M P M T: Udanças Rofissionais e Ercado de Rabalho

October 3, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Mudanças Profissionais e Mercado de Trabalho

Código IEFP: 1.6  Autora: Anabela Lourenço

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Resultados da Aprendizagem • Relaciona a evolução da organização do trabalho e das profissões com as mudanças

científicas e tecnológicas. • Avalia os impactes das novas tecnologias no exercício profissional. • Compreende a influência das novas dinâmicas na evolução do mercado de trabalho.   • Reconhece a importância da aprendizagem ao longo da vida, independentemente do

contexto em que a mesma se processa .

Conteúdos • Conceitos de trabalho, emprego e em pregabilidade • Representações sociais das profissões e dos contextos de trabalho   • Evolução científica e técnica e implicações i mplicações no mundo do trabalho  • Novas formas de trabalho associadas às novas tecno tecnologias logias –  o teletrabalho • Classificação dos sectores de  actividades económicas e profissões • Evolução dos perfis profissionais na área profissiona profissionall do curso  • A importância dos percursos formais, não formais e informais de aprendizagem ao longo

da vida

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Conceitos de trabalho, emprego e empregabilidade Segundo a definição comum, trabalho diz respeito a qualquer actividade em que nos ocupamos e despendemos boa parte da nossa vida, seja de forma remunerada ou não.  Algumas actividades, por exemplo, exemplo, que desenvolvem desenvolvemos os nas nossas casas, como as tarefas domésticas ou mesmo tratar do jardim, constituem consti tuem uma forma de trabalho, embora não sejam remuneradas nem contabilizadas para a riqueza produzida na economia. Na sua origem etimológica, etimológica, “trabalho” deriva da palavra latina tripalus (três paus), que, no latim popular, significa instrumento de três paus aguçados e com pontas de ferro, utilizado para ferrar animais de grande porte ou para debulhar os cereais e o linho. Também designava instrumento de tortura. Daqui derivou a palavra tripaliare,   isto é, torturar. Posteriormente, a palavra surgiu relacionada com algo penoso, sofrimento, fadiga e trabalho. Durante séculos o trabalho surgiu associado a algo penoso ou a um castigo que era realizado pelos escravos (esclavagismo) ou pelas classes sociais mais baixas, os servos da gleba (servilismo / feudalismo), por conseguinte trabalhar era uma condição pouco digna dos homens livres, que por sua vez se dedicavam ao lazer, à contemplação, à reflexão e ao ócio. Mais tarde, e por oposição a esta visão negativa, surge uma outra visão para a qual o trabalho constitui uma fonte de libertação, de progresso e de auto-realização, considerando que o trabalho confere dignidade ao ser humano. Segundo o sociólogo inglês, Anthony Giddens, o trabalho define-se como a realização de tarefas que envolvem dispêndio de esforço mental e físico, com o objectivo de produzir bens e serviços para satisfazer as necessidades humanas. O trabalho, em particular o remunerado, ou seja, o emprego assume um papel relevante na vida das pessoas, ao permitir:   a garantia a um rendimento que será utilizado para satisfa satisfazer zer as necessidades;   o desenvo desenvolvimento lvimento de capacidades capacidades q que ue de outro modo modo não seriam exercitadas;   o contacto com outros contextos contextos e ambientes diferentes das vivências em casa;   a organização e o planeamento planeamento do dia-a-dia de cordo com o ritmo d de e trabalho, permitindo ter uma estrutura de referência do tempo;   a diversificação dos co contactos ntactos soc sociais iais e a criação de laços de relacioname relacionamento nto e/ou amizade com um maior numero de pessoas;   um certo grau de auto-realização e de integração social. 











Numa outra perspectiva, o trabalho  é visto como mera produção técnica, na relação homem/máquina, estudando-se o posto de trabalho e a adequação do indivíduo a esse posto, tanto a nível físico, como a nível psicológico (âmbito das motivações). Nesta 3

 

 

perspectiva, existe uma separação entre o sujeito e a sociedade, uma vez que somente se analisam as relações directas entre o trabalhador e o seu trabalho. Esta pratica-se usualmente nos Estados Unidos, como resposta ao mercado de trabalho no mundo da produção. O trabalho enquanto fenómeno social evidencia as diferentes formas de relações

organizadas no trabalho e em volta do próprio trabalho, ou seja, este aparece com uma dupla função: dar origem ao fabrico do produto e as relações sociais de produção inerentes ao mundo laboral.  Assim, o trabalho tem um papel social enquanto criador de relações sociais. Contudo, essas relações são entendidas como elementos que se podem abstrair do sistema de produção no seu conjunto (da sociedade em geral), ou seja, são próprias do mundo do trabalho. Nesta visão, a empresa enquanto local de trabalho constitui o principal objecto de estudo. Contudo, também são analisadas as relações socioprofissionais e as estratégias dos grupos envolvidos. O trabalho enquanto prática da sociedade é visto como resultado da actividade social,

só podendo ser definido para qualquer sociedade partindo da análise das relações sociais. Assim, as transformações sociais, ao implicarem alterações nas forças sociais em presença e nas suas relações, acarretam novas formas de trabalho. Esta acepção de trabalho é a mais global, uma vez que possibilita o estudo de todas as suas dimensões e também apela ao estudo histórico.

O acesso e o uso generalizado das tecnologias de informação e comunicação (TIC) introduziram, nas últimas décadas, várias alterações ao nível do trabalho e do emprego.

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 A introdução e o desenvolvimento desenvolvimento das novas tecnologias, em todos os sectores de actividade, isto é, na agricultura, na indústria foi diminuindo de forma progressiva não apenas o tempo de trabalho como o número de trabalhadores que anteriormente eram necessários para assegurar os processos de produção. Deste modo, procedeu-se a uma maior racionalização dos processos produtivos, produzindo-se mais com menos recursos humanos. No entanto e no que diz respeito ao sector dos serviços, verifica-se o oposto, isto é, houve um aumento significativo em termos de ocupação da população activa e de contribuição deste sector para o Produto Nacional. Este fenómeno é usualmente designado por terciarização.

Consequências e alterações, da terciarização da economia, na configuração do trabalho:   desaparecimento de algumas algumas profissões, ccomo omo por por exemplo o/a dactilógrafo/a. Exigindo a sua reconversão através do recurso à formação ao longo da vida, que consiste numa exigência actual do mercado de trabalho;   surgimento de novas profissões, que que co correspondem rrespondem às novas exigências do mercado de trabalho, como por exemplo o designer, o web-designer, o marketeer.  A passagem de uma economia baseada na indústria para uma economia de serviços tem vindo a provocar alterações a vários níveis, quer na estrutura das organizações, quer no tipo de gestão praticado, quer na organização do trabalho. Como foi referido anteriormente, se por um lado as TIC destroem postos de trabalho e profissões, por outro lado abrem igualmente novas oportunidades pois fazem aparecer novas profissões. Um mundo laboral em constante mudança cria alguma instabilidade e insegurança aos 



trabalhadores relativamenteocidentais, ao futuro.associada Esta atitude de insegurança que actualmente vivida pelos trabalhadores à fragilização dos vínculos laborais e àé deslocalização das empresas ou dos postos de trabalho para países com estruturas de custo menos elevadas, provoca uma precarização do trabalho. Esta precarização do trabalho significa o fim do emprego para toda a vida. Perante esta realidade existem duas posições diferentes, para alguns esta situação é vista de modo positivo, pois o trabalhador não terá que ficar refém de um emprego toda a vida, já para outros, esta não será mais do que a legalização da entidade patronal poder contratar e despedir unicamente de acordo com os seus interesses. De modo a combater o trabalho precário e o desemprego, o Estado tem vindo a colocar em prática um conjunto de medidas:   políticas passivas – centradas na protecção social prestada aos desempregados;



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  políticas activas  –  passam maioritariamente pela form formação ação profissional e pelos incentivos à criação do próprio emprego. Estas medidas têm evoluído, nas últimas décadas, em Portugal, de modo a responder às alterações sofridas pelo mercado de trabalho. Têm vindo a responder à crescente necessidade de aumentar a qualificação dos trabalhadores. Destacam-se algumas respostas de actuação de medidas activas no combate ao desemprego:   reforço da formação inicial, com como o os cursos profissiona profissionais is e os estág estágios ios profiss profissionais ionais (para os jovens);   para os d desempregados esempregados de longa duração, reforço reforço da formação e reconversão de modo a promover a sua inserção i nserção no mercado de trabalho;   para os des desempregados empregados mais idosos idosos,, a promoção promoção da sua requalificação, um uma a vez que é nesta faixa que se encontra a população com menores níveis formais de qualificação;   promoção da igualdade de género no m mercado ercado laboral, atrav através és de medidas de combate à discriminação negativa que ainda é visível no emprego feminino relativamente ao masculino, não apenas no que diz respeito ao acesso ao emprego 









como também em nos índices de remuneraçã r emuneração. o. No entanto, apesar da implementação destas medidas verifica-se: verifica- se:   a persistência do desemprego desemprego de longa duração;   o aparecim aparecimento ento de situações laborais precárias, como o trabalho tem temporário, porário, o trabalho parcial e o trabalho com contrato a termo;   a saída de trabalhadores altamente qualificados para outros países. 





A noção de Emprego remete para o acto ou efeito de empregar, que significa ocupar

alguém oferecendo um posto de trabalho e delegando-lhe determinadas funções mediante o pagamento de uma remuneração. Diz ainda respeito a uma ocupação em serviço público ou privado; um cargo, uma função, uma colocação. Este conceito surge associado ao conceito de trabalho, na medida em que a forma de emprego dominante consiste no trabalho assalariado numa relação de dependência. O empregado ou trabalhador estabelece um contrato com a sua entidade empregadora ou patronal, através do qual decidem o valor pelo qual será vendida a força de trabalho bem como as condições mediante as quais irá ser prestado o respectivo trabalho. Existem diversas modalidades de trabalho:   trabalho a tempo inteiro,   trabalho a tempo parcial,   trabalho sazonal ou temporário. Na sua relação de dependência o trabalho pode ser:   por conta de ou outrem trem (empresas (empresas privadas ou sector sector da administração pública) 









  trabalho por conta conta própria (trabalhadores independentes ou empresários). 6

 

 

A empregabilidade  baseia-se numa recente nomenclatura dada à capacidade de

adequação do profissional às novas necessidades e dinâmica dos novos mercados de trabalho. Com o advento das novas tecnologias, globalização da produção, abertura das economias, internacionalização do capital e as constantes mudanças que vêm alterando al terando o ambiente das organizações, surge a necessidade de adaptação a tais factores por parte dos empresários e profissionais. O termo empregabilidade diz respeito à capacidade de um profissional estar empregado, mas muito mais do que isso à capacidade do profissional ter a sua carreira protegida dos riscos inerentes ao mercado de trabalho. Uma vez que o conhecimento não é estático, mas inclusivo, desde a educação inicial i nicial para a vida à aprendizagem ao longo da vida. Começam então a distinguir-se dois conceitos, hoje objecto de grande discussão: a empregabilidade, que designa um conjunto de competências que permitem mais facilmente a inserção no mercado de trabalho, em qualquer profissão; e a formação profissional   que prepara apenas para uma profissão, mais linear e sem a flexibilidade da aprendizagem ao longo da vida. A diferença essencial é que a empregabilidade não diz respeito a uma formação específica, mas à aquisição de condições culturais e intelectuais que permitem uma mais fácil adaptação a um posto de trabalho específico. Em todos os países desenvolvidos, há hoje milhares de empregados em tarefas que não estamos habituados a considerar como de formação superior (bancários, gerentes comerciais, administrativos, etc.) e que têm enormes vantagens competitivas no emprego pela sua qualificação intelectual e cultural e pelas suas características adquiridas como a iniciativa, a adaptação, a flexibilidade, a comunicação, etc. José Augusto Minarellidoestabelece segurança profissional indivíduo: seis pilares da empregabilidade , que garantem a 1. Adequação da profissão à vocação - uma vez que para se tornar um bom profissional e um ser humano realizado, o indivíduo deve conciliar a sua função com a capacidade e paixão pelo que faz. 2. Competências  –  a preparação técnica; a capacidade de liderar pessoas; a habilidade política; a habilidade de comunicação oral e escrita em pelo menos dois idiomas; a habilidade em marketing; a habilidade em vendas; a capacidade de utilização dos recursos tecnológicos; 3. Idoneidade  – que implica confiança de parte a parte e entre outros factores, pode considerar-se: a ética; a conduta; uma atitude correcta; o respeito; a responsabilidade.

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4. Saúde física e mental - cuidar do equilíbrio, do desgaste exagerado, cuidar do corpo, pessoas saudáveis têm bons relacionamentos e interagem de maneira favorável, evitar vícios como fumo, álcool e drogas. Manter a sua auto-estima auto -estima e sua capacidade de realizar projectos. 5. Reserva financeira e fontes alternativas de aquisição aquisição de rendimentos - a perda de emprego significa a perda da entrada de receitas. Deve fazer-se uma reserva mês a mês; a reserva é uma defesa, uma garantia que pode sustentar. Um projecto profissional deve ocorrer paralelamente. O seu próprio negócio de qualquer dimensão, também pode ser uma fonte alternativa de rendimento. 6. Relacionamento - quem conhece pessoas, adquire informações importantes e relevantes, uma pessoa cuidadosa regista os seus relacionamentos. Guarda e cuida deles, devolve as ligações, que podem ser oportunidades de trabalho. Em termos profissionais é muito importante ter uma rede, uma forma de se manter ligado à sua rede de relacionamentos. relacionamentos. Manter o contacto com essas pessoas.

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Representações sociais das profissões e dos contextos de trabalho  A representação social resulta de uma opinião partilhada, subjectiva, filtrada pelos

valores e pelos elementos culturais de um grupo. São nos transmitidas no processo de socialização e assentam em valores, correspondem a uma forma de pré-conhecimento baseado no senso comum, nas nossas experiências e na comunicação com os outros. São esquemas de percepção e classificação da realidade, que têm origem na necessidade de reduzir e classificar a realidade social. Orientam e determinam comportamentos, na medida em que actuamos em função das representações sociais que temos. Profissão  diz respeito à acção ou resultado de professar, à actividade para a qual um

indivíduo se preparou e que exerce ou não, ao trabalho que uma pessoa faz para obter os recursos necessários à sua subsistência e à dos seus dependentes. Significa ainda ocupação. As representações sociais das profissões consistem na imagem por nós concebida

para cada categoria e na forma como nosconhecemos comportamos relativamente a uma pessoa dentro dessaprofissional categoria, por exemplo quando alguém e perguntamos qual é a sua profissão, em função da resposta imaginamos algo sobre a pessoa mesmo sem a conhecermos. Também a nossa atitude será diferente, a nossa postura e a forma como nos dirigimos a essa pessoa, por exemplo se estivermos perante um director de uma empresa o modo de abordagem será complemente distinto do modo como abordamos um empregado de café. No âmbito do nosso contexto profissional a forma de tratamento e de relacionamento entre colegas difere da forma de tratamento  e de relacionamento com as chefias, ou seja, com os superiores hierárquicos. Neste sentido, para cada profissão existe uma imagem a ela associada e que determina todo o nosso comportamen comportamento. to. Todas as pessoas, dentro de uma empresa ou organização, desempenham um determinado papel, isto é, um conjunto de actividades e comportamentos que lhes são solicitados de acordo com a função que nela ocupam. A função diz respeito a um conjunto de tarefas específicas que devem ser executadas pelo trabalhador e ao modo co como mo estas tarefas são realizadas. Assim, pode afirmar-se que a cada função corresponde uma representação social que determina o nosso modo de actuação. Quer no contexto da sociedade em geral, quer no contexto profissional em particular, cada indivíduo é uma identidade que influencia o comportamento dos outros, sendo, simultaneamente, influenciado por eles. Pois procura ajustar-se aos outros, ser bem aceite e compreendido pelo grupo e nele participar.  A visão que temos de nós mesmos e a visão que os outros têm de nós, no contexto do trabalho, conduz à construção uma representação social.

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Evolução científica e técnica e implicações no mundo do trabalho Desde os primórdios da humanidade que o ser humano desenvolve meios para melhorar as suas condições de vida, facilitar a sua existência e dominar a natureza. De facto, o homem primitivo inventou utensílios em pedra para se defender dos animais e poder caçar. Posteriormente, aprendeu aalargando trabalhar deste os metais, construir instrumentos mais fortes e resistentes, modopermitindo-lhe os seus horizontes e abrindo perspectivas a novas descobertas e invenções.  A invenção da máquina permitiu reduzir o esforço humano e é igualmente um marco numa nova etapa da vida da humanidade, traduzindo-se numa verdadeira revolução: a Revolução Industrial, que teve início em meados do século XVIII e se prolongou até ao princípio do século XIX. O artesão vai sendo substituído pelo operário e a oficina pela fábrica, assim surge a manufactura que assenta no trabalho manual do operário. Mas a verdadeira alteração ocorre com a passagem da manufactura para a indústria mecanizada. A Revolução Industrial  introduziu a máquina a vapor, num primeiro momento, na indústria têxtil, mas rapidamente se alargou a outras indústrias, provocando transformações noutras áreas, como os transportes, com o aparecimento dos caminhosde-ferro. A transformação fundamental produzida pela Revolução Industrial assenta na mecanização dos meios de produção. O trabalho artesanal ao ser substituído pelas máquinas passa a produzir em massa o que antes era produzido em pequenas quantidades. O trabalho escravo, servil e corporativo dá lugar ao trabalho assalariado em grande escala. A oficina ao ser substituída pela fábrica concentra um grande número de operários/ assalariados que sem quaisquer direitos, trabalhavam quinze horas por dia, sem condições dignas e de exploração. Era um trabalho duro que exigia um esforço enorme, quer físico quer mental, sem condições de higiene e segurança. Por consequência destas degradantes condições de trabalho e de vida das classes operárias surgiram revoltas e greves, levando a que o Estado interviesse, no sentido de criar a legislação laboral e o

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direito do trabalho. Desta feita, os trabalhadores passam a ser representados pelos sindicatos, que lutam pelos direitos dos trabalhadores.  Ainda nos finais do século XIX e início do século XX dá-se a Segunda Revolução Industrial  com a descoberta da electricidade, a invenção do telefone e do motor de explosão (petróleo), conduzindo a profundas alterações na forma como se trabalhava e no tipo de trabalho desempenhado. No início do século XX, o trabalho manual dominava o mercado de trabalho e era realizado por operários especializados e semiespecializados que trabalhavam em grandes fábricas de produção em massa. Estes operários eram especializados unicamente na realização de uma tarefa em particular que fazia parte de um todo, ou seja, fazia parte de uma serie de tarefas mais vasta.

Nos países mais desenvolvidos, após os anos 70, verifica-se um desenvolvimento da automação da produção com o apoio dos progressos realizados na tecnologia microelectrónica. Nalgumas fábricas os operários são substituídos por robôs que efectuam as tarefas repetitivas, perigosas ou pesadas, aumentando desta forma a produtividade do trabalho. Este aumento da capacidade produtiva é notória essencialmente em sectores de mão-de-obra intensiva, como édeo caso dosdesector têxtil ee do sector automóvel, conduzindo a uma rápida redução postos trabalho traduzindo-se em desemprego. Recentemente acreditava-se que o sector dos serviços iria criar novas oportunidades de emprego e seria capaz de absorver o excedente de mão-de-obra. Contudo, a cada vez maior informatização e automatização dos serviços leva a que se contrarie essa perspectiva.

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Novas f ormas ormas de trabalho associadas às novas tecnologias  –  O teletrabalho O século XX foi palco de enormes progressos quer no âmbito da ciência quer da tecnologia, sob o domínio da revolução na electrónica e na informática, alargando a sua área de actuação a outras áreas e a diversas aplicações, como por exemplo na medicina e na gestão.  Assim, a tecnologia utilizada caracteriza uma época e delimita as diferentes fases do desenvolvimento da humanidade. Desde a idade da pedra, do ferro, do bronze até à sociedade da informação, que reflecte a tecnologia usada pelo ser humano. As tecnologias assumem um papel verdadeiram verdadeiramente ente importante no desenvolv desenvolvimento imento das

sociedades humanas, que tem vindo a crescer com a profunda ligação com a ciência, permitindo ao homem cada vez mais estudar, compreender os fenómenos naturais, bem como dominar e manipular a força da natureza. As tecnologias da informação e da comunicação   têm uma especial relevância, nos

nossos dias, pois têm vindo a realizar uma verdadeira revolução no modo como os bens e os serviços são produzidos. pr oduzidos.  As tecnologias da informação informação e da comunicação estão presentes em todos os sectores de actividade, desde a agricultura à indústria e aos serviços, operando uma verdadeira transformação na economia, ao contrário de outras invenções e inovações, que somente actuam ou transformam uma actividade ou um ramo de actividade. O homem tem vindo a ser gradualmente substituído por robôs e outros equipamentos automatizados, nas fábricas, por exemplo as de automóveis, as linhas de montagem são completamente controladas por máquinas robotizadas, apenas monitorizadas por alguns operários. serviços mudaram de forma radical. Também osbancárias podemos realizar diversas operações através de terminais radi ATMcal. emActualmente, qualquer lugar do mundo. Existe ainda o exemplo do comércio electrónico e virtual, permitindo-nos, a partir do conforto de casa através do computador, adquirir qualquer tipo de bens e serviços. No contexto dos escritórios a velha máquina de escrever deu lugar ao computador. Com a vulgarização do uso da informática assistimos à reestruturação dos processos de trabalho nos escritórios e gabinetes, nos quais os antigos procedimentos manuais dão lugar aos meios informatizados de processamento de texto, de desenho gráfico, etc. Nos países mais desenvolvidos ao nível económico as actividades humanas passaram do fabrico de bens ao tratamento e processamento da informação, na actualidade estas actividades ocupam mais de 2/3 dos trabalhadores. No contexto da agricultura  as novas tecnologias operaram alterações relevantes, através

do desenvolvimento da biotecnologia que permite melhorar os processos produtivos, 12

 

 

como por exemplo os alimentos geneticamente transformados (transgénicos), na engenharia genética substitui-se produtos químicos, que prejudicam os solos e o ambiente, por bactérias fixadoras de azoto. No futuro, a biotecnologia criará novas oportunidades de trabalho substituindo o trabalho tradicional agrícola por actividades de laboratório. Todas estas alterações conduzem ao aumento do grau de qualificação que é exigida aos trabalhadores. Se estes forem pouco qualificados serão substituídos pela máquina, como aconteceu anteriormente na área da produção.  Assim, a evolução da produção alterou a natureza do trabalho . A automação reduz de forma significativa o trabalho manual, directo, pouco qualificado, rotineiro, perigoso e dá lugar à exigência de uma maior especialização, ao nível de funções de controlo, supervisão, monitorização e programação de operações, emergindo novos empregos e novas profissões. Desta forma, verifica-se que com a introdução i ntrodução das novas tecnologias se há postos de trabalho que se extinguem outros novos surgem. Por exemplo na fábrica de automóveis, se é extinto um posto de trabalho na linha de montagem, serão necessários trabalhadores que operem com esses robôs, engenheiros que os concebam, programadores informáticos e trabalhadores especializados na reparação desses robôs, etc. Nos países industrializados grande número de trabalhadores opera na produção, processamento e transferência de informação. Estas transformações visíveis na estrutura do trabalho devem fazer-se acompanhar de uma constante formação e reciclagem de conhecimentos por parte dos trabalhadores, de modo a poderem responder ao maior grau de exigência e qualificações do mercado de trabalho, por conseguinte a aposta na educação e na formação é essencial.

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O teletrabalho  uma forma nova de trabalhar

 Actualmente verifica-se que existe uma transformação na forma como se trabalha e no local onde se trabalha. O enorme progresso da informação que permite o acesso à informação em qualquer local leva-nos a uma reestruturação das tarefas, ou seja, à forma como se realizam e ao local onde se realizam.  O teletrabalho consiste numa nova forma de trabalhar que compreende o trabalho realizado à distância, quer a partir de casa, quer a partir de um escritório descentralizado. A ideia essencial é levar o trabalho ao trabalhador e não o trabalhador ao local de trabalho. Assim, utilizando as novas tecnologias da informação e da comunicação é possível 13

 

 

trabalhar a partir de casa, longe da empresa para a qual se trabalha, para tal basta ter acesso ao computador e a uma linha telefónica ou a um telemóvel, seja em casa ou num escritório descentralizado. Esta situação faz com que o trabalhador não tenha de perder tempo em deslocações até ao seu local de trabalho, por vezes percorrendo enormes distâncias e ficando retido no trânsito. tr ânsito. No entanto, não se trata do simples trabalho no domicílio, como o fabrico de calçado ou de têxteis, uma vez que requer uma ligação constante do trabalhador à empresa, seja através das telecomunicações seja porque este deverá deslocar-se à empresa para que o seu trabalho possa ser coordenado. As vantagens do teletrabalho:

  Para as empresas: m menores enores despesas em instalações; menores custos em reestruturações empresariais; aumento da produtividade devido à eliminação dos períodos de interrupção; eliminação das horas de trabalho perdidas, devido a greves, a atrasos nos transportes, entre outros;   Para os trabalhadores: a aumenta umenta a poss possibilidade ibilidade de trabalho de pessoas pessoas com deficiência; aumenta a autonomia e flexibilidade de horários; aumenta o tempo





disponível para a família; reduz os gastos em transportes; elimina o tempo de espera em transportes;   Para a sociedade em em geral: preservação do ambiente, pois reduz a utilização dos transportes; diminui os gastos com o crescimento e manutenção da rede viária; reduz o problema do congestionamento do trânsito; diminui os gastos com combustíveis; permite reduzir assimetrias regionais.



As novas tecnologias e o emprego

Como vimos, a introdução e o desenvolvimento das novas tecnologias, principalmente nas últimas décadas, tem conduzido a transformações na forma como os bens e os serviços são realizados, bem como no emprego.  A criação de emprego tem vindo a diminuir, embora se verifique um crescimento económico na esfera das economias desenvolvidas.

As novas tecnologias têm conduzido a várias transformações no emprego :   desaparecimento de antigas profissões  –  ligadas sobretudo a tarefas manuais, 

rotineiras e pouco qualificadas. Alguns exemplos: as tarefas de dactilografia são actualmente realizadas pelo próprio autor através do processamento de texto, a tarefa de telefonista é substituída por máquinas de atendimento e encaminhamento de chamadas, as tarefas de atendimento bancário são substituídas pelas máquinas  ATM;   aparecimento de novas profissões  –  alguns exemplos são os arquitectos de páginas web, os designers gráficos, os analistas de sistemas, os gestores de lojas virtuais;   novas formas de trabalho – o teletrabalho;





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  deslocalização do e emprego mprego  –  conhecido como off-shore work, consiste na deslocalização do trabalho para locais/ países onde a mão de obra abunda e o seu custo é menor. As tarefas são realizadas através de computador ligado à rede mundial de telecomunicações, por trabalhadores, das mais variadas partes do mundo, que enviam as tarefas realizadas para a sede da empresa, podendo esta estar localizada a uma distância de milhares de quilómetros.



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Classificação dos sectores de actividades económicas e profissões  A satisfação das necessidades humanas exige que se produzam bens quer materiais, nomeadamente cereais, carne, peixe, leite, livros, automóveis, etc.; quer serviços como a assistência médica, ensino, transportes, teatro, cinema, turismo, etc. Uma vez que diariamente ingerimos alimentos, usamos vestuário, ouvimos música, andamos de transportes, consumimos electricidade, etc. Isto significa que a satisfação das nossas necessidades requer a utilização e o consumo de uma enorme quantidade de bens e serviços diferentes que se obtêm através da actividade produtiva Para produzir estes bens e serviços o homem teve que se especializar em inúmeras actividades que, no seu conjunto, constituem as actividades económicas. No entanto, nem tudo o que se produz pode ser considerado na actividade económica. Para que a produção seja considerada actividade económica, deve verificar-se pelo menos uma das condições que se seguem: 1. o bem produzido deve destina destinar-se r-se ao mercado, isto é, d deve eve ser transaccionado; transaccionado; 2. o trabalho correspon correspondente dente a essa p produção rodução dev deve e ser remun remunerado. erado. Por exemplo, a produção de bens alimentares para consumo próprio não significa produção no sentido «técnico» do conceito, como também não pode ser considerado o trabalho doméstico realizado pelas donas de casa, por não ser remunerado. r emunerado. Dentro da diversidade de tarefas realizadas pelo ser humano no acto de produzir podemos encontrar, entre elas, algumas características comuns que permitem que se sectorize a economia. Por uma questão de comodidade de estudo é realmente habitual e útil que se agrupe as diferentes actividades em sectores de actividade, em função de determinadas características.

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Sector Primário  –  engloba as actividades ligadas à exploração da natureza, ou seja,

compreende a extracção de produtos do mar, do solo e do subsolo. Dentro deste sector encontramos actividades como a pesca, a agricultura, a pecuária, a silvicultura e a indústria extractiva.  Associadas a este sector de actividade encontram-se profissões como o pescador, o agricultor, o mineiro, o produtor agro-florestal, o criador de gado, entre outras. Sector Secundário  –  inclui as indústrias transformadoras dos produtos extraídos da

natureza, ou seja, as actividades que transformam as matérias-primas facultadas pelo sector primário em utilizáveis. Engloba, ainda, a construção e a produção e distribuição de gás, água e electricidade. Tendo em consideração a relação entre o investimento necessário para a sua montagem e o número de postos de trabalho criados, é habitual distinguir-se:   indústrias ligeiras: indústrias alimentares, de vestuário, de calçado, de electrodomésticos, etc. nas quais predomina habitualmente o factor trabalho, sendo designadas como «trabalho-intensivas»;   indústrias pes pesadas: adas: indústr indústrias ias metalúrgicas metalúrgicas,, de cimento, de construção naval, de 



produção energia, de metalomecânica, etc.«capital-intensivas». nas quais predomina o factor capital e que são de designadas, por isso, de indústrias i ndústrias Tendo em consideração a natureza da tecnologia usada, também se fala, actualmente, em:   indústrias tradicionais: alimentar, têxtil, calçado, calçado, metalúrgica, metalomecânica, etc. utilizadoras de «tecnologia arcaica», isto é, a tecnologia da Revolução Industrial;   indústrias m modernas: odernas: utilizam «tecnologia de ponta», realizadas nas actividades relacionadas com as tecnologias avançadas da comunicação e informação. i nformação. No âmbito deste sector enquadram-se inúmeras profissões, algumas dentro do ramo das engenharias (alimentar, civil, electrotécnica, metalomecânica, etc.), operários que executam tarefas específicas na indústria para a qual trabalham, isto é, o trabalhador da construção civil; o trabalhador da transformação de metais e compósitos; o montador de 



aparelhos e instrumentos de precisão e musicais; o vidreiro, o ceramista e afins; o trabalhador das indústrias de madeira e do mobiliário; o condutor e o operador de robôs, de veículos de equipamentos de movimentação de carga e afins; o trabalhador das indústrias química, petroquímica, borracha, plástico e afins; o trabalhador de iinstalações nstalações e máquinas de fabricação de celulose e papel; o trabalhador da fabricação de alimentos, bebidas; o operador de instalações de produção e distribuição de energia, energia , etc. Sector Terciário  – – corresponde aos serviços, como os bancos, o comércio, os seguros,

os transportes, a comunicação social, a educação, a defesa, a justiça, o turismo, etc. Este sector abrange todas as actividades que não cabem nos outros dois. Como foi referido anteriormente, este é o sector que emprega um maior número de pessoas e associado a ele temos um vasto leque de profissões, por exemplo médicos,

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professores, advogados, profissionais do turismo, profissionais dos transportes, ou seja, todos os prestadores de serviços. No âmbito deste sector e em paralelo com introdução das novas tecnologias surgem constantemente novas funções associadas a novas profissões, por exemplo a gestão da informação e do conhecimento (serviços informáticos, I&D, formação, etc.)

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Evolução dos perfis profissionais na área profissional do curso Perfil profissional

O perfil profissional surge como o instrumento de identificação e conhecimento das competências pessoais, relacionais, técnicas de uma determinada pessoa no desempenho da sua actividade profissional. Tem Pois uma verifica-se dupla utilidade de saberes para o técnico e para o empregador. que, de nosreconhecimento nossos dias, a formação de base é cada vez menos duradoura; a velocidade com que surgem novas tecnologias e novos perfis de formação conduz ao aparecimento de uma nova perspectiva que assenta em palavras como: formar para o futuro, aprender a aprender, a desaprender e a voltar a aprender, colocando-se agora a tónica nas competências, nas capacidades e nas atitudes e não tanto na mera habilidade para a execução de tarefas. Fala-se hoje de sentido de cidadania e responsabilidade, de valores, de capacidade de reflexão e de diálogo, de sentido crítico. Associa-se, desta forma, uma dimensão ética e filosófica  –  e não apenas técnica  –  ao desempenho do trabalho. Num mundo problemático e em constante transformação, o importante é saber equacionar os problemas, avaliá-los, compreendê-los e saber viver com eles, ser capaz de negociar e imaginar as eventuais soluções.  

Sugestão de act actividade: ividade: realize o Balanço de Competências, no sentido de afe aferir rir o seu perfil profissional, isto é, realize uma síntese dos seus conhecimentos de base, conhecimentos técnicos e aptidões pessoais. Nessa síntese, tenha sobretudo em consideração os aspectos que considera que o/a caracterizam como potencial trabalhador/a. Para a elaboração do seu perfil profissional tenha também em atenção a sua formação escolar e profissional, bem como eventuais experiências profissionais.

Perfil Profissional

Formação Escolar e Profissional

Experiência Profissional

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Conhecimentos de base e conhecimentos técnicos

 Aptidões Pessoais

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A  importância dos percursos f ormais, ormais, não f ormais ormais aprendizagem ao longo da vida

e informais de

 Actualmente o mercado de trabalho dita novas exigências aos trabalhadores, como é o caso da reconversão e reciclagem de conhecimentos constante, por conseguinte a formação ao longo da vida tornou-se um imperativo permanente. Se são relevantes as competências profissionais de base com as quais o trabalhador se apresenta ao mercado de trabalho, são igualmente importantes as competências que vai adquirindo ao longo da vida, quer em contextos não formais quer em contextos informais de aprendizagem aprendizagem.. Entende-se por Educação/Formação Formal aquela que ocorre em estabelecimentos

de ensino não superior e superior, ou em instituições credenciadas para ministrar formação, com vista à obtenção de uma certificação escolar. Deste modo, obedece a regras e currículos claramente definidos, é altamente estruturada, organizada cronologicamente, com o objectivo de adquirir uma certificação e atribuição de um grau académico. A educação/formação formal tem lugar em escolas, colégios, universidades.

A Educação/Formação não formal  diz respeito a um leque de conhecimentos e de

competências que um individuo adquire em contextos diversos da vida, fora do contexto escolar, sendo vista como complementar e não enquanto alternativa, devendo ser articulada com a educação/formação formal e com a educação/formação informal. Dentro desta noção cabem ainda algumas práticas como os workshops temáticos, seminários de formação e visitas de campo, podem ainda ocorrer numa grande  variedade de espaços: das associações às empresas e às instituições públicas, do sector juvenil ao

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meio profissional, ao voluntariado e às actividades recreativas. Baseia-se numa aprendizagem social e na motivação intrínseca do formando, bem como no desenvolvimento de métodos de aprendizagem participativos, qua assentam na experiência, na autonomia e na responsabilidade de cada formando. Valorizando o desenvolvimento desenvolvim ento e a e experiência xperiência pessoal do formando no seu todo. Neste sentido procura oferecer o enquadramento adequado para responder às aspirações e necessidades específicas do formando bem como para desenvolver as suas competências pessoais, potenciando a sua criatividade. Este tipo de formação tem modelos profundamente diferenciados, no que concerne ao tempo e ao local, bem como ao número e tipo de formandos, às equipas de formação, dimensões de aprendizagem e aplicação dos seus resultados. Contudo isto não quer dizer que não seja um processo de aprendizagem estruturado com base na identificação de objectivos pedagógicos, com formas de avaliação e actividades preparadas e implementadas por profissionais altamente qualificados. Os resultados da aprendizagem individual são inerentes ao processo de desenvolvimento e integrados no programa de actividades, assumindo várias formas e sendo participada por todos: formadores e formandos, no sentido de verificar o progresso pr ogresso ou reconhecer necessidades necessidades adicionais. A Formação informal  diz respeito à aprendizagem que ocorre em situações não

estruturadas e nem sempre é intencional, é espontânea e resulta de actividades e práticas do quotidiano. Pode afirmar-se que consiste num processo, pelo qual, durante toda a vida, as pessoas adquirem e acumulam conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos resultantes das suas experiências do dia-a-dia e da sua relação com o meio ambiente. É, pois, cada vez mais importante apostar na formação e na aquisição de competências de forma sólida ao longo da vida, na qual o trabalhador deve ser responsável por construir o seu percurso profissional, assumindo sempre uma postura pró-activa em relação ao mercado de trabalho. O objectivo é que se desenvolva uma atitude empreendedora, que possa novas oportunidades ao nível da procura de empregocriativa quer aodenível da criaçãogerar do seu próprio posto dequer trabalho, através da exploração novas actividades com utilidade social e económica. Como vimos anteriormente, as transformações que as novas tecnologias têm vindo a inserir quer no conteúdo quer na natureza do trabalho, requerem que o trabalhador possua uma capacidade de adaptação constante e de reflexão contínua sobre os seus próprios objectivos, qualificações e competências profissionais. Nos nossos dias, já não existe a perspectiva de um trabalho ou de uma carreira para a vida, ou seja, a ideia simples de concluir uma formação académica de base, seja ela mais ou menos especializada, entrar no mercado de trabalho e desempenhar a função para a qual se adquiriu formação até chegar à idade da reforma, já não se aplica à realidade 22

 

 

actual. Pois a constante mudança e o modo rápido como se processa tanto ao nível económico como ao nível social não permite per mite tais perspectivas, havendo a necessidade de actualizar conhecimentos, adquirir novas qualificações e competências, isto é, aprender ao longo da vida. Estas exigências têm simultaneamente requerido que as funções da escola se alterem, bem como o seu modelo, pois cada vez mais existem novas ofertas educativas, como é o exemplo da formação profissional, e dirigidas a novos públicos, como a educação de adultos. Há um número cada vez maior de trabalhadores que ingressam novamente na escola com o objectivo de adquirem novas qualificações e novas competências.  Actualmente há uma oferta bastante diversificada ao nível da educação, formação e certificação de competências, de modo a responder às reais necessidades das pessoas. Têm sido desenvolvidos e apresentados vários programas comunitários no âmbito da aprendizagem ao longo da vida. Pois a União Europeia tem criado e implementado políticas de incentivo e de promoção à educação e formação, em todas as modalidades, de modo a que possa haver resposta aos requisitos da economia e da sociedade do conhecimento, conhecimen to, exigido pelo modelo do crescimento actual. Pelo facto do aumento da importância que o conhecimento conhecimen to assume na sociedade e na econom economia, ia, este representa o principal motor de desenvolvimento desenvolvimento das próximas décadas. Paralelamente aos recursos clássicos trabalho e capital, actualmente os economistas adicionam a informação e o conhecimento. Daí que alguns autores falem em «revolução da inteligência». Deste modo o capital humano humano é fonte de riqueza, substitui-se o trabalho manual pelo trabalho intelectual. E a riqueza de um país está dependente do potencial de conhecimentos que tem e do capital humano disponível. Na verdade as tecnologias de informação são sinal de progresso e de visibilidade económica de um país, mas da mesma forma é importante i mportante a aposta na educação e na formação. Com as mudanças em curso trazidas pela introdução e evolução rápida das tecnologias da informação e da comunicação exige uma necessidade de adaptação constante, sendo a educação e a formação a melhor forma de nos prepararmos, de nos adaptarmos e de adquirimos novas competências ao longo da vida. Existem diversas modalidades de formação  destinadas a diferentes públicos:

  Formação inicial de jovens  –  aprendizagem; cursos profissionais, cursos de educação e formação de jovens, cursos de especialização tecnológica, qualificação inicial, visando facilitar os processos de transição para a vida activa, por via do desenvolvimento desenvolvim ento de competências necessárias ao tecido económico e dos jovens.   Formação de d desempregados esempregados (em particular adultos) adultos)  –  cursos de educação e formação de adultos e formações modulares certificadas no âmbito do Catálogo





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Nacional das Qualificações, visando promover as condições de empregabilidade dessa população, por via do desenvolvimento do tecido económico e dos adultos.   Sistema Nacional de Reconhecim Reconhecimento, ento, Valid Validação ação e Certificação de Competências (maiores de 18 anos de idade)  – tem em vista a melhoria dos níveis de certificação escolar para quem não possui o nível básico ou secundário de escolaridade, numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida. Este sistema dá a possibilidade de reconhecer, validar e certificar ao conhecimentos e as competências competências resultantes da experiência adquirida em diferentes contextos ao longo da vida. A certificação obtida através do sistema permite não só a valorização pessoal, social e profissional, mas também o prosseguimento de estudos/formação. estudos/formação.   Acções de Formação de Curta Du Duração ração (maiores de 18 anos de idade)  –  oferta formativa de curta duração, que visa a aquisição ou o aprofundamento de conhecimentos em determinadas áreas consideradas fundamentais para o desenvolvimento nacional e local. Destinado a quem pretende desenvolver ou aperfeiçoar competências em áreas específicas, independentemente das habilitações escolares ou profissionais.





de Aprendizagem ao No âmbito actual quadro comunitário apoio, o Programa Longo da do Vida , visa contribuir para odedesenvolvimento da Comunidade Europeia

enquanto sociedade do conhecimento, caracterizada por um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos, assim como uma maior coesão social, actuando em paralelo para uma adequada protecção do ambiente, considerando as gerações futuras. O Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida tem como objectivos específicos:   Promover o desenvolvim desenvolvimento ento de um uma a aprendizagem de qualidade ao longo da vida e contribuir para elevados níveis de desempenho;   Contribuir para a criação de um espaço europeu de aprend aprendizagem izagem ao longo da vida;   Apoiar a m melhoria elhoria da qualidade d das as poss possibilidades ibilidades de apr aprendizagem endizagem ao longo da 





vida existentes nos Estados-membros;   Reforçar o cont contributo ributo da ap aprendizagem rendizagem ao longo da vida para a coesã coesão o social, a cidadania activa, o diálogo intercultural, a igualdade de género e a realização pessoal;   Promover a criatividade, a competitividade e a empregabilidade, ainda o desenvolvimento desenvolvim ento do empreendedorismo;   Contribuir para aum aumentar entar a partic participação ipação na apre aprendizagem ndizagem ao longo da vida de pessoas de todas as idades, inclusive de pessoas com necessidades especiais e grupos desfavorec desfavorecidos; idos;   Promover a aprend aprendizagem izagem de línguas e a diversidade linguística. Com o propósito de atingir os objectivos e metas propostos este programa promove o intercâmbio, a mobilidade, a cooperação e a formação dos Estados-membros. Dentro deste programa encontram-se subprogramas: 







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1. Comenius Comenius –  – destina-se a todos t odos os níveis de ensino (do p pré-escolar ré-escolar ao secundário);  2. Erasmus – Erasmus – destinado a estudantes do ensino superior;  3. Grundtvig  –  destina-se unicamente a instituições que trabalham na área da formação de adultos;  4. Leonardo da Vinci  –  destinado aos intervenientes no ensino e formação

profissionais de nível não superior. Neste âmbito incluem-se a realização de estágios profissionais transnacionais em empresas ou entidades de formação. 

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Exercícios 1) 2)

3) 4) 5) 6) 7) 8)

I Relacione a noção actu actual al de trabalho com o conceito conceito de emprego. Justifique. Justifique. «Mais tarde, e por oposição a esta visão negativa, su surge rge uma outra visão para a qual o trabalho constitui uma fonte de libertação, de progresso e de autorealização, considerando que o trabalho confere dignidade ao ser humano.» a) Diga a que visão visão negativa se refere a afirmação. b) Porque se entende que o trabalho seja fonte de progresso e de autorealização? Concorda? Diga de que forma as novas tecnologias transformaram o mundo do trabalho. E quais as suas consequ consequências. ências. Enumere algumas profissões, de que tenha conhecimento, que tenham deixado de existir e, se for o caso, diga quais as que vieram vieram substituí-las. O que entende por Empregabilidade? Empregabilidade? A noção de Empregabilidade remete para uma atitude dinâmica ou passiva? Porquê? No âmbito social, diga qual a importância que o trabalho assume na vida das pessoas? José Augusto Minarelli estabe estabelece lece seis pilares da em empregabilidade, pregabilidade, aponte aqueles que assumem maior importância para si. Porquê?

II 1) Indique se as sseguintes eguintes afirmaçõ afirmações es são verdadeiras verdadeiras ou falsas:

a) b) c) d)

As representações sociais são são a próp própria ria realidade. As representações sociais fa falseiam lseiam a realidade. As representações sociais ssão ão transm transmitidas itidas através da socialização. As representações soc sociais iais são transmitidas pe pelos los meios de com comunicação unicação social.

2) Indique a alternativa mais mais correcta. - As representações sociais são: a) um conjunto de conceitos, preposiçõ preposições es e explicações criados nas interacç interacções ões da vida quotidiana; b) de no normas rmas que fazem parte da vida em sociedade; c) o osconjunto ccomportamentos omportamentos dos ac actores tores sociais; 26

 

 

d) a acção soc social ial realizada pelos indivíduos de u uma ma sociedade. - As representações sociais não se transmitem através: a) da televisão; b) da família; c) das interacções sociais; d) são falsas todas as alternativas. a) b) c) d)

- As esquem representações sociais: e cclassificação são esquemas as de percepção lassificação da rea realidade; lidade; assentam em valores; são ffiltradas iltradas pe pela la noss nossa a cu cultura; ltura; são verdade verdadeiras iras todas as alternativas. alternativas.

3) Diga de que forma as representações sociais condicionam o comportamento no local de trabalho. Justifique com exemplos da sua realidade profissional.

1) 2) 3) 4) 5) 6) 7)

III Indique as transformações mais significativas introduzidas no mundo do trabalho pela revolução industrial. Também a segunda revoluç revolução ão industrial vem alterar o mundo mundo do trabalho, diga de que forma e quais as consequênc consequências. ias. Qual a im importância portância das TIC TIC nos n nossos ossos dias? Aponte alguns contex contextos tos em que as TIC têm um papel preponderante. Explique. Aponte as transform transformações ações no em emprego prego introduzidas pe pelas las TIC. O que entende por teletrabalho. teletrabalho. Quais são as vantagens do teletrabalho? teletrabalho?

IV 1) Quais são os ssectores ectores de act actividade ividade económ económica ica que conhece? 2) Que actividades e profissões dizem respeito a cada sector de actividade

económica? 3) A sua profissão insere-se em que sector de actividade actividade económica? económica? Justifique.

V 1) «Actualmente o mercado de trabalho dita novas exigências aos trabalhadores, como é o caso da reconversão e reciclagem de conhecimentos constante, por conseguinte a formação ao longo da vida tornou-se um imperativo permanente». a) Explique o sentido da afirmação. b) Concorda com a afirmação? Justifique. 2) Distinga educação/formação formal da formação não formal e da formação informal. 3) Das diferentes modalidades de formação existentes indique, preenchendo o quadro, em que tipo de formação se insere: 27

 

 

  A - Educação/Formação não formal   B - Educação/Formação formal   C - Educação/Formação informal







Modalidades de formação

Tipo

de

formação

Cursos profissionais Sistema Nacional de Reconhecimento, Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências  Acções de Formação Formação de Curta Duração Cursos de educação e formação de adultos Formações modulares certificadas

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