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November 10, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Raissa Araújo Mendes, Ronan Silva Cardoso e Jessica Carvalho Bergmann
MANUAL DE AROMATERAPIA Volume 2 Botânica Aplicada à Aromaterapia
3ª edição
Brasília-DF/Brasil Edição dos autores 2020
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Manual de Aromaterapia – Volume 2 – Botânica Aplicada à Aromaterapia
Copyright © 2020 Apotecários da Floresta Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais. (Lei 9.610/98) ORGANIZAÇÃO Apotecários da Floresta TEXTOS Raissa Mendes, Ronan Cardoso e Jessica Bergmann ILUSTRAÇÕES Adobe Stock Para citar este material, utilize a seguinte referência: MENDES, R.; CARDOSO, R.; BERGMANN, J. Manual de Aromaterapia – Volume 2 – Botânica Aplicada à Aromaterapia. Apotecários da Floresta, 2020.
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Sumário Apresentação .......................................................................................... 1 Origem das plantas e óleos essencia essenciais is .......................... ............. ....................... .......... 2 Morfologia Morfol ogia vegetal vegetal .......................... ............. .......................... ........................... .......................... ...................... .......... 14 Taxonomia Taxonom ia das plantas plantas aromátic aromáticas as .......................... ............ ......................... ........... 18 Quimiotipos e geotipos .................................................................. 27 Os autores .............................................................................................. 32 Referências ........................................................................................... 34
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Apresentaçãoo Apresentaçã Olá, aromaterapeuta! Agora que você já sabe as definições de Aromaterapia e de óleos essenciais, já conhece a história da Aromaterapia e entende sobre seu panorama no Brasil e no mundo, é hora de conhecer melhor as plantas aromáticas pela ótica da Botânica. Neste livro, você vai conhecer um pouco sobre como os óleos essenciais foram desenvolvidos nas plantas ao longo da evolução das espécies. Além disso, também
vai
aprender
sobre
a
Doutrina
das
Assinaturas e entender a linguagem das plantas. Por fim, vai compreender a Taxonomia das plantas aromáticas, conhecer as principais famílias botânicas e aprender a reconhecer os nomes botânicos. Preparada/o? Então vamos!
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Origem das plantas e óleos essenciais O começo de tudo remonta às estrelas, estas magníficas fábricas de elementos... As estrelas estão constantemente bombardeando os elementos que elas mesmas produzem e alimentam o universo ao redor, povoando o cosmos de férteis possibilidades. Os elementos conhecidos de nossa tabela periódica foram forjados nas estrelas e pelo cosmos viajaram até chegarem aqui, neste ponto do universo que chamamos de lar. Estima-se que o universo (tempo entre o Big Bang até o presente momento) tenha por volta de 13,8 bilhões de anos, e a Terra por volta de 4,6 bilhões. A vida, por sua vez, teria surgido há aproximadamente 3,5 bilhões de anos na Terra, em um cenário bem diferente do que conhecemos. Nosso planeta nem sempre foi azul – e sim, essa história tem tudo a ver com plantas. No início de tudo por aqui a atmosfera era muito tóxica, desprovida de camada de ozônio, e constituída de diferentes gases, como gás carbônico, metano, monóxido de carbono, nitrogênio e enxofre, além do grande espectro de
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radiação
solar
que
recebia.
O
planeta
era
constantemente bombardeado por meteoros contendo sais e minerais. Em seu interior possuía grande quantidade de vulcões, liberando gases nitrogênio, vapor d’água e dióxido de carbono, carbono, fundamentais para o surgimento da vida. Seres
ancestrais
das
bactérias,
de
grande
resistência, chamados estromatólitos , encontraram uma forma de sobreviver naquele cenário e, se alimentando do enxofre, do dióxido de carbono e outros elementos presentes perduraram por bilhões de anos.
na
atmosfera,
Com o passar do tempo, o enxofre começou a ficar escasso e logo as bactérias tiveram que encontrar novas formas de conseguir alimento. As condições da própria natureza da vida levaram os primeiros organismos vivos a se adaptarem a novas situações lentamente e, assim lentamente, novas formas de viver surgiram. Algumas destas primitivas vidas desenvolveram uma grande vantagem competitiva quando se tornaram capazes de utilizar a luz do sol como fonte de energia que, sintetizada, dava a estes seres a habilidade de sequestrar de seus ambientes dióxido de
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carbono e outros gases e liberar oxigênio. Esta é a história das primeiras espécies de algas-marinhas, as cianobactérias , que passaram a realizar a fotossíntese e logo se tornaram populações imensas, visíveis como mantas azuis ou esverdeadas nas águas oceânicas. Liberando oxigênio (um gás altamente reativo) na atmosfera, pouco a pouco (aproximadamente 2 bilhões de anos), as pequeninas cianobactérias produziram oxigênio, que concentrou na terra. O oxigênio (O2) em contato constante com os raios solares (ultravioletas) deram origem à imensa camada de ozônio (O 3), nosso firmamento, protegendo a Terra de um grande espectro de radiação ultravioleta e permitindo, enfim, a estabilização do DNA e um desenvolvimento mais acelerado da vida. Estes mesmos seres procarióticos ancestrais foram sendo arremessadas pelas ondas dos mares para as pedras nas encostas das praias do mundo, e logo encontraram novas formas de aderir às rochas, de aproveitar a energia do ambiente onde estavam. Por milhões de anos estas desbravadoras criaturas adentraram o único continente que até então existia, a Pangeia .
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Cada nova paisagem exigiu novas adaptações e a vida deu conta de todas elas. Surgiram plantas em todas as paisagens do nosso planeta e estima-se que há 600.000.000 de anos o planeta inteiro era habitado por plantas. Plantas, bactérias e fungos são os seres mais simples e mais antigos da Terra, e os que mais tiveram sucesso para sobreviver. As primeiras plantas eucariontes (célula com envoltório nuclear), chamadas de algas verdes, foram as primeiras a realizarem a fotossíntese utilizando cloroplasto. A sua cor esverdeada se dá pela presença da clorofila (pigmento fotossintético), capaz de absorver a região azul (400 - 500 nm) e vermelha (600 - 700 nm) do espectro eletromagnético. A tecnologia presente na clorofila dá origem a fotossíntese responsável pela alimentação e respiração da planta. Neste processo, a planta é capaz de capturar a energia solar e transformá-la em energia química usando o gás carbônico e a água para obter glicose e oxigênio. Sucessivamente, as briófitas (musgos (musgos e hepáticas) surgiram,
plantas
avasculares
que
vivem
em
ambientes úmidos e encontradas principalmente em pedras, troncos de árvores e barrancos.
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As primeiras plantas vasculares, que hoje já são a grande maioria, são as pteridófitas , seguidas pelas gimnospermas , que possuem sementes, aumentando seu poder de dispersão e disseminação. Um pouco mais adiante na evolução estão as angiospermas . Estas contendo flor, fruto e sementes atingem o auge da especialização do reino Plantae. Assim, a ciência nos conta a história do surgimento das plantas e, em consonância, da biodiversidade. As plantas já dispersavam partículas aromáticas na atmosfera quando os crustáceos, ao saírem das águas, deram origem aos primeiros insetos, muito antes de surgirem répteis, anfíbios ou mamíferos. Podemos aprender muito sobre a Natureza da vida
observando
o
comportamento
dela.
Se
observamos o comportamento das plantas logo percebemos como a maioria delas é extremamente gentil com tudo que a cerca. As plantas doam, elas favorecem, fazem boas parcerias. As espécies vegetais aprenderam a atrair os insetos com formas, cores, aromas, sabores. Alguns insetos beneficiaram vastamente as plantas com a polinização e as plantas deram a todos insetos abrigo e
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alimento. Indubitavelmente observamos que os insetos não podem viver sem plantas e diversas espécies
possuem
relações
tão
complexas
de
transubstanciação com a terra e as plantas que não é difícil nos maravilharmos quando passamos a conhecer melhor cada ciclo de vida. As moléculas que compõem os diferentes óleos essenciais também atuam como sinais bioquímicos e desempenham papel importantíssimo na comunicação entre vegetais e outras espécies vivas, como os insetos. A história
das
plantas
começa
com
elas
transformando profundamente o mundo, com uma atitude a favor da vida, da coexistência. Passando a habitar a superfície do planeta, ao longo de centenas de milhões de anos de evolução, as plantas, boas camaradas da Natureza, tornaram a vida mais amena. Além de suas raízes darem firmeza ao solo e realizarem uma ponte hídrica entre terra e céu, e suas folhas filtrarem o ar, sua presença umedecer e resfriar o ambiente circundante e suas flores e frutos serem alimento abundante, as plantas desenvolveram desenvo lveram também uma eficiente e poderosa inteligência bioquímica capaz de fortalecer e melhorar a qualidad qualidade e
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de vida das espécies bem-vindas, afastando pragas e destruindo
micro-organismos
nocivos
à
vida,
combatendo doenças, favorecendo o equilíbrio próprio dos corpos e seus metabolismos. Essa tecnologia tem o poder de dispersar moléculas pequeninas e muito poderosas, que podem se espalhar por quilômetros utilizando a energia do vento. Essa nuvem de partículas protege a planta de radiação, poluentes e agressores; atrai polinizadores para favorecer sua reprodução; permite ao vegetal sobreviver a longos períodos sem chuva ou sem sol; atua em sua regeneração, crescimento, e muito mais. Tudo que a planta tem para sobreviver a uma paisagem ou influenciá-la se desenvolve em sua alquimia interior, seu metabolismo. O que chamamos que óleos essenciais são conjuntos de moléculas produzidas pelas plantas para equilibrar e favorecer a vida, uma tecnologia criada pelas plantas que mostra o quão inteligentes elas podem ser. No seu assim chamado metabolismo primário , realizado durante a fotossíntese, as plantas criam os componentes necessários para a continuidade de sua existência orgânica, a manutenção de sua vida, a continuidade de sua própria estrutura vegetal, como
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carboidratos, lipídios, ácidos nucleicos e proteínas para que
seja
realizada
funções
essenciais
como
fotossíntese, respiração e transporte de moléculas. Já no seu metabolismo secundário , as plantas criam substâncias necessárias para garantir sua sobrevivência no meio em resposta a fatores bióticos (herbívoros, patógenos, parasitas) e abióticos (calor, seca, pH, luminosidade, umidade, etc), dentre eles, os óleos essenciais. Os óleos essenciais são os braços, pernas, armas, escudos, comunicação, linguagem, identidade, medicina, intento, a vontade da planta transformada em
matéria
sutil.
O
metabolismo
primário
e
secundário da planta estão intimamente relacionados e orquestram juntos para que a sinfonia de moléculas aromáticas seja produzida. Os componentes principais do metabolismo secundário são os terpenos (moléculas muito encontradas nos óleos essenciais), substâncias nitrogenadas e substâncias fenólicas. A produção de moléculas voláteis acontece como uma cascata de eventos químicos em resposta a uma condição específica. As plantas, na verdade, não produzem óleos essenciais, elas produzem componentes encontrados
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nos óleos essenciais, suas moléculas aromáticas. Existe no DNA de cada planta a matriz das moléculas voláteis vo láteis que produzirá. Este é um acervo de centenas de substâncias, de forma que, a depender de certas condições, uma ou outra molécula pode ser mais ou menos produzida para responder ao ambiente, mas o padrão seguirá, e cada espécie produzirá um óleo característico comum a seus indivíduos. Há aproximadamente 600 milhões de anos as plantas começaram a desenvolver óleos essenciais. As primeiras moléculas, simples, de cadeias abertas, foram evoluindo com o surgimento de outras espécies de seres e, conforme a complexidade da biosfera aumentou,
as
diferentes
espécies
vegetais
responderam com o surgimento de novos coquetéis moleculares. Estudos genéticos indicam que cadeias maiores, fechadas, mais estáveis, passaram a surgir num espaço de aproximadamente 250 milhões de anos na história da evolução das plantas. A enorme quantidade de diferentes moléculas, componentes dos óleos voláteis e suas características bioquímicas oferece a essas substâncias inúmeras possibilidades de atuação e uma vasta gama de funções. Toda a história de sobrevivência das plantas
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na superfície do planeta é acompanhada dos óleos essenciais e seu poder de transformação. As plantas são muito efetivas em garantir sua influência na Natureza. São capazes de agir a nível hormonal para atrair ou repelir insetos, assim como podem atuar em neurotransmissores e influenciar nossos estados mentais e níveis energéticos. Cada espécie vegetal aromática foi capaz de desenvolver acordes moleculares que penetram facilmente tecidos e membranas, atingindo órgãos-alvo e inclusive atuando diretamente no sistema nervoso dos animais ao redor. A poderosa influência das plantas é uma estratégia de sobrevivência, mas possui qualidades muito
especiais
como
adaptogenicidade
e
biocompatibilidade . significa dizer que o corpo não Biocompatibilidade significa entende como substâncias estranhas os OEs, tornando- os compatíveis aos seus sistemas e funções. Já é um termo interessante que surgiu adaptogenicidade é na Rússia para descrever certas propriedades de plantas com potencial medicinal como a baixa especificidade com que atuam fortalecendo as defesas naturais do nosso organismo, favorecendo o equilíbrio homeostático e nos tornando mais resistentes diante
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de fatores de stress. Essa influência harmonizadora sobre a autopoiese dos corpos (sua capacidade de constantemente criarem a si mesmos), torna a experiência de coexistência muito benéfica para nossa espécie e torna os OEs altamente apreciáveis, para muito além da já complexa e intrigante composição dos aromas. Nosso organismo foi moldado em um mundo dominado por plantas e suas moléculas aromáticas. Estima-se que o Homo sapiens mais antigo tenha vivido há cerca de 200.000 anos, as plantas já estavam liberando seus sortilégios bioquímicos há aproximadamente 599.800.000 anos até então. Temos receptores olfativos espalhados por todo organismo, descoberta que rendeu um Nobel de Medicina ao Dr. Hanns Hatt. Na pele, nos ossos, nos músculos, no coração, no fígado e inclusive em espermatozoides... Em todos os os tecidos humanos foram já encontrados receptores olfativos que atuam como fechaduras que, na presença das chaves certas – as moléculas voláteis que compõem o que chamamos de óleos essenciais - são ativadas e geram uma resposta em determinados genes, desencadeando processos biológicos como os conhecidos na prática da Aromaterapia.
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A história da evolução das moléculas aromáticas é a história do mundo como o conhecemos. Por eras inteiras
estes
seres
delicados,
as
plantas,
aperfeiçoaram sua habilidade de influenciar sutilmente e de forma avassaladora a Natureza ao redor, o que se desdobrou na transformação alquímica da terra, do ar, dos corpos e das mentes. Não é exagero dizer que as plantas orquestram a Natureza com seus compostos voláteis. Os óleos essenciais são a alma do mundo. Quando utilizamos uma gota de qualquer óleo essencial, estamos lidando com uma força e inteligência muito maior e muito mais antiga do que podemos imaginar. Moléculas capazes de tornar a pele mais bonita, melhorar o desempenho dos órgãos, favorecer o metabolismo, curar doenças diversas e transformar
nossas
emoções
são
resultado
de
centenas de milhões de anos de evolução dos mais antigos moradores do planeta. Substâncias criadas para harmonizar a natureza devem ser vistas como preciosas e respeitadas, é aqui que começamos nosso estudo sobre a Aromaterapia.
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Morfologia vegetal É preciso que escutemos, leiamos e sintamos as manifestações de existência de cada planta, com todas as suas histórias, todo o saber expresso em cada canto, em cada conto. Uma forma de nos permitirmos experienciar esse contato é pela observação dessas manifestações e, depois, pelo estudo da Morfologia . A Morfologia Vegetal é a disciplina biológica que estuda as estruturas das plantas e suas funções. Para o aromaterapeuta, dos conhecimentos de Morfologia só será importante compreender como as moléculas aromáticas são encontradas nas plantas, em que estruturas e como são liberadas. Nas plantas medicinais aromáticas, os óleos essenciais (na verdade, as moléculas aromáticas) são secretados e armazenados em células secretoras isoladas e em três estruturas glandulares principais: os tricomas , as cavidades (ou bolsas) e os canais (ou ductos). As plantas que precisam volatilizar seus compostos voláteis com mais facilidade (como aquelas que repelem pragas e insetos), podem apresentar maior quantidade de moléculas aromáticas em seus
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tricomas, que geralmente são localizados mais próximos à superfície. Nos
diferentes
processos
de
extração,
as
moléculas aromáticas são liberadas pela ação do calor (como na hidrodestilação e na destilação por arraste a vapor), pela prensagem (como na prensagem à frio) ou por ação de solventes (como os químicos e o CO2), sem que as células e estruturas glandulares sejam destruídas.
Figura 1 - Tricomas glandulares encontrados nas folhas da lavanda francesa (Lavandula (Lavandula angustifolia )
Essas células e estruturas podem ser encontradas tanto nos órgãos vegetativos quanto nos reprodutivos
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das plantas, mas se concentram em partes específicas, a depender da espécie e das condições de cultivo:
•
Cascas do tronco: agarwood, canela, katafray. Folhas: abeto, alecrim, citronela, coentro, eucalipto,
•
hortelã,
louro,
niaouli,
palmarosa,
petitgrain,
pinheiro, ravintsara, tea tree. Madeiras do tronco: cedro, pau-rosa, sândalo.
•
Resinas: âmbar, benjoim, copaíba, elemi, mirra,
•
olíbano. Raízes: angélica, nardo, vetiver.
•
Rizomas: cálamo, gengibre.
•
Sementes
•
e
frutos:
ajowan,
anis-estrelado,
bergamota, laranja, limão, mandarina, coentro, cenoura. Sumidades floridas e flores: alecrim, camomila,
•
cravo, gerânio, jasmim, lavanda, lavandim, néroli, sálvia, tomilho, ylang-ylang. Uma mesma planta pode, ainda, apresentar moléculas aromáticas completamente distintas em partes anatômicas diferentes. Por exemplo, o óleo essencial de cravo-da-Índia ((Syzygium Syzygium aromaticum ) extraído dos botões possui um teor maior de eugenol,
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ao passo que o OE extraído das folhas possui um teor maior de β-cariofileno. De forma similar, na laranjeira- amarga ((Citrus Citrus aurantium ),), o OE extraído das flores, chamado de néroli , terá uma concentração maior de álcoois (como o nerol); ao passo que o OE extraído das folhas, galhos e brotos, chamado de petitgrain , será rico em ésteres (como o acetato de linalila); e quando a extração é feita das cascas dos frutos, o OE será rico em hidrocarbonetos monoterpênicos (como o limoneno). Esse conhecimento fará toda a diferença na escolha das partes da planta que serão ser ão extraídas e da forma de extração utilizada.
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Taxonomia das plantas plantas aromáticas aromáticas Além
da
Morfologia,
também
é
necessário
conhecer a Taxonomia das plantas aromáticas para uma maior proximidade com as plantas e o uso correto dos óleos essenciais. Basicamente, Taxonomia é a ciência que estuda, organiza e classifica os seres vivos em determinados agrupamentos de acordo com as características que eles possuem em comum, utilizando certas categorias, chamadas de taxon . O pai da taxonomia moderna, o sueco Carl Nilsson Linnaus, botânico, zoólogo e médico, foi o grande divulgador da nomenclatura binomial adotada até os dias de hoje. Essa nova classificação foi criada devido a uma necessidade de organizar as plantas que estavam sendo descobertas e descritas pela sociedade científica. As principais categorias taxonômicas são, da mais abrangente à menos abrangente: reino, filo/divisão, classe, ordem, família, gênero e espécie. Numa hierarquia
taxonômica
básica
de
uma
planta
aromática como a lavanda francesa, por exemplo, podemos ter a seguinte classificação:
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Reino: Plantae
Filo/divisão:
Magnoliopsyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Lameaceae
Gênero: Lavandula
Espécie: angustifolia,
officinalis
Para
a
Aromaterapia,
as
categorias
mais
relevantes são a família, o gênero e a espécie, que nos fornecerão chaves importantes para entendermos
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como cada planta aromática e seus agrupamentos atuam, além de compreendermos, a partir destes dados, como identificar as plantas por seus nomes botânicos.
Famílias botânicas aromáticas No reino Plantae existem pelo menos 400 mil espécies vegetais catalogadas até 2018, localizadas, em sua maioria, na América do Sul – pelo menos 80 mil destas espécies estão no Brasil. De todas estas, somente uma pequena quantidade (estima-se que 10%) teria a capacidade de sintetizar em si moléculas aromáticas. São
plantas
pertencentes
a
algumas
famílias
específicas, e que podem possuir características semelhantes.
As
principais
famílias
botânicas
aromáticas conhecidas atualmente e seus respectivos representantes são: Anacardiaceae: mastik/lentisco.
•
Annonaceae: ylang-ylang.
•
Asteraceae/Compositae:
•
immortelle, tanaceto.
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camomila,
estragão,
Burseaceae: olíbano, mirra, elemi.
•
Cupressaceae: cipreste, junípero.
•
Lamiaceae/Labiatae: alecrim,
•
hortelã,
lavanda,
lavandim, manjericão, manjerona, patchouli, poejo, sálvia, tomilho.
orégano,
Lauraceae: canela, ho wood, litsea cubeba, louro, pau-
•
rosa, ravintsara. Myrtaceae: cajeput, cravo, eucalipto, manuka,
•
murta, niaouli, tea tree. Pinaceae: abeto, cedro, espruce, pinheiro, tsuga.
•
Poaceae: capim-limão, citronela, palmarosa.
•
Rutaceae: bergamota, grapefruit, laranja, lima,
•
limão, mandarina, tangerina, yuzu. Zingiberaceae: cardamomo, gengibre, turmérico.
•
Embora compartilhem de algumas características em comum (estrutura física, capacidade de produzir flores e frutos, estrutura química etc.), nem todas as plantas de uma mesma família possuem propriedades terapêuticas similares. É o caso daquelas pertencentes à Lamiaceae: alecrins e lavandas, por exemplo, têm em comum a família, as suas folhas opostas, basicamente as
mesmas
condições
do
solo
para
o
cultivo
(geralmente mais arenoso) e seu uso histórico como
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condimentos, mas possuem grupos moleculares e, consequentemente,
propriedades
terapêuticas
diferentes. Todavia, algumas famílias podem possuir semelhanças em suas características moleculares. Um exemplo
é
a
família
Asteraceae,
com
plantas
aromáticas ricas em cetonas monoterpênicas e lactonas sesquiterpênicas – estas últimas, inclusive, têm sido estudadas por apresentarem possível ação antitumoral. Na família Lamiaceae, muitas das plantas pl antas aromáticas (como o tomilho, o orégano e o poejo) apresentam fenóis monoterpênicos, que embora sejam antimicrobianos
poderosos
são
também
dermoagressivos. Já as plantas da família Rutaceae costumam ter em sua composição química moléculas aromáticas como as cumarinas, furanocumarinas (que podem manchar a pele quando em contato com a luz do Sol) e hidrocarbonetos terpênicos (como o limoneno).
Gênero espécie e nome nome bo botânico tânico Uma mesma planta pode ser chamada por diversos nomes diferentes a depender de suas
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variáveis etnobotânicas. No Brasil, por exemplo, é muito comum encontrarmos nos jardins um tipo de lavanda bastante canforada, que popularmente é chamada apenas de lavanda , lavandim ou, ainda, alfazema . Em outras regiões do país, uma planta similar a esta é que será chamada de alfazema , comumente usada em ritos afro-brasileiros. O mesmo acontece com os frutos cítricos: o que conhecemos no Brasil como limão-taiti , ou limão- comum , por exemplo, no México será chamado de lima, lima, isso sem contar com a infinidade de cruzamentos existentes entre diferentes cítricos, que por vezes resultam em plantas muito parecidas e que, por isso, podem carregar os mesmos nomes populares. Com essa confusão de nomes, é bem difícil de identificar corretamente qualquer planta, não é mesmo? Por esse motivo, utilizamos sempre o nome botânico daquela planta para identifica-la de forma
correta. O nome botânico, ou nome científico , é a nomenclatura oficial de uma determinada planta, escrita em Latim, composta principalmente pelo (grafada com a inicial em maiúsculo), seguida gênero (grafada da espécie (grafado com inicial em minúsculo),
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respeitando as normas do ICBN (International Code of Botanical Nomenclature). Veja o exemplo a seguir:
Gênero: Lavandula
Espécie: angustifolia,
officinalis
Nome botânico: Lavandula
angustifolia, Lavandula angustifolia, officinalis Nome popular: lavanda
francesa, lavanda- verdadeira, lavanda
No exemplo acima, note que há dois nomes botânicos para a mesma planta. Nesse caso, isso ocorreu porque dois cientistas diferentes catalogaram a mesma planta, dando a ela dois nomes distintos. Quando isso acontece, ambos os nomes botânicos podem aparecer juntos, cada um seguido da abreviação do nome de quem a catalogou. Por exemplo:
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angustifolia olia Mill. Lavandula angustif Lavandula officinalis Chaix & Kitt.
Em alguns casos, os nomes botânicos podem ser modificados posteriormente, como aconteceu com a camomila-romana. Isso ocorre porque, em algum momento, por conta de novas descobertas sobre aquela planta, chegou-se ao consenso de que ela deveria fazer parte de outra espécie, por se assemelhar a outras plantas daquela nova espécie, ou seria apenas uma variação de outro gênero. Nesse caso, os dois nome nomess podem aparecer juntos ou simplesmente o antigo é substituído pelo mais novo. Veja o exemplo:
Chamaemelum nobilis
Anthemis nobilis
Outro ponto importante é que o mesmo gênero pode apresentar variedades diferentes. Quando isso acontece,
o
nome
botânico
será
composto,
respectivamente, pela espécie, gênero e, ao final, o termo var. seguido da variação. Veja abaixo o exemplo de uma das nomenclaturas possíveis para a laranja amarga:
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Citrus aurantium var. amara
Também pode acontecer de aquela planta ser uma híbrida, resultado de cruzamentos espontâneos ou artificiais entre dois gêneros de uma mesma espécie. Nesse caso, no nome botânico, entre a espécie e o gênero poderá haver a letra ‘x’. É o exemplo da hortelã- hortelã - pimenta, que resulta de um cruzamento entre a hortelã d’água (Mentha (Mentha aquatica ) e a hortelã verde (Mentha spicata ): ):
Mentha x piperita
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Quimiotipos e geotipos Desde que se originaram, como tudo o que vive, as plantas passam por constantes adaptações para que se mantenham vivas independentemente do ambiente onde estão. Foi também para esta adaptação que as moléculas aromáticas começaram a ser produzidas e secretadas nas células e estruturas vegetais, e seguiram se modificando. É daí que surgem as variações e subtipos em uma mesma espécie e gênero botânico. Para se adequar ao clima, pH e composição química do solo, altitude, exposição ao sol, entre outras variáveis, algumas plantas aromáticas são capazes inclusive de modificar sua estrutura química sem necessariamente afetar suas características visíveis. Quando isso ocorre, elas podem dar origem a e geotipos . quimiotipos e
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Quimiotipos Os quimiotipos, também chamados de raças químicas , são variações naturais ou provocadas que podem ocorrer em uma mesma espécie e gênero que, em decorrência de fatores externos (clima, solo, altitude, acesso a água, luminosidade etc.), alteram significativamente
a
composição
de
moléculas
aromáticas daquela planta a níveis celulares, podendo inclusive perpetuar a mesma quimiotipia através de suas sementes. Consequentemente, por sua composição molecular se modificar, mudam também suas propriedades, aplicações e contraindicações. Isso tudo ocorre de modo que a planta passe a produzir uma quantidade considerável de uma determinada molécula aromática, e em quantidade muito superior às demais plantas de mesma espécie e gênero, com variações que podem chegar a 90% em alguns casos. O que pode ser apenas um traço molecular na planta de uma quimiotipia, pode se tornar componente majoritário de outra. Quando
a
planta
apresenta
quimiotipos
diferentes, no rótulo de seu óleo essencial deve haver a especificação de que quimiotipo é aquele logo após a
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nomenclatura
botânica.
A
nomenclatura
será
composta, portanto, da espécie , gênero, o termo “qt.” (em Inglês, “ct.”, de chemotype ) e o nome da molécula majoritária. Veja o exemplo do alecrim-verdadeiro com o quimiotipo cineol :
Rosamarinus officinalis qt. cineol
Nem todas as plantas apresentam quimiotipos. As mais comuns de serem encontradas com essas variações são o alecrim-verdadeiro ((Rosmarinus Rosmarinus officinalis ),),
o
tomilho
manjericão
((Ocimum Ocimum
gratissimum ).).
Os
((Thymus Thymus
vulgaris )
basilicum,
quimiotipos
e
o
Ocimum
precisam
estar
especificados, porque farão toda a diferença nas aplicações de cada um. O alecrim, por exemplo, possui pelo menos 3 quimitipos diferentes: qt. canfora , qt. cineol e qt. verbenona . O primeiro, qt. canfora, tende a ter propriedades
estimulantes
e
hipertensivas,
contraindicado para epilépticos, crianças menores que 7 anos, gestantes e pessoas hipertensas; já o qt. cineol pode ser usado, em pequenas quantidades, nos grupos 29
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de risco mencionados anteriormente – há estudos de que a molécula cineol, inclusive, pode ser hipotensora em alguns casos; o terceiro, qt. verbenona, é indicado para desequilíbrios hormonais e hepáticos, e não possui as propriedades estimulantes dos outros quimiotipos. Alguns quimiotipos podem, ainda, desenvolver subquimiotipos, também chamados de raças químicas
variáveis , por se alterarem facilmente com as mudanças na região de cultivo. É o caso dos tomilhos, que possuem um aroma mais doce se colhidos no inverno, já que nessa época a proporção de acetato de geranila torna-se maior que a de geraniol.
Geotipos Os geotipos (gt.), também chamados de terroirs (lê- se “terroars”), são variações que também podem ocorrer em uma mesma espécie e gênero, em decorrência de aspectos do local onde a planta é cultivada, mas sem alterar significativamente a composição molecular e as propriedades terapêuticas.
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Embora as propriedades dos óleos essenciais de diferentes geotipos se mantenham basicamente as mesmas, a qualidade aromática de cada um pode apresentar diferenças. É o caso do gerânio (Pelargonium graveolens ) e suas geotipias Roseum, Bourbon, África, China e Egito . No exemplo do gerânio, os gt. Roseum, Bourbon e África possuem um teor maior de geraniol, conferindo aos seus OEs uma qualidade olfativa similar ao óleo essencial de Rosas. Por esse motivo, são os geotipos preferidos da Perfumaria Botânica, além de terem mais evidentes as propriedades terapêuticas do geraniol, sendo excelentes equilibradores hormonais, antidepressivos e ansiolíticos. Por outro lado, os gt. China e Egito possuem maior teor de citronelol, de aroma mais cítrico e “citronelado”, sendo bastante usados para repelir insetos, além de destacar outras propriedades da molécula majoritária. Todos os geotipos terão as mesmas propriedades, com aspectos mais acentuados que os outros devido às pequenas diferenças de proporção molecular.
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Os autores Raissa Mendes é sócia-proprietária da Apotecários
da Floresta, aromaterapeuta, apotecária, professora de Aromaterapia e de práticas naturais de autocuidado, alquimista, perfumista botânica e cosmetóloga-artesã. Graduada em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília/DF, também é Psicóloga Perinatal e Parental e psicoterapeuta de mulheres, além de terapeuta integrativa, facilitadora de ginecologia natural, doula e educadora perinatal, sócia da Mulher Cíclica. Cíclica. Dedica Dedica seus dias aos cuidados naturais e a inspirar a autonomia e o autocuidado, da forma mais natural possível,
usando
Aromaterapia,
seus
conhecimentos
Aromatologia,
em
Fitoterapia,
Cosmetologia Natural, Saboaria Natural, Geoterapia, Alquimia Espagírica e outras práticas de cuidados naturais. Ronan Cardoso é sócio-proprietário da Apotecários
da Floresta, aromaterapeuta, apotecário, professor de Aromaterapia e de práticas naturais de autocuidado, alquimista,
perfumista
botânico,
saboeiro
e
cosmetólogo-artesão. Graduado em Letras-Português 32
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pelo Centro Universitário de Brasília, é, também, poeta e escritor. Dedicado ao estudo de práticas orientais de saúde desde a infância, tem uma relação íntima ínti ma muito especial com a Natureza e com a Alquimia, sua maior inspiração. É médico da tradição chinesa em formação, além de ter acumulado os saberes de diversos cursos, em especial, na área da Aromaterapia, da Fitoterapia, da Cosmetologia Natural, Saboaria Natural e da Alquimia Espagírica. Jessica Carvalho Bergmann é proprietária do Ser
Elementar, aromaterapeuta, alquimista, estudante de espagiria e da natureza. Graduada em Ciências Biológicas na Universidade de Santo Amaro (SP), especialista em Biologia Molecular, com mestrado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutorado na Universidade Católica de Brasília. Apaixonada pelo cerrado, por Brasília e por pesquisa, dedica uma boa parte do tempo em experimentar as diferentes alquimias que existem na vida sempre com o objetivo de modificar mente e coração e se tornar uma pessoa cada vez melhor.
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Referências BAUDOUX, D. O grande manual da aromaterapia de Dominique Baudoux. Belo Horizonte: Editora Laszlo,
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