Manual-Anatomia e Fisiologia Da Pele
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Anatomia e Fisiologia da pele
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Anatomia e fisiologia da pele
Formadora_Sónia Valente
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Anatomia da pele A pele é o maior órgão do corpo humano e encontra-se em constante mudança, contendo muitas estruturas e células especializadas.
A pele é composta por 3 camadas: -epiderme -estrato córneo -estrato lúcido -estrato granuloso -estrato espinhoso -estrato germinativo -derme -derme papilar -derme reticular -hipoderme
Epiderme A epiderme é a camada mais superficial da pele, ou seja, a que está directamente em contacto com o exterior. Tendo uma espessura que varia entre os 0,05 e os 0,5 mm conforme as partes do corpo, a epiderme é essencialmente constituída por células unidas entre si que não apresentam qualquer substância intercelular entre elas. De facto, estas células encontram-se dispostas em camadas sobrepostas de modo a constituírem 5 camadas.
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Camada basal. É a camada mais profunda, sendo composta por uma única fila de células de forma prismática situadas sobre uma membrana basal que separa a epiderme da derme e através da qual essas células recebem os elementos necessários para a sua nutrição. Estas células estão em constante divisão, ou seja, à medida que se multiplicam, as novas vão empurrando as mais antigas em direcção à superfície, de modo a que estas passem a pertencer a outras camadas. Camada espinhosa. É formada por várias células provenientes da camada basal que, à medida que as novas células profundas vão nascendo, se vão deslocando para o exterior. As mais profundas são as arredondadas, enquanto que as que estão mais próximas da superfície são mais planas. Camada granulosa. É formada por uma ou duas filas de células muito planas em que é possível apreciar alguns grânulos, nos quais é elaborada a queratina, a proteína fibrosa que garante à pele a sua peculiar consistência. Embora estas células, durante a sua maturação, produzam queratina, em simultâneo vão igualmente perdendo o seu núcleo e os restantes elementos intracelulares, o que proporciona a perda da sua vitalidade. Camada lúcida. Apenas presente na pele das palmas das mãos e na planta dos pés, é constituída por uma ou duas filas de células planas e praticamente transparentes que, embora ainda conservem o núcleo, não desempenham qualquer actividade essencial. Camada córnea. É a camada mais externa da epiderme, sendo formada por várias filas de células repletas de queratina que entretanto já perderam o seu núcleo e que não desempenham qualquer actividade vital, sendo por isso células mortas.
Derme A derme é a camada subcutânea que se encontra por baixo da epiderme, separadas por uma fina membrana basal, sendo constituída por proteínas e várias substâncias químicas e por inúmeras pregas cutâneas. De facto, é possível observar a existência de proeminências cónicas da epiderme viradas para a derme, denominadas papilas dérmicas, intercaladas com outras proeminências da epiderme viradas para a derme, designadas sulcos interpapilares, o que proporciona um considerável aumento da superfície de contacto entre ambas as camadas, algo muito importante, já que a nutrição da epiderme depende dos vasos sanguíneos que apenas chegam à derme. A derme é formada por tecido conjuntivo, composto por vários tipos de células e fibras e por uma substância fundamental que preenche as fendas entre esses elementos. Entre as células, é importante destacar umas muito especiais, os fibroblastos, que se encarregam da produção das fibras e da matriz extracelular, embora existam outras Formadora_Sónia Valente
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igualmente muito importantes, como os histiócitos ou macrófagos, células dotadas de mobilidade pertencentes ao sistema imunitário com a missão de eliminarem os microorganismos, que eventualmente possam ter chegado à derme, e devorarem as restantes células mortas e resíduos. Para além disso, existem vários tipos de fibras: as fibras de colagénio, as mais abundantes e que se encontram em paralelo à superfície cutânea; as fibras elásticas, que têm a capacidade de se distenderem e de imediatamente recuperarem as suas dimensões anteriores; e, por fim, as fibras reticulares, as mais finas, que formam um septo com a aparência de uma rede. É a derme que acolhe as glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas e os folículos pilosos e é através dela que circulam os vasos sanguíneos que nutrem as células superficiais da pele e as fibras nervosas responsáveis pela sensibilidade cutânea.
A Derme é composta por 2 camadas, uma superior (papilar) e uma inferior (reticular), e existem 3 tipos de tecidos que não estão dispostos em estratos: • • •
colagénio fibras elásticas fibras reticulares
Tal como na epiderme, existem células especializadas na derme: -
Folículos pilosos Glândulas sebáceas (sebo, associadas aos folículos pilosos) Glândulas apócrinas (odor, associadas aos folículos pilosos) Glândulas écrinas (suor, não associadas aos folículos pilosos) Vasos sanguíneos e nervos Receptores vários
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Hipoderme A hipoderme é a camada mais profunda da pele, apesar de ter limites muito pouco definidos com a derme e de ser composta por elementos comuns. A espessura da hipoderme varia de pessoa para pessoa e também conforme as várias regiões do corpo, já que esta camada é bastante espessa em várias áreas e praticamente inexistente noutras, como por exemplo nas pálpebras. Os principais componentes da hipoderme são os adipócitos, células especializadas na síntese e acumulação de gorduras. Estes adipócitos, que constituem a principal reserva de energia do organismo, encontram-se agrupados em pequenos lóbulos separados entre si por finos septos de tecido conjuntivo através dos quais circulam os vasos sanguíneos e as fibras nervosas.
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Fibroblastos Células especiais que produzem:
• •
Colagénio Elastina
O colagénio
Colagénio é a maior classe de proteína fundamental insolúvel, presente no tecido conjuntivo. É proveniente da matriz extracelular. Essa proteína representa 30% total de proteínas presente no corpo humano, fazendo com que seja considerada a mais presente em nosso organismo. Esta proteína é encontrada apenas em células de origem animal, não está presente nos vegetais.
Funções:
manter as células dos tecidos unidas e fortalece-las responsável também pela cicatrização e/ou regeneração em caso de corte ou cirurgia acredita-se que seja um dos responsáveis pelo envelhecimento humano e o aparecimento de rugas.
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Elastina Responsável : Pela capacidade que a pele tem para voltar á sua forma original após ter sido esticada ou deformada. Composta pelos aminoácidos: glicina valina alanina prolina.
O aparecimento da RUGA
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O Envelhecimento cutâneo Existem 2 tipos de envelhecimento: Intrínseco (interno, genético) Extrínseco (externo, factores ambientais)
Envelhecimento Intrínseco: -Processo contínuo que começa +/- aos 25 anos; há uma diminuição da produção de colagéneo e elastina – o que permite que a pele volte ao lugar. A substituição das células mortas à superfície (turnover celular) é progressivamente mais lenta O que começa a acontecer á nossa pele quando começamos a envelhecer: •
Rugas finas
•
Pele fina e transparente
•
Perda de tecido adiposo subcutâneo, levando a covas no rosto e nos olhos, assim como clara falta de firmeza nas mãos e pescoço
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Perda de massa óssea, levando ao seu progressivo afastamento da pele, tornando-a mais relaxada e sem suporte
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As ligações entre as células epidérmicas e a membrana basal começam a enfraquecer, e esta falta de contacto resulta em alterações funcionais e estruturais, normalmente associadas com o envelhecimento.
•
Durante este processo, algumas das características da Junção Dermo-Epidérmica são alteradas, e os queratinócitos perdem adesão. Enquanto isto, menos elastina é produzida, fazendo com que haja cada vez mais falta de contacto entre a derme e a epiderme.
Resultado: Perda de elasticidade e firmeza, aspecto mais cansado e menos nutrido (contacto insuficiente entre a derme e a epiderme resulta num deficiente aporte de oxigénio e nutrientes, assim como numa deficiente desintoxificação. Envelhecimento Extrínseco: -Inúmeros factores externos actuam em conjunto com os factores internos para envelhecer precocemente a pele. -O principal factor externo é a exposição solar, mas outros há que contribuem muito: - expressões faciais repetitivas, - gravidade, - posições durante o sono/almofada, - tabaco, - poluição…
Stress Oxidativo O stress oxidativo é o desequilíbrio entre o nível de substâncias oxidantes, capazes de provocar lesões a nível celular, e as defesas do organismo. As substâncias oxidantes, na sua maioria radicais livres, são inevitavelmente produzidas já que são o resultado do metabolismo celular normal.
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Conselhos para aumentar a resistência ao stress oxidativo - Faça uma alimentação saudável e equilibrada. Dê preferência a fruta e vegetais frescos - Beba pelo menos 2 litros de agua diariamente; - Beba mais chá e menos café; - Modere o consumo de açúcar e sal; - Evite o consumo de álcool; - Substitua óleos alimentares e margarina por azeite ou óleos vegetais; - Siga um cuidado programa de exercício adaptado à sua condição física; - Durma o suficiente; -Use protetor solar todo o ano.
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pH da pele A pele saudável apresenta pH levemente ácido (4,6 – 5,8), que contribui para que ocorra protecção bactericida fungicida na sua superfície. Além disso, as secreções cutâneas apresentam apreciável capacidade tamponante, importante propriedade, uma vez que o pH da pele é frequentemente alterado em consequência da utilização de produtos tópicos inadequados, expondo a pele a uma série de agentes agressores, em especial microrganismos
O equilíbrio fisiológico da pele está relacionado com seu manto protetor conhecido como Manto Hidrolipídico, que é formado por água, sal e gordura, resultantes da secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas. O manto protege a pele da evaporação excessiva da água, evitando seu ressequimento mantendo assim a sua lubrificação, além de garantir a sua plasticidade e hidratação. Funciona como uma película protetora, e a manutenção das suas características está diretamente relacionada ao equilíbrio fisiológico e pH da pele.
Com o avançar da idade o pH da pele torna-se cada vez mais neutro ficando assim mais suscetível ao crescimento de bactérias devido à acidez reduzida. A pele enfraquece e como consequência surgem as deficiências que levam às rugas, flacidez e manchas
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Vascularização da pele A pele é composta por uma vasta rede de vasos sanguíneos, que lhe proporcionam os elementos nutritivos, recolhem as substâncias residuais e contribuem, igualmente, para o controlo da temperatura do corpo, e por inúmeras artérias, que transportam o sangue rico em oxigénio e nutrientes, que penetram pela hipoderme e permanecem adjacentes à superfície cutânea no limite com a derme . A partir daí surgem, verticalmente, pequenas arteríolas que, ao unirem-se às papilas dérmicas, se transformam em finos capilares, que se encarregam das trocas entre o sangue e a pele. Estes capilares vão posteriormente unir-se e transformar-se em vénulas que se alastram a um plexo de veias dispostas em paralelo com a rede arterial. É importante referir que como os vasos sanguíneos apenas chegam até à derme, as células da epiderme apenas podem manter as suas trocas com o sangue através da membrana basal que a separa da camada subjacente.
Melanócitos Para além das células epiteliais, a epiderme é constituída por outras células muito específicas com a missão de sintetizarem melanina, um pigmento escuro cuja concentração proporciona o fenómeno do bronzeado. Os melanócitos encontram-se localizados na profundidade da epiderme, intercalados entre as células da camada basal, e têm uma forma arredondada com inúmeros prolongamentos que se estendem até às células vizinhas, dando-lhe o aspecto de uma estrela. Os melanócitos são constituídos por pequenos corpúsculos denominados Formadora_Sónia Valente
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melanossomas, que sob a influência de determinados factores hormonais e dos raios ultravioleta do sol começam a fabricar melanina. A principal função da melanina consiste em absorver as radiações solares e em impedir a passagem destas para o interior do organismo, onde teriam efeitos nocivos, sendo por isso que a elaboração de melanina aumenta com a exposição ao sol. Todavia, tanto a quantidade de melanócitos como o seu grau de actividade dependem de factores genéticos, o que explica a diferente coloração cutânea das pessoas de diferentes etnias e também a variabilidade entre os próprios indivíduos de uma mesma etnia.
Funções da pele Tem diversas funções: -
Barreira (protecção contra agentes externos) Regulação Térmica (contracção e dilatação de vasos sanguíneos, regulação da produção de suor) Capacidade Sensorial Resposta imunitária Metabólica (produção Vitamina D)
Função protectora Em primeiro lugar, a pele desempenha uma função protectora que impede, até certo ponto, a passagem de microorganismos, substâncias químicas e agentes físicos nocivos para o interior do organismo, contraria as perdas excessivas de líquidos e outras substâncias do corpo e ajuda igualmente na manutenção do meio interno. Esta função é proporcionada tanto pela constituição das diferentes camadas cutâneas como pelo manto ácido e gordo que reveste a sua superfície, essencialmente formado pelas secreções produzidas pelas glândulas sudoríparas e sebáceas situadas na profundidade da pele. A primeira barreira corresponde precisamente a esta membrana gorda e ligeiramente ácida (Manto hidrolipidico) que, por um lado, impede a passagem da água e, por outro lado, exerce um efeito anti-séptico que dificulta a aglomeração de microorganismos. Todavia, convém sublinhar que a superfície da pele é permanentemente habitada por milhões de micróbios por centímetro quadrado, sobretudo bactérias e fungos microscópicos que encontram na superfície da pele condições favoráveis para se alimentarem e sobreviverem. Contudo, em condições normais, são microorganismos não patogénicos, ou seja, a sua existência acaba por ser benéfica, já que impedem a união e aglomeração de outros microorganismos perigosos. No entanto, esta função defensiva apenas é eficaz quando se procede a uma limpeza regular da pele, de modo a eliminar as impurezas e os resíduos, sem Formadora_Sónia Valente
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contudo exagerar na repetição das lavagens nem utilizar produtos muito alcalinos ou agressivos, pois podem deteriorar a camada protectora. A resistência e elasticidade da estrutura da pele também proporcionam uma certa protecção contra os agentes bacterianos e químicos e também contra os golpes, atritos e pressões. A hipoderme, dada a sua acumulação de adipócitos, amortece os traumatismos ligeiros enquanto que a derme, rica em fibras conjuntivas, garante uma suficiente elasticida- de. Contudo, a melhor barreira contra os agentes externos é a epiderme e sobretudo a camada córnea, graças ao seu conteúdo em queratina, uma proteína dura e impermeável. Absorção Deve-se ter em conta que a camada córnea não é completamente contínua, pois apresenta pequenas fendas e aberturas, como por exemplo os poros, através dos quais as glândulas sudoríparas e sebáceas transportam as suas secreções para a superfície, e os orifícios das unidades pilossebáceas. Para além disso, dado que as substâncias solúveis em gordura conseguem atravessar o manto superficial e chegar facilmente a estas camadas contínuas, existem determinadas substâncias que conseguem ser absorvidas e chegar às camadas profundas da pele ou passar para a circulação sanguínea, um princípio aproveitado para a administração de vários medicamentos. A absorção cutânea varia consoante as várias zonas do corpo, pois depende sobretudo da espessura da camada córnea e da maior ou menor abundância de glândulas sebáceas. As áreas mais impermeáveis da superfície cutânea correspondem: às palmas das mãos e às plantas dos pés, tronco, braços e pernas, enquanto que existem várias zonas, como por exemplo o escroto, que são muito permeáveis. Todavia, é preciso referir que a absorção cutânea é maior nos bebés e nos idosos e propicia um aumento da humidade e do calor. Função reguladora da temperatura A principal função da pele, realizada através de vários mecanismos diferentes, consiste em controlar a temperatura interna do organismo, já que esta tem de ser constantemente mantida perto dos 37o C, independentemente das oscilações no ambiente exterior. Dado que o corpo produz continuamente calor, é necessário eliminar o excesso, o que pode ser obtido através da participação dos elementos cutâneos. De facto, por Formadora_Sónia Valente
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um lado, a ampla rede de vasos sanguíneos que chegam à derme, cujo grau de contracção ou relaxamento é automaticamente alterado pelo sistema neurovegetativo, consegue gerir a afluência de sangue à superfície corporal, eliminando uma parte do calor através das irradiações (emissão de raios infravermelhos), outra parte por convecção (perda de calor por contacto directo da pele com o ambiente) e outra através da evaporação do suor. O aumento da temperatura do corpo favorece a dilatação dos capilares sanguíneos, o que proporciona a chegada de mais sangue à superfície do corpo para se arrefecer: este mecanismo único é suficiente para manter os níveis da temperatura interna aceitáveis, quando se permanece numa temperatura ambiente moderada. Caso a temperatura interna seja mais elevada, por exemplo em caso de febre, não se deve praticar exercício físico nem permanecer despido em locais com temperatura ambiente elevada, uma vez que isso não só agrava a doença subjacente, como pode conduzir a um golpe de calor, desidratação grave e colapso cardiovascular. Por outro lado, caso a temperatura externa seja baixa, os capilares cutâneos contraemse para que o sangue não arrefeça, como é perceptível na típica "pele de galinha" quando se passa de um ambiente quente para um frio. Resposta imunitária A pele alberga diversos tipos de leucócitos. Há linfócitos que regulam a resposta imunitária e desenvolvem respostas específicas; células apresentadoras de antigénio (histiócitos ou células de Langerhans) que recolhem moléculas estranhas (possíveis invasores) que levam para os gânglios linfáticos e mastócitos envolvidos em reacções alérgicas e luta contra parasitas.
Funções metabólicas As funções metabólicas da pele são importantes. É lá que é fabricada, numa reacção dependente da luz solar, a vitamina D, uma vitamina essencial para o metabolismo do cálcio e portanto na formação/manutenção saudável dos ossos.
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Renovação da epiderme Dado que a epiderme se encontra exposta ao desgaste provocado pelo contacto com o exterior e, consequentemente, a múltiplas agressões, passa por um constante processo de renovação, iniciado na camada basal, nomeadamente no limite entre a epiderme e a derme, onde as células da superfície que continuamente são afectadas pela erupção cutânea são substituídas por outras provenientes da parte mais profunda. De facto, as células da camada basal multiplicam-se praticamente sem cessar, já que as novas empurram as que estão em cima para a superfície, que acabam por atravessar as diversas camadas, até chegarem à camada córnea, e enquanto se alteram, vão-se carregando de queratina e perdendo a sua vitalidade, o que, ao fim de determinado período de tempo, provoca a sua libertação. Este processo decorre ao longo de um período que oscila entre os 20 e os 30 dias, o que nos pode levar a dizer que mudamos de epiderme todos os meses.
Coloração cutânea A coloração da pele depende essencialmente de dois factores: por um lado, do sangue que circula através da rede de capilares da derme e que transparece para a superfície cutânea proporcionando-lhe uma tonalidade rosa e por outro lado, pelo conteúdo, quantidade e distribuição de melanina, um pigmento escuro elaborado pelos melanócitos da epiderme. A quantidade de melanócitos existentes na epiderme, determinada por condicionantes Formadora_Sónia Valente
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genéticos e pela sua capacidade de produção de melanina, controlada por uma hormona específica produzida pela hipófise (hormona estimuladora do melanócito ou MSH) são os dois elementos que proporcionam a diferente coloração cutânea dos indivíduos de diferentes etnias e as evidentes variações existentes entre os indivíduos da mesma etnia. Por outro lado, a cor da pele de uma pessoa pode, igualmente, variar consoante o grau de exposição ao sol, já que as radiações solares estimulam a produção da melanina, produzindo um efeito característico denominado bronzeado.
Sensibilidade cutânea A pele é composta por uma grande inervação sensitiva que lhe permite registar uma ampla variedade de estímulos provenientes do exterior e proporcionar informações muito importantes sobre o mundo que nos rodeia. De facto, é graças à pele que podemos sentir atritos e pressões, muito delicadas, que nos permitem identificar a forma, a textura e as restantes qualidades palpáveis dos objectos através do tacto. A pele ajuda-nos, igualmente, a reconhecer as variações térmicas, o frio e o calor, independentemente destas se manifestarem globalmente em todo o corpo ou em sectores bem localizados, podendo também detectar vários tipos de agressões mecânicas, térmicas ou químicas, que gerem estímulos dolorosos. Como é óbvio, existem inúmeras sensações, como por exemplo o ardor ou o prurido, que correspondem à combinação de vários estímulos, por vezes difíceis de definir, mas que todos podemos compreender. A superfície cutânea é, em toda a sua extensão, uma privilegiada fonte de informação sobre o meio externo mais próximo, já que como a pele é o elemento que está imediatamente em contacto com o nosso corpo, fornece informações tão importantes como as dadas por sectores mais distantes como a visão ou a audição, sendo por isso que, a pele é, entre outras coisas, um órgão sensorial. Formadora_Sónia Valente
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A pele desempenha esta função sensorial, graças a uma série de formações nervosas específicas que actuam como receptores e registam os vários estímulos, enviando esta informação sob a forma de impulsos eléctricos através de complexas vias nervosas para o cérebro, onde são interpretados.
Receptores cutâneos
Ao longo da superfície da pele, é possível encontrar distribuídos, embora com uma concentração desigual conforme as várias regiões do corpo, urna série de elementos receptores que respondem a determinados estímulos, ao enviarem informações para o sistema nervoso central de modo a que possam ser devidamente interpretados. Embora esta função seja, essencialmente, desempenhada pelas ramificações finais dos nervos sensitivos que se encontram em contacto com a pele, existem igualmente determinados receptores intimamente ligados a estes nervos, cuja específica constituição lhes permite captar com maior precisão os diversos tipos de estímulos. Receptores de Krause
Frio
Receptores de Ruffini
Calor
Discos de Merkel
Tacto e Pressão
Corpúsculos de Vater-Paccini
Pressão
Corpúsculos de Meissner
Tacto
Terminações nervosas livres
Dor
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Terminações nervosas livres. São as ramificações finais das fibras nervosas sensitivas que chegam à derme, formando uma rede à volta dos folículos pilosos e tendo a tendência para penetrarem na epiderme. Estão distribuídas ao longo de toda a superfície do corpo e embora respondam aos estímulos tácteis, são mais sensíveis aos estímulos dolorosos. Corpúsculos de VatePacini. São receptores de forma ovóide constituídos por uma camada de células concêntricas que envolve uma terminação nervosa sensitiva. Dado que se situam nas zonas profundas da derme, costumam detectar, sobretudo, as alterações de pressão, as vibrações produzidas sobre a pele e os seus estiramentos. A sua presença é mais abundante nas zonas do corpo sem pêlos, como as palmas das mãos. Corpúsculos de Meissner. São receptores formados por uma fina cápsula de tecido conjuntivo composta por uma série de células sobrepostas, de modo a constituírem uma pilha, por onde circulam as terminações nervosas sensitivas, encontrando-se localizados nas papilas dérmicas e respondem essencialmente aos estímulos tácteis. São particular mente abundantes nas polpas dos dedos, nos lábios e na região genital. Corpúsculos de Krause. São receptores em forma de bulbo com uma rede de terminações nervosas sensitivas no seu interior, estando situados na derme, próximos da epiderme e respondem aos estímulos térmicos, já que são sensíveis ao frio. Corpúsculos de Ruffini. São receptores de forma plana com terminações nervosas sensitivas ramificadas como se fossem uma árvore, estando situados na zona profunda da derme, na hipoderme, e registam estímulos térmicos, pois são sensíveis ao calor.
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Vias sensitivas Os estímulos mecânicos, térmicos e dolorosos registados na pele são conduzidos pelos nervos sensitivos que desaguam na medula espinal e circulam ao longo de um percurso ascendente através de fibras nervosas que constituem cordões específicos de acordo com o tipo de sensibilidade que transmitem. As informações alcançam o encéfalo e após várias paragens, sobretudo no tálamo, chegam ao cérebro, nomeadamente à circunvolução parietal ascendente do córtex cerebral, onde os estímulos são interpretados e as sensações são consciencializadas. Nesta área, existe uma representação das várias zonas do corpo, semelhante a um "mapa" da sensibilidade corporal que permite identificar com precisão os vários estímulos.
Reconhecimento táctil A capacidade de reconhecer estímulos tácteis varia consideravelmente consoante as várias partes do corpo, já que depende, sobretudo, do número de receptores que compõem cada sector da pele. Por exemplo, a sensibilidade táctil é muito elevada na polpa do dedo, sendo muito menor na parte de trás do mesmo. Existem dois factores extremamente importantes para se comparar o potencial táctil entre os diferentes sectores da superfície cutânea, ou seja, o grau de intensidade do estímulo necessário para desencadear a sensação e a capacidade para reconhecer, consoante a sua separação, os dois estímulos simultaneamente aplicados. Relativamente ao primeiro factor, a percepção é, obviamente, maior nas regiões onde a pele é mais fina, como na ponta dos dedos. No que diz respeito ao segundo, depende da quantidade de receptores presentes em cada zona, já que em alguns sectores das costas, os dois diferentes estímulos aplicados em simultâneo, são perceptíveis, a dois centímetros de distância, como uma única sensação, enquanto que na polpa do dedo, é possível distinguir vários estímulos diferentes separados apenas por um milímetro, em algumas partes podem estar separados apenas por uma décima de Formadora_Sónia Valente
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milímetro. Todavia, é preciso referir que a capacidade de análise em relação ao reconhecimento de estímulos tácteis pode ser amplamente desenvolvida com a prática, como ocorre em inúmeras profissões (os médicos que conseguem detectar as mínimas diferenças ao palpar o corpo dos seus pacientes, os escultores e os artesãos para quem o tacto é uma ferramenta fundamental, os operários que manipulam peças muito pequenas...) e como é bem evidente em caso de pessoas cegas, que tentam compensar com o tacto o seu défice visual, por exemplo, ao aprenderem a ler no sistema Braille.
Desenvolvimento do sentido do tacto O sentido do tacto é proporcionalmente o mais desenvolvido no recém-nascido, já que é o que fornece ao bebé uma maior informação sobre o mundo que o rodeia, sendo por isso que o bebé responde tão bem aos carinhos, mostra-se tranquilo quando está seco ou num ambiente quente ou, por outro lado, chora ao notar que está molhado. É fundamental ganhar consciência de que o tacto é extremamente importante para o bebé, já que lhe proporciona o contacto com as coisas, o que condicionará a sua forma de perceber o mundo.
Lesões cutâneas evidentes Generalidades Entre as manifestações de praticamente todas as doenças cutâneas, destaca-se o aparecimento de vários tipos de lesões que alteram o aspecto da pele e que podem ser observadas a olho nu ou com a ajuda de uma lupa e da devida iluminação. Para além disso, como a observação destas lesões sempre constituiu um dos passos essenciais para o diagnóstico das doenças cutâneas, actualmente, é possível distinguir as várias patologias mediante as características das suas lesões. De facto, as lesões cutâneas são muito distintas. Algumas delas, as mais frequentes e típicas, são consideradas evidentes, pois correspondem a alterações da pele mais ou menos circunscritas e muito comuns, que podem ser causadas por vários problemas e por se destacarem pela uniformidade dos seus traços mais relevantes, como o seu aspecto e o das camadas que costumam ser afectadas. De qualquer forma, deve-se referir que, apesar desta relativa uniformidade, alguns dos sinais e sintomas destas lesões, como o número em que se apresentam, a sua localização ou o seu tamanho ou extensão, podem variar consideravelmente de acordo com o problema responsável, o Formadora_Sónia Valente
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que constitui um dos factores preponderantes para o diagnóstico das várias doenças da pele. Em seguida, apresentamos as lesões que, embora não sejam as únicas, são as mais frequentes.
Máculas Uma mácula é uma mancha ou alteração circunscrita da cor da pele, apenas detectada através da visão, já que, como é plana e não possui qualquer relevo, não pode ser localizada através do tacto. Todavia, o tamanho, a cor, a forma, a localização e a evolução das máculas variam de acordo com a origem de cada caso. Dado que a cor da pele é essencialmente proporcionada pela presença de um pigmento escuro, a melanina, e pelo sangue que circula através dos capilares cutâneos, o aparecimento de máculas costuma estar relacionado com problemas que, de uma ou outra forma, perturbam a produção de melanina ou a circulação sanguínea cutânea.
As máculas pigmentares são manchas provocadas pela acumulação circunscrita de melanina ou outros pigmentos na pele. Existem algumas lesões cutâneas muito frequentes, como os nevos, manchas de cor mais ou menos escura produzidas pela acumulação de melanina nas camadas superficiais da pele. A acumulação do pigmento nas camadas mais profundas da pele faz com que alguns dos nevos adoptem uma cor azulada.
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Outro tipo especial de manchas são as máculas acrómicas, que evidenciam uma cor mais clara do que a pele circundante, sendo normalmente provocadas pela ausência de melanina em sectores bem delimitados, o que justifica o facto de serem, por exemplo, típicas do vitiligo.
As máculas eritematosas são manchas de cor avermelhada, provocadas pela dilatação dos capilares sanguíneos de zonas circunscritas da pele. Algumas costumam desaparecer quando são pressionadas, já que a compressão dos capilares subjacentes trava o fluxo sanguíneo. Uma das causas mais frequentes de máculas eritematosas extensas é a excessiva exposição aos raios solares, ou eritema solar, já que o aquecimento da pele provoca a dilatação dos vasos sanguíneos subjacentes. As máculas eritematosas costumam ser passageiras, já que normalmente desaparecem quando a circulação sanguínea local recupera a sua normalidade.
Pápulas Uma pápula é uma elevação circunscrita da pele, de consistência sólida, na maioria dos casos com menos de 1 cm de diâmetro. Ao contrário das máculas, as pápulas são perfeitamente perceptíveis ao tacto, caso se proceda à palpação da zona afectada. As pápulas são provocadas pela acumulação de vários tipos de elementos nas camadas superficiais da pele, podendo tratar-se, por exemplo, de células defensivas, como acontece em alguns processos inflamatórios, de células da própria epiderme, como no caso das pápulas, ou até de lípidos, no caso dos denominados xantomas. Um tipo muito particular de pápula é a baba, uma elevação cutânea plana e de cor rosada, característica da urticária, que origina um intenso prurido. Em algumas doenças, o crescimento das pápulas leva à sua confluência, o que proporciona a formação de placas que revestem uma superfície mais extensa.
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Perda de tecido Algumas lesões cutâneas evidentes caracterizam-se pela perda de uma parte dos tecidos superficiais da pele. Uma destas lesões mais comuns é a escoriação, ou seja, a desunião de um pequeno sector da epiderme, independentemente de ser provocada por um corte ou pela acção de vários tipos de parasitas, como na sarna ou na pediculose. Em caso de fenda ou fissura, habitualmente provocadas por pequenos traumatismos, embora também possam aparecer espontaneamente, na maioria dos casos localizadas nas zonas de pele espessa ou nas pregas da pele, a perda de tecido adopta uma forma linear. Para além disso, algumas doenças cutâneas, como o herpes, provocam pequenas erosões da superfície cutânea que não produzem hemorragias e não deixam cicatrizes. Por outro lado, caso a erosão seja mais profunda e atinja a derme, ou mesmo, a hipoderme, como acontece em alguns traumatismos, infecções ou tumores, pode provocar uma úlcera, o que proporciona pequenas hemorragias e o aparecimento de uma cicatriz depois de a lesão estar curada.
Vesículas, bolhas e pústulas As vesículas são pequenas elevações circunscritas da pele, com menos de 5 mm de diâmetro, repletas de líquido, proveniente de um processo inflamatório ou, com menor frequência, de sangue. Embora o líquido se possa acumular na epiderme, entre esta e a derme ou no interior desta última, por cima dele costuma existir uma fina camada de tecido que, na maioria das vezes, acaba por romper-se, permitindo a saída do líquido. As vesículas são provocadas por uma grande variedade de problemas, tais como picadas de insectos, dermatite de contacto e atópica, herpes. As bolhas são semelhantes às vesículas, mas maiores, no mínimo com 5 mm de diâmetro, embora por vezes possam ser muito mais extensas. Ainda que sejam, na maioria dos casos, provocadas por repetidos traumatismos num determinado sector da pele, também podem ser originadas por queimaduras ou como consequência de determinadas doenças. As pústulas são elevações circunscritas da pele repletas de pus. Embora, por vezes, se manifestem num sector de pele saudável, normalmente são originadas pela transformação de uma vesícula ou bolha infectada, como ocorre com alguma frequência em caso de furúnculos, na psoríase e na acne.
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Crostas As crostas são massas de consistência e cor variáveis, formadas a partir da dessecação de sangue, líquido inflamatório ou pus proveniente de uma lesão subjacente, acabando por se desunirem com a reparação do tecido cutâneo. Normalmente, aparecem após o rompimento ou secura espontânea de vesículas, bolhas ou pústulas.
Acne – A verdade e a crença O acne vulgar é, provavelmente, a mais frequente doença da pele, que afecta 85 a 100 % da população a qualquer momento das suas vidas. É caracterizado por pápulas foliculares não inflamatórias e por pápulas inflamatórias, pústulas e nódulos nas suas mais severas formas. O acne tem habitualmente um efeito psicológico de curto prazo mas com potencialidade de se manter e que pode tornar-se grave. Não tratado o acne severo ou nódulo-quístico pode dar origem a cicatrizes inestéticas ou mesmo desfigurantes, as quais são difíceis de tratar. A acne é doença tão comum que poderemos dizer que é quase universal durante a adolescência. Doze por cento das mulheres e 3% dos homens continuam com a afecção até aos 45 anos. Trata-se de uma doença crónica do folículo pilossebáceo, que se desenrola habitualmente na adolescência sob influência hormonal própria da idade. Os 4 factores fisiopatológicos primários são os seguintes: 1. Hiperplasia sebácea com correspondente hipersseborreia sob influência hormonal androgenética. 2. Anomalias na diferenciação e adesão queratinocitária a nível do folículo piloso, que condiciona entupimento do folículo e formação de comedões. 3. Colonização do folículo piloso por microorganismos principalmente o Propionibacterium acnes. 4. Reacção inflamatória/imunitária responsável pelas lesões inflamatórias. Formadora_Sónia Valente
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CLASSIFICAÇÃO DA ACNE A acne é constituída por um conjunto de lesões, as quais, isoladas ou em conjunto, definem o tipo e gravidade da acne. • Comedão – Que pode ser fechado – microquisto e aberto “ponto negro”. • Pápula – eritema e edema em redor do comedão, com pequenas dimensões (até 3 mm); • Pústula (ou “borbulha”) – por inflamação da pápula e com conteúdo purulento; • Nódulo – pápula, de maiores dimensões, podendo atingir 2 cm; • Quisto – grande comedão com conteúdo pastoso; • Cicatriz – depressão irregular coberta de pele atrófica Da associação destes tipos de lesões, do predomínio de cada uma delas, é possível definir 3 tipos básicos de acne: comedónica, pápulo-pustulosa e nódulo-quística. IMPACTO PSICO-SOCIAL DA ACNE A acne está sujeita aos ditames de todas as doenças cutâneas: forte impacto no indivíduo que se vê fortemente afectado no seu estado psicológico, actividades quotidianas e relações sociais. Concorrem para este facto duas ordens de factores: de índole interna como a imagem corporal e a auto-estima e de índole externa, como o estigma e a rejeição sociais de que estes doentes são vítimas, fruto de crenças, mitos e preconceitos que envolvem as doenças cutâneas (impureza, castigo, culpa, moral e conduta desviantes).
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Em conclusão: • A acne afecta os indivíduos que dela sofrem nos planos emocional, psicológico e relacional em grau semelhante ao verificado em outras doenças crónicas; • Tem repercussões negativas no funcionamento social, incluindo taxas mais elevadas de insucesso escolar e de desemprego; • A co-morbilidade psiquiátrica é particularmente significativa incluindo depressão e ansiedade; • A avaliação clínica do impacto real da doença é difícil, exigindo uma relação médicodoente de qualidade e/ou a aplicação de questionários de qualidade de vida; MITOS E REALIDADES Na sociedade actual, vários conceitos erróneos sobre a acne estão amplamente difundidos. Transmitem-se de pais para filhos, circulam entre amigos e colegas e são veiculados através de publicações não científicas.
Dieta De uma maneira geral, a comunidade dermatológica não valoriza a relação entre a acne e alguns tipos de alimentos, como o chocolate, os frutos secos, os fritos e a fast-food. Nos últimos trinta anos, a ausência de estudos científicos credíveis sobre este assunto não permite, com segurança, afirmar ou refutar o efeito da dieta na etiologia ou agravamento da acne. No entanto, o contraste entre a prevalência desta patologia nas sociedades ocidentais comparada à das sociedades menos desenvolvidas sugere que o tipo global de dieta pode ser um factor a investigar.
Actividade Sexual/ Estilo de Vida As alterações das hormonas sexuais próprias da puberdade estão implicadas na patogénese da acne, mas não a prática sexual. O estilo de vida do adolescente (discotecas, poucas horas de sono, falta de actividade ao ar livre) é muitas vezes invocado pelos pais e utilizado para penalizar estes comportamentos.
Período Menstrual O diâmetro de abertura do folículo sebáceo diminui dois dias antes do início de período menstrual, condicionando a redução do fluxo do sebo para a superfície, o que pode explicar o agravamento pré-menstrual da acne. Este efeito parece ser mais frequente nas mulheres com mais de 33 anos .
Stress Recentemente, dois estudos mostraram uma correlação fortemente positiva entre o agravamento da acne e a existência de níveis elevados de stress durante o período dos exames escolares. Formadora_Sónia Valente
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Higiene e Cosméticos Ainda persiste a ideia de que a acne está associada a higiene deficiente. Os estudos existentes não permitem concluir sobre a influência da falta de higiene ou da utilização de produtos de limpeza específicos na evolução da acne. A utilização de hidratantes está indicada nos casos de secura cutânea ou irritação resultante dos tratamentos. O recurso, a maquilhagem e a técnicas de camuflagem, desde que os produtos sejam não comedogénicos e sem óleo, não está contra-indicado.
Exposição Solar Apesar de alguns doentes referirem melhoria transitória das lesões da acne após exposição solar, não existe evidência científica convincente do benefício da radiação ultra-violeta. No entanto a experiência pessoal mostra que o acne melhora habitualmente no dorso mas não na face.
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