Macrobiotica Zen Para o Brasil Henrique Smith

May 16, 2018 | Author: marcelo_vpf | Category: Wellness, Foods, Nature
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HENRIQUE SMITH MACROBIÓTICA ZEN PARA

O

BRASIL Homenagem ao centenário do nascimento G. Oksawa 1893 - 1993 1a edição Editora Hagaesse

ÍNDICE Agradecimento Introdução

1o Centenário do Nascimento de George Oshawa (1893-1993) 1a parte 1. Breve História da Macrobiótica 2. Como e porque tornei-me orientador macrobiótico...................................... 3. Reminiscências 4. Para os que mourejam e habitam no Brasil 5. Colóquio sobre a dor (poesia e prosa) 6. Dificuldades do Iniciante 7. Noções Básicas 8. Aguai - Energias e vibrações 9. Rotina do nosso serviço 10.................................................................................... Princípio Único - Yin/Yang 11.................................................................................... Medicina Alopática e Macrobiótica 12.................................................................................... Diagnóstic os 13.................................................................................... Controle Diário 2a Parte 14....................................................................................

Alimentos

Principais 15....................................................................................

Alimentos

Secundários 16....................................................................................

Tratament

os Especiais 17.................................................................................... Terapêutic

as Específicas

18....................................................................................

Relação

Sódio-Potássio 19....................................................................................

Relação

Magnésio-Potássio 20....................................................................................

Alimentos

Yang (produtos animais) 21....................................................................................

Alimentos

Yin 22....................................................................................

Frutas,

leite e derivados 3a Parte 23. Doenças de alta agressividade e de etiologia desconhecida 24. Doenças cardíacas 25. Câncer 26. Aparelho respiratório 27. Doenças dos olhos 28. Casos curiosos 29. Alimentação na gravidez e lactação 30. Culinária Macrobiótica 31. Dietas macrobióticas 32. Sal 33. Água 34. Óleos 35. Umeboshi 36. Missô 37. Algas Marinhas 38. Arroz - receitas 39. Tofú - queijo de soja 40. Pães e biscoitos 41. Sopas 42. Sobremesas

43. Chás 44. Terapias alternativas

GRATIDÃO: Por um dever elementar de justiça, registro, aqui, minha eterna gratidão à minha incansável esposa, Sra. Paulina Rabinovich Smith, sem cujo suporte abnegado e constante, esta obra não teria vindo a lume. À memória do meu saudoso pai, Samuel Smith e minha querida mãe Sarah Smith, ambos falecidos e aos meus queridos filhos Roberto e Ricardo Luiz e à minha dileta filha Vera, ofereço, com carinho e afeto, esta obra, fruto de quem tem fé e esperança num mundo melhor.

AGRADECIMENTO "L'home c'est rien; l'oeuvre c'est tout" (Gustave Flaubert) Após 30 anos vividos na macrobiótica, convictos dos seus magníficos resultados, dedicamos aos macrobióticos do Brasil o presente volume, segundo o conselho do introdutor da macrobiótica no mundo ocidental, George Ohsawa, nosso homenageado. Dizia Ohsawa que "Cada povo deve ter a sua macrobiótica". Não nos move qualquer sentimento que não o de levar aos macrobióticos os ensinamentos e a experiência que adquirimos; o conhecimento médico, aliado ao vivenciamento na

macrobiótica, nos possibilitam fazer de empírica, uma macrobiótica científica. Sentimo-nos íntima e plenamente recompensados, quando a cura se processa no "incurável". Esta é a obra, e não podemos deixar de agradecer, neste caminho de árdua e espinhosa, porém compensadora luta, aos membros de nossa equipe, dedicada, leal e entusiasta, face aos resultados obtidos. 1. Chaim Sterline

Colaborador 2. Marco Antonio Carneiro Ferreira Coordenador de Atividades Energéticas 3. Oscar Ginjas Colaborador 4. Prof. Francisco de Assis L. Gondim Jornalista 5. Dra. Eliane M. Mansur Reimão Médica-Orientadora Pediátrica - Santos-SP (Ex-estagiária) 6. Jacinto Galante Conselheiro macrobiótico - Santos-SP 7. Simão Haber Colaborador 8. Jorge Zickel Correia Luna Terapeuta - Complementos Alternativos 9. David Roberto de Almeida Técnico em Tai Chi Chuan 10. Armando Alves 11. Dr. Sidney Federmann

Médico-Conselheiro, Conferencista 12. Dra. Norma Bier Vieira Médica, Ex-estagiária, Orientadora - P. Alegre-RS 13. Diva Maggi de Souza Assistente de Coordenação e Orientação 14. Dr. Elias Mutchinik Médico Orientador 15. Prof. Dr. Ricardo Luiz Smith Conselheiro Científico 16. Dr. Henrique Smith Coordenador Geral 17. Dr. Sanny Rachmann Conselheiro Jurídico 18. Dr. Urias Carlos de Castro Prado Médico, Orientador 19. Cacilda da Silva Brandão Villela Secretária 20. Dra. Miriam Federmann Médica, Orientadora Pediátrica In Abstencia Elza de Barros Paraniba Orientadora Dra. Maria Ignez Casimiro Médica-Estagiária - Rio de Janeiro - RJ

INTRODUÇÃO Com grande probabilidade, estou vivo, hoje, porque conheci o Dr. Henrique Smith, 13 anos atrás, o qual me orientou sobre a alimentação,

na etiologia das principais doenças graves entre nós. Coincidiu com a época em que tomei conhecimento das publicações de Denis P. Burkitt (M.D.-F.R.E.S-F.P.V.S. - Medical Research Council, England), cujas conclusões, publicadas nas mais idôneas e respeitáveis revistas médicas internacionais, eram similares às orientações que me foram gentilmente oferecidas pelo Dr. Smith. Na época, eu era portador de frequentes crises de disenteria e já havia sido operado de apendicite, com 15 anos e, de hemorróidas, com 21 anos de idade. Com o conhecimento que tenho hoje e, mantendo o mesmo padrão alimentar que eu tinha naquela época, sei que havia enormes probabilidades de adquirir, na seqüência, câncer de cólon ou reto e doença coronariana. Orientado pelo Dr. Smith, juntamente com a minha esposa, filhas, mãe, irmãos e sogros, é muito provável que saí da população de risco de adquirir graves doenças. Com a dieta macrobiótica, em minha esposa regrediu ou desapareceu a displasia mamaria existente, ao exame clínico feito por sua ginecologista; minha filha, mais velha, curou-se da asma brônquica, sendo, hoje, esportista, campeã panamericana de karatê juvenil e não tiveram as 3 constipações intestinais, apendicite e hemorróidas, como eu tive; minha mãe e meu sogro recuperaram-se de sintomas causados por miocardioesclerose e minha sogra recuperou-se de diabete tipo II, ficando livre da medicação.

Senti-me honrado pela oportunidade de dar o meu depoimento referente ao maior dos meus mestres - Dr. Smith, que salvou minha vida, livrando-me da morte prematura, como milhões de brasileiros, na minha idade, por câncer e, principalmente, doenças cardiovasculares. Também, evitou o Dr. Smith, sofrimento por doenças, à minha família, sendo responsável pela longevidade de minha mãe, meu sogro e minha sogra. Infelizmente, pela vontade de Deus, a orientação alimentar chegou tardiamente a meu querido pai, falecido por câncer de próstata. Burkitt e suas descobertas, confirmadas por numerosas publicações científicas, inclusive o mais recente relatório da Organização Mundial de Saúde - OMS - intitulado "DIET, NUTRITION AND THE PREVENTION OF CRONIC DISEASES", esclarecem que as doenças mais comuns nas cidades do mundo ocidental (25 doenças), principais causas de morbidade e mortalidade, podem ser evitadas, na imensa maioria dos casos (90%) através da alimentação. São essas as doenças cárdio-circulatórias, os mais freqüentes tipos de câncer, no adulto, alguns tipos de câncer na infância, diabete mellitus II, úlcera gastroduodenal, hérnia de hiato esofagiano no adulto, apendicite aguda, diverticulose do cólon, reto-colite ulcerativa, constipação intestinal, crônica, hemorróidas, fissuras anais, varizes de membros inferiores, tumores benignos do cólon, displasia, entre outras e, nós acrescentamos, as doenças

infecciosas, asma brônquica, impotência sexual de origem circulatória e osteoporose. Burkitt verificou que, nas zonas rurais da África, é muito baixa a incidência dessas doenças, comparada com a elevada incidência nos grandes centros urbanos. Também verificou que, nos grandes centros urbanos, a incidência dessas doenças era muito baixa até o final do século passado, quando a alimentação era similar a dos habitantes das zonas rurais da África, dos dias atuais. Os cereais não eram refinados. Comia-se arroz integral e os alimentos à base de trigo eram feitos com farinha de trigo integral. Ao se refinar o arroz e o trigo, são removidos o farelo e o germe, fonte de fibras, vitaminas, proteínas e sais minerais dos grãos, permanecendo apenas o endosperma, fonte de amido, que é fonte de energia, é carbohidrato, mata a fome, mas faltam os demais nutrientes. As populações dos grandes centros urbanos, então, inclusive o Brasil, para não ficarem desnutridas, aumentaram o consumo de produtos animais, como o leite e seus derivados, carne e ovos, em 50%. Conseqüentemente, o teor de gorduras da alimentação passou de cerca de 15% para 45% das calorias totais ingeridas e o teor das fibras alimentares caiu de 35gr/dia para 15gr/dia, o teor de proteínas, excessivo e o teor de sais minerais, deficiente. Aí reside a causa dessas doenças. O teor excessivo de gorduras, na alimentação, é absorvido. A deficiência de fibras alimentares

colabora para isso, pois uma das funções das fibras é a de regular a absorção das gorduras; absorvendo as gorduras e eliminando-as com as fezes, pois as fibras não são absorvidas. Isso causa, desde a infância, o endurecimento e, progressivamente, sub-oclusões e, finalmente, obstruções arteriais, causando hipertensão arterial, enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral, principais causas de morte no Brasil. As gorduras promovem o aparecimento da maioria dos tipos de câncer, principalmente, mama, cólon e próstata. O tempo de promoção demora 20 anos ou mais. O excesso de gordura diminui a atividade dos glóbulos brancos contra as células cancerosas, fungos, vírus e bactérias. Isso, associado ao uso de açúcares livres, deficiência de vitaminas A e E, e uso de suco de frutas e bebidas alcoólicas em excesso, diminui a imunidade, podendo ocasionar doenças infecciosas. As fibras absorvem líquidos, tornando as fezes mais macias, pastosas e volumosas e são o mais potente estimulante do peristaltismo intestinal, promovem evacuações com facilidade, evitando fezes endurecidas, traumáticas, que causam lacerações, fissuras da mucosa anal e retal. A deficiência de fibras é causa da doença diverticular dos cólons por aumento crônico da pressão intra-lumenar dos cólons; ocorre em 1/3 da população de mais de 50 anos, nas grandes cidades ocidentais. O uso de cereais e farinha de trigo refinada e açúcares livres, com deficiência de fibras

alimentares, que também regula a absorção da glicose, absorvendo-a e eliminando-a com as fezes, ocasiona absorção maciça de excesso de glicose, podendo ocasionar pancreatite na produção de insulina e diabete tipo II (30% dos casos de diabete). A diabete, associada a arteriosclerose, torna deficiente a oxigenação dos nervos erigentes, ocasionando impotência sexual. O uso do leite e derivados, sucos de frutas em clima frio, doces, chocolates, refrigerantes, corantes, desencadeiam crises de asma brônquica. O organismo humano fabrica 100 anticorpos contra 100 antígenos estranhos ao organismo humano, existentes no leite de vaca. A deficiência de fibras retarda o esvaziamento gástrico, ocasionando estase e maior tempo de contato do alimento nocivo, que aumenta a acidez, tais como a carne, café, bebidas alcoólicas, pimenta, ocasionando a úlcera gastroduodenal. Associando-se, também, alimentos defumados ou em conserva de sal ou vinagre, ocasiona-se altas incidências de câncer do estômago. Burkitt recomenda, em suas publicações, o uso de cereais em grãos integrais, farinha de trigo integral, leguminosas, legumes, verduras, frutas inteiras e manda evitar sucos e consumir com moderação carne magra, peixe ou frango em pequena quantidade e evitar, também, o uso de leite e derivados. Para a alimentação mais comum, deve-se substituir o arroz branco pelo arroz integral, o sal de cozinha, pelo sal marinho

e os produtos elaborados com farinha de trigo que o sejam com farinha de trigo, integral. Aumentar o consumo de alimento de origem vegetal, como as leguminosas (Feijão preto ou azuki, ervilha, lentilha, grão de bico), os legumes e verduras, vários tipos de cada uma, nas refeições, frutos inteiros, evitar sucos, nos climas frios e, nos climas quentes, tomar em pequenas proporções, pouco produto animal - peixe ou frango, não diariamente, usar sementes como as de gergelim e soja crua fermentada. A soja crua é a maior fonte inibidora de protease, enzima que impede o aparecimento de tumores malignos induzidos por irradiação. As verduras verdes e amarelas têm substâncias inibidoras do aparecimento do câncer; o trigo integral tem 1 substância inibidora de carcinogênese. Na dieta alimentar, as proporções recomendadas são 50% de cereais integrais (inclusive farelos), mas dando-se preferência aos grãos inteiros, que têm um potencial maior do que as suas farinhas; 10% de leguminosas, 25% legumes e verduras, 5% de sementes, 5% de frutas (dependendo do clima), 0% a 10% de produtos animais (exclusive leites e laticínios), dependendo do clima e das atividades físicas, intelectuais e excesso de trabalho. Os produtos animais, se usados, fazê-lo em pequena quantidade, a cada 3 dias, no verão e, em pequenas quantidades, diariamente, ou não, em 1 refeição, no inverno. Dr. Sidney Federman

(Médico, Cirurgião Pediatra)

1 CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE GEORGE OHSAWA (1893-1993) O

Sakurazawa Nyoiti, mais conhecido como George Ohsawa, introdutor da macrobiótica no mundo ocidental, nasceu em 18-10 de 1883, em Kioto, no Japão. Sobreviveu, com dificuldades, às doenças que o acometeram, quando ainda pequeno. Ainda menino, após sua mãe, que foi enfermeira, falecer por tuberculose, teve que começar a trabalhar duro para sustentar a si e aos seus irmãos, pois seu pai havia abandonado a família, alguns anos antes. A tuberculose, - doença, então, incurável, para a medicina alopática -, não tardou a vitimar as suas duas irmãs e, algum tempo depois, o seu irmão. Sozinho, o jovem Nyoiti continuou trabalhando e estudando, ávido de conhecimentos e desejando ser escritor e poeta. Lia todos os livros que conseguia, por empréstimo, até que, aos 17 anos, sofrendo de úlceras duodenais e de tuberculose, foi desenganado pelos médicos. Foi, então, que tomou conhecimento do método terapêutico macrobiótico, baseado no equilíbrio sódio-potássio, nos alimentos, idealizado pelo médico Dr. Sagen Ishizuka, popularmente conhecido como "Doutor anti-doutor". Estudando e praticando esse método, conseguiu curar-se de todas as suas enfermidades e voltar ao trabalho

e aos estudos, diplomando-se em comércio e língua francesa. Estudou, também, a acupuntura, o judô, os arranjos florais, além de outras artes e técnicas antigas e, principalmente, a Medicina, a Filosofia e as religiões do antigo oriente. Aprofundou-se no estudo da Macrobiótica, descobriu-lhe a base filosófica: O princípio único da ordem do universo. Com a idade de 23 anos, consciente da degeneração da saúde de seus compatriotas pelo abandono da alimentação e das terapias orientais, em favor dos hábitos alimentares consumistas e da medicina mercantilista do ocidente - sua própria família fora vítima dessa mudança -, Ohsawa decidiu dedicar-se à divulgação do sistema que lhe havia devolvido a saúde e a vida. Aperfeiçoando e modernizando a Macrobiótica, terminou por codificar a ciência dietéticaterapêutica-filosófica, que denominou "Macrobiótica Zen" e, terminada a primeira guerra mundial, resolveu difundi-la por todos os continentes. Outra coisa não fez, enquanto viveu. Por onde passou, difundiu a Macrobiótica, fundou centros de estudos, inaugurou refeitórios, proferiu palestras, ministrou cursos e curou milhares de doentes desenganados pela medicina oficial. Escreveu quase trezentos livros e traduziu inúmeros outros. Fez várias profecias, cuja maior parte já se realizou. No afã de aperfeiçoar, cada vez mais, a macrobiótica, fez inúmeras experiências, nas quais, ele mesmo era

a cobaia! Dormia pouco, trabalhava, lia, escrevia e viajava muito. Tudo isso lhe enfraqueceu o organismo, até que, em 24 de abril de 1966, veio a falecer "prematuramente", aos 73 anos, assistido por sua esposa Lima, sua maior colaboradora e a continuadora de sua obra. Ohsawa sempre foi um perfeccionista rigoroso e impunha a si mesmo a rígida disciplina que exigia dos seus seguidores. Entre os seus discípulos mais dedicados e aos quais ele mais estimava, destacam-se WillianDufty - autor dos livros "sois todos sanpaku" e "sugar blues", conhecidos mundialmente, o químico brasileiro Flávio Zanatta - um dos introdutores da Macrobiótica, no Brasil - e Michio Kushi -, atualmente, a maior autoridade mundial em Macrobiótica, princípio único e medicina natural. Dentre os livros que escreveu, sobressaem "Macrobiótica zen - arte da longevidade e do rejuvenescimento", - cuja versão inglesa motivou o gaúcho Mário Allgayer Costa a traduzi-lo e fundar a primeira associação macrobiótica da América do Sul, - "Filosofia da Medicina Oriental" e "o Câncer e a Filosofia do Extremo Oriente". Período decisivo de sua vida viveu Ohsawa, num mosteiro budista do Japão e que marcou, definitivamente, a sua consciente opção pela Macrobiótica, no cemitério daquele mosteiro, verificou, não sem espanto, que os monges, ali enterrados, haviam vivido mais de cem anos e os que haviam morrido mais jovem, o foram por

acidente. Outro fato, igualmente marcante e significativo, foi a circunstância, nada acidental, de o monge prior, isto é, o dirigente máximo daquela instituição, ser, nada mais e nada menos, o cozinheiro-chefe, encarregado de supervisionar a elaboração, dosagem e distribuição das refeições e, conseqüentemente, do regime alimentar vigente naquele mosteiro. A cozinha, ali, era, na realidade, um verdadeiro laboratório de vida e, conseqüentemente, responsável pela saúde e longevidade dos monges budistas. Isso, sem contar, que todos os alimentos, usados no mosteiro, provinham do pomar e da horta do próprio mosteiro. Ohsawa, já com a sua saúde restaurada, como conseqüência da adoção do regime macrobiótico, teve, então, robustecida a sua convicção na eficácia definitiva da Macrobiótica, tanto como dieta alimentar, e como filosofia de vida. Outro episódio, igualmente significativo e comprobante, definitivo, da eficácia da dieta Macrobiótica, ocorreu na Africa, aonde, ante a negativa do Dr. Albert Schwartz, inoculou, em si próprio, o vibrião da cólera e, para espanto geral, após o período normal de 10 dias, o terrível mal não se manifestou e para provar que isso era devido a que o seu organismo estava equilibrado e, por isso imune às doenças, abandonou temporariamente, a dieta macrobiótica e, ato continuo, ele, Ohsawa, contraiu o terrível mal e, somente conseguiu curar-se, com a sua volta ao regime macrobiótico, vencendo muitas dificuldades, pois, não existindo na Africa, os

componentes do regime macrobiótico, tiveram que vir, via aérea, dos Estados Unidos da América. Com essa vitória sobre a terrível cólera, a Macrobiótica mostrou o seu decisivo valor para a saúde humana.

CAPÍTULO I BREVE HISTÓRICO DA MACROBIÓTICA Antes de prosseguir com nosso objetivo, vale registrar aqui um pouco da história dos precursores da Macrobiótica no mundo, até George Ohsawa, que morreu em 1966. Viver sem problemas físicos, psíquicos, mentais ou sexuais significa encontrar a liberação total, o chamado Shangrilá. Eis por que procuraremos deixar, aqui, nossa contribuição de três décadas de experiência para os futuros orientadores. Ekiken Kaibara foi o pai da Macrobiótica. Como em toda a história, achar o princípio é deveras difícil. Assim, ao escolher o ponto de partida, deter-nos-emos no século XVII ao XVIII, onde a atividade desse personagem ficou registrada. Geralmente, considera-se o Dr. G. Ohsawa como o fundador da Macrobiótica, mas o próprio Ohsawa dizia-se apenas o filho da Macrobiótica, citando Sagen Ishizuka (1850-1910), médico japonês, como o fundador da Macrobiótica Moderna, seu inspirador e mestre.

Ishizuka deixou anotações que remontam a eras passadas da civilização da Ásia Oriental, desde o aparecimento dos conceitos do I Ching (Livro das Mutações) e o livro clássico d'A Medicina do Imperador Amarelo, de 4000 anos. Naquela época, muitos filósofos e médicos do Japão e na China ajudaram a disseminar e transmitir o pensamento que culminou na Macrobiótica Moderna de Ishizuka. Damos, porém, primazia histórica a Kaibara, que viveu de 1630 a 1716. Kaibara nasceu justamente quando o Japão começava a isolar-se do Ocidente, na época do advento do Cristianismo no país. O desassossego, no Japão, levou o governo a cortar ligações com as nações ocidentais, e Kaibara abraçou de corpo e alma os ensinamentos japoneses clássicos, tomando-se um dos expoentes da escola neo-confucionista. O Confucionismo era uma filosofia social e política baseada na manutenção da harmonia, em todos os assuntos ligados à humanidade, na subserviência e na responsabilidade, e orientava a uma ética de gratidão. Fora isso, preconizava uma série de preceitos ligados à nação e à família. A essa doutrina, o Neo-confucionismo acrescentou leis, para que cada pessoa agisse de acordo com sua posição e lugar na sociedade, e idéias religiosas taoístas relacionadas às concepções de como o Universo começou e como funciona. O TAO foi tomado como o símbolo da Macrobiótica e é apontado como "o caminho e

seu poder". É representado por duas baleias acasalan-do-se. No capítulo YIN-YANG, os leitores irão compreender, pela descrição das duas forças, por que o TAO tomou-se o símbolo da Macrobiótica. Os históricos de Ekiken Kaibara e de Sagen Ishizuka são por demais apaixonantes e não cabem neste trabalho. As biografias de cada personagem podem ser encontradas em livros chineses, japoneses e em traduções norteamericanas. Do dr. Ishizuka, de interesse a registrar é que ele viu nos trabalhos de Kaibara o lado empírico e, como médico, achou necessária uma complementação com toque científico. De pesquisas e observações, concluiu que o equilíbrio YIN-YANG acomodava-se nas leis das proporções definidas e que o sódio (Na) e o potássio (K), no organismo, obedeciam, dentro do equilíbrio, à proporção de 1 de sódio para 5 miliequivalentes de potássio, e que o soro sangüíneo apresentava a proporção de 7,5 gramas de sal (NaCl) para 1 litro de líquido. (Na descrição dos cereais, veremos que o único alimento conhecido, nessa proporção, é o arroz integral, secundado em várias proporções aproximadas pelos cereais em geral.) Na trilha de Sagen Ishizuka, o próximo e, com certeza, o maior expoente da Macrobiótica Moderna é o Dr. George Ohsawa, nascido no Japão em 18 de outubro de 1893. No mosteiro, sua vida transcorria calmamente: horas de rezas, momentos de concentração e refeições, trabalhando na horta e cuidando das

aves. Com o tempo, observou, radiante, que seus achaques haviam desaparecido e sua fraqueza, bem como a falta de resistência física, haviam se modificado completamente. Orando, estudando e observando o mourejar dos monges, aconselhando-se com os velhos dirigentes, concluiu, depois de algum tempo, que era do chefe da cozinha que emanavam as ordens. A cozinha, observou ele, era o centro da vida do mosteiro, e os alimentos consumidos por ele e outros monges eram os combustíveis para energizar e equilibrar o organismo. Sentiu-se eufórico e, depois de preparado, comunicou a seu superior a vontade de correr o mundo. Tendo saído do mosteiro, não parou mais. Com o cabedal adquirido na reclusão, viveu ainda algum tempo no Japão e, aprimorando-se em sabedoria e compreensão, partiu para Paris. Não conseguindo penetrar nos meios médicos, por onde achava que deveria iniciar sua peregrinação em prol da difusão dos ensinamentos do Princípio Único, inscreveu-se na Sorbonne, setor de Medicina. Logo sentiu que deveria ocidentalizar seu nome e, assim, batizou-se George Ohsawa. George, por ter grande admiração pelo presidente dos Estados Unidos, George Washington, e Ohsawa por gostar da maneira francesa de cumprimentar: "Comment ça va?" - recebia tantos "ossavas" durante o dia, que ajaponesou o termo em ohsawa. Em Paris, Ohsawa era dono de uma cultura trazida do Japão, cultura essa formada no

mosteiro, onde, além de aprender sobre a cura de doenças com base na alimentação equilibrada, desenvolveu-se na aplicação de acupuntura, moshabustão, shiatzu, do-in e números outros procedimentos complementares para eliminação de sintomas. Antes de sair pelo mundo disseminando sua chamada Macrobiótica ("o aumento da vida"), George Ohsawa voltou ao Japão e, ampliando ainda mais seus conhecimentos, fez escola e preparou inúmeros aficiona-dos e divulgadores. Dos numerosos adeptos da Macrobiótica, foram, até hoje, os seguintes os seus seguidores e alunos: Hishibara Shibuya, de Tóquio, Masahiro Oki, Toshi Kawaguchi, Michi Ogawa, Hiroshi Maruyama, Kaoru Yoshimi, Françoise Rivieri, Cécile Levin, Kikus Chis-hima, Moriyasu Uchio, Michio Kushi e Aveline Kushi, Herman Aihara e Cornélio Aihara, Shizuke Yamamoto, William Dufty, Bill Tara, Alex Jack, Mare van Carwenberghe, Edward e Wendy Esko, Murray Snyder, Noboru Muramoto Jacques e Ivette de Langre, Gerome Cartry, Duncan Sim, Shuzi Okada, Hideo Ohmori, Yab Lanslvot, Peter Dogger, Rick Vermunyten, George Van, Ratan Kezyser, Marli Lao Shun, Tomio Kikuchi, Flávio Zanata e outros. Hoje os orientadores devem somar dezenas ou centenas de milhares. Ohsawa esteve no Brasil, Uruguai e Argentina, deixando sementes, que germinaram por todo canto. Por onde passou, fundou associações, restaurantes, refeitórios, lojas de artigos naturais e integrais; incentivou o plantio de arroz (de

preferência, o do gênero cateto ou catetinho), ministrou cursos, proferiu palestras e curou milhares de doentes, ditos incuráveis, desenganados pela medicina alopática. Trabalhador incansável, Ohsawa lia, pesquisava, observava, escrevia, pouco dormia, parecia ter a obsessão de que tudo acabaria cedo e que o fim da jornada aproximava-se. Era preciso fazer render o tempo. Até a sua morte, em 1966, escreveu mais de trezentos trabalhos. No Brasil, Flávio Zanata divulgou a macrobiótica de sul a norte e de leste a oeste. Há mais de 25 anos, foi fundada a primeira Associação Macrobiótica, em Porto Alegre, terra natal de Zanata; mais tarde, surgiu a Associação de Santos, e várias outras começaram a proliferar, por estados, do norte e do sul. O livro Macrobiótica Zen, de G. Ohsawa, foi editado, pela primeira vez, em português, na cidade de Lages, no estado de S. Catarina em 1958, mimeografado por um grupo de padres de uma congregação religiosa. Queremos aqui render homenagem e sincera gratidão ao Mestre G. Ohsawa, estendendo ao seu iluminado seguidor Michio Kushi nossa grande admiração. Reconhecimentos também ao esforço e trabalho produtivo de Flávio Zanata, Mauro Albanez Costa (primeiro presidente da Associação de Porto Alegre), e à dedicação do holandês van Toom Jare, hoje de volta a seu país de origem. Aos leitores interessados no histórico da Macrobiótica, o livro mais completo sobre o

assunto é Macrobiotics - Yesterday and Today, Ronald E. Kotzsh (PhD), 292 páginas, publicado nos Estados Unidos pela editora Japan Publications Inc. (10 East 53rd Street, New York, N.Y.).

CAPÍTULO 2 COMO E POR QUE ME TORNEI ORIENTADOR MACROBIÓTICO "Não falo de vinganças e de perdões; o esquecimento é a única vingança e o Único perdão" (J.L Borges) Estou na medicina há 62 anos e, para iniciar este relato, devo relembrar alguns dos fatos que, há 30 anos, me levaram a Macrobiótica. Houve um período de minha vida em que, além de médico, eu era também doente. Dos males que me afligiam, citarei em primeiro lugar, um pequeno tumor em meu esófago justa-gástrico, que, embora não apresentasse gravidade, causava-me incômodo, pois desencadeava o chamado mal de engasgo. Até que, certa ocasião, chegou ao Brasil, vindo da França, o Prof. Ligury, convidado para proferir conferências sobre sua especialidade -endoscopia. Como não encontrasse casos para ilustrar suas demonstrações, resolvi oferecer-me como cobaia para uma audiência de 60 médicos.

Acompanhando toda a operação pela televisão, vi, maravilhado, com que habilidade, destreza e rapidez o Prof. Ligury retirou o tumor de meu esófago em não mais do que 10 minutos introduzindo pelo aparelho, primeiro, o instrumento cortante, depois outro instrumento que pinçou a parte seccionada e, por fim, um coagulador elétrico que estancou o sangramento. Que técnico maravilhoso! E, no entanto, lembrome que, ao vê-lo, não pude evitar o pensamento de que jamais teria me entregue a suas mãos, caso o tivesse conhecido antes, pois, além de ter um porte insignificante, era cego de um olho. Tempos depois, fui acometido por distúrbios cardíacos, diagnosticados, através de eletrocardiogramas, como angina de peito e pequenos infartos. Apresentava taquicardias paroxísticas, tendo certa feita sido obrigado a guardar o leito por 40 dias. Esses episódios me apavoravam, pois meu pulso chegava a mostrar de 180 a 200 batimentos por minuto, obrigandome a internações hospitalares. Uma noite, chamaram para examinar-me o Dr. José Feher, um luminar da cardiologia do Brasil, que, impressionado com o pulso de 220 batimentos por minuto, tirou um eletrocardiograma, para exemplificar em suas aulas. Não compreendia como era possível que esse estado não desencadeasse uma fibrilação auricular como o prenúncio do estado final. Diagnosticou então uma esclerose do feixe de Hiss, sistema de condução intracardíaco que controla os

batimentos do coração. Tratamento intensivo e repouso absoluto. Fé em Deus e paciência. Devido a esse estado, saí à procura de outros colegas igualmente destacados, e, de experiência em experiência, acabei por perder a audição do ouvido direito (creio que pela quantidade de cloranfenicol) e adquiri uma polineurite medicamentosa com dores lancinantes, que não cediam, mesmo com altas doses dos mais poderosos analgésicos. Certa vez, quiseram puncionar-me a cisterna magna (intracraniana) para fazer o exame do líquido cefalorraquidiano. Recusei, ao saber que se tratava de um procedimento de rotina. Incontinente, veio a mim o professor, chefe do serviço, dizendo-me, com arrogância, ser aquela a rotina do serviço e que, ali, eu não era médico, mas um doente qualquer. Diante de minha insistente recusa, virou as costas e deu-me alta. O que passei, nem quero lembrar. Como disse, consultei-me com várias sumidades nacionais e também com algumas no estrangeiro. Minha última tentativa foi no hospital Hadassa, em Jerusalém (Israel), onde fui atendido por um especialista russo, muito reputado internacionalmente. Após uma consulta de 15 minutos, o Prof. Yamileviah aconselhou-me: "Volte para casa, entregue seu corpo a Deus e sua alma ao diabo, pois o senhor não tem três meses de vida". Cheguei a São Paulo, já conformado, pois tinha plena consciência do meu estado.

Veio, então, visitar-me, meu irmão Newton, que, sabendo da minha condição, pediu-me que fizesse Macrobiótica. Eu não estava interessado. Mandou-me livros, joguei-os no lixo, pois não acreditava no que estava escrito. Insistiu tanto, que achei que devia satisfazê-lo. "Ficarei com você 10 dias, depois irei embora", disse ele, pois reside em Cachoeira do Itapemirim, Espírito Santo. Com surpresa, no oitavo dia, depois de passar pela sensação de morrer, com dores de gritar dia e noite, vomitando, senti o que há muito não sentia: tudo estava azul, róseo, o mal-estar e as dores haviam desaparecido, como por encanto. As taquicardias tornaram-se espaçadas e o pulso não passava de 140 batimentos. Aqui começa minha odisséia macrobiótica. Sem meu irmão, procurei na rua Visconde Duprat, uma mercearia de produtos macrobióticos, onde busquei informações acerca de um orientador. Não sabiam, mas falaram-me de um japonês que fazia compras ali e falava de macrobiótica. Soube que comia num certo restaurante, e lá obtive com a dona todas as informações. Deixei meu cartão na mercearia e no restaurante e esperei; não.tive comunicação, mas com paciência acabei por encontrá-lo. Soube que havia recebido os cartões, e de maneira nada cortês despachoume. Foi, então, procurado por minha família e amigos, pois eu realmente precisava dele. Negativo. Nesse ínterim, minha irmã Suzana, residente no Rio de Janeiro e também macrobiótica,

inteirando-se do que se passava, enviou a São Paulo o químico Dr. Flávio Zanata, que, também, fora discípulo do Dr. George Ohsawa. Recebi com alegria o Dr. Zanata, que me encantou desde o primeiro momento. Passou alguns dias como meu hóspede, abrindo o caminho para meu preparo físico-intelectual e culinário. Leu, escreveu, falou e cozinhou. Num determinado momento de nosso convívio, conteilhe que fora refugado pelo tal orientador e, num arroubo de raiva, pedi-lhe que me preparasse para dar a ele uma exemplar lição. Pois se eu era capaz de abrir uma barriga ou um crânio para extirpar um tumor, não seria assim tão difícil aprender a filosofia do Princípio Único. O Dr. Zanata tem todo meu respeito e gratidão, pois abriu-me as portas do saber.

CAPÍTULO 3 REMINISCÊNCIAS Pesquisando nos arquivos, ao selecionarmos tópicos sobre nossas experiências e estatísticas, deparamos com algo que achamos de bom alvitre constar do trabalho, que nos propusemos deixar para a posteridade, no livro Macrobiótica Zen para o Brasil. O que transcrevemos cremos ter certo valor pregresso nos choques psíquicos, observados durante os primeiros tempos, no conceito de uma nova vida, orientada pelos ensinamentos do Mestre George Ohsawa, induzido a fazê-lo pelo

Dr. Flávio Zanatta, um dos seus diletos discípulos em 1967. Cremos ser um dos poucos médicos, ou o único no Brasil, a ter-se dedicado, de corpo e alma, diuturnamente, a fazê-lo. Dois anos depois de uma completa mudança de vida cotidiana e profissional, numa noite de insónia, traumatizado pela complexa filosofia oriental do YIN-YANG, empírica, tendo, o consciente e inconsciente ainda condicionado, durante 50 anos, em "sólidas" bases científicas e dentro da tradicional Medicina Ocidental, sentimos que a Macrobiótica ia, aos poucos, levando-nos a uma profunda castração intelectual. Naquela época, recusamos, a uma jornalista do "Estado de São Paulo", uma reportagem (com nossos parcos conselhos, havia conseguido curar-se de grave doença, dita incurável). A negativa prendia-se a falta de profundidade na matéria. O nosso pavor em cair num ridículo, aos olhos dos colegas de profissão, por nos sentirmos despreparados para uma polêmica, por falta de uma consciente argumentação. O que transcrevemos, de uma noite de intranqüilidade, mostra o estado mental em que nos encontrávamos. Guardamos no arquivo original e transcreveremos sobre a noite de agonia e intranqüilidade. Em tempo, a reportagem no "Estado de São Paulo", foi concedida sob o título de "Um médico faz experiências" com duas ressalvas, o nosso nome não seria dado e a jornalista não assinaria a sua matéria.

Antes transmitíamos, para os ouvintes, os conceitos dos orientadores, sentindo a necessidade de conceitos próprios, que teriam que se basear em experiências e observações. Do que nos foi ensinados nos bancos das escolas, deixam-nos abismados diante da diversidade de práticas e teorias impostas por outros mestres que seguimos como oráculos. São concepções que nos assustam, pois os choques produzidos de tal ordem, por não possuirmos a nossa própria dialética para transmitir com certa profundidade o sentimento de que nos achamos possuídos e não encontrarmos os argumentos necessários, ainda, para podermos de sã consciência, explicar com alguma profundidade, as verdades nos fatos observados. Só a pesquisa e a observação poderão dar-nos os elementos de que nós ansiamos. Vemos, ao longe, a luz de que necessitamos, o caminho parece-nos longo e por demais tortuoso. Temos que alcançá-lo, pois, embora distante, temos a impressão de que estará ao alcance da mão. Com a experiência colhida em cada grupo, fazendo a concatenação do estudo de cada grupo ou raios e então compreender porque a luz é emitida por tantos raios. Mas, se a verdade encontra-se no centro então, a fórmula do sucesso só lá poderá ser encontrada. Para poder ter, em mãos, os elementos para a argumentação irretorquível, essa argumentação não admitirá o sofisma de leve dúvida.

Diante da complexidade do exposto, compreenderão a angústia de que estamos possuídos, vendo o tempo escoar inexoravelmente, sabendo-o curto e enorme as dificuldades. Não procuramos angariar seguidores, apenas lembrar aos que procuram novos caminhos ou aos cegos que procuram a luz, que não é simples, que não é só o querer e começar que irá resolver o que parecer ser um problema simples. Haverá uma infinidade de barreiras e tropeços a transpor. Há uma cultura oriental milenar completamente desconhecida e complexa a absorver e com muita dificuldade compreendê-la. Há ensinamentos à primeira vista desordenados, o que é descrito em um momento, logo a seguir torna-se controverso. Há o atavismo, a hereditariedade e os conceitos de há muito implantados. Para vencer as controversas constantes, o raciocínio e a mente terão que sofrer dentro do que chama de transformações e de transmutações. Para entender é preciso usar a palavra COMPREENDER! Por isso, repetimos, não procuramos adeptos, mas despertar em cada possível seguidor, os porquês que tudo vai de mal a pior, sentindo, como nesse momento, que só haverá possibilidade para alcançar o quase inacessível saber, conseguindo o difícil equilíbrio tão exigido, impondo uma técnica e uma vontade quase estóica. Sentimos que cada um deve procurar o seu próprio caminho, cada um preparar sua auto-

defesa dentro dessa humanidade desvairada, altamente sofredora, desarmada, altamente atemorizada, procurando um ponto de apoio para alcançar uma tranqüilidade interior. Será a macrobiótica, com todas as dificuldades expostas, a luz que se procura no fim do caminho? Haverá outro? Se é caminho, valerá o sacrifício sabendo, de antemão, que nada se consegue sem um mínimo ou máximo de sacrifício. Sofrer e ter esperança de dias melhores. O Zen deverá orientar para conseguirmos, pela simplicidade de tudo, em particular, dos alimentos naturais, a desintoxicação do organismo, manter alerta os sentidos e o intelecto lúcido, chegando ao ponto de perceber que não estará perdido numa praça, procurando um caminho seguro. O ser humano está sempre perdido nessa praça, cheia de avenidas que nela desembocam, e por mais que escolha, uma das avenidas, mesmo chegando ao seu fim, sempre voltará à praça perambulando até o fim de sua vida. Pela compreensão, do Princípio Único as avenidas e as praças desaparecerão. Com o organismo equilibrado, desaparecerão os problemas, angústias, os medos atávicos, a insatisfação, os baixos intentos e ambições desmedidas, o ódio, a intranqüilidade, enfim, tudo que assoberba a humanidade, levando ao caos; a arrogância, neurose, a enfermidade e a morte prematura ou de doenças ditas incuráveis como o câncer, lúpus, doenças do colágeno,

todas altamente dolorosas e algumas altamente repugnantes. Estamos há 30 meses de sacrifício inicial, de sofrimentos de 12 anos e de meses de felicidade interior. Não poderemos, nessa madrugada, insone, deixar de registrar o que nos vai n'aima. Já perdi muitos pensamentos e idéias por não havermos registrados, como o que fazemos hoje, deixando, sempre, para escrever pela manhã ao acordar e que, pela manhã, os pensamentos foram esquecidos, tomando o lugar os problemas a serem resolvidos. Assim, mesmo outras idéias a serem consignadas pela manhã foram esquecidas. Agora, poderemos dormir. São Paulo - 5 horas da manhã de 5 de julho de 1970.

CAPÍTULO 4 PARA OS QUE HABITAM E MOUREJAM NO BRASIL Do que será descrito neste livro, somente poderá ser consignado como material original, os capítulos que têm por finalidade dar à macrobiótica, que é empírica, uma forma científica. O objetivo é proporcionar aos futuros orientadores, bases mais seguras para afirmarem sobre se as curas irão processar-se a curto,

médio ou longo prazo, ou se o estado de desintegração orgânica do paciente chegou ao ponto de já não haver um mínimo de esperança. (Em todo o caso, porém, deve-se sempre tentar, pois houve casos de pessoas que, por um rasgo de piedade, não foram abandonadas à própria sorte e, conquanto parecesse impossível, conseguiram restabelecer-se.) No capítulo que mostra os Gráficos, irão os orientadores observar se a cura ocorrerá a curto, médio ou longo prazo pelas reações registradas em 30 dias. (Vide Capítulo Diagnósticos). Durante os três primeiros anos, os seguidores da Macrobiótica deverão estar aos cuidados do orientador, sempre compulsando os livros e observando os equilíbrios e desequilíbrios a cada mudança atmosférica, pesquisando a procedência e composição dos produtos a serem consumidos, compreendendo o máximo possível a Natureza, enfim, tudo que nos cerca. Após esse período, dentro do prazo da cura, o macrobiótico receberá sua alforria, isto é, libertar-se-á do orientador, que deverá ser olhado como um conselheiro. É por demais sabido que o Brasil, pela sua extensão territorial, num mesmo dia, apresenta diversidades climáticas as mais variadas. Nos estados do Norte, como Amazonas, Acre e Pará, o clima apresenta-se tórrido, com chuvas diárias ao cair da tarde, enquanto que no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina ocorrem garoas e, em diversas localidades, até neves e

geadas. Em São Paulo, num mesmo dia, podemos observar as quatro estações. Chamamos a atenção para certas modificações, há muito observadas, com relação ao Equador, que é a linha que separa o hemisfério norte do hemisfério sul. Procuraremos dar alguns exemplos para conscientizar os indivíduos sobre as diferenças existentes no globo terrestre. Anos atrás, um parente, viajando pela Europa, ao passar pela Alemanha, adquiriu um piano da famosa fábrica Grotrian-Steinweg-Nache em Braunschweig. Para sua surpresa, ao informar ao vendedor que o instrumento deveria ser enviado para São Paulo, Brasil, teve como resposta que a firma só poderia despachá-lo num prazo de seis a dez meses. "Por quê?", perguntou ele. "se estou pagando a vista, em moeda alemã?" A resposta não se fez demorar: era preciso preparar um cepo para o clima tropical. Todos os pianos vendidos para o Brasil haviam voltado à fábrica com os cepos bichados. (Para os que ignoram o que é o cepo, trata-se do pedaço de madeira onde são encravados os pinos metálicos que prendem as cordas do piano.) Informou ainda que os técnicos da fábrica concluíram, depois de muitas experiências, estudos e observações, que tudo que atravessava o Equador sofria mutações e vibrações telúricas contrárias. Por isso, para o Brasil, eles mandavam pianos com cepos de madeira especialmente preparados para não carunchar. Outro exemplo, de nossa observação recente, foi o caso de uma paciente, a Sra. M., portadora, há

muitos anos, de osteoartrite deformante, paralítica, em cadeira de rodas, impossibilitada de se mexer pelas dores lancinantes que qualquer movimento provocava e que, após seis meses de macrobiótica, estava com suas funções normais, andando e feliz da vida. A alegria de M, no entanto, durou pouco, ao receber de uma parente, que esteve no Japão, um "remédio milagroso", que estava "curando" os pacientes que sofriam da mesma enfermidade. Foi um desastre. Em poucos dias, M. ficou em anasarca (toda inchada), o rosto irreconhecível, de tão inchado, os membros e o ventre intumescidos, dores agudas até que, por fim, não podendo sentar na cadeira de rodas, ficou imobilizada na cama. Esse "remédio milagroso", talvez fosse bom no Japão, mas ao atravessar o Equador sua ação tornou-se antagônica - razão por que é preciso ter cuidado com os remédios que passam de um hemisfério para outro. Dr. G. Ohsawa, num tópico de seus escritos, enunciou: "Não se alimentar de produtos colhidos a mais de 50 quilômetros de raio", quer dizer, dentro de um círculo de 100 quilômetros de diâmetro. A primeira vista, parece bairrismo, nacionalismo e outros "ismos", mas a verdade disso encontrase na inversão das vibrações, nas forças centrípetas e centrífugas que se instalam. Difícil explicar? Não. A paciente L.K.H., classificada pelas inúmeras reações negativas, conforme seu gráfico,

necessitava urgentemente equilibrar sua vida metabólica, ingerindo alimentos positivos, pois as reações YIN tinham grande predomínio em seu organismo. A técnica filosófica exigia grande variedade de produtos YANG. Não confiando nos produtos à venda nas feiraslivres, por serem colhidos em terrenos preparados e tratados com agrotóxicos e químicos, resolvemos trazer de Ilha Bela, distrito de São Sebastião, as verduras catalogadas de YANG, plantadas, cuidadas e colhidas por nós. Consciente de estar alimentando a paciente com produtos YANG, pois não restava a menor dúvida quanto ao plantio, cuidados e procedência, foi com surpresa que constatei que, em vez de se Yanguisar, a paciente continuava YIN. Decepcionado comigo e com os ensinamentos de G. Ohsawa, lembrei então a recomendação dos 50 quilômetros. Conclusão: os produtos eram plantados com os cuidados prescritos, num terreno a 200 metros da beira do mar, numa altitude zero ao nível do mar; contudo, ao serem transportados para São Paulo, viajavam uma distância de 220 quilômetros e subiam a uma altitude de quase 800 metros acima do mar. Ohsawa não explicou, mas tinha toda a razão. O leitor poderá perceber quando custou-me compreender uma simples frase do Dr. G. Ohsawa? Ele ensina e alerta, em seus escritos, sobre os cuidados a se ter, mas não fornece as explicações que nós, brasileiros necessitamos. Todos acreditamos piamente no que ele nos

legou, mas precisamos saber por que; ver e sentir para crer. Assim, li, pesquisei, experimentei e compreendi; sofri bastante e aprendi à minha própria custa. Convicto afirmo: a Macrobiótica não é fácil, mas é maravilhosa e valeu a pena todo o passado.

CAPÍTULO 5 COLÓQUIO DA DOR E ALGO MAIS PALAVRA: "Lute para preservar sua saúde; e você será melhor sucedido nisso, na proporção em que ficar longe dos médicos." (Leonardo da Vinci - 1452-1519). FRASE: Mastering me God, giver of breath and Bread - "Guie-me Deus, que nos dá o pão e o ar que respiramos" (Gerard Manleey Hopkins). PENSAMENTOS: "A vida está cercada de solidão, e se não fosse esta solidão, tu não serias tu, e eu não seria eu", (colhido por Assis L. Condim, de autor anônimo) "Bem-aventurados os misericordiosos, porque sua felicidade está no exercício da misericórdia e não na esperança de um prêmio." (J.L.Borges) REFLEXÕES: Quando as palavras cessarem de corresponder aos fatos, é ocasião de rompermos com as palavras e retomarmos aos fatos. A lógica do ZEN: ser é não ser. (Satisfação das nossas aspirações).

As palavras não devem ter domínio sobre nós. Adquirir a liberdade intelectual. As árvores de ferro estão em plena floração. No meio de uma chuva copiosa, não estou molhado. Palavras são palavras e nada mais, e os fatos são os fatos! ZEN é como um espelho, reflete o que dele se acerca! O ponto de vista ZEN é, sempre, original e estimulante! ZEN nos liberta dos condicionamentos! Libertar a mente é ZEN!

COLÓQUIO DA DOR C.J. Buell I. Sou a dor - a maioria das pessoas me odeia, Julgam-me cruel, acham-me sem coração, Procuram maneiras de me subornar e de me enganar. Entorpecem-me com anestésicos Enchem-se com panaceias patenteadas, Chamam o médico com seus venenos, Procuram pelo curandeiro da Ciência Cristã. Batem os tambores dos selvagens,

Erigem altares, queimam incenso, Procuram satisfazer a ira dos demônios, Oram para os santos, deuses e anjos. Não para curar os males de que sofrem, Não para se limparem e purificarem. Mas somente para matar o guia que os previne. II. Eu sou a dor, mas quando vocês conhecerem, E conhecerem meu segredo, Que venho para ajudá-los e abençoá-los, Previní-los, guiá-los, ensiná-los e dirigi-los.

me

Quando conhecerem minha natureza amorosa, Como a princípio eu os faço sentir uma dorzinha, Ligeira dor como um aviso. Esperando, assim, que por um lembrete bondoso, Vocês ouçam minha voz e me atendam. Tenho certeza que, quando me conhecerem, Vocês me aceitarão alegremente, Chamar-me-ão de amiga e me darão as boasvindas. Chamar-me-ão de amiga e solicitarão minha mensagem. III. Eis a mensagem que eu gostaria de trazer-lhes, Eis a razão de minhas visitas, Eis o aviso que eu gostaria de dar-lhes,

Eis o segredo que eu gostaria de ensinar-lhes. Quando vocês aprenderem a viver com a natureza, Em sua grande e infinita misericórdia, Em sua meiga e carinhosa bondade, E pretende que os homens vivam e trabalhem. Quando vocês aprenderem a evitar os caminhos secundários Que levam a hábitos errôneos, Quando vocês aprenderem a conservar seu corpo Forte e limpo e puro e ativo, A dar-lhe trabalho na proporção correta A dar-lhe ar, alimento e água Capazes de desenvolver cada membro, Capazes de nutrir todas as funções. Quando vocês ensinarem sua mente e espírito A abrigar puros e nobres pensamentos, A expulsar temor, ódio e maldade, A apreciar o amor e causas bondosas. Quando vocês aprenderem essas coisas que lhes ensinei, Quando vocês as conhecerem, quando vocês as praticarem, Então, eu partirei e os deixarei, Então, a dor não será mais necessária. IV.

Esta então é a verdade que lhes trago, Que eu os aflijo somente para previní-los, Não para fazer-lhes mal, mas para curá-los, Que venho para guiá-los e ensiná-los. Sou o anjo mais abençoado de Deus, Enviado para mostrar o caminho da virtude, Enviado para ensinar o mais nobre valor, Enviado para encher a mente com sabedoria, Enviado para estimular a alma à ação. V. Amem-me, confiem em mim, Aceitem minha mensagem, E eu lhes trarei paz e os abençoarei. Tradução: Paulina Rabinovich

DECÁLOGO GONDIM-ENSE (Francisco de Assis Leite Gondim) Amar a VIDA e o BEM sobre todas as coisas. Cultivar o AMOR, como o mais belo, poderoso e profundo dos sentimentos humanos e que todos e cada um amem e sejam amados. 3. Respeitar, preservar e defender o meio ambiente, não poluindo e nem devastando a nossa mãe NATUREZA. 4. Acreditar e lutar por um mundo melhor e uma sociedade solidária e justa, baseada na LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. 1. 2.

Buscar, incessantemente, a PAZ e a compreensão entre os povos, cultivando a chama imperecível da ESPERANÇA num futuro melhor para todos, com base no AMOR, na GENEROSIDADE e no PERDÃO. 6. Educar as crianças com paciência, carinho e tolerância, no espírito da fraternidade e solidariedade humanas. 7. Cultivar a HUMILDADE, BOA VONTADE, a COMPREENSÃO e bom relacionamento entre as pessoas. 8. Respeitar a cultura, crenças e tradições de cada agrupamento humano, combatendo o fanatismo e a intolerância. 9. LUTAR, incessantemente, para que os frutos do progresso e da cultura se transformem em bem estar, distribuídos, fraternalmente, entre todos os seres humanos, como filhos de nossa mãe comum a TERRA. 10. Alimentar os ideais, os sonhos, as ilusões e o otimismo, que acalantam e alegram os nossos corações. 5.

6 DIFICULDADE DOS INICIANTES CAPÍTULO

Vamos enumerar, aqui, as principais dificuldades com que os iniciantes, geralmente, se defrontam, ao escolher o modo de vida macrobiótico. Lembramos, contudo, que nada se consegue sem um pouco de sacrifício, e aconselhamos aos interessados, que não se deixem vencer pelo

sentimento de que é mais fácil abandonar seus esforços do que enfrentar os obstáculos. Quanto aos possíveis detratores, melhor ignorá-los. 1) A pressão em contrário, por parte dos familiares, decorre do desconhecimento dos benefícios advindos do tratamento macrobiótico. 2) As reações, às vezes forte, que ocorrem no início do tratamento macrobiótico, podem levar a falsas interpretações, por parte do leigo. 3) Sendo a Macrobiótica um sistema de vida, não basta comer seus alimentos; é preciso aprimorar-se na culinária e manter uma leitura constante dos livros indicados pelo orientador. E, pois, para indivíduos que estudam e observam. 4) É preciso compreender a base e a filosofia que regem o sistema macrobiótico, as leis do Princípio Único YIN-YANG e, se possível, apreender o significado profundo do Zen. 5) Pesquisar sobre os alimentos e procurá-los isentos de agrotóxicos químicos e inseticidas. 6) Observar os princípios da culinária, procurando os orientadores culinários, que lecionem a parte teórica e prática - o que não é difícil - ou macrobióticos com algum tempo de vivência. 7) Procurar nas bibliografias, os livros e trabalhos que irão orientá-los, empenhando-se na leitura dos mesmos. 8) Lembrar, sempre, que todos os problemas serão resolvidos, pois os que ficaram para trás foram, de alguma forma, superados; é só ter calma e paciência.

Lembrar sempre que não há doenças e sim doentes, e que isso se prende a um único deslize orgânico - o desequilíbrio. 10) Não existem doentes incuráveis (só os que já entraram em desintegração orgânica); uma vez equilibrado o organismo, todos os sintomas (efeitos) desaparecerão. A medicina tira os efeitos (sintomas) ao passo que a Macrobiótica anula a causa. 9)

Enumeramos, acima, as principais dificuldades que envolvem o iniciante e que, muitas vezes, levam-no a abandonar o único caminho que o livrará do impasse a que o conduziu a doença. Outras dificuldades poderão surgir, ligadas ao lar. A esposa ajudará, se casado, e, se solteiro, quem irá preparar o alimento? Em muitos casos, o solteiro não terá outra opção, tendo que preparar suas refeições ou procurar um restaurante macrobiótico, ou o orientador porá à disposição dele pessoa preparada para esse fim, que poderá ensiná-lo. No caso de casado, se a esposa não se interessar, será difícil alcançar o resultado desejado, pois é ela, no julgamento oriental, quem dirige o "laboratório da vida", a cozinha, e espera-se que ela comungue com os anseios do marido. Sendo o paciente uma mulher, esse impedimento não existe, pois ela preparará seu alimento, mesmo havendo críticas e menosprezo por parte do marido. Mesmo assim, a falta de cooperação do companheiro, que, por qualquer divergência,

ironiza algum fato, poderá tolher a mulher em sua liberdade de ação, levando-a a desenvolver um traço de insatisfação e a viver amargurada. O marido, nos fins de semana, quer freqüentar restaurantes sofisticados e revolta-se contra a esposa. Com o passar dos tempos, a parte psíquica da mulher vai se alterando, até que ela, finalmente, toma ojeriza pelos alimentos e se afasta emocionalmente das pessoas que a cercam. Nesses casos, o orientador, inteligentemente, contornará a situação, mostrando que a Macrobiótica não proíbe nada, apenas ensina o que de menos mal poderá ser usado. De qualquer forma, a cura dependerá de uma série de fatores ligados ao paciente: (a) aceitação incondicional (inclusive pela família, que deve, pelo menos, não atrapalhar com críticas destrutivas); (b) disciplina inicial (durante os quatro primeiros meses, contando com os dez dias de arroz no princípio); (c) leitura dos livros básicos orientadores: Macrobiótica Zen, de G. Ohsawa; Guia de Alimentação Macrobiótica, de Use Clausnitzer; Sois Todos Sampaku, de William Dufty; Macrobiótica, de Michio Kushi etc.

CAPÍTULO 7 NOÇÕES BÁSICAS PARA OS QUE SE PROPÕEM INGRESSAR NA MACROBIÓTICA

É de importância capital, em primeiro lugar, saber dos benefícios resultantes da adoção do sistema de alimentação macrobiótico - que implica, concomitantemente, na mudança para um novo sistema de vida. O primeiro ponto básico é a conscientização, ter em mente, de uma vez para sempre, que todo e qualquer sacrifício na alimentação e na maneira de viver será compensado por uma vida sem doenças, tranqüila e feliz - o que os orientais chamam de SATORI. Nesse estágio, após um período compulsando livros, assistindo palestras e discutindo com orientadores, a pessoa estará apta a receber as bases para um bom desempenho da técnica e para uma ótima compreensão da filosofia que rege o Princípio Único. Faremos aqui uma pausa, para registrar uma passagem digna de ser lembrada. A senhora Ana G. apresentou-se numa das preleções que, há 28 anos, ministramos toda primeira quinta-feira de cada mês. Retomou, depois, várias outras vezes, sempre chegando cedo e ocupando um lugar próximo ao orientador. Após alguns meses, já era uma ouvinte assídua, e quando interpelada sobre quando iria consultar-se, nada respondia, limitando-se a sorrir com simpatia. O tempo foi passando e D. Ana continuava ocupando seu lugar, que se tornou cativo. Com surpresa, cinco anos depois de assistir regularmente aos ensinamentos, resolveu pedir uma consulta! Por que depois de tanto tempo?

"É que minha doença", explicou ela, "não tem cura; estou doente há mais ou menos 40 anos. Já estive internada em quase todos os bons hospitais de São Paulo e sempre acabo ouvindo dos médicos o conselho de que devo acostumarme com a doença, a deformação e as dores que ela causa." [A enfermidade de D. Ana era um tipo de lúpus insidioso.] Nesses cinco anos acompanhei aqui três casos de lúpus, e só depois de vê-los curados é que me resolvi fazer Macrobiótica." Por incrível que pareça, D. Ana, embora já no nono ano de Macrobiótica e hoje com mais de 70 anos de idade, continua a comparecer assiduamente, a todas as preleções mensais, convencendo os iniciantes a preservar para alcançar o que ela chama de "alegria de viver". A fase da conscientização envolve, principalmente, a atenção a três fatores insubstituíveis, que constituem a base da Macrobiótica; são eles o arroz integral, a mastigação e a saliva. De início, conscientizar-se de que o arroz é o alimento mais importante para o macrobiótico; porém, mais importante que a mastigação é a saliva. Sem saliva, não haverá Macrobiótica. Esse aforismo é verdadeiro! Na medicina, encontramos doenças incuráveis, que apresentam, como sintoma para diagnóstico, a falta de saliva. É o caso, por exemplo, da síndrome de Jöhingreen, que além da falta de saliva, caracteriza-se também pela ausência de

lágrimas, e de alguns casos de mal de Hansen (lepra). Poderíamos citar, pelo menos, três casos desse tipo que foram curados pela Macrobiótica, mas um deles merece menção especial. Marinela, professora, procurou-nos, por saber-se condenada. Quatro meses depois, voltou ao consultório, radiante, dizendo-se curada. Contounos então que sofria de síndrome de Jöhingreen, uma doença rara e que não tem cura; identificase pela falta de lágrimas, de saliva e depois de bile e secreção vaginal (todas as glândulas de secreção externa deixam de funcionar e o paciente falece). Como o caso dela, só eram conhecidos outros dois, ambos já falecidos. Como desconhecêssemos tal enfermidade, procuramos o oculista que havia diagnosticado o mal e, por ele, recebemos bibliografia sobre o assunto. Um outro caso, este de hanseníase, também é digno de registro. Alberto S., internado em hospital para leprosos, procurou-nos e iniciou-se na Macrobiótica - o primeiro caso sem saliva que nos apareceu. Trouxe-nos, a seguir, esposa e cunhado, internados com ele no Sanatório Santo Ângelo, onde perfaziam 18 leprosos. Todos, em nove ou dez meses, haviam recebido alta do hospital, curados; só ele não obtivera cura, e constatei que não tinha saliva. Aconselhei-o a perseverar no tratamento, pois G. Ohsawa, em um de seus trabalhos, afirmava que casos desse tipo seriam resolvidos em três anos -

que era o período necessário para instalar-se a cura biológica". O paciente persistiu e, passado esse tempo, voltou ao consultório dizendo-se curado. Em sua prescrição, aconselhei-o, de acordo com o trabalho de G. Ohsawa, a mastigar arroz cru ou tostado umas 200 a 250 vezes, pela manhã e à tarde e comer de 2 a 3 ameixas de umeboshi, diariamente. Feliz da vida, Alberto agradece sensibilizado, dizendo, jocosamente: "Custou-me três dentaduras a linha de conduta imposta".

O ARROZ Planta da família das gramíneas, o arroz (cujo nome científico é Oryza sativa) apresenta-se em três famílias ou subespécies - indica, jônica e javânica -, com inúmeros gêneros e subdivisões. Data de cerca de 7.000 anos e, segundo o Conselho Internacional de Vegetais, totaliza 74.000 variedades, entre o arroz cultivado e o chamado arroz selvagem. O porte da planta, na época da colheita, varia de 0,80m a 1 metro de altura, mas em certa localidade, na confluência dos rios Ganges e Brah-maputra, na índia, chega a atingir até 6m de altura, pela elevação das águas (Bangladesh). A planta cresce com a mesma rapidez com que sobem as águas. Antigamente, o consumo de arroz, nos países europeus, era muito pequeno, enquanto, no

Oriente, constituía o alimento de base. Na China, era reverenciado como o "Deus Arroz", e nos países asiáticos, as lendas e os mitos sobre o arroz ainda são lembrados. No Brasil, na zona cafeeira, era semeado e colhido ao longo do espaço entre as fileiras dos cafezais. Hoje, graças ao preparo das sementes -estudadas cientificamente em 1978 pelo Conselho Internacional de Preservação dos Recursos Genéticos Vegetais -, encontramos registros de plantações em qualquer terreno, qualquer latitude ou longitude, à beira-mar, nas montanhas, nas planícies e em terrenos secos. No início, depois da colheita, o arroz, para consumo, era debulhado a fim de se retirar-lhe a casca (palha), e depois secado e pilado, constituindo assim o verdadeiro arroz integral. Com o passar dos anos, tendo o consumo aumentado consideravelmente, o processo do pilão tornou-se obsoleto. Foram concebidos diversos outros procedimentos para passar-se da manipulação à industrialização, chegando-se finalmente às máquinas beneficiadoras, já usadas para o café e milho. Com isso, resolveu-se o problema da retirada da palha, mas surgiram então outros graves inconvenientes. A máquina beneficiadora, ao retirar a palha, feria o grão em diversos setores e, como o tempo de estocagem, esse ferimento na película trazia a umidade para o arroz, que mofava. As máquinas beneficiadoras foram recondicionadas e o grão apresentava-se agora

desprovido de película, branco para a alegria dos estoquistas, mas a umidade não perdoava. Resolveram então envolver o grão em uma substância isolante do meio exterior e, de experimento em experimento, chegaram à parafina. Solucionado mais esse problema, outro se colocou: o consumidor passou a refugar o produto por apresentar um aspecto desagradável à vista. Mas, como para tudo se dá jeito, descobriu-se que, esfregando talco nos grãos, estes ganhavam brilho. E esse, portanto, o produto que se encontra no mercado, para consumo: belos grãos brilhantes de arroz, sem vida, coberto de parafina. Os vendedores afirmam que o talco e a parafina seriam eliminados pela fervura, mas, na verdade, se levarmos os grãos assim preparados ao microscópio, constataremos a presença de ambos. Os preparadores, nas máquinas beneficiadoras, ao tirarem a película que é destinada à alimentação de porcos, ignoram que todo o valor do arroz encontra-se nesse farelo, o qual é riquíssimo em vitaminas do complexo B, além de conter alguns minerais e um pouco de proteína. O arroz branco só serve, em realidade, para "encher barriga", pois em sua composição só se encontra amido. Na Macrobiótica, o arroz integral é olhado como o "Deus arroz" - tal como o reverenciavam os antigos chineses. Possui, pela natureza, todos os elementos necessários à vida e que são

metabolizados quando ingeridos, enquanto os produtos químicos utilizados no arroz branco são eliminados, alguns tornando-se prejudiciais pelas transmutações biológicas. A maior importância do arroz reside na proporção de sódio (Na) e potássio (K) que contém (1 de sódio para 5 miliequivalentes de potássio), sendo o único produto comestível, na face do planeta, a apresentar essa relação, encontrada normalmente no organismo humano.

A MASTIGAÇÃO O aforismo "Mastigai os líquidos e bebei os sólidos" (Buda e Gandhi) deve ser compreendido aqui em toda sua importancia. O número de movimentos mandibulares varia de acordo com a consistência do alimento a ser digerido e também segundo a enfermidade instalada, partindo de um mínimo de 50 até 80, 100 ou mais (mesmo que já liquefeito o alimento). Nas doenças de etiologia desconhecida ou do colágeno (artrite, reumatismo, lupus, gota etc.), a mastigação em vários casos ultrapassa o número de 120. O organismo de um macrobiótico possui um toque de alarme quando se come rapidamente ou se mastiga mal e de maneira insuficiente: são os gases intestinais. Para eliminá-los, basta que se volte a mastigar convenientemente. Os gases fétidos indicam putrefação dos alimentos por falta de bile ou suco pancreático, por deficiência ou distúrbios do fígado ou do pâncreas.

O aparelho mastigador compõe-se de dentes inseridos na mandíbula (maxilar inferior) e na arcada dentária superior (maxilar superior, fixo). A mandíbula é acionada por um músculo poderoso, chamado masseter. A boca é um dos principais órgãos para o macrobiótico. Na disposição e implantação dos dentes, a Natureza mostra como devem ser consumidos os alimentos. Observando a arcada dentária de um animal carnívoro - cão, leão, tigre -, nossos sentidos fixam-se na uniformidade dos dentes pontiagudos, os conhecidos caninos. São dentes que têm a função de dilacerar. No gênero humano, esses dentes apresentam-se em número de quatro: dois na arcada superior em justaposição com dois na mandíbula. Os incisivos são oito, quatro centrais e quatro laterais. A seguir encontramos os oito prémolares e os doze molares, totalizando 32 dentes. Acidentalmente, encontraremos os dois chamados dentes do siso. A composição dentária orienta como e o que se deve comer. Os caninos indicam que o homem não deve abusar de produtos animais, pois ao se dividir o número total de dentes (32) por 4 (número de caninos), obtém-se 8, sugerindo que o homem só deverá alimentar-se com esses produtos de oito em oito dias. Os incisivos por serem dentes cortantes, destinam-se a legumes, verduras e leguminosas, enquanto os prémolares e molares, trituradores, servem para prensar os cereais.

A boca mostra que, pelo número de dentes, o homem é, por principio, um cerealista. No que diz respeito, aos desdentados, indicaremos, no capítulo sobre alimentos, as proporções para cada período durante os tratamentos.

GLÂNDULAS SALIVARES A primeira secreção com que os alimentos entram em contato é a saliva. Esse líquido é secretado de três pares de glândulas conhecidas e estudadas sob os nomes de parótidas, submaxilares e sublinguais. (São glândulas anatomicamente diferenciadas, enquanto numerosas micro-glândulas, de porte microscópico, espalham-se pela mucosa bucal e faríngea.) As maiores delas são as parótidas, que, inflamadas, são diagnosticadas como parotidite, vulgarmente conhecida sob a denominação de caxumba. As parótidas fazem desaguar sua secreção por um conduto ou canal parotidiano designado anatomicamente sob o nome de canal de Stenon. Desemboca ele por uma carúncula na altura dos segundos pré-molares, à direita e à esquerda. A carúncula pode ser visualizada a olho nu como uma papila centralizada por um pequeno orifício. As submaxilares são glândulas um pouco menores, em comparação com as parótidas e podem ser visualizadas nas laterais do terço médio das mandíbulas, exteriorizando-se a língua e pondo a descoberto a face interna da mandíbula. A glande emerge e aparece no

ângulo inferior formado pelo leito da língua e a face interna mandibular. É a massa acinzentada escura que emerge desse leito. O canal dessa glândula, também conhecido como canal de Wharton, localiza-se na profundidade embaixo do assoalho da boca no lado mediano, abrindo-se, ao lado do freio da língua, nas papilas denominadas sublinguais. As sublinguais alojam-se no assoalho da boca e derramam a secreção salivar por baixo da língua, através de grande número de orifícios localizados nas pregas sublinguais. O simples movimento mandibular e da língua sobre a mucosa bucal produz um fluxo salivar, mesmo sem qualquer corpo estranho para excitá-las. A melhor salivação ocorre quando qualquer substância é mastigada, seja comestível ou não, com ou sem gosto. As manipulações dos dentistas, pelo contato dos instrumentos com a mucosa oral ou o polimento de um dentre, são causa de forte salivação. É de grande interesse saber que substâncias não alimentares fazem produzir uma saliva aquosa, ao passo que alimentos em geral traduzem saliva rica em substâncias orgânicas. E necessário ter em conta que no cérebro são encontrados pontos em relação a todo o corpo e aos órgãos, e nele se localizam dois centros salivares, um dito simpático e outro parassimpático, um YIN e outro YANG (ver capítulo sobre YIN e YANG). A quantidade de saliva secretada no gênero humano varia de 500 cc a 1000 cc em 24 horas. Em repouso poderá a glândula secretar 100 cc

por hora. Na vaca foi constatada a eliminação de 60 litros diários. Examinada a saliva, registrou-se em sua composição os seguintes elementos: (a) sódio, cloreto de potássio, bicarbonato de sódio, fosfato de sódio, ácido e alcalino; carbonato de cálcio, fosfato de sódio e succinato de potássio; (b) gases: dióxido de carbono, oxigênio e nitrogênio; (c) substâncias orgânicas: ptialina (amilase salivar), maltose e lisozima; uréia, ácido úrico e ácidos aminados. Entre as funções da saliva, a primordial é a de preparar os alimentos para deglutição. Além, disso, o contínuo salivar é sumamente necessário para limpeza da boca e dos dentes, livrando-se dos detritos e inibindo, desse modo, o crescimento e a proliferação de bactérias. A saliva promove também a diluição dos produtos necessários à metabolização que, absorvidos pela mucosa bucal, passam diretamente para o meio circulante. E conhecido o aforismo "Os corpos não se dissolvem sem água".

CAPÍTULO 8 AGUAÍ ENERGIA E VIBRAÇÕES Como é sabido, a Macrobiótica Zen é baseada no princípio único. Tudo o que existe no universo é calcado na lei dos contrários, isto é, não existe frente sem o verso, frio sem calor, macho sem fêmea e etc. O princípio único, catalogando os contrários, é representado pelos termos YIN e

YANG; são os contrários, de cuja união surge a síntese. Assim sendo, o YIN e o YANG são forças contrárias e que se unem para se completarem. Nas sementes do aguai, conhecida vulgarmente como chapéu-de-Napoleão, existem duas forças contrárias, a YANG, que desvia o aurômetro, aparelho que mede as vibrações energéticas, conhecidas como aura, para o lado esquerdo, que é chamada YANG, sendo essa a semente macho, e as sementes que desviam o aurômetro para o lado direito, é a semente fêmea ou YIN. Nessa mesma semente de aguai encontramos, ainda, aquelas cuja energia não desviam o aurômetro nem para a esquerda e nem para a direita e, para fins didáticos, é tratada como semente homossexual! As sementes que fazem o aurômetro oscilar levemente para a direita será denominada semente lésbica. Existem, ainda, as sementes de aguaí que desviam o aurômetro levemente para a esquerda (movimento oscilante), essas são as sementes bissexuais! Esta é a primeira vez que um compêndio sobre Macrobiótica estuda a semente do aguai, cientificamente, inclusive aplicando-se o método fotográfico Kirliam, registrando-se, pela imagem, as vibrações energéticas dessa extraordinária semente. Nas fotografias anexas vê-se: 1. Uma pessoa, não macrobiótica e que não usou a semente de aguaí - verifica-se, pela sua fraca aura, um completo desequilíbrio orgânico e vibrações completamente negativas;

Fotografia de uma pessoa não macrobiótica mas que portou a semente. Observa-se então, uma maior vibração e ligeiro equilíbrio; 3. Finalmente, a fotografia de uma pessoa macrobiótica e portadora da semente de aguaí. Nota-se, claramente, um grande equilíbrio e vibrações positivas. Como prova final das emanações vibratórias da semente de aguai, a fotografia, pelo método Kirliam, anexa, mostra grande vibração e um equilíbrio fora do comum. As duas sementes, tanto o macho como a fêmea, revelaram as mesmas características, na fotografia Kirliam. Para que os efeitos do uso das sementes de aguai sejam mais eficazes, sugerimos adotar a dieta macrobiótica. Não há inconveniente, é claro, no seu uso pelos não macrobióticos. A diferença está na eficácia e na rapidez dos efeitos desejados. 2.

AGUAÍ A título de curiosidade, convém saber que, pesquisas feitas em nossa clínica detectaram, com as sementes pequenas, medindo cerca de um centímetro, no aurômetro, que todas, sem exceção, desviam o mencionado aurômetro para o lado esquerdo, isto é, todas são machos (YANG). Essa sementinha (aguaí) chegou às nossas mãos, alguns anos atrás, por intermédio de uma macrobiótica, bióloga, que nos relatou algumas curiosidades, ouvidas de sua avó, da tribo

caiapó, com 92 anos de idade e que estão publicadas no livro - Aguaí Zen para macrobióticos, da editora HS. Foi das mãos da mencionada bióloga que recebemos uma dessas sementinhas, com o seguinte recado, dado pela vovó caiapó: "Entregue essa semente ao Dr. Smith e diga-lhe para usá-la em sua carteira de dinheiro, para que nunca lhe falte dinheiro". Até hoje usamos a "milagrosa" sementinha e nunca nos faltou dinheiro. Sorte? Coincidência?... Mais outra historinha sobre a semente aguaí dez dias após receber de nós a sementinha, o Sr. NB apareceu eufórico em nosso consultório e contou-nos ser corretor de fazendas há 16 anos e nunca tinha conseguido fechar um negócio. Depois que passou a usar a sementinha, fechou a maior transação de sua vida, vendeu uma fazenda, cuja corretagem lhe rendeu, nada mais e nada menos, do que US 160 mil (cento e sessenta mil dólares). Outro caso, digno de nota, ocorreu com um motorista de taxi, nosso velho conhecido, Sr. Wagner, ao qual presenteamos com uma sementinha para lhe dar boa sorte. E a dona sorte veio, como nunca antes. Um homem de negócios americano alugou-lhe o taxi por um mês inteirinho... e o Sr. Wagner, então, ganhou tanto dinheiro que nos disse, textualmente: 'Eu estou bobo, nunca vi tantos dólares no meu bolso em toda a minha vida de motorista de taxi. Sorte? Foi mera coincidência? Bendita sorte ou bendita coincidência!

Aos interessados em maiores detalhes sobre a fotografia Kirliam, consultem o nosso livro: Aguaí Zen para Macrobióticos.

CAPÍTULO 9 ROTINA DE NOSSO SERVIÇO a) Preâmbulo

Por considerarmos o paciente, não um mero número, mas um ser humano necessitado de amparo e amor, criamos uma rotina que pode parecer complexa e até incômoda. Para o iniciante, a relação médico-paciente é da maior importância, gerando confiança necessária para o sucesso do tratamento. b) Secretaria Marcação de consulta, pessoalmente ou por telefone, bem como a marcação de retomo das consultas. O cliente é alertado que, nesse primeiro contato, ele precisa vir com tempo disponível, pelas razões que, a seguir, examinaremos. Por ocasião da primeira consulta, faz-se o preenchimento da ficha do paciente, onde constam o seu nome, seu número, idade, cor, sexo, profissão, endereço, telefone, peso, e etc. c) Anamnese Este termo significa o histórico do paciente. São informações do próprio paciente ou de seus familiares, ao médico, sobre operações a que ele se submeteu, doenças anteriores, doença atual, medicamentos usados etc. São informes que

auxiliam o médico-orientador na direção do tratamento a ser prescrito. d) Preleção E feita em conjunto, e realizada aos pacientes de primeira vez, a fim de que se familiarizem com os conhecimentos básicos da macrobiótica. E, para manter acesa a chama da macrobiótica, toda primeira quinta-feira de cada mês, há muitos anos, é programada uma preleção, com a duração de cerca de 3 a 4 horas, ocasião em que é muito grande a afluência de interessados, quando, então, as dúvidas dos presentes são respondidas pelos orientadores. Ênfase especial é dada ao AGUAÍ, semente profundamente estudada e pesquisada pelo Dr. Henrique Smith, e publicada em livro: Aguaí-zen para Macrobióticos. e) Gráfico Logo após a preleção, o orientador-assistente procede à explicação sobre o preenchimento do gráfico, durante muitos anos pesquisado por nós, é um trabalho absolutamente original, sendo este ó único serviço, no mundo, a adotá-lo como regra básica para orientação do regime e dos específicos a serem receitados. A finalidade deste gráfico é de se avaliar as funções digestiva e urinária, bem como conhecer as chamadas "reações", que nada mais são do que doenças que se encontram incorporadas ao paciente; em outras palavras, o arroz integral e os outros cereais integrais, alimentos designados como principais, exteriorizam as reações que

indicam as moléstias, que ainda não se manifestaram. Na medicina tradicional, as moléstias são conhecidas quando irrompem os sintomas que, pesquisados pelo histórico, exame clínico e exames complementares (laboratoriais, exame clínico e exames complementares (laboratório, Raios X, tomografia computadorizada, etc.) chegam ao diagnóstico. O gráfico nos indicará, também, em quanto tempo se instalará o processo de cura. Nesta mesma ocasião, é apresentado o Caderninho, por nós batizado de Passaporte, pois o mesmo deve ser, sempre, trazido pelo paciente, toda vez que vier, seja para consulta ou para uma simples pergunta. O Caderninho é outro elemento de capital importância, e o paciente, sabendo manuseá-lo, devidamente, obterá os resultados desejados na sua cura. f) Consulta A consulta é feita individualmente, para preservar o sigilo médico. De posse da ficha cadastral, com o histórico do paciente, é então feita a avaliação e prescrição do regime, dos chás, dos específicos (alimentosmedicamento), em suma, a linha de conduta adequada a cada caso. g) Orientação O orientador, baseado na prescrição do orientador-médico, dá as instruções e o procedimento nos primeiros 30 dias do regime macrobiótico.

h) Preparo Culinário

O paciente é encaminhado à orientadora culinária, que dará as linhas mestras, no preparo dos alimentos. i) Retorno Via de regra, a segunda consulta é realizada no 31° dia de efetivo regime macrobiótico, por marcação da secretária. Isso se dará por volta do fim da primeira semana de tratamento. ALIMENTAÇÃO MACROBIÓTICA No Nome: Endereço: Período:

Data

/

/19

ESQUEMA GERAL: Alimentos Principais: Cereais Alimentos Secundários: Não Cereais Líquidos: Somente chás - 3 xícaras no máximo Tratamento Especial e Recomendações DIETA DOS 10 DIAS - ARROZ INTEGRAL Alimento principal: arroz integral Líquidos - Chás - xícaras ( ) por dia, no máximo Específico: Jejum: 5 a 10 minutos depois, comer mingau:

1 colher de café de gergelim branco, tostar. 3 a 4 colheres de sopa de farinha de arroz, tostar. Água e sal marinho ao gosto Cozinhar 5 a 10 minutos depois - Banchá Almoço e jantar: Arroz integral (tigelinhas) Gersal mais Salsa verde picada -1 colher de café de cada, espalhar em cada tigelinha de arroz. 5 a 10 minutos depois, Banchá. Ameixas japonesas (Umeboshi) -1 de...... depois do almoço e antes do Banchá.

dias

ALIMENTOS PRINCIPAIS: Cereais - % 1. Arroz integral cozido simplesmente com Água e sal marinho. USO: 2. Arroz integral cozido com feijão "azuki" na proporção de 20%. USO: 3. Creme de Arroz integral tostado e moído. USO: 4. Creme de Araruta. USO: 5. Pão integral doméstico (de farinha de trigo ou de sarraceno ou os dois juntos). USO:

6. Biscoito doméstico (de farinha de trigo ou de

sarraceno ou os dois juntos) USO: 7. Panqueca de trigo sarraceno USO: 8. Macarrão sarraceno em sopa, ensopado ou frito. USO: 9. Creme de farinha de trigo sarraceno, tostado. USO: ALIMENTOS SECUNDÁRIOS: Não Cereais - % 1. Ameixa salgada (Umeboshi). USO: 2. Gersal (....... % de gergelim e....... % de sal natural). USO: 1 colher de.... espalhado no arroz e no creme de arroz. 3. Alga grossa (Kombu) refogada com molho de soja. USO: 4. Cebola, cebolinha, agrião, cenoura, mostardão, nabo branco (de preferência o comprido), bardana, cará, xuxu, abóbora moranga ou japonesa bem maduras, salsa, chicória, inhame, dente-de-leão, refogado em molho de soja e pouco óleo de soja. Fazer uso do sal marinho como condimento na falta do verdadeiro molho de soja. USO: Em cada refeição, fazer uso de uma qualidade de verdura e de duas ou três qualidades de legumes.

5. Sopa de verduras (cebolas, cebolinha, agrião, mostardão, nabo branco, cenoura, cará, alga hiziki, raiz de lótus, xuxu, abóbora moranga ou japonesa, salsa, chicória, inhame); temperada com azeite de oliva e massa de soja, podendo ser engrossada com farinha de trigo integral, farinha de trigo sarraceno, aveia e sobras de arroz. USO: 6. Alga Hiziki, refogada com molho de soja. USO: 7. Verduras fritas (cebola, cebolinha, agrião, cenoura, folha de cenoura, bardana, picão, caruru; hortelã; folha de amora, alga grossa, a milanesa com farinha de trigo sarraceno). USO: 8. Sopa de feijão azuki. USO: 10. Peixe (pargo, linguado, pescadinha, camarão, lagosta ou carapau, lula, carpa e demais peixes herbívoros), refogado, assado ou frito. USO: 11. Queijo de soja simples ou queijo de soja frito e refogado com molho de soja. USO: LEGUMINOSAS Grão de Bico Lentilhas Secas Feijão Azuki - tigelas de 3/3 dias. Feijões

SOBREMESA BEBIDAS 1. Chá de Artemísia tostada. USO: 2. Chá de Arroz integral tostado USO: 3. Chá de cevada tostada USO: 4. Chá de folhas de três anos (Banchá) USO: 5. Chá de habú tostado USO: 6. Chá de raiz de lótus USO: 7. Chá de nabo branco comprido com colher de molho de soja. USO: 8. Chá de três anos com frutas de ameixa salgada e colher de molho de soja (umeshioban). USO: 9.............Ranshio.......ovo galado com....... colher de..... de molho de soja. RECOMENDAÇÕES Mastigar separadamente os diferentes bocados, isto é, não misturar os alimentos principais e os secundários. 2. É proibido o uso de alimentos ou bebidas gelados. 1.

3. Não beber durante as refeições. Beber os chás

de preferência longe das refeições, salvo indicação. 4. Beber o menor número possível de xícaras de chás durante o dia. 5. Mastigar, no mínimo 70 (setenta) vezes por bocado.

Desenho realizado pelo Dr. Henrique Smith em 1967 representando uma visão artística do YinYang.

CAPÍTULO 10 YIN-YANG O Princípio Único Para lançar-se em busca do que todo ser humano almeja - tranqüilidade, felicidade e paz interior -, é preciso, antes, compreender a lei que rege o equilíbrio físico, mental, psíquico e sexual. O equilíbrio foi representado, desde época imemorial, por símbolos: no judaísmo, por exemplo, tem-se o signo de Salomão, formado a partir de dois triângulos justapostos, com os ápices em sentido contrário; no cristianismo, a cruz, formada pela linha horizontal contra a vertical. Entre os vários símbolos, a Macrobiótica escolheu, para representá-la, o do taoísmo, ou seja, duas baleias acasalando-se, significando o macho, YANG e a fêmea, YIN, graficamente diferenciadas com cores claras (YANG) e escuras (YIN) ou com cores frias (YIN): azul, verde e preto -e cores quentes (YANG): amarelo e vermelho. Segundo a filosofia do Princípio Único, nada no Universo é 100% YIN ou 100% YANG; é o que demonstram, por exemplo, os olhos das baleias,

que representam as forças opostas, sendo pretos nos machos e brancos nas fêmeas. Para facilitar a compreensão do conceito de equilíbrio, iremos discorrendo sobre os teoremas e leis estudados por G. Ohsawa, os quais irão se aclarando à medida que traduzirmos a concepção japonesa antiga, em pensamentos ligados ao Ocidente. Para o leitor, que não desejar mais do que se tomar um simples comedor de alimentos macrobióticos, nosso trabalho irá satisfazê-lo. Para os doutos, entretanto, os que ambicionam conhecer a sabedoria oriental, deverão apurar seus conhecimentos, estudando, pesquisando e observando. Com o tempo, descobrirão, que quanto mais se aprofundam, menos sabem, pois o saber não tem fim. Perseverar, para alcançar, eis o meu conselho. Não esquecer que "Sábio é aquele que nada sabe". Antes de mais nada, é necessário conscientizarse de que YIN e YANG não apresentam conceitos nem definições e nem sinônimos: YIN é sempre YPN e YANG é sempre YANG. A lei do Princípio Único é sempre baseada na concepção dos opostos, dos contrários e dos antagônicos. Nada na face da Terra foge a essa lei imutável. Exemplificando: se algo é frio, é porque sabemos existir o quente; o mesmo vale para macho e fêmea, longo e curto, doce e amargo, Deus e o Diabo, céu e inferno, claro e escuro, centrífugo e centrípeto etc. G. Ohsawa selecionou 12 teoremas para explicar o Princípio Único. Para nossa compreensão, no

entanto, apenas cinco serão suficientes; os demais serão apenas enunciados. 1) O YIN atrai o YANG e o YANG atrai o YIN. 2) O YIN repele o YEN e o YANG repele o YANG. 3) O YIN transforma-se em YANG e vice-versa. 4) O YIN transmuta-se em YANG e vice-versa. 5) O YIN produz o YANG e vice-versa. Procuraremos, a seguir, elucidar esses teoremas com exemplos. O YIN atrai o YANG e o YANG atrai o YIN. A natureza prepara essas modalidades. No reino animal, por exemplo, os machos são dotados de maior beleza física que as fêmeas, enquanto que para o macho, qualquer fêmea serve. O leão é dotado de um complexo de beleza, enquanto a fêmea é destituída dos requintes nele observados. O galo, em comparação com a galinha, também apresenta requintes. Nos pássaros, o cardeal, com sua crista, difere completamente, da fêmea. Inúmeros outros exemplos poderiam ser descritos, dentro da física ou da química. O YIN repele o YIN e o YANG repele o YANG. Na sexualidade, dentro da normalidade, esse exemplo é constante. O YIN transformase em YANG e vice-versa. A água (como todo líquido) é YIN: levando-se a água ao fogo (YANG) iremos observar o aquecimento gradual do líquido (Yanguiza-ção) até chegar à ebulição; a água, fervendo (o máximo da Yanguização), transforma-se em

vapor, que sobe (tudo o que sobe é YIN e o que desce é YANG). Esse vapor irá condensar-se na atmosfera (YIN), acumulándose; no espaço, quanto mais sobe (YIN) mais se resfria (YIN), chegando ao ponto de congelamento (muito YIN). Agora, toma-se pesado (YANG) e cai, voltando à terra, em gotas de água (YIN). Então, observamos que o YIN, chegando ao máximo de YIN, transforma-se em YANG, e o YANG, chegando ao máximo de YANG, transforma-se em YIN. O gráfico do TAO é a perfeita compreensão dessa lei. Como dissemos, não existe nada que seja 100% YIN ou YANG. Biologicamente, vemos que a fusão do espermatozóide com o óvulo irá gerar um composto dos dois hormônios: masculino e feminino. Aos 9 meses, o feto, desenvolvido, apresentará características YIN e YANG, mas o sexo será determinado pela predominância de um ou outro hormônio. (Pela Macrobiótica, podese escolher o sexo do feto, sabendo-se manipular os específicos.) Em todo caso, em cada corpo gerado, o hormônio antagônico, sempre, estará presente em estado latente, apresentando uma função mínima, reduzida; por isso, afirma-se que a mulher não é 100% feminina, nem o homem 100% masculino. Com o passar dos anos, ao chegar o climaterio (menopausa), ocorrerá a involução hormonal, e o pequeno resquício antagônico dará sinais de sua presença. A mulher toma-se, então, masculinizada e o homem começa a revelar traços femininos. Na

mulher, a voz engrossa, fica mais gutural e pêlos aparecem no queixo, em volta da roséola dos seios, nas axilas e na região pudenda posterior. A mulher torna-se também mais autoritária (é o símbolo da sogra), enquanto o homem toma-se meigo, mais compreensivo, afável (o vovô que leva o netinho a passear, de carrinho, pelo jardim). O YIN transmutase em YANG e vice-versa. Mas, transmutação e transformação não representam a mesma força? Sim, mas é necessário compreender que a transformação processa-se nos meios físicos (água - vapor - gelo - água), ao passo que a transmutação é observada no meio orgânico. O exemplo frisante é a transmutação da clorofila (YIN) em hemoglobina (YANG). Todo produto alimentar rico em clorofila (verduras), sofrendo mastigação variando de 70 a 100 vezes, reduzido pela saliva a líquido, será absorvido pela mucosa bucal (verde, fria, YIN) e, ao entrar na composição do sangue, tomará a cor vermelha (quente, YANG). O YIN produz o YANG e vice-versa. O peixe (YANG) é produzido na água (YIN). Com respeito a esse item, iremos encontrar, em diversos trabalhos, o que parecem ser controvérsias, pois alguns autores classificam o peixe como YIN, por ser um produto da água, enquanto outros consideram-no YANG, por ser do reino aninal.

Qualquer um que se dedique a estudar a relação YIN-YANG, logo perceberá sua complexidade, conforme se pode notar no enunciado seguinte: O YEN é YIN, o negativo é YEN; o YIN não é negativo; a mulher, pela sua formação é YEN, mas o YEN não é feminino. A mulher, que é YEN, será classificada como YANG quando em termos de suas atividades, pois ela sempre congrega tudo em tomo de si: família, trabalho, política etc. (o que congrega é YANG). O homem é dispersivo por natureza, ocupa-se de inúmeras atividades ao mesmo tempo; a dispersão é YIN. (Exemplos de mulheres YANG na história são Margareth Tatcher, na Inglaterra, Indira Gandhi na índia e Golda Meyer em Israel, todas elas mulheres notáveis.) A seguir, as formulações de G. Ohsawa: 1) YEN-YANG são os dois pólos da expansão pura, infinita. 2) YEN-YANG surgem continuamente da pura expansão infinita. 3) YEN é centrífugo; YANG é centrípeto. YEN produz expansão, leveza, frio; YANG produz constrição, peso, calor, luz; YIN e YANG produzem energia. 4) YIN atrai YANG e YANG atrai YIN. 5) Todo fenômeno é produzido pela combinação YEN-YANG em variadas proporções. 6) Todos os fenômenos são efêmeros devido às constantes alterações dos componentes YINYANG. Tudo está sempre em movimento. 7) Nada é exclusivamente YIN ou YANG. Tudo encerra polaridade.

8) Não existe nada neutro. YEN ou YANG está em excesso em qualquer ocorrência. 9) A força de atração entre as coisas é proporcional à diferença de seus componentes YEN ou YANG. 10) YEN repele YIN, YANG repele YANG. A atração ou repulsão entre duas coisas está na proporção inversa à diferença de suas forças YIN e YANG. 11) No extremo, YEN produz YANG e YANG produz YEN. 12) Todas as concreções físicas são YANG no centro e YIN na periferia. O YIN e o YANG são duas faces de um plano: verso e reverso, frente e dorso, direito e esquerdo, alto e baixo, frio e quente etc. Todo corpo físico é YEN no exterior e YANG no interior. Tudo que procura o ar é YIN (centrífugo) e o que procura o centro da Terra, YANG (centrípeto). O estado sólido é YANG, o líquido é YIN. O quadro abaixo mostrará as necessidades e as relações contrárias, opostas, antagônicas (YIN-YANG). REFERÊNCIAS YANG Sexo Masculino Tendência Ativo

YIN Feminino Passivo Dilatação

Contração

Posição Física Interna Estrutura Tempo Direção Descendente Cores

Externa Espaço Ascendente Violeta Vermelho Azul

Amarelo Nuances Claro Temperatura Quente Peso Pesado Elemento Fogo Partícula Próton

Preto Escuro Frio Leve Água Elétron Potássio (K)

Sódio(Na) Material H,As,C,CI Biologia Reino Animal Agricultura Cereais Sistema Nervoso Parassimpático

P, Ca, N Reino Vegetal Legumes, leguminosas verduras, frutas Ortossimpático

Estações Verão Gosto, Paladar

Inverno Ácido, picante, doce Salgado,

Amargo Bom gosto

Mau gosto

Vitaminas Clima de origem Atitude Trabalho Vibrações Intelectual Nível ideológico Comprimento Higidez Lateralidade Extremidades Posição psíquica Discernimento Temporariedade Estimulação Equilíbrio Astros

CeB K, D, A Calor úmido Frio seco Negativa Positiva Intelectual Físico Cerebral Muscular Ondas curtas, Ondas leves longas, pesadas Ilógico Lógico Filosófico, Dialético religioso Longo Curto Doença Saúde Esquerda Direita Cume Base Extremidade Extremidad cefálica e podálica Exterior Interior Injusto Justo Falso Verdadeiro Efêmero Eterno Deprimente Estimulante Irritado Sereno Lua Sol

Na dieta macrobiótica, todo o raciocínio baseia-se nessas duas forças, representadas, isoladamente, como triângulos cujos vértices apontam para cima (YANG) e para baixo (YIN). Apresentaremos, a seguir, uma tabela de alimentos e bebidas japonesas, chinesas, européias e americanas, incluindo itens de uso exclusivo no território brasileiro - que, por sua

extensão, costumes, climas, miscigenação racial e, conseqüentemente, diversificação alimentar, justifica plenamente, este trabalho. Acertadamente, G. Ohsawa indicou os cereais, como os alimentos que podem e devem ser usados diariamente, classificando-os de principais. Os outros alimentos e as bebidas devem ser usados parcimoniosamente, isto é, em pequena porção de acordo com a linha de conduta dada pelo orientador. CEREAIS Milho Centeio Cevada Aveia Aveia em flocos Trigo Painço Arroz integral Trigo mourisco (sarraceno) VERDURAS Alface de raízes profundas – repolhuda Alface, silvestre, rapúncio Acelga Agrião Chicória Catalonha Pé (talo) de funcho Folhas de dente-de-leão

Espinafre Azedas Tupinambo, inhame Couve-rábano Couve branca Couve verde Couve-flor Couve vermelha Folhas de aipo Mostarda Mostardão Brocolis Repolho LEGUMES Cará Raízes de cardo, bardana, lótus, dente-de-leão Raiz de anêmona-do-mar Raiz de cálamo Rábano silvestre Raiz de gengibre Cenoura Escoreioneira Pastinaca Raiz de tussilagem Abóbora Hokkaido Abóbora vermelha (espécie - Hokkaido) Raiz de salsa Rábano negro Rábano branco Endívia Alho

Cebola amarela Alho-poró Cebola vermelha Raízes de aipo Nabo de maio Nabo Rabanete Inhame Alcachofras Aspargo Tomate Pepino Batata comum (batata-inglesa) Berinjela Pimentão LEGUMINOSAS Grão-de-bico Feijão silvestre verde Ervilhas verdes rasteiras Ervilhas doces Feijão escorado com estacas (feijão verde) Ervilha brava - ervilha trepadeira PEIXES E CRUSTÁCEOS Caviar, ovas Peixe pequeno, arenque pequeno Arenque Sardinhas Camarões Salmão Cavala

Lúcio Atum Caranguejo Carpa Lavagante, lagostim de água doce Lula Ostras Enguia CARNE Faisão, aves silvestres Ovo fecundado Rena Alce, veado, cervo Lebre, coelho, ovelha, magros Aves Pombo Vitela Boi magro Porco LATICÍNIOS Queijo de cabra ao vácuo (O leite fresco é reduzido pela ebulição a uma pasta consistente) Roquefort, queijo suíço Camembert Queijo a vácuo, de leite fresco Queijo branco (ricota) Queijo mole, requeijão Leite fresco integral de rena, ovelha, cabra, vaca, égua, jumenta

Soro de manteiga Coalhada, leite coalhado Soro de leite, soro Iogurte, Kefir Nata, creme Nata azeda Manteiga GORDURAS ANIMAIS Óleo de sardinha Óleo de arenque fresco Gordura vegetal, margarina vegetal não solidificada (endurecida) Nata, manteiga de nata fermentada naturalmente Manteiga de nata doce Margarina (gordura solidificada, endurecida) Banha de porco, toucinho Sebo de boi GORDURAS VEGETAIS Óleo de camélia (óleo de egoma) Óleo de gergelim Óleo de cola (não submetido a tratamento químico) Óleo de girassol Óleo de arroz e óleo de trigo (de mesa) Óleo de milho Óleo de linhaça Óleo de soja Óleo de papoula

Óleo de caroço de faia Óleo de caroço de algodão Óleo de oliva Óleo de amendoim Óleo de palma Gordura de coco Gordura de coco solidificada (endurecida), hidrogenada Margarina solidificada (endurecida), hidrogenada FRUTAS (Um conjunto legumes)

muito

mais

YEN

do

que

os

Sapotis Castanhas (castanhas autênticas) Maçãs, pequenas, vermelhas Cerejas Damascos Morangos silvestres Melancias Murtinhos Amoras Morango cultivado Uvas crespas, uvas-espins Groselhas Suco de uvas frescas, natural, não adoçado, brancas e rosas Damasco seco Ameixas secas Framboesas silvestres Melão

Pamplumosa (toronaj-cítrus, grapefruit-citrus aurantium) Figos frescos Pêssegos Limão Peras Uva (cacho de) Tâmaras Banana Laranja Mamão Ananás (abacaxi, variedade mais saborosa e aromática) Manga Suco de grapefruit adoçado Pêssegos industrializados, secos Avelãs Pinhões Amendoins Castanhas-do-pará Coco BEBIDAS Álcool puro (só para fins medicinais, em doses homeopáticas) Chá de rabaça da China, ginseng Chá-Mu, 15 ervas medicinais da índia Artemísia, chá de absinto Chá de salva Café de raiz da bardana (bardana) Café de dente-de-leão (dendélio) Café de cereais

Chá de três anos Chá de tomilho Chá de cevada Chá de fel-da-terra Chá chinês tostado Chá de rododendro Chá de folhas de bétula e, bem assim, chá de ervas amargas e chá de ervas rasteiras Água de fonte Água mineral (sem ácido carbônico) Suco de frutas, puro, sem açúcar Chá chinês fermentado Chá russo fermentado Cerveja Vinho, champanha Suco de frutas doces Bebidas adocicadas ou açucaradas Café puro, autêntico Cacau FONTES DE PROTEÍNAS VEGETAIS Feijão azuki (feijão silvestre, de grãos miúdos, vermelhos, oriundo da Ásia Oriental) Tamari (shoyu - extrato de soja obtido de feijãosoja fermentado no ácido láctico) Missô (pasta de soja fermentada no ácido láctico) Castanhas (autênticas) Gomasio (gergelim-sal-gersal) (Veja a fórmula) Grão-de-bico Sementes de gergelim, sem sal Semente de girassol Semente de abóbora

Lentilhas Amêndoas torradas com sal Tahine, pasta de gergelim de descascadas (manteiga de gergelim) Ervilhas secas, amarelas e verdes Feijões, branco e mulatinho Feijão-soja amarelo

sementes

Amêndoas Nozes Papoula Linhaça Castanha de caju (pecan) ALIMENTOS DOCES Açúcar branco Açúcar mascavo Melaço integral (melado) Suco de maçã em conserva Mel

CAPÍTULO 11 MEDICINA ALOPÁTICA E MACROBIÓTICA MEDICINA CLÁSSICA Combate os sintomas. Doença considerada como lesão a um órgão. Estudos complicados pela análise dos detalhes (multiplicação das especialidades). 4. Tratamentos baseados em produtos químicos (segundo a farmacopéia), que não se metabolizam. 5. Ação, principalmente, sobre microorganismos (bactérias, fungos, vírus). 6. Unificação dos tratamentos de acordo com o diagnóstico. 7. Curas rápidas, por meios enérgicos e inclusive brutais (paliativos). 1. 2. 3.

89

Uso de uma terminologia que só instrui o enfermo a conhecer seu mal: alergia, anafilaxia, idiossincrasia! 9. Tratamento visando às calorias. 10. Nos cancerosos: extirpação tumoral, sem eliminar a causa. 11. Nas doenças degenerativas (câncer, lúpus etc), revigora o organismo com dietas ricas em proteínas animais (carnes), frutas altamente potássicas (banana, abacaxi etc), que aumentam o crescimento desordenado das células cancerosas. 8.

MACROBIÓTICA 1. Procura eliminar a causa. 2. Não há doença, apenas o doente - desequilíbrio geral; o órgão afetado resulta do ponto fraco. 3. Tendência à simplificação. Apreciações sintéticas. 4. Tratamentos sob cuidados dietéticos baseados em produtos orgânicos (assimilação). 5. Modificação sobre o metabolismo orgânico Mudança do terreno. 6. Tratamentos individuais. 7. Curas lentas, definitivas. 8. Mostra o desequilíbrio e ensina o equilíbrio. 9. Tratamento visando à energização. 10. Eliminação dos alimentos que reforçam a proliferação das células atípicas. 11. Lembra, sempre, que as doenças degenerativas não se assentam em organismos fracos, só nos fortes. 90

Essas divergências e muitas outras só poderão ser abolidas quando os médicos compreenderem e aceitarem que existem outros sistemas de cura. É preciso sempre ter em mente que "Sábio é aquele que sabe que nada sabe". A sabedoria não tem fim, e quanto mais é perseguida, mais se sente que ela está no infinito. Os mestres da medicina esqueceram que ela é uma ciência para socorrer. Há os que se satisfazem só com o diagnóstico. Enquanto, na medicina, o preparo do profissional tem por base o estudo e a prática da embriologia (morfologia), fisiologia, histologia, bacteriologia, anatomia, semiologia, terapêutica e assim por diante, na Macrobiótica o orientador terá como base a simples e complexa lei do Universo, o Princípio Único, a lei de YIN-YANG. Trata-se de duas forças dinâmicas, opostas, contrárias e antagônicas, que se completam por serem complementares. Uma não prescinde da outra e, uma vez combinadas, resultam na finalização de todo o intento do Universo. E o equilíbrio, a força, a procriação, a autodefesa. Para estabelecer uma linha de conduta, toma-se necessário conhecer os sintomas, como em toda medicina, localizá-los nos órgãos, aparelhos ou sistemas, e uma vez feito o diagnóstico, empregar a dieta de escolha, acrescida dos específicos (alimentos-medicamentos, assim conhecidos por sua composição bioquímica). 91

Na grande maioria das vezes, não se assinalam distúrbios orgânicos, o que leva o orientador a localizá-los por uma dieta especial que potencializará os pontos doentes, cujos sintomas ainda não apareceram. Aos sintomas, que surgem, damos o nome de reações. A partir dessas reações, o orientador prescreve os específicos a serem usados, de acordo com a região ou órgão a ser amparado por apresentar-se desequilibrado. Nossa experiência prende-se às manifestações abaixo discriminadas: Fadiga física e intelectual. Distúrbios da memória - QI baixo, dificuldade de concentração, indecisão, impaciência, irritabilidade, angústia, tristeza, nervosismo, enxaquecas, palpitações, tonturas, insônia. 2) Distúrbios cardiovasculares - angina de peito, tromboses vasculares, distúrbios do ritmo cardíaco, infartos, sufusões sangüíneas, estenose mitral, sopros cardíacos, varizes recidivas, síndrome de Reynold, escleroses, insuficiências cardíacas (anasarca). 3) Aparelho digestivo - gastrite, úlcera gastroduodenal, diverticulites, colites ulcerativas, pólipos, hemorroidas, fissura anal, hepatite, pancreatite, megasôfago, mal de engasgo, megacolon, colicistite. 4) Distúrbios ginecológicos - catamênios irregulares, cólica, corrimento vaginal, dispareunia, atresia vaginal, cistocele, 1)

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metrorragias, ovários policísticos, fibromas, miomas, salpingite, metrite, cervicite, displasia mamária, herpes genital. 5) Distúrbios cutâneos - alergias, psoríase, eczemas, epiteliomas (baço e espino celular), úlceras, acnés, varicosidades, ictioses, unhas quebradiças, queda de cabelo. 6) Distúrbios mentais - psicose, neurose, ansiedade, angústia, esquizofrenia, síndrome maníaco-depressiva. 7) Distúrbios respiratórios - asma, bronquite, pleurisia, micose pulmonar, enfisema pulmonar. 8) Distúrbios sexuais - frigidez, impotência, ejaculação precoce. 9) Distúrbios oftalmológicos miopia, astigmatismo, conjuntivites, deslocamento da retina, hemorragias intravasculares, daltonismo, catarata, glaucoma, estrabismo.

CAPÍTULO 12 DIAGNÓSTICOS Qualquer sistema de tratamento baseia-se em diagnosticar o mal que aflige o indivíduo. Na medicina tradicional, o tratamento é orientado pelo médico, com base nos sintomas e nos exames complementares a que submete o paciente, em laboratórios e aparelhagens, como raios X, eletrocardiogramas, eletroencefalogramas, ultrasonografias, tomografias computadorizadas, etc. 93

Na Macrobiótica, como vimos, o orientador não necessita recorrer a nada disso, submetendo o paciente a uma dieta, tendo como base o arroz e outros cereais integrais. Com essa dieta, todos os distúrbios orgânicos, mesmo os que não chegaram ainda a dar sinais, serão potencializados, ocasionando reações, que indicarão a linha de conduta a ser adotada. É preciso dizer que essas reações são benignas, pois não acarreta qualquer prejuízo ao organismo, indicando, além disso, o processo de cura, que se instalou. E, por mais fortes que se apresentem, não afastam o paciente de seus hábitos cotidianos. A cura poderá efetuar-se a curto, médio ou longo prazo, de acordo com as reações que aparecerem no início da alimentação, ou tardiamente. Para os pacientes, que tiverem a falta de sorte de não apresentarem reações, a cura só se fará a longo prazo. Enquanto, na medicina tradicional, o efeito é mascarado ou abolido pelo uso de remédios, continuando a doença sua evolução, até novo recrudescimento dos sintomas; na Macrobiótica, a causa deve ser eliminada; daí o aforismo "Eliminada a causa, cessarão os efeitos". Descreveremos, a seguir, os sintomas comuns aos diversos órgãos, aparelhos e sistemas, que irão orientar na escolha dos específicos. As mais freqüentes reações são observadas para o lado do aparelho digestivo. Consistem em dores de cabeça (cefaléias, enxaquecas), náuseas, ânsias, vômitos, arrotos, azia, sede, boca amarga, língua saburrosa, mau hálito, dores gástricas e 94

abdominais, gases, prisão de ventre e hemorróidas. Esses sintomas, que se manifestarão a partir da dieta, irão conscientizar o iniciante, quanto ao caminho a seguir, a fim de corrigir os erros, defeitos e vícios adquiridos. É necessário conhecer as causas, para poder corrigir as falhas, que, porventura, se ignoram. Por que, por exemplo, os gases e as dores abdominais? Como dissemos, a mastigação tem um papel muito importante na digestão, pois a saliva desempenha a básica função de umedecer e dissolver os alimentos, facilitando a absorção, pela mucosa bucal, dos produtos nele contidos. Uma vez absorvidos, as proteínas, as vitaminas e os sais minerais irão incorporar-se ao sangue circulante, levando nutrição aos órgãos. Os produtos necessários à vida, levados à boca e deglutidos, sem os cuidados de uma perfeita mastigação, passam ao estômago, que terá como função principal, pela sua acidez, preparar os sais minerais para serem absorvidos por sua mucosa. Os elementos que não foram aproveitados na boca, por uma mastigação insuficiente e grande pressa em deglutir, passam ao duodeno, onde recebem a bile do fígado e o suco pancreático e fermentam. Na fermentação, formam-se os gases, que provocam dilatação no calibre intestinal, ocasionando dores e cólicas. Sempre, que isso acontece, é preciso lembrar-se de não comer apressadamente e de mastigar melhor. 95

A média, de mastigação, nunca deverá ser menor que 50 vezes. Os sintomas desaparecerão mastigando-se 70, 100 ou mais vezes, segundo o diagnóstico que se apresentar. Os específicos, ligados ao aparelho digestivo, são selecionados e aplicados de acordo com o segmento desequilibrado, ou pode-se usar os específicos de função generalizada. São eles: habú chá, farelo de trigo, chá de boldo-do-chile, ameixas umeboshi, gersal e outros, de ordem geral. O habú tem uma importância capital, no que se refere ao aparelho digestivo, pois potencializa as fibras musculares lisas, que, ao contrário das fibras musculares estriadas, não obedecem à vontade do indivíduo. A ingestão de alimentos muito YEN, como açúcar, doces e frutas altamente potássicas, provoca o aumento do calibre intestinal, levando os órgãos do aparelho digestivo a uma gradual e constante dilatação. O intestino só funciona quando o bolo fecal tem contato com sua mucosa; estando dilatado, os resíduos alimentares demoram a formar o bolo fecal. O habú, por sua ação junto às fibras musculares, diminui o calibre intestinal, normalizando o funcionamento do órgão. O uso de purgativos é prejudicial, pois agem como irritantes da mucosa intestinal, aumentando ainda mais a dilatação. O habú é o específico do megaesôfago, megacólon, pólipos intestinais e diverticuloses. 96

Quanto a náuseas e vômitos, ou dores de cabeça, comer 1 ou 2 ameixas umeboshi, torradas, ou chupá-las, tomando, em seguida, chá de artemísia, ou comer 1 colher das de sobremesa de gersal. A azia desaparecerá comendo-se nabo branco comprido, ralado e temperado com pingos de shoyu (molho de soja). Para hemorróidas, fazer banhos de assento, com folhas secas de nabo e aplicar compressas de gengibre e cataplasmas de inhame. As reações, do aparelho geniturinário, aparecerão sob as mais variadas formas: nictúria (micções noturnas), polaciúra (micções freqüentes), cistite, dores renais, uretrite, migração e eliminação de cálculos, hemorragias altas e baixas, suspensão menstrual de 1 a 7 meses (sem conseqüência), frieza sexual na mulher e impotência no homem (passageiras). O específico para os distúrbios geniturinários é o feijão azuki, que se emprega, de acordo com cada caso, na forma de chás, cremes, sopas, refogados. Quando as reações forem acompanhadas de dores, empregar inhame e gengibre ou compressas de sal marinho aquecidas. Os sintomas do aparelho circulatório caracterizamse por tonturas, taquicardias, desmaios, hemorragias, sufusões sangüíneas, hematêmeses, dores precordiais, angina de peito, bradicardia, formigamentos nas extremidades. O específico principal para tratamento dessas reações é o Ranshyo, uma composição de ovo galado (caipira) com shoyu. (Não se deve usar 97

ovos de galinha criada em cativeiro e alimentada com rações químicas.) O aparelho respiratório tem como específico a raiz de lótus, cujo uso implicará a restrição de todos os outros chás. Diariamente, no almoço e no jantar, adicionar a qualquer alimento dois ou três pedaços de raiz de lótus, ralada ou picadinha, podendo também, a gosto, ser refogada. Será de bom alvitre usar a Tekka n° 2, que é específico para todos os distúrbios YEN. As reações do aparelho respiratório incluem tosse, catarros, laringite, amidalite, rinite alérgica, bronquite, asma, pleuris, pleurodínia, derrames pleurais, pneumonia, epistaxe (perda de sangue pelas narinas), sinusite, otite, enfisema pulmonar. As reações, para o lado psíquico, consistem em fraqueza geral e das pernas, em particular, fome, insónia, irritabilidade, pessimismo, medo etc. Mais adiante, o leitor encontrará um capítulo sobre o tratamento a ser administrado de acordo com as reações diagnosticas, além de receitas e as devidas aplicações para cada caso isolado. OS GRÁFICOS DE REAÇÕES Após vários anos, seguindo os preceitos e ensinamentos de George Ohsawa, começou a causar-nos inquietação, na qualidade de médico e pesquisador, o empirismo das orientações macrobióticas. Esperava surgir uma luz, que iluminasse o caminho, no sentido de uma 98

explicação científica, a fim de que pudesse fazer as pazes conosco mesmo e argumentar conscienciosamente sobre o trabalho que nos propuséramos fazer. O dia chegou com a visita de uma senhora alemã que, tendo voltado para a segunda consulta (retorno), trouxe-nos um quadro em forma de gráfico, bem apresentado, onde registrara diariamente, perto de 30 reações, com graus de intensidade variando para mais ou para menos. Explicou-nos, pormenorizadamente, como funcionava o gráfico e o significado dos símbolos utilizados para registrar a intensidade dos sintomas. Pareceu-nos, então, que se apresentava ali uma solução científica. Decidimos pôr o método à prova e esperamos pelo primeiro cliente, que por sinal foi um engenheiro. No retomo, tão esperado, desse paciente, sentimos, de início, um toque de pessimismo. Trouxe-nos ele um gráfico, bem elaborado, de suas reações, que não foram poucas, dizendo-nos, no entanto, que se tratava de trabalho de grande complexidade, a seguirem-se as instruções da maneira como foram apresentadas. Garantiu-nos que raros seriam os pacientes capazes de acompanhar e registrar as reações, por isso, havia simplificado o gráfico, sem lhe retirar, é claro, o valor diagnóstico. Depois das explicações, concordamos ter ele plena razão. Com o tempo, o gráfico sofreu diversas modificações, sempre procurando não perder o fator principal - reações diagnosticas, a partir das 99

quais se delineia a tendência para curas a curto e médio prazo. Os gráficos, anexos, darão, aos orientadores, indicações sobre as modalidades e o tempo de tratamento. Acreditamos, com isso, ter contornado o impasse do empirismo. O primeiro gráfico orientará, na cura a curto prazo; o segundo e o terceiro, nas curas a médio e longo prazo, respectivamente (alcançando-se, em três anos, a cura biológica); o quarto, orientará no sentido de afirmar ao paciente que, passados três anos, deverá esperar que se completem sete anos - período consignado como de cura total. Na cura total, podemos adiantar as doenças ditas de etiologia desconhecida, como a esclerose múltipla. Seria ilustrativo registrar, aqui, a cura de Sandra S., 28 anos, que veio à consulta por querer emagrecer 10 quilos. Foi informada de que a Macrobiótica não era um regime de emagrecimento, e que ela, simplesmente, iria perder as substâncias supérfluas contidas em seu corpo (como os líquidos e as gorduras), podendo escolher seu manequim dentro de uma alimentação equilibrada YANG (contração, eliminação, adelgaçamento) ou engordar procurando o equilíbrio dentro do regime YIN (dilatação). Para isso, deveria estudar as bases do Princípio Único. Ao fazer o exame clínico, informou-nos nunca ter tido qualquer moléstia, apenas algumas gripes, e como remédio, usava de vez em quando aspirinas. 100

Para nossa surpresa, Sandra voltou à consulta no 31° dia, apresentando um gráfico com 84 reações. (Nosso arquivo guarda um caso com 92 e outro com 104 reações, registrando, nos primeiros dez dias, sintomas quase que insuportáveis para o lado do sistema nervoso, mental e da psique.) A cura de Sandra se processou em 30 dias, isto é, a curto prazo. Pelo estudo do gráfico, concluímos que, mais alguns anos, ela estaria internada em um manicômio, louca, pois 70% das reações atingiam a psique, a mente e o sistema nervoso. Hoje podemos afirmar que Sandra, dentro da Macrobiótica, estará livre de qualquer mal enquanto mantiver o organismo equilibrado. A última vez que tivemos contato, ela já havia passado dos três anos e mostrava-se feliz e agradecida, tendo atingido o manequim almejado. Com o passar dos anos, consciente do equilíbrio YIN-YANG, o macrobiótico, como afirma Ohsawa, poderá, de vez em quando, infringir a lei do equilíbrio, pois saberá defender-se tendo à mão o arroz, a ameixa umeboshi e o perfeito conhecimento dos específicos. Isso de raro em raro, pois se iniciar um abuso quase que diário, a doença irá instalar-se, com reações incontroláveis, por encontrar um organismo completamente desintoxicado e de funcionamento muito delicado.

CAPÍTULO 13 CONTROLE DIÁRIO 101

Como saber, se no passar dos dias e dos meses, a linha de conduta alimentar está dentro dos princípios do equilíbrio? Sabemos que o bem-estar físico, mental, psíquico e sexual depende de nosso julgamento, das inúmeras decisões que tomamos diariamente. A base principal do equilíbrio reside na maneira como comemos e como foi preparado nosso alimento. Por isso, denominamos de laboratório da vida a parte mais importante do lar: a cozinha. A culinária macrobiótica tem um capítulo especial sobre a importância da escolha e do preparo dos alimentos. E preciso compreender que a linha do equilíbrio nunca será um plano estático, parado, e sim um movimento oscilatório para cima (YIN) e para baixo (YANG). É nessa oscilação que o equilíbrio se processa. Comendo, diariamente, arroz e outro cereal, complementados com uma verdura e dois ou três legumes, um dia o equilíbrio penderá para YEN e outro para YANG. (Nunca se deve repetir os mesmos legumes e verduras todos os dias.) Como saber se, alimentando-nos dessa maneira, não vamos nos desequilibrar? Muitos fatores entram em jogo na complexidade do equilíbrio. O sal e a água alteram o valor dos alimentos, o calor modifica o valor YEN dos alimentos crus, que se tornam YANG. A melhor maneira de se ter certeza de que a alimentação, do dia anterior, foi equilibrada, é observar, diariamente, as fezes e a urina. Se as fezes se apresentarem bem modeladas, finas e de 102

cor marrom clara; se vão para o fundo da água do vaso sanitário (pesadas, YANG) ou se flutuam (equilibradas). [Fezes pesadas indicam que a alimentação Yinizou o organismo (YEN produzindo YANG); nesse caso, ou se diminuem os alimentos YEN ou se aumentam os YANG. Se as fezes são leves, desfazendo-se e apresentando coloração esverdeada, desequilibrada para YIN, significa que a pessoa se alimentou com mais produtos YANG. A urina, por sua vez, quando se apresenta clara (YANG) indica maior ingestão de alimentos YIN, e quando escura (YIN) é sinal de que houve excesso de alimentos YANG. A cor do equilíbrio é marrom clara ou cor de ouro. O homem equilibrado deverá urinar três vezes ao dia: ao acordar, depois do almoço e antes de dormir. A mulher deve urinar apenas duas vezes: ao acordar e ao ir dormir. Uma urina amarela e transparente, que apresente sedimentos depois de parada durante uns dez minutos, indica a perturbação ou doença renal mais ou menos grave, devido tanto a um excesso de calorias quanto a uma deficiência de YANG. Uma urina muito diluída, transparente e copiosa indica a probabilidade de diabetes. Quem necessitar urinar mais do que quatro vezes 24 horas já está doente, provavelmente com os rins cansados ou com uma doença do coração. Nos indivíduos equilibrados, as fezes e a urina não têm odor desagradável. 103

As forças YANG, que têm um valor inestimável, no que diz respeito ao preparo dos alimentos, são o sal, a pressão e a desidratação. No capítulo sobre a cozinha macrobiótica, procuraremos elucidar sobre os alimentos e suas transmutações.

SEGUNDA PARTE CAPÍTULO 14 ALIMENTOS PRINCIPAIS CEREAIS INTEGRAIS Pela sua grande importância na Macrobiótica, estudaremos, sucintamente, o arroz, o milho, o trigo, a aveia, o trigo sarraceno, a cevada, o centeio e o painço. Data de milênios a história dos grãos na alimentação humana. O termo cereais, como são conhecidos, genericamente, os grãos, vem da deusa romana Ceres, a divindade agrícola muito famosa na antiguidade. ARROZ É o cereal mais consumido no mundo, servindo de base alimentar da maioria da população mundial, inclusive, principalmente, nos grandes países asiáticos, como a China, Japão, Indonésia, Malásia, Coréia e etc. Antigamente, o arroz era descascado por meio de pilão, depois, por meio de moinhos de pedras e, de progresso em progresso, chegamos ao nosso arroz branquinho, bonitinho, mas que 104

perdeu os seus principais nutrientes. A sociedade de consumo desbancou, assim, o arroz integral. Até em Paris, George Ohsawa, tinha que fazer uma verdadeira via sacra, para conseguir adquirir 1 ou 2 quilos de arroz integral, pois o que existe é somente o arroz branquinho, com o seu talco e sua parafina. Nunca é demais esclarecer que quando mencionamos a palavra arroz, na Macrobiótica, estamos nos referindo ao arroz integral. Dos cereais, o arroz é o que mais se aproxima, em sua composição, da proporção de cinco partes de sódio para um milequi valente de potássio. Dentro da lei do Princípio Único - YIN/YANG, a proporção indicada de equilíbrio orgânico. A deficiência de proteínas e vitaminas C, no arroz integral, é compensada, acrescentando-se, na dieta macrobiótica, o gersal, que é preparado misturando-se gergelim, branco ou preto, com sal marinho, na proporção de 9 partes de gergelim para uma de sal. Para compensar a falta de vitamina C, deve acrescentar-se, ao arroz, uma colher de chá da salsinha picada, no almoço e no jantar, diariamente, como a dose de vitamina C para 24 horas. De acordo com o Instituto de Arroz da Coréia, um dos mais famosos do mundo, existem 3 tipos básicos de arroz: O javânico, o japônico e o Índico, para 74 mil variedades, no mundo. Dentre as suas diversas variedades, dá-se preferência, na macrobiótica, ao tipo chamado catetinho (grãos curtos e arredondados) e o cateto, que é um pouco mais longo. Para crianças ou pessoas desdentadas, é aconselhável o uso do 105

tipo chamado moti. Deve-se evitar o consumo de arroz vermelho que é uma erva daninha e nada tem a ver com arroz integral. Em sua composição química, encontramos albuminas, proteínas, hidrato de carbono, sódio, potássio, cálcio, magnésio, ferro, fósforo, enxofre, cloro, vitamina A, ácido pantotênico - o complexo B (BI, B2, B6) vitaminas E, pp, H, K. Vitamina Al - também denominada protovitamina A, tem como princípio ativo o caroteno (pigmento amarelado, é encontrado em todo o fruto). Ingerido em grande quantidade (cenoura, por exemplo) ele, o caroteno, se acumula e aparece no tegumento cutâneo, assim como nas conjuntivas oculares a cor amarelada; que pode ser erroneamente diagnosticada como hepatite, ao passo que se trata de carotenemia. Ela é antixeroftálmica. Vitamina B1 - conhecida como tiamina, aneurina e antiberibérica. Vitamina B2 - é a vitamina do crescimento, também catalogada como vitamina G, vitamina F, localizada na película e principalmente na casca. Compõe-se da riboflavina - produto este muito rico na castanha de caju. Usa-se, com sucesso, na "boqueira", fissuras nos cantos da boca e nas afecções das mucosas e língua. Vitamina PP - conhecida como ácido nicotínico, fator PP e nicotiamide (casca e película). Vitamina B6 - também denominada de adermina, vitamina antidermática e piridoxina. Encontra-se 106

em todo o fruto, principalmente na película e casca. Ácido Pantotênico - também registrado sob a denominação de fator filtrante, vitamina reticulocitógena, isolada na casca. Vitamina H - conhecida como biotina, fator cutâneo, fator desintoxicante da ovalhamina, encontrado na casca e principalmente na película. Usada para as lesões seborréicas, pele gordurosa. Resumindo, os elementos serão localizados na seguintes zonas do grão: Casca - Caroteno - Vitaminas BI, B2, PP e H. Película - Caroteno - Vitaminas B2, B6, H e ácido pantotênico. Germe - Caroteno - Vitamina B1. TRIGO O trigo é um dos cereais que maior valor possui, no metabolismo humano, dada a riqueza dos seus componentes. As proporções de sais minerais, vitaminas e elementos proteicos, equivalem ao equilíbrio desses componentes, encontrados no corpo humano. Passando em revista a composição do trigo, em percentual, encontraremos: água 13,4%, proteína 9,1%; graxas 1%; hidrato de carbono 51,3%; cinzas 25,2%; potássio 0,529%; sódio 0,052%; cálcio 0,055%; magnésio 0,205%; ferro 0,022%; fósforo 0,801%; enxofre 0,007%; cloro 0,005%; e as vitaminas em unidades ou miligramas: vitamina A - 100 UI, vitamina B I - 0,50mg, vitamina B2 107

lmg, vitamina B6 - lmg - vitamina PP -20mg, vitamina K - 100 UI, ácido pantotênico - lmg. A riqueza dessa composição fala por si, isentando de outros comentários. E encontrado, para uso, na forma de pão, farinha, macarrão, biscoitos e em grãos. O consumo, a utilização do trigo, deverá ser feita na base do grão integral e não na forma desagregada, que se encontra nos empórios e supermercados, onde é encontrado o germe de trigo, assim como outros componentes, em separado, privando o alimento das substâncias úteis, causando ou impedindo a boa assimilação. Fica assim firmado que, todos os elementos componentes do grão de trigo deverão estar presentes, para que seja feita uma perfeita utilização, pois cada elemento tem uma função catalisadora. Os produtos de consumo, para os macrobióticos, não poderão ser produzidos sob a ação ou uso de inseticidas, germicidas, fungicidas e adubos químicos e, sim, métodos de adubação natural e defensivos biológicos. Em pesquisas levadas a efeito por cientistas, encontramos, registradas observações de valor incontestável. Com a eliminação do farelo (película), que é rico em sílica, abole-se em grande parte a defesa dos pulmões contra a tuberculose, pois os Doutores Vilanova e Pardo Canalis concluíram, em seus experimentos, que os pulmões, ricos em sílica, são 108

imunes à tuberculose, por ser a presença desse mineral, indispensável a certas sínteses. A vitamina B I , que é de importância capital no equilíbrio, é encontrada no escutelo (invólucro do germe, que se situa entre o embrião e a amêndoa). É por demais conhecida a função da vitamina B I sobre o sistema neuromuscular. E encontrada também a vitamina E de valor incontestável pela sua atividade contra a esterilidade, o diabetes, moléstias cardiovasculares, asma etc. O trigo poderá ser utilizado, na alimentação, cozido ou germinado. O trigo germinado poderá ser usado refogado ou mesmo cm. Germinado, o trigo foi constatado o aumento dos seus valores nutritivos, do cálcio, magnésio e fósforo, de423mg para 1.050mg e o magnésio de 135mg para 342mg. Nos tratamentos macrobióticos, usa-se o trigo germinado sob a forma de mistura ao pão, papas, sopas etc. e com maior probabilidade de cura, cru. Selecionados os grãos a serem usados, lavam-se e deixam-se mergulhados num recipiente com água por espaço de tempo, mais ou menos 24 horas. Passado esse tempo, escorre-se a água tendo o cuidado de lavar os grãos, e colocá-los numa travessa ou uma assadeira, mantendo os grãos úmidos por três dias seguidos até aparecer um ponto branco que é o germe. Nesse momento o trigo adquire o seu ponto ótimo de potencialidade e pronto para ser usado. Leva-se ao liqüidificador e 109

prepara-se para o uso. Se cru, poderá ser usado misturando-o com qualquer outro alimento. A proporção a ser usada no almoço e jantar varia de acordo com cada caso, de uma colher de chá a uma de sopa. No aproveitamento da glutamina - "vitamina da inteligência" - qualquer quantidade poderá ser consumida. O uso mostrou que, por falta de compreensão da técnica no manuseio, até o consumo, o trigo ou mofa, fica amargo, ou não germina. A experiência aconselha o seguinte: diariamente, depois de espalhados os grãos numa travessa ou assadeira, deverão ser levados ou passados por uma água sob a torneira uma vez por dia nos dias frios e duas vezes nos dias quentes e, se possível, mantê-los em geladeira, nas prateleiras, onde o frio incida em menos intensidade. Para completar o nosso trabalho sobre o trigo, enumeraremos as aplicações dos diversos elementos no metabolismo orgânico. Não esgotamos o assunto que se refere ao cerealtrigo. A literatura é vasta e os experimentos se sucedem diariamente, pois o assunto é palpitante e o trigo é algo que vem apaixonando os pesquisadores, desde o seu aparecimento na face da terra. Trigo - na farinha integral e no grão encontraremos os seguintes elementos: 1. sódio - favorecendo a digestão e a assimilação. 110

potássio - com as mesmas propriedades do sódio e na composição das células sanguíneas; 3. cálcio - encontrado nos tecidos cerebrais (substância cinzenta, nos ossos, nos núcleos celulares, no sangue); 4. magnésio - tem o papel de proteção, e regeneração da substância fibrosa dos nervos; 5. cloro - contribui para a formação dos ossos, dentes e tendões; 6. fósforo - idem; 7. enxofre - presente na síntese de cálcio-fósforo na constituição do esqueleto, do sangue e na formação das células nervosas; 8. ferro - favorece a hematose (renovação do sangue) contribuindo para formação dos leucócitos e hemácias, assim como a hemoglobina; 9. flúor - impede a cárie dentária. 2.

Ainda encontraremos, na composição do trigo, os elementos classificados como oligoelementos, por aparecerem ao exame, em quantidades muito diminutas, mas de valor, para a metabolização em suas transmutações biológicas, são eles: iodo, zinco, manganês, arsênico e cobre, e ainda as vitaminas, já descritas. A etiopatogenia das doenças citadas, segundo as hipóteses científicas de Burkitt e cois, que têm sido polemizadas e confirmadas, em dezenas de publicações médicas, são as seguintes: Câncer de cólon e reto - Déficit de fibra alimentar principalmente fibra cereal - estase fecal no ceco, cólon sigmóide e reto. 111

Ingestão de carboidratos refinados - açúcar, farinha branca, cereais refinados, bebidas açucaradas, chocolates, doces, refrigerantes etc. origina flora bacteriana intestinal anaeróbica. Estase intestinal - estase de sais biliares. Flora anaeróbica, agindo sobre os sais biliares os degrada quimicamente e colatos que são cancerígenos (originam adenocarcinoma comprovadamente). Os africanos rurais, ingerindo alimentos integrais, não têm flora anaeróbica, principalmente colesterol, que se precipita no interior das artérias com os sais de cálcio formando placas de atermas, obstruindo, progressivamente, as artérias, no caso o sistema coronário. Um dos produtos da degradação química dos colatos pela flora anaeróbica (litocolato) é reabsorvido chegando ao fígado pela circulação êntero-hepática, inibindo a produção de sais biliares (os sais biliares não estão sendo normalmente eliminados). Conseqüentemente, há sobra de matéria-prima na circulação para formação de sais biliares colesterol. As mulheres consomem o excesso de colesterol circulante para a produção do hormônio feminino e não têm infarto até a menopausa quando vêm a ter incidência igual à do homem. Litiase, cálculo e vias biliares - Constituída por cálculo principalmente de colesterol. Hemorróidas - estase fecal - aumento da pressão intraluminar nos cólons, surgindo, após 40 anos de 112

dieta refinada, os divertículos eólicos (40% dos americanos de mais de 40 anos). Diabetes mellitus - a dieta de alto teor fibroso diminui a necessidade de insulina pelos diabéticos, chegando a eliminá-la. Varizes de membros inferiores - Constipação intestinal - compressão de vias pélvicas com estase nas vias dos membros inferiores - varizes e trombose com embolia pulmonar. Hérnia de hiato esofagiano - Aumento crônico da pressão intra-abdominal por estase gastrintestinal + obesidade, herniando o estômago para o tórax. Apendicite aguda - Estase em cólon direito desidratação das fezes por reabsorção de água formação de fecálitos - obstrução da luz do apêndice por fecálito. Edema e dificuldade respiratória - esquema pululação da flora anaeróbia - apendicite. A causa principal da morte é infarto do miocárdio (acomentendo inclusive jovens). Câncer de cólon e reto ocupam o primeiro lugar nos EUA com 200.000 casos anuais. Apendicite mata 10.000 pessoas anualmente nos EUA. Essas doenças podem, comprovadamente, serem evitadas ingerindo-se cereais integrais como arroz, trigo, trigo sarraceno, aveia perolada, centeio, cevada, cevadinha, milho, painço, farinhas integrais como de trigo integral, trigo sarraceno, arroz integral, araruta, pão de trigo integral. Evitando-se carboidratos refinados como o açúcar, pão branco, farinha branca, refrigerantes etc. 113

Estaremos evitando outras formas de câncer deixando de ingerir: OES Dietibestro, contido na carne bovina e frangos de granja; nitritos e nitratos, contidos nas carnes industrializadas; alcatrão nos laticínios e produtos alimentares industriais. Ciclamatos e sacarina - principal adoçante da indústria alimentícia. OUTROS CEREAIS Depois de dissertar sobre o arroz, o trigo e o farelo de trigo, daremos uma noção ligeira sobre os outros cereais, a saber: centeio, cevada, trigo sarraceno, aveia, milho e painço. CENTEIO Esse cereal, por ser panificável, é usado na confecção de biscoitos e pães. Por se apresentar ao consumo muito pesado e duro, na confecção do pão, mistura-se certa porcentagem de trigo. O centeio fluidifica o sangue e por isso deverá ser indicado para os indivíduos portadores de hipertensão arterial e suas conseqüências. Nos países onde só se consome o pão de centeio verificou-se que as doenças cardiovasculares são menos freqüentes. Assim sendo, o uso do centeio nos casos de arteriosclerose e hipertensão estará indicado. Nos problemas circulatórios aconselhamos alternar o centeio e o trigo para conseguir o equilíbrio da vitamina P (B3) que é hipovitamínica no centeio. 114

E um cereal muito rico em hidrato de carbono e em matérias azotadas e, por isso, energizante. Preparando-se em decocção, 30 gramas para um litro de água, obtém-se uma ação laxativa ligeira e anti-hemorrágica. CEVADA Nesse cereal, são encontrados todos os corpos minerais descritos no trigo. Contém vitaminas B, B2, PP e caroteno (protovitamina A), o qual favorece o rejuvenescimento dos tecidos. O fósforo, nela contido, garante uma boa calcificação do esqueleto, e tem excelente aproveitamento, por parte das células nervosas. A farinha de malte, preparada de grão de cevada germinado, depois de seco e moído, é um tônico estomacal e altamente nutritivo. A vitamina B12, antianêmica e des sensibilizante, é nela encontrada. Recomenda-se o uso da farinha de malte, misturando uma colher de sopa, em qualquer alimento e não usando aquecimento acima de 70°C para esquentar a comida depois de adicioná-la. A cevada poderá ser ainda usada em flocos, torrada e moída, empregada como café de cevada; a sopa de cevada é indicada para os casos de afecções inflamatórias do aparelho digestivo e das vias urinárias, bem como drenagem das vias biliares. Aconselha-se para as mulheres que amamentam, assim como para as que sofrem de prisão de 115

ventre, o uso de uma bebida feita por decocção de 30 a 50g de grão para um litro de água. Na confecção dessa bebida, poder-se-á melhorar o gosto, adicionando erva cidreira, casca de maçã, laranja ou limão. Para mitigar a sede aconselha-se cozinhar 40g de grão para 1 litro de água durante 30 min. Da cevada obtém-se a maltose, pela germinação controlada, seguida de uma torrefação dos grãos germinados; essa germinação provoca o aparecimento de uma diástese que facilita a digestão dos amidos, transformando-os num açúcar mais simples (maltose). É um produto rico em fósforo, cálcio e potássio. TRIGO SARRACENO É um cereal pouco estudado, com elementos ainda não revelados, com respeito a certas operações de transformações, transmutações e de síntese. Tem grande valor nutritivo e se adapta a qualquer tipo de solo. Nele não se encontra o manganês e nem o cobre, enquanto que o cálcio, magnésio, flúor e fósforo são encontrados em dosagem superior a de todo e qualquer outro cereal. Em sua proteína são identificados os mais importantes aminoácidos (orginina, cistina, histidina, lisina) assim como triptofano e sintonina, que se acredita não se consignarem na proteína animal. A rutina é extraída do trigo sarraceno e é um preventivo da apoplexia, assim como empregada 116

contra a fragilidade capilar (micro-hemorragias), devido à presença da vitamina P que melhora e fortifica a permeabilidade dos vasos. Exerce ainda benéfica influência sobre a nutrição e o equilíbrio nervoso. Por ser muito YANG é construtivo; por isso é um alimento usado pelos que não desejam engordar. AVEIA Sua composição aproxima-se bastante da do trigo; nela encontramos o sódio, ferro, cálcio, magnésio e fósforo e as vitaminas B I , B2, PP e caroteno (A), tendo sido descobertos traços de vitamina D em pesquisas recentes. Esse cereal conduz-se como excitante das funções tireodianas. Deve ser ingerido mais no inverno, e tem sido mais usado nos países de regiões frias, como alimento básico. As propriedades da aveia, segundo Dr. H.Leclerc, são de valor inestimável, por conter um hormônio que se aproxima fundamentalmente da íolicutina, com ação sobre a esterilidade e impotência sexual. Nos casos de uremia ou retenção da uréia, deve ser usada por possuir ação antitóxica, e por ser hipoglicemiante, nos diabéticos. Como laxativo suave ou diurético, ferver 20g de grãos para um litro de água, durante mais ou menos meia hora. Como estimulante natural, usá-la sob forma de mingaus, no início do processo macrobiótico. 117

Esse cereal é, pois, um alimento energético e nutritivo. Por estimular a tireóide, a aveia produz uma notável resistência ao frio. A substância estimulante, tomou a denominação de avenóse, favorescendo a todos os que dispendem muita energia, tais como os desportistas em período de competição, assim como os trabalhadores braçais. Por conter purinas, deverá ser contra-indicada para os portadores da gota. Para combater a insónia, usar a Avena Sativa - 10 gotas ao se deitar. MILHO Sua composição mostra ser rica em hidratos de carbono, matérias azotadas, graxas e açucaradas. Sua proteína é carente de certos aminoácidos essenciais. E utilizado na alimentação, sob a forma de óleos, farinhas e grãos. E mais propício aos climas quentes. E um moderador da glândula tireóide; modera as oxidações e as trocas. O óleo de milho é susceptível de causar artrites, nos casos de aumento do colesterol do sangue. O óleo germe de milho é um produto da primeira pressão a frio, e seu fabrico implica numa refinação excessiva. Ele sofre o aquecimento, e a desodorificação, é desnaturado pela ação de dissolventes químicos (entre outros o tricloretileno). 118

As propriedades dietéticas são, por toda essa manipulação, muito afetadas pela refinação excessiva. Aconselha-se a usar o milho nos dias quentes, ou no verão, por ser ele um retardador de metabolismo pela sua ação moderadora sobre a glândula tireóide. Pelo que ficou dito, conclui-se que o milho é um alimento complementar. PAINÇO Cereal de uso corrente para alimentar pássaros, tem propriedades importantes pela sua composição rica em fósforo, magnésio, ferro e vitamina A. É o alimento de escolha para os portadores de fadiga intelectual, astenia e de depressão nervosa. Aconselha-se seu uso nos casos de abortos, diminuindo as deficiências da gestante e reforçando suas defesas naturais. INDICAÇÕES DE CEREAIS PARA SEREM USADOS EM DIVERSOS DISTÚRBIOS Aveia - aleitamento, crescimento, diabetes, hipotiroidismo, esterilidade, uremia, frigidez, impotência. Arroz - diarréia (água de arroz), hipertensão, inflamações cutâneas (cataplasmas), nefrite, edemas no fim da gravidez, parasitas intestinais (arroz cru e tostado). 119

Cevada - dispepsia, inflamação das vias digestivas e das urinárias. Centeio - doenças cardiovasculares, memória, arteriosclerose, hipertensão. Trigo, farelo e germe - aleitamento, anemia, aumento do colesterol, crescimento, prisão de ventre, diverticulites, desmineralização, fadiga, frigidez, gravidez, hemorróidas, impotência, litíase biliar, linfatismo, nefrite, obesidade, pólipos, raquitismo, escoburto, senescencia, tuberculose. Trigo sarraceno - aleitamento e todas as doenças degenerativas (YIN). Milho - anemia, astenia, depressão nervosa. Painço - prevenção do aborto habitual.

CAPÍTULO 15 ALIMENTOS SECUNDÁRIOS Descritos os alimentos principais, os cereais, passaremos de relance aos secundários ou não cereais, a saber: água, sal, leite e derivados, verduras, legumes, leguminosas, frutas, aves e ovos, peixes e óleos. ÁGUA Deverá ser substituída, no início, por chás; conforme o estado físico e psíquico do paciente, a quantidade não deverá ultrapassar a 700ml diários. 120

De preferência, usar água de nascente, de poço, de poço artesiano ou semi-artesiano, mineral, sem gás ou a denominada "água-viva". Quanto menos líquido se ingere, mais se elimina, e quando se ingere maior quantidade, há uma retenção hídrica nos tecidos. Os líquidos, nos macrobióticos, são retirados dos alimentos, a saber: 60% no arroz; nos vegetais (verduras e legumes), varia de 80 a 90%. A água, assim como todos os líquidos, é qualificada como YIN. A água do cozimento do arroz á adstringente. No cozimento das algas marinhas, a água deverá ser aproveitada no preparo do arroz, por estar concentrada de sais minerais. A água do mar apresenta um elenco de substâncias (elementos) encontrado também no sangue humano; - foram detectados 84 elementos, numa concentração de 4% no mar e, no sangue, 1%. Cerca de 60% do peso do homem consiste de água, nos obesos até 65%. Invariavelmente ingerimos água demais. Pela mastigação, o organismo recebe boa porcentagem líquida (saliva), obtendo-se água, que mediará de 4 a 6 xícaras das de café, de água, diariamente. Para acelerar a cura, Ohsawa recomenda beber água o menos possível e controlar, com as micções. O homem, normalmente, na macrobiótica, deverá urinar 3 a 4 vezes, no máximo, em 24 horas e a mulher 2 a 3 vezes. A nicturia (urinar depois de dormir), representará uma nefro-esclerose que o 121

levará a uma hipertensão arterial e esclerose generalizada. LEITE E DERIVADOS Nos nossos dias, as populações são alertadas pela palavra escrita, falada e televisionada, contra a qualidade cada vez mais nociva desse produto, que o poder econômico, pela propaganda, insiste em oferecer, mesmo sabendo que se apresenta cada vez mais contaminado, por constituir meio de cultura aos germes. A macrobiótica usa, de preferência, o leite de soja e o confeccionado com cereais (leite de cereais), e para as crianças, o Kokkor, que é preparado com arroz tostado, arroz glutinoso, aveia, soja e sementes de gergelim, reduzidos a pó. As proporções a serem usadas, assim como as quantidades a se usar, variam, de acordo com a idade. Quanto à confecção de mamadeiras, G. Ohsawa, em seu livro Macrobiótica Zen, dá as explicações. O leite de cabra, é, por vezes, utilizado, assim como o queijo e a coalhada, em casos excepcionais. Os derivados do leite, por serem produzidos à custa de produtos químicos e conservados com aditivos prejudiciais à saúde, também são postos de lado. Logo que as crias dos animais adquirem dentes serão afastadas das tetas, das mamas. O homem é o único que não deixa de beber o leite depois de desmamado. 122

É preciso saber que a gordura do leite é formada de ácidos graxos saturados, responsáveis pela deposição de colesterol nos vasos sangüíneos, provocando distúrbios circulatórios. Sendo o leite um excelente caldo de cultura para os microorganismos (coccus, vírus etc) após a extração, fica extremamente vulnerável à ação de germes patogênicos provenientes de sua contaminação das mais variadas fontes. Dr. Parodi, aluno do Dr. Ohsawa em Paris, encontrando dificuldade com os franceses, no que dizia respeito ao uso dos queijos e vinhos, pois sem esses alimentos que, por costume atávico, afastavam-se da Macrobiótica, estudou e concluiu que, para os macrobióticos, não doentes, o uso de certos queijos, como o Camambert, o Roquefort e o Gruiére, sob certas condições, pode-se incluir no cardápio, assim como os vinhos de fermentação... Na Macrobiótica brasileira, as opções seriam para o derivado do leite de cabra, esporadicamente. O trabalho mais importante, macrobioticamente falando, foi publicado pela Associação Macrobiótica de Montevideo, onde de início, há uma reportagem, tendo como interlocutor o Dr. Michiro Kushi, de Boston - USA. A reportagem é de um valor inestimável, tendo como título: "Le leche fin dei mito cotideano". Verduras Usá-las de procedência conhecida e nunca de horticultores que usam inseticidas e adubos químicos. 123

Ao fazer compras, numa feira ou quitanda, dar preferência aos vegetais de menor tamanho e às folhas de superfície mais reduzidas. Se as verduras estiverem comidas por insetos, deverão ter a preferência. A macrobiótica, por princípio, não tem proibições, somente faz saber que o doente deve seguir as restrições orientadas e só passará a usar o que desejar, depois de curado. Lembrar sempre, que a quantidade irá anular a qualidade e só lançar mão do que não der, esporadicamente. De início, usar uma série de verduras como a acelga, agrião, mostarda, salsa, alface, escarola, folhas de nabo, couve-flor, couve, Catalunha, rúcula, dente-de-leão. Com o passar do tempo, de vez em quando, qualquer verdura. Na botânica, as classificadas como Brássicas, da família das Cmcíferas, foram agrupadas como antitireoidianas, contra indicadas para os indivíduos portadores de hipotireoidismo (diminuição da ação da tireóide) que não deverão usar as verduras: couve, couveflor, brócolis, bertalha e os legumes: rábano e rabanetes. As verduras, pelo pigmento verde, (clorofila) transmutam-se (Kevran) em hemoglobina, devendo-se acrescentar, em cada refeição, 1 a 2 colheres de sopa, de verduras, como prevenção contra a anemia. As plantas são todas classificadas como YIN, que irão se tomar YANG, pelo cozimento e o sal, mas deverão ser usadas cruas (saladas), quando no menu constar um produto animal. 124

A supremacia YIN, na alimentação, poderá levar à doença e à morte.

CAPÍTULO 16 TRATAMENTOS ESPECIAIS Compressa de sal aquecido. Bolsa de água quente (YANG) - Produz o YIN. Bolsa de água fria (YIN) - Produz o YANG. Compressa de gengibre. Banho de assento. Banho de gengibre (de assento em geral). Cataplasma de inhame com gengibre. Cataplasma de peixe vivo (Compressa de carpa). 9. Gengióleo (Vide doenças dos olhos). 10. Argila. 11. Compressas de clorofila. 12. Compressas de chá. 13. Cataplasma de Tofu (queijo de soja) 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

1. COMPRESSAS DE SAL Compressas de sal aquecido: Partindo do princípio, segundo o qual, o sal é altamente YANG e tudo, que é YANG, provoca constrição, concluímos que toda a doença que resultar em dilatação ou expansão, terá uma indicação positiva para o seu uso. De acordo com a localização do distúrbio, usar-se-ão as seguintes compressas: 125

Pescoço - confecciona-se um tipo de coleira, colocando-se o sal na parte anterior, para atingir a tireóide (hipertireoidismo, amigdalites, adenomas do istmo e etc.). A coleira será afixada na nuca, por meio de um cadarço. b) Seio ou seios - deverá ser feito um soutien, para uso constante. No caso de ganglios axilares, o soutien terá cadarços, para fixar a compressa na cava axilar. c) Membros - preparar saquinhos de sal, de acordo com a localização e a possível extensão do local doloroso. d) Abdome ou tórax - far-se-á um tipo de acolchoado, cujo tamanho dependerá da extensão do local dolorido. Observação: O saquinho de sal deverá ser batido, isto é, comprimido, para se conseguir uma espessura de 1 a 1 1/2 cm e, para evitar o escorrimento do sal. Deve-se usar o "captone" (usado pelos tapeceiros para manter a crina, o algodão e etc., nos travesseiros ou colchões). São pontos ligando as duas folhas de tecido, espalhando-se o sal entre as folhas superior e inferior, permitindo, assim, a contenção do sal. Modo de usar: O aquecimento será feito com ferro de passar roupa. Aquecido o sal, em temperatura aceitável, aplica-se então a compressa. Ao esfriar, repetir a aplicação 1, 2 ou 3 vezes seguidas, ao dia, de acordo com a gravidade de cada caso. Os modelos, para cada região, encontram-se nos locais aonde os macrobióticos se abastecem. O tecido, para a confecção do saquinho, deverá ser, a)

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preferentemente, de algodão, ligeiramente poroso. Os saquinhos aquecidos provocarão a sudorese da pele, cuja umidade deverá molhar o sal, que irá, assim, penetrar através da parte úmida altamente salgada, provocando, então, a contração celular dos tumores e a diminuição gradativa dos líquidos, (ascite) Compressa de gengibre: O princípio Único, a dialética do YIN-YANG elucida a mecânica científica, na aplicação do método descrito. É sabido que o YANG produz o YIN e o YIN produz o YANG. O calor (as compressas de gengibre) que é YANG, provoca a dilatação dos vasos (YIN), aumentando o volume de sangue nos vasos (hiperemia), enquanto que o frio (YIN), provoca a constrição dos vasos (YANG) e diminui o volume de sangue (isquemia). Provocada a hipertermia (aumento do sangue), pelo calor (dilatação dos vasos), pelo uso das compressas de gengibre e, em seguida, aplicando-se cataplasma de inhame, que agirá como constritor, os vasos irão contrairse e o sangue diminuirá consideravelmente o seu volume. Cataplasma de inhame: 1. Lavar algumas batatas de inhame, descascálas e ralá-las, guardan-do-se o resultado na geladeira, de onde será retirado, quando estiver colocando a terceira ou quarta compressa de gengibre. 127

Por apresentar consistência gelatinosa, deve misturar-se 1/3 ou 1/4 de farinha de trigo integral, para adquirir consistência e não escorregar, quando aplicada sobre a pele. 3. A massa de inhame e farinha serão espalhadas sobre um papel não absorvente ou pano, tomando-se o cuidado de não estender-se, ao cobrir-se o local escolhido, em mais de 1 a 1 l/2cm. A massa deverá ter, no máximo, 2cm de espessura. A compressa deverá ser imobilizada, no local, por mais ou menos 4 a 5 horas, ou, então, durante a noite toda. 2.

Banhos de assento: Folhas de Nabo: São indicadas para diversos distúrbios e doenças. Mergulha-se a região pélvica (bacia, tina, banheira etc), no líquido, que chegue até a altura da cicatriz umbilical. Além dos recipientes mencionados, existem poltronas de madeira, idealizadas pelo hidroterapeuta Kuhne, e modelos de material plástico. O calor, produzido pelos banhos quentes de assento, provocará a dilatação dos vasos sangüíneos, liberando, assim, maior volume de sangue circulante. Os poros dilatam-se e os tecidos se suavizam. Todo esse processo levará a uma eliminação das substâncias tóxicas e outras substâncias orgânicas, prejudiciais à saúde. A imersão pélvica poderá ser feita, ainda, em água quente com sal marinho, gengibre ou folhas verdes (clorofila). Pela sua concentração de vitamina C, os banhos de assento com folhas de nabo é sumamente aconselhável. 128

As folhas secas, do nabo, tem 3 vezes mais substâncias aproveitáveis em relação às folhas verdes. Deverá, portanto, preferir-se os chás de folhas secas, na proporção de duas folhas para cada litro de água. A região pélvica, mergulhada na água quente, deverá ser coberta com uma toalha, para prolongar o calor e, com o uso de uma chaleira de água quente, se irá mantendo, por mais tempo, o calor, no recipiente, aonde estiver imersa a região pélvica. O tempo, de imersão, deverá ser de cerca de 15 ou 20 minutos, à noite, antes de ir para acama. O tempo de tratamento não deverá exceder 21 dias consecutivos; se necessário continuar, deverá fazer-se um intervalo de 3 a 5 dias. Recomeçando-se de acordo com cada caso. É aconselhável tomar, depois do banho e antes de dormir, uma xícara de banchá, misturada com uma colher de chá de shoyu. Os banhos de imersão, com folhas de nabo, mostraram efeitos curativos nos casos de leucorréias, corrimentos vaginais de qualquer origem (bacterianos ou funcionais), afecções uterinas (cervicites, ulcerações do colo uterino), anexites (inflamações das trompas, quisto, miomas e fibromas uterinos, hemorróidas, fissuras anais, cólicas uterinas e intestinais, inflamações e infecções localizadas no baixo ventre, esterelidade, frigidez sexual, impotência, prostatite, câncer de próstata, ciscite, ejaculação precoce, irritação perianais, doenças venéreas, herpes genital e todo e qualquer distúrbio locali129

zado na pelve. É, também, um banho relaxante psíquico. Banho de gengibre: Ralar ou esmagar de 300 a 500 grs. de raiz de gengibre; fervê-la até tomar uma cor amarela clara, misturando-se, em seguida, com o volume de água a ser usado no recipiente de imersão da pelve, de 4 a 6 litros. No tratamento de disenterias, molha-se uma toalha morna e estende-se sobre o ventre. Compressas de gengibre e compressas de inhame: G. Ohsawa, introdutor da Macrobiótica, no ocidente, preconizou o uso do gengibre e o inhame para compensar os desequilíbrios resultantes dos erros, na alimentação. Se o equilíbrio YIN/YANG for sentido, o uso de tratamento sintomático não será necessário. Nos primeiros dias ou semanas da dieta macrobiótica, o uso de compressas e cataplasmas poderá ser de grande ajuda, para minorar reações do organismo, tais como dores localizadas ou esparsas e etc. Convém lembrar que as compressas de inhame serão colocadas, ao ser retirada a última compressa de gengibre. O inhame, após utilizado, deverá ser eliminado (jogado fora), pois estará saturado de substâncias estranhas, retiradas do corpo através dos poros da pele. Como o inhame tem a propriedade de dilatar os poros, deverá ser aplicado frio, pois o calor eliminaria os seus efeitos. Em alguns casos, 130

os efeitos poderão ser violentos e mesmo, insuportáveis, tal a sensação de picadas e coceiras intensas que podem ocorrer. Não é aconselhável o uso de compressas de gengibre sobre o coração e na primeira infância. G. Ohsawa aconselha: 1. Junta-se algumas raízes de gengibre e massera-se a mesma com um martelo até reduzí-la a uma pasta. 2. Leva-se ao fogo, em uma panela com água, deixando-se ferver até que o líquido apresente coloração amarela clara. Essa massa poderá ser guardada para posterior uso, enquanto o líquido permanecer amarelecido. 3. Preparar toalhas de enxugar as mãos. 4. Deverão ser usadas 4 a 5 compressas seguidas, com a água a uma temperatura compatível com a sensibilidade da pele. As pontas da toalha que vão ficar nas mãos do operador, deverão estar secas e ser estendidas sobre a região a ser atingida. 5. Manter a toalha quente, no local, de 5 a 10 minutos e, quando estiver perdendo o calor, será substituída pela segunda e, assim, sucessivamente, até a quinta. Procurar manter o calor com uma toalha felpuda por cima ou com uma bolsa elétrica de água quente. 6. A mudança das toalhas será feita, se possível, por uma segunda pessoa. 131

Repetir o tratamento, conforme o caso, 4 a 5 dias consecutivos e caso seja necessário, repetir-se-ão as aplicações com intervalos de 2 a 3 dias. 7.

CATAPLASMA DE TOFU (QUEIJO DE SOJA) É indicada para inflamações, dores, febres e etc. Espreme-se, para retirar a água do queijo e mistura-se com 10% de farinha de trigo integral. Estende-se, então, sobre a parte inflamada ou dolorida, de 3 em 3 horas. O mal deverá desaparecer com o segundo ou terceiro cataplasma. COMPRESSA DE CARPA (PNEUMONIA): Usar a carpa viva. Corta-se a sua cabeça e escorre-se o sangue, que deverá ser bebido, em seguida, antes de coagular. O volume de líquido não ultrapassará de um cálice. É indicado para pneumonia. O peixe cru deverá ser esmagado até formar uma pasta. Estende-se uma camada sobre um pano e aplica-se sobre o peito e costas do paciente. A temperatura deverá ser medida de 1/2 em 1/2 hora até voltar ao normal e isso levará de 5 a 6 horas. Retirar a compressa. Convém saber que o uso da carpa, com bardana e pasta de soja, é indicada para pneumonia, reumatismo, artrite, otite, febres e inflamações. COMPRESSAS 132

DE CLOROFILA:

Usa-se para absorver a febre. Todas as folhas são ricas em clorofila. Esmagam-se as folhas, procurando-se fazer uma pasta. Espalha-se num pano e coloca-se sobre a testa, que irá absorver rapidamente a febre. COMPRESSAS DE CHÁ: Torram-se folhas de banchá, (chá de 3 anos), em uma frigideira, até bronzeá-las. Será, então, feita uma infusão, adicionandose 5% de sal marinho. Aplica-se sobre os olhos, com uma compressa molhada na infusão por 10 a 15 minutos 2 a 3 vezes ao dia. Nos colírios, à base de gengibre, deverá ser pingada uma gota em cada olho antes de dormir. Usa-se compressa quente sobre os olhos até esfriar e aplicar a compressa por 3 vezes por dia. CHÁS DE PÉTALAS DE ROSAS BRANCAS: Deve-se usar sempre e em todas as afecções oftalmológicas.

ARGILA A argila provém de rochas sedimentares, pela erosão e são ricas em quartzo, feldspato e mica. Encontra-se nas mais diversas cores amarela, castanha, avermelhada, branca ou 133

esverdeada, de acordo com a associação dos diferentes elementos que a compõe. Apresenta propriedades para aplicações diversas. É apontada como um elemento "vivo" em diversas modalidades de cura. A argila age como um catalisador, um dinamisador, sobre os diversos metabolismos sangüíneos, nervosos e endócrinos, pela sua composição cálcica, potássica em alumino-silicatos. Em uso externo, será utilizado quente, fria ou moma. Nas regiões inflamadas ou congestionadas ou febris, morna ou quente, sobre o local revitalizado ou tonificado. Sobre o assunto argila, destaca-se um excelente trabalho de autoria do Dr. Marcio Bontempo e Paulo Erio Gonçalves, parte do qual transcrevemos a seguir. As pílulas de argila - água com argila, ambas de uso interno são feitas com a mesma massa fina com a qual são confeccionadas bolinhas de cerca de meio centímetro de diâmetro. Devem ser preparadas em grande quantidade, secas ao sol e guardadas para futuro uso, conforme a indicação. A quantidade a ser ingerida, varia conforme o caso e vai de cinco a dez bolinhas em cada refeição. Uma forma mais prática de usar a argila, por via oral, é acondicioná-la em cápsulas transparentes, de tamanho grande, fabricadas com material apropriado. Essas cápsulas são vendidas em casas de material 134

médico e farmacêutico e são usadas de 3 a 5 em cada refeição. Como sempre, a água, os recipientes e todo o material devem ser da melhor qualidade, evitando-se a contaminação e o contato com metais e com plástico. A água de argila é preparada também com a mesma argila fina: uma colher (café) bem cheia de argila, em pó, para um copo de água mineral pura. Mexer bem até que a mistura esteja completamente homogênea e deixar assentar, por algumas horas. A argila irá depositar-se no fundo do recipiente e, em cima, estará o que se denomina de água de argila. Esta deve ser bebida lentamente, evitando-se a mistura com a argila, depositada no fundo. O melhor horário para tomar a água de argila é pela manhã, em jejum, uma hora antes do desjejum, apenas uma vez ao dia. Geralmente, a argila é aplicada externamente sob a forma de uma cataplasma fria, mas, também, pode ser usada quente, bastando, para tanto, aquecer, antes, a massa obtida da mistura da argila com a água em banho-maria, lentamente, até uma temperatura suportável. Em seguida, a massa é distribuída no pano de linho fino e aplicada. Este procedimento é indicado para quando se queira "puxar" uma área com abcesso ou trazer para a superfície uma infecção, além 135

de numerosas outras aplicações, conforme será visto a seguir. INDICAÇÕES

TERAPÊUTICAS E USOS ESPECÍFICOS

Compressa abdominal fria - Seu principal efeito é como restauradora do equilíbrio térmico devido à disposição do excesso de calor acumulado na área abdominal. Como se sabe, a alimentação rica em carboidratos (açúcares), carnes animais, conservas, gorduras, aditivos, laticínios, ovos, frituras, temperos fortes etc, produzem dilatação das vísceras digestivas, putrefação intestinal, acúmulo de energias perniciosas, fermentações, gases, irritações e inflamações crônicas leves. A aplicação da compressa de argila fria elimina estes problemas, favorecendo não só a região dos intestinos, como todo o organismo, que sofre, também, com a má condição dos intestinos (considerados como a raiz da vida orgânica). Assim, este tratamento é útil contra doenças crônicas e degenerativas, como o câncer, em todas as suas formas e não só do aparelho digestivo. É indicado, também, no tratamento auxiliar do diabetes, do reumatismo, do excesso de ácido úrico, da gota, da artrite, da artrose, da arteriosclerose e de diversos desequilíbrios metabólicos. Tem poderosos efeitos no combate às doenças crônicas do fígado, 136

como a hepatite crônica, a cirrose, o câncer (tumores originais do fígado e metástases de tumores de outras áreas) e mesmo na hepatite aguda, é um recurso valioso. Para a má digestão, a acidez do estômago (azia), as doenças do pâncreas, a falta de enzimas digestivas, tumores e infecções do pâncreas (age como analgésico na pancreatite aguda), colite, diarréias crônicas, enjôos, vômitos, enxaquecas, cólicas intestinais, tenesmo e infecções agudas do abdômen como apendicite aguda e peritonite (estas duas últimas, sempre com o tratamento de emergência de hábito simultaneamente). Conclui-se que a compressa fria de argila, aplicada sobre o abdômen, possui efeitos locais e gerais, conseguindo produzir ações em todo o organismo. Para os casos agudos, a compressa deve ser aplicada de 3 em 3 horas, renovada a cada aplicação (argila nova). Para os casos crônicos ela deve ser aplicada, diariamente, durante 2 horas, por mais de 60 dias, de preferência, à noite, antes de deitar. O estômago deve estar vazio (aplicar com o espaço mínimo de 4 horas, da última refeição). Certas pessoas, no entanto, têm melhores resultados, aplicando a compressa pela manhã, em jejum e só fazendo uma refeição, duas horas após a remoção da mesma. Para este tratamento, a espessura da compressa deve ser grande, no mínimo 137

de 5 centímetros. Quanto maior a quantidade de calor e de energias mins na região, tanto mais se aquecerá a compressa. Compressa fria, abdominal, completa, em cinta é uma compressa que circunda toda a região abdominal e as costas, como uma cinta grossa. Tem as mesmas indicações que a compressa abdominal, mas, por atingir também os rins e a parte inferior da colina, é também eficaz contra as infecções urinárias, infecções próprias dos rins, retenção de líquidos, incontinência noturna da urina, cistite e rins fracos. Devido à sua ampla ação, é recomendada contra a psoríase e o eczema, além de produzir efeitos contra o lumbago e a ciática. Muito recomendada na obesidade, principalmente quando este problema é acompanhado de inchaços e retenção de água com elevação da pressão arterial. Deve ser sempre lembrada no combate à pressão alta, de qualquer natureza, como tratamento importante. A medicina natural, clássica, aconselhava a aplicar esta cinta ao deitar mantendo-a durante toda a noite, só retirando-a pela manhã o que causa muito incômodo para dormir. Hoje, sabemos que uma aplicação de 3 horas diárias, pela manhã, em jejum, é suficiente. O tempo de tratamento não deve ser inferior a 30 dias nem superior a 60, 138

podendo ser repetido após um intervalo de 30 dias. COMPRESSA TORÁCICA FRIA: Tem efeito poderoso nas doenças dos pulmões, do coração, dos vasos (artérias e veias) torácicos, do timo, da coluna vertebral torácica, das glândulas mamárias. É particularmente notável no tratamento da pneumonia aguda e crônica, tuberculose pulmonar, enfisema, crise aguda de asma brônquica, catarro pulmonar, angina do peito, como preventivo do enfarte do miocárdio, tumores dos pulmões, brônquios, traqueia e mediastino, dores torácicas, dificuldades respiratórias, derrame pleural, tabagismo (para desintoxicar os órgãos torácicos), taquicardia, palpitações, nódulos benignos e câncer de mama em qualquer estágio, infecções das mamas (mastite), produção deficiente de leite. Também eficiente nos casos de torcicolo e nevralgia intercostal. Deve ser evitada quando o doente está sensível ao frio local, quando está extremamente debilitado, quando existem feridas abertas no tórax (exceção para o câncer extemo), no herpes-zoster e em todas as situações em que o contato do tórax com o frio está contra indicado. Para os casos agudos, a compressa deve ser grossa e permanecer por cerca de uma hora 139

por dia até que, com o passar dos dias, o problema desapareça. Nos casos crônicos a compressa pode ser um pouco mais fina (aproximadamente 4 centímetros) e permanecer por duas horas diárias pelo tempo mínimo de 3 semanas, repetindo-se o tratamento por mais três semanas, um mês após, durante 6 meses (são vários períodos de três semanas com um intervalo de 30 dias). Também pode ser confeccionada uma compressa que circunde por completo o tórax em forma de cinta para melhores resultados. COMPRESSA PÉLVICA FRIA Esta é uma compressa de formato triangular, de cerca de 4 centímetros de espessura que é aplicada de forma a abranger todo o baixo ventre e a região do períneo. A doente deve estar deitada numa cama, sem roupas, e a compressa simplesmente colocada por cima da região pélvica e ajustada para a região do períneo, de forma a atingir a área do cóccix. E útil contra todos os tipos de cânceres e tumores de baixo ventre, bexiga, próstata, reto, ovários, anexos, útero, fibroma, cólicas menstruais, hemorragias ginecológicas, corrimentos vaginais, cistos, alterações do ciclo menstrual, hemorrácidas, pólipos do períneo e dores em geral. É contra-indicada nos casos de doenças venéreas, feridas 140

abertas, sífilis e quando a sua aplicação determinar uma piora do caso. Geralmente, é aplicada ao deitar, durante 30 minutos, por 21 dias seguidos, apenas. Para os casos de dor e em circunstâncias menos problemáticas, a compressa deve ser aplicada até que os sinais e sintomas desapareçam, desde que isto ocorra em poucos dias. COMPRESSA PÉLVICA QUENTE É confeccionada da mesma forma que a compressa fria, mas o seu tempo de aplicação não deve ultrapassar 10 minutos. A temperatura é um pouco abaixo daquela que a pessoa pode suportar e é aplicada, no máximo, durante 3 dias. Geralmente, deve bastar uma única aplicação, pois está indicada para as cólicas menstruais onde a compressa fria não trouxe alívio e para processos infecciosos dolorosos, como analgésico. Também, pode ser usada, com cuidado, em casos de furúnculos e abcessos da região. O contato com os órgãos genitais deve ser muito cuidadoso para não produzir queimaduras. COMPRESSAS DE CABEÇA OU CAPACETE FRIO Para aplicações da argila, na cabeça, é necessário usar uma compressa redonda que deve ser moldada convenientemente, para que fique em contato com todas as partes, formando um capacete que vem da testa 141

inteira até a nuca, cobrindo as orelhas. E bastante eficaz nas crises de dores de cabeça, desde que não esteja ligada à pressão alta. Produz resultados contra a sinusite, otite, rinofaringite e nevralgia do trigêmeo. Recentemente, tem sido usada para relaxar o sistema nervoso. Seu uso mais notável, no entanto, é no tratamento de tumores malignos e benignos intracranianos. A compressa deve permanecer por cerca de 30 minutos, diariamente, por 30 dias seguidos, dando-se um intervalo de 10 dias e utilizando-a por mais trinta, por 6 meses. E óbvio que este tempo serve apenas para os casos crônicos, pois para os casos agudos, às vezes, basta uma simples aplicação. Aconselha-se molhar os cabelos, antes, com água fria e manter a compressa bem colada ao couro cabeludo e pele. COMPRESSA FRIA PARA O PESCOÇO É uma compressa em forma de faixa que cobre todo o pescoço em cinta. É um bom tratamento para a amidalite aguda e para todos os problemas de tireóide, principalmente, o hipotireoidismo, o hipertireoidismo e as inflamações tireoidianas de qualquer tipo. Nos casos de bócio, a compressa deve ter um tamanho suficiente para cobrir toda a área e ser tratada. Nos casos agudos, o tempo de 142

aplicação não deve passar de uma hora, durante cerca de 3 dias, ou mais, se necessário, até que desapareçam os sintomas. Para os casos crônicos, a aplicação deve ser de duas horas diárias, durante várias semanas, com intervalos regulares de uma semana. Neste caso, a compressa não é muito grossa, não ultrapassando 3 centímetros. MÁSCARA FRIA DE ARGILA Trata-se de uma aplicação que dispensa o pano fino de linho, por ser feita, diretamente, na pele do rosto em camada delgada. E excelente no combate da acne, espinhas, cravos, acúmulos de gordura, pele oleosa e rugas. Para o tratamento destes problemas, porém em pele seca, deve ser misturada, à argila, um pouco de óleo de mamona e usado o chá forte de camomila, em vez de água, para dissolver. Esta aplicação é para ser feita 3 vezes por semana, durante um longo tempo. Aconselha-se lavar antes o rosto, com sabonete neutro, antes da aplicação, secar a pele e aguardar 30 minutos. Também, é usada contra sardas e sinusite. Lute pela manutenção de sua saúde. APLICAÇÃO 143

DE ARGILA PARA OS PÉS

É feita com uma pasta quase líquida de argila quente (o máximo de calor suportável) que é colocada num recipiente não metálico onde os dois pés são mergulhados simultaneamente, num tipo de escalda-pés. É muito útil nos casos de gripes, resfriados, dores articulares nos pés e pernas, reumatismo dos membros inferiores e amidalite; neste último caso pode ser aplicada simultaneamente com a compressa fria de argila no pescoço. O tempo ideal é por cerca de 20 minutos, evitando-se qualquer tipo de friagem a seguir. Pode ser feita por vários dias seguido e até semanas. PÍLULAS DE ARGILA Devem ser usadas conforme referência anterior. Servem para o tratamento de doenças gastrintestinais como gastrites, enterites, colites, diarréia aguda e crônica, gases, flatulência, cólicas, tumores benignos, vermes e parasitas diversos, hemorróidas agudas e crônicas, fissura anal, fístulas anais, prurido anal; também é eficaz, além disso, contra a transpiração excessiva e fétida, furunculose, acne, antraz, abcessos e para diminuir a viscosidade e a acidez do sangue. É um tratamento auxiliar para sinusites.

Capítulo 17 TERAPÊUTICAS ESPECÍFICAS 144

Linha de conduta para as doenças de alta agressividade e de etiologia desconhecida (e outras incuráveis, pela medicina tradicionalalopática). ARTRITES

E ARTROSES

Compressa de gengibre: A compressa de gengibre se aplica da seguinte maneira: 1) Colocar 7 copos de água em uma panela e abrir a chama do gás. 2) Ralar cerca de 1/3 de copo (ou xícara) de gengibre, ou usar quantidade equivalente de pó de gengibre seco. Colocar dentro de um saquinho de pano (fazer uma "boneca") e amarrar com barbante. 3) Quando a água estiver fervendo, apagar o gás e deixar parar a ebulição. Espremer, então, o caldo (quando se usar gengibre fresco) da boneca, dentro da água e depositar a "boneca" dentro da mesma. Cobrir a panela ou chaleira e deixar "sentar" durante 5 ou 10 minutos. 4) Enquanto isso, abra jornais no chão, perto de uma cama, divã, etc, coloque sobre os mesmos um fogareiro, e sobre o fogareiro, ou aquecedor, uma bacia. Despejar todo o conteúdo da panela, ou chaleira, (inclusive a "boneca") dentro da bacia. 145

Coloque jornais na cama, etc. Faça a pessoa deitar-se no lado oposto da zona que deve ser tratada. Dobrar duas toalhas ao meio, ao comprido, e introduzir toda ela, menos as pontas, na água quente do gengibre. Torcer a toalha antes de aplicá-la. Aplique a toalha quente sobre a área afetada. Não deixe queimar a pele, mas procure aplicar a compressa tão quente quanto o paciente possa suportar, para que se alcance bons resultados. Altere as toalhas, procurando manter sempre uma delas sobre o local, tão consistente quanto possível. (A pessoa, que está recebendo o tratamento, pode, às vezes, ajudar a remover a toalha, que dever ser substituída quando a outra quente estiver pronta para ser aplicada). Regule a chama do fogareiro ou aquecedor, a fim de manter o calor com consistência, ou aumentando gradativamente. Para estimular a circulação, fazer uma leve pressão na toalha, ou massagem, sobre ela. Continuar aplicando as compressas até que a área afetada fique vermelha (isso leva, em geral, de 15 a 20 minutos). A melhor hora para aplicar a compressa é antes de dormir, ao deitar. 5)

Cataplasma (emplastro) de inhame A cataplasma de inhame se aplica seguinte forma: 146

da

Limpar (lavar) bem a batata de inhame. Raspar quase toda a casca. Ralar o suficiente de maneira que, em combinação com cerca de 1/3 da farinha de trigo integral, ou 1/4 de farinha de trigo não alvejada, e 1/10 de gengibre ralado (ou seco), se obtenha quantidade suficiente para cobrir a zona afetada e um pouquinho mais de cada lado, com uma camada de massa, de cerca de 1/2 polegada (1 1/2 centímetro) de grossura. (A finalidade da farinha é tomar a mistura suficientemente espessa, de forma a não se esparramar numa área grande demais; enquanto que o gengibre é, novamente, para atrair sangue para a zona afetada, melhorando a circulação). 2) Aplicar a mistura (o emplastro) sobre a área afetada e cobrir com papel de arroz (à venda nas lojas de artigos japoneses: usado em pintura japonesa) ou papel-toalha forte, não absorvente, um pano, etc. um pouco maior do que a área coberta com o inhame. Cobrir com uma ou duas camadas de pano, flanela, etc. e prender com joaninhas, etc. 3) Deixar ficar durante, pelo menos 4 horas (geralmente o melhor é deitar-se após a aplicação, pois que qualquer movimento ou atividade afrouxaria os panos). Fazer cada aplicação com inhame fresco e usar novo papel de arroz. Os panos, ou outras coberturas usadas, devem ser bem lavados, e postos a secar. Continuar com as 1)

147

aplicações mais ou menos idêntico ao do gengibre.

por

tempo

ANEMIA: (VERDURAS E TEKKA) - Por serem ricos em clorofila (pigmento verde), as verduras combatem, eficazmente, a anemia, pois a clorofila, uma vez no organismo, transmuta-se em hemoglobina. Destacamos, entre outras hortaliças, o agrião, a catalonha, a acelga, a escarola, o alface, as folhas de dente-de-leão, a serralha, a nirá e etc... A Tekka é, também, de valor inestimável, não só na cura da anemia, mas para inúmeros distúrbios orgânicos. Na sua composição, ela tem raiz-de-lótus, bardana, cenoura, gengibre, óleo-de-gergelim e tofu (queijo de soja). A receita relativa ao seu preparo, encontra-se na parte da culinária. CORAÇÃO - Doenças: Toda e qualquer síndrome do aparelho e vasos circulatórios, tem como específico o Ranshio e o Óleo de Ovo. O ranshio poderá ser usado durante 3 noite seguidas, por mês ou de 30 em 30 dias. Em casos graves, usa-se o ranshio por 10 dias seguidos e, mesmo em casos de anazarca, constatamos a atenuação e involução da síndrome. Para a elaboração do Ranshio, Oshawa aconselha partir-se, cuidadosamente, um ovo caipira galado 148

(fecundado), de modo que a sua casca quebre em partes iguais. Bate-se, bem, a clara e gema, até homogeneizá-las. Em seguida, enche-se uma parte da sua casca com shoyu (molho de soja) e mistura-se com o ovo. Bater bem, para obter a mistura, engolindo-se o seu conteúdo, de uma só vez, procurando não sentir o gosto. Usar uma vez por dia, antes de dormir, durante 3 noites. Será o suficiente. DOR DE CABEÇA - CEFALÉIA - ENXAQUECA: Tanto nos casos crônicos, como os novos, serão tratados, inicialmente, com Gersal (gergelim preto em 16 porções, para uma de sal marinho) e, dentro de 2 a 4 dias, os seus sintomas deverão desaparecer. Existe, também, uma variedade regular de chás, que poderá ser usado, destacando-se o chamado "Café Oshawa" (3 colheres de sopa de arroz integral, 2 de trigo integral, 2 de feijão Azuki, 1 de grão de bico e 1 de chicória. Torra-se, separadamente, cada ingrediente, a seguir, mistura-se tudo e adiciona-se um pouco de óleo de gergelim, moendo-se, tudo, em seguida, até reduzir a um pó fino. Usa-se uma colher de sopa para cada meio litro d'água. Serve-se após 10 minutos de fervura. Também, poderão ser usados outros chás, tais como, artemísia, hortelã, tilia, mú (de 9,16 ou 20 raízes), 149

banchá, simples araruta e etc.

ou

com

molho

de

soja,

CÂNCER EM GERAL Adotar-se a dieta especial e o chá mú, conforme o diagnóstico, registrado e que cada paciente irá apresentar, de modo a se saber se o processo de cura será a curto, médio ou longo prazo. É imprescindível que o paciente siga, rigorosamente, a terapêutica indicada. CORRIMENTOS VAGINAIS COM OU SEM DOR Tomar banhos de assento, com folhas de nabo secas, usando-se, para cada litro de água, 2 folhas de nabo. Usando-se, por exemplo, uma tina com 5 litros de água, serão utilizadas 10 folhas, com um pouco de sal marinho. Mergulha-se até que a água chegue a altura da cicatriz umbilical, permanecendo-se cerca de 20 minutos e ir adicionando-se, sempre, água quente de uma chaleira, que deverá estar à mão e deixar a tina tampada com um cobertor para manter o calor. O banho deverá ocorrer à noite, antes de dormir e após, tomar, sempre, uma xícara de café de banchá, com uma colher de chá de shoyu. DENTES E GENGIVAS Não usar pastas dentifrícias, por serem abrasivas, pois entra, na sua composição, a 150

pedra pome e produtos químicos e desodorantes, que irão afetar e despolir a dentina. O dentifrício de escolha será o Dentie ou o sal marinho moído e pulverizado. Preparo do dentie: carbonizar a parte arredondada de uma berinjela, antes salgála com sal marinho e deixar secar. Moer até reduzí-la a um pó fino e misturar com sal também reduzido a pó. Na piorréia e nas estomatites e qualquer afecção gengival, com a polpa do dedo indicador, friccionar a gengiva pela face externa à noite antes de dormir. Nas dores de dente, aplicar o dentie e as dores desaparecerão.

DIABETE -

DIABETES

-

PÂNCREAS

(ILHOTAS

DE

LANGERHANS)

Insulina: A glândula pancreática não funciona normalmente e, conseqüentemente, não produz insulina em quantidade suficiente para queimar e manter os níveis normais de açúcar no sangue. O paciente está, então, diabético. Inicia-se, assim, um drama que só termina com a morte prematura da desditosa vítima. Considerando incurável o 151

mal, a medicina alopática convencional, remedia a situação, produzindo um sucedâneo artificial, isto é, uma insulina, que terá de ser usada pelo paciente, enquanto durar a sua vida. A diabete vai progredindo, inexoravelmente, cegando, liquidando com os membros inferiores, comprometendo o sistema circulatório e a morte virá, em breve, pôr um fim a tanto sofrimento. Na macrobiótica, a diabete é encarada de modo diametralmente diferente. Acreditando na capacidade regeneradora do órgão defeituoso, vai ajudar o organismo a reagir, por meio de uma dieta específica - rica em carboidrato, condenada, intransigentemente, pela medicina alopática convencional, vai obrigar o pâncreas a voltar a funcionar normalmente, isto é, produzindo o hormônio (insulina) em quantidade para manter o equilíbrio do organismo. Eliminando, assim, diretamente, a causa, cessará o efeito e, desse modo, estará acabada a diabetes e restaurada a saúde do paciente. No que se relaciona com a diabete juvenil, a nossa experiência é mínima, pois as mães dos portadores dessa síndrome, por desinformação, raramente procuram tratamento macrobiótico. Linha de conduta específica: Dos inúmeros chás de efeito hipoglice-miante, aconselhamos o chá de pedra-ume, por ser dos mais 152

eficazes, conforme constatamos através de longos e longos anos de experiência. O uso do chá pata de vaca é, igualmente, útil e tem um princípio ativo denominado bahuenia fortificata, encontrado tanto nas suas folhas como nas suas cascas e raízes. A dieta recomendada deverá ser seguida, rigorosamente, todos os dias. Em primeiro lugar, o diabético tomará uma xícara de café, de chá pata de vaca, em jejum e, minutos depois, tomará um mingau de arroz integral. Depois do mingau mencionado, tomar, novamente, uma xícara de café, de chá de pata de vaca. No almoço eno jantar, usará feijão azuki, na quantidade de 50grs. diárias, isto é, 25grs. em cada refeição. Em segundo lugar, usar a abóbora hokkaido, na quantidade de 1 OOgrs. diárias, sendo 50grs. em cada refeição. Os dois produtos feijão azuki e abóbora hokkaido - poderão ser comidos juntos ou separadamente. Esses 3 produtos - Arroz integral, feijão azuki a abóbora hokkaido - têm alto teor de hidrato de carbono, proibido, voltamos a informar, terminantemente, pela medicina alopática convencional. O exame da urina deverá ser feito três (3) vezes por dia, pela manhã, à tarde e à noite. ENFIZEMA PULMONAR: Tem como específico o lótus, que deverá ser tomado em forma de chás e, também, a sua 153

raiz, picada em 3 pedaços, para consumo no almoço e no jantar, em mistura com qualquer outro alimento macrobiótico. A cura virá, certamente, antes, talvez, do que se possa esperar. EPILEPSIA: Abolir todo e qualquer líquido, durante 10 dias, em caso de sede, gargarejar com chá. Seguir, rigorosamente, a dieta dos 10 dias de arroz integral e, posteriormente, adotar a dieta macrobiótica normal, para o resto da vida. A cura será surpreendente! ESQUIZOFRENIA: Seguir, rigorosamente, a terapêutica indicada no capítulo 31 e durante as 3 primeiras semanas, só comer arroz e cereais integrais, sem líquido. A cura não tardará!

GRIPE - RESFRIADO: É causado, geralmente, por abuso de alimentos muito YIN, o que acarreta um grande desequilíbrio orgânico, conseqüentemente, deve procurar-se o equilíbrio, selecionando-se, nas refeições, alimentos mais YANGs, tais como: Chá-dedente-de-leão, habú, e, para os casos mais agudos, o chá mú (16 ou 20 raízes) e, entre os legumes, a bardana (gobó) é dos mais 154

YANGs, sem esquecer o umeboshi, usado na proporção de 1 a 3 ameixas, de acordo com a gravidade de cada caso. Para casos febris, será usado o nabo-branco-comprido, que deverá ser ralado para encher 2 colheres de sopa, em um copo americano de água, fervendo (em temperatura tolerável), adicionando-se 2 colheres de sobremesa de molho de soja (shoyu) e uma colher das de café, de gengibre ralado. O paciente deverá se conservar acamado, pois irá transpirar abundantemente e poderá, também, urinar copiosamente. Nos casos leves, usa-se o chá de araruta. Para cada 2 xícaras de água desse chá, haverá 1/2 colher de sobremesa de araruta, 1 ameixa umeboshi, 3 colheres das de chá de molho de soja (shoyu), e uma colher de chá de gengibre ralado. A ameixa deverá ser esmagada. Ferve-se, em seguida, essa mistura, até o líquido tornar-se espesso, após o que, o molho de soja será adicionado. É bom lembrar que o macrobiótico, equilibrado, praticamente, ignora essa enfermidade. HEMORRÓIDAS Iniciar o tratamento com a dieta prescrita, para o caso, no capítulo "Rotina". Usar o habú chá e as compressas de inhame e gengibre. INSÔNIA 155

Iniciar o tratamento com a dieta dos 10 dias de arroz integral e uma xícara das de café de banchá, com uma colher das de chá de molho de soja. Liquidada a insónia, o cansaço e a preguiça vão embora! LEUCEMIA Adotar a dieta especial, descrita anteriormente (arroz e cereais integrais, caldo cremoso e sopa de missô). Tomar o chá MU, preferentemente, no desjejum, logo após o mingau. MENSTRUAÇÃO IRREGULAR Seguir a dieta normal e usar o chá MU. Restringir os líquidos e tomar os banhos de assento com folhas de nabo. A proporção é: para cada litro de água, 2 folhas de nabo secas (5 litros = 10 folhas) e um punhado de sal marinho. A imersão deve abranger toda a região da bacia. Usar o cobertor, para cobrir, enquanto no banho, para manter o aquecimento relativo. Na falta das folhas de nabo, usar o Sal Marinho. METRORRAGIA (MENSTRUAÇÃO ABUNDANTE) Tomar o suco de nabo branco comprido, ralado e ferver em água, 2 nabos; tomar uma xícara de café de 3 em 3 horas, até cessar o fluxo. OTITE 156

MÉDIA

Usar a sopa russa, para que desapareçam os sintomas e o mal. Seguir, religiosamente, a dieta dos dez dias. Os ingredientes da sopa russa são: 3 cebolas de tamanho médio, uma cenoura, algumas folhas de couve, 150grs. de arroz integral, 4 colheres das de sopa de óleo (gergelim, girassol ou soja) e sal marinho a gosto. Procurar cortar os componentes em lâminas finas e refogar até tostar. Ferver em fogo brando, até engrossar. O sal será usado a gosto. Nos casos avançados de cronicidade, usa-se a receita de Carpa com bardana e pasta-desoja - 1 carpa, três vezes mais de raiz de bardana, três colheres de sopa cheias de pasta de soja missô. Retirar, cuidadosamente, somente as partes amargas da carpa (a vesícula), deixando todas as escamas, e cortá-la em postas de dois centímetros de espessura. Aquecer uma colher de sopa de óleo, na frigideira e refogar as tiras de bardana. Colocar a carpa por cima e cobri-la com folhas de chá usadas, enroladas e amarradas num pano. Colocar água suficiente para cobrir os ingredientes. Ferver era fogo lento por três horas. Se a água se evaporar, adicionar mais, aos poucos. Quando as espinhas estiverem moles, retirar as folhas de chá e despejar a pasta de soja diluída em um pouquinho de água; ferver, novamente, em fogo lento. É um prato excelente contra as 157

febres e inflamações, especialmente indicadas para as mães que não tem suficiente leite e que devem consumir todo este prato em cinco dias. É igualmente recomendado contra as pneumonias, as otites, as artrites e os reumatismos. OBESIDADE Usar a dieta dos dez dias de arroz integral com nabo branco ralado - 50 a 60grs. com um pouco de gersal. A duração desta terapêutica é de 30 a 60 dias. OLHOS Compressa de chá - torrar folhas de chá de três anos, em uma frigideira, até bronzear. Preparar uma infusão. Adicionar 5% de sal. Mergulhar a compressa nessa infusão e aplicar sobre os olhos, durante dez a quinze minutos três vezes ao dia. Bom para todas as doenças dos olhos. PNEUMONIA Compressa de carpa - cortar a cabeça de uma carpa de 500 gramas e recolher o seu sangue em uma xícara, que deve ser bebido, antes de coagular, pelo doente de pneumonia. Esmagar bem o restante do peixe e aplicar sobre o peito do doente. Medir a temperatura cada meia hora. Quando a temperatura voltar ao normal, após 5 ou 6 horas, retirar o emplastro. 158

Muitos doentes foram curados por este remédio, após terem experimentado, em vão, todos os antibióticos. PRISÃO DE VENTRE Causada pela excessiva absorção de alimentos muito ricos em elementos YIN, como o açúcar, as vitaminas C, as saladas, as frutas, batatas, berinjela, tomate etc. (ver lista dos alimentos YIN). Eliminai-os e curar-vos-ei como se tivésseis despertando de um pesadelo. Se, apesar de seguirdes o regime n° 7 durante alguns dias, não vos curardes, isto significa que o vosso caso é grave, que os vossos intestinos, raízes de vossas vida, estão paralisados e perderam toda a elasticidade. Não tenhais medo. Esperai alguns dias ou mesmo algumas semanas. O que tem um começo tem um fim, e a evacuação natural se produz cedo ou tarde, assim que os vossos intestinos tenham recuperado a elasticidade. Nenhuma fermentação venenosa se produzirá nos vossos intestinos, neste Ínterim, pelo alimento natural macrobiótico que estais ingerindo. Usar o chá habu durante todo o tempo. REUMATISMO: Restringir os líquidos ao máximo e usar arroz integral torrado, em uma frigideira, até 159

tostar bem. Comer, em seguida, sem cozinhá-lo. O tratamento externo far-se-á com compressas de gengibre e inhame. TOSSE: De qualquer etiologia, tal como a asmática, coqueluche, tuberculose, adotar a dieta dos dez dias de arroz integral, com poucos líquidos (chás), com 1/2 colher de sobremesa de gersal. O específico é a raiz de lótus seca - 1 colher das de sopa para uma xícara de chá de água fervendo. Tomar pela manhã, à tarde e à noite, isto é, 3 vezes ao dia. Excluir todo e qualquer outro chá ou líquido. Como variação, ao chá acima recomendado, adiciona-se 10% de gengibre e uma pitada de sal marinho e por para ferver. VARIZES: É uma doença de fácil e rápida cura. A medicina alopática convencional, trata por meio de cirurgia e pela esclerose dos vasos. Operamos mais de 1.800 casos desse mal e, por incrível que pareça, houve recidiva. Há casos de pacientes que operaram 2 e até 3 vezes, sem resultado favorável. A macrobiótica não usa de meios cruentos, pois basta uma dieta normal, para curar o mal. A causa dessa enfermidade é YIN, a YANGuisação (contração) é que irá resolver, completamente, o problema. Recomenda-se 160

o banho de assento, com folhas de nabo secas ou sal marinho e em seguida deitar-se e confiar que a cura, definitiva, está mais próxima do que se imagina. A finalidade fundamental deste capítulo Terapêuticas Específicas - é alertar aos que se dedicam à macrobiótica, para o fato de que toda e qualquer doença apresenta o seu próprio específico, receita e aplicação. Das centenas de doenças diagnosticáveis, selecionamos as relacionadas acima, por serem as de incidência mais freqüente. Para maiores esclarecimentos, deve o interessado entrar em contato com os orientadores macrobióticos esclarecidos.

CAPÍTULO 18 RELAÇÃO SÓDIO X POTÁSSIO A regulação do volume de sangue é em grande parte uma questão de balanceamento, entre o fluído dos vasos e o dos tecidos. Quando há uma perda de fluído, circulante, os vasos se reabastecem nos espaços extracelulares. Por outro lado, qualquer tendência para aumentar o volume de sangue é compensada por uma descarga do excesso de fluídos, nos tecidos e posteriormente, do organismo, na urina. Assim, o equilíbrio é rompido e o 161

volume sangüíneo no indivíduo é mantido acentuadamente constante (Best-Taylor). Os fluidos em questão podem ser considerados como intra e extracelulares. O fluido extracelular contém uma concentração alta de potássio e baixa de sódio, enquanto a extracelular contém quantidades relativamente grandes de sódio e pequenas de potássio. Quando estamos em atividade, inalamos mais oxigênio. O oxigênio, combinado com o sódio, transmuta-se em potássio (Kervran, Transmutações Biológicas), portanto, a relação sódio-potássio no sangue tende a ficar mais alta e, conseqüentemente, surge a necessidade de mais sódio (sal). Ao contrário, quando estamos inativos, inalamos menos oxigênio e, por conseguinte, a relação sódio-potássio, no sangue, tende a reduzir-se e toma-se YANG. Por isso, não se deve prescrever alimentos, em que o sal seja usado, a indivíduos acamados. O cálcio, nos ossos, ou tecidos, é atraído para o sangue e se dissolve nele. Esse cálcio também se transmuta em potássio com a libertação de hidrogênio. Assim, o sangue fica capacitado para manter uma proporção constante de potássio e sódio.

ALIMENTOS 162

COM ALTA PORCENTAGEM DE SÓDIO

As composições foram dosadas para 100 gramas dos produtos a serem estudados. Potássio Sódio Carnes vermelhas 0,100 Ovos clara 0,234 gema 0,136 Manteiga 0,690 Peixes (água doce) 0,066 ALIMENTOS

0,051 0,197 0,169 0,037 0,0013

COM ALTA PORCENTAGEM DE POTÁSSIO

Laranja

Potássio 0,3020

Limão

0,2340

Amêndoa Berinjela Ameixas frescas secas Batata inglesa Bananas

0,682 1,000 0,806

Sódio 0,000 4 0,008 0 0,006 0,080 0,01

0,803 0,531

0,07 0,38

0,353

0,001

163

Tomate Uvas

0,30 0,250

ALIMENTOS

COM

0,005 0,006

PORCENTAGENS

QUASE

DENTRO

DA

EQUIVALÊNCIA

Morangos Sapotis ALIMENTOS

Potássio Sódio 147mg 50,00 38,36 17,92

COM BAIXA PORCENTAGEM DE POTÁSSIO

Potássio Sódio Mel de abelha 0,010 0,015 Poderá ocorrer uma deficiência de cálcio, observadas às vezes em macrobióticos que, apesar de não usarem alimentos excessivamente YIN, têm os dentes deteriorados. (Aconselha-se, nesses casos, dosarem a quantidade de sal de acordo com suas atividades diárias.) As crianças necessitam de produtos mais YIN, por estarem em fase de crescimento. Devido à atividade delas, deve-se dosar o sal, já que os bebês, embora ativos, mantêm-se deitados; como precisam desenvolver-se, deve-se usar o mínimo de sal. Em gramas milequivalentes, o potássio varia de 3,39 a 5,35. O excesso, ou mesmo a grande deficiência, pode provocar uma 164

parada cardíaca em diástole. O aumento de sódio produz um aumento da pressão arterial. Como se vê, o desequilíbrio dos dois sais pode acarretar problemas para o lado da circulação sangüínea, afetando o aparelho circulatório e, concomitantemente, o coração. A alta porcentagem de sódio pode acarretar ainda arteriosclerose, labirintite, agressividade, mau hálito etc. Os alimentos tomam-se equilibrados quanto menor forem as porcentagens entre os dois sais, ficando sempre o sódio abaixo do potássio. Essa porcentagem deverá aproximar-se do índice 8:6 para compreender a proporção 1:5. A abrangente teoria da fisiologia humana de G. Ohsawa é toda baseada no relacionamento entre e o sódio e o potássio. A milequivalência é determinada em termos do peso atômico do sódio (23) e do potássio (39). Calculando: 1:51x23 = 23 5x39= 195 Metabolicamente, o desequilíbrio na relação sódio-potássio pode desencadear enfermidades em diversos órgãos. Alimentos de equilíbrio básico São os cereais os principais alimentos para o preparo de dietas equilibradas, sadias, energéticas, desintoxicantes, potencializadoras da inteligência e da 165

sexualidade, responsáveis por uma vida prolongada, sem os sofrimentos provocados por doenças (desequilíbrio). Potássio Arroz integral Trigo integral

0,019 0,075

Sódio 0,052 0,529

O trigo germinado triplica a energia dos minerais (fósforo, magnésio e cálcio) e é enriquecido pela vitamina B12 e glutamina, elevando em poucos meses (2 a 3) o índice intelectual. A título de curiosidade, examinada a cocacola, verificou-se a proporção de 500mg de potássio para l0mg de sódio. Sem maiores comentários. Os dados e análises aqui apresentados foram colhidos no Dicionário de los Alimentos, do jornalista macrobiótico Y.R. Vasconcelos (Ediciones Cedel, Barcelona).

CAPÍTULO 19 RELAÇÃO MAGNÉSIO X POTÁSSIO O que é o magnésio? É um elemento cujo nome vem de Magnésia, uma região da Tessália. Trata-se de um metal branco, tendo o peso atômico de 24,38, inalterável, em ambiente de ar seco, 166

sofrendo oxidação, quando exposto ao ar úmido. Foi isolado em 1808. Diante dos numerosos livros e trabalhos científicos por nós compulsados sobre o magnésio, e em vista dos antagonismos magnésio x potássio e potássio x magnésio, incluímos, aqui, este capítulo, considerandoo de real importância científica e cultural para os que se dedicam conscientemente à Macrobiótica. Nunca se deve esquecer, entretanto, e nem de longe acreditar, que a simples leitura do que segue é suficiente para se dispensar a ajuda de um competente orientador macrobiótico. Deduções próprias são insensatas e até perigosas. Para o uso e a manipulação do magnésio, é necessário ter em mente os seguintes itens: 1) O magnésio provoca a síntese bioquímica no organismo. 2) Catalisa as diástases (termo de significação indefinida designando uma disposição congênita, individual, hereditária, que leva a doenças várias), e vitaminas (as que não são energéticas, sendo apenas encarregadas de catalisar protídeos, lipídios e glucídios energéticos). 3) Orienta o equilíbrio de ácido básico. 4) Frena o sistema simpático. 5) Intervém na respiração celular e ativa o equilíbrio das enzimas. 167

Associado ao potássio, desempenha uma função na fecundação. 7) Em excesso, produz perda de cálcio. 8) Entra na composição da clorofila. 6)

FONTE DE MAGNÉSIO (Em cada 100g)

NOS ALIMENTOS

Laticínios: leite de vaca (12mg), leite materno (5mg), leite de ovelha (8mg), queijo Gruyère (45mg), queijo holandês (53mg). Cereais: germe de trigo (400mg), farinha de centeio (155mg), farinha de trigo integral (120mg), milho (85mg), pão de centeio (40mg), farinha de cevada (37mg). Leguminosas: farinha de soja (220mg), lentilhas (82mg). Legumes frescos: dente-de-leão (36mg), acelga (76mg), espinafre (50mg), couve-debruxelas (30mg), batata (30mg), alface (27mg), alcachofra (27mg), aipo (26mg), cenoura (15mg), cebola (15mg), rábano (15mg), couve-flor (14mg), couve (20mg), brócoli (13mg), chicória (13mg), aspargos (1 lmg), tomate (10mg), nabo (10mg). Frutas frescas: amoras (20mg), framboesas (23mg), fruta-do-conde (15mg), melão (15mg), tangerina (10mg), limão (10mg), groselhas (14mg), cerejas (12mg), ameixas (11mg), abricó (10mg), laranja (l0mg), pera (8mg), maçãs (2mg). 168

Frutas secas e oleaginosas: amêndoas (234mg), castanha-do-pará (230mg), nozes (130mg), avelã (150mg), figo (80mg), castanhas (75mg), tâmaras (65mg), damasco (57mg), coco (35mg), uva-passa (35mg). Ovos: gema (18mg), clara (16mg), inteiros (11mg). Peixes: carpa (43mg), arenque (35mg), sardinha (35mg), salmão (29mg), trutas (25mg), linguado (30mg), robalo (30mg), merluza (30mg), cavala (35mg), bacalhau (22mg), caviar (22mg). Crustáceos: lagosta (70mg), ostra (52mg), camarão (45mg), mexilhão (20mg). O perfeito equilíbrio dos elementos, no organismo, deverá assegurar um desenvolvimento harmonioso dentro do contexto de saúde. Observa-se, com alguma experiência, que quando uma relação não chega ao valor metabólico de equilíbrio, os transtornos aparecem, sob as mais variadas manifestações. A relação magnésio (YANG) x potássio (YIN) é de grande importância metabólica na Macrobiótica, e o excesso ou carência de um desses elementos interfere na função do outro. Para lutar contra enfermidades causadas por carência mineral, é necessário ir contra o desequilíbrio orgânico; para isso, somente a 169

Macrobiótica inconteste.

se

apresenta

como

escolha

TERAPÊUTICA PELO MAGNÉSIO O magnésio apresenta um efeito de colagogo (estimulante da expulsão da bile), provocando o relaxamento do esfincter de Oddi. Foram publicados inúmeros trabalhos focalizando o magnésio como estabilizador das plaquetas sangüíneas e indicando-o como antipruriginoso (contra coceiras) e com ação em edemas cerebrais, encefalopatías hipertensivas e na profilaxia das tromboses vasculares. De importância, apontaremos o que se passa para o lado do aparelho urinário. Em pacientes com função renal deficiente (nefrites agudas ou crônicas, rins policísticos) o magnésio deve ser completamente abolido ou usado em doses mínimas. A tendência, que tem o magnésio, de concentrar-se no sangue, pode acarretar transtomos perigosos. Manifestações para o lado do sistema nervoso, transtornos respiratórios e cardiovasculares são sinais de acúmulo de magnésio (devido talvez à ingestão excessiva de alimentos ricos no mineral). 170

A terapêutica magnesiana constitui um tratamento de grande eficácia e é inócua, enquanto os antibióticos impedem a vida dos elementos patogênicos, destruindo microorganismos indispensáveis aflora intestinal (que se torna perigosamente alterada). Já o tratamento pelo magnésio não destrói diretamente os micróbios, mas age aumentando as defesas naturais e o poder dos citófagos (proteção celular por aumento da atividade das células). TRATAMENTO, POSOLOGIA, INDICAÇÕES De diversos sais de magnésio, o cloreto foi o de escolha, depois de numerosas pesquisas e aplicações com êxito. As doses serão descritas mais adiante, de acordo com as indicações para os diversos casos. A ação do cloreto de magnésio é unicamente de defesa; não se trata de um remédio, mas de um complemento alimentar, energético. Os resultados sobre o câncer, doenças infecciosas e poliomielites são deveras espetaculares, e podemos afirmar, de sã consciência, ser uma conduta acertada como profilático e preventivo. Ao uso do cloreto de magnésio, observa-se, logo de início, um estado de euforia, aumento da energia, da resistência e abolição da fadiga. As melhoras, para os portadores do mal de Parkinson são simplesmente notáveis. 171

A fórmula ideal consiste em 20g de cloreto de magnésio, diluído em 1 litro de água de fonte. Deve-se utilizar o cloreto de magnésio cristalizado, que tem a propriedade de ser muito hidrófilo, e não o anidro. A farmacopéia alemã aponta esse sal como laxante nas proporções de 56,92% de magnésio e 43,8%. Usar pouco depois das refeições e nunca em jejum. As pessoas sãs poderão usar preventivamente, em jejum, de 50 a 125 cc das fórmulas de 33 gramas de cloreto de magnésio. A mesma dose é eficaz também na prevenção de resfriados e gripes; tomar em jejum e à tarde, diminuindo a dose caso o intestino desande. Nos casos dolorosos, prescrevem-se 125cc a cada 6 horas: a mesma dose para anginas e inflamação de garganta. O cloreto de magnésio foi experimentado em injeções durante um breve período, mas a prática foi abandonada ao se observar que o efeito era o mesmo quando aplicado por via oral. Para os rins, preconizou-se a porcentagem de 17% a 21%. No aparecimento de catarro e coriza, os sintomas desaparecem com uma única dose, desde que ministrada logo no início. No enfizema pulmonar, bem como na bronquite e na asma, é assombroso o 172

resultado que se obtém com doses de 125cc pela manhã e à tarde.

CAPÍTULO 20 ALIMENTOS YANG (Produtos Animais) Os alimentos, considerados secundários, pela macrobiótica, na dieta diária, não devem ultrapassar 50% de sua totalidade. PEIXES É útil saber que os esquimós não apresentavam doenças cardiovasculares, antes de entrarem em contato com a nossa sociedade moderna, pois a sua alimentação era constituída, basicamente, de peixes, algas marinhas e outros produtos do mar, úteis para prevenir desordem trombótica. A cárie dentária, até então, desconhecida, foi levada aos esquimós através, principalmente, do famigerado açúcar, trazido pelos civilizados. Deve-se consumir, preferentemente, pequenos peixes, tais como sardinhas, lambaris, pescadinhas, arenques, truta, lagosta, linguado, bacalhau, carpa, polvo, mariscos, ostras e pescados que vivam em cardumes e que se alimentem de frutos e ervas. 173

Deve-se ter a cautela de examinar-se, nas peixarias, a aparência do peixe, cujas guelras devem apresentar um vermelho vivo e olhos com o brilho característico e ter em mente que, os produtos químicos, usados para conservar os frutos do mar, podem causar insuficiência cardíaca. No início da dieta macrobiótica, os peixes deverão ser evitados. Somente após restabelecido o equilíbrio orgânico, com a prática do regime macrobiótico, é que se pode comer peixes moderadamente. AVES E OVOS Aves e ovos devem ser consumidos, com moderação, no máximo, duas vezes por semana, evitando-se, sempre que possível, os produtos provenientes de granjas, criados à base de rações elaboradas com produtos químicos nocivos à saúde humana. As aves preferidas (frangos, galinhas e semelhantes) serão as chamadas caipiras, criadas soltas, alimentadas com milho, restos de comida e que, habitualmente, ciscam. Quanto aos ovos, os de granja devem ser evitados e preferidos os chamados ovos galados, caipiras, saudáveis e muito mais resistentes do que os de granja. O que foi dito para galinhas e frangos aplica-se também, para os perus, galinha d'angola, codornas, perdizes, pombos, patos, faisão e etc. 174

CAPÍTULO 21 ALIMENTOS YIN

LEGUMES: Os que mais se aprofundam, no solo, são os de consumo mais aconselhados pela macrobiótica, por serem mais YANGs. A bardana, cujo nome, em japonês, é cobô, é o mais YANG dos legumes, pelo seu alto valor energético. Pode chegar a 1 metro e 20 centímetros de comprimento por 3 a 4cm de diâmetro. É também, riquíssima em sais minerais. É vitalizante e afrodisíaco. E uma planta selvagem e é uma verdadeira praga, pela facilidade de propagação e dificuldade de extirpação do solo. O seu cultivo deve ser cercado de algumas cautelas, para se evitar a sua propagação indesejada. No Brasil, as variedades de legumes mais populares são: Cenoura, Nabo comprido (YANG), Nabo redondo (YIN), cará, inhame, raiz de dentede-leão, raiz de gengibre, raiz de salsa, alho-porró, cebola vermelha, abóbora hokaido, aspargo, alcachofra, pepino, maxixe e etc. 175

LEGUMINOSAS: As leguminosas destacam-se, entre os vegetais, por sua composição altamente proteica. Entre as mais usadas, destacam-se a soja, o grão-de-bico, as lentilhas e as variedades de feijões azuki, fradinho e preto. O feijão azuki é apontado como específico para beneficiar o aparelho urinário, sendo usado tanto na forma de chá, como creme e, também, em composição com arroz integral e outros alimentos. As leguminosas têm uma característica muito especial, que é a sua capacidade de absorverem nitrogênio, diretamente da atmosfera, pois, em suas raízes existem alguns nódulos, onde vivem bactérias que provocam esse processo. A importância desse fenômeno reside no fato de as outras plantas retirarem o nitrogênio do solo, através dos sais, nitratos e nitritos, empobrecendo, assim, o solo. Entre as leguminosas, existem, ainda, árvores de grande porte, tais como as acácias, as chuvas-de-ouro e etc. Enquanto o arroz integral tem só 10%, as leguminosas têm 25% de proteínas. A soja, por exemplo, tem aminoácidos livres de purina, que produz o ácido sérico; é, também, rica em fósforo, cálcio e vitaminas A e B. Cumpre esclarecer que o organismo humano é capaz de 176

produzir proteína, independente da ingestão dessa substância. VERDURAS: Poderão ser usadas cruas (saladas), cozidas ou refogadas. As verduras cruas exigirão, é claro, uma mastigação mais vigorosa e demorada, esforço esse benéfico para o organismo, pois se a mastigação for insuficiente, haverá, como conseqüência, a formação de gases intestinais. Na macrobiótica, as verduras mais importantes são: acelga, catalonha, escarola, agrião, salsa verde, dente-de-leão, mostardão, folhas de cenoura, folha de couve-de-flor, nirá, rúcula e as plantas selvagens (Serralha, Caruru e folhas de bardana). Deve-se ter em mente, sempre, que na macrobiótica, não há proibições. Deve-se seguir, é claro, as restrições aconselhadas ao doente para recuperar a sua saúde dentro do menor espaço de tempo possível. Após a cura, as restrições são substituídas pela lei do princípio único YIN/YANG e, PELA PRUDÊNCIA E BOM SENSO. As verduras constantes da família das crucíferas, gênero das brássicas, por serem muito YIN, só devem ser usadas quando a doença for muito YANG. Nas verduras, quanto mais escuro for o pigmento verde - a clorofila - YIN - tanto melhor, pois, no organismo, se transmutará 177

em hemoglobina. Aconselha-se a usar, sempre, um alimento verde (verdura), em cada refeição, para prevenir uma possível anemia. O uso da couve, couve-flor, brócolis, bertalha, rabanetes, rábanos, espinafre, mostarda e repolho deve ser evitado pelos portadores de hipertireoidismo (diminuição da ação da glândula tireoidiana).

CAPÍTULO 22 FRUTAS (Produtos YIN) O equilíbrio orgânico apresenta proporções definidas para todos os elementos encontrados no meio sangüíneo circulante. Assim, por exemplo, o sódio e o potássio, de valor inestimável no metabolismo, deverão, como registraram Kevran e Ohsawa, apresentar a proporção de um de sódio para cinco milequivalentes de potássio. Todas as frutas até hoje estudadas, com exceção do sapoti, são altamente potássicas (YIN). A banana possui, na sua composição, um de sódio para 620 de potássio e o abacaxi 1 para 750. Nos primeiros três para quatro meses de dieta, é preciso abster-se de frutas e depois, gradativamente, usá-las com parcimônia e de vez em quando. 178

As que mais se aproximam das proporções definidas do equilíbrio humoral do corpo humano, no que diz respeito ao equilíbrio sódio-potássio, são: melancia, melão, maçã, morangos silvestres, morangos pequenos, mamão caipira, amoras, framboesas, cerejas etc. As frutas de estação também poderão ser comidas pelos macrobióticos de alguns anos e perfeitamente equilibrados. Poder-se-á, ainda, usá-las, submetendo-se a uma Yanguização pelo calor ou adicionando sal. Banana: Pouco ou quase nada existe, nos compêndios macrobióticos, sobre a banana. O botânico Lineu, baseado em lendas orientais, considerava essa a fruta do bem e do mal, dando-lhe, assim, o nome pomposo de musa paradisíaca. Do ponto de vista da macrobiótica, a nossa popular banana, é uma fruta muito YFN, pelo seu elevado desequilíbrio entre a proporção de sódio e potássio, que é cerca de 1 para 620, enquanto que o correto seria 1 para 5. Pela sua elevadíssima desproporção entre o sódio (1) e o potássio (620), não é aconselhável a sua ingestão freqüente, principalmente crua. Exceção feita da banana ouro, principalmente a mais curta, que poderá ser consumida, moderadamente, uma ou duas vezes por semana, pelos que praticam a dieta macrobiótica por mais de 3 179

anos. As bananas, portanto, só devem ser consumidas - Yanguisadas - isto é, fritas, assadas ou cozidas. Poderíamos lembrar as variedades da terra (assada ou frita), São Tomé (assada), Vinagre, Cinzenta e Figo (assadas ou fritas). A nossa popularíssima banana precisa ser consumida, de preferência, com outros produtos YANG para combater os possíveis efeitos nocivos, advindos do seu consumo exclusivo, como mata fome. Cautela e prudência não fazem mal a ninguém. Usemos o nosso bom senso, para não morrermos, ingenuamente, pela boca, como os inocentes peixes. LEITES E DERIVADOS: O homem é o único animal que continua a beber leite, mesmo depois de desmamado. No mundo animal, logo que as crias adquirem dentes, são afastadas das tetas de suas mães. Apesar de alertado, pelos meios de comunicação, como veículo propagador de germes patogênicos, o seu uso desordenado, é imposto, ao público, pelos oligopólios e empresas multinacionais, que dominam o mercado. A macrobiótica usa, preferentemente, o leite de soja e de cereais, para os adultos, em geral e, para as crianças o kaokor, preparado com arroz integral tostado, arroz glutenoso, aveia, soja e sementes de gergelim, reduzidos a pó. Em casos 180

excepcionais, poderá ser usado o leite de cabra e os seus derivados, tais como a coalhada e o queijo. Deve-se evitar o leite de vaca por ser produzido com a ajuda de produtos químicos e conservados com aditivos nocivos à saúde. Por outro lado, a gordura existente no leite da vaca é composta de ácidos graxos saturados, responsáveis pela deposição do colesterol nos vasos sangüíneo, além de ser excelente caldo de cultura de microorganismos patogênicos (cocus, vírus e etc.) Aconselhamos, portanto, que sempre que possível, deve-se evitar o consumo de leite de vaca, que deverá ser substituído por alternativas ao alcance das famílias e que são mais saudáveis e nutritivos.

TERCEIRA PARTE CAPÍTULO 23 DOENÇAS DE ALTA AGRESSIVIDADE E DE ETIOLOGIA DESCONHECIDA Partindo do princípio segundo o qual não existem doenças e sim doentes, bastará equilibrar o organismo para que os sintomas desapareçam. Além das 10 modalidades de dietas preconizadas por Ohsawa, é necessário acrescentar a dos 10 dias de arroz, com a 181

finalidade de desencadear as necessárias reações, fazendo com que apareçam sintomas não conhecidos pelo indivíduo, bem como o desaparecimento de sintomas de doenças crônicas. A dieta dos 10 dias terá 3 finalidades: 1) Conscientizar o indivíduo numa disciplina orgânica, isto é, comer somente o que for prescrito pelo orientador; 2) Eliminar, do sangue, os produtos tóxicos e químicos, pois, em 10 dias, haverá uma mudança completa do sangue circulante, e 3) Servir de base, de acordo com as reações, para a escolha e seqüência das próximas linhas de conduta alimentar. Após os 10 dias de arroz, a orientação será no sentido de amparar órgãos, aparelhos ou sistemas que, ainda, se apresentarem desequilibrados, até completar o espaço de tempo, em torno de 4 meses, suficientes para a mudança celular completa dos órgãos ditos hematopoéticos (geradores de sangue). Compreender-se-á, então, por que grande número de doenças irá desaparecendo, depois do quarto mês de macrobiótica. Não daremos linha de tratamento para cada doença em particular, como, erroneamente, fizeram alguns orientadores em seus trabalhos, visto que abordaremos o assunto de uma maneira geral. 182

Na linha de conduta YIN/YANG, daremos dietas acrescidas dos específicos alimentosmedicamentos. Usar, sempre que possível, a dieta dos 10 dias (registrar num gráfico), as reações, as quais servirão de orientação no processo de cura, que se instala, a não ser que o paciente se apresente muito debilitado ou em desintegração orgânica. A seqüência alimentar será escolhida de acordo com o prognóstico de uma cura a curto, médio ou longo prazo, optando-se, então, pelas dietas 7, 6 ou 5. A dieta 80% e 20% - Cereais secundários terá indicações precisas para as doenças de alta agressividade, depois da dieta 7. Convém consultar, sempre, o livro Macrobiótica Zen, de G. Ohsawa, onde serão encontradas relações de doenças e respectivas linhas de conduta, assim como centenas de receitas alimentares. A bibliografia sobre as doenças, principalmente, na medicina alopática, que é a nossa medicina tradicional, ensinada nas nossas faculdades de medicina, é muito vasta e, quase sempre, apresenta as mesmas conclusões: "ainda não se conhece a etiologia de cada uma doença e se procura uma terapêutica que debele o mal". Usamse, geralmente, paliativos, que mascaram os efeitos do mal, mas atendem, em parte, a insatisfação do paciente e do médico. Surge, 183

freqüentemente, com a administração de produtos químicos, os rotineiros efeitos colaterais, danificando, assim, o próprio organismo, cuja cura se deseja restabelecer. Para cada doença de etiologia desconhecida, cientistas, pesquisadores e clínicos, optam, geralmente, após exaustivas observações, por produtos que mascaram os sintomas, aconselhando, aos portadores dessas enfermidades, o uso dos seus medicamentos (fármacos), pelo resto da vida ou até que se descubra alguma droga química de efeito mais eficaz". Aliás, remédio, como diz a própria palavra - é algo para remediar e não para curar! Alertamos os doutos colegas metabologistas, clínicos e, especialmente, os reumatologistas, ortopedistas e fisioterapeutas, contra os remédios, intervenções cirúrgicas e manobras usadas com aparelhagens ortopédicas que, muitas vezes, angustiam e deformam o paciente. "Não há remédio - remediado está" Procurando uma saída para a nossa insatisfação interior, quando recebia pacientes, por quem nada ou quase nada poderia fazer para minorar os seus padecimentos, a não ser indicar-lhe psicoterapia para que não ficasse sem o amparo de uma "muleta", em vez de ter a coragem de dizer-lhe que o seu mal era como o de milhares ou milhões de outros, 184

que não tinha cura, levando, assim, o paciente a angústia e ao desespero. O que fazer, então? De raciocínio em raciocínio retrospectivo, chegamos até a medicina do Imperador Amarelo, que datava de cerca de quatro mil anos e, nesse trabalho, pusemos em prática alguns ensinamentos que nos levaram a escrever nossas observações, oferecendo-as aos nossos colegas que, como nós, sentem o que sentimos - a incapacidade de dar ao condenado ao sofrimento, por uma doença de alta agressividade e de etiologia desconhecida, a esperança de cura. Todo engenho ou máquina, por mais grosseira ou sofisticada que possa ser, necessita, para o seu perfeito funcionamento, de cuidados especiais e do fornecimento de combustível para seu consumo e lubrificação, produtos contra a ferrugem, peças para reposição e etc. O homem, "Esse desconhecido", na opinião do Dr. Alex Carrel, é, também, uma máquina. Não é um organismo rústico e sim uma máquina aprimoradíssima e super sofisticada, de funcionamento perfeito, tão perfeito, que ainda não foi possível reproduzí-la, nem mesmo, com a ajuda dos mais adiantados e sofisticados computadores. A reprodução do ser humano só é possível pela união biológica de duas forças antagônicas, mas complementares: o 185

macho e a fêmea. As coisas se processam de dois modos: a distorção e as transmutações bioquímicas orgânicas. Como exemplo de distorção, poderíamos citar a transformação que se processa no meio físico, tal como o sólido que se transforma em líquido, dos líquidos, nos gases (vide tópico YIN/YANG). A transmutação é a transformação no meio biológico. Todo alimento introduzido, por via oral, no organismo, sofre, desde o primeiro processo de mastigação e diluição na saliva, mudanças no que diz respeito à sua composição química. A lista de doenças de alta gravidade é longa. Relacionaremos aqui, somente aquelas, nas quais, podemos constatar, as possibilidades de cura. Os medicamentos (fármacos, remédios) deverão ser abolidos, gradativamente, para o sucesso do tratamento macrobiótico pois, após o quinto (5 o ) dia, eles (os remédios) entrarão em potencialização medicamentosa, podendo, um único comprimido, valer por 5 ou 10 comprimidos. E sabido que os produtos químicos (produtos artificiais geralmente produzidos em laboratórios...! não se metabolizam no organismo, ao passo que os produtos orgânicos são metabolizados e facilmente assimiláveis e não provocam efeitos 186

colaterais (geralmente, nocivos ao organismo). Pesquisa feita por um cardiologista de Paris, com a finalidade de concluir suas observações sobre o colesterol e os triglicérides, constatou algo de inestimável valor para os macrobióticos: os pacientes foram divididos em dois grupos: o primeiro, os que moravam em Paris e que, por conseguinte, alimentavam-se de aves de granja (criadas em cativeiro e com ração balanceada...!); e o segundo grupo constituído de pacientes que viviam em sítios, chácaras e fazendas e que se alimentavam de aves criadas soltas, ciscando, comendo milho e restos de comida e tendo, em média, cinco a seis galinhas para um galo. Recolhendo gordura sob a pele dos indivíduos dos dois grupos, constatou com surpresa, que o grupo que vivia fora de Paris e que se alimentava de aves caipiras, apresentavam as características de gordura humana, ao passo que, nos parisienses, a gordura não se metabolizava e as características eram de gordura de galinha.

CASOS CLÍNICOS - DEPOIMENTOS 187

Dr. Elias Mutchnik e Dr. Urias C.C. Prado A macrobiótica, tal como foi introduzida no Ocidente, por George Ohsawa, é empírica. Tudo o que nela se lê foi baseado em conhecimentos milenares, através de observações minuciosas, hoje comprovadas cientificamente. O presente volume, pelo fato de o seu autor ser de formação médica, procura dar um cunho científico, sem ser, por isso, prolixo, a fim de que a sua compreensão seja fácil para leigos ou cientistas. Procuraremos, neste capítulo, não nos atermos, simplesmente, à exposição clínica dos casos, mas principalmente, a depoimentos dos próprios pacientes, o que dá uma conotação de evidente autenticidade. Todos esses depoimentos se encontram em nosso poder, devidamente catalogados e à disposição dos interessados. Dentre os milhares de casos estudados nestes últimos 25 anos de orientação macrobiótica, selecionamos, apenas, alguns, para dar, ao interessado, conhecimentos básicos desta alternativa. Por razões de ordem ética, nos depoimentos e nos casos clínicos relatados, o paciente não é identificado. 188

A finalidade dos depoimentos, que se lerá, na seqüência, é, principalmente, encorajar aqueles que, mercê de uma educação tradicional, só consegue, culturalmente, enxergar como verdade, aquilo que lhes foi ensinado, esquecendo-se de que temos muito ainda a aprender com as culturas milenares. R.F.S. - 49 anos, portador de bronquite crônica desde os 2 (dois) anos de idade. Em 1981, houve uma grande piora do quadro, iniciando então uma série de tratamentos com vacinas e antibióticos. Entretanto, não apresentava nenhuma melhora significativa, permanecendo com intensa falta de ar, e grande formação de catarro. Em junho de 1987, após uma crise violenta, que o levou à hospitalização por um período de 7 (sete) dias, foi introduzido ao seu tratamento, o corticóide. Em dezembro de 1992, após anos de sofrimento, e tentativas frustradas de melhora, iniciou o tratamento através da Macrobiótica. Nessa ocasião, ingeria diariamente, 5mg de corticóide e 1500mg (1,5 gr) de antibióticos. Além disso, referia uma gastrite crônica e apresentava, no olhar, a característica de Sanpaku. 189

Após os primeiros 30 (trinta) dias de tratamento, verificou-se que a melhora do quadro seria progressiva e a cura biológica em 3 (três) anos, e, a total, em 7 anos. Nesses primeiros 30 (trinta) dias, os medicamentos foram suspensos (corticóides e antibióticos), permanecendo apenas o uso de broncodilatadores por inalação. Atualmente, com 16 (dezesseis) meses de tratamento, encontra-se com diminuição da intensidade das crises de bronquite, em tomo de 60%, além de não estar fazendo uso de antibióticos e corticóides. Permanece entretanto, com o uso de broncodilatadores por inalação, tendo-se em vista que o seu processo de cura, ocorrera em 3 (três) anos. Sua característica fisionômica de Sanpaku, desapareceu, e não apresenta queixas relacionadas à gastrite. T.F. - Avaré. Caso de enfisema pulmonar. Resultados de 3 raios-X de tórax 1 o ) Em 15/8/90 Enfisema pulmonar bilateral. Seios costo-frenicos livres. Área cardíaca dentro dos limites normalidade. Acentuação da acifose torácica.

190

de

2 o ) Em 9/1/92 Discreta acentuação da transparência pulmonar. Seios costofrenicos livres. Escoliose sunuosa da coluna torácica. 3 o ) Em 13/3/92 Transparência pleuropulmonar de aspecto normal Seios costo-frenicos livres. Volume cardíaco normal. Observação: Esta paciente teve este magnífico resultado após um tratamento macrobiótico relativamente curto. Todas as radiografias foram executadas no mesmo serviço de radiodiagnóstico da Santa Casa de Avaré. Paciente de 61 anos, branca, professora. Iniciou seu tratamento em 10.01.91, com história de enfizema pulmonar e reumatismo; retornou várias vezes até 03.12.92, quando já se encontrava em ótimas condições. Pompéia, 4 de abril de 1991

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Eu sou Diva Maria de Almeida, casada, 32 anos, duas filhas e completamente curada de artrite reumatóide, graças a Deus. Tive artrite durante onze anos e sempre fazendo tratamento com médicos reumatologistas que me enchiam de drogas fortíssimas, principalmente cortisona e sal de ouro. No início, tive alguma melhora, mas com o passar do tempo, os medicamentos foram se tornando ineficazes e meu estado geral piorando a cada dia. Nos últimos tempos, eu tinha crises freqüentes (uma por semana) tão fortes que me mantinham imobilizadas, sem possibilidade de se locomover e com dores cruciantes. Eu tinha, dentro de mim, a certeza de que se não encontrasse uma saída, acabaria em uma cadeira de rodas, toda dolorida e deformada. Pensando nisso, resolvi visitar uma médica naturalista no município de São Roque. Ela me falou de mudanças na alimentação, mas de uma forma tão superficial e sem maiores explicações que eu me sentia cada vez mais perdida. E foi através dessa indicação que eu tive a oportunidade de, em uma loja de produtos naturais, comprar um livro de José R. de Vasconcelos, onde encontrei citações a respeito do Dr. Henrique Smith. Nesse livro estavam descritos casos de artrite 192

reumatóide que haviam sido curados através da macrobiótica. Liguei para o Dr. Smith, fui atendida num sábado, em sua casa e ele me explicou tudo sobre a macrobiótica. Era uma perspectiva maravilhosa, a possibilidade de me curar, mas meu estado de espírito não me permitiu acreditar de imediato nas palavras dele. Era o diagnóstico de alguém que eu nem conhecia direito, me dizendo que toda doença é provocada por alimentação inadequada, contra diagnósticos de especialistas, inclusive um cientista especializado nessa área, que me advertiu que a artrite não tinha cura. Que era necessário que eu me acostumasse com a dor e controlasse a doença com medicamentos. Resolvi arriscar. Parei com todos os medicamentos, mudei completamente minha alimentação e sob a orientação direta do Dr. Smith e suas auxiliares, fui passando pelo período crítico de desentoxicação. Perdi 15 quilos em um mês, tive reações características desse período, como: febre alta, dores de cabeça, problemas genitais e urinários e principalmente declives emocionais. Mas tudo isso já estava previsto pelo Dr. Smith, e ele me alertou que quanto maiores as reações, mais rápida a cura. Hoje, três anos depois, sou uma mulher completamente curada. A macrobiótica foi 193

para mim uma luz, colocada por Deus, no fundo do poço, através da qual eu pude chegar à tona. E eu, que antes mal podia andar, ou pegar minhas filhas no colo, hoje posso correr, andar de bicicleta, e fazer tudo o que eu achava que jamais voltaria a fazer. Agradeço a Deus que me conduziu ao Dr. Smith e ao mesmo tempo peço a ele pela vida desse homem abençoado, que tem um poder muito grande, concedido a ele por merecimento, pelo nosso pai celeste. E ao meu marido, que esteve o tempo todo do meu lado, me sustentando nos momentos difíceis e se alegrando comigo nos momentos felizes. Meu número é 4/43 A, iniciei meu tratamento no dia 23 de abril de 1988 efui liberada no dia 19 de abril de 1990. São Paulo, 03 de dezembro de 1992. Prezado Dr. Henrique Smith. Quando o procurei, na tarde do dia 16 de fevereiro de 1989, na minha bagagem de doente trazia nada menos do que trinta anos de muito sofrimento, de muita dor, de muita angústia. Meu estado, naquele momento, era desesperador, pois estava sob ameaça de sofrer amputação de um dos pés ou de uma das pernas. Hoje estou perfeitamente bem. Já não convivo com os sintomas da doença, que desapareceram em poucos meses. Sinto-me 194

curado. Na verdade renasci para uma nova vida, em que não há lugar para o sofrimento, para a dor e para a angústia inevitáveis. Graças, Dr. Smith, à sua orientação competente, segura, fraterna e sobretudo desinteressada e ao amparo sempre amigo de sua equipe de auxiliares. Graças, Dr. Smith, à alimentação macrobiótica, natural e correta segundo o princípio YIN/YANG da Ordem do Universo. Hoje me felicito por ter sido doente e por ter, num instante que se tornou fundamental em minha vida, sabido compreender que as "doenças" que nos acometem nada mais são que sinais que a Natureza nos dá para nos avisar de nossos descaminhos, de nossas transgressões ao princípio YIN/YANG da Ordem do Universo. Cumpro, pois, com esta carta, o dever de expressar-lhe de maneira indelével o meu mais profundo reconhecimento pela orientação que me concedeu. Quero, também, deixar em seu poder, especialmente para que eventualmente possa servir de estímulo a quem esteja se iniciando na Macrobiótica, o relatório em anexo, em que dou detalhes da doença que me acometera, dos "tratamentos" a que fui submetido durante tantos anos, do estado em que me encontrava quando busquei a Macrobiótica sob sua orientação, e dos resultados que obtive. 195

Relatório-depoimento (Para os arquivos do Dr. Henrique Smith, sobre meu estado de saúde antes de fazer alimentação macrobiótica sob sua orientação e sobre os resultados colhidos). 1. Minha qualificação é a seguinte: Renato de Paula Scaglione, RG n° 1.012.025, brasileiro, casado, 69 anos de idade, advogado, Procurador do Estado aposentado, residente à rua Ministro Gastão Mesquita n° 315, apto.71, em São Paulo (Telefone: 62-5233). Meu número para controle: 2/37. 2. Não tinha trinta anos quando comecei apresentar sintomas de uma doença do aparelho circulatório, de natureza arterial, caracterizada por deficiência circulatória muito acentuada nas extremidades. Mãos e pés sempre muito frios, freqüentemente com zonas de insensibilidade em suas extremidades; claudicação intermitente, com progressiva redução da capacidade de andar; lesões isquémicas nas extremidades dos dedos; gangrenas. Diagnóstico: "Síndrome de Reynaud", doença progressiva que a medicina oficial tem por incurável. 3. Durante trinta anos consumi caixas e caixas de medicamentos vasodilatadores (foram centenas delas) e passei por três cirurgias ("Sim-patectomias"), sem nunca ter 196

ficado curado. A rigor, só tive periodos de amenização dos sintomas, nunca tendo deixado de conviver com eles. As duas primeiras cirurgias foram realizadas no Hospital Santa Catarina, em 1959 e 1967. A última, no Hospital do Servidor Público do Estado, em 1971. Algumas de minhas passagens pelo Hospital do Servidor estão registradas nas fichas de atendimento de que junto cópia. 4. No inverno de 1988 os sintomas da moléstia ressurgiram, agravados. Encontrava-me, nessa ocasião, em tratamento para controle de pressão alta, assim como de uma arritmia cardíaca, sob os cuidados de um dos mais renomados cardiologistas desta Capital. Além dos remédios (14 comprimidos diários), era obrigado a tomar diariamente pelo menos dois copos duplos (dos grandes) de suco de laranja. Era preciso ingerir bastante potássio, inclusive sob a forma de comprimidos de cloreto de potássio. No início do ano seguinte, precisamente em fevereiro de 1989, estava com três dedos do pé esquerdo grangrenados, enegrecidos e infectados. Num deles até o osso se podia ver. Passava as noites em claro, sentado na cama, segurando e massageando o pé, em busca de algum alívio, por mínimo que fosse. Só dormia, aos cochilos, durante o dia. Tinha as pernas e os pés muito frios, 197

arroxeados. Só me locomovia com o auxílio de muletas. 5. Foi nessa época, e nesse estado, que me encaminhei à Macrobiótica por iniciativa de uma de minhas irmãs (Maria Clementina, a quem sou, por isso, muito agradecido), que conseguiu, graças à benevolência do Dr. Henrique, uma consulta com a urgência que o caso requeria. No meu primeiro contato com o Dr. Henrique, assumi perante ele, mas especialmente para comigo mesmo, o compromisso de observar rigorosamente a sua orientação e de me aprofundar na compreensão do Princípio Único do Universo. Era a condição que ele me impunha para ficar bom dentro de algum tempo. Cumpri o compromisso. E hoje tenho a dimensão exata da importância daquele momento em minha vida, pois em apenas poucos meses passei a apresentar uma condição de saúde que nunca tivera antes. 6. Tinha, pois, o dever de dar este testemunho. Não apenas para que exista como registro indelével de meu reconhecimento, mas para que nele os que estejam se iniciando na Macrobiótica possam, eventualmente, encontrar o estímulo de que necessitam para a mudança de seus hábitos alimentares. Na Macrobiótica, tudo quanto, no princípio, 198

possa parecer difícil e penoso para logo se revelará fácil e simples. Aceitem-na, os que estejam em busca da felicidade, em sinal de amor e respeito por si mesmos, e como forma de se harmonizarem com a natureza e de obterem, em contrapartida, saúde e alegria de viver. São Paulo, 03 de dezembro de 1992. Renato de Paula Scaglione Relatório de A.D. Há anos que eu vinha sofrendo de prisão de ventre e tomava remédios fortes para o intestino funcionar. Mas quando ele funcionava as fezes saiam sempre envoltas em sangue. Procurei um médico proctologista, achando tratar-se de hemorróida. Ele receitou supositórios, mas não tive melhora nenhuma. Voltei ao médico para nova consulta e aí tive que me submeter a uma colonoscopia onde foram retirados 2 (dois) pólipos, que segundo ele apresentavam bom aspecto, não causando preocupação. Fiquei tranqüila, mas esperei o resultado do laboratório. Passaram-se 20 dias e não tive retorno do resultado do exame. Somente quando reclamei é que aí veio a notícia: "os pólipos de sigmóide eram adenocarcionoma grau 1 199

originando-se em pólipo adenomatoso de mucosa colônica infdtrando no tecido conjuntivo." Portanto eu precisava ser operada imediatamente para evitar possíveis metástases nas paredes e nos gânglios do intestino. O diagnóstico não me abalou. Havia dentro de mim a fé e a convicção firme de que não devia me operar. Rezei, pensei e consultei um outro especialista. Refiz os exames, houve novo internamento, foi retirado mais um pólipo que não apresentava nada de alarmante. Eu precisava era de um controle periódico, sem operação no momento. Tirei umas férias para pensar, e resolver que caminho eu devia tomar. A intuição me recomendou que procurasse o Dr. Henrique Smith, que eu já conhecia de nome. E assim o fiz. Marquei consulta, relatei o caso levando todos os comprovantes e tomei coragem para começar uma mudança radical nos meus hábitos. Confesso que com 63 anos é preciso muita coragem para fazer essa virada. Os primeiros meses da dieta foram difíceis. Houve dias de angústia, de tristeza, desânimo, mas eu sabia que não devia desistir pois o resultado final seria surpreendente. E eu me propus e apostei para ver o resultado. E aconteceu! Hoje refiz os exames e o resultado foi o seguinte: 200

"tudo normal, nenhum resquício da doença. Livre da operação. Chorei de alegria agradecendo a Deus por tudo, por essa prova tão difícil que consegui transpor. Milagre? Não. Fé em mim mesma e a vontade firme de realizar a vitória através da renovação alimentícia (macrobiótica), que abrange todas as células, átomos, elétrons etc. Claro que houve o carinho e a dedicação do Dr. Smith e de sua equipe, sempre pronta a confortar, estimular, incentivar a qualquer hora do dia ou da noite, para culminar nessa gratidão e alegria final. Testemunho de M. A. Relatório de Colonoscopia 15 de junho de 1993 Idade: 62 endereço/telefone: Indicação: controle pós-polipectomia há 25 dias. Estudo radiológico prévio: não fez Outros dados: pólipo degenerado (outro serviço) Colonoscopia realizada até o ceco em boas condições de preparo . A mucosa retal encontra-se lisa, brilhante e sem ulcerações. A vascularização submucosa é visível e encontra-se de padrão normal. Na junção retossigmoidiana foi localizada e ressecada estrutura elevada cônica, com depressão central, de 1 cm. 201

Os segmentos colônicos encontram-se de conformação, calibre e elasticidade conservados, não se observando áreas de estenose. A mucosa apresenta-se melanótica e observam-se óstios diverticulares no sigmóide. Localizados e retirados pólipos sésseis de 3 mm do ângulo hepático e 6 mm do descendente, sésseis. A válvula íleo cecal é de conformação bilabiada, e de cor amarelada. DIAGNÓSTICO: PÓLIPOS SÉSSEIS DO ÂNGULO HEPÁTICO, DESCENDENTE E RETO. DOENÇA DIVERTICULAR.

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Pindamonhangaba, 19/03/94 Meu nome é A.D.M. resido em Pindamonhangaba. Idade 64 anos. Profissão Auditor Fiscal aposentado. 203

Diabete descoberto em 1/7/1980. Nesta data a taxa foi de 227,5. Desta data até 30/10/1993 a taxa oscilou entre 149,5 a 202,4 nos exames de laboratório. Iniciei o tratamento com o Dr. Henrique Smith em 30/10/1993 e graças a ele, com a mudança de alimentação e usando a comida macrobiótica não tenho mais sinal de diabetes. Depois de 1/7/1980 (após a descoberta da diabete) passei por muitos médicos e tomei uma variedade grande de medicamentos, chás e variada alimentação. Nada curou, apenas a comida macrobiótica receitada pelo Dr. Smith. Hoje já posso me alimentar convenientemente, pois em apenas 18 dias de tratamento com o Dr. Smith já não apresentava sinais da doença. De meados de novembro para cá tenho voltado a seu consultório e tenho recebido liberação parcelada de comida e frutas, sempre sem riscos ou nova manifestação da doença. O importante é que além da diabete que hoje não tenho mais, não sinto mais dores de cabeça, enxaquecas, dores ou formigamentos nas pernas, gripes ou resfriados. Não tenho mais doença nenhuma, graças a Deus. A.A.R.N.: 65, contador, casado. 204

Paciente diabético, cardíaco, com coronariopatia e sob tratamento macrobiótico desde janeiro de 1984. Histórico: paciente diabético, hipertenso e obeso, foi acometido de infarto agudo do miocárdio no ano de 1974. A recuperação, após este infarto foi rápida e durante 9 anos, além do tratamento médico, deixou de fumar e passou a freqüentar uma unidade cardiológica para recondicionamento físico. Em agosto de 1983 sofreu outro infarto agudo do miocárdio, desta vez com comprometimento mais severo da função cardíaca e também do Diabetes Mellitus. Apresentava crises freqüentes de arritmia que o obrigavam a quatro internações em UTFs; o paciente sofria de dispnéia aos mínimos esforços, hepatomegalia e edemia de m.m.i.i. a glicemia de jejum 200mg% 30 UI de insulina NPH por dia, além de diuréticos cardiotônico, vasodilatadores, anticoagulantes plaquetários, antiarrítmico e dieta para diabéticos (baseada em carnes e vegetais). Foi submetido a diversos exames cardiológicos, sendo os principais relatados a seguir: a) Cateterismo Cardíaco (agosto de 1983) Conclusões: 1 o ) Coronáriopatia grave e difusa 2 o ) Oclusão total do ramo descendente anterior 205

3 o ) Lesão obstrutiva importante na artéria circunflexa 4 o ) Lesões obstrutivas importantes nos ramos marginais esquerdos. 5 o ) Oclusão total do ramo atriovascular. 6 o ) Heteroanastomose da coronária esquerda para a coronária direita. 7 o ) Oclusão total do tronco da coronária direita. 8o) Ventrículo esquerdo com comprometimento importante. 9 o ) Pressão diastólica final do ventrículo esquerdo elevada. b) Exame Ecocardiográfico 13.11.84 Mostrando funções ventriculares deprimidas. Evolução com o tratamento macrobiótico, iniciado em janeiro de 1984 com o Dr. Henrique Smith. Retirada gradual dos medicamentos e da insulina, sendo apenas a Digoxma e a Nitroglicerina aplicadas na pele. O diabetes mantém níveis de glicemia normais, em todos os exames periódicos e regulares que tem sido feitos, taxas entre 90 e 110mg%. As crises de arritmia desapareceram, e a função cardíaca melhorou consideravelmente, não apresentando mais dispnéia aos pequenos e médios esforços; desapareceu a hepatomegalia, apresentando às vezes discreto edema de m.m.i.i. 206

Neste período, o paciente apresentou dois episódios de insuficiência cardíaca direita, o 1º. durante uma broncopneumonia e o 2° num período em que, durante uma viagem, a dieta macrobiótica não foi seguida. Recuperou-se através do tratamento macrobiótico e homeopático. Atualmente o paciente apresenta-se compensado cardiológicamente com níveis glicêmicos e pressóricos normais. A.M.M. General Salgado, 16/3/94 Sou filha de mãe diabética, portanto de vez em quando eu fazia o exame de glicemia, e sempre o resultado era normal. Com o passar dos anos fui deixando de fazer os mesmos, e passei então uns 4 anos sem ir ao médico. No fim destes 4 anos comecei a sentir um cansaço estranho, parecia que eu estava pesada, o corpo dolorido, e começou a sair na pele, nas partes mais sensíveis como debaixo dos braços, debaixo dos seios, umas bolinhas de água que no dia seguinte abria e coçava muito e queimava. Também acontecia de me queimar quando lidava na cozinha, e então aquela queimadura ficava como se fosse uma erisipela. Não tinha sede exagerada e nem urinava muito, nem tinha secura na boca, como eram os sintomas de minha mãe. Portanto nunca imaginei que 207

podia estar diabética, e assim foi passando o tempo; isto foi há mais ou menos 1 ano. Foi quando então apareceu o problema das vistas; não podia mais costurar, ver televisão e muito menos ainda ler. Os meus olhos queimavam, ardiam, inchavam e coçavam, e eu ficava com a visão meio escura, trêmula, muito estranha. Foi então que minha sobrinha que é bióloga me levou para fazer os exames de sangue, e deu diabete; então, para confirmar, fiz a curva diabética (glicemia) e ficou bem claro que os meus sintomas eram causados pelo diabete. Passaram 3 anos e meio e cada dia eu ficava pior, mesmo fazendo o regime com rigor. Mesmo não fazendo a costura que é a minha profissão, as minhas vistas queimavam muito, todos os dias. E também já sentia muito mal dos rins, estômago (digestão difícil, e coração com palpitações, e muito cansaço para subir escadas ou rampas ou trabalhos que exigiam um pouco mais de esforço. Já precisava fazer repouso durante o dia, e quase não agüentava mais viajar para São Paulo, pois são 554km a distância daqui. Foi então que conheci o Amilton que com muita bondade me levou para o Dr. Henrique Smith. (Segue uma série de elogios a toda a equipe) Com um mês de alimentação macrobiótica já pude ver televisão e ler sem nada sentir dos sintomas antigos. Com 3 meses voltei a 208

costurar, e com 6 meses eu não sentia mais nada. Estava forte, trabalhando em ritmo acelerado como quando tinha 20 anos. Hoje estou com 1 ano e 11 meses desta nova alimentação, e estou perfeitamente bem. Trabalho 12 horas por dia, às vezes até 15 horas, e a única coisa que sinto é fome. Durmo muito bem e acordo descansada e bem disposta para um novo dia de trabalho. R.P.S. 68 anos, motorista profissional, trabalhando sempre em 2 hospitais. Era queixoso de lombalgia há muito tempo, porém em 1 o de dezembro de 1991, fui internado às pressas no Hospital Municipal do qual sou funcionário. Primeiro diagnóstico - possível hérnia de disco. Em janeiro de 1992 fui passado da ortopedia para uma avaliação da hematologia, e através de um mieolograma e uma biópsia da cista ilíaca, foi diagnosticada mieloma múltiplo e encaminhado para radioterapia, 16 aplicações na região lombar e depois, longo período de quimioterapia. Evoluindo com excessiva perda de peso (de 78 para 50kg), muita palidez, vômito e todos os efeitos colaterais de uma quimioterapia, inclusive uma surdez acentuada. De dezembro de 1991 a julho de 1992 tive 4 internações, sendo que na última estive uma semana sem conhecer ninguém, confuso, 209

sem saber onde estava. Superada esta fase, o hematologista responsável pelo tratamento mandou-me para casa, dizendo que não tinha mais o que fazer, pois corria o risco de contrair uma infecção hospitalar, em virtude de meu estado de debilidade. Fui para casa de ambulância, permanecendo acamado todo o tempo. Quando das consultas e dos exames, era retirado de maca e levado em ambulância. Em outubro de 1992 fui aconselhado a procurar o Dr. Henrique Smith. Marcada a consulta, fui quase sem condições de movimentação, praticamente colocado numa perua kombi, pois não conseguia me dobrar para entrar em carro pequeno. Estava tão delicado meu estado que não conseguia quase andar. Tinha muito vômito, e uma secreção grossa que me sufocava. Logo após o início do tratamento com o Dr. Smith e sua equipe, através da macrobiótica zen desapareceram os vômitos e uma crosta branca que recobria toda a língua. Segui todas as instruções, comparecendo a todas as consultas. Hoje, 1994, estou bem, engordei 7kg, levando uma vida normal, andando em qualquer condução, e o mais importante, parei com a quimioterapia; não tive nenhuma internação, desapareceram todos os efeitos colaterais, inclusive a surdez. Hoje estou quase bom. 210

M.S.M O primeiro sintoma surgiu no 2 o semestre de 1982, com um sangramento ao evacuar. O primeiro médico a ser consultado, um clínico geral, fez o diagnóstico de hemorróidas, e medicou a paciente para este fim. Não havendo melhora no quadro, a paciente procurou um Gastroen-terologista, que através de um exame local (Retossigmóidoscopia), e um outro exame radiológico,chegou ao diagnóstico de uma retocolite ulcerativa inespecífica, iniciando então, o tratamento com sulfassalazina. Não ocorrendo melhora, e, com o aparecimento de crises de nervosismo, foi então receitado um calmante, pois a paciente encontrava-se desesperada, com crises de Diarréia, e sangramentos. Com a piora progressiva do estado geral, procurou outro médico, que novamente receitou sulfassalazina, agora associado a corticóide, além de internação hospitalar, para administração endovenosa dos medicamentos. Nesta ocasião, ocorreu parada do sangramento, porém apresentava inchaço, devido o uso dos corticóides. Apesar do uso contínuo da medicação, o estado geral da paciente não era bom, com queixas de fraqueza e desânimo. Após 211

algumas semanas de tratamento, reapareceram o sangramento e as crises de diarréia. No início de 1984, procurou outro médico, que novamente internou a paciente, mantendo o tratamento com sulfa e corticóide, além da necessidade de transfusão de papa de hemácias (sangue), e plasma em decorrência de anemia profunda, e emagrecimento de 18 quilos. Em duas ocasiões quase foi operada, em decorrência das crises, que causavam queda do estado geral. Até setembro de 1993, permaneceu em uso de sulfas e ocasionalmente, quando reapareciam os sangramentos, associava o uso de corticóides. Deu início ao tratamento macrobiótico, em setembro de 1993, ocasião em que apresentava, fortes crises de diarréia. Após 12 dias de tratamento macrobiótico, parou com a medicação e foi apresentando melhora progressiva do quadro de 11 anos de evolução. Atualmente, abril de 1994, refere não termais sangramentos, melhora acentuada dos episódios diarréicos, extremamente animada com os resultados do tratamento. Em decorrência de não estar seguindo corretamente a orientação a ela fornecida, apresenta ainda alguns episódios de 212

diarréia, principalmente quando faz uso de açúcar. Refere a paciente, que tem consciência, de que seguindo corretamente a orientação macrobiótica, estará curada do mal que a aflige há 11 anos. São Paulo, 19 de abril de 1994 À Dr. Elias Mutchnik Rua Itapeva, 518 - 8 o andar - cj. 801 Ref.: Evolução do quadro clínico do Sr. José Peregrino de Figueiredo Júnior José Peregrino de Figueiredo Júnior, 36 anos, vítima de acidente automobilístico em 24 de janeiro de 1994, tendo ficado em coma por dois dias em comoção cerebral e fraturado a bacia em acetábulo esquerdo, permaneceu hospitalizado por oito dias. O diagnóstico neurocirúrgico prévia que sua recuperação seria lenta. Os coágulos sangüíneos no cérebro que o deixava em longo período de desorientação seriam absorvidos pelo organismo a longo prazo e poderia deixar seqüelas. José Figueiredo tomaria remédios (anticonvulsivantes) por tempo indeterminado. Devido ao trauma cerebral, ficou com hemiparesia superior esquerda perdendo assim sua capacidade motora, sequer 213

conseguindo segurar a caneta e assinar seu próprio nome. As fraturas na bacia, obrigava-o ao uso de muletas. Passado quarenta dias do acidente, José ainda continuava em período de desorientação. A família optou por um tratamento macrobiótico com o mesmo, sob orientação do Dr. Henrique Smith e do Dr. Elias Mutchinik. A princípio fez-se dez dias de dieta n° 07, suspendendo assim todo medicamento que até então tomava. Os vinte dias seguidos fez a dieta n° 5. Passado trinta dias do início do tratamento, José Figueiredo retornou ao consultório do Dr. Henrique Smith, já ensaiando alguns passos sem as muletas e com o diagnóstico positivo do médico neurocirurgião, que através de uma nova tomografia do crânio, constatouse a absorção dos coágulos sem riscos de seqüela. Conseqüentemente havia recobrado a capacidade motora, conseguindo assinar seu nome. Pouco tempo depois recebeu alta do ortopedista também. José Figueiredo, após oitenta e quatro dias do acidente, retomou ao trabalho e às suas atividades normais. Depoimento do Sr. Enéas Martins Vieira - 44 anos 04/05/94 214

Além de um sério problema intestinal, um dia, após um desmaio, descobri que aquilo fora motivado por cólica renal. Algum tempo depois, fui atacado de eczema que se espalhou das canelas, pelas coxas e depois, por todo o tronco. Passei, então, a tomar chá de bardana, suas folhas, por sinal, muito amargo. Seis dias após tomar o chá de bardana, no desjejum, a minha urina estava da cor de café. Recolhida ao vidro e decantada, uma pasta semelhante a pó-decafé. As minhas coceiras diminuíram sensivelmente e as feridas começaram a cicatrizar. Sob orientação do Dr. Smith, passei a tomar chá de feijão azuki, em jejum e a usar a semente de Aguaí, uma para cada rim, presas a uma cinta amarrada à cintura. Daí em diante, a minha urina começou a sair turva. Isso durante 4 anos, período durante o qual, colhi amostra das minhas urinas, em vidros. A princípio, a urina continha uma areia grossa e suja que, aos poucos, foi afinando e alvejando. Os meses se passavam e a quantidade de areia, na urina, não diminuía. Passei a depositar a areia de mês a mês, isto é, cada mês em um vidro. Durante muitos meses, a quantidade de areia era estável. Após esse período de 4 anos, de repente, novamente apareceu-me a cólica renal. Submeti-me a um tratamento de choque, recomendado pelo Dr. Smith: 10 dias de 215

arroz integral e cereais integrais em grão. Poucos dias depois, expeli dois cálculos renais, sem nenhuma dor. Após a expulsão dos dois cálculos renais, a minha urina, voltou, finalmente, a sair cristalina, o que acontece até hoje, e, quase passado um ano, continua assim, isto é, cristalina. Os vidros com a areia que saía da minha urina encontram-se no consultório do Dr. Smith.

CAPÍTULO 24 DOENÇAS CARDÍACAS APARELHO CIRCULATÓRIO As doenças do sistema circulatório são mais mortais que todos os flagelos juntos (Michio Kushi), por acidentes, crimes, guerras, inclusive o câncer e, no momento atual, a AIDS. A taxa de mortalidade por doenças cardíacas, começará a declinar, na prática, com a mudança de hábitos alimentares, restrições ao fumo e ao álcool e a prática, diária, de exercícios físicos. As dietas vegetarianas e semivegetarianas vêm se popularizando cada vez mais, nos últimos tempos, tendo surgido também, uma nova opção, que é a dieta Macrobiótica, passando, então a ser usados, também, alimentos com base nos vegetais marinhos, a sopa de missô e temperos com gersal, alimentos esses 216

complementares, desconhecidos no mundo ocidental. Só recentemente, os brasileiros começaram a comer produtos ditos integrais. Sabe-se hoje, que uma alimentação equilibrada, composta de grãos e vegetais proporciona, ao organismo, os elementos necessários à vida, tais como cálcio, ferro, magnésio, fósforo, sódio, potássio e outros minerais, assim como os complexos vitamínicos B e C, hidratos de carbono e aminoácidos. Podemos afirmar, assim, sem receio de errar, que a dieta macrobiótica normal não apresentará insuficiência de produtos nutricionais necessários à vida. Após curto espaço de tempo sob regime macrobiótico, um exame de laboratório constará que todos os elementos bioquímicos do sangue se apresentam dentro dos padrões de normalidade, no que diz respeito ao colesterol, triglicérides, uréia, glicemia, ácido úrico, etc. A cada dia que passa, observamos, com satisfação, que as instituições nutricionais cada vez mais se aproximam das recomendações macrobióticas. Essas recomendações orientam no sentido de coibir os excessos nos hábitos alimentares, com especial ênfase, para o uso de gorduras e açúcares, elementos esses ligados a doenças cardiovasculares, substituindo-se as gorduras animais pelas de 217

origem vegetal e os adoçantes, pela stévia e outros produtos naturais, diminuindo, assim, os riscos da arteriosclerose e, por conseguinte, de doença das coronárias. O excesso de proteínas, ingeridas, aumenta os riscos de doenças cardiovasculares, pendendo o equilíbrio a favor dos carboidratos mais complexos, tais como os encontrados nas frutas secas (isentos de agrotóxicos e inseticidas) e verduras. Sobre o açúcar, o melhor é abolí-lo da alimentação. Os alimentos que, quando usados, fortificarão e protegerão os diversos órgãos do sistema cardiovascular, circulatório, são os cereais integrais, em grãos, as leguminosas, pelo seu alto teor de proteínas vegetais e os sais minerais orgânicos (de fácil assimilação e perfeita metabolização pelo organismo.) O Dr. Jeremias Stamler - M.D. - autoridade em doenças coronárias, afirma que - "As pessoas que se alimentam com uma dieta de cereais e raízes apresentam um baixo nível de colesterol e pouca doença aterosclerótica das coronárias. Essa correlação tem sido constantemente observada em todos os países economicamente menos desenvolvidos até hoje". No mundo ocidental, há uso abusivo de carnes, gorduras animais, derivados de leite, carboidratos refinados e pouco ou, quase nada, de fibras dietéticas. 218

Inúmeras mortes, por enfarte de miocárdio, poderiam ser evitadas, se o cardiopata se abstivesse de ingerir alimentos acima discriminados e usasse os indicados pela macrobiótica. Para reduzir o nível de colesterol e dos triglicérides, a macrobiótica aconselha o uso diário de feijões (soja, fradinho, preto e azuki), missô, tofú (queijo de soja), shoyu (molho de soja) e tamari. As algas marinhas comestíveis (kombu, hiziki, wakame e nori) possuem um alto teor de carboidratos, proteínas, vitaminas, especialmente os sais minerais (em média 30% do seu volume). As algas proporcionam 10 vezes mais cálcio e ferro do que o leite e derivados. Na alimentação macrobiótica do cardíaco, não poderão faltar as algas marinhas. As algas são antibacterianas, antifungicidas, antivírus e anticancerígenas. Elas reduzem o nível de colesterol no sangue, inibem o desenvolvimento da hipertensão arterial e a aterosclerose. Diversas qualidades de algas apresentam substância anticoagulante natural, a heparina. O sal marinho é conseguido evaporando-se a água do mar, ou com a queima de vegetais marinhos ou plantas de mangues, e a retenção de sedimentos cristalizados nessas cinzas. 219

O sal do mar contém seis sais de sódio, magnésio e cálcio compostos de oito elementos e pequenos traços de sessenta outros elementos encontrados no oceano. O sal comercial, consumido pelas populações, é um sal de minas, ou do mar refinado, no qual a maior parte dos minerais, com exceção do cloreto de sódio, sofreu eliminação. A esses tipos de sal é, comumente, acrescentado iodeto de potássio e são estabilizados com dextrose (uma forma de açúcar refinado) e adicionadas substâncias antiendurecedoras. A medicina moderna não está muito certa do seu mecanismo na elevação da pressão arterial e na contribuição para as doenças cardíacas e circulatórias. Alguns testes clínicos clássicos, conhecidos, mostraram que dieta baixa em sal reduz a pressão arterial, ao passo que outros estudos não mostraram nenhuma associação. Nos casos de hipertensão, não usar mais que 2 gramas de sal diário. O sódio é o elemento mais contrátil do sal, sendo encontrado abundantemente nos órgãos e tecidos, e o sódio, de fonte alimentar, é, possivelmente, mais diretamente associado à alta de pressão sangüínea do que o sal adicionado aos alimentos. 220

Numa dieta equilibrada, integral, não parece que ele aumente a pressão ou afete adversamente o coração ou o sistema circulatório. Na cozinha macrobiótica, o sal marinho, não refinado, é usado com moderação, assim como o missô ou o shoyu (molho de soja), tamari e as ameixas umeboshi, os quais contém todos eles sal marinho não refinado. O gersal é uma mistura de gergelim e sal marinho e, nos casos de hipertensão arterial ou doenças cardíacas, a porcentagem de sal, a ser acrescentada ao gergelim, deverá variar de 20%, ou seja, 19 porções de gergelim para 1 porção de sal e, para os casos normais, nove de gergelim para 1 de sal. Do gergelim, que se encontra no mercado, poderá ser usado o preto, de preferência, ou o claro. Sabe-se delonga data que o gergelim é altamente proteico e que em sua composição encontramos o óleo de sésamo, que tem um tropismo positivo pela molécula de sódio. Envolvido o sódio pelo óleo de sésamo, esse isola os tecidos do seu contato. Explica-se, assim, por que o macrobiótico não tem sede e pode falar horas e horas sem necessidade de beber líquido, por estar sempre com a boca úmida. Os óleos vegetais não deverão ser refinados, e os polissaturados proporcionarão ácidos 221

gordurosos essenciais, que irão fortalecer as membranas capilares, abaixando o colesterol do sangue e a coagulação será controlada. São importantes fontes de vitaminas A e E e ajudam no metabolismo do complexo B. Os óleos vegetais não refinados (muitas vezes rotulados de "prensados a frio" para indicar o processamento a baixa temperatura) são extraídos das sementes emas por métodos não químicos. Os óleos vegetais, refinados, são extraídos quimicamente, alvejados e desodorizados, perdendo a quase totalidade vitamínica, lecitina e outros elementos. Alguns óleos refinados são também hidrogenados para conservar a temperatura ambiente. Esse processo satura os ácidos gordurosos e é usado na fabricação da margarina, em cuja conservação são usados 5 aditivos químicos. Na macrobiótica, usamos, de preferência, o óleo de gergelim, de soja, por expressão dos grãos, o óleo de girassol, de milho e de sementes de mostarda e raramente o óleo de oliva. O uso deverá ser parcimonioso, no máximo duas colheres de sopa pordia. Peixes - É sabido que os esquimós não apresentavam doenças cardiovasculares antes de entrarem em contato com a sociedade moderna, pois sua alimentação era à base de peixes e não conheciam a 222

cárie dentária, até o dia em que foi levado o açúcar para o seu meio. Em sua alimentação entravam as algas marinhas. Para a prevenção e desordem trombóticas pode ser útil o uso do fruto do mar. Frutas - Na composição das frutas entram os alimentos vitamínicos, especialmente a vitamina C, quantidade moderada de fibras e carboidra-tos. Na alimentação macrobiótica normal entram as que se aproximam das proporções definidas orgânicas do sódio e potássio, as frutas de estação e frutas secas. A única fruta cujo teor de sódio é superior ao de potássio é o sapoti, sendo ele yang, ao passo que as outras são altamente potássicas, (yin) como a banana, o abacaxi etc. Nunca abusar, lembrando sempre que a quantidade anula a qualidade e nunca usálas nos dias frios. Rejeitar os enlatados por seu aditivo, para conservação, e pelo verniz altamente prejudicial, usado para não deixar a lata enferrujar. É grande o número de pacientes que obtiveram sucesso com a mudança metabólica. Casos de Mal de Chagas, de insuficiência cardíaca irreversível já em anasarca e com ascite, assim como inúmeros operados com 223

2 ou 4 pontes de safena e impossibilitados de sofrerem novas intervenções cirúrgicas, encontraram a cura pela macrobiótica. Dilatações cardíacas, sopros que desaparecem, em suma, o tratamento dos cardíacos e enfartados é altamente alentador, tal a recuperação que se processa a curto e médio prazo. Transcreveremos o que o Dr. Ohsawa em seu livro Macrobiótica Zen deixou consignado: "De acordo com a nossa medicina filosófica, lógica, da macrobiótica, as múltiplas causas das doenças do coração estão todas classificadas em uma só categoria - yin. O coração é um órgão dos mais yang do nosso corpo e por conseguinte seu maior inimigo é o yin". O tratamento de escolha dependerá do estado do paciente. O regime é o de todos os cereais, com um mínimo de líquido, complementando com o específico, Ranshio, que poderá ser administrado de acordo com a gravidade do caso. A aplicação normal poderá ser de 3 noites seguidas por mês ou, se há maior premência no tratamento, 3 noites de 15 em 15 dias. Nos casos muito graves com asciteanasarca, usá-lo 10 dias seguidos como última opção. Os efeitos parecem até milagrosos. 224

O Ranshio deverá ser preparado da seguinte maneira: selecionar entre os ovos caipiras galados (galinhas criadas soltas, alimentando-se de milho e restos de comida e que estejam ciscando) quanto menores são mais yang. Cuidadosamente, partir, para que as metades das cascas sejam iguais - depois de bater bem o ovo, acrescentar o molho de soja (shoyu) numa das metades da casca e misturar com o ovo, tornando a bater até homogeneizar a mistura. A ingestão deverá ser de uma só vez, procurando não sentir o sabor. De acordo com cada complicação, o tratamento será acrescentado com outros específicos, como o óleo de gemas de ovo, o cogumelo shiitake, etc. Doenças do Coração - A mortalidade dos ianques devida a doenças do coração é a maior do mundo. A medicina ocidental não a pode impedir com meios preventivos, nem dispõe de meios curativos, se bem que milhões de dólares sejam gastos com pesquisas. De acordo com a nossa medicina filosófica, lógica, da Macrobiótica, as múltiplas causas das doenças do coração estão todas classificadas em uma só categoria: Yin. O coração é um órgão dos mais Yang do nosso corpo e, por conseguinte, seu maior inimigo é o Yin. Segui o regime n° 7; se tiverdes com urgência, podereis experimentar o n° 322, 225

se o vosso caso for grave, uma vez por dia, durante dez dias. Ficareis surpresos com as melhoras. Cuide bem do seu coração!

CAPÍTULO 25 CÂNCER Saúde é equilíbrio, o excesso de yin ou de yang traz doenças. Para a macrobiótica, o câncer é uma doença como outra qualquer. Não é fatal ou incurável, a não ser que já se apresente em fase de desintegração orgânica. Inúmeros casos se nos apresentaram quando abandonados pela medicina, ou seja, não havia mais nada a fazer. O câncer é uma doença muito yin, e é contraída por indivíduos de constituição forte, yang. Os tratados de cancerologia enunciam que o câncer não é mais que a proliferação desordenada de células de um órgão. É o desequilíbrio celular por desordem metabólica. Está provado que ele não é contagioso, nem infeccioso e não há dúvida de que a causa é a mesma em todos os casos, sem exceção. E uma batalha lenta que a medicina vem mantendo, sem desânimo nem descanso, enquanto os laboratórios pesquisam com uma única finalidade: o remédio. 226

Não interessa a causa, o ponto a alcançar, é só contornar os efeitos, fazer mascarar os sintomas. As células cancerosas provêm de células atípicas, que vêm desde o período embrionário. Na macrobiótica as células atípicas serão eliminadas no primeiro período alimentar, o da espoliação, que pode ter uma duração de 3 a 4 meses a contar da fase inicial: a eliminação manifesta-se por abertura de feridas pelos membros inferiores, nádegas ou região dorsal do tórax, ou por espinhas nas regiões da face. O diagnóstico de câncer é uma sentença de morte a curto, médio ou longo prazo. Por isso, todos os cancerosos em tratamento macrobiótico deverão ser fichados, devendo o orientador fazer um relatório sucinto, arquivando os exames clínicos e radiológicos, sendo de grande utilidade e interesse conservar os exames anatomopatológicos. Certa feita fomos procurados por um colega urologista, de reconhecida capacidade profissional, que estava profundamente interessado num caso de câncer prostático, em tratamento em sua clínica, com anamnese, exames, radiografias e biópsia de um adenocarcinoma; esse caso havia estado em preparo pré-operatório, e havia desaparecido. Após esse ano reapareceu por insistência de familiares e amigos, para que 227

abandonasse a macrobiótica e se submetesse à cirurgia. Ao reexaminar o paciente, constatou o urologista a regressão total do mal, depois de acurados exames. Impressionado por algo que na sua longa carreira profissional nunca presenciara, isto é, a regressão de um câncer prostático, procurou-nos. Mostramos-lhe toda a técnica empregada para o caso presente, assim como inúmeros outros casos, de alta e média gravidade, curados. Ficou tão impressionado com a descoberta de que havia outros caminhos desconhecidos para ele, que nos confessou, por escrito, aoseu estado, enumerando nove doenças incuráveis como diabetes, hipertensão essencial, artrite (já com deformações nas mãos), angina de peito, esclerose da faixa de His, exames de sangue com dosagens desordenadas para a uréia, glicemia, colesterol, ácido úrico, triglicérides e uma gastrite crônica por tantos remédios usados. O paciente, curado de câncer da próstata, faleceu muitos anos depois de uma insuficiência cardiorespiratória, porque havia já há algum tempo abandonado o sistema de vida ditado pela macrobiótica. O colega, que ficou de se iniciar na macrobiótica, nunca o fez e morreu muito antes do paciente canceroso. Inúmeras vezes insistimos para que se iniciasse, mas 228

sempre respondia-nos: "ainda não, tenho estado muito ocupado", e algumas vezes: "tenho que apresentar trabalhos em congressos internacionais". Soubemos depois, que antes de morrer, de um enfarte fulminante, tinha deixado de operar por estar impossibilitado pela artrite que havia deformado suas mãos. Poderia ainda estar hoje entre nós, ativo. Lembramo-nos de Oshawa, que dizia: "antes de cuidar de outras coisas, cuide primeiro de sua saúde". Compulsamos tratados sobre o câncer, onde se escreve exaustivamente, sobre possíveis causas, hipóteses, pesquisas, tratamentos, a ponto de os seus autores confessarem ter esgotado o assunto, e foi, com decepção e tristeza, que não encontramos uma só linha sobre a principal causa: a alimentação mal dirigida, desvios metabólicos. Está provado que somos o que comemos, somos o que nossos pais comeram! O alimento é o combustível da "máquina orgânica" que regularizará as funções bioquímicas de nossos órgãos. Uma hipótese ligada à alimentação e que defendemos há muitos anos é a que diz respeito à lei de Richet, lei das proporções definidas, no organismo humano. Todos os alimentos entram no organismo aproveitando apenas as proporções exigidas organicamente. Um aumento ou uma 229

diminuição acarretará um tipo ou hiperfuncionamento metabólico. Sabemos que, por exemplo, a uréia ou a glicemia poderão desencadear uma uremia ou uma hipoglicemia ou uma hiperglicemia (diabetes) caso o aumento da ingestão de alimentos não esteja dentro das proporções. A proporção de 1 de sódio para 5 miliquivalentes de potássio, estabelecida pelo Dr. Louis Kevran como indicador, foi por ele pesquisada e provada cientificamente nos três livros sobre transmutações. Nos casos de ingestão de alimentos altamente potássicos ou sódicos, esses produtos entrarão no organismo e irão atuar como verdadeiros corpos estranhos. O sódio e o potássio, assim como as proteínas animais, irão modificar uma função orgânica, obrigando a uma eliminação do excesso introduzido pelo aparelho digestivo. As frutas, alimentos de alta atração consumidas abusivamente, são altamente potássicas na sua grande maioria, como a banana e o abacaxi, que apresentam as proporções de 1:620 e 1:750, quando o organismo necessita para o seu aproveitamento bioquímico de 1:5. E as proteínas animais? A síntese proteica faz-se no próprio organismo, pelos órgãos protei-nizantes, à custa do fígado e supra-renais, que 230

descuram de suas funções por receberem, desde a infância, proteínas externas nas dietas dita balanceadas. Temos observado, de longa data, que nos cancerosos que abusam das frutas, os tumores aumentam de volume rapidamente. Inúmeros cancerosos procuram a macrobiótica em estágio avançado, já com o organismo em franca desintegração, com as defesas anuladas pela radioterapia e pela quimioterapia. E nossa linha de conduta nunca tirar do paciente a esperança de se recuperar. Um grande mestre na nossa vida profissional, desde os primeiros dias de estudante de medicina, o saudoso professor Alfredo Monteiro, repetia, para a sua equipe: "curar é fácil, o que é difícil é ajudar a morrer". Até o último momento, o orientador deverá mostrar-se otimista, embora, interiormente, sinta que o fim se aproxima. Muitos casos, que pareciam insolúveis, por incrível que pareça, tiveram recuperação. Milagre? Não, é que houve um equilíbrio orgânico, e quando isso se processa, toda sintomatologia desaparece, como por encanto. Num levantamento estatístico sobre inúmeros casos de operações de câncer do seio (mastectomia) e que apresentavam metástases pós-operatórias, concluímos que 231

todos haviam sido submetidos a radioterapia. Há muito condenava e hoje, condenamos, veementemente, essa linha de conduta. Para documentar o que ficou dito, expomos um caso grave em uma paciente, por mim operada. Apresentava um tumor no seio direito, em estado adiantado, tipo esquiroso, já com afundamento da roséola e mamilo, e com inúmeros gânglios axilares palpáveis. Na mesa operatória, foi feito, por congelação, o exame anatomopatológico que, positivado, exigia a intervenção radical, o que foi feito em curto espaço de tempo. O resultado do exame anatomopatológico da peça retirada reafirmou o que havia feito por congelação: adenocarcinoma - tumor esquiroso, com 60% dos gânglios contaminados, cremos que 12 gânglios. O caso não podia ser pior. Exigimos e impusemos a macrobiótica pósoperatória, a que a paciente, obedientemente, se submeteu, durante mais ou menos seis anos. Criatura inteligente, informou-nos que, após ter lido nos livros que depois de 5 anos poderia se considerar curada, tinha decidido abandonar a macrobiótica. Os nossos conselhos para que continuasse na macrobiótica, foram em vão; passados meses soubemos (nós não estávamos mais operando) que havia procurado um médico 232

antigo, que diagnosticou câncer, no outro seio, prescrevendo radioterapia préoperatória e pós-operatória e uma longa série de quimioterapia. Essa paciente, em curto espaço de tempo, veio a falecer, depois de inúmeras intervenções por metástases generalizadas - fígado, ossos, cérebro etc. Sem comentários! Esse é um caso que acompanhávamos passo a passo, por questões sentimentais. Assim como a radioterapia, a quimioterapia merece crítica igual. Seria exaustivo relatar casos de câncer pulmonar, prostático, dos órgãos genitais, ossos, cerebrais - não só primários, como metastáticos etc. LINHAS

DE CONDUTA PARA TRATAMENTO DO CÂNCER DENTRO DO

PRINCÍPIO ÚNICO

Já ficou descrito que os órgãos compactus (rins, fígado etc.) são de natureza yang, ao passo que os ocos ou cheios de líquido (bexiga, olhos, vesícula biliar, estômago etc) são yin. As doenças podem apresentar-se yin ou yang. Um órgão yin poderá ser agredido por uma doença yin ou yang, e o mesmo pode acontecer com um órgão yang. Nas dificuldades que surgirem quanto à linha de conduta, lembrar e raciocinar dentro do 233

yin e yang, que, muitas vezes, se apresentam com alguma complexidade. Nos casos duvidosos, recomenda-se, sem perigo, submeter o paciente a uma dieta normal (arroz, outro cereal), um alimento yang (raízes), nunca um produto animal, 1 verdura e 2 ou 3 legumes, alimentos proteicos vegetais (feijão, grão-de-bico, lentilhas), ameixas umeboshi, algas marinhas. Nos casos de ter conhecimentos preciso sobre o yin-yang, seguir a tabela abaixo discriminada: YIN 50 a 70%

YANG 40% a 50% evitar o trigo 40% a 50%

Cereais Integrais Gersal 1 x 8 a 1 x 10 Sopas (missô 3 horas caldo espessas leves mais cremoso) líquidas Sal Marinho pouco quase sem sal Feijões azuki-grão-de-bico quase nada lentilhas Verduras cozimento - 1 a cozimento 14 minutos menos 2 a 10 - pouco sal minutos o mínimo Algas grossas finas - leves kombu-hiziki non-wakame Bebidas chás - mu banchá chá mu - banchá 234

dente-de-leão

Saladas

Frutas

Óleos

chá de arroz - de arroz + café de cevada cevada - habú diluídos não usar ou não mais que fervidas 10% 3 minutos ocasionalmente não usar de vez em quando secas, só produzidas na zona que se vive. Cozidas nada de sucos somente o de não usá-lo ao gergelim natural gergelim - soja (por expressão de grãos) - milho - girassol caroço de algodão - em diminuta quantidade.

A macrobiótica é um caminho sem retomo, porque, ao abandoná-la, a doença volta a tomar conta do organismo. O exemplo está numapaciente jovem, muito bonita, trazida ao nosso serviço por amigos. Havia sido 235

operada por duas vezes, de um câncer ginecológico e apresentava um grande tumor abdominal, tomando todo o baixo ventre. Em mais ou menos setenta dias, o tumor regrediu de tamanho, a ponto de quase não ser percebido à apalpação. Dias depois, recebemos um telefonema da paciente que, chorosa e muito aflita, exigia, com a máxima urgência, a nossa presença. Preocupado, apresentamo-nos em sua residência. Sem cumprimentar-nos ao abrir a porta, num rompante de irritabilidade e indignação, revoltada disse-nos: Acabo de abandonar a macrobiótica e não me venha convencer do contrário". Procuramos acalmá-la, sem resultado. Disse-nos a seguir: "Veja o que a macrobiótica me fez (apontando com um dedo a região temporo-orbitária), estou cheia de rugas e não quero ficar feia". Tentamos contornar a situação, sem resultado. Informamos-lhe que se estava condenanda à morte. "Prefiro morrer bonita" e foi o que aconteceu meses depois. Seria interessante deixar aqui descrito, em poucas palavras o caso do Dr. Anthony Y. Sattilaro, médico-presidente do Hospital Metodista da Filadélfia - Estados Unidos, 236

caso conhecido em todo o mundo ocidental: irremediavelmente perdido, tendo sido submetido a diversas intervenções cirúrgicas e tratamentos ultra-especializados, e com metástases ósseas, curou-se em um ano e meio pela macrobiótica. Não conseguindo publicar nas revistas médicas, a sua mensagem de cura, pois a macrobiótica não é assunto do currículo médico, fê-lo em um livro com duzentas e vinte páginas, que se tornou um best-seller, na América do Norte, e aproveitado pelo jornalismo, para reportagens nas Américas e na Europa. O livro tomou o nome de Recalled by life Library of Congress -Catalog Card Number 82-6077 - março 1984- 2 Park Street Boston - Massachusetts 02108. Registrou, o Dr. Sattilaro, a sua vida, desde maio de 1978 até o verão de 1981. J.F. procurou-nos relatando, desesperada, ser portadora de um câncer do seio. "Tenho um sobrinho médico, que trabalha no Hospital do Câncer, informei-lhe que havia aparecido um nódulo no seio. Levou-me ao hospital e internou-me para exames, que positivaram o câncer, e foi indicada a cirurgia, incontinente. "Revoltei-me e deixei o hospital, dizendo que queria morrer com o meu câncer. Justifiquei que, há algum tempo, havia sepultado uma irmã, que havia sido operada, 237

sendo depois submetida à radioterapia, e em pouco tempo apareceram metástases generalizadas. Não quero passar pelo que minha irmã passou, pois fui eu que durante todo o tempo cuidou dela, e o seu sofrimento atroz ainda me persegue." Foi isso que nos relatou J.F. entregando-se aos nossos cuidados, por conselhos de amigos. Passaram-se alguns meses. Por insistência constante da família e pressões profissionais do sobrinho, cancerologista, não resistiu e deixou-se internar para a intervenção cirúrgica. Foi encaminhada ao mesmo cirurgião que, há meses, havia diagnosticado o câncer e por rotina, passou a fazer os exames préoperatórios, foi marcado o dia e a hora da operação. No dia aprazado, duas horas antes de ser levada para o Centro Cirúrgico, recebeu a visita do médico operador, que olhando para ela, disse apenas: o que você andou fazendo? Você não tem mais câncer!!! J.F. mostrou o caderno com a linha de conduta macrobiótica ao médico, o qual depois de folheá-lo, disse: Só isso? E saiu. J.F. deixou o hospital e veio diretamente ao nosso consultório contar o sucedido, radiante. Julguemos que o colega fosse procurar-nos, para aprender que existem outras 238

alternativas, no tratamento do câncer, desconhecidas por ele, mas tal não aconteceu, pois já se passaram mais de 8 anos e J.F. passa muito bem e vem ao nosso consultório, esporadicamente, assistir às preleções que fazemos mensalmente. O Dr. Hardin Jones, professor de Física Médica da Universidade da Califórnia, especialista em Estatística, relatou, em publicação, feita pela American Câncer Society, em 1969: "Meus estudos provaram, conclusivamente, que as vítimas do câncer, quando não tratadas, vivem quatro vezes mais que as tratadas com cirurgia, quimioterapia e radioterapia, para um caso típico de câncer, a pessoa que recusa aqueles tratamentos, vive uma média de 12 anos e meio, a mais. Os que se submetem aos tratamentos oncológicos vivem, em média, 3 anos, sob grandes sofrimentos e angustiados. Atribuímos isso aos efeitos traumáticos do tratamento sobre a imunidade natural. Sempre que necessário, a macrobiótica, quando o caso apresenta sinais de melhoras, a longo prazo, lança mão de tratamentos complementares, indicando a acupuntura, a moxabustão, a auto acupuntura, isso é, o doin, que é a shiatza aplicada pelo paciente, comprimindo digitalmente, os pontos usuais da aplicação das agulhas. 239

CAPÍTULO 26 APARELHO RESPIRATÓRIO Na medicina tradicional, os distúrbios desse aparelho são catalogados de acordo com a localização das doenças no organismo. Dependendo da sua localização, os males do aparelho respiratórios são tratados com balsâmicos, anti-infecciosos e antibióticos. Para a macrobiótica, esses medicamentos servem somente para mascarar os sintomas respectivos, isto é, são meros paliativos, entre os males que mais penalizam o aparelho respiratório destacam-se a rinite, as sinusites, as alergias, as laringites, amigdalites, bronquites, asma, enfizema pulmonar, pneumonia, silicose, rouquidões e etc. Na macrobiótica, os remédios da medicina tradicional, por serem meros paliativos, são abolidos e a linha de conduta, a ser seguida, baseia-se no princípio único a lei do Yin e do Yang -, de acordo com a natureza de cada órgão. Os estados infecciosos, provocados pela proliferação dos micro-organismos, (estafilococos, estreptococos, birus e etc), serão detidos abolindo-se tudo o que for yin, como açúcar, refrigerantes, frutas e etc. E restaurando-se 240

a dieta macrobiótica, para que o organismo volte a se equilibrar, transformando os micro-organismos em seres inofensivos e necessários à vida. No capítulo "Tratamentos específicos" - serão indicadas as dietas de conformidade com a gravidade de cada caso.

CAPÍTULO 27 DOENÇAS DOS OLHOS Na oftamologia, a macrobiótica age de modo surpreendente, a médio e longo prazo, de acordo com o princípio único - lei do Yin e Yang -, os olhos são classificados como órgãos yin, por apresentarem-se cheios de líquidos. Partindo desse princípio, todo alimento considerado yin -, como açúcar, beringela, tomate, giló, batata inglesa, frutas, líquidos e etc., afetam os órgãos yin e só tendem a piorar o quadro clínico do paciente. Os ambientes frios (refrigerados) bem como os remédios (medicamentos químicos) deverão ser abolidos, ou evitados, adotando-se uma dieta específica de acordo com cada caso específico. Adotando-se a dieta macrobiótica, em pouco tempo, o organismo terá restaurado o seu equilíbrio, cessando, assim, as causas dos males oftalmológicos. As doenças ou distúrbios oftalmológicos, geralmente descritos pela oftalmologia 241

convencional, são, principalmente, as conjuntivites purulentas, alérgicas ou crônicas, o tracoma, o pterígio, as queratites, uveítes, papilites, glaucomas, abcessos, hemorragias de vítreo, catarases e etc. e, para cada sintoma, os oftalmologistas apresentam uma terapêutica ou uma intervenção cirúrgica, na macrobiótica o colírio padrão é feito de óleo de gergelim branco, o gengióleo esterilizado em estufa a 70 graus por 3 vezes ao dia e acondicionado em conta gotas. Ao preparar o óleo, não se deve esquecer de filtrá-lo, através de gase ou algodão, para retirar os fragmentos das cascas, ao ser moído os grãos, usando-se, normalmente, 1 gota em cada olho à noite antes de dormir. E, se necessário, aplicar compressas (3) de banchá com sal marinho. Alguns males dos olhos e alguns tratamentos recomendados na macrobiótica: GLAUCOMA Eliminar da alimentação, o café, o açúcar, as frutas cítricas, laticínios, gordura animal saturada, carnes, ovos e seguir a orientação específica para o caso. CATARATA Seguir a mesma linha de conduta recomendada para o glaucoma, abstendo-se 242

inclusive, também, sopas e vegetais verdes na dieta. MIOPIA Resulta de duas causas básicas, sendo uma yin e a outra, yang. A causa yin - o alongamento do globo ocular, pelo uso exagerado de produtos considerados yin (expansivos, sem alteração do cristalino) nesse caso, usar-se-á pouco líquido, como nos casos mencionados; no segundo caso de miopia, a causa yang, isto é, o globo ocular não se altera mas o cristalino se contrai, a linha de conduta recomendada é não abusar dos alimentos yin. HIPERMETROPIA As condições são yin. Deve-se evitar produtos animais, pouco sal e mais óleo de gergelim. ESTRABISMO O convergente é yang, por abuso de carne, ovos e sal. Dieta normal, pouco sal e abstenção de produtos animais. O divergente é yin e, nesse caso, deve controlar e minimizar o consumo de alimentos yin. DALTONISMO Existem dois tipos: O yang, que não enxerga o vermelho e o yin, que não enxerga o 243

extremo oposto do espetro, o azul e o verde. O tratamento deverá ser supervisionado pelo orientador macrobiótico, pois faz parte do tratamento complementar da macrobiótica, como o do-in e a moxabustão. PTERÍGIO De acordo com nossa observação, ele desaparecerá, evitando-se o consumo de pão de trigo. Diversas experiências mostraram o recrudescimento do mal, ao reiniciar-se, depois de curado, o uso do pão de trigo diariamente. Nos casos hemorrágicos, deve-se ingerir o suco de batata doce branca, se possível, a japonesa, a shrimo-imo, batata muito conhecida nos meios macrobióticos. Tomarse-á 3 a 4 xícaras das de café por dia. E importante consumir-se o suco logo depois de preparado, para evitar a sua oxidação (escurecimento). Geralmente, a hemorragia cessa dentro de 24 a 48 horas. As compressas de banchá deverão ser preparadas, torrando-se as folhas de chá de 3 anos, até tomar a cor bronzeada e fazer uma infusão. Adicionar 5% de sal marinho. Usá-las sobre os olhos, enquanto mantiver o calor, umas 3 vezes ao dia e à noite, após usar-se o gengióleo. Finalmente, contra as infecções, em geral e para lavagem ocular: um colírio feito de pétalas de rosas brancas - frescas ou secas 244

-, fervidas durante 2 a 3 minutos, em um copo de água. Uma a duas colheres de sopa poderão ser usadas para lavar os olhos, pela manhã ao levantar-se. O QUE É SER SAMPAKU É a característica visual, para o observador, do indivíduo, homem ou mulher, que tem uma faixa mais larga da esclerótica, popularmente chamada branco do olho, entre a íris e a pálpebra inferior. O branco do olho ocupa 2/3 da parte visível do globo ocular. Parece que a íris quer esconder-se na pálpebra superior: isso confere ao Sampaku um aspecto soturno. Esse fenômeno, muito comum nos tempos atuais, tem sua significação despercebida pela grande maioria da população, que o ignora completamente. E ele, entretanto, o painel do estado interior do indivíduo, o sintoma de seu grave desequilíbrio, prenúncio de acontecimentos sinistros, quer quanto a saúde, na acepção patológica, quer quanto à predisposição do indivíduo para desgraças, acidentes, doenças, decadência etc. Significa que o indivíduo esta indefeso, vulnerável aos golpes da adversidade; que lhe falta a capacidade de prever ocorrências perigosas que se lhe antepõem no curso de seu destino. Está com a guarda aberta ao ataque de inimigos, de perigos, de infortúnios, sem nenhuma precaução para contê-los, repeli245

los, desviá-los. Falta-lhe a armadura psicológica para prever e prover sua defesa; falta-lhe a arma de ataque da perspicácia, que torna o indivíduo equilibrado, autoseletivo, premunitivo, inespugnável. O indivíduo Sampaku é lerdo em suas reações deambulatórias e psicológicas e não responde prontamente, tanto com reflexos condicionados, como com reflexos incondicionados. Na pugna da vida, ele não percebe o adversário, por isso não o evita, não o enfrenta; só o divisa quando é por ele golpeado, quando e onde o adversário quer. Esse adversário pode ser um desafeto pessoal, ou um falso amigo, ou uma tendência para sofrer acidentes, perigos materiais, morais, sociais, conjugais, afetivos etc. Quando o perigo iminente lhe surge próximo, sofre um retardamento que a inibição ou contenção da supra-renal o faz privado do jato da adrenalina no sangue, fenômeno instantâneo de defesa. Anatomicamente, o fenômeno do branco do olho é assim visível porque o conjunto de músculos e tendões que regem a sustentação e mobilidade das pálpebras e do globo ocular não têm a flexibilidade, expansividade e contratilidade necessárias à manutenção das pálpebras e do globo na posição normal. Essa insuficiência do tônus, na distensão desses, músculos, é oriunda de seu estado de desequilíbrio, e que é, aliás, o 246

desequilíbrio de todo o corpo. A falta de agilidade desses músculos é parte da falta de agilidade do organismo, que é uno, tanto fisiologicamente,psicologicamente, metabolicamente e anatomicamente. Assim, se confirma que os músculos, como qualquer outros membros, órgãos, aparelhos, tecidos de nosso organismo, encerram em si, cada um, toda a contextura dos demais. Se um órgão é receptivo às doenças, simultaneamente, todas as demais partes do corpo também o são. Se o observador encontrar um sintoma em um órgão, os demais estarão também afetados. Se os olhos revelam mudança de posição, cor, vascularização, mancha ou fragmentação da íris, todas as demais partes do corpo denunciarão a causa do que afeta os olhos. A condição de Sampaku é uma perigosa ocorrência, que pode acometer qualquer um que desequilibrar-se com alimentação desequilibrante; mas é corrigível, a qualquer momento, em que o indivíduo adotar alimentação sadia e equilibrada, baseada em cereal integral, sem came, sem açúcar e sem produtos químicos. Registramos a odisséia de um glaucomatoso, na pessoa de nosso pai, cuja história data de mais de 60 anos. Diabético e portador de glaucoma, tratandose com a maior seriedade, professor com especialização, no estrangeiro, indicou a 247

trepanação no globo ocular direito, tempos depois, no esquerdo, e de operação em operação, chegou a intervir 14 vezes. O paciente era informado de que havia necessidade de retirar o líquido do interior dos olhos. Não é preciso dizer que, depois de algumas intervenções, a cegueira havia se instalado, mas as dores continuavam cada vez mais exacerbante, a ponto de querer, nos momentos de desespero, com os dedos, arrancar os olhos. Os gemidos eram constantes, mas de uma feita, a família em peso acercou-se do paciente, que parecia ter enlouquecido e soubemos haver jogado pimenta do reino nos olhos. Depois de sedado com morfina, contou-nos porque o fizera. O oculista informava sempre que precisava extrair o líquido de dentro dos olhos e ele lembrou-se de que o pai que, tendo falecido o Czar, o governo decretou seu luto, obrigando a população de Moscou a postar-se nas avenidas, por onde passaria o féretro e exigiu que, todos chorassem e que no enterro, até os 10 cavalos brancos, que puxavam o carro fúnebre, chorassem copiosamente. Por isso, usou a pimenta do reino para sair o líquido, pois foi a pimenta que jogaram nos olhos dos animais que faziam escorrer lágrimas em profusão. Deus que o tenha em bom lugar, pois ficou cego e sem os dois membros inferiores. 248

CAPÍTULO 28 CASOS CURIOSOS Tudo vale a pena se a alma não é pequena. (F. Pessoa) 1. O MIRACULOSO SHRIMO-IMO: Era um cliente, em início de tratamento macrobiótico. O paciente, um japonês, de bem vividos 83 anos, portador de câncer disseminado na área urinária (rins e bexiga). Compareceu ao nosso consultório, 30 dias depois para a segunda consulta, queixandose de henaturia abundante, a nosso ver, o caso era clinicamente inoperável. Tendo percebido a nossa indecisão, o paciente pediu permissão para relatar algo relativo a sua infância. Morava ele com o seu avô, em uma casa, localizada na ilha de Hokaido, no Japão; o seu avô era uma espécie de conselheiro para pessoas doentes que o procuravam. Sempre apareciam pessoas com hemorragia e grande número de mulheres com hemorragias abundantes. Sempre que tal acontecia, pedia-me para ir à horta e colher duas a três batatas brancas, que, em japonês, chamava-se shrimo-imo (batata branca doce) e a ralasse, para tirar o suco por expressão (espremendo-se). Uma vez, de posse do suco daquela batata, recomendava, 249

ao consulente, tomá-lo de 3 em 3 horas, em quantidade equivalente a uma xícara de café e os doentes se curavam completamente. Pediu-me permissão para usar a batata branca doce japonesa (shrimo significa batata e imo significa branca) e nós a concedemos. Dias depois, por telefone, o paciente informou haver as hemorragias cessadas, miraculosamente. Posteriormente e em caráter experimental, diversos pacientes nossos usaram o shrimo-imo (bata branca doce), com absoluto sucesso, nos casos de hemorragias e metrorragias. Antigamente, a batata era encontrada somente no Instituto Brasil-Japão, na Liberdade; certa vez, por não haver encontrado a batata japonesa, usamos a batata branca, doce, brasileira, com o mesmo sucesso. A diferença entre a batata brasileira e a japonesa é que a brasileira (caipira) é fosca e enrrugada, enquanto que a japonesa é lisa e brilhante. Existem batatas caipiras de cores roxa e amarela, entretanto recomenda-se usar-se somente a batata branca, doce. 2. RINITES ALÉRGICAS, RENITENTES E AS SINUSITES: Inúmeros pacientes apresentam rinites alérgicas desde a infância até a idade adulta, tendo passado pelos otorrinolaringologistas, tendo inclusive sofrido intervenções cirúrgicas, sem o menor resultado. A rinite, segundo a macrobiótica, 250

é um distúrbio yin, bastando, portanto, adotar uma linha de conduta yang, para, em pouco tempo, ficar completamente curado. Foram usadas diversas modalidades de yanguização até que um dos pacientes resolveu misturar sal marinho num chá de 3 anos (banchá), fervendo junto, um galhinho de alecrim como balsâmico. Apesar de ter rinite há 30 anos, curou-se em 3 dias, segundo informou-nos. 3. A NOSSA PROSAICA MELANCIA CURA, SIM SENHOR! Um caso, quase incrivelmente curioso, foinos relatado por uma paciente, durante uma das nossas preleções mensais. Aconteceu em Mon-guaguá, há cerca de 30 anos. Sozinha em sua casa, pois o marido havia ido a Santos comprar mantimentos. Acometida de violenta crise de cistite, crise essa que se repetia freqüentemente; estando completamente desprevenida, sem nenhum medicamento em casa e sem saber o que fazer, ocorreu-lhe o seguinte: vendo algumas cascas de melancia na pia, lançou mão das mesmas, ferveu-as, fez um chá. Sim, um chá da nossa corriqueira e proletária melancia! Pôs uma pitada de sal e aí estava um novo chá, que ela tomou em pequenos intervalos. Algumas horas depois, para sua própria surpresa, a cistite e a hemorragia haviam desaparecido. Nunca mais voltou a ter cistite e resolveu trazer o 251

caso ao nosso conhecimento, que foi por nós recebido com reservas. Algum tempo depois, estando em nosso consultório, ouvimos que, alguém, na sala de espera, chorava de dar dó. Era a enfermeira do consultório anexo, que entrou no nosso gabinete e quis saber do mal que a afligia. Contou-nos estar no terceiro mês de gravidez e o seu ginecologista averbou-lhe a possibilidade de aborto. Pois ela era portadora de cistite. Já tendo se submetido a diversos tratamentos e que, no momento, estava fazendo instilações vesicais com nitrato de prata, sem nenhuma melhora em suas condições. Gracejando, pois ainda tínhamos dúvidas, aconselhamolhe a tomar em casa, o chá de casca de melancia. Para nossa grandíssima surpresa, dois dias depois, a paciente relatou-nos estar curada da cistite. Em vista dos resultados positivos, passamos a recomendar aos nossos clientes, portadores de cistite, o uso do chá de casca de melancia, cuja eficácia fora descoberta, por acaso, na simpática cidade praiana de Monguaguá. 4. A FOLHA DA CANA DA AÇÚCAR, TAMBÉM, CURA E MUITO BEM! Certa vez, numa estrada de terra, na região da grande São Paulo, o nosso carro pifou, após cair em um buraco. Até aqui, nada de anormal!... Dirigimo-nos à casinha mais 252

próxima, moradia modesta, de taipa, como muitas outras da nossa zona rural. Na porta da casa, sentada em um banquinho de madeira, uma anciã negra e de cabelos branquinhos recebeu-nos, comum sorriso e disse-nos: "O senhor vai sentar neste banquinho comigo e esperar o meu neto, meu único companheiro, que foi à cidade e deve voltar logo mais, em cerca de uma hora. Enquanto esperávamos, mantivemos um papo animado sobre os mais variados assuntos e a certa altura de nossa conversa, quis saber da vovó por que ela, sendo desdentada, tinha aquela pequena plantação de cana, ao lado de sua casa. Para nossa surpresa, informou-nos que sofria de hipertensão (pressão alta) e que, esgotados os recursos aos remédios da medicina tradicional e às consultas médicas, alguém, que eu não me lembro mais quem foi, recomendou-me e eu passei a tomar chá de folha de cana de açúcar. Curei-me completamente. Dei adeus à hipertensão. Já faz algum tempo. Eis porque, eu tenho essa pequena plantação de cana de açúcar."

CAPÍTULO 29 ALIMENTAÇÃO NA GRAVIDEZE LACTAÇÃO Mirian Federman e Eliana Mâ Mansur Reimão 253

A adoção de hábitos de vida saudáveis (contato com a Natureza, prática de exercícios físicos, atividade mental e intelectual produtivas, atitude espiritual positiva e de uma alimentação correta, dentro do princípio único yin-yang devem ser iniciados na infância, de preferência desde a concepção. A utilização da alimentação Macrobiótica, durante a gravidez, previne problemas como o abortamento espontâneo, a hipertensão arterial, o ganho excessivo de peso com o risco de préeclâmpsia e eclâmpsia, infecções maternas, infecções congênitas e mesmo malformações. A mulher macrobiótica não se utiliza de medicamentos e nem de produtos alimentícios que contém nenhum aditivo químico e sintético, os quais podem ser implicados na gênese de variadas malformações do feto. Segundo Michio Kushi, o ovo cresce todos os dias cerca de 10 milhões de vezes e aumenta 3 bilhões de vezes em 28 dias. Se nos primeiros 3 meses de gravidez, a mãe tomar medicamentos nocivos como aspirinas, tranqüilizantes e comprimidos para dormir, a constituição física do embrião poderá ser afetada, levando a malformação variadas, dependendo da fase da embriogênese em que as drogas forem ingeridas. O mesmo se pode dizer em relação ao fumo e ao uso de 254

drogas psicoativas que causam dependência. É muito conhecido o desastre, ocorrido na década de 50, com o uso da talidomida para o combate do enjôo maternos e o conseqüente nascimento de crianças com deformação ou ausência de membros superiores e inferiores. A mulher, no início da gravidez, passa a apresentar uma forte atração por alimentos yin, como frutas ácidas e laticínios, porque o bebê precisa de cálcio e o retira da mãe. O uso excessivo de alimentos yin, de cor púrpura como berinjela, figos, uvas, tomate, mamão, pode induzir ao aborto. Além disso, o consumo excessivo de líquidos e de alimentos yin pode levar à anemia e ao ganho exagerado de peso corporal. Cornelia Aihara recomenda: "se você segue estritamente a dieta macrobiótica de grãos, vegetais, algas e feijões, então todos os dias você precisa de sopa de missô. Caso contrário, você se sentirá atraída por laticínios". Segundo esta autora, o missô e o leite atendem às mesmas necessidades, porém o missô é mais recomendável, por ser de origem vegetal, ter fermentação natural e favorecer a eliminação de toxinas e nicotina do corpo. As necessidades, aumentadas, de cálcio durante a gravidez, se não forem adequadamente atendidas, podem levar à descalcificação dos ossos e dos dentes, com formação de cáries e enfraquecimento dos 255

ossos. As algas marinhas e as folhas de nabo compridas também são bons alimentos para suprir estas necessidades. A alimentação correta evita os enjôos matinais e o inchaço no corpo e nas pernas. O consumo habitual de sal refinado, com seu excessivo conteúdo de sódio, provoca sede, maior ingestão líquida e maior retenção de líquidos no organismo, favorecendo o edema, a hipertensão arterial e apréeclâmpsia durante a gravidez. O uso, em quantidades adequadas, do sal marinho, na dieta macrobiótica, evita estas complicações, que são muito comuns em mulheres não macrobióticas, no 3 o trimestre de gestação. Não se deve temer deficiências nutricionais, ao se fazer a alimentação macrobiótica normal, durante a gravidez e lactação, pois esta atende à todas necessidades energéticas e nutricionais da mulher. Os alimentos integrais (cereais integrais e seus produtos) são completos e não são destituídos de proteínas e micronutrientes, como os alimentos refinados (arroz branco e farinha branca, por exemplo). O arroz integral e a farinha de trigo integral perdem em cada 100 gramas, através do seu refinamento: ALIMENTO 256

PROT. FERRO CÁLCI VIT. O B1

V I T .B N I A C I N A 2

Arroz 8.1 integral Arroz 7.2 polido Diferença 11.1 (%) ALIMENTO

2.0

22.0 0.30 0.06

5.2

1.3

9.0

1.6

35.0

59.0 77.7 50.0 0

0.08 0.03

PROT. FERRO CÁLCI VIT. O BI

Farinha de trigo 13.3 integral Farinha de trigo 11.8 branca Diferença 11.3 (%)

59.2

V I T .B N I A C I N A 2

3.3

41.0 0.55 0.12

4.3

1.4

20.0 0.12 0.07

1.5

57.6

51.2 78.2 41.7 0 0

67.4

Deste modo, o arroz e o trigo, polidos, ficam mais pobres em proteínas, ferro, cálcio, vitamina B1, Vitamina B2 e niacina. Uma alimentação equilibrada proporciona, à gestante, uma gravidez mais tranqüila, evitando cãibras, anemias, desejos, ansiedade, dores nas pernas e intestino preso. Há uma maior disposição e vitalidade para as tarefas do dia a dia. O bebê terá um crescimento intrauterino adequado, evitando-se o nascimento de uma criança desnutrida ou com peso corporal excessivo 257

(bebê gigante, devido em geral ao diabetes gestacional). A mulher terá um parto mais fácil, com menos sangramento e mais rápida recuperação. Produzirá leite materno em quantidade e qualidade suficientes para a criança, pelo tempo que preciso for. O consumo de cereais integrais, como o arroz integral, trigo em grãos, aveia, cevadinha, trigo sarraceno, pela mãe, estimula a produção abundante de leite materno. A necessidade da ingestão de líquidos aumenta, na fase de amamentação, devido à espoliação de fluídos orgânicos do organismo materno, que são utilizados para a produção do leite. A nutriz, tendo sede, deve ingerir mais líquidos, caso contrário, a secreção láctea diminuirá. Um importante estímulo para a produção de leite é a sucção do bebê. Quanto mais o bebê sugar o peito, mais estímulo haverá para a produção do leite. Se a mãe começar a espaçar o horário das mamadas, por qualquer motivo, a quantidade de seu leite diminuirá.

A ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA A criança, ao nascer, alimenta-se com o colostro, primeiro leite produzido pela mãe, que protege o recém nascido contra várias doenças por ser muito rico em imunoglobinas, sendo considerado até como 258

uma forma de imunização passiva. De acordo com George Oshawa, "a qualidade e a quantidade do leite materno controla todo o destino da criança, visto que seu organismo fica dependente desta única fonte de alimento, para seu desenvolvimento e bem estar". A criança deve ser alimentada, exclusivamente, com leite materno desde o nascimento, até os primeiros 4 a 6 meses de vida, quando se introduz outros alimentos além do leite materno. A amamentação, exclusiva, ao peito, é suficiente para o crescimento e desenvolvimento do bebê nos seus primeiros 6 meses de vida, exercendo função protetora contra várias doenças, principalmente infecções intestinais e respiratórias. A amamentação deve continuar, de preferência até os dois anos de idade, que é o período em que a criança é considerada lactente. A criança, alimentada ao peito, torna-se mais forte, mais resistente, apresenta um melhor desenvolvimento mental, não tem cólicas nem intestino preso e nem problemas de pele com manchas, eczemas e descamações. Não desenvolve alergias, por não ser precocemente sensibilizada com outras proteínas, diferentes da do leite materno. A criança deve ser posta a mamar, sempre que tiver sede ou fome, sem horário rígido, 259

ou seja, por livre demanda. Deve mamar o tempo que desejar e quantas vezes ao dia quiser. Desta forma ganhará peso adequadamente e estará sempre estimulando a produção láctea da mãe através da sucção dos mamilos. Quando a mãe desmamar a criança, por qualquer motivo, antes de acabar a fase em que ela é lactente, ou quando se tratar de criança adotada, recomendamos o uso de extrato de cereais. O extrato de cereais ou leite de cereais contém gergelim (fonte de cálcio e gordura vegetal), arroz integral, trigo em grãos e aveia moídos (fontes de proteínas, carboidratos, fibras, vitaminas e sais minerais) e soja (fonte de proteínas em maior quantidade). Esta mistura têm todos os aminoácidos essenciais. O extrato de cereais é uma mistura de farinha de arroz integral (50%) farinha de trigo integral (15%), farinha de aveia integral (15%), sementes de gergelim moídas (10%) e farinha de soja (10%). É um alimento nutritivo, com um alto teor de fibras alimentares, proteínas, vitaminas e sais minerais. Quando a criança tiver 4 a 6 meses de vida, pode-se introduzir, em sua dieta diária, cereais e grãos. Estes devem ser preparados de maneira a tornar fácil a sua ingestão, isto é, cozinhados por bastante tempo e batidos 260

no liqüidificador, em forma de purê. Pode-se começar com uma papa de arroz integral, cozinhando uma parte de arroz integral em seis partes de água, mais uma pitada de sal marinho. A quantidade de sal na alimentação da criança deve ser bem menor que na alimentação do adulto, principalmente nos dois primeiros anos de vida. Os primeiros alimentos para o bebê devem ser simples e brandos. Pode-se começar a acrescentar hortaliças na papa de sal (raízes, legumes e verduras) numa proporção de 70% de cereais e 30% de vegetais, quando a criança estiver habituada à papa de arroz. Para não haver uma mudança brusca de sabor, passando do leite que é doce para a papa de sal, incluir vegetais doces como mandioquinha, cenoura, abóbora, batata doce, no preparo da papa. Procurar variar os ingredientes na medida do possível. Um pouquinho de fruta esmagada ou raspada, assim como suco de maçã, podem ser oferecidas no final da refeição. No quinto mês de vida pode-se começar a oferecer gema de ovo caipira cozida, acrescentada à papa de sal. Começar com 1/4 da gema e aumentar progressivamente até dar uma gema inteira, não diariamente. Por volta dos 8 meses, introduzir feijões cozidos na sua dieta, começando com uma pequena quantidade, pois a digestão 261

inadequada dos feijões pode provocar gases e cólicas. As algas marinhas são alimentos ricos em cálcio e minerais e podem ser acrescentadas na alimentação do bebê, por volta dos 9 meses de idade. Utilizar a algakombu, nori, hiziki ou wakamo em pequenas quantidades, todos os dias. As fezes do bebê, por vezes, ficam mais escuras, após o consumo de algas. Pode-se oferecer também o extrato de cereais, cozinhando 100 gramas do extrato ou um litro de água, mais um pouco de sal marinho, até atingir consistência de pirão, assim como um mingau de aveia cozido com água e sal marinho. As frutas da estação devem ser oferecidas em dias de calor e se a criança não estiver resfriada ou com algum outro problema de saúde. Dar preferência à fruta esmagada ou raspada e não ao seu suco. A fruta é mais nutritiva e contém mais fibras do que o suco, que por ser concentrado em potássio desequilibra o organismo com maior facilidade. Há mães que chegam a substituir uma refeição de sal ou de leite pelo suco, que tem baixo valor nutritivo. Esta prática acaba diminuindo o aporte calórico diário da criança, podendo levar à diminuição do ganho de peso corporal e à desnutrição. A criança deve ser educada a selecionar adequadamente os alimentos para o seu 262

consumo e a aprender que a seleção errada dos alimentos pode levá-la a ficar doente e a sentir-se mal. Os desejos por doces, guloseimas e refrigerantes são criados por adultos mal orientados, que acreditam serem estes produtos inócuos para a criança. Os maus hábitos alimentares, com consumo excessivo de açúcar e de alimentos e bebidas que o contém, provocam cáries dentárias, infecções de variados locais e etiologias, bem como deficiências nutricionais pela diminuição ao consumo de cereais, leguminosas, hortaliças e frutas. Uma das conseqüências é a deficiência de vitamina A no organismo, que a cada ano leva à cegueira mais de 280.000 crianças por xeroftalmia. Esta vitamina também é importante na proteção contra doenças diarréicas, sarampo e pneumonia. Mesmo uma leve deficiência de vitamina A, aumenta substancialmente a mortalidade em crianças entre 6 meses e 6 anos de idade por aumentar o risco e a gravidade de tais infecções. A vitamina A é encontrada no leite materno, nos vegetais folhosos verdes, legumes amarelos, laranjas, mamão, manga e no óleo de fígado de bacalhau. Os cereais refinados (arroz e trigo integral), suas farinhas e seus produtos são pobres em fibras alimentares, que são os componentes externos dos grãos não digeridos pelos sucos digestivos humanos e não absorvidos. 263

As fibras ajudam a formar o bolo fecal e proporcionam evacuações abundantes, sem esforço, se forem consumidas diariamente. O arroz integral contém 7,2g de fibras em cada 100g, enquanto o arroz branco polido contém 2,4g. A farinha de trigo integral contém em cada 100g 9,6g de fibras, ao passo que a farinha de trigo refinada tem 3,0g. Além de perderem suas fibras com o refinamento, os cereais perdem micronutrientes. Para compensar a pobreza nutritiva destes alimentos, as pessoas passam a aumentar seu consumo de produtos de origem animal (leite, carne, ovos, embutidos) que, por sua vez, são ricos em colesterol e gorduras saturadas. O uso contínuo de alimentos refinados, alimentos de origem animal, excesso de sal refinado e de açúcar, pequena ingestão de fibras alimentares, leva ao aparecimento de doenças crônico-degenerativas (diabetes mellitus, câncer, doenças cardiovasculares) com o passar do tempo. Portanto, a prevenção destas doenças deve se iniciar na infância, através de bons hábitos alimentares. Mesmo pessoas adultas podem mudar os seus hábitos, visando a prevenção ou o tratamento destas doenças. Para isto: substituir todos os cereais refinados por cereais integrais e todas as farinhas refinadas por farinhas integrais; 264

usar o sal marinho ao invés do sal refinado; evitar o consumo de açúcar, doces e bebidas açucaradas; diminuir o consumo de produtos de origem animal, usando peixe, frango e ovos caipira em pequena quantidade e não diariamente; consumir todos os dias hortaliças (legumes, verduras e raízes); evitar bebidas alcoólicas e não fumar. -

RELAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO COM IMUNIDADE Os cereais integrais, principalmente o arroz e o trigo integrais, são boas fontes de zinco, magnésio e vitamina E, que melhoram a função do sistema imunológico, diminuindo a incidência de infecções respiratórias. Há evidências de que o beta-caroteno, precursor da vitamina A, tem ação decisiva na ativação do sistema imunológico. Estimula a multiplicação das células de defesa CD-4, que desempenham importante papel na reação do organismo a infecções. Crianças que tenham uma deficiência leve de vitamina A, mesmo antes de apresentarem sintomas visuais, como a cegueira noturna, têm baixa resistência a infecções respiratórias e gastrintestinais. São boas fontes de vitamina A os vegetais amarelos e vermelhos, como cenoura, 265

mandioquinha, laranja, mamão e os vegetais com folhas verde-cenouras. A diminuição da imunidade também está relacionada ao consumo excessivo de gorduras saturadas (óleo de coco e produtos animais) e gorduras poliinsaturadas (de origem vegetal). As funções das células de defesa T são afetadas pela alta concentração de gorduras no soro, a qual é influenciada pelo elevado consumo de gordura na dieta diária. A ingestão diária e excessiva de açúcar e de bebidas e preparações que o contém, provoca as cáries dentárias e torna a criança mais vulnerável a infecções das mais variadas ordens, como infecções de pele, respiratórias e gastrintestinais. Normalmente, nós vivemos num mar de micro organismos, que convivem pacificamente conosco dentro e fora do nosso corpo. A partir do momento em que houver um desequilíbrio neste convívio, por queda na resistência do hospedeiro e/ou por aumento na capacidade de multiplicação destes micro organismos, ocorrerá a infecção. O consumo de açúcar facilita a proliferação de fungos e bactérias no organismo, por criar um meio de cultura favorável à estes germes. Além disso, acarreta alterações nas funções das células brancas de defesa, como a fagocitose e a diapedese. 266

Estes dados, apresentados, reforçam a importância de se fazer uma alimentação saudável, em qualquer fase da vida, particularmente na infância, período em que o indivíduo é mais vulnerável aos agravos. A recompensa será testemunharmos o crescimento e desenvolvimento de uma pessoa saudável física, mental e espiritualmente, o que só trará satisfações à sua família e à comunidade em que vive. Criança, com regime dietético macrobiótico, só é admissível e racional, se, e somente se, a sua genitora for e seguir o regime alimentar macrobiótico. E a condição "sinequanon" (indispensável). Caso a criança esteja muito doente e impossibilitada de mastigar, a sua mãe, macrobiótica, deverá mastigar, convenientemente, o seu alimento, salivando-o abundantemente e, em seguida, colocá-lo na boca da mesma criança. Paciência, muita paciência, carinho, compreensão, muita dedicação, espírito de sacrifício, revestido do doce e insubstituível amor materno, são ingredientes imprescindíveis no trato com as crianças.

CAPÍTULO 30 CULINÁRIA MACROBIÓTICA (Laboratório da vida)

267

A cozinha deve ser considerada como o elemento ou o departamento básico de um lar. Numa casa ou numa instituição, onde a cozinheira estiver preparada, dentro dos princípios filosóficos, que regem a macrobiótica, imperarão a tranqüilidade, a compreensão, a alegria interior. Nos mosteiros zen-budistas o prior, o monge chefe é o cozinheiro. Somente os mais distinguidos discípulos serão os escolhidos, como auxiliares e cozinheiros. Nas mãos desses cozinheiros é que os componentes das grandes escolas ou mosteiros budistas estarão resguardados física, psíquica, intelectual ou mentalmente. Na culinária, temos que ter em mente os princípios fundamentais baseados no que diz respeito ao fogo, à pressão, tempo de cozimento e o emprego do sal. Sendo a cozinha considerada, com muita razão, o laboratório da vida, torna-se necessário abastecê-la convenientemente. Os utensílios - panelas, evitar as de alumínio leve, preferir o pesado, assim como as de ferro e de barro cozido ou de pressão, de aço inoxidável. Nas panelas de pressão consegue-se um bom preparo dos cereais; ela é indispensável, pois a ianguização se processa por não deixar eliminar o vapor pela fervura. Os vegetais, preparados nela, terão um cozimento rápido. 268

O cobre e o alumínio deverão ser evitados. Muito poderemos escrever sobre os malefícios ocasionados pelo cobre e o alumínio, mas achamos melhor transcrever o trabalho de G. Seoane Cortegoso, que se encontra na oitava edição da Macrobiótica Zen - Ed. As. Mac de Porto Alegre. O ALUMÍNIO E A SAÚDE A nocividade dos recipientes e utensílios de alumínio, para a preparação dos alimentos, é devida ao desprendimento do HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO, cujos precipitados podem ser obtidos, simplesmente, fervendo água ou cozinhando ovos num destes recipientes, durante meia hora. Muitas intoxicações, ocorridas embanquetes, modas etc, cujas causas foram e continuam sendo ignoradas ou atribuídas a alimentos em más condições de salubridade, geralmente, foram devidas à preparação dos alimentos em caçarolas e outros utensílios de alumínio, conforme ocorreu em Kansas, em 1927, quando dos 540 convivas de um banquete, cujos manjares foram cuidadosamente selecionados, por entendidos, e cozinhados em panelas de alumínio patenteado, 150 caíram doentes vinte e quatro horas depois do ágape. E múltipla e variável a sintomatologia da intoxicação alumínica, sempre perigosa, porque é solapada, já que a ninguém ocorre 269

pensar nas causas que a motivaram, assim como ninguém pensa na etiologia das muitas enfermidades que assaltam o gênero humano. Facilmente, nos esquecemos de que não há efeito sem causa. Sabemos que o hidróxido de alumínio, ao atacar o suco gástrico (do estômago) e nele permanecer, como um veneno, produz diversas moléstias: perdas de apetites, cefaléias, náuseas, vômitos, dores, congestão, hemorragias, transtornos vasculares e aumento do ácido do estômago, o qual predispõe ao câncer, já que todo o canceroso padece primeiro de uma acidose, razão, pela qual, facilmente se deduz que todo o alimento, cozinhado em recipientes de alumínio, aumenta a propensão ao câncer. Segundo o Dr. White verificou, na sua clínica nos Estados Unidos, muitos de seus piores casos de artrite, colite, estomatite e manifestações de tipo alérgico foram rapidamente curados tão logo se eliminaram os utensílios de mesa de alumínio. Contrariamente, ao que se possa acreditar, este assunto, de que nos ocupamos, não é novo. O incompreensível é que assim possa parecer atualmente, porque as experiências sobre a nocividade do alumínio datam de 1834... A monografia sobre esta matéria está datada de Berlim, em 1886, e nela 270

consta a verdade sobre os efeitos tóxicos do alumínio. Destacadas autoridades médicas americanas deram testemunhos relativos à natureza do alumínio e seus perniciosos efeitos para a saúde. Um deles foi o Dr. Harry Gedeon Wells, da Universidade de Chicago, que dedicou mais de 25 anos ao estudo deste assunto, os últimos três, em colaboração com a famosa Dra. Florência Seibert. Seus artigos foram publicados e constam dos arquivos de Patologia, de agosto de 1929, sob o título Efeitos do alumínio sobre o sangue e tecidos dos mamíferos. O mesmo autor escreveu 31 páginas para demonstrar quão venenoso é o alumínio para o corpo humano. Segundo o Dr. Rayal S. Copeland, "nenhum alimento deve permanecer, por pouco tempo, em recipientes de alumínio". O Dr. Copland foi deputado e Delegado de Saúde em New York, e a sua autoridade não pode dar lugar a dúvidas. Qualquer um, mesmo sem ajuda de laboratório, pode experimentar simplesmente fervendo um quarto de litro de água numa vasilha de alumínio. Recolhendoa em seguida em um recipiente de cristal e deixando repousar durante 12 horas, ao agitar, o líquido, verá precipitado o hidróxido do metal sem ajuda química. Se algumas pessoas nada sofrem, apesar de usarem por muito tempo, utensílios de alumínio, é porque possuem excelentes 271

defesas, mas não devem esquecer o caso do asno carregado de sardinhas, que caiu derrubado pela última. Os alimentos de reação alcalina e os ácidos, como o tomate, atacam mais fortemente as paredes do recipiente, desprendem detritos mais venenosos e, por conseguinte, são mais perigosos. Os utensílios de barro não devem ser esmaltados, pois o esmalte é manipulado com sais de chumbo, que, em determinadas condições, tornam-se solúveis e acarretarão intoxicações plúmbicas, altamente tóxicas. A melhor escolha serão os confeccionados com ferro fundido. As vantagens desses utensílios são levados em conta por seu uso e economia, por não se quebrar e gastar menos combustível e por apresentar um rápido aquecimento. Os de barro ou pedra sabão são facilmente deterioráveis e constante a quebra e o gasto de eletricidade e de gás é maior. Os de aço inoxidável ou de alumínio pesado tem tido preferência no preparo das refeições. Em fogão à gaz, exigirá mais cuidado, pois ao menor descuido, pregam no fundo e queimam. O aço inoxidável será de eleição, para as facas, raladores e outros utensílios. Para os souflês, tortas, assim como pratos confeccionados para serem levados ao fomo, como o bacalhau, peixes ou frangos, serão usadas as formas de vidro 272

inquebrável (pirex), as travessas de pedra sabão ou de barro refratário. Os alguidares, em última análise, depois dos materiais retro mencionados, usar, se desejar, os de louça ágata. Não se fanatizar ou exigir uma perfeição, no que ficou descrito, o que não deverá desconhecer é o uso do alumínio leve, pois os alimentos levados ao fogo, a própria água irá, em poucos minutos, estabelecer, pela solução do alumínio em compostos desse metal, de alta malignidade para o organismo. É comum o uso do alumínio pesado. Em constante contato com o Ten. José Bernardes Júnior, criatura hoje com a idade por volta de 91 anos, acompanhamos as experiências feitas com o invento que denominou Auto Cooker, chegando à perfeição do que apresentamos, embora a confecção seja em alumínio, mas que, por incrível que pareça, o alimento não sofre com o contato desse metal, pois a cocção será processada pelo vapor e não pela vizinhança do metal. Em recomendações de um comprador para outro, Bernardes garante que seu invento já ganhou mundo. "Em qualquer país que se vá pelo menos um dos aparelhos inventados por mim poderá ser encontrado", orgulha-se ele. Características: O Auto Cooker é todo confeccionado em alumínio e consiste de um vasilhame de dois andares, com tampa, e 273

alguns potes e formas para conter os alimentos (peixes, aves, verduras, legumes, carne, massas ou grãos) O primeiro andar é cheio de água que, ao ferver, libera vapor para o segundo andar por um furo no teto (aonde estão depositados os potes e formas), aquecendo o ambiente superior e deixando que os alimentos cozinhem em seus próprios líquidos. Bernardes diz que todo vapor escapa pelas bordas da tampa do recipiente, sem entrar em contato com alimentos. "Tanto que o aparelho também faz as vezes de forno, podendo assar bolos, pães, pizzas, sem a menor diferença de um forno tradicional", cita ele. O inventor do Auto Cooker salienta que o sistema é uma forte ajuda para a saúde, pois faz o cozimento sem qualquer aditivo ou perda de proteínas. "Eu fui a primeira cobaia do aparelho, que nunca mais deixei de usar no meu fogão. Hoje, com 87 anos, não tenho mais problemas de insónia e meu aparelho digestivo funciona como um relógio", afirma. Talvez seja pela sua forma de cozinhar que esta "panela" esteja sendo mais comprada pelos macrobióticos, vegetarianos ou naturistas. "Mas ele não é um aparelho restrito para estas pessoas. Na verdade, ele é um grande auxiliar de qualquer cozinha moderna, pois num único bico de fogão é possível cozinhar cinco pratos diferentes ao mesmo tempo e sem grandes cuidados, 274

eliminando, ainda, todo o trabalho de limpeza de frigideiras, travessas e panelas", revela Bernardes. O Auto Cooker é apresentado em dois modelos: para três pessoas ou para nove pessoas. Facas, para os vegetais deverão ser, de preferência, as usadas pelos japoneses, de diversos tamanhos, de formas quadradas ou quadrangulares. São facas de gumes muito afiados, que não deixam as verduras esfiapar; tem um corte firme e são muito afiadas, lembrando navalhas. Escovas de cerdas duras para os legumes — qualquer tipo servirá, são usadas para preservar a película externa que normalmente, por se ignorar o valor da mesma, são descascadas, perdendo assim a sua condição de integral. Não retirar, por exemplo, a película escura da bardana e sim escová-la cuidadosamente, preservando assim o seu aproveitamento total. Tábuas de diversos tamanhos, para o conforto no corte de vegetais. Ralador, que poderá ser de porcelana ou de metal; servirá ele pra fracionar a raiz de lótus, gengibre, inhame, nabo etc. Palitos de madeira - (Rache) maiores que os usados comumente, no ato de alimentar, pelos japoneses e chineses; são muito manipulados pelos cozinheiros orientais, no manuseio de vegetais e frituras. 275

Espátulas chatas de madeira, ovais ou quadradas, usadas para a manipulação de gergelim e cereais, quando se propõe tostá-los. Recipiente para Shoyu (molho de soja), que será manejado de maneira a ser usada a quantidade que se desejar. Suribachi - é um almofariz japonês e um soquete de madeira, muito útil para pulverizar o sal, o gergelim ou o dentie. E uma espécie de pequeno alguidar, cuj a superfície interna apresenta-se cheia de estrias concêntricas, sulcadas. Existem diversos formatos e tamanhos e são confeccionados de substâncias porcelanizadas. Moinhos - para reduzir os grãos em farinha, sendo encontrados de manejo elétrico e manual. Escorredores para macarrão. Escumadeiras redondas e quadradas. Esses utensílios acima discriminados serão os de necessidade cotidiana, mas encontram-se cozinhas altamente sofisticadas, de acordo com as preferências de cozinheiras, que têm pela cozinha, um desmedido amor e carinho, todo especial. São as perfeccionistas. Na despensa da cozinha macrobiótica deverão estar, sempre, à mão, à disposição da cozinheira, os mantimentos e condimentos imprescindíveis. 276

Não deverão faltar o arroz e os cereais integrais (milho, aveia, cevada, cevadinha, trigo integral, trigo de quibe, centeio e painço) em grãos, farinhas e flocos. As leguminosas: feijão azuki, preto, de soja, fradinho, lentilhas secas e grão-de-bico. As verduras e legumes, de procedência reconhecida, plantadas e recolhidas isentas de agrotóxicos e inseticidas. Algas marinhas - Kombú - Hiziki Nori e Wakame. Shoyu (molho de soja), missô (pasta de soja), Tahine (pasta de gergelim), sal marinho, gergelim branco, gergelim preto. Chás - artemísia, banchá, dente-de-leão, mu, habú e raiz de lótus. Especiarias erva-doce, erva-cidreira, cidrão, anis-estrelado, hortelã-pimenta, cravo e canela em pau. O arroz (como alimento mais importante) deverá ser de preferência o catetinho e, na falta deste, o cateto. Para velhos desdentados e crianças, o arroz Moti. Nunca faltar o arroz, pois sendo ele o mais equilibrado ou o único equilibrado na face da terra, dentro das proporções definidas orgânicas, deverá ser o primeiro a ser servido à mesa e só depois de terminado, é que devem ser servidos os outros cereais e secundários. Trigo integral - trigo cortado (encontrado em mercearia de gregos). Bulgur (em mercearias árabes) e o cuscuz, que é 277

confeccionado com semolina de trigo. O farelo de trigo não deverá faltar, por sua aplicação sobre o trato intestinal. Trigo sarraceno - também conhecido como trigo mourisco, no Japão, como soba, na Europa Central, como cacha. Affilet - muito consumido na Mandehúria, Coréia do Norte, Rússia, Grécia e Europa Central. Centeio - muito usado no pão. Cevada - Cevadinha - usadas no preparo de sopas, que ficam com uma consistência cremosa. Aveia - em grãos, farinha e flocos. Milho - usado como polenta, espiga e cremes, sopas, flocos e para milanesas. Painço - necessário torrar e moer, usado em mingaus, sopas e bolinhos. Os farelos de cereais, no dizer de Sebastian Kneipp (1886), contém mais substâncias nutritivas sãs do que as farinhas. Ainda, na despensa, não deverão faltar as farinhas de diversos cereais, diversos tipos de macarrão de trigo sarraceno (soba), de trigo integral, e de arroz. Para os macrobióticos mais adiantados, biscoitos salgados de arroz, araruta, trigo, aveia, canela. Uma vez enumerados os cereais, não será demais saber quais os distúrbios orgânicos que eles poderão contomar. 278

DISTÚRBIOS ORGÂNICOS - USO DOS CEREAIS Arroz - diarréias (água de arroz), inflamações cutâneas. A água da cozedura do arroz é adstringente. Acne (cataplasma-máscara) parásitos intestinais (arroz torrado ou cru), nefrite hipertensão. Aveia - é energética, dá força e vigor, estimula a função tireoidiana, aumenta a resistência ao frio. Hipoglicemiante, diurética (alívio para os urêmicos). Palha de arroz calosidades, unhas encravadas, aleitamento, fase de crescimento, uremia, frigidez, impotência. Contra-indicada para as doenças de alta agressividade (gota, artrite, artroses, reumatismo, lupos, insônia). Cevada - Cevadinha - Cevada perolada dispepsia, inflamações das vias digestivas e urinárias, recalcificante, astenia intelectual e fase de crescimento. Centeio - fluidificante sanguíneo, hipertensão arterial (doenças vasculares em geral, memória, esclerose). Trigo - (farelo - germinado) aleitamento, anemia, aumento do colesterol e triglicérides, fase de crescimento, aumento do índice de inteligência (QI), prisão de ventre, diverticulite, megacólon, megaesôfago, desmineralização, frigidez, impotência, litíase biliar, obesidade, 279

osteoporose, pólipos, raquitismo, escorbuto, tuberculose. Trigo sarraceno - aleitamento e todas as doenças degenerativas yins: não usar nas doenças yangs. Milho - astenia, anemia, depressão nervosa, é um alimento complementar. Painço - reforça as defesas orgânicas, fadiga (intelectual), astenia, depressão nervosa e prevenção do aborto habitual. Depois dos cereais, as leguminosas ocupam um importante plano que é o da proteinização do organismo. As leguminosas são altamente proteicas e destacam-se na alimentação a soja, o grão-de-bico, lentilhas secas, feijão preto, feijão fradinho e o feijão azuki. VERDURAS — a macrobiótica por princípio, não tem proibições, somente faz saber que o doente deve seguir as restrições orientadas e só passará a usar o que desejar, depois de curado. Lembrar sempre que a quantidade irá anular a qualidade e só lançar mão do que não deve a não ser mui esporadicamente. De início, usar a acelga, agrião, mostardão, salsa, alface, escarola, folhas de cenoura e nabo, folhas da couve-flor, couve, nirá, caruru, catalonha, rúcula, cebolinha e serralha. Lembrar que a clorofila (o pigmento verde das verduras) transmuta-se, no organismo, 280

em hemoglobina. Nunca deixar de usar um alimento verde (verdura) em cada refeição, como preventivo contra a anemia. Lineu, um sábio botânico, agrupou na família das Brássicas - Cruciferas - os vegetais antitireoidianos. Em vista dessa observação os indivíduos que têm distúrbios de hipotireoidismo, diminuição da ação das tireóide, não deverão usar as verduras e legumes, classificados nas brássicas, como a couve, couve-flor, brócolis, bertalha, rábanos e rabanetes. LEGUMES - cenouras (contra-indicadas para os diabéticos), cará, inhame, nabos (compridos e redondos). Abóbora moranga, abóbora hokkaido (cabochá), batata-barão (man-dioquinha), batata shimo imo (batata-doce japonesa), cebolas e couve-flor. OS ÓLEOS - de preferência, os extraídos por expressão das sementes, deixando de lado os extraídos quimicamente. O óleo de gergelim (simples ou queimado) é o de melhor escolha, seguido do de girassol, semente de algodão, soja, arroz e milho. O azeite de oliva deve ser usado esporadicamente, parcimoniosamente. FRUTAS - somente deverão ser usadas pelos não doentes. Nunca usá-las nos dias frios. Para os macrobióticos equilibrados, escolher as que se aproximam das proporções 281

definidas do organismo humano do sódio e potássio: Melancia, com uma pitada de sal, melão, maçã verde, morangos pequenos, amoras, framboesas, cerejas e sapotis. Os macrobióticos conscientes do estado de equilíbrio e sabendo defender-se poderão usar as frutas da estação de vez em quando. Os pacientes, em tratamento inicial, nem em pensamento, se possível, lançarão mão desse alimento. Nos países em que as estações climáticas estão dentro de uma constante, a macrobiótica norteia dentro do Princípio Único, dando linha de conduta para o inverno, primavera, outono e verão. No nosso país, em particular São Paulo, em que as estações não são bem definidas, cada macrobiótico deverá ter o discernimento de aplicar o yin/yang de acordo com o momento presente. Sal - a gestação processa-se dentro de um órgão (útero), salgado. O líquido amniótico, onde o feto irá desenvolver-se, é salgado e tem a proporção de sete e meio gramas de sal para um litro de água. O soro fisiológico sangüíneo apresenta aquela proporção. A criança nasce de um meio salgado. O sal é um produto tão necessário à vida, como prejudicial quando usado em demasia, levando ao endurecimento das articulações, 282

dores do parto, por contrações uterinas, irritação etc. Sem o sal observamos o enfraquecimento acentuado do organismo. O sangue humano apresenta as mesmas substâncias da água do mar; são 84 elementos básicos comprovados, apresentando uma concentração de 4% dos sais dissolvidos enquanto no sangue a proporção é de 1%. Comer, sempre, com moderação. A gula quase sempre, é má companheira.

CAPÍTULO 31 DIETAS MACROBIÓTICAS Segundo Ohsawa: "Existem 10 maneiras de comeré beber, pelas quais podereis obter uma vida sadia e feliz. O alvo é manter um bom equilíbrio yin-yang, de acordo com a nossa filosofia cosmológica, biológica e fisiológica". Compreendia ele que, mesmo sem entender a teoria, cada pessoa poderia contomar a rigidez do processo alimentar, escolhendo, dentro das dez orientações, o próprio caminho a percorrer. Durante alguns anos, de uso próprio e buscando orientar as pessoas que procuravam adaptar-se às leis do Princípio Único, concluímos que a vida sadia e feliz, 283

conforme preconizada, pelo precursor da Macrobiótica, no meio dos adeptos ocidentais, não tinha a menor possibilidade de firme execução, dada a dificuldade de se atender à porcentagem indicada de cereais, em relação aos outros comestíveis. Assim, para facilitar a vida do iniciante, selecionamos dessa tabela as dietas 7, conhecida em nosso serviço como "dieta de choque", e 5, denominada, entre nós, como "normal". A dieta 7 (100% de cereais) é indicada para as doenças graves, degenerativas, assim como para as de etiologia desconhecida pela medicina tradicional. A dieta 5 consiste em 1 tigela de arroz e de outro cereal, que dará direito a 4 colheres (sopa) de alimentos secundários. (Essa quantidade pode ser multiplicada por 2 ou 3, ou seja, 1 tigela de arroz e 1 de aveia para 8 colheres de secundários: 1 de arroz, mais 1 de trigo e 1 de cevada, para 12 colheres de secundários etc. ou fracionada na mesma proporção.) E indicada a pacientes sem queixas, velhos ou jovens, que procuram a Macrobiótica por opção alimentar. A dieta normal será assim discriminada: em primeiro lugar, come-se arroz integral (porção de escolha); em segundo, os cereais, de preferência entre aveia, milho, trigo integral, trigo de quibe, trigo sarraceno, cevada, cevadinha, centeio e 284

painço: em terceiro, os alimentos de força yang, como raízes (nabo, bardana, cenoura, cará, inhame e mandioquinha) e produtos animais (peixe, aves caipiras e caças); e por último, os produtos yin (verduras, legumes, leguminosas, sopas, sobremesa e chás). Os cereais são os alimentos principais, não devendo ser misturados, na boca, com os secundários (tudo o que não é cereal). Nossa terceira dieta, que denominamos "específica", destina-se a pacientes que apresentam reações para o lado de algum órgão ou aparelho. Inclui a dieta normal, acrescida de um específico, ligado, ao caso em pauta (obesidade, reumatismo, câncer etc.) Uma quarta dieta, a "especial" é indicada para casos adiantados de enfermidade e desintegração orgânica. Prescreve-se a dieta normal, acrescentando-se a ela sopa de missô, caldo cremoso, Tekka e outros específicos (casos de hemorragias, infecções localizadas ou generalizadas etc.) Quando se trata de pacientes em estado de desintegração orgânica, que já não têm para quem apelar e acabam, finalmente, procurando a Macrobiótica, é preciso nunca, por uma questão de humanidade, desesperançá-los! Mesmo quando a medicina oficial já os desenganou. Em muitos casos, esses pacientes conseguem equilibrar-se, e os familiares recebem a cura como um milagre. 285

Uma vez equilibrado o organismo, toda e qualquer doença tende a desaparecer. Nessas ocorrências extremas deve-se entrar com a dieta especial. As dietas -1, -2 e -3 da tabela, em que se permite uma dieta completa com saladas e sobremesas, são autorizadas somente aos macrobióticos antigos, que já sabem como comer, como se equilibrar, como se defender e como se curar. É preciso ter em mente que não existem doenças e sim doentes, e que é mais difícil curar o doente, pois, desaparecidos os sintomas, o paciente quase sempre abusa, e com isso os sintomas voltam inexoravelmente. Atenção, pois!

CAPÍTULO 32 O SAL Na antigüidade, o sal, que é o rei dos temperos e dos condimentos, era usado como dinheiro, para pagamentos aos trabalhadores. Daí vem a denominação de salário. Usado normalmente, no mundo inteiro, o sal é um composto químico, onde entram dois elementos, o cloro (cl-yin) e o sódio (na-natruim-yang), cuja fórmula bruta é Na Cl. O cloro expande enquanto que o sódio contrai. Ele está ligado de tal maneira à vidae a evolução humana, que é 286

virtualmente impossível a sobrevivência sem o seu uso. O sal branco, refinado, encontrado no comércio, em geral e que é originário de salinas marinhas ou de minas terrestres (chamado sal gema), contém, fundamentalmente, somente sódio e potássio, ao passo que o sal destilado e evaporado da água do mar, apresentará, após a decantação, nada menos de que 86 elementos químicos, metais e metaloides, que coincidem com os encontrados no corpo humano. Na literatura especializada, é comum a afirmação: "O homem é um produto do mar, o nosso organismo é uma réplica do oceano". Todos os fluídos do nosso corpo são salgados. Ao sermos gerados, a vida intrauterina "nada" no líquido amniótico até o seu completo desenvolvimento ao fim de 9 meses. O sangue, o suor, o liquor céfalo raquidiano, a urina, as lágrimas, finalmente todos os fluidos do nosso corpo são salgados. G. Ohsawa, o introdutor da macrobiótica no mundo ocidental, sentenciou que "tal como o sal do mar, o sal do sangue limpa, renova e transforma todos os perigos em necessárias doações de vida, nutrindo as nossas 287

células e suprindo-as de oxigênio". Sem o sal, o mar seria, em toda a sua imensa extensão, uma enorme cloaca, um viveiro de germens e micróbios patogênicos. O sal entra, também, na composição de um condimento de uso obrigatório, pelos macrobióticos, e que é o gersal que, geralmente, é encontrado, na proporção de uma parte de sal para cinco de gergelim, obedecendo a lei das proporções definidas, de sódio e potássio pelo Dr. Ishyzuka, no século passado. G. Ohsawa aconselha, entretanto, usá-lo, na proporção de 1 de sal para 9 de gergelim. Para as pessoas de pressão alta (nos casos de pressão acima de 120), aconselhamos estabelecer a proporção de 30 partes de gergelim para uma de sal; para pessoas com pressão entre 110 e 120, usar a proporção de 20 de gergelim para um de sal. Com essa conduta, e uma macrobiótica equilibrada, em poucos dias, consegue-se a normalidade. O arroz, que é o alimento básico da macrobiótica, é hipoprotéico e isento de vitamina C. Lançou-se, então, mão do gersal, tanto no almoço como no jantar, por seu elevado teor proteico, existente no gergelim. Duas colheres de chá de gersal por dia, completa a dosagem diária de proteínas, aliada com a salsinha na proporção de 1 colher de chá por cada 24 horas, completa a necessidade diária de vitamina C. No Brasil, 288

as principais salinas produtoras de sal marinho encontram-se no Rio Grande do Norte e no Estado do Rio de Janeiro (Cabo Frio). GERSAL: GERGELIM E SAL NATURAL TRITURADOS, JUNTOS Limpe o gergelim. Use, de preferência, o preto. Coloque em uma frigideira ou panela grossa, 1 colher rasa de sal natural de sopa e toste até ficar bem cinza, bem desidratado. Despeje-o sobre uma mesa de mármore e triture-o com uma garrafa deitada. Deixe de lado. Agora, coloque na frigideira, 10 ou mais colheres de sopa cheias de sementes de gergelim para tostar. Vá mexendo, sempre e experimentando o paladar. Quando estiver com gosto de amendoim torrado e perder a adstringência, está pronto o gergelim. Neste ponto, se apertarmos algumas sementes com os dedos, elas se esmagam. Não pare de mexer o gergelim, durante todo o tempo, a fim de evitar queimá-lo, o que é muito fácil. Junte o gergelim e o sal, num pano grosso e limpo, forme uma boneca e bata com um martelo durante o tempo suficiente para que fique reduzido a pó fino. Guarde em recipiente hermeticamente fechado, fora da geladeira. O gersal está, assim, à sua inteira disposição!

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CAPÍTULO 33 ÁGUA Como produto yin, na macrobiótica, aconselha-se substituir a água pelos chás, sempre de acordo com o estado físico e psíquico do paciente. Não se deve ingerir quantidade acima de 700 ml diários. Em caso de desequilíbrio psíquico do paciente, libera-se a quantidade de chás, temporariamente, até que cessem as razões que motivaram a liberação do limite de 700 ml diário. Com o passar dos dias, pela mastigação, as glândulas salivares irão aumentando as suas secreções e a boca irá recebendo cada vez mais saliva, fazendo, assim, com que desapareça a sede. Em poucos dias, não necessitará mais do que 2 a 4 xícaras das de café, por dia, de chá. Deve-se preferir água de nascente, de poços artesianos ou semi-artesianos, água mineral sem gás ou preparar a denominada água viva. Quanto menos líquido for ingerido, menos será eliminado pelo nosso corpo. Se houver uma grande ingestão de líquido, maior será a sua retenção nos tecidos. Convém ter em mente que os alimentos contém, em si mesmos, razoável quantidade de líquido. O arroz, por exemplo, contém 60% de água, os vegetais, tais como 290

verduras, legumes e leguminosas têm de 80 a 90% de líquido. A eliminação líquida, pelas vias urinárias, deverá ser observada, no sexo feminino, ao acordar e quando vai dormir, 2 vezes ao dia, indicando estar equilibrada e, no homem, pela manhã, ao acordar, depois do almoço e à noite, antes de dormir, isto é, 3 vezes por dia. Aconselha-se não ingerir chás antes de dormir e a última ingestão deverá ocorrer após o jantar. Levantar, pela madrugada, depois de ter conciliado o sono, para urinar, significa que os rins estão em processo de endurecimento e, com o passar do tempo, irá adquirir uma nefroesclerose. A gravidade de cada caso, estará no número de vezes em que durante a noite, após conciliar o sono, se pratica a micção. Esses casos indicam haver distúrbios na circulação do sangue e uma hipertensão (pressão alta). Na cidade de São Paulo, não se deve usar a água corrente, por se encontrar altamente poluída, chegando a ser classificada como morbígena, isto e, geradora de distúrbios orgânicos. O serviço sanitário, para evitar o agravamento da situação, resolveu adicionar uma cota de cloro em cada litro de água. Entretanto, foi necessário aumentar a quantidade, que pode chegar a 10 cotas de cloro para cada litro de água, dosagem essa incompatível com a vida animal e, o que é pior, sem resultado 291

positivo. Reafirmamos, por isso, ser a nossa água potável morbígena. Até o nosso decantado rio Tietê é hoje um esgoto a céu aberto. Antigamente, esse rio que corta a cidade de São Paulo, era limpo, cheio de peixes e palco de competições esportivas. Talvez, no futuro médio ou longínquo, voltaremos a ter água pura, totalmente potável. Esperamos...!

CAPÍTULO 34 ÓLEOS A macrobiótica indica, preferentemente, os óleos extraídos de sementes, por pressão, excluído o processo químico. A escolha deverá recair sobre os grãos de gergelim, soja, arroz, milho e girassol ou, excepcionalmente, algodão. Com relação ao óleo de oliva - o azeite -, trata-se de um produto muito yin, extraído de uma fruta, a oliva, enquanto que os óleos em geral são extraídos de cereais e certas sementes como girassol, milho, algodão e etc. Convém saber que, na nutrição, encontramos ácidos, apontados como gordurosos, essenciais: linoeina, linolenico e aracnídeo. Ao ser eliminado da dieta, um dos 3 ácidos mencionados, observa-se que a pele apresenta-se escamosa e o organismo sofrerá uma redução apreciável no seu 292

desenvolvimento e outros distúrbios poderão ocorrer. Na arteriosclerose, o papel desses ácidos poli-saturados têm grande importância na diminuição do colesterol. Dos 3 ácidos citados, o linoléico é o mais abundante. Talvez seja pouco sabido que gordura do peixe apresenta grande semelhança com os melhores óleos de origem vegetal. Aconselha-se não utilizar mais do que uma colher de sopa de óleo, diariamente, no preparo das refeições. Estudos mostram que o uso excessivo de óleos aumentam a incidência de doenças degenerativas e de isquemia cardíaca. No capítulo das receitas, serão encontradas as observações e conselhos do Dr. Kousmine para a elaboração do óleo de gergelim ou girassol. Recomenda-se consumir, no máximo, 1 colher de sopa, de óleo por dia e esporadicamente 2 colheres. Os macrobióticos recomendam o uso dos seguintes óleos: gergelim branco, girassol, milho, soja, arroz, semente de mostarda, algodão e, raramente, em saladas, o azeite de oliva. Sejamos prudentes e sóbrios!

CAPÍTULO 35 UMEBOSHI

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No quadro das dietas macrobióticas, destaca-se o uso das ameixas umeboshi, por neutralizarem, elas, as bactérias, os cocus e vírus nocivos e prevenirem o aparecimento de resfriados, disenterias, cefaléias, cistites, colites, azia e um sem número de distúrbios orgânicos e funcionais. De acordo com as respectivas indicações, serão consumidas 1, 2 ou mais unidades, misturadas com diferentes alimentos ou chás, ou pulverizadas depois de carbonizadas (polpa e caroço). Por ter função alcalinisan-te, neutraliza, também, os estados de acidez, aliviando os problemas gastro-intestinais, inclusive os ocasionados por microorganismos. A ameixa umeboshi é originária da China, transplantada, depois, para o Japão e o seu conhecimento data de mais de 2 mil anos e sua fama veio da simples observação do povo, que transmitia, por ouvir dizer, que era bom o seu uso e que mal algum poderia advir com o uso da "ameixa salgada milagrosa". Botanicamente, a ameixa pertence à família prunus mume. Em japonês, a palavra ameixa significa ume e boshi, significa salgada. Atualmente, preparamos as nossas ameixas, rotulando-as para serem usadas depois de 3 anos. Até há pouco tempo, o produto tinha que ser importado. Hoje, felizmente, existe, em relativa abundância, entre nós, 294

aclimatadas por japoneses que para aqui a trouxeram. Certa vez, fomos presenteados por um cliente, médico nissei, com umeboshi, datada de 20 anos atrás. Perguntamos, por curiosidade, se tinha certeza da data. Respondeu-nos que sim, pois o seu pai, quando emigrou para o Brasil, há 20 anos, temendo não encontrá-la em São Paulo, trouxe consigo uma barrica de umeboshi. No município japonês de Nakaiama, existe uma verdadeira floresta, com cerca de 600.000 ameixeiras! Estudos comparativos mostraram que as ameixas japonesas têm mais ácidos orgânicos que as chinesas. O costume de salgar a ameixa, para garantir a sua preservação, data do século XI. Num dos mais antigos livros japoneses sobre regime alimentar, constam as 7 virtudes da ameixa japonesa: 1 - as ameixas salgadas são eficazes como antídoto; 2 - evitam as fermentações provocadas pelo arroz; 3 - o seu uso regular evitará intoxicações alimentares, em viagem; 4 - o gosto da ameixa japonesa mantêm-se inalterado; 5 - proporciona resistência em corridas e outros exercícios físicos; 6 - são eficazes contra as enxaquecas; 295

7 - o vinagre, obtido, ao preparar as ameixas salgadas, é eficaz contra algumas epidemias. O umeboshi é um yanguizante e, como o yang produz o yin, é um poderoso alcalinisante. E sabido que os alimentos acidificantes, são yin e os alcalinos são yang. Como alimentos acidificantes, destacamos o pão, a carne, o açúcar, a manteiga e etc. O excesso de acidez leva ao oposto, a alcalinidade. Como alimentos alcalinos, destacamos o umeboshi, as hortaliças verdes (verduras, nabos, algas marinhas e frutas). O problema do equilíbrio está nas proporções corretas do uso dos alimentos yin e yang. Os alcalinisantes serão encontrados nos produtos yanguisantes e os acidificantes nos yin. A composição química da ameixa é: Ácido cítrico 19,2% Magnésio 12,8% Potássio 2,9% Fluorina 1,5% Germanium 1,1% Fósforo 0,45% Ácido fórmico 0,33% Ácido acético 0,22% Na bioquímica, encontra-se os estudos orientadores sobre as reduções e potencializações sobre o cálcio, ácido úrico, ácido lático e etc, onde o macrobiótico 296

exigente encontrará respostas à suas indagações. Prepara-se o umeboshi a partir da ameixa verde, que deverá ser fervida por 15 a 20 minutos e, em seguida, espalhada em uma assadeira, deixada ao relento, durante 1 a 3 dias até vê-las murcharem. Em seguida, deve-se cobri-las com sal marinho, durante alguns dias e guardá-las em um recipiente, rotulando-se com a data (dia, mês e ano), pois deverão ser usadas após 3 anos. É aconselhável adquirir-se as folhas de sissot (tissô), aferventá-las e deixar junto às ameixas, em conserva, que, assim, tomarão uma cor avermelhada. Essas folhas serão, também, utilizadas. O Dr. Krebs, da universidade de Sheffield e prêmio nobel de bioquímica em 1953, descreve a mecânica do ácido cítrico, conhecido como "ciclo do ácido cítrico de Krebs): - Primeiramente, os alimentos se convertem em ácido pirúvico, por ação da glicose. O ácido pirúvico entra no ciclo do ácido cítrico, percorrendo uma e outra vez o ciclo, libertando cada vez mais energia. Durante o ciclo, a maior parte do ácido pirúvico se transforma em ácido cítrico e ácido lático. Por sua vez, o ácido lático reconverte-se em ácido pirúvico, reiniciando-se, assim, o ciclo. Em relação ao ácido cítrico, não há reconversão. Registrase que, nesse ciclo algum ácido cítrico se 297

transforma em ácido oxálico, voltando-se a converter-se em ácido cítrico. O umeboshi entra na composição de muitas receitas. O umê (ameixa japonesa) tem um tempo de vida de 20 anos. Mês de colheita é setembro, a partir da florada, a partir do quinto ano de vida, quando, então dá, apenas alguns frutos/pé. O pico de produção ocorre aos 15 anos de idade com média de 30 ou 40 KG/pé, e o modo de colheita é manual, e tem início quando o fruto começa a diminuir a cor verde forte e antes de amarelecer. Deve-se ter o cuidado de fazer a colheita no tempo certo, para evitar a formação do ácido cítrico, tóxico quando o ume está verde. A nossa experiência com o umeboshi é bastante diversificada. Certa vez, recebemos em nosso consultório um paciente cardíaco em anasarca, mal podendo respirar, tão mal estava. Dada a gravidade do seu estado, pedi, imediatamente, aos seus familiares, que o retirassem incontinente, pois estávamos com receio que aquele paciente viesse a falecer em nosso consultório. Indicamos que lhe fosse ministrado, pelo menos, 10 unidades de umeboshi, por dia, em vista do seu estado desesperador. Aquela altura dos acontecimentos, nós não acreditávamos que aquele paciente pudesse sequer ingerir 3 ameixas. Com surpresa e grande estupefação nossas, 15 dias depois, aquele 298

paciente, virtualmente, em estado terminal, algum tempo atrás, retomou a consulta, com um porte firme, enxuto e alegre, num estado de grande euforia. O paciente estava curado. Essa ameixa, esse umeboshi faz coisas incríveis, verdadeiros milagres. Aqui fica o registro para os devidos fins!... COMO

PREPARAR

Lavar o ume e colocar dentro de água limpa. 2) Para cada kg de ume, providenciar 150 a 200g. de sal. 3) Após manter o ume dentro d'água por 7 ou 8 horas, retirar para fora da água e após escorrer a água, adicionar o sal (item 2) e misturar adequadamente. 4) Colocar o ume misturando com sal dentro de um recipiente de colocar proteção (prato) sobre o ume e sobre a proteção colocar peso. Assim, o umeboshi, está à sua disposição! 1)

CAPÍTULO 36 MISSÔ Missô é um purê (pirão) de soja fermentada e envelhecida. Contém enzimas vivas, que ajudam a digestão e fornecem um equilíbrio nutritivo de carboidratos naturais, óleos essenciais, vitaminas, minerais e proteínas. 299

E consumido no oriente desde o início de nossa civilização e, agora, está se popularizando no ocidente. O seu principal ingrediente é a soja, a qual contém aproximadamente 34% de proteínas, 31% de carboidratos e 18% de gordura. A soja tem 2 vezes mais proteínas do que a carne ou o peixe e onze vezes mais do que o leite, além de ser rica em cálcio, fósforo, ferro, outros minerais e a lecitina, contém, também, quase no máximo da proporção, os aminoácidos essenciais à dieta humana. Há milhares de anos, o homem descobriu que alguns alimentos, quando fermentados, tornam-se nutricionalmente superiores a àqueles encontrados em sua forma original. Enquanto no ocidente, fermenta-se o leite para produzir vários tipos de queijos e iogurtes, no oriente, fermenta-se a soja para produzir, entre outros alimentos, o missô. Os carboidratos, da soja, são menos facilmente assimilados pelo organismo do que os carboidratos dos outros feijões. Contudo, a mudança estrutural causada pela fermentação da soja permite ao organismo usar esses carboidratos sem dificuldades. O missô é rico em minerais, para facilitar o metabolismo humano; contém ácido linoléico e lecitina, que dissolve o colesterol, no sangue e amacia as veias. E um poderoso auxílio na prevenção da arterosclerose e da hipertensão arterial. 300

Nutre a pele e o sangue, estimulando o desenvolvimento do tecido celular e da epiderme, o que torna a pele sedosa e os cabelos brilhantes. Ajuda, ainda, a evitar doenças tais como alergias e tuberculose. Como o missô contém bactérias vivas, que ajudam a digestão, não deverá ser fervido, visto que o alto calor destrói essas bactérias. As sopas de missô possuem um alto valor nutritivo. No capítulo "Receitas", será descrito a técnica a usar, em cada tipo de soja para missô. Os missôs, geralmente comercializados, não são de boa qualidade. Existem alguns, cuja fermentação é de menos de 2 ou 3 meses e o seu processo não é regulado naturalmente. A título de mera curiosidade, mencionamos 20 variedades de missô, na língua internacional do ocidente, que é o inglês: 1) Red vs white missô (aka missô); 2) Chunky and moji vs smooth missô; 3) Expansive vs. inespansive missô; 4) Missô from the provinces; 5) Light yellow miso (shirishy miso); 6) Yellow red miso (amakucha akamiso); 7) Yellow beige miso (amakuchi tanoshaku miso); 8) Yellow white miso (shiro koji miso); 9) Sweet red miso (edo or edoama miso); 10) Sweet-white miso (shiro, kioto shiro miso); 11) Barley miso (ikarakuchi mugi miso); 12)Yellow barley miso (amakushi mugi miso); 13) Hatcho miso; 14) Soyabean miso; 15) Tamari miso 301

(miso + shoyu); 16) Finger lickin miso; 17) Nato miso; 18) Coto miso (miso moderno); 19) Akadashi miso e 20) Dehydrated (Kauso miso orkena). O missô é um componente essencial na dieta macrobiótica.

CAPÍTULO 37 ALGAS MARINHAS É o alimento básico de diversas populações de países do oriente. Já foram selecionadas mais de 2.500 variedades, das quais 75 são consideradas comestíveis. São conhecidas cerca de 400 espécies, utilizadas em prótese dentária, cosmético, produtos farmacêuticos e industriais, na bacteriologia, indústria bélica e até em atividades espaciais. As algas estimulam a renovação celular, contribuindo, assim, para a formação de uma pele macia e bonita, com cabelos fortes e brilhantes. A pesca predatória de algas, existentes em algumas regiões do nordeste brasileiro, precisa ser coibida, visto que elas são os alimentos dos peixes. Existem casos, lamentáveis, aliás, de pescadores que se dedicam exclusivamente acolheita, indiscriminada, das preciosíssimas algas e, isso precisa ser proibido ou regulamentado, para se evitar um desequilíbrio ecológico, que traria conseqüências funestas, para 302

todos e, principalmente, para as populações que dependem das atividades pesqueiras, pois sem algas, não haverá peixes e, sem peixes, o que será dos pescadores? Vamos procurar ser sensatos e poupar as algas marinhas, para o bem de todos. Já basta o que ocorre no litoral norte do estado de São Paulo, notadamente na região de São Sebastião e Ilha Bela, aonde a população marinha, notadamente peixes e moluscos, está, praticamente, extinta, em conseqüência dos freqüentes derrames de petróleo no mar. Pesquisas revelaram que, somente em 1977, foram colhidas nada menos do que 1.500.000 (hum milhão e quinhentos mil) toneladas de algas. Não é difícil imaginar as quantidades astronômicas que, certamente, têm sido colhidas nos últimos anos. Antigamente, as algas eram colhidas em águas pouco profundas, até 10 metros. Com o progresso da tecnologia da pesca, escafandros e etc. já se vai buscar algas em profundidade de 45 metros ou, mesmo, maior profundidade. Uma vez mais, alertamos que providências precisam ser tomadas em defesa da fauna marinha, do contrário, tempos negros virão. As algas kombi e kiziki estão entre as encontradas a grandes profundidades. Além dessas, destacam-se as algas wakame e nori, que possuem alto teor de hidratos de 303

carbono, proteínas, vitaminas e sais minerais (cerca de 30% do seu volume) e por isso, é um item de destaque na dieta macrobiótica. O seu conteúdo em ferro e cálcio é 10 vezes maior do que o leite, além dos seus efeitos contra os males da tireóide, assim como poder fungicida, anticancerígeno, redutor do nível de colesterol, no sangue, combate, também, hipertensão e arteriosclerose, sem falar em seus princípios anti-coagulantes - a heparina. Nos mercados abastecedores de produtos naturais, pode ser encontrada a alga kombi, cujas dimensões varia entre 2 a 20cm de comprimento, às vezes, até acima de 4 metros. No capítulo RECEITAS, será tratado o assunto relativo ao seu uso culinário.

RECEITAS ALGA KOMBI Adquira o pacote de 100grs de alga kombi e divida-o ao meio. Corte as 50grs de alga em retângulos de 3cm por 9cm. Ponha de molho em 2 copos de água. Não lave antes. O branco que se apresenta na alga não é o mofo e sim os sais minerais necessários ao nosso organismo. No dia seguinte, retire os pedacinhos de alga para uma panela de pressão, passe a água gelatinosa por um guardanapo e junte-a a alga. Faz-se isso, a fim de separar a areia que por ventura 304

esteja aderida a alga. 50 minutos são necessários para a sua cocção. Fogo forte, depois brando. Após este tempo, abra a panela e a alga deverá estar cozida, bem mole. Não estando, junte mais água (isto geralmente não acontece). Depois de bem cozida, tempere com 4 colheres de sopa de molho de sopa ou então 1 colher de café de sal natural. A água deverá evaporar completamente ficando o fundo da panela seco e limpo. Depois de fria, guarde-a em vidro hermeticamente fechado e na geladeira. Todos os dias deve-se comer alga na quantidade que o orientador disser, no almoço e na janta e pode também ser adicionada de cebola, sal, salsa e cebolinha verde a fim de melhor ser preparada e satisfazer o paladar. Não esqueça de aquecê-la. Mastigue bastante. Poderá ainda, ao preparar o feijão azuki ou o preto, cozinhá-la junto.

ALGA HIZIKI Ponha de molho, de véspera, 1/2 colher de sopa de alga em 1 copo de água. No dia seguinte, faça um refogado em óleo de soja de cebola, salsa e cebolinha (usar sempre a parte branca da cebolinha), tudo picado bem fininho, junte a alga e vá pingando a água que ficou no copo. Depois da alga bem 305

cozida, junte 1 colher de chá de molho de soja e deixe secar toda a água. Esta porção é para uma refeição. Para usá-la em qualquer alimento, torrá-la, misturando-a e depois moer reduzindo-a a pó. Bom proveito!

CAPÍTULO 38 RECEITAS PREPARO DO ARROZ INTEGRAL Limpe o arroz. Lave-o em água fria, somente em duas águas. Ponha-o de molho, de véspera, na seguinte proporção, que dará para dois dias e para uma pessoa (almoço e janta): 2 copos de arroz para 4 copos de água, isto se o arroz for japonês. Não o sendo, ponha mais 1/4 de copo de água por copo de arroz. No dia seguinte, escorra a água e reserve-a para o cozimento. Ponha o arroz puro, na panela e toste-o até que o caroço, fique bem murcho. Mexa com uma colher de pau, a princípio, com fogo forte e depois com a chama menos forte. Junte a água reservada e adicione uma colher de chá de sal natural. Feche a panela de pressão, ponha a válvula, deixe 10 minutos em fogo forte, depois diminua a chama o mais que puder e deixe cozinhar durante 40 minutos. Eleve um pouco a chama, durante mais ou menos 5 minutos, até que não saia 306

mais vapor. Apague o fogo e deixe o arroz em repouso durante, pelo menos, 15 minutos. O caroço ficará cozido, solto e o do fundo da panela amarelado, o que vale dizer, com maior valor nutritivo. Não deixe o seu arroz virar papa! Guarde-o em vidro, louça etc, mas nunca em panela de alumínio. No dia seguinte, aqueça como achar fácil. O melhor é em banho-maria. O cozimento também poderá ser feito em panela comum. Neste caso, junte o sal na metade do cozimento. PREPARADO DO ARROZ COM FEIJÃO AZUKI (PARA SOMENTE 1 REFEIÇÃO) 2 colheres de sopa bem rasas de feijão azuki, para 8 colheres de sopa rasas de arroz. Lave o feijão e o arroz depois de catálos, separadamente. Ponha-os de molho, juntos, em 2 copos e meio de água, de véspera. No dia seguinte leve-os ao fogo, em panela de pressão, com a mesma água e 1 colher de café bem rasa de sal natural. O modo de cozimento é o mesmo do arroz feito sozinho. CREME DE FEIJÃO AZUKI (1 REFEIÇÃO) Cate 2 colheres de sopa de feijão azuki. Lave e ponha de molho, de véspera, em 2 copos de água. No dia seguinte cozinhe-o em panela de pressão, durante 40 minutos (10 minutos em fogo forte depois 30 minutos 307

em fogo brando). Corte cebola, cebolinha verde e salsa, bem fininha (ao todo 1 colher de sopa). Ponha no fogo 1/2 colher de chá de óleo de soja (Merlin), refogue nele os temperos cortados e depois junte-os ao feijão. Deixe cozinhar um pouco, em seguida, com a panela aberta junte o sal, bem pouco, e vá mexendo com uma colher de pau, até a água desaparecer e formar um creme. Não esquecer de mastigar este creme. CREME DE ARROZ INTEGRAL TOSTADO E MOÍDO Limpe uma boa porção de arroz. Passe-o por uma peneira. Não o lave. Opere com fogo forte, numa frigideira ou panela grossa, para tostar. Também, pode ser tostado no fomo. Diminua a chama, vá mexendo, sempre, para que o arroz toste por igual e adquira a cor bronzeada, sem se queimar. Deixe-o esfriar, passe-o por um molho ou máquina de carne e depois no liqüidificador, colocando neste, somente, de cada vez, uma xícara de chá mal cheia de arroz. Ligue e desligue o liqüidificador pelo menos 4 vezes. Mexa com uma colher para igualar mais o pó obtido, que deverá ser guardado em recipiente fechado, para conservar melhor o aroma. PREPARO 308

DO CREME DE ARROZ

Ponha em uma panela 1 xícara de farinha de arroz tostada, 6 xícaras de água. Deixe cozinhar durante 1 hora. Depois que ferver baixe a chama para o mínimo. Quando já estiver engrossando, junte 1 colher de café rasa com sal. O creme deverá ficar bem encorpado. Guarde em louça, vidro etc, mas nunca em alumínio. No dia seguinte, aqueça, como achar mais fácil. Não se esqueça de insalivar bem o creme. GERSAL: GERGELIM E SAL NATURAL, TRITURADOS, JUNTOS Limpe o gergelim. Use de preferência o preto. Coloque, em uma frigideira ou panela grossa, 1 colher de sopa rasa de sal natural e toste até ficar bem cinza, bem desidratado. Despeje-o sobre uma mesa de mármore e triture com uma garrafa deitada. Deixe-o de lado. Agora, coloque na frigideira, 10 ou colheres de sopa cheias de sementes de gergelim para tostar. Vá mexendo sempre e experimentando o paladar. Quando estiver com gosto de amendoim torrado e perder e adstringência, está pronto o gergelim. Neste ponto, se apertarmos algumas sementes com os dedos, elas se esmagam. Não pare de mexer o gergelim, durante todo o tempo a fim de evitar queimá-lo, o que é muito fácil. Junte o gergelim e o sal num pano grosso e limpo, forme uma boneca e bata com um martelo durante o tempo suficiente para que fique 309

reduzido a pó fino. Guarde em recipiente hermeticamente fechado, fora da geladeira. ALGA GROSSA "KOMBU" Adquira o pacote de 100 grs. de alga e divida-o ao meio. Corte as 50 grs de alga em quadradinhos de 3cm por 9cm. Ponha de molho, em 2 copos de água. Não lave antes. O branco, que se apresenta, na alga, não é mofo e sim sais minerais, necessários ao nosso organismo. No dia seguinte, retire os pedacinhos de alga para uma panela de pressão; passe a água gelatinosa por um guardanapo e junte-a a alga. Faz-se isso, a fim de separar a areia que por ventura esteja aderida a alga. 50 minutos são necessários para a sua cocção. Fogo forte, depois brando. Após este tempo, abra a panela e a alga deverá estar cozida, bem mole. Não estando, junte mais água (isto geralmente não acontece). Depois de bem cozida, tempere com 4 colheres de sopa de molho de sopa ou então com 1 colher de café de sal natural. A água deverá evaporar completamente, ficando o fundo da panela seco e limpo. Depois de fria, guarde-a em vidro, hermeticamente fechado, na geladeira. Todos os dias deve-se comer alga na quantidade que o orientador disser, no almoço e na j anta e pode também ser adicionada de cebola, sal, salsa e cebolinha verde, a fim de melhor ser preparada e 310

satisfazer o paladar. Não aquecê-la. Mastigue bastante.

esqueça

de

ALGA HIZIKI Ponha de molho, de véspera, 1/2 colher de sopa de alga em 1 copo de água. No dia seguinte, faça um refogado, em óleo de soja, de cebola, salsa e cebolinha (usar sempre a parte branca da cebolinha) tudo picado, bem fininho; junte a alga e vá pingando a água que ficou no copo. Depois da alga bem cozida, junte 1 colher de chá de molho de soja e deixe secar toda a água. Esta porção é para uma refeição. PÃO DE FRIGIDEIRA Faça uma massa não muito dura como segue: 1 copo de farinha de trigo integral. 1 colher de sopa de aveia 1/2 colher de sopa de óleo 1 colherinha de sal Misture tudo, em uma tigela, com colher. Aqueça um copo de água, mal cheio. Junte a água, aos poucos, à mistura. Misture, com a mão e faça uma massa bem macia. Amasse bastante. Cubra a tigela. No dia seguinte, unte uma frigideira, abra a massa da grossura de mais ou menos um dedo. Tampe a frigideira, asse em fogo forte até esquentar a tampa, diminua a chama, asse 15 minutos de um lado e 15 minutos do 311

outro lado. Depois de frio corte em quadradinhos. Pode ser juntado também uma colher de farinha de trigo sarraceno ou 2 colheres de creme de arroz cozido. PÃO INTEGRAL E BISCOITO INTEGRAL ASSADOS NO FORNO 1 kg. de farinha de trigo integral bem moída 3 1/2 copo de água 4 colherinhas de café (rasas) de sal 4 colheres de sopa de óleo de soja Aqueça a água com o sal até ficar bem espertinha. Despeje-a em uma tigela grande e junte o óleo. Vá aos poucos, juntando a farinha integral, mexendo com uma colher de pau. Quando já estiver bem grossa a massa, amasse-a com as mãos, sove-a bastante até conseguir a liga. A massa deverá ficar bem macia. Deixe-a descansar no dia seguinte, unte uma forma retangular, com óleo, (para bolo inglês de 24 centímetros, tamanho ideal); coloque a massa dentro, acerte-a com a mão molhada em água e leve, a forma, ao forno quente. Decorridos 20 minutos, diminua a temperatura do forno e deixe o pão assar durante uma hora. Prepare uma latinha larga, enchea de água e deixe-a no forno durante todo o tempo do cozimento do pão para que este se tome mais macio. Não encha a forma até em cima. Com o restante da massa faça biscoitos. 312

Unte duas grades tabuleiros. Abra neles a massa bem fininha, com auxílio de uma pequena garrafa. O biscoito, só ficará bom, com a massa bem fina. Com uma faca, recorte a massa, formando quadrados ou, então, recorte-a com um cálice. Não deixe muito tempo no fomo. Somente o tempo necessário para assar. Passando do ponto, o biscoito fica meio amargo. PANQUECA 2 colheres de farinha de trigo sarraceno, ou farinha de trigo integral peneirada, 1 colherinha de araruta, 1 pitadinha de sal, água suficiente para formar um mingau ralo. Prepare uma frigideira untada e uma tampa, ou melhor, uma frigideira tefal. Aqueça a frigideira, derrame a panqueca bem fininha, asse de ambos os lados. Recheie com verduras previamente preparadas: agrião, bertalha etc, enrole e sirva. MACARRÃO SOBA - Cozinhar o macarrão em água fervente, com sal, durante 10 minutos. Juntar 1 copo de água fria. Esperar a fervura novamente. Lavar o macarrão em água fria e deixar escorrer a água. Temperar com o molho acima, ou então, picar bastante cebola, cebolinha e salsa. 313

Refogar no azeite de Oliveira ou óleo Merlin. Misturar 1 colher de chá de misso com 2 colheres de Tahine, bater com água, juntar ao refogado, deixar cozinhar bastante; temperar com sal. Neste ponto, juntar o macarrão e deixar ferver.

LEGUMES E VERDURAS Todas as verduras são rasgadas e desfibradas de cima para baixo, inclusive o talo da chicória e da couve chinesa, também chamada mostardão ou acelga paulista. Esta última é uma verdura de folhas crespas, talos largos, folhas verdes e brancas. O agrião é cortado em pedaços de 2 a 3 cm. Aproveita-se quase todo o talo. Depois de lavada e cortada, qualquer verdura, não a deixe dentro da água. Leve ao fogo 1/2 colher de café de óleo de soja (Merlin) e refogue um pouco de cebola, salsa e cebolinha verde, inclusive a parte branca, todo cortado, bem fininho; depois de bem refogado, este tempero, junte a verdura a ser feita, tampe a panela, diminua a chama e deixe cozinhar com o vapor. Decorridos 5 minutos, junte 1 colher de chá de molho de soja, ou na falta do molho de soja verdadeiro, uma pitadinha de sal natural e logo ficará pronta a verdura como a chicória, acelga paulista, caruru, agrião (de folhas pequenas), bertalha etc. Corte a cebola, ao 314

comprido e depois, em sentido contrário, quando usada como tempero e só ao comprido quando não for usada para este fim. Legumes como a cenoura, nabo branco comprido, bardana não se descascam. Não os deixe dentro da água, a não ser rapidamente. Lave levemente, com uma escova, querendo. A bardana deve ser cortada em palitos bem finos quando usado em fritura à milanesa, com farinha de trigo mourisco. Quando usado como refogado, deve ser cortado enviesado ou como se aponta um lápis. As cenouras deverão ser pequenas, finas e viçosas. O nabo branco poderá ser cortado em palitos grandes ou enviesados. O cará e o inhame, depois de descascados, deverão ser cortados em pequenos pedaços, quando se quiser usá-los como refogados, em pedaços maiores quando empregados no preparo de sopas e bem fininhos quando empregados em frituras. Uma vez escolhido o legume e picado, faça-o da seguinte forma: ponha em uma panela 1/2 colher de chá de óleo de soja (Merlin) aqueça e refogue um pouco de cebola cortada ao comprido, depois junte o legume, deixe-o refogar e feche a panela. Acrescente água, de vez em quando e, quando estiver quase cozido, acrescente 1 colher de chá de molho de soja ou na falta do molho, uma pitada de sal natural. A panela terá de ficar 315

seca, após o cozimento. Também, podem ser cozidos os legumes em panela de pressão, em 10 minutos. A água deverá ser evaporada completamente, com a panela aberta. BARDANA Depois de cortada, enviesada, de 1/2 cm de espessura, refogue-a em 1 colher de sopa de óleo de soja e ponha para 3 raízes de tamanho médio, 1 copos de água e deixe cozinhar durante 50 minutos em panela de pressão com fogo brando. Quando estiver bem cozida, junte 4 colheres de sopa de molhe de soja, ou na falta de molho 1 colher de chá de sal (colher rasa). A bardana terá de ficar macia e seca. Não pode sobrar nenhum líquido, o fundo da panela terá de ficar seco e limpo. Depois de fria, a bardana deverá ser guardada em vidro e na geladeira. Na hora de servir, aqueça-a. PATÊ MACROBIÓTICO Leve ao fogo em uma panela, 2 colheres de farinha de trigo sarraceno. Mexa, sempre, até sair fumaça. Neste ponto, junte água quente e mexa até conseguir uma massa uniforme. Refogue em uma panela, em azeite de Oliveira ou óleo Merlin, uma boa porção de cebola, salsa e cebolinha picadas bem fininhas. Em outra vasilha, junte uma colher de sopa (rasa) de Misso, massa de 316

soja com 2 colheres de Tahine. Bata bastante, adicione água para formar um creme. A seguir, junte as três misturas, mexa bastante em fogo brando, deixe cozinhar o tempo suficiente para engrossar e amolecer bem o cheiro verde. Tempere com sal, se necessário for. Depois de frio guarde para 2 ou 3 dias de uso na geladeira. Este patê poderá ser diluído com água, levado ao fogo, novamente, para servir de molho ao macarrão soba. SOUFLÊ DE CENOURA Refogue em óleo, uma boa porção de cebola. Junte cenouras cortadas enviesadas e deixe cozinhar, abafada em fogo brando, com pouca água. Passe as cenouras no liqüidificador (depois de frias), tempere com sal, molho de soja, junte uma colher de araruta. A parte, bata com água, uma colher de Tahine e faça um creme. Despeje a massa em um pirex untado com óleo e cubra com o creme de Tahine. Leve ao forno para assar. SOUFLÊ DE CENOURA Refogue em óleo, uma boa porção de cebola. Junte xuxu cortado em pedaços pequenos. Deixe cozinhar abafado, em fogo brando, quase sem água. Passe no liqüidificador. Junte a massa, pão integral ralado, uma colher de araruta, sal, molho de soja, 317

despeje em pirex untado com óleo. Cubra com creme de Tahine batido com água e leve ao forno. NHOQUE DE INHAME Cozinhe inhame, sem casca, em pedaços e com pouca água. Peneire um pouco de farinha de trigo integral. Amasse o inhame. Junte a farinha peneirada, tempere com sal. Preparada a massa, faça rolo, corte e cozinhe-a em água fervente. Prepare um molho com azeite, cebola, cebolinha, salsa, Tahine e Misso diluídos em água. Cozinhe bem e sirva com nhoque. A este molho, poderá ser feita a juntada de um pouco de camarão ou bacalhau desfiado, depois de posto de molho de véspera e cozido. Neste caso suprima o nhoque Tahine e substitua o Misso por molho de soja. VATAPÁ DE ABÓBORA MORANGA OU CAMARÕES Cozinhe a abóbora picada em pedacinhos e sem água refogado de cebolas feito no azeite de Oliveira ou Óleo de Soja. Passe-a no liqüidificador. Junte uma colher de araruta. Prepare uns camarões refogados em azeite com bastante cebola picadinha, mexa até cozinhar bem, junte molho de soja, sal. Neste ponto misture aos camarões a abóbora. Faça à parte um creme de arroz bem clarinho e bem cozido. Coloque o vatapá em pratinhos. Ponha em cima o creme de arroz com auxílio de uma colher 318

ou, então, ponha-o antes em uma forminha (fica mais decorativo) e enfeite com um pedacinho de azeitona preta. PEIXE OU CAMARÃO Limpe um peixe pequeno, pescadinha, lula ou camarões, tempere com sal. Em uma panela, ponha azeite de Oliveira e bastante cebola formando todo o fundo da mesma. A seguir coloque fatias grossas de xuxu ou inhame, ponha o peixe em cima do inhame ou xuxu, coloque mais cebolas. Feche a panela. Não ponha água. Fogo brando. Regue com molho de soja quando já estiver suando. Deixe mais um pouco no fogo baixo e está pronto o peixe. PESCADINHA ASSADA Unte um pirex com óleo. Ponha a pescadinha e cubra com cebolas, cebolinha, salsa, alho poró (tudo bem picadinho). Antes tempere com sal. Adicione um pouquinho de gengibre, regue com molho de soja e leve ao fomo para assar. Coma o peixe ou camarão com salada de agrião cru. Lave o agrião em água filtrada, enxugue-o. Prepare um pouquinho de azeite com molho de soja. Bata com uma colher e neste molho passe o agrião. SOPA 319

DE LEGUMES

Ponha de molho de véspera 1 colher de chá de alga Hiziki. Em uma panela coloque uma colher de sopa (mal cheia) de óleo (Merlin) ou azeite de Oliveira (de boa marca). Corte em pedacinhos picados cebolinha e salsa e em pedaços grandes cenoura, cebola, nabo branco comprido, cará, inhame, acelga paulista (couve-chinesa) e agrião. De tudo pequena ou grande proporção conforme o número de pessoas. Refogue na panela com óleo bem quente. Vá mexendo de vez em quando. Deixe a panela aberta até os legumes ficarem bem refogados. Neste ponto junte a alga que ficou de molho e deixe-a também refogar. A seguir junte a água da alga e mais um pouco para que os legumes possam cozinhar bem. Junte 1 colher de sopa bem cheia de farinha de arroz tostada e moída ou aveia, ou arroz cozido. Feche a panela e deixe tudo cozinhar. Dilua em água 1 colher de chá de misso (massa de soja) e junte a sopa quase cozida. Tempere com sal. Na falta de misso ponha molha de soja. Não querendo por arroz ou aveia, engrosse esta sopa depois de cozida com uma colher de sopa de farinha de trigo sarraceno tostada, diluída em água. SOPA DE FEIJÃO AZUKI Cozinhe 3 colheres de sopa de feijão azuki depois de tê-lo deixado de molho de véspera. Junte ao feijão quase cozido, um 320

pouco de cebola, salsa e cebolinha (tudo picadinho). Deixe cozinhar bem, junte 1 colher de sopa bem cheia de creme de arroz tostado e cozido e passe tudo no liqüidificador. Junte uma pitadinha de gengibre ralada, tempere com sal e leve tudo novamente ao fogo. Poderá, em vez de creme de arroz, engrossar esta sopa com farinha de trigo sarraceno tostada, diluída em água. Poderá também ser engrossada com macarrão de sarraceno. De qualquer forma a sopa fica ótima. SOPA DE MACARRÃO SARRACENO Refogue em óleo de soja uma boa porção de cebola, cebolinha e salsa (bem picadinha). Dilua em água uma colher de chá de misso (massa de soja). Junte ao refogado. Deixe cozinhar. Junte mais água, deixe ferver e coloque um pouco de macarrão soba. Ferva mais ou menos 15 minutos. Engrosse com farinha de trigo sarraceno tostada, uma colher de sopa diluída em água. Ferva mais e tempere com sal à vontade.

CHÁS ARTEMÍSIA Toste, em uma panelinha até dar cheiro forte, um pouquinho de Artemísia (1 colher de chá). Ponha a seguir 2 copos de água fria 321

e deixe ferver em fogo baixo durante 15 minutos. HABU Toste o habu em uma panelinha com tampa, na proporção de 1 colher de chá de sementes até que elas pipoquem completamente. A seguir ponha um copo de água fria e deixe ferver em fogo brando durante 15 minutos. TRÊS ANO (BANCHÁ) Não precisa tostar. Ponha algumas folhinhas 1 colher de sopa em uma panelinha com 3 copos de água fria. Deixe ferver em fogo brando durante 15 minutos. Todos os chás deverão descansar um pouco e deverão ser reduzidos a menos de 1 xícara de chá. ARROZ TOSTADO Toste um pouco de arroz até ficar bronzeado e guarde-o em um vidro. Para preparar o chá coloque 1 colher de sopa de arroz tostado em 1 copo e meio de água. Deixe-o cozinhar durante 20 minutos. Coe e tome menos de uma xícara de chá. Guarde o arroz e misture ao que será feito para as diversas refeições. LÓTUS Lave 3 pedacinhos de lótus e deixe de molho. No dia seguinte cozinhe durante 20 322

minutos na mesma água, em fogo brando. A raiz poderá ser aproveitada para refogadinho. Pique-a fininha e faça-a como os outros legumes.

DENTE-DE-LEÃO 2 copos de água fria e 1 colher (das de chá) de dente de leão. Levar ao fogo e deixar ferver durante 15 (minutos) em chama baixa.

CAPÍTULO 39 TOFÚ Queijo de Soja O TOFÚ é um alimento de uso multisecular, que os povos orientais (China, Japão) incluem em seu cardápio diário, tanto no desjejum, como no almoço e no jantar. No Brasil, o seu uso e popularização se devem à colónia japonesa, no estado de São Paulo, há pouco mais de 60 anos e, no ocidente, em geral, pelo mestre G. Oshawa, em suas peregrinações pela Europa e América. É um produto de alto valor nutritivo e importante fonte, no metabolismo proteico. Com a finalidade de estudar soluções para as dificuldades surgidas no seu plantio, reuniu-se, em 1961, nos EUA, a "Soyfoods Association of North America", que debateu, 323

também, os problemas advindos do preparo e comercialização dos produtos de soja. Naquela reunião, ficou, praticamente, resolvido, como contornar o seu difícil preparo para ajustá-lo à culinária de cada região e país. A partir de 1971, os Srs. Akiko Acyagi e William Scurileff já registraram mais de 500 receitas de "TOFÚ". O queijo de soja, atualmente, pode ser encontrado nos empórios japoneses, na maioria das feiras livres, nos restaurantes e estabelecimentos macrobióticos ou que comercializam produtos naturais. Mas, afinal, o que é "TOFÚ"? É um tipo de queijo, elaborado a partir dos grãos de soja, transformados em líquido leitoso (leite de soja). A soja é uma das grandes fontes de proteínas, essenciais na manutenção dos tecidos, da pele, músculos, cartilagens e etc. As proteínas da soja são muito parecidas com as proteínas animais, tanto na qualidade, como na proporcionalidade, por peso. As proteínas completas são constituídas de 8 aminoácidos essenciais, encontrados no "TOFÚ". Usa-se como complemento alimentar macrobiótico do arroz e do trigo integrais, que são os alimentos principais. Aconselha-se a não comer nada, antes desses cereais. É importante saber-se que a proteína vegetal é isenta de colesterol e tem baixo teor de 324

gordura. A lecitina da soja contribuirá para emulsificar e eliminar os depósitos de colesterol, que formam placas nas paredes dos vasos (arteriosclerose). Como a finalidade desse livro é seguir o conselho do Dr. Oshawa para que "cada país tenha a sua macrobiótica", as normas orientais devem se adaptar às tradições culinárias brasileiras. Ao adquirir-se o queijo de soja ("TOFU"), que vem, sempre, mergulhado em água, deve-se fervê-lo no seu próprio líquido e, em seguida, guardá-lo na geladeira, tendo-se o cuidado de trocar a água diariamente. No capítulo apropriado, deste livro, serão encontradas algumas das muitas receitas sobre tofú e soja. Na colónia japonesa e entre os seus descendentes, usa-se o queijo de soja cm, a carne ou bife com iscas de soja acebolados. Entre os pratos principais, que são elaborados com tofú, podemos mencionar quiche de tofú, torta de brócolis, torta de espinafre, curry de tofú com legumes, strogonoff de vagem, tofú picante, cury de tofú com legumes, lasanha verde, fritada de tofú com legumes, fritada verde, tofubergers, tofubergers II, tofú doce e azedo, tofú frito, tofú fresco, churrasco de tofú com molho de missô, bolo de tofú com nozes (salgado), abobrinha recheada, tofú à 325

milanesa, arroz frito, bolo de cenoura (salgado), tofú, no café da manhã. Sopas: sopa de cebola, sopa azeda e picante, sopa de quiabo, sopa de missô, coquetel de tofú, minestrone, salada de frutas, salada de tofú com curry, molhos, patê e shakes. Creme de cacau, creme de leite de tofú, chantilly de tofú, milkshakes de castanha de caju, milkshake, patê de tofú com abacate, patê de cebola, patê de ovo sem ovo, vitamina de tofú, maionese de tofú, maionese II, molho verde, creme de castanha de caju, molho de laranja com gengibre, patê de tofú e missô, patê de picles, molho de mililhashomus de tofú. Tortas, bolos e pães: torta de maçã, bolo de maçã, torta de creme de tofú, com cobertura de frutas, bolo de cacau, torta de abóbora hokaido, bolo de cenoura (doce), bolo de aveia, pão de abóbora hokaido, bolo de banana, pão de gengibre. PREPARAÇÃO DO TOFÚ Utensílios: Liqüidificador, escorredor de algodão (40x40cm), pirex-1, panela (30x30cm), vidro-caixa para tofú, pano de algodão (30x30cm), concha, coador. Ingredientes: Grão de soja, 1 xícara e 1/2 de água, sal amargo, 2 colheres de chá, de sulfato de cálcio (coagulante). 326

Processo: 1) Lavar bem os grãos de soja e deixar, de molho, de 8 a 12 hs. ou de um dia para outro, se o tempo não estiver muito quente. 2) Enxaguar e escorrer o líquido dos grãos. 3) Colocar o saco de algodão úmido, dentro do escorredor e por o escorredor, dentro do pirex. 4) Ferver 7 xícaras de água, no caldeirão e esquentar mais 8 xícaras de água na chaleira. 5) Bater, no liqüidificador, metade da soja com 2 xícaras de água, bem quente ou fervente, da chaleira, por 2 minutos. 6) Derramar o purê no caldeirão, com água fervente. Apagar o fogo, embaixo do caldeirão. 7) Repetir os processos 5 e 6 com a outra metade dos grãos de soja. 8) Enxague o liqüidificador com 1/2 xícara de água fervente e coloque-a no caldeirão. 9) Derrame o purê no saco, dentro do escorredor. 10) Lavar o caldeirão, porque ele vai ser usado para ferver o leite de soja, logo a seguir. 11) Torcer o saco para extrair o leite. Colocar o leite no caldeirão, (usar luvas de borracha, então, porque o leite estará muito quente). 12) Abrir o saco e mexer o resíduo com 3 xícaras de água fervente. 327

Torcer o saco e pressioná-lo com o vidro, para extrair todo o leite. Guardar o resíduo, para usar em outros pratos (pães, bolachas e etc.) ou, então, jogue-o no lixo. 14) Ferver o leite, assim preparado, em fogo alto, mexendo-se, de vez em quando, para não grudar no fundo e não deixar queimar. 15) Abaixar, um pouco, o fogo e deixar o leite ferver por 15 minutos. Importante: o tempo de fervura é necessário para desativar uma enzima que poderá intervir na digestão de proteína. 16) Apagar o fogo. 17) Dissolver 2 colheres de sal amargo ou sulfato de cálcio em 2 xícaras de água morna. 18) Mexer o leite lentamente e adicionar-se 1/3 dessa solução. 19) Mexer o leite, novamente, e adicionar-se o 2 o terço da solução. Deixar o leite, por 2 a 3 minutos, para coalhar. Se o soro parecer transparente e de cor âmbar, não será necessário adicionar o resto do coagulante (o último terço), até observar o desaparecimento de todo o leite (pela coagulação). 20) Para acabar de coalhar, deixar por 3 minutos. 21) Colocar o coador na mistura e retirar o soro pelo coador, com a concha. Guardar o soro numa vasilha e guardá-lo para ser 13)

328

usado, como sabão. Faça uma experiência: as panelas ficam mais limpinhas. 22) Colocar o pano de algodão dentro da caixa para tofú e ponha a caixa numa folha rasa para recolher o soro. 23) Colocar o coalho dentro do pano e embrulhá-la. 24) Tampar a caixa e prensá-la com um peso de 1 a 1 1/2 kg e deixar por 15 minutos, para fazer o tofú mais firme. Usar mais peso, se necessário e deixar, por mais tempo. 25) Retirar o tofú da caixa, em água corrente, fria. Guardá-lo em água, na geladeira. Trocar a água diariamente. Alternativa: É mais fácil sem dúvida e mais barato comprá-lo nas mercearias japonesas e chinesas...!

CAPÍTULO 40 PÃES E BISCOITOS MACROBIÓTICOS O centeio é, depois do trigo, o cereal mais utilizado em panificação. A sua produção, no Brasil, vem aumentando ultimamente, indo de 3 toneladas em 1981, para 7,5 toneladas em 1993. O centeio é uma planta rústica, que quase não exige adubos ou preparo especial do solo. Trata-se de um vegetal de inverno e o seu cereal tem alto valor 329

nutritivo, rico em fibras e sais minerais, principalmente em aminoácidos essenciais e pobre em calorias. Suas proteínas formam muito pouco ou nenhum glúten. Apresenta hemiceluloses de alta viscosidade, com características de retardar a digestão. Já se conseguiu um produto híbrido, chamado triticale, de centeio e trigo. PÃO "OHSAWA" Misturar quatro partes de farinha de trigo integral, duas de farinha de milho, duas de farinha de castanhas e duas de farinha sarraceno. Adicionar um pouco de óleo e algumas passas de uvas e após amassar lentamente com água, cozinhar numa forma untada e colocar um pouco de massa. Pincelar ovo batido (gema), sobre o pão. Para os doentes, misturar farinha de trigo sarraceno, farinha de trigo integral, farinha de milho, farinha de painço, etc, sem passas de uva e nozes. Fatias deste pão frio podem ser cortadas e torradas em um pouco de óleo. O pão "Ohsawa" não contém fermento, não é muito leve, porém é saboroso, quando bem mastigado. PÃO DE FRIGIDEIRA Faça uma massa, não muito dura, como segue: 1 copo de farinha de trigo integral 1 colher de sopa de aveia 330

1/2 colher de sopa de óleo 1 colherinha de sal Misture tudo em uma tigela, com colher. Aqueça um copo de água, mal cheio. Junte a água, aos poucos, à mistura. Misture, com a mão e faça uma massa bem macia. Amasse bastante. Cubra a tigela. No dia seguinte, unte uma frigideira, abra a massa, da grossura de mais ou menos um dedo. Tampe a frigideira, asse, em fogo forte, até esquentar a tampa, diminua a chama, asse 15 minutos de um lado e 15 minutos do outro lado. Depois de frio, corte em quadradinhos. Pode ser juntado, também, uma colher de farinha de trigo sarraceno ou 2 colheres de creme de arroz cozido. PÃO

INTEGRAL ASSADO NO FORNO

-

BISCOITO INTEGRAL ASSADO

NO FORNO

1kg de farinha de trigo integral, bem moída 3 1/2 copo de água 4 colherinhas de café (rasas) de sal 4 colheres de sopa de óleo de soja Aqueça a água com o sal até ficar bem espertinha. Despeje-a em uma tigela grande e junte o óleo. Vá, aos poucos, juntando a farinha integral, mexendo com uma colher de pau. Quando já estiver bem grossa a massa, amasse-a com as mãos, sove-a bastante, até conseguir a liga. A massa deverá ficar bem macia. Deixe-a descansar até o dia seguinte, unte uma forma 331

retangular, com óleo, (para bolo inglês de 24 centímetros, tamanho ideal); coloque a massa dentro, acerte-a com a mão molhada em água e leve a forma ao forno quente. Decorridos 20 minutos, diminua a temperatura do forno e deixe o pão assar, durante uma hora. Prepare uma latinha larga, enchaa de água e deixe-a no fomo, durante todo o tempo do cozimento do pão para que este se torne mais macio. Não encha a forma até em cima. Com o restante da massa, faça biscoitos. Unte duas grades tabuleiros. Abra neles a massa bem fininha, com auxílio de uma pequena garrafa. O biscoito só ficará bom com a massa bem fina. Com uma faca, recorte a massa, formando quadrados ou, então, recorte com um cálice. Não deixe muito tempo no forno. Somente o tempo necessário para assar. Passando do ponto, o biscoito ficará meio amargo. BISCOITOS (KARINTO) Misturar duas xícaras de farinha, duas colheres de sopa, de sementes de gergelim, uma pitada de sal, e uma colher de chá de canela. Adicionar água, de tal modo, que fique uma massa mole. Estender a massa e cortá-la em tiras. Fritar, até dourar ou até tomarem a consistência comum aos biscoitos. Formas diversas podem ser dadas; podem ser guarnecidos com nozes, ou uma 332

de suas extremidades ser fenda praticada no meio.

inserida

numa

POLENTA O mesmo da receita precedente, porém misturando partes iguais de farinha de trigo e de milho. BISCOITO DE TRIGO SARRACENO O mesmo da receita anterior, porém utilizando farinha de trigo sarraceno. Excelente como merenda para doentes. BISCOITO DE PAINÇO E FARINHA DE TRIGO MOURISCO Misturar painço cozido, com farinha, em partes iguais. Adicionar avelãs ou castanhas de caju cortadas bem miudinhas, bem como casca de laranja raspada. Amassar com água. Confeccionar, com esta massa, cilindros de 10 centímetros, que devem ser cortados em tiras bastante finas. Fritar com bastante óleo. Pode-se usar também farinha de trigo, de arroz, de milho etc. e adicionar pequenas quantidades de nozes, amendoim, passas de uvas etc. Bom proveito!

CAPÍTULO 41 SOPAS Porque o caldo cremoso? 333

É a melhor fonte de proteínas e gorduras necessárias ao metabolismo humano. Restaura e reconstitui o organismo. Evita os efeitos das radiações. Evita as fermentações, altamente nocivas. Evita os parasitas, que proliferam em organismos carentes. Promove a progressiva recuperação das imunidades naturais. Estimula os lactobacilos, que decompõem os carboidratos, aminoácidos e as proteínas organizadas no intestino delgado. Aumenta nossa capacidade de trabalho, eliminando a fadiga. Dá-nos proteínas, gorduras e minerais suficientes e necessários ao organismo humano. Auxilia o metabolismo dos demais alimentos ingeridos. E a melhor maneira de fortalecer a criança e o adulto anêmicos. Seu valor nutritivo é superior à carne de aves, ovo, manteiga, leite e queijo. Auxilia na digestão, o que não ocorre com os supra-citados, de origem animal, que envenenam os intestinos. Pode ser consumido diariamente, sem causar danos ao organismo, porque suas gorduras não são facilmente oxidáveis, o que não ocorre com a gordura dos peixes, carnes, manteigae queijos, principalmente, no verão, outono e primavera. Produz a condição alcalina do sangue e nos fluidos 334

orgânicos, para que seja neutralizada a acidez oriunda de toda a atividade humana. (conclusões das experiências do Dr. Akiduki - Revista Macrobiótica Monthly n° 5) RECEITA DE CALDO CREMOSO (UM LITRO) Ingredientes: 70gr. de queijo de soja (tofú). 1/2 colher das de sopa, de óleo de soja. 1/2 colher das de sopa, de molho de soja (shoyu). Alga wakame, uma tira ou 2 colheres das de chá, de alga hiziki. 1 1/2 colher das de sopa (rasa), de missô (pasta de soja). 1/3 de colher das de chá, de sal. 70gr. total, de legumes (cenoura, nabo branco comprido, abóbora moranga, cebola, alho poró, bardana, raiz de dente-de-leão, grão de bico, cará e inhame). Verduras (alface, escarola, couve chinesa, agrião, folha de dente-de-leão, salsa, radite e chicória. Obs.: adicionar farinha de arroz integral ou arroz integral cozido, para engrossar. Preparo Picar, cada verdura e cada legume, em pequenas porções. Não há necessidade de picar-se muito fino, pois tudo irá passar pelo liqüidificador. Não se tendo em mãos todas essas verduras e esses legumes, usa-se 3 335

tipos de legumes e 2 tipos de verduras. Cozinhar, em água, com 1/3 de colher das de chá, de sal. Fritar pequenos e grossos pedaços retangulares de tofú em 1/2 colher das de sopa, de óleo de soja misturada a 1/2 colher das de sopa, de shoyu. Reservar. Cozinhar uma tira de alga wakame ou 2 colheres das de chá, de alga hiziki, deixá-la de molho. Reservar. Colocar, na panela, as verduras, os legumes e mais 1/3 de colher das de chá, de sal, juntar a alga e cozinhar com água. Após o cozimento, levar ao liqüidificador, a fim de obter uma pasta cremosa; juntar um litro de água. Na fervura, colocar o tofú. Levar, novamente, ao fogo e, após certo tempo, juntar a farinha de arroz integral, para engrossar a sopa. Após algum cozimento e, quando apagar o fogo, juntar o missô, 1 1/2 colher das de sopa rasa. Observações 1) Não convém utilizar o missô no início, para não destruir as enzimas. O missô será adicionado, diluído em água quente. É o missô que dará sabor ao caldo. 2) Não misturar, no caldo, alho e cebola juntos; usar um ou outro, isto é, o uso de um exclui o uso do outro. 3) Se quiser usar arroz, em grão, em lugar da farinha de arroz integral, para engrossar o caldo, deve-se passá-lo no liqüidificador, 336

recolocar no fogo, para cozimento, até obter-se o ponto ideal para o caldo cremoso. 4) Pode-se adicionar germe de trigo ou aveia ou centeio, para melhorar o seu valor nutritivo, aliás, já excelente. Dentre os diversos pratos, nas refeições, a sopa é um dos mais fáceis de preparar e de boa aceitação, por ser, sempre, saboroso e suprir de líquido, uma vez que o macrobiótico não bebe durante a refeição. Na linha de conduta alimentar, ela ocupa o último prato, antes da sobremesa e dos chás. No verão, as sopas deverão ser mais líquidas, com ingredientes mais - Yin - em relação aos Yang e serão servidos em temperaturas próximas às do meio ambiente, enquanto que, no inverno, deverão ter uma consistência cremosa e ser servidas quentes. De maneira geral, no preparo das sopas, os vegetais deverão ser fritos, rapidamente, só até mudar de cor e não necessitará mexer, a não ser para verificar se os vegetais não estão agarrados ao fundo da panela, no caso de fogo alto. Dependerá da cozinheira, o uso de temperos tais como cebola, alho, coentro, alfavaca, orégano, sal, salsão, salsa e etc. Bom apetite!

SOPAS DE MISSÔ 337

As receitas a seguir são suficientes para 6 pessoas e deverão ser feitas com óleo ou sem óleo, é opcional. E aconselhável usar-se panela de ferro ou de aço inoxidável, para fazer sopa de missô. SOPA DE MISSÔ SIMPLES COM CEBOLA E WAKAME (ALGA): 30gr. de wakame seco. 1 xícara das de café de cebola em fatias finas. 1/4 de litro de caldo ou água. 1/2 xícara de missô e óleo para refogar. Deixa-se o wakame em água fria, até amanhecer. Essa água pode ser usada no wakame se não estiver muito salgada. Refoga-se a cebola, acrescenta-se o wakame e líquido suficiente para cobrir os vegetais. Refoga-se a cebola, espalhando-a no fundo da panela. Acrescenta-se o wakame e suficiente líquido para cobrir os vegetais. SOPA CREMOSA DE CEBOLA E MISSÔ: 6 cebolas inteiras de tamanho médio. 3 colheres de sopa, de cebola cortada, em quadradinhos. 1/4 de litro de água ou caldo. 3 colheres de sopa, de farinha de trigo integral. 1/2 xícara de café de missô. 1 colher de chá, de salsa picada, óleo para refogar. 338

Faça 3 cortes verticais, do começo até a metade de cada cebola inteira. Refogue a cebola, que está cortada em quadradinhos e as coloque inteiras (a parte cortada para baixo). Enquanto cozinha a cebola, torre a farinha até dourá-la e deixe esfriar. Desmanche a farinha com uma xícara de café de caldo ou água, por na sopa e continuar cozinhando em fogo brando, durante alguns minutos. Guarnecer a sopa com salsa picada. SOPA DE MISSÔ E CEBOLINHA: 2 xícaras de café, de cebolinha cortada em quadrinho de 1/2 polegada (1 cm.). 1/2 xícara de café de cebola cortada em fatias finas. 1/4 de xícara de chá de caldo ou água 1/4 de xícara de chá de missô óleo para refogar. 1 cenoura, cortada, em forma de flor. Refoga-se a cebola e depois as cebolinhas. Por a água ou o caldo. Deixar ferver por 3 minutos, em fogo brando, em panela descoberta. Em seguida, cobre-se a panela e deixa-se ferver até os vegetais ficarem moles. Por o missô numa tigela e acrescentar 1/4 de xícara de caldo ou água. Desmanchar o missô com água e colocar na sopa, em fogo brando, durante 5 minutos. Guarnecer com as flores de cenoura. 339

SOPA DE COUVE-FLOR E MISSÔ: 1 xícara de chá, de folhinhas de couve-flor. 1/2 xícara de chá, de cebola picada em quadrinhos. 1/4 de litro de caldo ou água. 1/4 de xícara de chá, de missô. óleo, para refogar e 1 folha de alga nori, tostada. Refoga-se a cebola até ficar transparente. Adiciona-se a couve-flor e o caldo, até amolecer, mas conservando a sua forma. Coloca-se o missô em uma tigela com meia xícara de chá, de caldo e desmancha-se o missô. Adiciona-se o missô à sopa e deixa-se ferver lentamente, por alguns minutos. Corta-se a alga em pedaços de meia polegada e usa-se para guarnecer cada prato de sopa. SOPA DE MISSÔ E BARDANA COM ALGA: 1/4 de xícara de chá bardana cortada, como se aponta um lápis. 1 xícara de chá de cebola, cortada em rodelas finas. 1/4 de litro de caldo ou água. 1/4 de xícara de chá de alga. 1/4 de xícara de chá de missô. óleo para refogar. 1 alho poró. Refoga a cebola, depois a bardana. Adicionase água ou caldo, suficiente para cobrir os 340

vegetais. Deixa-se ferver em fogo brando, até que os vegetais fiquem macios. Lava-se o alho e corta-se o mesmo em rodelas finas e coloca-se na sopa e deixa-se ferver alguns minutos. Coloca-se o missô numa tigela, adiciona-se 1/4 de xícara de chá de caldo ou água e desmancha-se o missô. Coloca-se na sopa e deixa-se ferver 2 a 3 minutos, em fogo brando. Guarnece-se os pratos de sopa com rodelas de alho poró. Obs.: As xícaras deverão ser de chá ou café, de acordo com o gosto da preparadora. Gosto não se discute, cada um tem o seu! SOPA DE LEGUMES: Ponha, de molho, de véspera, 1 colher de chá de alga hiziki. Em uma panela, coloque 1 colher de sopa (mal cheia) de óleo de soja ou azeite de oliva. Corte, em pedacinhos picados, cebolinhas e salsa e, em pedaços grandes, cenoura, cebola, nabo branco comprido, cará, inhame, acelga paulista (couve-chinesa) e agrião. De tudo, pequena ou grande proporção, conforme o número de pessoas. Refogue, na panela, com óleo bem quente. Vá mexendo, de vez em quando. Deixe a panela aberta, até os legumes ficarem bem refogados. Neste ponto, junte a alga, que ficou de molho e deixe-a também refogar. A seguir, junte a alga que ficou de molho e 341

deixe-a também refogar. A seguir, junte a água da alga e mais um pouco para que os legumes possam cozinhar bem. Junte 1 colher de sopa bem cheia, de farinha de arroz, tostada e moída ou aveia, ou arroz cozido. Feche a panela e deixe tudo cozinhar. Dilua em água 1 colher de chá de missô (massa de soja) e junte a sopa quase cozida. Tempere com sal. Na falta do missô ponha molho de soja. Não querendo por arroz ou aveia, engrosse esta sopa, depois de cozida, com uma colher, de sopa, de farinha de trigo sarraceno tostado, diluído em água.

SOPA DE FEIJÃO AZUKI Cozinhe 3 colheres de sopa de feijão azuki, depois de tê-lo deixado de molho de véspera. Junte ao feijão, quase cozido, um pouco de cebola, salsa e cebolinha (tudo picadinho). Deixe cozinhar bem, junte 1 colher de sopa bem cheia, de creme de arroz tostado e cozido e passe tudo no liqüidificador. Junte uma pitadinha de gengibre ralada, tempere com sal e leve tudo novamente ao fogo. Poderá, em vez de creme de arroz, engrossar esta sopa com farinha de trigo sarraceno tostada, diluída em água. Poderá, também, ser engrossada 342

com macarrão de trigo sarraceno. qualquer forma, a sopa fica ótima.

De

SOPA DE MACARRÃO SARRACENO: Refogue, em óleo de soja, uma boa porção de cebola, cebolinha e salsa (bem picadinha). Dilua, em água, uma colher de chá de missô (massa de soja). Junte ao refogado. Deixe cozinhar, junte mais água, deixe ferver e coloque um pouco de macarrão soba. Ferva mais ou menos 15 minutos. Engrosse com farinha de trigo sarraceno tostada, uma colher de sopa diluída em água. Ferva mais e tempere com sal a vontade. SOPAS ENERGIZANTES Ingredientes: 2 nabos compridos (tamanho médio), 3 cenouras, 2 carás, 2 inhames picados. Juntar com alho-poró, 250 grs de vagem, 1 cebola (cortar como manda a técnica em verduras e legumes, na culinária macrobiótica). Uma vez tudo misturado, mergulhar em 2 a 2 1/2 litros d' água ou caldo de galinha caipira. Observar o cozimento para adicionar 2 xuxús bem picados e 1 chávena de repolho branco bem picado e 50 a 100 gramas de arroz integral (pré-cozido), salgar com sal marinho ou shoyu ao gosto e consistência a escolher 343

(mais líquido no verão e, no inverno, mais cremoso).

CALDO CREMOSO Creme de soja (missô), alga wakame, queijo de soja frito (tofú) e vegetais. Melhor fonte de proteínas e gorduras necessárias ao metabolismo humano. Prepara a nova e sadia constituição do organismo, restaurando o corpo. I. EVITA as fermentações nocivas e venenosas provenientes dos humores do organismo; os efeitos dos resíduos putrefatos originários das carnes, ovos, queijos, leite etc. e que sobrecarregam o trabalho dos rins, danificam o coração, as artérias, o sistema nervoso e produzem alergia além dos perigos da acidose; 2) as fermentações naturais, nocivas, são metabolizadas (assimiladas) das celulosas contidas no arroz, cevada, vegetais (cenoura, abóbora, rabanetes, bardana, lótus, tomates, pepinos, grão de bico, soja, ervilhas, feijões, lentilhas, etc, além das farinhas e aveias, estas celuloses são absolutamente necessárias ao nosso organismo, por sua ação nas funções intestinais; embora alguns vegetais acima 1)

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mencionados não sejam aconselháveis ao uso do ser humano; 3) a tuberculose pulmonar e da pele, pneumonia, difteria e coqueluxe, além de dinamizar a cura destes males; 4) os parasitas que, somente, proliferam se nosso organismo está carente, isto é, se nosso alimento contém poucos minerais, está carente de gordura não animal e sal. Resguardamos, assim, nosso corpo com este caldo, sopa, esta de creme de soja (missô) com alga, que é riquíssimo desses valores; 5) a poliomielite (causada pelos ossos desmineralizados, ossos débeis), e a acidez venenosa produzida no organismo pelas atividades naturais do pensar e do caminhar; II. TOMADO

DIARIAMENTE

Promove a progressiva ação recuperadora das imunidades naturais do organismo (defesas orgânicas) principalmente na flora bacteriológica existente no intestino delgado, através da criação de importantíssima bactéria chamada lactobacillum; 2) estimula os "lactobacillum", que decompõem os carboidratos, os aminoácidos e as proteínas organizadas no intestino delgado, integrando-os ao nosso 1)

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metabolismo, isto é, pela assimilação fácil do alimento; 3) aumenta a nossa capacidade de trabalho, eliminando a fadiga, mal da época; 4) dá-nos 4 gramas de proteínas, 1/2 grama de gordura e 120 miligramas de minerais, elementos vitalizantes, suficientes e necessários ao corpo humano, que se equilibram com o uso continuado e diário; 5) auxilia o corpo na metabolização (assimilação, digestão) dos demais alimentos ingeridos; 6) constitui-se na melhor maneira de fortalecer a criança anêmica ou depauperada, devido a falta de minerais e devido a acidóse; robustece o metabolismo tomando-o resistente. 7) constitui-se na parte mais importante da dieta alimentar; 8) como complemento do arroz integral, na alimentação, faz a pessoa forte, bem como favorece sua longevidade com plenitude de vitalidade; 9) tem valor nutritivo superior à carne de aves, ovo, leite, manteiga e queijo, segundo o Dr. Kumagay, internacionalmente conhecido como um dos maiores especialistas em tuberculose. Ainda, segundo ele, esta sopa cremosa - de creme de soja (missô biologicamente preparada) com alga, tofú, vegetais, ajuda na digestão; o que não ocorre com os primeiramente 346

citados, de origem animal, venenam os intestinos; 10) tomada, ainda que diariamente, não causa males ao corpo, porque sua gordura não é facilmente oxidável, o que não ocorre com a gordura de peixe, das carnes, das manteigas e dos queijos, principalmente no verão, outono e primavera; 11) dá-nos os minerais provenientes dos vegetais e das algas marinhas (wakame e hijiki) que alcalinizam nosso organismo e são elementos importantes para o nosso metabolismo; 12) produz a condição alcalina no sangue e nos fluídos do corpo, para que seja neutralizada a acidez oriunda de toda atividade humana; 13) o creme de soja (missô) toma-se um agente vitalizante que ressalta o valor de todos os alimentos, permitindo e ajudando ao corpo assimilar mais facilmente (boa digestão). Conclusões das experiências (Revista "Macrobiôt Monthl", traduzidas por A. Carvalho.

do Dr. Akiduki vol. VIII n° 5

SOPA AZEDA Essa sopa poderá ser confeccionada com toda e qualquer farinha de cereais integrais, arroz integral, trigo integral, trigo 347

sarracena, centeio, cevada, milho, aveia e painço. Para uma refeição - 2 a 3 colheres de sopa de trigo em água morna, num recipiente ou local fechado (sem ar encanado - vento) em temperatura ambiente (10° a 25°) cobrir com um pano leve ou papel - não abafar a massa que deverá receber o ar circundante. De vez em quando, movimentar a massa. A fermentação irá processar-se em 2 ou 3 dias. Essa fermentação será possível pela existência no ar das bactérias lácteas. Essa fermentação deverá ser aproveitada um pouco antes de embolo-rar. O bolor não será prejudicial à saúde, muito ao contrário, apenas o gosto da sopa sofrerá mudança. Uma vez o fermento pronto, levar a fervura com água (o dobro ou o triplo) esmagando 1 dente de alho, para uma porção de sopa. Juntar a farinha fermentada e mexer. Depois de cozido, salgar com shoyu e, se necessário, acrescentar uma pitada de sal marinho e ao servir, colocar uma colher de tahine (de sopa ou de sobremesa) por prato de sopa. Para o gosto de cada comensal, poderá ainda misturar ervas verdes, como o orégano, salsa, salsão até secas e em pó ou picadas. Ter sempre presente que o missô apresenta 3 variedades: de trigo integral, de soja e de 348

arroz. Aconselha-se o uso de farinha de trigo integral grossa ou fina para os intelectuais e o centeio moído, grosso, para os que executam trabalhos físicos. SOPA 3 HORAS Refogar 1 cebola média em óleo de soja. 4 colheres de sopa, de arroz tostado. 1 colherinha de missô ou molho de soja. Refogar bem o arroz e juntar 7 copos de água. Cozinhar, em fogo brando, durante 3 horas sendo 2 horas na panela de pressão. Tempere com sal e ferva mais 1 hora, mexendo, de vez em quando, com uma colher de pau. Na hora de servir, refogar 1 cebola com molho de soja e pôr em cima. SOPAS DE MISSÔ Todas as receitas que seguem são para seis pessoas. São para sopas feitas com óleo ou sem óleo, como quiser. É melhor usar uma panela de ferro ou de aço inoxidável para fazer sopa de missô. SOPA DE MISSÔ SIMPLES COM CEBOLA E WAKAME (ALGA) 30 gramas de wakame seco 1 xícara de cebola em fatias finas 1/4 stock de caldo ou água 1/2 xícara de missô óleo para refogar 349

Deixa-se o wakame em água fria, até amolecer. Essa água pode ser usada no wakame, se não estiver muito salgada. Refoga-se a cebola, acrescenta-se o wakame e líquido suficiente para cobrir os vegetais. Refoga-se a cebola, espalhando-a no fundo da panela. Acrescenta-se o wakame o suficiente para cobrir os vegetais. SOPA CREMOSA DE CEBOLA E MISSÔ 6 cebolas inteiras de tamanho médio 3 colheres de sopa de cebola cortada em quadradinhos 1/4 de água ou caldo 3 colheres de sopa de farinha de trigo integral 1/2 xícara de missô 1 colher de chá de cebola picada óleo para refogar Faça três cortes verticais, do começo até a metade de cada cebola inteira. Refogue a cebola que está cortada, em quadradinhos. Coloque as cebolas inteiras (a parte cortada para baixo). Enquanto as cebolas estão cozinhando, torre a farinha até dourar e deixe esfriar. Desmanche a farinha com uma xícara de água ou caldo, coloque na sopa e continue cozinhando em fogo brando, alguns minutos. Guarnecer a sopa com salsa picada. SOPA DE MISSÔ E ABOBRINHAS 350

2 xícaras de abobrinhas cortadas em quadradinhos de 1/2 polegada 1/2 xícara de cebola cortada em fatias finas 1/4 de caldo ou água 1/4 de xícara de missô óleo para refogar 1 cenoura cortada em forma de flor. Refogue a cebola e depois as abobrinhas. Coloque a água ou o caldo. Deixe ferver três minutos em fogo brando, em panela coberta. Cubra a panela e deixe ferver até os vegetais ficarem moles. Coloque o missô com a água e coloque na sopa. Fogo brando, durante 5 minutos. Guarnecer com as flores de cenoura. SOPA DE COUVE-FLOR E MISSÔ 1 xícara de florzinhas de couve-flor 1/2 xícara de cebola picada em quadradinhos 1/4 de caldo ou água 1/4 de xícara de missô óleo para refogar 1 folha de alga nori tostada. Refoga-se a cebola até ficar transparente. Adiciona-se a couve-flor e o caldo até amolecer, mas conservando sua forma. Coloca-se o missô em uma tigela com meia xícara de caldo e desmancha-se o missô. Adiciona-se o missô à sopa e deixa-se ferver 351

lentamente alguns minutos, ou então até servir. Corta-se a alga nori em pedaços de meia polegada e usa-se para guarnecer cada prato de sopa. SOPA DE MISSÔ E BARDANA COM ALGA 1/4 de xícara de bardana cortada como se aponta um lápis 1 xícara de cebola cortada em rodelas finas 1/4 de caldo ou água 1/4 de xícara de alga 1/4 de xícara de missô óleo para refogar 1 alho-poró Refoga-se a cebola, depois a bardana. Adiciona-se água ou caldo suficiente para cobrir os vegetais, deixa-se ferver em fogo brando até que os vegetais fiquem macios. Lava-se o alho-poró com cuidado e corta-se em rodelas finas. Coloca-se na sopa e deixase ferver alguns minutos. Coloca-se o missô numa tigela, adiciona-se 1/4 de xícara de caldo ou água e desmancha-se o missô. Coloca-se na sopa e deixa-se ferver 2 a 3 minutos em fogo brando. Guarnece-se os pratos de sopa com as rodelas de alho-poró. SOPA 352

DE MISSÔ

Refogar - nabo, bardana, mandioquinha ou inhame e rasgar uma ou duas folhas de couve com pouco óleo e temperos (cebola, cebolinha verde, cortados bem fininhos). Em seguida, acrescentar água e 1 colher (sopa) de molho de soja (shoyu). Cozinhar bem e colocar acelga ou outra verdura cortada bem fina. Quando estiver apurado, dissolver 2 ou 3 colheres (sopa) de missô (pasta de soja) em um pouco d'água fervida ou filtrada e misturar na sopa. Dar uma mexida e experimentar de sal. Desligar. Observação: A quantidade de missô depende da água que se coloca. O missô não deve ser fervido. Se preciso, fazê-lo em banho-maria. SOPA DE MISSÔ (PARA 5 PESSOAS - G. OSHAWA) Uma xícara de cebola picada, 1/3 de xícara de cenoura, 1 folha de couve picada, 1 colher de sopa de óleo de gergelim ou de oliveira. Aqueça o óleo primeiro. Junte a cebola e as cenouras, depois a couve. Uma vez bem cozidas, adicione as cenouras e deixe cozinhar bem. Derrame sobre esta mistura 4 xícaras de água e por último um pouco de missô diluído. Adicione uma pequena cebola crua picada e alga nori tostada. CREME DE FEIJÃOL AZUKI (1 REFEIÇÃO) 353

Cate 2 colheres de sopa de feijão azuki. Lave e ponha de molho, de véspera, em 2 copos de água. No dia seguinte, cozinhe-o em panela de pressão durante 40 minutos (10 minutos em fogo forte depois, 30 minutos em fogo brando). Corte cebola, cebolinha verde e salsa bem fininha (ao todo 1 colher de sopa). Ponha no fogo 1/2 colher de chá de óleo de soja, refogue nele os temperos cortados e depois junte-os ao feijão. Deixe cozinhar um pouco, em seguida, com a panela aberta junte o sal, bem pouco, e vá mexendo com uma colher de pau até a água desaparecer e formar um creme. Não esquecer de mastigar este creme. Bom apetite!

CAPÍTULO 42 SOBREMESAS Usar parcimoniosamente, de acordo com as indicações. Abster-se de sobremesas durante as dietas iniciais. Depois de 30 dias, os pacientes que não apresentarem os sintomas de doenças e do aparelho digestivo e urinário, registrarem eliminação dentro da normalidade, será facultativo ou optativo o uso da maçã vermelha pequena, assada ou cozida, na proporção de 2 a 4 por semana. 354

As frutas secas - ameixas, uvas passas (com caroço, em rama, damasco, kakis, pera, castanhas de caju e amêndoas, podem ser usadas de 2 a 4 dias, por semana, depois de 60 ou 90 dias, após o início da dieta macrobiótica. Para os que tiverem a consciência e compreensão macrobióticas da lei do princípio único - as forças yin/yang - a lei do equilíbrio, poderão começar a usar as seguintes frutas: melancia (com uma pitada de sal), melão, maçã verde, mamão caipira (nunca os papaias), morangos silvestres, morangos pequenos (isentos de adubos químicos), amoras, framboesas e cerejas. Levar em conta que a natureza programou, para o homem, frutas ao alcance de suas mãos. As outras frutas, a natureza programou para os animais e pássaros. Quanto aos cocos, é melhor deixá-los para os nossos irmãos macacos. Eles sobem a altos coqueiros e atiram o coco ao solo e, despertado pelo barulho, o elefante, sequioso pela água do coco, pisa e quebra e, com a sua tromba, bebe a água do fruto do coqueiro. O macaco que a tudo observa, desce da árvore e se banqueteia com a branca carne do coco. Esse espetáculo foi por nós presenciado na Tailândia. Para nos orientarmos, deveremos adotar o seguinte critério: nos climas quentes, consumir frutas yin e, nos frios, as yang. 355

As frutas de cada estação poderão ser usadas, de vez em quando. Assim, temos os kakis, em março e abril; e só um ano depois, é que eles voltarão a aparecer. Nesse espaço de tempo, o organismo terá eliminado os efeitos de qualquer agressão que eventualmente tenha sofrido. Maiores explicações serão encontradas nos capítulos "Frutas" e "Yin/Yang". As sobremesas deverão ser usadas, sempre, parcimoniosamente, pelos não doentes e que já passaram pela cura biológica (3 anos) e pela total (7 anos). Como adoçante, devese preferir a stévia (300 vezes mais doce do que o açúcar de cana) e opcionalmente, o açúcar mascavo, ou demerara. Algumas sobremesas fáceis: GELATINA 1 barra de gelatina de alga, comumente chamada Agar-Agar 11/2 xícara de água 1 1/2 xícara de suco de maçã 1 pitada de sal 1/2 litro de morangos cortados, ou outra fruta da estação (maçãs, passas e melancias etc.) Quebre a gelatina em pedaços e ponha, de molho, em água por 10 minutos. Ponha para ferver, mexendo até dissolver; adicione sal e suco de maçã e cozinhe em fogo brando por 356

10 minutos. Coloque as frutas no fundo de um pirex e despeje a mistura suavemente. Deixe na geladeira, até ficar pronta (por volta de 2 horas). Se usar maçãs ou pêssegos, pode-se usar água ao invés de suco de maçã. Cozinhe as maçãs ou pêssegos (ou passas) juntamente com a alga, até ficar macio. CREME DE ALGA Esta é uma sobremesa doce e saborosa, e no entanto, contém poucas frutas, sendo portanto mais Yang que a gelatina anterior. 3 xícaras de cenoura ou abóbora, cortadas em pedaços 1/2 xícara de passas 1/4 de xícara de nozes picadas 1 colher de chá de sal 1 barra de alga mais ou menos 4 1/2 xícaras de água. Esquente o óleo. Refogue a cenoura ou abóbora. Adicione 2 xícaras de água e 1 pitada de sal. Cozinhe em panela de pressão por 20 minutos, ou em panela tampada até ficar macio. Amasse e faça um purê adicionando 2 xícaras de água (ou acrescente bastante água para obter 3 1/2 xícaras de purê líquido). Acrescente passas e castanhas picadas. Quebre a alga em pedaços, junte-os à mistura e deixe de molho por 5 minutos. Ponha uma pitada de sal, ferva e cozinhe por 357

15 minutos (até o kanten ficar completamente dissolvido). Coloque em uma pirex e deixe gelar até ficar pronto. Sirva frio. DELÍCIA DE MAÇÃ: 1 xícara d'água 5 maçãs cortadas em pedaços (de preferência descascadas) 1 mão-cheia de passas 1 pitada de sal 2-3 gotas de baunilha Ferva a água, adicione os outros ingredientes e deixe cozinhar em fogo brando até evaporar quase toda a água. Gelar e servir frio. Esta sobremesa é extremamente útil para satisfazer "desejos" por sorvete. É de preparo instantâneo. CROCANTES DE MAÇÃ: 6 maçãs cortadas em pedaços 1/2 xícara de aveia 1/4 de xícara de farinha de trigo integral 1/4 de xícara de sementes de gergelim 1/4 de xícara de castanhas picadas 1/4 de xícara de óleo 1/2 colher de chá de sal 1/2 xícara de água com 1/4 de colher de chá de sal e 1/4 de colher de chá de canela Junte a aveia, farinha, sementes de gergelim, castanhas, óleo e sal de maneira a obter uma mistura crocante. Corte as maçãs 358

e arranje a metade numa forma; despeje a metade do líquido sobre elas e ponha a metade da mistura crocante por cima. Ponha, então, as maçãs, restantes em cima, despeje o resto do líquido e finalmente a mistura crocante. Cubra com papel de alumínio e asse por 45 minutos em forno alto. Remova o papel de alumínio quando as maçãs estiverem macias, para que a parte superior fique seca e se tome crocante outra vez. Variações: Use outras frutas da estação (morangos, pêssegos etc). Faça conforme a receita anterior, mas use molho para engrossar ao invés de água, acrescentando um pouco de canela, se desejar. BOLOS Existem inúmeras maneiras de fazer bolos macrobióticos. Eles poderão não ter a textura dos bolos comercializados, mas provavelmente, serão mais saborosos. Experimente algumas das receitas de pães apresentadas neste livro e acrescente frutas e castanhas. Para fazer os bolos crescerem, use receitas de massa azeda (fermentada). As farinhas mais apropriadas são farinha de trigo integral, farinha de arroz moti, e mesmo aveia em flocos. Ou, se desejar, faça um bolo, ocasionalmente com fermento. BOLO ESPECIAL: 359

1 1/2 xícara de farinha de trigo integral 11/2 xícara de farinha de arroz moti (opcional) 1/4 de xícara de óleo 1/2 colher de chá de sal 1/2 xícara de sementes de gergelim 1/2 xícara de nozes, torradas e picadas 1/4 de xícara de passas, picadas 2 maçãs cortas em pequenos cubinhos 1 xícara de abóbora, idem 2 ovos fertilizados (caipiras) 1 xícara de água Misture o óleo, o sal e a farinha com as mãos. Acrescente as sementes de gergelim, as castanhas picadas e as passas; depois, os pedacinhos de maçã e os de abóbora. Misture as gemas com a água e junte-as à massa. Misture bem todos os ingredientes, com as mãos. Bata as claras em neve e misture à massa levemente, sem bater. Despeje a massa numa forma média, levemente untada, e o topo com uma espátula molhada. Coloque algumas nozes inteiras na crosta, formando desenhos. Asse em forno quente durante 45 a 60 minutos, até que um palito introduzido no bolo saia seco. À medida em que comemos mais alimentos sintéticos, o nosso paladar original toma-se entorpecido. Mas as delícias dos alimentos naturais restauram a sensibilidade original do nosso paladar. Aí então, podemos 360

apreciar a maravilhosa doçura dos alimentos. Assim, se eventualmente um bolo ficar muito doce, experimente 1 maçã e 1 1/4 de xícara de água. TORTA DE MAÇÃS Cortar maçãs em fatias, adicionar um pouco de sal e cozinhá-las no forno, até ficarem tenras. Preparar massa para o pastelão; guarnecer uma forma, enchê-la de maçãs e colocá-la no forno. Para o preparo da crosta do pastelão, ver o capítulo das massas. MAÇÃS AO FORNO (N° 1) Retirar a parte central das maçãs, tendo o cuidado de não perfurá-las completamente. Rechear com manteiga de gergelim (tahin) misturada com um pouco de sal e levar ao forno até ficar no ponto. MAÇÃS AO FORNO (N 2) Preparar massa de pastelão e estendê-la bem fina. Cortar em pedaços que dêem para enrolar uma maçã. Preparar as maçãs como foi indicado anteriormente. Colocar dentro de pedaços da massa e enrolar, aperte em cima para fechar. Pincelar com gema de ovo. Levar ao fomo. O resto da massa pode ser cortada em tiras para decorar. Se as maçãs forem muito grandes, podem ser cortadas em quatro, porém maçãs inteiras de pequeno tamanho, são mais deliciosas. O

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PASTEL DE MAÇÃ Preparar a massa do pastel e estirá-la, para que fique fina. Cortá-la em discos de 10cm de diâmetro. Dispor uma sobre a outra e recheá-la com compota de maçã. PASTEL DE PASSAS DE UVAS Estirar a massa do pastel até ficar bem fina e cortá-la em pedaços redondos de 6cm de diâmetro. Colocar algumas passas de uva no seu interior e fechar as duas extremidades, apertando com os dedos. Pincelar com gema de ovo antes de colocar no forno. Pode substituir-se as passas de uva por castanhas de caju. VARIEDADE N 1 Enrolar a massa em tomo de um bastão de dois cm e meio. Fritar em bastante óleo, deixar esfriar e retirar o bastão. Rechear com compota de maçã, purê de castanha, purê de abóbora etc. O

VARIEDADE N° 2 Cortar a massa da torta em tiras de 4cm de largura por 12 cm de comprimento. Enrolar na massa um cone de madeira de 6 cm de diâmetro de base. A parte superior deve ser do diâmetro de um lápis. Leve ao forno, retire o cone de madeira e substitua-o com geléia ou purê. Bom apetite! ... mas coma 362

moderadamente. Não se perca pela boca, como os ingênuos peixinhos!!

CAPÍTULO 43 CHÁS

Por ordem alfabética, iniciaremos pelo abacateiro (folhas diurético - aparelho urinário); agoniada (aparelho genital); alecrim (balsâmico - aparelho respiratório); alfavaca (tempero); arnica, artemísia, bálsamo, barbatimão, bardana, boldo nacional, cabelo de milho, castanha de caju, camomila, carqueja, carrapicho (banhos); cavalinha, chá e bugre, chapéu de coco, confrey, dente-de-leão, erva cidreira, erva de santa Maria, erva doce, eucalipto, feijão azuki, fedegoso, funcho, gervão, ginseng, graviola, guaco, guaraná, guaça longa, guiné, hamamélis, hortelã, ipê roxo, ipecaconha, jaborandi, jambolão, jurubeba, losna, louro, malva, mamica de cadeia, manacá, maracujá, marcela, mastruço, melão de S. Caetano, Melissa, Muburgio, nó de cachorro, pata de vaca, pedra ume, pedra ume Kaa, quebra pedra, quina, rosa branca (olhos) salsa, stévia, tachage, urtiga, urucum. Verter água fervente, suficiente para uma xícara sobre aproximadamente lg da droga (ou 1 colher de chá). Tampar. Deixar em repouso por 15 minutos. Coar. 363

Deve ser a preparação de escolha para folhas, flores, inflorescências, sementes e frutos. DECOCTO Ferver água, suficiente para uma xícara e juntar com, aproximadamente, lg da droga (ou 1 colher de chá). Mantê-la em ebulição por 15 minutos. Coar. No caso das drogas contendo tanino (adstringentes), o tempo de fervura deve ser menor, para não haver hidrólise dos mesmos. Deve ser a preparação de escolha para raízes, rizomas, caules, estigmas e cascas. XAROPE, TINTURA E EXTRATO FLUÍDO Esses tipos de preparações devem ser adquiridos em farmácias e herbários especializados.

1. CHÁS De várias maneiras se prepara um chá, a saber: a) Como tisana - Põe-se água numa panela e, quando estiver fervendo, acrescentam-se as ervas. Tapa-se de novo. Deixa-se ferver mais uns cinco minutos, bem tapado, coa-se e pronto está a tisana. b) Em infusão - Esta forma consiste em despejar água fervendo sobre as ervas, 364

numa vasilha, e deixá-las repousar assim, bem tapadas, durante uns 10 minutos. Para este preparo, são mais apropriadas as folhas e flores. Os talos e raízes também podem preparar-se por infusão, mas devem ser picados bem fino e ficar em repouso durante uns vinte ou trinta minutos, depois de se deitar água fervendo em cima. c) em decocção - Deitam-se as plantas numa vasilha e verte-se água fria em cima. A duração do cozimento pode variar entre 5 a 30 minutos. Flores, folhas e partes tenras basta cozer de 5 a 10 minutos. Partes duras, como sejam: raízes, cascas, talos, picam-se em pedacinhos e cozinham-se 15 a 30 minutos. Tira-se a vasilha do fogo e conserva-se tapada durante alguns minutos mais; depois coa-se. Esta forma é mais recomendável para as cascas, raízes e talos. d) Em maceração - Põem-se de molho as ervas em água fria, durante 10 a 24 horas, segundo o que se queira empregar. Folhas, flores, sementes e partes tenras ficam 10 a 12 horas. Talos, cascas e raízes brandos, picados, 16 a 18 horas. Talos, cascas e raízes duras, picadas, 22 a 24 horas. Coa-se. O método de maceração oferece a vantagem de que os sais minerais e as vitaminas das ervas são aproveitados. Não só para fins medicinais se usam os chás, mas também, como bebida, quente ou fria, 365

em substituição ao chá preto e ao chá mate, que são prejudiciais. Como as raízes, talos e cascas requerem, para cozinhar, mais tempo que as flores, folhas e partes tenras, recomendamos que estas estejam guardadas em separado daqueles. Pelo mesmo motivo, o preparo do chá também deve ser feito em separado, isto é, flores e folhas não se cozinham juntamente com talos, raízes e cascas, assim como não se cozinha o arroz junto com o feijão. Normalmente, salvo casos especiais, a dose diária para os chás é: 20 gramas de ervas para um litro de água, ou seja, uma colher (de sopa) de erva para cada xícara de chá. Tomam-se quatro ou cinco xícaras por dia. Esta quantidade é para os adultos. Para jovens de 10 a 15 anos, três a quatro xícaras; crianças de 5 a 10 anos, duas a três xícaras; crianças de 2 a 5 anos, uma a duas xícaras; crianças de 1 a 2 anos, meia xícara a uma xícara; para criancinhas mais novas, diminui-se ainda mais a quantidade. As indicações que acabamos de fazer, valem para as folhas frescas. As secas são bem mais leves, pelo que a dose deve ser reduzida para a metade. Assim, por exemplo, em vez de se empregarem 20 gramas de folhas verdes, empregam-se 10 gramas de folhas secas. 366

E como irá o leitor, não tendo balança própria, arranjar-se com estes pesos - 5, 10, 15, 20 gramas etc.? É muito fácil. Usará apenas uma colher das de sopa. Uma colherada de folhas verdes pesa 5 gramas, aproximadamente; Uma colherada de folhas secas pesa 2 gramas, aproximadamente; Boa praxe, é começar com uma quantidade menor e aumentá-la, aos poucos, dia a dia. Fazemos esta indicação para que as pessoas inexperientes no tratamento com ervas, e acostumadas a observar dosagens exatas, para remédios farmacêuticos, tenham alguma orientação. Em geral, todavia, em se tratando de plantas, a dose não necessita ser muito exata. As ervas medicinais não oferecem os perigos que espreitam nos produtos químicos. Salvo casos excepcionais, a quantidade pode variar sem dano algum. Ninguém morrerá envenenado, se tomar algumas xícaras a mais ou a menos. Para gargarejos, inalações, compressas e outros fins externos, usam-se naturalmente doses mais fortes. Os chás de ervas devem ser tomados preferivelmente, de manhã, em jejum, e à noite, antes de deitar-se. Bom efeito têm também quando tomados aos poucos, a saber, um gole (ou uma colherada) de hora em hora. 367

Para preparar os chás, nunca se devem empregar utensílios de metal, senão de barro, louça ou esmaltados. O mesmo vale também par ao preparo de sucos de frutas ou verduras. Por ser perigosa, nunca se deve deixar uma colher de alpaca dentro do chá ou suco. Não se deve adoçar os chás COM AÇÚCAR, pois o melhor é tomá-los ao natural. Quem, todavia, quiser adoçá-los, deve empregar mel, que é também um meio curativo ou stévia. O mel tem efeito medicinal. Recomendamos, portanto, adoçar o chá com mel, no tratamento da garganta e do peito, para combater os catarros. O mel é bom dissolvente nas obstruções várias. É também emoliente, laxativo, sudorífico, depurativo. Para resfriados, catarros, afecções da garganta e do peito, obstruções e cãibras, e para dissolver mucosidades, bem como para esquentar o corpo e provocar a transpiração, tomam-se chás quentes. Os chás de um dia para outro fermentam. Deve-se, por isso, preparar diariamente a porção necessária para um dia. Não se deve tomar chás ou outras bebidas quaisquer, nem água, juntamente com as refeições, senão uma hora antes ou duas horas depois, porque os líquidos, tomados na refeição, estorvam a digestão. 368

Não se deve tomar o mesmo chá por tempo muito prolongado. De dez em dez dias, mais ou menos. Na quase totalidade dos inúmeros livros sobre macrobiótica, pouquíssimos são os que registram as indicações para os diferentes usos e confecção dos chás de acordo com os estados yin-yang dos doentes a serem tratados, assim como os órgãos, sistemas ou aparelhos em desequilíbrio. Os chás serão classificados como yin ou yang de acordo com o procedimento na sua preparação (fogo, calor, fervura prolongada yan-guisação) ou da proveniência do produto a ser confeccionado (raízes -yang). Diversas são as modalidades no preparo e no uso das folhas, cascas ou raízes. a) INFUSÃO - é a extração das partes solúveis de uma planta pela água a uma temperatura inferior a da ebulição e superior a temperatura ambiente. São as tisanas. b) Maceração - pôr o material (folhas, cascas ou raízes) de molho num recipiente com água fria num espaço de tempo nunca inferior a 12 horas. Temos observado queixas de iniciantes na macrobiótica, não suportar o gosto de alguns chás e poderemos aconselhá-los a modificar o paladar, acrescentando certas plantas aromáticas como a erva-doce, manjericão, erva cidreira, cidrão, anis estrelado e outros. 369

Decoto - preparação líquida obtida pela fervura em água de órgãos vegetais (folhas, flores, casca, raízes e sementes). Para os iniciantes, cuja mudança total da alimentação apresentar intolerância, a ponto de refugar por apresentar um desequilíbrio nervoso, aconselhamos combinar com os chás indicados, substâncias calmantes, como a camomila, cidreira, sementes de girassol, laranjeira, mastruço e outros produtos. Acostumados ao uso de açúcar ou de adoçantes químicos, observamos iniciantes apresentarem desequilíbrios psíquicos. Aconselhamos, de início, o uso da stévia em folhas, preparado o adoçante por infusão. O princípio ativo adocicante prende-se a proporção de 3 a 7% do steviosídio, substituto do açúcar, não calórico, podendo adoçar acima de 300 vezes mais que a sacarose. Com o passar do tempo poderá usar o mel. No Brasil, indicaremos, a título de curiosidade, uma relação de chás com as indicações para diversos distúrbios no final deste capítulo. 1) Diuréticos - folhas de abacateiro, alecrim, araçá do mato, cabelo de milho, cabelo de porco, cedrinho, cipó cabeludo, erva de passarinho, jurubeba vermelha, pé de galinha, pêlo de porco, pêlo de milho e quebra-pedra. c)

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Hipoglecemiantes - Agentes que diminuem a taxa de glicemia, isto é, a glicose no sangue: Pedra ume kar, pata de vaca (folhas, casca e raízes). Aos interessados são inúmeras as indicações que poderão encontrar nos livros apontados na bibliografia. Os chás clássicos, indicados pelos mestres orientadores macrobióticos, daremos abaixo a relação e serão apontados como específicos para as diferentes doenças e "remédios" para os diversos órgãos ou sistemas orgânicos. 1) Artemísia - De início para toda ou quaisquer indicações, usar em jejum e depois do mingau. Artemísia - toste, em uma panelinha até dar cheiro forte, um pouquinho de artemísia (1 colher de chá). Ponha a seguir 2 copos de água fria e deixe ferver em fogo baixo durante 15 minutos. 2) Habú ou Fedegoso - Importante o seu uso para as prisões de ventre, crônicas. Não age como evacuante. A mecânica obtém-se pela diminuição do calibre do intestino grosso dilatado cujo bolo fecal custa se condensar. Uma vez diminuído o continente e o bolo fecal excita o peristaltismo, provocando a eliminação das fezes, diariamente. Nos casos de dificuldade na evacuação, o uso de 1 colher de sopa de farelo de trigo misturado em qualquer alimento, no almoço 2)

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e jantar, obterá a evacuação diária. Se tomar desse chá. Habu - Toste o habu em uma panelinha com tampa, na proporção de 1 colher de chá de semente até que elas pipoquem completamente. A seguir, ponha um copo de água fria e deixe ferver em fogo brando durante 15 minutos. 3) Banchá - Também denominado de chá dos 3 anos, será usado de preferência, após as principais refeições ou, se necessário, entre elas. Deverá ser aproveitado depois de 3 anos de colhido. Na falta desse chá, a substituição poderá ser pelas folhas secas (3 anos) de amoras. Três anos (Banchá) - Não precisa tostar. Ponha algumas folhinhas, 1 colher de sopa em uma panelinha com 3 copos de água fria. Deixe ferver em fogo brando durante 15 minutos. Todos os chás deverão descansar um pouco e deverão ser reduzidos a menos de 1 xícara de chá. 3) Lótus E o específico do aparelho respiratório. Indicação precisa para as gripes, resfriados, tosse, rinites, laringites, sinusites, pneumonia, pleurodinias, pleurites, derrames pleurais, enfisema pulmonar, câncer pulmonar e metástase pulmonar. Só tomar esse chá. Lave 3 pedacinhos de lótus e deixe de molho. No dia seguinte, cozinhe durante 20 minutos na mesma água, em fogo brando. A 372

raiz poderá ser aproveitada para refogadinho. Pique-a fininha e faça-a como os outros legumes. 5) Dente-de-leão Indicações: (Yang) diurético, colagogo, atonia gastro-intestinal, falta de apetite, insuficiência hepática, icterícia e cálculos biliares, prisão de ventre. Decoto - 5 a lOgrs de raiz picada, para 1 xícara das de chá de água. Deixe macerar durante a noite. No dia seguinte, ferver rapidamente. Coe e tome metade, 15 minutos em jejum e outra metade 15 minutos depois do mingau. Poderá ser comida como salada ema ou refogada. Dente-de-leão - Café - Raízes desse vegetal seco. Cortar em pequenos pedaços e misturar com um pouco de óleo e frigir. Depois reduzir a pó num moinho de café. Para 1 chávena de água, colocar 1 colher de chá do pó e ferver 10 minutos. Para servir deverá ser coado. Se a preferência for doce, poderá adicionar folhas de stévia, se amargo, chicória. 6) Chá ou arroz tostado - uso para toda ou qualquer afecção, depois das principais refeições ou diariamente. Arroz Tostado - Toste um pouco de arroz até ficar bronzeado e guarde-o em um vidro. Para preparar o chá coloque 1 colher de sopa de arroz tostado em 1 copo e meio de água. Deixe-o cozinhar durante 20 minutos. 373

Coe e tome menos de uma xícara de chá. Guarde o arroz e misture ao que será feito para as diversas refeições. 7) Chá de pata de vaca - é um chá tradicional usado pelos diabéticos. O seu princípio ativo é a Bauhinia Fortificata, apontado como hipoglicemiante, isto é, redutor da glicose no sangue. Esse princípio ativo será encontrado nas folhas, flores, casca e raízes da árvore. 8) Chá de feijão azuki - É o específico do aparelho urinário, diurético por excelência. Indicado para nicturia, nefrite, nefrose, calculose renal, pielite, cistite, lúpus e câncer genital. Confecciona-se, juntando-se 2 litros de água, 1 colher das de sopa e deixar fervendo até reduzir o volume líquido pela metade (1 litro). Conforme a indicação. Será usado 1 xícara das de café em jejum e outra depois do mingau. Nos casos de obesidade ou retenções líquidas, pode ser usado apenas esse chá durante o dia. 9) Chá Mu - E dos chás o mais yang. Em todos os acondicionados, nota-se que o produto foi importado do Japão. Em 1963, G. Oshawa, estudando sobre um chá que apresentasse um teor altamente yanguisante, estudou e selecionou um conjunto de ervas e raízes, num total de 20 espécimes que denominou de Chá Mu 374

(Representante, na filosofia oriental (o NADA). Esse chá, pela dificuldade de seleção dos componentes, será encontrado à venda rotulados com 9 elementos e com 16 produtos. No Japão e na China, há alguns anos o chá de 20 raízes era de fácil aquisição, hoje a compra é problemática. Cremos que a exportação para a Europa é a causa, pois temos adquirido o produto, de 16 raízes, na Itália, Portugal, França e Bélgica. Nos Estados Unidos, os Produtos Erewhar empacota e distribui. Todos os envólucros trazem impresso que o produto vem do Japão. Os ingredientes que compõem esse chá transcrevemos, em inglês, para os interessados. Ingredientes: mandarin, orange peei, hoelen, cnicus, atractylis, herbaceous peony root, Japanese parsley root, cinnamon cypress, ginger root, licorice, peach kernels, rehmannia, japanese ginseng, cloves, coptis, moutan. 10) Chá de arroz - Torre arroz integral até ficar torrado. Para cada colher de sopa, adicionar 2 vezes o volume de água. Ferva, salgue ligeiramente e sirva. Esse arroz, torrado, pode ser usado como alimento complementar. Arroz torrado e até chá de 3 anos, Banchá, podem ser misturados e usados, como bebida. 375

Chá de trigo - Torre trigo com pouco fogo, até tostar, e ferva uma colher de sopa cheia em 150 gramas de água. Sirva frio, no verão. 12) Café de dente-de-leão - Lave e seque raízes de dente-de-leão. Corte em pequenos pedaços. Doure com óleo numa frigideira. Passe, em seguida, num moinho de café. Ferva, durante 10 minutos, este pó na quantidade de uma colher de chá por uma xícara de água. Coe e sirva. As pessoas que preferirem sabor amargo, podem adicionar chicória. 13) Café Oshawa (Yanooh) - Três colheres de sopa de arroz, duas de trigo, duas de feijão japonês (azuki), uma de grão-de-bico e uma de chicória. Torre separadamente até bronzear bem. Misture tudo e torre, num pouco de óleo. Após esfriar, moa finamente. Prepare esta farinha chamada Yannoh, com água fria, na proporção desejada. Use uma colher de sopa para meio litro de água. Sirva após 10 minutos de ebulição. 14) Leite de cereis macrobiótico (Kokkoh) - Este produto é uma mistura de farinha de arroz torrado, de arroz glutinoso, de farinha de aveia, farinha de feijão de soja e de sementes de gergelim. E mais fácil comprálo pronto. Ferva e mexa, durante 10 minutos, uma colher de sopa cheia por 1/4 de litro de água. 11)

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Chá de artemísia - Erva de São João (Jomogui). Ferva 30 gramas de folhas de artemísia, em 150cm cúbicos de água. Salgue e beba, ao levantar da cama, em jejum. É um excelente vermífugo. As folhas secas conservam-se durante anos. 16) Chá de hortelã - Tratar as folhas de menta da mesma maneira que a artemísia (Jomogui). Tilia - Ferver as folhas e usar como bebida. 17) Chá de 20 raízes (Mu) - É um chá composto de mais de 20 raízes (muito Yang) sendo uma delas a famosa cenoura da Coréia (Ginseng). Ferver um pacote desse chá, num litro de água, durante dez a vinte minutos. Esta bebida pode ser consumida, diariamente, pelos doentes Yin. Neste caso, é necessário deixar ferver até evaporar a metade e tomar durante dois dias. Pode ser reaquecido. É a bebida mais Yang. O Ginseng, é extremamente Yang. 18) Boldo do Chile - E usado em infusão, na forma de tintura, extrato e fluído. Estimula a atividade secretora do estômago, aumenta a produção e fluxo da bile, facilita a digestão. Sob a forma de infusão, toma-se uma xícara, antes das refeições. Sob a forma de tintura, toma-se uma colher das de sobremesa, de 8 em 8 horas. Sob a forma de extrato fluído, toma-se 10 a 20 gotas de 8 em 8 horas. Convém saber que o 15)

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boldo, quando tomado em doses maiores que as recomendadas, pode causar vômitos. 19) Chamol (Syo-Ban) - Chá de três anos - banchá - com molho de soja - Pôr molho de soja no fundo de uma xícara (a 1/4 de altura) e adicionar o chá quente preparado conforme acima se indica. Este chá é muito indicado para a fadiga, para depois de acidentes e fraqueza cardíaca. 20) Chá Yang-Yang - Este chá deve ser usado pelas pessoas muito Yin. 21) Chá dragão - Este chá é recomendado às pessoas extremamente Yin, que sofrem de náuseas matinais, vômitos e leucorréia. 22) Chá Habu (Chá chinês) - Tem excelente gosto e é muito recomendado contra os resfriados da cabeça. 23) Caldo (suco) de raiz de lótus seco - Kohren Esta bebida, feita com raízes de lótus, seca e moída, é recomendada principalmente contra a tosse, a coqueluche, a asma, a tuberculose. Convém utilizá-la na razão de uma colher de chá por 1 xícara de água fervente, e tomar três vezes ao dia. Fazer exclusão de todos os outros líquidos. 24) Caldo de araruta (kuzu) - E uma excelente bebida para todos, muito boa, também, contra a diarréia e os resfriados da cabeça. Diluir uma colher de chá cheia de farinha de araruta em 2 a 3 partes de água. Adicionar, a seguir, um quarto de litro de água e ferver 378

até ficar transparente. Adicionar um pouco de molho de soja (shoyu). 25) Chá da raiz de lótus cru - Esmagar uma raiz de lótus de 6 cm de comprimento para extrair o suco; adicionar 10% de gengibre, um pouco de sal, e ferver. Recomendado contra a tosse e a asma e às pessoas Yin. 26) Chá de nabo branco comprido no 1 - Tomar a quantidade de duas colheres, de sopa, de raiz de nabo ralado e adicionar 3/4 de litro de água quente. Acrescentar duas colheres de sopa de molho de soja e 1 colher de chá gengibre ralado. Tomar esta bebida na cama. Se tiverdes um resfriado, haverá transpiração abundante e desejo de urinar. Chá de nabo branco comprido (Daikon) no 2 Ralar 1 raiz de nabo branco comprido e espremer o suco. Adicionar o dobro do volume de água e um pouco de sal. Ferver alguns minutos. Tomar uma vez por dia; não tomar mais do que três dias seguidos. Bom para pés inchados. 27) Chá de soja - Serão usadas as folhas durante a floração. As folhas deverão ser picadas e juntadas até fermentarem, para isso manter uma temperatura nunca abaixo de 60%. Uma vez fermentadas descansar 1 a 3 dias e levar ao forno numa temperatura nunca acima de 120°. Faz-se a infusão e obtém-se o chá. 379

Rico em lecitina e indicada para pacientes nervosos e falta de memória, assim como tratamento de arteriosclerose. 28) Chá umeboshi - para resfriados. Ingredientes - 1 ameixa umeboshi, 1 colher de chá de araruta, 3 colheres de chá de molho de soja, 1 colher de chá de gengibre ralado. Esmagar a umeboshi em 1/4 de litro d'água e adicionar a araruta, em seguida juntar o gengibre e o resto da água. Ferver até a mistura engrossar. Ao tomar, adicionar o molho de soja. CHÁS DE PLANTAS MEDICINAIS No Brasil, as mais importantes e usadas pela medicina popular são: Abacateiro Abrofo Açafrão Agrião Aipo Alecrim-dejardim Alfavaca-decasa Amor perfeito Angélica Araçá-docampo 380

(diurético) (cólicas menstruais) (antiespasmódico abortivo) (anemias, tosse) (azia) (diurético, sedativo) (gripe) (dor abdominal) (diarréia) (diurético, varizes)

-

é

Araçá-do-mato Aroeira branca Artemísia Avenca Batata-doce Boldo Bugre Cabelo-demilho Cabelo-deporco Cabriúva Cambarábranco e roxo Camboatá Camomila Canela Cancerosa Carobinha Carqueja Casca-de-anta Cedrinho xuxú Cidreira Cipó-cabeludo Cola de guará Capinha Cravo-decampo 381

(diurético, varizes) (alergias) (cólicas) (tosse) (chá da folha - analgésico) (hepatopatias) (alergias) (diurético) (diurético) (cardiotônico) (chá das flores - tosse) (azia) (regulador intestinal) (estimulante) (combate a falta de apetite) (anemias) (digestivo, baixa a glicose do sangue) (depurativo) (diurético) (chá das folhas - baixa a pressão arterial) (calmante) (diurético) (purificador do sangue) (tônico do coração) (hemorragias)

Crista-de-galo Doce-amargo Dormideira Erva-do-touro Erva-depassarinho Erva-tostão Eucalipto Fedegoso Fel-da-terra Figueira Flor de milho Cervão branco Girassol Goiabeira-docampo Guaco Guachuma Hortelã Jurubeba branca Jurabeba vermelha Laranjeira Língua-devaca Losna Malva Manjerona Marcela Massanilha 382

(analgésico) (digestivo) (vermífugo) (mau hálito) (diurético) (tônico cardíaco) (gripes) (antitóxico do fígado) (cólicas) (bronquites) (inflamações ginecológicas) (digestivo) (chá das sementes calmante) (colite) (gripes) (fortificante) (enxaqueca) (fígado, digestivo) (diurético) (calmante) (tosses) (inflamações intestinais) (asma) (aperitivo) (cólicas) (cólicas)

Matruço Nogueira Pariparoba Pata-de-vaca Picão

(calmante) (tônico do sangue) (reumatismo) (baixa a glicose no sangue) (ictericias, hepatite, alcoolismo) Pitangueira (disenteria) Pêlo-de-porco (diurético) Pêlo-de-milho (diurético) Poejo (gripes) Quebra-pedra (diurético) Quina (digestivo) Quitoco (asma) Roseira (antiespasmódico) Salsa (chá da raiz - cólica renal) Salsaparilha (depurativo do sangue) Sálvia (asma) Sena (prisão de ventre) Sete-capotas (anticonvulsivo) Suspiro (circulação) Tanchagem (chá das folhas - fígado) Timbó (sedativo) Urtigão (reumatismo) branco

CAPÍTULO 44 TERAPIAS ALTERNATIVAS ACUPUNTURA E uma técnica de tratamento oriental, de origem chinesa, praticada há cerca de 3 mil 383

anos e que vai se popularizando no mundo ocidental. A acupuntura visa normalizar a circulação de energia nos meridianos e órgãos, através de estímulos físicos e químicos, nos pontos de acupuntura. Os pontos podem ser estimulados pelos dedos, agulhas, calor, eletricidade, magnetismo, cores, ultra-som, laser, música, injeção, ativadores acetilcolinesterase (Cloreto de césio, cloreto de lítio, uréia, carbonato de lítio e etc.), por martelo de 7 pontas, escova de dente, carretilhas, espátulas, lixas, passes, movimentos e respiração. E baseada no livro Nei King, escrito pelo lendário imperador Huan, muitos séculos antes da era cristã e que orienta toda a medicina oriental. A eficácia da acupuntura já não pode mais ser colocada em dúvida. MOXABUSTÃO É a técnica de tratamento que consiste em estimular pontos pré-determinados (pontos de acupuntura), através do calor. Empregase, geralmente, com a acupuntura. A moxabustão é indicada, especialmente, para doenças provocadas pelo frio ou umidade, para convalescentes, portadores de doenças crônicas e pacientes idosos. É eficaz e não tem efeitos colaterais nocivos. Jorge Z.C. Iuna MAGNOTERAPIA 384

Igualmente de origem chinesa e, também, milenar, é o uso dos imãs (magnetos), no tratamento de numerosas doenças, principalmente, dores, infecções, inflamações, insônia, ansiedade e etc. Os imãs pequenos aliviam os sintomas locais, os grandes, melhoram a polarização magnética do corpo e a água magnetizada desintoxica o organismo. Um conjunto de imãs, em casa, vale mais do que um armário cheio de medicamentos. Wu Tou Kwang AIKIDO É de origem japonesa, criado, recentemente, em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, por Morihei Ueshiba e seu objetivo é integrar o indivíduo no universo, através de práticas corporais, utilizando, como ferramenta, a antiga arte marcial Aikijiujitsu. Os movimentos corporais do aikido, com técnicas de torções e pressões, nos pontos de acupuntura, melhoram a circulação da energia em todo o corpo, potencializando o funcionamento de todo o organismo. Prof. Wagner Buli TAEKWONDO Literalmente, a palavra significa o caminho dos pés e das mãos, através da mente. É uma arte marcial, de origem coreana e com cerca de dois mil anos. Hoje, é praticada no 385

mundo inteiro. Foi introduzida no Brasil, em 1960, pelo Grão Mestre Sang Min Cho. Como esporte, é um dos mais completos e pode ser praticado a partir dos 5 anos de idade. Existem graduações divididas em 2 etapas, cujos detalhes os estabelecimentos especializados poderão fornecer. Desde 1974 que o taekwondo foi regulamentado, no Brasil, pelo Ministério da Educação. Mestre Yeo Jin Kin SHIATSU É uma terapia corporal de origem japonesa, que significa: Shi é dedos e atsu é pressão. Modernamente, é aplicado não somente pelos dedos, mas também, pelos cotovelos, palma das mãos, antebraço e planta dos pés e alongamento. Como terapêutico procura harmonizar a energia vital (tchi ou qui), responsável pela integridade estrutural, funcional da organização biofísica-química do ser humano e manter as boas condições físicas, das pessoas. É importante, também, no shiatsu, a manipulação nas orelhas, mãos, pés e abdômen, devido a reflexologia bioenergética nos órgãos internos e sistema nervoso, o que vai aumentar o vigor físico e atividade mental, além do equilíbrio emocional. O objetivo primordial do shiatsu é prevenir, tratar e conservar a saúde. Prof. Hirashi Kajeshiro 386

TAI CHICHUAN É uma técnica milenar, de origem chinesa, desenvolvida pelos mestres taoístas. É natural, paciente, persistente, sem pressa. Consiste de movimentos harmoniosos, que fluem e deslizam suavemente e de modo contínuo, estimulando um certo trabalho muscular e uma verdadeira massagem nas vísceras, complexo vásculo-nervoso, ligamentos e ossos. Isso permite que ambas as energias - Yin e Yang - básicas e naturais, circulem, em quantidade certa, pelos caminhos corretos. Ao relaxar o corpo, em movimento, este se solta e arrasta a mente consigo e esta, ao serenar-se, leva o todo a um relax mais profundo. Os seus efeitos benéficos é percebido desde o início de sua prática. O tai chi chuan é meditação, respiração, coreografia e arte marcial. Vale a pena conhecer e praticar David Roberto de Almeida. TUI NA (OU TUEI NA) É uma massagem terapêutica da medicina chinesa. Para os chineses, tanto a palavra an mo como a tui na significam - massagem. A palavra an significa pressionar, enquanto mo significa friccionar. Tui é empurrar e na significa pegar ou segurar. A medicina chinesa tem, como princípio básico, buscar o equilíbrio integral do corpo. Dentro da medicina chinesa, está a teoria dos 5 (cinco) elementos, ou melhor, movimentos 387

(madeira, fogo, terra, metal e água). O nosso corpo é influenciado pelos movimentos de interação do Yin e do Yang. O Yin, a serenidade, é interno e atua como guardião do Yang. O Yang, o movimento, é extemo e atua como regulador do Yin. As emoções (raiva, alegria excessiva, preocupação, tristeza e medo), que são manifestações internas, comprometem a saúde do corpo, deixando-o sujeito aos agentes nocivos extemos e aos 5 ladrões. Sobre as emoções, sabe-se que a cólera é prejudicial ao fígado, mas a simpatia contrabalança a cólera; a alegria, excessiva, é nociva ao coração, mas o medo contrabalança a felicidade; a simpatia excessiva é nociva ao estômago, mas a cólera contrabalança a simpatia; a mágoa excessiva é nociva ao pulmão, mas a alegria contrabalança a mágoa; O medo excessivo é nocivo aos rins, mas o medo pode ser vencido pela contemplação. O nosso corpo, original, é constituído por 3 tesouros: Espírito, Energia e Essência. Quando o espírito é lesado, por alguma alteração emocional, a energia é comprometida que, por sua vez, prejudica a essência, fazendo com que os problemas se manifestem fisicamente. Promover a saúde significa restituir a ordem. Vale a pena conhecer e praticar. Prof. Monoru Shino 388

YOGA De origem indiana e milenar, poderia ser definida como um método integral de reequilíbrio físico, mental, harmonização interior e paz espiritual. A palavra Yoga vem do sânscrito - língua antiga da índia e significa, literalmente, união, a "união do ser humano com a sua origem criadora", isso através da realização interior, obtida por meio de práticas contínuas de um conjunto de técnicas. O objeto da Yoga é a integração e harmonia da nossa essência interior, com o mundo exterior e com o próprio universo, através de uma seqüência de exercícios simples, que vão desde o relaxamento, passando pelos exercícios físicos, respiratórios, memorização, concentração e até meditação. A Yoga pode ser praticada por qualquer pessoa a partir dos 7 anos de idade. A Yoga deverá ser praticada com serenidade, movimentos calmos, respiração suave e somente por ambas as narinas. Tudo isso é muito fácil e muito simples. Vale a pena conhecer e praticar, os seus efeitos benéficos não tardarão. TAI JI QI CONG É uma terapia tradicional chinesa, constituída de 18 movimentos, executados de forma suave e contínua. O conteúdo 389

energético dos seus exercícios levam a uma concentração da mente, harmonização das emoções e vitalização do corpo. A respiração, interna e externa, se condensa e se integra, o que resulta numa respiração plena e profunda. Aos interessados em se aprofundarem no assunto, existem, em São Paulo, entidades idôneas, entre as quais a conhecida Associação Palas Athena. Maria Lúcia Lee FLORAIS DE BACH É uma terapia de origem ocidental, criada no início deste século, na Inglaterra, pelo Dr. Edward Bach, médico bacteriologista, que acreditava que todo ser humano possue uma energia interna, que faz com que os órgãos trabalhem dentro de uma sintonia perfeita. Vítima de um câncer, diagnosticado como incurável e com poucos dias de vida, o Dr. Bach se refugiou na sua terra natal, abandonando Londres e a Inglaterra. Procurou, no País de Gales, aonde nascera, consolo nas flores, para os seus males. Nos momentos de depressão, identificou-se com flores que lhe pareciam mais tristes; nos momentos de solidão, identificou-se com flores que se isolavam das outras e, em outros momentos, sentia-se identificar-se com as flores de carvalho, árvore que carrega inúmeras outras plantas e diversos bichos em seu tronco e ramos. Na flor da 390

Oliveira, procurou energia quando se sentia fraco. A energia dessas flores, secas ao sol ou fervidas no fogo, prolongaram-lhe a vida e só morreu muito mais tarde, com 56 anos, em 1936. Deixou-nos, o Dr. Bach, um sistema de cura, suave e permanente, com medicamentos para dores da alma e que provocam tanto sofrimento, no corpo. Dr. Edmundo Goldstein HOMEOPATIA Criada há mais de 200 anos pelo médico Alemão Samuel G. Frederico Hahnemann, a homeopatia dispensa maiores explicações, pois ao lado e logo depois da medicina alopática, é o segundo método terapêutico no mundo ocidental. Como é sabido, a homeopatia tem suas fontes nos reinos animal, vegetal e mineral. As 3 características importantes dos medicamentos homeopáticos são: a) O medicamento é energético e não químico; b) O medicamento é feito utilizando-se plantas, pequenos animais, secreções animais ou, mesmo, secreções humanas; c) O medicamento é obtido, primeiramente, pela trituração ou maceração da matéria prima e que, depois, é diluída em álcool e aucussionado, criando energia. Na homeopatia "o mais alto ideal da cura é restabelecer a saúde de maneira rápida, 391

suave e permanente"; geralmente, o estado mental do paciente determina, essencialmente, a eleição do remédio homeopático". Dr. Eduardo Goldstein KARATÊ-DO É uma arte marcial praticada, como esporte e filosofia de vida. Kara que quer dizer vazia e Te significa mãos. Luta de mãos vazias, cuja força está concentrada em todas as partes do corpo, convencionalmente, harmonizando mente e corpo. A palavra Do significa caminho - o caminho luminoso. A prática regular do karatê-do e das artes marciais, em geral, podem livrar a humanidade de parte dos extensos sofrimentos físicos e mentais que, hoje, assolam a raça humana. Em São Paulo é, atualmente, muito popular e concorre para tomar mais rápida e equilibrada a nossa juventude. Prof. Mauzler Paulinetti

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