Manual de Umbanda

September 1, 2017 | Author: Jorge Graciano | Category: God, Spirit, Mediumship, Saint, Morality
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NOVIDADE: JORNAL DE UMBANDA.COM Este é mais um meio de informação a serviço da Umbanda. Criamos o Jornal de Umbanda, que estara on line apartir das 0:00 (zero horas) do dia 15 de Novembro, através do endereço eletronico: http://www.jornaldeumbanda.com/ em comemoração ao aniversário da Umbanda. Informamos a todos, que queiram participar de mais esta iniciativa do Colégio de Umbanda, que nos envie seu texto ou sua matéria para o e-mail: [email protected]. EDITORIAL Ainda a pouco, uma noticia exclusiva fora noticiada em um jornal televisivo. No entanto, passaram-se apenas alguns minutos e ela não é mais noticia, virou fato ocorrido em um momento da história da humanidade. Tudo isso pelo simples fato de que a tecnologia evoluiu muito no campo da comunicação. Então, com esta evolução as noticias, mensagens e informações ganharam divulgação quase que "instantânea", o que significa que não dá para acompanhar tantas informações e notícias ao mesmo tempo, pois a comunicação é continua e ininterrupta. Hoje em dia, temos a opção de receber informações de todas as formas, em áudio, escritas, visuais, e o que é mais interessante, estas informações podem ser armazenadas em pequenas unidades, dispensando os métodos antigos de arquivamento em pastas e caixas. Com tanta disponibilidade de armazenamento, fluxo de informação, liberdade e agilidade no envio e recebimento da mesma, nada mais apropriado que levar nossa religião ao encontro dela. Isso mesmo! Ter um "JORNAL VIRTUAL" significa romper barreiras, ultrapassar fronteiras, chegar a locais diferentes em todo o planeta ao mesmo tempo e de forma igual e adequada à linguagem de cada leitor. Além disso, criamos um "JORNAL VIRTUAL" onde não há "colunistas, ou redatores" fixos. O que criamos é o exercício da liberdade de expressão, informação, conhecimento e opinião, seguida apenas de uma ética. Este jornal é escrito por você, leitor, e não por um grupo de profissionais voltados para jornais, revistas ou matérias especificas. Ele é um jornal escrito por quem tem a ensinar e compartilhar com quem quer aprender. É um "JORNAL" que dá a escolha do leitor ler o que lhe convém e da forma que lhe for mais agradável. Ou seja, pode lê-lo em um portal de internet, pode ler através do "jornal eletrônico" ou se preferir, imprimir para uma leitura posterior apenas as matérias selecionadas. Podendo fazer o download dos arquivos para, sempre que quiser tê-los a disposição. Não seguimos um rotina de edição e todo aquele que tem um assunto que queira divulgar, desde que seja relacionado à Umbanda, magia, esoterismo, vivencias, entrevistas, psicografias etc. pode nos enviar, respeitando a ética de não julgar o trabalho alheio, não difamar, não ofender e nem mesmo direcionar ataques diretos ou indiretos a quem quer que seja. Nossa proposta é arregimentar nossa religião, que em virtude de tantas adversidades, vem encontrando grande dificuldade, barreiras e tabus na troca de informações. Pedimos a todos que tem uma matéria sobre a magia que vem aplicando, os tipos de trabalhos executados em seus terreiros ou mesmo entrevistas com seus dirigentes, que nos enviem, para que possamos disponibilizar a todos os seus textos e suas matérias serão muito bem vindas, desde que

não sejam compilações e nem mesmo textos destinados a ataques e criticas a outros. "Nosso intuito é tornar o JORNAL DE UMBANDA, um jornal público de acesso direto e informativo, enfim, uma área de divulgação que segue um dos princípios básicos do Caboclo das Sete Encruzilhadas, quando este, em sua primeira manifestação, disse: -". . .aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não . . ." Sendo assim, teremos um local na web onde será possível ver notas de casamento, notas de falecimento, eventos de terreiros; festas e homenagens e compartilhar formas e maneiras de se praticar a Umbanda, até porque sabemos que cada qual tem a sua história. Desta forma estaremos unindo conhecimentos e forças, diminuindo a distância entre os umbandistas e tornando acessível a informação à todos. Afinal, sem a coletividade e a união não é possível nos fortalecer. Sintam-se a vontade para enviar suas matérias, não esquecendo sempre de, ao fim do texto (o qual pedimos não ultrapassar duas folhas) acrescentar: EU fulano de tal, RG tal, endereço tal, declaro que este texto (matéria) é de minha autoria e autorizo sua total reprodução bem como a publicação sem remuneração no site JornaldeUmbanda.com Pontos e orações de Umbanda de sua autoria e que tem a vontade de compartilhar com todos também é muito bem vindo. Desta forma estaremos enriquecendo a religião. Vale lembrar que seguimos uma religião que é desde seu inicio, LIVRE! E desta forma deve permanecer, apesar de o seu reconhecimento como uma religião genuinamente brasileira não ser aceito ainda por todos em nosso país. Mas estamos lutando para tanto, como é possível observar, apesar dela não ser divulgada na mídia como as outras que, além da divulgação são proprietárias dos meios de comunicação que utilizam. Estamos avançando cada vez mais, haja visto a quantidade de freqüentadores em terreiros espalhados pelo país, que vem crescendo a cada dia. As referencias feitas à Umbanda; os procedimentos adotados em outros locais; pessoas dispostas a ensinar o que antes estava fechado ou de difícil acesso; o aumento significativo de sacerdotes em nosso meio, etc, tudo deve virar noticia. Ainda que tão pouco divulgada, mas em crescimento continuo e acelerado, a Umbanda já é conhecida dentro e fora do Brasil, através de sites, Blogs, Portais, Jornais, Revistas. . . tudo isso graças á iniciativa de seguidores e simpatizantes da religião, que estão divulgando e levando a muitos um pouco do que passam, aprendem, conhecem e vivenciam. Porque então não unirmos os conhecimentos que hoje cada um possui (pois ele não é único e não é absoluto) e divulgarmos cada vez mais? Porque não trocar informações com pessoas ligadas entre si pelos mesmos Orixás? Por exemplo: determinada casa ou terreiro em um local no sul do Brasil, quando tem falecimento de um dos filhos da casa, segue um procedimento diferente de outra casa em São Paulo, mas não deixa de ser Umbanda e de amparar a família e o falecido. São formas diferentes de se fazer a mesma coisa, de obter o mesmo resultado. Porque não aprendermos uns com os outros? Um grande número de pessoas busca informações sobre os mais diversos assuntos, então que este "JORNAL" sirva como uma das referências de conhecimento e troca de informações a todos. Não é hora de sermos donos, mas sim de mostrarmos que, ao contrário do que foi feito no passado com a Umbanda, colocando e atribuindo a ela todo e qualquer infortúnio e mau juízo que se podia colocar em algo ou alguém, estamos aqui pra mostrar que ela não é nada disso ou daquilo e sim que

os Orixás atuam de forma direta e indireta sobre todos, independente de suas crenças e religiões e que o que a Umbanda faz não são desgraças, façanhas, charlatanismo, acasos e nem estamos aqui para competir, e sim, para agregar, aprender e ensinar, compartilhar, faz caridade e prega o amor verdadeiro e a fraternidade. Enfim, exercite a escrita, faça rascunhos, comece a divulgar a Umbanda que você aprendeu na casa que você faz parte. Envie aquela mensagem passada pelo seu guia e que você não tem como compartilhar, pois não tem um espaço na mídia. Envie-nos um ponto que outro dia um guia lhe passou para que fosse cantado, aquela oferenda feita no pé de uma árvore para propiciar prosperidade, etc. Vamos diminuir as distancias e acrescentar o que for de bom para nosso conhecimento. A Umbanda tem só 100 anos, mas tem muita história para contar através de você, amigo leitor!

Uma Cosmogenese Umbandista A Umbanda é uma renovação do tradicional culto às divindades africanas, englobados na classificação “cultos das nações” porque cada povo possuía sua religião própria, com seus ritos específicos, mas que mantinham uma analogia muito grande, tanto na preparação sacerdotal quanto organizacional de seus panteões divinos. Com o passar dos anos o Panteão Nagô dos povos nigerianos ou de língua Yorubá acabou se destacando no Brasil e se impondo sobre os demais porque os Orixás popularizaram-se com a vinda de muitos escravos nigerianos, trazidos principalmente para a Bahia a partir do final do século XVIII e inicio do século XIX. Sua classe sacerdotal era mais organizada e destacou-se muito rapidamente e mais ainda no decorrer dos séculos XIX e XX, espalhando o Culto aos Orixás para todo o Brasil, adaptando-os conforme foi possível e procurando conservar o máximo possível do conhecimento sobre eles. Sendo a transmissão oral a forma que possuíam para preservarem o conhecimento, muito se perdeu sobre os Orixás e só uns poucos deles tornaram-se bem conhecidos e tiveram seus Cultos tradicionais preservados desde 1780 até 1908, quando foi fundada a Umbanda por Pai Zélio de Moraes. Assim, muitas das coisas que se sabia sobre eles dentro dos seus cultos tradicionais na Nigéria não chegaram até nós ou haviam sido adaptadas segundo foi possível. Daí, para os primeiros umbandistas não havia muito sobre os Orixás a disposição e se um Caboclo identificava-se como de Ogum ou de Xangô, etc., os seus médiuns ficavam sem muitas informações seguras sobre esses Orixás e quase todos recorriam aos santos católicos sincretizados com eles como forma de conhece-los. E os santos católicos tiveram suas historias popularizada pelos umbandistas, que as passavam de mão em mão para poderem ensinar os novos médiuns, sendo que os santos sincretizados com os Orixás tornaram-se muito populares e muito cultuados no Brasil devido a compra de suas imagens para os altares umbandistas. Esse conhecimento bem terra sobre os Orixás predominou no 1º século de existência da Umbanda, graças ao sincretismo e o que se sabia sobre os santos católicos.

Ao estudioso da Umbanda, basta consultar os livros de muitos autores umbandistas para confirmarem o que até aqui afirmamos. Não havia um conhecimento profundo sobre os Orixás e o que se sabia ou se escrevia sobre eles não saia desse nível terra do conhecimento. Antes de terem se espalhado pelo mundo todo, os Orixás só haviam sido cultuados pelos povos Nagôs ou Nigerianos... e na língua Yorubá. Mas um conhecimento novo sobre os Orixás começou a ser aberto por um espírito chamado “Pai Benedito de Aruanda” e ensinado por seu médium psicografo e fundador do Colégio de Umbanda Sagrada. E isso, sem que ele fosse Teólogo ou formado em qualquer Escola Iniciatica , Esotérica ou Ocultista, mas criando uma base para o estudo doutrinário e teológico umbandista. Toda religião tem sua cosmogenese ou gênese divina, que descreve para os seus seguidores a forma com Deus criou o “mundo”. A Umbanda por ser a somatória de varias doutrinas e rituais religiosos tanto pode escolher a cosmogenese dos povos Nagôs, quanto aos Cultos Indígenas Brasileiros, assim como pode servirse da Judaica, incorporada pelo Cristianismo pois essas três religiões estão presentes devido a manifestação dos Caboclos e Pretos-velhos, dentro de uma moral Cristã. Também pode recorrer à cosmogenese da ultima religião de guias espirituais hindus, chineses, etc. Mas sempre será uma adaptação de cosmogeneses alheias, muitas delas já extintas no plano material. Portanto, por ser a somatória do conhecimento de espíritos doutrinados em outras religiões, a Umbanda não pode e não deve optar por nenhuma delas porque não seria aceita por todos os umbandistas, com cada um tendo seu mentor espiritual formado por alguma das outras religiões do passado ou da atualidade. Logo, a Umbanda tem que ter sua própria cosmogenese, genuinamente umbandista. Ainda que se sirva da base Yorubana na nomenclatura do seu Panteão Divino e das qualidades dos Orixás e tudo mais, no entanto só deve preservar a “essência” desse conhecimento que nos chegou através da transmissão oral que preservou o essencial para que o culto aos Orixás se perpetuasse no tempo e servisse de ponto de partida para o surgimento de novas religiões fundamentadas neles, tal como Judaísmo preservou sua cosmogenese que posteriormente fundamentou o Cristianismo e o Islamismo, grandes religiões da atualidade, muito maiores em numero de seguidores. Como qualquer uma das antigas cosmogeneses só agradaria um número limitado de seguidores da Umbanda, após observar a religião em seu lado material por muito tempo, os “espíritos superiores” que fundaram-na através de Pai Zelio de Morais liberaram todo um conhecimento ainda não disponível até então no plano material que fundamenta todas as suas praticas religiosas e magísticas sem, em momento algum contradizer ou negar a essência da cosmogenese Yorubana ou Nagô. Até porque esse não é o propósito deles e sim, é fundamentar tudo o que foi preservado e o que não

chegou ao Brasil e só existe na Nigéria. A cosmogenese disponibilizada pelos espíritos mentores da religião umbandista não se fundamenta em mitos ou lendas e sim, fundamenta-se no estudo profundo e elevadíssimo desenvolvido nas escolas espirituais existentes nos planos mais elevados dos nosso Planeta, estudo esse desenvolvido por espíritos que já não encarnam mais porque ascencionaram à 7ª faixa vibratória positiva da dimensão humana da vida e hoje atuam em beneficio da humanidade através de suas hierarquias ou correntes espirituais, que chegam até o plano material através dos guias espirituais dos médiuns umbandistas e dos protetores espirituais que todo ser encarnado possui. Esse cosmogenese é tão abrangente que explica a religião Umbanda, todos os Orixás cultuados nela, todas as linhas de trabalhos espirituais, todas as ancestralidades dos filhos dos Orixás, todas as praticas religiosas e magísticos realizadas na Umbanda e pelos umbandistas. Também explica as cores, o uso de colares, de fitas, de cordões, de toalhas, de flores, de pedras, de ervas, de velas, de águas, de pós, de pembas, de pontos riscados e cantados, etc. Enfim, ela explica a existência dos seres e das coisas criadas por Deus, assim como explica porque cada pessoa, seja umbandista ou não, possui ligação com os Sagrados Orixás e deles pode servir-se, mesmo que não tenha sido iniciada na Umbanda e nada saiba sobre eles, as divindades mistérios que governam a Criação Divina. Alguns dos livros que trazem esse conhecimento novo seguem abaixo: -Umbanda Sagrada -Tratado Geral de Umbanda -Orixás Ancestrais -Orixá Exu -Orixá Pombagira -Orixá Exu Mirim -Livro de Exu -Doutrina e Teologia de Umbanda -Teogonia de Umbanda -Código de Umbanda -Gênese de Umbanda -Formulário de Consagrações Umbandista -Iniciação à Escrita Mágica Simbólica -Código da Escrita Mágica Simbólica

-Tratado de Escrita Mágica , etc ... Todos editados pela Madras Editora. Pai Rubens Saraceni

Temos observado uma certa dificuldade tanto em médiuns quanto em magos sobre a diferença existente entre ação mágica e ação religiosa. Então para esclarecer de uma vez por todas essas duvidas vou ser bem didático porque a partir desse esclarecimento creio que muitas outras duvidas serão sanadas: Comecemos por esses pontos: •Ação ou ato religioso é aquele onde o poder divino flui e manifesta-se de dentro para fora das pessoas necessitadas de auxilio e amparo. •Ação ou ato mágico é aquele onde o poder divino flui de fora para dentro das pessoas necessitadas de auxilio e amparo. Também existe uma terceira ação, que é mista ou de dupla ação e tanto age de dentro para fora quanto de fora para dentro da pessoa necessitada de auxilio e amparo e é denominada ação mágicareligiosa. Após isso, vamos a outro ponto que deve ser esclarecido e que se refere ao duplo aspecto que tudo que existe possui e são os seus lados interno e externo. Esse duplo aspecto começa em Deus e alcança até a matéria. Se não, então vejamos: •Deus possui em si um lado ou aspecto interno inerente à Sua própria natureza divina que é impenetrável e incognoscível para nós os espíritos, uma vez que somos criação Dele, que é o nosso Divino Criador. Sabemos que somos espíritos criados por Ele, mas não sabemos como essa geração acontece "dentro" dele, pois isso e tudo mais que existe é gerado dentro desse Seu lado interno, impenetrável, indevassável e sequer imaginável por nós de como tudo acontece. Mas Deus possui Seu lado ou aspecto externo, lado esse que pode ser pesquisado, identificado, estudado e apreendido por nós, os espíritos criados por Ele. Observando e estudando o lado externo de Deus descobrimos Suas ações ou atos criadores na origem de tudo. Foi essa possibilidade de observar e estudar os aspectos ou o lado externo de Deus que levou a humanidade a descobrir a existência das Divindades e de um plano ou dimensão divina da Criação, habitado só por seres divinos, plano esse que nos é inaccessível porque somos espíritos e vivemos no plano espiritual da Criação.

A partir da constatação da existência dos dois "lados" da Criação, um interno e outro externo e da existência desse duplo aspecto em tudo o que Deus criou podemos comentar as diferenças entre ações mágicas e religiosas. O fato é que toda a ação religiosa se realiza de "dentro para fora". Explicando melhor, toda ação religiosa realiza-se através do lado interno da Criação e de tudo e de todos criados por Deus. E toda ação mágica realiza-se através do lado externo da Criação e de tudo e todos criados por Deus. Com isso entendido falta diferenciar as ações propriamente ditas para reconhecer qual é uma e qual é outra. Vamos a alguns exemplos de ações mágicas e religiosas: 1. Uma pessoa vai a um centro de Umbanda e ao consultar-se com um guia espiritual, este,após ouvir com atenção os problemas ou pedidos de ajuda dela recomenda-lhe que vá até um dos pontos de forças da natureza e faça uma oferenda para determinado Orixá, pois só assim será auxiliado. Essa é uma ação mágica porque a ajuda virá através da oferenda feita na natureza à qual o Orixá invocado ativará e desencadeará uma ou varias ações "de fora para dentro" da pessoa. •2. Uma pessoa vai a um centro de Umbanda e o guia consultado recomenda-lhe que comece a acender velas de determinada cor para um Orixá e depois se colocar em concentração por determinado tempo. Essa ação é religiosa porque, durante a concentração, o Orixá firmado atuara por "dentro" da criação e por "dentro" da pessoa trabalhando o lado interno dela, desequilibrado devido alguma ação mágica negativa que a desarmonizou internamente ou devido seus próprios sentimentos negativos, que negativaram-na em um ou em alguns sentidos. Temos aí as duas ações onde a pessoa fez duas coisas parecidas mas ao ir à natureza e fazer uma oferenda para determinado Orixá a pessoa ativou no ponto de forças dele um "campo" mágico a partir do qual será ajudada por ele. Essa ação vem de fora (da natureza) para dentro da pessoa (sua vida), auxiliando-a através do seu lado externo. Já no exemplo da vela acesa consagrada para o mesmo Orixá dentro de sua casa e ficar em concentração, recolhimento e isolamento, essa é uma ação religiosa porque Orixá invocado tanto atuará pelo lado de dentro da criação em beneficio da pessoa quanto atuará a partir do intimo dela (o seu lado de dentro), pois só assim reequilibrará seus sentidos desequilibrados e só a partir do seu recolhimento, concentração e isolamento momentâneo poderá rearmonizar suas faculdades mentais e seu magnetismo, recalibrando seu campo magnético e reenergizando e fortalecendo seus campos vibratórios, facilmente trabalhados de dentro para fora, mas de difícil recalibragem quando a ação é de fora para dentro, já que a maioria desses desequilíbrios é interna. Existe uma grande dificuldade em diferenciar uma ação mágica de uma religiosa, mas sempre é possível perceber as diferenças.

Vamos a mais dois exemplos: 1. Uma pessoa vai a um centro e o Guia Espiritual recomenda-lhe que tome um banho de descarrego feito com folhas de ervas ou com flores, etc. Essa é uma ação mágica porque o "banho" irá remover suas sobrecargas energéticas com uma ação de fóra (o banho) para dentro (o espírito da pessoa). 2. Uma pessoa vai a um centro e o guia recomenda-lhe que faça um "amaci" na força de determinado Orixá. No dia acertado e após certo resguardo alimentar e comportamental a pessoa volta ao centro e o dirigente dele ou um médium graduado aplica-lhe o amaci e manda que se recolha em sua casa e só retire-o da "coroa" no dia seguinte. Essa ação é religiosa porque o amaci aplicado em seu chacra coronal ou no seu ori irá inundar seu lado interno com uma energia elemental consagrada, imantada e vibracionada pelo Orixá invocado que a manipulará através do lado de dentro da pessoa necessitada desse tipo de auxilio interno ou religioso. •-

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Um banho de ervas é um ato mágico.

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Um amaci de ervas é um ato religioso.

Um atua de fora para dentro e outro atua de dentro para fora, certo? Vamos o mais um exemplo: 1. Uma pessoa vai a um centro para receber um passe, ou seja, uma ação do Guia Espiritual para ela. 2. O Guia vê o problema da pessoa e pega seu nome em um papel ou sua fotografia e "cruza-a" e coloca-a em seu ponto riscado ou sob os pés de uma imagem "entronada" no altar do centro, desencadeando na vida da pessoa uma ação de dentro para fora, pois tanto o seu ponto riscado esta ativado dentro do campo religioso do orixá sustentador do centro quanto todo o altar é um portal para o lado divino da Criação. Nos dois casos (o ponto riscado do guia e o altar) toda a ação, ainda que pareça mágica, no entanto é religiosa porque o auxilio virá diretamente do "lado de dentro" da Criação e através do Orixá sustentador do centro. •No primeiro exemplo a pessoa recebe com o passe uma ação mágica (será descarregada e trabalhada) por fora. •No segundo exemplo a pessoa será auxiliada por dentro e será trabalhada internamente pois o passe ou o descarrego não alcança o seu lado de dentro e sim, realiza-se em seu espírito e em seus campos vibratórios. Só pelos exemplos que demos já têm uma idéia de como é complexos o campo religioso e o magistico. Saibam que a Umbanda serve-se dos dois tipos de ação para auxiliar as pessoas que freqüentam, assim como aos seus médiuns, que também são auxiliados se seguirem à risca as orientações dos

seus guias espirituais, que óra manda-os acender em casa ou uma vela para um determinado Orixá ou Anjo da Guarda e óra manda acende-la na natureza; ou que tome um banho de ervas, etc. Por isso muitos a classificam como uma religião mágica, pois nela estão bem ostensivos os dois lados da Criação e os dois lados de uma mesma coisa, sendo que um lado é o religioso ou interno e o outro lado é o magistico ou externo. Esperamos ter fundamentado essas praticas de Umbanda, tanto as internas quanto as externas. CASO VOCE QUEIRA, ENVIE-NOS O SEU COMENTÁRIO, DÚVIDAS OU SUGIRA UM NOVO TEMA A SER COMENTADO. Pai Rubens Saraceni.

UMBANDA, O PRONTO SOCORRO ESPIRITUAL!

A Umbanda é uma Religião fascinante se estudada com isenção e racionalismo, mostrando-nos a Grandeza Divina de Deus e as infinitas possibilidades que Ele nos oferece para nos auxiliarmos quando entramos em desequilíbrio com o Plano Espiritual e o Natural. Se soubermos interpretar o simbolismo umbandista veremos que, mais que uma Religião, a Umbanda é um Pronto Socorro Espiritual Equipadissimo para acolher todos os necessitados de um rápido auxilio. As pessoas seguidoras de outras religiões não vão à Umbanda para rezar e sim, vão em busca do socorro imediato para as mazelas que, em suas religiões, não tem como ser tratadas adequadamente. Vemos entrar e sair dos Centros Umbandistas pessoas seguidoras das mais diversas religiões, todas necessitadas de tratamento Espiritual imediato, muitas delas a beira de um colapso nervoso, do suicídio, da loucura, da confusão que incutiram em suas mentes com mensagens religiosas contraditórias que, ao invés de orienta-las, as confundiram de tal forma que muitas perderam a fé no referencial divino que tinham. Com os espíritos que se manifestam através dos meus médiuns muitos encontram palavras de consolo, de conforto e de esclarecimentos que, pouco a pouco, fornecem-lhes novos referenciais, todos fundamentados na imortalidade do espírito e na necessidade de espiritualizarem-se porque só com uma pessoa se entendendo com espírito emortal encarnado para cumprir mais uma etapa da sua evolução, ela lidará de forma correta com suas dificuldades aqui na terra e alcançará o equilíbrio intimo para supera-las ou transmuta-las. Os referenciais divinos de quase todas as religiões são idênticos e estão calcados na existência de um Deus onipresente e onipotente que tudo pode e tudo faz; que é justo e perfeito e que não desampara ninguém em momento algum, fornecendo a todos o seu ampara divino. Esse referencial divino é verdadeiro e não estamos negando-o ou questionando-o porque também acreditamos nele e o ensinamos a todos que acreditam na existência de Deus . O que questionamos acerca desse referencial divino é que muitos limitaram a religiosidade das pessoas nessa afirmação (verdadeira) e negaram tudo mais que faz parte do aprendizado e da

espiritualização delas, negando-lhes o beneficio da busca e a satisfação de poderem, por si, solucionarem as dificuldades do dia a dia e de sanarem as dúvidas existência que surgem naturalmente no decorrem de suas passagens terrenas. Na mente do doente, do desempregado, do solitário, do desesperançado, do desiludido , do desequilibrado mental e emocionalmente etc., passam pensamentos terríveis sobre sua condição de sofredor em meio a tantas pessoas saudáveis, em meio a tantas pessoas empregadas e em ótima situação financeira, em meio a tantas pessoas felizes, em meio a tantas pessoas cheias de esperança e felizes pelo sucesso já obtido em seus projetos de vida. A legião de sofredores encarnados é imensa e em certos momentos nós (eu e você, amigo leitor) já fizemos parte dela (ou ainda somos), certo? Aos membros temporários ou permanentes dessa imensa legião de sofredores encarnados soma - se a dos espíritos já desencarnados, muito maior e em piores condições porque já não têm a estabilidade do plano material para se agarrarem e não serem tragados pelo abismo do desespero , do tormento e da sensação de desamparo total nos momentos mais difíceis das suas existências.

Faltou a alguns interpretes de Deus revelarem aos seus seguidores que Deus é Onipotente, Onisciente e Onipresente, que tudo pode e tudo faz em nosso benefício, não desamparando ninguém em momento algum, mas que tem Sua forma de nos auxiliar na solução das nossas dificuldades, todas elas passando por nós mesmos e contando com a nossa participação na solução dos nossos problemas. Deus possui muitos modos de operar em nosso benefício e um deles é através do auxílio dos espíritos mais evoluídos que, invariavelmente, voltam-se para os menos evoluídos e passam a auxiliá-los para que lidem de forma correta com suas dificuldades, sejam elas transitórias ou permanentes. As dificuldades transitórias são solucionadas rapidamente. Já as permanentes, a solução delas só é possível com uma transformação integral do ser, pois a mente, que é a fonte dos pensamentos, não pode estar dissociada da razão e do bom senso, que são fontes de equilíbrio e racionalismo. Ou a mente e a razão estão associadas e centradas ou a qualidade dos pensamentos deteriora-se e elas se auto anulam pelas contradições, enfraquecendo a fé e anulando a crença em um Deus, Justo e Perfeito, que não desampara ninguém e a todos socorre o tempo todo, mesmo quando a solução das nossas dificuldades esta em nós. Espiritualizar-se é mais que crer em Deus! É o ser crer-se parte Dele e que todas as nossas ações refletem Nele e retornam para nós, os seus emissores. É crer-se uma célula do corpo de Deus que, se esta saudável realiza suas funções sem chamar a atenção dos "anticorpos" espirituais mas, se ficar enferma, atrairá a atenção deles e começará a ser atacada de todos os lados até ser devorada por eles, que tem justamente essa função: Destruir e remover do corpo todas as células que se tornarem enfermas e ameaçarem a saúde, o bem estar e o equilíbrio existente nele. A "célula enferma" não entende porque só ela esta sendo atacada e todas as outras (suas irmãs) não são incomodadas pelos "anticorpos", ainda que estejam ao seu lado.

Com certeza essa célula enferma tem muitos porquês sem respostas, não é mesmo? Tal como todas as pessoas, em certos momentos de nossa existência, quando estamos sofrendo porque fomos atacados violentamente por forças desconhecidas, fraquejamos e sentimos que fomos abandonados à nossa própria sorte (ou azar). Quantas pessoas não vêem suas vidas desmoronarem de uma hora para outra, perdendo tudo o que acumularam durante anos por causa de um mau negócio; de um projeto que não deu certo; devido uma onda de doenças; por causa de uma separação conjugal; pela perda de um emprego bem remunerado, etc., e daí em diante tudo muda para pior e escapa-lhes do controle? São acontecimentos corriqueiros, porque acontecem o tempo todo com muitas pessoas, independente da religião que sigam. Quantas dessas pessoas sofridas e desesperadas não atribuem a Deus a responsabilidade pelos seus infortúnio pois sentem-se abandonadas, punidas ou desamparadas por Ele, que tudo pode mas nada faz para minorar seus sofrimentos? Quantas não abandonam suas religiões e começam a buscar nas outras o amparo e a proteção divina, já inexistentes na que segue? Daí em diante passam de uma igreja para outra; de uma religião para outra; de um sacerdote miraculoso para outro, sempre buscando nelas ou neles o que perderam. E, por fim, quando nada mais lhes resta nesse campo (o religioso), já acreditando que tudo lhes foi tirado, aí sim, voltam-se para o Pronto-Socorro Espiritual conhecido por Umbanda. No Umbanda, em seus centros despidos de luxo, vergam-se ante a inexorável ação da Lei Maior em suas vidas e curvam-se perante a espiritualidade enquanto ainda há tempo. Diante dos Espíritos-guias as pessoas relatam seus sofrimentos, abrem seus corações e derramam suas lagrimas para que a esperança brote novamente em suas vidas. Finalmente a humildade se fez presente em seus íntimos e o "Centro de Macumba e os Macumbeiros", tão ofendidos e vitimas de todo tipo de sarcasmos e ofensas mostram-se aos seus olhos surpresos que a Umbanda é uma Religião Humanística e Socorrista e que os tão difamados "macumbeiros" são pessoas tão humanas quanto eles e que nada lhes pedem ou cobram-lhes para ajuda-los na reconquista do amparo divino. Não cobram nada, não pedem dizimo e não cobram caríssimos os "trabalhos" porque, dentro do verdadeiro centro de Umbanda quem trabalha são os Guias Espirituais, que não precisam de nenhuma vantagem financeira para estenderem suas mãos luminosas aos necessitados. Isto é Umbanda! Pai Rubens Saraceni.

SEMINÁRIO UMBANDISTA - 2008 A UMBANDA E A SOCIEDADE NO SEU CENTENÁRIO ORGANIZAÇÃO DOUTRINARIA PROCEDIMENTO E PROMOÇÃO Palestra proferida por Pai Rubens Saraceni no Seminário a Umbanda e a Sociedade no seu Centenário, realizada no dia 08/06/2008. Definições: Doutrina, S.F. Conjunto de Princípios que servem de base um sistema religioso, Político ou filosófico; catequese cristã; opinião de autores. Doutrinação: instrução em qualquer doutrina. Doutrinado: instruído, ensinado Doutrinador: aquele que doutrina Doutrinal: relativo a doutrina; que encerra instrução Doutrinamento: doutrinação Doutrinante: que doutrina Doutrinar: instruir em uma doutrina; ensinar Doutrinário: que encerra doutrina; doutrinal Doutrinável: que se pode doutrinar Definir a doutrina de uma religião não é tarefa fácil e tanto demanda tempo quanto dedicação ao assunto em si, assim como antes é preciso definir-se sobre qual o conjunto de princípios que servirá como base do nosso sistema religioso umbandista. Uma doutrina encerra dogmas que devem ser aceitos e seguidos integralmente por todos os seus adeptos e por todos os seus doutrinadores. Ela também precisa ser fundamentada em Deus, em um Universo Divino e em um conjunto de divindades bem definidas e bem fundamentadas senão receberá enxertos contínuos e estará sujeita a questionamentos. Além disso, uma doutrina encerra vários campos ou aspectos que precisam ser muito bem definidos porque as cerimônias, a liturgia, os preceitos, os deveres, as obrigações, as proibições, os tabus, a gênese, os mitos, seus fundamentos, seus benefícios e seus compromissos definem a sua missão junto aos homens. Esses campos ou aspectos que citamos acima, aparentemente simples, necessitam da contribuição de todos os responsáveis pela condução e formação religiosa dos seguidores da Umbanda e isso não

pode ser feito só por uma pessoa ou num curto espaço de tempo, assim como não podem ser baseados no que uma ou outra pessoa acredite ser ideal para todos e sim, devem basear-se em aspectos aceitos e seguidos pela maioria dos umbandistas. O que vemos no Universo religioso umbandista da atualidade são muitas "umbandas", cada uma nascida da mente dos seus criadores que, invariavelmente, imitaram seus antecessores ou neles se inspiraram para construírem as suas, incluindo nelas suas opiniões pessoais sobre alguns aspectos, também repetitivos e com pouco espaço para a criação de uma verdadeira doutrina umbandista Se não, vejamos: A Umbanda comemora nesse ano de 2008 seu primeiro século de existência com muito orgulho porque, desde a primeira manifestação genuinamente umbandista, acontecida no 16 de novembro de 1908, na casa do Médium Pai Zelio Fernandino de Moraes até hoje muito já foi feito em seu nome e foram tantas as pessoas já ajudadas pelos Guias Espirituais que esse número é desconhecido. O que já sabemos é que desde a 1ª manifestação até hoje muitas coisas boas foram feitas em nome da Umbanda por pessoas e Guias Espirituais genuinamente umbandistas, assim como muitas coisas ruins também já foram feitas em nome dela ou lhe foram atribuídas, mesmo que quem as tenham feito não fossem umbandistas genuínos. Sim, isto tem que ser dito porque, à parte do bem já foi feito e que é inegável, muitas coisas ruins também foram feitas ou ditas em nome da Umbanda. E os seus legítimos praticantes, por mais bem intencionados, honestos e verdadeiros que sejam pagaram e estão pagando pelos desatinos cometidos por supostos umbandistas nem um pouco preocupados com os danos e malefícios que causaram, estão causando e ainda haverão de causar e que vêm prejudicando a religião como um todo. Sabemos por fontes seguras que o saudoso Pai Zelio quando ainda um jovem com 17 anos de idade foi surpreendido pela incorporação do Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas que anunciou que estava iniciando uma Religião, chamada por ele de Umbanda. * v v Isto já é história e é indiscutível! Também sabemos que os princípios éticos e morais cristãos foram seguidos ao pé da letra por Pai Zelio e por suas filhas, suas legitimas herdeiras. Os princípios éticos e morais cristãos nortearam a vida e a obra de Pai Zelio e todo o trabalho espiritual umbandista desenvolvido por ele e por seus Guias Espirituais. Mas, lá atrás e com ele ainda vivo, muitos outros médiuns supostamente umbandistas já cometiam desatinos e apareciam nas páginas dos jornais da época e em outros veículos de comunicação como autores de ações que destoavam totalmente do que o fundador da Umbanda fazia e pregava. E foram tantos desatinos cometidos pela falta de uma doutrina, que fizeram com que os verdadeiros, bem intencionados e genuínos umbandistas se recolhessem e se sentissem diminuídos perante as outras religiões porque, infelizmente, não havia uma linha divisória separando doutrinariamente e caracterizando a Umbanda, separando-a do dom da mediunidade de incorporação, também possuído por pessoas seguidoras de outras religiões. A Umbanda é uma religião seguida por muitas pessoas e, por estar fundamentada no dom da incorporação de espíritos, acabou confundida e confundindo-se com as pessoas possuidoras desse dom mediúnico que, mesmo não sendo umbandistas e não seguindo os princípios morais e

religiosos que nortearam o Pai Zelio por toda a sua vida, ainda assim essas pessoas se diziam e ainda se dizem umbandistas. Pessoas com o dom da mediunidade de incorporação existem na Umbanda, no Espiritismo, no Candomblé, no Xamanismo, no Catimbó, na Encantaria e nos demais cultos espiritualistas. Portanto, pessoas possuidoras do dom incorporação estão nesses cultos espiritualistas e até fóra deles, porque as vemos entre neopentecostais incorporando espíritos muito antigos falando outras línguas. E isso acontece no mundo todo, com pessoas possuidoras do dom da incorporação incorporando espíritos e realizando comunicação entre os dois planos da vida. Agora, que tem muita gente possuidora desse dom se dizendo umbandista mas não se comportando e não procedendo segundo o exemplo deixado por Pai Zelio, isso é inegável. E o ônus dos seus comportamentos e procedimentos não umbandistas recai sobre a Umbanda em geral e sobre os umbandistas genuínos em particular, porque todos somos enfiados no mesmo saco e daí em diante os genuínos umbandistas têm que viver se justificando perante a sociedade dizendo que não fazem o que lhes é injustamente atribuído, justamente porque falta à Umbanda uma cartilha ou um livro doutrinário único e aceito por todos e que defina muito claramente a moral, a ética e a religiosidade genuinamente umbandistas, diferenciando-as do que vem sendo feito por pessoas possuidoras do dom da incorporação, e que incorporam espíritos mas que não procedem segundo o legado de Pai Zelio de Moraes. Não será com cada um fazendo o que bem entender e procedendo segundo os seus "Guias" (entre aspas mesmo) que a Umbanda se livrará das criticas que lhe são feitas pelos seguidores das outras religiões, que não aceitam e não entendem como é possível existir uma religião onde o "bem e o mal" caminham lado a lado, onde a luz e as trevas se confundem e confundem a todos, não separando e não diferenciando o joio da mediunidade de incorporação descontrolada do trigo da genuína incorporação umbandista regrada e cuja finalidade é a prática da caridade espiritual e o aperfeiçoamento ético e moral das pessoas, também denominada evolução espiritual. Não será defendendo uma suposta diversidade intra-religiosa onde cada um faz o que quer e o que entende ser Umbanda ou de Umbanda que o joio e o trigo serão separados. Não será com cada um dizendo que dentro do seu Centro quem manda é ele e os seus Guias, que a Umbanda deixará de ser uma colcha de retalhos mal costurados e se tornará o manto branco e imaculado que cobrirá com orgulho e dignidade religiosa a todos os genuínos e verdadeiros umbandistas. Não será com cada um fazendo e praticando a sua "Umbanda" que a religião umbandista se distinguirá e se destacará entre as outras religiões e se tornará respeitada e vista como um bem para a sociedade da qual nós, os genuínos umbandistas, fazemos parte. Não será com o que temos visto ser apresentando como conduta e procedimentos nada umbandistas que isso será conseguido porque é inadmissivel para uma religião que muitos dos seus supostos seguidores professem duas crenças ao mesmo tempo e uns se apresentem como cristãos e umbandistas; outros se apresentem como xamanistas e umbandistas; outros se apresentem como umbandistas e candomblesistas, pois tanto foi coroado na Umbanda como foi fazer o Santo no Candomblé, em uma de suas nações ou vertentes.

Comparando, seria o mesmo que o padre católico dizendo-se também pastor evangélico; com o pastor evangélico dizendo-se também monge budista; com o rabino israelita dizendo-se também ima islamita, com todos seguindo duas ou mais religiões ao mesmo tempo, como se isso fosse normal e não tivesse implicação alguma na sua formação moral e ética intima e na dos seus seguidores e filhos de fé. Há implicações sim e a primeira delas é de ordem ética porque há infidelidade religiosa em quem tem duas religiões ou que segue duas ao mesmo tempo. Respeitar a todas as religiões é um dever do umbandista verdadeiro e genuíno. Mas, seguir a Umbanda e alguma outra ao mesmo tempo é infidelidade religiosa e demonstra falta de ética intima. Ou se é umbandista e se conduz e se realiza religiosamente na Umbanda ou então estará moralmente e intimamente enfraquecido pois quem segue só uma religião tem religiosidade forte. Mas quem segue e pratica duas ou mais ao mesmo tempo, com certeza não tem nenhuma porque intimamente não se definiu. Portanto, para que as pessoas possuidoras do dom da incorporação de espíritos sejam realmente umbandistas, não basta incorporar os espíritos e sim, têm que ter uma formação religiosa e doutrinária genuinamente umbandistas. Não é só sendo médium e procedendo como bem entender que alguém será um genuíno umbandista e que dignificará a Umbanda com uma conduta religiosa bem definida e com procedimentos éticos e morais inatacáveis e inquestionáveis. É preciso doutrinar-se e proceder segundo princípios éticos, morais e religiosos bem definidos e aceitos, seguidos e praticados por todos os umbandistas. Só assim, com uma doutrina umbandista igual desde o Oiapoque ao Chuí e com todos os médiuns umbandistas falando uma mesma "língua" a umbanda se organizará como religião e se mostrará para a sociedade como uma genuína religião. Não adianta nos iludirmos porque, em se tratando de religião, ou todos seguem a mesma doutrina religiosa ou não passam de criadores de seitas para acomodarem os que querem uma "umbanda" para cada um e nada mais. Só que enquanto isso for assim na Umbanda, por existirem tantas umbandas, uma única e verdadeira, seguida por todos não existirá. O grande desafio do primeiro século da Umbanda foi implantá-la. O do seu segundo século será o esforço coletivo no sentido de definir-se uma doutrina genuinamente umbandista, livrando a Umbanda da sua atual colcha de retalhos mal costurados, substituindo-a pelo límpido manto doutrinário que a todos cobrirá e distinguirá os umbandistas de fato e de direito. Esse é o primeiro e o maior dos desafios a ser enfrentado nesse segundo século de existência da Umbanda e compete a nós, os que se preocupam com a nossa religião e com o seu futuro colocarmos em discussão a necessidade de criação de uma genuína doutrina umbandista, à altura do saudoso Pai Zelio de Moraes e do Senhor Caboclo Sete Encruzilhadas, os fundadores da Umbanda. Devemos proceder à criação de uma doutrina genuinamente umbandista e, a seguir, promove-la junto aos membros da nossa comunidade e perante a sociedade da qual somos membros tão importantes quanto os outros, que seguem outras religiões.

Eu sei que meus comentários foram duros e incisivos, mas não há outra forma de dizer o que tem que ser feito. E que ninguém confunda uma doutrina umbandista com a forma dos guias trabalharem ou da forma que cada um faz a abertura dos trabalhos ou com que linha deve trabalhar e como devem paramentar-se porque isso sim, são procedimentos internos que só o dirigente e o guia chefe devem decidir e conduzir. Doutrina é a formação ética, moral e religiosa e é a forma de se apresentar uma religião homogênea, organizada e de fácil apreensão por quem deseja conhece-la nos seus aspectos formadores do caráter dos seus seguidores e praticantes. Obrigado a todos! Pai Rubens Saraceni.

A MAGIA DIVINA DOS GENIOS - "Convidamos à todos para fazerem a MAGIA DIVINA DOS GÊNIOS, que terá inicio em 25 de Setembro, com aulas aos sábados no horário das 10h00 às 12h00. Informações e reservas pelos telefones: (11) 2606-8488 ou (11) 4221-4288, este curso será ministrado pelo Mestre Rubens Saraceni, com endereço à Rua Serra da Bocaína, nº 427 - Belenzinho, próximo a estação do Mêtro Belém. Para esta Magia Divina não é exigido grau de magia anterior; esta aberta para todos que queiram conhecer, aprender e trabalhar com o Mistério dos Gênios; os interessados devem comparecer na data e horário a cima para efetivar sua matricula." UM POUCO SOBRE A MAGIA DIVINA DOS GÊNIOS: Gênios, eis um nome que desperta a curiosidade de muitos e temos tão pouco à nossa disposição para aprendermos sobre esses seres da natureza. Aqui no Brasil , fora alguns ocultistas que os conhecem e com eles trabalham através de rituais fechados, os gênios só são conhecidos devido filmes e livros que os descrevem como seres mirabolantes, capazes de fazerem coisas mirabolantes ou espetaculares, tornando essa classe de seres da natureza em personagens de ficção. Alem do que escrevi acima nada mais se sabe sobre eles e deixamos de recorrer a esses seres da natureza, tão importantes para a Criação Divina quanto todas as demais classes de seres criadas por Deus, a nossa inclusa. Apenas, eles não são visíveis às pessoas e raros são os clarividentes que conseguem vê-los porque são arredios aos olhos dos curiosos. Mas em outras regiões da Terra eles são bem conhecidos e são invocados para auxiliarem na solução das mais variadas dificuldades que surgem na vida das pessoas, sejam elas de fundo espiritual ou material.

Pouco se sabe por aqui e tudo fica como se fossem produto de ficção ou de mentes desequilibradas ou confusas, vitimas de obsessores espirituais. Mas isso não é verdade e agora todos os interessados em aprender sobre eles e em como trabalhar de forma correta com essa classe de seres da natureza terão muitas informações sobre eles e como servirem-se dos seus poderes naturais de forma ordenada e equilibrada, passando a se beneficiarem ou aos seus semelhantes com o que aprenderão durante o curso que será ministrado sobre eles na escola de magia divina do colégio de umbanda Pai Benedito de Aruanda, curso esse que visa formar pessoas nessa magia divina e popularizar o conhecimento sobre esses seres tão especiais e tão desconhecidos por nós aqui no Brasil. Saibam que os gênios são tão importantes para a Criação que cada ser criado por Ele, assim como cada planta, cada minério, cada cristal, cada gás, cada líquido, cada elemento químico, cada tipo de solo ou terra, cada rocha, etc., tem seu gênio tutelar, que tem por função zelar pela sua integridade e preservação na Criação. Cada ser humano temo seu gênio tutelar que o acompanha desde o nascimento até o desencarne, assim como é regido em um dos seus aspectos pó uma Divindade Gênio, fato esse desconhecido por todos os brasileiros, não importando a religião que sigam ou suas formações "esotéricas". Alem dessas informações que aqui dei, há muitas outras que serão reveladas no decorrer do curso de magia divina dos gênios ou já estão publicadas no livro de minha autoria denominado "MAGIA DIVINA DOS GENIOS", publicado a alguns anos a traz pela editora Madras, ao qual eu recomendo a leitura, ainda que a titulo de aprendizado pessoal. Para os que se sentirem atraídos por essa magia divina, fica aqui o meu convite para que venham estudá-la e nela iniciarem-se para, daí em diante passarem a trabalhar e servirem-se magisticamente dessa classe de seres da natureza criados por Deus para zelarem por ela... e por nós, os seus maiores destruidores. Cordialmente, Pai Rubens Saraceni.

EXU MIRIM Escrever sobre Exú Mirim se faz necessário nesse momento porque, desde que psicografei o livro Lendas da Criação - A Saga dos Orixás, sua importância na Criação e na Umbanda mostraram-se maior do que imaginava-se. Não temos escritos abundantes a nossa disposição que ensinem-nos sobre esse Orixá ou que fundamente-o com Mistério Religioso. Essa falta de textos esclarecedores e fundamentais das suas manifestações religiosas nesse primeiro século de existência da Umbanda deixou Exú Mirim à própria sorte, ou seja: a vagos comentários sobre seus manifestadores que pouco ou nada esclareceram sobre eles e ao que vieram! Inclusive, por terem sido descritos como "espíritos de moleques de rua", cada um incorporava-o com os típicos procedimentos de crianças mal-educadas, encrenqueiras, bocudas, chulas, etc. Foram tantos os disparates cometidos que é melhor esquecê-los e reconstruir todo um novo

conhecimento sobre o Orixá Exú Mirim, antes que ele deixe de ser incorporado e relegado ao esquecimento, como já foi feito com muitos dos Orixás que, por falta de informações corretas e fundamentadoras, deixaram de ser cultuados aqui no Brasil. Nas Lendas da Criação, Exú Mirim assumiu uma função e importância que antes nos eram desconhecidas. A função é a de fazer regredir todos os espíritos que atentam contra os princípios da vida e contra a paz e a harmonia entre os seres. A importância e a de que, sem Exú Mirim nada se pode ser feito na Criação sem sua concordância. Com Exú, dizia-se que "sem ele não se faz nada". Já, com Exú Mirim, "sem ele nem fazer nada é possível". Vamos por partes para entendermos sua importância e fundamentá-lo, justificando sua presença na Umbanda. 1) Cada Orixá é um dos estados da Criação. Um é a Fé, outro é a Lei, outro é o Amor, e assim por diante, independente de suas interpretações religiosas. 2) Por serem estados, são indispensáveis, insubstituíveis e imprescindíveis á harmonia e ao equilíbrio do todo. O Estado da matéria considerado "frio" só é possível por causa da existência do estado "quente" e ambos na escala celsus indica os dois estados das temperaturas. Sem um não seria possível dizer se algo está frio ou quente; se algo é doce ou amargo, se algo é bom ou ruim, etc. É a esse tipo de "estado" que nos referimos e não a um território geográfico, certo? 3) Muitos são os estados da Criação e cada um é regido por um Orixá e é guardado e mantido por todos os outros, pois se um desaparecer (recolher-se em Deus), tal como numa escada, ficará faltando um degrau, e tal como numa escala de valores, estará faltando um grau que separe o seu anterior do seu posterior. 4) Quando a Umbanda iniciou-se no plano material, logo surgiu uma linha espiritual ocupada por espíritos infantis amáveis, bonzinhos, humildes, respeitosos e que chamavam todos(as) de titios e titias ao se dirigirem às pessoas ou aos Orixás e guias espirituais. Também chamavam os pretos(as) velhos(as) de vovô e de vovó. Até aí tudo bem! 5) Mas logo começaram a "baixar" uns espíritos infantis briguentos, encrenqueiros, mal-educados, intrometidos, chulos e que dirigiam -se às pessoas com desrespeito chamando-os disso e daquilo, tais como: seu pu.., sua p..., seu v...., seu isso e sua aquilo, certo? E quando inquiridos, se apresentavam como "exús" mirins, os exús infantis da Umbanda numa equivalência com um exú infantil ou um erê da esquerda existente no Candomblé de raiz nigeriana. 6) Exú Mirim assumiu o arquétipo que foi construído para ele: o de menino mal! E tudo ficou por aí com ninguém se questionando sobre tão controvertida entidade incorporadora em seus médiuns, pois ele diziam que todo médium tem na sua esquerda um Exú Mirim além de um e Exú e uma Pomba Gira. 7) De meninos mal educados, como tudo que "começa mal" tende a piorar, eis que as incorporações de entidades Exús Mirins começaram a ser proibidas nos centros de Umbanda devido a vazão de desvios íntimos dos médiuns que eles extravasavam quando incorporavam nos seus. 8) De mal vistos, para pior, essa linha de trabalhos espirituais, (onde cada médium tem o seu Exú Mirim), quase desapareceu e só restaram as incorporações e os atendimentos de um ou outro Exu Mirim "muito bom" mesmo no ato de ajudar pessoas. 9) Então ficou assim decidido, mais ou menos, por muitos:

a) Exú Mirim existe, é mal educado e incontrolável e de difícil doutrinação. b) Vamos deixar Exú Mirim quieto e vamos trabalhar só com linhas espirituais doutrináveis e possíveis de serem controladas dentro de limites aceitáveis. 10) Exú Mirim praticamente desapareceu das manifestações Umbandistas porque suas incorporações fugiam do controle dos dirigentes e seus gestos e palavrões envergonhavam a todos. 11) Como é característica humana negar tudo o que não pode controlar e ocultar tudo o que "envergonha", o mesmo foi feito com Exú Mirim, que existe, mas não é recomendável que incorpore em seus médiuns. Certo? Errado, dizemos nós, porque muitos médiuns já ajudaram a muitas pessoas com seus exús mirins doutrinadíssimos e nem um pouco influenciados pela personalidade "oculta" de quem os incorporavam. Todos se adaptam a regras comportamentais se seus aplicadores forem rigorosos tanto com os médiuns quanto com quem incorporar neles. O melhor exemplo começa com as incorporações comportadas de quem dirige os trabalhos espirituais. E uma boa orientação sobre as entidades ajuda muito porque, o que os médiuns internalizarem sobre elas será o regularizador das entidades. Agora se, por acaso, o dirigente adota um comportamento discutível, aí seus médiuns o seguirão intuitivamente, pois o tomam como exemplo a ser seguido. Em inúmeras observações, vimos os médiuns repetindo seus dirigentes e, inclusive, com as incorporações e danças dos guias incorporados neles. Essa assimilação natural ou intuitiva é um indicador de que o exemplo que vem "de cima" ainda é um dos melhores reguladores comportamentais. Agora, quando o dirigente incorpora seu Exú Mirim e este, por ser do "chefe", faz micagens, caretas, gestos obscenos, atira coisas nas pessoas, xinga-as e fala palavrões, aí tudo se degenera e seus médiuns procederão da mesma forma porque, em suas mentes e inconscientes é assim que seus Exús Mirins devem comportar-se quando incorporados. Essa foi uma das razões para o ostracismo e que foi relegada a linha dos Exus Mirins. E isto, sem falarmos em supostos Exús Mirins que quando incorporavam ou ainda incorporam por aí afora, pegam ou lhe são dados saquinhos de papel que ficam cheirando, como se fossem as infelizes crianças de rua viciadas em cheira "cola de sapateiro". Certos comportamentos, devemos debitar ao arquétipo errôneo construído por pessoas desinformadas sobre essa linha de trabalhos espirituais Umbandistas. 1) Não são espíritos humanos, em hipótese alguma. 2) Exús Mirins são seres encantados da natureza provenientes da sétima dimensão à esquerda da que nós vivemos. 3) A irreverência ou má educação comportamental não é típico deles na dimensão onde vivem.

4) São naturalmente irrequietos e curiosos, mas nunca intrometidos ou desrespeitadores. 5) Por um processo osmótico espiritual, refletem o inconsciente de seus médiuns, tal como acontece com Exú e Pomba Gira. Logo, são nossos refletores naturais. 6) Gostam de beber as bebidas mais agradáveis ao paladar dos seus médiuns, sejam elas alcoólicas ou não. 7) Apreciam frutas ácidas e doces "duros", tais como: rapadura, pé de moleque, quebra queixo, cocadas secas e balas "ardidas" (de menta ou hortelã). 8) Se bem doutrinados prestam inestimáveis trabalhos de auxilio aos freqüentadores dos centros de Umbanda. 9) Não aprovam ser invocados e oferendados em trabalhos de demandas e magias negativas contra pessoas. 10) Toda vez que seus médiuns os ativam para prejudicar os seus desafetos seus Exus Mirins se enfraquecem automaticamente já aconteceram inúmeros casos de médiuns que ficaram sem seus verdadeiros Exus Mirins porque os usaram tanto contra seus desafetos que eles ficaram tão fracos que foram aprisionados e kiumbas oportunistas tomaram seus lugares junto aos seus médiuns, passando daí em diante a criar problemas para suas vítimas que ainda acreditavam que estavam incorporando seus verdadeiros Exús Mirins. 11) Eles raramente pedem seus assentamentos ou firmezas permanentes e preferem ser oferendados periodicamente na natureza, tal como as crianças da direita. 12) Se bem doutrinados e colocados a serviço dos freqüentadores dos centros umbandistas, realizam um trabalho caritativo único e insubstituível. Vamos resgatar os Exus Mirins da Umbanda e libertá-los do falso arquétipo que mentes e consciências distorcidas criaram para eles? Não deixe de ler o mais novo lançamento da Editora Madras: "Orixá Exu Mirim - Fundamentação do Mistério na Umbanda" de Rubens Saraceni. Pai Rubens Saraceni.

AS CRIANÇAS NA UMBANDA A linha das crianças, cujos membros baixam nos centros de Umbanda, é de todas a mais misteriosa. Esses espíritos infantis nos surpreendem pela ternura, inocência, argúcia, carinho e amor que vibram quando baixam em seus médiuns. O arquétipo não foi fornecido pelo lado material da vida, pois uma criança com seus 7, 8 ou 9 anos de idade, por mais inteligente que seja, não está apta intelectualmente a orientar adultos atormentados por profundos desequilíbrios no espírito ou na vida material. Quem forneceu o arquétipo foram os seres que denominamos "encantados da natureza".

Não foi baseado em espíritos de crianças que desencarnaram que essa linha foi fundamentada, e sim nas crianças encantadas da natureza, que os acolhem em seus vastos reinos na natureza em seu lado espiritual e os amparam até que cresçam e alcancem um novo estágio evolutivo, já como espíritos naturais. Os espíritos que se manifestam na linha das crianças atendem pessoas e auxiliam-nas com seus passes, seus benzimentos e suas magias elementais, tudo isso feito com alegria e simplicidade enquanto brincam com seus carrinhos, apitos, bonecas e outros brinquedos bem caracterizadores do seu arquétipo. Ele é tão forte que adultos encarnados sisudos se transfiguram e se tornam irreconhecíveis quando incorporam sua criança. A presença desses espíritos infantis é tão marcante que mudam o ambiente em pouco tempo, descontraindo todos os que estiverem à volta deles. Todo arquétipo só é verdadeiro se for fundamentado em algo pré-existente. O arquétipo "Caboclo" fundamentou-se no índio brasileiro e no sertanejo mestiço. O arquétipo "Preto-Velho" fundamentouse no negro já ancião, rezador, mandingueiro e curador. O arquétipo "Criança" fundamentou-se na inocência, na franqueza e na ingenuidade dos seres encantados ainda na primeira idade: a infantil. E, caso não saibam, há dimensões inteiras habitadas só por espíritos nesse estagio evolutivo conhecido, no lado oculto da vida, como "estágio encantado". Nessas dimensões da vida há eles e suas mães encantadas, todas elas devotadas à educação moral, consciencial e emocional, contendo seus excessos e direcionando-os à senda evolucionista natural, pois eles não serão enviados à dimensão humana para encarnarem. A elas compete supri-los com o indispensável para que não entrem em depressão e caiam no autismo ou regressão emocional, muito comum nessas dimensões. Nelas há reinos encantados muito mais belos do que os "contos de fadas" do imaginário popular foi capaz de descrever ou criar. Cada reino tem uma senhora, uma mãe encantada a regê-lo. E há toda uma hierarquia a auxiliá-la na manutenção do equilíbrio para que os milhares de espíritos infantis sob suas guardas não regridam, e sim, amadureçam lentamente até que possam ser conduzidos ao estágio evolutivo posterior. O arquétipo é forte e poderoso porque por trás dele estão as mães Orixás, sustentando-o, e também estão os pais Orixás, guardando-o e zelando pela integridade desses espíritos infantis. A literatura existente sobre esse estágio se restringe a alguns livros de nossa autoria que abordam o estágio encantado da evolução dos espíritos. Mas que ninguém duvide da existência dele porque ele realmente existe e não seriam "crianças" humanas recém-desencarnadas e que nada sabiam da magia que iriam realizar os prodígios que os "Erês" realizam em benefício dos freqüentadores das suas sessões de trabalhos ou com forças da natureza quando oferendados em jardins, à beira-mar, nas cachoeiras ou em bosques frutíferos. Há algo muito forte por trás do arquétipo e esse algo são os Orixás encantados, os regentes da evolução dos espíritos ainda na "primeira idade".

Para conhecerem melhor o estágio encantado da evolução, recomendamos a leitura do livro de nossa autoria A Evolução dos Espíritos, editado pela Madras.

Pai Rubens Saraceni

O MISTÉRIO POMBAGIRA MIRIM

Devido o pedido de muitas pessoas que receberam os textos sobre os eres e exu mirim, vou discorrer de forma livre sobre a linha das pombagiras mirins, seres encantados tão desconhecidos quanto os exus mirins.

Todos os mistérios da Criação divina sempre mostram-se aos pares ainda que nem sempre isso nos seja visível porque desconhecemos quase tudo sobre eles. No caso de algumas linhas isso já esta se mostrando e nem nos damos conta do que esta tão visível. Se não, então vejamos: Exu do Lodo-Pombagira do Lodo Exu Veludo- Pombagira Veludo Exu co Cemiterio- Pombagira do Cemiterio Exu Sete Encruzilhadas- Pombagira Sete Encruzilhadas Exu Sete Capas- Pombagira Sete Véus Exu Cigano- Pombagira Cigana Exu das Matas- Pombagira das Matas Exu das Sete Praias- Pombagira das Sete Praias Exu Navalha- Pombagira Navalha Exu João Caveira- Pombagira Rosa Caveira, etc..

Nas linhas da direita acontece a mesma bipolarização mas são menos visíveis, até porque quando o caboclo é ativo e (incorporante) a cabocla é passiva (não incorporante) ou seu nome simbólico é diferente do dele, fato esse que dificulta a identificação dos pares de guias da direita.

Pai João do Congo forma par com Mãe ou Vovó Maria Conga. Pai João do Cruzeiro forma par com Mãe Maria das Almas. Pai João de Angola forma par com Vovó Maria do Rosario. Etc.. Caboclo das Matas-Cabocla Jurema. Caboclo Pena Branca-Cabocla Guaraciara. Caboclo Sete Ondas-Cabocla Yara. Etc..

Bom paremos por aqui senão iremos revelar algo ainda fechado no tocante às linhas da direita, certo?

O fato é que existe toda uma Dimensão da Vida localizada a sete graus à esquerda da Dimensão Humana da Vida, escala essa que é horizontal e cada um dos seus graus contem todo um universo em si mesmo, dentro do qual desemboca toda uma Realidade Divina que começa no interior de Deus, dentro de uma de suas Matrizes Geradoras de Vidas, vidas essas que são geradas aos pares (masculino e feminino). Portanto, existem 77 dessas Dimensões da Vida que desembocam nesse nosso abençoado planeta e a humana é a de número 21 na escala magnética divina horizontal. A de n. 20 é a habitada pelos seres naturais regidos pelo orixá Exu e a de n.22 e habitada pelos seres naturais regidos pelo orixá Ogum, só para que entendam essa escala divina, certo? Todos os graus abaixo de 21 são classificadas como negativas e as acima são classificadas como positivas. A partir da compreesão desse mistério intra-planetário então podemos discorrer sobre o mistério Pombagira Mirim pois assim como essa Matriz Divina gera Exu Mirim, também gera um ser feminino em tudo análogo a ele (em poderes e mistérios) e que também se manifesta na Umbanda quando lhe é possível ou permitido, sendo muito comum elas se apresentarem como Pombagiras Meninas. Em outros casos, apresentam- se como Pombagira Mariazinha (diminutivo de Maria Molambo ou Padilha), etc.. É claro que em um médium só se apresentará um Exu Mirim e a Pombagira Mirim será passiva ( não incorporante). Já em uma médium tanto pode incorporar o Exu Mirim quanto a Pombagira Mirim, mas nunca os dois serão ativos e, ou será ele ou será ela que sempre incorporará e trabalhará nas giras de atendimento ao público. Mas isso não quer dizer que não possa incorporar esporadicamente tanto o exu quanto a Pombagira Mirim em uma gira fechada ( não aberta ao publico). E antes que alguém pergunte qual é a oferenda para elas, saibam que é igual às das Pombagiras

adultas. É claro que aqui só comentei um pouco sobre as Pombagiras Mirins e há muito mais sobre elas, mas vou parar por aqui senão terei que escrever um livro só sobre esse mistério da Umbanda, certo?

Pai Rubens Saraceni.

O LIVRO DE EXÚ O Mistério Exu tem intrigado os estudiosos do Mistério Orixás porque Exu é colocado em oposição a eles e seu campo de ação e atuação é tão abrangente, que encontramos Exus de Ogun, de Xangô, de Oxalá, de Yernanjá, etc. Que mistério é esse que transcende o de um Orixá, já que Exu está em todos os campos de todos os Orixás? Como aquilatar o Mistério Exu, se todos os Orixás têm seus Exus? Nós respondemos: Exu é um mistério do nosso Divino Criador, e portanto possui uma faixa vibratória e um grau magnético só seu, pelos quais flui, se irradia, atua e manifestase na vida dos seres.Portanto, o Mistério Exu não é maior ou menor e nem é superior ou inferior aos outros mistérios. Apenas é como é porque assim ele é.-Exu, enquanto energia e magnetismo, é vitalizador e transformador;- Exu, enquanto mistério da criação e agente da Lei Maior, é vitalizador ou desvitaljzador dos sentidos capitais de um ser e atua como transformador de sua vida; Exu, enquanto elemento mágico “cósmico”, só éativado ou desativado se for devidamcntc pago com oferendas rituais simbólicas;Exu, enquanto elemento religioso, atua como esgotador de carmas individuais e como vitalizador ou esgotador da religiosidade das pessoas;-Exu, enquanto mistério auxiliar do Mistério Orixás, lida com seus aspectos negativos naturalmente e os ativa ou desativa segundo as ações ou as reações de quem for alcançado e atingido por eles (os aspectos negativos dos Orixás);-Exu, enquanto “linha de esquerda” da Umbanda, incorpora nos seus médiuns e dá consultas gratuitas a quem dispuser-se a falar com ele, aconselhando, orientando, defendendo, ajudando a superar suas dificuldades materiais ou espirituais, familiares ou de trabalho, etc., mas sempre a partir de sua visão cósmica das situações, de seu senso de oportunidade das situações, de seu senso de oportunismo e de seu entendimento pessoal de como deve proceder para responder a quem o solicitou; Exu escreve reto em linhas tortas; escreve torto em linhas retas e escreve torto em linhas tortas. Só não consegue escrever reto em linhas retas ... porque tem duas cabeças, sendo que uma é instintiva e a outra é emotiva; uma é movida por suas necessidades e outra é movida por seus interesses.As “duas cabeças” de Exu representam sua natureza dual,que ora o instiga a satisfazer suas necessidades, ora o induza satisfazer as necessidades alheias. Por isso, se Exu for assentado na tronqueira de uma tenda, ele tem que ser servido e saudado ritualmente antes da abertura dos trabalhos;Exu é o mais humano dos mistérios de Umbanda, porque assimila tudo o que seu médium vibra em seu íntimo. E se assim é, é porque Exu é “especular” (semelhante a um espelho) e reflete em si a natureza emotiva do seu médium, através da qual ele se manifesta quando incorpora. Negativamente, temos: Médiuns soberbos Médiuns tímidos

Exus prepotentes Exus circunspectos

Médiuns briguentos

Exus encrenqueiros

Médiuns chulos

Exus desbocados

Médiuns conquistadores

Exus galanteadores

Médiuns invejosos

Exus egoístas

Médiuns infiéis

Exus falsos

Médiuns mandões

Exus soberbos

Mas temos os Exus que refletem de forma especular o íntimo positivo dos seus médiuns: Médium generoso

Exu interessado

Médium bondoso

Exu discreto

Médium caridoso

Exu desinteressado

Médium compenetrado

Exu rigoroso

Médium fiel

Exu leal

Médium tenaz

Exu fiel

Médium trabalhador

Exu compenetrado

Médium demandador

Exu aguerrido

Médium estudioso

Exu sábio

Médium correto

Exu vigilante

Enfim, o Exu individual é um manifestador num mistério intermediário, mas que é “refletor do íntimo e do emocional do seu médium. Maiores informações no livro de Exu, de autoria de Rubens Saraceni. Pai Rubens Saraceni.

Oferendas básicas Umbandistas

Oferenda ao Orixá Oxalá • Toalha ou pano de cor branca; • velas bran cas; • frutas brancas (melão, goiaba, etc); • vinho bran co doce ou suave; • flo res brancas (todas); • fitas bran cas; • linhas brancas; • comidas bran cas (can jica, arroz doce, coalhada adoci ca da, etc.); • pães; • mel; • farinha de trigo (para cir cular e fechar por fora as oferendas); • co co seco e sua água colocada em co pos; • co co verde com uma tampa cortada e um pou co de mel derramado dentro da sua água; • água em cálices ou copos; • pedras de cris tais de quartzo branco (se for solici tado); • pembas brancas (em pedra ou em pó); • milho verde em espiga, cru e ainda leitoso. Oferenda ao Orixá Oxumaré • Toalha ou pano de cor azul celeste; • velas brancas e azul celeste; • fitas brancas e fitas azul celeste (ou todas as cores); • linhas brancas e linhas azul celeste; • frutas sementeiras (melão, maracujá, mamão, pinha, etc.); • água em copos; • vinho branco seco; água adocicada com açucar ou mel; • flores coloridas; •coco verde; • licor ou suco de maracujá; • farinha de arroz (para circular e fechar a oferenda); • semente de feijão branco semicozidas e misturadas ao mel de abelhas; • açúcar, colocado em um prato branco e regado com mel de abelhas; • pembas coloridas. Oferenda ao Orixá Oxóssi • Toalha ou pano verde; • velas branca e verde; • fitas branca e verde; • linhas branca e verde; • frutas de qualquer espécie; • comidas (moranga cozida, milho verde em espiga e cozido, maçã cozida e regada com mel ou açucarada, doces cristalizados); • vinho tinto; cerveja branca; • sucos de frutas; • pembas brancas e verdes; • fubá (para circular e fechar a oferenda). Oferenda para o Orixá Xangô • Toalha ou pano marrom; • velas branca e marrom; • fitas branca e marrom; • linhas bran ca e marrom; • frutas (abacaxi, melão, manga, melancia, figo, caqui, laranja, goiaba verme lha); • vinho tinto seco; cerveja preta; • comidas (quiabos picados em rodelas e levemente co zido, rabada cozida com cebolas cortadas em rodelas); • pembas branca, marrom e vermelha; • licor de chocolate. Oferenda ao Orixá Ogum • Toalha ou pano vermelho; • velas branca e vermelha; • fitas branca e vermelha; • linhas branca e vermelha; • cordões branco e verme lho; • flores (cravo e palmas vermelhas); • frutas (melancia, laranja, pêra, goiaba vermelha, ameixa preta, abacaxi, uvas); • licor de gengibre; • cerveja branca; • pembas branca e vermelha; • comida (feijoada). Oferenda para o Orixá Obaluaiê • Toalha ou pano branco; • velas brancas; • fi tas bran cas; • linhas brancas • flores (crisântemos bran cos, quaresmeira); frutas (pinha, caqui e coco seco); • comidas (pipoca estalada, batata doce ro xa cozida e regada com mel de abelha, beterraba co zida e re-gada com mel; mandioca cortada em “toletes” cozida e açucarada; • bebidas (vinho bran co licoroso, água em copos, licor de ambrósia); • pembas brancas.

Oferenda para o Orixá Oiá-Logunan (Tempo) • Toalha ou pano branco; • velas branca e azul escuro; • fitas branca e azul escuro; • linhas branca e azul escuro; • pembas branca e azul; • copo ou quartinha com água; • licor de anis; • frutas (laranja, uva, caqui, amora, fi go, romã, maracujá azedo); flores (do campo, palmas brancas, lírios brancos). Oferenda para o Orixá Oxum • Toalha ou pano dourado, azul e rosa; • velas rosa, amarela e azul; • fitas rosa, amarela e azul; • linhas rosa, amarela e azul; • pembas rosa, amarela e azul; • flores (rosas brancas, amarelas e vermelhas); • frutas (cereja, maçã, pêra, melancia, goiaba, framboesa, figo, pêssego, etc); • bebidas (champagne de maçã, de uva e licor de cereja). Oferenda para o Orixá Omolu • Toalhas ou panos branco e preto sobrepostos formando oito pontas ou bicos; • velas branca, preta e vemelha; • fitas branca, preta e vemelha; • linhas branca, preta e vemelha; • pembas branca, preta e vemelha • flores (crisântemos, flores do campo, rosas brancas); frutas (maracujá, ameixa preta, ingá, figo); • comidas (pipocas estaladas e regadas com mel, coco seco fatiado e regado com mel, batata doce roxa cozida e regada com mel, bistecas ou fatias de carne de porco regadas com azeite de dendê; • bebidas (água em copos, vinho branco licoroso, licor de hortelã). Oferenda para o Orixá Obá • Toalha ou pano vermelho ou magenta; • velas vermelha ou magenta; • fitas vermelha ou magenta; • linhas vermelha ou magenta; • pembas vermelhas; • frutas (todas); bebidas (licor); • flores (do campo, jasmim, rosas vermelhas). Oferenda para o Orixá Egunitá • Toalha ou pano laranja; • velas laranja e ver melha; • fitas laranja; • linhas laranja; • pem bas laranja; • frutas (laranja, abacaxi, pi tan ga, caqui); bebidas (licor de menta, cham pagne de sidra); • flores (palmas vermelhas). Oferenda para o Orixá Iansã • Toalha ou pano branco e amarelo; • velas branca e amarela; • fitas amarelas; • linhas amarelas; • pembas amarelas; • frutas (laranja, abacaxi, pitanga, uva, morango, ambrósia, melancia, melão amarelo, pêssego e goiaba vermelha); • bebidas (champagne de uva ou de sidra; • flores amarelas; • comidas (acarajé; abacaxi em calda, arroz-doce com bastante canela em pó por cima). Oferenda para o Orixá Nana Boruquê • Toalha ou panos lilás ou florido; • velas lilás; • fitas lilás; • linhas lilás; • pembas lilás; • flores (do campo, lírios e crisântemos); • frutas (uva, melão, manga, mamão, maracujá doce, framboesa, amora, figo); • bebidas (champagne rosé, vinho tinto suave, licor de amora, licor de framboesa, licor de morango). Oferenda para o Orixá Iemanjá • Toalhas branca ou azul claro; • velas branca ou azul claro; • fitas branca ou azul claro; • linhas

branca ou azul claro; • pembas branca ou azul cla ro; • flores (rosas brancas, palmas brancas, lírio branco) frutas (melão em fatias, cerejas, laranja lima, goiaba branca, framboesa); • bebidas (champagne de uva e licor de ambrósia); • comidas (man-jares; peixes assados; arroz doce com bastante canela em pó). Oferenda para o Orixá Exu • Toalhas ou panos preto e vermelho; • velas pre ta e vermelha; • fitas preta e vermelha; • li nhas preta e vermelha; • pembas preta e ver melha; • flores (cravo vermelho); • frutas (man ga, mamão, limão); • bebidas (aguardente de ca na de açúcar, whisky, conhaque) • comidas (fa rofa com carne bovina ou com miúdos de frango, bifes de carne ou de fígado bovino fritos em azeite de dendê e com cebolas, bifes de carne ou de fígado bovino temperado com azeite de dendê e pimenta ardida). Oferenda aos Pretos Velhos • Toalha ou pano branco; • velas brancas; • fi tas brancas; • linhas brancas; • pembas brancas; • frutas de todas as espécies; • bebidas (café, vinho doce, cerveja preta, água de coco, vinho branco licoroso); • flores (crisântemos brancos, margaridas, lírios brancos); • comidas (arroz doce, canjica, bolo de fubá de milho, milho cozido, doce de coco, doce de abóbora, doce de cidra, coco fatiado, quindim). Oferenda aos Baianos • Toalha ou pano branco (ou amarelo); • velas branca e amarela; • fitas branca e amarela; • linhas branca e amarela; • pembas branca e amarela; • frutas (coco, caqui, abacaxi, uva pêra, laranja, manga, mamão); • bebidas (batida de coco, de amendoim, pinga misturada com água de coco); • flores (flor do campo, cravo, palmas); • comidas (acarajé, bolo de milho, farofa, carne seca cozida e com cebola fatiada, quindim). Oferenda aos Boiadeiros • Toalha ou um pano (branco, vermelho, amarelo, azul-escuro, marrom); • velas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • fitas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • linhas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • pembas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom; • frutas (todas); • bebidas (vinho seco, aguardente, batidas, conhaque, licores); • flores (do campo, palmas, cravos); • comidas (feijoada, charque bem cozido, bolos). Oferenda aos Marinheiros • Toalha ou pano branco; • velas branca e azul cla ro; • fitas branca e azul claro; • linhas branca e azul cla ro; • pembas branca e azul claro; • flores (cravos bran cos, palmas brancas); • frutas (várias); • comidas (peixes assados, peixes fritos, peixes cozidos, cama rões, farofa com carne); • bebidas (rum, aguardente); Oferenda para os Erês • Velas branca, cor-de-rosa e azul claro; toalha ou panos cor-de-rosa e azul claro • fitas branca, corde-rosa e azul claro; • linhas branca, cor-de-rosa e azul claro; • flores (todas); • frutas (uva, pêssego, pêra, goiaba, maçã, morango, cerejas, ameixa ); • comidas (doces de frutas, arroz doce, cocadas, balas, bolos açucarados, quindins); • bebidas (refrigerantes, água de coco, suco de frutas); Oferenda para os Exus Mirins

• Toalhas ou panos preto e verme lho; • velas bicolores preta e vermelha; • fitas preta e vermelha; • linhas preta e verme lha; • pembas preta e vermelha; • flo res (cravos); • frutas (manga, limão, laranja, pêra, mamão); • bebidas (lico res, cinzano, pinga com mel) • comidas (fígado bovino picado e fri to em azeite de dendê, farofas apimentadas). Oferenda para Pombagira • Toalha ou pano vermelho; • velas vermelhas; • fitas vermelhas; • linhas vermelhas; • pembas vermelhas; • flores (rosas vermelhas); • frutas (maçãs, morangos, uvas rosadas, caqui); • bebidas (champagne de maçã, de uva, de sidra, licores). Oferendas para Caboclos (as) As oferendas para os Caboclos e as Caboclas são iguais às dos Orixás que os regem. No geral, são iguais às dos Orixás; no parti cular, são acrescentados elementos indicados por eles.

Texto extraído do livro “Rituais Umbandistas Oferendas, Firmezas e Assentamentos” de Rubens Saraceni - Editora Madras. Pai Rubens Saraceni

ALTARES, IMAGENS, TEMPLOS, FÉ E RELIGIOSIDADE Os Altares Toda religião tem seu altar, onde estão imagens, símbolos, ícones ou elementos indispensáveis à sua liturgia. Por liturgia, entendam como o conjunto de recursos ou “artigos” indispensáveis às práticas religiosas. Bom, o fato é que os altares não existem só porque alguém inventou um e depois todos os copiaram, só modificando os elementos distribuídos neles. Não mesmo, sabem? Sim, porque nós bem sabemos que um altar tem como principal função a de criar todo um magnetismo de nível terra, através do qual as irradiações verticais das divindades descerão até ele, e a partir dele, continuarão fluindo na horizontal, ocupando todo o espaço destinado às práticas religiosas que serão realizadas diante dele, e em nome das divindades cultuadas e nele assentadas. Um altar é um ponto de forças religiosas e, se devidamente erigido e fundamentado, através dele as irradiações das divindades alcançarão todos os fiéis postados diante dele.

Nós, ao contemplarmos o altar de um templo de Umbanda Sagrada, vemos imagens de santos católicos, de divindades naturais, de anjos, arcanjos, caboclos, pretos velhos, crianças, sereias, etc. Para um leigo no assunto, a miscelânea religiosa não tem uma explicação lógica, pois junta elementos de diferentes religiões num mesmo espaço religioso, quando o mais comum é as religiões banirem de seus templos todo e qualquer elemento estranho a ela ou pertencente a outras, certo? Mas a Umbanda é uma síntese de todas as religiões, e todas reunidas num mesmo espaço religioso. Portanto, nela estão presentes correntes de espíritos hindus, chineses, persas, árabes, judeus, budistas, dóricos, egípcios, maias, incas, astecas, tupis-guaranis, ... e cristãos! E cada corrente espiritual se formou sob o manto luminoso da religião, à qual seus membros formaram sua crença no Deus único e nas suas divindades humanizadas, para melhor falarem dele aos seus filhos. Cada linha de trabalho do Ritual de Umbanda Sagrada é regida por um Orixá intermediador, que também pode ser um espírito ascencionado e assentado nas hierarquias naturais pelos senhores Orixás intermediários, que os tem no grau de seus intermediadores para a dimensão humana da vida, que é onde os seres espiritualizados (nós) vivem e evoluem. Então os médiuns, todos com alguma formação cristã, colocam Jesus Cristo, um Oxalá intermediário humanizado, como o pontificador de seu altar, distribuindo mais abaixo as imagens dos santos sincretizados com os outros Orixás. O sincretismo explica o uso de imagens cristãs, e o fato de que muitos espíritos que incorporam nos seus médiuns terem evoluído sob a irradiação do cristianismo as justifica. Assim como a imagem de “caboclos” índios ou soldados “romanos” (linha dórica) são explicadas como sinalizadoras de que ali baixam mentores espirituais cuja formação religiosa processou-se sob a irradiação de outras religiões. E o uso de cristais, minérios, flores, colares de pedras semipreciosas, armas simbólicas, símbolos mágicos, etc., explica que muitas linhas de forças intermediárias, intermediadoras ou espirituais ali estão representadas, ativadas e prontas para intervirem em benefício de quem for merecedor do auxílio dos espíritos ou dos Orixás. Os fundamentos religiosos e mágicos de um altar, só mesmo quem o erigiu pode explicá-lo. Mas o fundamento divino que justifica a existência deles nos templos, é esta: — “Todo altar é um local onde, se nos postarmos reverentes diante dele, estaremos bem de frente e bem próximos de Deus e de suas divindades humanizadas”. Mas existem altares naturais que são locais altamente magnetizados ou são vórtices eletromagnéticos, cujo magnetismo e energia criam um santuário natural que, se o consagrarem às práticas religiosas, neles as pessoas entrarão em comunhão com as divindades naturais regentes da natureza. Saibam que o culto junto a elementos da natureza, onde são tidos como potencializadores da fé das pessoas não é um privilégio do Candomblé ou da Umbanda, pois todas as religiões os tem. Vamos a alguns locais:

— Islamismo: culto à Caaba ou pedra fundamental da religião islâmica. — Judaísmo: culto à Montanha Sagrada onde Moisés recebeu de Deus os Dez Mandamentos. — Religião Grega: Monte Olimpo. — Taoísmo: Montanhas Sagradas. — Budismo: Montanhas Sagradas. — Hinduísmo: Rio Ganges, e muitos outros pontos da natureza. — Xintoísmo: Monte Fuji (Japão), montanha sagrada e símbolo religioso nacional do povo japonês. — Naturalismo Inglês: Stonehenge, santuário natural construído por gigantescos monólitos, com datação de uns 3.000 anos antes de Cristo. — Hunas: Havaí, Kilauea, o vulcão sagrado. — Cristianismo: Monte das Oliveiras e a Colina do Gólgota. Bom, paramos por aqui, pois como viram, toda religião tem seus lugares sagrados ou santos. Umas vivem a criticar ou renegar as práticas das outras, mas algo superior conduz todas aos seus fundamentos “naturais” onde as pessoas associam locais com poderes supra-humanos e os tornam santuários ou altares a céu aberto, onde cultuam Deus e suas divindades. A Umbanda, porque derivou dos cultos de nação (Candomblé) e fundamenta-se nos sagrados Orixás, os quais (corretíssimo) regem os elementos e a própria natureza, com a qual são associados, não dispensa seus santuários naturais. Assim, a montanha é o santuário natural de Xangô e uma pedra-mesa é um altar, onde o oferendam. Os rios são o santuário de Oxum, e uma cachoeira é um seu altar, onde é oferendada. O mar é o santuário de Yemanjá, e a praia é seu altar, onde é oferendada. As matas são o santuário de Oxossi, e um bosque é o seu altar, onde é oferendado. E com todos os outros Orixás o mesmo acontece, pois são os regentes naturais do nosso planeta e antes de surgir qualquer religião eles já o regiam, e sempre o regerão, assim como nos regerão, pois somos seus filhos naturais. Portanto, antes de criarem os templos e seus altares, já reverenciavam as divindades e cultuavam o divino diante de seus altares naturais localizados em seus santuários, que é a própria natureza. As Imagens As imagens sacras são tão antigas quanto as religiões, e têm o poder de impor um respeito único aos freqüentadores dos templos, onde são colocadas justamente com a finalidade de induzir as pessoas a uma postura respeitosa, silenciosa e reverente.

Saibam que na antigüidade mais remota as pessoas cultuavam os poderes do desconhecido mundo espiritual através da litolatria (culto das pedras tidas como sagradas), da fitolatria (culto à árvores tidas como sagradas), da hidrolatria (culto à rios ou lagos tidos como sagrados), etc. Uma divindade era identificada com um elemento da natureza, e através dele a cultuavam. Este hábito era comum a todos os povos espalhados pela terra, ainda na idade da pedra. E com o tempo também foi aparecendo o culto a algumas pessoas tidas como superiores. Só porque realizavam fenômenos mediúnicos ou prodígios magísticos, à volta delas criava-se toda uma mística que, mais dias menos dias, as divinizavam. Então eram “entronadas” como deuses. E seus seguidores, após sua morte, abriam o culto a elas, pois acreditavam que seriam amparados, dando início ao culto às figuras deles entalhadas em pedras ou troncos (totemismo). Com o tempo as técnicas de entalhe foram sendo aperfeiçoadas e estátuas muito parecidas com os falecidos “incomuns”, começaram a ser feitas em série pelos artesãos de então, surgindo a antropolatria (culto a pessoas tidas como “deuses” ou divinizadas ainda em vida na carne). Vide Jesus Cristo, Buda, São Francisco, etc., que, ainda encarnados, já eram reverenciados pelos seus seguidores como pessoas portadoras de dons divinos e de mensagens religiosas poderosas. Saibam que isto é verdade no caso das pessoas em questão, pois Jesus Cristo fundou uma magnífica religião e a tem sustentado com sua mensagem divina e com o poder que manifesta de si mesmo, pois é um genuíno filho unigênito (nascido único) de Deus Pai. E o mesmo se aplica ao Buda, também um filho unigênito de Deus. Com isso explicado, então que fiquem cientes que o culto ou a postura reverente diante de imagens sacras é um recurso humano muito positivo, pois elas despertam nas pessoas o respeito, a reverência, a fé e a religiosidade. E Deus não pune ninguém por orar ao seu santo e fazer promessas (desde que as cumpra), assim como não vira o rosto se alguém ajoelhar-se diante da imagem de um santo ou de uma divindade para clamar por auxílio, pois ambos respondem, mesmo, a quem tem fé em seus poderes e ajudam segundo o merecimento de quem os evocou. E até realizam milagres, caso o Altíssimo lhes ordene. Certo? Ou vocês acham que só Jesus Cristo é um Trono de Deus que humanizou-se e espiritualizou-se para melhor se fazer entender pelas pessoas? Saibam que Deus Pai fala aos homens através dos homens, e também costuma responder aos nossos clamores através de suas divindades, sejam elas naturais ou espiritualizadas. Os que condenam a idolatria, não fogem à regra e praticam a “símbololatria” (reverência à símbolos sagrados) ou a “verbolatria” (respeito, obediência e sacralização de frases cuja mensagem é religiosa e despertadora da fé dos seus crentes). As aspas são nossas, pois acabamos de criar estas duas palavras, já que muitos cabalistas crêem, corretamente, no poder dos símbolos sagrados, e muitos crêem no poder de certas frases, mantras, orações, etc. Saibam que, num determinado nível vibratório, tanto os símbolos sagrados quanto as palavras sacras têm, realmente, ressonância magnética e sonora que ativam mistérios de Deus e poderes de suas divindades. Logo, caso alguém aprecie as imagens sacras, então não precisa temer a ira divina, pois Deus não

mede nossa fé através da forma como a externamos, mas sim através da sua intensidade e do nosso respeito e reverência diante de símbolos sacros. Além do mais, que diferença há entre uma imagem de Jesus Cristo, que em seu silêncio nos está dizendo tudo o que precisamos ouvir e está nos mostrando em si mesmo tudo o que precisamos ver para segui-lo rumo ao Pai, e a oratória inflamada de um pregador que, brandindo seu livro santo, ameaça seus seguidores com o fogo do inferno caso não sigam à risca o que nele está escrito? Não sabem? Bom, então nós respondemos, dizendo isto: uma imagem sacra de Jesus Cristo, no seu silêncio “religioso”, fala ao nosso íntimo e nos faz vibrar amor e fé. Já o pregador inflamado, com seus berros e suas ameaças, apenas desequilibra o emocional de quem o ouve, e com seus gestos radicais apenas desperta o medo do inferno, mas não o verdadeiro amor a Deus ou ao seu filho unigênito, o nosso amado mestre Jesus. Saibam que quem realmente ama Deus e tem fé no seu amparo divino não teme o diabo. Mas quem vive chamando Deus para combater os demônios que o apavoram e vivem “tentando-o”, este é só um ser emocionado e desequilibrado que ainda não vibra o verdadeiro amor e a pura fé N’Ele, o nosso Criador. Os Templos Os templos são os locais criados pelos homens para cultuarem Deus e suas divindades, pois no decorrer dos tempos, os antigos cultos às divindades naturais foram tornando-se difíceis, justamente por causa do crescimento populacional, que foi deslocando as pessoas para longe dos lugares onde eram cultuadas: — os pontos de forças ou santuários naturais. Saibam que os povos antigos realizavam seus cultos a céu aberto, onde aconteciam cerimônias e festividades religiosas. Mas, devido às longas distâncias, não era possível manter uma assiduidade aos cultos, e aí começaram a criar uma alternativa que respondesse aos anseios das pessoas que sentiam a falta do contato freqüente com suas divindades. E surgiram os templos! Sim, os templos atendem essa necessidade dos seres, e são tão positivos que onde houver um, ali está um local onde as pessoas se colocam de frente para Deus e suas divindades. O fato concreto é que um templo é consagrado às praticas religiosas e dentro dele existe um campo eletromagnético que o diferencia, pois este campo é criado pelas irradiações que descem até ele desde o alto do altíssimo, inundando-o de essências religiosas despertadoras da fé. O campo eletromagnético interno de um templo não deve ser medido ou comparado com o seu espaço físico, pois localiza-se na dimensão espiritual, onde os parâmetros são outros. Assim sendo, saibam que se no espaço físico de um templo cabem cem pessoas, no seu campo eletromagnético caberão todos os espíritos que adentrarem nele. E se entrarem um milhão de espíritos, todos serão acomodados, pois o lado espiritual da vida é regido por outros princípios e outros parâmetros, que são divinos (de Deus). O campo eletromagnético de um templo expande-se caso precise acomodar mais espíritos, ou

contrai-se após recolhê-los e direcioná-los para moradas espirituais localizadas no astral. Saibam também que todo espírito que for acolhido, religiosamente, no campo de um templo, automaticamente e imediatamente começa a ser amparado pela divindade que rege o templo, e que ativa suas hierarquias para auxiliá-lo, curá-lo, doutriná-lo, e recolocá-lo na senda luminosa da evolução. Mas, se um espírito não for acolhido religiosamente, então os espíritos guardiões do templo o colocam para fora ou o enviam à alguma faixa vibratória negativa, onde, junto com seus afins, também viciados, terá todo o tempo que precisar para repensar sua vida desregrada. Por isso a Umbanda adotou o assentamento de Exu e Pombagira no lado de fora dos seus templos: — são estes guardiões cósmicos que enviam para as faixas negativas os espíritos ainda petrificados nos vícios e ainda vibrando sentimentos de ódio, vingança, etc. Mas, ao par da atração dos espíritos guardiões, todo templo tem o recurso da Lei Maior, que cria no espaço interno dele um pólo magnético bipolar, que puxa para o “alto” os espíritos que já forem merecedores de um amparo efetivo, e envia para o “embaixo” aqueles que precisam descarregar seus vícios emocionais. Portanto, não importa a que religião um templo pertence, pois nele Deus está presente e ativo, assim como ali está presente uma ou várias de suas divindades. Logo, caso adentrem num, peçam antes licença, e depois comportem-se religiosamente, pois senão estarão profanando um local consagrado e mostrando-se indignos de quem os recebeu com amor e boa vontade, assim como, estarão sendo vistos de frente tanto por Deus e suas divindades, como pelos espíritos que ali atuam em benefício de todos que ali vão, porque crêem no poder da religião que o erigiu como mais uma casa do Pai. A Fé e Religiosidade — Fé é o ato de crermos em Deus e suas divindades. — Religiosidade é a forma como manifestamos nossa fé, que envolve nossos sentimentos íntimos e nossa postura diante de Deus e suas divindades, assim como, diante da vida e de nossos semelhantes. De nada adianta crermos em Deus se nossa religiosidade é nula ou negativa. Sim, quantos não têm fé na existência de Deus e de suas divindades, e crêem que atuam em nossa vida e em nosso favor nos momentos difíceis, mas só buscam esse amparo divino quando chegam ao desespero? Muitos, não? Pois é. Estes tem fé, mas não a cultivam com uma religiosidade em suas vidas e suas posturas no dia-a-dia. Saibam que fé é a crença no poder divino. Já a religiosidade, é o ato de trazermos para nossa vida e nosso dia-a-dia o comportamento e a postura preconizados como qualidades superiores pela nossa religião e sua doutrina. Se nossa doutrina prega que somos filhos de um mesmo pai (Deus), então o nosso comportamento diante de nossos semelhantes deve pautar-se por este sentimento fraterno que congrega e irmana os

seres. E nossa postura diante de um nosso semelhantes deve ser de respeito e de confiança. A nossa religiosidade nos distingue perante nossos semelhantes e nos qualifica como seres regidos por Deus e suas divindades, e todos esperam de nós uma conduta e uma postura condizente com o que nossa religião prega: — amor e fraternidade para e com nossos semelhantes. Meditem e reflitam se vossa fé é forte e se vosso comportamente e postura a refletem ou se vossa religiosidade está precisando aperfeiçoar-se e vossa fé está necessitando de um reforço extra, pois está fragilizada pelas vossas dificuldades do dia-a-dia. Extraído do Livro “Doutrina e Teologia de Umbanda” Editora Madras / Rubens Saraceni.

Pai Rubens Saraceni.

Os fatores dos Orixás Os fatores dos orixás qualificam os seres acolhidos por eles no primeiro instante de vida fora de Deus e dão a cada um uma natureza e uma personalidade que individualizaram o ser e permitiram que dessa forma, individualizados, iniciem suas evoluções e a abertura de todo o código genético divino que ira dotar cada um com faculdades mentais específicas que, no decorrer dos tempos se transformaram em dons. Esses dons desenvolvidos ao longo do tempo são regidos por dentro pelo orixá ancestral da pessoa e são regidos por fora pelos outros orixás que participaram ativamente na abertura deles. A abertura de faculdades mentais é um processo lento e que precisa ser amparado e regulado continuamente se não a faculdade que esta sendo aberta foge de controle e sofre distorções que prejudicaram a evolução do ser. A abertura das faculdades mentais são feitas por vibrações divinas emitidas pelos orixás que denominamos aqui na terra como orixá de frente e adjunto. Mais do que conduzir à religiosidade de uma pessoa a função desse par de orixás é regular a abertura de faculdades do ser. Com isso entendido é preciso que o médium compreenda a real função desse par de orixás em sua vida e estudando-o e aprendendo sobre suas funções divinas na criação perceba o rumo que foi dado na sua vida quando reencarnou pois e muito comum as pessoas entenderem a ação desse par unicamente a partir da interpretação desenvolvida aqui na terra e dentro da Umbanda. Ex: alguém que tenha Ogum como seu orixá de frente pode pensar e até acreditar que sua função como médium e trabalhar o tempo todo no campo das demandas cortando-as da vida de quem esta sendo demandada. Mais isso não é verdade pois Ogum, mais do que cortar demanda, atua reordenando os procedimentos dos seres, realinhando-os com a sua irradiação divina regida pelo seu ancestral e também atua intensamente no desenvolvimento intimo do caráter e do senso de moralidade das pessoas. A atuação de Ogum dentro da Umbanda ficou limitada quase que unicamente a cortar demandas,

fato esse aludido em quase todos os pontos cantados já feitos para ele, com a maioria dos médiuns desconhecendo suas milhares de outras funções tão importante quanto essa mas que são tão importante para o equilíbrio e a evolução dos seres que é preciso voltarmos nossa atenção para elas uma vez que Ogum corta demandas mas também aperfeiçoa e depura o caráter e a moral dos seus filhos assim como, por ser o potencializador divino da potencia ou força interna a todas as outras faculdades dos seres. Ex: a faculdade regida por Oxalá é que desperta no intimo dos seres a religiosidade, quando esta enfraquecida mostra na pessoa uma falta de fé, de confiança, de perseverança e Oxalá não tem como repotencialazar essa faculdade enfraquecida. Então ele recorre a Ogum para que esse re-potencialize essa faculdade regida por ele pois assim que isso for feito a pessoa que esta com seu sentido da fé enfraquecido volte a crer, confiar e perseverar no seu aperfeiçoamento e aprimoramento através do senso de religiosidade. Essa ação que é repotencializadora é atribuição de Ogum na criação não esta ligada a cortar demandas, e sim devolver a força interior de uma pessoa que enfraqueceu-se apartir de decepções intimas acontecidas a partir de sua religiosidade. Mais esta que é uma função importantíssima para os seres não é a única que Ogum realiza e sim é só mais uma entre outras milhares de funções realizadas simultaneamente por ele na vida de milhões de seres. Conclusão: é importante para o médium conhecer um pouco mais sobre cada um dos orixás e principalmente sobre os que formam o seu triangulo de força, pois apartir desse conhecimento sobre ele perceberá que os rumos divinos para a sua encarnação passam por eles e não tem como fugir deles porque o resultado será desfavorável ao médium. Comecemos por conhecer os orixás a partir de seus fatores originais: Oxalá – fator magnetizador Oya – fator cristalizador O fator magnetizador de Oxalá tem por função qualificar tudo e todos apartir dos seus magnetismos íntimos. O fator cristalizador de Oya tem a função de dar forma final a tudo e a todos dando-lhes estabilidade. Oxum – fator conceptivo Oxumaré – fator renovador O fator conceptivo de Oxum tem por função conceber na vida dos seres tudo que é necessário para suprir suas necessidades intimas. O fator renovador de Oxumaré tem a função de renovar o que já envelheceu ou perdeu sua função original na vida do ser. Oxossi – fator expansor. Oba – fator concentrador

O fator expansor de Oxossi tem por função expandir tanto uma faculdade mental de um ser quando o campo dentro do qual ele esta evoluindo. O fator concentrador de Oba tem por função tanto de concentrar uma faculdade mental que tornouse dispersiva quanto de afixar o ser em um único campo para que ele se reequilibre e redirecione sua evolução. Xangô – fator racionalizador Egunita – fator energizador O fator racionalizador de Xangô tem por função de desenvolver no intimo dos seres a razão ou senso que diferencia o que é certo e o que é errado. O fator energizador de Egunita tem a função de alimentar energeticamente todas as faculdades mentais em equilíbrio. Ogum – fator ordenador Iansã – fator direcionador O fator ordenador de Ogum tem a função de ordenar ou por em ordem tudo e todos colocando cada coisa no seu devido lugar. O fator direcionador de Iansã tem a função de direcionar a tudo e a todos na criação encaminhando cada um para o seu lugar. Obaluaiê – fator transmutador Nanã – fator decantador O fator transmutador de Obaluaiê tem a função de transmutar as coisas e os seres apartir dos seus íntimos e dos magnetismos individuais sem alterá-las externamente. O fator decantador de Nana tem a função de decantar ou remover dos seres e das coisas criadas tudo o que esta prejudicando e paralisando suas evoluções. Iemanjá – fator criacionista Omulu – fator estabilizador O fator criacionista de Iemanjá tem a função dotar os seres de faculdades criadoras possibilitandolhes a criação das condições ideais para melhor evoluírem. O fator estabilizador de Omulu tem a função de dar estabilidade ao que vai sendo criado a volta dos seres para que possam evoluir em paz, harmonia e equilíbrio. Entre os muitos fatores de cada um dos orixás acima citados esses são os que mais facilmente os definem porque se pegarmos os sinônimos de cada um desses quatorze fatores teremos uma lista de funções realizadas por eles o tempo todo em nosso beneficio. É preciso que no estudo dos orixás tenhamos um ponto de partida para compreender melhor suas

funções na criação e na vida dos seres, porque elas são as mesma que temos que desenvolver em nosso mental e torná-las dons do nosso espírito uma vez que o que esta em Deus esta nos orixás e tem que estar em nós pois só assim estaremos alinhados com eles e nos tornaremos extensões deles aqui na terra para melhor auxiliarmos os nossos semelhantes. A nossa ancestralidade não é só um referencial para nos compreendermos mas sim é também um indicador do rumo que devemos dar para a nossa evolução reproduzindo cada vez mais as qualidades do nosso Ancestre em nós e colocando-as em ação para sermos ulteis aos nossos semelhantes e tornarmo-nos com o passar do tempo em manifestadores espirituais das funções divinas do nosso regente pois é isso que distingui um sacerdote aqui na terra. Ele tem na sua função sacerdotal o dever de transmitir para as pessoas que procuram uma mensagem direcionadoras dela; estabilizadoras de suas vidas; reordenadoras dos seus procedimentos; transmutadoras dos seus sentimentos; racionalizadoras do seu emocional desequilibrado; renovadora da sua fé em Deus; concebedora de novas expectativas do ser; etc. Fator e função são sinônimos e a partir de um chega-se ao outro, fornecendo-nos uma melhor compreensão dos Orixás, que no nível mais elevado da criação são mistérios manifestados pelo Divino Criador Olorum e dele são indissociados. A nível terra a compreensão dos Orixás passa pelo conhecimento sobre seus campos de trabalho religioso. Mas, no nível mais elevado da criação eles são divindades que em si mistérios que atuam sobre toda a criação, atuando sobre tudo e todos, mesmo que quem não os cultue disso não tenha consciência. Nosso egocentrismo humano tanto nos induz a crer que Deus é só nosso ou só exista para nós, particularizando e dando-lhe “feições” humanas. E o nosso tendemos a fazer com os Orixás. Isso não é verdade e o mesmo Deus que criou esse nosso Planeta criou todo o Universo. E o mesmo Deus que nos criou, criou incontáveis outras classes de seres espirituais não encarnantes, assim como criou todas as outras espécies que também encarnam nesse nosso Planeta. Assim como nós somos influenciados pelos fatores ou energias vivas dos Sagrados Orixás, tudo e todos são influenciados por eles. É por isso que toda pessoa seguidora de outra religião, mesmo que ele não saiba ou não queira, ainda assim vive e evolui sob a irradiação de um Orixá de frente e de um Orixá adjunto ou “junto”. Esse triangulo de forças independe da vontade das pessoas ou dos espíritos e não é invenção dos guias quando uma pessoa seguidora da outra religião se consegue com eles e detectam que ela esta com desequilíbrio nas suas “forças”, sendo necessário que façam oferendas para seus Orixás e suas forças espirituais. Tem Orixás e guias ou protetores espirituais, todas as pessoas os tem. - Incorpora-los, só quem possui a mediunidade de incorporação ou incorpora. - Aceita-los como algo natural na nossa vida, ai depende de cada um. - Mas ser auxiliado por eles, todos somos, mesmo que disso não tenhamos conhecimento.

Pai Rubens Saraceni.

O MAGNETISMO DOS ORIXÁS Aqui na Terra entendemos por magnetismo a propriedade física dos imãs que faz com que puxem para si determinadas partículas ou pequenos objetos que são afins com eles. Servindo-se dessa propriedade magnética dos imãs os espíritos mentores nomearam uma propriedade divina inerente a cada um dos Orixás como seus magnetismos e que tanto atraem os seres que lhes são afins quanto repelem os que lhes são opostos. Essa propriedade magnética divina é mental e serve para dar polaridade às coisas criadas por Deus sendo que as afins se unem se ligam se fundem gerando uma terceira coisa, etc. As opostas se repelem se afastam, se distanciam, se antagonizam, se anulam, mas também servem para separar tudo o que existe na Criação em positivos e negativos. Essa classificação obedece unicamente ao magnetismo das coisas e dos seres e não tem nada a ver com bom ou ruim, pois essa classificação foi desenvolvida por nós para diferenciarmos o que nos é benéfico do que nos é maléfico. No estudo dos Orixás descobriu-se que Deus exteriorizou-se de sete formas diferentes ou em sete graus magnéticos ou em sete irradiações ou em sete planos que para sintetizar tudo denominamos essas sete exteriorizações como Sete Mistérios de Deus, sendo que são esses: 1)

Mistério da Fé

2)

Mistério do Amor

3)

Mistério do Conhecimento

4)

Mistério da Justiça Divina (ou Razão)

5)

Mistério da Lei Maior

6)

Mistério da Evolução

7)

Mistério da Geração

Esses sete Mistérios deram origem ou serviram como meio divino para Deus dar início a Sua Criação exterior. Cada um desses sete mistérios ao ser exteriorizado por Ele trouxe consigo uma Divindade Mistério que, tanto dá sustentação a tudo que foi criado no seu grau magnético quanto é em Si o próprio Mistério e Poder manifestado por Deus. Esses sete Mistérios por possuírem suas Divindades são passíveis de identificação formando uma Coroa Divina Sustentadora de tudo que existe no exterior de Deus e cada uma recebeu um nome:

1)

Orixá da Fé

2)

Orixá do Amor

3)

Orixá do Conhecimento

4)

Orixá da Justiça

5)

Orixá da Lei

6)

Orixá da Evolução

7)

Orixá da Geração

Esses sete Orixás ou Divindades Mistérios, por serem exteriorizações diretas de Olorum nem são masculinos nem são femininos, não são positivos ou negativos porque são indiferenciados. Mas, por trazerem seus magnetismos ao irradiarem-se o fizeram de forma bi polarizada gerando, a partir de cada um, duas hierarquias divinas já diferenciadas em masculina e feminina, em positiva e negativa, irradiante e concentradora, etc. Essa bipolarização dos sete Orixás originais aconteceu no primeiro plano da vida denominado Fatoral e gerou sete pares de Orixás denominados Fatorais e que são esses: 1) Orixá da Fé

Oxalá Logunan

2) Orixá do Amor

Oxum Oxumaré

3) Orixá do Conhecimento

Oxossi Obá

4) Orixá da Justiça

Xangô Egunitá

5) Orixá da Lei

Ogum Iansã

6) Orixá da Evolução

Obaluaiê Nanã

7) Orixá da Geração

Iemanjá Omulu

Essa bipolarização obedece aos magnetismos específicos de cada um dos Orixás e faz com que surja na Criação sete irradiações bi polarizadas que são descritas com muitos nomes, mas que, na Umbanda, recebe o nome de Sete Linhas. As Sete Linhas de Umbanda são bi polarizadas e cada Orixá ocupa nelas o seu pólo magnético, distinguindo-o pelas suas funções na Criação tais como Pólo Magnético Positivo da Irradiação ou linha da Geração ocupado por Iemanjá. Pólo Magnético Negativo da mesma Irradiação ou linha ocupado por Omulu. Função de Iemanjá enquanto Mistério em si mesma: Gerar a Vida no exterior de Olorum. Função de Omulu enquanto Mistério em si mesmo: paralisar todas as coisas geradas que entraram em desequilíbrio. Estudando esses dois Orixás através dos elementos que formam aqui no plano material seus Pontos de Força ou Santuários Naturais vemos Iemanjá associada à água e Omulu associado à terra. Observamos que nas sete Irradiações um diferencia-se do outro pelo elemento, mas devemos entender a complementaridade existente tanto entre suas funções quanto entre seus elementos, pois onde algo gerado entra em desequilíbrio o seu pólo oposto imediatamente paralisa o processo de degeneração de algo gerado por ela. Estudando-os como elementos da natureza terrestre vemos que água e terra são indissociados, pois onde um termina o outro começa; onde um torna árido o outro umidifica; onde um gera algo o outro dá sustentabilidade para que o que foi gerado desenvolva-se e adquira estabilidade. Se estudarmos esses dois Orixás pelos seus magnetismos (gerador ⁄ paralisador) vemos que formam um par perfeito, pois caso o Mistério Geracionista de Iemanjá não tenha no seu outro pólo um magnetismo paralisador que interrompa ou paralise momentaneamente sua capacidade de gerar continuamente, com certeza a Criação entraria em desequilíbrio porque algo que começasse a ser gerado não pararia nunca mais de sê-lo e sobrecarregaria de tal forma o meio onde estaria sendo gerado afetando tudo mais que ali existisse. Portanto as bipolarizações das Sete Linhas de Umbanda não são puramente por elementos e sim por funções na Criação porque os magnetismos dos 14 Orixás Fatorais podem ser opostos (positivo ⁄ negativo), mas são complementares entre si. Portanto devemos entender esse magnetismo dos Orixás como fundamentais para a estabilidade da Criação Divina desde o macro até o microcosmo porque encontramos essa diferenciação magnética até em nós. Observe isto: Oxalá é o espaço e Logunan é o tempo Oxum é a agregação e Oxumaré é a diluição Oxossi é expansor e Obá é concentradora Xangô é a temperatura e Egunitá é a energização

Ogum é a potência e Iansã é o movimento Obaluaiê é a transmutação e Nanã é a decantação Iemanjá é a geração e Omulú é a estabilidade. Mais uma vez a complementaridade se mostra nas funções dos Orixás que pontificam os 14 Pólos Magnéticos das 7 Linhas de Umbanda. Essas complementaridades são encontradas em cada um com todos os outros 13, pois se no Mistério ou função concebedora de Oxum algo que está sendo concebido desequilibrar-se em relação ao seu meio é função de Omulú paralisar essa concepção antes que ela se complete e tornese algo fora de controle ou em desacordo com o meio onde foi concebido. Nesse exemplo vemos que a função de Omulu paralisa tudo em todas as sete Irradiações e não se restringe só a da Geração. É preciso entender que um Orixá traz em si funções que transcendem o campo distinguido pela Irradiação onde está assentado. Os 14 Magnetismos Divinos dos 14 Orixás assentados nas Sete Irradiações Divinas ou Sete Linhas de Umbanda sempre atuam entre si por complementaridade e um não pode fazer nada sem que os outros 13 participem também e isso nos mostra a complexidade existente na Criação. Portanto quando estudamos os Magnetismos dos Orixás e suas funções divinas na Criação começamos a compreender uma das formas de Olorum (Deus) atuar, pois se Ele é único, no entanto tudo que Ele criou o fez servindo-se sempre dos seus Sete Orixás que pontificam as Sete Linhas de Umbanda. Pai Rubens Saraceni

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