Manual de Compostagem

March 26, 2019 | Author: Marcia Rony Consolini de Paula | Category: Waste, Recycling, Materials, Nature
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Manual de orientação para montagem de usina de compostagem de material orgânico industrial....

Description

Re s íd u o s Só l i d o s

COMPOSTAGEM S EBA S TI ÃO TO M A S CARVA ARVALH O Ã O TOM T OMA TOMA A R VA LHO M A RC RCOS OS A N TÔN TÔNII O DE D E S L GUE G UERR RRA A

SU M Á R I O 

P o l ít í t i ca c a N a ci c i o n a l d e Re R e sí s í d u o s Só Só l i d o s / O b j e t i v o s



L i x o n o Br B r a si si l



Colet a Selet S elet iv a



Compostagem



F u n d a m e n t o s e Mé Mé t o d o s



P r o p o st s t a – P r o j e t o Pi Pi l o t o



M o n i t o r a m e n t o e Op O p e r a çã çã o

P O LI T I CA N AC ACII O NA L DE R ESÍ DUOS N AL SÓ L I D O S A Po P o l ít í t i c a d e Ge Ge st s t ã o d e Re R e sí s í d u o s Só Só l i d o s es e s t á s en en d o d e s en e n v o l v i d a e m c o n s o n â n c i a c o m a s P o l ít í t i c as as N a c i o n a i s d e M e io i o A m b i e n t e , d e Re R e cu c u r s o s H íd í d r i co c o s , d e Sa Sa n e a m e n t o e d e Saúde .

OB J ETI VO OBJ P r o t e g e r e m e lh l h o r a r a q u a lil i d ad a d e d o m e i o am a m b i en en t e ; s s e g u r a r a u t i l i za z a çã ç ã o a d e q u a d a e r a ci ci o n a l d o s  A ss r e cu c u r s o s n a t u r a is is; s c i p l i n a r o g e r e n c ia i a m e n t o d o s r e sí síd u o s ;  D i sc efícios ios sociais s ociais e econ ec on ôm icos.  G er ar b en efíc 

D I A G N Ó STI CO DE LI XO NO BRASI L P r o d u ç ã o d e l i x o n o Br a si l 2 4 0 .0 0 0 To n . / d iia a P r o d u ç ão ã o Di D i á r i a/ a / Pesso a São Pau lo - 1 ,2 k g / h ab ./ d ia B el o Ho r i zo n t e - 0 ,8 k g / h ab ./ d ia Curitiba - 0 ,6 k g / h ab ./ d ia ia

Ano base 2000

COMPOSI ÇÃO DE LI XO NO BRASI L



Re síd u o o r g â n i co 69%



Materiais recicláveis 24%



Outros 5%

EFEI TOS DO LI XO NA N ATUREZA 

Aspecto visual negativo;

Geração de chorume que contamina o solo, a água de lençóis superficiais e subterrâneos; 



Incineração a céu aberto, alteração na qualidade do ar;

O lixo entope redes de esgotos causando inundações e enchentes nas cidades; 

O lixo é grande responsável pela proliferação de doenças tais como: Dengue, febre amarela, verminoses, leptospiroses e intoxicações. 

COLETA SELETI VA % Re ci cl a g em

BRASI L 5 .5 0 7 M Muu n i c í p i o s

COLETA SELETI VA 1 3 5 M u n i c íp i o s

% Reci cl ag em p or o r Pr o d u t o La t a s d e a l u m í n i o

78 %

Papel

22 %

Pl á s t i c o

15 %

Papelão

72 %

Vidro

42 %

COLETA SELETI VA O q u e é co let a sel et i v a ? Pr o c es so e d u c a ci o n a l , so c i a l d e s ep a r a çã o d o r e síd u o s r e ci c l áv e i s d o s n ã o r e ci c l áv e i s. 

A co l et a sel et i v a d e l i x o é p ar t e in t eg r an t e f u n d a m en t a l d e u m p r o j e t o d e r e ci cl ag e m . 

e

COLETA SELETI VA Ti p o s d e co l e t a se l e t i v a



Po r t a a p o r t a



Po n t o s d e e n t r e g a v o l u n t á r i a



Co o p e r a t i v a s d e c at a d o r e s

HI ERARQUI A DOS PRI NCÍ PI OS A n ã o g e r a ç ão d e r e s íd u o s A m i n i m i za çã o d a g er a çã o A r e u t i l i za çã o A r eciclagem O t r a t a m en t o A d i sp o s i çã o f i n a l

CONCEI TOS 3 R ’ S Re u t i l i z a r

Re d u z i r Ge r a r m e n o s r e s í  í  d u o s  

Ev i t a r d e s p e r d íc i o s; Ø Es co l h e r p r o d u t o s m a i s d u r á v e i s; Ø Evitar descartáveis. Ø

R eciclar

Pr o l o n g a r a v i d a d o s   materiais 

Pr o d u z i r n o v o p r o d u t o   a pa arr t i r d o v e l h o  

Adiar transformação em lixo; Ø V al o r i z ar m a t e r i a i s usados.

Ø

Ø

O lixo volta a indú stria co m o m a t ér i a- p r i m a para outr os produtos.

DI SPOSI ÇÃO DOS D OS RES Í DUOS

D e s t i n a ç ão

%

Lixão a céu aberto

76

Aterros controlados

13

Aterros sanitários

10

Outros

1

VA N TAGEN S DA COLETA SELETI VA Van t ag en s Eco n ô m i cas 

    

Redu ç ã o d o s r e s í d u o s e n v i a d o s p a r a a t e r r o s; Redu ç ã o d e t r a n s p o r t e d e r e s í d u o s ; O b t e n ç ã o d e r e ce i t a co m v e n d a s d e r e ci cl á v e i s ; Au m en t o d e v i d a ú t i l d o s a t e r r o s; s; Redu ç ão d a ex t r a ç ã o d e r e cu r so s n a t u r a i s; M el h o r n í v e l d e co n s ci ên c ia am b i e n t a l d o m u n i c í p i o .

VA N TAGEN S DA COLETA SELETI VA V an t a g e n s So c i a i s



Cria ç ão d e associa ç õ e s d e ca t a d o r e s;

Re t i r a d a d e p e sso a s d o c o n v í v i o d e l i x õ e s ( i n cl u s iv e c r i a n ça s ) ; 



I n s e r ç ã o d e m a r g i n a l i z ad o s n a so s o ci e d a d e ;



Gera ç ã o d e eem m pr egos etc.

USI N A D E RECI CLA GEM Triagem  Separa ç ão  Enfardamento  Compostagem 

COMPOSTAGEM

FUN DAMEN TOS E M ÉTODOS A c o m p o s t a g e m é d ef in id a co m o u m p r o cesso aeróbico controlado, desenvolvido por uma população diversificada de microrganismos, efetuada em duas fases distintas: a primeira (degradação ativa), quando ocorrem as reações bioquímicas de oxigenação mais intensas p r e d o m i n a n t e s t e r m o f íl i ca s, e a se g u n d a , o u f a se de maturação, quando ocorre o processo de humificação.

FUN DAMEN TOS E M ÉTODOS

Fases d o p r ocesso 65

BIOESTABILIZAÇÃO

HUMIFICAÇÃO

60 55

    a     r 50     u      t     a     r 45     e     p 40     m35     e      T

COMPOSTO SEMICURADO

FASE TERMÓFILA

COMPOSTO CURADO

FASE MESÓFILA

30 25 20

0

0

15 5

30 10

45

15

60

20

75

25

90

30

Tempo de Compostagem

105 35

120 40

135 45

FUN DAMEN TOS E M ÉTODOS

Fa t o r e s q u e af e t a m o p r o ce sso 

Aeração -

Ev i t a a lt o s v a lo r e s d e t e m p e r a t u r a , a u m e n t a a

v e l o ci d a d e d e o x i d a çã o d a m a t é r i a o r g â n i ca , d i m i n u i a e m a n a çã o d e o d o r e s , p r e v i n e a f o r m a çã o d e ch o r u m e al ém d e se r m e ca n i sm o d e co n t r o l e d e m o sca . 

Tem p e r a t u r a -

É o f a t o r m a is i n d i ca t i v o d o eq u i l íb r i o

biológico.

Um i d ad e -

A p r e se n ça d e á g u a é i m p r e sci n d ív e l p a r a a s n e c e ss i d a d e s f i s i o l ó g i ca s d o s o r g a n i s m o s ; 

Re la çã o C/ N -

A ci m a d e 4 0 / 1 f a l t a n i t r o g ê n i o q u e o ca si o n a a d i m i n u i çã o d a v e l o ci d a d e d e d e co m p o s i çã o ; A b a i o d e 2 5 / 1 e x c esso d e n i t r o g ê n i o v o l at i l iz açã o d a a m ô n i a . 

FUN DAMEN TOS E M ÉTODOS

Fa t o r e s q u e af e t a m o p r o ce sso 

Ca r b o n o –

Fo n t e en e r g é t i ca e m a t e r i a l b á si co p a r a co n s t r u çã o

d e cé l u l a s b a ct e r i a n a s . 

N it r o g ê n i o -

Fo n t e d e p r o t e ín a s , á ci d o s n u c lé i co s ,

a m i n o á ci d o s cr e s ci m e n t o e f u n ci o n a m e n t o ce lu l a r . 

Ta m a n h o d a s l ei r a s -

N ã o p o d e r ã o e x c ed e r 3 m e t r o s d e

altura; 

Ta m a n h o d a p a r t ícu l a -

Qu a n t o m a is f r a g m e n t a d o f o r o

m a t e r i a l , m a i o r a ár e a su p e r f i ci al su j e it a a o at a q u e m i cr o b i a n o ;

QUALI DA DE DO COMPOSTO

Qu a l i d a d e v i st a p e l a l eg i sl a çã o Matéria orgânica total ......... mínimo de 40% Nitrogênio total ...................mínimo de 1% Umidade ............................máximo de 40% Relação C/N .......................máximo de 18/1 pH em água ........................mínimo de 6

-

tolerado até 36% tolerado até 0,9% tolerado até 44% tolerado até 21/1 tolerado até 5,4

A Lei n.° 6.894, de 16.12.1980, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento regulamentou as portarias n.° 84 de 29.03.2002, n.° 31 de 08.06.1986 e n.° 01 de 04.03.1983, por tratar de fertilizantes orgânicos de maneira geral.

MAT ÉRI A - PRI MA PARA PRODU ÇÃO DE COMPOSTO 

Re síd u o s I n d u st r i a is Grande variedade na geração de resíduos pelas industrias. Ex.: bagaço de cana-de-açucar, cascas de eucalipto,bagaço de

laranja, torta de tomate 

Est e r c o s d e An i m a i s A composição dos estercos é variável, sendo influenciada por vários fatores como a espécie, idade, alimentação, raça, outros. Ex.: bovino, suíno, equino, ovino.



Re st o s V eg e t a i s Grande variedade na composição química. Ex.: capim, grama, verduras, legumes



F

ã o o r g â n i ca d o l i x o d

é st i c

CARACTER Í STI CAS DOS RES Í DUOS Re síd u o s I n d u st r i ai s M.O.%

N%

C/ N

P%

K%

Ca n a - d e - a ç u c a r : b a g a ç o

71,44

1,07

37/1

0,25

0,94

Ca f é : b o r r a

90,46

2,30

22/1

0,42

1,26

Co u r o : p ó

92,03

8,74

5/1

0,22

0,44

Go i a b a : s em e n t e s

98,46

1,13

48/1

0,36

0,40

L ar a n j a : b a g a ço

22,58

0,71

18/1

0,18

0,41

Se r r a g e m d e M a d ei r a

93,45

0,06

865/1

0,01

0,01

To r t a d e t o m a t e

94,31

5,34

10/1

2,05

2,37

Est e r c o s d e A n i m a i s Equinos Bovinos Ovinos Suínos

M .O.%

N%

C/ N

P%

K%

46,0

1,44

18/1

0,53

1,75

57,1

1,67

32/1

0,86

1,37

65,2

1,44

32/1

1,04

2,07

53 1

1 86

16/1

0 72

0 45

CARACTER Í STI CAS DOS RES Í DUOS

Re st o s Ve g e t a i s M .O.%

N %

C/ N

P%

K%

B a n a n a : t a l o s d e c ac h o s

85,28

0,77

61/1

0,15

7,36

Banana: folhas

88,99

2,58

19/1

0,19

-

Ca p i m l i m ã o - ci d r e i r a

91,52

0,82

62/1

0,27

-

Ca p i m g o r d u r a

92,38

0,63

81/1

0,17

-

Ca p i m g u i n é

88,75

1,49

33/1

0,34

-

Gr a m a b a t a t a i s

90,80

1,39

36/1

0,36

-

Gr a m a s ed a

90,55

1,62

31/1

0,67

Man dio ca: cascas de r aízes

58,94

0,34

96/1

0,30

0,44

Mandioca: folhas

91,64

4,35

12/1

0,72

-

PROPOSTA Cr i a çã o d o Pr o j e t o Pi l o t o Li x o u r b a n o Verduras Es t e r c o Bo v i n o Folhas Po d a d e g r a m a Fi n al

m3

%

MO

C/ N

P2 O5

K2 O

0,2

20%

40

28/1

0,2

0,9

0,1

10%

92

12/1

0,7

-

0,3

30%

57

32/1

0,86

1,37

0,2

20%

91

24/1

0,2

0,3

0,2

20%

91

36/1

0,4

-

1 ,0

100%

71

28/ 1

0 ,5

0 ,7

Obs: Lixo Urbano ou Domiciliar apenas os resíduos orgânicos

PROCEDI MEN TO I n íci o d a Co m p o st a g em 

Homogeneização da mistura dos materiais



Tamanho de partículas



Empilhamento da pilha em formato de CONE

Du r a n t e a Co m p o st a g em 

Controle de temperatura e umidade constante

Reviramento da pilha a cada 3 dias ou quando a temperatura atingir 65ºC 

Se a umidade da pilha estiver abaixo de 40%, terá que molhar a pilha 



No início a temperatura aumentará rapidamente e depois vai

PROCEDI MEN TO Co n t r o le d o s I m p a ct o s Odores    

Causados por falta de reviramentos; Excesso de umidade; Tamanho de partículas maior que 50mm; Forma geométrica inadequada da pilha.

Pr o l i f e r a çã o d e V et o r e s   

Falta de limpeza na Unidade; Operação das pilhas fora da faixa de 45-65ºC; A l t e r n a t i v a : cobrir a nova pilha com composto maturado.

Pr o d u ç ão d e Ch o r u m e    

A falta de critério na operação do sistema; O excesso de umidade na massa de compostagem. A l t e r n a t i v a : operar na faixa de umidade de 45-55%; aumentar o ciclo de reviramento, para umidades acima de 55%.

PROCEDI MEN TO Fi n a l d a Co m p o st a g e m    

Temperatura abaixo de 35ºC; Coloração escura do composto; Uniformidade do tamanho das partículas; Cheiro característico.

A p l i ca çã o d o Co m p o st o Horticultura; fruticultura; produção de grãos; jardinagem; projetos paisagísticos; reflorestamento; produção de mudas; recuperação de solos esgotados; controle de erosão; cobertura de aterros; etc. 

I MPORTÂNCI A DO H Ú MUS Crescimento das plantas Exerce um efeito tampão no solo pela sua elevada área superficial e capacidade de troca (CTC);  Atua como fonte de cátions (cálcio, potássio, magnésio, etc.) e de micro nutrientes;  Exerce efeitos diretos no crescimento das plantas, aumentando a absorção de calor do solo durante o dia;  Aumenta a permeabilidade à absorção de nutrientes, a atividade enzimáticas e a fotossíntese dos vegetais;  Atua como elemento de fixação (complexação e quelação) de elementos metálicos (nutrientes e metais pesados) e de formação de complexos húmus – argilo-minerais;  Atua na retenção de nutrientes, agindo como reservatório de nitrogênio, fósforo e enxofre, que fazem parte de sua constituição química;  Aumenta a capacidade de retenção de água e de permeabilidade; 

MONI TORAMENTO Temperatura Medição 2 vezes por semana Na base e topo da leira

M o n i t o r a m en t o em l ab o r a t ó r i o Umidade, pH, Matéria Orgânica, Nitrogênio Total Freqüência

Mensal

A n á l i se Co m p l e t a

( M acr o e m i cr o n u t r i e n t e s)

No final do processo de compostagem

TESTE PRÁTICOS Te st e d a M ã o :

avalia o estado de cura do composto

Pe g a- s e p e q u e n a s a m o st r a s ( a ) , m o l d a - se co m a s p o n t a s d o s d e d o s ( b ) e esf r e g a- s e co n t r a a s p a l m a s d a s m ã o s ( c) ; o co m p o s t o c u r a d o a p r e se n t a - se co m a sp e ct o d e g r a x a p r et a ( d ) . A p ó s e sf r e g a r n a s m ã o s: • cr u : a s p a l m a s d a s m ã o s e st a r ã o p r a t i ca m e n t e li m p a s; • se m i cu r a d o: p e q u en a p a r t e d a am o st r a p e r m a n ece r n a s mãos; cu r a d o : as m ã o s t e r ã o o asp e ct o d e g r a x a p r e t a .

TESTE PRÁTICOS Te st e d a D e n s i d a d e :

Define a relação existente entre a massa e o volume ocupado pelos materiais. • A n o t a - s e o p e so e v o l u m e ; in i c i a l e f i n a l . 100 Litro

• Co m e st e s d a d o s co n s e g u e - s e t e r o v a l o r

da densidade e o valor da r edução. D = m / v 6 8 / 1 0 0 = 0 ,6 8 k g/ L Parâmetros

Inicial Final Perda Total Restou Redução (kg) (kg) (kg) (%) (%)

Massa em kg

68

39,2

28,8

58

42

Volume em m3

0,1

0,05

0,05

50

50

0,68

0,56

Densidade

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