apel do pastor. E les n ão tê m ap en as a teo ria do m in istério p asto ral; p o ssu e m ta m b é m a p rá tic a e o êx ito d o serv iço cristão. E ste liv ro fo i escrito p a ra o p a sto r e seus au x iliares m ais d iretos. E um c o m p ê n d io de te o lo g ia p rática; é u m a fe rra m e n ta d e re fe rê n cia im e d iata a ser u sa d a sem p re que n ecessária. O seg u n d o g ru p o d e le ito res v isad o é a q u e le q u e e stá se p re p aran d o p a ra o m in isté rio . O e stu d a n te d ilig e n te q u e a lm e ja o m in isté rio te rá p ro fu n d o in te re sse e m e sta r ad e q u a d a m e n te p re p a ra d o p a ra e ssa o b ra p re c io síssim a . C o m a p re o c u p a ção de b u sc a r a e x c e lê n cia em q u a lq u er o b ra q u e D eu s lhe co n fie, o estu d an te p re c isa re c e b e r co n selh o s d aq ueles q u e j á tê m m in is té r io s c o m p ro v a d a m e n te b e m - s u c e d id o s em á re a s e sp ecíficas. E m b o ra n ão te n h am o s ab o rd ad o to d o s os assu n to s, tem o s c e rte z a de q u e as áre a s-c h av e s do m in istério p asto ral fo ram d ev id am e n te co n sid e ra d a s. E ste liv ro tem o p ro p ó sito de ser u m a fe rram en ta p a ra os p a sto re s pen te c o sta is, q u e r se ja m das A ssem b lé ia s d e D eu s, q u e r sejam de q u a lq u e r o u tra c o m u n id a d e d e fé pen teco stal. A g ra d e ç o ao Dr. W ayde G o o d all e ao Dr. Z en as B ick e t p e lo notável e e x tra o rd in á rio tra b a lh o q u e d e se m p e n h aram n a co m p ilaç ão de to d o s os tó p ic o s d iscu tid o s, n a atrib u içã o e trab a lh o co m os e scrito res e na ed ição dos resultados. S ou-lhes efusivam ente grato à valiosa contribuição prestad a às A sse m b lé ia s de D eu s ao lo n g o d a ex ecu ção d este p rojeto. É m in h a o ração q u e “q u an to fizerd es p o r p ala v ra s ou p o r o b ras, fazei tu d o em n o m e do S e n h o r Jesu s, d an d o p o r ele graças a D eus P a i” (Cl 3.17). — T hom as E. T ra sk S u p e rin te n d en te G era l da C onvenção G eral d a s A sse m b lé ia s de D eu s nos E sta d o s U nidos

Lista de Colaboradores Gordon L. Anderson, Ph.D., Reitor, North Central Bible College, Mineápolis, M innesota, Estados Unidos. David Argue, Presbítero Executivo, Pastor, C hrisfs Place Church, Assembléias de Deus, Lincoln, Nebraska, Estados Unidos.

Don Argue, Ph.D., Presidente, National Association of Evangelicals, W heaton, Illinois, Estados Unidos.

Tommy Barnett, Presbítero Executivo, Pastor, Primeira Assembléia de Deus, Phoenix, Arizona, Estados Unidos. Almon M. Bartholomew, Presbítero Executivo, Superintendente Distrital, Nova Iorque (1976-1996), Siracusa do Norte, Nova Iorque, Estados Unidos. M. Wayne Benson, Presbítero Executivo, Superintendente Distrital Assistente, Michigan; Pastor, Primeira Assembléia de Deus, Grand Rapids, Michigan, Estados Unidos. Dan Betzer, Presbítero Executivo, Superintendente Distrital Assistente, Flórida Peninsular; Pastor, Prim eira Assem bléia de Deus, Fort Myers, Flórida, Estados Unidos.

Zenas J. Bicket, Ph.D., Reitor, Berean University, Springfield, Missouri, Estados Unidos.

Jeffrey Brawner, Pastor, Bonita Valley Christian Center, Bonita Valley, Califórnia, Estados Unidos.

James K. Bridges, Tesoureiro Geral, Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos.

Raymond T. Brock, Ed.D., Conselheiro Cristão, Tulsa, Oklahoma, Estados Unidos.

John Bueno, Diretor Regional, Assembléia de Deus Latina, Springfield, Missouri, Estados Unidos.

W arren D. Bullock, D .M in., Superintendente Distrital, Noroeste, Kirkland, Washington, Estados Unidos.

Fulton W. Buntain, D.D., Pastor, Prim eira A ssem bléia de Deus, Tacoma, Washington, Estados Unidos. M ark Burgund, Adm inistrador de Igreja, Calvary Church, Naperville, Illinois, Estados Unidos.

G. Raymond Carlson, Superintendente Geral (1986-1993), Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, M issouri, Estados Unidos.

O PASTOR PENTECOSTAL

Rob Carlson, Pastor, Bethany Christian Assembly of God, Everett, Washington, Estados Unidos. Nancie Carmichael, Escritora, Editora-at-Large, Virtue, Sisters, Oregon, Estados Unidos.

David A. Cawston, Pastor, Christian Life Center Assembly of God, Bensalém, Pensilvânia, Estados Unidos. Glen D. Cole, D.D., Superintendente Distrital, Califórnia do Norte/Nevada, Santa Cruz, Califórnia, Estados Unidos. Michael D. Comer, Pastor Auxiliar, Primeira Assembléia de Deus, Winston-Salém, Carolina do Norte, Estados Unidos.

Charles T. Crabtree, Superintendente Geral Assistente, Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos. Dennis A. Davis, Reitor, Northwest Bible College, Kirkland, Washington, Estados Unidos.

Jimmy Davis, D.Min., Representante de Evangelista/Evangelistas, Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos.

Richard D. Dobbins, Ph.D., Fundador e Diretor, Ministério EMERGE, Akron, Ohio, Estados Unidos.

Hal Donaldson, Editor, Pentecostal Evangel, Springfield, M issouri, Estados Unidos.

Richard L. Dresselhaus, D.Min., Pastor, Primeira Assembléia de Deus, San Diego, Califórnia, Estados Unidos. Dick Eastman, D.D., Presidente Internacional, Every Home for Christ, Colorado Springs, Colorado, Estados Unidos.

Paul Ferrin, Presidente, The Ferrin M usic Group, Inc., Colorado Springs, Colorado; Diretor de Música, Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos.

R ichard B. Foth, M in istro em M issão E sp ecial p a ra as C om unidades Congressionais e Diplomáticas de Washington, Distrito de Colúmbia, Arlington, Virgínia, Estados Unidos.

J. Don George, D.D., Pastor, Calvary Temple Assembly of God, Irving, Texas, Estados Unidos.

Wayde I. Goodall, D.Min., Coordenador Nacional, Escritório de Aprimoramentos M inisteriais, Springfield, M issouri, Estados Unidos. Paul D. Goodman, Superintendente D istrital, M ontana, Billings, M ontana, Estados Unidos.

LISTA DE COLABORADORES

Dick Gruber, Pastor Auxiliar, Bloomington Assemblies of God, Bloomington, Minnesota, Estados Unidos.

Charles E. Hackett, D iretor Executivo, Divisão de M issões Nacionais das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos. Richard R. Hammar, J.D., LL.M., CPA, Consultor Legal, Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, M issouri, Estados Unidos. Scott Hagan, Pastor, H arvest Church Laguna Creek Assembly, Grove Elk, Califórnia, Estados Unidos.

Randy Hurst, Evangelista, Springfield, M issouri, Estados Unidos. Charles Kelly, Superintendente Distrital, Carolina do Norte, Dunn, Carolina do Norte, Estados Unidos. Gary A. Kellner, Diretor de Educação por Extensão, Seminário Teológico das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos. Robert W. Klingenberg, Evangelista, Caledônia, Michigan, Estados Unidos. Wayne Kraiss, Reitor, Southern Califórnia College, Diretor, Educação de Nível Superior das Assembléias de Deus, Costa Mesa, Califórnia, Estados Unidos.

Dale Lane, Pastor Auxiliar, Primeira Assembléia de Deus, Phoenix, Arizona, Estados Unidos.

William F. Leach, Superintendente D istrital, M ichigan, Farm ington Hills, Michigan, Estados Unidos.

H. Maurice Lednicky, D.D., Reitor, Central Bible College, Springfield, Missouri, Estados Unidos.

Donald Lichi, Ph.D ., V ice-Presidente e D iretor de E ducação, M inistério EMERGE, Akron, Ohio, Estados Unidos.

David Lim, D.Min., Pastor, Grace Assembly, Cingapura. James D. Marocco, D.Min., Pastor, Primeira Assembléia de Deus, Kahului, Havaí, Estados Unidos.

Jerry G. McCamey, Pastor, Calvary Temple Assembly of God, Indianápolis, Indiana, Estados Unidos.

Ronald F. McManus, D.Min., Pastor, Prim eira Assembléia de Deus, WinstonSalém, Carolina do Norte; Presbítero Executivo (1993-1995), Estados Unidos.

J. Melvyn Ming, D.Min., Diretor do program a Doutor de Ministério e Professor de Liderança de Igreja, Assemblies of God Theological Seminary, Springfield, M issouri, Estados Unidos.

Jesse Miranda. D.Min., Presbítero Executivo, Reitor Assistente, Assuntos Urbanos e Multiculturais da Escola de Pós-Graduação em Teologia C. P. Haggard, no Azusa

O PASTOR PENTECOSTAL Pacific University, H acienda Heights, Califórnia, Estados Unidos.

Ernest J. Moen, Superintendente Distrital, Illinois (1984-1996), Carlinville, Illinois, Estados Unidos.

David J. Moore, Secretário, Departamento de Ministérios Interculturais da Divisão de M issões Nacionais das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos.

John M. Palmer, Pastor, Primeira Assembléia de Deus, Des Moines, Iowa, Estados Unidos.

T. Ray Racheis, Superintendente Distrital, Califórnia do Sul, Irvine, Califórnia, Estados Unidos.

E. Allen Ratta, Pastor, The Neighborhood Church, Bellevue, Washington, Estados Unidos.

H. Robert Rhoden, D.Min., Superintendente Distrital, Potomac, Fairfax, Virgínia, Estados Unidos.

Robert W. Rodgers, Pastor, Evangel Christian Life Center, Louisville, Kentucky, Estados Unidos.

Bob Schmidgall, Pastor, Calvary Church, N aperville, Illinois, Presbítero Executivo (1985-1996), Estados Unidos. Dan Secrist, Pastor, Faith Assembly of God, Lacey, Washington, Estados Unidos. Robert H. Spence, Ph.D., Reitor, Evangel College, Springfield, Missouri, Estados Unidos.

Everett Stenhouse, Superintendente Geral Assistente (1986-1993), Convenção Geral das Assembléias de Deus, Rancho Mirage, Califórnia, Estados Unidos.

Robert J. Strand, Pastor, Park Crest Assembly of God, Springfield, Missouri, Estados Unidos.

Jerry A. Strandquist, Pastor, Bloomington Assemblies of God, Bloomington, Minnesota, Estados Unidos.

Del Tarr, Ph.D., Diretor, Assemblies of God Theological Seminary, Springfield, Missouri, Estados Unidos.

Danny R. Thomas, Pastor Auxiliar, Primeira Assembléia de Deus, Tacoma, Washington, Estados Unidos.

Thomas E. Trask, Superintendente Geral, Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, M issouri, Estados Unidos.

Loren Triplett, D iretor Executivo, Divisão de M issões Internacionais das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos.

LISTA DE COLABORADORES

William O. Vickery, Superintendente Distrital, Califórnia do Norte/Nevada (19771991), Orangevale, Califórnia, Estados Unidos.

Leslie E. Welk, S uperintendente D istrital A ssistente, N oroeste, K irkland, Washington, Estados Unidos.

BilI Wilson, Pastor, Portland Christian Center, Portland, Oregon, Estados Unidos. David A. Womack, Escritor, Springfield, M issouri, Estados Unidos. George O. Wood, D .T h. P., J.D ., Secretário G eral. Convenção G eral das Assembléias de Deus, Springfield, M issouri, Estados Unidos.

Unidade Prioridades na Vida do Pastor

Introdução: Prioridades na Vida do Pastor Thomas E. Trask an ter as p rio rid ad es em su a d ev id a o rd em é u m dos m aio res d e sa ­ fios que o p a sto r enfrenta. A s m u itas o cu pações do pasto rad o c o n s­ tan tem en te p re ssio n a m os m in istro s a co m p ro m ete r a oração, a v id a d ev o cio n al, a fa m ília e, às vezes, até o p ad rão m oral exigido p ela P alav ra de D eus. A s p rio rid a d e s do m in istro do E v an g elh o d evem e sta r n e sta ordem : (1) seu re la c io n a m en to c o m o Senhor, (2) su a e sp o sa e filhos e (3) seu m in is­ té rio e trab alh o . A c o m p a n h e -m e em alg u n s p o n to s de e sp ecial in te re sse n o cam p o d essas três p rio rid ad es. S e u re la c io n a m e n to co m o Senhor. S u a v id a d e v o c io n a l é a b s o lu ta ­ m e n te d ecisiv a. A n o s a trá s, p e d i ao S e n h o r q u e p u se sse e m o rd e m m eu h o rá rio , e E le o fez. T od o s os d ias, das c in c o às sete d a m an h ã , e stu d o a B íb lia e oro . T en h o sid o c u id a d o so e m o b se rv a r e sse te m p o — o te m p o m a is p r e c io s o d o m e u d ia . M e u s p a is d e r a m -m e o e x e m p lo ; seu d e v o c io n a l c o in c id ia c o m as p rim e ira s h o ra s d a m an h ã. Je su s d ed ic av a as p rim e ira s h o ra s do d ia à o ra ç ã o . O sa lm ista D av i d isse: “P e la m an h ã, o u v irá s a m in h a vo z, ó S e n h o r; p e la m a n h ã , m e a p re se n ta re i a ti, e v ig i­ a re i” (SI 5.3). E sta d is c ip lin a se rá fu n d a m e n ta l em tu d o o q u e você fiz er e in te n ta r realizar. S e u re la c io n a m e n to co m a e sp o sa e filh o s . A lg u n s m in istro s fic am tão o c u p a d o s, q u e n e g lig e n c ia m as n e c e ssid a d e s e m o c io n a is, a lim e n ta res e o u tra s c a rê n c ia s d a fa m ília . E s p o s a e filh o s p o d em fic a r re s s e n ti­ d o s c o n tra o m in isté rio , e m esm o c o n tra D eu s, tu d o p o rq u e o ch efe da fa m ília fa lh o u e m su p rir-lh e s as n e c e ssid a d e s b á sic a s. Isso é trá g ico . Já faz te m p o q u e d e te rm in e i q u e n ão v o u g a n h a r p a ra o S e n h o r os filh o s d o s o u tro s e p e rd e r os m e u s. O S e n h o r n o s tem aju d a d o — a m im e a S h irle y — n e s s a p rio rid a d e . T em os q u a tro lin d o s filh o s, e to d o s a m a m a D e u s e são a tu a n te s em d iv e rso s m in isté rio s. P a u lo in stru iu a T im ó teo : “ S e a lg u é m n ã o sab e g o v e rn a r su a p ró p ria c asa, te rá c u id a d o d a ig re ja d e D e u s ? ” (1 T m 3.5). A o b ra do m in istério . O s m in istro s d ev em trab a lh a r co m afinco, ten d o sem p re em v ista a ch a m a d a de D eu s e o o fício sob o p o d er d in âm ico do

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O PASTOR PENTECOSTAL

E sp írito Santo. P au lo d escreveu o m inistério p a sto ra l em 1 e 2 T im óteo e em Tito. À m e d id a q u e você co n su ltar e v iv en ciar essas epístolas, en ­ q u an to an d a in tim am en te co m D eus e serve a fam ília que Ele lhe deu, seu m in istério será cu m p rid o co m excelência. Juntam ente com essas prioridades pessoais, há prioridades m inisteriais secu n d árias ig u alm en te m uito im portantes. O s m inistros devem observar estes fundam en to s: • D ê am p lo tem po p a ra a p reg a çã o da Palavra de D eus. Q u an d o as p esso as se reú n em , p re c isa m ser alim entadas co m a Palavra. E las estão fam intas pelas verdades espirituais. C om o pastor, é sua g £ resp o n sab ilid ad e nu tri-las co m u m a d ieta esp iritualm en„ te b alan cead a. Isso sig n ifica que você tem de p assar bastan te tem p o estu d an d o e se p rep aran d o . Os p rim eiro s . _ apóstolos co m p reenderam isso, porquanto determ inaram : “N ós p ersev erarem o s na oração e no m in istério d a palal j |M v ra ” (A t 6.4). A B íb lia nos diz: “T oda a E sc ritu ra divinam en te in sp irad a é pro v eito sa p ara ensinar, para redargüir, h n C ü i H I __ __ p a ra corrigir, p ara in stru ir em ju stiç a , p a ra que o h o m em i l t l s p i I H l “ “ IIIIIÉ I de D eus seja perfeito e perfeitam en te in stru íd o p a ra toda

I ureia nao foi crsada para ser m m u s e i, mas uni

estação silia^fiíis ____ ________________________ I I

b°a°b ; f p Tm3;16’17). Q ualquer coisa p erm a n en te na igreja vira p ela ora-

ção (e jeju m ). D eus só opera na igreja que está im pregna­ da pelo espírito de oração. D. L. M oody disse: “A queles que d eixaram a m ais p rofunda m arca nesta terra am aldiçoada pelo pecado foram hom ens e m ulheres de oração. Você descobrirá que a oração é a força podero sa que tem m ovido não som ente D eus, m as tam bém o h o m em ” .' M in h a esp o sa e eu v isitam o s u m a ig reja cujo b o le tim relacio n av a n u ­ m ero sas o p o rtu n id ad es de oração. N ão é de adm irar, pois, que em seis anos e ssa ig reja te n h a crescid o de sessenta p ara 650 m em bros. O pasto r con firm o u que esse reav iv am ento teve o rig em n a oração. O je ju m in d ica in ten sid ad e na oração. O p ad rão de o rações p o lid as de três a cin co m in u to não será suficiente. M as u m a inten sid ad e de oração que d escarta o co n fo rto e os m anjares d a vid a d e m o n stra a sinceridade do co ração segundo o p ró p rio coração de D eus. A ten ção cu id ad o sa às d isc i­ p lin as e sp iritu ais rev o lu cio n ará a igreja. • A igreja deve e sta r envolvida em evangelism o. D eu s h o nra o p rin cí­ pio da sem ead u ra e da co lheita, ou seja, aquilo que você sem eia, colhe. C o lh e r re q u e r a lg u m p lan tio , ou evan g elism o , u tiliz an d o -se de alguns m eio s co m o o rád io , a TV, a literatu ra ou a visitação de porta em porta. Q u an d o eu pasto reav a, fazíam o s visitação de p o rta em p o rta to d a seg u n ­ da-feira à noite. D eu s salvava as p essoas, p o rq u e a ig reja estava envolvida n a sem eadura. • A igreja deve esta r envolvida em m issõ es n a cio n a is e estrangeiras. M issõ es estão n o co ração de D eus, p o is sig n ificam a lcan çar os perdidos. D eu s n ão d eseja q u e n in g u é m pereça. A ig reja não foi criad a p a ra ser um m u seu , m as u m h o sp ita l — u m a estação salva-vidas. P ortanto, o p o rtu n i­ dad es d ev em ser d ad a em to dos os cultos p ara q u e p esso as sejam salvas. N ão p resu m a que todos os presentes sejam salvos ou que não haja desvia­ dos. C onvites são o p o rtu n id ad es às p essoas resp o n d ere m ao E vangelho.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR Isso é fu n d am en tal. D e m o n stre à c o n g reg ação que m issõ es m u n d iais são a tô n ic a d e suas p rio rid ad es. P atro cin e u m a co n venção so bre m issões. F a ç a c o m q u e m issio n á rio s to m e m p a rte e m seus cu ltos c o m freq ü ên cia. D ê o m á x im o q u e v o cê puder. • Cada igreja deve ter um program a de discipulado. O discipulado é a divisão de treinam ento da igreja. Jesus ordenou: “Portanto, ide, ensinai todas as nações” (M t 28.19). A m edida que o reavivam ento der poder ao Corpo de Cristo e o clim a espiritual continuar subindo, a necessidade de treinam ento, ensino e discipulado dentro da igreja local tom ar-se-á prem ente. • Treine e envolva os cren tes leig o s n a o b ra do m inistério. P au lo in s­ tru i os q u e o c u p a m m in isté rio s de lid e ra n ç a a e starem co n tin u a m e n te e n ­ v o lv id o s n o “ ap e rfe iço a m e n to dos san to s, p a ra a o b ra do m in isté rio ” (E f 4.1 2 ). D eu s tem u sad o p o d e ro sa m e n te os leigos que desejam p articip ar do q u e E le e stá fazen d o . O s dons do E sp írito (1 C o 12 e 14) não são ap en as p a ra o m in istério : “A m a n ife sta ç ão do E sp írito é d ad a a c ad a um p a ra o q u e fo r útil. M as u m só e o m esm o E sp írito o p era to d as essas co isas, re p a rtin d o p a rtic u la rm en te a c a d a u m com o q u e r” (1 C o 12.7,11). O s m in istro s do E v an g elh o tê m o p riv ilé g io d e aju d ar os crentes leigos a e n c o n tra r seu e sp aço no m in istério . N e m to d o s p o d em c an ta r no coral, ser p o rteiro s ou e n sin a r n a E sc o la D o m in ical, m as h á outros lugares no m i­ n istério cristão . N u n c a foi a in te n ç ã o de D eus q u e h o u v esse crentes de b an co . E le q u er q u e to d o s os m em b ro s d o C o rp o de C risto to m em parte n a o b ra do seu R eino. D eu s o ch am o u p a ra o m ara v ilh o so m in istério de pastorear, e “o E sp í­ rito S an to vos co n stitu iu b isp o s, p a ra ap a sc e n tard e s a ig re ja de D eus, que E le re sg a to u co m seu p ró p rio sa n g u e ” (A t 2 0.28). A so b eran ia de D eus im p u lsio n a a ch a m a d a q u e você tem . Q u an d o D eus nos m a n d a fazer algo, sem p re n o s d á os d o n s n ecessário s p a ra a re a liz açã o de sua obra. C o m p re ­ en d e r isso tra z tre m e n d o d escan so .

Grupos de Prestação de Contas _____para Pastores David Argue m o d elo q u e Jesu s n os d á p a ra o m in isté rio n ão se lim ita ao tem p o ; é co m p leto . S u a c h a m a d a p a ra ca d a u m d aqueles p rim eiro s pasto res foi: “S e g u e -m e ” (M t 8.22; 9.9). N ão era esotérico. N a realid ad e, foi: “V em co m ig o . V iva a m in h a v id a ” .1 O s m o d e lo s co n te m p o râ n e o s p a ra o m in istério são d iferen tes. E m tre i­ nam en to , so m o s ríg id o s n a teo ria. A p re n d e m o s em salas d e au la ou no

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20 O PASTOR PENTECOSTAL estu d o particular. L em o s, escrevem os, ap ren d em o s a falar e to rn am o -n o s estu d an tes d a p o lític a e do sistem a eclesiásticos. D epois, saím os a exercer o m in istério , tro p e ç a n d o n a adm in istração e nas m iríad es de desafios que surgem à n o ssa frente. A ssim , pouco a pouco, nossa habilidade m inisterial v ai se d e s e n v o lv e n d o . E n tre m e n te s , n o s s a v id a p e s s o a l te n d e a ser ex atam en te isto: pesso al. P o r u m a série de razõ es, apren d em o s a separar do m in istério a v id a pessoal. O m o d elo de Jesu s p a ra o d esenvolvim ento p astoral é bem diferente. S eu m o d elo in clu i c o m er co m E le, sair à pro c u ra d e u m lu g ar p a ra dorm ir, cam in h ar ao seu lado m ilh as sem fim , ex p erim en tar a liso n ja e a rejeição co m E le. N ão m en o s q u e o m in istério e a v id a q u e o cerca são ju n ta m e n te p ro cessad o s. V ocê n u n ca e stá sem u m c o leg a no m inistério, m esm o q u a n ­ do Jesu s não e stá fisicam en te presente. E sta r co m E le significa ser alvo de g ran d es flu x o s de q u estõ es inquiridoras: O que você está vendo? P o r que está p e n san d o assim ? O nde e stá sua fé? C om o foi que você fez? Sim , o d esen v o lv im en to do m in istério de acordo co m Jesu s sig ­ n ifica u m a e x p eriên cia d e v id a co m u m a c o n tín u a p restação de Em que Situação É M ais Prováve l que você v e n h a a Ser T e n ta d o ?4 c o n ta s.2 Jesu s sab e q u e “ca d a u m de nós d a rá co n ta de si m esm o a • Quando não tem passado muito D e u s” (R m 14.12). E ssa v erdade, en tretanto, só p a rec e ace n tu ar tempo com Deus, 81%. • Quando seu descanso não tem a n e c essid ad e de nos prep ararm o s cad a d ia p a ra aq uele exam e final. N ão é su rpresa, então, que se leia q u e “reg ressan d o os a p ó s­ sido o suficiente, 57%. • Quando a vida é difícil, 45%. tolos, co n taram -lh e [a Jesus] tu d o o que tin h am feito ” (L c 9.10). A p a la v ra g reg a trad u zid a p o r co n ta ra m é deriv ad a de u m term o • Durante os tempos de q u e significa “relatar co m pletam ente” . F az sentido. N in g u ém pode mudança, 42%. ficar esco n d id o ou sem subm eter-se a exam e en q u an to e stá p ró ­ • Depois de uma vitória xim o do F ilh o de D eus: Jesus co n h ecia os m otivos e os p lan o s de espiritual importante, 37%. Ju d as, c o n fro n to u T iago e Jo ão acerca dos d eles e, m esm o após • Quando as circunstâncias da su a ascen são , co n tin u o u p o lindo P edro. N ão ad m ira que seus p a s­ vida estão a seu favor, 30%. tores em trein am en to ten h a m crescid o tão fo rtes e se to m a d o de ta n ta confiança. E m três anos, Jesu s fo rm o u p esso as que, cheias do p o d e r do E sp írito S anto, co n tin u ariam a ser tran sfo rm ad as p a ra tra n s­ fo rm a r o m u n d o — p a ra sem pre. P re sta r co n tas está n a c o m b in ação do que significa ser servo de D eus. P restar co n tas sig n ifica ser responsável, dar in fo rm aç õ es aos outros sobre n o ssa v id a e m in istério . O s d o cu m en to s do N ovo T estam en to ap resen tam p e lo m e n o s n o v e co n ju n tu ra s im p o rta n tes nas q u ais “rela c io n a m en to s m u tu a m e n te re sp o n sá v e is” são as diretivas ex p lícitas de D eus p a ra seu povo em ca d a situ ação d a v id a.3 P re sta r co n tas. P o r que p recisam o s disso? 1. 2. 3. 4.

P o rq u e “en g an o so é o coração [natural], m ais do q u e todas as co i­ sas” (Jr 17.9) e o ego é inflável (G1 6.3,4). P o rq u e o m in istro e stá m uitas vezes d esan im ad o (2 C o 11.23-29; 2 T m 4 .1 6 ) e ch eio de com p lex o s de todo tipo (Fp 1.22-24). P o rq u e o in im ig o a n d a em derredor, b u scan d o a q u em p o ssa d es­ tru ir (1 Pe 5.8). P o rq u e os m istério s que pro clam am o s p recisam da luz esclareced o ra do d iálo g o (2 P e 3 .15,16; 2 Jo 12).

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR

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D esco b ri q u e as p re ssõ e s e o an d a m e n to do m in istério te n d e m a d is­ tan ciar-m e d a p restação de cp n tas em vez de ap ro x im ar-m e dela. M in h a ten d ê n c ia c o m o p a sto r é ser arrastad o a u m a v id a isen ta d e exam es e in ­ q u iriç õ e s, sem ter de p re sta r co n tas a n in g u ém . (U m q u e stio n á rio anual p a ra ren o v ação das cred en ciais d e m in istro n a re a lid a d e não co n stitu i p re s­ tação de co n tas. P ois lim ita m o -n o s a re su m ir to d o u m ano de m in istério p re en c h e n d o m ero s q u a d ra d in h o s.) E u g e n e H. P eterso n , p o r m u ito s anos p a sto r e h o je p ro fe sso r u n iv ersitário no R e g e n t C o lleg e de V ancouver, C an ad á, fa la c o m p ro p ried ad e: Não tenho conhecimento de outra profissão na qual seja muitíssimo fácil fingir como na nossa. Adotar um comportamento reverente, cultivar um tom de voz vitral, deixar escapar, aqui e ali, no meio da conversa palavras como “escatologia”, [...] freqüentemente não chega para real­ mente confundir as pessoas, mas já basta para m antê-las conscien­ tes de que nossa habitual série de pensamentos está um grau acima do nível da congregação. As pessoas confiam em nós sem questio­ Pe rguntas Relacionadas à nar. [...] M esmo quando em crises ocasionais de humildade ou ho­ Prestação de Contas Recomendadas nestidade renunciamos a santidade, não somos desacreditados. Se po r Charles Sw indo ll, Chuck Colson, fornecemos o delineamento de um esboço cru de um simulacro, con­ Steve Farra r e O u tro s sideram-no verdadeiro e concordam com ele, impondo sobre nós 1. Durante esta semana, você mãos limpas e corações puros.5 E ssa n ão é a m a n e ira do m in istério de Jesu s. A p restação de co n tas é a m a n e ira de Jesu s. E , se o seg u irm o s, as re c o m p e n ­ sas serão ab u n d an tes.

G rupos de Prestação de Contas

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esteve com uma mulher em alguma situação que, de certa forma, fosse imprópria ou que pudesse ser interpretada por outros como se você estivesse incorrendo em mau julgamento? Você tem estado acima de toda e qualquer suspeita no que diz respeito aos seus assuntos financeiros durante esta semana? Você se expôs a qualquer material sexualmente explícito nesta semana? Você tem feito suas orações e leitura das Escrituras todos os dias durante a semana? Você tem cumprido o mandato de sua vocação ao longo desta semana? Você acaba de mentir para mim?

G ru p o s de p re sta ç ã o de co n tas estão e m p o siç ão de rec e b e r algum as das m ais ric a s b ên ção s de D eus. T iag o afian ça-n o s que, _uando c o n fessarm o s n o sso s p e cad o s uns a o s outros, a cu ra cer3 am en te v irá (T g 5 .16). O p ró p rio Jesu s d isse q u e e sta ria en tre os que c o n c ilia m vid as. P ara tal g ru p o é d a d a a m a io r p ro m essa de : ração resp o n d id a: “ Q u a lq u e r c o isa q u e p ed irem , isso lh es será 4. fe ito p o r m eu Pai, q u e e stá nos c é u s” (M t 18.19). A través d a p re s­ tação de co n tas, p asto re s ev itam o p ecad o , fo rtale cem o caráter, ir s v ia m o s esm o re c im e n to s do m in isté rio , a g u ça m sua p e rc e p ­ 5. ção d a verdade, tra n sfo rm a m a so lid ão em am izad e, d o m in am a tristeza, ex p e rim e n ta m cu ras, fo rta le c em a fé, reso lv e m p ro b le ­ 6. m as. tro c a m id éias, m a n tê m o eq u ilíb rio , id e n tifica m e rep e lem ^iaques esp ecífico s do in im ig o , d esen v o lv em a lid era n ça e re s­ trin g em o ego. É so m en te q u an d o nos a p ro x im am o s o su ficien te _ns dos o u tro s que P ro v érb io s 27 .1 7 to m a -se realid ad e: “C o m o o ferro c om o fe rro se ag u ça, a ssim o h o m e m afia o ro sto do seu a m ig o ” .6 \ o c ê p r e s ta c o n ta s ? Q u e m , c o m r e g u la rid a d e , lh e fa z p e rg u n ta s a a u irid o ra s e d iretas ace rc a de su a v id a co m C risto , suas m o tiv açõ es, sua resistê n c ia às ten taçõ es, seu d iálo g o in te rio r e im a g in aç õ es? Q u e m verdaaeiram en te e stá re p re se n ta n d o o cu id a d o e o am o r de Jesus p o r você no ~ a n isté rio ? N ão é in te n ç ã o de D e u s q u e v o cê m in istre so zin h o . Se você

22 O PASTOR PENTECOSTAL fo r casad o , sua e sp o sa m u ito lhe p o d e rá a ju d ar nessas dim en sõ es, m as h á riq u eza, p o d e r e p ro p ó sito a serem e n co n trad o s em ir além dos irm ãos ou irm ãs q u e seg u em as m e sm as p isad as que você. Q uase to d o s os apóstolos, qu e nos d eram o p rim eiro m o d elo de p restação de contas, eram casados. E n tretan to , fo ra m en sin ad o s a ir além dos colegas em b u sca de p o d e r e p ro p ó sito ad icio n ais ad v indos d essa dim en são d e relacio n am en to s. A p restação de co n tas é o b tida apenas q u an d o nos p ro p o m o s a tal. É raro o c o rre r p o r acaso; deve ser d elib erad a m en te buscada. S im p lesm en te n ão se desen v o lv e sozinha. U m a vez iniciada, deve ser in ten cio n alm en te

EM CONFIANÇA S e as p esso as d ev em ab rir seus co raçõ es e c o m p a rtilh a r d etalh es de suas v id as, não apen as suas “p e rfe iç õ es” , m as ta m b é m suas fraq u ezas, elas têm de sab er que aqu ilo que co m p a rtilh a m será tratad o co m favor e co n ­ fid en cialm en te. O g ru p o deve co n c o rd a r de m an eira cla ra e em su a to ta lid a d e co m as d is­ p o siçõ es an u n ciad as a seguir, antes q u e seus in teg ran tes se a b ram uns aos outros. 1.

V ocê n ão p o d e e x p o r as in fo rm açõ es co m p artilh ad as no g ru p o co m os nãop a rtic ip a n te s d o g ru p o . N ã o im p o rta q u em sejam ! Isso sig n ifica n in g u ém ! 2. Você p o d e p a r tilh a r o que d isse sobre v o cê co m q u a lq u e r p e sso a fo ra do g ru ­ po. T rata-se de su a in fo rm ação ; ela não d eix a de ser su a m esm o q u e você a d i­ v id a co m o g ru p o o u fo ra dele. 3. Se desejar reco n tar u m a h istó ria ou ilu s­ tra ç ã o c o m p a rtilh a d a p o r a lg u é m do grupo, você deve p e d ir p e rm issã o àq u e­ la p e sso a antes de fazê-lo , não im p o r­ tan d o o q u e v o cê p o ssa fazer p a ra m a s­ c a ra r a h is tó ria o u ilu stra ç ã o (tro c a r n o m e s, m u d a r d e ta lh e s etc.). Isso se a p lic a ao te s te m u n h o p o s itiv o ta n to q u an to ao negativo. 4. S e algo c o m p artilh ad o n o g ru p o c o n s­ titu ir alg u m p e c a d o sério , ou seja: p e ­ cad o que: • se ja p ra tic a d o c o n tin u a m e n te , sem d im in u iç ã o e m term o s de fo rç a ou

freq üência, m esm o sob a luz clara da co n fissão e oração francas; ou • sej a p raticado além das ten tações na m ente; ou • esteja d eb ilitan d o o m in istério ; ou • esteja p o n d o em p e rig o a v id a da p ró p ria p e sso a e de outras. E n tã o deve-se p e d ir p erm issã o à p esso a q ue c o m p a rtilh o u ta l p e cad o p a ra lev ar o caso p ara fo ra do grupo, a fim de bu sca r aju ­ da. E ssa p e rm issão deve ser ob tid a antes que q u alq u e r p esso a fo ra do grupo seja c o n su l­ tad a sobre o caso. A ssim todos irão sab er de an tem ão que p o d em co n fessar suas fraq u ezas p a ra c re s­ c er através do p e rd ão e do en co rajam en to sem v ir a ser fo co de m au s ju lg a m e n to s e fofocas. G rupos em que h a ja c o m p artilh a ­ m en to não devem p ro m o v e r um clim a de p erm issiv id ad e ou traição, m as de verdade e p restação de contas dentro do grupo. 5. S e o g ru p o c h e g a r a u m im p a s s e (em o u tra s p a la v ra s, u m p e c a d o sé rio foi re v e la d o e a p a rte o fe n d id a n ã o p e r­ m ite q u e s e ja d e c la ra d o fo ra do g ru ­ p o ), e n tã o d ev e p re v a le c e r a le i su ­ p e rio r de c o m p ro m isso c o m a v e rd a ­ d e e a p u re z a : a d e sp e ito do s p r o te s ­ to s e c o m o fim d e q u e a p e s s o a seja c u ra d a e re s ta u ra d a , a re v e la ç ã o c o n ­ fid e n c ia l d e v e se r fe ita a a lg u é m q u e te n h a re sp o n s a b ilid a d e d ire ta so b re tal p e sso a .

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR cultivada. E x ig e p rio rid a d e , p la n e ja m e n to , d isp ên d io de e n erg ia e tem po. C on seg u i fa z e r u m a ilu stra ç ã o d a p re sta ç ã o de contas v e rd a d eiram en te c ristã em cin co d im en sõ es de a tiv id ad e q u e fo rm a m u m ciclo de vida. A a b e rtu ra vem em p rim e iro lugar. A a b e rtu ra sig n ifica que eu e cad a um dos p a rtic ip a n te s do tra b a lh o em g ru p o m o stram o s un s aos o u tros q u e m re a lm e n te som os. F alo ab e rta m e n te so b re m eus desafio s, erros, e s­ p e ra n ç a s, d esa p o n ta m e n to s, v isão e situ ação esp iritu al. F a lo sobre m in h a fam ília, m eu trab alh o , m eu s tem o res, m in h as fo rças, m eus p ecad o s, m i­ n h as v itó rias. P erm ito q u e os in teg ran tes do g ru p o m e vejam exatam en te co m o sou. D allas W illard , em seu ex cep cio n al livro The S p irit o fth e D is ­ cip lin es (O E sp írito d a s D isc ip lin a s), escrev e so b re o p ro c esso de nos a b rirm o s u ns aos outros: a ab e rtu ra n u tre “n o ssa fé na p ro v isão de D eus p a ra n o ssas n ec e ssid a d e s através de seu povo, n o sso senso d e ser am ad o e n o ss a h u m ild ad e dian te de n o sso s irm ão s e irm ãs. [...] D ep o m o s o p e so de n o s esc o n d e r e fingir, o q u e n o rm a lm e n te c o n so m e u m a q u an tid ad e c o n ­ sideráv el de e n e rg ia h u m an a. [...] N a d a d á m ais apoio a u m c o m p o rta ­ m e n to co rreto do q u e n os ab rirm o s c o m a v erdade. A co n fissão em si to m a p o ssív e l a e stre ita e sin c e ra am izad e, e su a falta e x p lica m u ito da q u alid ad e su p erficial tão co m u m en te en c o n tra d a em n o ssas org an izaçõ es ec le siá stic a s” .7 Q u an to s de n o sso s re la c io n a m en to s com o p a sto res estão apen as n a su p erfície, n u n c a n os im p u lsio n a n d o p ara m ais p e rto de D eus? A p re sta ç ã o d e co n tas re q u e r p le n a abertura. O fe c h a m e n to é a seg u n d a d im en sã o n a p re sta ç ã o de contas. O fe c h a ­ m e n to sig n ifica q u e o g ru p o p ro p o rc io n a seg u ran ç a a to d o s que se abrem . G u a rd a r os seg red o s rev elad o s é fu n d a m e n ta l.8 A a ceitação , a afirm ação h o nesta, a g e n tile z a nas re sp o sta s e o tan g ív el co m p ro m e tim e n to em a ju ­ d a r fa z e m p a rte do fec h a m e n to . Q u an d o u m in teg ra n te do g ru p o está se ab rin d o , to d o s os o u tro s o u v em — re a lm e n te o uvem . N ão nos co n c e n tra ­ m os no que direm os em resposta. N ão estam os form ando um a defesa co ntra q u a lq u e r co isa ou c o n tra q u em q u e r q u e seja. N o ssa in ten ç ão é singular: v e rd a d e iram e n te o u v ir a m e n sa g e m e o c o ração de q u em e stá falando. E n q u a n to o u v im o s, esse p o d e ser o m o m e n to de nos aleg rarm o s co m os que se a leg ram e de ch o rarm o s co m os q u e c h o ram (R m 12.15). O u v ir é arte a ser d esen v o lv id a. E facilm en te p e rd id a p o r p asto res que c o n tin u a m e n te v iv em n u m a m b ien te em q u e só fa lam e dão resp o stas. D ie tric k B o n h o e ffe r lem b ra-n o s: Aquele que não ouve mais seu irmão, logo também não será ouvido por Deus; estará fazendo nada mais que tagarelar na presença de Deus. Isso é o começo da morte da vida espiritual e, quando o fim chegar, nada mais restará senão palavrório espiritual e condescendência clerical dis­ posta em palavras devotas. [...] Faz parte da comunhão da cruz levar as cargas uns dos outros. Se alguém não as leva, a comunhão a que pertence não é cristã. Se algum membro recusar-se a levar essas cargas, estará ne­ gando a lei de Cristo.9 A p r ó x im a d im e n sã o d a p re sta ç ã o de c o n ta s é a oração. N ão a oração curta, g en eralizad a, a d e q u a d a m en te “re strita ” , m as a oração que cap tu ra o m o saico d a v id a e fa la sem re striç õ e s c o m D eus. É a oração que leva o

24 O PASTOR PENTECOSTAL

Perguntas queEncorajamAbertura V id a E s p i r i t u a l

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D escrev a os m o m e n to s em que você se o c u p a c o m a P alav ra e o que e stá ap ren ­ den d o . C o m q u e fre q ü ê n c ia v o cê fica so zin h o c o m D e u s d u ran te a sem an a? P or quanto tem p o ? Isso satisfaz suas ex­ p ectativ as e esp eran ças? D escrev a su a v id a d e o ração no que se re fe re a tem p o , reg u larid ad e, esco p o de oração e p ercep ção d a p resen ça de D eus en q u an to ora. Você v ive na p re se n ç a de D eu s? D escrev a o q u e v o cê sente so b re a unção d o E sp írito S an to em su a v id a e m in isté rio . E m o u tra s p a la v ra s, você sen te q u e Jesu s está trab alh an d o atra­ vés d e v ocê de m a n e ira p ercep tív el? D escrev a su a situ ação p re se n te n o q u e d iz re sp e ito ao co m p artilh am en to da fé co m aq u eles q u e n ão c o n h ecem a J e ­ sus. Você está seguindo as diretivas: “Procurai com zelo os m elhores dons” (1 C o 12.31) e “Q u e d espertes o dom de D eus, que ex iste em ti” (2 T m 1.6)? Q u an d o fo i a ú ltim a vez q u e v o cê p ro fetizo u ? Je ju a r é u m a d iscip lin a esp iritu al im ­ p o rtan te. D escrev a e ssa d im en são em su a v id a atual.

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V id a P r o f is s io n a l /P e s s o a l

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V id a F a m il ia r

D escrev a a n atu re z a do seu re la c io n a ­ m en to atu al co m a e sp o sa e filhos. In ­ clu a tan to o crescim en to dos re la c io n a ­ m en to s q u a n to o d esen v o lv im en to das fo rças esp iritu ais. 8. Q ue m etas e sp iritu ais v o cê tem p a ra a su a fam ília? E m que p o n to v o cê se e n ­ c o n tra p ara atin g i-las? 9. O q u e você fa z com a fa m ília só p o r­ q u e é d iv ertid o ? Q u an d o fo i a ú ltim a vez que isso ocorreu ?

Se n ad a m u d a no que re sp eita ao seu relac io n a m en to m a trim o n ia l/fam ilia r conform e essa particularidade, você fi­ cará satisfeito co m tudo o q u e venha a dar certo?

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C o m o é que você ad m in istra seu te m ­ po? Q uais os seus lim ites e co m o você está lidando co m as p rio rid ad es, n e ­ cessid ad es, pressõ es? O fru to do E sp írito é am or, gozo, paz, lo n g an im id ad e, b e n ig n id a d e, b o n d a ­ de. fé, m an sid ão , tem p e ran ç a. H oje, quais os dois aspectos m ais fo rtes para você? E os dois m ais fracos? Q uais as características atualm ente em desenvolvim ento no seu m inistério? O que você d e se ja qu e D eus fo m en te em você du ran te o m ês q u e vem ? Q u a is as su as le itu ra s h o je ? O que você está apren d en d o ? C o m o está o seu b e m -e sta r físico ? O que você faz p a ra lid ar co m o estresse, o peso e a idade? C om o o in im ig o tem ten tad o atacá-lo desd e a n o ssa ú ltim a reu n ião ? C om o você reag iu ? Fale a resp e ito de su a v id a co m o ad ­ m in istrad o r dos recu rso s que D eus lhe tem dado. C om o você e stá se saindo na b a talh a c o n tra a ganância, a inveja e o m aterialism o ? Você vive p ela fé na área fin an ceira? V o c ê e s t á d i s c i p l i n a n d o a lg u é m atu alm en te? D escreva. O q u e v o c ê re sp o n d e ria , se D e u s lh e a p a re c e s s e e m p e s s o a e p e rg u n ta s ­ se: “ O q u e q u e r q u e eu fa ç a p o r v o cê a g o ra ? ” Q u al sua v isão p ara os p ró x im o s c in ­ co anos de sua v id a ? 11

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR ferid o do g ru p o aos p és de Jesu s. N a o ração , tem p o é dad o p a ra o d e se n ­ vo lv im en to e fo rta le c im en to d a fé. A g o ra a p ro m e ssa de M ateu s 18.19,20 p o d e ser co n sid e ra d a so lo firm e so b re o q ual se firm ar. Jesu s v erd a d e ira ­ m e n te e stá en tre nós, e diz: “P e d i” . A q u a rta d im e n sã o d a p re sta ç ã o de co n ta s é a verdade bíblica. A P a­ la v ra de D e u s n os g ru p o s e m qu e de fato h á p restaç ão de co n tas n ão é tãoso m en te c o n su lta d a em c ita ç õ e s u m tan to q u an to vagas, m as é ab e rta e lid a , p e sq u isa d a e ex am in ad a. M etas ap ro p riad as de p restaç ão de contas ad v êm de se e sta r d e b a ix o do co n se lh o d a P alav ra de D eus. T odas as p ala­ v ras d a B íb lia, ta n to as q u e tra z e m co n fo rto q u an to as q u e rev ig o ram , to d as as in stru ç õ e s, tan to as c o m u m e n te m an tid as q u an to as seg u id as u n i­ cam en te p e lo esfo rço , são n e c e ssá ria s p a ra a p restaçã o de contas. A p re s ­ ta ç ã o d e c o n ta s re q u e r a to ta lid a d e d o c o n se lh o d e D eu s. A ssim , p ro v e ­ n ie n te s d a P a la v ra , p a sso s são su g e rid o s p a ra a so lu ç ã o ou re sp o sta às situ a ç õ e s d a vida. É so m en te a P alav ra q u e te m o p o d e r de censurar, re ­ provar, c o rrig ir e in stru ir em to d as as d im e n sõ e s d a ju stiç a , p ara que seja­ m o s p e rfe ita m en te e q u ip ad o s (2 T m 3.16,17). A últim a d im en sã o na p resta çã o de con ta s é o acom panham ento. Q u an ­ do n a sessão seg u in te o g ru p o v o lta a se reunir, re lató rio s são dados sobre p ro g re sso s o u fru straçõ es. A s p erg u n tas são as m esm as q u e Jesu s fez; pe rg u n ta s essas qu e, n a v erd ad e, in d u z e m to d as as p esso a s a dar c o n ta de suas v id as uns aos o u tro s .10 S em esse estád io , a p resta ção de contas p ro ­ v av elm en te n ão está o co rren d o . O ac o m p a n h a m en to d á u rg ên cia e d ireção n o e sp aço d e tem p o e n tre as re u n iõ e s d o g ru p o . S ei que vou d ar co n ta a m e u s am ig o s q u an d o n os en c o n tra rm o s n a re u n ião seguinte. Isso m e im ­ p u lsio n a a agir. Se, n a sessão seg u in te, n ã o o b tiv e r p ro g resso s, o ciclo p o d e ser fe ito n o v am en te so b re o m e sm o assu n to , m as em u m nív el m ais pro fu n d o : a b e rtu ra m ais co m p leta, o ra ç ã o m ais in ten sa, m ais p esq u isa co n tu n d e n te n a P alavra. Q u an d o h á p ro g re sso s e v itó rias, p o sso a p re se n ­ ta r n o v as áreas de m in h a v id a ao crescim en to .

O Ciclo de Prestação de Contas N o d ia g ra m a m ais ad ian te, e stá ilu stra d o o ciclo co m p leto d a p re sta ­ ção de co n tas. O s d escritiv o s das cin co p rin c ip ais dim en sõ es ilu stra m os g ru p o s in a d eq u ad o s (e até m esm o p o te n c ia lm e n te p reju d ic iais), re su lta n ­ tes d a fa lta d a o c o rrê n c ia de to d as as d im e n sõ es d a v e rd ad e ira p resta çã o de co n tas cristã. P o r ex em p lo , h avendo: Somente Abertura conduz, m uitas vezes, a danos m aiores no que tange à tra iç ã o d os seg red o s — g ru p o fo fo q u eiro . Somente Abertura + Fechamento pode resu ltar em um grupo de apoio p sic o ló g ic o , no q ual to d o s “se n te m -se b e m ” , m as pro v av elm en te não traz q u a lq u e r m u d a n ç a ou c re sc im e n to significativos. Somente Abertura + Fechamento + Oração p ro d u z u m g ru p o de oração , m as co m u m p a d rã o de c re sc im e n to desigual. Abertura + Fechamento + Oração + Verdade Bíblica co n d u z as p esso a s ao lu g a r do v e rd ad eiro cre sc im e n to , m as e rra po r não c o m p le ta r o ciclo e c o n c e d e r às p esso a s a d in â m ic a e ssen cial, p a ra a qu al Jesu s nos cham a: a p re sta ç ã o de contas.

O PASTOR PENTECOSTAL

A PR ESTA Ç Ã O DE CONTAS C R IST A Ciclo em Cinco Dimensões Aprofundando-se cada vez mais Dimensão 1

Dimensão 2

Dimensão 3

C om o C om eçar — A lgum as O rientações 1. C om p ro m eta -se em fa zê -lo . N ão p erm ita que e sta leitu ra seja a p e ­ nas inform ativa. D este d ia em diante, determ in e viv en ciar a verd ad eira p restação de co n tas em sua vida. O dia p ara co m eç ar é hoje, p o u co im p o r­ tan d o a id ad e que você ten h a ou o estádio em que se en c o n tra sua vid a e m in istério . 2. Peça a D e u s que o ajude a en co n tra r as p e sso a s certas p a ra as q u a is p re sta r contas. P ro cu re p esso as que ten h am u m coração aberto, u m d esejo in ten so em an d ar co m C risto e u m a cap ac id ad e em g u ard ar co n fi­ dên cias. E ste g ru p o será fo rm ad o u n ica m en te p o r p asto res? R estrito a ce rta d e n o m in ação ev angélica? E xclu siv am en te de casais ou só de h o ­ m ens ou só de m u lh eres? R esp o stas a essas p erg u n tas afetam sig n ificati­ v am en te a fu n ção do grupo. H ouve grupos em que participei que requeria que as pessoas viajassem durante horas p ara a reunião. D istância razoável não é obstáculo se os fato­ res de com posição estiverem em vista. C o m relação ao tam anho do grupo, deve este ser m aio r do que duas pessoas ou dois casais, m as não tão grandes a ponto de red u zir a oportunidade de as pessoas se expressarem . T rês casais ou três a quatro pessoas p arecem ser o ideal (vide N ota de F im n.° 10). 3. C ontate as p esso a s, co m p a rtilh e estas info rm a çõ es e indique seu d esejo de p re sta r contas. P eça-lh es que orem p ara dep o is virem a se re u ­ nir c o m você e m um a sessão pro lo n g ad a, a fim de ju n to s ex p lo rarem as po ssib ilid ad es.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 4. F aça a p rim e ira reunião em um lu g a r on d e haja p r iv a c i­ da d e e fle x ib ilid a d e . U m re sta u ra n te n ão é b o a esco lh a, n em o e sc ritó rio d a ig reja, n e m u m a casa o n d e h aja crianças. E n co n tre u m lugar distante de interrupções, ruíd o s e olhares perscrutadores. Se a re u n iã o fo r em u m a casa, lig u e a se c retária e letrô n ica e d eslig u e a ca m p a in h a do telefo n e p a ra ev ita r in terru p çõ es. D e d i­ q u e-se n a p rim e ira re u n iã o a d e fin ir a v isão e a ch e g ar a um c o n sen so so b re as in fo rm a ç õ e s ditas em co n fiança. (Vide o q u a­ d ro “E m C o n fia n ç a ” .) D e c id a a fre q ü ê n c ia com que o grupo se reu n irá e e sta b e le ç a u m p e río d o de prova, d u ran te o qu al o grupo p o ssa c re sc e r e m tra n sp a rê n c ia e tam b ém te sta r sua quím ica. N e sse p rim e iro en co n tro , fixe u m a d a ta e m q u e o grupo avaliará seu p ro g re sso , q u a n d o en tão se d isso lv erá o u d ec id irá ir m ais adiante. Isso to rn a rá claro o p ro c e sso e o co m p ro m isso j á d esde o início. T rês a seis re u n iõ e s são em g eral su ficientes p a ra que to d o s d isc irn a m e av aliem seus co m p ro m isso s. 5. Se D e u s o está u sa n d o p a ra d a r início a o grupo, p re su m a q ue vo cê se rá o líd e r n a p r im e ira reunião. A ce rte o to m de sua abertura. F a ç a as p esso as se sen tirem à v o n tad e co m seus e sc la ­ rec im e n to s ac e rc a do p ro cesso . C o m re sp e ito à co n tin u id ad e da lid eran ça, se o g ru p o fo r co m p o sto p o r p esso as rea lm en te do m esm o nív el, faça um ro d íz io d a lid e ra n ç a en tre aqueles d isp o s­ tos a liderar. Se o líd e r fo r sem p re a m e sm a p esso a, hav erá um a red u ç ã o n a o p o rtu n id ad e p a ra e ssa p e sso a ser v erd ad eiram en te v u ln eráv el e ser lev ad a p elo g ru p o aos pés do Senhor. 6. P erm ita que h a ja b a sta n te tem po. E m m in h a ex p eriên cia, u m a h o ra (p o r p e sso a o u casal) p a ra c o m p a rtilh am e n to de in fo r­ m açõ es e re c e b im e n to de fe e d b a c k é o tem p o m ín im o p a ra o ciclo de p restação de co n tas. N a tu ra lm e n te , se u m a p e sso a ou casal estiv er em crise, a sessão in te ira p o d e ser d e d ic ad a ao seu atendim ento. N o prin cíp io do relacionam ento do grupo, um tem po m ais lo n g o d estin ad o a e sta b e le c er fu n d a m e n to s m ais fo rtes p a ­ g a rá d iv id en d o s im ed iato s e m arav ilh o so s. A c o n tin u id ad e exige que h a ja p e lo m en o s u m a reu n ião m e n sa l co m o grupo. 7. C o m ece com a abertu ra . G ru p o s de p restaç ão de contas fa z e m p a rte de u m a lo n g a jo rn a d a . A s p esso a s farão ex p e riê n cia co m a abertura. A m a io ria de n ós se m o v e v ag aro sam en te em situ açõ es de v u ln e ra b ilid a d e — co m o caracó is, ab rin d o -se deva­ g a r e fech an d o -se ra p id a m e n te se fo re m c u tu cad o s ou p re ssio ­ nados. N ão d esista de n in g u é m rá p id o d em ais. S eja paciente. F o rn eça m u ita s o p o rtu n id a d e s p a ra as p esso a s se abrirem . U m a m a n e ira ex c e le n te d e c o m e ç a r é p e rm itir q u e c a d a u m c o m p a rti­ lh e sua v id a e e x p eriên cias esp iritu ais. P erg u n tas in v estigadoras e q u e im p u lsio n a m ao cre sc im e n to estã o a listad as no qu ad ro “P erg u n tas q u e E n c o ra ja m A b e rtu ra ” . D eix e q u e essas p erg u n ­ tam fo rn e ç a m e n e rg ia e x tra p a ra o líd e r do gru p o rev ig o ra r a ab ertu ra. T odos d ev em re sp o n d e r à p erg u n ta, se e sta fo r feita. Todos d ev em estar em pé de ig u ald ad e.

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Limites para a Proteção Morai

Jerry Jenkins Limite ri' 1: Sempre que preciso jantar ou viajar acompanhado de outra mulher, levo mais uma pessoa comigo. Se alguma complicação inevitável de última hora tornar isso impossível, minha esposa é informada por mim tão logo seja possível.

Sou cuidadoso no que se relaciona a toques. Porquanto posso dar um aperto de mão ou segurar o braço ou bater no ombro ao cumprimen­ tar; e abraço apenas amigos queridos ou parentes, e só na presença de outras pessoas.

Limite n- 2:

Se faço um elogio, é sobre o vestido ou penteado, e não sobre a pessoa em si. Na minha opinião, comentar sobre um traje bonito é muito diferente do que dizer a uma mulher que ela é bonita.

Limite ri- 3:

Limite n“ 4: Evito

o flerte ou conversas sugestivas, mesmo de brincadeira.

Limite n-5: Freqüentemente

menciono à minha esposa, por escrito e verbalmente, que me lembro dos votos feitos no casamento: “Só tenho olhos para você até que a morte nos separe”.

Da hora em que chego em casa do trabalho até que meus filhos vão para a cama, não escrevo ou faço qualquer trabalho do escritório. Isso me dá muito tempo com minha família e ocasiões para minha esposa e eu namorarmos e curtirmos um ao outro.12

Limite ri' 6:

O PASTOR PENTECOSTAL 8. F aça o ciclo com pleto. O grupo deve ser ch am ad o à P alavra. A bra a B íb lia e leia. E n co raje os o u tro s a fazer o m esm o. O salm ista escreveu: “M arav ilh o so s são os teus testem u n h o s; p o r isso, a m in h a alm a os g u ar­ da. A ex p o sição das tuas p alav ras d á luz e d á en te n d im en to aos sím p lic es” (SI 119.129,130). O rem , sem p re q u e o E sp írito S anto sensib ilizá-lo s para a n ecessid ad e. N u n c a p e rm ita que a oração seja su p erficial ou form al. E sse é o lu g a r e o m o m en to p ara elevarem seus co raçõ es a D eus e ju n to s co n co rd arem . 9. In c e n tiv e a o ração entre as sessões. E útil fazer u m a ou d u as an o ta­ ç õ es so b re o q u e os o u tros co m p artilh aram , p a ra q u e en tre as reuniões v o cê n ão esq u e ç a d e o ra r p o r elas e p a ra q u e faça o dev id o a co m p a n h a­ m en to n o en co n tro seguinte. A lg u ém serv in d o de secretário no g ru p o é da m a io r aju d a n esse p ro cesso . N ão esq u eç a que é essa fase q u e faz co m que o g ru p o o b te n h a a p le n a p re staç ão de contas. E n q u an to escrev o estas palavras conclusivas, o im p acto de m in h a re u ­ n ião c o m n o sso g ru p o de p restação de contas o co rrid a três dias atrás ain­ d a p erd u ra. E x iste m três casais em n o sso grupo. O s ho m en s são todos p a sto re s v eteran o s, c o m en v o lv im en to s que vão m u ito além de nossas ig rejas n a v id a de n o ssa den o m in ação . A s m u lh eres tam b ém estão p ro ­ fu n d a m e n te en volvidas n o m in istério . F oi n o sso terceiro en contro m en ­ sal. P o r m ais de três h o ras falam os sobre n o ssas fam ílias, p rovações, n o s­ sa b u sca em ter m ais de D eus, nossas lutas m ais íntim as. F izem o s nossas q u eix as e p ersu ad im o s co m agrados. À s vezes, ex p lo d im o s em g arg alh a­ d as, e m ou tras, en x u g am o s as lágrim as. Já no fim d a reu n ião , refleti ad m irad o sobre o q u an to o E sp írito de D eu s estev e p re se n te em n o sso m eio. T angivelm ente p resente. C ad a um de nós fo i reju v en escid o . C a d a um de nós foi usado p o r D eus a falar para a v id a do outro. S aím o s co m novos d iscern im en to s, novas reso lu çõ es. F o m o s fo rtalecid o s (o u tra vez) através da p restação de contas. A d ata de n o sso p ró x im o en co n tro j á está m arcada. “V iva a m in h a v id a ” ain d a é a ch am a d a do M estre. L evante-se, e m b a r­ q u e n e ssa jo rn ad a!

0 Pastor e Sua Vida Devocional Leslie E.Welk p astor, co m o aq u ele que se esp era que m in istre aos o utros, deve em p rim eiro lu g ar e antes de m ais n ad a ser m in istrad o p o r D eus. A vida d ev o cio n al p a rtic u la r do m inistro, o tem p o gasto com D eus, deter­ m in ará a v erd ad eira altu ra e p ro fu n d id ad e de seu m inistério.

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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR M e ta ad m iráv el p a ra o p a sto r é re c e b e r id e n tifica ção se m elh a n te à de P ed ro e Jo ã o em A to s 4 .1 3 . A s m u ltid õ es m arav ilh av am -se d a o u sad ia d esses h o m en s in d o u to s e sem cu ltu ra, p o is “tin h a m co n h ec im e n to de q u e eles h a v ia m estad o c o m Je s u s” . E sses líd e re s esp iritu ais tin h a m p a s­ sado tem p o co m D eu s e o dem o n strav am . A palavra “devoção” é definida p o r vocábulos com o “consagração” , “dedi­ cação ín tim a” e “zelo ” . D e fato, a edição de 1828 do A m erican D ictionary o f the E ng lish L a n g u a g e (D icio n á rio A m ericano da L íngua Inglesa), de N o ah W ebster, define “devoção” em su a m aio r parte em term os religiosos. W ebster d escreve-a m ais detalhadam ente, com o “um a atenção solene ao S er S uprem o n a adoração; u m a rendição do coração e das afeições a D eus, com reverência, fé e piedade, nos deveres religiosos, particularm ente na o ração e n a m ed itação ” .1 P ara todo crente e p articularm ente para o pastor, devoção significa con cen tração diária nas E scrituras e n a oração. U m a v id a d ev o cio n al d isc ip lin a d a é assu n to in te ira m en te p e sso a l, e n ão o u sa m o s releg á-lo a u m a ex ig ên cia p ro fissio n al ro tin eira. A ntes de serm o s p asto res, so m o s filh o s de D eu s, in d iv id u alm en te re sp o n sá v eis e n ec e ssita d o s do alim en to esp iritu al d iário. C om o pasto res, logo p e rc e b e ­ m os q u e alim e n ta r o reb an h o de D eu s re q u e r que p rim eiro sejam o s estu ­ d an tes d ilig e n te s d a P alavra. M esm o assim , u m a das m aio res arm ad ilh as p a ra o o b reiro cristã o de tem p o in teg ral é p e rm itir que o p erío d o d edicado ao estu d o p e sso a l su b stitu a o p e río d o d ev o cio n al p articular. F azê-lo po d e ser co m p arad o a p a ssa r a sem an a in te ira p rep a ran d o um b an q u ete para h ó sp ed es co n v id ad o s, sem te r tem p o de se se n ta r para com er. A fim de a ju d a r a d ife re n c iar essas d u as ab o rd ag en s à P alav ra de D eus, ten h o em p reg ad o o q u e d en o m in o de “m éto d o das duas c a d e ira s” . D e m o d o cara c terístic o , a c a d e ira de m in h a escriv an in h a tem serv id o de c a ­ d eira de estu d o, cad e ira de co n selh eiro , c a d eira de ad m inistrador. D essa cad eira, p esso as são an im ad as e serm õ es são prep arad o s. A c ad e ira está co n v en ien tem en te p ró x im a aos livros, b lo co de anotações, telefo n e e co m ­ putador. P o r o u tro lado, esco lh i o u tra cad e ira do m eu g ab in ete, às vezes a té em lu g a r c o m p le ta m e n te d ife re n te , p a ra h o sp e d a r m eu s p e río d o s d ev o cio n ais p a rtic u la res. C a d a p ro p ó sito é d istin to , cad a lu g ar é distinto. D e slo car-m e en tre os lu g ares d iferen tes m e lem b ra das d iferen ças entre estu d o p e sso a l e dev o çõ es p articu lares.

Devoções Pastorais ao “Estilo do Salm o 42” O S alm o 4 2 ap reen d e o an seio do c o ração do p a sto r esp iritu alm e n te ap aix o n ad o . E m b o ra d ese ja n d o servir, o p a sto r p erc eb e que o serv iço não é p o ssív e l antes de e le m esm o se en c o n tra r c o m aq u E le q u e lhe a lim en ta e d e sse d e n ta a alm a. “C o m o o cerv o b ra m a p ela s co rren tes das águas, a ssim su sp ira a m in h a alm a p o r ti, ó D eus. A m in h a alm a tem sede de D eu s, do D eu s vivo; q u an d o en trarei e m e ap rese n tarei ante a face de D e u s? ” (SI 4 2 .1 ,2 ). O anelo de u m cerv o sed ento p e la á g u a ilu stra vividam en te a in te n sid a d e do re la c io n a m en to q u e D eus d eseja que ten h am o s co m E le. A ssim co m o a sed e im p u lsio n a o cervo p a ra o córrego, tam b ém a n o ssa fo m e de re c e b e rm o s m ais d e D eu s n o s in stig a à devoção p articu e à fo n te d a v id a e sp iritu a l q u e d e la b rota. O p a sto r que n ão m ais

O PASTOR PENTECOSTAL d eseja te r in tim id a d e co m D eus é aq uele cujo coração esfriou. Tal frieza in ev itav elm en te se m a n ifestará em sua v id a p esso al e privada. O cân tico das E scritu ras que in titu lam o s “S alm o 4 2 ” cred ita aos filhos de C o ré a autoria. E les eram sacerdotes da trib o de L evi, que “tin h am carg o d a o b ra do m in istério e eram guard as dos u m b rais do tab ern ácu lo ; e seus pais h av iam sid o cap itães do arraial do S en h o r e g u a rd ad o res da en tra d a ” (1 C r 9.19). C o m o os pasto res dos dias de hoje, esses sacerdotes eram p a rtic u la rm en te v u ln eráv eis a ficar so b recarreg ad o s pelas tarefas e o b rig açõ es d iárias. A fin al d e contas, eram os resp o n sáv eis p e la v erifica­ ção das p o rtas d a ig reja, p a ra que estiv essem abertas! T am b ém é d ig n o d e n o ta que a h era n ça esp iritu al dos filhos d e C oré n ão e ra n ad a m en o s que tum ultuosa. F o ram C o ré e 250 outros líd eres que se reb elaram co n tra M o isés (N m 16). C onvencidos de que ele tin h a sido b e m -su ced id o n a lid e ra n ç a da co n gregação, d ecid iram fazer valer os seus d ireitos. M o isés, p a ra n ão ser coagido, sentiu q u e os coraítas h a v iam ido lo n g e d em ais. E m alg u m p o nto entre a ro tin a do seu serviço diário e a b u sca re b e ld e p o r in flu ê n c ia e controle, os co raítas tin h am se afastad o de D eus. M o isés co m sab ed o ria sugeriu que era o S en h o r q u em d ev eria m o s­ tra r aq u ele q u e v erd ad eiram en te estava p erto dEle. A ira do S e n h o r foi d e sen cad ead a c o n tra os coraítas, e a terra abriu a b o ca p a ra trag á-lo s ju n ­ tam en te c o m to d as as suas p o ssessões. A g o ra im ag in e e ssa h e ran ç a em sua árvore g en e aló g ic a e você co m e­ çará a co m p re e n d e r a p ersp ectiv a sin g u lar dos filhos de C oré. O S alm o 42 reflete a fru stração e a avidez resultantes de an d ar a certa d istân cia do p ró p rio D eu s q u e esp eraram servir. O s descen d en tes de C o ré anelavam ter u m a p ro x im id a d e m ais e streita co m D eus, algo que p o r b o m tem po não estav am tendo. E ra este o tipo de desejo ardente que in sp iro u a c o m ­ p o siç ã o do S alm o 42: o cervo ansiando p o r á g u a fresca.

C riando V ulnerabilidade O rei S aul q u e ria m a tar D avi, m as D av i en co n tro u seg u ran ça e abrigo em u m retiro m o n tan h o so ch am ad o E n -G ed i (1 Sm 23.29). E n -G ed i sig ­ n ifica “fon te do cab rito ” . O nom e p ro v ém do fato de que E n -G ed i era um b eb e d o u ro h ab itu al p ara o íbex, m em b ro da fa m ília dos caprinos, d e fácil ad ap tação às reg iõ es m o n tan h o sas, co m ap arên cia e h áb ito s m uito p are c i­ dos aos do cerv o .2 O íbex fez seu territó rio nas m on tan h as ro ch o sas do deserto árido p e r­ to do m ar M orto. N en h u m p red a d o r se aventurava a g alg ar as m ontanhas e ro ch ed o s escarp ad o s. L á, esse tipo de cabrito m ontês e n co n tro u refúgio d os caçad o res que ap reciavam seu couro, chifres e carne. A s m ontanhas e ram su a “z o n a de seg u ran ça” . E ntretanto, à m e d id a que o oásis no d eser­ to ia se secando co m a v in d a da estação quente, o íbex e ra fo rçad o a achar v eg etação e água. Isso o b rigava o an im al a sa ir das m o n tan h as acim a das fo n tes de E n -G ed i, o nde abundavam águas revigorantes. Q u an d o o cab rito m o n tê s ficava c o m m u ita sede, deix av a a seg u ran ça das m o n tan h as e d escia co m c au tela p a ra b e b e r água, ficando em um lu ­ g a r m u ito v u ln eráv el. D u ran te sécu lo s, os c açad o res sab iam que esses ap reciad o s anim ais e sco lh em o d esp o n tar d a m an h ã p a ra sair das m o n ta ­

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR n h as a fim de b e b e r ág u a da fonte. N a p rim e ira clarid ad e do dia, os c aç a­ dores d eitav am -se e ficav am à e sp re ita p o r a q u ele m o m en to o p o rtu n o em q u e o ca u te lo so cab rito m o n tês v in h a p a ra a b e ira d a fo n te e se in clin av a p a ra beber. E ra n e sse p re c iso m o m e n to de m a io r v u ln era b ilid ad e q u e a fle c h a e ra d isp arad a. O cab rito m o n tês ficava in te iram en te fam iliarizad o c o m o caçador. E le sa b ia q u e arriscav a a v id a to d a vez q u e fu rtav a um g o le de ág u a d a fonte. N ão o b stan te, seu d esejo a rd e n te p o r ág u a o fo rç a ­ v a a to rn a r-se a b so lu ta m e n te v u ln eráv el. Tal v u ln era b ilid ad e é p re c isa ­ m en te o q u e D eu s p e d e de nós. A ssim com o o cervo anela p ela água, o crente que vem beber da fonte de D eus é levado a b u scá-la a q u alq u er preço, m esm o correndo grande perigo. C om o seguidores sedentos de Jesus, som os incum bidos a, diariam ente, orar e m ed itar n a P alavra de D eus com o n ecessid ade prim eira. E ssa b u sca por D eus é confissão regular de n o ssa absoluta n ecessidade dEle. A o m esm o te m p o , a b r im o - n o s ao s e u e s c r u t í n i o n o p o n to d e n o s s a m a io r vulnerabilidade. E m tal capitulação, som os atraídos para m ais perto de Deus.

Planejando Tempo para Deus C o m o p asto res, d ev em o s d ar-n o s co n ta de que, se não co n tro larm o s no sso h o rário , ele n o s co n tro lará. P o r isso , faz-se n e ce ssá rio p la n e ja r o h o rário p a ra o d ev o cio n al d iário. N ão h á lei e sp ecifican d o a h o ra do dia em q u e d ev em o s fa z e r n o sso d ev o cio n al c o m D eus. (N a tu ra lm en te que, em situ a ç õ e s de c rise , so m o s le v a d o s a b u s c a r a D e u s em p e río d o s d ev o cio n ais p a rtic u la res p e la m an h ã, ao m e io -d ia e à noite!) O im p o rta n ­ te é c ertificarm o -n o s de q u e p a ssa re m o s a lg u m tem p o co m D eus, e q u e o farem o s reg u larm en te. M u ito s tê m d esc o b e rto o h á b ito dos cervos de d essed en tar-se nas p ri­ m eiras h o ras do d ia co m o um m o d elo p referív el. D avi p are ce e x p ressar essa certeza, q u an d o diz: “P e la m an h ã, o u v irás a m in h a voz, ó S enhor; p e la m an h ã, m e ap re se n ta rei a ti, e v ig ia re i” (SI 5.3). P arece ló g ico que, antes de a tacarm o s as tarefas do dia, o b te n h a m o s fo rças p a ra e n fren tá-las dan d o p rio rid a d e ao n o sso re la c io n a m en to co m Jesus. E. M . B ou n d s escreveu o clássico sobre o pregador e a oração P ow er through P ra y e r {Poder p e la O ração). E um d aqueles livros que vale a pena ser lido e relid o através dos anos. B ou n d s estava convicto de que a m elh o r h o ra do d ia p ara b u s c a m o s a D eus era logo cedo, de m anhã, e expressa tal certeza co m todo vigor: “A q u ele que m ais tem feito para D eus neste m undo tem estado de m an h ã cedo de jo elh o s. A quele que d esperdiça as prim eiras horas do dia, sua opo rtu n id ad e e fresco r em outros assuntos que não seja buscar a D eus, pou co s avanços fará em b uscá-lo no restante do dia” .3

A Vida D evocional e a Prestação de Contas do Pastor V ocê lu ta c o m a a u to d is c ip lin a re q u e rid a p a ra m a n te r u m a v id a dev o cio n al co n siste n te ? T alvez p arte d a so lu ção v en h a a ser en c o n tra d a em n ív eis m ais p ro fu n d o s de p re sta ç ã o de co n tas co m o u tro s que en fre n ­ ta m o m esm o tip o d e desafio.

O PASTOR PENTECOSTAL C ertam en te n o ssas esp osas p o d e m aju d ar a m anter-nos resp o nsáveis n a o b serv ân cia de p rio rid ad es ap ro p riad as p a ra nossas vidas, in clu in d o a v id a devocional. O m arid o e sua esp o sa estão b e m situados quan d o se trata de d isc e rn ir se a v id a espiritu al do outro está em ordem . F o rm alize a p restação de con tas, d an do perm issão ao seu cô n ju g e p a ra que fale com você acerca d essa área c rític a de sua devoção a D eus. Isso ab rirá a porta p a ra q u e o S en h o r use n ossos côn ju g es p ara m anter-nos m ais re sp o n sá ­ veis. U m a fo rm a de to rn a r isso po ssív el é esposos e esp osas en trarem ju n to s em p erío d o de o ração e m ed itação m ais co nsistentes. C o m p artilh ar os m o m en to s d ev o cio n ais com o m arido e m u lh e r não apenas faz co m que p restem o s contas de nosso re lacio n am en to co m D eus, m as tam b ém fo rta ­ lece o v ín cu lo conjugal. C erto dia, estav a eu ab sorvendo a sab ed o ria e a ex p e riê n cia de um p a sto r veteran o , q u an d o colo q u ei-lh e a questão: “R elem b ran d o sua vid a e m in istério , q u ais seriam as três coisas que você m u d a ria se tivesse a o p o r­ tu n id ad e de fazer tudo de n o v o ?” S ua re sp o sta foi rá p id a e direta, in d ic a n ­ d o q u e era algo q u e ele já tin h a p e n sa d o m u ito antes de ser fo rm alm en te inquirido. E le disse: “P a ssaria m ais tem p o co m Jesus. P assaria m ais tem ­ p o co m m in h a esposa. P assaria m ais tem po co m m eus filh o s” . O b v ia­ m en te, a ex p eriên cia h av ia-o ensin ad o do v alor d u rad o u ro de d ar p rio ri­ d ad e a esses re lacio n am en to s. A lé m disso, alg u m a vez você já enco n tro u a lg u ém que, o lh an d o p a ra trás, sentisse que h av ia d ed icado tem p o d em ais a D eu s ou à fam ília? O u tro m eio útil de fazer prestação de contas diz resp eito a o u tros m i­ n istro s que en fren tam o desafio co m u m de p ô r em o rd em as p rioridades. P au lo lem bra-nos: “N ão veio sobre vós ten tação , senão h u m an a” (1 C o 10.13). T rilh am o s ju n to s o m esm o cam in h o e po d em o s ap ren d er co m os erros e v itó rias de am igos de confiança. A lg u n s anos atrás, fo i m eu p riv ilég io fa ze r parte de u m grupo de p res­ tação de co n tas c o m p o sto p o r seis ou sete pasto res reg io n ais de no ssa d e n o m in a ç ã o . E s p re m ía m o s u m a d a ta d e n o ssa s o c u p a d a s a g e n d a s, fech áv am o -n o s n a sala de co n ferên cia de u m hotel d a cidade e p a ssá v a­ m os o d ia reu n id o s. E n tão, ab ríam o s nossos corações, ríam os, tínham os co m u n h ão n a P alavra, fazíam os am izades e orávam os. E n co n tráv am o s fo rças em exem plos h istó rico s co m o Jo h n e C harles W esley. B em ced o em su a in quirição m in isterial, eles h av iam apren d id o o v alo r d a p restação de contas. C o m o p ro p ó sito de ajudá-los n a d iscip lin a de suas v id as esp iritu ais, esses irm ãos reu n ia m -se co m m ais oito ou nove devo tad o s sem in aristas n a U n iv ersidade de O xford. T ão firm es estavam em seus co m etim en to s co m o S en h o r e uns co m os outros, que o grupo ficou co n h ecid o co m o o “C lube dos S an to s” .4 A q u eles “e n c la u su ra m en to s” que passei co m colegas m in isteriais fo ­ ram alguns dos m ais p recio so s dias de m in h a vida. D esco b ri que os o u ­ tros tam b ém tin h a m as m esm as lutas que eu, m as que, co m a ajuda de D eus e o ap o io uns dos outros, p o d ería m o s te r vitória! O s in teg ran tes d esse g ru p o d isp ersaram -se, e aqueles dias fazem trem en d a falta. E n tre­ tan to , a d istâ n c ia n ão arrefeceu as am izades, e ainda sinto certo nível de p restação de co n tas aos m em bros d aq u ela fraternidade.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR D aw so n T ro tm an , fu n d a d o r do N av ig ato rs, é o u tro m o d elo c lássic o de a lg u é m q u e v alo rizav a o p a p e l d e se m p e n h a d o p elo s am ig o s em sua vid a ex em p lar d e o ração e m e m o riz a ç ão d a P alavra. À s vezes, seus am igos n ão co n se g u ia m seg u ir-lh e o ritm o , m as “D aw s” , co m o afetu o sam en te e ra co n h ecid o , e ra im p lacáv el. C erto am ig o c o m p artilh o u sua le m b ra n ça de D aw s: “E le sem p re estav a p ro c u ra n d o co m p a n h eiro s jo v e n s p a ra orar c o m ele. A m a io ria d eles aco m p an h av a-o p o r alguns dias ou sem anas. E n tão , can sav am -se. E ra seu c o stu m e v ir à m in h a c a sa e jo g a r u m a pedrinh a n a ja n e la p a ra m e acordar, a fim de que eu fo sse o rar co m ele. C erta m an h ã, d ev o lv i-lh e a p e d rin h a e v o ltei a dorm ir. E ssa foi a ú n ica vez que o v i d esg o sto so , p o rq u e c ria firm e m e n te e m M ateu s 18.19, so bre o p o d er de duas p esso a s o ra re m ju n ta s ” .5

Ferram entas Devocionais para o Pastor V iv em o s n u m a é p o c a em q u e são a b u n d a n te s os re c u rso s d e stin a d o s a a ju d a r a v id a d e v o c io n a l p a rtic u la r. O b v ia m e n te , a lista dos ite n s e s­ se n c ia is é curta: u m a p esso a, u m a B íb lia e o Senhor. E sses elem en to s sem p re d ev em estar p re se n te s p a ra a sse g u ra r o su cesso devocional. E n tre ta n to , c e rta m e n te h á o u tras fe rra m e n tas que são úteis p a ra trazer n o v id a d e e v aried ad e em n o ssa v id a d ev o cio n al n a P alav ra de D eus e n a oração . A seguir, a p resen tam o s u m a lista não m uito lo n g a de ferram en tas e id éias q u e p o d e m a ju d a r a d isc ip lin a r a v id a dev o cio n al do pastor. 1. U se u m “P lan o d e L e itu ra B íb lic a em U m A n o ” , co m seu sistem áti­ co m éto d o d iário de leitu ra, p a ra m a n te r um ritm o co n sistente. 2. F a ç a u m d iário de o ração e d ev o ção p articu lares. 3. In c lu a em suas leitu ras d estacad o s livros d ev o cio n ais, que o levem através das E sc ritu ra s e de tem as b íb lico s. L eia e re le ia os clássico s d evocionais. 4. E n riq u e ç a os p e río d o s d e v o c io n a is le n d o b io g ra fia s d e g ig a n te s e sp iritu a is. 5. E m p re g u e m é to d o s c o m o o s e n c o n tra d o s no m a te ria l d e D ic k E a stm a n so b re a v id a de o ração d iscip lin ad a. 6. R e co m p en se-se p o r o b te r co n sistê n c ia em seus h áb ito s devocionais d iário s, p re sen tean d o -se. 7. N ã o d eix e de p re sta r co n tas a outros. 8. A p ro v eite o tem p o em q u e fica d irig in d o o carro, o u v in d o a B íb lia e m fita cassete. 9. R e c o n h e ç a os b e n e fíc io s e re c o m p e n sa s ad v in d o s dos p e río d o s devocionais.

As R ecom pensas de um a Vida D evocional D isciplinada P asto res são ex p o sto s alé m do q u in h ão d a e x p eriên cia h u m an a. C o rre ­ m os o risco de, cin icam en te, ch eg arm o s à m e sm a co n clu são que Salom ão: “A ten tei p a ra to d as as o b ras q u e se fazem d eb aix o do sol, e eis q u e tudo e ra v aid ad e e aflição d e e sp írito ” (E c 1.14). T alvez ten h a m o s visto coisas dem ais. A in o c ê n c ia e o e n tu siasm o co m q u e o u tro ra m in istram o s no Es-

O PASTOR PENTECOSTAL p írito estão d esv an ecen d o . S erá que nos en co lh em o s ou ficam os n a d e ­ fensiva, q u an d o m em b ro s do reb an h o c o m en ta m n o ssa ev idente sequidão esp iritu al, ao m e sm o tem p o que re co n h e cem o s a au sên c ia d a devoção esp iritu al em n o ssas v id as? O anseio de nosso s co rações p o r D eus po d e n ão ser m ais tão in ten so com o a av idez do cervo p e la água. H á m u itas reco m p en sas p ela bu sca fiel a D eus, sem co n ta r que estam os d an d o -lh e o p o rtu n id ad e p a ra que nos d isp en se n o vam ente su a p recio sa u n ção. E m vez do cin ism o de S alom ão, devem os a b ra ça r a esp eran ça e v isão de Isaías: “N ão vos lem breis das coisas p assad as, nem con sid ereis as antigas. E is q u e farei u m a co isa nova, e, agora, sairá à luz; p o rv entura, não a sab ereis?” (Is 43.18,19). A s re c o m p e n sa s q u e v ê m co m a c o n sa g ra ç ão a D e u s p o d e m não ser im e d ia ta s, m as são ce rtas. A p ro m e ssa d e D eu s c o n c e rn e n te aos in v e sti­ m e n to s n o R e in o d e c la ra q u e “o que se m e ia p o u c o p o u c o ta m b é m c e ifa ­ rá; e o q u e se m e ia e m ab u n d â n c ia em ab u n d ân cia ta m b é m c e ifa rá ” (2 C o 9 .6 ). E m to d o caso , d iv id en d o s d ife rid o s são fre q ü e n te m e n te os m ais p ro v e ito so s! E m 1924, os E stad o s U n id o s estavam fazen d o g ran d es avanços n a m o d alid ad e de c a n o a g e m de oito re m o s p a ra c o m p etir nos Jo gos O lím p i­ cos de Paris. E ra m co n siderados vencedores; a m ed alh a de ouro era certa. U m d os m em b ro s d a trip u lação e ra B en jam in S pock, que m ais tard e v iria a ser co n h ecid o co m o o m ais fam oso p ed ia tra dos E stad o s U nidos. O utro dos rem ad o res era B ill H avens, de A rlington, V irgínia. A lé m de estar na m o d alid ad e de c a n o ag em de oito rem o s, H avens tam b é m era favorito na m o d alid ad e d e q u atro rem o s e n a individual. E n tre ta n to , a p en as a lg u n s m eses an tes d e a eq u ip e o lím p ic a v iajar p a ra P aris, H av en s d e sc o b riu que su a e sp o sa e stav a g rá v id a. E ra u m a n o tíc ia m a ra v ilh o sa , m a s o atle ta im e d ia ta m e n te v iu -se d ia n te d e u m a d e c isã o tra n sfo rm a d o ra de vida. O b e b ê d e H av en s e ra e sp e ra d o ju s ta ­ m e n te p a ra o p e río d o d as d u as sem a n as e m que B ill d e v e ria e sta r em P aris p a rtic ip a n d o do tã o e sp erad o evento o lím p ic o . D e p o is d e c o n su l­ ta r fa m ilia re s e a m ig o s, os q u ais o e n c o ra ja ra m a ir a P aris, B ill c o n ­ c lu iu q u e n o m e lh o r in te re sse d e su a esp o sa e fu tu ro filh o d ev eria ele p e rm a n e c e r e m casa. E m l 2 de ag o sto de 1924, F ra n k H av en s nasceu , te n d o u m p a i o rg u lh o so a seu lado. P elo s anos q u e se seguiram , B ill H avens fic o u p o n d eran d o so b re sua decisão , e sp ecu lan d o se tin h a sido a correta. A final de contas, o sonho de su a v id a de su b ir ao topo do p ó dio nos Jo gos O lím picos n u n ca se re ali­ zou. L ev aria q u ase trin ta anos p a ra que H avens soub esse que tin h a feito a m e lh o r escolha. U m teleg ram a de H elsin q u e, F in lândia, em 1952, o co n ­ firm ou: “Q u erid o P apai, ob rig ad o p o r ficar p o r p erto esp eran d o pelo m eu n ascim en to em 1924. E sto u v o ltando p a ra c a sa c o m a m ed alh a de ouro que o sen h o r dev eria ter ganhado. S eu F ilh o q u e te am a, F ra n k ” . F rank H avens h av ia acab ad o de g an h ar a m ed a lh a de ouro n a m o d alid ad e de ca n o a g e m in d iv id u al dos dez m il m etro s.6 Q ue co m o v en te ex em plo de b ên ção diferida! A h istó ria de B ill H avens é E clesiastes 11.1 trazid o p ara os tem p o s m odernos: “L an ça o teu pão sobre as águas, p o rq u e, d epois de m u ito s dias, o a ch arás” .

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR L em b re-se de q u e m u ito s o lh arão p a ra o seu exem plo p asto ral em b u s­ ca de fo rç a s p a ra se g u ir a D eu s em suas p ró p ria s vidas d ev o cionais. Sem r r e e stim a re i as m em ó rias de p esso a s im p o rtan tes, com o pais e p astores veteran o s, q u e fo ra m m eu s m en to res n o m in istério , p esso as sem p re fiéis em b u scar a D eu s a ca d a dia. N o in íc io do m eu p asto rad o , u m dos sons anim ad o res q u e o u v ia, q u an d o ch eg av a à ig re ja de m an h ã, era o m u rm ú ­ rio d a v o z do m eu p a sto r cla m a n d o a D e u s em oração. É u m som q u e m e insp irav a, o q u a l tão c ed o n ão esq u ecerei. O te m p o q u e p a ssa m o s e m d evoção ao S e n h o r e à su a P alav ra to rn a-se o tra m p o lim do q u a l in iciativ as esp iritu ais são lan çad as em n o sso m in is­ tério e v id a p esso al. U m p o u co h oje. U m p o u c o am anhã. C om o o cervo b ra m a p e la s co rren tes das ág u as, a ssim n o ssas alm as an seiam p elo Ú nico que n os p o d e m a ta r a sede!

fl Vida Conjugal do Pastor Raymond T. Brock éto d o b ásico de a p re se n ta r o E v an g elh o de Jesus C risto ao m undo é atrav és d a v id a c o n ju g a l do pastor. P au lo nos diz, em E fésio s 5.32, que o casa m e n to cristão foi p ro jetad o p o r D eus p a ra revelar ao m u n d o o m istério do re la c io n a m en to en tre C risto e a Igreja. N en h u m rela c io n a m en to c o n ju g al n a c o n g reg ação é m ais im p o rtan te que o do p a s­ to r em c o m u n ic a r e ssa m e n sa g e m — não apenas aos crentes, m as aos descren tes tam b ém . E m fins de 1994, h a v ia 3 1 .3 0 0 m in istro s c re d e n c ia ­ dos das A ssem b léias d e D eu s nos E stad o s U n idos. D esse n úm ero, 84,8 p o r cento era m h o m en s, e 15,2 p o r cen to , m u lh eres. P asto res v eteran o s e m em b ro s cre d e n c iad o s do co rp o de a ssisten tes d a ig reja era m re sp o n sá ­ veis p o r 5 3 ,2 p o r cen to das d esig n açõ es m in isteriais. D esses m in istro s cred en ciad o s, 89,2 p o r cen to eram casad o s, 5,9 p o r cento co m p u n h a m -se de so lteiro s (sem n u n ca h av erem casad o ), 4,1 p o r cento c o n stitu ía m -se de viú v o s e 0,9 p o r cen to eram d iv o rciad o s sem se casa re m o u tra vez. P o r essa épo ca, h a v ia 11.144 p asto res e 341 p a sto ra s v e te ra n o s.1

M

Criado para R elacionam entos S alom ão descobriu u m a verdade que é tão real hoje quanto era h á três m il anos: “O que acha u m a m u lh er acha u m a coisa boa e alcançou a b en e ­ volên cia do S enhor” (Pv 18.22). A lém disso, enfatizou a im p o rtân cia da m o n o g am ia no casam en to (Pv 5.18-23; E c 9.9), e D avi exaltou a alegria de ter filhos q u e são o p roduto do am o r co n ju g al (SI 127.5). A B íb lia co m eça nos dizendo q u e D eus e m afinidade — Pai, F ilho e E spírito S anto — criou

36 O PASTOR PENTECOSTAL

íí

o h o m em e a m u lh er p ara u m a vida de relacionam entos m útuos e com E le (G n 1.26,27). A m b o s refletiam a glória de D eus. O h o m em foi criado p ri­ m eiro (G n 2.7), seguido pela m ulher, que foi tirada do h o m em (G n 2.2123). A m u lh er foi criada, porque D eus declarou: “N ão é b o m que o hom em esteja só; far-lhe-ei u m a adjutora que esteja com o diante dele [ou seja, u m a auxiliadora p ara satisfazer-lhe as necessidades]” (G n 2.18). M as q u e n ecessid ad e tin h a A dão e co m a q u al não p o d ia lid ar no u tó ­ pico É d e n co m seu e c o ssistem a p e rfeitam en te equ ilib rad o e a atm o sfera liv re d e su b stân cias tó x icas? S olidão! S o lidão foi a p rim e ira em oção que A d ão teve e co m a q ual não p o d ia lidar. Isso não sig n ifica que todas as p esso as devam se casar, m as re alm e n te in cen tiv a o c a ­ sam en to, so bretudo p a ra pasto res. O s so lteiros tam b ém têm u m a v id a de relacio n am en to s c o m am igos e m e m ­ b ro s d a fam ília, o que a d o rn a suas vidas. A in d a que no fresco r do dia D eus viesse conversar co m A dão, este p recisav a de alg u ém com o ele m esm o — outro ser hu m an o — , co m q u em p u d esse se ca r d u rante o dia. A m u lh er não foi criad a p a ra ser objeto sexual. A ntes, foi criad a p a ra ser o u v in te in cen tivadora e co m u n icad o ra dinâm ica. E ra tão fu n d am en tal esse re ­ la c io n a m en to , q u e o c a sal re c e n te m e n te fo rm ad o fo i in stru íd o a en sin a r seus filhos a d eix a r pai e m ãe e a apeg ar-se aos seus respectivos côn ju g es (G n 2.24). E sse m an d am en to é tão im p o rtan te, que é rep e tid o nos evangelhos (M t 19.5; M c 10.7) e nas ep ísto las (E f 5.31). E in teressan te ob serv ar que o re la c io ­ nam en to co n ju g al d esd e o seu in íc io era tran sp aren te. A d ão e E v a n ad a tin h am a e sc o n d e r (G ên esis 2.25) até que tiraram D eus de suas vidas e co n cen traram -se n a voz de S atanás (G n 3.1-10). O n o sso relacio n am en to co m o seres h u m an o s e co m D eus é tridim ensional. Jesus en fatizou isto em to d o s os q u a tro ev an g elh o s, d an d o a m ais c o m p le ta d e sc riçã o em M arco s 12.30,31: “A m arás, pois, ao Senhor, te u D eus, de todo o te u c o ra ­ ção, e de to d a a tu a alm a, e de todo o teu en ten d im en to , e de todas as tuas forças; este é o p rim eiro m an d am en to . E o segundo, sem elh an te a este, é: A m arás o teu p ró x im o co m o a ti m esm o. N ão h á outro m an d am en to m a i­ o r do que e ste s” .

0 relacionamento conjugal do pastor apresenta o Evangelhoaomundo ________________ 95

A me

a

D eus

A m a r a D eus, segundo a reco m e n d ação d e C risto, envolve a p esso a in teira. E m to d a a literatu ra não h á d escrição m ais co m p le ta da p e rso n ali­ d ad e h u m a n a do q u e n esse m an d am en to . O texto que Jesus estava citando (D t 6.5) não tem a p alav ra “en ten d im e n to ” . O A n tig o T estam ento u so u o term o “c o ra ç ã o ” p a ra in clu ir todas as hab ilid ad es cognitivas, p o rq u e a lín g u a h eb raica en cara o ho m em com o u m a entidade com pleta, u m nephesh (“alm a v iv en te” ). E n tre M o isés e Jesu s surgiram os filósofos gregos, que alteraram o p en sam en to do m u n d o o cid en tal d a in teirez a p ara as dico to m ias. O s gre­ gos n ão p o d iam c o n ceb er que todas as funções cognitivas p u d essem ser ex p licad as p o r u m a ú n ic a p alavra, “co ra çã o ” , p o r isso criaram o vocábulo

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR e n te n d im e n to ” (ou “m e n te ” ) co m o o lado v erb o so do co n ceito de co ra­ ção. U san d o term o s co n te m p o râ n e o s, os g regos v iam o co ração co m o a en trad a de d ad o s e o e n te n d im e n to co m o a sa íd a d e dados no p ro ce sso do pen sam en to . Jesu s n ão estav a alteran d o as p alav ras de M o isés. E stav a -n e n a s ex p lic a n d o o m a io r m a n d a m e n to em term o s co loquiais. P au lo fez : m e sm o em F ilip e n se s 4.7. S eg u n d o o em p reg o de Jesu s, o co ração en ­ volve o d o m ín io co g n itiv o , o q u e a b arca a in telig ên cia, o co n h ecim e n to , a ap re n d iz a g em e a m e m ó ria (SI 119.11,105). A a lm a diz resp eito ao d o m í­ nio afetivo, o q u e in clu i em o ç õ e s e sen tim en to s (SI 25.1; 40.8). O en ten ­ d im en to ta m b é m envo lv e o d o m ín io co g n itiv o, m as tem m ais a v er co m a sab ed o ria e a a p licação do c o n h e c im e n to (T g 4.1 7 ). A s fo r ç a s referem -se ao d o m ín io p sic o m o to r e ao c o m p o rta m e n to e ações (E c 9.10).

A me

a

S i M esmo

N ão se tra ta de a m o r n a rc isista ou do excessivo am o r a si m esm o, co m o a lg u n s en sin am , m as de u m a aceitação g e n u ín a d e si m esm o com o cria tu ra de D eus. A ú n ic a m a n e ira de a m arm o s a d e q u ad a m en te o p ró x i­ m o é p e rm itir q u e o am o r de D eus nos m o stre q u em som os em C risto Jesu s e d e ix a r q u e seu am o r flu a atrav és de n ó s p a ra o p róxim o.

Ame

o

S eu P róximo

N o casam en to , n o sso p ró x im o m ais ch eg ad o é o cô n ju g e. D ep o is de n o sso re la c io n a m en to p e sso a l co m D eu s, n o sso cô n ju g e deve re c e b e r a prio rid a d e m á x im a de n o ssas vid as. E n tã o v êm os filhos, seguidos pelos ou tro s fam iliares. N o sso am o r p e la ig re ja e p e la c o m u n id ad e p ro p a g a-se do cen tro d e n o sso a m o r a D eus. A ssim co m o as ondas ala stram -se em círcu lo s c o n cên trico s a p a rtir d o p o n to o n d e u m seixo atin g iu o lago, ta m ­ bém o n o sso a m o r p e la criação de D eu s se expande. D eus n u n c a p re te n ­ deu q u e n o sso tra b a lh o n a ig re ja v ie sse antes do n o sso an d ar co m E le, o qu e in clu i o n o sso am o r a D eu s, a ssim co m o o am or ao n o sso cô n ju g e e fam ília.

Planejando o C asam ento É de v ita l im p o rtâ n c ia q u e aq u ele q u e se sente ch am ad o p a ra o m in is­ tério cristão — p astor, ev an g elista, m issio n á rio ou serv iço esp e cia liz ad o — seja e x tre m a m e n te c u id ad o so em e sc o lh e r o cônjuge. N o s nam o ro s, o p ro v áv el p a sto r deve ser c u id ad o so e m m a rca r en co n tro s so m en te co m cristãs q u e n ão só sejam n ascid as de novo e ch eias do E sp írito S anto, m as que tam b ém te n h a m en treg u e a v id a p a ra serv ir a Jesu s on d e q u er que E le m an d e. T am b ém é im p o rta n te q u e e ste ja m d isp o stas a se rv ir tan to em seu p ró p rio p aís co m o n o e stran g eiro , d ep e n d e n d o da lid eran ç a do E spírito S an to p a ra o c a sa l.2 O m in isté rio p a s to ra l c o m e ç a co m u m a c h a m a d a p e sso a l p a ra o m i­ n isté rio e re q u e r p re p a ra ç ã o p a ra o se rv iç o c ristã o . H á m eio sécu lo , u m a e d u c a ç ã o fo rm a l n ã o e ra tão im p o rta n te co m o o é h oje. E m p rin c íp io s do sé c u lo X X , m u ito s a m e ric a n o s fo ra m c h a m a d o s d a fa z e n d a ou da fá b ric a p a ra o m in isté rio d e te m p o in te g ra l. À n o ite , e stu d a v a m a B íb lia

O PASTOR PENTECOSTAL e, d u ra n te o dia, tra b a lh a v am . P re p a ra v a m serm õ es ajo elh ad o s à luz de la m p a rin a s à q u e ro se n e e d e p e n d ia m da u n ç ã o do E sp írito S an to p ara in sp irá -lo s q u a n d o e n tre g av a m a P alav ra de D eus e x te m p o ran eam en te . N a m e ta d e do sécu lo , as ex ig ê n c ia s ao m in isté rio m u d a ra m d ra stic a ­ m en te. A s c o n g re g a ç õ es fic ara m m ais so fistica d as e p a ssa ra m a re q u e ­ re r m ais de seus p a sto re s. P re g ar sem te r feito a n o ta çõ es já não e ra m ais a c e itá v e l. F a z e r s e rm õ e s s e g u in d o te m a s d a B íb lia d e R e fe r ê n c ia T ho m p so n não era m ais tolerado. E vid ên cias de um co m pleto c o n h ec i­ m en to b íb lico e trein am en to teo ló g ico eram esperadas e, em alguns c a­ sos, ex ig id as (2 T m 2.15; 3.15-17). E d u cad o res de visão das A ssem b léias de D e u s n os E sta d o s U n id o s p e rc e b e ra m o su rg im en to d essa te n d ê n c ia e. p e la d é c a d a de 1920, p a ssa ra m a o fe re c er estu d o s b íb lic o s e m suas ig re ja s. Isso se ex p a n d iu , to rn a n d o -se e m in stitu to s b íb lic o s, fa c u ld ad e s e u n iv e rsid a d e s b íb lic a s, os q u ais h o je são a b ase dos p ro g ra m a s de se ­ m in á rio n a p re p a ra ç ã o de m in istro s p a ra u m am p lo esco p o dos m in isté ­ rio s cristão s. N o p rep aro p ara o m in istério, a atenção deve ser ap ro p riad am en te d is­ p e n sa d a n a esco lh a de q uem será o am ado (ou am ada) para o resto da vida. M as o casal deve c o n sid erar a tensão que o casar logo po d e g erar na fam ília e no p ro g ra m a ed ucacional. H avendo estado envolvido p o r m ais de q u aren ta anos n a ed u cação cristã de nível su perior nas A ssem b léias de D eus, estou co nvencido de que aqueles que se casam antes de se form ar ad icio n am carg a ex tra ao casam ento. A q ueles que tê m fam ília antes de p o d er d ed icar tem p o suficiente p ara fo rm ar laços com os filhos e criá-los, estão q u eren d o ab arcar o m undo co m as pern as p ara p o d er ser pais ou m ães eficientes. E m m in h a opinião, fa zer co m que o casam en to co incida co m a fo rm atu ra, seguido im ed iatam en te p e la m u d an ça a um a no v a atri­ b u ição m in isterial, é ex trem am ente arriscado. Isso au m en ta os elem entos estressan tes a p ro p o rçõ es extrem as, pois cad a u m desses eventos é um g e ra d o r de estresse sig nificativo. P rim eiro a fo rm atu ra, depois o casa ­ m en to ou a m u d an ça ao p rim eiro cargo m inisterial, sem im p o rtar a ordem destes dois últim o s, m as am bos não devem o co rrer dentro do m esm o p e ­ río d o de seis m eses.

M odeiando o C asam ento para a C ongregação H á m u itas m an eiras de m in istrar a um a co n gregação e com unidade. N en h u m a, en tretan to , é m ais eficaz do que o re lacio n am en to co n ju g al do pastor, o q ual ex em p lifica ao m undo o relacio n am en to m ístico en tre C ris­ to e a Ig reja (E f 5.29-33). P aulo apresen ta a ordem divina dos relac io n a­ m en to s n o casam en to cristão. E m E fésio s 5.21, é o rdenado ao m arid o e à m u lh er que sejam m u tu am en te subm issos u m ao outro. N o restan te do cap ítu lo , o esp o so é ex o rtado a devotar am o r à sua esposa, e ela deve sub m eter-se v o lu n tariam en te ao seu amor. O m arid o cristão (p asto r ou leigo) deve am ar sua e sp o sa tanto quanto C risto am o u a Igreja, o ferecen d o -lh e sua últim a go ta de sangue e a últim a ex p lo são de energia, se n ecessário. E le deve dar a ela todos os privilégios (m ateriais e tem p o rais) que to m a p ara si (E f 5.23-29). O vocábulo grego trad u zid o p o r “am o r” n esses v ersículos é agape, o qual é defin ido p o r

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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 3 9 D onald M . Joy com o “ ‘afeição d irig id a ', na qual a pesso a deliberadam ente esco lh e a q u em am ar. E ssa é a razão d e so m en te ag a p e p o d e r ser o rd e n a ­ do. T odos os o u tro s tip o s de am or, eros, p h ilia e storge, são esp o n tân eo s e situ ad o s d en tro do c o n tex to d e re la c io n a m en to s esp ec ífico s” .3 C o m o “ca ­ be ç a da [sua] m u lh e r” (E f 5 .23), q u al a fu n ção do m a rid o cristão ? N a an a to m ia hu m an a, a c a b e ç a ex ecu ta q u atro fu n çõ es: sensação, percep ção , co g n ição e co m u n icação . S e n sa çã o é a p rim e ira fu n ção d a lid eran ça. N o casam en to , o esposo te m de ser sen sív el às n e c e ssid a d e s d o “co rp o ” (es­ p o s a e filh o s), o q u e sig n ifica q u e eles d ev em m antêlo in fo rm a d o do q u e o co rre n a fam ília. Isso significa q u e n ã o d e v e h a v e r c o n s p ira ç ã o d e s ilê n c io ou co n lu io s e n tre m ãe e filhos p a ra g u ard arem segredos do esp o so /p ai. A p e rc e p ç ã o envolve c o m p re e n d e r as sen sações re c e b id a s p e lo c o rp o e c o lo c á -la s n a p e rsp e c tiv a co rreta. A s in fo rm açõ es de e x p eriên cias p assad as, as c ircu n stân cias atu ais e os re su lta d o s p o ssív eis no fu tu ro são p o sto s e m fo co . E n tão , o m arid o tem as in fo rm a ç õ e s de q u e p re c isa p a ra to m a r u m a decisão. C ognição é o pro cesso de to m a r u m a d ecisão para _________________________ o b e n e fíc io da fam ília. O e sp o so n ão to m a d ecisões p a ra seu co n fo rto o u co n v en iên cia. Suas d ecisõ es são to m ad as p a ra o b e ­ nefício d a e sp o sa e fam ília. A com u n ica çã o co m p leta o ciclo. H avendo reagido às sensações e per­ cepções n ecessárias p a ra a cognição, o esp o so então com u n ica à esp o sa e filhos o q u e ele acred ita q u e seja m ais apropriado p ara a fam ília. P ara tal, to m a a iniciativa de co m u n icar aos m em b ro s da fam ília e dar-lhes as in fo r­ m ações e enco rajam en to n ecessários p ara d esfrutarem do benefício de um casam ento e de u m a fam ília centralizados em C risto. A ssim , o esposo é adequ ad am en te o cab eça da casa, com o C risto é o C abeça d a Igreja. D o ex em p lo d e Jesu s, sab em o s q u e E le e ra sensível às n e ce ssid a d es da hu m a n id a d e perd id a. E le sab ia o u p e rc e b ia que estáv am o s p erd id o s e a cam in h o do inferno. A ssim , u m a d ecisão (co g nição) foi feita no céu: D eus não apen as am o u tan to o m u n d o , co m o deu seu único F ilh o , e Jesu s nos am o u tan to q u e v eio e deu su a v id a p a ra a n o ssa salvação (Jo 3 .1 6,17). A cru z p e rm a n e c e co m o o sím b o lo d essa co m u n ic aç ão do a m o r de D eus e d e seu F ilh o p o r nós. E e sse co n h ecim en to q u e faz a lid era n ça do esp o so no lar g a n h a r não só sen tid o p rático , m as ta m b é m espiritual. D o n ald Joy fa la sobre a lid e ra n ç a do e sp o so no casam en to cristão:

et 0 estudante que se casa antes de se formar adiciona carga extra ao casamento

A palavra kephale, que foi traduzida por “cabeça”, tem o significado prim ário de “fonte da vida, ou da força, ou da origem ” . Assim, em Colossenses 1.18, Cristo “é a cabeça do corpo da igreja” . Em Colossenses 2.19, Cristo é a fonte da vida, que sustenta a Igreja. Em Efésios 4.15, devemos crescer “em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”. Paulo esclare­ ce a situação; nem o homem nem a mulher são independentes um do outro. Por um lado, Eva é formada de Adão, e, por outro, Adão nasce de Eva. E tudo vem (é proveniente) de Deus (1 Co 11.11,12).4

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O PASTOR PENTECOSTAL A ssim co m o o m arid o , o ca b eça no casam en to cristão, é o in ic iad o r do am or, tam b ém a esp o sa deve su b m eter-se ou re a g ir v o lu n tária e esp o n ta ­ n eam en te co m am o r às iniciativas do seu esposo. E la to rn a-se a recip ien te dos b e n e fíc io s ad v in d o s d a o rd em dos relacio n am en to s estab e lec id a p o r D eus. E ssa su b m issão n ão p o d e ser forçada, falsa ou passiva; tem de ser v o lu n tária, co m o ao Senhor. P aulo co n clu i o assu n to d e sta form a: “V ós, ca d a um em p a rtic u la r am e a sua p ró p ria m u lh er com o a si m esm o, e a m u lh e r rev eren cie o m a rid o ” (E f 5.33). É in teressan te assin a lar que D eus o rd en o u aos filhos o b ed ecer aos pais e h o n rá-los. M as, on d e os filh os a p ren d em a h o n rar? D os p ais que são honráveis. E qual a p ro m essa aos filhos q u e h o n ra m os p a is? V ida longa! W ay n e W arner, e d ito r d a re v ista H e rita g e , fez u m e stu d o so b re a lo n g e v id a d e e n tre os m in istro s das A sse m b lé ia s de D e u s nos E sta d o s U n id o s. E le d esco b riu q u e desd e 24 de agosto d e 1995, o n ú m ero de m i­ n istro s c o m n o v en ta anos o u m ais to talizav a 215, sendo q u e o m ais velho tin h a 104 anos. N o p erío d o dos 15 anos an teriores a 1995, 16 m in istro s tin h a m c em anos de id ad e ou m ais no m o m e n to da m o rte.5 U m a vid a lo n g a n ão p o d e ria ser o u tra m an eira de o casal p asto ra l testem u n h ar ao m u n d o sobre os b e n e fíc io s de u m casam en to b íb lico ?

D esenvolvendo Intim idade A in tim idade co m eça nos prim eiros encontros, desenvolve-se durante o nam oro, am adurece no noivado, m as só se com pleta depois do casam ento.6 A in tim id a d e g eo g rá fica in icia-se à m ed id a que o jo v e m casal c o n si­ d era a in flu ê n c ia q u e am b as as heran ças geo g ráficas têm em suas ex p ec­ tativas m atrim o n iais. O s enco n tro s p e rm ite m a análise dessas d iferenças e a co n sid eração de q u e m u d an ças se fazem n ecessárias antes que os dois “d eix em ” e “ ap eg u em -se” com o ord en ad o em G ênesis 2.24. A in tim id a d e recreativa é d esenvolvida n a p ro p o rção em que p a ssa ­ tem p o s, recreaçõ es e ativ id ades nas h o ras vagas são exploradas. Q uanto m ais os casais tiv erem em co m u m em seus en contros, m ais natu ralid ad e terão e m d e sfru ta r ju n to s de seu tem po vago nos anos subseqüentes. A in tim id a d e in telectu a l envolve a co m b in ação de dois m u ndos m en ­ tais, em q u e o casal ap ren d e a resp eita r os dons intelectu ais do o u tro e a d esco b rir co m o c o m p a rtilh ar de bons livros, lite ratu ra e poesia. A in tim id a d e estética é a h a b ilid ad e em fazer p arte do m u n d o d a b e le ­ za co m sua sim etria e fo rm ato, e p erm ite ao casal co m p artilh ar o m undo d a arte, d a m ú sica e d a natureza. A in tim id a d e e m o c io n a l desenvolve-se q u ando o casal de n am orados c o m p a rtilh a sen tim en to s e m u m nível p ro fu n d o e desenvolve confiança. O s dois ap ren d em a rir ju n to s, assim com o a c o m u n icar h o n estam en te q u an d o estão tristes, c o m raiva ou d esapontados. A in tim id a d e esp iritu a l c o n tin u a a p ro g re d ir no n am oro, q u ando o jo ­ v em casal lê a B íb lia ju n to , o ra ju n to , vai à ig reja ju n to e envolve-se em ativ id ad es do serv iço cristão. A m bos devem e sta r co m p ro m etid o s com D eu s, co m o a b ase o rg an izacio n al do relac io n am en to que têm , e co m sua P alav ra p a ra o e sta b e le c im en to de suas p rio rid a d es, e sp ec ialm en te em situ açõ es de d isco rd ân cia.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR A in tim id a d e fin a n c e ir a surge q u a n d o o casal de n am o rad o s ou noivos ap re n d e a ad iar a g ratificação e a n ão c o m p ra r im p u lsiv am en te, re sp o n sa ­ b iliz a n d o -se p ela m a n e ira co m o o d in h eiro é gasto. O s dois devem m an te r em m ira q u e estão tra b a lh a n d o p a ra D eus. A in tim id a d e de ta refa s d iz re sp e ito a e x a m in a r as forças e fraq u ezas de ca d a u m nas ativ id ad es p asto rais. Isso ta m b é m ab ran g e a d iv isão dos serv iço s d o m éstico s, de m o d o q u e n ão se esp era que a e sp o sa e ste ja en ­ v o lv id a e m tem p o in teg ral n a ig re ja e ain d a te n h a o en cargo de cu m p rir to d as as re sp o n sa b ilid a d e s d o m é stic a s e d iscip lin ares em casa. O m arido deve a ssu m ir su a p a rte ju s ta nas tarefas dom ésticas. A in tim id a d e d e co m p ro m isso o rig in a -se no c o m p artilh am e n to d e va­ lores e n o fa z e r u m co m p ro m isso m ú tu o d ian te de D eus: m an te r a c o m u ­ n icação a b e rta e m to d as as d im en sõ es do c a sam en to , so b retu d o e m tem ­ po s de crise. A in tim id a d e fís ic a a m ad u rece no c asam en to à m ed id a que o c asa l se to rn a “u m a c a rn e ” (G n 2 .2 3 ,2 4 ). C a d a cô n ju g e a lcan ça a fo rm a m ais p u ra d e in tim id a d e q u an d o co rp o , alm a e esp írito são un id o s no in te rc u rso se ­ xu al n a p re se n ç a de D eu s (G n 2.2 4 ; 1 C o 6.17; H b 13.4). N e ssa altura, am bos são cap azes de c o m u n ic a r seu am o r de u m a m an eira que palavras não p o d e m expressar. O sexo no c asam en to é com o o o b b lig a to em u m a sin fo n ia — não a m e lo d ia o u a h arm o n ia, m as so m en te as notas d a g raça q u e e m b e le z am a c o m p o siç ã o .7

Prevenindo Casos Extraconjugais N as décad as finais do século X X , relaçõ es am orosas ex tram atrim oniais en v o lv en d o m in istro s a u m e n ta ra m p re c ip ito sa m en te . C o m o co n selh eiro , ten h o o b serv ad o div ersas cau sas p rin cip ais de in fid elid ad e sexual no m eio p asto ral. A ra p id e z c o m q u e o casal p a sto ra l en co n tra ju stificativ a s a seus atos p o d e se rv ir m u itíssim o b e m p a ra ev itar casos e x tra co n ju g ais.8 C ausas

de

I n f id e l id a d e M a t r im o n ia l

In vu ln era b ilid a d e. C erto p a sto r co lo co u : “C o m ecei a sen tir que eu era u m a ex ceção , q u e aq u ilo q u e cen su rav a nos o u tro s p o d eria ju stific a r para m im ” . O u tra v ersão d essa d escu lp a: “P assei a a cred itar que m in h a c o n ­ greg ação tin h a a id é ia de q u e eu e ra u m a p e sso a que n u n c a errav a” . C redulidade. D a v id A u g sb u rg e r re la ta a co n fissão de um p astor: “A m u lh e r a q u em eu aco n selh av a, d isse-m e: ‘Se você re alm e n te se im p o r­ ta sse co m ig o , m e a b ra ç a ria ’. P o rtan to , v isto que o carin h o é a essê n c ia do cu id ad o p asto ral, a b raçam o -n o s. E n tão , re so lv e m o s q u e m uito m ais c ari­ nh o fazia-se n e c e ssá rio p a ra nós a m b o s” .9 T eologia capen g a . C erto p a sto r co n fe sso u te r u m caso c o m u m a das in teg ran tes de su a ig reja, ex p lican d o : “D ep o is que fazíam o s am or, am bos nos ajo elh áv am o s ao lado da c a m a e p e d ía m o s p erd ão a D eus. S ab íam o s q u e su a g ra ç a e ra su ficien te p a ra to m a r co n ta de nós até a p ró x im a vez q u e v o ltássem o s a fic a r ju n to s ” . In fe lic id a d e no c asam en to — o u tra d e s­ cu lp a an tiq u íssim a: “Sou in feliz n o c asam en to ; m in h a m u lh e r não é boa am an te. V isto q u e D eu s é b o m e q u e r m e v er feliz, c o n c lu í q u e d ev eria en c o n tra r o u tra p e s s o a ” . P e sq u isa fe ita p e la rev ista C h ristia n ity Today

O PASTOR PENTECOSTAL revelou que som ente cerca de dez p o r cento dos p astores que re sp o n d e ­ ra m às p erg u n tas tin h a m buscado aco n selh am en to p ro fissio n al p a ra suas ten taçõ es sexuais antes de se en treg ar a e la s .10 S ó am igos. R e lacio n am en to s que se desenvolvem além dos lim ites da a m izad e levam a caso s am orosos. C erto p a sto r declarou: “É ram os apenas b o n s am igos. P recisav a de alg u ém co m quem conversar, e ela era boa o u v in te ” . Tal situ ação freq ü en tem en te envolve u m m em b ro do corpo de fu n cio n ário s ou a lg u ém q u e trab alh a pró x im o ao gabinete pastoral. E sta m o s a p aixonados. Isso é im itação g ro sseira da h istó ria de D avi e B a te -S e b a (2 Sm 11). C o m o disse certo pastor: "N ão sei o que aconteceu. A ch o que tín h am o s a q u ím ica certa. D e rep en te nos apaixonam os. N ão p u d em o s ev itar” . E ssa é u m a ilu stração do que apren d em o s da e x p eriên ­ cia, que ap aix o n ar-se é u m a situação insegura. D avi p o d ia ter ch ecado sua in clin ação n atural; nós tam bém . T ip o s

de

R om ances

O rom ance evitá vel raram en te é um relacio n am en to profundo. A ntes, é u m a ten tativ a de c h a m a r a atenção do cônjuge sobre a circu n stân cia e stressan te que se e stá atravessando. E sse fato po d e ser ilu strad o pelo sem in arista que co n fu n d iu sua an sied ad e p o r co n clu ir sua tese co m a n e ­ cessid ad e de envolver-se com o u tra m ulher. N o rom ance p o r fr u s tr a ç ã o h á a convicção de que o casam en to nega ao p e rp e tra d o r a q u alid ad e d a ex p eriên cia d esejad a ou m erecida. E um a m e n sag em n ão -v erb al de insatisfação, que se to rn a u m a m an eira de “dar le g itim id a d e ” à saíd a do casam ento. O rom ance recreativo é essen cialm en te u m caso de u m a noite só, fa­ zen d o p arte de u m a série de ligações adúlteras. R aram en te envolve c o m ­ p ro m isso em o cio n al. O ro m a n ce su p le m e n ta r, p o r ou tro lad o , é ta n to sex u al q u an to e m o ­ cio n al, p o d en d o d u rar um tem p o co nsiderável. U m dos m eus clientes su s­ ten to u u m rela c io n a m en to ad últero p o r trin ta anos, até que o m arid o de sua am an te m orreu. O rom ance p la tô n ic o é caracterizad o p o r ligações intelectu ais e e m o ­ cio n ais, m as raram en te é sexual. T alvez um n o m e m ais ad equado seria ad u ltério “e sp iritu a l” ou “e m o cio n al” . O rom ance h o m o ssexu a l em erge q u ando o ho m em casado desenvolve u m a fixação p o r o u tro h o m e m (ou h o m en s), a fim de saciar n ecessidades em o cio n ais rep rim id as e satisfazer u m desejo p o r am or do m esm o sexo não re ceb id o de um p a i ausente. O rom ance p a ra p re e n c h e r o vazio é u m a m en sag em não -v erb al de um p a sto r travesti do de adúltero, que está dizendo: “E stou ficando sem e m o ­ ções; en c h a -m e ” . E m geral, trata-se de u m a ten tativ a de co m p en sar um a in fâ n c ia em o cio n alm en te privada. O p ro p ó sito desse ro m an ce é fazer es­ cárn io das convenções e da m o ral'p ú b lica , ob ten d o ao m esm o tem po um senso de n o to ried ad e co m os eventos. O rom ance de fu g a é co m u m com p astores que estão esgotados. P elo fato de estarem so b recarreg ad o s com as p ressõ es do m in istério ou d esilu ­ didos co m as ex ig ên cias cong reg acio n ais, d ese jam secretam en te sair do

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR m in istério . E le m a n ip u la a esp o sa, de m o d o q ue ela assu m a a re sp o n sa b i­ lid ad e p e lo fim do casam en to . C o n scien te ou in co n sc ien tem en te e sse in ­ fiel ce rtific a-se de q u e o ro m an ce seja d esco b erto.

Sum ário O p ro p ó sito do re la c io n a m en to co n ju g al do p asto r não é apenas d e s­ fru tar de relacio n am en to am oroso e ín tim o co m um a pesso a do sexo oposto e g erar filhos. T am bém serve p a ra d e m o n stra r ao m u n d o o re la c io n a m en ­ to m ístico en tre C risto e a Igreja. O casam en to cristão é a realização dos p ro p ó sito s da criação . M as os cô n ju g es p asto rais devem ser sábios para ficarem alertas q u an to à p o ssib ilid a d e dos casos ex traco n ju g ais — um risco o cu p acio n al d aq u eles que c o rrig e m re lac io n am en to s e tê m a v id a p ú b lic a sob escru tín io m oral.

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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR

0 Relacionamento com Seu Predecessor G. Raymond Carlson B íb lia te m m u ito a d izer sobre os relacio n am en to s no C orpo de C ris­ to. O ap ó sto lo P au lo tra ta do assu n to em diversas de suas cartas. A ig reja em C orin to desenvolveu facções que tin h am se unido em apoio a v ário s m in istro s. A lg u n s m em b ro s da ig re ja estavam ficando m ais lig a­ dos a d e te rm in a d o s líd e re s do q u e a C risto , o C a b eç a d a Ig reja, e à sua Palavra. A lg u n s e ra m seg u id o res de P au lo , o fund ador. O utros se asso cia ra m a A p o io , o o rad o r elo q ü en te. T am bém h av ia aq u eles que p au ta ra m sua le a l­ dade a P ed ro . O fato de P au lo u sa r o n o m e aram aico de P edro, K ephas, em vez do g rego, P etros, su g ere q u e P ed ro e ra trad icio n alista. A q ueles co m in clin açõ es ju d a ic a s sen tiram -se in flu en ciad o s p o r P edro, que se aju s­ tav a à n a tu re z a deles, p o is o ap ó sto lo en c o n tra v a dificu ld ad es em separarse d aq u eles q u e eram fiéis ao ju d a ísm o (G1 2.11-13). E m rép lica, P au lo d e claro u e sta v erd ad e im utável: u m planta, outro rega, m as D eu s d á o c re sc im e n to (1 C o 3.6). P aulo pô s o fu n d am e n to em C orinto. O u tro s v ie ra m e c o n stru íra m so b re ele. L e m b ro -m e d a ig re ja e m q u e m e converti. R e su lta d o d e g ra n d e avivam ento, a ig re ja p ro sp e ro u sob o m in isté rio do fundador. Q u an d o o p io n e i­ ro saiu p a ra fu n d a r o u tra ig reja, m u ito s dos co nvertidos sen tira m que n in ­ g u é m p o d e ria to m a r o seu lugar. N ão o b stan te, e n tre g aram o assu n to à v o n ta d e de D e u s e lo g o tin h a m u m A p o io p reg an d o p a ra eles. T ratava-se de o ra d o r c o m talen to na arte de falar, a lc an çan d o fam a n acio n a l com o p re g a d o r e m to d a a d en o m in ação . Q u an d o ele, na v o n tade de D eus, foi em b o ra, v eio u m C efas. E le e ra p a sto r q u e p refe riv elm en te p ro cu rav a m a n te r-se fiel às trad içõ es (“E a ssim q u e sem p re é fe ito ” ). Todos esses líderes fiz e ra m co n trib u içõ es im p o rta n te s p a ra a igreja, c ad a u m a seu tem p o e à su a m an eira. A lém d a q u eles, h a v ia u m q u arto g ru p o em C orinto. S u a asserção era: "S ig o a C risto ” . T ratav a-se de v alio sa asp iração , m as u m exam e m ais d e­ tid o in d ic a q u e e sse g ru p o se o rg u lh av a d e su a e sp iritu alid ad e. E sse o rg u ­ lh o m a n ifestav a-se e m in d ife re n ç a, esn o b ism o e ex clu siv id ad e. E sse é o p ov o q u e fa z re u n iõ e s secretas de o ração , re iv in d ic an d o te r rev elaçõ es e ex p eriên cias esp eciais. U san d o u m a ex p ressão do v ern ácu lo , esse grupo ju lg a -s e su p e rio r ao p o v o co m u m .

A

O PASTOR PENTECOSTAL P ro b lem as de p erso n alid ad e têm ato rm en tad o a Ig re ja ao lo n g o de sua existência. Q uan d o as p esso as ficam m ais u n id as a líd eres do que a C risto e sua P alavra, surgem divisões. P aulo em p en h a-se e vai a extrem os para tratar do assu n to em sua p rim e ira e p ísto la aos C oríntios. E m 1 C o rín tio s 12, o apóstolo ap resen ta u m a v erdade-chave no que diz resp eito à igreja. E le d ec lara que há: • • • •

um um um um

corpo, m as m u itos m em bros (vv. 12,14,20); E sp írito , m as m uitos dons (v. 4); p ro p ó sito , m as m uitos m inistério s (v. 5); D eus, m as m u itas operações (v. 6).

O S en h o r usa p esso as p ara ap resen tar e realiz ar seus p lanos. E le usou um P ed ro im pulsivo, que freq ü en te m en te falava antes de pensar. Pedro fo i o g ra n d e líd e r q u e a p re s e n to u o E v a n g e lh o a tra v é s d e m issõ e s evan g elísticas da ig reja em Jeru sa lé m e no m u n d o ju d a ic o (A t 1-12). O S en h o r u so u o letrad o P aulo p ara fu n d ar igrejas e escrev er n u m erosas cartas p a ra o m u n d o g en tílico (A t 13— 28), trab alh an d o desd e sua base o p eracio n al em A n tio q u ia. D eus tin h a um lu g a r p a ra o p rático F ilipe, o d u v id o so Tom é, o culto L ucas e m ilhares de outros. C ad a um teve o seu lugar. H á u m a fu n ção p ara cad a p a sto r ch am ad o p o r D eus. Jesus d á dons à ig reja re d im id a n a so b eran ia de sua santa v o ntade (E f 4.11). A despeito da santa vocação dos p asto res, esses dons são ho m en s “sujeito[s] às m esm as p aix õ es que n ó s” (com o foi dito sobre E lias em T g 5.17). N ão são nem anjos nem santos glo rificados. C o n q u an to não h aja descu lp as p a ra erros h u m an o s, deve h av er co m p reen são da parte do m in istério no que co ncerne à g raça de D eu s q u e atu a nas vidas dos seus servos. C ad a p asto r é visto com o u m exem plo dos m ais altos prin cíp io s da vid a cristã. S u a co nduta em cad a situ ação é o bservada. O m odo com o se relac io n a com seus c o m ­ p an h eiro s de m in istério ou o re co m e n d a ou o condena.

R elacionando-se com os Predecessores O m o d o co m o o p asto r se re la cio n a co m seu p re d ec esso r ou seu su ces­ sor é in d icação clara do seu caráter. A m enos que ten h a fu ndado a igreja qu e serv e, ele su c e d e rá o u tro no p asto ra d o . O novo líd e r g a n h a rá a c o n ­ fia n ç a d a c o n g re g a ç ão se m o stra r c o rte sia e re sp e ito p o r a q u e les que p re v ia m e n te serv iram a igreja. N ão h á d ú vida de que o p asto r an terio r terá m u ito s que o am arão carin h o sam en te. O s m em bros da congregação p o d em até in d icar sua p referên cia p o r u m p re d e ce sso r fazendo c o m p a ra­ ções. F eliz é o p reg ad o r que não sofre de in seg u ran ça n em de ciúm e. O atual p a sto r m o stra-se sábio ao m an ter seu espírito sob controle q u a n ­ do m em b ro s falam elo g io sam en te sobre o antigo pastor. D eve ser le m b ra­ do de que seu m in istério não estava som ente no p úlpito. T alvez m uitos m em b ro s te n h a m se convertido co m suas p reg ações. E le os b atizo u nas águas. E ra m ch eio s co m o E sp írito S anto q u an d o lhes ensinava. Seu p re ­ d ecesso r fez o casam en to deles, apresen to u -lh es os filhos e p a rticip o u de m u itas das ativ id ad es e m fam ília. E stav a ao lado deles nos m o m en to s

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR b o n s e nos m o m e n to s m aus. Q u an d o ficav am d oentes, ele os visitava em suas casas ou no h o sp ital. E m situ a ç õ e s de c rise, o p a sto r sem p re estav a p re se n te , tra z e n d o a P a la v ra de D e u s e o ra n d o co m eles. Q u an d o a m o r­ te v isita v a seus la re s, o p a s to r e stav a ali p a ra tra z e r-lh es c o n fo rto , ap o io e e n c o ra ja m e n to . N ã o a d m ira n e m u m p o u c o que a v id a de u m p a sto r d e d ic a d o se to rn e tã o in tim a m e n te e n tre la ç a d a n a v id a das p e sso a s da c o n g re g a ç ão . E sp e ra r que v ín cu lo s tão fortes assim sejam e sq u ecid o s p e la c o n g re ­ gação é p e d ir d em ais. C o n tu d o , esse tip o de re lacio n am en to p o d e ser d e ­ senv o lv id o p o r você, à m e d id a que fo r cu m p rin d o suas fun çõ es co m o p a s­ tor. L em b re-se de que, en q u an to ouve os ditos elogiosos sobre o seu p red ecesso r, o seu su c e sso r o u v irá sobre os seus. N ão esq u e ç a que, ap e sa r de tu d o , é b o a cantiga. D ê tem p o à su a c o n g reg ação e lo g o e sta rá can tan d o a su a can tig a. U n a-se aos elogios. T en h a g raça o su fici­ en te p a ra ev itar ficar com ciúm e. F ale co m e stim a acer­ ca do p a sto r que saiu. Tal atitu d e a g ra d a rá os am igos dele e fará com que o resp eitem . C o n tu d o , que suas palav ras so em co m sin cerid ad e. P au lo lid o u co m a im atu rid ad e e sp iritu a l n a ig reja co rín tia. A c arn alid ad e d essa ig reja fez com que seus m em b ro s se to rn a sse m tão u n id o s aos can ais h um anos, qu e a c a b a ram p e rd e n d o de v ista o g ran d io so p ro p ó sito de D eu s de e d ific a r u m corpo de cren tes d ed icad o s a E le e ao seu p ro p ó sito eterno. O ap ó sto lo n ão se p e rm i­ tiu fic a r irritad o , q u an d o os do p artid o de A p o io ou os do p artid o de C efas im p in g ira m seus p o n to s de vista. P aulo estav a m ais in teressad o na u n id ad e d a igreja. A u n id ad e no m in isté rio re q u e r u m lo n ­ go tem p o no d esen v o lv en d o e m an u te n ç ã o da u n idade do corpo. N ão há q u a lq u e r re fe rê n cia a a lg u m a m á g o a entre P au lo e A poio. E les m an ti­ nh am estreito relacio n am en to , com o está evidenciado pelo convite de Paulo a A p o io (1 C o 16.12). A s vezes, um p re d e c e sso r p o d e te r saído sob um a n u v em de desgraça. T alvez te n h a o c o rrid o u m a falh a m o ra l de a lg u m tipo, ou, p o r u m a razão ou outra, ele p erd eu a co n fia n ç a do povo. N esse caso, o novo p a sto r p re c i­ sa de m u ita sab ed o ria, b u scan d o talv ez o c o n selh o da lid e ra n ç a d a d e n o ­ m in ação , com o o p re sid e n te da conv en ção ou o p asto r distrital. O s m e m ­ bros p o d e m ter ficad o p ro fu n d a m e n te m ag o ad o s e p o ssiv e lm e n te d iv id i­ dos. T odos p re c isa m de cura. N ão faça parte daq u eles (e hav erá m uitos) qu e critic a m o an tig o pastor. E m p e n h e -se e m fazer co m que as p essoas v ejam a Jesu s (Jo 12.21). E v ite c h a m a r a aten ção p a ra os erros dos outros. Se p u d e r a ju d a r o povo a fix ar os olh o s n o Senhor, pro m ete E le atrair to d o s a si (Jo 12.32). D ê h o n ra e co n sid e ra ç ão ao m in istro q u e o anteced eu . D esacred itá-lo , q u er de m a n e ira positiv a, q u e r de fo rm a n egativa, d e sac red ita você e a d e n o m in ação à q u al am b o s p erten cem . Q ue seus com en tário s sejam fiéis à realid ad e, m as lim itad o s ao asp ecto po sitiv o. H av erá m o m e n to s em que o lado n egativo d ev erá ser ex p ressad o ; faça-o en tão co m cuidado. Se você não fo r sin cero , lo g o será d esc o b e rto e sairá p erdendo.

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0 modo como nos relacionamos com os companheiros de ministério ou nos recomenda ou nos condena

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O PASTOR PENTECOSTAL N ão d e sp erd ice as o po rtu n id ad es de h o n rar seu p redecessor, quando este estiv er p resen te no culto. P eça-lh e que fa ç a u m a oração ou que trag a u m a saudação. V ocê ta m b é m po d e co nvidá-lo a pregar. A lg u n s m em bros p o d e m d esejar q u e ele fa ça u m casam ento, apresen te u m b eb ê ou o ficiali­ ze um fu n eral. T rate d a situação co m cortesia.

D eixando um Pastorado Q u an d o tiver de d eix ar o pasto rad o , faça os m ais altos elogios p o ssí­ veis ao seu sucessor. N ão fale co m q u em q u er que seja sobre ele, a m enos q u e p o ssa d izer co isas b oas. F aça as m alas, m u d e-se e p e rm an e ça fora. A ig reja n ão é m ais su a resp o n sab ilid ad e. Se fo r co n vidado a p a rtic ip ar de u m casam en to ou fu n eral, co n tate o pastor. E v ite co n tato s de q u alq u er tip o c o m m em b ro s q u e te n h a m pro b lem as n a igreja. N ão rec eb a donativos e m dinheiro. N ão critiq u e os m éto d o s do seu sucessor. D u ran te 13 anos, en q u an to serv ia com o su p erin ten d en te distrital de M in n eso ta, E stad o s U n id o s, en sin ei no N o rth C en tral B ib le C ollege. U m a das m atérias e ra T eo lo g ia P astoral. C histo sam en te, adverti aos alu n o s que, qu an d o se e n g ajassem no m in istério p astoral, ch eg aria um a ép o ca em que teriam de se m u d a r p a ra o u tra igreja. Q u ando isso aco n tecesse, sugerilhes, de b rin cad eira, que fo ssem ao m elh o r fo tó g rafo d a cidade e tirassem u m a b o a foto. D ep o is, q ue d istrib u íssem p e lo m enos u m a fo to g rafia para c a d a fa m ília d a igreja. A ssim , q u ando o su cesso r fo sse citado, você p o d e ­ ria m o stra r in d ife re n ç a qu an to à sua p o sição no p astorado. S u a atitude p a ra co m a p e sso a q u e o sucede deve ser d e b o a vontade. O su cesso dele será co m p u tad o a seu crédito. V isto que D eus o ajudou a estab e lecer um a b o a fu n d ação , a ig re ja crescerá. O cre scim e n to d a igreja, sob o m in istério d o seu sucessor, n u n c a deve ser b a se p ara v o cê fica r c o m ciúm e. N u n ca d evem os esq u ecer-n o s de que u m p lan ta, outro rega, m as q u em d á o cres­ cim en to é D eus.

U m Predecessor Perfeito C o m o novo p a sto r d a con g reg ação , você m u ito o u v irá acerca do seu predecesso r. T alvez te n h a ele sido estim ad o com o q u ase p erfeito . A ssim sendo, a saíd a d ele só au m en to u -lh e a estim a. P o r outro lado, outros o acu sarão de ser o resp o n sáv el p o r tu d o de errado que acontecia. R e c o n h e ­ ç a q u e n en h u m de n ós é perfeito. U m p re leto r em certo sem in ário p erg u n ­ tou ao au d itó rio se alg u m dos presen tes sa b ia ou tin h a ouvido falar de a lg u ém q u e fo sse p erfeito . D ep o is de u m a p au sa, u m a tím id a sen h o ra ergueu a m ão e d eu esta resposta: “ Sim , já ouvi falar de tal pesso a. E ra a p rim e ira m u lh e r do m eu m a rid o ” . Você deve estar p rep arad o p ara ouvir co m en tário s que in d icam q u e seu p re d ec esso r era o p a sto r perfeito. R o b ert E. L ee, co m an dante-em -chefe do exército confederado n a guerra civil am erican a, e ra c o n h ecid o p o r seu ex em p lar c aráte r cristão. Sendo so licitad o a fazer u m a reco m en d a ção de u m a c erta p e sso a p a ra d e term i­ n ado p o sto , d eu u m a re sp o sta positiva. A o to m a r co n h ecim en to d a d ecla­ ração de L ee, u m am ig o pro testo u , perg u n tan d o com o L ee p o d eria falar tão fav o rav elm en te sobre alg u ém que lhe tin h a sido u m crítico tão ferre­

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR n h o. A re sp o sta do g e n e ra l foi: “F o i-m e p e d id a a m in h a o p in ião so bre ele, e n ão a d ele so b re m im ” . A n ecessid ad e de m a n te r relacio n am en to s co rretos no m in istério é ilu s­ tra d a em N ú m e ro s 12. M iriã, irm ã de M o isés, tin h a im p o rta n te cargo em Israel. E la estav a ao lad o d e M o isé s n a lid eran ça. E n tre tan to , ficou co m ciú m e q u an d o M o isés se caso u ; e la sen tiu que estava sendo substituída. N ã o co n te n te c o m a v o n tad e p erm issiv a de D eu s, M iriã p a sso u a d e sc o n ­ fia r de D e u s e de seu irm ão . P e rc e b a m a q u e ix a ra n co ro sa d a c iu m en ta M iriã: “P o rv en tu ra, falo u o S e n h o r so m en te p o r M o isés? N ão falou ta m ­ b é m p o r n ó s? ” (N m 12.2.) S eu acrim o n io so esp írito de ciú m e tro u x e o ju lg a m e n to d e D eu s so b re ela, d e ix a n d o -a leprosa. A B íb lia in stru i-n o s: “A leg rai-v o s c o m os q u e se a leg ram e ch o rai co m os q u e ch o ra m ” (R m 12.15). À p rim e ira vista, p arece fácil. Q u an d o al­ g u é m está co n ten te, fiq u e c o n te n te c o m ele. Se alg u ém lam en ta ou p ra n ­ teia, p ran teie co m ele. M as, e se a aleg ria fo r devido ao g ran d e su cesso do irm ão , p o d e re m o s aleg rar-n o s c o m ele? A ca u sa d a aleg ria do irm ão é o cresc im e n to fen o m e n a l d a igreja. M esm o assim , o u saria você alegrar-se co m ele? O ciú m e c a u sa ru ín a interior. P o d e ser alim en tad o p o r sen tim en to s de in ferio rid ad e o u p o r n ão hav er receb id o o devido reconhecim ento. E stam os m ais p re o c u p a d o s c o m a ap ro v ação d as p esso as do que co m a do nosso M estre? A m b iç ã o n ão san tific a d a p ro d u z in felicid ad e. V igie b em suas am b içõ es, p a ra q u e n ã o v e n h a m a to rn ar-se in teresseiras. Q ue a ig reja seja livre de m in istro s sem am bição. A p e sa r de seus m érito s, a ig re ja e m C o rin to tin h a m u ito s pro b lem as p o r serem so lu cio n ad o s. A o lo n g o de to d a a ep ísto la, a ên fa se recai sobre a u n id a d e d a ig re ja lo c a l co m o o C o rp o de C risto. O ap ó sto lo P au lo a b o r­ d a rep etid as vezes o assu n to d a u n id a d e no corpo. Tal u n id ad e envolve pesso as. E as p esso as p re c isa m de lid eran ça. F e liz m en te , os vários líderes p a sto ra is e m C o rin to n ão estav am em g u erra; o p ro b le m a eram os seus seguid o res. A v erd ad e cen tral c o n c e rn e n te à lid e ra n ç a é que u m p lan ta, outro rega, m as D eus d á o crescim en to (1 C o 3.6). Todo m in istro ch am ad o a p asto rear u m a c o n g reg ação lo cal deve re c o n h e c e r e ssa v e rd a d e essencial. D e u s tra ­ b a lh a através de can ais h u m an o s. P au lo afirm a: “P a ra q u e não h a ja d iv i­ são no co rp o , m as, antes, te n h a m os m em b ro s igual cu idado uns dos o u ­ tro s” (1 C o 12.25). Ó tim a re g ra a ser seg u id a p o r todos n a lid era n ç a e c le ­ siástic a é a re g ra de o u ro e n sin a d a p o r Jesu s: “C o m o vós qu ereis q u e os ho m en s vos façam , d a m e sm a m a n e ira fazei-lh es vós ta m b é m ” (L c 6.31).

O PASTOR PENTECOSTAL

Construindo Relacionamentos na Igreja e na Comunidade Richard B. Foth eus tem u m p lan o p ara a h u m anidade. T rata-se de relacio n am en to , tan to tem p o ral q u an to eterno. N a d a m ais, n ad a m enos. G ênesis 2.18 afirm a: “N ão é b o m que o h o m e m e steja só” , e M ateus responde: “A v irg em c o n ceb erá e d ará à luz u m filho, e ele será ch am ad o p elo n o m e de E m a n u e l . (E m a n u e l trad u zid o é: D eus co n o sco )” (M t 1.23). M as o que isso im p lica p a ra m im com o p asto r? E m an u el e stá ag o ra co m o P ai e eu esto u aqui p eram b u lan d o p ela ru a p rin cip al. D e que fo rm a fu n cio n a sua e stra té g ia de se fa z e r p re sen te n e ste m u n d o em p len o século X X I?

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Os Fundam entos O antig o ax io m a de que não p o d em o s e scap ar d a m orte nem dos im ­ p o sto s re fle te o in v e stim en to q u e fize m o s p a ra as n o ssa s v idas: em re la ­ cio n am en to s e din h eiro . E m p rin cíp io , p a rec e que a m o rte leva a v id a e os im p o sto s. P ara o cren te, en tretanto, os re lac io n am en to s continuam . D e fato, os re la c io n a m en to s são a essên cia, o p ro ce sso e a m eta da in teração d e D eu s com as p esso as. D a criação à consu m ação , a h istó ria b íb lica d e ­ ta lh a os esfo rço s d e D eus em estab e lecer re la cio n a m en to s co m os seres h u m an o s, que, e m resp o sta, p o d e m d esenvolver relacio n am en to s un s co m os outros. E tu d o c o n tin u a p a ra sem pre. A ig re ja não te m o u tra razão p a ra e x istir senão e x p ressar co m o são os relacio n am en to s em C risto e atrair a g ran d e c o m u n id ad e cív ica a d esfru ­ tar d e ssa m e sm a ex p eriên cia. Jesu s co lo c o u n este s term os: “U m novo m an d am en to vos dou: Q u e vos am eis uns aos outros; com o eu vos am ei a vós, q u e ta m b é m vós u ns aos o u tros vos am eis. N isto todos conh ecerão q ue sois m eu s d iscíp u lo s, se vos am ardes uns aos o u tro s” (Jo 13.34,35). À p ro p o rção q u e v em os a m issão da ig re ja lo cal som ente em term os q uan titativ o s (e.g., “Q u antos são os m e m b ro s?” ), d iluím os a m en sag em essen cial e q u alitativ a d o E v an g elh o (e.g., “Você é precio so p a ra D eu s!” ). É o m a io r d esafio p a ra nós que estam o s em alg u m a p o sição de liderança, tan to p o r v o tação quan to p o r indicação, m ed ita r d ilig en tem en te no que Jesu s m en cio n o u co m o o fato r m ais im p o rtan te dito p o r D eu s p a ra a h u ­ m an id ad e: “A m arás ao Senhor, teu D eus, de to d o o te u coração , e de to d a

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR a tu a alm a, e de to d as as tuas fo rças, e de to d o o teu e n ten d im e n to e ao teu p ró x im o co m o a ti m e sm o ” (L c 10.27). A in ju n ção é tão v á lid a h o je q u an to o era q u ando Jesu s a p ro feriu , v in te sécu lo s atrás. C o n tu d o , é, de fato, a m á x im a m ais d u ra ap rese n tad a n o s ev an g elh o s, u m a v e rd a d e q u e deve ser tra ta d a no âm ago d esse orga­ n ism o ch am ad o Ig reja. A te n d ê n c ia é d e ix a r p a ssa r esse g ran d e m an d a­ m en to sim p lesm en te c o n fessan d o -o : “ Sim , é claro; é isso m esm o! É por o n d e d ev em o s c o m e ç a r” . C o n tu d o , n a realid ad e, não é p o r on d e devem os co m e ç a r; an tes, é p o r o n d e d ev em o s term inar. A re fle x ã o de O sw ald C h am b ers a p reen d e a e ssên cia d a id éia, q u an d o diz: “A q u ilo q u e o h o ­ m e m v ê co m o o p ro c e sso D e u s vê co m o a m e ta ” . Tudo ac e rc a d a v ida, m o rte e re ssu rre iç ã o de Jesu s ap o n ta -n o s em d ireção a u m a u n ião re c o n c ilia d o ra co m D eus e a h u m an id ad e. P ortanto, a m issão d a ig re ja é, p rim a ria m e n te , ser m o d elo d e co m o o am or a D eu s e o am o r ao p ró x im o agem . C o m isso em m en te, q u an d o os pasto res voltam su a aten ção ao “ap e rfe iço a m e n to dos sa n to s” , estão fo rm a n d o re la c io n a ­ m en to s n a ig re ja q u e n a tu ra lm e n te se d ifu n d e m p e la c o m u n id ad e. A qui os p a sto re s p o d e m ag ir c o m g ran d e co n fian ça, p o rq u e a o b ra está b e m de aco rd o co m o etern o p la n o de D eu s p a ra os séculos e suas im p licaçõ es esp ecíficas p a ra o v iv e r d iário.

Um R equisito Prévio e um Princípio A fo rm ação de re la c io n a m en to s co m e ç a co m u m p ro c ed im en to e um p ro c e d im e n to apenas: a titu d e. U m líd e r te m de q u e rer v ê-la acontecer. Se u m líd e r d e se ja r v er re la c io n a m en to s criad o s e m an tid o s, já tem ele to d a a au to rid ad e e ap o io de D eus. M as é n e c e ssá rio term o s a m e sm a a titu d e que o P ai tev e p o r n ós atrav és de Jesu s p a ra ch eg arm o s a e sse p onto. O ap ó s­ to lo P au lo d escrev e e ssa atitu d e co m o a “m e n te d e C risto ” (Fp 2.5). L e n ­ do os evangelhos, en co n tram o s su a m en te ex p ressa em cad a página. Q u an ­ do c h a m a os D o ze, c u ra os d o en tes, a lim e n ta os fam in to s, id en tifica-se c o m os p ro s c rito s , fic a c la ro q u e su a in te n ç ã o é: E le d e se ja te r u m r e la ­ c io n a m e n to co m as p esso a s — em q u a lq u e r lugar, a q u a lq u e r hora, em q u a lq u e r cu ltu ra, c o m q u a lq u e r p esso a, a q u a lq u e r preço. P o rtan to , o que q u e r qu e se lev an te c o n tra tais re la c io n a m en to s re d en to res, dentro ou fo ra d a ig reja, n ão p o d e te r seu selo de aprovação. N u m a leitu ra m ais detida, os evangelhos revelam u m princípio que ex­ p ressa o ím peto do co ração de Jesus. A in d a que m uitos princípios-chaves estejam evidentes em seu m inistério, este é o principal: E le decide a ceita r a s p e sso a s onde q u e r que a s encontre, exatam ente do m odo com o estão.

O Princípio em Detalhes Q u an d o revejo m eu p assad o , n o to q u e aq u eles que m arcaram m in h a • id a, q u e m e c a u sa ra m p ro fu n d o im p acto , são aqueles q u e não fizeram ;a s o das m in h as ex c e n tric id ad e s, p ro b lem as e m an eiras erran tes, p a ra m e p e i t a r com o eu era. Vendo em m im valores que eu não percebia, injetaram m e en co rajam en to , o q u e m e im p u lsio n o u a re a g ir positiv am en te, além da : r ic a o u cálcu lo de m in h a parte.

52 O PASTOR PENTECOSTAL O q u e q u er q u e estivesse aco n tecen d o n aq u eles relacio n am en to s to ­ co u algo tão en tran h áv el e pro fu n d o , que eu só p o d ia p e n sa r e m u m a coisa: “ Q u ero m a is” . É claro q u e rece b er m ais sig nificava p a ssa r tem p o co m essas p esso as, p o rq u e sua atitude p a ra co m ig o e ra m ais ab rangente d o q u e m eras palav ras. E ra u m tipo de p o stu ra em o cio n al, u m je ito de ap ro x im ar-se de m im c o m o intento óbvio de serem m eus am igos. M ais tard e, d esco b ri q u e e ssa ab o rd ag em p a rtia d a co n vicção fun d am en tal de q u e ca d a p e sso a n a terra é ab so lu tam en te v alio sa p ara D eus. E não só isso. C ad a in d ivíduo ab so lu ta e igu alm en te valioso para D eus é u m a v erd ad e que tan to lib erta q u anto atrai. N a persp ectiv a de D eus, o v alor não vem do in te lec ­ to, talento, desem p en h o ou co n ju n to de h ab ilid ad es p a r­ ticulares. A ntes, d im ana da h eran ça espiritual, dos genes etern o s. C a d a p e sso a foi fe ita à im a g e m de D eus. N ão im p o rta o quão in cru stad a e co rro íd a pelo abuso, m al uso ou desu so , e ssa id e n tid a d e in te rio r re sta co m o a c a ra c terístic a d efin id o ra de todo ser hum ano. O p ro b le ­ m a, n atu ralm en te, é que in trin seca m e n te não ten h o os o lhos d e Jesus, os quais im e d iata m en te p e rc eb e m essa im ag em . E sto u d istraído p o r d iferen ças ofensivas e extem as. E le está atraído p ela sem elh an ça fa m ilia r in te r­ n a de si m esm o. E u, p o r cau sa de m in h as inseg u ran ças e falta de percep ção , p ro ced o de fo ra p ara den tro m uito v ag arosam ente. E le, com co n fian ça eterna, p ro ced e de d en tro p a ra fo ra m u ito m ais v ag aro sam en te ainda. A m ed id a que leio acerca d E le nos ev angelhos e ando co m E le todos os dias, co m eço a p e rce b e r sua m en te nesses assu n tos e a en te n d er p o r que E le age com o age. --------------Jesu s saiu do seu m eio p a ra relac io n ar-se conosco. N os círcu lo s teo ló g ico s, ch am am o s isso de en carnação. E ssa rela ç ã o n a re a lid a d e co m eç a quan d o id en tificam o s co isas q u e tem o s em co m u m . F acilm en te id en tificam o s as d iferenças, m as é freq ü en te te r­ m os d e p ro c u ra r p o r co isas que sejam sem elhantes. S abem os q u e tem os certas co isas b ásicas em com um , m as p rec isa m ser pro cu rad as. T ip ic a­ m en te, são co isas h u m an as com o g eo grafia, h istó ria d a fa m ília ou in te res­ ses n ão d ep en d en tes da m atu rid ad e espiritual. C om o p adrão, os ev ange­ lhos m o stra m o cam in h o p a ra u m a b ase co m u m , detalh an d o os eventos o rd in ário s e ex trao rd in ário s referen tes ao n ascim en to e p rim eiro s anos de Jesus. E le e ra um de nós. F ico seg u id am en te p asm o sobre o m odo com o a p o rta da p riv acidade se abre de rep en te q u an d o alguém faz a sim ples pergunta: “O n d e você n asceu e foi c ria d o ? ” Todo o m undo tem um lo cal de n ascim en to e raízes g eog ráficas. A p erg u n ta não faz n e n h u m ju lg a m e n to sobre o valor. N ão in vestiga o re la c io n a m en to co m os pais ou as circu n stân cias d a fam ília. S im p lesm en te estab elece u m fato co m u m a todo ser hu m an o e, ao fazêlo, esta b e le c e a b ase p a ra u m a resp o sta m u ito natural. Q u an d o ex am in am o s esse p rin cíp io à luz de u m a d eterm in ad a ig reja o u c o m u n id ad e local, surge a questão: “Q u e tipo de p ro g ra m a precisam o s

A formação de relacionamentos comeca com um procedimento e umprocedimento apenas: atitude. Umlíder tem de querer vê-la acontecer

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p a ra e n sin a r a id é ia d e aceitação in c o n d ic io n a l? ” A re sp o sta é: “N e n h u m p ro g ra m a p o d e e n sin a r e ssa idéia. A s p esso a s p o d em apenas m o strá -la ” . Q u an d o a ig re ja se d eb ate, n ão é p o rq u e e ste ja faltan d o p ro g ram as cla ra ­ m en te ap resen tad o s. F ic a se d eb a te n d o p o rq u e tem falta de p rin c íp io s b í­ b lico s cla ra m e n te d em o n strad o s.

O Pastor como M odelo É precisam en te nesse ponto que a fun ção do pasto r se to m a tão im por­ tante. Se ele vê, fundam en talm en te, que o relacio nam ento co m D eus e com os outros é o alvo de n o ssa v id a em C risto — e que a jo rn a d a de fé lida com esses relacio n am en to s em m uitas etapas — , então tudo é afetado, desde a p regação do p asto r até as estruturas internas da igreja. P or exem plo, a co n ­ gregação tem a sensação de que o p asto r tem am igos além dos d a congrega­ ção? E ssas relaçõ es são advindas som ente do fato de ser ele pasto r local? O u algum as dessas relaçõ es p assaram de u m n ível profissional para um re lacio n am en to m ais p e sso a l — a p o n to de ser ch am ado pelo apelido: “C hico ” , “B eto ” ou “Z é” — , o vizinho (que casu alm ente é pastor)? A s p esso a s d a co n g re g a ç ão j á tê m re la c io n a m en to s além dos da igreja. E las a tu a m em seus tra b a lh o s secu lares seis dias p o r sem ana. C om o p a s­ to res, a v e n tu ram o -n o s n e ssa a ren a c o m m u ita freq ü ê n c ia n a q u a lid a d e de p aram éd ico s e sp iritu ais d a co m u n id ad e, co rren d o p ara salvar vidas. Vem onos sob e ssa p ersp ectiv a, p o rq u e o tra b a lh o é p a rte v álid a e defin itiv a de n o ssa re sp o sta p asto ral. M as h á o u tro s tip o s de re la c io n a m en to além d e s­ ses fo rm ad o s em tem p o s de crise, fo ra d a n e c e ssid a d e sen tid a p o r alguém . Q u e tal os re la c io n a m en to s p ro v e ­ n ientes de n o sso en v o lv im en to c o m a lg u m a fo rm a de se rv iç o c o m u n itá rio g e ra lm e n te re c o n h e c id o (e .g ., R o tary C lu b ou algo assim )? F aço essas p erg u n tas p o rq u e u m ele m e n to su rp re­ end en te ac e rc a do m in istério d e Jesu s é a q u a n tid a d e de tem p o q u e E le fico u “sem fa z e r n a d a ” . N e ste s dias, em q u e a ad m in istra ç ã o do tem p o liv re é v ista com o lid e ra n ç a eficaz, p a re c e q u e os g u ru s o rg an izacio n ais tê m a rran cad o u m a p á g in a d os ev an g elh o s. Jesu s e sta ­ va en tre as p esso as, ao n d e q u e r q u e estiv essem . A m e­ did a q u e rev ertem o s e sse p ro c e sso , fazen d o c o m q u e as p e sso a s v en h am ao nde nós estam o s, co rrem o s o risc o de d ilu ir a m eto d o lo g ia e sse n cia l do E vangelho: Jesu s vem ao n d e eu estou. N ão h á q u e d u v id a r q u e p re c isa m o s n os re u n ir no dia do Senhor, e certam en te o tem p lo , as in sta la ç õ e s e d u cacio n ais cristãs e o g in á sio p re c i­ sam e sta r ap in h ad o s d e jo v e n s e v elh o s e m to d as as o p o rtu n id ad e s p a ra a g ló ria d e D eus. E ssas re u n iõ e s estã o ch eias d e ac o n te cim en to s relacio n ais e rela c io n a m en to s crescen tes. C o n tu d o , o p a sto r é p e rc eb id o em v irtu a l­ m ente to d o s e sse s even to s co m o o líd e r o u m estre. E ssa é su a fu nção dentro d a c o m u n id a d e de cren tes. M as a lé m d esse cen ário p articu lar, o que a c o n te c eria se v o cê a ssu m isse u m a fu n ção d iferen te? Q u an d o p assam o s a m a io ria de n o sso s dias re so lv en d o pro b lem as, fo r­ m u lan d o e stratég ias ev an g elísticas e rea g in d o às n ece ssid a d es h u m an as

ít

Jesus estava entre as pessoas, aonde quer que estivessem jj

54 O PASTOR PENTECOSTAL



em u m a ex ten são in crível de níveis, a m an eira com o nos vem os po d e ficar d isto rc id a — co m o se realm e n te so u b éssem o s tanto, q uando, n a re a lid a ­ de, sem Jesu s n ad a p o d em o s fazer. O p ro b lem a é que m uitos q u erem que ten h am o s to d as as resp o stas e, n a b u sca de satisfazer as n ecessid ad es d e s­ sas p esso as, ficam o s confusos. O Dr. L lo y d O gilvie, cap elão do Senado dos E stad o s U n id o s, co lo co u desta form a: “U m dos m aiores desafios do p a sto r é evitar q u e a cong reg ação o co loque no p e d esta l da p e rfe iç ão ” . O povo p re c isa seg u ir a Jesus, e o p a sto r não p o d e lid ar co m o desg aste de ser o h o m e m das resp o stas certas. F aço essa sim ples observação a fim de indicar o valor do aprendizado. O s p astores m ais b em -sucedidos que conheço nunca param de aprender — nas E scrituras, n a ad m inistração organizacional, n a econom ia e em m uitos outros tem as. O u tra vasta biblioteca, entretanto, está bem debaixo de n o s­ sos narizes. R efiro-m e a pessoas de todas as classes e crenças, cruzando os lim ites religiosos, políticos e étnicos. Pessoas que, pelas m ais variadas ra­ zões, nun ca entrariam em nossos tem plos, m as que, não obstante, m uito têm a nos ensinar. E las podem ajudar-nos a com preender suas form ações educacionais, seus m undos, suas idéias, seus sentim entos. P o d em ajudarnos a ver o m u n d o de D eus de u m a m aneira m uito diferente. F alando h onestam ente, n u nca cheguei a lidar (ou a m e im portar m uito) com o m undo político, até que com ecei a andar pelos corredores e a sentarm e nos escritórios do C ap itó lio 1 dos E stados U nidos. N ão podia co m preen­ d er a dinâm ica, as tensões, as exigências, o p o der e a dor que freqüentam o m inistério político até que, em 1993, nos m udam os p ara W ashington, capi­ tal dos E stados U nidos, e passei a trabalhar no C apitólio. O que é m ostrado p ela televisão e escrito p ela im prensa é n a g ran d e m aioria das vezes distorcido. L á existe u m a vasta arena de n eces­ sidades pessoais que vai além dos núm eros de votos e dis­ cu rsos de cam panha. L á tam b ém encontram os algum as pesso as m aravilhosas, que acreditam que o serviço p ú b li­ co é exatam ente o que diz. O pú b lico raram ente tem a ch ance de ver as coisas bem d e perto. Penso que o m enino que falava a respeito de seu am igo, o lixeiro, tinha razão, quando concluiu: “M inha m ãe não gosta do cheiro dele, m as tam bém , ela não o conhece b em !” P e la g ra ça do Senhor, algum as p esso as que ao lo ngo dos anos en traram em m in h a v id a eram apren d izes de pesso as. N ão estu d an tes de p essoas, m as ap rendizes de p esso as. São in d iv íd u o s q u e não co n sid e ra m u m a p esso a co m o o b jeto de estu d o e análise, m as antes co m o alguém de q u e m aprender. N a realid ad e isso faz sentido, po rq u e to d o s som os ig ­ n o ran tes, só q u e de assu n to s d iferentes. E to dos tem os algo a oferecer, só q u e de fo rm as d iferen tes. C o n tan to que m an te n h am o s u m a p o stu ra de ap ren d izag em , o b terem o s u m a e d u cação de tan to v alo r q u an to u m título acad êm ico de H arvard, ou talvez até de m a io r valor. P ois, à m e d id a que a p ren d em o s — tro c a n d o id éias e sen tim en to s, p assan d o tem p o ju n to s, algo aco n tece. D esco b rim o s que am bos som os apren d izes e m estres. Q u an d o c o m eçam o s co m o aprendizes, som os so licitad o s com o m e s­ tres. O p ro cesso é claram en te id entificável. É m útuo; ch am a-se rela cio n a ­

Amizade é caracterizada por relacionamento e não por posicionamento

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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR m ento. E m u m a das d e c la ra çõ e s m ais m a rcan tes reg istra d as nos e v an g e­ lhos, Jesu s diz: “Já vos n ão c h am arei servos, [...] m as ten h o -v o s ch am ad o am ig o s” (Jo 15.15). A a m izad e é c a ra c teriz a d a p o r re lac io n am en to la te ­ ral, e n ão p o r p o sic io n a m e n to vertical. Isso fa z -n o s le m b ra r de B elém . C o m tu d o isso em m en te, m u ito s p asto res d e sfru tarão de ben efício s tan to p e sso a is q u an to co m u n itário s, criad o s ao a ju d ar u m p u n h ad o de p esso as em u m a v aried ad e de áreas — n a e d u c a ç ã o , n a m e d ic in a , na cla sse o p e rá ria , n o c o m é rc io , n a p o lític a — , se n d o a p re n d izes. N o d e ­ cu rso do te m p o , a c o n g re g a ç ã o se c o n s c ie n tiz a rá d esses re la c io n a m e n ­ tos, e n ão n e c e s s a ria m e n te p o rq u e se ja m u sa d o s co m o e x em p lo s em se r­ m õ e s. A liás, fa z e r ilu stra ç õ e s sem p e rm issã o p o d e ser devastador. A ntes, a co n g re g a ç ão n o ta rá sutis m u d an ças de atitude, p ercep çõ es diferen tes e n ovos p en sam en to s co m eçan d o a v ir à to n a n a co nversação. N ós, p a sto ­ res, co n tin u arem o s a te r b a tism o s de lu cid ez e n o sso s esp írito s crescerão .

D esafio Pessoal V oltando ao p rin cíp io o rig in al de q u e Jesu s ac eita as p esso as onde elas estão , c o m p letem o s o p en sam en to . E n u n c ia r id eais não é difícil; p ô -los em p rá tic a é o u tra h istó ria. A c e ita r a lg u é m in c o n d icio n a lm en te é, de in í­ cio e ao m esm o tem p o , a ex p e riê n c ia m ais d ifícil e m ais p ro fu n d a que u m ser h u m an o p o d e ter. T em de ser. Jesu s o c o lo ca com o a jó ia d a co ro a de sua e x p e riê n c ia cono sco . F a z e r isso, en tretan to , re q u e r alg o ch am ad o n ão -ju lg am en to . N ão j u l ­ gar as p esso a s firm ad o em fato res que elas n ão p o d e m co n tro la r (com o lo cal de n a sc im e n to ou o rig e m ra c ia l) é trem en d o salto p a ra alguns de nós. N ão ju lg a r as p esso a s firm ad o e m fato res q u e elas p o d e m c o n tro lar (co m o atitu d es e co n d u ta p e sso a l) p o d e ser um salto ain d a m aior. P re c isa ­ m os ap en as v o ltar a a n d a r o u tra vez p elas ru as de B elé m indo até a cru z do C alv ário e ex am in ar a te n ta m e n te o c o m p o rtam en to de Jesu s em re la ­ ção a nós. S e E le e sc o lh e u v iv er e m nós, E le te m d e e star p rep a rad o p ara aju d ar-n o s a re fle tir seu c a rá te r e m e n te em u m m u n d o que nos observa. N a realid ad e, E le diz isso , n ão ? “E is q u e eu esto u convosco to d o s os dias, até à co n su m ação dos sé c u lo s” (M t 28.2 0 ). S endo esse o caso, v am os re fle tir so b re o n ã o -ju lg a m e n to co m o um m ecan ism o p ara ex p ressar a c e i­ tação in co n d icio n al. A aceitação in c o n d ic io n a l d e p e n d e d a c a p a c id ad e de d e ix arm o s p a s ­ sar ou d im in u ir co n flito s, p elo m en o s no in ício do re lac io n am en to , no in te re sse do d esen v o lv im en to de u m a am izad e. E c e rto q u e h á v ezes em q u e os c o n flito s são tã o g rav es, q u e c h e g a m ao p o n to de im p e d ir o r e la ­ c io n a m e n to c o m u m a pesso a. E n tre ta n to , n a v a sta m a io ria dos casos, esse nível de im p ed im en to n ão existe. G ran d e p a rte de nossos im p ed im en to s está d en tro de n o ssas cab eças. N o c o n tex to g eral d a ig re ja n a c o m u n id a ­ de, as p o ssib ilid a d e s de e sta b e le c erm o s b o n s re lac io n am en to s co m u m a am p la v aried ad e de p esso a s são infin itas. A p ó s 53 anos de v id a e com m ais de três d écad as de m in isté rio p ú b li­ co, a in d a m e esp an to co m o q u e aco n te c e q u an d o su b lim am o s co n flito s a fim de c o m p re e n d e r as p esso as. C o n flito s são com o a co r d a pele. E stão no p rim eiro p la n o de n o ssas p ercep çõ es e, fre q ü en te m en te , d esem p en h am

O PASTOR PENTECOSTAL o teste de to rn asso l, in d ican d o se realm en te q u erem o s te r u m relac io n a ­ m en to ou não. Tal não aco n te c e co m Jesus. P arece q u e E le é cego a conflitos. M as, n a v erdade, faz u m a exceção: aqueles que re iv in d ica m fala r em n o m e de D eus, m as são ju d ic io so s, incondicionais e presunçosos. Jesus não é brando co m eles. E le assevera: “A i de vós, escrib as e fariseus, hipócritas! P ois qu e fech ais aos h o m en s o R eino dos céus; e n em vós entrais, n e m deixais en trar aos q u e estão e n tran d o ” (M t 23.13). P o r que, p erg u n tei-m e, Jesus reag e tão d ram aticam en te? P o r que E le é tão c o n tu n d en te? N ão seria p o r­ que, ao p re su m ire m fa la r em n o m e de D eus, ao m esm o tem po que agem de m o d o tão d iferen te dE le, neg am o cerne do seu caráter, d a sua b o n d ad e (ic h esed )? C o n tu d o , n ão d ev em os ser m u ito duros co m os fariseus. Ju lg ar é a atitu d e m ais n a tu ra l que po d em o s ter. Ju lg a r é a ação que m o m en tan ea­ m e n te m e p e rm ite sen tir m e lh o r com igo m esm o , den eg rin d o o u tra pesso a ou grupo. T odos g o stam o s de ter u m a m arg em de su p erio rid ad e n a c o m ­ p etição . E n tretan to , o verd ad eiro relacio n am en to não é caso d e c o m p e ti­ ção. P o rtan to , q u an d o é in tro d u z id o u m elem en to co m petitivo, com o o ju lg a m e n to , o rela c io n a m en to não sobrevive p o r m u ito tem po. V ivem os em u m m u n d o o nde a p ro cu ra p o r diferen ças e erros to m o u -se não só legal co m o tam b ém c o m e rc ia lm en te rentável. M as traz à luz os in stintos m ais selv ag en s d a h u m anidade. O n ão -ju lg am en to , p o r outro lado, o ferece valor e dig n id ad e p o r seu p ró p rio silên cio e lib era am bas as partes p a ra e n co n trarem co isas em co ­ m um . O q u e Jesu s p o d ia e sta r p en sa n d o q u an d o estev e n a casa de L evi p a ra ja n ta r? L evi estava tão ab aix o dos pad rõ es sociais; e ra n ad a m enos que u m co leto r de im p o sto s p a ra R om a. T alvez co n sid erasse L evi com o am igo, p o r isso estava p assan d o p o r lá p a ra c o m em o rar co m os o u tros am igos do p u b lican o . M as a id en tificação era m uito cabal p a ra os líderes relig io so s, p elo q u e m u rm u ra ram suas acu saçõ es aos d iscíp u lo s de Jesus. E m co n seq ü ên cia, o M e stre deu aos fariseu s u m a lição de casa: d esco b rir o q u e re a lm e n te é m ise ric ó rd ia (M t 9.10-13). E n tão , o n ã o -ju lg am en to p arece estar n a fam ília d a m isericórdia. A m ise ric ó rd ia te m u m a g am a d e filhos. A lg u n s são m u ito ativos, com o o p erd ão a u m a o fen sa específica. O utros são m ais reflexivos, com o não p re ju lg a r as pessoas. C ontudo, segundo as n o rm as de q u alq u e r um , a m i­ sericó rd ia é vivifican te. T alvez v iver sem faz er ju lg a m e n to s, q u ando diz resp eito a fo rm a r am izades n a ig re ja ou n a co m u n id ad e, seja n a re alid a d e esp alh ar v id a ao redor. N o m ínim o, a m ise ric ó rd ia dá u m a c h an ce ao re la ­ c io n am en to , p e rm itin d o -lh e que seja estab elecid o e sustentado. Só o te m ­ p o c o n ta rá o re sto d a história. E x p lic ita m e n te , e x iste m to d o s os tip o s d e re la c io n a m e n to no m u n ­ do; re la c io n a m e n to s q u e se c o n c e n tra m ao re d o r d a fa m ília, d a v id a p ro ­ fissio n a l, d e in teresses co m u n s etc. N ão o b stante, o tipo d e re la c io n a ­ m en to cultiv ad o n a ig re ja e n a co m u n id ad e u ltrap a ssa todas essas c ate g o ­ rias. Jesu s alim en ta o relac io n am en to p e lo b e m do relacio n am en to . F o ra de u m a sem en teira relacio n ai, co m eçam o s a v er e seg u ir a Jesu s. P rim e i­ ro , E le v e m à n o ssa casa para u m a com em o ração , e depois p artim o s p ara a c a sa dE le, p a ra o u tra co m em o ração ... p ara sem pre.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR

c Primeiras Coisas ao Assumir uma Nova igreja Charles E. Hackett ssu m ir u m novo p a sto ra d o é sem p re u m a ex p eriê n c ia trau m ática. P asto reei apen as d uas igrejas: u m a p o r dois e o u tra p o r 29 anos. N ão o b stan te, le m b ro -m e m u ito b e m d a a p reen são e in c e rte z a que senti ao assu m ir u m novo p asto rad o . D e i-m e c o n ta de q u e essas p rim eiras im ­ p re ssõ e s são às vezes a c rescen tad as à p ressão de u m b o m com eço. E m m u itas o casiõ es, ten h o u sa d o u m a fó rm u la sim p les, a qual, acred ito , será ú til a q u a lq u e r novo p astor. T rata-se do seg u in te: “A m e a D eu s, am e o povo e u se de b o m se n so ” . A m a io ria das ig rejas n ão está p ro cu ra n d o u m super-h o m em , m as alg u ém q u e lhes tra g a ed ificação , ex o rtação e c o n fo r­ to p a ra a v id a q u e lev am e m m eio a u m m u n d o c o n fu so e ch eio de p ro b le ­ m as. M u itas v ezes fico e sp an tad o c o m a p a c iê n c ia e o p erd ão que os m e m ­ bros de u m a ig re ja c o n c e d e m a seu pasto r, se eles sab em q u e o p a sto r os am a. P asto re a r u m a ig re ja é e m p re e n d im e n to e x citan te e m arav ilh o so . N ão sei de o u tro m in istério q u e p ro p o rc io n e a o p o rtu n id a d e de ver as p esso as salvas e d isc ip lin a d a s à m a tu rid a d e cristã, to rn a n d o -a s assim m em b ro s v italício s da “fa m ília ” . P a sto re a r n ão é u m a p av o ro sa se n ten ç a de D eus, m as u m a c h a m a d a su b lim e e sa n ta q u e traz g o zo e satisfação singular. .Algum as das su g estõ es a seg u ir p o d e m aju d á -lo ao in ic ia r su a jo rn a d a com o pastor.

A

Busque a Vontade de Deus Q u an d o o s te m p o s d ifíceis v ie re m (e, te n h a certeza, virão !), é fu n d a ­ m ental q u e v o cê sa ib a q u e e stá on d e e stá p o rq u e D eus ali o colocou. A i do p asto r que u sa de m éto d o s p o lítico s p ara o b te r a lid e ra n ç a de u m a igreja! A ig reja p e rte n c e a Jesu s C risto , e é E le q u e m a edifica. C risto n ã o p rec isa de arran jo s p o lític o s p a ra fa z e r a o b ra d o m in istério . E le e stá p ro cu ran d o servos h u m ild e s q u e je ju e m e o rem , q u e se ja m ch eio s do E sp írito S anto, que saib am c o m o se rv ir e liderar. D e u s e stá p ro c u ran d o p a sto res de fé e de v isão , q u e v e ja m alé m d o q u e é ap aren te e v isu aliz em u m a ig re ja cujo

O PASTOR PENTECOSTAL C ria d o r e C o n stru to r é D eus — u m a ig reja v ito rio sa q u e cause forte im ­ p acto; u m a ig reja de sinais, m aravilhas e m ilag res, on d e as p esso as dia a d ia este ja m sen d o acrescen tad as ao Senhor.

Convoque a C ongregação para O rar N ão h av erá v itó rias e sp iritu ais sem o ração , e levar a ig reja a orar é a resp o n sab ilid ad e m ais im p o rtan te de todo pastor. E sse dever não po d e ser deleg ad o a o u tra pessoa. A v id a de oração d a ig re ja não se erg u erá acim a da v id a de o ração do pastor. A ig reja que o ra é ig reja sadia e q u e cresce. N a d a d á m ais p o d e r e ren o v a a ig re ja do que a oração. D e fato, q u an d o h á falta de oração , a carga fica p esad a e a o b ra torn a-se inviável. O passo seg u in te é a co n fu são , o desân im o e o desespero. M as D eus n u n ca leva q u e m q u e r q u e seja a e sse tipo de aflição. E le nos ch a m a p a ra a vitória, e não p a ra a derrota. N e n h u m p la n ejam en to ou org an ização su b stitu irá a oração. A ntes que q u a lq u e r e stratég ia seja feita, b u sq u e a d ireção de D eus, e o sucesso esta ­ rá garan tid o . O re até que rec eb a u m a p alav ra de D eu s a resp eito de quais m edidas d evem ser to m adas. Você não re ce b e rá e ssa p alav ra em um a co n ­ ferên cia, atrav és de u m a fita ou e m u m livro e m p restad o so bre o c re sc i­ m en to d a igreja. V ocê a rec eb erá de jo e lh o s n a p re sen ç a de D eus. T endo re ceb id o a d ireção divina, E le u sa rá u m a c o n ferên cia ou u m livro p a ra aju d á-lo a d a r su b stân cia ao que já falou ao seu coração. E sse p ro ce sso é vital p a ra a so b rev iv ên cia e o su cesso d e u m novo pastor. F o rm e tan to s g ru pos d iferen tes de o ra çã o qu an to s fo rem possíveis. M arq u e culto s de o ração tantos quantos puder. S eja sábio. N ão convoque u m je ju m de q u a re n ta dias em sua p rim eira sem an a de p astorado, e não use a cu lp a co m o incentivo para as p essoas orarem . L em bre-se: é o E sp í­ rito S anto que nos c h am a e nos u n g e p a ra a oração. N ão ten te to m ar o lu g a r dE le. N ão fiq u e desan im ad o se os resu ltad o s não forem im ediatos. A p en as c o n tin u e orando, e D eus d ará a co lh e ita a seu devido tem po.

Prepare B em os Serm ões Você será ju lg a d o im e d iata m en te p e la q u alid ad e d a preg ação que faz. L em b re-se de q u e v o cê foi ch am ad o p a ra pregar, não para a b o rre cer os santos. R ejeite a m ed io crid ad e e o tédio. C reia e m D eus p a ra que você sem p re ten h a u m a m e n sa g em q u an d o su b ir ao pú lp ito , u m a m en sag em que faça d iferen ça n a vid a de alguém . A p regação eficaz req u e r m uito estudo, d isc ip lin a e co n sta n te leitura. F a ze r p arte d a v id a das p essoas d a co n g reg ação e in teirar-se dos pro b lem as d a c o m u n id ad e darão p ro fu n d i­ dad e a seus serm õ es d e u m a m an e ira ú nica. N ão confie in teiram e n te nas ilu straçõ es de terceiro s, ten h a as suas. T odo p a sto r d ev eria o u v ir a fita de to d o s os serm ões que prega. E ex ­ p e riê n c ia n ão só h u m ilh an te, m as instrutiva. N a verdade, grave o culto inteiro, in clu in d o os an ú ncios, e depois avalie tudo o que faz as pessoas v o ltarem e o q u e faz as p essoas se afastarem . Se seus serm ões não o e m ­ po lg am , c au sam efeito sem elh an te nos outros. P reg ação de q u alid ad e é d ifícil de obter, m as é um trab alh o recom pensador. D eve ser o ponto alto da sem an a, tan to p a ra o p reg ad o r q u anto p ara a congregação.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 5 9

Identifique a E strutura de Poder da Igreja Id e n tifiq u e os in flu en ciad o res, os ag itad o res e p ertu rb ad o res. P ode ser q ue te n h a m o u n ão u m cargo. T alvez sejam p esso as ch eias do E sp írito , q ue am am a D eu s e re sp e ita m o o fício de pasto r, ou p o d e m ser as p esso as m ais n ão -cristãs q u e v o cê ja m a is viu. M u ita s v ezes u m a ig reja tem sido o b stru íd a sob todos os asp ecto s p o r líd eres cristãos leigos sem base b íb li­ ca, q u e ev e n tu a lm e n te d ev em ser re m o v id o s, m as não faça d isso sua p ri­ m e ira p rio rid ad e. H á a ch a n c e de v o cê errar e e sta r fo ra do cargo em curto tem po . A p re n d a a fa z e r co n c e ssõ e s até q u e D eu s o e sta b e le ç a co m o o líd e r esp iritu al d a ig reja. D ep o is b u sq u e a D eu s em oração e je ju m até que v ocê sa ib a o q u e fa z e r e o tem p o certo p a ra fazê-lo. M u ito s p asto res têm p erd id o a b atalh a, n ã o p o rq u e suas açõ es sejam errad as, m as p o rq u e o tem po em q u e ag ira m e ra im próprio. F aça to d o s os esfo rço s p a ra d esen v o lv er u m relac io n am en to de re sp e i­ to e co n fia n ç a c o m o m in istério d a ig reja. À s vezes, isso é u m im e n so desafio . L em b re-se: alg u n s d eles fo ra m m a g o ad o s e h um ilh ad o s p o r re la c io n a m en to s p asto rais an terio res, e é a in c u m b ê n c ia do novo p a sto r cu ra r as ferid as. A m aio ria d os m em b ro s do m in isté rio q u e co n h eço não q u er p re o c u p a ç õ es e su sp eitas com o pasto r, m as p az e harm o n ia. O p a sto r deve to m a r a in iciativ a de fo rm ar relac io n a m en to s b o n s c o m to d o s os líd e re s d a igreja, p o u c o im p o rta n d o co m o e s te ja su a a g e n d a p e sso al. D eixe D eu s e sta b e le c er a in flu ê n c ia e lid e ra n ç a do p a s­ tor, antes q u e este te n te fa z e r q u a lq u e r m u d a n ç a n a ex isten te e stru tu ra de lid eran ça. T am b ém seria m uito im p ru d en te d e stitu ir líd eres an tig o s, a m en o s q u e você te n h a p esso a s q u a lific a d a s e trein ad as p a ra to m a r o lu ­ __________________________ gar deles. U m a b o a re g ra a seg u ir à m e d id a que tom a decisõ es p a sto ra is é “fa z e r a c o isa ce rta no c lim a cer­ to ” . N ão h e site em c h a m a r u m p a sto r am ig o , o p a sto r local ou o pastorp re sid e n te d a reg ião p a ra e x a m in a r a o rie n ta ç ã o q u e você a cre d ita que D eus e steja lhe dan d o . T enho ev itad o m u ito s erros d o lo ro so s por b u scar co n selh o s d e irm ão s. N a m u ltid ã o de c o n se lh e iro s h á seg u ran ça, de a co r­ do co m P ro v érb io s.

u Uma fórmula para qualquer novo pastor: 'Ame a Deus, ame o povo e use de bom senso'

Procure Sem pre Fazer o M elhor N ão co m ece u m a rev o lu ção ; p e rm ita q u e as p esso a s v eja m que você te m u m sen so de d ireção , q u e é ab en ço ad o p o r D eus. F a le so bre visão, não sob re p ro g ram as ou co n stru çõ es. U m a das m an eiras infalív eis de se p ro v o c a r d e sastres é la n ç a r u m a série de p ro g ram as que n in g u é m q u er ou co m p reen d e. A ú n ic a co isa q u e p en so que seria p io r é an u n ciar um p ro ­ g ram a d e co n stru ç õ e s, e sp e c ia lm e n te se o atu al não está p a g o ou se a ig re ja n ão e stá ch eia. N ão su cu m b a ao ru m o r de q u e u m novo tem p lo atrairá g ran d es m u ltid õ es. N ão atrairá. A s p esso a s v ê m à ig re ja p o r cau sa do que D eu s e stá fazen d o , e n ão p a ra ad m ira r a arquitetura. M u ito s p a sto ­ res têm p erd id o o d ireito de o c u p ação do b e m im ó v el d a ig re ja p o rq u e

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O PASTOR PENTECOSTAL im p ru d en tem en te fo rçaram um custo so e desn ecessário p ro g ram a de c o n s­ tru çõ es n a co n g reg ação . N o sso ch am ad o é p ara p astorear, e não p ara co n s­ truir. U m p ro g ra m a de co n stru ç õ es deve ser co m p arad o a u m a g rande ciru rg ia — fa ç a ap en as em ú ltim o caso.

Seja M onetariam ente C onservador Q u a lq u e r novo p a sto r q u e se den u n cie co m o g a stad o r dos fu n d o s da ig reja d e p a ra r-se-á co m g ran d es pro b lem as. N ão p re c isa ser líd e r ou sá ­ b io p a ra falir u m a ig reja, e os pasto res que e n tram p o r esse cam in h o p a ­ g am alto p re ç o em term o s de cred ib ilid ad e. In teire-se dos g asto s d a ig re ­ ja . Se m u d an ças n ec e ssita m ser feitas, seja p a cien te e espere p elo m o ­ m en to certo. A v elh a te o ria de que a ig reja p rec isa e star e m d ív id a para q u e as p esso as co n trib u am é falsa, não tem b a se b íblica. D escobri que o p o v o p re fe re co n trib u ir p a ra as m issões do q u e ficar p ag ando u m e m p rés­ tim o ban cário . E sta r livre d e dív id as, a não ser a d a ca sa p ró p ria, é u m fa to r m uito positivo. H á m u ito a g a n h a r quan d o não se tem dívidas. F az m u ito s a n o s . que ad o tei u m a filo so fia que m e te m servido m u ito bem : se não tenho din h eiro , n ão com p ro . É esp an to so o q u anto se vive b em sem to dos esses “b rin q u e d in h o s” q u e o m u n d o m o d ern o oferece.

G anhe os Perdidos N ão im p o rta o que m ais p o ssa e sta r aco n tecen d o n a igreja: se n in g u é m e stá sendo salvo e a crescen tad o à fam ília de D eus, en tão a ig reja não está cu m p rin d o su a m issão . T er p esso as no altar p a ra rec eb e rem a C risto faz c o m q u e até m esm o seus inim ig o s fiquem em p az co m você. T raz vida, alegria, ân im o e saú d e p a ra o corpo, q u an d o novas p esso a s estão e n tran ­ do. N a d a su b stitu i o evangelism o. N ão h á o u tra co isa que seja tão ju s ta q u an to bo a. Jesu s m o rre u p a ra salv ar os p erd id o s, e não p a ra co n stru ir g ran d es cated rais. E sta p erg u n ta deve ser fe ita rep etid am en te: “A lg u ém está sen d o salv o ?” R ec u se-se a fic ar lá sen tando, sem an a após sem ana, co m o m esm o d esen co rajad o grupo. S aia pelas ruas e b eco s d a cidade e ache a lg u ém q u e p re c isa de Jesus. N ão olh e p ara a classe social ou a cor da pele. V á atrás d o “to d o a q u ele” . T er p esso as pob res é m elh o r do que não ter p e sso a n en h u m a, ainda que a lca n çar o p o b re e o tiran izad o não tra g a m u ita in flu ê n c ia n a estru tu ra política. M as sem d ú v id a ag ra d a a Je ­ sus. E n sin e o p o v o a g an h ar as alm as. D em o n stre. L eve a cong reg ação a b u scar os d escren tes, e su a o b ra com o p a sto r se to m a rá m uito m ais fácil. P a sto re a r é m in istério em p o lg an te e desafiador. Q ue sejam os ac h a­ dos fiéis n essa cham ada.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR

Trabalhando com Pessoas de Todo Tipo Hal Donaldson f i n

a sto re a r seria o m e lh o r em p reg o do m u n d o , se eu não tivesse de lid a r co m certo s tip o s de p e sso a s” . E ssas fo ram as palav ras de ■ u m m in istro q u e acab o u de ter u m a d esav en ça co m B ill, m e m ­ b ro ex ig en te de su a igreja. B ill se can sara dos serm ões, do guarda-roupa, do estilo de adm inistra­ ção do p asto r e de suas expectativas p ara a congregação. A ssim , frustrado, disse abertam en te ao pastor: “Você é o p io r p asto r que esta ig reja já teve!” A m a n d íb u la do p a sto r apertava, e n q u an to c itav a p a ra si m esm o: A resp o sta b ra n d a d e sv ia o fu r o r .' B ill p ro sseg u iu em su a investida: “E sta era um a ig reja m aravilhosa, an tes d e v o cê ch e g a r” . L im p an d o a g a rg an ta p a ra m o stra r q u e seu au to d o m ín io estava a c a ­ ban d o , o p a sto r p erg u n to u : “N e ste ano e m eio q u e esto u aq u i n ão h á algo q u e eu ten h o fe ito q u e v o cê te n h a g o stad o ? A ig reja cresceu . T em os v isto as p esso as sen d o gan h as p a ra Jesu s. N ão h á n em m esm o u m culto que você te n h a a p re c ia d o ? ” S em h esitação , o h o m e m resp o n d eu : “ Sim , a q u ele d o m in g o em que você fa lto u ” . O p a sto r arrisco u u m so rriso cu rio so . “D ig a m e, B ill, co m o é que a c a ­ b am o s fazen d o tu d o erra d o ? ” B ill h esito u . “ Q u an d o v o cê ch eg o u aqui e co m eço u a p e d ir p a ra m im e p a ra to d o s os d em ais q u e fizéssem o s c o isa s” . “C o m o o q u ê ? ” “V ocê esp erav a q u e p a rtic ip á sse m o s de to d as as atividades d a ig reja — de seg u n d a a do m in g o . D ep o is, v o cê fez com que fizéssem o s seu trr b alh o de v isita ç ã o ” . O p a sto r susp iro u . “B em , irm ão B ill, sinto m u ito que você se sin ta assim ” . “E u ta m b é m ” , v o cifero u B ill. “M in h a fa m ília e eu estam o s nos m u ­ dan d o de ig re ja e indo p a ra u m lu g a r o n d e o p re g a d o r en ten d e que, h o je em dia, as p esso a s estão o cu p ad as e n ão têm tem po de faz er o que o p a sto r fo i p a g o p a ra fa z e r” .

O PASTOR PENTECOSTAL E xperiências com o essas fazem os pastores desistir. P ara evitar conflitos co m os m em bros d a congregação e instigá-los a freqüentar a igreja, alguns pastores abstém -se de colocá-los sob qualquer expectativa. E scoltam os cren­ tes a um lug ar confortável todos os dom ingos, depois ousam pregar m en sa­ gens que se esquivam d a responsabilidade cristã. O resto d a sem ana esses pastores tentam ser o grupo de u m h o m em só. Só eles pregam , cantam , visitam , co rtam a gram a, d atilografam e oram . E sse padrão leva a pastores dom inadores, crentes leigos ineficazes e com unidades sem salvação. P a sto re s b e m -su c e d id o s a p re n d e m a en v o lv er to d o s os tip o s d e p e s ­ so as n a v id a da igreja. N a atu alidade, isso é um desafio, porque, p a ra m uitos, a leald ad e e o envolvim ento co m a ig re ja não são m ais encarados co m o virtu d es. C o m o o b servou certo pastor: “H á alguns anos, as p essoas eram co m o p alm eiras co m raízes p o u co pro fu n d as; hoje, m ais p are ce m c o m arb u sto s q u e se d o b ram n a d ireção do v en to ” . P o rtan to , com o po d e u m p astor, n e sta cu ltu ra de valores sem p re em m u tação , desenvolver re la ­ cio n am en to s d u rad o u ro s e p ro dutivos c o m os m em bros d a co n g regação? O q u e p o d e ria ele fa z e r p a ra in co rp o rar as p esso as n a v id a d a ig reja sem alien á-las n o p ro cesso ? E com o ele p o d e in teg rar no m in istério da ig reja p esso as de fo rm açõ es diversas — co m diferen tes dons esp irituais e níveis de am o r esp iritu al?

R elacionam entos Produtivos R e lacio n am en to s d u rad ouros e produtivos en tre o p a sto r e a co n g reg a­ ção te n d e m a se fo rm a r q u an d o pasto res veteran o s en te n d em c o m p leta ­ m en te su a resp o n sab ilid ad e com o “pasto res ex ecutivos” .2 Seus deveres p o d e m ser co m p arad o s aos dos pasto res ain d a m eninos que ap ascen tam reb an h o s n as co lin as de B elém . L á esses jo v e n s pasto res m an têm o re b a ­ n h o sem pre ju n to , b aten d o suas varas de leve nas p edras (enco ra ja n d o a co esã o e a cooperação)-, p rev in em as ovelhas do perig o im inente, jo g a n ­ do p ed ras ao lo n g o de to d o o p erím etro do reb an h o (d isc ip lin a n d o ); e sta­ b e le c e m u m a trajetó ria e m an tê m o reb an h o m o v im en tan d o -se n a direção certa, g ritan d o o rd en s (fo rnecendo visão)', p ro p o rc io n am cuid ad o s e a li­ m en tação , g u ian d o as ovelhas p ara onde h á co m id a (tendo co m p a ixã o e p ro ven d o e n sin a m e n to s); e, de vez em q uando, discip lin am -n as c o m ta ­ pas d elicad o s e b e m co lo cad o s (oferecendo correção). M as m esm o tais p a sto re s têm lim itaçõ es. S ão incapazes de levar o reb an h o in teiro a atrav essar terreno rochoso; não p odem fo rçar as ovelhas a pastar. D o m esm o m odo, os p asto res não p o d em carreg ar nas costas to d a a co n g reg ação ou c o ag ir todos os m em bros a c rescerem e sp iritu al­ m ente. E les têm de ap ascen tar o povo sem alim en tá-lo à força. O s p asto ­ res d ev em serv ir sem p e rd er o entusiasm o. A s ex pectativas d a co n g regação p o d e m tra n sfo rm ar o p asto r em en c a­ nador, b an q u eiro , m o to rista d e táxi, m éd ico e m u ito m ais. C ontudo, os p asto res n ão p o d e m p erm itir-se ser m estres d a perso n ificação , tran sfo r­ m ad o s pelas ex pectativas irracionais dos m em bros de sua igreja. O s p a s­ tores p o d e m c o n so lid ar as funções atinentes ao seu em prego, a n u lar as críticas e n u trir re la c io n a m en to s produtivos c o m a co ngregação, seguindo estes passos:

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR C on sig a p o r escrito u m a d escrição de cargo aprovada p ela m esa diretora àas fu n çõ es relativ as ao p a sto r e aos m em b ro s d a co ngregação. M o d e le o m in isté rio e u m a b o a é tic a de tra b a lh o . É im p ro v á v e l que as p e sso a s fa ç a m e x ig ê n c ia s irra c io n a is a u m p a s to r q u e v isiv e lm e n te se ja ativ o e q u e d e m o n stre te r p a ix ã o p o r a lc a n ç a r os p e rd id o s. (V ide P ro v é rb io s 10.4,5.) D eleg u e se rv iç o s a o s cren tes leigos. N ão h e site em p e d ir aos m e m ­ b ro s da c o n g reg ação q u e a ju d e m o u tro s m em b ro s d a ig re ja ou que o c u ­ p e m carg o s vagos. ( Vide 1 C o rín tio s 12; E fé sio s 4.12.) R ela c io n a m e n to s p ro d u tiv o s en tre o p a sto r e a co n g reg a ção req u e rem q ue os m em b ro s d a ig re ja sig am o pastor. O s crentes leig o s m ais p ro v a­ v elm e n te seg u irão o pasto r, q u an d o tiv e re m co n fian ç a n ele — em sua cap acid ad e, visão , in teg rid ad e, m o tiv o s, é tic a no trab alh o , v id a fam iliar, h áb ito s d e o ração , in tim id a d e co m D e u s e p re o cu p ação c o m o re b a n h o. E sse n ív el de co n fia n ç a n ão se d esen v o lv e ap en as no pú lp ito . D eve ser n u trid o p e sso a a p e sso a e e m am b ien tes de p e q u en o s gru p o s, d e ssa fo rm a ex ig in d o q u e o p a sto r tra n sp o n h a a b re c h a q u e fre q ü en te m en te ex iste e n ­ tre o p ú lp ito e a co n g reg ação . A seguir, a p resen tam o s alg u m as m an eiras nas q u ais o p a sto r p o d e e ste n d e r a m ão e d esen v o lv er re la cio n a m en to s >ig n ificativos c o m os cren tes leigos. 1. M en c io n e co m fre q ü ê n c ia os n o m es dos crentes leigos nos serm ões. 2. D ê in ício aos cu lto s da ig reja, sau d an d o a co n g re g aç ão fo ra do p ú l­ p ito. Isso, sim b o licam en te, p e rm ite q u e as p esso as saibam que o p a sto r se v ê a si m e sm o n o n ív el delas. 3. D e sç a do p ú lp ito e, co m u m m ic ro fo n e sem fio, so licite te ste m u ­ n h o s e faça en trev istas casu ais co m os m em b ro s d a con g reg ação . Isso d e m o n stra u m d esejo de estar en tre o povo. 4. C o n v id e à su a c a sa cren tes leig o s p a ra p artic ip a r de re feiç õ es em ocasiõ es e sp eciais (e.g., an iv ersário de casam en to , aniversário). 5. P articip e d os p assatem p o s dos cren tes leigos. 6. P articip e de u m a c o n fe rê n cia ou sem in ário co m os crentes leigos. O u envie-o s p a ra sem in ário s relacio n ad o s aos m in istério s q u e ex er­ c em n a ig re ja e d ep o is p e ç a -lh e s q u e façam u m relatório. 7. S o licite a o p in ião de cren tes leig o s so b re assuntos im p o rtan te s da igreja. 8. D e m o n stre in te re sse e sp ecial p elo s filh os deles. 9. P eça a u m cren te leig o que o aju d e em alg u m a fu n ção im p o rtan te. 10. O re j u n to co m e le s . 11. D ê u m to q u e p e sso a l à co rre sp o n d ê n c ia aos crentes leigos, e sc re ­ v en d o n o tas m an u scritas.

A ssim ilação, não Alienação T oda ig reja d ev eria ter um p lan o de assim ilação . C ertam en te h á aq u e­ les que en trarão n a v id a d a ig reja in d e p e n d e n te dos esfo rço s d e a ssim ila­ ção. H á ta m b é m os e sp ectad o res h ab itu ais, q u e se rec u sarão a participar. N ão o b stan te, a m a io ria e stá n o v ale da d ecisão , a in d a p o n d e ra n d o seu nív el de co m p ro m isso .

64 O PASTOR PENTECOSTAL O p ro cesso de assim ilação co m e ça no m o m en to em que os visitantes en tram na igreja. U m tan to rap id a m en te d eterm in am se p re ten d e m voltar e, n esse caso, em q u e n ível de envolvim ento. P o r co n seguinte, m edidas d elib erad as d ev em ser to m ad as no sentido de orien tá-lo s n a particip ação e aceitação . E sse p ro cesso é co m p licad o , q u an d o os v isitan tes saem de u m culto d izendo: “ O ú ltim o a ch eg ar ao carro é a m u lh er do p a d re ” . E sse desafio tem in sp irad o m uitas igrejas a o ferec er cursos de m e m b resia e ja n ta re s de c o n fra te rn iz a ç ã o , n o s q u a is os re c é m -ch e g a d o s fic am c o ­ n h e c e n d o os p a sto re s e líd ere s de m in isté rio . N esses am b ie n te s, as p e s­ so as d isc e rn e m se são re a lm e n te im p o rta n te s p a ra a ig reja . In tim a m e n ­ te, p erg u n tam :

Portífólío do Membro da igreja C o m o m em b ro fiel da ig reja, p ed e-se que você: 1. 2.

3. 4. 5. 6. 7.

8.

9. 10.

O re d iariam en te p o r sua fam ília, igreja, p asto r, cid ad e e país. C u id e das n ecessid ad es m ateriais e e s­ p iritu ais de su a fam ília, d essa fo rm a fo r­ talecen d o a igreja. S irva em p e lo m en o s u m a área do m i­ n istério n a igreja. R atifiq u e a p o siç ã o d os líd eres e coop erad o res da igreja. T rate c o m in teresse esp ecial as crianças, id o so s, viúvas etc. S em p re seja an im ad o ; recu se-se a p a rti­ c ip a r de conversas destrutivas. V en tile suas in sa tisfa ç õ e s d ire ta m e n te c o m os líd eres da ig reja, em vez de se q u e ix a r c o m os outros. A ssu m a o c o m ­ p ro m isso d e orar, e m vez de se en g ajar nas críticas. A ceite o fato de q u e d iferen tes fo rm as e estilo s de a d o ração p o d e m ser ag ra d á ­ veis a D eus. P ague os dízim os e contribua com ofertas. T orne p rio rid ad e a fre q ü ê n c ia à ig reja.

11.

T estem u n h e p a ra am ig o s e vizinhos, co n v idando-os a v ir à igreja. 12. A ju d e os m em bros d a ig reja q u e este ­ ja m e m n ecessidade. 13.

A ssegure-se de que o p a sto r e su a eq u i­ p e esteja m sen d o b e m tratados. N ão lhes faça ex ig ên cias descabidas. 14. V enha p ara a ig reja co m u m sen so de an tecipação. 15. Sinta-se à vontade para apresentai- idéi­ as ao pastor, m as não fique ofendido se algum a sugestão não fo r im plem entada. 16.

P erd o e aqueles que não ped iram p e r­ dão. F aça co m q u e a u n ião e a co o p e­ ração sejam m ais im p o rtan tes do que a penitência.

17.

S eja u m m o d elo de v id a c ristã p ara os outros. A d q u ira um co n h ecim en to b á sico das verd ad es fu n d am en tais d a fé.

18. 19. 20.

O bserv e a S an ta C eia e o batism o nas águas. N ão espere q u e a ig reja fo rn eça todos os alim en to s esp iritu ais d e que você precisa; leia a P alav ra de D eus e ore du ran te a sem ana.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR •

O p a sto r está in te re ssa d o e m m im p elo q u e p o sso faz er p o r ele, ou seu in te re sse é g en u ín o , v isan d o a ju d a r a m im e a m in h a fa m ília a a lcan çarm o s n o sso p o te n c ia l e sp iritu al? • E u m e ad ap to aq u i? S erá q u e re a lm e n te c o n sig o fa ze r p a rte integral d e sta ig re ja e m e se n tir rea liz a d o ? • S erá q u e terei o rg u lh o p o r p e rte n c e r a e sta ig reja e seu p a sto r?

C u rso s de m e m b re sia e so len id ad es de c o n frate rn izaç ão são eficazes, se re sp o n d e m a essas p erg u n tas e lev am as p esso as, já d e início, a a ssu m i­ re m o co m p ro m isso de ir aos cultos. O s cren tes leig o s d ev em ser e n sin a ­ dos q u e a p a rtic ip a ç ão n a v id a de u m a ig re ja co n d u z ao crescim en to e sp i­ ritu a l e que, p o r o u tro lad o , a in a tiv id a d e p o d e c o n d u zir à atro fia e in satis­ fação esp iritu ais. D u ran te as p a le stra s de o rien tação , deve ser c o m u n ic a­ do o p o rtfó lio do m em b ro d a igreja. T odos d evem ficar sab en d o o que se e sp e ra deles co m o m em b ro s d a igreja. O s líd eres de m in istério d ev em a p re n d e r a av aliar os dons esp iritu a is e a p ro n tid ã o ao m in istério dos recém -ch eg ad o s. L o g o q u e a avaliação fo r feita, os m em b ro s d a co n g re g a ç ão d ev em en tão ser en co rajad o s a fazer sua e sco lh a en tre u m m en u de o p o rtu n id ad es p ara o serv iço no m in isté ­ rio. D iz 1 P ed ro 4.1 0 : “C a d a u m ad m in istre aos o u tros o d o m com o o receb eu , co m o b o n s d e sp en seiro s d a m u ltifo rm e g raça de D e u s” . Q u ando u m c re n te fo r a p resen tad o à ig reja, o p a sto r ta m b é m deve an u n ciar o m i-, n istério q u e tal cren te esc o lh e u cum prir. Isso p e rm ite que a co n g regação se aleg re c o m e sse cren te, p o r su a d ecisão em ser pro d u to r, e não c o n su ­ m idor, líder, e n ão espectador. A ig re ja co m u m p lan o d e a ssim ilação d e sco b rirá q u e seus m em b ro s são m ais fiéis. D ão fin a n c e iram e n te e fre q ü e n tam -n a c o m reg u larid ad e, p o rq u e é a ig re ja deles.

D iversidade e D escoberta P asto res b e m -su c e d id o s v ê e m co m b o n s o lh o s a div ersid ad e d a c o n ­ gregação. R o tin e ira m e n te a p la u d e m a o b ra de D eus co m o m o strad a em su a criação — p esso a s de d iferen tes raças, fo rm aç õ es, gostos, e stilo s e m u ito m ais. E fa z e m a c o n g reg ação le m b ra r-se do desejo d a ig reja de c a p ita liz a r e m su a p ró p ria d iv ersid ad e a fim de a lcan çar e m in istrar se­ g u n d o as n e cessid ad es d e to d o s os tip o s de p essoas. E sse s p a sto re s p e rc e b e m q u e n ã o é seu d ev er d e sc a rta r a q u ele s que n ã o se a ju s ta m ao s p a d rõ e s. P e lo c o n trá rio , c ria m u m m o ld e ou o p o rtu ­ n id a d e p a ra o se rv iç o n o m in isté rio q u e c o m b in a os d o n s e d ese jo s e s p i­ ritu a is de seu povo. O p a sto r ou líd e r deve fa z er estas perg u n tas, quan d o q u ise r d e te rm in a r q u e m in isté rio se aju sta a quem : 1. 2. 3.

A p e sso a e stá v iv en d o u m a v id a cristã? R eco n h ece os p rin cíp io s b ásico s d a fé? E m que áreas e ssa p esso a tem ex periência m inisterial ou profissional? Q uais as h a b ilid a d e s p esso ais d essa p esso a?

O PASTOR PENTECOSTAL 4. 5. 6. 7. 8. 9.

10. 11.

V

A p e sso a em v ista te m hab ilid ad es que p re cisam ser incentivadas? Q ue grupo de p esso as n a ig reja ou na c o m u n id ad e n ece ssita do que essa p e sso a tem a o ferecer? A q u al m in istério a p esso a é inco m p a tível'1. O su cesso ou o erro em d eterm in ad o m in istério é inevitável? Q u al o n ív el de co m p reen são que tal p esso a te m do E v an g elh o e da v id a cristã? A p e sso a p e rm a n e c erá fiel ao seu co m p ro m isso m in isterial? A p e sso a te m tem p o e lib erd ad e p a ra cu m p rir seu com p ro m isso ? H á a lg u m a q u estão fam iliar que será fo rm ad a p o r cau sa d a p a rtic i­ p ação de tal p e sso a e m u m m in istério ? Q ue tip o de m in istério a p esso a tem desejo ardente de particip ar? H á u m novo m in istério ou fu n ção que deva ser criad o p ara obter-se p le n a v an tag em das hab ilid ad es e d esejos dessa pessoa?

M antendo o Estado de Espírito O e sta d o de e sp írito é alto em co n g re g açõ es on d e as p esso as estão c o m issio n a d a s a u m p ro p ó sito co m u m . E las têm v isão c la ra e to d o p a r­ tic ip a n te sab e q u e e stá d e se m p e n h a n d o u m im p o rta n te p a p e l n a re a liz a ­ ç ã o d a v i s ã o . O p a s t o r a f ir m a e r e a f i r m a a v is ã o d a i g r e j a e fre q ü e n te m e n te m o stra os fru to s do la b o r d a ig reja. E le c o m p ro v a que os m e m b ro s estã o a tin g in d o suas m e ta s q u a n d o fo rn e c e ev id ê n c ia s de qu e estã o p a rtic ip a n d o e m alg o que é m ais do que u m a c a m p a n h a de re la ç õ e s p ú b lic a s, q u e p e rte n c e m a alg o que é m ais do que u m coral re lig io so . O p a s to r c o m p re e n d e a im p o rtâ n c ia de sím b o lo s. Se ele a p re ­ g o a q u e a v isão d a ig re ja é a lc a n ç a r os p e rd id o s, en tão deve h a v e r e x e m ­ p lo s de p e sso a s q u e fo ra m alc a n ç ad a s p o r C risto atrav és dos esfo rç o s da c o n g re g a ç ão . Se ele p ro c la m a q u e a ig re ja é u m a c o n g re g a ç ã o de atos c a rita tiv o s, dev em , p o rta n to , h av e r e x em p lo s d a c o m p a ix ão e m ação. D o c o n trá rio , os m e m b ro s c o m e ça m a q u e stio n a r seu e n v o lv im e n to , e a le a ld a d e fen ece. H oje, as p esso as e sco lh em igrejas com o esc o lh em o b airro on d e m o ­ rar. E las in v estig am p asto res com o corp o raçõ es avaliam executivos. Seu d esejo é servir a D eus em u m a co m u n id ad e ec lesiástica segura e que lhes dê o alim en to n ecessário . A o m esm o tem po, qu erem trab a lh ar c o m um p a sto r q u e e steja co m issio n ad o em realizar algo significativo p a ra D eus. Q u an d o v êem D eu s em ação através de u m p asto r e sua congregação, m u ito p ro v av elm en te se ju n ta rã o à equipe... e perm an ecerão .

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR

0 Pastor, Seu Gabinete e Seu Horário William F. Leach

tem p o é p arte c rític a de n o ssas vid as. A s palav ras de ab e rtu ra da B íb lia são: “N o p rin c íp io [do tem p o ], criou D eu s...” (G n 1.1). D e s­ de a au ro ra d a h istó ria do m u n d o , os even tos têm sido m ed id o s pelo :em po. B e n ja m in F ran k lin , p io n eiro d a ad m in istração do tem po, sa b ia ­ m ente o bservou: “Tu am as a v id a? E n tã o , n ão esb an jes tem po, p o is é le s te m a te ria l q u e a v id a é fe ita ” .1 E m A S tr a te g y fo r D a ily L iv in g (E stra tég ia p a ra o D ia -a -d ia ), A rt K iev escreve: “U m a v id a b e m -su c e d id a não é re su lta d o do acaso, n e m é d ete r­ m in a d a p elo d estin o ou b o a sorte, m as p o r u m a su cessão de dias bem s aced id o s” .2 E n c o n tra m o s u m a v id a g e n u in a m en te b e m -su ce d id a n a o ra ­ - l o q u e Jesu s fez ao P ai, em Jo ão 17.4: “E u g lo rifiq u ei-te n a terra, tendo con su m ad o a o b ra q u e m e d e ste a fa z e r” . Se esse deve ser nosso te ste m u ­ nho. então d ev em o s a d m in istra r n o sso tem p o co m sab ed o ria. E m outras ra la v ra s, tem o s de a p re n d e r a nos a d m in istra r a nós m esm os. M a x L u c a d o n a rra a h istó ria d iv ertid a de d ois vapores m o v id o s a ro ­ das q u e sa íra m de M ên fis m ais ou m en o s n o m esm o tem po, d escen d o o rio M ississíp i em d ireção a N o v a O rlean s. N o cu rso d a jo rn a d a , os m aririie iro s de u m a e m b arcação fizeram alg u n s c o m en tário s m o rd az es sobre : qu ão dev ag ar o o u tro b a rc o se m ovim entava. U m a c o rrid a d eflag ro u -se. C o m p e tiç ã o e em o çõ es in ten sific aram -se à n e d id a q u e os dois v ap o res voav am so b re as águas. U m barco co m eço u a ::c a r p a ra trás. E sta v a fican d o sem co m b u stív el. T in h am fe ito p ro v isão de : arvão su ficien te p a ra a v iag em , m as n in g u é m h av ia an tec ip ad o u m a c o r­ rida. E n q u a n to o b a rc o ia p erd en d o vapor, o m arin h eiro resp o n sá v el p e ­ gou p a rte d a c arg a e jo g o u -a n a cald eira. Q u ando a trip u laç ão perceb eu que os v ív eres h a v ia m sido q u e im a d o s b e m co m o o carvão, alim e n taram : b arco c o m as m ercad o rias q u e d ev iam entregar. V enceram a co rrida, m as q u eim aram to d a a carg a.3 D e u s nos faz re sp o n sáv eis p e la carga. D eem os c u id a r p a ra q u e e la a lcan ce o seu destin o. N ão leva m u ito tem p o p a ra um p a sto r re c o n h e c er que as d em an d as por :em po e v id a são in acred itáv eis. P ara ser eficaz, u m p a sto r deve e sta b e le ­

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O PASTOR PENTECOSTAL c e r três p rio rid ad es im p o rtan tes. A p rim e ira é com p ro m eter-se a te r u m rela c io n a m en to crescen te e ín tim o c o m D eus. A segunda é com prom eterse a ter u m crescen te e ín tim o rela cio n a m en to p essoal com a fam ília. A te rceira é c o m p ro m eter-se a p ro p o rcio n ar lid eran ça eficaz p ara a ig reja e a co m u n id ad e, às q u ais o p a sto r foi ch am ad o p o r D eus p a ra servir. O segredo do sucesso ou da d erro ta ach a-se em co m o essas prio rid ad es são ex ecu tad as de m a n e ira p rá tica na v id a e no h o rário do pastor.

Estabelecendo P rioridades no H orário do Pastor L em o s d eclaração in teressan te em L u cas 4.16: “C h egando a N azaré, onde fo ra criado, en tro u n u m dia de sábado, segundo o seu co stu m e, na sin ag o g a” . O u tro co stu m e de n o sso S en h o r e ra au sentar-se das pessoas co m o p ro p ó sito de o rar ao Pai. T udo o que Jesus fez o rig in o u -se do seu re la c io n a m en to com o Pai. Q uais os co stu m es e p ráticas que caracterizam nossas vidas? E les se e n q u a d ra m co m as p rio rid a d e s que p ied o sam en te tem o s estab elecid o ? M in h a p rim e ira p rio rid a d e é c o n h ec er D eus. D ic k E astm an , e scrito r e m estre na o ração, lem b ra-n o s de que o n o sso co m p ro m isso diário m ais im p o rtan te é o n o sso co m p ro m isso co m D eus. C om freq ü ê n cia digo isso ao m eu reflex o no esp elh o assim que co m eço o dia. M in h a p rim e ira tarefa a cad a m an h ã é e sta r sozinho co m D eus. T enho sido desafiado pelas p a la ­ vras q u e Jesu s d isse aos d iscíp u lo s n o ja rd im do G etsêm ani: “E ntão, nem u m a h o ra p u d estes v ig ia r c o m ig o ?” (M t 26.40). M in h a m eta (em b o ra nem sem pre b em -su ced id a) é p a ssa r pelo m enos u m h o ra a cad a dia em o ra­ ção. A isso segue-se a le itu ra d a B íblia. M in h a seg u n d a p rio rid ad e é m in h a fam ília. D eus m e deu u m a esposa m a rav ilh o sa e dois filhos fabulosos. P reciso p assar tem p o significativo co m eles. Seus in teresses, pro g ram as, b rin cad eiras e co ncertos são im p o r­ tantes. Tais eventos vão p o r p rim eiro em m in h a agenda. Todos os m eus outros co m p ro m isso s são plan ejad o s em to m o d essa prioridade. A te rceira p rio rid ad e p ara ser u m p a sto r eficaz con so m e a m a io r parte do m eu h o rário de trab alh o. B o a c o m u n icação é im portante. O co rp o m i­ n iste ria l d a igreja, os outros líd eres-ch av es e a cong reg ação com o um to d o d ev em e n te n d e r n o ssas p rio rid ad es, n o ssa filo so fia de m in istério , n o sso s sonhos e co m o tu d o isso afeta nosso horário. O p a sto r é p e sso a de v isão p e rsp ic a z e m o d elo a ser im itado. O que preg am o s e en sin am o s e a m an eira co m o estru tu ram o s o m in istério dão testem u n h o do que rea lm e n ­ te é im p o rtan te em n o ssas vidas. O e x em p lo do p a sto r aju d a as fam ília s a d e se n v o lv e r e m estilo s de v id a sau d áv eis. T am b ém cria u m a a tm o sfera n a q u al as p e sso a s d a c o n g reg aç ão o co m p re e n d e m e o ap ó ia m em suas p rio rid a d e s.

D esenvolvendo o H orário do Pastor E le m e n to p r e v is í v e l a c e r c a d o h o r á r io d e u m p a s to r é a su a i m p r e v i s i b i li d a d e . O p a s t o r r e a lm e n te d á a v id a p e la s o v e lh a s . P lan e ja m e n to cu id ad o so torna-se tanto m ais vital, p o rq u e q u a lq u er dia p ode ser p reen ch id o co m m ilh ares de in terru p çõ es que req u e re m atenção.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR Es>es são os c o m p ro m isso s d iv in o s d ad o s p o r D eu s p a ra p ro v ar sua m ise­ ricó rd ia e am or. A o p la n e ja r su a se m a n a de trab alh o , e n c a re -a com o ten d o 21 segm en:: s im a n h ã , tard e e n o ite p a ra sete d ias). C o m o pastor, m in h a sem an a de tra b a lh o c o m eçav a n a te rç a -feira e atin g ia seu clím ax no dom in g o . (Seç a n d a -fe ira era o m eu d ia de fo lg a.) O d o u to r A rc h ib a ld H art, au to r do liv ro A d re n a lin e a n d S tress (.A d ren a lin a e E stresse), e x o rta os p asto re s a ” ão tira re m as seg u n d as-feiras de fo lg a. P elo fato de ser o d o m in g o d ia de g ran d e ten são , h á m a c iç a c arg a de ad ren alin a, d eix a n d o o p a sto r can sad o , tável e lev em en te d ep rim id o . O co rp o p re c isa d e tem p o p a ra re sta b e le ­ cer-se.4 A se g u n d a -fe ira d ev e ser u sa d a p a ra atividades de m an u ten ção r: dn e ira s e q u e ex ijam p o u co . E o d ia p a ra lim p a r a escriv an in h a, rev isar relató rio s fin a n c e iro s e de fre q ü ê n c ia d a ig reja. M ais tard e, d u ran te a se­ m ana, q u a n d o seu n ív el de e n erg ia e stá b o m e você se sente disp o sto , é a h o ra, a m e lh o r h o ra, de d ar à su a fa m ília aten ção de qualidade. D epois da oração e leitu ra d a B íblia, as m anhãs de terça-feira (quando ensinava n a E sco la D o m in ical) eram gastas n a preparação d a lição. E ra-m e de grande auxílio ficar fech ad o n u m a sala, longe do telefo n e e de outras interrupções até que term in asse m eu tem po p ara estudo. R eunia todos os m eus m ateriais de estudo e esco n d ia-m e n u m a lon g ín q u a sala de E scola D om inical com expressas instruções à m in h a secretária para que m e inter­ ro m pesse som ente em caso de gen u ín a em ergência. Se você não tiver secre­ tária, grave u m a m en sag em em sua secretária eletrônica, dizendo que está em h o ra de estudos e que re to m a rá a ligação entre u m a e 1:30 d a tard e (ou q u alq u er outro h o rário que você es­ colher). S e o telefo n em a fo r u m a em ergência, deixe o núm ero do telefo n e de alg u ém que se ofereça a ir onde você está p a ra in fo rm á-lo d a n ecessidade. Talvez u m a escala p o ssa ser feita entre alguns voluntários d a igreja. A s tard es de te rç a -feira e ra m d ed icad as a revisar relató rio s fin a n c e iro s e de fre q ü ê n c ia à ig reja no d o ­ m in g o , te le fo n a r a v isitan tes, c u m p rir re sp o n sa b ilid a ­ des ad m in istrativ as, re to m a r ch am ad as telefô n icas, re s­ p o n d e r cartas, v isita r os d o en tes n os h o sp ita is etc. E ra m e u alvo fa z e r ex ercício s físico s alg u n s d ias p o r sem a ­ na. E m p e lo m en o s u m a n o ite de te rç a -feira p o r m ês realizav a-se a reu n ião o rd in á ria do co rp o de m inistros. A s m an h ãs de q u a rta -fe ira co m e ç a v am co m oração e re u n ião c o m m i­ n h a equipe. D isse Jesu s: “A m in h a ca sa se rá c h a m a d a casa de o ra ç ã o ” (cf. M t 21.1 3 ). O tem p lo e ra ab erto às seis da m an h ã, de seg u n d a a sextafeira, p a ra as p esso as q u e estiv essem in d o p a ra o tra b alh o e q u isessem dar u m a p a ssa d a n a ig re ja p a ra orar. T odas as m an h ãs, as p esso a s v in h a m à ig re ja p a ra b u sca r a D eu s. C a d a m em b ro de n o ssa eq u ip e p asto ra l rece b ia a in c u m b ê n c ia de a b rir a ig re ja e m u m a m a n h ã esp e cífica e o ra r com aq u eles q u e ch eg av am cedo. N ão se tratav a de u m c u lto d ev id am en te estru tu rad o . E ra sim p lesm en te u m a h o ra p ara orar. A s q u a rta s-fe iras, to d a a eq u ip e p asto ral se reunia. O rávam os das seis até p elo m e n o s as sete d a m an h ã. D e p o is d a o ração , íam o s a u m re sta u ­

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((

Elemento previsível acerca do horário de umpastor éasua imprevisibilidade __________ »

O PASTOR PENTECOSTAL ran te lo c a l p a ra o café da m a n h ã e a reu n ião de equipe. A tu alizávam os calen d ário s, d iscu tíam o s questões m in isteriais, revisávam os os ausentes d o d o m in g o e d iv id íam o s a lista p a ra visitas, telefo n em as e aco m p an h a­ m entos. T am bém d iscu tíam o s os cu ltos realizad o s no do m in g o e an teci­ p áv am o s o d o m in g o v indouro. E u com p artilh av a os tem as que p reten d ia p reg ar e co n sid eráv am o s com o os cu lto s p o d e ria m ser m elh o r estruturados p a ra g an h ar eficiên cia. Isso e ra esp ecialm en te p ro v eitoso p ara o m inistro da m ú sica em seu p la n e ja m en to d a seleção de hinos, corais e m ú sica es­ p ecial q u e m elh o r c o m p lem en tasse o culto. T am bém fo rn e cia a o p o rtu n i­ dade de c o n cen trarm o s n o ssas orações p ara o dom ingo. O resto das m an h ãs e as tard es de q u arta-feira eram reservados p ara p re p a ra r o estu d o b íb lico de q u a rta-feira à noite. E m geral, nesse cu lto eu preg av a através d os livros d a B íblia. B em no final d a tarde, eu tirava al­ g u m tem p o p ara fazer exercícios e dep o is reto rn av a ao gab in ete p ara p re ­ p a ra r m eu co ração p a ra o culto da noite. N as m an h ãs de q u in ta-feira (depois d a oração e le itu ra bíb lica) p re ­ p arav a m in h a m e n sa g e m p a ra as m an h ãs de dom ingo. A h o ra do alm oço e ra o cu p ad a co m a reu n ião do R o tary C lub local. A s tardes eram dedicadas aos deveres pastorais costum eiros (adm inistração, com prom issos, visitação etc.). A s n o ites de q u in ta-feira eram reservadas à visitação. À s sex tas-feiras p e la m an h ã, era m in h a vez d e ab rir a igreja. O s m em ­ b ros do corpo m in isterial que estiv essem disponíveis ju n ta v am -se a m im na o ração. D ep o is, estu d ava p ara as m ensagens de dom in g o à noite. A s tardes eram igu ais às de quinta-feira. A s n o ites de sex ta-feira eram da fam ília. A os sábados, co n cen trav a-m e em b u sc ar a D eu s p ara os cu lto s de d o m in g o , p o lir m in h as m en sag en s e te lefo n ar aos ausentes.

O rganizando o G abinete do Pastor M uitas pessoas que cultivam eficientes hábitos de trabalho servem -se de ferram entas e proced im en tos que as ajudam a se m anterem organizadas. U m S is t e m a

de

A d m in is t r a ç ã o

de

T em po

H o je em d ia ex iste no m e rcad o m uitos sistem as bons de ad m inistração de tem p o , que in clu em u m calen d ário (anual e m ensal), u m a lista d iária de “O q u e fazer” , u m lu g ar p ara an otações diárias, um a cad ern eta de e n ­ dereços e núm eros de telefone e outras inform ações im portantes para pronta referên cia. E n tre esses sistem as in clu em -se O P la n eja m en to de D ia s de F ranklin, O P la n eja m en to de D ia s e O P la n e ja m e n to de C ultos C ristã o s.5 D iscip lin e-se p a ra ap re n d er e seg u ir u m desses p lan ejam en to s siste­ m ático s. U m a B ib l io t e c a

P reg ar a P alav ra é re sp o n sab ilid ad e p rim ária do pastor. Tudo o que você p u d er fazer p a ra ap rim o rar suas hab ilid ad es é v italm ente im p o rta n ­ te. F o rm ar u m a b o a b ib lio teca e ler b o n s livros são essenciais. E e x trem a­ m en te útil se d esd e o início do seu m in istério você org an izar seus livros p o r u m sistem a sim p les, com o o S istem a D ecim al de D ew ey. É frustran te

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR g a sta r tem p o p re c io so p ro c u ra n d o p o r u m livro q u e você sabe q u e tem em sua b ib lio teca. U m S is t e m a

de

A r q u iv a m e n t o

O u tra fe rra m e n ta im p o rta n te é u m sistem a de arq u iv am en to b o m e de fácil m an u seio . E sto u e m d ív id a co m o rev eren d o R o b e rt S tran d p o r co m ­ p a rtilh a r co m ig o seu p lan o . É sim p les, fácil d e u sa r e eficaz, p ro v an d o ser o m e lh o r m éto d o q u e j á ex p erim en tei. C o lo c a im e d iatam en te ao alcan ce d a m ão artigos, ilu straçõ es, serm õ es, b e m co m o trech o s de livros que você m arco u p a ra uso futuro. P ara com eçar, o sistem a u tiliza-se de p eq u en as pastas co m g an ch o s de ab rir e fe c h a r p a ra p re n d e r fich as de 216 p o r 139 m ilím etro s. N o to p o de ca d a fich a h á u m lu g a r p a ra a n o tar a re fe rê n cia do assunto, ju n ta m e n te co m q u a isq u e r n o tas so b re p o ssív e is re fe rê n cias cruzadas. O lad o esq u er­ do da fic h a c o n té m esp aço p a ra re g istra r o n d e a in fo rm aç ão está arq u iv a­ da. O lad o d ireito é reserv ad o p a ra vo cê a n o tar o títu lo ou outras in fo rm a ­ ções p ertin en tes.

Assunto Referência

Referência Cruzada

A rquivo, L ivro, R ev ista, etc.

T ítu lo , C o n te ú d o G eral, C itações, P ossível U so

AS

A rq u iv o de S erm ões

AG

A rquivo G eral

OB

R ev ista O breiro (ed ição e n ú m e ro s das p áginas)

SS

R ev ista A Seara

MP

Jo rn a l M en sa g eiro da Paz

E ssas fich as são co lo cad as em o rd em alfa b é tica p e lo títu lo do assunto o u da referên cia. O assu n to o u a re fe rê n c ia é o te m a no qual v o cê está arquivando a in fo rm ação , co m o p o r ex em p lo m issõ es, ev an g elism o etc. C o m p o n en te-ch av e de q u a lq u e r sistem a de arq u iv am en to é a re ferê n cia cru zad a (ou re m issã o recíp ro ca). N e sse p lan o , você p o d e a n o tar o local aa in fo rm ação ju n to c o m ca d a assu n to a q u e p o ssiv elm en te ten h a relação. P o r ex em p lo , um artig o p o d e te r id éias q u e v o cê q u e ira u sa r pa ra m issões, evan g elism o , m o rd o m ia, c o n trib u içõ es, salv ação de alm as, testem u n h o etc. T o m a-se sim p les v o lta r a ca d a u m a d aq u elas fich as e a n o tar o lo c al e

72 O PASTOR PENTECOSTAL o título do artigo, serm ão, cap ítu lo do livro ou p áginas ap ro p riad as do livro. S ignificativ a p o rção de m in h as preg açõ es foi feita em série. E sses ser­ m ões estão arquivados em pastas su spensas sob o título “ séries” . O utras m en sag en s estão arquivadas p o r tem a. A lgum as m en sag en s que não se ajustam a essas categ o rias estão arquivadas p o r ano, p o r exem plo: “A r­ quivo de S erm ões de 1999” . A lém disso, m an ten h o um diário de serm ões que p reg u ei em ca d a culto do ano. E sse diário co n tém todas as in fo rm a­ ções acerca de d eterm in ad o culto (núm ero de p essoas salvas, b atizadas co m o E sp írito S anto etc.) que quero lem brar, ju n ta m e n te com o local o nde a m e n sa g e m está arquivada. E lem en to im p o rtan te nesse p ro g ram a é a seção de arquivos in titu lad a “A rquivos G erais” . É fo rm ad a p o r pastas su spensas con ten d o 25 itens de in fo rm ação (artigos, h istó rias, ilustrações etc.). E ssas pastas são m arcadas com a d esig n ação A G 1-25, A G 26-50, A G 51-75 e assim p o r diante. U m a rtig o q u e q u e ro a rq u iv a r so b os títu lo s “m is s õ e s ” , “ m o rd o m ia ” e “ev an g elism o ” , p o d e ter re ceb id o a desig n ação A G 502. E ssa desig n ação é escrita n o topo, no can to direito do artigo, e co lo cad o n essa o rd e m na p a sta do A rquivo G eral 5 01-525. Jesu s e ra co m u n ic a d o r ex traordinário. T in h a a h ab ilid ad e de p ro c la ­ m ar p ro fu n d as v erd ad es em term os sim ples que seus ouvintes p u d essem c o m p reen d er e co m os q u ais se identificar. U m dos seus m éto d o s favori­ tos era c o n tar h istó rias q u e ilu strav am u m a verdade. C h am am o s isso de parábolas. A p ro x im ad am en te u m terço dos ensinam entos públicos de nosso S en h o r q u e fo ram reg istrad o s foi feito em p arábolas. Ilu straçõ es tê m sido co m p arad as a ja n ela s. A s h istórias d eix am a luz entrar. F iq u e atento p o r b o a s ilu straçõ es. Q u ando fo r a u m a co n ferên cia e o u v ir u m a g ran d e h istó ria, com pre a fita, transcreva a ilu stração e arquiv e -a e m s e u s a rq u iv o s g e ra is . A s s im , v o c ê te r á m e io s d e s e r u m co m u n ic a d o r m ais eficiente.

D eclarando G uerra à D esordem “U m a escriv an in h a e m d eso rd em é o re su ltad o de u m a m en te e m d e­ so rd em ” . N ão esto u certo de que o clichê seja sem pre verdadeiro. D ianna B ooher, em C lean Up Your A c t (Ponha em O rdem Seu P edaço ), dá um efeito d iferen te: “U m a e sc riv a n in h a em d eso rd e m sig n ifica tem p o em d e so rd e m ” .6 A d eso rd em deve m esm o co n trib u ir p ara acrescen tar m ais ten são à v id a do pastor. P esso alm e n te m e sen tiria desm o ralizad o ao e n ­ trar em m eu gabin ete e en co n trar u m a avalan ch a de papéis. E n tretan to , o v elh o ditado: “A p ren d a a lid a r com o trabalho de escrita apenas u m a v e z ” , p ro v av elm en te não é de todo prático. R ich ard W inw ood re c o m e n d a em p ilh arm o s os trab alh o s de escrita em quatro m ontes: M o n te 1: T em de ser feito — é decisivo. M o n te 2: D eve ser feito — é im portante. M o n te 3: P o d eria ser feito — tem p o u co valor. M o n te 4: P erd a de tem p o — não tem v alor algum . O q u arto m o n te deve ir im ed iatam en te p ara a cesto de lixo. C oloque em p astas cad a um dos m o n tes re stan te s e só p e rm ita que em seu escrito-

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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR

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rio h a ja o tra b a lh o de e sc rita q u e v o cê p re se n te m e n te e steja lid a n d o .7 E sse p lan o o a ju d a rá a m a n te r suas p rio rid a d e s em v ista e a ser o m ais p ro d u ti­ v o p o ssív e l c o m o lim ita d o tem p o q u e v o cê te m p a ra d ed icar-se à ad m i­ n istração do seu m in istério .

Treinando Líderes O p rin c íp io ch am ad o re g ra 8 0/20 p a re c e c o n te r u m a realid ad e: vinte p o r cen to d as ativ id ad es d a ig re ja p ro d u z e m o ite n ta p o r cen to dos seus resu ltad o s. O ite n ta p o r cen to das ativ id ad es d a ig reja só re n d e m v in te p o r cen to dos seus re su lta d o s. S e ria p ru d e n te d e term in a r as atividades que D eu s e stá a b e n ço an d o e c o n c e n tra r u m a p o rc e n ta g e m m a io r de en erg ia n essas áreas. E m p ro v a do q u e digo, v in te p o r cen to das p esso as de u m a ig reja re a liz a m o ite n ta p o r cen to do m in istério . N ão o b stan te, u m p a sto r g a sta o ite n ta p o r cen to do seu tem p o c o m os v in te p o r cen to d e p esso as q ue n ão estã o tão en v o lv id as c o m a ig reja, e so m en te v in te p o r cen to do seu tem p o é d esp en d id o c o m os líd eres e co o p erad o res. A m e d id a q u e a ig re ja c re sc e , é e sse n c ia l q u e o p a s to r d e d iq u e m ais do seu te m p o p a ra tre in a r líd e re s e a p e rfe iço á -lo s p a ra a re a liz a ç ã o d os m in isté rio s d a ig re ja . A fin a l d e c o n ­ tas, a ig re ja são p e sso a s. S ã o e las q u e to rn a rã o os d e ­ p a rta m e n to s d a ig re ja e fic a z e s o u in e fic a z e s. A s p e s ­ soas são o sa n g u e n e c e ssá rio à v id a. Isso é v erd ad e no q u e d iz re s p e ito a a lg u n s, d e p o is a m u ito s e fin a l­ m e n te a c e n te n a s de líd e re s le ig o s v o lu n tá rio s, ju n ta ­ m e n te c o m a e q u ip e do p ro g ra m a p ro fissio n a l, que serão n e c e ssá rio s p a ra tra b a lh a r n a o b ra em tem p o in ­ teg ral ou e m m eio ex p ed ien te. A p rim e ira p e s s o a a te r c a rg o re m u n e ra d o n a ig re ­ ja , d ep o is d o p a sto r, d e v e ria se r u m a c o m p e te n te se ­ cre tá ria, q u e a ju d a ria o p a s to r a to rn a r e a m a n te r u m escritó rio e fic ie n te e p ro fissio n al. E m seg u id a, a ig reja d ev e ria to m a r as d e v id a s p ro v id ê n c ia s q u a n to à lim ­ __________________________ p e z a e m a n u te n ç ã o d o te m p lo . Isso p e rm ite q u e o p a s to r d e d iq u e seu te m p o à o ra ç ã o , e stu d o e tre in a m e n to d e líd e re s p a ra o m in isté rio . D ep o is de ex ecu tad as essas p ro v id ên cias, o p a sto r p o d e c o m e çar a fo r­ m ar sua equipe de p ro g ram a profissional. F reqüentem ente, o prim eiro cargo a ser p re e n c h id o é o do m in istro d a m ú sic a ou do d irig e n te d a m o cidade. N atu ralm en te, essas n ão são as ú n icas op çõ es. A valiação c u id ad o sa deve ser fe ita n o que to c a aos p o n to s fo rtes e fraco s dos d e p artam en to s em v ig o r n a ig r e j a n a s á re a s d e a d o r a ç ã o , d is c ip u la d o , c o m u n h ã o e ev an g elism o (A t 2.4 2 -4 7 ). A seguir, a p ro v isã o de au x iliares p a ra o p re e n ­ ch im en to de o p o rtu n id ad es, v isan d o u m e q u ilíb rio em p o lg an te em cada á rea de atu ação d a co n g reg ação , d a rá à ig re ja novo p o ten cia l ao cre sc i­ m en to . T alvez a m a io r n e c e ssid a d e e o p o rtu n id ad e seria co n seg u ir um m in istro co m talen to em tre in a r p esso a s no evan g elism o , ou u m p a sto r exím io em ad m in istração , ou a lg u ém u n g id o p a ra trab alh ar co m crianças. A filo so fia deve se r “E q u ip e em c re sc im e n to ” . E v e n tu alm e n te, à m ed id a

((

A primeira pessoa a tercargoremunerado na igreja, depois do pastor, deveria ser uma competente secretária 31

O PASTOR PENTECOSTAL q u e a ig re ja cresce, d e p artam en to s d irecio n ad o s a crian ças, m o cidade, novos casais, solteiro s, id o so s, de sen hores e de senhoras, ed u cação cris­ tã, m ú sica e evan g elism o to m a m -se po n to s de lig ação p a ra que m ais e m ais p esso as sejam alcan çad as co m o am o r de Jesus. É claro que o crescim en to da eq u ip e in cu m b e o p a sto r de ap re n d er a ad m in istrar a si e a outro s de m an e ira eficiente. E stu d o feito pelo M in isté­ rio do T rab alh o am erican o m o stra que cin q ü en ta p o r cento dos novos c o n ­ tratad o s ficam so m en te seis m eses em seus em p reg o s.8 A lg u n s deles são tão b em -su ced id o s que, d u ran te esse tem po, são pro m o v id o s a novos car­ gos. M as, in felizm en te, m u itas dessas p essoas não se aju stam b e m aos carg o s p a ra os q u ais fo ram ch am ados. A ch ar a p esso a certa, no tem p o certo e p a ra o carg o certo é crítico. M artin Jo h n Y ates, au tor de H irin g the B e st (C ontratando os M e lh o ­ res), sugere q u e três p erg u n tas im p o rtan tes sejam feitas quando se p ro c u ­ ra alg u ém p a ra a equipe: (1) E ssa p e sso a tem a h a b ilid ad e req u erid a para re a liz a r o trab alh o ? (2) M o stra b o a v o n tade em fazer o trab alh o ? (3) É m an ejáv el, d epois de estar no trab alh o ?9 Se você en co n trar a p e sso a que se aju sta a esses critério s, está a m eio ca m in h o p a ra fo rm a r u m a equipe q u e c au sará im p acto p a ra C risto em sua cidade. D eus n os tem h o n rad o gran d em en te ao nos ch am ar p a ra ser subpastores do seu reb an h o . O m o d o com o u sam o s nosso tem p o é su p rem am en te im ­ p o rtan te. V am os, então, desenvolver bons háb ito s que fo m en tem cresci­ m ento, b ên ção s e sucesso.

0 Gabinete de Estudos do Pastor Bill Wilson ig re ja q u e freq ü en tei e m m in h a ad o lescên cia era v ib ran te e tinha visão. A s p esso as eram d edicadas e trab alh ad o ras, deix an d o até hoje p ro fu n d a im p ressão em m in h a vida. E m fins da décad a de 1950, a co n g reg ação in terio ran a d em o n strara ter esp an to sa fé ao co n stru ir im p res­ sio n an te e atraen te co m p lex o de ig reja no centro de n o ssa p e q u en a c o m u ­ n idade. O tem p lo co m p o rtav a cerca de q u atro cen tas p esso as sentadas e, a ca d a d o m in g o , a tra ía v árias cen ten as p a ra p a rticip a r de cultos dinâm icos e inspirativos. F o i ali q u e tive m uitas ex p eriên cias co m o Senhor, in clu in ­ d o o b atism o c o m o E sp írito S anto. S ou etern am en te grato ao enérgico e ap o ia d o r pastor, q u e co n sisten te m en te su b ia ao p ú lp ito co m u m a nova p a la v ra d a p arte de D eus.

A

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR O notável tem plo fo ra m o d estam en te projetado e, à esq u erd a do púlpito, à v ista de todos, h av ia u m a p o rta com os dizeres “G abinete de E studos do P asto r” . Todos reco n h eciam q u e esse era u m lu g ar especial destinado ao nosso pastor. E n ten d a que esse lug ar especial n ão continha q u alquer eq u i­ pam ento de alta tecnologia, exceto u m a m áq u in a de escrever elétrica e um telefone. N ão obstante, inferia-se que era u m a das salas m ais im portantes de todo o prédio. O g abinete de estudos do p asto r era o lu gar onde nosso pasto r enriq u ecia sua vida p esso al e se p reparava pa ra o m inistério público. E m in h a co n v icção de q u e o g ab in e te de estudos do p asto r ain d a é necessário . H oje, in felizm en te, o p a sto r e o líd e r e sp iritu a l são p re ssio n a ­ dos a tro c a r o g ab in ete de estu d o s p elo e sc ritó rio do executivo. A p ro cu ra p o r a c o n selh am en to , as re u n iõ e s de co m issão e o p lan e ja m en to do c a le n ­ dário p o d e m facilm en te tra n sfo rm a r o g ab in e te de estu d o s do p a sto r em escritó rio d o ad m in istrad o r. N ão im p o rta o q u ão g ran d e ou p e q u e n a a ig reja, to d o p a sto r p re c isa te r u m lu g a r p a ra estudar. E ssa é a ún ica m a n e i­ ra e m q u e a lid e ra n ç a esp iritu al p o d e lid a r ad e q u a d am en te co m a pressão e e stresse p ró p rio s d a lid e ra n ç a p asto ral. O ap ó sto lo P au lo fo i usado p o r D eu s p a ra ser o m e n to r do jo v e m T i­ m ó teo . S eus d isc e rn im e n to s in sp ira d o s são in estim áv eis, dignos d e le itu ­ ra m in u cio sa, co m o em 1 e 2 T im ó teo , q u e c o n têm in stru çõ es v itais q u e o p re g a d o r v e teran o d á ao p a sto r calo u ro . E na seg u n d a ep ísto la que P aulo en d e re ç a a im p o rtâ n c ia do estudo: “P ro c u ra a p resen tar-te a D eus a p ro v a­ do, co m o o b reiro q u e não tem de q u e se envergonhar, que m an eja b em a p ala v ra d a v e rd a d e ” (2 T m 2 .1 5 ). E sto u certo d e que P au lo não estava v isu alizan d o um a sala e sp e c ia lm e n te eq u ip ad a em um a ig reja de m o d er­ nas lin h as arq u itetô n icas. E stava, n a verdade, lan çan d o o fu n d am en to para u m e x e rc íc io m u ito im p o rta n te re q u e rid o d e to d o servo de D e u s, do a n u n c ia d o r das B oas N ovas, de fic a r so zin h o em um lu g ar ded icad o ao estudo. C h am am o s de g ab in e te de estu d o s do pastor. E ssa a d m o estação à o b ra de q u a lid a d e p u rifica ria e d a ria nova ên fase à vid a de T im ó teo . S e ria no g ab in e te de estu d o s que o p a sto r re ce n tem en te ord en ad o e n c o n tra ria d isc e rn im e n to s e in sp iração . S eria no g ab in ete de estu d o s q u e o servo do S e n h o r e x p e rim e n ta ria a p re se n ç a e o p o d e r do pró p rio Senhor. Im ag in e, p o r um m o m en to , q u e o ap ó sto lo P au lo lhe te lefo n a sse hoje e o co n v id asse p a ra a lm o ç a r n a te rça-feira. S o b re o que ac h a que ele c o n ­ versaria com v o cê? Q u e d isc e rn im e n to s ele d iv id iria co m v o cê acerca de u m a lid e ra n ç a e sp iritu a l eficaz? P en so q u e seria seguro su p o r q u e esse p re g a d o r am ad u recid o en u n c ia ria m in u c io sa m en te m uito do que lem os nas duas ep ísto las a T im ó teo . S em d ú v id a, ele lh e d iria p a ra você te r um lu g a r o n d e p u d e sse fic a r so zin h o co m o S enhor, u m lu g a r que to d o p a sto r p re c isa , u m lu g a r de estudo. R ic h a rd E. O rc h ard escreve: “A ssim com o aco n tece co m as p esso a s e m to d as as p ro fissõ es, é im p o rtan te que o p a s­ to r ten h a um g ab in e te de estu d o s ou o ficina. A lg u n s p re fere m u m a sala sep a ra d a n a c a sa p asto ral, ao p asso q u e o u tro s g o stam m ais de u m a sala n a s d ep en d ên cias d a ig reja. S eja co m o for, deve ser m a n tid a tão reserv ad a q u an to p o ssív el, ain d a qu e su a u tilid a d e p o ssa ser m u ito v aria d a” .1 P e rm i­ ta-m e su g erir alg u n s b en efício s im p o rta n te s ad v in d o s p elo fato de se ter um lu g a r d e e stu d o privado.

O PASTOR PENTECOSTAL

Um L ugar de Devoção O g ab in ete de estu d o s deve ser u m lu g ar de devoção. E m ták lu g a r, p o d e-se ficar livre de d istraçõ es e d a r à P alav ra de D eus co m p le ta aten ­ ção. O s o lhos p o d e m ser abertos p a ra v er q u em D eus realm e n te é. N o g ab in ete d e estu d o s, p o d e -se ter os o u vidos abertos p ara o u v ir o q u e D eus está d izendo. P o d e -se te r o coração ab erto p a ra ex p erien ciar q u e m D eus realm en te é. Todo líd e r esp iritu al que en tra no século X X I deve en c o n tra r esse lu g a r de d evoção o u ser d evorado p e las ex ig ên cias e p re ssõ e s da lid eran ça. Q u a n d o M o isé s se e sfo rça v a em lev ar m ais de d o is m ilh õ e s de p e s­ soas à T erra P ro m e tid a , d e sc o b riu se r a b so lu ta m e n te n e c e ssá rio fica r so z in h o c o m o S enhor. N u n c a n in g u é m h a v ia tid o tal in c u m b ên cia . A c a rg a d a re s p o n sa b ilid a d e e do d e v er p eso u , e lo g o o d e sân im o se in sta ­ lou. M o isé s p e rc e b e u q u e, sem a d ire ç ã o do S enhor, a ta re fa se ria im ­ p o ssív e l. M o isé s e n c o n tro u a lív io fic a n d o so z in h o c o m o S e n h o r em m o m e n to s de in te n s a o ra ç ã o e c o n v ersação . E m b o ra n ã o tiv e sse u m e s­ c ritó rio n as d e p e n d ê n c ias de u m a ig re ja local, tin h a um a ten d a on d e p o ­ d ia se refugiar. “T om ou M o isés a tenda, e a estendeu p a ra si fo ra do arra i­ al, d esv ia d a lo n g e do arraial, e c h am o u -lh e a ten d a d a congregação; e aco n teceu q u e to d o aq u ele que buscava o S en h o r saía à te n d a d a c o n g re ­ gação , q u e estava fo ra d o arraial” (Ê x 33.7). A ten d a da con g reg ação to r­ no u -se o lu g ar o n d e D eu s se revelava a M oisés. E ra u m lu gar de devoção. F oi lá q u e M o isé s se in teiro u d a p rese n ça de D eus, do p o d e r de D eus, do p lan o de D eu s, do p ro p ó sito de D eus, b e m com o d a p az de D eus. A li M o isé s fo i ad v ertid o , p u rificado, ren o v ad o e restab elecid o . T odo p a sto r tem sen tido o sacrifício, o so frim en to de p a sto re a r os fi­ lhos de D eus. Todo p a sto r tem chegado a e n fren tar d esap o n ta m en to com o povo. O p a sto r que esp era ser líd e r eficaz n a ig reja do século X X I deve in stitu ir u m gab in ete de estudos, u m lu gar de devoção.

Um Lugar de D isciplina O g a b in e te d e e stu d o s é u m lu g a r de d iscip lin a . E m m eu s q u a se 25 an o s de p a sto ra d o , d e sc o b ri q u e u m lu g a r fo rm al de estu d o s m e faz v a ­ lio sa s exig ên cias. M ais d o que um lu g ar p a ra ex ib ir ex celen te b ib lio teca ou c o m p u ta d o r de ú ltim a geração c o n ectad o à Internet, o gab in ete de es­ tu d o s é o lu g a r o n d e o p a sto r p o d e d esenvolver o h áb ito de p e sq u isa r e en riq u ecer-se n a P alav ra de D eus. Q u ando P aulo estav a en sin an d o o j o ­ vem T im ó teo , in stilo u em seu aluno a im p o rtân c ia de p assar alg u m tem po estu d an d o : “O ex ercício co rp o ral p a ra p o u co aproveita, m as a pied ad e p a ra tu d o é p ro v eito sa, tendo a p ro m e ssa d a v id a presen te e d a que h á de v ir” (1 T m 4.8). A d iscip lin a do gab in ete de estu d o s traz ganhos relev an ­ tes a todos os pastores. R o b ert G. L ee, o fiel p re g ad o r de u m a geração atrás, observou que o p a sto r n ão p o d e viv er de leite desn atad o durante a sem an a e p reg a r leite crem o so n o dom ingo. O gab in ete de estudos do p asto r p o d e ajudá-lo a im p le m e n ta r u m p lan o reg u lar de p esq u isa, arquivam ento, p rep aração e a g u çam en to de su a co m p reen são do m aio r livro do m u n d o , a B íblia.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR C o m o p asto r, o rg a n iz e u m h o rá rio se m a n a l c o n siste n te c o n sig o m e s­ m o . F a ç a c o m q u e to d o s sa ib a m q u e d e te rm in a d a s h o ra s d a se m a n a são ie d ic a d a s ao estu d o . V ocê d e sc o b rirá q u e as p e sso a s q u e v o cê p a sto re ia re sp e ita rã o e sse h o rá rio e o ra rã o p o r v o c ê n e sse s d ias, sab e n d o q u e você está b u sc a n d o u m a p a la v ra do S en h o r. P o r ex e m p lo , v o c ê p o d e d e sig n a r a se x ta -fe ira co m o o d ia e m q u e se p re p a ra p a ra os cu lto s d e d o m in g o . E m d iv ersas o c a siõ e s, te n h o sid o a b e n ç o a d o p e lo povo de n o ssa ig reja lo c a l, q u e diz: “E stiv e o ra n d o p o r v o cê, p a sto r, e m seu d ia de e stu d o s” . Tais açõ es fo rm a m re la c io n a m e n to s p o sitiv o s e dão re sp o sta s p o sitiv as ao m in isté rio . A d isc ip lin a do g ab in e te de estu d o s, q u an d o u sa d a co m eficiência, eq u ip a-o a fa z e r u m a e x p o sição das in sp ira d a s E scritu ra s e a a p licá-las na v id a d iá ria d a igreja. A ssim , v o cê deve n ão ap enas m a n te r u m alto nível de co n h e c im e n to , m as ta m b é m e sta r a le rta às n ecessid ad es daq u eles a qu em D eu s lh e d eu p a ra superv isio n ar.

Um Lugar de Destino O g ab in e te de estu d o s d o p a sto r é u m lu g a r que d e term in a rá seu d esti­ no. Todo p a sto r e n fre n ta o d esafio de re c o n h e c er que n ecessid ad es devem ser satisfeitas, p a ra dep o is d e sc o b rir co m o tra ta r delas. E no g ab in e te p a s­ toral que p la n e ja m e n to s estra té g ic o s são d elin ead o s, e o cu rso do m in isté ­ rio , traçad o . E sse é o lu g a r o n d e se p o d e fic a r so zin h o n a p re se n ç a do Senhor, re fle tin d o n a atrib u ição divina. C o m ecei m eu m in istério e m 1972. Fui so licitad o a serv ir com o p a sto r p a ra a m o cid ad e. N e ssa ép o ca, ain d a fre q ü e n tav a a facu ld a d e e estava n a ex p ectativ a de m e en v o lv er n o m in istério . Q u ando cheguei, e m m eu p ri­ m eiro dia, fo i-m e m o strad o o g ab in ete q u e o cu p aria, u m a p e q u e n a sala da E sc o la D o m in ical. L e m b ro -m e de h av er sen tad o à escriv an in h a, co m um b lo co d e an o taçõ es, m in h a B íb lia e u m a b ib lio tec a de três livros, perguntan d o -m e: E agora, o que fa ç o ? L o g o d esco b ri que o p eq u e n o g ab in ete se to m a ria u m lu g a r de en c o n tro c o m D eu s e de d esc o b rim e n to de su a v o n ­ tad e e p la n o p a ra o tra b a lh o q u e E le tão g ra c io sam en te m e p erm itiu fazer parte. F o i em m e u g a b in e te d e e stu d o s q u e as p a la v ra s do sa lm ista to rn ara m -se v iv as p a ra m im . “A h! S e o m e u p o v o m e tiv e sse o u v id o ! Se Is ra ­ el a n d a sse n o s m eu s c a m in h o s! E m b re v e eu a b a te ria os seu s in im ig o s e v o lta ria a m in h a m ã o c o n tra os seu s a d v e rsá rio s. O s q u e a b o rre c em ao S e n h o r te r-s e -lh e -ia m su je ita d o , e o te m p o d e le seria etern o . E eu o su s­ te n ta ria c o m o trig o m a is fin o e o s a c ia ria c o m o m el saíd o d a ro c h a ” (SI 8 1 .1 3 -1 6 ). O p a s to r d o s d ia s d e h o je d e fro n ta -s e c o m m u ita s q u e stõ e s q u e ex i­ g em re sp o sta s im e d ia ta s. Q u e p a rte s d as E sc ritu ra s devo a p re se n ta r à ig re ja ? C o m o d evo p a s to re a r a ig re ja n o s an o s q u e e stã o à fre n te ? Q u al o p la n o de D e u s e m lo n g o p ra z o p a ra e ste co rp o d e c re n te s? O q u e d e v e­ m o s fa z e r p a ra as n o ssa s c ria n ç a s, m o c id a d e , so lte iro s, jo v e n s ca sa is, m e m b ro s d e m e ia -id a d e e ao s san to s j á id o so s? R e sp o sta s a to d a s essas p e rg u n ta s são e n c o n tra d a s n e sse s m o m e n to s d e b u sca ao S e n h o r n o g a ­ b in e te d e e stu d o s.

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O PASTOR PENTECOSTAL D isse S alo m ão : “N ão h av en d o p ro fec ia, o p o v o se co rro m p e ; m as o q u e g u a rd a a lei, e sse é b e m -a v e n tu ra d o ” (P v 2 9 .1 8 ). O p a sto r que entra no século X X I sem te r u m a visão c la ra da o b ra a re a liz a r nu n ca p a sto rea rá e fe tiv a m e n te ou com e n tu siasm o . D e fato, o m in isté rio de q u a lq u e r p a s­ to r ra p id a m e n te se se c a rá e a c a b a rá se este não se d e d ic a r em g astar te m p o n o g a b in e te de e stu d o s até re c e b e r a o rie n ta ç ã o do Senhor. E sse n o v o d ire c io n a m e n to p o d e su c ed er m e d ia n te u m a refle x ã o m ais m ad u ra so b re o h o rá rio de cu lto s, u m a re c o n sid e ra çã o m ais ac u ra d a a c e rca de su a a b o rd a g e m de p re g a ç ã o , u m a re a v a lia ç ã o m ais e la b o ra d a do seu c o m a n d o d as re u n iõ e s co m o co rp o m in iste ria l da ig re ja ou das a sse m ­ b lé ia s g erais a n u ais. P o d e ser no g abinete de estudos que o S en h o r c o n ­ ced a um novo p lan o p a ra alcan çar a m o cid ad e de m an eira m ais eficiente ou d ar in ício a u m p ro g ra m a de co n stru ção “im p o ssív e l” . E sses tipos de co isas a co n tecem q u an d o o p a sto r se perm ite fica r no g abinete de estudos p a ra d esco b rir o d estin o de D eus p a ra o m inistério. Q u alq u er co isa m enos q u e isso leva a esfo rço s exten u an tes e infrutíferos. P o r m uitos anos ten h o ded icad o tem po em m eu g ab inete de estudos p a ra esb o çar a d ireção de m inhas m en sag en s de dom ingo. B u sco ao S e ­ n h o r p e la d ireção q u e devo to m ar e depois com eço a p re p arar o texto, o títu lo e o tem a. Isso tem m e ajudado a m an te r ed ificante e crescente m i­ n istério de p reg ação e ensino, além de m e aju d ar a ev itar a fam o sa in cer­ teza de sábado à noite: S obre o que vou p re g a r a m anhã?

U m Lugar de D escoberta N o g ab in ete de estu d o s do pastor, pod e-se d esco b rir os p o d ero so s fe i­ tos de D eus. O p a sto r q u e reserv a o ho rário no b re em seu g abinete de estu d o s será tam b ém o p a sto r que c o n tin u a a fazer d esco b ertas sugestivas e tran sfo rm ad o ras de vida. P o r exem plo, q u an d o prep arav a u m a série de p reg açõ es sobre 1 C oríntios, d escobri que p o r m u ito s anos deixei escap ar o p o n to p rin cip al de um v ersículo-chave. D iz 1 C o rín tio s 2.9: “A s coisas que o olho não viu, e o o uvido não ouviu, e não su b iram ao coração do h o m em são as q u e D eu s prep aro u para os q u e o am am ” . Q u ando citava esse versícu lo , g era lm e n te fazia referên cia ao céu. E n tretan to , um exam e m ais m in u cio so do texto m e revelou que a v erd ad eira m en sag em diz re s­ peito à ceg u eira do d escrente em relação às obras e m aravilhas de D eus. E m b o ra essa seja u m a d e sco b erta m u ito elem entar, tais revelações sur­ g em apen as q u an d o o p a sto r g asta tem po ad equado em seu g ab inete de estudos. N o g ab in ete de estu d o s do pastor, os cam inhos de D eu s são discernidos e as g em as d a v erd ad e etern a são desen terrad as. O povo de D eus m erece u m p a sto r que ten h a em p reg ad o tem p o em ob serv ar as coisas m ais p ro ­ fu n d as de D eu s rev elad as pelo E sp írito Santo.

U m L ugar de D efesa O g ab in ete de estu d o s do p asto r serve de lu g ar de p reparo p a ra a b a ta ­ lh a e sp iritu a l. A e p ís to la aos E fé sio s nos fo rn e c e p a la v ra s c h e ia s de in tro sp ecçõ es: “N o dem ais, irm ãos m eus, fo rtalecei-v o s no S en h o r e na

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR fo rç a do seu poder. R ev esti-v o s de to d a a a rm ad u ra de D eus, p ara que po ssais e sta r firm es c o n tra as astu tas cilad as do diabo; p o rq u e não tem os que lu ta r c o n tra carn e e sangue, m as. sim , co n tra os p rin cip a d o s, co n tra as po te sta d e s, co n tra os p rín cip es das trevas deste século, co n tra as h o stes esp iritu a is da m ald ad e, nos lu g ares celestiais. P o rtan to , tom ai to d a a ar­ m ad u ra de D eu s, p a ra q u e p o ssais re sistir n o dia m au e, h avendo feito tudo , ficar firm e s” (E f 6.10-13). E ssas p alav ras devem g u ia r a v id a de o ração do p a sto r sério e sincero. T enho en co n trad o aju d a sem co n ta n esse tex to, oran d o p a ra ser arm ado ex atam en te co m o descrito. T enho p e d id o q u e m inhas conversas e a p re­ sentaçõ es de m im m esm o sejam fiéis à v erd ade, que m in h a co n d u ta de v id a seja ju sta , q u e eu seja p a c ific a d o r em vez de p ertu rb ad o r d a paz. T enho su p licad o ao S en h o r p o r m ais fé p a ra crer que o im p o ssív el po d e ser p o ssív el, q u e m in h a m en te seja livre de d istraçõ es e de co n fu sõ es e que m eu s p en sam en to s sejam o cu p ad o s co m aq u ilo que m e au x ilie em u m a lid e ra n ç a efetiva e sábia. E, p o r ú ltim o , tenho orado p ara ser um p a sto r d a P alavra. N o g ab in ete de estu d o s do pastor, en c o n tra -se defesa p o d ero sa co n tra as três áreas de te n ta ç ã o m ais com uns: a razão , a m oral e o dinheiro. A o lo n g o de to d o o m in isté rio de q u a lq u e r pasto r, a fa scin a ção dessas áreas fazem -se p resen tes. A ú n ic a m a n e ira de co n tro lá-las é fica r a sós com o S en h o r no g ab in ete de estu d o s do pastor.

Um Lugar de D eleite N ão é in c o m u m q u e p asto res e outros líd eres esp iritu ais enco n trem -se vazio s esp iritu al, em o cio n al e fisicam en te. E les co m eçam a se cu rv ar sob a p re ssã o e ex ig ên cias de lo n g as h o ras e d esig n açõ es am pliadas. N u n c a e s q u e c e re i o d o m in g o e m q u e d is se p a ra m in h a e sp o sa que q u e ria d e s is tir de m e u m in is té rio p a s to ra l. P o r esse te m p o , e stá v a m o s em u m a d a s p rin c ip a is ig re ja s de n o s s a d e n o m in a ç ã o , c o m u m a a g e n ­ d a c o m p le ta m e n te c h e ia . E m b o ra eu n ã o s e ja p e s s o a p ro p e n s a à d e ­ p re s s ã o , n e sse d o m in g o m e se n ti v a z io e d e p a u p e ra d o . T in h a tra b a lh a ­ do c o m a fin c o n a p re p a ra ç ã o de e n s in a m e n to s q u e p e n s a ra q u e e ra m p ro fu n d o s . E era m . N a re a lid a d e , e ra m m u ito p ro fu n d o s p a ra a a u d i­ ê n c ia e tin h a m p o u c a p e rtin ê n c ia ao q u e c a d a u m e n fre n ta v a n o seu d ia -a -d ia . T u d o is s o c o m p re e n d i e n q u a n to e n tre g a v a a q u e la " o b r a - p ri­ m a ” . N ã o a p e n a s p e rc e b i q u e m in h a c o n g re g a ç ã o n ã o e sta v a m e e n ­ te n d e n d o , m a s p a re c ia q u e n in g u é m d av a a m ín im a . E u e sta v a a fu n ­ d a n d o e a fu n d a n d o rá p id o . E n c u rta n d o a m e n sa g e m , fu i p a ra c a sa d e r­ ro ta d o , d e s a n im a d o e d e p rim id o . A lg o ac o n te c eu co m ig o n as 24 h oras segu in tes. O E sp írito S anto usou m in h a esp o sa p a ra m e d esafiar a d eix ar de lad o m in h a a b arro tad a ag enda e a b u scar o Senhor. N a seg u n d a-feira, fui ao m eu g ab inete de estudos, fiq u e i so zin h o c o m o S en h o r e E le rev elo u u m a d ireção co m p leta m en te nova, a qual nas sem an as que se seg u iram to caram os co raçõ es de m uitas p esso as. O rei D avi escreveu: “F ar-m e-ás v er a v ered a da vida; n a tu a p resen ç a h á ab u n d ân cia de aleg rias; à tu a m ão d ireita h á delícias p e rp e tu a m e n te ”

O PASTOR PENTECOSTAL (SI 16.11). O g ab in ete de estu d o s do p a sto r p o d e ser u m lu gar d e g ran d e a leg ria e deleite. É c o m e n tu sia sm o que, fin alm en te, reco m en d o os seguintes p assos p rático s p a ra o lu g ar q u e todo o p a sto r necessita. 1. D e lim ite seu g ab in e te d e estudos. 2. P lan eje u m h o rário co n sisten te d e p re p aração sem anal. 3. O rg an ize o g ab in ete de m odo a ser eficien te e convidativo. 4. P re p a re u m sistem a de arquivam ento exeqüível, p o r assuntos. 5. E sta b e le ç a u m p lan o p a ra reg u larm en te ad q u irir recu rso s úteis e de qu alid ad e. 6. In fo rm e a ig re ja sob re o dia d a sem an a reserv ad o aos estudos. 7. E sp ere tem p o s n o táv eis de reco m p en sas e revelações. D u ran te seis anos, Jo n ath an E d w ard s trab alh o u n u m canto de p o u ­ co m ais de 1,20 p o r 2 ,4 0 m etros, ch am ad o p o r ele de gabinete. E m b o ra o lu g ar p a re ç a p eq u e n o p elos nossos pad rõ es, foi a p a rtir d esse reduzido esp aço q u e ele se to rn o u u m dos grandes escritores e p regadores de todos os tem pos. A e x p eriên cia nos diz que todo p a sto r p recisa de u m lu g ar para ficar so zin h o co m D eus, u m lu gar p ara o u v ir D eu s falar, dando u m a p a la ­ v ra paxa o seu povo, q u e in ce n d eie os co rações de paix ão p o r E le e Sua obra. À m e d id a q u e o p a sto r serve ao Senhor, g a n h a nova co m p aix ão pelo povo. O g ab in ete de estu d o s é lu gar que todo p a sto r precisa!

Pregação Expositiva George O. Wood

re sc i c o m o filh o de m issio n á rio , p a sto r e ev a n g e lista das A sse m ­ b lé ia s d e D e u s n o s E sta d o s U n id o s. M e u s p a is se m u d a v am c o n s­ ta n te m e n te . N e m q u e ro c o n ta r o n ú m ero d e e sco las d ife re n te s que fre q ü e n te i. O te m p o m ais lo n g o q u e m in h a fa m ília fic o u em u m a c id ad e fo i de u n s d o is an o s e m eio . A m a io ria das o u tra s p e rm a n ê n c ias fo i m ais cu rta. E m b o ra tiv esse c h a m a d a p a ra o m in isté rio , não q u e ria u m estilo de v id a itin e ra n te . M eu o b jetiv o e ra e n c o n tra r raíz es, fix ar-m e em um lu g a r e fic a r ali. F ui p ara o sem in ário e, u m dia, n a b ib lio teca, ap an h ei a ú ltim a edição d a re v ista C h ristia n ity Today. O artigo de ca p a focalizav a W. A. C risw ell e seu v ig ésim o q u in to an iv ersário co m o p a sto r d a P rim eira Ig reja B atista em D allas, E stad o s U n id o s. N o artigo, C risw ell era in d ag ad o so bre a ra ­

C

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR zão de su a lo n g a p e rm a n ê n c ia no p asto rad o . S u a re sp o sta foi: “P regação ex p o sitiv a” . E p ro sseg u iu , relatan d o que assim que c h eg ara à igreja, co ­ m e ç a ra a p re g a r so b re G ên esis 1.1 e d u ran te to dos aq u eles 25 anos p e r­ c o rre ra a B íb lia in te ira , te n d o fin a lm e n te a tin g id o o fim do liv ro de A p o c a lip se .1 F iq u e i esp an tad o e in trig ad o . C risw ell d izia que a B íb lia é in esgotável, e, se v o cê a pregar, n ão ficará sem co isas a dizer. P ensei co m os m eus bo tõ es: S e é o que terei de fa z e r p a ra p e rm a n e c e r em um igreja durante longo tem po, en tã o ta m b ém serei p r e g a d o r expositivo. T ratava-se de razão m ed ío cre p a ra envolver-m e em pregação expositiva. M as lo g o d esco b ri m u itas o u tras b o as razõ es. A dem ais, não ten tei co p iar C risw e ll ao p e rc o rre r a B íb lia d e c a p a a capa. P egava u m livro d a B íb lia p o r vez, em o rd e m n ão seq ü en cial, seg u n d o se n tia que o E sp írito estava m e co n d u zin d o . M as, d e fato, p e rm a n e c i 17 an o s em m eu p rim e iro e ú n i­ co p asto rad o .

M eu Prim eiro Serm ão T ive u m co m eço in teressan te. H avia talv ez um as sessen ta p esso as em m eu serm ão de estréia. T in h a m eu m e lh o r serm ão, todo po lid o e in teira­ m en te p ro n to p a ra entregar, m as e n q u an to estav a sen tado n a área do p ú l­ p ito d u ran te a p rim e ira p arte do culto, senti o E sp írito S anto m e d iz er para d e ix a r o serm ão d e lad o (ev en to raro p a ra m im ) e apenas m e d irig ir ao p ú lp ito e c ita r as E scritu ras. T in h a d e co rad o ce rca de 45 m in u to s de n ar­ rativas dos ev an g elh o s sob re a v id a, m o rte e re ssu rreiç ão de le su s. A rg u ­ m en tei c o n tra esse im p u lso . (1) Já fa z ia alg u m as sem anas que não re v isa ­ v a os tex to s m em o riz a d o s. E se m e d esse u m “b ra n c o ” ? A cong reg ação p e n sa ria qu e eu e ra to lo . (2) O u, se fo sse b e m -su ced id o em m e le m b ra r de tu d o e d iz e r d e m e m ó ria a v id a d e Je su s, to d o s p en sa riam que eu estava m e exibindo. C h e g o u o m o m e n to e m q u e fu i a p re s e n ta d o . T in h a d e to m a r u m a d e c isã o q u a n d o m e c o lo c a s s e a trá s d o p ú lp ito . A b ri a b o c a , e v e io Jo ã o 1.1: “N o p rin c íp io , e ra o V erb o , e o V erbo e sta v a c o m D e u s, e o V erbo e ra D e u s ” . E c o n tin u e i, c ita n d o to d o o p ró lo g o do E v a n g e lh o d e Jo ão . A s p e s s o a s a b rira m a B íb lia , e s p e ra n d o q u e eu c o m e ç a s s e a p re g a r so b re a q u e le te x to , m a s ra p id a m e n te p a s s e i d e Jo ã o p a ra L u c a s 2, a n a rra tiv a d o n a s c im e n to d e J e s u s . D a li, fu i p a ra o b a tis m o e te n ta ç ã o d e J e s u s , o c a s a m e n to em C a n á d a G a lilé ia e a ssim p o r d ia n te . D e p o is d e c e rc a d e d e z m in u to s, u m s ilê n c io sa n to c o m e ç o u a d e s c e r so b re n ó s. A s p e s s o a s d e ix a ra m as B íb lia s d e la d o e c o m e ç a ra m a e sc u ta r. O p o d e r d a P a la v ra fa la d a — só a P a la v ra p o r si m e sm a , se m e x p lic a ç ã o ou c o m e n tá rio -— a c h a m a r a a te n ç ã o d o s c o ra ç õ e s. M u ito s m in u to s m a is t a r d e , t e r m i n e i o s e r m ã o c o m I s a í a s 5 3 , o a c a b a m e n t o in te rp re ta tiv o d a m is s ã o d e C risto , e s e n te i-m e . N a q u e le s c o m p le to s q u a re n ta e c in c o m in u to s , n ã o d is se u m a ú n ic a p a la v ra q u e fo sse m i­ n h a. N ã o sa u d e i o p o v o . N ã o a p re s e n te i m in h a fa m ília . Só fa le i a P a la ­ v ra d e D e u s. N a d a m a is. D u ra n te os anos e m q u e p a sse i ali p asto re an d o aq u ela ig reja a b e n ço a ­ da, re le m b re i aq u ele serm ão de e stré ia co m o in d ic aç ão p ro fé tic a do que o

82 O PASTOR PENTECOSTAL S en h o r q u eria de m im com o p a sto r daquele gente. A vontade de D eus era que eu to m asse sua P alavra e a p a rtisse com o o pão da vida. M in h a p rim e ira série expositiva com o p asto r durou cerca de seis m e ­ ses. O livro ex p lan ad o fo i o E v an g elh o de João. T inha acabado de sair de u m co n tex to de sala de aula de sem inário, e aq uele povo q u erido teve de so frer m u ito co m a ab o rdagem literá ria que fiz das E scrituras. T inha cem p o r cen to de b o a e x eg ese, de ap tid ã o h e rm e n ê u tic a e q u a se n a d a de p e rtin ê n c ia prática. A g rad eço ao S en h o r p o r aquele povo b o m e gentil, que en co raja m in istro s jo v en s recém -saíd o s da e sco la — p regadores o u ­ sados e ch eio s de co n fiança, que têm todas as resp o stas sem m esm o saber se as p erg u n tas fo ram f e ita s !

Pregando em Levítico M in h a série sob re o E v an g elh o de João não atraiu m ultidões. M as o artig o de C risw ell era p a ra m im com o o norte de u m a bússola, u m a diretriz p erm an en te q u e g aran tiria lon g ev id ad e p astoral. À m ed id a que chegava p erto do fim do E v an g elh o de João, orei acerca da p ró x im a série e senti o E sp írito S anto m e im p u lsio n a r a preg ar em L evítico. T enho de adm itir que, n a q u e la ép o ca, não estava certo se esse im p u lso p ro v in h a do E spírito Santo ou era loucura. Protestei: “Senhor, este é u m livro enfadonho. Q uando as p esso as fazem reso lu çõ es de ano novo para le r a B íb lia inteira, o ím p e ­ to de suas in ten çõ es m orre no deserto de L e v ítico ” . N ão sou preg ad o r aleg ó rico e não estava p ro p en so a m e envolver em in terp retaçõ es fan tá sti­ cas sob re a co r dos diversos tecidos u sad o s no T abernáculo. C om o o livro de L ev ítico p o d e ria ser relevante? N ão ob stan te, o estím u lo perm an ecia: P regue em L evítico. M e u trunfo era L ev ítico 15. D esab afei: “Senhor, não p o sso n em m esm o ler esse cap í­ tu lo em pú b lico [trata das em issões corpóreas], m uito ------------------------- m en o s p re g ar sobre ele” . S enti o S en h o r m e dizer: C o ­ m ece com o ca pítulo 1 e quando chegar ao capítulo t o a rüÜ IÜ âO Q S f f l l ^ ’ E u te m ostra rei o que fa z e r com ele. C om relu tân cia, iniciei o estudo. M eu co m entário F ffilIS ltoE F llC t® i l O n i O : ab e rtu ra à co ngregação, ao ap resen tar a série, foi: « “V am os d esco b rir n a p rá tic a se 2 T im óteo 3.16 é re a lr ^ © m en te verdade: ‘Toda E scritu ra d iv inam ente in sp irad a C uH A fi^ im 1 c p ro veito sa p a ra ensinar, p a ra redargüir, p ara corrigir, E ip S S ilifl p a ra in stru ir em ju s tiç a ’” . P o r favor, não m e falhe ago£) üj ra. M in h a convicção teo ló g ic a é firm e no que to ca à --------------------------------------------v eracidade de 2 T im óteo 3.16, in dep en dente de m in ha experiência. N ão obstante, no que resp eita à n o ssa c o n ­ fiança nas E scrituras, no ssa m á v ontade em p reg ar to dos os segm entos da B íb lia fala m ais alto do que o n osso con sentim en to m ental da doutrina. A s cinco ofertas de L ev ítico 1 — 7 abriram -se com po d er diante de m im , sem ana após sem ana, à m ed id a que se ocupavam das necessidades h u m an as e resp ostas divinas. P o r incrível que pareça, a cong reg ação c o ­ m eçou a crescer. A cho que p assou a circu lar u m a n o tícia entre o povo, inform and o que h av ia u m jo v e m p regado r n aq u ela ig reja de fachad a tri­ an gu lar e telhad o atin g ind o o chão, fazen do estud os — qu em diria! — do



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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR liv ro de L ev ítico , e to d o o m u n d o e stav a e n te n d e n d o ! M ese s m ais tarde, q u an d o te rm in e i o liv ro d e L ev ítico , m in h a s p reg açõ es era m dirig id as a trezen tas p esso as, e m vez d as c em q u e estav am n o s b an co s q u an d o a série com eço u . Toda sem ana, preparava m eus serm ões seguindo este m odelo: segunda-feira, d ia de estudo e exegese para os serm ões a serem pregados d urante a sem ana; m a n h ã de terça-feira, m ais estudos; m an h ã de quarta-feira, form a­ ção do esboço e b u sca de exem plos ilustrativos, além de conclu ir a m en sag em da quarta-feira à noite; quinta-feira, todo o dia destinava-se a term inar os preparativos para os serm ões de dom ingo. E m sum a, cerca de 24 horas de cad a sem ana eram gastas nos preparativos do serm ão. O restan te do tem p o era d estinado à lid eran ça p astoral, ad­ ___________________55 m inistração, visitação ou outras coisas. E sse padrão quase nu n ca variou d urante os m eus 17 anos de pastorado, a não ser n as sem anas em que tín h am o s p regadores convidados. S e vo cê n ão d e d ic a q u a n tid a d e sig n ificativ a do seu tem p o no s p re p a ra ­ tivos do serm ão , n ã o c o n se g u irá a lim e n ta r o reb a n h o . E se o reb an h o não fo r a lim en tad o , ele p a ssa a alim en tar-se d e você e dos irm ã o s d a igreja. O eru d ito R ic h a rd Israel, d a U n iv ersid ad e Yale, E stad o s U n id o s, c o n ­ to u u m a h istó ria p ro v e rb ia l ac e rc a dos an cião s de u m a p eq u e n a c o m u n i­ dad e da E u ro p a O rien tal. A p ro x im a n d o -se do rab in o , os an cião s disseram -lh e o q u ão p re o c u p a d o s estav am c o m su a saúde. E stu d a r os textos sag rad o s v in te h o ras p o r d ia e ra d em ais p a ra ele, falaram , em to m de desap ro v ação . O ra b in o re sp o n d eu : “R e a lm e n te n ã o tenho o u tra a lte rn a ti­ va. S e e stu d o v in te h o ras p o r dia, v o cês e stu d arão 14 h o ras p o r dia. Se vocês e stu d a m 14 h o ras p o r dia, o s e stu d an tes d a a c ad em ia estu d arão 12 h o ras p o r dia. Se eles fazem isso , en tão os chefes de cad a lar d a a ld eia virão à sin ag o g a três v ezes p o r d ia p a ra fa z e r suas o rações. Se nossos sim p les ch efes de fa m ília o ram três v ezes p o r dia, en tão os co m ercian tes, que p a ssa m p e la n o ssa ald eia, sen tir-se-ão enverg o n h ad o s em n ão ir à sin ag o g a n o sábad o ; e se os co m e rc ia n tes v ão à sin ag o g a to d o s os sá b a ­ dos, en tão sei q u e R o th sc h ild e sta rá n a sin ag o g a p a ra o D ia da E x p ia ç ã o !” A q u ele ra b in o tin h a sa b ia m e n te c o m p re e n d id o o p o d e r q u e o exem plo p e sso a l ex erce sob re o c o m p o rta m e n to d aq u eles a q u em se m inistra. M eu d ev er fu n d a m e n ta l co m o p a sto r é p re g a r a P alavra. M eus deveres secu n d ário s p o d e m a b ra n g e r a d m in istração , p ro m o ç ão , ex p an são su p e­ rin te n d e n te das in sta la ç õ e s físic a s, v isita ç ã o etc. M as, a m e n o s que eu dê à p reg ação d a P alav ra m in h a p rim e ira p rio rid ad e, o coração d a ig re ja so ­ fre rá u m co lap so . O c o ração é u m a b o m b a. D eus o rd en o u que, através da preg ação d a P alav ra, u m co n sta n te fo rn e c im e n to de v id a e p o d e r e sp iritu ­ ais seja b o m b e a d o n a ig reja, seu povo. A s ig rejas m o rre m q u an d o o p a sto r n ão tem n ad a de D eu s p ara d ize r ao povo. A c o n g reg ação p o d e e sta r e m u m su n tu o so tem p lo ; as ên fases e zu eacio n al, so cial e o rg a n iz a c io n al p o d e m ser soberbas. M as, a m enos :u e d o p ú lp ito eco e u m a p a la v ra v ib ra n te de D eus, tal ig re ja está co m _m a d o e n ç a term in al. A d o e n ç a p o d e ser c u rta ou longa, m as a m o rte



Descubra se 2 Timóteo 3.16 é realmente verdade

O PASTOR PENTECOSTAL ev en tu alm en te virá. O estudo da P alavra de D eus deve estar no topo das m in h as p rio rid ad es p esso ais, se espero que os m em b ro s d a m in h a c o n g re­ gação tam b ém o ten h am com o um a das suas prioridades. A h, e L ev ítico 15! O que aconteceu? E n trei em m eu gabin ete às oito ho ras daq u ela m an h ã de segunda-feira, sen tei-m e à escriv an in h a e abri a B íb lia em L ev ítico 15. A ntes de m e en treg ar aos co m en tário s, sem pre exam ino o texto sem q u a lq u er tipo de ajuda. Só a B íb lia e eu. N aq u ela m an h ã, disse: “Senhor, esta é a sem ana de L ev ítico 15. Tu m e d isseste que m e m o straria o que fazer, q u an d o ch e­ gasse aqui. B em , aqui e sto u ” . Instan tan eam en te, q u ando li o texto, o E s­ p írito S anto co lo co u em m eu coração este título p a ra o serm ão: “U m D eus M u ito P e sso a l” . T ítu lo s p ara serm ões são invariavelm ente d ifíceis para m im e, em geral, n u n ca v ê m até o final do pro cesso de p rep aração do serm ão. M as, aqui estav a o títu lo antes m esm o de te r feito a exegese, o esb o ço do serm ão o u as ilustrações! N aq u ele do m in g o , li L evítico 15 a um a p laté ia m uito silenciosa. P osso g aran tir que se v o cê ler esse cap ítu lo p u b licam en te, sua p la téia tam bém ficará em co m p leto silêncio. E depois disse: “M uitos de vocês pensam que D eus está longe. E le é co n h ecid o com o o H o m em lá de cim a. Pode ser q u e você p en se que E le está m u ito distante do seu m undo p esso al e dos assu n to s que o p reo cupam . T alvez você sinta que E le n e m m esm o saib a que você exista. B em , este capítulo nos diz que D eus sabe m uito b e m q u em é você. F o i E le q u em fez seu sistem a de em issão de líquidos. E se E le sabe m esm o esses d etalhes acerca de você, p o d e estar certo de que E le ta m b é m sabe o resto de sua v id a ” . P o r que co n to essas ex p eriên cias p esso ais? P o rque a m e lh o r definição de p reg ação que j á ouvi é: “P reg ação é v o cê” . E a co m u n icação divina da v erd ad e através d a p erso n alid ad e h u m an a do pregador. N e n h u m de nós p re g a rá q u a lq u e r tex to esp ecífico e x atam en te d a m e sm a m an eira, m as aq u eles q u e p reg am a P alav ra p erceb erão o S en h o r atu ando em suas vidas e nas v id as d aq u eles a q u em p astoreiam .

O que É Pregação Expositiva? P reg ação expositiva é to m ar u m trecho das E scritu ras (um versículo, um p arág rafo , um cap ítu lo, u m livro) e resp o n d e r a duas perguntas: ( 1 ) 0 q ue d is s e ? e: (2) O que d iz ? A o resp o n d e r a essas duas p erguntas, o a ssu n ­ to, os p o n to s p rin cip ais e os su b pontos da m e n sag e m são reg id o s pelo p ró p rio texto. N a p reg ação tem ática, o p reg ad o r p o d e e sco lh er seu e sb o ­ ço. N a p reg ação textual, os po n to s p rin cip ais são regidos p elo texto, e o p reg ad o r p o d e co lo car entre os po n to s o que quer que se sinta levado a colocar. E n tretan to , n a p regação expositiva, o texto rege inteiram en te o co n teú d o d a m ensagem : não se tem a lib erd ad e de b u sca r ou e sco lh er o que se q u er en fatizar ou d eix ar passar-. V am os c o n sid erar as duas p e rg u n ­ tas acim a. P ara p reg ar ex positivam ente, devo re sp o n d e r a am bas. A p r im e ir a p e r g u n ta — “ O q u e d is s e ? ” — e n v o lv e e x e g e s e e h erm en êu tica. Q u ero e n te n d e r da m e lh o r m a n eira po ssív el o que cad a p a la v ra o u fra se s ig n ific a v a p a ra o e s c rito r b íb lic o , p a ra o p o v o de D eu s a quem e ssa p alav ra foi p rim eiram en te dirigida. P ara isso, sirvo-

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 8 5 m e de d ic io n á rio s, lé x ic o s, c o n c o rd â n c ia , c o m e n tá rio s b íb lic o s, ou seja, q u a lq u e r c o is a q u e m e c h e g u e às m ã o s p a ra m e lh o r e n te n d e r o te x to . N a g ra n d e m a io ria d a s v e z e s q u e re m o s p a s s a r p o r a lto a d ifíc il ta re fa de re a lm e n te c o m p re e n d e r a E s c ritu ra , a fim d e im e d ia ta m e n te p a s s a r­ m o s p a ra a a p lic a ç ã o . E s s a é u m a d a s ra z õ e s p o r q u e c e rto s tre c h o s d ifíc e is d as E s c ritu ra s (c o m o L e v ític o ) são fre q ü e n te m e n te d e ix a d o s d e lad o . E ntretanto, n enhum serm ão estará com pleto se tiverm os respondido ape­ nas a p rim eira pergunta. T am bém devem os considerar: “O que d i z T E m outras p alavras, ten h o de p assar d a exegese p ara a aplicação. D e que form a essa clássica P alavra viva se relacio n a co m as necessidades co n tem porâne­ as das pesso as a q u em preg arei? P reg ar sem pre im p lica em se ter u m pé p lantado firm em en te n a exegese e o outro na aplicação. Os serm ões serão ís c o s com o o d eserto se fo rem som ente exegéticos. A exegese apresenta o que a E scritu ra d isse p a ra as pesso as d a ép o ca em que foi escrita; a ap lica­ ção m o stra o que ela d iz p a ra as pesso as dos dias de hoje. N ão p o u c a s vezes, u m a co n g re g a ç ão fo i c o lo ca d a p a ra d o rm ir p o r u m serm ão q u e n u n c a fo i b e m -su c e d id o e m re ssa lta r o im e d iatism o das e x p e ­ riên cias co tid ian as. O serm ão to m a -se em lição de h istó ria m u ito á rid a e tediosa. E n tre ta n to , serm õ es q u e n e g lig e n c ia m a exegese e m favor da a p li­ cação ev en tu alm en te p ro d u z irã o u m a co n g re g ação b ib lica m e n te a n alfa­ beta, p re sa fácil dos falso s v en to s de d o u trin a e dos vendavais da a d v e rsi­ d ad e satân ica. E m g eral, se u m serm ão d e ix a de d esp ertar in teresse, in sp i­ ração ou desafio , é p o rq u e u m a ou am b as as p erg u n tas não fo ram d ev id a ­ m e n te resp o n d id a s p e lo p reg ad o r. P h illip s B ro o k s, o g ra n d e p re g a d o r am erican o de o u tra g eração , a ssim se ex p ressou, co m m u ita pro p ried ad e: "N en h u m a ex o rtação p a ra u m a v id a m elh o r, q ue não e steja fu n d am en tad a em alg u m a v erd ad e tão p ro fu n d a q u an to a etern id ad e, p o d e a tin g ir e p re n ­ der a c o n sc iê n c ia ” . P au lo o rd e n o u q u e T im ó teo c o n serv asse “o m o d elo das sãs p ala v ra s” 2 T m 1.13). E sse n c ia lm e n te , P au lo estav a dizen d o que seguia u m sistem a de en sin o , q u e seus m éto d o s de p re ­ gação e e n sin o não c o n sistia m de p o rçõ es d e in fo rm a ­ ções iso lad as e e x o rtaçõ es esp iritu a is d isp ersas. Q u a l­ q u er p e sso a só tem de le r os escrito s d e P au lo p a ra d e ­ tec ta r o q u an to são b e m -o rd e n a d o s. N o estu d o b íb lico , o cre n te n ão m o stra rá sen satez se o p ta r pelo m éto d o do " p u la -p u la ” . Se, um dia, o c re n te lê u m c a p ítu lo de R om anos, no outro, p a ssa p a ra u m trecho de A p ocalipse e. n o seg u in te, vai p a ra o liv ro d e Ê x o d o , p e rm a n e c e n ­ _________________________ do n esse p ro c e d im e n to aleató rio p o r lo n g o s p erío d o s de tem p o , re a lm e n te n ão e sta rá tiran d o n e n h u m proveito. Im a g in e estu d ar u m m an u al d e lín g u a estran g eira, d e h istó ria ou de c iên c ia n esse p ad rão am etódico! O e stu d o da B íb lia não d isp e n sa os m e sm o s p rin cíp io s a p lic a ­ dos ao estu d o d e o u tro s assu n to s. Se os c o m en tário s a c im a são v erd ad eiro s no q u e tan g e ao estudo p e s ­ soal, ta m b é m se ap licam à p reg ação . A m in h a preg ação reg e a exposição sistem ática d a v erd ad e? E sto u p ro d u z in d o u m m o d e lo das sãs p alav ras?



Duas perguntas: 0 que disse? 0 que diz?

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O PASTOR PENTECOSTAL O q u e aco n te c eria se u m operário d a co n stru ção civil ten ta sse co n stru ir u m a casa assen tan d o os tijo lo s em lugares desco n ex o s, em vez d e ajuntálos ad eq u ad am en te? C o m m u ita freq ü ên c ia no sso s serm ões, sem an a após sem ana, são tijo lo s sem n e n h u m a relação uns co m os outros. N ão deveria h av er u m a rela ç ã o en tre os serm ões d a sem ana p a ssa d a e os d esta? O u os do m ês p assad o e os d este? O u m esm o os dos ú ltim o s anos e os deste? A lg u n s a ch am q u e seg u ir u m p lan o de serm ões, no qual o p reg ad o r leva sem an as ou m eses p ara seq ü en cialm en te levar o reb an h o através de u m livro da B íb lia, está n a v erdade in ib in d o o E sp írito Santo. “Você não e stá d escartan d o a d ireção do E sp írito ? ” p erg u n tam eles. N ão, de form a algum a, a m enos q u e su a v isão do E spírito sig n ifiq u e q u e tudo o q u e E le faz deva ser in stan tan eam en te, espontâneo. E u creio que o E sp írito Santo p o d e m e d ar d ireção p a ra u m a série co m p leta de estudos tão facilm ente quanto p a ra u m a ú n ic a m en sag em . M as n u n ca devo ser inflexível. Se, no m eio de u m a série de estu d o s, o E sp írito S anto co lo car em m eu coração alg u m a p a la v ra esp ecial, n ã o h esito em in terro m p er a série.

A Pregação E xpositiva Firm a a Igreja A o lo n g o d os anos, ten h o desco b erto grandes vantagens na pregação ex p o sitiv a tan to p a ra m im q u anto p a ra a igreja. C o m prove com o a p re g a­ ção expositiv a aju d a a igreja. D u ra n te um p e río d o de tem po, a congregação é exposta à to talidade da P alavra de D eus. Se som ente preg o m en sag en s que enfatizam “o que devo fa z e r p ara...” (“o que devo faz er” p a ra ter um casam ento feliz, para c ria r filhos o b ed ien tes, p a ra o b te r seg u ran ça fin an ceira, p a ra con seg u ir su cesso n a vida, p a ra v e n ce r o estresse — to d o s tó p ico s p o p u lares hoje em dia), estarei o m itin d o co m p letam en te verdades essen ciais sobre o c o ­ ração de D eus. P o r o u tro lado, se preg ar a P alav ra co m fidelidade, estarei lid an d o c o m to d as as n e cessid ad es das pesso as, visto que a P alavra de D eu s é fan tasticam en te pertinente. A o p re g a r e m g ran d es b locos das E scritu ras, sou fo rçad o a preg ar so ­ b re assu n to s q u e n o rm alm en te não escolheria, m as que são ord en ad o s p o r D eu s p a ra a n o ssa co n sid eração. E ssa exp o sição das p esso as à P alavra de D e u s f ir m a a fé , n ã o e m o p in iõ e s d e h o m e n s , o u e m d o u tr in a s p an to m ím icas, ou nas m an ias p assag eiras do m o m ento, m as n a revelação e sc rita de D eus. Se v o cê c o lo ca r su a ig reja n a P alavra, estará c o lo can d o a P alav ra em su a igreja. M a tu rid a d e e sp ir itu a l é obtida. N os ú ltim o s v in te anos, o m u n d o p en te c o sta l/c arism á tic o tem p assad o p o r ondas de m odism os: extrem os n a ên fase ao d iscip u lad o , a fascin ação em ex p u lsar d em ônios, o evange­ lho d a p ro sp e rid a d e e c u ra divina, a teo lo g ia do d o m ín io — b a sta e sco ­ lher. D u ra n te to d o esse tem p o , sim p lesm en te con tin u ei preg an d o sistem a­ ticam en te a B íb lia p ara o nosso povo. Q uase nin g u ém se voltou p a ra esses elem en to s d a “carism a n ia” . P o r quê? P o rq u e nosso povo h av ia sido fir­ m ad o na P alavra. T in h a-se aco stu m ad o a te r as E scritu ras tratadas pelo co n tex to , lin h a p o r lin h a, p alavra p o r palavra. P o d iam reco n h e cer alguém to rc e n d o as E scritu ras a u m q u ilô m etro de distância. S abiam quan d o al­ g u ém estav a tiran d o u m texto fo ra do co n tex to e d istorcendo-o.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR E m n o ssa ên fase n o reav iv am en to , n u n c a d evem os no s esq u e c e r de q u e a p rim e ira m a rc a re g istra d a de u m ig re ja a p o stó lica é u m c o m p ro m is­ so co m a d o u trin a dos ap ó sto lo s (A t 2.42). C o m o as p esso a s p o d em se firm a r n os en sin a m e n to s d os ap ó sto lo s, se tu d o o que rece b em é a ú ltim a rev ela ç ão q u e a lg u é m teve? A p reg ação ex p o sitiv a ajuda n o sso povo a não se to rn a r p re s a de to d o v en to de do u trin a. Todas as qu estõ es que D eu s q u e r tra ta r são tratadas no tem po de D eus. S em p re fico m a ra v ilh a d o co m a m a n e ira co m o D eus ap lica u m serm ão de u m a série d e estu d o s e x a ta m e n te no tem p o certo de u m a n ecessid ad e, seja d a co n g reg ação , seja de u m a pesso a. E sto u p en sa n d o n a m e n in a fu g itiv a q u e veio p arar em n o ssa ig reja n u m d o m in g o à no ite. E “a c o n te c eu ” estarm o s n u m a série de estu d o s so ­ b re os D ez M an d am en to s. A d iv in h e so b re q ual m an d am e n to estava d a n ­ do o estu d o d a q u e la n o ite em q u e a m e n in a v eio p a ra r em n o sso m eio e foi salva? “H o n ra a teu p ai e a tu a m ãe...” E sto u p e n sa n d o n a se g u n d a série de estu d o s que fiz so b re o livro de L evítico , d ez anos d ep o is d a p rim eira. M e u tex to d aq u ele d o m in g o eram os cap ítu lo s 13 e 14, u m a p a ssa g e m e x te n sa so b re a lepra. E x p liq u ei à co n greg ação q u e a p a la v ra b íb lic a “le p ra ” ab ran g e m uitas doenças da pele, inclu siv e a p so ríase. N ão sab ia q u e u m p ro fe sso r un iv ersitário de n o ssa c id ad e e su a e sp o sa estav am v isitan d o a ig re ja a q u e la m an h ã, e que fa zia te m p o q u e ele tin h a d o lo ro sa m a n ife sta ç ão d e p so ríase in tratáv el e in c u ­ rável. E o casal en tra e o uve u m m in istro p reg an d o sobre o tem a: “O que sua p e le está lh e d izen d o acerca de D e u s” . Q u e estran h o , m as p e c u lia r­ m en te p ertin en te! Se fo sse e sc o lh e r o q u e q u isesse p a ra p re g ar sem an a após sem ana, n u n c a teria esco lh id o L ev ítico 13 e 14. M as o S en h o r sabia que aquele casal e staria lá n a q u e le d o m in g o . O s dois ficaram tão intrig ad o s, que v o l­ ta ram n o d o m in g o seg u in te. N o fin al do cu lto , re sp o n d e n d o ao convite, fo ram à fren te, e D eu s in sta n ta n e a m e n te cu ro u o hom em . P reg ar e x p o sitiv am en te m e d eu m u ita lib e rd a d e p a ra lid a r co m a ssu n ­ tos sen sív eis. T odos n a c o n g reg ação sa b ia m q u e eu não e stav a p e sso a l­ m en te cen su ran d o -o s q u an d o ch eg av a a vez de ab o rd ar u m texto po u co co n fo rtáv el p a ra eles. E ssa n ão e ra a o p in ião do pregador, era a de D eus. O p re g a d o r não tin h a esco lh id o esp e c ific am e n te o texto. N aq u ele dia, a p a ssa g e m tã o -so m e n te fo ra-lh es a b e rta n aq u ele p o n to p o rq u e era on d e o p a sto r estav a e m su a jo rn a d a atrav és d a q u e le liv ro d a B íblia. P reg a r exp o sitiv a m e n te d á u m sen so de confiabilidade. A s p esso as de n o ssa co n g re g a ç ão sa b ia m q u e p o d ia m lev ar aos cu lto s os am igos ou m em b ro s n ã o -salv o s d a fam ília, p o is n in g u é m seria su rp ree n d id o p o r u m serm ão d esp rep arad o e desconexo. M u itas vezes, nos círculos pentecostais, q u ase v en eram o s a im p rev isib ilid ad e. N a m in h a o p inião, dev eríam o s dar m ais ên fase à prev isib ilid ad e. N o sso povo sab ia onde abrir as B íblias q u a n ­ do cheg av a a h o ra do serm ão . N a realid ad e, à m e d id a q u e n o ssa ig reja crescia, as p esso a s q u ase sem p re asso ciav am sua en tra d a à ig re ja p elo texto e m q u e m e e n co n trav a n a q u ele d e te rm in a d o dom in g o . “Pastor, a p rim e ira v ez q u e v im a e sta ig reja, su a série de estu d o s estava e m R o m a ­ nos 8 [ou e m 1 S am u el 17, A p o c a lip se 3, N e e m ias 1 etc.].”

88 O PASTOR PENTECOSTAL A Pregação E xpositiva A juda o Pastor Se h á vantagens para a igreja no fato de o pasto r pregar expositivam ente, p a ra o p ró p rio p reg ad o r os ben efício s são ain d a m aiores. N ã o se g a sta tem p o b u sca n d o a d ireção d e D eu s p a ra as m en sa g en s d e ca d a sem ana. N ão sei q u antas h o ras teria d esp erd içad o ao lo ngo dos 17 anos de p asto rad o , se a ca d a sem an a tivesse de p artir do zero no e m p e­ nh o de d esco b rir o q u e iria p re g ar n aq u ela sem ana. E u sem pre sabia. E ra o cap ítu lo seguinte. O u o parág rafo seguinte. Isto sig n ifica que n u n ca p a s­ sei p e lo p ân ic o d e sáb ad o à noite. E m 17 anos de pasto rad o , creio que h o u v e apenas duas vezes que, p elo fim do dia de sexta-feira, os serm ões de d o m in g o n ão estav am prontos. A ca d a segun d a-feira, d irigia-m e ao m eu gabinete de m an h ã cedo, abria a B íb lia e co m eçav a co m a P alavra de D eus p ara a m in h a vid a e p a ra a n o ssa ig re ja n a q u e la sem ana. N e m p o r u m a ú n ica vez deixei d e sentir D eu s falan d o co m ig o através de sua P alavra. D eus não fica em silêncio, quan d o nos apro x im am o s de sua Palavra. D eus sem pre falou com igo, ainda q u e eu n e m sem p re fu i b o m canal p a ra a sua m en sag em . Sim , até m esm o os p reg ad o res expositivos erram de vez em quando! A p re g a çã o e x p o sitiv a fo r n e c e a m p la o p o rtu n id a ­ de p a r a a fo r m a ç ã o d e re c u rso s p a r a os serm õ e s. Q u a n d o e n tra v a em u m a n o v a série de e stu d o s, v isita ­ v a as liv ra rias e b ib lio te c a s c ristã s e se le c io n a v a fe r­ ra m e n ta s q u e p re c isa ria c o m p ra r p a ra a n o v a série. A d q u iria c o m e n tá rio s ou o u tro s ite n s que m e a ju d a s­ sem a re sp o n d e r ad e q u a d a m en te às m in h as du as p e r­ g u n ta s fu n d a m e n ta is: O q u e d is s e ? O q u e íf e ? N o d e ­ cu rso dos a n o s, co n se g u i fo rm a r u m a b o a b ib lio te c a , b e m co m o farto s re c u rso s e m te rm o s de ilu stra ç õ e s e m a te ria is p e rtin e n te s. N a d a m a is fo m e n ta crescim en to esp iritu a l no p a s ­ ___________________55 to r do que a p reg a çã o expositiva. P o r quê? P o rq u e o p a sto r e ro rç a a o a estu d a r sistem aticam en te, a fim de in cu tir a P alav ra de D eu s p esso alm en te. S em pre tive m ais m aterial do que ja m a is pu d e usar n a pregação. E ra eu o b en eficiário desse excesso. A preg ação expositiva h ab ilita o p reg ad o r a m in istrar do ex cedente, em vez de u m a p o rção ch eia o u p e la m etade. A p reg a çã o expo sitiva p ro m o v e a longevidade no p a sto ra d o . F iq u ei 17 anos p asto re a n d o u m a ig reja e n u n ca m e senti ex aurido de assuntos p a ra pregar. P o r q u e tan to s pasto res deixam o m in istério ? S em dúvida, u m a das razõ es é o esg o tam ento. H á u m a ex austão do v ig o r físico , m e n ­ tal, e m o c io n a l e esp iritu al do m in istro . D esco b ri q u e o estudo sistem ático e o p re p a ro esp iritu al p a rticu la r exigidos p ara a p reg ação expositiva são fo n te in su b stitu ív el de renovação. A cong reg ação n u nca se can so u da P a­ lav ra de D eus, n e m eu. C o m o p astor, você n ão p o d e ser todas as coisas p a ra todas as pessoas. D esd e o início, d eterm in ei que m in h a m a io r atenção estaria no m inistério d a P alavra, e que alo caria o tem po necessário p ara cu m p rir b em a tarefa. A fin al de co n tas, todo m in istro é ch am ad o p ara ser “ob reiro que não tem

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Nâo se perde tempo buscando a direção de Deus para cada mensagem

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR de q u e se envergonhar, q u e m a n e ja b e m a p a la v ra da v erd a d e ” (2 T m 2.15). Isso sig n ifica q u e tin h a de d ar m en o s p rio rid ad e ao aco n selham ento, à ad m in istra ç ã o , à v isita ç ã o e a to d o s os o u tro s diversos asp ecto s do m i­ n istério . E n tre ta n to , n ã o esto u d izen d o q u e os o u tro s m in isté rio s fo ram neg lig en ciad o s. C o m o p astor, p o d ia d eleg ar m u itas co isas, e o fiz. M as u m a co isa q u e sem d ú v id a n ão p o d ia d e le g a r e ra m eu m in istério d a p re g a ­ ção d a P alav ra. O s a p ó sto lo s c h eg aram a e ssa m e sm a co n clu são p a ra a lid e ra n ç a e sp iritu a l m u ito antes de m im : “N ós p e rsev erarem o s na oração e n o m in isté rio d a p a la v ra ” (A t 6.4). M a n te n h a suas p rio rid ad e s e m o r­ d em e D eu s ed ifica rá su a ig re ja atrav és de você! N ão é n e c e ssá rio q u e v o cê seja u m p re g a d o r ex positivo p a ra p ro c la ­ m a r co m fid e lid a d e a P alav ra de D eu s. E x iste m to d o s os tip o s de estilo s e m é to d o s d e p re g a ç ã o q u e o E sp írito S an to a b en ç o a. M a s a p re g a ç ã o ex p o sitiv a certa m e n te e n riq u e c e rá su a v id a e a v id a das p esso as a q u em D eu s o ch a m o u p a ra servir.

Com o Fazer Serm ões Expositivos A g o ra v em a q u estão crítica. Você q u e r p re g a r serm ões expositivos. M as co m o fa zê-lo s? D e ix e -m e lev á-lo ao lo n g o d esse p ro cesso , u tiliz a n ­ do u m a d as p a ssag e n s m ais fam iliares d a B íb lia: M ateus 2 8 .18-20. D e fato , esse tex to é tã o fam iliar, q u e m u ito s n u n ca ch eg am a p re g ar sobre ele. O s q u e p reg am p o r te m a p o d e m u sa r esse texto com o p o n to de p a rtid a p ara um serm ão so b re a n ec e ssid a d e de fazer evan g elism o ou m issõ es, e sim p le sm e n te se d e te r em u m a ú n ic a p alav ra: “Id e ” . O s p re g a d o re s te x ­ tu a is p o d e m to m a r u m a fra s e , c o m o “Id e , e n sin a i to d a s as n a ç õ e s ” , a sso c iá -la a o u tra, p o r ex e m p lo , A to s 1.8, e falar, n esse caso , so b re os três d o m ín io s o n d e d e v em o s atu ar: n o ss a c a sa , os lu g a re s p ró x im o s e as re g iõ e s m a is a fa sta d a s d o m u n d o . M a s e x ig e -se qu e os p reg ad o res ex p o sitiv o s in clu am to d as as palav ras do tex to em seus serm õ es. M a te u s 2 8 .1 8 -2 0 c o n ce n tra -se em assuntos m ais in clu siv o s do q u e n o fato de “ir” ou p a ra onde devem os ir. L e m b ra -se d a p rim e ira p e rg u n ta sobre os p rep arativ o s de um a m e n sa ­ g em ex p o sitiv a? O q u e o tex to d is s e ? P a ra re sp o n d e r a e ssa p e rg u n ta d e ­ vem o s fazer b o a ex egese. C o n tu d o , n ão co m ece sua ex egese co rren d o p a ra os co m en tário s. O p re g a d o r ex p o sitiv o deve p rim eiro estu d ar o texto ap en as c o m a B íb lia n a m ão; sem co m en tário s ou ferra m e n tas de aju d a de q u a lq u e r tipo. E im p o rta n te q u e você co m ece a fo rm a r u m a o p in ião sobre a p a ssa ­ gem . O q u e o tex to está d izen d o ? D e q u e fo rm a o E sp írito S anto pode aju d á-lo a en te n d e r o tex to de n o v o ? Q u e p artes p are cem ch a m a r m ais sua aten ção ? O q u e v o cê n ão co m p re e n d e ? O n d e estão os substan tiv o s? Os v erb o s? O s ad jetiv o s? O s ad v érb io s? Q u al o p e n sam e n to p rin c ip a l d a p a s­ sag em ? Q u ais os su b tem as? N ão cu sta escrev er sua p ró p ria p a rá frase do texto. Im a g in e q u e v o cê vai p re g a r esse tex to a u m a a u d iên c ia m ista c o m ­ p o sta de cria n ç a s d e o ito anos a p ro fe sso re s u n iv ersitário s. C o m o você ex p re ssa ria o q u e e stá sen d o dito, de m o d o q u e am bos os g rupos cla ra ­ m e n te o en te n d e sse m ?

90 O PASTOR PENTECOSTAL

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P o r que é im p o rtan te p rim eiro lid a r sozinho com o texto antes de b u s­ car aju d a extern a? P o rq u e a p assag e m deve en trar em seu espírito. Você nun ca será b em -su ced id o em preg ar expositivam ente. se suas m ensagens so arem com o le itu ra de relatórios. E é assim que p arecerão , se tudo o que você faz é m o d e la r seu serm ão após estu d ar os com entários. A P alav ra de D eu s deve p rim eiro falar co m você, se é que ela deve p assar p o r você para falar co m q u em q u er q u e seja. D u ran te esse em bate in icial e direto entre você e o texto, co m ece a se perguntar: C om o esboçarei estes versículos? Q ue título p a re c e m ais apropriado? P asse p elo m en o s u m a h o ra sozinho co m o texto antes de co n su ltar seus recu rso s de estu d o bíblico. Se, é claro, você sabe grego ou hebraico, gaste esse tem p o no texto original obtendo as nuanças da lin g u ag em b í­ blica. Você não deve co m eç ar a ex am in ar os co m entários até q u e o p ró ­ prio tex to fiq u e in cru stad o em seu espírito. D epois, sirva-se dos recursos: d icionários, c o n co r­ dância, trad u ção interlinear, paráfrases e outras versões, estu d o s p o r palavras, co m en tário s bíblicos. N ão p e rm i­ ta que seu rep ertó rio de c o m en tário s seja escasso. A l­ guns c o m etem o erro de confiai' q u ase exclusivam ente em u m ou dois co m entários, e seus serm ões p a ssa m a ser apenas u m rearran jo , um a nova a p resen tação do que aqu ele estu d io so disse. N u n ca tento u sa r m enos do que sete ou oito co m en tário s sobre q u alq u er texto. Isso as­ seg u ra que estou tirando co nclusões de m ú ltip lo s p o n ­ tos de vista, alguns dos quais em n ad a m e ajudarão, m as p r e c i s o d a m u l t i p l i c i d a d e d e in f o r m a ç õ e s p a r a co rretam en te co m p ree n d er o texto. T enho de resistir ao im p u lso de p assar dep ressa p a ra a aplicação do texto, sem p rim eiro m e envolver em todo o p ro cesso de exam e. À m ed id a qu e você ex p lo ra cu id ad o sam en te a m in a do texto de M ateus 2 8 .1 8 -2 0 , c o m e ç a a n o ta r os tem as p rin c ip a is. E les se so b ressaem . N o v e rs íc u lo 18, J e s u s fa z u m a d e c la ra ç ã o m u ito s u rp re e n d e n te . N o s v e rsícu lo s 19 e 20 a, d á u m a o rd em . E n a ú ltim a fra se do v ersícu lo 20, faz u m a p ro m e ssa . P o rtan to , u m serm ão e x p o sitiv o será d esen v o lv id o n e ssa e stru tu ra, d entro do p ró p rio texto. L em bre-se: é sem pre o p ró p rio texto que deve re g e r o esboço. A p reg ação ex p o sitiv a não d á licen ça p ara o preg ad o r fo rçar suas id éias no texto. D eve-se p e rm itir que o texto fale p o r si m e s­ m o. Q uan d o você se c o n cen trar nos asp ectos exegéticos do texto, com ece a n o ta r algum as co isas que se d estacam , co m o p o r exem plo, a p alavra ■‘to d o ” . N o texto da v ersão A R A 2, a p alavra “to d o ” (em suas declinações) o co rre q uatro vezes: “toda a auto rid ad e [ou p o d e r]” , utodas as n a çõ e s” , “todas as co isa s” e “todos os d ias” . B em de acordo co m o texto grego su bjacente, o n d e o v o cábulo “to d o ” (da raiz grega p a s) ocorre quatro v e­ zes: “to d a a au to rid ad e” , “todas as n açõ es” , “todas as co isas” e “todos os d ia s” . Q uan d o p erceb i isso, disse com igo m esm o: E sta é repetição im ­ porta n te. Isto p recisa se r incluído na m ensagem . M a s com o? M in h a exegese tam b ém m e leva a fo ca liz ar nos conectivos. P rim eiro, Jesu s p ro clam a ter autoridade. D epois, em ite u m a ordem . E, no fim . faz

Primeiro, estude o texto tendo diante de si só a Bíblia, nada mais

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR u m a p ro m essa. T udo isso n ão e stá re la c io n a d o ? S u a au to rid ad e n ã o serve de esc o ra p a ra a o rd em ? Jesu s n os en v iaria p a ra u m a m issã o q u e não tiv esse e sp e ra n ç a de su cesso ? P o r c o n seg u in te, n o ssa re sp o n sa b ilid ad e n ão e stá a sso c ia d a ao su cesso de su a p ró p ria m issão ? A m en o s que E le ten h a au to rid ad e, n ão tem o s resp o n sa b ilid a d e . M as som os enviados a fa ­ zer su a o b ra p o r n o ssa c o n ta? N ã o ! C o m a c o m issão , tem o s tam b é m a garan tia: E le e sta rá cono sco . P e r c e b e o q u e e s ta m o s fa z e n d o ? E s ta m o s tr a b a lh a n d o c o m os co n ectivo s. A s vezes, um serm ão c o n té m so m en te um esb o ço sim ples: p o n to s um , dois e três. N ão o b stan te, o p re g a d o r n u n c a co n e c ta os pontos. Se tem o s o p o n to um , de q u e m a n e ira se re la c io n a co m o p o nto d o is? E co m o p o n to três? V ocê q u ase sem p re p o d e d izer se e stá co n ectan d o os p o n to s, se está sile n c io sa m e n te in serin d o e n tre eles as palav ras “p o rta n ­ to ” ou “p o rq u e ” . P o r ex em p lo , n esse tex to , Jesu s tem au toridade. P o rta n ­ to, tem o s re sp o n sa b ilid a d e q u an to a e ssa au to ridade. P o rq u e tem os re s­ p o n sa b ilid a d e , n ecessitam o s de su a p resen ça, e devem os c u m p rir o que E le m a n d o u fazer. P ro cu re seg u ir o flu x o ló g ico q u e o p ró p rio texto pro p o rcio n a. Q u a n ­ do D eu s fala, co m o a p resen tad o n a B íb lia, E le não gagueja. A s palav ras n ão são d ad as e m o rd e m aleató ria, m as n a se q ü ên c ia certa. H á u m p ro p ó ­ sito e m éto d o n a rev elação divina. B u sq u e-o s e pro clam e-o s! A in d a e stam o s tra b a lh a n d o n a exegese: “O que o tex to d isse ?” E m m eu s estu d o s, c o m ecei a n o tar q u e q u atro v erb o s d o ­ m in a m o m e io de M a te u s 2 8 .1 8 -2 0 . E m p o rtu g u ês, n a v ersão A R A , dois d os v erbos estão n o im p erativo, ou seja, são ordens: “id e ” e “fazei d isc íp u lo s” . E os o u ­ tro s dois v erb o s estã o n o gerú n d io : “b a tiz a n d o ” e “e n ­ sin a n d o ” . E m p rin c íp io , isso n ad a sig n ifica p a ra o d e ­ sen v o lv im en to do serm ão ; sim p le sm e n te to m o nota. Q u an d o co n su lto o tex to g rego, d escu b ro q u e apenas u m v erb o e stá n o im perativo: “fazei d isc íp u lo s” . Os outro s três estão to d o s n o gerú n d io : “in d o ” (ou “q u a n ­ do fo rd e s” o u “ten d o id o ”), “b a tiz a n d o ” e “e n sin a n ­ d o ” . N ão te n h o id é ia do q u e p la n e jo fa z e r co m essa desco b erta. T erei de p e n sa r u m p o u c o so b re isso e tra ­ b a lh a r m a is e x te n s a m e n te n o s c o m e n tá rio s . V ocê freq ü e n te m en te e x p e rim e n ta rá esse m esm o fen ô m en o ao p re p a ra r seus serm õ es. E algo q u e c h a m a su a a te n ­ ção, m as in ic ia lm e n te n ão te m p ista a lg u m a do q u e fazer p a ra d e sen v o l­ v er a observ ação . D u ran te to d o o tem p o em q u e esto u e stu d an d o , esto u to m an d o notas. E n trem en tes, só ten h o p ág in as ch eias de an o tações. M eu estu d o exegético e stá co n clu íd o . A ch o q u e atin g i u m en te n d im e n to p o sitiv am en te acurado do sig n ificad o das p alav ras. A g o ra ch eg o u o m o m en to de desen v o lv er o serm ão e c o m e ç a r a re sp o n d e r a seg u n d a p erg unta: “O que o texto d iz ?” C om o faço p a ra q u e esses v ersícu lo s saltem d a p á g in a aos co raçõ es das p esso a s a q u e m m in istro ? Isso é o b ra do E sp írito S anto e ta m b é m m in h a resp o n sa b ilid a d e . T al e sfo rço n ão te rá êx ito sem oração. P o r co n seg u in te, fu n d a m e n ta l em to d o o estu d o é o ato e a atitu d e de oração: “ Senhor,

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Há um propósito e método na revelação divina. Busque-os e proclame-os! jj

92 O PASTOR PENTECOSTAL

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en sin a-m e p rim eiro o que e sta p assag e m está d izendo p ara m im , e depois ab re-a aos co raçõ es do p o v o ” . C o m o p en teco stais, fazem os m u ito m ais do que a n u n ciar inform ações. P reg am o s p a ra p ersuadir. Q u erem os que as p esso a s faç am algo depois q u e pregam os. E stam o s bu scan d o que as p essoas tom em u m a atitude. S erm ões secos e frios p ro d u z em p essoas secas e frias. D ese jam o s q u e n o sso serm ão seja um a b ra sa v iva do altar de D eus. A b rasa não in c en d ia rá os co raçõ es d aqueles que nos o uvem sem que p rim eiro te­ n h a in flam ad o o n o sso p ró p rio coração. P ortanto, m eu alvo ao d esenvolver o serm ão é fazer u m a ap licação do tex to às p esso as a q u e m prego, co m eçan d o p o r m im . P icto ricam en te, v ejo o serm ão com o u m a casa com u m a v aranda n a frente, com partim entos principais e um a v aran d a atrás. F a ça co m que a v aran d a d a fren te seja um centro de b o a s-v in d as p ara o serm ão; não deixe seu h ó sp e d e p a ra sem pre n a v aran d a d a fren te, fazen d o in ­ tro d u ção lo n g a e divagante. S eja objetivo e fo rm e um cenário p a ra receber o h ó spede nos com partim entos prin ­ cip ais d a casa, os p rin cip a is tem as da m en sag em . Q u an ­ do o serm ão estiver co n clu íd o , p en se em fazer seu h ó s­ p ed e sair p ela v aran d a de trás. E ssa v aranda tam b é m é m en o r do que a ca sa p rin cip al, do m esm o m odo com o a co n clu são do serm ão não deve ser m aio r do que a su a p arte central. O fim deve ser p ertin en te e d ar op o r­ tu n id ad e p a ra u m a d ecisão ou atitude das p essoas. E sten d er-se in d efin i­ d am en te n a co n clu são é co m o n u n ca lib era r as p esso a s d a v aran d a de trás p a ra v o ltarem ao p a n o ra m a d e to d o s os dias. P o rtan to , as três co isas que req u ere m m ais trab a lh o no p rep a ro do ser­ m ão, dep o is da ex egese, são: (1) o títu lo e a in tro d u ção d a m e n sag em (a v aran d a da fren te), (2) o assu n to (os co m p artim en to s prin cip ais) e (3) a c o n clu são (a v aran d a de trás). O s p reg ad o res expositivos d iferem em qu al dos itens a cim a se o cupam p rim eiro n o p ro c e sso de p rep aração do serm ão. A lguns, co m o os ad v o g a­ dos, p re fe re m co m e ç a r com o rascu n h o do su m ário ou d a conclusão. O u ­ tros dão as p rim eiras aten çõ es à in tro d u ção , tra ta n d o -a com o a n ascen te do flu x o do serm ão, acred itan d o que o restan te d a m en sag em seguirá o can al in iciad o pelas p alav ras de abertura. Q u ase sem pre, m e co ncentro p rim eiro n a fo rm ação do assu n to e no esboço. E claro q u e a co n g reg ação n u n ca m e ouve dizer: “H oje, o assunto da m in h a m e n sag em é...” O assunto é p a ra m eu b en efício , e se o desenvolvo b em , a co n g reg ação re te rá o que é pregado. D ito de m a n eira sim ples, o assu n to é u m su m ário d e u m a sen ten ça só, sistem aticam en te o rdenado, de to d a a su a m en sag em . In clu irá seus p o n to s p rin cip ais. Se você n ão p u d er re d u z ir su a p reg ação a u m sum ário de u m a ú n ica sentença, disp o sto de m a n e ira sistem ática, sig n ifica que o serm ão não e stá p ro n to para ser p re ­ gado. S im u ltân eo ao d esen volvim ento do assunto, estou fazendo o esb o ­ ço d a m en sag em , v isto q u e os dois estão ju n to s. D en tro desse p ro cesso ou e m sua co n clusão, pro cu ro c ristalizar a m e n ­ sagem em um títu lo ap ro p riado. P o r exem plo, é difícil d ar um títu lo a

Vejo o sermão como uma casa com uma varanda na frente, compartimentos principais e uma varanda atrás

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR M ateu s 2 8 .1 8 -2 0 q u e n ão seja “A G ran d e C o m issão ” . E sse é o n o m e dado ao longo do cu rso d a h istó ria cristã. T alvez, p a ra c a u sa r im p ressão , puis s s e ser te n ta d o u m a variação: “A G ran d e C o -M issã o ” . Você p o d e escoih er u m títu lo m ais criativ o ou co n tem p o rân eo . E n tre tan to , ev ite títu lo s q u e p ro m e ta m m ais do q u e p o ssa m cum prir, ou que in d u z a m ao erro, ou q u e d esv irtu em o c o n teú d o do texto. E m pregando o título h istórico, passo a im aginar: O que há de tão grande sc e rc a d a G ra n d e C o m issã o ? E m o u tras p alav ras, p o r que foi in serid a a p a la v ra “g ra n d e ” ? O te rm o “g ra n d e ” n ã o ap arece no tex to em si. Q uanto m ais re fle tia n e ssa q u estão (e a p re p a ra çã o de u m b o m serm ão ex ige que você fa ç a c o n sid eráv el oração , m ed ita ç ã o e reflex ão ), m ais p e rc e b ia que o p ró p rio tex to a resp o n d ia. A g ra n d e co m issão é g ran d e p o rq u e c o n tém u m a g ran d e p ro c la m a ç ão , u m a g ra n d e re sp o n sa b ilid a d e e u m a g ran d e g arantia! E aí está: ta n to o assu n to q u an to o esb o ço ap resen tad o s e m u m a ú n ica sen ten ça. P o sso u sá -la d u ran te to d o o serm ão! N a introdução, p o sso perguntar: “P o r que cham am os essas palavras de Jesus de ‘A G rande C o m issã o ’?” E m seguida, a parte central do serm ão resp o n d e à pergunta. P rim eiro, p o rq u e faz u m a grande proclam ação: “Toda a autoridade m e foi dada no céu e n a terra” (A R A ). S egundo, porque acar­ re ta u m a gran d e responsabilidade: “F azei discípulos” (A R A ). E , terceiro, p o rq u e nos d á u m a gran d e garantia: “E is que estou convosco todos os dias até à con su m ação do sécu lo ” (A R A ). N a conclusão, re to m o a estes tem as. Você j á aceitou a proclam ação de Jesus? Já agiu de acordo co m a resp o n sa­ b ilid ad e d ad a? E stá p len am en te certo d a g arantia que E le nos prom eteu? P ara m im , o títu lo , o assu n to e a co n c lu sã o serv em m ais ou m enos co m o as fig u ras de u m livro d e colorir. N ão p o sso p in ta r as g rav u ras, a m en o s q u e v eja o s seus co n to rn o s. D e m a n e ira c u id a d o sa e m etódica, co m eço a ra b isc a r m in h as n o tas p a ra a m en sag em . N o to p o d a página, escrev o o títu lo : “A G ra n d e C o m issã o ” . D e p o is , v e m u m p a rá g ra fo c h a m a d o “In tr o d u ç ã o ” . N a p re g a ç ã o expositiva, o objetiv o o rd in á rio de to d as as in tro d u çõ e s é p ô r o tex to nas p esso a s e as p esso a s n o texto. U m a m a n e ira sim ples de re su m ir u m a in ­ tro d u ç ã o à G ra n d e C o m issã o é o b serv ar que, no E v an g elh o de M ateu s, essas são as ú ltim as p alav ras de Jesu s d itas aos discíp u lo s, sendo tam b ém suas ú ltim a s p alav ras p a ra nós. F oi e ssa a m e n sa g e m q u e co m issio n o u os d iscíp u lo s, e é ta m b é m a no ssa. Se as ú ltim as p alav ras p ro n u n ciad as p o r u m en te q u erid o antes de m o rre r são im p o rtan tes, q u an to m ais as ú ltim as p alav ras d o C risto ressu rreto ! A p a rtir disso, a p rim e ira ên fase p rin c ip a l se desdobra: “A g rande p ro ­ c la m a ç ão ” . S e vo cê fez seu trab alh o exeg ético no contexto m aio r do E v a n ­ g elh o de M ateu s, se rá in sta n ta n e a m e n te levado a M ateu s 4 .8 -1 0 , onde Jesu s, n o in ício do seu m in istério , re je ito u a o fe rta do d iab o de “to d o s os re in o s do m u n d o e a g ló ria d e le s” . V ocê fará v er que Jesu s, no fim do seu m in isté rio , n ã o p o d e ria te r feito tal p ro c la m aç ão se no co m eço tivesse ced id o à ten tação do diab o . A m e sm a rela ç ão se d á em n o ssas v id as. O p o d e r co m D eu s v em p e lo c am in h o d a o b ed iên cia, re sistin d o às ten taçõ es do in im ig o . V ocê ta m b é m q u e re rá e n fa tiz a r a p ro c la m a ção u n iv ersal de Jesus. S ua au to rid ad e se esten d e a to d o o céu (alg o q u e o d iab o não p o d e o ferecer,

O PASTOR PENTECOSTAL v isto q u e ele n ão e stá n o céu e não tem au to rid ad e lá) e à terra. Jesu s está n o s d izen d o q u e n aq u ele d ia não terem o s de p re star contas a M aom é, B u d a, C o n fú cio ou q u a lq u e r o u tra pessoa. É a Jesus que darem os conta. E u n ão p o d e ria te r alcan çad o esse d iscern im en to sem ter relacio n ad o o tex to im ed iato a to d o o texto. A p regação expositiva re q u e r que o p reg a­ d o r d esenvolva a p a ssa g e m dentro do seu contexto: im ed iato (cap ítu lo e livro da B íb lia) e g eral (a to talid ad e das E scrituras). S o m en te q u an d o fiz o trab alh o de co n c o rd â n c ia co m a p a lav ra “to d o ” no E v an g elh o de M ateus, fo i que m e o co rreu a o b servação de que deveria rela cio n a r M ateu s 4.8,9 com M ateu s 28.1 8 -2 0 . S em elh an tem en te, co n tin u e co m o trab alh o de re­ la c io n a r E sc ritu ra a E scritura.

Procure Ilustrações A propriadas E m ca d a p o n to do serm ão, o p re g ad o r q u ererá em p reg ar u m a ilu stra ­ ção ad eq u ad a, se de to d o fo r possível. U m serm ão sem ilustrações é com o u m a ca sa sem ja n e la s. A o d eclarar a g ran d e p ro clam a ção de Jesus, reflito c o m ig o m esm o q u e alguns n a m in h a au d iên cia p o d e m te r pro b lem as com e ssa afirm ação. S e E le tem toda a autoridade, todo o poder, com o o p r e ­ g a d o r está dizendo, então p o r que vem os ta n to s d esm a n d o s? P or que o m a l ven ce com ta n ta fre q ü ê n c ia ? P or que estou em d ificu ld a d es ? P o r c o n ­ seg u in te, é im p o rtan te m e n cio n ar q u e o que Jesu s está falan d o diz re sp e i­ to à au to rid ad e final: as d ecisõ es que se relacio n am c o m o céu ou o in fer­ no, o p erd ão de p ecad o s, a v id a eterna, as realid ad es finais. A ilu stração que u sei p a ra a n tecip a r e ven cer e ssa ob jeção silen cio sa p a rtiu de m in h a p ró p ria experiência. T ive um am igo que, quan d o jo v em , teve a o p o rtu n id ad e de co m p ra r lotes de ações d a Sony q u ando cad a ação cu stav a apen as d ez centavos de dólar. T ivesse ele sabido o que aco n te ce ­ ria co m a Sony, te ria v en d id o tudo o que p o ssu ía p a ra co m p rar tantas ações q u an tas p u d esse. D a m e sm a form a, as palavras de Jesus inform am n o s de re su lta d o s fin ais. D e que m an e ira m eu c o m p o rta m e n to h o je é afetad o p e lo que sei acerca do fu tu ro que E le seg uram ente d etém ? Se e sto u conv en cid o de q u e E le é vencedor, então investirei tudo o que sou em su a c a u sa hoje! D ep o is de m e c o n cen trar n a g ran d e p ro clam ação , ocorre u m m o m en to d e tran sição . Todo serm ão expositivo p re cisa n av eg ar cu id ad o sam en te nas tran siçõ es. Q ue lig ação tem o po n to u m com o p o n to do is? N esse caso, a grande resp o n sab ilid ad e (ponto dois) procede da grande p roclam ação (pon­ to um ). A p alav ra co n ectiv a de Jesus é “p o rta n to ” . P o r co n seguinte, nossa resp o n sab ilid ad e e m an a do p o d e r p ro clam ad o p o r Jesus. E le n u n ca nos en v iaria a u m a m issão n a qual tivesse p o u ca ou n en h u m a esp eran ça de sucesso. R ap id am en te, os co m en tário s d e tran sição d esem b o cam no desenvol­ v im en to do cern e de n o ssa resp o n sab ilid ad e. L e m b ra-se d e que na exegese d esco b rim o s que três v erb os estão no gerú n d io e que u m está no im p era ­ tivo? E ag o ra q u e e ssa in fo rm ação vai reg e r o d esenvolvim ento d este se­ g u n d o p onto. N o ssa p rin cip al resp o n sab ilid ad e é “fazer d iscíp u lo s” . Jesus não quer q u e n os lim item o s a levar as p esso as a fazerem a “oração do p e ca d o r” .

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 9 5 Seu in te re sse p rim á rio n ão está em c o n ta r o n ú m ero de p esso as que to m a ­ ra m a d ecisão de aceitá-lo . E m se tratan d o de evan g elism o , não po u cas v ezes d am o s m u ito d esta q u e em p re p a ra r as p esso as p a ra o céu, m as o d isc ip u la d o ta m b é m nos in d u z a c o n c e n tra r nossos esfo rço s em tra ze r o céu p a ra as p esso as. O cristão é u m seg u id o r de Jesu s, alg u ém q u e vive co m o seu discíp u lo . O s v erb o s no g erú n d io d efin em o p ro c e sso de fa z e r discíp u lo s. P ri­ m eiro , h á u m “ir” . A m en o s q u e os c ren tes se d irijam aos o utros, n in g u é m p o d e se to rn a r d iscíp u lo . N o texto em p o rtu g u ê s, às vezes co lo c am o s ên ­ fa se ex clu siv a na p a la v ra “id e ” . M as n ão e stá aí a ên fase de Jesus. O texto grego n ão tem a o rd e m e x p líc ita de “ir” . O que Jesu s d iz é: “ Q u ando fo rd e s” ou “ten d o id o ” . E m o u tras p alav ras, E le p re su m e que irem os. C o n tu d o , o “ir” n ão é a fin alid ad e; é só o co m eço. O “ir” é p a ra te r com o re su lta d o o “fa z e r d isc íp u lo s” . H o je, m u ita g en te e stá “faze n d o v iag e n s” , ach an d o q u e e stá cu m p rin d o a G ran d e C o m issão . M as, d e a co rd o co m Jesu s, a v iag em m issio n á ria ou de ev an g elism o tem de te r u m propósito: fa z e r d iscíp u lo s. B atizar é o seg u n d o e lem en to em fa z e r d iscíp u lo s. O batism o é tão im p o rtan te, q u e Jesu s o in c lu iu n a G ran d e C om issão. M as a ên fase de Jesu s n ão e stá n o ritu a l exterior, m as n a re n ú n c ia interior. Jesus d eseja id e n tific a ç ão p ú b lic a e v isív e l c o m E le m e d ian te o b atism o nas águas. A ilu stra ç ã o q u e ach ei ad e q u a d a p a ra e sse seg undo elem en to é a descrição p ó s-a p o stó lic a do b a tism o e n c o n tra d a n o D id a q u ê (“O s E n sin a m e n to s”), escrito em fins do sécu lo I ou in ício do século II. O s cren tes prim itivos ex ig iam q u e o b a tism o fo sse feito em ág uas co rren tes e frias. P o r que em ág uas co rre n te s? P a ra sim b o liz a r q u e os p e ca d o s fo ­ ra m levados em b o ra. P o r qu e e m águ as frias? P ara ilu s­ ( ( tra r que a v id a c ristã é de au sterid ad e, um “v erd ad eiro ch o q u e ao siste m a ” . V iver o E v an g elh o não é caso de co n v en iên cia, m as de c o m p ro m isso . O q u e Jesu s d es­ ta c a aqui n ã o é a re a liz a çã o das p ró p ria s esp eranças, m as a ren ú n cia; n ão se tra ta d e ev itar a cruz, m as de lev ar a cruz. U m d esafio q u e a p reg ação ex p o sitiv a n o s ap rese n ­ ta é a e x ig ê n c ia de q u e o p re g a d o r d esen v o lv a cad a p a la v ra ou frase do tex to e m ev id ên cia, ain d a que, ao _________________________ j j m esm o tem p o , n ã o d ev a fic a r ato lad o no d esen v o lv i­ m en to ex cessiv o d e u m d e te rm in a d o p o n to . P o r ex em p lo , os com en tário s ded icam p á g in a s e m ais p á g in a s às p alav ras “b a tiza n d o -o s em n o m e do Pai, e d o F ilh o , e d o E sp írito S a n to ” . V ocê v e rá longos tratad o s so b re o b a tism o de crian ças v ersu s o b a tism o de ad u ltos, o m o d o do b a tism o p o r im ersão , a sp ersão o u afusão. A lé m d isso , alguns darão g ran d e d esta q u e ao fato de co m o esse tex to re fu ta o en sin am en to de se b atiz a r “só em n o m e de Je s u s ” . Se m eu serm ão fo sse sobre o b a tism o em águas, q u e reria tra ta r de to d as essas q u estõ es. M as n ão esto u p reg an d o so bre o b a tism o em águas. M in h a p reg ação é so b re u m tex to da G ran d e C o m issão . P o rtan to , não devo m e p e rd e r n a flo re sta dos tó p ico s b atism ais. F aça ju lg a m e n to s sim i­

Umsermão sem ilustrações é como uma casa semjanelas

96 O PASTOR PENTECOSTAL lares, q u an d o estiv er trab alh an d o co m o texto. S u a exegese p o d e seduzilo a g astar m ais tem p o do que deveria no desen v o lv im en to de u m subtem a d en tro do texto. N ão se distraia tran sfo rm an d o d etalhes em tem as. O ú n ic o fato q u e d ire i é q u e se alg u é m é d isc íp u lo de Je su s, será b atizad o . O b atism o é m ais do que e m águas, é n a pró p ria P e sso a de D eus. “N o m e ” é u m su b stan tivo singular. P o rtan to , som os b atizad o s em U m D eu s q u e se rev elo u a si m esm o com o Pai, F ilh o e E spírito Santo. A o serm os b atizad o s n esse nom e, não apenas ficam os m o lhados, m as som os co lo cad o s em u m re la c io n a m en to c o m Ele. O terceiro co m p o n en te dentro do texto de fazer d iscípulos é “en sin a n ­ do -o s a g u a rd a r to d as as coisas que vos ten h o o rd e n ad o ” (A R A ). H á um cu rrícu lo n o cu rso v italício do d iscipulado. S ão todas as coisas q u e Jesus ordenou: através do ex em plo pesso al, d iscursos, paráb o las, ditos precio-

Etapas na preparação deSermões Exposítivos 1. L e ia m in u cio sam en te, m ed ite e ore a resp eito do tex to das E scritu ras sobre o q u a l vai pregar. F a ç a isso sem o a u x í­ lio de q u a lq u e r estu d o s ex tern o s — só você e a B íblia. A n o te p en sam en to s e p erg u n tas q u e tiver. 2. C o n su lte os c o m e n tá rio s. U se a m p la se le ç ã o de re c u rso s d e estu d o . Tom e abun d an tes notas. 3. D esenvolva o títu lo , o assu n to e o e s­ boço. A m e n sag em in teira p o d e ser ex­ p re ssa em u m a só frase? O títu lo é fiel ao tex to e d esp erta in teresse? 4. C o n sid ere a in tro d u ção m in u cio sam en ­ te e em d etalh es (p o n h a as p esso as no tex to e o tex to nas p esso as). P ren d e a aten ção ? 5. M e d ite lo n g a m e n te n a co n clu são . Q ue tip o de apelo você e stá fazen d o ? Q ue reação e stá b u scan d o ? O que você de­

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seja que as p essoas faça m co m a m e n ­ sag em que foi p regada? O se n n ã o tem ja n e la s? A s ilustrações se aju stam suav em en te ou são fo rç a ­ das ou so am artificiais? C onte u m a h is­ tó ria p a ra ch e g a r ao p o n to d e sejad o , não a co n te só p o r contar. P re sto u a te n ç ã o n o s c o n e c tiv o s? A s p esso as serão cap azes de seg u ir com clareza sua linha de raciocínio? O s po n ­ tos estã o relacio n ad o s uns co m os o u ­ tro s? E m an am do assu n to ? M anteve os po n to s p rin cip ais su cintos e fá ce is de lem b rar? S u a m e n sag e m é b an h a d a em oração? Você sente que está ungido? S u a se n ­ sação ao p reg a r é a de que e stá c u m ­ p rin d o fu n ção pro fética, que está p ro ­ clam an d o a verd ad eira P alavra d e D eus a essas p esso as p a ra e ssa ocasião?

sos, p ro m essas, ad v ertências, lições sobre h ip o crisia, oração, h u m ildade, co n fian ça, p erd ão , o b ed iência, casam ento, discip u lad o , levar a cruz etc. N o sso S en h o r n u n ca p rev ê um tem po ou c ircu n stân cia em que algum a p a rte d os seus en sin am en to s ficará an tiq u ad a ou inverídica, im p ró p ria ou inútil. O q u an to é fácil, com o m in istro s, p reg a r so bre algum as coisas e

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR n ão so b re o u tras, p re g a r sob re “n o ssas c o isa s” , em vez de “todas as c o i­ sa s” q u e E le n o s te m m an d ad o . O q u ão fre q ü e n te m en te som os ten tad o s a im p ro v isa r tem as so b re os q u ais Jesu s a b so lu ta m e n te n ad a disse! C om o ilustração a esse terceiro com ponente, encontrei citação m uito pro­ veitosa de H ugh T hom son Kerr: “Som os enviados não para pregar sociolo­ gia, m as salvação; não econom ia, m as evangelism o; não reform a, m as reden­ ção; não cultura, m as conversão; não progresso, m as perdão; não um a nova ordem social, m as u m novo nascim ento; não revolução, m as regeneração; não u m a nova organização, m as u m a nova criação; não dem ocracia, m as o E vangelho; não civilização, m as C risto [...]” .3 Para a aplicação, eis oportuni­ dade excelente p ara frisar a im portância do estudo da B íblia, d a oração, da m ordom ia do tem po e dos talentos, d a obediência a Jesus e de um a infinidade de outros assuntos que dizem respeito a aprender a ser discípulo. N e sse p o n to do serm ão , ain d a esto u tra b a lh a n d o em m eu assunto. P ara faze r a tra n siç ã o , rev iso o n d e esto u . A G ra n d e C o m issão é g ran d e p o rq u e (1) c o n té m u m a g ran d e p ro c la m a ç ão , (2) a c a rreta u m a g ra n d e re sp o n sa ­ b ilid ad e e, finalm ente, (3) d á u m a gran d e garantia. M ais u m a vez, a exegese aju d a a d esen v o lv er a ên fase. N o g rego, a tra d u ção literal é “E u m esm o esto u c o n v o sco ” . Jesu s, ao em p re g a r o p ro n o m e reflexivo, re ssa lta a ce r­ te z a d e su a p re se n ç a p e sso a l. A ssim , o su b p o n to “ a” é facilm en te d eclara­ do. A g ran d e g aran tia é (a) p esso al. “E u m esm o esto u co n v o sco ” . M as ta m b é m é (b) u m a g a ra n tia p erm an en te: “to d o s os d ias” . S e v o cê fe z a exeg ese co m cu id ad o n e sse tex to, ag o ra e stá p ro n to para ch a m a r a aten ção a u m a verd ad e m u ito su gestiva. A p a lav ra “to d o ” no texto greg o o co rre q u atro vezes em M ateu s 2 8 .1 8 -2 0 . “T oda a a u to rid a­ d e” (A R A ): n ão fo i d eix ad o d e la d o n e n h u m p o d e r so bre o q u al Jesus não ten h a co n tro le. “T odas as n a ç õ e s” : n e n h u m p o v o de q u alq u er cor, etn ia ou fo rm a ç ã o foi esq u ecid o . “T odas as c o isa s” : não h á n en h u m p receito vital ao n o sso re la c io n a m en to c o m D eu s q u e Jesu s te n h a d eix ad o de n os ensinar. “T odos os d ia s” : não h á n e ­ n h u m p e río d o e m n o ssa v id a co m o d iscíp u lo de Jesus, no q u a l E le p e sso a lm e n te n ão e ste ja cono sco ! “Todos os d ia s” ab ran g em os tem p o s de fo rç a e fraq u eza, de su cesso e d erro ta, de a leg ria e tristeza, de ju v e n tu d e e velhice, de v id a e m orte. T odos os dias! P o r fim , a g ran ­ de g ara n tia n ão é apenas (a) p e sso a l e (b) p e rm an en te, é ta m b é m (c) u m a g a ra n tia v ito rio sa: “até à c o n su m a ­ ção d o sécu lo ” (A R A ). P ara u sar co m o ilu stração à g ran d e g aran tia, achei p ertin e n te a h istó ria de D a v id L iv in g sto n e. C erta vez, ele declaro u : “P o is, g o sta ria m de sab er o q u e m e su s­ te n to u ao lo n g o de to d o s os anos de ex ílio en tre p e sso ­ as cu ja lín g u a n ã o e n te n d ia e cu ja atitu d e p a ra co m ig o e ra sem p re in ce rta e freq ü e n te m en te h o stil? F oi isto: ‘E is q u e esto u co n vosco to dos os dias a té à co n su m a ç ã o d o sé c u lo ’ [A R A ]. S o b re essas palav ras arrisq u ei tudo, e elas n u n c a fa lh a ra m !” A c e rc a d essa fra se b íb lica, L iv in g sto n e disse: “E a p a la v ra de u m C av alh eiro d a m ais e strita e sa g ra d a h o n ra [...]” .4 A m e d id a que se ap ro x im a r d a co n clu são de sua m en sag em , você p e r­

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A condusio deve tocar não só a mente, mas também o coração __________

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O PASTOR PENTECOSTAL c e b e rá q u e deve to car não só a m ente d aqueles que o ouvem , m as tam bém o coração. Jesus co m preendeu isso e é por essa razão que contava histórias com ta n ta freq ü ên cia. V ocê n u n ca será eficaz preg an d o expositivam ente, ou em q u a lq u e r o u tro tip o de p regação, a m enos que in clu a m a terial que m o v a o seu co ração e o coração das p esso as a q u em prega. O serm ão rap id am en te chega a u m a conclusão. C onfiando n a ação do E sp írito S anto, p ro cu re levar as p esso as a to m arem u m a decisão. Já a ce i­ taram a p ro clam ação de Jesu s? Já ad m itiram a resp o n sa b ilid a d e que E le m esm o d eu ? V ivem n a g a ran tia que E le fez? É a h o ra de co n v id ar as p e s­ soas p a ra v ir à frente. E o m o m en to em que elas p o d em resp o n d er à P ala­ v ra p reg ad a, en treg an d o -se a ela. M eu p ro p ó sito em levá-lo através d a preg ação de M ateu s 2 8 .1 8 -2 0 é sim p lesm en te d ar-lh e u m a m aq u e te de com o p reg a r expositivam ente. Os p rin cíp io s e d iscern im en to s ap resentados são aplicáveis a q u a lq u er texto d a s E s c r itu r a s . N ã o f iq u e s u r p r e s o se , q u a n d o c o m e ç a r a p r e g a r e x p o sitiv am en te, v e n h a a e n fren tar dificuldades. H oje, não d eseja ria p re ­ g ar n o v am en te alg u n s d os m eus p rim eiro s serm ões expositivos. C om o e m q u a lq u e r o u tra discip lina, a p reg ação expositiva v em m ais p ro n ta m e n ­ te co m a prática. M as os d ividendos valem a pena! N ão h á n ad a q u e in flu a m ais d ram aticam en te no seu crescim en to e sp i­ ritu al do que a c o n cen tração con stan te na p regação expositiva. Você re c e ­ b e rá m u ito m ais do que p o d e rá dar. E as p essoas a quem você p reg a terão u m am ad u recim en to esp iritu al m ais rápido, pois em vez de idéias h u m a ­ nas você estará co lo can d o a P alav ra de D eus em suas vidas.

De Volta i Palavra em Nossa Pregação Thomas E. Trask e Wayde I. Goodall ão h á d ú v id a de q u e a Ig reja P rim itiva viveu no rein o do so b ren a tu ­ r a l.1 S inais e m aravilhas não eram fo ra do com um ; m ilag res eram h ab itu ais e, n a verdade, esperados. “E p ersev erav am n a do u trin a dos ap ó sto lo s, e n a co m u n h ão , e no p artir do pão, e nas orações. E m cada alm a h av ia tem or, e m u itas m arav ilh as e sinais se faziam pelos a p ó sto lo s” (A t 2.42,43). M u ito s n a Ig re ja P rim itiva tin h a m p re sen ciad o o m in istério de m ila ­ gres de Jesu s C risto. Isso nos está evid en ciad o no serm ão de P ed ro no dia de P en teco stes. D isse Pedro: “V arões israelitas, escu tai estas palavras: A Jesu s N azaren o , varão aprovado p o r D eus en tre vós co m m aravilhas, p ro ­

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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 9 9 dígio s e sinais, q u e D eu s p o r ele fez no m eio de v ós, co m o vós m esm os bem sa b e is” (A t 2.22). O s re su lta d o s d o serm ão de P ed ro ta m b é m fo ra m m ilag ro so s: “D e sor­ te q u e fo ram b a tiz a d o s os q u e de b o m g rad o re c e b e ra m a su a palav ra; e, n aq u ele dia, ag re g a ram -se q u a se três m il a lm a s” (A t 2.41). M uitas e re p e ­ tid as v ezes e n c o n tra m o s no liv ro de A to s o fato de que sinais e m aravilhas m ira c u lo so s o c o rria m q u an d o a P alav ra de D eus era pregada.

U m a M ensagem Pentecostal A ig re ja p e n te c o sta l c o n h e c id a co m o A sse m b léia de D eus é u m m o v i­ m en to q u e co m eço u so b re n a tu ra lm e n te, e m re su ltad o do p o d ero so d e rra ­ m a m e n to do E sp írito S anto. D esd e o seu in ício , D eus te m aben ço ad o esse m o v im en to , p o rq u e é d e p e n d e n te dE le; é g u iad o p elo E sp írito S anto, o ri­ en tad o p e la P alav ra d e D eu s e u sad o p a ra a lc a n ç ar e ste m u n d o n e c e ssita ­ do de Jesu s C risto . D esd e o n o sso co m eço tem os sido ab en ço ad o s com p o d ero so s sin ais e m arav ilh as. H u m ild e m e n te a g rad ecem o s a D eu s p o r isso. T em os ten tad o m o d e la r as A ssem b léias de D eus de ac o rd o co m a Ig re ­ j a P rim itiv a co m o d e sc rita n o N o v o T estam en to. A razão é óbvia: q u e re ­ m o s ser co m o os cristã o s o rig in a is e ser u sad o s p o r D eu s d a m e sm a m a ­ n e ira co m o eles o fo ram . D esejam o s o c rescim en to , a p aix ão e a c o m p a i­ xão q u e eles tiv eram e d e se sp e ra d a m en te alm ejam o s os m esm o s re su lta ­ dos. S o m o s p e n te c o sta is, p o rq u e eles era m p en te co sta is. O ram os p o r si­ nais, m arav ilh as e m ilag res, p o rq u e eles os ex p erim en taram . N ão som os perfeito s e n ão o d eclaram o s ser, m as e sse ta m b ém era o te stem u n h o da Ig re ja P rim itiva. N ão ten h o m u ita p a c iê n c ia co m aq u eles que q u erem que neg u em o s ou dim in u am o s a m e n sa g e m d o P en teco stes e a o b ra do E sp írito S anto. O ro p a ra q u e D e u s n o s p o u p e de ja m a is atin g irm o s e ssa co n d ição , p o is, se esse d ia chegar, d eix arem o s de ser o q u e D eu s no p rin c íp io nos levantou r a r a ser. N ão h á d ú v id a de q u e D eu s d e se ja q ue sejam os u m m o v im en to que te n h a a Ig re ja P rim itiv a co m o exem plo. O s p rim eiro s cristão s fo ram p erseg u id o s p o r cau sa da m e n sag e m que anunciavam e p o r a q u ilo que eram . T am b ém serem o s p erseg u id o s. E les : : ram m al co m p reen d id o s p e la so cied ad e em que viviam . T am bém sere­ m os m al co m p reen d id o s. O s outro s g ru p o s re lig io so s os re je itaram , p o r :a u s a d a p o siç ã o d o g m á tic a de q u e Jesu s C risto é o S en h o r re ssu rreto e está ativ am en te en v o lv id o n os assu n to s d a igreja. N ó s ta m b é m serem os rejeitados. O s c ristã o s p rim itiv o s fo ra m a m e a ç a d o s , su rra d o s, re je ita d o s e adertid o s a p a ra r co m o q u e esta v a m fa z e n d o . M as, em lu g a r d e m o d e ra r a tiv id a d e s, p u se ra m -se de jo e lh o s e o raram : “A g o ra , p o is, ó S enhor, : lh a p a ra as su as a m e a ç a s e c o n c e d e ao s te u s serv o s q u e fa le m co m to d a - o u sa d ia a tu a p a la v ra , e n q u a n to e ste n d e s a m ão p a ra curar, e p a ra que fa ç a m sin a is e p ro d íg io s p e lo n o m e d o te u sa n to F ilh o Jesu s. E , te n d o eles o rad o , m o v e u -se o lu g a r em q u e esta v a m re u n id o s; e to d o s fo ra m ch eio s do E sp írito S an to e a n u n c ia v a m c o m o u sa d ia a p a la v ra de D e u s ” A t 4 .2 9 -3 1 ).

O PASTOR PENTECOSTAL N o te, p o r favor, que to d o s eles fo ra m cheios do E sp írito S anto e c o m e­ çaram a falar a P alav ra de D eus co m intrepidez. A Ig re ja P rim itiva pregou a P alav ra e fo i através d esse ato q u e D eus fez co m q u e a Ig reja crescesse. N ós tam b ém d evem os fazer o m esm o.

U m a M ensagem Proclam ada D eu s a b e n ço ará a ig re ja ou o m inistério q u an d o os m in istro s consisten tem en te p reg arem a Palav ra e v iverem vidas p ied o sas. O ap ó sto lo P a u ­ lo d eix o u esse p o n to claro, q u ando disse: “D e sorte que tenho g ló ria em Jesu s C risto nas co isas que p erten c em a D eus. P o rq u e não o u saria dizer co isa alg u m a, q u e C risto p o r m im não te n h a feito, p a ra o b ed iên cia dos gen tio s, p o r p a la v ra e p o r obras; pelo p o d e r dos sinais e pro d íg io s, n a v irtu d e do E sp írito de D eus; de m an eira que, desde Je ru sa lém e arredores até ao Ilírico , ten h o p reg ad o o evangelho de Jesus C risto ” (R m 15.17-19). O testem u n h o de P au lo era que ele pregava a P alavra e v iv ia de acordo co m ela, p o r isso o seu m in istério fo i h o n rad o p o r D e u s c o m resultados so b ren atu rais. N o ssa p a lav ra te rá p o u co efeito se não estiver ap o iad a em u m viver ínteg ro . V am os ex am in ar c ad a u m destes asp ectos d a m en sag em p ro clam ad a. Tem os

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Proclam ar

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P alavra

P o r q u e D eu s ab e n ç o a a p regação d a P alavra? P o rq u e a P alav ra é esp í­ rito e, q u an d o p reg ad a, fa la ao esp írito d a pesso a. D isse Jesus: “O E sp íri­ to é o que v ivifica, a carne p ara n ad a aproveita; as palavras que eu vos d isse são esp írito e v id a ” (Jo 6.63). D eu s n os d eu a su a P alav ra p a ra ajudar-nos em tu d o p o r q u e passam o s n a vida, m as, p artic u la rm en te, e la n u tre o n o sso espírito. A P alav ra é o p ã o d a vida, e o E sp írito é a resp iraç ão d a vida. P recisam o s de am bos. É p o r isso que, q u an d o ouvim os a P alavra, crescem o s n a fé. “A fé é pelo ouvir, e o o u v ir p e la p ala v ra de D e u s” (R m 10.17). D eu s é so b ren atu ral. Q u ando su a P alav ra so b ren atu ral é p regada, even­ tos so b ren atu rais o correm . E ssa é v erd ad e in crív el a ser entendida. A p re ­ gação b íb lic a o ca sio n a a v id a de Jesus C risto n a igreja. Se você tirar a P alav ra d a igreja, a v id a da ig reja ta m b é m será tirada. N ão im p o rta quão b e m o rq u estrad a a ig re ja esteja, qu an to s p ro g ram as ex celentes ten h a ou qu ão su n tu o sa seja a estru tu ra org an izacio n al, a v id a d ela será tirada. N ão sou c o n tra a o rganização, a estru tu ra e os p ro g ram as eclesiásti­ cos. P orém , se n ão o b tem os n o ssa d ireção d a P alav ra de D eus, então to ­ das essas coisas, p o r m ais criativas que sejam , falharão. A ad o ração é u m a ex p e riên cia m aravilhosa, e oro p a ra que p o ssam o s ad o rar a D eu s co n tin u am en te. D eu s tem dado à Ig reja ao re d o r do m u n d o um novo d esejo de adorá-lo. C o ntudo, não devem os in terp retar e rro n ea­ m en te o q u e o S en h o r e stá fazendo. E le não q u er que adorem os o ato de adoração. A ad o ração deve ex p ressar n o sso am o r e culto a n o sso Senhor, e a ju d ar a ab rir n o sso s co rações p a ra o u v ir a sua P alavra. A ad o ração não deve afastar a ig reja d e o u v ir a p regação e o en sino d a B íblia, m as deve to rn ar-n o s m ais fam in tos e abertos à p re cio sa P alav ra de D eus. A p reg a­ ção d a P alav ra tem de te r o lu g ar central.

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR Q u an d o a P alav ra de D eu s é p reg ad a, p o d em o s e sp era r resu ltad o s so ­ b ren atu rais. O b serv e este ex em p lo tirad o d a v id a de n o sso Senhor: E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe e dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico e violentamente atormentado. E Jesus lhe disse: Eu irei e lhe darei saúde. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres de­ baixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado sarará, pois também eu sou homem sob autoridade e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu criado: faze isto, e ele o faz (Mt 8.5-9). O cen tu rião re c o n h e c eu q u e Jesu s e ra h o m e m d e au to ridade. E le sab ia qu e se Jesu s d isse sse a p alav ra, en tão seu criad o seria curado. P recisam o s en ten d er q u e d o m in g o após d o m in g o , cu lto após culto, atos m ira cu lo so s p o d e m acontecer. N a B íb lia, esse liv ro m a ra v ilh o so , está a vida, os m ila ­ gres e o p o d e r so b ren atu ral de D eu s. Jesu s d isse que suas p alav ras são "esp írito e v id a ” (Jo 6.63). Q u an d o as p esso a s o u v em ou lêem a B íb lia, a fé n asce (R m 10.17). A P alav ra é a se m e n te viva. T em p o d e r g e rm in an te p a ra p ro d u z ir vida. N ão obstan te, é p re c iso h av er solo recep tiv o p a ra receb ê-la. A s p esso as são o solo. O E sp írito de D e u s a c o m p a n h a a P alav ra q u an d o é p re g ad a e en sin a ­ da, e a sem en te é tra n sfe rid a ao solo do co ração h u m an o . Q u ando a se­ m ente cai em solo receptivo, algo d in âm ico , p o d ero so e so b ren atu ral aco n ­ tece. A fé nasce. N ão aco n te c e n e c e ssa ria m en te ao p é do altar de u m a ig reja e m p articu lar, m as o n d e q u er q u e e sta sem en te e n co n tre aco lh id a ao h o sp e d a r-se no co ração . S e o c o ra ç ã o n ã o e s tiv e r a b e rto à P a la v ra , e n tã o a se m e n te n ã o g e r­ m in a . O e s c rito r a o s H e b re u s e x p lic a : “A p a la v ra d a p re g a ç ã o n a d a lh e s a p ro v e ito u , p o rq u a n to n ã o e sta v a m is tu ra d a c o m a fé n a q u e le s q u e a o u v ira m ” (H b 4 .2 ). M a s se o c o ra ç ã o d a p e s s o a e stiv e r r e c e p ti­ vo, e n tã o a fé b ro ta . E ssa v erd ad e deve d ar g ra n d e ân im o a to d o c re n te e pregador. Se fo r­ m os fiéis e m n o sso te ste m u n h o e p reg ação d a P alav ra d e D eus, a P alav ra tra rá tre m e n d o s e fe ito s so b ren atu rais n as v id as das pesso as. “E n v io u a su a p alav ra, e os sa ro u ” (SI 107.20). N ão p recisam o s d esen v o lv er algo. A P alav ra de D eu s b ro ta rá e fin c ará raízes, q u an d o cair em solo recep tiv o . Q u an do e sse solo é to ca d o pelo E sp írito S an to , algo d in âm ico aco n tece, e sinais e m arav ilh as oco rrem so b re n a tu ra lm e n te . T alvez você esteja p ensando: “N ão sab ia que era tão fácil assim ” . Q u a n ­ do D eu s e stá en v o lv id o , os re su lta d o s surgem . N ão p o d em o s levar a g ló ­ ria; ela p e rte n c e só a E le. N u n c a d ev em o s levar créd ito p e lo que D eu s faz através de n o sso te ste m u n h o o u m in istério . F a z e r isso é en ten d er m uito m al o q u e aco n teceu . N o ssa re sp o n sa b ilid a d e é serm os fiéis à sua P alav ra e d eix arm o s os re su lta d o s p o r co n ta dE le. O ap ó sto lo P au lo disse: “ O n o sso ev an g elh o não foi a vó s so m en te em p alav ras, m as tam b ém e m p oder, e no E sp írito S anto, e em m u ita c erte z a ” (1 T s 1.5). D ev em o s d e sc a n sa r no fato de q u e D eus ab en ço a a su a Palav ra

102 O PASTOR PENTECOSTAL sobren atu ral, q u an d o é co m u n icad a. N ão é n o ssa resp o n sab ilid ad e co n fir­ m ar a P alavra; e ssa é a resp o n sa b ilid ad e dEle. D eus vela sobre a sua Palavra para a cum prir em benefício daqueles que ousarão crer no pod er que ela tem. “E , dizendo P edro ainda estas palavras, caiu o E spírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” (A t 10.44). T em os

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P roclam ar

a

M ensagem

por

M e io

de

N o ssa s A çõ es

“E screv o -te estas coisas [...] p a ra que saibas com o convém an d ar na casa de D eus, que é a ig re ja do D eus vivo, a coluna e firm eza d a v e rd a d e” (1 T m 3.14,15). A ig reja é o lu g ar o nde a verdade escrita de D eus é co m unicada, onde a verd ad e é p ro c la m a d a e vivenciada. O m o d o co m o o m u n d o viv e não é o m o d o d esig n a d o p o r D eu s, p o is o m u n d o não vive de a co rd o c o m a v e rd a d e do R ein o . A ig re ja a p re se n ta a re a lid a d e ao m undo; ela é a c o n sciên cia da sociedade. A ig reja m o stra a verdade, de fo rm a que as pessoas p o ssa m v ê -la e entendê-la. E la m o stra Jesus. A in d a que o m u n d o ten te o b stru ir a v erdade de Jesus, o E sp írito S an to convence o m undo do p ecado, da ju stiç a e do ju íz o (Jo 16.8). P au lo tam b ém ex p lica que a ig reja é a base ou fu n d a ­ m en to o nde a v erd ad e é colocada. O povo de D eus ouve a v erd ad e falad a n a ig reja e. então, leva-a ao m u n d o p er­ dido e agonizante. A s p essoas hoje estão fam in tas e im ­ p lo ra m pe la verdade. C om o re sp o sta à vida, elas b uscam o ganho m aterial, as drogas, o álcool, outras p essoas, a ed u cação e um a m u ltid ão de outras soluções ilusórias. A ig reja dá ao m u n d o as so luções que este pro cu ra, m ed ia n te a p regação e en sin o d a P alav ra de D eus. “A B íb lia é a carta de navegação de D eu s pela qual o navio do cren te é governado, p ara nos im p ed ir de afu n d ar e para m o strar-n o s o nde é o p o rto e com o alcan çá-lo sem b ater em ped ras ou o b stá c u lo s” .2 A ig re ja deve m o stra r Jesus e m tudo o que faz. O S en h o r Jesus é e n ­ co n trad o de cap a a cap a ao longo d a B íblia. E le é visto em todo o A ntigo T estam en to e é a fig u ra cen tral do N ovo T estam ento. A B íb lia d iz-nos: “N o p rincípio, era o V erbo, e o Verbo estava com D eus. e o V erbo e ra D eus. E le estava no prin cíp io co m D eus. Todas as coisas fo ram feitas p o r ele, e sem E le nada do que foi feito se fez. N ele, estava a v id a e a v id a era a luz dos hom ens. E o V erbo se fez carne e h ab ito u entre nós. e v im os a sua glória, com o a glória do U n ig ên ito do Pai, cheio de g ra ç a e de v e rd ad e” (Jo 1.1-4,14). João nos afirm a que Jesus é a “P alav ra da v id a ” (1 Jo 1.1). E ssa verdade p re cio sa nos é apresen tad a m ais u m a v ez em A p o c a lip se 19.13: “E e stav a v e stid o de u m a veste salp icad a de sangue, e o nom e pelo qual se ch am a é a P alavra de D e u s” . Jesus é tão in tim am en te id en tificad o co m a P alavra de D eus, que na v erd ad e é ch am ad o a P alavra. Q uando a P alav ra é p regada, en sinada ou estu d ad a, p o d em o s esp erar que o extrao rd in ário aco n teça em nossos c o ­ raçõ es e vid as, p o rq u e n essa P alavra está a v id a eterna.

A igreja apresenta a realidade ao mundo; ela é a consciência da sociedade

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR

U m a M ensagem Produtiva Se ex iste u m a ig re ja q u e deva e n te n d e r a o rig em dos sinais e m a rav i­ lhas, é a ig re ja p en teco stal. N o ssa d e p e n d ê n c ia do E sp írito re su lta em sm ais e m arav ilh as. P ed ro nos fala: “N e n h u m a p ro fe c ia d a E sc ritu ra é de p a rtic u la r in terp retação ; p o rq u e a p ro fe c ia n u n ca foi p ro d u z id a p o r v o n ta ­ de de h o m e m alg u m , m as os h o m en s santos de D eu s falaram in sp irad o s p elo E sp írito S an to ” (2 P e 1.20,21). H o m en s santos de D eu s escrev eram a B íb lia q u an d o fo ram c a p ac ita­ d os p elo E sp írito S anto, e h o m en s santos de D eus, im p u lsio n ad o s pelo p o d e r do E sp írito , são n e cessário s p a ra tra z e r rev elação à ig re ja dos dias de h oje. D e u s é san to e e sp e ra q u e seus filhos te n h a m v id as santas. O E s p ír it o S a n t o É

a

F onte

Jesus disse: “O E sp írito é o que v ivifica, a carne p a ra n ad a aproveita; as p alav ras q u e eu vos d isse são esp írito e v id a ” (Jo 6.63). E ssa é a v e rd a­ de p o d e ro sa a ser co m p reen d id a. N ão é m in h a resp o n sab ilid a d e d ar vida. C om o pastor, n ão p reciso fazer co m q u e algo aco n teça em u m culto. C om o crente, n ão p reciso e sta r sob a p ressão de te r de re a liz a r algo p a ra o b ter re su ltad o s esp iritu ais. A m á g ic a n ã o e stá en v o lv id a nos sinais e m a rav i­ lhas de D eu s. O E sp írito S anto se m o v e q u an d o a P alav ra de D eus é p re ­ gada, e d E le d e p en d em o s p a ra os re su lta d o s. A ig reja n ão p re c isa d e d e­ m o n straçõ es d a carne; p re c isa de u m a d em o n stração do E sp írito Santo. O s cren tes se d esv iam q u an d o a carn e se m a n ifesta em n o ssas igrejas. H á algo p o d ero so , d in âm ico , m arav ilh o so e g lo rio so , quan d o as p e s­ soas ch eg am à p re se n ç a d e Jesu s C risto. O E sp írito to m a o am b ien te vivo e o en ch e d e p o d e r e ex p ectativ a do q u e D eu s e stá fazendo. Q u an d o tem os o p riv ilég io de e sta r em tal am b ien te, o E sp írito S an to é o ag en te ace lera­ dor. “O m esm o E sp írito S an to que d irig iu os escrito res d a B íb lia tam b ém d e se ja d irig ir-n o s h oje, de m o d o q u e v en h am o s a entender. S em o E sp íri­ to S anto, a B íb lia é co m o u m o cean o q u e n ão p o d e ser sondado, co m o o céu q u e n ã o p o d e ser in sp e c io n a d o , co m o u m a m in a q u e não p o d e ser e x p lo ra d a e co m o u m m istério alé m da co m p reen são . D ev em o s — tem os de — re n d er-n o s à lid e ra n ç a do E sp írito S a n to ” .3 Paulo escreveu: “N ão que sejam os capazes, por nós, de pensar algum a coisa, com o de nós m esm os; m as a nossa capacidade vem de D eus, o qual nos fez tam bém capazes de ser m inistros dum N ovo Testam ento, não da letra, m as do Espírito; porque a letra m ata, e o E spírito vivifica” (2 C o 3.5,6). C o m o m in istro s do novo co n certo , n ão devem os estar sob a p ressão de te r de fa z e r algo. F o i D eu s q u em n os cap acito u . Q uando, d a p a rte de sua P alavra, p reg am o s o S en h o r do novo co n certo , D eus certa m en te agirá. N ão p recisam o s nos p re o c u p a r c o m a n o ssa c ap acid ad e; d ep en d a m o s da cap a c id ad e de D eu s e de su a cap acitação . Isso deve serv ir de estím u lo a to d o crente! C o m fre q ü ê n c ia ten h o a o p o rtu n id ad e de o u v ir re lato s m arav ilh o so s de p esso as a q u em D eu s e stá u sa n d o co m poder. C erto jo v e m p a sto r do T exas fo i p a sto re a r u m a ig re ja de c e rc a de c in q ü e n ta pesso as. Q u ando chegou, p en so u q u e ficaria satisfeito co m u m a ig rejin h a calm a, fo rm a l e resp eitáv el, q u e te ria b o a aceitação n a co m u nidade.

104 O PASTOR PENTECOSTAL U m dia, ele leu o livro B a c k to the A lta r: A C all to S p iritu a l A w aken in g (D e Volta p a ra o A lia r).4 Q u an d o acabou de ler, leu -o de novo. O E sp írito S an to o convenceu, e ele se p ô s diante d a co ngregação, d escu lp o u -se e arrep en d eu -se. D isse q u e n ão estav a dando lu g ar à o b ra do E sp írito S anto no m in istério q u e re alizav a n a cidade. D eterm in o u em seu coração que seria u m tip o de p a sto r d iferen te e d eix aria que o E sp írito S anto agisse do m o d o co m o q uisesse. D aq u ele d ia em dian te, a ig reja cresceu de tal form a, que já está se prep aran d o para ter dois cultos noturnos aos dom ingo. E nquanto que m uitas ig rejas nos E stad o s U n id o s estão fechadas no do m in g o à noite, aq uela ig re ja e stá ap in h ad a de gente. O p a sto r afirm a que o crescim en to é co n se ­ q ü ê n c ia do fato de se p e rm itir que o E sp írito S anto aja com o q u e r e de se d ar lu g ar à o p eração dos dons do E sp írito nos cultos. Jesus está n a q u ela igreja! A s p esso as estão sendo salvas, cu rad as e cheias do E sp írito S anto. M ilag res estão acontecendo. O que aq u ele p a sto r está fazen d o de d iferen te em relação ao q u e v in h a fa zen d o an tes? E le está dando ao E sp írito S anto o lu g ar q u e lhe p erten ce e está deix an d o que E le to m e o co n tro le de tudo. O E sp írito sela, santifica, fo rtalece, condena, c o n ­ ven ce, confirm a, revela, restau ra e aviva. Isso é só um a p arte d o q u e E le faz, q u ando o cren te rec u a e diz: “J e ­ sus, faça o que tu q uiseres. E u m e rendo à lid eran ç a do E sp írito S an to ” . P aulo disse: “A m in h a p ala v ra e a m i­ n h a p reg ação não co n sistiram em palav ras persuasivas de sab ed o ria h um ana, m as em d em o n stração do E sp íri­ to e de p o d er” (1 C o 2.4). C ad a u m de nós p re c isa orar, p e d in d o a D eus que nos dê preg açõ es que o p erem na d em o n stração do E sp írito e de poder. C o m freq ü ên cia fico sabendo de cren tes ou m in is­ ___________________55 tros q u e estão esp iritu alm en te presos. À s vezes, presos a tra d iç õ e s. N ão sou c o n tra tra d içõ e s; a P a la v ra nos m anda: “E stai firm es e reten d e as tra d içõ e s” (2 T s 2.15). O p ro b lem a é q u an d o as trad içõ es se to m a m escravidão. A escrav id ão re su lta n a in c ap acid ad e de en tregar a P alav ra de D eus co m lib erd ad e. A escrav id ão im p ed e a unção e v eta o p o d er do E sp írito S an to de se m o v er e m e p o r m eio do crente. Tal não p re cisa ser o caso, p o rq u e “ se [...] o F ilh o vos libertar, verd ad eiram en te, sereis liv res” (Jo 8.36). A s p esso as tam b ém ficam p resas às o p iniões dos outros. A escravidão p o d e ser o resu ltad o do m ed o e d a in tim id ação . A s vezes, os crentes têm m ed o de d ar u m p asso de fé p o r receio de serem rejeitados. A resp o sta de P au lo a e ssa escrav id ão e stá em sua exp licação de que “onde e stá o E sp í­ rito do Senhor, a í h á lib e rd a d e ” (2 C o 3.17). A lg u n s cristão s ficam im ag in an d o o q u e as p essoas pen sarão se eles d erem u m p asso de fé. N ão im porta. T em os de ser lib erto s d a p re o cu p a ­ ção d o q u e os outro s v e n h a m a p e n sa r d a gente. O in im ig o de n o ssas alm as q u er nos m a n te r tão p reso s, que D eu s não p o ssa re a liz a r o p ro p ó si­ to q u e tem p ara n o ssas vidas.

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Não precisamos nos preocupar com a nossa capacidade; dependamos da capacidade de Deus e de sua capacitação

UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR Jesu s C risto p o d e lib ertar-n o s! P recisam o s ren d er-n o s a E le de fo rm a que ex p erim en tem o s a lib e rd a d e do E sp írito . O E sp írito de D eus d eseja a rd en tem en te m o v er-se e m n o ssas v id as e em n o ssas igrejas. Q u an d o p re ­ gam o s e en sin am o s a P alav ra de D eu s e d ep en d em o s do E sp írito S an to p o r re su lta d o s, E le h o n ra rá n o ssa fé. S in a is

e

M a r a v il h a s S ã o

o

R esultad o

Q u an d o o E sp írito S an to se m o v e e a P alav ra é p reg ad a a co raçõ es ram in to s, h á re su lta d o s in crív eis. A Ig re ja P rim itiv a sab ia que D eu s d e ­ m o n straria su a p re se n ç a co m sinais, m arav ilh as e m ilagres quando os cren ­ tes se reu n issem . E les e sp erav am o so b ren atu ral.

R elatório de Crescim ento de Sinais e M aravilhas Sinais e Maravilhas

Crescimento da Igreja

A to s 2 .1 -4

A tos 2.41-43

A to s 3.1-8

A tos 3.10; 4 .3 ,4

A to s 5.1-13

A tos 5.14,15

A to s 6.1-8

A tos 6.7

A to s 8.6,7

A tos 8.12

A to s 9.17

A tos 9.31

A to s 9 .3 2 -3 4

A to s 9.35

A to s 9.36-41

A tos 9.42

A to s 11.15

A tos 11.21

A to s 12.20-23

A tos 12.24

A to s 13.8-11

A tos 13.12

A to s 14.3

A tos 14.21-23

A to s 16.25,26

A tos 16.31-34

A to s 19.11

A tos 19.20

Jesu s e sta b e le c eu as ex p ectativ as dos d iscíp u lo s q u an d o p ro clam o u : "Id e p o r to d o o m u n d o , p reg ai o ev an g elh o a to d a criatura. Q u em cre r e fo r b atiz a d o será salvo; m as q u e m n ão c re r será co n d en ad o . E estes sinais segu irão aos q u e crerem : em m eu n o m e, ex p u lsarão d em ô n io s; falarão novas lín g u as; p e g a rã o n as serp en tes; e, se b e b erem alg u m a co isa m o rtí­ fera, n ão lh es fa rá d an o alg u m ; e im p o rão as m ão s so b re os en ferm o s e os cu ra rã o ” (M c 16.15-18).

O PASTOR PENTECOSTAL O s d iscíp u lo s n ão d em o raram a fazer o que o S en h o r lhes ordenara, e D eu s realizo u m ilag res p o d ero so s, e a ig reja cresceu d ram aticam ente. Q u an d o o E sp írito S anto se m ove com sinais e m aravilhas, as pessoas re sp o n d e m a C risto. A Ig reja P rim itiva com provou a v eracidade de tal afirm ação. O m esm o D eus que operava d in am icam en te n a Ig reja P rim itiv a opera d in am icam en te hoje. D eus c o n tin u a h o n ran d o a sua P alavra através de resu ltad o s espirituais. A lg u m tem p o atrás, n u m culto de sábado à noite, en contrava-m e em M o b ile, A lab am a, p reg an do num a reu n ião geral de v árias regiões. O p o ­ d er de D eu s estav a p resente, e as p esso as fo ram convidadas a aceitar a Jesus. H av ia u m m o v im en to m arav ilh o so do E spírito. U m dos p asto res tro u x era ao culto u m sen h o r que tin h a u m a atadura envolta no m eio das costas. O h o m em estava sentado a p o u ca d istân cia de m in h a esp o sa, Shirley. E u m e achava n u m lado do altar, m in istrando, e d e sco n h ecia o que se p a ssav a do outro lado. S hirley m ais tarde m e contou co m o esse sen h o r reag iu depois de D eus tê-lo curado m ilagrosam ente. ‘E u vi q u an d o o E sp írito de D eus en tro u nele. E le abriu o casaco, tirou a en o rm e atad u ra e jo g o u -a nos bancos d a frente d a igreja. D epois, co m e­ çou a co rrer de um lado p a ra outro no co rred o r” . O E sp írito e o p o d er de D eus, trab alh an d o n a ig reja quando a P alavra é p regada, lib erta o cativo. “E im p o rão as m ãos sobre os enferm os e os curarão. [...] E eles, ten d o p artido, p re g aram p o r todas as partes, co o p e­ ran d o co m eles o S en h o r e con firm ad o a p alav ra co m os sinais que se seg u iram ” (M c 16.18,20). E le fará isso! N o ssa resp o n sab ilid ad e é p ro cla m ar a P alavra de D eus fielm ente. Se fo rm o s o b ed ien tes em n o ssa preg ação , D eus co n firm a rá a su a P alavra “c o m os sinais que se [seguem ]. A m é m !” (M c 16.20).

unidade A Vida Pessoal do Pastor

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Introdução: A Vida Pessoal do Pastor James K. Bridges enhum livro que discute o papel do p asto r pentecostal estaria com pleto sem ab o rd ar a sua v id a p esso al. O m in istro in ician te, tanto quanto o v eteran o , farão b em em p re sta r to d a aten ção a estas v erdades, se genu in am en te estiv erem in teressad o s e m o b te r e m a n ter u m m in istério eficaz.

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C ham ada à Integridade Pessoal A s v id as p ú b lic a e p riv ad a do p a sto r d ev em e sta r em harm onia. E m L ectu res to M y Stu d e n ts (L iç õ e s a M e u s A lu n o s), C h arles S p u rg eo n ex orta os m in istro s a se em p en h arem a fim de que o c a rá ter p essoal se harm onize, sob to d o s o s asp ecto s, c o m o m in istério q u e D eus lhes confiou. E le co nta a histó ria de u m a p esso a que p re g a v a tão b em e v iv ia tão m al, que quando e sta v a no p ú lp ito , to d o s d iziam q u e n u n ca d ev eria sair dali; e quan d o não estav a no p ú lp ito , to d o s d iz ia m que n u n c a d e v e ria v o ltar a su b ir nele. D epo is, S p u rg eo n d esafia-n o s co m esta analogia: “Q ue n u n c a sejam os s a c e r d o te s d e D e u s n o a lta r e f ilh o s d e B e lia l fo ra d a s p o rta s do ta b e m á c u lo ” .1 V oltaire, de aco rd o co m reg istro s h istóricos, d isse de L uís XIV: “N ão fo i n e n h u m d os g ran d es h o m en s, m as, sem dúvida, foi u m dos m aio res reis q u e ja m a is v iv e u ” .2 O s h o m en s d este m u n d o p o d e m v iv e r u m a v id a h ip ó c rita im p u n em en te, m as o h o m e m d e D eus nunca! A quele que e stiv e r en tre os m aio res p asto res d ev e estar entre os m aio res hom ens. P a re c e q u e h o je as p esso a s en tra m n a p o lítica, no m u n d o dos neg ó cio s e em o u tra s p ro fissõ e s e o b tê m su c e sso p u b lic a m e n te sem le v a r em co n ta a sua v id a p riv a d a . P o ré m , e sse tip o d e su c e sso n ão o c o rre no m in istério , p elo m e n o s n ã o p o r m u ito tem p o . O m o d o m ais rá p id o de a c a b a r co m o m in isté rio de u m p a s to r é a c o n g re g a ç ã o d isc e rn ir q u e a su a co n d u ta p e sso a l n ão c o rre sp o n d e à im a g e m p ú b lic a . H ip o c risia p o d e se r to le ra d a n a C a sa B ra n c a , m as n ão n a C a sa de D e u s. S e a v id a p e sso a l do m in istro não e stá à a ltu ra d os p a d rõ es ético s e m o rais e sta b ele cid o s p e la s S ag radas E sc ritu ra s, s e ria p re fe rív e l q u e ele ja m a is tiv e sse ab ra ç a d o o m in isté rio p asto ral.

O PASTOR PENTECOSTAL P ara T im ó teo , o ap ó stolo P aulo escreveu: “Tem cu idado de ti m esm o e da doutrina; p ersev era n estas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti m esm o co m o aos q ue te o u v em ” (1 T m 4.16). P aulo estab e lec e aqui u m a p rio rid a d e n ão só p ara T im óteo, m as tam b ém p a ra todos aqueles que o se g u iria m n o m in isté rio : p rim e iro m a n te r-se em lin h a p a ra d ep o is e x a m in a r a p reg ação e o ensino dos outros. R ic h ard B ax te r co lo co u isto m uito b em , quando disse: “D ê atenção a você m esm o, pa ra que seu exem plo não co n trad ig a su a d o u trin a [...] p ara que v o cê não d esm in ta c o m a v id a o que diz co m a língua; e seja o m aior im pedim ento ao sucesso do seu próprio tra b a lh o ” .3 C o m o S p u rg eo n re ssalta em seus serm ões: “A devoção p u ra e g en u ín a é n e c e ssá ria co m o re q u isito in d isp en sáv el; q u alq u e r que seja a cham ad a qu e alg u ém p re te n d a ter, se não foi ch am ad o à santidade, certam en te não foi ch am ad o ao m in istério. [...] A san tid ad e em u m m in istro é ao m esm o tem p o a su a m a io r n ecessid ad e e o seu m ais agrad áv el o rnam ento. U m m in istro santo é arm a terrív el nas m ãos de D e u s” .4 V am os seg u ir o ex em plo do ap óstolo P aulo, que lem b ro u à ig reja em T e s s a lô n ic a “d e q u ã o sa n ta , ju s ta e irre p re e n s iv e lm e n te ” e le e seu s co o p erad o res tin h a m v ivido entre eles (1 T s 2.10). D ep o is acrescentou: “N ão n os ch am o u D eu s p ara a im undícia, m as p ara a san tificação [ter um a v id a san ta]” (1 T s 4.7). Q u e a v id a p ú b lica e a v id a p artic u lar do m inistro sejam santas d ian te do Senhor.

Q ualificações Bíblicas O S en h o r Jesu s C risto, com o o C ab e ça da Ig reja, ja m a is p erm itiu que o p ad rão req u erid o p a ra o m in istério fo sse d e term inad o p ela p ró p ria igreja. A n tes, reserv o u a si o en cargo de ch am ar seus m in istro s e q u alificá-lo s a p re g a r o E v an g elh o . P o r co n seg u in te, E le expôs, nas S antas E scrituras, d iretrizes c la ra m e n te e stab elec id as que g o v e rn am a c o n d u ta p ú b lic a e p riv a d a dos líd eres m in isteriais e leigos da igreja. A lg u n s alu d em a 1 e 2 T im óteo e T ito co m o o “M an u a l do P asto r” , p o r causa das preciosas instruções e qualificações dadas ao m inistério e à igreja. E m 1 T im ó teo 3, h á o rien taçõ es m u ito esp ecíficas a todo aq uele que aspira ao pastorado. (Para efeito de esclarecim ento, os títulos “b ispo” , “presbítero” ou “a n c iã o ” e “p a sto r” são u sad o s in terca m b iav elm e n te n a E sc ritu ra e re fe re m -se ao m esm o ofício, m as ex p ressam re sp o n sab ilid ad e s d iferentes, com o supervisão adm inistrativa, liderança espiritual e m inistério, bem com o alim en tar e aten d er o reb an h o de D eus. E m A tos 20, todos os três conceitos — bispo, an cião e p a sto r — são u sad o s em re ferên cia aos líderes da ig reja e m É feso .5) D e se ja r o o fício de bisp o (pastor) é asp irar “ex celen te o b ra ” (1 T m 3.1). E n tretan to , esse d esejo não leva im e d iata m en te a p esso a a qualificarse p a ra o m in istério . Só d esejar não basta. É essen cial que ouçam os as S an tas E scritu ras d izerem em tom inequívoco: “C onvém , pois, q u e o bispo [o pastor] seja...” O q u e v em a seg u ir são ex ig ên cias essen ciais a todo c a n d id a to . E s s a s q u a l if ic a ç õ e s a b r a n g e m a c o n d u ta p e s s o a l e o c o m p o rta m e n to p ú b lic o , so b re os q u a is a ig r e ja n ã o te m n e n h u m a a u to rid a d e , se ja p a ra a ltera r, se ja p a ra ig n o ra r. L e v a r em c o n ta u m a

UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR qualificação in ferio r seria falsificar a P alav ra de D eus e m o strar desrespeito à d ireta au to rid ad e do C a b e ç a da Ig reja, o n o sso S e n h o r Jesus C risto. U m a V id a I r r e p r e e n s ív e l

A p rim e ira q u alificação de u m p a sto r é te r um a v id a “irrep ree n sív el” (1 T m 3.2), n ão só v iv en d o de m a n e ira a n ão m ere ce r ser rep reen d id o , m as sendo de fato sem rep reen são . S e r irrep reen sív el sig n ifica não ter n ad a em su a v id a q u e S atan ás, ou q u a lq u e r o u tra p esso a, p o ssa se valer p a ra atacálo ou cen su rá-lo . Isto n ão d en o ta p erfeição , m as diz resp eito a v iv er de m o d o q u e a re p u ta ç ã o seja im acu lad a. É v iv e r u m a v id a “com o co n v ém a santos” (E f 5.3), não p erm itin d o que os pecados do m undo sejam nom eados p o r v o cê ou identificados em você. C om o D o n Stam ps escreveu: “O caráter p ro v ad o d aq u eles q u e b u sc a m a lid e ra n ç a n a ig re ja é m ais im p o rtan te do que a p erso n alid ad e, o talen to p a ra pregar, a cap acid ad e ad m in istrativ a ou as realizaçõ es acad êm icas. O p o n to cen tral das q u alificaçõ es in cid e no co m p o rtam en to q u e tem p erse v e ra d o n a sab ed o ria p ie d o sa e nas escolhas certas [san tid ad e p e sso a l]” .6 C asa m en to

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F a m íl ia E x e m p l a r e s

Q uan d o o ap ó sto lo P au lo escrev eu q u e o p a sto r d e v ia ser “m arido de u m a m u lh e r” (1 T m 3.2), o Im p ério R o m a n o tin h a d escido a u m b aix o n ív el m o ral ain d a n ão superado, e m flag ran te d esresp eito às institu içõ es do casam en to e d a fam ília. A lid e ra n ç a d a igreja, tanto os pasto res quanto os d iáco n o s, d ev iam p ro p o rc io n a r à so cied ad e lib ertin a u m ex em p lo de casam en to e fam ília co m o d esig n ad o s p elo Senhor. O s líderes da ig reja n ã o d ev iam se d iv o rciar e ca sa r de novo. A m e d id a que n o ssa so ciedade av an ça e m seu d eclín io m o ral, a n e c essid ad e de casam en to s e fam ílias exem plares é cad a v ez m aior. E m ister que o p a sto r adm inistre b em o seu lar, dando à fam ília o cuidado e o rien taçõ es n ecessário s, e q u e a fa m ília o re sp eite e lhe esteja subm issa; ele é o c a b e ç a da casa. N ão é ta re fa fácil criar u m a fam ília pied o sa, m as c o m a a ju d a do E sp írito S an to , e te n d o as S ag rad as E sc ritu ra s com o fu n d am en to , o p a sto r p o d e o rd e n a r a ca sa e o casam en to à luz da P alav ra de D eus, e n ão seg u n d o os co stu m es de u m a so cied ad e degenerada. C o n d u t a V ir t u o s a

U m p a s to r te m d e e x ib ir d iv e rs a s v irtu d e s p o s itiv a s : v ig ilâ n c ia , sobriedade, ho n estid ad e, h o sp italid ad e e aptidão pa ra ensinar. Ser vigilante sig n ifica ser cau telo so e e sta r sem p re alerta. M a n te r a calm a em situações difíceis e to m a r d ecisõ es sensatas são a m arca d istin tiv a de u m a p e sso a equilibrada. S er sóbrio q u er d izer ser discreto, prudente, sério, solene acerca do trab alh o dos outros. A lg u m as p esso as n u n ca p a ssa m das diversões e j o g o s . D a r s é r ia a te n ç ã o a o s n e g ó c io s e tr a b a lh a r p a r a D e u s são c a ra c te rístic a s in flu e n te s. S e r h o n e sto d iz re sp e ito a ser d iscip lin a d o , o rg an izad o n o s p en sam en to s e no viver, m etó d ico e m odesto. R eu n ir as coisas m en tal, em o cio n al, física e e sp iritu alm en te é sinal característico de u m a p e sso a b em -ed u cad a. S er hospitaleiro tem o sentido de ser u m a pesso a do povo. S e vo cê p refere livros às p esso as, talv ez seja in d icação de sua

112 O PASTOR PENTECOSTAL não q u alificação com o h o sp italeiro . Q uando usam os n o ssa casa, veículo, fin an ças e tem p o p a ra a lcan çar as pesso as, q u alifica m o -n o s com o dados à h o sp italid ad e. S er a p to p a ra e n sin a r den o ta ser gentil. P aulo escreveu a T im óteo: “A o servo do S enhor não convém contender, m as, sim , ser m anso p a r a c o m to d o s , a p to p a r a e n s in a r, s o f r e d o r ” (2 T m 2 .2 4 ) . E s s a s características essen ciais q u alificam u m p a sto r para o ofício. C a r a c t e r ís t ic a s N e g a t iv a s

A P alav ra de D eu s é clara a re sp eito do que um m in istro deve evitar: “N ão d ado ao vinho, não espancador, não cob iço so de torpe ganância, [...] não co n ten cio so , n ão avarento; [...] não n eó fito ” (1 T m 3.3,6). Q u ando se co n sid era to d a a E scritu ra, é in co n ceb ív el que os m em b ro s da ig re ja usem a ex p ressão não d a d o a o vinho p ara en sin a r o b eb er socialm ente. N ão h á q u a lq u e r co n ex ão raz o á v e l entre o vinho u sad o nos tem pos bíb lico s e a ex ecráv el in d ú stria de b eb id as alcoólicas da atualidade. D adas as doenças fís ic a s d o c u m e n ta d a s e os p ro b le m a s m o ra is a sso c ia d o s às b e b id a s alc o ó lic a s, n ã o h á ra z ã o alg u m a p a ra o c ren te, e sp e c ia lm e n te p a ra o p re g a d o r, se q u e r to m a r u m g ole, ao p a sso q u e h á m ilh õ e s de razõ es (em b riag u ez, lares d esfeito s etc.) p a ra o crente n u n ca beber. N ã o esp a n ca d o r q u er dizer não contencioso, não violento. C onsiderando o ex em plo terren o de n o sso Senhor, p arece estranho p en sa r n u m pasto r que p ro cu re briga. N ão obstante, certa feita um p asto r chegou a m im e co n fesso u q u e h av ia se env o lv id o n u m a b rig a literal com u m m em b ro de sua igreja, p o rq u e este d isse ra algo de neg ativ o acerca de sua fam ília. M eu com entário: “P o d e ser que você ten h a ganho a briga, m as p erd eu q u alquer o p o rtu n id ad e fu tu ra de m in istrar a esse p o v o ". Q uanto aos m au s-trato s à m ulher, cito P au lo em o u tro contexto: “N e m ain d a se n o m eiem en tre vós, com o co n v ém a san to s” (E f 5.3). N ão h á lu g a r no m in istério p a ra um a p e sso a co m tal falta de controle. N ã o co n ten cio so tem o sentido de não se dar a altercações. O g revista luta co m as m ão s, m as o co n ten cio so b rig a co m a boca. E m v ez de ser o p ac ific a d o r, é o e n c re n q u e iro . C o m o d isse alguém : “O tem p era m e n to irritad iço n ão co n trib u i p a ra um m in istério lo n g o ” .7 O p o lem ista será m au pastor. N ã o a va ren to sig n ifica não ser sovina ou ter o ú n ico in teresse n a vid a de ju n ta r dinheiro. E n tretan to , ser avarento diz resp eito a m ais coisas do que dinheiro. A E sc ritu ra en sin a que a avareza é id o latria (Cl 3.5). P aulo tam b ém adv erte q u e a av areza n e m m esm o deve ser n o m ead a entre os cren tes (E f 5.3). N ã o n eó fito q u er d izer que u m n o v o -co n v ertid o n u n ca deve ser posto em u m p asto rad o , p ara que seu orgulho não seja a cau sa de sua queda, com o o co rreu co m S atanás. D ev em o s p ro te g er nossos jo v e n s enquanto estão crescen d o no Senhor. Isso tam b é m é v erdade no que tan g e ao ofício de diácono. N ã o co b iço so de torpe g anância, isto é, de só rd id a ganância, de lucro deso n esto . P au lo ensinou: “O am or do dinheiro é a raiz de to d a espécie de m a le s” (1 T m 6.10). O m o d o com o o din h eiro é u sad o d eterm in a se é "to rp e g a n â n c ia ” . O p a sto r que b u sca lucro d esonesto (1 P e 5.2), corrom pe

UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR o ofício e a ch am ad a. U m p a sto r d ep arar-se-á c o m m u itas o casiões p ara fa z e r n eg ó cio s eq uív o co s, ten tar en co b ri-lo s e fic a r co m as m ãos sujas co m to rp e g an ân cia. M u ito s b o n s p asto res, m in istério s e igrejas têm sido sacrificad o s n o altar de M am o m . N ão h á q u a n tia de dinheiro que v a lh a o m in istério e o n o sso d estin o eterno.

C aracterísticas Positivas a Serem N utridas A p t id ã o

para

E n s in a r

L id a r co m a P alav ra de D eu s n o en sin am en to e n a p reg ação é u m dos p rin cip ais m in istério s d a igreja. O s m em b ro s da ig reja p erd o arão o p asto r que n ão sabe m ais sob re n eg ó cio s do q u e eles, m as não p erd o arão o pasto r q u e n ão sabe m ais sob re a P alav ra de D eu s do que eles. A h ab ilid ad e do p a sto r n a P a la v ra d e te rm in a rá a d u ração do tem p o de sua p e rm an ê n cia na igreja. D e m o d o sem elh an te, a h a b ilid ad e de u m p a sto r na P alav ra será d eterm in a d a p elo tem p o que g a sta estu d an d o a B íb lia p articu larm en te. B om T estem unho

dos de

F ora

da

I g r e ja

O p asto r tem de te r a bo a rep u tação de p ag ar as contas, ser b o m cidadão, p a rtic ip a r nos p ro jeto s da co m u n id ad e. M ais im p o rtan te q u e isso, o p asto r d ev e ser resp e ita d o co m o servo d e D eus, u m líd e r espiritu al p ara to d a a co m u n id ad e. O estilo de v id a de um p a sto r afeta não só a sua rep u tação pesso al, m as ta m b é m a rep u ta ç ã o d a igreja. Q u ando P aulo disse a Tito: “N in g u é m te d esp reze [te d ep recie]” (T t 2 .15), estav a p reo cu p ad o co m a in flu ê n c ia de líd eres tan to da ig reja q u an to de fo ra dela. O servo do S enhor n ão d ev e ser p o sto de lad o com o p e sso a d isp en sável, sem in flu ê n cia e não desejada. O pasto r cu ja v id a p esso al está em o rdem evitará ser u m proscrito. “P urificai-v o s, vós q u e levais os u ten sílio s do S e n h o r” (Is 52.11).

0 Caráter do Servo do senhor Zenas J. Bicket té u m a g eração atrás, o caráter era de im p o rtân cia prim ária. E speravase que os p ro fissio n ais e leig o s ig u alm en te satisfizessem os padrões m ín im o s d e in teg rid ad e e m o ralid ad e. M as nos anos que se seg u iram à Segunda G uerra M undial, o caráter foi sendo m encionado cada vez m enos,

A

114 O PASTOR PENTECOSTAL ta n to em c írc u lo s r e lig io s o s q u a n to e m se c u la re s . E m seu lu g a r, a p erso n a lid a d e e a eficiên cia p esso al p a ssa ram a ser m ais valorizadas. A v id a p e s s o a l — o u o c a rá te r — d e u m p o lític o fo i c o n s id e ra d a de im p o rtâ n c ia secu n d ária em relação ao sucesso que teve no cu m prim ento das m etas co m u n itárias e sociais. O m ag n ata dos n eg ó cio s foi declarado p esso a de sucesso com base em sua habilidade de dar lucro, não im portando sobre q u em tev e de e n g an ar e destru ir p a ra lo g rar suas m etas. E n tre ta n to , o povo e stá vo ltan d o a p reo c u p ar-se co m o ca rá te r e a in teg rid ad e dos líd eres p o líticos, em p resariais e p ro fissionais. A s falhas de c a rá te r dos líd e re s re lig io so s e d a s fig u ra s de d e sta q u e d a m íd ia, ab ertam en te d iv u lg ad as p e la telev isão e im p ren sa escrita, têm instigado grande ceticism o sobre tod o s os que se acham em po sição de liderança. Se aq ueles q u e en sin am e p reg am sobre in teg rid ad e não p o d em ser cridos pelo que afirm am ser, então em q u em se po d e confiar? H á um a crise de c red ib ilid ad e em rela ç ã o a todos os que aceitam cargos de liderança. C a rá te r j á n ão é m a is c o n c e ito d e d e fin iç ã o sim p les, co m u m e n te co m p reen d id o . P ara alguns, caráter é a to lerân cia p o r todas as op in iõ es e estilo s de vida, p o r todos os com p o rtam en to s e crenças. E ssas pessoas v alo rizam m u ito a d efesa das m in orias e causas, in d ep en d en te do certo ou do errad o q u e esteja env o lv ido. P ara outros, caráter é a in d ep en d ên cia, ou in d iv id u alism o , a c o rag em de se erguer co ntra valores e idéias tradicionais.

Padrão de É tica H ipócrita Q u an d o u m irm ão lev a m u ito tem p o p a ra fa z e r algo, é lento. Q u ando eu levo m u ito tem p o , sou cuid ad o so . Q u an d o u m irm ão n ão faz o que deve ser feito, é preg u iço so . Q u ando eu não faço, estou m u ito ocupado. Q u an d o u m irm ão faz algo sem ser m an d ad o , está u ltra p assan d o os lim ites. Q u an d o sou eu q u e m faz, tra ta -se de in iciativa. Q u an d o u m irm ão su ste n ta co m firm e z a seu p o nto de vista, é estúpido. Q u an d o eu susten to c o m vigor, esto u sendo firm e. Q uan d o um irm ão ig n o ra algum as norm as de etiqueta, é m al-educado. Q uan­ do eu n eg lig en cio alg u m as n o rm as, sou original e in d ependente. Q u an d o u m irm ão rea liz a b e m u m a tarefa e agrada o chefe, está b ajulando. Q u an d o eu ajo assim , faço p arte d a equipe. Q u an d o u m irm ão tem sucesso , c ertam en te fo i u m golpe d e sorte. Q uando eu co n sig o pro sp erar, fo i p o rq u e trab alh ei c o m afinco.

U m a g e ra ç ã o in te ira le v a n to u -s e e m o p o siç ã o a to d a s as fo rm a s de o rg an ização in stitu íd as, q u e r os credos e práticas estab elecid as fossem certos, q u er não. A p re c ip itação m aléfica disso ainda é v ista na oposição p ú b lic a a q u alq u er autoridade: civil, re lig io sa ou organizacional. P ode ser que h a ja ocasiõ es em que se deva faz er oposição às in stitu içõ es, m as o v erd ad eiro caráter não c o n d en a a autoridade só po rq u e é autoridade. D eve

UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR 1 1 5 h av er p ad rõ es de caráter: p a ra in d iv íd u o s e p ara organizações. O posição arb itrária à auto rid ad e, sem q u a lq u e r b ase ética ou m oral, só co n d u z à a n arq u ia e ao caos. A so cied ad e m o d e rn a não p arece estar m u ito distante d esse estad o . D e to d as as p esso as, o m in istro do E v an g elh o tem de ter u m a d efin ição clara do q u e seja o c a rá te r p a ra que seja m o d elad o com nitidez.

C aráter e A ção O caráter n u n c a é co m p ro v ad o p o r u m a declaração escrita ou oral de c o n v ic ç õ e s . É d e m o n s t r a d o p e lo m o d o c o m o v iv e m o s , p e lo c o m p o rtam en to , p elas esco lh as e d ecisõ es. C aráter é a v irtu d e vivida. O caráter ru im o u o c o m p o rtam en to p o u co ético tem sido com p arad o ao o d o r do corpo: ficam o s o fen d id o s q u an d o o d etectam o s nos outros, m as raram en te o d etectam o s em nós m esm os. O s líderes espirituais sem pre d ev em ser sen sív eis ao fato de q u e suas ações fala m m u ito m ais alto do q u e as p a la v ra s d ita s d o p ú lp ito . V isto q u e as a ç õ e s q u e p ra tic a m o s ra ra m e n te são p e rceb id as co m o p ro v as de caráter defeitu o so , fazem -se essenciais à in tro sp ecção e à au to-avaliação, não porque desejam os agradar ou ev ita r o fe n d e r os outros, m as p o rq u e a rep u taç ão e o c aráter do m inistro devem e sta r a cim a de to d a rep reen são (1 T m 3.2,7). N ossas palavras e p en sam entos d ev em ser agradáveis perante a face de D eus (SI 19.14), m as n o ssas ações re v e la m n o sso caráter aos outros. ^ ^ A s características do caráter exigido po r D eus daqueles AlltÍCI3ll16llt!Ê que q u erem habitar em sua p resen ça são ações, e não um " , estad o p assiv o d o ser. “S enhor, q u e m h a b ita rá no teu tab em acu lo ? Q uem m orara no teu santo m onte? A quele » q u e a n d a e m s in c e rid a d e , e p r a tic a a ju s tiç a , e fa la verazm ente segundo o seu coração; aquele que não difam a j com a sua língua, n em faz m al ao seu próxim o, n em aceita QC lO U U S nenhum a afronta contra o seu próxim o; aquele a cujos olhos ---------------------------------o ré p ro b o é d esp rezad o ; m as h o n ra os que tem e m ao Senhor; aquele que, m esm o que ju re com dano seu, não m uda. A q u ele q u e não em p resta o seu dinheiro com usura, nem recebe subornos contra o inocente; q u em faz isto n u n ca será abalado” (SI 15).

o carater era preocupacao

C om ponentes Seculares e Bíblicos do C aráter H isto ricam en te, o c a rá te r te m sid o de in teresse p rim á rio tan to para cristão s q u an to p a ra n ão -cristão s. O s g regos falav am d e virtu d es, p alav ra qu e q u ase d esap areceu de n o sso v o cab u lário . O s p sicó lo g o s falam sobre c o m p o r t a m e n t o s . O s p o l í t i c o s f a la m s o b r e v a lo r e s . F a l a r d e co m p o rtam en to s e v alo res ev ita a fo rte ên fase m oral e esp iritu al asso ciad a à p a la v ra “v irtu d e ” . Todo m u n d o te m valores, m as os valores variam de p e sso a a pesso a. O s “v alo res fa m ilia re s” sig n ificam valo res b íb lico s p ara o cristão, m as algo in teiram en te d iferen te p a ra os h o m o ssex u ais, que “se casam ” e se to m a m u m a “fam ília” . O uso de com portam ento p ara descrever as ações h u m an as red u z os seres h u m an o s (criados seg u n d o a im ag e m de

O PASTOR PENTECOSTAL D e u s ) à v id a a n im a l, a q u a l ta m b é m p o d e se r d e s c rita e m te rm o s co m p o rtam en tais. Só os h u m anos p o d em d e m o n strar virtu d es m orais, o fu n d am en to do c a rá te r hum ano. O s g reg o s clássico s id en tificaram quatro virtudes cardeais: a sabedoria (o u p ru d ê n c ia ), a coragem , a tem p era n ça e a ju stiç a . A p ru d ê n c ia é a sab ed o ria prática, que faz escolhas e decisões sábias. A coragem , de acordo c o m o p e n sa m e n to c lá ssic o , é a cap a c id ad e d e fa z e r a co isa c e rta ou n ec e ssá ria m esm o quan d o arrostado p ela adversidade. A tem p eran ça, ou au to co n tro le, é a c ap acid ad e de co n tro lar os im p u lso s p esso ais, de ad iar a satisfação im e d ia ta p o r lucro em lo n g o prazo. A ju s tiç a é a ap licação ju s ta e h o n e sta d a p ru d ên cia, d a c o rag em e d a tem p e ran ç a em to d as as relaçõ es h u m an as. E ssa s q u a tro v irtu d e s são c a ra c terístic a s n o b re s do caráter. F o ram cham adas de as virtudes cardeais da lei natural, porque acham -se em m uitos sistem as de ética e c o m p o rtam en to m oral. S ão o b v iam en te en co n trad as nas E scritu ras: • • • •

A pru d ên cia (ou prudente, ou av isado): 15 referências em Provérbios. A coragem : D euteronôm io 31 e Jo su é 1. A tem p eran ça (ou tem perante) ou autocontrole: 1 C oríntios 9.25; G álatas 5.22: Tito 1.8; 2.2 (sóbrio) e 2 P edro 1.6. A justiça: Salm os 82.3; P rovérbios 21.3; Isaías 56.1 e M iquéias 6.8.

M as as v irtu d es cristãs, com o advogadas nas S agradas E scrituras, v ão além d essas v irtu d es n atu rais reco n h ecid as até m esm o p elas p essoas n ão reg en erad as.

O M andato Bíblico do C aráter C ristão E n q u an to que as v irtu d es clássicas era m características essen ciais para u m v iv e r p ró sp ero , p o u co tin h am a v e r co m as re laç õ es in terp esso ais na c o m u n id a d e . A c o r a g e m a p e la v a a o s m e m b r o s d a c o m u n id a d e a p e rm a n e c e r e m f o r te s c o n tra u m in im ig o e x te rn o . A p ru d ê n c ia e o a u to co n tro le e ra m en fatizad o s com o m eio s de se alcan çar su cesso p esso al n u m a co m u n id ad e com p etitiva. A ju s tiç a e ra u m a abstração ap licad a m ais à in stitu ição d o q u e ao indivíduo. A B íb lia, en tretanto, é ex trem am en te p rá tic a q u an d o descrev e o c aráter id eal do cren te sem elh an te a C risto. A co n v ersão é apen as o co m eço de u m pro cesso de fo rm ação de c aráte r que d u ra a v id a inteira. T oda le itu ra ou au d ição das E scritu ras d everia ser o p o rtu n id ad e p ara u m exam e p ro fu n d o do caráter. O servo do Senhor, com a ajuda do E spírito S a n to , d e v e ria se f o r ta le c e r c a d a v e z m a is n a s v irtu d e s do c a rá te r in terp esso al. O S alm o 15 fo rm a um esb o ço para as características práticas do c a rá te r q u e D eus d eseja. O s com en tário s do N ovo T estam ento sobre o S alm o 15 ach am -se nos livros de T iago e 1 João. F ale

a

V e r d a d e V in d a

do

Coração

N ão d efin im o s a p e sso a de c aráter com o aq u ela q u e g u ard a os D ez M an d am en to s, q u e n ão m ata, não fu rta ou não co m ete adultério. E ssas

UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR obrig açõ es m orais b ásicas são presum idas. E m vez disso, o caráter envolve in teg rid ad e, fra n q u e z a e v eracid ad e ab so lu ta nas relaçõ es co m to dos os seres h u m an o s criad o s p o r D eus. “F a la r no [p roveniente do] c o raç ão ” é u m a ex p ressão id io m á tic a d a lín g u a h e b ra ic a p ara d en o tar “p e n sa r” . O c a rá te r c ristã o c o m e ç a c o m h o n e s tid a d e e fra n q u e z a d ia n te d e D eus. Q u an d o N atan ael e n co n tro u Jesu s, as p rim eiras palav ras que o u viu do M estre foram : “E is aq u i u m v e rd ad eiro israelita, e m q u em não h á d o lo ” (Jo 1.47). Jesu s, q u e so b ren atu ralm en te d iscern ia o caráter, reco n h eceu que N atan ael j á era h o m em sem astúcia, p resu n ção , eng an o ou h ipocrisia. S ua lín g u a e m ãos estav am em p erfeita u n id ad e co m o coração. Q ue todos os líd e r e s e s p ir itu a is q u e r e p r e s e n ta m o S e n h o r te n h a m o m e sm o testem u n h o ! O que e stá no co ração em relação a D eu s é re fle tid o em d ireção aos outros. N o ssas relaçõ es h u m an as n ão d ev erão se lim itar a tão -so m en te cu m p rir as reg ras. P erfeição ab so lu ta no tra ta r corretam en te os o u tro s é im p o ssív el. T odos erram o s em alg u m p o n to . M as se h á in ten ç ão sin c era e o d esejo de em ca d a m o m en to o b ed ecer e ag rad ar a D eus, tam b ém há d esejo sin cero de e d ific a r e ab en ço ar os outros. P ilato s fe z a seg u in te p erg u n ta a Jesus: “Q u e é a v erd ad e?” (Jo 18.38). C laro q u e P ilato s re a lm e n te n ão q u eria u m a defin ição técnica. E le não teria en ten d id o n ad a se Jesus tiv esse resp o n d ido: “E u sou [...] a v erd ad e” (cf. Jo 14.6). M as h o je, m u ito s, co m o P ilato s, estão em d ú v id a q u an to à n atu re z a da v erdade. C erta filo so fia co n te m p o râ n ea en fa tiz a a n atureza sub jetiv a da v erd ad e — algo p esso al que v aria de ind iv íd u o a indivíduo. “O q u e é ve rd a d e p a ra m im ” , dizem , “n ão é n e c essaria m en te v erd ad e para v o c ê ” . M as a v erd ad e b íb lic a é objetiva. É a v erdade m esm o que nin g u ém acredite. N u m a so cied ad e q u e ac re d ita e m p lu ralism o e relativ ism o , a d efin ição o b jetiv a n ão é p ro n ta m e n te aceita. O s cristãos n ão d ev em ser in clin ad o s a u m a atitu d e sub jetiv a em relação à verdade. T em os de nos ag arrar à v erd ad e ob jetiv a, a d esp eito da atual m aré cultural, m as tem os de faz ê -lo co m am o r (E f 4.15). A v e r d a d e p o d e s e r u s a d a d e s t r u t i v a m e n t e ta n to q u a n to construtivam ente. O am o r é o ingrediente que to m a a veracidade em bênção e m v ez de m ald ição . “P a ra q u e não sejam o s m ais m en in o s in constantes, lev ad o s e m ro d a p o r to d o vento de do u trin a, p elo eng an o dos ho m en s que, c o m astú cia, en g an am frau d u lo sam en te. A n tes, seguindo a v erdade em [am or], cresçam os e m tu d o n aq u ele q u e é a cabeça, C risto ” (E f 4.14,15). R e p e tir u m fato v e rd a d e iro n ã o é n e n h u m a ju s tific a ç ã o a u m a ta q u e m alicio so n o c aráter ou rep u ta ç ã o do sem elhante. N ã o C a l u n ie

nem

F a ça F ofo ca

A p e sso a de caráter n u n ca fala m al de q u em q u er que seja. O s erros e fa lta s p e rc e b id a s n o s o u tro s n ã o d e v e rã o ser tó p ic o s e sc o lh id o s p a ra con versação. Tal p e sso a p ro c u ra rá c o n testar u m a h istó ria negativa sobre outro crente. S e isso não fo r p ossível, a h istó ria não segue adiante. A pesso a que tem caráter não d iv u lg a u m relato negativo, m esm o que seja verdadeiro. A p esso a de c a rá te r n ão só g u ard a a língua, m as tam b é m as línguas dos outros, a fim d e ev itar a p ro p a g a ç ã o d a calúnia.

118 O PASTOR PENTECOSTAL

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Se a p esso a de caráter não espalha inform ação negativa, alguém pode perguntar: “E ntão é pecado ser tolerante no C orpo de C risto?” O bviam ente que não! M as h á um p rincípio bíblico no lidar com tais problem as sem p recisar fazer fofocas a ouvidos sem pre ansiosos. O pecado contra C risto e seu C o ip o pode ser tratado, até certo ponto, de m odo sem elhante ao padrão de M ateus 18, concernente ao pecado ou ofensa entre dois crentes. “O ra, se teu irm ão p ecar con tra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irm ão. M as, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou três testem unhas, toda palavra seja confirm ada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se tam b ém não escutar a igreja, considera-o com o um gentio e p ublicano.” (M t 18.15-17.) O p rin cíp io su b jacen te é claro. O s p ro b lem as no C o rp o de C risto são reso lv id o s m ais ad eq u ad am en te, quan d o a situação é tra tad a pelo m en o r n ú m ero p o ssív el de p esso as, e não q u an d o é cap rich o sam en te fala d a ou fo fo cad a. P rim eiro , se não fo r a p ro p ria d o c o n fro n ta r o irm ão o fen d id o p esso alm en te, o assunto d ev e ser referido à autoridade form al religiosa ou espiritual p ara investigação e ação. E sses líderes são resp o n sáv eis p e la saúde esp iritual d a co n g reg ação . (E n tretan to , e sse cu rso de ação não se ap lica a d iferen ças de opinião que não co n stitu am p ecado ó b v io no C o rp o de C risto.)

Favorecer os ricos não é o único preconceito ________________________

N ã o P r e j u d iq u e N in g u é m

P a ssa r p ela v id a sem pre ju d ica r u m a ú n ica p e sso a seria im p o ssív el sem a o b ra so b ren atu ral do E sp írito S anto. O líd e r esp iritu al, m u ito sem elh an te a u m ju iz de trib u n al itin e ra n te ,1 têm de co n c ilia r d esaco rd o s, n os quais u m dos lados é o v e n ce d o r e o outro, o p erdedor. M as n ão h á n e n h u m a in tenção de p reju d ic ar q u a lq u er u m a das p artes. T rata-se sim p lesm en te de um esforço em o b ter ju stiça. O egoísm o é o p rin c ip a l p ro b le m a n a d e te rm in a ç ã o do s v e rd a d e iro s m o tiv o s. A p sic o lo g ia se c u la r su ste n ta q u e to d o c o m p o rta m e n to é m o tiv a d o pelo e g o ísm o o u p e la v a n ta g e m p e sso a l a d v in d a d e u m a d ecisã o ou ação. E n tretan to , a v erd ad e b íb lic a ad v o g a bu scar os interesses dos outros: “N ão aten te c a d a um p a ra o que é p ro p ria m en te seu, m as cad a qual tam b ém para o q u e é d os o u tro s” (Fp 2.4). S ab en d o q u e o in tere sse p e sso a l é u m a m otivação natural, às vezes ju lg am o s injustam ente a m otivação que propicia as d e c isõ e s e açõ es das p e sso a s. N ã o o b stan te, n u n c a p o d e m o s e sta r p le n a m e n te seg u ro s de n o ssas p róprias m o tiv açõ es, isto sem m en c io n ar a m o tiv ação dos outros. O c a rá te r d os líd eres e sp iritu ais tem de te r fo rte co m p o n en te de ju stiça , se é q u e se q u er ev itar a acu sação de m altratar as pessoas. T iago adm oesta: “P o rq u e, se n o v o sso aju n tam e n to e n tra r alg u m h o m e m co m anel de ouro, c o m v e s te s p r e c io s a s , e e n tra r ta m b é m a lg u m p o b re c o m s ó rd id a v e stim e n ta , e a te n ta rd e s p a ra o q u e tra z a v e ste p re c io sa e lhe d isserd es: A sse n ta -te tu aq u i, n u m lu g a r d e h o n ra , e d isse rd e s ao po b re: Tu, fic a aí em p é o u a s s e n ta -te a b a ix o do m eu e stra d o , p o rv e n tu ra n ão fiz e ste s d is tin ç ã o d e n tro d e v ó s m e sm o s e n ão v o s fiz e s te s ju iz e s de m au s p e n sa m e n to s? ” (T g 2 .2 -4 ).

UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR 1 1 9 M as a d iscrim in ação em fav o r dos rico s não é o único preco n ceito a ser co n fro n tad o . O s israelitas fo ra m ad vertidos: “N ão fareis in ju stiça no ju ízo ; nã o aceitarás o p o b re, n e m resp eitarás o g ran d e; co m ju s tiç a ju lg a rá s o teu pró x im o ” (L v 19.15). Justiça é essencial em todas as circunstâncias, estejam estas relacio n ad as co m a eco n o m ia, a raça, a id ade, a ed ucação, o cargo ou co m a p ro fissão . O c a rá te r cristão m o stra resp eito apro p riad o p o r todas as pessoas. F a z e r a o b ra do S en h o r ja m a is é d escu lp a p a ra se d esp rezar as leis e dar o fam o so je itin h o . D eu s esp e ra q u e su a o b ra seja feita co m im parcialid ad e e in teg rid ad e. N eg lig en ciad o , às vezes, p o r líderes de igrejas locais, é o tratam en to q u e se d isp e n sa aos escrito res e co m positores. O que d ize r das fitas e C D ’s p irateados? O que d izer dos livros que são xerocados e vendidos com o ap o stilas sem o co n h ecim en to de seus autores? O que dizer ainda das m e n sag en s e estudos b íb lico s q u e são g ravados sem o con sen tim en to do co n fe re n cista e d ep o is v en d id as sem n a d a rep a ssa r aos preg ad o res? Isso é in iq ü id ad e? O co m p o sito res e au to res, cu jo su stento depende dos direitos autorais daquilo q u e criaram , são assim vergonhosam ente lesados.2 A firm ar q u e as ed ito ras e g rav ad o ras n ão p re c isa m dos d ireito s au torais é co n trariar a ju s tiç a d a P alav ra de D eus. O caráter cristão é o b se rv ad o r das leis que ad eq u ad am en te p e d e m a n u ên cia p ú b lica, p ag an d o às entidades go vernam entais e em presariais os devidos im p o stos (cf. M c 12.17). A única c ir c u n s tâ n c ia n a q u a l o c ris tã o p o d e r e c u s a r ta l a p o io c o o p e ra tiv o “v o lu n tá rio ” é q u an d o o E stad o p ed e a su b m issão a um a lei q u e e ste ja em co n flito c o m os co m p ro m isso s ex igidos p o r D eus. O d e ie

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M al

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H onre

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R e t id ã o

te A natureza humana encontra outros meios de dissimular a verdade para não obedecer a declaração direta

A E scritu ra n u n ca en sin a os crentes a odiar as pessoas, p o u c o im p o rtan d o o q u ão m ás ou am eaçad o ras p o ssam ser. M as o m al q u e tais p esso as p e rp e tra m ao v io lar as leis de D eu s é objeto ap ro p riad o do n o sso ódio. N ão só é ob jeto ad eq u ad o do n o sso ódio, co m o tam b ém som os ord en ad o s a o d ia r o m al (SI 97.10; A m 5.15). O s c r e n te s q u e v iv e m e m u m a c u ltu r a s e c u la r e n f r e n t a m d i f í c i l c o n f l i t o q u a n d o o s lí d e r e s g o v e rn a m e n ta is a p o ia m ou lan çam le g isla ç ã o e ações execu tiv as e m antag o n ism o d ireto co m os en sinam entos b íb lic o s. N e ssa s o c a siõ e s, p ro n ta m e n te id e n tific am -se ___________________55 com os apóstolos de A tos: “M ais im p o rta o b ed ecer a D eus do q u e ao s h o m e n s ” (A t 5 .2 9 ). A a d m o e sta ç ã o p a ra obed ecerm o s às a u to rid ad es seculares é clara: “T oda alm a e steja su jeita às au to rid ad es sup erio res; p o rq u e n ão h á au to rid ad e que não v e n h a de D eus; e as autoridades que h á fo ram o rdenadas p o r D e u s” (R m 13.1). M as quando essa au to rid ad e, através de decreto s, re strin g e a preg ação do E v an g elh o ou dá legitim id ad e ao pecad o , tem os de ob ed ecer a D eus, e não aos hom ens. C la ro q u e a d e so b e d iê n c ia c iv il n ão p o d e u sa r d e v io lê n c ia n e m de e x tr e m is m o s . N u m a d e m o c r a c ia , o c r e n te te m a re s p o n s a b ilid a d e determ in ad a p o r D eus de v o ta r de acordo co m a co n sciência nos candidatos e tem as q u e estiv erem de aco rd o com os p rin cíp io s bíblicos.

O PASTOR PENTECOSTAL M antenha

as

P ro m essa s

com

H o n e s t id a d e

e

I n t e g r id a d e

A in stru ção de P au lo aos co lo ssen ses p arece direta: “N ão m intais uns aos o u tro s, p o is q u e já v os d espistes do velh o h o m e m co m os seus feitos e vos v estistes do n o v o ” (C l 3.9,10). M as a n atu rez a h u m an a en co n tra outros m eio s de d issim u la r a v erd ad e p ara não o b ed ecer à declaração direta. As pesso as, às vezes, fa la m a v erd ad e c o m os lábios, m as co m significado d iferen te n o coração. T ran sp arên cia pessoal é h o n e stid a d e acerca de si m esm o , ac e rc a das em o çõ es, d esejos e p re fe rê n cias dos outros. N ão é n e c e s s á r i o e x p o r n o s s o s s e n tim e n to s e in tim id a d e s a to d o s q u e en co n tram o s, m as h á a n e c essid ad e d e ev itarm o s a preten são e o engano. D eb ates sobre a h o n estid ad e freq ü en te m en te lid am com dilem as nos quais a lg u m g ra n d e m al a c o n te c e se a p e sso a não m entir. S e h o m en s m aus e stiv essem p e rse g u in d o seu esp o so ou esp o sa, p o d e r-se -ia m e n tir para p o u p a r u m a v id a? Se alg u ém p rec isa sse de um m e d icam en to esp ecial para salv ar a v id a do filh o , m as n ão tiv esse din h eiro p a ra c o m p ra r o rem édio, seria legítim o ro u b ar ou m en tir para adquirir o m edicam ento de que precisa? Tais c o n to rç õ e s aca d ê m ica s serv em d e p o u co p ro p ó sito . A ên fa se das E sc ritu ra s é clara. Sob q u a isq u er circu n stân cias, n u n ca é certo p la n ejar m entir. Se g astássem o s m ais tem po re sistin d o à ten tação de nos serv ir de m en tiras b ran cas e de etiq u eta p ara nos liv rar de situações incôm odas, seriam o s h o m en s e m u lh eres d e verd ad eiro caráter. O c a rá te r c ristã o re q u e r in te g rid a d e m o ral. In fid e lid a d e ao s vo to s m atrim o n iais não é apenas u m a p ro m essa esq u ecid a ao cônjuge. T rata-se de p erd a de integridade p ara a com unidade cristã, que investiu sua confiança n o m in istro . O fracasso e m m a n ter outras p ro m essas d estró i o caráter e a co n fian ça. D eix ar co n tas a p a g ar em u m a c o m u n id ad e d ev asta o caráter d a ig re ja e c ria v erd ad eiro s p ro b lem as de cred ib ilid ad e p a ra o sucessor. Q u alq u er co isa q u e fo i to m a d a p o r em p réstim o — dinheiro, livros ou a ferram en ta do v izin h o — é aceita co m a ob rig ação m oral de reem b o lsar ou devolver. A p ro m e ssa de u m m in istro , exp ressa ou im p lícita, deve ser tão v erd a d e ira q u an to u m co n trato assinado. O c a rá te r e stá em jo g o . H o je p o u c o se o u v e fa la r d a filo s o f ia h u m a n ís tic a d a “ é tic a da s itu a ç ã o ” . M a s e s s a p r á tic a e s tá p o r to d a p a r te e te m se r a s te ja d o fu rtiv a m e n te n a ig re ja . E n sin a r que h á c irc u n stâ n c ia s ou situ a çõ es nas q u a is é p e rm issív e l m en tir, ro u b ar, e n g a n a r ou m atar, d e ix a a so cied ad e sem p rin c íp io s m o ra is u n iv e rsa is. H á situ aç õ es c o m p le x a s em q u e se te m de e sc o lh e r o m en o s ru im en tre d o is m ale s, m as tal d e cisão n u n c a d e v e ser e n c a ra d a c o m o p ro v a de q u e a e sc o lh a foi m o ra lm e n te p o sitiv a. P a ssa g e n s d as E sc ritu ra s re la tiv a s a p en as à g u erra, à le g ítim a d e fe sa e à p e n a de m o rte , p o d e m tra z e r c o n fu sã o ao te x to sim p les de Ê x o d o 20.13: “N ão m a ta rá s ” . O so ld a d o c ristã o q u e tira a v id a de u m in im ig o n u n ca p o d e se d e le ita r p o r h a v e r fe ito u m a açã o m o ra lm e n te exem plar. E m b o ra a g u e rra p o ss a se r ju s tific a d a c o m o u m m al n e c e ssá rio , é a in d a u m m al. A c o n s c iê n c ia d a p e s s o a d e v e se rv ir d e g u ia e m ta is c irc u n s tâ n c ia s im p o ssív e is. M as a c o n sc iê n c ia d ev e e sta r fu n d a m e n ta d a no am o r div in o e n o a rd e n te d e se jo de a g ra d a r a D eus. A é tic a d a situ a çã o , b a se a d a nos ca p ric h o s d e c a d a um , n ã o é su b stitu ta p a ra o c a rá te r c ristã o q u e D eu s p ro c u ra in stila r em to d o s os seus filh o s.

UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR M a n e je

as

P o s s e s s õ e s M a t e r ia is

com

In t e g r id a d e

A p re o c u p a ç ão nos tem p o s b íb lico s d iz ia re sp eito ao encargo d a u su ra ou ju ro s sobre e m p réstim o s feitos aos pob res, os quais não d isp u n h am de r e c u r s o s fin a n c e ir o s p a ra p r o v e r a s n e c e s s id a d e s b á s ic a s . H o je , o e q u iv alen te é a b u sc a e o m au uso do d in h eiro p o r p arte de p astores. M ais ín d o les e re p u taçõ es m in isteriais tê m sido d estru íd as pelo m au em prego do d in h eiro e p o ssessõ es m ateriais do q u e praticam en te p o r qu a lq u er outra ten tação . P o u co s tê m ap ren d id o a im ita r o ex em p lo do ap ó stolo P aulo. N a v e rd a d e , fo i e le q u e m o b s e rv o u q u e os p r e s b íte r o s (p a s to re s ) são m e re c e d o re s “ de d u p lic a d a h o n ra ” (p o s s iv e lm e n te , m as não n ecessariam en te, de d inheiro). T am bém citou: “D ig n o é o obreiro do seu sa lá rio ” (1 T m 5.17,18). M as o m esm o P aulo recu so u aceitar salários da ig reja co rín tia, e sco lh en d o antes su sten tar-se p o r outros m eios do que ser c o n sid erad o co m o a lg u ém q u e b u sc a v a o b ter riq u ezas pesso ais d aqueles a q u em d e se ja v a g an h ar p a ra C risto. Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes, suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. Mas eu de nenhuma destas coisas usei e não escrevi isso para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer do que alguém fazer vã esta minha glória. Logo, que prêmio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça o evangelho de Cristo, para não abusar do meu poder no evangelho (1 Co 9.12,15,18). O d e v e r d e os líd e re s e sp iritu a is p re s ta re m co n tas fin a n c e iras é algo e x tre m a m e n te d e se já v e l, a fim de e v ita r e sp e c u la ç õ e s d e sn e c e ssá rias so b re a re m u n e ra ç ã o e estilo d e v id a d o serv o do Senhor. C erto m in istro q u e atu a na p re g a ç ã o d o E v a n g e lh o p e la te le v isã o so lic ito u a u m a ju n ta d e d ire to re s c o rre ta m e n te e sc o lh id a e c o m issio n a d a , q u e o a ju d a sse n a p re sta ç ã o d e c o n tas, de fo rm a q u e a re n d a do seu m in isté rio , p ro v e n ie n te d e to d a s as o rig en s, fo sse d e v id a m e n te m o n ito ra d a. A o b rig a to rie d a d e d e p re s ta r co n ta s n ão te m o d e síg n io d e re s trin g ir a re n d a p e sso a l, m as d e p e rm itir q u e o p ú b lic o sa ib a q u e u m se n tin e la fo i in stitu íd o co m o p r o p ó s ito d e p re v e n ir a p o s s ib ilid a d e d e a b u so s. E m b o ra o A n tig o T estam en to p ro ib isse os lev itas de p o ssu íre m b en s im ó v e is p a rtic u la re s, a re striç ã o n ã o é a ssim d e c la ra d a n o N o v o T estam en to . N ão o b stan te, a lid e ra n ç a e sp iritu a l sem p re d ev e se g u a rd a r d a g a n â n c ia de a c u m u la r p o sse ssõ e s te rre stre s, as q u ais e n to rp e c e m o im p a c to do m in isté rio do serv o de D e u s .3

O Papel do Espírito Santo no D esenvolvim ento do C aráter O caráter não acontece p o r acaso. A experiência de conversão não produz so z in h a u m c a rá te r co m p letam en te d e sen v o lv id o n aq u ele q u e se converte. E m b o ra seja n o v a c ria tu ra em C risto, o co n v ertid o ainda deve cresc er “na g raça e co n h ecim en to de n o sso S en h o r e S alv ad o r Jesus C risto ” (2 Pe 3.18).

122 O PASTOR PENTECOSTAL O p asto r, e v a n g e lista , ou p ro fe s s o r p e n te c o sta l, é fre q ü e n te m e n te id en tificad o p ela m e n sa g e m e ex ercício d a m an ifestação so b ren atu ral do E sp írito S anto. M as o v erd ad eiro c a rá te r de q u a lq u er líd e r ou leigo cristão é visto n a “m a n ife sta ç ão ” do fru to p ro d u z id o p o r esse m esm o E spírito. O fru to do E sp írito são os fu n d am en to s de u m c aráter harm onioso: am or, g ozo, paz, lo n g an im id ad e, b en ig n id ad e, b o n d ad e, fé, m an sid ão e tem p eran ça (G 15.22). P ara ser bom , não basta te r cinco dos nove. O caráter sem elh an te a C risto tem de estar se o rientando em d ireção ao cum prim ento e d em o n stração d e to d o s os aspectos do fruto. O P ro d u to r d esse fru to é o E sp írito Santo. A san tid ade é o alicerce do c aráter cristão. A v id a que c o n stan tem en te exib e as n o v e facetas do fruto do E sp írito falará a verdade v in d a do coração, não d iv u lg ará calúnias nem fará fofocas, não preju d icará o p ró x im o , o d ia rá o m al e h o n ra rá a retid ão , m a n te rá as p ro m essas e m a n e ja rá as p o ssessõ es m ateriais com integridade. O d e se n v o lv im e n to do ca rá te r p e sso al re q u e r n o ssa co o p eração no trab alh o feito em n o sso in te rio r p elo E spírito. E m recen te livro so bre o m in istério p asto ral, d em o n stran d o a sab ed o ria que no fim im p u lsio n aria seu au to r ao cargo de su p erin ten d en te geral das A ssem b léias de D eu s nos E stad o s U n id o s, R alp h R ig g s lan ça u m desafio que não co n h ece tem po: “V am os d ia a d ia estu d a r c u id ad o sa m e n te as p ág in as sagradas; vam os m e d ita r d ia e n o ite n elas (SI 1.2). Q ue a p alav ra de C risto h ab ite em nós ab u n d an tem en te (C l 3.16), lem b ran d o que, se as palav ras dE le estiv erem em nós, p ed irem o s o q u e q uiserm os e nos será feito (Jo 15.7). N o ssa leitura d a B íb lia n ão deve o co rrer apenas quando p rep aram o s serm ões ou fazem os estu d o s b íb lico s, m as d ev e h a v er a leitu ra dev o cio n al d iária d a P alav ra tão -so m en te p a ra o nosso p róprio fo rtalecim en to e ed ificação esp iritu ais” .4

C aráter Cristão — Tesouro em Vasos de Barro A crise de caráter atinge a todas as profissões. Infelizm ente, o m inistério — q u e é m ais u m a c h am ad a do que u m a p ro fissão — n ã o é exceção a essa regra. N o d ia do ju íz o , o p ad rão de m e d id a do c aráter será m ais ríg id o para o m in istério . T endo p reg ad o , ensin ad o e su p o stam en te m o d elad o o caráter cristão tão m in u cio sam en te exp licad o n a in sp ira d a e in erran te P alav ra de D eus, o M an u al P ed ag ó g ico no qual o m in istério pasto ral foi basead o , tais m in istro s ta m b é m serão ju lg a d o s p o r ele. “M eus irm ãos, m u ito s de vós n ão sejam m estres, saben do que receb erem o s m ais duro ju íz o ” (T g 3.1). O E sp írito S anto de D eus m o ra em nossos vasos de barro. E v id ên cia in co n fu n d ív el d essa p re se n ç a h a b ita d o ra é o caráter sem elhante a C risto q u e E le p ro d u z em nós.

UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR

As inigualáveis Lutas dos Pastores de Hoje Dennis A. Davis stando no m inistério p o r q uarenta anos e experienciando e observando as lu tas q u e só os m in istro s d o E v a n g e lh o p assam , é u m p ra z e r c o m p a r tilh a r a lg u n s p e n s a m e n to s a d v in d o s de e x p e riê n c ia s e o b serv açõ es p esso ais. T ive o p riv ilég io de ser filho de p reg ad o r pioneiro, q ue entrou no m inistério quan d o eu estava com quatro anos de idade. D esde o in ício do seu m inistério,, m eu p ai en v o lv e u -m e no que e stav a fazendo. C resci co m g ran d e am o r p e la ig re ja e resp eito p elo m inistério. E v itei alg u m as das d ificu ld ad es m in isteriais p elo trein am en to p o sitiv o e atitudes que recebi em m eus anos de form ação. Fui ensinado pelo exem plo de m eu p ai a te r resp eito p ela lid e ra n ç a e p o r aq ueles que v e la m p o r no ssa a lm a (cf. H b 13.17). N u n c a h o u v e é p o c a em q u e n o ssa fa m ília não com eçasse o d ia co m o ração e cu lto d o m éstico . Sei que a B íb lia con d en a o raçõ es vãs e rep etitiv as. N ão obstan te, todos os dias o u v ia m eu pai fazer u m a m esm a oração: “D eu s, este ja com aqueles que h o je têm de v elar p o r n o ssa alm a. E ab en ço e de m o d o e sp ecial m eu su p erin ten d en te d istrital” . E d izia o n o m e dele. Q u an d o eu tin h a 16 anos, o sup erin ten d en te d istrital veio à n o ssa ca sa p a ra visitar-n o s. Q u an d o en tro u, pen sei que D eus hav ia cheg ad o à no ssa casa, p o is todos os dias o u v ia m eu pai orar po r ele. D epois que m e to rn ei su p erin ten d en te d istrital, c o m p reen d i que não fo ra D eus q u em veio visitar-n o s; fo ra u m h o m em q u e era altam en te resp eitad o por m eu p a i e p o r q u em ele orava. D esse m odo, n o ssas lutas d im in u em qu ando recon h ecem o s aqueles a q u em D eus colocou sobre nossas vidas para pro v er lid e ra n ç a e p restação de contas.

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A Cham ada F reqüentem ente ainda estam os a nos debater com nossa cham ada. Tenho para m im que m eu m aior m edo é que as pessoas sejam m otivadas a entrar no m inistério por um desejo de ajudar os outros, e não em resposta a um a cham ada de D eus. H á m uitas agências sociais que podem satisfazer as pessoas que desejam ajudar o próxim o sem que sejá em resposta a um m andato divino de preg ar o E vangelho. Sou crente firm e n a ch am ad a de D eus. C ontudo, a

124 O PASTOR PENTECOSTAL dim ensão m ais difícil dessa cham ada está em encontrar o lugar onde se possa exercê-la. A lguns acham que fui m uito sensível e que onde quer que você esteja servindo é a resposta adequada à cham ada de D eus para sua vida. C om o líder eclesiástico, fico aflito com o núm ero crescente de currículos en viados às ig rejas q u e p ro c u ram pastor. Q u ando u m a ig reja u m tanto q u an to p e q u e n a e in sig n ifican te receb e cem cu rrícu lo s (segundo recen te in fo rm ação q u e receb i de u m su p erin ten d en te d istrital), q u al o im p acto nos 99 q u e não serão esco lh id o s? S em dúvida, o p asto r escolhido se sentirá le v e m e n te so b p re ssã o , q u a n d o s o u b e r q u e a ig re ja tin h a 99 o u tro s can d id ato s q u e estav am n a b ic a p elo trab alh o dele. L u ta s e d ific u ld a d e s h a v e rá em to d o o lu g a r do m in isté rio . Se v o c ê so u b e r q u e fo i c h a m a d o p a ra e sse lugar, p o d e rá su p o rta r m u ita s a fliç õ es e até a c ru c ific aç ã o . E m m e u s p rim e iro s anos de m in isté rio , a ce itei o c o n v ite d e u m a ig re ja q u e tin h a p assad o p o r sérias d ific u ld a d e s in tern as e d iv isõ es. C o m o jo v e m p asto r, a p re ssã o so b re m im e ra in ten sa. A s v e z e s, p e n s a v a q u e ia c e d e r às p re ssõ e s e ch e g u e i m e sm o a q u e stio n a r m in h a san id ad e. D u ra n te os d ia s m ais d ifíc e is d esse p e río d o , u m a ig re ja g ra n d e co n v id o u -m e p a ra se rv ir em sua eq u ip e p a sto ra l. M e u d esejo era fu g ir de o n d e e sta v a , m as tiv e a n ítid a sen saç ão de que e sta v a ali n a v o n ta d e d e D eu s. M a is ta rd e , a ig re ja g ra n d e te le fo n o u -m e : “ S ab em o s p o r qu e v o cê não aceitou. N ão lhe oferecem o s u m salário d ecen te” . A ssim , m e o fe re c e ra m m ais d in h e iro . In fo rm e i-lh e s q u e n ã o se tra ta v a d e d in h eiro , m as q u e e sta v a a b so lu ta m e n te certo d e q u e o c u p a v a o lu g a r o n d e D e u s m e h a v ia p o sto . A s it u a ç ã o e m m e u p a s to r a d o m u d o u , e c r e s c e m o s s ig n if ic a tiv a m e n te e c a u s a m o s g r a n d e im p a c to n a c o m u n id a d e , re v e la n d o -se u m a das é p o c a s m ais fe liz es de m in h a v ida. O oitavo ano do m eu período de vinte anos com o pastor d a T h e P e o p le ’s C hurch, em Salém , O regon, fo i u m dos __________________ j j tem p o s m ais difíceis de m in h a vida. A cong reg ação tin h a v otado em su a gran d e m a io ria p a ra se m udar. N aq u e la época, estávam os em um ed ifício q u ase no v o , p erto do centro da cidade. Foi d eterm in ad o que, se q u iséssem o s c a u sa r im p acto em n o ssa cidade, teríam o s de nos m udar, p o rq u e n o sso p á tio de estacio n am en to era m u ito peq u en o . A fé d a co n g reg ação fo i ex p ressa no voto dado p a ra avançar, m esm o depois dos g ran d es sacrifício s feito s p ara ch eg ar on d e estavam . A votação foi feita, u m a n ova extensão em acres foi co m prada nos lim ites d a cidade, os projetos arq u itetô n ico s fo ram co n clu íd o s, desen h o s das futu ras in stalaçõ es fo ram ex ib id o s — e n a d a aco n teceu . S en tia que e ra im p erativ o que v en d êssem o s as in s ta la ç õ e s n a c id a d e an te s q u e e m p re e n d ê sse m o s u m a e x p a n sã o m u ltim ilio n ária. M eses se p assaram . N o m eio d esse p eríodo, um a ig re ja telefonou-m e. A p resen taram -m e excelente oportunidade. D isse-lhes depois que, se alg u m d ia fo sse escrev er u m livro sobre com o co n seg u ir u m pastor, d e d ic a ria u m c a p ítu lo in te iro p a ra eles. E m tu d o o q u e fa z ia m eram im p ressio n an tes: p o r u m m ês en viaram ao m eu en dereço resid en cial o jo rn a l d iário q u e p u b licav am , um a p esso a d iferen te m e te lefo n av a todos os d ias d u ran te u m a sem ana, h o sp ed a ra m m in h a esp o sa e a m im num ap artam en to de co b e rtu ra q u an do fom os visitá-los.

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Todo o lugar do ministério terá suas dificuldades

UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR E n q u an to isso e stav a aco n tecen d o , o d o u to r R o b ert S ch u ller ch eg o u à n o ssa cid ad e p a ra pregar. O g ru p o que o p a tro c in av a p e d iu -m e que o apresentasse, visto eu ter tido contato p révio com ele através do seu Institute fo r S u ccessfu l C h u rc h L ead ersh ip (In stitu to p a ra L id e ra n ç a de Ig rejas P ró sp eras). H av en d o o d o u to r S ch u ller ch eg ado im ediatam ente antes de pregar, não tín h am o s tem p o suficiente p a ra conversar in form alm ente. A cam in h o do p ú lp ito , co n tei-lh e m eu dilem a: o insu cesso daquele p ro jeto e a o p o rtu n id ad e m a ra v ilh o sa que m e h a v ia sido apresentada. “Q uan to tem p o faz que você está aq u i?” indagou. “O ito a n o s” , resp o n d i. “Q u er d izer que v o cê v ai jo g a r fo ra um in v estim en to de oito anos e re co m eçar tu d o o u tra v e z ? ” pergu n to u . T in h a-lhe dito que a C âm ara de C o m ércio da o u tra cid ad e h av ia m e in fo rm ad o que em dez anos aquela c id a d e iria q u a d ru p lic a r. E n tã o , a c re s c e n to u : “ Se a q u e la c id a d e vai quad ru p licar, esta d o b rará n o m esm o p e río d o ” . P ôs a m ão no bolso, tiro u u m a m ed a lh a e a colocou em m in ha m ão. “T om e isto e co n stru a a ig reja p a ra D eus. Se você não o fizer, nin g u ém m ais o fa rá ” . N esse m o m en to , já estáv am o s n a área do púlpito. D ep o is d a reu n ião , tirei a m ed a lh a do b o lso e li, em um lado, três versícu lo s das E scritu ras: “A q u ietai-v o s e sabei que eu sou D e u s” (SI 46.10). “Se D eu s é p o r nós, q u em será co n tra n ó s? ” (R m 8.31). “N ão m o rrerei, m as v iv erei” (SI 118.17). N o o u tro lado, h a v ia e sta oração: “O b rig ad o, D eus, p o r reso lv er tantos dos m eu s p ro b lem as no passad o . P o r favor. D eus, m e ajude agora. Preciso de ti e co n fio em ti. A m é m ” .1A q u e la noite foi o ponto decisivo para m im . O d o u to r S ch u ller to rn o u -se a voz de D eus p a ra m im , a fim de que eu p erm a n e c esse fiel ao lu g a r o nde E le m e h av ia colocado. A lg u n s dias d epois, q u an d o ch eguei a casa à noite, en contrei tudo às esc u ra s. P e rc o rre n d o a c a sa to d a, e n c o n tre i N ancy, m in h a esp o sa, no ban h eiro dos fundos, choran d o . P ergun tei-lh e: "O que aco n teceu ?” E la resp o n d eu : “Você tem u m a ex celen te o po rtu n id ad e de sair daqui, e quero que saiam o s” . “N ancy, eu n ão p o sso !” resp o n d i. “Se p artirm o s agora, passarei o resto de m in h a v id a d esejan d o sab er o que teria aco ntecido se tivesse ficado. Se fo r o caso, v o u fic a r e p ro v a r que n ão p o d e ser fe ito ” . A tra v é s d as lá g rim a s , e la d isse: “ S a b ia q u e v o c ê d iria isso . N ão a c h o q u e v o c ê e s te ja c o m p r o m is s a d o c o m a o b ra , v o c ê é a p e n a s te im o s o !” Tem os rido m uitas vezes d essa noite e de n o ssos m om entos de profundo desânim o. N ão en trarei e m detalh es sobre co m o D eus reso lv eu nosso problem a. E não apen as o nosso, p o is E le to m o u co n ta de alguns grandes pro b lem as de vários outros grupos de n o ssa cidade, ao m esm o tem po que vendem os nossa p ro p ried ad e do cen tro d a cid ad e e fizem os a m udança. N o dia em que passam os para aquelas instalações m ultim ilionárias, falei à congregação sob re “a m o ed a co m a q ual se co n stru iu u m a ig reja de dois m ilhões de dó lares” , referin d o -m e ao en co n tro dos céus q ue tive co m o irm ão R o b ert Schuller. F o i então que m e dei con ta de q u e D eus m e havia ch am ad o para aquela cidade. S en ti com o se fosse a m in h a cidade que tin h a de alcan çar

126 O PASTOR PENTECOSTAL p ara D eu s e que to d a a re sp o n sa b ilid a d e rep o u sa v a sobre a n o ssa igreja, o que m e le v a à p ró x im a observ ação.

Cooperação N o m inistério, em penham o-nos em ser cooperativos, e não com petitivos. T em os de ter um resp eito b en éfico p o r to dos os envolvidos em p ro m o v er o R ein o de D eus. P ro cu rei fo rm a r am izades m ed ian te fiel freq ü ên c ia e e n v o lv im e n to co m as asso ciaçõ es m in isteriais. M in h a in te n çã o era: se a lg u é m estiv esse trab alh an d o em alcan çar as p esso as p a ra C risto, eu o aju d aria em b ase com um . E n tretan to , q u ando com eçam o s a p en sa r que os outros são resp o n sáv eis p o r a lc an ç ar d eterm in ad a p o rção da p o p u lação, so m o s p ro p en so s a re d u z ir n o sso s esfo rço s àqu ele grau. F o i-m e p ed id o q u e falasse à asso ciação m in isterial em u m a reu n ião de alm o ço sobre o crescim en to d a igreja. A p re sen te i alguns p rin cíp io s que q u a lq u e r um de nós p o d eria usar. E ntão, concluí, dizendo: “A m o a todos os q u e estão aqui. N utro p ro fu n d o respeito pelo que os irm ãos estão fazendo n e sta cidade, m as q u an d o d en tro em p o u co sairm os deste local, quero que ajam com o se D en n is D av is n ão ex istisse e que a resp o n sab ilid ad e de alcan çar esta cid ad e p a ra C risto estivesse som ente co m os irm ãos. T am bém vou fa z e r o m esm o . T anto q uanto os am o e respeito, estou adm itin d o que a resp o n sa b ilid a d e de g a n h a r e sta cid ad e p a ra Jesus é m in h a e som ente m in h a ” . N ão im p o rtan d o o q u e exp erim en tem o s no crescim en to da ig reja local, n u n ca devem os d eix ar q u e u m sentim ento de trabalho feito nos atinja até q u e to d a p e sso a de n o ssa co m u n id ad e v en h a a c o n h ec er Jesus.

Equilíbrio U m a te rc e ira lu ta e n fren tad a pelo p a sto r é o ato de eq u ilib rar o tem po en tre o trab alh o , a fa m ília e o lazer. A o lo n g o dos anos, ten h o receb id o alg u n s co n selh o s m arav ilh o so s que m u d aram m in h a vida. Q uan d o m e u filh o era recém -n ascid o , u m dos pasto res que m ais ad m irav a, que tin h a m e influ en ciad o através do seu re la c io n a m en to e am izad e co m m eus pais, veio presid ir reu n iõ es n a ig reja p asto rea d a p o r m im . D isse-lh e do m eu d esejo de ser u m b o m pai p ara m eu filho. E le declarou: “Se v o cê p la n e jar o tem po que fica e m casa com o faz com o te m p o e m q u e tra b a lh a , n ã o te rá n a d a c o m q u e se p re o c u p a r” . D ep o is disso, sem pre ten tei fazer co m que o tem p o que p asso em casa seja significativo. M uitos pais ficam b a sta n te tem p o em casa. m as enq u an to estão ali não estão fazen d o n ada p a ra co n trib u ir co m a v id a fam iliar. O tem p o que ficam os em casa é m ais do que sim plesm ente lev ar a carcaça p ara casa. M in h a esp o sa e eu in cluím os n o sso filh o em n o ssas atividades. S em p re reco n h eci o v a lo r da visitação pastoral. É fácil in clu ir os filh o s n e ssa ativ id ad e (e m u ito m ais fácil q u an d o são bem ed u cad o s). C asas de rep o u so são um ótim o lu g ar p ara lev ar os filhos. Q u an d o m eu filh o estu d a v a em u m a u n iv ersidade de o u tra cidade, vinha

'Quer dizer que você vai jogar fora uminvestimento de oio anos e recomeçar tudo outra vez?’

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UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR p assa r os feriad o s e m casa. N essas o casiõ es, ele e eu p assáv am o s u m dia tod o v isitan d o casas de rep o u so . G astáv am o s seis horas p erc o rren d o de carro m ais de 150 q u ilô m etro s ao re d o r d a cid ad e e áreas circu n v izin h as, visitan d o as p esso as idosas. Foi u m a a leg ria v isitar m eu filho em um a ép o ca de N atal, na cid ad e o nde estav a serv in do n a equipe m inisterial de u m a igreja. C h eg an d o a ca sa b astan te tard e n a V ésp era de N atal, in quiri-o sobre o n d e h av ia estado. R esp o n d eu -m e que h av ia ido v isitar algum as casas de rep o u so . C o n sid eran d o q u e isso não fa z ia p arte dos seus deveres p asto rais, p erg u n tei-lh e a razão . S ua resposta: “É N atal, e n in g u ém faz isso ” . A q u ilo d eix o u este pai m u ito o rgulhoso. E m certo alm o ço fo rm al co m o d o u to r E lto n T rueblood, aprendi a lição q u e d a ria n o v a d ire ç ã o à m in h a v id a . S eu te m a e ra “ Se T iv e sse de R ec o m e ç a r M eu M in isté rio ” . E m b o ra ten h a e sq u ecid o q u ase tudo o que disse, e sta d eclaração m u d o u m in h a vida: “E u teria u m a a g en d a de datas m ais c o m p le ta ” . E n q u an to nos m o stra v a su a ag e n d a de d atas, con tin u o u ex p lican d o q u e p recisáv am o s p re e n c h e r a no ssa. M o stro u -n o s a d a ta do an iv ersário d a esp o sa reg istrad a em su a a g en d a de datas. D isse-n o s que não ace ita ria n en h u m co m p ro m isso d e tra b a lh o p ara e sse dia, p o rq u e ia p assá-lo co m a esposa. M o stro u -n o s tam b ém três sem anas reserv ad as para escrev er e n a d a m ais. P o u co tem p o d ep o is, m arq u e i co m u m am igo m eu, jo v e m ad v o g ad o , u m ja n ta r so cial co m nossas esposas, o que h av ia levado sem an as p a ra am bos co m b in arm o s. A lg u n s dias depois, antes do nosso ja n ta r m arcad o , u m a ig reja m e telefo n o u e m e co n v id o u p a ra fala r em um b an q u ete. C o n su ltan d o m in h a “a g en d a de d a ta s” , resp o n d i-lh es q u e já estav a c o m p ro m etid o p a ra a q u ela no ite, a m e sm a do m eu co m p ro m isso p a ra o jantar. D isse-lh es que po d eria ir n a sem ana seguinte. N o dia seguinte ligaram -m e, d izen d o q u e a p ró x im a sem an a esta ria pe rfeita para eles. N ão teria ag id o assim sem o co m p ro m isso q u e fiz era com m in h a “ag e n d a de d a ta s” . T od o s sa b e m o s d o v a lo r de p la n e ja r o te m p o . C o n sta n te m e n te h á sem in ário s ab o rd an d o o assunto. U m dos m elh o res in v estim en to s é p arar alguns m inutos a cada m an h ã p ara p lan ejar as atividades do dia. N ão apenas p a ra e sc re v e r a lis ta d e “co isas a fa z e r” , m as ta m b ém p a ra co lo c a r as ativ id ad es e m ord em de p rio rid a d e e em o rd em geo g ráfica. P o r que ir duas v ezes ao m esm o lad o d a c id ad e n o m e sm o dia, quan d o co m u m p o u c o de p lan ejam en to v o cê p o d eria fazer am b as as coisas com u m a só v iagem ? P lan ejam en to aten to e criativ o p o d e lev ar a u m a vid a p ro d u tiv a não só no tra b a lh o , m a s ta m b é m c o m a fa m ília e c o m os n o sso s m ais v ariad o s interesses e atividades. M u ito s p asto res a p aren tem en te tê m m ed o de se ap ro x im ar do povo, p o rq u e sen tem que, se o fizerem , as p esso as se ap ro v eitarão deles. Sinto m u ito , m as ten h o p o u c a to le râ n c ia p elo m in istro que é tão im p o rtan te que as p esso as n ão p o d e m to cá-lo p e sso a lm e n te ou co n tatá-lo p o r telefone. Isso é um v e rd ad eiro iso la m e n to ! E nquanto fazia u m a visita a casa de u m am igo, este m e deu u m a sugestão e x trem am en te útil. E le h a v ia sido u m dos v ários m édicos em um a clínica. U m dos seus colegas lh e perguntou: “P o r q u e m e telefo n am todas as noites e v o cê n u n c a receb e u m c h a m a d o ? ”

128 O PASTOR PENTECOSTAL M eu am igo m éd ico resp ondeu: “P o rq u e v o cê se m o stra m uito difícil de contatar. Você sem p re d á a im p ressão de estar m uito o cu p ad o e de não ser acessível. S em p re falo aos m eus pacientes: ‘Sou seu m édico 24 horas p o r dia. Você p o d e m e ch am ar a q u alq u e r hora do dia ou d a n o ite ’. M eus p acien tes aco rd am no m eio da noite sentindo alg u m a dor, m as sabem que p o d em m e telefo n ar m ais tarde se a d o r ficar pior. Se aco rd arem de novo sentindo que a dor p iorou, sabem que vão m e encontrar; então determ inarão se p o d e m ou n ão e sp erar até às sete d a m anhã, q u ando estarei em m eu c o n s u ltó r io . S e u s p a c ie n te s a c o r d a m s e n tid o u m p o u c o d e d o r e im ed iatam en te lhe telefo n am , p o rq u e não sabem se p o d e m encontrá-lo m ais tard e no caso de a d o r p io ra r” . E n tão o m éd ico m e disse: “Pastor, se o irm ão fiz e r isso co m a su a con g reg ação , desco b rirá que o seu telefone to c a rá m e n o s” . L evei a su g estão a sério. Vez p o r o u tra eu sem p re dizia: “E sto u n esta c id ad e c o m u m ú n ico prop ó sito: ajudar e serv ir de bên ção s a todos. Sou seu p a sto r sem p re que p re c isa rem de m im , de dia ou de noite. P o d em m e te le fo n a r a q u a lq u e r h o ra ” . A s p essoas sab iam que em determ in ad as horas eu estav a n o escritório d a igreja. P ercebiam que eu era um a pesso a ocupada. T in h am c o n sciên cia de q u e m e preo cu p av a com elas. M eu telefo n e quase n u n c a to cav a e m casa, a n ão ser em u m a real situação de em ergência, p o rq u e m in h a c o n g reg ação sab ia que sem pre p o d ia m e en c o n trar quando re a lm e n te p recisasse de m im .

Finanças U m a q u a rta área de lu ta n a vid a do p a sto r são as finanças. M uitas das d ificu ld ad es fin an ceiras em que nos m etem os, senão to d as, são causadas p e la falta de d isc ip lin a e p o r p ro ced im en to s não-bíblicos. Q u a n d o fu i r e ito r de c e rta u n iv e rs id a d e , fiq u e i m u ito p re o c u p a d o c o m a q u a n tid a d e de d ív id a s que os alunos acu m u lav am . E n caro isso com o g rande im p ed im en to para a re sp o sta à ch am ad a que D eus tem para a vida de todo c r e n te . P a rte d e s s a s d ív id a s é c a u s a d a p e la f a lta de p la n e ja m e n to d o s p a is n a e d u c a ç ã o dos filh o s. P a rte é cau sad a p ela fa lta de u m a boa ética de trabalho. D ív id a acu m u lad a p o r crédito p ara bens de co n su m o é u m g ran d e m al. O desejo de ter ag o ra e p ag a r depois está d estru in d o m u ita gente. T am bém tenho cartão de crédito, __________________ 55 m as n u n c a p aguei ju ro s pelo que co m prei co m ele. C artão de créd ito é algo bom só se fo r usado com o substituto ao d in h e iro v iv o . E ss a d is c ip lin a em p a rtic u la r d e u -m e lib e rd a d e p a ra a p ro v e ita r alg u m as o p o rtu n id ad es in teressantes. O d ev er de p restar contas do d in h eiro g an h o co m eça com n o ssa relação à m ordom ia. G raças a D eus, d esd e crian ça m eu p a i en sin o u -m e a alegria de dar o dízim o e ofertas. N u n c a h o u v e u m a ép o ca em m in h a v id a em que o prin cíp io de dizim ar não fosse p raticad o . P o r m u itos anos, m in h a e sp o sa e eu d esfru tam o s da satisfação de d ar um seg u n do dízim o para as m issões. Se form os fiéis a D e u s, c re io firm e m e n te q u e E le , e m su a b o n d a d e , p r o v e r á n o s s a s n ecessid ad es. O salm ista testem unhou: “Fui m oço e ag o ra sou velho; m as

((

'Eu teria uma agenda de datas mais completa’, disse ele

UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR n u n ca vi d esam p arad o o ju s to , n em a su a d esc e n d ên c ia a m en d ig ar o p ão ” (SI 37.25). Jay K esler fala-nos do tem p o em q u e era jo v e m pastor, ainda estudante, qu an d o fo i a u m a p e q u en a ig reja p a ra falar n a reu n ião de avivam ento. D ep o is d e ch e g a r ced o e v e rific a r tu d o , fo i ab ordado p e lo v elh o zelad o r qu e estav a fazen d o a lim p eza. “V ocê é o jo v e m q u e esta rá preg an d o aqui h o je à n o ite ? ” pergu n to u . Jay resp o n d eu afirm ativam ente. E então p asso u a relatar os com entários d o velho zelador. “B em , q u ero lh e c o n ta r a lg o ” , disse ele. “F ui o p asto r d e sta ig reja p o r trin ta anos e h o je esto u ap o sentado, m as d eix aram que eu fo sse o sa c ristã o ” . F e z u m a p ausa. “Q u em sabe depois do culto d e h o je à n o ite v o cê q u eira d e sc e r e c o m er u m p e d aço de to rta c o m m in h a e sp o sa e eu ” , co n v id o u , ap o n tan d o p a ra a seg u n d a ou terceira casa ru a abaixo. E ra u m a casa b ran ca, c o m flo res n a fren te, m o d esta, b e m ju n to à calçada. “N u n c a p e n sa m o s q u e te ría m o s u m a c a sa p ró p ria , p o rq u e sem p re v iv em o s n a casa p a sto ra l” , ex p lico u . “M as v eja o qu an to o S en h o r tem sido b o m p a ra m im . P asto reei e sta ig re ja e ou tras tam bém . T enho este em p reg o , de m o d o q u e p o sso c o n tin u a r servindo. E h o je tenho e sta bela casa. A cab o de sen tir q u e o E sp írito S anto e stá m e falan d o p a ra lhe d izer q u e o serv o do S en h o r n u n c a te rá d e p e d ir p ã o ” . Ja y e sc re v e u : “ N ã o p u d e d e ix a r de p e rc e b e r q u e o e sp írito d a q u e le z e la d o r e sta v a c h e io d a b o n d a d e d o S en h o r. F iq u e i p e n sa n d o : A c a b o de c o n h e c e r u m sa n to . E sp e ro v iv e r d e a c o rd o c o m se u exem p lo . Se p u d e r c o n c lu ir m in h a c a rre ira s e n d o zela d or, te n d o b o a sa ú d e, um a c a sin h a a g r a d á v e l e u m p e d a ç o d e to rta p a r a c o m p a r tilh a r co m um m in istro v isita n te , se re i u m h o m e m fe liz . D e u s te rá sid o m u ito b o m p a r a m im ”.2 E ste é o D eu s q u e co n h eço e em q u em confio p a ra todas as coisas referen tes ao m eu am anhã.

D ons Espirituais U m q u in to o b stácu lo de aco rd o co m m in h a p ercep ção é não en ten d er n o sso s p ró p rio s d o n s e os d o n s d a q u e le s a q u e m fo m o s c h a m a d o s a m in istrar. U m a d as e x p e riê n c ia s m a is lib e rta d o ra s d e m in h a v id a foi p a rtic ip a r de u m a co n fe rê n cia q u e fa z ia estu do detalh ad o so bre os dons, co n fo rm e reg istrad o em R o m an o s 12. S a í dali sabendo p ela p rim e ira vez p o r que ajo co m o ajo e p o r q u e as p esso as re a g e m a m im do m odo co m o o fazem . T am bém m e ajudou a e n ten d er as p esso as d a co n gregação e com o lid ar com elas.s E m u m a q u a rta -fe ira lo g o após e sse ev en to , rec eb i u m telefo n e m a inform ando-m e que um dos m em bros da congregação havia m orrido. Passei alg u m tem p o d a q u ele d ia co m a fam ília, a ju d a n d o -a a to m a r algum as decisões difíceis. Q uando voltei à igreja p ara as nossas atividades de quartafeira à no ite, já tin h a falad o co m o org an ista, a solista, as p esso as que carregariam o féretro e cuidado de todos os detalhes para o serviço funerário. N aquela noite, a cam inho do púlpito, u m a das irm ãs da igreja m e perguntou: “V ai ter u m ja n ta r p a ra a fa m ília dep o is do serv iço fu n erário ?” Isso não m e tin h a o co rrid o no d eco rrer do dia.

130 O PASTOR PENTECOSTAL R espondi: “N ão sei” . E ntão perguntou com delicadeza: “Q uer que eu tom e conta disso?” A ssegurei-a que seria perfeito. A ssum indo a responsabilidade, providenciou p ara que fosse trazida com ida, ornam entou o lugar para o jantar e fez todo o trabalho. A ssim , tinha exercido o seu dom de servir. E necessário que todos os dons estejam em atuação no Corpo de Cristo. E ssa irm ã não me critico u p o r m in h a falta de atenção à refeição. T inha usado m eus dons organizacionais em fazer os preparativos para o enterro. U m pouco antes, havia exercido o dom da m isericórdia com a fam ília. “D eu s su ssu rra su a ch a m ad a p a ra o m in istério aos que p o ssu em m uitos dons d iversos. C o m o flo co s de neve ou fo lh as de álam o trem edor, não há dois p asto res iguais. P o rtan to , a q u estão é: ‘C o m o p o sso h o n rar m in h a c h am ad a co m o m e lh o r dos m eus esfo rço s no q u e re sp e ita à ed u cação e ao m eu d esen v o lv im en to e sp iritu a l? ’ ”3 Q u a n d o r e c o n h e c e m o s q u e m s o m o s , e lim in a m o s o e s p ír ito de co m p etição en tre colegas e m em bros d a equipe. Tal atitude m an tém -n o s afastad o s de fa z e r c o m p araçõ es co m os outros. C alv in M iller declarou: “C om o líder, seu trab alh o , b e m com o su a vida, têm de su p o rtar o escrutínio d e sua p ró p ria e ríg id a avaliação. Você n ã o e sta rá fazendo n e n h u m favor a D eu s lan çan d o -se p elo m u n d o sem te r um real en ten d im en to de quem vo cê é. A ig n o râ n c ia sob re si m esm o é u m a lim itação au to -im p o sta que im p ed e o p len o d esen v o lv im en to do seu p o te n cia l de lid eran ç a” .4 W. A. C risw ell escreveu: “Q uando foi divulgada a estatística de que um em cada dez que en tram no m inistério desiste d a obra em algum ponto da atividade, fez-se u m a p esq u isa para descobrir as razões. A s respostas, em ordem de im portância, foram : baixo salário, carga de trabalho excessivam ente pesada, v ida sem p rivacidade, oposição à liderança pastoral. O utras razões apresentadas foram : d esânim o causado p o r falta de interesse dos m em bros d a igreja, p roblem as fam iliares, perda d a fé, falta de satisfação pessoal, falta de se g u ra n ç a ” . E p ro sse g u iu , dizen d o : “N a v erd ad e, os p ro b lem as no m inistério são num erosos: isolam ento social, exigências exorbitantes por p a r te d a s p e s s o a s , te n s õ e s f in a n c e ir a s , p r e s s õ e s a d m i n i s tr a tiv a s , c o m p e tiç ã o p r o f i s s i o n a l , te n s õ e s _ . psicológicas, sentim entos de inadequabilidade, ansiedade, S4GÊOHllGCvl irritação e m il outras artim anhas dem oníacas para destruir 0 fiiiAm f Ainnr trabalho efetivo do pastor” .5 (JU 6 ÍV I S O m O S P o r e ssa lo n g a rela çã o d e lutas po d em o s p e rc eb e r qu e a â liltlin a id lír itn ^*sta é in finita. E m ou tra p arte deste livro é dado tratam ento C l ll l ll l l d lü C 9 |JIM IU d etalh ad o às lutas com uns que os m in istro s en fren tam com flp r n m n p f i f i n a sex u alid ad e, as ten taçõ es, a p rep aração de serm ões e as W I I I |J w l l V * l W m u d an ças de p astorado. C o n clu in d o este capítulo, desejo ____________________________ 3 3 ab o rd ar 0 q u e n a m in h a opinião é p ro v a v elm en te 0 m aio r o b stácu lo q ue enfrentam os: a lu ta em nos co m u n ic ar com p alavras com preen sív eis à n o ssa cultura. Se o nosso anseio é alcan çar nossa cu ltu ra co m as pro clam açõ es de C risto, isso tende a ser pro fu n d a frustração.

C om unicação V iajando p elo E stado do O regon, E stados U nidos, estava fam iliarizandom e co m n o sso s p asto res e m reu n iõ es reg io n ais. Ju n to co m igo, v iajav a um

UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR jo v e m m issionário. N a seg u n d a n o ite de n o ssa excursão, m eu com panheiro fez e sta declaração : “A n tes de alg u ém ir com o m issio n ário p a ra outro país, duas coisas d evem acontecer. A p e sso a tem de sab er o id io m a e en te n d er a cu ltu ra ” . E m seguida, afirm ou: “P en so q u e j á é h o ra de a ig reja am erican a ap ren d er o u tro s id io m as e e stu d a r o utras cu ltu ras p a ra id en tificar-se com aqueles q u e d esejam o s serv ir” . T em os de e n c ara r o fato de q u e nós, co m o cristãos, já não fazem os p arte d a m an eira h ab itu al de p e n sa r e ag ir d a sociedade. P erten cem o s a um a subcu ltu ra. P resto aten ção à lin g u ag em que usam os. F alam os um id io m a alie n íg e n a à n o ssa cu ltu ra. U sam o s acrô n im o s, frases, ex p ressões, palav ras q u e só nós en ten d em o s. O b serv e q u e foi só a um a p esso a que Jesus disse p a ra “n a sc e r de n o v o ” . E le usou e ssa te rm in o lo g ia para p ren d er a aten ção e o b te r u m a resp o sta. E ssa p e sso a im e d iatam e n te perg u n to u o que sign ificav a “n ascer de n o v o ” . A ssim , Jesu s teve a o p o rtu n id ad e de ex p licar o q u e q u eria d iz e r (cf. Jo 3). M u itas vezes so m o s cu lp ad o s de fa z e r u m a p erg u n ta a alg u ém partin d o de u m co n tex to b íb lico ou esp iritu al do qual a p esso a não tem nen h u m enten d im en to . D e ix am o s nosso in terlo cu to r co n fuso co m o lin g u a ja r que usam os. A típ ica ilustração a seguir, em bora exagerada, atesta o nosso problem a.6 E d p erg u n to u a seu am igo B ob: “V ocê j á fo i salvo?” “J á ” , resp o n d eu B ob. “U m a vez, quan d o tin h a no v e anos, estav a nad an d o n a praia de Jones B each , em L o n g Islan d , q u an d o u m a fo rte re ssaca co m eço u a m e lev ar para o m ar, e m eu tio m e salvou” . “N ão , n ão é esse tip o de salv ação ” , retru co u E d. “Você já foi red im id o ? N ascid o de novo! L av ad o no san g u e!” B o b quis sab er o que era isso. E d falou q u e B ob p re c isa v a ser co n v en cid o (condenado). B ob disse que n u n ca tin h a tid o q u a lq u e r p ro b lem a com a lei. N a vez seg u in te e m q u e se en co n traram , E d ch eg o u u m p o u co ta rd e e explico u q u e e stiv era fazen d o um “d e v o c io n a l” . B ob não sabia o que isso sign ificav a, p o r isso E d ex p lico u que tin h a estado a o rar em seu lu g ar de oração. N o fim , B o b receb eu a C risto com o seu Salvador. Q uando E d soube disso, ap resso u -se em d iz e r a B o b que e ste p re c isav a ach ar u m b o m corpo (de cren tes). B o b co m eço u a v isita r acad em ias de g in ástica e num deles conh eceu D en ise, q u e tin h a u m b o m corpo. D en ise ficou crente. N u m d o m in g o , B o b falto u à igreja. D ep o is, E d d isse-lh e que d ev ia ter ido, p o rq u e D eu s realm en te tin h a se m ov id o . B ob ficou confuso, p o rq u e tin h a acab ad o de en c o n tra r D eu s e q u e ria sab er onde é q u e E le estav a agora. M ais tarde, E d falou para B ob que os presentes (dons) realm ente estavam fluindo. B o b quis sab er p o r q u e esta v a m dando presen tes uns aos outros. E ntão, E d falo u p ara B o b q u e D en ise h av ia estado no culto e que ela fo ra tom ad a p elo fogo. B o b tem eu que ela tiv esse se queim ado. A h istó ria term in o u co m E d d izendo: “B em , p arece que criei u m novo problem a. M eus antigos am igos não m e en ten d em m ais. Q uando falo sobre a red en ção , n ão c o m p reen d em q u e fui lav ad o no sangue, fican d o m ais alvo q u e a nev e, e q u e m eu d esejo é se g u ir o C ordeiro. P arece que to d o s m e ignoram . A ch o que estão co n vencidos, p o rq u e estou ch eio do fo g o ” .

132 O PASTOR PENTECOSTAL

íí

E sta h istó ria e x a g erad a tem um po n to im portante. É d essa m an eira que falam os com as pessoas e ficam os im aginando po r que u m m undo incrédulo não responde à n o ssa m ensagem . E stam os falando um “idiom a estrangeiro” p a ra u m a cu ltu ra n ão-cristã. M artinho L u tero disse: “O s serm ões devem ser dirigidos às [...] [pessoas com uns], Se em m in h as p reg açõ es ficasse p o n d eran d o sobre M elan ch th o n e outros teólogos, não estaria absolutam ente fazendo bem algum : m as p rego u san d o u m lin g u aja r com p reen sív el às p esso as sim ples e iletradas, e todos saem ganhando. Se falo h eb raico, grego e latim , reserv o essas línguas para uso em n o ssas reu niões co m os instruídos, nas quais serão úteis, pois em tais reuniões lidam os co m tantas sutilezas e co m tan tas p ro fundezas, que até o p ró p rio D eus, ju lg o , às v ezes fic a m arav ilh ad o de n ó s” .7 A lg u é m já disse co m m u ita p ropriedade: “L em b re-se de que v o cê está ap ascen tan d o o velhas, e não girafas. M a n te n h a o alim ento no nível b aix o , onde to d o s po ssam a lcan çar p a ra co m er” .

'Meus antigos amigos já não entendem que estou seguindo o Cordeiro’

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Conclusão

T ocam os e m apenas alguns dos singulares desafios que defro n tam os p a s to re s . M a s j á te m o s b o n s re c u rs o s p a ra o b te r su c e sso em n o sso m inistério. D eu s esp era que usem os o bo m senso que E le nos deu, enquanto lu ta m o s c o m n o s s a c h a m a d a , c o m n o sso ím p e to e m c o m p e tir, c o m exigências que d esestabilizam nossas vidas, co m nossa escassez de dinheiro e com a n ecessid ad e a b so lu ta de alcan çar os p erd id o s co m u m a m en sag em clara e co n v in cen te. M as o b o m senso p ro p riam e n te dito não é adequado p ara obterm os a vitória. A sabedoria e o im pulso do Espírito Santo fornecem a v an ta g e m que n os faz “m ais do que v e n ce d o re s” (R m 8.37), à m edida que en fren tam o s as in co m p aráv eis lutas p o r term o s sido cham ad o s por D eus.

UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR

A Esposa do Pastor Nancie Carmichael ão d ifíc il e m al d e fin id a q u a n to u m a fu n ç ã o p o ssa ser, u m dos s e g re d o s m a is b e m g u a rd a d o s é o p riv ilé g io d e se r e s p o s a de m in istro .1N ão h á n ad a que se com pare. Já assum i d iferentes funções em m in h a vida, m as h á algo m u ito esp ecial no fato de ser a esp o sa do p a sto r. A q u i v o c ê e s tá n o c e n tro d a v id a d a s p e sso a s: c a sa m e n to s, nascim en to s, m o rtes, co n v ersas sobre a v id a etc. É um a v id a cen trad a em en sin ar os teso u ro s d a P alav ra de D eus, de aju d ar as p essoas a crescer, de fortalecê-las em seus p ró p rio s m in istério s e de v er os in d iv íd u o s to m a re m a decisão de seg u ir a C risto. Tam bém pode ser desan im ad o r e doloroso, com o quando vem os b e m de perto a d o r n a vida de m uitas pessoas. A esp o sa precisa ter sensibilidade, com preensão e apoio, à m ed id a que ela apoia o m arido e a cham ada que D eus lhe fez. E ssa atitude a ajudará a ter forças, u m a percepção robusta de si m esm a, um a fé firm e em D eus e. p oderia acrescentar, um senso de hum or! C erto dia, quando estav a de jo e lh o s no banheiro dos hom ens lim pando os gabinetes sanitários, desejei saber se isso fazia p arte do trabalho de ser a esposa de pastor. N ão era o que tin h a im aginado quando, ainda jovem , tinha ido ao altar no terceiro verso de “A onde Q uer que Tu Fores, Irei Eu, Q uerido Senhor”, quando então m e consagrei para servir a Deus. M as seguir a C risto significa viver grande aventura, e a m etade da batalha de u m pastorado eficaz não é lev ar a si m esm o m uito a sério, m as, sim, levar a D eus m uito a sério. N ão h á substituto algum p ara u m autêntico e particular andar com D eus.

T

Q ual É a Função da Esposa do M inistro? A n o s atrás, q u an d o estáv am o s p a sto re a n d o u m a ig reja co m poucas pesso as no m in istério , logo assu m i m ais re sp o n sab ilid ad es do que p o d eria arcar, fazen d o co isas que n in g u é m m ais p a re c ia ver — o casionais tarefas de zeladoria, aten d en d o o b erçário m ais do que m in h a cota, tocando piano, visitan d o os velh o s e d o en tes co m m eu m arido, sem m en c io n ar o fato de ser m ãe de três m en in o s p eq u en o s e m u ito ativos. A esp o sa do p a sto r que nos precedeu, m u lh er talen to sa e m ais v elh a do q ue eu, h av ia desenvolvido um trab alh o eficaz em alcan çar as m u lh eres d a co m unidade. E sp erando para ver se isso era para m im , acrescentei m ais este item à lista de atividades

134 O PASTOR PENTECOSTAL que e stav a fazen d o , c o m o o b jetivo de m an te r o que ela h a v ia com eçado. P ara m in h a c o n stern ação , os trab alh o s sob m in h a d ireção m alo g raram com p letam en te; foram um fiasco. D evastada, sentia-m e fracassad a e fiquei im ag in an d o o que tin h a d ado errado. M eu m arido, com gentileza, m as firm eza, encorajou-m e a ser eu m esm a. “V ocê não tem de fazer todas essas tarefas” , disse-m e enq u an to eu sofria d o r in te n sa em m in h a função n a igreja. M ais tarde, tive de a d m itir que assu m ir o m in istério de m in h a pred ecesso ra, além de tudo o que já vinha fazen d o , e ra para m im algo fo rçad o e artificial. N ão era “eu ” ; não e ra m eu dom . F iz p o rq u e era u m a id éia boa, po rq u e deu certo para ela e p en sei q u e os outros esp erav am isso de m im . Juntos, a m eu m arid o e eu, d ebatem os m eu en v o lv im en to n a igreja. É n V Q f i c n A
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